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Compreender aquisição e desenvolvimento da
linguagem escrita;
A complexidade do processamento da linguagem escrita pode
ser explicada pelos princípios de organização estrutural e
funcional do sistema nervoso central (SNC), que consideram
as interações ocorridas não só dentro dos diversos níveis de
processamento, mas também entre eles.
Durante o processo de aquisição da linguagem escrita, o
indivíduo passa por uma remodelação de seus circuitos
neuronais; isso ocorre porque o processamento da linguagem
escrita é construído a partir de estruturas e vias que participam
de sistemas funcionais cerebrais previamente adquirido, além
disso, como mencionado anteriormente, O SNC possibilita uma
organização flexível, em que as mesmas estruturas podem
desempenhar mais de uma função.
Os mais importantes sistemas funcionais preexistentes,
recrutados na aquisição da linguagem escrita, são o sensorial,
o motor, o da linguagem oral, a memória e a atenção, que
passam a trabalhar juntos de modo cooperativo para
desempenhar uma nova função - a de ler e escrever.
Dessa forma, o desenvolvimento da leitura e da escrita
depende de diversas áreas corticais de associação, que se
dedicam a processar não só as informações sensoriais, mas
também as informações recebidas durante a realização de
tarefas mentais superiores. Para a realização dessas tarefas,
os aprendizes podem criar vias neurais alternativas bastante
individualizadas, graças ao princípio da organização das
funções em vias alternativas.
Cada sistema de escrita possui uma característica própria que,
dependendo da menor unidade linguística codificada na
unidade básica da escrita ,pode ser classificada em:
logográfico, silábico e alfabético.
O sistema logográfico representa palavras (mais precisamente
morfemas), formas mínimas dotadas de significado que não
podem ser analisadas em unidades menores e que são
identificáveis porque mantêm a mesma significação em todas
as estruturas nas quais ocorrem.
Por sua vez, os sistemas silábicos e alfabéticos são
fonográficos, isto é, representam unidades fonológicas, como
sílabas ou fonemas.
Quando um grafema representar um único fonema e
vice-versa, considera-se uma ortografia rasa ou transparente,
pois ela refletirá de modo mais fidedigno a superfície
fonológica da língua em questão, isto é, sua cadeia linear de
fonemas e as relações entre eles.
Por outro lado, quando um mesmo grafema representar mais
de um fonema ou um mesmo fonema for representado por
mais de um grafema, a ortografia é considerada profunda ou
opaca, já que a associação grafema-fonema é mais complexa.
Assim, foram descritas quatro fases consecutivas do
desenvolvimento da escrita: pré-silábica, silábica,
silábico-alfabética
e alfabética
Na fase pré-silábica, o aprendiz faria a distinção entre
escrever e desenhar; além disso, nessa fase, já seria possível
observar a organização linear de suas produções gráficas e o
uso das letras. Para essa diferenciação das escritas, seria
utilizado o critério quantitativo, Ou seja, a quantidade mínima
de letras (geralmente três) que uma escrita deve ter para
possuir algum significado.
Pelo aspecto qualitativo, a escrita precisaria apresentar uma
variação interna para que pudesse ser lida, isto é, o escrito não
poderia ser lido se tivesse sempre a mesma letra. No entanto,
nessa fase a produção escrita não seria regulada por uma
análise da linguagem oral
A fase silabica seria o marco do início da fonetização da
escrita, quando a criança descobriria que a quantidade de
letras para escrever uma palavra corresponderia as partes da
palavra falada.
Período silábico-alfabético se caracterizaria pela descoberta
de que a sílaba poderia ser reanalisável em elementos
menores, caracterizando o ingresso no último estágio de
compreensão do sistema alfabético. Nessa fase, poderiam ser
observados registros que utilizam tanto a hipótese silábica
como a alfabética.
Completando as etapas de construção do conhecimento
gráfico, o aprendiz alcançaria, então, a fase alfabética, que se
caracterizaria por um domínio da correspondência entre
grafema e fonema.
Ver a teoria de capovilla e ferreirro- método fonico
2. Explicar as rotas fonológica e lexical;
A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA, A CONSCIÊNCIA LEXICAL E O PADRÃO
DE LEITURA DE ALUNOS COM DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO
A rota fonológica ou sublexical é a responsável pela leitura
de uma palavra mesmo que ela seja desconhecida para o
leitor. Ou seja, é a rota responsável pela decodificação
grafema/fonema. Isso significa que mesmo que o leitor não
saiba o significado da palavra, ele irá conseguir ler devido
aos seus conhecimentos fonológicos.
As palavras conhecidas e desconhecidas pelo leitor podem
ser lidas pela rota fonológica. Por outro lado, ler palavras
irregulares pode ser difícil, pois a correspondência
letra-som não obedece a uma regra. Por exemplo, táxi,
pode ser lida por um leitor iniciante como “tachi”.
No processo de alfabetização as crianças usam a rota
fonológica e devido ao esforço de decodificação realizam
uma leitura mais lenta sem, muitas vezes, entender o
significado do que estão lendo.
Rota Lexical- armazenada na memória
Já na rota lexical, acontece diferente, pois a identificação
das palavras escritas se dá pelo reconhecimento de sua
ortografia e do seu significado semântico. Um bom
exemplo é quando ficamos em dúvida se uma determinada
palavra se escreve com ‘j’ ou com ‘g’, mas ao escrever
você se lembra automaticamente. Isso acontece pois
temos um ‘dicionário léxico’ armazenado que nos permite
lembrar a forma ortográfica da palavra.
Considerando-se o modelo de dupla-rota, o uso de uma ou
outra rota será influenciado pelas características
específicas da ortografia, por exemplo, o grau de
irregularidade grafo fonêmica. O leitor hábil pode ter
disponíveis as duas rotas, e essa eficácia se dá à medida
que o processo de conversão (ortográfico em fonológico)
se torna cada vez mais automatizado, consequentemente,
mais competente se torna o leitor.
Muitas pesquisas no mundo todo têm apontado nos
disléxicos a dominância de problemas fonológicos em
relação aos lexicais. Com isso, percebe-se uma crescente
conscientização no âmbito educacional da importância de
se desenvolver as habilidades fonológicas dos alunos,
inclusive a capacidade de manipular intencionalmente e
refletir sobre os segmentos da fala (palavras, segmentos
supra-silábicos, sílabas e fonemas).
A consciência fonológica refere-se à consciência de que a
fala pode ser segmentada e de que pode se manipular tais
segmentos. É a capacidade de refletir e manipular os sons
que compõem as palavras. Essa consciência envolve não
apenas a capacidade de refletir, constatando e
comparando os elementos linguísticos, mas também a
capacidade de operar com rimas, aliterações, sílabas e
fonemas.
A importância da consciência fonológica foi atestada por
numerosos trabalhos científicos submetendo indivíduos (de
diferentes idades e níveis de escolaridade) a provas de
análises fonológicas. Esses estudos têm demonstrado que
o desempenho das crianças pré-escolares, em
determinadas tarefas de consciência fonológica,
relaciona-se com o sucesso na aquisição da leitura e da
escrita. Há também evidência de que o treinamento da
consciência fonológica pode exercer uma influência
benéfica na aprendizagem da leitura e da escrita,
sobretudo quando associado ao treinamento do
reconhecimento das correspondências entre as letras e os
sons.
No Brasil, tem-se uma quantidade significativa de
pesquisas abordando a consciência fonológica35.
Entretanto, destaca-se como uma das mais expressivas a
pesquisa realizada por Cardoso-Martins20, cujos
resultados sugerem que a consciência fonêmica é
fundamental para a aquisição da leitura e da escrita.
A consciência lexical é a capacidade de segmentar a
linguagem oral em palavras, considerando tanto aquelas
com função semântica (substantivos, adjetivos, verbos),
cujos significados independem do contexto, quanto aquelas
com função sintático-relacional (conjunções, preposições,
artigos), nas quaisa construção do significado depende da
sua inserção no contexto, no interior de sentenças.
A capacidade do indivíduo em segmentar a linguagem oral
em palavras é importante no processo de aperfeiçoamento
da escrita. O desenvolvimento da capacidade de escrever
separando as palavras com espaços em branco é um dos
aspectos que distingue a oralidade e a escrita. Na escrita, a
segmentação não convencional de palavras refere-se ao
uso indevido do espaço em branco, entre fronteiras
vocabulares, de maneira não adequada ou prevista pelas
convenções gramaticais. Assim, podem surgir as
hipossegmentações, marcadas pela ausência de espaço
em branco entre unidades lexicais (como exemplo,
emcasa, desurpresa) ou podem surgir as
hipersegmentações, caracterizada pela inserção de um
espaço indevido no interior das unidades lexicais (como
exemplo, a inda, de mais). Ao longo do processo de
aperfeiçoamento da escrita, a incidência de segmentações
não convencionais (hipossegmentações e
hipersegmentações) diminui conforme as crianças vão
desenvolvendo maior domínio da estrutura e do
funcionamento linguagem escrita.
3. Estudar os Distúrbios de Aprendizagem;
dislexia, discalculia, disortrografia e disgrafia.
Dislexia:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendi
zagem-e-desenvolvimento/dislexia
A Dislexia do desenvolvimento é considerada um
transtorno específico de aprendizagem de origem
neurobiológica, caracterizada por dificuldade no
reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na
habilidade de decodificação e em soletração. Essas
dificuldades normalmente resultam de um déficit no
componente fonológico da linguagem e são inesperadas
em relação à idade e outras habilidades cognitivas.
(Definição adotada pela IDA – International Dyslexia
Association, em 2002.
Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre
5% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário
do que muitos pensam a dislexia não é o resultado de má
alfabetização, desatenção, desmotivação, condição
sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição
hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda
alterações no padrão neurológico.
Sintomas:
as seguintes caraterísticas
: Na expressão oral
- têm dificuldade em selecionar as palavras adequadas
para comunicar (tanto a nível oral, como escrito);
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/dislexia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/dislexia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/dislexia
- revelam pobreza de vocabulário;
- elaboram frases curtas e simples e têm dificuldade na
articulação de ideias;
Na leitura/escrita
- fazem uma soletração defeituosa (leem palavra por
palavra, sílaba por sílaba, ou reconhecem letras
isoladamente sem conseguir ler);
- na leitura silenciosa, murmuram ou movimentam os
lábios;
- perdem a linha de leitura;
- apresentam problemas de compreensão semântica (na
interpretação de textos);
- revelam dificuldades acentuadas ao nível da consciência
fonológica, isto é, na tomada de consciência de que as
palavras faladas e escritas são constituídas por fonemas;
- confundem/invertem/substituem letras, sílabas ou
palavras;
- na escrita espontânea (composições/redações) mostram
severas complicações (dificuldades na composição e
organização de ideias).
Outras competências
- apresentam dificuldades em guardar e recuperar nomes,
palavras, objetos e/ou sequências ou fatos passados: letras
do alfabeto, dias da semana, meses do ano, datas,
horários;
- não conseguem orientar-se no espaço, sendo incapazes
de distinguir, por exemplo, a direita da esquerda (o que
dificulta a orientação com mapas, globos);
- têm dificuldades nas disciplinas de História (em captar as
sequências temporais), de Geografia (no estabelecimento
de coordenadas) e Geometria (nas relações espaciais);
- têm dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
- apresentam falta de destreza manual e, por vezes,
caligrafia ilegível (ver Disgrafia);
- poderão ter dificuldades com a matemática (ver
Discalculia), sobretudo na assimilação de símbolos e em
decorar a tabuada.
Fisiopatologia da dislexia
A ocorrência da dislexia tende a ser familiar. Crianças com
história familiar de dificuldades de leitura ou aprendizado
são tidas como de alto risco.
Alterações encontradas no cérebro de disléxicos fazem os
especialistas acreditarem que ela resulte
predominantemente de anormalidades congênitas do
desenvolvimento neural.
Suspeitam-se ainda de lesões que afetam a integração ou
interação de funções cerebrais específicas. A maioria dos
pesquisadores concordam que a dislexia está relacionada
com o hemisfério esquerdo e associada a disfunções de
áreas cerebrais responsáveis pela linguagem (área motora
da fala de Wernicke) e produção do som e fala (área
motora da fala de Broca) e na interconexão destas áreas
via fascículo arqueado.
Disfunções ou defeitos no giro angular, na área occipital
medial e no hemisfério direito produzem problemas de
reconhecimento da palavra. Pesquisas sugerem alguma
maleabilidade cerebral em resposta ao treinamento.
Discalculia: Um estudo sobre Discalculia- tcc. Dislexia, Disgrafia, Disortografia e
Discalculia- artigo
o CID-10 classifica a Discalculia como um transtorno de
aprendizagem específico para aritmética, ou seja, está
diretamente relacionada com as habilidades básicas da
Matemática (adição, subtração, multiplicação e divisão) e não a
Matemática em geral.
é “um distúrbio de aprendizagem que interfere negativamente
com as competências de matemática de alunos que, noutros
aspetos, são normais.” (Rebelo, 1998a, p. 230). Assim, trata-se
de “uma desordem neurológica específica que afeta a
habilidade de uma pessoa compreender e manipular números.”
Uma criança discalcúlica apresenta dificuldades a vários
níveis:
● na compreensão e memorização de conceitos
matemáticos, regras e/ou fórmulas;
● na sequenciação de números (antecessor e sucessor) ou
em dizer qual de dois é o maior;
● na diferenciação de esquerda/direita e de direções (norte,
sul, este, oeste);
● na compreensão de unidades de medida; - em tarefas que
impliquem a passagem de tempo (ver as horas em
relógios analógicos);
● em tarefas que implicam lidar com dinheiro;
● na resolução de operações matemáticas através de um
problema proposto (podem compreender “3+2=5”, mas
incapazes de resolver “A Maria tem três bolas e o João
tem duas; quantas bolas têm no total?”);
● na correspondência um a um/correspondência recíproca;
● na conservação de quantidades;
● na utilização do compasso ou até mesmo da calculadora
(reconhecimento dos dígitos e símbolos matemáticos)
Oliveira (2014) aponta que as principais dificuldades do
discalcúlico estão na compreensão do conceito de
numerosidade, na habilidade de contar, nas habilidades de
transcodificar em várias representações simbólicas do número,
aprender e resgatar os fatos aritméticos e na realização das
quatro operações. .
Oliveira (2014) aponta que a discalculia é verificada em torno
de 3 a 6% das crianças, mas devido a sua heterogeneidade, a
identificação e o diagnóstico são tardios e causam danos
irreparáveis ao desenvolvimento sócio emocional da criança e
do adolescente.
TIPOS DE DISCALCULIA
● Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades,
números, termos e símbolos matemáticos, por exemplo: o
aluno não compreende quando o professor diz “resolva:
4+2-1”, pois não consegue entender os números, os
símbolos e o que se pede.
● Discalculia practognóstica: dificuldades em enumerar,
comparar e manipular objetos reais ou em imagens, por
exemplo: o indivíduo não é capaz de colocar em ordem
crescente blocos numerados de 1 a 10; selecionar as
quantidades de cada ingrediente de uma receita de bolo
de acordo com o que se pede; ao manipular mapas não
tem noções de direção, direita e esquerda.
● Discalculia léxica:dificuldades na leitura de símbolos
matemáticos, o aluno não consegue assimilar o símbolo
com a quantidade.
● Discalculia gráfica: dificuldades na escrita de símbolos
matemáticos;
● Discalculia ideognóstica: dificuldades em realizar
operações mentais e na compreensão de conceitos
matemáticos;
● Discalculia operacional: dificuldade em executar
operações e cálculos numéricos.
Disortografia:
A disortografia é a designação que damos à dificuldade de
aprendizagem relacionada com a ortografia e sintaxe segundo
Serra (2005: 14) é "uma perturbação especifica da escrita que
altera a transmissão do código linguístico ao nível dos
fonemas, dos grafemas, da associação correta entre estes, no
que respeita a peculiaridades ortográficas de certas palavras e
regras de ortografia"
Também podemos definir disortografia como uma perturbação
que afeta as aptidões da escrita e que se traduz por
dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da
criança compor textos escritos
Uma criança com disortografia demonstra, geralmente, falta de
vontade para escrever e os seus textos são reduzidos, com
uma organização pobre e pontuação inadequada. A sua escrita
evidencia numerosos erros ortográficos de natureza muito
diversa (Torres & Fernández, 2001):
● Erros de caráter linguístico-percetivo - omissões, adições
e inversões de letras, de sílabas ou de palavras;
●
● - troca de símbolos linguísticos que se parecem
sonoramente (“faca”/“vaca”).
● Erros de caráter visoespacial - substitui letras que se
diferenciam pela sua posição no espaço (“b”/“d”);
●
● - confunde-se com fonemas que apresentam dupla grafia
(“ch”/“x”); - omite a letra “h”, por não ter correspondência
fonémica.
● Erros de caráter visoanalítico - não faz sínteses e/ou
associações entre fonemas e grafemas, trocando letras
sem qualquer sentido.
● Erros relativos ao conteúdo - não separa sequências
gráficas pertencentes a uma dada sucessão fónica, ou
seja, une palavras (“ocarro” em vez de “o carro”), junta
sílabas pertencentes a duas palavras (“no diaseguinte”)
ou separa palavras incorretamente.
● Erros referentes às regras de ortografia - não coloca “m”
antes de “b” ou “p”;
● - ignora as regras de pontuação; - esquece-se de iniciar
as frases com letra maiúscula;
● - desconhece a forma correta de separação das palavras
na mudança de linha, a sua divisão silábica, a utilização
do hífen
Disgrafia:
“uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade
da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à
grafia.” (Torres & Fernández, 2001, p. 127); prende-se com
a “codificação escrita (…), com problemas de execução
gráfica e de escrita das palavras” (Cruz, 2009, p. 180).
A criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante
em relação à norma/padrão, isto é, uma “caligrafia
deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas
e mal proporcionadas”
Torres & Fernández (2001) agrupam em três tipos as
causas da disgrafia: maturativas, carateriais e
pedagógicas.
As primeiras estão relacionadas com perturbações de
lateralidade e de eficiência psicomotora (motricidade,
equilíbrio). Estas crianças são desajeitadas do ponto de
vista motor (geralmente possuem idade motora inferior à
idade cronológica) e apresentam uma escrita irregular ao
nível da pressão, velocidade e traçado, bem como
perturbações de organização percetivo-motora,
estruturação/orientação espacial e interiorização do
esquema corporal
. As causas carateriais, por seu lado, estão associadas a
fatores de personalidade, que podem, consequentemente,
determinar o aspeto do grafismo (estável/instável,
lento/rápido), e também a fatores psicoafetivos, pois o
sujeito reflete na escrita o seu estado e tensão emocionais.
Contudo, é importante saber que a apresentação de apenas
um/dois dos comportamentos que se seguem não é suficiente
para confirmar esta problemática; a criança deverá revelar o
conjunto (ou a quase totalidade) das seguintes condições:
- letra excessivamente grande (macrografia) ou pequena
(micrografia);
- forma das letras irreconhecível (por vezes distorcem, inclinam
ou simplificam tanto as letras que a escrita é praticamente
indecifrável);
- traçado exagerado e grosso (que vinca o papel) ou
demasiado suave e impercetível;
- grafismo trémulo ou com uma marcada irregularidade,
originando variações no tamanhos dos grafemas;
- escrita demasiado rápida ou lenta; - espaçamento irregular
das letras ou das palavras, que podem aparecer desligadas,
sobrepostas ou ilegíveis ou, pelo contrário, demasiado juntas;
- erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a
leitura da escrita (embora as crianças sejam capazes de ler o
que escrevem);
- desorganização geral na folha/texto;
- utilização incorreta do instrumento com que escrevem.
As principais características da disgrafia são:
● Letra legível – lentidão na escrita;
● Escrita desorganizada;
● Traços irregulares: ou muitos fortes que chegam a
marcar o papel ou mais leves;
● Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal
feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números,
formas distorcidas, movimentos contrários a escrita (um S
ao invés do 5 por exemplo);
● Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou
muito grande, escrita alongadas ou comprimida;
● O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são
irregulares;
● Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento
irregular.
O diagnóstico não apresenta características isoladas, mas
um conjunto de algumas destas citadas acima
Segundo Maria H. Novaes, a disgrafia pode ser
identificada em alguns pontos:
● A Rigidez no traçado – Quando a escrita é muito
inclinada e geralmente comprimida, mas regular de
direção, crispada, sobrecarregada de ângulos e
empelotada, dando uma ideia de grande tensão.
● Relaxamento gráfico – Quando é irregular na direção e
na dimensão, as letras são mal formadas e as margens
mal organizadas.
● Impulsividade e instabilidade no traçado – Há falta de
controle no gesto gráfico, geralmente dá-se a impressão
de pressa e confusão.
● Esforço excessivo de precisão e lentidão – Quando o
traçado é lento, há grande esforço de direção e de
controle
São encontrados dois tipos de disgrafia:
Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e
ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina
para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a
figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos
para escrever.
Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o
sistema simbólico e as grafias que representam os sons,
palavras e frases. Possui as características da dislexia
sendo que está associada à leitura e a disgrafia está
associada à escrita.

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