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Lições Bíblicas
Discipulando
£ ■KEQDCSEQISHi
O QUE SERIA DO 
MUNDO SEM O 
CRISTIANISMO?
Será que Deus está morrendo? Isso 
é o que algumas pessoas acreditam 
ou desejariam que acontecesse. Elas 
sustentam que as crenças cristãs e 
nosso estilo de vida não são mais re­
levantes para os dias de hoje.
Mas a verdade que estas pessoas não 
querem ver é que o mundo sem o 
cristianismo seria um lugar comple­
tamente obscuro. Se você observar, 
perceberá que, ao longo da história, 
os ensinamentos de Jesus mudaram 
o mundo drasticamente e que ainda 
hoje segue sendo a força mais pode­
rosa em favor do bem da humanidade.
VOCÊ SABIA QUE:
• 0 cristianismo tem ficado contra o mal 
da escravidão, racismo, eugenia e in­
justiças contra mulheres e crianças?
• A democracia, a liberdade, a edu­
cação moderna e o sistema legal 
devem muito ao cristianismo?
• Que cristãos através das eras, 
tem demonstrado o valor da vida 
humana, sacrificialmente se de­
dicando aos doentes, marginaliza­
dos e agonizantes?
• Que pessoas de fé têm estendido 
o reino de Deus por meio da cari­
dade, da justiça social, e da saúde 
mental etc.?
Não apenas a fé em Jesus, mas a prá­
tica dos seus ensinamentos mudou o 
mundo drasticamente para melhor. 
E você faz parte desta mudança.
CB4D
Lições Bíblicas
Discipulando
Comentarista: Silas Daniel
A Honestidade 
com as Palavras
A Fidelidade 
no Casamento
Desviando-se da 
Cólera e do
Homicídio
Lição 7
Sobre a Vingança
e o Amor
Lição 10
A Ambição do 
Discípulo: Não à
48
"Segurança" dos
Lição 8
Sem Hipocrisia, mas 
com Verdade
Lição 11
Não Julgue o Próximo, 
para que não Sejas 
Julgado
53
Lição 9
Oração não Mecânica,
mas Consciente
Lição 12
A Bondade de Deus 
e os Falsos Profetas
Bens Materiais
Lição 13
Jesus É a nossa
Identidade
Discípulando @
CWD
EDITORIAL
Caro(a) aluno(a),
A Paz do Senhor Jesus!
A revista Lições Bíblicas Discipulando, 
neste módulo, apresentará treze lições 
que aprofundarão seus conhecimentos a 
respeito da fé cristã, das Escrituras e do 
Senhor Jesus.
Chegou o tempo de viver as verdades 
bíblicas. Por isso, você aprenderá como os 
princípios e conceitos bíblicos impactam e 
transformam sua vida no dia a dia.
Você tem feito uma bela caminhada de 
aprendizagem e crescimento espiritual 
através do estudo de cada módulo neste 
curso de discipulado.
E, por isso, você não pode parar. Prossiga 
em seus estudos semanais, persista na 
leitura bíblica e na prática da oração, e 
você verá o poder de Deus em sua vida.
O estudo da Palavra é o melhor caminho 
para conhecer a Deus. Mantenha o seu 
compromisso com este método de cres­
cimento espiritual, e você terá uma vida 
de fé frutífera no Espírito. Que o Senhor 
o (a) fortaleça a cada dia.
Bons estudos!
CASA PUBLICADORA DAS 
ASSEMBLÉIAS DE DEUS
Av. Brasil, 34.401 - Bangu
Rio de Janeiro - RJ - cep: 21852/002
TeL: (21) 2406-7373
Presidente da Convenção Geral das
Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações
Alexandre Claudino Coelho
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva
Gerente Comercial
Cícero da Silva
Gerente da Rede de Lojas
João Batista Guilherme da Silva
Gerente de TI
Rodrigo Sobral Fernandes
Gerente de Comunicação 
Leandro Souza da Silva
Chefe do Setor de Arte & Design
Wagner de Almeida
Chefe do Setor de Educação Cristã
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editora
Flavianne Vaz
Revisor
Miquéias Nascimento
Projeto Gráfico
Leonardo Engel
Estudada em / /
Um Novo 
Caráter: A Lei 
do Reino 
de Deus
MEDITAÇÃO
Porque o Reino de Deus não é comi­
da nem bebida, mas justiça, e paz, e 
alegria no Espírito Santo. (Rm 14,17)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Romanos 14.17-19
• TERÇA - Salmos 51.17
• QUARTA - Apocalipse 21.4
• QUINTA - Hebreus 12.14
• SEXTA - Mateus 6.33
• SÁBADO - Miqueias 6.8
3 - Bem-aventurados os pobres de espírito, 
porque deles é o Reino dos céus;
4 - bem-aventurados os que choram, por­
que eles serão consolados;
5 - bem-aventurados os mansos, porque 
eles herdarão a terra:
6 - bem-aventurados os que têm fome e 
sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 - bem-aventurados os misericordiosos, 
porque eles alcançarão misericórdia;
8 - bem-aventurados os limpos de coração, 
porque eles verão a Deus;
9 - bem-aventurados os pacificadores, por­
que eles serão chamados filhos de Deus;
10 - bem-aventurados os que sofrem per­
seguição por causa da justiça, porque deles 
é o Reino dos céus;
11 - bem-aventurados sois vós quando vos 
injuriarem, e perseguirem, e. mentindo, 
disserem todo o mal contra vós, por minha 
causa,
12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande 
o vosso galardão nos céus: porque assim 
perseguiram os profetas que foram antes 
de vós.
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 3
INTRODUÇÃO
No primeiro ciclo de nosso curso, estu­
damos sobre o Reino de Deus e a pessoa 
de Jesus Cristo. Neste trimestre, o último 
desta série de quatro ciclos de estudos, 
estudaremos o caráter dos filhos deste Rei­
no, ou seja, os valores que devem orientar e 
caracterizar a vida de todos aqueles que um 
dia entregaram as suas vidas a Jesus, tor- 
nando-se filhos, membros e embaixadores 
do Reino de Deus. Como membros deste 
Reino, temos a responsabilidade de viver 
de forma condizente com ele, e essa nova 
forma de viver encontra-se resumida no 
chamado Sermão da Montanha, proferido 
por Jesus no início do seu ministério terreno. 
Esse célebre sermão de Jesus encontra-se, 
na sua totalidade, nos capítulos 5 a 7 do 
Evangelho de Mateus, cujos textos servirão 
de base para nosso estudo neste ciclo.
1. O SERMÃO DA 
MONTANHA E O CARÁTER 
DOS FILHOS DO REINO
1.1.0 Sermão da Montanha. O “Sermão 
da Montanha" ou “Sermão do Monte" é a 
mais célebre mensagem de Jesus regis­
trada na Bíblia. Ele recebeu esse nome 
porque foi proferido por Jesus quando este 
estava assentado sobre um monte, rodeado 
pelos seus discípulos e tendo uma multidão 
na planície a ouvi-lo (Mt 5.1,2; Lc 6.17-20). 
Originalmente, Jesus proferiu esse ensino 
para os seus discípulos. Mas a multidão na 
planície, ao pé daquela elevação, também 
acabou desfrutando do seu ensinamento 
nesse dia (Mt 7.28). Quando proferiu esse 
sermão, o Mestre havia escolhido, não fazia 
muito tempo, os seus primeiros discípulos 
(Mt 4.12-25) e os doze apóstolos (Lc 6.12-16), 
e desejava agora, por meio desse sermão, 
ensiná-los sobre o verdadeiro discipulado, 
sobre como os seus discípulos deveríam 
viver e conduzir-se. O Sermão da Montanha 
apresenta, portanto, o padrão de vida e de 
comportamento estabelecido por Deus 
para os seus filhos.
1.2.0 caráter dos filhos do Reino. Jesus 
abre o Sermão da Montanha falando aos 
seus discípulos sobre um assunto muito 
importante: a relação entre o caráter e a 
felicidade. Ora, sabemos que o objetivo de 
vida do ser humano é buscar a felicidade. 
Não há dúvida de que todas as pessoas, 
de alguma forma, procuram ser felizes. En­
tretanto, nem todas realmente conseguem 
isso. O máximo que a maioria consegue 
são momentos passageiros de euforia, não 
poucas vezes seguidos por momentos de 
depressão. No entanto, felicidade tem a 
ver com o estilo de vida, ou seja, não tem 
nada a ver com “ter", mas, sim, com “ser”. 
Mais especificamente, tem a ver com o 
que chamamos de “caráter". É o que Jesus 
ensina no seu Sermão da Montanha.
No texto bíblico que serve de base para 
a lição de hoje, vemos Jesus chamando de 
“bem-aventuradas” - ou “felizes" - pessoas 
que apresentam determinadas qualidades 
no seu caráter que são manifestadas no 
seu dia a dia. Ele não está falando, aqui, 
de temperamentos, mas de caráter que 
se manifesta em atitudes concretas, um 
caráter que é fruto da ação do Espirito de 
Deus em nossas vidas. Qualquer pessoa, 
não importa o seu temperamento, uma vez 
que se submeta a essa ação divina, pode 
manifestar esse novo caráter na sua vida e,consequentemente, novas atitudes.
Ao afirmar que felizes são os humil­
des, os mansos, os misericordiosos e os 
pacificadores, Jesus está dizendo que a 
verdadeira felicidade é uma consequência 
natural na vida daqueles que manifestam 
no seu dia a dia um estilo de vida baseado 
nos valores divinos. Somente esse estilo de 
vida, produzido pela transformação que 
o Evangelho de Cristo opera em nossas 
vidas, pelo poder do Espírito Santo, poderá 
proporcionar a verdadeira felicidade.
4 Discipulando Aluno 4
As qualidades desse novo estilo de 
vida são as marcas distintivas dos filhos 
do Reino; são marcas identificadoras dos 
verdadeiros filhos de Deus. Quando bus­
camos diariamente a Deus e permitimos 
Ele agir em nossas vidas, por intermédio 
da sua Palavra e da oração, o Espirito de 
Deus produz essas qualidades em nossa 
vida cotidiana (Gl 5.22). E, entre os frutos 
por Ele produzidos em nós, estão uma paz 
e uma alegria novas, diferentes e especiais.
Essa alegria é de ordem espiritual, é 
um prazer e uma satisfação em servir a 
Deus e às pessoas, uma sensação de rea­
lização e de preenchimento de alma que 
nada neste mundo pode proporcionar. O 
amor de Deus é derramado em nosso co­
ração (Rm 5.5), a presença divina torna-se 
patente em nossa vida, animando-nos. 
E a paz que passamos a experimentar, a 
paz que vem de Cristo (Jo 14.27), é do tipo 
que “excede todo entendimento” (Fp 4 7). 
porque, diferentemente da paz mundana, 
ela não é sentida apenas nos momentos de 
bonança, o que é natural, mas também nos 
momentos de dificuldade, fazendo-nos 
vencer o desespero e o medo nas situa­
ções difíceis. O filho de Deus consegue 
alegrar-se e exultar até mesmo na - e 
apesar da - perseguição, porque o Deus 
de paz guarda o seu coração em meio às 
dificuldades mais intensas.
Por fim, é importante frisar ainda que, 
quando Jesus diz que os filhos do Reino são 
bem-aventurados, Ele não se refere a uma 
realidade apenas presente da vida, mas 
também ao que lhes reserva a eternidade. 
Logo, os filhos do Reino ganharão benesses 
eternas que nenhum outro ser humano po­
derá gozar: “herdarão a terra”, “serão fartos", 
“verão a Deus”, receberão “grande galardão 
nos céus" (Mateus 5.5,6,8,12) etc.
Sob qualquer perspectiva, seja a do 
presente ou a do futuro, os filhos do Reino 
são felizes.
2. AS BEM-AVENTURANÇAS
2.1. “Bem-aventurados os pobres de 
espírito". A expressão “pobres de espírito” 
refere-se àqueles que são humildes de 
coração. Lucas 6.20 diz apenas “Bem-a­
venturados os pobres", em vez de “Bem- 
-aventurados os pobres de espírito". Mas 
isso ocorre porque, na cultura judaica da 
época de Jesus, mais especificamente 
desde o fim do cativeiro babilônico, os 
judeus passaram a usar muitas vezes o 
termo “pobres" para referir-se “aos piedo­
sos, em contraste com os opressores ricos, 
ímpios e mundanos dos pobres"; logo, “as 
afirmações em Mateus [5.3I e Lucas [6.20] 
significam a mesma coisa" (Comentário 
Bíblico Beacon, CPAD, vol. 6, p.54).
Os pobres de espírito são aqueles que 
reconhecem a sua necessidade espiritual, 
a sua dependência de Deus; são aqueles 
que destronam o orgulho. Jesus diz que 
somente os que manifestam essa dispo­
sição nos seus corações “herdarão o Reino 
de Deus".
2.2. “Bem-aventurados os que cho­
ram”. Jesus refere-se aqui àqueles que são 
quebrantados de coração, sensíveis para 
as coisas de Deus, para o que é certo, para 
as coisas espirituais. São aqueles que cho­
ram, em primeiro lugar, arrependidos, em 
reconhecimento pelos seus pecados - es­
tes alcançarão consolo através do perdão 
divino. Mas eles também são aqueles que 
choram sinceramente pelo seu próximo, 
sensibilizados pelo sofrimento e o estado 
espiritual dos outros, e intercedendo por 
estes com confiança no Senhor. São ainda 
aqueles que choram por mais de Deus 
para as suas vidas. Todos estes “serão 
consolados", abençoados pelo Senhor.
2.3. “Bem-aventurados os mansos". 
Mansidão, aqui, não é uma aparência de 
modéstia, nem é também uma referência 
a apenas ser paciente com as pessoas. O 
termo aqui refere-se a mais do que isso. 
Quarto Ciclo 5
Significa, sim, não ser arrogante, mas é, 
sobretudo, uma referência à submissão 
sincera a Deus, a uma atitude constante 
de submissão à vontade divina, É não se 
exasperar, mas confiar em Deus, entregar 
sua vida totalmente a Ele e seguir ple­
namente a vontade divina para sua vida, 
não importando as circunstâncias. Os que 
assim procedem “herdarão a terra”, isto é, 
reinarão com Cristo na terra futura.
2.4. “Bem-aventurados os que têm 
fome e sede de justiça". A expressão “jus­
tiça” aqui é tanto uma alusão às bênçãos 
espirituais quanto à conduta ética: ela é 
tanto dotação graciosa da parte de Deus a 
ser experimentada quanto exigência ética 
a ser vivenciada. Uma coisa está intima­
mente relacionada à outra.
“Fome e sede de justiça” é uma refe­
rência à busca ávida, prazerosa e cons­
tante pelo exercício da justiça divina em 
nossas vidas como uma forma de apro- 
fundarmo-nos mais na maravilhosa graça 
que recebemos do Senhor. Ou seja, se 
alguém tem mesmo fome pelas coisas de 
Deus, sede por mais da sua presença sobre 
sua vida, então deve ter ao mesmo tempo 
fome e sede de buscar a sua vontade em 
obediência. Aqueles que buscam mais da 
vontade de Deus para as suas vidas rece­
bem mais dEle. Eles serão “fartos”, isto é, 
plenamente satisfeitos em Deus.
2.5. “Bem-aventurados os misericor­
diosos”. Misericórdia é a bondade em ação. 
Quem recebeu a misericórdia de Deus tem 
a obrigação de ser misericordioso para 
com os outros. O cristão que não é mise­
ricordioso está, na prática, desprezando 
a misericórdia de Deus em sua vida, pela 
qual foi salvo. Jesus é claro: somente os 
misericordiosos “alcançarão misericórdia".
2.6. “Bem-aventurados os Limpos de 
coração". Ser limpo de coração é ser puro 
de coração, é ter um coração santificado, 
o que só é possível quando permitimos 
que o amor de Deus seja derramado em 
nosso coração pelo Espírito Santo (Rm 
5.5). Somente um coração puro poderá ver 
Deus, no sentido tanto de usufruir da sua 
presença gloriosa aqui na terra quanto de 
um dia vê-lo face a face na eternidade. A 
Bíblia é clara: sem santificação, ninguém 
verá o Senhor (Hb 12.14).
2.7. “Bem-aventurados os pacificado­
res”. Aqueles que foram salvos em Cristo 
têm paz com Deus (Rm 5.1) e são chama­
dos para serem pacificadores, promotores 
da paz. Jesus apresenta o ser pacificador 
como uma característica marcante da 
identidade do cristão, isto é, do caráter que 
ele deve manifestar como filho de Deus (Mt 
5.9). Alguém que se diz cristão e semeia 
contendas é do tipo que não está nem ai 
se “o circo pegar fogo”; não é um cristão 
verdadeiro, pois um verdadeiro cristão faz 
tudo o que estiver ao seu alcance para 
promover a paz entre as pessoas.
2.8. “Bem-aventurados os que sofrem 
perseguição por causa da justiça". Este 
texto não se aplica àqueles que se fazem 
de vítimas ou que deliberadamente pro­
vocam situações de conflito, mas àqueles 
que, por fazerem o que é certo, por cum­
prirem a vontade de Deus, são perseguidos 
pelo mundo. Estes são bem-aventurados, 
porque Deus irá galardoá-los grandemen­
te nos céus pela sua fidelidade em meio 
às provações.
3. NÓS SOMOS
BEM-AVENTURADOS
Os filhos de Deus são bem-aventura­
dos, felizes, porque rejeitaram os valores 
do mundo e abraçaram os valores eternos 
do Reino de Deus, sem os quais é impossí­
vel alguém ser feliz neste mundo perdido. 
Ao fim do Sermão do Monte, Jesus é claro: 
somente aqueles que praticam os valores 
ensinados por Ele no seu sermão, dentre 
eles aqueles valores apresentados nas oito 
bem-aventuranças, não serão abalados 
6 __________________
espiritualmente, mas permanecerão firmes 
para sempre (Mt 7.24,25).
CONCLUSÃO
A verdadeira bem-aventurança está 
em Cristo. Em meio às tensões deste 
mundo, não há como se conduzir de forma 
melhor e mais abençoada se não seguindo 
às diretrizes de Jesus para nossa forma de 
viver. Sejamos, pois, humildes de coração;sensíveis às coisas de Deus, sensíveis ao 
que é correto; sejamos submissos à von­
tade divina; sejamos pessoas que não se 
acomodam em sua vida espiritual, mas que 
buscam sempre o mais de Deus; sejamos 
misericordiosos; pacificadores; puros de 
coração; sempre fiéis, mesmo em meio 
às provações. Somente assim seremos, de 
fato, bem-aventurados!
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. Qual o propósito do Sermão da Mon­
tanha?
2. O que é a verdadeira felicidade?
3. Qual o significado da expressão “pobre 
de espírito”?
APROFUNDANDO-SE
"As virtudes que Jesus exalta no Sermão 
do Monte são quase que exatamente o 
oposto daquelas admiradas pelos gregos e 
romanos em seus dias” (Comentário Bíblico 
Beacon, vol.6, p.56). “Não é a pessoa que 
afirma ser bem-sucedida espiritualmente 
que encontra o Reino, mas o indivíduo que 
reconhece enquanto é pobre (v. 3), Não é 
a pessoa que está satisfeita com o que o 
mundo lhe oferece, mas a pessoa que cho­
ra. e olha além do brilho do mundo, a que 
encontra consolo (v. 4). Não é a pessoa que 
é arrogante, mas o manso, que responde à 
voz de Deus, o que herdará a terra (v. 5). Os 
que serão fartos não são aqueles que estão 
satisfeitos com a sua própria justiça, mas os 
que têm fome e sede de uma justiça que 
não têm'’ (RICHARDS. Lawrence. Comentário 
Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD. 
2012, p.556)
4. Quando Jesus falou dos “mansos”, Ele 
estava se referindo apenas àqueles que 
não são arrogantes com os outros?
5. O que significa ter “fome e sede de 
justiça"?
Você Sabia?
Enquanto os pregadores, oradores e 
professores de hoje seguem o costume 
grego e romano de ficar em pé para 
falar, os mestres judeus sempre se sen­
tavam enquanto ensinavam (Comen­
tário Bíblico Beacon, CPAD. vol.6, p.53). 
Por isso encontramos na Bíblia Jesus 
proferindo muitos ensinos assentado, 
como no caso do Sermão da Montanha,
Quarto Ciclo 7
Você É 
Sal e Luz
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 5-13-16
13 - Vós sois o sal da terra; e, se o sal for 
insípido, com que se há de salgar? Para 
nada mais presta, senão para se lançar fora 
e ser pisado pelos homens.
14 - Vós sois a luz do mundo; não se pode 
esconder uma cidade edificada sobre um 
monte:
15 - Nem se acende a candeia e se coloca 
debaixo do alqueire, mas, no velador. e dá 
luz a todos que estão na casa.
16 - Assim resplandeça a vossa luz diante 
dos homens, para que vejam as vossas 
boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que 
está nos céus.
MEDITAÇÃO
Para que sejais irrepreensíveis e sin­
ceros, filhos de Deus inculpáveis no 
meio de uma geração corrompida e 
perversa, entre a qual resplandeceis 
como astros no mundo. (Fp 2.15)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Provérbios 418
• TERÇA - Filipenses 2.14,15
• QUARTA - Malaquias 3.16-18
• QUINTA - João 17.20-23
• SEXTA - Efésios 5 8-13
• SÁBADO - 1 Pedro 2.9,10
8 Discipulando Aluno | Quarto Ciclo
INTRODUÇÃO
Deus nos chamou para fazer diferença 
neste mundo, para influenciá-lo. Você não 
foi chamado por Deus para apenas receber 
bênçãos, mas para também, e principal­
mente, ser bênção para a vida das pessoas: 
bênção para sua família, bênção para a sua 
igreja, bênção para a sociedade e bênção 
para o mundo, Por isso, logo após Jesus 
falar sobre o caráter do cristão e a verda­
deira felicidade, Ele passa a ensinar sobre 
a responsabilidade que o cristão tem de 
influenciar positivamente o mundo. E para 
ilustrar como deve se dar essa influência 
positiva, Jesus usou dois símbolos do co­
tidiano das pessoas: a luz e o sal. Veremos 
na lição de hoje como esses dois símbolos 
- o sal e a luz - ilustram perfeitamente a 
influência do cristão na sociedade.
1. "VÓS SOIS O SAL
DA TERRA"
1.1. “Sal da terra”. Jesus afirma que 
o cristão verdadeiro é como o “sal" (Mt 
5.13). O “sal” fala de um tipo específico de 
influência que o cristão exerce. O detalhe 
inicial, porém, é que Jesus não diz que os 
seus discípulos deveríam ser “sal" apenas 
na região em que viviam. O mestre afirma 
que eles deveríam ser o "sal da terra" - 
isto é, deveríam fazer diferença em todo 
o mundo. Os discípulos de Cristo foram 
chamados para serem testemunhas do 
Evangelho em Jerusalém, em toda Judeia 
e Samaria, e até os confins da Terra (Atos 
1.8). Aplicando esse chamado às nossas 
vidas hoje, Jerusalém representaria a 
nossa cidade; Judeia representaria o nosso 
Estado; Samaria representaria os Estados 
vizinhos: e os confins da Terra representa­
riam, claro, todo o mundo.
1.2. Os atributos do sal. Quanto ao 
tipo de influência ao qual Jesus refere-se, 
sabemos que o sal tem dois atributos prin­
cipais: dar sabor e conservar. Logo, Jesus
"Você não foi
chamado por Deus 
para apenas receber 
bênçãos, mas para 
também, e principal­
mente, ser bênção 
para a vida das 
pessoas."
está dizendo que o cristão exerce influ­
ência sobre o mundo dando-lhe “sabor” e 
ajudando a conservar determinadas coisas 
cuja preservação significa um grande bem 
para a sociedade. Mas o que é “dar sabor" 
ao mundo? E que tipos de coisas o crente 
pode e deve preservar por meio da sua 
influência sobre a sociedade?
1.3. Dando sabor. Uma vez que o 
sal tem como função dar sabor, Jesus 
está afirmando, ao referir-se aos seus 
discípulos como “sal da terra", que eles 
poderiam e deveríam dar “sabor” ao 
mundo por meio das suas vidas. Ao se­
rem mansos, humildes, sensíveis moral e 
espiritualmente, incansáveis na busca de 
Deus, misericordiosos, limpos de coração 
e pacificadores (Mt 5.1-12), os discípulos 
estariam manifestando ao mundo, por 
meio de suas vidas, os valores divinos e, 
dessa forma, influenciando positivamente 
as pessoas, Ou seja, “salgar" o mundo, na 
Linguagem de Jesus, significa, em primeiro 
lugar, influenciar positivamente as pessoas 
por intermédio do exemplo. Mas, não só 
Quarto Ciclo 9
pelo exemplo. Dar "sabor” ao mundo fala 
também da mensagem do Evangelho, que 
é a única a dar um sentido real à vida do ser 
humano. O Evangelho é o poder de Deus 
para salvação de todo aquele que nele 
crer (Rm 1.16). O testemunho cristão, seja 
por meio da pregação do Evangelho ou da 
própria vida que manifesta os valores do 
Reino de Deus no dia a dia, é o verdadeiro 
sentido de “dar sabor" ao mundo.
1.4. Conservando. O atributo de con­
servar, do elemento do sal, ilustra muito 
bem outro tipo de influência positiva que o 
cristão verdadeiro exerce sobre a socieda­
de: o poder de deter ou resistir à corrupção 
do mundo. Corrupção, aqui, é aquela tanto 
na área moral como espiritual - aliás, essas 
áreas estão intimamente relacionadas, 
porque nossa condição espiritual afeta 
nosso comportamento, nossas escolhas, 
nossa moral. Como “sal da terra”, o cristão 
verdadeiro não se conforma com o padrão 
moral e espiritual da sociedade em que 
vive, militando. assim, contra o mal e a 
corrupção na sociedade.
1.5. "Pisado pelos homens". Jesus disse 
que, se o sal perder os seus atributos, “para 
nada mais presta, senão para se lançar fora 
e ser pisado pelos homens" (Mt 5.13). Isso 
significa que aqueles cristãos que deixam 
de cumprir a sua responsabilidade de in­
fluenciar o mundo positivamente com suas 
vidas particulares e com a mensagem do 
Evangelho são espiritualmente “insípidos” 
e por isso acabam sendo “destruídos pelos 
maus costumes e pelos baixos valores da 
sociedade ímpia” (Bíblia de Estudo Pente- 
costal, CPAD. p.1393).
2. "VÓS SOIS A LUZ
DO MUNDO"
2.1. “Luz do mundo”. Assim como no 
caso da expressão “sal da terra”, a ex­
pressão “luz do mundo” deixa claro que 
o cristão deve exercer a sua influência 
no mundo inteiro, em todas as áreas 
da sua atuação na sociedade. A luz do 
Evangelho, manifestada em sua vida, não 
deve ser transmitida apenas para os seus 
familiares, mas no trabalho, na escola, na 
universidade, etc. Onde o cristão estiver, 
ali ele deve ser luz!
2.2. Refletindo a luz de Cristo. O mes­
mo Jesus que chamou os seus discípulos 
de “luz do mundo" afirmou certa vez que 
Ele era a “luz do mundo" (Jo 8.12). Isso 
significa que a luz que devemos refletir ao 
mundo é a luz que recebemosde Cristo 
pelo poder do seu Evangelho e da ação 
do Espirito Santo em nossas vidas. Da 
mesma forma que “a lua reflete a luz do 
sol no lado escurecido da terra, a igreja 
deve refletir os raios do 'Sol da Justiça' 
[Jesus] (Ml 4.2) em um mundo escurecido 
pelo pecado" (Comentário Bíblico Beacon, 
vol.6, CPAD, p.57).
2.3. Iluminando lugares em trevas. A 
luz tem o poder de iluminar e aquecer. 
Da mesma forma, a influência do cristão 
na sociedade deve ser como a ação da
"Dar 'sabor' 
ao mundo fala tam­
bém da mensagem 
do Evangelho, que 
é a única a dar um 
sentido real à vida 
do ser humano."
Discipulando Aluno 4
luz, dissipando as trevas da confusão, 
do pecado, da imoralidade e do erro, e 
aquecendo aqueles que estão se sentindo 
"frios” neste mundo.
3. INFLUENCIANDO
A SOCIEDADE
3.1. Boas obras. Ao fim dessa passagem, 
Jesus explica que a luz do cristão são as 
suas boas obras (Mt 5.16). Por intermédio 
das boas obras, o cristão manifesta os 
valores do Reino de Deus ao mundo, in­
fluenciando muitas vidas para o Senhor. 
Jesus ressalta que os diretamente afetados 
por essas boas ações, em resposta, louvam 
“vosso Pai, que está nos céus”. Quando 
encarnamos os valores do Evangelho em 
nossas vidas, louvamos a Deus e, o mais 
importante, colocamos em prática e ratifi­
camos aquilo que afirmamos com os nos­
sos lábios. E também nossas ações acabam 
inspirando poderosamente outras pessoas 
que não conhecem a Deus, a buscá-lo e 
adorá-lo. Em meio às trevas espirituais 
deste mundo, quando um crente pratica 
as boas obras, os seus atos são como um 
facho de luz em meio às densas trevas, 
sendo logo percebidos pelas pessoas.
3.2 - Não se deve esconder a luz, mas 
manifestá-la. Ao falar do cristão como Luz, 
Jesus enfatizou que essa luz deve ser ma­
nifestada, nunca escondida. Ele compara o 
cristão verdadeiro a uma cidade edificada 
sobre um monte, ressaltando que não dá 
para esconder uma cidade assim (Mt 5.14). 
Em seguida, o Mestre lembra que não se 
pode acender uma candeia e colocá-la 
debaixo do alqueire, mas no velador, 
para dar luz “a todos que estão na casa" 
(Mt 5.15). Candeia era uma lâmpada pe­
quena nos dias de Jesus, geralmente do 
tamanho da mão de um homem, feita de 
barro, e o seu fogo era alimentado por 
azeite. O velador, por sua vez, era o local 
onde a candeia era colocada e que sempre 
era um local alto para que a luz da candeia 
pudesse, a partir de cima, aspergir a sua lu­
minosidade sobre todo o cômodo onde se 
encontrava. O alqueire era uma referência 
a medidas de cereal ou a cubas de farinha 
de trigo medidas por um cesto. Ora, uma 
lâmpada nunca poderia ficar escondida 
debaixo de um cesto. Para alcançar o seu 
objetivo de iluminar "a todos que estão 
na casa", ela deveria ser sempre coloca­
da no lugar mais alto e ideal: o velador. 
Assim é o cristão: a sua luz não deve ser 
escondida, mas manifestada de tal forma 
que possa alcançar e atingir a todos à sua 
volta. A Luz que o cristão recebe de Cristo 
deve resplandecer “diante dos homens" 
(Mt 5.16a). E eles a veem justamente por 
meio das nossas boas obras (Mt 5.16b).
CONCLUSÃO
O cristão não deve ser influenciado pelo 
mundo (Rm 12.2), mas, sim, influenciá-lo. 
Resumidamente, ser “sal da terra” e "Luz do 
mundo" nada mais é do que isso. O cristão 
é chamado por Deus para fazer diferença 
na vida das pessoas à sua volta, em todos 
os Lugares onde se encontra.
O cristão deve ser exemplo na sua fa­
mília, como pai, mãe, esposa, esposo, filho, 
filha, irmão e irmã; ele deve ser exemplo 
na vida secular, como estudante, como 
profissional, como cidadão; ele deve ser 
uma “amostra ambulante" do amor de 
Deus ao mundo, manifestando-o em fa­
vor dos outros; deve pregar os valores do 
Evangelho em contraste com os valores 
invertidos deste mundo; e deve também 
Levar a mensagem transformadora do 
Evangelho ao maior número de pessoas 
como demonstração desse amor. Deus 
espera isso dos seus filhos.
Ser filho de Deus é a maior bênção 
que alguém pode experimentar na vida, 
mas, como toda bênção, esta também 
exige responsabilidades, deveres que não 
podem ser de forma alguma ignorados 
pelo cristão.
Quarto Ciclo 11
APROFUNDANDO-SE
“Devemos realizar boas obras que pos­
sam ser vistas para a edificação de outros, 
mas não que possam ser vistas para a 
nossa própria ostentação. Nós devemos 
orar em segredo, e o que estiver entre 
Deus e as nossas almas deve ser consi­
derado conosco, mas aquilo que é aberto 
e óbvio à vista dos homens deve ser feito 
de modo coerente com a nossa profissão 
de fé, e de um modo que glorifique a Deus 
(Fp 4.8). Aqueles que estão à nossa volta 
não devem apenas ouvir falar das nossas 
boas obras, mas devem ver as nossas boas 
obras, para que possam se convencer que 
a religião é algo mais do que meras pala­
vras, e que não fazemos dela somente uma 
profissão de fé, mas permanecemos sob o 
seu poder" (HENRY, Matthew. Comentário 
Bíblico do Novo Testamento: Mateus a 
João. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.49,50)-
3. E o atributo do sal em conservar aponta 
para que tipo de responsabilidade do 
cristão?
4. O que significa ser “luz do mundo"?
5. Qual a importância das boas obras na 
vida do crente?
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
1. Quais os dois símbolos do dia a dia usa­
dos por Jesus para ilustrar a influência do 
cristão no mundo?
Você Sabia?
2. O atributo do sal em dar sabor refere- 
-se a que tipo de influência que o cristão 
exerce na sociedade?
“Antes do advento das caixas de gelo 
e dos modernos refrigeradores, o sal 
era um dos principais meios de con­
servar os alimentos. Quando peixes 
eram transportados no lombo de 
burros por cento e sessenta quilô­
metros de Cafarnaum até Jerusalém, 
eles tinham que ser abundantemen­
te salgados. Assim, o seguidor de 
Cristo deve agir como um conser­
vante do mundo, Não se pode deixar 
de imaginar o que aconteceria com a 
sociedade moderna, com toda a sua 
podridão moral, se não fosse a pre­
sença da igreja cristã" (Comentário 
Bíblico Beacon. vol.6. Rio de Janeiro: 
CPAD, 2006, p.57).
12 Discipulando Aluno 4
MEDITAÇÃO
Porque o fim da lei é Cristo para justi­
ça de todo aquele que crê. (Rm 10.4)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Gálatas 4.4
• TERÇA - Lucas 24.25-27,44
• QUARTA - Hebreus 4.14-16
• QUINTA - Mateus 15.1-9
• SEXTA - Lucas 18.9-14
• SÁBADO - 1 Coríntios 13.1-7
Cristo, 
o Discípulo 
ea Lei
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 5.17-20
17 - Não cuideis que vim destruir a lei ou 
os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.
18 - Porque em verdade vos digo que, até 
que o céu e a terra passem, nem um jota 
ou um til se omitirá da lei sem que tudo 
seja cumprido.
19 - Qualquer, pois, que violar um destes 
menores mandamentos e assim ensinar 
aos homens será chamado o menor no 
Reino dos céus; aquele, porém, que os 
cumprir e ensinar será chamado grande 
no Reino dos céus.
20 - Porque vos digo que. se a vossa justiça 
não exceder a dos escribas e fariseus, de 
modo nenhum entrareis no Reino dos céus.
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 13
INTRODUÇÃO
Depois de tudo o que foi apresentado 
por Jesus no início do seu Sermão da 
Montanha, era natural que muitos dos 
seus ouvintes vissem-no como um re­
volucionário religioso, como alguém que 
queria destruir "a lei e os profetas" - isto 
é, que queria romper com todo o Antigo 
Testamento. Entretanto, Jesus faz questão 
de deixar claro que o seu posicionamento 
era exatamente o oposto do que estavam 
supondo naquele momento. Na verdade, 
Ele não viera destruir a Lei e os profetas, 
mas, sim, cumprir o que diziam a Lei e os 
profetas: “Não cuideis que vim destruir a 
lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas 
cumprir” (Mt 5.17). Mas, o que significa 
“cumprir a lei e os profetas"? O que Jesus 
queria dizer com isso exatamente? E qual 
a relação entre a vida e o ensino de Jesus 
e o Antigo Testamento?
1. CRISTO CUMPRIU
TODA A LEI
1.1. O que significa “cumprir a Lei e os 
profetas”? Ao afirmar que viera “cumprir a 
lei e os profetas”, Jesus estava asseverando 
que Ele viera para cumpriros mandamen­
tos e as promessas do Antigo Testamento, 
isto é, “seus preceitos e profecias”, além de 
“seus símbolos e tipos" (Comentário Bíbli­
co Beacon, volume 6, CPAD, p.58). Sobre 
símbolos e tipos, basta lembrar que muito 
do que vemos nos cerimoniais litúrgicos 
judaicos registrados no Antigo Testamen­
to, na Lei de Moisés e mesmo em alguns 
episódios vividos por homens de Deus do 
passado, registrados também no Antigo 
Testamento, simbolizavam claramente 
Jesus e o seu sacrifício na cruz por nós para 
remissão de nossos pecados.
A Epístola aos Hebreus, por exemplo, 
é dedicada quase que totalmente a de­
monstrar como a pessoa e a obra de Jesus 
(sua vida, ministério, morte e ressurreição) 
estavam simbolizadas e tipificadas no An­
tigo Testamento (Exemplos: os capítulos 7 
a 10 de Hebreus). Um detalhe importante 
aqui é que Jesus está reconhecendo nes­
sa passagem que as Escrituras do Antigo 
Testamento são divinamente inspiradas, 
porque, inclusive, apontam para Ele.
I. 2. Profecias cumpridas. No Antigo 
Testamento, encontramos várias promes­
sas e profecias sobre o Messias; em o Novo 
Testamento, vemos o Messias - Jesus - 
cumprindo cada uma delas (Lc 24.44), A 
título de amostra, vejamos alguns desses 
cumprimentos:
a) Ele nasceu de uma virgem (Mt 
i.i8ss), como profetizado (Is 714);
b) Ele nasceu em Belém (Lc 2.4ss), 
como profetizado (Mq 5.2);
c) Ele é Deus encarnado (Is 7.14; 9.6; 
Mt i.i8ss);
d) Ele entrou em Jerusalém sobre um 
jumento (Zc 9.9; Mc 11.1-10);
e) Ele foi traído por um amigo (Mt 26.47- 
50; Jo 13.21-30), como profetizado (SL41.9);
f) Ele foi vendido por 30 moedas de 
prata (Mt 26.15), como profetizado (Zc
II. 12);
g) O dinheiro da sua venda, depois de 
atirado fora (Mt 273-7), foi para o oleiro, 
como profetizado (Zc 11.13);
h) Bateram e cuspiram nele em sua 
morte (Mt 26.67,68), como profetizado 
(Is 50.6);
i) Ficou mudo diante de seus acusa­
dores (Mt 27.13,14), como profetizado 
(Is 537);
j) Mesmo inocente, Ele seria morto, 
para entregar-se como sacrifício pelos 
nossos pecados (Is 53.1-12);
L) Tiraram sorte das suas vestes (Jo 
19.23,24), como profetizado (Sl 22.18);
m) Ele foi traspassado nas mãos e nos 
pés (Lc 23.33; Jo 20.25-27), como pro­
fetizado (Sl 22.16);
14 Discipulando Aluno 4
n) Foi crucificado juntamente com 
malfeitores (Mc 15.27,28) e intercedeu 
por eles (Lc 23.34), como profetizado 
(Is 53.12);
o) Os seus ossos não foram quebra­
dos (Jo 19.33-36), como profetizado 
(Sl 34.20);
p) O seu lado foi traspassado (Jo 19.34), 
como profetizado (Zc 12.10);
q) Foi sepultado no túmulo de um rico 
(Mt 27.57-60), como profetizado (Is 53.9).
1.3. Jesus cumpriu todos os ritos da Lei 
de Moisés. Tudo aquilo que a Lei de Moi­
sés exigia, Jesus cumpriu (Mt 8.4; 26.19; Lc 
4.16; Jo 7.10; GI4.4). Inclusive, Ele condenou 
os fariseus de seus dias porque criavam 
tradições para descumprir a Lei (Mt 15.6). 
Jesus submeteu-se até mesmo ao ritual 
do batismo em águas, criado e ministrado 
em sua época por João Batista (Mt 3.13-17). 
Ele cumpriu toda a Lei por nós, viveu sem 
pecado, mas, mesmo sem pecado, fez-se 
pecado por nós, levando toda nossa culpa 
sobre si no madeiro (Is 53.5), para hoje ofe­
recer perdão e salvação pelo seu sangue 
e interceder de forma perfeita por nós (Hb 
4.14-16).
[Jesus] mesmo 
sem pecado, fez-se 
pecado por nós, 
levando toda nossa 
culpa sobre si no 
madeiro...
1.4. Em Cristo, a Lei Mosaica cumpre 
o seu objetivo. A Bíblia afirma que “o fim 
da Lei é Cristo" (Rm 10.4). A Lei apontava 
para Jesus, que a cumpriu cabalmente por 
nós. O que isso significa? Significa que não 
estamos sujeitos mais àquelas cerimônias 
e àqueles rituais litúrgicos do Antigo Tes­
tamento, que eram apenas símbolos da 
vida, pessoa e obra de Jesus (Cl 2.16,17; Hb 
9.7-10). O próprio Jesus considerou as leis 
dietéticas já cumpridas (Mc 719), o que foi 
corroborado pelos seus discípulos (At 10.10- 
16; Gl 2.11-14). Entretanto, os aspectos mo­
rais da Lei, os princípios morais subjacentes 
nas suas ordenanças e implícitos nos seus 
ritos, ainda são válidos para nós hoje em dia: 
honrar a Deus acima de todas as coisas; a 
prática do amor; a condenação da mentira; 
o amor à verdade; a fidelidade conjugal, 
etc. O próprio Jesus reiterou muitos des­
ses mandamentos do Antigo Testamento 
e ainda aprofundou o seu significado em 
Mateus 5.21-48. Outro detalhe é que, como 
disse Jesus, muitas das profecias do Antigo 
Testamento ainda hão de ser cumpridas (Mt 
5.18). Ou seja, o Antigo Testamento ainda é 
muito importante para nós hoje (Rm 15.4).
1.5. O maior e o menor no Reino de 
Deus. Jesus apresenta nessa passagem 
um teste de grandeza. Ele deixa claro 
que aqueles que violam os mandamen­
tos - os preceitos morais da Lei - e ainda 
criam ensinos e tradições para justificar tal 
conduta (Mt 15.6) são insignificantes em 
obras e vida em relação ao Reino de Deus 
(Mt 5.19). Note que Jesus fala de “meno­
res mandamentos" - ou seja, no Reino de 
Deus, mesmo os mandamentos divinos 
considerados “menores" são importantes. 
Na sequência, Jesus afirma que “grande 
no Reino de Deus" é quem não apenas 
cumpre os mandamentos divinos, mas 
quem também os ensina - e vice-versa: e 
também quem não apenas os ensina, mas 
vive-os. Entretanto, é importante entender 
aqui que Jesus não estava falando de mero
Quarto Ciclo 15
Legalismo. Ele deixa isso claro no versículo 
seguinte (Mt 5,20), onde, como veremos 
a seguir, enfatizou que alguém pode 
ser minucioso no cumprimento de cada 
mandamento divino e, mesmo assim, estar 
longe do Reino, quando a sua obediência é 
meramente formal, mecânica e orgulhosa.
2. O PERIGO DE FAZER DA 
LETRA UMA RELIGIÃO 
MECÂNICA
2.1. Uma religião voltada só para o ex­
terior. Ao contrastar a justiça dos escribas e 
fariseus com a justiça dos filhos do Reino, 
Jesus deixa claro que esta excede àquela 
(Mt 5.19,20). Mas em que sentido? Em 
primeiro Lugar, no sentido de que a justiça 
dos escribas e fariseus era preocupada 
apenas com o exterior (Mt 6.1-8,16-18). Os 
seus corações continuavam sujos, porque 
procuravam apenas a aprovação e o elogio 
dos homens. Jesus afirma que devemos fa­
zer o que é certo por temor e amor a Deus, 
e não para receber o aplauso dos homens.
2.2. Uma religião voltada para o or­
gulho pessoal e o aplauso dos homens. 
Em segundo lugar, os escribas e fariseus 
confiavam que eram salvos apenas pelo 
que faziam exteriormente na religião, 
quando, na verdade, Deus olha não apenas 
para nossos atos, mas também para nosso 
coração, ou seja, para a intenção com que 
fazemos as coisas (1 Co 13.1-7). A Parábola 
do Fariseu e do Publicano, contada por 
Jesus, é bem didática quanto a isso (Lc 
18.9-14), Não basta seguirá risca as normas 
e os mandamentos bíblicos se os obede­
cemos de forma mecânica e orgulhosa, 
para sermos Louvados pelos homens ou 
achando que somos salvos e abençoados 
por nossas boas ações. Não somos salvos 
por nossas boas obras; estas são apenas 
nosso dever e devem ser também nosso 
prazer. Somos salvos pela graça de Deus, 
mediante a fé na obra de Cristo na cruz do 
Calvário por nós (Ef 2.8-10).
3. A JUSTIÇA DO REINO
DE DEUS
3.1. Uma religião do coração. Devemos 
sobejar em boas obras, mas como con­
sequência de nossa salvação (Tt 2.12-14), 
como dever natural de filhos de Deus (2 Pe 
1.3-10), como expressão real de nossa fé 
em Cristo (Tg 2.14-17), como manifestação 
da graça divina em nossas vidas (2 Co 9.8) 
e como gratidão e louvor por aquilo que 
Cristo fez por nós (CL 1.10-12; 1 Co 10.31). 
Jamais como base para nossa salvação 
(Ef 2.8,9).
3.2. Mais do que observâncias. Em 
suma, como lembra o teólogo Donald 
Stamps, os escribas e fariseus “observa­
vam muitas regras, oravam, cantavam, 
jejuavam, Liam as Escrituras e frequenta­
vam os cultos nas sinagogas"; porém, eles 
“substituíam as atitudes interiores corretas 
pelas aparências externas". Por isso, Jesus 
afirma em Mateus 5.20 que a justiça que 
Deus deseja dos seus filhos transcende a 
justiça dos escribas e fariseus, indo muitoalém da justiça deles. Mais precisamente, 
Ele está dizendo que “o coração e o espíri­
to, e não somente os atos externos, devem 
conformar-se com a vontade de Deus, na 
fé e no amor" (Bíblia de Estudo Pentecostal, 
CPAD, p.1394). Essa é a verdadeira vida de 
piedade para o cristão.
CONCLUSÃO
Que possamos sempre avaliar não ape­
nas nossas ações, mas também nossas in­
tenções. Pois, como aprendemos hoje, não 
basta fazer o que deve ser feito; é preciso 
também o fazer com as motivações certas; 
nunca com orgulho, nunca almejando os 
aplausos das pessoas, mas sempre pelo 
dever e pelo prazer de fazer o que é justo 
e sempre apoiados na graça de Deus.
16 Discipulando Aluno 4
APROFUNDANDO-SE
“As leis do Antigo Testamento desti­
nadas diretamente à nação de ísrael, tais 
como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais 
e cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4). 
O crente não deve considerar a lei como 
sistema de mandamentos legais através do 
qual se pode obter méritos para o perdão e 
a salvação (Gl 2.16,19). Pelo contrário, a lei 
deve ser vista como um código moral para 
aqueles que já estão num relacionamento 
salvífico com Deus e que, por meio de sua 
obediência à lei, expressam a vida de Cristo 
dentro de si mesmos (Rm 6.15-22). A fé em 
Cristo é o ponto de partida para o cum­
primento da lei. Mediante a fé nEle, Deus 
torna-se nosso Pai (Jo 1.12). Por isso, a obe­
diência que prestamos como crentes não 
provém somente do nosso relacionamento 
com Deus como legislador soberano, mas 
também do relacionamento de filhos para 
com o Pai (Gl 4.6)" (STAMPS, Donald (Ed.). 
Bíblia de Estudo Pentecostal Rio de Janeiro: 
CPAD, 2005, p.1393).
3. Quem é o “menor” em relação ao Reino 
de Deus?
4. Quem é o “maior” no Reino de Deus?
5. Em que a justiça do Reino de Deus se di­
ferencia da justiça dos escribas e fariseus?
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
1. O que significa “cumprir a lei e os pro­
fetas"?
Você Sabia?
2. O que é o aspecto moral da Lei? E ele é 
válido ainda hoje?
"A expressão ‘Em verdade vos digo', 
que aparece no começo das de­
clarações mais enfáticas de Jesus, 
é a palavra grega amen, que é a 
transliteração da palavra hebraica 
que Jesus falou, e que é linguagem 
cristã especializada, denotando afir­
mação sagrada. Jesus assevera que 
nem um jota, a menor letra, nem uma 
serifa - ou adorno de uma letra -, de 
nenhuma maneira passará até que 
tudo se cumpra” (STAMPS, Donald 
(Ed ). Bíblia de Estudo Pentecostal. 
Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p.44).
Quarto Ciclo 17
Desviando-se 
da Cólera e do 
Homicídio
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 5.21-26
21 - Ouvistes que foi dito aos antigos: Não 
matarás; mas qualquer que matar será 
réu de juízo.
22 - Eu. porém, vos digo que qualquer 
que. sem motivo, se encolerizar contra 
seu irmão será réu de juízo, e qualquer 
que chamar a seu irmão de raca será réu 
do Sinédrio: e qualquer que lhe chamar de 
louco será réu do fogo do inferno.
23 - Portanto, se trouxeres a tua oferta ao 
altar e ai te lembrares de que teu irmão 
tem alguma coisa contra ti.
24 - deixa ali diante do altar a tua oferta, e 
vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, 
e depois vem, e apresenta a tua oferta.
25 - Concilia-te depressa com o teu adver­
sário, enquanto estás no caminho com ele, 
para que não aconteça que o adversário 
te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao 
oficial, e te encerrem na prisão.
26 - Em verdade te digo que, de maneira 
nenhuma, sairás dali, enquanto não paga­
res o último ceitil.
MEDITAÇÃO
Não te deixes vencer do mal, mas 
vence o mal com o bem. (Rm 12.21)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Romanos 12.17-21
• TERÇA - Gálatas 519-22
• QUARTA - CoLossenses 3.8
• QUINTA - Mateus 5 7.9
• SEXTA - 1 Coríntios 6.1-11; 134-7
• SÁBADO - 1 João 2.9-11
18 Discipulando Aluno | Quarto Ciclo
INTRODUÇÃO
Na lição passada, vimos como Jesus 
alertou os seus discípulos para a neces­
sidade de a justiça deles exceder a dos 
escribas e fariseus. Agora, nos versículos 
seguintes a esse alerta, mais especifica­
mente os versículos 21 a 48 do capítulo 5 
de Mateus, Jesus reforça a sua orientação 
citando exemplos concretos do dia a dia. 
Ele apresenta em sequência seis exem­
plos de justiça mais elevada, todos eles 
antecedidos pela expressão “Ouvistes que 
foi dito" (Mt 5.21,27,31.33.38,43). seguida 
pela expressão “Eu, porém, vos digo" (Mt 
5.22,28,32,34,39,44). Jesus menciona seis 
ordenanças da Lei de Moisés e aprofunda- 
-as, demonstrando que a justiça do Reino 
de Deus é algo que vai muito além do que 
a letra da Lei Mosaica.
Na lição de hoje, veremos especifi­
camente o primeiro exemplo citado por 
Jesus, que envolve a questão da cólera e 
do homicídio.
1. O EVANGELHO NÃO 
É ANTINOMIANISTA
1.1. “Ouvistes que foi dito... Eu, porém, 
vos digo...". Como vimos na lição passada, 
diferentemente do que os ouvintes de 
Jesus pensaram dEle quando começaram 
a ouvir o seu Sermão da Montanha, Ele 
não viera destruir a Lei ou a ab-rogar, mas 
completá-la, aprofundá-la, levar a com­
preensão dos mandamentos a outro nível. 
Em nenhum momento, ao citar esses seis 
exemplos concretos dejustiça mais eleva­
da, Jesus anula as ordenanças morais da 
Lei, mas, ao contrário, aumenta as exigên­
cias relacionadas a essas ordenanças - ou 
melhor, aprofunda essas exigências, pois 
as Leva diretamente ao coração pessoa, 
como em seguida.
A expressão “Eu, porém, vos digo” nunca 
traz na sequência uma exigência que anula 
a exigência explícita da ordenança apre­
sentada antes no "Ouvistes o que foi dito". O 
“Não matarás" não é seguido por um “Podem 
matar agora”, mas, sim, por um “Não apenas 
isso...". Ou seja, Jesus não destrói a Lei; Ele 
acrescenta a ela algo que a expande, que 
a torna mais profunda. Em outras palavras, 
Jesus nunca foi um antinomianista.
1.2. O que é o antinomianismo? An- 
tinomianismo é um termo cunhado pela 
primeira vez no século 16 pelo reformador 
protestante Martinho Lutero para designar 
uma prática antiga entre algumas pessoas 
no meio cristão: a negação da importância 
dos mandamentos divinos para a vida do 
cristão. Em outras palavras, antinomianismo 
é o extremo oposto do legalismo. Ele é o 
que o apóstolo Judas denominou na Epís­
tola que leva o seu nome de “transformar 
em libertinagem a graça de Deus" (Jd v.4 - 
ARA). O antinomianismo foi combatido por 
Jesus (Mt 7.15-27: Jo 14.15; 1510,14) e pelos 
apóstolos - além de Judas, já mencionado, 
vemos também Paulo (Rm 3.31; Rm 6; Cl 3), 
Pedro (2 Pe 2), Tiago (Tg 2.14-26) e João, na 
sua primeira Epístola, combatendo esse 
ensino errado. Aliás, João assevera expli­
citamente que escreveu a sua primeira 
Epístola para combatera influência de duas 
heresias gnósticas do seu tempo, a saber: a 
negação da divindade de Cristo e a prática 
do antinomianismo (1 Jo 5.13).
1.3. Antinomianismo hoje. Infelizmente, 
a influência da mentalidade pós-moderna 
tem Levado alguns ditos cristãos a con­
fundirem obediência aos mandamentos 
divinos com legalismo e graça com au­
sência de normas de conduta. Trata-se 
de uma torção absurda de significados. 
Legalismo “é, de forma geral e à luz da 
Bíblia, a ideia de justificação pelas obras, 
a fixação imprópria de regras de conduta 
como necessidades para Salvação e a 
negligência ou ignorância em relação à 
graça de Deus" (DANIEL, Silas, A Sedução 
das Novas Teologias, CPAD, p. 54). Porém, 
para alguns cristãos pós-modernos, lega-
Quarto ado 19
lismo não é isso. Legalismo, imaginam, é 
qualquer tipo de exortação concernente 
à conduta moral. Por isso, para essas pes­
soas, “é proibido proibir". Porém, o Novo 
Testamento está repleto de passagens 
que condenam contundentemente uma 
série de comportamentos (Mt 5.28-29; 1 Jo 
2.15-17; 2 Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1 Pe 2.11). 
Tais costumam generalizar dizendo que 
“tudo depende da consciência da pessoa”; 
entretanto, a Bíblia demonstra que nem 
tudo é questão de consciência (Gl 519-25).
Os frutos dessa mentalidade equivoca­
da é um cristianismo meramente nominal. 
São pessoas que se declaram seguidorasde Jesus, mas cujo comportamento cho­
ca-se frontalmente com os mandamentos 
divinos e não acham isso absolutamente 
nada demais. Dizem que são de Deus, mas 
não estão interessadas em nenhum com­
promisso com os seus mandamentos. A 
sua visão de Deus dá-se apenas em termos 
utilitaristas ou na forma de uma "muleta” 
psicológica. No primeiro caso, o do Deus 
“utilitarista", é quando se busca de Deus 
somente bênçãos materiais e físicas (a 
bênção de Deus acima do Deus da bênção), 
fazendo dEle o meio para um fim, e não 
um fim em si mesmo; e no segundo caso, 
o do Deus como “muleta" psicológica, é 
quando tratam Deus apenas como um ser 
preocupado em estimular o ego dos seus 
filhos, como um ser que está disposto a ser 
usado diariamente, por meio de palavras e 
gestos, apenas para inflar a autoestima dos 
seus simpatizantes sem “intrometer-se” 
na forma como desejam conduzir as suas 
vidas. Enfim, acham que o Evangelho é 
sinônimo de autoajuda, nada mais.
Não nos iludamos: para ser verdadei­
ramente cristão, seguidor de Cristo, o Filho 
de Deus, não basta a pessoa ter apenas 
uma confissão de fé em Jesus. Mesmo que 
a pessoa tenha uma confissão de fé inte­
gralmente ortodoxa, isso não basta para 
ser considerada uma cristã verdadeira.
Conforme o apóstolo João, as evidências 
da verdadeira fé cristã são crer em Jesus 
como Filho de Deus (isto é, na deidade de 
Jesus; e crer nEle como o Cristo, o Messias 
Prometido - 1 Jo 5.1,5-12,20 -, pois aquele 
que não aceita Jesus como Filho de Deus 
não tem a vida -1 João 512); viver segundo 
os mandamentos divinos (1 Jo 2.3-6); amar 
seu irmão e praticar esse amor (1 Jo 2.9; 
3.10; 5.1); não viver na prática do pecado, 
mas buscar sempre viver uma vida de san­
tidade (1 Jo 3.2,3; 5.18); e não amar o mundo 
nem o seu estilo de vida (1 Jo 2.15-17).
1.4. A Lei e a Graça - A Graça de Deus 
não nos libera da obrigação de obedecer 
às leis morais do Criador. A graça não é 
uma licença para a desobediência, mas 
a porta que nos é aberta por Deus para 
a possibilidade de vivermos uma vida 
santa diante dEle. A Nova Aliança inclui 
mandamentos, determinações, ou seja, a 
lei moral. Jesus, e não Moisés, disse; “Se 
me amardes, obedecereis os meus man­
damentos” (Jo 14.15). E mais: “Aquele que 
tem os meus mandamentos e os guarda, 
esse é o que me ama; e aquele que me 
ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, 
e me manifestarei a ele” (Jo 14.21).
No seu Sermão da Montanha, Jesus ad­
verte-nos diretamente contra a ideia de que 
Ele estaria defendendo o antinomianismo. 
Cristo, como já vimos, fez questão de es­
clarecer que não negligenciava nem tinha o 
intento de destruir a Lei posteriormente ao 
cumpri-la toda (Mt 5.17-19)- O que, então, foi 
abolido da Lei por meio de Cristo?
Quando Jesus cumpriu a Lei, foram 
abolidas as leis cerimoniais, que aponta­
vam para o sacrifício de Cristo, e as leis 
regimentares. A lei moral, ou seja, o as­
pecto moral da Lei, permanece no Novo 
Testamento.
1.5. A “maldição da lei”. A "maldição 
da Lei”, de que fala o apóstolo Paulo 
em Gálatas 3.13, diz respeito às sanções 
20 Discipularido Aluno 4
punitivas a que estamos sujeitos por não 
podermos cumprir toda a Lei. Ao cumprir 
as exigências da Lei para nós, Cristo re­
moveu a maldição da Lei para longe de 
nós, e não a Lei, isto é, os mandamentos 
morais de Deus para nossas vidas. A graça 
de Deus não é chancela para a anarquia. Os 
mandamentos de Deus devem ser vividos, 
mas não mais como um peso. Não somos 
salvos por obedecer aos mandamentos 
divinos, mas somos salvos para vivermos 
segundo os mandamentos divinos. Não 
somos salvos para viver licenciosamente, 
mas para viver uma nova vida em Cristo.
2. CÓLERA: O PASSO PARA
O HOMICÍDIO
2.1. “Não matarás”. O sexto manda­
mento do Decãlogo, os Dez Mandamentos 
(Êx 20.13), mencionado nessa passagem 
por Jesus, significa "Não assassinarás”. 
Esse é o sentido do vocábulo hebraico 
traduzido por "Não matarás" no Antigo 
Testamento e reproduzido por Jesus aos 
seus discípulos. Trata-se de matar inten­
cionalmente. Jesus repete o mandamento, 
no entanto, em seguida, aprofunda mais 
ainda o seu significado para os seus discí­
pulos. Ele afirma que qualquer pessoa que, 
sem motivo, está encolerizada contra o 
seu irmão já tem o homicídio estabelecido 
no seu coração. Mesmo que não venha a 
cometê-lo externamente, já o cometeu no 
coração, sendo, por isso, já réu do juízo di­
vino (Mt 5.22). E mais: com essa afirmação, 
Jesus está ressaltando também o fato de 
que a cólera é o passo para o homicídio, 
de maneira que evitar a cólera nos levará 
a evitar o cometimento do homicídio.
2.2. “Sem motivo”. Jesus não é contra o 
irar-se diante de uma injustiça cometida. Ele 
não condena a “indignação santa". O que 
Jesus está combatendo é a ira sem motivo 
ou sem moderação. O termo traduzido aqui 
por “sem motivo” é a palavra grega e//?e, que 
significa, literalmente, “sem causa", “sem 
nenhum bom efeito” e “sem moderação”. 
Eis aqui, portanto, no próprio sentido desse 
vocábulo, três critérios para avaliarmos se 
nossa ira é Lícita ou não. Em primeiro lugar, 
devemos nos perguntar: ela é baseada em 
uma causa coerente? Em segundo lugar, 
ela terá um bom efeito? Em terceiro Lugar, 
ela se manifesta com moderação ou é uma 
ira desgovernada?
2.3. “Raca" e “louco". As expressões 
“raca” e “louco”, que aparecem no versí­
culo 22, estavam entre as mais odiosas 
expressões usadas nos dias de Jesus para 
referir-se a alguém, sendo que a segunda 
expressão - “louco" - era considerada pior 
ainda, conforme o contexto religiosojudai- 
co daquela época. “Raca” era um insulto de 
zombaria e desdém, cujo significado era 
“indigno”. Tal insulto, dependendo do caso, 
era passível de julgamento pelo Sinédrio 
nos dias de Jesus. Já a expressão mõros, 
traduzida como “Louco" nessa passagem, 
dentro do contexto religioso judaico da 
época, era mais do que uma zombaria. 
Enquanto “raca" significava uma pessoa 
indigna de ser honrada, “louco" era uma 
pessoa indigna de ser amada, uma pessoa 
profana, o "réprobo", um “filho do inferno". 
Em outras palavras, o que Jesus está di­
zendo é que quem chamasse o seu irmão 
de “raca” podia ser apenas réu do Sinédrio, 
mas quem chamasse o seu irmão, em um 
momento de ira e sem motivo, de “louco”, 
a não ser que se arrependesse diante de 
Deus e que se retratasse diante do seu 
irmão, seria réu dojuízo divino. Essa pessoa 
estaria cometendo assassinato pela língua.
3. A "OFERTA NO ALTAR" 
E OS PROCESSOS LEGAIS
3.1. Reconciliação antes da adoração. 
Jesus afirma que, se um judeu trouxesse 
uma oferta para o Templo para ser apre­
sentada no altar das ofertas e recordasse 
que um irmão tinha algo contra ele, deveria 
primeiro ir até seu irmão reconciliar-se com
Quarto Ciclo 21
ele para só depois apresentar a sua oferta 
diante do altar (Mt 5.23,24). Essa oferta no 
altar era uma oferta de adoração a Deus. 
Logo, Jesus está dizendo que a adoração 
não será aceita por Deus se há algum irmão 
que se sente ofendido pelo adorador, que 
está magoado com o adorador por algo que 
ele fez ou disse lá atrás, porque o problema 
entre eles ainda não foi resolvido. Ou seja, 
não há relacionamento com Deus se não 
há bom relacionamento com meus irmãos.
3.2. O cristão e os processos legais. 
Nos versículos 25 e 26, Jesus refere-se a 
outro caso. O contexto aqui já não é ado­
ração, mas, sim, as disputas nos tribunais. 
Ele declara que os seus discípulos devem 
resolver as suas eventuais desavenças en­
tre si para que não aconteça de um deles 
levar a questão às barras dos tribunais, o 
que fará com que inevitavelmente um dos 
dois vá para a prisão, onde pagará até o 
último centavo pelo que fez. Antes de en­
frentar qualquer disputa judicial, o cristão 
deve buscar a conciliação e deve fazê-lo o 
mais depressa possível. O apóstolo Paulo 
advertiría décadas depois os cristãos em 
Corinto sobre o mesmo (1 Co 6.1-11).
CONCLUSÃO
Como podemos ver, por trás do pecado 
de homicídio há uma série de atitudes de 
coração que nem semprese materializam 
em um homicídio, mas que se manifestam 
também de outras formas em nosso dia 
a dia e, muitas vezes, as pessoas nem se 
dão conta disso. Essas atitudes manifes- 
tam-se na ira desgovernada, no rancor, na 
ofensa, nas disputas intensas, na falta de 
perdão, em um espírito vingativo, nas bri­
gas desnecessárias nos tribunais, quando 
tudo poderia ter sido resolvido antes entre 
irmãos. Devemos ser pacificadores e mise­
ricordiosos (Mt 5.7.9). Que Deus nos ajude 
a vivermos em profundidade e plenitude a 
vontade de dEle para nossas vidas.
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO 
1. O que é antinomianismo?
2. O que é, de fato, legalismo?
3. Quais as três características de uma ira 
pecaminosa?
4. Qual a diferença, dentro do contexto ju­
daico da época de Jesus, entre os insultos 
"raca" e “louco"?
5.0 cristão deve buscar os tribunais sem­
pre que tiver desavenças com os seus 
irmãos?
Você Sabia?
“O 'ceitil' (Mt 5.26) - que hoje diriamos 
ser '*o último centavo" - era, na ver­
dade. dentro do sistema monetário 
do Império Romano da época de Je­
sus. 0 "quadrante". que era "a menor 
moeda de cobre romano, valendo 
cerca de um quarto de um centavo" 
(Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. 
Rio de Janeiro. CPAD. p 60).
22
Estudada em / /
A Fidelidade 
no Casamento
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 5.27-32
MEDITAÇÃO
Venerado seja entre todos o matri­
mônio e o leito sem mácula; porém, 
aos que se dão à prostituição e aos 
adúlteros Deus os julgará. (Hb 13.4)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Gênesis 2.18-25
• TERÇA - Malaquias 2.13-17
• QUARTA - iTessalonicenses 4.3-8
• QUINTA - Provérbios 6.20-35
• SEXTA - Jó 311
• SÁBADO - Provérbios 5.15-20
27 - Ouvistes que foi dito aos antigos; Não 
cometerás adultério.
28 - Eu porém, vos digo que qualquer que 
atentar numa mulher para a cobiçar já em 
seu coração cometeu adultério com ela.
29 - Portanto, se o teu olho direito te es­
candalizar. arranca-o e atira-o para longe 
de ti, pois te é melhor que se perca um dos 
teus membros do que todo o teu corpo 
seja lançado no inferno.
30 - E, se a tua mão direita te escandalizar, 
corta-a e atira-a para longe de ti, porque 
te é melhor que um dos teus membros se 
perca do que todo o teu corpo seja lançado 
no inferno.
31 - Também foi dito: Qualquer que deixar 
sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
32 - Eu. porém, vos digo que qualquer que 
repudiar sua mulher, a não ser por causa de 
prostituição, faz que ela cometa adultério; 
e qualquer que casar com a repudiada 
comete adultério.
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 23
Estudaremos hoje o segundo caso con­
creto de justiça mais elevada dos seis que 
Jesus menciona em sequência até o fim do 
capítulo 5 de Mateus. Neste segundo caso, 
está em foco o sétimo mandamento do 
Decálogo: “Não cometerás adultério" (Êx 
20.14; Dt 5.18). Mais uma vez, Jesus chama 
a atenção para o coração. Ele afirma que 
tão errado quanto à ação pecaminosa é 
a intenção pecaminosa, e que Deus olha 
tanto a ação quanto a intenção. No caso 
especifico do adultério, não basta não 
o cometer: é preciso também não dar 
lugar à luxúria no coração, pois aquele 
que permite que a Luxúria domine a sua 
alma, mesmo que não chegue a cometer 
adultério fisicamente, no seu coração já o 
cometeu (Mt 5.28). Isso significa também 
que a melhor forma de evitar a violação 
do sétimo mandamento é não dar lugar à 
luxúria em seu coração.
1. JESUS CONDENA
A LUXÚRIA
1.1. Luxúria é algo sério. Na sociedade 
de hoje, a luxúria infelizmente já é vista 
como algo normal, quando, na verdade, 
trata-se de algo pernicioso para a vida das 
pessoas, como o próprio Jesus asseverou 
no seu Sermão da Montanha. Para Jesus, 
a luxúria era algo sério. O termo traduzido 
como “cobiçar", no versículo 28 de Mateus 
5, no original grego, é epithumia, que signi­
fica “desejo intenso por algo ilícito”; enfim, 
luxúria é Lascívia. Como explica o teólogo 
Donald Stamps, “não é o pensamento 
repentino que Satanás pode colocar na 
mente de uma pessoa, nem um desejo 
impróprio que surge de repente; trata-se, 
pelo contrário, de um pensamento ou de­
sejo errado, aprovado pela nossa vontade; 
é um desejo imoral que a pessoa procu­
rará realizar caso surja a oportunidade; é 
o desejo íntimo de prazer sexual ilícito, 
imaginado e não resistido" (Bíblia de Estu­
do Pentecostal, CPAD, p.1394). É isso que 
Jesus está condenando explicitamente 
nessa passagem e que é a porta para a 
infidelidade conjugal.
1,2. “Arranca-o e atira-o para longe de 
ti". A Luxúria é algo tão sério e, ao mesmo 
tempo, tão fácil de crescer no coração 
quando a pessoa dá lugar a ela, que Jesus 
usa uma forte figura de linguagem para 
enfatizar aos seus discípulos a necessi­
dade de repeli-la radicalmente das suas 
vidas desde a sua primeira manifestação. 
Ela é um mal que deve ser cortado radi­
calmente, isto é, pela raiz, porque a luxúria, 
uma vez alimentada, só cresce. A figura 
que Jesus usa para descrever a atitude 
que devemos tomar diante da Luxúria é 
a de alguém que arranca o seu próprio 
olho ou a sua própria mão para que não 
se corrompa (Mt 5 29.30). A ideia aqui, 
obviamente, não é de arrancar os olhos e 
as mãos literalmente, mas, sim, a ideia de 
que, “se olhar é um problema para você, 
evite fazê-lo". Ou, ainda, parafraseando e 
contextualizando essas palavras de Jesus 
para os dias de hoje, significa: “Você co­
nhece as suas fragilidades e sabe que não 
pode ficar brincando com determinadas 
coisas, porque elas poderão despertar 
em você desejos impuros, então não dê 
ocasião para elas, mas corte radicalmente
[...] tão errado 
quanto à ação 
pecaminosa 
é a intenção 
pecaminosa 
24 Discipulando Aluno 4
todo tipo de situação que possa despertar 
a luxúria em seu coração. Talvez, o que 
provoca isso em você não é ao mesmo 
tempo tão provocativo para outra pessoa, 
mas o que importa é que você identifique 
o que o atrapalha nessa área e corte ra­
dicalmente de sua vida tudo aquilo que é 
fonte de alimentação da luxúria para você: 
determinados filmes, revistas, programas, 
sites etc.".
2. A INTENÇÃO DO CORA­
ÇÃO TRANSPARECERÁ NOS 
MEMBROS DO CORPO
2.1. O pecado nasce no coração. Du­
rante o seu ministério, e não apenas no 
Sermão da Montanha. Jesus enfatizou que 
o pecado nasce no coração do homem. 
Um dos momentos em que o fez está 
registrado no Evangelho de Marcos, onde 
Ele afirma: “Porque do interior do coração 
dos homens saem os maus pensamentos, 
os adultérios, as prostituições, os homicí­
dios, os furtos, a avareza, as maldades, o 
engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, 
a soberba, a loucura. Todos estes males 
procedem de dentro e contaminam o 
homem” (Mc 721-23). É por isso que Salo­
mão escreveu: “Sobre tudo o que se deve 
guardar, guarda o teu coração, porque 
dele procedem as saidas da vida” (Pv 4.23).
Tiago, o irmão do Senhor, é claro quan­
to à origem das tentações. Ele declara 
que elas não provêm de Deus (Tg 1.13) e 
também não faz nenhuma referência a 
elas procederem diretamente do Diabo ou 
do mundo. O apóstolo assevera, conforme 
aprendeu com Jesus, que a tentação tem 
a sua origem, na verdade, no próprio ser 
humano, na sua natureza pecaminosa (Tg 
1.14,15). Ou seja, o mundo e o Diabo são 
apenas agentes indutores externos da 
tentação.
2.2. A natureza pecaminosa. O pro­
blema do pecado está no fato de que 
os homens são pecadores por natureza. 
É verdade que a tentação envolve indu­
ções externas, porém o pecado sempre 
é uma escolha da pessoa que o comete. 
Em alguns momentos, o desejo de fazer 
o que é errado pode estar já presente de 
forma natural e, em outras vezes, pode 
ser estimulado externamente, mas em 
qualquer dos casos o indivíduo sempre 
é o responsável. O pecado nunca vem de 
fora para dentro; ele está dentro de nós. 
é resultado de nossa natureza (Mc 715). 
O que vêm de fora são apenas estímulos 
para que o pecado manifeste-se dentro 
de nós. Logo, as tentações, na verda­
de, não exercem alguma força sobre a 
pessoa para fazê-la cair, mas apenas 
revelam a natureza interior dapessoa e a 
fragilidade da sua vida espiritual naquele 
momento. Basta lembrar que, se não 
houvesse natureza pecaminosa, nenhu­
ma tentação seria, de fato, tentação. O 
que torna a tentação “uma tentação" é o 
fato de que temos uma natureza peca­
minosa. Como bem explica Tiago, “cada 
um é tentado, quando atraído e engo­
dado pela sua própria concupiscência" 
(Tg 1.14). Finalmente, é importante frisar 
ainda que ser tentado não é pecado; 
pecado é ceder à tentação.
3. A INDISSOLUBILIDADE
DO CASAMENTO
3.1.0 divórcio. Jesus aproveita o tema 
do adultério para falar sobre a indissolu- 
bilidade do casamento. Ele lembra, nos 
versículos 31 e 32 do texto bíblico base 
desta lição, que a Lei permitia o divórcio 
(Dt 24.1-3), mas que, na verdade, muitos 
desses divórcios acabavam sendo adul­
térios autorizados legalmente, pois o cor­
reto seria o divórcio só ser permitido, de 
forma excepcional, nos casos de adultério, 
quando, então, o cônjuge ofendido teria a 
possibilidade de divorciar-se e casar-se 
novamente. Mais à frente, em Mateus 
Quarto Ciclo 25
193-12, Jesus tratará mais detalhadamente 
sobre esse assunto e deixará claro que o 
casamento foi criado por Deus para ser 
uma instituição indissolúvel (Mt 19.4-6). O 
divórcio em caso de adultério seria apenas 
uma excepcionalidade.
3.2. A questão do divórcio na época 
de Jesus. Na época de Jesus, havia duas 
correntes judaicas divergentes na inter­
pretação do que a Lei Mosaica afirmava 
em relação ao divórcio: Shamai e Hillel. 
A Lei Mosaica dizia que era permitido o 
divórcio apenas quando o homem não 
achasse mais "graça" em sua esposa “por 
haver nela coisa feia" (Dt 24.1).
3.2.1 Shammai. A primeira corrente 
judaica sobre o assunto, a mais antiga, 
era a do rabino Shammai, que entendia 
que a expressão "coisa feia” referia-se ao 
adultério, de maneira que a Lei Mosaica 
estaria afirmando que o divórcio só seria 
permitido no caso de adultério.
3.2.2. Hillel. Já a segunda corrente, 
liberal e mais recente, era a do rabino 
Hillel (60 a.C. - 20d.C.), que chegou a ser 
contemporâneo de Jesus, tendo falecido, 
porém, antes que Ele desse início ao seu 
ministério terreno. Hillel interpretava “coisa 
feia" como se significasse qualquer coisa 
desagradável, e não apenas como uma 
referência mosaica ao adultério, e ainda 
usava como ênfase para essa interpre­
tação a expressão “não achar graça em 
seus olhos”, de maneira que, na época de 
Jesus, muitas pessoas já se divorciavam 
“por qualquer motivo" (Mt 19.3).
3.2.3 A palavra de Jesus. Jesus, po­
rém, deixa claro que a interpretação de 
Shammai estava certa, mas Ele foi além, 
ressaltando também a necessidade de 
evitar-se a luxúria no coração. Outro fato 
importante que se deve levar em conta 
é que, mesmo em caso de adultério, 
quando o divórcio seria excepcional­
mente permitido, é possível o perdão e a 
reconstrução do relacionamento do casal 
diante de Deus, pois “o que Deus ajuntou 
não separe o homem" (Mt 19.4-8).
3.3. O caso do cônjuge abandonado. 
Outra exceção que vemos na Bíblia para a 
permissão do divórcio é o caso do abando­
no do cônjuge. Nesse caso, na verdade, o 
cônjuge cristão não buscou o divórcio; ele 
é que foi abandonado pelo seu esposo(a). 
O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes 
em Corinto, é quem fala desse caso, refe­
rindo-se a cristãos que são abandonados 
pelos seus cônjuges por causa da sua fé. 
Paulo assevera que o cônjuge cristão não 
deve divorciar-se do não cristão, mas, ao 
contrário, fazer de tudo para ganhá-lo para 
Cristo (1 Co 7.13,14). Entretanto, no caso em 
que o cônjuge cristão é abandonado pelo 
não cristão por causa da sua fé, aquele 
está, obviamente, desobrigado de man- 
ter-se no casamento (1 Co 715),
CONCLUSÃO
Mais uma vez, Jesus demonstra a supe­
rioridade da justiça no Reino de Deus em re­
lação à justiça dos fariseus, que condenavam 
o adultério, mas eram condescendentes em 
relação ao divórcio (Mt 19.3-8), e também à 
luxúria, por apegarem-se apenas à letra da 
Lei - “Não adulterarás" - sem refletir sobre 
aquilo que estava implícito nesse man­
damento em relação à nossa vida interior, 
inicialmente, até mesmo os seus discípulos 
acharam o posicionamento de Jesus em 
relação ao divórcio muito rígido (Mt 19.10). 
No mundo de hoje, onde a licenciosidade 
prepondera e onde os relacionamentos con­
jugais e o sexo são banalizados, as pessoas 
também tendem a ser condescendentes 
com o divórcio e a luxúria. Entretanto, como 
filhos do Reino, remamos contra a correnteza 
de imoralidade deste mundo, afirmando que 
“venerado seja entre todos o matrimônio e o 
leito sem mácula: porém, aos que se dão à 
prostituição e aos adúlteros Deus osjulgará” 
(Hb 134).
26 Discipulando Aluno 4
APROFUNDANDO-SE
“‘Qualquer que atentar numa mulher 
para a cobiçar' (Mt 5.28). Novamente ve­
mos a mudança de ênfase Ide Jesusl. O 
adultério é usar outra pessoa como objeto 
sexual A luxúria é considerar outra pessoa 
como objeto sexual. Cristo deseja que per­
cebamos que tanto o ato quanto a atitude 
são pecaminosos. Ajustiça exige que con­
sideremos todos os seres humanos como 
pessoas dignas e de valor. Devemos servir 
os outros, e não usá-los. Novamente, Deus 
nos convoca para considerarmos a lei 
como uma revelação do coração de Deus 
- e uma revelação do tipo de pessoas que 
se tornarão aqueles que vivem no Reino de 
Jesus, quando o Rei usar o seu poder para 
transformá-las".
“‘Qualquer que deixar a sua mulher’ 
(Mt 5.31,32). Esse preceito segue o padrão 
dos outros. A Lei permitia o divórcio, mas 
Cristo retornava ao ideal de Deus. Embora 
o divórcio possa não ser adultério, ele é, 
teoricamente, uma violação da lealdade 
da aliança que os cônjuges devem um ao 
outro. [...] Aquilo de que os homens mais 
precisam não são tanto leis a seguir, mas 
uma renovação interna que os torna verda­
deiramente justos” (RICHARDS, Lawrence. 
Comentário Devocional da Bíblia. Rio de 
Janeiro: CPAD, 2012, pp.557-58).
3. De onde provêm o pecado? Ele vem de 
fora para dentro de nós?
4. Quais eram as duas correntes judaicas 
na época de Jesus sobre a questão do 
divórcio e o que elas diziam?
5. Quais são as duas únicas exceções bí­
blicas quanto ao divórcio?
Você Sabia?
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. Em o que consiste a luxúria?
2. O que Jesus quer dizer quando fala de 
arrancar o olho e a mão e atirá-los fora em 
Mateus 5.29,30?
A expressão "coração", na Bíblia, é 
uma referência, na maioria esmaga­
dora das vezes, não ao músculo que é 
o centro da circulação sanguínea em 
nossos corpos, mas, sim, ao homem 
interior, ao intelecto, ao sentimento 
e à vontade. Ou seja, ao falar de co­
ração, Jesus refere-se ao centro de 
nossa personalidade, ao profundo de 
nosso ser, às nossas interioridades, à 
nossa alma.
Quarto Ciclo 27
A Honestidade 
com as Palavras
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 5-33-37
33 - Outrossim, ouvistes que foi dito aos 
antigos: Não perjurarás, mas cumprirás 
teus juramentos ao Senhor.
34 - Eu, porém, vos digo que, de maneira 
nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o 
trono de Deus,
35 - nem pela terra, porque é o escabelo 
de seus pés, nem por Jerusalém, porque 
é a cidade do grande Rei,
36 - nem jurarás pela tua cabeça, porque 
não podes tornar um cabelo branco ou 
preto.
37 - Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim: 
não. não, porque o que passa disso é de 
procedência maligna.
MEDITAÇÃO
Pelo que deixai a mentira e falai a 
verdade cada um com o seu pró­
ximo; porque somos membros uns 
dos outros. (Ef 4,25)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Números 30.2
• TERÇA - Eclesiastes 5.4,5
• QUARTA - Tiago 5.12
• QUINTA - Colossenses 4 6
• SEXTA - Salmos 24.3-5
• SÁBADO - Salmos 3.3
28 Discipulando Aluno | Quarto Ciclo
INTRODUÇÃO
Hoje, estudaremos, sob a perspectiva 
dajustiça mais elevada pregada por Cristo, 
o terceiro mandamento do Decálogo (Êx 
20.7a), que é o que proíbe o perjúrio. Esse 
mandamento divino fala originalmente de 
não tomar o nome de Deus em vão, isto 
é, levianamente, hipocritamente, e isso 
incluía, claro, o falso juramentousando 
o nome de Deus. Esse mandamento era 
Levado tão a sério no Antigo Testamento 
que o próprio Deus, no Decálogo, afirma­
va que não tomaria por inocente quem 
tomasse “o seu nome em vão" (Êx 20.7b). 
Aliás, naquela época, quem blasfemasse 
e amaldiçoasse a Deus publicamente no 
meio do seu povo era punido com a morte 
(Lv 24.15,16). No Novo Testamento, não há 
mais punição com morte para esse tipo 
de pecado, como também não há para 
o descumprimento de qualquer outro 
mandamento divino, mas isso não significa 
que tal pecado seja considerado por Deus 
agora de pouca importância. Ele ofende 
hoje a Deus tanto quanto ofendia antes, 
e todo aquele que o comete, se não se 
arrepender, haverá de dar contas um dia 
diante de Deus pela sua atitude blasfema 
tomada em vida. Atentemos, pois, para o 
que Jesus fala sobre esse mandamento.
1. NÃO JUREIS NEM PELO 
CÉU NEM PELA TERRA
1.1. De maneira nenhuma jureis. Ao 
apresentar mais um exemplo da justiça 
mais elevada do Reino de Deus, Jesus foi 
além do senso comum na sua época na 
exposição das verdades divinas que es­
tavam implícitas no terceiro mandamento. 
Ele afirmou que o homem e a mulher não 
apenas pecam quando proferem falso ju­
ramento; eles, na verdade, nem deveríam 
jurar por nada. Deveríam tão somente 
serem sempre verdadeiros e honestos nas 
suas afirmações e promessas. O cristão 
só deve proferir juramento nos casos em 
que é obrigado a isso por força dos magis­
trados civis, pois tal medida é necessária 
para fins legais no que diz respeito ao 
julgamento de causas seculares (Hb 6.16). 
Os votos de casamento e os chamados 
“juramentos profissionais”, que também 
têm força legal, também não se aplicam 
ao caso do juramento proibido. São con­
denados por Jesus apenas os juramentos 
desnecessários e os irreverentes, isto é, 
aqueles juramentos que não são obriga­
dos por força da lei e aqueles feitos por 
brincadeira ou por falsidade, hipocrisia e 
manipulação.
1.2. Honestidade o tempo todo. Ao 
afirmar que os seus discípulos não deve­
ríam jurar “de maneira nenhuma" (Mt 5.34), 
Jesus estava frisando o fato de que é da 
natureza humana não cumprir promessas, 
mentir ou relaxar no cumprimento total de 
um compromisso assumido publicamente. 
Sabendo disso, Jesus, que conhecia mui­
to bem a natureza humana, vai direto ao 
âmago da questão: Ele proíbe a prática 
do juramento ordinário, o juramento co­
mum, do dia a dia, para propor algo muito 
mais importante: o sermos honestos todo 
tempo e o tempo todo, estejamos sob 
juramento ou não.
1.3. Nem pelo céu, nem pela terra. 
Essa orientação de Jesus de nãojurar nem 
pelo céu e nem pela terra remete-nos 
a duas coisas: primeiro, a uma prática 
muito comum em seus dias de se fazer 
juramentos invocando entidades gené­
ricas, como o céu e a terra, como uma 
forma de subterfúgio para poder mentir. 
Um ditado rabino antigo afirmava: “Como 
o céu e a terra passarão, assim também 
o juramento passará, pois os conclamou 
como testemunhas". Assim pensavam os 
que usavam desse expediente. Entretan­
to, Jesus afirma que quem usasse desse 
subterfúgio equivocava-se no seu objetivo, 
porque esquecia que jurar pelos céus é
Quarto Ciclo 29
jurar “pelo trono de Deus”, ejurar pela terra 
é jurar “pelo estrado dos seus pés". Mas, 
em segundo Lugar, quando Jesus refere-se 
a jurar pelo céu e pela terra, Ele também 
estava implicitamente se referindo ao jurar 
de forma geral, seja invocando coisas da 
terra, seja invocando coisas do céu como 
garantia de que se está proferindo a ver­
dade ao prometer ou afirmar alguma coisa. 
Jesus rompeu com isso ao dizer que não 
se deve jurar por nada na terra e por nada 
no céu, porque, além de ser algo muito 
sério, é absolutamente desnecessário, 
uma vez que o cristão não precisa jurar 
para dizer a verdade. Ele sempre deverá 
dizer a verdade.
1.4. A verdade deve ser a regra. Jesus 
cita ainda o caso especifico daqueles que 
juravam por Jerusalém, por ser um local 
sagrado para osjudeus, ou pelas suas pró­
prias cabeças (Mt 5.35,36). Era outra prática 
muito comum nos seus dias, e que, como 
no caso anterior, eram juramentos muito 
sérios e absolutamente desnecessários, 
uma vez que, como filhos de Deus, não 
precisamos proferirjuramentos para dizer 
a verdade. A verdade deve ser nosso “dia 
a dia” como cristãos.
1.5. As duas categorias de juramentos 
usadas nos dias de Jesus. Um detalhe 
importante é que, na época de Jesus, as 
autoridades religiosas em Israel haviam 
classificado osjuramentos em dois grupos: 
o grupo daqueles juramentos que não 
poderiam ser descumpridos de maneira 
nenhuma, e o grupo daquelesjuramentos 
que poderiam ser descumpridos à von­
tade, sem prejuízo espiritual para quem 
descumprisse essesjuramentos. Uma lista 
trazendo essas duas categorias de jura­
mentos aparece no contundente discurso 
de Jesus contra os escribas e fariseus re­
gistrado em Mateus 23. A lista encontra-se 
mais precisamente nos versículos de 16 a 
22 do referido capítulo. De forma geral, os 
juramentos que invocassem o nome de 
Deus eram de cumprimento obrigatório. 
Entretanto, Jesus ensina o contrário: um 
juramento deve ter cumprimento obriga­
tório independentemente se foi realizado 
invocando o nome de Deus ou não. E mais: 
o uso de um juramento é uma desneces­
sidade quando a palavra da pessoa já é 
normalmente confiável - é “sim, sim” ou 
"não, não". Aliás, fazer juramento é uma 
confissão implícita de que nem sempre 
estamos falando a verdade.
2. AS PALAVRAS DO
DISCÍPULO DEVEM SER "SIM, 
SIM" E "NÃO, NÃO"
2.1. A pessoa honesta. A essência do 
ensino de Jesus sobre essa questão dos 
juramentos é que quem é verdadeiramen­
te honesto não precisa fazer juramento. 
Basta um simples “sim" ou “não". A sua 
simples palavra já é suficiente. Tiago, o 
irmão do Senhor, reforça mais à frente 
esse importante ensino de Jesus, inclusive 
citando quase que com 100% de fidelida­
de as palavras de Jesus registradas pelo 
apóstolo Mateus (Tg 5.12).
[...] quem é 
verdadeiramente 
honesto não preci­
sa fazer juramento. 
Basta um simples 
"sim" ou "não".
30 Discipulando Aluno 4
2,2, “Sim, sim” e “não, não". As expres­
sões “sim, sim” e "não, não” denotam uma 
ênfase. É como se Jesus estivesse dizendo 
aos seus discípulos: “Se é sim, é sim mes­
mo! E quando for não, é não mesmo!". Ou 
seja, não há duplo padrão para o verda­
deiro cristão. O padrão para este é um só. 
Nada de coxear entre dois pensamentos.
3. SEJAMOS HONESTOS COM
AS NOSSAS PALAVRAS
3.1. Palavras e ações. Deus quer que 
sejamos honestos não apenas em nossas 
atitudes, mas também em nossas palavras. 
Ele deseja que falemos sempre a verdade 
uns com os outros (Ef 4.25). O verdadeiro 
cristão não vive em duplicidade e muito 
menos em falsidade. Muito pelo con­
trário: as suas ações sempre condizem 
com as suas afirmações e vice-versa. As 
suas palavras sempre significam um forte 
compromisso.
3.2. Procedência maligna. A Bíblia Sa­
grada afirma que o Diabo é o “pai da men­
tira" (Jo 8.44) - ou seja, a mentira faz parte 
de sua essência. Fazer juramentos falsos 
é, portanto, tomar o partido dele. Esse é o 
significado da expressão “de procedência 
maligna" (Mt 5.37). A mentira não faz parte 
da vida do seguidor de Cristo. Jesus é a 
verdade (Jo 8.32,36:14.6). “Deus é luz, e não 
há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5).
3.3. Sendo verdadeiros. Deus é o Deus 
da verdade e fomos chamados para pregar 
a verdade, viver a verdade e ser verdadei­
ros em tudo. Como ressalta o pastor Elienai 
Cabral, "vivemos em um mundo de menti­
ras que influencia a vida da humanidade. 
O papel do cristão é não só proclamar a 
verdade, mas viver a verdade no seu com­
portamento cotidiano. [...] A mentira (...) vem 
maquiada de falsa imagem da verdade, 
escondendo a realidade moral e espiritual 
por baixo dessa maquiagem. Deus sempre 
abominou a mentira, A Igreja de Jesus 
Cristo não pode e não deve permitir que 
o espírito de mentira domine a sua mente 
(Cl 3.9). Mentes dominadas por sentimen­
tos carnais fantasiam seus pensamentos 
commentiras. Deus abomina a mentira e 
a sua Palavra diz em Salmos 119.163: 'Abo­
mino e aborreço a falsidade'. É verdadeiro 
aquilo que é autêntico e não se baseia em 
suposições, boatos, mentiras e coisas sem 
comprovação. [...] Atitudes verdadeiras têm 
a ver com o caráter de quem as pratica" 
(Filipenses - A humildade de Cristo como 
exemplo para a Igreja, CPAD, pp.135,36).
CONCLUSÃO
Cada ensino de Jesus traz consigo 
muitas reflexões enriquecedoras sobre 
nossas vidas. Neste caso em particular, 
este seu ensino que apreciamos na lição 
de hoje, em resumo, revela a importância 
que a palavra tem ou deve ter na vida das 
pessoas, e que, infelizmente, tem sido 
muito esquecida em nossos dias. Que se­
jamos colunas de integridade, verdade e 
honestidade neste mundo onde a mentira 
tornou-se o “pão de cada dia” de muitas
APROFUNDANDO-SE
“O cerne deste mandamento é proibir 
o costume de juramento falso, pois o 
verdadeiro juramento se fazia mediante 
a invocação do nome de Deus (Lv 19.12). 
Era uma necessidade imperiosa que todos 
falassem a verdade, bem como era dever 
de cada um honrar o compromisso assu­
mido com os homens e diante de Deus. Era 
dever de todos cumprir os votos feitos a 
Deus: a lei era clara sobre essa responsa­
bilidade (Nm 30.2; Dt 23.21). Essa exigência 
divina se fazia necessária por causa da 
inclinação humana à mentira. Era grande 
a falsidade no relacionamento entre fami­
liares e amigos. Ninguém podia confiar em
Quarto Ciclo 31
ninguém, já que a falta de sinceridade era 
a marca do povo. Não era uma questão 
desvio ocasional, mas de estilo de vida 
(Jr 9.2-5). Uma sociedade não pode viver 
numa decadência dessa; a vida se torna in­
suportável. Mas, as autoridades religiosas 
de Israel classificaram os juramentos em 
duas categorias: os que podiam ser des- 
cumpridos e os que não podiam. Há uma 
lista deles em Mateus 5.33-37; 23.16-22. O 
Senhor Jesus reprovou com veemência 
essa violação dos escribas e fariseus. A 
interpretação rabínica da época permitia 
violar o terceiro mandamento e fazer de 
conta que ele não havia sido violado. O 
terceiro mandamento é um apelo à santifi­
cação do nome de Deus. Na oração do 'Pai 
Nosso', Jesus nos ensinou a abrir a oração 
santificando o nome de Deus: ‘Santificado 
seja o teu nome"' (SOARES, Esequias. Os 
Dez Mandamentos. Rio de Janeiro: CPAD, 
2015, p.59)
3. Por que os judeus juravam até pela 
cidade de Jerusalém?
4. Quantas e quais eram as categorias de 
juramento estabelecidas pelos fariseus na 
época de Jesus?
5. O que significam as expressões “sim, 
sim" e “não, não"?
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
1. Apresente um resumo do ensino de 
Jesus sobre os juramentos.
Você Sabia?
2. Em que casos ojuramento não é proibido 
por Jesus?
“Era comum no judaísmo do século 
1 fazer uma distinção entre as pro­
messas compulsórias e as não com­
pulsórias. Por exemplo, uma pessoa 
que jurasse pelo altar do Templo não 
se via obrigada pelo seu juramento, 
mas sejurasse pelo ouro do altar, era 
obrigada a cumprir o seu juramento. 
Jesus eliminou o engano envolvido e 
disse: ‘Seja, porém, o vosso falar: sim, 
sim'. Seja o tipo de pessoa cuja pala­
vra signifique um forte compromisso” 
(RICHARDS, Lawrence. Comentário 
Devocionalda Bíblia. Rio de Janeiro: 
CPAD, 2012, p.558).
32 Discipulando Aluno 4
Sobre
MEDITAÇÃO
A ninguém torneis mal por mal; 
procurai as coisas honestas perante 
todos os homens. (Rm 12.17)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Romanos 12.9-21
• TERÇA - Provérbios 20.22
• QUARTA - Provérbios 24.29
• QUINTA - Provérbios 25.21,22
• SEXTA - Salmos 112.5
• SÁBADO - 1 Coríntios 13.1-7
a Vingança 
e o Amor
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 5.38-48
38 - Ouvistes que foi dito: Olho por olho e 
dente por dente.
39 - Eu, porém, vos digo que nâo resistais 
ao mal: mas, se qualquer te bater na face 
direita, oferece-lhe também a outra:
40 - e ao que quiser pleitear contigo e tirar- 
-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;
41 - e, se qualquer te obrigar a caminhar 
uma milha, vai com ele duas.
42 - Dá a quem te pedir e não te desvies 
daquele que quiser que lhe emprestes.
43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu 
próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos ini­
migos, bendizei os que vos maldizem, fazei 
bem aos que vos odeiam e orai pelos que 
vos maltratam e vos perseguem.
45 - para que sejais filhos do Pai que está 
nos céus; porque faz que o seu sol se le­
vante sobre maus e bons e a chuva desça 
sobre justos e injustos.
46 - Pois, se amardes os que vos amam, que 
galardão tereis? Não fazem os publicanos 
também o mesmo?
47 - E. se saudardes unicamente os vossos 
irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os 
publicanos também assim?
48 - Sede vós, pois, perfeitos, como é per­
feito o vosso Pai, que está nos céus.
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 33
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, Jesus lembra o prin­
cípio básico de justiça na Lei de Moisés, 
representado na expressão “Olho por olho 
e dente por dente” (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 
19.21). Ao estabelecer esse princípio no 
Antigo Testamento, em nenhum momento 
Deus estava encorajando os homens a sair 
por aí retribuindo todas as agressões que 
sofressem. O objetivo divino era evitar que 
criminosos recebessem penas maiores que 
os seus crimes cometidos, controlando os 
excessos, tão comuns no Antigo Oriente 
Próximo. Tratava-se da defesa do que hoje é 
conhecido como princípio penal da propor­
cionalidade da pena em relação ao crime. É 
um princípio correto e justo. Porém, Jesus, 
não condenando o princípio legal, apresen­
ta, por sua vez, uma alternativa mais elevada 
para os seus discípulos: a não retaliação. E, 
em seguida, enfatiza o amor como algo a 
ser estendido não só a quem nos ama, mas 
também aos nossos inimigos (Mt 5.43-48).
1. A VINGANÇA NÃO
É DE CRISTO
1.1. A outra face, a capa, a segunda 
milha e o emprestar. Quando Jesus usa a 
figura do “dar a outra face”, do "dar a capa” 
e do "andar a segunda milha”, Ele não está 
sendo literalista, mas está usando essas 
figuras fortes para enfatizar um principio: 
o cristão não deve ser litigioso. Ele não 
deve ser retaliador, não deve retribuir o 
mal com o mal, mas deve ser perdoador, 
pacificador, não beligerante, e sim superior 
nas suas ações. Ele não deve igualar-se ao 
agressor, descendo ao seu nível, contra- 
-atacando com outra agressão, mas deve 
buscar a paz. a conciliação. Da mesma 
forma, quando Jesus fala de “dar a quem 
pedir” e “não se desviar daquele que quer 
que Lhe empreste" (Mt 5.42), Ele não está 
dizendo que o cristão deve sair por aí dan­
do dinheiro a qualquer um que lhe pedir, 
mas, sim, que deve ser generoso; que 
estando em condições de dar e emprestar, 
e a causa sendo justa, o cristão deve, sim, 
dar e emprestar. Mas tal não pode ser um 
amor ignorante, tolo, imprudente, leviano, 
mas um amor sábio. O amor é prudente (1 
Co 13.4-6).
1.2. A “vingança" na Biblia. Tanto no 
Antigo quanto no Novo Testamentos, en­
contramos muitas passagens que falam de 
vingança como algo positivo, notadamente 
as passagens que se referem à vingança 
divina - fato que, às vezes, causa certa 
estranheza ao leitor hodierno da Bíblia. 
Isso porque o termo vingança traz à nossa 
mente a ideia de algo que não tem um 
valor ético louvável. Como, então, entender 
essa discrepância?
A questão é que o termo vingança, em si 
mesmo, no seu sentido original, e não com a 
conotação popular que ganhou com o pas­
sar do tempo, nada mais é do que castigar 
ou punir alguém de quem recebemos uma 
lesão real, seja ela uma lesão em palavras 
ou atos. É nesse sentido que o termo apa­
rece muitas vezes na Bíblia. Nesses casos, 
vingar significa literalmente defender, 
indenizar, compensar, desafrontar, isto é, 
responderjusta e proporcionalmente a uma 
lesão genuína. Resumindo, vingar, nesses 
casos, significa fazer justiça. É como quando 
afirmamos nos dias de hoje que, quando um 
criminoso é condenado na justiça pelo seu 
crime, a pessoa que foi lesada por ele e a 
sociedade são vingadas.
Vingança,portanto, em seu sentido 
original usado na Bíblia, só aparece como 
um mal quando é (1) fruto de um senso 
distorcido de justiça, (2) aplicada des­
proporcionalmente e (3) aplicada pelos 
meios e pelas pessoas erradas. Vingança 
nessas condições é o que chamamos de 
vingança no sentido popular usado hoje 
em dia: é fazerjustiça pelas próprias mãos, 
sem um julgamento justo e sem regras 
que respeitem os direitos do acusado.
34 ____________
Ora, a Bíblia condena esse tipo de coisa. 
Aliás, a sociedade ocidental condena essa 
vingança porque o seu sistema jurídico foi 
erigido sobre os princípios judaico-cris- 
tãos. Portanto, o termo "vingança" na Bíblia 
nem sempre significa mero revanchismo, 
resposta ilegal ou desproporcional a um 
ataque que sofremos ou retribuir uma 
maldade com outra maldade. Depende 
muito do contexto onde ela é encontrada 
no texto sagrado. Na maioria das vezes em 
que o termo aparece na Bíblia, o sentido 
é apenas de fazer justiça, como no caso 
de Apocalipse 6.10, em que a vingança é 
executada pelo Justo Juiz: Deus.
1.3- Cristo e o perdão. A Bíblia, de 
forma geral, desestimula os servos de 
Deus a buscarem vingança (no sentido 
original bíblico) aqui na Terra. Em lugar 
disso, estimula-os a exercerem o poder 
do perdão - e isso não só no Novo Testa­
mento, mas no Antigo Testamento também 
(Lv 19.18), de maneira que, quando Jesus 
estava orientando os seus discípulos a não 
retribuírem o mal com o mal, mas a per­
doarem e serem bondosos com os que os 
maltratavam, Ele não estava, na verdade, 
falando de nada que fosse completamente 
estranho à Lei mosaica. Sim, a Lei mosaica 
legitimava o “olho por olho"; ela não o con­
denava. Porém, ela também apresentava 
o perdão como uma alternativa (Lv 19.18). 
Jesus, por outro lado, colocou o perdão em 
primeiro plano. E mais: seguindo o princípio 
da justiça mais elevada, de que falamos na 
Lição 3 desta revista, Ele foi além, conde­
nando de forma geral o retribuir o mal com 
o mal. Ou seja, a vingança não é de Cristo.
1.4. Cristo não desautorizou de forma 
geral a reparação legal. Quando Jesus diz 
para os seus discípulos preferirem sofrer o 
dano em vez de procurar repará-lo, não está 
desautorizando de forma geral a reparação 
legal, muito menos a reparação via justiça 
secular em casos graves. Ele mesmo citou 
como bom exemplo o caso de uma viúva 
que importunava um juiz iníquo para que 
este julgasse com correção a sua causa, 
e o seu dano fosse finalmente reparado 
legalmente (Lc 18.1-8). O que Jesus estava 
querendo dizer é que nunca devemos fazer 
justiça com nossas próprias mãos e que 
devemos relevar as injustiças e maus trata­
mentos do cotidiano, que sofremos eventu­
almente no dia a dia. E mais: que devemos 
também confiar que o Senhor, que é o Justo 
Juiz e que também foi ofendido por aquela 
ofensa ou ataque aos seus filhos, irá vingar 
(julgar, compensar, reparar, punir, castigar) o 
mal feito contra os seus filhos. Há também 
o fato, frisado nas Sagradas Escrituras, de 
que, independentemente de a punição se­
cular ser dada ou não ao ofensor, o cristão 
ofendido deve sempre perdoar o ofensor 
e não retribuir o crime com outro crime, a 
maldade com outra maldade, o erro com 
outro erro. Não retribuir o mal com o mal 
não quer dizer que, cometido um crime 
contra mim, minha família ou próximos, não 
devamos denunciar o crime para que o cri­
minoso seja preso e condenado pelos seus 
crimes. Não retribuir o mal com o mal quer 
dizer: “Não haja com ele da mesma forma 
como ele agiu com você. Não retribua a 
maldade com maldade, injustiça com injus­
tiça. E, apesar de tudo, não guarde mágoa 
ou rancor, mas perdoe e siga em frente".
1.5, O poder do perdão. O perdão 
exerce um poder transformador tanto so­
bre a vida de quem é o ofendido quanto 
de quem é o ofensor. Sobre o ofendido, 
tem o poder de curar a ferida aberta; e 
em relação ao ofensor, tem o poder de 
fazer com que reflita sobre os seus atos, 
caia em si, arrependa-se e mude o seu 
comportamento. O amor constrange. O 
amor transforma. Mas, para isso, deve ser 
um perdão, um amor, não só em palavras, 
mas também em obras (Rm 12.20), o que 
só é possível pela ação do Espírito Santo 
em nossas vidas (Rm 5.5).
Quarto Ciclo 35
2. AMAR O PRÓXIMO É
AMAR ADEUS
2.1. Amai a vossos inimigos. Jesus tra­
tou antes do tema da vingança justamente 
porque Ele queria, na sequência, falar so­
bre amar nossos inimigos. O interessante é 
que Jesus, ao citar o mandamento “Amarás 
o teu próximo" (Mt 5 43a), que se encontra 
no Antigo Testamento justamente naquela 
passagem que também condenava a vin­
gança (Lv 19.18), acrescentou em seguida 
“...e aborrecerás o teu inimigo” (Mt 5 43b), 
o que não está escrito em parte alguma 
do Antigo Testamento. A razão para isso é 
que Jesus estava chamando a atenção dos 
seus discípulos para um acréscimo que os 
mestres judeus dos seus dias haviam feito 
e que consideravam uma fiel interpretação 
do texto sagrado. Segundo eles, o próximo 
que eles deveríam amar e do qual nunca 
deveríam vingar-se era o seu próprio povo, 
os da sua religião, e não as pessoas de 
forma geral. É verdade que há passagens 
do Antigo Testamento que dá margens 
para essa interpretação, mas também é 
fato que não há nenhuma ordem explícita 
de odiar os inimigos no Antigo Testamento. 
Jesus, por sua vez, condena explicitamente 
esse acréscimo, afirmando que devemos, 
sim, amar nossos inimigos, aqueles que 
nos maltratam e perseguem, sejam ou não 
de nosso povo, família, grupo ou fé.
2.2. Deus é compassivo com todos: deve­
mos ser como Ele. O próprio Deus, conforme 
frisa Jesus, mesmo condenando a impiedade, 
pela sua graça e misericórdia, concede sol e 
chuva para justos e injustos igualmente (Mt 
5.45b). Ora, se somos filhos de Deus, se o 
amamos mesmo como nosso Pai e Senhor, 
devemos agir como Ele (Mt 545a). Ou seja, 
amar o próximo é amar a Deus.
3. BUSCANDO A PERFEIÇÃO
DE CRISTO
3.1. Nossa justiça não deve igualar-se 
à dos publicanos. Os publicanos eram os 
cobradores de impostos para o Império 
Romano. Exatamente pela sua função, 
mas não apenas por ela, pois costumavam 
ter também uma vida de devassidão, os 
publicanos eram considerados desprezí­
veis pela maioria dos judeus da sua época. 
Eles eram tidos “como estando no pata­
mar mais baixo da escala da iniquidade" 
pelos judeus dos tempos de Jesus (Co­
mentário Bíblico Beacon, vol.6. CPAD, p. 
61). Logo, Jesus afirma que, se os escribas 
e os fariseus defendiam que deveriamos 
odiar nossos inimigos, eles estavam, na 
prática, defendendo uma ética que em 
nada distanciava-se da ética dos publi­
canos (Mt 546,47). Ou seja, a justiça dos 
escribas e fariseus era tão baixa quanto 
à dos publicanos, a quem desprezavam. 
Nossa justiça, como filhos do Reino, deve 
exceder a de ambos. Devemos seguir o 
padrão de nosso Pai (Mt 5.48), que é o 
padrão de Cristo.
3.2. Chamados para sermos perfeitos. 
Não somos perfeitos, mas somos cha­
mados para sermos perfeitos (Mt 5.48). A 
vida cristã, essencialmente, nada mais é 
do que isso: um processo constante de 
aperfeiçoamento operado por Deus em 
nossas vidas pela ação do seu Santo Es­
pírito; um processo diário de santificação. 
E nosso modelo nesse processo, nosso 
alvo, nosso padrão, é Cristo (Rm 8.28,29; 
Ef 4.12-16). Busquemos, pois, a perfeição 
de Cristo!
CONCLUSÃO
O padrão ético do cristão está bem 
acima do padrão ético do mundo. Sim­
plesmente, esse padrão é o padrão de 
Deus. Logo, devemos honrar a Deus e 
também nos tornar cada vez mais humil­
des pelo fato de termos o compromisso 
de pregarmos e vivermos os valores 
divinos neste mundo tão corrompido. 
Cristo é nosso modelo. Sigamos, pois, o 
seu exemplo.
36 Disciptilando Aluno 4
APROFUNDANDO-SE
"O mandamento de Jesus foi: ‘Não retri­
bua a agressão!' Ele aplicou este princípio 
de cinco maneiras específicas: ofereça a 
outra face (v.39), deixe levar a sua capa 
(v.40), acompanhe a pessoa em uma segun­
da milha (v.41), dê a quem lhe pedir e não se 
desvie daquele que quiser que lheempres­
te (v.42). Muitas pessoas têm presumido 
que essas palavras de Jesus devem ser 
entendidas de forma totalmente literal. Mas 
pensar um pouco a respeito mostrará como 
esta posição é equivocada. Por exemplo, 
se um homem pedir algum dinheiro para 
se embriagar, será que você fez uma boa 
ação? Você agiu de acordo com um amor 
inteligente? Ou será que aquilo que você 
pretendia que fosse uma bênção se tornou 
uma maldição? O que Jesus estava orde­
nando era um espírito generoso e compas­
sivo em relação aos necessitados. O que se 
deve sempre lembrar é que 'a letra mata, 
e o Espírito vivifica' (2 Co 3.6). A nova lei de 
Jesus é primeiramente um novo espírito. O 
Mestre estava principalmente interessado 
nas atitudes. Deve ser reconhecido que o 
Sermão da Montanha trata, em toda a sua 
extensão, de princípios e não de regras" 
(Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. Rio de 
Janeiro: CPAD, 2012, p.61).
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. O que Jesus estava ensinado ao usar as 
figuras da “outra face", do “dar a capa” e 
do “andar a segunda milha"?
2. Quando é que o termo “vingança", no seu 
sentido original na Bíblia, aparece em um sen­
tido totalmente negativo, que é o usado hoje?
3. Jesus desautorizou de forma geral a 
busca por reparação legal?
4. Há algum texto do Antigo Testamento 
condenando a vingança? Se sim, qual?
5. No que consiste, essencialmente, a vida 
cristã?
Você Sabia?
“É dever dos cristãos desejar, aspirar 
e perseverar em direção à perfeição 
na graça e na santidade (Fp 3.12-14). 
E devemos estudar este assunto para 
que possamos estar de acordo com 
o exemplo do nosso Pai celestial (1 
Pe 1.15,16). I...1 A perfeição de Deus 
é mostrada [aos homens] à medida 
que Ele perdoa as ofensas, recebe 
os estranhos e faz bem aos iníquos 
e ingratos. A nossa responsabilidade 
consiste em procurarmos ser perfei­
tos. assim como Ele é perfeito. Nós, 
que devemos tudo o que somos à ge­
nerosidade divina, devemos imitá-la 
tão bem quanto pudermos” (HENRY, 
Matthew. Comentário Bíblico do Novo 
Testamento - Mateus a João. Rio de 
Janeiro: CPAD, 2013, pp.60,61).
QuartoCiclo 37
Lição 8
Estudada em__/ /
Sem 
Hipocrisia, 
mas com 
Verdade
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 6.1-4
1 - Guardai-vos de fazer a vossa esmola 
diante dos homens, para serdes vistos por 
eles; aliás, não tereis galardão junto de 
vosso Pai. que está nos céus.
2 - Quando, pois, deres esmola, não faças 
tocar trombeta diante de ti, como fazem 
os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, 
para serem glorificados pelos homens. 
Em verdade vos digo que já receberam o 
seu galardão.
3 - Mas, quando tu deres esmola, não saiba 
a tua mão esquerda o que faz a tua direita,
4 - para que a tua esmola seja dada ocul­
tamente. e teu Pai, que vê em secreto, te 
recompensará publicamente.
MEDITAÇÃO
O amor seja não fingido. Aborrecei o 
mal e apegai-vos ao bem. (Rm 12.9)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Lucas 12.33
• TERÇA - Atos 10.1-4.31
• QUARTA - Romanos 12.8,9
• QUINTA - 2 Corintios 913
• SEXTA - Lucas 11.40-42
• SÁBADO - Deuteronómio 6.5
38 Discipulando Aluno | Quarto Ciclo
INTRODUÇÃO
A esmola, a oração e o jejum eram 
práticas bastante comuns do judaísmo 
nos dias de Jesus. Eles eram considerados 
exigências básicas para um judeu piedoso. 
Jesus, por sua vez, não poderia deixar de 
falar sobre esses importantes assuntos 
no seu sermão, só que combatendo as 
distorções frequentes na prática dessas 
exigências. Nos primeiros oito versículos 
do capítulo 6 de Mateus, Ele redefine 
essas três práticas, resgatando o seu real 
sentido para a vida dos servos de Deus. 
Ou seja, mais uma vez Ele contrasta a 
justiça do Reino de Deus com o conceito 
popular de justiça ensinado e pregado 
pelas autoridades religiosas da sua época. 
O foco de Jesus é, mais uma vez, a pureza 
de motivos. Vejamos, nesta lição, o ensino 
de Cristo sobre as esmolas.
1. ESMOLAS SEM HIPOCRISIA
1.1. “Quando, pois, deres esmola". A 
primeira coisa que chama a atenção nes­
te texto do Sermão da Montanha é que a 
prática de dar esmola como ato de justiça 
estava tão arraigada entre os judeus da 
época de Jesus, que nosso Senhor não 
diz "Se deres esmola”, mas, sim, "Quando 
deres esmola”. Isso quer dizer que os seus 
ouvintes tinham o hábito natural de dar 
esmolas. Que bom seria se as pessoas 
de hoje tivessem o bom hábito de ajudar 
as outras! Entretanto, mesmo que todos 
tivessem esse hábito, isso não seria ainda 
tudo, porque, como aprendemos com 
Jesus, além do ato correto, é preciso ter a 
motivação correta.
1.2. Motivos errados. Jesus condena 
o uso indevido da prática de dar esmolas. 
Ele não estava condenando o fato de os 
fariseus darem esmolas, mas, sim, os mo­
tivos errados pelos quais estes e muitas 
pessoas nos seus dias estavam dando 
esmolas. Ou seja, Jesus chama a atenção 
dos seus discípulos para as motivações 
corretas. Mesmo boas coisas podem ser 
feitas pelas motivações mais vis. Não 
basta que algo em si seja bom, mas que 
os meios e as intenções de fazer tal coisa 
sejam também boas.
1.3. Hipocrisia. As pessoas que dão 
esmolas pelos motivos errados são cha­
mados por Jesus de “hipócritas" (Mt 6.2). 
O vocábulo grego traduzido aqui como 
"hipócrita” é hypokrites, que significa li­
teralmente “ator". Nada mais pertinente, 
uma vez que a descrição que Jesus faz da 
atitude desses homens que dão esmolas 
objetivando ser louvados pelas pessoas 
é a de atores em plena atuação. Esses 
homens gostavam de dar esmolas em lu­
gares públicos, onde pudessem ser vistos 
pela maior quantidade de pessoas na hora 
de conceder as esmolas. Eles atuavam, 
literalmente, como bons moços, visando 
ao elogio e aos aplausos das pessoas, à 
sua própria glorificação. A expressão “to­
car trombeta" denota isso. A ideia aqui é 
de chamar a atenção das pessoas. Jesus 
reprova contundentemente essa atitude, 
enfatizando que o dar esmolas não é um 
ato que existe para glorificar quem as doa, 
mas para beneficiar o próximo mais neces­
sitado. O ato deve ser feito com amor, e o 
amor é desinteressado; ele não busca os 
seus próprios interesses (1 Co 13.5).
2. AJUDANDO O PRÓXIMO 
SEM ALARDE
2.1. A ostentação de piedade. Jesus, 
em nenhum momento, objetiva alertar os 
seus discípulos sobre alguma espécie de 
“perigo" ou “pecado" em as pessoas verem 
as suas boas obras. Ao contrário, Ele mes­
mo havia dito antes que as boas obras dos 
seus discípulos deveríam ser vistas pelos 
homens, para que eles glorificassem a 
Deus (Mt 5.16). O que Jesus condena aqui 
é a ostentação de piedade, é fazer as boas 
obras para ser glorificado pelos homens 
em vez de fazê-las como fruto do amor
Quarto Ciclo 39
de Deus por nós e pelo próximo. As boas 
obras não são para serem escondidas, 
pois uma lâmpada escondida debaixo 
do alqueire não é útil (Mt 515). Por outro 
lado, elas não devem ter como centro da 
atenção quem faz as boas obras, mas, sim, 
Deus, que as impele e inspira pelo seu 
amor derramado em nossos corações. 
As boas obras, portanto, devem ser feitas 
com discrição.
2.2. “Já receberam o seu galardão". O 
vocábulo grego traduzido por "galardão 
ou “recompensa" em Mateus 6.2 é apecho, 
que era usado com frequência nos reci­
bos emitidos nos dias de Jesus. Ou seja, 
“a força plena da afirmação de Jesus é 
que aquele que almeja e obtém o louvor 
dos homens está dando virtualmente um 
recibo de 'Totalmente pago'"; logo, essa 
declaração de Jesus quer dizer que não 
haverá nenhum outro galardão aguardan­
do por essa pessoa no céu" (Comentário 
Bíblico Beacon. vol.6, CPAD, p. 63).
3. DEUS VÊ O BEM QUE 
FAZEMOS EM SECRETO
3.1. “Não saiba a tua mão esquerda 
o que faz a direita”. Jesus usa aqui mais 
uma figura de linguagem, desta feita para 
enfatizar a necessidade de fazermos o bem 
às pessoas sem querer chamar a atenção 
para nós mesmos. A expressão “não saiba 
a tua mão esquerda o que faz a direita” é 
outro hiperbolismo de Jesus, assim como 
o “arrancar o olho” ou o “cortar a mão para 
“atirar para longe de ti" em Mateus 5.29,30, os 
quais comentamos na Lição 5 destarevista.
Hiperbolismo é uma expressão ou 
imagem exagerada para enfatizar alguma 
coisa; no caso, um principio. A imagem da 
mão direita fazendo algo com discrição, 
que nem mesmo a sua “colega", a mão 
esquerda, bem ali ao lado, percebe o que 
ela faz, traz uma mensagem muito clara 
para nós. Jesus está dizendo, em outras 
palavras: “Não faça boas obras com alarde, 
mas faça-as com discrição". Não é escon­
der as ações de maneira obsessiva e quase 
neuroticamente, como se estivéssemos 
escondendo das outras pessoas algo 
muito feio de nossa parte. É tão somente 
fazer o que precisa ser feito com o cuidado 
de não chamar a atenção para si, sem os­
tentação, sem exibicionismo, sem vaidade.
3.2. “E teu Pai, que vê em secreto, te 
recompensará publicamente". Ainda que 
ninguém aqui na terra - a não ser você e a 
pessoa beneficiada - saiba das ações que 
você praticou em beneficio de uma pessoa, 
saiba que o teu Pai celestial está vendo, e 
conhece tudo, e promete recompensar você 
pelo bem que está fazendo. Deus honra os 
seus filhos que o honram com as suas vidas, 
com as suas palavras, com as suas ações, 
com a sua dedicação sincera e apaixonada. 
Nós muitas vezes sentimos a necessidade 
de sermos reconhecidos pelas pessoas 
quando fazemos alguma coisa que julgamos 
muito significativa. Esse é um sentimento 
natural, mas que devemos tomar o cuidado 
para que eventualmente não se torne em
Deus honra os seus 
filhos que o hon­
ram com as suas 
vidas, com as suas 
palavras, com as 
suas ações, com a 
sua dedicação sin­
cera e apaixonada. 
Discipulando Aluno 4
algo doentio, vaidoso. E uma das formas de 
evitar que isso aconteça é lembrar que o 
bem que fazemos “em oculto”, isto é, com 
discrição, sem alarde e que - justamente por 
isso - muitas vezes não chama a atenção das 
pessoas, é reconhecido e visto com amor, 
prazer e alegria pelo nosso Pai celestial, a 
quem amamos e que nos ama com amor 
eterno! Como declara Matthew Henry, um 
pastor inglês do século 17, “o fato de Deus 
ver todas as coisas em secreto é um terror 
para os hipócritas, mas é um conforto para 
os cristãos sinceros".
3.3. A recompensa divina. Jesus pro­
mete que o próprio Pai nos recompensará 
pelo que fizermos para Ele aqui na terra 
em favor dos outros. E essa recompensa, 
que se dará na Eternidade, será pública, 
diante dos homens e dos anjos. A Bíblia 
dá a entender que o galardão celestial 
será alguma espécie de poder (Ap 1.6; 
5 9.10), glória (Mt 5.12; cf. 2 Co 417,18) e 
posição que os fiéis a Deus receberão na 
Eternidade como recompensa pela sua 
dedicação humilde, sincera e fervorosa a 
Deus na terra (Mt 20.20-28; 1 Co 3.8).
3.4. Deus: Galardoador dos que o 
buscam sinceramente. A Bíblia diz que 
Deus tem prazer em abençoar. Ele é ga­
lardoador de todos que o buscam (Hb 11.6). 
Veja que grande contraste: aqueles que 
fazem boas obras visando à glória entre 
os homens terão um galardão humano, 
passageiro, vazio em sua essência. En­
tretanto, aqueles que faziam boas obras 
visando à glória de Deus receberão um 
galardão divino, eterno, perene, de glória 
indizível (Pv 11.18; Mt 25.23). Vale a pena 
servir ao Senhor! Somos salvos pela sua 
graça, abençoados na terra e, depois, ga- 
lardoados na Eternidade pelo que fizemos 
em seu nome, para a sua glória, quando 
estávamos aqui. Portanto, como disse o 
apóstolo Paulo: “Não sejamos cobiçosos 
de vanglorias, irritando-nos uns aos outros, 
invejando-nos uns aos outros; “[...] não nos 
cansemos de fazer o bem, porque a seu 
tempo ceifaremos, se não houvermos 
desfalecido”; “Mas longe esteja de mim 
o gloriar-me, a não ser na cruz de nosso 
Senhor Jesus Cristo” (Gl 5.26; 6.9,14).
CONCLUSÃO
Desde o Antigo Testamento, Deus 
deixou claro o que deseja dos seus filhos. 
Por meio do profeta Miqueias, Ele afirmou: 
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; 
e que é o que o Senhor pede de ti, senão 
que pratiques a justiça, e ames a benefi­
cência, e andes humildemente com o teu 
Deus?" (Mq 6.8). O que Jesus exige dos 
filhos do Reino nada mais é do que isso: 
amor sincero por Deus e pelo próximo, 
bondade, humildade, integridade, submis­
são à vontade divina. Aqueles que fazem a 
obra de Deus com esse espírito, com esse 
sentimento, nunca buscarão a glória para 
si quando estiverem praticando uma boa 
ação, mas sempre farão o que devem fazer 
em favor do seu próximo para a glória de 
Deus e por amor ao seu próximo, e nunca 
por interesse meramente pessoal.
Boas ações não devem ser nunca uma 
competição de egos ou um exibicionismo 
de “piedade externa”, mas, sim, uma de­
monstração sincera do amor de Deus der­
ramado em nossos corações e em favor 
dos necessitados. Qualquer coisa diferente 
disso é apenas aparência de piedade, e 
não piedade cristã de fato. É hipocrisia, 
farisaísmo, e não vida cristã genuína. Que 
Deus nos livre desse cristianismo artificial, 
falso, teatralizado. Que vivamos um cris­
tianismo verdadeiro, genuíno, do coração!
APROFUNDANDO-SE
“‘Guardai-vos de fazer a vossa esmola 
diante dos homens, para serdes vistos 
por eles: aliás, não tereis galardão junto 
de vosso Pai, que está nos céus’ (Mt 6.1). 
Deus recompensa atos altruístas feitos em
Quarto Ciclo 41
segredo. É mais fácil fazer o que é certo 
quando recebemos reconhecimento e 
louvor. Para ter certeza de que os nossos 
motivos não são egoistas, devemos rea­
lizar nossas boas obras silenciosamente, 
ou em segredo, sem nenhum pensamento 
sobre recompensa. Jesus diz que devemos 
examinar os nossos motivos em três áreas: 
generosidade (Mt 6.2-4). oração (Mt 6.5.6) 
e jejum (Mt 6.16-18). Esses atos não devem 
ser egocêntricos, mas centrados em Deus, 
feitos não para que pareçamos bons, mas 
para que a bondade de Deus seja vista. 
A recompensa que Deus promete não é 
material, e nunca é dada àqueles que a 
buscam listo é, que fazem as coisas só por 
recompensas). Fazer alguma coisa apenas 
para si mesmo(a) não é um sacrifício de 
amor. Na sua próxima boa ação, pergunte- 
-se: 'Eu ainda faria isto se ninguém jamais 
descobrisse que eu o fiz?'" (Manual da Bí­
blia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: 
CPAD. 2012. p.706).
3. O que Jesus quer dizer quando afirma 
que os que "tocavam trombeta diante de 
si” já haviam “recebido o seu galardão"?
4.0 que significa a orientação de Jesus de 
que “não saiba a tua mão esquerda o que 
faz a direita"?
5. Que recompensa pública é esta que os 
filhos de Deus receberão no céu pelas suas 
boas obras na terra realizadas em amor?
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
1. O que Jesus condenou exatamente na 
prática de dar esmolas como executada 
pelos fariseus da sua época?
2. O que Jesus quer dizer quando afirma 
que muitos das sinagogas “tocavam trom­
beta diante de si” ao dar esmolas?
Você Sabia?
“A doaçào caridosa era tão impor­
tante neste período Ide Jesus] que 
a palavra hebraica para 'justiça' ad­
quiriu o significado de 'dar esmolas', 
Este talvez seja o motivo pelo qual a 
prática de dar esmolas seja discutida 
primeiramente aqui [na seção do 
Sermão da Montanha sobre os atos 
de justiça: esmolas, oração e jejum], 
Hoje em dia, a oraçào provavelmente 
recebería o primeiro lugar, e dar es­
molas o último" (Comentário Bíblico 
Beacon. Vol.6. Rio de Janeiro: CPAD, 
2012, p.62).
42
Lição 9
Estudado em / /
Oração não 
Mecânica, mas 
Consciente
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 6,5-18
5 - E. quando orares, não sejas como os hi­
pócritas. pois se comprazem em orar em pé 
nas sinagogas e às esquinas das ruas, para 
serem vistos pelos homens. Em verdade 
vos digo que jà receberam o seu galardão.
6 - Mas tu. quando orares, entra no teu 
aposento e. fechando a tua porta, ora a 
teu Pai. que vé o que está oculto; e teu Pai. 
que vé o que está oculto, te recompensará.
7 - E. orando, não useis de vãs repetições, 
como os gentios, que pensam que. por 
muito falarem, serão ouvidos.
8 - Não vos assemelheis, pois, a eles, por­
que vosso Pai sabe o que vos é necessário 
antes de vós Iho pedirdes.
9 - Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que 
estás nos céus, santificado sejao teu nome.
10 - Venha o teu Reino. Seja feita a tua von­
tade. tanto na terra como no céu.
11-O pão nosso de cada dia dá-nos hoje
12 - Perdoa-nos as nossas dividas, assim 
como nós perdoamos aos nossos devedores
13 - E não nos induzas à tentação, mas 
livra-nos do mal: porque teu é o Reino, e 
o poder, e a glória, para sempre. Amém!
14 - Porque, se perdoardes aos homens as 
suas ofensas, também vosso Pai celestial 
vos perdoará a vós.
15 - Se, porém, não perdoardes aos 
homens as suas ofensas, também vosso 
Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
16 - E, quando jejuardes, não vos mostreis 
contrístados como os hipócritas, porque 
desfiguram o rosto, para que aos homens 
pareça que jejuam. Em verdade vos digo 
que já receberam o seu galardão.
17 - Porém tu, quando jejuares, unge a 
cabeça e lava o rosto,
18 - para não pareceres aos homens 
que jejuas, mas sim a teu Pai, que está 
oculto: e teu Pai, que vê o que está 
oculto, te recompensará.
MEDITAÇÃO
E buscar-me-eis e me achareis quando 
me buscardes de todo o vosso coração. 
(Jr 29.13)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Romanos 12.12
• TERÇA - Lucas 18.1-8
• QUARTA - Colossenses 4.2
• QUINTA - Lucas 18.9-14
• SEXTA - Marcos 9.25-29
• SÁBADO - Lucas 21.36
Díscipulando Aluno | Quarto Cido 43
INTRODUÇÃO
Assim como é possível dar esmolas 
pelas motivações erradas, é possível orar e 
jejuar dominado por motivações erradas. E 
assim como é possível realizar boas obras 
como fruto de uma religião meramente 
mecânica e ativista, é possível também 
orar e jejuar de forma mecânica e me­
ramente ritualística. É o que Jesus alerta 
na passagem em apreço do Sermão da 
Montanha que estudaremos na lição de 
hoje. Nela, Cristo ensina que a oração é, na 
verdade, uma conversa com o Pai Celestial 
e apresenta um modelo de oração para 
inspirar os seus discípulos a orar de forma 
correta. Na chamada “Oração do Pai Nos­
so", encontramos, resumidamente, tudo 
aquilo que deve haver em uma oração. E 
Jesus ainda ensina aos seus discípulos so­
bre como deve ser o momento de oração. 
Aprendamos a orar com Jesus!
1. A ORAÇÃO É UMA CON­
VERSA COM O PAI
1.1. A falsa oração: uma forma de apa­
rentar piedade. Jesus inicia a sua exposição 
sobre o importante tema da oração conde­
nando mais uma vez a ostentação de “pie­
dade" dos fariseus, desta vez manifestada 
nas orações públicas que realizavam nas 
sinagogas e nas esquinas das ruas (Mt 6.5). 
Tudo isso eles faziam “para serem vistos 
pelos homens", assim como no caso das 
esmolas (Mt 6.1,2). Eles chegavam a orar 
em pé nas esquinas só para parecerem 
piedosos diante dos demais judeus.
1.2. A oração deve ser um momento 
particular de intimidade com Deus. Je­
sus nunca condenou a oração coletiva no 
templo ou nas casas, mas reprovou, sim, as 
orações públicas nas sinagogas e nas ruas 
com objetivos exibicionistas. Ele mesmo 
participava das reuniões das sinagogas 
(Lc 4.16 - “segundo o seu costume"), que 
incluíam momentos de oração coletiva, e 
instou com os seus discípulos Pedro, Tiago 
e João certa vez para que orassem junta­
mente com Ele, fazendo-lhe companhia 
na oração e nas súplicas que derramou 
diante do Pai no momento tão intenso do 
Getsêmani (Mt 26.36-38,40).
A ênfase de Jesus, porém, sempre foi 
na oração em particular, individual, na vida 
privada, realizada individualmente entre o 
cristão e o seu Pai Celestial (Mt 6.6). Mesmo 
na oração do Getsêmani, Jesus chegou a 
ficar só em alguns momentos (Mt 26.39)- A 
oração em privado é muito importante. É 
necessário orar com nossos irmãos, com 
nossos familiares, com nosso cônjuge, com 
nossos filhos, etc., mas devemos, sobretudo, 
ter momentos particulares de oração. Deve­
mos valorizar muito os momentos a sós com 
Deus. Devemos valorizar muito as experiên­
cias particulares com Deus em oração, por­
que são parte importante e imprescindível 
de nosso crescimento e amadurecimento 
espirituais e do aprofundamento de nossa 
comunhão com nosso Pai Celestial.
1.3. Respostas de Deus. Jesus afirma 
que o Pai recompensará os filhos que o 
buscam “em oculto" (Mt 6.6), isto é, em 
particular, na intimidade, nas suas orações. 
Essa “recompensa” a que se refere Jesus 
é a resposta de Deus às nossas petições 
feitas em oração (Mt 6.8). O Senhor é galar- 
doador dos que o buscam (Hb 11.6). Deus 
tem prazer em abençoar os seus filhos.
1.4. “Vãs repetições”. Ao reprovar as 
“vãs repetições" (Mt 6.7), Jesus não está 
condenando todo tipo de repetição na 
oração. Ele mesmo, no seu momento de 
angústia no Getsêmani, passou horas em 
oração “dizendo as mesmas palavras" (Mt 
26,44). Jesus refere-se claramente a repe­
tições que, como Ele mesmo designa, são 
"vãs", isto é, vazias, mecânicas, e deixa claro 
ainda que se refere a um hábito dos gentios 
(“...como os gentios...", Mt 6.7), isto é, a um 
costume dos pagãos que provavelmente
44 LWipütendo Aluno 4
era imitado petos fariseus para chamar a 
atenção das pessoas que presenciavam 
as suas orações públicas. Possivelmente, 
esses judeus religiosos imitavam tal prática 
porque achavam que ela denotava espi­
ritualidade. Como bem explica o teólogo 
A. T. Robertson, os pagãos da antiguidade 
“pensavam que por meio de repetições infi­
nitas e muitas palavras eles informariam os 
deuses sobre o que estivessem precisando 
e os cansariam para que lhes concedessem 
os pedidos, mas a intenção dos fariseus 
não era ganhar os ouvidos de Deus, mas os 
olhos dos homens" (Comentário Mateus & 
Marcos à Luz do Novo Testamento Grego. 
Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.81).
1.5- “BLá, blá, blá”. Não precisamos ficar 
repetindo informações para Deus em ora­
ção, como se Ele dependesse que essas 
informações fossem repetidas por nós 
para, então, saber - ou não se esquecer 
- delas; nem precisamos orar em público 
floreando nossas palavras, pavoneando 
nossas preces, como se quiséssemos im­
pressionar as pessoas à nossa volta com a 
nossa “bela oratória” de oração. Tudo isso 
para Deus é, literalmente, o que chama­
mos de "blá-blá-blá". O vocábulo traduzido 
por “vãs repetições" nessa passagem do 
ensino de Jesus é battalogeõ, que, segun­
do obras especializadas, como o Dicionário 
Vine, que traz o significado exegético e 
expositivo das palavras do Antigo e do 
Novo Testamentos, é uma palavra “prova­
velmente advinda de uma frase aramaica e 
de caráter onomatopeico” (Dicionário Vine, 
CPAD, p. 1049). Ou seja, battalogeõ é uma 
onomatopéia como nosso “blá, blá, blá", e 
com o mesmo significado deste: palavras 
sem sentido e mecanicamente repetidas. 
Orações mecânicas, empavonadas para 
impressionar as pessoas, são para Deus 
mero “blá, blá, blá” para os seus ouvidos.
1.6. Uma relação de amor sincero 
entre um Pai e os seus filhos. Jesus 
orientou os seus discípulos a dirigirem-se 
a Deus em oração chamando-o de “Pai”. 
Tal prática não era comum na cultura 
judaica da época. O uso que Jesus faz 
dessa expressão para referir-se à Primei­
ra Pessoa da Trindade e o fato de ensinar 
os seus discípulos a dirigirem-se assim a 
Ela demonstram o desejo que Cristo tinha 
de os seus discípulos entenderem que 
o momento da oração era um momento 
de intimidade, de comunhão, de relação 
sincera e aberta entre Pai e filho. E, numa 
relação assim, a conversa é sempre de 
respeito, reverência, mas também, e 
sobretudo, amorosa e sincera.
Deus quer que nossos momentos de 
oração sejam corretamente entendidos 
como momentos em que os filhos de Deus 
lançam-se nos braços do seu Pai celestial 
para abrirem os seus corações para Ele, 
terem comunhão com Ele, gozarem da sua 
presença, ouvirem a sua voz e receberem 
toda força e consolo de que precisam.
2. A ORAÇÃO QUE JESUS 
ENSINOU
2.1, O propósito da Oração do Pai 
Nosso. A Oração do Pai Nosso (Mt 6.9-13) 
não trata de uma oração para ser repetida 
mecanicamente. Ela é apenas um modelo 
de oração ensinado por Jesus aos seus 
discípulos resumindo tudo o que uma 
oração deve ter; é um esboço didático 
da oração ideal. Erra, portanto, quem faz 
dessa oração apenas mais uma oração 
mecânica. Issoé tudo o que Jesus não 
queria que ela fosse. Analisemos a seguir 
cada trecho dessa oração-modelo e o que 
basicamente ela nos ensina.
2.2. “Pai nosso”. O termo “nosso" de­
nota intimidade. Na abertura desse mo­
delo de oração ideal, mais uma vez Jesus 
enfatiza a intimidade reverente que deve 
haver entre os filhos do Reino e o seu Pai 
Celestial. Ele não é simplesmente “o Pai”. 
Ele é “nosso Pai”! Aleluia!
Quarto Ciclo 45
2.3- “Santificado seja o teu nome”. 
Essa expressão significa “Que teu nome 
seja santificado em minha vida!". O cristão 
deve ter como objetivo principal da sua 
vida exaltar e glorificar a Deus. E ele faz 
isso quando escolhe encarnar os princípios 
do Evangelho na sua vida, quando decide 
honrar a Deus nos seus pensamentos, 
palavras e ações. Essa expressão signifi­
ca também que a oração ideal deve não 
apenas ser um momento de intimidade, re­
verência, sinceridade e amor ("Pai nosso"), 
mas deve também começar com adoração 
(“Santificado seja o teu nome”).
2.4. “Venha o teu reino". Trata-se de 
um pedido para que Deus reine sobre nós; 
ou melhor, para que o seu senhorio esteja 
não apenas sobre nós, mas que alcance 
todo o mundo. Essa expressão demonstra 
a preocupação que o filho de Deus deve 
ter em ver a expansão do Reino de Cristo 
na terra. Devemos orar pela conversão de 
vidas, pela obra de Deus, pelos nossos 
irmãos, pela causa divina na terra, e não 
apenas por nossas questões pessoais. Elas 
vèm depois.
2.5. “Seja feita a tua vontade". Aqui 
vemos uma petição específica para que 
a vontade divina seja cumprida em nossa 
vida, na vida de nossos familiares, na vida 
de nossos irmãos. A expressão “Tanto na 
terra como no céu" (Mt 6.10b) significa que 
da mesma forma que a vontade de Deus é 
cumprida no céu - e lá ela é cumprida de 
forma plena - ela seja cumprida em nossas 
vidas aqui na terra.
2.6. “O pão nosso de cada dia dá-nos 
hoje”. Finalmente, vemos a petição por 
necessidades pessoais, particulares e 
de nosso próximo (“pão nosso"). Essas 
petições devem fazer parte de nossas 
orações. Deus nos estimula a orar pedindo 
a sua ajuda, graça, força e intervenções em 
nosso favor e em favor de nossos entes 
queridos, suprindo nossas necessidades 
(Mt 7.7-n). Entretanto, a oração, como já 
vimos até aqui, não é constituída apenas 
de petições por questões pessoais. Em 
primeiro plano, está nossa comunhão 
com Deus, a adoração, a glória de Deus, 
a expansão do Reino de Deus, a vontade 
de Deus para nossas vidas, e logo depois 
vêm nossas necessidades pessoais. Em 
primeiro lugar, está “o Reino de Deus e a 
sua justiça”, e “Todas essas coisas vos serão 
acrescentadas" (Mt 6.33). Primeiro vem o 
“Pai nosso", depois o “pão nosso".
2.7. “Perdoa as nossas dívidas, assim- 
como nós perdoamos". Na oração, preci­
samos tratar também, arrependidos, de 
nossos pecados, de nossas falhas diárias. 
Mas não só isso: devemos também ter 
disposição para perdoar nossos ofensores.
2.8. “E não nos induzas à tentação, 
mas livra-nos do mal". Devemos orar para 
que Deus nos livre de toda artimanha do 
Maligno contra nossas vidas. Se quiser­
mos proteção divina, devemos buscar a 
presença de Deus. Não podemos querer 
a proteção divina se não buscamos a sua 
presença. Deus promete livrar aqueles que 
“habitam” na sua presença (SI91.1). Isso não 
significa dizer que quem busca a Deus está 
isento de aflições, mas, sim, que, quando 
elas nos sobrevierem, Deus certamente 
nos dará vitória em todas elas (Sl 34-19) 
Quanto à expressão "E não nos induzas à 
tentação", ela significa "E não permita que 
sejamos provados de tal forma que não 
suportemos", pois o termo traduzido por 
“tentação" aqui quer dizer “provação".
2.9. “Porque teu é o Reino, o poder e a 
glória para sempre". A oração ideal come­
ça com adoração e termina com adoração. 
Ela é um momento especial de comunhão 
com nosso Pai Celestial, com o Deus do 
Universo. Portanto, nossa oração deve 
começar e terminar com um momento 
especial de devoção, de adoração sincera 
e fervorosa à glória dELe.
46
2.10. “Amém!” A expressão “Amém!" 
significa literalmente “Assim seja!". 
Quando concluímos nossas orações com 
“Amém!”, estamos dizendo a Deus: "Senhor, 
te peço que tudo o que coloquei diante de 
ti seja uma realidade", “Peço que seja as­
sim”. E quando acrescentamos “Em nome 
de Jesus” ao “Amém”, estamos dizendo 
“Pedimos-te que seja assim em nome de 
Jesus", isto é, “por Jesus", “pelos méritos de 
Jesus" Essa é uma bela forma de concluir 
nossas orações, reconhecendo que tudo 
o que somos e temos certamente são por 
intermédio de Jesus.
3. ORAÇÃO E JEJUM
3.1. Ojejum espirituale o jejum hipócri­
ta. Nos dias de Jesus, havia religiosos que 
infelizmente se fingiam contritos e jejuavam 
só para parecerem espirituais e ganharem 
a honra do povo pela sua “consagração". 
Entretanto, esse jejum não era recebido por 
Deus. Ojejum verdadeiro é abstinência de 
alimentos como um desprendimento es­
pontâneo das coisas terrenas para focar-se 
nas coisas espirituais. Ele é algo pessoal, 
íntimo, que você faz para Deus, e não para 
aparecer para os outros. Esse jejum, que é 
de ordem espiritual, é recebido por Deus.
CONCLUSÃO
Que todos os nossos “atos de justiça” 
- como eram chamadas as práticas das 
esmolas, da oração e do jejum nos dias 
de Jesus - sejam realizados cumprindo 
o propósito pelo qual existem: glorificar a 
Deus, e não aos homens.
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. Como deve ser a oração?
2.0 que são as "vãs repetições" que Jesus 
condenou?
3. Qual o propósito da Oração do Pai 
Nosso?
4. O que quer dizer “Venha o teu reino”?
5. Qual a diferença entre ojejum espiritual 
e o hipócrita?
Você Sabia?
“Muitos fariseus jejuavam duas vezes 
por semana como um dever religioso. 
Estes não eram jejuns de 24 horas, 
mas jejuns de 12 horas, de sol a sol. 
Jesus não criticou o costume de 
jejuar. O que Ele realmente criticou 
foram aqueles que anunciavam seu 
jejum desfigurando seu rosto. O que 
fazemos para Deus deve ser feito para 
Deus. O que fizermos para 'mostrar 
aos homens' estará corrompido" 
(RICHARDS, Lawrence Comentário 
Devocional da Biblia. Rio de Janeiro: 
CPAD, 2012, p.560).
Quarto Ciclo 47
Lição 10
Estudada em / /
A Ambição do 
Discípulo: Não à 
Segurança dos 
Bens Materiais
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 6.24-29; 31-33
24 - Ninguém pode servir a dois senhores, 
porque ou há de odiar um e amar o outro ou 
se dedicará a um e desprezará o outro. Não 
podeis servir a Deus e a Mamom.
25 - Por isso, vos digo: não andeis cuidado­
sos quanto à vossa vida, pelo que haveis de 
comer ou pelo que haveis de beber: nem 
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de 
vestir. Não é a vida mais do que o manti­
mento. e o corpo, mais do que a vestimenta?
26 - Olhai para as aves do céu. que não 
semeiam, nem segam, nem ajuntam em ce­
leiros: e vosso Pai celestial as alimenta. Não 
tendes vós muito mais valor do que elas?
27 - E qual de vós poderá, com todos os 
seus cuidados, acrescentar um côvado à 
sua estatura?
28 - E, quanto ao vestuário, porque andais 
solícitos? Olhai para os lírios do campo, como 
eles crescem; não trabalham, nem fiam.
29 - E eu vos digo que nem mesmo Salo­
mão, em toda a sua glória, se vestiu como 
qualquer deles.
31 - Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que 
comeremos, ou que beberemos. ou com 
que nos vestiremos?
48 Discipulando Aluno | Quarto Ciclo
32 - Porque todas estas coisas os 
gentios procuram. Decerto vosso Pai 
celestial bem sabe que necessitais de 
todas estas coisas;
33 - Mas buscai primeiro o Reino de 
Deus, e a sua justiça, e todas essas 
coisas vos serão acrescentadas.
MEDITAÇÃO
Porque o amor do dinheiro é a raiz 
de toda espécie de males; e nessa 
cobiça alguns se desviaram da fé e 
se traspassaram a si mesmos com 
muitas dores. (1 Tm 6.10)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - 1 Timóteo 6.6-12
• TERÇA - Hebreus 13.5
• QUARTA - Filipenses 410-13
• QUINTA - 1 Pedro 1.3,4
• SEXTA - Filipenses 4.6-8
• SÁBADO - 1 Timóteo 6.17-19
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos o en­sino de Jesus contra o materialismo, que 
sempre foi um dos principais males para 
a vida espiritual. Trata-se do apego e da 
obsessão pelas coisas materiais, pelos 
bens terrenos. Jesus não condenou os 
bens terrenos, mas, sim, o apego a eles. 
Há pessoas que, infelizmente, vivem mais 
para amontoar bens na terra do que para 
qualquer outra coisa. A finalidade da vida 
dessas pessoas é o material; as coisas es­
pirituais ficam em segundo plano, quando 
não em terceiro, no seu dia a dia. Entretan­
to, Jesus ensina-nos a priorizar o espiritual. 
Não é negar ou condenar o material. Ele 
é importante, só não é o mais importante 
nem deve ser o centro de nossa vida. O 
centro de nossa vida deve ser Deus. Aliás, 
Ele é a razão de nosso viver, o sentido de 
nossas vidas, Fomos feitos por Ele e para 
Ele. Glórias, pois, a Ele!
1. A RIQUEZA DA TERRA EA 
RIQUEZA DO CÉU
1.1. A loucura de amontoar riquezas na 
terra. Jesus chamou a atenção dos seus 
discípulos para a loucura que é uma pes­
soa viver apenas amontoando riquezas na 
terra. Ele não está aqui condenando o ser 
rico, mas, sim, a obsessão em enriquecer 
mais e mais, de maneira a apenas amon­
toar riquezas em vez de usá-las de forma 
sábia. Jesus cita como exemplos realida­
des da sua época: quem ajuntava muitas 
roupas acabava perdendo muitas delas 
para as traças, que faziam a festa; quem 
amontoava metais, fazia com que boa par­
te deles, por não estarem em circulação, 
fossem acometidos pela ferrugem; e quem 
guardava os seus bens mais preciosos nas 
paredes das suas casas, que geralmente 
eram feitas de barro, muitas vezes eram 
alvos de ladrões, que “minavam" as pare­
des das casas, cavavam-nas, para roubar 
as riquezas dos outros (Mt 6.19). Claro 
que muita coisa mudou de lá para cá na 
questão dos métodos de preservação 
das coisas, mas a principal lição de Jesus 
aqui, para nossas vidas, permanece. O que 
Jesus quis dizer nessa passagem é que 
os bens materiais são passageiros, razão 
pela qual não devemos ficar presos a eles, 
não devemos permitir que nos dominem, 
mas devemos ser bons mordomos, admi­
nistradores sábios e liberais dos bens que 
recebemos.
1.2. Riqueza do céu. A única riqueza 
que pode ser amontoada sem prejuízo 
para a pessoa, enfatiza Jesus, é a riqueza 
de ordem espiritual (Mt 6.20), isto é, tudo 
aquilo que fazemos para Deus aqui na terra 
e que resultará em galardão para nós na 
eternidade. Acumulemos boas obras, de­
dicação sincera à obra de Deus, e seremos 
grandemente galardoados nos céus.
1.3. “Onde estiver o vosso tesouro, ali 
estará também o vosso coração". Essa 
frase lapidar de Cristo quer dizer que se 
consideramos mais os bens terrenos do 
que as riquezas espirituais, então nosso 
coração está preso às coisas terrenas: e 
se valorizamos mais as coisas celestiais do 
que os bens materiais, então claramente 
nosso coração está voltado para o céu. O 
que desejamos: ser escravos do que pere­
ce ou servos de um Reino incorruptível? O 
que é melhor: servir a Deus ou às riquezas?
2. NÃO PODEMOS SERVIR A 
DEUS E AO DINHEIRO
2.1. Olhos maus, corpo em trevas; 
olhos bons, corpo iluminado. Nos versícu­
los 22 a 24. Jesus fala sobre a necessidade 
de haver no cristão uma unidade correta 
de propósitos. Para isso. Ele usa mais uma 
figura de linguagem. Nesse caso, os olhos 
e o corpo. Diz Jesus que se os olhos forem 
bons, o corpo terá luz; e se foram maus, o 
corpo estará em trevas. Olhos falam de 
foco, de visão. Ou seja, Jesus está afirman­
do que se nosso foco e visão forem equi­
Quarto Ciclo 49
vocados, toda a nossa vida estará imersa 
em trevas; mas se nossos foco e visão 
forem acertados, estaremos na luz. Não 
pode haver sobre nós luz - que simboliza 
aqui a presença de Deus - se não há um 
foco acertado, uma unidade de propósito, 
uma pureza de intenção em tudo o que 
fazemos. Devemos priorizar a Deus. Não 
podemos dividir nosso foco, dividir nossa 
lealdade. Deus tem que reinar sem rival no 
trono de nosso coração. Ele é nosso foco.
2.2. "Mamom": o amor ao dinheiro. 
A palavra “Mamom" é a forma aramaica 
para dinheiro ou riquezas usada nos dias 
de Jesus. Logo, “servir a Mamom” significa 
"servir às riquezas", colocá-las como prio­
ridade em nossas vidas. A Bíblia classifica 
como algo ruim o amor às riquezas, o 
confiar nelas. Isso está claro também em 
várias outras passagens das Escrituras. A 
Bíblia nos diz, por exemplo, que passamos 
a ser ímpios em relação às riquezas quan­
do; (1) passamos a amar as riquezas (1 Tm 
6.10); (2) as riquezas passam a ser senhor 
em nossas vidas, e não um servo (Mt 6.24); 
(3) tornamo-nos avarentos (Lc 12.15a); (4) 
passamos a medir a qualidade de nossa 
vida pela abundância do que possuímos 
(Lc 12.15b); (5) pomos o coração nas rique­
zas (Mt 6.19-21), colocando nossa espe­
rança nelas (1 Tm 6.17b); (6) tornamo-nos 
altivos, soberbos, arrogantes, por causa 
das riquezas (1 Tm 6.17a); (7) cobiçamos as 
riquezas (1 Tm 6.10), tornando-as a obses­
são de nossa vida (1 Tm 6.9). Como já disse 
alguém com grande acerto, “as riquezas 
são um excelente servo, mas um péssimo 
senhor". Que as riquezas nos sirvam, e não 
nós a elas. Afinal, não servimos ao que 
perece. Servimos a Deus.
2.3. Ser materialmente pobre ou rico 
não necessariamente tem algo a ver com 
condição espiritual. Há casos na Bíblia de 
servos de Deus ricos e pobres, de servos 
de Deus ricos que empobreceram e de 
servos de Deus pobres que enriquece­
ram, Por exemplo: Abraão foi rico; Isaque 
foi rico; Jacó nasceu em uma família rica, 
depois foi ganhar a vida como empregado 
do seu tio Labão até que Deus fez com que 
enriquecesse sem precisar da ajuda dos 
seus pais; o rico Jó era um homem justo e 
reto diante de Deus, mas tornou-se mise­
rável e voltou a ser rico; o profeta Jeremias 
era pobre, permaneceu assim e morreu 
assim; os profetas Sofonias e Isaías foram 
aristocratas palacianos, mas o profeta 
Amós foi um simples camponês; o pobre 
Lázaro da história contada por Jesus em 
Lucas 16, e que morreu pobre e na miséria, 
era um homem justo; a Bíblia diz que um 
profeta que realmente “temia ao Senhor" 
e auxiliava no ministério do profeta Eliseu 
morreu pobre e endividado (2 Rs 4.1), mas 
a sua esposa acabou prosperando após 
um milagre de Deus (2 Rs 4.7), etc. Deus 
abençoa, sim, materialmente os seus 
filhos, só que bens materiais não podem 
ser necessariamente sinal da bênção de 
Deus, se não o que dizer de ímpios que são 
prósperos financeiramente, porém infeli­
zes por não terem Jesus nas suas vidas?
As riquezas não são o mais importante 
na vida de um crente. Muito longe disso, 
podem tornar-se ainda um mal, quando se 
tornam um deus na vida da pessoa. Deus 
nos Livre disso!
Deus tem que reinar 
sem rival no trono 
de nosso coração.
Ele é nosso foco.
50 Discipulando Aluno 4
3. VIVENDO A QUIETUDE DO 
REINO DE DEUS
3.1. “Não andeis cuidadosos". Ainda 
dentro do tema materiatismo ou foco ou 
obsessão nas coisas terrenas, Jesus fala, na 
sequência, nos versículos 25 a 34, sobre a 
ansiedade em relação às coisas materiais. 
E Ele não está falando mais de amontoar 
riquezas, mas de necessidades básicas. 
Jesus diz aos seus discípulos que eles 
devem aprender a confiar na providência 
divina, crer que Deus haverá de prover 
todas as nossas necessidades básicas: da 
alimentação ao vestuário. Ou seja, o cristão 
deve fazer a sua parte, que é trabalhar (1 
Ts 4.11,12) - assim como os pássaros são 
diligentes e as plantas esforçam-se nor­
malmente para crescer e confiar que 
Deus cuidará dEle (Sl 127.1,2). Afinal, como 
lembra Jesus, Deus cuida das aves do céu 
e dos lírios do campo, que valem menos 
do que nós; então como Ele não cuidaria 
de nós, que somos os seus filhos amados?
Confiemos no Senhor! Não permitamos 
que as ansiedades pelas coisas naturais 
dessa vida levem-nos a um estado desne­
cessário e doentio de preocupação. Não 
devemos ficar ansiosos pelo que havere­
mos de comer, beber ou vestir (v.31), porque 
nosso Pai Celestial sabe muito bem de que 
precisamos (v.32). Apenas façamosnossa 
parte e confiemos na sua provisão amorosa.
3.2. O contentamento cristão - Em 
Tiago 1.9-11, Tiago fala que da mesma for­
ma como o cristão pobre deve alegrar-se 
na sua melhora de vida (v.9), o cristão rico 
também deve alegrar-se nas circunstâncias 
difíceis (v.ioa), porque as riquezas terrenas 
são passageiras, transitórias; logo, não 
devemos ficar apegados a elas (vv.iob-11). 
Ou seja, o cristão deve aceitar as ordens da 
providência divina com gratidão.
O cristão transforma a sua provação 
em grande alegria quando reconhece na 
provação uma oportunidade para ama­
durecer e fortalecer-se na fé (Tg 1.2-4); 
quando se aproxima de Deus em oração, 
pedindo-lhe sabedoria (Tg 1.5-8): e quando 
aceita com gratidão a soberania e a provi­
dência divinas em todas as circunstâncias 
da sua vida (Tg 1.9-11), sabendo que Deus 
está no controle de tudo e Ele sabe o que 
faz e o que é melhor para a sua vida (Pm 
8.28; 12.2).
O apóstolo Paulo declara: “[...] já apren­
dí a contentar-me com o que tenho. Sei 
estar abatido, e sei também ter em abun­
dância; em toda maneira, e em todas as 
coisas, estou instruído, tanto a ter fartura, 
como a ter fome: tanto a ter abundância, 
como a padecer necessidade. Posso todas 
as coisas naquele que me fortalece" (Fp 
411-13). Em 1 Timóteo 6.8, ele ainda diz: 
“Tendo, porém, sustento, e com que nos 
cobrirmos, estejamos com isso contentes”. 
O que Tiago e Paulo estão dizendo é que, 
rico ou pobre, o cristão deve ser humilde 
e temperante. O cristão deve aprender 
a ser contente e satisfeito em todas as 
situações da vida.
CONCLUSÃO
A vida cristã não despreza as coisas 
materiais, muito menos nossas neces­
sidades materiais, mas tem como foco 
o espiritual, e isso não quer dizer que o 
material deve ser anulado pelo espiritual, 
mas, sim, que deve estar subordinado ao 
espiritual. Deus deseja que sejamos bons 
mordomos de tudo o que temos recebido 
da sua parte, inclusive as bênçãos mate­
riais. Quando aprendemos isso, usufruímos 
melhor do que temos, somos mais sábios 
na administração de nossos recursos, não 
ficamos presos às ansiedades consumistas 
desta vida e somos mais contentes e gra­
tos a Deus por tudo o que temos, em vez 
de nos sentirmos sempre e doentiamente 
insatisfeitos com tudo o que conquistamos 
na vida.
Quarto Ciclo 51
APROFUNDANDO-SE
“O materialismo é um sintoma comum 
e fatal de hipocrisia como qualquer outro, 
porque por nenhum pecado Satanás pode 
ter um domínio mais seguro e mais rápido 
da alma, sob a capa de uma profissão de 
religião visível e admissível, do que por 
meio do materialismo. Portanto, tendo 
nos alertado contra cobiçar o louvor dos 
homens, Cristo, em seguida, nos alerta 
contra cobiçar a riqueza do mundo: tam­
bém devemos prestar atenção a isto para 
que não sejamos como os hipócritas e 
não façamos o que eles fazem. O erro 
fundamental de que eles são culpados 
consiste em escolher o mundo como o 
seu galardão. Devemos, portanto, estar 
alertas contra a hipocrisia e o materialismo 
na escolha que fazemos do nosso tesou­
ro, do nosso fim e dos nossos senhores" 
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do 
Novo Testamento - Mateus a João. Rio de 
Janeiro: CPAD, 2013 p.70).
3. O que significa a metáfora usada por 
Jesus dos "olhos bons, corpo iluminado; 
olhos maus, corpo em trevas"?
4. O que significa “Mamom”?
5. O que é o contentamento cristão ensi­
nado na Bíblia?
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. Ao falar contra o amontoar riquezas na 
terra, que mensagem Jesus estava que­
rendo enfatizar aos seus discípulos de 
ontem e de hoje?
2. Quais as únicas riquezas que podem ser 
amontoadas sem prejuízo para a pessoa 
que as tem?
Você Sabia?
‘‘Quando compreendermos o quanto 
Deus realmente nos ama, não mais 
nos sentiremos pressionados para 
'correr atrás’ das necessidades da 
vida. Isso nos liberta para estabele­
cer as prioridades corretas, e buscar 
‘primeiro o Reino de Deus, e a sua 
justiça’ (Mt 6.33). Que alegria não se 
preocupar com nada, exceto agradar 
a Jesus!” (RICHARDS, Lawrence. Co­
mentário Devocionalda Bíblia. Rio de 
Janeiro: CPAD, 2012, p.560).
52 Discipulando Aluno 4
Não Julgue 
o Próximo, para 
que não Sejas
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 7.1-6
MEDITAÇÃO
Olhai por vós mesmos. E se teu irmão 
pecar contra ti, repreende-o; e se ele 
se arrepender, perdoa-lhe. (Lc 17.3)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Romanos 14.4,13
• TERÇA - João 7 24
• QUARTA - Lucas 17.1-4
• QUINTA - Romanos 2.1
• SEXTA - 1 Coríntios 4.3-5
• SÁBADO - 1 Coríntios 11.28-32
1 - Não julgueis, para que não sejais jul­
gados,
2 - porque com o juízo com que julgardes 
sereis julgados, e com a medida com que 
tiverdes medido vos hão de medir a vos.
3 - E por que reparas tu no argueiro que 
está no olho do teu irmão e não vès a trave 
que está no teu olho?
4 - Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me 
tirar o argueiro do teu olho, estando uma 
trave no teu?
5 - Hipócrita, tira primeiro a trave do teu 
olho e. então, cuidarás em tirar o argueiro 
do olho do teu irmão.
6 - Não deis aos cães as coisas santas, 
nem deiteis aos porcos as vossas pérolas: 
para que não as pisem e, voltando-se, vos 
despedacem.
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 53
INTRODUÇÃO
Na Lição de hoje, veremos o ensino de 
Jesus a respeito da forma como deve ser 
nossa conduta diante das falhas das outras 
pessoas. A sua crítica recai sobre a ques­
tão do juízo, e o alvo original desse trecho 
do seu Sermão da Montanha parece ser 
mais uma vez os escribas e fariseus, que 
eram conhecidos pela forma arrogante 
como tratavam as outras pessoas que 
eles entendiam não serem “dignas". Logo, 
Jesus não está aqui condenando todo tipo 
de julgamento, como pode parecer à pri­
meira vista, para os mais desatentos, mas 
apenas o julgamento falso e o julgamento 
arrogante. Vejamos, a seguir, as principais 
lições que aprendemos sobre os outros e 
também sobre nós mesmos a partir dessa 
importante parte do ensino do Mestre.
1. NÃO DEVEMOS SER 
JULGADORES DOS OUTROS
1.1. Juízo de condenação. Quando Je­
sus condena julgarmos os outros (Mt 7.1), 
Ele não está condenando, por exemplo, 
os magistrados civis que julgam as cau­
sas dos homens - isto é, Ele não estava 
condenando a instituição judiciária, que é 
um braço importante e necessário para o 
Estado cumprir a sua função de proteção 
social (Rm 13.1-7). Jesus também não es­
tava dizendo que nunca devemos ter po­
sições definidas em relação às atitudes e 
pensamentos expressos das pessoas. Se 
fosse assim, o próprio Jesus não orientaria 
os seus discípulos depois a fazer esse tipo 
de avaliação, alertando, porém, que não 
deveríam fazê-la segundo padrões pró­
prios, mas, sim, “segundo a reta justiça", 
isto é, segundo o padrão divino (Jo 7.24). 
No seu Sermão da Montanha, Jesus está 
condenando uma disposição doentia à 
crítica, e uma critica condenatória. O te­
ólogo A. T. Robertson, já falecido e consi­
derado um dos maiores especialistas em 
grego do Novo Testamento em todos os 
tempos, frisa que o vocábulo traduzido 
em Mateus 7.1 como “julgar" refere-se 
“ao hábito da disposição de condenar e 
criticar", à “crítica acentuada e injusta" 
(Comentário Mateus & Marcos à Luz do 
Novo Testamento Grego, CPAD, p.91). 
Jesus está condenando a crítica injusta, 
o falar mal dos outros, a crítica arrogante, 
maldosa e destrutiva. O julgar aqui não 
tem nada a ver com “avaliar", mas, sim, 
com “condenar". E é um juízo feito pelas 
pessoas em particular.
1.2. “Para que não sejaisjulgados”. Je­
sus apresenta a razão dessa proibição do 
juízo maldoso e condenatório: “[...] para que 
não sejaisjulgados" (Mt 7.1b). O que Cristo 
está dizendo aqui é que aqueles que se 
mostram mais rigorosos ejuízes dos outros 
serão naturalmente os que mais estarão 
sujeitos à censura de terceiros. Quem mui­
to exige será muito exigido pelos outros. 
Se os misericordiosos alcançarão miseri­
córdia (Mt 5.7), os não misericordiosos tam­
bém não receberão misericórdia quando 
cometerem alguma falha. O próprio Deus 
estabelece que devemos aprender a 
perdoaros outros se queremos receber o 
perdão de Deus. Jesus ensinou-nos a orar 
nessa perspectiva (Mt 6.12).
1.3. “Com a medida com que tiverdes 
medido vos hão de medir a vós". Esse é o 
princípio da proporcionalidade. A mesma 
medida que usarmos para medir nossos 
irmãos será usada para medir-nos. O 
propósito de Jesus ao alertar os seus dis­
cípulos para isso é conscientizá-los de que 
eles devem evitar ser rigorosos no relacio­
namento com os seus irmãos. Precisamos 
reconhecer que todos nós somos falhos e 
dependentes da graça e da misericórdia 
divina. Ninguém é superior ao outro, mas 
todos somos pecadores agraciados pela 
misericórdia divina. Isso não significa dizer 
que devemos relevar o pecado, como se 
ele não fosse nada demais, nem que um 
54 Di$( ipulando Aluno 4
cristão que cometeu um pecado que es­
candalizou os seus irmãos não é passível 
de disciplina da igreja, mas que mesmo 
na disciplina devemos agir com amor, e 
não com arrogância; com misericórdia, e 
não com o intuito de "esmagar" aquele ou 
aquela que já está sofrendo as consequ­
ências dos seus próprios pecados.
2. DEVEMOS PRIMEIRO 
OLHAR PARA NÓS MESMOS
2.1. O argueiro e a trave. O termo "ar- 
gueiro", que aparece nos versículos 4 e 5. 
não é uma referência a um grão de pó, mas 
a uma lasquinha de madeira, um pedacinho 
muito pequeno, que cai no olho da pessoa, 
prejudicando e irritando o olho. Já o termo 
“trave”, que aparece nesses mesmos versí­
culos, é uma alusão a uma viga ou travessa 
enorme, que segura muitas tábuas. Ou seja, 
Jesus está usando aqui de uma hipérbole 
mais uma vez: “Por que reparas na minús­
cula lasquinha de madeira irritando o olho 
do teu irmão e não vês antes a imensa 
viga no teu olho?”. Há, inclusive, um antigo 
ditado árabe, provavelmente inspirado nas 
palavras de Jesus, que afirma: “Como tu vês 
a lasca no olho do teu irmão, e não vês a 
viga-mestra no teu próprio olho?".
2.2. Um princípio ético. Em primeiro 
lugar, Jesus está estabelecendo aqui um 
princípio ético claro: por questão de ética, 
uma pessoa não pode chamar a atenção 
de outra por ter cometido o mesmo erro 
que ela cometeu, a não ser que chame 
a sua atenção particularmente, e em 
amor, e reconhecendo, antes de qualquer 
palavra, o seu próprio erro. E se o seu 
próprio erro ainda não foi resolvido, que 
ela resolva antes o seu próprio erro, antes 
de querer cuidar dos erros das outras 
pessoas. Se a pessoa não agir assim, agirá 
como um perfeito hipócrita, como afirma 
Jesus (Mt 7.5). Antes do argueiro do outro, 
nossa própria trave: “[...] tira primeiro a tra­
ve do teu olho e, então, cuidarás em tirar 
o argueiro do olho do teu irmão".
2.3. Devemos ser mais tolerantes com 
o próximo do que com nossos próprios 
erros. Em segundo lugar, o ensino de Je­
sus sobre o “argueiro" e a “trave” significa 
que devemos ser mais tolerantes com 
os erros do próximo do que com nossos 
próprios erros. Aquilo que é “argueiro" no 
meu irmão, quando o vejo em mim, devo 
vê-lo como uma “trave”. Aliás, já imaginou 
se todos agissem assim? Como o mundo 
seria totalmente diferente!
2.4. Visão distorcida. Em terceiro lugar, 
os olhos são usados nesta metáfora de Jesus 
não por acaso. Olhos falam de visão. Logo, 
Jesus está afirmando aqui que não assumir 
e resolver nossos próprios erros distorce 
nossa visão das coisas, das situações e das 
pessoas. Somente depois de livrarmo-nos 
daquilo que turva nossa visão, poderemos 
ajudar de forma correta aqueles que estão 
passando por situação semelhante à nossa. 
Somente depois de livrarmo-nos de nossa 
“trave”, poderemos ajudar nossos irmãos 
com os seus “argueiros".
3. E SE FÔSSEMOS
JULGADOS PELA 
SEVERIDADE DE DEUS?
3.1. Uma reflexão muito importante.
Sempre quando precisarmos lidar com o 
problema de um irmão, um bom exercício 
para nós será fazer a seguinte reflexão: “E 
se fôssemos julgados pela severidade de 
Deus?”. Comentando esse texto de Mateus, 
que ora estudamos hoje, o teólogo britânico 
Matthew Henry, do século 17, faz a seguinte 
e precisa reflexão: “O que faremos quando 
Deus se levantar (Jó 31.14)? O que seria de 
nós, se Deus fosse tão rigoroso e severo ao 
nos julgar como somos ao julgar os nossos 
irmãos? Se Ele fosse nos pesar na mesma 
balança? Podemos justamente esperar que 
isso [julgar-nos com a mesma medida que 
Quarto Ciclo 55
julgamos os outros] venha a acontecer, se 
formos exagerados ao registrar o que nossos 
irmãos fazem de errado. Nisso, como em 
outras coisas, o violento comportamento 
dos homens irá recair sobre suas próprias 
cabeças" (Comentário Bíblico do Novo Tes­
tamento - Mateus a João, CPAD, pp.77-78).
3.2. Sobre dar “coisas santas” aos 
"cães" e “pérolas" aos “porcos". O versícu­
lo 6 de Mateus 7 parece, à primeira vista, 
destoar completamente do assunto dos 
versículos 1 a 5 e dos temas da bondade 
de Deus e dos falsos profetas, que são 
tratados a seguir, nos versículos de 7 a 
20. Porém, isso é apenas uma impressão. 
O que Jesus afirma ali está intimamente 
ligado com o tema do juízo condenatório. 
Ao orientar os seus discípulos a não lançar 
“coisas santas” aos "cães" e “pérolas” aos 
“porcos", para que estes não as “pisem" e 
depois voltem-se contra os discípulos para 
os “despedaçarem", Jesus está querendo 
dizer que devemos ser prudentes em 
nosso zelo contra o pecado. Em alguns 
casos - e isso significa que é importante 
ter discernimento para identificá-los -, 
convém não sair por aí aconselhando e 
exortando aqueles que realmente me­
recem censura (os religiosos hipócritas e 
pecadores de forma geral declaradamente 
arrogantes e zombadores), porque isso 
poderá ser perda de tempo, uma vez que 
eles poderão não dar ouvidos aos seus 
importantes conselhos e depois ainda se 
voltarão contra você, que só queria aju­
dá-los. Lançar uma pérola para um porco 
ou para um cão é como lançar uma pedra 
contra ele - isso só irá irritá-lo. Ou seja, em 
determinados casos, é melhor não perder 
tempo voltando-se para essa gente.
CONCLUSÃO
Que esse importante ensino de Jesus 
sobre o juízo condenatório possa ser 
aplicado em nossa vida sábia e obedien­
temente, para que possamos nos conduzir 
com sabedoria no relacionamento com 
nosso próximo. Esses conselhos do Mestre 
são "pérolas" que seríamos absolutamente 
tolos em desprezar. Se assim o fizéssemos, 
seríamos como os “porcos" e “cães” da sua 
fala. Deus, porém, pela sua graça, deu-nos 
discernimento para entendermos e apre­
ciarmos o valor das “pérolas" do Evangelho!
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. Que tipo de julgamento Jesus está con­
denando?
2. Que princípio ético Jesus está estabele­
cendo ao usar as figuras do argueiro e da 
trave nos olhos?
3. Qual o propósito do autoexame que o 
cristão deve praticar com frequência na 
sua vida?
4.0 que são as “pérolas" e "coisas santas" 
de que fala Jesus?
5. Quem são os “porcos" e “cães"?
56 Disopulando Aluno 4
A Bondade 
de Deus e os 
Falsos Profetas
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 7-7-20
7 - Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encon­
trareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 - Porque aquele que pede recebe; e o 
que busca encontra; e. ao que bate, se abre.
9 - E qual dentre vós é o homem que. pedin­
do-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
10 - E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma 
serpente?
11 - Se. vós. pois, sendo maus, sabeis dar 
boas coisas aos vossos filhos, quanto mais 
vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos 
que lhe pedirem?
12 - Portanto, tudo o que vós quereis que os 
homens vos façam, fazei-lho também vós. 
porque esta é a lei e os profetas.
13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é 
a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à 
perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 - E porque estreita é a porta, e apertado, 
o caminho que leva à vida, e poucos há que 
a encontrem.
15 - Acautelai-vos, porem, dos falsos profe­
tas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, 
mas interiormente são lobos devoradores.
16 - Por seus frutos os conhecereis. Por­
ventura, colhem-se uvas dos espinheiros 
ou figos dos abrolhos?
17 - Assim, toda árvoreboa produz bons 
frutos, e toda árvore má produz frutos 
maus.
18 - Não pode a árvore boa dar maus 
frutos, nem a árvore má dar frutos bons.
19 - Toda árvore que não dá bom fruto 
corta-se e lança-se no fogo.
20 - Portanto, pelos seus frutos os co­
nhecereis,
MEDITAÇÃO
Misericordioso e piedoso é o Senhor; 
longânimo e grande em benignidade. 
(Sl 103.8)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Salmos 103.1-22
• TERÇA - Êxodo 34.5-7
• QUARTA - Jeremias 33.3
• QUINTA - Mateus 24,11,24
• SEXTA - 2 Pedro 2.1-8
• SÁBADO - 1 João 2.3-6
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 57
INTRODUÇÃO
Na Lição de hoje, começaremos a ver 
a parte final do Sermão da Montanha. 
Aqui, Jesus aproxima-se do fim da sua 
exposição. Ele fala sobre a bondade de 
Deus e, em seguida, introduz o desfecho 
do sermão, conclamando os seus ouvintes 
a tomarem uma decisão.
Depois de tudo o que falou, fica claro 
que só há dois caminhos, duas portas, duas 
alternativas: uma Leva à perdição, e a outra, 
à salvação. Não há meio termo: ou você 
está em um caminho ou você está no outro.
Para reforçar o seu alerta sobre o falso 
caminho, Jesus fala dos falsos profetas 
e como identificá-los para não sermos 
enveredados pelo caminho da perdição. 
Atentemos, pois, aos alertas de Jesus.
1. DEUS É BOM
1.1. “Pedi e dar-se-vos-á”. Em primei­
ro lugar, Jesus inicia essa parte falando 
sobre a bondade divina. A bondade de 
Deus é manifestada em nossa vida não 
apenas na bênção da salvação e no seu 
cuidado diário por nós, mas também na 
sua disposição em abençoar-nos. Sim, Ele 
é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). 
Mas nem sempre o buscamos como deve­
riamos: ou, então, às vezes, pedimos coisas 
que pensamos que serão para nosso bem, 
quando, na verdade, não serão. Ou seja, 
pedimos mal (Tg 4.3). A Bíblia diz que Deus 
só atenderá àquilo que estiver dentro da 
sua vontade (1 Jo 5.14), que é boa, perfeita 
e agradável (Rm 12.2). Confiemos! Ele sabe 
o que é melhor para nossas vidas.
1.2. “Pedir", “buscar" e “bater”. Jesus 
usa esses três verbos em sequência para 
descrever a atitude dos seus discípulos em 
relação à oração. Eles deveríam colocar os 
pedidos nesta ordem dramática crescente: 
primeiro, pede; depois, busca; por fim, bate.
Buscar é uma atitude mais fervorosa 
ainda que pedir; e bater já é um ato de 
maior dramaticidade, quase de desespero. 
Em outras palavras, Jesus está dizendo 
aqui: "Não pare de clamar! Peça”.
Ora, por que Deus, às vezes, adia a 
chegada das respostas que pedimos? 
Muitas vezes porque ainda não é a hora de 
recebermos e também porque, durante o 
processo em que continuamos a pedir a 
Ele pela bênção, o Altíssimo aperfeiçoará 
nossa vida para que finalmente, quando a 
bênção chegar, estejamos em condições 
de recebê-la. Dessa forma, a oração não 
é apenas um meio para recebermos algo 
de Deus, mas também um dos meios pe­
los quais somos preparados por Ele para 
recebermos o que precisamos.
1.3. A certeza da bondade de Deus es­
timula nossa perseverança. Deus é bom e, 
por isso, podemos nos aproximar dEle com 
confiança, pelos méritos de Cristo, como 
os seus filhos, e pedirmos a Ele com humil­
dade o que precisarmos. É isso que Jesus 
afirma, Ele estimula os seus discípulos a 
perseverarem em oração, pedindo a Deus 
o que precisam, justamente porque eles 
podem ter certeza de que Deus deseja 
abençoá-los (Mt 7.7-11). O Pai Celestial nos 
ouvirá justamente porque Ele nos ama. Se 
até mesmo um pai, aqui na terra, por mais 
imperfeito que seja, não daria pedra ao seu 
filho que pede um peixe, muito mais o Pai 
Celestial, que é bom e perfeito, dará aos 
seus filhos, a quem ama, o que realmente 
precisam e pedem a Ele (Mt 7.11).
1.4. A “Regra de Ouro”. Jesus encerra 
o seu ensino sobre a bondade divina ma­
nifestada através da sua busca em oração 
pelo crente com o que tradicionalmente 
ficou conhecido como “A Regra de Ouro”: 
“Portanto, tudo o que vós quereis que os 
homens vos façam, fazei-lho também vós” 
(Mt 7.12). E Ele ainda acrescenta que esse 
princípio sintetiza toda “a lei e os profetas” 
- ou seja, resume todos os preceitos mo­
rais do Antigo Testamento. Esse princípio, 
58 Mfema.l.1» i'il'l fI
claro, ainda é válido para nós hoje. A prá­
tica cristã não é nada menos do que isso.
2. ELE NOS OFERECE 
A ESCOLHA DE DOIS 
CAMINHOS
2.1. Os dois caminhos e as duas portas. 
Já iniciando o fim do seu sermão, Jesus 
conclama os seus discípulos e ouvintes 
de forma geral a tomarem a decisão cer­
ta. E para descrever a importância dessa 
decisão e os perigos de confundi-la, Jesus 
usa a imagem dos dois caminhos, que já 
fora usada antes no Antigo Testamento (Sl 
i; Jr 21.8), sendo que agora Ele acrescenta 
também as duas portas: o caminho para 
perdição é espaçoso, e a sua porta é larga, 
e o caminho para salvação é apertado, e a 
sua porta é estreita (Mt 7.13,14).
2.2. Renúncia. Esses dois caminhos e 
essas duas portas significam que o caminho 
para salvação exige renúncia, enquanto o 
caminho da perdição, não. Como bem define 
o teólogo Myer Pearlman, “o caminho espa­
çoso é um caminho onde não há necessida­
de de grande esforço para andar nele. Basta 
abandonar-se à turba e ser levado por ela. 
O homem, como criatura [espiritualmente] 
caída, tende para o mal. E, satisfeito consigo 
mesmo, consentindo nos costumes egoístas 
da sociedade e no hábito do mal refinado, 
deixando-os correr livremente, será levado 
por maligna correnteza à morte eterna. 
O caminho é largo, porque ali se acham 
aqueles entregues aos prazeres, sensuais, 
céticos, ateus e criminosos. A destruição é 
o seu fim, este determinado pela natureza 
do caminho. O resultado lógico e inevitável 
será a destruição da fé, do amor, da espe­
rança e do caráter. O fim do caminho é a dor 
da condenação final da parte de Deus e o 
eterno banimento de sua presença” (Mateus: 
O Evangelho do Grande Rei, CPAD, p.41).
A expressão “porta” dá a ideia de início, 
entrada. Logo, isso quer dizer que não só 
o caminho para a perdição é espaçoso, 
como a entrada a esse caminho é larga, 
cheia de facilidades. Já a porta da salva­
ção é estreita e o caminho, apertado, pois 
exigem renúncia. O resultado natural disso, 
como afirma o próprio Jesus, é que poucos 
são os que tomam o caminho certo, e mui­
tos são os que se perdem pelo caminho 
destrutivo das facilidades.
3. A MENTIRA DOS FALSOS 
PROFETAS
3.1. Os falsos profetas. Após alertar 
sobre os dois caminhos, Jesus alerta sobre 
os falsos profetas, que são guias para o 
falso caminho; são enganadores, falsos 
mestres, lobos em pele de ovelha. E lobos 
devoradores (Mt 715b) - ou seja, o seu 
estrago é grande no meio do rebanho que 
o acolhe, que lhe dá ouvidos. Mas, como 
identificá-los? Como ter certeza de que 
estamos na frente de um falso profeta e 
não de um homem de Deus? Jesus usou 
um critério bastante simples para isso: o 
das duas árvores.
3.2. “Por seus frutos os conhecereis": 
os dois tipos de árvores. Segundo Jesus, 
uma das melhores formas de identificar o 
falso profeta é analisar os seus frutos. Uma 
árvore boa não produzirá frutos maus, e 
uma árvore má não produzirá frutos bons. 
Árvore má? Frutos maus. Árvore boa? 
Frutos bons. Os frutos, aqui, representam a 
conduta, as obras, as ações, as atitudes das 
pessoas. Isto é, os falsos profetas serão 
facilmente identificados quando olharmos 
não para as suas palavras lisonjeiras, mas 
para as suas atitudes, as suas ações, a sua 
forma de ser. “Pelos seus frutos os conhe­
cereis" (Mt 7.19).
3.3. “Corta-se e lança-se no fogo". O 
fim do falso profeta e dos seus seguidores 
é a condenação eterna. As palavras de 
Jesus aqui são claras: “toda a árvore que 
não dá bom fruto” terá inevitavelmente 
Quarto Ciclo 59
esse fim (Mt 7.19). A não ser que haja ar­
rependimento e volta genuína para Deus, 
todos que tomam esse caminho serão 
condenados para sempre. Eis a seriedade 
e o cuidado que devemos ter com falsos 
ensinos e falsos mestres, que muitas vezes 
aparecem com uma áurea de piedade 
absolutamente falsa, enganando a mui­
tos. Devemosconhecer bem a Palavra 
de Deus, buscar de Deus o discernimento 
espiritual e estarmos atentos para os frutos 
da pessoa para certificar-nos de que não 
estamos sendo enganados.
CONCLUSÃO
No mundo de hoje, reina o relativismo. 
As pessoas não gostam muito de defini­
ções claras, de certo e errado, bom e mal. 
Tudo é muito turvo, impreciso. Porém, o 
Evangelho é diferente: há bem e mal, certo 
e errado, Céu e Inferno, acerto e erro, luz 
e trevas. Há dois caminhos, duas portas, 
duas alternativas. Cabe a nós tomarmos o 
caminho certo, entrarmos pela porta certa 
e permanecermos nesse caminho. Mas 
não só isso. Não tenhamos receio de pre­
gar a mensagem objetiva do Evangelho a 
este mundo de incertezas, de indefinições, 
de flexibilidade moral, de valores inverti­
dos. A luz do Evangelho tem o poder de 
dissipar as trevas e trazer para a luz todos 
aqueles que estavam profundamente 
imersos nelas.
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1, O que Jesus invocou como base para 
nossa perseverança em oração?
2. Qual é a chamada “Regra de Ouro", en­
sinada por Jesus?
3. O que significam os caminhos apertado 
e espaçoso, e as portas estreita e larga, 
citadas por Jesus?
4. Como identificar um falso profeta?
5. Qual será o destino do falso profeta e 
dos seus seguidores?
Você Sabia?
"A Regra de Ouro havia sido declara­
da de forma negativa antes da vinda 
de Cristo. Confúcio disse: Não faça 
aos outros o que você não gostaria 
que fizessem a vocé'. Os mestres 
judeus tinham um ditado similar. 
Mas, é geralmente reconhecido que 
Jesus foi o primeiro a apresentá-lo de 
uma forma positiva. Isso é algo muito 
diferente. Deixar de ferir é uma coisa; 
estender uma mão para ajudar é ou­
tra. Esta atitude positiva é ilustrada 
pela Parábola do Bom Samaritano 
(Lc 10.30-35)" (Comentário Bíblico 
Beacon. vol.6. Rio de Janeiro: CPAD, 
2006, p.68).
60 Aíuiiq 4
MEDITAÇÃO
Pelo que, rejeitando toda imundícia 
e acúmulo de malícia, recebei com 
mansidão a palavra em vós enxerta- 
da, a qual pode salvar a vossa alma. 
(Tg 1.21)
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
• SEGUNDA - Tiago 1.21-27
• TERÇA - 2 Pedro 2.17-22
• QUARTA - 1 João 2.3-6
• QUINTA -1 João 2.18,19
• SEXTA - Colossenses 3.12
• SÁBADO - Mateus 24.24,25
Lição 13
Jesus É 
a nossa 
Identidade
TEXTO BÍBLICO BASE
Mateus 7.21-29
21 - Nem todo o que me diz: Senhor. Senhor! 
entrará no Reino dos céus, mas aquele que 
faz a vontade de meu Pai. que está nos céus.
22 - Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, 
Senhor, não profetizamos nós em teu 
nome? E, em teu nome, não expulsamos 
demônios? E, em teu nome, não fizemos 
muitas maravilhas?
23 - E, então, lhes direi abertamente: Nunca 
vos conheci: apartai-vos de mim. vós que 
praticais a iniquidade.
24 - Todo aquele, pois, que escuta estas 
minhas palavras e as pratica, assemelhá- 
-lo-ei ao homem prudente, que edificou a 
sua casa sobre a rocha.
25 - E desceu a chuva, e correram rios, e 
assopraram ventos, e combateram aquela 
casa, e não caiu, porque estava edificada 
sobre a rocha.
26 - E aquele que ouve estas minhas pa­
lavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao 
homem insensato, que edificou a sua casa 
sobre a areia.
27 - E desceu a chuva, e correram rios, e 
assopraram ventos, e combateram aquela 
casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28 -[...] a multidão se admirou da sua doutrina.
29 - porquanto os ensinava com autoridade 
e não como os escribas.
Discipulando Aluno | Quarto Ciclo 61
INTRODUÇÃO
Para fechar com chave de ouro o seu 
sermão, o Mestre apresenta uma ilustração 
clara e contundente sobre a obediência à 
Palavra de Deus como o verdadeiro teste 
do discipulado cristão (Mt 7.24-29). Isto é, 
nessa parte final do Sermão da Montanha, 
encontramos uma síntese de toda a sua 
mensagem e um alerta sobre a necessi­
dade de vivermos, de fato, a mensagem 
do Evangelho do Reino de Deus.
1. A CONDENAÇÃO DOS
FALSOS PROFETAS
1.1. Uma falsa profissão de fé. Jesus é 
claro: não adianta termos uma profissão de 
fé correta; é preciso viver conforme essa 
profissão de fé correta (Mt 7.21), e isso só 
é possível quando permitimos que a men­
sagem da Palavra de Deus tome-se uma 
realidade em nossa vida (Tg 1.21), inclusive 
buscando todos os dias a presença do 
Espirito Santo para ajudar-nos cotidiana­
mente a viver as verdades do Evangelho 
(Fp 2.13). Jesus disse: “Nem todo o que me 
diz ‘Senhor! Senhor!’...". Ou seja, não basta 
chamar Jesus de “Senhor"; é preciso tam­
bém viver como se Ele fosse realmente 
Senhor de nossas vidas.
1.2. Operação de milagres não é tudo. 
Jesus enfatiza aos seus discípulos e à mul­
tidão que o ouvia (Mt 728) que nem mesmo 
milagres são comprovação definitiva de 
um verdadeiro discipulado cristão. Os 
milagres fazem, sim, parte da vida cristã; 
entretanto, eles não podem ser conside­
rados a prova definitiva. Jesus afirma que é 
possível alguém efetuar milagres, até mes­
mo em nome dEle, apresentando-se como 
porta-voz do Reino de Deus, mas mesmo 
assim serem falsos discípulos, porque eles 
não fazem “a vontade do Pai, que está nos 
céus" (Mt7.2i). Mas "praticam a iniquidade" 
(Mt 7.22,23). Pois como Jesus disse: “Por 
seus frutos o conhecereis" (Mt 7.16).
1.3. Sem comunhão com Deus. Jesus 
afirma que, infelizmente, muitos, e não 
poucos, tomarão o caminho do falso disci­
pulado: “Muitos me dirão naquele Dia..." (Mt
7.22) . Ele afirma também que tais pessoas 
nunca foram realmente "conhecidas" por 
Ele: “Nunca vos conhecí..." (Mt 723). O verbo 
“conhecer" aqui, como em muitas outras 
passagens da Bíblia, significa ter um re­
lacionamento íntimo, estar em comunhão 
pessoal com alguém. Logo, o que Jesus 
está declarando é que não há relaciona­
mento entre Jesus e um falso discípulo. 
Só há comunhão entre Cristo e os seus 
verdadeiros discípulos.
1.4. A condenação dos falsos discípu­
los e profetas. Jesus é igualmente claro 
sobre a condenação daqueles que são fal­
sos discípulos e/ou profetas: “Apartai-vos 
de mim, vós que praticais a iniquidade" (Mt
7.23) . Enquanto estamos vivos, há tempo 
de consertarmo-nos com Deus. Porém, 
se desperdiçarmos essa oportunidade e 
morrermos em duplicidade de vida, viven­
do descarada e deliberadamente um falso 
evangelho, nosso destino será a separação 
eterna de Deus.
2. EM QUE ESTAMOS
ALICERÇADOS?
2.1. O homem insensato e o homem 
prudente. Como desfecho do seu célebre 
sermão, Jesus usa mais uma ilustração, 
onde Ele fala de um homem insensato e 
de um homem sábio. O insensato é aquele 
que edificou a sua casa sobre a areia (Mt 
7.26), e o homem prudente é aquele que 
edificou a sua casa sobre a rocha (Mt 724); 
ou seja, todo aquele que não pratica, ou 
não cumpre o Evangelho - isto é, não o 
vive -, é um verdadeiro tolo, pois conhece 
a verdade, mas não a aplica em sua vida, 
de maneira que está semeando conde­
nação para si. O prudente é aquele que, 
conhecendo a verdade, teme e aplica-a 
sábia e obedientemente à sua vida. Este
62 Discipulando Aluno 4
nunca será abalado pelas circunstâncias 
(2 Co 4-8.9). porque está firmado em Jesus, 
de maneira que Cristo vive nele (2 Co 4.10).
2.2. Duas casas, dois fundamentos. 
Nessa ilustração de Jesus, as duas casas 
representam nossa vida; e se guardar a 
Palavra de Deus é ser edificado sobre a 
rocha e o oposto é ser edificado sobre a 
areia, isso significa dizer que ser edificado 
sobre a rocha representa edificar a vida 
verdadeiramente sobre a Palavra de Deus, 
e ser edificado sobre a areia é, por sua vez, 
edificar a vida sobre um fundamento falso, 
sobre uma falsa confissão de fé, sobre 
uma vida de incoerência e desobediência 
à Palavra de Deus.
2.3. Vencendo as tempestades da 
vida. Agora, Jesus afirma que as duas 
casas sofreram as mesmas intempéries. 
Tanto a casa edificada sobre a areia 
quanto a casa edificada sobre a rocha 
enfrentaram “chuva”, “rios” e “ventos" 
(Mt 7.25,27). Entretanto, uma casa na­
turalmente permaneceu de pé - a 
edificada sobre a rocha - e a outra veio 
abaixo - a edificada sobre a areia. Isso 
significa que aquele que tem a sua vida 
edificada sobre um fundamento verda­deiro resiste às tempestades da vida, 
enquanto aquele que edifica a sua vida 
sobre um fundamento falso não resistirá 
às tempestades mais intensas. Ou seja, é 
como disse o apóstolo João, “aquele que 
faz a vontade de Deus permanece para 
sempre” (1 Jo 2.17).
2.4. Sobrevivendo ao julgamento di­
vino. Essa tempestade de que fala Jesus 
na sua ilustração final não representa 
apenas as adversidades desta vida, mas 
também o julgamento divino, que apa­
rece na Biblia, em algumas passagens, 
descrito metaforicamente como uma 
inundação (Is 28.17; Ez 13.10-16). Em outras 
palavras, Jesus está dizendo também aqui 
que, quando o juízo divino se manifestar, 
aqueles que estiverem sobre fundamento 
verdadeiro não serão destruídos, mas 
aqueles que estiverem edificados sobre 
um fundamento falso não sobreviverão 
ao julgamento divino.
3. JESUS: A NOSSA
VERDADEIRA IDENTIDADE
3.1. A autoridade de Jesus. A multidão 
maravilhou-se com o ensino de Jesus, re­
conhecendo nEle uma autoridade que não 
viam nos escribas e fariseus (Mt 7.28,29). 
Essa autoridade de Jesus era uma autori­
dade divina que se refletia naturalmente 
nas suas palavras e gestos. Mais do que 
isso: quando Jesus falava de humildade, 
amor, misericórdia, etc., eles viam na sua 
própria vida aquilo que Ele estava ensi­
nando, de maneira que as suas palavras 
ganhavam um peso muito maior. Pregar 
e ensinar com autoridade o Evangelho é 
pregá-lo e ensiná-lo vivendo-o e sob o 
poder divino, como Jesus o fez.
3.2. Jesus: nosso exemplo. Cristo en­
fatiza que o discípulo verdadeiro é aquele 
que segue, de fato, ao seu senhor. Ele não 
apenas o chama de “senhor”, mas também 
se relaciona com ele, de fato, como tal. O 
discípulo tem o seu mestre como modelo, 
padrão, exemplo a ser seguido. O apóstolo 
Paulo, que foi um discípulo verdadeiro de 
Cristo, afirmou aos seus discipulandos: 
“Sede meus imitadores, como também eu, 
de Cristo" (1 Co 11.1). Somos chamados para 
seguir os seus passos, para viver como 
Ele viveu. Isso significa que a verdadeira 
identidade do cristão é Cristo. Aliás, a ex­
pressão "cristão" nada mais quer dizer do 
que “seguidor de Cristo” Todo aquele que 
se declara como cristão deve viver como 
tal. Todo aquele que se diz filho de Deus, 
cidadão do Reino dos Céus, deve imitar 
o seu Senhor e viver segundo os valores 
do Reino ao qual pertence. Esse é o ideal 
máximo dos filhos do Reino (Rm 8.29; Fp 
313,14).
Quarto Ciclo 63
CONCLUSÃO
O Evangelho de Cristo conclama-nos à 
obediência. O Reino de Deus nada mais é 
do que Deus reinando sem rival no trono 
de nosso coração. Não há Evangelho de 
Cristo em nossa vida se não procuramos 
viver como Ele viveu. Cristo é nossa iden­
tidade. Vivamos, pois, os seus passos, a 
sua mensagem, o seu exemplo e a sua 
vida não apenas hoje, mas todos os dias. 
Só assim poderemos, de fato, dizer que 
somos seguidores de Cristo. Só assim 
poderemos vencer as tempestades da 
vida e, no dia do juízo divino, sermos 
louvados por Deus pela nossa fidelidade 
sincera a Ele.
4.0 que significam as duas casas e os dois 
fundamentos da ilustração final de Jesus 
no Sermão do Monte?
5. Qual é nossa maior referência e exemplo 
como filhos do Reino?
VERIFIQUE SEU 
APRENDIZADO
1. Qual é o verdadeiro teste do discipulado 
cristão?
Você Sabia?
2. É possível alguém se dizer de Jesus, falar 
e operar milagres em seu nome, e ser um 
falso discípulo dEle?
3. Qual será a condenação dos falsos dis­
cípulos e profetas?
“O clima da Palestina é como o do 
sul da Califórnia IEUA1, sob muitos 
aspectos. Os leitos dos rios ficam 
secos durante a maior parte do ano. 
Mas quando as chuvas do inverno 
e da primavera chegam, surgem as 
inundações. Jesus retratou o ouvinte 
descuidado como um homem que 
de forma insensata construiu a sua 
casa sobre a areia, e então a perdeu. 
As casas na Palestina eram em sua 
maioria construídas com pedras ou 
com tijolos secos ao sol. Quando as 
tempestades dissolviam a argamassa, 
as paredes tendiam a cair" (Comen­
tário Bíblico Beacon. vol.6. Rio de 
Janeiro: CPAD. 2006, p.69).
64 Discipulando Aluno 4
ENCONTRE SEU GRANDE 
OBJETIVO NESTE MUNDO
Matthew Barnett, filho do pastor Tommy Barnett, descobriu a causa 
para a qual foi criado quando abandonou seus sonhos de sucesso 
e começou a ouvir o sonho de Deus para a sua vida. Ele sentiu que 
Deus o chamava para servir aos pobres e necessitados.
Pessoas entusiasmadas são impulsionadas pela causa especial que 
Deus plantou dentro delas. O Senhor as direciona para estarem 
exatamente onde Ele quer que estejam, ou seja, no centro de Sua 
vontade, expressando sua causa.
Se você tem um sonho, talvez o realize. Mas se ele não for a sua 
causa? se sentirá iludido, como quem teve uma decepção. Deus criou 
você para uma grande causa em seu Reino e pode usar todas as 
experiências da vida, até as mais difíceis, para realizá-la. Peça ao 
Senhor que revele qual a sua missão no Reino, qual a causa dentro de você.
"Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas 
poucos são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande 
ceifeiros para a sua seara.” Mt 9.37 e 38
CP/D
Saiba mais em:
Os cristãos sempre se sobressaíram como leitores habituais por 
entenderem que o ato de examinar a Palavra de Deus é uma 
condição necessária para uma vida cristã sadia e frutífera. E a 
leitura de outras obras cristãs reforça não somente a nossa dou­
trina, mas igualmente o ensino das verdades sagradas.
Para que mantenhamos um crescimento constante na graça e 
no conhecimento do Senhor Jesus, é importante reservar um 
tempo adequado para a leitura da Palavra de Deus e de uma 
literatura cristã pautada nas Escrituras.
Ler a Bíblia Sagrada e livros cristãos traz orientações dos céus ao 
leitor na sua vida pessoal e ministerial, desperta a vocação rece­
bida da parte de Deus, aumenta a comunhão com o Eterno e 
influencia a sua família e amigos a também se tornarem leitores.
Entre as muitas opções de lazer e distrações que chegam diaria­
mente às nossas mãos, necessário se faz ter uma constância no 
tocante à leitura como uma disciplina pessoal.
Por isso, a CPAD convida a todos os cristãos a seguirem a orienta­
ção do apóstolo Paulo:
“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá”. 1 Timóteo 4.13
(5) @editora_cpad
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