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Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
Anatomia dos Sistemas II: o coração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
I. Mediastino 
Compartimento torácico central que abriga todas as 
vísceras (exceto os pulmões) e que se estende da 
abertura superior do tórax até o diafragma (crânio-
caudal) e dos corpos vertebrais ao esterno e cartilagens 
costais (anteroposterior). É uma região dotada de alta 
mobilidade em pessoas vivas que permite alterações de 
volume e variações de pressão pelo movimento do 
coração, expansão dos pulmões aliada ao movimento 
diafragmático, etc. 
É dividido em mediastino superior e mediastino 
inferior a partir da articulação manubrioesternal ou 
ângulo do esterno anteriormente e a junção das 
vértebras TIV e TV (plano transverso do tórax) 
posteriormente. 
O mediastino inferior ainda é subdivido em 
mediastino anterior (entre o corpo do esterno e o 
pericárdio), mediastino médio (pericárdio) e 
mediastino posterior (entre o pericárdio e os corpos 
vertebrais). 
 
II. Pericárdio 
O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que 
cobre a entrada dos grandes vasos e o coração. É um 
saco fechado formado por duas camadas, a saber: 
 Pericárdio fibroso: camada externa e 
resistente; 
 Pericárdio seroso: recobre a face externa 
do coração; 
O pericárdio fibroso é constituído de tecido 
conjuntivo que reveste totalmente o coração sem estar 
aderido ao mesmo. Outro fato interessante é que, devido 
à origem embriológica (advindo da cavidade pleural 
secundária), o pericárdio fibroso é coberto externamente 
pela parte mediastinal da pleura parietal. O pericárdio 
seroso é formado por duas lâminas: a lâmina/folheto 
visceral do pericárdio seroso (aderido ao coração, 
formando o epicárdio) e a lâmina/folheto parietal do 
pericárdio seroso que reveste a face interna do 
pericárdio fibroso. Além disso, se relaciona com as 
seguintes estruturas: 
 Superior: contínuo com a túnica adventícia 
dos grandes vasos da base do coração e, 
também, com a lâmina pré-traqueal da 
fáscia cervical; 
 Anterior: unido à face posterior do esterno 
pelos ligamentos esternopericárdicos 
(superior/inferior); 
 Posterior: unido às estruturas do mediastino 
posterior; 
 Inferior: unido ao centro tendíneo do 
diafragma; 
 Lateral: em contato com a face mediastinal 
da pleura parietal; 
A cavidade do pericárdio é um espaço virtual entre 
as lâminas visceral e parietal do pericárdio seroso. 
Normalmente é preenchido com uma fina película de 
líquido que permite ao coração bater e movimentar-se 
sem ocorrência de atrito. 
As lâminas do pericárdio seroso tornam-se contínuas 
em duas regiões do coração: no local de emergência da 
aorta e tronco pulmonar e no local de penetração das 
veias cava superior, inferior e pulmonares no coração. 
a. Seios do pericárdio 
O seio transverso do pericárdio ocorre na cavidade 
pericárdica entre os dois grupos de vasos destacados 
anteriormente. O seio oblíquo do pericárdio é um saco cego 
que surge durante o desenvolvimento e expansão das veias 
que penetram o coração e localiza-se posterior ao átrio 
esquerdo. 
 
MOORE – BOX AZUL 
 
Tamponamento cardíaco: causado por um aumento de líquido 
na cavidade pericárdica (sangue → hemopericárdio) que reduz 
a expansão total do coração durante seu ciclo e, 
consequentemente, reduz o débito cardíaco. Essa condição 
pode ser fatal e pode ser causada por perfuração de uma 
região enfraquecida do miocárdio por IAM ou PAF, por 
exemplo. 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
 
b. Vascularização do pericárdio 
Irrigação arterial: feita pelas aa. pericardicofrênica e 
musculofrênica, que são ramos da a. torácica interna; as 
aa. coronárias irrigam apenas a lâmina visceral do 
pericárdio seroso. 
Drenagem venosa: as veias pericardicofrênicas são 
tributárias das veias braquiocefálicas, enquanto ramos 
menores drenam o sangue no sistema ázigo. 
Inervação: nn. frênicos (C3-C5), cuja nocicepção é 
geralmente referida nos mesmos dermátomos (i.e. C3-C5) 
na região supraclavicular homolateral, nn. vagos (NC X) e 
troncos simpáticos (função vasomotora). 
III. Coração 
Esse órgão é uma bomba complexa organizada em 
dois conjuntos autorregulados cuja função principal é a 
distribuição de sangue para todo o corpo. O átrio direito 
e átrio esquerdo são as câmaras responsáveis pela 
recepção do sangue venoso e arterial, respectivamente. 
Após a recepção, os átrios bombeiam o sangue para o 
ventrículo direito e ventrículo esquerdo e tais câmaras 
são responsáveis pela ejeção do sangue para os 
pulmões e o restante do corpo, respectivamente. Por 
isso, os ventrículos possuem uma contratilidade maior 
que os átrios. 
O coração direito (AD + VD) recebe sangue pouco 
oxigenado (sangue venoso) advindo da veia cava 
superior (VCS), da veia cava inferior (VCI) e do seio 
coronário (SC) que logo é destinado, através da tronco 
pulmonar (TP) e artérias pulmonares (AP) para os 
pulmões, sendo essa circulação denominada pequena 
circulação ou circulação pulmonar. Após o processo 
de hematose, o sangue retorna oxigenado (sangue 
arterial) ao coração através das veias pulmonares (VP) 
no coração esquerdo (AE + VE) que bombeará seu 
conteúdo, através da artéria aorta, sendo essa circulação 
denominada grande circulação ou circulação 
sistêmica. 
a. Localização 
O coração localiza-se no mediastino médio e tem um 
formato similar a uma “pirâmide de base triangular”, cuja 
maior parte de sua massa encontra-se à esquerda da linha 
mediana. 
O coração apresenta três faces, a saber: 
 Face esternocostal: é a face anterior do 
coração e é formada principalmente pelo VD; 
 Face diafragmática: é a face inferior do 
coração e formada tanto pelo VD quanto pelo 
VE; relacionada principalmente com o centro 
tendíneo do diafragma; 
 Face pulmonar esquerda: formada 
principalmente pelo VE, é quem forma a 
impressão cardíaca do pulmão esquerdo; 
OBS: Telma considera apenas 3 faces, enquanto o 
Moore adiciona mais 1: a face pulmonar direita. No entanto, 
para fins de avaliação, considerar apenas três faces (para 
Telma é margem pulmonar direita). 
b. Margens do coração 
O coração dispõe de quatro margens, a saber: 
 Margem direita: convexa, constituída pelo AD e 
se estende entre a VCS e a VCI; 
 Margem esquerda: oblíqua, constituída 
principalmente pelo VE e aurícula esquerda; 
 Margem inferior: horizontal, constituída pelo 
VD e parcialmente pelo VE; 
 Margem superior: constituída pelos átrios e 
aurículas direita e esquerda anteriormente; 
OBS: a aorta ascendente e tronco pulmonar 
emergem dessa margem; : a VCS 
desemboca em seu lado direito; : essa 
margem forma o limite inferior do seio 
transverso do pericárdio; 
c. Ápice e base do coração 
Devido ao formato “piramidal”, o coração apresenta um 
ápice e uma base. O ápice do coração é voltado para 
baixo, para esquerda e para frente; a base do coração é 
voltada para trás e para direita. 
O ápice possui uma incisura do ápice do coração, local 
de convergência dos vasos interventriculares (IV) 
anteriores/posteriores situados no sulco interventricular 
anterior com o sulco interventricular posterior, 
respectivamente. Situa-se posteriormente ao 5º EIC 
esquerdo e a nove centímetros da linha mediana (anatomia 
de superfície = ictus cordis). É formado pela parede 
inferolateral do VE e permanece imóvel durante todo o ciclo 
cardíaco; ao mesmo tempo, é o local de intensidade 
máxima dos sons de fechamento da valva bicúspide/mitral. 
A base é a face posterior do coração; formada 
principalmente pelo AE e um pouco do AD, é voltada 
posteriormente em direção aos corpos das vértebras TVI-
TIX e estende-se superiormente até a região de bifurcação 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
do TP e inferiormente até o sulco coronário. A base é 
separada das vértebras pelo esôfago, aorta, pericárdio e 
veias pulmonares direitas. 
d. Configuração externa: sulcos do coraçãoO coração dispõe de alguns sulcos, a saber: sulco 
coronário, sulco terminal, sulco interatrial e sulco 
interventricular anterior/posterior. 
O sulco coronário separa os átrios dos ventrículos e 
contém o seio coronário, veia responsável pela drenagem 
do miocárdio e desemboca no AD. O sulco terminal é uma 
estrutura exclusiva do coração direito, sendo a delimitação 
externa entre a parte venosa (seio venoso) e o AD. O sulco 
interatrial separa os dois átrios. Os sulcos interventriculares 
são as impressões das margens murais do septo 
interventricular, estrutura interna que separa os ventrículos. 
O anterior é quase paralelo à margem ventricular esquerda, 
enquanto o posterior relaciona-se com o diafragma. 
e. Aurículas direita e esquerda 
As aurículas são massas expansíveis pertencentes aos 
átrios. Durante o ciclo cardíaco, pode ser necessária uma 
expansão do volume atrial para comportar o volume 
sanguíneo que chega da circulação sistêmica ou pulmonar. 
É justamente atendendo essa função que temos as 
aurículas, fornecendo um volume extra em caso de 
necessidade. 
A aurícula direita é maior que a aurícula esquerda. Isso 
é explicado pela necessidade de maior contratilidade do AD 
para deslocar sangue advindo de todo o corpo para o VD, 
que ejeta o sangue venoso para os pulmões. 
As aurículas apresentam uma característica especial 
em relação aos átrios: a presença dos músculos 
pectíneos. A parede atrial é composta de musculatura lisa 
enquanto a parede das aurículas possui essa musculatura 
que garante a contratilidade extra para os átrios se 
necessário. 
IV. Átrio direito (AD) 
Conforme dito anteriormente, a aurícula direita é 
composta de músculos pectíneos, diferenciando-a do 
AD. Se externamente vemos o sulco terminal entre o AD 
e a aurícula direita, internamente notamos uma estrutura 
denominada crista terminal, local de origem dos mm. 
pectíneos que se estendem à aurícula e formam diversas 
trabéculas. 
O AD apresenta óstios para as veias cavas: o óstio 
da veia cava superior e o óstio da veia cava inferior. O 
óstio da VCI ainda apresenta uma peculiaridade: a 
presença da válvula da veia cava inferior (necessária 
devido ao maior aporte sanguíneo trazido pela VCI em 
relação à VCS) que ainda apresenta o tendão da válvula 
da veia cava inferior (tendão de Todaro). 
A VCS se abre a nível da 3ª cartilagem costal direita, 
na parte superior do AD, enquanto a VCI se abre quase 
que alinhada com a VCS mas no nível da 5ª cartilagem 
costal direita, na parte inferior do AD. 
Há também o óstio do seio coronário e a válvula do 
seio coronário, situado entre o óstio da VCI e o óstio 
atrioventricular direito. O seio coronário é o maior canal 
de retorno venoso do coração, apesar de haver várias 
veias menores que também apresentam óstios ao longo 
da parede septal. 
No septo interatrial há uma depressão oval 
denominada fossa oval, remanescente embriológico do 
forame oval, e o limbo da fossa oval. 
Na região anteroinferior do AD encontramos o septo 
atrioventricular direito que apresenta uma 
descontinuidade, o óstio atrioventricular direito. Esse 
óstio apresenta um mecanismo de controle para evitar o 
refluxo do sangue entre o AD e VD: a valva 
atrioventricular direita ou valva tricúspide. Essa valva 
é constituída por três válvulas: válvulas anterior, 
posterior e septal. 
Conhecendo essas estruturas é possível delimitar o 
triangulo de Koch. Esse triângulo possui como “arestas”: 
 Óstio do seio coronário; 
 Tendão da válvula da VCI; 
 Inserção da válvula septal da valva 
tricúspide; 
No ápice do triângulo de Koch encontramos o nó 
atrioventricular (nó AV). 
 
V. Ventrículo direito (VD) 
O VD é separado do AD por um septo atrioventricular 
(AV) direito que possui uma descontinuidade: o óstio AV 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
direito que permite a passagem do sangue e, portanto, é 
a via de entrada do VD. 
Preenchendo o óstio AV direito temos a valva 
atrioventricular direita (ou tricúspide) com suas válvulas 
anterior, posterior e septal. A base das válvulas está 
fixada ao anel fibroso direito do esqueleto fibroso do 
coração, fazendo com que elas se toquem 
simultaneamente ao fechamento da valva AV (sístole 
ventricular) 
No VD há músculos papilares anterior, posterior e 
septal que servem de pontos de origem para as cordas 
tendíneas que estão fixadas a cada válvula 
atrioventricular correspondente. A tensão dos músculos 
papilares que ocorre antes da contração ventricular 
causa uma tensão das cordas tendíneas, aproximando 
as válvulas. 
A função das cordas tendíneas evita o prolapso das 
válvulas para dentro do AD na sístole ventricular quando 
a pressão dessa câmara aumenta. Dessa forma, não é 
possível ocorrer um fluxo retrógrado (VD → AD) em 
condições normais. 
Internamente, pode-se ver no VD a crista 
supraventricular que separa a parede muscular rugosa 
da entrada do VD da parede muscular lisa do cone 
arterial na saída da câmara. Sua face posterolateral 
concede fixação à válvula anterior da valva tricúspide. 
Por toda parede ventricular observamos trabéculas 
cárneas que podem ser do tipo crista (elevação) ou 
ponte (elevação que permite a circulação do sangue por 
baixo). Os músculos papilares também são tipos de 
trabéculas cárneas. 
Constituinte da maior parte da face esternocostal do 
coração, o VD apresenta uma dilatação externa e interna 
imediatamente antes do surgimento da artéria TP: o 
cone arterial. 
A via de saída do VD é a artéria tronco pulmonar que 
também apresenta uma valva da tronco pulmonar 
presente no óstio da tronco pulmonar. As válvulas que 
compõem essa valva são denominadas válvulas 
semilunares e como na posição anatômica a TP é 
anterior à aorta, apresenta válvulas semilunares 
anterior, direita e esquerda. Durante a diástole 
ventricular, a valva da tronco pulmonar encontra-se 
fechada e está aberta passivamente durante a sístole 
ventricular e fecha-se rapidamente. 
Cada válvula apresenta uma saliência: o nódulo da 
válvula semilunar e uma aresta: a lúnula da válvula 
semilunar e existe um pequeno compartimento 
denominado seio da válvula pulmonar. 
Importante ressaltar que esse padrão das válvulas 
semilunares se repete para a artéria aorta que será 
exposta mais tarde. 
O septo interventricular é composto pela parte 
membranácea (porção do anel fivroso do coração 
encontrado posterossuperiormente; a válvula septal da 
valva AV direita encontra-se fixada ao meio desta parte) e 
parte muscular (de mesma espessura do miocárdio do VE 
que se volta para a cavidade do VD). 
A trabécula septomarginal localiza-se próxima ao ápice 
do coração e atravessa o VD da parte inferior do septo 
interventricular até a base do músculo papilar anterior. 
Conduz uma porção do ramo direito do fascículo AV 
(condução do impulso elétrico). 
 
VI. Átrio esquerdo (AE) 
O AE apresenta poucas diferenças ao AD. Por 
exemplo, enquanto o coração direito recebe sangue 
pelas veias cavas, o coração esquerdo recebe o sangue 
pelas veias pulmonares. Por isso, os óstios das veias 
pulmonares aparecem no AE e trazem o sangue 
oxigenado dos pulmões. 
Outra similaridade é a presença de músculos 
pectíneos na aurícula esquerda (menor que a direita). 
Algumas veias menores que drenam o miocárdio 
também apresentam óstios na parede do átrio esquerdo. 
VII. Ventrículo esquerdo (VE) 
Mais longo e estreito que o VD, o VE também 
apresenta uma parede muscular muito mais espessa ao 
se comparar com a parede muscular direita. Tal 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
adaptação é necessária para ejetar o sangue oxigenado 
pelos pulmões 
Separando o AE do VE temos o septo atrioventricular 
esquerdo que apresenta uma descontinuidade: o óstio 
atrioventricular esquerdo. Preenchendo o óstio há a 
valva atrioventricular esquerda (ou bicúspide ou ainda 
mitral). Assim, esse óstio é a via de entrada do VE 
durante a diástole. 
Essa valva apresenta as seguintes válvulas: anterior 
e posterior. Similar ao VD, cada válvula está conectadaa cordas tendíneas que se originam dos músculos 
papilares anterior e posterior. 
A via de saída do VE é formada pela valva da aorta. 
Antes da valva da aorta há o vestíbulo da aorta, de forma 
análoga ao cone arterial do VD. 
A valva da aorta apresenta três válvulas semilunares: 
posterior, direita e esquerda. Da mesma forma que as 
válvulas da valva do TP, essas apresentam lúnulas, 
nódulos e seios também. 
Importante ressaltar que a abertura da a. coronária 
esquerda ocorre no seio da aorta esquerdo; da a. 
coronária direita ocorre no seio da aorta direito; o seio 
da aorta posterior NÃO apresenta nenhuma abertura e 
por isso é chamada também de seio não-coronário. 
 
 
VIII. Esqueleto fibroso do coração 
Um arranjo estrutural composto de tecido conjuntivo 
denso rico em fibras colágenas, o esqueleto fibroso 
circunda os óstios das quatro valvas cardíacas: os óstios 
AV direito/esquerdo, o óstio da tronco pulmonar e o óstio 
da aorta. 
Há dois trígonos fibrosos: trígono fibroso direito e 
trígono fibroso esquerdo. O direito encontra-se entre os 
óstios AV, enquanto o esquerdo está entre a válvula 
semilunar esquerda da valva da aorta e o óstio AV 
esquerdo. 
Ao redor de cada valva cardíaca apresenta-se um 
anel fibroso: direito/esquerdo (da valva AV dir/esq), da 
aorta e da tronco pulmonar. 
Outros constituintes: tendão do infundíbulo 
(responsável pela união dos anéis fibrosos da aorta e da 
tronco pulmonar, apresentando uma forma de “S”), 
tendão da válvula da veia cava inferior (tendão de 
Todaro) e parte membranácea do septo interventricular. 
 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
IX. Vascularização do coração 
a. Irrigação arterial 
As artérias coronárias, primeiros ramos da aorta, irrigam 
o miocárdio e epicárdio. Cada uma das coronárias surge a 
partir do respectivo seio da aorta e nutrem os átrios e 
ventrículos. 
A artéria coronária direita (ACD) surge a partir do seio 
da aorta direito e passa para o lado direito da tronco 
pulmonar e segue pelo sulco coronário. 
Um dos primeiros ramos da ACD são os ramos atriais 
da ACD. Próximo à origem da ACD também surge o ramo 
do nó SA e, após isso, desce pelo sulco coronário e emite o 
ramo marginal direito que supre a margem direita do 
coração sem alcançar o ápice. Após a emissão do ramo, a 
ACD curva-se para a esquerda e continua no SC até a face 
posterior e, na face anterior da cruz do coração (junção 
dos septos interatrial e interventricular entre as quatro 
câmaras), dá origem ao ramo do nó AV. 
Na maioria das pessoas o mais comum é que a ACD dê 
origem ao grande ramo IV posterior que desce o sulco IV 
posterior em direção ao ápice. Ao mesmo tempo, esse ramo 
envia ramos IV septais perfurantes para o septo IV. O ramo 
terminal da ACD continua mais um pouco no sulco 
coronário antes de ser interrompido. 
Em resumo, os ramos da ACD são: 
 
 
 
 
A artéria coronária esquerda (ACE) surge do seio da 
aorta esquerdo e passa entre a aurícula esquerda e o lado 
esquerdo da tronco pulmonar e segue através do sulco 
coronário. 
Ao entrar no sulco coronário, na extremidade superior 
do sulco IV anterior, a ACE divide-se em ramo 
interventricular anterior (ou artéria descendente esquerda) e 
ramo circunflexo. 
O primeiro ramo segue ao longo do sulco IV anterior até 
o ápice do coração. Costuma anastomosar-se com o ramo 
IV posterior advindo da ACD e, através de ramos septais, 
nutre os dois terços anteriores do septo IV. É comum 
originar um ramo (ramo lateral – ou artéria diagonal) que 
irriga a face anterior do coração. 
O próximo ramo é menor e acompanha o sulco 
coronário ao redor da margem esquerda até a face 
posterior. Além disso, o ramo marginal esquerdo do ramo 
circunflexo nutre o ventrículo esquerdo. 
Em resumo, os ramos da ACE são: 
 
 
b. Variações das coronárias 
Um conceito importante da irrigação arterial do coração 
é o domínio do sistema arterial. O domínio pode ser tanto 
da coronária direita quanto da coronária esquerda a 
depender de qual delas dá origem ao ramo 
interventricular posterior ou artéria descendente 
posterior. 
Na maior parte da população, o domínio arterial é 
direito (i.e. o ramo IV posterior é derivado da ACD). No 
entanto, quando esse ramo advém do ramo circunflexo da 
ACE, o domínio arterial é esquerdo. Há ainda uma 
porcentagem de pessoas onde ambas as coronárias 
formam o ramo IV posterior (codominância). 
c. Drenagem venosa 
A principal veia do coração é o seio coronário. Esse 
vaso segue através do sulco coronário na sua porção 
posterior e tem como principais tributárias a veia cardíaca 
magna pela extremidade esquerda e a veia cardíaca parva 
e veia interventricular posterior pela extremidade direita. 
Outros vasos que se abrem no seio coronário: veia posterior 
do VE e veia marginal esquerda. 
A v. cardíaca magna drena as áreas do coração 
nutridas pela ACE e sua principal tributária é a veia IV 
anterior que ascende a partir do ápice do coração em 
conjunto com o ramo IV anterior da ACE. No sulco 
coronário, vira-se para a esquerda e segue ao redor do lado 
esquerdo do coração em conjunto com o ramo circunflexo 
da ACE até chegar ao seio coronário (observa-se nessa 
situação uma situação incomum onde o sangue tanto da 
veia quanto da artéria segue o mesmo sentido). 
A v. IV posterior acompanha o ramo IV posterior no 
sulco IV posterior e a v. cardíaca parva acompanha o ramo 
marginal direito da ACD. Por isso, ambas drenam a região 
nutrida pela coronária direita. 
Outras veias não se abrem no seio coronário, a 
exemplo das veias anteriores do VD que são tributárias da 
v. cardíaca parva ou, geralmente, abrem no AD. 
d. Drenagem linfática 
A drenagem da linfa do miocárdio e do tecido 
subendocárdico segue até o plexo linfático 
subendocárdico, cujos vasos acompanham as coronárias. 
A drenagem final leva o conteúdo aos linfonodos 
traqueobronquiais inferiores. 
 
 Ramos atriais 
 Ramo marginal direito 
 ACD Ramo interventricular posterior 
 Ramo do nó SA 
 Ramo do nó AV 
 Ramo interventricular anterior → Ramo lateral 
 ACE 
 Ramo circunflexo → ramo marginal esquerdo 
 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
 
 
X. Sistema de condução do coração 
Em condições fisiológicas, o impulso elétrico 
cardíaco é gerado pelo nó sinoatrial (SA), localizado 
abaixo do epicárdio e próximo ao local de junção da veia 
cava superior com o AD (i.e. perto da extremidade 
superior do sulco terminal). Esse nó recebe aferências 
simpáticas (estímulo à aceleração dos batimentos) e 
parassimpáticas (estímulo à desaceleração dos 
batimentos) e é irrigada pela artéria do nó SA, originada 
do ramo atrial da a. coronária direita na maioria dos 
casos (mas pode se originar da a. coronária esquerda 
também). 
A partir do nó SA, ocorre a emissão de feixes 
intermodais (anterior, médio e posterior) que seguem em 
direção ao nó AV. Para conduzir o impulso ao átrio 
esquerdo existe o feixe de Bachmann. 
O nó atrioventricular (AV) localiza-se no ápice do 
triângulo de Koch conforme discutido anteriormente e é 
responsável pelo retardo do impulso elétrico, garantindo 
que a contração atrial ocorra enquanto o ventrículo está 
relaxado e o sangue seja ejetado para esta câmara. 
A irrigação arterial do nó AV é garantida pela artéria 
do nó AV que se origina do primeiro ramo 
interventricular septal da a. interventricular posterior 
que por sua vez é derivada da a. coronária direita. 
A partir do nó AV surge o fascículo/feixe 
atrioventricular que distribui o impulso para o miocárdio 
ventricular. Esse feixe segue através do esqueleto 
fibroso do coração. 
Na junção das partes membranácea e muscular do 
septo interventricular, o fascículo AV se divide em ramo 
direito e ramo esquerdo. Cada um prossegue 
profundamente dentro do septo IV para se ramificar nos 
ramos subendocárdicos ou fibras de Purkinje que 
estimulam os músculos papilarese as paredes 
ventriculares. 
 
 
 
Cassio Augusto – 3º semestre - 253 
XI. Inervação do coração 
A estimulação simpática do coração causa aumento 
da contratilidade cardíaca (efeito inotrópico +), 
aumenta a frequência cardíaca, a condução do impulso e 
o fluxo sanguíneo pelas coronárias. Tanto o estímulo 
direito pelas fibras quanto o indireto pela medula adrenal 
causam o mesmo efeito. 
No tecido especializado de condução, as fibras 
adrenérgicas causam um aumento da frequência de 
despolarização das células marca-passo. 
A maioria dos receptores adrenérgicos do coração 
são receptores β2. Quando ativos, causam relaxamento 
do músculo liso dos vasos e a consequente dilatação 
das artérias (efeito vasodilatador) e, portanto, ofertando 
mais oxigênio e nutrientes para o miocárdio. 
A estimulação parassimpática advém de fibras pré-
ganglionares vagais. Seus efeitos são antagônicos ao 
estímulo adrenérgico, ocasionando diminuição da 
contratilidade cardíaca (efeito inotrópico -), diminuição 
da frequência cardíaca e constricção das coronárias. A 
acetilcolina, neurotransmissor parassimpático, liga-se a 
receptores muscarínicos para reduzir a frequência de 
disparo das células marca-passo e reduzindo a 
condução do impulso elétrico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOORE – BOX AZUL 
 
 
 
 
 
 
 
1. Comunicações interatriais (CIA): quando clinicamente 
importantes, as CIA ocasionam passagem de sangue do AE para 
o AD e leva a uma hipertrofia do coração direito como um todo, 
além das artérias pulmonares também. 
2. Comunicações interventriculares (CIV): o local mais comum 
de CIV é na parte membranácea do septo interventricular, que se 
forma separadamente da parte muscular. Quando ocorre, leva a 
um desvio de sangue do VE para o VD e, como consequência, 
causa hipertensão pulmonar e até mesmo insuficiência cardíaca. 
3. Coronariopatias: a DAC (doença da artéria coronária) tem 
diversas etiologias onde todas causam uma redução da oferta de 
sangue para o miocárdio. 
a. Infarto agudo do miocárdio (IAM): cessação da oferta 
sanguínea com posterior morte tecidual do miocárdio, onde uma 
determinada artéria coronária ou seu ramo é ocluída e o sangue 
não segue o fluxo. A oclusão é mais prevalente nos seguintes 
vasos: ramo IV anterior da ACE, ACD e ramo circunflexo da ACE. 
b. Aterosclerose coronariana: o depósito de lipídios na 
túnica íntima das artérias coronárias causa progressiva estenose 
dos lúmens desses vasos. A repercussão clínica da aterosclerose 
pode demorar a aparecer graças à capacidade de formar 
circulação colateral e permitir uma perfusão adequada em 
situações de repouso. No entanto, a progressiva isquemia 
miocárdica causada pelo ateroma pode resultar num IAM.

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