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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA Teoria, dicas, Legislação, dicionário de termos técnicos e exercícios. ARQUIVOLOGIA: CONCEITOS IMPORTANTES - Arquivologia Em síntese, a Arquivologia é um rol de conhecimentos teóricos e práticos voltados para a organização e gestão dos arquivos, tais como: organização e direção de arquivos, gestão de documentos, recuperação da informação, microfilmagem, conservação, preservação e restauração de documentos, etc. Trata-se da Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos de arquivos. Para tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos diversos, que são aplicados nos processos de composição, coleta, análise, identificação, organização, processamento, desenvolvimento, utilização, publicação, fornecimento, circulação, armazenamento e recuperação de informações. - Arquivo O conjunto de documentos que, independente da natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação natural ao longo das atividades de pessoas físicas ou jurídicas. Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. (Lei 8.159/1991) - Documento e documento de arquivo Podemos entender como documento o objeto que transpõe uma informação. Um documento é formado necessariamente por dois objetos: o suporte (papel, CD, fita, microfilme) mais o conteúdo ou informação nele registrado. Caso não exista um ou outro desses objetos, não há que se falar em documento. Consideram-se documentos de arquivo aqueles produzidos no cumprimento de uma atividade administrativa ou de gestão, seja pública ou privada. - Princípios Princípio da Proveniência: princípio básico da arquivologia segundo o qual os arquivos gerados por uma instituição ou pessoa não devem ser misturados aos de outros geradores. Princípio da Territorialidade: também conhecido como Princípio da Proveniência Territorial. Trata-se de uma derivação do Princípio da Proveniência, segundo o qual os arquivos devem ser conservados em serviços de arquivo do território em que foram produzidos, exceto os documentos elaborados pelas representações diplomáticas ou resultantes de operações militares. Para que os arquivos permaneçam vivos, sejam utilizados e melhor entendidos, devem ser conservados o mais próximo possível do local emanado ou que influenciaram a sua produção. Esse local pode ser nacional, regional e institucional. Assertiva de concurso: A proveniência territorial deu origem ao princípio da territorialidade, segundo o qual os arquivos devem ser conservados em serviços de arquivo do território onde foram produzidos. (Arqiv. Anal.Jud. TRE-ES/CESPE/2011) Princípio do Respeito à Ordem Original: princípio que, levando em conta as relações estruturais e funcionais que presidem a gênese dos arquivos, garante sua organicidade. Princípio da Pertinência: os documentos devem ser reclassificados por assunto sem levar em consideração a proveniência e a classificação original. Praticamente não é mais utilizado. - Classificação dos Arquivos A Lei nº 8.159, de 08/01/1991 estabelece como tipos de arquivo os arquivos públicos e privados (Ver Anexo Nº 01). Dependendo do aspecto sob o qual os arquivos são estudados, eles também podem ser classificados segundo: - entidades mantenedoras: em face das características das organizações, os arquivos por elas produzidos podem ser públicos (federal, estadual, municipal), institucionais (igrejas, associações, entidades sem fins lucrativos), comerciais (firmas, corporações, companhias), familiais ou pessoais. 1 mailto:santos.janilson@uol.com.br http://www.editoradince.com.br/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquiv%C3%ADstica#Documento http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquiv%C3%ADstica#Arquivo - estágios de sua evolução: arquivo de 1ª idade ou corrente, arquivo de 2ª idade ou intermediário e arquivo de 3ª idade ou permanente. - extensão de sua atuação: arquivos setoriais (cumprem funções de arquivo corrente) e arquivos gerais (recebem os documentos correntes, centralizando as atividades de arquivo corrente). - natureza dos documentos: arquivo especial (aquele que em sob sua guarda documentos de formas físicas diversas, como fotografias, discos, fitas, cd-room, disquetes, microformas etc.) e arquivo especializado (é o que tem sob sua custódia os documentos resultantes da experiência humana num campo específico, independentemente da forma física que apresentem, como por exemplo, os arquivos médicos, de imprensa, de engenharia etc.). Assertiva de concurso:No que se refere aos arquivos, a classificação tanto pode significar a organização de documentos de acordo com um plano de classificação ou quadro de arranjo como a atribuição de graus de sigilo a documentos ou às informações neles contidas.(Tec.Desenv.Fisc.Ag. SEAPA/CESPE/2009) Entidade Mantenedora: Podem ser Público ou Privado: Público: Órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciários, nas esferas Federal, Estadual, Municipal e do DF. Também são considerados públicos os Arquivos das Fundações Públicas e Empresas Públicas. Privado: São aqueles mantidos por instituição de caráter particular. Ex: arquivo do Bradesco, Arquivo das Lojas Renner, arquivo da TV Brasília. Natureza dos documentos Especiais: São arquivos em que os documentos cuja forma física (suporte) exija cuidado especial, diferenciado, por causa da sua preservação ou manuseio. Relacionado a forma física do documento, relacionado ao suporte do documento. Ex: Foto, Filme, Negativo, Microfilme. Especializados: São aqueles que mantêm em sua guarda documentos de determinada área do conhecimento. Relacionado a assunto específico, relacionado a uma área do conhecimento. Ex: Arquivo Médico, Arquivo Cartográfico, Arquivos de Engenharia. Estágio de Evolução: Arquivo Corrente: São os Arquivos que guardam os documentos mais novos e mais utilizados pela instituição. No Arquivo Corrente os documentos possuem grande frequência de uso, possuem fim administrativo. DICA: É a fase em que os documentos são criados; - Nesta fase os documentos tramitam bastante e são muito consultados; - Os arquivos correntes se localizam nos próprios setores que produzem/recebem os documentos (Arquivos Setoriais) ou em locais próximos a estes (Arquivo Central/Geral). Arquivo Intermediário: São os Arquivos que guardam os documentos menos utilizados pela instituição. No Arquivo Intermediário os documentos possuem baixa frequência de uso, mas ainda possuem fim administrativo. DICA: É a fase em que os documentos ainda têm valor administrativomas são pouco consultados; - Permite que os setores otimizem seu espaço; - Não há necessidade de serem conservados próximos aos setores; - Nesta fase, os documentos aguardam sua destinação final (eliminação ou guarda permanente); - É também chamado de limbo ou purgatório. Arquivo Permanente: São os Arquivos que guardam os documentos que, já tendo cumprido seu fim administrativo, sua função administrativa, agora são preservados, conservados, pelo seu valor histórico para Instituição. DICA: É a fase em que os documentos já perderam seu valor administrativo e são guardados pelo seu valor histórico, probatório ou informativo; - Os documentos desta fase JAMAIS serão eliminados. ATENÇÃO!! Documentos de Arquivo Permanente JAMAIS poderão ser eliminados Extensão de sua atuação: Arquivos Setoriais: São aqueles instalados nos setores que utilizam os documentos, onde ficam os documentos do uso do dia a dia. Arquivos Centrais: São aqueles localizados fora do local de trabalho, e acumulam em um único local, documentos de provenientes dos diversos setoresda instituição, de forma centralizada. CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS (ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO) O ciclo vital dos documentos compreende as fases pelas quais um documento ou um conjunto destes passam dentro de uma organização, desde a sua criação até a sua destinação final. Tais fases são definidas de acordo com a frequência de uso dos documentos dentro da instituição (pessoa física ou jurídica, pública ou privada) e são divididas em: primária, intermediária e permanente. Esse ciclo também é conhecido como “teoria das três idades”. A seguir veremos cada uma delas. 1ª idade C Corrente 2ª idade I Intermediário 3ª idade P Permanente Arquivos de 1ª idade ou correntes: Constituídos de documentos em curso ou consultados frequentemente, conservados nos escritórios ou nas repartições que se recebem e os produziram em dependências próximas de fácil acesso. Arquivos de 2ª idade ou intermediários: 2 Constituídos de documentos que deixara de ser frequentes consultados, mas cujos órgãos que os receberam e os produziram podem ainda solicita-los. A permanência dos documentos nesses arquivos é transitória. Arquivos de 3ª idade ou permanentes: Constituído de documentos que perderam do todo valor de natureza administrativa e que conservam em razão de seu valor histórico (probatório e informativo) os meios de conhecer o passado e sua evolução. Estes são os arquivos propriamente ditos. A cada uma dessas fases, corresponde uma maneira diferente de conservar e tratar os documentos e, consequentemente, uma organiza organização adequada. Assertiva de concurso: De acordo com a chamada teoria das três idades, há uma clara diferenciação entre arquivos correntes, intermediários e permanentes, em que a descrição nestes últimos é usada para permitir a pesquisa. (Assessor Espec.IPEA/FCC/2004) ARQUIVO CORRENTE Conjunto de documentos estreitamente vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos ou recebidos no cumprimento de atividades-fim (1) e atividades-meio (2) e que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua vigência e da frequência com que são por eles consultados. Ao arquivo corrente devem ser encaminhados não só os documentos cujas questões tenham sido solucionadas, como os que, embora ainda em curso, precisam aguardar o cumprimento de formalidades, onde sobressaem as de caráter administrativo, jurídico, técnico ou científico. Nesta etapa, tendo em vista a frequência de uso do documento pelo órgão que o produziu, são práticas rotineiras: - inspeção: verificação não só da presença do competente despacho de arquivamento, como também da existência de antecedentes, providenciando-se a devida reunião, se for o caso. - análise: confirmação ou não da codificação adotada pelo protocolo (se o documento chegar ao arquivo corrente sem classificação, este é o momento de classificá-lo); complementação da classificação por outros métodos de arquivamento (nome, local, data), se necessária; estabelecimento de referências cruzadas. - ordenação: disposição física dos documentos, de acordo com a codificação. - arquivamento: inserção do documento na unidade de arquivamento pré-estabelecida, utilizando pastas adequadas e sinalização visível (projeções, etiquetas etc.). - empréstimo e consulta: retirada do documento do arquivo para tais fins, utilizando-se, nessa operação, guias-fora (para assinalar a remoção temporária de documentos) e recibos de empréstimo devidamente preenchidos. Como atuação do arquivo corrente, inclui-se também participação nos processos de avaliação (3) e na produção (4) de documentos, esta última no que concerne ao uso de suportes adequados. ARQUIVO INTERMEDIÁRIO Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que aguardam, em depósito de armazenamento temporário, sua destinação final. O arquivo intermediário corresponde à segunda idade do ciclo vital dos documentos. Consiste em depósito de armazenamento temporário para aqueles que ainda dispõem de valor administrativo, embora sem uso frequente, e para a documentação de órgãos extintos, suprimidos e desativados. É importante lembrar que num arquivo municipal de pequeno porte o armazenamento intermediário pode ser realizado mediante o estabelecimento de uma atividade, sem que seja imprescindível a existência de unidade organizacional especificamente criada para esse fim. Suas ações básicas são: - aplicação da tabela de temporalidade (9) , com o devido acompanhamento dos prazos nela estabelecidos; - promoção de medidas necessárias à efetivação do recolhimento de documentos ao arquivo permanente; - manutenção da organização dos documentos pelos respectivos órgãos de origem. Os depósitos de arquivamento intermediário deverão ser de fácil acesso, localizando-se, de preferência, em imóveis e bairros menos valorizados, com instalações e equipamentos de baixo custo. ARQUIVO PERMANENTE Conjunto de documentos cujo potencial de uso para a instituição e/ou a sociedade recomenda devam ser preservados. No arquivo permanente ficam os documentos cuja guarda definitiva foi indicada no processo de avaliação. Tais documentos, uma vez recolhidos, passam a integrar o chamado patrimônio arquivístico municipal, em virtude de seu valor permanente. Uma das principais características do arquivo permanente é a de ser acessível a todos. Ao contrário das fases precedentes, quando o acesso é apenas facultado aos órgãos produtores (ou a outros interessados, mediante concessão especial), a terceira idade significa que os arquivos são públicos por excelência. Por essa razão, os documentos só podem ser consultados no local, não havendo mais qualquer modalidade de empréstimo. Dentre as atividades típicas do arquivo permanente, destacam-se o arranjo, a descrição e a conservação de documentos. -arranjo: disposição física dos documentos de arquivo, com base na sua classificação (12) . -descrição: conjunto de procedimentos que, a partir de elementos formais e de conteúdo, permitem a identificação de documentos e a elaboração de instrumentos de pesquisa (13) . -conservação: conjunto de medidas e procedimentos destinados a assegurar a proteção física dos arquivos contra agentes de deterioração. _____________ (1) atividades-fim: conjunto de encargos desenvolvidos por uma instituição para o desempenho de suas competências específicas. 3 (2) atividades-meio: conjunto de encargos desenvolvidos por uma instituição para auxiliar e viabilizar o desempenho de suas competências específicas. (3) avaliação: processo de análise de documentos, visando a estabelecer sua destinação(5) de acordo com os valores que lhes forem atribuídos. (4) produção: entende-se por produção a emissão de documentos capazes de constituir elementos de prova de direitos ou de informação. (5) destinação: encaminhamento dos documentos, em decorrência da avaliação, à guarda temporária ou permanente, à eliminação(6) e/ou à mudança de suporte(7). (6) eliminação: é o procedimento de destruição física daqueles documentos que, esgotados os valores primários(8), não apresentam interesse histórico-cultural para a Administração ou para a sociedade. (7) suporte: material sobre o qual as informações são registradas: papel, filme, fita magnética, disco ótico, disquete etc. (8) valor primário: também chamado de valor imediato ou administrativo, é a qualidade inerente às razões de criação de todo documento, em decorrências das atividades-fim e das atividades-meio de uma instituição. (9) tabela de temporalidade: instrumento de destinação, aprovado pela autoridade competente, que determina prazos para transferência(10), recolhimento(11), eliminação e mudança de suporte de documentos. (10) transferência: passagem de documentos para o arquivo intermediário. A frequência de uso é um dos elementos considerados para a definição dessa passagem. (11) recolhimento: passagem de documentospara o arquivo permanente. (12) classificação: sequência de operações que, de acordo com as diferentes estruturas organizacionais, funções e atividades da entidade produtora, visam a distribuir em classes os documentos de um arquivo. (13) instrumento de pesquisa: meio pelo qual se identificam, localizam, resumem ou transcrevem, em diferentes graus e amplitudes, fundos(14), grupos, séries(15) e peças documentais existentes num arquivo permanente, com a finalidade de controle e de acesso ao acervo. Os principais instrumentos de pesquisa são: - guia, que fornece informações básicas sobre um ou mais arquivos e seus fundos; - inventário, em que a descrição exaustiva ou parcial de um fundo ou de uma ou mais de suas subdivisões toma por unidade a série, respeitada ou não a ordem do arranjo. - catálogo, em que a descrição exaustiva ou parcial de um fundo ou de uma ou mais de suas subdivisões toma por unidade a peça documental, respeitada ou não a ordem do arranjo. - catálogo seletivo, também conhecido como repertório, que toma por unidade documentos previamente selecionados, pertencentes a um ou mais fundos ou arquivos, segundo um critério temático. - edição de textos, em que os documentos são transcritos na íntegra, de preferência acompanhados de estudos introdutórios e notas. (14) Fundo: a principal unidade de arranjo estrutural nos arquivos permanentes, constituída dos documentos provenientes de uma mesma fonte geradora de arquivos. (15) série: sequência de documentos de um mesmo tipo. PROTOCOLO Conceito Protocolo é o serviço encarregado de recebimento, registro, distribuição, controle da tramitação e expedição de documentos. Caso faça parte de um sistema de arquivos 1 , o protocolo pode, também, identificar os documentos de acordo com a classificação arquivística. Unidade Protocolizadora A expressão unidade protocolizadora identifica qualquer unidade organizacional, sendo irrelevante seu nome ou posição na hierarquia do órgão, desde que, entre suas competências, exista a de autuar/numerar processos e(ou) documentos. (Ag.Adm. MPS - CESPE/2010) Procedimentos Como a entrada do documento na instituição deve ser realizada pela unidade orgânica de protocolo, é preciso dar realce a esse patamar inicial, em que estão compreendidas as operações/atividades de Recebimento Registro Autuação Classificação Expedição/Distribuição Controle/Movimentação Dica de concurso: Uma das atividades realizadas pelo serviço de protocolo é a classificação de documentos, no caso de instituições que possuam um código ou plano de classificação de documentos. (Assit.Serv. Adm. EMBRASA - CESPE/ 2010) - Recebimento Na fase do recebimento, há de ser preliminarmente verificado se o documento deve ter entrada naquele protocolo. Em seguida, procede-se à autuação, se for o caso, garantindo-se ao interessado o devido comprovante de recebimento, habitualmente denominado cartão de protocolo. Os requerimentos e outros documentos de andamento breve, ou seja, de trato e efeito imediato, não são objeto de autuação, devendo haver normas a esse respeito por parte dos órgãos de origem. Os documentos não sigilosos ou de natureza ostensiva serão em seguida lidos e analisados, não só para as operações de juntada, anexação ou apensação, quando for o caso, mas também para a classificação do assunto de que tratam. - Registro O registro se refere às anotações que servem de base para o controle da tramitação (fichas, guias de remessa etc.), operação que poderá ser realizada em tantas vias quantas forem necessárias para o tipo de informação requerida. - Autuação 1 Conjunto de arquivos de uma mesma esfera governamental ou de uma mesma entidade, pública ou privada, que, independentemente da posição que ocupam nas respectivas estruturas administrativas, funcionam de modo integrado e articulado na consecução de objetivos técnicos comuns. 4 Documentos são transformados em processo – abertura de processo Inserção de capa específica Numeração das páginas Atribuição de nº de identificação do processo *Dicas de concursos: A abertura de um processo denomina-se autuação. O processo é formado por um ou mais documentos que exijam estudos e(ou) procedimentos expressos em despachos, pareceres técnicos, instruções, entre outros.(Assit.Serv.Adm. EMBRASA/CESPE/2010) A autuação do processo deve ser feita, preferencialmente, a partir de um documento original; no entanto, pode-se utilizar uma cópia de documento, autenticada por alguém dotado de fé pública. Documentos transmitidos por fax, entretanto, não podem constituir peças de processo. (Assit. Serv. Adm. EMBRASA - CESPE/2010) A formação de processo deve incluir as seguintes ações: prender toda a documentação dentro de uma capa, obedecendo à ordem cronológica do documento mais antigo para o mais recente; colocar uma etiqueta na capa com o número de protocolo; numerar as folhas do processo em ordem crescente e sem rasuras; identificar, na capa, a unidade para a qual o processo será encaminhado.(Assit.Serv.Adm. EMBRASA/CESPE/2010) - Classificação Numa conceituação simples, classificar consiste em distribuir as matérias tratadas nos documentos em classes e/ou grupos segundo o sistema de classificação adotado (por assunto, geográfico, numérico) admitidas as necessárias subdivisões, hierarquicamente coordenadas. Ao longo do processamento arquivístico podem ser usados diversos métodos de classificação, numéricos ou alfabéticos, subordinada a escolha ao tipo de informação visada. Elementos como nome, local, data e assunto podem determinar essa opção. O assunto, no entanto, constitui um fator de recuperação dos mais importantes. A classificação começa a ter relevância desde a fase inicial do protocolo, ligada que está às atividades de recebimento, tramitação, expedição, arquivamento e recuperação das informações contidas nos documentos. Ela é efetuada mediante leitura e interpretação do conteúdo do documento, visando ao enquadramento do mesmo no plano de classificação previamente elaborado. Nessa operação é preciso distinguir se há assunto principal e assuntos(s) secundário(s), recorrendo-se, se for o caso, a referências cruzadas. Como o plano de classificação é um instrumento básico e começa a ser aplicado na fase corrente, torna-se indispensável tecer aqui alguns comentários a seu respeito. A elaboração desse instrumento exige trabalho criterioso de equipe multidisciplinar – arquivistas, administradores e técnicos ligados aos temas dos assuntos da instituição. É conveniente chamar a atenção para as seguintes operações: Leitura, para verificar em que item do plano de classificação se enquadra o assunto identificado; Localização do assunto no plano, utilizando o índice, se necessário; Anotação do respectivo código no documento e seus anexos, em espaço previamente convencionado. - Distribuição Na distribuição, preparam-se os documentos para o devido encaminhamento aos respectivos destinatários, inclusive para expedição. Note-se que a distribuição não deve ser feita antes de se verificar se não faltam folhas, anexos, numeração, data e encaminhamento de cópias do documento à unidade de arquivo. - Expedição Refere-se ao encaminhamento dos documentos. - Tramitação (Movimentação) A movimentação consiste no controle dos documentos em tramitação, visando garantir não só a sua imediata localização, mas, sobretudo o acesso às informações neles contidas durante essa fase. Destaque-se que as operações de protocolo podem ser informatizadas. Nesse caso, deverão ser estabelecidos normas e procedimentos adequados à adoção dessa tecnologia. GESTÃO, CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS Gestão de documentos é um conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos os documentos de qualquer idade desde sua produção até sua destinação final (eliminação ou guarda permanente), com vistasà racionalização e eficiência administrativas, bem como à preservação do patrimônio documental de interesse histórico-cultural. “É um instrumento gerencial e um instrumento de preservação da memória institucional” (Renato Tarciso Barbosa de Sousa, 2007) “Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando à sua eliminação ou ao recolhimento para guarda permanente.” (Art. 3º, Lei 8.159/91) A gestão de documentos pode ser definida como o conjunto dos procedimentos e das operações técnicas voltadas para produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos, na primeira e na segunda idades, visando à eliminação ou à guarda permanente. (Tec.Sup.IPAJM-ES/CESPE/2010) SÃO OBJETIVOS DA GESTÃO DOCUMENTAL: Garantir, assegurar, de forma eficiente: a produção, administração, manutenção e destinação de documentos; Garantir que a informação estará disponível no momento necessário ao usuário (instituição, estado, pessoa); Eliminação de documentos que não possuem administrativo, fiscal, legal ou para fins de pesquisa científica ou histórica; Assegurar uso adequado da micrográfica, processamento automatizado de dados, e outras técnicas da gestão da informação; 5 Contribui para o acesso e a preservação dos documentos que deverão ser guardados e preservados por seus valores históricos, científicos, valores secundários. FASES BÁSICAS A Gestão Documental acontece em 3 fases básicas: Produção: otimizar a criação de documentos; controle da produção e da difusão de documentos. Acontece na fase corrente Utilização: envolve métodos de controle relacionados às atividades de protocolo e às técnicas específicas para classificação, organização e elaboração de instrumentos de recuperação da informação. É referente ao fluxo percorrido pelos documentos, necessários ao cumprimento de sua função administrativa, assim como sua guarda após o trâmite. É desenvolvida a gestão de arquivos correntes e intermediários Destinação: envolve as atividades de análise, seleção e fixação de prazos de guarda dos documentos, ou seja, implica decidir quais os documentos a serem eliminados e quais serão preservados permanentemente. OBS.: Entende-se por produção a emissão de documentos capazes de constituir elementos de prova de direitos ou de informação. Para atender a esse propósito, seria ideal planejar a emissão com vistas à adequação do formato, do suporte, da frequência de consultas, do prazo de validade, do uso de tecnologias etc. - CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS Gênero Gênero documental é a reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais, particularmente o suporte e a forma de registro da informação. Quanto ao gênero, os documentos podem ser: - escritos ou textuais: documentos manuscritos, datilografados ou impressos; - cartográficos: documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia (mapas, plantas, perfis); - iconográficos: documentos em suportes sintéticos, em papel emulsionado ou não, contendo imagens estáticas (fotografias, diapositivos, desenhos, gravuras); - filmográficos: documentos em películas cinematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), conjugados ou não a trilhas sonoras, com bitolas e dimensões variáveis, contendo imagens em movimento (filmes e fitas videomagnéticas); - sonoros: documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos (discos e fitas audiomagnéticas); - micrográficos: documentos em suporte fílmico resultantes da microreprodução de imagens, mediante utilização de técnicas específicas (rolo, microficha, jaqueta, cartão-janela); - informáticos: documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador (disquete, disco rígido, disco óptico). Espécie Espécie documental é a divisão de gênero documental, que reúne tipos documentais por suas características comuns de estruturação da informação. Quanto à espécie os documentos podem ser: - Ata: documento que relata os acontecimentos de uma reunião ou sessão; - Aviso: correspondência entre Ministros ou governadores; - Carta: forma de correspondência entre entidades e particulares; - Certidão: documento que atesta que algo aconteceu de acordo com o que já se encontrava registrado em outro documento; - Circular: correspondência; - Despachos: manifestação escrita de autoridade sobre assuntos de sua competência, submetidos a sua apreciação; - Edital: ordem oficial ou traslado de postura afixado nos locais públicos; - Exposição de Motivos: documento demonstrativo dos Ministros para o chefe de Estado de fatos ou motivos que justifiquem a necessidade de medidas ou providências para a solução de problemas de interesse público ou privado; - Memorando: forma de correspondência interna de um órgão; - Mensagem: correspondência entre poderes; - Ofício: correspondência oficial entre autoridades; - Ordem de serviço: documento que autoriza a execução de um serviço; - Portaria: ato escrito por meio do qual o Ministro de Estado ou outra autoridade competente determina providências de caráter administrativo, dá instruções sobre a execução de uma lei, nomeia e designa funcionários e aplica medidas de ordem disciplinar a subordinados que incidem em faltas; - Relatório: descrição de fatos e acontecimentos relativos à determinada execução de tarefa especial, destinados a um nível hierárquico superior. Dicas de concursos Correspondência é o nome dado a todas as espécies de comunicação escrita que circulam nos órgãos ou nas entidades, exceto os processos. Classifica-se em interna ou externa, oficial ou particular, recebida ou expedida. Considera-se correspondência interna aquela trocada entre órgãos de uma mesma instituição, tais como memorandos, despachos e circulares. (Tec.Des. Fisc.Agrop.SEAPA- DF/CESPE/2009) Natureza do Assunto Quanto à natureza do assunto os documentos podem ser ostensivos ou sigilosos. A classificação de ostensivo é dada aos documentos cuja divulgação não prejudica a administração, ou seja, pode ser de livre conhecimento. Consideram-se sigilosos os documentos que, por sua natureza, devam ser de conhecimento restrito e, portanto, requeiram medidas especiais de salvaguarda 6 para sua custódia e divulgação. A Lei 12.527/2011 estabelece: Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1 o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação previstano caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. - AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS Trabalho interdisciplinar que consiste em identificar valores para os documentos (imediato e mediato) e analisar seu ciclo de vida, com vistas a estabelecer prazos para sua guarda ou eliminação, contribuindo para a racionalização dos arquivos e eficiência administrativa, bem como para a preservação do patrimônio documental. A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco óptico ou qualquer outro. A avaliação deverá ser realizada no momento da produção, paralelamente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordenada. São objetivos da avaliação de documentos: Redução da massa documental; Agilidade na recuperação dos documentos e das informações; Eficiência administrativa; Melhor conservação dos documentos de guarda permanente; Racionalização da produção e do fluxo de documentos (trâmite); Liberação de espaço físico; Incremento à pesquisa. Valoração de documentos Distinguir o valor primário e secundário dos documentos é primordial na avaliação. O primeiro decorre do interesse que o documento tem para a instituição de que se originou, destacando-se o valor administrativo. Já o valor secundário se refere à ligação com os usuários externos, para fins probatórios e informativos, estes, principalmente, os de pesquisa. Tabela de temporalidade Como uma das consequências da avaliação dos documentos, temos a criação da tabela de temporalidade. Esse instrumento de trabalho dos arquivistas permite distinguirmos as informações essenciais das supérfluas, permite o reaproveitamento do espaço físico e garante a preservação e recuperação das informações cuja guarda decorra de exigência legal ou que seja de valor permanente para a instituição. Assim, a tabela de temporalidade tem por objetivo definir e demonstrar para os profissionais envolvidos na gestão de documentos, o tempo de vida útil dos documentos na instituição sob o ponto de vista legal, técnico, administrativo, fiscal e histórico/permanente. Esse tempo de vida útil, geralmente, é definido com base na legislação vigente, embora outros critérios intrínsecos à instituição possam estabelecer os prazos. ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO, SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO Conceito: Dica de concurso: Métodos de arquivamento ou de ordenação são aqueles usados para organizar os documentos de um arquivo ou coleção, uns em relação aos outros, dentro das unidades de armazenamento (pastas, caixas, gavetas etc.).(Assist.Ser. Adm.EMBRASA -CESEP/2010) Modernamente, o arquivo de informações tornou- se uma atividade que pode ser realizada eletronicamente através de computadores. O importante é que a decisão quanto ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas; e os tipos de documentos que devem ser arquivados. A tarefa de classificar documentos para um arquivo exige do classificador conhecimentos não só da administração a que serve, como da natureza dos documentos a serem classificados. Cada ramo de atividade exige um método diferente, adequado às suas finalidades. Daí o problema difícil, quando se quer organizar um arquivo, da escolha de um método ideal de classificação para que a finalidade precípua do arquivo, que é o acesso aos documentos, seja plenamente atendida. 7 O método de arquivamento é determinado pela natureza dos documentos a serem arquivados e pela estrutura da entidade. Tipos: Pode-se dividir os métodos de arquivamento em duas classes: básicos e padronizados Básicos Uniterno Decimal Duplex Numéri Dicionário icoEnciclopéd Alfabéti fiIdeogra alterDígito oCronológic Simples Numéri ficoGeogra Alfabético cos cos cos´ min cos ´ Padronizados Rôneo Mnemônico Soundex Automático Variadex Estes métodos pertencem a dois grandes sistemas: direto e indireto. Sistema direto é aquele em que a busca do documento é feita diretamente no local onde se acha guardado. Sistema indireto é aquele em que, para se localizar o documento, é preciso antes consultar um índice ou um código. O código alfanumérico - Combinação de letras e números – não se inclui nas classes de métodos básicos e padronizados e é considerado do sistema semi indireto. Quando se trata de planejar a organização de um arquivo ou fichário, os elementos constantes de um documento a considerar são: nome (do remetente, do destinatário, ou da pessoa a quem se refere o documento); local, número, data e assunto. De acordo com o elemento mais importante e mais frequentemente procurado, em cada caso, pode-se organizar os fichários ou arquivos em: a) ordem alfabética; b) ordem geográfica; c) ordem numérica (simples ou cronológica) d) ordem de assunto. Com referência à ordem numérica, a data geralmente é precedida por número de ordem, como também pode ser considerada elemento subsidiário nas outras ordenações. 1. MÉTODOS BÁSICOS a) Método alfabético É o mais simples, desde que o elemento principal a ser considerado seja o nome. É um método direto, porque a pesquisa é feita diretamente, não sendo necessário se recorrer a um índice auxiliar para localizar qualquer documento. Nesse método, as fichas ou pastas são dispostas na ordem rigorosamente alfabética, respeitadas as normas gerais para a alfabetação, através de guias divisórias, com as respectivas letras. As notações nas guias podem ser abertas ou fechadas, conforme indiquem o limite inicial ou os limites inicial e final. Notações simples abertas: A, B, C, Ab, Ac etc.; notações compostas ou fechadas: Aa-Al, Am-Az etc. O arquivamento de nomes obedece a 13 regras, chamadas regras de alfabetação, e que são as seguintes: 1) Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome. Ex.: João Barbosa Paulo Santos Arquivam-se: Barbosa, João Santos, Paulo OBS.: Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfabética do prenome. Ex.: Aníbal Teixeira Marilda Teixeira Arquivam-se: Teixeira, Aníbal Teixeira, Marilda 2) Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam. Ex.: Camilo Castelo Branco Paulo Monte Verde Arquivam-se: Castelo Branco, Camilo Monte Verde, Paulo 3) Os sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo ou São seguem a regra dos sobrenomes compostos por um adjetivo e um substantivo. Ex.: Waldemar Santa Rita Carlos São Paulo Arquivam-se: Santa Rita, Waldemar São Paulo, Carlos 4) As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes iguais. Ex.: J. Vieira Jonas Vieira José Vieira Arquivam-se: Vieira, J. Vieira, Jonas Vieira, José 5) Os artigos e preposições, tais como a, o, de, d’, da, do, e, um, uma, não são considerados. Ex.: Pedro de Almeida Ricardo d’ Andrade Arquivam-se: Almeida, Pedro de Andrade, Ricardo d’ 6) Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco como Filho, Júnior, Neto, Sobrinho são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordenação alfabética. Ex.: Antônio Almeida Filho Paulo Ribeiro Júnior 8 Arquivam-se: Almeida Filho, Antônio Ribeiro Júnior, Paulo Obs.: Os graus de parentesco só serão considerados na alfabetação quando servirem de elemento de distinção. Ex.: Jorge de Abreu Sobrinho Jorge de AbreuNeto Jorge de Abreu Filho Arquivam-se: Abreu Filho, Jorge de Abreu Neto, Jorge de Abreu Sobrinho, Jorge de 7) Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após o nome completo, entre parênteses. Ex.: Ministro Milton Campos Professor André Ferreira Arquivam-se: Campos, Milton (Ministro) Ferreira, André (Professor) 8) Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais. Ex.: Georges Aubert Winston Churchill Arquivam-se: Aubert, Georges Churchill, Winston 9) As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser consideradas. O mais comum é considerá-las como parte integrante do nome quando escritas com letra maiúscula. Ex.: Giulio di Capri Esteban De Penedo Charles Du Pont Arquivam-se: Capri, Giulio di De Penedo, Esteban Du Pont, Charles 10) Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobrenome, que corresponde ao sobrenome de família do pai. Ex.: José de Oviedo y Baños Francisco de Pina de Mello Angel del Arco y Molinero Antonio de los Rios Arquivam-se: Arco y Molinero, Angel Del Oviedo y Baños, José de Pina de Mello, Francisco de Rios, Antonio de los 11) Os nomes orientais – japoneses, chineses e árabes – são registrados como se apresentam. Ex.: Al Ben-Hur Li Yutang Arquivam-se: Al Ben-Hur Li Yutang 12) Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos governamentais devem ser transcritos como se apresentam, não se considerando, porém, para fins de ordenação, os artigos e preposições que os constituem. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome. Ex.: Embratel Álvaro Ramos & Cia Fundação Getúlio Vargas A Colegial Arquivam-se: Álvaro Ramos & Cia Colegial (A) Embratel Fundação Getúlio Vargas 13) Nos títulos de congressos, conferências, reuniões, assembleias e assemelhados, os números arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre parênteses. Ex.: II Conferência de Pintura Moderna Quinto Congresso de Geografia 3º Congresso de Geologia Arquivam-se: Conferência de Pintura Moderna (II) Congresso de Geografia (Quinto) Congresso de Geologia (3º) Vantagens do método alfabético: rápido, direto, fácil e barato. Desvantagens: os erros de arquivamento tendem a predominar no arquivamento alfabético, quando o volume de documentos é muito grande, devido ao cansaço visual e à variedade de grafia dos nomes. Dica de concurso: Um dos métodos de ordenação mais usados é o alfabético. Ao usar a ordem alfabética para nomes é preciso seguir regras. Nesse sentido, considere a lista alfabética seguinte. Quando o método alfabético é adotado, devem- se utilizar etiquetas e guias divisórias com letras para organizar e facilitar a localização dos documentos, fichas ou pastas. As anotações podem ser simples e abertas - por exemplo: A, B, Ab, Ac -, compostas ou fechadas, indicando os limites inicial e final, por exemplo: A-C, Ba-Bi. (Assist.Ser.Adm.EMBRASA/CESEP/2010) b) Geográfico O método geográfico é do sistema direto. A busca é feita diretamente ao documento. Este método é preferido quando o principal elemento a ser considerado em um documento é a procedência ou local. As melhores ordenações geográficas são: - Nome do estado, cidade e correspondente. Quando se organiza um arquivo por estados, as capitais devem ser alfabetadas em primeiro lugar, por estado, independentemente da ordem alfabética em relação às demais cidades, que deverão estar dispostas após as capitais. Ex.: Estado Cidade Correspondente Amazonas Manaus Sobreira, Luísa Amazonas Itacoatiara Santos, Antônio 9 Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rodrigues, Isa Rio de Janeiro Campos Almeida, José de - Nome da cidade, estado e correspondente. Quando o principal elemento de identificação é a cidade e não o estado, deve-se observar a rigorosa ordem alfabética por cidades, não havendo destaque para as capitais. Ex.: Cidade Estado Correspondente Campos Rio de Janeiro Almeida, José de Itacoatiara Amazonas Santos, Antônio Manaus Amazonas Sobreira, Luísa Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rodrigues, Isa OBS.: Quando se trata de correspondências com outros países, alfabeta-se em primeiro lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais cidades serão alfabetadas em ordem alfabética, após as respectivas capitais dos países a que se referem. Ainda falando do método geográfico devemos identificar como sendo: Vantagens: é direto e de fácil manuseio. Desvantagens: exige duas classificações – local e nome do correspondente. c) Métodos Numéricos Quando o principal elemento a ser considerado em um documento é o número, a escolha deve recair sobre um dos seguintes métodos: simples, cronológico ou dígito-terminal. Tais métodos são indiretos, uma vez que, para se localizar um documento ou pasta, há que se recorrer a um índice alfabético (em fichas), que fornecerá o número sob o qual o documento ou pasta foram arquivados. A numeração obedece somente à ordenação sequencial, embora a disposição física das pastas, nas gavetas ou estantes, possa apresentar peculiaridades próprias a cada método. - Método Numérico Simples O método numérico simples constitui-se na atribuição de um número a cada correspondente ou cliente, pessoa física ou jurídica, obedecendo-se à ordem de entrada ou de registro, sem qualquer preocupação com a ordenação alfabética, já que o método exige um índice alfabético remissivo. O método numérico simples, feitas algumas adaptações, tem ampla aplicação nos arquivos especiais (discos, fotografias, filmes, fitas sonoras) e especializados (projetos de engenharia, projetos de financiamento, prontuários médicos, cadastros de funcionários). - Método Numérico Cronológico Neste método, além da ordem numérica, tem-se de observar a data. Esta modalidade é a adotada em quase todas as repartições públicas. Numera-se o documento e não a pasta. É o único método que dispensa o uso de pastas miscelânea, uma vez que cada documento recebe seu próprio número de registro, constituindo-se num processo único, ordenado em rigorosa ordem numérica. Vantagens do método numérico cronológico: maior grau de sigilo, menor possibilidade de erros por ser mais fácil lidar com números do que com letras. Desvantagem: é um método indireto, obrigando duplicidade de pesquisa. - Dígito-terminal Este método surgiu em decorrência da necessidade de serem reduzidos erros no arquivamento de grande volume de documentos, cujo elemento principal de identificação é o número. Entre as instituições de grande porte que precisam arquivar parte considerável dos seus documentos por número podemos mencionar, entre outras, o INSS, as companhias de seguro, os hospitais, os bancos. Os documentos são numerados sequencialmente, mas sua leitura apresenta uma peculiaridade que caracteriza o método: os números, dispostos em três grupos de dois dígitos cada um, são lidos da direita para a esquerda, formando pares. Decompondo-se, por exemplo, o número 829.319, tem-se os seguintes grupos: 82-93-19. Como a leitura é feita sempre da direita para a esquerda, chama-se o grupo 19 de primário, o grupo 93 de secundário e o grupo 82 de terciário. O arquivamento dos documentos, pastas ou fichas é feito considerando-se em primeiro lugar o grupo primário, seguindo-se o secundário e finalmente o terciário. Assim, para se localizar a pasta 162.054 (16-20- 54), o arquivista deve verificar, em primeiro lugar, onde se encontram as pastas terminadas em 54; em seguida, localiza as pastas cujo grupo secundário é o grupo 20 e, finalmente, a pasta desejada, de número 16. Vantagens do método dígito-terminal: redução de erros de arquivamento; rapidez na localização e arquivamento, uma vez que trabalhacom grupos de dois dígitos; expansão equilibrada do arquivo distribuído em três grandes grupos; possibilidade de divisão equitativa do trabalho entre os arquivistas. Desvantagens: leitura não convencional dos números; disposição física dos documentos de acordo com o sistema utilizado na leitura. d) Ideográficos (Métodos por Assunto) Quase toda organização dispõe de certo número de documentos que devem, com vantagem ser arquivados por assunto, os referentes à administração interna e suas atividades-fim. 10 Dependendo do volume de documentos a serem guardados por assunto, pode-se escolher métodos mais ou menos complexos, capazes de atender às necessidades. O método de arquivamento por assunto não é, porém, de fácil aplicação, pois depende de interpretação dos documentos sob análise, além de amplo conhecimento das atividades institucionais, no entanto, é o mais aconselhado nos casos de grandes massas documentais e variedade de assunto. - Alfabéticos Quando o volume e a diversidade de assuntos da documentação a ser arquivada são pequenos, deve-se adotar o método alfabético, que poderá obedecer à ordem dicionária ou à ordem enciclopédica. Na ordem dicionária, os assuntos isolados são dispostos alfabeticamente, obedecendo-se somente à sequência das letras. Exemplo: Cursos de Doutorado Cursos de Especialização Cursos de Formação Na ordem enciclopédica, os assuntos correlatos são agrupados sob títulos gerais e dispostos alfabeticamente. Com a ordenação enciclopédica surgem os primeiros esboços de esquemas de classificação. Exemplo: Cursos Especialização Formação Pós-Graduação Doutorado Mestrado - Numéricos Os métodos numéricos ideográficos ou de assuntos mais conhecidos são o duplex, o decimal e o unitermo, também conhecido como indexação coordenada. ▪ Método duplex Nesse método a documentação é dividida em classes, conforme os assuntos, partindo-se do gênero para a espécie e desta para a minúcia. Exemplo: 0 Administração Geral 1 Pesquisas 1.1 Psicologia 1.1.1 Aplicada ao Trabalho 1.1.2 Aplicada à Educação 1.2 Ciência Política 1.3. Administração ▪ Método decimal O método decimal empregado nos arquivos é baseado na técnica do Sistema Decimal de Melvil Dewey, ex-presidente da Associação dos Bibliotecários Americanos. Este sistema foi aceito pelo Instituto Bibliográfico de Bruxelas, que o ampliou. Hoje, é universalmente conhecido. Consiste na distribuição hierárquica dos documentos em 10 grandes classes, cada uma das quais se reparte em 10 subclasses e assim por diante. O método decimal apresenta as seguintes vantagens: - todos os assuntos relacionados com determinado tópico ficam reunidos em grupos; - os números classificadores formam verdadeiras nomenclaturas fáceis de reter na memória; - expansão ilimitada para as subdivisões dos assuntos. São desvantagens deste método: limitação de 10 números para a classificação; necessidade de se prever o desenvolvimento das atividades da instituição, bem como preparo e muita atenção do arquivista. Dica de concurso: No sistema decimal de codificação, mais utilizado pelas empresas, admite-se que somente a utilização das três classificações (geral, individualizadora e definidora) pode evitar enganos de movimentação de itens nos estoques. (Anal.Adm. FHS/CESPE/2009) ▪ Unitermo ou Indexação Coordenada O método unitermo ou indexação coordenada foi desenvolvido por Mortimer Taube, nos EUA, em princípios de 1950. Embora não se recomende sua aplicação nos arquivos convencionais, a indexação coordenada vem sendo utilizada, com grande êxito, principalmente nos arquivos especiais e especializados. O método consiste em se atribuir a cada documento, ou grupo de documentos, um número em ordem crescente, de acordo com sua entrada no arquivo. Esse número, denominado número de registro, controlado através de livro próprio, deve ser assinalado no documento, em lugar visível e previamente determinado. Sua finalidade é identificar e localizar o documento quando solicitado. Os elementos identificadores do documento são transcritos em uma ficha-índice, sob a forma de palavras-chave. 2. MÉTODOS PADRONIZADOS a) Variadex É um método alfabético e muito conhecido, de uso direto e que deve ser aumentado de acordo com a necessidade. Consiste em dar cores aos diversos grupos de letras, o que auxilia muito a localização e o manuseio. A cor das guias é dada pela segunda letra da palavra- chave. b) Automático É uma variedade do método alfanumérico. Não tem aplicação prática no Brasil. c) Soundex Não tem aplicação prática nos arquivos brasileiros. d) Mnemônico: É um método alfabético que procura combinar as letras do alfabeto de forma a auxiliar a memória. Ex.: A – Aluguel. Encontra-se praticamente obsoleto no Brasil. e) Rôneo: Praticamente não se usa no Brasil. Dica de concurso: O método temático tem como eixo a identificação de temas ou assuntos 11 presentes, explicitamente ou não, nos documentos. Esse método deve ser utilizado combinado com o alfabético, que serve para ordenar os temas elencados. (Assist.Ser.Adm.E MBRASA/CESE P/2010) ARQUIVÍSTICA E INFORMÁTICA Não é fácil definir informação. Iremos adotar a definição segundo a qual informação é o “termo que designa o conteúdo de tudo aquilo que trocamos com o mundo exterior e que faz com que nos ajustemos a ele de forma perceptível”. A palavra informática surge da contração das palavras informação e automática. Logo, informática é a ciência que estuda os métodos e modos de processamento e transmissão da informação. (MONTE, 2004) MICROFILMAGEM Uma das questões mais importantes em Arquivologia reside na impossibilidade de se armazenar tudo o que é produzido nas atividades de administração da vida moderna. Mesmo com o auxílio da informática e do armazenamento de dados, é impossível guardar todos os documentos que são produzidos. Foi com o surgimento dos processos mecanográficos que surgiu a concepção de automação ou automatização de documentos e arquivos. Todavia, foi apenas com o surgimento do arquivo eletrônico que a automação se concretizou. Quando falamos em automação (digitalização) 2 de documentos estamos basicamente fazendo referência à transposição do suporte inicial do documento (papel, fita magnética etc.) para um suporte digital (CD, DVD etc.) por meio de computadores. As duas formas mais comuns de automatizar (digitalizar) um documento são: - Através da transferência da informação para um CD ou mesmo para o meio virtual (ex: disco virtual) realizado pelo processo de “scanneamento” de um documento em papel; - Gravando as informações de uma fita magnética, disco de vinil etc. para um CD ou DVD, por exemplo. A digitalização de documentos é uma política de arquivo baseada em quatro fundamentos principais: - Diminuição do tamanho do acervo; - Preservação dos documentos; - Possibilidade de acesso ao mesmo documento por várias pessoas ao mesmo tempo; - Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recuperação da informação. A microfilmagem é um processo realizado mediante captação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico, tendo como objetivos principais reduzir o tamanho do acervo e preservar os documentos originais (estima-se que um microfilme preservado em condições ambientais adequadas tenha a durabilidade média de 500 2 Definir e utilizar formatos padronizados na elaboração de documentos digitais facilita a definição de técnicas de preservação digital e reduz custos, embora esses padrões não sejam perenes. (Arquivista Tec.Ofic.Intel. ABIn - CESPE/2010) anos). A partir da microfilmagem – salvo raras exceções – o documento estará disponível para consulta apenas através do rolo de microfilme, preservando-se, dessa forma, o original. Os defensores da microfilmagem apontam razões para microfilmar: - Confiabilidade: O microfilme é uma mídia de arquivamento. Atualmente os documentosfilmados há 70 anos são recuperáveis e legíveis. Que outro tipo de mídia pode oferecer a mesma confiabilidade? - Norma ISO: O microfilme é uma mídia compatível. As informações armazenadas em microfilme estão protegidas quanto a possíveis mudanças tecnológicas. - Baixo Custo: O microfilme propicia um armazenamento eficiente, ocupando pouco espaço a um custo muito baixo por imagem. Suas qualidades de arquivamento o tornam a melhor opção para armazenamento em longo prazo. - Reproduzível: É muito econômico reproduzir um microfilme. Pode-se distribuir de modo rápido e conveniente grandes quantidades de informações para as pessoas que desejam acessá-las. - Digitalizável: O microfilme pode ser convertido em dados eletrônicos para distribuição através da Internet e ser armazenado digitalmente para fácil consulta. A microfilmagem de documentos oficiais é regulamentada pela Lei Nº 5.433/68 e pelo Decreto Nº 1799/96. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS DOCUMENTOS MICROFILMADOS E OS DIGITALIZADOS Abordaremos agora as principais diferenças entre os documentos microfilmados e os digitalizados: - O microfilme possui valor legal. O documento digital não possui valor legal. Assim, caso o documento tenha valor jurídico, ele poderá ser eliminado se houver sido microfilmado, mas o mesmo não poderá ser feito caso ele tenha sido scanneado. - Alguns estudos demonstram que o tempo de vida útil (considera-se a integridade da informação) de um CD, em condições de armazenamento e ambiente adequados, gira em torno de 200 anos. O microfilme tem um prazo estipulado em 500 anos. - O CD pode ser guardado em condições ambientais “mais flexíveis”, enquanto que o microfilme, devido à composição química da fotografia, precisa de cuidados muito mais especiais. Documentos eletrônicos (digitais): conceitos e definições. - Documento eletrônico = todo registro que tem como meio físico um suporte eletrônico. - documento eletrônico ou documento digital é todo registro gerado ou recebido por uma entidade pública ou privada, no desempenho de suas atividades, armazenado e disponibilizado ou não, através de sistemas de computação. 12 - Assinatura eletrônica é todo método eletrônico que permita evidenciar a autoria e integridade do conteúdo de um documento eletrônico. - Assinatura digital, por sua vez, é espécie do gênero “assinatura eletrônica”, sendo caracterizada pelo emprego de criptografia com sistema de chaves assimétricas. - Certificação digital é a atividade de certificar assinaturas digitais, identificando e reconhecendo o seu titular e a sua correspondente chave pública. Mediante o uso da certificação digital, presume-se a autenticidade e a integridade do documento eletrônico. GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS - GED A Gestão Eletrônica de Documentos, ou simplesmente “GED”, trata-se da Gestão de Documentos aliada às ferramentas tecnológicas para facilitar o seu trabalho. As principais inovações aplicadas são as que trabalham com os processos de Gestão de Documentos e suporte de documentos eletrônicos. As principais ferramentas tratadas na automação de arquivos e cobradas em provas são o GED e o workflow. Vamos a cada uma delas. GED: é a sigla para Gerenciamento Eletrônico de Documentos, ou Gestão Eletrônica de Documentos. Trata-se apenas de acrescentar à Gestão de Documentos tradicional equipamentos e tecnologias que irão facilitar e aumentar a qualidade de sua atuação. Partindo do conceito inicial, podemos descrever GED como sendo um conjunto de tecnologias que permite a uma entidade gerenciar seus documentos em forma digital. Esses documentos podem ter os mais diferentes formatos, suportes ou gêneros, como papel, áudio, microfilme, arquivos de texto, etc. As principais tecnologias que compõem o conjunto do GED são: Capture – tecnologia que permite a captura do documento pelo sistema. A partir da captura o sistema extrai os dados do documento e os transformam em informações confiáveis, recuperáveis e acessíveis (metadados), como o produtor, a data, o local, número, etc. Document Imaging – é a tecnologia mais utilizada atualmente em entidades públicas e privadas, superando até mesmo a microfilmagem. Trata- se um documento digital (ou eletrônico). Essa conversão é feita através de aparelhos de captura de imagens, como os scanners. Document Management – essa tecnologia permite o controle sobre a criação, revisão e descarte de documentos eletrônicos. Ela propicia recuperação de informações (autor, data, local, versão, etc), segurança, busca e versão. COLD ou ERM – tecnologia que trata da emissão de relatórios sobre a Gestão de Documentos. Funciona como um feedback, mostrando os resultados das operações realizadas. Forms Processing – tecnologia que permite a criação de formulários. Os formulários são essenciais para algumas atividades e trâmites de documentos. Records andInformation Management – tecnologia que controla o ciclo de vida dos documentos. Essa tecnologia opera com base na Tabela de Temporalidade da entidade, aplicando aos documentos sob controle do sistema. Workflow: não é necessário muito aprofundamento neste conceito, pois ele apareceu em apenas quatro provas para cargos de nível médio. Pode ser que venha a aparecer com mais frequência em provas, mas ainda vai demorar um pouco. Contudo, caso apareça em provas, será suficiente que o candidato saiba apenas o conceito para responder a questão. O Workflow (ou fluxo de trabalho) é como o próprio nome sugere uma sequência ordenada de tarefas em uma atividade. No caso da Gestão de documentos trata- se de todo o rito que o documento segue desde sua criação até sua destinação. Ainda, no caso da automação, esse processo é automatizado porque o próprio sistema de GED fornecerá os passos a serem seguidos para a realização de uma atividade administrativa. Considerações sobre automação: GDE X GED: é muito comum que o candidato cometa o erro de confundir esses dois conceitos pela semelhança da sigla. Então peço muita atenção: O GED refere-se à automação do sistema, enquanto a GDE refere-se à parte da gestão voltada exclusivamente para documentos eletrônicos. Não é necessário que todas as tecnologias e GED estejam presentes em uma entidade para que esta possa estar automatizada. De fato, as mais comuns são a captura, Doument, Imaging (ou digitalização) e o ERM (mais utilizado em sistemas de protocolo). Documento Digital X Documento Digitalizado: também é comum que o candidato acredite que todo documento inserido no computador é um documento digital. Contudo, para a doutrina, documento digital é aquele que “nasce” em suporte eletrônico e em código binário (lembrem-se da classificação de documentos quanto ao gênero). O documento que “nasce” em suporte papel e depois é inserido no computador é o documento digitalizado. A diferença pode parecer sutil, mas não é: um documento digital está no suporte eletrônico; um documento digitalizado apenas tem a sua imagem no computador, uma cópia, mas o documento em si continua sendo aquele em suporte papel, que deve ser mantido para todos os efeitos (de acordo com a Lei 12.682/12, a versão digitalizada não possui o mesmo valor legal do original, diferente do que acontece na microfilmagem). Metadados: os metadados descrevem o processo de registro da informação e identificam o documento, servindo para assegurar a autenticidade, compreensão e uso do documento. Trata-se de “dados sobre os dados” (retira- se dados sobre o documento, como número, destinatário, autor, assunto, data, etc., para inserir em um sistema de busca e recuperação). Migração: é o processo de combate à obsolescência dos equipamentos digitais. Devido ao rápido avanço tecnológico, um suporte digital (mídia) tende a ficar obsoleta cada vez mais rápida, e com isso aumenta-se o risco de perda do documento. A migração trata de transferir o documento de uma mídia antiga para uma mais recente (ex: tiraro documento do disquete e colocar no CD ou pen drive). Mesmo assim a migração não é a solução final, pois além de ser um trabalho “interminável” (sempre haverá atualização de mídias), os custos podem ser muito altos (a depender da quantidade de documentos e do material utilizado), assim como os riscos de perda (podem ocorrer falhas durante o processo, como falta de energia, quebra de equipamento 13 ou mesmo o acesso indevido e alteração fraudulenta do documento). Emulação: outro processo de preservação digital, trata-se de uma situação específica onde um equipamento (hardware) ou programa (software) simula o funcionamento de outra tecnologia, esta geralmente mais antiga. Aos concurseiros que um dia tiveram infância, lembramos dos emuladores de velhos consoles que não são mais produzidos, que podem ser encontrados na internet, baixados e instalados no computador para que este rode os jogos da plataforma. Aos não familiarizados com o assunto, utilizo o exemplo do DVD. Quando se põe um disco com filme DVD para rodar no computador, este nada mais está fazendo do que simulando o funcionamento de um aparelho de DVD. Na arquivística a emulação é utilizada como meio de preservação digital, pois documentos digitais mais antigos (tanto em formato quanto em suporte) ainda necessitam de leitura. Ex: aparelho que simula um leitor de disquete, ou programa que abre documentos em formatos antigos ou incompatíveis. Trilha de Auditoria: é o conjunto de informações registradas que permite o rastreamento de intervenções ou tentativas de intervenção no documento arquivístico digital ou no SIGAD (Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos). A trilha de auditoria deve registrar o movimento e o uso dos documentos arquivísticos dentro de um SIGAD (captura, registro, classificação, indexação, arquivamento, armazenamento, recuperação da informação, acesso e uso, preservação e destinação), informando quem operou, a data e a hora, e as ações realizadas. (TRE-ES/2011 – Cespe/UnB) A trilha de auditoria deve registrar o movimento e o uso dos documentos arquivísticos dentro de um sistema informatizado de gestão arquivística de documentos, informando quem operou, a data, a hora e as ações realizadas. Resolução O item está correto. Essa é a correta definição de trilha de auditoria, método que serve para identificar todas as movimentações e modificações realizadas em um documento digital, bem como os responsáveis por elas. (ANP/2013 – Cespe/UnB) A conversão utiliza um software que simula o ambiente operacional do documento original, de forma a permitir o uso do programa original no sistema de computador corrente, preservando o formato de dados original do documento. Resolução O item está incorreto. Toda a questão está correta, mas emprega o termo “conversão” no lugar de “emulação”. Considerando a automação e os documentos digitais, devemos falar também sobre a Resolução CONARQ nº 20, que dispõe sobre a inserção dos documentos digitais em programas de gestão arquivística de documentos dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos. Esta Resolução define documento digital como sendo o documento arquivístico codificado em dígitos binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema computacional, sendo exemplos a planilha digital, mensagens de email, sites da internet, bases de dados ou qualquer outra, desde que esteja em formato digital. Especificamente a GDE deve ter espaço para a implantação de um sistema eletrônico com requisitos funcionais, requisitos não funcionais e metadados. Os requisitos funcionais são condições a serem cumpridas pela organização produtora de documentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos a fim de garantir a sua autenticidade ao longo do tempo, ou seja, o seu valor como fonte de prova das atividades desenvolvidas por uma dada instituição. São requisitos funcionais: registro e captura, classificação, tramitação, avaliação e destinação, recuperação da informação, acesso e segurança, armazenamento e preservação. Os requisitos não funcionais são diretrizes a serem observadas no planejamento, implantação e operacionalização dos sistemas de gestão de documentos. São requisitos não funcionais: utilização de padrões abertos, independência de fornecedor, integração com sistemas legados, conformidade com a legislação e os padrões de interoperabilidade do governo, atendimento a usuários internos e externos, facilidade de utilização e desempenho. Os metadados são definidos, segundo a Resolução, como informações estruturadas e codificadas que descrevem e permitem gerenciar, compreender, preservar e acessar os documentos digitais ao longo do tempo. Essas informações referem-se a identificação e contexto documental (identificador único, instituição produtora, nomes, assunto, datas, local, código de classificação, tipologia documental, temporalidade, destinação, versão, documentos relacionados, idioma e indexação), segurança (categoria de sigilo, informações sobre criptografia, assinatura digital e outras marcas digitais), contexto tecnológico (formato de arquivo, tamanho de arquivo, dependências de hardware e software, tipos de mídias, algoritmos de compressão) e localização física do documento. Trocando por miúdos, os metadados são dados sobre os dados, informações que permitem identificar e localizar os documentos. (MPE-PI/2012 – Cespe/UnB) Por seguirem padrões internacionais, os requisitos funcionais podem prescindir da legislação nacional. Resolução O item está incorreto. O examinador fez uma armadilha com o emprego do termo “prescindir”, que significa “dispensável”. Segundo o entendimento da questão, é dispensável a observância da legislação, uma vez que os requisitos funcionais são padronizados mundialmente. Isso é um absurdo, pois toda a atividade arquivística no país é fundamentada na Lei, que veremos em nossa última aula. Tudo o que é aceito no mundo deve ser tratado por meio de leis em nosso país para ser aceito. (ANP/2013 – Cespe/UnB) A encapsulação requer que os metadados sejam agrupados ou inseridos no objeto digital. Resolução O item está incorreto. Até o momento não faz parte dos nossos estudos o assunto “Preservação e Conservação de Documentos”, mas a encapsulação trata-se de uma técnica de restauração aplicada ao documento em papel que está muito danificado. Portanto não possui qualquer relação com documentos digitais. 14 LEGISLAÇÃO ARQUIVISTA No que se refere à legislação brasileira pertinente aos arquivos, além da própria Carta Magna fazer referência à importância dos documentos no que tange ao seu valor histórico e cultural (Art. 215 e Art. 216), devemos conhecer: Lei Nº 8.159, de 08/01/1991; Lei Nº 5.433, de 08/05/1968; Decreto Nº 1.799, de 30/01/1996; Lei Nº 12.527, de 18/11/2011 LEI Nº 8.159, DE 08 DE JANEIRO DE 1991 Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimentopara guarda permanente. Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Art. 5º A administração pública franqueará a consulta aos documentos públicos na forma da Lei. Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. CAPÍTULO II DOS ARQUIVOS PÚBLICOS Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. § 1º - São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. § 2º - A cessação de atividade de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. Art. 8º Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. § 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. § 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. Art. 10 - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. CAPÍTULO III DOS ARQUIVOS PRIVADOS Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior. Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição. Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas. Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público e social. CAPÍTULO IV DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS Art. 17 - A administração da documentação pública ou de caráter público compete às instituições arquivísticas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais. § 1° - São arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica. § 2° - São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário. 15 § 3° - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário. § 4° - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo do Poder Legislativo. § 5° - Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica. Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de arquivos. Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício de suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. Art. 21 - Legislação Estadual, do Distrito Federal e municipal definirá os critérios de organização e vinculação dos arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto na Constituição Federal, e nesta Lei. CAPÍTULO V DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS Art. 22 - É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públicos. Art. 23 - Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na classificação dos documentos por eles produzidos. § 1° - Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são originalmente sigilosos. § 2° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por uma única vez, por igual período. § 3° - O acesso aos documentos sigilosos referentes à honra e a imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da data de sua produção. Art. 24 - Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a exibição reservada de qualquer documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa de direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da parte. Parágrafo único - Nenhuma norma de organização administrativa será interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o disposto neste artigo. DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social. Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos - SINAR. § 1° - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. § 2° - A estrutura e funcionamento do Conselho criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento.Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 28 - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, em 08 de janeiro de 1991; 170° da Independência e 103° da República. FERNANDO COLLOR Jarbas Passarinho (Diário Oficial da União, de 09 janeiro de 1991, e pub. ret. em 28 de janeiro de 1991 LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 2 o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas. Art. 3 o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; 16 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.527-2011?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5xxxiii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37%C2%A73ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37%C2%A73ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art216%C2%A72 II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública. Art. 4 o Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato; III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável; V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação; VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. Art. 5 o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. CAPÍTULO II DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO Art. 6 o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. Art. 7 o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. § 1 o O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. § 2 o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. § 3 o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. § 4 o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1 o , quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. § 5 o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. § 6 o Verificada a hipótese prevista no § 5 o deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Art. 8 o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. § 1 o Na divulgação das informações a que se refereo caput, deverão constar, no mínimo: I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e 17 VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. § 2 o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). § 3 o Os sítios de que trata o § 2 o deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei n o 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9 o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo n o 186, de 9 de julho de 2008. § 4 o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2 o , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Art. 9 o O acesso a informações públicas será assegurado mediante: I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para: a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação. CAPÍTULO III DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO Seção I Do Pedido de Acesso Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1 o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. § 1 o Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. § 2 o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. § 3 o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1 o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2 o O prazo referido no § 1 o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. § 3 o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. § 4 o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. § 5 o A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. § 6 o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei n o 7.115, de 29 de agosto de 1983. 18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Congresso/DLG/DLG-186-2008.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Congresso/DLG/DLG-186-2008.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Congresso/DLG/DLG-186-2008.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm#art73b http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm#art73b http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7115.htm Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original. Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Seção II Dos Recursos Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamentesuperior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. § 1 o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. § 2 o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. § 3 o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35. Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. § 1 o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando. § 2 o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. Art. 19. (VETADO). § 1 o (VETADO). § 2 o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse público. Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei n o 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo. CAPÍTULO IV DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO Seção I Disposições Gerais Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. Seção II Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou 19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9784.htm VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1 o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. § 2 o As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. § 3 o Alternativamente aos prazos previstos no § 1 o , poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. § 4 o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. § 5 o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. Seção III Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. § 1 o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei. § 2 o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. § 3 o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados. Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de informações sigilosas. Parágrafo único. A pessoa físicaou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei. Seção IV Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência: I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior; II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. § 1 o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. § 2 o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. § 3 o A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos: I - assunto sobre o qual versa a informação; II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24; III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e IV - identificação da autoridade que a classificou. Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada. Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à 20 redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. § 1 o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos. § 2 o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. § 3 o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção. Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento: I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura; III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes. § 1 o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. § 2 o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação. Seção V Das Informações Pessoais Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. § 1 o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. § 2 o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. § 3 o O consentimento referido no inciso II do § 1 o não será exigido quando as informações forem necessárias: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. § 4 o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. § 5 o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal. CAPÍTULO V DAS RESPONSABILIDADES Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar: I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação; IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado. § 1 o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou II - para fins dodisposto na Lei n o 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. § 2 o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis n os 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - rescisão do vínculo com o poder público; 21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l1079consol.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l1079consol.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade. § 1 o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. § 2 o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV. § 3 o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista. Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. CAPÍTULO VI DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 35. (VETADO). § 1 o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência para: I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação; II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto no art. 7 o e demais dispositivos desta Lei; e III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1 o do art. 24. § 2 o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação. § 3 o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1 o deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos. § 4 o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3 o implicará a desclassificação automática das informações. § 5 o Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposições desta Lei. Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações constantes desses instrumentos. Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos: I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de informações sigilosas; e II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes. Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento do NSC. Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei n o 9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei. § 1 o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos nesta Lei. § 2 o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei. § 3 o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legislação precedente. § 4 o As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automaticamente, de acesso público. Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições: I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e 22 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9507.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9507.htm IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública federal responsável: I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na administração pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informação; II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração pública; III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública federal, concentrando e consolidando apublicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com informações atinentes à implementação desta Lei. Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação. Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei n o 8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 116. ...................... ............................ VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; .......................” (NR) Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei n o 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126- A: “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.” Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9 o e na Seção II do Capítulo III. Art. 46. Revogam-se: I - a Lei n o 11.111, de 5 de maio de 2005; e II - os arts. 22 a 24 da Lei n o 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação. Brasília, 18 de novembro de 2011; 190 o da Independência e 123 o da República. DILMA ROUSSEFF José Eduardo Cardoso Celso Luiz Nunes Amorim LEI Nº 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968 Regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, estes de órgãos federais, estaduais e municipais. § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora dele. § 2º Os documentos microfilmados poderão, a critério da autoridade competente, ser eliminados por incineração, destruição mecânica ou por outro processo adequado que assegure a sua desintegração. § 3º A incineração dos documentos microfilmados ou sua transferência para outro local far-se-á mediante lavratura de termo, por autoridade competente, em livro próprio. § 4º Os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto. § 5º A eliminação ou transferência para outro local dos documentos microfilmados far-se-á mediante lavratura de termo em livro próprio pela autoridade competente. § 6º Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquivamento. § 7º Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente ser microfilmados documentos ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade competente. Art 2º Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição detentora dos mesmos. Art 3º O Poder Executivo regulamentará, no prazo de 90 (noventa) dias, a presente Lei, indicando as autoridades competentes, nas esferas federais, estaduais e municipais para a autenticação de traslados e certidões originárias de microfilmagem de documentos oficiais. § 1º O decreto de regulamentação determinará, igualmente, quais os cartórios e órgãos públicos capacitados para efetuarem a microfilmagem de documentos particulares, bem como os requisitos que a microfilmagem realizada por aqueles cartórios e órgãos públicos devem preencher para serem autenticados, a fim de produzirem efeitos jurídicos, em juízo ou fora dêle, quer os microfilmes, quer os seus traslados e certidões originárias. § 2º Prescreverá também o decreto as condições que os cartórios competentes terão de cumprir para a autenticação de microfilmes realizados por particulares, para produzir efeitos jurídicos contra terceiros. Art 4º É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para efeito de microfilmagem e os traslados e certidões originais de microfilmes. Art 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art 6º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 8 de maio de 1968; 147º da Independência e 80º da República. A. COSTA E SILVA Luís Antônio da Gama e Silva 23 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112cons.htm#art116vi http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112cons.htm#art126a http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.433-1968?OpenDocument Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.5.1968. DECRETO Nº 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996 Regulamenta a Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras providências. O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição e tendo em vista o disposto no art. 3° da Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968 Decreta: Art.1º. A microfilmagem, em todo território nacional, autorizada pela Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968, abrange a dos documentos oficiais ou públicos, de qualquer espécie e em qualquer suporte, produzidos e recebidos pelos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, da Administração Indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a dos documentos particulares ou privados, de pessoas físicas ou jurídicas. Art. 2°. A emissão de cópias, traslados e certidões extraídas de microfilmes, bem assim a autenticação desses documentos, para que possam produzir efeitos legais, em juízo ou fora dele, é regulada por este Decreto. Art. 3°. Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução. Art. 4°. A microfilmagem será feita em equipamentos que garantam a fiel reprodução das informações, sendo permitida a utilização de qualquer microforma. Parágrafo único. Em se tratando da utilização de microfichas, além dos procedimentos previstos neste Decreto, tanto a original como a cópia terão, na sua parte superior, área reservada a titulação, a identificação e a numeração sequencial legíveis com a vista desarmada, bem como fotogramas destinados à indexação. Art. 5°. A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em filme original, com o mínimo de 180 linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e qualidade de imagem e de reprodução. § 1°. Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de filme cópia, do filme original. § 2°. Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis de qualquer tipo, tanto para a confecção do original como para a extração de cópias. § 3°. O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia. Art. 6°. Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau de redução, garantida a legibilidade e a qualidade de reprodução. Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, sendo obrigatória a repetição de uma parte da imagemanterior na imagem subsequente, de modo que se possa identificar, por superposição, a continuidade entre as seções adjacentes microfilmadas. Art. 7º. Na microfilmagem de documentos cada série será sempre precedida de imagem de abertura, com os seguintes elementos: I - identificação do detentor dos documentos a serem microfilmados; II - número do microfilme, se for o caso; III - local e a data da microfilmagem; IV - registro no Ministério da Justiça; V - ordenação, identificação e resumo da série de documentos a serem microfilmados; VI - menção, quando for o caso, de que a série de documentos a serem microfilmados é continuação da série contida em microfilme anterior; VII - identificação do equipamento utilizado, da unidade filmada e do grau de redução; VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a serem microfilmados; IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da microfilmagem. Art. 8°. No final da microfilmagem de cada série será sempre reproduzida a imagem de encerramento, imediatamente após o último documento, com os seguintes elementos: I - identificação do detentor dos documentos microfilmados; II - informações complementares relativas ao item V do artigo 6 deste Decreto; III - termo de encerramento atestando a fiel observância às disposições do presente Decreto; IV - menção, quando for o caso, de que a série de documentos microfilmados continua em microfilme posterior; V - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da microfilmagem. Art. 9°. Os documentos da mesma série ou sequência, eventualmente omitidos quando da microfilmagem, ou aqueles cujas imagens não apresentarem legibilidade, por falha de operação ou por problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, não sendo permitido corte ou inserção no filme original. § 1° A microfilmagem destes documentos será precedida de uma imagem de observação, com os seguintes elementos: a) identificação do microfilme, local e data; b) descrição das irregularidades constatadas; c) nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da microfilmagem. § 2° É obrigatório fazer indexação remissiva para recuperar as informações e assegurar a localização dos documentos. § 3° Caso a complementação não satisfaça os padrões de qualidade exigidos, a microfilmagem dessa série de documentos deverá ser repetida integralmente. Art. 10. Para o processamento dos filmes serão utilizados equipamentos e técnicas que assegurem ao filme alto poder de definição, densidade uniforme e durabilidade. Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final. Art. 12. A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme cópia. Parágrafo único. A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá ocorrer se a mesma estiver prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade competente na esfera de atuação do mesmo e respeitado o disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda permanente, não poderão ser eliminados 24 após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação ou preservados pelo próprio órgão detentor. Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos microfilmados, para produzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, terão que ser autenticados pela autoridade competente detentora do filme original. § 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfilmes de documentos privados, deverá ser emitido termo próprio, no qual deverá constar que o filme que o acompanha é cópia fiel do filme original, cuja autenticação far-se-á nos cartórios que satisfizerem os requisitos especificados no artigo seguinte. § 2° Em se tratando de cópia em papel, extraída de microfilmes de documentos privados, a autenticação far-se-á por meio de carimbo aposto, em cada folha, nos cartórios que satisfizerem os requisitos especificados no artigo seguinte. § 3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo anterior, poderá ser extraída utilizando-se qualquer meio de reprodução, desde que seja assegurada a sua fidelidade e qualidade de leitura. Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá ser feita por empresas e cartórios habilitados nos termos deste Decreto. Parágrafo único. Para exercer a atividade de microfilmagem de documentos, as empresas e cartórios, a que se refere este artigo, além da legislação a que estão sujeitos, deverão requerer registro no Ministério da Justiça e sujeitar-se à fiscalização que por este será exercida quanto ao cumprimento do disposto no presente Decreto. Art. 16. As empresas e os cartórios, que se dedicarem à microfilmagem de documentos de terceiros, fornecerão, obrigatoriamente, um documento de garantia, declarando: I - que a microfilmagem foi executada de acordo com o disposto neste Decreto; II - que se responsabilizam pelo padrão de qualidade do serviço executado; III - que o usuário passa a ser responsável pelo manuseio e conservação das microformas. Art. 17. Os microfilmes e filmes cópia, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando: I - autenticados por autoridade estrangeira competente; II - tiverem reconhecida pela autoridade consular brasileira a firma da autoridade estrangeira que os houver autenticado; III - forem acompanhados de tradução oficial. Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópia resultantes da microfilmagem de documentos sujeitos à fiscalização, ou necessários à prestação de contas, deverão ser mantidos pelos prazos de prescrição a que estariam sujeitos os seus respectivos originais. Art. 19. As infrações, às normas deste Decreto, por parte dos cartórios e empresas registrados no Ministério da Justiça sujeitarão o infrator, observada a gravidade do fato, às penalidades de advertência ou suspensão do registro, sem prejuízo das sanções penais e civis cabíveis. Parágrafo único. No caso de reincidência por falta grave, o registro será cassado definitivamente. Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as instruções que se fizerem necessárias ao cumprimento deste Decreto. Art. 21. Revoga-se o decreto n° 64.398, de 24 de abril de 1969. Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 30 de janeiro de 1996, 175° da Independência e 108° da República FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Milton Seligman QUESTÕES DE CONCURSOS 1) (DPU) Considere que os documentos de um determinado setor da DPU estejam organizados com base na procedência ou local. Nessa situação, o método de arquivamento adotado denomina-se a) por assunto. b) onomástico. c) geográfico. d) ideográfico. e) alfabético. 2) (DPU) Com relação aos procedimentos adotados nos arquivos permanentes, assinale a opção correta. a) É vedada a reprodução parcial ou total dos documentos em suporte papel. b) A pesquisa é facultada ao público externo. c) Os documentos existentes são passíveis de eliminação. d) Os documentos públicos posteriormente serão transferidos para o Arquivo Nacional. e) É comum o empréstimo de documentos, inclusive para órgãos externos. 3) (DPU) Assinale a opção correta a respeito dos procedimentos adotados para os documentos na fase intermediária, ou segunda idade dos arquivos. a) Os documentos são recebidos por transferência dos arquivos correntes.b) Cumpridos os prazos estipulados na tabela de temporalidade, os documentos serão transferidos ao arquivo central. c) O empréstimo de documentos é facultado somente para o produtor do documento. d) Os documentos cujo prazo de guarda seja estabelecido em cem anos deverão ser recolhidos ao arquivo permanente. e) O procedimento de microfilmagem é indicado apenas para os processos que estejam em péssimo estágio de conservação. 4) (DPU) As rotinas do setor de protocolo incluem atividades de a) classificação, registro, avaliação e empréstimo de documentos. b) recebimento, classificação, registro e movimentação de documentos. c) recebimento, eliminação e empréstimo de documentos. d) ordenação, classificação e avaliação de documentos. e) registro de processos, classificação e avaliação de documentos. 5) (DPU) As atividades típicas do arquivo corrente são a) o protocolo, a expedição, o arquivamento, o empréstimo e a consulta de documentos. b) o arquivamento, o desarquivamento, a classificação e a avaliação de documentos. 25 c) o protocolo, o arquivamento e o empréstimo de documentos. d) a classificação, a avaliação e a destinação de documentos. e) a classificação, o arquivamento e o empréstimo de documentos. 6) (DPU) Assinale a opção correta acerca da preservação de informação em formato digital. a) A preservação de informação digital exige compromissos entre vários segmentos da sociedade, pois envolve, além dos aspectos tecnológicos e de gerenciamento da informação, questões administrativas, legais, políticas e econômicas. b) A tecnologia digital vem apresentando forte impacto sobre a gestão dos documentos digitais no presente e a garantia de acesso no futuro, pois é o meio mais eficiente, durável e estável de armazenamento de informações, em comparação com os meios convencionais. c) Uma das vantagens da preservação digital de informações é a economia, uma vez que demanda menor espaço físico e menos recursos humanos, investimentos em mobiliário, acondicionamento e controle ambiental. d) Os rápidos avanços relacionados à tecnologia da informação levaram à constante melhoria estrutural dos sistemas eletrônicos de informação e à crescente longevidade das mídias, que garantem, hoje, a capacidade de tais sistemas para assegurar a preservação de longo prazo e o acesso contínuo às informações. e) As dificuldades técnicas enfrentadas para a preservação de longo prazo de informações digitais, nesse começo de século, foram todas superadas com a adoção de estratégias para a recuperação das informações, como a emulação, a migração ou a preservação da plataforma de hardware e software em que foram criados os registros. 7) (AGU) A respeito das tipologias documentais e dos suportes físicos, julgue os itens que se seguem 1 Os documentos de arquivo devem ser guardados na posição vertical, em estantes, e em ambientes bem ventilados. 2 Mapas, perfis, desenhos técnicos e plantas fazem parte do gênero documental cartográfico. 3 Ofício, memorando e aviso são exemplos de tipologias documentais. 4 O microfilme de substituição é aquele que serve à preservação das informações contidas em documentos que são eliminados, tendo em vista a racionalização e o aproveitamento de espaço. 5 O documento digitalizado tem o mesmo valor legal do documento em suporte papel, podendo, até, ser apresentado em juízo. 8) (POLÍCIA FEDERAL) Acerca das tipologias documentais e dos suportes físicos, julgue os próximos itens. 1 Ofícios, memorandos, cartas, telegramas e e-mails são tipologias documentais. 2 Documentos iconográficos são aqueles em formatos e dimensões variáveis, com representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia. 3 A microfilmagem é grande aliada da redução de espaço ocupado pelos documentos arquivísticos em papel, bem como da preservação dos documentos originais. Entretanto, no caso dos documentos considerados de valor permanente, a microfilmagem não permite a eliminação dos documentos originais. 4 Uma base de dados desenvolvida em uma instituição pública com vistas a atender, racionalizar e implementar uma de suas funções deve ser considerada como parte dos arquivos dessa instituição. 5 A luz solar, o ar seco, a elevada umidade, o mofo, as grandes variações de temperatura e a poeira são, a médio e longo prazos, prejudiciais à conservação dos documentos. 9) (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE) A respeito da gestão de documentos aplicada a arquivos governamentais, julgue os itens seguintes. 1 Na gestão de documentos, a fase de produção refere-se à elaboração de documentos resultantes de atividades de um órgão ou setor e contribui para que sejam criados apenas documentos essenciais à administração e evitadas a duplicação e a emissão de vias desnecessárias. 2 A fase da gestão de documentos em que são feitas a análise e a avaliação de documentos acumulados em arquivos é conhecida como preservação de documentos. 3 Na gestão de documentos, as atividades de protocolo, a recuperação de informações e a elaboração de normas de acesso à documentação são desenvolvidas na fase de utilização de documentos. 4 A gestão de documentos é aplicada originalmente na idade permanente. 5 Uma das principais finalidades da gestão de documentos é a proteção dos documentos de valor permanente para a organização e a sociedade. 10) (TRT) A tabela de temporalidade é um instrumento adotado nos arquivos das instituições públicas e privadas. As finalidades dessa tabela incluem: 1 indicar a destinação dos documentos 2 determinar o prazo de guarda dos documentos na fase corrente 3 determinar o prazo de guarda dos documentos na fase intermediária 4 determinar o prazo de guarda dos documentos na fase permanente 5 indicar a data provável para a eliminação dos documentos 11) (TRT) Em relação à política de avaliação dos documentos arquivísticos, serão preservados, em caráter permanente, os documentos: 1 que refletem o funcionamento da instituição 2 que provam como a instituição foi organizada 3 que registram pura formalidade 4 que se tornaram obsoletos e que estão manuscritos 5 que estão inseridos na fase corrente. 12) (PF) A avaliação documental é uma função típica adotada mundialmente no tratamento técnico de 26 acervos arquivísticos. Em relação a essa função, julgue os itens que se seguem. 1 A aplicação da tabela de temporalidade permite eliminar documentos ainda no arquivo corrente. 2 A avaliação dos documentos permite aumentar o índice de recuperação da informação. 3 Como um dos requisitos básicos de sua função, o responsável pela avaliação documental deve conhecer a estrutura e o funcionamento da instituição a ser avaliada. 4 A aplicação dos critérios de avaliação possibilita ganho de espaço físico. 5 A avaliação documental provoca, necessariamente, aumento de recursos humanos e de materiais. 13) (TST) De acordo com a Lei nº 8159/1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências, um programa de gestão de documentos inclui o(a): 1 permuta de documentos. 2 reprodução de documentos. 3 produção de documentos. 4 avaliação de documentos. 5 arquivamento de documentos. 14) (TST) Julgue os itens abaixo, referentes à teoria das três idades dos documentos de arquivos. 1 Alguns documentos podem ser eliminados na fase corrente em uma instituição que possua uma política de avaliação. 2 Os documentos definidos como de valor permanente devem ser preservados no arquivo intermediário. 3 Cumpridos os prazos previstos na tabela de temporalidade da instituição, os documentos serão recolhidos da fase corrente para a fase permanente. 4 A transferência de documentos ocorrerá tão logo seja finalizado seu trâmite. 5 Os documentos com prazo de guarda de cem anos deverão ser preservados na fase intermediária. 15) (TJ-DF) Arquivo é a guarda sistemática de informações que servirão de base para pesquisas futuras. A esse respeito, julgue os itens que se seguem. 1 Os arquivosrecebem várias classificações conforme o estágio, a fase de evolução ou a idade dos documentos sob sua guarda. No caso de documentos consultados frequentemente, a guarda deve estar sob responsabilidade do arquivo intermediário. 2 A descentralização dos serviços de arquivo caracteriza- se pela manutenção, em mais de uma unidade organizacional, das atividades de guarda de documentos, de controle, de coordenação, de orientação e normativas. 3 Quanto à natureza dos documentos, denomina-se arquivo especial o tipo de arquivo que guarda documentos com formas físicas variadas e que necessitam de armazenamento, registro, acondicionamento e conservação sob condições especiais. 4 Para uma correta conservação do acervo documental em papel, a unidade de guarda dos documentos deve ser instalada em ambiente sem luz solar direta e isento de umidade. 5 Reservado, confidencial, secreto e ultra-secreto são graus de sigilo aplicados a documentos que necessitam de medidas especiais de guarda e divulgação. 6 Com base nas regras de alfabetação, os nomes a seguir estão corretamente apresentados. Araújo, José Cardoso da Silva (Desembargador) Barbosa Neto, Pedro Paulo Fundação Getúlio Vargas Lao Xing Xiang Vale Verde, Ricardo Pereira do 16) (MPE-AM) Os documentos de uma instituição são importantes para a tomada de decisões e para a garantia de direitos e deveres, entre outros aspectos. Acerca dos arquivos de documentos, julgue os seguintes itens. 1 As coleções de documentos de outras instituições adquiridas por órgãos públicos, por instituições de caráter público e por entidades privadas são consideradas arquivo. 2 O arquivo, cujo principal objetivo é ser um instrumento de apoio à administração, constitui, com o decorrer do tempo, base do conhecimento da história da instituição a que pertence. 3 Quanto à extensão de sua atuação, os arquivos classificam-se como centralizados e descentralizados. 4 Arquivo intermediário, caracterizado como um estágio de evolução do arquivo de uma organização, pode ser corretamente definido como o conjunto de documentos sujeito a eliminação ou a recolhimento para guarda permanente. 17) (MPE-AM) No que se refere a arquivamento de documentos e a procedimentos administrativos, julgue os itens a seguir. 1 Em órgãos públicos, o memorando é uma correspondência interna. 2 O método de arquivamento é determinado apenas pela espécie dos documentos. 3 Segundo as regras de alfabetação utilizadas no método de arquivamento alfabético, os sobrenomes compostos não devem ser separados. 4 No arquivamento de fichas por nome de pessoas, quando aparecem sobrenomes iguais, deve prevalecer a ordem alfabética do prenome. 5 Classificam-se como ostensivos os documentos produzidos pela atividade-meio do órgão público. 6 Além do setor de protocolo, todas as demais unidades de um órgão público têm responsabilidade pela expedição de documentos. Gabarito: 01/ C; 02/ B; 03/A; 04/B; 05/A; 06/A; 07/C-C- E-C-E; 08/E-E-C-C-C; 09/C-E-C-E-C; 10/C-C-C-E-E; 11/ C-C-E-E-E; 12/C-C-C-C-E; 13/E-E-C-C-C; 14/C- E-E-E-C; 15/E-E-C-E-E-C; 16/E-C-E-C; 17/C 27