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Saúde Materno Infantil (pediatria) Giovanna Firmino – Turma XLVI Aula do dia 01/08/2023 • História da saúde da criança: a infância não era percebida como uma etapa do ciclo vital, com necessidades singulares. No decorrer dos séculos a criança passou a ser vista socialmente com suas particularidades. Século XI – adulto em miniatura, sem características ou particularidades individuais Século XV – a imagem da criança começou a ter destaque através de pintores por sua beleza e graciosidade Século XVII – criança passou a ocupar espaço no âmbito social. A sociedade passou a perceber que a criança representava o centre para as famílias (inclusive plausível de mudanças físicas e mentais); primeiros registros de linguagem infantil Século XVIII – abandono infantil; no Brasil se dividiu em 3 fases: - Caritativa, até meados do século XIX - Filantrópica, até a década de 60 Só houve mudanças significativas nos índices de mortalidade infantil quando o Estado tomou consciência. No Brasil, isso começou acontecer na década de 1920 ao demonstra preocupação com o adoecimento infantil; as preocupações tinham raíz na produtividade da mulher no mercado de trabalho (não faltar) nessa época e por esse motivo foi estimulado o aleitamento infantil Entre 1930 e 1940 iniciaram-se os programas de proteção a maternidade, à infância e à adolescência, propostas do departamento nacional da criança (DNCr) Década de 1970, foi implantado o Programa Nacional de Saúde Materno- Infantil, apresentando como objetivo a redução da morbimortalidade entre mães e crianças. Iniciaram ações com caráter preventivo, porém pautadas em métodos centralizadores que desconsideravam a diversidade regional existente no país. Por volta de 1980, o MS elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da mulher. 1. Aleitamento materno e orientação familiar sobre a alimentação e situação do desmame; 2. Estratégias para o controle das afecções respiratórias agudas; 3. Imunização básica; 4. Controle efetivo de doenças diarreicas; 5. Acompanhamento profissional do crescimento e do desenvolvimento infantil; Em 13 de julho de 1990 foi aprovada a Lei que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 1991: implantação de agentes comunitários de saúde e assistência à saúde perinatal 1994: cuidado da criança foi efetivamente potencializada 1995: o MS lançou a iniciática hospital amigo da criança, com intuito de garantir direito da criança e assistência humanizada com objetivo 1996: combate às doenças infantis (principalmente no norte/nordeste) 2000: método canguru (melhoramento do prognostico de crianças prematuras e de baixo peso) 2004: Agenda de Compromissos para Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil (meta para 2015, 15 mortes para mil nascidos vivos) - Aproximou e organizou os três níveis de atenção à saúde. Ações da saúde da mulher (atenção humanizada e qualificada); Atenção humanizada e qualificada à gestante e ao recém-nascido Triagem neonatal: teste do pezinho; incentivo ao aleitamento materno; incentivo e qualificação do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento; alimentação saudável e prevenção do sobrepeso e obesidade infantil; combate à desnutrição e anemias carenciais; imunização; atenção às doenças prevalentes; atenção à saúde bucal; atenção à saúde mental; prevenção de acidentes, maus tratos e trabalho infantil. 2008: MS lançou a Rede Amamenta Brasil, adotado como proposta de atuação a educação crítico-reflexiva focado na ESF 2011: Rede Cegonha – garantir segurança e qualidade assistencial à mulher em todo seu ciclo reprodutivo, bem como garantir à criança segurança e cuidado integral ao nascimento, crescimento e desenvolvimento. Atualmente a taxa de mortalidade infantil gira em torno de 11 por mil nascidos vivos A saúde da criança começa com a saúde da mulher. Observar aspectos nutricionais, psicológico, imunidade etc. Aula do dia 08/08/2023 Promoção da saúde integral da criança: aspectos nutricionais, psicológicos, imunitários e desenvolvimento neuropsicomotor; • Ações do quinto dia: - Preencher o cartão da criança; estabelecendo orientações à família sobre o seu objetivo e importância; - Orientar a família sobre as doenças triadas por meio do Teste do Pezinho (ideal entre o terceiro e quinto dia de vida) e a importância de se fazer um diagnostico precoce e então coletar o material para triagem neonatal; *teste do pezinho: anemia falciforme, fenilcetonúria, fibrose cística, hiperplasia de adrenal congênita, deficiência de biotinidase - Orientar sobre o Teste da Orelhinha, pelo qual é possível diagnosticar problemas de surdez nos neonatos. - Investigar se o Teste do Olhinho/teste do reflexo vermelho foi realizado na maternidade. Caso não tenha sido, agendá-lo com o médico na unidade. (ideal é repetir semestralmente até os 2 anos); - Orientar sobre o Teste da Linguinha (hipertrofia do frênulo lingual); prejudica a amamentação - Teste do coraçãozinho: diagnosticar cardiopatias congênitas graves - Orientar os cuidados com o coto umbilical, sendo curativo realizado com álcool absoluto ou álcool a 70% - Orientar e estimular o aleitamento materno por no mínimo, até a idade de 06 meses - Avaliar a puérpera quanto à evolução do período puerperal, uso de métodos contraceptivos de acordo com a recomendação do médico assistente durante a fase puerperal, avaliação do cartão de vacina da puérpera; - Realizar o exame físico do neonato, em busca de sinais de comprometimento neuropsicomotores e de icterícia neonatal. Icterícia neonatal (amarelão): avaliação é realizada digito-pressão, apertando a pele e vendo o quão amarelo está; zonas de Kramer (de 1-5 de intensidade); craniocaudal; comparando a zonas - Verificar a presença de sinais de perigo, que devem, além de ser observados, informados aos pais ou responsáveis pela criança. Eles são distintos segundo a idade; • Puericultura: consolidade na atenção à saúde, priorizando ações voltadas à assistência às crianças de 0 a 02 anos de idade; monitoramento do crescimento e desenvolvimento infantil, vacinação, aleitamento materno, alimentos complementares etc. • Anamnese: antecedentes perinatais, alimentação pregressa e atual, vacinação, desenvolvimento neuropsicomotor, incluindo as principais etapas evolutivas Aula do dia 15/08/2023 • Crescimento infantil é um processo dinâmico e contínuo – aumento do tamanho corpora; constitui um dos indicadores de saúde da criança • Fatores intrínsecos (genéticos) x extrínsecos • Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, pois diversos estudos atestam que alterações no crescimento fetal infantil podem ter efeitos permanentes na saúde do adulto • O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade • Estudos sobre a epidemiologia do estado nutricional tem dado mais atenção ao peso e ao indicie de massa corpórea do que à altura, porém a altura também tem sido associada à vários desfechos e causas de mortalidade. • A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento objetivam promover e proteger a saúde da criança • As curvas de crescimento são elaboradas a partir de estudos com indivíduos considerados normais, em condições ambientais favoráveis ao crescimento e desenvolvimento; representam padrões de crescimento de crianças normais sendo o instrumento mais utilizado pelos profissionais de saúde para avaliar as condições de saúde da população infantil • As Cadernetas da Criança anteriores à 2007 eram utilizadas as curvas de crescimento do NCHS (baseadas nas amostras representativas da população norte americana – uso constante de fórmulas); em 2006,a OMS apresentou novas curvas de crescimento infantil, que representavam o crescimento infantil sobre condições ambientais adequadas (até os 5 anos); em 2007 as novas curvas foram elaboradas na faixa etária de 05 à 19 anos . • O padrão da OMS deve ser usado para avaliar crianças de qualquer país, independentemente de etnia, condição socioeconômica e o tipo de alimentação • Inclusão do IMC: permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação do peso x comprimento/altura; auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram um comprometimento de estatura. Particularidades na criança prematura ou com CIUR: • O acompanhamento do crescimento de crianças pré-termo ou com baixo peso para a idade gestacional exige em um cuidado maior, pois elas não tiveram seu crescimento intrauterino adequado • O acompanhamento ideal das crianças pré-termo exige a utilização de curvas especificas que corrija a idade cronológica até que completem 2 anos de idade para a utilização das curvas padrão; • Considerando-se que o ideal seria nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-se descontar o número de semanas que faltaram para o feto atingir essa idade gestacional, ou seja, para uma criança nascida com 36 semanas, o peso aos 2 meses será registrado na idade de um mês • Peso: nos primeiros dias de vida, há uma perda normal de até 10% do peso do nascimento, o qual dever estar recuperado no decimo dia de vida. O peso de nascimento dobra aos 4 para os 5 meses, triplica com 1 ano e quadruplica aos 2 anos de idade. • Estatura: Medida mais fiel que o peso para se detectar anormalidades; as alterações aparecerão mais tardiamente do que em relação ao peso; maior valor da curva obtida por uma série de observações do que uma observação isolada. • Até 2 anos: predomínio de fatores ambientais • Dos 2 aos 4 anos: há equilíbrio • Acima dos 4 anos: predomínio da hereditariedade, especialmente na puberdade. Velocidade de crescimento (Turner): a velocidade na fase de crescimento constante (3 a 12 anos) é de 6 a 6,5 cm/ano; o estirão é um período de aceleração que ocorre em todas as crianças que varia de intensidade e duração; se inicia aproximadamente aos 10 anos nas meninas e aos 12 anos nos meninos; No estirão da puberdade a criança aumenta progressivamente até atingir 9,5 a 10,5 cm/ano. • PERÍMETRO CEFÁLICO: reflete o crescimento do cérebro em condições fisiológicas ou traduz um crescimento patológico ( tumor, hidrocefalia) • Fita métrica passa pela glabela e o ponto mais saliente do occipital. • Com um ano de idade a criança deve ter aumentado cerca de 10 a 12 cm de PC e mais 10 cm nos 20 anos seguintes; 80 85% do crescimento do PC se faz até 4-5 anos e 95% até 6 anos. • Perímetro torácico: é a medida da circunferência do tórax em centímetros. • Até os 2 anos de idade tem valor como índice do estado nutritivo - a seguir - influência do exercício. • Fita métrica passa pelos mamilos, com a criança em decúbito dorsal até os 3 anos de idade ou em pé no apêndice xifoide nos adolescentes com o tórax moderadamente cheio • Perímetro abdominal: é a medida da circunferência do abdômen. • Tem valor relativo, pois a medição pode variar bastante num mesmo indivíduo, se for realizada após a alimentação ou em caso de meteorismo excessivo. • É útil para monitorizar a evolução de certas patologias: ascite, tumores e visceromegalias. • Fita métrica passa pela cicatriz umbilical. • Perímetros: até os 2 anos: aproximadamente PT = PC = PA; em seguida passa a predominar o PT • Até 6 meses: PC maior que PT; a seguir, PT ligeiramente maior que PC Aula do dia 29/08/2023 Crescimento e desenvolvimento • Diagnóstico nutricional • Estadiamento puberal • Teste de Denver II • Detenção infantil • Terminologia em pediatria As curvas de crescimento vêm em escore, mas é possível classificá-las em percentil; percentil: valor parâmetro; cada percentil representa a posição que aquele valor tem na distribuição ordenada dos valores considerados normais; valores de 0 a 100% Escore Z: apresentação em tabelas e gráficos dos valores de cada parâmetro de acordo com sua diferença em relação ao valor mediano estimado para aquele sexo e idade; avaliada em unidades de desvio padrão Diagnostico nutricional: • Para avaliação do estado nutricional foram empregadas, no passado, classificações para a desnutrição (Gomez e Waterlow/Batista) e excesso de peso (Jelliffe ) que, atualmente, foram substituídas pelos propostos pelo Ministério da Saúde. • Para formas moderadas e graves de desnutrição recomenda-se ainda a classificação proposta pela OMS e baseada nos índices PE e EI sob a forma de escore z. Critério de Gomez • Utilizado em crianças até 2 anos de idade. • Baseia-se no índice de peso para a idade (P/I): Eutrófico: P/I superior a 90 % do p50; Desnutrido de primeiro grau: P/I entre 76 e 90 % do p50; Desnutrido de segundo grau: P/I entre 60 e 75 % do p50; Desnutrido de terceiro grau: inferior a 60 % do p50. Na presença de edema comprovadamente nutricional, independente do índice P/I a criança será considerada como desnutrida de terceiro grau. Classificação de Waterlow/Batista • Recomendada para crianças entre 2 e 10 anos de idade. • Baseia-se nos índices peso/estatura (P/E) e estatura/idade (E/I). Eutrófico: E/I superior a 95 % e P/E superior a 90 % do p50 do padrão de referência; Desnutrido atual ou agudo: E/I superior a 95 % e P/E inferior a 90 % do p50 do padrão de referência; Desnutrido crônico: E/I inferior a 95 % e P/E inferior a 90% do p50 do padrão de referência; Desnutrido pregresso: E/I inferior a 95 % e P/E superior a 90 % do p50 do referencial. Obesidade Baseada no índice peso por estatura classificado de acordo com o proposto por Jelliffe. • Considera-se sobrepeso quando o valor encontrado estiver maior do que 110% e menor que 120 %, obesidade quando ele for igual ou maior que 120 % e o percentual acima de 140% como indicativo de obesidade grave Desnutrição Grave – Marasmo • Ingestão inadequada de alimentos • Energia insuficiente para cobrir as necessidades metabólicas e de crescimento normal • Acomete com mais frequência lactentes jovens (abaixo de 12 meses). • Trata-se de criança com emagrecimento acentuado, baixa atividade, membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea, pele frouxa, costelas proeminentes, o que favorece o aspecto envelhecido (fácies senil ou simiesca), nádegas atróficas e irritabilidade. • O abdome pode ser globoso, mas raramente se observa hepatomegalia. • Os cabelos são finos e escassos e o comportamento apático. Desnutrição Grave-Kwashiorkor • Em geral, acomete crianças acima de 2 anos. • As causas do Kwashiorkor são complexas. • A criança com Kwashiorkor consome habitualmente uma dieta escassa tanto em energia como em proteínas. • As infecções desempenham um importante papel. Alguns autores defendem que, quando a ingestão de proteína é muito baixa em relação aos carboidratos, o que pode ser agravado pelas perdas de nitrogênio nas infecções, ocorrem várias alterações metabólicas que podem resultar em edema. • Para outros autores, o Kwashiorkor é uma desadaptação, de origem hormonal, à deficiência de proteínas. Outros atribuem a formação do edema a mecanismos endógenos relacionados a radicais livres. Não há consenso, portanto, sobre a etiologia do edema do Kwashiorkor. • Perda de gordura subcutânea e muscular menos intensa que no marasmo • Edema depressível que se localiza principalmente nas pernas, nas crianças que caminham, mas que pode atingir todo o corpo • Hepatomegalia acentuada devido a esteatose hepática • Criança é inchada, mas leve; peso dela vem do edema • Caracteriza-se por alterações de pele(lesões hipocrômicas ao lado de hipercrômicas, com descamação), acometimento dos cabelos (textura, coloração e facilidade de se soltar do couro cabeludo), hepatomegalia (decorrente de esteatose), ascite, face de lua (edema de face), edema de membros inferiores e/ou anasarca e apatia. • Alterações mentais e de humor. • Anorexia, diarreia, infecções e deficiências de micronutrientes (vitamina A, zinco, ferro) são frequentes. • A presença de um significante grau de perda de peso e a presença de edema são os aspectos essenciais para o diagnóstico de Kwashiorkor Kwashiorkor – Marasmático (raro) • Uma proporção das crianças desnutridas pode apresentar uma forma de desnutrição mista, o Kwashiorkor-marasmático. • Características mistas em relação às duas outras formas clínicas. • Geralmente, quando desaparece o edema com o tratamento, pode-se ver que elas são portadoras de marasmo. Obesidade infantil • É caracterizada por excesso de peso resultante de aumento da massa gorda, 95% das vezes de causa exógena. • Deve-se observar se há predomínio da distribuição de gordura na região abdominal, presença de estrias, respiração bucal, acanthosis nigricans e hirsutismo, infecção fúngica em dobras, hepatomegalia (sugestiva de esteatopatite não alcoólica), edema e dor em articulações, desvios de coluna, alterações de marcha e outros desvios ortopédicos. Estadiamento puberal • A puberdade é um período de maturação biológica marcado por surgimento de caracteres sexuais secundários, estirão de crescimento e modificações da composição corpórea. • O estadiamento puberal permite ao médico compreender o momento maturacional do seu paciente adolescente facilitando a compreensão e o manejo de problemas clínicos mais comuns neste grupo etário. • Em adolescentes recomenda-se a avaliação do estadiamento puberal de acordo com o proposto por Tanner (tabela visual e descritiva). • Em relação ao crescimento estatural, é importante considerar o desenvolvimento de dos pelos púbicos em ambos os sexos, mamas em meninas e o crescimento testicular em meninos. Estágios de Tanner: • O estágio 1 corresponde sempre à fase infantil, impúbere, e o estágio 5 à fase pós-puberal, adulta. • Portanto, são os estágios 2, 3 e 4 que caracterizam o período puberal. Desenvolvimento Infantil • Desenvolvimento é um conceito amplo que se refere a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos psíquicos e sociais. • O acompanhamento do desenvolvimento deve fazer parte da consulta geral da criança. • A sequência do desenvolvimento pode ser identificada em termos gerais através dos marcos tradicionais. • A aquisição de determinada habilidade baseia-se nas adquiridas previamente e raramente pulam-se etapas. • Estes marcos constituem a base dos instrumentos de avaliação. Desenvolvimento – Teste De Denver • O Teste de Denver II é um teste de triagem que avalia crianças do nascimento até os seis anos de idade, procurando identificar possíveis problemas de desenvolvimento. Feito através do questionamento da família. Avalia 4 áreas: - Motor grosseira - Motor fina-adaptativa - Pessoal-social - Linguagem • A escala é lida a partir da idade da criança avaliada. • Coloca-se a régua sobre a linha (traçada perpendicularmente a partir da idade conhecida da criança) e avaliamos se esta criança é capaz de realizar as habilidades (que são representadas por barras retangulares) que se encontram próximas à esquerda da marcação e as cruzadas pela linha em todas as áreas. • As extremidades esquerda e direita de cada uma das barras indicam, respectivamente 25% e 90% da população de crianças originalmente testadas que apresentaram a habilidade solicitada. Normal: quando não há nenhum tipo de atraso ou no máximo um item de risco; A criança será reavaliada na próxima consulta Questionável ou suspeito: quando há dois ou mais itens de risco e/ou um ou mais itens de atraso; a criança será reavaliada em uma ou duas semanas. Não Testável: quando há recusa em um ou mais itens totalmente à esquerda da linha da idade ou recusa em mais de um item cortado pela linha da idade na área de 75 a 90%. Reavaliar em uma ou duas semanas. Dentição Infantil • Os dentes de leite ou decíduos começam a “nascer” por volta do sexto mês de vida, iniciando, geralmente, pelos incisivos inferiores. • Seguem a sequência de erupção os incisivos centrais e laterais superiores com um intervalo aproximado de dois meses. • 15 meses de vida: primeiros molares superiores a seguir os inferiores, depois os caninos • 18 meses: os segundos molares inferiores • 24 meses: segundos molares superiores • No final desta fase a dentição decídua estará completa e as crianças terão 20 dentes na boca, isto é, oito incisivos, quatro caninos e oito molares; • Causa um processo inflamatório intenso que pode causar uma queda da imunidade da criança levando à uma infecção (causando a febre); Terminologia em pediatria • Período pré-natal: Concepção ao nascimento • Germinativo: Concepção até aproximadamente 2 semanas • Embrionário: 2 a 8 semanas • Fetal: 8 a 40 semanas (nascimento) Recém – Nascido Prematuro e/ou Baixo Peso: • AIG-Adequado para IG - Entre os percentil 10 e 90 • PIG- Pequeno para IG - Abaixo do percentil 10 • GIG-Acima do percentil 90 – Acima do percentil 90 Período neonatal: 0 a 28 dias de vida Primeira infância (lactente): 29 dias a 2 anos (exclusive) Infância (segunda infância ou pré – escolar: 2 a 6 anos ( exclusive) Escolar: 6 a 12 anos Pré – púbere: 10 a 12 anos (variável de acordo com os caracteres sexuais) Adolescência: 12 – 18 anos Aula do dia 05/09/2023 Desenvolvimento neurológico evolutivo • Fatores genéticos x fatores ambientais • Conceito de normalidade em cada etapa evolutiva • História completa desde a concepção, gestação, parto e desenvolvimento até a idade em que se encontra no momento do exame + exame neurológico • Craniocaudal Semiologia neurológica pediátrica: • É complexa, por suas modificações ao longo do desenvolvimento. • Busca sinais de lesões localizadas. • É rica na identificação das aquisições motoras, sensoriais e cognitivas. • Semiologia neurológica normal do RN e lactente foram descritas no início do Séc. XX, entretanto, após 1950, vem sendo aprimorada e padronizada. • O ambiente deve ter temperatura amena. • O bebê acordado e sem choro, em torno de uma e meia hora após a mamada. • Examina-se, primeiramente, a cabeça, sem despir a criança. • Ao despi-la, utiliza-se o princípio da manipulação mínima Para avaliação de crianças prematuras, durante os dois primeiros anos de vida, deve-se considerar a IG. Convencionou-se subtrair da idade cronológica o valor obtido da diferença entre 40 semanas e a IG ao nascimento. Ex.: Criança de 6 meses, nascida com 28 semanas de IG, considera-se como se tivesse 3 meses de idade. (40- 28)/4 Princípio da manipulação mínima: • Primeiro realiza-se exame em decúbito dorsal (barriga para cima); • Puxar criança para posição sentada; • Em seguida, ergue-se a criança para a posição ereta com apoio plantar; • Segue-se efetuando manobras em suspensão; • Por fim, exame em decúbito ventral. Avaliação do contato com o meio: • Fixa o olhar na mãe • Expectativa em relação ao exame • Choro espontâneo • Riqueza de movimentos com variações posturais espontâneas – avaliar a quantidade e simetria dos movimentos Exame do segmento cefálico: • Medida do perímetro cefálico. • Exame de fontanelas. • Exame de pares de nervos cranianos Fontanela anterior bregmática: • Possui a forma de um losango. • Possui cerca de 2 cm no sentido coronal e 3cm no sentido sagital. • Fecha-se em 50%das crianças até 9 meses e em 100% até um ano e meio. Fontanela posterior ou lambdoide: • É triangular. • Não ultrapassa 1cm de diâmetro. • Presente em 40% dos bebês a termo. • Fechamento no 1º mês. Relação entre distância biauricular (de uma inserção superior da orelha a outra) e anteroposterior (glabela – occípio) é igual a 1 Braquicefálico: medida biauricular é maior que a anterior (fechamento precoce ou não da sutura coronária) Dolicocéfalo ou escafocéfalo: medida biauricular é menor que a anteroposterior ( sutura sagital) Trigonocefalia: é sempre consequência do fechamento precoce patológico da sutura metópica. Normal: Braquicefálico: Escafocéfalo: Trigonocefalia: • Postura em decúbito dorsal - observar tônus flexor, simetria e movimentos de “pedalagem” • ATITUDE – Assimétrica com a cabeça lateralizada por estímulo labiríntico, sendo maior para a direita. • TONO/REFLEXO PROFUNDOS – Hipertonia flexora dos 4 membros, hipotonia axial e hiper-reflexia profunda. • REFLEXOS PRIMITIVOS – Presentes: sucção, moro, mão-boca, marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tônico- cervical assimétrico, preensão palmar, preensão plantar e cutâneo-plantar extensor. Também o reflexo cócleo-palpebral já é encontrado ao nascimento. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES – Pode seguir objeto com os olhos, modulação sensitivo-sensorial, iniciando a corticalização • REFLEXO DE SUCÇÃO - A sucção é uma função inata, que pode ser observada perfeitamente na 29ª semana de vida gestacional, porém, está totalmente aperfeiçoada na 32ª semana e por volta da 34ª, o controle entre a sucção a deglutição e a respiração acontece de forma coordenada. Deixa de ser reflexo por volta do 4º mês de vida, passando a ser de controle voluntário, permanecendo durante toda a vida. • REFLEXO DE MORO - Observar que na primeira etapa a criança faz abdução das escapuloumerais, com cotovelos e punhos em extensão e na segunda etapa, adução das escapuloumerais (presente até os 6 meses de vida); • REFLEXO MÃO – BOCA: Ocorre quando se acaricia com a mão a bochecha e a palma das mãos do bebê. • REFLEXO DE APOIO PLANTAR - Segurando-se o RN pelas axilas tocar com a planta dos pés com leve pressão a mesa de exame obtendo-se alinhamento e sustentação do corpo; observado até o 3ºmês de vida. • MARCHA – REFLEXA: Segura-se o bebê pela região axilar com seus pés apoiados sobre uma superfície firme, faz-se uma leve inclinação do corpo do RN para frente, com uma leve propulsão simula-se uma caminhada; está bem estruturada no 1º- mês, sendo observada até o 4º mês de vida de forma fragmentada. • REPTAÇÃO OU PROPULSÃO - Neonato em decúbito ventral, flexionar os membros inferiores, em uma postura que lembra as pernas de um batráquio, mantendo as plantas dos pés unidas, segurasse o RN pelos pés, observa-se deslocamento do corpo para frente. • REFLEXO CÓCLEO – PALPEBRAL: Realizado com estímulo sonoro próximo a orelha, Normalmente observa-se uma resposta de piscamento. • REFLEXO CUTÂNEO – PLANTAR: Estimula-se passando uma linha da borda lateral do pé até a base dos cinco pododáctilos, obtendo-se a extensão do primeiro pododáctilo e/ou a abertura em leque dos demais. Obtido até o 9º mês de vida. Se persistir após 24 meses de idade é chamado de Sinal de Babinski e indica lesão do trato cortico-espinhal lateral ou da área cortical motora no encéfalo. • REFLEXO TÔNICO CERVICAL ASSIMÉTRICO - Reflexo tônico do pescoço, do esgrimista ou de Magnus e de Kleijn: RN em decúbito dorsal, virar face para lateral, observando a extensão dos membros do mesmo lado e flexão do lado oposto; presente até o final do 3º- mês de vida. (esgrimista) • PREENSÃO PALMAR - O estímulo pode ser o dedo mínimo do examinador. O bebê com 28 semanas concepcionais apenas flete os dedos, progressivamente transmite a força muscular ao longo da mão, punho (32 semanas), antebraço e bíceps braquial (a termo). No sexto mês, 100% dos lactentes passam da fase de preensão palmar reflexa para voluntária. • PREENSÃO PLANTAR: Interpondo-se o dedo mínimo do examinador na base dos artelhos, estes se fletem. Observado precocemente, nas 25 semanas gestacionais, sempre presente no RN a termo, este reflexo não mais é obtido no final do primeiro ano. • REFLEXO CERVICAL DE RETIFICAÇÃO • Também chamada de “reação postural cervical”. Com a criança em decúbito dorsal, quando viramos a cabeça do bebê para o lado o corpo acompanha a rotação e a criança vira em bloco para decúbito lateral. Ocorre até aproximadamente o 4º ou 5º mês de vida, quando inicia a reação corporal de retificação. • MANOBRA DO CACHECOL • Pega o braço e leva em direção ao ombro contra lateral. Leva a mão D até o ombro E, e avalia a posição do cotovelo em relação à linha média. Como nessa fase há hipertonia fisiológica dos membros, o normal nessa fase, a resposta adequada é que ele chegue próximo ou até a linha média. Se for um bebe prematuro, não vai ter resistência nenhuma. O cotovelo ultrapassa muito a linha média, porque ele tem hipotonia • MANOBRA DO RECHAÇO - Manobra de retorno à flexão. A postura normal do RN a termo é uma postura flexora; faz –se uma extensão e o RN retorna à flexão. Isso é a resposta normal. • MANOBRA DO ARRASTO - RN em decúbito dorsal, traciona-se os braços que estão fletidos, a cabeça que inicialmente está inclinada para trás desloca-se para a posição mediana e após cai para frente. É reflexo até o 3º mês de vida; TRÊS MESES • ATITUDE – Simétrica. • TONO/REFLEXOS PROFUNDOS – Iniciando hipotonia Fisiológica. REFLEXOS PRIMITIVOS Presentes: sucção, moro, mão-boca, preensão palmar, preensão plantar, cutâneoplantar extensor Desapareceram: marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tônico-cervical assimétrico. • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Firma o pescoço (controle cefálico. • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Movimenta a cabeça. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Junta as duas mãos na linha média. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/gnosias) – Fixa o olhar, sorri socialmente, atende ao som com procura da fonte emissora e usa vogais (gorjeio) A partir do 3º mês, a criança passa a fazer a dissociação do ombro. No 4º mês apresentar um rolar voluntário. A partir do 5º mês, faz a dissociação cintura- quadril. QUATRO MESES • Observar hipotonia fisiológica. MMSS com extensão de cotovelos. MMII, com abdução coxofemoral, joelhos com rotação externa e semifletidos. SEIS MESES • TONO/REFLEXOS PROFUNDOS – Hipotonia fisiológica importante e reflexos profundos semelhantes ao adulto. • REFLEXOS PRIMITIVOS – Presentes: preensão plantar, cutâneo plantar extensor – Desapareceram: sucção, preensão palmar, moro, mãoboca. • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Senta com apoio, iniciando sem apoio. • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Muda de decúbito. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Retira pano do rosto, preensão voluntária, pega objetos e passa de uma mão para outra. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/ gnosias) – Atende pelo nome, demonstra estranheza diante de desconhecidos, localiza o som lateralmente, usa vogais associadas a consoantes (lalação) e produz sílabas repetidas sem significado (MAMAMAMA). Entre o 3º e 5º mês não se realiza nenhum prova com a criança suspensa. Do 6º aos 12º mês verifica-se a reação de Landau I e II - sua ocorrência é pequena no período neonatal, observando-se após os três meses de idade. No Landau I, ao suspender o RN no ar, observamos extensão da cabeça, da pelve e das pernas. É obtido até o 12º mês de vida. No Landau II, ao fletirmos a cabeça do RN, observamos abaixamento da pelve e flexão dos membros inferiores – este reflexo é observado além do 12º mês de vida. – testa o tono extensor do tronco e cervical NONO MÊS • TONO/REFLEXOS PROFUNDOS – Hipotonia fisiológica em declínio. • REFLEXOSPRIMITIVOS – Presentes: preensão plantar e cutâneo plantar extensor em desparecimento. • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Senta sem apoio e fica na posição de engatinhar • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Engatinha (arrasta-se) e pode andar com apoio. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Pega objetos em cada mão e troca, usando a preensão manual de pinça superior em escada • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/gnosias) – Localiza o som de forma indireta para cima e para baixo – Palavras de sílabas repetidas com significado (primeiras palavras) palavras frase (“da”, papa”). – lalação 1 ANO • TONO/REFLEXOS PROFUNDOS – semelhantes ao do adulto • REFLEXOS PRIMITIVOS – Presentes: preensão plantar e cutâneo-plantar extensor em desaparecimento • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Em pé com apoio • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Iniciando a marcha sem apoio • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Pinça superior individualizada. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/ gnosias) – Localiza a fonte sonora direto para baixo e indireto para cima, usa palavras corretamente e produz jargão 15 A 18 MESES DEZOITO MESES • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Domina a posição em pé • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Sobe escada de pé, seguro pela mão do examinador • REFLEXOS PRIMITIVOS – Desapareceram DEZOITO MESES • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Serve-se com a colher, chuta com o pé uma bola, constrói uma torre com 3 cubos. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/ gnosias) – Localiza a fonte sonora direto para cima, é capaz de dizer em torno de 10 palavras e constrói frases de 2 palavras (“dá papá”). • ESFICTERES – Iniciando o controle vesical diurno DOIS ANOS • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Permanece em pé com os pés juntos de olhos abertos “sem limite de tempo” • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Sobe e desce escada sem alternar os pés e com apoio. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Chuta bola sob comando, constrói uma torre com 6 cubos, retira a roupa, usa colher, aponta para as partes do corpo • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/gnosias) – Nomeia-se a si mesmo pelo pronome, é capaz de dizer em torno de 50 palavras e construir frases de 3 palavras ou mais, imita trabalhos caseiros, ESFÍNCTERES – Controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e anal. TRÊS ANOS • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Permanece com os pés juntos e olhos abertos por 30 segundos • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Sobe e desce escada com os dois pés no mesmo degrau sem apoio. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Constrói torres de 9 a 10 cubos, copia um traço vertical e faz prova dedo-nariz de olhos abertos, coloca sapatos • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/ gnosias) – Localização da fonte sonora direta para trás, pode apresentar dislalias por supressão e copia linha reta. • ESFÍNCTERES – Controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em consolidação QUATRO ANOS • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Permanece com pés juntos e olhos fechados por 30 segundos. • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Sobe e desce escada alternando os pés e sem apoio. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Faz prova dedo nariz com os olhos fechados e copia uma cruz • PERSISTÊNCIA MOTORA – Permanece 20 segundos com a boca aberta e 40 segundos com olhos fechados. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/linguagem/ gnosias) – Até 4 anos e 6 meses pode apresentar algumas reduções em encontros consonantais e dessonorizações. Após fala corretamente. Reconhece objetos familiares e denomina as cores preta e branca . • ESFÍNCTERES – Controle vesical noturno em consolidação. CINCO ANOS • EQUILÍBRIO ESTÁTICO – Permanece com o calcanhar em contato com a ponta do outro pé e com os olhos abertos por 10 segundos • EQUILÍBRIO DINÂMICO – Pula com o pé dominante uma distância de 5 metros e anda para frente com o calcanhar em contato com a ponta do outro pé. • COORDENAÇÃO APENDICULAR – Copia um círculo, um quadrado e toca a extremidade dos dedos com o polegar • PERSISTÊNCIA MOTORA – Permanece 40 segundos com olhos fechados e a língua protusa. • FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (gnosias) – Conhece e nomeia todas as cores • ESFÍNCTERES – Controle completo vesical e anal.