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ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 1 ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 2 A HEMATOPOESE - A FORMAÇÃO DO SANGUE. "Um processo que se inicia no embrião, em torno do segundo mês, e se prolonga por toda a vida." É da parede do útero materno que o embrião retira os alimentos que necessita, nos primeiros dias de vida. Em torno da terceira / quarta semana, porém, seu sistema de alimentação sofre uma modificação radical. O pequeno ser em formação passa a alimentar-se através do sangue da mãe. E, para que os alimentos possam ser distribuídos adequadamente pelo organismo embrionário, é indispensável um eficiente sistema transportador de elementos nutritivos. Ao completar um mês, o embrião já possui um sistema igual ao do adulto. Os vasos sangüíneos percorrem o pequeno corpo, numa rede extensa e intrincada que leva o sangue para todas as partes do organismo. E, ao fim do primeiro mês, já existe um coração rudimentar, que bombeia sangue para o corpo em formação. Durante toda a vida uterina, o feto sofre as transformações necessárias para adaptar o aparelho circulatório à futura existência fora do útero. Mas, desde o início de segundo mês, o sangue já está presente, com seus glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. Nas três primeiras semanas de gestação, o embrião humano apresenta-se ao lado de uma espécie de bolsa de grandes dimensões, o chamado saco vitelino. É nele que se inicia a formação dos vasos sangüíneos e dos glóbulos vermelhos do embrião. Por volta de três semanas de gestação, podem ser observadas na parede externa do saco vitelino pequenas massas celulares. Após o terceiro mês de vida fetal, a formação do sangue se processa, em particular no fígado e também no baço; é a chamada fase hepática da hematopoese (fabricação de sangue) fetal. Entre os vasos sanguineos e as células que compõem ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 3 esses órgãos, localiza-se o mesêquima, tecido derivado do mesoderma. É a partir daí que se formam os glóbulos vermelhos do feto. Um pouco mais tarde, aproximadamente na metade do período de vida fetal, a medula óssea começa a desempenhar o papel de estrutura produtora de sangue. Tem início à fase mielóide (de myelos, medula) de produção do sangue, que, em regra, continua durante toda a vida extra-uterina. Em casos especiais em que o organismo exige maior quantidade de sangue, o fígado e o baço podem retomar a atividade de formadores de sangue. O mesmo pode ocorrer no caso de destruição extensa da medula óssea, por irradiação intensa, tumores ou depressão por drogas tóxicas. Quando estas células se tornam livres, passam a circular pela corrente sanguínea, caminhando pelo plasma que acabou de se formar. Finalmente, as células perdem os núcleos e transforma-se em glóbulos vermelhos, que normalmente não têm núcleo: são células anucleadas. A MEDULA ÓSSEA "É no interior dos ossos, na Medula Óssea, onde estão as células progenitoras das células sangüíneas. Ali também tem origem as alterações que vão ser responsáveis por inúmeras doenças." ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 4 A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do sangue; glóbulos vermelhos (hemácias); glóbulos brancos e plaquetas. Estes componentes dos sangue são renovados continuamente e a medula óssea é quem se encarrega desta renovação. Trata- se portanto de um tecido de grande atividade evidenciada pelo grande número de multiplicações celulares. Estima-se que em um adulto médio, com aproximadamente 5 litros de sangue, existam em cada centímetro cúbico de sangue, cerca de 4,5 milhões de glóbulos vermelhos, 6 mil glóbulos brancos e 300 mil plaquetas. Isso significa um total aproximado de 22,5 bilhões de glóbulos vermelhos, 30 milhões de glóbulos brancos e 1,5 bilhão de plaquetas. As células sangüíneas têm vida curta: os glóbulos vermelhos tem uma vida média de 120 dias, os glóbulos brancos vivem em média 1 semana, as plaquetas 9 dias. Há portanto permanentemente células morrendo, sendo destruídas ou eliminadas e substituídas por novas células normais. A medula óssea mantém-se em atividade intensa e ininterrupta para produzir células sangüíneas e para isso depende de abundante e contínuo suprimento de substâncias. Ao nascermos todos os nossos ossos contém medula capaz de produzir sangue: a medula vermelha. Com a passagem dos anos , a maior parte da medula vai perdendo sua função, sendo substituída por tecido gorduroso e passa a ser chamada de medula amarela. No adulto apenas alguns ossos continuam exercendo essa função: as costelas, o corpo das vértebras, as partes esponjosas de alguns ossos curtos e das extremidades dos ossos longos dos membros superiores e inferiores, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno. Os outros ossos do esqueleto do adulto possuem medula amarela e portanto, em condições normais, são incapazes de produzir sangue. Quando há uma necessidade maior como no caso de uma anemia, parte desta medula óssea amarela pode voltar a produzir células sangüíneas. Para elaborar novos glóbulos vermelhos ela aproveita restos de glóbulos vermelhos envelhecidos e destruídos. O ferro contido na hemoglobina é deixado na medula pelas hemácias ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 5 que chegam ao fim da vida e novamente utilizado pela medula para formar novas moléculas de hemoglobina. Células fagocitárias do baço, fígado, gânglios linfáticos e da própria medula encarregadas de englobar os glóbulos envelhecidos e destruí-los no interior do seu citoplasma, lançam o ferro na circulação para aproveitamento futuro. Grande parte deste ferro fica armazenado no fígado e na medula. O ferro da dieta, absorvido pela mucosa do intestino delgado, complementa as necessidades diárias deste elemento. Outra substância indispensável ao funcionamento do tecido hematopoético é a vitamina B12. Quantidades muito pequenas desta vitamina são necessárias diariamente, mas para que ela seja absorvida e aproveitada pelo organismo, exige a presença do fator intrínseco da vit. B12, açúcar de natureza complexa, sintetizado pelas células da mucosa do estômago. A falta desta substância implica em uma diminuição da produção de células sangüíneas pela medula e o aparecimento de precursores de tamanho aumentado, os megaloblastos. A este tipo de anemia denomina-se: anemia megaloblática. O ácido fólico, uma das vitaminas do complexo B, também está relacionado na produção dos glóbulos vermelhos pela medula óssea. As duas substâncias desempenham importantes papel em numerosas reações bioquímicas que envolvem os ácidos nucléicos. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 6 GÊNESE OU PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS PELA MEDULA ÓSSEA OU SEJA, DIFERENCIAÇÃO DO ERITRÓCITO MADURO: Hemocitoblasto ou pró-eritroblasto (PE), eritroblasto basófilo (EB), eritroblasto policromatófilo (EPC), normoblato ou eritroblasto ortocromático (EOC), reticulócito (RT), eritrócito. Obs: O EOC perde o seu núcleo e se diferencia em reticulócitos. O reticulócito perde o seu retículo, perdem suas organelas e passam a ser eritrócitos. Até a formação do EOC ocorre na Medula óssea (MO), já os reticulócitos e os eritrócitos, estão no sangue periférico.Portanto, num indivíduo normal não se deve encontrar no seu esfregaço sanguíneo (com sangue periférico(SP)),essa linhagem mais nova, e sim somente reticul´[ocitos e eritrócitos. Caso contrário esse paciente está com alguma patologia que está levando a um distúrbio eritrocitário. Cerca de 1% dos eritrócitos circulante no SP são reticulócitos (que expressa a atividade medular) 1 PE dá origem a 16 eritrócitos e o tempo total da eritropoiese é de 7 dias. CONSTITUIÇÃO DO SANGUE O sangue é formado por um líquido amarelado denominado plasma, no qual se encontram em suspensão milhões de células. Entre as proteínas plasmáticas, encontram-se: A albumina, responsável pela manutenção da pressão osmótica sanguínea; O fibrinogênio e a protombina, que participam na coagulação; E as globulinas, incluindo os anticorpos, proporcionam imunidade face a muitas doenças. Uma grande parte do plasma (95%) é composta pela água, meio que facilita a circulação de muitos fatores indispensáveis que formam o sangue. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 7 Na figura acima, pode-se observar um vaso sanguíneo (cortado ao meio), onde aparecem os elementos figurados (plaquetas, glóbulos vermelhos e brancos), suspensos sobre o plasma sanguíneo. "O sangue executa tantas funções que, sem ele, de nada valeria a complexa organização do corpo humano." É através da circulação sangüínea que as inúmeras células do organismo, em todos os tecidos, recebem sua alimentação, representada por componentes de proteínas, açúcar, gordura, água e sais minerais. Também é o sangue que, retornando dos tecidos, conduz o gás carbônico e os resíduos das células do corpo, eliminando-as através da respiração, do suor, da urina e das fezes. Além disso, praticamente todo o sistema de defesa do organismo contra doenças e os ataques de germes patogênicos está concentrado no sangue. O controle da temperatura do corpo, o equilíbrio da distribuição de água e o processo de absorção celular também estão diretamente ligados ao sangue. Os elementos celulares que constituem o sangue tem forma, tamanho e funções distintas. Hemácias: São glóbulos vermelhos do sangue. Cada hemácia tem vida média de 120 dias no organismo em torno de 4.500 mil delas por milímetro cúbico de sangue. A sua função é transportar o oxigênio dos pulmões para as células de todo o organismo e eliminar o gás carbônico das células, transportando-os para os pulmões. Plaquetas: São fragmentos de células que participam do processo de coagulação. Elas têm vida curta e circulam na proporção de 200 a 400 mil por milímetro cúbico de sangue. Sua função mais importante é a obstrução das lesões ocorridas nos vasos sangüíneos, que dariam origem a hemorragias.As plaquetas são pequenas massas protoplásticas anucleares, que aderem à superfície interna da parede dos vasos sanguíneos no lugar de uma lesão e fecham o defeito da parede vascular. Tem cerca de 200.000 a 300.000 plaquetas, denominadas trombócitos, no sangue. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 8 Glóbulos Brancos: No sangue, temos de 5.000 a 10.000 corpúsculos ou glóbulos brancos (células brancas do sangue), que recebem o nome de leucócitos. De 4.000 a 11.000 glóbulos brancos por mm3. São de vários tipos principais: Neutrófilos - Que fagocitam e destroem bactérias; Eosinófilos - Que aumentam seu número e se ativam na presença de certas infecções e alergias; Basófilos - Que segregam substâncias como a heparina, de propriedades anticoagulantes, e a histamina; Linfócitos - Que desempenham um papel importante na produção de anticorpos e na imunidade celular; 57 a 67 % 2 a 4 % 0 a 1 % 25 a 33 % 4 a 8 % Plasma O plasma é um líquido amarelo claro que representa 55% do volume total do sangue. Ele é constituído por 90% de água, onde se encontra dissolvidas proteínas, açúcares, gorduras e sais minerais. Através do plasma circulam, por todo o organismo os elementos nutritivos necessários à vida das células. SANGUE E SEUS CONSTITUINTES NOME CARACTERÍSTICAS Eritrócitos (glóbulos vermelhos) Forma discoidal, biconcavo, repleta de hemoglobina, transporta oxigênio para os tecidos. Leucócitos (góbulos Granulosos Neutrófilo Forma esférica, núcleo trilobulado; Fagocitam bactérias e corpos estranhos. Eosinófilo (acidófilo) Forma esférica, núcleo bilobulado; participam das reações alérgicas, produzindo histamina. Basófilo Forma esférica, núcleo irregular. Acredita-se que também participam de processos alérgicos; produzem histamina e heparina. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 9 brancos) Agranulosos Linfócitos (B e T) Forma esférica, núcleo também esférico; participam dos processos de defesa imunitária, produzindo e regulando a produção de anticorpos. Monócito Forma esférica, núcleo oval ou reniforme, originam macrófagos e osteocclastos, células especializadas em fagocitar. Plaquetas (trombócitos) Forma irregular, sem núcleo, participam dos processos de coagulação do sangue. Os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as células que existem em maior quantidade no sangue e são responsáveis pela coloração avermelhada deste. No interior das hemácias encontra-se um pigmento avermelhado denominado hemoglobina. Quando a hemoglobina está saturada de oxigênio assume uma coloração avermelhada viva (sangue arterial), quando saturada de gás carbônico, torna-se escuro (sangue venoso). Em cada milimetro cúbico de sangue existem cerca de 5 a 5,5 milhões de glóbulos vermelhos, no homem, e aproximadamente 4,5 milhões na mulher. Os glóbulos brancos, ou leucócitos, distinguem-se em cinco variedades, chamadas neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. O sangue possui um número menor de glóbulos brancos do que vermelhos. Os leucócitos são ao contrário dos eritrócitos, nucleados e constituem a parte celular do sistema imunológico ou de defesa do organismo contra substâncias estranhas e microorganismo patológicops (vírus, bactérias, fungos, etc). Também participam das reações alérgicas, na produção de histamina. Um terceiro elemento de importância fundamental no sangue são as plaquetas. Sua importância é fundamental no mecanismo da hemóstase e coagulação do sangue. As plaquetas não são células, mas apenas fragmentos de megacariócitos (células especiais nativas da medula óssea) liberados na circulação. O seu número normal no sangue é de 150 mil a 450 mil por milimetro cúbico. Uma diminuição acentuada deste número leva a hemorragia expontâneas pela pele ou mucosa. A imagem ao lado mostra um esfregaço de sangue em lâmina de vidro observado em microscópio sob objetiva de imersão a óleo (100X). Observa-se eritrócitos (hemácias) normocrômicas indicando boa saturação de hemoglobina. No centro observamos um neutrófilo segmentado. As estruturas menores, densas, são as plaquetas Plaqueta Neutrófilo Hemácea ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 10 Toda a parte líquida do sangue forma o plasma sangüíneo. Cerca de 90% do plasma constituem-se de água pura, na qual estão dissolvidas as numerosas substâncias existentes no sangue. Destas, cerca de 3/4 são sais como sódio, cloro, fósforo, potássio, magnésio, cálcio e outros. Importância fundamental cabe as proteínas, que também estão dissolvidas no plasma. Em cada litro de sangue existem de 60 a 80 gramas de proteínas. A maior parte é constituída pela albumina. Em menor proporção estão as globulinas, relacionadas com a formação de anticorpos, e o fibrinogênio, fundamental no processo de coagulação. As proteínas controlam a viscosidade do sangue, a pressão oncótica e regulam a osmose, entre outras funções. Dissolvidos no plasma existem também algunsgases, como o oxigênio, o gás carbônico e, principalmente, o nitrogênio. Uréia, ácido úrico, creatinina, glicose, gorduras e ácidos graxos também se encontram presentes neste sistema de alimentação e defesa do corpo humano. COMPOSIÇÃO DO SANGUE (PLASMA) Proteínas especiais Albuminas, Globulinas (anticorpos), Fibrinogênio, Protombina, Aglutininas Outras substâncias orgânicas Enzimas, Anticorpos, Hormônios, Vitaminas Lipídios Colesterol, Triglicérides Glucídios Glicose Substâncias nitrogenadas Uréia, Ácido úrico, Creatinina Sais inorgânicos Sódio, Cloro, Potássio, Cálcio, Fosfatos ALTERAÇÕES DA SÉRIE VERMELHA 1) Quanto à forma (poiquilocitose) Indica grave distúrbio eritrocitário. ESFERÓCITOS: Quando as hemáceas ficam em formas esféricas. ELIPTÓCITOS / OVALÓCITOS: Eritrócitos ovais, mas ainda bicôncavos. ESTOMATÓCITOS: Hemácias côncavos (só de um lado da hemácia, o outro lado é convexo). Parace uma boca (stomato). DREPANÓCITOS: As hemácias passam a ter forma de foice. DACRIÓCITOS: Hemácias em forma de lágrima. CODÓCITOS OU CÉLULAS EM ALVO: Células em forma de alvo. ACANTÓCITOS: Hemácias pequenas com projeções irregulares. ESQUIZÓCITOS: Fragmentos de hemácias de tamanhos diferentes e com formas bizarras. 2) Quanto à cor (anisocromia) Hemáceas com colorações diferentes. Hipocrômica: halo no interior da hemácea mais claro, correspondendo a mais de 1/3 da célula. Devido à baixa de hemoglobina. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 11 Hipercrômica: halo no interior da hemácea mais escuro, correspondendo a menos de 1/3 da célula. Devido à alta de hemoglobina Anulócito: halo no interior da hemácea super claro, correspondendo a quase toda a célula. Devido à baixíssima hemoglobina. 3) Quanto ao tamanho (anisocitose) Hemáceas com tamanhos diferentes. Macrocitose: quando o tamanho da hemácea é maior que o normal. Microcitose: quando o tamanho da hemácea é menor que o normal. 4) Inclusões e Outras Variações das Hemácias As inclusões que podem ser observadas nas hemácias estão relacionadas a diferentes patologias e são conseqüência do aumento ou de defeitos da eritropoiese. Dependem, também, da capacidade do baço de retirar da circulação as hemácias malformadas. Outras alterações também podem ser observadas, como a presença de eritroblastos e a formação de rouleaux. ANEL DECABOT Figura em forma de anel observada na anemias megaloblásticas, podendo, em alguns casos, torcer-se, assumindo um aspecto de oito (8). Pode também se observada em outras situações de heritropoiese anormal. É um filamento fino, de cor vermelho-violeta, concêntrico em relação à membrana celular, que resulta de restos mitóticos de mitoses anômalas. CORPÚSCULOS DE HOWEL JOLLY Corpúsculo de inclusão pequeno, basófilo, restos nucleares de mitoses anômalas. São observados em pacientes esplenectomizados, nas anemias hemolíticas e megaloblásticas PONTILHADO BASÓFILO Granulações variáveis em número e tamanho, de cor azulada, agregados de ribossômas remanescentes podem ser encontradas na intoxicação por metais especialmente o chumbo, nas talassemias, e em outras alterações da hemoglobina, nas mielodisplasias e em outras formas de anemia severa. COPOS DE HEINZ Precipitados de hemoglobina desnaturada que podem ser encontrados aderidos à membrana das hemácias, em pacientes com anemia hemolíticas por algumas drogas, na deficiência da glicose-6-fosfato hidrogenase e nas síndromes das hemoglobinas instáveis. Para sua visualização, é necessário coloração especial do azul de cresil brilhantes. CORPÚSCULO DE PAPPENHEIMER ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 12 Associados a ribossomas remanescentes apresentam-se como pontos enegrecidos, agrupado ou localizados em anemias hemolíticas e sideroblásticas. ROULEAUX Aglutinação das hemácias que formam verdadeiras pilhas, podendo ser observadas em lâmina corada, são decorrentes da concentração elevada de fibrinogênio ou de globulinas, especialmente nas gamopatias monoclonais. Levam ao aumento da velocidade da hemossedimentação. ERITOBLÁSTOS São hemácias nucleadas que podem aparecer no sangue periférico em decorrência de grandes regenerações eritrocitárias, ou como conseqüências de infiltração medular. Aparecem a anemia hemolítica e nas reações leucoeritriblásticas (fibrose e metástase medular). PATOLOGIAS DO SANGUE ANEMIA Diz-se haver anemia (do grego, an = privação, haima = sangue) quando a concentração da hemoglobina sanguínea diminui aquém de níveis arbitrados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 13 g/dL para homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos. O que é hemoglobina A hemoglobina é o pigmento que dá a cor aos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a função vital de transportar o oxigênio dos pulmões aos tecidos. Apesar de ter um cortejo de sintomas e sinais próprios, a anemia não é, em si, uma doença, mas uma síndrome, pois pode decorrer de uma extensa lista de causas. É a síndrome crônica de maior prevalência em medicina clínica. Anemia é a desordem mais comum do sangue. Há vários tipos de anemia, produzidos por uma variedade de causas. Anemia é classificada pelo tamanho da célula vermelha sanguínea: diminuída (microcítica), normal (normocítica) ou aumentada (macrocítica ou megaloblástica). Classificação das anemias A anemia pode ser aguda ou crônica. Na anemia aguda (perda súbita de sangue) a falta de volume no sistema circulatório é mais importante que a falta de hemoglobina. A perda de até 10% do volume sangüíneo, como a que ocorre numa doação de sangue, é bem tolerada. Perdas entre 10 e 20% causam hipotensão postural, tonturas e desmaios. Nas perdas acima de 20% há taquicardia, extremidades frias, palidez extrema, e hipotensão, depois choque; se a perda ultrapassar 30%, sem reposição imediata de líquidos intravenosos, o choque torna-se rapidamente irreversível e mortal. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 13 Nas anemias crônicas não há baixa do volume sangüíneo, que é compensado por aumento do volume plasmático. A falta de hemoglobina, como regra acompanhada de diminuição do número de eritrócitos, suas células carreadoras, causa descoramento do sangue, com palidez do paciente, e falta de oxigênio em todos os órgãos, com os sinais clínicos daí decorrentes. Hipócrates (400 a.C.) descreveu-os: palidez e fraqueza devem-se à corrupção do sangue. O sistema nervoso central, o coração e a massa muscular são os órgãos mais afetados, pois são os que mais necessitam oxigênio para suas funções. A sintomatologia aumenta com a atividade física, pois esta consome oxigênio. Ao fazer diagnóstico de anemia, deve-se ter em mente os mecanismos que podem causá-la (Quadro 1) e levar em conta as características morfológicas dos eritrócitos (Quadro 2), pois, desta maneira, com a anamnese, o exame físico e os dados do hemograma com reticulócitos, estaremos aptos a prosseguir, de forma objetiva, com a investigação diagnóstica. Quadro 1 Classificação fisiopatológica das anemias - Falta de produção - Excesso de destruição - Perdas Quadro 2 Classificação morfológica das anemias - Microcíticas e hipocrômicas - Macrocíticas - Normocíticas e normocrômicas Do ponto de vista fisiopatológico, as anemias classificam-se em anemias por falta de produção, por excesso de destruição e por perdas. - Anemias por falta de produção decorrem de: 1. Redução do tecido hematopoético por aplasia ou hipoplasia medular idiopática ou induzida por agentes químicos, físicos, toxinasou medicamentos; infiltração da medula óssea por tumores hematológicos ou metastáticos; substituição do tecido hematopoético por fibrose ou doenças de depósito. 2. Falta de fatores estimulantes da eritropoese (eritropoetina), como ocorre na insuficiência renal crônica ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 14 3. Falta de fatores essenciais à produção dos eritrócitos, como ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Estas anemias caracterizam-se por baixo número absoluto e corrigido de reticulócitos. - Anemias por excesso de destruição são causadas por: 1. Alterações intrínsecas dos eritrócitos. Geralmente hereditárias, decorrem de anormalidades dos vários constituintes do glóbulo vermelho: defeitos das proteínas da membrana, como na Esferocitose Hereditária; defeitos das enzimas sendo mais frequente a deficiência de Glicose-6 Fosfato Desidrogenase; anormalidades de síntese da cadeias globínicas da hemoglobina que causam as talassemias e alterações estruturais da hemoglobina, que constituem as hemoglobinopatias, sendo a mais importante, pela frequência e morbidade, a anemia falciforme. 2. Alterações extrínsecas aos eritrócitos Representadas por venenos e toxinas, parasitas (malária), agentes físicos, traumas mecânicos, certos medicamentos e anticorpos dirigidos contra os eritrócitos. As anemias hemolíticas caracterizam-se por reticulocitose relativa e absoluta. - Anemias por perdas decorrem de perdas agudas ou crônicas de sangue. As perdas agudas representam em geral uma situação de emergência. As perdas crônicas causam espoliação de ferro e, consequentemente anemia por falta de produção. A análise dos dados do hemograma com contagem de reticulócitos e a observação do esfregaço de sangue nos orientam sobre em que grupo uma anemia pode ser incluída, facilitando a investigação diagnóstica. Os índices hematimétricos (VCM = volume corpuscular médio; HCM = hemoglobina corpuscular média, CHCM = concentração de hemoglobina corpuscular média e RDW = red cell distribution width ou coeficiente de variação do volume eritrocitário), associados às características morfológicas dos eritrócitos, também são importantes indicadores da natureza das anemias. O RDW é um índice que reflete o grau de anisocitose, ou seja, de variação de tamanho dos eritrócitos. Nas anemias adquiridas, altera-se antes do VCM, quando começa a coexistir células de tamanho maior ou menor com as de tamanho normal. De acordo com tais índices, as anemias podem ser classificadas, do ponto de vista morfológico (quadro 2) em anemias hipocrômicas e microcíticas, anemias macrocíticas e anemias normocrômicas e normocíticas. Classificação Morfológica das Anemias Anemias macrocíticas e normocrômicas (VCM aumentado, HCM e CHCM normais) 1. Sem megaloblastos na medula óssea a) anemia hemorrágica e hemolítica b) anemia secundária ao uso de antimetabólitos c) anemia das hepatopatias 2. Com megaloblastos na medula óssea ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 15 a) deficiência de vitamina B12 b) deficiência de ácido fólico c) defeito da síntese do DNA (congênito ou iatrogênico) Anemias normocíticas e normocrômicas (VCM, HCM e CHCM normais) 1. Anemia hemorrágica aguda 2. Anemias por deficiente produção de hemácias a) aplasia medular b) insuficiência renal c) doenças crônicas d) endocrinopatias (mixedema) e) infiltração medular (leucemias, mieloma) 3. Anemias hemolíticas (com discreta reticulocitose) Anemias microcíticas e hipocrômicas (VCM, HCM e CHCM diminuídos) 1. Anemia ferropriva 2. Anemia sideroblástica 3.Talassemias Anemia hipocrômica e microcítica O tipo mais comum de anemia é a decorrente de deficiência de ferro, a qual geralmente é microcítica. Causas bem mais raras (aparte de comunidades onde essa condição é prevalente) são talassemia e hemossiderose. Anemia por deficiência de ferro ocorre quando o consumo na dieta ou absorção de ferro é insuficiente. Ferro é uma parte essencial da hemoglobina, e baixos níveis desse mineral resultam em incorporação diminuída de hemoglobina em célula vermelha. A imagem acima mostra um esfregaço de sangue em lâmina de vidro observado em microscópio sob objetiva de imersão a óleo. A intensa hipocromia caracterizada pelo descoramento das hemácias que se apresentam com o centro pálido, a microcitose (hemácias de tamanho pequeno) e a acentuada anisocitose e poiquilocitose caracterizam uma grave anemia por deficiência de ferro. http://www.copacabanarunners.net/mineral.html http://www.copacabanarunners.net/piramide.html ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 16 Anemia normocrômica e normocítica Anemia normocítica pode ser causada por perda de sangue aguda, doença crônica ou falha em produzir quantidade suficiente de células vermelhas. Problema renal crônico e no fígado causam anemia normocítica. No caso de problema renal isso deve-se à diminuição da produção do hormônio eritropoietina. Certas deficiências hormonais, como deficiência de testosterona, podem causar anemia normocítica. Anemia sideroblastica é causada pela produção anormal de células vermelhas sanguíneas como parte da Síndrome Mielodisplásica, a qual pode se desenvolver em tumores malignos hematológicos (especialmente leucemia mielógena aguda). Anemia aplástica é causada pela inabilidade da medula óssea produzir células sanguíneas. Anemia aplástica é muito mais rara do que a causada por deficiências na dieta ou defeitos genéticos, e progride rapidamente. Anemia macrocítica A cauda mais comum de anemia macrocítica é a deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, devida à ingestão inadequada ou absorção insuficiente. Deficiência de vitamina B12 produz sintomas neurológico, já a deficiência de ácido fólico geralmente não. Anemia perniciosa é uma condição auto-imune onde falta ao organismo fator intrínseco necessário para absorver a vitamina B12 dos alimentos. Alcoolismo pode causar anemia macrocítica. TIPOS DE ANEMIA As anemias mais freqüentes e / ou de particular importância tanto médica quanto social são: Anemia da carência de ferro (anemia ferropênica) Anemia das carências de vitamina B12 (anemia perniciosa) e de ácido fólico Anemia das doenças crônicas Anemias por defeitos genéticos: - anemia de células falciformes - talassemias - esferocitose - deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase (favismo) Anemias por agressão periférica aos eritrócitos: - malária - anemias hemolíticas imunológicas - anemia por fragmentação dos eritrócito Anemias decorrentes de doenças da medula óssea: - anemia aplástica - leucemias e tumores na medula DESTRUIÇÃO DAS HEMÁCIAS PELO BAÇO Porção globina (grupo protéico – formado por aminoácidos): digerido e reaproveitado. http://www.copacabanarunners.net/epo.html http://www.copacabanarunners.net/hormonios.html http://www.copacabanarunners.net/vita.html http://www.copacabanarunners.net/acido-folico.html http://www.copacabanarunners.net/acido-folico.html ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 17 Porção heme (grupo prostético – formado por átomos de ferro): a hemoglobina liberada das células que se fragmentam é fagocitada e digerida quase imediatamente, liberando ferro na corrente sangüínea, para ser conduzido para a medula óssea (para a produção de novas células vermelhas) e para o fígado (produção do pigmento biliar bilirrubina). A redução de glóbulos vermelhos no sangue (eritropenia) ou a queda na concentração de hemoglobina chama-se anemia, caracterizada por cansaço e deficiência respiratória. A anemia pode ter diversas causas: Anemias carenciais: Surgem por deficiência de determinados nutrientes na dieta,como ferro, vitamina B12 e ácido fólico. A anemia provocada pela falta de ferro é chamada ferropriva; pela falta de vitamina B12 é a anemia perniciosa. Anemias espoliativas: são resultado da perda de sangue causada por algumas doenças, como amebíase, amarelão, úlcera e gastrite. Anemias hereditárias: são de base genética. Na talassemia ou “anemia do Mediterrâneo”, há desequilíbrio na produção de cadeias beta da hemoglobina, causando a produção deficiente de moléculas normais. A anemia falciforme resulta da substituição de um único aminoácido na cadeia beta (ácido glutâmico por valina) da hemoglobina. Submetidas a baixas concentrações de oxigênio, as hemácias adquirem o aspecto de uma foice e são destruídas. Anemias aplásticas: são originadas de doenças que comprometem a medula óssea vermelha, acarretando diminuição na produção de glóbulos vermelhos e demais células do sangue. Ex: leucemia. ANEMIA POR CARÊNCIA DE FERRO O ferro, por fazer parte da molécula, é indispensável à produção da hemoglobina, pigmento dos glóbulos vermelhos, que lhes permite o transporte de oxigênio, e cuja falta denomina-se anemia. A carência de ferro é a causa mais comum de anemia (anemia ferropênica). No Brasil, a dieta carente é, por si só, o fator desencadeante de anemia ferropênica, apenas nos seguintes casos: Como se desenvolve a anemia ferropênica? Fora dos casos acima, a anemia da carência de ferro, como regra, independe da alimentação: Nas mulheres em idade fértil, o excesso menstrual (hipermenorréia Nos homens, e numa minoria de mulheres, a anemia ferropênica decorre de perda crônica de sangue no trato digestivo, por gastrite, úlcera, tumores e inflamações intestinais crônicas. O sangue perdido sai digerido na massa fecal; quando o volume excede 50 gramas as fezes tornam-se escuras, luzidias, e com um cheiro fétido (melena). As pessoas, em geral, não atentam para as próprias fezes: a perda de sangue quase nunca é notada. Diagnóstico ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 18 O diagnóstico de anemia ferropênica costuma ser fácil: o hemograma mostra a anemia, caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos menores que o normal (microcitose), por faltar-lhes conteúdo hemoglobínico. A dosagem plasmática da ferritina, forma química de armazenamento do ferro no organismo, mostra-a muito baixa ou ausente. Ferritina sérica: A ferritina sérica está em equilíbrio com a ferritina tecidual. Homens: normal - 50 a 150 microg/L Mulheres: normal - 15 a 50 microg/L Aumentada nas anemias de doenças inflamatórias Dimimuída ( <15) na ferropriva. Tratamento A anemia ferropênica cura-se em dois a três meses com a administração de sulfato ferroso oral. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA São distúrbios provocados pela síntese comprometida do DNA. A divisão celular é lenta, porém o desenvolvimento citoplasmático progride normalmente, de modo que células megaloblásticas tendem a ser grandes, com uma proporção aumentada de RNA em relação ao DNA. Pode ser devido a carência de vit B12 ou de ácido fólico. Alimentos ricos em ácido fólico são: frutas, vegetais e cereais. Absorção no jejuno. A demanda diária mínima é de 50 picogramas. O corpo tem 5 a 20 mg de reversa, sendo 50% no fígado. Em caso de carência total, as reservas se esgotam em 15 dias a 3 meses. Quadro clínico: Sintomas típicos de anemia e levemente ictérico. Manifestações gastrointestinais: dor na língua (ela fica avermelhada e lisa), anorexia , perda de peso e as vezes diarréia. Isto tudo é devido a megaloblastose de células intestinais, causando má absorção. Ocorre também queda de cabelos, pêlos. Causas: Anemia perniciosa ou doença de Addison-Biermmer (atrofia de mucosa gástrica levando a def. de fator intrínseco. O fator intrínseco se liga a vit.B12 e forma um complexo. Este complexo é absorvido à nível do íleo terminal. Desnutrição é mais relacionado com def. de ácido fólico, e distúrbios gátricos é mais com VitB12. Gastrectomia - Falta do fator intrínseco Distúrbio do íleo terminal ( má absorção, ressecção intestinal.) Proliferação de bactérias que "roubam cobalamina do hospedeiro" como a Dyphillobothrium latum. Essa proliferação ocorre quando há obstrução ou estases intestinais, como divertículos, alças cegas, estenoses etc. Alcoólicos ( def. de folato) Dieta não balanceada (adolescentes ( comidas desprovidas de folato, vinho, cerveja), idosos ( "chá com torrada" pouco folato). Gestantes, lactentes, neoplasias, anemias hemolícitas crônicas com hematopoese aumentada etc, aumentam a demanda por folato. Drogas, como quimioterápicos contra o câncer. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 19 Diagnóstico Laboratorial Macrocitose significativa (com VCM>100). Reticulócitos baixo (ou seja <120.000/mm³ ou menos de 1% do nº de hemácias). Esfregaço sangüíneo: anisocitose ( hemácias de tamanhos desiguais) , poiquilocitose formais variáveis), macroovalócitos, neutrófilos hipersegmentados ( 6 lobos ou mais) - altamente sugestivo. Para pesquisar a patogenia da def. de cobalamina, quando esta já esta confirmada, usa- se o teste de Schilling : adm de vit.B12 marcada com isótopo radioativo, medindo depois a sua concentração na urina. Adm. também mais tarde uma outra dose desta vitamina marcada, porém ligada ao fator intrínseco. Observando que na primeira adminitração a dosagem foi baixa na urina e alta na segunda adm. o problema é com a produção de FI. Na pessoa normal, 7 a 40% da vit B12 adm via oral é excretada na urina. ESFEROCITOSE A imagem acima mostra um esfregaço de sangue em lâmina de vidro observado em microscópio sob objetiva de imersão a óleo. A esferocitose congênita é caracterizada por um esfregaço em que as hemácias são pequenas e redondas: esferócitos. Neste esfregaço ainda observamos um linfócito normal Eritrócitos esféricos, perdem a plasticidade, propiciam a fuga iônica ( sódio) e aumento do aporte hídrico eritrócitário. É uma doença autossômica dominante em 75% dos casos. Leva a fragilidade osmótica da célula. Patogenia: Trinta a 60% dos casos é por defeito na anquirina. Anquirina é uma das proteínas de "solda" da membrana plasmática, dando suporte ao citoesqueleto da hemácia. Também pode ser devido a defeitos nas porções alfa e beta da espectrina e da proteína 4.2. A espectrina é a principal proteída de "solda". Patologia: Membrana defeituosa => aumento da viscosidade do sangue com dim. veloc. do sangue =>facilitação macrofágica esplênica =>anemia hemolítica. Quadro clínico: Fazer diagnóstico diferencial com dç hemolítica do recém nato e com def. enzimática da G6PD. Obs: Há maior demanda de ácido fólico e vit.B12, por isso a adm. de ácido fólico faz parte da terapia. A esplenectomia é o tratamento definitivo de escolha. ELIPTOCITOSE / OVALOCITOSE ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 20 Eritrócitos ovais, mas ainda bicôncavos. A doença é mais branda e quase não se manifesta clinicamente. Apenas 10-20% apresentam sintomas, porém brandos. Não há elevação da viscosidade do sangue. A imagem acima mostra um esfregaço de sangue em lâmina de vidro observado em microscópio sob objetiva de imersão a óleo. Na eliptocitose as hemácias são alongadas ou ovais, os eliptócitos. Patogenia : Excesso de dímero de espectrina. ESTOMATOCITOSE Hemácias côncavos (só de um lado da hemácia, o outro lado é convexo). Parece uma boca (stomato). É raro no Brasil. DREPANOCITOSE A imagem acima mostra um esfregaço de sangue em lâmina de vidro observado em microscópio sob objetiva de imersão a óleo. Bastante comum no Brasil devido a alta prevalência na raça negra, a Anemia Falciforme é caracterizada pela existência de hemáciasfalciformes (em forma de foice) ou drepanócito. As hemácias passam a ter forma de foice ( anemia falciforme). Nesta doença. o aminoácido ácido glutâmico ( é o sexto AA da cadeia beta da HbA) está substituído pela valina, devido ao erro do DNA, onde a timina é trocada por adenina. Doença de negros. Os sintomas começam a aparecer com mais ou menos 1 ano de idade, quando há prevalência da HbA em relação às outras Hb's. Sem relação com sexo. A HbS protege contra malária, pois o defeito na hemácia não favorece o alojamento para o merozoíto. Patogenia - A Hb mutante ( chamada de Hb S) fica instável, não suporta modificações físicas e forma cristais. A solubilidade diminuída da forma desóxi da Hb resulta na formação de uma rede gelatinosa de polímeros, chamada de tactóides, que enrigece e distorce as hemácias, que atravessam vasos sangüíneos com dificuldade. A hemácia se dobra e se modela em forma de ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 21 drépano, foice ( drepanócito), ( falcização). Tem muita facilidade de formar trombos, devido à dificuldade para passar pelos vasos, e pelo aumento da viscosidade sangüínea ( que também favorece à fagocitose de eritrócitos). Com a tromboembolização de regiões do corpo, as hemácias ficam mais desoxigenadas em certas regiões, e isso predispõem a falcização, como foi dito acima - Esse processo se chama retroalimentação. Os micro-trombos que se formam na circulação e na microcirculação vão provocar isquemia e até necrose de regiões. Há calcificação distrófica das regiões necrotizadas. Quadro clínico e evolução Quando surge icterícia, esta é intensa, com bilirrubina acima de 6 mg% (o normal é até 1 mg%). Nos homozigotos é comum entre 1 e 2 anos de idade ocorrer o trágico "seqüetro esplênico", uma forma aguda fatal da doença. Há uma retenção grande de hemácias no baço (com esplenomegalia), sendo hemolisadas agudamente levando a uma rápida queda do nível de Hb no sangue. Surge icterícia, anemia grave, que pode levar ao coma e a morte. Em 2 horas, 90% das hemácias podem ser destruídas. O tratamento é a hemotransfusão imediata. Os repetidos episódios de infarto esplênico (pelo tromboembolismo de artérias terminais do baço) fazem com que o baço fique cheio de partes fibrosadas e calcificadas, atrofiando o baço, reduzindo muito o seu tamanho - é a auto-esplenectomia. Por isso o baço na drepanocitose costuma não ser palpável, porém na infância este processo ainda está ocorrendo, portanto sobressai a hemólise e hiperesplenismo com esplenomegalia. Além dos sinais clássicos da anemia (citados no começo da matéria), podem se observar úlceras na perna, episódios repetidos de infarto pulmonar e síndrome tóracica aguda (febre, dor torácia e infiltrados pulmonares). Podem surgir ICC e Infarto. A obstrução de vasos retinianos pode provocar hemorragia, fibrose, descolamento da retina e cegueira. Pode surgir AVC, também em crianças, que pode deixar seqüelas pra sempre. Entre a quarta e quinta década de vida, a causa de morte costuma ser por Insuf. renal ou pulmonar. Crise aguda - crise dolorosa de infarto - O paciente tem muita dor óssea devido a calcificações na diáfise do osso. A dor é lancinante, forte, só cessa com analgésicos potentes. A dor esquelética intensa pode permanecer por vários dias, até por semanas. A febre é comum ocorrer associado a essa crise. Pode haver necrose da cabeça do fêmur. Quadro laboratorial Hemoglobina baixa, leucocitose (costumam estar elevados, entre 12 e 15 mil), drepanócitos. Pode-se encontrar trombocitose. Bilirrubina indireta pode estar elevada (pela hemólise). Sinais de anemia hemolítica crônica, como hiperreticulocitose, eritroblastose, policromatofilia e poiquilocitose ( macrocitose e CHCM alto). Eletroforese detecta HbSS (homozigoto) ou HbAS ( heterozigoto) - traços falciformes ( doença mais branda).Ob.: eletroforese só detecta após 6 meses à 1 ano de vida. Pode haver associação de HbS com talassemia Tratamento Nenhum tratamento está disponível para a doença primária. Paciente são mantidos com suplementação de ácido fólico. São realizadas transfusões para crises hemolíticas ou aplásticas. Vacina contra pneumococo reduz a incidência de infecções. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 22 POIQUILOCITOSE Variação das formas das hemácias que normalmente se apresentam em uma forma circular e com um halo central claro. DACRIÓCITOS Hemácias em forma de lágrima. Ocorrem provavelmente por retardo da saída da medula óssea. Presente na metaplasia mielóide, na animia megaloblástica, nas tatassemias e na esplenomegalia. CODÓCITOS Células em forma de alvo. Ocorre um excesso de membrana, fazendo que a hemoglobina se distribua em um anel periférico, com uma zona densa central. Encontradas nas talassemias, na hemoglobina C, icterícia obstrutiva e na doença hepática severa. ACANTÓCITOS Hemácias pequenas com projeções irregulares. Célula peculiar abetalipoproteinemia hereditária, presente também em outras dislipidemias, na cirrose hepática, na hepatite do recém-nascido, na anemia hemolítica, após esplenectomia e após administração de heparina. ESQUIZÓCIOTOS Fragmentos de hemácias de tamanhos diferentes e com formas bizarras. Observados em muitos casos de próteses valvulares e vasculares, microangiopatias, síndrome hemolítica- urêmica, nos casos de queimaduras graves e na coagulação intravascular disseminada. DEFICIÊNCIA HEREDITÁRIA DE G6PD A glicose-6-fosfato formada no início da glicólise pode ser desviada para a via das pentoses (10% da glicose). Nesta via, a glicose-6-P sofre ação da G6Pdesidrogenase, formando a 6-fosfogluconato. Com isso há restauração do NADPH. É uma doença ligada ao cromossoma X. Portanto, só mulheres podem transmitir a doença. . Manifestações clínicas Mal estar precordial, calafrios, cefaléia, náuseas e vômitos, confusão mental, dor lombar, hematúria, alteração da dinâmica cardiorrespiratória. Tratamento Hemotransfusão na crise. Previnir as drogas citadas acima. Esplenectomia só em casos especiais. Causas mais comuns: ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 23 Gestantes e lactentes - Aumento da demanda de ferro. É necessário adm. de complemento alimentar. Crianças e idosos - Hábitos alimentares errados, com dieta pobre em ferro. Mulheres idosas costumam ter doença do refluxo gastroesofágico muitas vezes assintomático, onde se perde cronicamente o sangue, não podendo ser absorvido todo o ferro perdido. Sangramentos do TGI - neoplasias, úlceras, pólipos, hemorróida crônica, varizes esofagianas sangrantes, ancilostomíase e outras parasitoses intestinais. Sangramentos renais - hematúria macro/microscópica - neoplasias renais; nefrites em geral. Mulheres - investigar polimenorréia, como está o ciclo menstrual. TALASSEMIA Síndromes talassêmicas: Conjunto de doenças pela deficiência total ou parcial na fabricação de cadeias da Hemoglobina. É uma hemoglobinopatia quantitativa. Alfa-talassemia Produção excessiva de cadeias beta nos adultos e crianças, e de cadeias gama nos recém natos. A apresentação da doença costuma ser uma anemia hemolítica com esplenomegalia acentuada. Há reticulocitose nesses casos. Beta-talassemia Produção excessiva de cadeias alfa. É mais freqüente que a alfa talassemia. * Beta talassemia maior ( ou anemia de Cooley). Forma homozigota. Anemia grave, com Hb de 7g%. Ausência de cadeias beta, portanto, ausência de HbA *Beta talassemia menor.Forma heterozigota. Pode ser devido ao defeito na transcrição do RNAm para cadeia beta. Discreta anemia com evidente microcitose. DIAGNÓSTICO LABORATORIALHemograma completo O que ele mede? O hemograma é um exame feito por uma máquina que conta cada um dos três principais tipos de células sangüíneas: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A amostra de sangue utilizada, em geral, é retirada de uma veia do braço utilizando uma agulha e seringa. Os glóbulos vermelhos contém uma substância chamada hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio por todo o organismo. A quantidade de hemoglobina é conhecida como "contagem de hemoglobina", medida em gramas por cento. A contagem de glóbulos ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 24 vermelhos e de hemoglobina variam de acordo com a idade e o sexo do indivíduo. A hemoglobina normal é de cerca de 12 a 14, em mulheres adultas, e 14 a 16 nos adultos do sexo masculino. Um paciente com níveis reduzidos de hemoglobina apresenta anemia, condição que pode ter diversas causas. A causa mais conhecida é a deficiência de ferro, mas outras causas incluem a perda de sangue, a incapacidade de produzir de glóbulos vermelhos, ou a destruição dessas células. Quando a contagem de hemoglobina está elevada, condição pouco comum, pode predispor à obstrução dos vasos sangüíneos e distúrbios como o AVC (derrame) e ataques cardíacos. Os glóbulos brancos são responsáveis pelo combate às infecções. O número de glóbulos brancos é denominado contagem de glóbulos brancos. Os valores normais variam entre 4.500 e 13.500 aproximadamente. Esse valor costuma estar elevado na vigência de infecções. Uma redução na contagem de glóbulos brancos pode indicar uma maior susceptibilidade às infecções. A causa dessa redução, na maioria das vezes, é uma infecção viral, mas em alguns casos pode representar uma doença grave. Existem vários tipos diferentes de glóbulos brancos, dentre os quais se destaca os neutrófilos. Quando o número de neutrófilos se eleva, existe uma grande probabilidade de infecção concomitante. As plaquetas são células que participam da coagulação do sangue, interrompendo os sangramentos. Uma diminuição no número de plaquetas pode desencadear hemorragias. Normalmente, o hemograma evidencia entre 150.000 e 400.000 plaquetas. Quando esse valor é inferior a 50.000, até mesmo o sangramento de pequenos ferimentos podem ser graves. Uma elevação no número de plaquetas é pouco comum e pode predispor à formação de coágulos (que podem provocar, por exemplo, um derrame). As informações fornecidas pelo hemograma completo permitem ao médico avaliar melhor um paciente e diagnosticar algumas doenças, ou pode sugerir quais exames adicionais são necessários. Exame O Que Ele Mensura Valores Normais Hemoglobina Quantidade desta proteína que transporta o oxigênio no interior dos eritrócitos Homens: 14 a 16 gramas por decilitro Mulheres: 12,5 a 15 gramas por decilitro Hematócrito Proporção de eritrócitos no volume sangüíneo total Homens: 42 a 50% Mulheres: 36 a 47% Volume corpuscular médio Valor estimado do volume dos eritrócitos 86 a 98 micrômetros cúbicos Contagem leucocitária (Leucometria total)* Número de leucócitos em um volume específico de sangue 4.500 a 10.500 por microlitro ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 25 Contagem diferencial de leucócitos (Leucometria* diferencial) Porcentagens dos diferentes tipos de leucócitos Neutrófilos segmentados: 34 a 75% Neutrófilos em bastão: 0 a 8% Linfócitos: 12 a 50% Monócitos: 15% Eosinófilos: 0 a 5% Basófilos: 0 a 3% Contagem plaquetária Número de plaquetas num volume específico de sangue 140.000 a 450.000 por microlitro Hemograma completo A) Contagem de hemácias e índices hematimétricos Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. É também usado para detectar a quantidade de hemácias em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. Os índices hematimétricos fornecem importantes informações sobre o tamanho, concentração de hemoglobina e peso da hemoglobina de uma hemácia média. Índices Hematimétricos Volume Corpuscular Médio – VCM Avalia a média do tamanho (volume) das hemácias, que podem estar em seu tamanho normal, quando são ditas normocíticas,diminuídas (microcíticas) ou aumentadas (macrocíticas). O achado de microcitose é comum em anemias por deficiência de ferro, nas doenças crônicas e nas talassemias. O aparecimento de macrocitose pode estar associado à presença de um grande número de reticulócitos, ao tabagismo e à deficiência de vitamina B12 e de ácido fólico. ALTERAÇÃO DE TAMANHO ADULTOS CRIANÇAS ATÉ 3 ANOS CRIANÇAS DE 4 E 14 ANOS NORMOCITOSE 81,0 73,0 73,0 MICROCITOSE <ou = 81,0 <ou= 71,0 <ou= 73,0 MICROCITOSE DISCRETA 80 a 80,9 71 a 72,9 73 a 74,9 MICROCITOSE ACENTUADA < 60 < 60 < 60 MACROCITOSE > 90 > 99 > 99 MACROCITOSE ACENTUADA >120 > 120 > 120 ANISOCITOSE Presença de hemácias de volumes diferentes ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 26 Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) Índice hematimétrico que corresponde à média de hemoglobina por eritrócito. Pode estar elevado na presença de macrocitose e diminuído na presença de hemácias microcíticas. Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) É a avaliação da hemoglobina encontrada em 100 mL de hemácias. Esse índice permite a avaliação do grau de saturação de hemoglobina no eritrócito. A saturação da hemoglobina normal indica a presença de hemácias ditas normocrômicas. Quando diminuída, teremos hemácias denominadas hipocrômicas e, quando aumentadas, hemácias hipercrômicas. RDW (Red Cell Distribution Width) A variação do tamanho das hemácias é analisada eletronicamente pela variação de pulsos obtidos durante a leitura. A análise dessa variação permite a obtenção desse novo índice, que representa a amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, servindo como um índice de anisocitose, que se altera precocemente na deficiência de ferro, mesmo antes da alteração de outros parâmetros, como a alteração do VCM e a diminuição da hemoglobina. A determinação desses índices é feita com as seguintes fórmulas: VCM = hematócrito / 100 ml de sangue = 80 – 96 fl Eritrócitos, milhões mm3 Interpretação: 96 > normocítica > 80; microcítica < 80; macrocítica > 96; HCM = hemoglobina em g / 100 ml de sangue = 27 – 24 fl Eritrócitos, milhões mm3 Interpretação: 34 > normocítica > 27; hipocrômica < 27; CHCM = hemoglobina em g / 100 ml de sangue X 100 = 31 – 36 % Hematócrito % Interpretação: 36 > normocítica > 31; hipocrômica < 31; Alterações da Cor (Características Tintoriais) ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 27 A coloração das hemácias reflete a concentração da hemoglobina e pode ser ocasionada: Pela diminuição da concentração de hemoglobina e conseqüente redução da cor que leva à chamada hipocromia; Pela presença de células com diferentes concentrações de hemoglobina chamada de anisocromia; Pela presença de um grande número de reticulócitos que caracteristicamente têm uma cor azulada, que, junto com a cor normal, produz a chamada policromasia. Objetivos Fornecer dados para o cálculo do volume corpuscular médio e da hemoglobina corpuscular média, que revelam o tamanho da hemácia e o conteúdo de hemoglobina. Dar suporte a outros testes hematológicos parao diagnóstico ou monitoração de anemia ou policitemia. Auxiliar no diagnóstico e classificação das anemias. Preparação do paciente Jejum de 4 horas. Valores de referência Método: automatizado com eventual estudo morfológico em esfregaços corados. Os valores normais de hemácias variam, dependendo do tipo de amostra e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira: Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue venoso Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue venoso Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao nascimento, diminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e aumentando lentamente daí em diante. Os índices hematimétricos testados incluem volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM). VCM: 84 a 99mm3. HCM: 26 a 32 pg. CHCM: 31 a 36 g/dl. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 28 B) Hemoglobina Total Este teste é usado para medir a quantidade de hemoglobina (Hb) encontrada em um decilitro (100 ml) de sangue total. Usualmente ele é parte de um hemograma completo. A concentração de hemoglobina correlaciona-se estreitamente com a contagem de hemácias. Objetivos Medir a gravidade de anemia ou policitemia e monitorar a resposta à terapia. Obter dados para o cálculo da hemoglobina corpuscular média e concentração de hemoglobina corpuscular média. Método: automatizado Valores de referência As concentrações de Hb variam, dependendo do tipo de amostra retirada (amostras de sangue capilar para bebês e amostras de sangue venoso para todos os demais) e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira: Recém-nascidos: 14 a 20 g/dl 1 semana de idade: 15 a 23 g/dl 6 meses de idade: 11 a 14 g/dl Crianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dl Homens: 14 a 18 g/dl Mulheres: 12 a 16 g/dl. Achados anormais Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia, hemorragia recente ou retenção de líquido causando hemodiluição. Hb elevada sugere hemoconcentração originária de policitemia ou desidratação. C) Hematócrito O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente ou como parte de um hemograma completo. Ele mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% de Ht indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. Essa concentração é obtida centrifugando-se o sangue total anti-coagulado em um tubo capilar, de forma que as hemácias sejam firmemente concentradas sem hemólise. Objetivos ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 29 Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação. Auxiliar no cálculo de dois índices de hemácias: VCM e CHCM Método: automatizado. Valores de referência O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados são até 3% mais baixos do que as medições manuais, que aprisionam o plasma na coluna de hemácias concentradas. Os valores de referência variam dependendo do tipo de amostra, do laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade do paciente, como segue: Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht 1 semana de idade: 47% a 65% de Ht 6 meses de idade: 33% a 39% de Ht Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht Homens: 42% a 54% de Ht Mulheres: 36% a 46% de Ht. Achados anormais Um Ht baixo sugere anemia, hemodiluição ou uma perda maciça de sangue. Um Ht alto indica policitemia ou hemoconcentração devido à perda sangüínea ou desidratação. D) Contagem de Leucócitos Uma contagem de glóbulos brancos, também chamada de contagem de leucócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. Ela indica a quantidade de leucócitos em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. As contagens de leucócitos podem variar até em 2.000, em qualquer dia em particular, em função de exercício desgastante, tensão ou digestão. A contagem de leucócitos pode aumentar ou diminuir significativamente em determinadas doenças, porém é diagnosticamente útil somente quando o diferencial de glóbulos brancos e o estado clínico do paciente são levados em consideração. Objetivos Determinar infecção ou inflamação. Determinar a necessidade de testes adicionais, como, por exemplo, o diferencial de leucócitos ou a biópsia de medula óssea. Monitorar a resposta à quimioterapia, radioterapia ou outros tipos de terapia. Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados. Valores de referência ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 30 A contagem de leucócitos varia de 4.000 a 10.000/ml. Achados anormais Uma contagem elevada de leucócitos (leucocitose) com freqüência assinala uma infecção, como, por exemplo, um abscesso, meningite, apendicite ou amigdalite. Uma contagem alta de leucócitos pode também resultar de leucemia e necrose tecidual devido à queimaduras, infarto do miocárdio ou gangrena. Uma contagem diminuída de leucócitos (leucopenia) indica depressão da medula óssea, que pode resultar de infecções virais ou de reações tóxicas, como, por exemplo, as que acompanham o tratamento com antineoplásicos, ingestão de mercúrio ou outros metais pesados, ou exposição ao benzeno ou arsênicos. A leucopenia caracteristicamente acompanha influenza, febre tifóide, sarampo, hepatite infecciosa, mononucleose e rubéola. E) Diferencial de Leucócitos O diferencial de leucócitos é usado para avaliar a distribuição e morfologia dos glóbulos brancos, fornecendo informação mais específica sobre o sistema imune do paciente do que a contagem de leucócitos isoladamente. Os glóbulos brancos são classificados de acordo com os cinco tipos principais – neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos – sendo determinada a porcentagem de cada tipo. A contagem diferencial é o valor percentual de cada tipo de glóbulo branco no sangue. O número absoluto de cada tipo de glóbulo branco é obtido por meio da multiplicação do valor percentual de cada tipo pela contagem total de glóbulos brancos. Os altos níveis desses glóbulos brancos estão associados com diversas respostas imunes e anormalidades. Algumas vezes é solicitada uma contagem de eosinófilos como um teste de acompanhamento, quando é relatado um nível elevado ou deprimido de eosinófilos. Objetivos Avaliar a capacidade para resistir e superar infecções. Detectar e identificar diversos tipos de leucemia. Determinar o estágio e gravidade de uma infecção. Detectar reações alérgicas. Avaliar a gravidade de reações alérgicas (contagem de eosinófilos). Detectar infecções parasíticas. Servir de suporte para o diagnóstico de outras doenças. Valores de referência Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados. De forma a assegurar um diagnóstico preciso, os resultados de testes diferenciais devem ser interpretados em relação à contagem de glóbulos brancos totais (4.000 a 10.000/ml). Para adultos, os valores absolutos e porcentagens normais incluem o seguinte: Basófilos: 0 a 200/ml; 0 a 2% Eosinófilos: 40 a 500/ml; 1 a 5% ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 31 Linfócitos: 880 a 4.000/ml; 22 a 40% Monócitos: 120 a 1.000/ml; 3 a 10% Neutrófilos: 1.800 a 7.500/ml; 45 a 75%. Para crianças, os valores absolutos e porcentagens normais podem diferir. As porcentagens são as seguintes: Basófilos: 0 a 2% Eosinófilos: 1 a 5% Linfócitos: 45 a 75% Monócitos: 3 a 10% Neutrófilos: 22 a 40%. Achados anormais Os padrões diferenciais anormais fornecem evidência para uma ampla faixa de estados de doença e outras condições. F) Contagem de Plaquetas As plaquetas ou trombócitos,promovem a coagulação, ou seja, a formação de um coágulo hemostático em locais de comprometimento vascular. A contagem de plaquetas é o mais importante teste de rastreamento da função plaquetária. As contagens precisas são vitais. Objetivos Avaliar a produção ou utilização de plaquetas. Avaliar os efeitos da quimioterapia ou radioterapia na produção de plaquetas. Diagnosticar ou monitorar trombocitose ou trombocitopenia. Confirmar uma estimativa visual da quantidade e morfologia da plaqueta a partir de um filme sangüíneo colorido. Método: automatizado, com eventual estudo morfológico com esfregaços corados. Valores de referência As contagens normais de plaquetas variam entre 130.000 a 370.000/ml. Achados anormais Uma contagem diminuída de plaquetas (trombocitopenia) pode resultar de medula óssea aplástica ou hipoplástica; uma doença infiltrativa de medula óssea, como, por exemplo, ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 32 carcinoma ou leucemia; hipoplasia megacariocítica; trombopoiese infecciosa proveniente de deficiência de ácido fólico ou vitamina B12; acúmulo de plaquetas em um baço aumentado; destruição aumentada de plaquetas devido à drogas ou desordens imunes; coagulação intravascular disseminada; síndrome de Bernard-Soulier; ou lesões mecânicas às plaquetas. Uma contagem aumentada de plaquetas (trombocitose) pode resultar de hemorragias, desordens infecciosas; câncer; anemia por deficiência de ferro; cirurgia recente, gravidez, ou esplenectomia e desordens inflamatórias. Em tais casos, a contagem de plaquetas retorna ao normal após o paciente recuperar-se da desordem primária. Todavia, a contagem permanece elevada em trombocitemia primária, mielofibrose com metaplasia mielóide, policitemia vera e leucemia mielóide crônica. Em tais desordens, as plaquetas podem estar disfuncionais, resultando em sangramento. Exames correlatos (ao hemograma completo) VHS, reticulócitos, mielograma, etc. CLASSIFICAÇÃO SANGÜÍNEA São encontrados inúmeros sistemas de grupos sangüíneos no sangue. Os mais importantes para transfusão de sangue são: ABO e Rh. Um indivíduo pode ter um dos qua- tro grupos sangüíneos: A, B, O e AB. A maior freqüência entre nós é o grupo O, vin- do em seguida do A, depois do B e por último o AB. Porque doar Sangue? Este ato representa a única forma de muitas pessoas continuarem vivendo, pois ainda não existe substituto para o sangue. É essencial que as pessoas saudáveis façam da doação de sangue um ato voluntário e contínuo. Existe Risco em Doar Sangue? Não. Você não contrai doenças doando sangue. O material utilizado na coleta é descartável. Doar Sangue - não "afina" nem "engrossa". O Sangue continua o mesmo, saudável. Doar Sangue - não engorda nem emagrece. Doar Sangue - não vicia. Doar sangue não significa que você tenha de doar sempre. Você doa de novo se quiser. O seu organismo vai continuar produzindo a mesma quantidade de sangue de antes. O Sangue Coletado é Examinado? Todo sangue é examinado. Em todo material colhido são feitos exames para as doenças transmissíveis pelo sangue, por exemplo: Sífilis ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 33 Hepatites Doença de Chagas AIDS Malária Para onde vai o Sangue Coletado? No Homocentro. OS GRUPOS SANGÜÍNEOS Os grupos sanguíneos são constituídos por antígenos que são a expressão de genes herdados da geração anterior. Quando um antígeno está presente, isto significa que o indivíduo herdou o gene de um ou de ambos os pais, e que este gene poderá ser transmitido para a próxima geração. O gene é uma unidade fundamental da hereditariedade, tanto física, quanto funcionalmente. SISTEMA ABO São conhecidos diversos sistemas de grupo sangüíneos. Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, MNS, Kell, Lewis, etc. O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional por ser o mais antigênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh. Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo. Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de cromossomos responsáveis por este sistema. O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene B, tendo sido um herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B, seu genótipo é AB. No caso do grupo O, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene O. O gene O é amorfo, isto é, não produz antígeno perceptível. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se manifesta. Ao realizarmos os testes rotineiros em laboratório, não podemos diferenciar os indivíduos BO e BB, e nem AO e AA. Os símbolos A e B, quando nos referimos a grupos, indicam fenótipos, enquanto que AA, BO etc. são genótipos (ver quadro abaixo). FENÓTIPO GENÓTIPO A AO A AA O OO B BO B BB AB AB ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 34 É dito homozigótico quando o indivíduo é possuidor de genes iguais (AA, BB, OO), e heterozigótico quando os genes são diferentes (AO, BO, AB). A CLASSIFICAÇÃO SANGÜÍNEA A determinação do grupo sangüíneo deste sistema, é feito usando dois tipos de teste. 1o – Através da identificação da presença de antígenos nos eritrócitos, usando reativos compostos de anticorpos conhecidos (anti-A, anti-B, anti-AB). Esta é a chamada classificação ou tipagem direta. 2o – Através da identificação da presença de anticorpos no soro/plasma usando reativos compostos de antígenos conhecidos (hemácias A e hemácias B). Esta é a classificação ou tipagem reversa (ver quadro abaixo). GRUPO SANGUÍNEO SORO DE TIPAGEM Anti-A Anti-B HEMÁCIAS DE TIPAGEM A B ANTÍGENO ANTICORPO A + - - + A Anti-B B - + + - B Anti-A AB + + - - A e B Ausente O - - + + - Anti-A e anti- B As transfusões podem ser: Isogrupo – quando doador e receptor são do mesmo grupo ABO. Heterogrupo – doador e receptor são de grupo sanguíneo diferente. Preste bem atenção. Antígeno é algo que temos nas nossas hemácias ao nascermos, faz parte de sua estrutura molecular, é determinado geneticamente pela herança de nossos pais. Observe que se você é do grupo O você não tem nenhum Antígeno (do sistema ABO) em suas hemácias. Indivíduos são do grupo A porque tem o Antígeno A em suas hemácias, Os do grupo B tem o antígeno B, os do grupo AB tem antígeno A e B. Antígenos têm a propriedade de gerar Anticorpos quando introduzidos em organismo que não o contenha. Por exemplo, indivíduos do grupo A, que tem em suas hemácias o antígeno A, não podem ter em seu plasma o anticorpo Anti A. O mesmo ocorre com o indivíduo do grupo B, em relação ao antígeno B. Se um indivíduo tivesse em seu plasma um anticorpo oposto ao seu antígeno correspondente todas as suas hemácias seriam destruídas por ele. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 35 Um conceito muito importante é que não existe anticorpo anti O, uma vez que não existe antígeno O. Durante a infância sempre adquirimos naturalmente os anticorpos referentes aos grupos sangüíneos opostos, ou seja: Se você é do grupo O, em seu plasma existe anticorpos Anti-A e Anti-B, adquiridos naturalmente durante a infância. Veja na tabela abaixo: GRUPO SANGUINEO ANTíGENO ANTICORPO A A Anti-B B B Anti-A AB A e B (nenhum) O (nenhum) Anti-A e Anti-B Fica fácil de entender agora como os diversos tipo de sangue podem ser combinados entre si. Se você é do grupo AB, então você não tem nenhumdos anticorpos em seu plasma, daí você poderá tomar sangue de todos os grupos: A, B, AB e O (receptor universal). Se você é do grupo A você tem anti-B em seu plasma, daí não poder tomar sangue do grupo B ou AB. Pode tomar dos grupos A e O. Como não existe "anti-O" as hemácias do grupo O podem teoricamente ser transfundidas em pessoas de todos os outros grupos (doador universal). E o Rh? Bem, existe também o sistema Rh e ele determina a presença de um Antígeno (também em suas hemácias), denominado Antígeno D. Indivíduos que o tem são Rh POSITIVOS e indivíduos que não o tem são Rh NEGATIVOS. Veja a tabela. Fator Rh Antígeno do sistema Rh POSITIVO Antígeno D NEGATIVO (nenhum) Não existe Anticorpos Anti-D adquiridos naturalmente e portanto ninguém tem Anti-D em seu plasma a não ser que tenha sido inoculado de alguma forma com sangue Rh POS., (pode ocorrer inoculação durante o parto ou aborto, transfusão incompatível ou compartilhamento de seringas em drogados). Daí o conceito simples de que em relação ao Rh, indivíduos Rh POS podem tomar sangue Rh POS e NEG, enquanto indivíduos Rh NEG só podem tomar sangue Rh NEG., (na verdade poderiam tomar uma primeira transfusão Rh POS, mais seriam sensibilizados e desenvolveriam Anti-D e uma segunda transfusão poderia matá-los). Eis abaixo um diagrama que ajuda a compreender a relação entre os sangues. Visualize primeiro sangues do mesmo Rh. Lembre-se: Rh positivo pode receber sangue Rh negativo. O oposto não é possível. ESCOLA SÃO VICENTE CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROF MST. SIMONE ARAÚJO CRF 2001/PB 36 Diagrama que exemplifica as transfusões possíveis entre os diversos tipos de sangue e Rh. TRANSFUSÃO Para efeito de transfusão, é considerado que pacientes Rh positivos podem tomar sangue Rh positivo ou negativo, e que pacientes Rh negativos devem tomar sangue Rh negativo. Para os pacientes D fraco, existem alguns critérios a serem observados. Se o antígeno D está enfraquecido por interação gênica, estando o mesmo presente integralmente, o paciente poderá tomar Rh positivo ou negativo. Porém nos casos em que o antigeno D está enfraquecido por ausência de um dos componentes, pode ocorrer produção de anticorpos contra o antigeno D na sua forma completa. Como rotineiramente, não identificamos a causa que leva a expressão enfraquecida do antígeno, acostuma-se a dar preferência a usar sangue Rh negativo para os pacientes Rh fraco. (1) Existem situações clínicas onde é necessário avaliar o risco X benefício, e fazer outras opções. Neste momento é necessário o acompanhamento do hemoterapeuta. Plasma ANEMIA MEGALOBLÁSTICA São distúrbios provocados pela síntese comprometida do DNA. A divisão celular é lenta, porém o desenvolvimento citoplasmático progride normalmente, de modo que células megaloblásticas tendem a ser grandes, com uma proporção aumentada de RNA em r... Alimentos ricos em ácido fólico são: frutas, vegetais e cereais. Absorção no jejuno. A demanda diária mínima é de 50 picogramas. O corpo tem 5 a 20 mg de reversa, sendo 50% no fígado. Em caso de carência total, as reservas se esgotam em 15 dias a 3 m... Quadro clínico: Sintomas típicos de anemia e levemente ictérico. Manifestações gastrointestinais: dor na língua (ela fica avermelhada e lisa), anorexia , perda de peso e as vezes diarréia. Isto tudo é devido a megaloblastose de células intestinais, causando má absorção. Ocorre também queda de cabelos, pêlos. Causas: Anemia perniciosa ou doença de Addison-Biermmer (atrofia de mucosa gástrica levando a def. de fator intrínseco. O fator intrínseco se liga a vit.B12 e forma um complexo. Este complexo é absorvido à nível do íleo terminal. Desnutrição é mais relacionado com def. de ácido fólico, e distúrbios gátricos é mais com VitB12. Gastrectomia - Falta do fator intrínseco Distúrbio do íleo terminal ( má absorção, ressecção intestinal.) Proliferação de bactérias que "roubam cobalamina do hospedeiro" como a Dyphillobothrium latum. Essa proliferação ocorre quando há obstrução ou estases intestinais, como divertículos, alças cegas, estenoses etc. Alcoólicos ( def. de folato) Dieta não balanceada (adolescentes ( comidas desprovidas de folato, vinho, cerveja), idosos ( "chá com torrada" pouco folato). Gestantes, lactentes, neoplasias, anemias hemolícitas crônicas com hematopoese aumentada etc, aumentam a demanda por folato. Drogas, como quimioterápicos contra o câncer. Diagnóstico Laboratorial Macrocitose significativa (com VCM>100). Reticulócitos baixo (ou seja <120.000/mm³ ou menos de 1% do nº de hemácias). Esfregaço sangüíneo: anisocitose ( hemácias de tamanhos desiguais) , poiquilocitose formais variáveis), macroovalócitos, neutrófilos hipersegmentados ( 6 lobos ou mais) - altamente sugestivo. Para pesquisar a patogenia da def. de cobalamina... Síndromes talassêmicas: Conjunto de doenças pela deficiência total ou parcial na fabricação de cadeias da Hemoglobina. É uma hemoglobinopatia quantitativa. Alfa-talassemia Produção excessiva de cadeias beta nos adultos e crianças, e de cadeias gama nos recém natos. A apresentação da doença costuma ser uma anemia hemolítica com esplenomegalia acentuada. Há reticulocitose nesses casos. Beta-talassemia Produção excessiva de cadeias alfa. É mais freqüente que a alfa talassemia. * Beta talassemia maior ( ou anemia de Cooley). Forma homozigota. Anemia grave, com Hb de 7g%. Ausência de cadeias beta, portanto, ausência de HbA *Beta talassemia menor.Forma heterozigota. Pode ser devido ao defeito na transcrição do RNAm para cadeia beta. Discreta anemia com evidente microcitose. Objetivos CLASSIFICAÇÃO SANGÜÍNEA Porque doar Sangue? Existe Risco em Doar Sangue? O Sangue Coletado é Examinado? Para onde vai o Sangue Coletado?