Prévia do material em texto
COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Professora Esp. Juliana Spadoto Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenadora Pedagógica do Curso Ana Livia Cazane do Nascimento Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design BOAS-VINDAS Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR – Universidade de Marília. Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino superior bem feito. A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade, capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio, a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização e da solidariedade humanas. A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos sonhos, conquistas e desafios. A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de 350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR. Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa está ligada de forma indissociável à educação. Nós nos comprometemos com essa educação transformadora, investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja ofertada e esteja acessível a todos. Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos parceiros neste momento e não mediremos esforços para o seu sucesso! Não vamos parar, vamos continuar com investimentos importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal, não é possível nunca parar de sonhar! Bons estudos! Dr. Márcio Mesquita Serva Reitor da UNIMAR Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida! Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado em um curso de ensino superior em uma Universidade de excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino, a pesquisa e a extensão universitária. Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as oportunidades, faça amizades e viva as experiências que somente um ensino superior consegue proporcionar. Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede do campus universitário localizado na cidade de Marília, navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR! Muito obrigada por escolher esta Universidade para a realização do seu sonho profissional. Seguiremos, juntos, com nossa missão e com nossos valores, sempre com muita dedicação. Bem-vindo(a) à Família UNIMAR. Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam se estiverem capacitadas para isso. Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo, inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso, que você possa desenvolver as competências e habilidades necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu presente, neste momento mágico em que vivemos. A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você tem a gente para seguir junto com você. Sucesso sempre! Profa. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária da UNIMAR Prof. Me. Paulo Pardo Coordenador do Núcleo EAD da UNIMAR 007 Aula 01: 018 Aula 02: 025 Aula 03: 035 Aula 04: 047 Aula 05: 062 Aula 06: 076 Aula 07: 085 Aula 08: 099 Aula 09: 111 Aula 10: 123 Aula 11: 135 Aula 12: 143 Aula 13: 156 Aula 14: 162 Aula 15: 171 Aula 16: Comunicação e Socialização Elementos da Comunicação Variações Linguísticas Coesão e Coerência Comunicação Interpessoal Redação Comercial Comunicação no Atendimento Oratória em Reuniões Linguagem Corporal e Expressão Oral Comunicação na Era Digital O Novo Acordo Ortográfico Inadequações Entre Fala e Escrita Homônimos e Parônimos Ambiguidade e Redundância Concordância Verbo-nominal Erros Comuns e Vícios de Linguagem Introdução Olá, estimado(a) aluno(a)! Vamos iniciar a disciplina de Comunicação nas Organizações, e tenho certeza que você vai se surpreender com como é bom rever língua portuguesa, comunicação e gramática com outro olhar! Muitos graduandos se perguntam: “Por que tenho que estudar comunicação ou língua portuguesa se não serei professor ou profissional de línguas ou pedagogia?” Ora, é preciso ter consciência, como indivíduos que necessitam afinar a comunicação para o sucesso tanto pessoal quanto acadêmico e profissional, que a comunicação é o nosso cartão de visitas! O tratamento dado à língua enfatiza seu conhecimento de mundo e suas diferentes formas de interagir. Já é sabido que as modalidades oral e escrita, formal e informal, são práticas inerentes à língua; elas se complementam e não andam sepa-radas. O jeito que você as usa é que dá status a cada uma delas, conferindo-lhes poder de expressão e de convencimento em dada circunstância. Quanto à presente disciplina, vamos pensá-la em duas partes: primeiro, aulas mais conceituais para que você tenha uma base e referências sobre os estudos da linguagem. Falaremos de linguagem e sociedade, coesão e coerência, estilos formais e informais e variações linguísticas, além de um panorama sobre oratória, comunicação organizacional e interpessoal no ambiente de trabalho. A outra parte conterá aulas com assuntos gramaticais tais como o novo acordo ortográfico, problemas de concordância,vícios de linguagem e erros comuns da língua portuguesa. Espero que você faça bom uso deste material. Aproveite o momento para refl e-tir sobre o jeito como você se comunica e para se conscientizar da importância da leitura, além de sanar eventuais dúvidas acumuladas ao longo do tempo. “A leitura do mundo precede a leitura da palavra. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente” Paulo Freire, educador, pedagogo e fi lósofo brasileiro 6 01 Comunicação e Socialização 7 “Quem não se comunica se trumbica” - Chacrinha, comunicador Ter uma boa comunicação escrita e falada certamente pode ampliar as oportunidades no mercado de trabalho. O que se observa muitasvezes é que o pro�ssional concentra esforços em somente entender o que os recrutadores esperam nas entrevistas e como eles devem se posicionar diante do gestor, mas se esquecem de que dominar o português demonstra que ele tem um nível básico de educação e que está preparado para se comunicar em situações diversas, sejam elas com seus colegas de trabalho, clientes ou fornecedores. Falar e escrever bem é importante tanto ao participar de um processo seletivo como para atuar ativamente bem no seu trabalho, a�nal, do que adianta ser um pro�ssional com grande experiência e boa formação se você não tiver uma comunicação clara, que transmita todo o seu conhecimento? Acredite: um português bem falado e bem escrito faz a diferença. Agora, estimado(a) aluno(a), pense nas seguintes questões: Por que o homem se comunica? O jeito que um grupo ou indivíduo se comunica tem a ver com o meio social em que vive? Comunicar-se é essencial para a vida ou é possível “existir” sem ter contato com a escrita, a fala e o contato social? Agora pense em sua casa, seu bairro, sua escola, sua turma. Esses certamente foram os primeiros meios sociais em que você viveu, e a comunicação foi o canal pelo qual sua cultura foi transmitida a você. Foi usando a linguagem, falando e ouvindo, escrevendo e lendo, que você aprendeu a ser membro de sociedade (DÍAZ BORDENAVE apud INFANTE, 1998), que adotou seu modo de pensar e de agir, suas crenças e valores, seus hábitos e tabus. Não foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação diária com pais, irmãos e amigos, na rua, no ônibus, no jogo, no bar e na igreja que lhe transmitiu, ainda criança, as qualidades essenciais para viver em sociedade e ser cidadão. Utilizar bem a linguagem e a interpretação vai muito além do que apenas falar ou escrever: é fazer parte de grupos sociais, ascender pessoal e pro�ssionalmente, adquirir e compartilhar conhecimento. A comunicação confunde-se com nossa 8 própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que respiramos ou andamos. Somente percebemos sua importância quando, por um acidente ou doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Você sabia que pessoas que foram impedidas de se comunicar durante longos períodos enlouqueceram ou �caram perto da loucura? Díaz Bordenave (1986) traduz em exemplos do dia a dia a importância da linguagem e da comunicação em diferentes contextos: “Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um homem qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora de deitar-se, no �m do dia. A quantidade de atos de comunicação é simplesmente inacreditável, desde o ‘bom dia’ à sua mulher, acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a decodi�cação de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com documentos, recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao banco e as conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o almoço, a escolha do prato do menu, a conversa com os �lhos no jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com sua mulher antes de dormir, e o ato �nal de comunicação num dia cheio dela: ‘boa noite’.” (Díaz Bordenave, 1986) Assim, vale ressaltar a importância de estar atento ao modo como nos comunicamos em diferentes meios que convivemos. É fato que ninguém usa o mesmo linguajar, as mesmas palavras, postura e tom de voz quando conversa com os amigos em uma festa e quando trata com o patrão no ambiente de trabalho. São contextos díspares que exigem uma percepção e uma fala para cada um deles. Misturá-los é perigoso, causa uma impressão errada e pode até lhe retirar de algum meio de convívio social. 9 No �lme “O Náufrago”, de Robert Zemeckis, Chuck Noland (Tom Hanks) �ca sozinho em uma ilha deserta depois de um desastre de avião. A certa altura da trama, ele “faz amizade” com uma bola de vôlei, à qual ele chama de Wilson – a marca da bola. À primeira impressão, o espectador pode achar que Chuck �cou louco por conversar e dedicar sentimentos a uma bola, mas o que se percebe é o contrário: ele sabe que �cará louco se não socializar com alguém na ilha. Logo, conversa com um objeto e a ele atribui características humanas para evitar ir à loucura enquanto está sozinho. Leia um texto sobre as teorias da comunicação do �lme e sua relação com o contexto corporativo em Comunicação e Tecnologia Após a revolução industrial, no início do século XIX, houve a invenção de máquinas capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens, tais como a fotogra�a, o cinema, os meios de impressão grá�ca, o rádio, a TV, o computador e seus derivados, tablet, iphone, celulares, etc. Com um simples apertar de botões ou por meio de uma tela touch screen, as notícias nos chegam da mesma forma como nos chegam a água e a eletricidade. 10 https://go.eadstock.com.br/A Atualmente, com o avanço da tecnologia, existe também a indústria 4.0, na qual a linguagem da comunicação é feita quase que totalmente entre as próprias máquinas, utilizando-se, inclusive, da tecnologia da linguagem computacional denominada “Internet das coisas”, obviamente que necessitando de um ser humano para o seu desenvolvimento. Nesse contexto, “o mundo está no início de uma quarta revolução industrial, e essa revolução está acontecendo devido à eliminação dos limites entre o mundo digital, o mundo físico, que são as coisas, e o mundo biológico, que somos nós” (IEASP, 2016). Acompanhe as principais invenções históricas a favor da comunicação: JORNAL - o primeiro exemplar data de 59 a.C., em Roma, quando Julio César quis informar o povo sobre os mais importantes acontecimentos sociais e políticos do seu império. Até hoje, tem praticamente a mesma função. RÁDIO - com sua primeira transmissão datada de 1900, foi um marco na história, pois ao contrário do jornal, as ondas do rádio tinham um alcance de pessoas e velocidade e informação muito superiores. TELEVISÃO - em 1924, a TV trouxe a junção dos componentes grá�cos (imagens e �guras) de um jornal com os componentes de áudio do rádio (a fala), o que tornou possível ver imagens em movimento juntamente com o áudio. INTERNET - desenvolvida em 1969 nos EUA para �ns de comunicação militar, tinha o nome de ArpaNet. Com o �m da Guerra Fria, o sistema tornou-se praticamente desnecessário para �ns militares e o Exército decidiu levá-lo a público. Fazendo um resumo, vê-se um processo crescente em que o homem desenvolveu a linguagem depois dos desenhos nas cavernas, com a escrita, o papel, as impressões manuais e as mecânicas, sendo assim possível a informação cruzar grandes distâncias geográ�cas, culturais e cronológicas. Passamos pelos meios de comunicação como jornais e revistas, rádio e televisão, e chegamos à nossa época, à qual chamamos de Era da Tecnologia e da Informação. Na Era da Tecnologia, o computador é o carro-chefe. Quando foi desenvolvido em 1943, era uma máquina gigantesca que ocupava uma sala inteira e só servia para fazer cálculos, até 1971, quando surgiu nos EUA o primeiro microcomputador. Andando lado a lado com a evolução dos computadores, está a Internet, que nem sempre foi da maneira que a conhecemos: na verdade, ela foi desenvolvida para �ns militares e não passava de um sistema de comunicação entre as bases 11 militares dos EUA. Em 1971, a até então chamada ArpaNet passou a ser usada por acadêmicos e professores universitários, principalmente nos EUA, para trocarem ideias e mensagens, e então recebeu o nome de Internet. A disseminação e a popularização da rede no Brasil aconteceram no �nal da década de 1990, e aos poucos foi se tornando aquilo que conhecemos hoje: indispensável para a nossa vida, pois estar conectado à rede mundial é uma fonte de conhecimento, interatividade, diversão e, acima de tudo, de comunicação. Gírias, jargões e os Grupos Sociais Considerando o grupo social do qual o sujeito faz parte, ele passa a dominardeterminado tipo de vocabulário e expressões que não são compreendidos dentro de outro grupo social. É o caso dos diferentes jargões utilizados em discursos jurídicos, médicos, presidiários, cantores, jogadores de futebol, chefes de cozinha, etc. Cada grupo especí�co possui palavras que são frequentemente utilizadas em seu dia a dia, mas que di�cilmente são compreendidas dentro de outro grupo social. GÍRIA x JARGÃO A gíria teve sua origem na maneira de falar de grupos marginalizados que não queriam ser entendidos por quem não pertencesse ao grupo. Hoje, entende-se a gíria como uma linguagem especí�ca de grupos especí�cos, como os jovens. Já o jargão é o modo de falar especí�co de um grupo, geralmente ligado à pro�ssão. Existe, por exemplo, o jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc. 12 Conceitualizando, Araújo e Sousa nos dizem que (...) gíria é o tipo de linguagem que surge restrita a um determinado grupo, como um código, que com o passar dos tempos invade a sociedade sendo utilizada pelas pessoas até de forma inconsciente, independentemente da idade ou nível social da qual fazem parte, tornando o seu uso muito frequente em qualquer situação de interação. (ARAÚJO E SOUZA, s/d). Na prática, sabemos que a gíria é uma fala informal, que varia conforme o grupo e a época. Você se lembra das gírias que falava quando criança? São as mesmas que os jovens falam hoje? Certamente a resposta é não. Caso alguém leia este mesmo material em 2030, por exemplo, as gírias atuais aqui expostas já serão ultrapassadas. A gíria 13 Fonte: elaborado pela autora. Gírias comuns nos anos 1980 Gírias comuns nos anos 2010 Putz, grila! Isso é do balacobaco! Essa foto é do arco da velha. Que ideia de jerico! Você fala mais que o homem da cobra… Vamos tomar umas birinaites? Repete isso, volta a �ta! Vira o disco, fala outra coisa! Você é um chato de galochas Tô gamado! Sacou? Tô na pindaíba… sem um tostão furado. Ela é pra frentex, toda modernosa… Vamos deixar rolar… Nossa, peguei ranço dele. Para de ser biscoiteira, só quer atenção! Partiu? Deu ruim! Hoje vou sair com o meu/a minha crush. Sua irmã divou no evento ontem! Cola lá em casa pra gente ver �lme… Que estilo mais chavoso, hein! Falou tudo! Lacrou! A festa foi top! Hoje o chefe está pistola com a gente. Meu celular bugou. Pode pá! Entendi! Vamos sair de rolê? Ele é meu parça! E quem cria as gírias? - Nós mesmos, os próprios falantes de uma língua. E elas podem surgir nas mais diversas situações tais como contextos culturais, de entretenimento, na internet, na rua, em um vídeo que viraliza... São expressões que normalmente não fariam sentido nenhum, ou têm algum sentido completamente diferente daquele em que são usadas, mas o fato é que as gírias enriquecem a linguagem de tal forma que, em determinados casos, é impossível ser compreendido sem usar nenhuma. 14 Veja mais alguns exemplos da evolução as gírias desde os anos 60: O jargão Imagine que você está em um hospital e ouve um médico conversando com outro. Um deles diz: - Em relação à dona Maria, o prognóstico é favorável ao caso de pronta-suspensão do remédio. É provável que você tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou, pois ele utilizou termos com os quais os dois colegas médicos estão acostumados. Com a paciente, o médico deve falar de uma maneira mais simples, como: "Bem, dona Maria, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas.” Este é um caso de jargão – no caso, médico. Jargão é o modo de falar usando termos especí�cos de um grupo, geralmente ligados à pro�ssão. Para Dino Preti, professor titular de língua portuguesa da PUC- SP, jargão é a "linguagem cientí�ca ou técnica banalizada". Por de�nição, é uma forma de falar inadequada à situação. “A pessoa quer se promover, mostrar que fala uma linguagem que o outro desconhece”, segundo o professor. Mas muitos especialistas dizem que os jargões são frases prontas que tiram a autenticidade do texto porque são consideradas antiquadas. 15 https://go.eadstock.com.br/B Você sabe o que signi�ca brie�ng, feedback e ranking? São termos do chamado “corporativês”. Nessa linguagem, muitos jargões são emprestados da língua inglesa e nem foram traduzidos para o português. As pessoas que não sabem o signi�cado desses termos podem prejudicar a comunicação, assim como aquelas que os usam a todo o momento, pois podem se expressar de maneira incorreta e “forçada”. Se o pro�ssional está em uma conversa entre amigos, não há necessidade de usar esses termos, pois pode passar uma imagem de arrogância. Quem não conhece bem o signi�cado dos termos é melhor não utilizá-los! Conheça uma lista desses jargões em inglês em Apesar da rapidez com que os jargões são disseminados, é importante levar em conta o ambiente e a situação em que estamos para saber utilizar a língua de modo adequado. Dessa forma, é possível estabelecer uma comunicação e�caz, alcançando o objetivo por parte do emissor e, ao mesmo tempo, a compreensão por parte do receptor. Cada pessoa e grupo social possui uma maneira própria de falar e criar suas próprias marcas linguísticas. Tais marcas produzem uma variedade não apenas no âmbito geográ�co, mas também no âmbito pro�ssional. Em suma, a língua varia de acordo com os elementos regionais, socioculturais e contextuais, conceitos que veremos mais adiante neste curso. 16 https://go.eadstock.com.br/C Você já ouviu falar em anglicismo? Trata-se do uso de termos da língua inglesa mesmo quando existem as mesmas palavras na língua portuguesa. Há quem diga que são termos indispensáveis para dar um ar mais “chique”, pro�ssional ou corporativo à situação, mas outros defendem que é um exagero, já que os mesmos termos podem ser encontrados em português. O que você acha? Exagero ou necessidade? Passatempo em vez de hobby. Assessoria em vez de coaching. Roupa em vez de out�t. Aparência em vez de look. Registro de entrada em vez de check in. Registro de saída em vez de check out. Cópia de segurança em vez de backup. Senha em vez de password. Cobrir em vez de cover. Prazo máximo em vez de deadline. Experiência em vez de know-how. 17 Elementos da Comunicação 02 18 “Se você falar com um homem em uma linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.” (Nelson Mandela) No mundo moderno e tecnológico, a palavra comuniçação tornou-se chave na observação das relações humanas e no comportamento individual e coletivo. De acordo com Martins e Zilberknop (2010), comunicar é buscar entendimento e compreensão; é manter contato. “É uma ligação, transmissão de sentimentos e de ideias.” Por isso, comunicar-se bem não signi�ca apenas falar bonito, mas ser e�ciente no momento de transmitir mensagens, isto é, fazer com que elas alcancem os objetivos propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos e�cientemente quando o receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz. Quando falamos em linguagem, não estamos falando apenas da linguagem escrita e do português padrão, correto e formal. A comunicação utiliza vários tipos de linguagens tais como a linguagem corporal, o tom de voz, os símbolos, as cores, etc. Além dos diferentes tipos de linguagens, devemos considerar a diversidade de contextos sociais e indivíduos culturais diferentes entre si. O diálogo realizado entre amigos no �nal da tarde em um happy hour não é o mesmo diálogo realizado pelos colegas dentro da empresa ou em uma reunião com a diretoria. Todos os lugares possuem suas regras próprias, inclusive os locais considerados informais. Ninguém chega à casa de um amigo e vai entrando no quarto sem pedir licença. Assim, acontece com a linguagem. 19 Fonte: arquivo pessoal Elementos da Comunicação Um dos primeiros estudiosos a considerar quais elementos são necessários para que uma comunicação e�caz aconteça foi Roman Jakobson (1896-1982). Para esse linguista russo, há basicamente seis funções determinadas deacordo com o elemento em que a ênfase da mensagem recai. Veja o esquema: Cada um desses elementos é responsável por tornar a comunicação e�caz. Se um deles não existe ou falha, acontece o chamado “ruído” na comunicação, ou seja, a mensagem não acontece totalmente. Vamos a cada um deles: EMISSOR: é aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma empresa, uma equipe, etc. Nem sempre é uma única pessoa a responsável pela transmissão de uma mensagem. MENSAGEM: é o conteúdo informativo enviado de um emissor para um receptor. RECEPTOR: é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor. 20 CANAL DA COMUNICAÇÃO: é qualquer meio pelo qual a mensagem é enviada. Pode ser a voz, celular, computador, livro, propaganda, gestos, outdoor, etc. CÓDIGO: é a língua em que a mensagem é escrita ou falada. Para ilustrar onde entra cada um desses elementos, imagine uma situação comum do cotidiano: Janaína quer lembrar o esposo, Roberto, de algo que ela disse a ele no café da manhã, antes de saírem para trabalhar: “Amor, não se esqueça de trazer um suco para o jantar, tá?” Ela, então, envia uma mensagem de texto pelo WhatsApp reforçando que ele pare em um supermercado depois do trabalho e compre o suco. Roberto responde a mensagem e logo chega em casa com uma caixa de suco debaixo do braço. Mas tem algo errado: ele comprou suco de laranja, e Janaína queria suco de uva. Nesse exemplo, temos o esquema: Continuando nossa historinha: 21 No supermercado, Roberto tira uma foto da caixa de suco, envia para Janaína e vai para casa. No entanto, por algum motivo, a mensagem com a foto não chegou e Janaína não viu que ele iria levar suco de laranja, e não de uva. Será que rolou uma “DR” ou o jantar seguiu em paz? Assim, o processo de comunicação não foi totalmente satisfatório nesse caso porque houve uma falha em um dos elementos - no canal, na hora de enviar a foto - e a mensagem não foi recebida. A essa falha dá-se o nome de ruído. 22 O QUE É RUÍDO NA COMUNICAÇÃO? Uma comunicação só é efetivamente realizada quando há compreensão por parte do interlocutor. Sem que haja a recepção, uma mensagem emitida de nada serve. A isso se chama ruído na comunicação. Este ruído ocorre quando a mensagem não é decodi�cada corretamente pelo receptor. São vários os fatores que podem atrapalhar na identi�cação dos elementos da comunicação. Desde a voz baixa do locutor até o barulho de um ambiente ou ainda um código de signos desconhecidos pelo receptor. Fonte: CEGALLA, D.P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Editora Nacional, 2008. Em suma, comunicar-se bem não signi�ca falar bonito, mas sim apresentar e�ciência na transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos e�cientemente quando o receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz. Para tanto, é necessário ser o mais claro e objetivo dentro do processo comunicativo para que o receptor compreenda e responda aos objetivos do emissor de modo positivo. 23 Erro de português x Falha de comunicação Há uma diferença entre erro de português – palavras escritas de forma errada, problema de acentuação, de pontuação, de gramática – e erro de comunicação. Este último é qualquer problema escrito/falado que não apresenta exatamente erros de português, mas foi uma mensagem transmitida de tal forma que �que confuso e causa dúvidas em quem está lendo/ouvindo. Façamos um pequeno teste: você está procurando um dentista e chega à frente de duas portas. Em uma delas há uma placa (com perdão do exagero no exemplo): “Cirurgião Dentístico” e na outra, “Consultório Odontológico”. Em qual das duas você entraria? A primeira expressão não apresenta erro nenhum, mas simplesmente não é comum na nossa linguagem. O dentista não tem obrigação de escrever tudo sempre certo, mas na hora de comunicar seu serviço ao público, ele o deve fazer de forma coerente. Senão, criará uma imagem errada de sua competência pro�ssional. 24 Variações Linguísticas 03 25 “A linguagem existe para que nos sirvamos dela, não para que sirvamos a ela” - Fernando Pessoa, poeta. Nos espaços sociais em que vivemos, temos a oportunidade de encontrar diversas formas de linguagem escolhidas dependendo da intenção do emissor. Vejamos algumas informações sobre as características e os aspectos mais relevantes que demarcam as formas de linguagem, sejam elas no plano verbal ou no plano não verbal. No instante em que você põe os olhos em um texto, você o lê. Por que você o leu? Porque, a partir do momento que você se alfabetizou, torna-se um ato instintivo, automático. Placas, sinais, �lmes, livros, bilhetes, posts, todas essas manifestações só existem porque existe a linguagem aprendida. Já vimos nas aulas anteriores que a linguagem está diretamente relacionada à prática social. Ela é viva e dinâmica, e tanto modi�ca a sociedade quanto é por ela modi�cada. Nos estudos sobre o assunto, a linguagem é abordada e entendida a partir de três vertentes, e a prática social é uma delas: A linguagem é algo externo ao sujeito É um conjunto de regras e formas aprendidas, e só existe comunicação se o emissor e o receptor dividirem o mesmo código. A linguagem é uma capacidade inerente ao ser humano Ela se faz na vida do ser humano a partir em que seu cérebro e corpo começam a �car su�cientemente maduros para isso. A linguagem é uma prática social Ela surge da necessidade do homem de viver em grupos sociais e de realizar trocas com os integrantes desses grupos. Fonte: adaptado de Mendonça, 2012. 26 Além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações informais diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo comunicativo. Fatores tais como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são responsáveis por determinado tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive dentro de situações informais. Infelizmente, a língua é vista como um status social e há muito preconceito em relação às pessoas que não sabem utilizar a norma padrão e culta da língua portuguesa, mas conhecer as variações linguísticas é importante justamente para combater esse preconceito. Leia o seguinte trecho: Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas �cavam longos meses debaixo do balaio. (...) Antigamente, acontecia o indivíduo apanhar constipação; �cando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Antigamente, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora. Carlos Drummond de Andrade, in: Quadrante (1962), obra coletiva. Reproduzida em Caminhos de João Brandão, José Olympio, 1970. É perceptível que nele existem expressões que já não usamos mais, tais como mademoiselles, janotas, pé-de-alferes, balaio, botica, ceroulas, outrora. O texto de Drummond fala exatamente disso: de como se falava antigamente. Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como �caria? Os termos em destaque seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “cantadas”, “da hora”, “os caras”, “a galera,” “farmácia”, “cuecas” e assim por diante. Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável. 27 Ou seja: todo mundo tem seu jeito de falar, seja por história pessoal ou coletiva. O que vale lembrar é que não existe certo ou um errado quando a questão é sotaque, por exemplo, ou vocabulário diferente de uma geração ou região para outra. Errado é o que não está de acordo com a gramática vigente. As diferentes formas de falar a língua portuguesa são chamadas de variações linguísticas.Segundo Moysés (2014), “[...] o português, como qualquer outra língua, não é estático e imutável. Assim sendo, podemos dizer que uma língua não é uma unidade homogênea e uniforme. Ela poderia ser de�nida como um conjunto de variedades. É esta diversidade que faz surgir os níveis de linguagem que variam de acordo com o nível social, econômico, cultural e geográ�co. No Brasil há uma grande variedade de pronúncia e vocabulário: há diferentes sotaques: o sotaque mineiro, o gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se diferenças entre regiões e também na fala de quem mora na capital e de quem vive na zona rural” (MOYSÉS, 2014). Assim, essas variações são dividas em: Variação histórica - a língua sofre variações devido ao tempo transcorrido Variação regional - a língua sofre variações devido ao lugar em que o falante vive Variação sociocultural - a língua sofre variações devido à condição social, econômica e educacional e ao meio cultural em que o falante vive Variação Histórica É aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Por exemplo, a palavra “você”, que no tempo do Brasil colônia era “vossa mercê” e depois virou “vosmecê”. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia. No século IX, seria comum encontrar uma placa em algum local público onde se lêsse: 28 Veja como a gra�a era diferente. Estava errado? Não, pois na época, era assim que se escrevia. É famoso nas redes sociais e por quem estuda variações linguísticas o “cartão da paquera”, nome usado para identi�car o bilhete do século XIX encontrado no acervo bibliográ�co que pertenceu ao gaúcho Othelo Rodrigues Rosa, jornalista, escritor, poeta e historiador que morreu em 1956. 29 Acredita-se que o galanteio seja obra de algum expert em fazer a corte às damas da época. Ao que tudo indica, o dono do cartão de fato se deu bem, uma vez que é possível observar no cartão original uma discreta marca no canto inferior direito do cartão. E você, em tempos de aplicativos de encontros e amores líquidos, o que achou do método? Variação Regional São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região como, por exemplo, a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira e aipim; e abóbora, que também é conhecida como jerimum dependendo do estado brasileiro. O sotaque também é uma variação regional, como em regiões que puxam o “r” ou ainda falam “tu” mesmo que não conjugue o verbo corretamente (tu é, tu vai, etc.). 30 Uso de “r” pelo “l” em �nal de sílaba e nos grupos consonantais: dizem pranta, broco ao invés de planta, bloco. Alternância de “lh” e “i”: dizem muié, véio ao invés de mulher, velho. Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: dizem arve, �go ao invés de árvore, fígado. Redução dos ditongos: dizem pexe, caxa ao invés de peixe, caixa. Simpli�cação da concordância: dizem “as menina” ao invés de “as meninas”. Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: dizem chegou duas moças ao invés de chegaram duas moças. Uso de pronome pessoal tônico em função de objeto: dizem “Nós pegamos ele” ao invés de “Nós o pegamos”. Assimilação do “ndo” em “no”: dizem falano ao invés de falando. Assimilação do “mb” em “m”: dizem tamém ao invés de também. Desnasalização das vogais postônicas: dizem home ao invés de homem. Redução do “o” e do “e” átonos: dizem ovu ao invés de ovo, bébi ao invés de bebe; Redução do R do in�nitivo ou de substantivos terminados em OR: dizem amá, amô ao invés de amar, amor. Simpli�cação da conjugação verbal: dizem “nós ama, eles ama” ao invés de “nós amamos, eles amam”. Fonte: Nery, 2007 Variação Sociocultural É aquela pertencente a um grupo especí�co. Neste caso, podemos destacar as gírias, a linguagem coloquial usada no dia a dia das pessoas e a linguagem formal, que é aquela utilizada por pessoas com maior grau de instrução. 31 Também fazem parte deste grupo os jargões, dos quais já falamos na Aula 2, que pertencem a uma classe pro�ssional mais especí�ca, como é o caso dos médicos, pro�ssionais da informática e policias, dentre outros. Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe uma opção correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, falar bem signi�ca se mostrar capaz de escolher a variante adequada a cada situação e conseguir o máximo de e�ciência dentro da variante escolhida. Usar o português próprio da língua escrita formal em uma situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, arti�cial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugindo das normas típicas dessa situação. Linguagem Formal e Informal A linguagem formal é baseada na norma culta, que é o modelo de padrões linguísticos que determinam seu uso correto. Em outras palavras, é aquela linguagem sem erros e gírias utilizada em livros, revistas, documentos o�ciais, etc. Como podemos ver, a linguagem formal é voltada principalmente para a comunicação escrita e vai de acordo com a gramática vigente. Por outro lado, quando conversamos espontaneamente e fazemos o uso de formas reduzidas tais como “cê” (você), “taí” (está aí), “pra” (para), por exemplo, temos a linguagem informal. Neste caso, nos comunicamos principalmente por meio da fala e de maneira coloquial. Um famoso exemplo da diferença existente entre tais é o poema “Pronominais”, de Oswald de Andrade. Veja: 32 Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. O primeiro verso foi escrito de acordo com a norma culta, logo, em uma linguagem formal, pois o verbo (dar) vem antes do pronome (me). A gramática diz que o pronome (no caso “me”) nunca deve vir antes do verbo em começo de frase. No último verso, já ocorre o contrário: o pronome (me) vem antes do verbo (dar), representando assim a forma como falamos e também a linguagem informal. Mas não podemos dizer que se trata de uma forma errada: é somente inadequada em ocasiões e discursos formais. Características da linguagem formal Preserva as convenções gramaticais e sempre respeitando a norma culta da língua portuguesa. É utilizada para comunicação com autoridades e superiores em organizações, em conferências, palestras e seminários, documentos o�ciais e discursos públicos. Envolve a comunicação entre pessoas que não se conhecem ou possuem pouca ou quase nenhuma a�nidade. Também chamada de norma culta ou padrão. Características da linguagem informal Preza pela descontração e pelo relaxamento quanto às regras gramaticais. Permite o uso de palavras mais simples, abreviadas e até gírias. É muito utilizada na comunicação entre amigos, colegas, familiares e pessoas com alto grau de envolvimento e relacionamento. 33 Também chamada de linguagem coloquial. Existem diferentes situações de comunicação. Uma mesma pessoa pode escolher uma forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar mais informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece conosco no cotidiano? Na família e com amigos falamos de uma forma, mas numa entrevista de emprego é muito diferente. O sucesso da comunicação não depende apenas de saber utilizar os elementos do processo comunicativo. É preciso que o emissor considere, antes de qualquer coisa, quem é o seu público-alvo. Após estar ciente de quem receberá sua mensagem, o emissor deverá, então, adequar sua mensagem utilizando uma linguagem que atinja seu receptor da melhor forma. Para isso, é imprescindível levar em conta o contexto de comunicação, ou seja, se é um ambiente formal ou informal. Além disso, é importante compreender as expressões, gírias ou jargões especí�cos do público-alvo para que a comunicação �ua da forma mais natural possível. Sotaques são fascinantes.É curioso perceber como uma entonação ou palavra são tão diferentes em lugares distintos do mesmo país, e com um país tão grande e diverso como o Brasil. Então escolha sabiamente, pois a chave para o sucesso está em alguma pronuncia entre o Oiapoque ao Chuí! Assista a uma sketch bem humorada do grupo Porta dos Fundos sobre um inusitado candidato com diversos sotaques em uma entrevista de emprego: 34 https://go.eadstock.com.br/D Coesão e Coerência 04 35 Apesar de haver sentido entre as orações, não há nenhum elemento conectivo para estabelecer uma ligação entre elas. O ponto �nal faz uma separação entre as duas orações. Vamos acrescentar um elemento coesivo para que o texto �que articulado. Temos duas opções: a. portanto b. entretanto Qual é o conectivo correto? Se a sua escolha foi a alternativa a), você acertou, pois o conectivo “portanto” indica uma conclusão. “Entretanto” é uma adversativa e quer dizer “mas, porém, todavia”. “Sou todo incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e admiro a vida, entanto como nunca ninguém a admirou!” - Mário de Sá- Carneiro, poeta e contista português Coesão e coerência são elementos fundamentais para a construção de um bom texto. Para que um discurso tenha êxito, seja oral ou escrito, ele deve construir um signi�cado, ou seja, precisa ter coerência. Para tanto, deve-se usar elementos que estabeleçam ligação entre as partes, isto é, que con�ram coesão ao discurso. Chamamos de coesão os elementos conectivos que criam as relações de sentido dentro do texto. O uso inadequado desses elementos pode causar a falta de coerência. Podemos dizer então que o elemento conectivo tem o poder de determinar a coerência textual. Vejamos o exemplo de duas informações transmitidas separadamente: 1. Ontem fez sol. 2. Fui à praia. 1. Ontem fez sol, portanto fui à praia - há coerência. 2. Ontem fez sol, entretanto, fui à praia - não há coerência. 36 E se eu quisesse usar o conectivo “entretanto”, faria sentido? Não. Para isso, eu teria que alterar a oração, assim: Ontem choveu, entretanto, fui à praia - há coerência. Podemos então resumir que coesão tem a ver com a estrutura da oração e coerência tem a ver com o sentido dela - e, claro, uma está ligada à outra. Os elementos conectivos TEXTO 1: Sem conectivos TEXTO 2: Com conectivos Fui à escola. Comprei um sanduíche na cantina. Saí da escola. Fui assaltado na esquina. Voltei para casa sem dinheiro. Fui à escola e comprei um sanduíche na cantina, mas fui assaltado na esquina quando sai da escola e voltei para casa sem dinheiro. Os conectivos são responsáveis por estabelecer relações de sentido entre segmentos de um texto (palavras, frases, parágrafos, etc.). Os principais conectivos são as conjunções e as locuções conjuntivas. Antunes (apud Silva, 2017), apresenta duas funções fundamentais para o estudo da coesão e dos conectivos: a) entender que os conectivos são elementos de ligação de partes do texto e b) esses elementos indicam uma relação de sentido e de orientação argumentativa. Vamos estudar essas relações de sentido: 37 É aquela que expressa uma causa para o fato apresentado. As conjunções aqui utilizadas são: porque, pois, por isso, já que, visto que, uma vez que, etc. NÃO VOU AO CINEMA PORQUE ESTOU SEM DINHEIRO. CAUSA: ESTOU SEM DINHEIRO CONSEQUÊNCIA (FATO APRESENTADO): NÃO VOU AO CINEMA. Relação de condicionalidade A relação se condicionalidade se dá quando um segmento expressa uma condição para que outra coisa aconteça. São orações com conjunções condicionais: se, caso, contanto que, a menos que, salvo se, desde que, etc. SE EU TIVESSE DINHEIRO, IRIA AO CINEMA. CONDIÇÃO ANTECEDENTE: SE EU TIVESSE DINHEIRO CONSEQUÊNCIA HIPOTÉTICA: EU IRIA AO CINEMA Relação de temporalidade Expressa uma relação de tempo por meio de conectivos tais como quando, assim que, logo que, enquanto, cada vez que, etc. QUANDO EU TIVER DINHEIRO, EU IREI AO CINEMA. CONDIÇÃO: TER DINHEIRO CONSEQUÊNCIA: IR AO CINEMA Relações lógico-discursivas (coesão) Relação de causalidade 38 Relação de �nalidade A �nalidade se estabelece quando há uma relação intenção x objetivo, �nalidade, propósito. Os conectivos usados são os do grupo do “para”: para, para que, a �m de, a �m de que, etc. QUERO TER DINHEIRO PARA IR AO CINEMA OBJETIVO: TER DINHEIRO FINALIDADE: IR AO CINEMA Relação de oposição ou de adversidade É quando um conteúdo expresso em um segmento se opõe ao conteúdo do outro segmento. A relação de oposição está em frase que contenham conjunções adversativas e concessivas, tais como mas, porém, no entanto, embora, apesar de, etc. QUERO IR AO CINEMA, PORÉM, NÃO TENHO DINHEIRO. CONTEÚDO 1: DESEJO DE IR AO CINEMA CONTEÚDO DE OPOSIÇÃO: NÃO TER DINHEIRO Relação de adição Na relação de adição, ocorre a inclusão de mais um elemento - um item ou argumento. Contém conjunções aditivas, do grupo do “e”, que inclui o também, ainda, além de, além disso, nem, etc. EU TENHO DINHEIRO E VOU AO CINEMA! 39 ELEMENTO 1: TENHO DINHEIRO ELEMENTO 2: E TAMBÉM VOU AO CINEMA Relação de conclusão Como o nome deixa claro, essa relação de coesão tem a ver com a conclusão de um algo a partir das proposições presentes em um segmento anterior do texto. É o grupo do “portanto”: logo, sendo assim, dessa forma, então, etc. EU TENHO DINHEIRO, PORTANTO, VOU AO CINEMA. PROPOSIÇÃO: TENHO DINHEIRO CONCLUSÃO: VOU AONDE EU QUISER O estudo dos conectivos é cobrado em praticamente todos os concursos públicos. Nos editais, a matéria a ser estudada aparece com o nome de “Relações Lógico-Discursivas”, e também é o que deve ser estudo quando exigem o tópico “Coesão e Coerência”. Conectivos podem aparecer tanto em questões de gramática quanto serem cobrados na escrita das questões dissertativas - as temidas redações. Quer um exemplo? Nunca se deve começar o último parágrafo da redação com uma conjunção adversativa, por exemplo. Esse parágrafo é chamado de “Conclusão”, logo, deve ser iniciado com uma conjunção conclusiva. Do contrário, a argumentação perde a coerência por não ter um elemento de coesão correto e o candidato perde pontos na prova. 40 Veja abaixo uma tabela com os principais conectivos e suas respectivas relações. A maioria já foi explicada neste presente tópico; o restante, deixo com vocês, estimados! 41 Tipo de relação Alguns conectivos Casualidade porque, uma vez que, visto que, já que, desde que, como Condicionalidade se, caso, desde que, contanto que , a menos que, sem que, salvo que, exceto que Temporalidade quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que , logo que, assim que, sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada vez que Alternância ou Conformidade de acordo, conforme, consoante, segundo, como Complementação que, se , como Delimitação ou restrição pronomes relativos Adição e, ainda, também, não só... mas também, além de, nem Oposição mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, se bem que, apesar de Justi�cativa ou explicação isto é, quer dizer, ou seja, pois Conclusão logo, portanto, pois, por conseguinte, então, assim como Comparação como, mais... do que, menos... do que, tanto... quanto Fonte: Silva, 2017 42 O link nos leva ao texto “Coerência textual: um estudo com jovens e adultos”, um artigo que examinou se o estabelecimento da coerência textual está relacionado à aquisição da leitura e da escrita com jovens e adultos, em processo de alfabetização, em uma situação de produção de texto. Coerência Como já falamos, coerência é relação lógica entre as ideias de um texto. Vamos a uma breve de�nição dos linguistas Platão e Fiorin (2007): A palavra coerência, da mesma família de aderência e aderente, provém do latim cohaerentia (formada pelo pre�xo co = junto com, mais o verbo haerere = estar preso). Signi�ca, pois, conexão, união estreita entre várias partes, relação entre ideias que se harmonizam, ausência de contradição. É a coerência que distingue um texto de um aglomerado de frases. 43https://go.eadstock.com.br/E Ou seja: quando você transmite uma mensagem, certamente leva em consideração quem vai recebê-la. Provavelmente você também se lembra de que alguns cuidados devem ser tomados para que o receptor compreenda a mensagem. Nessa tentativa de se fazer compreendido, você deve estabelecer alguns padrões mentais que diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, certo? Intuitivamente, você está seguindo um princípio básico para uma boa escrita, chamado de coerência textual. A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, é aquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à articulação das ideias. “Frase assim escreve uma coerência sintática, mas ninguém ainda que conheça não”. Não entendeu nada, certo? Pois é, ninguém escreve uma oração assim... Esse é o princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos da oração estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos. Duas placas que viralizaram nas redes sociais e que exempli�cam a falta de coerência são aquelas em que se lia PINTAMOS CASA A DOMICÍLIO e CORTAMOS CABELO AO VIVO. Alguém aí consegue explicar? O que é sintaxe? Sintaxe (pronuncia-se “sintásse”) é a parte da gramática que estuda a relação das palavras dentro das frases e das orações. Estuda, também, a oração dentro do período, permitindo que a frase tenha sentido e que as palavras estejam na ordem certa dentro da oração. No Carnaval de 2014, a prefeitura de Porto Nacional, em Tocantins, lançou uma inusitada campanha cuja faixa viralizou nas redes sociais. Ela dizia: 44 Nesse caso claro de falta de coerência, percebe-se que a prefeitura queria passar duas informações distintas: 1) que os foliões da cidade usassem camisinha para se prevenir da dengue, 2) que os foliões combatessem o mosquito da dengue. Porém, o uso do conectivo “e” dá a ideia lógica-discursiva de adição, de acréscimo de ideias que se complementam, e não cabe no caso de duas ideias que não tem nada a ver. A faixa, obviamente, virou piada. Coerência Temática É quando o texto discorrido - seja escrito ou falado - está de acordo com a proposta. Esse é o princípio da coerência temática, que privilegia apenas ideias que sejam relevantes para o bom desenvolvimento do tema. Lembra-se do candidato do Enem que, na redação cujo tema era “Imigração Legal”, escreveu uma receita de macarrão instantâneo do desenvolvimento? É um exemplo - mesmo que exagerado e sem noção da parte do “engraçadinho” - de falta de coerência temática. Coerência Estilística A coerência estilística diz respeito à variedade linguística adotada em um texto. Se o emissor escolhe uma linguagem formal, é coerente que ele a use no texto inteiro. Não faz o menor sentido começar uma redação utilizando uma linguagem culta e de repente alterar o estilo e empregar a linguagem coloquial (ou informal). Coerência Genérica A palavra “genérica”, aqui, quer dizer “de gênero”; de gênero textual, ou seja, dos estilos que existem (narrativo, informativo, descritivo, etc.) Tem a ver com a escolha adequada do gênero textual. Existe um gênero para cada ato de fala e escrita: por 45 exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda, provavelmente ele optará pela linguagem informativa, e não um poema. Se a intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis. No exemplo abaixo, temos a transcrição de uma placa real de estrada com duas informações coerentes e uma incoerente com o gênero informativo “placa de sinalização”. Fica óbvio qual está fora de contexto, não é? CRUZAMENTO PERIGOSO REDUZA A VELOCIDADE DOE LEITE MATERNO Cabe aqui fazer uma observação: há casos em que o emissor da mensagem faz uso da falta de coerência propositalmente para causar algum efeito poético ou de humor. Leia o trecho abaixo: Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas orações e recitei meus sapatos. Desliguei a cama e deitei-me na luz Tudo porque Ele me deu um beijo de boa noite... (Anônimo) Fonte: Antunes, 2005. Neste texto anônimo, a desordem das palavras é proposital, pois o “sentido” do poema está justamente na desorganização da forma como as coisas foram ditas. A intenção do autor era transmitir que as pessoas perdem o sentido; perdem a lógica das coisas quando se apaixonam e subvertem a ordem natural dos eventos. As pessoas �cam bobas, incoerentes de uma forma poética quando estão apaixonadas. 46 Comunicação Interpessoal 05 47 As cinco essenciais habilidades empreendedoras para o sucesso são concentração, discernimento, organização,inovação e comunicação. Michael Faraday, cientista britânico. Para começar, a comunicação deve ser entendida como parte inerente à natureza das organizações, que são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que, por meio de processos de interação, viabilizam o sistema funcional para a realização dos objetivos organizacionais. Portanto, sem comunicação as organizações não existiriam. (KUNSCH, 2009). Segundo, das várias competências comportamentais valorizadas no ambiente empresarial - liderança, automotivação, trabalho em equipe, criatividade, etc. - destaca-se a excelência na comunicação interpessoal, que é item fundamental para o sucesso de líderes, colaboradores e equipes. Ter habilidades de comunicação interpessoal é uma qualidade que as empresas têm buscado cada vez mais nos pro�ssionais, pois se trata de pessoas que têm mais facilidade em passar ideias de uma maneira que todos possam entender sem causar desentendimentos providos de ruídos na comunicação. O que é comunicação interpessoal? Comunicação interpessoal é a troca de informação que existe entre dois ou mais indivíduos. Basicamente, trata-se de passar e receber mensagens por meio da fala, da escrita, da mímica e dos meios tecnológicos. 48 Se você passou pelo porteiro hoje, acenou para ele e ele retribuiu, automaticamente vocês realizaram uma interação de comunicação interpessoal. No ambiente corporativo, devemos ter cuidado com a maneira como passamos as mensagens para outras pessoas. Aliás, quantos casos você conhece de gente que entrou em con�ito simplesmente por causa de uma comunicação com ruídos? A mensagem desejada não é passada, o locutor é mal interpretado e isso causa um desconforto entre duas partes. Uma comunicação interpessoal clara evita con�itos, pois faz com que as mensagens sejam passadas de uma maneira que os dois lados possam compreender, resultando assim no sucesso da troca de informações. Uma pesquisa realizada por Albert Mehrabian, psicólogo americano e professor da Universidade da Califórnia – UCLA, constatou que as formas de comunicação não verbais, aquelas feitas por meio de gestos, postura corporal e contato visual, são 55% mais impactantes do que outras formas de comunicação por ser uma forma universal de relacionamento entre as pessoas. Ainda segundo Mehrabian, 38% do impacto da comunicação estão no nosso tom de voz, e apenas 7% nas palavras propriamente ditas. Desenvolver as habilidades de comunicação não verbal e verbal, portanto, é essencial para potencializar os resultados e construir harmonia nas relações interpessoais. 49 https://go.eadstock.com.br/W Comunicação no ambiente pro�ssional Comunicar-se não envolve apenas o que falamos, mas também a maneira que levamos essas informações às outras pessoas. A linguagem corporal, o tom de voz e o que você fala in�uenciam na maneira como o outro recebe a sua mensagem. Por isso, é preciso prestar atenção em como você se porta perto das pessoas com quem interage, como fala com elas, qual o tom de voz que usa e como gesticula. Enquanto exercemos nossas atividades diárias, é natural que estejamos sempre comunicando algo. Claro que existem pessoas que demonstram mais facilidade em estabelecer a comunicação interpessoal com outros; da mesma forma que há quem considere tal prática irrelevante. Curiosamente, porém, quem nãose atenta às formas de comunicação interpessoal são os mesmos que costumam reclamar que são “eternos incompreendidos”. Aprimorar práticas de comunicação interpessoal pode impulsionar sua vida pessoal pro�ssional. Segundo a Endeavor, maior organização de apoio a empreendedorismo e empreendedores de alto impacto no mundo, há meios de sempre melhorar as relações corporativas por meio da comunicação. Vamos aos mais importantes: 50 Utilize a comunicação interpessoal para resolver con�itos – as práticas de comunicação interpessoal são poderosas aliadas na resolução e na prevenção de con�itos. Não são raros casos de pro�ssionais que criam situações con�ituosas porque se negam a dedicar dez minutos do dia para trocar ideias, desfazer equívocos e chegar a um consenso. Por isso, procure estimular o diálogo entre seus funcionários. Atue como mediador, ouça as partes envolvidas e procure aproximá-las para que tudo se resolva com serenidade. Procure trocar algo mais que palavras –. O ideal é que, quando você inicie a troca de informações com alguém, procure exercer a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Assim, você conseguirá conhecer fatos culturais que, talvez, você jamais chegue a vivenciar. Aprenda com seus interlocutores – a partir do momento em que você está aberto para se comunicar, está também aberto para receber aprendizados. Lembre-se que o processo de aprendizagem é bilateral: a troca de ideias, experiências e riqueza de informações em trânsito são bastante relevantes para o crescimento pessoal e pro�ssional. Combata a inibição – a inibição é uma característica normal de muitas pessoas, mas quando se trata de compartilhar ideias ou conhecimento em um ambiente corporativo, ela pode ser prejudicial, pois muitos pro�ssionais deixam de apresentar suas ideias e mostrar o quanto podem ser valiosos à empresa por conta da timidez. Por isso, é muito importante exercitar a comunicação interpessoal a �m de ganhar mais con�ança, pois falar faz parte do contexto social em que você está inserido. Fique atento ao gestual – a comunicação interpessoal não se dá apenas por meio das palavras, mas também da entonação da voz e dos gestos que você faz enquanto conversa com alguém. Para quem é 51 atento, a postura e o gestual demonstram todo tipo de sentimento: alegria, contrariedade, etc., e isso pode causar falhas de comunicação e desentendimentos. Melhore o desempenho de sua equipe – sendo você gestor ou gerido, quando a comunicação interpessoal é praticada no ambiente corporativo, as pessoas melhoram o desempenho porque passam a se conectar melhor na busca pela obtenção de resultados. É impensável a ideia de uma equipe que tenha o silêncio como marca. Promova o autoconhecimento – a comunicação interpessoal também serve de termômetro para que um pro�ssional saiba como os outros o percebem, e isso é importante principalmente no desenvolvimento das habilidades comportamentais. Então, ao promover as práticas de comunicação interpessoal, você abrirá caminhos para não apenas conhecer a si próprio, mas para entender como seus funcionários te veem. Fonte: adaptado de ENDEAVOR BRASIL. Comunicação interpessoal:dicas para melhorar suas relações corporativas. Disponível em: Endeavor . Acesso em 22 maio 2019. 52 https://endeavor.org.br/desenvolvimento-pessoal/comunicacao-interpessoal/ Já ouviu falar que toda empresa tem um “rádio corredor”? Qual o limite entre comunicação informal e fofoca? Neste artigo, Alessandra Becker, sócia fundadora da FALE Consultoras, alerta para o perigo de boatos e fofocas se tornarem a comunicação o�cial de uma organização. Imagem pessoal no ambiente laboral No mundo dos negócios, há uma frase que diz: “Você é a sua melhor marca”. Mas falam-se também outras coisas, do tipo: "Sua imagem pessoal é seu cartão de visita” ou “Nos negócios, menos é mais.” Você concorda? No mercado de trabalho, a imagem pessoal tem muito valor. A construção da imagem pessoal no ambiente pro�ssional é algo que se dá ao longo da carreira, mas é inegável que a marca que deixamos nas pessoas e como seremos lembrados pode ser positiva ou negativa. E aqui entra outro ditado: “A primeira impressão é a que �ca”. Na modernidade, os pro�ssionais bem sucedidos obviamente mantêm uma imagem pessoal positiva. Para tanto, usam seu poder pessoal para conquistar objetivos, in�uenciar pessoas e assim construir uma base de valor pessoal sólida. Mas como usar a imagem pessoal como estratégia de mercado? Para ser e�ciente, o marketing pessoal deve ser sutil e inteligente, a começar pela aparência. Exibir roupas de marca, por exemplo, não faz de você um pro�ssional respeitado. 53 https://go.eadstock.com.br/X Pior: o resultado pode até ser o contrário e revelar que, na falta do que falar, você exagera na aparência. O que não se pode negar, no entanto, é que o primeiro julgamento é o visual, a partir do visual podemos perceber a que grupo uma pessoa pertence, se é cuidadosa ou não pelo seu penteado, se é calma ou agitada pelo modo de andar, sentar e falar, ou seja, fazemos logo um julgamento de alguém que nem conhecemos. Na Carta ao Leitor do livro “Marketing pessoal no contexto pós-moderno”, de Claúdio Rizzo, o empresário Antoninho Trevisan comenta: “Um conhecido meu, quando quer contratar um pro�ssional, além de avaliar o currículo e realizar entrevistas, convida o candidato para almoçar. Diz que, ao observar seu comportamento à mesa, ele é capaz de vislumbrar características que podem ser de�nitivas para contratá- lo ou não. Se, por exemplo, a pessoa enterra a cabeça no prato e só volta a erguê-la quando termina a refeição, meu amigo entende que ali há uma di�culdade e talvez uma falta de interesse no outro e no ambiente ao seu redor. Outro empresário relatou que dá muita importância ao fato de um candidato participar de um coral, de uma orquestra ou ser voluntário em uma atividade de fundo social, porque denota que a pessoa sabe trabalhar em equipe.” (RIZZO, 2017). A fala do empresário dá uma dica preciosa do que é a imagem pessoal no universo laboral. Certo ou errado, justo ou injusto, é que cada vez mais importante cuidar da imagem porque, querendo ou não, o candidato é julgado pelo inconsciente do recrutador, e depois de contratado, ele será julgado pelo inconsciente dos clientes e parceiros de negócio. 54 “Não basta à mulher de César ser honesta, ela tem de parecer honesta”. Cícero (106–43 a.C.), político, escritor, orador e �lósofo romano. Transportado para os dias de hoje e dentro do contexto laboral, podemos dizer que não basta ser um ótimo pro�ssional, com currículo impecável e experiências invejáveis: é preciso visualmente parecer um ótimo pro�ssional. Mas, então, trata-se de uma “ditadura da imagem perfeita”? Não. Trata-se de ser �exível e se adequar aos diferentes contextos e grupos sociais que vivemos. Ninguém veste as mesmas roupas, faz os mesmos gestos ou fala com a mesma linguagem quando está com os familiares e com os clientes, por exemplo. Sua imagem pessoal não é única, e o bom pro�ssional é capaz de se adaptar a diferentes ocasiões sem se esquecer de quem é ele, do seu estilo, da sua personalidade e dos seus gostos. É muito difícil, para não dizer praticamente impossível, explorar a mesma imagem para sempre sem novidades, pois no ramo pro�ssional é preciso unir atualização de conhecimento técnico à aquisição de aspectos culturais e sociais. Quer dizer que o pro�ssional tem de desenvolver um per�l que explore suas habilidades sem mudar seu caráter pessoal, ao mesmo tempo em que cria uma imagem sempre coerente com o mercado. Nesse sentido, não importa a função que se esteja exercendo em qualquer área da organização ou na sociedade: o fundamental é estar incluso (RIZZO, 2017). 55 “Não se pode �car parado, sobretudo num mundo cujos pontos de referência estão sobre rodas.” A frase é de Zygmunt Bauman (1925- 2017), que se você ainda não conhece, precisa conhecer. Os livros do sociólogo e �lósofo polonês trazem ideias sobre as conexões na sociedadecontemporânea, na comumente conhecida como pós- modernidade. É dele o conceito de relações líquidas, tão discutido e pertinente hoje. Para Bauman, é impossível fugir das consequências da globalização, com suas vertiginosas ondas de informação, em que tudo ocorre com intensa velocidade, o que também se re�ete em todas as relações entre as pessoas. 56 BOA COMUNICAÇÃO BOA POSTURA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL A expressão tanto escrita quanto falada in�uencia muito nossa imagem pessoal, por isso deve ser mantida sempre em um nível adequado. Utilize palavras adequadas e pertinentes ao momento e cuide da língua portuguesa: fuja dos vícios de linguagem, erros de pronúncia, gírias, expressões que demonstrem intimidade ou tom de piada. Deixe a graça para os amigos e familiares! Procure falar em um tom de voz e velocidade de fala agradável, de preferência semelhante à da pessoa com quem está No ambiente de trabalho, é fundamental manter uma postura pro�ssional e que esteja de acordo com os valores e normas da empresa, respeitando os códigos de trabalho, os horários, o código de vestimenta e as diretrizes. Não tente assumir uma postura do que você não é, pois assim você não conseguirá transmitir credibilidade sobre a sua imagem pessoal aos outros. Tenha uma postura natural e condizente com o que você realmente é. Preste atenção à sua linguagem corporal. O aperto de mão deve ser �rme para transmitir segurança. Lembre-se de olhar sempre nos olhos das pessoas quando conversar com elas, o que demonstra con�ança e dá mais credibilidade ao que dizemos. Evite uma postura de superioridade, com cabeça muito erguida e “nariz em pé”. Evite também andar curvado ou sentar-se jogado na cadeira denotando certo desleixo. Ombros bem alinhados e coluna ereta já são o su�ciente para criar uma boa imagem. Boas práticas e imagem pessoal 57 conversando, o que confere mais harmonia à conversa. Fonte: adaptado de Disponível aqui CUIDADO COM A APARÊNCIA IMAGEM NAS REDES SOCIAIS CÓDIGO DE ÉTICA Procure manter uma aparência condizente com o seu ambiente de trabalho, o que envolve o modo de se vestir e de se arrumar em geral. Os homens devem manter a barba bem feita, e as mulheres devem usar uma maquiagem mais leve. Ambos devem usar vestimentas adequadas seguindo o código de vestimenta da empresa. Postou é para sempre. O que você lança no ciberespaço revela crenças, valores, preconceitos e pode criar muita saia justa. Quando publicar fotos, evite divulgar imagens com pouca roupa ou consumindo bebidas alcoólicas, não escreva palavrões, não exponha suas opiniões sobre colegas de trabalho ou sobre a empresa, cuidado com os erros grosseiros de português e selecione bem os vídeos postados. Eles podem dar uma ideia errada de você e dos seus gostos. A ética é um valor fundamental em todas as esferas da vida para boa convivência com as outras pessoas. Não adianta ter uma boa postura dentro da empresa, ser supercomunicativo e habilidoso no que faz, mas não seguir códigos de ética. Fique longe de mentiras, fofocas, corrupção e de tudo que possa ser classi�cado como um desvio de conduta. Seja o tipo de pessoa que você gostaria de conhecer. 58 https://racheljordan.com.br/2021/03/10/guia-da-imagem-profissional-como-ser-um-profissional-marcante/ No início de 2016, um case corporativo �cou famoso nas redes sociais quando um estagiário da Cantareira Construtora e Imobiliária foi demitido após fazer posts machistas em suas redes pessoais. Nas fotos em que tirou ao visitar uma obra, escreveu na legenda algo como "procurando uma feminista para ajudar a descarregar a carga de cimento". A empresa se manifestou na página do Facebook e a�rmou que as opiniões do estagiário não re�etiam a visão da construtora. Via assessoria de imprensa, a Cantareira disse que ele seria demitido e não manteriam alguém que disseminasse opiniões sexistas. A Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, lançou um manual de boas práticas de utilização das redes sociais para companhias. Con�ra em: Falhas na comunicação interpessoal 59 https://go.eadstock.com.br/F Talvez nem seja necessário pontuar, mas é sempre bom validar com dados: segundo um estudo feito em 2014 pelo Sebrae, 60% dos problemas nas empresas causados se devem à falta de comunicação entre os colaboradores. Veja algumas das falhas mais recorrentes nesse âmbito: 1. Não pedir ajuda - quem tem vergonha de tirar alguma dúvida, em algum momento vai fazer algo de errado. Lembre-se: pergunta boba é aquela que nunca foi feita. 2. Não explicar quando necessário - às vezes deixamos de explicar qual nossa expectativa ao designar uma tarefa ou simplesmente combinar algo com as pessoas, acreditando que elas já compreenderam. Procure explicar sem receio o que você deseja dos outros. 3. Esconder-se atrás do e-mail - mensagens de texto como WhatsApp também são válidas nesse caso. Com o advento tecnológico, preferimos enviar um e- mail ou mensagem em que podemos resolver pessoalmente ou fazer uma ligação que levaria menos tempo. Quando sentir que pode resolver mais rapidamente por meio de uma ação, vá e faça. 4. Não ir direto ao ponto - existem pessoas que começam um assunto, vão fazer alguma outra coisa no meio e não conseguem �nalizá-lo. Re�ita se você é essa pessoa. Nunca se esqueça de que todo assunto que tem um início, tem um �m! 5. Falar demais, escutar de menos - já ouviu falar que não é à toa termos dois ouvidos e uma boca, certo? Procure ouvir mais e fala menos, e tenha menos impulsividade no momento de defender alguma ideia. Esteja atento às informações e sempre ouça mais! 6. Sempre concordar com tudo - nunca seja o tipo de pessoa que concorda com tudo, até com opiniões e fatos que, na verdade, você não concorda. Procure questionar aquilo que está sendo transmitido a você e não concordar de primeira em tudo quanto é assunto. 7. Não revisar textos - em um e-mail o mensagem de texto, revise antes de enviar. Veja se o que foi escrito está correto, se não tem problemas de gramática e se tem coerência. Revisar informações é muito importante para amadurecer a comunicação escrita e consequentemente a verbal. 60 Nós temos o poder de mudança positiva no local em que vivemos. Por meio da comunicação, é possível consolidar essa positividade. Com esses passos com certeza uma comunicação de sucesso acontecerá. Fonte: adaptado de Disponível aqui Acesso em 23 maio 2019. 61 https://www.eusemfronteiras.com.br/7-erros-fatais-na-comunicacao-interpessoal/ Redação Comercial 06 62 “Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender.” – Alvin To�er, escritor e futurista norte-americano, maior nome dos escritos sobre a revolução digital e a revolução das comunicações. “A nível de, menas, questã, concerteza”? Quem nunca passou nervoso ao ver textos com esses termos? Esses erros grosseiros e muitos outros são cometidos no cotidiano das empresas em sua comunicação com clientes e parceiros. Contudo, é preciso saber eliminá-los e ter uma boa redação empresarial, o que re�ete até mesmo nos resultados dos trabalhos. Escrever correta e adequadamente é imprescindível para administradores e executivos. Você assinaria um contrato cheio de erros? Não dá para con�ar, certo? Então aprimore sua escrita. E é necessário cuidado, pois o cenário no mercado atual é assustador. Já que escrever é um ato que a maioria dos pro�ssionais exerce diariamente e com a necessidade de agilidade exigida pelo mercado, cada vez mais se observa erros de escritas nas mensagens, e-mails e até mesmo propostas e contratos. Orientações de escrita Vejamos seis orientaçõesiniciais para uma boa redação comercial: 1. É importante ter em mente que na redação empresarial a escrita é coletiva, ou seja, você está falando em nome da organização que trabalha. Assim, normalmente pense em escrever frases com o sujeito “nós”,e não mais em primeira pessoa (eu). 2. Preocupe-se com o destinatário da sua mensagem, busque entender a forma que ele pensa. Re�ita como ele vai reagir ao conteúdo do texto produzido por você e enviado pela sua empresa. 3. Reforçando, no seu texto você está representando toda a empresa, logo, a apresentação visual é primordial. Cuidado com uma mensagem mal formatada e sem correção, o que demonstra uma imagem pouco con�ável 63 Fonte: BARBOSA, R.M. Catho, 2018. Disponível em: CATHO . Acesso em 11 maio 2019. ou de desleixo. Além disso, adapte a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes são mais infantis, outras é difícil de ler em smartphones, etc. 4. Apresente o objetivo da mensagem logo no início, deixando tudo claro e facilitando o entendimento. Para isso, escreva o texto com frases curtas, elas são mais fáceis de processar. 5. Procure usar palavras simples, que são facilmente compreendidas. Utilize também uma diagramação arejada, ou seja, parágrafos curtos, o que faz com o que o texto não se torne cansativo. 6. Antes de escrever, se tiver di�culdade, pontue todos os temas que deseja abordar, e se forem muito distantes um dos outros, estabeleça subtítulos. Por �m, leia tudo o que escreveu e revise em busca de possíveis erros e expressões incorretas. Lembre-se: quanto mais você escreve, mais se aprimora! Erros comuns Erros gramaticais são os mais comuns na redação de qualquer e-mail ou outro tipo de mensagem. Às vezes, pode se tratar de um erro de digitação, mas outras vezes, talvez você apenas não conheça a gra�a correta de alguma palavra. Pode parecer algo bobo, mas em um mercado competitivo, até um erro como esse pode reduzir sua credibilidade diante da concorrência. E mais: todos nós sabemos que o português não é dos idiomas mais fáceis, mas com as ferramentas de correção automática de texto disponíveis em softwares, não existe desculpa para não dar aquela revisada antes de enviar o seu e-mail. Repetir palavras Quem trabalha com vendas, por exemplo, está acostumado a ter a rotina interrompida inúmeras vezes ao longo do dia. Por isso, nem sempre é fácil sentar para escrever um e-mail com calma sem receber uma ligação no meio do processo. 64 https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/dicas-emprego/6-orientacoes-para-uma-boa-redacao-empresarial/ Como consequência, na hora de retomar a redação, você pode acabar repetindo palavras que já havia escrito sem nem perceber. Nada que uma rápida releitura não resolva. Errar a gra�a do nome ou da empresa do cliente É o tipo de erro que pode dar a entender que o emissor não está interessado no seu próprio cliente. Enquanto algumas pessoas podem não ligar, outras podem até mesmo se ofender. Mais uma vez, nada que uma rápida revisão não resolva. Se você está conversando com um cliente ou empresa de gra�a complexa, é melhor manter a atenção redobrada! Na dúvida, copie e cole o nome a partir de alguma fonte segura, como o site da empresa ou algum e-mail anterior do cliente. Errar a gra�a do nome da sua própria empresa Este é outro erro difícil de engolir, mas que acontece com bastante frequência. Certamente é menos grave do que errar o nome da empresa do seu cliente, mas não deixa de ser um problema facilmente evitável. Não utilizar parágrafos O parágrafo funciona como se fosse um pedaço do discurso que expressa um mesmo pensamento, além de quebrar o texto em parágrafos ajuda bastante na leitura. Se você já precisou ler um longo bloco de texto, vai concordar que a experiência não é das melhores. Utilizar um discurso vago ou evasivo Vamos ser honestos: ninguém gosta de receber um e-mail com ofertas ou propostas de produtos ou serviços. Você até pode acabar adquirindo aquilo que foi oferecido no e-mail, mas a reação inicial não costuma ser tão positiva. 65 Talvez por isso que tantos vendedores pareçam ter receio de escrever um e-mail de vendas. O pior é que, muitas vezes, isso acaba sendo percebido no próprio conteúdo. É como se o vendedor estivesse com vergonha de demandar a atenção do seu possível cliente. O resultado disso costuma ser frases excessivamente longas que podem provocar ainda mais dúvidas no cliente. Ao invés de escrever “Você, por um acaso, estaria interessado em agendar uma conversa para debatermos melhor a questão?”, busque ser objetivo e honesto em relação às suas intenções, optando por algo como “O que acha de agendarmos uma conversa de 15 minutos para eu te apresentar melhor o produto?”. Vai utilizar e-mail para realizar o primeiro contato com um possível cliente? Con�ra algumas dicas: 66 Preste atenção na formatação: quando você copia algum texto de uma página na internet e o cola no corpo de um e-mail que você está escrevendo, é comum que a formatação original do trecho copiado seja mantida no e-mail. Quando se fala em formatação, nos referimos a detalhes como tamanho e tipo de fonte, por exemplo. Se você já recebeu algum e-mail em que parte do conteúdo está escrito com uma fonte de um tamanho, enquanto em outra parte o tamanho é diferente, então você já se deparou com esse tipo de erro. Não é lá um problema assim tão grave, mas pode di�cultar a leitura e fazer com que o e-mail pareça amador e desleixado. Leia mais, escreva mais e peça ajuda: é sempre válido frisar: o português não é um idioma fácil. Ninguém espera que sua redação seja perfeita, mas saber se comunicar a partir da escrita é uma habilidade que deve ser desenvolvida por qualquer vendedor. Para algumas pessoas, no entanto, escrever é um pouco mais difícil do que para outras. Ainda assim, é necessário entender que a redação não é um dom, mas uma competência. E, como qualquer competência, ela pode ser aprimorada. Você pode melhorar sua redação lendo e escrevendo. Simples assim! E, quando surgir alguma dúvida, basta perguntas para algum colega. As sugestões de outras pessoas podem nos ajudar a melhorar a qualidade de um texto e, com o tempo, escrever bem se torna natural. 67 https://go.eadstock.com.br/k6 https://go.eadstock.com.br/k6 Os avanços tecnológicos deixaram a troca de mensagens mais veloz com a ajuda dos computadores e do espaço virtual – a web. Hoje, a comunicação entre empresas - ou pessoas jurídicas, pro�ssionais autônomos, etc. - ou dentro da própria empresa acontece em segundos. Por meio dos recursos da Intranet, os veículos online se ampliaram. Têm-se à disposição e-mails, o Messenger (troca imediata de mensagens, impressas, via vídeo ou voz), Skype (troca imediata de mensagem via voz, em tempo real), mensagens SMS (troca de mensagens instantâneas por meio de aparelhos celulares e computadores), WhatsApp, entre outros recursos que não cabe, neste momento, aprofundar. Todavia, alguns cuidados necessitam ser tomados para que a comunicação ocorra sem ruídos quando enviada por meio da web: construir mensagens breves, com economia de palavras, mas com conteúdo; ser claro, objetivo e conciso, sem repetições de palavra; não deixar de informar dados fundamentais na mensagem; adequar a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes são mais infantis, outras é difícil de ler em smartphones, etc. colocar sempre no texto uma frase que sugira a con�rmação do recebimento da mensagem. NÃO ESCREVER A MENSAGEM EM CAIXA ALTA para não dar a impressão de que está bravo, pois na linguagem digital essa é a função de um texto escrito todo em letra maiúscula: dar uma bronca! Nos meios virtuais, sempre que disponível, é recomendável a utilização do recurso de con�rmação de leitura. Caso não seja viável, deve constar da mensagem con�rmação de recebimento. Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita como documento original, é necessário existir certi�cação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei. 68 Como NÃO escrever um e-mail: Olá, Bom dia! Escrevo para lembrar sobre o e-mail que passei no outro dia, assunto de seu interesse. Espero que já tenha resolvido aquilo e já esteja resolvendo outro sobre o qual conversamospessoalmente. Nesse exemplo, �ca impossível saber do que se trata e quem enviou. Assim, não use palavras inde�nidas e demonstrativas sem referências: “no outro dia”, “aquilo”, “outro”, “seu colega de trabalho”. Outra Informação interessante é sobre as saudações “Bom dia, Boa tarde e Boa noite”. Se o e-mail é uma correspondência digital, não se pode prever quando e em que horário o receptor irá ler. Por isso, pre�ra o horário em que você, emissor, está escrevendo, independentemente do período em que o receptor vai ler. O “Olá” é totalmente aceito nesse tipo de correspondência, bem como desfechos tais como “Abraços” e “Saudações”. Formalidades que vão além dessas formas (“Estimas de consideração”, “Meus votos de respeito e felicidades”, etc.) podem parecer arrogante demais - ou no mínimo mostra que a pessoa ainda vive em uma variação histórica antiga” E é importante destacar que responder mensagens muito tempo depois demonstra ine�ciência. Adaptado de França, 2013. 69 É denominado “chavão” (ou clichê) o vício de estilo incorporado como linguagem do texto empresarial. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou de signi�cado, mas outros são apenas expressões que, de tanto uso, se tornaram muletas que convêm evitar, uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade e atrapalham a e�cácia do texto. Assim, os chavões assumem papel negativo não só de concepção do texto como antiquado, mas também de falha no poder de mobilização do leitor. Veja o que nos diz o jornalista Renato Paiva: Vícios na Comunicação Comercial 70 “Por volta 1880, o poeta parnasiano Luiz Guimarães escreveu o verso ‘depois de um longo e tenebroso inverno‘ na poesia ‘Visita à Casa Paterna’. Os leitores acharam tão bonito que nunca mais deixaram de repeti-lo, mesmo não sabendo quem escreveu e em que contexto. Pela recorrência, o que era agradável �cou cansativo e chato. Assim nascem os chavões, clichês ou lugares-comuns, que são palavras e expressões tidas um dia por interessantes ou bonitas, mas que se desgastaram pela repetição. O leitor mais exigente torce o nariz (chavão proposital) quando lê expressões tais como ‘luz no �m do túnel‘, ‘fechar com chave de ouro‘, ‘lugar ao sol‘, ‘requintes de crueldade‘, ‘acreditar piamente‘, ‘comédia de erros‘, ‘do Oiapoque ao Chuí‘, ‘merecidas férias‘, ‘caixinha de surpresa‘ e outras centenas ou milhares que empobrecem artigos, reportagens e relatórios. Modismos, que são os clichês usados em um determinado momento, estimulados pelos meios de comunicação abundam nos jornais, principalmente colunas sociais: ‘No agito‘ dos ‘ricos e famosos‘ a fulana ‘causou’ (...) Estas coisas acontecem por preguiça de pensar, pois é mais fácil repetir o que já está pronto economizando esforço. Claro que a língua é dinâmica e que palavras entram e saem do uso conforme a vontade dos falantes. Mas os casos de repetições citados são estimulados pelos meios de comunicação, que deveriam cuidar melhor dela (a língua), pois é sua matéria prima.” 71 Você já deve ter ouvido e falado inúmeros chavões sem perceber. Quem nunca falou que o fulano “dispensa apresentações”? Ou teve uma atuação impecável, cometeu um erro gritante, teve uma calorosa recepção, algo ou alguém teve uma importância vital num acontecimento, o Beltrano é a bola da vez, tal coisa caiu como uma luva, o Cicrano entrou em rota de colisão com o Fulano, outro fugiu da raia, e tudo voltou à estaca zero, e depois de marcar um gol, a seleção só administrou o resultado? Pois leia mais sobre chavões e clichês no texto do jornalista Mouzar Benedito em: Vamos estudar alguns chavões a serem evitados na redação comercial e técnica: Chavões de introduções “Viemos, através desta, solicitar” Ora, ninguém, a não ser o super-homem, consegue ver “através” de algo. A palavra através signi�ca atravessar, fazer travessia. Portanto, pode-se ver através da vidraça, pode-se enriquecer através dos anos, mas não se pode, por exemplo, “aprovar o aumento através de decreto-lei, pois o decreto-lei não é atravessado, para que o aumento aconteça; pode-se somente “aprovar o aumento por meio do decreto”. Portanto, não é correta e não deve ser usada a expressão “através desta carta”, mas sim por meio, mas não nesta situação frasal, pois não há outra carta por onde vir, a não ser só por meio da mesma. 72 https://go.eadstock.com.br/G “Venho, pela presente, solicitar a V. M.” Já que pela ausente não se solicita nada, a expressão pela presente torna-se, obviamente dispensável. Só há uma carta: a presente, só se poderá vir por meio dela. “Solicitamos a V. Sa. a inclusão de João Amaro” O pronome de tratamento V. Sª. só será utilizado quando o destinatário exigir tal formalidade, ou por ser de hierarquia superior dentro da empresa e houver tal orientação, ou por se tratar de destinatário externo, em que se deseja manter tal formalidade. No caso de colegas do mesmo nível hierárquico, esse pronome pode ser suprimido, resultando em um texto com maior empatia e maior e�cácia comunicativa. “Acusamos o recebimento do e-mail” Hoje em dia não se deve utiliza o verbo acusar nos textos empresariais, devido ao seu signi�cado na atualidade. Diga apenas “Recebemos/Recebi seu e-mail”. “Em resposta ao contrato referenciado” A palavra “referenciado” nem existe! - e mesmo assim é tão usada por aí... Substitua-a por uma das formas: mencionado, referido ou citado. Chavões de desfechos “Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração” Esse fecho, exemplo clássico de chavão, utilizado em ofícios e insistentemente usado por setores do judiciário, está fora de uso desde 1982, quando a Instrução Normativa nº 133 do Departamento de Administração do Serviço Público recomendou a sua substituição por fechos mais simples. E como alguém ainda consegue usar isso na Era Digital? Além disso, falta coerência de sentido ao chavão citado, pois não se podem fazer votos, isto é, desejos de estimar (sic) alguém; pode-se desejar prosperidade, saúde, felicidades, mas a estima e a consideração se adquirem pela convivência e não por desejo, concorda? “Sem mais para o momento” 73 Quando se analisa o signi�cado dessa frase, percebe-se que ela indica que não há mais nada para acrescentar. Se o texto terminou, é lógico que é sem mais. Portanto, só deve ser usada em comunicações em que não se pretenda encerrar de forma polida, como em cartas de cobrança ou similares. O uso da expressão está condicionado à continuidade da comunicação, em relação à mensagem veiculada. REFINE SEU VOCABULÁRIO CORPORATIVO Em 2015, o jornalista William Bonner recebeu o prêmio Melhores do Ano da TV Globo na categoria jornalismo. Ao ser perguntado sobre qual era o sabor daquele troféu, especialmente após substituir um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro − o apresentador Cid Moreira −, Bonner respondeu enfaticamente: “Eu não substituí o Cid, eu o sucedi. Seria impossível substituí-lo”. Os verbos “substituir” e “suceder” podem, a princípio, parecer quase sinônimos. No entanto, para Bonner, a opção por “suceder” foi muito mais feliz. “Suceder” soa mais natural que “substituir”, enquanto “substituir” é muito mais apropriado para uma lâmpada do que para uma pessoa. Pequenas sutilezas como essa fazem toda a diferença na comunicação. Muita leitura e um dicionário sempre à mão na hora de escrever são as principais dicas para quem deseja re�nar o vocabulário. É importante ressaltar a diferença entre “re�nar” e “rebuscar”. O primeiro conceito está muito mais próximo de “lapidar”, trabalhar para escolher as palavras que melhor exprimem a mensagem desejada. Já o segundo signi�ca “�orear, so�sticar sem necessidade”. Não faz sentido em um jantar familiar dizer “Por obséquio, passe-me o sal”. Note que no exemplo de William Bonner, ele não usa nenhum rebuscamento. No entanto, ele procura a palavra exata para exprimir sua mensagem. O re�namento assemelha-se a um trabalho mais artesanal. Escolher as palavras certas pode ser um diferencial positivo na carreira de um pro�ssional. Por isso, mãos à obra. Veja abaixoalguns exemplos de frases em que é possível optar por um vocabulário mais re�nado e preciso: Recursos vocabulares Na sala cabem vinte pessoas. A sala comporta vinte pessoas. 74 Eu tenho cinco convites para esse setor. Eu disponho de cinco convites para esse setor. Suas observações foram passadas para o gerente. Suas observações foram encaminhadas ao gerente. Os documentos têm informações con�denciais. Os documentos contêm informações con�denciais. Puseram um aviso no painel. A�xaram um aviso no painel. A atendente me deu informações imprecisas. A atendente me forneceu informações imprecisas. Enviarei a proposta para você ver. Enviarei a proposta para você analisar/avaliar. Vou pôr o dinheiro no banco. Vou depositar o dinheiro no banco. A certi�cação é a atual meta da empresa. A certi�cação representa a atual meta da empresa. Os gerentes tiveram momentos difíceis. Os gerentes viveram momentos difíceis. OBS: No mundo corporativo, tem-se notado o uso do verbo “experenciar”. Tal termo ainda não consta do vocabulário o�cial da língua portuguesa, por isso, cuidado em que local você vai utilizá-lo! Pre�ra “viver uma experiência” ou “passar por uma experiência”. Fonte: adaptado de Disponível aqui . Acesso em 30 maio, 2019. 75 https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/refine-seu-vocabulrio-corporativo/ Comunicação no Atendimento 07 76 “Os"Já não basta simplesmente satisfazer clientes. É preciso encantá-los". Richard Whitely, jornalista e apresentador britânico Para Chiavenato (2006), “comunicação é a troca de informações entre indivíduos. Signi�ca tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social”. E comunicar-se bem pressupõe falar bem. Um atendimento, um encontro pro�ssional ou uma venda passam por processos de comunicação intensos, nos quais as pessoas possuem interesses particulares: um de se fazer entender, outro de entender para realizar o que se pede. Para tanto, habilidades de comunicação são exigidas. Habilidades de Comunicação Um bom administrador, gestor ou vendedor é sinônimo de um bom comunicador, e ser um bom comunicador signi�ca interagir de várias formas. Veja: 77 Comunicar- se bem consigo mesmo Acreditar no seu potencial e na sua capacidade de realizar aquilo que deseja, saber valorizar-se e reconhecer-se como uma pessoa capaz de lidar com situações e clientes difíceis e sentir-se um vencedor são jeitos de manter uma comunicação constante com você mesmo. Essa autoestima certamente será percebida pelo cliente. Como outra pessoa vai valorizar e reconhecer alguém que não se dá o devido de valor? Ser todo ouvidos Saber ouvir é uma das grandes di�culdades na comunicação de atendimento, e ouvir também é valorizar o outro, estudar suas características e cultivar o hábito da empatia - colocar-se no lugar do cliente, entender suas limitações e seus valores, aquilo que preza ou detesta, respeitar profundamente seus direitos de ser diferente e ter seus próprios pensamentos. Um bom vendedor sabe compreender e, a partir disso, criar um clima favorável para realizar o atendimento. Usar a expressão corporal a seu favor A primeira impressão que causamos �ui por meio da aparência. Tenha sempre os cabelos cortados, os sapatos e as roupas limpas. Ao falar, acompanhe a sua fala com gestos adequados ao conteúdo e ao contexto, mas sem exageros. Olhe nos olhos do cliente e movimente seu corpo de forma equilibrada. Use bem a voz É comum você ver atendentes com as mãos en�adas nos bolsos, de braços cruzados ou fazendo movimentos repetitivos sem sentido. Com esse tipo de comunicação, seu corpo está falando que não está a �m de atender ou que o está fazendo automaticamente. Cuidado. Cuide do bom português Parte daquilo que transmitimos não está no conteúdo da mensagem, mas em como fazemos a imposição da voz. Por isso, nosso jeito de falar é capaz de passar a nossa carga 78 Fonte: adaptado de Passadori, 2013. emocional, e o nosso interlocutor percebe como estamos. É preciso falar com clareza, pronunciar as sílabas, variar o volume e a tonalidade e expressar de maneira agradável os nossos argumentos. A comunicação passa pela linguagem, e é possível praticar diariamente a habilidade de demonstrar excelência em atendimento por meio da fala. Analise a lista de dicas a seguir e escolha uma ou mais por dia para pôr em prática! Nunca deixa de incluir o sorriso no seu cumprimento de boas-vindas, pois isso facilita a aproximação com o cliente. Sempre que possível, chame-o pelo nome e procure pronunciá-lo corretamente. Mesmo fora de seu setor, cumprimente a todos: colegas de trabalho e clientes que circulam pelo local. A gentileza não precisa se restringir ao seu setor de atuação, mas faz toda a diferença quando o cliente percebe o ambiente receptivo da empresa mesmo entre aqueles que não vão atendê-lo. Isso fortalece a marca da instituição. Iniciar o contato com uma expressão do tipo “Em que posso ajudá-lo?” está de bom tamanho: simples e neutro. Exclua as palavras de conotação negativa do seu vocabulário. Se você não tiver aquilo de que seu interlocutor precisa no momento, não fale "Infelizmente não temos X agora", mas "Vou providenciar e nos falamos em uma semana". Não diga que o produto ou serviço "custa $". Pre�ra "O valor é de $”. Ainda quanto ao valor, não diga o preço em parcelas primeiro. O cliente precisará fazer contas para chegar ao preço �nal, que muitas vezes é superior ao valor que pagaria à vista. Evite o uso de termos técnicos. O cliente pode �car incomodado por não entender e envergonhado de pedir esclarecimentos, frustrando assim suas expectativas de compra. Abreviações e siglas também devem ser evitadas. Evite termos íntimos ou no diminutivo ao falar com o cliente. Adjetivos como "camarada", “querido(a)”, “�or” podem causar desconforto e uma proximidade inexistente. Chame pelo apelido apenas se o cliente assim pedir ou se o relacionamento já é de longa, longa data. 79 Cuidado com os "achismos". Tenha certeza daquilo que está falando. Se você usar muito “eu acho”, “não tenho certeza”, “talvez” ou “provavelmente”, pode parecer que você não tem domínio sobre os dados do produto/serviço. O ambiente da loja também conta como canal de comunicação para um bom atendimento. Se puder, contribua com a escolha cores claras e uma boa iluminação. Quando atendendo um casal, dê atenção primeiro à fala da mulher e em seguida volte-se ao homem. A decisão da compra geralmente é DELA, e não DELE. Nunca use frases que se confundem com uma ordem. Ninguém gosta de ouvir algo como “O senhor tem que assinar aqui”. Uma expressão cordial (com o uso de “por favor”) tem mais valor: “Por favor, pode assinar nesta linha?” Diante de um interlocutor autoritário, tente usar de sua habilidade para contornar qualquer mal entendido. Caso perceba que uma determinada situação pode piorar, procure ajuda de seu supervisor ou gerente, mas nunca entre em um embate direto. Fonte: Spadoto, 2018. Quer mais algumas dicas de especialistas sobre atendimento ao cliente (ou sobre erros de atendimento)? Dr. Plínio Tomaz, consultor empresarial, fala neste podcast sobre “Os 10 Piores Erros do Atendimento ao Cliente”. Vá lá: 80 https://go.eadstock.com.br/H Ferramentas de Multiatendimento Existem vários tipos de atendimento que vão ajudar a empresa a se relacionar melhor com os seus clientes. Investir em multiatendimento é essencial, mas tudo deve ser feito com muito cuidado e sensibilidade. Algumas dessas estratégias são bem conhecidas do público empresarial, como o telefone e o e-mail, entretanto, outras formas têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de contact center. 1. Telefone e e-mail: São as ferramentas mais comuns de quem quer fazer um atendimento de qualidade. Por serem os mais antigos e conhecidos, eles têm um lugar especial nas estratégias de relacionamento. O telefone �xo, por exemplo, é essencial em qualquer empresa, independentemente do tamanho, segmentoou advento da telefonia móvel. Ele traz uma sensação de credibilidade e formalidade, algo necessário para que o cliente con�e cada vez mais no seu negócio. O e-mail também tem um apelo parecido, além de ter um custo bem baixo e servir como um banco de dados importante para você avançar com suas estratégias de comunicação. 2. Chat online: se sua empresa tem capacidade ter uma equipe própria para cuidar do atendimento ao consumidor, pode investir em um chat online dentro do seu site. Assim, a pessoa não precisa ligar ou esperar a resposta de um e- mail para resolver um problema imediato. O chat online é uma tendência que vai continuar forte por muito tempo, pois é uma alternativa que agiliza a comunicação e diminui o tempo de resposta, satisfazendo o cliente. 81 3. WhatsApp: é inegavelmente a mais nova forma de prestar atendimento ao público. Com o aplicativo, você tem contato direto com seus clientes e pode oferecer a eles novos produtos, ofertas e promoções, além de resolver diretamente os problemas que eles por acaso tiverem. Embora fosse uma ferramenta cada vez mais popular, é aconselhável não exagerar no seu uso. Mandar propaganda em excesso pode fazer com que o cliente se sinta invadido e bloqueie o seu número. A chave desse aplicativo é ter bom senso. 4. ChatBot: uma nova forma de aprimorar o atendimento e o relacionamento com os clientes é o ChatBot. Caso você ainda não saiba do que se trata, o ChatBot é um programa-robô de atendimento programado para “conversar” com o cliente em busca de uma solução imediata. O sistema pode ser aplicado não só para atendimento ao cliente, mas também na geração de leads, realização de pesquisas, agendamentos e reservas e entretenimento. O ChatBot funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Erros por distração não acontecem, e o atendimento é excelente mesmo com vários clientes simultaneamente, mas a equipe responsável pelo funcionamento do ChatBot deve estar muito bem preparada, caso contrário, o sistema será um fracasso. Independente da área de atuação administrativa em que você trabalha, saber como lidar com as outras pessoas é essencial para que a imagem da sua marca não seja arranhada e que a propaganda boca a boca tenha efeito - de forma positiva, claro. A Exame.com listou quatro coisas que os clientes esperam de uma empresa: 82 Fonte: adaptado de Disponível aqui RESPEITO CRIATIVIDADE AGILIDADE CREDIBILIDADE Coloque-se no lugar do cliente e lembre-se das atitudes grosseiras que podem afastar o cliente. O primeiro contato é crucial, pois o vendedor está falando em nome da empresa e, por mais que o cliente esteja em um dia ruim, as boas maneiras devem ser mantidas. Todo mundo gosta de ser bem tratado, aind mais quando se está solicitando um serviço ou produto. Não use o mesmo discurso : aquela história de que o produto é perfeito para você é um clichê que não convence. O ideal é sugerir até três opções que atendam à necessidade do cliente. Fuja do script, mas esteja atento à realidade do cliente. Falta de ânimo não combina com atendimento, mas ser proativo não signi�ca despejar infomações em cima do cliente. Foque em ajudar o cliente a entender o que ele quer e o que vai comprar. Só não vale tentar empurrar coisas que não tem nada a ver com o cliente para terminar o atendimento logo. Consistência no discurso e na prática é o que leva uma empresa a ter credibilidade no mercado. Se um vendedor falta com a verdade ou mente, isso É catastró�co. Caso o vendedor não tenha a informação que o consumidor necessita, a sinceridade é o único caminho. “Quero me certi�car de que não lhe darei uma informação errada” é uma das frases que ele gostaria de escutar. 83 https://exame.com/pme/4-coisas-que-os-clientes-realmente-querem-de-voce/ Deixe sua comunicação mais simples! Há quem pense que se comunicar adequadamente no mundo corporativo é ser extremamente formal, mas por pensar dessa forma, alguns pecam pelo excesso de formalidade. Veja como deixar a sua comunicação mais simples, porém ainda formal: No lugar de: Acusamos o recebimento de Agradecemos a atenção dispensada Acima citado/ supracitado Antecipadamente gratos Aproveitamos o ensejo para comunicar Através dessa missiva, informamos De acordo com o supracitado Essa missiva tem por finalidade Levamos ao conhecimento de No que tange Escreva: Recebemos Agradecemos Citado Gratos Comunicamos Informamos Conforme exposto Nosso objetivo é Informamos Em relação a /Quanto a Fonte: adaptado de Disponível aqui . Acesso em 30 maio, 2019. 84 http://escreverbem.com.br/sugestoes-para-evitar-o-excesso-de-formalidade-nos-e-mails/ Oratória em Reuniões 08 85 “Você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira impressão” Danuza Leão, jornalista e escritora brasilera Uma reunião, no seu sentido mais amplo, ocorre em diferentes contextos sociais. Ela pode acontecer em momentos familiares, encontros com amigos, eventos escolares, rituais religiosos, festas populares e outras situações em que um grupo se junta com um objetivo em comum. No âmbito pro�ssional, as reuniões em uma organização são voltadas para situações especí�cas, e aqui vamos pensar em reunião como qualquer evento em que seja preciso se projetar ao público, falar a um grupo. E, segundo Dionísio et al. (2012) as vantagens de falar em público, no que diz respeito a atividades pro�ssionais (e até acadêmicas), são muitas. Podemos citar algumas: projeta a personalidade do falante propicia a autoanálise e o autoconhecimento gera cooperação entre os colegas para com o falante estimula a criatividade consolida o prestígio do pro�ssional inspira credibilidade exercita o raciocínio lógico é um valiosos instrumento de persuasão favorece o exercício das habilidades de liderança fortalece o marketing pessoal e pro�ssional estabelece laços de interação e empatia valoriza o poder de argumentação criativa aprimora a linguagem verbal e não-verbal do emissor proporciona mais e melhores relações interpessoais Creio que nem seja preciso enfatizar como é necessário que o comunicador saiba falar em público e se posicione diante dos assuntos com os quais se envolve no cotidiano de uma organização, certo? Mas esta aula será de grande valia para 86 aqueles que ainda não têm essa consciência ou querem melhorar suas habilidades oratórias. Habilidades oratórias e princípios gerais Segundo Dionísio et.al., Em vários momentos, falar em público é tão decisivo quanto garantir a sobrevivência da democracia. Tem sido assim desde a Antiguidade, nascedouro dos grandes oradores, e ainda hoje, quando um país como o Brasil se vê em um longo processo de estabilização e consolidação dos valores democráticos. Em uma sociedade em que vozes podem (e devem) ser ouvidas, falar em público com propriedade, com o domínio do tema e dos recursos de expressa da fala e dos gestos constitui um dos momentos mais importantes de partilha da informação e do conhecimento. Desde oradores como Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.). Cícero (106 a.C. - 43 a.C.) e Quintiliano (30 d.C - 95 d.C.) até dos oradores modernos, ler o mundo, a apalavra escrita, acompanhada pelo pensar, escrever e bem dizer apresenta-se como uma harmoniosa continuidade. (DIONÍSIO ET. AL., 2012, p.177). Assim, mostrar habilidades oratórias na atualidade é ser dotado de algumas das três inteligências múltiplas desenvolvidas por Howard Gardner (1995), psicólogo da Universidade de Harvard: Inteligência linguística - é ter sensibilidade para os sons, ritmos e signi�cados das palavras. É a principal habilidade para usar a linguagem para convencer ou estimular o público. Inteligência interpessoal - é a habilidade para entender e responder adequadamente a pessoas de diferentes humores, temperamentos e desejos. É bastante apreciada em psicoterapeutas, professores, político, gestores e vendedores. 87 Inteligência intrapessoal - é o equivalente interno da inteligência interpessoal: é a habilidade de entender os próprios sentimentos, desejos e ideias para saber usá- los na soluçãode problemas pessoais. Trata-se de reconhecer suas habilidades, sonhos e necessidades e de formular uma imagem clara de si próprio para usá-la em meios sociais de forma efetiva. Os princípios gerais para uma boa apresentação também devem ser considerados com cuidado. Vejamos: 88 Domínio do tema Grande parte da insegurança de falar em público vem da dúvida do emissor quanto ao seu conhecimento sobre o tema. Assim, é necessário estudar o assunto, ainda mais quando houver a possibilidade de os receptores fazer perguntas. A credibilidade do orador depende disso, e o ritmo da fala e a espontaneidade dos gestos e palavras resultam desse domínio do assunto. Conhecer o público Cada público exige uma abordagem diferente: quem fala com os colegas de trabalho procura ter uma postura diferente do que se sua comunicação fosse dirigida a experientes pro�ssionais da área. Essa diferenciação acontece basicamente no nível a linguagem. Conhecer o espaço físico Visitar e avaliar o local no qual se irá palestrar. Veja a disposição dos assentos em relação ao palco, a luminosidade, a acústica, etc., pois elementos do espaço físico podem atrapalhar a apresentação caso não se conheça com antecedência. Naturalidade de expressão corporal Uma pesquisa realizada pela UCLA (Universidade da Califórnia) revelou que somente 7% do impacto da mensagem decorrem do conteúdo, 38% da intensidade e velocidade da voz e 55% de gestos, postura e contato visual. Isso signi�ca que devemos �ngir quem não somos em uma apresentação? Não. Todos possuímos máscaras sociais que nos ajudam a interagir em sociedade, mas nada 89 justi�ca tentar ser em público aquilo que você não é. A dica é não exagerar na imposição da voz e não pronunciar as palavras como se você as tivesse lendo. Assim, se o orador cometer algum erro técnico, mas se comportar de maneira natural e espontânea, a plateia vai continuar aceitando bem a mensagem. Do contrário, os receptores podem achá-lo arrogante e forçado. O segredo é você preservar suas características pessoais e seu estilo de comunicação, adaptando-o para se sentir con�ante na apresentação. Não con�e na memória Memorizar palavra por palavra para uma apresentação é muito arriscado, pois caso seja necessário falar de improviso, o orador não vai saber contornar o problema. Fazer um roteiro da apresentação é o ideal. Anote uma ideia, conceito, frase ou palavra-chave para que você comente e os amplie, discuta e exponha até que essa parte da mensagem se esgote. Cuidado com a linguagem Em certos momentos, os desvios gramaticais podem até dar uma �uidez ao discurso, mas há erros graves que devem ser observados e evitados, tais como erros de concordância, gerundismo e outros vícios - que serão vistos nesta disciplina mais adiante. Gírias também devem ser evitadas. Ter bom humor O bom humor dá leveza à apresentação e cria empatia com o público. Mas cuidado com o exagero! - na dose certa, 90 Fonte: adaptado de Melo in Dionísio et al., 2012 provoca risos e serve como termômetro se a plateia está gostando ou não. Todavia, nunca deixe que a apresentação se transforme em um show de humor: usar qualquer pretexto para fazer graça coloca a credibilidade do orador em risco. Apresentação pessoal A atenção com a apresentação pessoal envolve cuidados básicos - aparência, roupa, modo de sorrir e de gesticular, etc. - mas se for negligenciada, coloca em risco a �gura do orador e seu empenho em cativar a plateia. O orador está diante de olhares que o percorrerão de cima a baixo e que farão julgamentos inevitáveis sobre sua aparência. Portanto, para que o primeiro pensamento sobre você não seja algo relacionado a um descuido com a apresentação pessoal. 91 Você já se sentiu como se, ao falar, ninguém ouvisse? Julian Treasure está aqui para ajudar. Neste TED talk, palestra bastante útil, o especialista em comunicação e empreendedor demonstra como falar poderosamente; desde exercícios vocais até dicas de como falar com empatia. Uma palestra que pode ajudar o mundo a soar mais bonito. Vale a pena assistir! Recursos didáticos Borges (2013) oferece um guia prático de recursos didáticos bastante úteis para todos que precisam lidar com apresentações - e isso é inevitável - no meio acadêmico, pro�ssional e outros. Quadro negro 92 https://go.eadstock.com.br/I Vantagens Desvantagens Disponível em quase todos os locais; Desenvolvimento progressivo durante a apresentação/aula; Facilmente apagável; Fácil participação do ouvinte/aluno. Maçante quando usado em demasia; Prática exigida para o layout; Facilmente desordenável; Tendência a escrever fora de nível. Indicações Método espontâneo; Bom para grupos pequenos (2 a 20 pessoas) em salas iluminadas; Desenhos e grá�cos devem ser simples e de fácil cópia. Dicas Cuidado com o giz e seu pó; Use cores para ênfase; Escreva legivelmente; Leia alto o que escreve, mantém a atenção do grupo; Não deixe muita coisa sempre escrita; Limpe-o para a próxima apresentação; Escreva da esquerda para a direita, apagando-o na mesma sequência. 93 Flipchart Vantagens Desvantagens Fácil de preparar antes ou durante a apresentação/aula; Desenvolvimento progressivo durante a apresentação/aula; Sequência �exível, pode folhear para frente e para trás; Folhas removíveis para colocar na parede ou quadro-negro; Portátil; Colorido ou preto e branco; Atua como roteiro. Armazenagem; Não muito durável; Tendência do apresentador de ler para o público. Indicações Uso recomendado em grupos pequenos (2 a 20 pessoas) e salas bem iluminadas; Bom meio informal; Facilmente preparável; Podemos ter acesso em qualquer ordem, embora seja usada uma sequência preparada. 94 Retroprojetor Vantagens Desvantagens Variedade de material disponível para fazer transparência, com ou sem máquina de copiar/impressora; O apresentador olha para o público de frente; Sala iluminada; Progressivo; Baixo custo; Facilmente disponível. Facilmente duplicado ou corrigido; Colorido ou preto e branco; Portátil; Durável. Indicações Grupos pequenos e médios (2 a 50 pessoas) em sala escurecida ou não; Pode se projetada em qualquer superfície clara; Bom meio informal; Fácil de preparar; Ideal para acesso aleatório; Permite ao apresentador olhar para os ouvintes todo o tempo. Distorção trapezoidal*; Arranjo na sala onde se realizará a projeção; Tendência a copiar �guras de manual ou livros que sejam pequenos demais para reproduzir uma transparência legível. *deformação em forma de trapézio, da imagem projetada na tela, resultante da indicação do eixo do feixe de projeção, em relação à normal, ao plano da tela. 95 Dicas Regras que concernem a linhas e cores do �ipchart também se aplicam aqui; Evite transparência de cópias de páginas digitadas. Se absolutamente necessário use tipo de letra Arial, com tamanho 20, no mínimo; Considere a possibilidade de usar transparências superpostas; Utilize cores, canetas para retroprojetor são facilmente encontradas; Lembre-se de usar cartão adequado para tampar a transparência toda vez que não esteja em uso ou então desligue o projetor; Coloque-as em molduras para facilitar o manuseio; Mantenha-as em molduras para facilitar o manuseio; Mantenha-as em número reduzido; Leve um indicador e se possível use-o na tela e não no aparelho; Lembre-se de utilizá-la como o quadro-negro para efeitos de construção. 96 Vantagens Desvantagens Permite uso de cores; Movimentação; Permite maior sequência, mediante escolha de opções; Fácil transporte; Permite alterações até mesmo na hora; Permite uso individual (autoinstrução). Alto custo do equipamento; Exige conhecimento de operação de software de apresentação. Indicações Recomendado para grupos pequenos e médios (2 a 50 pessoas) ou para uso individual; Recursos auxiliares ao computador como datashow e vídeo projetores podem também auxiliar na exibição de �lmes. Datashow 97 Você é tímido? Fica nervoso quando precisa falar em público, mesmo que sejamseus conhecidos? Leia na revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios “4 TRUQUES PARA PERDER A TIMIDEZ AO FALAR EM PÚBLICO EM 5 MINUTOS”: Dicas Planeje o roteiro do que se quer mostrar e os caminhos a serem escolhidos; Faça sempre backup da apresentação a ser realizada; Informe-se antecipadamente se a con�guração disponível no microcomputador é compatível como software da sua apresentação; Chegar com antecedência su�ciente para instalar no microcomputador a apresentação e testá-la; Veri�car a existência de lâmpadas sobressalentes do equipamento de reprodução da tela do computador (datashow, videoprojetor, canhão etc.). 98 https://go.eadstock.com.br/J Linguagem Corporal e Expressão Oral 09 99 Linguagem Corporal “Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.” - Machado de Assis Voltando à linguagem não verbal, devemos nos atentar para o fato de que assim como acontece com a linguagem verbal, a compreensão da linguagem corporal nos ajuda a entender melhor nosso semelhante e nos possibilita agir de maneira inteligente e respeitosa, além de desenvolver um melhor relacionamento com as pessoas, seja no âmbito familiar, pro�ssional ou social. Também, como na linguagem verbal, o corpo fornece pistas acerca da pessoa que você é - como pensa e vê o mundo. No ambiente pro�ssional, por exemplo, a linguagem corporal é fortemente valorizada, pois a importância dela para quem lida com um público reside no fato de muitas pessoas �carem inseguranças ou relutarem em comunicar abertamente suas intenções. No entanto, é enfatizada também nesses contextos a necessidade de se levar em conta todo o contexto e o tipo de personalidade das pessoas e do público com quem você lida. Tim Connor, presidente do Connor Resource Group, traçou regras básicas amplamente aceitas de tipos comuns de comportamento humano no meio pro�ssional e o que o cliente/interlocutor provavelmente está pensando ou sentindo: Abertura Mãos abertas Tirar o casaco ou blazer Aproximar-se Inclinar-se para a frente Descruzar as pernas Braços cruzados suavemente sobre as pernas 100 Entusiasmo Pequenos sorrisos ou risadas Corpo �rme e ereto Mãos abertas, braços estendidos, olhos alertas Voz bem modulada e com energia Defesa Corpo rígido Braços/pernas cruzados fortemente Contato visual reduzido Lábios contraídos Cabeça baixa, com queixo sobre o peito Punhos cerrados Dedos entrelaçados sobre braços cruzados Jogar-se para trás na cadeira Avaliação Cabeça levemente inclinada para o lado Sentar na ponta da cadeira e inclinar-se para frente Mão na parte da frente do queixo ou na bochecha Coçar o queixo Nervosismo Limpar a garganta Morder (lábios, unha, dedo, etc.) Cobrir a boca quando fala 101 Puxar o lóbulo da orelha Abrir os olhos Caretas Contorcer mãos ou lábios Boca entreaberta Brincar com objetos Ficar trocando o peso de uma perna para a outra (quando em pé) Tamborilar os dedos Ficar mexendo o pé Rejeição ou dú�da Coçar o nariz Coçar os olhos Franzir o cenho Pernas e braços cruzados Corpo em posição de “fuga” Limpar a garganta Esfregar as mãos Levantar as sobrancelhas Suspeita Pouco contato visual Resistência a olhar “olho no olho” Ficar olhando para os lados ou por sobre o ombro Coçar o nariz Ficar olhando por sobre os óculos Con�ança, autoridade Jogar-se para trás na cadeira com as mãos atrás da cabeça 102 Postura orgulhosa Cabeça alta, com queixo levantado Contato visual �rme, sem piscar Frustração Mãos apertadas �rmemente Balançar punhos fechados Respiração curta, porém controlada Olha ‘através’ de você Passar as mãos no cabelo Bater os pés no chão Chateado, indiferente Mãos ‘segurando’ a cabeça Olhos sonolentos Postura relaxada demais (largada) Ficar mexendo com pés, mãos, dedos Balançar as pernas Olhar vazio Pouco contato visual Boca “mole”. Fonte: adaptado de Disponível aqui 103 https://educandoatravesdalinguagem.blogspot.com/2012/08/o-corpo-fala-entenda-seu-vocabulario.html?m=1 A linguagem corporal é só uma parte da história. Você deve considerar também seu comportamento em geral, sua natureza e seu jeito de ser para transmitir mensagens e lidar com um público. E da próxima vez que alguém disser que ouvir é a parte mais importante das pro�ssões que lidam com pessoas, lembre-se que o corpo também fala. Todo ser humano tem a capacidade de se comunicar, e saber ouvir é essencial. Mas por que existem tantas falhas e desencontros quando nos comunicamos? O ato de se comunicar é um processo complexo - seja verbalmente, pela escrita ou por gestos. Intencional e conscientemente ou não, a comunicação acontece. Até quando deixamos de falar, gesticular ou escrever, estamos nos comunicando; como dizem os vários provérbios: "Quem cala consente.", "Poupa o teu tempo e também as tuas palavras.", "Bom é saber calar até ser tempo de falar.", "De calar ninguém se arrepende e de falar, sempre.","Uma imagem vale por mil palavras". Prevenção de falhas ou ruídos Toda situação de comunicação está sujeita a falhas devido à presença de ruído ou interferência - todo e qualquer fator que inter�ra no processo de comunicação, como por exemplo, distrações físicas, erros gramaticais, diferenças culturais, etc. Cada um de nós processa informações de maneiras distintas. Assim, falhas na comunicação geram con�itos, improdutividade, prejuízos e ressentimentos. Os ruídos na comunicação interna das empresas são erros bastante comuns no dia a dia pro�ssional, porém, muito prejudiciais para a produtividade e bem-estar no ambiente corporativo. As falhas comunicacionais entre equipe, clientes e gestores, muitas vezes geradas por erros corriqueiros, podem resultar em retrabalho, atrasos em prazos e desentendimentos. Cada um tem uma maneira própria de se comunicar, mas algumas práticas simples podem ser adotadas para reduzir ao máximo a possibilidade de ruídos: 104 1. Documente os acordos – registre sempre por e-mail decisões acordadas em reuniões presenciais, on-line ou por telefone. Não se esqueça de deixar claro quem �cou responsável por cada tarefa, datas de novas reuniões ou eventos e prazos estipulados. 2. Mantenha os envolvidos informados – certi�que-se de que todos os envolvidos em determinado projeto ou processo estão inteirados sobre todas as informações necessárias, estando copiados nos e-mails e recebendo convites para as reuniões, por exemplo. 3. Seja didático – é melhor pecar pelo excesso do que pela falta de explicações. Quando for instruir alguém, repasse até as informações que lhe parecerem mais óbvias, pois para o interlocutor, podem não ser. 4. Estipule prioridades e esclareça prazos – sempre que designar tarefas, deixe claro qual é a prioridade de cada uma e estipule prazos exatos, ou seja, nunca utilize termos como “o quanto antes”, por exemplo. Dê data e, se necessário, horário em que você precisa receber o material desejado. 5. Envie lembretes – nas vésperas de entregas importantes, veri�que se está tudo certo com o andamento das tarefas e se o prazo acordado está mantido, assim, você tem tempo hábil para partir para um plano B, se necessário. O mesmo vale para reuniões agendadas, a con�rmação evita deslocamentos e janelas desnecessárias na agenda. 6. Adote canais o�ciais de comunicação - O número de pessoas e informações que circulam dentro de uma empresa diariamente é alto, e não é difícil que uma informação seja distorcida ou se perca. Quando a empresa não tem canais de comunicação o�ciais, qualquer boato ganha força e se espalha com facilidade. Depois de analisar e estudar a organização, é mais fácil identi�car quais ferramentas e práticas serão mais e�cientes. Comunicadores internos, mural, TV corporativa, informativos impressos ou online: existem vários canais de comunicação que podem ajudar a sua empresa a se comunicar melhor. 7. Estabeleça a cultura do diálogo - Comunicar de forma clara e ouvir com atenção é a melhor maneira de evitar ou resolver problemas. Uma empresa atenta aos ruídos da comunicaçãoincentiva seus colaboradores a conversarem entre si e com os diretores e gestores de forma clara e direta. 105 Expressão Oral Segundo Vanoye (2017), existem dois tipos de comunicação oral: a. situação de intercâmbio: a conversa acontece com a presença real do emissor e do receptor, e os papeis se invertem durante o diálogo. É o que acontece em uma conversa, aula com diálogo, entrevista, etc. b. situação de não-intercâmbio: o receptor não tem a possibilidade imediata de responder e assumir o papel de emissor, independentemente de estar próximo ou não. Ela pode ser unicamente oral, em que a mensagem é transmitida apenas pela voz do interlocutor, ou pode ser mista, unindo o visual e o oral. Vemos essa modalidade em aulas expositivas, discursos, monólogos teatrais, sermões, etc. Brainstorming Você já deve ter ouvido o termo brainstorming que, em inglês, quer dizer “tempestade mental”. Trata-se de uma expressão oral do tipo situação de intercâmbio, e é uma técnica bastante difundida que tem por objetivo a produção intensiva, por um pequeno grupo, de ideias novas e originais. Quando um grupo se vê diante de um problema, os participantes do grupo apresentam suas ideais para solucioná-lo, e há toda a liberdade criativa para que proponham ideias extravagantes e até absurdas, mas devem se esforçar para listar o máximo número de sugestões no menos período de tempo. Ninguém do grupo está autorizado a criticar as ideias emitidas, e devem tentar associar essas ideias com as suas. O coordenador do grupo não manifesta reações visíveis e limita-se a reformular falas confusas e encorajar igualmente todos os participantes. Há também a �gura do observador da atividade que, em silêncio, anota as ideias e faz uma lista a partir da qual serão selecionadas as mais originais, as mais viáveis e as mais e�cazes. Gostou? Consegue pensar em alguma situação prática da sua vida para aplicá-la? Pode ser no seu trabalho, na faculdade, na família, na igreja... 106 Técnicas de apresentação oral PREPARAÇÃO A preparação é a fase mais importante para determinar o sucesso de uma apresentação oral. Para que ela seja bem elaborada, segue alguns passos: De�nição do tema, assunto; Objetivo da apresentação: Qual a intenção da sua fala? Emocionar? Persuadir? Informar? Instruir? Fazer rir? Fazer chorar? Vender? Expor? Público Alvo: Você vai falar para quem? Quantas pessoas? Homens? Mulheres? Jovens? Idosos? Crianças? Empresários? Esboço da apresentação e planejamento adequado do tempo e dos recursos. É importante organizar o roteiro de sua apresentação, de�nindo o início, meio e �m, para saber se o conteúdo será su�ciente ou excessivo de acordo com o tempo que você tem para a apresentação. Conhecer os recursos que serão utilizados também faz diferença para organizar o tempo de sua apresentação. Estudo e atualização de conhecimentos. É muito importante estar atualizado em relação ao tema que será apresentado. Fazer leituras e conhecer vários autores cujas opiniões acerca do tema sejam diferentes cria uma visão ampla sobre o assunto. Uma boa estratégia é fazer o que chamamos de antecipação das perguntas. Imaginar aquilo que poderá ser perguntado durante a apresentação e preparar as respostas mais adequadas é um bom exercício de atualização. ROTEIRO A parte oral de uma boa apresentação está relacionada com uma prévia elaboração e estruturação realizada por meio de organização das ideias. Geralmente, essa organização é realizada por meio da escrita. Para tanto, apresentaremos alguns tópicos que devem ser abordados no roteiro: 107 Estrutura: introdução, corpo, resumo, conclusão; Identi�cação pessoal; Introdução do assunto; Síntese da estrutura da apresentação; Especi�cação dos recursos técnicos; Referência ao tempo da apresentação; Resumo e conclusão. TÉCNICAS Para vencer os aspectos negativos da apresentação oral, podemos recorrer a algumas técnicas, estratégias e recursos. O primeiro passo é: troque palavras negativas por positivas, por exemplo, em vez de dizer “Isso não vai dar certo”, diga “Há outras possibilidades melhores”. Existe também a técnica do “NÃO, MAS...”. A palavra NÃO é negativa por natureza. Seu uso pode causar uma má impressão. Assumir que não sabe algo é ético e preciso. Mentir pode trazer consequências desagradáveis e criar uma imagem ainda mais negativa. Sendo assim, a técnica do “Não, mas...” é uma saída para escapar de situações em que não temos o conhecimento necessário. Exemplo: “-Você fala inglês?” “-Não, mas estou iniciando um curso no início do mês.” E se der branco, o que fazer? Repita a última frase. Dará impressão que você está enfatizando. Muitas vezes, a repetição faz lembrar o que tinha sido esquecido. Caso não se lembre, continue assim: “Assim, o que eu quero dizer é...” e explique a mesma frase dita anteriormente com outras palavras. Depois segue a conversa. EVITE!! Pedir desculpas ao(s) receptor(es); Contar piadas; Fazer perguntas no início; Opinar sobre um assunto polêmico. Isso pode gerar discussões e situações constrangedoras; 108 Utilizar chavões ou frases vulgares; Repetição excessiva de vícios de linguagem (né, tipo, fala sério, etc.); Ficar falando sobre a vida pessoal; Apresentar exemplos que não estão relacionados diretamente com o tópico abordado. Isso pode parecer que você está preenchendo o tempo por falta de conteúdo e conhecimento; Apresentar vídeos muito longos; Expor alguém da plateia; Responder algo de forma insegura e sem a certeza da resposta. Caso não saiba, diga que vai pesquisar e tente relacionar alguma situação à questão perguntada; Apontar o dedo pode parecer um pouco hostil, é bom evitar. Toda pessoa é auditiva, visual ou sinestésica. Sendo assim, é importante considerar sua postura, sua voz, suas atitudes. Uma postura errada pode agredir o visual, uma voz ruim agride o auditivo, atitudes de insegurança, excesso de perfume, maquiagem, risos e vários tipos de posturas agridem pessoas que têm uma percepção sinestésica. Desta forma, devemos trabalhar o visual (postura), o auditivo (voz) e os sentidos (conhecimento sobre o assunto). A falta de conhecimento não signi�ca uma falha, porém a falta de aprimoramento e busca por novos conhecimentos são falhas visíveis no processo comunicativo durante uma apresentação oral. 109 Você tem medo de falar em público? Isso geralmente acontece porque temos receio de sofrer algum tipo de depreciação diante dos nossos colegas de trabalho ou faculdade, mas também pode ser falta de prática. Assista a algumas preciosas dicas de oratória do professor Marcello Pepe: 110 https://go.eadstock.com.br/K Comunicação na Era Digital 10 111 A Era Digital “Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.” - Zygmunt Bauman Era Digital (ou Era da Informação) são os termos utilizados para designar os avanços tecnológicos resultantes da Terceira Revolução Industrial e que acontecem em um ciberespaço instrumentalizado pela informática e pela internet. A Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução Informacional, teve início em meados do século XX, quando a eletrônica surgiu como meio de modernização da indústria. Isso se deu após a II Guerra Mundial (1939-1945) e abrange o período que vai de 1950 e até os dias atuais. As principais características e consequências que marcam a Terceira Revolução Industrial são: o uso de tecnologia e do sistema de informação na produção industrial; o desenvolvimento da robótica, da engenharia genética e da biotecnologia; a aceleração da economia capitalista e geração de emprego; a utilização de várias fontes de energia, inclusive as menos poluentes, e a conscientização ambiental; o amento da consciência ambiental; a consolidação do capitalismo �nanceiro; a terceirização da economia e a expansão das empresas multinacionais. A obtenção ágil da informação – e principalmente da informação de qualidade – é o grande desa�o destes nossos tempos. De um microcomputador doméstico, um notebook ou um smartphone podemos ter acesso ao resultado de uma pesquisa eleitoralou de mercado, acontecimentos registrados em forma impressa, áudio e vídeo, depoimentos de celebridades e chefes de Estado, resultados esportivos, anúncios de acordos, fusões e novos produtos, entretenimento sem �m e relacionamentos pessoais por meio de uma simples conexão à Internet (adaptado de JAMIL E NEVES, 2000). 112 Assim, �ca claro que a exposição a essa enxurrada de informações causa algum impacto, positivo ou negativo, nas nossas relações, no modo como enxergamos o mundo e como interpretamos aquilo que lemos. Mas será que apenas ler a informação que nos é apresentada na Internet é o su�ciente para adquirir conhecimento? Tudo o que eu preciso saber está na Internet? Será que eu ainda vou ter meu próprio site na Internet? É possível gostar de música, matemática e Internet tudoaomesmotempoagora? Não há como esgotar um assunto tão como a sociedade da informação – esta em que vivemos. Quer saber a resposta de essas e outras perguntas da Era da Informação? Leia o artigo da Revista Superinteressante: É fato que a Internet criou novos hábitos de comunicação entre as pessoas. Nós nos adaptamos às facilidades da nova tecnologia, e isso vale tanto para a leitura, em vista da enorme quantidade de textos veiculados na rede, quanto para a escrita, principal meio de expressão do internauta - bem, apesar de até as conversas “via áudio” já estão se tornando mais corriqueiras... logo, as gerações vindouras nem mais saberão como é sua caligra�a! 113 https://go.eadstock.com.br/L Fonte: adaptado de Disponível aqui (link 1) Disponível aqui (link 2) Podemos concluir então que cada vez mais o acesso às redes sociais é irrestrito, porém, as pessoas não sabem separar as informações mais valiosas para a aquisição do conhecimento daquelas meramente de entretenimento, super�ciais ou falsas. Mas viver na Era Digital é tão ruim assim para a nossa formação como cidadão? De jeito nenhum. Pelo contrário: deveríamos nos sentir privilegiados por, ao alcance de um clique, no tempo que leva acessar um link, ter à disposição uma profusão de textos, vídeos e áudios sobre todos os assuntos, de todas as épocas, sob todos os pontos de vista - e ainda poder debater com gente do mundo todo por um custo mínimo. Nossa re�exão deve ser justamente acerca de como fazer do nosso notebook ou smartphone um �ltro de tanta informação, que nos ajudará a ler mais e compreender melhor. Alguns tópicos que merecem re�exão sobre leitura e interpretação na Era Digital: Estamos vivendo a era da instantaneidade, em que o mais importante parece ser a velocidade da publicação e não mais a qualidade e a riqueza do conteúdo. Virou tendência apenas copiar e replicar o que lemos, sem questionas se aquilo é de fato o que acreditamos ou discordamos. Nos habituamos ao ctrl+c e ctrl+v e nos esquecemos da nossa própria opinião. Geramos informações, mas não geramos conteúdo. Geramos textos , mas não geramos conhecimento. Somos autores de blogs e redes sociais, mas como disse o jornalista André Petry: Qualquer escrita �oresce no mundo digital, mas a leitura, a boa leitura murcha. Há décadas saber ler e escrever não é mais um diferencial, porém, ler e escrever bem certamente é um seletor natural. É só pensar nos processos seletivos e provas que fazemos ao longo da vida, com suas redações e longos enunciados. A leitura na internet é apenas uma extensão da leitura em qualquer outro meio (livro, jornal, revista, etc.) Se na internet as pessoas não leem, é possível que não leem também em outros meios, e se não sabem interpretar texto na internet, não saberão interpretar em lugar algum. 114 http://www.ecofuturo.org.br/blog/o-texto-na-era-digital/ https://www.luis.blog.br/leitura-na-internet-eles-nao-leem-ou-nao-sabem-interpretar-texto.html Observe este meme que viralizou nas redes: Hoje, há um tipo de falta de interesse comum entre os usuários de redes sociais: a preguiça. Sim, preguiça de ler. Você certamente já deixou de ler um post ou comentário por considerá-lo “muito longo” - e já existe neologismo para isso: o “textão”. Somam-se a isso a falta de leitura fora dos meios digitais (livro, jornal, revista, etc.) e o próprio caráter de leitura rápida (o “passar os olhos”) inerente às tecnologias e temos o resultado: a falta de prática em leitura longa e desinteresse do usuário em dispor de um tempo maior para ler um enunciado mesmo que consideravelmente curto. Quando ele se depara com textos e enunciados grandes em provas e testes, a primeira sensação é de estar perdido quanto ao que fazer e por onde começar a ler (dica: pelo começo!). Mais de 90% das desavenças que acontecem nas redes sociais são causadas pela má interpretação de texto. O dado é do Anonymous Br4sil, e você deve ter �cado impressionado com o número - ou se lembrou de alguma ocasião em que brigou com alguém porque um não entendeu o que o outro quis dizer em vias digitais. A escrita virtual não tem tom de voz, linguagem não-verbal corporal ou expressões faciais (embora tenhamos os emojis...) e isso pode causar uma falha de comunicação se a pessoa não souber dominar o uso de pontos de exclamação, interrogação ou vírgulas. Um “oi” pode soar mais seco que um ‘“oi!!<3”, mas como con�rmar se o remetente do primeiro oi estava realmente bravo ou desinteressado em conversar? - Só pessoalmente, e até então, namoros já foram desfeitos e amizades foram parar na corda bamba. 115 Para nos preparar para o próximo tópico, vale ouvir o podcast do Jornal da USP sobre como o analfabetismo funcional é uma das causas da disseminação de notícias falsas, as fake news: https://jornal.usp.br/atualidades/analfabetismo-funcional-pavimenta-o- caminho-para-as-fake-news/ As fake news A grande acessibilidade aos meios de comunicação permite que qualquer pessoa produza conteúdo e o divulgue nas redes sociais. Assim, muito do que consumimos de informação não corresponde totalmente à verdade - tanto é que jornalistas estão fazendo o impossível para conseguir apurar essas informações “duvidosas”. A situação é tão séria que surgiram agências especializadas em checar fatos – as chamadas fact-checking agencies. Em tradução literal para o português, o termo signi�ca “notícias falsas”. Segundo a editora inglesa Collins, fake news seriam: “informações falsas e eventualmente sensacionalistas divulgadas sob o disfarce de notícias”. A expressão também foi escolhida como a “palavra do ano” em 2017, período em que as menções ao termo na mídia aumentaram em 365% (dados da BBC Brasil). No ano anterior, 2016, o termo eleito pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano foi pós-verdade, conceito da Sociologia que já abria caminho para o que viria a ser o fenômeno das fake news: “circunstâncias em que fatos objetivos são menos in�uentes na formação da opinião pública do que emoções e crenças pessoais" (ENGLISH OXFORD LIVING DICTIONARIES, 2016). A pós-verdade encaixa-se perfeitamente em um mundo em que mentiras e fofocas se espalham rapidamente em redes cujas pessoas acreditam mais uma nas outras do que em qualquer órgão tradicional da imprensa, nas instituições de pesquisa e até mesmo na ciência. Não há como abordar pós-verdade, Era Digital e fake news sem falar de Zygmunt Bauman, sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida. Sua frase mais famosa para resumir o conceito é: “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. Na modernidade líquida, os vínculos pessoais podem ser rompidos a qualquer momento e levar o indivíduo ao isolamento social, e isso enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento do outro (BAUMAN, 2001). 116 https://jornal.usp.br/atualidades/analfabetismo-funcional-pavimenta-o-caminho-para-as-fake-news/ Para o sociólogo, as redes sociais são uma nova forma de estabelecer contatos e formar vínculos, mas não proporcionam um diálogo real, pois é muito fácil se fechar em círculos de pessoas pensam igual a você e não entrar em contato com controvérsias. Esse afastamento, mais a �uidez das relações e a rapidez dasinformações, são o terreno propício para plantar a semente da desinformação e das fake news. Assista a uma entrevista com Zygmunt Bauman ao Programa Milênio sobre o conceito da modernidade líquida, em que não se valoriza o permanente, mas o temporário. As fake news são uma ferramenta para a pós-verdade, pois divulgar uma informação falsa porque se sabe que um grupo de pessoas vai acreditar e se envolver com o assunto mesmo que não seja verdadeiro, é uma forma de manipulação - e é aí que mora o perigo, não é? E isso pode acontecer tanto no mundo dos esportes e das celebridades quanto em assuntos bem mais sérios, como política, religião e relações externas. 117 https://go.eadstock.com.br/M A primeira agência brasileira de fact-checking é a Agência Lupa. Conheça no Twitter: @agencialupa e em: 20.02.2019 / 19h09 / no Facebook #Veri�camos: É falso que revista japonesa tenha feito capa criticando tratamento da imprensa brasileira a Bolsonaro. 21.02.2019 / 17h08 / no Facebook #Veri�camos: É falso que Dilma tenha proposto idade mínima de 95 anos para aposentadoria. 118 https://go.eadstock.com.br/N Fonte: adaptado de Disponível aqui (link 1) Disponível aqui (link 2) Notícias reais sobre notícias falsas A agência de fact-checking. Aos Fatos divulgou uma pesquisaque a�rma que 43% dos entrevistados descon�a das informações que recebe em aplicativos de mensagem. Por outro lado, metade dos entrevistados a�rmou que já tomou alguma decisão errada baseada em Fake News. Segundo o laboratório de segurança PSafe,os brasileiros acessaram cerca de 2.9 milhões de Fake News entre janeiro a março de 2018, e o principal meio de disseminação dessas informações é o aplicativo de Whatsapp. No Brasil, o Senado tem se mobilizado em torno do assunto: em 21 de março de 2018 o Plenário foi transformado em sessão temática para tratar de notícias falsas, por iniciativa de Telmário Mota (PTB-RR). O senador sugeriu a criação de delegacias especializadas para dar celeridade na investigação das notícias falsas propagadas na internet tanto sobre o autor como sobre quem reproduz o conteúdo. Por que as fake news viralizam? Porque segundo o conceito da pós- verdade, uma pessoa está condicionada a acreditar em algo alinhado com as suas crenças. Quando recebemos o link de uma matéria sobre algo com a qual nos simpatizamos por questões ideológicas, políticas ou morais, temos mais chances de ignorar evidências de que essa notícia seja falsa - e aí acreditamos cegamente. 119 https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/manipulacao-de-dados-e-noticias-falsas-poem-internet-em-xeque https://www.significados.com.br/pos-verdade/ Para ilustrar o conceito de pós-verdade, os exemplos geralmente utilizados são das eleições presidenciais americanas de 2016. Trata-se de um exemplo clássico por ter tido impacto global, mas o fenômeno da pós-verdade ocorre cotidianamente, em menor escala, nas nossas vidas. Eleições americanas de 2016: o candidato Donald Trump disseminou informações e estatísticas não fundamentadas para fortalecer sua campanha e atingir seus adversários. Essas a�rmações, relacionadas à segurança nacional e ao terrorismo, apelavam diretamente aos sentimentos de revolta e insegurança da população, que se sentiu representada pelo discurso sem se preocupar se os dados eram verdadeiros ou não. Entre as principais declarações dele, estão que: Hillary Clinton criou o Estado Islâmico; o desemprego nos EUA chegava a 42%; Barack Obama é muçulmano; o Papa Francisco apoiava sua campanha. Grande parte da população americana, motivada por valores pessoais, acreditou e ainda acredita nessas e outras a�rmações de Trump, que foi eleito presidente. Existem fake news inofensivas, como as sátiras, as paródias e o sensacionalismo bizarro ao estilo do famigerado bebê-diabo do jornal “Notícias Populares”, por exemplo. Há os clickbaits, que são manchetes propositalmente polêmicas usadas para se conseguir mais acesso e consequentemente adquirir lucros �nanceiros. Há ainda as fake news disseminadas anonimamente pelas redes sociais, as “fake news do tiozão do WhatsApp”. O problema não são esses tipos de fake news, mas 120 aquelas usadas por grupos diversos para manipular a opinião pública com interesses políticos ou, mais precisamente, sobre como essa manipulação acontece. Existem fake news inofensivas, como as sátiras, as paródias e o sensacionalismo bizarro ao estilo do famigerado bebê-diabo do jornal “Notícias Populares”, por exemplo. Há os clickbaits, que são manchetes propositalmente polêmicas usadas para se conseguir mais acesso e consequentemente adquirir lucros �nanceiros. Há ainda as fake news disseminadas anonimamente pelas redes sociais, as “fake news do tiozão do WhatsApp”. O problema não são esses tipos de fake news, mas aquelas usadas por grupos diversos para manipular a opinião pública com interesses políticos ou, mais precisamente, sobre como essa manipulação acontece. Outro perigo é a disseminação de notícias que incitam revolta em algum grupo. “O serralheiro carioca Carlos Luiz Batista, de 39 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo em poucos dias em razão de um boato compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem, acompanhada de sua foto, dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de crianças”. (...) em 2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral paulista, depois de ser acusada, em boatos em redes sociais, de que estuprava e sequestrava crianças. No entanto, nem sequer existiam denúncias do tipo na região. Esses casos demonstram o que acontece a indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento de informações mentirosas sai do controle.” Link para matéria completa: Logo, conclui-se que fake news também é um problema de desinformação. Pode parecer um paradoxo, mas informação falsa se combate com... informação! Quanto mais leitura o cidadão tem, mais senso crítico ele desenvolve para descon�ar da veracidade daquilo que ele recebe. Antes de compartilhar dados por emoção, re�ita com base na razão. 121 Logo, conclui-se que fake news também é um problema de desinformação. Pode parecer um paradoxo, mas informação falsa se combate com... informação! Quanto mais leitura o cidadão tem, mais senso crítico ele desenvolve para descon�ar da veracidade daquilo que ele recebe. Antes de compartilhar dados por emoção, re�ita com base na razão. A educação virtual é uma arma importante para detectar informações falsas no noticiário, segundo especialistas. Para evitar que as fake news tumultuem o debate público, essa “alfabetização” deve contar com esforços de vários setores da sociedade, como prestar atenção a dicas para identi�car fake news e conhecer as agências de fact-checking: 122 https://go.eadstock.com.br/O https://go.eadstock.com.br/P O Novo Acordo Ortográfico 11 123 "En�m consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes das primeiras e com os mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós.” - Graciliano Ramos. Nossa aula de hoje trata de um tópico que tem causado polêmica e dor de cabeça em alunos e professores: o acordo ortográ�co da Língua Portuguesa, ou simplesmente a nova ortogra�a. Polêmica porque muitos não veem sentido prático para as alterações e simplesmente as ignoram, preferindo escrever ainda da forma como aprenderam tempos atrás; e dor de cabeça porque, no geral, a população reclama que em muitos casos nem sabia a forma correta de usar o hífen, por exemplo, e agora precisam estudar regras que as confundem ainda mais. Mas não há motivo para preocupação! Basta ter a consciência de que o acordo tem caráter o�cial e deve ser respeitado. Assim, não podemos ignorá-lo ou achar que são mudanças pequenas; que só um hífen ou um acento agudo não faz diferença na escrita. Pois faz, e são essas diferenças que podem excluir ou aprovar um candidato em um processoseletivo ou concurso. 124 Em resumo, o Acordo Ortográ�co está em vigor no Brasil desde 1º de janeiro de 2009, mas foi proposto inicialmente em 1990, quando assinado em Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995. A rati�cação de Portugal ocorreu em 2008 e no ano seguinte o acordo foi decretado no Brasil. A princípio, havia sido determinado um prazo até 2013 para que as editoras e os brasileiros em geral absorvessem todas as mudanças que, en�m, tornar-se-iam normas obrigatórias. Mas esse prazo foi estendido pelo governo brasileiro até 2016, o que não nos desobriga de estudá-lo e usá-lo. O Portal da Língua Portuguesa traz uma explicação das questões diplomáticas do acordo, que envolve os sete países de língua o�cial portuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe). Traz também o link para que você conheça as reformas que o português sofreu desde 1911. É puro conhecimento, aproveite! 125 https://go.eadstock.com.br/Q Para facilitar nossos estudos e principalmente para que você tenha um material de consulta, vamos separar as mudanças quanto aos acentos e outros sinais (trema e hífen). Vamos iniciar: ACENTO AGUDO O acento agudo deixa de existir em alguns poucos casos, vejamos: Paroxítonas: CAI O ACENTO DE “EI” E “OI” E DE HIATOS COM “I” E “U” 1. Nas palavras paroxítonas, ou seja, naquelas cuja sílaba tônica recai na penúltima sílaba, os ditongos abertos ei e oi que eram acentuados, não são mais. Assim, alguns termos que hoje se escreve de um jeito, tomam novos formatos ortográ�cos, como: assembleia, ideia, jiboia, proteico, heroico, etc. Já outros, continuam como sempre foram: cadeia, cheia, apoio, baleia, dezoito, etc. 126 Como era alcalóide alcatéia andróide apóia apóio asteróide bóia celulóide clarabóia colméia Coréia debilóide epopéia estóico estréia estréio (verbo estrear) geléia heróico idéia jibóia jóia odisséia paranóia paranóico platéia tramóia Como �ca alcaloide alcateia androide apoia (verbo apoiar) apoio (verbo apoiar) asteroide boia celuloide claraboia colmeia Coreia debiloide epopeia estoico estreia estreio geleia heroico ideia jiboia joia odisseia paranoia paranoico plateia tramoia Porém, o acento agudo permanece nas oxítonas (palavras cuja sílaba tônica incide na última sílaba) e nos monossílabos tônicos com ditongos abertos -éi, -éu ou -ói, seguidos ou não de –s: papéis, herói, remói, anéis, ilhéus, chapéu, etc. = todos continuam igual 127 2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de ditongo. Dessa forma, feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca. ACENTO CIRCUNFLEXO 1. Não existe mais circun�exo nos pares dobrado de “e” e “o”. Assim, antes era: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem e agora �ca: creem, deem, leem, veem, releem, preveem. 2. De igual modo, o acento circun�exo deixa de existir na vogal tônica “o” de palavras paroxítonas, assim como: enjoo, voo, abençoo, perdoo. Como era abençôo crêem (verbo crer) dêem (verbo dar) dôo (verbo doar) enjôo lêem (verbo ler) magôo (verbo magoar) perdôo (verbo perdoar) povôo (verbo povoar) vêem (verbo ver) vôos zôo Como �ca abençoo creem deem doo enjoo leem magoo perdoo povoo veem voos zoo 3. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára (verbo)/para (preposição), pêlo(s)(substantivo) /pelo(s)(preposição), pólo(s)/polo(s) Como era Ele pára o carro. Ele foi ao pólo Norte. Ele gosta de jogar pólo. Esse gato tem pêlos brancos. Comi uma pêra. 128 Como �ca Ele para o carro. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pera. Atenção: permanece o acento diferencial em pôde/pode.Pôde é a forma do passado do verbo poder. Pode é a forma do presente do indicativo. Veja : Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. Permanece o acento diferencial em pôr/por.Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verboster e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas. Ex: Vocês têm muito o que aprender! Os pais sempre intervêm nas escolhas dos �lhos. Será que eles vêm de carro ou de ônibus? As caixas contêm dez unidades cada. 129 O acento diferencial de número (plural) permanece na terceira pessoa do plural dos verbos TER e VIR e dos respectivos derivados. Nesse aspecto, não houve alteração, ou seja, a regra foi mantida: TER - Ele tem / Eles têm VIR - Ele vem / Eles vêm TREMA Sim, podemos dizer adeus ao trema (¨)! Assim sendo, palavras que normalmente eram grafadas com o trema, como lingüiça, tranqüilo, lingüística, bilíngüe, freqüentar, cinqüenta, agüenta, etc., não possuem mais o trema. Essa nova regra justi�cou-se no fato de que há ditongos na língua que não precisam do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado ou não, como em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser pronunciado e no segundo não. Este fato não tem a ver com gra�a e sim com fonética, ou seja, com o modo de dizer e não com o de escrever, tornando o trema desnecessário. 130 HÍFEN Usa-se hífen com substantivos compostos cujas palavras quando separadas continuam fazendo sentido isoladamente: guarda-chuva (guarda e chuva), boa-fé (boa e fé), segunda-feira (segunda e feira), mesa-redonda (mesa e redonda), porta- malas (porta e malas), etc. Esses substantivos continuam iguais, ou seja, não perderam o hífen. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique- taque, cri-cri, glu-glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre. Esses substantivos também continuam iguais, ou seja, não perderam o hífen. Não se usa o hífen – e nunca se usou – em compostos como pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, cara a cara, �m de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra. O acordo também se refere a palavras formadas por pre�xos (anti, super, ultra, sub, etc.) ou por elementos que podem funcionar como pre�xos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo, etc.). CASOS GERAIS 1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histamínico macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano 131 2. Usa-se o hífen se o pre�xo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ondas anti-in�amatório sub-bibliotecário micro-ônibus inter-racial 3. Não se usa o hífen se o pre�xo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: autoescola antiaéreo intermunicipal supersônico geopolítica anticoncepcional autoestima superinteressante agroindustrial aeroespacial semicírculo Atenção: segundo a nova ortogra�a, se o pre�xo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, essas letras dobram: minissaia / autorretrato / antirracismo / ultrassensível / ultrassom / antisséptico / semirreta 4. Usa-se o hífen com os pre�xos ex, sem, além aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-presidente 132 pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra vice-reitor MUDANÇAS NO ALFABETOO alfabeto passa a ter 26 letras, já que foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações, como: na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. 133 A Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados disponibilizou um guia de bolso do acordo ortográ�co em PDF. É só ir em: 134 https://go.eadstock.com.br/S Inadequações Entre Fala e Escrita 12 135 Figura Ilustrativa. “Pense antes de falar. Leia antes de pensar.” - Anônimo. Existem várias ferramentas às quais podemos recorrer em caso de dúvida de português – dicionários, gramáticas ou uma simples busca no Google. Contudo, é sabido que a maioria dos estudantes e pro�ssionais não consultam o dicionário, por exemplo, quando se deparam com uma palavra desconhecida, ou não buscam uma gramática para sanar dúvidas que, teoricamente, o indivíduo tido como alfabetizado não deveria cometer. Assim, é muito comum o indivíduo aprender uma a palavra ou expressão e depois repeti-la, mas sem conferir como é a escrita, causando uma inadequação entre o que se ouve e o que se escreve. Quer um exemplo? A expressão “por ora”, muito usada em correspondências e redações técnicas, que signi�ca “agora”, “no momento”. Não existe “h” no termo: “Por ora estou ocupado. Volte mais tarde.” Já “por hora” existe, mas quer dizer “por um período de 60 minutos”: “O estacionamento cobra por hora.” Muitos podem achar que é exagero corrigir quem confunde “um simples ‘há’, ou ‘a’, ou ainda ‘à’... é tudo igual!”. Mas certamente deixam de achar besteira quando esse tipo de problema cai em concursos, processos seletivos ou avaliações das quais você depende para dar um passo importante na vida. Pense nisso! 136 Aliás, o correto da placa seria “HOMENS TRABALHANDO A 300m”. “A” indica avanço para frente no tempo ou no espaço. Por exemplo: “Moro a dois quarteirões daqui”, “Vamos nos ver daqui a dois dias”. O “há” refere-se ao passado: “Nos vimos HÁ duas semanas” Vejamos algumas dessas confusões geralmente causadas porque são parecidas na fala ou na forma de escrever. MAU é um adjetivo, o oposto de bom: Estou de bom humor./ Estou de mau humor. Logo, temos: mau hálito, mau caráter, mau caminho, lobo mau, que podem ser todos substituídos por “bom” para fazer o antônimo. MAL é um advérbio, o oposto de bem: Todos falaram mal do �lme. / Todos falaram bem do �lme. Logo, temos: mal estar, passar mal, mal amado, mal visto, que podem ser todos substituídos por “bem” para fazer o antônimo. PERDA é um substantivo: a perda, as perdas, uma perda, sua perda, minha perda... Falar desse assunto é perda de tempo. Sinto muito pela sua perda. PERCA é verbo no imperativo (o modo do mando, do pedido) ou no subjuntivo: Não perca a promoção de sábado! Mesmo que eu perca, não vou desistir! TAMPOUCO signi�ca “nem”, “também não” Ele fez o jantar, tampouco varreu a casa! Você não trabalha, tampouco estuda. (ATENÇÃO: “nem tampouco” é redundância). TÃO POUCO quer dizer muito pouco, pouquíssimo: Havia tão pouco entusiasmo naquele grupo que eu me desanimei. Eu como tão pouco e mesmo assim não perco peso! 137 A internet também pode ser uma grande aliada quando o assunto é sanar erros comuns de português. Os chamados “quiz”, aqueles jogos de perguntas que você clica e confere sua pontuação, é um jeito bacana de aprender. Desa�o você a fazer um teste de português antes e depois de ler o material destas duas aulas. Você vai notar a diferença. Baixe no App Store: Fala x Escrita COMO É FALADO Ele vive às custas do irmão. É a melhor escola a nível estadual. Joana estava ao par de tudo. Faça uma rúbrica no contrato. A instituição atua em todo país. O CORRETO É... Ele vive à custa do irmão. É a melhor escola em nível estadual. Joana estava a par de tudo. 138 https://go.eadstock.com.br/bn https://go.eadstock.com.br/bo Faça uma rubrica no contato (sem acento, sílaba tônica“bri”) A instituição atua em todo o país. *A frase quer dizer que a instituição atua no país inteiro. Assim, o artigo depois de todo, toda (Ele comeu toda a comida), todos (Preciso de todos os relatórios), todas (Todas as alunas estão convidadas) é obrigatório. Sem o artigo, todo passa a ser sinônimo de "qualquer", como na frase "todo homem é igual perante à Lei.” Vou consigo até a cidade. Ela foi uma das que menos falou hoje. Vou com você até a cidade. Ela foi uma das que menos falaram hoje. *Inverta a forma para conferir: de toda sas que menos falaram, ela foi uma. Fiz o pagamento junto ao banco. Lâmpadas �orescentes. Eu estou quites com você. Fiz o pagamento no banco. Lâmpadas �uorescentes. Eu estou quite com você. *QUITE é adjetivo e, portanto, deve concordar com a palavra a que serefere: Ele está quite com o irmão. Eles estão quites. Ela corria risco de vida. Vende-se duas casas na praia. O professor interviu na briga. Casa germinada. Ela corria risco de morte. Vendem-se duas casas na praia. O professor interveio na briga. Casa geminada. *A casa não germina como planta. “Geminado” vem de gêmeas, unidas, iguais. 139 Diga não à descriminição! Gosto de pizza calabreza e portugueza. Pare com essa hipocresia. Faremos um bazar bene�ciente. Diga não à discriminação! Gosto de pizza de calabresa e portuguesa. Pare com essa hipocrisia. Faremos um bazar bene�cente. Aonde x Onde “Aonde” é usado quando a frase tem algum verbo de deslocamento, como é o caso de “ir” e outros que pedem a preposição “a”: ir a, dirigir- se a, encaminhar-se a, etc. Corresponde a “para onde você foi?”. Com outros verbos, é apenas “onde”, no sentido de “em que lugar”. Assim, o correto é “Onde você colocou as chaves?” e não “Aonde você colocou as chaves?”, “Onde você trabalha?” e não “Aonde você trabalha?”. Mas é correto “Eu sei aonde ele foi.”, por exemplo. AS FORMAS DE PORQUÊ Já que estamos analisando palavras e expressões fáceis de confundir, vamos fechar o conteúdo de hoje com as quatro formas de porquê. Na língua portuguesa, existem quatro formas de usar o porquê. Disso todos sabem, mas parece que o descaso é maior que a preocupação em aprender ou relembrar. 140 PORQUE (junto e sem acento): É uma conjunção explicativa. Usamos, por exemplo, para responder perguntas e explicar qualquer assunto mesmo quando não foi feita pergunta nenhuma (o famoso “no meio da frase”). Essa forma pode ser substituída por "POIS." Eu sempre faço exercícios porque me sinto muito bem! Não vou sair porque não quero. Simples assim. PORQUÊ (junto e com acento): É um substantivo que pode ser substituído pela palavra “motivo”. Vem junto de artigo (O/UM PORQUÊ = O/UM MOTIVO), de um pronome possessivo (MEU PORQUÊ = MEU MOTIVO) e tem plural (OS PORQUÊS). Você só arruma desculpa para não sair, é um porquê atrás do outro! A infância é a fase dos porquês. POR QUE (separado e sem acento): Usa-se quando for "o motivo pelo qual" (geralmente usado junto dos verbos do tipo “saber, entender, descon�ar, imaginar, supor”) e no começo ou meio de perguntas. Agora eu sei por que você sempre vai embora mais cedo. Por que a gente nunca vai jantar no restaurante japonês? Não entendo por que ele saiu e nem deu tchau. POR QUÊ (separado e com acento no "que"): Quando o "que" estiver em �nal de sentença ou interrogação, ou seja, ao lado da pontuação (seja ponto �nal ou vírgula), precisa sempre ter o acento, em todos os casos. Ele está triste por quê? Por quê? Ninguém me explicou por quê, mas não vamos receber aumento. 141 Fonte: Arquivo pessoal O livro acima era uma famosa enciclopédia de perguntas e respostas dos anos de 1960 e 70; uma espécie de minigoogle da era pré-internet. Mas talvez não fosse bom fazera esse oráculo perguntas sobre gramática ou uso dos porquês – a própria capa estampa o uso errado. Qual seria a gra�a certa? É “por quê” separado, por se tratar de uma interrogativa isolada, sozinha e sem complemento (no �nal da pergunta). A cantada pode até ser boa (será?), mas o “por que” deveria ser separado: mesmo estando no meio da frase, trata-se de uma interrogativa. 142 Homônimos e Parônimos 13 143 Eminente (ilustre, famoso, famigerado) e Iminente (pendente, próximo para acontecer). “A leitura torna o homem completo, a conversação o torna ágil e o escrever dá-lhe precisão.” - Francis Bacon, político, �lósofo e cientista inglês (1561 – 1626). Homônimos Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia - às vezes, a mesma gra�a - , mas que possuem signi�cados diferentes. Ex: Acender (colocar fogo) / ascender (subir) Acento (sinal grá�co) / assento (lugar em que se senta) Os homônimos dividem-se em três tipos: Homógrafas: Iguais na escrita, mas diferentes na pronúncia Exemplos: a. este (pronome), este (ponto cardeal) 144 b. governo (substantivo), governo (verbo) Homófonas: Iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita e no signi�cado. Exemplos: a. cheque (ordem de pagamento), xeque (lance de xadrez) b. viagem (substantivo), viajem (�exão do verbo viajar) Homônimos perfeitos: Iguais na escrita e na pronúncia. Exemplos: a. verão (�exão do verbo ver), verão (substantivo) b. banco (instituição �nanceira), banco (assento) Veja alguns exemplos no quadro abaixo: 145 acender (colocar fogo) ascender (subir) acento (sinal grá�co) assento (local onde se senta) apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) bucho (estômago) buxo (arbusto) caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio) censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo) céptico (descrente) séptico (que causa infecção) cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) cerrar (fechar) serrar (cortar) cervo (veado) servo (criado) chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã) cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez) círio (vela) sírio (natural da Síria) 146 cito (forma do verbo citar) sito (situado) concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) concerto (sessão musical) conserto (reparo) coser (costurar) cozer (cozinhar) esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público) espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem esperança, que espera) esperto (perspicaz) experto (experiente, perito) espiar (observar) expiar (pagar pena) espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) estático (imóvel) extático (admirado) esterno (osso do peito) externo (exterior) estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo) estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido) 147 Fonte: Só Português incipiente (principiante) insipiente (ignorante) laço (nó) lasso (frouxo) ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo) tachar (atribuir defeito a) taxar (�xar taxa) Você já deve ter ouvido essa expressão, certo? Mas o correto é que alguém foi o bode ESPIATÓRIO ou o bode EXPIATÓRIO? O correto é “expiatório”, do verbo “expiar”, que quer dizer pagar por um erro, remir-se de uma culpa; e não “espiatório”, de quem está espiando. “Bode expiatório” é uma expressão usada para de�nir uma pessoa sobre a qual recaem as culpas alheias, quando alguém é acusado de um delito que não fez. É quando alguém leva sozinho a culpa de algo errado. 148 https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php Parônimos são palavras com gra�as ou pronúncias parecidas, mas com signi�cados diferentes e por isso facilmente confundidas. Exemplos: Absolver (perdoar, inocentar) / absorver (sorver, aspirar) Cavaleiro (que cavalga) / cavalheiro (homem cortês, educado) Veja alguns exemplos no quadro: Parônimos 149 absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver) apóstrofe (�gura de linguagem) apóstrofo (sinal grá�co) aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar) arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair) ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo) bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe) cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil) comprimento (extensão) cumprimento (saudação) deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir) delatar (denunciar) dilatar (alargar) descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência) descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir) despensa (onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar) docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos) emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país) 150 eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente) eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer) esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado) estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar) �agrante (evidente) fragrante (perfumado) �uir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar) fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo) imergir (afundar) emergir (vir à tona) in�ação (alta dos preços) infração (violação) in�igir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar) mandado (ordem judicial) mandato (procuração) peão (domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo) precedente (que vem antes) procedente (que tem fundamento) rati�car (con�rmar) reti�car (corrigir) 151 Fonte: Só Português recrear (divertir) recriar (criar novamente) soar (produzir som) suar (transpirar) sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito) sustar (suspender) suster (sustentar) tráfego (trânsito) trá�co (comércio ilegal) Palavras e expressões parônimas Parônimos são palavras quase idênticas que se diferenciam por algum traço de gra�a (como “acender = ligar” e “ascender = subir”) ou que se pronuncia do mesmo jeito, mas com escrita diferente (como “agente = quem atua, pratica” e “a gente = nós, o grupo”). 152 https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman7.php Ao encontro de tem sentido positivo, signi�ca “em busca de”, “em direção a”, “para junto de”: Ele foi ao encontro do sucesso. De encontro a tem sentido negativo, signi�ca “em oposição a”, “para chocar-se com”: O motorista foi de encontro ao muro. Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o réu. Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a água da chuva. Acender: atear (fogo), in�amar. Ascender: subir, elevar-se. Acento: sinal grá�co; in�exão vocal: Vocábulo sem acento. Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo. Acerca de signi�ca “sobre”, “a respeito de”: Falei acerca de política. A cerca de: indica aproximação: Estava a cerca de 3 km daqui. E ainda temos Há cerca de: indica tempo decorrido: Brigamos há cerca de um mês. A princípio signi�ca no começo, para começar: A princípio, pensei em desistir. Em princípio signi�ca de maneira geral, sem entrar em detalhes, de forma geral: Em princípio, todos deveriam ter acesso à educação. Assistir ao signi�ca ver, olhar: Hoje vou assistir ao jogo/ à novela. Assistir signi�ca tomar conta, cuidar, dar assistência: O médico assistiu a paciente/ o paciente. 153 Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. Censo: alistamento, recenseamento, contagem. Senso: entendimento, juízo, tino. Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. Serrar: cortar com serra, separar, dividir. Cessão: ato de ceder; A cessão do local pelo município tornou possível a realização da obra. Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual seção do ministério ele trabalha? E ainda temos Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima sessão legislativa será iniciadaem 1º de agosto. Cheque: ordem de pagamento à vista. Xeque: perigo, como na expressão “pôr em xeque”. dirigente árabe; lance de xadrez; (�g.) Conjectura: suspeita, hipótese, opinião Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância Despercebido: que não se percebeu, não observado, não notado. Meu Desapercebido: desprevenido, que não está preparado, sem provisões: Quando viu que ela estava desapercebida, ele lhe roubou a bolsa 154 aniversário passou despercebido, que triste. Eminente: alto, elevado, excelente, superior, famoso: Aquele senhor é um dos mais eminentes estudiosos da área. Iminente: que está a ponto de acontecer; próximo, imediato: A crise na indústria é iminente: é melhor me precaver! In�ação: ato ou efeito de in�ar; emissão exagerada de moeda, aumento persistente de preços. Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma. Rati�car: validar, con�rmar, comprovar: Rati�camos seu pedido do histórico. Reti�car: corrigir, emendar, alterar: A grá�ca reti�cou o texto com passagens ambíguas Tachar: censurar, quali�car, tachar alguém (tachá-lo) negativamente. Taxar: �xar taxa; regular, regrar: taxar mercadorias. Traz: do verbo “trazer”. Todo dia ele traz um livro novo para casa. Trás: atrás, na parte posterior, detrás. Falar por trás das costas é fácil. Tente cara a cara! Tráfego – circulação, �uxo de carros, pessoas, mercadorias, etc. O tráfego de pessoas no centro da cidade é intenso. Trá�co – negócio ilegal, clandestino, ilícito. Alguns países que acabaram com o trá�co de drogas. Fonte: adaptado de "Parônimos" em Só Português 155 https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman7.php Ambiguidade e Redundância 14 156 Eu gosto de ambiguidade. Não gosto da arte fechada em si mesma. Detesto verdades absolutas.- Lygia Pape, professora e artista multimídia brasileira Ambiguidade A transcrição a seguir é da embalagem de um produto e ilustra bem o que é ambiguidade: quando uma mensagem está escrita de tal maneira que causa certa estranheza quanto ao signi�cado, geralmente relacionado à ordem das palavras. Nesse caso, a expressão “em pó” está no lugar errado na frase, causando a sensação imediata de que os atletas são em pó. Obviamente, sabemos que tal coisa não existe, mas demonstra um despreparo linguístico e leva a um problema de coesão e coerência. O adequado seria “suplemento energético em pó para atletas”. Outros exemplos de ambiguidade: O garoto está sentado perto do banco. (banco, aqui, é um assento ou uma agência bancária?) 157 Uma construção como "O garoto está sentado perto do banco da praça" não deixaria esta dúvida. O sargento estava precisando do cabo. (este cabo é relativo à patente de um militar ou ao cabo de uma vassoura, por exemplo?) Tomei o isqueiro de João. (tomei o isqueiro que estava com João ou o isqueiro que pertencia a João?) Preciso da chave do armário que estava na cozinha. (quem estava na cozinha, a chave ou o armário?) Pedro disse a Jorge que seus argumentos convenceriam seu pai. (os argumentos de quem convenceriam: de Pedro ou de Jorge?) Crianças que comem doces frequentemente têm cáries. (crianças que frequentemente comem doces ou crianças têm cáries frequentemente?) A ambiguidade também pode acontecer por uso incorreto dos pronomes possessivos. Hoje, estabeleceu-se na mídia (jornalismo, legendagem, etc.) que é melhor utilizar o os pronomes dele e dela no lugar de “seu” quando se refere a uma terceira pessoa. Veja: MANTENHA SEU CÃO FORA DOS JARDINS E RECOLHA SEU COCÔ O enunciado diz “seu cão”, ou seja, do dono do cão (ou tutor, como as associações de proteção a animais sugerem), o que está correto. Mas o erro foi usar “suas fezes” no lugar de “as fezes dele”, ou simplesmente “recolha as fezes” – obviamente as fezes do cachorro. PROIBIDO O TRÂNSITO DE BICICLETAS ADULTOS E CRIANÇAS Bom, se é para cumprir a lei, então ninguém mais anda no parque Trianon em São Paulo, onde se encontra a placa de onde a transcrição acima foi tirada. 158 Pleonasmo (ou Redundância) Redundância (ou pleonasmo) são expressões repetidas desnecessariamente que geralmente falamos e não percebemos. Fugindo um pouco do “subir pra cima”, “descer pra baixo”, “sair pra fora” e “entrar pra dentro”, note que as pessoas falam coisas do tipo “encarar os fatos de frente” (tem como encarar de lado ou de costas?), “dar ré para trás” (tente dar ré para o lado!), ter “hemorragia de sangue” – sem comentário – e “repetir de novo” (seriam três vezes então?). Redundâncias Abismo sem fundo Abusar demais Acabamento �nal Acrescentar mais Adega de bebida Adiar para depois Almirante da Marinha Amanhecer o dia Anexar junto Arvore oca por dentro Aumentar mais Avançar para frente Batom na boca Brigadeiro da Aeronáutica Canja de galinha Colírio para os olhos Comparecer em pessoa Completamente vazio Consenso geral Conviver juntos Criar novos Crise caótica Decapitar a cabeça Dé�cit negativo Descer para baixo Descoberta de novos Detalhe minucioso Devolvido de volta Duas metades Echarpe no pescoço Elo de ligação Empréstimo temporário Encarar de frente Engolir pela boca Entrar para dentro Exportar para fora Exultar com alegria Fato verídico Ganhe grátis General do Exército Hemorragia de sangue Hepatite do fígado Importar para dentro Individual de cada um Introduzir dentro Labaredas de fogo Lagrimas dos olhos Lançamento novo Livre escolha Manter o mesmo Massa polar fria Melhorar mais Metades iguais Minha opinião pessoal Monopólio exclusivo Negociata suja Novidade inédita Orbitar ao redor Perpetuar-se para o futuro Piorar mais Planejar antecipadamente Plebiscito popular Pomar e frutas Preconceito intolerante Principal protagonista Recuar pata trás 159 Reincidir de novo Repetir outra vez Safra agrícola Sorriso nos lábios Subir para cima Surpresa inesperada Útero materno Vereador municipal Voar pelos ares Vale lembrar que a redundância não acontece apenas em nível de sentido, mas também de estrutura. Veja: - SE CASO você quiser, podemos marcar uma aula. - SE você quiser ou: CASO você queria, podemos marcar uma aula. - HÁ um ano ATRÁS, mudei-me para cá. - HÁ um ano, mudei-me para cá. Ou: Um ano ATRÁS, mudei-me pra cá! - Ela NEM SEQUER me deu tchau ao sair. - Ela NEM me deu tchau ao sair. Ou: Ela SEQUER me deu tchau ao sair. Certamente você já deve ter visto a placa ao lado em algum elevador, certo? E por que ela está em um material sobre erros da língua portuguesa? Por causa do pronome “mesmo”. Há uma tendência equivocada principalmente na linguagem escrita de se utilizar esse termo para substituir um substantivo. Por exemplo: “Consultei vários autores, e os mesmos indicaram a solução da questão” está errado. O correto é: “Consultei vários autores, e eles indicaram solução da questão. “Li a crônica e tirei conclusões da mesma” (Errado).“Li a crônica e tirei conclusões dela” (Correto). Fonte: https://www.placassp.com.br 160 Assim, antes de escrever o termo “o mesmo” ou “a mesma”, pare e analise se há outro jeito de escrever a frase. No caso da placa do elevador, uma opção seria a frase “ANTES DE ENTRAR, VERIFIQUE SE O ELEVADOR ENCONTRA-SE PARADO NESTE ANDAR”. Ah: e se você tem idade para lembrar do extinto Orkut, você talvez se lembre de que lá havia uma comunidade chamada “Eu tenho medo do mesmo” satirizando esse aviso do elevador. 161 Concordância Verbo-nominal 15 162 “ Seu nome não é um nome, Osmar. É um erro de concordância!” - Ziraldo, cartunista brasileiro, em uma de suas tiras. Um dos grandes vilões da boa redação em português sem dúvida é a concordância verbo-nominal - ou seja, dos verbos com seus termos (pronomes, substantivos, etc.) e destes entre si (feminino ou masculino, plural ou singular). A regra geral de concordância verbal estabelece que o verbo concorda com o sujeito da oração em número e pessoa. No entanto, algumas situações merecem comentários especí�cos. Para ilustrar o conceito, vamos pensar na palavra “anexo”.“Anexo” é adjetivo, logo, deve concordar em gênero e número com os substantivos: A PLANILHA SEGUE ANEXA. – singular e feminino AS PLANILHAS SEGUEM ANEXAS. – plural e feminino O ARQUIVO SEGUE ANEXO. – singular e masculino OS ARQUIVOS SEGUEM ANEXOS. – plural e masculino Porém, a expressão adverbial “em anexo” não faz a concordância: A PLANINHA SEGUE EM ANEXO / AS PLANILHAS SEGUEM EM ANEXO. 163 Em e-mails, no caso da expressão “segue anexo”, geralmente iniciamos a frase com o verbo “segue” e esquecemos de concordá-lo com o sujeito, ou seja, a coisa anexada. Logo, as frases do exemplo acima �cam: SEGUE ANEXA A PLANILHA / SEGUEM ANEXAS AS PLANILHAS. SEGUE ANEXO O ARQUIVO/ SEGUEM ANEXOS OS ARQUIVOS. Vamos a outros casos problemáticos? Com verbos impessoais O verbo haver, no sentido de existir, NÃO TEM PLURAL, em nenhum tempo verbal (presente, passado ou futuro). Havia pessoas interessantes no curso preparatório. ERRADO Houveram vários acidentes no feriado. Haverão momentos de alegria no futuro. Haviam só três alunos na sala. Devem haver ligações perdidas. CERTO Houve vários acidentes no feriado. Haverá momentos de alegria no futuro. Havia só três alunos na sala. Deve haver ligações perdidas. 164 O mesmo ocorre com o verbo fazer referindo-se a tempo passado. Faz vinte minutos que ele saiu da sala. ERRADO Fizeram três dias que a conta venceu. Fazem meses que não nos vemos. Faziam horas que estávamos esperando. CERTO Fez três dias que a conta venceu. Faz meses que não nos vemos. Fazia horas que estávamos esperando. 165 Com os verbos faltar, bastar, restar, sobrar e �car (no sentido de restar, sobrar) Esses verbos concordam normalmente com o sujeito. Portanto: Faltam dois dias para o lançamento da campanha. Bastam alguns minutos e posso te convencer da compra. Ficaram vários assuntos para discutir na próxima reunião. Quantas notas restaram para pagar? Deu na imprensa online: Carreira Ministro da educação tropeça feio no português durante entrevista “Haverão mudanças”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho. Com o pronome“-se” Com o pronome -se, também chamado de partícula apassivadora, SEM PREPOSIÇÃO, o verbo concorda com o sujeito e �ca no plural: Vendem-se casas no Jardim Oriente. (sujeito= casas). ERRADO Conserta-se sapatos. Vê-se os primeiro resultados. Contrata-se mecânicos. CERTO Consertam-se sapatos. Veem-se os primeiros resultados. Contratam-se mecânicos. Quando o “-se” TEM PREPOSIÇÃO, o verbo �ca no singular. Precisa-se de professores de gramática. (preposição = de) 166 Escreve-se com amor e dedicação. (preposição = com) ERRADO Con�am-se em pro�ssionais graduados. Tratam-se de questões sérias. CERTO Con�a-se em pro�ssionais graduados. Trata-se de questões sérias. ADMITE-SE PESSOAS COM EXPERIÊNCIA EM ÓPTICA O correto é “admitem-se” Casos gerais “É bom, é necessário, é proibido” Variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante. É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos. É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada. É bom estudar mais. / É boa a prática do estudo. As palavras “só”, “próprio” e “mesmo” concordam com a pessoa: Ele estava só (= sozinho) / Eles estavam sós (=sozinhos) Mas a expressão “a sós” é usada somente no plural: O rapaz gosta de �car a sós. Elas mesmas �zeram a tarefa. / Os próprios meninos deduraram a irmã. / Elas próprias trocaram o pneu. 167 Com A MAIORIA, PARTE GRANDE PARTE, BOA PARTE, UM GRANDE NÚMERO, etc. Na frase: “A maioria das pessoas faltou/faltaram ao encontro”, o sujeito “A maioria das pessoas” tem o núcleo no singular: maioria. No entanto, ele é seguido de uma palavra no plural: pessoas. Quando isso ocorre, a concordância pode ser feita tanto com o núcleo do sujeito - e o verbo �cará no singular - quanto com o substantivo após o núcleo - e �cará no plural. Assim, está correto: A MAIORIA das pessoas FALTOU ao encontro. ou A maioria das PESSOAS FALTARAM ao encontro. No entanto, é importante lembrar que segundo a norma culta, é preferível - e também mais comum em veículos de comunicação - a concordância verbal no SINGULAR: A MAIORIA das pessoas FALTOU ao encontro. A expressão “a grande maioria” é redundante: se é grande, já é maioria. Escolha “grande parte” ou só “a maioria”. Quando a expressão de quantidade (maioria, parte) não vier sozinha, ou seja, não for seguida de substantivo nenhum, o verbo �ca no singular: “A maioria está presente”, “Grande parte não tem tempo”, etc. 168 Com verbo longe do sujeito É muito comum na escrita diária cometer erros de concordância quando a frase é mais longa e o verbo está longe do sujeito. Veja o exemplo: O encontro marcado na sexta passada pelos acionistas foram con�rmados. Sujeito = encontro. Verbo = foram. Logo, a concordância está incorreta. O verbo deveria, neste caso: O encontro marcado na sexta passada pelos acionistas foi con�rmado. Veja exemplos reais de concordância incorreta em jornais: Segundo os pesquisadores do CBPF, “advogados franceses solidários ao drama de Adlène” estava no aeroporto para qualquer problema. 2/3 das pessoas do mundo apresenta algum nível de insu�ciência de lactase. “Fui eu que �z” ou “Fui eu quem �z”? Quem nunca teve essa dúvida de concordância, não é? Qualquer que seja o verbo, são duas as formas corretas, mas a diferença está no uso dos pronomes QUE e QUEM. Veja: 1 – Fui eu QUE ENVIEI o relatório. = eu enviei. 2 – Fui eu QUEM ENVIOU o relatório. = quem enviou? Eu. 169 Estimado(a) aluno(a), os casos de problema de concordância vão muito além dos expostos aqui, que são os principais. Mas a intenção não é esgotar o assunto em um material, mas fazê-lo pensar a respeito e ter cuidado na hora de escrever. Só tem dúvida quem um dia estudou, não é verdade? Então, assim que precisar ou que a vontade de aprender mais bater, procure uma boa gramática – deixei indicações na sessão Complemente seus Estudos! – ou jogue no Google para somar ao que você já aprendeu aqui! 170 Erros Comuns e Vícios de Linguagem 16 171 “Um bom professor de português quer formar bons usuários da língua escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de literatura!” - Marcos Bagno, professor, sociolinguista e �lólogo brasileiro. Não é novidade nenhuma que o nosso idioma é complexo por natureza, e que é exatamente a essa complexidade que devemos prestar atenção e começar a nos corrigir, a nos acostumar com o correto. É o que chamamos de “pegadinhas” nas avaliações, mas que na verdade é um ponto que os avaliadores têm para medir o grau de contato do candidato com o idioma. Ninguém, nem mesmo pro�ssionais da área de Letras, é obrigado a saber de tudo – para isso existe o auxílio de livros, dicionários e gramáticas. Mas o que se espera é que o aluno, em algum momento da sua vida, estude português em um nível tal que seja capaz de se destacar de outros que nunca buscaram saber como falar e escrever corretamente. Uma pequena informação a mais que o concorrente e você já está um passo à frente dele. Assim, a intenção é oferecer um panorama dos problemas mais comuns observados na população média e tentar saná-las. Preparado? Antes de iniciarmos esta discussão, assista a uma reportagem que revela um número surpreendente: em cada dez pessoas que passam por uma entrevista de emprego, sete são reprovadas porque falam e escrevem errado. Vá lá: 172 https://go.eadstock.com.br/V Erros Gerais A comparação abaixo é uma coletânea de erros comumente encontrados em escritos de diferentes gêneros: pro�ssionais, acadêmicos, empresariais e pessoais. Con�ra e corrija-se! ERRADO Fazem 12 anos que não viajo ao exterior. Aquele foi o tempo onde mais fomos felizes. Assisti um �lme onde o cachorro morre no �nal. Acusamos o recebimento do email. Este livro é para mim ler, não é? Ela devia ter chego antes, mais está atrasada... Diga que volto daqui há pouco. Ele comprou trezentasgramas de mussarela. Quando nós vamos se ver? Vocês tem conta aqui? Quando vocês virem denovo, vou con�rmar. Ela mesmo arrumou a sala. Agente não vamos faltar amanhã. Ela estava meia cansada e não veio. Entre eu e ele não há conversa nem acordo. Se você propor um bom salário, voltamos a conversar. A energia falhou derrepente, porisso perdemos o trabalho digitado. Fiquei fora de si com aquela situação. Aquela loja vende tudo apartir de R$1,99. As crianças falarão a verdade ontem. Quando eu falei que era um previlégio trabalhar com ele, ele disse: “Nada haver...” O ladrão concerteza é de menor. Essa foi uma grande perca para todos. Fazemos entrega a domicílio. Para maiores informações, ligue xxxx- xxxx Você quer que eu compro pra você? Se você quizer viajar, eu estou a�m. A moça disse ao Sr. Tavares: “Obrigado!” Quando você ver ela, mande meus comprimentos. CERTO 173 Faz 12 anos que não viajo ao exterior. Aquele foi o tempo em que/quando mais fomos felizes. Assisti a um �lme em que o cachorro morre no �nal. Con�rmamos o recebimento do email. Este livro é para eu ler, não é? Ela devia ter chegado antes, mas está atrasada... Diga que volto daqui a pouco. Ele comprou trezentos gramas de muçarela. Quando nós vamos nos ver? Vocês têm conta aqui? Quando vocês vierem de novo, vou con�rmar. Ela mesma arrumou a sala. A gente não vai faltar amanhã. Ela estava meio cansada e não veio. Entre mim e ele não há conversa nem acordo. Se você propuser um bom salário, voltamos a conversar. A energia falhou de repente, por isso perdemos o trabalho digitado. Fiquei fora de mim com aquela situação Aquela loja vende tudo a partir de R$1,99. As crianças falaram a verdade ontem. Quando eu falei que era um privilégio trabalhar com ele, ele e disse: “Nada a ver...” O ladrão com certeza é menor. Essa foi uma grande perda para todos. Fazemos entrega em domicílio. Para mais informações, ligue xxx- xxxx Você quer que eu compre pra você? Se você quiser viajar, eu estou a �m. A moça disse ao Sr. Tavares: “Obrigada!” Quando você a vir, mande meus cumprimentos. 174 MENAS E MEIA É o seguinte: “menas” NÃO EXISTE. Nunca. Em contexto nenhum. O advérbio é sempre masculino, logo, “Hoje eu tenho MENOS MATÉRIA para estudar”, ou “Ela está MENOS CANSADA que ontem.” Quanto à palavra “meia”, o termo não tem feminino quando dá uma quantidade; um nível para o adjetivo que o acompanha: “A bebê está MEIO SONOLENTA.” Porém, tem feminino quando quer dizer metade: “Comi apenas MEIA MAÇÔ, “Agora são meio dia e MEIA (hora)”. Outro caso é quando “meia” se refere ao substantivo “pedaço de pano costurado que se põe nos pés para aquecê-los”, Verbos problemáticos: TER, PÔR, VIR E VER (e derivados) A maior di�culdade em relação aos verbos ter, pôr, vir e ver é a conjugação deles em certos tempos e modos. O certo é "quando eu pôr" ou "quando eu puser"? "Se eu vir ao colégio" ou "Se eu vier ao colégio?" 175 Lembra-se do modo subjuntivo? O tempo verbal denominado pretérito do subjuntivo indica hipótese e condição, e é iniciado pela conjunção "se" ou pela conjunção "caso". São aqueles que terminam na desinência "-sse": "Se eu estudasse”, "Caso estudássemos mais". O tempo verbal denominado futuro do subjuntivo indica possibilidade futura. É iniciado pela conjunção "quando" ou pela conjunção "se" e caracterizado pela desinência "ar", "er" ou "ir" e geralmente acompanhado de outro verbo no futuro do presente do indicativo: "Se eu estudar mais, conseguirei melhores notas"; "Quando estudarmos mais, conseguiremos melhores notas". Agora analisemos os verbos apresentados como problemáticos - ter, pôr, vir e ver e derivados: ter – deter, reter, conter, entreter pôr – propor, supor, depor, opor, expor, compor, antepor, contrapor, recompor, transpor vir – intervir, sobrevir, convir, desavir ver – prever, antever, rever, prover ERRADO Se mantermos contato, será muito legal. Eu esperava que você se oponhasse ao cargo. Se a empresa o mantesse, seria um desastre. Quando pormos dinheiro na conta, nós avisamos. Se o IR reter minha declaração, terei que refazê-la. Se você ver a professora, mande um abraço. 176 Ela iria embora se suposse o que aconteceria. Embora eu prevesse minha nota, foi pior ainda! Se a banda composse algo bom, eu escutaria. Vou devolver a caixa se ela conter nove unidades Quando ela vir, peça que traga um casaco. CERTO Se mantivermos contato... ...que você se opusesse ao cargo. Se a empresa o mantivesse... Quando pusermos dinheiro.... Se o IR retiver minha declaração... Se você vir a professora... ...se supusesse o que aconteceria. Embora eu previsse... Se a banda compusesse algo bom... ...se ela contiver nove unidades. Quando ela vier... Sim, eu sei que estudar verbos é um exercício chato... por isso, minha indicação é um quiz on-line sobre os 100 verbos mais comuns da língua portuguesa. Teste seus conhecimentos e compartilhe sua pontuação no nosso fórum! 177 https://go.eadstock.com.br/U O Particípio O particípio, juntamente com o in�nitivo e o gerúndio, é uma das chamadas formas nominais do verbo. É chamado assim por não apresentar modo e tempo ou número e pessoa, assemelhando-se mais com um adjetivo do que com uma forma verbal. Nas suas formas regulares, o particípio termina em -ADO ou –IDO, e é usado junto com os verbos TER e HAVER em qualquer tempo, modo ou pessoa, formando uma locução: FALAR – FALADO. O senador não deveria ter falado besteira no discurso. CAMINHAR – CAMINHADO. Nós já tínhamos caminhado pela manhã. MORRER – MORRIDO. A mãe dele havia morrido fazia três meses. COMER – COMIDO. O rapaz queria ter comido tudo que podia. A principal função do particípio é expressar uma ação concluída, terminada. Porém,há muitos casos em que ele faz a função de adjetivo: O rapaz chegou em casa todo molhado. Os sapatos estavam jogados no canto da sala. Aquelas mulheres não eram amadas, mas maltratadas pelos maridos. PARTICÍPIO IRREGULAR – VERBO ABUNDANTE Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para expressar a mesma �exão. Há muitos verbos que possuem duas formas de particípio: a REGULAR, terminada em -ADO ou-IDO, e a IRREGULAR, que é uma forma reduzida. Veja: INFINITIVO Aceitar Entregar Expressar Expulsar Matar Salvar Soltar 178 Acender Benzer Eleger Morrer Prender Suspender Emergir Exprimir Extinguir Frigir Imergir Imprimir Tingir REGULAR aceitado entregado expressado expulsado matado salvado soltado acendido benzido elegido morrido prendido suspendido emergido exprimido extinguido frigido imergido imprimido tingido IRREGULAR aceito entregue expresso expulso morto salvo solto aceso bento eleito morto preso suspenso emerso expresso extinto frito imerso impresso tinto VERBOS DE UM ÚNICO PARTICÍPIO IRREGULAR Abrir – aberto Cobrir – coberto Dizer – dito Escrever – escrito Fazer – feito Pôr – posto Ver – visto Vir – vindo 179 Voltando à regra, com os verbos TER e HAVER usa-se os regulares (primeira coluna), e com os verbos SER e ESTAR, os irregulares (segunda coluna). A professora HAVIA IMPRIMIDO as provas. As provas ESTÃO IMPRESSAS. Você deveria TER SALVADO os arquivos. Nenhum FOI SALVO. Assim sendo, estão erradas frases do tipo: A professora havia chego fazia muito tempo. O 13º foi empregue na reforma da casa. Ela podia ter trago o bolo. Você podia ter impresso a matéria antes! O correto é: A professora havia chegado fazia muito tempo. O 13º foi empregado na reforma da casa. Ela podia ter trazido o bolo. Você podia ter imprimido a matéria antes! 180 COM OS VERBOS TER E HAVER COM OS VERBOS SER ou ESTAR pagado entregado gastado aceitado salvado prendido morrido matado fritado elegido pago entregue gasto aceito salvo preso morto morto frito eleito 181 Há uma grande discussão sobre algumas formas, principalmente GANHADO/GANHO, PAGADO/PAGO e PEGAR/PEGOcom ter e haver. Já se nota nas ruas, na tevê e na imprensa em geral o uso de estruturas tais como: “Ela devia ter pego o ônibus” e “Eu tinha ganho um dinheiro”, o que pode vir, no futuro, a se tornar regra. Porém, algumas referências consagradas como o Manual de Redação e Estilo do Estado de São Paulo e obras de gramáticos in�uentes garantem que na norma culta, aquela que nos é exigida em provas e concursos, ainda vale as formas “ter pagado”, “ter pegado”, etc. “Chego” não existe como particípio! O correto é “tinha chegado”. Gerundismo Quando se fala em gerundismo - e se fala bastante! -, é comum as pessoas apresentarem muitas dúvidas sobre esse conceito gramatical. Há até quem pergunte se a forma verbal do gerúndio não é mais usada ou se é errado usá-la. Mas é muito importante salientar que gerúndio e gerundismo são coisas distintas! Então, antes que se comece a tomar o certo pelo duvidoso e o errado pelo certo, vamos nos lembrar de algumas regras: GERÚNDIO é o nome dado à forma verbal que termina em “-NDO”: estudando, escrevendo, sorrido, propondo, etc. Essa forma expressa uma ação em curso no presente ou no passado, e pode ser usado sozinho ou com outro verbo (composto): a) Vi as crianças brincando na pracinha. b) Os alunos estavam conversando enquanto a professora explicava a matéria. c) Ela chegou alegrando o escritório. d) Este ano, estou estudando com a�nco. 182 O problema, contudo, é que o gerúndio passou a ser utilizado para conferir ao verbo uma ideia de progressividade no futuro e, conforme a norma culta, isso caracteriza erro ou vício de linguagem: a) Eu vou estar fazendo um bolo para o seu aniversário. b) Eu estarei telefonando para a escola para conversar com a professora. c) Você pode estar depositando o valor amanhã. d) Nós vamos estar resolvendo o problema assim que possível. TENHA CERTEZA: UM ATENDENTE DE CALL CENTER AINDA VAI ESTAR TE LIGANDO! O segredo é ter cuidado dobrado quando você usar verbos no gerúndio. Para descontrair, veja uma lista de músicas com erros de português. Do sertanejo ao rock, tem para todos os gostos! 183 https://go.eadstock.com.br/T Conclusão Chegamos ao �nal da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o máximo. Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhecimento e sua formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em várias etapas do seu crescimento pessoal e pro�ssional. Todo conhecimento é válido; nada que se aprende é em vão. Mais do que corrigir erros de português e saber as regras do novo acordo ortográ�co, é preciso ter consciência de que se comunicar de forma simples e direta, tanto na escrita quanto na fala, garante seu sucesso no caminho que você pretende percorrer. Uma comunicação mal apresentada signi�ca muito mais do que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a percepção do cliente sobre sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar informações, a sua atenção aos detalhes... Escrever um email mal redigido ou falar um erro grosseiro de português, por exemplo, pode levantar todas essas questões na mente de quem vai receber sua mensagem. Assim, �ca aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e sucesso sempre! Profª Ju Spadoto julianaspadoto.ead@unimar.br 184 Material Complementar Título: Preconceito Linguístico Autor: Marcos Bagno Editora: Parábola Sinopse: O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura individual diante do outro. Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito, mais feio, mais elegante, mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se trans- forma em atitude, ela se torna discriminação e esta tem de ser alvo de denúncia e de combate. No caso da língua, é imprescindível que toda cidadã e todo cidadão que frequenta a escola (pública ou privada) receba uma educação linguística crítica e bem informada, na qual se mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas são instrumentos perfeitos para dar conta de expressar e construir a experiência humana neste mundo. Este livro já é um clássico brasileiro sobre esse assunto tão delicado de se abordar. Vale a pena ler. Título: Gramática da Língua Portuguesa para Leigos Autor: Magda Bahia Schlee Editora: Alta Books Sinopse: É muito comum ouvirmos dizer por aí que o português é uma língua difícil. Curioso é que muitas das pessoas que dizem isso usam o português no seu dia a dia para interagirem umas com as outras sem maiores problemas. Mas então que portu- guês é esse tão difícil assim? Na verdade, a grande difi culdade que muitos falantes têm em relação à língua portuguesa se concen- tra em uma de suas variedades, a chamada variedade padrão. Este livro aqui trata justamente dessa variedade, que costuma nos dar uma certa dor de cabeça. Isso ocorre porque esse é o padrão de lingua- gem usado em situações formais, mais distantes do uso coloquial que fazemos da nossa língua. Essa variedade se deduz fundamentalmente dos usos da língua em textos escritos e dos usos de grupos sociais com alto grau de escolarização, e também das situações de interação em que há maior formalidade entre os interlocutores. Em linguagem acessível, este manual apresenta os mecanismos básicos que constituem a língua portuguesa. LIVRO LIVRO 185 Título: Manual de Redação e Estilo do Estado de S. Paulo Autor: Eduardo Martins Editora: Moderna Sinopse: Consagrado conjunto de normas da imprensa brasileira, que ultrapassa a fronteira do papel para o mundo online, o Manual de re- dação e Estilo do Estado cumpriu essa trajetória exatamente porque sua utilidade não é restrita às redações de jornais e revistas. De autoria do jornalista Eduardo Martins, com 40 anos dedicados ao ofício de moldar textos na Redação do Estado, o Manual chega agora à terceira edição impressa. Cada um dos seus verbetes traz a experiência de quem chefi ou incontáveis editorias no jornal, foi seu secretário de Redação e já por oito anos auxilia a Direção da Redação no controle de qualidade dos textos publicados. Indispensável para que quer apri- morar sua escrita, pois funciona como um tira-dúvidas rápido e efi caz. Título: Sentidos do Amor Ano: 2011 Sinopse: O fi lme conta a história de Susan (Eva Green), uma epidemio- logista que acaba de sair de um péssimo relacionamento, enquanto Michael (Ewan McGregor) é um chefe de cozinha que não liga muito para o que as outras pessoas querem. Ambos se conhecem em um mo- mento conturbado para a humanidade, pois por causa de uma doença que se espalha pelo planeta, as pessoas vão gradativamente perdendo os cinco sentidos (olfato, paladar, audição, visão e tato). Comentário: Apesar da tradução melosa do título em português (Senti- dos do Amor), não se trata exatamente de uma história de amor, mas sim, da forma que vemos o mundo e como nos comunicamos. Você imagina como seria suas relações pessoais se um dia você perdesse o olfato, depois a audição, no outro o paladar, no outro o tato, e assim sucessivamente? LIVRO FILME 186 Título: A Chegada Ano: 2016 Em A Chegada, Amy Adams interpreta Louise Banks, uma linguista brilhante convocada pelo governo americano para se comunicar com os alienígenas que estacionaram suas naves em diversos pontos do mundo. A Dra. Banks lidera a equipe que tenta desvendar o que eles querem. “Seria maravilhoso ter uma língua universal. Mas estamos bem longe disso”, diz Adams. “O que temos em comum são as emoções e nossa experiência humana. Somos todos iguais. Todos temos medos, compaixão, amor, raiva. Mas não sabemos nos comunicar.” Você gosta de fi lmes e séries? Veja aqui 14 fi lmes que o Guia de Estu- dantes listou para quem gosta ou quer entender um pouco mais dos mecanismos de comunicação nas áreas sociais, políticas, empresariais, virtuais e jornalísticas. https://guiadoestudante.abril.com.br/orientacao-profi ssional/14-fi l- mes-e-series-para-quem-gosta-da-area-de-comunicacao/ Indispensável paraquem escreve em uma base diária, o dicionário da língua portuguesa também serve como gramática e conjugador verbal. Veja na página do link abaixo 5 dicionários online gratuito, entre eles o Michaellis, o Aurélio e o Priberam: http://portuguesonline.net/5-dicionarios-de-portugues-online-gratis/ FILME WEB WEB 187 Conclusão Chegamos ao fi nal da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o máximo. Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhe- cimento e sua formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em várias etapas do seu crescimento pessoal e profi ssional. Todo conhecimento é válido; nada que se aprende é em vão. Mais do que corrigir erros de português e saber as regras do novo acordo ortográfi co, é preciso ter consciência de que se comunicar de forma simples e direta, tanto na escrita quanto na fala, garante seu sucesso no caminho que você pretende percorrer. Uma comunicação mal apresentada signifi ca muito mais do que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a per- cepção do cliente sobre sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar informações, a sua atenção aos detalhes... Escrever um email mal redigido ou falar um erro grosseiro de português, por exemplo, pode levantar todas essas questões na mente de quem vai receber sua mensagem. Assim, fi ca aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e sucesso sempre! Profª. Juliana Spadoto julianaspadoto.ead@unimar.br 188 Referências BORGES, Roberto Cabral de Mello. Técnicas de Apresentação. UFRGS. 2003. CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Difi culdades da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2006. DIONÍSIO ET AL. Oratória. 1 ed. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. FRANÇA, Ana Shirley. Comunicação Escrita nas Empresas: teorias e práticas. São Paulo: Editora Atlas, 2013. FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: Leitura e redação. 18 ed. São Paulo: Editora Ática, 2006. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 2005. KOBS, Verônica Daniel. Interpretação de textos. Curitiba: IESDE, 2012. KOCH, Ingedore e ELIAS, Vanda Maria. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009. KUNSCH, Margarida M. Krohling (org.) Comunicação organizacional: Linguagem, gestão e perspectivas. Vol. 2. São Paulo, SP. Saraiva, 2009. ______. Comunicação organizacional: conceitos e dimensões dos estudos e das práticas In: MARCHIORI, Marlene. Faces da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2006. NASCIMENTO, E. L. Concordância e Regência. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. RIZZO, C. Marketing pessoal no contexto pós-moderno. Livro eletrônico. 4. ed. São Paulo: Trevisan Editora, 2017. ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. TERCIOTTI, Helena, S. Comunicação Empresarial na Prática. 3ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. Martins Fontes: São Paulo, 2017. 189