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CURSO DE
ANÁLISE ESTRUTURAL
Volume III
Método das deformqõer.
Processo de Croa.
CURSO DE
ANÁLISE ESTRUTURAL
Volume I I I
Método das deformações.
Processo de Cross.
7." Edicão
Copyright O 1973 by José Carlos Sussekind
A primeira edição desta obra foi realizada em convênio com a
Universidade de São Paulo.
Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Sussekind, José Carlos, 1947-
S963c Curso de análise estrutural / José Carlos Susse-
v.1-3 kind. - Rio de Janeiro : Globo, 1987.
Conteúdo: v. 1. Estruturas isostáticas. 9. ed. -
v. 2. Deformações em estruturas. Metodo das forças.
8. ed. -v. 3. Método das deformações. Processo de
Cross. 7. ed.
ISBN 85-250-0226-7
1. Deformações (Mecânica) 2. Estruturas - Aná-
lise (Engenharia) 3. Forças e tensões I. Titulo.
indices para catálogo sistemático:
1. Análise estrutural : Engenharia 624.171
2. Deformações : Engenharia de estruturas 624.176
3. Estruturas : Análise : Engenharia 624.171
4. Forças : Análise estrutural : Engenharia 624.176
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser
utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, seja me-
cânico ou eletrõnico, fotocópia, gravação etc. - nem apropriada
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Apresentacão
A idéia de escrever este Curso de Análise Estrutural nasceu da necessi-
dade encontrada de um texto que nos servisse de suporte para o ensino da
Isostática e da Hiperestática aos futuros engenheiros civis, idéia esta que
cresceu com o estímulo recebido da parte de diversos colegas de magistério,
que sevêm deparando com o mesmo problema, e cuja concretização se tornou
possível a partir do interesse demonstrado pela Editora Globo em editá-lo.
O Curso de Análise Estrutural será dividido em três volumes, no primei-
ro dos quais estudaremos os esforços nas estruturas isostáticas, ficando o es-
tudo dos esforços nas estruturas hiperestáticas e das deformações em estru-
turas em geral para ser feito nos segundo e terceiro volumes. Nestes últimos,
incluiremos também o estudo de alguns tópicos especiais, cujo conhecimento
julgamos indispensável ao engenheiro civil.
Na apresentação deste Curso, é dever de gratidro mencionar o nome do
extraordinário professor que é o Dr. Domicio Falcáo Moreira e Silva, a quem
devemos nossos conhecimentos de Mecinica Racional e de Mecànica das
Estruturas, e por iniciativa de quem fomos lançados no magistério superior,
na Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Agradecemos antecipadamente aos nossos leitores e colegas quaisquer
comentários, sugestões ou críticas que nos venham a enviar através da Editora
Globo, pois, a partir deles, estaremos em condições de tentar sempre melhorar
este trabalho, no sentido de torná-lo cada vez mais útil ao nosso estu-
dante - objetivo final de nossos esforços.
Rio de Janeiro, 10 de abril. de 1974
José Carlos Sussekind
Sumário
CAPÍTULO I - O METODO DAS DEFORMAÇÕES
I - A idéia d o método - Incógnitas I
2 - Númem de incógnitas - Deslocabilidade interna e externa 5
2.1 - Dcrlocabilidade interna 5
2.2 - Derlocabilidade externa 6
2.3 - Número total de deslocabilidades 8
3 - Grandezas fundamentais 10
3.1 - Rigidez dc uma barra I I
3.2 - mo minto^ devidos a deslocamentos ortogonais recíprocos 15
4 - O mecanismo do método das deformações 20
4.1 - 0bservai;óes 24
4.2 - Roteiro para o metodo das deformações 26
5 - Aplicapies $ estruturas sem deslocabilidades a t a n a s 27
5.1 - Atuacão de carregamento externo 27
5.2 - Atuaiiio de var?aç2o de temperatura ou recalques de apoios 44
5.2.1 - R7c;ilqur de apoio 44
5.2.2 - Varia~áo dc trmperstura 48
6 - Aplicação às estruturas com deslocabilidades externas 57
7 - Simplifica~ão para o casa de estruturas elástica e geometricamente simétricas 73
7.1 - Estruturas planas 73
7.1.1 - Caro rm que o cixo d e simetria intercepta um nó da estrutiira 7 3
7.1.2 - Caso em que o eixo dc simeuin intercepta completamcntr uma barra da
estriitiira 75
7.1.3 - Caso em que o cixo de simetria intercepta tima única s e ~ ã o de uma barra 76
7.2 - Grrlliar 106
7.2.1 - Caso em que o eixo de simetria intercepta um nó da grclha 106
7.2.2 - Caso em que o cixo de simetria intercepta completamente uma
barra da grelha 108
7.2.3 - Caso em quc o eixo de simctria intercepta uma barra da grelha n u m a
Única secão 109
8 - Caso de barras com inércia variável 120
8.1 - Inércia da barra varia "em saltos" 120
8.2 - Inéroia da barra variando "em misula" 125
8.3 - Inércia da barra varia aleatoriamente 160
9 - U>nsideração dos efeitos do esfap namal 160
9.1 - Quadros com tirantes (au escoras) 160
9.2 - Quadros para os quais dcscjamos levar em conta as deformações por
er tor~o iiornial 166
10 - Problemas propostos 171
CAPíTULO n - PROCESSO DE CROSS
I - Introdução 181
2 - A idéia do processo 184
3 - Roteiro do pmcesso de Cross para estruturas indeslocáveis 195
4 - Aplicação às estruturas planas indeslodveis 197
5 - Aplicação do p~ocesío de Cross $s estruturas externamente deslocáveis 215
5.1 - lntroduçáa 215
5.2 - Roteiro do proccsso de Cross para estruturas desloçáveis 216
5.3 - Aplicacões 218
6 - Aplicação do pmcesso de Cross ao t rapdo de linhas de influência 234
6.1 - Roteiro 234
6.2 - Aplicações 238
7 - Aplica* do pmcesso de Cross Ps grelhas 248
7.1 - Apresentação 248
7.2 - Aplicações 253
8 - Problemas pmpostos 261
CAPíTULO ííi - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS CABOS
I - Consideraçóea preliminares 267
2 - Cabos com carregamento distribuido segundo o vão 268
2.1 - Relação entre efeitos no cabo e esiorqos na vtga dc substitui~Zo 268
2.2 - Caso de carga uniformcmcntc distribuída 271
2.3 - Aplicaqões 275
2.4 - Efeitos secundários nos cabos 279
2.4.1 - Alongamento clástico de um trccho de cabo com carga uniformemente
distribuída 279
2.4.2 - Variacão de temperatura 281
2.4.3 - A ~ ã a do vento 283
3 - Cabos mm ean-ento uniímemente distribuido segundo seu mmprimento 285
3.1 - Caso geral: pontos de suspcnsio em níveis diferentes 285
3.2 - Caso particular: pontos de suspensjo no mesmo nível 289
3.3 - Aplicaç6er 290
4 - Exercidos propostos 292
Introducão ao terceiro volume
O terceiro volume de nosso Curso abrange o estudo do segundo grande
método da Hiperestática, que é o método das deformações, apresentado
inicialmente sob sua formulação mais geral (e que é, modernamente, a mais
importante, tendo em vista a possibilidade de automatização do cálculo
estrutural através de computadores) e, a seguir, abordando-se um processo
particular pertencente a este método geral, processo este muito rápido e
comodo, introduzido na Análise Estrutural pelo professor Hardy Cross e
que consiste numa distribuição simples de momentos em torno dos nós de
estrutuia, diminuindo (e as vezes eliminando, no caso de estruturas indes-
locáveis) em muito a ordem do sistema de equações de compatibilidade em
cuja resolução recairá a solução da estrutura estudada.
Completa o terceiro volume uma Introdução ao Estudo da Estática dos
Cabos, onde apresentamos a teoria de primeira ordem sobre o assunto, que
permite, com excelente aproximação, a resolução da grande maioria dos
problemas da prática.
Encerrando a introdução a este terceiro volume de nosso Curso e que
marca, pelo menos nesta primeira fase, o f i a l do mesmo, gostaríamos de
alertar o leitoí para um ponto muito importante: somente o conhecimento
da Hiperestática Clássica - cujos conceitos fomos apresentando, escalonada-
mente, visando uma boa sedimentação - possibilitará ao engenheiro projetar
uma estrutura; para o cálculo da mesma, caso seja possível e conveniente,
poderá se lançar mão de determinadosprogramas de computadores, mas
estes jamais poderão substituir o engenheiro na fase de projeto, onde se
define a qualidade em nossa profissão.
Na oportunidade, queremos, mais uma vez, apresentar nossos agradeci-
mentos ao amigo José de Moura Villas Boas pelo trabalho de revisão de
todos os volumes deste Curso e a todos aqueles que, de uma forma ou de
outra, colaboraram para tornar possível a sua publicação.
Rio de Janeiro. 16 de Abril de 1975
José Carlos Susselcind
CAPITULO I
O MÉTODO DAS DEFORMACÕES
No método das forças, estudado no 20 volume de nosso Curso, as
incógnitas do problema hiperestático eram esforços simples (ou reações de
apoio) que, determinados, permitiam o conhecimento imediato dos diagramas
de esforços solicitantes para a estrutura em estudo, a partir dos quais,
empregando-se o teoreina de Pasternak. podiam ser calculados as rotações e
deslocamentos dos nós da mesma. Assim o método das forças inicia a
resolução da estrutura pela determinação dos seus esforços para, a partir
deles, obter deformações.
A resolução do mesmo problema hiperestático poderia ser, entretanto,
abordada de maneira inversa, isto é, determinando-se inicialmeiite as deforma-
ções sofridas pelos nós das diversas barras da estrutura para, a partir desses
valores, obtei os diagramas de esforços solicitantes da estrutura. Este será o
caminho adotado no método que exporemos neste capitulo e que, por
esta razão, será denominado método das deformaçóes.
As incógnitas deste m6todo serão, então, os ângulos de rotaçào e os
deslocamentos lineares sofridos pelos nós das diveisas barras. Em seu cálculo.
serão desprezadas, normalmente, as deformaçóes das barras que compõem
a estrutura devidas a esforços normais (e tamMm as devidas a esforços cortan-
tes), não se constituindo este fato em nenhum erro especial peculiar ao
método pois, tambdm no estudo do método das forças, foi usual desprezar
estas deformaçúes (a não ser no caso de peças trabalhando basicamente ao
esforço normal. quais sejam, barras de treliças. esforas, tirantes. arcos, pilarcs
esbeltos, peças protendidas em geral, etc.) quando do cálculo dos 8 .
Por ora, trataremos apenas das estruturas para as quais estas últimas
deformaçúes podem ser desprezadas (quadros planos, vigas, grelhas), isto é,
estruturas para as quais podemos desprezar, para todos os fins práticos,
I 2 Curso de an8lise estrutural
a diferença entre o comprimento inicial de uma barra AB e o comprimento
final da corda AB. Mostraremos depois, para as estruturas sensíveis às
deformaçóes axiais, como o mktodo pode ser igualmente aplicado (ver item 9
deste capitulo).
Começaremos iiosso estudo estabelecendo que deformações de uma barra
devem ser conhecidas a fim de que possamos determinar os esforços nela
atuaiites. Seja, então, a barra AB indicada na Fig. I - 1.1, representando uma
barra genérica de uma estrutura: devido aos esforços que solicitam a barra.
ela se deformará assumindo a posição A 8: A passagem da posição AB
para a posiçao A E' pode ser encarada como resultante das seguintes defor-
mações, independentes umas das outras:'
Fig. 1-1
'Já que estarnos no regime linear e é válido a princípio da superposiçio de efeitos.
O metodo das deformações 3
10) Translação da barra de hA (Fig. I - 1.2): durante esta translação, a barra
se mantém reta e paralela à sua posição primitiva, de modo que não
é despertado qualquer esforço simples nesta fase;
20) Deslocamento linear de uma das extremidades da barra (por exemplo,
B) ao longo de uma direção perpendicular a seu eixo, de valor ~ B A
(este deslocamento 6 denominado deslocamento ortogonai recíproco
do nó B em relação ao nó A ) , sem rotação das extremidades da barra.
Conforme mostra a Fig. I - 1.3, a barra se comporta, para este desloca-
mento p ~ , como se fosse uma viga biengastada AB, cujo engaste B
sofreu um recalque vertical igual a p B ~ (este tipo de problema foi
resolvido no volume 11 de nosso Curso), aparecendo então um diagrama
de momentos fletores com o aspecto indicado na figura;
30) Rotação da extremidade A da bana de valor pA. Conforme indica a
Fig. I - 1.4, a barra se comporta, para esta deformação, como uma
viga biengastada em que um dos engastes sofreu um recalque angular
de valor p ~ , aparecendo um diagrama de momentos fletores conforme
indica a figura;
4P) Rotação da extremidade B da barra de valor pB: surge o diagrama de
momentos fletores indicado na Fig. I - 1.5, devido ao funcionamento
da barra como uma viga biengastada em que um dos engastes sofreu
um recalque pB;
5?) Deformação da barra, sem deslocamentos lineares nem rotações de
suas extremidades, devido ao carregamento externo atuante. Nesta fase,
a barra funciona como uma viga biengastada submetida ao carrega-
mento externo, aparecendo o diagrama de momentos fletores indi-
cado na Fig. I - 1.6 e que pode ser determinado sem maiores dificulda-
des, por tratar-se de resolução de uma viga biengastada para um dado
carregamento, problema este resolvido pelo mhtodo das forças e cuja
soluçâo, para os carregamentos mais correntes da prática, está tabelada
na Tabela I (para vigas de inércia constante).
Concluindo, basta conhecer os valores de p ~ , q~ e PBA para obtermos o
diagrama de momentos fletores e, a partir dele, os demais diagramas solicitan-
tes para uma barra de uma estrutura, já que a translação 6 A da barra não
introduz qualquer esforço na mesma.
h incúgnitas, i10 método das defomaçGes, para cada barra da estrutura,
serão, eiitão as rotações e os deslocamentos lineares de suas extremidades2
(já que, para determinarmos o valor do deslocamento ortogonal recíproco
'ver observafão 2, a seguir
4 Curso de análise estrutural
de uma das extremidades da barra em relação à outra, necessitaremos
conhecer os deslocamentos iineares de suas extremidades). É claro que,
nos nós rígidos (não rotulados) de uma estrutura, a rotação e o deslocamento
linear de todas as extremidades de barras nele concorrentes serão os mesmos,
o que diminui sensivelmente, o número de incógnitas do problema.
Observaçães: 1) No caso de estruturas espaciais, precisaremos conhecer
a rota@o e o deslocamento linear resultantes de cada extremidade das barras
que compõem a estrutura. Esta rotação será dada por suas componentes
(vx, v,,, pr) e o deslocamento linear por suas componentes (S,, 6,,, 8,).
num total de 6 incógnitas por nó da estrutura espacial, nos casos mais gerais.
Para as grelhas (supostas situadas no plano xy e carregadas na direção z),
precisaremos conhecer as rotaçóes px e py e o deslocamento linear S,,
num total de 3 incógnitas por nó, nos casos gerais.
2) Nu caqo de uma barra AB possuir uma das extremidades rotuladas,
(A por exemplo) sua rotapio nesta extremidade rotulada não será incógnita
do problema, pois que o diagrama de rnoinentos fietores final na barra AB
será igual à soma daquele provocado pelo deslocamento ortogonal reciproco
PEA. com o da rotação <pg e com o do carregamento externo, supostos
aplicados numa viga apoiada e engastada AB, conforme mostra o esquema
da Fig. 1-2. As incógnitas serão, apenas, \pe e p a ~ para a barra da Fig. 1-2.
11 - I-15
Fig. 1-2
O método das deiormaçks 5
Note o leitor que a rotação da extremidade rotulada não será
incógnita, pois é exclusivamente efeito das causas indicadas nas Figs. 1-2.3 a
1-2.5, quais sejam, deslocamento ortogonal reciproco ~ B A , rotação ipg e
carregamento externo na barra AB, suposta rotulada em A e engastada em
B (no caso, temos: p~ = 9, - 9, + 9,).
3) Notemos que o método das deformações só pode existir devido à
existência do m6todo das forças, que é aquele que fornece os diagramas
para vigas biengastadas (ou engastadas e rotuladas) devidos a 9A, pBA, etc., a
partir dos quais formularemas o método das deformações.
2 - NÚMERO DE INCÓGNITAS - DESLOCABILIDADE INTERNA
E EXTERNA
2.1 - Deslocabiiidade interna
Seja a estrutura da Fig. 1 - 3. Sabemos que as incógnitasdo problema são
as rotações e deslocamentos lineares dos nós B e C, já que os engastes A e D
não sofrem deformações.
No caso, entretanto, o nó C não
apresenta deslocamentos lineares, pois
o apoio do 10 género impede a com-
ponente vertical e o engaste D a com-
ponente horizontal (já que despreza-
mos as deformaçóes axiais das barras)
de deslocamento. Assim, a única in- A
cógnita do nó C será sua rotação.
Também o nó B não apresentará Fl. 1-3
deslocamentos lineares, pois suas corn-
ponentes vertical e horizontal serão impedidas, respectivamente, pelos en-
gastes A e D, de modo que a únicaincógnita, também no nó B, será a rotação.
Concluihdo, o número de incógnitas do problema é igual a 2, número
de nós internos rígidos (não rotulados) da estrutura.
Dizemos que o número de deslocabilidades internas de uma estrutura
é igual ao número de rotações de nós que precisamos conhecer para poder
resolv6-Ia. Em outras palavras, o número de deslocabiidades internas,di de
uma estruhua é igual ao número de 116s internos rígidos que ela possui3
(não incluindo os nós extremos apoiados ou engastados e, evidentemente,
tis nós internos rotulados).
ara cstriitilras planas.
6 Curso de análise estrutural
Observações: a) Para o caso de estruturas espaciais, o número de deslocabi-
lidades internas é igual ao triplo do número de nós internos rigidos que a
estrutura possui, pois que, para cada um deles, precisamos conhecer suas
componentes de rotação em torno de cada um dos eixos coordenados.
b) Para o caso + grelhas, o número de deslocabilidades internas é igual
ao dobro do número de nós internos rígidos que ela possui (pois, supondo
a grelha situada no plano xy, não haverá componente de rotação em torno
do eixo 02).
2.2 - Deslocabilidade externa
Seja agora, a estrutura da Fig. 1-4.1. Como todos os seus nós internos são
rotulados, não precisamos conhecer as rotações das barras nestes nós (em
outras palavras, não há deslocabilidades internas a considerar). Resta-nos
analisar o problema dos deslocamentos lineares dos mesmos para conhecemos
o número de incógnitas do problema. Iniciando esta análise pelo nó D, vemos
que ele não terá componente vertical de deslocamento, devido i presença
do engaste A (como sempre, estamos desprezando as deformações axiais das
barras); nada impede, no entanto, seu deslocamento na direção horizontal,
que se constituirá, pois, em uma primeira incógnita do problema. Para ca-
racterizar esta incógnita, indicaremos um apoio do l ? gênero em D (ver
Fig. 1-4.2), mostrando que seria necessária a existência de mais um vinculo na
estrutura para que o nó D não possuísse deslocabilidades lineares.
Tudo que foi feito para o nó D vale, também, para o nó G, que pode
se deslocar na direçáo horizontal (o deslocamento vertical estando impedido
pelo engaste C); para caracterizar esta nova incógnita, indicaremos um apoio
O m6todo das deformações 7
do l!' gênero em G, mostrando que seria necessária a existência de mais este
vínculo na estrutura oara que o nó C não possuísse deslocabilidades lineares.
Assim, caso existissem os apoios adicionais do 10 gênero @ e @ indi-
cados na Fig. 1-4.2, os nós D e G seriam indeslocáveis linearmente, o que
acarretaria, também, a indeslocabiiidade linear dos nós E e F, senão vejamos:
- O nó E, por força do engaste B, não terá com onente vertical de deslo-
camento e, por força do apoio do I? gênero d 1 , não terá componente
horizontal de deslocamento, sendo, portanto, indeslocável;
- O nó F, por estar ligado a dois nós indeslocáveis (no caso, E e G),
também o será.
A estrutura da Fig. 1-4.1, possui então, dois deslocamentos lineares
(deslocamentos horizontais dos nós D e C) que, se impedidos pelos apoios do
10 gsnero 1 e 2, a tornariam sem deslocabiiidades lineares, e dizemos, então,
que ela possui dlias deslocabilidades lineares ou externas (esta última denomi-
nação sendo mais usual).
Definiremos, então, que nbmero de deslocabiidades externas de de uma
estrutura é igual ao número de apoios do I? gênero que a ela precisamos
acrescentar para que todos os seus nós fiquem sem deslocamentos lineares.
ObservaçGes: 1) No caso da estrutura da Fig. 1-4.1, os nós D, E, F, G
terão deslocamentos horizontais (que seriam, à primeira vista, as incógnitas
do problema), mas apenas os deslocamentos dos nós D e G são incógnitas
independentes (pois o deslocamento horizontal de E, por estar ligado a D
por uma barra horizontd, será igual ao de D; e o deslocamento horizontal de
F, por estar ligado a E e C. será função dos deslocamentos destes dois
pontos e, portanto, em última análise, dos deslocamentos de D e C).
Assim, o número de incógnitas independentes do problema (que é o número
de deslocabiidades externas da estrutura) é apenas 2.
Este número de incógnitas independentes é traduzido, conforme mostra
o exemplo da Fig. 1-4, pelo número de apoios do I? gênero que precisamos
acrescentar à estrutura para tomá-la sem deslocabilidades lineares e, por esta
razão, foi lícito definir o número de deslocabilidades externas da estrutura a
partir dos apoios adicionais do I ? gênero necessários. (Preferimos esta forma
de defmição por ela conduzir, com menor trabalho de raciocínio, ao valor de
de, principalmente em casos de estruturas mais complexas, onde não é tão
simples reconhecer o número de deslocamentos lineares independentes, por
análise direta da estrutura dada.)
2) É usual chamar-se às estriituras que possueiii deslocabilidades externas
de estruturas deslocáveis, e aquelas que náo as possuem (mesmo tendo
deslocabilidades internas) de estruturas indeslocáveis.
8 Curso de análise estrutural
2.3 - Número total de deslocabilidades
Como as incógnitas do problema são as rotaçóes dos nós internos rígidos
da estrutura (traduzidas pelo valor di ) e os deslocamentos lineares indepen-
dentes de seus nós (traduzidos por de). dizemos que o número total de
deslocabiidades d de uma estrutura, - igual ao número total de incógnitas
de sua resoluqão pelo método das deformações - é dado pela soma de seu
número de deslocabiiidades interna (di) e externa (d,).
Podemos então escrever:
d = di + d, (1.1)
A exemplificaçáo a seguir esclarecera:
Ex. 1.1 - Obter o número total de deslocabiiidades para as estruturas
planas das Figs. 1-5.1 a 1-12.1
Lstando os apoios do l? gênero adicionais para tornar as estruturas exter-
namente indeslocáveis indicados nas Figs. 1-52 a 1-12.2, obtemos, a partir
da expressão (I-]), s u número total de deslocabiidades, indicado ao lado
destas últimas figuras:
O metodo das deformações
d = 4 + 3 = 7
Fig. 1-8
n
d = 1 + O = L (A estruhira não tem deslo-
cabilidade externa.)
1-10., I+ Fig 1-10
q' A d = 3 + O = 3 (A estrutura nào apresenta
deslocabilidade externa.)
1-11.1 Fig. 1-11
"i 2
A Ad d = l + l = 2 Fig. 1-12
1-11., 1-12.2
Observaçüo: O caso da estrutura da Flg. 1-12.1 serve para chamar a atenção
do leitor para o fato de qiie não precisamos incluir trechos em balanço
(no raso, DEFJ para a análise do número de deslocabilidades da estrutura,
pois o balanço pode ser retirado, e substituída sua ação sobre o resto da
estrutura pela de um momento e de uma força, conforme indica a Fig. 1-12.2,
a partir da qual obtivemos o número de deslocabilidades da estruturadada.
10 Curso de analise estrutural
Ex. 1-2 - Obter o número total de deslocabilidades para as grelhas
(estmturas planas que serão solicitadas perpendicularmente a seu plano)
das Figs. 1-13.1 a 1-15.1.
Partido de (1-1) e levando em conta que cada nó interno rígido de uma
grelha tem duas componentes de rotação e uma componente de deslocamento
linear (perpendicular ao plano da grelha), obtemos seu número total de deslo-
cabilidades, indicado ao lado de cada estrutura. Nas Figs. 1-13.2 e 1-14.2
estão representados os apoios adicionais do 10 gênero necessários para tornar
as greihas indeslocáveis.
d = 2 X 4 + 0 = 8
(A grelha não apresenta desla-
iabilidades lineares.)M Fig. 1-15
3 - GRANDEZAS FUNDAMENTAIS
Conforme vimos no início deste capítulo, para a determinação <',os diagra-
mas de momentos fletores atuantes numa barra de uma estrutura. precisa-
mos conhecer, al6m do diagrama de momentos fletores qiie ter'ia esta barra
O método das deformações 11
se fosse, conforme o caso, biengastada (V. Fig. 1-1.6) ou engastada e rotulada
(V. Fig. 1-2.5) para o carregamento externo atuante - que é de imediata
determinação pelo m6todo das forças e facilmente tabelável para os carrega-
mentos usuais da prática (V. Tabela I) - também aqueles devidos às rotações
existentes nos nós externos não-articulados da barra (Fig. 1-1.4, 1-1.5 ou
1-2.4) e aquele devido ao deslocamento ortogonal gciproco de uma extremi-
dade da barra em relação à outra (Fig. 1-1.3 ou 1-2.3) e que podem ser
tratados como recalques angulares e lineares, respectivamente, de uma
viga biengastada ou engastada e rotulada conforme o caso.
F? pensando nestes últimos diagramas que vamos agora estabelecer alguns
conceitos, que serão de importáncia prática fundamental para o mecanismo
operatório do metodo das deformações, que introduziremos no item 4 deste
capítulo.
3.1 - Rigidez de uma barra
Denominamos rigidez de uma barra num nó ao valor do momento que,
aplicado neste nó, suposto livre para girar, provoca uma rotação unitária do
mesmo.
Examinemos separadamente os casos de uma barra biengastada e de uma
barra engastada e rotulada.
a) Barra biengastada
L I L
Seja a barra biengastada AB da Fig. .7
1-16.1, cuja rigi'dez no nóA desejamos A B
determinar. 1-16.1
Conforme a definieão. trata-se de de- . ,
terminar o momento MA que deve ser
aplicado em A para produzir a rotação A
= 1 indicadana Fig. 1-16.2. Trata-se, -
então, da resolução da viga biengastada 1-16.2
AB para o recalque angular 9 = 1 indi- $0 = 1
cado em 1-163. \I
Supondo a barra com inkrcia constante J e mbdulo de elasticidade E, a
obtenção do diagrama de momentos fletores pode ser feita pelo processo de
Curso de análise estrutural
h Mohr. Sendo o aspecto do diagrama de
momentos fletores o indicado em
1-17.1, e a viga conjugada, carregada
com MIEJ a indicada em 1-17.2, im-
Y
A pondo a esta última as condições es-
1- 17.1
táticas de eauilibrio. temos:
2 EJ 4EJ
Daí temos: MA = 7 -
= ?,sendo odia-
A
erama final o indicado em 11-17.3
4 EJ
-
- Assim, para uma barra biengastada,
I
1 - 17.3 de inércia constante J, sua rigidez num
nó é dada por:
Fig. 1-1 7 C a s o de J constante. 4 E J K = -
I
interessante notar que, como conseqüência da aparição do momento
4EJ
igual a 7 no bordo que sofreu a rotação unitária, apareceu um momento
igual à metade de seu valor na outra extremidade da barrae de mesmo sentido
vetorial que o da rotaçáo 9 = 1 e do momento que a provocou. Dizemos então
que o coeficiente da transmissão t de momentos de um nó para outro nó
engastado, numa barra de in6rcia constante, é dado por
Resumindo, para uma barra biengastada, de in6rcia constante, temos
4 E J
Rigidez em um nó: K = - I ' . '
(1.2)
Coeficiente de transmissão de momentos para nó engastado: t = + 0,s (1.3)
Obsen>açóes: a) Para o caso de barras que não possuam inkrcia constante,
não se obtém uma expressão tão simples para rigidez e coeficiente de trans-
missão como a do caso de inércia constante. De qualquer forma, tratar-se-á
da resolução do problema indicado em 1-16.3 (viga biengastada submetida a
O metodo das deformações 13
recalque angular unitário de um de seus engastes) para a lei de variação
de in6rcia que tiver a barra. Este problema terá que ser resolvido previamente
para tais barras da estrutura, porque, conforme veremos no item 4 deste
capítulo, o conhecimento da rigidez e do coeficiente de transmissão e indis-
pensável ao mecanismo operatório do m6todo das deformaç3s.
Em particular, se a lei de variação da indrcia for em misula reta ou
parabblica (simktnca ou assimetrica), as Tabelas IV a VI1 nos fornecerão, de
imediato, os valores da rigidez e dos coeficientes de transmissão para a barra.
Por ora, estudaremos o caso de barras com iudrcia constante e deixaremos
as barras com in6rcia variável para serem estudadas, com detalhes, no item 8
deste capitulo.
b) Estabeleceremos, agora, uma convenção de sinais que será adotada 110
metodo das deformações - particularmente útil no desenvolvimento do
mesmo - e que consiste em chamar de positivos aos momentos e rotaçòes 110s
extremos das barras quando os mesmos tiverem o sentido trigonométrico ou
anti-horário. conforme indica a Fig. 1-18, sendo negativos eni caso contrário.
. 1-18 - Conven~ão dc sinais para rotação de nós i momentos atuantes nas
cxtrcmidades da barra.
Notar bem que não existe nenhuma relação entre esta convenção de sinais
e a convenção às vezes adotada na estática de chamar positivos aos momentos
fletores que tracionam suas fibras inferiores e negativos em caso contrário.
Assim, por exemplo, para o caso da Fig. 1-17.3, usando esta convenção, a
imposição da rotação ip = + 1 em A acarretou o aparecimento de um momento
4 EJ MA = +- , em A e de momentc M, = + - 2 y em B.
As vantagens de uso desta convenção de sinais ficarão patentes com o
correr do desenvolwnento do método.
b) Barra engastada e rotulada
Analogamente ao caso da barra biengastada, a rigidez em A da barra AB da
Fig. 1-19.1 será igual ao momento fletor que aparecerá nesta seção para a
resolução da viga AB para um recalque angular de apoio em A igual a ip = + 1,
conforme indica a Fig. 1-19.2.
Curso de análise estrutural
Para barra com inércia constante J , o problema foi resolvido no Exemplo
1-26 do Cap. 1 do Vol. I1 do nosso Curso, obtendo-se o diagrama de momen-
tos fletores indicado em 1-19.3, a partir do qual podemos dizer que, para um
nó engastado de uma viga engastada e apoiada, sua rigidez K' é dada por:
3 EJ K ' = -
I (1.4)
Para o caso de inércia variável, vaiem as mesmas observações feitas para o
caso da viga biengastada.
Observações: Defiiiiremos rigidez relativa ( k ) de uma barra num nó como o
quociente de sua rigidez absoluta pelo quádruplo do módulo de elasticidade
longitudinal do seu material.
Assim, num nó engastado de uma barra biengastada de inercia constante J,
temos: K J k =- =-
4 E I (1.5)
Para um nó engastado de uma barra engastada e rotulada de inércia
constante J , virá:
A razão da introdução deste conceito (que visa apenas simplificar o traba-
lho numérico de resolução das estruturas) se fará sentir ao longo das aplica-
çOes subsequentes à apresentação do mecanismo operatório do método das
deformações.
O metodo das deformações 15
3.2 - Momentos devidos a deslocamentos ortogonais recíprocos
a) Barra biengastada
-1-
Seja obter. para a viga bieiigastada
A - . .
AB de váo 1 da Fig. 1-20, I . o diagrama . . "T+- ----+-
de inoinentos fletores despertado por 1-20.1
uin deslocameiito ortogonal reciproco
( + P ) ~ de uma cxtreinidade ern relação
a outra e que se comporta. conforine
sabemos. como se fosse uin recalque
vertical de apoio p da viga bierigastada
AR.
I-20.2 -
Partindo desta interpretação, o dia-
grama pode ser diretamente obtido
empregando-se o método das forças M A %B 1-20.3
ou. iiiesrno. pelo emprego do proces-
so de hlohr.' Fig. 1-20
Uma outra solução mais elegante paia o problema, na qual aproveitaremos
os conceitos de rigidez (K) de um nó e de coeficiente de transmissão (r)
de momentos de um nó para outro (instituídos no tópico anterior deste item)
pode ser obtida a partir do esquema da Fig. 1-20.2, pelo qual vemos ser
possível enca1a.r os efeitos do recaique vertical p (Fig. 1-20.1) como superpo-
P P sição dos efeitos de uma rotação ipA = +T e de uma rotação ipg = +T .
Partindo dai, temos o diagrama de momentos fletores indicado na Fig.
1-20.3, cujos valores extremos MA e M B S ~ O dados. empregando o princípio
da superposição de efeitos (efeitos de i p ~ e de +oB), por:MA = KAPA + t ~ - A &@E =+ (KA + f ~ - A K B ~ (1.7)
4~onsideraremog positivo um deslocamento ortogonal ~ecfpraco quando a extremida-
de da direita da barra descer em relaçio à extremidade esquerda. Esta convenqão é
inteiramente compatível com a convenqão de sinais de momentos e rotações da Fig 1-18
(conforme verificará o leitor da Fig. 1-20.2).
'para barra com inércia constante. este problema foi resolvido empregandowe o
priicr7so di Mohr.na aplicaqão 1-27 do Cdp. I , vol. I1 dc nossa Curso.
16 Cuno de analise estrutural
As expressões (1.7) e (1.8) sáo inteiramente gerais, valendo para qualquer
1pi de variação de inércia da barra biengastada, dependendo apenas da rigidez
da mesma em seus nós A e B e dos coeficientes de transmissão de um nó para
O outro.
Em particular, se a barra tiver inér-
cia constante J, como Ka = KB = . . -
6EJp - -- 4EJ e t = 0,5, virá:
- 1
A
6 EJp
P
MA
6 E J p
grama de momentos fletores, no caso.
-
111 o indicado na Fig. 1-21.
Os casos de inércia variável serão
F ~ , 1-21 C a s a de inércia constante. estudados em detalhes no item 8 des-
te capítulo.
b) Barra engastada e rotulada
Analogamente ao caso da viga biengastada, a resoluçáo de uma viga
engastada e rotulada para um deslocamento ortogonal recíproco ( t p ) de uma
de suas extremidades em relação à outra (que é a resolução da viga para um
recalque de apoio p, conforme indica a Fig. I-22.1), pode ser encarada como
sendo a resoluç%o da mesma viga para uma rotaçáo imposta em A, de valor
P pA = +-, conforme indica a Fig. 1-22.2. I
Partindo da defmição de rigidez K' de
j - 4 um nó engastado de uma barra engas-
A &------ tada e rotulada, obtemos o diagrama - - 1' @ de momentos íietores desejado, repre- -.
1-22.1
>.
sentado na Fig. 1-22.3 e defmido pelo
valor
* A ; + -
P
MÁ = K i p A = K i -j- (1.9)
1-22.2
expressáo esta inteiramente geral (para
qualquer lei de variação de inércia).
1 . ~ 3 Em particular, se tivermos numa
~ i g 1-22 barra de inércia constante J , levando
em conta a expressão (I.4), virá
3EJp , obtendo-se, para este nfA = --
MA 1'
caso, o diagrama de momentos fletores
F i i 1-23 - Caso de 3 constante. da Fig. 1-23.
O m6todo das deformaç3es
TABELA 1 - Momentos de engastamento perfeito
(Vigas com inércia constante)
(Observação: Sinais obedecendo à convenção da Fig. 1-18.)
c * ) Para este caso, é mais rápido empregar-se a làbela I1
18 Cuno de análise estrutural
TABELA I1 - Momentos de engastamento perfeito para uma arga wn-
entrada (Viga com inércia constante)
O ni6todo das deformaçóes 19
TABELA 111 - Grandezas auxiliares para barras com inércia constante J
(Observação: Sinais obedecendo à convenção da Fig. 1-18.)
Barra biengartada
A B
B
I k
4 liJ
J
A B kA:-
I
A B
---- . . . '-Q
M A = M ~ = +
6 EJP
7-
p=-1
A B
2 EJ L J , k ,=-X-
K" 7- 2 1
q = + i p=+1
n A E
6 EJ 3 1 liazi; k,=- X -
2 1
Barra engastada e ratiilada
A
V B
L I
A
Y
3 E1 rA=-
I
3 J k ~ = - X -
A B
4 1
A
4 B --__ -.
-..
3 EIP MA=+-
l2
-
-
20 Curso de análise estrutural
4 - O MECANISMO DO MÉTODO DAS DEFORMAÇÕES
Seja resolver o quadro ABCD da
Fig. 1-24, que possui 3 deslocabili-
dades, sendo 2 internas (rotação dos
d
horizontal da barra BC). 1711 nós B e C) e 1 externa (deslocamento ,
A
Adotando um sistema principal que
L l z - impeça todas estas deslocabilidades e
que consiste na coloca~ão de chapas Fig. 1-24 -Estrutura dada.
rígidas que impeçam a rotação dos
nós B e C (chapas 1 e 2). e de um
apoio do I? gênero (3) na barra BC,
impedindo seu deslocamento horizon-
tal, conforme indica a Fig. 1-25, neste
sistema principal todas as barras esmo
+1*73
funcionando como biengastadas (bar- O
ras AB e BC) o11 engastadas e rotu- Fig. 1-25 - Sistema principal.
ladas (barra CD).
Sabemos que a diferença entre o sistema principal da Fie. 1-25 e a
estrutura dada da Fig. 1-24 é que existirá rotação dos nós B e C (às quais
chamemos A, e A,) e haverá um deslocamento horizorital de barra BC
(ao qual chamemos A,). Assim, empregando o princípio da superposição
de efeitos, poderiamos dizer que a resolução da estrutura da Fig. 1-24 seria
igual à soina dos quatro casos indicados nas Figs. 1-26.1 a 1-26.4, represen-
tando a resolução da estrutura do sistema principal para os efeitos isolados
do carregamento externo e de cada uma das deslocabilidades. Como des-
conhecemos os valores A,, A,, e A,, arbitramos um valor. por exemplo,
unitário para estas deformações, devendo os efeitos assim obtidos ser multi-
plicados pelos valores corretos que serão encontrados para A I , A, e A3 ao
fm do problema.
Notemos que:
a) Na Fig. 1-26.1, temos a resolução de duas vigas biengastadas Ai? e BC
para o carregamento externo, cujos momentos de engastamento perfeito
em B e em C, indicados na Fig. 1-27, representam a ação das chapas 1
e 2 sobre a estrutura do sistema principal para que os nós B e C não
girem, dando momentos resultantes em B e C, respectivamenie, iguais a
PIO ! w B ~ - MB@
= - w p
O método das deformações
-
bi i O,&
f- 3 0 3 , , +A,[;m+ ' \ A , = + , I-20.2
-
Fig. 1-27
22 Curso de análise estrutural
Nos valores dos momentos resultantes da ação das chapas 1 e 2 sobre
os nós B e C, estamos colocando dois índices (analogamente ao que
fizemos no método das forças) - o primeiro se referindo ao local e o segundo
à causa do momento. Assim, Iizo significa o momento exercido pela chapa 2
sobre o nó C da estrutura no sistema principal, para que o mesnio não
gire quando da atuação do carregamento externo (índice O).
Devido ao carregamento externo e aos momentos de engastamento perfeito
que existem nas barras, aparecerá0 as reações de apoio y4 e FB@ na
barra e FB@ e F=@ na barra @ ; as reações h, F@ e F ~ @ irêo
para os apoios que a estrutura possui, indo a reação F B ~ para o apoio
do I ? gênero @ indicado no sistema principal. No caso, então. teríamos:
= -F.rjQ. onde OS dois índices têm o significado análogo ao do
caso dos momentos PIO e P,, ou seja, é a forca exercida pelo apoio 3
sobre a estrutura do sistema principal para que a barra BC não sofra desloca-
mento liorizontal quando atuar o carregamento externo.
b) Nas Figs. 1-26.? e 1-26.3, temos a resolução do sistema principal (estru-
tura toda fixada) para rotação unitária de um de seus nós. Aparecerão
nestes nós. conforme sabemos, momentos iguais à sua rigidez (ver item 3.1
deste capítulo), indo para os outros nbs da barra momentos iguais ao
produto desta rigidez pelo coeficiente de transmissão. Assim, para o caso
da Fig. 1-26.2, por exemplo, temos o esquema detalhado indicado na
Fig. 1-28, a partir do qual obtemos:
O m6todo das deformacões 23
Para o caso da Fig. 1-26.3. o raciocíiiio seria inteirarilente anáiogo.
obtendo-se
lii2 = [CB 4
l i22 = KcO t ~ $ 3
= Ki.@/li
c) Na Fig. 1-26.4. temos a resoluçáo de uma viga biengastada AU e de uma
viga engastada e rotulada CD para um deslocainerito ortogonal recíproco
unitário de uma extremidade em rclaçáo à outra. resoluçCies estas cstu-
dadas no itein 3.2 deste capítulo, sendo problema. pois. de rcsoluçáo
conhecida.
Chamando MA. I Z I ~ e M P a o s momeiitos que aparecerão devido a este
deslocaiiiento ortogoiid recíproco. teiiios. a partir do csqueiiid detaiiiado
da Fig. 1-29 e levando em conta as expressões ( 1.7) a (1.9):
Voltaiido, agora. ao csquema da Fig. 1-26. que resolve a estrutura a partir
do conheciiiiento dos valores de A , . A, e A,. veiiios que. como não existem
na estrutura dada as chapas 1 e 2 e o apoio do l'? gênero 3 colocados iio
sisteina principal, estes valores de A , , A, e A, tem que ser tais que não
24 Curso de análise estrutural
existam aç6es estáticas f i a i s das cliapas e do apoio adicional do I ? género
sobre a estrutura do sisteina principal. pois, assim, o mesmo reproduzirá.
fielmente o comportamento estático e elásticoda estrutura dada. Assirn.
devemos ter que o moinetito fmal exercido pelas chapas sobre os respectivos
nós deve ser nulo, bem como deve ser nula a força exercida pelo apoio
suplementar do l? gênero sobre a barra BC (isto é, não existem cargas-
inomento aplicadas eni B e C c não existe carga horizontal aplicada à
estrutura dada em C).
Partindo do esquema da Fig. 1-26 obtemos. então, pelo emprego do
principio de superposição de efeitos, o seguinte sistema de equações dc
compatibilidade estática do sisteina principal adotado coiii a estrutura dada:
Carga momento atuante eniB =O ..... 1110 + PliAi + Pi2Aa + Pi3A3 = 0
Cargamomento atuante em C= O..... 1120 + 1121~3, + 022A1 + 1123a3 = 0
Força horizontal atuante em C = O ... 030 + &IA, + /133A3 = 0 C
(1.10)
Resolvido o sistema (I.lV) e conhecidos os valores de A , . A* , A3, a
estrutura está resolvida, pois, empregando-se o principio da superposição de
efeitos indicado na Fig. 1-26, temos que qualquer efeito final E - sendo
I<(, o efeito provocado no sistema principal pelo agente solieitante externo
(no caso, o carregamento) e Ei o efeito provocado, no sistema principal,
pelos deslocamentos com os valores arbitrados (no caso da Fig. 1-26. valores
estes unitários) - será dado pela expressão (1.1 I), que resolve o problema.
E = E, + P Ei Ai 11.1 1 )
4.1 - Observições:
a) Assim como no caso do método das forças. queremos cliamar a atenção.
mais unia vez. para o fato de que os valores que arbitramos para a s
incógnitas no sistema principal podem ser quaisquer. pois os valores
finais que acharemos para as mesmas são os fatores-escala tais que
corrigem os valores arbitrados, de tal forma a serem satisfeitas as
equaqões de conipatibiiidade estática do sistema principal com a estrutura
dada.
b) 1'40 caso de querermos resolver uma estrutura para variaçáo de tempera-
tura, recalque de apoio ou para modificações de comprinieiito impostas
durante a montagem, o raciocínio seria o mesmo, bastando tratar cstes
efeitos como agentes externos, isto 6 , analogamentc a um carrcgamento
externo. A exemplificação que se segue no item 5 esclarecerá o assun?o.
O método das deformações 25
c) O trabaiho de resolução de uma estrutura pelo método das deformações,
conforme ilustra o exemplo da Fig 1-26, é o trabalho de resolução de
um sistema n X n de equação lineares, sendo n o número total de desloca-
bilidades da estrutura dada.
d) Observe o leitor como, mnemonicamente, o sistema de equações de
compatibilidade estática do método das deformações pode ser escrito
diretamente, pois tem o aspecto indicial idêntico ao do sistema de
equações de compatibilidade elástica do método das forças.
e) Escrevendo o sistema de equações (1.10) sob forma matricial, temos:
ou, mais simplificadamente:
{ f i o ) + r81 {AI = o (i. 12)
Ao vetor {o,}, onde a ação do agente solicitante externo se faz sentir,
chamainos vetor dos termos de carga (no caso de variação de temperatura,
recalque, etc., basta substituir os 01, pelos Pir. fiz,, e t3 .
A matriz [Pl, quadrada e simétrica6. por força do teoreina de Betti.
chainamos matriz de rigidez (pois transforiiia deslocainentos ein forças ou
rotações em inomcntos. conforme o caso), sendo f~inçáo. apenas, do
sistema principal adotado (independeiido completamente do agente soli-
citante externo).
Resolvendo a equação (1.12), obtemos a expressão (1.13). que resolve o
probleina e iiiostra que o trabalho de resolução de uma estrutura pelo
método das deformaçiies é dado pelo trabalho de inversão de sua niatriz
de rigidez.
{A } = -[ol-' {8o) (1.13)
f ) Por força do teorema de Betti (que acarreta a simetria da matriz de
rigidez de uma estrutura hiperestática, desde que os 4 tenham sido
arbitrados com valores iguais), podenios tirar uma expressão geral, que
será de grande utilidade no estudo das barras biengastadas, de inércia
variável, relacionando a rigidez da barra em suas extremidades coni os
6~ matriz só será simétrica caso arbitrem09 os Ai iguai* riitrr si (não nrccsraria-
iiiente unitários). conforme pode observar o leitor peh análise do cxcmplo da Fig. 1-26,
NZo l~iavcrá nenhum problema especial, no entanto. se arbitrnino* valores desiguais para
os Ai; toda a teoria continua válida. deixando. apenas. a maliir [li] dc <?r rimétrica.
26 Curso de análise estrutural
coeficientes de transmissão, fornecendo-nos a expressão (obtida igua-
lando, por exemplo, Oi2 a 02,):
Krtro t C ~ K r
1-30.1 1-30.2
Fig. 1-30
A expressão (1.14) - tornamos a frisar - é válida para qualquer lei de
variação de inércia que possua a bana biengastada e mostra que são
idênticos os momentos despertados num engaste, quando damos uma
rotação unitária ao engaste oposto, qualquer dos dois que ele seja.
g) Por motivos didáticos, conforme perceberá posteriormente o leitor, ini-
ciaremos nossas aplicações para estruturas externamente indeslocáveis
submetidas a carregamento externo, abordando, apás, os demais casos
(estruturas com deslocabilidades externas, ações térmicas e de recalques
de apoios, etc.).
4.2 - Roteiro para o método das deformações
A partir do que vimos nos itens anteriores deste capítulo, podemos
enunciar o seguinte roteiro para o emprego do método das deformações:
i?) Escolha do sistema principal (obtido bloqueando-se as deslocabilidades
internas com chapas rígidas e as desloizbilidades externas com apoios
adicionais do 10 gênero).
'por aplicação direta, ao caso, do teorema de Betti, poderíamos escrever esta
expressão, pois, considerando inicialmente a Fig. 1-30.1 como estado de carregamento
e a Fig. 1-30.2 coma estado de deformação, escreverimos que o trabalho virtual
realizado seria ( K g t g c ) X I , e depois, invertendo os estados de carregamento e de
deformação, obteríamos o trabalho virtual ( K c t c ~ ) X 1. Igualando os dois valores,
chegamos a K g l g c = K c t c - (os trabalhos virtuais igualados foram os das forças
externas, já que os das forças internas são iguais entre si).
O metodo das deformações 27
20) Resoluçáo do sistema principal para o agente solicitante externo,
obtendo-se o vetor { o 0 ) e para cada uma das deforinaçoes incógnitas
A,, com o valor arbitrado inicialmente, obtendo-se a matriz 181.
30) Cálculo das deformações (incógnitas) Ai (pela expressão {A,] =
= -[81-' {Oo}).
40) Obtenção dos efeitos finais (E = E, t Z Ei Ai).
s - APLICAÇOES AS ESTRWURAS SEM DESLOCABILIDADES
EXTERNAS
5.1 - Atuapo de carregamento externo
Ex. 1.3 - Obter o diagrama de inomentos fletores e as reaçóes de apoio
para o quadro da Fig. 1-3 1. cujo material tem t' = 7 X 1 0"/m2 e cujas
barras possuem inércia constante e igual a 0,024 ni4.
Fig. 1-31
0bedecendo.se ao rotciro indicado em 4.2. temos:
1. Sistema principal
Tendo a estrutura dada apenas duas deslocabilidades internas (rotaçóes
dos nós B e C), obtemos o sistema principal da Fig. 1-32. colocando
chapas rígidas nos nós B e C.
Curso de análise estrutural
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
P,,=+6 p,0=+12
Com o auxilio da Tabela I, obtemos I? n
os momentos de engastamento perfeito
e que sáo, no caso: O +6 -6
O A
Para barra 2: I I
Pl
Mc = - - = -6 int
8 Fig. 1-33 - Mo
Para barra 3:
Temos. então, o esquema da Fig. 1-33, a partir do qual, obtemos:
= t6
Ozo = +18 - 6 = t12
b) Rotaçáo A,
O i i = 17 02, =+1.5
Como, conforme vimos na exposição
do método. não somos obrigados a
r' A
dar rotações unitárias, trabaiharemos ry-\
com a rigidez relativa das barras (isto
é, dividiremos a rigidez real por 4E)
e multiplicaremos a inércia por I @ , +2
para trabaharmos com números mais
s imp le~ .~
Fig. 1-34 - M ,
Assim, girando o rió 1, teremos:
1 74 Para a bara 1: k = A = L -
I h
- 4
J 24.
Para a barra 2: k = - = - = 3
1 8
80bi idos os vaiarcs finais de Ai c A2 para o problema. ronio arbitramov iIm;i
i o3 rotaqào igual a (-) rad para as nós B c C Ipois dividimos a rigidezpor 4F c
4E
muitiplicamos a inércia por 10". tcrcmas que as rotaçõcs carrcfas de B o C ~er. iu:
103 103
PB= - A I e V C = -A2. 4K 4F
O metodo das deformações 29
Levando em conta que as barras tem intrcia coiistante e que, portalito,
o coeficiente de transmissão vale +0,5, obtemos o esquema da Fig. 1-34.
a partir do qual podemos escrever:
8i i = +7
0 2 1 = +1,5
c) Rotação A2
Adotando os mesmos fatores-escala "
que os escolhidos para a rotação A i , p , , = + , , ~ O ~ ~ . + I O
temos, girando o no 2: A A
Para a barra 2:
Para a barra 3:
Para a barra 4:
Vem, então, conforme indica a Fig. 1-35:
0 1 2 = + l i 5
pz2 = t 1 0
3. Cálculo das incógnitas A, e A2
Sabemos que:
Fig. 1-35 - Mi
Daí. obtemos:
$:I = - 6: a] { ) = Li: i'] 6:) = @I$
30 Curso de análise estrutural
4. Efeitos finais
Seráo dados por E = E, - 0.62E, - 1.1 1 E,, obtendo-se os momentos
finais nas extremidades das barras indicados na Fig. 1-36. a partir dos quais,
confomie indica em detalhe a Fig. 1-37. obtemos as reações de apoios e
o diagrama de momentos fletores pedidos, representados na Fig. 1-38.
Notar que a sonia dos momentos em torno de cada nó deve dar zero,
pois não existe carga-momento aplicada à estrutura (geralmente existirá
Fig. 1-36 - Momentos finais nas esfremidadcs das barras
M = M o - 0 . 6 2 M 1 - I.11M2.
A
Fig. 1-37 - Situagão final dar barras
14.67 mt
t2.031 t3.97 + 13.83 = 17.8r
Pig. 1-38 - DMF ieiii mt l c reqhcr de apoio
O método das deformacões 31
um valor residual náo-tiulo iicsta soma. representando o erro numérico
cometido quando do arredoiidmento feito na soluçSo do sistema de
equações de coiiipatibilidade cstática. Desde que este resíduo seja suficiente-
ineiite pequeno, em presença dos demais valorcs, não terá maior expressão).
Ohseri~acão:
As rotaçóes vcrdadeùas (ver nota dc rodnpé 8) dos nós B e C são dadas
por:
103
q B = - A , = - = -0,78 X IO-%ad
4 E 4 X 2 X 1 0
Os sinais negativos indicam que as rotações cometas sào no sentido liorário.
Ex. 1.4 - Obter o diagrama dc momcntos fletores e as reações dc apoio
para a estrutura de inércia constante da Fig. 1-39.
6 t l rn
Fig. 1-40
1. Sistema principal
T a c s t r t u d a d e s o a i i A
dades intcrnas (rotações dos nós D
e R e nenhuma deslocabilidade ex-
terna, o sistema principal é o dn
Fig. 1-40.
A
O O
/ B .C
32 Curso de analise estrutural
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Pela Tabela I , temos:
Para a barra @ :
M* = -iw, = -- 6 X 4 2 = t 8 m t
12 + A 8
Para a barra @ :
MD = -MF = t 8 mt Fig. 1-4 1 - M o
A partir do esquema da Fig. 1-41, vem:
b) Rotação A,
Trabaihando com rigidez relativa e
arbitrando .I = 60 para todas as barras,
vem, para uma rotação do nó 1:
J 60
B a r r a s a e @ : k = - = - = 12
1 5
3 J 3 60
Barra @: k '= -X-=-X -=11 ,25 +10
4 1 4 4
J 60
Barra O: k = - = - = 20
Fig. 1-42 - M~
1 3
A partir do esquema da Fig. 1-42, vem:
> o l 1 = 5 5 , 2 5
Pzi = 6
c) Rotação A2
Agindo analogamente ao caso da ro-
tação A , , obtemos da Fig. 1-43 (le-
vando em conta que, no nó F, temos,
60
para a barra @ : k = -= I 2 e para
3 60
a barra @ : k' = - X - = 15):
4 3 A~
i O método das deformações
3. Cálculo das incógnitas
i E;} = - ['a5 ,;I -' {-i} = {-;;;;}
I
1 4. Efeitos finais
1 A partir da expressáo E = E,, - 0,033E, + 0,297E2, obtemos os
momentos finais atuantes nas extremidades das barras, indicados na Fig. 1-44,
a partir dos quais obtemos o diagrama de momentos fletores (em mt) da
Fig. 1-45.
Fig. 1-44-M =Mo-O,033M1 t 0,297M2
Fig. 1-45 - Diagrama de mamcntoi
fletorcs (em mt).
A obtenção das reações de apoio, neste caso, não é tão simples quanto
à do exemplo anterior, que, por ter todas as barras perpendiculares entre si,
nos permitiu obter as reações de apoio por uma simples soma de esforços
cortantes.
No caso deste exemplo, o procedimento mais fácil será rotular todos os
nós da estrutura e aplicar, como cargas, os momentos atuantes nas
extremidades das barras e o carregamento externo, conforine está feito
na Fig. 1-47; com isto obtém-se uma estrutura hipostática com um carrega-
mento auto-equilibrado e, desta forma, torna-se possível obter as reações
de apoio empregando as equações da Estática. Senão vejamos:
34 Cuno de analise estrutural
Por ZX = O ... liA = 0,3St 6 t im -
~ o r ~ ~ @ = O . . . 0 , 3 5 X 3 + 4 V ~ - 7 , 8 -
- 6 X 4 X 2 + 8 , 4 = 0
.-. VA = 11.6t
POI CiClc = O ... 1 I .6 X 8 + 4V8 t
+ 0,35 - 7,8 - 6 X 8 X4=
7,8
0.4
0.7
= O : VB = 26,Xt A -
P o r X Y = O ... V c = 6 X 8 - V q - i % = ti^
= 9,hi 1% !vc
Fig. 1-47
As reações de apoio são. então. as indicadas na Fig. 1-48. O procedimento
empregado neste caso, para ohtenção das reações dc apoio, é inteiramente
geral, ~ o d e n d o ser adotado em qualquer outro.
t11.6t t 26.8% tQ.8t
Fig. 1-48 - Ileuqõcr dc apoio.
Ex. 1.5 - Obter o diagrama de momentos fletores para a viga de iiiércia
constante da Fig. 1-49.
I Fig. 1-49 0% oc
I
I
O m4todo das deformações 35
A estrutura da Fig. 1-49 pode, retirandwse seu balanço, ser encarada de
forma indicada na Fig. 1-50, a partir da qual obtemos:
Fig. 1-50
1. Sistema principal
2. Efeitos no sistema principal:
a) Carregamento externo
Conforme a Tabela I , temos, devido à carga uniformemente distribuída:
Para barra @ :
Mq = -Ms = -- 62 - - +12 mt
12
Para barra @ :
v , a
I
-
I -
carga distr. 1 +12 -12 ;+I8 O 1
momento do i 1 -4 - -8 i
balanço I
I
Fii. 1-52 - Mo
36 Curso de análise estrutural
Devido à influência do balanço, temos um momento em C, de (-8 mt),
que transmitirá i extremidade B da barra @ um momento de (-8) X 0,s =
= -4 mt. Com isto, obtemos o esquema da Fig. 1-52, a partir do qual vem:
Pio = 14 - 12 = 2.
b) Rotação A,
Arbitranco d = 24 e trabalhando com rigidez relativa. temos no nó B:
24
Para barra 0 : !i = - = 4
6
3 24
Para barra @ : k = - X - = 3
4 6
Obtemos, então: O,, = 7
3. Cálculo da incógnita:
-Pio -2 Temos: A , = - = - -
P l l 7
4. Efeitos finais
2
Como M = Mo- - M , , temos, a partir dos momentos finais indicados
7
na Fig. 1-54, o diagrama de momentos fletores (em mt) da Fig. 1-55.
Fig. 1-54 - Mornrntor nas cxlremidade, dar batias: iM := Mo - L M i
7
O m6todo das deformações
Fig. 1-55 - DMF (em mt)
Obsmvaç50: Note o leitor como a presença de um balanço não introduz
nenhuma incógnita adicional no problema, pois podemos rompê-lo, trans-
ferindo suas açóes estáticas para o apoio que Ihe é adjacente (no caso da
Fig. 1-49, o apoio 0.
Ex. 1.6 - Mesnio exercício anterior se, ao invés do engaste em A ,
tivermos um engaste elástico de constante K = 104 mt/rad, conforme
indica a Fig. 1-56, A viga tem EJ = 0,6 X 104 tm2.
Fig. 1-56
Neste caso, haverá a deslocabilidade interna adicional do nó A e teremos.
então:
1. Sistema principal
Fig. 1-57
Curso de análise estrutural
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Os efeitos serão idznticos aos do exemolo anterior e temos. conforme a
Fig. 1-58:
r;l
pio = t? A -
- -8
Fig. 1-53 - Mo
b ) Rotação A,
NO caso, devido à presença do engaste elástico, trabalharemos com a rigidez
verdadeira das barras, pois, caso coiitrario, precisariainos tan~b im detiiir
rigidez relativa do engaste elástico lo que. aliás, iião seria difícil. pois
bastaria dividir sua constante do engastamento por 4E). Dando uma rota$ãu
A, = rad. temos iiii n 6 B:
Fig. 1-59 - M i
4EJ X 10-3 - 4 X 0,6 X 10
Para a barra @ : -44 = [ - 6
= 4 m t
Para a barra @ : M =
3EJ X 10-3
I = 3 mt
Temos, então: P I I = +7
= t 2
C ) Rotação A2
Dando. tainb8m. uma rotação A2 = rad, temos no nó A : Engaste
elástico: iC1 = 104 X = I0 mt. Barra @ : M =
4EJ X 10-3
I
=4mt .
A partir dai. levando cm conta a Fig. 1-60. temos:
v
Pil = +2 - a
- pzz = t14
+ 10 +4 - +2Fig. 1-60 - M,
O método das deformaçóes
3. Cálculo das incógnitas
Temos:
4. Efeitos finais
A partir dos iiiomentos finais nos A
B C
nós, indicados na Fig. 1-61 (M =,%Io - t8.5 -13.87 4 i13.87 -8 4
- 0,0425bJl - 0,85M2), obtemos o
diagrama de momentos fletores da Fig. 1-61 - Momentos finais (em mil.
Fig. 1-62.
Observe o leitor como a presença de 13.87
um engastamento elástico em nada
modifica o roteiro do método das
deformações; implica, apenas, uma
incógnita a mais (deslocabilidade in-
terna) para o problema.
Flg. 1-62 - DMF (cm mt)
Observação: Até o presente instante. resolvemos apenas estruturas planas.
Exemplificaremos, a seguir, o caso de uma grelha, para cuja resolução
precisamos introduzir o conceito de rigidez à torção de uma barra.
Definimos tomo rigidez à torção. num nó de uma barra biengastada a
torção, o valor do momento de torção que, aplicado neste nó, suposto
livre para girar por torção. provoque uma rotação unitária do mesmo.
Seja deterrniiiar a rigidez à torça0 eiii
A da barra AB da Fig. 1-63. Aplicando
um momento K T em A . temos que a -1-
rotação por torção da barra AB em A
será dada por A B
. .
Para ter1110sp~ = I , KT deverá valer: x 5
Fig. 1-63
40 Curso de análise estrutural
A expressão (1.15), inteiramente geral, define, então, a rigidez à torção
de uma barra biengastada à torção (qualquer que seja sua lei de variação
da inércia).
No caso particular da barra ter inércia J, constante, a expressão (1.15)
se transformará em:
Analogamente ao que fuemos no caso de flexão. convencionaremos um
sentido positivo para a rotação por torção e os momentos torçores que ela
provoca. Assim. considerando positivo o sentido de P indicado na Fig. 1-63,
temos:
o que nos perniite dizer que o coeficiente de transmissão.de momentos
torçores de um nó para outro de uma barra reta, biengastada à to reo,
qualquer que seja sua lei de variação de inércia, é igual a (-1).
O sentido yi @ pala rotaçáo por torção do nó em estudo deve ser,
evidentemente, o mesmo que o sentido positivo da rotaçáo por flexáo das
barras que chegam ao referido nb. O Exemplo 1-7 esclarecerá:
Ex. 1.7 - Obter os diagramas de momentos fletores e torçores para a
grelha da Fig. 1-64. cujas barras têm. todas, EJ = 5 X 104 tm? e GJ, =
= 4 X 10q tm2.
Em se tratando de uma grelha ex-
ternamente indeslocá\~el. o número de
deslocabilidades é igual ao dobro de
nós internos (no caso B e C). pois
cada nó possui componentes de rota-
ção em toriio dos eixos .r e y (supondo
a grelha no plano xy).
Assim sendo. a grelha da Fig. 1-64
possui quatio deslocabilidades e vem. i5,L5,
então:
Fig. 1-64
1. Sislema principal
Na Fig. 1-65, indicamos o sistema principal, obtido colocando-se chapas
para impedir todas as componentes possíveis de rotação dos nós internos
da greiha.
O mhtodo das deformações 41
Na mesma figura, indicamos também os sentidos que consideraremos
positivos para rotações e inomentos em torno dos eixos x e y.
Fig. 1-65
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Empregando a Tabela I , obtemos os momentos de engastamento perfeito,
indicados vetorialinente na Fig. 1-67, a partir dos quais temos:
Fig. 1-66 - E , Fig. 1-67
61, = 0; 020 = +2.5; = -5 ; lBw = + 5 , confonne indica a Fig. 1-66.
b) Kotação A,
Dando uma rotação A, = rad à chapa 1, tenios no nó C:
Para a barra 3:
4EJAi 4 X 5 X 10 = +40 M = - - -
1 5
Cuno de analise estrutural
Para a barra 2:
GJtAl - 4 x 10 = +4 T=- - -
I 10
Obtendo-se, a partir do esquema da Fig. M 8 :
pi l = 44; pll = -4; p,, = o; 041 = o.
Fig. 1-68 - EI
c) Rotação A2
D
Dando uma rotação A, = 10-3 rad a
chapa 2, temos, no nó E :
Para a barra 1:
Para a barra 2:
GJ,A, 4 X 10 T = - - -
1 1 o = 4,
obtendo-se, a partir do esquema da
Fig. 1-69:
Fig. 1-69 - E ,
d) RotaçZo A 3 n /
Para A, = 10-3 rad, temos no nó C:
Para a barra 2:
4EJA 4 X 5 X 10 = 2o ,r,{ = 2 =
1 1 O Fii. 1-70 - E ,
O rnbtodo das deforrnaçoes
Para a barra 3:
G J r A 3 _ 4 X 10 T = --
1 - 5 - 8,
obtendo-se, a partir do esquema da
Fig. 1-70:
f l i 3 =O; f l z 3 =O; f l S 3 = 28; f143 = 1Q
e) Rotação A,
Fig. 1-71 - E4
Analogamente ao caso da rotação A3.
obtemos, a partir da Fig. 1-71:
P14 = O; 024 = O; f l y ~ = 10; 1144 = 28.
3. Cálculo das incógnitas
A partir da expressão (L13), temos:
i ~ , 7 r44 -4 O 01 / 01 ~ - o , o o ~ ~ I
4. Efeitos finais
Pelo emprego da expressão (1.11). obtemos os momentos fletores e
torçores atuantes nas extremidades das barras, ficando, então, resolvido o
problema a partir desses valores. representados na Fig. 1-72.
Fig. 1-72 - Momentos Fminais nas extremidades das barras
E = E, - 0,0052E1 - 0,0572E1 + 0,277E3 - 0,277E4 (em mt)
44 Curso de análise estrutural
Os diagramas de momentos fletores e torçorcs, obtidos da Fig. 1-72, estão
representados, em mt. nas Figs. 1-73 e 1-74.
Fig. 1-73 - M tcrn mt) Fig. 1-74 - Tiem mt )
5.2 - Atuação de variação de temperatura ou recalqoes de apoios
5.2.1 - Recalqije de apoio
Seja resolver a estrutura da Fig. 1-75.1 para o recalque do apoio B
indicado. Em se tratando de uma estrutura com duas deslocabilidades
internas. o sistema principal é o da Fig. 1-75.2. Para obtenção dos efeitos
no sisteme principal. provocados pelo agente solicitante externo (no caso
o recalque p), temos que resolvê-lo para um deslocamento vertical p do
engaste E. Devido a este deslocamento, o sistema principal se deformará,
não aparecendo, entretanto, rotações nas extremidades de suas barras, que
estzo impedidas de girar; assim, os momentos de engastamento perfeito
que irão surgi! iras extremidades das barras serão função, apenas, dos
deslocamentos ortogonais recíprocos de uma extremidade em relação à
outra9 e podem ser comodamente obtidos por um williot, traçado da
--
'ver Pie. 1-1. Usando as rota(&~ desta figura, como nãu existem LPA, LPg ncm
carregamento externo. os momentos nas cxtrcrnidadcs da barra são função. iprnds,
di: PBA.
O método das deformaçães 45
mesma maneira e com as mesmas notações como foi apresentado para o
cálculo de deformações em treliças isostáticas, no item 3 do Cap. I, Vol. I1
de nosso Curso.
Assim. conforme indica a Fig. 1-76, chamando de O á origem do wiüliot
(que se confundirá com a e c, já que estes engastes não sofreram recalques),
marcando na vertical para baixo, a
partir de a , um segmento igual a p ,
obtemos h . Tirando por n e h perpen-
diculares às barras 1 e 2. respectiva-
inente. obtemos d e, finalmente, ti-
rando por d e c perpendiculares as
barras 3 e 4. respectivamente, obtemos
e, ficando completo o williot. Os des- 1~ b d
locamentos absolutos dos pontos A .
O, C, D. E se+rão dados, então, pelos Fig. 1-76
vetores~n, Ob, ..., 0gdo wiliiot.
Não estamos, no entanto, interessados em deslocamentos absolutos, mas,
sim, em deslocamentos relativos de uma extremidade da barra em relação
à outra (e que são os deslocamentos ortogonais recíprocos) e que podem
ser lidos diretamente no williot; senão. vejamos:
Seja, por exeniplo, obter o deslocamento ortogonal reciproco para a
barra 3, da extremidade E em relação a D.
Como 02 e 0Zsáo os deslocamentos absolutos de D e E, o deslocamento
* + +
relativo de E,ein relação a D será dado por Oe - Ou =de. Podemos, então,
dizer que. para uma barra genérica IJ de uma estrutura, o deslocamento
ortogooal reciproco da extremidade .i em relação i extremidade I será
-f
dado pelo vetor ij do williot correspondente.
+
D + pDs = bd
Dr?
+
+ E PEC = ce
PED = de
___--- __--
D -- E
0 Fig. 1-77 c
46 Curso de análise estrutural
Assim, voltando ao exemplo da Fig. 1-75, os deslocamentos ortogonais
recíprocos provocados pelo recalque p indicado, obtidos do wiUiot da
Fig. 1-76,estão indicados na Fig. 1-77.
Conhecidos os deslocamentos ortogonais recíprocos, os efeitos no sistema
principal, provocados pelo recalque de apoio,são imediatamente obtidos
pelo emprego das expressóes (1.7) a (1.9) ficando, com isto, conhecido o
vetar {Si,}, a partir do qual o problema fica resolvido pelo emprego da
expressáo
{Ai] = -[61-' {Si"}.
Os exemplos seguintes esclarecem
Ex. 1.8 - Resolver a estrutura da Fig. 1-39 (Ex. 1.4) para um recalque
horizontal, da direita para a esquerda, de 1,5 cm do engaste A , associado
a um recalque vertical, de cima para baixo, de 2 cm, do mesmo engaste.
A estrutura tem rigidez constante, igual a 103 tm2.
Sendo o sistema principal o da Fig. 1-40. a partir do williot da Fig. 1-78,
obtemos os deslocamentos ortogonais recíprocos, que são:
+
Para a barra 1 : PDA = I nd l = 2,s cm
Para a barra 2: p,,.~ = ldfl = O
+
Para a barra 3 : PFE. = I ef l = O
Para a barra 4: PED = I l = O
+
Para a barra 5: ~ D B = / bd I = 3,O cm
Para a barra 6: PEC = Ice I = 3,O cm
Os momentos de engastamento perfeito provocados por esses desloca-
mentos ortogonais recíprocos são:
O mktodo das deformações 47
6 E I p - 6 X 10' X 2.5 X [ O - ?
Para a barra 1: = MB = 2- - -
I 5'
= -6int
6FJp
Para a barra 5: MR = AIB = A = -
ú x 10) x . 3 ~ 10-?
I' 9
= -2O111t
3 EJp - 3 X 1 0 " 3 ~ 1 0 ~ ~ =
Para a barra 6: MC = - - - -
I 9
(Os sinais foram obtidos do esquema da 12ig. 1-79, que inostra serem
negativos todos os valores dc p . çonformc a co~ivcriçáo al~rcseiitada ciii
3.2.a.)
Fig. 1-79
Assim, os efeitos dos recalques de apoio no sistema principal são os da
Fig. 1-80, obtendo-se, então:
Fig. 1-80 - M,
Como os momentos M, e M, (e, consequentemente, a matriz [ b ] ) já
são conhecidos do Exemplo 1.4, temos, para o recalque
48 Curso de análise estrutural
10 Os efeitos finais seráo dados. então. por E =Er + 0,481 E, - 0.107E2 ,
obtendo-se, a partir dos momentos finais nas extremidades das barras
indicados (em mt) na Fig. 1-81.1, o diagrama dos momentos fletores provo-
cados pelos recalques. representados na Fig. 1-81.1.
1-81.1 1-81.2 - DMF dcvidu aos recalqucs
(em mt).
Fig. 1-81
5.2.2 - Variação de temperatura
Seja resolver a estrutura da Fig. 1-82.1 para a solicitação térmica nela
indicada, que consiste numa variação de temperatura i, das fibras externas
e numa variação ti das fibras internas em relação ao dia de sua execução.
A partir do esquema da Fig. 1-83. que mostra a decomposição da variação
de temperatura que ocorre em duas parcelas - uma apen- as com uiii
gradiente térmico A: = i; - f, do interior em relação ao exterior, sem
variação de temperatura no centro de gravidade, e a outra apenas com omn
variação unifome de temperatura t, (igital S variaç4.i de tempzrztili-s
atuante no centro de gravidade da seç%&) ao longo de toda a selão - podemos
dizer que a solução do caso da Fig. 1-82 será a soma dos casos dzib
Figs. 1-82.2 e 1-82.3:
"0s efeitos E l c E2 rslão indicados nas Figs. 1-42 e 1-43 do Exemplo 1.4 deste
capitiilo.
O metodo das deformaç6es
Fig. 1-82
Fig. 1-83
a) Efeitos de,Af (com tp = 0)
No caso da Fig. 1-82.2, como não há variação de temperatura no centro
de gravidade, não haverá variação no comprimento das barras da estrutura
e, para conhecermos os efeitos provocados por esta parcela de solicitaçáo
no sistema principal (indicado na Fig. 1-84), bastará que conheçamos os
momentos de engastamento perfeito emvigas retas biengastadas ou engastadas
e apoiadas, submetidas apenas a um gradiente térmico A i = ti - I,.
Estes casos podem ser tabelados com C
simplicidade para barras com inércia
constante (trata-se de resolução de
vigas hiperestáticas bastante simples
para uma variação de temperatura
At = ri - t , do interior em relação
ao exterior), obtendo-se as expressões
dos momentos de engastamento per-
feito seguintes. 19 Fig. 1-84
50 Cursa de análise estrutural
Para 11 caso da Fig. 1-85 (barra bieii-
gastada). Me
EJLY(ti - te )
MA = -Mo =
h
Para o caso da Fig. 1-86 (barra en-
gastada e rotulada): Fig. 1-85
Os sinais destes momentos obedecem
à convenção de sinais da Fig. 1-18 e
os sentidos indicados nas Figs. 1-85
e 1-86 estão indicados supondo-se
Fig. 1-86
Ar > O (caso contrário serão, eviden-
temente, inversos).
Coihecidos os efeitos { l i iAt } do agente solicitante externo no sistema
principal, o problema está resolvido, pelo emprego da expresszo
{ A 4 = -[O]-' { b t ~ r l
b) Efeitos de tg (com At = 0)
No caso da Fig. 1-82.3, como há variação de temperatura no centro de
gravidade das barras, as mesmas terão variações de comprimento iguais a
Al, = atgl, e a Al, = otgl,; com isto, a posição do no C niudará, podendo
ser obtida por um williot traçado da mesma maneira como definimos no
item 3 do Cap. I, Vol. 11, do nosso Curso. Para a obtenção do williot que
está traçado na Fig. 1-87 (supondo tg > 0) marcamos, a partir da origem o
(que coincide, no caso. com os apoios A e B), as variações de comprimento
Al, e AI, das barras 1 e 2, sendo
obtidos os pontos 1 e 2; tirando-se C
por 1 e 2 perpendiculares, respectiva-
mente às barras 1 e 2, obtemos c,
ficando completo o williot. A análise AI,
do wiüiot nos mostra que a defor- :@C>1: O. a, b
maçio de cada barra tem duas compo-
nentes: uma a i a 1 (que é a variação
de comprimento provocada pela va- Fig. 1-87
riaçáo de temperatura), que não intro-
duzirá esforços no sistema principal da Fig. 1-86 (pois a extremidade C
das barras n%o está impedida de se deslocar; apenas está impedida de g k r ,
I
I O m6todo das deformações 51
devido à presença da cliapa I ) e outra perpendicular i barra. sendo. portanto,
um deslocamento ortogonal recíproco e que provocará o aparecimento de
momentos dc cngastamenlo perfeito, dados pelas expressões 11.7 a 11.9.
A
coiiformc o caso (iio exemplo da Fig. 142.1, tcnios ~ C A = !: e o,-- = ? c ) .
Conhecidos os deslocamentos ortogonais rcciprocos, obtemos o vctor
{oirs}, ficando resolvido o problema pela expressão
I {A i } = - [ P l - ' {flirxl
I
Observapio - Podeinos resolver diretamente o problema conjunto da
variação de temperatura (Ar t te) bastaiido somar os efeitos das 2 parcelas
no sistema principal, o que nos conduzirá ao vrtor {oii] = {oi,t] t {oirg},
a partir do qual o problema é resolvido pela expressão
{Ai} = - [O ] - ' foi!}
Este procedimento será, evidentemente. mais vantajoso, pois faremos as
operações matriciais de uma única vez.
I Os exemplos seguintes esclarecem.
Ex. 1.9 - Resolver a estrutura da Fig. 1-88 para a variação de temperatura
I nela indicada, em relação a do dia da execução. Sabe-se quc possui seção
retangular de 0,s rn de altura e que tem EJa = 10-' tm2/'C. para todas
I as barras.
C
Fig. 1-89
52 Curso de análise estrutural
Sendo a decoinposiçáo da variação de temperatura a indicada na Fig. 1-89,
temos:
1. Sistema principal
2. Efeitos no sistema principal
a) Variação de temperatura
a.1. At = ti - te = -40°C, com t, = O
Temos, conforme a expressão (1.17).
os seguintes momentos de engasta-
mento perfeito:
Para a barra 1:
MA = -MC =
EJa(ri - r,) _ -
h -8
- - 10-' (-40) = -8mt
0,s Fii. 1-91 - M,t
Para a barra 2 : Mc = -MB = -8 mt
a.2. r, = +3O0C, com At = O
Devido a rg = +30°C, as barras so-
frerão alongamentos iguais a
Ai, = atgl, = t180a e
AIl = atgl, = t 300a . -4
Temos os seguintes então, deslocamentos do wiüiot da ortogonais Fig. 1-93, A -4bh I
I B
recíprocos: Fig. 1-92 - Mr
E
O método das deformações
Para a barra 1: p c - = 1; = -240a
(considerando-se C a extremidade di- 2, c 240 ru 1
reita, ela subiu em relação à esquerda,
o que torna negativo o valor do deslo-
camento ortogonal reciproco. confor-
me a convenção apresentada em 3.2.a).
AI, = 180ru
"00~
Para a barra 2: PCB = 2; = 0. O, a, b
Os momentos de engastamento per-
feito serão, entáo: Fig. 1-93
6EJp 6EJ(-240a) Para a barra 1: MA = MC = -- -
IZ - l2 = -4mt
Para a barra 2: MB = MC = 0.
Obtemos, então, o esquema da Fig. 1-92.
a.3. Efeitos totais da variação detemperatura
Serão obtidos somando-se os efeitos das Figs. 1-91 e 1-92, chegando-se
aos valores indicados na Fig. 1-94.
Temos, entáo: {&j = {-4).
b) Rotação .A,
Trabalhando com rigidez relativa e
arbitrando J = 60, temos:
J 60 Para a barra I : k , = - = - = 10
11 6
J 60 Para a barra 2: k2 = - = - = 6
1, 10
A partir do esquema da Fig. 1-95,
obtemos O,, = 16
3. Cálculo de A, Fig. 1-95 - Mi
Temos: {A,) = - [P ] - ' {&I, obtendo, no caso:
54 Curso de análise estrutural
4. Efeitos finais
Sendo os efcitos finais dados por E = E,. + 0,25E1, temos, a partir dos
monicntos finais indicados na Fig. 1-97, o diagrama de momentos fletores,
ein mt. da Fig. 1-98.
Fig. 1-98 - DMT (em mt).
Ex. 1.10 - Obter o diagrama de nioincntos fletores para a estrutura da
Fig. 1-99. se a mesma for submetida a um aumento uniforme de tempera-
tura de 20°C. E dado: EJa = 10-' tm2/"C. para todas as barras.
~ - " i - _ - - _. - _ - - - - _ - I -- _. I
I
Fig. 1-99
I
I ,
Temos:
1. Sistema principal
Em se tratando de uma estrutura com duas deslocabilidades internas
Irotaçóes dos nós D e E) e externamente indeslocável, o sistema principal
é o da Fig. 1-100.
Fig. 1-100
O metodo das deformaçóes
2. Efeitos no sistema principal
a) Variação de temperatura
Sendo as variaçóes de comprimento das barras Ali = atgli = t 20aIj,
temos: AI, = Al, = AI, = t 160a ; A/.,= A16 = t 120a ; Al, = AI, = tZOOa.
A partir do wiiliot da Fig. 1-101, no qual os pontos foram obtidos na
ordem e, d, a (notar que, como A é um apoio vertical do I ? gênero,
s6 podendo se deslocar portanto, na horizontal, um de seus lugares geométri-
cos será uma reta horizontal partindo da origem o), obtemos os seguintes
deslocamentos ortogonais recíprocos:
+
Para a barra 1: p n ~ = Ia = -120a (a extremidade da esquerda desceu em
relação à da direita)
Fip. 1 - 1 0 1 Wüiiot.
+ +
7d = 0 Para a barra 2: PDE = , Para a barra 5 : PEB = 5e = O
+
Para a barra 3: ~ F E = 3 4 : t 2 1 3 a Para a barra 6: p ~ c = 65 = t1600i
Para a barra 4: PDB = 4d = O Para a barra 7: PJ-C = 7 f = + 267 a
(Os sinais dos deslocamentos ortogonais recíprocos são dados obedecendo-se
i convenção de se considerar positiva uma descida da extremidade da direita
da barra em relaçào à extremidade da esquerda.)
Note o leitor que, conio o williot foi traçado na ordeni e. f: d, a, o desloca-
inento+ortogonal recíproco da barra L, (barra DE). por exeniplo. é dado +
por 7d e não por 2 e , pois o wiiiiot partiu de e para d e não de d para c.
(Aliês. não seria difícil verificar o engano, caso coiiietido, pois 2: e4 o desloca-
mento axial da barra e, riiirica pr>deria ser coiifundido com o deslocamento
ortogunal recíproco 70.)
Assim, na leitiira dos desIorainci%rús ortogonai recíprocos, deve ser res-
peitada a ordern do t rapdo do wii:iot.
66 Curso de analise estrutural
Os momentos de engastamento perfeito são, então:
3EJp 3EJ ( -1204 = Para a barra I : Mo = -- - P - 6 4
~ E J P + 3 X 2133 = Para a barra 3: ME = -- - P - 64
3EJp + 3 X 16 = +,,33 mt Para a barra 6: ME =-- = P 36
Para a barra 7: MC = MF = 0, pois a barra 6 bi-rotulada
A partir do esquema da Fig. 1-102, temos:
c . 5 6
B lo = -0,56
Bzo = +2,33
O +1,33
Fig. 1-102 - Mt
b) Rotaçáo A,
Trabalhando com rigidez relativa e ar-
bitrando J = 24, temos: +3 ++1,5
para a barra 1: k ; ~ 24 $= 2,25 îym
Para a barra 2: k , = 8 = 3 +2
24
Para a barra 4: k , =6= 4
Vem, então: O i l = +9,25
PZI - + 1.5
c) Rotação A,:
Fig. 1-103 - M,
Temos:
Para a barra 2: k , = 3
3 24
Paraa barra3: k ' - - X - = 2,25
' - 4 8
3 24
Pata a barra6: k' - -X-= 3
6 - 4 6
24
Para a barra 5: k -- - 2,4
5 - 10- - -
Vem: 012 = + 1,5
p,, = + 10,65 Fig. 1-104 - M,
O mhtodo das deformqões
3. Cálculo das incógnitas
A partu de A = - i i0,65J 1 2;33J“ ootemos
4. Efeitos finais
0s momentos finais nas extremidades das barras são dados por: M =M, +
+ 0,098M1 - 0,233M2 e estão indicados (em mt) na Fig. 1-105, a partir da
qual foi obtido o diagrama de momentos fletores, em mt, da Fig. 1-106.
Fig. 1- 105 Fig. 1-106
6. APLICAÇÁO AS ESTRUTURAS COM DESLOCABILIDADES
EXTERNAS
A única diferença das estruturas externamente' deslocáveis para as extema-
mente indeslocáveis está no fato de que, para as primeiras, quando impomos
as deformações A i no sistema principal, nem todas seráo rotações, pois
algumas serão deslocamentos lineares para os quais precisamos conhecer
que deslocamentos ortogonais recíprocos aparecerão neste sistema principal.
Este problema será resolvido pelo traçado de um williot, nos moldes do que
foi feito para o estudo de recalques de apoio em estmturas indeslocáveis
(pois, impor um deslocamento a um apoio do I ? gênero adicionado B estrutu-
ra, para torná-la externamente indeslocável, 6 exatamente dar à estrutura do
sistema principal um recalque de apoio), náo havendo, então, qualquer
conceito teórico a adicionar.
Os exemplos seguintes esclarecerão.
Ex. 1-11 - Obter os diagramas de momentos fletores para o quadro da
Fig. 1-107 devido a cada um dAs seguintes agentes:
a) carregamento indicado
b) recalque de apoio D de 1 cm, de cima para baixo associado a um
recalque horizontal de mesmo valor da esquerda para a direita.
EJ = 2 X 104b2 (para todo o quadro)
Curso de análise estrutural
Fig. 1-107
a) Kesoluçio para o carregamento externo
I . Sistema principal
O qiiadro possui uma deslocabilidade iiiterna. que é a rotaçao do nó B
e uma deslocabilidade exteriia. que é o deslocamento horizontal da barra
BC' (Já que 4 iiecessátio colocar um apoio horizontal em B ou C para tornar
estes 116s linearmente indeslocáveis). Assim sendo. o sistema principal é o
da Fig. 1-108. (Nesta figura, indicamos o sentido que consideraremos positivo
para forças e deslocamentos lineares horizontais do nó E.)
2. Efeitos no sistema principal ~1u9~
a) Carregamento exteriio
Aplicando o carregamento esterno no
sistema principal, teremos o funciona-
mento da barra BC como engastada e
apoiada, aparecendo em B um momen-
to dado pela Tabela 1. por hf8 = + 17.51
I
+L- ' X h' - +9 int.
8 Fig. 1-1 09 - t'"
O mbtodo das deformações 59
Devido a este funcioiiamento, aparecerio reações verticais em B e C que se
traiisniitiráo dirctainente aos apoios A e D. conforme iridica a Fig. 1-1 10.
Nenhuma reação horizontal 6 despertada nesta fase.
Temos, então:
PIO = +9 (I? it/rn
Pzo = O (não existe r e a ~ á o
horizontai no apoio 2)
7.5 L t f4.57
Fig. 1-1 10
h) Rotaçáo A ,
Dando uliia rotaçáo A, 2 ciiapa 1. tal
que EJA, " = 6 trn2 tenios o apareci-
iiients dos segiiiiites nis!nentos nas
barras. ein torno do nó L?:
Para a barra 1:
Para a harra 2: t0.51
As reaçòes de apoio, que serão despertadas c que estâo indicadas na Fig.
1-1 11, foram obtidas a partir dos esqtiemas da Fig. 1-1 12.
Temos, eiitáo:
P l l = + 7 a2, = + i (sir~al positivo confc~r~iie conveiição da Fie. 1-108).
"lsto conespotide 3 tcrmas arbitrado um valor r i o i~nitirio p u a Ai. n qicc i: pcrfci-
tiimcntr licito. co~ifoime rabcilios. Quando formos resolvcr a entriiiiira da sistrnia
priticipal para a deslocameiifo &, daremos tamhéni ii!n desl<ic~rnerito A2 tal q ~ e
MA2 = EJA, para que. coni isto, a matriz 1191 r i ja sriiiltrica Ivlr na Obs. 4.1.c. a iiui.i
6 ao ~6di l i i p5giiiaI. Prla incsma rarza. trabiilharcmas sempre no caro de cslruturas
drslocáveis com "gidez absoluta das barras.
60 Cuno de analise estrutural
c) Deslocamento A,
Dando um deslocamento A, ao apoio
2, tal que EJA2 = 6 tm3, teremos o apa-
recimento de deslocamentos ortogo-
nais recíprocos de igual valor para as ----P
barras a barra 1 2, e 3, conforme permanecendo indica o horizontal esquema 2'TT-
da Fig. 1-1 13. Estes valores poderiam t
ser obtidos, evidentemente, a partir de
um williot; apenas não o fizemos devi-
do igrande simplicidade geomitrica da
estrutura, que nos possibilitou esboçar,Fig. 1-1 13
diretamente. a elástica nesta fase.
Teremos os seguintes momentos de engastamento perfeito devido a estes
deslocamentos ortogonais recíprocos:
6EJA 6 x 6
Para a barra I : MA = MB - = + I mt (o sinal é positivo P 6=
porque a extremidade da direita da barra se deslocou de
cima para baixo).
Para a barra 3: Mc = MD = 0, pois a barra B bi-rotulada. Temos, entào, os
momentos e reações de apoio indicados na Fig. 1-114 (as
reaçóes de apoio obtidas do esquema da Fig. 1-115), a partir
dos quais podemos escrever:
P i 2 = + l
P22 = +I13
Fig. 1-1 14 -M2 Fig. 1-1 15
3. Cálculo das incógnitas
O método das deformações 61
4. Efeitos finais
Da expressão M = M o - 2,25 M, + 6,75 M,, obtemos os momentos finais
(em mt) nas extremidades das barras, indicados ria Fig. 1-116, a partir dos
quais temos o diagrama de momentos fletores da Fig. 1-1 17.
Fig. 1-1 16 -M«mcntos finais. Fig. 1-117 -D.M.I;. lcrnmtl.
Observaç5es: a) Caso desejemos conhecer os valores reais corretos da
rotação do i18 B e do deslocamento liorizontal da barra BC. basta inultiplicar-
6
,, que leva em conta mos os valores encontrados pelo fator corretivo2-
ao inves de 1. Assim, o fato de termos arbitrado A, e A, iguais a-
2 X 104'
temos:
A I = -0,675 X 10-' rad (o sentido correto é o horário) a B 2 x 1o4 h
Abarci BC = A2 = 2,025 mm (da esquerda para a direita)
b) As reaçõès de apoio finais podem ser obtidas oii pelo emprego do prin-
cípio da superposiçào de efeitos, da expressão E = E, - 2,25E, + 6,75E2
(estando E,, E,, E, rcp:eseritados nas Figs. 1-109. 1-11 1 e 1-1 14) oir a partir
do diagrama final da Fig. 1-117, por procedimento análogo ao adutado no
Exemplo 1-3 deste capitiilo.
b) Resolução para os recalques de apoio
Bastará determinarmos os efeitos dos recalques de apoio no sistema
principal, já que a matriz [ l i ] está conhecida do item anterior. Os recalques dc
apoio acarretam o aparecimento, no sistema principal, dos seguintes desloca-
mentos ortogonais recíprocos obtidos do williot da Fig. 1-1 18:
f
Para a barra 1: p 8 ~ = ab = O 0.a.b
f
Para a barra 2: p c ~ = bc = + I cm
Para a barra 3 : pco = d? = - I cm
C d
1 crn Fig. 1-1 I8
62 Curso de análise estrutural
Surgirá momento de engastamento perfeito apenas na barra 2, já que a
barra 1 teni pm = O e que, para a barra 3, por ser bi-rotulada, não surgem
momentos de engastamento perfeito. Temos, para a barra 2:
Os efeitos do recalque de apoio no sistema principal são, entáo, os da
Fig. 1-1 19, obtendo-se:
f l l , = + 16,67
&r = 0
Fig. 1-1 19 - iM,
Temos. então. para o recalque:
Os momentos finais, obtidos a partir da expressão A l = M, - 4,17 M l t
+ 12,5M2, estão indicados na Fig. 1-120; o diagrama de momentos fletores
6 o da Fig. 1-121.
Fig. 1-1 20 Fig. 1-121
Ex. 1-12 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da
Fig. 1-122.
O metodo das deformações
Fig. 1-1 22
I. Sistema principal
Tendo a barra AB inircia iiirii!ita. ticani impedidas as rotações dos nós
4 e E; desta forma, a única deslncabilidade iriterna será a rotação do nó C
Exterriameiite, a estrutura tem iiriia deslocabilidade, que 6 o deslocarnerito
Iiorizontal da barra AO. Assim sriiilo. o sistema principal é o da Fig. 1-123 -
Fig. 1-123
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Devido ao fato do carregamento exter-
iio ser constituído por uma única for- o
ça, localizada na linha de ação do
apoio 2 do sistema principal, ele se- f? Fig. 1-1 24 -Mo
rá diretamente absorvido neste apoio,
não aparecendo qualquer momento de engastamento perfeito lias barras.
Temos então, arbitrando como positivas reações do apoio 2 da esquerda
para a direita:
Pio = 0
020 = -3
64 Curso de analise estrutural
b) Rotação A , 2 t t
Dando uma rotacão A , à chapa 1 . tal +2 - I4 . .
que EJA, = 6 tm', surgem, no sistema
principal, em torno do nó C, para as
barras 1, 3 e 4 momentos iguais a
conforme indica a Fig. 1-125. Com ' -h
isto, temos o,, = +12.
Fig. 1-125 - M l
Para a obtenção de P , , , que 6 a reação horizontal despertada no apoio 2
pela rotação A , imposta à estrutura, é fácil ver, no caso, que ela dependerá
apenas dos momentos existentes na barra 1, obtendo-se, a partir doesquema
da Fig. 1-1 26:
l t . A -
821 = + 1 d
(Na Fig. 1-125 não representamos as
outras reaçóes de apoio, já que serão
desprovidas de significado maior para 4mr 1;
nós.) C
Fig. 1-126
c) Deslocamento A, ,nz
Dando-se um deslocamento horizontal
A, ao apoio 2 tal que W A 2 = 6 tm3, p: , 1
apenas as barras 1 e 2 terão desloca- ,
mentes ortogonais recíprocos iguais
a (+A,) , conforme indica a Fig. 1-127,
surgindo em suas extremidades mo-
mentos iguais a MA = MC = Mg =
6EJa, 6 x 6 = MD = 61 - 1 mt. Fig. 1-127
I Z -
A reação no apoio 2, função dos mo- 2 213t
mentos atuantes nas barras 1 e 2 vale-
+l
rá:
+ ') = 213 t, da esquerda para a
6
direita. Assim, teremos:
O metodo das deiormapaes
3. Cálculo das incógnitas
4. Efeitos finais
3 36
Os momentos finais, dados por M = M o - -M , t- M,, estão indicados 7 7
na Fig. 1-129, a partir da qual obteve-se o diagrama final da Fig. 1-130.
Fi. 1-129 Fig. 1-130 - D.M.F. (em mt)
Ex. 1-13 - Obter os diagramas solicitantes e as reaçóes de apoio para a
viga da Fig. 1-131, que tem rigidez constante igual a 103 tm2. A mola tem
constante k = 0,s X I O ~ I m .
Fig. 1-131
1. Sistema principal
A viga possui uma deslocabilidade interna, que 6 a rotação do nó E,
e uma deslocabilidade externa, que 6 o deslocamento vertical do mesmo nó
(já que, devido à presença da mola, este nó se deslocará). Assim sendo, o
sistema principal é o indicado na Fig. 1-132.
Cuno de analise estrutural
Fig. 1-1 32
2. Efeitos no sistcma principal
a) Carregamento externo
Superpondo os efeitos do carregamento atuante nas barras& e BC coma
do carregamento atuante no balanço, conforme indicam as Figs. 1-133.1 e
1-133.2, obtemos os momentos de engastamento Mo e as reaçóes de apoio
indicadas na Fig. 1-133.3, a partir das quais temos:
813 = -1
f120 = -1 1.25 (arbitramos como positivo o sentido de cima para baixo).
O metodo das deformações 67
Daiido uriia rotação AI i cliapa I do sisieiiia prinrip.il ia! quc i::ii, = . ' 2 .
sureirâo do nó L I . os monieiitos: u
Para a barra 1:
4 4 X 4 nlt
,y - -- - - - -
I - -
1, 4
Para a barra 2:
3 W A ' 3 X 4 K' ...L - - -
2 - -
4
- 3 mt
12
Tcnios da Fig. 1-131: eiitZo, 3 partir do esqiienii ;;*a
4 + 2 3 I
3
iiii = +7 4 = 7' -i
r.
&, = t0.75
Dando ao apoio 7 um deslocaii,iii;to 4, tal que L I A 2 = 514, = t 4 .
obtenios a elástica da Fiip. 1-135. que inos mostra ter a l>arra 1 sofrido uiii
deslucaineiitti urtogoiiil rccipruço p , : +i2 ia extiemidadc da dircit~i dcsccu
em relaçã» i da esquerda) e a barra 2 iiin dcslocameiito ortogonal reciprocci
p, = -A2 ( a esquerda desceu ein relac;iri à direita).
2.947
2
-- . . - . -
7 * - -
I
0.7% 0.19t
Fig. 1-1 35 Fig. 1-1 36 - M,
Assim, temos os seguintes momentos de engastamerito perfeito:
Para a barra 1 : MA = M8 = 6EJ(+A2) - 6X4 - + ] ,5
1: 42
Para a barra 2: hfB = 3EJ'J(-Ad --3- - mt
1: 42
12
Valor arbitrado ;ipen;is para auxiliar os dlciilos. No caso. i: ai.iiiisrlhávrl tr;ibailiar
ram rigidez absoliita a fiin de evitar possíveis rrror devidos à amisrào da fator (4L') ris
culisiders$ia ila influéncia <Ia niola. conrornir vercrnos no iteni ?.c tirite cxcniplo. bcni
como para garantir a simetria da matriz 101.
68 Curso de análise estrutural
Devido aos momentos de engastamento perfeito aparecerá0 as reaçóes
1,5 + 1,s v, =
4
= 0,75 t (para cima)
(I9' + '2') +
= 0,94t (para baixo) v, = -
4
o 75 vc = L= 0,19t (para cima)
4
Ao valor da reação de apoio VB, temos que somar a força despertada na
4
mola por lhe termos imposto um deslocamento A, ==e que vale F = kA2 =
-~
4k
=-= 2t, no sentido do deslocamento imposto (isto é, parabaixo). EJ
A reação final no apoio 2 valerá, pois: V, = I V* I + IFI = 0,94 t 2 = 2,94t,
para baixo.
Temos, então, a partir da Fig. 1- 136:
P,, = +0,75
P22 = 294
3. Cálculo das incógnitas
4. Efeitos finai
A partir da expressão E = E , - 0,27E, t 3,90E2, obtemos os momentos
finais nos nós (em mt) indicados na Fig. 1-138, estando o diagrama de
momentos fletores correspondente desenhado em 1-139. As reaçóes de apoio,
obtidas da mesma expressão, estão indicadas na Fig. 1-139. (Poderiam, tam-
bém, ter sido obtidas empregando-se o mesmo tipo de procedimento do
Exemplo 1-3:)
9.31 rnt
+9.31 i ffl,7Si,7E -6&
9.31 m
Fig. 1-138 Fig. 1-1 39
o metodo das deformações 69
Observações: a) O deslocamento vertical da mola será dado por ys =
4 =-A -
4
EJ
- a3 X 3 9 = 1 5,6 mm (para baixo)
b) A reação na mola 6 vale, evidentemente, Fe = kya = 0.5 X lo3 X
X 15,6 X 10-3 = 7,8t, confirmando o valor da Fig. 1-139.
Ex. 1-14 - Resolver a greiha da Fig. I-140,cujasbarras têm EJ = 1O4tma e
GJt = 1,5 X l@trnz.
1. Sistema principal
A grelha possui três deslocabilidades: duas internas, que sáo as componen-
tes da rotação do nó B em tomo de dois eixos ortogonais pertencentes ao
plano da grelha; e uma externa, que 6 o deslocamento vertical dii nó E.
Assim sendo, o sistema principal é indicado na Fig. 1-141. Na mesma figura,
indicamos os sentidos que arbitramos como positivos, para rotagóes e
momentos em torno dos eixos r e y . bem corno para os deslocamentos
verticais e reaçôes verticais do apoio 3.
A , O A, O
-
3
Pig. 1-141
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Nesta fase, a barra AB funcionará como biengastada, surgindo em A e em
70 Curso de análise estrutural
3 X 4 2
B momentos de engastamento perfeito, de módulo igual a --- = 4 mt 12
e cujos sentidos sc encontram indicados na Fig. 1-142. No apoio 3, aparccerá
4 x 3
uma reaçao de apoio igual a -- = 6 t. Temos, então:
2
Bio = -6
Fig. 1-142 - Mo, To
Dando à chapa I do sistema principal uma rotaçáo A, = 4 X 10-3 rad 1 3 .
temns o aparecimento dos seguintes momentos no nó B, no sistema principal
4 X 1 0 4 X 4 X 1 0 - "
- + Para a barra 1: M =---
4
= 40mt
1,
GJtA, _ 1.5 X 104 X 4 X 10-3 = +15ilit Para a barra 2: T =--- -
12 4
Levando em conta que, para a barra 1,
t ~ a = +I12 e, para a barra 2, tsc = -1,
obtemos o esquema da Fig. i-143, a
partir do qual vêm:
o,, = 40 + 15 = t 5 5
$21 = O
O,, = + I 5
15t
15t
Fig. 1-143 . V , , T ,
13vdslor escolhido arbitrariamentç, vi-anil" apenas a trabulhwinos com niimcros
dc mcrma urdiin de grandeza ein todo o pr<iblciiia.
O m6todo das deformações 71
Impondo à chapa 2 do sistema priiicipal uma rotação A? = 4 X 10-3rad,
teinos, por analogia com o caso da Fig. 1-143, o esquema da Fig. 1-144,
a partir do qual podeiiios escrever:
piz = 0
p2,= 40 t 15 = 55
= -15
Impondo ao apoio 3 do sistema principai um deslocaiiiento A, =
= 4 X 10-'m, surgirao, nas extremidades das harras 1 e 2, devido ao desloca-
mento ortogonal recíproco A, de uma extremidade em relação à outra,
momeiitos de engastamento perfeito de módulos
6EJA3 - 6 X 10" X 4 X 10-3 = 15 mt
IZ 42
e cujos sentidos estão indicados na Fig. 1-145
Obtemos, então:
pi3 = t 1 5
Fig. 1-145 - M3, T3
72 Curso de análise estrutural
3. Cálculo das incógnitas
-15
4. Efeitos finais
Da expressão E = E, - 0,07E, + 0,18E2 + 0,64E,, obtemos os momentos
finais atuantes nas extremidades das barras, itidicados na Fig. 1-146, que nos
conduzem aos diagramas de momentos fletores e torçores da Fig. 1-147.
0.9 rnt
Fig. 1-146
0.9 rnt
Fig. 1-147
O método das deformaçaes 73
7. SIMPLIFICACÃO PARA O CASO DE ESTRUTURAS ELÁSTICA
E GEOMETRICAMENTE SIMETRICAS
As id6ias básicas para estas simplificaç6es já foram apresentadas e discuti-
das em detalhe no item correspondente do Cap. 11, Vol. I1 de nosso Curso,
de modo que tiraremos partido destas conclusões, não voltando a apresentar
o a~sunto. '~ Abordaremos, separadamente, os casos de estruturas planas e
grelhas.
7.1 - Estruturas planas
7.1.1 - Caso em que o eixo de simetria intercepta um nó da estrutura
Seja a estrutura da Fig. 1-148.1, elástica e geometricamente simétrica,
submetida ao carregamento indicado.
Empregando o artifício do arranjo de cargas, o carregamento pode ser
decomposto nas parcelas simktrica e anti-simétrica dasFigs. 1-148.2e 1-148.3.
1-148.1 1-148.2
Fig. 1-148
Analisemos cada um dos dois casos:
a) Carregamento simétrico
Para o caso da Fig. 1-148.2, sabemos que o nó C (interceptado pelo eixo
de simetria) náo terá deslocamento horizontal nem rotaçãõ, existindo, apenas
seu deslocamento vertical. Assim, a resolução da parcela sim6trica do carrega-
mento recairá na resolução da estrutura da Fig. 1-149.2, em que o vínculo
existente em C impede todas as componentes de deformação, exceto o
deslocamento vertical. Trata.se, então, de uma estrutura com duas deslocabi-
14caso, em algum ponto da exposi~áo, o leitor sinta alguma dificuldade, sugerimos
a leitura do item 2.5 do Cap. 11, Vai. l l , de nosso Curso.
74 Curso de analise estrutural
lidades - uma interna. que é a rotação do nó 6 e uma externa, que é o des-
locamento vertical de C (basta ver que, acrescentarido um apoio vertical do
I? gsnero em C, a estriitura ficaré indeslocável. pois os pontos A e C serào
engastes e o ponto B estará ligado por duas barras a estes dois pontos indeslo-
cáveis, serido indeslocável tambkm). Assim sendo, o sistema principal para
resolução pelo método das deformaçóes é o da Fig. 1-149.3 (notar que, no
sistema principal, o nó C funciona como engastado).
"' 1 1 ;f-*
A
1-149.1 -- E$trutura simé- 1-149.2 -S~mplifica<ãodr- 1-149.3 S~stemaprincipal
tricd com carregamctiro s i vida à simeiria. para o m6todo das defoi-
mgtrica. myi<;óss.
Fig. 1-149
Observuçãu: Note o leitor que. no caso da parcela simétrica do carrega.
mento, seria indiferente resolver a estrutura simplificada da Fig. 1-149.2
pelo método das forças ou das deformações, pois que ela é duas vezes
hiperestatica e tem duas deslocabilid.ddes, isto é, em qiidlquer dos dois irré-
todos teríamos duas incógnitas a determinar.
b) Carregamento anti-simétrico
Para o caso da Fig. 1-148.3, sabemos que no rió C só não possuirá
deslocamento vertical; assim, a resolução da parcela ariti-simétrica do
carregamento recairá na resolução da estrutura da Fig. 1-1 50.2: que possui
duas deslocabilidades - uma interna (rotação do nó B) e uma externa
(deslocamento horizontal de C, já que, adicioiiando-se-llie um apoio hori-
zontal do 10 género, então ela ficará indeslocável). sendo portanto, dado
pela Fig. 1-150.3 o seu sistema principal para resolução pelo método das
deformações.
1-150.1 1-150.2 1-150.3
Estruturasiinitrica coin car- Simplificaqão devida 2 anti- Sistema principal para o
rcgainonlo anti-simétrico. simetria. mitodo da? deformações.
Fig, 1-150
O metodo das deformações 75
Observapo: No caso. a resolução da parcela anti-simétrica seria mais
vantajosa se feita pelo método das forças pois a estmtura da Fig. 1-150.2
é uma só vez hiperestática (uma incógnita. pelo método das forças), ao
passo que tem duas deslocabilidades (duas incógnitas pelo inétodo das
deformações).
I
I 7.1.2 - Caso em que o eixo de simetria intercepta completamente uma
barra da estrutura
Seja a estmtura, elástica e geometricamente simétrica, da Fig. 1-1 51.1,
submetida ao carregamento indicado.
I
I
Empregando o artifício do arranjo de cargas, o carregamento pode ser
decomposto nas parcelas simétrica e anti-simétricas das Figs. 1-1 51.2 e
1-151.4 que, conforme vimos no Vol. I1 do nosso Curso, podem ser resol-
vidas a partir dos esquemas das Figs. 1-151.3 e 1-151.5.
esta simplifica~ão para o carregamento simétrico. ertamos desprcrando a defor-
mação da barra central devida ao esfarfo normal. No caso de querermos Icvá-Ia cin
conta, agiríamos conforme indicado no item9 deste capitulo.
76 Curso de analise estmtural
Observação: Notar que, na resolução da parcela simétrica do carrega-
mento, teremos uma única incógnita pelo método das deformações (rotação
do nó E ) e que, naresolução da parcela anti-simétrica, teremos três incógnitas,
pois a estrutura possui duas deslocabilidades internas e uma externa (rota-
ções dos nós B e C e deslocamento horizontal de B 16).
Assim, para a resoluçáo da parte simétrica do carregamento, o emprego
do método das deformações é de todo vantajoso (pois a mesma é três vezes
hiperestática). ao passo que, para a parcela anti-simétrica, no caso, seria
indiferente o emprego de qualquer um dos dois métodos hiperestátikos, pois
a estrutura da Fig. 1-151.5 e também três vezes hiperestática.
7.1.3 - Caso em que o eixo dc simetria intercepta uma única seçáo de
uma barra
Seja resolver o quadro elástico e geometricamente simétrico tia Fig. 1-1 52.1.
Decompondo o carregamento atuante em suas parcelas simétrica e anti-
simétrica, teremos a resolver os casos das Figs. 1-152.2 e 1-152.3, que
analisaremos separadamente:
Fig. 1-152
a) Carregamento simétrico
Fi. 1-193
O método das deformacoes 77
Para a parcela simétrica do carregamento, indicada na Fig. 1-1 5 3.1, temos
a resolver uma estrutura com duas deslocabüidades internas (rotaçaes dos
nós A e B) e uma deslocabilidade externa (deslocamento horizontal da
barra Ai?); entretanto, devido à simetria existente, sabemos que a barra AB
não possuirá deslocamento horizontal (de modo que a deslocabilidade
externa não se manifestará) e sabenios, também, que as rotações dos nós !
A e B serão simétricas. de modo que se constituirão numa mesma incógnita.
I Desta forma, o sistema principal para resolução da estrutura pelo método
I das deformações é o indicado na Fig. 1-153.2, havendo então uma única
I incógnita ( A , ) a determinar, no caso.
Dentro da sistemática do método das deformações quando formos impor
a rotação A, unitária ao sistema principal, teremos a resolver o caso indicado
na Fig. 1-153.3, ou seja, uma viga biengastada submetida a recalques angulares
unitários simétricos, em suas extremidades.
Fi. 1-153
Empregando o princípio 'da superposição de efeitos, conforine indicado
nas Figs. 1-153.3 a 1-153.6, obtemos, a partir dos conceitos de rigidez e
coeficiente de transmissão:
Como a barra é elasticamente simétrica (KA = KB e tAB = ~ B A ) , podemos
escrever que:
IMA I = IMBI = KA - ~ B A K B = KB - ~ A B K A = KA(I - f ) = KB( l - t ) .
(Os sentidos dos momentos MA e MB são, evidentemente, os mesmos das
rotações A, impostas.)
Como demos rotaçaes unitárias simétricas às extremidades da barra AB,
denominaremos aos momentos MA e ME de rigidez de simetria da barra AB
(por analogia com as condições de definição de rigidez de uma barra num nó).
Assim, definiremos rigidez de simetria k, de uma bana biengastada,
elasticamente simétrica, aos momentos (simétricos) que devemos aplicar em
suas extremidades para que as mesmas tenham rotações unitárias (simétricas).
78 Curso de análise estrutural
Assim: K , = K (1 - t ) " (1.19)
No caso particular da barra possuir inércia constante J, temos, levando
em conta (1.2) e (1.3):
2 EJ
K , = -
1
(1.20)
Analogamente ao que Fiemos anteriormente, definiremos aqui o conceito
de rigidez relativa da simetria k,, que será dada pela relação:
No caso particular da barra possuir inércia J constante, ficaremos com
Com a introdução do conceito de rigidez de simetria dé uma barra, a
resolução do caso da Fig. 1-153.1 será imediata e poderemos trabalhar com
apenas metade da estrutura no estudo dos efeitos no sistema principal, já
que sabemos que os valores dos momentos atuantes serão simétricos em
relação ao eixo de simetria da estrutura (pela convenção de sinais que
adotamos para momentos de engastamento perfeito, no caso de simetria,
os momentos simétricos terão sinais opostos). A Fig. 1-154 indica os
efeitos, no sistema principal, provocados pelo carregamento externo
carr. ext.
+
eng. peri.
1-154.1 - Mo 1-154.2 - M i
Fig. 1.154
(Fig. 1-154.1) e pelas rotações simétricas A, = 1 (Fig. 1-154.2 - - supusemos
positivo o sentido da rotação unitária imposta ao nó A ) , a partir dos quais
torna-se imediata a formulaçáo das equaçóes de compatibilidade estática
que resolvem o problema (no caso; teremos uma só equação). O Exemplo 1.16
esclarecerá.
i7~xpressão válida. qualquer que reja a lei de variação (simétrica) de inércia da barra.
O método das deformações
b) Carregamento anti-simétrico
1-155.1 1-155.2
Fig. 1-1 55
No caso da parcela anti-simétrica do carregamento, como a deslocabiiidade
linear da barra AB irá se manifestar e levando em conta, ainda, que as
rotações dos nós A e B serão anti-simétricas, obtemos o sistema principal
da Fig. 1-155.2, havendo, então, no caso, duas incógnitas a determinar.
(No caso do apoio horizontal que seria necessário adicionar à estrutura
para impedir a deslocabilidade linear da barra AB, preferimos subdividi-lo
em dois apoios, um em cada extremidade da barra, a fim de que A2 também
seja anti-simétrico e que, desta forma, seja também explorada a anti-simetria
existente.)
Dentro da sistemática do método das deformações, quando formos impor
a rotação A, unitária ao sistema principal, teremos a resolver o problema
da Fig. 1-1 56.1, ou seja, uma viga biengastada submetida a recalques angulares
unitários, antf-simétricos, em suas extremidades.
1-156.1 1-156.2 1-156.3 1-156.4
Fig. 1-156
Empregando o princípio da superposição de efeitos, conforme indicado
na Fig. 1-156 e levando em conta que devido i simetria elástica da harrn
temos:
KA = KB e t * ~ = t g ~ = t , vem:
M A = M B = K A ( l + t ) = K ~ ( l + t )
80 Curso de analise estrutural
Analogamente ao que fizemos no caso de simetria, definkemos rigidez
de anti-simetria K, de uma barra biengastada. elasticamente simétrica. aos
momentos (anti-simétricus) que devemos aplicar em suas extremidades para
que as mesmas tenham rotações unitárias (anti-simétricas);
Assim: K, = K (1 + t) l8 (1.23)
No caso particular da barra possuir inércia constante J , temos. levando
em conta (1.2) e (1.3):
Também aqui definiremos rigidez relativa de anti-simetria ka , o que
faremos da mesma forma utilizada para os outros casos, obtendo
No caso particular da barra possuir inércia constante J, ficaremos com
Com a introdução do conceito da rigidez de anti-simetria de uma barra,
a resolução do caso da Fig. 1-155.1 será imediata, sendo possível (analoga-
mente ao caso do carregamento simétrico) trabaihar com apenas metade da
estrutura para o estudo dos efeitos no sistema principal (já que sabemos que
os mesmos são anti-simétricos). A Fig. 1-157 indica os efeitos no sistema
principal, provocados pelo carregamento externo e pelas deformações anti-
simétricas unitárias AI e A2, a partir dos quais podemos facilmente
formular as equações de compatibilidade estática que resolverão o problema.
19
1-157.1 - Mo 1-157.2 - Ml 1-157.3 - M 2
Fig. 1-157
I8 Expressáo vilida para qualqucr lei de variação (simétrica] de inércia da barra.
'9~fe i tos Mz obtidos levando crn conta as cxprcssões (I.7), (1.8) e (1.14).
O mdtodo das deformações 81
O Exemplo 1.21 esclarecerá
Observaçrío: Notar que, no caso da estrutura da Fig. 1-152.1, a resolução
da parcela simétrica do carregamento apresenta uma única incógnita e a da
parcela anti-simétrica do carregamento apresenta duas incógnitas, pelo método
das deformações. Comparemos com o número de incógnitas, caso fôssemos
resolver o mesmo problema empregando o método das forças. As parcelas
simétrica e pnti-simétrica do carregamento teriam os sistemas principais e
hiperestáticos indicados nas Figs.1-158.1 el-158.2, respectivamente, e que
mostram ser, no caso, mais vantajoso resolver a parte simétrica do carrega-
mento pelo método das deformaçóes e a parte anti-simétrica pelo método
das forças.Este tipo de análise deve ser sempre feito, no sentido de minimizar
o trabalho de resoluçáo da estrutura; muitas vezes, conduz à resolução de
uma parcela do carregamento por um método hiperestático e, da outra
parcela, pelo outro (dizemos, quando tal ocorre, que estamos resolvendo a
estrutura pelo método misto).
1-158.1 - Hiperestátiços para 1-158.2 - Hipcrcstáticos para
czrregamento simé- carrcgarnçnfoiuiti-si-
tTiio. Fig. 1-158 rn6trico.
Ex. 1.15 - Obter o diagrama de momentos fletores, as reaçóes de apoio
e o diagrama de esforços normais para o quadro simétrico, solicitado
simetricamente, da Fig. 1-159.
& S m - ~ B m & S r n ~ S m ~
Fig. 1-159
82 Curso de análise estrutural
I . Sistenia principal
Como, devido i simetria existente, as deslocabilidades lineares das duas
barras horizontais não se manifestam e como. ainda. a presença da barra
vertical LHC impede o deslocamento vertical dos nós L e H (desprezado
o trabalho desta barra ao esforço normal), a estrutura a resolver é a da
Fig. 1-160.1, cujo sisteina principal está indicado em 1-160.2. 20
I-lb0.l - Lstrtitiirc ii rrsolver. 1-160.2 - Sistcma principal
Fig. 1-1 h0
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Os momentos de engastamento per.
feito valem:
Na barra FG:
M ~ = + - - - - 62 = t g r n t
8
Na barra KL: ,
2 X 6' MK = -M/. = t -- = +61nt,
12
obtendo-se, a partir da Fig. 1-161: Fig. 1.161 - Mo
i l io = +9, ilao = f 6
'O~atar que. se fõsscmos resolver a estrutura da Fig. 1-160.2 prlo método da,
for~as, o inúrncro de incógnitas seria 6 , o que o tornaria contra-indicado. no caso.
I
I O rnéiodo das deforrnaees
1 b) Rotação A,
Trabalhando com rigidez relativa e ar-
bitrando J , = 24, temos, devido à
rotaçáo Al imposta ao n6 F, os se-
guintes momentos em torno deste nó: + 6
I Na barra FG: + .6
I 3 (2 X 24) k'=- X
4 6
= 6 mt
24
Na barra AF: k = = 6 mt
I 4
Fig. 1-162 - M ,
A partir da Fig. 1-162, obtemos
I
c) Rotação A2
I w
I Devido à rotação A*, temos os se-
I guintes momentos em torno do nó K:
Na barra KG:
A Fig. 1-163 nos fornece:
I 812 = 0 flZ2 = t12,S
3. Cálculo das incógnitas
4. Efeitos finais
Fig. 1-163 - M2
Da expressão E = E, - 0.75E, - 0,48E2 obtemos os momentos finais
(em mt) nas extremidades das barras, indicados na Fig. 1-164, a partir dos
quais podemos montar o esquema da Fig. 1-165. que nos conduz aos
diagramas de momentos fletores, de esforços normais e i s reações de apoio
dados nas Figs. 1-166 e 1-167.
Fig. 1-164 - Momentos fuiais.
2 tim
Fig. 1-165 - A n á l i ~ r do comportamento de cada barra da estrutura
Fig. 1-166 - DMF (em mt) e reações de apoio.
I O mhtodo das deformações
Fig. 1-167 - DEN (em t ) I
Ex. 1.16 - 0 b e r o diagrama de momentos fletores para o quadro
simétrico da Fig. 1-168, cujas barras tém, todas, a mesma inércia.
Fig. 1-168
1. Sistema principal
Levando em conta a simetria do carregamento, sabemos que as desloca-
bilidades Lineares das barras horizontais não se irão manifestar e que podemos
trabalhar com metadc da estrutura.
tendo o n o D o comportamento de
um engaste e. para a barra AB, deveii-
do ser usado o conceito de rigide~ de
simetria definido neste item.
Assim seiido, o sistema principal D
é o da Fig. 1-169.
F
Fig. 1-169
Curso de análise estrutural
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Os momentos de engastamento per-
feito valem:
Para a barra AB:
Para a barra CD:
Temos, a partir do esquema da Fig.
1-1 70:
Pio = +6, p2, = +12
b) Rotação A,
Arbitrando J = 24 e trabalhando com
rigidez relativa, temos o aparecimento
nas barras CA, CF e CD de momentos
em torno do nó C, devidos à rotação
A I . com valor:
A partir da Fig. 1-171, temos:
Pl l = 12
L321 = + 2
c) Rotação A,
Ainda trabalhando com rigidez relativa,
teremos, devido à rotação A,. os se-
guintes momentos em torno do nó A :
Na barra AB:
Fig. 1-170 - Mo
Fig. 1-1 7 1 - M I
Fig. 1-1 72 - Ma
O metodo das deformaçõss
Na barra AC: Temos: 51, = +2
3. Cálculo das incógnitas
4. Efeitos finais
A partir dos momentos finais nas extremidades das barras (M = Mo -
- 0,107M1 - 2,36M2) indicados na Fig. 1-173 (em mt), obtivemos o
diagrama de momentos fletores da Fig. 1-174.
Fig. 1-173 - Momentos finair (em mtl. Fig. 1-174 - DMI; (eni mil.
Ex. 1.17 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro fechado
de inércia constante da Fig. 1-175, submetido ao carregamento auto-eqiiili-
brado indicado.
Fig. 1-1 75
88 Curso de análise estrutural
1. Sistema principal
Explorando a dupla simetria existente (na qual cada eixo de simetria
intercepta as barras numa seção, em se tratando, portanto, do caso estudado
no item 7.1.3 deste capitulo), podemos resolver apenas 114 da estrutura,
sendo o sistema principal, então, o da Fig. 1-176.
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Temos os seguintes momentos de en-
gastamento perfeito:
Barra AB:
Barra AD:
Fig. 1-1 77 - Mo
2
4' - nf,, = -- -
12
42 = -1,33 int
12
A partir do esquema da Fig. 1-177,
temos: pio = +1,67
h) Rotaçáo A,
I)evido à rotação A I . temos os se-
guintes momentos em torno do nó A .
trabalhando com rigidez relativa e ar-
bitrando J = 24
Na barra .A R: L
1 ' i
k , = - X - 2 lnt Fig. 1-1 78 - M,
2 6
O m6todo das deformações
Na barra AD:
1 24
k s = - X - = + 3 m t
2 4
Temos, então: !ill = +5
3. Cálculo da incógnita
Temos: 1,67 + 5A, = O . A, = -0,33
4. Efeitos finais
A Fig. 1-179 indica os momentos finais atuantes, a partir dos quais
obtivemos o diagrama de momentos fletores da Fig. 1-180.
Fig. 1-479 - M = Mo - 0,33M1 Fig. 1-180 - DMF (em mt).
Ex. 1.18 - Obter o diagrama de momentos fletores e as reaçks de apoio
para o quadro elasticamente simétrico da Fig. 1-181, submetido ao carrega-
mento indicado.
Fig. 1-181
90 CUFJO de analise estrutural
Decompondo, conforme indica a Fig. 1-182, o carregamento atuante em
suas parcelas simétrica e anti-simétrica, notamos que a parcela simétrica
(Fig. 1-182.2) não contribuirá para o trabalho 2 flexão da estrutura, pois
provocará apenas o aparecimento de um esforço normal de compressáo
igual a P na barra DEF." Resta-nos resolver, pois, o caso da Fig. 1-182.3
(estrutura simétrica com carregamento anti-simétrico, em que o eixo de
simetria se confunde com uma das barras) que recairá, conforme abordamos
no item 7.1.2 deste capítulo, na resolução da estrutura da Fig. 1-183.1.
1-182.2
Carr. simétrico
1- 182.3
Carr. anti-simétrim
Fig. 1-182
Como, ainda, a estrutura da Fig. 1-183.1 .é simétrica, decompondo seu
carregamento nas parcelas simétrica e anti-simétrica obtemos os casos das
Figs. 1-183.2 (onde aparecerão apenas esforços normais na barra DE) e
1-183.3 (em que temos a resolver um quadro simétrico com carregamento
anti-simétrico).
2'Dcsprr~andose a dcforma~ão da estrutura devida a este esforfo normal
O método das deformações
Fig. 1-1 83
Finalmente, o caso da Fig. 1-183.3, lembrando que na seçáo média da
barra DE só existirá esforço cortante, se simplificará para a resolução da
estrutura da Fig. 1-184.2, que é isostática.
1-184.1 1-184.2
Fig. 1-1 84
Da Fig. 1-184.2, podemos obter imediatamente o diagrama de momentos
fletores e as reações de apoio pedidas, indicados na Fig. 1-185.
Curso de anãlise estrutural
Fig. 1-185
Ex. 1.19 - Obter o diagrama de momentosfletores para o quadro simétrico
da Fig. 1-186, cujas barras têm as inércias indicadas na figurá (em m4).
Fig. 1-186
1. Sistema principal
Devido à simetria existente, não se manifestará a deslocabilidade horizontal
da barra DEF, com o que podemos afirmar que os nós D, E e F são indes-
locáveis linearmente. Isto acarreta, então, a indeslocabilidade Linear do nó G
(por estar ligado a dois pontos indeslocáveis D e F) e, desta forma. a
estrutura a resolver se simplifica para a da Fig. 1-187, cujo sistema principalestá indicado em 1-188.
O mbtodo das deformações
Fig. 1-187 - Estrutura a resolver. Fig. 1-1 88 - Siatcrna principal.
2. Efeito no sistema principal
a) Carregamento externo
Devido ao carregamento externo temos,
no sistema principal:
MD = -Mc; = 1 X 12= = 12 mt 12
Temos, então, da Fig. 1-189:
oi0 = +12
Fig. 1-189 - Mo
b) Rotação A
Trabalhando com rigidez relativa e
multiplicando as inércias por 103, a
fim de facilitar os cálculos, temos em
torno do nó D, os seguintes momentos
devidos à rotação A, :
Na barra DG: Fig. 1-190 - hf1
Na barra DE:
Na barra AD:
J 24 k = - = - = 2 m t
1 12 Da Fig. 1-190. vem = + 5
3. Cálculo da incógnita
Temos: 12 + SAI = O : AI = -2,4
4. Efeitos finais
Os momentos fuiais M = Mo - 2,4M1 estáo indicados na Fig. 1-191
(em mt), a partir do qual obtivemos o diagrama final, em mt, da Fig. 1-192.
ntS,
Fig. 1-191
I O m6todo das deformações 95
Ex. 1-20 - Obter os diagramas de
momentos fletores para o quadro da
Fig. 1-193, cujo material tem E =
= 2 X 106 t/m2 provocados por:
a) aumento uniforme de 30 "C
b) recalque do apoio B de 1 cm, de O
X
cima para baixo.
É dado o coeficiente de dilatação li-
near a do material:
I a = 10-~/Oc
+8-+-sm+
a) Aumcnto de 30°C
1. Sistema principal
Fig. 1-193
Devido à simetria existente, a estrutura a resolver é a da Fig. 1-194, cujo
I sistema principal é o da Fig. 1-195.
2. Efeitos no sistema principal
a) Aumento de temperatura
Devido ao aumento de temperatura, as barras aumentarão seus comprimen-
tos dos valores seguintes:
Barra 1: Al, = aArl i = 10" X 30 X 4 = 1,2 mm
Barra 2: A1, = d t 1 2 = 10-' X 30 X 10 = 3 mm
Barra BE: A l m = ~ A , B ? = 10-' X 30 X 10 = 3 mm
Para o traçado do williot, devemos
ter em mente este Ultimo resultado,
ou seja, que o ponto E subirá 3 mm.
Desta forma, fica determinado o williot
da Fig. 1-196, do qual obtemos os des- 2.d
locamentos ortogonais recíprocos das
extremidades das barras 1 e 2, dados
40.
por: Fig. 1.196 - Williot -Escala 1:O.l .
Os momentos de engastamento perfeito provocados são:
= -9 mt
Para a barra 2:MD =ME = O
A partir do esquema da Fig. 1-197, temos
Pir = -9
b) Rotação A,
Trabalhando com rigidez relativa e
multiplicando as in6rcias por 10" te-
mos em tomo do nó D, devido à rota-
ção A i , os seguintes momentos: Fig. 1-197 - M,
J 5 Para a barra 1 : k =-=-= 1,25 mt
1 4
J 20 ParaabarraZ:k=-=-=2mt
1 10
Da Fig. 1-198, vemp,, = 3,25
3. Caculo da incógnita 1 1
+0,62&
,?I, - 9,oo temos: A, = -- - - = 2,76
P i i 3925 Fig. 1-198 - Mi
4. Efeitos finais devidos à temperatura
Da expressão M = Mt + 2,76 M,, obtemos os momentos finais nas extremi-
dades das barras (em mt) dados na Fig. 1-199, a partir dos quais temos o
diagrama de momentos fletores (em mt) da Fig. 1-200.
Fig. 1-199 Fig. 1-200 - (DMF)t,mp,r,ti,ra.
l
i O método das deformafles
1 b) Recalque vertical de apoio em B
I 1. Efeitos no sistema principal
Como continuamos a ter, neste caso, uma situação de simetria o sistema
principal ainda 6 o da Fig. 1-195, e basta então estudarmos os efeitos do
recalque de apoio no sistema principal. Para tal, traçamos o williot da
Fig. 1-201, obtido lembrando-se que o nó E teri um deslocamento vertical
igual ao recalque vertical de B (1 cm de cima para baixo). Obtemos, deste
I wiliiot, 02 deslocamentos ortogonais recíprocos, dados por:
PD* = ad = -0,75 cm *
I
p D ~ = ed = + 1,25 cm
I Fig. 1-201 - Williot (Esc: I : 1)
Os momentos de engastamento perfeito provocados são:
Para a barra 2: Mg =ME =
6X 2X 106x 20X 10-3X 1,25X 10-2=+30mt
1 o2
Da Vig. I-202,-sirnùolizando os efeitos
do recaique de apoio iio sistema prin-
cipal, vcin:
oir = + l ,9
28.1
Fig. 1-202 - M,
2. Clculo da incógnita
l r _ 0,585 O novo valor da incógnita A, será, então, AI = --= -
O , , 325
3. Efeitos finais
Os momentos finais, obtidos da expressão M = M, - 0,585M,, estão
indicados na Fig. 1-203, da qual se obtem o diagrama de momentos fletores
(em int) da Fig. 1-204.
Curso de análise estrutural
Fig. 1-20) Fig. 1-204 - (DMF)reialqiie
Ex. 1-21 - Para a estrutura elástica e geometricamente simétrica da
Fig. 1-205, pedem-se:
a) Decompor o carregamento em suas parcelas simétrica e anti-simétrica;
b) Mostrar como ficam, respectivamente, as matrizes de flexibilidade e
de rigidez da estrutura, considerando os carregamentos parciais do item
a e supondo que se vá resolver a estrutura pelo metodo das forças e das
deformaçóes, respectivamente;
c) Resolver a estrutura para as parcelas simetrica e anti-simétrica do'
carregamento, empregando em cada caso o método hiperestático, que
requerer a determinação de um menor número de incógnitas;
d) Desenhar o diagrama de momentos fletores final.22
Fig. 1-205
a) A decomposição do carregamento em suas parcelas simétrica e anti-si-
métrica é imediata e está indicada na Fig. 1-206.
enunciado deste problema nada mais é da que o roteiro que se deve empregar
na resolução de uma estrutura elástica e geomeiricamente simétrica.
1 O metodo das deformaçóes
/
1-206.2 - Parcela simétrica.
Fig. 1-206
b) Supondo que fôssemos resolver a estrutura pelo método das forças.
os Iiiperestáticos para as parcelas simétrica e anti-simktrica do carregamento
seriam, respectivamente, os indicados nas Figs. 1-207.1 e 1-207.2, coiiduzindo
a uma matriz de flexibilidade [SI da forma:
1-207.1 -1-207.2
Fig. 1-207
(Observação: Notar que a barra bi-rotulada AB. por estar descarregada.
L trabalhará exclusivamente ao esforço normal, simbolizado pelo hiperestático
X, da Fig. 1-207.1.)
Para a resoluçáo pelo método das deformaçóes, os sistemas principais
i
e incógnitas para as parcelas simétrica e anti-simétrica do carregamento são Os
indicados nas Figs. 1-208.1 e 1-208.2, respectivamente, conduzindo a uma
matriz de rigidez [ P ] da forma:
1 O0 Curso de anAlise estrutural
Da análise feita neste item b, concluimos da conveniêricia de resolver
a parcela simétrica do carregamento (Fig. 1-206.2) pelo método das deforma-
çòes e a parcela anti-simetrica (Fig. 1-206.3) pelo método das forças, pois,
em cada caso. teremos apenas uma incógnita a determinar.
c) ResoluçZo da estrutura para as parcelas simgtrica e anti-simetrica do
carregamento:
c.1) Parcela simétrica do carregamento (Fig. 1-206.2). Resolverido pelo
iiiétodo das deformaçóes, temos:
1 . Sistema principal
Dado ria Fig. 1-208.1
2. Efeitos no sistema principal
2.1 - Carregamento externo
'[
São os seguintes os momentos de en-
gastarnento perfeito:
1 X 6'
Barra AC: Mc = +---= +4,5 nit
8
4 x i 2 - + í l m t Barra CD: h.lc =- = --
8 8
1 X 6'
Barra CE:Mg = - A f C = =-- = +3 mt
I2
A partir da Fig. 1-209, temos:
Fig. 1-209 do Pio= +7,5
O mlitodo das deformaç6es
2.2 - Rotação AI
Trabalhando com rigidez relativa e ar-
bitrando J , = 12, temos os seguintes
momentos em tomo do nó C devidos
à rotação A1: +1,5
= t l m t
Na barra CE: k =c = -= I' 2 mt Pii 1-210 - Ml
1 6
Do esquema da Fig. 1-210, obtemos:
P l l =+4,5
3. Cálculo da incógnita
4. Efeitos fmais
A partir dos mòmentos finais atuantes nos nós M& = Mg - 1,67Ml
indicados na Fig. 1-211, obtemos o diagrama de momentos fletores da
Fig. 1-212.
Fig. 1-21 1
102 Curso de análise estrutural
c.2) Parcela anti-simétrica do carregamento (Fig. 1-206.3).
Resolveiido pelo método das forças, temos:
1. Sistema principal 'e hiperestático
Dados na Fig. 1-207.2.
2. Diagramas no sistema principal
2.1 M o
Fig. 1-213 - M: Fig. 1-214 - M4
3. Cáiculo dos EJc6
Temos: EJ,6,, = - 36 X 42
EJ,6, = 36 X 7
4. Equação de compatibilidade e hiperestático
Temos: -36 X 42 + 36 X 7 X, = O : X, = +6
5. Diagrama de momentos fletores
Da expressão Mmt = M: + 6M4,
obtemos o diagrama de momentos
fletores da Fig. 1-215.
O metodo das deformacões
d) Diagrama final
O diagrama de momentos fletores final M será a soma dos diagramas das
Figs.1-212 (Mh) e 1-215 (M,,] obtendo-se aquele representado na Fig.
1-216.
Fig. 1-216 - Mfi,,[(rrn mt).
Observação: Apenas a título de ilustração, mostraremos como se chegaria
às equaçóes de compatibilidade estática, caso desejássemos resolver a parcela
anti-simktrica do carregamento também pelo método das deformações.
Empregando-se o roteiro do m6tod0, temos:
1. Sistema principal
Indicado na Fig. 1-208.2.
2. Efeitos no sistema principal
1-217.2
Fig. 1-217 - Mo, R,
104 Curso de análise estrutural
2.1 - Carregamento externo
Levando em conta que, para a parcela anti-simétrica do carregamento,
temos os momentos de engastamento perfeito da Fig. 1-217.1, e analisando
o comportamento de cada barra no sistema principal (o que está feito na
Fig. 1-21 7.2), obtemos:
f i l o L -2,25
Om = -6.75
6 40. = t1.5
(Supusemos positivos os deslocamentoslineares da esquerda para a direita.)
2.2 - Deslocamento A,
Impondo ao sistema principal um deslocamento A, tal que EJ,A, = 72,
temos um deslocamento ortogonal reciproco p ~ c = +A2 para a barra AC,
obtendo:
Do esquema da Fig. 1-218, obtemos
k 2 = + I ; O , , = - 1 ; p , , = + 6
Fig. 1-218 - M2. R ,
2.3 - Deslocamento A,
Impondo ao sistema principal um deslocamento A, tal que EJ,A, =
= &A, = 72, temos os deslocamentos ortogonais recíprocos seguintes:
Para a barra AC: pca = -A3
Para a barra CE: p c ~ = +A,
i O mbtodo das deformacões
1 Obtemos, então:
I
1 3EJ A
I Para a barra AC: MC = - 3. = -6 mt
Ac2
I 6EJ A
Para a barra CE: MC = ME = + = t 1 2 mt
CE2
Do esquema da Fig. 1-219, vem:
1 - 1 ; p 3 3 = 5;oa3 = t 6
Fig. 1-219 - M 3 . R3
2.4 - Rotação A,
Impondo ao sistema principal uma rotação A, tal que EJ,A, = EJcA, =
= EJcA2 = 72, obtemos, em torno do nó C, os momentos:
Para a barra AC:
3 U c A q - 3 X 7 2 - +36mt Mc = --- - --- -
AC 6
Para a barra CD:
Mc = t ~ E ( ~ J c ) A ~ _ 12 X 7 2 = +72 mt -
CD 12
Para a barra CE,
I Do esquema da Fig. 1-220, vem:
D2, = t 6 ; 0% = + 6 ; 044 = + 156
Curso de análise estrutural
Fig. 1-220 - M4, R4
O sistema de equações de compatibilidade estática será então:
{r;;] + [-i -a I;;} = {!)
Resolvido o sistema, seguiríamos a marcha habitual do método das defor-
mações, ate a obtenção do diagrama de momentos fletores (que, evidentemen-
te, seria o da Fig. 1-215, no caso).
7.2 - Grelhas
7.2.1 - Caso em que o eixo de simetria intercepta um nó da greiha
Seja a grelha elástica e geometricamente simétrica da Fig. 1-221 . l , situada
num plano horizontalxy e submetida ao carregamento indicado, que pode ser
decomposto nas parcelas simétrica e anti-simetnca das Figs. 1-221.2 e
1-221.3, respectivamente. Analisemos cada caso em separado.
O método das deformações 107
I a) Carregamento sim6trico
Devido à simetria existente, o nó S (situado na seção de simetria), náo
terá rotação em tomo do eixo x - x (pois as tendências de rotaçáo, provoca-
das-pelos carregamentos atuantes à esquerda e à direita, se anularão) perma-
necenklo existentes sua rotação em tomo do eixo y - y e seu deslocamento
vertical (perpendicular ao plano da grelha), conforme indica a Fig. 1-222.2.
Assim, o sistema principal para resolução da estrutura pelo método das
deformações é o indicado na Fig. 1-222.3, comportando-se o nó S neste
sistema principal como um engaste. As incógnitas serão as rotaçóes dos nós
B e S em tomo do eixo y -y, a rotaçáo do nó B em tomo do eixo x - x
e os deslocamentos verticais dos nós B e S.
1-222.1 - Cmrpaiin<a Ymitnca 1-222.2 - DlCocmn+~ d& lE (o~be smC. L221.3 - S I S I E ~ I ~"Eipa l .
c"-.
Fig. 1-222
b) Carregamento anti-sim6trico
Para o carregamento anti-sim6trico da Fig. 1-221.3, a seção S, agora, só
terá rotação em torno do eixo x - x (devido i anti-simetria existente, não
existirá desloc,amento vertical nem rotaçáo em tomo do eixo y - y), confor-
me indica a Fig. 1-223.2. Assim, o sistema principal para resolução da
estrutura pelo método das deformações é o indicado na Fig. 1-223.3 (o n ó s
comporta-se, no sistema principal, como engaste) e as incógnitas são as
rotações do nó B em tomo dos eixos x - x e y - y , o deslocamento
vertical deste nó B e a rotação do nó S em tomo do eixo x - x.
Curso de análise estrutural
Obseriiac8rs: a) Notar bem que. no sistema principal (Fig. L-223.3), o
úiiico víriculo que precisamos acrescentar à seçáo S para toriiá-lu um engaste
no caso da aiiti-simetria, foi a chapa I , inipedindo siia rotaçáo em torno do
eixo x - x (úiiica comporiente de deformação existente, neste caso. na seção
SI. Para o caso da simetria (Fig. 1-227.3) os vínculos acresceiitados, para
toriiar à seçao S um engaste, foram a chapa 1 e apoio do I'? g6iiero 2
(impedindo as duas coniponentes de deformação da seção S neste caso,
que são a rotaçáo eni torno do eixo .v -.v e o deslocamento linear na direção
z ) .
b) Notar. ainda, a vantagem do emprego do artifício do arranjo de cargas,
que subdividiu o traballio de resolução da grelha 9 vezes deslocável da
Fig. 1-221.1 lia resolução das grelhas 5 e 4 vezes deslocáveis, respectivamente,
das Figs. 1-221.2 e 1-211.3.
7.2.2 - Caso em que o eixo de simetria intercepta completamente uma
barra da grelha
Y-.. v-.
3 ---.-- , -.- v - - v - -v
X , X I' x,'
1-221.1 r-22L2 L-224.3
Seja resolver a grelha elástica e geometricamente simétrica da Fig. 1-224.1,
situada num plano horizontal . v e submetida ao carregamento indicado,
perpendicular ao plano . ~ y , que pode ser decomposto nas parcelas simétrica
e anti-simétrica das Figs. 1-224.2 e 1-224.3. Analisemos cada um destes
dois últimos casos em separado:
a) Carregamento simgtrico
1-225.1 - Carregamento simétrico. 1-225.2 - Sistema principal
Fig. 1-225
I O método das deformações 109
1 Conforme já comentamos para o caso do item anterior (Fig. 1-222.2),
a seção S de simetria não terá rotação em tonio do eixo x - x permanecendo
existentes sua rotaçáo em tomo do eixo y - y e seu deslocamento vertical
(direção 2): Assim, o sistema principal para resolução da parcela simétrica do
carregamento é o da Fig. 1-225.2 (iiotar bem que a barra SE deve ser tomada
com a metade de sua in6rcia):nele se comportando a seção S como um
eiigasle. As incógnitas serão
b) Carregamento anti-simétrico
1-226.1 Carrepamento anti-siml'trico. 1-226.2 S i s t r n i ~ principal
Fig. 1-226
Pelas mesmas raz6es já apontadas no caso da Fig. 1-223, o sistema princi-
I
I . - I .
pal, Icv:rndii em conta que @s ' = z~ = 0. é o da Fig. 1-226.2. As incbg-
*-" ,v-y - X-X
nitas serão q8 . .FU , e
I
I ObservapTo: Mais uma vez. cliamamos a atenção do leitor para a conveiiiên-
I cia do emprego do artifício do arranjo de cargas às grellias simétricas; iio
caso, a resoliiçáo da grelha 9 vezes deslocável da Fig. 1-224.1 recaiu na
I resolução de duas grelhas - uina com 5 dnlocabilidades (Fig. 1-224.7) e
outra com 4 (Fig. 1-224.3).
I
7.2.3 - Caso em que o eixo de simetria intercepta uma barra da grellia
iiuma Única seção
1 c o caso, por exemplo da grelha da Fig. 1-227.1, cujo carregamento pode
sér decomposto nas parcelas simétrica e anti-sim8trica das Figs. 1-227.2 e
I 1-227.3, respectivamente.
Curso de análise estrutural
-
Fig. 1-227
O problema poderia ser abordado de maneira idsntica à adotada no item
7.2.1 (pois trata-se, na realidade, do mesmo problema: em ambos os casos
temos uma grelha simétrica interceptada pelo eixo de simetria numa única
seção S). Entretanto. o emprego do artifício do grupo de incógnitas introdu-
zirá menos incógnitas a determinar, senão vejamos.
a) Carregamento simétrico
1-228.1 - Carregamento simétrico. 1-228.2 - Sistema principal.
Fig. 1-228
Como sabemos que, para o carregamento simétrico da Fig. 1-228.1, as
deformações da grelha serão simktricas em relação ao eixo de simetria,
podemos adotar o sistema principal da Fig. 1-228.2, cujas incógnitas a
determinar são v;, e LI;.
Observações: I ) Notarque, na fase de obtei iç~o dos ereitos rio sistema
principal, quando formos estudar a influfncia de 9; = 1. por exemplo, neste
sistema principal, deveremos impor uma rotaçáo = I aos nós B e Csimul-
taneamente, pois estamos empregando o artifício do grupo de incógnitas.
Com isto, aparecerão nas extremidades da barra BC mopentos fletores
iguais à sua rigidez de simetria.
1
mbtodo das deformações 111
2) Notar, ainda, que quando fizermos q i = I , nào aparecerào momentos
torçores na barra BC, pois as rotaç6es de B e C sio no mesmo sentido,
não surgindo nenhuma reação devido a elas. Tudo se passará. portanto. coino
se interceptassemos a barra BC no sistema pruicipal e nele trabalhásseinos
com metade da grelha. usando para a barra RC. sua rigidez de simetria i
flexão e rigidez nula i torção.
b) Carregamento anti-simgtrico
Por raciocínio inteiramente anáiogo ao empregado para o carregamento
simétrico, o sistema principal para resolução do carregamento anti-simétrico
da Fig. 1-229.1 é o indicado na Fig. 1-229.2.
1-229.1 - rarrcgmxnto anti-sim6trico. 1-229.2 - Sistema pri!icip:il.
Fig. 1-229
Convém notar. no caso, que quando impusermos, ao sistema principal,
cp? = I , surgirão, na barra BC, em B e em C momentos fletores iguais à sua
rigidez de anti-simetria. Analogamente, quando for imposto $2 = 1. aparece-
rão, lia barra BC. em B e em C momentos torçores iguais. em módulo, ao
dobro da rigidez à torção da barra BC, pois a rotaçáo relativa por torção
de uina extrciiiidade em relação à outra valerá 2 $2 = 2. Tudo se passará.
portanto, como se interceptássemos a barra BC no sistema principal e nele
trabalbásseinos com metade da grelha usando. para a barra BC, sua rigide?.
de anti-simetria à flexão e o dobro de sua rigidez à torpio.
As aplicaçóes seguintes esclarecem.
Ex. 1-22 - Obter os diagramas de momentos fletores e torçores e as
reações de apoio para a greiha simétrica da Fig. 1-230. situada rium plano
horizontal ABCD e submetida ao carregamento vertical indicado. As barras
são perpendiculares entre si e medem: A E = EB = CE = ED = 6 in.
Curso de anãlise estrutural
Fig. 1-230
I . Sistema priiicipal
Devido à dupla simetria existente
(em relação aos eixos Y - x e ii - y) ,
x - x Y - Y - podemos afirmar que p~ = pt. -
= O. A única deslocabilidade do n ó E
será. então. seu deslocameiito vertical,
com o que obtemos o sistema principal
da Fig. 1-23 1 (neste sistema principal,
A?/ C XD -
colocanios um bloco rígido no nó E.
impediiido as rotações que sabemos
serem iiulas neste nó. Este bloco, as-
sociado ao apoio do I ? gènero adicio- Fig. 1-231
nal 1. faz com que o nó E tenha. no
sistema principal, o comportamento de
um eiigaste).
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamelito externo
Aplicaiido o carregamento externo
ao sistema principal, ap:~rccerão. lias
extreniidades das barras 1 e 2, mo-
I X 6'
mentos fielores de niódulo -- =
I?
= 3mt e reações verticais iguais 3
-- I
- 3 1.0s selitidos corretos estào I
indicados lia Fig. 1-33?, da qual obie-
mos: p,, = -2 X 3 = -6 Fig. 1-232 -Mo. V,,
i Ométodo das deformações 113
I b) Deslocamento A,
Inipondo um deslocamento vertical A, , de cima para baixo, ao nó E,
tal qiic EJA, = 18, as barras 1, 2, 3 e 4 teráo deslocamentos ortogonais
reciproci>s iguais a A , , surgindo em suas extremidades, momentos fletores
6EJA 6 X 18
de módulos -i- = T= 3 mt, com os sentidos indicados na Fig. 1-233,
i 6
2 X 3
e reações de apoio verticais iguais a- = 11, conforme indica a Fig. 1-233,
6
da qual obtemos, então: o,, = +4 X 1 = 4
Fig. 1-233 M i . I',
I 3. Cálculo da incógnita
I Temos: A , = -h = + 1 , 5
i i i i
I 4. feitos finais
1 A partir dos momentos finais nas extremidades das barras (em mt) e
rcaqóes de apoio (em t) indicados na Fig. 1-234 (obtidos da expressão E =
= E, + I .5 E, ). temos os diagramas soiicitantes (em mt) da Fig. 1-235.
Curso de análise estrutural
Fig. 1-234 - E = E, + 1.5 E ,
DMF DMT
Fig. 1-235 - DMF, DMT.
Ex. 1-23 - Obter os diagramas de rnuiiientos fletores e torçores para a
grelha da Fig. 1-236, situada num plano horizontal, e cujas barras, perpendi-
EJ
culares entre si, têm: - = 2
GJ,
O método das deforma*
Fig. 1-236
1. Sistema principal
Levando em conta a dupla simetria '+'I 0
existente e a conclusão tirada, no item
7.2.3a deste tópico, o sistema princi-
pai 6 o da Fig. 1-237, devendo-se,
neste, trabaihar para as barras inter- ao
rompidas com sua rigidez de simetria
à flexão e sem rigidez à torçáo. Assina-
91-
lamas, neste sistema principal, os sen-
tidos que consideraremos positivos pa-
ra momentos e rotações, reaçóes e des-
locamentos verticais do nó L.
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo Fi. 1-237
Aplicando o carregamento externo no sistema principal e levando em
conta que, para as barras KL e lJ os momentos de engastamento perfeito e
as reaçóes de apoio têm os valores indicados na Fig. 1-238, obtemos os
efeitos da Fig. 1-239, a partir da qual podemos escrever:
116 Curso de analise estrutural
PIO = +4.5 -- - 4.5mt
Pzo = -3,O
L
t3f Fig. 1-238
L D
L
G Fig. 1-239 - E,
b) Rotação A,
Impondo uma rotaçáo A, ao nó L no sistema principal tal que EJA, = 12,
obtemos os seguintes momentos em torno do nó L:
Na barra KL: K'~ = O 23
2EJA 2 X 12 - mt
Na barra LJ: K, =L=
L J 6
4EJAl 4 X 12
Na barra GL: K = -= - -
3
- 16 mt
GI,
G t A 1 _L--- EJA
Na barra LD: KT = -- l2 - 2 m t
LD 2 I Z 1 2 X 3
Com isto temos o esquema da Fig. 1-240, do qual obtemos:
p,, = 16 + 4 + 2 = 22
P2i = 0
1031 = +8
=ver item 7.2.3.a. (Como K e L terào a mesma rotação Ai r iião haverá rotação
relativa dr torçàa entre as mesmas, não será despertado qualquer momento dc tor~ão.)
~ O método das deforma~õer
Fig. 1-240 - Ei
c) Rotação A,
Impondo uma rotação A, ao nó L no sistema principal tal que EJA, = 12,
obtemos os seguintes momentos em torno do nó L:
2EJA, 2 X 12 Na barra KI,: K, = -- = --
KL 6
- 4 int
Na barra LJ: K$ = O
GJ A EJA,
Na barra GL: KT = 3 = -- = --- l 2 = 2mt
GL 2 X Z 2 X 3
4EJA 4 x 1 2 Na barra LD: K =L=--
3
- 16mt
LD
A partir do esquema da Fig. 1-241, vem: u
118 Curso de análise estrutural
d) Deslocamento A3
Dando-se um deslocamento vertical A, ao nó L no sistema principal tal
que EJA, = 12. as barras ÇL e LD terão deslocamentos ortogonats recíprocos
~guais a A,. surgindo em suas extremidades momentos fletores de módulos
I i f i J A @?!h l 2 - 8 m t e com os sentidos indicados na iguais a 4 =
GL 1m2 - 32
Fig. 1-242, da qual obtemos:
013 = f 8
B,, = -8
Fig. 1-242 - E ,
3. Cálculo das incógnitas
Temos:
[ ' % -8 3213 -i]'
4. Efeitos finais
Da expressáo E = - 0,785ó', + 0,715 E, + 1,590E3, obtemos os
momentos atuantes nas extremidades das barras indicados na Fig. 1-243,
(em mt) a partir da qual podemos traçar os diagramas de momentos fletores
e torçores da Fig. 1-244 (em mt).
i O método das deformações
Fi. 1-243
7.64
/
1.43 / /
Y
/
I 1-244.1 - DMT (simétrico rm relaçáa aoseixosx - x e y - y )
Pig. 1-244
240btivemos o DMT completo lembrando que, para as grellias simelricas com car-
regamento simétrico, o diagrama dc momentos torforesd anti-simétrico.
120 Curso de análise estmtural
8 - CASO DE BARRAS COM INERCIA VARIÁVEL
A resolução, pelo método das deformaçóes, de estruturas que possuem
barras com inercia variável, recai na determina~ão da rigidez dessas barras
eni suas extremidades, doi coeficientes de transniissão de momentos e dos
momcntos de engastamento perfeito destas barras para o carregamento exter-
no atuaiitc.15
A determinação de todos estes valores significará, evidentemente, a resolu-
ção de uma viga biengastada (ou engastada e rotulada), de inercia variável
para um recalque angular unitário de seu engaste ou para a atuação do
carregamento externo, o que será feito pela aplicação do método das forças.Dividiremos nosso estudo em três casos, abordados a seguir:
8.1 - Inercia da barra varia "em saltos"
I? o caso, por exemplo, da bana
Ai3 da Fig. 1-245, cuja uiércia é variá-
vel, mas mantendo-se constante em
cada um dos subtrechos delimitados
pelas descontiiiuidades nas suas dimen-
sòes. A obtençáo de rigidez nas ex-
tremidades da barra, coeficientes de
transmissão de momentos e moinen- J2
tos de engastainento perfeito (pelo
método das forças) não apresentará
maiores problemas, conlorine escla-
rece o Exemplo 1-24. Fig. 1-245
Ex. 1-24 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da
Fig. 1-246 devido ao carregamento atuante.
2 s ~ ã o citamos a necessidade de obtenção dos momentos de engastamento perfeito
Provocados por recalques verticais dos engastes devidos a deslocamentos ortogonais
recíprocos, no caso dc estruturas deslocáveis, pois os mesmos sáo, imediatamente,
obtidos a partir dos valores da rigidez e dos coeficientes de transmissão de momentos
peta emprego das expressóes (I.7), (1.8) e (1.91.
O metodo das deformações
Fig. 1-246
Em se tratando de um quadro com, apenas, uma deslocabilidade interna,
temos:
Fig. 1-247
2. Efeitos no'sistema principal
a) Carregamento externo
141
Para a obtenção dos efeitos do car-
regamento externo no sistema princi-
pal. precisamos, inicialmente resolver a vi. 1-248
viga biengastada da Fig. 1-248, para
a qual, a partir do sistema principal i.= 3m I.= ~,.m
e hiperestáticos da Fig. 1-249 e dos
diagramas Mo, M, e M2 no sistema
priiicipal da Fig. 1-250, obtemos:
x1 t
1
EJ,S,,= t - X 1,5X 1 2 X 1 = + 9
2
1 Fig. 1-249 - Sistema principal para reso-
EJc620= - ó X 1,5 X 12 (2 X 1 +OS)= luqão de viga biengastada ABpclo méto-
do das f o r p ~ .
= -7.5
Curso de analise estrutural
Fig. 1-250 Diagr~rnas no sistema prin
cipal para a viga AB.
Daí vem: L,;) + p . 5
- 1,875
X2 = 10,s
As reações de apoio para a viga biengastada da Fig. 1-248 são, então,
as indicadas na Fig. 1-251, a partir das quais ficamos em condiçóes de
conhecer os efeitos do carregamento externo do quadro no sistema principal
da Fig. 1-247, representados na Fig. 1-252. a partir da qual temos:
0," - +2,54
O método das deformações 123
Fie 1-252 - Momentos "MO" do carrega- -
Fig. 1-251 - Salu~ão da viga AB. mcnto externo no sistema principal da
Pig. 1-247.
b) Rotação A,
Para a obtenção dos efeitos da rotação A, imposta ao sistema principal,
precisamos resolver a viga biengastada AB da Fig. 1-253 para o recalque an-
gular unitário assinalado do engaste A, a fm de conhecermos sua rigidez
neste nó, bem como o coeficiente de transmissão de momentos do nó A
para o nó B.
Empregando o mesmo sistema pki-
ipA = +I
cipal da Fig. 1-248 e levando em conta
que: ‘CT
E& 6 ,, = -EJ, qa = -EJ, e
EJ,S,, = 0, temos: I I
Fig. 1-253
Chegando-se, então, a
X, = 1,22 EJ,
Os efeitos finais para a viga biengastada da Fig. 1-253 obtidos de E =
= (0,73 EJ,) E, + (1,22 EJ,) E,, sendo E, e E, dados por 1-250.2 e 1-250.3,
respectivamente, estão indicados na Fig. 1-254.1 (ou na Fig. 1-254.2, já em
EJc termos de T , sendo I , no caso, igual a 6 m).
124 Curso de analise estrutural
6 X 0,73EJc 4,38EJc 2.94EJC --
0.73EJC 0.49 EJ, I
1,22EJ,
t
7.32 EJ, - -
I 12
1-254.1 1-254.2
Fig. 1-254
A rigidez da barra AB em A vale, então K A =
4,38 EJc
I e o coeficiente
de transmissão de momentos (ta _ B ) do nó A para o nó B é dado por
Mg _ 2,94 =----
MA 4,38 - O,b7.
Assim sendo, estamos em condições de conhecer os efeitos provocados no
sistema principal da Fig. 1-247 pela rotação A, , obtendo-se, arbitrando
EJ,A, = 12. os seguintes momentos em torno do nó A:
Na barra AB:
K =
4 ,38EJcA, - 4,38 X 12
..
I 6 = 8.76 mt +9
Na barra AC: I I 1
Da Fig. 1-255, temos: Fig. 1-255 - Monicntos M l devidos à ro-
pll = 17,76 tação Ai no sistema principal da Fie.
1-247.
3. Cálculo da incógnita
Da equação 2,54 + 17,76A, = 0 , obtemos: A , = -0,143
4 . Efeitos finais
Os momentos finais atuantes nas extremidades das barras, obtidos de
M = Mo - 0,143 M , (Mo estando na Fig. 1-252 e M, na Fig. 1-255), estão
assinalados na Fig. 1-256, da qual obtemos o diagrama de momentos fletores
pedido na Fig. 1-257.
O mbtodo das deforrnaqães
Fig. 1-256 - Momentos finais.
Observação: a) Uma outra forma de se resolver o exemplo da Fig. 1-246
(e que se constitui numa outra forma geral de resolução de estruturas, cuja
lei de variaçáo de in6rcia das barras seja uma variaçáo "em saltos"), 6 admitir
a barra AB subdividida em duas barras AD e DE, cada uma delas de inércia
constante, conforme mostra a Fig. 1-258.1. O Único inconveniente desta
forma de r$s~lução 6 que, com a introdução de um novo nó (Dj à estrutura,
suas componentes de deformações passam a ser novas incógnitas pelo m6todo
das deformações, passando o sistema principal, dentro deste raciocínio,
a ser o da Fig. 1-258.2, havendo, portanto ires incógnitas a determinar, ao
inv6s de uma única (no caso de tratarmos AB como uma Única barra).
b) Embora tenhamos feito apenas um exemplo de aplicação,julgamos ser
o mesmo suficientemente esclarecedor para este primeiro tipo de lei de
variação de inércia da barra, de modo que passaremos ao estudo do caso
seguinte.
8.2 - Inércia da barra variando "em mísula"
Este caso, analogamente, ao que vimos para o método das forças, será
resolvido com o auxilio de tabelasz6 (Tabelas IV a XV), que nos fornecem,
para vigas biengastadas, os valores de rigidez. coeficientes de transmissão
e momentos de engastamento perfeito para carregamento unifomemente
distribuído e para cargas concentradas.
*'~prercntadas, pela primeira vez. por Guldsn.
126
TABELA IV - Coeticientes ai, a2, 0
Curso de análise estrutural
O metodo das deformações
128
TABELA V - Coeficientes & I , Q , 0
Cuno de analise estrutural
O m6todo dar deformações 129
Voute parabiilica de
um r6 lado 0 7pm," A=:
Jmáx Jmin
I
n =-
L J máx
1
I A B P L A VI1 - Curticici i la\ LL, - u 2 . 0 Voute parabólica de
ambos os lados h = a
Jmáx I
J...,.. ,,,,,, n=-
Jmáx
132 Curso de anãlise estrutural
TABELA VI11 - Coeficientes k i , k2 Voute reta de um r6 lado
O I
Jmgx Jmin :i: Jmin
4, I Jmãx
O método das deformações
Curso de analise estrutural
TABELA IX - Coeficientes k i , k2
VmtepambÓlicade ap @
um r6 lado h = ?
J , 1 Jmin
I
Jmin
n=-
O méiodo das deformações
TABELA X - Coeficientes k, = k2 = k
Voute reta de ambos os lados
:H =a I
Jmáx Jmáx
Jmin
n =- a! BO M , = - M , = k - q12 M Jmáx 12
I
7 f
L I L
1 1
Curso de análise estrutural
TABELA XI I - Corlicientes V I . f72
Voute reta de um O O p 1
só lado E
X
MI = tQIPI
Jmáx p- ~ m i n 4 = 0 I 1
M2 = -7hPI ' a ' - I Jmin
n--
A Jmáx
I
h 1 2 . . . . .. ... . - 1 2
O método das deformações
Cursa de analise estrutural
TABELA XII - Coeficientes q,, 172 (continuação)
O rnbtodo das deforrnacões
TABELA XIII - Cocíicicntei 71. u2
Voute parab6lica
SI 1 p
de um só lado E
O I
4'
7 h =a Jmáx I
M t = + n i P i i a : ! Jmín " =-
M z = -QPi - I
Y Jmáx
Curso de analise estrutural
TABELA XIII - Coeficientes q i , q 2 (continiiação)
O método das deformações
TABELA X111 - Cocficicniçs v i , q2 íconriniiaqJu)
Curso de analise estrutural
TABELA XIV - Coeficientes v i , qz
Voute reta de
ambos os lados
@ ?min @ 'k
r- I I
Jmáx
M, = +ViPI
M~ = -QPI &a Jmin
+ I 2 n =-
Jmáx
O método das deformações 145
TABELA XIV - C'oeficientcs 71 , q 2 (continiia~ão)
Cuno de analise estrutural
TABELA XIV - Coeficientes vi. qz (continiia@o)
TABELA XV - Coeficientes 771, 7 2
Voute parabólica de I
ambos os lados %
MI = + q l v l Jmáx Jmáx
M2 = -72PI
Jmin
n --
I Jmáx -
o 1 z . . . . . . . . . . . . 1 2
O m6mdo dar deformacões
TABELA XV - Coeficientes q l , q l (continiia~ão)
0.50
1.00073
005
070
007
124
021
116
023
156
046
141
047
165
076
148
074
151
108
142
101
136
136
125
125
108
157
L01
142
076
165
074
148
046
156
047
141
021
124
023
116
005
073
007
070
Curso de análsie estrutural
TABELA XV - Coeticierftes v i , q2 (continuação)
O método das deformações 149
Os tipos de mísulas estudadas são aquelas cujas leis de variação de
altura são as iiidicadas na Fig. 1-259, seiido a extremidade da barra com
maior inércia, sempre representada pelo algarismo I. reservando-se o algaris-
mo 2 para a outra.
par. 20 grau
O O
Jmáx kmJmin Jmdx Jmin
!
1-259.1 - Misiila ~ e t a assirn6trica. 1-259.2 - Misiila parab5lica asnirniuica.
par. 20 grau
O
Jmáx *L Jmáx c*$mB.
1-259.3 - Misilla reta siinçtrica. 1-259.4 - Misitla purabólica simetria.
Fig. 1-259
Como no caso do método das forças. os argumentos de entrada nas
tabelas contiiiuam seiido os parârnetros adimensionais
a Jmin h = - e ;-
I .Jrn,
Antes de entramos na aplicação propriamente dita destas tabelas. façamos
uma descrição sucinta das mesmas:
a) Tabelas 1V a VI1
Fornecem, para as vigas biengastadas, com os tipos de misula da
1:ig. 1-259, os valores da rigidez nas extremidades I e Z da barra e o coeficien-
te de transmissão de momentos t i -2 da extremidade I para a extremidade 2.
Estáo tabelados, peta cada par (h , n), trés coeficientes a , , a, e 0, dos
quais obtemos:27
2 7 ~ o r definipio da cm~tnição da tabela.
Curso de analise estrutural
O coeficiente de transmissão r 2 _ , de momentos do nó 2 para o nó 1 pode
ser obtido, a partir dos valores de K , , K , e r,.,, pela expressão (1-141,
cheeando-se a:
Observafóes: a) Conforme frisamos no início, as Tabelas IV a VI1 nos
fornecem, diretarnente, os valores da rigidez para misulas biengastadas.
A partir destes valores podemos, no entanto, obter, comodamente, os
valores de rigidez para mísulas engastadas e apoiadas, senão vejamos.
Seja determinar a rigidez K ; da misula da Fig. 1-260.1:
1-260.2
Fig. 1-260
Conforme indica o esquema da Fig. 1-260, podemos escrever que
P2 EJmin ( a , f f 2 - 0') (1-31) K ; = K I - K I f i - z t z - ~ = K 1 ( l --I=--
f f l f f 2 f f2 l
Por raciocínio inteiramente análogo, caso 2 fosse a extremidade engastada
e 1 a apoiada, teriamos
K' 2 -*(oIa2 - - (3,) (1-32)
f f l l
Desta forma, podemos afirmar que as Tabelas IV a VI1 nos fornecem
os valores da rigidez e dos coeficientes de transmissão para misulas com
quaisquer condições extremas de apoio.
b) Os momentos de engastamento perfeito que precisarão ser calculados,
para o caso de estruturas extremamente deslocáveis devido ao deslocamento
O método das deformações 151
ortogonal reciproco das extremidades da barra o serio a partir do cnnlieci-
mento das expressóes (1-271 a (1-311 pelo cniprego das fónnulas gerais
(1-7) a (1-9) deduzidas no iiiicio deste capitiilo.
b) Tabelas VI11 a XI e XII a XV
As Tabelas VI11 a X1 e XII a XV nos I«riiecein os momentos de engasta-
mento perfeito M , e M, para niisulas bieiigastadas carregadas com carrega-
mento uniformemente distribuído ou com cargas conceiitradas conforme
indica a Fig. 1-261
Fig. 1-26 1
Caso a misula seja engastada e apoiada. conforme exemplifica a Fig.
1-262.1, a obtençáo do momento de engastamento perfeito pode ser feita
a partir da decomposição da Fig. 1-262. obtendo-se:
1-262.1 1-262.2 1-262.3
Fig. 1-262
Por raciocínio inteiramente análogo, caso a extremidade engastada fosse
2 e I a apoiada, teríamos:
B IM;I = IM21 + IM,I i,_, = IM2 l +, IMi I (1-34)
I
As aplicações seguintes esclarecerão:
I ' ' ~c ta , que preferimos escrever uma expressão válida em rnbdulo, pois. se o lado
engastada estiver à erqorrda, o momento de engastamento perfeito será positivo, rendo
I negativo em caso contrário (lado engastado à direita), para carreeamento de cima para
I baixo.
152 Cuno de análise estrutural
Ex. 1-25 - Resolver o quadro da Fig. 1-263 para o carregamento indicado.
Sabe-se que as barras Iiorizontais são misulas retas assimktricas com
J,,, =.I , e .I,& = 5.1, e a barra vertical tem inkrcia que pode ser considerada
constante e igual a J,.
I
I I 1 I L
I
4' L L
9 rn
1 ' 3m 3m 9 rn
Fig. 1-263
1. Sistema principal
Em se tratando de um quadro com apenas uma deslocabilidade interna.
o sistema principal k o da Fie. 1-264.
2. Efeitos no sistema principal
a) Cai-regamento externo
Para conliecerrnos os efeitos do carregamento externo no sistema principal,
precisamos, iiiicialmente. obter os momentos de engastamento perfeito
para as vigas engastadas e apoiadas das Figs. 1-265.1 e 1-265.2 que são,
3 Jc
ambas, rnísulas retas assimétricas com h = - = 0,25 e n =- = 0,20. 12 5Jc
O método das deforrnacües 153
1-265.1 1-265.2
j Fig. 1-265
Para o caso da Fig. 1-265.1, obtemos, da tabela XII, de acordo com o
esquema da Fig. 1-266
q , = 0.190 e q2 = 0.025
Daí vem, conforme a expressão (1-33): @
P ii IM;I = IM,I +-nr2 2 9 = ~ ~ ( q i +-112)
a2 a2
Fig. 1-266
A obtenção dos coeficientes B e a2 se fará da tabela IV, que nos fornece,
para h = 0.25 e q = 0.20:
a, = 6.65
a, = 4,48
= 3,12
Obtemos, e n t e : M;= - 4 X 12 (0,190 t -
4,48
X 0,025) = - 10.0 mt
Para o caso da Fig. 1-265.2, a tabela V111 nos fornece: k , = 1.406,
k2 = 0,822, obtendo-se. pela expressão (1-33):
4i2 f l .2 )m:p 1 X 1 2 ~ M ; =- ( I , , + - h 3,12
12 12
(1,406 + -
4,48
X 0,822) = t23.8 1111
0 2
Os efeitos do carregamento externo no sistema priiicipal sZo. eiitão. os da
Fig. 1-367, que nos conduz a o,, = t13.8.
2 9 ~ o caro. o sinal será iicgativo. pois o I:ido c!igaslado i o da direita,
300 s ind t: positivo. pois o lado cnpns t~du f o d.1 crquird;i.
Curso de analise estrutural
Pig. 1-267 - M o
b) Rotaçào A ,
Dando-se uma rotação A , ao nó C, tal que EJ,A, = 6 tm2, temos o
aparecimeiito dos seguintes momentos em tomo deste 116:
4EJcAl - 4 X 6
mt Para a barra RD: A l = -- - - -
1 6
LJcA,
Para as barras AB e BC: M ; = --
6
012 1
(a1012 - b2) = 4,48 12 (6.65 X
X 4.48 - 3.12') = 2.22mt
Os efeitos da rotaçáo A , no sistema principal são, então. os indicados
na Fig. 1-268, obtendo-se P , , = 8,44 mt .
Pig. 1-268 - M l
3. Cálculo da incógnita
13.8 Temos: A, =h = - - = -1,635
Pi i 8.44
4. Efeitos finais
Da expressão h! = M o - 1,635 M , , obtemos os momentos finais indicados
na Fig. 1-269 (em mt), que conduzem ao diagrama de momentos fletores
da Fig. 1-270 (em mt).
O mbtodo das deformações
Fig. 1-269 - M = Mo- 1.635 M , Fig. 1-270 -DMI
Ex. 1-26 - Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio
para a viga de inircia variável da Fig. 1-27]. cujas misulas são, todas, parabó-
licas com J,, = J , e J,;, - 5Jc . A mola tem k = 103 t/m e a viga tem
EJc = 104tm2.
Fig. 1-27 1
1. Sistema principal
A viga possui duas deslocabiidades: uma interna (rotação do nó B )
e outra externa (deslocamento vertical de B, devido à presença da mola).
Assim sendo, o sistema principal é o da Fig. 1-272. (Assinalamos na figura
os sentidos positivos de A, e A, para fins de determinaçáo dos b.)
156 Curso de analise estrutural
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Basta estudar a viga biengastada
da Fig. 1-273, que é uma mísula para-
I I
3 bólica simktnca com h = - = 0,25 e I I I
Jc 12 I I I I
q = - = 0,20, para a qual a tabela I I I I
jJc + 3 m + 6 m 4 3 r n +
XV fornece: No ponto 3:
q , = 0,173
q2 = 0,041
Nu ponto 9: Fig. 1-273
q l = 0.041
q2 = 0,173
Daí, vem: M, = -M2 = P I ( q : + q:) = PI(q: + q ; ) = 5 x 12(0,173 i
+ 0,041) = 12,84mt
Os efeitos do carregamento externo no sistema principal são, então, os da
Fig. 1-274, obtendo-se:
Fig. 1-274 -Mo. V ,
b) Rotaçáo A ,
Dando-se uma rotaçào A , ao nd B tal que K.I,A, = 12, obtemos os seguin-
tes efeitos no sistema priricipal:
b.1) Para a barra AB ímisulaparabólica simétrica com h = 0.25 e
71 = 0.20). Da tabela Vil, temos: a, = a , = 6.43. 0 = 3.95. Vem, então,
confornie a Fig. 1-275:
EJ,A, 12
ili, - -- , a1 = E X 6,43 = 6,43 mt
O mbtodo das deformações
Fig. 1-275 - Efeitos de A, para a barra AB.
b.2) Para a barra BC (mísula parabólica assimétrica coin X = 0,25 e
7 = 0,20) Da tabela V, temos: a, = 5.75, a2 = 4.34, 0 = 2.77.
EJcA,
Vem, eiitão; M ; =- ( a l a 2 -oZ)= 4,34 l 2 , 2 (5.75 X 4,34 - 2.77') =
a2 1
= 3,98 mt .
O funcionamento da barra BC será. eiitáo, nesta fase, o da Fig. 1-276.
Pig. 1-276 - Efeitos de Ai para a barraBC.
A partir das Figs. 1-775 e 1-276, obtemos os efeitos da rotação A, no
sistema principal, indicados na Fig. 1-277 e que fornecem:
pii = 6,43 + 3,98 = 10.41
P21 = + 0,53
Fig. 1-277 - Mi, Vi
158 Curso de analise estrutural
c) Deslocamento A2
Dando-se um deslocamento vertical A , ao nó B, tal que EJcA2 = 12,
obtemos os seguintes efeitos no sistema principal:
c.1) Para a barra AB
0.86 mt
Teremos um deslocamento ortogo-
nal recíproco p ~ a = + A 2 , que provo-
cará o aparecimento de monientos . . .
M a e MB dados pelas expressões (1-7)
e (1-8). por:
PBA MA = Mg = - ( K A + tg,j K B ) = I
A2 EJc 0 EJc ,)= = - ( - a , t - - a
1 I a , 1
1 2
Fig. 1-278 - Efeitos de & para a barra AB,
E J c b = + 0) = 7 (6.43 + 3,95) :
12
c.2) Para a barra BC
Teremos um deslocamento ortogo-
na1 reciproco pgc = - A 2 , que provoca-
rá o aparecimento de um momento
MB. dado pela expressão (1-9), por:
PBC - EJc M B = K b X - - -
1 a21 (a le2 - 0 2 ) X
( - A , ) = _ X -
l 2 (5,75 X 4.34- Fig. 1-279 - Flri iui iIc A2 para a barra BC.
I < 4,34 X I 22
- 7.77') = - 0.33 lmt
c.3) Para a mola
Teremos o aparecimento de forças
F. no apoio 2 e na base D da mola.
dadas por:
12 103 F = k A 2 = k X - = - X 1 2 = l ? t .
D
E J ~ 104 3- t F = 1.21
scndo os sentidos os indicados na
Fig. 1-280. Fig. 1-280 -Efeitos de A 2 na mola.
A partir das Figs. 1-278 a 1-280, obtemos os efeitos do deslocametito
A, TIO sistema principal. indicados na Fig. 1-281 e que fornecem:
O metodo das deformações
3. Cálculo das incógnitas
4. Efeitos finais
Da expressão E = E,, + 1,069Ei + 3.230E2. obteinos os iiioinentos e
reações de apoio finais da Fig. 1-282. a partir da qual teiii-se o diagrama de
momentos fietores da Fig. 1-283.
Pig. 1-282 - Efeitos finais
Fig. 1-283 - DMF e reaçòes de apoio,
Curso de análise estrutural
8.3 - Inercia da barra varia aleatoriamente
Neste caso. a determinaçáo da rigidez lios iiós, dos coeficieiites de trans-
iiiissão c dos mnmeiitos de eiigastamento perfeito para a barra, continuará
rccaindo na resoluçio de uma viga Iiiperestática (pelo método das forças),
sciido o uriico problema a obteiiçáo dos Si, e bi j para resoluçao desta viga
pelo 1n6todo das (orças devido à variaçào aleatória de inércia. O emprego
da regra de Sirnpson. coiifonnc exposto no itcm 1.2.4.3 do capítulo l -
Volunie I1 de nosso Curso resolverá o problema, permanecendo, no mais.
válidos todos os coiiceitos fundamentais e a sistemática do método das
deftirniaçòes.
9 - CONSIDERAÇÃO DOS EFEITOS DO ESFORÇO NORMAL
9.1 - Quadros com tirantes (ou escoras)
No caso de quadros com tirantes (ou escoras), não podemos deixar de
levar em conta as deformaçóes destes tirantes (ou escoras) devidas ao esforço
normal que iráo receber, pois, caso o f~éssemos, estaríamos admitindo serem
peças indeformáveis, o que sabemos não ser verdadeiro.
Nenhum problema maior irá surgir, no entanto, devido a isto, bastando
que se siga a metodologia usual do método das deformações, conforme
esclarece o exemplo a seguir.
Ex.~I-27 - Resolver o quadro atirantado da Fig. 1-284, sabendo que
(EJlquadro = 2 X 103 tm'
~ E S ) ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ = 103t
* 4 m + 4 m +
Fig. 1-284
O método das deforma~ões
1 . Sistema principal
Levando ein conta a simetria existente. concluímos que o nó C não pos-
suirá deslocamento horizontal. sendo. então, o sistema principal o indicado na
Fig. 1-285. As incógnitas do problema serão, no caso, a rotação e o desloca-
mento horizontal do nó i?.
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Aplicando o carregamento externo no sistema principal. deveremos re-
solver a viga engastada e apoiada da Fig. 1-286.1, para a qual, adotando-se
o sistcina principal da Fig. 1-286.2 e notando-se que o diagramaMo provoca-
do pelo carrcgaiiiento externo no sistema principal é nulo (Fig. 1-286.3)
11.5t
1-286.1 -Viga a resolver. 1-286.2 - Sistema principal adatado.
1-286.3 - Efeitos do carregamento exter- 1-286.4 - Solução da viga da Fig. 1 4 2 . 1 .
no no sistema principal.
Fig. 1-286
162 Curso de análise estrutural
concluiinos que o iiiornento de engastainetito perfeito erii B é nulo
(pois 6 , , = O). Os efeitos finais serio, entáo, os da Fig. 1-286.4. Assim, os
efeitas do carreganiento externo no sistema principal são os indicados na
Fig. 1-787, obtendo-se:
Fig. 1-287 - Mo, R,
b) Rotaçáo
Dandc-se ao nó B uma rotação A, tal que E f A , = +15. surgirão, em
torlio do nó B, os seguintes momentos:
Na barra AB: ht' =
- 3 x 15
A 3
- - = t 151n t
3
Na barra B C M ' =
3 E f A - 3 X 15 _ +9 int *--- 5
Obteinos. então, o esqueina da Fig. 1-288. a partir do qual tem-se:
i.',, = t24
f i z , = - 2
I'ig. 1-288 - M I , R ,
Obseri~or.ao: Notar que. ate aqui. o tirante não traballioii, pois a presença
do apoio adicional 7 iio sistema principal, impedilido o desloçameiito do
nó B, inipediu o trabalho do tirante. Apenas quatido impusemlos ao apoio
7 um deslocamento A, é qiie i? tirante será posto em carga: é o que sucederá
a seguir:
O metodo das deformações
C) Deslocamento A2
Impondo-se ao apoio 2 um desloca-
mento A2 tal que WA, = + 15, temos.
15 pBA = -A2 = --
a partir do williot da Fig. 1-290, os
EJ
seguintes deslocamentos ortogonais re-
25
P C B = + E J
cíprocos:
I - Az = - 15 - ID-
4.55
3
Fig. 1-290 - Williot.
Pig. 1-289 - M,. R 2
Surgirão, em tomo do nó $, os seguintes momentos devidos a estes
deslocamentos ortogonais reciprocas:
~ E J P B A = - 3 x 15 Na barra AB: ME = - AB = -5 mt
~ E J P C B - 3 X 25 + 3 mt - Na barra BC: MB = - - - =
FC 5'
Os efeitos do deslocamento A, sobre o quadro estão estudados; verifique-
nios, agora, qual é o comportamento do tirante.
Devido à simplificação de simetria
empregada, dar um deslocamento A,
ao nó B, significa alongar o tirante de
2A,, conforme indica a Fig 1-291
I&- 1 Coili isto, estará sendo despertada, no \,2 2 /'
tirante. uma força
F,, = ( 2A2 ) , igual no caso, a
' tr
15
103x 2X-
Ft, =
8
'O3= 1,88 t,
de traçáo.
Fi. 1-291
164 Curso de análise estrutural
Os efeitos do deslocainento A, 110 sistema principal estâo. então, complc-
taineiite deterniiiiados e temos, a partir do esquema da Fig. 1-289:
f l i 2 = -3
3. Cálculo das iiicógiii!as
4. Efeitos finais
Da expressão E = E, + 0,0386, + 0.456 E,, obtemos os momentos e
reações de apoio finais indicados na Fig. 1-29?, a partir dos quais fica defini-
do o diagrama de niomentos fletores da Fig. 1-293.
Fig. 1-292 Fig. 1-293 - DMI,
Observu(.üo: Por este exemplo. é fácil verificar-se que, quando tivermos a
presença de um tirante (ou escora) iiuni quadro, basta inipedir o desloca-
inento de suas extremidades no sistema priiicipal, tornando-as iiideslociveis.
agindo-se. dai por diante. da mesma forma que a empregada neste exemplo.
Ex. 1-28 - Calcular que encurtamento deveremos dar ao tirante do
Exemplo 1-27 durante a montagem, para que, quando atuar a carga de 3 t
em C, não existam reações horizontais em A e E.
Formularemos o problema em termos de calcular qual deve ser o encurta-
mento 8' a dar ao tirante durante a montagem para que a reação de apoio
Iiorizontal em A seja 0.57 t, da direita para a esquerda.
O método das deformações 165
Seguindo o roteiro do metodo das deformações, temos,adotando o
mesmo sistema principal do exercício anterior.
1. Efeitos no sistema principal
AI
a) Encurtamento 6' no tirante /
Impondo ao tirante um encurta-
mento S', nele surgirá uma força de Ft,, - 1256'
traçáo (pois suas extremidades estão
fixas e, como, seu comprimento foi
diminuído, ele estará tracionado) igual
Temos, da Fig. 1-294: S I .., = O
Szenc =+1256'
Fi. 1-294
b) Rotação A, e deslocamento A2
Os efeitos serão, evidentemente, os das Figs. 1-288 e 1-289, respectiva-
mente, tendo-se: D,, = 24. P12 = f121 = -2, o,, = 4.55
2. Cáiculo do encurtamento 6'
Para obtermos o encurtamento 6', dispomos de três equações (dua,
equaçóes de compatibilidade estática e uma equação dizendo que a reação
horizontal 'em~ deve valer 0,57 t, da direita para a esquerda) para determinar
as três incógnitas do problema (6'. A,, A,).
Temos. entáo:
Eliminando, sucessivamente, A, e A, do sistema anterior, obtemos:
6' = 0,016m, ou seja, deve ser dado um encurtamento de 1.6 cm ao
tirante para que a reaçáo horizontal fmal, quando atuar o carregamento de
3 t em C, seja nula.
3. Efeitos finais
Com a atuaçáo conjunta do carregamedto de 3f do encurtamento de
166 Curso de análise estrutural
l .(i cm iniposto ao tirante, o quadro
da Fig. 1-294. irá traballiar, excliisiva~
iiielite ao esforçci iiormal. pois. coiiio
a reayão horizoiital fiiial é nula. não
existir20 iiioiiieiitos fletores. i10 caso.
1"
-2.51
O funciiinamento estático será. eii-
táo. o da Fig. 1-295 que mostra só N,,, = +2t
existireni. tio caso, esfor~os normais
coinprcssivos iio quadro e de traçáo
(110 tiraiite). O eshrço normal no tiraii-
te pode ser deterininado por çonside-
t l , % 1.5t rações puramente estáticas. isto é, im-
porido-se a condição de momento fle- Fig. 1-295
t
tor niilo na rótula C.
O b s c r i ~ a ~ a r ~ : Os Exemplos 1-27 e 1-28 equivalem ao Exemplo 11-9 do
voiunie 11 de nosso Curso. S u g e ~ i o s ao leitor confrontar os processos de
resolução.
9.2 - Quadros para os quais desejamos levar em conta as deformações
por esforço normd3'
Seja o quadro da Fig. 1-296, para o qual desejamos levar em conta, no
seu cálculo pelo metodo das deformaçóes. a influência das deformações
por esforço normal. Como. devido a
estas deformações os nós B e C terão
deslocamentos lineares nas direções
das barras neles concorrentes, devemos
escoiher tirn s i s t e m prirtcipol que irn-
peça todos as defo rmçáes dos nós
B e C. independentemente de quais-
quer considerações de deslocabilidade
extema (pois que o conceito de deslo-
cabilidade extema surgiu da hipótese
fundamental feita de que o compri- Fi. 1-296
mento das barras era invariável, coisa
"caso de barras esbeltas siibmetidm a esforqos normais elevados: caso de barras
protendidas. É. também. o casa de resoli~ção das assini chamadas cslriitiiras siiper-rígidas
para variações do temperatura P recalqt~~s '&e apoio (para as estrilttiras siiper-rígidas.
por termos, em geral, 3 o11 mais barras concorrendo em cada nó. não temos condiçoes
de obter os williots da maneira indicada nos tópicos carrcspondent~s deste capitialo).
para as quais o trabalho elástico ao esfòrço normal pude trr gande infliiência.
O metodo das deformações
que não ocorre se levarmos em conta
suas deformaçóes por esforço normal).
3
Assim sendo, o sistema principal
a adotar. 110 caso. é o da Fig. 1-297.
Podemos afirmar, generalizaiido.
que. para resolver um quadro plano
levando ein conta as deforiiiações axiais A D
de suas barras. devemos escollier uni
sistciiia principal onde estejaiii iiiipe-
didas para cada iió. todas as suas
comporirntes possíveis de dcloriiia-
I2ig. 1-297
ção. 32
No mais, será seguirmos o roteiro usual do método das deformações.
O exemplo 1-29 esclarece:
Ex. 1.29 - Obter o diagrama de momentos fletores e as rcaçoes de apoio
J para o quadro da Fig. 1-298. cujas barras tEm = 0.5 i i i2.
S
I . Sistema principal ~ , i t l 1
No caso da Fig. 1-198, o unico nó de -
quadro que pode se deformar é o nó E . A i i + i
Impeditido todas as suas componeiites
de deformação. obtemos o sistema
principal da Fig. 1-299. (Indicamos.
[nesta figura. os sentidos que conside-
raremos positivos para A, e A 3 ) Fig. 1-299
321ndependenternente de qiiaisqiier considerações sobre deslocabiüdade externa.
Este é. aliás. o procedimento adotado na programação para resolii~ão, par cornpiitador,
de estnit~iras pelo método das deformações e conduzili aos já fmosos programas
STRESS. STRUDL, etc.
168 Curso de análise estrutural
2. Efeitos no sistema principal
a) Carregamento externo
Aplicando o carregamento externo no 2 0
sistema principal, como as cargas de
6 t e 10t estão diretamente aplicadas
sobre os apoios 2 e 3. neles serão
absorvidas. As reaçóes de apoio serão,
então, as da Fig. 1-300, da qual ob-
temos: Blo = 0
Bzo = -6
= -10 Fig. 1-300 - 1;"
b) Rotação A,
Impondo, no sistema principal, uma rotação A, tal que EJA, = 6,
temos os seguintes momentos em torno do no B:
4EJA 4 X 6 - 6 m t Na barra AB: 1b1 = 2 = - -
AT 4
4EJA, 4 X 6
Na barra BC: hf = - = - = 4 int
BC 6
A partir desses momentos, obtemos o esquema da Fig. 1-301, que nos
fornece:
P i l = 6 t 4 = 10
821 = -1
B3, = t2.25
t l
+4 - +2
-2.25
Fig. 1-301 - E l
c) Deslocamento A2
Impondo. no sistema principal, um deslocamento Az tal que EJAz = 6,
as barras AB e BC terão o comportamento esquematizado nas Figs. 1-302.1
e 1-302.2.
O método das deformações 169
1-302. I 1-302.2
Fig. 1-302
O caso da Fig. 1-302.1 nos mostra uma barra de comprimento AB i qual
Foi imposta uma diminuição de comprimento A,; isto despertará em suas
ESA ES X 6 - extremidades f o r ~ a s FB e FA dadas por FA = FB = 4 = -
6
AB EJ X 4
- -
0.5 X 4 = 3t. com os sentidos indicados em 1-302.1.
O caso da Fig. 1-301.2 é u i n caso clássico de deslocamento ortogonal
6EJA2 6 i - 6 ) - -, reciproco ( p = -A, ) , obtendo-se MB = MC == -
Bl? 6.
com o que surgirão reaç0es verticais em B e C de mádulos VB = P(. =
? X 1 --=
- 6 1/31. (Os sentidos corretos de momentos e reações estão indicados
A Fig. 1-302 nos conduz ao esquema da Fig. 1-303 do qual obtemos:
Fig. 1-303 - Ez
Cursa de análise estrutural
d) Deslocamento A3
Para o deslocamento A, tal que EJA3 = 6, as barras AB e BC terão o
comportamento indicado na Fig. 1-304. Trata-se de um caso inteiramente
anáiogo ao da Fig. 1-302 e podemos escrever, imediatamente.
1-304.1 1-304.2
Fig. 1-304
Ffl = Fc =A = = 2 t (sentidos indicados em 1-304.2)
BC EJ X 6
- 6 X 6 6EJA, - - = +2,25 nit M A = Mfl =-
AB 4 l
H,, = flB = ' 2'25 = 1,125 t (sentidos indicados em 1-304.1)
4
Obtemos então. da Fig. 1-305:
12.25
-2,
Fig. 1-305 - E,
3. Cálculo das incógnitas
2,25
O método das deformaç5es
4. Efeitos fhais
Da expressão E = E , - 0,67E, + 1,60E, + 3,68E,, obtemos os momentos
fmais nas extremidades das barras (em mt) e as reações de apoio (em t)
indicadas na Fig. 1306, da qual chegamos ao diagrama de momentos
fletores (em mt) da Fig. 1-307.
Fip. 1-306 Fig. 1-307
10 - PROBLEMAS PROPOSTOS
10.1 - Calcular o número de deslocabilidades para as estruturas planas
da Fig. 1-308.
172 Curso de análise estrutural
1-308.7 1-308.8
Fig. 1-308
10.2 - Idem. para as greliias da Fig. 1-309.
10.3 - Partindo da definição de rigidez. calcular a rigidez da barra AB
da Fig. 1-3 10 nos .nós A e B. A seguir, verificar a identidade KA ta -8 =
= K B I ~ . , ~
Fig. 1-310
10.4 - Partindo dos resultados do Exemplo 10.3, obter os diagramas de
momentos fletores e de esforços cortantes para a barra AB da Fig. 1-310,
no caso do apoio B sofrer um recalque vertical, de cima para baixo, igual a p .
10.5 - Obter os diagramas de momentos fletores e as reagões de apoio
para o quadro da Fig. 1-31 1.
O método das deformaçóes
Fig. 1-3 1 1
10.6 - Obter o diagrama dc momentos fletores e as reações dc apoio
pan o quadro da Fig.1-312, cujas barras têm, todas, EJ = 104 tm2 e cujo
engaste elástico tem K = 10' tmlrad.
10.7 - Obter os diagramas de momentos fietores para o quadro da
Fig. 1-313 devidos a cada um dos agentes seguintes:
a ) diminuição uiiiforme de 20" C
b) recalque horizontal. da esquerda para a direita dc 2 cm do engaste E.
São dados: EJ, = 2 X 104 tm2
a = 104/"C
174 Curso de análise estrutural
10.8 - Obter os di;igniiiias dc mo-
inelitos flctorcs L' torçorçs e ns reafões
de apoio para 3 grellia da Fig. 1-314.
cujas barrns. pcrpcridic~ilares entre si.
tEm F.1 = 10' tin2 e GJ, = 0,s X
x 1o3 t ln2.
10.9 - Obter os diaçrainas de iiio-
iiicritos fletorcs para o quadro da
Fig. 1-315 devidos. isoladamente. a
cada uiii dos agciiics seguintes:
a) carregamento extcrno indicado
h) aiiniento uniiorine de teniperatura
de 20°C
C) recalquc vertical de I cm. de cima
para baixo. do engastc D.
São dados: EJ, = 103 tm2
ru = 10-51°C.
Fig. 1-3 15
10.10 -Para o quadro da Fig. 1-316. que tem E./, = 10"m2, pedem-se:
a) obter o diagrama de momentos fletores
b) calcular o deslocamento vertical de C.33
(Obsen~ação: Tirar partido na resolução do fato da rotaçáo do nó E ser
nula. já que a barra DE tem inércia infinita.)
" ~ e s u b i d o o item o. o deslocamento vertical de C será. rvidrntcmentc. obtido
eii?,vegando-se o tcorerna de Pasternak. estudado no item 6 do Cap. 11, Val. I 1 de
nosso Ciirso.
O método das deformações 175
10.1 1 - Calcular o deslocamento 5t -
liorirontal da barra AB para o quadro
da Fig. 1-317. que tem EJ, = 104 tmZ
Fig. 1-3 17
I I L 4 m 4
10.12 - Obter o diagrama de mo-
iiientos fletores para o quadro de
inércia constante da Fig. 1-318.
Fig. 1-318
10.13 Empregalido o artifici« do arranjo de cargas. resolver o quadro
de inércia constante da Fig. 1-3 10.
10.14 - Obter o diagrama de mo-
mentos fletores para o quadro da
Fig. 1-320, cujas barras possuem inércia r rjl
constante.
L 4 m A 4 m A
Fig. 1-320
176 Curso de analise estrutural
10.15 - Obter o diagrama de iiiomentos flctores e as reações de apoio
para o quadro simétrico da Fig. 1-321. cujas barras têm EJ = ]O4 tm2 C
cujo erigaste elástico tem K = 0,s X 104 mt/rad.
, 4 t im
Fig. 1-32 1
10.16 - Tirando partido da anti- 4,
siiiietria existerite ( e escolhendo o -
iiiétodo liiperestático que acarretar 3 m f
nienor número de iricógnitas). calcular I
O dcslocaineiito Iiorizontal da barra .
A R . para o quadro da Fig, 1-32?.
I
<Illc tetil EJ = )o4 til12
41
10.17 -- Obter o diagrama de ino-
iiicillos fletores para o quadro da
Fig. 1-323.
3m
+ 4 m + 4 m 4 -
Fig. 1-323
O mhtodo das deformações 177
10.18 - Obter o diagrama de momentos fletores e calcular as reaqões de
apoio para o quadro da Fig. 1-324, que tem inércia coiistaiite.
Fig. 1-324
10.19 - Obter. tirando partido da 1 t/m
diipla simetria existente, o diagrama
de moiiientos fletores para o quadro
+i
auto-equilibrado da Fig. 1-325.
3 rn %rna~ 1 t!m 4
Fig. 1-325
10.20 - Ideiii, para o quadro da Fig. 1-326.
178 Curso de anhlise estrutural
10.21 - Kesolver o quadro, de
inércia constante, da Fig. 1-327.
&4,+4,_,
Fig. 1-327
10.22 - Resolver a grelha da Fig.
E1
1-328, que tem = 7 . sendo
(#.I r
EJ = ]O4 tm2, se os engastes A e U
sofrerem os recalques indicados, per-
peiidiculares ao plano da greilia. (Em- f
pregar as simplificações devidas à anti- P = l c m ,
simetria existente.)
I'ig 1-328
10.23 - Resolver a grellia simétrica da Fig. 1-329. que tem EJ = Z G I ,
O método das deformações 179
10.24 - Obter o diagrama de mo-
iiieiitos fletores que será despertado
iio quadro da Fig. 1-330, cujas barras
têin W = !O4 t, se for imposto um
encurtameiito dc 2 cin ao tirante, quc
tc1ii ES = I o3 1.
Fig. 1-330
10.25 - Resolver o quadro atiran-
tado da Fig. 1-331. Sabc-se que:
6 t l m + v i
( ~J)~ , "a , l i "
= 2 niZ
(ES)tir.inrc riranre
10.26 - Calcular a rigidez K.4 e o coeficiente de transmissão para
Jm a barra curva da Fig. 1-332. que tem J = -.
C O S
par. 2Pgrau
- - - - - - -
,
/
A
I
180 Curso de análise estrutural
10.27 - Obter o diagrama de momentos fletores para a barra curva da
Fig. 1-332 provocado por:
a) açáo dc uin carregamento uniformeineiite distribuído q de cima para
baixo.
b) recalques horizontais simétricos, de valor p , dos engastes A e 8.
10.28 - Empregando o método das
deformaçóes e tirando partido dos re-
sultados dos problemas 10.26 e 10.27.
obter o diagrama de momentosfletores
e calcular as reações de apoio para o
quadro da Fig. I-333.% I
I
As barras AB e CD têm J - 25,. e a
barra curva BC tem a inércia variando i 6 , n - ~
J~ ,sendo JM = J,.. segundo alei J = -
COS q Fig. 1-333
10.21 - Calcular o deslocamento vertical de C se o quadro da Fig. 1-334
for subinetido a um aumento uniforme de temperatura de 20°C. Todas as
misulas são retas, com Jmi, = Jc e Jm& = 5Je. São dados: EJ,. = 104 tm2.
k = 103 t/m e a = 10-5/"C.
I
Fig. 1-334
J311m
10.30 - Calcular o esforço normal
atuante no tirante do quadro da Fig.
1-335, cujas misulas são todas retas B
com J ,,,, = J, e J,, = 45,. SZo
dados EJ, = 2 X 104 tm2. (ES)tirantc =
= 104 t. A
~ 4 m 1 4 m - C
Fi. 1-335
- ~ s t a deve ser a metado1ogia.a empregar naresolução pelo método das deformações,
de quadros com barras curvas.
CAPITULO II
PROCESSO DE CROSS'
Seja o nó A da estrutura representada na Fig. 11-1.1, submetido à ação
de uma carga momento M. Devido à atuação deste momento M, o nó irá
girar, de um ângulo p . aparecendo então. na extremidade das barras 1, 2,
3 e 4, os momentos indicados na Fig. 11-1.2, de módulos iguais (conforme
a definição de rigidez de uma barra num nó, dada no item 3.1 do capítulo I) a:
M, = K Y ~ , M, = K Z ~ , M, = ~ $ 9 e M, = K& (11.1)
'Chamado por muitos de método de Cross. Preferimos, no entanto, chamar de
processo de Cross para não haver coniüsãa com a denomina~iio dos dois grandes
métodos da hiperestática, que &o o método das forças e o método das deformqbs.
O processo de Cross pertence ao método das deformações, consistindo, conforme se
verá neste capitulo, num algontmo iterativo de grande simplicidade e rapidez para
resoluçáo de estruturas.
Curso de análise estrutural
Evidentemente, devemos ter, por compatibilidade estática do esquema
da Fig. 11-1.1 com o da Fig. 11-1.2:
M , + M , + M , + M 4 = M
Identificando o termo entre parêntesis como a soma dos valores da
rigidez em A de todas as barras concorrentes neste nó, e à qual chamaremos
siniplificadamente, ZKi, podemos escrever:
Levando em conta as expressócs (11.1) e (11.2), podemos determinar.
então, em que parcelas o momento M irá se subdividir entre as diversas
barras concorrentes no nó A , obtendo-se:
De ui 13 maneira geral, podemos dizer que uma barra genérica r irá receber
KI uma fíaçáo (-) do momento M aplicado no nó, ou seja: Zh',
Da expressão (11.3). podemos tirar a seguinte c o n ~ l u s ã o : ~
Uma carga-momeiito aplicada num nó de uma estrutura totalmente indes-
locável irá se distribuir' entre as diversas barras concorrentes neste nó,
segundo parcelas proporcionais à rigidez, neste nú, de cada uma destas barras.
K .
A relação + (simbolizando a fraçáo do momento atuante no nó que
irá para a barra i), denominaremos coeficiente de distribuição de momentos
di para a barra i. escrevendo-se. então:
o que nos permite reescrever a expressa0 (1.3) na forma
Mi = diM (11.5)
Z~onclusão esta que é geral.
Processa de Cross 183
a) Evidentemente, a soma dos coeficientes de distribuição de momentos
di em tomo de um nó é igual a 1.
b) Analisando o segundo membro da expressão (II.4), é fácil se concluir
que ela não se alterará se dividirmos numerador e denominador por ( 4 0 ,
isto é, se trabalharmos com a rigidez relativa k de cada barra ao invés de
sua rigidez absoluta K. É lícito, então, escrever:
c) Precisamos, agora, fixar umaconvenção de sinais de momentos que
será fundamental para o processo de Cross e que é, em tudo. coerente com
a convenção apresentada no capitulo I (Fig. 1-18) deste volume.
Para tal, procederemos, inicialmente, a uma análise da atuação de mo-
mentos em torno do nó A da estrutura da Fig. 11-1, o que está feito na
Fig. 11-2 onde interceptamos as barras 1, 2, 3 e 4 em seçóes infinitamente
próximas ao nó A , no qual está aplicada a carga-momento M. Na figura,
mostramos o equilíbrio do nó A , que se obtém, através dos momentos M I ,
M,. M , e M,, no sentido horário, exercidos pelas barras 1, 2. 3 e 4 sobre
o iió A . ( A carga-iiioiiiento aplicada foi. no caso. tio sentido anti-horário.)
Na iiiesiiia figura. estão indicados, eiii cada uiiia das barras intcrceptadas.
os inorneiitos M, . hl,. M, e Ma no sentido anti-horário exercidos pelo nó
A sobre as barras 1. 2 . 3 e 4. Estes iiioiiieiitos tkiii. evidenteineiite. o seiitido
oposto ao daqueles exercidos pelas barras sobre o nó A . No método das
deformações trabalhamos com os momentos exercidos pelos nós sobre as
barras, para os quais estabelecemos sinal positivo caso fossem no sentido
anti-liorário (convenção da Fig. 1-18).
184 Cuna de análise estrutural
Para o processo de Cross. conforme se verá iio tópico seguinte deste
capitulo. trabalharemos com os momentos exercidos pelas barras sobre os
116s. de modo que, para sermos coerentes com o que fizeinos no método das
defonnaçóes, deveremos inverter a convenção dc sinais do niétodo das
deformaçóes e adotareinos. entáo a da Fig. il-3. isto 6 , consideraremos
positivos os momentos exercidos pelas barras sobre os nús se forem no
sentido horário (o que equivale a dizer que continuamos considerando
positivos momentos aiiti-horários exercidos pelos nós sobre as extreiiiidades
das barras).
Fig. 11-3 - Convenção de sinais para mo-
iiiciitus cxcriidos pchs barraasobre os nós.
Desta forma, poderemos usar, em múdulo e sinal, todas as tabelas
apresentadas no Cap. I deste volume.
d) Tendo em vista a convenção dc sinais apresentada na observaçáo
anterior, podemos dizer que o nó A da estrutura da Fig. 11-1.1 está
submetido à atuação de uma carga-momento (-M), equilibrada por momentos
( tM , ) , (+A&), ( tM,) e (+Me) exercidos, respectivamente, pelas barras 1,
2, 3 e 4 sobre o nó A .
Assiin, os momentos equilibrantes em torno do iió A , têm sinais (dados
pela convenção da Fig. 11-3) opostos ao do iiiomeiito atuante no nú, sendo
seus módulos dados pela expressáo 111.5).
2 - A IDEIA DO PROCESSO
Seja resolver o quadro de inércia constante da Fig. 11-4.1. que possui
uma deslocabilidade interna (rotação do nó A ) e para o qual os momentos
de engastamento perfeito3 no sistema principal são os indicados na Fig. 11-4.2.
3 ~ o processo de Cross. trabalharemos scrnprr çani os momentos cxcrcidos, nu
sistema principal. pelas barras sobre os nós, que tem !mesmo valor c sintido oposta ao
dos inonicntoi de cngastaiiiento pcrfcito (ver obscrvaçzio r do item 1 destc capítulo).
rquc sáa r i s momintus cx~rcidos pelos nós sobrç 2)s barras. Como, entretanto. adotamos
c?nvenq&c~ de sinais para estes dois tipos de momentos que conduzcni ao niesmo
sinal para ambos. podemos, ao nos referir a um momento dc cngastamento perfeito.
no sistema principal. simbolizar o momento que a barra está exercendo sobre o nó
no sistema principal. e é assim que deverá ser interpretado sempre este tipo de menqão.
neste capitulo.
Processo de Cron 185
mq ri C D C D
'+ I ' 7 / L l 2 Ir
ll-4.1
- Momentos de engastamento per-
feito no sistema principal.
Fig. 114
Digamos que, no sistema principal da Fig. 11-4.2, nós liberemos a rotação
da chapa 1: o nó A funcionará. então, como que tendo uma carga-momento .-
I'
aplicada de M = t% ( a ç k da barra 1 sobre o nó A ) que será equilibrada, . -
conforme vimos no item 1 deste capitulo, por momentos proporcionais a
rigidez em A , das barras I , 2 e 3, o que está indicado na Fig. 11-5. Assim,
o funcionamento dos nós do quadro, a partir do instante em que liberamos
a rotação da chapa I . será o indicado na Fig. 11-6, que mostra os momentos
que surgem nos nós em cada uma das fases de funcionamento da estrutura
quais sejam:
Fig. 11-5 - Equilíbrio do nó A , após
liberarmos a rotação da chapa 1:
Fig. 11-6
la fase: Rotação do nó A impedida, isto é, nós A e B, da barra 1 siibmetidos
41: qj: aos momentos de engastamento perfeito t - e - -. respectivamente
12 12
(isto é. açóes da barra AB sobze os nós A e B , no sistema principal, iguais
4122
2
a + - e - h, respectivamente.)
12 12
'786 Cirso de análise estrutural
2? fase: Libcranios a rotaçáo do no A . Com isto. o momento nele atuante
q12 na fase anterior, igual a M = + - (trazido pela barra 1 ) passa a atuar
12
como carga-momento, sendo equilibrado pelos momentos ( -d , M). (-d,M)
e (-d,M) atuantes em 1. 2 e 3. respectivamente.
Devido ao apareciniento destes momentos equilibrantes, seráo transmitidos.
para os engastes B, D e C, respectivamente, niomentos iguais ao produto
de seus valores pelos respectivos coeficieiites de transmissão (todos eles
iguais, no caso, a t0.5. pois tratam-se de barras biengastadas com inércia
constante).
A estrutura está, então resolvida, d
sendo os momentos finais atuantes em -M( l + L I
M i l -d , l
2
torno de cada i16 os indicados na
Fig. 11-7 (obtidos pela soma dos mo-
mentos que aluam na primeira e se-
gunda fases). Levando em conta a -M&
-- convenção de sinais da Fig. 11-3, os
momentos atuantes em torno de cada
nó tèm os sentidos indicados n' Fig
11-8, que nos conduzem i m e d i a t k n :
te, ao diagrama final de momentos
fletores da Fig. 11-9. Fig. 11-7
Fig. 11-8 - Momentos finais nos nós. Fig. 11-9 - DMP
Observação: Conforme é fácil verificar, a estrutura indeslocável da Fig.
11-4.1 foi resolvida sem ter sido necessário escrever nem resolver qualquer
equação de compatibilidade estática.
Processo de Cios 187
Este é o objetivo e a grande vantagem do processo de Cross que, conforme
veremos mais adiante, resolve estruturas indeslocáveis (externamente) sem
ser necessário escrever qualquer equação, pois sua esséncia P o equilíbrio.
um a um. dos momentos atuantes em torno de cada nó. nos moldes do que
se fez para o caso da Fig. 11-4.1:
A fim de f i a r e mecanizar a idéia usada na resoluçáo do caso da Fig.
11-4.1, refaremos o exemplo colocando, agora, dados numéricos. Seja.
então, resolver o quadro de inércia
constante da Fig. 11-10 cuja Unica des-
locabilidade (interna) é a rotação do
nó A .
mZtim
Temos, em torno deste nó, os seguintes ~ ~ g ' ~ 3rn
coeficientes de distribuição de rno-
inentos, obtidos a partir dos valores /C 1 D
de rigidez relativa k para as barras 1,
2 e 3 indicados na Fig. 11-10 (e que ,& 4m + 7.5m +
foram determinados arbitrando-se .i =
= 30). Fig. 11-10
Fig. 11-1 I A partir desses valores, temos a se-
guinte sequência de operações. que
reproduzem os passos da análise feita
para o quadro da Fig. 11-4.
+9.38
I?) Marcamos,no sistema principal da
Fig. 11-12. os valores dos coefici- /i".
entes de distribuição em torno do
nó interno A e os momentos de
engastamento perfeito para a barra
carregada, que valem: Fig. 11-12
MA = -MB =
2 X 7,s2
12
= +9,38 mt (obtidos da Tabela I do Cap. 1).
188 Curso de análise estrutural
20) Liberamos, iio sistema principal, a rotação do nóA que terá entào, uma
carga-momento aplicada de (t9.38). Esta carga-momento será equili-
brada por momentos de sinais contrários, em cada uma das barras
concorrcntes em A c de módulos iguais ao produto de seii valor pelos
coeficientes de distribuição dc momentos para cada barra.
Devido a estes momentos equilibrantes. indicados lia Fig. 11-13, serão
transmitidos para os engastes 5, C e D niomeiitos iguais ao produto de seus
valores pelos coeficientes de transmissão.
O esquema de momentos da Fig. 11-13 nostra, então. todos os nósda
estrutura em equilíbrio e, assim. os momentos finais atuantes cni todos os
nós do quadro sáo os indicados na Fig. 11-14. da qual obtemos, pela
convenção de sinais adotada (Fig. 11-3') os sentidos corretos dos momentos
atuantes nos nós representados na Fig. 11-15, que nos conduzem ao diagrama
de momentos fletores da Fig. 11-16,
Fig. 11-15 - Sentidos corretos dos mo-
Fig. 11-14 - Morncntos finais nos nós. mentos nos nós.
Processo de Cross
Discutiremos, agora. um último caso. apbs o qual nos será imediato
enunciar um roteiro para resolução de qualquer estrutura externaineiiic
indeslocável pelo processo de Cross.
Seja resolver a viga de inércia constante da Fig. 11-1 7, dcvido ao carrega-
mento indicado.
Fig. 11-1 7
Em se tratando de uma estrutura com duas dcsloçabilidades internas -
rotaçáo dos nós LI e C - o sistema priiicipal f o da Fig. ll-IR. no qual
hloqueamos as rotações existentes nestes nós coni as chapas I e 2 surgindo
nele, então, os momentos de engastamelito perfeito indicados na Fig. 11-18.
i~uais a: -
-
qAB2 -
8
*' - -24irit Para a barra 1 : MB = - - - - --
8
qBC2 3 X h2
Para a barra 2: MB = -1!4~ = -- = - = +c) nit
12 12
q a 2 - 3 X 8'
Para a bana 3: Mc = -iCIIl = -- - --- = +16 iiit
12 12
C u n o de análise estrutural
Fig. 11-18
Pensando, agora. em se adotar um procedimento análogo ao do exemplo
estudado anteriormente, calculemos os coeficientes de distribuição de mo-
iiientos em torno dos nós B e C.
Temos, trabalhando com rigidez relativa e arbitrando-se J = 48, os valores
de rigidez indicados na Fig. 11-19. a partir dos quais determinamos os
coeficientes de distribuição de momentos em torno dos nósB e C, dados por:
Fig. 11-19 !
L'
Em tomo do nó B: d, = -- 4'5 - - 0,36
4,5 + 8
8
Em torno do nó C. d , = -- = 0,57
8 + 6
Na Fig. 11-20, representamos os momentos de engastamento perfeito no
sistema principal e os coeficientes de distribuição de momentos em torno
de cada nó interno da estrutura.
Sempre raciocinando. agora, com a figura 11-20, temos:
1'1 Liberando a rotação. no sistema principal do nó B, o mesmo ficará
submetido a uma carga-momento de (-24) + 9 = -15 mt. equilibrada
por momentos iguais a
t 1 5 X 0.36 = t5 .4 1111. no nó B da barra .4B
+ I5 X 0.64 = t9 .6 iiit. no nó B da barra BC
Processo de Cross
+9 -9 1 +16 -1 6 Meng. perf.
I +9.6 - +4.8 i ? Eq. n6 6 -
3.36 + -6.72 1 -5.08 + -2.54 I'? E ~ . "6 C
I - +2.15 + t1.07 , 2? Eq. n6 6
-0.30 + -0.61 1 -0.46 + -0.23 Z? ~ q . "6 C
I - +0,19 + ~0.09 I 3? Eq. n6 B
-0.02 c -0.05 1 -0 04 + -0.02 30 E ~ . C
+0.01 I -
I - 4? Eq. n6 B
I
1 7 2 7 i +17,27 -10.42 / t10.42 -18.79 Momentos finais
Devido ao aparecimento destes momentos equilibrantes, será transmitido
ao nó C (que está engastado. pois não liberamos a rotação da chapa 2) um
iiiomento igual a r ~ c (+9,6) = 0,s X 9.6 = 4.8 mt. (Para o nó A , não é
transmitido qualquer momento. por se tratar de um nó rotulado.)
/--
O iió 5. com os morilentos de 5.4 rnt e 9,6 mt está equilibrado e coloca-
remos então, urn traço abaixo dos mesmos para caracterizar o equill'brio.
O esquema atual será, então, o da Fig. 11-21. que transcreveremos para a
Fig. 11-20,
Fig. 11-21 - I ? cqiiilibrio do nó B .
10) Estalido equilibrado o nó E. (Fig. 11-21), voltamos a colocar a chapa 1
impedindo novas rotações do mesmo; a estrutura do sistema principal
não está ainda, entretanto. equilibrada, pois o nó C não está em
equilíbrio.
192 Curso de análise estrutural
Para conseguirmos, agora, o equilíbrio do nó C, liberamos a rotação da
cliapa 2, ficando o mesmo submetido a uma carga-momento de (16 + 4,8 - 9) =
= +11,8 mt. Esta será equilibrada por momentos iguais a:
-113 X 0,57 = -6,72, no nó C da barra BC
-1 1.8 X 0,43 = -5,08, no nó C da barra CD
Como nas extremidades B e D esta0 impedidas as rotações (pois, nesta
fase, estamos liberando, apenas, a rotação da chapa 2). nelas aparecerão
inomentos iguais ao produto dos momentos equilibrantes pelos coeficientes
de transmissão (iguais no caso, a + 0,5, por terem as barras inércia constante).
Assim sendo, o nó C está em equilíbrio e ficamos com o esquema da
Fig. 11-22, transcrito na Fig. 11-20,
3?) Tendo ficado equilibrado. agora, o nó CíFig. 11-22), voltamos a colocar
a chapa2. impedindo novas rotações do mesmo. O esquema da Fig. 11-22
nos mostra, entretalito. que n nó B ficou desequilibrado. Para equi-
librá-lo, liberamos, mais uma vez a rotação da cliapa 1. ficando o nó
submetido a uma carga-moniento de (-3.36 mt). que é equilibrada por
momentos iguais a
t3,36 X 0.36 = +1,21 int, no nó B da barra AB
+3,36 X 0,60 = +2,15 nit, no nó B da barra BC
Para u iió C da borra BC. será transmitido um momento igual a
( t2.15 X 0,5) - +],O7 nit e ficamos. então. com o esquema da Fig. 11-23,
no qual o nó B foi, mais uma vez, equilibrado.
Processo de Cross 193
40) A Fig. 11-23 nos mostra o nó B equilibrado e o nó C desequilibrado.
Temos, mais uma vez, uma situação idêntica à do item 20 deste
exeinplo, que será resolvida da iiiesina mancira, isto é:
voltando a colocar a chapa 1 no nó B (em equilíbrio) e liberando a
rotaçáo do nó C, a carga-momento de ( t 1.07 itit) que passa a atuar neste
último é equilibrada por momentos iguais a (-1,07 X 0,571 = -0.61 mt e
a (-1.07 X 0.43) = -0.46 iiit nas barras BC e CD, respectivamente. e que
provocam a traiismissáo de momentos iguais à metade (r = + O S ) de seus
valores para os nós B e D. conforme indica a Fig. 11-24.
Fig. 11-24 - Z? equilíbrio do iió C.
50) Estando o nó C equilib::id,i c o nó R, agora, desequilibrado, voltamos
à situação do item 3? e. sem necessidade de maiores comentários,
com a liberação da ii!a,;ão do nó B , surgirào momentos equilibrantes
de (+0.30 X 0.36: = f l , l l nit na harra AR e de (+0.30 X 0.641 =
= t0,19 iiit na harra BC; este último transniitindo um momento de
t0.09 iiit ao nó C.
O esquema da Fig. 11-25 nos niostra. entáo, a situaçso de niomentos
atuantes nos nós após o 30 equilibiio de momentos em torno do nó R.
194 Curso de analise estrutural
60) Prendendo o nó B, já equilibrado, mais uma vez, com a chapa I e
liberando a rotação do nó C, a carga-momento de (+0,09 mt) a quc
ele ficará submetido será equilibrada por momentos de (.-0,09 X 0.57 1 =
= -0,05 iiit no nó C da barra BC e de (-0,09 X 0,043) = -0.04 nit
no nó C da barra CD, sendo transmitidos para os nós B e D momentos
iguais à metade desses valores.
O esquema da Fig. 11-26 nos mostra, então a situação de momcnros
atuantes nos nós após o 30 equilíbrio do nó C
0.36 0.64 0.57 0.43 D
-
A A a
-24 +9 -9 c C16 1 6
t5.4 +S.6 -r t4.8 --
-3;36 t -6.72 5.08 + - - -2.54
t i 2 1 t2.15 -i +1.07 --
0 .30 c - 0 . 6 1 ~ 0 . 4 6 + -0.23 - -
+o.ll to.19 + +O@ --
-0.02 t -0.05 -0.04 + -0.02
Fi. 11-26 - 3? equilíbrio do nó C.
70) Estando o nó C equilibrado, voltamos a prendè-lo com a chapa Z e
liberamos, agora, a chapa 1 . a fim de equilibrar o nó B. Devido a
carga-momento de (-0.02 mt) que nele ficará atuando, surgirão mo-
mentos equilibrantes, nos nós 8 das barras AB e BC iguais a
(+0,02 X 0.36) = +0.01 nit e ri (+0.02 X 0.64) - +0.01 mt. respec-
tivamente. Os valores destes momentos já são tão baixos. que não
faremos nenhuma transmissão para o 110 C e podemos dar. então, a
viga da Fig. 11-17 como equilibrada, após este 40 equilíbrio do nó 8,
ficando o esquema final de niomentos o indicado na Fig. 11-27 e que
está transcrito na Fig. 11-20.
A 0.36
A A A -
-24 8 +9 -9 C +I6 -16
+5,4 +9.6 + +4,8 -
-3.36 t -6.72 -5.08 + - - -2.54
+1,21 +2,15 + +1.07 --
-0.30 t -0.61 -0.46 -t - - -0.23
+0,11 +0,19 -t +O,W --
-0.02 t 0.05 6.04 4 -0.02
a .01 +0.01 --
Fig. 11-27 - 4? equilíbrio do nó B.
0.64 0.57 0.43 D
Processo de Cross 195
80) Para a obtenção dos momentos fmais, devemos fazer a superposição
(soma) .de todos os momentos que apareceram nas diversas fases do
equilíbrio da viga, o que podeser feito, diretamente. na Fig. iI-20,
somando-se os valores indicados em coluna, obtendo-se os valores finais
apresentados na última iiniia.
9?) Levando em conta a convenção de sinais da Fig. 11-3, os momentos
finais atuantes nos nós são os reprrsentados na Fig. 11-28, da qual
obtemos,imediatamente. o diagrama de momentos fletores da Fig. 11-29,
Fig. 11-28 - Momentos lioais (mt)
Fig. 11-29 - DMF (mt)
3 - ROTEIRO DO PROCESSO DE CROSS PARA ESTRLITURAS
INDESLOCAVEIS
Baseando-nos lias idéias apresentadas para a resolução da estmtura da
Fig. 11-17. no item 2 deste capítulo, podemos enunciar o seguinte roteiro
para resoluçáo de esrruturas externamente indeslocáveis pelo processo de
Cross:
10) Calculamos os coeficientes de distribuição de momentos em torno de
cada n6 rígido interno da estrutura, indicando-os em torno de cada nó
(como está feito nas Figs. 11-12 e 11-20), mediante o emprego da
expressão (11.6).
196 Curso de analise estrutural
20) Calculamos, empregando as mesmas tabelas do capítulo anterior (válidas,
inclusive em sinal, devido à convenção da Fig. 11-3 adotada no processo
de Cross), os momentos de engastaniento perfeito no sistema principal
(obtido bloqueando-se, com chapas, as rotações de todos os nós
internos rígidos da estrutura).
3P) I..iberamos, uma de cada vez, a rotação de cada nó interno, equilibrando
a carga-momento que nele passa então a atuar por momentos (em
cada barra co~ ico~~ente no nó) de sinais opostos ao desta carga-momento
e de módulos dados pela expressão (11.5). Os momentos equilibrantes
que surgem serão propagados aos nós opostos de cada barra, multipli-
cados pelos devidos coeficientes de transmissão de m ~ m e n t o s . ~ Uma
vez equilibrado o nó (o que caracterizaremos colocando um traço
horizontal sob os momentos equilibrantes), voltamos a fixá-lo com a
chapa e passamos ao equilíbrio dos outros nós, por procedimento
idêntico, até que, no último nó equilibrado (ji-esfando os demais em
equilíbrio), os momentos equilibrantes que nele apareceram acarretem
a propagação aos nós adjacentes, de momentos de valor desprezível em
presença dos demais momentos atuantes. Neste caso, não propagaremos
estes momentos (cometendo com isto um erro desprezível, por se
tratarem de valores desprezíveis) e daremos por encerrado o equilíbrio
dos nós da estrutura.
40) Encerrado o equilíbrio dos nós, os momentos finais que atuaráo em
cada um deles serão iguais à soma dos momentos de engastamento
perfeito com aqueles despertados na fase de equilíbrio dos nós (isto é,
para cada nó, somaremos todos os momentos que neles surgiram, ao
longo de todas as etapas de resolução da estrutura).
50) Conhecidos os momentos finais nos nós, empregando-se a convenção
da Fig. 11-3, obteremos os diagramas de momentos fletores atuantes
na estrutura e, a partir dele e do carregamento externo (empregando
o mesmo procedimento do Cap. 1 deste volume), chegaremos às reações
de apoio e aos diagramas de esforços cortantes e normais.
Observações:
a) O processo que acabamos de expor t a m b é m chamado de processo de dis-
tribuição de momentos - foi apresentado pelo professor norte-americano
Hardy Cross em 1932 e é, sem dúvida, uma das mais notáveis contribuições
4~efinidas na Cap. I deste volume
Processo de Cross 197
i Análise Estrutural nas últimas décadas, pois permite, rapidainente.
resolvermos uma estrutura indeslocável sem ser necessário escrever nem
resolver qualquer sistema de equaçõesS consistindo o traballio de reso-
lução, apenas. numa série de ciclos convergindo, rapidamente para um
resultado final preciso. Este niirnero de ciclos é, evideiitemente, encerrado
assim que se atinge o grau de precisão exigido pelo problema eni questão.
b ) Na fase 3a do processo (fase de equili%rio dos iiós), devernos comcçar.
sempre, pelos nós mais desequilibrados; isto acelerará, eriormcmcnte a
convcrgência do processo.
C) Q~iere~iios voltar a chamar a atenção do leitor para o fato de que, erii
todas as Cases do processo de Cross. estamos lidando com os momentos
exercidos pelas barras sobre os nós. isto é, estamos sempre aiiaiisando
os nós. Continuam validas, no entanto. todas as tabelas apresentadas iio
método das deformações, pois fizemos a necessária adaptação das con-
vençóes de sinais (V . Fig. 11-3).
d) Para operarmos com as diversas fases do processo de Cross adotaremos
um esquema como o da Fig. 11-20. marcando em torno dos nós internos
os valores dos coeficientes de distribuiçáo de monientos e depois, eiii
linhas diferentes, os moriientos de engastamento perfcito e aqueles que
surgein devido ao equilíbrio de cada iió. Encerrado 6 equilíbrio dos
mesmos. os momentos finais se obtém somando todos os valoresparciais.
e) F inalmente,~eremos frisar que o processo de Cross, pertence. teorica-
iiiente, a o método das deforniações (lida com as mesmas grandezas e
conceitos); sua única diferença está na adoção de um processo iterativo
(muito mais comodo para resolução manual da cstmtur;i) para solucionar
o problema.
As aplicações seguintes esclarecerão
4 - APLICAÇÃO ÃS ESTRLITURAS PLANAS INDESLOCAVEIS .
Ex. 11.1 - Obter o diagrama de niomentos fletores e as reações de apoio
para a viga da Fig. 11-30,
' 0 processo de Cross si aplica. também, às estrutiiras deslocávris, simplificando
extraordinariamente sua rcwlufào, conTorrne vercrnos no itcm 5 deste capitulo.
Curso de analise estrutural
+ 4 m . ~ 4 r n & 4 r n ~ ~ m & 2 r n +
Fig. 11-30
Trabalhando com rigidez relativa e arbitrando J , = 16, temos, para os
nós das barras, os valores de rigidez indicados na Fig. 11-31, dos quais
obtemos os coeficientes de distribuição segu*:
Fig. 11-31
8 Eni torno do nó B: d , = -
8 t 4
= 0.67
4
d , = --
8 + 4
= 0.33
4 Em tomo do nó C: d, = d, = --- =
4 + 4 0,5
4
Em torno do nó D: d, = -- = 0.57 4 + 3
Os momentos de engastamento perfeito são dados, pela Tabela 1 do
Cap. 1, por:
3 X 4= Para a barra 1 : MA = -MB = -- = +4nit
12
Para a barra 2: MB = -MC = t 4 mt
Processo de Cross
Para a barra 3: Ms = -h = + 4 m t
3 X 4 2 3 Para a barra 4: MD = - + - X 2 X 4 = +7,5 mt
8 16
De p o s e dos coeficientes de distribuição e dos momentos de engasta-
mento perfeito, podemos iniciar a resolução da viga pelo processo de Cross,
o que está feito na Fig. 11-32.
No caso, iniciamos o equilíbrio de nós pelo nó D (único nó desequilibrado
devido aos momentos de engastamento perfeito atuantes à esquerda e à
direita, sendo o desequilíbrio igual a +7,5 - 4 = + 3 , 5 int). A partir dai,
a sequência de operações está indicada na Fig. 11-32, tendo sido interrompida
a propagação de momentos iguais ou inferiores a 0.01 mt.
Somando os momentos de engastamento perfeito com os momentos que
surgjram nas fases de equilíbrio dos diversos nós. obtemos os momentos
finais neles atuantes, indicados na última linha da Fig. 11-32,
A B C D
- - -
+4 -4 +4
I
-4 t 4
I -4 t7.5 Me,,. ,d. I
1 1 - 1 +--2.0 1-1.5 Eq.nóD
I I
i
1 -
I
(Mdes = +3.5)
)+0,25 + +0.501+0,50 -- ++0,25 1 Eq. nó C
I I
I I
I (Mdes = -1
-0.08 + -0.17 1-Jl.08 + -0.04 1 I Eq. nó 8
- 17 I I
I I I
(Mde = +0,25)
I 1-0.07 t -0.14 1 -O 11 Eq. nO D
I I --IL
I (Mde. = +0,251
1 +0,03 t +0.061 t0.05 + +0.021
I
Eq. nó C
I
I
I
I I
IMder = -0,111
-0.01 + -0.02 1-0.01 -- I 1 Eq. nó E?
I I I
I I (Mder = +0.031
I I
I
-0.011 -O 01 Eq. nó D
I --IL
I 1 I (Mdes = +0.021
I
+3,91 -4.19 1+4,19 -3.48 j +3,48 -5.88/ +5,88 Momentos finais
I
A partir dos momentos fmais da Fig. 11-32, obtemos, conforme o esquema
de momentos atuantes nos nós da Fig. 11-33, o diagrama de momentos
fletores da Fig. 11-34,
Fig. 11-33 Momentos atuantes nos nós (em mt).
Fig. 11-34 - DMF (em mt).
As reaçóes de apoio são obtidas do esquema da Fig. Li-35, na qual iso-
lamos barra por barra, aplicando em cada uma delas o carregamento atuante
e os momentos nas suas extremidades, calculando os esforços cortantesnas
mesmas que, somados, nos conduzem às reaçóes de apoio finais, reprcsen-
tadas na Fig. 11-34,
Processo de Cros 201
Ex. 11.2 - Obter o diagrama de momentos fletores para aviga da Fig. 11-36,
a j as barras têm, todas, a mesma inércia. A precisão desejada no cálculo
é de décimos de mt.
Fig. 11-36
Explorando a situação de simetria existente em relaçáo a um eixo
perpendicular i viga e contendo o apoio E, a estrutura a resolver é a da
Fig. 11-37 (na qual já reduzimos o carregamento do balanço ao nó Beq) .
.+-6m+4rn+rn-k - Fig. 11-37
Temos, então:
a) Coeficientes de distribiiição
Trabahando com rigidez relativa e adotando J = 24, a partir dos valores
representados na Fig. 11-38, obtemos:
Em tomo do nó C: d , = - - - 0,33
3 t 6
Em torno do iió D: d , = -- - -0.60 6 t 4
202 Curso de analise estrutural
Fig. 11-38 - Rigidez nas nós no sistema principal.
b) Momentos de engastamento perfeito
Temos, no sistema principal, os seguintes momentos de engastamento
perfeito:
Barra 1: O momento de engastamento perfeito será a superposição dos
casos das Figs. 11-39.1 e 11-39.2, obtendoseda Tabela I:
qI2 M 3 X 6 2 6 M e = - - +
8 2 8
+ - = -10.5 int 2
MB = +6 int (obtidos da análise do equilíbrio do nó B. na Fig.
11-39.3, que mostra que MP = - 6 mi e M: = +6 int)
11-39.1 11-39.2 11-39.3
Fig. 11-39
3 X 4'
Barra 2: Mc = -MD = -- = +4mt
12
5 X 6'
Barra 3: MD = -ME = -- = + 15 mt
12
c) Equilíbrio de momentos
Marcando no sistema principal da Fig. U-40, os coeficientes de distribuição
de momentos e momentos de engastamento perfeito, passamos a equilibrar.
Processo de Cross 203
sucessivamente os nós iniciando no caso, pelo nó mais desequilibrado que
é o nó D. Encerramos a propagação de momentos, quando o valor a
propagar foi igual ou inferior a 0,I mt (precisão exigida no exemplo).
I 1-3.3 - -6.6 i -4.4 - -2.2 Eq. n6 D
I --
I I I IMder = + l l )
I
1
13.3 1% 13.2 1 Eq. n6 C
I -
I I 1 (Mdes = -9.81
I I I
I 1 -0.9 - -1.9 1 -1.3 - -0.6 ~ q : n6 D
I I -1- (Md,, = t3.2)
I I 1
I +0.3 1 +0.6 + +0,3 1 Eq. n6 C
I - 1 - I IMde, = -0.91
L I
Eq. "6 D
(Mder = t0.31
1 I I
I I I
I I I
I
-6 +6
Momentos
-6.9 t6.9 -9.2 1 +9.2
17.8 finais
Fig. 11-40 - Equilíbrio de rnomcntos.
m
A partir dos valores dos momentos finais indicados na Fig. 11-40 e levando
em conta o esquema da Fig. 1141, obtemos o diagrama 'de momentos
fletores da Fig. 11-42.
Fig. 11-41 - Momentos finais nos nós (mt).
Curso de análise estrutural
Fig. 1142 - DMr \ rm mt).
Ex. 11.3 - Resolver o quadro da Fig. 11-43.1 para o carreganiento indicado.
i 4 I I 4 1 1 1 1 4 3 t h
h 7 f
A 2Jc
Jc 3 rn
~ - 6 r n 4 m 4 4 m - k - 6 r n 4
Fig. 71-43.1
O quadro a resolver possui uma deslocabilidade externa, que é o desloca-
mento horizontal da barra ABDE que não se manifesta, no caso, devido à
situação de simetria existente. Assim sendo, o sistema principal para a
estrutura a resolver é o da Fig. 11-43.2. no qual já indicamos os valores da
rigidez relativa das barras, determinados adotando-se J , = 24 (notar bem
que, no caso da barra BD, devemos trabalhar com a rigidez de simetria
relativa).
Fig. 1143.2 S i s t e m a prlncipai e valores da rigidez relativa
Proceso de Cross
Temos, então:
a) Coeficientes de distribuição
6
Em torno do nó A: d , = -- = 0,428
6 t 8
Em tomo do nó B: d, = d, = d, = = 0,296
3 X 8 + 3
b) Momentos de engastamento perfeito
Da tabela 1, temos:
- t 9 ,,lt Para a barra 2: MA = -Mo = - -
12
2 X 8
Para a barra 4: 6 = - = 2 int
8
c) Equilíbrio de momentos
Iniciamos o equilíbrio de momentos no nó A (surgiram os momentos
equilibrantes de -3,86 e -5,14), prosseguindo no nó B (momentos equili-
brantes de +1,65 e +0.62), novamente no nó A (momentos equilibrantes
de -0.47 e -0,35) novamente no nó B (momentos equilibrantes de t0,07
e +0,02) e, finalmente no nó A (momentos equilibrantes de -0.01 e -0.02),
quando demos por encerrada a propagação de momentos devido aos valores
muito baixos a propagar (0.01 mt). O equilíbrio está indicado na Fig. 11-44.
na qual estáo também, representados os momentos finais atuantes nos nós.
d) Diagrama de monientos fletores
Sendo os momentos atuantes nos nós os indicados na Fig. 11-45 temos.
prontamente, o diagrama de momentos fletores da Fig. 11-46,
Curso de analise estrutural
Fii u-44
Fie. 1-5 - Momentos nos n& (em mt),
Fig. u46 - DMF (em mt).
Processo de Croa 207
Ex. 11-4 - Resolver a viga da Fjg. LI-47, para a qual tem-se EJ =
= 2 X 103tm2, para:
a) Carregamento indicado
b) recalque vertical, de cima para baixo, de 2 cm de apoio E.
A constante de engastamento elástico vale:
K = 3 X 103mt/rad.
Fi. I147
1) Resolução para carregamento indicado
Eliminando o balanço da estrutura, ficamos com a estrutura da Fig. 11-48
para resolver, da qual obtemos:
Fig. 11-48
a) Coeficientes de distribuição
P
Trabalhando com o sistema principal da Fig. 11-49, temos, a partir dos
valores de rigidez absoluta6 indicados nesta figura, os seguintes coeficientes
de distribuição de momentos:
caso preferimos trabalhar com rigidez absoluta devida à presonca do engaste
elástico. Nada nos impede, entretanto, de trabalhar com rigidez relativa. bastando,
para isto, que se trabalhe tambCm com a ripidcr relativa db engaste clistira. isto é.
dividindo sua rigidez absoluta por ( 4 E ) .
Curso de analise estrutural
Fig. 11-49
Em torno do nó A: d e . ,i, =
3.000
3.000 + 2.000
= 0,6
2.000 d
I 5.000
- 0,4
Em tomo do nó B: d, = 2.000 = 0,67
2.000 + 1.000
b) Momentos de engastarnento perfeito
6 X 4'
Para a barra 1: MA = -MB = -- = t8 mt
12
Para a barra 2: Mc = -12 mt (obtido do esquema da Fig. 11-50)
M B = - - - = 62 l2 21 mt.
8 2
barra 2 Fig. 11-50 - Obtençào de MC .
c ) Equill'brio de momentos
O equilíbrio de niomentos em torno dos nós está representado, em
detalhe, na Fig. 11-51, obtendo-se os momentos finais indicados nesta figura.
Processo de Croa 209
wrf .
Eq. n 6 B
Eq. n6 A
Eq. "6 6
Eq. n6 A
Eq. n6 B
Eq. n6 A
Momentos
finais
Fig. 11-51 - Equilíbrio de momentos.
d) Diagrama final
A partir dos momentos finais nos nós indicados na Fig. ii-52, obtemos
imediatamente o diagrama de momenios fletores da Fig. 11-53,
Fig. 11-52 -Momentos finais (em mt)
Fig. 11-53 DMI' (em mt) para a care-
r gamrnto.
2) Resolução para recalque vertical de 2 cm do apoio B
a) Momentos de engastamento perfeito
Curso de analise estrutural
Fig. 11-54
Devido ao recalque vertical de cima para baixo de 2cm do apoio B,
a barra 1 terá um deslocamento ortogonal reciproco de t 2 cm (extremidade
da direita desceu em relação à da esquerda) e a barra 2 de (-2 cm), conforme
indica a Fig. 11-54.
São, então, os seguintes os momentos de engastamento perfeito desperta-
dos pelo recalque no sistema principal:
6EJp 6 X 2 X 103X 2 X 1 0 - Z = + , 5 i n t Na barra 1: MA = M E = - =
IZ 42
3EJp 3 X 2 X 103 (-2 X 10.') = -3,33 mt Na barra 2: ME = - -
lZ - 6'
b) Equilíbrio de momentos
Conhecidos os momentos de engastamento perfeito, o equilíbrio de
momentos em tomo dos nós 6 feito como em qualquer outro caso. chegando-
se aos momentos finais indicados na Fig. 11-55,
A -
-
1 +15
I
+ I 5 i -3,33
Meng. perf.
I
-9 - 15 --3 1 I
Eq. nó A
1 -2.89 t--- -5.78 1 -2.89 Eq. nó B
1 - +1.73 1 +1.16 ---r +0,58 1 Eq. nó A - 1 -
1 -0.19 -0.39 1 -0.19
I
Eq. nó B
- I -
+0.11 1 += --+ +0,04 1 Eq. n6 A
I
-
-0.01 - -0.03 , -0.01 Eq. nò 8
to.01 1 - I
I I Eq. nó A
I I
I I
I
-7.15 1 +7.15 t6.42 -6.42
Momentos
finais
Fig. 11-55 Equilíbrio de momentos.
Processo de Cross 21 1
c) Diagrama final
Dos momentos finais, indicados na Fig. 11-56, obtemos imediatamente
o diagrama de momentos fletores devido ao recaique, representado na
Fig. 11-57. H 15 + y.42
Fig. 11-56 Momentos finais tio3 iiós
(eni mt).
Ex. 11-5 - Obter o diagrama de momentosfletores devido a um aumento
uniforme de temperatura de 30 'C para a estrutura da Fig. 11-58, cujas
barras são, todas, misulas retas com J,, = J, e J,á, = SJ,.
São dados: EJ, = 104 tm2 e a = 10-5/0C
Fig. 11-58
O problema é conceitualmente igual a todos os demais; apenas, por
l idamos com barras de inércia variável em misula, precisaremos empregar
212 Curso de analise estrutural
r
as tabelas correspondeiites já apresentadas e discutidas rio Cap. I deste
volume. Assim, temos:
a) Determinação dos coeficientes de distribuição de momentos
hvando ein conta a simetria exis-
tente. só precisareiiios equilibrar o nó B.
necessitando. para tal. coiihecer neste
nó os valores da rigidez das barras
nele concorrentes.
Temos, conforme esquema da Fig.
11-50:
Para a barra I : Trata-se de uma misula
Jc
&
reta assimétrica com n = - = 0,2 e E
55,
5
A = 10 = 0.5. obtendo-se da tabela IV: Fig. 11-59
Levando em conta que o lado engastado é o da maior inércia, temos pela
expressáo (1--31):
Para a barra 2: Trata-se de uma misula reta sim6trica com n = 0,2 e
i
h = - = 0.2, obtendo-se, da tabela VI:
1 o
As expressões (1-27) e (1-29) lios coiiduzem a:
aEJmi,, 0 104 Ks = -
4,35 , (1 - ) = - X 6,90 (1 - -) = 2.560 int a 10 6,90
Para a barra 3: Trata-se de uma misula reta assim6tRca, com i1 = 0.2 e
X = 1, obteiido-se da tabela IV:
a, = 13,55
a2 = 6.05
= 4,51
Levando em conta que estamos buscando a rigidez no nó de maior inércia,
temos pela expressão (1-27):
Processo de Cross 213
No correr da fase de equilíbrio de momentos, necessitarenios conhecer
o coeficiente de transmissão de momentos do nó B para o nó E. dado pela
expressão (1-29) por:
Os coeficieiites de distribuição de momentos em torno do nó B serão,
entáo:
b) Momentos de engastamento perfeito
Para conhecermos os momentos de engastamento perfeito no sistema
principal, devidos ao aumento de temperatura de 30 'C, precisaremos conhe-
cer os deslocamentos ortogonais reciprocos das barras, dados pelo williot
da Fig. 11-60. O williot foi traçado levando em conta que, por causa da
simetria existente, a seçáo central S da barra BC náo tem deslocamento
horizontal, e que, por isto, o deslocamento horizontal absoluto do nó B é de
A, = aAt = 10F5(+30) X 5 = 150 X IO-'m
(Para as barras 1 e 3, temos: Al, = 10-'(+30) X 10 = 300 X 10-5 e
Al, = 10-'(+30) X 1 3 = 390 X ]O-')
Do wiliiot, obtemos os deslocamentos
ortogonais recíprocos que valem: 4-
AI I \I
p , = - 1;; = -470 X 10-' (sinal negativo i
porque a extremidade esquerda desceu
em relação à direita)
p, = O (por simetria)
-
p , = -36 = -320 X 10-'m (extremida-
de da direita subiu em relação à es- I
querda, acarretando sinal negativo)
c'
I v
I D/ I O. e
Fig. 11-60 - Williot.
4-k
I as-de b./)A2
L
214 Cuno de análise estrutural
Os momentos de engastamento perfeito vale então, conforme as
expressões (1-7) a (1-9):
K'p 6.470
Para a barra 1: Mg = 2 = - I 1 o (-470 X = -3.04 mt
P Para a barra 3: Mg = K,í + t , _ , K,& =& X - I I (e, + p) =
- - 104(( -320~~0-5)(13,ss + 4,51) = -s,% mt
P P P EJc ME = K, -+ t , _ , K,T =IX-(e, + 0) = I i
- - 104(-320 X210-5) (6,05 + 4,51) = -3,38mt
10
c) Equilibrio de momentos
Fig. 11-61 - Equilíbrio de momentos
O equil~l~rio de momentos, no caso, 6 imediato e obtido de uma só vez,
por s6 haver um n6 a equilibrar, estando representado na Fig. 11-61 (no caso,
o momento a equilibrar era de -3,134 - 5,78 = -8,82 mt).
d) Diagrama de momentos fletores
A partir dos momentos fmais nos nós, indicados (em mt) na Fig. ii-62,
obtemos o diagrama de momentos fletores da Fig. ii-63.
Processo de Cross
Fig. 114.2 - Momentos nos nós. Fig. 11-63 - Diagrama de momentos fle-
tores (em mt).
5 - APLICAÇÃO DO PROCESSO DE CROSS h ESTRUTURAS
EXTERNAMENTE DESLOCÃVEIS'
5.1 - Introdução
Seja resolver o quadro da Fig. 11-64 submetido ao carregamento indicado.
Sabemos que o quadro possui duas deslocabilidades lineares (deslocamentos
horizontais das barras ALI e CD): como o processo de Cross (conforme
roteiro enunciado no item 3 deste capitulo) só se aplica, diretamente, às
estruturas indeslocáveis, deveremos trabalhar com um sistema principal que
torne a estrutura a resolver externamente indeslocável, conforme indicado
na Fig. 11-65 e, a partir dele, empregando o princípio de superposição de
efeitos, conforme indicado na Fig. 11-66. obteremos a solução do problema.
Fig. 11-64
/'
Fi& 11-65 - Sistrma principal (sem dcs-
locabili&ddes lineares). -
aremos a apresentafão para uma estnitura plana. A idéia é, entretanto, intepal-
mente válida para grelhas ou estruturas espaciais.
Cuno de analise estrutural
Estrutura a S.P. com carregamento ] +
( S . . com Ai = 4
A resoluçáo da estrutura, a partir do esquema da Fig. 11-66, se obterá
com a determinação dos deslocamentos lineares incógnitos A, e A,, que
se obtêm, analogamente ao que se fez no m4todo das deformações, pelas
condiçóes de compatibilidade estática do sistema principal com a estrutura
dada e que são, no caso:
(Força horizontal aplicada em 5 ) = O ... F,, + F,, A, + F I Z A* = O
(Força horizontal aplicada emD)= O ... { F,, + F2,A, + F2,A2= O
Obtidos, pela resolução do sistema de equações anterior, os valores de
A, e A,, o problema estará resolvido e, a partir dos momentos finais nos nós,
dados por M=Mo + M, A, + M2A, (conforme indica o esquema da Fig. U-66),
chegaremos ao diagrama de momeiitos fletores para a estrutura dada.
5.2 - Roteiro do processo de Cross para estruturas deslocáveis
Partindo da conclusáo do Exemplo da Fig. 11-64, podemos enunciar o
seguinte roteiro para resolução de estmturas externamente deslocáveis pelo
processo de Cross:
Processo de Croa 217
1. Adicionamos apoios do I? gênero à estrutura deslocável dada, de modo
a termos um sistema principal indeslocável;
2. Resolvemos, pelo processo de Cross, o sistema principal indeslocável
obtido no item anterior, isoladamente, para a atuaçáo do agente solicitante
externo (carregamento, variação de temperatura, recalque ou modificações
de comprimento das barras) e de deslocamentos arbitrárioss Ai dados
separadamente a cada um dos apoios do 10 gênero adicionados a estrutura.
Obtemos, em cada fase, os momentos (Mo, Ml, M2, ... M,) nos nós do
sistema principal e as reações de apoio
F O o . F n o ; F l I , . F 2 . . . n ; n l n . . " 1 nos
apoios do 10 gênero adicionados de modo a tomar a estrutura indeslocável.
3. Formulamos e resolvemos o sistema de equaçóes de compatibilidade
estática, obtendo os valores de A,. O sistema será da forma
Observaçóes:
a) Mais compactamente, o sistema (11.7) pode ser escrito na forma
{FJ+ [Fl {AI= {O) (11.8)
b) O agente solicitante externo só afeta o vetor {F,}; no caso de estarmos
resolvendo a estrutura para variaçào de temperatura, recalques de apoio
ou modificações de coniprimento impostas na montagem devemos, eviden-
temente, substituir os {F,} por {F,], {F,} ou {F,}, conforme o caso.
4. Os efeitos finais (momentos nos nós, reaçóes de apoio, etc) serão dados por
E = E o + Z E i A i (11.9)
(No caso de variação de temperatura, recalques de apoio ou modificaçóes
durante a montagem, E, deve ser substituído por E,. E, ou E,, conforme
o caso.)
~ s ~ ~ c a ~ ó e s seguintes esclarecerão.
'0s dcslocanientos arbitrários não têm obriga~ãa de ser unitários, pois os valores
finais que encontraemos para os dedocamentos incógnitos Ai funcionaram, conforme
salirnios, como fator?rescala qiie. corrigem os efeitos arhitradus. Aconsclliamos.
apenas, a fim de ohtcrmus iima matriz simétricz a inverter. que todos os Ai srjain
arbitrados com o mesmo valor.
Curso de análise estrutural
Ex. li4 - Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio
para o quadro de ingrcia constante da Fig. 11-67 submetido ao carregamento
indicado.
i -%+fiE Fig. 11-67
Empregando o roteiro apresentado em 5.2, temos:
1. Sistema principal C
Trata-sede uma estrutura com 2
deslocabilidades externas, obtendo-se,
com o acrescimo de apoios do 10 gê-
nero indeslocável em E e da D. Fig. o 11-68 sistema (no principal qual in- fi,@ -
dicamos o sentido que consideraremos
positivo para as reações nos apoios A E
1 e 2).
Fig. 11-68
2. Efeitos no sistema principal n
a) Carregamento externo
Aplicando-se o carregamento exter-
no no sistema principal, por ser ele
constituído por uma única carga con-
centrada atuante sobre um dos apoios,
nele será absorvido, e temos:
F,, = -4
F,, = o Fig. 1149 Mo = O
(Nesta fase, não aparecerão monientos no sistema principal.)
Processo de Cross
b) Deslocamento A ,
Dando-se um deslocamento A , = + 1 ao apoio 1, temos, a partir do
williot da Fig. 11-70, os seguirites deslocamentos ortogonais reciprocos:
Para a barra AB: p = + 1 (extremidade direita desceu em relação à da esquerda)
Para a bana BC: p = -516 (extremidade da direita subiu eiii relação à da es-
querda)
Para a barra p: p = +SI6 (extremidade da direita desceu em relação à da es-
querda)
Para a barra DE: p = O
Arbitrando EJ = 100, surgirão os
seguintes momentos de engastamento
perfeito devidos aos deslocamentos
ortogonais recíprocos: A 0.a.d.e b
Fig. 11-70
6EJp 6 X 100 X 1 = +24
Na barra AB: MA = MB = 7- =
1 s2
6EJp -6 X 100 X 516
Na barra BC: MB = Mc = - - lZ - s2 = -20 mt
Na barra CD: Mc = Mo = +20 int
Passemos ao equilíbrio de momeii-
tos, para o qual precisamos determi-
nar, inicialmente, os coeficientes de
distribuição:
Notando, pelo esquema da Fig. 11-71
que, em to os os nós temos as barras k , - r J
com igual rigidez, podemos afirmar
que todos oS coeficientes de distribui-
ção de momentos são, no caso, iguais
T. 0,s. Fii. 11-71
Na Fig. 11-72 está feito o equilibrio de momentos que nos conduz aos
valores finais de momentos indicados em 11-73 (no equilíbrio, interrompemos
a propagação para momentos iguais ou inferiores a 0,l mt).
Curso de an6lise estrutural
Fig. 11-72 - Eq. de momentos.
Fig. 11-73 - ihll(cni mt).
Para determinação das reaçóes de apoio, rotularemos tpdos os nós, apli-
cando neles os momentos atuantes nas barras (com sentidos opostos, portan-
to. aos da Fig. 11-73.2, que sã<i momentos atuantes nos nós9, coiiforme
indica a Fig. 11-74 e, empregando as equaçóes da Estática. temos:
9~odcriamos marcar diretamrnte, a partir dos sinais da Fig. 11-73.1, os momentos
atuantes nas barras (I'ig. 11-74). pois.çumo adotanios cor~vençõcs de sinais consiste~ites
uma com a outra para momentos nos nós c nas barras, seus módulos c sinais são os
mcsmos, devendo-sr obedcçer. para barras, a convenção de sinais da Fie. 1-18 r. para
nós, a da Fig. 11-3.
Por = O
HA = 22,6.+ 2 1 2 = 8,76
5 21.2 21.fi;; 41 -
Por MP = O
+ 534 = 3,24 t 22.6 6 ME = 5.4
5 , HA
1 "A t ;E
Fig. 11-74 Determinação das rea~óes
de apoio.
Por Z Y = 0 VA = VE
Por E M B = 0 22,6 - 5,4 + 8 v ~ - (8.76 - 3.24) X 5 = 0 i.
. VE = V* = 1,3 t
Por M? = O -4VA + 8HA - 3HB + 18 - 22.6 = 0 .'. HB = 20,09 t
Por Z X = O H[ = 14.57 t
Temos, então: F I I = +20.09 . 14.57
F,, = -14,57
8.76 3.24
Fig. 11-75 Reaçóes de apoio (em t).
+1,3 t 1,3
c) Deslocamento A,
Para a atuação de um deslocamento A, = + I , como a estrutura é simktrica
e este deslocamento será anti-simétrico do deslocamento A , = + 1 dado no
item anterior, podemos escrever iinediatamente, que os momentos nos nós
e reações de apoio são os indicados na Fig. 11-76, tendo-se então:
FIZ = -14,57
Fz2 = 20,09 {
Fig. 11-76 - K2 e rcaçóes para 4 = +l.
222 Curso de analise estrutural
3. Equaçóes de compatibilidade estática:
F,, + F, ,A , + F,,A, = 0 _ -4 + 20,09A1 -14,57A2 = O
F2,+ F 2 , A l + F 2 , A 2 = 0 i i O - 14,57A, +20,09A2 = O
4. Efeitos finais
Os momentos finais M = M, + 0,422 M, t 0,305 M, = 0,422 M, + 0,305 M ,
atuantes nus n6s e as reaçóes de apoio (R = R, + 0,422 R , + 0.305 R,)
estão indicados na Fig. 11-77 c, a partir do esquema da Fig. 11-78, obtemos
o diagrama de momentos fletores da Fig. 11-79.
Fie. 11-77 Efeitos finais (E = E. + Fig. 11-78 - Moineiitos nos 116s (em tiitl.
t 0,422 E, + 0,305 E,).
Fig. 11-79 - DMF e rea fks de apoio.
Ex. 11-7 - Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio,
para a viga de rigidez constante EJ = 104tm2 da Fig. 11-80, Os engastes
elásticos tèm K = 104mt/rad e a mola tem k = 103t/m.
Processo de Crors
A
Fig. 11-80
1. Sistema principal
Levando em conta a simetria existente, o nó B não terá rotação e a
estrutura a resolver 6 a da Fig. 11-81 (na qual o nó B só pode ter deslocamen-
to vertical), a partir da qual, adicionando um apoio vertical em B, obtemos
o sistema principal indeslocável da Fig. 11-82,
Fig. 11-81 - Estrutura a resolver. Fi. 11-62 Sistema principal
2. Efeitos n o sistema principai
a) Carregamento externo
Trabalhando com rigidez absoluta, os coeficientes de diitribuigão de
momentos e 9 m o dos n6s '4 e C, são:
Os momentos de eiigastamento perfeito para as barras I e 2 têm módulos
2 X úZ
iguais a - = 6 mt, com os sinais indicados na Fig. 11-83, onde já fizemos
12
u equilíbrio de momentos.
Fig. 11-83 EqujlÍbrio de momentos = M o
Curso de analise estrutural
Fig. 11-84 - Cálculo das riaçori dr apoiolo - R .
Temos, entZo: FIO = -13,2
b) Deslocamento A ,
Dando à estrutura do sistema principal um deslocamento A, = +I ,
conforme indica a Fig. 11-85, teremos, para a barra 1 um deslocamento
ortogoiial recíproco p = + 1 e, para a barra 2, p = - 1 .
Surgem, então, os momentos de engastamento perfeito seguintes:
6EJp I* = t1.666 mt Para a barra 1: MA = ME = -- = + P 6'
Para a barra 2: ME = MC = -1.666 mt
Fig. 11-85
10 Notar que. quando rotulamos os nós para calcular as reaçòes de apoio, devemos
trabalhar com os momentos atuantes nas barras, para os quais a convengo de sinais
é a da Pig. 1-18 do Cap. I . podendo ser usados em módulo e sinal os momentos da
Fig. 11-83 pois, embora eles sejam momentos atuantes nas nós, as convenções dc
sinais para momentos atiiantes nos nós (Fig. 11-31 e para momentos atuantes nas barras
(Fig. 1-18) foram consistentes uma com a outra, de moda que, ambos, têm o mesmo
sinal.
Assim, no caso da Fig. 11-84, iisamos os momentos da Fig. 11-83 com a convenção
de sinais da Fig. 1-18. por desejarmos os momentos atuantes nas barras.
Processo de C r o s 225
O equilíbrio de momentos esta feito na Fig. 11-86 e o cálculo das reaçòes
de apoio na Fig. 11-87. Notar que, para a determinação da reação de apoio
em B. devemos somar, àquela devida aos momentos, a influência da mola,
igual a (k A,).
Fig. 11-87 Rcavòes iIc.apoio:R I
Temos, então: F,, = + 1.777.7
3. Cálculo de A,
4. Efeitos finais
Os mgmentos fmais e as reaçóes de apoio. dados por M = Mo + 0,0074M1
e R = R , + 0,0074 R, estão representados na Fig. 11-88. da qual obtemos o
diagrama fmal da Fig. 11-89.
Curso de analise estrutural
-
Fi& 11-88 - Efeitos finais: E = E. + 0,0074EI.
Fig. 11-89 - DMF e rea~ões de apo io (
Ex. U.8 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da
Fig. 11-90, cujas barras têm as inércias constantes indicadas.
2t A
3 t
0.018m4 , 0.018m4
+ 3 m - + 8 m 4
Fig. 11-90
O carregamento atuante pode ser decomposto nas parcelas simétrica e
anti-simétrica indicadas nas Figs. 11-91.2 e 11-91.3, que mostram que a
resolução da estrutura recairá na resolução do carregamento anti-simétrico
da Fig. 11-91.3.
f
Processo de Cross 227
( Já que, para o carregamento simétrico, existirá, apenas, um esforço normal
de compressão na barra BC.)"
A resolução da estrutura da Fig. 11-91.3 será a resolução de uma estrutura
com uma deslocabilidade linear (deslocamento horizontal da barra 80,
tendo-se:
I . Sistema principal A"
É o indicado na Fig. 11-92 onde, já
explorando a anti-simetria existente,
pudemos rotular o nó A (já que
sabemos ser, nesta seção, M = 0).
2. Efeitos no sistema principal Fig. 11-92
a)Carregamento externo
Não existindo cargas aplicadas nas
barras (estão aplicadas, apenas, 110s
nós), não existirão momentos Mo no
sistema principal devido à aplicaçtio
do carregamento externo, aparecendo
as reações de apoio indicadas na Fig.
11-93, a partir das quais temos:
F,, = -5 Fig. 11-93 - Mo = O
b) Deslocamento A,
J
Impondo-se ao sistema ~rincipal um deslocamento A , , surgirão desloca-
inentos ortogonais recíprocos de igual valor, apenas para as barras verticais,
conforme indica a Fig. 11-94.
Trata-se de um caso de estrutura
simétrica m m solicitação anti-simé-
trica, podendo-se trabalhar, apenas,
com metade da estrutura para equi-
) librar os momentos.
A partir dos valores de rigidez em
torno do nb B indicados na Fig. 11-95, Fig. 11-94
"Desprezando sua deformaGão por esforfo normal, o que é usual, no caso.
228 Curso de analise estrutural
temos os seguintes cocficientes de 3 9
distribuição de momentos em torno I < ' = - 4 X 10 - =0.67h
deste nó:
Fig. 11-95 - Rigidez rc6t iva cin torno
do i16 B (traballiondo-sc com inércias
inultiplicadas por 1001.
Devido ao deslocaniento ortogonal recíproco (+A, ) da bana BD, teremos,
em E, um momento de engastamento perfeito
3 EJA ,
MB M,= -
1 2
joO - +4,68 int Arbitrando-se EJAI = 100, vem: Mg = + - - 8'
A partir do equilíbrio de momentos da Fig. 11-96, obtemos, levando em
conta a anti-simetria existente, os momentos nos nós e reações de apoio
da Fig. 11-97, tendo-se: FI1 = + 1,046.
Fig. 11-96 - Equilíb~io de momentos. Fig. 11-97 - Mi
3. Cálculo de A,
F i o - 5 Temos: A I = - - - - = 4,79
F I I 1,046
4. Momentos finais
Da expressáo M = Mo + M I A 1 = 4,79M1, temos os momentos finais
nos nós indicados na Fig. 11-98, a partir dos quais obtivemos o diagrama
de momentos fletores da Fig. 11-99.
Fig. 11-98 - Monientos finais nas nós (em mt).
Fig. 11-99 - DMF (em mt)
Ex. 11.9 - Obter o diagrama de momentos fletores para a assim chamada
viga vierendel da Fig. 11-100, cujas barras têm, todas, a mesma inércia.
A - 2 t'm
t 6 m+6 m+6 r n 4
Fig. 11-100
230 Curso de an6lise estrutural
1. Sistema principal
A estrutura possui três deslocabilidades lineares, que &o os deslocamentos
verticais das barras BF e CG, e o deslocamento liorizontal da barra AD.
Devirio à situação de simetria existente, esta última deslocabilidade não
se mariifestará e as duas primeiras terão valores idênticos, de modo que,
no caso, o sistema principal indeslocável é o da Fig. 11-101.
Fig. 11-101
2. Efeitos no sistema principal
Determinemos, previamente, os coeficientes de distribuição de momentos
em torno dos nós.
Devido à simetria existente, poderemos trabalhar, apenas, com metade
da estrutura e temos, a partir dos valores de rigidez relativa (obtidos
arbitrando-se J = 24) da Fig. 11-102, os coeficientes de distribuiçáo de
momentos da Fig. 11-103.
Fig. 11-102 - Rigidez relativa das barras. Fig. 11-103 - Coeficientes de distribui
$50 dc momentos.
a) Carregamento externo
Os momentos de engastamento perfeito sáo:
2 X 6'
Para a barra AB: MA = -MB = - = t6 mt
12
2 X 6'
Pata a barra BC: Ms = - = t6 nit 12
O equilíbrio de momentos está feito na Fig. 11-104 (cessamos a propagaçáo
para momentos inferiores a 0,l mt) conduzindo aos valores finais represen-
tados na Fig. 11-105.
Fig. 11-104 - F,quilibrio de momentos.
2 t im
1 1 1 1 1 1
-6.76 16.18
-0.69
0.09
Fig. 11-105 - Mo
Fig. 11-106 - Determinação das rrações
dc apoio.
232 Curso de analise estrutural
As reações de apoio valem, a partir da Fig. 11-106:
(-6,76 t 3.83 t 0,69 + 0,16) = 5,65 v E = 3 x 2 +
6
Temos, então: F i o = -12.35
b) Deslocamento A i
Impondo ao sistema principal um deslocamento A i tal que 6EJA, = 360,
ele provocará, nas barras AB e EF deslocamentos ortogonais recíprocos
iguais a (+Ai ), surgindo, nestas barras, momentos de engastamento perfeito
6 E J a i 360 - +,O mt. iguais a -- - - -
62 - 36 \
O equilíbrio de momentos está feito na Fig. 1d-107 (cessamos a propa-
gaçáo para momentos inferiores a 0, l mt), conduzindo aos valores finais
representados na Fig. 11-108.
Fig. 11-107 - Equilíbrio de momentos
-6 ,7 6 . 0
+6.7 i 7 . 0 ~ 1 . 0 1
Fig. 11-108 - MI
Processo de Cios
As reaçóes de apoio valem, a partir da Fig. 11-109:
Temos, então: Fll = +4,57
3. Cálculo de A, 7 t VF 4
FIO 12,35 A i = - - = - = 2,7 Fig. 11-109 - Determinação das reações
F I ~ 4,57 de apoio.
4. Momentos íiiais
Da expresso M = Mo + 2 , 7 M , , obtemos os momentos .finais nos nós,
representados na Fig. 11-1 10, a partir da qual temos determinado o diagrama
de momentos fletores da Fig. 11-1 11.
Fig. 11-1 10 - M = Mo + 2.7M1 (em mt).
Fig. Il-LI1 - DMF (em mt).
234 Curso de analise estrutural
6 - APLICAÇÃO DO PROCESSO DE CROSS AO TRAÇADO DE
LINHAS DE INFLUENCIA'^
6.1 - Roteiro
Seja o quadro da Fig. 11-1 12, cujos coeficientes de distribuição de mo-
inentos em torno do nó a equilibrar são os indicados na Fig. 11-1 13 e para
o qual desejamos obter linhas de influência.
Fig. 11-1 12
Fig. 11-1 13 - Coeficientes de distribui-
$30 de momentos.
Por comodidade de exposição, apresentaremos, diretamente, o roteiro
para resolução do problema, ao final do qual o leitor terá compreendido
a idéia usada para esta resolução:
l?) Aplicamos momentos de engastamento unitários nas extremidades adja-
centes aos nós internos de cada uma das barras sobre as quais a carga uni-
tária pode se deslocar. resolvendo a estrutura para a atuação destes
momentos.
Desta forma, estaremos conhecendo, em Última análise, que frações do
momento de engastamento perfeito de uma barra no sistema principal vão
se transformar nos momentos fletores atuantes nos nós da estrutura dada.
No caso da Fig. 11-1 12, devemos analisar a atuação de momentos unitários
em Besq e gdr, o que está feito nas Figs. 11-114 e 11-115, sendo os
diagramas de momentos fletores por elas provocados os indicados nas
Figs. 11-1 14.2 e 11-115.2.
''A mesma idéia que apresentaremos aqui poderia ter sido desenvolvida, diretamente,
no método das defomacões. Não o fizemos, entretanto, devido ao fato do processo de
Cross resolver o problema de maneira muito menos trabalhosa.
I
1 Processo de Cross
Fig. 11-1 14.1 - Equilíbrio de momentos. Fig. 11-1 14.2 - DMF
I Fig. 11-114 - Rewlu~áo p.drd atuação de momento dc engastamento perfeito unitirio
em Pq.
1 11-1 15.1 - Equilibrio de momentos. 11-1 15.2 -- DMF
Fig. 11-115 - Resoluçào para atuaçào de momento de engastamcnta perfeito unitário
em fldir.
20) Obtemos as linhas de influBncia de momentos fletores nas extremidades
das barras percorridas pela carga móvel.
I Seja obter a linha de influência de momentos fletores em LIdb, por
exemplo:
Analisando cada trecho, temos:
I -
a) Carga unitária no trecho AB
I Chamando m i ao momento de engastamento perfeito em Bem no
sistema principal para a barra AB submetida à açáo da carga unitária, o
esquema da Fig. 11-114 nos mostra que, qualquer que seja a posição da
carga unitária (no trecho AB), teremos o aparecimento de um momento
fletor em gdir dado por
MBdir = d , m ' 13; isto é: L.I. Medir = d , L.I. m k (para o trecho AB)
B
I
"~stamos considerando positiva o momento fletor que tracionar as fibras do lado
pontilhado, conrorme é praxe na Estática.
236 Curso de analise estrutural
Ora, o valor de m j, para inércia constante ou variável em rnisula é dado,
conforme mostram as tabelas I1 (inércia constante) e X11 a XV (para
inércia variando em mísula) por produtos da forma: (P/) X coeficiente da
tabela ~orrespondente. '~
Assim, teremos, no caso:
L.I.MBdil = d2 X 1 X AT X (coeficiente da tabela para a posição da carga
~n i tá r i a ) . ' ~
Desta forma, podemos construir, com simplicidade, a liniia de influência
no trecho AB, bastando para tal tirar tantos valores da tabela correspondente
à lei de variação de inércia da barra quantos forem os p ntos depassagem
que desejemos para o traçado da linha de influência. f
b) Carga unitária no trecho BC
O raciocínio é completamente análogo ao usado no trecho AB. senão
vejamos.
Chamando m ao momento de engastamento perfeito em B"" no
sistema principal para a atuação da carga unitária concentrada na barra BC,
a partir do esquema da Fig. 11-1 15 podemos escrever que:
L 1 . 1 - (1 d ) L.I. m i = - (I - d,) X BC X (coeficiente da tabela
correspondente para a posição da carga unitária).I6
Com isto, fica determinada a L.I.MBdi' e, por 'raciocínio inteiramente
análogo, obteremos as L.I.Mgesq e L.I.MC, ficando, então. conhecidas as
linhas de influência dos momentos fletores atuantes nas extremidades das
barras percorridas pela carga móvel.
3?) Obtenção de outras linhas de influência
a) Esforços simples no tabuleiro e reações verticais
Seja. por exemplo, obter as linhas de influência de momento fletor e
esforço cortante na seçáo genérica S da barra BC. Destacando a barra da
estrutura e aplicando os momentos Retores MeSg e Mdi, atuantes em suas
extremidades, ela poderá ser representada na forma indicada na Fig. 11-1 16,
1 4 ~ o caso de tcrmos uma barra cuja lei de variaçào de inércia não a situe dentro
dos casos tabelados, deveremos criar previamente uma tabela especial para o caso.
lSCOeficicnte afetado do sinal + o u -, conforme indicar a fórmula para o o s o em
questão.
L6~~a lem as notar 1 3 c 15
Processo de Cross 237
i da qual obtemos, para uma dada po-
sição da carga unitária: M, , P = I %r
I - x X
\ t y I
Ms = - 1 Mesq + Mdir + Mo3
Mdir - Mesq L . --- Qs = QoS + 1 I
i---_
A partir destas duas expressões, ob- i
temos imediatamente as linhas de in-
fluência dos esforços simples em S, Fig. 11-1 16
dadas pelas expressões(l1.10) e (11.1 1).
a seguir:
X 1 - x
L.l.hfs = L.I. M, + - L.LMdi, + -
I I L.1. Mesq (11.10)
(Nas expressões 11.10 e IL1 I , Mos e Q, são os esforços simples na viga
biapoiada de substituição.)
As linhas de influência de reaçóes verticais V são obtidas, prontamente,
lembrando que V = Qdir - Qess, tendo-se, então:
L.I. V = L.I.Qdir - L.1.QCsq (11.12)
b) Esforços simples em barras perpendiculares ao tabuleiro"
Para barras perpendiculares ao tabuleiro, as L.1.M e L.1.Q continuam
sendo dadas pelas expressões (11.10) e (II.11), bastando lembrar que, como
no caso a carga unitária não percorre estas barras, teremos L.I.M,, =
= L.I.Q, = o.
Desta forma, o a está completamente resolvido. As aplicações
seguintes esclarecerão.
a) O processo apresentado é integralmente válido para estmturas indes
locáveis e deslocáveis; apenas, para estas últimas, a I ? fase (obtenção dos
diagramas de momentos fletores devidos i atuação de momentos de engasta-
I 7 ~ o caso da Fig. 11-112, a barra BD
238 Curso de analise estrutural
mento perfeito unitários nos nós) será um pouco mais trabalhosa, pois Gnsis-
tirá na resolução de uma estrutura deslocável pelo processo de Cro~s.'~
b) Uma outra forma - espontânea - para obtenção delinhas de influência,
empregando o processo de Cross, seria resolver a estrutura para diversas
posições da carga concentrada unitária (pelo processo de Cross), traçando
em cada caso os diagramas solicitantes, a partir dos quais obterfamos os
diversos pontos de passagem para o traçado de cada linha de influência
desejada. Este procedimento - embora conceituaimente imediato - conduz
a um trabaiho mais demorado e mais sujeito a erros do que o desenvolvido
por nós, de modo que não receberá maior ênfase em nosso Curso.
6.2 - Aplicações
Ex. ii.10 - Traçar, para a viga de inércia constante da Fig. 11-117, as
linhas de influência a seguir, cotando-as nas seções indicadas.
Fig. 11-1 1 7
Empregando o roteiro definido em 6.1, temos:
1") Resolução da estrutura para momentos de engastamento positiws e
)
unitários nos nós
a) Carga-momento em BeS4
Aplicando um momento de engastamento (t 1) em Be", conforme indica
a Fig. 11 - 11 8, temos, por análise do equilíbrio do nó B, Msdir = - 1.
Assim sendo, temos o equilíbrio de momentos da Fig. 11-1 19, do qual
obtemos o diagrama de momentos fletores da Fig. 11-120.
'8~omalrnei i tc, não deve aparecer mais de uma deslocabilidade cxtcrna, pais as
pontes em quadro (de urn anilar) podem possuú uma deslocibilidade horizontal (deslo-
cimenta Iiarizontal da tabuleiro) e ar pontesemviga são indeslodveis.
Processo de Cross 239
Fig. 11-1 L8 - Eq. nó B. Fig. 11-1 19 - Eq. de momentos
-
Fig. 11-120 - DMF devido a mBesq = + I .
19
b) Momento em CcS9
Aplicando um momento de engastamento (+I) em CeSq, obtemos, do
equilíbrio de nós feito na Fig. 11-121, o diagrama de momentos fletores
da Fig. 11-122.
F S ~ . 11-121 - Eq. de momentos. Fig. 11-122 - DMI: devido a i i i ~ c s q = +I.
c) Momentos em cdir e gdir
Por analogia com os casos a e b, respectivamente, obtemos os diagramas
de momentos fletores das Figs. 11-123 e 11-124.
" ~ ã o estamos estudando a atua$ão de um momento unitário em gdir pois,
caso a carga unitária esteja no balanço AB, surgirá um momento em B O q no
sistema principal e, caso esteja no vão BC, o balanço AB não funcionari, siugindo
apenas um momento em C e q no sistema principal.
Curso de analise estrutural
Fig. 11-123 - DMF devido amCdiI: +I. Fig. ll-I24 - DMF devido a mDdir = + I
20) Obtenção das linhas de influência de momentod fletores nas extremi-
dades das barras
Trata-se de uma linha de influência isostática, estando representada
diretamente na Fig. 11-125.
Fig. 11-125 - L . l . , $ l ~
b.1) Carga no trecho AB
Sabemos que a linha de influencia, por se tratar de um balanço, será
retilinea. sendo definida por seu valor cm A . dado, confornic indica a
Fig. 11-1 20. por
\ b.2) Carga no trecho BC
Conforme indica a Fig. 11-12?, teremos
? 7 t r c c , i a ~ ~ = (+0.5) Inces¶ = (t0.5) X [-P/ X (coeficiente k4 da
tabela 11)l = -0.5 X 1 X 20 X k, = -10 k ,
m~rata-se de uma viga, no sistema principal. apoiada à esquerda e engastada à
direita. sendo o momento de engastamento perfeito dado por (-k4PI).
Processo de Cross
Temos, então: q 1 = -10 ko,,, = -10 X 0,1172 = -1,172
va = -10 kOs5, = -10 X 0,1875 = -1,875
qnr = -10ko,,5 = -10 X 0,1641 = -1,641
b.3) Carga nos trechos CD e DE
Devido à simetria, não precisaremos refazer os cálculos, pois sabemos
que a L.I.Mc é simétrica em relação a C.
Desta forma, está definida a linha de influência de momentos fletores
em C, desenhada na Fig. 11-126.
+1.25 +1.25
Fig. 11-126 - L.I.Mc
Trata-se de uma linha de infiuência isostática, estando representada na
Fig 11-127.
Fig. 11-127 - L.LMD
30) Obtenção das linhas de influência pedidas
a) L.L Mc
Já foi obtida anteriormente, estando representada na Fig. 11-126.
b) L.I. Qn
1
Da expressáo (11.1 I), temos: L1. Qn = L.I. Qon + - (L.I.Mc - L.I.MB). 20
bvandoae em conta o quadro de valores da Fig. 11-128, obtemos a linha
de influência representada na Fig. 11-129.
242 Curso de analise estrutural
Fig. 11-128 - Obtçnçio de L.I.QII.
-0,594
-0,082 0,094 -0,059
"-E
Iv v 10.063
r0.313 +0.406
Fig. 11-129 - L.I.Ql1
Da expressão (11.10), temos:
5 15 L.I.Mu +
L.I.Mw = L.l.Afoni t - L . I . M ~ + - L.I.Mc = L.I.Morv + --- 20 20 4
t
3 L.I.MC
4
A partir do quadro de valores da Fig. 11-130, obtemos a linha de influência
\ representada na Fig. 11-131.
Fig. 11-130 - Obtençáo da L.I.Mlv.
1 Processo de Cross
+2.52
Fig. 11-131 - L.I.Mp,
d) L.I. Vc
! Sabemos, da expresso (lI.12), que
1 I
I L.I. VC = L.l.Qcdir - L.l.Qcesq = (L.l.Qflcdir + - L.I.MD - ?_O L.I.Mc) . 20
1 1 1
- - L.I.Mc t - (L.I.MB + L.I.MD) = L.I. VOc - - L.I.Mc t
1 o 20 10
Levando-se em conta o quadro de valores da Fig. 11-132, obtemos a linha
de influência, representada na Fig. 11-133.
I
Fig. 11-132 - Obtengo da L.I.Vc,
Curso de analise estrutural
-0.375
I I1 I I I C I V v VI O
A E
O
+0.914 +1 .O0
Fig. 11-133 - L.I. VC
E . 1 1 1- Obter a linha de influência de momento fletor na seção V
do quadro de inércia constante da Fig. 11-134, cotando-a nas seçóes indicadas.
w
2.5m" 2.51~" 2.5rn" 2,5rn'i,5m* 2.5mq 2,5rnn 2.5m' 2,5m* 2.5m 2.5m . . , 2.5rnr
Fig. 11-1 34
l?) Resolução da estrutura para momentos de engastamento unitários nos nós
a) Momento em Beq
A partir do equilíbrio de momentos feito na Fig. 11-135.1, temos o diagra.
ma de momentos fletores da Fig. 11-135.2.
mg.m tl
c n
ti-135.1 - Equilibrio de momentos.
li-135.2 - DMF
mbOZI k 0 . 0 3
Fig. 11-135
Processo de Cross 245
I h) Momento em Bd'
I A partir do equilíbrio de momento feito na Fig. 11-136.1, temos o diagra-
ma de momentos fletores da Fig. 11-136.2.
I mgdlr =+i
n
i 1 90 A,
-0.27 - -0.13
+0.01 - +0,03 -
t0.74
0.27 .
11-136.1 - Eq. de momentos,
Fig. 11-136
C) Momento em L?
Devido à simetria existente, por analogia com o caso da Fig. 11-136,
temos o diagrama de momentos fletores da Fig. 11-137.
ri. ii-137 - DMF
d) Momento em cd'
Por analogia com o caso da Fig. 11-135, temos o diagrama de momentos
fletores da Fig. 11-138.
Cursa de análise estrutural
Fig. U-138 - DMI:
0.03
20) Obtenção das linhas de influência de momentos fletores em B ~ ' e
Cesq 21
a) L.I. MBdir
a . - Carga unitária no trecho AB
Conforme indica a Fig. 11-135.2, temos
vtrecho AB = (+0,26) m B e q = +0,26 (-1 X 10 X k4) = -2,6k4
A partir dos valores de k , obtidos da Tabela 11, temos:
71 = -2,6 X 0,1172 = -0,304
= -2,6 X 0,1875 = -0,487
viir = -2,6 X 0,1641 - -0,427
a,? - Carga unitária no trecho BC
Conforme indicam as Figs. 11-136.2 e 11-137, temos:
R ~ ~ ~ ~ ~ , ~ BC = (-0,74) m B * h (0 , l0)mce~ = (-0,74 X 1 X 10 X k l ) -
-(0,10X 1 X 10k2) = -7,4kl - k,
A partir dos valores de k, e X , , obtidos da Tabela 11. temos:
t j i v = -7.4 X 0,1406 - 0,0469 = -1,087
= -7,4 X 0,125 - 0.125 = -1,050
= -7.4 X 0,0469 - 0,1406 = -0,489
a.3 - Carga unitária no trecho CD
Da fig. 11-138. temos qtrcciio C . ~ = (f0.10) mCd"
= t0.10 X 1 X 10 X k, = k3
Da Tabela 11. vem:
?v11 = 0.164
rivi11 = 0.188
I)[X = 0,117
"NO caso, não há necessidade de obter L.I.MBW e L. I .M~~" , pois elas náo in
tlusnciaráo o traçado de L.I.Mv.
Processo de Cross 247
A linlia de influência está, então, definida, estando desenhada na
Fig. 11-139.
m
Fi. 11-139 - L . I . M ~ ~ U
Devido à simetria existente, não é necessário refazer os cdculos, obtendo-
se, por analogia com a L.L&dir, a linha de influência representada na
Fig. 11-140.
Fig. 11-140 - L.I.MceS4
30) Obtenção da L.I.MV
Da .expressáo (n.10), temos:
Levando-se em conta o quadro de valores da Fig. 11-141.a (calculado,
apenas, para a metade da estrutura, devido à simetria da L.LMC), obtemos
a linha de influsncia representada na Flg. 11-141.b.
248 Cumo de analise estrutural
Fig. 0-141.a - Obten~ão da L.1.M".
Seção
I
11
I11
IV
V
-0,094 -0.150 -0,130
Fig. 11-141.b - L.1.M"
7.1 - Apresentação
L.I.MOV
O
O
O
+1.250
+2,50
Seja resolver a greiha de inércia constante da Fig. 11-142 (cujas barras
formam ângulos de 90" no nó 8). submetida ao carregamento indicado.
Sendo o sistema principal o indicado na Fig. 11-143 (no qual bloqueamos
as rotações do nó B em torno dos eixos x - x e y - y pelas chapas 1 e 2,
respectivamente) e os momentos exercidos, neste sistema principal, pelas
barras sobre os riós2%s indicados nesta mesma figura, vemos que há dois
momentos a equilibrar tio nó B; um primeiro, em torno do eixo x - x .
22~bordarcmos, neste item, as grelhas compostas de barras perpendiculares entre si,
que Go o caso mais frequente na prática e cujo equilr'brio de momentos pode ser feito
%paradamente em torno de cada eixo. No caso de não existir ortogonalidade das barras
que constituem a grelha, o processo de Cross pode ser, tamEm. aplicado, só que
u equilíbrio de momentos uàa mais poderá ser feita independentemente eiii torna de
cada eixo. tornando-se, portanto, bastante mais trabalhosa,cliegando, em certos casas,
a se mostrar <Irsaconselliável o emprega do processo de Cross. Para a análisç das grelhas,
cujas banas nào são ortogonais entre si (caso pouco usual), recomendamos a leitura do
capitulo correspondente no livro "Ebene und r2rimliclie Ralimentrsgwerkc de V.
Kupferscliniid (Springer-Verlag V i e n a 1952).
23~ois, no processo dc Cross, trabalhamos com os momentos atiiantes nos nós. isto é,
os momentos exercidos pelas barras sobre os nós (que tém sentidos opostos aos dos
momentos de engastamento perfeita.eXercidos pelos nós sobre as barras).
0,s (L.l.MCew t L.I.MBdr)
-0,094
-0,150
-0,130
-0,788
-1,050
L.1.M"
-0,094
-0,150
-0,130
t0.462
t 1,450
Processo de Cross
Fig. 11.142 - Is t r i i t i i r& a ri-solver.
B valendo M , = - - ql' e um segundo. ein tortio do eixo .v - v . vaieiido
12
P/
M; = + 2 (OS sitiais destes mornciitos atuantes nos n6s obtidos da con-
8
vençao de sinais. arhitruriu. indicada tia Fig. 11-142).
Como a rotaçáo do tió B em torno do eixo x - x só introduzirá momentos
fletores na barra AB e momento torçor na barra BC e, inversamente. a
rotação de B em tortio de y -.v só introduzirá momento torçor tia barra AB
e monientos fletores ria barra BC, podemos fazer, isoladamente. 0 rquilibno
de mornenlos em tomo do e ixox - x e do eixo?. - ,Y . adicionaiido, tio Rm, os
resultados. Temos, entro, a resolver os casos das Figs. 11-144 (iio qual deve-
mos equilibrar momentos em torno de x - x ) e 11-145 (no qual devemos
equilibrar momentos em torno de .v - y ) .
250 Curso de análise estrutural
Fig. 11-144 - Momentos em torno de Fig. ii-145 - Momentos em torno de
X - X. Y - Y .
Para o caso da Fig. 11-144, os coeficientes de distribuição de momentos
em tomo do nó B sáo:
K 0
d lx = K Q +KT e d, = K Q K p +KT a , sendo K 0 e K?
respectivamente os valores da rigidez à flexão da barra AB em B e da rigidez
4EJ GJ à torção da barra BC (K@ = - e K? = L).
1, 12
O equilíbrio de momentos está feito na Fig. 11-146.1, obtendo-se os
momentos finais Mxt nos nós indicados na Fig. 11-146.2
11-146.1 - Eq. de momentos.
Processa de Cross
11-146.2 -Momentos finais.
Fig. 11-146
Analogamente, para o caso da Fig. 11-145, temos os seguintes coeficientes
de distribuição de momentos em tomo do eixo y - y no nó E:
K 0 T
K @ GJ
dly = e dw = (sendo KT = 2 e
~ $ 3 + K @ KT + K @ 1 ,
4EJ
K @ = -). O equilíbdo de momentos está feito na Fig. 11-147.1, obten-
12
do-se os momentos finais My nos nós indicados na Fig. 11-147.2.
ü-147.1- Eq. de momentos.
Curso de análise estrutural
11-147.2 - Momentos finais.
Fig. 11-147
Superpondo os momentos das Figs. 11-146.2 e 11-147.2, obtemos os
diagramas de momentos fletores e torçores da grelha dada, traçados nas
Figs. 11-148.1 e 11-148.2 que resolvem, entào, o problema.
11-148.1 - DMP U-148.2 - DMT
Fig. 11-148 - Diagramas finais.
Observações:
a) A fm de facilitar o aigontmo do equilíbrio de momentos, 6 usual retifi-
carmos a grelha. Assim, para os equilíbrios de momentos indicados nas
Processo de Cross 253
Figs. 11-146.1 e 11-147.1, deveríamos trabalhar com os esquemas das Figs.
11-149.1 e 11-149.2.
b) Na fase de transmissão dqs momentos equilibrantes, devemos estar,
sempre, atentos no sentido dr verificar se os mesmos são momentos
fletores ou torçores, a fim de usar os coeficientes de transmissão adequados
ao caso. (Para momentos torçores: f = - 1 e para momentos fletores os valores
de r, dependendo da lei de variaçáo de inércia da barra, foram discutidos,
em detalhes, no Cap. 1 deste volume.)24
7.2 - Aplicações
Ex. 11-12 - Obter os diagramas de momentos fletores e torçores para a
grelha da Fig. 11-1.50, cujas barras, todas, têm inkrcia constante, sendo
24para barras biengastadas no sistema principal, de inércia constante: = +0,5.
254 Cuno de analise esirutural
Temos:
1. Momentos de engastamento perfeito no sistema principal e valoresde
rigidez à flexão e torção.
0s momentos exercidos pelas barras sobre os nós, no sistema principal,
estão indicados na Fig. 11-151, obtidos da Fig. 11-152.
v
Fig. 11-151
Fig. 11-152
E2 =6",mt
4 x 8 - =4mt 12
8
Os valores dc rigidez à flexão e torçáo das barras nos iós, obtidos
arbitrando-se GJt = 4 (e, conseqüentemente, EJ = 8). estão indicados na
Fig. 11-153, na qual representamos, tarnbem, os sentidos que consideraremos
positivos para momentos nos nós.
4 x 8
,
\ K=-
,
f KT = - = 0.5
-
0 4 x 8 16
K=---
O
Mx , 4 2 KT= -= -
\ 6 3
Fig. 11-153
2. Equilibrio dos momentos Mx
Para equiiíbno dos momentos M,. temos os seguintes coeficientes de
distribuição de momentos: -
K p
Em tomo do nó B: d,, = - - 0,085 .'. d,, = 0,915
Em torno do nó C: d,, =
K @
- 1613 - - =0,843 :. d,,=0.157
K @ + K P 1613 + 1
A partir do equilíbrio de momentos da Fig. 11-154, obtemos os momentos
finais M,, representados em 11-155.
I
Torv-o I FIexdO I TocSo 4
A
rO.90 -0.90 / +O.W -1.70 1 t l .70 -1.71)
Fig. 11-154 - Equilibrio dos momentos Mx. * \ h 1 . 7 0
0.90 M& hc
0.90
Fikii-155 - Momentos Mx (em mtf.
256 Curso de analise esirutural
3. Equilíbrio dos momentos My
Temos os seguintes coeficientes de distribuição de momentos:
Em torno do nóB: d', =
K @ 4
KO + K @ =4+2/3= 0,855 .'. dZy = 0,145
Em torno do n6 C d - = * = 0,077 :. d? = 0,923
" - K , + K 2 / 3 + 8
Partindo do equilíbrio de momentos da Fig. 11-156, obtemos os mo.
mentos fmais My, representados na Fig. U-157.
Fig. 11-156 - Equilibrio dos momentos M,,
Fig. 11-157 - MomentosMy (em mt).
4. Diagramas fmais
Partindo dos momentos Mx e My atuantes nos nós indicados nas Figs.
U-155 e ii-157, obtemos imediatamente, os diagramas de momentos fletores
e torçores, traçados nas ~ i ~ s . 11-158.1 e 11-158.2.
11-158.1 - DMF (em mti.
Fig. 11-158
Ex. 11-13 - Obter os diagramas de momentos fletores e torçores para
EJ
a grelha da Fig. 11-159, cujas barras de inercia constante têm: - = 1,5.
GJ I
v '\ , A
\ 1,.
Fig. 11-159
258 Curso de analise estrutural
A grelha possui uma deslocabilidade linear, que B o deslocamento vertical
do nó B. Assim sendo, temos:
1. Sistema principal e rigidez à flexáo e torção
O sistema principal está indicado
na Fig. 11-160 e, arbitrando-se GJ, =
= 12 (o que equivale a EJ = 1,5 X 12 =
= 18), temos os valores de rigidez à
flexão e torção em tomo do nó B
indicados.
2. Efeitos no sistema principal Fig. 11-160
a) Carregamento externo
Aplicando o carregamento externo no sistema principal, temos, conforme
indica a Fig. 11-161:
M x = M y = O e
FIO = -4
Fig. 11-161 - Mo= To= O
b) Deslocamento AI
Dando-se um deslocamento AI no sistema principal, ao apoio 1, tal que
EJA, = 24 tm3, surgirão momentos exercidos pelas barras 1 e 2 sobre os
nós com os módulos seguintes e os sentidos indicados na Fig. 11-162.
Para a barra 1: IMAl = IMBl =
6EJAl 6 X 24 - mt
A=T-
6 X 24
Para a barra 2: IMBI = IMd = - = 4 m t
36
Passando ao equilibrio de momentos, que se encontra feito nas Figs.
U-163 (para momentos M,) e 11-164 (para momentos MY). obtemos, por
influência do deslocamento A, , imposto, os diagramas de momentos fletores
e torçores da Fig. 11-165, tendo-se: F,, = 1,46 + 0.53 = 1,99
4.95 + 0.90
=
Fig. 11-163 - Mx
Tov-o + Flexão - . -I
C
1 -4 -4 it = - 1 ) 11 = 0.5) -0.8 - +0.8 I f3.2 - +1,6 - - - - I =
- -
-0.8 M.8 -2.4
1 y? = 0,s.
Fig. Ii-164 - My
C u m de análise estrutural
Fi. 11-165 - M, e Ti (em mt ) .
3. Cálculo de A,
FIO 4 Temos: A, = - - = - = 2,01
F11 1 9 9
4. Diagramas fuiais
Levando em conta que Mo= To = O, os diagramas fmais seráo: M = 2.01 M ,
e T = 2,01 T I , estando representados na Fig. 11-166 (em mt).
Fig. 11-166
8.1 - Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio para
a viga de rigidez constante EJ = 1@tm2 da Fii. U-167. O engaste elástico
tem: K = 0,s X l@mt/rad
Ag. 11-167
8.2 - Calcular o deslocamento vertical de E para a viga da Fig. 11-167.
8.3 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da Fig.
11-168 se o mesmo for submetido à variaçáo de temperatura indicada.
Sabe-se que a seção transversal das barras é retangular, com 0,s m de altura
e que o quadro tem EJa = 10-'tm2PC.
8.4 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro simétrico
da Fig. 11-169, que possui indrcia constante.
Fig. 11-169
262 Cursa de ahlise estrutural
8.5 - Sabendo-se que, para o quadro da Fig. 11-170, as barras verticais
têm inkrcia constante J, e as barras horizontais sáo, todas elas, misuias retas
com J,, = J, e J,, = SJ,, pede-se:
a) resolvê-lo para o carregamento indicado;
b) resolvê-lo para um aumento uniforme de 30 'C.
E dado: EJ,a = 10-' tm210C
Fig. 11-170
8.6 - Calcular o deslocamento horizontal da barra CD, para o quadro da
Fig. 11-171. É dado: EJ, = 104tm2.
4t C .I=- D - IFi$ Fie. 11-171
A
- 6 m - r
8.7 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da Fig.
11-172.
Fig. 11-172
8.8 - Resolver o quadro de in6rcia
constante da Fig. 11-173 para:
a) carregamento indicado
b) dirniuuiçio uniforme de 30 'C
A - - - - . - - - -. - c) recalque vertical, de cima para bai-
xo, de 1 cm de B. 3 m
São dados: EJ u = = I O - ~ / " C 105 tm2 -; 6 rn I
Fig. 11 - 173
8.9 - Obter o diagrama de momentos fletores e do esforço cortante para
o quadro da Fig. 11-174.
h
Fig. 11-174
& 3 m + 3 m 3
8.10 - Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro de inércia
constante da Fig. 11-175.
Fig. n-I 75
8.1 1 - Idem, para a Fig. 11-176.
+ fl :i 4- F . 11-176
264 Curso de anslise estrutural
8.12 - Idem, para a viga da Fig. 11-177, cujas barras são misulas parabóli-
cas com J,, = J, e J,á, = 5.7,.
Sáo dados: EJ, = 2 X 104tmz; k = 1 0 4 t/m
A I
I
I
I I
I
L 3 r n ~ 6 rn 9 m d
Fig. 11-1 77
8.13 - Obter os diagramas de momentos fletores e de esforços normais
para o quadro atirantado de inércia constante da Fig. 11-178. É dado:
(Desprezar o trabalho do quadro ao esforço normal.)
d
L 4 m i - 4 m - 1
Fig. 11-178
8.14 - Obter, para o quadro de inércia constante da Fig. 11-179, as linhas
de influência dos seguintes esforços simples, cotando-as nas seçóes indicadas.
L.I.Qb- CF, L.I.Vc, L.IMm, L.I.Qcda, L.I.MG.
Processo de Cross 265
8.15 - Obter as linhas de influência de momentos fletores 110s apoios
e das reações de apoio para a viga da Fig. 11-180, cujas barras são, todas,
mísulas parabólicas com Jmi, = J, e Jmá, = 10Jc. cotando-as nos quartos
de vão.
" I,
lb 4 eL ,L k qL ,L
4 m 16rn 4 r n 4 r n 1 2 m 4 m 4 m
l i
1 6 m 4 m
Fig. 11-180
8.16 - Obter as linhas de influência seguintes, para o quadro de in6rcia
constante da Fig. 11-181. cotando-as nas seçóes iridicadas: L.I.ME. L.I.QE.
L.I.MBdu, L.LMll, L.l.V,r.
Fig. 11-181
8.17- Obter os diagramas de momentos fletores e de momentos torçores
EJ
para a greiha sim6trica da Fig. 11-182, cujas barras têm, todas, - = 2.
GJf
8.18 - Idem, para a Fig. 11-183.
Curso de análise estrutural
8.19 - Calcular o deslocamento vertical de B para a grelha da Fig. 11-184
As barras têm, todas: EJ = 104tm2 e GJ, = 0,2 X 104tm2.,
Fig. 11-184
8.20 - Obter os diagramas de momentos fletores e torçores para a grelha
simét5ica da Fig. 11-185, que tem EJ = GJ, (sugere-se aproveitar o resultado
do ex. 11-15 do Vol.11 de nosso Curso).
Fig. 11-185
INTRODUCÃO
AO ESTUDO DOS CABOS
Os cabos são um elemento estmtural usado em diferentes tipos de estrutu-
ras: são as principais peças portantes nas pontes pênseis e nos telef6ricos;
são os elementos estmturais empregados para condução da energia elétrica
nas linhas de transmissáo, vencendo os vãos entre as torres da linha e.
modernamente, vêm sendo empregados, também, como elemento portante
de coberturas de grandes vãos. O estudo exato do comportamento dos cabos
envolve conhecimentos matemáticos mais sofisticadosque os apresetitados
nos cursos de graduação das Escolas de Engenharia mas, mesmo sem .estes
conhecimentos, podemos apresentar uma primeira análise do problema que
conduzirá à obtenção de determinadas reldções fundamentais de grande
importância para o engenheiro estrutural e, tarnbem, para o engenheiro
eletricista.'
O estudo estático dos cabos é feito assumindo-os perfeitamente flexíveis,
isto é, tendo momento fletor nulo em todas as seçóes, hipótese esta confirma-
da.por verificações experimentais cuidadosas. Desta forma, os cabos ficam
submetidos apenas, a esforços normais (de tração). ,
No estudo que apresetitaremos neste capítulo, desprezaremos a influencia
da deformação elástica dos cabos sobre a sua configuração de equilíbrio
de forma que a teoria apresentada será de primeira ordem.
Conforme veremos neste capitulo, os cabos submetidos a uma carga
uniformemente distribuída ao longo de seu comprimento (por exemplo,
o peso próprio) assumirão uma configuração deformada dada por uma catená-
ria; para os cabos submetidos à carga distribuída ao longo de seu vão
(caso das pontes pênseis, onde o carregamento principal 6 dado pela ação
'NO dirnensionainrnto dos cabos para uso em linhas de transmissão.
267
268 Curso de análise estrutural
do tabuleiro da ponte, pendurado no cabo), a configuraçáo deformada será
dada por uma parábola do 2? grau. A análise deste último caso é bastante
mais simples que a do primeiro (caso da catenária) e, levando-se em conta
que, mesmo no caso de carga distribuída ao longo do comprimento, para
cabos cuja flecha seja pequena em relação ao vão2 ( f / l < O,2Os, o erro
cometido B mínimo assumindo que a configuração deformada seja parabólica
ao invBs de ser dada por uma catenária, desenvolveremos nosso estudo
supondo cargas distribuídas segundo o vão do cabo.
f Para o caso de cabos com flecha grande em relação ao vão (i> 0,2)
com carga distribuída segundo seu comprimento, apresentamos no item 3
deste capitulo uma introdução ao seu estudo, instituindo as relaçóes fun-
damentais para o mesmo.
2 - CABOS COM CARREGAMENTO DISTRIBUIDO
SEGUNDO O VÃO
2.1 - Relação entre efeitos no cabo e esforços na viga de substituição
Seja o cabo da Fig. 111-1, submetido à atuação das. cargas verticais
P , , ..., Pi, ..., P, indicadas. Como o cabo 6 um sistema estático perfeitamente
flexível (M = 0). podemos identificar, inteiramente, o esquema estático
da Fig. nI-1 com aquele da Fig. 111-53 do Cap. 111, Vol. I de nosso Curso,
usado para se instituir as expressões que definiram linhas de pressões em
sistemas triarticulados e que transcreveremos na Fig. 111-2, a fim de mostrar
que a única diferença entre ambos está no fato de uma estrutura se desenvol-
ver para baixo da linha de fechamento que une suas extremidades (caso
dos cabos) e da outra se desenvolver para cima da mesma (caso dos arcos),
acarretando esta diferença o trabalho dos cabos a esforços normais de traçáo
e dos arcos a esforços normais de compressão, para a atuação de carregamen-
2 ~ a s o de maior inçidgncia, na prática
3~ssurninda a configura~ão parabólic~ ao invés de catcnária para cabos com -~ ~
f < 0.20, o máximo erro qite se cometerá (caso der= 0,20) será de 6's para menos
tio valor dos srforyoa normais máximos e de 0.5% para mais no comprimento total
do cabo. erros estes perfeitamente toleráveis face aos valores dos coeficiri~tes de s w r a n -
$a adotados, no dimensionamcnta de cabos. (Estes valores foram calculados para cabos
com pontos de suspensão no mesmo nível.)
Introdução ao estudo dos cabos
Fig. n i - i
,-
, _ C _ ~
Fig. UI-2 - Esquema estático para estudo dos arcos trabalhando na linha de pres-
sões. (Transcnçáo da Fig. 111-53 do Vol. I de nosso Curso.)
to vertical de cima para baixo (caso usual)? Podemos empregar, então, para
os cabos as expressóes deduzidas para os arcos triarticulados5, trabalhando
4 O fato do esquema da Fig. 01-2 possuir indicada uma rótula intermediária 17, sem
que o da Fig. 111-1 também a possua, náo se constitui em diferença entre os esquemas,
pois ambas, por terem M = O. funcionam como se todas as suas seções fossem rótulas.
'AS expressões que estão transcritas a seguir correspondem i s expressões 111-7 a
111-9 e 111-11 a in-13. deduzidas para definiçáo da linha de pressóes no Cap. 111, Vol. I
de nosso Curso.
270 Curso de analise estrutural
segundo a linha de pressóes (M = O) do carregamento atuante e temos,
chamando M, e Q, ao momento fletor e ao esforço cortante atuantes
na viga de substituição submetida ao mesmo carregamento que o cabo
(representada na Fig. III-1.2) e NS ao esforço normal atuante numa seçáo
genbrica do cabo.
Q, + H'sena
tgv = H'cosa (111.2)
Ns = J (Q, + sena na)' + (H'cosa)' (111.3)
Observnções:
a) No caso particular da reta AB. que une as r6tulas extremas, ser horizontal
(a = O), as expressóes (111.1) a (I11.3)i se simplificam para:
Ms y* =-;
H (111.4)
b) Conforme mostra a expressão (II1.3), os esforços normais máximos no
cabo ocorrerão quando tivermos (Q,),á,, o que sucedera num dos apoios
(OU em ambos, caso V, = VB).
c) Caso desejemos definir a configuração do cabo por uma função y = y (x),
relativa aos eixos cartesianos x e y da Fig. 111-1.1, obtemos, imediatamente,
a partir do esquema da Fig. IU-3:
-x+
Fig. lu-3
y = x tga - y *, OU seja:
Ms y = x t g a - - H' cosa
Introdug-o ao estudo dos cabos nl
d) Conforme mostram as expressões (111.1) a (111.7) que resolvem o pro-
blema, esta resolução implicará, sempre, o conhecimento do valor de H' que
será definido, em cada caso, a partir de um dado suplementar necessário.
Os dados mais comuns são o valor da ordenada de alguma seção do
cabo ou de seu esforço n o d em alguma seção (geralmente N,,,,).
A aplicação UI.1 esclarecerá
2.2 - Caso de carga uniformemente distribnída
Ocorre com grande incidência, na prática, o caso de cabos submetidos a
um carregamento uniformemente distribuído 'Qq"(caso de linhas transmissão,
onde o carregamento é o peso próprio do cabo, acrescido ou não da pressão
do vento), de modo que particularizaremos as expressks gerais deduzidas em
2.1 para este caso.
a) Determinação de y * e y:
Levando em conta que, na viga de substituição, temos:
qlx qx2 Ms (x) =---
2 2 (111.8)
e que, chamando-se f à distância vertical da reta AB à seção M do cabo
definida na Fig. íii-l, vem:
Fig. 111-4 C a s o de r u g a unifarmerncnte distribuída.
Ficamos com:
Cuno de analise estrutural
ou
4fx y ( x ) = x tga -- ( I - x ) P (111.1 1)
b) Determinaçáo dos esforços normais Ns:
Temos, conforme (111-3):
Ns = + H' sen a)' + (H' cos ai)'
41
2
qP obtemos, Levando em conta que: Qs(x) =- - qx e que H' = - 8f cos a '
introduzindo o parimetro adimensional auxiliar
I Nsíx ) =
64n2x 16nx
= H'cosa J1 += + 16n2 + tg2a - +- P I I
tg a - 8n tga
(111.13)
Os esforços normais máximos ocorrerão numa das extremidades do
cabo e temos:
Para x i O:.
Ns (0 )=NA = H ' c o s u J l + 16nZ+ t g 2 a - 8 n tga (111.14)
Para x = 1:
N s / ~ ) = N B = ~ ' c o s a J 1 + 1 6 n 2 + t g 2 a + 8 n t g a (111.15)
Para o caso especial da reta AB ser horizontal (a = O), as equaçóes (111.14)
e (111.15) se transformarão em:
Introduç50 ao estudo dos cabos 273
c) Comprimento do cabo:
Uma grandeza cujo conhecimento 6 indispensável, no caso dos cabos, é o
seu comprimento, a fim de ser possível encomendá-lo ao fabricante.
Temos, chamando L ao comprimento do cabo:
L - d x
Levando em conta (111.1 I ) , vem:
A resolução da integral acima é muito trabaíhosa e 6 feita desenvolvendo-se
o integrando em série, fazendo-se a seguir a integração definida. Trabalhando-
se, apenas, com os dois primeiros termos da série, já obtemos uma aproxùna-
ção bastante precisa para o valor do comprimento do cabo6, dada pela
expressão 11L17.
1 8
L - - ( I +-n2cos4a)
cos a 3
No caso particular da reta AB ser horizontal (a = O), a expressão (111.1 7)se transformará em:
8 L ;r I ( 1 t7n2) (U1.18)
a) A expressão 111.17 é particularmente vantajosa para a determinação do
comprimento de cabos submetidos a cargas concentradas e uniformemente
distribuídas segundo o vão, pois, cada trecho do cabo entre duas cargas
concentradas adjacentes será parabólico sendo váiida, entáo, para ele, a
relação 111.17. Calculando o comprimento destes diversos trechos, sua
soma dará o comprimento total do cabo.
b) Para o caso particular de cabo submetido a carga vertical uniformemente
distribuída e com linha de fechamento AB horizontal (a = O), podemos
f 6 ~ a r a cabos com n =-< 0.20, que é o caso que cstamos estudando,^ erro comctida
I
desprezando o terceiro termo da série cm diante é de no máximo 0,9%2, para mais, no
comprimento do cabo, sendo evidentemente, irrisório.
274 Curso de análise estrutural
f tabelar, em função da relação n =Tos coeficientes adiiensionais k , e k2 ,
definidos pelas relaçóes (IlI.21) e (III.22), a partir dos quais, temos, levando
em conta as expressões (111.16) e (I11.18),, os esforços normais máximos
atuanes no cabo e seu comprimento, determinados pelas expressões i(II1.19)
e (111.20).
Nmáx = kl (91) (111.19)
L = k,l (111.20)
sendo:
JX= kl = v Ji+isnZ'
8n (in.21)
Os valores destes coeficientes k , e k2 estão indicados junto à Fig. 111-6
e serão bastante Úteis para o trabalho do engenheiro, pois este é o caso que
ocorre com maior frequência na prática.
Pi. 111-6
Determinação de N,& e L, para
caso de a! = 0:
N,, = k, (91)
L = k,l
Introduçáo ao estudo dos cabos 275
c) Comparemos, para o caso da Fig. 1114, o valor de Nm, correspondente
f i relação n =-= 0,10 com o valor de H': Temos:
1
f Da Tabela da Fig. III-6: Para- = 0,lO: Nm, = 1,3463 ql 1
f Da expressão 111.9, vem, para-- 0,lO: H ' = 1,250ql
1 -
Temos, então: N,, 3 1,077 H', o que mostra que o esforço normal
máximo atuante num cabo de pequena flecha é sensivelmente igual ao valor
da reação horizontal H' nos pontos de suspensão do cabo. Esta é uma conclu-
são muito importante sob o ponto de vista prático, pois os cabos das redes
elétricas das cidades nunca7 têm f > O,11 e poderemos assumir, então,
para eles que
N,, H' = (no caso da reta AB ser horizontal) v
Partindo daí, podemos chegar a uma expressão de aplicação muito cómoda
e que nos fornece o valor da flecha mínima necessária para um cabo que
deve vencer determinado vão numa rede elbtrica ou telegráfica (isto é, um
cabo cuja carga b igual ao seu peso próprio, acrescido ou não da pressão do
vento, conforme o caso), com linha de fechamento horizontal.
Seja S'a área do cabo, :.& a tensão de ruptura do material que constitui
e v o coeficiente de segurança contra a ruptura desejado no caso.' Devemos
ter:
412 S c r ~ > v-, ou seja:
8f
2.3 - Aplicações
Ex. Til-1 - A flecha máxima admissivel para um cabo de 100 m de vão
que será submetido ao carregamento indicado na Fig. 111-7 é igual a 11,6 m.
'A não ser par motivas topográficos muito especiais.
'para m h s de apo adota-se, normalmente, V = 4.
f '~xpressão válida para-< 0,lO. Para valores aiperiores deveremos empregar o
I
valor de Nmáx dada pela expressáa (111.191.
276 Cuno de análise estrutural
Pedem-se:
a) Definir a geometria do cabo;
b) Calcular as reaçóes de apoio e o
esforço normal máximo atuante;
c) Calcular a inclinação do cabo junto
dos apoios; G 4 0 m +4Om +ZOm+
d) Calcular o comprimento total do Fig. 111-7
cabo.
Sendo a viga biapoiada de substituição a indicada na Fig. 111-8 temos,
a partir dela, levando em conta que y& = 11,b m:
MS" Da expressão 111.4: H' = r = 100 t.
Ymáx
Conhecido o valor de H', o problema
está resolvido e temos: 39t
a) Geometria do cabo:
É dada pelas distâncias y* da reta
AB ao cabo, iguais a:
100
Ms Ms
Y* =Ii =- 1 O0
A configuração geom6trica do cabo Qlem tl
para o carregamento indicado 6, então, -21
a da Fig. 111-9 (os trechos AC. CD e 3 1 -4 1
DB são, evidentemente, parábolas do, FiS. 111-8 - Estudo da viga biapoiada de
2? grau). substituição.
Fi& UI-9 - Configuração deformada do cabo e reaçáes de apoio (em escala deformada).
Introduçio ao estudo dos cabos 277
b) As reaçóes de apoio estão indicadas na Fig. 111-9 e, da expressão 111.6,
obtemos
,VSmá, = deirnáx +H" = d 4 I 2 + 1002 = 108,08 t de tração, atuando emB.
c) As inclinações do cabo junto aos apoios A e 6, dadas por q~ e eB,con.
forme indica a Fig. 111-9 são obtidas da expressão (I11.5), valendo
9~ = ang tg ($1 = ang tg 0.39 = 21,31° = 21' 18'21"
d) Determinação do comprimento do cabo
Calcularemos o comprimento do cabo como soma dos comprimentos dos
trechos parabblicos do 20 grau AC, CD e DB, para os quais é válida a expres-
são (111.17). Temos, a partir dos esquemas das Figs. 111-10.1 a 111-10.3
I = 40m
A* C D '------I I \;I,,- L-rn-* 1 I y h i O , t LI
,
\ 11.6 - 7.2 = 4.4m
.I-$-
J J I = 20m
v
m-10.1 - Trecho AC UI-10.2 - Trecho CD IU-10.3 - Trecho DB
(COS a = 0,9604). (cosa = 0.99401. (COS a = 0,9409t
Fig. 111-10 - Esquemas para emprego da expressão 111.17.
Para o trecho AC:
i 8 40
I.AC = - (1 t -n2cos4a) = - 8 1
cos a 3 0,9604 [ 1 + - (,? (0,9604)4]
= 41.71 m
Para o trecho CD:
Para o trecho DB:
LDB = -- 'O [ i O:,' I? <0,9409)4 = 21.26 m 0,9409 +-(L 1
278 Cuno de analise ertnitural
O comprimento total L do cabo C dado, então, por:
L = LAC + LCD + LDB = 41,71 + 40,31 + 21.26 = 103,28 m
Ex. 111-2 - Qual o valor da menor flecha que pode ter um cabo de aço,
cuja tensão de ruptura é UR = 100.000 t/m2 para vencer, com segurança
i ruptura superior a 4, um vão de 400 m.
O peso especifico do aço 6 y = 7,85 t/m3.
Temos, conforme indica a expressão 111.23, chamando S i área do cabo:
vq12 f>-- vySIZ v7P , ou seja: f .
8SuR m m - 8 % ~ 8oR
No caso, ficamos com:
f Observaçáo: Notar que, como- < 0,10 a expressão (111.23) pode ser,
I
realmente, empregada, com precisão satisfatória.
Ex. 111-3 - Um cabo está suspenso em dois pontos situados no mesmo
nível e distantes de 500m. suportando uma carga de 0,M tlm. Sabendo-se
que o esforço normal máximo atuante é igual a 60 t, pede-se determinar:
a) a flecha do cabo
b) seu comprimento total
a) Determinação da flecha:
Temos, da expressão (111.19):
NO caso, ficamos com: 60 = J 1 f 1 6 i 1 2 X ~ , ~ X 5 0 0 8 n : n=0,0422
Vem, então: f = r11 = 0,0422 X 500 = 21,1 m
b) Compnmento total do cabo:
Da expressão Ill.iY, temos:
8 8
I. = 1 (1 + - r i 2 ) = 5OCi (I +i X 0.042Z2) = 502.38 m
3
Introdução ao estudo dos cabos 279
Observação: Poderíamos ter resolvido este problenia. com excelente
precisào, empregando a Tabela da Fig. 111-6, senão. vejamos:
Como N,,á, = (q l ) k , , temos: /c, =
6 0
= 3
0.04 X 500
Para descobrirmos a que valor de 11 corresponde o valor k , = 3. temos,
empregando interpolação linear:
vem entào: f = r i 1 = 21,3 m
Também empregando interpolação liiicar, obtemos, para I ! = 0.W27:
k2 = 1.0043 + 0.27 (1,0067 - 1,0043) = 1,00495
vem então: L = k21 = 502,47 m
Conforme se verifica. poderíamos ter resolvido o problema através de
uni simples emprego da Tabela da Fig. 111-6. obtendo resiiltados cnm Stinia
precisào (o erro cometido seria inferior a 1%).
2.4 - Efeitos secuiidários :]os cabos
2.4.1 - Alongamento elástico de um trecho de cabo col i carga ~iniforme-
mente distribuída
Seja o czbo da Fig. 111-11, submetido ao carregamento distribuído q.
Sabemos, da ResistÊncia dos Materiais, que seu alongamento será daao por:
Fig. 111-1 1
280 Curso de análise estrutural
(1s
por 2.Y = O : N, (x) = H'cos a x H'cos a -, coiiforme indica zq= d.7
a Fig. 111-12.
Fip. 111-12 - Uetrrrninaqào de NS /xJ = J IH1 .
t V A
Ficamos então, levando eni conta (111.1 I) , com:
obtendo-se:
H' cos a AL =---
16
ES
I (sec2a +-i? ') . O U
3
substituindo H' pelo valor definido em (111.9):
Ohseri~a~õe.~: a) No caso de termos um cabo com cargas concentradas e
uniformementedistribuídas. o cálculo do alongamento elistico do mesmo
será feito, sucessivamente, para cada trecho entre duas cargas coiicentradas
adjacentes (sendo válida, para eles. a expressáo (111.24)). obtendo-se o valor
final pela adição dos resultados encontrados para cada um destes trechos.
h ) No estudo que estamos fazendo. estamos desprezando, na determinação
da configuração de equilíbrio do cabo, a influêricia de seu alongamento
elástico, de modo que toda a teoria desenvolvida pressupõe o regime das
pequenas deformações. A consideração. na determinação da configuraçêo
de equilibrio do cabo, de seu alongamento elástico, torna a solução matema-
tica do problema bastante mais complexa, fugindo do nível em que estamos
abordando o assunto (nível este que já fornece precisão suficiente para re-
solução de grande número de problemas).
c) A considcraçáo da influêricia do alongamento elástico do cabo na
obtenção de sua configuração de equilibrio acarretaria, evidentemente, um
pequeno aumento de sua flecha, com uma conseqüente pequena redução de
seus esforços normais. Pode-se mostrar, para cabos parabólicos de pequena
flecha (11 < 0,20), nos quais esta redução de esforços normais d um pouco
Introdução ao estudo dos cabos 281
mais sensível, submetidos a carregamento uniformemente distribuído "q':
que os esforços normais (bem como a reação horizontal), calculados despre-
zando-se a influência do alongamento elástico do cabo, podem ser multiplica-
dos pelo fator redutor
sendo E o módulo de elasticidade longitudinal e S a área da seção transversal
do cabo.
Nos casos correntes, este coeficiente redutor 6 tão próximo da unidade
que pode ser desprezado, razão pela qual não estamos dando maior ênfase
ao assunto.
2.4.2 - Variação de temperatura
Seja o cabo parabólico da Fig. 111-13 (isto é, um cabo cuja carga atuante
é uniformemente distribuída) e suponhamos a atuaçáo de uma variação de
temperatura A t em relação à temperatura do dia da fixaqão do cabo.
Fi. 111-13
Chamando:f, L, H' ads valores da flecha, do comprimento total do cabo
e da reação de apoio na direçáo AB. antes da atuação davariação
de temperatura;
fr, LI, H; aos valores das mesmas grandezas após a atuaçáo
da variação de temperatura;
a, ao coeficiente de dilatação linear do material do cabo, temos:
L , = L + acAIL
Levando em conta (III.17), vem:
1 8 ftZ 1 8 f
c - (I + X - X cos4a) = -(I + - X - cos4a) (1 + a, A,)
1 cosa 3 1
''A dedu~ão desta expressão é inteiramente análoga e possui as mesmas simplificações
feitas no rstudo da influência da variação de temperatura feito a seguir.
282 Curso de análise estrutural
Desenvolvendo. obtemos:
Substituindo f: - f7 por (rt + fl - fl e levando em conta que, no regime
das pequenas deformações If, + fl ;i 2f obtemos:
Por outro lado, levando em conta (111.9). temos:
Dividilido esta última expressão por H', obtemos, levando, niais uma vez.
em conta (111.9).
Introduzindo a expressão (111.26) em (111.27), obtemos:
Notaiido. agora, que o terceiro termo do parsntesis tem valor desprezível
em presença dos demais, ficamos com
H ; = H'(I - 3acAl
) (111.28) 16ri2cus4a
Como os esforços ~iormais atuantes no cabo são proporcionais ao valor
da reação H' (ver expressão 111.13), podemos escrever, finalmente, que o
valor dos esforços iiormais Nl atuantes após a variação de temperatura A,
em função do valor dos niesmos esforços N atuantes antes da variação de
temperatura é dado por:
Observações: a) A expressão 111.29 mostra que. iio caso de aumento de
temperatura (A , > O), os esforços normais existentes no cabo irão abaixar
(o que 6 razoável. pois o aumento de temperatura provoca um aumento de
flecha do cabo). Para diminuição de temperatura (A , < O), entretanto, como
Iiaverá redução da flecha, os esforços normais aumentarãg, podendo este
aumento assumir valores apreciáveis para o caso de cabos com flechas muito
pequenas. não podendo se deixar de levar em conta, neste caso a influência
deste aumento de esforço normal no dimensionamento do cabo.
Introdução ao estudo dos cabos 283
f Por exemplo, suponhamos um cabo com n =-= 0.01. A, = -30 "C,
I
a , = 10-5/"C e com linha de fechamento horizontal:
Teremos pela expressão (111.29):
o que mostra que a variação de temperatura majorou em 56% o esforço
normal atuante no cabo.
f Para relações n =-um pouco maiores, a influência de diminuição de I c
temperatura já cai bastante. Se tivkssernos 11 =$= 0,03, mantendo os
outros dados do exemplo anterior desta obsewaçáo, obterí&os: .V, =
= 1,063 N. o que mostra a baixa sensibilidade às variaçóes t6rinicas normais
de cabos com flechas não excessivamente pequenas.
b) A variaçio de comprimento A L de um cabo parabólico devida à
variação de temperatura Ar vale, evidentemente:
AL = a,AtL ou seja, levando-se em conta (111.17):
acAt 1 8 AL = - (1 +-ii2cos4a)
COS N 3
2.4.3 - Ação do vento
No projeto de um cabo, caso exposto, não podemos deixar de levar em
conta, al6m da influéncia das cargas tipo permanentes (peso próprio, etc.)
a influência do vento que 6 traduzida
por uma carga uniformemente distri-
buída v. definida pelas normas de
projeto de cada país e que deve ser
somada vetorialmente ao carregamento
p atuante, conforme indica o esquema
da Fig. 11-14.1, dimensionando-se o
pv
P',. -. -Lq
cabo para o carregamento resultante
q. " O valor do ângulo u dependerá,
evidentemente, da direçào em que o
vento sopra, e devemos atentar para
os pontos seguintes: Fi. 111-14.1
I I Pernianrçcndo válidas, para este carregamento 'bq" todas % expressões deduzidas
no item 2 deste ca~itulo.
284 Curso de analise estmtural
a) Caso de - 5 < a < V sen oi
- 2 - - - - - - - - -
Conforme mostra a Fig. 111-14, a
componente vertical de carga devido à
influência do vento, passará a ser
= [
(p + v cos a), o que acarretará, eviden- , I
temente, um aumento da flecha verti- '% _ - - - - __ - -
p+vmsar
cal do cabo.
A consideração deste aumento de Fig. 111-14.2
flecha do cabo devido ao vento é par-
ticularmente importante no projeto
das linhas de transmissáo, pois nelas exige-se uma distância minima dmh
do cabo a? solo, ficando definida a altura minima de cada torre da linha
de transmissão (que são os elementos mais caros da linha) pela expressão
(111.31), obtida do esquema da Fig. 111-15.
H >fven. máx. + dmin (111.31)
Fig. 111-15
I ) fVert. ,i, é calculada, conforme mostra a Fig. 111-14, para a carga í$ +
+ v cos a);
2) Os esforços normais no cabo são calculados para
q = d(p + v cos a)' + ( V sen a)'
Neste caso, que d o de vento succionando o cabo, haverá uma inversão
no sentido da solicitação vertical atuante sobre o mesmo, que passará a ser
Introdução ao estudo dos cabai 285
contrária à da gravidade; o cabo tenderia a trocar a sua concavidade, passando
a ter flechas para cima, pois buscaria a configuração na qual estivesse tra-
balhando à tração, que 6 a única forma de trabalho estático capaz de desem-
penhar. Esta trndencia chega a ocorrer para cabos suportando coberturas
muito leves e, evidentemente, não podemos deixar o cabo mudar sua conca-
vidade, pois isto implicaria na destmição do material suportado pelos cabos,
que funciona como cobertura, alem de introduzir &rios problemas de
vibração na estrutura. Quando tal ocorre, adotamos a solução esquematizada
na Fig. 111-16, constituindo-se, basicamente, na adoçáo de dois cabos
portantes @ e @ de concavidades opostas, interligadas por barras verticais
capazes de trabalhar à compressão ou à tração, de tal forma que, para a
situação de cargas de cima para baixo, funcionará o cabo @ (recebendo,
inclusive, o peso do cabo a), trabaihando o cabo @ para a situação de
sucção (carga de baixo para cima).
Fig. 111-16
3 - CABOS COM CARREGAMENTO UNIFORMEMENTE
D I S T R I B U ~ SEGUNM) SEU COMPRIMENTO
3.1 - Caso geral: pontos de simpensão em níveis diferentes
a) Determinação da elástica
Seja o cabo AB da Fig. 111-17,submetido à atuação do carregamento q
uniformemente distribuído segundo seu comprimento, indicado na figura.
f " ~ a s o em que-> 0,20, no qual a hipótese de considerarmos o carregamento dis- I
tribuido segundo o vào introduziria nos resultados enos superiores aos aceitáveis.
Cursa de análise estrutural
l t
,
, ,
, , ,
A
, * X
/
/ '
Fig. 111-17
Chamando q, à inclinação do cabo com a horizontal em A e ip à inclinaçáo
numa seção genérica S (x. y ] , podemos escrever, as seguintes relaç0es entre
o esforço iiormal N atuante numa seção gen6rica S do cabo e o esforço
nomal NA atuante em A , a partir do esquema da Fig. 111-18, obtido desta-
cando o arco AS do cabo.
Por 2X = O Ncosq = NA cos q, =
= H ' c o s a (111.32)
Por XY = O Nsenq = NA senq, t qs
Dividindo membro a membro as duas
F-"---
últimas igualdades, vem:
qs tgq ;- tgip, + -
H ' cos rr
Introduzindo o parâmetro auxiliar a.
definido por (UI.34), ficamos com:
H'cos <r =-
4
Diferenciando (111.33) e levando em conta que
Fig. 111-1 8
ds = c 1 + (-)' dx, vem:
Introdução ao estudo dos cabos
Sy dx =-=- 1 + (dY
dx2 ds a a n d . r , dr ou seja:
d2i. 1 JJJdvz' ,z=y 1 + ( A ) dx
Esta equação diferrncial defiiie a elástica do cabo e temos, iiitegrindo-a
sucessivameiite duas vezes:
x
*= serih (- + K), seiido K uma coristatite de integração
dx a
I'
y = a cosh (:+ K ) + C. sciido C uma segunda constante dc integração.
a
Levando em conta que. para x = 0 , temos: y ( 0 ) = 0. obtemos:
O = u cosh R + C : C = -a cosh K
A eqiiaçio da elástica do cabo 6, então:
X ,v = a [cosh (-+ K ) - cosh K] (111.35)
a
O valor de h' é obtido da condiçáo .v (li = d . obtendo-se:
- - I
- cosli (-+ K ) - cosli K. oii desenvolvendo-se:
a U
1 I d
(cosh- - 1 ) cosh K + senh-senh K =-
a a a
(111.36)
A equação (111.35) mostra que a elástica do czbo 6 dada por uma catená-
ria, que fica definida desde que se conheça o valor de a, para o que cada
problema deve possuir um dado adicioiial que permita sua obtenção.
Notar bem que. conhecido a, o valor de K náo será iiic6gnita adicional,
pois pode ser determinado pela eqiiação transceiideiite (111.36) (iiormalmente
resolvida por tentativas).
b) Determinação do comprimento do cabo
Da expressão !111.33), obtemos
d l~
s = a (- - tg q,)
dx
d? x Como- = senh (-+ K ) e
dx a
di,
tgq, = (-) = senh R, ficamos com
~1.x .y = n
288 Curso de analise estrutural
x
s = a [senh (-+ K) - senh K], simbolizando esta expressão o comprimento
a
do cabo medido desde o apoio A até uma seção genérica S.
O comprimento total L do cabo é, então, obtido fazendo-se x = 1 nesta
última expressão, chegando-se à expressão (111.37) que o define.
c ) Detenninqão dos esforços normais
Os esforços normais N atuantes numa seção genérica S do cabo São pron-
tamente obtidos a partir das expressóes anteriores, senão vejamos:
De (III.321, temos N = H' = ~ ' c o s a sec 9
COS O
Levando em conta (111.34), vem: N = q a sec 9
dy x Finalmente, observando que $9 =- = senh (-+ K), ficamos com:
dx a
X N = q a J I + senh2 (L+ K) = q a cosh (-+ K )
a a
Os esforços normais (de tração) atuantes numa seção genérica do cabo
são dados, então, por:
X N (x) = q a cosh (- + K )
a
(111.38)
X Observação: O esforço normal máximo ocorrerá quando cosh (-+ K)
a
for máximo, ou seja, quando y for miximo (no caso da Fig. 111.18, isto
ocorreria para o apoio B do cabo), valendo, a partir de (111.38) e (111.35):
N,á, = q @,i, + a cosh K) (U1.39)
d) Resumo do formulário
O estudo de um cabo, submetido a um carregamento uniformemente
distribuído segundo seu comprimento, fica resolvido atraves das expressões
1 1 . 3 5 , (111.37, (ILI.38) e (I11.39), todas elas função do parâmetro a,
definido por (II1.34), sendo o valor de K obtido, a partir do conheciniento
de a, pela resolução da equação transcendente (III.36).
H' cos a a = - (111.34)
4
Introducáo ao estudo dos cabos 289
Fig. nl-I 9
1 1 d (cosh-- 1) cosh K + senh-senh K =- (111.36)
a a a
X
N ( x ) = q a cosh (ã+ K ) (111.38)
~~a~ = O>,,,áx + a C O S ~ K ) (111.39)
3.2 - Caso particular: pontos de suspensão no mesmo nível
Para o caso particular de termos os pontos de suspensão A e B no mesmo
nível, as expressóes do item anterior se simplificarão extraordinariamente
com a adoção do sistema de coordeiiadas representado na Fig. 111-20
Fig. 111-20
290 Curso de analise estrutural
(obtido adotando-se como origem o ponto de máximo da catenária),
obtendo-se, por procedimento matemático inteiramente análogo ao adotado
no item anterior, as expressóes (111.41) a (111.44) que resolvem o problema.
todas elas em função do parimetro auxiliar a, definido por (111.40) e
referindo-se à Fig. 111-20.
Observa~áo: Cada problema deverá apresentar um dado suplementar que
conduza à determinação do parâmetro auxiliar a, a partir do qual a cateliiria
fica defiiiida. (Os dados mais usuais são a flecha f do cabo ou o esforço
normal N,,, desejado no cabo.)I3
3.3 - Aplicações
Ex. 111-4 Um cabo pesando 0,3 t/in 6 suspenso em dois pontos situados
no mesmo iiível e distaiites 400 m. Determinar o esforço iiormal máximo
nele atuante e o comprimento total do cabo, sabendo-se que a fleclia desejada
é de 100 ni.
I3l'sta obqervaçào r' vilida para o caso dc pontos de suspensão no mesino nível ou
rm níveis difcrcntrs.
'4~má, ocorre em A c B. podendo ser obtido. diretamente a partir do esquema
da bip. 111-19 por
Introdução ao estudo dos cabos 291
Conforme indica a Fig. 111-21, temos, para x = 200 : y = f = 100.
Iiitroduzindo-se estes valores na expressão (lII.41) obtemos
200 200 1 O0
100 = a (cosli - - I), ou seja: cosh - = 1 + -. , a a a
A resolu+o desta eqiiaçáo transcendente em a 6 feita, usualmente, por
tentativas, a partir de um quadro de valores como o indicado na Fig. 111-22,
no qual vamos experimentando diversos valores para a. até temos uma
diferença desprezível entre os dois membros da equação em face da precisão
desejada no cálculo.
Fig. 111-22- Obtincáo iie o
Obtemos, ciitáo: a = 215 m
Dai vem:
Por (111.44): N,,,h, = q (a + f) = 0,3 (215 + 100) = 94,s t
I
Por (111.42): 1. = 20 senh - = 2 X 215 senh 200 = 460,2 m
20 215
Ex. 111-5 - Que flecha f devemos dar a um cabo submetido a uma carga
distribuída q segundo seu comprimento e vencerido um váo I (estando os
pontos de suspensão no mesmo nível), para que o mesnio fique siibmetido
aos menores esforços normais possíveis? Qual o valor do esforço normal
máximo que atuará no cabo nestas condiçóes?
Da expressáo (111.44) temos que o esforço normal máximo atuante no
cabo será mínimo quando a soma (a + fj for mínima Qá que q é coiistante).
292 CUM de anblise estrutural
Explicitemos esta soma S = (a + f) como função de a:
Temos:
1 I
S = a + a (cosh - - 1) = a cosh -
2a 2a
dS
Para que S = S(a) seja mínimo, devemos ter - = O, ou seja: da
1 20
Obtemos, enião: $h - = - 20 1
Resolvendo, por tentativas, esta equação transcendente (por procedimento
inteiramente análogo ao do exemplo anterior), obtemos
I -- - 1,2
20
1
A flecha valera, então: f = a (cosh - - 1) = 2a
- - - ' (cosh 1,2 - 1) = 0,3381 = 33,8%1
2.4
O esforço normal máximo atuante nestas circunstãncias (equivalendo
a m í ~ m o esforço normal máximo para o vão 1 e a carga distribuída Q
atuante) valerá:
Obse~~<~çiio: Note o leitor o grande partido que pode ser tirado, na prática,
das conclusóes obtidas neste exercício.
4 - EXERCfCIOS PROPOSTOS
4.1 - O cabo de aço de uma ponte pênsil de 800 m de vão, cujos pontos
de suspensão estão no mesmo nível, deve suportar uma carga total máxima
uniformemente distribuída de 8 t/m. Sabendo-se que sua flecha B de 60 m,
pede-se determinar a área necessária de sua seção transversal, sabendese
que a tensão admissivel deste aço à tração é de õ = 20.000 t/mz.
4.2 - Para os valores do exemplo anterior, calcular:
a) Comprimento total docabo;
b) Alongamento elástico do cabo;
C) Variação do esforço normal no cabo se o mesmo for submetido a uma
diminuição uniforme de temperatura de 50 'C.
Introdução ao esiudo d a d o s 293
São dados: ol,b = 10-s/oC; Eab, = 2 X 10't/mz
4.3 - Um cabo deve suportar uma carga uniformemente distribuída de
1 t/m segundo o seu vão, que é de Som, existindo um desnível de 10m
entre os pontos de suspensão.
Sabendo-se que o esforço normal máximo admissivel que o cabo pode
suportar vale 100 t, pede-se determinar seu comprimento total.
4.4 - O cabo de uma linha de transmissão suspenso em dois pontos no
mesmo nível, deve vencer um vão de Som, com um comprimento total
de 110 m, tendo uma carga distribuída de 0,005 t/m segundo seu comprimen-
to. Calcular sua flecha e o valor do esforço normal máximo atuante.
4.5 - Calculas a flecha 'r do cabo da Fig 111-23 e os esforços simples
na seção A .da barra AB, sabendo-se que o caboBCD, de comprimento total =
= 185 m, pesa 5 kg/m e esta em equilibrio com a corda CD de 65 m pendendo
Livremente. O atrito e as dimensóes da roldana em C são despreziveis.
Fig. Iii-23
EDIÇÃO 2575 A - Para pedidos telegráficos deste livm, basta indicar o número 2575 A,
antepondo a esse número a quantidade desejada. Por exemplo. para pedir 5 exemplares, é
suficiente telegrafar assim: Dicionário - Rio de Janeiro - 52575 A. Desejando-se
encomendar 10 ou mais exemnlares. não é necessário transmitir a letra A.
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