Prévia do material em texto
1 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3 2 CULTURA DIGITAL E EDUCAÇÃO ................................................................... 4 2.1 Das aulas presenciais às remotas no período de pandemia ...................... 9 3 AS TECNOLGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO .............. 12 2.1. As TDIC’S ................................................................................................. 12 2.2. As TDIC’S no contexto da educação ........................................................ 14 2.3. Metodologias ativas e mediação tecnológica ........................................... 16 2.4. A sala de aula invertida ............................................................................ 22 2.5. As contribuições das TDIC’S para a sala de aula invertida ...................... 26 2.5.1. Vídeos/ Séries de Netflix ............................................................. 27 2.5.2. Podcasts ...................................................................................... 27 2.5.3. E-books ....................................................................................... 28 2.5.4. Redes Sociais ............................................................................. 28 2.5.5. Ambientes virtuais de aprendizagens (AVA) ............................... 29 2.5.6. Aplicativos educacionais (Apps) .................................................. 29 2.6. Recursos virtuais para avaliação das aprendizagens ............................... 30 4 MÉTODOS PARA O ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA ............................... 32 3.1. Aproximações e distanciamentos entre a língua materna e a língua estrangeira 33 3.2. Aprendizado de uma segunda língua ....................................................... 35 3.3. Métodos norteadores para o ensino da língua espanhola ........................ 36 5.3.1. Método Gramática e tradução ..................................................... 36 5.3.2. Método direto ou sem intervenção de tradução .......................... 37 5.3.3. Método áudio-lingual ................................................................... 38 2 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 5.3.4. Método da Competência comunicativa ........................................ 38 5 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 41 3 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 2 CULTURA DIGITAL E EDUCAÇÃO Fonte: https://www.mtitecnologia.com.br/ A revolução tecnológica vivida nos últimos anos mudou a forma de nos relacionarmos com as tecnologias, nas relações interpessoais, gerou novos modelos de comunicação, etc. Para a educação, a cultura digital gera novos modos de ensinar e aprender. Várias novas perspectivas surgem para a educação, e estas vêm sendo discutidas por vários estudiosos da área e por organizações. Castells (2012) nos chama atenção para a emergência da autocomunicação, que se apoia em redes horizontais de comunicação multilateral e interativa. A escola tradicional, antes tida como principal fonte de saber, não é mais o único grande centro de ensino e aprendizagem. Amplia-se a dimensão da aprendizagem, que se estende para outros centros e setores sociais e econômicos. Uma nova concepção surge de “aprendizagem ao longo da vida”, considerando que o cenário digital dinamiza o processo de aprendizagem, ao gerar novas necessidades, habilidades e saberes. Partindo desse panorama geral, podemos nos questionar sobre qual o futuro do aprender e ensinar na cultura digital, num contexto ciberespacial e das ciberterritorialidades, quais as tendências. Antes de nos debruçarmos sobre isso, Almeida; Netto; Souza (2019) nos explicam que: Ao adentrarmos no ciberespaço, seja por meio de um notebbok, tablet ou smartphone, acionamos espaços-tempos outros que não são opostos à materialidade, mas que se complementam, se hibridizam, se encaixam e operam por justaposições, criando uma rede, uma teia complexa de relações mediada pelas tecnologias. Nesse contexto complexo do ciberespaço, de 5 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL fronteiras físicas diluídas, de inúmeras possibilidades de conexões é que vai se estabelecer a cibercultura [...] (ALMEIDA; NETTO; SOUZA, 2019, p. 78). As autoras ampliam o conceito de ciberespaço, quando criam o conceito de ciberterritorialidade como uma forma de nos fazerem compreender de que o contato com as TDICs altera e modifica nossa percepção e experiência espaço-temporal e nossa relação com o território físico, social, cultural, virtual. Nesse sentido, as professoras construíram o termo ciberterritorialidade para designar as apropriações do território virtual, as práticas do ciberespaço co-constituídas socialmente e que conferem sentido ao espaço vivido. Neste artigo, as ciberterritorialidades dizem respeito aos modos de apropriação de docentes e discentes do território virtual, atravessados pelas condições econômicas e sociais, pelos afetos e pela cultura, tensionadas por relações de poder. (ALMEIDA; NETTO; SOUZA, 2019, p. 78) Tomando esses dois conceitos como base, apontamos algumas ressignificações importantes que indicam novas concepções de ensino-aprendizagem para o novo século: Maior conexão entre espaços físicos e virtuais: as novas concepções de ensino e aprendizagem apontam para uma combinação entre os espaços virtuais e os espaços físicos, entre os processos presenciais e os processos de educação a distância (EaD). Assim, o atual contexto educativo deve estar aberto para as possibilidades geradas pelo desenvolvimento de suportes tecnológicos, que permitem uma gama de facilidades para a interação, colaboração, etc. A educação perde seu caráter “de cima para baixo” e, com ênfase no on-line, coloca o aluno como protagonista da aprendizagem, combatendo a hierarquização de papéis e saberes, assim como o viés reducionista de comunicação em sentido único. Muda-se o foco do ensino: com uma rede que permite a interação e a troca mútua, o ensino se torna de “todos para todos”, e não de “um para todos”, com interconexão, acesso a informações de todas as partes, em que não existe somente uma fonte de transmissão de conhecimentos – os novos meios tecnológicos incentivam que o próprio aluno seja cada vez mais autor de seu processo de ensino- aprendizagem, a partir da construção colaborativa. Há uma descentralização de certas estruturas da escola tradicional. 6 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Aprendizagem como construção coletiva: os espaços formais de ensino são combinados com outros espaços de construção coletiva e informalde conhecimento. As redes sociais são um exemplo. Os conteúdos educacionais estão presentes em cenários não escolares que permitem interação. Colaboratividade, horizontalidade dos processos de ensino-aprendizagem, mudanças de papéis entre alunos e professores, etc. são algumas mudanças que marcam este novo cenário. Importante enfatizar que essas novas concepções colocam as tecnologias digitais em um patamar que ultrapassa o nível instrumental. A questão tecnológica no contexto educacional deve ultrapassar a necessidade de oferta de equipamentos nas escolas. Ligado a isso, mais importante é criar condições para a construção de comunidades de aprendizagem on-line que amplia a aprendizagem, de acordo com as possibilidades do novo ambiente. De acordo com Alonso et al. (2014, p. 166): As comunidades mudam a cultura do aprender e ensinar pelo compartilhamento. Em tempos e espaços dilatados vínculos são criados, estabelecem-se objetivos comuns e coletivamente convivemos, conectando ideias e práticas em redes. Há uma conexão, as comunidades fazem ressignificar objetivos, conteúdos, papéis e métodos da educação escolar. Embora mais tendência do que realidade definida e delimitada é um movimento que possibilita antever processos dinâmicos e colaborativos para se pensar o desenvolvimento/construção de conhecimentos. Considerando essa nova realidade e a mudança inevitável de vários fatores no ambiente e na cultura escolar, o presente material se propõe apresentar algumas temáticas importantes sobre os estudos ligados ao uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDCIs), no processo de ensino aprendizagem de modo geral e, em particular, para o ensino da língua espanhola. A cultura digital é favorável para um contexto educacional baseado na colaboração, na horizontalidade, etc., como bem vimos. No entanto, algumas limitações precisam ser ponderadas, assim como o papel do docente em cada uma delas. Em relação ao aumento exponencial dos fluxos de informação e a falta de criticidade, é notável que, apesar de a inteligência coletiva ser um processo que contribui para uma grande rede de conhecimento e “bagagem” de conteúdo, é 7 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL necessário saber lidar de forma ponderada e crítica com o grande volume de informações. Além de desenvolver habilidades de criticidade nos alunos sobre qual fonte de informação utilizar, como chegar a fontes de informações confiáveis e como comparar e organizar conteúdos em rede, o docente precisa chamar a atenção para aspectos éticos, de direitos autorais, plágio, etc. As interações e a troca de informações nesse fluxo em rede devem se atentar à diversidade de opiniões e à diversidade cultural, dentre outros. A respeito da lacuna de participação, Jenkins et al. (2006) alertam para o fato de que o acesso às tecnologias e culturas digitais não é o mesmo em todas as regiões de um mesmo país, assim como nos vários cantos do mundo. Existe também um acesso desigual às oportunidades, às experiências, às habilidades e aos conhecimentos que vão preparar os jovens para a plena participação na cultura digital. Fatores econômicos, sociais e até políticos influenciam no grau de participação. Os professores e as escolas devem estar atentos às desigualdades de acesso, considerando alunos mais ou menos inseridos nessa cultura do digital, e procurar superar essas lacunas promovendo atividades cooperativas, em que uns aprendem com os outros, considerando esses diferentes níveis de acesso. O cenário pandêmico de educação tem nos confirmado esse dado. Basta pesquisar sobre o acesso à internet e às tecnologias desses dois últimos anos e perceber que estamos longe, enquanto país, de garantir esse acesso igualitário. Jenkins et al. (2006) pondera sobre o culto às habilidades das novas gerações: o fato de existir uma tendência em cultuar as habilidades da geração chamada millenium (nativos digitais), sem supervisão e adequação. Ou seja, o papel do professor e das escolas deve ser crítico sobre o uso que se faz das novas tecnologias. Alguns defensores da cultura digital agem como se os jovens pudessem simplesmente adquirir habilidades por conta própria, sem intervenção e mediação. Crianças e jovens sabem mais sobre esses novos ambientes de mídia do que a maioria dos pais e professores — de fato, mas é preciso promover uma apropriação crítica e reflexiva. Sobre a resistência da cultura escolar às novas mídias, é evidente que a inserção das novas mídias e tecnologias no ambiente escolar possibilitou uma ampliação dos espaços de aprendizagem. No entanto, ainda há uma barreira a ser vencida para que a escola não se limite apenas a usar as tecnologias de forma 8 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL instrumental, sem o desenvolvimento de novas abordagens e práticas. A cultura escolar engessada, assim como a formação ultrapassada do professor, dos gestores educacionais, etc. são limitações para a promoção de processos de ensino- aprendizagem mais voltados para o ambiente de cultura digital. Não é tão fácil e rápido para que as instituições escolares mudem o formato de ensinar e aprender, considerando que a escola já não é mais a única instituição a repassar ou socializar conhecimentos. As salas de aula tradicionais já não combinam mais com a dinâmica dos espaços interativos on-line, mas persistem. Os alunos já não aprendem somente com o professor e estando somente na escola, mas em diferentes locais, em diferentes tempos, interagindo com diferentes pessoas. Assim, se faz importante reformular vários aspectos ligados à cultura escolar que ainda persistem e não combinam mais com o panorama da era digital. O docente precisa também revisar práticas inadequadas que não colaboram mais com essa conjuntura. Essa observação é válida para os professores ou futuros professores de língua espanhola. A postura ativa dos usuários na produção de conteúdo, a conectividade generalizada, e a reconfiguração do cenário sociocultural são as bases da cultura digital. Ela cria um novo cenário de participação social, cultural, profissional, etc. É por meio do uso dessas tecnologias que “medimos” o quanto alguém pode estar totalmente inserido na nova sociedade da informação, ou excluído. É nesse ponto que entra a educação: além de se aproveitar das ferramentas digitais, a principal missão das entidades escolares é incluir as pessoas nesse cenário de participação digital, desenvolvendo competências e habilidades para tal objetivo. Posto isso, não basta apenas relacionar a cultura digital e escola sem pensar na necessidade de reformular práticas de alfabetização. Conforme nos alertam Lee e So (2014, p. 138), “[...] as pessoas precisam de competências e habilidades não tradicionais para lidar com a mudança dos ambientes sociais e tecnológicos”. Ser alfabetizado hoje, em meio à cultura digital, inclui saber ler e escrever não só pelos meios tradicionais, mas também através das tecnologias digitais. Tirar proveito educativo e como cidadão desse cenário digital vai muito além de atuar apenas como mero consumidor de conteúdo. 9 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 2.1 Das aulas presenciais às remotas no período de pandemia Em 11 de março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o mundo se encontrava em pandemia do novo Coronavírus, os países de todo o mundo tomaram atitudes preventivas. A declaração da pandemia levou a educação a migrar para o ensino remoto emergencial, que foi aprovado temporariamente pelo MEC, de forma que houvesse a possibilidade de as instituições de ensino cumprirem com o seu cronograma de planejamento de aulas presenciais até que as aulas pudessem ser retomadas no ambiente escolar. O ensino por meio do rádio e da televisão, identificado por muitos como ultrapassado em uma educação 4.0, precisouser retomado em diferentes regiões do Brasil, devido às instabilidades do sinal de internet e acesso à educação em comunidades indígenas e quilombolas. Na aprendizagem remota, o que ocorre é a virtualização momentânea do ensino presencial, em que há a possibilidade de os professores ministrarem as suas aulas nos horários em que haviam sido definidos no ensino presencial, com a possibilidade de encontrar seus alunos neste momento. O ambiente do ensino remoto precisou ser migrado para plataformas digitais que possibilitassem o ensino, o armazenamento de arquivos, reuniões em videoconferência além da criação de salas de aulas virtuais. Em qualquer uma dessas modalidades de ensino em que se faça uso de plataformas digitais, a preparação e formação do corpo docente e discente é totalmente necessário. Para o corpo docente, a capacitação consiste no processo de ambientação na plataforma adotada pela instituição e das metodologias de aprendizagem voltadas para o ensino on-line ou remoto. Já para o corpo discente, ao ingressar em plataformas de ensino virtuais, é necessário um momento de ambientação, de forma que a instituição disponibilize um tour virtual, para que o aluno compreenda a plataforma, o seu ambiente virtual de aprendizagem e possa utilizá-lo a favor, do seu aprendizado e da sua qualificação profissional e acadêmica. Ainda que a metodologia adotada pela instituição seja voltada para o ensino on-line, ou educação à distância, ou remota, cada instituição de ensino deve elaborar documentos que norteie o aluno e o professor quanto aos critérios de aprovação 10 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL validação do aprendizado do aluno neste ambiente de e estejam em atendimento com a legislação vigente. Durante a pandemia, as plataformas de aprendizagens tornaram-se aliadas no processo de ensino aprendizagem, proporcionando diversos recursos para que o professor pudesse ensinar. Contudo, a pandemia também desnudou carências sociais, econômicas e desafiou os educadores não apenas ao que se refere à adequação curricular a um modelo de ensino, mas o favorecimento ao acesso ao processo de ensino e de aprendizagem dos próprios alunos. No ambiente remoto, os docentes precisaram sair da unilateralidade de comunicação com seus alunos e migrar para o multicanalidade, uma vez que o contato abandonou o formato presencial. Logo, os docentes, inclusive os professores de Língua Espanhola, se viram impelidos a trabalhar em diferentes canais digitais e virtuais, tais como: portais adotados pelas instituições de ensino, e-mail, redes sociais entre outros. Alguns alunos sentiram proximidade, outros a sensação de exclusão, em virtude das nuances sociais e econômicas que a educação remota expôs. O ensino remoto exigiu dos alunos e professores, a reformulação dos horários, da rotina de estudos e um constante feedback docente, uma vez que a aprendizagem deixou de ser linear e passou a ser exponencial. Os procedimentos didáticos traduziram-se em aulas orientadas por tarefas autodirigidas e adaptadas às realidades de aprendizagem dos alunos. A inserção das metodologias ativas permitiu estabelecer discussões e buscou promover entre os alunos uma postura mais operante, cooperativa e colaborativa, compartilhando e socializando informações. De alguma forma, possibilitou-se a construção de momentos de formação, através de estratégias, tais como o Brainstorming, o Brainswritting, o Scamper ou o Mindstorming, valorizando os conhecimentos prévios dos estudantes. Trata-se de um outro processo de ensino aprendizagem, pois, extrapola a dinâmica da aula expositiva. Seja no ensino fundamental, médio ou superior, o aprendizado requer aulas dialógicas de cunho teórico e prático, de aulas diversificadas com pesquisas, com trabalhos de campo, com estudos individuais e em grupo, com estudos dirigidos e com outras atividades curriculares. 11 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL A pandemia do Covid-19 desafiou professores e alunos a reconfigurarem suas maneiras de ensinar e de aprender. De certa forma, o novo apenas pode ser interpretado por definir a austera exigência do caminho único do ensino remoto e a imposição do teletrabalho ou home office, uma vez que o uso de webquest, webinars, redes sociais, blogs, fóruns, portfólios, produção audiovisual, apresentação de enquetes e uso de softwares diversos entremeava as salas de aula presenciais, embora com menor incidência. A questão é que o ensino remoto apresenta algumas exigências adicionais que não podemos desconsiderar. Como já foi comentado, mas nunca é demais repetir, a interação professor-aluno é essencial por meio de videochamadas, chats e outros recursos que aproximem e suavizem o vácuo produzido pelo distanciamento social. O professor que incentiva seus alunos faz toda a diferença para o ensino remoto. Nessa leitura se percebe a relevância da educação socioemocional, já conhecida quando se falava em desenvolvimento de competências – o CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes). Momento este que exige abertura para o novo e novas experiências, empatia, resiliência, conscienciosidade, afabilidade e alteridade, ações fundamentais que extrapolam os conceitos e transcrevem, com lucidez e prática, o nosso cotidiano. Aos poucos a novidade se torna rotina e nos habituamos, mas diante da impermanência e circunstâncias pungentes que nos sãos impostas obrigamo-nos a nos redesenhar, redefinir e reescrever nossa prática diária o tempo todo. O ensino remoto nos muniu de habilidades importantes, nos redescobrimos enquanto educadores e ampliamos as ferramentas para que o aluno pudesse usufruir da mesma aula que cultivávamos, com esmero, no ensino presencial. Mesmo que prossiga o ensino remoto ou sejamos convidamos a adotar o ensino híbrido, encontramo-nos preparados, expertises foram desenvolvidas, habilidades conquistadas, apenas será necessário um novo planejamento para nos adequarmos ao cenário que exigirá nossa atuação e competência. Estamos em constante mutação e, nesse momento, somos pioneiros de um momento significativo de mudanças no conceito e na prática do ensinar e do aprender. 12 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 3 AS TECNOLGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Fonte: https://formacaoceja.blogspot.com/ As novas concepções de ensino-aprendizagem no cenário digital apontam para abordagens que priorizem metodologias ativas. A sala da aula invertida traz muitos benefícios aos estudantes, que assumem postura ativa e colaborativa em proposta na qual o espaço tradicional de aprendizagem é invertido. O professor também passa a desempenhar novos papéis nesse processo. As novas concepções de ensino-aprendizagem no cenário digital apontam para abordagens que priorizem metodologias ativas. A sala da aula invertida traz muitos benefícios aos estudantes, que assumem postura ativa e colaborativa em proposta na qual o espaço tradicional de aprendizagem é invertido. O professor também passa a desempenhar novos papéis nesse processo. 2.1. As TDIC’S De acordo com Kenski (2012), a palavra tecnologia nos remete muito além de uma máquina. O conceito de tecnologia é amplo e diz respeito à totalidade de coisas que o cérebro humano é capaz de criar e construir, em todas as épocas. Os óculos são uma tecnologia, a escrita é uma tecnologia, e assim por diante. 13 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL As tecnologias têm suas formas de uso e suas aplicações e visam a atender as necessidades humanas. São geradas a partir da utilização de diversos recursos, de técnicas e conhecimento científico, e se tornam ferramentas instrumentais e simbólicas. Para Kenski (2012, p. 24), o conjunto de “[...] conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinadotipo de atividade, chamamos de tecnologia”. Cada época da história humana foi marcada por suas revoluções tecnológicas. Sem dúvida, a era em que estamos é marcada pela tecnologia digital, que abrange um conjunto de tecnologias que revolucionou as últimas décadas. As tecnologias digitais, diferentemente das analógicas, permitem transformar dados em números binários, isto é, em “zeros” e “uns” (0 e 1). Ou seja, um texto ou uma imagem são “lidos” pelos dispositivos digitais em linguagem numérica e aparecem para nós na forma final de uma linguagem que conhecemos. A tecnologia digital supera em vários aspectos a tecnologia analógica, que funciona por meio do sinal analógico, considerado hoje inferior ao sinal digital. Essas tecnologias digitais revolucionaram a indústria, a comunicação, a economia e a sociedade de forma geral. Com elas, as formas de armazenamento e de difusão de informação se expandiram, a comunicação passou a ser em rede e a informação passou a ser descentralizada. A tecnologia digital gera vários outros tipos de tecnologias, como as TDICs, que são o cerne desse processo de revolução digital e surgem no contexto da Revolução Informacional, chamada também de Revolução Telemática ou, ainda, Terceira Revolução Industrial, que acontecem a partir da segunda metade da década de 1970 e avançam nos anos 1990. As TDICs envolvem tanto dispositivos quanto softwares relacionados à comunicação e à disseminação de informação: telefones celulares, smartphones, programas de acesso à internet e conteúdos midiáticos como podcasts, blogs, etc. Belloni (2008) indica dois principais componentes que formam o conceito de TDICs: a comunicação e a informação. Ela considera a comunicação como processo que pode se articular por meio das redes multisserviços, capazes de proporcionar interações mais efetivas. Já a informação se relaciona com o conteúdo, que pode estar em vários formatos e linguagens: vídeos, textos, imagens, etc. 14 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 2.2. As TDIC’S no contexto da educação Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ Apesar de evoluir vários aspectos da comunicação humana, o processamento e a propagação de informações e as TDICs geram novas demandas para a alfabetização. A escola precisa incorporar a cultura gerada pelas TDICs, seus materiais, suas técnicas, seus usos, etc. em suas práticas cotidianas pedagógicas, em todos os níveis de ensino. Torna-se necessária a mudança de paradigmas de “[...] uma prática pedagógica conservadora, repetitiva e acrítica” (BEHERNS, 2000, p. 69) para práticas que se apropriem das tecnologias digitais de forma significativa, que favoreçam metodologias ativas de ensino e aprendizagem mais coerentes com a dinâmica do mundo digital, assim como o desenvolvimento de habilidades e competências aclamadas pela era digital. Vários estudiosos defendem que as propostas pedagógicas estejam entrelaçadas com as TDICs, que podem contribuir de várias maneiras para otimizar o processo de ensino e de aprendizagem. Com a convergência de linguagens, as TDICs podem contribuir expressivamente para a absorção das informações e aproveitamento do conhecimento pelo aluno. Porém, além disso, o que se tem enfatizado também é a forma como as TDICs têm contribuído para desenvolver metodologias de 15 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL aprendizagem abertas que estão associadas a concepções mais construtivistas do processo de aprendizagem de sujeitos autônomos (BELLONI, 2008). Nessa perspectiva, são muitas as possibilidades pedagógicas com as TDICs que podem trazer melhorias no processo de ensino-aprendizagem de uma segunda língua. Além da simples inserção dessas tecnologias no ambiente escolar, o que se espera é que sejam criadas novas formas e técnicas para a adoção de metodologias de aprendizagem abertas e ativas. Um dos grandes problemas do nosso modelo educacional atual é que tanto o ensino presencial tradicional quanto o ensino remoto e o ensino a distância são quase exclusivamente instrucionais e padronizados. Deveríamos partir para a construção de modelos em que a instrução e a padronização não prevaleçam e sejam substituídas por componentes construcionistas e mais centrados no aluno. A proposta não é eliminar os componentes instrucionais e padronizados, pois o acesso à informação, o embasamento teórico e o componente instrucional do processo são fundamentais para o bom funcionamento de modelos mais construcionistas, com uso de metodologias ativas de aprendizagem. Hoje, ainda há um grande desequilíbrio entre o modelo tradicional e o contructivista. Na busca pelo reequilíbrio do nosso modelo educacional, parte da aula expositiva (ou toda ela, dependendo do modelo) poderia ser substituída por conteúdo digital, em trilhas de aprendizagem ou plataformas adaptativas que permitissem o acesso do aluno ao conteúdo quando quiser, onde estiver, quantas vezes quiser ou precisar, em seu próprio ritmo. Isso permitiria que, nos momentos presenciais ou on- line síncronos, no caso do ensino remoto, o tempo da aula e a oportunidade de interação entre os colegas e entre professor e aluno fossem aproveitados para a realização de metodologias mais construcionistas, centradas no aluno. Está claro que nosso modelo educacional tradicional está falido. A pandemia da covid-19 acelerou a necessidade de mudança e de hibridização da educação. Precisamos transformar o atual modelo de ensino, com mais utilização das metodologias ativas de aprendizagem. Para tanto, a tecnologia digital virá como um importante suporte para transformarmos pelo menos parte das aulas expositivas em conteúdo on-line, configurando um modelo verdadeiramente híbrido, com inversão da sala de aula. 16 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Nesse novo modelo, haverá maior equilíbrio entre instrução e construção e entre padronização e individualização. Em tempos de transformação digital, já temos tecnologia de ponta para avançarmos em busca de um novo modelo, já temos conteúdo de qualidade para dar suporte ao embasamento teórico e já temos, sobretudo, metodologias que comprovadamente funcionam bem melhor do que o falido modelo tradicional. O que nos falta é iniciativa. Sem dúvida, estamos prontos para surfar essa nova onda, em um oceano que ainda é azul. 2.3. Metodologias ativas e mediação tecnológica As metodologias de aprendizagem ativa surgiram no contexto da educação em contraposição aos modelos tradicionais de ensino, que tomam o aluno em uma perspectiva passiva, como uma tabula rasa, um quadro em branco, no qual o professor, detentor do saber, deve imprimir os conhecimentos assimilados pelo aluno. A perspectiva tradicional está ancorada nas origens da educação escolar, que surgiu na Europa, por volta do século XII, e se ampliou no século XV; ela tem tamanha força que segue influenciando a prática de educadores até hoje. Não apenas essa perspectiva pedagógica e a relação professor aluno se mantêm presentes na educação contemporânea, mas a disposição dos alunos em fila na sala, a separação por idades, os castigos e as punições e a escolha de um currículo rígido e padronizado entre as escolas são padrões que guardam características da origem da instituição escolar. A educação tradicional vem sendo há mais de um século contestada, uma vez que é marcada por currículos definidos a priori, ensinados de forma massificante e com conteúdo descontextualizado da realidade dos alunos, além de ser aplicada em espaços pouco ou nada acolhedores, com classes dispostas em fileiras, relações de poder autoritárias e tempos de aula rígidos. Muitas vezes, são feitas comparações ente o surgimento, a estrutura e os métodos das escolas com os de presídios e fábricas (VEIGA-NETO, 2003). As críticas que são feitas a essa metodologia dizem respeito à não valorização dos conhecimentosdos alunos, à baixa aplicabilidade dos conhecimentos nos contextos reais, à pequena aprendizagem, em virtude dos métodos de transferência 17 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL e memorização utilizados, bem como à necessidade de estabelecimento de relações mais horizontais e construção de espaços mais acolhedores. Para Marin et al. (2010, documento on-line): […] a escola é o local de lidar com as contradições sociais e problematizar a realidade; de que a decisão do que saber e do que fazer depende das necessidades sociais vividas; procuram a superação da dicotomia ‘trabalho intelectual e trabalho manual’, e a proposta delas é a de formar o homem pelo e para o trabalho. Para isso, o professor pode se apoiar em metodologias ativas de ensino associadas aos recursos tecnológicos para o desenvolvimento de competências de aprendizagem. Nas metodologias ativas, o professor tem como função principal gerir os processos de ensino e aprendizagem, planejando as melhores atividades com foco nos melhores resultados dos seus alunos. Nesse sentido, a prática pedagógica está enfatizada no aprender, e não no ensinar, ampliando o repertório de estratégias de ensino e aprendizagem e diversificando a experiência e a interação com o objeto de conhecimento. Portanto, as metodologias ativas, quando intencionalmente planejadas e associadas aos objetivos de aprendizagem, impulsionam o desenvolvimento de competências e habilidades que vão muito além dos conteúdos curriculares. Embora seja relativamente comum na educação o uso dos termos “competências” e “habilidades”, é importante conceitualizá-los, uma vez que a fluência digital pressupõe, além do conhecimento tecnológico, a aplicação prática de recursos e ferramentas em vários contextos pedagógicos. De acordo com Perrenoud (1999), “competência” é a capacidade de articular e mobilizar um conjunto de conhecimentos e recursos cognitivos, valores e atitudes, a fim de solucionar com pertinência e eficácia situações ou problemas postos em diversas circunstâncias. Ou seja, quando falamos em competências, não basta somente conhecer, é preciso transpor conhecimentos em situações reais da vida, sociedade e trabalho. Para isso, é necessário colocar em prática o que se aprende, mobilizando capital de conhecimento para resolver problemas em diversos contextos e situações. 18 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Para exemplificar essas aplicações, apresentamos, a seguir, uma breve contextualização de algumas metodologias ativas, associando sua aplicação, suas ferramentas e suas competências (Quadro 2). Quadro 2: Principais metodologias ativas Fonte: https://universa.graduacao.faveni.edu.br/ 19 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Fonte: https://universa.graduacao.faveni.edu.br/ As ferramentas de aprendizagem, além de serem associadas a uma metodologia, também cumprem uma finalidade, como realização de diagnóstico e avaliação, repositório e design de conteúdo, encontros virtuais, gerenciamento de tempo e tarefas, interatividade e cooperação, entre outros. Na Figura 1, indicamos uma sugestão de utilização de recursos associado a uma dessas finalidades. 20 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Figura 1: Ferramentas de aprendizagem. Fonte: https://universa.graduacao.faveni.edu.br/ 21 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Na corrida contra o tempo a fim de garantir o andamento das atividades pedagógicas, escolas e universidades buscaram diferentes recursos para adaptar suas metodologias para o sistema remoto durante a pandemia. O consórcio Sthem Brasil (2020), com mais de 15 mil professores associados, realizou uma pesquisa com os gestores de 46 instituições de ensino superior no período de 05 de abril a 05 de maio de 2020, buscando conhecer quais plataformas as instituições estavam adotando no período da pandemia. As três mais citadas foram Google, Blackboard e plataforma própria, porém metade das instituições afirmou utilizar mais de uma plataforma simultaneamente. Esses dados mostram como a urgência na resolução de um problema exige adaptações com os recursos disponíveis no momento. As redes sociais são um exemplo disso. Segundo o Instituto Península (2020), em pesquisa realizada com 7.773 professores, 83% deles utilizou o WhatsApp como forma de contato com os estudantes no período da pandemia. Além disso, 74% informaram que gostariam de receber formação na área do ensino a distância. Esse movimento levou os professores a buscar autoformação na própria web. Um dos problemas mais relatados pelos professores em relação à aplicação das metodologias ativas de aprendizagem é a disponibilidade de tempo que têm em sala de aula ou nos momentos on-line síncronos para abarcar todo o conteúdo. Se dedicarem parte do tempo à aplicação das metodologias ativas de aprendizagem, menos tempo terão para expor o conteúdo em sala de aula ou no ensino remoto. Por mais que haja uma série de questionamentos em relação a essa postura adotada por boa parte dos professores, o argumento do tempo é inquestionável. Se uma disciplina tem determinada carga horária e o professor dedica mais tempo às metodologias ativas, é natural que tenha menos tempo para a aplicação de metodologias tradicionais, como a exposição de conteúdo. Com menos tempo de acesso ao conteúdo, é possível que os alunos não tenham embasamento teórico suficiente para aproveitarem ao máximo as metodologias mais construcionistas. Uma das premissas para o êxito de qualquer metodologia ativa de aprendizagem é que o aluno tenha algum tempo para acessar o conteúdo previamente. Não há como resolver um problema, discutir um conceito, elaborar um projeto ou solucionar um caso se não houver um bom embasamento teórico para tal. 22 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Ou seja, acesso prévio a conceitos teóricos básicos é fundamental para o bom funcionamento de qualquer metodologia ativa de aprendizagem. Isso pode ocorrer por meio de aulas expositivas tradicionais, que são culturalmente muito bem aceitas pelos alunos, ou então pelo acesso ao conteúdo disponibilizado em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) nos horários extraclasse, de forma assíncrona. O problema de utilizar exclusivamente as aulas expositivas para o acesso ao conteúdo é exatamente o escasso tempo disponível para tal. Aí entra a tecnologia digital como uma boa alternativa para fechar a equação tempo versus metodologia versus conteúdo. A disponibilização de objetos de aprendizagem digitais permite que boa parte da fase instrucional do processo se dê de forma autônoma, sem necessariamente ter o suporte do professor em sala de aula ou no AVA. Assim, é possível cobrir todo o conteúdo teórico e dedicar mais tempo em sala de aula para a aplicação da teoria. 2.4. A sala de aula invertida Conforme expõe Valente (2014), a ideia da sala de aula invertida surgiu já há um tempo. A abordagem teria sido utilizada primeira vez em uma disciplina de microeconomia, no ano de 1996, nos Estados Unidos, na Miami University. Os educadores da época decidiram implantar esse modelo pelo fato de considerarem que a aula tradicional era incompatível com alguns estilos de aprendizagem dos estudantes. Assim, foi proposto que os alunos, antes das aulas, lessem de livros didáticos, assistissem a vídeos, etc. Para assegurar que os educandos realmente estudassem o material, os docentes forneciam uma lista de exercícios avaliativos que os alunos tinham que fazer baseados no contato com os materiais de estudo. O tempo de aula presencial era voltado para atividades práticas de aplicação dos conceitos de economia e explanações que os professores faziam em resposta aos questionamentos trazidos pelos alunos, além de rodas de debate, etc. Considerada uma metodologia ativa, a sala de aula invertida(ou flipped classroom) se delineia por uma abordagem pedagógica que faz a inversão do espaço escolar tradicional, e tem se apoiado na utilização das TDICs. 23 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL De maneira geral, em uma aula convencional, o professor é quem vai transmitir a informação para o aluno. Este, por sua vez, após a aula, deve estudar o material que foi transmitido ou realizar alguma atividade/exercício sobre o conteúdo para reforçar o que foi aprendido. Na abordagem da sala de aula invertida, o aluno estuda o conteúdo antes da aula presencial. O encontro presencial entre alunos e professores se torna um espaço de aprendizagem ativa, em que há questionamentos, discussões e atividades práticas, geralmente em grupo. O professor fica focado não mais em expor o conteúdo, mas sim trabalhar as dificuldades dos alunos. Embora já exista há um tempo, esse tipo de metodologia ganha bastante espaço na era digital, especialmente em cursos semipresenciais ou mesmo a distância. Na ocasião, os alunos estudam o conteúdo em ambiente on-line, antes de frequentar a aula presencial, que passa a ser o momento para trabalhar os conteúdos já vistos. Nessas aulas, o professor de espanhol, por exemplo, vai mediar atividades práticas de caráter colaborativo que podem envolver resolução de problemas e projetos, discussão em grupo, práticas laboratoriais, etc. Becker (1997 apud SACCOL et al., 2011, p. 103) enfatiza o modelo pedagógico relacional que se forma na sala de aula invertida, em que o professor possibilita o acesso às informações, permitindo que o educando se aproprie dessas informações e experimente o processo de aprendizagem. O professor abandona seu papel principal de transmissor de conteúdos e passa atuar, na sala de aula presencial junto aos alunos, como mediador, problematizador, instigador, orientador e articulador do processo. Esse modelo pedagógico favorece condições para que o aluno construa seu conhecimento em qualquer ambiente, a qualquer momento, por meio de dispositivos móveis, tendo acesso a conteúdos midiáticos diversos, como material de estudo. Para Moran (2012, p. 30), “[...] as tecnologias podem trazer, hoje, dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor — o papel principal — é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los”. Os conteúdos teóricos da tradicional aula expositiva agora “ganham vida” por meio de outras 24 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL plataformas em formatos e linguagens diversos no ambiente digital. São vídeos, jogos, podcasts, e-books, etc. Fonte: https://www.geekie.com.br/ Para Belloni (2008), a utilização e o acesso desses conteúdos digitais “[...] é sobretudo uma atividade de consulta, de busca de conhecimentos em fontes diversas, e se assemelha à consulta bibliográfica a livros, enciclopédias, documentos, etc.” (BELLONI, 2008, p. 72). A sala de aula invertida é uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem considerada inovadora, pois, além de demandar do docente uma mudança de postura e abordagem, engaja o aluno para participar mais em atividades que visam à construção do seu conhecimento. A abordagem ainda propõe uma reformulação dos espaços de aula presenciais. 25 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Figura 1 Fonte: https://agreste.cesmac.edu.br/ A Figura 1, na parte de cima, mostra-se uma sala de aula convencional, em que os alunos assistem às aulas em carteiras individuais, enfileirados, e o professor transmite os conteúdos. Na parte debaixo, mostra-se uma realocação dos alunos e do professor, que agora trabalham em grupo, em mesas conjuntas, sendo o professor o mediador do processo e a tecnologia o auxílio no acesso e estudo dos conteúdos disciplinares. Destacamos algumas características que devem fazer parte da sala de aula invertida, conforme pontuam Bennett et al. (2012): as discussões devem ser levadas pelos próprios alunos à sala de aula após estudo do conteúdo disciplinar; o trabalho colaborativo deve ocorrer entre os alunos; os estudantes podem desafiar ou questionar uns aos outros durante a aula, em função do conhecimento adquirido; os alunos devem trazer perguntas exploratórias e têm a liberdade de ir além do currículo básico da disciplina; 26 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL os estudantes se mostram ativamente engajados na resolução de problemas e no desenvolvimento do pensamento crítico. Assim, com a sala de aula invertida percebemos que os estudantes deixam seu papel limitado de apenas receber conteúdos como ouvintes passivos e passam a atuar como alunos ativos no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, o estudante se torna sujeito no contexto do aprendizado, se engaja em atividades práticas e colaborativas em grupo e acaba interagindo mais com o professor. 2.5. As contribuições das TDIC’S para a sala de aula invertida Considerando a sala de aula invertida uma metodologia híbrida, ou seja, que combina momentos virtuais, ou seja, on-line, com encontros presenciais, o uso das TDICs entra em cena especialmente no momento de estudo individual, em que os alunos terão acesso aos materiais em ambiente on-line para estudo e depois participar das atividades presenciais. Lembrando que o acesso a esses materiais e o uso de ferramentas digitais também poderá fazer parte das atividades presenciais. Na sala de aula invertida, o docente entra como principal responsável por criar e disponibilizar os materiais diversos para estudo, como vídeos, podcasts, e-books, etc. Agora, o professor tem mais recursos on-line para expor as informações de sua disciplina, e não precisa ficar preso à lousa, pincel, Power Point. O universo on-line abriga uma convergência de mídias e linguagens, que contribuem para expandir a construção de conhecimento. No espaço virtual, o professor pode contar com várias ferramentas, softwares, comunidades on-line e plataformas de estudo que vão “abrigar” conteúdos diversos. A pretensão é que o docente distribua o conteúdo aproveitando a potencialidade de cada mídia e linguagem, conforme o conteúdo disciplinar. Para isso, é importante que o professor compreenda algumas das principais contribuições que cada mídia on-line e suas linguagens podem ter como material de estudo para a sala de aula invertida. A seguir, vamos de algumas ferramentas que podem ser explorados nas aulas de espanhol. 27 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 2.5.1. Vídeos/ Séries de Netflix Os vídeos recorrem à linguagem do audiovisual e exploram vários sentidos: visão, audição, etc. Os vídeos são ótimos materiais de estudo, pois podem auxiliar o estudante a compreender conceitos de forma mais visual do que por meio da linguagem verbal. Pode ser usado para demonstrações de aplicações, exemplos, conhecimentos mais práticos e procedimentos. Permitem usar imagens fixas ou em movimentos para ilustrar conteúdos teóricos e podem variar quanto ao gênero: podem ser videoaulas, documentários, em formato de entrevista, etc. O importante é que o vídeo não seja monótono nem muito longo, lembrando que será acessado no ambiente on-line. Um mesmo assunto pode ser dividido em vários vídeos, em gêneros diferentes. O professor pode criar seus próprios vídeos, editá-los ou mesmo buscar por conteúdos prontos. Por exemplo, o professor de espanhol pode usar documentários reunindo relatos, imagens e notícias dos países “hispanohablantes”. Pode explorar material com vídeos de conversação ou trechos de séries de Netflix que o público alvo assista. A partir desse material, os alunos podem fazer o comentário inicial da aula e tirar dúvidas sobre os assuntos abordados. 2.5.2. Podcasts Os podcasts são arquivos digitais de áudio, geralmente em formato mp3, quepodem ser acessados on-line e também arquivados nos aparelhos celulares ou computadores pessoais, por exemplo, para serem ouvidos posteriormente. O potencial do podcast é a linguagem sonora, que estimula o aluno a ouvir atentamente o conteúdo, incentivando a criatividade e a imaginação. O professor de espanhol pode recorrer ao podcast para trabalhar a dimensão fonética e audiolinguistica dos estudantes, criar narrativas cativantes sobre um determinado assunto, somente utilizando a voz, com linguagem simples e curta duração. Desafiar os alunos a produzirem matérias sobre diversos assuntos da língua espanhola e gravar trechos da literatura espanhola como uma forma de divulgar a cultura espanhola. 28 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Um podcast pode durar o tempo que for estabelecido, mas dependendo da atividade proposta, remonda-se que não ultrapasse os 5 minutos. Mas, é muito importante considerar a intencionalidade pedagógica do podcasts. Se for gravar ou propor aos estudantes de produzirem um podcasts com a leitura de um livro literário em espanhol, certamente o tempo deve ser bem maior. O professor pode fazer vários podcasts com trilha sonora e efeitos sonoros, para tornar o material mais interessante. O podcast é um recurso atrativo para a educação, pois pode ser acessado de dispositivos móveis a qualquer momento e lugar, e permite uma linguagem mais informal. 2.5.3. E-books Os e-books são livros adaptados para o ambiente on-line, que podem suportar conteúdos mais teóricos e completos. Podem trazer imagens, links para outras páginas na web, etc. O interessante do e-book no meio virtual é que ele pode ser interativo e hipertextual ao permitir a interligação com outros conteúdos. O e-book pode ser ponto de partida para que o aluno complemente sua leitura com esses links, que podem levar a vídeos, podcasts, etc. O e-book não pode ser muito extenso, considerando a leitura em ambiente on-line. O professor pode indicar e-books na internet para leitura ou criar os seus. Esse material pode ser a principal base da disciplina, complementado por outros materiais. Os temas podem ser divididos em capítulos. Um bom exemplo de utilização e aproveitamento do material é o professor de espanhol disponibilizar o conteúdo completo da disciplina no formato de e-book e depois criar materiais complementares. 2.5.4. Redes Sociais Tanto as redes sociais quanto as comunidades on-line são ótimos recursos para estudo dos alunos na sala de aula invertida. Eles podem se reunir nesses grupos on-line para trocar ideias sobre o material, promover discussões e sanar dúvidas, de forma colaborativa. Por exemplo, o professor de espanhol pode criar grupos e comunidades on-line para discussão e eventuais dúvidas sobre o estudo individual. É 29 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL uma boa forma de sanar as dúvidas durante o momento de estudo, tanto com o próprio docente como os outros colegas. O professor ainda pode usar esses ambientes de comunidade on-line para divulgar mais materiais, deixar avisos e outras informações referentes à disciplina. O Instagram, facebook e o Tik-Tok formas as redes sócias mais utilizadas pelas escolas e universidades para promover momentos educativos entre os estudantes e com professores. As lives, no Instragram e no facebook, tornaram-se uns dos meios de comunicação de maior alcance e impacto durante o tempo pandêmico. São meios digitais que vieram para ficar. 2.5.5. Ambientes virtuais de aprendizagens (AVA) No momento da declaração da pandemia pela OMS, houve a quebra disruptiva de paradigma: em que o ensino 100% presencial passou a ser nomeado de ensino remoto ou ensino remoto emergencial, que foi aprovado temporariamente pelo MEC, de forma que houvesse a possibilidade das instituições de ensino cumprirem com o seu cronograma de planejamento de aulas presenciais até que as aulas pudessem ser retomadas no ambiente escolar. Os AVAs favorecem a criação de um local educativo digital para a interação, de forma a não dar ao aluno a sensação de estar isolado. Ele pode, é claro, interagir com o conteúdo disponibilizado, mas principalmente com o professor e com os demais estudantes. Entretanto, a seleção de determinado AVA, das ferramentas a serem utilizadas e mesmo do tipo de uso intencional pedagógico que será adotado deve passar por uma análise do contexto. 2.5.6. Aplicativos educacionais (Apps) Cada vez mais, os aplicativos educacionais contribuem com o processo de ensino aprendizagem, o desenvolvimento racional, a interação social, etc. Através dos aplicativos é possível aprender idiomas, conhecer outras culturas, aprofundar em temas específicos e exercitar com diversos tipos de conteúdo educacional. Em se tratando da Língua Espanhola, apresentamos alguns aplicativos que podem ser 30 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL trabalhados em sala ou sugeridos como aliados na aquisição dessa língua. Alguns deles são: - Duolingo: É um aplicativo que disponibiliza lições de vários idiomas, entre eles o espanhol, trabalhando-se a escrita, a gramática, a leitura, a compreensão oral e a pronunciação. - Babbel: É um aplicativo que permite ao usuário fazer uma série de atividades com textos, imagens e áudios em espanhol. Os recursos gratuitos, porém, são limitados. -Wlingua Espanhol : Este aplicativo ensina o espanhol da Espanha e o do México. Seus conteúdos estão divididos em 420 lições. São apresentados através de desenhos, tabelas, áudios e exercícios de gramática, leitura e vocabulário. -Memrise : Trata-se de um aplicativo lúdico, apostando nos Games para o aprendizado dos idiomas. Resumidamente, o jogo consiste na missão de salvar o mundo, para realizar essa tarefa precisa-se desenvolver as habilidades linguísticas. Estão disponibilizados vídeos de nativos e chat de conversação. -Beelinguapp: Este aplicativo traz a proposta de aprender uma segunda língua lendo e ouvindo diversos tipos de textos e permitindo a tradução simultânea numa segunda tela. 2.6. Recursos virtuais para avaliação das aprendizagens Em uma proposta de sala de aula invertida, vimos que o estudo e o acesso a esses materiais acontecem individualmente por cada aluno. E como garantir que eles realmente estudaram e exploraram o material, já que o professor estará ausente fisicamente nesses processos? Existem várias formas de acompanhar a aprendizagem para o domínio dos conteúdos propostos, seguem alguns recursos online: questionários aleatórios e diferentes para cada aluno, que valem pontos e testam os conhecimentos aprendidos; realização de tarefas, como resumos e resenhas críticas dos conteúdos vistos, que devem ser enviados ao professor antes da aula presencial; http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/wlingua-espanhol.html http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/memrise-app.html http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/beelinguapp.html 31 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL discussão e fórum on-line, em que o professor deve instigar os alunos a exporem os conceitos apreendidos e avaliar a participação de cada um. No momento de aula presencial, o professor deve também criar atividades que exijam conhecimento prévio dos alunos, conforme o material de estudo disponibilizado. O docente deve avaliar o trabalho em grupo, mas também o desempenho individual de cada aluno e como ele contribuiu e cooperou na resolução de problemas, nas discussões, na aplicação de conhecimentos e em outras atividades práticas da sala de aula invertida. O docente, em uma proposta como a sala de aula invertida, não pode simplesmente querer transpor os conteúdos expositivos da sala de aula tradicional para o ambiente on-line. Deve-se considerar a dinamicidade desse ambiente e as possibilidades de interação e produção de conteúdos que fogem do formato de aulaexpositiva. Por exemplo, na sala de aula presencial tradicional, geralmente o professor faz explicações teóricas mais longas, com auxílio do Power Point ou da lousa, com pouca interatividade. No ambiente on-line, em algumas ocasiões, o docente não consegue explorar as novas possibilidades e acaba também criando conteúdos que seguem a mesma lógica de aula expositiva — criam videoaulas com conteúdo muito extenso e teórico, como se estivessem na sala de aula convencional, e isso deve ser evitado. Citamos, a seguir, alguns sites para a consulta de material e recursos didáticos e que funcionam como repositórios ou bancos de dados: -Banco Internacional de Objetos Educacionais (http://objetoseducacionais2.mec.gov .br) -RIVED (http://rived.mec.gov.br), -Escola Digital (http://escoladigital.org.br) -Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br) -Educopédia (www.educopedia.com.br) , -Futuratec (www.futuratec.org.br), -Educação Pública (www.educacaopublica.rj.gov.br) - Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br) -Laboratório Didático Virtual (www.labvirt.fe.usp.br); -Currículo+ (http://curriculomais.educacao.sp.gov.br). http://rived.mec.gov.br/ http://escoladigital.org.br/ http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ http://www.educopedia.com.br/ http://www.futuratec.org.br/ http://www.educacaopublica.rj.gov.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/ http://www.labvirt.fe.usp.br/ http://curriculomais.educacao.sp.gov.br/ 32 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 4 MÉTODOS PARA O ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA Fonte: https://www.wizard.com.br/ A linguística aplicada busca compreender os diversos problemas sociais relacionados à linguagem. Ao longo da história, muitas foram as teorias e abordagens empregadas com a finalidade de investigar formas de ensinar e aprender línguas. Por meio da linguística aplicada, é possível encontrar caminhos para entender essas diferentes teorias e contribuir de maneira crítico-reflexiva para o processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a formação do professor é fundamental, pois promove reflexões sobre como a língua é aprendida. Esse conhecimento influencia a tomada de decisões em relação às abordagens, aos métodos e às estratégias a serem utilizadas para ensino da língua espanhola. 33 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 3.1. Aproximações e distanciamentos entre a língua materna e a língua estrangeira A linguística aplicada tem a finalidade de abrir caminhos para o uso e a contextualização da língua, a compreensão de melhores estratégias para o processo de ensino e aprendizagem e o desenvolvimento de processos de aquisição da língua relacionados à língua materna e à segunda língua, bem como de buscar soluções para os problemas de linguagem a partir da prática e das experiências vividas por meio da utilização da língua. Segundo Bakhtin (1992, p. 279), “[...] todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua”. Contudo, ao se pensar na linguística aplicada relacionada ao ensino da língua materna ou estrangeira, são fundamentais o cuidado e a avaliação para o processo de ensino e aprendizagem, levando em consideração o comportamento dos falantes nativos ou não nativos e as situações que envolvam a diversidade e a abordagem da linguagem. Segundo Hooks (2013, p. 273): A sala de aula, com todas as suas limitações, continua sendo um ambiente de possibilidades. Nesse campo de possibilidades, temos a oportunidade de trabalhar pela liberdade, de exigir de nós e dos nossos camaradas uma abertura da mente e do coração e que nos permita encarar a realidade ao mesmo tempo em que, coletivamente, imaginamos esquemas para cruzar fronteiras, para transgredir. Isso é a educação como prática de liberdade. A atitude dos professores em transgredir o espaço escolar implica mudanças na prática pedagógica que são capazes de levar a transformações e reflexões de questões sociais, econômicas e políticas, além dos aspectos estruturais do idioma. O ambiente escolar traz possibilidades de interação e compreensão da importância da diversidade cultural, despertando reflexões e questionamentos que podem contribuir para transformações nas formas de agir na sociedade. De acordo com Silva (2005, p. 107): Uma língua seria assim adquirida mediante um esforço natural para atingir a compreensão em comunicação: o sucesso das situações de imersão 34 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL linguística e das aprendizagens bilíngues, bem como o facto de alguns falantes passarem por um período silencioso inicial, durante o qual preferem não falar, mas no decurso do qual progridem no seu desenvolvimento linguístico parecem assim constituir evidência do papel privilegiado que o input¹ linguístico desempenha. O acesso ao sistema linguístico, desencadeou questionamentos e críticas sobre a valorização das competências compreensivas em prejuízo das competências expressivas; contudo, o modelo de método permaneceu sendo aplicado, levando em consideração a natureza intuitiva e o confronto de dados positivos e negativos. De acordo com Silva (2005, p. 107): Podemos assim, em síntese, referir que o input linguístico parece desempenhar um papel fundamental quer no processo de aquisição de L1, quer de L2, sendo que, neste último caso, se torna igualmente relevante considerar dados provenientes de evidência negativa, dado que permitem ao falante autorregular, até certo ponto, o seu processo de desenvolvimento linguístico. O processo de aquisição de segunda língua, neste caso a língua espanhola, envolve não somente o processo linguístico, mas também a natureza sociocultural e a influência do professor, no sentido de direcionar o aluno para o desenvolvimento da aprendizagem e a motivação para seguir descobrindo e compreendendo a importância de adquirir um segundo idioma. Ainda que haja a assinalar diferenças consideráveis entre a aquisição de L1 e de L2, a investigação produzida aponta a proximidade entre os dois processos: não sendo precisamente idênticos¹¹, apresentam paralelismos evidentes, como parece demonstrar o facto de os falantes de L2 cometerem erros semelhantes aos produzidos por falantes nativos¹² ou manifestarem a capacidade de compreender e processar uma L2 antes de se exprimirem nesse mesmo idioma, tal como os falantes monolíngues (SILVA, 2005, p. 108). Identificam-se muitas discussões a respeito das hipóteses sobre as teorias e abordagens para a aquisição da segundo língua; contudo, o desenvolvimento linguístico apresenta avanços na aquisição de duas línguas ao mesmo tempo em que se constrói a aquisição da língua materna. Um exemplo é o processo de bilinguismo, que tem possibilidades de potencializar o desenvolvimento linguístico. 35 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Dessa maneira, é possível compreender pontos positivos que se refletem na leitura e na escrita e avançam aproximando o desenvolvimento da língua a ser aprendida com a língua materna. O professor consciente do seu papel assume a função de linguista educacional no processo de aquisição da segunda língua, contribuindo na criação de estratégias didáticas que correspondam às necessidades dos alunos e levando-os à construção da autonomia. A linguagem é um fenômeno social da interação verbal. Podemos perceber a relação entre linguagem e sociedade nas palavras de Bakhtin e Volochinov (2006, p. 121): [...] a enunciação enquanto tal é um produto da interação social, quer se trate de um ato de fala determinado pela situação imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das condições da vida de uma determinada comunidade linguística. Os processos de aquisição de segunda língua envolvem as situações de ensino e aprendizagem, o conhecimento sobre as diversas teorias e abordagens,as mudanças políticas, sociais e econômicas, as transformações relacionadas às novas tecnologias de informação e comunicação e a reflexão sobre a formação de professores capacitados ao ensino, a partir de novos olhares que reflitam na prática docente e nas constantes mudanças sociais. 3.2. Aprendizado de uma segunda língua A linguagem é o meio pelo qual se torna possível construir identidades, compreender como valorizar diferentes culturas e modos de viver, além de entender como se referir às mudanças do uso da língua sem desencadear preconceitos ou valores de uma língua em favor de outra. Para a Linguística Aplicada, a Língua é compreendida com uma prática social; logo o estudo da Língua implica o estudo da sociedade e da cultura das quais ela faz parte. Essa perspectiva requer sua observação no uso que se faz dela nos distintos contextos socioculturais por sujeito socialmente e historicamente situados; dessa forma, não homogêneos (LOPES, 2006, p. 102). 36 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL Nesse sentido, olhar para os desafios linguísticos e pensar na constituição da sociedade reflete a preocupação em amenizar preconceitos e desigualdades, pois é por meio do convívio social e de aspectos geográficos e culturais que um determinado tipo de linguagem é construído. Preocupar-se com o sujeito no seu contexto sócio- histórico significa estar atento para os desafios de uma educação que prioriza a cultura e o meio social em que o aluno está inserido, a fim de aproximar grupos sociais e intensificar a existência e a importância da variedade de línguas. De acordo com Cipriano (2018, p. 112): A abordagem de que há uma “língua mãe” sugere a existência das “línguas filhotes”, das “irmãs bastardas” e ainda da “língua madrasta”. Tal configuração atua com poder letal contra as línguas quando, por exemplo, um indivíduo tem vergonha da sua própria língua, por esta não ser a “ideal” para o mundo. Se existe o ódio para com as línguas mistas isto é a versão disfarçada do ódio à mistura das raças e das miscigenações. As variedades linguísticas fazem parte do contexto social em que as pessoas estão inseridas — e valorizar a diversidade cultural faz parte do processo de ensino e aprendizagem — e são fundamentais para aprender diferenças. 3.3. Métodos norteadores para o ensino da língua espanhola No que se refere às metodologias do ensino de línguas, há, por exemplo, exercícios de memorização para se observar as regras do idioma, nos quais se repete uma seção de exercícios várias vezes e se traduz. Segundo esse tipo de metodologia, os estudantes aprendem um idioma pela memorização e pela tradução em sala de aula. Esses estudantes memorizam as regras da língua espanhola, por exemplo, e traduzem frases do seu idioma para o espanhol e do espanhol para o seu idioma. Iremos apontar, nesse sentido, algumas metodologias que podem ser utilizadas pelos professores de Língua Espanhola. 5.3.1. Método Gramática e tradução 37 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL O método gramática e tradução (AGT) se aplicou desde 1840 até 1940 aproximadamente. Pode ser entendida como a metodologia de ensino mais antiga e mais utilizada ao longo da história do ensino de língua estrangeira. Entretanto, ela tem recebido bastantes críticas. Segundo Souza (2003, p. 31), “A Abordagem da Gramática e Tradução AGT consistia na elaboração de material que comtemplasse na sua maioria trechos de obras consagradas, detalhadas explicações gramaticais e inúmeros exercícios de gramática e tradução”. Dessa forma, a estratégia de ensino correspondia à leitura e à tradução de textos e estudos gramaticais da língua materna para a língua estrangeira e da língua estrangeira para a língua materna, com a finalidade de compreensão de estrutura da língua. De acordo com Leffa (1998, p. 4): Basicamente a AGT consiste no ensino da segunda língua pela primeira. Toda a informação necessária para construir uma frase, entender um texto ou apreciar um autor é dada através de explicações na língua materna do aluno. Os três passos essenciais para a aprendizagem da língua são: (a) memorização prévia de uma lista de palavras, (b) conhecimento das regras necessárias para juntar essas palavras em frases e (c) exercícios de tradução e versão (tema). É uma abordagem dedutiva, partindo sempre da regra para o exemplo. Por muito tempo, a AGT foi importante para o processo de ensino e aprendizagem de segunda língua, embora muitas críticas sejam encontradas sobre os métodos utilizados. Para o ensino da língua espanhola por esse método é necessário um livro didático, um dicionário e uma gramática. 5.3.2. Método direto ou sem intervenção de tradução O método direto, também chamado de Abordagem direta (AD), tem como principal aspecto entender que a segunda língua é aprendida em contato direto com a segunda língua, desvinculando o processo de ensino e aprendizagem da língua materna e considerando figuras, gestos, aquisição e repetição constante do vocabulário como recursos fundamentais para a aquisição da segunda língua, desconsiderando a necessidade de traduções. Segundo Leffa (1998, p. 6): 38 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL O princípio fundamental da AD é de que a L2 se aprende através da L2; a língua materna nunca deve ser usada na sala de aula. A transmissão do significado dá-se através de gestos e gravuras, sem jamais recorrer à tradução. O aluno deve aprender a “pensar na língua”. A ênfase está na língua oral, mas a escrita pode ser introduzida já nas primeiras aulas. 5.3.3. Método áudio-lingual O método áudio-lingual foi criado nos Estados Unidos, sendo praticamente uma reelaboração da abordagem direta, pois visava à rapidez para tornar pessoas fluentes em várias línguas a partir de estratégias voltadas para a fala e a audição, com o intuito de avançar em transações e negociações do interesse do exército americano. De acordo com Leffa (1998, p. 12): Estava restabelecida a ênfase na língua oral. No momento em que se equiparava a fala com a língua, o que não fosse fala também não era língua. Daí que ensinar a leitura não era ensinar a língua, já que a escrita era uma fotografia muito malfeita da fala. A implicação pedagógica dessa premissa era de que o aluno deveria primeiro ouvir e falar, depois ler e escrever; como acontece individualmente na aprendizagem da língua materna e como acontece com os povos em geral, que só aprendem a escrever muito depois de terem aprendido a falar. Esse método tem como principal proposta a potencialização da oralidade e da compreensão auditiva, sendo a escrita e a leitura desconsideradas como importantes no processo de aquisição da segunda língua, ou seja, a língua é aprendida pela prática e pela repetição. 5.3.4. Método da Competência comunicativa O método da Competência Comunicativa, chamado de abordagem comunicativa, tem o objetivo de acrescentar e reconsiderar o método áudio-lingual, partindo do princípio de ensinar a língua por meio de técnicas para desenvolver as habilidades: ler, falar, escrever e ouvir, compreendendo a interdependência entre língua e comunicação: “O objetivo não era descrever a forma da língua, mas aquilo que se faz através da língua” (LEFFA, 1998, p. 19). Dessa forma, as habilidades de ler, falar, escrever e ouvir precisavam ser integradas às situações reais de 39 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL comunicação com a finalidade de desenvolver estratégias de uso real da língua; os assuntos tratados nas aulas deveriam ter significado para a vida do aluno, a fim de fazer parte do seu cotidiano. No processo de ensino e aprendizagem, o objetivo era inserir textos que estimulassem a interação em sala de aula a partir da língua a ser aprendida, levando o professor a atuar como estimulador e facilitador do processo deaprendizagem dos alunos. O método da Competência Comunicativa pode ser compreendido como o uso da língua em situações do cotidiano, sendo a gramática explicada em momentos na sala de aula. Segundo Almeida Filho (2007, p. 82): “[...] a abordagem comunicativa não é uma bateria de técnicas ou um modelo de planejamento, mas sim a adoção de princípios mais amplos como foco no processo, nas maneiras específicas de como se aprende e de como se ensina outra língua”. Ainda segundo esse autor, O método da Competência Comunicativa “[...] organiza as experiências de aprender em termos de atividades/tarefas de real interesse e/ou necessidade do aluno para que ele se capacite a usar a língua-alvo para realizar ações autênticas na interação com outros falantes-usuários dessa língua” (ALMEIDA FILHO, 2013, p. 76). O papel do método da Competência Comunicativa no processo de ensino e aprendizagem é levar o aluno à compreensão da língua e de seus modos de usá-la adequadamente no contexto social e em diversas situações da vida real. A competência comunicativa precisa estar alinhada ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem e centrada nas habilidades: ler, falar, escrever e ouvir. De acordo com Souza (2003, p. 40), A abordagem comunicativa se caracteriza por: considerar a competência comunicativa como objetivo central do processo ensino/aprendizagem; a interação entre os aprendizes como o objetivo da prática didática; a ênfase nas estratégias de negociação de significados visando o desenvolvimento da interação e, finalmente, a busca pela integração das quatro habilidades de forma conjunta e harmônica. Dessa maneira, para ensinar a expressão oral e escrita no ambiente escolar e em situações do cotidiano dos alunos, é necessário pensar sobre o planejamento de 40 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL atividades que envolvam a compreensão, a produção oral e a produção escrita, a partir de “[...] atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual, oral ou escrito” (SCHNEUWLY ; DOLZ, 2004, p. 82). Para nos comunicarmos, utilizamos textos orais ou escritos e nos adequamos a diversas situações comunicativas, sendo assim, surgem os gêneros textuais de acordo com uma determinada necessidade de comunicação. Nesse sentido, é necessário destacar que o professor precisa ter domínio das funcionalidades e do planejamento das práticas de organização da sequência didática. Segundo Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 97), “Uma sequência didática tem, precisamente, a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação”. A sequência didática se apresenta como um método para a sistematização do planejamento didático e como facilitador importante para o processo de ensino e aprendizagem, pois contribui para o ensino de gêneros no ambiente escolar, voltado para a interação e comunicação. Fonte: https://www.thefools.com.br/ 41 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL 5 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Karla Nascimento de; NETTO, Cristiane Mendes; SOUZA, Maria Celeste Reis Fernandes de. Ciberterritorialidades: tensões no cotidiano escolar e linhas de fuga traçadas por docentes e discentes. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 16, n. 43, p. 72-94, 2019. Disponível em http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/viewArticle/5810. Acesso em: 25 mar. 2022. ALONSO, K. M. et al. Aprender e ensinar em tempos de Cultura Digital. Em Rede- Revista de Educação A Distância, Cuiabá, v. 1, n. 1, p.152-168, jul. 2014. Disponível em: https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/16. Acesso em: 23 mar. 2022. BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 421 p. BAKHTIN, M. M.; VOLOSHINOV, V. N. A interação verbal. In: BAKHTIN, M. M.; VOLOSHINOV, V. N. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. São Paulo, Hucitec, 2006. p. 110–127. BEHRENS, M. A. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 2008 BENNETT, B. et al. The flipped class: what does a good one look like? The Daily Riff, 2012. Disponível em: http://www.thedailyriff.com/articles/the-flipped-class-what- does-a-good-one-look-like-692.php . Acesso em: 23 mar. 2022. CASTELLS, M. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. CERVERÓ, A. C. Lectura, alfabetización en información y biblioteca escolar. Gijón: Trea, 2007. CIPRIANO, Z. P. C. A Linguística Aplicada: da prática ao pós-modernismo. Revista Humanidades e Inovação, Palmas, v. 5, n. 3, p. 111–119, 2018. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/594. Acesso em: 23 mar. 2022. DEFLEUR, M. L.; BALL-ROKEACH, S. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993 GEERTZ, C. La interpretación de las culturas. Barcelona: Gedisa, 2000. http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/viewArticle/5810 https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/16 http://www.thedailyriff.com/articles/the-flipped-class-what-does-a-good-one-look-like-692.php http://www.thedailyriff.com/articles/the-flipped-class-what-does-a-good-one-look-like-692.php https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/594 42 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL GREEN, H.; HANNON, C. Their space: education for a digital generation. Londres: Demos, 2007. GONÇALVES, J. E. L. Os impactos das novas tecnologias nas empresas prestadoras de serviços. Revista de Administração de Empresas, v. 34, n. 1, p. 63-81, 1994. HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo Martins Fontes, 2013. 283 p. INSTITUTO PENÍNSULA. Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil. São Paulo: Instituto Península, 2020. Disponível em: https://institutopeninsula.org.br/wpcontent/uploads/2020/05/Covid19_ InstitutoPeninsula_Fase2_at%C3%A91405-1.pdf. Acesso em: 23 mar. 2022. JENKINS, H. et al. Confronting the challenges of participatory culture: media education for the 21st century. Chicago: The MacArthur Foundation, 2006. KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 8. ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 15-25 LEFFA, V. J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P. Tópicos em linguística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: UFSC, 1988. p. 211–236. LEE, A. Y. l.; SO, C. Y. Media literacy and information literacy: similarities and differences. Comunicar: Media Education Research Journal, v. 21, n. 42, p.137-145, 2014. Disponível em: https://intranet.mruni.eu/upload/iblock/772/N8-1-05 _Mazeikiene.pdf . Acesso em: 23 mar. 2022. LEMOS, A. Cibercultura como território recombinante. In. TRIVINHO, E.; CAZELOTO, E. A cibercultura e seu espelho: campo de conhecimento emergente e nova vivência humana na era da imersão interativa. São Paulo: ABCiber, 2009. LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 5. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 19. ed. Campinas: Papirus, 2012. MCQUAIL, D. Teorias da comunicação de massas. Lisboa: Fundação Calouste PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Penso, 1999. https://institutopeninsula.org.br/wpcontent/uploads/2020/05/Covid19_ https://intranet.mruni.eu/upload/iblock/772/N8-1-05 43 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL RIGHETTI, S.; PALLONE, S. Consolidando tambémo conceito de inovação tecnológica. Inovação Uniemp, v. 3, n. 4, 2007. Disponível em: http://inovacao.scielo. br/scielo.php?script=sci_isoref&pid=S1808-23942007000400014&lng=es&tlng=pt. Acesso em: 22 mar. 2022. SÁ FILHO, C. S.; MACHADO, E. C. O computador como agente transformador da educação e o papel do objeto de aprendizagem. Universia, 17 dez. 2004. Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/12/17/493049/computado r-como-agente-transformador-da-educao-e-papel-do-objeto-aprendizagem.html>. Acesso em: 24 mar. 2022. SACCOL, A; SCHLEMMER, E.; BARBOSA, J. M-learning e u-learning: novas perspectivas das aprendizagens móvel e ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Os gêneros escolares: das práticas de linguagem aos objetos de ensino. In: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. (org.). Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2004. p. 71–91. SILVA, M. C. V. A. A aquisição de uma Língua Segunda: muitas questões e algumas respostas. Saber(e)Educar, Porto, n. 10. p. 97–110, 2005. Disponível em: http://repositorio. esepf.pt/handle/20.500.11796/723. Acesso em: 23 mar. 2022. SOUZA, M. V. A arquitetura de um material didático: avaliando um dos pilares de um curso de português como língua estrangeira. Orientadora: Maria Jandyra Cavalcanti Cunha. 2003. 175 f. Dissertação (Mestrado em Lingüistica Aplicada) – Universidade de Brasília, Brasília, 2003. SOUSA, R. P.; MOITA, F. M. C; CARVALHO, A. B. G. (Org.). Tecnologias digitais na educação. Campina Grande: EDUEPB, 2011. Disponível em: http://www.clam.org.br/bibliotecadigital/uploads/publicacoes/1484_991_sousa-97885 78791247.pdf . Acesso em: 23 mar. 2022. STHEM BRASIL. Panorama das IES consorciadas no contexto da pandemia. 2020. Disponível em: https://www.sthembrasil.com/wp-content/uploads/2020/07/Pesquisa _COVID_19_final.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022. VALENTE, J. A. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida. Educar em Revista, Curitiba, n. 4/2014, p. 79-97, 2014. VEIGA-NETO, A. Foucault e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. VIANA, M. et al. Design thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012. http://inovacao.scielo/ http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/12/17/493049/computado%20r-como-agente-transformador-da-educao-e-papel-do-objeto-aprendizagem.html http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/12/17/493049/computado%20r-como-agente-transformador-da-educao-e-papel-do-objeto-aprendizagem.html http://www.clam.org.br/bibliotecadigital/uploads/publicacoes/1484_991_sousa-97885 https://www.sthembrasil.com/wp-content/uploads/2020/07/Pesquisa 44 AS TDIC’S APLICADAS AO ENSINO DE ESPANHOL