Prévia do material em texto
1o SIMULADO - REVISÃO UEA 2022 - Prof André Barroso 24/10/2022 FAMECA a b c d e FGV-SP a b c d e FMJ a b c d e Albert Einstein a b c d e UNESP a b c d e Albert Einstein a b c d e FAMERP a b c d e UNESP a b c d e Questão 1 O feudalismo medieval nasceu no seio de uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, nasceu dessas mesmas perturbações. Ora, entre as causas que contribuíram para criar ou manter um ambiente tão tumultuoso, algumas existiam completamente estranhas à evolução interna das sociedades europeias. (Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.) Entre as causas mencionadas no texto, é correto citar o avanço das tropas macedônias sobre o Império Romano, que impôs o domínio estrangeiro sobre a Península Itálica. as invasões germânicas, que contribuíram para a fragmentação do Império Romano. os ataques cartagineses, que provocaram um longo ciclo de guerras entre europeus e norte- africanos. os conflitos sociais no interior do Reino Franco, que provocaram colapso político e econômico. a adoção do paganismo pelos imperadores romanos, o que provocou a revolta das populações cristãs. Questão 2 O anfiteatro era, para os romanos, parte de sua normalidade cotidiana, um lugar no qual reafirmavam seus valores e sua concepção do “normal”. Nos anfiteatros eram expostos, para serem supliciados, bárbaros vencidos, inimigos que se haviam insurgido contra a ordem romana. Nos anfiteatros se supliciavam, também, bandidos e marginais, como por vezes os cristãos, que eram jogados às feras e dados como espetáculo, para o prazer de seus algozes ou daqueles que defendiam os valores normais da sociedade. (Norberto Luiz Guarinello, A normalidade da violência em Roma In http:// www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/ a_normalidade_da_violencia_em_roma.html) Sobre as relações entre os cristãos e o Estado Romano, é correto afirmar que a violência durante a República Romana vitimou os cristãos porque estes aceitaram a presença dos povos bárbaros dentro das fronteiras romanas a prática do cristianismo foi tolerada em Roma desde os primórdios dessa religião, e as ocorrências violentas podem ser consideradas exceções. o cristianismo sofreu violenta perseguição no Império Romano pela sua recusa em aceitar a divinização dos imperadores. a ação cristã foi consentida pelo poder romano, e a violência contra a nova religião restringiu-se aos seus principais líderes. a intensa violência praticada contra os seguidores do cristianismo ocorreu por um curto período, apenas durante os primeiros anos da Monarquia Romana. Questão 3 Durante a maior parte de sua história, o antigo Egito organizou- se politicamente em uma estrutura de poder centralizado. Entre as características do sistema adotado, pode-se destacar a divisão político-administrativa do território em Alto e Baixo Egito. a participação dos chefes dos nomos na estrutura governamental. a concentração do poder nas mãos do faraó, ser de origem divina. a divisão do império em províncias conhecidas como satrapias. a autonomia dos nomarcas frente ao poder do faraó e dos sacerdotes. Questão 4 Observe a tabela com as cinco principais causas de morte registradas em Sheffield (Inglaterra), entre 1837 e 1842. O total de mortes atestadas nesse local e nesse período foi de 11944. É possível afirmar que parte importante dessas mortes associa-se às frequentes epidemias de doenças de origem viral nos bairros operários ingleses. às doenças disseminadas pelo forte ingresso de imigrantes na Europa do século XVIII. à precariedade alimentar e habitacional nas zonas rurais europeias no século XIX. às condições de pobreza e superpopulação nas áreas de concentração industrial. à inadaptação dos operários ao estilo de vida das áreas rurais da Inglaterra. Questão 5 Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América. (Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.) O texto relaciona a restauração das monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina. a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil. a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano- -americanos. a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos. a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra. Questão 6 Crise do sistema colonial é, portanto, aqui entendida como o conjunto de tendências políticas e econômicas que forcejavam no sentido de distender ou mesmo desatar os laços de subordinação que vinculavam as colônias ultramarinas às metrópoles europeias. (Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808), 1981.) A crise mencionada no texto pode ser associada, entre outros fatores, ao fim do colonialismo europeu nas Américas e na África e ao surgimento de ideias sociais libertadoras nos dois continentes. à consolidação da hegemonia marítima britânica e às limitações impostas pela Inglaterra ao tráfico atlântico de escravos. ao crescimento do republicanismo no Brasil e ao esforço de redemocratização política empreendido na Europa e na América. à influência crescente dos Estados Unidos nas decisões políticas brasileiras e à ampliação do comércio com os países hispano-americanos. ao declínio da política mercantilista na Europa e ao avanço das propostas reformistas e liberais na economia e na política. TEXTO BASE 1 Leia o texto para responder à questão. Apenas em 1865, ano do término da Guerra Civil, algumas questões que estavam presentes no período colonial e na Independência (como a escravidão) seriam parcialmente resolvidas. Parcialmente porque, como é lógico notar, o fim da escravidão em 1865 não significou o fim do racismo ou da violência contra os negros. (Leandro Karnal. Estados Unidos: a formação da nação, 2015.) Questão 7 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1 A Guerra Civil Americana (1861-1865) opôs os estados do litoral atlântico aos territórios recém- -anexados do Oeste e encerrou-se com a vitória da costa pacífica. derivou das lutas contra os ingleses pela independência, que só foi alcançada após a união entre os exércitos do Sul e do Norte. foi provocada pelo declínio das exportações sulistas de borracha, que enfrentavam a concorrência das colônias holandesas no Caribe. teve início com a tentativa secessionista do Norte, que contava com o apoio da Inglaterra e da França. opôs o Norte industrialista ao Sul agrário e encerrou-se com a vitória nortista e a preservação da União. Questão 8 O mapa representa a divisão da África no final do século XIX. Essa divisão persistiu até a vitória dos movimentos de descolonização da África, ocorridos nas duas primeiras décadas do século XX. foi rejeitada pelos países participantes da Conferência de Berlim, em 1885, por consideraremque privilegiava os interesses britânicos. incluiu áreas conquistadas por europeus tanto durante a expansão marítima dos séculos XV-XVI quanto no expansionismo dos séculos XVIII-XIX. foi determinada após negociação entre povos africanos e países europeus, durante o Congresso Pan-Africano de Londres, em 1890. restabeleceu a divisão original dos povos africanos, que havia sido desrespeitada durante a colonização europeia dos séculos XV-XVIII. TEXTO BASE 2 Leia o texto para responder à questão. As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.) UNESP a b c d e FMABC a b c d e UNESP a b c d e FGV-SP a b c d e FGV-SP a b c d e FEMA a b c d e UNIVAG a b c d e FMJ a b c d e FAMECA a b c d e FAMECA a b c d e FMJ a b c d e Questão 9 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 De acordo com o texto, a motivação da conquista europeia da África foi essencialmente religiosa, destituída de caráter econômico. os líderes políticos africanos apoiavam a catequização dos povos nativos pelos conquistadores europeus. os africanos aceitavam a escravização e não resistiam à presença europeia no continente. os povos africanos reconheciam a ação europeia no continente como uma cruzada religiosa e moral. a escravização foi muitas vezes justificada pelos europeus como uma forma de redimir e salvar os africanos. Questão 10 A presença de portugueses e outros europeus na África intensificou-se a partir do século XV, impulsionada por interesses comerciais. No contexto das trocas comerciais que se efetivaram, houve crescente demanda por escravos. O comércio escravista estabelecido principalmente por portugueses, na África, desestabilizou as trocas e as rotas comerciais vigentes no continente, uma vez que o comércio de ouro, marfim e pedras preciosas, até então hegemônico, foi abandonado e substituído pelo tráfico de escravos gerido pelas feitorias portuguesas. destruiu a convivência pacífica existente entre as sociedades africanas, uma vez que a disputa pelo abastecimento do tráfico instituído pelos portugueses estimulou guerras religiosas, além de provocar uma grande baixa demográfica. alterou a estrutura econômica e a dinâmica do co mér - cio escravista existente no continente, uma vez que pas sou a ser feito em enorme escala, priorizando a cap - tura massiva de homens para o fornecimento de mão de obra às plantações coloniais no continente americano. aprofundou uma prática que existia há séculos, uma vez que o comércio escravista africano era responsável pela riqueza de vários reinos, abastecendo não apenas o continente em questão, como os países árabes muçulmanos e europeus. desequilibrou as relações comerciais, culturais e políticas entre as diferentes sociedades africanas, uma vez que os reinos da costa ocidental passaram a ser subjugados pelos reinos da África oriental, engajados no tráfico escravista implementado por Portugal. Questão 11 O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes da civilização e da indústria. E qual será a causa principal de um fenômeno tão espantoso? A escravidão, senhores, a escravidão. Porque o homem que conta com os trabalhos diários de seus escravos vive na indolência, e a indolência traz todos os vícios após si. (José Bonifácio de Andrada e Silva, 1825. Apud: Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017. Adaptado.) A manifestação de uma das principais lideranças do país, logo após a independência política, revela a justificativa para a adoção, no Primeiro Reinado, de políticas agressivas de estímulo à imigração. disposição, majoritária nos setores que participaram do processo emancipacionista, de eliminar gradualmente a escravidão. campanha abolicionista sistemática, iniciada ainda no período colonial, dos cafeicultores paulistas. rejeição, de clara influência liberal-iluminista, da ideia de que os homens são desiguais por natureza. crítica, voltada aos setores social e politicamente hegemônicos do Brasil, à dependência do trabalho obrigatório. Questão 12 As independências das colônias da América Ibérica tiveram aspectos semelhantes e particularidades locais. Entre as semelhanças mais relevantes, pode-se citar a ruptura política sem uma revolução comparável nas estruturas sociais do período colonial. a oposição manifesta dos libertadores aos princípios revolucionários da filosofia iluminista. a ausência de participação de significativos movimentos populares nos processos independentistas. o a manutenção dos laços comerciais privilegiados com a economia das antigas metrópoles. o a importância ideológica do projeto futuro de unificação política dos povos americanos. Questão 13 A primeira medida importante tomada pelo Príncipe- -Regente após sua chegada foi o Alvará de 1° de abril de 1808. O propósito fundamental do ato legislativo era promover a industrialização do Brasil. Alguns importantes incentivos foram concedidos por meio do Alvará de 28 de abril de 1809: isenção de imposto de exportação para manufaturados nacionais, uso obrigatório de bens nacionais pelas tropas reais e a distribuição anual de 60 mil cruzados entre os industriais na tecelagem de algodão, lã e seda. (Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil, 1981. Adaptado.) Considerando as informações do texto e conhecimentos sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, pode-se afirmar que o governo promovia a industrialização do país, cobrando impostos elevados de mercadorias importadas da Inglaterra. procurava ampliar o mercado consumidor interno, abolindo gradualmente a exploração do trabalho escravo. desenvolvia a indústria armamentista, objetivando a expulsão das tropas bonapartistas do território português. visava aparelhar a colônia como o centro do Império, viabilizando as políticas econômicas contrárias aos estatutos coloniais. invertia a ordem do domínio colonial, bloqueando o desenvolvimento da economia manufatureira no reino de Portugal. Questão 14 O cultivo da cana-de-açúcar permitiu o início da colonização efetiva do Brasil por Portugal e o estabelecimento dos europeus nos trópicos, pois a colônia do Brasil oferecia estabilidade política e mão de obra especializada, proporcionada pela tradição e experiência nativas no cultivo da cana. terras férteis para o plantio e interesse dos indígenas pelo trabalho na lavoura. fácil acesso às regiões do interior e mão de obra farta, graças à imigração. espaço agriculturável na área central do território, gerado pelo desmatamento ocorrido no período de exploração de pau-brasil. ampla disponibilidade de terras e mão de obra abundante, em virtude da escravização. Questão 15 No mundo luso-brasileiro, a Ilustração forneceu contornos peculiares a antigas formas de motins e revoltas, e movimentos sediciosos, como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração dos Alfaiates (1798), tiraram o sossego das autoridades metropolitanas. (Nívia Pombo. “Luzes, mas só para a elite”. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, maio de 2014.Adaptado.) A respeito dos “contornos peculiares”, fornecidos pela Ilustração ou Iluminismo às rebeliões na América portuguesa em 1789 e 1798, pode-se afirmar que os insurretos pretendiam eliminar a hierarquia militar e suprimir a propriedade fundiária. os insurgentes queriam a extinção do absolutismo monárquico e a formação de uma monarquia constitucional. os rebeldes exigiram a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves. os líderes contestaram o estatuto colonial e defenderam o rompimento definitivo com a metrópole. os colonos rebelados defendiam a supressão do tráfico de africanos escravizados para o Brasil. Questão 16 Os principais meios de produção na América espanhola continuaram nas mãos da classe alta criolla, que em virtude da independência se apropriou também do comando do sistema político. Essa transferência do poder político significou que a partir daí as decisões seriam tomadas muito mais em termos dos interesses nacionais do que dos da metrópole, ou, mais precisamente, dos interesses nacionais na interpretação da minoria dominante. Isso não excluiu o prolongamento, de forma um pouco modificada, da dependência econômica externa. (David Bushnell. “A independência da América do Sul espanhola”. In: Leslie Bethell (org.). História da América Latina: da independência a 1870, 2004. Adaptado.) A abordagem realizada pelo historiador sobre a independência da América espanhola pode ser relacionada à abolição da escravidão, consolidada nos países recém-independentes na primeira metade do século XIX por pressão da Inglaterra. à divisão das haciendas, transformadas em terras comunais ocupadas por comunidades indígenas. à proposta de organização de uma confederação latino-americana, ratificada no Congresso do Panamá para impedir a recolonização da América pelos europeus. aos interesses de uma parcela da elite colonial, vinculada à produção e exportação de matérias- primas. à manutenção dos monopólios metropolitanos, transferidos das mãos dos comerciantes peninsulares para as dos comerciantes britânicos. Questão 17 No início do século XIX, a maior parte das colônias que Portugal e Espanha criaram na América transformaram-se em países independentes. Todavia, havia importantes diferenças entre as mudanças ocorridas na América espanhola e na América portuguesa. (Ilmar Mattos e Luis de Albuquerque. Independência ou morte, 1991.) É correto afirmar que uma das diferenças mencionadas no texto foi o fim do preconceito e das distinções sociais na América Hispânica, enquanto se manteve no Império brasileiro o sistema de trabalho escravo. a fragmentação do território em várias repúblicas na América Hispânica, enquanto o Brasil monárquico preservou a unidade territorial. a manutenção, na América Hispânica, da estrutura colonial de produção, que foi substituída por um modelo econômico autônomo no Brasil. a adoção de governos oligárquicos na América Hispânica, enquanto se estabeleceu no Brasil um regime liberal democrático. o abandono, na América Hispânica, dos princípios religiosos do catolicismo, que, no Brasil, continuaram a orientar o país como religião oficial. Questão 18 O século XIX foi a época da expansão cafeeira no Brasil, começando pelo Rio de Janeiro e avançando pela Zona da Mata mineira e pelo Vale do Paraíba. Perto de 1850, o café alcançou o oeste de São Paulo e dali espalhou-se, chegando posteriormente ao sul de Minas Gerais e ao norte do Paraná. Junto com o café, ganhou impulso a modernização da economia brasileira. (Cláudio Vicentino. Atlas histórico, 2011. Adaptado.) Uma das características do ciclo do café que contribuiu para a dinamização da economia brasileira foi a participação do Estado como coprodutor do grão na primeira metade do século XIX. a construção das estradas de ferro na segunda metade do século XIX. a adaptação da produção cafeeira às especificidades do mercado interno no final do século XIX. a revogação da Lei Eusébio de Queirós no final do século XIX. o uso de pequenas propriedades para o plantio do grão no início do século XIX. Questão 19 A década de 1880 trouxe ao governo de D. Pedro II dois grandes problemas. Um era novo, a agitação militar. Outro era a velha questão, ainda não plenamente resolvida, da abolição. (José Murilo de Carvalho. D. Pedro II, 2007. Adaptado.) A respeito dos dois grandes problemas mencionados no texto, cabe destacar a publicação do Manifesto Republicano por dissidentes do Partido Conservador, criticando o fato de o Brasil ser a única monarquia da América. o movimento tenentista, que dava ênfase à ampliação do sistema de educação do país e propunha o estabelecimento de uma república positivista, controlada pelos militares. o estímulo à formação de famílias escravas, após a aprovação da Lei Eusébio de Queirós, a fim de aumentar a oferta de mão de obra nas fazendas de café do Sudeste brasileiro. o descontentamento dos militares, que se opunham ao sistema político oligárquico, sustentado, entre outros meios, pelo voto de cabresto e pelas fraudes eleitorais. a postura crítica de membros do Exército à monarquia e à escravidão, tendo em vista, entre outros fatos, a superação de preconceitos contra os negros por meio da convivência com soldados alforriados na Guerra do Paraguai. FAMECA a b c d e UNESP a b c d e UNICID a b c d e FAMECA a b c d e UNESP a b c d e FAMECA a b c d e Albert Einstein a b c d UNICID a b c d e UNESP a b c d e FMJ a b c d e Questão 20 Pode-se bem estimar a importância do golpe representado pela Lei Eusébio de Queirós, considerando que, [no] ano de 1845, o total de negros importados fora de 19363; em 1846, de 50354; em 1847, 56172; em 1848, de 60 mil; em 1849, de 54 mil e em 1850, de 23 mil. (Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1995.) Considerando o número de escravos africanos trazidos para o Brasil de 1845 a 1850, conclui-se que o objetivo dos proprietários, que importavam escravos da África, foi o de garantir a substituição do trabalho infantil proibido pela Lei Eusébio de Queirós. a intensificação do tráfico internacional de escravos, que abastecia a economia brasileira, se antecipou à abolição da escravidão com a Lei Eusébio de Queirós. o volume expressivo de capital monetário, que circulava no comércio de escravos, ficou disponível para outros investimentos com a Lei Eusébio de Queirós. a oferta de escravos africanos, que barateava os gastos com a mão de obra, favoreceu o crescimento industrial do país depois da Lei Eusébio de Queirós. o lucro advindo do tráfico de escravos, que dava origem ao sistema bancário, financiou a política migratória brasileira prevista pela Lei Eusébio de Queirós. Questão 21 [...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643 municípios do Império [...] ainda continham escravos. (Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987.) A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros fatores, ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em direção ao Brasil. ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos. à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil, uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba. à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao trabalho na lavoura do café. à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda Nacional. Questão 22 O final do século XIX marcou o começo de vários movimentos políticos com o intuito de colocar em prática os ideais socialistas elaborados por Karl Marx e Friedrich Engels. Considerando os ideais e os objetivosalmejados pelo socialismo, é correto afirmar que neste sistema socioeconômico a propriedade dos meios de produção é estatal, o planejamento econômico é centralizado e há a ditadura do proletariado. a sociedade possui diferentes classes, o sistema é regulado pelo mercado e a finalidade da produção é o lucro. o crescimento econômico é controlado pela burguesia, o planejamento econômico é centralizado e há a ditadura do proletariado. a sociedade não possui classes, o sistema é controlado pelo mercado e o lucro é controlado pela burguesia. a propriedade dos meios de produção é privada, a produção é controlada pela burguesia e há o assalariamento. Questão 23 Em 1848, a onda revolucionária ganhou força, e por todo o continente europeu ergueram-se barricadas e proclamaram-se repúblicas. Os povos fizeram valer o direito de autodeterminação e de se tornarem Estados-nações. Entretanto, em algumas semanas a repressão pôs fim àquela que ficou conhecida como a “Primavera dos Povos”. A velha ordem foi restaurada e o problema das nacionalidades (povos sem Estado) continuou a existir. (Armelle Enders et al. História em curso: da Antiguidade à Globalização, 2008.) Na segunda metade do século XIX, esse “problema das nacionalidades” contribuiu para desmobilizar os movimentos sociais na Europa, reduzindo a força dos sindicatos e dos partidos políticos. provocou o desmembramento do Império Turco-Otomano, ampliando os conflitos étnicos e religiosos na região balcânica. determinou o avanço imperialista europeu sobre a Ásia e África, legitimado pela necessidade de evangelização dos povos. culminou no processo de unificação da Alemanha, que alterou o equilíbrio interno da Europa e conduziu, mais tarde, à Primeira Guerra. resultou na Comuna de Paris, primeira experiência bem sucedida de luta comunista, que determinou posteriormente os rumos da Revolução Russa. Questão 24 Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco organizador da produção que essa tecnologia impunha. (Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.) De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século XVIII e início do XIX, expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas de diversas partes do país. representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo emprego de máquinas na produção fabril. indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de segurança interna contra atos de vandalismo. revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e facilitavam seu trabalho. simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos políticos de inspiração marxista. Questão 25 O poder privado que era desmesurado na Colônia, continuou a sê-lo durante o Império e a República. No caminho que o Estado percorreu em busca de sua centralização, foi obrigado a ceder, em muitos aspectos, ao poder local. Embora não se possa afirmar que todo fazendeiro ou todo grande comerciante era um coronel, também é impossível desvincular o coronelismo do mandonismo local. (Maria de Lourdes M. Janotti. O coronelismo, 1984.) Depreende-se do excerto que o domínio da nobreza sobre as terras e os escravos deu origem a uma estrutura privada de poder, que pouco influenciou o Estado republicano. a hegemonia de latifundiários e ricos empresários foi possibilitada pela extensão do direito de voto à população urbana, mais suscetível à manipulação. o embate entre o centralismo e o federalismo resultou na afirmação do poder do presidente da República, que eliminou a autonomia estadual. a centralização do início da República dependeu do apoio dos coronéis, militares poderosos que interferiam na vida política desde a crise do Império. a população rural continuou submetida ao poder individual do patrão, que garantia a fidelidade do eleitorado por meio da troca de favores. Questão 26 A imagem abaixo integrou uma cartilha lançada, em 1941, pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Ela pode ser relacionada à propaganda do governo Vargas, que buscava promover as manifestações cívicas e apresentava a figura do presidente como “pai da nação”. à implantação, pelo governo Vargas, do ensino público e gratuito para todos os brasileiros menores de 21 anos. à política, desenvolvida pelo governo Vargas, de estimular o trabalho infantil nas áreas urbanas e rurais do país. à crítica dos cafeicultores ao governo Vargas, a quem chamavam de “pai dos pobres”, acusando- o de não governar para todos os brasileiros. Questão 27 Embora os fluxos de comércio e de capitais internacionais tenham minguado em comparação com a situação típica dos anos pré-1930, não é lícito concluir que, em consequência, a evolução da economia brasileira possa ser estudada como se o Brasil estivesse isolado da economia mundial. (Marcelo de Paiva Abreu. “O Brasil e a economia mundial (1929-1945)”. In: História Geral da Civilização Brasileira, tomo III, vol. 4, 1986.) A situação histórica referida pelo texto decorria dos períodos de baixa produção da economia cafeeira no estado de São Paulo. da retração dos mercados mundiais com a expansão dos regimes socialistas. da internacionalização de uma crise capitalista iniciada nos Estados Unidos. da instituição, no Brasil, do regime antidemocrático do Estado Novo getulista. dos primeiros confrontos militares entre as potências imperialistas europeias. Questão 28 Nas primeiras sequências de O triunfo da vontade [filme alemão de 1935], Hitler chega de avião como um esperado Messias. O bimotor plaina sobre as nuvens que se abrem à medida que ele desce sobre a cidade. A propósito dessa cena, a cineasta escreveria: “O sol desapareceu atrás das nuvens. Mas quando o Führer chega, os raios de sol cortam o céu, o céu hitleriano”. (Alcir Lenharo. Nazismo, o triunfo da vontade, 1986.) O texto mostra algumas características centrais do nazismo: o desprezo pelas manifestações de massa e a defesa de princípios religiosos do catolicismo. a glorificação das principais lideranças políticas e a depreciação da natureza. o uso intenso do cinema como propaganda política e o culto da figura do líder. a valorização dos espaços urbanos e o estímulo à migração dos camponeses para as cidades. o apreço pelas conquistas tecnológicas e a identificação do líder como um homem comum. Questão 29 A descolonização não deixa de ser o choque de valores do Ocidente na Ásia e na África e a revolta da Ásia e da África contra o Ocidente que tentava arrancar-lhes o que o tempo e a História lhes tinham ajudado a produzir: identidade cultural, riquezas e autonomia. (Letícia B. Canêdo. A descolonização da Ásia e da África, 2009. Adaptado.) No plano internacional, o processo apresentado no excerto foi favorecido pela criação de um sistema mais flexível de dominação pela Coroa Britânica com a Comunidade Britânica de Nações. pela realização da Conferência de Berlim, na qual foi determinado o fim da escravidão e do tráfico de escravos na África. pelo acordo entre Estados Unidos e União Soviética em apoio à emancipação das colônias para dividi-las, de forma equitativa, em áreas de influência. pelo enfraquecimentodo domínio europeu sobre as colônias após a Segunda Guerra Mundial. pela criação, em Londres, da Associação Internacional dos Trabalhadores, que coordenou campanhas em prol da independência das colônias. FMJ a b c d e UEA - SIS a b c d e UEA - SIS a b c d e UEA - SIS a b c d e UEA - SIS a b c d e UEA - Geral a b c d e UEA - Geral a b c d e UNESP a b c d e UNESP a b c d e Questão 30 O processo de abertura política no Brasil, arquitetado pelo próprio regime militar no auge do “milagre econômico”, escapou parcialmente ao controle dos governantes porque o movimento a favor da anistia trouxe do exílio antigas lideranças políticas, depondo então o último presidente militar. os choques do petróleo causaram inflação e elevaram o endividamento externo, minando as bases de apoio ao regime. a concentração de renda agradou às classes médias, encerrando a campanha pela punição dos militares envolvidos em tortura. as greves operárias abalaram a estrutura autoritária de poder, levando à vitória da oposição na eleição direta para presidente. o apoio internacional à redemocratização desestabilizou o partido governista, fragmentando sua bancada no Congresso. Questão 31 Em meados do século XVIII, a região que hoje compreende o estado do Amazonas era um dos principais alvos de invasores estrangeiros na colônia sul-americana portuguesa. Por isso, diante da necessidade de fortalecer a proteção daquele território e, ao mesmo tempo, estabelecer um aparelhamento estatal luso nesta parte erma da colônia, o rei D. José I, em Carta Régia de 3 de março de 1755, criou a Capitania de São José do Rio Negro [...]. (Durango Duarte. “Um breve histórico da formação do estado do Amazonas – I”. http://idd.org.br, 19.11.2016.) A criação da Capitania de São José do Rio Negro assegurou a autonomia da região, que se libertou das ordens da Coroa portuguesa e passou a controlar diretamente o extrativismo nesses territórios. contribuiu para a expulsão dos invasores franceses e britânicos da região amazônica e estimulou o intercâmbio comercial com as áreas vizinhas, de colonização espanhola. manteve a região atrelada ao Grão-Pará e Maranhão, mas a dotou de administração própria, facilitando o controle português sobre esses territórios. representou o início da reestruturação administrativa portuguesa, que promoveu, a partir de então, a divisão de suas colônias em oito capitanias autônomas. permitiu maior integração da região amazônica com as áreas de colonização portuguesa e eliminou a influência política hispânica sobre a Capitania do Grão-Pará e Maranhão. Questão 32 No reinado de D. José I, de Portugal, tendo à frente Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, houve um esforço de reorganização do Império português, com o estímulo ao desenvolvimento econômico e maior racionalização da exploração das colônias. Tendo em conta esses objetivos, foi constituído, em 1751, o Estado do Grão-Pará e Maranhão, e, em 1757, o Diretório dos Índios, que consistiu na imposição aos povos americanos da lei de escravização da mão de obra indígena, elaborada pelo governo português. suspensão do processo de cristianização das nações indígenas de toda a colônia do Brasil, com a finalidade de evitar a destruição de seu modo de vida. aliança dos missionários cristãos com as autoridades políticas locais e metropolitanas, com o objetivo de vencer as tribos guerreiras e rebeldes. política governamental de comercialização dos produtos colhidos pelas tribos na floresta assim como das peças do artesanato indígena. abolição da administração política e econômica dos povoamentos indígenas pelos missionários cristãos, fato que lhes permitia exercer o controle sobre a mão de obra dos nativos. TEXTO BASE 3 Examine a tabela com dados percentuais dos principais produtos da exportação brasileira entre 1889 e 1929 para responder a questão Questão 33 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3 Os dados sobre as exportações da borracha entre 1914 e 1929 podem ser explicados pela grande capacidade de produção dos seringais brasileiros, que respondiam por 90% de toda a produção mundial de látex. pela grande capacidade de produção dos seringais brasileiros, que respondiam por 90% de toda a produção mundial de látex. pela queda de preços do produto no mercado internacional devido à concorrência da borracha de melhor qualidade produzida na América Central. pela crise da economia gomífera da Amazônia devido à concorrência internacional com a borracha asiática. pela política econômica brasileira, que promovia constantes desvalorizações da moeda nacional para manter a margem de lucros dos exportadores TEXTO BASE 4 Leia o texto para responder às questão. A Segunda Guerra chegou até aqui. E pela primeira vez um presidente da República visitou Vila Bela. [...] O presidente Vargas disse que os Aliados precisavam do nosso látex, e que ele e todos os brasileiros fariam tudo para derrotar os países do Eixo. [...] Os cargueiros voltaram a navegar nos rios da Amazônia; transportavam borracha para Manaus e Belém, e depois os hidroaviões levavam a carga para os Estados Unidos. Os sonhos e as promessas também voltaram. (Milton Hatoum. Órfãos do Eldorado, 2008.) Questão 34 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4 É correto relacionar a afirmação do presidente Getúlio Vargas, “os aliados precisam do nosso látex”, ao fracasso do cultivo artificial da seringueira. à crise da indústria automobilística durante a Guerra. ao desenvolvimento da campanha militar no Oriente. à fragilidade bélica da borracha sintética. à proximidade das regiões produtoras amazônicas com as áreas de conflito. Questão 35 A década de 1970 representa um momento novo da história da Amazônia. A ditadura militar [1964- 1985] começou a implantar um projeto de ocupação para a Amazônia, procurando atrair o capital de grandes empresas do Sudeste para os projetos agropecuários na região. [...] A ditadura disseminou a noção de que a Amazônia era um vazio demográfico para justificar suas ações. Se era, o que se deveria fazer? Ocupar, encher o vazio. (Francisco de Assis Costa. “As múltiplas faces da Amazônia”. Pesquisa Fapesp, março de 2019.) Economista e professor da Universidade Federal de Belém, Francisco de Assis Costa descreve políticas de desenvolvimento econômico aplicadas na região amazônica. Essas políticas estavam baseadas na valorização da diversidade de estruturas produtivas já estabelecidas ao longo da história. no empenho de preservação das reservas indígenas contra a infiltração de garimpeiros. na necessidade de defesa militar de uma região petrolífera ambicionada internacionalmente. na incorporação das reivindicações culturais do conjunto das populações ribeirinhas. no discurso de deslegitimação das práticas socioeconômicas previamente existentes. TEXTO BASE 5 Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é isso? Platão diria: “Esse animal não possui nenhuma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser. Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, que não depende de nada, nunca veio-a-ser, sempre da mesma maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por completo indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo possui ser verdadeiro e é objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse cavalo é um fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que são as condições a priori completas da experiência possível, presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações da coisa-em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso outro modo de conhecimento além daquele que unicamente nos é possível pelos sentidos e pelo entendimento.” (Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.) Questão 36 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTOBASE 5 Schopenhauer compara as filosofias platônicas e kantianas, fazendo-as responder a uma mesma questão. Na perspectiva platônica, o cavalo presente “diante de nós” é a demonstração da inexistência do mundo inteligível. absolutamente igual a todos os cavalos do mundo. uma sombra da ideia do cavalo. um ser imutável e eterno. a essência do cavalo real. Questão 37 A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira […]. A mentira pode ser externa […] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa […]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. […] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos. (Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.) Em sua sentença dirigida à mentira, Kant considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto. assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade. apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas. demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas. assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões. Questão 38 As certezas do homem comum, as verdades comuns da experiência cotidiana, os filósofos vivem- nas, por certo, e não as negam, enquanto homens. Mas, enquanto filósofos, não as assumem. Nesse sentido em que as desqualificam, pode-se dizer que as recusam. Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas em nome da racionalidade que postulam para a filosofia. Assim é que boa parte das filosofias opta por esquecer “metodologicamente” a visão comum do Mundo, recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico. Não podendo furtar-se, enquanto homens, à experiência do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O Mundo não é, para eles, o universo reconhecido de seus discursos. Desconsiderando filosoficamente as verdades cotidianas, o bom senso, o senso comum, instauram de fato o dualismo do prático e do teórico, da vida e da razão filosófica. Instauram, consciente e propositadamente, o divórcio entre o homem comum que são e o filósofo que querem ser (Oswaldo Porchat Pereira. Rumo ao ceticismo, 2007. Adaptado.) O “divórcio” entre o homem comum e o filósofo, segundo o autor, ocorre em função da negação do homem comum em entender a realidade. restrição do saber comum no fazer filosófico. diferença de mundos que buscam compreender. falta de correspondência factual do saber comum. proposição de respostas necessariamente divergentes. UEA - Geral a b c d e UEA - SIS a b c d e Questão 39 Por outras palavras, escolhermos o conselheiro é ainda comprometermo-nos a nós próprios. A prova está em que, se sois cristãos, direis: consulte um padre. Mas há padres colaboracionistas, padres oportunistas, padres resistentes. Qual escolher? E se [alguém] escolhe um padre resistente, ou padre colaboracionista, já decidiu sobre o gênero de conselho que vai receber. (Jean-Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo, 1973.) Jean-Paul Sartre procura responder à possível objeção a um argumento essencial da filosofia existencialista, segundo o qual a ação humana deve ser orientada pelo conhecimento racional. a angústia do indivíduo solitário pode ser atenuada pelas crenças religiosas. o homem confere livremente sentido a sua própria vida. a vida humana é historicamente determinada por fatores materiais. o homem é livre à medida que reconhece seus interesses sociais. Questão 40 De há muito observara que, quanto aos costumes, é necessário às vezes seguir opiniões, que sabemos serem muito incertas, tal como se fossem indubitáveis; mas, por desejar então ocupar-me somente com a pesquisa da verdade, pensei que era necessário agir exatamente ao contrário, e rejeitar como absolutamente falso tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, não restaria algo em meu crédito. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava. (René Descartes. Discurso do método, 1973. Adaptado.) De acordo com o filósofo a pesquisa da verdade exige que se coloque tudo em dúvida, tornando impossível atingir um conhecimento verdadeiro. a imagem do mundo é formada de essências metafísicas, que se impõem ao homem como uma realidade autônoma. o conhecimento para ser declarado verdadeiro precisa justificar-se em fundamentos sólidos, que derivam da razão do homem. a superação do senso comum é inviável mesmo com a aplicação de um conjunto de procedimentos racionais. o conhecimento verdadeiro provém da experiência sensível, investigada pela abordagem empirista dos objetos.