Questões sobre Mundo Medieval

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REC - HIS - 1º - FINAL 08/12/2023
Questão 1
1. (A2 – 0,33)
(UEPB-2013) O olhar que os europeus tinham sobre o chamado mundo medieval mudou
com o advento do chamado mundo moderno, devido à inserção de novos elementos,
tais como:
a A presença dos cavaleiros, a economia autossuficiente, a força dos artesãos e o
teocentrismo.
b A descoberta do Novo Mundo, a presença de novos atores sociais como a burguesia
e a utilização da bússola, da pólvora e da imprensa.
c A presença dos cavaleiros, o pensamento humanista, a contrarreforma católica e a
descentralização do poder político.
d O teocentrismo, a presença do Estado Moderno e as reformas religiosas, e o
tribunal de Inquisição.
e A imprensa como espaço de divulgação do pensamento teocêntrico, a
descentralização do poder político e a Guerra dos Cem Anos.
Questão 2
2. (A2) (Marista)
 
“Lutero separou a religião da política porque repudiava os métodos coercivos da Igreja
Católica Romana, que usara o Estado para impor suas próprias normas e sua
ortodoxia. Calvino não partilhava essa visão de um mundo sem Deus. Como Zwingli,
acreditava que os cristãos deviam expressar sua fé participando da vida política e
social, e não recolhendo-se a um mosteiro.”
ARMSTRONG, Karen. Em Nome de Deus: o Fundamentalismo no Judaísmo, no
Cristianismo e no Islamismo. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009. p. 101.
O autor do texto citado enfatiza que:
a Desde o início da Reforma Protestante, Lutero defendia a criação de uma religião
alternativa ao catolicismo.
b O calvinismo defendia uma separação entre política e religião, assim como a
pregada por Lutero.
c Lutero e Calvino condenavam práticas como a cobrança de juros, a obtenção de
lucro e o enriquecimento.
d O luteranismo e o calvinismo eram tolerantes com outras práticas religiosas
monoteístas, como o islamismo e o judaísmo.
e Assim como Lutero, Calvino acreditava que a salvação eterna seria individual e
que, por isso, não dependia da mediação de sacerdotes.
 
Questão 3
3. (A2 – 0,33) (Marista)
 
“Digo, portanto, que o súdito nunca pode ser autorizado a tentar algo contra seu
Príncipe soberano, por mais malvado e cruel tirano que ele seja. É lícito não lhe
obedecer em coisa que seja contrária à lei de Deus ou da natureza, fugir, esconder-se,
aparar os golpes ou sofrer a morte, mas nunca atentar contra sua vida ou honra.”
BODIN, Jean apud MELLO, Jezreel Antonio. Os Limites da Soberania em Jean Bodin.
Controvérsia, v. 5, n. 1. 2019, 51.
O texto acima foi escrito no final do século XVI por Jean Bodin, um jurista que viveu
na Corte francesa. Sabendo disso, analise as alternativas abaixo e assinale aquela que
estiver correta.
a Assim como Thomas Hobbes na Inglaterra, Jean Bodin defendia que a soberania real
deveria ser obedecida porque suas origens seriam divinas.
b Nicolau Maquiavel entendia que o poder do monarca ultrapassava a moral e não
poderia ser julgado pelos súditos, “Os fins justificam os meios”.
c Para Jean Bodin, o soberano seria um tirano se violasse alguma lei sagrada, divina
ou natural, podendo ser morto por isso.
d Apesar das tentativas da Corte francesa, o Absolutismo nunca vingou no país em
questão, pois era um reino católico.
e De acordo com Bodin, somente o clero poderia desobedecer ao soberano, pois os
religiosos já atendiam a lei divina.
Questão 4
(A2 – 0,33) (Marista)
O Renascimento foi um importante movimento cultural e científico que ocorreu na
Europa entre os séculos XI. e XVI. Além da influência da cultura greco-romana, várias
transformações políticas, sociais e econômicas também contribuíram para o
surgimento do Renascimento, incluindo a ascensão do poder monárquico.
A respeito das transformações políticas, sociais e econômicas que permitiram o
florescimento do Renascimento cultural e científico na Europa pode-se afirmar
a vemos nas artes e na arquitetura, através da valorização da simetria, da proporção
e da perspectiva, a retomada de ideais da Antiguidade Clássica.
b o restabelecimento das cidades e do comércio – e os contatos culturais permitidos
através dele – garantiu um novo olhar sobre as ideias e o conhecimento, e sua
consequente falência econômica.
c o estilo de vida da burguesia, figura central das cidades da Idade Moderna, e sua
valorização do status social, contribuiu para o financiamento de artistas através do
mecenato.
d a chamada Revolução Científica atribuiu novos significados ao Universo e à
natureza, aproximando das teorias vinculadas à Igreja Católica.
e a Península Itálica se destacou durante o período devido ao seu contato com
bizantinos e árabes, garantindo o desenvolvimento da filosofia e da cultura de origem
grega, da qual os italianos se consideravam herdeiros.
Questão 5
(A2 – 0,34) (FTD - Adaptado)
Observe a imagem a seguir.
 
Na imagem, vemos uma representação de oficina de impressão do século XVI. em que
eram utilizados os tipos móveis de Gutenberg. As máquinas impressoras contribuíram
para divulgar textos que, até então, ficavam restritos a um reduzido número de
pessoas.
PRENSA francesa no início do século XVII. In: CANÇÕES reais Rouen Puy 1519-1528 (f.
29v.).
Século XVI. Biblioteca Nacional da França, Paris.
Após observar a imagem e de acordo com seus estudos sobre o renascimento cultural
a Na ilustração, é possível identificar pessoas com características ligadas à religião, o
que explica a ampla influência da Igreja no Renascimento, um movimento que buscou
destacar a arte sacra.
b Na imagem, as pessoas estão trabalhando no registro de informações, uma das
características do Renascimento. Este valorizava o humanismo e o conhecimento.
É
c É possível identificar elementos da educação renascentista nessa ilustração. Entre
eles, consta a arte sacra, representada por quadros.
d O conhecimento foi muito valorizado nesse período, em que se buscava
compreender Deus, os santos e os ritos da Igreja Católica.
e O Renascimento valorizou as ações humanas e recusou toda a produção cultural
anterior, fosse da Antiguidade Clássica ou medieval.
 
Questão 6
(A2– 0,34) (Marista)
 
The Malleus Maleficarum, iluminura representando mulheres queimadas na caça às
bruxas.
Ser herege não significava, pelo menos inicialmente, ser contrário à Igreja Católica na
Idade Média, mas viver de acordo com outra base de conhecimentos e entendimento
da religiosidade. Esse modelo de vida não cristão, tinha, inclusive, bastante influência
das culturas ditas pagãs, remanescentes dos grupos que participaram da formação do
continente europeu desde a crise do Império Romano.
Nas chamadas seitas ou movimentos hereges, no entanto, as mulheres tinham uma
condição social diferente de pregada pela Igreja medieval. A elas era concedida a
possibilidade de desfrute de uma vida social mais livre, relacionada ao trabalho e até
mesmo à pregação de suas religiosidades.
Sistema Marista de Educação: formação geral básica: 1º ano: ensino médio: ciências
humanas e sociais aplicadas – 1. Ed. – São Paulo: FTD, 2023, v. 6, p. 17.
Sobre a heresia e bruxaria na sociedade medieval:
a Os primeiros julgamentos de bruxas, prática consolidada após a publicação do livro
Malleficarum (O martírio das bruxas) se deu apenas a partir do século XV.
b era parte de um chamado movimento herético, que tinha muitos adeptos em
diferentes partes da Europa, especialmente na Idade Moderna.
c a publicação do Malleficarum (O martírio das bruxas) desde o Império Romano
regulamentou o extermínio das mulheres pagãs que expressavam uma religiosidade
diferente do catolicismo.
d Em todas os países católicos as mulheres desempenhavam papel marcante na
administração dos bens civis e na condução da família sendo esse o principal motivo
de serem acusadas de hereges.
e A criação da bula papal de Inocêncio VIII, em 1846, foi uma resposta tardia para a
dominação e o poder que os movimentos heréticos de bruxaria tinham por toda a
Europa ocidental.
Questão 7
Desde o século XI. que a cristandade ocidental era agitada pelo desafio lançado pela
cultura profana – a dosromances de cavalaria, mas também a cultura folclórica dos
camponeses e igualmente a dos citadinos, de caráter mais jurídicos – à cultura
eclesiástica, cujo veículo era o latim. Francisco de Assis veio alterar a situação,
propondo aos seus ouvintes uma mensagem acessível a todos e, simultaneamente,
enobrecendo a língua vulgar através do seu uso na religião
VAUCHEZ, A. A espiritualidade da Idade Média Ocidental, séc. VIII-XIII. Lisboa: Estampa,
1995.
O comportamento desse religioso demonstra uma preocupação com as características
assumidas pela Igreja e com as desigualdades sociais compartilhada no seu tempo
pelos(as)
a movimentos heréticos.
b senhores feudais.
c corporações de ofícios.
d integrantes das Cruzadas.
e universidades medievais.
Questão 8
A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos sobre o
crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para
conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam
às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e,
assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco
filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o
fim do mundo.”
Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky.
TheBlack Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).
O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a
Europa durante parte do século XIV, sugere que
a o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
b a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.
c a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas
eram poucas e identificáveis.
d houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.
e o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não
serem enterrados.
Questão 9
9. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez
de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava
do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de
ser limitada por portas e por uma muralha.
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G.
História da vida privada: da Europa Feudal à Renascença.
São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).
á
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade
Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este
processo está diretamente relacionado com
a o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b a migração de camponeses e artesãos.
c a expansão dos parques industriais e fabris
d o aumento do número de castelos e feudos.
e a contenção das epidemias e doenças.
Questão 10
Astecas, incas, siouxs, apaches, guaranis e araucanos eram alguns dos muitos povos
indígenas que viviam na América e foram dominados, cristianizados ou mesmo
exterminados quando da chegada dos europeus.
O sistema político que regia a sociedade inca era a:
 
a teocracia
 
b monarquia
 
c autogestão
 
d anarquia
Questão 11
A conquista da América ocorre no contexto mais amplo de grandes transições na
Europa. Na América, a existência de sociedades mais evoluídas, como os astecas e os
incas, fez que o processo colonial levasse em conta as heranças de tais forças
sociais, políticas e culturais anteriores à chegada dos colonos.
A respeito de tais sociedades, assinale a opção correta.
a Astecas e incas, embora não ofereceram qualquer resistência à ocupação colonial.
 
b A realidade pré-colonial dos astecas era marcada pela ausência da noção de
Estado.
 
c Antes de os espanhóis desembarcarem na América, a vida social e cultural
inca era de relativo desenvolvimento, conforme se observa, ainda hoje, nas ruínas de
antigas cidades incas, nos Andes.
 
 
d A tradição dos povos pré-colombianos na América, como a dos astecas e a dos
incas, era a de aceitar o estrangeiro com admiração e subordinação natural.
Questão 12
Quando o território da América foi invadido pela primeira vez pelos espanhóis, era
densamente povoado. No entanto, a distribuição da população era desigual, pois a
maior parte dos habitantes se concentrava na Mesoamérica e nos Andes centrais.
Nesses locais as sociedades americanas nativas haviam atingido altos níveis de
organização econômica, social, política e cultural.
Uma das muitas consequências do encontro entre invasores e invadidos foi o declínio
da população nativa. A respeito dessa temática, assinale a alternativa correta.
a A proporção do declínio da população a partir da invasão dos espanhóis foi a
mesma que no Brasil.
b Entre os morticínios de guerra, deve-se incluir aqueles que resultaram de conflitos
entre os próprios nativos. 
 
c O colapso populacional de nativos pode ser explicado pela violência que os
conquistadores infligiram à população pré-colombiana, pela guerra e por doenças
trazidas por eles mesmos. 
 
d Apesar de os espanhóis confiscarem as reservas de alimentos essa opressão foi
facilmente compensada.
 
e A mobilização dos índios para o transporte de armas a serem auxiliares de lutas
ou para a realização de trabalhos forçados custou nada aos nativos
Questão 13
Antes da chegada dos portugueses às terras americanas,
a havia dois grupos étnicos habitando a região hoje chamada Brasil: os Tupis e os
Tapuias.
b falavam-se alguns poucos dialetos, variantes de uma mesma língua geral, o
Nheengatu, apesar de existir muitos grupos indígenas.
c uma variedade de comunidades nativas, etnicamente diferentes, espalhava-se pelo
território da futura América portuguesa.
d havia uma só sociedade indígena vivendo em harmonia, igualitarismo e paz;
desconhecia-se a violência da guerra, trazida para cá pelos europeus.
Questão 14
“A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território, dotado de
condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é,
nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências.
Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas
ideias, e insistindo em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e
hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra”.
(HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras. p. 31 –
adaptado).
O trecho acima descreve o processo de colonização do Brasil, que foi caracterizado:
a Pela adaptação dos europeus aos costumes religiosos, culturais, políticos e
produtivos dos índios;
b Pela integração harmoniosa dos três grupos que formaram a sociedade da época:
índios, europeus e africanos;
c Pela imposição de valores dos portugueses aos índios e aos escravos africanos,
que não reagiram a regras e castigos;
d Por relações amistosas entre as diferentes comunidades de índios e portugueses,
sobretudo pela troca de produtos entre os dois grupos;
e Pelo encontro de culturas muito diferentes entre si, o que gerou relações de
conflito e, em alguns casos, de parceria entre índios e portugueses.
Questão 15
Sou uma pobre e velha mulher,
Muito ignorante, que nem sabe ler.
Mostraram-me na igreja da minha terra
Um Paraíso com harpas pintado
E o Inferno onde fervem almas danadas,
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
ó
VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte.
Lisboa: LTC, 1999.
Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes
nos templos católicos medievais.
Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de
a refinar o gosto dos cristãos.
b incorporar ideais heréticos.
c educar os fiéis através do olhar.
d divulgar a genialidade dos artistas católicos.
e valorizar esteticamente os templos religiosos.