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Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Margem de contribuição1.
Ponto de equilíbrio2.
Margem de segurança3.
Grau de alavancagem4.
Sumário clicável
Sumário
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
E SEGURANÇA, PONTO DE
EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM
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ário
Neste Percurso, daremos continuação
ao estudo dos custos. Nesse sentido,
abordaremos a Margem de contribui-
ção e segurança, o Ponto de equilíbrio e
a Alavancagem. Será um novo olhar so-
brea temática: custos. O objetivo é inter-
pretar a margem de contribuição, bem
como elaborar seu cálculo e sua utili-
zação para a tomada de decisão. Nós
apresentaremos os mecanismos que
podem ser empregados para trabalhar
essa abordagem de forma que seja per-
mitido que haja estímulo à criatividade
no contexto do aprender sobre a mar-
gem de contribuição e sua importância
nas decisões organizacionais. Dessa
forma, será possível apontar alguns me-
canismos que podem tornar esse cami-
nho inovador, por meio do estímulo ao
desenvolvimento e à criatividade.
Olá
Margem de contribuição1.
Neste Circuito, estudaremos sobre margem de contribuição, abordaremos desde a parte
conceitual sob o olhar de vários autores, até a apresentação da fórmula utilizada para
calcular a margem de contribuição de um produto.
As empresas, de um modo geral, são criadas com a finalidade de gerar retorno do capital
investido pelos sócios. Além disso, é claro que, sob a ótica social e ambiental, podem
ter outros objetivos. De qualquer maneira, o reconhecimento do resultado obtido pelos
investidores de capital é de suma importância. A contabilidade tradicional, porém, na
maioria das vezes, gera informações fiscais, não atendendo a alguns quesitos puramente
gerenciais e importantíssimos para aspectos decisórios. O resultado gerado pelas
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empresas é consequência do resultado individual de cada produto fabricado e/ou
comercializado, isto é, cada produto vendido ou cada serviço prestado contribui com uma
parcela para a formação do resultado total da empresa. Por isso, cada produto merece
atenção e gerenciamento individualizado, ainda que seja necessário estudar as relações
entre os itens que fazem parte do mix de produtos destinados para venda na empresa
(REDIVO, 2004).
O citado autor explica que, de maneira simplificada, margem de contribuição significa o
quanto cada produto contribui em valores monetários para a manutenção da empresa e
para a formação do resultado. O entendimento parece simples, pois não é necessário ser
um grande conhecedor das áreas de contabilidade de custos, contabilidade gerencial,
administração estratégica etc., o que torna a margem de contribuição um indicador
que poderá ser utilizado por empresas de qualquer porte, devido a sua fundamental
importância para o gerenciamento das atividades, destacando, principalmente, as
atividades comerciais.
Conforme Ferreira (2007), a diferença entre preço de venda do produto e o custo variável
associado a cada produto representa a contribuição que cada unidade traz à empresa
para cobrir os custos fixos e gerar lucro. Por meio da margem de contribuição, é possível
analisar a viabilidade de produção de um produto. Se este índice for positivo, a produção
daquele item é viável, caso seja nulo ou negativo, não traz benefícios à empresa.
A margem de contribuição é o resultado entre a venda do produto, diminuindo os custos e
as despesas variáveis. Esse resultado é o montante que deve contribuir para o pagamento
dos custos fixos e gerar o lucro da empresa (WERNKE, 2004).
De acordo com Crepaldi (2004), a análise da margem de contribuição é muito importante,
pois auxilia o gestor nas decisões sobre expandir ou diminuir uma linha produtiva e
auxilia na avaliação de alternativas para a produção. A margem de contribuição auxilia
para o posicionamento estratégico e precificação dos produtos, bem como na avaliação
de desempenho.
Corroborando com tal afirmativa, Megliorini (2011) afirma que a margem de contribuição
é o valor que resta do preço de venda de um produto depois da dedução de seus custos
e das despesas variáveis.
Padoveze (2009) entende que o modelo de decisão da margem de contribuição é o
modelo decisório fundamental para a gestão dos negócios da empresa, seja em termos
de rentabilidade dos produtos, atividades, clientes ou a empresa como um todo.
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Dito isto, a margem de contribuição de cada produto, linha de produto, clientes
etc., é obtida pelo método de custeio variável, o que possibilita aos gestores
utilizá-la como ferramenta de auxílio no processo decisório, que, conforme
Megliorini(2011), inclui ações como:
a) Identificar os produtos, clientes etc. que mais contribuem para a
rentabilidade da empresa;
b) Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas
e aqueles que podem ser excluídos;
c) Identificar os produtos e serviços e clientes que possuem maior
rentabilidade quando existe limitação da produção, permitindo uma melhor
tomada de decisão;
d) Definir os preços e condições especiais;
e) Determinar o número mínimo de atividades para que a atividade torne-se
rentável;
f) Definir uma melhor negociação com o cliente e conhecer o limite de
desconto permitido.
Redivo (2004) entende que a margem de contribuição é relevante, notadamente para
a decisão sobre a continuidade ou não dos produtos. Nesse sentido, Pereira (2001)
concorda sobre a importância da margem de contribuição, e afirma que esta deve ser
requerida para a realização da avaliação dos resultados gerados pela empresa.
O citado autor afirma que a utilização da margem de contribuição unitária pode facilitar ao
gestor a análise e a solução de algumas questões. Em seu artigo, afirma que, na opinião
de Passarelli e Bomfim (2003), poderá responder a problemas como: “qual o efeito de uma
modificação de preço nos lucros? Que produtos devem ser promovidos? Qual o efeito das
mudanças no processo de produção sobre o lucro total? Quantas unidades devem ser
vendidas para atingir um retorno específico do investimento? Etc.”.
A margem de contribuição é interpretada como sendo a parcela do preço de venda que,
depois de descontados os custos e despesas variáveis, sobrará para o pagamento dos
custos e despesas fixas e, ainda, para a formação do resultado da empresa.
Hastenteufel e Larenti (2015) concluem que, através da margem de contribuição, é possível
conhecer a participação de cada produto, serviço ou cliente na formação do resultado da
empresa. Se a margem de contribuição não é conhecida, a empresa pode vender muito e
estar tendo prejuízo. Alguns clientes podem não contribuir para uma margem aceitável,
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mas pode estar relacionada a alguma estratégia promocional de vendas, com o total
conhecimento de seus gestores. Portanto, conhecer a margem de contribuição torna-
se fundamental em qualquer processo de determinação da rentabilidade obtida com os
clientes.
Dito isso, Wernke (2008) explica que o cálculo da margem de contribuição se subdivide nas
seguintes etapas: anotar o preço de venda das mercadorias; coletar os dados das notas
fiscais; verificar os tributos e impostos; determinar o valor de mão de obra; descontar do
preço de vendas os custos e despesas dos produtos para achar a margem de contribuição;
e, finalmente, determinar quanto por cento representa a margem de contribuição.
Souza e Clemente (2007) afirmam que “a margem de contribuição líquida é o conceito
mais relevante. Tal fato ocorre porque os custos se concretizam pelo ato de produzir,
enquanto a margem só se concretiza pelo ato da venda. Se não existirem vendas, não
existirá margem. Dessa forma as vendas se tornam o fator que gera riqueza para a
empresa”.
Segundo Padoveze (2006), alguns fatores afetam o estudo da margem de contribuição e
de alavancagem operacional, quais sejam: os preçosdos produtos; a quantidade vendida;
os custos variáveis por unidade; o total dos custos fixos; o mix de produtos vendidos; e,
finalmente, a produtividade.
Dito isso, cabe destacar que Hendriksen (1999) afirma que a tomada de decisões a
partir do custeio variável e da margem de contribuição é mais adequada para o
curto prazo.
Segundo Bartz et al. (2012), a possibilidade da direção da empresa tomar decisões
que provoquem alteração na estrutura de custos e as variações do preço de venda
devido a fatores de mercado, que provocam alterações na margem de
contribuição, são argumentos citados para corroborar tal afirmativa. Outra questão a ser
considerada é que a avaliação de produtos pela margem de contribuição necessita de um
maior aprofundamento para tornar-se amplamente válida num cenário de longo prazo.
Um elemento a ser avaliado é a projeção do fluxo de caixa a ser gerado pelo produto
em períodos futuros, demonstrando a viabilidade de manutenção do seu volume
de vendas, evitando tomar decisões equivocadas a partir de um produto com alta
margem de contribuição, mas sem estimar seu potencial de vendas.
Os mesmos autores afirmam que a análise da margem de contribuição é relativamente
simples, pois visa a identificar o que sobrou da receita de vendas depois de
deduzidos os custos e as despesas variáveis de fabricação. O valor resultante irá
contribuir para a cobertura dos custos fixos e para a formação do lucro.
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Dessa forma, Bartz et al (2012) afirmam que, teoricamente, os produtos que gerarem
as maiores margens de contribuição são os que propiciam um lucro maior. A margem de
contribuição pode ser calculada de forma unitária ou total. A margem de contribuição
unitária “é a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que
cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de
fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro”.
Para Bornia (2002), margem de contribuição é o montante das vendas diminuído dos
custos variáveis. A margem de contribuição unitária, analogamente, é o preço de venda
menos os custos variáveis unitários do produto.
Corroborando, Martins (1998) explica que a margem de contribuição total considera o
volume total vendido. Um elemento a ser considerado, quando analisada a margem de
contribuição, é a existência de fatores restritivos dentro do sistema produtivo.
Dessa forma, o citado autor afirma que interessa o produto que produz maior margem
de contribuição por unidade, mas, se existir, interessa o que produz maior margem de
contribuição pelo fator de restrição da capacidade. O estudo das restrições em um
sistema é importante para otimizar os lucros da empresa, uma vez que frente a uma
limitação na produção, a empresa tem de decidir qual produto priorizar em detrimento
de outro. O gestor deve ter uma leitura muito atenta de sua estrutura interna a fim de
constatar corretamente possíveis fatores restritivos e tomar as medidas gerenciais
adequadas para minimizar o impacto nos resultados.
Para Dias (1967), a margem de contribuição, conhecida também por “contribuição para
o lucro”, “contribuição para cobrir o custo fixo e proporcionar lucro”, “contribuição para o
custo fixo”, “saldo marginal”, “receita marginal”, “lucro marginal” e outras denominações,
se refere à diferença entre o preço de venda e o custo variável, ou seja:
Preço de venda (unitário) .................................R$ 1.000,00
(-) Custo variável (unitário) ............................R$ (400,00)
(=) Margem de contribuição (unitário).............R$ 600,00
O autor afirma que isso significa que cada R$ 1,00 de vendas “contribui” com R$ 0,60 -
ou, melhor ainda, cada unidade vendida “contribui” com R$ 0,60 - para cobrir o total do
custo fixo da empresa e, se possível, conforme o volume de unidades produzidas e/ou
vendidas, também para proporcionar lucro.
Corroborando, Silva e Oliveira (2014) afirmam que a margem de contribuição dos
produtos se apresenta como item importante para uma empresa obter desenvolvimento
econômico. Este conhecimento permite auxílio na tomada de decisão empresarial
e oferece condições para melhor desenvolvimento da estratégia adotada ou que será
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empregada pela organização. As decisões fundamentadas em custos permitem aos
gestores realizar e acompanhar um planejamento eficaz e que torne a empresa mais
competitiva no mercado em que atua.
Farris et al. (2007) explica sobre a rentabilidade de clientes com base na Margem de
Contribuição. O autor explica que a rentabilidade do cliente é o lucro que a empresa tem
com seu atendimento ou de um grupo de clientes no decorrer de um determinado período.
Corroborando, Guerreiro, Merschmann e Bio (2008) afirmam que a análise da
rentabilidade de um determinado cliente é efetuada a partir da margem de
contribuição ou margem bruta dos produtos vendidos a esse cliente, deduzidos os
custos para servi-lo. A margem de contribuição é igual ao valor das vendas de
mercadorias e/ou serviços prestados, diminuído dos custos e despesas variáveis.
Os autores apontam que representa a parcela excedente dos custos e das despesas
gerados pelo produto, a empresa começa a ter lucro quando a margem de contribuição
supera os custos e as despesas fixas do período.
Para Santos e Nakao (2015), é fundamental para o planejamento de qualquer empresa
o conhecimento da margem de contribuição que as vendas proporcionam para que se
possa fazer o cálculo do preço de venda do produto ou serviço.
Para esse cálculo, aplica-se a seguinte fórmula:
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO = VALOR DAS VENDAS – (CUSTOS VARIÁVEIS +
DESPESAS VARIÁVEIS)
O valor a ser encontrado nessa fórmula representa o quanto a empresa consegue gerar de
recursos para pagar as despesas fixas e obter lucro. Observando que: quando o valor da
margem de contribuição for superior ao valor total das despesas fixas, a empresa estará
gerando lucro e, quando for inferior, o resultado será entendido como prejuízo (SANTOS
E NAKAO, 2015).
Para Martins (2010, p. 179): Margem de contribuição unitária é a diferença entre o preço
de venda e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz
à empresa de sobra entre a sua receita e o custo que de fato provocou e que lhe pode ser
imputado sem erro.
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É importante apresentar um modelo de margem de contribuição. Iudícibus (1995)
apresenta esse modelo em duas etapas, de forma que faz a separação entre os custos
variáveis de produção e os custos e despesas variáveis de vendas, conforme segue:
Vendas Brutas
(-) Deduções de vendas
= Vendas líquidas
(-) CPV (somente os variáveis)
= 1ª Margem de Contribuição
(-) Despesas variáveis de vendas
= 2ª Margem de Contribuição
(-) Custos e despesas fixas
(=) Lucro Líquido antes dos impostos
Corroborando, Horngren (1985) apresenta a margem de contribuição como a diferença
entre as vendas e todos os gastos variáveis. Pode ser expressa com um valor absoluto
total, um valor absoluto unitário e uma percentagem. O autor completa, afirmando que o
índice de custos ou despesas variáveis é encontrado a partir da relação com vendas.
Longo (2008), em seu artigo, explica que o planejamento da margem de contribuição
deve ser apresentado em planilhas de cálculo. O autor aponta que o primeiro problema
a ser solucionado é desenvolver e transformar a ficha técnica de cada produto, ou seja,
todos os materiais e processos necessários para desenvolver um determinado produto
em um sistema que permita atualizações dos elementos de custos de forma constante.
O autor afirma que o gerente de compras necessita de informações sobre seus
produtos, através de orçamentos de curto prazo relacionados à necessidade de compras,
a fim de mantera produção sem interrupções, o que representaria paradas e atrasos
nos pedidos e até agravamento do fluxo de caixa por atrasos nas entregas. Este gerente
também tem a necessidade de acompanhar a evolução dos custos, relacionados
aos aumentos ou ofertas mais vantajosas para a empresa. Portanto, o sistema deve
fornecer informações sobre as cotações atuais dos fornecedores, bem como permitir
que a empresa faça as adequações nos seus preços ou busque novas alternativas de
fornecimento. Salienta-se que deste processo de decisão e de negociações no cotidiano
da empresa pode depender a viabilidade de todo um processo de produção e do próprio
negócio.
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Conforme Leone (2008): “O melhor meio para analisar o desempenho de um segmento de
distribuição é a análise tanto de sua margem de contribuição direta como de sua margem
de contribuição indireta”.
Diante disso, o autor conclui que todo tipo de movimentação, receitas, impostos e custos
que obtivermos dentro da empresa deverão ser controlados, não importando sua origem.
Ponto de equilíbrio2.
Neste circuito, trataremos sobre Ponto de Equilíbrio, de forma que devemos entender
como uma continuidade da nossa Unidade II. Iremos compreender o que é ponto de
equilíbrio, quais são e como fazer o cálculo. Vamos em frente!
Dubois, Kulpa e Souza (2009) dizem que, a partir do momento em que a empresa conhecer
a composição de todos os seus gastos e a formação dos preços dos seus produtos, ela
poderá saber qual a quantidade que deverá ser vendida de cada um deles para começar
a obter lucro.
Borges et al. (2010) afirmam que a busca por informações para fins gerenciais segue o
ritmo das mudanças que estão ocorrendo nas organizações, causadas, especialmente,
pela globalização da economia, progressos tecnológicos e desenvolvimento das
comunicações. Essas mudanças, advindas do ambiente externo, provocam mudanças
internas nas empresas e tornam a atividade gerencial mais complexa e requer
melhor qualidade e produtividade dos serviços prestados. O consumidor atual,
mais exigente e informado, conhece seus direitos e apresenta espírito crítico em
relação a preços e também à qualidade dos bens e serviços. Juntamente com esta
exigência crescente e o aumento contínuo da competitividade do mercado, cresce
a pressão sobre os gestores das organizações por decisões rápidas e eficientes.
Corroborando, Gabriel et al. (2000) afirmam que, com o passar dos anos, houve uma
grande evolução no mundo empresarial, tornando-se necessário um cuidado mais eficaz
quando se trata da segurança financeira das empresas. Vieram à tona três pontos de
extrema importância para a gestão de uma empresa, pontos estes que fazem com que a
empresa obtenha lucro, equilíbrio e segurança na sua gestão. Conforme Crepaldi (1999),
uma empresa se encontra num ponto de equilíbrio financeiro, quando não apresenta nem
lucro e nem prejuízo, ou seja, as receitas totais totalizam o mesmo valor que os custos
totais ou despesas totais. A margem de contribuição, segundo Martins (2013), refere-se
a um determinado valor obtido sobre uma venda do qual foram descontadas as receitas
e custos, sendo que se a margem de contribuição for inferior às despesas, haverá lucro.
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Para Martins (2010), “o Ponto de Equilíbrio nasce da conjuração dos custos e despesas
totais com as receitas totais”. Diz ainda que uma das maiores limitações do ponto do
equilíbrio é que ele geralmente é tratado como um único produto, o que é distinto da
realidade.
Hoji (2012) conceitua o ponto de equilíbrio como um indicador que informa ao investidor
sobre o volume necessário de vendas para cobrir os custos e as despesas para assim não
apurar prejuízo. Ao aumentar as vendas, a empresa conseguirá obter resultados acima do
ponto de equilíbrio e terá retornos positivos. Porém, se as vendas apresentarem valores
abaixo do ponto de equilíbrio haverá perdas.
Cardoso et al. (2013) explicam que o ponto de equilíbrio foi elaborado com a intenção de
facilitar as hipóteses que surgem sobre o comportamento das receitas e dos custos.
O conhecimento do ponto de equilíbrio é fundamental para que a empresa esteja preparada
para possíveis variações tanto nos custos e nas despesas como na quantidade produzida
e vendida, podendo ultrapassar o ponto em que o lucro é zero e, da mesma maneira, se
planejar para não auferir prejuízo, tornando-se assim um instrumento no processo de
planejamento, controle e tomada de decisões (FRARE, 2016).
Nesse contexto, iniciamos tratando sobre o ponto de equilíbrio financeiro. Segundo
Crepaldi (1999), uma empresa se encontra num ponto de equilíbrio financeiro, quando
não apresenta nem lucro e nem prejuízo, ou seja, as receitas totais totalizam o mesmo
valor que os custos totais ou despesas totais.
Leone (2008) afirma que, para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro, é importante que
se conheçam detalhadamente os custos fixos e variáveis da produção do determinado
produto. Primeiramente, desconta-se do preço de venda da mercadoria o custo variável
para a sua produção. Por exemplo, um produto que é vendido por R$10,00 e possui um
custo variável para a sua produção de R$ 5,00, terá R$ 5,00 resultantes desta subtração
para a liquidação de despesas fixas. Se para produzir tal produto, a empresa tiver despesas
fixas resultantes em R$ 20.000,00, terá que vender 4.000 unidades (R$ 20.000,00 / R$
5,00) para alcançar o ponto de equilíbrio, ou seja, arrecadar R$ 40.000,00 para não obter
lucros e tampouco prejuízo na sua fabricação.
Segundo Iudícibus (1993), a Análise da relação Custo/Volume/Lucro representa uma
das técnicas mais antigas e eficientes de análise de custos. Ponto de Equilíbrio (PE),
também chamado de “break-even-point”, é denominação dada ao estudo efetuado
pelo administrador, baseando-se na Análise custo-volume-lucro (C/V/L), que tem como
objetivo determinar o ponto onde a receita total cobre o total dos custos.
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Soder e Aquino (2000) afirmam que a relação C/V/L representa a comparação entre
receitas, custos e volume e os efeitos sobre o resultado. A análise do PE auxilia os
administradores a conhecer o volume necessário de vendas para que a receita cubra
totalmente os custos e despesas, portanto, apenas acima deste ponto, onde o lucro se
torna zero, é que haverá realmente lucro.
Há três tipos de análise do Ponto de Equilíbrio:
Ponto de Equilíbrio Contábil; Ponto de Equilíbrio Econômico e Ponto de
Equilíbrio Financeiro.
O ponto de equilíbrio compreende o nível de vendas no qual inexiste o lucro, sendo
possível decompô-lo em três aspectos: Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), Ponto
de Equilíbrio Econômico (PEE) e Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). (BORNIA, 2010).
Os autores descrevem cada um dos pontos de equilíbrio, como segue. O Ponto de
Equilíbrio Contábil é a quantidade ou valor de vendas que uma empresa necessita vender
para obter lucro zero, isto é, quando os custos e as despesas fixas são cobertas pela MCT
gerada pela quantidade vendida, cada unidade vendida a partir deste ponto gerará lucro.
Sua fórmula é PE = CF+DF/(PV-CV-DV), sendo que: PE = Ponto de Equilíbrio; CF = Custo
Fixo; DF = Despesa Fixa; PV = Preço de Venda; CV = Custo Variável; DV = Despesa Variável.
Para Bertó e Beulke (2006), “o ponto de equilíbrio expressa o mínimo de faturamento que
uma empresa necessita para cobrir a totalidade dos custos”. Diz também que no ponto
de equilíbrio a margem de contribuição total se equivale ao montante total dos custos
fixos, que, por consequência, o resultado é zero.
No entendimento de Sanvicente (1997), “...o ponto de equilíbrio das operações de uma
empresa (ou de uma das suas linhas de produto ou serviço) é aquele volume de atividade
ao qual o resultado operacional é nulo, porque a receita operacional é igualàs despesas
(ou custos) operacionais”.
Por sua vez, Sanvicente (1997) afirma que, no ponto de equilíbrio, deve-se ter receita =
custo total (em termos operacionais), ou seja, resultado operacional igual a zero. Desta
forma: Q = CFT/ P – V.
A respeito da fórmula demonstrada, o autor informa que por ser uma solução expressa
em termos de unidades físicas recomenda-se aplicá-la a produtos isolados ou que sejam
baseados na mesma unidade de medida. Segundo Sanvicente (1999), PE representa o
ponto de equilíbrio em termos de valor de venda produção, CFT o custo fixo total da
empresa e (v/p) uma média da relação entre custo variável unitário e preço de venda de
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todos os produtos, visto serem diferentes. Sanvicente (1999) destaca a importância de
informar que, para a diferença entre P e V, dá-se o nome de margem de contribuição. Para
tanto, Sanvicente (1999) afirma que é necessário realizar a classificação dos itens de
receita e despesa em categorias operacionais e não operacionais de forma a viabilizar a
análise do ponto de equilíbrio das operações.
Corroborando, Bornia (2010) afirma que o PEC compreende o ponto em que as vendas
garantem os custos e as despesas fixas, ou seja, o nível de produção em que
contabilmente não existiria lucro ou prejuízo .
O Ponto de Equilíbrio Econômico é a quantidade produzida e vendida em que o total
das receitas anula os custos e as despesas totais acrescidos dos custos econômicos.
Este ponto define-se na fórmula: PE = (CF+DF+LD)/(PV-CV-DV), sendo que: PE = Ponto de
Equilíbrio; CF = Custo Fixo; DF = Despesa Fixa; LD = Lucro Desejável; PV = Preço de Venda;
CV = Custo Variável; DV = Despesa Variável.
Crepaldi (2014) afirma que o PEE representa a quantidade de produtos a serem
vendidos, a fim de alcançar lucro pré-determinado. Isto é o grau de produção em que
a margem de contribuição sobrepõe-se aos custos e às despesas fixas. Corroborando,
Bernardi (2017) afirma que “uma vez conhecido o ponto de equilíbrio da empresa, podem-
se desenvolver alguns parâmetros orientadores para a tomada de decisões, mesmo as
cotidianas, de forma a agilizar o processo, com relativa segurança”.
Segundo Bornia (2002), o ponto de equilíbrio econômico também é atribuído aos custos
e às despesas fixas, considerando os custos de oportunidade que se referem ao capital
próprio. Além disso, o autor fala que o ponto de equilíbrio econômico mostra a rentabilidade
real que uma atividade apresenta.
Cardoso (2013) afirma que o PEE (un.) refere-se à quantidade que uma entidade precisa
vender para apurar determinado nível de lucratividade ou rentabilidade, ao passo que ao
PEE ($) compete a receita de vendas que a organização deve auferir para apurar o nível
de lucratividade ou rentabilidade estabelecido.
Para Gitman (2002), o estudo do ponto de equilíbrio poderá ser útil para as decisões de
preço e viabilidade de produtos pelo departamento de marketing da empresa.
Pinto et al. (2008) conceituam Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) como a quantidade
que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas, acrescida de uma
remuneração mínima (custo de oportunidade) sobre o capital investido na empresa, isto
é, a expectativa dos investidores mediante a rentabilidade do negócio.
O Ponto de Equilíbrio Financeiro é a produção e a venda em quantidade que obtém
receita total que “zera” os custos e as despesas totais deduzidos das depreciações e
amortizações. A fórmula é PE = (CF+DF-D+AMORT) / (PV-CV-DV), sendo que: PE = Ponto
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de Equilíbrio; CF = Custo Fixo; DF = Despesa Fixa; AMORT = Amortização; PV = Preço de
Venda; CV = Custo Variável; DV = Despesa Variável. O Ponto de Equilíbrio é uma ferramenta
muito importante e útil para as empresas, principalmente na determinação do preço de
venda e controle dos custos.
Para Crepaldi (2014), o PEF manifesta o volume de venda com o qual a empresa
se estabiliza financeiramente, possibilitando o cumprimento de suas obrigações
financeiras; em suma, trata do nível de vendas capaz de quitar os gastos desembolsáveis
operacionais e não operacionais.
Para Pinto et al. (2008), o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é a quantidade que iguala a
receita total com a soma dos custos e despesas, de forma que os encargos da depreciação
são excluídos por não representarem desembolsos para a empresa. Logo, a amortização
precisa ser somada aos custos e despesas.
Cardoso et al. (2013) explicam que o PEC, neste componente de análise o lucro contábil,
é igual à zero. O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) pode ser calculado em quantidade de
unidades a serem produzidas e vendidas PEC (un.) e em medidas monetárias, ou seja, é
a receita que se precisa auferir para se ter lucro contábil igual zero PEC ($)
Cardoso et al. (2013) afirmam que, desta maneira, o ponto de equilíbrio em unidades PEC
(un.) refere-se à quantidade mínima que a entidade deve vender para não apurar prejuízo,
ao passo que o ponto de equilíbrio monetário PEC ($) compete à receita de vendas mínima
que a empresa deve auferir para não apurar prejuízo. A partir deste resultado, a empresa
não obtém lucro, mas também não aufere prejuízos. Ainda assim, conforme o volume de
operações se deslocar acima do ponto de equilíbrio, elevam-se os lucros; abaixo desse
ponto, sucedem-se prejuízos.
Sobre as limitações do PE, Leone (2009) afirma que o ponto de equilíbrio auxilia de forma
extraordinária na tomada de decisão, porém não é recomendado o seu uso de forma
isolada, e é aconselhado sempre ser aplicado com um conjunto de outras informações.
Essa ferramenta apresenta uma maior eficiência em curto prazo, sabendo que a economia
tem um valor de moeda flutuante, fica difícil a sua análise em longo prazo. O autor
afirma também que quando se produz mais de um produto, a combinação deve sempre
permanecer a mesma no período, caso o contrário qualquer alteração afetaria a análise
do ponto de equilíbrio. O autor explica que o volume de produção é igual ao volume de
vendas, não ocorrendo variações no estoque inicial e final dos produtos acabados. Caso
contrário, a análise poderá sofrer um impacto gigantesco.
Corroborando, Martins (2010) afirma que mesmo com várias limitações, o ponto de
equilíbrio é amplamente utilizado pelos gestores como auxílio à tomada de decisão.
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Nesse contexto, tratando sobre risco e incerteza na análise do ponto de equilíbrio,
Moreira (2008) explica que o “estado de natureza” são atividades que envolvam tomadas
de decisão e o fato de escolher uma alternativa ou outra traz variações no resultado final.
Segundo o autor, o que é ocorrido no futuro que influencia sobre as alternativas possíveis,
fazendo com que elas apresentem mais de um resultado. Dessa maneira, é indispensável
a consideração dos riscos e as incertezas para a análise do ponto de equilíbrio, visto que
as decisões de vendas, quanto as operações da empresa, podem variar em função do
estado de natureza.
Fazendo uma análise do ponto de equilíbrio, sob o olhar de Crepaldi (1998), é “o processo
de se calcular as vendas necessárias para cobrir os custos de forma que os lucros e os
prejuízos sejam iguais a zero”. Entende-se que o autor ressalta que o ponto de equilíbrio
obtido pela análise do fator de extrema importância no processo de planejamento do
lucro permite manter e melhorar os resultados operacionais. O autor conclui explicando
que ele também é importante quando se introduz um novo produto ou serviço, moderniza-
se um dispositivo, começa-se um novo negócio ou, ainda, nas atividades administrativas.
A análise do equilíbrio pode também ser usada como unidade selecionadora, como primeira
tentativa para determinar a viabilidade econômica de uma proposta de investimento.
“A formação de pregos também pode ser facilitada com o conhecimento do ponto de
equilíbrio de um produto”. A análise do equilíbrio presume que o preço de venda seja
constante;exista somente um produto ou grupo constante de produtos; a eficiência da
produção e o custo variável por unidade sejam constantes; e os estoques não sofram
mudanças significativas de período a período (CREPALDI, 1998).
Desse modo, cabe destacar as limitações da análise do Ponto de Equilíbrio, pois, conforme
afirma Sanvicente (1997), em decorrência da existência de algumas limitações na análise
do ponto de equilíbrio, devem ser considerados os seguintes aspectos:
a) análise reflete uma relação estática, de curto prazo, entre custos e volume de operação.
Ou seja, as estimativas usadas valem para certas condições operacionais mutáveis;
b) na análise para a empresa como um todo, ou para mais de um produto ou serviço, é
necessário adicionar mais uma variável - a participação de cada produto ou serviço nas
vendas totais. Alterada a hipótese feita sobre esse aspecto, a análise original perde a
validade;
c) preço e quantidade vendida não são independentes, há uma relação inversa entre essas
duas variáveis. Em faixas elevadas da capacidade de operação, deve-se estar ciente da
limitação imposta por essa relação;
d) medida que se aproxima do limite de capacidade, certos custos variáveis começam a
crescer a taxas cada vez maiores.
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Margem de segurança3.
Neste Circuito, seguimos estudando sobre Margem de Segurança. Segundo Crepaldi
(1999), a Margem de Segurança é o valor de vendas que superar o valor das vendas
da empresa no ponto de equilíbrio. Bornia (2010) afirma que a margem de segurança
representa o quanto uma empresa pode perder em vendas sem que haja prejuízo. Esse
valor é representado pelo excedente de receita sobre a receita total. Para Cardoso et al.
(2013), a margem de segurança corresponde à diminuição das vendas que determinada
organização pode sofrer sem apurar prejuízo.
Conforme o autor, é possível, então, determinar o volume de receitas que a empresa deverá
ter para suprir as suas despesas, tanto fixas como variáveis, da produção de determinado
produto. Quanto mais baixa for a margem de segurança, maior será o risco econômico,
pois a empresa estará trabalhando muito próximo do seu ponto crítico, podendo, a
qualquer momento, apresentar prejuízos.
Em relação ao conceito de Margem de Segurança, Padoveze (2013) registra que esta
pode ser definida como o volume de vendas que excede as vendas calculadas no ponto
de equilíbrio. Este volume excedente, para se analisar a margem de segurança, pode ser
tanto o valor das vendas orçadas como o valor real das vendas [...]”
Dito isso, é importante retomar o conceito de Contabilidade Gerencial, que é o ramo da
Contabilidade que possui a função de gerar informações que contribuam para melhorar
a tomada de decisão dos gestores nas organizações. Estas informações incluem dados
históricos e estimados que contemplam a análise de operações passadas, mas que
principalmente servem para desenvolver estimativas futuras. Crepaldi (2011) destaca
que a informação gerencial é resultante do que na realidade ocorre no empreendimento.
Com a Contabilidade Gerencial, pode-se classificar e organizar os dados referentes ao
movimento econômico e financeiro, e assim gerar informações que melhorem as decisões
tomadas.
Essa análise apenas é possível a partir do momento em que se identifica onde os recursos
estão sendo gastos e onde as receitas estão sendo geradas (CREPALDI, 2011). Nesse
contexto, ainda conforme o referido autor, a Contabilidade Gerencial possui algumas
práticas que podem identificar informações relevantes e que contribuem para a tomada
de decisão, como:
Cálculo do custo e análise do resultado: a Contabilidade de Custos é um ramo da
Contabilidade que se destina a gerar informações de custos de tudo o que envolve uma
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organização – custo de clientes, produtos, serviços, fornecedores, atividades, de qualquer
objeto de custeio na Contabilidade Gerencial (SOUZA; DIEHL, 2009). Ela tem duas funções
principais: auxiliar o controle e a tomada de decisões. O controle é desenvolvido por meio
do estabelecimento de padrões, entre valores orçados e realizados (orçamentos e outras
formas de previsões) e para o acompanhamento de comparação dos valores;
A) Custo padrão: representa quanto o produto fabricado deveria consumir de recursos
considerando condições normais de produção (LEONE; LEONE, 2010). Quanto maior o
detalhamento dos fatores de custos que compõem cada produto, melhores são as
análises de variação de custos realizadas, pois é possível identificar quais os itens
que geraram tal distorção (matéria-prima, mão de obra, custos indiretos de produção);
B) Análise Custo/Volume/Lucro: essa análise é um exame sistemático das relações
entre o preço de venda, volumes de venda e de produção, custos, despesas e lucro;
C) Margem de Contribuição: é a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas
e custos variáveis de um produto ou serviço (CREPALDI, 2011). Ela é, em outras
palavras, a sobra financeira gerada pela venda de cada produto e que irá contribuir
para o pagamento dos custos fixos e geração do lucro (OLIVEIRA, 2009);
D) Ponto de Equilíbrio: é o nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja,
quando os gastos totais são iguais às receitas totais (SOUZA; DIEHL, 2009). É uma
informação relevante para o gestor, pois identifica o nível mínimo de atividade na
empresa para a obtenção de lucro zero (MARTINS, 2010);
E) Margem de Segurança e Alavancagem Operacional: margem de segurança é um
indicador de risco que mostra a quantidade que as vendas podem cair até a empresa
ter prejuízo (CREPALDI, 2011). Já a alavancagem operacional serve para medir o
impacto das variações das vendas sobre o lucro operacional (WERREN, 2008). Ela
é uma medida que permite visualizar um nível de vendas, uma mudança no
volume de vendas que afetará os lucros da empresa (CREPALDI, 2011)
Para Crepaldi (2018), a margem de segurança é um indicador de risco que aponta a
quantidade que as vendas podem cair antes de se ter prejuízo; é a parcela de produção e
vendas que a empresa tem que estar acima do ponto de equilíbrio.
Goldratt (2004) aponta que o conflito entre o Mundo dos Custos e o Mundo dos Ganhos
ocorre na forma como cada um desses paradigmas vê a organização. O pressuposto
principal do Mundo dos Custos está em controlar o custo, enquanto o principal pressuposto
do Mundo dos Ganhos está em proteger o ganho.
O referido autor explica que em relação ao Mundo dos Custos, cada elemento (elo) da
organização (departamento, pessoas, funções) consome recursos financeiros, materiais
e tempo. O custo de toda a organização é o somatório dos custos de cada um dos
elementos da organização. Este é o mundo das variáveis independentes.
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Lacerda et al. (2009) apontam que, através dessa lógica, no Mundo dos Custos, o ótimo
global é alcançado por meio dos ótimos locais. Assim, cada produto que a empresa
comercializa deve remunerar seu próprio custo e contribuir para o alívio dos custos dos
demais elementos da empresa. Por esse raciocínio, o preço de um produto é formado
pelo seu próprio custo, agregado a um determinado percentual dos demais custos da
organização e a uma margem de lucro do produto tal que remunere a organização e seus
acionistas pelo desenvolvimento de suas atividades. Isso se expressa pelos métodos
de alocação dos custos fixos (diretos e indiretos), por meio de rateios (critérios para
distribuição dos custos). Portanto, sabe-se a eficiência de um produto bem como a
eficiência da organização com base na redução dos custos dos produtos. Essa redução
pode ocorrer pela diminuição dos custos diretos ou indiretos, por exemplo.
Tratando sobre o ganho do produto, Bornia (2002) afirma que, basicamente, é a margem
de contribuição (utilizada no custeio variável) menos a mão de obra direta. O autor explica
que o conceito de ganho em relação à restrição era prática comumquando da aplicação
correta do custeio variável. A técnica de margem de contribuição sob o fator limitante já
era conhecida e aplicada antes mesmo da constituição da Teoria das Restrições.
Ainda segundo Goldratt (1991), sobre o Mundo dos Ganhos, é o mundo das variáveis
dependentes. Isso significa que o ótimo da organização não ocorre pelo somatório dos
ótimos locais. Pela lógica do Mundo dos Ganhos, a melhoria da organização é realizada
por meio de melhorias na restrição. Assim sendo, as ações de melhoria organizacional
deveriam focar-se em poucos pontos (restrições), o que permitiria um resultado para a
empresa como um todo. Dentre as diversas ações para a melhoria nas restrições, podem-
se citar, ilustrativamente:
i) definição de um melhor mix de produção em função da restrição;
ii) redução dos tempos de produção/preparação especificamente na operação restritiva;
iii) ampliação da capacidade produtiva especificamente no recurso restritivo;
iv) cálculo do retorno de investimento considerando o recurso restritivo;
v) identificação e priorização dos produtos com maior ganho em relação a sua ocupação
da restrição; e
vi) políticas de gestão de riscos e planos de contingência específicos para a restrição.
Dubois, Kulpa e Souza (2009) explicam: se determinada empresa calcular sua quantidade
de vendas e de receitas e operar no nível do seu ponto de equilíbrio, ela estará vulnerável.
[...] então, uma atitude prudente é operar com certa margem de segurança. A margem
de segurança (MGS) é o montante das vendas orçadas ou vendas reais acima daquelas
apresentadas pelo ponto de equilíbrio.
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Vamos utilizar um exemplo dado por Martins (1998), que utiliza uma construtora que
produz um tipo de casas pré-fabricadas. Esta empresa possui as seguintes características
contábeis: Custos Variáveis R$ 140.000,00 Custos + Despesas Fixas R$ 1.000.000,00/
mês Preço de Venda R$ 240.000,00.
O autor explica que o Ponto de Equilíbrio desta empresa se encontra na construção e
venda de 10 casas mensais. Supondo que estejam sendo produzidas e vendidas 14 casas
mensalmente, haverá quatro casas como margem de segurança, ou seja, a produção
dessa empresa poderá diminuir em quatro casas para alcançar o ponto de equilíbrio e
possivelmente contrair prejuízos.
Quanto maior for a margem de segurança maiores serão as possibilidades de negociação
de preços envolvendo as relações custo, volume e lucro, principalmente quando a
empresa participa de um mercado altamente competitivo. De toda e qualquer forma, é
muito importante que as empresas trabalhem com uma boa margem de segurança, não
somente para aumentar a sua competitividade no mercado, mas também para preservar
a sua saúde financeira, trabalhando com mais segurança e sem o risco de acabar no
endividamento (SANTOS, 2005).
Sobre a Margem de Segurança, Garrison e Noreen (2001) afirmam que ela identifica até
que ponto o preço do produto pode cair ou os preços dos insumos podem subir até a
exploração começar a registrar prejuízo.
Conforme Sousa et al. (2011), a margem de segurança operacional (MSO) corresponde
ao volume ou valor das vendas, planejadas ou realizadas acima do ponto de equilíbrio.
Para Wernke (2011), a margem de segurança operacional representa o volume de
faturamento que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio.
Souza e Diehl (2009, p. 270) lembram que um aspecto deve ser motivo de ressalva na
determinação da Margem de Segurança: o percentual admissível de redução depende da
receita atual, isto é, se a receita atual mudar, o percentual de redução admissível também
irá mudar.
Dubois, Kulpa e Souza (2009) enfatizam que essa margem indica a parte do faturamento
que gera lucro da organização, além de demonstrar, também, o percentual das vendas
que pode ser reduzido sem que a empresa tenha prejuízo.
Bruni e Famá (2008) explicam que a MSO trata de mensurar o nível de risco para
o empreendimento. Para os autores, se determinada empresa calcular a quantidade
de vendas e receitas e verificar que opera no nível do seu ponto de equilíbrio, deve ser
considerada uma situação vulnerável, com falta de margem de segurança.
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Os autores explicam que, qualquer alteração desfavorável da demanda, por exemplo,
pode levar a empresa a operar no prejuízo. Assim, conclui-se que quanto mais próxima a
venda realizada estiver do ponto de equilíbrio, menor será a margem e maior será o risco
operacional da ocorrência de prejuízo. Da mesma forma, a empresa que opera com o
nível de vendas distante do ponto de equilíbrio, com margem de segurança elevada, está
menos exposta a riscos.
Ainda em relação à Margem de Segurança, Bornia (2002) diz que consiste no
excedente das vendas da empresa sobre as vendas no ponto de equilíbrio e pode ser
representada “quantitativamente, em unidades físicas ou monetárias ou sob forma de
índice (percentual)”. Leone (2000) entende que nos estudos de ponto de equilíbrio esta
representa a diferença entre o que a empresa pode produzir e comercializar, em termos
de quantidade de produtos, e a quantidade apresentada no ponto de equilíbrio. Chama-se
margem de segurança porque mostra o espaço que a empresa tem para obter lucro após
atingir o ponto de equilíbrio
Consequentemente, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo
para a empresa. A Margem de Segurança (MS) pode ser expressa quantitativamente, em
unidades físicas ou monetárias, ou sob a forma percentual. Ou seja:
a) se o Ponto de Equilíbrio é de R$ 3.000 e as Vendas efetivas forem de R$ 4.500, a
Margem de Segurança será de R$ 1.500;
b) se o Ponto de Equilíbrio é de 600 unidades e as Vendas efetivas forem de 820 unidades,
a Margem de Segurança é de 220 unidades;
c) a Margem de Segurança em percentual será obtida, no caso do primeiro exemplo,
dividindo-se R$ 1.500 por R$ 4.500 e multiplicando-se por 100.
Corroborando, em relação ao cálculo, Bruni (2006) explica que podem ser
utilizadas as seguintes fórmulas para determinação das margens de segurança:
a) Margem de Segurança (em unidades) = Vendas (em unidades) – Ponto de
equilíbrio (em unidades);
b) Margem de Segurança (em R$) = Vendas (em R$) – Ponto de equilíbrio (em
R$);
c) Margem de Segurança (em %) = [Vendas (em R$) – Ponto de equilíbrio (em
R$) = Vendas (em R$).
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Para encontrar a margem de segurança em percentual, é necessário multiplicar a margem
de segurança em quantidade pelas vendas atuais. Enfim, a margem de segurança
operacional orienta o gestor em relação ao quanto o faturamento da empresa pode
reduzir sem que haja prejuízo para a empresa. E para isso o administrador pode fazer a
análise em quantidade, em valor e em percentual (WOHLENBERG, 2014).
Hansen e Mowen (2001) tratam sobre risco e incerteza e explicam que parte da
tomada de decisão em negócios deve ser tratada de alguma maneira. Dentro deste
pensamento, cita: Margem de Segurança como unidades vendidas, ou o que se espera
sejam vendidas, ou a receita obtida ou o que se espera obter, acima do volume do ponto
de equilíbrio”. Continuam os autores, para quem margem de segurança é a quantidade
acrescida à quantidade ou ao valor do Ponto de Equilíbrio.
Cavalcante et al. (2000) afirmam que a margem de segurança é a diferença entre a
quantidade de produção de uma empresa para gerar lucro e a quantidade produzida
para dar cobertura aos custos e despesas totais (ponto de equilíbrio). Essa margem
identifica aquilo que é produzido para gerar o lucro, podendo até ser reduzida até a
quantidade produzida no ponto de equilíbrio sem entrar na faixa do prejuízo.
Os autores apontam que a alavancagem operacional é um acréscimo no volume das
atividades que consequentemente ocasionará um aumento no resultado operacional.
Quanto maior for a margem de segurança, menor será a alavancagem operacional,pois
uma margem de segurança muito grande significa que se trabalha com uma produção
muito acima daquela para cobrir os custos e as despesas totais, logo, quando houver
uma alavancagem operacional, esta será em grau muito pequeno, pois já se produz uma
quantidade de produtos bem elevada.
Grau de alavancagem4.
Neste Circuito vamos estudar sobre o grau de alavancagem. A alavancagem operacional
decorre da existência de gastos fixos operacionais que permanecem inalterados dentro
de certos intervalos de flutuação de produção e de vendas (GUERRA, ROCHA e
CORRAR, 2007).
Menegassi e Gimenes (2008) afirmam que a globalização da economia trouxe como uma
das principais mudanças a eliminação das chamadas fronteiras econômicas e financeiras,
exigindo do empresário uma atuação mais dinâmica, abrangente e competitiva. Os autores
explicam que a contabilidade gerencial proporciona às pessoas conhecer a situação das
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empresas, ou seja, por meio de relatórios contábeis, recordem os fatos acontecidos,
analisem os resultados obtidos, as causas que levaram àqueles resultados e tomem
decisões em relação ao futuro.
Vivenciam-se momentos de significativas mudanças no universo empresarial e, ao que
parece, elas são desencadeadas pelo ambiente externo das organizações gravitando em
torno do fenômeno da globalização. O contexto econômico tem se caracterizado por
uma larga competitividade, que vem determinando profundas mudanças conceituais e
pragmáticas na gestão das empresas.
A empresa é um organismo vivo, agindo num ambiente em constantes mudanças. Cresce,
desenvolve-se e aumenta seu valor patrimonial, criando, portanto, riqueza para o país e
emprego para os cidadãos. Ao empresário interessa em mãos um instrumental que lhe
permita conduzir o barco ao porto, com relativa segurança ou, pelo menos, ter condições
de avaliar os riscos que está correndo para tomar a tempo as medidas corretivas que se
fizerem necessárias (MENEGASSI E GIMENES, 2008).
Gitman (1997) explica que o objetivo da administração financeira deixou de ser apenas a
preocupação do lucro e passou a ser a maximização econômica financeira das riquezas
dos proprietários das organizações. Nesse contexto, o lucro é uma variável de curto prazo,
já a riqueza refere-se ao longo prazo. Neste circuito, estudaremos sobre gestão financeira
e, dessa forma, traremos reflexões sobre a temática.
Corroborando, Groppelli (2006) afirma que a área de finanças é, em parte, ciência e, em
parte, arte, pois fornece os meios de tomar decisões de investimento flexíveis e corretas
no momento apropriado e mais vantajoso. Desta forma, ajuda a melhorar o valor das
ações da empresa.
Nesse contexto, Menegassi e Gimenes (2008) afirmam que o objetivo da administração
financeira é maximizar a riqueza, ou seja, obter lucro mais elevado possível ao menor
risco. É um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma
organização. Esses seriam os princípios básicos da administração.
Dessa forma, Gitmam (2004) explica que a área de finanças tem como objetivo fazer
previsões úteis para a tomada de decisões, e as pessoas envolvidas devem e precisam
estar dispostas e capazes de se comunicar com pessoas de outras áreas. A função de
administração financeira pode ser descrita, em termos amplos, considerando-se seu
papel dentro da organização, sua relação com a teoria econômica e com a contabilidade
básica do administrador financeiro.
O autor afirma que há inúmeras maneiras para considerar o quanto a entidade é rentável,
dentre elas, examinando-se o rendimento do ponto de vista das vendas, retorno dos seus
ativos, capital próprio e, inclusive, o valor das ações.
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Enfatizando, Braga (1989) explica que, encontrada em qualquer tipo de empresa, a função
financeira tem um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades
operacionais, e por meio das atividades financeiras pode-se contribuir significativamente
para o sucesso do empreendimento.
Weston e Brigham (2000) afirmam que, sobre planejamento financeiro, é a projeção de
vendas, lucros e de ativos baseada em estratégias alternativas de produção e de marketing,
bem como a determinação dos recursos necessários para alcançar essas projeções.
Destarte, Silva (1995) expõe que, à medida que a empresa toma vulto, isto é, que cresce,
torna-se necessária a profissionalização do gerenciamento em três dimensões:
1) Uma primeira dimensão que está ligada ao dia a dia, que consiste em descontar
duplicatas nos bancos, obter empréstimos de curto prazo, bem como fazer aplicações
financeiras das sobras temporárias de recursos. Tais atribuições constituem as
funções de tesouraria,
2) Uma segunda dimensão, ligada às operações da empresa, compreende os demais
itens do ativo circulante, como: duplicatas a receber, estoques e contas a pagar a
fornecedores e
3) Uma terceira dimensão, que está numa esfera estratégica, relacionada às decisões
de investimento, de financiamento e de distribuição de dividendos. As decisões de
investimento referem-se às aplicações de recursos em ativos aos retornos esperados
e aos riscos oferecidos por esses ativos.
Sobre a alavancagem financeira, Lemes et al. (2002) afirmam que é o resultado da
existência de encargos financeiros fixos, para aumentar os efeitos de variações nos
lucros antes de juros e imposto de renda (LAJIR) sobre os lucros por ações (LPA).
Sobrea a alavancagem operacional, Garrison e Noreen (2001) afirmam que ela representa
o efeito multiplicador das vendas no lucro, um conceito que está bastante documentado
nos livros-texto de contabilidade gerencial. A extensão dessa alavancagem, causada
pelo nível de investimentos em ativos fixos, é representada pelo Grau de Alavancagem
Operacional (GAO), definido pela relação entre a margem de contribuição e o lucro, um
número adimensional que traduz o tamanho do efeito alavanca ou a sensibilidade do
lucro às variações da venda. Assim, para um dado nível de vendas, se esta variar de x,
um GAO igual a k implicará a multiplicação do lucro, para cima ou para baixo, por kx,
conforme as vendas cresçam ou diminuam.
O grau de alavancagem na estrutura de capital da empresa, a combinação de capital
de terceiros de longo prazo com o capital próprio mantido por ela, pode afetar
significativamente seu valor, pelo efeito sobre o retorno e o risco (GITMAM, 2004). Cabe
destacar, aqui, que o referido autor define retorno como tudo aquilo que um determinado
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investimento rendeu durante determinado período. Pode-se calcular o retorno de um
ativo isoladamente ou o retorno de uma carteira de ativos, em que nesse último o retorno
esperado é definido pela média ponderada do retorno de cada ativo em relação a sua
participação no total da carteira.
Tratando sobre alavancagem, segundo o autor, são três tipos básicos de alavancagem
que podem ser definidos da melhor maneira, usando-se a demonstração de resultado da
empresa:
1) A alavancagem operacional que diz respeito à relação entre a receita de vendas e
o lucro antes de juros e impostos de renda ou Laji (o Laji corresponde ao resultado
operacional),
2) A alavancagem financeira diz respeito à relação entre Laji e o lucro líquido por ação
ordinária da empresa (LPA) e
3) A alavancagem total diz respeito à relação entre a receita de vendas e o LPA.
Cabe aqui apontar a definição dada por Padoveze (2005), sobre alavancagem operacional:
é a possibilidade de um acréscimo percentual no lucro operacional maior do que o
percentual obtido de aumento de vendas.
Martins (1984) define o grau de alavancagem financeira como a relação entre retorno sobre
o Patrimônio Líquido e Retorno sobre o Ativo, de modo que o primeiro retorno é o Lucro
Líquido e o segundo, o Lucro Antes das Despesas Financeiras. O Grau de Alavancagem
Financeira diz respeito ao uso de recursos do passivo financeiro, também conhecido
como passivo oneroso ou passivo geradorde encargos financeiros, representado por
empréstimos e financiamentos bancários, excluindo-se o passivo operacional, pois o
objetivo é identificar a influência do passivo financeiro no lucro da empresa.
Assaf (1986) propõe que a alavancagem financeira é o efeito de tomar, numa ponta,
recursos de terceiros a um custo e, aplicando-os na outra ponta (nos ativos) a uma taxa x;
a diferença vai para os proprietários e altera seu retorno sobre o patrimônio líquido, para
mais ou para menos do que aquele que seria obtido caso todo o investimento fosse feito
apenas com recursos próprios.
O autor lembra que se os compromissos financeiros não forem respeitados, a empresa
passará por dificuldades financeiras que poderão culminar em sua falência. Neste caso,
a propriedade da empresa é legalmente transferida aos seus credores. As empresas
normalmente procuram não se afastar muito do padrão de endividamento do setor.
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Com isso, a relação P/(P+PL) é constituída, em geral, pelos diferentes segmentos
de atividade”. Lembrando que “P” e “PL” significam: passivo oneroso e patrimônio
líquido, respectivamente.
Entretanto, para a realidade nacional, a premissa do autor não pode ser generalizada:
basta observar uma enorme dispersão (alto desvio-padrão) nas médias de endividamento
de setores como Transporte e Serviços, Comércio e Têxtil, por exemplo.
As empresas, para financiarem suas operações, podem adquirir capital via terceiros
(exigível) ou próprio (patrimônio líquido), a estrutura oriunda destes dois compostos é
denominada estrutura de capital. O autor ressalta que a estrutura de capital é uma das
decisões mais difíceis que as empresas devem tomar. Mediante essa complexidade que
envolve a escolha da estrutura de capital, existem várias teorias que discorrem sobre a
existência ou não de uma estrutura perfeita de capital (ASSAF, 1986).
Não há uma estrutura de capital melhor ou pior do que qualquer outra para os investidores
da empresa, e que nenhuma organização pode alterar o valor de seus títulos apenas
mudando sua estrutura de capital. Os autores ressaltam que as organizações podem
decidir por qualquer proporção em sua estrutura de capital, utilizando uma pequena ou
grande quantidade de capital de terceiros. Contudo, quanto maior a utilização de capital
de terceiros na composição de sua estrutura de capital, maior será o seu índice de
endividamento, isto é, mais alavancada a empresa estará (ROSS, WESTERFIELD, JAFFE,
1995).
Vanderheiden (1987) aponta que a alavancagem operacional também pode ser entendida
como a ampliação de um período curto de incerteza de lucro relativo à incerteza das
vendas. Os autores sugerem o cálculo do GAO por meio do modelo DOL = {[Xt / E(Xt )] –
1}/{[St /E(St )]-1}, onde DOL = grau de alavancagem operacional; X = lucro operacional do
período; S = vendas do período; E = valor esperado; e t = período.
Consone et al. (2012) explicam que a alavancagem operacional decorre da existência
de gastos fixos operacionais e permite avaliar o impacto das variações das vendas
no lucro da empresa. Quanto maior a alavancagem operacional, maior é a proporção
de gastos fixos em relação aos gastos variáveis. A alavancagem operacional provoca
alteração no lucro operacional mais que a proporção da variação da receita de venda.
Este efeito ocorre porque, quando há aumento do volume, os gastos fixos pela sua
natureza não se alteram. Por outro lado, nota-se que essa sensibilidade do lucro
às variações da receita expõe a empresa ao risco operacional, quando, em vez do
aumento do volume, ocorrer uma redução.
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Corroborando, Corrar (2007) afirma que a alavancagem operacional decorre da existência
de gastos fixos operacionais que permanecem inalterados dentro de certos intervalos
de flutuação de produção e de vendas. Existe estreita relação entre a alavancagem
operacional e ponto de equilíbrio contábil, pois quanto mais próximo estiver o nível das
vendas do ponto de equilíbrio contábil, tanto maior a alavancagem operacional.
Quando a empresa se estrutura fortemente em custos fixos, aumenta o risco de ter grandes
prejuízos, quando abaixo do ponto de equilíbrio, mas também aumenta a possibilidade
de ter grandes lucros, quando acima do ponto de equilíbrio. Consone et al (2012)
explicam que a maximização do nível operacional da empresa levará a uma menor
carga de gastos fixos sobre cada unidade vendida, provocando um acréscimo em
maiores proporções no lucro operacional.
Jorgensen et al. (2009) corroboram que a alavancagem operacional se relaciona com o
comportamento do lucro no curso da capacidade instalada geradora de custo fixo, por
meio da maximização do volume de vendas, considerando que o volume de produção é
adequado à planta fabril.
Oliveira (2005) lembra que o grau de alavancagem operacional representa o efeito que
um aumento na quantidade de vendas provocará no lucro da empresa. Já a alavancagem
financeira, segundo Hoji (2014), ocorre quando o capital de terceiros produz efeitos sobre
o patrimônio líquido. O processo é como se o capital de terceiros, se utilizando de uma
‘alavanca’, produzisse efeitos (positivos ou negativos) sobre o patrimônio líquido”. A
análise do grau de alavancagem financeira (GAF) é um estratégico instrumento de gestão
financeira.
Ainda citando Consone et al. (2012), cabe ressaltar que o ponto de equilíbrio contábil
de uma empresa é sensível a diferentes variáveis como preço de venda e custo
variável unitário. Um aumento no custo tende a elevar o ponto de equilíbrio contábil, ao
passo que um aumento do preço de venda por unidade provoca sua redução.
Segundo Dantas et al. (2006), as pesquisas teórico-empíricas apontam que existe
relação direta entre alavancagem operacional, risco e retorno, pois quanto maior
a alavancagem operacional, maior o risco e maior o retorno. Nesse contexto, faz-se
necessário retomar os conceitos e o conteúdo que envolvem os custos.
Rocha (2010) afirma que os custos fixos, dentro de determinado intervalo do nível de
atividade, não são afetados pelo volume, enquanto os custos variáveis são afetados
de maneira direta.
Conforme Lord (1998), a segregação dos custos em fixo e variável, necessários para
obtenção do GAO e requerida para determinar o Ponto de Equilíbrio Operacional, é
normalmente difícil de ser feita por meio de informação externa da Demonstração do
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Resultado e, em razão disso, é comum definir o GAO como uma medida de elasticidade
da mudança de percentagem nos lucros antes de juros e tributos (EBIT), para uma dada
mudança na demanda unitária.
Menegassi e Gimenes (2008) explicam que antes que uma empresa gere lucro, deve-se
entender o conceito de equilíbrio, pois para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção
ou serviços, deve-se calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos e como
usar essa informação. É importante entender como os custos reagem com as mudanças
de volume.
Os autores afirmam que se percebe, com as mudanças ocorridas no mercado de trabalho,
que as organizações passam por várias transformações e necessitam se adequar a uma
nova realidade, na qual as demonstrações financeiras, o ponto de equilíbrio e os efeitos
de alavancagem constituem valiosas ferramentas de apoio às decisões.
Conforme Matarazzo (1998), a empresa que utiliza recursos de terceiros tem nos
seus custos financeiros os encargos dessa opção, que representam uma substituição
aos encargos que teria com os proprietários pela remuneração do capital de risco. A
capacidade que a empresa tem de administrar os recursos, próprios e/ou de terceiros,
e com isso maximizar os lucros por ação, é a administração da alavancagem financeira.
RESUMO
Vivemos uma época em que não há estabilidadeda estrutura organizacional das
empresas. Isso tem como consequência a modificação das habilidades e das tarefas
exigidas dos colaboradores, especialmente (ROCHA, 2009).
Segundo Goldratt (1991), a contabilidade de custos teve um importante papel
no desenvolvimento das organizações no início do século XX. Entretanto, com o
desenvolvimento tecnológico, os pressupostos que sustentavam a contabilidade de
custos já não são mais válidos.
Dessa forma, as empresas que não conseguirem criar um ambiente que estimule a
criatividade dos seus empregados para implementar inovações terão sérias restrições
para manter a empresa operando. Para enfrentar as pressões ambientais, as organizações
necessitam adotar uma postura mais agressiva, envolvendo decisões rápidas e maiores
riscos. Por outro lado, tem que se programar para novas situações, buscar na criatividade
formas de prever e solucionar problemas, inovar para atender às mudanças do mercado
de trabalho, às suas próprias exigências e à necessidade de resultados positivos (ROCHA,
2009).
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Para Lacerda et al. (2009), na lógica do Mundo dos Custos, as informações para a tomada
de decisões são o lucro e o custo dos produtos. Para que essa informação esteja o mais
próximo possível da realidade, existem diversos métodos de custeio que buscam os
critérios mais adequados para a alocação dos custos aos produtos, para que, assim, se
verifique com o maior nível de exatidão o real custo de um produto e, por consequência,
o real lucro que proporciona. Assim, é possível que alguns produtos estejam reduzindo a
lucratividade da organização, uma vez que geram prejuízos.
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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Presidência
Lenise Queiroz Rocha
Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar
Reitoria
Fátima Maria Fernandes Veras
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação
Maria Clara Cavalcante Bugarim
Vice-Reitoria de Pesquisa
José Milton de Sousa Filho
Vice-Reitoria de Extensão
Randal Martins Pompeu
Vice-Reitoria de Administração
José Maria Gondim Felismino Júnior
Diretoria de Comunicação e Marketing
Ana Leopoldina M. Quezado V. Vale
Diretoria de Planejamento
Marcelo Nogueira Magalhães
Diretoria de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho
Diretoria do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão
Danielle Batista Coimbra
Diretoria do Centro de Ciências da Saúde
Lia Maria Brasil de Souza Barroso
Diretoria do Centro de Ciências Jurídicas
Katherinne de Macêdo Maciel Mihaliuc
Diretoria do Centro de Ciências Tecnológicas
Jackson Sávio de Vasconcelos Silva
AUTORA
ROSELENE COURAS
Doutora em Administração de Empresas pela UNIFOR, Mes-
tre em Controladoria pela Universidade Federal do Ceará-UFC,
Pós Graduada em Controladoria e Finanças (2001) e gradu-
ada em Ciências Contábeis pela Universidade de Fortaleza
(1999/2). Atuou como professora substituta no Instituto Fed-
eral do Ceará- IFCE nas disciplinas de Finanças, Empreende-
dorismo e Custos. Atualmente é docente exclusivamente da
Universidade de Fortaleza- UNIFOR onde está vinculada aos
departamentos de Contabilidade, Administração e Engenha-
ria, ministrando as disciplinas de Contabilidade de Custos,
Contabilidade e Negócios, TCC I e II e Empreendedorismo.
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
COORDENAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Coordenação Geral de EAD
Douglas Royer
Coordenação de Ensino e Recursos EAD
Andrea Chagas Alves de Almeida
Supervisão de Ensino e Aprendizagem
Carla Dolores Menezes de Oliveira
Supervisão de Planejamento Educacional
Ana Flávia Beviláqua Melo
Supervisão de Recursos EAD
Andrea Chagas Alves de Almeida
Supervisão de Operações e Atendimento
Mírian Cristina de Lima
Analista Educacional
Lara Meneses Saldanha Nepomuceno
Projeto Instrucional
Francisca Vânia dos Santos
Revisão Gramatical
José Ferreira Silva Bastos
Identidade Visual / Arte
Francisco Cristiano Lopes de Sousa
Editoração / Diagramação
Rafael Oliveira de Souza
Produção de Áudio e Vídeo
José Moreira de Sousa
Pedro Henrique de Moura Mendes
Ana Bárbara Lima Pontes
Gabriel Laureno Jucá
Programação / Implementação
Francisco Weslley Lima
Márcio Gurgel Pinto Dias
Douglas Kauan Felix Farias
Victor Torres de Melo Oliveira
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