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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Ponto 1 – Sistemas Processuais e 
Princípios – Aplicação da Lei Processual 
Penal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MENSAGEM DO MEGE 
Olá Delta! 
Hoje damos início ao nosso Clube Delta 2023.1. 
Matéria? Direito Processual Penal. 
Que te seguirá da primeira fase até a última, sendo relevante no dia a dia da 
autoridade policial em vários momentos, sobretudo no que diz respeito ao inquérito 
policial e às provas. 
Você será o PRESIDENTE do Inquérito Policial. Por isso, é necessário que você 
domine muito o conteúdo que se segue nas próximas rodadas. 
Hoje vamos partir de uma lugar mais conceitual, contudo não deixe de 
entender e memorizar bem os conceitos aqui apresentados. 
Bons estudos e abs., 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 4 
1.1. PRINCÍPIOS ................................................................................................................. 4 
1.2. SISTEMAS PROCESSUAIS .......................................................................................... 13 
1.3. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ................................................................... 15 
2. LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA ............................................................... 19 
3. QUESTÕES CONCURSOS JURÍDICOS ...................................................................... 24 
4. GABARITO COMENTADO............................................................................................. 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. PRINCÍPIOS 
1.1.1. CONCEITO E FUNÇÕES 
 
Os princípios são mandamentos nucleares de um sistema. São postulados que 
se irradiam por todo o sistema de normas. 
Os princípios têm duas funções principais: normativa e interpretativa. Com 
efeito, os princípios são normas jurídicas, possuindo força coercitiva, podendo ser 
invocados para a solução de casos concretos. Além disso, na hipótese de dúvida na 
interpretação de certa norma, esta pode ser esclarecida por meio do conteúdo do 
princípio. 
 
1.1.2. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E CONSTITUCIONAIS 
A. Princípio da busca da verdade real 
 
Também chamado de princípio da verdade material ou da verdade substancial, 
significa que, no processo penal, devem ser realizadas as diligências necessárias e 
adotadas todas as providências cabíveis para tentar descobrir como os fatos realmente 
se passaram, de forma que o jus puniendi seja exercido com efetividade em relação 
àquele que praticou ou concorreu para a infração penal. 
Não obstante, é necessário ter em vista que a procura da verdade real não pode 
implicar violação de direitos e garantias estabelecidos na legislação. Assim, temos como 
exemplos de exceções à verdade real: 
 
- A inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 
5º, LVI, da CF); 
- Descabimento da revisão criminal contra a sentença 
absolutória transitada em julgado, mesmo diante do surgimento 
de novas provas contra o réu; 
- Vedação ao testemunho das pessoas que tiverem 
conhecimento do fato em razão de sua profissão, função, ofício 
ou ministério, salvo se, desobrigadas, quiserem depor (art. 207 
do CPP). 
 
B. Princípio ne procedat judex ex officio 
 
Também chamado de princípio da ação ou princípio da demanda ou princípio 
da iniciativa das partes, concretiza a regra da inércia da jurisdição e produz 
consequências práticas importantes em relação ao desencadeamento da ação penal, ao 
desenvolvimento válido do processo e à fase recursal. 
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O princípio em exame justifica a Súmula 160 do STF quando esta proíbe os 
tribunais de reconhecerem, contra o réu, nulidades não arguidas no recurso da 
acusação. 
 
C. Princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF) 
 
Art. 5º. Caput. 
(...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
 
O exame deste princípio, originário da cláusula do due process of law do Direito 
anglo-americano, permite nele identificar alguns elementos essenciais à sua 
configuração como expressiva garantia da ordem constitucional, destacando-se, dentre 
eles, por sua inquestionável importância, as seguintes prerrogativas: 
 
- O direito ao processo (garantia de acesso ao Poder Judiciário); 
- O direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da 
acusação; 
- O direito a um julgamento público e célere, sem dilações 
indevidas; 
- O direito ao contraditório e à plenitude de defesa (direito à 
autodefesa e à defesa técnica); 
- O direito de não ser processado e julgado com base em leis ex 
post facto; 
- O direito à igualdade entre as partes; 
- O direito de não ser processado com fundamento em provas 
revestidas de ilicitude; 
- O direito ao benefício da gratuidade; 
- O direito à observância do princípio do juiz natural; 
- O direito ao silêncio (privilégio contra a autoincriminação); 
- O direito à prova; e 
- O direito de presença e de participação ativa nos atos de 
interrogatório judicial dos demais litisconsortes penais passivos, 
quando existentes. 
 
D. Princípio da vedação das provas ilícitas (art. 5º, LVI, CF) 
 
Art. 5º. Caput. 
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(...) 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
 
Provas ilícitas são aquelas obtidas por meios que afrontam direta ou 
indiretamente garantias constitucionais e legais. 
 
OBSERVAÇÃO: A doutrina processual penal faz uma distinção conceitual entre a prova 
ilícita e a prova ilegítima, sendo aquela a obtida com violação ao direito substantivo 
(material), e esta a obtida com violação ao direito adjetivo (processual). 
 
A vedação constitucional da prova ilícita não é absoluta no processo penal, já 
que é possível ser afastada em favor do acusado, quando tiver por fim a prova da 
inocência com fundamento no princípio da proporcionalidade. 
 
E. Princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF) 
 
Art. 5º. Caput. 
(...) 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
 
Também chamado de princípio do estado de inocência ou da situação jurídica 
de inocência ou da não culpabilidade, este princípio deve ser considerado em três 
momentos distintos: na instrução processual,como presunção legal relativa de não 
culpabilidade, invertendo-se o ônus da prova; na avaliação da prova, impondo-se a 
valoração das provas em favor do acusado quando houver dúvidas sobre a existência de 
responsabilidade pelo fato imputado; e, no curso do processo penal, como parâmetro 
de tratamento ao acusado, em especial no que concerne à análise quanto à necessidade 
ou não de sua segregação provisória. 
Sobre o princípio da presunção de inocência, não podemos deixar de tecer 
breves considerações sobre a posição do STF acerca da execução provisória da pena, 
tema que, ao longo do tempo, sofreu constantes mutações pela corte máxima. 
Até 2009, o STF entendia ser possível a execução provisória da pena desde a 
prolação da sentença condenatória em primeiro grau. Depois, em 05/02/09 (HC 84.078), 
o STF passou a entender que a execução provisória da pena era inconstitucional, 
devendo ser aguardado o trânsito em julgado em razão do princípio da presunção de 
inocência. Esse entendimento prevaleceu até 2016, quando no HC 126.292 o STF decidiu 
que era possível a execução provisória da pena, desde que proferido acórdão 
condenatória em 2º grau (em sede de recurso ou em ações penais originárias). 
Revisando seu entendimento sobre o tema, o STF decidiu na ADC 43/DF, ADC 44/DF e 
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ADC 54/DF, em 07/11/19, por maioria (6x5), que a execução provisória da pena ofende 
o princípio da presunção de inocência. Este é o entendimento atual e que deve ser 
utilizado para a sua prova. 
No que se refere ao tribunal do júri, a Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime) trouxe 
uma importante previsão acerca das apelações oriundas dos julgamentos plenários. 
Atualmente, admite-se a execução provisória da pena nos casos de condenação no 
tribunal do júri apenas no caso de ter sido aplicada uma pena igual ou superior a 15 anos 
de reclusão. O art. 492, § 4º, afirma que a referida apelação não terá efeito suspensivo, 
salvo nos casos excepcionados pelo § 5º. 
Vale lembrar que o STF, até então, tinha entendimento divergente sobre o 
tema entre as suas turmas. De um lado, a 1ª Turma do STF entendia que “a prisão de 
réu condenado por decisão do Tribunal do Júri, ainda que sujeita a recurso, não viola o 
princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª 
Turma. HC 118.770, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017). 
Essa decisão, no entanto, foi publicada antes do julgamento das ADC 43/DF, ADC 44/DF 
e ADC 54/DF, em 7/11/2019, por meio das quais o STF, por 6x5, decidiu que é 
inconstitucional a execução provisória da pena. A 2ª Turma do STF, por sua vez, entendia 
que não era possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações 
pelo Tribunal do Júri. 
Agora, com a novel legislação, devemos esperar a posição das cortes superiores 
sobre o tema. Para efeito de prova objetiva, no entanto, o candidato deverá seguir os 
ditames da legislação. 
Confira: 
 
Art. 492. § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória 
do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) 
anos de reclusão não terá efeito suspensivo. 
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito 
suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando 
verificado cumulativamente que o recurso: 
I - não tem propósito meramente protelatório; e 
II - levanta questão substancial e que pode resultar em 
absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução 
da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. 
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito 
incidentemente na apelação ou por meio de petição em 
separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias 
da sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da 
tempestividade, das contrarrazões e das demais peças 
necessárias à compreensão da controvérsia.” (NR) 
 
Quanto à possibilidade de execução provisória das Penas Restritivas de 
Direitos, existia uma divergência jurisprudencial. O STJ e a 2ª Turma do STF entendiam 
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pela impossibilidade, pois a LEP possui regra específica que não foi analisada pela corte 
suprema, a qual apenas autorizou a execução provisória da pena privativa de liberdade. 
Noutro giro, a 1ª Turma do STF entendia pela possibilidade, pelas mesmas razões as 
quais é possível a execução provisória da pena privativa de liberdade. Ocorre que, com 
o julgamento das ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, em 7/11/2019, em que o STF, 
por 6x5, decidiu que é inconstitucional a execução provisória da pena, esse mesmo 
entendimento também deve ser aplicado para as penas restritivas de direitos. 
 
F. Princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais 
 
A exigência de motivação das decisões judiciais, inscrita no art. 93, IX, da CF e 
no art. 381 do CPP, é atributo constitucional-processual que possibilita às partes a 
impugnação das decisões tomadas no âmbito do Poder Judiciário, conferindo, ainda, à 
sociedade a garantia de que essas deliberações não resultam de posturas arbitrárias, 
mas, sim, de um julgamento imparcial, realizado de acordo com a lei. 
No tribunal do júri há mitigação da obrigatoriedade de motivação, pois o 
Conselho de Sentença, formado por juízes leigos, não pode motivar nem fundamentar 
o seu entendimento, até porque vigoram o princípio da incomunicabilidade dos jurados 
e o princípio da íntima convicção. 
Na esteira desse tema, a Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime) trouxe a 
imperiosidade de que decisões que decretem a prisão preventiva ou outras medidas 
cautelares diversas da prisão deverão ser justificadas e fundamentadas. É o que diz, por 
exemplo, o art. 282, § 3º: 
 
“Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da 
medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, 
determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar 
no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do 
requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos 
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser 
justificados e fundamentados em decisão que contenha 
elementos do caso concreto que justifiquem essa medida 
excepcional.” 
 
Essa linha é reforçada pelo legislador no art. 312, § 2º, do CPP, quando diz: 
 
“A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada 
e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de 
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da 
medida adotada.” 
 
Para não deixar dúvidas para o intérprete, o legislador chegou ao ponto de 
dizer, inclusive, o que não representa uma motivação idônea. Confira: 
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Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão 
preventiva será sempre motivada e fundamentada. 
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de 
qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a 
existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a 
aplicação da medida adotada. 
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato 
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão 
decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra 
decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo 
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar 
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou 
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de 
distinção no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento. 
 
G. Princípio da publicidade 
 
O princípio da publicidade, previsto expressamente no art. 93, IX, primeira 
parte, da CF, e no art. 792, caput, do CPP, representa o dever que assiste ao Estado de 
atribuir transparência a seus atos, reforçando, com isso, as garantias da independência, 
imparcialidade e responsabilidade do juiz. Além disso, consagra-se como uma garantia 
para o acusado, que, em público, estará menos suscetível a eventuais pressões, 
violências ou arbitrariedades. 
 
H. Princípio da imparcialidade do juiz 
 
Significa que o magistrado, situando-se no vértice da relação processual 
triangulada entre ele, a acusação e a defesa, deve possuir capacidade objetiva e 
subjetiva para solucionar a demanda, vale dizer, julgar de forma absolutamente 
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equidistante das partes, vinculando-se apenas às regras legais e ao resultado da análise 
das provas do processo. 
Para evitar a contaminação da parcialidade do juiz que atua na fase da 
investigação, a Lei nº 13.964 (Lei Anticrime) trouxe a figura do juiz das garantias, que, 
em suma, é o juiz que atua da fase das investigações até o recebimento da 
denúncia/queixa, quando então dá lugar ao juiz da instrução e julgamento. A ideia é que 
este último magistrado não se contamine com o conhecimento e a tomada de medidas 
durante a fase investigativa. Esse assunto será explorado com minúcias no material 
sobre os sujeitos processuais. 
No entanto, vale lembrar que o STF, por meio de medida cautelar proferida 
monocraticamente pelo Min. Luiz Fux, no bojo da ADI 6.300 6.305 6.299 6.298, decidiu 
suspender, até o julgamento do mérito da ação penal, todos os dispositivos da novel 
legislação que versam sobre o juiz das garantias. O fundamento principal é que o STF 
precisa discutir a constitucionalidade desses dispositivos antes que se implemente a sua 
efetivação. Vamos aguardar... 
 
I. Princípio da igualdade processual (art. 5º, caput, CF) 
 
Também chamado de princípio da paridade de armas (par conditio), significa 
que as partes, em juízo, devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratadas de 
forma igualitária. 
Os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com a Constituição 
Federal quando verificada a existência de uma finalidade razoavelmente proporcional 
ao fim visado. 
 
J. Princípio do contraditório (art. 5º, LV, CF) 
 
Trata-se do direito assegurado às partes de serem cientificadas de todos os atos 
e fatos havidos no curso do processo, podendo manifestar-se e produzir as provas 
necessárias antes de ser proferida a decisão jurisdicional. 
 
OBSERVAÇÃO: Este princípio é mitigado em determinados casos, como ocorre no 
chamado contraditório diferido ou postergado, que consiste em relegar a momento 
posterior a ciência e a impugnação do investigado ou do acusado quanto a determinados 
pronunciamentos judiciais. Em tais casos, a urgência da medida ou a sua natureza exige 
um provimento imediato e inaudita altera parte, sob pena de prejuízo ao processo ou, 
no mínimo, de ineficácia da determinação judicial. 
 
Um contraditório com qualidade prevê a observância do seguinte trinômio: 
 
- a intimação da parte sobre o ato processual praticado; 
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- a possibilidade de manifestação a seu respeito; 
- e que tenha a possibilidade de influência na decisão do juiz. 
 
Destaca-se, por fim, que a Constituição Federal garante o contraditório aos 
litigantes e aos acusados em processo judicial ou administrativo; todavia, o inquérito 
policial, como será visto adiante, não é verdadeiro processo, mas procedimento 
administrativo, de forma que não há que se falar na garantia do contraditório perante a 
fase policial de investigações. Além do mais, não há, no inquérito, litigante ou acusado, 
mas mero investigado (até porque o delegado de polícia não acusa, mas investiga 
apenas, colhendo provas sobre o fato criminoso, sem interesse acusatório ou 
absolutório). 
 
K. Princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF) 
 
A ampla defesa traduz o dever que assiste ao Estado de facultar ao acusado 
toda a defesa possível quanto à imputação que lhe foi realizada. 
A concepção moderna da garantia da ampla defesa reclama, para a sua 
verificação, seja qual for o objeto do processo, a conjugação de três realidades 
procedimentais, genericamente consideradas, a saber: a) o direito à informação (nemo 
inauditus damnari potest); b) a bilateralidade da audiência (contraditoriedade); c) o 
direito à prova legalmente obtida ou produzida (comprovação da inculpabilidade). 
A ampla defesa pode ser exercida de duas formas: 
 
1. Autodefesa: realizada facultativamente pelo próprio agente, 
sendo permitido calar-se ou trazer qualquer elemento de 
convicção, ainda que não jurídico, o que pode ser bastante útil 
perante os jurados no tribunal do júri, que decidem de acordo 
com a íntima convicção; 
2. Defesa técnica: realizada obrigatoriamente por advogado 
habilitado (art. 261 do CPP), não podendo o réu se 
autorrepresentar no processo penal, a não ser que seja 
advogado (art. 263 do CPP). Além do mais, a correta defesa do 
réu é de interesse da sociedade, sendo ela irrenunciável. 
 
A falta de defesa técnica, no processo penal, nos termos da Súmula 523 do STF, 
constitui nulidade absoluta, mas, se for deficiente apenas, só anulará o processo caso 
exista prova do prejuízo do réu. 
Ainda em se tratando de autodefesa, a doutrina entende que o réu possui o 
direito de ser ouvido (audiência) e o direito de presença. O primeiro se expressa 
principalmente por meio do interrogatório judicial. Já o segundo se reflete na 
possibilidade de acompanhar todos os atos do processo. É, pois, uma faculdade. 
 
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L. Princípio do duplo grau de jurisdição 
 
Este princípio assegura a possibilidade de revisão das decisões judiciais, por 
meio do sistema recursal, em que as decisões do juízo a quo podem ser reapreciadas 
pelos tribunais. É uma decorrência da própria estrutura do Judiciário, vazada na Carta 
Magna, que, em vários dispositivos, atribui competência recursal aos diversos tribunais 
do país. 
 
M. Princípio do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF) 
 
O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processado pelo magistrado 
competente (art. 5º, inc. LIII, da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou 
tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII, da CF). Em outras palavras, tal princípio impede 
a criação casuística de tribunais pós-fato, para apreciar um determinado caso. 
 
N. Princípio do promotor natural e imparcial 
 
Este princípio veda a designação arbitrária,pela Chefia da Instituição, de 
promotor para patrocinar caso específico, vale dizer, o promotor natural há de ser, 
sempre, aquele previamente estatuído em lei. Como ensina Hugo Nigro Mazzilli, o 
princípio do promotor natural é decorrência do princípio da independência funcional. 
Consiste na existência de um órgão do Ministério Público investido nas suas atribuições 
por critérios legais prévios. 
 
OBSERVAÇÃO: A abrangência de aplicação desse princípio é limitada ao processo 
criminal, excluído, portanto, o inquérito policial. Deste modo, eventuais diligências 
realizadas na fase das investigações policiais a partir de determinação (requisição) de 
promotor distinto daquele que seja quem deva atuar não desnaturam o princípio. 
 
O. Princípio do in dubio pro reo (art. 5º, LVII, CF) 
 
Também chamado de princípio da prevalência do interesse do réu ou “favor 
rei” ou “favor libertatis” ou “favor inocente”, este princípio privilegia a garantia da 
liberdade em detrimento da pretensão punitiva do Estado. 
A dúvida deve militar em favor do acusado. Em verdade, na ponderação entre 
o direito de punir do Estado e o status libertatis do imputado, este último deve 
prevalecer. 
 
OBSERVAÇÃO: Este princípio é mitigado quando se trata de decisão do Conselho de 
Sentença por ocasião dos julgamentos pelo júri. É que, em casos tais, os jurados decidem 
por sua íntima convicção. 
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É de se ressaltar que, na pronúncia, não se exige a certeza da autoria do crime, mas 
apenas a existência de indícios suficientes e prova da materialidade, imperando, nessa 
fase final da formação da culpa, o brocardo “in dubio pro societate” (e não o princípio 
“in dubio pro reo”). (STJ, AgRg. no AREsp. 405.488/SC) 
 
P. Princípio ne bis in idem 
 
Consiste na proibição de que o réu seja julgado novamente por fato que já foi 
apreciado pelo Poder Judiciário. 
 
1.2. SISTEMAS PROCESSUAIS 
 
Existem três espécies de sistemas processuais penais: inquisitivo, acusatório e 
misto. 
 
1.2.1. SISTEMA INQUISITIVO 
 
Nesse sistema, cabe a um só órgão acusar e julgar. O juiz dá início à ação penal 
e, ao final, ele mesmo profere a sentença. 
O acusado é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito de 
direitos. 
Antes do advento da CF/88, era admitido em nossa legislação em relação à 
apuração de todas as contravenções penais e dos crimes de homicídio e de lesões 
corporais culposos. Era o chamado processo judicialiforme, que foi banido de nossa 
legislação pelo art. 129, I, da CF, que conferiu ao MP a iniciativa exclusiva da ação 
pública. 
 
1.2.2. SISTEMA ACUSATÓRIO 
 
No sistema acusatório, existe separação entre os órgãos incumbidos de realizar 
a acusação e o julgamento, o que garante a imparcialidade do julgador e, por 
conseguinte, assegura a plenitude de defesa e o tratamento igualitário das partes. 
 
1.2.3. SISTEMA MISTO OU ACUSATÓRIO FORMAL 
 
Este sistema é caracterizado pela existência do Juizado de Instrução, fase 
investigatória e persecutória preliminar conduzida por um juiz, que não se confunde 
com o inquérito policial, seguida de uma fase acusatória em que são assegurados todos 
os direitos do acusado e a independência entre acusação, defesa e juiz. 
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1.2.4. SISTEMA ADOTADO NO BRASIL. 
 
No Brasil, é adotado o sistema acusatório, pois há clara separação entre a 
função acusatória — do Ministério Público nos crimes de ação pública — e a julgadora. 
Contudo, não se trata do sistema acusatório puro, uma vez que, apesar de a regra ser a 
de que as partes devam produzir suas provas, admitem-se exceções em que o próprio 
juiz pode determinar, de ofício, sua produção de forma suplementar. 
Esse sistema foi reforçado pela Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime), que proibiu 
expressamente o juiz de decretar prisão preventiva e outras medidas cautelares de 
ofício. Confira: 
 
Art. 282. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a 
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação 
criminal, por representação da autoridade policial ou mediante 
requerimento do Ministério Público. 
 
Esse dispositivo difere da redação anterior, que dizia: 
 
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício 
ou a requerimento das partes ou, quando no curso da 
investigação criminal, por representação da autoridade policial 
ou mediante requerimento do Ministério Público. (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 
ANTES DA LEI ANTICRIME APÓS A LEI ANTICRIME 
No curso do processo o juiz poderia, de 
ofício ou a requerimento das partes, 
decretar medidas cautelares. Já na fase 
da investigação criminal o juiz só poderia 
decretar medidas cautelares mediante 
representação do Delegado de Polícia ou 
requerimento do MP. 
O juiz não pode, nem na fase de 
investigações nem no curso do processo, 
decretar medidas cautelares de ofício. 
 
Esse mesmo entendimento, que foi previsto para as medidas cautelares em 
geral, foi repetido pelo legislador da Lei Anticrime no caso da prisão preventiva Confira: 
 
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Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do 
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, 
a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial. 
 
A redação anterior do dispositivo dizia: 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do 
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, 
de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do 
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
Porém, a Lei nº 13.964/19 trouxe a previsão de que é possível que o juiz, de 
ofício, revogue a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar 
a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem (art. 316, caput). 
Esse tema será tratado com mais minúcias no material sobre prisões! 
 
1.3. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL 
1.3.1. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
 
Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo o Território 
Brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, 
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do 
Presidente da República, e dos ministros do STF, nos crimes de 
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III – os processos da competência da Justiça Militar; 
IV – os processos da competência do tribunal especial 
(Constituição, art. 122, nº 17); 
V – os processos por crimes da imprensa. 
 
O processo penal, em todo o território nacional, rege-se pelo Código de 
Processo Penal. Tal regra encontra-se em seu art. 1º, caput, que adotou, quanto ao 
alcance de suas normas, o princípio da territorialidade, segundo o qual seus dispositivos 
aplicam-se a todas as ações penais que tramitem pelo território brasileiro. 
 
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OBSERVAÇÃO: O CPP adota o princípio da territorialidade absoluta (locus regit actum), 
no sentido de que, no Brasil, não se admite a aplicação de direito processual estrangeiro, 
apesar de admitir a aplicação de regras de direito internacional. Adota, também, o 
princípio da territorialidade estrita, no sentido de que a lei processual brasileira, ao 
contrário do que ocorre com a lei penal, não tem extraterritorialidade. Contudo, isto 
não quer dizer que ela não será aplicada a crimes cometidos fora do território nacional, 
pois, se este crime for aqui julgado, a lei processual brasileira será aplicada. 
 
1.3.1.1. Exceções à incidência do CPP 
 
O art. 1º do CPP elenca hipóteses em que este não terá aplicação, ainda que o 
fato tenha ocorrido no território nacional. Vejamos: 
 
- Os tratados, as convenções e regras de direito internacional 
(art. 1º, I, CPP); 
 
Os tratados, as convenções e as regras de direito internacional, firmados pelo 
Brasil, mediante aprovação por decreto legislativo e promulgação por decreto 
presidencial, afastam a jurisdição brasileira, ainda que o fato tenha ocorrido no território 
nacional, de modo que o infrator será julgado em seu país de origem. 
É o que ocorre, por exemplo, com agentes diplomáticos aqui acreditados, como 
embaixadores, secretários de embaixadas, bem como seus familiares, além dos 
funcionários de organizações internacionais, tal qual a ONU. A Convenção de Viena, 
aprovada pelo Decreto Legislativo nº 103/64, prevê imunidade diplomática a esses 
agentes, de forma que não estão sujeitos à lei processual penal brasileira, pois terão a 
aplicação da lei material do seu respectivo país, e, por via de consequência, o processo 
lá tramitará. 
 
- As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, 
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do 
Presidente da República, e dos ministros do STF, nos crimes de 
responsabilidade (art. 1º, II, CPP); 
 
Esse dispositivo refere-se aos crimes de natureza político-administrativa, e não 
aos delitos comuns. O julgamento dessas infrações não é feito pelo Poder Judiciário, e 
sim pelo Legislativo. 
 
- Os processos da competência da Justiça Militar (art. 1º, III, 
CPP); 
 
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Os processos de competência da Justiça Militar, isto é, os crimes militares, 
seguem os ditames do Código de Processo Penal Militar (Decreto-lei n. 1.002/69), e não 
da legislação processual comum. 
 
OBSERVAÇÃO: Não se deve olvidar que a Justiça Eleitoral, também especializada, tem 
competência para apreciação dos crimes eleitorais e conexos, possuindo codificação 
própria (Lei nº 4.737/65 – Código Eleitoral), mas o CPP é aplicado subsidiariamente. 
 
- Os processos da competência do tribunal especial (art. 1º, IV, 
CPP); 
 
O tribunal especial a que faz menção o inc. IV do art. 1º é o antigo Tribunal de 
Segurança Nacional, que não existe mais. Hoje, os crimes contra a segurança nacional 
estão previstos na Lei nº 7.170/83, sendo afetos à Justiça Federal (art. 109, IV, CF). 
 
- Os processos por crimes da imprensa (art. 1º, V, CPP). 
 
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF 130-7/DF), declarou que a referida lei não foi recepcionada 
pela Constituição Federal de 1988, de modo que, atualmente, os antigos crimes da Lei 
de Imprensa (Lei n. 5.250/67) deverão ser enquadrados, quando possível, na legislação 
comum, e a apuração dar-se-á nos termos do Código de Processo Penal. 
 
1.3.1.2. Exceções decorrentes de leis especiais 
 
Algumas leis especiais excepcionam a aplicação do CPP em relação à apuração 
a determinados crimes, como, por exemplo, os relacionados a drogas, cujo rito é 
integralmente regulado pela Lei nº 11.343/2006; os crimes falimentares, cujo rito 
encontra-se na Lei nº 11.101/2005; as infrações de menor potencial ofensivo, tratadas 
em sua totalidade na Lei .099/95. 
 
1.3.1.3. Tribunal penal internacional 
 
O art. 5º, § 4º, da CF, prevê que “o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal 
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Assim, ainda que um 
delito seja cometido no território brasileiro, havendo denúncia ao TPI, o agente poderá 
ser entregue à jurisdição estrangeira. 
 
1.3.2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO. 
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1.3.2.1. Regra geral – Princípio do efeito imediato ou princípio da aplicação imediata 
ou sistema do isolamento dos atos processuais. 
 
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem 
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei 
anterior. 
 
O art. 2º do CPP adotou o princípio da imediata aplicação da lei processual 
penal, também chamado de princípio tempus regit actum. De acordo com esse princípio, 
os novos dispositivos processuais podem ser aplicados a crimes praticados antes de sua 
entrada em vigor. O que se leva em conta, portanto, é a data da realização do ato 
(tempus regit actum), e não a da infração penal. 
 
OBSERVAÇÃO: A lei processual aplicar-se-á desde logo, mesmo que seja prejudicial ao 
réu. E não se pode dizer que há violação ao art. 5º, XL, da CF, pois a vedação incorporada 
neste dispositivo constitucional não se refere às normas puramente processuais penais, 
mas, sim, às normas de natureza penal. 
 
1.3.2.2. Exceção 
 
O art. 3º da Lei de Introdução ao CPP dispõe que “o prazo já iniciado, inclusive 
o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta 
não prescrever prazo menor do que o fixado no CPP”. Assim, se um determinado prazo 
já estiver em andamento, incluindo prazo recursal, valerá o prazo da lei anterior se o 
prazo da nova lei for menor do que aquele outro. Trata-se, portanto, de uma hipótese 
de ultratividade da lei processual penal. 
 
1.3.2.3. Normas processuais heterotópicas e normas processuais mistas ou híbridas 
 
Normas processuais são aquelas que regulamentam aspectos relacionados ao 
procedimento ou à forma dos atos processuais, possuindo aplicação imediata. Já as 
normas materiais são aquelas que objetivam assegurar direitos ou garantias, possuindo 
efeitos retroativos nos aspectos que visam a beneficiar o réu, mas jamais retroagem 
para prejudicá-lo. 
 
A. Normas heterotópicas 
 
Existem determinadas regras que, apesar de inseridas em diplomas processuais 
penais, possuem conteúdo material, retroagindo para beneficiar o réu. Outras, ao revés, 
incorporadas a leis materiais, apresentam um conteúdo processual, regendo-se pelo 
critério tempus regit actum. Surge, nesses casos, o fenômeno da heterotopia. 
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B. Normas mistas ou híbridas 
 
Norma híbrida é aquela que possui preceitos de direito material e de direito 
processual. Como não pode haver cisão, deve prevalecer o aspecto material. Assim, se 
a parte penal for benéfica, a nova lei será aplicada às infrações ocorridas antes da sua 
vigência. O aspecto penal retroage, e o processual terá aplicação imediata, preservando-
se, contudo, os atos praticados quando da vigência da norma anterior. Já, se a parte 
penal for maléfica, a norma híbrida não terá nenhuma incidência aos crimes ocorridosantes de sua vigência e o processo iniciado, todo ele, será regido pelos preceitos 
processuais previstos na lei antiga. 
 
2. LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
Princípio da Isonomia em seu aspecto formal e Princípio da Igualdade Processual ou 
Paridade de Armas 
Art. 5º.Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
* STF: Os direitos e garantias fundamentais também alcançam os estrangeiros não 
residentes no Brasil. Alcançam, também, as pessoas jurídicas, no que for compatível. 
Princípio do Juiz Natural 
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
* Súmula 704 do STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados. 
* STF/STJ: Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de recurso por órgãos 
fracionários de tribunais compostos majoritariamente por juízes convocados (RE 
597.133, em 05/04/2011; HC 298.182, em 19/12/2014). 
* STF: A criação de novas varas, modificando competências preexistentes e que acaba 
por redistribuir os feitos, não viola o princípio do juiz natural (STJ, RHC nº 283.173, em 
24/03/15). 
* STF: O envio de ação penal a uma Vara Especializada recém-criada não ofende o 
princípio do juiz natural, até porque se está diante de competência absoluta. 
Princípio - expresso - do juiz natural e Princípio - implícito - do promotor natural 
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
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* O princípio do juiz natural pressupõe a existência de um órgão julgador técnico e 
isento, com competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização 
judiciária de modo a impedir que ocorra julgamento arbitrário ou de exceção. 
* Súmula 704 do STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados. 
* STF/STJ: Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de recurso por órgãos 
fracionários de tribunais compostos majoritariamente por juízes convocados (RE 
597.133, em 05/04/2011; HC 298.182, em 19/12/2014). 
* STF/STJ: A redistribuição do feito decorrente da criação de vara com idêntica 
competência com a finalidade de igualar os acervos dos juízos e dentro da estrita norma 
legal não viola o princípio do juiz natural, uma vez que a garantia constitucional permite 
posteriores alterações de competência (HC 91.253, 14/11/2007; HC 102.193, em 
02/02/2010). 
* STF: O princípio do promotor natural consagra uma garantia de ordem jurídica, 
destinada tanto a proteger o membro do MP, na medida em que lhe assegura o exercício 
pleno e independentemente do seu ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a 
quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor 
cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados, 
estabelecidos em lei (1ª T, HC 95.447, em 19/10/2010; 2º T, HC 103.038, em 
11/10/2011). 
Princípio do devido processo legal (due process of Law e substantive due process) 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
* STF: O Princípio do Devido Processo Legal não se limita a assegurar a observância do 
processo na forma descrita na lei (procedural due process), mas impede também a 
permanência no ordenamento de leis desprovidas de razoabilidade (substantive due 
process). 
* STF: Os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade têm sua sede material no 
princípio do devido processo legal, em sua acepção substantiva (substantive due process 
of Law). 
Princípio do contraditório e da ampla defesa 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
* STF: O postulado do contraditório e da ampla defesa inclui: I – direito das partes 
obterem informação de todos os atos praticados no processo; II – direito de 
manifestação, oral ou escrita, das partes acerca dos elementos fáticos e jurídicos 
constantes do processo; e III – direito das partes de ver seus argumentos considerados. 
* Súmula 701 do STF. No mandado de segurança impetrado pelo MP contra decisão 
proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. 
* Súmula 704 do STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados. 
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* Súmula 705 do STF. A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a 
assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta. 
* Súmula 707 do STF. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para 
oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a 
nomeação de defensor dativo. 
* Súmula 712 do STF. É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da 
competência do júri sem audiência da defesa. 
* Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício 
do direito de defesa. 
STF: Nos casos de processo administrativo de natureza penal, que pode gerar 
interferência no estado de liberdade da pessoa, é obrigatória a presença de advogado 
(2ª T, RE 398.269, em 15/12/2009). Ex.: regressão de regime. 
Princípio da vedação à utilização de provas ilícitas 
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
* STF: Aplica-se a teoria dos frutos da árvore envenenada, de origem na Suprema Corte 
norte-americana, segundo a qual a prova ilícita produzida tem o condão de contaminar 
todas as provas dela decorrentes. 
* STF: É lícita a prova obtida por meio de gravação de conversa própria, feita por um dos 
interlocutores, se quem está gravando está sendo vítima de proposta criminosa de 
outro. 
* STF: É lícita a gravação de conversa realizada por terceiro, com autorização de um dos 
interlocutores, sem o consentimento do outro, desde que para ser utilizada em legítima 
defesa. 
* STF: É lícita a prova obtida mediante gravação de diálogo transcorrido em local 
público. 
* Serendipidade (encontro fortuito) e conexão: o Pleno do STF tem precedente 
afirmando que “se, durante a interceptação telefônica autorizada para um crime punido 
com reclusão, for apurada a prática de um crime punido com detenção, o MP poderá 
fazer a denúncia deste desde que os crimes sejam conexos” (HC 83.515, em 
16/09/2004). Contudo, a Corte Especial do STJ decidiu que, “havendo encontro fortuito 
de notícia da prática de conduta delituosa, durante a realização de interceptação 
telefônica, não se deve exigir a demonstração da conexão entre o fato investigado e 
aquele descoberto” (AP 510, em 17/03/2014). 
* STF: A confissão sob prisão ilegal é prova ilícita e, portanto, invalida a condenação nela 
fundada. 
* STF: É ilícita a prova obtida por meio deconversa informal do indiciado com policiais, 
por constituir interrogatório sub-reptício, sem as formalidades legais do interrogatório 
no inquérito policial e sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio. 
Princípio da presunção da não culpabilidade ou de inocência ou do estado de inocência 
e Princípio do In dubio pro reo 
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LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
* STF: O princípio da não culpabilidade não afasta a legitimidade das diversas espécies 
de prisões cautelares. 
* Súmula 444 do STJ. É vedada a utilização de IP e ações penais em curso para agravar 
a pena-base. 
* STF: Enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória, a culpa não se 
estabelece. Ainda assim, o STF, nas Súmulas 716 e 717, admite a aplicação dos benefícios 
da LEP, como a progressão de regime, àqueles que ainda não estejam definitivamente 
condenados, mas estejam cumprindo prisão preventiva. 
Princípio da Publicidade 
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; (...) 
Art. 93. (...) 
Princípio da Publicidade e da Motivação das Decisões 
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo 
não prejudique o interesse público à informação; 
* Recebimento da denúncia e desnecessidade de fundamentação: o STF entende que 
não se exige que o ato de recebimento da denúncia seja fundamentado, pois tal ato não 
se qualifica nem se equipara, para os fins a que se refere o art. 93, inciso IX, da CF, a ato 
de caráter decisório, razão pela qual não reclama a motivação como condicionante de 
sua validade (HC 93.056, em 15.05.09). Na mesma linha, o STJ afirma que é 
desnecessária a fundamentação extensa ou complexa no despacho de recebimento da 
denúncia, pois este ostenta natureza interlocutória, dispensando, assim, aqueles 
requisitos próprios de uma decisão judicial (RHC 43.490, em 12.12.14). Contra o 
recebimento, não cabe recurso, mas apenas HC. 
* STF/STJ: A técnica de motivação por referência ou por remissão (fundamentação per 
relationem) é compatível com o que dispõe o art. 93, IX, da CF (AI 738.982, 29.05.12; 
EREsp. 1.021.851, 28.06.12). 
* STJ: A jurisprudência admite a chamada fundamentação per relationem, mas desde 
que o julgado faça referência concreta às peças que pretende encampar, transcrevendo 
delas partes que julgar interessantes para legitimar o raciocínio lógico que embasa a 
conclusão a que se quer chegar (6ª T, HC 214.049, em 05/02/2015). 
* Súmula 123 do STJ. A decisão que admite, ou não, o REsp. deve ser fundamentada, 
com o exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais. 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Título I 
Disposições Preliminares 
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Princípio da territorialidade 
Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo o Território Brasileiro, por este Código, 
ressalvados: 
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
* STF: Os agentes consulares só têm direito a imunidade se os fatos delitivos decorrem 
do desempenho de suas funções (1ª T, RHC 50.155). 
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, 
nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do STF, nos 
crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III – os processos da competência da Justiça Militar; 
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, nº 17); 
V – os processos por crimes da imprensa. 
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos IV e 
V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
Princípio da imediatidade (ou do efeito imediato ou da aplicação imediata) e Princípio 
do tempus regit actum e Sistema do isolamento dos atos processuais 
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
* STJ: A exclusão do ordenamento jurídico do protesto por novo júri, nos termos da 
redação conferida pela Lei nº 11.689/08, tem aplicação imediata aos processos 
pendentes em consonância com o princípio tempus regit actum, previsto no art. 2º do 
CPP (RHC 31.585, 22.03.12). 
* STJ: O fato de a lei nova ter suprimido o recurso de protesto por novo júri não afasta 
o direito à recorribilidade subsistente pela lei anterior (ultratividade da lei processual), 
quando o julgamento ocorreu antes da entrada em vigor da Lei nº 11.689/2008, que, 
em seu art. 4º, revogou expressamente o Capítulo IV do Título II do Livro III, do CPP, 
extinguindo o protesto por novo júri (5ª T, REsp. 1.046.429, em 09/10/12). 
 
Título XII 
Da Sentença 
Art. 381. A sentença conterá: 
(...) 
III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; 
* STF/STJ: A reprodução dos fundamentos declinados pelas partes ou pelo MP ou 
mesmo de outras decisões proferidas nos autos da demanda (fundamentação per 
relationem) atende ao comando do art. 93, IX, da CF. O que não se admite é a ausência 
de fundamentação (1ª T, HC 94.384, em 02/02/2010; 2ª T, AI 738.982, em 29/05/2012; 
CE, EREsp. 1.021.851, em 28/06/2012), mas desde que o julgado faça referência 
concreta às peças que pretende encampar, transcrevendo delas partes que julgar 
interessantes para legitimar o raciocínio lógico que embasa a conclusão a que se quer 
chegar (6ª T, HC 214.049, em 05/02/2015). 
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Livro VI 
Disposições Gerais 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se 
realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, 
do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente 
designados. 
 
3. QUESTÕES CONCURSOS JURÍDICOS 
 
1. (2016 – VUNESP) A respeito dos princípios processuais penais, é correto afirmar: 
a) a ausência de previsão de atividade instrutória do juiz em nosso ordenamento 
processual penal brasileiro decorre do princípio da imparcialidade do julgador. 
b) o direito ao silêncio, que está previsto na Constituição da República, em conformidade 
com a interpretação sedimentada, só se aplica ao acusado preso. 
c) o princípio da motivação das decisões e das sentenças penais se aplica a todas as 
decisões proferidas em sede de direito processual penal, inclusive no procedimento do 
Tribunal de Júri. 
d) o princípio do contraditório restará violado se entre a acusação e a sentença inexistir 
correlação. 
e) o princípio da verdade real constitui princípio supremo no processo penal, tendo valor 
absoluto, inclusive para conhecimento e para valoração das provas ilícitas. 
 
2. (2016 – FAURGS) Sobre os princípios do processo penal, assinale a alternativa 
correta. 
a) A lei processual penal mais nova aplica-se retroativamente, determinando a 
necessidade de repetição de todos os atos instrutóriosjá realizados sob a vigência da 
legislação revogada. 
b) As provas obtidas ilicitamente, segundo a atual jurisprudência dominante no 
Supremo Tribunal Federal, poderão ser valoradas em prejuízo do acusado quando da 
prolação da sentença, haja vista a supremacia do interesse público em face dos direitos 
e garantias fundamentais. 
c) O princípio do duplo grau de jurisdição estabelece a obrigatoriedade de que todas as 
decisões de mérito sejam submetidas à apreciação de corte de hierarquia 
imediatamente superior, devendo o juiz, de ofício, remeter os autos do processo à 
segunda instância ainda que as partes não interponham qualquer recurso contra a 
decisão proferida. 
d) O princípio da obrigatoriedade da ação penal pública incondicionada estabelece que 
ao Ministério Público é vedado qualquer juízo discricionário quanto à pertinência ou 
conveniência da iniciativa penal, sendo, todavia, o instituto da delação premiada uma 
hipótese de exceção ao referido princípio no ordenamento jurídico brasileiro. 
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e) A interposição de um recurso incabível em lugar daquele legalmente previsto para 
impugnar determinada decisão, ainda que protocolizado tempestivamente, segundo a 
atual jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, tem como consequência 
prática o não conhecimento da irresignação da parte em decorrência do princípio da 
unirrecorribilidade. 
 
3. (2016 – CESPE) Relativamente aos sistemas e princípios fundamentais do processo 
penal, assinale a opção correta. 
a) A proibição de revisão pro societate foi expressamente integrada ao ordenamento 
jurídico brasileiro pela CF, sendo fruto da necessidade de segurança jurídica a vedação 
que impede que alguém possa ser julgado mais de uma vez por fato do qual já tenha 
sido absolvido por decisão passada em julgado, exceto se por juiz absolutamente 
incompetente. 
b) O direito ao silêncio ou garantia contra a autoincriminação derrubou um dos pilares 
do processo penal tradicional: o dogma da verdade real, permitindo que o acusado 
permaneça em silêncio durante a investigação ou em juízo, bem como impedindo de 
forma absoluta que ele seja compelido a produzir ou contribuir com a formação da prova 
ou identificação pessoal contrária ao seu interesse, revogando as previsões legais nesse 
sentido. 
c) A elaboração tradicional do princípio do contraditório garantia a paridade de armas 
como forma de igualdade processual. A doutrina moderna propõe a reforma do 
instituto, priorizando a participação do acusado no processo como meio de permitir a 
contribuição das partes para a formação do convencimento do juiz, sendo requisito de 
eficácia do processo. 
d) O princípio do juiz natural tem origem no direito anglo-saxão, construído inicialmente 
com base na ideia da vedação do tribunal de exceção. Posteriormente, por obra do 
direito norte-americano, acrescentou-se a exigência da regra de competência 
previamente estabelecida ao fato, fruto, provavelmente, do federalismo adotado por 
aquele país. O direito brasileiro adota tal princípio nessas duas vertentes fundamentais. 
e) A defesa técnica é o corolário do princípio da ampla defesa, exigindo a participação 
de um advogado em todos os atos da persecução penal. Segundo o STF, atende 
integralmente a esse princípio o pedido de condenação ao mínimo legal, ainda que seja 
a única manifestação jurídica da defesa, patrocinada por DP ou dativo. 
 
4. (2016 – VUNESP) Em 09 de abril de 2009, em uma festa de aniversário, A, maior, 
relatou ter sido estuprada por B, irmão da aniversariante. Foi oferecida queixa-crime 
aos 08 de outubro de 2009, a qual foi recebida em 03 de novembro do mesmo ano, 
tendo o Juiz determinado, de ofício, a realização de exame de sangue de B, para 
comparar com os vestígios de sêmen encontrados na vítima. O acusado recusou-se a 
fazer o exame, suscitando seu direito ao silêncio. Ao final, B acabou condenado, sob o 
fundamento de que, ao se recusar a fornecer material genético, houve inversão do 
ônus da prova, não tendo provado sua inocência. 
A respeito do caso, assinale a alternativa correta. 
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a) O processo não é nulo, pois, ainda que ao tempo da propositura da inicial, a ação 
penal fosse condicionada à representação, ao tempo do crime, a ação era de iniciativa 
privada, não se aplicando a Lei nº 12.015/2009, de 07 de agosto de 2009, nesta parte. 
b) O juiz, em sede penal, não pode ordenar a realização de provas, pois não há mais 
espaço para poderes instrutórios, reminiscência do sistema inquisitorial. 
c) O processo é nulo, pois a ação penal é de iniciativa privada, e o recebimento da queixa 
deu-se após o prazo decadencial, de seis meses. 
d) O processo é nulo, por ilegitimidade de parte, pois o crime de estupro, com as 
alterações advindas da Lei nº 12.015/2009, de 07 de agosto de 2009, passou a ser 
processável mediante ação penal pública, condicionada à representação da vítima. 
e) Acertada a condenação proferida, haja vista que a recusa em oferecer material 
genético acarreta inversão do ônus da prova. 
 
5. (2015 – FCC) Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto 
afirmar que: 
a) a defesa da intimidade não é motivo para restrição da publicidade dos atos 
processuais. 
b) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurada a 
competência para o julgamento, exclusivamente, dos crimes dolosos contra a vida. 
c) a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém 
será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 
d) a garantia da duração razoável e os meios que garantam a celeridade da tramitação 
aplicam-se exclusivamente ao processo judicial. 
e) o civilmente identificado não será submetido, em nenhuma hipótese, a identificação 
criminal. 
 
6. (2015 – FCC) A lei processual penal: 
a) não admite aplicação analógica, salvo para beneficiar o réu. 
b) não admite aplicação analógica, mas admite interpretação extensiva. 
c) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência. 
d) admite o suplemento dos princípios gerais de direito. 
e) admite interpretação extensiva, mas não o suplemento dos princípios gerais de 
direito. 
 
7. (2015 – VUNESP) Com relação ao Princípio Constitucional da Publicidade, com 
correspondência no Código de Processo Penal, é correto afirmar que: 
a) a publicidade ampla e a publicidade restrita não constituem regras de maior ou menor 
valor no processo penal, cabendo ao poder discricionário do juiz a preservação da 
intimidade dos sujeitos processuais. 
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b) a publicidade restrita tem regramento pela legislação infraconstitucional e não foi 
recepcionada pela Constituição Federal, que normatiza a publicidade ampla dos atos 
processuais como garantia absoluta do indivíduo. 
c) de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com nova redação dada 
pela EC 45/2004, os atos processuais serão públicos, sob pena de nulidade, cabendo ao 
juiz limitar a presença, nas audiências, de partes e advogados. 
d) a publicidade restrita é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade 
ampla é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, dependendo de decisão 
judicialno caso concreto. 
e) a publicidade ampla é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade 
restrita é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, dependendo de decisão 
judicial no caso concreto. 
 
8. (2015 – FCC) A lei processual penal brasileira: 
a) admite interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos 
princípios gerais de direito. 
b) aplica-se desde logo, em prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei 
anterior. 
c) retroage no tempo para obrigar a refeitura dos atos processuais, caso seja mais 
benéfica ao réu. 
d) não admite definição de prazo de vacatio legis. 
e) será aplicada nos atos processuais praticados em outro território que não o brasileiro, 
em casos de extraterritorialidade da lei penal. 
 
9. (2015 – FCC) Antônio está sendo processado pela prática do delito de furto 
qualificado. É correto dizer que, caso haja mudança nas normas que regulamentam o 
procedimento comum ordinário: 
a) a nova lei se aplica ao processo no estágio em que se encontra, se concluída a fase de 
instrução. 
b) a nova lei apenas se aplica se benéfica ao acusado. 
c) os atos praticados sob a vigência da lei anterior são válidos. 
d) a nova lei se aplica ao processo no estágio em que se encontra, apenas se ainda não 
recebida a denúncia contra Antônio. 
e) os atos praticados sob a vigência da lei anterior precisam ser ratificados, caso 
contrário não serão considerados válidos. 
 
10. (2018 – CESPE) Acerca dos princípios penais constitucionais e dos direitos 
fundamentais do cidadão à luz da CF, julgue os itens a seguir. 
I - São princípios processuais penais expressos na CF a presunção de não culpabilidade, 
o devido processo legal e o direito do suspeito ou indiciado ao silêncio. 
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II - O direito processual penal compreende o conjunto de normas jurídicas destinadas a 
regular o modo, os meios e os órgãos do Estado encarregados do exercício do jus 
puniendi. 
III - A CF determina que o Brasil se submeta à jurisdição do Tribunal Penal Internacional, 
porém veda absolutamente a entrega de brasileiro naturalizado a jurisdição estrangeira. 
IV - De acordo com o princípio da irretroatividade da lei processual penal, a regra nova 
não pode retroagir, mesmo quando eventualmente beneficiar o réu. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
 
11. (2018 – VUNESP) São princípios constitucionais processuais penais explícitos e 
implícitos, respectivamente: 
a) dignidade da pessoa humana e juiz natural; e insignificância e identidade física do juiz. 
b) intranscendência das penas e motivação das decisões; e intervenção mínima (ou 
ultima ratio) e duplo grau de jurisdição. 
c) contraditório e impulso oficial; e adequação social e favor rei (ou in dubio pro reo). 
d) não culpabilidade (ou presunção de inocência) e duração razoável do processo; e não 
autoacusação (ou nemo tenetur se detegere) e paridade de armas. 
 
12. (2021 – VUNESP) Em apuração de falta disciplinar atribuída a recluso no interior 
do estabelecimento penal, instaurada sindicância para esse fim, em observância aos 
termos do Regimento Interno Padrão dos Estabelecimentos Penais, é correto afirmar 
que: 
a) garantida a defesa ao sentenciado, em observância à norma que regulamenta a 
matéria, válido é o procedimento. 
b) a presença do advogado na oitiva do sindicado, quando o sentenciado tem defensor 
constituído, é obrigatória. 
c) é nulo o procedimento se o sentenciado não teve a assistência de defensor durante a 
sua oitiva. 
d) o procedimento disciplinar tem caráter inquisitivo e, por isso, não é exigida a atuação 
do defensor. 
 
13. (2021 – FCC) No tocante às garantias constitucionais aplicáveis ao processo penal: 
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a) todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, mas não somente a estes. 
b) o civilmente identificado jamais pode ser submetido a identificação criminal, sob pena 
de caracterização de constrangimento ilegal. 
c) o preso tem direito à identificação do responsável por sua prisão, mas nem sempre 
por seu interrogatório policial. 
d) a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação são garantias exclusivamente aplicáveis à ação penal. 
e) a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de proibição de 
juízo ou tribunal de exceção. 
 
14. (2022 – FAURGS) Considerando a legislação processual penal, a abranger as 
garantias consagradas nos diplomas internacionais incorporados pelo Brasil, assinale 
a afirmativa INCORRETA. 
a) O acusado possui o direito a um processo sem dilações indevidas. 
b) O acusado possui o direito ao tempo adequado à preparação de sua defesa. 
c) O acusado possui o direito aos meios adequados à preparação de sua defesa. 
d) O acusado possui o direito de ser comunicado, de modo genérico, da acusação 
formulada, sem necessidade de que essa comunicação seja pormenorizada. 
e) O acusado, por meio de sua defesa, tem o direito de inquirir as testemunhas de 
acusação e de obter o comparecimento e a inquirição das testemunhas de defesa nas 
mesmas condições das testemunhas de acusação. 
 
15. (2022 – CESPE) Em relação aos sistemas processuais penais e aos seus princípios 
reitores, assinale a opção correta. 
a) A efetividade da repressão criminal do sistema acusatório cabe especialmente ao 
órgão julgador, responsável pela aplicação da pena no caso concreto. 
b) No sistema acusatório, o legislador admite que a imparcialidade judicial esteja 
comprometida com um objetivo considerado mais importante. 
c) O modelo ideal de sistema acusatório é previsto em instrumento normativo 
internacional, a partir de critérios uniformes definidos pela doutrina processual. 
d) A crítica ao sistema inquisitivo está relacionada à sua falta de rigor quanto à certeza 
de repressão dos fatos contrários à ordem social. 
e) A decisão sobre o sistema que deverá ser implantado em determinado país pressupõe 
uma definição prévia, por parte do legislador, de alguns critérios de política criminal, 
entre os quais está o grau de eficiência da repressão. 
 
 
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4. GABARITO COMENTADO 
 
1. D. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
Há hipóteses de atividade instrutória do juiz no atual ordenamento. Por exemplo, o art. 
156 do CPP prevê que é facultado ao juiz de ofício ordenar, mesmo antes de iniciada a 
ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
O investigado ou acusado tem direito ao silêncio em todas as fases da persecução penal, 
independentemente de estar preso ou solto. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
No procedimento do Tribunal do Júri se aplica o sistema da convicção íntima. 
ALTERNATIVA D: CORRETA. 
Gustavo Henrique Righi Ivahy Badaró afirma que “toda violação da regra de correlação 
entre acusação e sentença implica em um desrespeito ao princípio do contraditório. O 
desrespeitoao contraditório poderá trazer a violação do direito de defesa, quando 
prejudique as posições processuais do acusado, ou estará ferindo a inércia da jurisdição, 
com a correlativa exclusividade da ação penal conferida ao Ministério Público, quando 
o juiz age de ofício. Em suma, sempre haverá violação do contraditório, sejam suas 
implicações com a defesa ou com a acusação”. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
O princípio da verdade real não é supremo e absoluto, inclusive porque, em regra, não 
se admite a valoração das provas ilícitas. 
 
2. D. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
De acordo com o art. 2º do CPP. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
Em regra, aplica-se o princípio da vedação à utilização de provas ilícitas. 
Excepcionalmente, a prova ilícita é admitida para beneficiar o acusado. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
A alternativa descreve o recurso necessário, que não se confunde com o princípio do 
duplo grau de jurisdição. 
ALTERNATIVA D: CORRETA. 
De acordo com o art. 4º, § 4º, da Lei nº 12.850/2013. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
De acordo com o STJ, aplica-se o princípio da fungibilidade quando preenchidos os 
seguintes requisitos: a) dúvida objetiva quanto ao recurso a ser interposto; b) 
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inexistência de erro grosseiro; e c) que o recurso interposto erroneamente tenha sido 
apresentado no prazo daquele que seria o correto (AREsp 616.226, em 21/05/2015). 
 
3. D. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
A incompetência absoluta do juiz não é exceção ao princípio do ne bis in idem. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
O direito ao silêncio não impede de forma absoluta que o acusado colabore com a 
formação da prova. Por exemplo, o art. 4º, § 14, da Lei nº 12.850/2013, dispõe que nos 
depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao 
direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
A elaboração tradicional do princípio do contraditório não garantia a paridade de armas 
como forma de igualdade processual. 
ALTERNATIVA D: CORRETA. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
O inquérito policial é inquisitorial, de forma que nesta fase da persecução penal não é 
obrigatória a participação de advogado. 
 
4. A. 
ALTERNATIVA A: CORRETA. 
A Lei nº 12.015/2009 é uma norma híbrida cuja parte material é prejudicial ao réu, de 
forma que não deve retroagir. No caso, deve ser aplicado o regramento anterior, em 
que a ação penal é privada. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
Há previsão de casos em que o juiz pode determinar a produção de provas, inclusive de 
ofício. Ex.: art. 156 do CPP. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
O que interrompe o prazo decadencial é o oferecimento da queixa-crime. Portanto, no 
caso, não houve decadência. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA. 
Não há ilegitimidade de parte, pois a ação penal é privada, não se aplicando a Lei nº 
12.015/2009 ao caso. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
No processo penal, a culpa não se presume. Cabe àquele que faz a alegação o ônus de 
prová-la. Além disso, o acusado está acobertado pelo princípio nemo tenetur se 
detegere. 
 
5. C. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
De acordo com o art. 5º, LX, da CF, a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida e os que lhes 
são conexos (art. 5º, XXXVIII, ‘d’, da CF c/c art. 78, I, do CPP). 
ALTERNATIVA C: CORRETA. 
Além de consagrar a garantia de que ninguém será processado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente (art. 5º, LIII, da CF), o princípio do juiz natural veda a criação 
de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, da CF). 
ALTERNATIVA D: INCORRETA. 
De acordo com o art. 5º, LXXVIII, da CF, a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
De acordo com o art. 5º, LXXVIII, da CF, o civilmente identificado não será submetido à 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. 
 
6. D. 
ALTERNATIVAS A, B, E: INCORRETAS. 
De acordo com o art. 3º do CPP, a lei processual penal admite interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
De acordo com o art. 2º do CPP, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem 
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
ALTERNATIVA D: CORRETA. 
De acordo com o art. 3º do CPP. 
 
7. E. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
A publicidade, seja ela ampla ou restrita, tem fundamental importância para o processo 
penal, tanto que constitui princípio constitucional (art. 93, IX, CF). 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
De acordo com o art. 93, IX, da CF, a lei pode prever casos de publicidade restrita. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
De acordo com o art. 93, IX, da CF, cabe à lei, e não ao juiz, limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos 
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique 
o interesse público à informação. 
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ALTERNATIVA D: INCORRETA. 
ALTERNATIVA E: CORRETA. 
De acordo com o art. 93, IX, da CF, a regra é a publicidade ampla, sendo exceção a 
publicidade restrita. 
 
8. A. 
ALTERNATIVA A: CORRETA. 
De acordo com o art. 3º do CPP. 
ALTERNATIVAS B e C: INCORRETAS. 
De acordo com o art. 2º do CPP, não há prejuízo da validade dos atos realizados sob a 
vigência da lei anterior. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA. 
A previsão de aplicação imediata não impossibilita que novas leis processuais passem 
por vacatio legis. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
Adota-se o princípio da territorialidade estrita, no sentido de que a lei processual 
brasileira, ao contrário do que ocorre com a lei penal, não tem extraterritorialidade. 
 
9. C. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
ALTERNATIVA C: CORRETA. 
De acordo com o art. 2º do CPP, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem 
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA. 
 
10. A. 
ALTERNATIVA CORRETA: A 
ITEM I: CORRETO. 
O item está correto, pois os três princípios elencados possuem berço constitucional: 
Art. 5º. Caput. 
(...) 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
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LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
ITEM II: CORRETO. 
O item está correto, pois se trata de um conceito doutrinário aceito na comunidade 
jurídica, não havendo nada a reparar. 
ITEM III: INCORRETO. 
A assertivacomeça correta quanto à submissão do Brasil ao Tribunal Penal 
Internacional, mas termina incorreta quanto à impossibilidade absoluta de extradição 
do brasileiro naturalizado. Confira: 
Art. 5º. Caput. 
(...) 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
ITEM IV: INCORRETO. 
O item confunde o candidato com o princípio da irretroatividade da lei penal. No caso 
da lei processual, nos termos do art. 2º do CPP, não há que se falar em irretroatividade. 
Perceba que esse dispositivo foi cobrado duas vezes na prova! 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
11. D. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. 
O princípio da identidade física do juiz está expresso no CPP: 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, 
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o 
caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. 
O princípio da intervenção mínima (ou ultima ratio) é de Direito Penal, e não de Direito 
Processual Penal. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA. 
O princípio do impulso oficial não está expresso no CPP, mas sim no CPC (art. 2º). Em 
que pese possa haver discussão se esta previsão supre o enunciado, entende-se que o 
princípio do in dubio pro reo está expresso no seguinte dispositivo: 
Art. 5º, LVII, da CF - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
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ALTERNATIVA D: CORRETA. 
Os princípios da presunção de inocência e duração razoável do processo têm expresso 
assento constitucional, conforme se confere a seguir: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração 
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Segundo a doutrina, o princípio da não autoacusação é implícito na CF quando esta 
afirma que é direito do preso permanecer calado. É o mesmo caso do princípio da 
paridade de armas, que também é implícito na CF e decorre do contraditório e da ampla 
defesa. Confira: 
Art. 5º. LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
Art. 5º. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
 
12. A. 
Entendemos que a referida questão deveria ter sido anulada, mas não foi. Seguem os 
comentários. 
(A) CORRETA. 
A assertiva está extremamente mal formulada e incompreensível. A norma que 
regulamenta a matéria de falta disciplina a matéria é a LEP (Lei nº 7.210/84). Um dos 
pressupostos de validade deste procedimento é, realmente, a garantia de defesa ao 
sentenciado. Mas não é a única hipótese que garante a sua higidez, uma vez que, por 
exemplo, ainda que assistido por defesa técnica, se o procedimento for conduzido com 
desvio de finalidade ele também poder ser invalidado. Além disso, esta assertiva traz 
afirmação similar à letra “C”, o que leva a duas respostas corretas. 
(B) INCORRETA. 
Outra assertiva com péssima redação, e que não deixa claro o qual conhecimento se 
está querendo abordar do candidato. Se o sindicado tem defensor constituído, ele não 
é o seu advogado? Não existe uma compreensão mínima para se analisar a assertiva. 
(C) INCORRETA. 
Incorreta, segundo o gabarito preliminar, mas, ao nosso ver, está correta, devendo a 
questão ser anulada. Vejamos: 
Súmula 533-STJ: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da 
execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo 
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diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por 
advogado constituído ou defensor público nomeado. 
Vale lembrar que o entendimento da referida súmula foi relativizado pelo STF tão 
apenas quanto à necessidade de instauração de PAD quando substituída por uma 
audiência judicial, mas a Suprema Corte em nada alterou o entendimento quanto à 
obrigatoriedade do respeito à ampla defesa. 
(...) 2. A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação 
realizada na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de 
prévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual 
ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de 
falta grave durante o cumprimento da pena (RE 972.598/RS, Relator Min. ROBERTO 
BARROSO Tema 941, Plenário, Sessão Virtual de 24/4/2020 a 30/4/2020). 
3. Diante dessa nova orientação traçada pelo Supremo Tribunal Federal, esta Corte tem 
entendido que a Súmula n. 533 do STJ, que reputa obrigatória a prévia realização de 
procedimento administrativo disciplinar para o reconhecimento de falta praticada pelo 
condenado durante a execução penal, deve ser relativizada, sobretudo em casos nos 
quais o reeducando pratica falta grave durante o cumprimento de pena extra muros, 
ocasiões em que a realização de audiência de justificação em juízo, com a presença da 
defesa técnica e do Parquet, é suficiente para a homologação da falta, não havendo que 
se falar em prejuízo para o executado, visto que atendidas as exigências do contraditório 
e da ampla defesa, assim como os princípios da celeridade e da instrumentalidade das 
formas. Isso porque a sindicância realizada por meio do PAD somente se revelaria útil e 
justificável para averiguar fatos vinculados à casa prisional, praticados no interior da 
cadeia ou sujeitos ao conhecimento e à supervisão administrativa da autoridade 
penitenciária. 
Precedentes: HC 581.854/PR, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, DJe de 19/6/2020; HC 
585.769/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, DJe de 30/06/2020; HC 582.486/PR, Rel. 
Ministro ROGÉRIO SCHIETTI, DJe de 28/05/2020; HC 577.233/PR, Rel. Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Quinta Turma do STJ, unânime, julgado em 
18/08/2020, DJe de 24/08/2020. 
4. A relativização do verbete sumular n. 533/STJ não desprestigia o disposto nos arts. 
47, 48 e 59 da LEP, pois, como se sabe, o executado que cumpre pena em regime aberto, 
semiaberto harmonizado (com tornozeleira eletrônica ou em prisão domiciliar sem 
tornozeleira) ou em livramento condicional deixa de se reportar à direção do presídio e 
passa a se reportar diretamente ao Juízo de Execução Criminal, responsável pelo 
estabelecimento e fiscalização das condições a serem observadas durante o 
cumprimento da pena extra muros, não havendo como se afirmar que nessa etapa da 
execuçãopenal o executado remanesce sob o poder disciplinar da autoridade 
administrativa penitenciária. (...) 
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 579.647/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado 
em 08/09/2020. 
(D) INCORRETA. 
Ver ITEM “C”. 
 
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13. E. 
(A) INCORRETA. Art. 93, IX, da CF/88, dispõe que todos os julgamentos dos órgãos do 
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e 
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à 
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação 
(B) INCORRETA. Art. 5º, LVIII, da CF/88 - o civilmente identificado não será submetido à 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. 
(C) INCORRETA. Art. 5º, LXIV, da CF/88 - o preso tem direito à identificação dos 
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
(D) INCORRETA. Art. 5º, LXXVIII, da CF/88 - a todos, no âmbito judicial e administrativo, 
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade 
de sua tramitação. 
(E) CORRETA. Art. 5º, LIII, da CF/88 - ninguém será processado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
14. D 
(A) CORRETA. 
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS 
Artigo 14 
3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualdade, às seguintes 
garantias mínimas: 
(...) 
c) a ser julgada sem dilações indevidas; 
(B) CORRETA. 
DECRETO No 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 - Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
ARTIGO 8 
Garantias Judiciais 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto 
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, 
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua 
defesa; 
(C) CORRETA. 
Ver ITEM “B”. 
(D) INCORRETA. 
DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 - Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
ARTIGO 8 
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Garantias Judiciais 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto 
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, 
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada; 
(E) INCORRETA. 
DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 - Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
ARTIGO 8 
Garantias Judiciais 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto 
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, 
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presente no tribunal e de obter o 
comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar 
luz sobre os fatos. 
 
15. E 
(A) INCORRETA. 
Trata-se de uma característica do sistema inquisitivo, e não do acusatório, segundo 
Mauro Fonseca Andrade. 
(B) INCORRETA. 
Trata-se de uma característica do sistema inquisitivo, e não do acusatório, segundo 
Mauro Fonseca Andrade. 
(C) INCORRETA. 
Segundo Mauro Fonseca Andrade, inexiste um modelo ideal e uniforme dos sistemas 
processuais penais definidos pela doutrina processual, e esse é justamente um dos 
problemas no estudo do assunto. Cada autor acaba por criar seus próprios tipos ideias 
pessoais e decidir, de acordo com seus próprios critérios, o que é bom e o que é ruim 
em âmbito processual, reunindo, em um tipo ideal, somente as características que 
supõem ser positivas ou negativas, relacionadas ao objeto por eles analisado. 
(D) INCORRETA. 
Trata-se de uma característica do sistema inquisitivo, e não do acusatório, segundo 
Mauro Fonseca Andrade. 
(E) CORRETA. 
Segundo Mauro Fonseca Andrade (2008, p. 437-439): 
Por outro lado, quando o legislador se decide por definir o sistema de processo penal a 
implantar em seu país, três critérios de política criminal são por ele considerados, a 
saber: a) o grau de imparcialidade que se atribuirá aos juízes criminais; b) o grau de 
eficiência de sua repressão criminal; e c) o grau de tecnicidade de sua repressão 
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criminal, de modo a ajustá-la aos postulados da ciência processualista atual2. (grifo 
nosso).

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