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CPF: 860.542.154-18
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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Direito Processual Penal 
(Ponto 11) 
Dos processos em espécie (exceto 
procedimento do Tribunal do Júri). 
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CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: www.mege.com.br 
Celular / Whatsapp: (99) 98262-2200 (Tim) 
Turma: Clube Delta 
Material: Direito Processual Penal – Ponto 11 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal 
(Ponto 11) 
Dos processos em espécie (exceto 
procedimento do Tribunal do Júri). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 4 
1.1. PROCEDIMENTO COMUM E PROCEDIMENTO ESPECIAL........................................... 4 
1.2. APLICAÇÃO DOS ARTS. 395 A 397 A QUALQUER PROCEDIMENTO DE PRIMEIRO 
GRAU ................................................................................................................................. 5 
1.3. A LEI MARIANA FERRER (Lei nº 14.245/21) ............................................................... 9 
1.4. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (arts. 394, § 1º, I, e 395 a 405 do CPP) ..... 12 
1.5. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO (arts. 394, § 1º, I, e 395 a 405 do CPP) ........ 14 
1.6. PROCEDIMENTO DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (arts. 513 a 518 do CPP) .................................... 16 
1.7. PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA (arts. 519 a 523 do CPP) .......... 20 
1.8. PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL (arts. 524 a 
530-I do CPP) .................................................................................................................. 23 
2. LEGISLAÇÃO ANOTADA ............................................................................................... 28 
3. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 55 
4. QUESTÕES ................................................................................................................... 64 
5. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 68 
 
 
 
 
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1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. PROCEDIMENTO COMUM E PROCEDIMENTO ESPECIAL 
 
Dispõe o art. 394 do CPP que o procedimento será comum ou especial. 
Procedimento especial é todo aquele previsto no âmbito do CPP ou de Leis 
Especiais para as hipóteses legais específicas, incorporando regras próprias de 
tramitação processual visando à apuração dos crimes que constituem o objeto de sua 
disciplina. Exemplos: procedimento dos crimes de responsabilidade dos funcionários 
públicos (arts. 513 a 518) e procedimento dos crimes contra a honra (arts. 519 a 523). 
Procedimento comum é o rito padrão ditado pelo CPP para ser aplicado 
residualmente, ou seja, na apuração de crimes para os quais não haja procedimento 
especial previsto em lei (art. 394, § 2º). De acordo com o art. 394, § 1º, do CPP, o 
procedimento comum subdivide-se em três espécies, condicionando-se a respectiva 
aplicação à quantidade da pena máxima cominada in abstrato e, conforme o caso, à 
natureza da infração. Consistem em: 
 
- Procedimento comum ordinário: adequado para a apuração 
de crimes cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 
quatro anos de pena privativa de liberdade (art. 394, § 1º, I); 
- Procedimento comum sumário: destinado à apuração de 
crimes cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 anos de 
pena privativa de liberdade (art. 394, § 1º, II), excluindo-se, 
porém, as que devam ser apuradas por meio do rito 
sumaríssimo; 
- Procedimento comum sumaríssimo: cabível em relação às 
infrações de menor potencial ofensivo, como tal definidas as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa 
(art. 394, § 1º, III). Cuida-se, em verdade, do rito adequado à 
apuração das infrações de competência dos juizados especiais 
criminais, conforme dispõe o art. 61 da Lei 9.099/1995. 
 
OBSERVAÇÃO: há delitos cuja apuração, apesar de submeter-se ao procedimento 
comum, (dada a ausência de previsão de rito especial), não obedecerá aos critérios do 
art. 394, § 1º, do CPP, em face da existência de previsão legal expressa determinando 
regras distintas. Isto ocorre, muito especialmente, nas seguintes hipóteses: crimes 
tipificados no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) cuja pena máxima não ultrapasse a 
quatro anos de prisão; Crimes praticados mediante violência doméstica e familiar 
contra a mulher (Lei 11.340/2006); Crimes falimentares (Lei 11.101/2005). 
 
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1.2. APLICAÇÃO DOS ARTS. 395 A 397 A QUALQUER PROCEDIMENTO DE 
PRIMEIRO GRAU 
 
De acordo com o art. 394, § 4º, as disposições dos arts. 395 a 397 do CPP 
deverão ser aplicadas a todos os demais ritos de primeiro grau, mesmo os especiais. 
 
A. Art. 395 - Rejeição da denúncia e da queixa-crime 
 
ATENÇÃO! As bancas examinadoras adoram confundir as hipóteses de rejeição da 
denúncia e de absolvição sumária. 
 
O art. 395 do CPP dispõe que a denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
 
I - for manifestamente inepta: inepta é a inicial acusatória que 
não apresenta os requisitos do art. 41 (exposição do fato 
criminoso, qualificação do acusado, classificação do crime e rol 
das testemunhas). 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício 
da ação penal: os pressupostos processuais dividem-se em 
subjetivos e objetivos. Os pressupostos subjetivos 
compreendem a capacidade de ser parte e a capacidade 
postulatória. Já os pressupostos objetivos classificam-se em 
intrínsecos, correspondendo aos requisitos do art. 41 e à 
presença da procuração, e extrínsecos, que se referem à 
ausência de fatos impeditivos à constituição válida do processo, 
como a litispendência e a coisa julgada. Já as condições da ação 
penal dividem-se em gerais e especiais. As condições gerais são 
aquelas que devem estar presentes em qualquer ação penal. 
São elas: 
a) possibilidade jurídica do pedido; 
b) interesse de agir (justa causa); 
c) legitimidade ad causam, ativa e passiva. Já as condições 
especiais vinculam o exercício da ação penal ao atendimento 
de exigências legais expressamente previstas. 
Ex.: condicionamento da ação penal à prévia representação da 
vítima no crime de ameaça (art. 147, parágrafo único); 
exigência de requisição do Ministro da Justiça para o ingresso 
de ação penal por crimes contra a honra do Presidente da 
República (art. 145, § único); ingresso no território nacional do 
indivíduo que praticou o crime no exterior (art. 7º, § 2º, “a”). 
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III - faltar justa causa para o exercício da ação penal: a justa 
causa traduz a existência de lastro probatório mínimo em que 
se deve lastrear a acusação. 
 
B. Arts. 396 e 396-A do CPP - Recebimento da denúncia ou da queixa pelo juiz das 
garantias e citação do acusado e resposta à acusação pelo juiz responsável pela 
instrução e julgamento 
 
O art. 396 do CPP dispõe que, nos procedimentos ordinário e sumário, 
oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e 
ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 
dias. 
Quanto ao recebimento da denúncia ou da queixa ou sua rejeição é 
importante ressaltar que o Pacote Anticrime – instituído pela Lei nº 13.964/2019 – 
trouxe inovações no âmbito do Código de Processo Penal. 
Prefacialmente, registra-se que se instituiu a figura do Juiz das Garantias, que 
é o responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda 
dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do 
Poder Judiciário. 
Nesse diapasão, o art. 3º B, inciso XV, inseridos pela lei ao Código de Processo 
Penal, elenca que é também o juiz das garantias agora o responsável pelo recebimento 
ou rejeição da denúncia ou da queixa: 
 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da 
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos 
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à 
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe 
especialmente: 
(…) 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos 
termos do art. 399 deste Código; 
 
E embora se mencione sobre o ato de recebimento ou rejeição da peça 
acusatória citando-se o art. 399 do Código de Processo Penal, obviamente a referida 
mudança atinge o disposto no art. 396, já que é nesse momento que ocorre o efetivo 
recebimento da denúncia ou da queixa quando afastada a hipótese de rejeição, a qual 
é cabível nas circunstâncias elencadas no art. 395 do CPP, citadas no tópico anterior. 
Antes dessa reforma, a decisão sobre o recebimento da denúncia ou queixa 
era de competência do juiz natural responsável pela instrução e julgamento do 
processo. Com a atual redação, tal competência passa a ser do juiz das garantias, cuja 
atribuição também cessa com esse ato processual, já que todas as demais questões 
pendentes e posteriores ao processo – entre elas a citação do acusado – deverá ser 
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determinada pelo juízo da instrução, conforme dispõe o art. 3º C, caput e § 1º, 
inseridos pela reforma: 
 
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as 
infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e 
cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do 
art. 399 deste Código. 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes 
serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. 
 
Como se pode observar também, o art. 3º-C é expresso ao elencar que a 
instituição do juiz das garantias é aplicável para todas as infrações penais, com exceção 
as de menor potencial ofensivo. Assim, tal alteração é atribuível, inclusive, aos crimes 
com rito especial, os quais serão elencados no decorrer do presente material e onde se 
mencionará o momento de recebimento ou rejeição da denúncia ou da queixa. Nesses 
pontos, será importante rememorar que tal decisão processual não é mais do juiz 
natural, tampouco as que também necessitem de serem realizadas preliminarmente à 
apresentação da peça acusatória, mas que também dependam de reserva de 
jurisdição, porque todas agora são atribuídas ao juiz das garantias. 
Por outro lado, apesar da mudança significativa, é importante ressaltar que 
atualmente todas as inserções no Código de Processo Penal que se referem à 
instituição do Juiz das Garantias, elencadas nos artigos 3ºA a 3º-F, acrescidos à 
legislação processual penal, encontram-se suspensas por força de medida cautelar 
parcialmente concedida no âmbito das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, pelo Ministro 
Relator Luiz Fux. 
No entanto, tais alterações são elencadas no presente material já que nada 
obsta que os dispositivos de lei suspensos sejam cobrados em provas de concurso. 
Isto porque a decisão mencionada apenas SUSPENDEU A EFICÁCIA de tais 
normativos, mas não os declarou inconstitucionais. 
Por conseguinte, dando-se sequência à análise da parte final do art. 396 do 
CPP, não localizado para citação pessoal – cuja competência, repita-se, continua do juiz 
natural responsável pela instrução e julgamento - será o imputado citado por edital, 
caso em que o processo ficará suspenso e o prazo para a apresentação de resposta 
apenas começará a fluir a partir de seu comparecimento pessoal ou do defensor 
constituído, conforme dispõe o art. 396, parágrafo único, do CPP. 
 
OBSERVAÇÕES: 
1 - A prescrição deverá ficar suspensa nesse período em que a demanda penal estiver 
paralisada (art. 366 do CPP); 
2 - No âmbito do STJ, firmou-se o entendimento no sentido de que a suspensão do 
prazo de prescrição não pode ocorrer por prazo indeterminado, pois isto implicaria o 
estabelecimento de uma nova hipótese de imprescritibilidade para além daquelas 
delimitadas expressamente na CF (art. 5º, XLII e XLIV). Na esteira desse entendimento, 
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foi editada a Súmula 415 do STJ dispondo que o período da suspensão do prazo 
prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada; 
3 - O STF tem precedente antigo no sentido de que a prescrição deve ficar suspensa 
até que o acusado seja localizado (HC 460.971, 13.02.07). 
 
Segundo estabelece o art. 396-A, na resposta, o acusado poderá arguir 
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e 
justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as 
e requerendo sua intimação, quando necessário. Esta resposta substitui a defesa 
prévia contemplada na legislação anterior. 
 
C. Art. 397 - Possibilidade de julgamento antecipado do processo com absolvição 
sumária do réu 
 
Oferecida a resposta pelo acusado, os autos deverão ser conclusos ao juiz que 
será o responsável pela instrução e julgamento, ocasião em que verificará a 
possibilidade de antecipar, mediante juízo de valor, o resultado final da demanda, para 
o fim de absolver sumariamente o acusado, com fundamento no art. 397. 
 
OBSERVAÇÃO: nesta oportunidade, a decisão do magistrado deverá louvar-se em 
critério eminentemente pro societate, o que lhe impõe, na dúvida, não absolver o réu 
e determinar o prosseguimento normal do processo. 
 
São causas de absolvição sumária, nos termos do precitado dispositivo legal: 
 
I – Existência manifesta de causa excludente de ilicitude: é 
preciso que os elementos de convicção até então angariados ao 
processo permitam ao magistrado certeza absoluta (“existência 
manifesta”) quanto a ter o acusado praticado a conduta 
imputada ao abrigo de causas de exclusão da ilicitude, quais 
sejam, a legítima defesa, o estado de necessidade, o exercício 
regular de direito e o estrito cumprimento do dever legal; 
II – Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade 
do agente, salvo inimputabilidade: também aqui é necessário 
juízo de certeza, isto é, prova estreme de dúvidas quanto à 
ocorrência de excludentes de culpabilidade; 
 
OBSERVAÇÃO: na medida em que o art. 397, II, fine, do CPP ressalva a 
inimputabilidade do acusado como motivo de absolvição sumária, conclui-se que as 
excludentes de culpabilidade que permitem talabsolvição abrangem o erro de 
proibição inevitável (art. 21 do CP), a coação moral irresistível e a obediência 
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hierárquica à ordem não manifestamente ilegal (art. 22 do CP) e a embriaguez fortuita 
completa (art. 28, § 1º, do CP). 
 
III – Não constituir o fato infração penal: trata-se da hipótese 
de atipicidade da conduta; 
IV – Encontrar-se extinta a punibilidade: verifica-se, aqui, um 
verdadeiro paradoxo jurídico, considerando o legislador causa 
de absolvição o fato de já se encontrar extinta a punibilidade, 
pois prevalece o entendimento de que a sentença que declara 
extinta a punibilidade não tem natureza absolutória, mas sim 
declaratória. 
 
OBSERVAÇÃO: a decisão que absolve sumariamente tem natureza de decisão 
interlocutória mista terminativa, atacada por apelação (art. 416). Já a decisão de não 
absolvição sumária que tem natureza de decisão interlocutória simples, é irrecorrível, 
mas pode ser atacada por HC. Tratando-se de extinção da punibilidade, seu 
reconhecimento ou negativa desafia RESE (art. 581, VIII e IX). 
 
1.3. A LEI MARIANA FERRER (Lei nº 14.245/21) 
A. O CASO MARIANA FERRER 
 
Mariana Ferrer é uma influenciadora digital que figura como vítima em um 
processo penal que ainda se encontra em tramitação. Em um trecho divulgado da 
audiência de instrução, ela teve sua honra, dignidade e vida privada complemente 
desnudadas pelo advogado defesa, sob o olhar conivente da acusação e do Juiz que 
presidia o ato. 
Independentemente do mérito do processo, a forma como Mariana, na 
posição de vítima do processo, foi tratada na audiência causou muita repercussão e 
indignação. O advogado mostrou fotos do instagram da vítima dizendo que ela ficava 
em "posições ginecológicas" e "chupando o dedinho", e que não queria jamais ter uma 
filha como ela. 
A vítima bradava aos prantos: "Eu só quero respeito. Nem assassinos são 
tratados como estou sendo tratada". 
 
B. ONDE ESTÃO AS ALTERAÇÕES PROCESSUAIS? 
 
Foram alterados os artigos 400-A e 474-A do CPP e art. 81 da Lei nº 9.099/95. 
Em todos os procedimentos processuais penais, a lei trouxe uma previsão comum: 
dever de zelo à integridade física e psicológica da vítima, em especial naqueles que 
apurem crimes contra a dignidade sexual. Veja: 
 
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PROCEDIMENTO COMUM - Art. 400-A. Na audiência de 
instrução e julgamento, e, em especial, nas que apurem crimes 
contra a dignidade sexual, todas as partes e demais sujeitos 
processuais presentes no ato deverão zelar pela integridade 
física e psicológica da vítima, sob pena de responsabilização 
civil, penal e administrativa, cabendo ao juiz garantir o 
cumprimento do disposto neste artigo, vedadas: 
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios 
aos fatos objeto de apuração nos autos; 
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material 
que ofendam a dignidade da vítima ou de testemunhas. 
PROCEDIMENTO DO JÚRI - Art. 474-A. Durante a instrução em 
plenário, todas as partes e demais sujeitos processuais 
presentes no ato deverão respeitar a dignidade da vítima, sob 
pena de responsabilização civil, penal e administrativa, 
cabendo ao juiz presidente garantir o cumprimento do disposto 
neste artigo, vedadas: 
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios 
aos fatos objeto de apuração nos autos; 
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material 
que ofendam a dignidade da vítima ou de testemunhas. 
RITO SUMARÍSSIMO – Art. 81 (...) § 1º-A. Durante a audiência, 
todas as partes e demais sujeitos processuais presentes no ato 
deverão respeitar a dignidade da vítima, sob pena de 
responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo ao juiz 
garantir o cumprimento do disposto neste artigo, vedadas: 
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios 
aos fatos objeto de apuração nos autos; 
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material 
que ofendam a dignidade da vítima ou de testemunhas. 
 
C. VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
A Lei 14.245/21 converge com uma imperatividade, já reconhecida em termos 
internacionais por meio da Resolução nº 40/34 da ONU, que trata sobre os direitos das 
vítimas de crimes e abuso de poder, sobre um tratamento digno e humanizado à 
vítima durante a persecução penal. 
Se o crime inevitavelmente deixa suas marcas, o processo penal muitas vezes 
também cria cicatrizes que acabam intensificando o abalo já sofrido pela vítima. 
Vai aí uma tabelinha para vocês guardarem: 
 
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QUAIS AS ESPÉCIES DE VITIMIZAÇÃO? 
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA 
Refere-se aos danos 
físicos, psicológicos e 
materiais que o crime, de 
forma imediata, causa na 
vítima. Por exemplo, a 
vítima de estupro, além 
dos danos físicos que são 
provocados em seu corpo, 
sofre danos à sua 
integridade psicológica. 
Também chamada de 
revitimização ou 
sobrevitimização, e ocorre 
quando a atuação das 
instituições estatais 
(controles sociais formais) 
não acolhe 
adequadamente a vítima 
de crime, contribuindo 
para intensificar ainda 
mais os danos que já 
foram provocados. Ex: 
caso Maria Ferrer. 
Se opera por meio da 
comunidade em que a 
vítima está inserida, que a 
estigmatiza, a isolada ou 
ofende sua honra e 
dignidade. Ex: O caso da 
criança de 10 anos que foi 
estuprada e tentava um 
aborto legal, mas, no 
hospital, foi hostilizada 
por manifestantes que 
levantavam cartazes a 
chamando de assassina. 
 
D. PROVAS VEDADAS NO PROCESSO 
 
A) Manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto 
de apuração nos autos; 
Trata-se de previsão que reforça o art. 411, § 2º, do CPP, que afirma que o juiz 
pode indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Neste caso 
de essas manifestações alheias ao processo violarem a integridade moral da vítima, 
elas não apenas podem, como devem ser indeferidas. 
B) A utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a 
dignidade da vítima ou de testemunha. 
Neste caso, ainda que tenha relação com os fatos, essas provas não podem 
ser utilizadas no processo. Trata-se de previsão polêmica e que certamente irá ser 
objeto de discussão nos tribunais, uma vez que, caso a prova tenha relação com os 
autos, a vedação da sua utilização violaria a ampla defesa. 
 
E. A QUE SE DIRIGE A NORMA? 
 
A todos as partes e sujeitos processuais: Juízes, Promotores de Justiça, 
Advogados e Defensores Públicos. Mas atenção: a lei só trouxe previsão sobre o 
tratamento humanizado da vítima na fase processual, não havendo previsão durante o 
trâmite das investigações. Desta forma, o Delegado de Polícia não se encontra 
abrangido pela norma, o que não significa que lhe seja autorizado ignorar os direitos 
fundamentais da vítima, especialmente a honra, intimidade e vida privada. 
 
F. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS QUANTO AO DESCUMPRIMENTO? 
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Produzida a prova em desacordo com a lei, a consequência processual será 
sua nulidade. Quanto a quem produziu a prova em desacordo com a lei, a 
consequência legal será a responsabilização penal, civil e administrativa.G. QUEM É O GARANTIDOR DO CUMPRIMENTO DA NORMA? 
 
O Juiz de Direito que preside a audiência de instrução. 
 
H. A LEI CRIMINALIZOU A CONDUTA? 
 
Apesar de prever a responsabilização penal, a lei não trouxe a previsão de um 
crime específico para o descumprimento das vedações probatórias. Mas, a depender 
do caso, pode-se analisar a prática do crime de violência psicológica à mulher (art. 147-
B do CP) ou coação no curso do processo (art. 344 do CP). 
 
1.4. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (arts. 394, § 1º, I, e 395 a 405 
do CPP) 
 
Conforme previsto no art. 394, § 1º, I, do CPP, o procedimento comum 
ordinário deve ser aplicado ao processo criminal quando tiver por objeto crime cuja 
sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de 
liberdade, desimportando tratar-se de reclusão ou detenção. 
O procedimento comum ordinário é constituído das seguintes etapas: 
I - Oferecimento da denúncia ou queixa-crime: em se tratando de acusado 
preso, a exordial deverá ser oferecida no prazo de 5 dias e, se estiver solto, em 15 dias 
(art. 46), devendo conter os requisitos do art. 41 do CPP, instruídas, ainda, com o 
mínimo de lastro probatório quanto à autoria e à materialidade do fato. 
II - Rejeição liminar ou recebimento: conclusa a peça vestibular ao juiz das 
garantias, este poderá rejeitá-la liminarmente, caso constate a ocorrência de qualquer 
das situações previstas no art. 395 do CPP. Não sendo, pois, caso de rejeição liminar, 
procederá esse magistrado ao recebimento da inicial (art. 396 do CPP). 
III - Recebimento pelo magistrado (art. 396): constitui marco interruptivo da 
prescrição (art. 117, I, do CP). 
IV - Citação do acusado para resposta (art. 396): uma vez recebida a denúncia 
ou a queixa, ordenará o magistrado – responsável pela instrução e julgamento, e não o 
juiz de garantias, conforme exposto anteriormente - a citação pessoal do acusado para 
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. Não sendo possível a citação 
pessoal, determinará o juiz a citação por edital (arts. 361 e 363, § 1º) ou a citação por 
hora certa (art. 362). 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
13 
V - Resposta do acusado (art. 396-A): na resposta, o acusado poderá arguir 
preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e 
justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as 
e requerendo sua intimação, quando necessário. Nesta fase, poderão ser arroladas até 
8 testemunhas, não se computando neste número aquelas não sujeitas a 
compromisso, conforme se infere do art. 401. Se, devidamente citado, o acusado não 
apresentar resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, 
concedendo-lhe vista dos autos por 10 dias (art. 396-A, § 2º). 
VI - Julgamento antecipado do processo e absolvição sumária do acusado 
(art. 397): com a resposta do acusado, sobrevém ao magistrado a possibilidade de 
proceder ao julgamento antecipado da demanda penal, absolvendo sumariamente o 
réu, desde que reconheça a ocorrência de qualquer das situações contempladas no 
art. 397 do CPP. 
VII - Audiência de instrução, interrogatório e julgamento (art. 399): 
estabelece o art. 399 do CPP que, recebida a denúncia ou a queixa pelo juiz das 
garantias, o juiz responsável pela instrução e julgamento designará dia e hora para a 
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público 
e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
 
ATENÇÃO! Em face do que dispõe o art. 201, § 2º, do CPP, será necessário, também, 
notificar quanto ao ato o ofendido (vítima), ainda que não esteja ocupando a posição 
de querelante ou de assistente do Ministério Público e mesmo que não tenha sido 
requerido seu depoimento por qualquer das partes. 
 
Caso todas as pessoas notificadas estejam presentes ao ato, deverá o juiz, no 
curso da instrução, proceder-lhes à oitiva na seguinte ordem: tomada das declarações 
do ofendido; inquirição das testemunhas de acusação e, após, das arroladas pela 
defesa; esclarecimentos dos peritos; acareações; reconhecimento de pessoas e coisas; 
e interrogatório do acusado. 
VIII - Requerimento de diligências e alegações finais orais: 
Depois de produzidas as provas orais em audiência, sendo encerrada a 
instrução, facultará o juiz ao Ministério Público, ao querelante e ao assistente, e, a 
seguir, ao acusado, requererem as diligências cuja necessidade se origine de 
circunstâncias ou fatos apurados na instrução (art. 402), as quais poderão ser 
indeferidas pelo juiz se as considerar irrelevantes, impertinentes ou protelatórias 
(simetria ao art. 400, § 1º). 
 
OBSERVAÇÃO: descabe recurso da decisão do juiz que defere ou indefere as 
diligências pretendidas. Entretanto, contra o deferimento, se evidenciado o caráter 
meramente protelatório ou a evidente ausência de fundamento da providência 
solicitada, poderá o interessado ingressar com correição parcial ou até mesmo 
mandado de segurança. Caso sejam indeferidas, a atuação processual da parte 
prejudicada dependerá do procedimento adotado pelo juiz em audiência. Assim, se 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
14 
logo após o indeferimento o juiz proferir sentença em audiência, na forma do art. 403, 
caput, do CPP, restará ao prejudicado apelar da sentença, arguindo, em preliminar, 
nulidade processual por cerceamento de acusação ou de defesa, conforme o caso. Se, 
contudo, relegar o juiz a prolação da sentença para momento posterior, na forma do 
que lhe é autorizado pelo art. 403, § 3º, do CPP, poderá o interessado, nesse 
interregno entre o encerramento da audiência e a publicação da sentença, deduzir 
impugnações como o habeas corpus, o mandado de segurança e a própria correição 
parcial para tentar modificar a decisão judicial que indeferiu as diligências 
oportunamente requeridas. 
 
IX – Sentença: se realizadas as alegações finais em audiência, de forma oral, 
poderá o juiz, na própria solenidade judicial, proferir a decisão (art. 403, caput). Se 
entender o magistrado por substituir as alegações orais por memoriais escritos em 
face da complexidade do caso, do número de acusados (art. 403, § 3º) ou da 
necessidade de serem realizadas diligências (art. 404, parágrafo único), faculta-se ao 
juiz o prazo de dez dias, após lhe serem conclusos os autos, para prolatar a sentença. 
X - Lavratura do termo de audiência: estabelece o art. 405 do CPP que, do 
ocorrido em audiência, será lavrado termo assinado pelo juiz e pelas partes, contendo 
breve resumo dos fatos relevantes ocorridos no curso da solenidade. 
 
1.5. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO (arts. 394, § 1º, I, e 395 a 405 do 
CPP) 
 
Segundo dispõe o art. 394, § 1º, II, do CPP, o procedimento comum sumário 
deverá ser aplicado ao processo criminal quando tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada seja inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade, não 
importando a natureza dessa pena, vale dizer, se reclusão ou detenção. 
 
OBSERVAÇÃO: é necessário excluir da abrangência desse rito as infrações de menor 
potencial ofensivo (as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não 
ultrapasse 2 anos, cumulada ou não com multa) quando em tramitação perante o 
juizado especial criminal, pois, de acordo com o art. 394, § 1º, III, do CPP, nesses casos, 
o procedimento aplicável será o sumaríssimo. Contudo, se as infrações de 
competência do JECRIM forem encaminhadas ao juízo comum, v.g., em razão da 
necessidade de citação editalícia ou da complexidade dos fatos, deverão ser apuradas 
por meio do procedimento sumário, ex vi do que estabelece oart. 538 do CPP. 
 
O procedimento comum sumário é constituído das seguintes etapas: 
I - Oferecimento de denúncia ou queixa-crime: a inicial acusatória deve 
observar os requisitos do art. 41 do CPP. 
 
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OBSERVAÇÃO: enquanto no procedimento comum ordinário poderão ser arroladas 
até 8 testemunhas, no rito comum sumário o número máximo é de 5, não computadas 
as que não forem sujeitas a compromisso, nos termos do art. 401, § 1º, aplicável por 
força do art. 394, § 5º. 
 
II - Observância, pelo juiz, das regras dos arts. 395 a 397, aplicáveis a 
qualquer rito em razão do que prevê o art. 394, § 4º: 
 
- Possibilidade de rejeição liminar da inicial pelo juiz das 
garantias, caso ocorrentes as situações contempladas no art. 
395; 
- Não sendo o caso dessa rejeição, procederá o juiz das 
garantias ao recebimento da denúncia ou queixa, 
determinando, na sequência, o juiz responsável pela instrução 
e julgamento a citação do acusado para apresentar resposta 
em 10 dias, momento em que poderá arguir preliminares e 
alegar tudo o que interesse à sua defesa (art. 396), além de 
arrolar testemunhas até o máximo de 5 (art. 532), excluindo-se 
desse número as não compromissadas. Se não oferecer tal 
manifestação, o juiz procederá à nomeação de defensor dativo 
para esse fim. Observe-se que a citação do réu para resposta 
deverá ser pessoal, como regra. Não localizado, far-se-á via 
edital (arts. 361 e 363, § 1º), facultada, ainda, a citação por 
hora certa caso constatado que o réu se oculta para não ser 
citado (art. 362); 
- Apresentada a resposta, serão os autos conclusos ao juiz 
natural, que poderá, em julgamento antecipado, absolver 
sumariamente o acusado, caso constate, nos termos do art. 
397, a existência manifesta de causa excludente de ilicitude ou 
de culpabilidade (salvo inimputabilidade), a atipicidade da 
conduta ou que já se encontra extinta a punibilidade (por 
exemplo, em razão das causas previstas no art. 107 do CP). 
 
III - Audiência de instrução, interrogatório e julgamento (art. 531): vencidas 
essas etapas e não tendo ocorrido a absolvição sumária prevista no art. 397 do CPP, 
segue-se a audiência para colheita de prova oral, que deverá ser aprazada para daí a, 
no máximo, 30 dias. Nessa oportunidade, procederá o juiz à tomada de declarações do 
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, bem como os esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao 
reconhecimento de pessoas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, 
finalmente, ao debate oral pelas partes. 
IV - Alegações orais: produzida em audiência a prova oral, concederá o juiz às 
partes, em seguida, a palavra para alegações finais orais. Nesse momento, acusação e 
defesa terão 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, para sustentação. Havendo mais 
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16 
de um acusado, o prazo para a defesa de cada um será individual (art. 534, § 1º). Caso 
exista assistente de acusação habilitado, este poderá se manifestar em 10 minutos 
após o Ministério Público, caso em que o tempo a este concedido será acrescido ao 
tempo da defesa (art. 534, § 2º). 
 
OBSERVAÇÕES: 
1 - no rito comum sumário, inexiste a previsão de oportunidade para que as partes 
requeiram diligências complementares ao juiz, ao contrário do que ocorre no rito 
comum ordinário. Tal, porém, não significa que haja uma proibição neste sentido, até 
porque, sem dúvida, haverá casos em que será necessária, antes da sentença, a 
realização de diligências consideradas imprescindíveis à elucidação dos fatos; 
2 - no rito comum sumário, também não há previsão de que possam os debates ser 
substituídos por memoriais escritos, impondo-se, pelo regramento legal, que em 
seguida às alegações orais, o juiz profira sentença em audiência (art. 534). Contudo, a 
doutrina entende que a regra pode ser flexibilizada em dadas situações, por exemplo, 
o número elevado de acusados – mesmo porque o art. 394, § 5º, estabelece a 
possibilidade de aplicação subsidiária das regras do procedimento ordinário ao 
sumário. 
 
V - Sentença: no rito comum sumário, devendo a sentença ser proferida em 
audiência, o princípio da identidade física do juiz (art. 399, § 2º, do CPP) terá aplicação 
natural. Contudo, ainda que situações excepcionais obriguem à prolação de sentença 
em momento posterior (necessidade de melhor exame da prova, por exemplo), tal 
princípio deverá ser observado (ressalvadas de sua incidência, por óbvio, situações 
relacionadas à impossibilidade temporária ou definitiva de permanecer o Juiz oficiando 
no processo – gozo de licença, promoção, remoção etc.), pois não haveria sentido 
algum de sua imposição existir apenas em relação ao rito comum ordinário. 
 
1.6. PROCEDIMENTO DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS 
PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (arts. 513 a 518 do CPP) 
1.6.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
O conceito de funcionário público, para efeitos penais, é bastante amplo, 
incluindo quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, 
emprego ou função pública, a este se equiparando, também, quem exerce cargo, 
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública (art. 327 do CP). 
E, quanto aos crimes funcionais, podem ser classificados em próprios ou 
impróprios. Os primeiros são aqueles em que a conduta apenas é ilícita quando 
praticada por um funcionário público, não havendo qualquer tipificação caso 
perpetrada pelo particular, tal como ocorre com os delitos de prevaricação e de 
abandono de função. Os segundos, aqueles cuja conduta é penalmente relevante 
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independentemente de ser ou não o agente funcionário público, modificando-se tão 
somente a tipificação do crime, como é o caso do peculato, que é o crime resultante 
da apropriação ou furto perpetrado por funcionário público, ações estas que, se 
praticadas por particulares, terão enquadramento nos arts. 155 ou 168 do Estatuto 
Repressivo. Sem embargo dessa distinção, desde que o agente seja um funcionário 
público ou a ele equiparado no exercício da função pública e que o delito esteja sendo 
praticado contra a administração pública, tanto os crimes funcionais próprios como os 
impróprios serão processados segundo o rito especial ditado pelo CPP. É o caso das 
infrações previstas nos arts. 312 a 326 do CP e no 3º da Lei 8.137/1990. 
 
1.6.2. ATOS QUE COMPÕEM O PROCEDIMENTO 
 
Na apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, 
estabelece o CPP procedimento diferenciado conforme o caráter inafiançável ou 
afiançável do delito. 
Ocorre que, na atualidade, tendo em vista a nova disciplina introduzida pela 
Lei 12.403/2011 ao CPP, tal distinção perdeu completamente a relevância. Isto porque, 
nos termos do art. 323 do CPP alterado pela referida lei, são inafiançáveis apenas os 
crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, 
os crimes definidos como hediondos e aqueles cometidos por grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Considerando que, 
neste rol, não está inserido qualquer dos crimes de responsabilidade dos funcionários 
públicos, infere-se que tais delitos,agora, são todos afiançáveis. Deste modo, 
independentemente de qual tenha sido o crime praticado, para definição do 
procedimento deve-se conciliar o rito ditado pelos arts. 514 a 518 do CPP com o 
estabelecido no art. 394, § 4º (redação da Lei 11.719/2008) do mesmo Código, ao 
prever que as disposições dos arts. 395 a 398 aplicam-se a todos os procedimentos de 
primeiro grau. 
Neste contexto, infere-se que, na atual concepção legislativa, o procedimento 
de apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos compõe-se da 
seguinte ordem de atos: 
I - Oferecimento da denúncia e da queixa-crime: a inicial deverá observar os 
requisitos do art. 41 do CPP, instruída, ainda, com os documentos ou justificações que 
façam presumir a existência do crime ou declaração fundamentada quanto à 
impossibilidade de fazê-lo (art. 513). Não previsto número diferenciado de 
testemunhas, poderão ser arroladas até o máximo de 8 (descontadas as não 
compromissadas). 
II - Autuação e notificação para resposta preliminar em 15 (quinze) dias (art. 
514): não sendo o caso de rejeição liminar pelo juiz das garantias com fundamento no 
art. 395 do CPP, determinará também esse mesmo juiz (porque é responsável pela 
atuação até o recebimento da denúncia ou queixa) a notificação do acusado para 
responder à acusação. Segundo a norma do art. 514 do CPP, essa notificação deverá 
ser pessoal ao acusado, e, se não localizado ou residente em comarca distinta, deve o 
magistrado proceder à nomeação de defensor dativo para apresentá-la. 
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III - Deliberação quanto ao recebimento ou rejeição da inicial: apresentada a 
defesa preliminar, os autos serão conclusos ao magistrado das garantias, que terá duas 
opções: 
 
- Rejeitar a denúncia ou a queixa, se verificar a ocorrência de 
qualquer das hipóteses do art. 395 do CPP ou se concluir no 
sentido da inexistência do crime ou da improcedência da ação 
(art. 516 do CPP); 
- Receber a exordial acusatória, sendo, na sequência, 
competência do juízo natural do processo a ordenação da 
citação do acusado para, em 10 dias, responder à acusação com 
base no art. 396 do CPP, ocasião em que poderá o advogado 
arguir preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, 
oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e 
requerendo sua intimação, quando necessário (art. 396-A). 
 
IV - Prosseguimento segundo os termos do rito comum ordinário (art. 518 
do CPP): recebida a exordial, ordenada a citação do réu e apresentada a resposta do 
acusado (arts. 396 e 396-A), determinará o magistrado o prosseguimento do processo 
nos exatos termos previstos para o procedimento ordinário. Isto significa que, a partir 
deste momento, caberá ao magistrado analisar a possibilidade de absolvição sumária 
do acusado com base em qualquer das hipóteses referidas no art. 397 do CPP. Não 
sendo o caso de absolvição sumária nesta etapa, aprazará o juiz audiência de instrução 
e interrogatório para daí a no máximo 60 dias (art. 400, caput). Em audiência, 
produzida a prova oral segundo a ordem legal, facultará o magistrado às partes 
requerer diligências (art. 402). Não requeridas diligências ou sendo estas indeferidas 
pelo juízo, as partes apresentarão alegações orais e, depois, será proferida decisão, 
sem prejuízo da possibilidade de o magistrado, considerando a complexidade dos fatos 
ou o número de acusados, substituir tais alegações por memoriais escritos e proferir, 
após, sentença em dez dias (art. 403, § 3º). Sendo, opostamente, requeridas e 
deferidas diligências, após o cumprimento destas, as partes serão notificadas para 
apresentarem memoriais escritos, sendo, depois, proferida a sentença (art. 404, 
parágrafo único). 
 
1.6.3. CRIME PRATICADO DURANTE O EXERCÍCIO FUNCIONAL, DEIXANDO O AGENTE 
DE SER FUNCIONÁRIO PÚBLICO EM MOMENTO POSTERIOR 
 
O procedimento especial apenas tem lugar quando o acusado estiver no 
exercício da função pública no momento em que recebida a inicial. Aliás, entendendo 
necessário limitar a aplicação de procedimentos especiais e a permissão de foros 
especiais apenas a quem está no exercício da função pública que enseja tais 
prerrogativas, o próprio STF revogou a Súmula 394, a qual estabelecia que, “cometido 
o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por 
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prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a 
cessação daquele exercício”. 
 
1.6.4. FALTA DE NOTIFICAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DA RESPOSTA PRELIMINAR 
PREVISTA NO ART. 514 QUANDO SE TRATAR DE CRIME FUNCIONAL AFIANÇÁVEL 
 
No âmbito do STF, entende-se que é indispensável a defesa preliminar nas 
hipóteses do art. 514 do CPP, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito 
policial, já que a finalidade precípua dessa defesa é a de evitar a propositura de ações 
penais temerárias contra funcionários públicos. 
Já no STJ, consagrou-se entendimento oposto, compreendendo-se, nos 
termos da Súmula 330, que “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 
514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial”. 
De todo o modo, cabe ressaltar que ambas as Cortes Superiores – STF e STJ – 
compreendem que a nulidade eventualmente configurada em razão da falta de 
notificação para defesa preliminar é relativa, devendo ser arguida tempestivamente, 
com demonstração de prejuízo, sob pena de preclusão. 
 
1.6.5. FUNCIONÁRIO PÚBLICO COM FORO PRIVILEGIADO 
 
O rito especial previsto no art. 514 e seguintes do CPP não se aplica a quem 
possua foro privilegiado junto ao STF, STJ, Tribunais de Justiça dos Estados e Tribunais 
Regionais Federais. Isso porque, sendo o acusado detentor de foro privilegiado no STF 
e no STJ (v.g., Deputados Federais, Desembargadores etc.) e se encontrando no 
exercício da função, o procedimento a ser aplicado é o previsto nos arts. 1º a 12 da Lei 
8.038/1990. A mesma situação ocorre com quem detenha foro privilegiado junto aos 
Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais (Juízes de Direito, Promotores de 
Justiça etc.), relativamente aos quais a Lei 8.658/1993 (art. 1º) estende as disposições 
da precitada Lei 8.038/1990. 
Atenção para a AP 937, julgada em 03/05/18 pelo Plenário do STF, que 
restringiu o foro por prerrogativa de função. Nesta oportunidade, o STF resolveu 
questão de ordem no sentido de fixar as seguintes teses: 
 
1. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos 
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados 
às funções desempenhadas; 
2. Após o final da instrução processual, com a publicação do 
despacho de intimação para apresentação de alegações finais, 
a competência para processar e julgar ações penais não será 
mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro 
cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o 
motivo. 
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Segundo o STF, este entendimento deve se aplicar imediatamente aos 
processos em curso, com a ressalva de todos os atos praticados e decisões proferidas 
pelo STF e pelos demais juízos com base na jurisprudência anterior. 
 
1.6.6. COAUTOR PARTICULAR 
 
Considerando que o objetivo da defesa preliminar é o resguardo da função 
pública, não possui direito à notificação para defesa preliminar o particular que sejacoautor ou partícipe do crime praticado pelo funcionário público. 
 
1.6.7. CONCURSO DE CRIMES: CRIME FUNCIONAL E CRIME NÃO FUNCIONAL 
 
Considere-se a hipótese em que tenham sido imputados ao agente crimes de 
falsidade ideológica (art. 299 do CP) e concussão (art. 316 do CP), em concurso 
material. Neste caso, tratando-se de imputação de crime não funcional e de crime 
funcional, não se aplica a defesa preliminar prevista no art. 514 do CPP. 
 
1.7. PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA (arts. 519 a 523 do 
CPP) 
1.7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
Embora os dispositivos que regulam este procedimento estejam inseridos em 
capítulo do CPP que trata “do processo e do julgamento dos crimes de calúnia e 
injúria”, é evidente que se aplicam, também, à apuração da difamação. 
 
OBSERVAÇÕES: 
1 - o procedimento dos arts. 519 a 523 do CPP é aplicável tão somente às hipóteses em 
que a pena máxima cominada ao crime for superior a 2 anos de prisão. Caso contrário, 
vale dizer, se a infração classificar-se como de menor potencial ofensivo, o rito a ser 
observado será o sumaríssimo da Lei 9.099/1995 (arts. 77 a 81); 
2 - delitos com apenamento máximo in abstrato superior a 2 anos e, portanto, sujeitos 
ao procedimento ditado pelo CPP são apenas os seguintes: crime de injúria qualificada 
(art. 140, § 3º, do CP); crime de calúnia, quando majorado em face da previsão do art. 
141 do CP, que determina o acréscimo de 1/3 sobre a pena; crimes praticados sob a 
forma de violência doméstica e familiar contra a mulher (violência moral), nos termos 
definidos no art. 7º, V, da Lei 11.340/2006. 
 
Trata-se, na verdade, de rito em que os atos são idênticos aos previstos para o 
procedimento comum ordinário, agregando-se, apenas, as seguintes modificações: 
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- Previsão de audiência de tentativa de conciliação 
previamente ao recebimento da inicial acusatória (art. 520 do 
CPP): Certamente, essa audiência ficará a cargo do juiz das 
garantias, tendo em vista que nessa fase ainda não houve o 
recebimento da denúncia. Nada obstante, tal posicionamento 
ainda deverá ser confirmado no âmbito da doutrina e da 
jurisprudência acerca das mudanças promovidas pelo Pacote 
Anticrime na legislação processual penal; 
 
OBSERVAÇÃO: tratando-se de crimes de ação penal privada, o procedimento 
tipificado nos referidos dispositivos do CPP é aplicado na sua integralidade, 
envolvendo a audiência prévia de tentativa de conciliação, possibilidade de exceções 
da verdade e da notoriedade do fato e demais atos que compõem o procedimento 
comum ordinário. Sendo hipótese de crimes de ação penal pública, resta afastada a 
fase prévia da audiência de conciliação devido à indisponibilidade que rege esta 
espécie de demanda. Neste último caso, o procedimento de apuração será o próprio 
rito comum ordinário, sem embargo de não ficar obstado o manejo das exceções da 
verdade e da notoriedade do fato. 
 
- Possibilidade de serem deduzidas, em determinados casos, 
as exceções da verdade e da notoriedade do fato (art. 523 do 
CPP). 
 
1.7.2. ATOS QUE COMPÕEM O RITO 
 
I - Ajuizamento da ação penal e audiência de tentativa de conciliação; 
Oferecida a queixa-crime, deverá o magistrado, antes de recebê-la, ordenar a 
notificação do querelante e do querelado para comparecerem à audiência de tentativa 
de conciliação (art. 520 do CPP), a qual se realizará sem a presença de advogados. 
Havendo a conciliação, será assinado termo de desistência da ação penal, 
arquivando-se o feito. Por outro lado, se restar inexitosa a tentativa conciliatória, 
caberá ao juiz proceder ao seu recebimento, ordenando a citação do réu para resposta 
em 10 dias (art. 396 do CPP). 
 
OBSERVAÇÕES: 
1 - prevalece na doutrina que a natureza jurídica da audiência de tentativa de 
conciliação é de condição de prosseguibilidade da ação penal; 
2 - a ausência de aprazamento desta audiência consubstancia constrangimento ilegal, 
produzindo nulidade processual relativa em face da omissão de formalidade essencial 
(art. 564, IV, do CPP); 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
22 
3 - se a audiência de tentativa de conciliação for realizada após o recebimento da 
queixa-crime, não há que se falar em nulidade, pois o ato terá cumprido sua finalidade; 
4 - no tocante à ausência do querelante, se injustificada, o processo deve ter 
prosseguimento, inexistindo razão para extingui-lo simplesmente porque deixou o 
querelante de comparecer a uma audiência de conciliação, devendo isto ser 
interpretado como ausência de vontade em transigir; 
5 - em relação à ausência do querelado, duas soluções apresentam-se ao magistrado: 
receber a ação penal e ordenar seu prosseguimento ou determinar a condução 
coercitiva do querelado com base no art. 260 do CPP (desde que resida na sede do 
juízo processante, logicamente). De todo o modo, a ausência do querelado não 
acarreta, para ele, nenhum ônus ou sanção processual. 
 
II - Exceção da verdade e exceção da notoriedade do fato (art. 523); 
Contemporaneamente à apresentação da resposta (arts. 396 e 396-A do CPP), 
poderá o querelado, em petição distinta, apresentar exceção da verdade ou exceção 
da notoriedade do fato. 
A exceção da verdade consiste na oportunidade assegurada ao réu para 
demonstrar a veracidade das afirmações consideradas ofensivas pelo querelante. É 
admitida nos seguintes casos: 
 
- No processo por crime de calúnia (art. 138, § 3.º, do CP); 
- No processo por crime de difamação praticado contra 
funcionário público no exercício de suas funções (art. 139, 
parágrafo único, do CP). 
 
Por outro lado, a exceção da notoriedade do fato é aquela que visa 
demonstrar que a afirmação realizada pelo réu não causa reação no meio social, já que 
respeita a fato conhecido por todos. É cabível apenas na difamação, 
independentemente da condição do ofendido (funcionário público ou não). 
 
OBSERVAÇÃO: parte da doutrina considera que a exceção da verdade não é oponível 
no crime de difamação, mas apenas a exceção da notoriedade do fato. Neste sentido, 
Guilherme de Souza Nucci referindo que “a exceção da verdade diz respeito ao crime 
de calúnia (imputar a alguém, falsamente, fato definido como crime), enquanto a 
exceção da notoriedade do fato refere-se ao delito de difamação de funcionário 
público, no exercício das suas funções (imputar a alguém fato ofensivo à sua 
reputação)”. Norberto Avena discorda deste entendimento, afirmando que a exceção 
da verdade está prevista no Código Penal tanto em relação à calúnia (art. 138, § 3º), 
quanto no tocante à difamação (art. 139, parágrafo único, do CP), vinculando-se, neste 
último caso, a que se trate de crime praticado contra funcionário público no exercício 
das suas funções. Portanto, enquanto na calúnia é possível apenas a exceção da 
verdade, na difamação admite-se tanto a exceção da verdade (desde que se trate de 
crime cometido contra funcionário público no exercício das suas funções, a teor do 
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23 
citado art. 139, parágrafo único, do CP), quanto a exceção da notoriedade do fato (esta 
independente de quem tenha sido a pessoa difamada). 
 
Não se admitem as exceções da verdade e da notoriedade do fato no crime 
de injúria, pois, neste caso, é violada a honra subjetiva da pessoa, não importando a 
verdade ou a notoriedade do que foi afirmado pelo réu. 
III - Pedido de explicações(art. 144 do Código Penal). 
Estabelece o art. 144 do CP que, “se, de referências, alusões ou frases, se 
infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em 
juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, 
responde pela ofensa”. 
Como se vê, trata-se o pedido de explicações de uma medida não obrigatória 
e preliminar ao ingresso de ação penal por crime contra a honra, que visa obter do 
suposto ofensor um esclarecimento sobre o real sentido de suas expressões. 
O pedido, na verdade, possui natureza jurídica de uma interpelação, 
processando-se com base nos arts. 726 e seguintes do CPC/2015. 
 
OBSERVAÇÃO: contra o indeferimento do processamento do pedido de explicações 
cabe apelação, com base no art. 593, II, do CPP, pois se trata de decisão interlocutória 
mista terminativa (decisão definitiva) contra a qual não há previsão de cabimento do 
recurso no sentido estrito. 
 
1.8. PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL 
(arts. 524 a 530-I do CPP) 
1.8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
O procedimento de apuração dos crimes contra a propriedade imaterial, 
mormente após a promulgação da Lei 10.695/2003, depende da natureza da ação 
penal correspondente a cada figura típica prevista. 
São crimes de ação penal pública os previstos no art. 191 da Lei 9.279/1996 
(por força do art. 199 da mesma Lei) e nos §§ 1º, 2º e 3º, do art. 184, do CP, bem como 
aqueles perpetrados em desfavor de entidade de direito público, autarquia, empresa 
pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público (art. 
186, II, III e IV, do CP). Opostamente, procedem-se mediante queixa-crime os delitos 
tipificados nos arts. 183 a 190, 192 a 195 da Lei 9.279/1996, bem como a figura 
incriminada no art. 184, caput, do CP (art. 186, I, do CP). Todos os demais crimes 
previstos no Código Penal, inclusive a figura do art. 185 (esta por força de revogação 
expressa ditada pelo art. 4º da Lei 10.695/2003) encontram-se revogados. 
 
1.8.2. PECULIARIDADES PRÉ-PROCESSUAIS DO RITO DE APURAÇÃO DOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PRIVADA (ARTS. 524 A 530-A DO CPP) 
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24 
 
O procedimento judicial é exatamente igual ao rito comum ordinário. Bem por 
isso também se lhe aplicam as inovações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 – Pacote 
Anticrime - ao Código de Processo Penal. 
Assim, as modificações introduzidas pelos arts. 525 a 530 referem-se tão 
somente à fase pré-judicial, que comporta as seguintes peculiaridades: 
a) Obrigatoriedade da perícia: tratando-se de infração que deixa vestígios, é 
indispensável que a queixa seja instruída com a perícia realizada nos objetos que 
constituem o corpo de delito, nos termos do art. 525 do CPP. Trata-se a prova pericial 
de condição de procedibilidade para a ação penal, não admitindo o suprimento por 
outro meio de prova. Desaparecendo os vestígios, a perícia deverá ser indireta 
(realizada pelos peritos à vista de outros elementos que não o contato direto com o 
objeto). 
Nesse diapasão, será o juiz de garantias quem acompanhará toda a fase 
investigatória antes da propositura da peça acusatória e também quem deferirá 
eventual pedido de assistente técnico para acompanhar a produção de perícia: 
 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da 
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos 
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à 
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe 
especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
(...) 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para 
acompanhar a produção da perícia; (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
 
b) Providências preliminares à ação penal: a Lei 9.279/1996 condiciona o 
ingresso da ação penal à colheita preliminar de determinadas provas, tais como a 
apreensão do material que representa a violação da propriedade imaterial, da marca 
falsificada, entre outras. Pois bem. Tratando-se de crime de ação penal privada, o 
requerimento destas diligências ao juiz, pelo constrangimento que representam, 
deverá ser acompanhado da prova do direito de ação, ou seja, legitimidade ad causam 
ativa do postulante. 
E a decisão sobre o deferimento ou não da colheita preliminar de provas é 
atribuída, igualmente, ao juiz de garantias, consoante citado anteriormente. Para 
tanto, veja-se o disposto no inciso VII do art. 3º-B, inserido no Código de Processo 
Penal pela Lei nº 13.964/2019: 
 
Art. 3º-B. (...) 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de 
provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o 
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25 
contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
c) A busca e apreensão: provada a legitimidade ativa e deferida pelo 
magistrado a busca e apreensão, esta será cumprida por dois peritos por ele 
nomeados, os quais verificarão, inicialmente, a existência de fundamento para 
apreensão. Previamente à perícia, podem formular quesitos o juiz, o Ministério Público 
e a parte que se diz prejudicada, mas não a parte contrária (provável acusado), a qual 
não poderá sequer contestar as diligências realizadas e seus resultados, já que não há 
contraditório neste momento que precede o processo propriamente dito. 
Reafirma-se, nesse âmbito, que cabe expressamente ao juiz de garantias 
decidir também sobre requerimento de busca e apreensão: 
 
Art. 3º-B. (...) 
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
(...) 
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
(...) 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos 
fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 
OBSERVAÇÃO: o art. 527 do CPP exige que dois peritos realizem a perícia. Apesar da 
modificação introduzida pela Lei 11.690/2008 ao art. 159, caput, do CPP, facultando 
que sejam as perícias em geral realizadas por apenas um perito oficial (o § 1º requer 
dois peritos apenas quando se tratar de exame realizado por peritos leigos), tal regra 
não parece se aplicar ao procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial, 
mesmo porque o art. 527 refere-se à redação original do Código, época em que, assim 
como hoje, não se exigia que mais de um técnico realizasse o exame. Além do mais, 
trata-se de procedimento especial, regido, portanto, por normas próprias. 
 
Nada obstante, ao se realizar a busca e apreensão, deve-se agora atentar-se 
os agentes envolvidos para o cumprimento da chamada “Cadeia de Custódia”, outra 
inovação trazida pela Lei nº Lei nº 13.964/2019 ao Código de Processo Penal. 
A Cadeia de Custódia, elencada nos art. 158-A ao art. 158-F então inseridos, é 
definida como “o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e 
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de 
crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o 
descarte”. Compreende, portanto, a sistematização de procedimentos que objetivam a 
preservação da prova pericial, tratando-se de uma atividade de responsabilidade de 
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26 
todos sujeitos que, no âmbito da investigação preliminar e do processo penal, entre 
em contato com provas criminais, seja recebendo, preservando,assegurando ou 
valorando. 
A título de exemplo, o perito, o policial, civil ou militar e demais agentes da 
justiça criminal que tenham contato com uma prova criminal, devem se submeter à 
aplicação dos trâmites da cadeia de custódia, procedendo-se com devidos cuidados 
estabelecidos pelas inovações, visando assegurar a autenticidade, a confiabilidade e a 
integridade dos elementos probatórios colhidos. 
Assim, os artigos 158-A ao art. 158-F do Código de Processo Penal devem ser 
observados por todas as autoridades envolvidas no cumprimento da medida, inclusive 
porque, importantíssimo ressaltar, que tais dispositivos não foram objeto de 
suspensão pelo Supremo Tribunal Federal ao se debruçar pelo Pacote Anticrime, 
estando, portanto, em plena vigência. 
d) Homologação pelo juiz: encerradas as diligências e apresentado o laudo, 
serão os autos conclusos ao juiz das garantias para homologação. Essa homologação 
não importa em julgamento definitivo sobre a materialidade do crime, a qual poderá 
ser revista mais tarde, em juízo, quando, havendo o processo instaurado, presente 
estará o contraditório. Entende-se apelável a decisão que homologa o laudo pericial 
(art. 593, II, do CPP). 
e) Prazo decadencial (art. 529 do CPP): há dúvidas na doutrina e na 
jurisprudência quanto à possibilidade de serem harmonizadas as regras dos arts. 103 
do CP e 38 do CPP, que estabelecem a decadência do direito de queixa em seis meses 
a partir da data do conhecimento da autoria do crime, com a disciplina do art. 529 do 
CPP, este último dispondo que nos crimes contra a propriedade imaterial de ação 
privada não se admitirá a queixa se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação 
do laudo. 
Uma parte da doutrina compreende que não há, propriamente, conflito entre 
essas previsões, que podem ser compatibilizadas. Em síntese, o conhecimento quanto 
ao autor do crime faz iniciar-se a fluência do prazo decadencial de seis meses para o 
ingresso da ação penal. Adotadas as providências preliminares dentro desse prazo e 
homologado o laudo no mesmo interregno, dessa data (da homologação) correrá o 
prazo de 30 dias para o ajuizamento da queixa, caso em liberdade o imputado. Agora, 
se ocorreu prisão em flagrante e, convertida esta em preventiva, não foi posto em 
liberdade o agente, tal lapso para o ingresso da ação penal será de oito dias (arts. 529 
e 530). Trilha esta orientação Guilherme de Souza Nucci. Outro segmento, aderindo ao 
entendimento oposto, sustenta que o prazo é sempre de 30 dias (ou de oito dias, se 
preso o agente) a contar da homologação do laudo, até porque os arts. 103 do CP e 38 
do CPP, ao estabelecerem o prazo decadencial de seis meses, ressalvam a existência 
de disposição em contrário, na qual se enquadraria a regra do art. 529 do CPP. Neste 
sentido, Mirabete. 
Independente de se aderir a uma ou outra linha de pensamento, é certo que, 
em qualquer caso, produzido o laudo pericial e constatada a materialidade do crime, o 
prazo de 30 dias para o oferecimento da peça acusatória, flui a partir da intimação da 
sentença de homologação do laudo pericial. Esta, então, é que deve ser a data a ser 
considerada como termo inicial do prazo de decadência. 
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Evidentemente, se o crime não deixar vestígios, e, portanto, for dispensável a 
perícia, o prazo decadencial será sempre de seis meses, conforme preceituam os arts. 
103 do CP e 38 do CPP. 
f) Ajuizamento da ação penal: uma vez materializada a produção ou 
reprodução ilícita e sobrevindo o ajuizamento de ação penal, seguir-se-á, após o 
recebimento da queixa pelo juiz das garantias, o rito comum ordinário. 
 
1.8.3. PECULIARIDADES PRÉ-PROCESSUAIS DO RITO DE APURAÇÃO DOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA (ARTS. 530-B A 530-I DO CPP) 
 
Também aqui, conforme observamos antes, uma vez materializado o vestígio 
da infração e ajuizada a ação penal, o procedimento judicial de apuração dos crimes 
contra a propriedade imaterial nada mais é do que o próprio rito comum ordinário. 
Assim, as modificações introduzidas pelos arts. 530-B a 530-H referem-se à fase pré-
judicial. 
Observe-se que, ao contrário do que ocorre nos crimes de ação penal privada, 
em que a perícia deverá ser requerida pelo ofendido ao juiz – das garantias - instruído 
com prova do direito de ação, sendo crime de ação penal pública (incondicionada ou 
condicionada) e deixando vestígios a infração, a autoridade policial, observadas as 
restrições constitucionais à busca domiciliar e as estabelecidas pela cadeia de custódia, 
poderá realizar ex officio a apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou 
reproduzidos, juntamente com os equipamentos que possibilitaram a existência de tais 
bens (desde que caracterizado que se destinam precipuamente à prática do ilícito), 
lavrando-se, ato contínuo, auto circunstanciado de apreensão subscrito, no mínimo, 
por duas testemunhas. 
Uma vez materializada a produção ou a reprodução ilícita, sobrevindo o 
ajuizamento de ação penal, seguir-se-á, após o recebimento da denúncia pelo juiz das 
garantias, o rito comum ordinário, nos mesmos moldes do que ocorre quando se trata 
de crime de ação penal privada, como já expusemos retro. 
 
 
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2. LEGISLAÇÃO ANOTADA 
 
Livro I 
Do Processo em Geral 
Título I 
Disposições Preliminares 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da 
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha 
sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe 
especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
* No dia 22.01.2019, o Ministro Luiz Fux, Ministro Relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 
e 6305, concedeu parcialmente a medida cautelar pleiteada, para, revogando a 
decisão monocrática constante das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 (proferida pelo Ministro 
Dias Toffoli), suspender sine die a eficácia, ad referendum do Plenário, dos dispositivos 
referentes ao Juiz das Garantias, quais sejam, os artigos 3º A a 3º F, inseridos no 
Código Penal pela Lei nº 13.964/2019, conhecida popularmente como Pacote 
Anticrime. 
Nada obstante, apesar da suspensão, é possível que os dispositivos de lei suspensos 
pela decisão do Ministro Luiz Fux sejam cobrados em provas de concurso, razão para 
sua compreensão. Isso porque a decisão apenas SUSPENDEU A EFICÁCIA de tais 
normativos, mas não os declarou inconstitucionais. 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do 
art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, 
observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja 
conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, 
observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou 
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência 
pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradasurgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência 
pública e oral; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista 
das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste 
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
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IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento 
razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o 
andamento da investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e 
telemática ou de outras formas de comunicação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do 
investigado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste 
Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
* Antes da reforma, o julgamento de HC impetrado antes do oferecimento da 
denúncia, a determinação de instauração do incidente de sanidade mental e a decisão 
sobre o recebimento da denúncia ou queixa, eram medidas de competência do juiz 
que dirigiria a instrução. Com a atual redação, tal competência passa a ser do juiz das 
garantias. 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao 
investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas 
produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, 
às diligências em andamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da 
perícia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
* A redação original do CPP só permitia a figura do assistente técnico depois de já 
instaurada a ação penal, conforme consta do art. 159, § 4º: “O assistente técnico 
atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração 
do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão”. 
Atualmente, diante da redação do inciso XVI do art. 3º-B do CPP, houve a viabilização 
da atuação do assistente técnico para acompanhar a produção da perícia durante a 
instrução criminal. 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de 
colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
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30 
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante 
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma 
única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a 
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, 
exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou 
queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz 
da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
* De acordo com o art. 3º-C, § 1º, é o juiz das garantias quem fica responsável pela 
decisão de recebimento da denúncia ou queixa e não mais o juízo natural da instrução 
na ação penal. Este, por seu turno, fica responsável pelas decisões a serem tomadas a 
partir da decisão de recebimento da denúncia ou queixa. 
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e 
julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a 
necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão 
acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e 
não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e 
julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de 
obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para 
apensamento em apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do 
juízo das garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas 
competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão 
um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização 
judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a 
serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o 
tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com 
órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena 
de responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
31 
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 
(cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e 
a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação 
normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a 
efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa 
submetida à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Título VII 
Da Prova 
Capítulo II 
Do Exame de Corpo de Delito, da Cadeia de Custódia e das Perícias em Geral 
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos 
utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em 
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu 
reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com 
procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para 
a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou 
recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes 
etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a 
produção da prova pericial; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e 
preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou 
no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por 
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial 
produzido pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, 
respeitando suas características e natureza; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é 
embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, 
químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de 
quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as 
condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
32 
garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua 
posse; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser 
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e 
unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou 
o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, 
assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a 
metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se 
obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por 
perito; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do 
material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou 
transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação 
vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito 
oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo 
quando for necessária a realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser 
tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza 
criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer 
vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo 
tipificada como fraude processual a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela 
natureza do material. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração 
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio 
durante o transporte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, 
impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para 
registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, 
motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de 
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a 
finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela 
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33 
Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia 
destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada 
diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para 
conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, 
a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e 
apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, 
consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser 
identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser 
registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a 
destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de 
custódia, devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de 
armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar 
as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante 
requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
* Importante ressaltar que os dispositivos referentes à Cadeia de Custódia encontram-
se em plena vigência desde a entrega em vigor da Lei nº 13.964/2019, tendo em vista 
que não foram atingidos pela decisão de suspensão concedida nas ADIs 6.298, 6.299, 
6.300 e 6305. 
Livro II 
Dos Processos em Espécie 
Título I 
Do Processo Comum 
Capítulo IDa Instrução Criminal 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. 
* Caput com a redação dada pela Lei nº 11.719, de 20-6-2008. 
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou 
superior a 4 anos de PPL; 
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior 
a 4 anos de PPL; 
* FCC – MP/AL 2012: “Será sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada seja igual ou inferior a 4 anos de PPL”. (E) 
* Os crimes falimentares são processados pelo rito do procedimento sumário, 
independentemente da pena cominada (art. 185 da Lei 11.101/2005). 
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da 
lei. 
* As infrações de menor potencial ofensivo são os crimes cuja pena máxima não seja 
superior a 2 anos e as contravenções penais. Elas são, em regra, processadas e julgadas 
pelo JECRIM. Contudo, se elas forem encaminhadas ao juízo comum, em razão, por 
exemplo, da necessidade de citação editalícia, da complexidade dos fatos ou de 
concurso de crimes, deverão ser apuradas por meio do procedimento sumário (art. 
538). 
* Havendo concurso de crimes, as penas são somadas como indicativo do 
procedimento a ser seguido. Devem também ser levadas em conta as qualificadoras e 
as causas de aumento, estas tomadas com a exasperação da fração máxima. 
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em 
contrário deste Código ou de lei especial. 
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as 
disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. 
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de 1º grau, ainda que não regulados neste Código. 
* Portanto, com a alteração do art. 396, mesmo que as leis especiais prevejam 
diferentemente, o réu sempre será citado para apresentar resposta à acusação quando 
o processo se desenrolar no 1º grau. 
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo 
as disposições do procedimento ordinário. 
* FCC – DPE/SP 2012: “A ausência de previsão expressa da possibilidade de conversão 
das alegações finais orais em memoriais no rito sumário não impede que o juiz 
conceda às partes o prazo de 5 dias para a juntada de memoriais”. (C) 
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de 
tramitação em todas as instâncias. 
* Incluído pela Lei nº 13.285/2016. 
* Como o art. 394-A do CPP é uma norma genuinamente processual, não há vedação 
para se utilizar a interpretação extensiva e alcançar os crimes equiparados a 
hediondos. 
Rejeição da inicial 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
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35 
* O despacho que rejeita a denúncia ou queixa, com as alterações promovidas pela Lei 
nº 13.964/2019 (CPP, arts. 3º B, XIV; 3º C, caput e § 1º), é de competência do Juiz das 
Garantias – inobstante tal alteração atualmente encontra-se suspensa por decisão do 
Supremo Tribunal Federal - precisa ser fundamentado e contra ele cabe RESE. 
I – for manifestamente inepta; → Inépcia formal. 
* Inciso I acrescido pela Lei 11.719/08. 
* Inepta é a inicial acusatória que não apresenta os requisitos do art. 41 (exposição do 
fato criminoso, qualificação do acusado, classificação do crime e rol das testemunhas). 
* STF: A inépcia da inicial só pode ser suscitada até antes da prolação da sentença. 
Advindo sentença, o que se pode questionar, a partir de então, é a própria decisão 
condenatória, e não mais a denúncia que deu ensejo à mesma. 
* STJ: O oferecimento de denúncia por delito tipificado em norma penal em branco 
sem a respectiva indicação da norma complementar constitui evidente inépcia, uma 
vez que impossibilita a defesa adequada do acusado (HC 174165, 08/03/2012). 
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
* Inciso II acrescido pela Lei 11.719/08. 
* Os pressupostos processuais dividem-se em subjetivos e objetivos. Os pressupostos 
subjetivos compreendem a capacidade de ser parte e a capacidade postulatória. Já os 
pressupostos objetivos classificam-se em intrínsecos, correspondendo aos requisitos 
do art. 41 e à presença da procuração, e extrínsecos, que se referem à ausência de 
fatos impeditivos à constituição válida do processo, como a litispendência e a coisa 
julgada. 
* As condições da ação penal dividem-se em gerais e especiais. As condições gerais 
são aquelas que devem estar presentes em qualquer ação penal. São elas: a) 
possibilidade jurídica do pedido; b) interesse de agir (justa causa); c) legitimidade ad 
causam, ativa e passiva. Já as condições especiais vinculam o exercício da ação penal 
ao atendimento de exigências legais expressamente previstas. Ex.: condicionamento 
da ação penal à prévia representação da vítima no crime de ameaça (art. 147, 
parágrafo único); exigência de requisição do Ministro da Justiça para o ingresso de 
ação penal por crimes contra a honra do Presidente da República (art. 145, § único); 
ingresso no território nacional do indivíduo que praticou o crime no exterior (art. 7º, 
§2º, “a”). 
* A ausência de indícios de autoria não reflete na legitimidade passiva, mas sim na 
justa causa. 
* O art. 43 do CPP previa que, uma vez satisfeita a legitimidade ou suprida a condição 
da ação faltante, a inicial acusatória poderia ser reproposta. Apesar de ter sido 
revogado, a sua ideia subsiste. 
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal. → Inépcia material 
* Inciso III acrescido pela Lei 11.719/08. 
* Este inciso é redundante, pois a justa causa é uma condição da ação (“interesse de 
agir”). 
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36 
* Justa causa = prova da materialidade + indícios suficientes de autoria ou 
participação. A justa causa traduz a existência de lastro probatório mínimo em que se 
deve lastrear a acusação. 
* STF: A denúncia ostenta como premissa para seu recebimento a conjugação dos arts. 
41 e 395 do CPP, porquanto deve conter os requisitos do art. 41 e não incidir em 
nenhuma das hipóteses de rejeição previstas no art. 395 (Inf. 640 – set/11). 
* STJ: A acusação, no seio do Estado Democrático de Direito, deve ser edificada em 
bases sólidas, corporificando a justa causa, sendo abominável a concepção de um 
chamado princípio in dubio pro societate (HC 175.639, 11/04/2012). 
* A doutrina clássica afirma que no recebimento da denúncia aplica-se o princípio in 
dubio pro societate. 
* Em se tratando de provas ilícitas, se a contaminação probatória for ampla, faltará 
verdadeira justa causa para a deflagração da ação penal, de sorte que a inicial 
acusatória deve ser rejeitada. 
* STF/STJ: Se a prova irregular era a única do IP, a consequência é que a denúncia deve 
ser rejeitada por falta de suporte probatório mínimo (justa causa), nos termos do art. 
395, inciso III, do CPP (1ª T, HC 73271, em 04/10/1996; 6ª T, HC 3556, em 12/06/1995). 
Parágrafo único. Revogado pela Lei 11.719/08. 
Recebimento da inicial 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o 
juiz, se a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para 
responder à acusação, por escrito,no prazo de 10 dias. 
* O recebimento da inicial interrompe a prescrição (art. 117, I, do CP) e fixa a 
prevenção. 
* Com as alterações promovidas pela Lei nº 13.964/2019 (CPP, arts. 3º B, XIV; 3º C, 
caput e §§ 1º e 2º), é de competência do Juiz das Garantias – inobstante tal alteração 
atualmente encontrar-se suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal – a 
decisão de recebimento da denúncia ou queixa, cuja atribuição cessa com essa 
deliberação, passando ao juiz natural responsável pela instrução e julgamento a 
atribuição de determinar a citação do acusado para oferecer resposta à acusação. 
* O momento do recebimento da denúncia se dá após o oferecimento da acusação e 
antes da apresentação de resposta à acusação, seguindo-se ao juízo de absolvição 
sumária do acusado, tal como disposto no art. 397. 
* O STF entende que o ato de recebimento da denúncia não precisa ser 
fundamentado, pois tal ato não se qualifica nem se equipara, para os fins a que se 
refere o art. 93, IX, da CF, a ato de caráter decisório, razão pela qual não reclama a 
motivação como condicionante de sua validade (HC 93.056, em 15.05.09). Na mesma 
linha, o STJ afirma que é desnecessária a fundamentação extensa ou complexa no 
despacho de recebimento da denúncia, pois este ostenta natureza interlocutória, 
dispensando, assim, aqueles requisitos próprios de uma decisão judicial (RHC 43.490, 
em 12.12.14). A exceção ocorre no rito da Lei 8.038/90, em que a decisão de 
recebimento da peça acusatória deve ser fundamentada, mesmo que de forma sucinta 
(STJ, HC 29.937, 11.06.07). Contra o recebimento não cabe recurso, mas apenas HC. 
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* Tendo em vista que o § 4º do art. 394 dispõe que as disposições dos arts. 395 a 398 
aplicam-se a todos os procedimentos penais de 1º grau, ainda que não regulados neste 
Código, mesmo que as leis especiais prevejam diferentemente, o réu sempre será 
citado para apresentar resposta à acusação quando o processo se desenrolar no 1º 
grau. 
* STF: A defesa prévia (resposta à acusação) manejada nos termos do art. 396 do CPP 
não se confunde com a defesa preliminar, que é anterior ao recebimento da acusação 
e é estabelecida em procedimentos como os das Leis 8.038/90, 9.099/95 e 
11.343/2006 (Inf. 654 – fev/12). 
* STF: O art. 409 prevê a réplica no Procedimento do Júri, dispondo que, apresentada a 
defesa, o juiz ouvirá o MP ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 
dias. Apesar de não haver previsão semelhante no Procedimento Comum, na prática 
ocorre e o STF entende que não há nulidade (Inf. 654 – fev/12). 
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir 
a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. 
* Art. 396 com a redação dada pela Lei nº 11.719, de 20-6-2008. 
* Se o acusado não for localizado para a citação pessoal, será citado por edital. Se não 
comparecer nem constituir advogado, a prescrição e o processo ficarão suspensos (art. 
366). 
* STF: As disposições dos arts. 396 e 396-A do CPP aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de 1º grau, ainda que não regulados no CPP, incluindo-se, 
assim, os processos apuratórios de crimes eleitorais (HC 107.795). 
Defesa prévia ou resposta à acusação ou resposta escrita ou resposta preliminar 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, 
quando necessário. 
* Art. 396-A acrescido pela Lei nº 11.719, de 20-6-2008. 
* A defesa deve arrolar as testemunhas na resposta à acusação, sob pena de 
preclusão. Inclusive, o STF entende que não contraria os princípios da ampla defesa e 
do contraditório o indeferimento de rol de testemunhas apresentado fora do prazo 
legal da resposta à acusação. 
* STJ: O magistrado pode, de forma motivada, deferir o pedido apresentado em 
resposta à acusação pela defesa no sentido de lhe ser permitida a indicação do rol de 
testemunhas em momento posterior. Não há que se falar em preclusão porque não 
houve inércia da parte. Não se trata, em neste caso, de testemunha do juízo (art. 209 
do CPP). Tais testemunhas serão ouvidas como testemunhas de defesa (6ª T, REsp. 
1.443.533, em 23/06/2015). 
* STJ: O juiz deverá fundamentar, ainda que sucintamente, a decisão que acolher ou 
não as teses defensivas declinadas na resposta à acusação, sob pena de configurar a 
negativa de prestação jurisdicional (6ª T, RHC 46.127, em 12/02/2015). Inclusive, se a 
resposta à acusação convencer o juiz acerca da presença de alguma causa que 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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justificaria o não recebimento da denúncia (art. 395), o juiz poderá reconsiderar o ato 
que a recebeu (6ª T, REsp. 1.318.180, 16/05/2013). 
* Apesar de o CPP ser omisso, recebida a defesa, o juiz ouvirá o MP (ou o querelante) 
sobre as preliminares e documentos, no prazo de 5 dias, em analogia ao que ocorre no 
procedimento do júri (art. 409). 
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste 
Código. 
* As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o 
andamento da ação penal (art. 111). 
* É no prazo de resposta à acusação que a defesa deve opor as exceções de 
incompetência relativa, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada, sob pena 
de preclusão (art. 108 c/c art. 110). 
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir 
defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 
10 dias. 
* Se o acusado não for encontrado para citação pessoal, será citado por edital. Se, 
citado por edital, não comparecer e nem constituir advogado, o processo e o curso do 
prazo prescricional serão suspensos (art. 366). 
* STF: As disposições dos arts. 396 e 396-A do CPP aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de 1º grau, ainda que não regulados no CPP, incluindo-se, 
assim, os processos apuratórios de crimes eleitorais (HC 107.795). 
Absolvição sumária no procedimento comum ordinário 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o 
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
* Caput alterado pela Lei nº 11.719/2008. 
* No procedimento do Júri, a absolvição sumária é regulada pelo art. 415, que, 
diferentemente do art. 397, oportuniza a absolvição sumária apenas após o 
encerramento da instrução. 
* A decisão que absolve sumariamente tem natureza de decisão interlocutória mista 
terminativa, atacada por apelação (art. 416). Já a decisão de não absolvição sumária 
tem natureza de decisão interlocutória simples, é irrecorrível, mas pode ser atacada 
por HC. Tratando-se de extinção da punibilidade, seu reconhecimento ou negativa 
desafia RESE (art. 581, VIII e IX). 
* Nesta fase vigora o princípio in dubio pro societate. Assim, no caso de dúvida, o juiz 
não deve absolver o réu, determinando o prosseguimento normal do processo. Neste 
sentido, o STJ decidiu que quando há dúvida de que o réu sabia ou não que o produto 
era criminoso, não deve o juiz absolver sumariamente o réu por ausência de dolo, já 
que, para isso, será indispensável a instrução probatória (REsp. 1.206.320, 04.09.12). 
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade; 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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* No caso de inimputabilidade (por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado que torne o sujeito, à época do fato, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento), deve-se conduzir o processo até o seu final para, então, ser aplicada 
medida de segurança, ao que se chama de absolvição imprópria. 
* No Júri, a inimputabilidade autoriza a absolvição sumária, desde que ela seja o único 
argumento da defesa (art. 415, parágrafo único, CPP). 
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV – extinta a punibilidade do agente. 
* A presença de causa extintiva da punibilidade não está elencada entre as causas de 
absolvição sumária na 1ª fase do Tribunal do Júri, o que é mais correto, pois prevalece 
o entendimento de que a sentença que declara extinta a punibilidade não tem 
natureza absolutória, mas sim declaratória. 
* Nestor Távora afirma que as hipóteses de absolvição sumária no procedimento 
comum não são exaustivas, pois é possível acrescentar, por analogia, as trazidas pelo 
art. 415, que trata da absolvição sumária no Júri: negativa de autoria e inexistência do 
fato. Ele também sustenta que todas as hipóteses de absolvição sumária, quando 
cabalmente demonstradas desde o início, também justificam o arquivamento do IP ou 
a rejeição da inicial acusatória. Este, porém, não é o entendimento dos Tribunais 
Superiores, para quem as excludentes de culpabilidade (inciso II), estritamente 
vinculadas ao mérito, devem ser analisadas no momento da sentença. 
* A exceção de incompetência relativa deve ser oposta pelo acusado no prazo da 
resposta à acusação. Se não oposta, o juiz poderá reconhecê-la de ofício até este 
momento, qual seja a absolvição sumária. Após, a competência se prorroga. 
* STF/STJ: No procedimento previsto na Lei 8.038/90, não é necessário que seja 
aplicada, por analogia, a fase de absolvição sumária estabelecida no art. 397 do CPP, 
pois o rito previsto nessa lei especial já traz a previsão do denunciado apresentar uma 
resposta preliminar e a possibilidade do Tribunal julgar improcedente a acusação antes 
mesmo da ação penal se iniciar. Dessa forma, o art. 4º da Lei 8.038/1990 tem a mesma 
finalidade e substitui a absolvição sumária do art. 397 do CPP (2ª T, HC 116.653, em 
18/02/2014; Corte Especial, APN 697, em 03/10/2012). 
Art. 398. Revogado pela Lei 11.719/2008. 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, 
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o 
caso, do querelante e do assistente. 
* De acordo com a redação expressa do art. 3º-B, XIV, do Código de Processo Penal, 
inserido pela Lei nº 13.964/2019, é de competência do Juiz das Garantias decidir sobre 
o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 – inobstante tal 
alteração atualmente encontrar-se suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal. 
* STF: Considera-se ajuizada a ação penal no momento do recebimento da denúncia 
ou queixa. 
* Na verdade, recebida a denúncia ou queixa, o juiz citará o acusado para que o 
mesmo apresente a resposta à acusação (art. 396). Com base nesta resposta, o juiz 
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pode reconsiderar a decisão de recebimento da inicial (STJ, REsp. 1.318.180, 16.05.13) 
ou absolver sumariamente o acusado. Somente se isso não acontecer é que o juiz 
marcará a audiência. 
* A audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 60 
dias, em se tratando de rito ordinário (art. 400), ou de 30 dias, se sumário (art. 531), 
contados do recebimento da denúncia, sendo indiferente o réu estar preso ou solto. 
* A vítima também deve ser intimada acerca da realização da audiência (art. 201, § 2º). 
* STF: A decisão de recebimento da denúncia prescinde de fundamentação por não se 
equiparar a ato decisório para os fins do art. 93, IV, da CF. Assim, não precisa ser 
fundamentada (1ª T, RHC 118.379, em 11/03/2014). 
* STJ: O juiz deverá fundamentar, ainda que sucintamente, a decisão que acolher ou 
não as teses defensivas declinadas na resposta à acusação e, consequentemente, não 
absolver sumariamente o réu, sob pena de configurar a negativa de prestação 
jurisdicional (5ª T, HC 183.355, em 03/05/2012; 6ª T, RHC 46.127, em 12/02/2015). 
§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o 
poder público providenciar sua apresentação. 
* Em regra, o interrogatório do réu preso será realizado no estabelecimento em que 
estiver recolhido (art. 185, § 1º). Excepcionalmente, e desde que para atender as 
finalidades previstas no § 2º do art. 185, o juiz poderá realizar o interrogatório do réu 
preso por videoconferência. Somente se não for possível realizar o interrogatório no 
estabelecimento prisional ou por videoconferência é que o juiz requisitará a 
apresentação do réu preso para comparecer ao interrogatório (art. 185, § 7º). 
* A não apresentação do réu preso acarretará a nulidade do processo. Já em se 
tratando de réu solto, caso não compareça, nem justifique, poderá ser conduzido 
coercitivamente. 
Princípio da identidade física do juiz 
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
* STF/STJ: O princípio da identidade física do juiz não se aplica ao procedimento para a 
apuração de ato infracional (2ª T, RHC 105.198, 23.11.10; 5ª T, HC 162.737, 03.02.11; 
e 6ª T, RHC 26.050, 14.06.11). 
* STJ: O juiz que está em gozo de suas férias não pode sentenciar. Esta função cabe ao 
juiz substituto (HC 184.838, 04.08.11). 
Audiência de instrução e julgamento no procedimento comum ordinário 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 
60 dias, proceder-se-á (1º) à tomada de declarações do ofendido, (2º) à inquirição das 
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o 
disposto no art. 222 deste Código, bem como (3º) aos esclarecimentos dos peritos, 
(4º) às acareações e (5º) ao reconhecimento de pessoas e coisas, (6º) interrogando-se, 
em seguida, o acusado. 
* Caput com a redação dada pela Lei nº 11.719/2008. 
* STJ: Superado o período de vacatio legis, a Lei 11.719/2008 incide imediatamente 
sobre os feitos em curso. Assim, mesmo que o interrogatório já tenha sido agendado, 
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se o mesmo ainda não foi realizado, agora terá que ser transferido para o final da 
instrução. O art. 196 apenas confere ao juiz a possibilidade de reinterrogar o réu, não 
lhe sendo facultada a possibilidade de subverter a ordem dos atos instrutórios (Inf. 470 
– abr/11). 
* O prazo de 60 dias para a realização da audiência é contado do recebimento da 
denúncia, sendo indiferente o réu estar preso ou solto. Lembrando que no 
Procedimento Sumário (art. 531) e no procedimento relativo aos processos por crimes 
da Lei de Drogas o prazo é de 30 dias (art. 56, § 2º, da Lei 11.343/2006). 
* Podem ser ouvidas até 8 testemunhas (art. 401). Lembrando que no Procedimento 
Sumário e Sumaríssimo são 5 testemunhas. 
* A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de 
sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória. 
* No Procedimento Sumário, a audiência de instrução e julgamento tem o mesmo 
formato. A diferença é que lá será realizada no prazo máximo de 30 dias. Já no 
Procedimento Sumaríssimo, nãohá previsão de esclarecimentos dos peritos, 
acareações e reconhecimento de pessoas e coisas (art. 81 da Lei 9.099/95). 
* STF: Não há direito absoluto à produção de prova. Em casos complexos, há que se 
confiar no prudente arbítrio do juiz da causa, mais próximo dos fatos, quanto à 
avaliação da pertinência e relevância das provas requeridas pelas partes. Assim, não há 
nulidade se o juiz indefere, de modo fundamentado, a oitiva das vítimas do crime. Em 
regra, o ofendido deverá ser ouvido na audiência de instrução. No entanto, a 
obrigatoriedade de oitiva da vítima deve ser compreendida à luz da razoabilidade e da 
utilidade prática da colheita da referida prova (1ª T, HC 131.158, em 26/04/2016). 
* STF/STJ: O art. 400 do CPP, em sua nova redação, deve suplantar o estatuído no art. 
7º da Lei 8.038/90, haja vista possibilitar ao réu o exercício de sua defesa de modo 
mais eficaz, inclusive nos procedimentos de competência originária do STF. Assim, 
mesmo nos feitos de competência originária de Tribunal Superior, o interrogatório 
deve ser realizado ao final da instrução, caso o mesmo ainda não tenha sido realizado 
(Plenário, AP 528, 24/03/2011; 5ª T, HC 208.554, 06/08/2013; 6º T, HC 257.068, 
30/04/2013). 
* STJ: O depoimento sem dano consiste na oitiva judicial de crianças e adolescentes 
que foram supostamente vítimas de crimes contra a dignidade sexual por meio de um 
procedimento especial que consiste no seguinte: a criança ou o adolescente fica em 
uma sala reservada, sendo o depoimento colhido por um técnico (psicólogo ou 
assistente social) que faz as perguntas de forma indireta, por meio de uma conversa 
em tom mais informal e gradual, à medida que vai se estabelecendo uma relação de 
confiança entre ele e a vítima. O juiz, o Ministério Público, o réu e o 
Advogado/Defensor Público acompanham, em tempo real, o depoimento em outra 
sala por meio de um sistema audiovisual que está gravando a conversa do técnico com 
a vítima. Atualmente a legislação não prevê expressamente essa prática. Apesar disso, 
o STJ entende que, nos crimes sexuais contra criança e adolescente, é válida a 
inquirição da vítima na modalidade do “depoimento sem dano”, em respeito à sua 
condição especial de pessoa em desenvolvimento, inclusive antes da deflagração da 
persecução penal, mediante prova antecipada. Assim, não configura nulidade por 
cerceamento de defesa o fato de o defensor e o acusado de crime sexual praticado 
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contra criança ou adolescente não estarem presentes na oitiva da vítima devido à 
utilização do método de inquirição denominado “depoimento sem dano” (5ª T, RHC 
45.589, em 24/02/15). 
* Plenário: A exigência de realização do interrogatório ao final da instrução criminal, 
conforme o art. 400 do CPP, é aplicável no âmbito de processo penal militar. A 
realização do interrogatório ao final da instrução criminal, prevista no art. 400 do CPP, 
na redação dada pela Lei nº 11.719/2008, também se aplica às ações penais em 
trâmite na Justiça Militar, em detrimento do art. 302 do CPPM. Logo, na hipótese de 
crimes militares, o interrogatório também deve ser realizado depois da oitiva das 
testemunhas, ao final da instrução (HC 127.900, em 03/03/2016). 
* STF/STJ: Se o art. 57 da Lei 11.343/2006 determina que o interrogatório do acusado 
será o primeiro ato da audiência de instrução e julgamento, ao passo que o art. 400 do 
CPP prevê a realização de tal ato somente ao final, não há dúvidas de que deve ser 
aplicada a legislação específica, pois as regras do procedimento comum ordinário só 
têm lugar no procedimento especial quando nele houver omissões ou lacunas (2ª T, HC 
121.953, em 10/06/2014; 5ªT, RHC 40.837, 11/12/2013; 6ª T, HC 212.273, em 
11/03/20/14). 
* O Plenário do STF decidiu que o art. 400 do CPP deve suplantar o art. 302 do CPPM, 
de forma que no processo penal militar, o interrogatório também deve ser o último 
ato da instrução. Durante os debates, os Ministros assinalaram que este também deve 
ser o entendimento a ser seguido no procedimento previsto na Lei de Drogas (art. 57) 
e no processo de crimes eleitorais (HC 127.900, em 03/03/2016). 
* LEI DE DROGAS. O interrogatório, na Lei de Drogas, é o último ato da instrução. 
Importante!!! O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório deverá ser realizado como 
último ato da instrução criminal. Essa regra deve ser aplicada: 
- nos processos penais militares; 
- nos processos penais eleitorais e 
- em todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas). 
Essa tese acima exposta (interrogatório como último ato da instrução em todos os 
procedimentos penais) só se tornou obrigatória a partir da data de publicação da ata 
de julgamento do HC 127.900/AM pelo STF, ou seja, do dia 11/03/2016 em diante. Os 
interrogatórios realizados nos processos penais militares, eleitorais e da lei de drogas 
até o dia 10/03/2016 são válidos mesmo que tenham sido efetivados como o primeiro 
ato da instrução. STF. Plenário. HC 127.900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma. HC 397.382-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 3/8/2017 (Informativo 609-STJ.2017). 
Princípio da concentração 
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 
* Não cabe recurso contra a decisão do juiz que defere ou indefere as diligências 
requeridas. Entretanto, contra o deferimento, poderá o interessado ingressar com 
correição parcial ou MS. Já contra o indeferimento, se logo após o juiz proferir 
sentença em audiência, restará ao interessado apelar da sentença, arguindo, em 
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preliminar, nulidade processual por cerceamento de defesa ou de acusação, conforme 
o caso. Se, contudo, relegar o juiz a prolação da sentença para momento posterior, 
poderá o interessado, neste interregno, deduzir HC, MS ou correição parcial. 
§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 
* Este dispositivo deve ser conjugado ao art. 159, § 5º, I, de forma que o mandado de 
intimação dos peritos e os quesitos a serem esclarecidos devem ser encaminhados 
com antecedência mínima de 10 dias da audiência. 
ATENÇÃO – NOVIDADE LEGISLATIVA Art. 400-A. Na audiência de instrução e 
julgamento, e, em especial, nas que apurem crimes contra a dignidade sexual, todas as 
partes e demais sujeitos processuais presentes no ato deverão zelar pela integridade 
física e psicológica da vítima, sob pena de responsabilização civil, penal e 
administrativa, cabendo ao juiz garantir o cumprimento do disposto neste artigo, 
vedadas: 
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de 
apuração nos autos; 
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a dignidade 
da vítima ou de testemunhas. 
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 testemunhas arroladas pela 
acusação e 8 pela defesa. 
* Em relação ao MP e ao querelante, o arrolamento das testemunhas deve ser feito na 
inicial acusatória (art. 41); já para a defesa, o arrolamento deve ser feito na resposta à 
acusação, sob pena de preclusão (art. 396-A). 
* Para a acusação, o número de testemunhas é definido segundo a quantidade de 
fatos imputados, independentemente da quantidade de acusados. Para a defesa, o 
número de testemunhas é definido não apenas em relação aos fatos, mas também em 
relação ao número de réus. 
* Serão 8 testemunhas nos seguintes procedimentos: ordinário, 1ª fase do Júri,crimes 
de responsabilidade de funcionário público, crimes contra a honra, crimes contra a 
propriedade imaterial, crimes de competência dos tribunais e crimes eleitorais cuja 
pena máxima seja igual ou superior a 4 anos. 
* Serão 5 testemunhas nos seguintes procedimentos: sumário, sumaríssimo (JECRIM), 
2ª fase do Júri, crimes falimentares, lei de drogas e crimes eleitorais cuja pena máxima 
seja inferior a 4 anos. 
* Serão 3 testemunhas na audiência que se segue após o aditamento em razão da 
mutatio libelli (art. 384, § 4º) e no procedimento do crime de abuso de autoridade. 
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as 
referidas. 
* Além dessas, também não serão computadas as testemunhas judiciais e aquelas que 
nada souberem que importe à decisão da causa (art. 209, caput e § 2º). 
* As testemunhas que não prestam compromisso são: o ascendente ou descendente, o 
afim em linha reta, o cônjuge ou companheiro, ainda que desquitado, o irmão, o pai, a 
mãe, o filho adotivo do acusado, os menores de 14 anos e os doentes e deficientes 
mentais. 
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* Testemunhas referidas são aquelas que, embora não tenham sido arroladas nos 
momentos ordinários, poderá ser inquirida pelo juiz de ofício ou a requerimento das 
partes, em razão de ter sido citada por outra testemunha. 
* STF: O rito especial do Tribunal do Júri limita o número de testemunhas a serem 
inquiridas e, ao contrário do procedimento comum, não exclui dessa contagem as 
testemunhas que não prestam compromisso legal (1ª T, HC 131158, em 26/04/2016). 
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, 
ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. 
* STF: A desistência da oitiva de testemunha arrolada pela própria defesa, que 
inclusive poderia vir a ser inquirida em plenário caso algo de relevante tivesse a dizer, 
constitui adequada tática da defesa (HC 103569, 24.08.10). 
* Nestor Távora e Norberto Avena defendem que, em atenção ao princípio da 
comunhão das provas, se a parte contrária insistir na oitiva, a testemunha deve ser 
ouvida. 
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
* Norberto Avena afirma que no Procedimento Sumário não há previsão de 
oportunidade para que as partes requeiram diligências complementares ao juiz. 
Contudo, isso não implica vedação, pois as disposições do Procedimento Ordinário 
podem ser aplicadas subsidiariamente ao Sumário (art. 394, § 5º). 
Alegações finais orais 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão 
oferecidas alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela acusação e 
pela defesa, prorrogáveis por mais 10, proferindo o juiz, a seguir, sentença. 
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será 
individual. 
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 
10 minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. 
Memoriais 
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, 
conceder às partes o prazo de 5 dias sucessivamente para a apresentação de 
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 dias para proferir a sentença. 
* A mera conveniência das partes não deve lastrear a substituição dos debates orais 
por memoriais. Procedendo desta forma, o magistrado estará tumultuando o 
processo, o que dá ensejo ao manejo da correição parcial. Advirta-se, entretanto, que 
o STJ, em outros procedimentos que contemplam sustentação oral, já entendeu que a 
substituição por memoriais, com aquiescência das partes, não implica nulidade. 
* Norberto Avena afirma que no Procedimento Sumário e no Tribunal do Júri não há 
previsão de que as alegações finais orais possam ser substituídas por memoriais. 
Contudo, isso não implica vedação, pois as disposições do Procedimento Ordinário 
podem ser aplicadas subsidiariamente (art. 394, § 5º). 
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* FCC – DPE/SP 2012: “A ausência de previsão expressa da possibilidade de conversão 
das alegações finais orais em memoriais no rito sumário não impede que o juiz 
conceda às partes o prazo de 5 dias para a juntada de memoriais”. (C) 
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento 
da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. 
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes 
apresentarão, no prazo sucessivo de 5 dias, suas alegações finais, por memorial, e, no 
prazo de 10 dias, o juiz proferirá a sentença. 
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo 
juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. 
* Caput com a redação dada pela Lei nº 11.719, de 20-6-2008. 
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, 
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, 
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior 
fidelidade das informações. 
* § 1º acrescido pela Lei nº 11.719, de 20-6-2008. 
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do 
registro original, sem necessidade de transcrição. 
(...) 
Título II 
Dos Processos Especiais 
Capítulo I 
Do Processo e do Julgamento dos Crimes de Falência 
Arts. 503 a 512. Revogados pela Lei 11.101/2005. 
Capítulo II 
Do Processo e do Julgamento dos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários 
Públicos 
* STJ: O procedimento especial previsto nos arts. 513 a 518 do CPP só se aplica aos 
delitos funcionais típicos previstos nos arts. 312 a 326 do CP. No caso dos autos, os 
recorrentes foram denunciados pelo crime de fraude à licitação, o que afasta a 
incidência do art. 514 do CPP (5ª T, RHC 37.309, em 03/09/2013). 
* STJ: Não cabe a defesa preliminar prevista no art. 514 do CPP se a denúncia imputa 
ao agente público crime funcional e crime não funcional (6ª T, HC 171.117, 
23/04/2013). 
* O procedimento especial previsto nos arts. 513 a 518 do CPP não se aplica a quem 
possua foro privilegiado junto ao STF, STJ, TJ e TRF, pois neste caso é aplicada a Lei 
8.038/90. 
Art. 513. Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e 
julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com 
documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
46 
declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas 
provas. 
* Este dispositivo permite que a denúncia ou a queixa sejam oferecidas sem a prova 
pré-constituída da materialidade do crime. 
Defesa preliminar 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, 
dentro do prazo de 15 dias. 
* Este artigo trata da defesa preliminar no processo e julgamento dos funcionários 
públicos, em que o acusado tentará convencer o juiz acerca da rejeição da denúncia ou 
queixa. 
* Todos os crimes previstos nos arts. 312 a 326 do CP são afiançáveis.* Rememorando que a notificação do acusado, para resposta da defesa preliminar, e a 
eventual rejeição da denúncia ou da queixa, são atribuições do juiz das garantias. 
* STJ: Havendo mais de um réu, a defesa preliminar somente será oportunizada 
àqueles que estejam na condição de funcionário público (HC 102.816, 08/09/2011). 
* STF/STJ: Configura nulidade relativa à ausência de abertura de prazo para o 
oferecimento de defesa preliminar, devendo ser arguida em momento oportuno e com 
demonstração de prejuízo, sob pena de preclusão (2ª T, RHC 120.569, em 11/03/2014; 
6ª T, REsp. 1.209.625, em 13/08/2013). 
* STF/STJ: Com a superveniência de sentença condenatória, que denota a viabilidade 
da ação penal, está prejudicada a alegação de nulidade processual por falta de defesa 
prévia à denúncia (2ª T, HC 128109, em 09/09/2015; 5ª T, HC 152198, 16.03/2012). 
* Súmula 330 do STJ. É desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do 
CPP, na ação penal instruída por inquérito policial. Obs.: o atual entendimento das 
duas turmas do STF é no sentido de que o fato de a denúncia estar acompanhada por 
IP não dispensa a notificação para a apresentação da defesa preliminar (1ª T, HC 
95.969, 12.06.09; 2ª T, RHC 120.569, em 11/03/14). Apesar disso, o STJ continua 
aplicando a sua Súmula (6ª T, AREsp. 614.524, em 14/04/2015). 
* Plenário: Se o acusado, à época do oferecimento da denúncia, não era mais 
funcionário público, não terá direito à defesa preliminar de que trata o art. 514 do CPP 
(AP 465, em 24/04/2014). 
* STJ: Nos casos de crimes praticados por servidor público contra a Administração, não 
tem validade a notificação prévia se, ao tempo da ação penal, ele não mais exercia a 
função pública (RHC 31.752, 04.05.12). 
* STF: O procedimento especial previsto no art. 514 do CPP não é de ser aplicado ao 
funcionário público que deixou de exercer a função na qual estava investido (HC 
95.402). 
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora 
da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a 
resposta preliminar. 
* Não haverá citação por edital nesta etapa. 
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47 
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a 
resposta (15 dias), os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados 
pelo acusado ou por seu defensor. 
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações. 
* A defesa preliminar pode ser apresentada pelo próprio funcionário público, pois o 
ato não exige capacidade postulatória. 
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se 
convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou 
da improcedência da ação. 
* Essa decisão de recebimento ou de rejeição é de competência do juiz das garantias. 
* Contra esta decisão cabe RESE. 
* O juiz das garantias também rejeitará a denúncia ou queixa se verificar a ocorrência 
das hipóteses do art. 395 (ex: falta de justa causa), não detectadas previamente à 
notificação para a defesa preliminar. 
* STJ: Em regra, a decisão que recebe a denúncia prescinde de fundamentação 
complexa, justamente em razão da sua natureza interlocutória. Contudo, há casos em 
que se poderia falar em necessidade de recebimento fundamentado da peça 
vestibular, como por exemplo, nos crimes cujo rito estabeleça a apresentação de 
defesa preliminar, visto que não faria sentido o acusado expor os motivos para elidir o 
recebimento da denúncia e o Juízo não rebater os argumentos trazidos, aduzindo as 
razões que o levaram a realizar um juízo de admissibilidade positivo (HC 173.212, 
01.12.11). 
* STF: A decisão que recebe a inicial deve ser minimamente motivada quanto aos 
argumentos expostos, sob pena de nulidade absoluta (HC 84.919, 02.02.10). 
* STJ: A decisão do juiz quanto ao recebimento ou rejeição da denúncia deverá ser 
motivada, sob pena de nulidade relativa (HC 173.212, 01.12.11). 
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma 
estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I. 
* A citação é atribuição do juiz natural responsável pela instrução e julgamento. 
* Neste momento, o réu será citado para apresentar resposta à acusação. 
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o 
disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro. 
* Acusação e defesa poderão arrolar 8 testemunhas. 
Capítulo III 
Do Processo e do Julgamento dos Crimes de Calúnia, Difamação e Injúria, de 
Competência do Juiz Singular. 
* A omissão do CPP a respeito da difamação deve-se à circunstância de que, à época 
em que foi editado, o CP não estabelecia a difamação com um tipo penal autônomo. 
Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma 
estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, 
deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes. 
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48 
* Acusação e defesa poderão arrolar 8 testemunhas. 
* Se a PPL não for superior a 2 anos, será aplicado o rito sumaríssimo (Lei 9.099/95), 
salvo se praticado mediante violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 7º, V, 
da Lei Maria da Penha), pois o art. 41 da Lei Maria da Penha veda a incidência a Lei 
9.099/95. 
Audiência de conciliação 
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se 
reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a 
presença dos seus advogados, não se lavrando termo. 
* Certamente essa audiência ficará a cargo do juiz das garantias, tendo em vista que 
nessa fase ainda não houve o recebimento da denúncia. Nada obstante, tal 
posicionamento ainda deverá ser confirmado no âmbito da doutrina e da 
jurisprudência acerca das mudanças promovidas pelo Pacote Anticrime na legislação 
processual penal; 
* Prevalece que esta audiência é uma condição de prosseguibilidade. 
* Não há que se falar em audiência de conciliação na ação penal pública, seja ela 
incondicionada ou condicionada à representação. 
* STJ: O não comparecimento do querelante à audiência de conciliação prevista no art. 
520 do CPP não implica na ocorrência de perempção, visto que esta pressupõe a 
existência de ação penal privada em curso, o que se dá apenas com o devido 
recebimento da inicial acusatória (REsp. 605.871, 14/06/2004). 
* Avena: O não comparecimento do querelado à audiência de conciliação abre duas 
opções ao juiz: a) receber a queixa e ordenar o prosseguimento da ação; ou b) 
determinar a condução coercitiva do querelado. 
* STJ: O art. 520 do CPP estabelece dois momentos para a conciliação. No 1º 
momento, o juiz deve conversar separadamente com cada uma das partes e, em um 
segundo momento, avistando possível conciliação promoverá o entendimento entre 
querelante e querelado. Assim, o 2º momento da conciliação, audiência conjunta entre 
as partes, é necessário tão-somente em caso de o juiz entrever a possibilidade de 
conciliação (REsp. 631.596, 09/05/2005). 
* STJ: Não existe violação ao art. 520 do CPP, nos casos em que o magistrado indefere 
liminarmente a queixa-crime, sem marcar audiência de tentativa de conciliação, 
quando entende ausente requisito necessário para o recebimento da exordial 
acusatória, como a atipicidade da conduta (REsp 647.446, 08/11/2004). 
* Corte Especial: Tratando-se de ação penal privada sujeita à Lei 8.038/90, não há 
falar-se em audiência de conciliação (APn 165, 22/04/2002). 
* STJ:A realização da audiência de conciliação após o recebimento da queixa não 
acarreta, por si só, a nulidade do processo. Para tanto, é preciso que se demonstre o 
prejuízo (HC 112.003, 16/11/2010). 
* Avena: A não realização da audiência de conciliação consubstancia constrangimento 
ilegal gerador de nulidade absoluta, em que se presume o prejuízo. 
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a 
reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presença. 
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Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da 
desistência, a queixa será arquivada. 
* Exceção da verdade e exceção de notoriedade 
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato 
imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de 2 dias, podendo ser 
inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em 
substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal. 
* A exceção da verdade consiste na oportunidade assegurada ao querelado para 
demonstrar a veracidade das afirmações consideradas ofensivas pelo querelante. Só é 
admitida na difamação praticada contra funcionário público no exercício de suas 
funções (art. 139, parágrafo único) e no crime de calúnia (art. 138, § 2º CP). Não 
obstante, mesmo na calúnia, não será possível a exceção da verdade se, constituindo o 
fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível; se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no inc. I do art. 141 
(Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro); e se do crime imputado, 
embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
* A exceção de notoriedade consiste na oportunidade assegurada ao querelado para 
demonstrar que a afirmação realizada não causou reação no meio social, já que 
respeita a fato conhecido por todos. Só é admitida na difamação, independentemente 
da condição do ofendido. 
* O art. 523 não prevê o prazo que o querelado possui para apresentar a exceção da 
verdade. Diante desta lacuna da lei, a doutrina e a jurisprudência sempre afirmaram 
que a exceção da verdade deve ser apresentada na primeira oportunidade em que a 
defesa se manifestar nos autos. 
* Apesar de o art. 523 fazer referência apenas ao querelante, sugerindo que essas 
exceções seriam cabíveis apenas em ação penal privada, nada impede que elas sejam 
manejadas em ação penal pública. 
* Contemporaneamente à apresentação da resposta, poderá o querelado, em petição 
distinta, apresentar exceção da verdade ou exceção da notoriedade do fato. O 
processo principal será suspenso. 
* Corte Especial: Não ocupando mais o ofendido a condição de funcionário público, a 
razão de ser da exceção desaparece (Exceção da Verdade 52, 27.03.08). 
* Se o ofendido goza de foro privilegiado, a exceção de verdade ou de notoriedade 
será julgada perante o respectivo tribunal. Exemplificando, se a suposta vítima do 
crime contra a honra é um Deputado Federal, caso seja apresentada a exceção, esta 
deverá ser julgada perante o STF. 
* Contra a decisão do juiz que não admite a juntada da exceção da verdade ou da 
notoriedade, o excipiente poderá interpor apelação baseada no art. 593, II, pois tal 
decisão tem natureza de decisão interlocutória mista terminativa; ou aguardar a 
sentença final e, se houver condenação, apelar com base no art. 593, I, suscitando, em 
preliminar, nulidade processual em face da violação à ampla defesa decorrente da 
inadmissão da exceptio. 
Capítulo IV 
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50 
Do Processo e do Julgamento dos Crimes contra a Propriedade Imaterial 
* As peculiaridades atinentes ao processo dos crimes contra a propriedade imaterial 
ocorrem apenas na fase pré-processual. Isto porque, oferecida e recebida a inicial 
acusatória, o procedimento a ser seguido será idêntico ao rito comum ordinário. 
* Os crimes praticados contra a propriedade imaterial (inclusive os contra a 
propriedade industrial) são, de regra, apurados mediante ação penal privada, com 
exceção dos elencados nos arts. 184, §§ 1º, 2º e 3º, do CP e 191 da Lei n. 9.279/1996, 
além dos cometidos em prejuízo de entes de direito público. 
* O disposto nos arts. 524 a 530 é aplicado para os crimes de ação penal privada. 
Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, 
observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as 
modificações constantes dos artigos seguintes. 
* Acusação e defesa poderão arrolar 8 testemunhas. 
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será 
recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o 
corpo de delito. 
* A admissibilidade da inicial acusatória só é condicionada à apresentação de prova 
pericial quando, a exemplo deste caso, é exigida por lei, ou seja, não é a regra geral. 
* O despacho que rejeita a denúncia ou queixa é de competência do Juiz das Garantias. 
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada 
qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido. 
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por 2 peritos nomeados 
pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se 
realize, quer não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 dias após o 
encerramento da diligência. 
* A maioria dos crimes contra a propriedade imaterial deixa vestígios, daí por que a 
parte deve requerer a realização da medida preparatória de busca e apreensão como 
forma de colher a prova da materialidade delitiva e dos indícios de sua autoria. 
* A medida de busca e apreensão deve atender aos procedimentos dispostos na 
Cadeia de Custódia, elencados nos artigos 158-A a 158-F, do Código de Processo Penal, 
inseridos pela Lei nº 13.964/2019, cujos dispositivos encontram-se plenamente em 
vigor. 
* STJ: O fato de apenas um perito oficial ter efetivado a diligência não leva à nulidade 
do procedimento. Exige-se a presença de 2 peritos apenas quando estes não forem 
oficiais (RMS 31.050, 28.06.11). 
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à 
apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das 
razões aduzidas pelos peritos. 
* A parte contrária (provável acusado) não poderá contestar as diligências, pois nesta 
fase não há contraditório. 
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação 
do laudo. 
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51 
* Essa homologação não importa em julgamento definitivo sobre a materialidade do 
crime. 
* Cabe apelação contra a decisão que homologa o laudo (art. 593, II). 
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com 
fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a 
homologação do laudo. 
* STJ: Produzido o laudo pericial e constatada a materialidade do crime, o prazo de 30 
dias para o oferecimento da queixa flui a partir da intimação da sentença de 
homologação do laudo pericial (REsp. 402.488, 07.12.09). 
* Cespe – TRF 5ª R 2011: “Tratando-se de delitos contra a propriedade imaterial que 
deixem vestígios, o prazo para o oferecimento de queixa-crime é de 30 dias contados 
daciência da homologação do laudo pericial produzido na medida preparatória de 
busca e apreensão”. (C) 
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão 
requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida 
queixa no prazo fixado neste artigo. 
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo a 
que se refere o artigo anterior será de 8 dias. 
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se proceda 
mediante queixa. 
* O disposto nos art. 530-B a 530-H é aplicado para os crimes de ação penal pública, 
condicionada ou incondicionada. 
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 184 do CP, a 
autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou 
reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e 
materiais que possibilitaram a sua existência, desde que estes se destinem 
precipuamente à prática do ilícito. 
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por duas ou mais 
testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e informações sobre suas 
origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o processo. 
* STJ: Não enseja nulidade a falta da assinatura de testemunhas, especificamente 
designadas para esse fim no termo de busca e apreensão, por se tratar de mera 
irregularidade formal, sendo certo que os policiais e os oficiais de justiça que 
participaram da medida podem figurar como testemunhas (Inf. 479 – jun/11). 
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na falta 
deste, por pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e 
elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial ou o processo. 
* STJ: É suficiente, para a comprovação da materialidade do delito previsto no art. 184, 
§ 2º, do CP, a perícia realizada por amostragem sobre os aspectos externos do 
material apreendido, sendo desnecessária a identificação do seu conteúdo. Além 
disso, é dispensável a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou de 
quem os represente (3ª Seção, REsp. 1.456.239 e REsp. 1.485.832, em 12.08.15 - 
Recurso Repetitivo). 
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52 
Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis 
depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz 
quando do ajuizamento da ação. 
Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito, o juiz poderá 
determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção ou reprodução 
apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou quando a ação 
penal não puder ser iniciada por falta de determinação de quem seja o autor do ilícito. 
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a 
destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos 
equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção e 
reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los 
aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de ensino e pesquisa 
ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse público, 
ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos canais de comércio. 
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos 
poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes 
previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado em detrimento de qualquer 
de seus associados. 
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondicionada ou 
condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-
E, 530-F, 530-G e 530-H. 
Capítulo V 
Do Processo Sumário 
* O procedimento sumário deverá ser aplicado ao processo criminal quando tiver por 
objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 anos de PPL, não 
importando a natureza dessa pena, vale dizer, se reclusão ou detenção (art. 394, § 1º, 
II, do CPP). Necessário, porém, excluir da abrangência desse rito as infrações de menor 
potencial ofensivo (as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não 
ultrapasse 2 anos, cumulada ou não com multa) quando em tramitação perante o 
juizado especial criminal, pois, nesses casos, o procedimento aplicável será o 
sumaríssimo (art. 394, § 1º, III, do CPP). 
Audiência de instrução e julgamento no procedimento comum sumário 
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 
30 dias, proceder-se-á à (1º) tomada de declarações do ofendido, se possível, (2º) à 
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, 
ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como (3º) aos esclarecimentos 
dos peritos, (4º) às acareações e (5º) ao reconhecimento de pessoas e coisas, (6º) 
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, (7º) ao debate. 
* O prazo de 30 dias para a realização da audiência é contado do recebimento da 
denúncia pelo juiz das garantias, sendo indiferente o réu estar preso ou solto. 
Lembrando que no Procedimento Ordinário o prazo é de 60 dias (art. 400). 
* STJ: O depoimento sem dano consiste na oitiva judicial de crianças e adolescentes 
que foram supostamente vítimas de crimes contra a dignidade sexual por meio de um 
procedimento especial que consiste no seguinte: a criança ou o adolescente fica em 
CPF: 860.542.154-18
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53 
uma sala reservada, sendo o depoimento colhido por um técnico (psicólogo ou 
assistente social) que faz as perguntas de forma indireta, por meio de uma conversa 
em tom mais informal e gradual, à medida que vai se estabelecendo uma relação de 
confiança entre ele e a vítima. O juiz, o Ministério Público, o réu e o 
Advogado/Defensor Público acompanham, em tempo real, o depoimento em outra 
sala por meio de um sistema audiovisual que está gravando a conversa do técnico com 
a vítima. Atualmente a legislação não prevê expressamente essa prática. Apesar disso, 
o STJ entende que, nos crimes sexuais contra criança e adolescente, é válida a 
inquirição da vítima na modalidade do “depoimento sem dano”, em respeito à sua 
condição especial de pessoa em desenvolvimento, inclusive antes da deflagração da 
persecução penal, mediante prova antecipada. Assim, não configura nulidade por 
cerceamento de defesa o fato de o defensor e o acusado de crime sexual praticado 
contra criança ou adolescente não estarem presentes na oitiva da vítima devido à 
utilização do método de inquirição denominado “depoimento sem dano” (5ª T, RHC 
45.589, em 24/02/15). 
* STF: Não há direito absoluto à produção de prova. Em casos complexos, há que se 
confiar no prudente arbítrio do juiz da causa, mais próximo dos fatos, quanto à 
avaliação da pertinência e relevância das provas requeridas pelas partes. Assim, não há 
nulidade se o juiz indefere, de modo fundamentado, a oitiva das vítimas do crime. Em 
regra, o ofendido deverá ser ouvido na audiência de instrução. No entanto, a 
obrigatoriedade de oitiva da vítima deve ser compreendida à luz da razoabilidade e da 
utilidade prática da colheita da referida prova (1ª T, HC 131.158, em 26/04/2016). 
* Podem ser ouvidas até 5 testemunhas (art. 532). Lembrando que no Procedimento 
Ordinário podem ser arroladas até 8 testemunhas (art. 401). 
* A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de 
sua residência,expedindo-se, para esse fim, carta precatória. 
* No Procedimento Ordinário, a audiência de instrução e julgamento tem o mesmo 
formato. A diferença é que lá será realizada no prazo máximo de 60 dias (art. 400). Já 
no sumaríssimo, não há previsão de esclarecimentos dos peritos, acareações e 
reconhecimento de pessoas e coisas (art. 81 da Lei 9.099/95). 
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 testemunhas arroladas pela 
acusação e 5 pela defesa. 
* Serão 5 testemunhas nos seguintes procedimentos: sumário, sumaríssimo (JECRIM), 
2ª fase do Júri, crimes falimentares, lei de drogas e crimes eleitorais cuja pena máxima 
seja inferior a 4 anos. 
* Serão 8 testemunhas nos seguintes procedimentos: ordinário, 1ª fase do Júri, crimes 
de responsabilidade de funcionário público, crimes contra a honra, crimes contra a 
propriedade imaterial, crimes de competência dos tribunais e crimes eleitorais cuja 
pena máxima seja igual ou superior a 4 anos. 
* Serão 3 testemunhas na audiência que se segue após o aditamento em razão da 
mutatio libelli (art. 384, § 4º) e no procedimento do crime de abuso de autoridade. 
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos do art. 400 
deste Código. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
54 
* De acordo com o § 1º, as provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz 
indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Já o § 2º dispõe 
que os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes, 
exigindo que o perito seja intimado com 10 dias de antecedência. 
* Avena: no procedimento ordinário, o juiz oportunizará às partes, ao final da 
audiência de instrução, o pedido de novas diligências (art. 402). No procedimento 
sumário, não há essa previsão, mas isso não implica vedação, pois o art. 394, § 5º, 
manda aplicar as disposições do procedimento ordinário subsidiariamente. 
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à 
acusação e à defesa, pelo prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, proferindo o 
juiz, a seguir, sentença. 
* Avena: no procedimento ordinário, há previsão de que as alegações finais possam 
ser substituídas por memoriais escritos (art. 403, § 3º). No procedimento sumário, não 
há essa previsão, mas isso não implica vedação, pois o art. 394, § 5º, manda aplicar as 
disposições do procedimento ordinário subsidiariamente. 
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será 
individual. 
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 
10 minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. 
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante, 
determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. 
§§ 1º e 2º Revogados pela Lei 11.719/08. 
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da 
suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no art. 531 
deste Código. 
Art. 537. Revogado pela Lei 11.71908. 
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial 
criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro 
procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. 
Arts. 539 e 540. Revogados pela Lei 11.719/08. 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
55 
3. JURISPRUDÊNCIA 
 
STJ: A realização da gravação, nas circunstâncias em que levada a efeito – em oitiva 
formal de assistido seu, oficial e notoriamente registrada em sistema audiovisual pela 
autoridade administrativa responsável pelo ato – não se confunde com a escuta 
ambiental indevida (tipificada como crime no art. 20 da Lei 9.296/96) e é legalmente 
permitida, independentemente de prévia autorização da autoridade incumbida da 
presidência do ato, nos explícitos termos do art. 387, § 6º, do Código de Processo Civil, 
diploma jurídico de aplicação supletiva aos procedimentos administrativos em geral. 
STJ, HC 662.690, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5ª Turma, j. 17.05.2022 
 
STJ: Ainda que não se tenha verificado, por ocasião da apresentação da primeira 
resposta à acusação, a citação formal do recorrente para responder à ação penal, este 
estava ciente da acusação, tendo, inclusive, constituído advogado, o qual apresentou 
resposta à acusação, em observância ao regramento legal. Nesse contexto, a citação 
formal do recorrente em momento posterior não tem o condão de invalidar a primeira 
resposta à acusação. Assim, não havendo qualquer mácula a ser reconhecida com 
relação à primeira resposta à acusação, a qual apenas reforça que o recorrente já 
estava a par da acusação e pôde exercer a tempo e a modo sua ampla defesa, a nova 
resposta à acusação não pode ser considerada, haja vista a preclusão consumativa. STJ, 
AgRg no RHC 166.837, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, j. 02.08.2022 
 
STJ: A jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de que é possível a retirada do 
réu da sala de audiência, desde que devidamente fundamentado pelo juiz que sua 
presença pode causar humilhação, temor ou sério constrangimento à testemunha ou 
ao ofendido. No caso em que a audiência para oitiva da vítima e da testemunha é 
realizada por meio de videoconferência, a interpretação mais consentânea com o 
objetivo do disposto no art. 217 do CPP é a de que o réu também pode ser impedido 
de acompanhar os depoimentos, pois busca-se a fidedignidade da prova colhida, bem 
como a preservação da dignidade e intimidade dos depoentes, que seriam 
prejudicadas pela presença do réu, mesmo a distância. Ademais, o contraditório e a 
ampla defesa do acusado permanecem resguardados pela indispensável presença da 
defesa técnica no ato processual. STJ, Ag em REsp 1.961.441, Rel. Min. Joel Ilan 
Paciornik, 5ª Turma, j. 02.08.2022 
 
STF: Ao receber a denúncia e ordenar a citação dos réus para a apresentação de 
resposta à acusação, o juiz federal consignou que eles deveriam “justificar, 
circunstanciadamente, a necessidade da oitiva em juízo de eventuais testemunhas 
arroladas, frisando-se que os depoentes, consoante o disposto no artigo 400, § 1º, do 
Código de Processo Penal, devem ter conhecimento sobre os fatos relevantes para o 
julgamento da causa”. Na resposta à acusação, a defesa do paciente arrolou 3 (três) 
testemunhas, com a indicação dos respectivos endereços, e requereu a expedição de 
carta precatória para a oitiva delas. O magistrado federal, no entanto, indeferiu a 
produção da prova testemunhal, justificando que, mesmo devidamente cientificados 
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56 
da necessidade de justificar, circunstancialmente, a necessidade da oitava em juízo, os 
réus nada manifestaram, impossibilitando a análise da sua relevância e pertinência. A 
produção de elementos probatórios é um direito do réu e o art. 396-A do CPP dispõe 
ser esse o momento processual para se arrolar testemunhas de defesa. Segundo se 
infere da leitura do art. 400, § 1º, do CPP, o juiz pode indeferir provas consideradas 
irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. No entanto, isso deve ocorrer a partir da 
audiência de instrução e julgamento, ou seja, após a colheita da prova, oportunidade 
em que poderá efetuar a valoração do que colhido. Não há obrigação legal para que a 
defesa justifique, nessa fase préviaà audiência, a necessidade de uma prova por ela 
requerida tempestivamente. STF, HC 222.405, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão 
monocrática de 21.11.2022. 
 
STF: Diante da inequívoca manifestação do querelante no sentido da impossibilidade 
da conciliação, não há qualquer nulidade diante da não realização de audiência para 
esse fim, nos termos do art. 520 do Código de Processo Penal. STF, Pet 10.409, Rel. 
Min. Alexandre de Moraes, Plenário, j. 26.09.2022. 
 
STJ: Como é de conhecimento, nos moldes do art. 396-A do Código de Processo Penal, 
o rol de testemunhas deve ser apresentado no momento processual adequado, ou 
seja, quando da apresentação da resposta preliminar, sob pena de preclusão. Em 
respeito à ordem dos atos processuais não configura cerceamento de defesa o 
indeferimento da apresentação extemporânea do rol de testemunhas. 
A teor dos precedentes desta Corte, inexiste nulidade na desconsideração do rol de 
testemunhas quando apresentado fora da fase estabelecida no art. 396-A do CPP. 
Na hipótese, não há falar em manifesto prejuízo para a defesa do réu, em razão do 
indeferimento da apresentação do rol de testemunhas em momento posterior. 
Consoante a fundamentação apresentada pela Corte local, não obstante a defesa do 
acusado seja exercida pela Defensoria Pública, observa-se, no caso em exame, que 
houve pedido genérico para apresentação do rol de testemunhas de forma 
extemporânea, sem levar em consideração que a audiência de instrução foi designada 
para data distante, havendo, portanto, tempo disponível para que a defesa tenha 
acesso ao acusado, atualmente recolhido ao cárcere, mesmo com todas as dificuldades 
e limitações decorrentes da pandemia. Ademais, em sede de resposta à acusação, a 
Defensoria Pública não noticiou qualquer dificuldade para contato com o réu e seus 
familiares, tampouco para a identificação de testemunhas. AgRg no RHC 161.330, Rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, j. 05.04.2022 
 
STF: A ausência do representante do MP na audiência de instrução e julgamento, 
apesar de devidamente intimado, não impede que o Magistrado prossiga com o ato, 
bem como não obsta o Juiz de promover a inquirição das testemunhas, desde que 
respeitadas às formalidades previstas no Código de Processo Penal Brasileiro. AgRg no 
HC 212.669, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 1ª Turma, j. 01.04.2022 
 
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STF: Os corréus delatados têm direito de falar por último no processo penal, após as 
declarações de delatores. Condenação anulada e determinação para realizar novo 
interrogatório. AgRg no RHC 181.870, Rel. Min. Cármen Lúcia, Rel. p/ acórdão Min. 
Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 21.03.2022 
 
STJ: A retirada do réu da sala virtual de audiência, durante a oitiva das testemunha, a 
pedido destas, que manifestaram temor em prestar declarações com o 
acompanhamento do acusado, não configura nulidade, considerando-se que foi 
assegurada a presença da defesa técnica durante o ato. RHC 158.94, Rel. Min. Olindo 
Menezes (desembargador convocado), decisão monocrática de 21.02.2022 
 
STJ: A apresentação espontânea das alegações finais defensivas antes da acusação não 
é causa de nulidade do feito. HC 71.320, Rel. Min. Jane Silva (desembargadora 
convocada), 5ª Turma, j. 14.08.2007 
 
STJ: A apresentação das alegações finais do Ministério Público, após as do querelado 
na ação penal privada, em que se apura crimes de imprensa, constitui mera 
irregularidade, especialmente se o prejuízo não restou demonstrado. HC 16.308, Rel. 
Min. Felix Fischer, 5ª Turma, j. 02.08.2001 
 
STJ: Eventual descumprimento do prazo para o oferecimento da denúncia não gera 
qualquer nulidade à peça acusatória, cuidando-se de mera irregularidade, que pode, 
no máximo, afetar a legalidade da manutenção da custódia cautelar; ademais, a 
verificação do alegado excesso de prazo deve ser feita de forma global, ou seja, como 
um todo diante do prazo previsto para a conclusão da instrução criminal e não em 
relação a cada ato procedimental. HC 109.313, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 
5ª Turma, j. 21.10.2008 
 
STJ: O oferecimento de resposta à acusação de forma oral em audiência constitui mera 
irregularidade, sendo inviável a declaração de nulidade pois, a despeito de não 
observada a tipicidade formal para o ato, foi atingida a finalidade insculpida no artigo 
406 do CPP. RHC 72.379, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, j. 
17.11.2016 
 
STJ: Não há vício na hipótese em que, apesar de intimado, o Ministério Público deixa 
de comparecer a uma das audiências e o Magistrado formula perguntas às 
testemunhas sobre os fatos constantes da denúncia, sobretudo no caso em que não há 
demonstração de efetivo prejuízo. AgRg no RHC 69.711, Rel. Min. Rogerio Schietti 
Cruz, 6ª Turma, j. 27.02.2018 
 
STF: O empate em julgamento de ação penal originária deve resultar na absolvição, a 
partir de uma interpretação ampliava sobre os dispositivos do CPP sobre julgamento 
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de habeas corpus e recursos de natureza ordinária. QO na AP 470, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, j. 17.12.2012 
 
STF: A expedição de carta precatória não suspende o curso do processo penal, mas, 
deferida a produção de prova testemunhal defensiva, de cujo depoimento se extrairão 
dados para subsidiar a sentença na primeira fase do Júri, é prematura a realização do 
depoimento do acusado pendente a devolução da carta pelo juízo deprecado, sob 
pena de violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório. HC 207.410, Rel. 
Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática de 18.10.2021 
 
STF: Nos termos do art. 209 do Código de Processo Penal, não configura nulidade a 
oitiva de testemunha indicada extemporaneamente pela acusação, como testemunha 
do Juízo, assim como não prevê a legislação processual momento próprio para 
inquirição das testemunhas indicada pelo Juízo na forma dos arts. 156 e 209 do CPP. 
HC 175.330, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, j. 25.06.2021 
 
STJ: A forma legal para impugnar eventuais discordâncias com as decisões tomadas 
pelo magistrado na condução da ação penal não pode ser a negativa de oferecimento 
de alegações finais. O juiz tem poderes diante da omissão de alegações finais para 
oportunizar à parte a substituição do causídico ou, na inércia, para requerer que a 
defensoria pública ofereça as alegações finais. Admitir, por hipótese, a validade de tal 
conduta implicaria, em última instância, conferir o poder de definir a legalidade da 
atuação do juiz não aos Tribunais, mas ao próprio advogado. RMS 47.680, Rel. Min. 
Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, j. 05.10.2021 
 
STJ: A regra insculpida no art. 231 do CPP, no qual se estabelece que as partes poderão 
apresentar documentos em qualquer fase do processo não é absoluta, sendo que nas 
hipóteses em que forem manifestamente protelatórias ou tumultuárias podem ser 
indeferidas pelo magistrado. HC 250.202, Rel. Min. Marilza Maynard (desembargadora 
convocada), 5ª Turma, j. 10.09.2013 
 
STF: Na ausência de regramento específico sobre os requisitos para substituição de 
testemunhas na legislação processual penal, o que ocorre desde a edição da Lei n. 
11.719/2008, é válida a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil sobre o tema. 
AgRg no RHC 199.621, Rel. Min. Nunes Marques, 2ª Turma, j. 17.08.2021 
 
STF: A abertura de vistas ao órgão ministerial após o recebimento de resposta à 
acusação, em que pese não encontrar previsão legal, não configura hipótese de 
nulidade, cujo reconhecimento, nos termos do art. 563 do CPP,implica a 
demonstração de prejuízo efetivo. AgRg no HC 173.880, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª 
Turma, j. 11.06.2021 
 
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STJ: O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o Juízo de primeiro grau de, 
logo após o oferecimento da resposta do acusado, prevista nos arts. 396 e 396-A do 
Código de Processo Penal, reconsiderar a anterior decisão e rejeitar a peça acusatória, 
ao constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art. 395 do 
Código de Processo Penal, suscitada pela defesa. As matérias numeradas no art. 395 
do Código de Processo Penal dizem respeito a condições da ação e pressupostos 
processuais, cuja aferição não está sujeita à preclusão (art. 267, § 3º, do CPC, c/c o art. 
3º do CPP). Hipótese concreta em que, após o recebimento da denúncia, o Juízo de 
primeiro grau, ao analisar a resposta preliminar do acusado, reconheceu a ausência de 
justa causa para a ação penal, em razão da ilicitude da prova que lhe dera suporte. 
REsp. 1.318.180, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª Turma, j. 16.05.2013 
 
STJ: a decisão que recebe a denúncia se trata de ato que dispensa maior 
fundamentação, não se subsumindo à norma insculpida no art. 93, inciso IX, da 
Constituição da República. Assim, admite-se, inclusive, o recebimento tácito ou 
implícito da denúncia, justamente diante da ausência de formalidade que o 
ordenamento jurídico empresta ao ato judicial em questão. RHC 113.973, Rel. Min. 
Antonio Saldanha Palheiro, 6ª Turma, j. 03.03.2020 
 
STJ: É possível a aplicação dos arts. 536 e 537 do Código de Processo Civil, com a 
fixação de astreintes para o caso de descumprimento de determinações judiciais 
praticado por terceiros, no âmbito de processos criminais, sem que isso configure 
ofensa ao princípio da legalidade, devido processo legal, ampla defesa ou isonomia. O 
fato de o descumprimento de decisão judicial relativa à colaboração com as 
investigações ocorrer no âmbito de procedimento que investiga a prática de crimes 
não conduz à conclusão automática de que, nessa hipótese, a relação jurídica 
estabelecida entre Estado e o particular possui natureza criminal. Ao revés, nos termos 
da jurisprudência desta Corte Superior, a imposição de astreintes à empresa 
responsável pelo cumprimento de decisão relativa ao fornecimentos de dados 
determinada em inquérito estabelece entre esta e o Juízo criminal uma relação jurídica 
de direito processual civil. RMS 61.717, Rel. Min. Laurita Vaz, 6ª Turma, j. 02.03.2021 
 
STJ: Não existe violação ao art. 520 do CPP, nos casos em que o magistrado indefere 
liminarmente a queixa-crime, sem marcar audiência de tentativa de conciliação, 
quando entende ausente requisito necessário para o recebimento da exordial 
acusatória, como a atipicidade da conduta. REsp 647.446, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª 
Turma, j. 05.10.2004 
 
STJ: O juízo de admissibilidade, o processamento e a instrução da exceção da verdade 
oposta em face de autoridades públicas com prerrogativa de foro devem ser feitos 
pelo próprio juízo da ação penal originária que, após a instrução dos autos, admitida a 
exceptio veritatis, deve remetê-la à instância superior para julgamento do mérito. Rcl 
6.595, Rel. Min. Laurita Vaz, Corte Especial, j. 19.06.2013 
 
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STJ: A interpelação judicial do art. 144 do CP cumpre a função de medida cautelar 
preparatória e facultativa, tendente a aparelhar e instruir futura e eventual ação penal 
condenatória pela prática de crimes contra a honra. AgRg. na IJ 158, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Corte Especial, j. 22.09.2020 
 
STF: A notificação prevista no Código Penal (art. 144) traduz mera faculdade 
processual sujeita à discrição do ofendido. E só se justifica na hipótese de ofensas 
equívocas. O pedido de explicações em juízo acha-se instrumentalmente vinculado à 
necessidade de esclarecer situações, frases ou expressões, escritas ou verbais, 
caracterizadas por sua dubiedade, equivocidade ou ambiguidade. Ausentes esses 
requisitos condicionadores de sua formulação, a interpelação judicial, porque 
desnecessária, revela-se processualmente inadmissível. Pet 4.444 AgR, Rel. Min. Celso 
de Mello, Plenário, j. 26.11.2008 
 
STJ: O prazo do art. 529 do CPP não afasta a decadência pelo não exercício do direito 
de queixa em seis meses, contados da ciência da autoria do crime. STJ. 6ª Turma. REsp. 
1.762.142/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/04/2021 (Info 692). 
 
STJ: Diante da omissão do advogado que não apresenta as alegações finais, o juiz tem 
poderes para oportunizar ao réu a substituição do causídico. Se o réu, mesmo 
intimado para fazer essa substituição, ficar inerte, o magistrado tem poderes para 
requerer que a Defensoria Pública ofereça as alegações finais. STJ. 6ª Turma. RMS 
47.680-RR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/10/2021 (Info 715). 
 
STF: Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados os 
crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional limitar 
o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da pena 
máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer 
suspenso. STF. Plenário. RE 600.851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 
(Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). 
 
STJ: Nos crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígios, depois que o 
ofendido tem ciência da autoria do delito, ele possui o prazo decadencial de 6 meses 
para a propositura da ação penal, nos termos do art. 38 do CPP. 
Se, antes desses 6 meses, o laudo pericial for concluído, o ofendido terá 30 dias para 
oferecer a queixa crime. Assim, em se tratando de crimes contra a propriedade 
imaterial que deixem vestígio, a ciência da autoria do fato delituoso dá ensejo ao início 
do prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do CPP), sendo tal prazo reduzido para 30 
dias (art. 38) se homologado laudo pericial nesse ínterim. STJ. 6ª Turma. REsp. 
1.762.142/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/04/2021 (Info 692). 
 
CPF: 860.542.154-18
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STF: Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou 
habeas corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 
do CPP, já que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. 
O Min. Relator Marco Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido 
de que não se deve aplicar a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como 
último ato) considerando que, por se tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o 
Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a 
qual a audição do acusado é o primeiro ato do procedimento. O Min. Alexandre de 
Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro fundamento, alegando que a 
defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que não haverá declaração de 
nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à parte (pas de nullité 
sans grief). Obs: penso que o STF continue com o entendimento de que o 
interrogatório deve ser o último ato da instrução, mesmo nos processos regidos pela 
Lei nº 8.038/90. STF. 1ª Turma. HC 178.252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
2/6/2020 (Info 980). 
 
STF: Nos processos criminais que tramitam perante o STF e o STJ, cujo procedimentoé 
regido pela Lei nº 8.038/90, o interrogatório também é o último ato de instrução. 
Apesar de não ter havido uma alteração específica do art. 7º da Lei 8.038/90, com base 
no CPP, entende-se que o interrogatório é um ato de defesa, mais bem exercido 
depois de toda a instrução, porque há possibilidade do contraditório mais amplo. 
Assim, primeiro devem ser ouvidas todas as testemunhas arroladas pela acusação e 
pela defesa para, só então, ser realizado o interrogatório. STF. 1ª Turma. AP 1.027/DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 2/10/2018 
(Info 918). 
 
STJ: Após a reforma operada pela Lei n. 11.719/2008 no CPP, as alegações finais 
passaram a ser apresentadas, em regra, na forma oral (art. 403, caput), em 
homenagem ao princípio da oralidade e, portanto, à celeridade processual. 
Excepcionalmente, nas hipóteses admitidas pela lei, serão as alegações finais 
apresentadas na forma escrita, como ocorre, por exemplo, quando o magistrado, 
diante de casos complexos ou com significativa número de acusados, concede às 
partes prazo para a apresentação de memoriais (art. 403, § 3º). O § 3º do artigo 403 do 
CPP, ao utilizar o verbo “poderá” - em vez de “deverá” - confere o magistrado uma 
faculdade, não um dever, ante a complexidade do caso ou se houver muitos réus. 
Assim, a conversão da sustentação oral em memoriais escritos constitui faculdade do 
magistrado que examinará a necessidade da adoção da citada medida, de acordo com 
a complexidade do caso ou a quantidade de acusados. STJ. 5ª Turma. HC 418.911/SP, 
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 07/12/2017. STJ. 6ª Turma. RMS 33.922/RN, Rel. 
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 13/10/2015. 
 
STJ: Não é cabível a imposição de multa por litigância de má-fé no âmbito do processo 
penal. Isso porque não existe previsão expressa no CPP e aplicar as regras do CPC 
configuraria indevida analogia in malam partem. STJ. 5ª Turma. HC 401.965/RJ, Rel. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
62 
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 26/09/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg. no AREsp. 
618.694/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/09/2017. 
 
STF: Se o réu é denunciado por crime previsto no art. 1º do DL 201/67 em concurso 
com outro delito cujo rito segue o CPP, ex: art. 312 do CP, art. 90 da Lei nº 8.666/93, o 
magistrado ou Tribunal, antes de receber a denúncia, deverá dar oportunidade para 
que o denunciado ofereça defesa prévia. Não pode a defesa prévia ser concedida 
apenas para a imputação referente ao art. 1º do DL 201/67. A defesa prévia antes do 
recebimento da denúncia é prevista no art. 2º, I, do DL 201/67, que é considerado 
procedimento especial e, portanto, prevalece sobre o comum. STF. 1ª Turma. AP 
912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856). 
 
STJ: O magistrado pode, de forma motivada, deferir o pedido apresentado em 
resposta à acusação pela defesa no sentido de lhe ser permitida a indicação do rol de 
testemunhas em momento posterior. Não há que se falar em preclusão porque não 
houve inércia da parte. Não se trata, em neste caso, de testemunha do juízo (art. 209 
do CPP). Tais testemunhas serão ouvidas como testemunhas de defesa (6ª T, REsp. 
1.443.533, em 23/06/2015). 
 
STJ: O juiz deverá fundamentar, ainda que sucintamente, a decisão que acolher ou não 
as teses defensivas declinadas na resposta à acusação e, consequentemente, não 
absolver sumariamente o réu, sob pena de configurar a negativa de prestação 
jurisdicional (5ª T, HC 183.355, em 03/05/2012; 6ª T, RHC 46.127, em 12/02/2015). 
 
Plenário: A exigência de realização do interrogatório ao final da instrução criminal, 
conforme o art. 400 do CPP, é aplicável no âmbito de processo penal militar. A 
realização do interrogatório ao final da instrução criminal, prevista no art. 400 do CPP, 
na redação dada pela Lei nº 11.719/2008, também se aplica às ações penais em 
trâmite na Justiça Militar, em detrimento do art. 302 do CPPM. Logo, na hipótese de 
crimes militares, o interrogatório também deve ser realizado depois da oitiva das 
testemunhas, ao final da instrução (HC 127.900, em 03/03/2016). 
 
STF: O rito especial do Tribunal do Júri limita o número de testemunhas a serem 
inquiridas e, ao contrário do procedimento comum, não exclui dessa contagem as 
testemunhas que não prestam compromisso legal (1ª T, HC 131.158, em 26/04/2016). 
 
STF: Não há direito absoluto à produção de prova. Em casos complexos, há que se 
confiar no prudente arbítrio do juiz da causa, mais próximo dos fatos, quanto à 
avaliação da pertinência e relevância das provas requeridas pelas partes. Assim, não há 
nulidade se o juiz indefere, de modo fundamentado, a oitiva das vítimas do crime. Em 
regra, o ofendido deverá ser ouvido na audiência de instrução. No entanto, a 
obrigatoriedade de oitiva da vítima deve ser compreendida à luz da razoabilidade e da 
utilidade prática da colheita da referida prova (1ª T, HC 131.158, em 26/04/2016). 
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STF: É constitucional a citação por hora certa no âmbito do processo penal (Plenário, 
RE 635.145, em 01/08/2016). 
 
 
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64 
4. QUESTÕES 
 
1. Assinale a alternativa correta a respeito de procedimento e provas no Código de 
Processo Penal. 
a) O juiz não pode determinar a publicação de sentença condenatória de forma 
resumida por referida prática caracterizar cerceamento de defesa. 
b) A oitiva de testemunha referida somente será deferida se ao juiz parecer 
conveniente. 
c) Dá-se à fotografia do documento, ainda que não autenticada, o mesmo valor do 
original. 
d) O procedimento será sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima 
cominada seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade. 
 
2. No procedimento comum: 
a) o Juiz, se não rejeitar liminarmente a denúncia ou a queixa, recebê-la-á e ordenará a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias, se 
ordinário, ou de cinco, se sumário; 
b) produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o 
assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se 
origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução e, realizada a diligência 
determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de cinco dias, suas alegações 
finais, por memorial, e, no prazo de dez dias, o Juiz proferirá a sentença; 
c) apresentada ou não a resposta no prazo legal, o Juiz, de imediato, ratificando o 
recebimento da denúncia ou da queixa, designará dia e hora para a audiência, 
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o 
caso, do querelante e do assistente; 
d) a audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 
noventa dias, se ordinário, ou sessenta dias, se sumário, procedendo-se à tomada de 
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, ressalvado as ouvidas por carta precatória, bem como os 
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, 
interrogando-se, em seguida, o acusado; 
e) a acusação e a defesa poderão arrolar até oito testemunhas, se ordinário o 
procedimento, não se compreendendo nesse número as que não prestem 
compromisso e as referidas, defeso ao Juiz, por expressa previsão legal,ouvir aquela 
que a parte houver manifestado desistência de inquirição. 
 
3. Davi, servidor público comissionado municipal sem vínculo efetivo com a 
prefeitura do respectivo município, foi denunciado pelo suposto cometimento do 
delito de peculato — art. 312 do CP. Durante o IP, Davi foi interrogado na presença 
de seu advogado. Na fase judicial da persecução penal, ao chefe de sua repartição foi 
encaminhada notificação, que não foi considerada cumprida em razão da exoneração 
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do servidor; no local, noticiaram que ele continuava residindo no endereço 
mencionado no inquérito. Após o recebimento da denúncia, considerando-se que o 
servidor estava em local incerto, foi determinada sua citação por edital. O advogado 
constituído pelo réu, após tomar conhecimento da tramitação da ação penal, 
apresentou resposta à acusação, nos termos do art. 396 do CPP. Posteriormente, 
ainda que não intimado pessoalmente, Davi compareceu à audiência designada. 
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) Por se tratar de crime funcional, a desobediência ao procedimento especial — não 
oportunizar a defesa preliminar, nos termos do art. 514 do CPP — gerou a nulidade do 
processo. 
b) A apresentação de resposta à acusação por advogado constituído por Davi durante 
o IP supre eventual nulidade da citação. 
c) No caso de o réu continuar atuando como servidor público, a notificação 
encaminhada ao chefe da repartição, nos termos do art. 359 do CPP, dispensaria o 
mandado de citação. 
d) A obrigação de esgotamento dos meios de localização para a validade da citação por 
edital não alcança as diligências em todos os endereços constantes no IP. 
e) Citado por edital, o réu poderá, a qualquer tempo, integrar a relação processual, e o 
prazo para resposta à acusação começará a fluir a partir do referido ato de ingresso no 
processo. 
 
4. Acerca dos procedimentos processuais penais no Brasil, julgue os itens a seguir. 
I. Nos crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígios, o exame do corpo 
de delito será condição de procedibilidade para o exercício da ação penal. 
II. No procedimento sumário, o prazo para resposta à acusação é de cinco dias. 
III. Registro de depoimento tomado na audiência de instrução por meio audiovisual 
terá de ser encaminhado às partes, sendo obrigatória a transcrição. 
IV. No procedimento por crime funcional, em caso de ilícito afiançável, o réu será 
notificado para apresentar defesa preliminar por escrito no prazo de quinze dias. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e IV. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, II e IV. 
 
5. Tício foi denunciado pelo Ministério Público pela prática de crime tributário 
(apenado com reclusão de 2 a 5 anos), em vista de sonegação de imposto, no 
montante de 1 milhão de reais. Citado, apresentou resposta à acusação, tendo 
arrolado 8 testemunhas de defesa, duas delas residentes fora da jurisdição, tendo 
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sido expedidas cartas precatórias, com prazo de cumprimento de 90 dias. Ouvidas as 
testemunhas de acusação e defesa, com exceção das duas residentes fora da 
jurisdição, tendo esgotado o prazo de cumprimento da precatória, Tício foi 
interrogado, abrindo-se vista às partes para apresentação de alegações finais. O 
órgão de acusação manifestou-se pela absolvição de Tício, por não restar 
comprovada a autoria. Já a defesa, alegou cerceamento de defesa, por não se 
aguardar o retorno das cartas precatórias. Conclusos os autos ao Juiz, foi proferida 
sentença condenatória. Na sentença, a despeito da não imputação pelo órgão da 
acusação, o Juiz reconheceu a causa de aumento prevista na legislação de crimes 
tributários, consistente na ocorrência de grave dano à coletividade, pelo valor 
sonegado, incidindo aumento da pena de 1/3. 
Diante da situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
a) Haja vista que o órgão de acusação, titular da ação penal, manifestou-se pela 
absolvição de Mévio, não poderia o Juiz ter proferido sentença condenatória. 
b) Haja vista que a denúncia ofertada pelo órgão de acusação não imputou a Tício 
qualquer causa que implicasse agravamento da pena, não poderia o Juiz ter 
reconhecido a causa de aumento consistente na ocorrência de grave dano à 
coletividade. 
c) A sentença condenatória não violou os princípios do contraditório e devido processo 
legal, pois pode o juiz condenar o réu, contrariamente à posição do órgão de acusação, 
não sendo obrigado aguardar o retorno de cartas precatórias, expedidas com prazo. 
d) Haja vista que o crime imputado a Tício processa-se sob o procedimento comum 
sumário, o número de testemunhas arroladas deveria ser de, no máximo, 5 (cinco). 
e) Haja vista a expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas de defesa 
residentes fora da jurisdição, o Juiz não poderia ter sentenciado o feito, devendo, ao 
contrário, ter suspendido o processo, até o retorno. 
 
6. Nos casos submetidos ao procedimento comum ordinário, em relação ao juízo de 
admissibilidade da imputação, é correto afirmar que: 
a) em razão da impugnação por resposta à acusação, a fundamentação de 
recebimento deverá ser exaustiva; 
b) em razão da impugnação por resposta à acusação, a fundamentação de 
recebimento deverá ser exauriente; 
c) no momento do recebimento da denúncia, o standard probatório é menos rigoroso; 
d) o juízo progressivo de admissibilidade da imputação dispensa fundamentação, ainda 
que superficial; 
e) a ratificação do recebimento da denúncia dispensa fundamentação suficiente para 
rejeitar as teses defensivas. 
 
7. Considerando as disposições do Código de Processo Penal relativas à audiência de 
instrução e julgamento no procedimento comum ordinário, assinale a opção correta. 
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a) A inquirição das testemunhas de acusação precede a das testemunhas de defesa e a 
tomada de declarações do ofendido. 
b) Produzidas todas as provas em audiência, as partes poderão requerer diligências 
ensejadas por fatos apurados na instrução no prazo máximo de 24 horas. 
c) Poderão ser inquiridas até oito testemunhas da defesa e oito da acusação, não 
devendo ser computadas nesse número as que não prestem compromisso e as que 
tenham sido referidas. 
d) A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, desde 
que a outra parte concorde. 
e) Caso não haja requerimento de diligências ou caso este seja indeferido, serão 
oferecidas alegações finais, pela acusação, pelo prazo de 10 minutos, tendo a defesa 
idêntico período para apresentar seus argumentos. 
 
 
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5. GABARITO COMENTADO 
 
1. B. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
A sentença poderá ser publicada de forma resumida, nos termos do art. 387, VI, do 
CPP: 
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008) 
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e 
designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal). 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
De acordo com o art. 209, §1º, do CPP: 
Art. 209. O juiz, quandojulgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das 
indicadas pelas partes. 
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se 
referirem. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
A fotografia deverá ser autenticada para que tenha o mesmo valor do original, nos 
termos do art. 232, parágrafo único, do CPP: 
Art. 232 (...) Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, 
se dará o mesmo valor do original. 
ALTERNATIVA D: CORRETA 
Se a sanção máxima cominada for igual a 4 anos, o procedimento será o ordinário. Se 
for inferior, será o sumário. Veja o art. 394 do CPP: 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela 
Lei nº 11.719, de 2008). 
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou 
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior 
a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 
2008). 
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da 
lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
2. B. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
Art. 396 do CPP. 
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Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não 
a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias; 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
Art. 402 caput e § 3º, do CPP. 
Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o 
assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se 
origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, 
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de 
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença; 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
Art. 396, caput c/c Art. 396-A § 2º e Art. 399 ambos do CPP. 
Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não 
a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, 
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o 
caso, do querelante e do assistente; 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
Art. 400 e art. Art. 531, ambos do CPP. 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO: Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada 
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do 
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta 
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 do CPP, bem como os esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em 
seguida, o acusado. 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO: Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no 
prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, 
se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta 
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 do CPP, bem como os esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em 
seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA 
Art. 401 do CPP e parágrafos c/c art. 209. 
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela 
acusação e 8 (oito) pela defesa. 
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as 
referidas (Testemunhas referidas são aquelas citadas pela testemunha em juízo). 
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, 
ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. 
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A assertiva encontra-se incorreta, pois não existe expressa previsão legal que impeça o 
juiz de ouvir testemunha da parte que houver manifestado desistência de inquirição. 
Ao contrário, o parágrafo 2º do art. 401 traz uma ressalva prevista no art. 209, que 
permite ao juiz, quando julgar necessário, ouvir outras testemunhas, além das 
indicadas pelas partes e se lhe parecer conveniente, poderá ouvir as pessoas a que as 
testemunhas se referirem. 
As disposições do art. 209 do CPP são prerrogativas conferidas ao juízo e há doutrina 
minoritária sustentando sua inconstitucionalidade em virtude do sistema acusatório. 
Assim, ainda que a parte desista pode o juiz entender necessária a oitiva daquela 
testemunha, chamadas testemunhas do juízo. Além do mais, é possível que ouça 
testemunhas não arroladas, as chamadas extranumerárias; 
 
3. E. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
Súmula 330 do STJ. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA 
A citação é ato essencial à autodefesa e à apresentação de resposta à acusação por 
advogado garante apenas a defesa técnica. Assim, eventual resposta à acusação por 
advogado constituído não supre a necessidade de citação pessoal. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
O art. 359 do CPP não dispensa a notificação ao próprio acusado. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
O esgotamento deve abranger todos os endereços constantes dos autos, inclusive os 
constantes do IP. STJ – RHC 93.509/MG 
ALTERNATIVA E: CORRETA 
Informativo 736 do STF. HC 116.653. 
 
4. A. 
ITEM I: CORRETO 
Em relação aos crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígios, prevê o 
Código de Processo Penal a necessidade de realização de exame pericial dos objetos 
que constituam o corpo de delito e que o respectivo laudo deverá instruir a ação 
penal. RHC 27.694/RS. 
ITEM II: INCORRETO 
Não há previsão de prazo para a resposta à acusação no procedimento sumário. Deve 
ser aplicada a regra do procedimento ordinário (art. 396 do CPP), com prazo de 10 dias 
para a resposta à acusação. 
ITEM III: INCORRETO 
Não há necessidade de transcrição (art. 405, § 1º, do CPP). 
ITEM IV: CORRETO 
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71 
Art. 514 do CPP. O esgotamento deve abranger todos os endereços constantes dos 
autos, inclusive os constantes do IP. STJ – RHC 93.509/MG 
 
5. C. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
Vide art. 385 do CPP: 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, 
ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer 
agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA 
O juiz, neste caso, aplicou o instituto da emendatio libelli, nos termos do art. 383 do 
CPP, sendo plenamente viável sentenciar reconhecendo a referida situação jurídica 
mais grave, uma vez que foi relatada na inicial: 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, 
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de 
aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
ALTERNATIVA C: CORRETA 
A expedição da carta precatória não suspende a instrução criminal, nos termos do art. 
222, § 1º, do CPP: 
Art. 222. A testemunha quemorar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do 
lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo 
razoável, intimadas as partes. 
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
Trata-se do procedimento comum ordinário, nos termos do art. 394, § 1º, I, do CPP: 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela 
Lei nº 11.719, de 2008). 
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou 
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
ALTERNATIVA E: INCORRETA 
Vide explicação do item C. 
 
6. C 
(A) INCORRETA 
I - Na linha da jurisprudência desta Corte Superior e do col. STF, acerca da decisão de 
recebimento da peça acusatória, "[...] o exame da admissibilidade da denúncia se 
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limita à existência de substrato probatório mínimo e à validade formal da inicial 
acusatória" (Inq n. 3.113/DF, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 
6/2/2015). II - Dessarte, por se tratar de decisão interlocutória simples, o recebimento 
da denúncia prescinde de exaustiva fundamentação. 
(STJ - RHC: 63562 ES 2015/0215095-4, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de 
Julgamento: 19/11/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/12/2015) 
(B) INCORRETA 
I - Na linha da jurisprudência desta Corte Superior e do col. STF, acerca da decisão de 
recebimento da peça acusatória, "[...] o exame da admissibilidade da denúncia se 
limita à existência de substrato probatório mínimo e à validade formal da inicial 
acusatória" (Inq n. 3.113/DF, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 
6/2/2015). II - Dessarte, por se tratar de decisão interlocutória simples, o recebimento 
da denúncia prescinde de exaustiva fundamentação. 
(STJ - RHC: 63562 ES 2015/0215095-4, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de 
Julgamento: 19/11/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/12/2015) 
(C) CORRETA 
No momento do recebimento da denúncia o standard probatório [é] menos rigoroso" 
(STF, Inq 4.657, Rel. Ministro GILMAR MENDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
14/08/2018, DJe 11/10/2018) - o que categoricamente impede, mormente nesta 
análise de cognição sumária, sobrepor-se à jurisdição de primeiro grau e, em 
substituição ao juízo competente para a instrução e julgamento do feito, reconhecer 
prontamente a ausência de elementos de autoria. 8. Pedido parcialmente conhecido e, 
nessa extensão, ordem de habeas corpus denegada. 
(STJ - HC: 617542 MG 2020/0262083-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de 
Julgamento: 22/03/2022, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/03/2022) 
(D) INCORRETA 
CF, Art. 93. X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão 
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros; 
(E) INCORRETA 
Dentro deste diapasão, necessário mencionar que a fundamentação a ser empregada 
quando do recebimento da denúncia e da sua posterior ratificação deve ser realizada 
de modo suscinto, não induzindo a um prejulgamento da demanda, mormente pela 
impossibilidade, neste momento processual, de análise meritória. 
(STJ - HC: 386441 CE 2017/0016194-4, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de 
Publicação: DJ 03/02/2017) 
 
7. C 
(A) INCORRETA. 
CPP, Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo 
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à 
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, 
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ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como os esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em 
seguida, o acusado. 
(B) INCORRETA. 
CPP, Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
(C) CORRETA. 
CPP, Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas 
pela acusação e 8 (oito) pela defesa. 
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as 
referidas. 
(D) INCORRETA. 
Não é necessária a concordância da parte contrária (princípio da comunhão da prova). 
CPP, Art. 401. (...) § 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das 
testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. 
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das 
indicadas pelas partes. 
(E) INCORRETA. 
CPP, Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão 
oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela 
acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, 
sentença.

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