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Trauma musculoesquelético Apresentação O trauma ocorre quando há um grande comprometimento da energia transmitida ao corpo humano, podendo ser ocasionado por acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas, ferimentos por armas de fogo de grande calibre, armas brancas, entre outros. É considerado um problema de saúde pública, pois está entre as patologias crônicas de longa duração que repercutem negativamente na vida dos pacientes, levando a deficiências físicas, repercussões cognitivas e limitação das atividades, restringindo, assim, o desempenho dos papéis sociais. As lesões musculoesqueléticas ou de extremidades, embora comuns em pacientes com trauma, raramente representam uma ameaça imediata à vida. Pequenos acidentes domésticos, recreativos ou esportivos levam a esse tipo de lesão, de maneira geral, sem maiores consequências. O trauma musculoesquelético pode ser fatal quando resulta em perda significativa de sangue, externamente, dentro do membro ou pélvis. Entre as lesões do sistema musculoesquelético é possível destacar as fraturas, as luxações, as entorses e a amputação. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá condutas que potencializam a assistência, com o propósito de melhoria do atendimento e consequente minimização de danos à saúde dos pacientes, vítimas de traumas musculoesqueléticos. Além disso, conhecerá os tipos de lesões musculoesqueléticas e os procedimentos para primeiros socorros. Por fim, identificará as possíveis complicações decorrentes de cada tipo de lesão musculoesquelética. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os tipos de lesões musculoesqueléticas. • Identificar os primeiros socorros para cada tipo de lesão. • Reconhecer as possíveis complicações decorrentes de lesões musculoesqueléticas. • Infográfico Uma fratura ocorre quando a força aplicada excede a resistência plástica do osso e vai além do seu limite, causando perda de continuidade óssea, podendo ser descrita de várias formas. Entretanto, nenhum sistema de classificação é totalmente inclusivo, e a equipe que lida com fraturas no dia a dia deve estar ciente da terminologia para melhor entender e comunicar a informação à equipe multiprofissional que cuidará do paciente. A avaliação e o diagnóstico da fratura, para ser descrita de forma adequada, pelo menos duas incidências radiográficas perpendiculares devem ser obtidas. As fraturas também podem ser classificadas quanto ao traço da lesão. Neste Infográfico, você vai ver um sistema de classificação de fraturas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/eb168f0f-7648-47c7-a78b-9b11597ba813/6582cbf2-54dd-41d4-90a9-81d7631628e8.jpg Conteúdo do livro Na traumatologia, o crescente problema da violência, das doenças ocupacionais, dos acidentes de trânsito e causas externas, perfazem mais de 90% dos atos médicos destinados ao tratamento das afecções do sistema musculoesquelético, fato de extrema preocupação, tanto do ponto de vista epidemiológico quanto da gestão, pelo elevado número de procedimentos realizados, o alto valor de recursos financeiros envolvidos e as vidas que ficam inativas ou perdidas (BRASIL, 2016). Os tratamentos da traumatologia podem ser diversos. Alguns são conservadores, como a implementação de ligaduras ou a colocação de um gesso. Outros tratamentos são mais invasivos, como as intervenções cirúrgicas que são utilizadas para instalar parafusos, placas e outros elementos no interior do corpo. A escolha de um ou outro tratamento é realizada pelo profissional de acordo com o tipo de lesão. No capítulo Trauma musculoesquelético, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar os tipos de lesões musculoesqueléticas, além de relacionar procedimentos para os primeiros socorros após a identificação das lesões e elaborar plano de cuidados para esses pacientes. Por fim, vai conhecer as possíveis complicações decorrentes de cada tipo de lesão musculoesquelética. Boa leitura. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Descrever os tipos de lesões musculoesqueléticas. > Identificar os primeiros socorros para cada tipo de lesão. > Reconhecer as possíveis complicações decorrentes de lesões musculo- esqueléticas. Introdução Entre as causas de trauma, incluem-se os acidentes e a violência, que podem ser acidentais e ou intencionais e configuram um conjunto de agravos à saúde que podem ou não levar a óbito. Esse conjunto de eventos consta na Classifi- cação Internacional de Doenças (CID-10), sob a denominação “Causas externas” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1993). Entre as causas externas, a lesão musculoesquelética é definida como o conjunto de patologias que afetam ossos, músculos, tendões, ligamentos, articulações, nervos, discos vertebrais, cartilagens, vasos sanguíneos ou tecidos moles associados, podendo ser causada ou agravada pela prática de atividade física. Sobretudo pela quantidade de áreas que podem ser afetadas, esse pro- blema precisa de assistência de profissional urgente e especializada, visando ao diagnóstico e à intervenção precoces e, ainda, à promoção da qualidade de vida, ao autocuidado e à prevenção de complicações evitando ou minimizando as incapacidades. Trauma musculoesquelético Valdenice Silva Rocha Vieira Neste capítulo, descreveremos os tipos de lesões musculoesqueléticas, relacionando procedimentos para primeiros socorros após a identificação das lesões. Também explicaremos como elaborar um plano de cuidados para vítimas de trauma musculoesquelético e como identificar as possíveis complicações decorrentes de cada tipo de lesão. Tipos de lesões musculoesqueléticas O trauma ocorre quando a quantidade de energia envolvida é suficiente para provocar dano tecidual, com o consequente aparecimento imediato de sinais e/ou sintomas inflamatórios. As lesões variam de simples entorses e disten- sões dos ligamentos e tendões até fraturas expostas graves e hemorragias. Proximal a cada osso, existe um nervo, uma artéria e uma veia controlando o movimento, a nutrição e a oxigenação. Isso ressalta a importância de não desvalorizar o trauma, que demanda urgente realização de intervenções para a prevenção de agravos que possam comprometer o membro afetado. A seguir, veremos os tipos de lesões musculoesqueléticas, os seus sinais e sintomas. Entorses Em uma entorse, os ligamentos que reforçam a articulação são estirados ou rompidos. A região lombar da coluna vertebral, o tornozelo e o joelho são locais comuns de entorses. Ligamentos parcialmente rompidos são reparados de forma natural, mas cicatrizam lentamente devido à sua pouca vascularização. As entorses tendem a ser dolorosas e imobilizantes (MARIEB; HOEHN, 2009). As entorses podem ser leves, moderadas ou graves. Segundo Simon e Sherman (2013), as entorses leves, também chamadas de entorses de primeiro grau, consistem na ruptura de algumas fibras e são caracterizadas por edema mínimo, nenhuma incapacidade funcional e movimento articular normal. Já as moderadas, também chamadas de entorses de segundo grau, consistem na ruptura parcial do ligamento e apresentam edema, sensibilidade dolo- rosa, incapacidade funcional e movimentos dentro da normalidade. Por fim, as entorses graves, também chamadas de entorses de terceiro grau, con- sistem na ruptura total do ligamento e apresentam movimento anormal da articulação, edema e dor. Trauma musculoesquelético2 Distensões musculares A distensão muscular ocorre quando um músculo ou o tendão que se prende ao osso é submetido a um esforço que rompe algumas ou muitas fibras musculares e os vasos sanguíneos que as irrigam, dando origem a um hema- toma acompanhado de inflamação local. Segundo Simon e Sherman (2013), a distensão pode ocorrer em qualquer ponto dentro do músculo, mas a mais comum é na junção musculotendínea distal. Asdistensões são classificadas da seguinte forma. � 1º grau: dor localizada leve, câimbra, ou rigidez com movimento, mas o paciente consegue deambular. � 2º grau: o edema e a equimose estão mais frequentes, junto com sen- sibilidade à dor e espasmos. Se a lesão for em extremidade inferior, limita a deambulação. � 3º grau: ruptura completa do músculo, dor, espasmos, equimoses, edema e hematomas intensos. Contusão muscular A contusão é um tipo de lesão muscular frequente nas modalidades esportivas coletivas, mas também acomete praticantes de esportes individuais ou aciden- tes decorrentes de atividades comuns ou outros acidentes. O traumatismo direto desencadeia um processo inflamatório imediato, com dor localizada, edema, presença ou não de hematoma (contusão superficial com lesão de capilares pode apresentar equimose, se for mais profunda; com ruptura de vaso de calibre maior, pode apresentar hematoma), impotência funcional, com limitação da força e da mobilidade articular, rigidez e dor ao alongamento passivo. Os músculos mais frequentemente acometidos por contusões são o qua- dríceps e os gastrocnêmicos. As contusões do músculo quadríceps podem ser classificadas conforme os graus de restrição funcional (LAURINO, 2017). Veja a seguir. � Leve: dor localizada, amplitude de movimento articular maior do que 90°, marcha normal. � Moderada: dor e edema moderados, amplitude de movimento articu- lar <90° e >45°, marcha antálgica, impotência ao subir escadas e ao levantar-se de uma cadeira sem dor. � Grave: dor e edema intensos, amplitude de movimento articular <45°, marcha antálgica, deambulação com muletas. Trauma musculoesquelético 3 Luxação Luxação é o deslocamento repentino, parcial ou completo, das extremidades dos ossos que compõem uma articulação. Isso quer dizer que um osso se separa do outro e desaparecem os pontos de contato entre eles, o que pode provocar lesões nas estruturas próximas (ligamentos, vasos sanguíneos, etc.) (BRASIL, 2003). O deslocamento das extremidades dos ossos que compõem uma articu- lação provoca dor intensa, limitação nos movimentos, deformidade visível, inchaços e hematomas. Como os ossos contêm vários tipos de tecidos, eles são considerados órgãos (lembre-se de que os órgãos contêm vários tecidos diferentes). Embora o tecido ósseo predomine, os ossos também contêm tecido nervoso em seus nervos, cartilagem em suas cartilagens articulares, tecido conjuntivo fibroso revestindo as suas cavidades e tecido muscular e epitelial nos seus vasos sanguíneos (MARIEB; HOEHN, 2009). Laceração ou rotura muscular A laceração ou rotura muscular é a lesão mais grave, também a mais rara, em que há o estiramento brusco do músculo em um período, com quebra ou não de tendões. Essa situação normalmente exige cirurgia. Laurino (2017) considera três graus de rotura muscular. Veja a seguir. � 1º grau: fibrilares ou microrroturas. � 2º grau: fasciculares. � 3º grau: rotura completa. Segundo Laurino (2017), na rotura muscular parcial ou de segundo grau, as dores são mais intensas e ocorrem em condições semelhantes ao esti- ramento muscular. As dores são localizadas e surgem durante uma corrida com velocidade máxima ou em movimento brusco de impulsão corporal. Na rotura de terceiro grau, ao exame clínico, as dores são intensas e localizadas à palpação e há o surgimento de impotência funcional intensa e espasmo muscular acentuado. Nas 24-48 horas subsequentes, haverá aumento de Trauma musculoesquelético4 volume do segmento corporal atingido, devido ao edema pós-traumático ou à hemorragia. É importante, assim, ter atenção especial aos danos vasculares que acontecem nesses episódios. Em estudos publicados, é observado que existe uma dificuldade em fazer o diagnóstico final de rotura muscular. Segundo Simon e Sherman (2013), o paciente é frequentemente mal diagnosticado como portador de contusão, aparecendo vários dias mais tarde com uma massa definida, que corresponde ao músculo amontoado e contraído. Isso acontece porque inicialmente pode haver uma rotura de 1º grau, com sintomas muito similares àqueles decorrentes de distensão e contusão muscular. Fraturas Fratura é a perda da continuidade óssea, que pode ser completa ou não. Conforme Simon e Sherman (2013), uma fratura ocorre quando a força aplicada excede a resistência plástica do osso e vai além do seu limite de resistência. As fraturas podem ser traumáticas ou atraumáticas, podendo resultar de traumas de alta energia (como, por exemplo, uma queda de altura) ou de traumas de baixa energia, quando houver doença subjacente, como osteo- porose ou câncer ósseo. É preciso considerar que as fraturas envolvem os ossos e podem ser de vários tipos, alguns dos quais são instáveis. Além disso, uma linha de fratura pode atravessar o osso intra-articular, envolvendo, assim, a articulação. Segundo Simon e Sherman (2013), a fratura pode ser classificada, quanto ao traço da lesão, em transversa, longitudinal, oblíqua exposta e desviada e espiral, além de em fratura simples e comunicativa. A fratura pode ser clas- sificada, ainda, como fechada, aberta (há rompimento da pele), complicada (associada a lesões vasculares, neurológicas, articulares ou viscerais), não complicada ou simples (pouca associação com outras estruturas). Trauma musculoesquelético 5 Segundo (BRASIL, 2003), suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando houver: � dor intensa no local e que aumente ao menor movimento (essa dor pode estar bem localizada, mas pode ser difusa se houver muitos tecidos moles associados); � edema local; � crepitação ao se movimentar (som parecido com o amassar de papel); � hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a fratura); � paralisia (lesão de nervos); � deficiência funcional. A fratura exposta aborda desde uma pequena laceração puntiforme na pele até membros inteiros danificados, constituindo uma grande perda tecidual. Alguns mecanismos comuns que causam essas fraturas são quedas, colisões automobilísticas, atropelamentos e lesões por esmagamento. Na nossa realidade, o trauma penetrante por arma de fogo (PAF) também é um grande causador de fraturas expostas. Pelo que vimos até aqui referente a sinais e sintomas, percebe-se que a dor como sintoma limitante chama a atenção. Então, como socorristas, devemos ter atenção especial e valorizar a queixa da vítima. Por não sermos capazes de sentir as dificuldades e a dor do momento, as habilidades e competências para enfrentamento do caso possibilitam efetividade na assistência prestada. Logo, todas as vezes que estamos perante uma lesão musculoesquelética, devemos lembrar que há diversos fatores envolvidos, pois uma lesão nunca é igual a outra. Muitas são as variáveis que acompanham o evento: várias são determinadas pelo mecanismo e pela energia do trauma; outras, pelo perfil do paciente e/ou pela sua qualidade óssea. Trauma musculoesquelético6 Primeiros socorros nas lesões musculoesqueléticas O sistema locomotor pode ser afetado por lesões traumáticas ou por situa- ções clínicas. As condições clínicas não apresentam a mesma gravidade das lesões traumáticas, mas algumas delas podem ter consequências graves para as vítimas. As lesões traumáticas, se não atendidas a tempo e segundo o protocolo certo, podem assumir proporções desastrosas. A maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresenta muita gravidade. As ações emergenciais a serem adotadas devem ser versáteis e de fácil apli- cação, com agressão mínima do tecido ósseo e das partes moles. A avaliação e o atendimento a esses pacientes devem ser prestados por uma equipe multidisciplinar, visando a identificar e tratar primeiramente o que expõe a vida ao risco. De fato, o objetivo primário durante o atendimento inicial ao paciente vítima de trauma é a sobrevivência com funções cognitivas normais. Na avaliação primária,realiza-se uma avaliação geral do estado da vítima, verificando-se padrões respiratórios, circulatórios e estado neurológico. Para a assistência às vítimas de trauma, é reconhecido mundialmente o método mnemônico “XABCDE”, que define as prioridades do trauma. Segundo Sanar Saúde (2019): O XABCDE é um mnemônico que padroniza o atendimento inicial ao paciente politraumatizado e define prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma. Ele foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é aplicável a todos as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de trauma. No mnemônico: � “X” contempla a exsanguinação, ou seja, a contenção de hemorragia externa grave; � “A” remete à manutenção da permeabilidade das vias aéreas e à es- tabilização da coluna cervical; � “B” se refere a respiração e ventilação, de modo que o socorrista deve verificar se a respiração está adequada; Trauma musculoesquelético 7 � “C” contempla a avaliação da circulação com controle de hemorragia; � “D” remete à avaliação de disfunções do estado neurológico, ou seja, à análise do nível de consciência, do tamanho e da reatividade das pupilas, da presença de hérnia cerebral, de sinais de lateralização e do nível de lesão medular; � “E” significa exposição, em que a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia são as principais medidas tomadas. Na avaliação secundária, o primeiro passo é fazer uma entrevista SAMPLA, cujas letras englobam: � (S) a verificação dos sinais vitais, como respiração, pulso e pressão arterial, e da pele (temperatura, cor, umidade, turgor); � (A) o histórico de eventuais alergias; � (M) medicamentos que o paciente utilize ou demais tratamentos; � (P) questões acerca do passado médico, bem com problemas de saúde ou doenças prévias; � (L) o último horário que fez ingestão de líquidos ou se alimentou; � (A) o ambiente do evento relacionado com o trauma (detalhe do me- canismo de trauma). Essa entrevista pode ser feita com o próprio paciente ou com familiares ou terceiros que estejam presentes. A abordagem ortopédica nesses pacientes consiste no controle da he- morragia, no manejo das lesões de partes moles e na estabilidade provisória das fraturas, de maneira que a fisiologia global do paciente possa melhorar. Evita-se, assim, o agravamento pelo tratamento definitivo, denominado second hit, ou segundo golpe (o “primeiro golpe” é o trauma causador das lesões). Esse é o conceito do controle de danos, em que o principal objetivo é salvar a vida, adiando o reparo definitivo das lesões anatômicas e focando a restauração da fisiologia (POZZI et al., 2011). Veja, no Quadro 1, a conduta que deve ser adotada para cuidar das lesões nos primeiros momentos do atendimento. Trauma musculoesquelético8 Quadro 1. Primeiras condutas nas lesões musculoesqueléticas As lesões Reconhecer as lesões por meio de: Pesquisar � Entorses � Distensões � Luxações � Fraturas � Contusões Lacerações � Mecanismo de trauma sugestivo � Dor local aguda � Deformidades/edemas/ hematomas/equimoses � Impotência funcional e/ou movimentos anormais de extremidades � Encurtamento de membro � Distúrbio de perfusão periférica � Exposição óssea ou sangramento suspeito � Crepitação à palpação do membro lesado � Função neurovascular: motricidade e sensibilidade � Perfusão periférica � Observar qualquer parestesia descrita pelo paciente, como dormência, formigamento, “agulhadas” e ardência Fonte: Adaptado de Brasil (2016). Cuidados nas lesões articulares, luxações e lesões musculares Em casos de lesões articulares e luxações, deve-se, primeiramente, cuidar das feridas abertas e das extremidades ósseas expostas, cobrindo-as com curativos estéreis secos. Em seguida, deve-se manipular as articulações com extremo cuidado e delicadeza, levando em consideração a dor intensa que o acidentado pode estar sentindo. Deve-se imobilizá-lo na posição encontrada e manipular cuidadosamente as lesões. Nem sempre a correta imobilização dessas lesões traz alívio da dor. Nesses casos, deve-se considerar analgesia (prescrição médica). Por fim, deve-se transportar a vítima para a unidade de referência. Em casos de lesões musculares, evite movimentar a região lesionada. Antes de mais nada, aplique compressas frias ou saco de gelo no local. Caso seja necessário, imobilize a região. Em casos de distensão, faça uma bandagem para a sustentação do músculo. Por fim, transporte a vítima para a unidade de referência. Veja, no Quadro 2, esses cuidados em mais detalhes. Trauma musculoesquelético 9 Quadro 2. Cuidados pré-hospitalares em casos de entorse, distensão, con- tusão, laceração e luxação Cuidados Entorse Distensão Contusão Luxação Laceração Observar o estado geral do acidentado. X X X X X Acalmar o acidentado. X X X X X Monitorar sinais vitais. X X X X X Cuidar de qualquer ferimento com curativo. X X X X X Imobilizar o membro como encontrado. X X Se ne- cessário X X Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. X X X X X Usar talas, caso seja necessário. X X X X X Verificar o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão. X X X X X Prender as talas com ataduras ou tiras de pano, apertando o suficiente para imobilizar a área. X X X X Aplicar compressas frias ou saco de gelo no local. X X X Identificar, correta e prontamente, uma síndrome compartimental. X X X X X (Continua) Trauma musculoesquelético10 Cuidados Entorse Distensão Contusão Luxação Laceração Remover imobilizações ou curativos muito apertados e reavaliar perfusão distal constantemente. X X X X X Verificar a necessidade de profilaxia contra tétano. X X X X X Fonte: Adaptado de Nayduch (2011), Simon e Sherman (2013) e Fernandes, Pedrinelli e Hernandez (2011). Cuidados nas fraturas Segundo a Fiocruz (BRASIL , 2003), o indivíduo que sofre uma fratura apresenta dor (que aumenta com o toque ou os movimentos), incapacidade funcional (impossibilidade de fazer movimentos) na região atingida, acentuada impotên- cia funcional da extremidade ou das articulações adjacentes à lesão, inchaço, alteração da cor da área afetada e presença ou não de pulso no membro atingido. Pode haver, ainda, fragmentos de ossos expostos e angulação ou curvatura anormal da região afetada. A pessoa que está atendendo não deve esperar deparar-se com todo esse quadro em todos os casos. Se encontrar duas dessas características já deve suspeitar de fratura. Veja, no Quadro 3, as intervenções nos casos de fratura e as suas justificativas. Quadro 3. Princípios fundamentais no cuidado das fraturas Intervenção Fundamentos e justificativas Observar o estado geral do acidentado. Visando a encontrar lesões mais graves, com ferimento e hemorragia. Acalmar o acidentado. Devido ao estado apreensivo e ao risco de entrar em Pânico. Monitorar sinais vitais. Para prevenir o choque hipovolêmico. (Continua) (Continuação) Trauma musculoesquelético 11 Intervenção Fundamentos e justificativas Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com curativo. Importante antes de proceder a imobilização do membro afetado. Imobilizar o membro. Procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível (imobilizar significa tirar os movimentos das articulações acima e abaixo da lesão). Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. Visando a evitar erros e sequelas. Usar talas, caso seja necessário. As talas auxiliam na sustentação do membro atingido, desde que sejam de tamanho suficiente para ultrapassar as articulações acima e abaixo da fratura O membro atingidodeve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão ou gaze. Deve-se procurar sempre localizar os pontos de pressão e desconforto. Prender as talas com ataduras ou tiras de pano, apertá-las o suficiente para imobilizar a área. Deve-se tomar o cuidado de não provocar insuficiência circulatória. Fixar em pelo menos quatro pontos. Acima e abaixo das articulações se acima e abaixo da fratura. Não tentar recolocar o osso fraturado de volta no seu eixo. De fato, as manobras de redução de qualquer tipo de fratura só podem ser feitas por pessoal médico especializado. Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura. Importante ação antes de ter a parte afetada imobilizada corretamente (exceção se aplica a risco iminente de morte). Ficar atento para o controle de hemorragia arterial. Em casos de fratura exposta, deve-se monitorar sinais de choque. Verificar se as extremidades ósseas se retraíram para dentro da ferida durante a imobilização. Anotar essa informação na ficha de atendimento e passá-la para a equipe do hospital. (Continuação) (Continua) Trauma musculoesquelético12 Intervenção Fundamentos e justificativas Identificar correta e prontamente uma síndrome compartimental. Sinais precoces incluem dor intensa e desproporcional à lesão e parestesia, enquanto sinais tardios incluem ausência de pulso, palidez e paralisia. Remover imobilizações ou curativos muito apertados e reavaliar perfusão distal constantemente. Para monitorar a função neurovascular. Verificar esquema vacinal do tétano. Visando à profilaxia contra tétano. Fonte: Adaptado de Nayduch (2011) e de Simon e Sherman (2013). Além das fraturas traumáticas, existem as fraturas patológicas, que ocorrem em ossos que estejam anormalmente enfraquecidos por uma condição preexistente. A osteoporose é a causa mais comum de fratura patológica, seguida pelas lesões metastáticas. Os locais mais comuns para metástases ósseas são a coluna vertebral, as costelas, a pelve, o fêmur e o úmero. As fraturas patológicas metastáticas raramente ocorrem distalmente ao joelho e ao cotovelo. Qualquer fratura que ocorra por um trauma trivial deve ser considerada patológica. Os pacientes podem perceber dor óssea generalizada ou até edema indolor sobre o local da fratura patológica. As lesões benignas são habitualmente assintomáticas antes da fratura. A dor óssea prévia à fratura sugere que a lesão seja, mais provavelmente, maligna (SIMON; SHERMAN, 2013). Complicações decorrentes de lesões musculoesqueléticas O tratamento de fraturas, luxações e entorses depende de vários fatores, incluindo lesões associadas, estabilidade hemodinâmica, lesão vascular, desvio associado e comorbidades e estado funcional anteriores à lesão. Esses são fatores contribuintes para as possíveis complicações. As complicações potenciais são graves devido à imobilidade associada com a tração e incluem pneumonia, atelectasia, lesão da pele nos locais de pressão e tromboembolia venosa. A seguir, veremos essas complicações em mais detalhes. (Continuação) Trauma musculoesquelético 13 Complicações de lesões articulares e luxações Uma luxação pode interromper o fluxo sanguíneo para a extensão do mem- bro se os vasos sanguíneos forem lesados. Assim, os tecidos subjacentes podem não receber sangue suficiente, levando a uma isquemia e a uma necrose tecidual. A depender da extensão da necrose, pode ser necessária a amputação do membro. As luxações podem danificar nervos ou vir acompanhadas de outros problemas (complicações). Entretanto, complicações sérias são incomuns. O risco de complicações sérias aumenta se a pele for lacerada ou se os vasos sanguíneos ou nervos forem danificados. As articulações deslocadas, a menos que sejam realinhadas rapidamente, têm mais probabilidade de danificar vasos sanguíneos e nervos do que as fraturas. Complicações de lesões musculares De acordo Monsanto et al. (2019), a maioria das complicações relacionadas à lesão muscular (distensão/contusão) tem origem no hematoma da lesão, o qual pode aumentar de tamanho e causar uma síndrome compartimental (Quadro 4) ou evoluir para um hematoma encapsulado. Caso o paciente tenha alguma infecção em outro sítio, pode haver contaminação e supuração, sendo indicada drenagem cirúrgica. Ainda segundo Monsanto et al. (2019), pode haver ruptura ou afrouxamento da fáscia muscular, possibilitando o extravasamento de parte do ventre muscular pela abertura da fáscia. Isso causa dor e alteração da função, o que leva à perda da elasticidade do músculo, predispondo à dor crônica e a episódios de lesões recidivantes. Complicação de fraturas As fraturas podem apresentar algumas complicações, desde complicações iniciais, como choque hipovolêmico, embolia gordurosa, síndrome compar- timental, troboembolia, coagulopatia intravascular disseminada e infecção, até complicações tardias, como união tardia e não união, necrose óssea a vascular, reação dos aparelhos de fixação externa, distrofia simpática reflexa e ossificação heterotrófica (SIMON; SHERMAN, 2013) Trauma musculoesquelético14 Algumas fraturas causam sangramento visível ao redor da lesão. Em casos raros, o sangramento no interior do corpo ou de uma ferida aberta (sangra- mento externo) é suficientemente abundante para causar uma queda na pressão arterial com risco à vida, levando a vítima ao choque. Ainda em relação à lesão vascular, quando o fluxo sanguíneo para um osso é interrompido, parte do osso pode morrer, resultando em osteonecrose. Em algumas situações, os nervos são distendidos, contundidos ou esma- gados quando ocorre fratura em um osso. Essas lesões costumam cicatrizar naturalmente ao decorrer de semanas. Porém, em casos raros, podem sofrer ruptura. Nesses casos, necessitam de reparo cirúrgico. Caso a pele seja lacerada quando acontece a fratura do osso, a ferida pode ficar infectada (microrganismos externos avançam para o interior), e a infecção pode disseminar-se para o osso (evento chamado de osteomielite, que é de difícil tratamento). Há, também, os problemas de cicatrização, em que os ossos fraturados podem não voltar a juntar-se conforme esperado. Eles podem não voltar a juntar-se (chamado não união), voltar a juntar-se muito lentamente (chamado união retardada) ou juntar-se na posição errada (chamado má união) (ALVAREZ et al., 2010). Observe os Quadros 4 e 5, que abordam, respectivamente, as complicações mais relevantes das lesões musculoesqueléticas e as possíveis complicações de fratura, entorse, distensão, contusão, luxação e laceração. Quadro 4. Complicações mais relevantes das lesões musculoesqueléticas Embolia pulmonar É a complicação grave mais comum das fraturas sérias do quadril ou da pélvis. Ela ocorre quando um coágulo de sangue se forma em uma veia, solta-se (tornando-se um êmbolo), desloca-se para um pulmão e ali bloqueia uma artéria. Como resultado, o corpo pode não receber oxigênio suficiente e desenvolve dor torácica de início repentino ou que vai aumentando, falta de ar, aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, palidez e ansiedade. Embolia gordurosa Pode ocorrer quando ossos longos (como o osso da coxa) são fraturados e liberam gordura no interior do osso (medula óssea). A gordura que se desloca pelas veias pode se alojar nos pulmões e bloquear um vaso sanguíneo, causando a embolia pulmonar. Assim, o corpo não consegue obter oxigênio suficiente. A hipoxemia é o achado importante. (Continua) Trauma musculoesquelético 15 Síndrome compartimental Pode surgir quando os músculos lesionados incham muito depois da lesão. Consiste na pressão aumentada do tecido dentro de um compartimento fascial apertado, o que resulta em isquemia do tecido. O edema exerce pressão nos vasos sanguíneos adjacentes, reduzindo ou bloqueando fluxo sanguíneo para o membro lesionado. Assim, os tecidos no membro podem ficar danificados ou necrosar, podendo levar à amputação. Fonte: Adaptado de Simone Sherman (2013), Nakamura (2019) e Laurino (2017). Quadro 5. Possíveis complicações de fratura, entorse, distensão, contusão, luxação e laceração Complicações Fraturas Entorse Distensão Contusão Luxação Laceração Choque hipovolêmico X X Síndrome com- partimental X X X X X X Complicações vasculares X X X X X X Embolia gordurosa X Embolia pulmonar X X X X X X Isquemia e necrose tecidual X X X X Osteomielite X Lesão de nervos X X X X X X Fonte: Adaptado de Nayduch (2011), Simon e Sherman (2013) e Fernandes, Pedrinelli e Hernandez (2011). (Continuação) Trauma musculoesquelético16 Queda de nível. Paciente feminina, 35 anos, caiu da escada em que estava realizando a limpeza da janela da sua casa. Ao chegarmos ao local, a vítima estava sentada, com queixas de muita dor em membro inferior direito, especificamente na articulação fêmorotibial e na região do tornozelo. A região do joelho apresentava edema e deformidade, indicativos de luxação. Nesse caso, suspeitou-se de fratura até que fosse realizado exame radiológico e descartada a fratura. Foi realizada a imobilização do membro, com preenchimento na região posterior do joelho e maca rígida. Ainda, os seguintes sinais vitais foram verificados: pressão arterial em 120/80 mmhg, frequência cardíaca em 98 bpm, frequência respiratória em 19 mrpm, saturação em O2:99% e Glasgow em 15. Em seguida, a paciente foi encaminhada ao hospital de referência. Na luxação, ocorre a separação de dois ossos de uma articulação e, geral- mente, há rompimento de ligamentos. Nesses casos, há instabilidade na articu- lação afetada, necessitando de imobilização imediata, na posição encontrada. A imobilização fornecerá mais conforto à vítima, pois diminuirá a dor. Antes e após a imobilização, deve-se checar se há presença de pulso, mobilidade, coloração e sensibilidade. Sempre que há luxação, suspeita-se de fratura até que o exame radiológico demonstre o contrário (SIMON; SHERMAN, 2013). Levando-se em conta que a maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresenta muita gravidade, mas pode assumir proporções desastrosas se não atendida com os primeiros socorros adequados, a equipe socorrista tem que atuar não apenas para solucionar os problemas e as dificuldades do momento, mas para otimizar a assistência prestada em ações de ordem preparatória para um atendimento especializado. As atividades, portanto, têm de convidar à ação e à participação. Por isso, no desenvolvimento do atendimento à vítima de trauma, independentemente do tipo de acidente que ocorreu, o profissional deverá estar habilitado para realizar todos os procedimentos-padrão referentes a esse tipo específico de atendimento. A avaliação da vítima para a identificação de uma possível lesão musculoes- quelética requer, do profissional, um conhecimento prévio sobre a anatomia humana, as principais manifestações clínicas apresentadas e a biomecânica do trauma. Com base nisso, as respostas a esse problema devem abranger a prevenção e as melhorias no atendimento às vítimas de lesões. De fato, muitas ações ne- cessitam ser feitas globalmente para fortalecer a assistência ao traumatizado. Trauma musculoesquelético 17 Referências ALVAREZ, F. S. et al. Lesões músculo-esqueléticas. In: ALVAREZ, F. S. et al. (org.). Protocolos de trauma. Rio de Janeiro: Secretaria de Saúde e Defesa Civil, 2010. p. 213-218. (E–book). BRASIL. Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003. (E-book). BRASIL. Protocolos de suporte básico de vida. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. (E-book). FERNANDES, T. L.; PEDRINELLI, A.; HERNANDEZ, A. J. Lesão muscular: fisiopatologia, diagnóstico, tratamento e apresentação clínica. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 46, n. 3, 2011. LAURINO, C. F. S. As lesões musculares. In: LAURINO, C. F. S. Atualização em ortopedia e traumatologia do esporte. São Paulo: Office Editora, 2017. p. 3-35. (E-book). MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. (E-book). MONSANTO, J. et al. Abordagem da lesão muscular: fases de cicatrização, tratamento conservador e opções terapêuticas. Revista da SPMFR, v. 31, n. 3, p. 31-36, 2019. NAKAMURA, G. P. et al. Fratura-luxação de Lisfranc: uma revisão bibliográfica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 1, n. 9, p. 5-17, 2019. NAYDUCH, D. Cuidados no trauma em enfermagem. Porto Alegre: AMGH, 2011. POZZI, I. et al. Manual de trauma ortopédico. São Paulo: SBOT, 2011. (E-book). SANAR SAÚDE. Resumo prático: XABCDE do truama. 2019. Disponível em: https://www. sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/resumo-pratico-abcde-trauma- -atendimento-primeiros-socorros-paciente-enfermagem-xabcde-atualizacao. Acesso em: 19 out. 2021. SIMON, R. R.; SHERMAN, S. C. Emergências ortopédicas. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Classificação de transtornos mentais e de comporta- mento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993. (E-book). Leitura recomendada SILVA, A. C. S. et al. Protocolo de suporte básico de vida. 2020. Disponível em: https:// www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/PROTOCOLO_DE_SUPORTE_ BASICO_DE_VIDA_DO_CBMGO___2020_v2.pdf. Acesso em: 19 out. 2021. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Trauma musculoesquelético18 Dica do professor Os traumas musculoesqueléticos impactam diretamente os grupos etários economicamente ativos e com grandes planejamentos para a vida. Nesse contexto, é fundamental a instituição de um tratamento rápido e eficaz, que minimize a exposição desse paciente a complicações e sequelas. Assim, a identificação da lesão com segurança estabelece um forte elo com os pacientes, reforçando a adesão ao tratamento e contribuindo na redução dos quadros de complicações decorrentes das lesões musculoesqueléticas. Nesta Dica do Professor, você vai ver a importância da atenção do profissional na identificação da lesão para que dados do evento não passem despercebidos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5d735738ee1ceb7a53994d37e8a3958b Exercícios 1) A contusão é considerada uma lesão traumática aguda originada a partir da pancada de algum objeto ou até mesmo de alguma pessoa. É um tipo de lesão frequente nas modalidades esportivas coletivas, mas também acomete praticantes de esportes individuais, acidentes decorrentes de atividades comuns ou outros acidentes. Sabendo que a contusão é um trauma musculoesquelético, o que é correto afirmar? A) A contusão provoca o deslocamento repentino, parcial ou completo das extremidades dos ossos que compõem uma articulação. B) Na contusão, um osso é separado do outro, provocando o desaparecimento dos pontos de contato, o que pode provocar lesões nas estruturas próximas. C) Os músculos mais frequentemente acometidos por contusões são: quadríceps e gastrocnêmios. D) O traumatismo que origina a contusão desencadeia um processo inflamatório imediato, ocasionando dor distal ao local lesionado. E) A contusão é uma lesão óssea que leva à impotência funcional com limitação da força e da mobilidade articular, rigidez e dor ao alongamento passivo. 2) A gravidade do dano resultante de uma lesão por arma de fogo é relacionada à quantidade de energia dissipada na hora do impacto. Os rifles de alta velocidade e as metralhadoras podem causar lesões devastadoras devido à alta energia do impacto, da cavitação secundária produzida e dos efeitos balísticos secundáriosnos fragmentos ósseos quebrados. Assinale a alternativa que melhor aponta características da fratura ocasionada por meio de perfuração por arma de fogo. A) É um caso de fratura atraumática. B) Raramente apresentam hematomas. C) Mesmo com lesão de nervos a paresia é rara. D) Baixo grau de contaminação. E) É uma fratura aberta, pois há rompimento da pele. 3) É uma cascata de eventos que se autoperpetua. Começa com o edema do tecido que, normalmente, ocorre após a lesão (por exemplo, por edema ou hematoma de tecidos moles) ficando pouco espaço para a expansão do tecido. A isquemia tecidual resultante, posteriormente, piora o edema, o que gera um círculo vicioso. A qual complicação de lesão musculoesquelética o texto se refere? A) Embolia gordurosa. B) Embolia pulmonar. C) Síndrome compartimental. D) Osteomielite. E) Osteonecrose. 4) A luxação é o deslocamento repentino, parcial ou completo das extremidades dos ossos que compõem uma articulação. Isso quer dizer que um osso se separa do outro e desaparecem os pontos de contato entre eles, o que pode provocar lesões nas estruturas próximas (ligamentos, vasos sanguíneos, etc.). Reflita sobre esse trauma musculoesquelético e veja o caso a seguir. Pedro é um jovem praticante de motocross. Certo dia, estava em uma competição quando sofreu uma queda durante a realização de uma manobra perigosa. Ao cair no chão, sentiu uma forte dor no braço esquerdo e, quando se deu conta, tinha sofrido uma lesão no ombro, com corte pequeno, sangramento e suspeita de luxação. Complete as lacunas a seguir com as medidas corretas a serem tomadas e, em seguida, marque a alternativa correta. Cuidar primeiramente da __________. A manipulação da __________ deve ser feita com extremo cuidado e delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a __________ do acidentado. Imobilizar na __________. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas. A) dor intensa; ferida aberta; posição encontrada; articulação. B) ferida aberta; articulação; dor intensa; posição realinhada. C) dor intensa; articulação; ferida aberta; posição realinhada. D) ferida aberta; articulação; dor intensa; posição encontrada. E) articulação; ferida aberta; dor intensa; posição encontrada. 5) A distensão muscular ocorre quando um músculo ou o tendão que se prende ao osso é submetido a um esforço que rompe algumas ou muitas fibras musculares. Analise a seguinte imagem de uma distensão muscular de segundo grau dos adutores: Assinale a alternativa que se relaciona corretamente à distensão muscular. A) Quando um esforço danifica a estrutura óssea os vasos sanguíneos irrigados rompem, dando origem a um hematoma. B) O edema surge devido ao membro ficar imobilizado por um longo período após a ocorrência da lesão. C) Por ser uma distensão de 2o grau, o edema e a equimose estão mais frequentes conjuntamente com sensibilidade à dor e aos espasmos. D) Por ser uma distensão de 2o grau, houve ruptura completa do músculo, dor, espasmos, equimoses, edema e hematomas intensos. E) A região lesionada deve ser massageada e movimentada, aplicando compressas frias ou gelo no local. Na prática Na luxação ocorre a separação de dois ossos de uma articulação e, geralmente, há rompimento de ligamentos. Nesses casos, ocorre instabilidade na articulação afetada, necessitando de imobilização imediata, na posição encontrada. A imobilização fornecerá mais conforto à vítima, pois diminuirá a dor. Embora indivíduos de todas as idades apresentem riscos de sofrer quedas, para os idosos estas têm um significado mais relevante, uma vez que podem levá-los à incapacidade e à morte, ou seja, têm um alto custo psicológico, social e econômico, impactando diretamente na diminuição da autonomia do idoso e da sua independência. Neste Na Prática, você vai conhecer a história de um paciente que vivenciou uma experiência difícil após cair de uma árvore. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c28a6fbb-0f99-48fb-b0eb-9693dce69052/a661faa5-2715-4e14-856c-66091f9241ce.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O desafio do cuidado do enfermeiro ao paciente com lesão musculoesquelética que vivencia a covid-19: relato de experiência Neste artigo, você vai ver como uma assistência de enfermagem especializada durante o tratamento mostrou-se imprescindível à medida que a ação do enfermeiro gera um forte elo com os pacientes, reforçando a adesão ao tratamento e contribuindo na redução dos quadros de complicações decorrentes da infecção pelo coronavírus. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Trauma em idosos socorridos pelo serviço de atendimento móvel de urgência Neste artigo, você vai conferir estudos que apontam que fatores intrínsecos ao envelhecimento, como déficits motores, sensoriais e cognitivos, são fragilidades que podem aparecer de forma sutil ao longo do tempo, expondo os idosos a um maior risco de trauma e complicações. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Entendendo a dor Neste livro, você vai entender melhor a dor e como contribuir com a qualidade da assistência prestada aos pacientes. A dor é o sintoma mais comum da maioria dos traumas musculoesqueléticos, e varia de leve a grave, bem como de aguda e de curta duração a crônica e de longa duração, podendo ser localizada ou generalizada (difusa). Leia. https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12947/11953 https://www.scielo.br/j/ape/a/4PW5q844qzzTN8knFMzNcBC/abstract/?lang=pt Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788582710203