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Prévia do material em texto

Trauma musculoesquelético
Apresentação
O trauma ocorre quando há um grande comprometimento da energia transmitida ao corpo 
humano, podendo ser ocasionado por acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas, 
ferimentos por armas de fogo de grande calibre, armas brancas, entre outros. É considerado um 
problema de saúde pública, pois está entre as patologias crônicas de longa duração que repercutem 
negativamente na vida dos pacientes, levando a deficiências físicas, repercussões cognitivas e 
limitação das atividades, restringindo, assim, o desempenho dos papéis sociais.
As lesões musculoesqueléticas ou de extremidades, embora comuns em pacientes com trauma, 
raramente representam uma ameaça imediata à vida. Pequenos acidentes domésticos, recreativos 
ou esportivos levam a esse tipo de lesão, de maneira geral, sem maiores consequências. O trauma 
musculoesquelético pode ser fatal quando resulta em perda significativa de sangue, externamente, 
dentro do membro ou pélvis. Entre as lesões do sistema musculoesquelético é possível destacar as 
fraturas, as luxações, as entorses e a amputação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá condutas que potencializam a assistência, com o 
propósito de melhoria do atendimento e consequente minimização de danos à saúde dos pacientes, 
vítimas de traumas musculoesqueléticos. Além disso, conhecerá os tipos de lesões 
musculoesqueléticas e os procedimentos para primeiros socorros. Por fim, identificará as possíveis 
complicações decorrentes de cada tipo de lesão musculoesquelética.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever os tipos de lesões musculoesqueléticas. •
Identificar os primeiros socorros para cada tipo de lesão. •
Reconhecer as possíveis complicações decorrentes de lesões musculoesqueléticas. •
Infográfico
Uma fratura ocorre quando a força aplicada excede a resistência plástica do osso e vai além do seu 
limite, causando perda de continuidade óssea, podendo ser descrita de várias formas. Entretanto, 
nenhum sistema de classificação é totalmente inclusivo, e a equipe que lida com fraturas no dia a 
dia deve estar ciente da terminologia para melhor entender e comunicar a informação à equipe 
multiprofissional que cuidará do paciente.
A avaliação e o diagnóstico da fratura, para ser descrita de forma adequada, pelo menos duas 
incidências radiográficas perpendiculares devem ser obtidas. As fraturas também podem ser 
classificadas quanto ao traço da lesão.
Neste Infográfico, você vai ver um sistema de classificação de fraturas.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/eb168f0f-7648-47c7-a78b-9b11597ba813/6582cbf2-54dd-41d4-90a9-81d7631628e8.jpg
Conteúdo do livro
Na traumatologia, o crescente problema da violência, das doenças ocupacionais, dos acidentes de 
trânsito e causas externas, perfazem mais de 90% dos atos médicos destinados ao tratamento das 
afecções do sistema musculoesquelético, fato de extrema preocupação, tanto do ponto de vista 
epidemiológico quanto da gestão, pelo elevado número de procedimentos realizados, o alto valor 
de recursos financeiros envolvidos e as vidas que ficam inativas ou perdidas (BRASIL, 2016).
Os tratamentos da traumatologia podem ser diversos. Alguns são conservadores, como a 
implementação de ligaduras ou a colocação de um gesso. Outros tratamentos são mais invasivos, 
como as intervenções cirúrgicas que são utilizadas para instalar parafusos, placas e outros 
elementos no interior do corpo. A escolha de um ou outro tratamento é realizada pelo profissional 
de acordo com o tipo de lesão.
No capítulo Trauma musculoesquelético, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
identificar os tipos de lesões musculoesqueléticas, além de relacionar procedimentos para os 
primeiros socorros após a identificação das lesões e elaborar plano de cuidados para esses 
pacientes. Por fim, vai conhecer as possíveis complicações decorrentes de cada tipo de lesão 
musculoesquelética.
Boa leitura.
ATENDIMENTO 
PRÉ-HOSPITALAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever os tipos de lesões musculoesqueléticas.
 > Identificar os primeiros socorros para cada tipo de lesão.
 > Reconhecer as possíveis complicações decorrentes de lesões musculo-
esqueléticas.
Introdução
Entre as causas de trauma, incluem-se os acidentes e a violência, que podem 
ser acidentais e ou intencionais e configuram um conjunto de agravos à saúde 
que podem ou não levar a óbito. Esse conjunto de eventos consta na Classifi-
cação Internacional de Doenças (CID-10), sob a denominação “Causas externas” 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1993). 
Entre as causas externas, a lesão musculoesquelética é definida como o 
conjunto de patologias que afetam ossos, músculos, tendões, ligamentos, 
articulações, nervos, discos vertebrais, cartilagens, vasos sanguíneos ou tecidos 
moles associados, podendo ser causada ou agravada pela prática de atividade 
física. Sobretudo pela quantidade de áreas que podem ser afetadas, esse pro-
blema precisa de assistência de profissional urgente e especializada, visando 
ao diagnóstico e à intervenção precoces e, ainda, à promoção da qualidade de 
vida, ao autocuidado e à prevenção de complicações evitando ou minimizando 
as incapacidades.
Trauma 
musculoesquelético
Valdenice Silva Rocha Vieira
Neste capítulo, descreveremos os tipos de lesões musculoesqueléticas, 
relacionando procedimentos para primeiros socorros após a identificação das 
lesões. Também explicaremos como elaborar um plano de cuidados para vítimas 
de trauma musculoesquelético e como identificar as possíveis complicações 
decorrentes de cada tipo de lesão.
Tipos de lesões musculoesqueléticas
O trauma ocorre quando a quantidade de energia envolvida é suficiente para 
provocar dano tecidual, com o consequente aparecimento imediato de sinais 
e/ou sintomas inflamatórios. As lesões variam de simples entorses e disten-
sões dos ligamentos e tendões até fraturas expostas graves e hemorragias. 
Proximal a cada osso, existe um nervo, uma artéria e uma veia controlando 
o movimento, a nutrição e a oxigenação. Isso ressalta a importância de não 
desvalorizar o trauma, que demanda urgente realização de intervenções 
para a prevenção de agravos que possam comprometer o membro afetado.
A seguir, veremos os tipos de lesões musculoesqueléticas, os seus sinais 
e sintomas.
Entorses 
Em uma entorse, os ligamentos que reforçam a articulação são estirados ou 
rompidos. A região lombar da coluna vertebral, o tornozelo e o joelho são locais 
comuns de entorses. Ligamentos parcialmente rompidos são reparados de 
forma natural, mas cicatrizam lentamente devido à sua pouca vascularização. 
As entorses tendem a ser dolorosas e imobilizantes (MARIEB; HOEHN, 2009).
As entorses podem ser leves, moderadas ou graves. Segundo Simon e 
Sherman (2013), as entorses leves, também chamadas de entorses de primeiro 
grau, consistem na ruptura de algumas fibras e são caracterizadas por edema 
mínimo, nenhuma incapacidade funcional e movimento articular normal. Já 
as moderadas, também chamadas de entorses de segundo grau, consistem 
na ruptura parcial do ligamento e apresentam edema, sensibilidade dolo-
rosa, incapacidade funcional e movimentos dentro da normalidade. Por fim, 
as entorses graves, também chamadas de entorses de terceiro grau, con-
sistem na ruptura total do ligamento e apresentam movimento anormal da 
articulação, edema e dor.
Trauma musculoesquelético2
Distensões musculares
A distensão muscular ocorre quando um músculo ou o tendão que se prende 
ao osso é submetido a um esforço que rompe algumas ou muitas fibras 
musculares e os vasos sanguíneos que as irrigam, dando origem a um hema-
toma acompanhado de inflamação local. Segundo Simon e Sherman (2013), 
a distensão pode ocorrer em qualquer ponto dentro do músculo, mas a mais 
comum é na junção musculotendínea distal.
Asdistensões são classificadas da seguinte forma. 
 � 1º grau: dor localizada leve, câimbra, ou rigidez com movimento, mas 
o paciente consegue deambular.
 � 2º grau: o edema e a equimose estão mais frequentes, junto com sen-
sibilidade à dor e espasmos. Se a lesão for em extremidade inferior, 
limita a deambulação.
 � 3º grau: ruptura completa do músculo, dor, espasmos, equimoses, 
edema e hematomas intensos.
Contusão muscular
A contusão é um tipo de lesão muscular frequente nas modalidades esportivas 
coletivas, mas também acomete praticantes de esportes individuais ou aciden-
tes decorrentes de atividades comuns ou outros acidentes. O traumatismo direto 
desencadeia um processo inflamatório imediato, com dor localizada, edema, 
presença ou não de hematoma (contusão superficial com lesão de capilares 
pode apresentar equimose, se for mais profunda; com ruptura de vaso de calibre 
maior, pode apresentar hematoma), impotência funcional, com limitação da 
força e da mobilidade articular, rigidez e dor ao alongamento passivo.
Os músculos mais frequentemente acometidos por contusões são o qua-
dríceps e os gastrocnêmicos. As contusões do músculo quadríceps podem 
ser classificadas conforme os graus de restrição funcional (LAURINO, 2017). 
Veja a seguir.
 � Leve: dor localizada, amplitude de movimento articular maior do que 
90°, marcha normal.
 � Moderada: dor e edema moderados, amplitude de movimento articu-
lar <90° e >45°, marcha antálgica, impotência ao subir escadas e ao 
levantar-se de uma cadeira sem dor.
 � Grave: dor e edema intensos, amplitude de movimento articular <45°, 
marcha antálgica, deambulação com muletas.
Trauma musculoesquelético 3
Luxação
Luxação é o deslocamento repentino, parcial ou completo, das extremidades 
dos ossos que compõem uma articulação. Isso quer dizer que um osso se 
separa do outro e desaparecem os pontos de contato entre eles, o que pode 
provocar lesões nas estruturas próximas (ligamentos, vasos sanguíneos, 
etc.) (BRASIL, 2003). 
O deslocamento das extremidades dos ossos que compõem uma articu-
lação provoca dor intensa, limitação nos movimentos, deformidade visível, 
inchaços e hematomas.
Como os ossos contêm vários tipos de tecidos, eles são considerados 
órgãos (lembre-se de que os órgãos contêm vários tecidos diferentes). 
Embora o tecido ósseo predomine, os ossos também contêm tecido nervoso 
em seus nervos, cartilagem em suas cartilagens articulares, tecido conjuntivo 
fibroso revestindo as suas cavidades e tecido muscular e epitelial nos seus 
vasos sanguíneos (MARIEB; HOEHN, 2009).
Laceração ou rotura muscular
A laceração ou rotura muscular é a lesão mais grave, também a mais rara, 
em que há o estiramento brusco do músculo em um período, com quebra ou 
não de tendões. Essa situação normalmente exige cirurgia.
Laurino (2017) considera três graus de rotura muscular. Veja a seguir.
 � 1º grau: fibrilares ou microrroturas.
 � 2º grau: fasciculares.
 � 3º grau: rotura completa.
Segundo Laurino (2017), na rotura muscular parcial ou de segundo grau, 
as dores são mais intensas e ocorrem em condições semelhantes ao esti-
ramento muscular. As dores são localizadas e surgem durante uma corrida 
com velocidade máxima ou em movimento brusco de impulsão corporal. 
Na rotura de terceiro grau, ao exame clínico, as dores são intensas e localizadas 
à palpação e há o surgimento de impotência funcional intensa e espasmo 
muscular acentuado. Nas 24-48 horas subsequentes, haverá aumento de 
Trauma musculoesquelético4
volume do segmento corporal atingido, devido ao edema pós-traumático ou 
à hemorragia. É importante, assim, ter atenção especial aos danos vasculares 
que acontecem nesses episódios.
Em estudos publicados, é observado que existe uma dificuldade 
em fazer o diagnóstico final de rotura muscular. Segundo Simon e 
Sherman (2013), o paciente é frequentemente mal diagnosticado como portador 
de contusão, aparecendo vários dias mais tarde com uma massa definida, 
que corresponde ao músculo amontoado e contraído. Isso acontece porque 
inicialmente pode haver uma rotura de 1º grau, com sintomas muito similares 
àqueles decorrentes de distensão e contusão muscular.
Fraturas
Fratura é a perda da continuidade óssea, que pode ser completa ou não. 
Conforme Simon e Sherman (2013), uma fratura ocorre quando a força aplicada 
excede a resistência plástica do osso e vai além do seu limite de resistência. 
As fraturas podem ser traumáticas ou atraumáticas, podendo resultar de 
traumas de alta energia (como, por exemplo, uma queda de altura) ou de 
traumas de baixa energia, quando houver doença subjacente, como osteo-
porose ou câncer ósseo. 
É preciso considerar que as fraturas envolvem os ossos e podem 
ser de vários tipos, alguns dos quais são instáveis. Além disso, uma 
linha de fratura pode atravessar o osso intra-articular, envolvendo, assim, 
a articulação.
Segundo Simon e Sherman (2013), a fratura pode ser classificada, quanto 
ao traço da lesão, em transversa, longitudinal, oblíqua exposta e desviada e 
espiral, além de em fratura simples e comunicativa. A fratura pode ser clas-
sificada, ainda, como fechada, aberta (há rompimento da pele), complicada 
(associada a lesões vasculares, neurológicas, articulares ou viscerais), não 
complicada ou simples (pouca associação com outras estruturas). 
Trauma musculoesquelético 5
Segundo (BRASIL, 2003), suspeita-se de fratura ou lesões articulares 
quando houver:
 � dor intensa no local e que aumente ao menor movimento (essa dor 
pode estar bem localizada, mas pode ser difusa se houver muitos 
tecidos moles associados);
 � edema local; 
 � crepitação ao se movimentar (som parecido com o amassar de papel); 
 � hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) 
ou equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece 
horas após a fratura); 
 � paralisia (lesão de nervos); 
 � deficiência funcional.
A fratura exposta aborda desde uma pequena laceração puntiforme 
na pele até membros inteiros danificados, constituindo uma grande 
perda tecidual. Alguns mecanismos comuns que causam essas fraturas são 
quedas, colisões automobilísticas, atropelamentos e lesões por esmagamento. 
Na nossa realidade, o trauma penetrante por arma de fogo (PAF) também é um 
grande causador de fraturas expostas.
Pelo que vimos até aqui referente a sinais e sintomas, percebe-se que a dor 
como sintoma limitante chama a atenção. Então, como socorristas, devemos 
ter atenção especial e valorizar a queixa da vítima. Por não sermos capazes 
de sentir as dificuldades e a dor do momento, as habilidades e competências 
para enfrentamento do caso possibilitam efetividade na assistência prestada. 
Logo, todas as vezes que estamos perante uma lesão musculoesquelética, 
devemos lembrar que há diversos fatores envolvidos, pois uma lesão nunca 
é igual a outra. Muitas são as variáveis que acompanham o evento: várias são 
determinadas pelo mecanismo e pela energia do trauma; outras, pelo perfil 
do paciente e/ou pela sua qualidade óssea.
Trauma musculoesquelético6
Primeiros socorros nas lesões 
musculoesqueléticas
O sistema locomotor pode ser afetado por lesões traumáticas ou por situa-
ções clínicas. As condições clínicas não apresentam a mesma gravidade das 
lesões traumáticas, mas algumas delas podem ter consequências graves 
para as vítimas. As lesões traumáticas, se não atendidas a tempo e segundo 
o protocolo certo, podem assumir proporções desastrosas. 
A maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresenta muita gravidade. 
As ações emergenciais a serem adotadas devem ser versáteis e de fácil apli-
cação, com agressão mínima do tecido ósseo e das partes moles. A avaliação 
e o atendimento a esses pacientes devem ser prestados por uma equipe 
multidisciplinar, visando a identificar e tratar primeiramente o que expõe a 
vida ao risco. De fato, o objetivo primário durante o atendimento inicial ao 
paciente vítima de trauma é a sobrevivência com funções cognitivas normais.
Na avaliação primária,realiza-se uma avaliação geral do estado da vítima, 
verificando-se padrões respiratórios, circulatórios e estado neurológico. Para 
a assistência às vítimas de trauma, é reconhecido mundialmente o método 
mnemônico “XABCDE”, que define as prioridades do trauma. Segundo Sanar 
Saúde (2019):
O XABCDE é um mnemônico que padroniza o atendimento inicial ao paciente 
politraumatizado e define prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de 
padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos 
os passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma. Ele foi pensado 
para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é aplicável a todos 
as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo tem 
como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas 
de qualquer tipo de trauma.
No mnemônico:
 � “X” contempla a exsanguinação, ou seja, a contenção de hemorragia 
externa grave;
 � “A” remete à manutenção da permeabilidade das vias aéreas e à es-
tabilização da coluna cervical;
 � “B” se refere a respiração e ventilação, de modo que o socorrista deve 
verificar se a respiração está adequada;
Trauma musculoesquelético 7
 � “C” contempla a avaliação da circulação com controle de hemorragia;
 � “D” remete à avaliação de disfunções do estado neurológico, ou seja, 
à análise do nível de consciência, do tamanho e da reatividade das 
pupilas, da presença de hérnia cerebral, de sinais de lateralização e 
do nível de lesão medular;
 � “E” significa exposição, em que a análise da extensão das lesões e o 
controle do ambiente com prevenção da hipotermia são as principais 
medidas tomadas.
Na avaliação secundária, o primeiro passo é fazer uma entrevista SAMPLA, 
cujas letras englobam:
 � (S) a verificação dos sinais vitais, como respiração, pulso e pressão 
arterial, e da pele (temperatura, cor, umidade, turgor); 
 � (A) o histórico de eventuais alergias; 
 � (M) medicamentos que o paciente utilize ou demais tratamentos;
 � (P) questões acerca do passado médico, bem com problemas de saúde 
ou doenças prévias; 
 � (L) o último horário que fez ingestão de líquidos ou se alimentou; 
 � (A) o ambiente do evento relacionado com o trauma (detalhe do me-
canismo de trauma).
Essa entrevista pode ser feita com o próprio paciente ou com familiares 
ou terceiros que estejam presentes.
A abordagem ortopédica nesses pacientes consiste no controle da he-
morragia, no manejo das lesões de partes moles e na estabilidade provisória 
das fraturas, de maneira que a fisiologia global do paciente possa melhorar. 
Evita-se, assim, o agravamento pelo tratamento definitivo, denominado 
second hit, ou segundo golpe (o “primeiro golpe” é o trauma causador das 
lesões). Esse é o conceito do controle de danos, em que o principal objetivo 
é salvar a vida, adiando o reparo definitivo das lesões anatômicas e focando 
a restauração da fisiologia (POZZI et al., 2011).
Veja, no Quadro 1, a conduta que deve ser adotada para cuidar das lesões 
nos primeiros momentos do atendimento.
Trauma musculoesquelético8
Quadro 1. Primeiras condutas nas lesões musculoesqueléticas
As lesões Reconhecer as lesões 
por meio de: Pesquisar
 � Entorses
 � Distensões
 � Luxações
 � Fraturas
 � Contusões 
Lacerações
 � Mecanismo de trauma 
sugestivo
 � Dor local aguda
 � Deformidades/edemas/
hematomas/equimoses
 � Impotência funcional e/ou 
movimentos anormais de 
extremidades
 � Encurtamento de membro
 � Distúrbio de perfusão 
periférica
 � Exposição óssea ou 
sangramento suspeito
 � Crepitação à palpação do 
membro lesado
 � Função 
neurovascular: 
motricidade e 
sensibilidade 
 � Perfusão periférica
 � Observar qualquer 
parestesia descrita 
pelo paciente, 
como dormência, 
formigamento, 
“agulhadas” e 
ardência
Fonte: Adaptado de Brasil (2016).
Cuidados nas lesões articulares, luxações e 
lesões musculares
Em casos de lesões articulares e luxações, deve-se, primeiramente, cuidar 
das feridas abertas e das extremidades ósseas expostas, cobrindo-as com 
curativos estéreis secos. Em seguida, deve-se manipular as articulações com 
extremo cuidado e delicadeza, levando em consideração a dor intensa que o 
acidentado pode estar sentindo. Deve-se imobilizá-lo na posição encontrada 
e manipular cuidadosamente as lesões. Nem sempre a correta imobilização 
dessas lesões traz alívio da dor. Nesses casos, deve-se considerar analgesia 
(prescrição médica). Por fim, deve-se transportar a vítima para a unidade 
de referência.
Em casos de lesões musculares, evite movimentar a região lesionada. Antes 
de mais nada, aplique compressas frias ou saco de gelo no local. Caso seja 
necessário, imobilize a região. Em casos de distensão, faça uma bandagem 
para a sustentação do músculo. Por fim, transporte a vítima para a unidade 
de referência.
Veja, no Quadro 2, esses cuidados em mais detalhes.
Trauma musculoesquelético 9
Quadro 2. Cuidados pré-hospitalares em casos de entorse, distensão, con-
tusão, laceração e luxação
Cuidados Entorse Distensão Contusão Luxação Laceração
Observar o 
estado geral do 
acidentado.
X X X X X
Acalmar o 
acidentado. X X X X X
Monitorar sinais 
vitais. X X X X X
Cuidar de qualquer 
ferimento com 
curativo.
X X X X X
Imobilizar o 
membro como 
encontrado.
X X Se ne-
cessário X X
Trabalhar com 
muita delicadeza e 
cuidado.
X X X X X
Usar talas, caso 
seja necessário. X X X X X
Verificar o 
pulso distal, a 
mobilidade, a 
sensibilidade e a 
perfusão.
X X X X X
Prender as talas 
com ataduras ou 
tiras de pano, 
apertando o 
suficiente para 
imobilizar a área.
X X X X
Aplicar compressas 
frias ou saco de 
gelo no local.
X X X
Identificar, correta 
e prontamente, 
uma síndrome 
compartimental.
X X X X X
(Continua)
Trauma musculoesquelético10
Cuidados Entorse Distensão Contusão Luxação Laceração
Remover 
imobilizações 
ou curativos 
muito apertados 
e reavaliar 
perfusão distal 
constantemente.
X X X X X
Verificar a 
necessidade de 
profilaxia contra 
tétano.
X X X X X
Fonte: Adaptado de Nayduch (2011), Simon e Sherman (2013) e Fernandes, Pedrinelli e Hernandez 
(2011).
Cuidados nas fraturas
Segundo a Fiocruz (BRASIL , 2003), o indivíduo que sofre uma fratura apresenta 
dor (que aumenta com o toque ou os movimentos), incapacidade funcional 
(impossibilidade de fazer movimentos) na região atingida, acentuada impotên-
cia funcional da extremidade ou das articulações adjacentes à lesão, inchaço, 
alteração da cor da área afetada e presença ou não de pulso no membro 
atingido. Pode haver, ainda, fragmentos de ossos expostos e angulação ou 
curvatura anormal da região afetada. A pessoa que está atendendo não deve 
esperar deparar-se com todo esse quadro em todos os casos. Se encontrar 
duas dessas características já deve suspeitar de fratura. Veja, no Quadro 3, 
as intervenções nos casos de fratura e as suas justificativas.
Quadro 3. Princípios fundamentais no cuidado das fraturas
Intervenção Fundamentos e justificativas
Observar o estado geral do 
acidentado.
Visando a encontrar lesões mais 
graves, com ferimento e hemorragia.
Acalmar o acidentado. Devido ao estado apreensivo e ao 
risco de entrar em Pânico.
Monitorar sinais vitais. Para prevenir o choque hipovolêmico.
(Continua)
(Continuação)
Trauma musculoesquelético 11
Intervenção Fundamentos e justificativas
Controlar eventual hemorragia e 
cuidar de qualquer ferimento, 
com curativo.
Importante antes de proceder a 
imobilização do membro afetado.
Imobilizar o membro. Procurando colocá-lo na posição 
que for menos dolorosa para o 
acidentado, o mais naturalmente 
possível (imobilizar significa tirar os 
movimentos das articulações acima e 
abaixo da lesão).
Trabalhar com muita delicadeza e 
cuidado.
Visando a evitar erros e sequelas.
Usar talas, caso seja necessário. As talas auxiliam na sustentação do 
membro atingido, desde que sejam de 
tamanho suficiente para ultrapassar 
as articulações acima e abaixo da 
fratura
O membro atingidodeve ser 
acolchoado com panos limpos, 
camadas de algodão ou gaze.
Deve-se procurar sempre localizar os 
pontos de pressão e desconforto.
Prender as talas com ataduras ou 
tiras de pano, apertá-las o suficiente 
para imobilizar a área.
Deve-se tomar o cuidado de não 
provocar insuficiência circulatória.
Fixar em pelo menos quatro pontos. Acima e abaixo das articulações se 
acima e abaixo da fratura.
Não tentar recolocar o osso fraturado 
de volta no seu eixo.
De fato, as manobras de redução de 
qualquer tipo de fratura só podem 
ser feitas por pessoal médico 
especializado.
Não deslocar, remover ou transportar 
o acidentado de fratura.
Importante ação antes de ter a parte 
afetada imobilizada corretamente 
(exceção se aplica a risco iminente de 
morte).
Ficar atento para o controle de 
hemorragia arterial.
Em casos de fratura exposta, deve-se 
monitorar sinais de choque.
Verificar se as extremidades ósseas 
se retraíram para dentro da ferida 
durante a imobilização.
Anotar essa informação na ficha de 
atendimento e passá-la para a equipe 
do hospital.
(Continuação)
(Continua)
Trauma musculoesquelético12
Intervenção Fundamentos e justificativas
Identificar correta e prontamente 
uma síndrome compartimental.
Sinais precoces incluem dor intensa e 
desproporcional à lesão e parestesia, 
enquanto sinais tardios incluem 
ausência de pulso, palidez e paralisia.
Remover imobilizações ou curativos 
muito apertados e reavaliar perfusão 
distal constantemente.
Para monitorar a função 
neurovascular.
Verificar esquema vacinal do tétano. Visando à profilaxia contra tétano.
Fonte: Adaptado de Nayduch (2011) e de Simon e Sherman (2013).
Além das fraturas traumáticas, existem as fraturas patológicas, que 
ocorrem em ossos que estejam anormalmente enfraquecidos por 
uma condição preexistente. A osteoporose é a causa mais comum de fratura 
patológica, seguida pelas lesões metastáticas. Os locais mais comuns para 
metástases ósseas são a coluna vertebral, as costelas, a pelve, o fêmur e o 
úmero. As fraturas patológicas metastáticas raramente ocorrem distalmente 
ao joelho e ao cotovelo. 
Qualquer fratura que ocorra por um trauma trivial deve ser considerada 
patológica. Os pacientes podem perceber dor óssea generalizada ou até edema 
indolor sobre o local da fratura patológica. As lesões benignas são habitualmente 
assintomáticas antes da fratura. A dor óssea prévia à fratura sugere que a lesão 
seja, mais provavelmente, maligna (SIMON; SHERMAN, 2013).
Complicações decorrentes de lesões 
musculoesqueléticas
O tratamento de fraturas, luxações e entorses depende de vários fatores, 
incluindo lesões associadas, estabilidade hemodinâmica, lesão vascular, 
desvio associado e comorbidades e estado funcional anteriores à lesão. Esses 
são fatores contribuintes para as possíveis complicações. 
As complicações potenciais são graves devido à imobilidade associada 
com a tração e incluem pneumonia, atelectasia, lesão da pele nos locais de 
pressão e tromboembolia venosa. A seguir, veremos essas complicações em 
mais detalhes.
(Continuação)
Trauma musculoesquelético 13
Complicações de lesões articulares e luxações
Uma luxação pode interromper o fluxo sanguíneo para a extensão do mem-
bro se os vasos sanguíneos forem lesados. Assim, os tecidos subjacentes 
podem não receber sangue suficiente, levando a uma isquemia e a uma 
necrose tecidual. A depender da extensão da necrose, pode ser necessária 
a amputação do membro.
As luxações podem danificar nervos ou vir acompanhadas de outros 
problemas (complicações). Entretanto, complicações sérias são incomuns. 
O risco de complicações sérias aumenta se a pele for lacerada ou se os vasos 
sanguíneos ou nervos forem danificados. As articulações deslocadas, a menos 
que sejam realinhadas rapidamente, têm mais probabilidade de danificar 
vasos sanguíneos e nervos do que as fraturas.
Complicações de lesões musculares
De acordo Monsanto et al. (2019), a maioria das complicações relacionadas 
à lesão muscular (distensão/contusão) tem origem no hematoma da lesão, 
o qual pode aumentar de tamanho e causar uma síndrome compartimental 
(Quadro 4) ou evoluir para um hematoma encapsulado. Caso o paciente tenha 
alguma infecção em outro sítio, pode haver contaminação e supuração, sendo 
indicada drenagem cirúrgica.
Ainda segundo Monsanto et al. (2019), pode haver ruptura ou afrouxamento 
da fáscia muscular, possibilitando o extravasamento de parte do ventre 
muscular pela abertura da fáscia. Isso causa dor e alteração da função, 
o que leva à perda da elasticidade do músculo, predispondo à dor crônica e 
a episódios de lesões recidivantes.
Complicação de fraturas
As fraturas podem apresentar algumas complicações, desde complicações 
iniciais, como choque hipovolêmico, embolia gordurosa, síndrome compar-
timental, troboembolia, coagulopatia intravascular disseminada e infecção, 
até complicações tardias, como união tardia e não união, necrose óssea a 
vascular, reação dos aparelhos de fixação externa, distrofia simpática reflexa 
e ossificação heterotrófica (SIMON; SHERMAN, 2013)
Trauma musculoesquelético14
Algumas fraturas causam sangramento visível ao redor da lesão. Em casos 
raros, o sangramento no interior do corpo ou de uma ferida aberta (sangra-
mento externo) é suficientemente abundante para causar uma queda na 
pressão arterial com risco à vida, levando a vítima ao choque. Ainda em relação 
à lesão vascular, quando o fluxo sanguíneo para um osso é interrompido, 
parte do osso pode morrer, resultando em osteonecrose. 
Em algumas situações, os nervos são distendidos, contundidos ou esma-
gados quando ocorre fratura em um osso. Essas lesões costumam cicatrizar 
naturalmente ao decorrer de semanas. Porém, em casos raros, podem sofrer 
ruptura. Nesses casos, necessitam de reparo cirúrgico.
Caso a pele seja lacerada quando acontece a fratura do osso, a ferida 
pode ficar infectada (microrganismos externos avançam para o interior), e a 
infecção pode disseminar-se para o osso (evento chamado de osteomielite, 
que é de difícil tratamento). 
Há, também, os problemas de cicatrização, em que os ossos fraturados 
podem não voltar a juntar-se conforme esperado. Eles podem não voltar a 
juntar-se (chamado não união), voltar a juntar-se muito lentamente (chamado 
união retardada) ou juntar-se na posição errada (chamado má união) (ALVAREZ 
et al., 2010).
Observe os Quadros 4 e 5, que abordam, respectivamente, as complicações 
mais relevantes das lesões musculoesqueléticas e as possíveis complicações 
de fratura, entorse, distensão, contusão, luxação e laceração.
Quadro 4. Complicações mais relevantes das lesões musculoesqueléticas
Embolia 
pulmonar
É a complicação grave mais comum das fraturas sérias 
do quadril ou da pélvis. Ela ocorre quando um coágulo 
de sangue se forma em uma veia, solta-se (tornando-se 
um êmbolo), desloca-se para um pulmão e ali bloqueia 
uma artéria. Como resultado, o corpo pode não receber 
oxigênio suficiente e desenvolve dor torácica de início 
repentino ou que vai aumentando, falta de ar, aceleração 
dos batimentos cardíacos e da respiração, palidez e 
ansiedade.
Embolia 
gordurosa
Pode ocorrer quando ossos longos (como o osso da coxa) 
são fraturados e liberam gordura no interior do osso 
(medula óssea).
A gordura que se desloca pelas veias pode se alojar nos 
pulmões e bloquear um vaso sanguíneo, causando a 
embolia pulmonar. Assim, o corpo não consegue obter 
oxigênio suficiente. A hipoxemia é o achado importante.
(Continua)
Trauma musculoesquelético 15
Síndrome 
compartimental
Pode surgir quando os músculos lesionados incham 
muito depois da lesão. Consiste na pressão aumentada 
do tecido dentro de um compartimento fascial apertado, 
o que resulta em isquemia do tecido. O edema exerce 
pressão nos vasos sanguíneos adjacentes, reduzindo ou 
bloqueando fluxo sanguíneo para o membro lesionado. 
Assim, os tecidos no membro podem ficar danificados ou 
necrosar, podendo levar à amputação.
Fonte: Adaptado de Simone Sherman (2013), Nakamura (2019) e Laurino (2017).
Quadro 5. Possíveis complicações de fratura, entorse, distensão, contusão, 
luxação e laceração
Complicações Fraturas Entorse Distensão Contusão Luxação Laceração
Choque 
hipovolêmico X X
Síndrome com-
partimental X X X X X X
Complicações 
vasculares X X X X X X
Embolia 
gordurosa X
Embolia 
pulmonar X X X X X X
Isquemia 
e necrose 
tecidual
X X X X
Osteomielite X
Lesão de 
nervos X X X X X X
Fonte: Adaptado de Nayduch (2011), Simon e Sherman (2013) e Fernandes, Pedrinelli e Hernandez 
(2011).
(Continuação)
Trauma musculoesquelético16
Queda de nível. Paciente feminina, 35 anos, caiu da escada em que 
estava realizando a limpeza da janela da sua casa. Ao chegarmos ao 
local, a vítima estava sentada, com queixas de muita dor em membro inferior 
direito, especificamente na articulação fêmorotibial e na região do tornozelo. 
A região do joelho apresentava edema e deformidade, indicativos de luxação. 
Nesse caso, suspeitou-se de fratura até que fosse realizado exame radiológico e 
descartada a fratura. Foi realizada a imobilização do membro, com preenchimento 
na região posterior do joelho e maca rígida. Ainda, os seguintes sinais vitais 
foram verificados: pressão arterial em 120/80 mmhg, frequência cardíaca em 98 
bpm, frequência respiratória em 19 mrpm, saturação em O2:99% e Glasgow em 
15. Em seguida, a paciente foi encaminhada ao hospital de referência. 
Na luxação, ocorre a separação de dois ossos de uma articulação e, geral-
mente, há rompimento de ligamentos. Nesses casos, há instabilidade na articu-
lação afetada, necessitando de imobilização imediata, na posição encontrada. 
A imobilização fornecerá mais conforto à vítima, pois diminuirá a dor. Antes 
e após a imobilização, deve-se checar se há presença de pulso, mobilidade, 
coloração e sensibilidade. Sempre que há luxação, suspeita-se de fratura até 
que o exame radiológico demonstre o contrário (SIMON; SHERMAN, 2013). 
Levando-se em conta que a maioria das lesões traumato-ortopédicas 
não apresenta muita gravidade, mas pode assumir proporções desastrosas 
se não atendida com os primeiros socorros adequados, a equipe socorrista 
tem que atuar não apenas para solucionar os problemas e as dificuldades 
do momento, mas para otimizar a assistência prestada em ações de ordem 
preparatória para um atendimento especializado. As atividades, portanto, 
têm de convidar à ação e à participação. Por isso, no desenvolvimento do 
atendimento à vítima de trauma, independentemente do tipo de acidente 
que ocorreu, o profissional deverá estar habilitado para realizar todos os 
procedimentos-padrão referentes a esse tipo específico de atendimento. 
A avaliação da vítima para a identificação de uma possível lesão musculoes-
quelética requer, do profissional, um conhecimento prévio sobre a anatomia 
humana, as principais manifestações clínicas apresentadas e a biomecânica 
do trauma.
Com base nisso, as respostas a esse problema devem abranger a prevenção 
e as melhorias no atendimento às vítimas de lesões. De fato, muitas ações ne-
cessitam ser feitas globalmente para fortalecer a assistência ao traumatizado.
Trauma musculoesquelético 17
Referências
ALVAREZ, F. S. et al. Lesões músculo-esqueléticas. In: ALVAREZ, F. S. et al. (org.). Protocolos 
de trauma. Rio de Janeiro: Secretaria de Saúde e Defesa Civil, 2010. p. 213-218. (E–book).
BRASIL. Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003. 
(E-book).
BRASIL. Protocolos de suporte básico de vida. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 
(E-book).
FERNANDES, T. L.; PEDRINELLI, A.; HERNANDEZ, A. J. Lesão muscular: fisiopatologia, 
diagnóstico, tratamento e apresentação clínica. Revista Brasileira de Ortopedia, 
v. 46, n. 3, 2011. 
LAURINO, C. F. S. As lesões musculares. In: LAURINO, C. F. S. Atualização em ortopedia e 
traumatologia do esporte. São Paulo: Office Editora, 2017. p. 3-35. (E-book).
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. (E-book).
MONSANTO, J. et al. Abordagem da lesão muscular: fases de cicatrização, tratamento 
conservador e opções terapêuticas. Revista da SPMFR, v. 31, n. 3, p. 31-36, 2019. 
NAKAMURA, G. P. et al. Fratura-luxação de Lisfranc: uma revisão bibliográfica. Revista 
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 1, n. 9, p. 5-17, 2019. 
NAYDUCH, D. Cuidados no trauma em enfermagem. Porto Alegre: AMGH, 2011.
POZZI, I. et al. Manual de trauma ortopédico. São Paulo: SBOT, 2011. (E-book). 
SANAR SAÚDE. Resumo prático: XABCDE do truama. 2019. Disponível em: https://www.
sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/resumo-pratico-abcde-trauma-
-atendimento-primeiros-socorros-paciente-enfermagem-xabcde-atualizacao. Acesso 
em: 19 out. 2021. 
SIMON, R. R.; SHERMAN, S. C. Emergências ortopédicas. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Classificação de transtornos mentais e de comporta-
mento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 
1993. (E-book).
Leitura recomendada
SILVA, A. C. S. et al. Protocolo de suporte básico de vida. 2020. Disponível em: https://
www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/PROTOCOLO_DE_SUPORTE_
BASICO_DE_VIDA_DO_CBMGO___2020_v2.pdf. Acesso em: 19 out. 2021.
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declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Trauma musculoesquelético18
Dica do professor
Os traumas musculoesqueléticos impactam diretamente os grupos etários economicamente ativos 
e com grandes planejamentos para a vida. Nesse contexto, é fundamental a instituição de um 
tratamento rápido e eficaz, que minimize a exposição desse paciente a complicações e sequelas. 
Assim, a identificação da lesão com segurança estabelece um forte elo com os pacientes, 
reforçando a adesão ao tratamento e contribuindo na redução dos quadros de complicações 
decorrentes das lesões musculoesqueléticas.
Nesta Dica do Professor, você vai ver a importância da atenção do profissional na identificação da 
lesão para que dados do evento não passem despercebidos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) A contusão é considerada uma lesão traumática aguda originada a partir da pancada de 
algum objeto ou até mesmo de alguma pessoa. É um tipo de lesão frequente nas 
modalidades esportivas coletivas, mas também acomete praticantes de esportes individuais, 
acidentes decorrentes de atividades comuns ou outros acidentes.
Sabendo que a contusão é um trauma musculoesquelético, o que é correto afirmar?
A) A contusão provoca o deslocamento repentino, parcial ou completo das extremidades dos 
ossos que compõem uma articulação.
B) Na contusão, um osso é separado do outro, provocando o desaparecimento dos pontos de 
contato, o que pode provocar lesões nas estruturas próximas.
C) Os músculos mais frequentemente acometidos por contusões são: quadríceps e 
gastrocnêmios.
D) O traumatismo que origina a contusão desencadeia um processo inflamatório imediato, 
ocasionando dor distal ao local lesionado. 
E) A contusão é uma lesão óssea que leva à impotência funcional com limitação da força e da 
mobilidade articular, rigidez e dor ao alongamento passivo.
2) A gravidade do dano resultante de uma lesão por arma de fogo é relacionada à quantidade 
de energia dissipada na hora do impacto. Os rifles de alta velocidade e as metralhadoras 
podem causar lesões devastadoras devido à alta energia do impacto, da cavitação secundária 
produzida e dos efeitos balísticos secundáriosnos fragmentos ósseos quebrados.
Assinale a alternativa que melhor aponta características da fratura ocasionada por meio de 
perfuração por arma de fogo.
A) É um caso de fratura atraumática. 
B) Raramente apresentam hematomas. 
C) Mesmo com lesão de nervos a paresia é rara. 
D) Baixo grau de contaminação.
E) É uma fratura aberta, pois há rompimento da pele. 
3) É uma cascata de eventos que se autoperpetua. Começa com o edema do tecido que, 
normalmente, ocorre após a lesão (por exemplo, por edema ou hematoma de tecidos moles) 
ficando pouco espaço para a expansão do tecido. A isquemia tecidual resultante, 
posteriormente, piora o edema, o que gera um círculo vicioso.
A qual complicação de lesão musculoesquelética o texto se refere?
A) Embolia gordurosa.
B) Embolia pulmonar.
C) Síndrome compartimental.
D) Osteomielite.
E) Osteonecrose.
4) A luxação é o deslocamento repentino, parcial ou completo das extremidades dos ossos que 
compõem uma articulação. Isso quer dizer que um osso se separa do outro e desaparecem os 
pontos de contato entre eles, o que pode provocar lesões nas estruturas próximas 
(ligamentos, vasos sanguíneos, etc.). Reflita sobre esse trauma musculoesquelético e veja o 
caso a seguir.
Pedro é um jovem praticante de motocross. Certo dia, estava em uma competição quando 
sofreu uma queda durante a realização de uma manobra perigosa. Ao cair no chão, sentiu 
uma forte dor no braço esquerdo e, quando se deu conta, tinha sofrido uma lesão no ombro, 
com corte pequeno, sangramento e suspeita de luxação.
Complete as lacunas a seguir com as medidas corretas a serem tomadas e, em seguida, 
marque a alternativa correta.
Cuidar primeiramente da __________. A manipulação da __________ deve ser feita com 
extremo cuidado e delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a __________ do 
acidentado. Imobilizar na __________.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.
A) dor intensa; ferida aberta; posição encontrada; articulação.
B) ferida aberta; articulação; dor intensa; posição realinhada.
C) dor intensa; articulação; ferida aberta; posição realinhada.
D) ferida aberta; articulação; dor intensa; posição encontrada.
E) articulação; ferida aberta; dor intensa; posição encontrada.
5) A distensão muscular ocorre quando um músculo ou o tendão que se prende ao osso é submetido a 
um esforço que rompe algumas ou muitas fibras musculares. 
Analise a seguinte imagem de uma distensão muscular de segundo grau dos adutores: 
 
Assinale a alternativa que se relaciona corretamente à distensão muscular.
A) Quando um esforço danifica a estrutura óssea os vasos sanguíneos irrigados rompem, dando 
origem a um hematoma.
B) O edema surge devido ao membro ficar imobilizado por um longo período após a ocorrência 
da lesão.
C) Por ser uma distensão de 2o grau, o edema e a equimose estão mais frequentes 
conjuntamente com sensibilidade à dor e aos espasmos.
D) Por ser uma distensão de 2o grau, houve ruptura completa do músculo, dor, espasmos, 
equimoses, edema e hematomas intensos.
E) A região lesionada deve ser massageada e movimentada, aplicando compressas frias ou gelo 
no local.
Na prática
Na luxação ocorre a separação de dois ossos de uma articulação e, geralmente, há rompimento de 
ligamentos. Nesses casos, ocorre instabilidade na articulação afetada, necessitando de imobilização 
imediata, na posição encontrada. A imobilização fornecerá mais conforto à vítima, pois diminuirá a 
dor.
Embora indivíduos de todas as idades apresentem riscos de sofrer quedas, para os idosos estas têm 
um significado mais relevante, uma vez que podem levá-los à incapacidade e à morte, ou seja, têm 
um alto custo psicológico, social e econômico, impactando diretamente na diminuição da 
autonomia do idoso e da sua independência.
Neste Na Prática, você vai conhecer a história de um paciente que vivenciou uma experiência difícil 
após cair de uma árvore.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O desafio do cuidado do enfermeiro ao paciente com lesão 
musculoesquelética que vivencia a covid-19: relato de 
experiência
Neste artigo, você vai ver como uma assistência de enfermagem especializada durante o 
tratamento mostrou-se imprescindível à medida que a ação do enfermeiro gera um forte elo com os 
pacientes, reforçando a adesão ao tratamento e contribuindo na redução dos quadros de 
complicações decorrentes da infecção pelo coronavírus. Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Trauma em idosos socorridos pelo serviço de atendimento 
móvel de urgência
Neste artigo, você vai conferir estudos que apontam que fatores intrínsecos ao envelhecimento, 
como déficits motores, sensoriais e cognitivos, são fragilidades que podem aparecer de forma sutil 
ao longo do tempo, expondo os idosos a um maior risco de trauma e complicações.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Entendendo a dor
Neste livro, você vai entender melhor a dor e como contribuir com a qualidade da assistência 
prestada aos pacientes. A dor é o sintoma mais comum da maioria dos traumas 
musculoesqueléticos, e varia de leve a grave, bem como de aguda e de curta duração a crônica e de 
longa duração, podendo ser localizada ou generalizada (difusa). Leia.
https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12947/11953
 https://www.scielo.br/j/ape/a/4PW5q844qzzTN8knFMzNcBC/abstract/?lang=pt 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788582710203

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