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7 Nesse interim, a acessoriedade do partícipe divide-se em mínima, limitada, extremada e hiperacessoriedade. A mínima, segundo Capez, Greco14, e outros, é aquela em que a figura do partícipe é a de quem concorre para a prática de um fato típico, independente desse fato ser antijurídico. Exemplo de quem está se defendendo de um ato injusto e o partícipe atua ajudando essa pessoa, não resultando justo que esse partícipe seja punido. A limitada15, por sua vez, é a teoria da acessoriedade em que o partícipe responde pelo fato se esse além de típico é antijurídico, entretanto, o indivíduo já não responderá na qualidade de partícipe, mas sim, de autor, salvo se fato for culpável. A extremada (máxima)16, se fato for típico, antijurídico e culpável. Por fim, a hiperacessoriedade17, teoria em que se acumulam tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade, punibilidade e agravantes. Entretanto, há outra vertente teórica, a do domínio do fato, representada por Alflen, Welsen e Roxin, dentre outros autores, e criado a partir da Teoria 14 “Para a teoria da acessoriedade mínima haverá participação punível a partir do momento em que o autor já tiver realizado uma conduta típica. Basta, para essa teoria, que o autor pratique um fato típico, para que possa haver a responsabilização penal do partícipe. No dizer de Paul Bockelmann, “a participação é acessória ao mínimo quando para sua punição é siuficiente que o autor principal haja concretizado um tipo penal.”” GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal - Parte Geral. 17ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015. p. 503. 15 “A teoria da acessoriedade limitada pune a participação se o autor tiver levado a efeito uma conduta típica e ilícita. Portanto, para a teoria da acessoriedade limitada, adotada pela maioria dos doutrinadores, é preciso que o autor tenha cometido um injusto típico, mesmo que não seja culpável, para que o partícipe possa ser penalmente responsabilizado”. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal … p. 503. 16 “Para a teoria da acessoriedade máxima, somente haverá a punição do partícipe se o autor tiver praticado uma condutga típica, ilícita e culpável. Na divisão tripartida do conceito analítico, o crime é um fato típico, ilícito e culpável. Para os adeptos da teoria da acessoriedade máxima, para que se possa falar em participação, é preciso que o autor tenha praticado um injusto culpável”. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal … p. 504. 17 “A teoria da hiperacessoriedade vai mais além e diz que a participação somente será punida se o autor tiver praticado um fato típico, ilícito, culpável e punível. A punibilidade do inujusto culpável levado a efeito pelo autor, para essa teoria, é condição indispensável à responsabilização penal do partícipe. Assim, por exemplo, se o partícipe estimula ou determina algué, menor de 21 anos de idade, a praticar um delito de furto, e se, quanto ao autor, em razão de sua idade, for reconhecida a prescrição, uma vez que o prazo, nos termos do art. 115 do Código Penal, deve ser reduzido de metade, o partícipe não poderá ser punido”. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal … p. 504.