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0 Rogério Fernando Absentismo Escolar nas Classes Iniciais do Ensino Primário: Caso da Escola Primária de Chimuili (2022-2023) Curso de Licenciatura em Ensino Básico Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado 2023 1 Rogerio Fernando Absentismo Escolar Nas Classes Iniciais do Ensino Primário. Caso da Escola Primária de Chimuili (2022-2023) Curso de Licenciatura em Ensino Básico Projecto de pesquisa a ser apresentado no Departamento da educação e Psicologia, curso de Licenciatura em Ensino Básico com Habilitações em Administração e Gestão Escolar, Extensão de Cabo Delgado -Montepuez para obtenção do grau académico de Licenciatura Supervisor: Domingos Azarias Mindú Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado 2023 2 Índice INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 1.1.Objectivo .................................................................................................................... 4 1.1.1.Objectivos Específicos ............................................................................................ 4 1.2.Tema ………….. ........................................................................................................ 5 1.3.Delimitação do tema ................................................................................................... 5 1.4.Enquadramento do tema ............................................................................................. 5 1.5.Objecto de estudo ....................................................................................................... 5 1.6.Problematização.......................................................................................................... 5 1.7.Justificativa ................................................................................................................. 7 1.8.Questões de pesquisa .................................................................................................. 7 1.9.Estrutura do projecto de Monografia .......................................................................... 8 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 9 2.1.Definição de conceitos................................................................................................ 9 2.2.Absentismo escolar dos alunos ................................................................................... 9 2.3.Tipologias do abandono escolar ............................................................................... 10 2.4.A diferença entre os conceitos causa e factor ........................................................... 12 2.5.Causas gerais do abandono escolar .......................................................................... 13 2.5.1.A escola ................................................................................................................. 13 2.5.2.O Aluno ................................................................................................................. 13 2.5.3.Família ................................................................................................................... 14 2.5.4.Professores ............................................................................................................. 15 2.6.Factores que condicionam absentismo escolar dos alunos ....................................... 17 2.7.Absentismo escolar dos alunos e Desempenho escolar ............................................ 18 2.8.Absentismo escolar dos alunos e Abandono escolar dos alunos .............................. 19 2.9.Consequências do absentismo escolar ...................................................................... 20 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 22 3 3.1.Classificação da pesquisa ......................................................................................... 22 3.1.1.Quanto a abordagem .............................................................................................. 22 3.1.2.Quanto aos objectivos ............................................................................................ 23 3.1.3.Quanto a natureza. ................................................................................................. 24 3.1.4.Quanto aos procedimentos .................................................................................... 25 a)Estudo de caso ............................................................................................................. 25 3.2.Técnicas e Instrumentos de colecta de dados ........................................................... 26 3.2.1.Técnicas de recolha de dados ................................................................................ 26 3.2.2.Instrumentos de recolha de dados .......................................................................... 26 a)Entrevista semi-estruturada ......................................................................................... 27 b)Questionário ................................................................................................................ 28 c)Observação não participante ....................................................................................... 29 3.3.Participantes da pesquisa .......................................................................................... 30 a)Universo ……………………………………………………………………………...30 b)Amostra … .................................................................................................................. 30 3.4.Técnicas de análise de dados .................................................................................... 31 3.5.Ética de pesquisa e garantia de validade dos resultados ........................................... 31 CRONOGRAMA E ORCAMENTO.............................................................................. 33 4.1.Cronograma .............................................................................................................. 33 4.2.Orçamento ................................................................................................................ 33 5.Referencias Bibliográficas ........................................................................................... 35 Apêndices ……………………………………………………………………………...38 4 INTRODUÇÃO O presente projecto de pesquisa visa abordar acerca do absentismo escolar nas classes inicias do Ensino Primário na Escola Primaria de Chimuili. Portanto o absentismo escolar está relacionado com o meio escolar e familiar. No primeiro os alunos sentem-se incapazes, com pouca auto-estima e quando regressam à Escola depois do período de falta não têm uma recepção calorosa por parte desta. Por sua vez as ameaças feitas por parte dos atores educativos podem trazer um clima de descredibilidade, uma vez que não sejam cumpridas. A perda de ligação afectiva à Escola também se torna um factor condicionante do absentismo uma vez que os jovens não participam nas actividades escolares. A Escola deve proporcionar aos alunos um clima de integração dos mesmos. No que diz respeito ao segundo meio, o familiar, poderá influenciar o absentismo escolar na medida em que os Pais põem em causa a sua autoridade quando se sentem incapazes de assegurarem a ida dos filhos para a Escola. Outrossim, nem sempre as causas do absentismo estão somente relacionadas com o próprio aluno mas também na falta supervisão por parte da Escola e da Família, na falta de motivação e estímulos, nas relações formais e informais deficientes e em toda a conjunturaeconómica em que vivemos. As condições mencionadas nestes dois meios poderão provocar no aluno um sentimento de autonomia e por sua vez, considerarem o absentismo como solução dos seus problemas 1.1.Objectivo De acordo com Marconi e Lakatos (2001), objectivo geral “ está ligado a uma visão global e abrangente do tema; relaciona-se com o conteúdo, quer fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas, vinculando-se directamente a própria significação da tese proposta pelo projecto. Para este trabalho o objectivo geral é: Analisar os factores que influenciam para o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino Primário na Escola Primária de Chimuili. 1.1.1. Objectivos Específicos Aos objectivos gerais associam-se os objectivos específicos. Os objectivos Específicos de acordo com Vergara (2000) são as metas cujo atingimento depende o alcance do objectivo geral e para o presente projecto temos os seguintes: Identificar os factores que influenciam para absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário na Escola Primária de Chimuili; 5 Caracterizar os factores que influenciam o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário na Escola Primária de Chimuili; Descrever as implicações do absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário no processo de ensino e aprendizagem. 1.2.Tema Para a presente pesquisa tem com tema: absentismo escolar nas classes inicias do ensino primário. 1.3.Delimitação do tema Delimitação espacial: a pesquisa vai ser realizada na Província de Cabo Delgado, Distrito de Namuno na Escola primária de Chimuili. A motivação para a escolha do tema nasceu enquanto professor em algumas escolas do distrito de Namuno, no qual constatei que as escolas não conseguiam manter com o mesmo efectivo em todos dias lectivos havendo sempre tendência de oscilação na participação das aulas em alguns dias e concretamente depois das festas do dia 1 de Junho. Delimitação temporal: a pesquisa se situa no período de 2022 à 2023. É neste intervalo de tempo que o problema foi vivenciado pelo proponente. 1.4.Enquadramento do tema O presente tema de pesquisa Enquadra-se na linha de pesquisa: a qualidade do processo de ensino aprendizagem 1.5.Objecto de estudo O objecto do estudo do tema é o absentismo escolar nas classes inicias do ensino primário. 1.6.Problematização A problemática do absentismo escolar constitui uma área complexa de ser estudada e pesquisada pelas causas que incidem no seu aparecimento. Todavia, uma abordagem investigativa minuciosa desde as potencialidades das ciências pedagógicas e da educação, permitem conceber, de maneira cooperativa e integrada, esforços que possibilitem um tratamento abrangente e efectivo desta problemática. 6 Assim estudos desenvolvidos por Sarmento dos Santos (2017), mostram que o absentismo escolar deve-se a múltiplas razões e a diversos factores que vão desde as características dos alunos e dos professores, passando pelas metodologias de ensino, pelos conteúdos curriculares, pela filosofia da educação, pela cultura de proveniência, até aos factores institucionais. Nesta ordem de pensamento, merece similarmente ter-se em conta uma consideração feita por Soares (2004), segundo a qual os factores intra e extra-escolares estão associados ao desempenho cognitivo dos alunos, pois as condições económicas agem também criando condições especiais para o surgimento de tal fenómeno. A questão de absentismo escolar é discutida em diferentes vertentes, em muitos estudos, havendo reflexões e preocupações, tanto por parte dos governantes quanto de investigadores das Ciências da Educação, bem como de todos os actores que intervêm no processo de ensino e aprendizagem. Os pais e encarregados de educação, professores e alunos encontram-se no centro desta discussão. Um estudo realizado por Gaspar (2009) conclui que é notório e significativo o absentismo escolar de muitos alunos, principalmente nas classes iniciais do ensino primário. Por um lado, as pesquisas antes realizadas por vários autores, apontam associações negativas entre o desempenho escolar e o absentismo. Por outro lado, essas pesquisas indicam elevadas taxas de absentismo escolar na nossa sociedade Moçambicana. Esta situação não é excepção para a Escola primária de Chimuili, onde são sucessivas as queixas e reclamações em relação ao absentismo escolar dos alunos concretamente nas primeiras classes no qual no princípio do ano aparecem todos os dias e permanecem na escola ate o último tempo do horário mas ao passo que no princípio do 2º trimestre a situação não é as de melhor ao ver a redução do efectivo escolar em muitos dias. No final de Maio muitas crianças permanecem na escola com objectivo de participar as festas do dia 1 de Junho onde bastará se comer essa festa, são poucas crianças que frequentam todos os dias na escola sendo algumas crianças só aparecem enquanto a estrutura de base junto com o conselho de escola gritarem na aldeia solicitando as crianças para aparecerem na escola e garantindo que toda criança com idade escolar deve ir a escola caso não será capturado e punido junto com os seus pais ou encarregados de Educação. Contudo numa ordem de ideias, o presente projecto de pesquisa esforçara – se por melhor explicar o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário na Escola Primária de Chimuili. Diante destes problemas, coloca-se a seguinte questão de pesquisa: 7 Que factores influenciam para o absetismo escolar nas classes iniciais do ensino primario na escola primaria de Chimuili? 1.7.Justificativa A motivação para o levantamento deste estudo nasceu das experiências pessoais do proponente ou seja, nas expectativas de responder ao ‘porque’ absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário, um facto registado durante a minha vida Professional como professor. Por outro lado, as leituras mostram, basicamente, que a tendência dominante entre professores e Pais encarregados de Educação no que consiste a motivação e acompanhamento diário dos alunos na escola concretamente os de classes inicias por serem crianças que ainda não sabem a relevância de estar a estudar. Portanto, esta pesquisa se tornará relevante na medida em que poderá contribuir em proposta sugestiva para manter a assiduidade dos alunos nas escolas garantindo assim a qualidade de ensino e o sucesso escolar dos alunos. O estudo poderá ajudar ainda aos professores e aos alunos para a concretização dos objectivos almejados no processo de ensino e aprendizagem, pós com esta pesquisa os professores serão capazes de incentivar o aluno e saber manter a assiduidade do mesmo ate o final de cada ano lectivo. 1.8.Questões de pesquisa A partir das constatações, nos colocamos as seguintes perguntas que vão conduzir o estudo: Q1. Que factores influenciam o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário na Escola Primaria de Chimuili? Q2. De que forma se manifesta o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário na Escola Primaria de Chimuili? Q3. Qual e o impacto do absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário na Escola Primaria de Chimuili? 8 1.9.Estrutura do projecto de Monografia O presente projecto de monografia está estruturada em: a introdução onde falaremos sobre a delimitação do tema, seu enquadramento, objecto de estudo, problematização, a justificativa, objectivo e as questões de pesquisa. A fundamentação teórica onde constam as ideias de diferentes autores sobre o tema como o caso de Moore (1947) citado por Miguez (1979), Mallada (1996), Chadwick-Jons (1973) citado por Miguez (1979), Monteiro (2014), Vasconcellos (2013), etc, a metodologia de pesquisa onde encontramos a classificação, procedimentos de pesquisa, o detalhe, os participantes de pesquisa e tratamento de dados. E por último, o cronogramae orçamento do projecto. E por último aparece a referência bibliográfica. 9 REVISÃO DA LITERATURA Este capítulo apresenta a fundamentação teórica inerente ao absentismo e absentismo escolar dos alunos, bem como as suas manifestações, colocando-se a ênfase para os factores que concorrem para este fenómeno, procurando desse modo trazer uma melhor compreensão do tema em estudo. 2.1.Definição de conceitos O absentismo é um termo encontrado na área de administração, sendo empregue para avaliar a rotatividade de funcionários nas empresas, determinando assim o desempenho deles. Este fenómeno está associado ainda a possíveis problemas em um determinado segmento da empresa, servindo ainda para identificar as falhas e os ajustes necessários para o bom funcionamento organizacional. Numa abordagem organizacional, Moore (1947) citado por Miguez (1979) define o absentismo como um conteúdo semântico e perfeitamente claro que significa o hábito que certos trabalhadores têm de se ausentar ao trabalho sem uma razão válida. Mallada (1996) definiu o absentismo no sentido lato, para ele trata-se de considerar toda a ausência no trabalho, seja ela justificada ou não, e que se mede pela diferença entre o tempo de trabalho contratado e o efectivamente realizado. Ainda no âmbito organizacional, Chadwick-Jons (1973) citado por Miguez (1979) divide os tipos de absentismo em dois grandes grupos que são: A: Absentismo involuntário; B: Absentismo voluntário. O absentismo involuntário é aquele caracterizado pelas ausências que não foram programadas, ou seja, as ausências do tipo A são consideradas como legítimas e justificadas pelas definições de necessidades que lhes estão associadas, podendo as suas determinantes, ser externas a organização, exemplo: doenças, acidentes ou problemas pessoais. Ao passe que, o absentismo voluntário é caracterizado pelas ausências programadas, ou seja, aquelas ausências previstas, como férias, folgas ou livre arbítrio. 2.2.Absentismo escolar dos alunos Embora ainda pouco comum no contexto educacional, esta expressão vem se tornando cada vez mais frequente na literatura da área e muitas vezes o termo é utilizado como um sinónimo de “faltar à escola”, entretanto, um olhar mais cuidadoso sobre o conceito revela que existem variações no entendimento do mesmo. Este fenómeno ocorre em 10 diversos universos e ele vem sendo abordado em várias pesquisas, e em quase todas a questão central ronda em torno de como conseguir a sua redução e erradicação. Quando falamos de absentismo nas escolas é preciso relacionar os alunos que se ausentam ou abandonam a escola com a real situação da escola e o modo como o meio envolvente lida com essa situação. Monteiro (2014), relaciona o termo absentismo como uma expressão utilizada para designar a falta do aluno à escola, isto é, a soma dos períodos em que o aluno de uma determinada escola se encontra ausente, não sendo essa ausência motivada por doença prolongada ou licença legal. Para o mesmo autor o absentismo está relacionado ao meio escolar e familiar envolvente. Para Vasconcellos (2013), o absentismo escolar é uma questão relevante no processo de escolarização, uma vez que se entende que a presença do aluno na sala de aula é fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem escolar. Ainda que seja um pouco complexo relacionar o absentismo escolar dos alunos, através das definições dos autores acima citados, pode-se perceber que o absentismo escolar dos alunos é um fenómeno associado às sucessivas faltas dos alunos à escola e às aulas e que provoca atrasos pedagógicos a comunidade escolar e uma fraca produtividade por parte dos alunos. Nesta vertente, Vasconcellos e Mattos (2011), abordam que o absentismo entre os alunos e professores revela-se como uma grande dificuldade enfrentada pelas escolas. Mecanismos de controlo, tanto para os professores quanto para os alunos, não tem garantido a frequência destes, nem um maior compromisso profissional por parte dos professores em relação às suas faltas. Entretanto, enquanto o absentismo entre os professores é interpretado pela escola como um problema a ser resolvido pelos sistemas de ensino a nível macro, entre os alunos ele é entendido como um problema a ser resolvido pela escola, pelos pais e por instâncias do poder público jurídico. 2.3.Tipologias do abandono escolar Janosz et al., (2000), apresentam uma tipologia do abandono, evidenciando quatro (4) perfis de alunos desistentes: os discretos, os não empenhados, os com baixo desempenho e os inadaptados. a) Os alunos ditos “discretos” são aqueles que não apresentam nenhum problema de comportamento na escola, que evidenciam um nível de empenho elevado em relação à educação, mas cujo rendimento escolar é baixo. Estes são qualificados como discretos 11 na medida em que correm o risco de passar despercebidos junto das autoridades ou gestores escolares incluindo os próprios tutores ou professores; b) Os alunos intitulados “não empenhados” são aqueles que, além de manifestarem um reduzido empenho face à educação, evidenciam, em termos de comportamento, um nível de inadaptação escolar médio e um rendimento também médio. c) Os alunos com “baixo desempenho” são indivíduos cujo grau de empenho é baixo, cujo nível de inadaptação escolar é médio e que, ao contrário dos não empenhados, evidenciam um rendimento médio muito fraco. Distinguem-se dos outros desistentes devido às suas dificuldades em corresponder às exigências escolares no plano das aprendizagens; d) Os “alunos inadaptados” são adolescentes e jovens que evidenciam um rendimento escolar muito baixo, um fraco empenho e um elevado nível de inadaptação escolar, resumidamente, são indivíduos cuja experiência escolar se revela problemática a todos os níveis, ou seja, tanto no plano das aprendizagens, como no dos comportamentos. Jorge (2007) estudou as características pessoais e o abandono escolar, reforçando a ideia de que são as características cognitivas, emocionais e comportamentais que constituem o maior peso nas taxas de abandono escolar como referência Jorge (2007, p.2) diz que: No âmbito cognitivo, as dificuldades de aprendizagem são a variável mais importante, seguida da retenção e do baixo rendimento escolar. No âmbito emocional, os estudantes de risco têm falta de interesse pela escola, não valorizam o sucesso académico, nem os valores da Escola e manifestam ainda outras características, tais como: isolamento social, ansiedade e problemas depressivos. No respeitante às características familiares e à sua relação com o abandono escolar, coloca-se a tónica nos estilos de vida, nas estruturas familiares monoparentais, nas más práticas parentais, incluindo falta de apoio emocional, de envolvimento com a escolaridade do educando e supervisão inadequada. De um modo geral, as baixas expectativas parentais estão associadas ao abandono escolar e verifica-se uma forte associação entre o nível de participação parental e as realizações académicas dos filhos. Como constatamos, são inúmeros os estudos que relacionam o fenómeno de abandono escolar a famílias dependentes de subsídios sociais, onde o emprego é precário, o que não acontece com os adolescentes ou jovens provenientes de famílias profissionalmente estáveis. Em suma, as baixas expectativas parentais e a supervisão insuficiente ou inadequada são variáveis fortemente associadas ao abandono escolar, enquanto o ambiente e a qualidade 12 do apoio familiar ao aluno condicionam, quer pela positiva, quer pela negativa, o seu (in) sucesso académico (Jorge, 2007). 2.4.A diferença entre os conceitos causa e factor Para o enriquecimento do trabalho é preciso colocar em distinção entre os termos: a “causa” e o “factor”, o que poderá ajudar a perceber o que dá origem e aquiloque influencia o abandono. Pois, estes dois termos são uns dos mais enigmáticos e que no fundo se nota que há uma correlação mútua entre as duas proposições “causa” e “factor Para Miranda (1983) a “causa” à uma atribuição de solução gratuita. Neste sentido, a “causa” é tudo aquilo que determina a existência de uma coisa, que produz efeito ou fim, que tem em vista uma determinada acção. Por sua vez, Kayat (2018) vai sustentar que a “causa” é como o agente principal ou ulterior de uma acção. Noutras perspectivas uma causa é tudo o que é princípio, razão ou origem de alguma coisa ou um motivo. De acordo com Dicionário Universal (2003, p. 323), “causa é aquilo que ocasiona um acontecimento ou faz com que uma coisa exista ou aconteça”. No contexto que se insere, o termo “causa” visa exprimir a razão ou pretexto para o qual o tema em alusão se circunscreve, uma vez que neste trabalho investigativo busca-se identificar as causas que conduzem à ocorrência do abandono escolar. Dai que a causa é entendida como motivo ou origem do abandono escolar no sistema educacional. Nas palavras de Pontes (1983, p. 56), o termo factor, “(…) é muitas vezes confundido como a causa, mas na sua realidade não se refere a causa, pois factor refere-se a razão pela qual se declara a vontade – por isso é chamado de causa impulsiva no sentido medieval”. Segundo Dicionário Universal (2003, p. 688), factor é tido como “aquele que faz alguma coisa, cada um dos termos de um produto a efectuar-se ou o que concorre para um resultado”. Para o caso vertente, o conceito “factor”, de facto se justifica que é um dos catalisadores que influencia negativa ou positivamente neste processo educativo em relação ao aluno. Porém, o termo factor aparece como uma coincidência na sua definição ao se demonstrar como sinónimo da causa, isto é, aquilo que faz alguma coisa ou é agente da acção ou então, é um elemento que concorre para um resultado (2003). A partir dos diferentes posicionamentos acima elencados, compreende-se que o abandono escolar carrega em si estes elementos fundamentais de causa e factor, tornando algo real que é um processo do abandono e de desistência que pouco a pouco resulta na renúncia da assistência ou participação às aulas por parte do aluno até à sua saída definitiva do sistema escolar. E essa renúncia traz consigo consequências como 13 interrupção do desenvolvimento humano com o sistema escolar e a sua própria projecção como cidadão. 2.5.Causas gerais do abandono escolar No geral existem várias causas que podem impulsionar ou dar origem à saída prematura do aluno do sistema de ensino. Fontes (2003) afirmam que a escola, alunos, pais ou responsáveis e a sociedade podem ser tidos como principais causas do abandono escolar. 2.5.1. A escola A escola devia ser instrumento preponderante no processo de ensino e aprendizagem. É por isso que há divergência de opiniões em relação a esta entidade social. Para Schram e Carvalho (s/d, p. 3) seguindo o pensamento de Freire (2007), expressam que a escola devia ser um lugar de trabalho, de ensino, de aprendizagem. Ela devia ser um lugar em que a convivência permita estar continuamente se superando, porque a escola devia ser espaço privilegiado para pensar. Não é por acaso que Freire (2007, p. 11) define da seguinte maneira: “a escola como um espaço especial de relações e cada escola tem a sua história e é única, também é lugar de relações e representações sociais. E faltando estes elementos essenciais a escola pode cair num autoritarismo.” Sendo assim, havendo este ambiente na escola, isso pode causar o tal fenómeno que é o abandono escolar quando ela for autoritária, de modo especial, se não for atractiva, o que pode influenciar negativamente no aprendizado e, de acordo com Perkins (2013), ao mesmo tempo, quando a escola apresenta uma insuficiência ou a ausência de motivação por parte dos professores pode vir a provocar a desmotivação generalizada, fazendo com que muitos alunos se sintam como indivíduos estranhos, contribuindo para a sua desagregação como desabafa Fontes (2003). Alguns alunos na sua generalidade dificultam o seu controle, perpetuando a anarquia, diminuindo desta forma o rendimento individual baixo nas expectativas dos alunos em relação à escola. 2.5.2. O Aluno O aluno torna-se uma causa motivadora ou impulsionadora do abandono escolar quando se observa nele o “desinteresse, indisciplina e problemas de saúde” (Fontes, 2003, p.11). Na mesma ordem de ideia, Lemmer (2006, p.22) apresenta a variável, determinados comportamentos estudantis como causa: “o abuso de substâncias ou drogas e álcool e absentismo associam-se ao fraco aproveitamento pedagógico, por conseguinte ao abandono escolar”. 14 Segundo Gaspar (2009) como citado em Vasconcelos (2013), defende que: os alunos provenientes de famílias economicamente desfavorecidas possuem expectativas escolares de curto prazo, ou seja, desejam completar a escolaridade obrigatória para poder ir trabalhar, ou pelo menos completar o ano que estão a frequentar, uma vez que consideram já estar com a idade para abandonarem a escola, o que vem ao encontro das suas expectativas de vida, pois demonstram toda uma ansiedade e necessidade de trabalhar (2009). 2.5.3. Família Há vários estudos que demonstram que o abandono escolar ou a desistência dos alunos, tem a sua origem interna, mas também há alguns motivos que podem ser provocados por uma influência externa em relação ao comportamento de pais no desinteresse pela educação dos seus filhos que pode propiciar o abandono (Fontes, 2003). Nesta esteira de ideias, segundo Lemmer (2005, p.82) citando (Khattri et al., 1997), fundamenta que “o baixo nível educativo dos pais, especialmente das mães, tem um efeito negativo sobre o aproveitamento dos alunos, pois as experiências educativas dos próprios pais moldam também as expectativas que eles têm para os seus filhos”. De verdade, o que afirmam estes autores coincide com a realidade vivido dia após dia no seio familiar, onde a educação não é prioridade. E não sendo algo essencial na instrução dos filhos, os pais acabam cortando o sonho ou futuro dos seus filhos, como consequência drástica do abandono escolar. É neste sentido que Menezes (2012), concordando com Béliveau (2006, p. 23), afirma que: a família desempenha um papel preponderante na vida dos alunos, ela contribui para estimular a solidariedade e a responsabilidade da escola na construção do seu projecto educativo, sugerindo como um grande conivente ou actor na formação dos alunos, de toda sua educação, transmissão de valores e atitudes, inseridos numa realidade social que os envolvem (2012). Por isso, a falta de interacção entre a família e a escola também pode originar o abandono escolar, a indisciplina e a violência dentro da escola. Sendo assim, a cultura de participação dos utentes na escola pode vir a contribuir, na construção intelectual dos educandos, com vista ao bom desempenho escolar. É sabido que o projecto educativo se reflecte numa conjuntura de elementos essenciais, tendo em conta a filosofia psicopedagógica da escola, as expectativas dos professores, dos alunos e famílias, sem descurar as condições e todas as dimensões socioculturais, económicas, geográficas e políticas. Olhando para as contribuições acima trazidas, podemos constatar que o envolvimento dos pais com a escola é algo fundamental para o processo de ensino-aprendizagem e 15 para o sucesso dos alunos. Neste contexto, não basta que os pais e encarregados de educação saibam que o filho vai a todas as aulas e realiza as tarefas escolares, mas também, eles precisam de alguma orientação e motivação, independentemente do seu desempenho. Em suma, o autoritarismo vivido na escola, o desinteresse, a indisciplina, a doença do aluno, o baixo nível de escolarização e o nível de educação queos pais têm pode influenciar negativamente para os educandos no sistema de educação, e consequentemente originando o abandono escolar. Por exemplo, presume-se ser normal para pais que estão nestas condições, principalmente nas zonas rurais, valorizarem mais o trabalho do campo como a agricultura, pastorícia e/ou comércio, dentre outras actividades remuneráveis, do que mandar estudar ou ir à escola os seus filhos. 2.5.4. Professores O papel do professor vai além de simplesmente repassar conteúdos para os alunos, esperando que todos aprendam uniformemente e no tempo estipulado, enquadrando aqueles que não conseguem atingir essa meta, o engajamento do professor deve ser motivador. Por natureza e segundo a vocação profissional, devia ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento e não apenas aquele que detém a informação. Não obstante, esse mesmo que se torna como causa do abandono escolar, na medida em que a própria metodologia de ensino usada pode constituir um dos maiores motivos de abandono escolar, os métodos de ensino, que não atendam às necessidades estudantis. Neste sentido, tal como refere Lourenço (2013), é necessário investir em práticas que podem auxiliar a reintegrar o aluno, e apresenta três mecanismos que se circunscrevem em: Mudanças na metodologia de ensino - constitui um dos maiores motivos de abandono escolar, é preciso reavaliar os métodos de ensino, que mais atendam às necessidades estudantis; A avaliação de desempenho individual dos alunos - ajuda a entender mais a fundo se existem problemas ou dificuldades em relação às disciplinas e seus conteúdos, contudo é possível analisar também as principais dificuldades de aprendizagem, entendendo os pontos que devem ter mais atenção por parte do professor; Estimular a participação activa e interactiva da turma - é um passo essencial para combater a evasão na escola, é preciso oferecer dessa maneira um espaço 16 de acolhimento e troca, valorizando as diferentes opiniões e os conhecimentos que os discentes levam à sala de aulas, pois assim tira-se o protagonismo do professor, direccionando a atenção para as contribuições dos estudantes. Assim sendo, o abandono escolar é um problema que deve ser encarado como prioridade para o professor, porquanto as metodologias de ensino adoptadas pelos professores criam desmotivação para os alunos. Desta forma, caberia ao professor pensar nas estratégias de ensino para superação do abandono escolar, por isso que Carvalho (1992), considera que as metodologias consideradas mais activas, são as que pretendem dar resposta à necessidade de o professor motivar o aluno nas vertentes efectiva e cognitiva, propondo assim uma estruturação de tarefas tal que envolva a interacção dos alunos entre si, sua co-responsabilização na gestão das actividades, e consequentemente, o estabelecimento de uma estrutura multilateral da comunicação. Noutra vertente trazida por Estrela defende que: os professores além de disporem de competências científicas e didácticas têm de dispor de competências relacionais, que para além de serem susceptíveis de aquisição e treino, passam pela aquisição de uma atitude de questionamento e problematização do real, alicerçada em competências de diagnóstico, intervenção e avaliação das estratégias de ensino. Portanto, em função dessa atitude, as competências se tornam vazias ou desaparecem quando esse facilitador (o professor) se torna um impedimento quando complica a matéria e a sua elaboração das avaliações ou dos testes ocorre duma forma antipedagógica, sem nos esquecermos da problemática do assédio sexual protagonizado pelo próprio professor (2002). Aliado a isso, Haddad (2008) afirma que o benefício da inclusão não é apenas para crianças com deficiência, é efectivamente para toda a comunidade, porque o ambiente escolar sofre um impacto no sentido da cidadania, da diversidade e do aprendizado. Nesta linha de pensamento, Mantoan (2005) diz que se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinam para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças, pois, uma educação inclusiva visa desenvolver valores educacionais e metodologias que permitam desenvolver as diferenças através do aprender em conjunto, buscando a remoção de barreiras na aprendizagem e promovendo a aprendizagem de todos. Todavia, à escola cabe a responsabilidade em atender as diferenças, considerando que para que haja qualidade na educação é necessário assegurar uma educação que se preocupe em atender à diversidade, pois é fundamental que o sistema educacional prime por uma educação para todos, onde o enfoque seja dado às diferenças existentes dentro 17 da escola. Uma tarefa nada fácil, que exige transformações acerca do sistema como um todo e mudanças significativas no olhar da escola, pensando a adaptação do contexto escolar ao aluno. Como mencionamos acima, os professores devem estar atentos às competências individuais, olhando para diversidade dentro da sala de aulas, incentivando e buscando a superação das dificuldades dos alunos, numa perspectiva de uma escola inclusiva, sem abandono escolar a partir das representações dos professores, para mudanças das práticas de ensino-aprendizagem com grande finalidade para uma escola que se pensa e sonha eficaz para lidar com o problema do abandono escolar. 2.6.Factores que condicionam absentismo escolar dos alunos É inevitável questionarmo-nos se o absentismo escolar dos alunos é uma causa ou efeito de alguma acção. Contudo, existem diferentes formas de ser descrito o absentismo escolar dos alunos, tais como o absentismo tido como atraso, em que os alunos chegam atrasados à escola, absentismo interior em que embora os alunos estejam fisicamente presentes tentam não ser vistos na aula e o absentismo em que os próprios pais tentam esconder as faltas dos filhos apresentando a escola justificações que não conferem a verdade, portando, ao se falar do absentismo é extremamente essencial fazer-se a relação do ambiente pessoal, escolar e familiar do aluno. Por seu turno, Faria (1999) afirma que a falta de meios económicos expõe os sujeitos à incontrolabilidade, o que conduz à redução de respostas voluntárias perante os eventos e, em última instância, ao “abandono aprendido” Assim, a pobreza não se resume apenas na falta de meios económicos, sendo também um problema individual de mestria, dignidade e auto-estima. Saavedra concorda que os alunos das classes sociais mais desfavorecidas têm uma atitude negativa face à escola, pouca motivação e dificuldade em realizar com sucesso as tarefas propostas. Seguindo esta lógica a classe social é frequentemente considerada como podendo criar situações de risco, quando é baixa, porque grande parte das crianças provenientes de meios socioeconómicos e culturais desfavorecidos têm ambientes familiares intelectualmente pouco estimulantes (2001). Da literatura consultada percebe-se que o abandono escolar é um fenómeno que se manifesta sobretudo nas zonas rurais dada a existência de maior número de pessoas desfavorecidas comparativamente ao meio urbano. Conforme descreve PNUD (2013) o abandono escolar ocorre especialmente nas zonas rurais, onde a desistência e abandono 18 das raparigas da escola para fins matrimoniais ou para a prestação de trabalhos domésticos continuam sendo prática corrente. Tavares, afirma que: o absentismo está relacionado ao meio escolar e familiar. Por um lado, no meio escolar os alunos sentem-se incapazes, com pouca auto- estima e quando regressam à escola depois do período de faltas, estes não tem uma recepção calorosa por parte da mesma. A perda da ligação afectiva à escola também se torna um factor condicionante do absentismo uma vez que os jovens não participam nas actividades escolares(2006). No que diz respeito ao segundo meio, o mesmo autor afirma que este poderá influenciar no absentismo escolar dos alunos á medida que os pais põem em causa a sua autoridade quando se sentem incapazes de assegurarem a frequência dos filhos a escola. Faro (2007), apresenta os factores que podem condicionar o absentismo escolar dos alunos e agrega-os em intrínsecos e extrínsecos. Dentre os factores intrínsecos são citados os seguintes: A preparação académica anterior; A saúde física e o equilíbrio pessoal; O grau de integração na escola e a satisfação académica; As condutas problemáticas; O profundo desinteresse. Para os factores extrínsecos, Faro (2007) citando Gilly (1986), destaca os seguintes: Variáveis familiares: nível socioeconómico, cultural e académico dos progenitores; qualidade da relação entre os membros da família; valor atribuído à escolaridade e ao trabalho; valores morais; interesse dos pais pela educação dos filhos; Variáveis atribuíveis à dinâmica da própria escola: sistema organizativo e de coordenação; estilos de ensino dos professores; clima de convivência; ambiente percepcionado na turma e fora dela; Variáveis referentes ao currículo: se este se apresenta atractivo na sua formulação, na sua prática. 2.7.Absentismo escolar dos alunos e Desempenho escolar Fernadéz (2005) citado por Cardoso (2014), afirma que 19 geralmente os alunos com absentismo escolar provém de famílias desfavorecidas socialmente e economicamente e essas famílias nem tem conhecimento de que os seus filhos não vão à escola, porque elas não supervisionam o cumprimento dos graus de ensino obrigatórios dos filhos e nem as suas actividades escolares. Este problema por vezes começa pelo facto dos alunos não frequentarem a escola numa fase em que a mesma não é obrigatória, o que não lhes permite desenvolver responsabilidade e hábitos em relação à escola (2014). Segundo Miranda et al (2015), há vários factores que afectam o desempenho escolar dos alunos, tais como, aspectos relacionados ao corpo docente, ou seja, atributos dos próprios discentes e características das instituições de ensino, que englobam não só a infra-estrutura, mas a organização didáctico-pedagógica e o corpo docente. Araújo e Camargos (2011), relacionam os mesmos aspectos ao problema do desempenho dos alunos, mas os mesmos vão mais além, relacionando os factores que afectam o aprendizado aos problemas sociais, demográficos, económicos, a forma de docentes ministrarem as disciplinas e o espaço físico. Além desses aspectos, tal como os autores antes mencionados, estes destacam o absentismo como forte factor condicionante do mau desempenho escolar dos alunos. As abordagens dos autores acima citados são claras quanto aos possíveis problemas que podem afectar o desempenho escolar dos alunos. Porém cada situação é condicionada pelo contexto no qual os alunos se encontram, portanto é superficial tomar-se estas variáveis como gerais. Nesse âmbito, Miranda: associa o fraco desempenho escolar dos alunos a outras variáveis, são elas: a depressão, tendência a culpar os outros pelos seus erros, uso de álcool, estilos de estudos, atitudes e motivações pessoais. Face a essa gama de variáveis problemáticas apresentadas pelos autores, faz-se uma correlação negativa dos mesmos com o desempenho escolar, portanto, é bastante importante que a escola juntamente com a comunidade preste atenção ao percurso do aprendizado dos seus educandos, mantendo seu enfoque para as suas fragilidades sejam elas escolares, sócias ou pessoais de forma a melhor intervir para solucioná-los (2006). 2.8. Absentismo escolar dos alunos e Abandono escolar dos alunos No senso comum, é normal referir-se o absentismo escolar dos alunos ao abandono escolar dos alunos, porém os dois termos são completamente distintos. Segundo González (2006) citado por Cardoso (2014), existe uma associação entre o absentismo e a saída gradual do aluno da escola, por isso, as investigações tem explorado esta temática através do encaixe e desencaixe na escola, é neste processo que se tentam analisar quais as motivações do aluno para abandonar a escola. Enquanto o absentismo escolar é entendido como a soma das ausências injustificadas por parte do aluno, Estêvão e Álvares (2013), definem o abandono escolar como a saída de uma criança ou jovem do sistema de educação e formação, sem atingir um 20 determinado patamar de referência. É um fenómeno complexo, de casualidades múltiplas, conjugando-se factores de natureza individual familiar, social e outros. O abandono escolar por parte dos alunos interrompe a frequência do sistema de ensino, levando ao afastamento, praticamente irreversível. Para Justino (2010), as razões do abandono escolar podem ser: a atribuição de um baixo valor social ao ensino secundário, o baixo estatuto socioeconómico, familiar e ainda as reduzidas expectativas de mobilidade social ascendente e a má organização do sistema de ensino. Entretanto, para Lourenço (2013) citando Clímaco (1991), os três factores de base que podem gerar o abandono escolar são: as expectativas demasiadas elevadas em relação à educação; as dificuldades de inserção no contexto escolar, que tem a ver com o facto de a escolaridade ter sido alargada a novos estratos sociais e a probabilidade de inserção no mercado de trabalho. O autor acrescenta que o absentismo pode ser um condicionador do abandono escolar, pois, uma vez que o aluno regista sucessivas ausências às aulas, este fica desfalcado nos conteúdos leccionados e sente vergonha de ser motivo de risada por parte de seus colegas. Portanto, é evidente que os dois fenómenos são completamente distintos. Pode se tomar o abandono escolar como uma consequência do absentismo escolar por parte dos alunos. 2.9. Consequências do absentismo escolar O absentismo escolar trás consequências tanto para a escola como para os próprios alunos, principalmente quando esse fenómeno é registado em elevados índices, pois o desgaste escolar não só atinge o desempenho dos alunos, mas trás uma repercussão ao local de estudos afectando assim a escola no seu todo. Segundo Batista (2012), os problemas sérios às escolas são provocados pelo absentismo, como por exemplo: a queda da qualidade institucional, desorganização das actividades, diminuição da produtividade, limitação do desempenho, ocorrência de obstáculos para os professores desempenhar suas actividades dentro do cronograma que foi planejado. Para o autor acima citado, a frequente ausência do aluno a escola, pode estar ligada a insatisfação com a própria escola, com o estilo de aprendizagem que a escola adopta e ainda com as condições financeiras familiares do aluno, e essa condição pode gerar consequências a nível escolar e individual do aluno a se destacar as seguintes consequências: 21 Diminuição do rendimento escolar dos alunos, reflectindo-se na queda drástica de suas notas; Desadequação ao clima escolar; Perturbação do normal procedimento escolar; Apresentação de comportamentos de desmotivação, atitudes negativas nos relacionamentos entre aluno/professor e entre colegas; Prejuízo para própria escola em questões de cumprimento de metas estabelecidas e alcance de maior produtividade por parte dos alunos. Portanto, para o autor o principal passo a ser dado é descobrir o porquê dos alunos estarem com um índice elevado de faltas ou atrasos. E nesse momento vale mais investir em tudo, pois, o aluno mudou o trajecto até a escola e agora precisa de mais atenção. 22 METODOLOGIA DA PESQUISA Este capítulo inclui cinco secções, duas das quais tratam de aspectos cruciais da investigação a ser desenvolvida: na secção 3.1., apresenta-se as classificações da pesquisa. Na secção 3.2., técnicas e Instrumentos de recolha dedados; 3.3. participantes da pesquisa, 3.4.tecnicas e analise de dados, A última secção, é a 3.5. na qual se explicitam a ética de pesquisa e garantia de validade dos resultados. Com estes detalhes procura-se estar em paralelo com os parâmetros de Gil (2008): A metodologia de pesquisa no planeamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa de tal modo que consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e ao mesmo, atender aos critérios de menos custo, maior eficácia e maior confiança de informação, (GIL, 2008, p. 23) 3.1.Classificação da pesquisa 3.1.1. Quanto a abordagem O presente projecto quanto a abordagem é quali-quantitaiva. Deve-se destacar que alguns autores têm argumentado sobre a inconveniência de definir limites entre os estudos ditos qualitativos e quantitativos nas pesquisas, devendo ser afastada a ideia de que somente o que é mensurável teria validade científica. Nesse sentido, dentro das ciências sociais e, por influência da perspectiva positivista, “a tradição quantitativa condenava a pesquisa qualitativa como sendo impressionista, não objectiva e não científica [...] já que não permite mensurações, supostamente objectivas [...]” (Moreira, 2002). A perspectiva positivista “aprecia números [...] pretende tomar a medida exacta dos fenómenos humanos e do que os explica”, na busca da objectividade e da validade dos saberes construídos (Laville & Dionne, 1999). De acordo com Demo (2002, p.7), “a ciência prefere o tratamento quantitativo porque ele é mais apto aos aperfeiçoamentos formais: a quantidade pode ser testada, verificada, experimentada, mensurada [...]”. Já os adversários da perspectiva positivista e quantitativa “propõem respeitar mais o real” (Laville & Dionne, 1999) e abrem caminho para a pesquisa qualitativa em que se busca abdicar, total ou quase totalmente, das abordagens matemáticas no tratamento dos dados, trabalhando, preferencialmente, com a compreensão das motivações, percepções, valores e interpretações das pessoas, além de procurar extrair novos conhecimentos. 23 Para Moreira (2002), a diferença entre a pesquisa quantitativa e a qualitativa vai além da simples escolha de estratégias de pesquisa e procedimentos de colecta de dados, representando, na verdade, posições epistemológicas antagónicas. Entretanto, “[...] esse debate [...] parece frequentemente inútil e até falso [...] inútil, porque os pesquisadores aprenderam, há muito tempo, a conjugar suas abordagens conforme as necessidades” (Laville & Dionne, 1999, p.43). Assim, para o pesquisador, “[...] não faz nenhum sentido desprezar o lado da quantidade, desde que bem feito”. Em vez disso, “[...] só tem a ganhar a avaliação qualitativa que souber se cercar inteligentemente de base empírica, mesmo porque qualidade não é a contradição lógica da quantidade, mas a face contrária da mesma moeda” (Demo,2002, p.35). É essencial que a escolha da abordagem esteja a serviço do objecto da pesquisa, e não o contrário, com o propósito de daí tirar, o melhor possível, os saberes desejados. Parece haver um consenso, pois, quanto à ideia de que as abordagens qualitativas e quantitativas devem ser encaradas como complementares, em vez de mutuamente concorrentes (Malhotra, 2001; Laville & Dionne, 1999). 3.1.2. Quanto aos objectivos Esta pesquisa é de carácter exploratória porque propõe-se a proporcionar uma familiaridade ao problema, com vistas a torná-lo explícito e para apurar/aprimorar ideias ou a procura de intuições. Segundo Selltiz et al. (1965), enquadram-se na categoria dos estudos exploratórios todos aqueles que buscam descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade com o fenómeno pesquisado. Nem sempre há a necessidade de formulação de hipóteses nesses estudos. Eles possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos, permitindo a formulação mais precisa de problemas, criar novas hipóteses e realizar novas pesquisas mais estruturadas. Nesta situação, o planejamento da pesquisa necessita ser flexível o bastante para permitir a análise dos vários aspectos relacionados com o fenómeno. De forma semelhante, Gil (1999) considera que a pesquisa exploratória tem como objectivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o autor, estes tipos de pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planejamento, pois são planejadas com o objectivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. 24 Segundo Malhotra (2001), a pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o problema com maior precisão. O seu objectivo é prover critérios e compreensão. Tem as seguintes características: informações definidas ao acaso e o processo de pesquisa flexível e não-estruturado. A amostra é pequena e não- representativa e a análise dos dados é qualitativa. As constatações são experimentais e o resultado, geralmente, seguido por outras pesquisas exploratórias ou conclusivas. A presente pesquisa se destina a encontrar evidências sobre a essência e possível proveniência do absentismo escolar. Para Zikmund (2000), os estudos exploratórios, geralmente, são úteis para diagnosticar situações, explorar alternativas ou descobrir novas ideias. Esses trabalhos são conduzidos durante o estágio inicial de um processo de pesquisa mais amplo, em que se procura esclarecer e definir a natureza de um problema e gerar mais informações que possam ser adquiridas para a realização de futuras pesquisas conclusivas. Dessa forma, mesmo quando já existem conhecimentos do pesquisador sobre o assunto, a pesquisa exploratória também é útil, pois, normalmente, para um mesmo fato organizacional, pode haver inúmeras explicações alternativas, e sua utilização permitirá ao pesquisador tomar conhecimento, se não de todas, pelo menos de algumas delas. Para a finalidade dos parágrafos a cima, vai ser necessária uma série de informações por colher para compor situações como prováveis problemas que provocam o fracasso na assiduidade dos alunos. A classificação a cima vai ao encontro de explicações de Gerhardt et al., (2009, p. 67) na sua obra sobre métodos de pesquisa que esclarecem que, “pesquisas exploratórias: buscam uma abordagem do fenómeno pelo levantamento de informações que poderão levar o pesquisador a conhecer mais a seu respeito”. 3.1.3. Quanto a natureza. Convém esclarecer que este trabalho se destina a gerar um conhecimento sugestivo e não novo. Triviños (1987), a pesquisa básica também conhecida como fundamental é a que tem o objectivo de gerar conhecimentos para a ciência sem que estes tenham uma aplicação prática prevista ou seja, a finalidade da pesquisa básica não é imediata. 25 Por esta razão a classificação desta pesquisa será básica que objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Para Gil (1999), o uso dessa abordagem propicia o aprofundamento da investigação das questões relacionadas ao fenómeno em estudo e das suas relações, mediante a máxima valorização do contacto directo com a situação estudada, buscando-se o que era comum, mas permanecendo, entretanto, aberta para perceber a individualidade e os significados múltiplos. Segundo Minayo (2001), pesquisa básica objectiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da Ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais 3.1.4. Quanto aos procedimentos Como procedimento de pesquisa será o estudo de caso para analisar o absentismo escolar dos alunos nas classes iniciais do ensino primario na Escola Primaria de Chimuili. a) Estudo de casoPara Triviños (1987), o estudo de caso é uma categoria de pesquisa cujo objecto é uma unidade que se analisa profundamente. Nesse sentido, Schramn, apud Yin (2001, p. 31), complementa afirmando que essa estratégia “[...] tenta esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados”. Yin (2001, p.28) considera o estudo de caso como uma estratégia de pesquisa que possui uma vantagem específica quando: “faz-se uma questão tipo ‘como’ ou ‘por que’ sobre um conjunto contemporâneo de acontecimentos sobre o qual o pesquisador tem pouco ou nenhum controle”. “A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo, e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a colecta e a análise de dados” (YIN, 2001 p. 33-34). Laville e Dionne (1999) também apontam as conclusões dificilmente generalizáveis como a principal censura feita ao método de estudo de caso, porém, defendem a ideia de que: 26 “A vantagem mais marcante dessa estratégia de pesquisa repousa, é claro, na possibilidade de aprofundamento que oferece, pois os recursos se vêem concentrados no caso visado, não estando o estudo submetido às restrições ligadas à comparação do caso com outros casos” (1999, p. 156). O ponto forte dos estudos de casos, segundo Hartley (1994) apud Roesch (1999, p.197), “[...] reside em sua capacidade de explorar processos sociais à medida que eles se desenrolam nas organizações”, permitindo uma análise processual, contextual e longitudinal das várias acções e significados que se manifestam e são construídas dentro delas. Para Gil (2007) um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de identidade bem definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, para procurar descobrir o que há nela de mais essencial e característico. Neste contexto esta pesquisa vai centrar-se no contexto escolar concretamente na Escola Primaria de Chimuili – Namuno com os Pais e encarregados de educacao, a Direcção da escola e Professores da escola. 3.2.Técnicas e Instrumentos de colecta de dados 3.2.1. Técnicas de recolha de dados Na presente pesquisa, ter-se-á como técnicas de recolha da informação a entrevista e o questionário. 3.2.2. Instrumentos de recolha de dados Na óptica de Gil (2002) citado por KUMAR et all (2007), chama-se de instrumento de pesquisa o que é utilizado para a colecta de dados. Para o presente trabalho de pesquisa o autor ira usar a técnica de entrevista e questionário, que facilitara na recolha de dados que carece o trabalho. Na luz de Gil (1999:128) o questionário como técnica de investigação é composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas. 27 De acordo com Lakatos e Marconi (2003) existem instrumentos importantes para recolher os dados. As autoras consideram a entrevista, o inquérito, o questionário e a observação directa como sendo os fundamentais. No caso desta pesquisa, vai-se usar o questionário como instrumento de recolha da informação, uma vez que esta irá fornecer, a partir de dados numéricos, opinião dos envolvidos em relação ao assunto. Outro instrumento que poderá ser usado é a entrevista não-estruturada. a) Entrevista semi-estruturada As entrevistas semi-estruturadas podem ser definidas como uma lista das informações que se deseja de cada entrevistado, mas a forma de perguntar (a estrutura da pergunta) e a ordem em que as questões são feitas irão variar de acordo com as características de cada entrevistado. Geralmente, as entrevistas semi-estruturadas baseiam-se em um roteiro constituído de “[...] uma série de perguntas abertas, feitas verbalmente em uma ordem prevista” (LAVILLE & DIONNE, 1999, p.188), apoiadas no quadro teórico, nos objectivos e nas hipóteses da pesquisa. Durante a realização da entrevista é importante seguir algumas recomendações, tais como fazer boas perguntas e interpretar as respostas; ser um bom ouvinte, não deixando se enganar por ideologias e preconceitos, no sentido de buscar a “objectivação” (LAVILLE & DIONNE, 1999). As entrevistas semi-estruturadas têm como principal objectivo obter descrições e interpretações dos fenómenos que estão sendo investigados (Kvale, 1996 apud Steil, 2002). Visando complementar e aprofundar as informações obtidas na etapa quantitativa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez empreendedores, seleccionados de acordo com as categorizações encontradas na tabulação dos questionários. Segundo Triviños (1987), a entrevista semi-estruturada parte de questionamentos básicos, suportados em teorias que interessam à pesquisa, podendo surgir hipóteses novas conforme as respostas dos entrevistados. Deste modo, serão aplicadas perguntas abertas, respondidas em forma de conversa com o inquirido. Contudo na entrevista semi-estruturada o pesquisador organiza um conjunto de questões (roteiro) sobre o tema que está sendo estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal. A entrevista será direccionada aos alunos e pais ou 28 encarregados de educação. E questionário aos membros da direcção da escola e professores da Escola Primaria de Chimuili. b) Questionário Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc. Os questionários, na maioria das vezes, são propostos por escrito aos respondentes. Costumam, nesse caso, ser designados como questionários auto-aplicados (Gil, 2008, p. 121). Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 48), o questionário “[...] refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche”. Ele pode conter perguntas abertas e/ou fechadas. As abertas possibilitam respostas mais ricas e variadas e as fechadas maiores facilidades na tabulação e análise dos dados. De forma idêntica, Marconi & Lakatos (1996, p. 88) definem o questionário estruturado como uma “[...] série ordenada de perguntas, respondidas por escrito sem a presença do pesquisador”. Dentre as vantagens do questionário, destacam-se as seguintes: ele permite alcançar um maior número de pessoas; é mais económico; a padronização das questões possibilita uma interpretação mais uniforme dos respondentes, o que facilita a compilação e comparação das respostas escolhidas, além de assegurar o anonimato ao interrogado. Contudo, o questionário também possui alguns inconvenientes, dentre os quais podem ser citados: o anonimato não assegura a sinceridade das respostas obtidas; ele envolve aspectos como qualidade dos interrogados, sua competência, franqueza e boa vontade; os interrogados podem interpretar as perguntas da sua maneira; alguns temas podem deixar as pessoas incomodadas; há uma imposição das respostas que são predeterminadas, além de poder ocorrer um baixo retorno de respostas (Laville & Dionne, 1999; Malhotra, 2001). Quando, porém, as questões são formuladas oralmente pelo pesquisador, podem ser designados como questionários aplicados com entrevista ou formulários. Construir um questionário consistebasicamente em traduzir objectivos da pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população pesquisada ou testar as hipóteses que foram construídas durante o planeamento da pesquisa. Assim, a construção de um 29 questionário precisa de ser reconhecida como um procedimento técnico cuja elaboração requer uma série de cuidados, tais como: constatação de sua eficácia para verificação dos objectivos; determinação da forma e do conteúdo das questões; quantidade e ordenação das questões; construção das alternativas; apresentação do questionário e pré- teste do questionário (Gil, 2008, p.121). Sendo assim, será aplicado a (membros da direcção da escola, professores e pais/encarregados de educação) uma entrevista e questionário de carácter anónimo e confidencial na Escola Primaria de Chimuili. Este instrumento de recolha de dados será composto por perguntas fechadas em escala de Likert. c) Observação não participante Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 27), “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um amplo objecto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”. Para esses autores, a observação é vital para o estudo da realidade e de suas leis. Sem ela, o estudo seria reduzido a “[...] à simples conjectura e simples adivinhação”. A observação também é considerada uma colecta de dados para conseguir informações sob determinados aspectos da realidade. Ela ajuda o pesquisador a “[...] identificar e obter provas a respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento” (MARCONI & LAKATOS, 1996, p. 79). A observação também obriga o pesquisador a ter um contacto mais directo com a realidade. Como a maioria das técnicas de pesquisa, a observação sempre deve ser utilizada juntamente com outra técnica de pesquisa, pois, do ponto de vista científico, essa técnica possui vantagens e limitações que podem ser administradas com o uso concorrente de outras técnicas de pesquisa (MARCONI & LAKATOS, 1996). Na observação não-participante, o observador entra em contacto com o grupo, a comunidade ou a realidade estudada, porém, não se envolve, nem se integra a ela; permanece de fora. O observador presencia o fato, mas não participa dele (MARCONI & LAKATOS, 1996). Também conhecida como observação passiva. O pesquisador não se integra ao grupo observado, permanecendo de fora. Presencia o fato, mas não participa dele, não se deixa envolver pelas situações, faz mais o papel de espectador. O procedimento tem carácter sistemático, este facilita a obtenção de dados sem produzir querelas ou suspeitas nos 30 membros das comunidades, grupos ou instituições que estão sendo estudadas e Favorece a construção de hipóteses acerca do problema pesquisado. O proponente vai usar a observação não participativa para avaliar a estrutura das infra- estruturas da escola como a natureza das salas de aulas, casas de banho, assistência das aulas nas classes iniciais do ensino primário na escola Primaria de Chimuili, as actividades recreativas que a escola oferece aos alunos como formas de motiva-los a participar as aulas em todos os dias lectivos, a relação entre os alunos/professor, direcção da escola/professores e alunos/alunos também será observado pelo proponente. Alias como esse tipo de observação é usado em pesquisas que requerem uma descrição mais detalhada e precisa dos fenómenos ou em testes de hipóteses. Na técnica de colecta de dados, presume-se que o pesquisador saiba exactamente que informações são relevantes para atingir os objectivos propostos. Nesse sentido, antes de executar a observação sistemática, há necessidade de se elaborar um plano para sua execução. 3.3.Participantes da pesquisa a) Universo Para Gil (1999: p.99), universo é conjunto de elementos que possuem determinadas características. Neste trabalho de pesquisa considera se universo toda população da Escola Primaria de Chimuili. b) Amostra Amostra é a parte do universo que tem as mesmas características em estudo. Na perspectiva de Bello (2005: p.21), a mostra é fazer um levantamento da população ou do universo dos elementos que a compõem, a técnica utilizada é de trabalhar com uma parcela dessa população denominada amostra, que contem todas características da população. Quanto ao tipo de amostra, o pesquisador usará amostra aleatória simples onde não se descriminou a raça, idade e sexo dos elementos envolvidos na pesquisa. Face ao problema apresentado neste trabalho, o pesquisador envolvera no estudo, 1 membro da direcção da escola a entrevista, 4 professores a técnica de questionário e 5 31 pais/encarregados de educação e 10 alunos a técnica de entrevistados. Nesta ordem de ideias o tamanho de amostra será de 20 elementos. Tabela 1: Resumo da Amostra Elementos da Pesquisa Unidade Técnicas de Recolha de Dados Membros da direcção da Escola 1 Entrevista Professores 4 Questionário Pais/Encarregado de Educação 5 Entrevista Alunos 10 Entrevista Total 20 ……………………………………………. Fonte: Autor (2023) 3.4.Técnicas de análise de dados De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 174), técnica de análise de dados é um conjunto de preceitos, processo ou normas ou habilidade que se usam na obtenção, análise e interpretação de dados. Para analisar e interpretar os dados da pesquisa vai-se recorrer ao pacote estatístico Excel 2007, onde se fará o agrupamento das respostas obtidas no questionário para que pudessem ser interpretadas de acordo com os objectivos da pesquisa e a elaboração de figuras e tabelas de frequência. 3.5.Ética de pesquisa e garantia de validade dos resultados Uma vez que nas pesquisas observacionais existe uma barreira do tipo “se as pessoas souberem que estão sendo pesquisadas tendem a mudar de comportamento podendo omitir as reais manifestações comportamentais” comprometendo a fidedignidade dos resultados e que as éticas ou os códigos que tratam da pesquisa com seres humanos enfatizam a importância do consentimento informado, os sujeitos serão comunicados dos objectivos assim como a segurança de confidencialidade das informações pois que as informações serão dadas por anonimato e as caras das pessoas serão omissas para além de garantir-se que no relatório constarão informações compiladas e não individualizadas dos sujeitos. Para eliminar as possíveis subjectividades do pesquisador na interpretação dos dados inerentes da reduzida rigidez na planificação, utilização de técnicas menos estruturadas 32 para colecta de dados, pauta-se pelo abandono de pressupostos e julgamentos para validar a fenomenologia preferida. Pela razão supra propõe-se a: “Adopção da redução e suspensão das atitudes, crenças e teorias. Pauta-se ainda a colocação ‘entre parênteses’ do conhecimento das coisas do mundo exterior - a fim de concentrar-se exclusivamente na experiência em foco, no que essa realidade significa para qualquer ‘pessoa’ conhecedora da realidade em estudo” (Gil, 2008, p.15). 33 CRONOGRAMA E ORCAMENTO 4.1.Cronograma O tempo foi estabelecido tendo em conta a complexidade do trabalho. Da tabela abaixo, constam as actividades e os respectivos períodos de realização. Tabela 1: Cronograma de actividades Mês/actividade Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Revisão do projecto Colecta de dados Tratamento de dados Analise e interpretação de dados do projecto Elaboração do projecto Entrega do relatório final Fonte: autor. 2023 4.2.Orçamento Tabela 2: Orçamento do projecto. Numero Designação Quantidade Preço Valor total 1 Resmas 1 180.00 180.00 2 Esferográficas 5 20.00 100.00 3 Bloco de nota 4 50.00 200.00 4 Flash 1 750.00 750.005 Computador 1 15.000.00 15.000.00 6 Impressão 3 3. 00 200.00 7 Copia 2 2.5 300.00 34 8 Transporte 400.00 400.00 400.00 9 Alojamento 500.00 500.00 500.00 10 Alimentação 1500.00 1500.00 1500.00 11 Imprevisto 2000.00 Total 21130.00mt 35 5. Referencias Bibliográficas Araújo, E. A & Camargos, M. C. (2011). Desempenho académico de discentes do curso de ciências contábeis; uma análise dos factores determinantes em uma IES privada. Rio de Janeiro: ANPAD Batista, A, A. (2012). Absentismo: factores determinantes e consequências. Rio de Janeiro: IMESA Béliveau, M.-C. (2006). No regresso das aulas: O lugar dos pais na aprendizagem escolar. Lisboa: Grande Público. Belo, J. L. de P. (2005). Metodologia Científica. Editora Uva, Rio de Janeiro, Bogdan, R. S. & Biken, S. (2003). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. 12.ed. Porto: Porto, Cardoso, S. (2014). Absentismo escolar: uma consequência individual ou do sistema familiar? Porto: Universidade Fernando Pessoa Carvalho, L. M. (1992). Clima de escola e estabilidade dos professores. Lisboa: Educa. Cervo, A. L. & Bervian, P. A. (2002). Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, Demo, P. (2002). Avaliação qualitativa. 7.ed. Campinas: Autores Associados, Estêvão, P. & Alvares, M. (2013). A Medição e Introdução do Abandono Escolar Precoce: desafios na investigação de um objecto esquivo. CIE e-woking papers. 157 Estrela, M.T. (2002). Relação pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula. Porto: Porto Editora. Faro, A. (2007). Divisão de Acção Social, Analise da relação entre o perfil psicossocial do aluno e o abandono escolar. Lisboa: Ministério do Trabalho e Solidariedade Social Faria, L. (1999) Contextos Sociais de Desenvolvimento das Atribuições Causais: O Papel do Nível Socioeconómico e da Raça. Porto: Universidade do Porto. Fonseca, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC. Apostila Fontes, C. (2003). O Drama do insucesso escolar. Lisboa. Portugal. Freire, P. (2007). Política & Educação. (8 ed). São paulo: vila das letras 36 Gaspar, V. (2009). O Abandono Escolar: uma realidade Açoriana. Instituto Universitário de Lisboa. Lisboa: Departamento de Sociologia. Gerhardt, E. T. (2009). Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, Gil, A. C. (2002). Como elaborar Projectos de Pesquisa. São Paulo: Atlas. Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas; Haddad, F. (2008). Inclusão. Revista Educação Especial, 4, 4-6. Jorge, I. (2007). Abandono escolar precoce e desqualificado. Correio da Educação nº305. Lisboa: ASA. Justino, D (2010). Difícil é educá-los. Lisboa: Relógio d’Água Editores. Laville, C. & Dionne, J. (1999). A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: UFMG, Lemmer, L. (2006). Educação Contemporânea: Questões e Tendências Globais. Maputo Lourenço, A. (2013). Motivações na origem do Abandono Escolar – Estudo de Caso com Jovens Sinalizados na CPCJ de Castelo Branco. Trabalho de Projecto apresentado à Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Intervenção Social Escolar. Instituto Politécnico de Castelo Branco Escola Superior de Educação. Mantoan, E. (2008). O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis: Vozes Mallada, F. R.. (1996). Gestão do absentismo trabalhista nas empresas espanholas. Madrid: Editorial Montecorvo Malhotra, N. (2001). Pesquisa de marketing. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, Marconi, M.A. ; Lakatos, E.M. (2003). Fundamentos da Metodologia Científica. 5 ed. SP: Atlas, Miguez, J. (1979). Absentismo: conceito, métodos e análise. Lisboa: Moraes editores Miranda, G. J. (2016). O absentismo académico e suas consequências mais óbvias. Florianópolis: UFU 37 Miranda, G. J. et al (2015). Determinantes do desempenho académico na área de negócios. Florianópolis: UFU Minayo, M. C. S. (2001). O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC, Monteiro, D. F. (2014). Absentismo Escolar: a escola, a família e o futuro. Porto: Universidade Fernando Pessoa Moreira, D. A. (2002). O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thompson, (PNUD) 2013 Moçambique. Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano 2013. Maputo, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Roesch, S. M. A. (1999). Projectos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2.ed. São Paulo: Atlas, Saavedra, L. (2001). Sucesso/Insucesso Escolar – A Importância do Nível Socioeconómico e do Género. Universidade do Minho: Psicologia, vol. XV. 67-92. Santos, A. (2011). Estilos parentais e adaptação psicológica de jovens integrados no programa integrado de educação e formação. (Dissertação de Mestrado). Universidade do Algarve, Faro. Sarmento dos Santos, A. P. (2017). Estudo e Análise do Absentismo escolar nas aulas de Matemática na Escola Superior Pedagógica do Namibe. (Tese de Doutoramento em Currículo, professorado e Instituições Educativas). Namibe, Angola. Tavares, Z. (2006) Absentismo Escolar na Escola Secundária Conego Jacinto da Costa. Praia: ISE Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, Vasconcelos, M. (2013). Abandono e absentismo escolar no concelho de Ponta Delgada. Trabalho apresentado à universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em ciências da educação, educação especial. Porto Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman. 38 Apêndices 39 Guião de entrevista dirigida aos professores Com esta entrevista pretende-se colectar informações relacionados com o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primária na escola primária de Chimuili. A efectivação desta se enquadra no âmbito de Licenciatura em Ensino Básico e gestão escolar, da Universidade Rovuma, com intuito de produzir uma monografia para a culminação do curso. No entanto, os dados a serem colhidas são fundamentalmente confidenciais e servirão somente para a pesquisa e não para outros fins. Assim, pede-se para responder as questões de forma fiel. Dados do entrevistador Nome______________________________________________________________________ Título do projecto _____________________________________________________________ Nome do entrevistado Nome da Escola______________________________________________________________ Classe em que lecciona_________________________________________________________ 1. Senhor Professor, na turma em que lecciona existe alunos absentistas? ______________________________________________________________________ 1.1.Se sim, quantos é que faltam com frequência as suas aulas? __________________________ 2. Qual é a faixa etária que tem sido mais vulnerável ao absentismo escolar? ______________________________________________________________________ 3. Qual é o sexo que tem sido vulnerável ao absentismo escolar? ______________________________________________________________________ 4. Deste, qual tem sido o numero de alunos que tanto faltam? ______________________________________________________________________ 5. Será que os alunos se sentem motivados para vir a escola e assistir suas aulas? ______________________________________________________________________ 40 6. Qual é o ambientede convivência do senhor professor e os seus alunos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 7. Será que tem algum conhecimento de que os pais ou encarregados sabem das faltas constantes dos seus educandos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 8. Em algum dia Senhor professor terá deparado com a situação dos alunos a manifestarem o desconforto com o horário de entrada e saída da escola? ______________________________________________________________________ 9. Na sua percepção, que situações tem motivado as ausências constantes dos alunos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 10. Na sua opinião, quais são as implicações do absentismo escolar para os alunos Fim! Meu muitíssimo obrigado por ter participado da entrevista! 41 Guião de entrevista dirigida aos professores Com esta entrevista pretende-se colectar informações relacionados com o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primária na escola primária de Chimuili. A efectivação desta se enquadra no âmbito de Licenciatura em Ensino Básico e gestão escolar, da Universidade Rovuma, com intuito de produzir uma monografia para a culminação do curso. No entanto, os dados a serem colhidas são fundamentalmente confidenciais e servirão somente para a pesquisa e não para outros fins. Assim, pede-se para responder as questões de forma fiel. Dados do entrevistador Nome______________________________________________________________________ Título do projecto _____________________________________________________________ Nome do entrevistado Nome da Escola______________________________________________________________ Classe em que lecciona_________________________________________________________ 1. Qual é a classe mais vulnerável ao absentismo escolar? 1.1.Em média quantos alunos faltam por dia de forma frequente? 2. Qual é a faixa etária mais vulnerável ao absentismo escolar? 3. Qual é o sexo mais vulnerável ao absentismo escolar? 3.1.Deste, quantos é que normalmente faltam frequentemente a escola? 4. Os pais ou encarregados de educação tem conhecimento em relação as ausências constantes dos seus educandos na escola? 5. Os Pais e encarregados de Educação têm participado na vida escolar dos seus educandos? 6. Qual é o grau de relacionamento entre os professores e alunos? 7. Qual é o grau de relacionamento entre a direcção da escola e os alunos? 8. Quais são os critérios usados para elaboração dos horários de entrada e saída para os alunos? 9. Em algum dia a direcção da escola terá se deparado com a situação dos alunos a manifestarem o desconforto com o horário de entrada e saída da escola? 42 10. Que consequência o absentismo pode trazer no seio do aluno e da escola num sentido geral? 11. A escola tem promovido encontros regulares com os pais ou encarregados de Educação e alunos? 12. O que é a direcção da escola tem feito para minimizar a situação do absentismo escolar? Fim! Meu muitíssimo obrigado por ter participado da entrevista! 43 Questionário dirigido aos alunos de ambos os sexos Com base neste questionário pretende-se colectar informações relacionados com o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primária na escola primária de Chimuili. A efectivação desta se enquadra no âmbito de Licenciatura em Ensino Básico e gestão escolar, da Universidade Rovuma, com intuito de produzir uma monografia para a culminação do curso. No entanto, os dados a serem colhidas são fundamentalmente confidenciais e servirão somente para a pesquisa e não para outros fins. Assim, pede-se para responder as questões de forma fiel. Para cada questão, coloque sempre que necessário X dentro do rectângulo e texto corrido nas linhas Nome da Escola______________________________________________________________ Classe em que frequenta__________________ Idade __________________ Sexo__________________ Morada: aldeia__________________ 1. Dimensão pessoal 1.1.Porque é que vai a escola? Apenas para brincar Obrigação dos pais. Para aprender. Fonte de emprego. 1.2. Tem alguma dificuldade de aprendizagem? Sim Não Se sim qual? Leitura Escrita Calculo 44 Comunicação oral Outra, indique__________________ 1.3.Tem colegas que frequentam na mesma escola e residem no mesmo quarteirão? Sim Não Se tem estuda no mesmo período? Sim Não Estudam na mesma turma? Sim Não Caminham juntos de casa para escola e de escola para casa? Sim Não Para além de serem colegas, também são amigos? Sim Não 2. Dimensão social 2.1.Qual é o nível de escolaridade do Pai ou encarregado de educação? Primario Secundário Superior Nenhum dos anteriores 2.2.Qual é o nível de relacionamento com seus pais ou encarregado de educação? 45 Bom, Porque? _________________________________________ Não, Porque? _________________________________________ 2.3.Em média quantos quilómetros percorrem de casa para escola? Ate 1 km De 1km á 5km Mais de 5km 3. Dimensão económica 3.1.Qual é a ocupação dos seus pais ou encarregados de educação? _____________________________________________________________________ 3.2.Qual é a outra fonte de rendimento da sua família? _____________________________________________________________________ 3.3.Qual é o numero do seu agregado familiar? De 3 á 4 De 4 á 6 De 6 á 10 Mais de 10 4. Dimensão cultural 4.1.Já foi submetido aos ritos de iniciação? Sim Não Se sim, em que época do ano participou nos ritos de iniciação? Durante as férias escolares? Durante o periodo de aulas? 4.2.Para além dos ritos de iniciação, já participou em outras cerimónias familiares? 46 Sim Não Se sim qual? _________________________________________ Em que período do ano participou nesse tipo de cerimónia? Durante as férias escolares? Durante o periodo de aulas? 5. Dimensão da escola 5.1. Qual é o nível de relacionamento com os seus professores? Bom, Porque? __________________________________________________________ Não, Porque? ___________________________________________________________ 5.2.Qual é o nível de relacionamento com os seus colegas? Bom, Porque? __________________________________________________________ Não, Porque? __________________________________________________________ 5.3.O seu professor aparece sempre para dar aulas? 6. As vezes Sempre Se for as vezes, ele tem justificado o motivo da sua ausência? Sim Não Se sim qual tem sido o motivo? _________________________________________________ ____________________________________________________________________ 5.4. Durante as aulas, o professor tem utilizado recursos didácticos, tais como: Mapas Cartazes 47 Vídeo -Gravação outros. Indique________________________________________________ 5.5. A sua escola tem promovido actividades recreativas para alunos? Sim Não Se sim, quais? Futebol Dancas Jogos tradicionais Outras. Indique________________________________________________ 5.6. Durante as aulas, o seu professor tem relacionamento a matéria com a sua convivência como aluno? Sim Não 5.7. O horário de entrada na sala de aulas é compatívelcom o seu desejo? Sim Não Se não, porque? _______________________________________________ 6. Alguma vez faltou as aulas? 7. Sim Não Se não, quantas vezes ___ e porque? ____________________________________________ _____________________________________________________________________ 7.Na sua percepção quais são as consequências de faltar sempre a escola 48 _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 8.Na sua opinião, o que deve ser feito para reduzir o absentismo na sua escola? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Fim! Meu muitíssimo obrigado por ter participado da entrevista! 49 Ficha de observação Com esta ficha pretende-se registar informações relacionadas as infra-estrutura, observação das aulas, do ambiente escolar, que servirão como complemento das informações recolhidas por meio de entrevista e questionário do assunto relacionado ao absentismo escolar. Escola_____________________________________________________________________ Data__/__20__ 1. Infra-estrutura 1.1.Estado físico da Escola Bom (boa pintura, janelas, portas, loica sanitaria, soalho, e cobertura em optimas condicoes Normal (com pintura, telhado, soalho, loica sanitaria, portas e janelas) Degradado ( com telha partida, loica sanitaria, pintura velha, soalho quebrado, janelas e portas quebradas) 1.2.Número de salas de aulas 1.3.Condições das salas de aulas Boa (salas com carteiras para todos, boa iluminacao, paredes bem pintadas, espaco suficiente, quadro preto num bom estado, portas e janelas num bom estado, soalho num bom estado). Razoável (salas com carteiras, iluminarão fraca, paredes não bem pintadas). Ma (estado fisico degradado, sem carteiras, sala suja, espaco limitado, soalho/portas partido). 1.4.A escola tem carteiras? Sim Não 1.5.Número de salas com carteiras 1.6.Material de construção Convencional 50 Precário Misto 1.7.Casas de banho Sim Não 1.7.1. Estado de conservação Bom (sanitas limpas caso exista, torneiras a jorrar agua, balde para depositar papel higienico). Razoavel (Existencia de sanitas, torneiras sem jorrar agua, existencia de agua em recipientes, fraca limpeza). Mau ( sem sanitas, torneiras, agua, balde para depositar papel higienico). 2. Assistencia as aulas 2.1.Grau de frequencia dos alunos Numero de alunos presentes Número de alunos ausentes de forma frequente 2.2.relacao professor /aluno 2.2.1. O professor da espaco para os alunos se expressar sempre que necessario? Sim Não 2.3.Relacao aluno/professor 2.3.1. Os alunos sempre que necessario participam activamente nas aulas? Sim Não 2.4.Relação aluno/aluno 2.4.1. A convivencia na sala de aulas é Boa (interage sempre que necessário com seu professor/colega). Razoável (nem sempre interage com seu professor/colega). Ma (não há espaço para interagir mesmo sendo necessário com o seu professor/colega). 51 2.5.Numero de alunos que sentam na carteira 2.6.Numero de alunos que sentam no chão 3. Ambiente escolar Tipos de actividades recreativas promovidas pela escola Futebol Danças Jogos tradicionais Outras, quais? ________________________________________________________ Não existem Tem espaço de lazer Sim Não Fim 52 Guião de entrevista dirigida aos pais ou encarregados de educação Com esta entrevista pretende-se colectar informações relacionados com o absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primária na escola primária de Chimuili. A efectivação desta se enquadra no âmbito de Licenciatura em Ensino Básico e gestão escolar, da Universidade Rovuma, com intuito de produzir uma monografia para a culminação do curso. No entanto, os dados a serem colhidas são fundamentalmente confidenciais e servirão somente para a pesquisa e não para outros fins. Assim, pede-se para responder as questões de forma fiel. Dados do entrevistador Nome______________________________________________________________________ Título do projecto _____________________________________________________________ 1. Qual é a sua ocupação? 2. Qual é outra actividade que faz para o sustento da sua família? 3. Qual é o seu nível de escolaridade? 4. Tem algum educando que as vezes faltam a escola? 5. Porque as vezes ele falta a escola? 6. Na escola onde frequenta o seu educando, tem havido encontros regulares com os pais ou encarregados de educação? 7. Como pai ou encarregado de educação tem participado na vida escolar do seu educando? 8. A ida a escola para o senhor tem sido por solicitação ou por sentir a necessidade de o fazer? 9. Que importância você dá a escolarização do seu educando? 10. Na sua opinião quais são as implicações das faltas constantes do seu educando à escola? 11. O que deve ser feito para evitar as faltas constantes do seu educando na escola? Obrigado pela colaboração INTRODUÇÃO 1.1. Objectivo 1.1.1. Objectivos Específicos 1.2. Tema 1.3. Delimitação do tema 1.4. Enquadramento do tema 1.5. Objecto de estudo 1.6. Problematização 1.7. Justificativa A motivação para o levantamento deste estudo nasceu das experiências pessoais do proponente ou seja, nas expectativas deresponder ao ‘porque’ absentismo escolar nas classes iniciais do ensino primário, um facto registado durante a minha vida Professional como professor. Por outro lado, as leituras mostram, basicamente, que a tendência dominante entre professores e Pais encarregados de Eduação no que consiste a motivação e acompanhamento diário dos alunos na escola concretamente os de classes inicias por serem crianças que ainda não sabem a relevância de estar a estudar. Portanto, esta pesquisa se tornará relevante na medida em que poderá contribuir em proposta sugestiva para manter a assiuidade dos alunos nas escolas garantindo assim a qualidade de ensino e o sucesso escolar dos alunos. O estudo poderá ajudar ainda aos professores e aos alunos para a concretização dos objectivos almejados no processo de esino e aprendizagem, pós com esta pesquisa os professores serão capazes de incentivar o aluno e saber manter a assiduidade do mesmo ate o final de cada ano lectivo. 1.8. Questões de pesquisa A partir das constatações, nos colocamos as seguintes perguntas que vão conduzir o estudo: 1.9. Estrutura do projecto de Monografia REVISÃO DA LITERATURA 2.2. Absentismo escolar dos alunos 2.3. Tipologias do abandono escolar 2.4. A diferença entre os conceitos causa e factor 2.5. Causas gerais do abandono escolar METODOLOGIA DA PESQUISA Este capítulo inclui cinco secções, duas das quais tratam de aspectos cruciais da investigação a ser desenvolvida: na seção 3.1., apresenta-se as classificações da pesquisa. Na secção 3.2., técnicas e Instrumentos de recolha de dados; 3.3. participantes da pesquisa, 3.4.tecnicas e analise de dados, A última secção, é a 3.5. na qual se explicitam a ética de pesquisa e garantia de validade dos resultados. 3.1. Classificação da pesquisa 3.1.1. Quanto a abordagem 3.1.3. Quanto a natureza. 3.1.4. Quanto aos procedimentos a) Estudo de caso 3.2. Técnicas e Instrumentos de colecta de dados 3.2.1. Técnicas de recolha de dados a) Entrevista semi-estruturada b) Questionário c) Observação não participante 3.3. Participantes da pesquisa a) Universo b) Amostra 3.4. Técnicas de análise de dados 3.5. Ética de pesquisa e garantia de validade dos resultados CRONOGRAMA E ORCAMENTO 4.1. Cronograma 4.2. Orçamento 5. Referencias Bibliográficas Gerhardt, E. T. (2009). Métodos de Pesquisa. PortoAlegre: Editora da UFRGS Gil, A. C. (2002). Como elaborar Projectos de Pesquisa. São Paulo: Atlas. Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas; Apêndices