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Prévia do material em texto

Professor(a) Esp. Verônica Graciela Rapcinski
NUTRIÇÃO CLÍNICA
E DIETOTERAPIA I
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
R216n Rapicinski, Verônica Graciela
 Nutrição clínica e dietoterapia I / Verônica Graciela
 Rapicinski. Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 90 p.: il. Color.
 
 1. Dietoterapia. 2. Obesidade - Nutrição. 3. Dieta na doença.
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a
 Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 615.854
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock e Freepik.
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
https://www.freepik.com/
3
Professor(a) Esp. Verônica Graciela Rapcinski
• Bacharel em Nutrição (UNIPAR). 
• Especialista em Nutrição Clínica Ambulatorial e Hospitalar (UNOPAR). 
• Especialista em Modulação Intestinal. 
• Docente do curso de Nutrição da Unifatecie. 
• Docente conteudista - EAD Unifatecie
• Coordenadora do Núcleo da Saúde -EAD da Unifatecie. 
• Atuação em Atendimento Clínico e Domiciliar de Idosos. 
• Atuação em Nutrição Hospitalar e Oncologia por 10 anos. 
• Atuação em cuidados de idosos em Lisboa, Portugal. 
• Atuação na ONG Tenho Fome-Aldeia Nissi em Kuito-Bié/Angola. 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/3002735943031079
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/3002735943031079
4
Bem-vindo(a) à nossa unidade de Nutrição Clínica e Dietoterapia I, uma fonte abran-
gente e essencial para compreender os princípios fundamentais que norteiam a interseção 
entre a nutrição e a saúde clínica e a aplicação da Dietoterapia.
Neste material, exploraremos a aplicação prática dos conhecimentos nutricionais 
na abordagem clínica, visando promover a saúde integral dos indivíduos. Desde a com-
preensão das necessidades nutricionais específicas em diferentes condições clínicas até a 
formulação de estratégias dietéticas personalizadas, cada seção desta unidade é cuidado-
samente elaborada para fornecer uma base sólida de conhecimentos.
Na unidade I, exploraremos as bases fundamentais da Dietoterapia, abordando 
não apenas conceitos essenciais, mas também a aplicação prática das dietas hospitalares, 
além de aprofundarmos o entendimento sobre Nutrição Enteral e Parenteral.
Ao avançarmos para a unidade II, o foco se volta para a Dietoterapia em pacientes 
específicos, começando pelo Paciente Obeso. Nesse contexto, examinaremos a relação entre 
a dieta, a Síndrome Metabólica e a aplicação da dietoterapia no manejo do paciente Diabético.
Na sequência, na unidade III, exploraremos a Dietoterapia em Doenças Cardiovas-
culares, destacando condições como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Dislipidemias, 
Infarto Agudo do Miocárdio e Aterosclerose. Essa seção fornecerá uma compreensão 
abrangente das estratégias nutricionais para enfrentar essas patologias.
Na última unidade, a IV, encerraremos nosso estudo abordando a Dietoterapia em 
Doenças da Cavidade Oral, Esôfago e Intestino. Aqui, incluiremos tópicos como Disfagia, 
Doenças Gástricas e Intestinais, e as Doenças Tireoidianas. Este módulo proporcionará 
uma visão abrangente da aplicação prática da Dietoterapia em diversas condições relacio-
nadas a essas áreas específicas do corpo.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
5
UNIDADE 4
Dietoterapia nas Doenças da Cavidade 
Oral, Esôfago e Intestino
Dietoterapia nas Doenças 
Cardiovasculares
UNIDADE 3
Dietoterapia na Obesidade
UNIDADE 2
Bases da Dietoterapia
UNIDADE 1
SUMÁRIO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Bases da Dietoterapia
• Dietas Hospitalares
• Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer as principais dietas aplicadas ao processo saúde/
doença. 
• Compreender e intervir no processo de saúde/doença.
• Estabelecer a importância do conhecimento para ofertar ao 
organismo debilitado nutrientes adequados e específicos para 
cada patologia, conseguindo adaptar o estado nutricional, 
favorecendo a recuperação e promovendo melhora e adequação 
de seu estado nutricional.
Professor(a) Esp. Verônica Graciela Rapcinski
BASES DA BASES DA 
DIETOTERAPIADIETOTERAPIA1UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
7BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Olá, querido (a) aluno (a), você acaba de iniciar uma etapa de conhecimento muito 
importante na sua jornada acadêmica enquanto um futuro Nutricionista. Nessa etapa, você 
contará com uma ferramenta de saúde muito especial do profissional de nutrição, onde 
utilizaremos os alimentos paraprevenção de enfermidades, assim como para tratá-lo a fim 
de obter os nutrientes necessários para melhorar o estado nutricional. 
Nessa unidade, trataremos indivíduos portadores de uma ou mais doenças por 
meio de uma alimentação adequada e específica para a patologia.
Eu, como nutricionista hospitalar e oncológica por mais de dez anos, sou uma 
profissional apaixonada pela ciência da Dietoterapia e por como ela aplica a dieta como um 
princípio terapêutico. Já vivenciei inúmeras histórias em que a dietoterapia trouxe qualidade 
de vida ao paciente. Espero contribuir muito para sua formação acadêmica através dessa 
disciplina tão especial e apaixonante.
Bons estudos!
BASES DA 
DIETOTERAPIA1
TÓPICO
8BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Sabemos que o alimento é o nosso combustível, e sem ele não há vida. Através 
de uma alimentação adequada, teremos saúde, enquanto uma alimentação inadequada 
pode causar prejuízos e até nos sujeitar a doenças. A alimentação e seus padrões têm 
muitas influências como preceitos religiosos, familiares, hábitos alimentares, tabus, e fa-
tores culturais os quais nos são incutidos desde nossa infância e assim passamos a ter 
nossas preferências alimentares. Seja na saúde ou doença existe a importância de uma 
alimentação adequada às necessidades individuais de cada um.
Define-se a dietoterapia como a ciência que promove a manutenção da saúde, 
prevenção e tratamento de doenças. Através da dieta e de uma alimentação adequada, a 
dieta entra como um princípio terapêutico. 
A palavra dieta vem do termo grego diaita, que significa cuidar da vida, estilo de vida, 
ou modo de vida. A dietoterapia é uma ferramenta da saúde e do profissional nutricionista, 
que utiliza os alimentos para prevenção e tratamento de doenças. Oferecendo nutrientes 
específicos e adequados ao tipo de doença, condições físicas, nutricionais e psicológicas, à 
medida que busca a manutenção e/ou recuperação do estado nutricional. Devemos entender 
que o cuidado nutricional do paciente doente ou até mesmo hospitalizado é mais complexo.
Dietoterapia é uma área da nutrição que se concentra no uso terapêutico de uma 
alimentação adequada e equilibrada para o tratamento de diferentes condições de saúde. 
Envolve o estudo das propriedades dos alimentos, nutrientes e seus efeitos no organismo, 
bem como a aplicação desse conhecimento no tratamento de doenças específicas. Ela utili-
za a alimentação como forma de tratamento de doenças e promoção da saúde, se baseando 
9BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
em princípios científicos e diretrizes nutricionais na elaboração de planos alimentares espe-
cíficos que atendam às necessidades individuais dos pacientes (SAMPAIO, 2012).
A resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN ) n° 304, de fevereiro de 
2003, nos traz que a prescrição dietética é uma atividade privativa do nutricionista, e este 
deve utilizar estratégias e técnicas terapêuticas específicas para realizar esta prescrição. 
Lembrando que a prescrição dietética deve constar no prontuário do paciente, esta deverá 
conter consistência da dieta, os macros e micronutrientes mais importantes de acordo com 
o caso clínico, fracionamento, Valor Energético Total (VET), data, assinatura seguida de 
carimbo, número e região da inscrição no Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) do 
nutricionista que esteja responsável pela prescrição.
1.1 Princípios da Dietoterapia
• Compreender a ação que o nutriente tem no organismo.
• Conhecer o diagnóstico e fisiopatologia predominante ao paciente.
• Compreender a evolução da doença.
1.2 Prescrição Dietoterápica
Se torna necessário conhecer a história clínica do paciente, assim como a patologia 
que o acomete, alterações e sintomas gastrointestinais, seus hábitos de alimentação aos 
quais se incluem hábitos culturais e religiosos que possam estar presentes em sua alimen-
tação, a escolaridade e capacidade de interpretação e entendimento das orientações e 
mudanças da dieta. Seu estado físico também, como dentição, alterações na cavidade oral, 
como por exemplo presença de mucosites, mastigação. Uso de medicamentos, ou se está 
em tratamento quimioterápico e radioterapia. Entre outros.
È possível dividir essa prescrição dietoterápica em alguns passos:
01. Entrevista e anamnese com o paciente;
02. Avaliação do Estado Nutricional;
03. Hipótese Diagnóstica Nutricional;
04. Conduta Alimentar;
05. Avaliação da aceitação da dieta ofertada;
06. Intervenção Nutricional.
Em vista disso, compreende-se que a avaliação nutricional é o ponto de partida da 
dietoterapia, pois permite identificar as necessidades nutricionais individuais, bem como 
possíveis deficiências ou excessos de nutrientes. Ela engloba a análise de dados clínicos, 
10BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
antropométricos, bioquímicos e dietéticos do paciente. A avaliação nutricional é um proces-
so sistemático e contínuo, fundamental para o diagnóstico nutricional e o estabelecimento 
de um plano terapêutico adequado (SAMPAIO, 2012).
Já a prescrição dietética, consiste na elaboração de um plano alimentar individua-
lizado, considerando as necessidades nutricionais específicas do paciente e a adequação 
aos seus objetivos terapêuticos. É importante levar em conta fatores como idade, sexo, 
composição corporal, atividade física e condições clínicas. Deverá ser personalizada, le-
vando em consideração as características individuais do paciente e as recomendações 
nutricionais estabelecidas (PHILIPPI, 2018).
O monitoramento e acompanhamento do paciente são essenciais na dietoterapia, 
permitindo avaliar a eficácia do plano alimentar, realizar ajustes quando necessário e garan-
tir a adesão do paciente às recomendações nutricionais. É fundamental o monitoramento e 
acompanhamento contínuos na dietoterapia, visando assim avaliar a evolução do paciente 
e promover intervenções adequadas para alcançar os objetivos propostos (SILVA, 2020).
A dietoterapia deve ser embasada em evidências científicas atualizadas, as quais 
são obtidas a partir de estudos clínicos, revisões sistemáticas e diretrizes nutricionais. A 
utilização de informações confiáveis é fundamental para garantir a eficácia e a segurança 
dos planos alimentares, à medida que permite oferecer tratamentos nutricionais efetivos, 
seguros e de qualidade (BRASPEN, 2019).
Não podemos esquecer o papel fundamental que a educação alimentar desem-
penha na dietoterapia, pois visa promover mudanças de hábitos alimentares e comporta-
mentais que contribuam para a melhoria do estado nutricional e a manutenção da saúde. 
É necessário fornecer orientações claras e individualizadas ao paciente, visando a adoção 
de uma alimentação adequada e equilibrada. A educação alimentar leva o paciente a tomar 
decisões conscientes sobre sua alimentação, adotando assim hábitos saudáveis a longo 
prazo (PEREIRA, 2020).
Além disso, também analisa a integridade do trato gastrointestinal, para indicar a 
melhor via para ofertar a dieta. Avaliando também como está a condição da aceitação e 
ingestão da dieta ofertada, a digestão e absorção do paciente. 
Lembre-se, o ambiente hospitalar é difícil e hostil, tornando-se impessoal, e tudo isso 
contribui para a diminuição da ingestão alimentar, redução de peso e inadequação do estado 
nutricional do paciente, aumentando a morbimortalidade. Em vista disso, cabe ressaltar que 
existem algumas vias de suporte nutricional, tais como o oral, enteral e parenteral.
DIETAS 
HOSPITALARES2
TÓPICO
11BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Para atender às necessidades individuais de cada paciente no ambiente hospitalar, 
as dietas recebem algumas classificações, as quais serão descritas ao longo deste capítulo. 
As dietas podem ser divididas como: 
• Dietas de Rotina.
• Dietas Terapêuticas.
• Dietas Especiais para Exames.
Dietas de Rotina: 
As dietas de rotina são utilizadas em pacientes hospitalizados que não apresentam 
necessidades nutricionais especiais ou restriçõesalimentares específicas. Elas são proje-
tadas para fornecer uma alimentação balanceada e adequada, considerando as necessida-
des nutricionais básicas do paciente.
Não há restrição de nutrientes, porém a modificação na consistência da comida, 
como pastosas, líquidas, mas o alimento em si não sofre modificações.
Dietas Terapêuticas: 
São destinados a tratamentos, ocorrendo alterações nos nutrientes presentes, 
podendo ser reduzidos ou aumentados conforme o tratamento indicado. Por exemplo, 
hipoproteicas, normoproteicas ou hiperproteicas. No entanto, sempre estão associadas a 
uma dieta de rotina, como o exemplo de uma dieta pastosa hiperproteica.
Dietas Especiais para Exames:
Acontecem por períodos curtos, apenas para preparo do paciente para a realização 
de algum tipo de exame. 
12BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Quando falamos em mudanças nas modificações da dieta encontraremos mudan-
ças na consistência, temperatura, volume, fracionamento, características químicas como 
hiper ou hipoproteica, e exclusão de algum alimento ou nutriente específico.
2.1 Dietas normais/ rotina
Geral: dieta indicada ao paciente que não tem restrições a nenhum tipo de alimen-
to, ou necessidade de mudança na consistência. Todos os alimentos são permitidos, não há 
exclusão. Possuem característica normoglícida, normoproteica e normolipídica, geralmente 
são distribuídas em 5 a 6 refeições diárias.
Branda: parecida com a dieta geral, porém tem a consistência mudada, abrandada 
pela cocção, são excluídos desse tipo de dieta os condimentos, frituras, embutidos, bebidas 
gaseificadas, alimentos crus, hortaliças, frutas com casca. Composta por alimentos macios. 
É uma dieta de transição para dieta geral, utilizada em pacientes com algum problema 
mecânico, ou para facilitar a digestão. Tem característica, normoglícida, normoproteica e 
normolipídica, geralmente são distribuídas em 5 a 6 refeições diárias.
Pastosa: também possui consistência macia, abrandada pela cocção, porém os ali-
mentos são moídos, triturados, em forma de purês, para facilitar a mastigação e deglutição, 
de forma a produzir pouco esforço. É necessário a exclusão dos alimentos presentes na 
dieta branda, carnes inteiras ou em pedaços, pão francês, pão de forma integral, hortaliças 
cozidas em pedaços e frutas inteiras. Tem característica normoglicídica, normoproteica e 
normolipídica e é distribuída em 5 a 6 refeições por dia.
Dieta Leve: essa dieta tem consistência semilíquida, também abrandada pela 
cocção, onde são ofertados sopa no almoço e no jantar, para que os alimentos para que 
os alimentos tenham mastigação e deglutição com pouco esforço e em situações onde a 
função gastrointestinal esteja moderadamente alterada. Deverão ser excluídos todos os 
alimentos da dieta branda e pastosa, exceto biscoitos e frutas cruas e macias. Sua carac-
terística hiperglicídica, normoproteica e hipolipídica, distribuída em 5 a 6 refeições por dia. 
Essa dieta tem característica de baixa caloria, dessa forma a utilização por longos períodos 
deve ser monitorada, pois há a carência de nutrientes, podendo comprometer o estado 
nutricional do paciente.
Dieta Líquida: Como o próprio nome já diz sua consistência é líquida. Deve ser 
utilizada em períodos curtos, na presença de restrição da função digestiva, problemas me-
cânicos do trato digestivo superior, preparo de exames e também no pré e pós-operatório. 
Serão permitidos apenas os alimentos líquidos ou que se liquefazem na boca, como sopa 
líquida coada, caldo, suco de fruta coado, gelatina, chá, leite, iogurte e mingau ralo. Tem 
13BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
característica hiperglicídica, normoproteica e hipolipídica, com distribuição de 5 a 6 refei-
ções por dia. Em uso prolongado, é necessário o acompanhamento contínuo do paciente 
verificando a necessidade de suplementação nutricional.
2.2 Dietas modificadas
Branda sem Resíduos: mesma característica da dieta branda, porém com a ex-
clusão do leite e alimentos crus. Utilizada em casos de diarreia ou preparo de exames, que 
necessitem manter o controle peristáltico.
Pastosa sem Resíduos: Mantêm a característica da dieta pastosa, porém com a 
exclusão do leite e alimentos crus. Sua indicação acontece quando é necessário repouso 
gastrintestinal e para facilitar ingestão e deglutição.
Leve sem Resíduos: apresenta consistência semi-líquida, hipocalórica, com isen-
ção de celulose, tecido conectivo e leite. Sua indicação se dá em casos que seja necessário 
repouso intestinal, no preparo de exames, pré e pós-operatório. Indicado uso por curtos 
períodos, caso contrário necessita monitoramento, para que não haja comprometimento do 
estado nutricional.
Líquida sem Resíduos: mantém consistência líquida, sem leite, hipocalórica. Sua 
indicação se dá em situações clínicas que seja necessário manter o “ intestino limpo”, como 
em alguns exames, pré ou pós-operatório imediato. Indicada como uma hidratação por pe-
ríodos curtos, eventualmente, em casos de períodos maiores é necessário a suplementação.
Independente da consistência das dietas modificadas, todas são indicadas para 
manter o repouso intestinal.
2.3 Dietas especiais
As dietas especiais são aquelas que precisam de alguma alteração de nutriente ou 
até mesmo na forma do preparo. Elas podem ser prescritas em diferentes consistências, 
como por exemplo dieta pastosa hipossódica, ou dieta geral hipossódica.
Hipocalórica: apresenta redução em seu valor calórico e também na quantidade 
dos alimentos ofertados. Sua indicação se dá para redução de peso pós-operatório da 
cirurgia bariátrica.
Hipercalórica: diferente da dieta hipocalórica, essa dieta apresenta aumento do 
seu valor calórico e da quantidade de alimentos ofertados. Tem indicação em casos de 
recuperação e ganho de peso em estados catabólicos de doenças, desnutrição, queimadu-
ras, câncer e AIDS.
14BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Hipoproteica: dieta indicada principalmente para pacientes renais, com restrição 
a proteína de origem animal.
Hiperproteica: apresenta aumento na quantidade de proteínas, principalmente as 
de origem animal. Sua indicação se dá em casos infecciosos, desnutrição, queimaduras, 
câncer, AIDS ou em outras situações que seja necessário o aumento da oferta proteica.
Hipogordurosa: apresenta isenção de alimentos gordurosos, como manteiga, óleo, 
azeite, embutidos, oleaginosas, frituras, carnes gordurosas, leite e derivados integrais. Sua 
indicação se dá para hepatopatias, doenças pancreáticas e vesículas biliares.
Hipossódica: Deve apresentar baixo teor de sódio tanto nos alimentos quanto nas 
preparações, não deve conter adição de sal no preparo da dieta, fazer uso apenas de tem-
peros naturais. Evitar alimentos enlatados, embutidos, conservas, carnes secas, temperos 
e molhos industrializados. Indicada na hipertensão, doenças renais, edemas e doenças 
cardíacas. É uma dieta que apresenta baixa adesão devido a palatabilidade da dieta, sendo 
muito importante utilizar recursos nas preparações para melhorar a aceitação.
Hipocalêmica: Dieta pobre em potássio, restringe-se alimentos ricos em potássio, 
ou pode-se utilizar da cocção para redução dos níveis de potássio. Dieta indicada nos 
casos de dificuldade de excreção do Potássio.
Pobre em Vitamina K: Indicada em casos de problemas com coagulação, em 
pacientes que fazem uso de medicação anticoagulante, restringindo então alimentos que 
possam favorecer a coagulação sanguínea, como brócolis, repolho, couve, espinafre, nabo, 
alface, leite, ovo, fígado, óleo de canola e soja.
Laxativa: dieta indicada em casos de obstipação intestinal, rica em alimentos que 
aumentem o volume fecal, e peristaltismo intestinal. Inclui-se alimentos ricos em fibras 
insolúveis, como os cereais integrais, farelo de trigo, hortaliças cruas, frutas com casca.
Para Diabéticos: Restringe-se os carboidratos simples e acrescenta-se os carboi-
dratos complexos, dieta isenta de açúcar, indicada para controleglicêmico de pacientes 
diabéticos ou em caso de hiperglicemia.
Todas as dietas aqui apresentadas fazem parte da rotina hospitalar, por isso é de 
suma importância que você como um futuro nutricionista conheça cada consistência, fisio-
patologias e diagnósticos nutricionais para entender qual a melhor indicação, consistência 
e a evolução da dieta em cada caso.
DIETA ENTERAL
E PARENTERAL3
TÓPICO
15BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Já entendemos a importância e o papel dos nutrientes, tanto no fornecimento diário de 
energia requerida como na manutenção da homeostase metabólica e função fisiológica. Em 
eventos onde a quantidade de proteínas e calorias se torna insuficiente para suprir a necessi-
dade requerida, o organismo começa então a entrar em processo de desnutrição (LIMA, 2018).
E, na nutrição clínica, acontece o estudo das vias alternativas para a administração 
de nutrientes, utilizada naqueles pacientes que se encontram em processo de desnutrição 
os quais são incapazes de ingerir ou digerir, através da alimentação via oral, os alimentos 
em quantidade suficiente para suprir as suas necessidades, garantindo a manutenção e 
adequação do estado nutricional (LIMA, 2018).
A Terapia Nutricional então se caracteriza como o conjunto de procedimentos tera-
pêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de 
nutrição parenteral e/ou nutrição enteral.
3.1 Nutrição enteral
O suporte nutricional enteral é o procedimento onde acontece o fornecimento de 
nutrientes ao trato gastrintestinal (TGI), para suprir a demanda corporal.
De acordo com a Resolução 63 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do 
Ministério da Saúde, de 6/7/2000, a Nutrição Enteral é caracterizada como:
alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes na forma 
isolada ou combinada, de composição química definida ou estimada, espe-
cialmente elaborada para uso por sondas ou Via Oral, industrializados ou 
não, utilizado exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a 
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme a suas necessi-
dades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando 
a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou sistemas (BRASIL, 2000).
16BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
A dieta enteral é um tipo de terapia nutricional que consiste na administração de 
nutrientes através do trato digestivo, utilizando uma sonda nasogástrica, nasoenteral, 
gastrostomia ou jejunostomia. Essa forma de alimentação é indicada para pacientes que 
não conseguem ingerir alimentos de forma adequada ou têm dificuldades de absorção de 
nutrientes pelo trato gastrointestinal (WAITZBERG, 2019).
Nesse contexto, a dieta enteral é formulada de acordo com as necessidades nutri-
cionais individuais do paciente, considerando seu estado clínico, idade, peso, metabolismo 
e objetivos terapêuticos. Ela é composta por fórmulas específicas, que podem ser poliméri-
cas, oligoméricas ou modulares, contendo uma combinação de macronutrientes (proteínas, 
carboidratos e gorduras), micronutrientes (vitaminas e minerais) e fibras. Essas fórmulas 
são desenvolvidas para fornecer a quantidade adequada de calorias, proteínas e nutrientes 
necessários para a manutenção ou recuperação da saúde do paciente (BRASPEN, 2019).
As fórmulas enterais são formuladas com base em evidências científicas e dire-
trizes nutricionais. É importante ressaltar que a prescrição e o acompanhamento da dieta 
enteral devem ser realizados por profissionais de saúde qualificados, como nutricionistas 
ou médicos especializados em terapia nutricional, garantindo assim uma adequada seleção 
da fórmula e monitoramento do paciente.
A dieta enteral possui indicações específicas para diferentes condições clínicas, tais 
como desnutrição, ou quando a ingesta oral estiver inadequada e não possa prover a necessida-
de calórica de 2/3 a 3/ 4 das necessidades diárias nutricionais, no câncer, doenças neurológicas, 
doenças inflamatórias intestinais, quando o trato gastrointestinal estiver total ou parcialmente 
funcionante, entre outras. Seu objetivo principal é fornecer nutrientes essenciais para suprir as 
necessidades do paciente, mantendo ou melhorando seu estado nutricional (CUPPARI, 2014).
TABELA 1: INDICAÇÕES DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL EM ADULTOS
PACIENTES QUE NÃO PODEM
SE ALIMENTAR
● Inconsciência
● Anorexia Nervosa
● Lesões Orais
● Acidentes vasculares cerebrais ( AVC)
● Neoplasias
● Doenças desmielinizantes
PACIENTES COM INGESTÃO
ORAL INSUFICIENTE
● Trauma
● Septicemia
● Alcoolismo Crônico
● Depressão Grave
● Queimaduras
PACIENTES NOS QUAIS A ALIMENTAÇÃO 
COMUM PRODUZ DOR E/OU DESCONFORTO
● Doença de Crohn
● Colite Ulcerativa
● Carcinoma do trato gastrintestinal
● Pancreatite
● Quimioterapia
● Radioterapia
PACIENTES COM DISFUNÇÃO DO
TRATO GASTRINTESTINAL
● Síndrome de má absorção
● Fístula
● Síndrome do intestino curto
Fonte: CUPPARI, 2014
A dieta enteral contribui para melhora da resposta imune, prevenção de atrofia 
intestinal, impedindo a translocação bacteriana, diminuindo a resposta inflamatória, fortale-
cendo assim sua indicação (CUPPARI, 2014).
17BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
TABELA 2: INDICAÇÕES DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL EM CRIANÇAS
 → Anorexia/perda de peso
 → Crescimento deficiente
 → Ingestão via oral inadequada
 → Desnutrição: aguda, crônica e hipoproteinemia
 → Estados hipercatabólicos: queimaduras, sepse,
 → trauma, doenças cardiológicas e respiratórias
 → Doenças neurológicas
 → Coma por tempo prolongado
 → Anomalias congênitas: fissura do palato, atresia do
 → esôfago, fístula traqueoesofágica, outras anomalias 
 → do trato gastrointestinal (TGI)
 → Doença ou obstrução esofágica
 → Cirurgia do trato gastrointestinal (TGI)
 → Diarréia crônica não-específica
 → Síndrome do intestino curto
 → Fibrose cística
 → Câncer associado a quimioterapia, radioterapia
 → e/ou cirurgia
Fonte: CUPPARI, 2014
As contraindicações na terapia enteral normalmente são mais temporárias que 
absolutas. Podemos observar algumas destas contraindicações citadas na tabela 3.
TABELA 3: CONTRAINDICAÇÕES DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
 → Disfunção do TGI ou condições que requerem repouso intestinal
 → Obstrução mecânica do TGI
 → Refluxo gastroesofágico intenso
 → Íleo paralítico
 → Hemorragia GI severa
 → Vômitos e diarreia severa
 → Fístula do TGI de alto débito ( >500mL/dia )
 → Enterocolite severa
 → Pancreatite aguda grave
 → Doença terminal
 → Expectativa de utilizar a TNE em período inferior a 5 e 7 dias para 
pacientes desnutridos ou 7 a 9 dias para pacientes bem nutridos
Fonte: CUPPARI, 2014
VIAS DE ACESSO:
A administração da dieta enteral pode ser realizada de diferentes formas, depen-
dendo da via de acesso escolhida. Podem ser localizadas no estômago, duodeno ou jejuno, 
de acordo com as alterações orgânicas estabelecidas, ou até mesmo rotinas de adminis-
tração utilizadas. Aos pacientes que necessitarão de nutrição enteral por um período de 
tempo que seja inferior a 6 semanas, a via indicada é a sonda nasoenteral, sendo esta 
a mais utilizada devido a seu baixo custo, fácil colocação. Por outro lado, se a terapia 
18BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
nutricional terá um período de duração maior que 6 semanas é indicado a gastrostomia e a 
jejunotosmia (CUPPARI, 2014).
O local de administração é um dos fatores que se deve analisar para escolha da via 
de acesso, seja ela intragástrica ou pós-pilórica.
Fonte: CUPPARI, 2014 pg 532
 As principais vias de administração incluem:
Sonda nasogástrica (SNG): A sonda é inserida através do nariz e alcança o estô-
mago. É a via mais comum de administração da dieta enteral e pode ser temporária ou de 
longa duração, dependendo das necessidades do paciente.
Sonda nasoenteral (SNE): A sonda também é inserida através do nariz, passan-
do pelo estômago e alcançando o intestino delgado (duodeno ou jejuno). Sendo utilizada 
quando há contraindicação para a passagem da sonda pelo estômago ou quando anutrição 
precisa ser administrada diretamente no intestino.
Gastrostomia ou jejunostomia: São procedimentos cirúrgicos que envolvem a in-
serção de uma sonda diretamente no estômago (gastrostomia) ou no jejuno (jejunostomia), 
por meio de uma abertura no abdômen. Essas vias são utilizadas quando a alimentação 
enteral é necessária por um período prolongado (WAITZBERG, 2019).
TABELA 4: VANTAGENS E DESVANTAGENS DA LOCALIZAÇÃO GÁSTRICA E DUODENAL/JEJUNAL
LOCALIZAÇÃO GÁSTRICA LOCALIZAÇÃO DUODENAL E JEJUNAL
VANTAGENS
Maior tolerância a fórmulas variadas (proteínas in-
tactas, proteínas isoladas, aminoácidos cristalinos) Menor risco de aspiração
Boa aceitação de fórmulas hiperosmóticas Maior dificuldade de saída acidental da sonda
Permite a progressão mais rápida para alcançar o 
valor calórico total ideal
Permite a nutrição enteral quando a alimentação 
gástrica é inconveniente e inoportuna
Em razão da dilatação receptiva gástrica, possibilita 
a introdução de grandes volumes em curto tempo ***
Fácil posicionamento da sonda
LOCALIZAÇÃO GÁSTRICA LOCALIZAÇÃO DUODENAL E JEJUNAL
DESVANTAGENS
Alto risco de aspiração em paciente com dificul-
dades neuromotoras de deglutição
Risco de aspiração em pacientes que têm mobili-
dade gástrica alterada ou são alimentados à noite
A ocorrência de tosse, náuseas ou vômitos favore-
ce a saída acidental da sonda nasoenteral
Desalojamento acidental, podendo
causar refluxo gástrico
Requer dietas normo ou hiperosmolares
Fonte: Adaptado de CUPPARI (2014).
19BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
A escolha da via de administração depende das características clínicas e das necessi-
dades individuais de cada paciente, bem como das restrições e da capacidade do trato digestivo.
Ao prescrever uma dieta enteral, é fundamental considerar as necessidades nutri-
cionais específicas do paciente. Isso inclui a determinação das necessidades energéticas, 
proteicas, de carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras, com base na condição 
clínica, na composição corporal e nas metas terapêuticas.
As fórmulas enterais disponíveis no mercado são projetadas para atender a diferen-
tes necessidades clínicas e nutricionais. Elas podem ser poliméricas, contendo nutrientes 
completos na forma de proteínas intactas, carboidratos complexos e lipídios; ou oligoméri-
cas, contendo nutrientes parcialmente hidrolisados e de fácil digestão.
É importante mencionar que a prescrição e o acompanhamento da dieta enteral 
devem ser feitos por profissionais de saúde capacitados, como nutricionistas, médicos e 
enfermeiros, com base em diretrizes e protocolos clínicos estabelecidos.
Métodos de Administração da Dieta Enteral:
Administração em bolo: Administrar a dieta com uso de uma seringa, 100 a 350 
ml de dieta no estômago, de 2 a 6 horas, em seguida irrigando a sonda enteral com 20 a 
30 ml de água potável.
Administração intermitente: É utilizada a força da gravidade, administrando volu-
me de 50 a 500 mL de dieta por gotejamento, de 3 a 6 horas, em seguida irrigando a sonda 
enteral com 20 a 30 ml de água potável.
Administração contínua: Utilizada bomba de infusão, 25 a 150 mL/hora por 24 
horas, administrada no estômago, jejuno e duodeno, pausa de 6 a 8 horas para irrigação 
da sonda enteral com 20 a 30 ml de água potável.
Características Físicas das fórmulas:
Osmolalidade: A osmolalidade é uma medida da concentração de partículas os-
moticamente ativas em uma solução, expressa em miliosmoles por quilograma de água. 
Na dieta enteral, a osmolalidade pode variar de acordo com a composição da fórmula e a 
concentração de nutrientes e aditivos presentes. É a função do tamanho e quantidade de 
partículas iônicas e moleculares (proteína, carboidratos, eletrólitos e minerais) em determi-
nado volume (CUPPARI, 2019).
A osmolalidade da dieta enteral é um aspecto relevante a ser considerado, pois 
pode influenciar a absorção e a tolerância do paciente, especialmente em casos de com-
prometimento gastrointestinal. Portanto, é importante que a osmolalidade da dieta enteral 
seja monitorada e ajustada de acordo com as necessidades e a condição clínica de cada 
20BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
paciente, sempre sob a supervisão de um profissional de saúde qualificado. A osmolalidade 
é a medida mais precisa da concentração de partículas osmoticamente ativas em uma 
solução, pois é baseada na massa de solvente (água) em vez do volume total da solução 
(AGUILAR, 2019).
Densidade calórica: A densidade calórica das fórmulas enterais se refere à quanti-
dade de calorias fornecidas por unidade de volume da solução nutricional. É um parâmetro 
importante a ser considerado na prescrição e administração da dieta enteral, pois auxilia na 
determinação do aporte energético adequado para cada paciente. Ela varia de acordo com 
a composição nutricional da fórmula, incluindo a concentração de macronutrientes como 
proteínas, carboidratos e lipídios, bem como a presença de outros componentes calóricos, 
como fibras e aditivos (BRASPEN, 2016).
Classificação das fórmulas:
As fórmulas enterais são classificadas de acordo com sua composição nutricional e 
características específicas. A classificação pode variar de acordo com diferentes sistemas 
adotados, mas geralmente considera fatores como o teor de macronutrientes (proteínas, 
carboidratos e lipídios), a presença de fibras, os perfis de aminoácidos, o tipo de gordura 
utilizada e outros aditivos.
Fórmulas poliméricas: são constituídas por proteínas intactas, carboidratos, lipí-
dios e fibras alimentares, comumente é a mais utilizada (BRASPEN, 2016).
Fórmulas oligoméricas: contêm proteínas parcialmente hidrolisadas e carboidra-
tos de cadeia curta. Indicadas a pacientes que estejam com a capacidade digestiva e até 
absortiva parcial (CUPPARI, 2014).
Fórmulas especializadas: são feitas e utilizadas em situações específicas de 
disfunções orgânicas e estresse metabólico (CUPPARI, 2014).
Fórmulas modulares: compostas por nutrientes isolados, como aminoácidos, 
carboidratos simples e lipídios emulsionados (BRASPEN, 2016).
As dietas caseiras ou artesanais são aquelas que tem o preparo à base de alimentos 
in natura, podendo utilizar juntamente industrializados como por exemplo os módulos ali-
mentares, essas dietas são liquidificadas e preparadas de forma artesanal seja em cozinha 
doméstica ou hospitalar (CUPPARI, 2014).
Complicações da Terapia Nutricional Enteral:
Gastrintestinais: Náuseas, vômitos, estase gástrica, refluxo gastroesofágico, 
distensão abdominal, cólicas, flatulência, diarreia/obstipação.
21BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Metabólicas: Hiperidratação ou desidratação, hiperglicemia ou hipoglicemia, alte-
rações da função hepática, anormalidades de eletrólitos.
Mecânicas: Erosão nasal, necrose, abscesso septonasal, sinusite aguda, roquidão, 
otite, faringite, esofagite, ulceração esofágica, estenose, fistúla traqueoesofágica, ruptura 
de varizes esofágicas, obstrução da sonda, saída ou migração acidental da sonda.
Infecciosas: Gastroenterocolites por contaminação microbiana no preparo, utensí-
lios e administração da dieta.
Respiratórias: Aspiração pulmonar com síndrome de Mendelson (pneumonia 
química) ou pneumonia infecciosa.
Psicológicas: Ansiedade, depressão, falta de estímulo ao paladar, monotonia 
alimentar, insociabilidade e inatividade (CUPPARI, 2014).
3.2 Nutrição Parenteral
A nutrição parenteral (NP) consiste em uma solução estéril de nutrientes a qual é 
infundida através de via intravenosa, seja por meio do acesso venoso periférico ou central, 
o trato digestivo é totalmente excluído nesse processo (CUPPARI, 2014).
A nutrição parenteral é uma forma de terapia nutricional que consiste na administra-
ção de nutrientes diretamente na corrente sanguínea, contornando o trato gastrointestinal. 
Ela é utilizada quando o trato digestivo não pode ser utilizado ou quando a absorção de 
nutrientes é prejudicada devido a condições clínicas graves (WAITZBERG, 2019).É indicada para pacientes que não podem receber alimentação oral ou enteral 
adequada. Composta por uma solução que contém nutrientes essenciais, como aminoá-
cidos, glicose, lipídios, eletrólitos, vitaminas e minerais, que são administrados através de 
uma via venosa central (cateter venoso central) ou periférica (cateter venoso periférico) 
(WAITZBERG, 2019).
A prescrição da nutrição parenteral é individualizada, levando em consideração as 
necessidades nutricionais específicas do paciente, sua condição clínica, estado metabólico, 
composição corporal e objetivos terapêuticos. A composição da solução é determinada de 
acordo com essas necessidades, visando suprir as deficiências nutricionais e promover o 
estado nutricional adequado (WAITZBERG, 2019).
Tipos:
Nutrição parenteral periférica (NPP): é uma forma de terapia nutricional que 
envolve a administração de nutrientes por via intravenosa numa veia periférica, geralmente 
em membros superiores, como braços ou mãos. A NPP é utilizada quando não é possível 
ou recomendado o acesso a veias centrais, como a veia subclávia ou jugular. Consiste na 
22BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
administração de nutrientes, vitaminas e minerais diretamente em uma veia periférica. Essa 
forma de terapia nutricional é utilizada quando o acesso a veias centrais não é possível ou 
não é recomendado, proporcionando uma fonte de nutrientes essenciais para pacientes 
com necessidades nutricionais elevadas ou insuficiência de ingestão oral (CURY, 2016).
A nutrição parenteral periférica é uma opção terapêutica limitada, pois a adminis-
tração de soluções nutricionais por veias periféricas possui algumas restrições em termos 
de concentração de nutrientes e volume total administrado. Geralmente, a NPP é utilizada 
em situações de curto prazo e quando não é possível a inserção de um cateter central. Sua 
indicação usual se dá para períodos curtos (7 a 10 dias), pois geralmente não atinge as 
necessidades nutricionais do paciente (CUPPARI, 2014).
Nutrição parenteral total (NPT): consiste na administração de todos os nutrientes 
essenciais, incluindo carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, diretamente em 
uma veia central. Essa forma de terapia nutricional é indicada para pacientes que não po-
dem receber nutrição adequada por via oral ou enteral, proporcionando suporte nutricional 
completo para atender às necessidades do paciente (ROCHA, 2015).
Sua indicação se dá quando o uso e tem indicação superior a 7 a 10 dias e oferece 
aporte energético e protéico total, a um paciente que não consiga tolerar uma ingestão 
via oral ou enteral. Geralmente sua indicação se dá quando o trato digestivo não está 
funcionando, obstruído ou inacessível (CUPPARI, 2014).
Contra Indicações:
É contraindicada a nutrição parenteral em pacientes que estejam hemodinami-
camente instáveis, incluindo os que estejam com hipovolemia, choque cardiogênico ou 
séptico, edema agudo de pulmão, anúria em diálise ou aqueles que apresentem distúrbios 
metabólicos e eletrolíticos (CUPPARI, 2014).
Monitoramento: O monitoramento adequado dos pacientes em uso de nutrição pa-
renteral é essencial para garantir a eficácia e a segurança dessa forma de terapia nutricional. 
O acompanhamento regular permite avaliar a resposta do paciente à nutrição parenteral, iden-
tificar possíveis complicações e fazer ajustes necessários para otimizar o suporte nutricional.
No monitoramento clínico deve ser realizada uma avaliação clínica periódica, incluin-
do o estado nutricional, sinais de infecção, integridade da pele, função hepática, função renal, 
equilíbrio hidroeletrolítico e glicemia. Esse monitoramento clínico é importante para identificar 
complicações associadas à nutrição parenteral e ajustar a terapia nutricional conforme neces-
sário. O monitoramento clínico inclui avaliação de sinais vitais, estado nutricional, equilíbrio 
hidroeletrolítico, glicemia e função hepática, entre outros parâmetros (BRASPEN, 2016).
23BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Já o monitoramento metabólico deve ser realizado a princípio diariamente, depois 
de 1 a 2 vezes na semana, os pacientes com TNP devem ter controle diário de eletrólitos e 
semanalmente do perfil parenteral, para a realização da adequação da terapia e monitora-
ção de complicações.:(CUPPARI, 2014).
Para avaliação nutricional é necessário avaliar o peso diariamente. A albumina e/
ou pré-albumina podem ser solicitadas semanalmente. Pacientes em estado febril com 
cateteres centrais que estejam recebendo nutrição parenteral podem necessitar de hemo-
culturas do cateter e sistêmicas. Avaliar diariamente tanto o local da inserção quanto sinais 
de inflamação e até mesmo infecciosos (CUPPARI, 2014).
Complicações:
Mecânicas: infecção relacionada ao cateter, é uma das complicações mais comuns 
associadas ao uso de cateteres venosos centrais para a administração de nutrição paren-
teral. Essas infecções podem estar localizadas no ponto de inserção do cateter (infecção 
local) ou podem se espalhar pelo sangue, causando uma infecção sistêmica (infecção re-
lacionada ao cateter). Incluem pneumotórax, hidrotórax e lesão vascular (CUPPARI, 2014).
Trombose venosa: é outra complicação que pode ocorrer em pacientes em uso 
de nutrição parenteral, especialmente quando cateteres venosos centrais são utilizados. A 
trombose venosa pode levar à obstrução do vaso e interferir no fluxo sanguíneo adequado. 
É uma complicação comum em pacientes submetidos à nutrição parenteral, ocorrendo em 
até 60% dos casos (BRASPEN, 2016).
Metabólicas: hiperglicemia, balanço ácido-básico, disfunção hepática, síndrome 
da realimentação (CUPPARI, 2014).
24BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
Durante muito tempo o nutricionista foi visto como um profissional procurado apenas para quem buscava 
o emagrecimento, hoje, com o crescimento da profissão e atuação efetiva desse profissional, conseguimos 
entender que sua atuação vai muito além de apenas prescrever dietas.
O profissional consegue avaliar cada impacto da alimentação na saúde dos indivíduos, proporcionar melhor 
qualidade de vida significativa e bem-estar a seus pacientes. 
Um dos lugares de atuação efetiva do nutricionista é na nutrição hospitalar, onde atuamos diretamente 
nas doenças, através da alimentação e nutrição efetiva. Através dos conhecimentos e condutas assertivas 
contribuímos para melhoria da qualidade de vida desses pacientes, minimizando o tempo de hospitalizações 
entre outros.
Fonte: A autora (2024)
A Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) é uma importante referência na área e 
possui diretrizes atualizadas sobre a terapia nutricional parenteral. O Guia Brasileiro de Terapia Nutricional 
no paciente grave (2023) é uma publicação da BRASPEN que aborda os princípios e recomendações de 
Terapia Nutricional no paciente grave parenteral.
A Diretriz da BRASPEN é baseada em evidências e foi preparada por um grupo de especialistas, apresen-
tando 56 questões específicas, de relevância para a prática da terapia nutricional no paciente grave. As 
respostas agregam um conjunto de recomendações desenvolvidas para ajudar os profissionais de saúde 
na tomada de decisões, indicando os níveis de evidência seguindo as condutas do sistema GRADE. A Di-
retriz aborda questões que vão desde a triagem e diagnóstico nutricional no paciente grave até a terapia 
nutricional em situações específicas, como cirúrgicos, queimados ou pancreatite, por exemplo. Ela também 
apresenta um quadro com a lista das recomendações.
Fonte: https://www.braspen.org/_files/ugd/6ae90a_3e47ce9b0a7844999c5e402c04aae2f4.pdf
https://www.braspen.org/_files/ugd/6ae90a_3e47ce9b0a7844999c5e402c04aae2f4.pdf
25BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
A dietoterapia desempenha um papel fundamental no tratamento e recuperação de 
pacientes hospitalizados. A compreensão de cada uma dessas bases da dietoterapia se 
torna essencial para garantir a oferta adequada de nutrientes e a promoçãoda saúde do 
paciente. Tanto as dietas hospitalares quanto a terapia enteral e parenteral desempenham 
um papel importante nesse contexto.
As dietas hospitalares são planejadas de acordo com as necessidades individuais 
do paciente, considerando sua condição clínica, estado nutricional e possíveis restrições 
alimentares. Essas dietas podem variar desde a oferta de dieta oral regular até a utilização 
de dietas especiais, como a dieta líquida, dieta pastosa, dieta restrita em sódio, entre ou-
tras. A adequação e o equilíbrio dos nutrientes nessas dietas são essenciais para suprir as 
necessidades do paciente, auxiliar na recuperação e evitar complicações nutricionais.
Nesse sentido, não podemos esquecer que a terapia enteral é uma modalidade de 
nutrição que envolve a administração de nutrientes diretamente no trato gastrointestinal, 
seja por via oral ou por sondas nasogástricas, nasoenterais ou gastrostomias. A escolha 
da formulação enteral adequada, levando em consideração as necessidades nutricionais 
específicas, é fundamental para garantir a eficácia dessa terapia.
E por último, nessa unidade tão importante, você também aprendeu sobre a terapia 
parenteral, a qual é utilizada quando o trato gastrointestinal está comprometido ou quando 
a ingestão oral ou enteral não é possível ou suficiente para atender às necessidades nutri-
cionais do paciente.
Fascinante não é mesmo?! A riqueza que a nutrição nos proporciona através da 
Dietoterapia. Em resumo, a dietoterapia é uma ferramenta essencial no cuidado hospitalar, 
buscando suprir as necessidades nutricionais dos pacientes. A escolha adequada das die-
tas hospitalares, a utilização adequada da terapia enteral e parenteral, e o monitoramento 
regular dos pacientes são aspectos cruciais para o sucesso da terapia nutricional e contri-
buem para a melhoria do estado nutricional e a recuperação dos pacientes.
Espero vocês na próxima unidade!!!!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
MATERIAL COMPLEMENTAR
26BASES DA DIETOTERAPIAUNIDADE 1
FILME/VÍDEO
• Título: Nutrição Humana - e o estado metabólico │ Um Docu-
mentário Sobre Dieta Cetogênica
• Ano: 2018
• Sinopse: Você não pode se esconder do câncer. Ela toca cada 
um de nós de uma forma ou de outra. Enquanto a marcha contínua 
para encontrar uma cura, mais de 4.600 pessoas por dia - só nos 
EUA - recebem um diagnóstico de câncer. E se você ou um ente 
querido se tornar uma estatística? E se você descobrisse que há 
algo que você pode fazer - agora mesmo - para retomar o controle? 
Entre na dieta cetogênica. O conceito de comida como remédio não 
é novidade. O que é diferente agora é que a pesquisa do câncer nos 
deu uma apreciação mais profunda das mudanças que impulsionam 
o câncer no nível celular. Esta informação dá a cada um de nós a 
oportunidade de moldar a indiferença à dieta em um novo paradig-
ma para o tratamento do câncer que se estende além das paredes 
da clínica. Miriam Kalamian é consultora de nutrição, educadora e 
autora especializada na implementação de terapias cetogênicas. 
Ela obteve seu mestrado em educação (EdM) pelo Smith College 
e seu mestrado em nutrição humana (MS) pela Eastern Michigan 
University. Ela é certificada em nutrição (CNS) pelo Conselho de 
Certificação de Especialistas em Nutrição. Esta palestra foi dada 
em um evento TEDx usando o formato de conferência TED, mas 
organizado de forma independente por uma comunidade local.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=h-9_VAOh4sQ 
LIVRO
• Título: Nutrição Oral Enteral e Paraenteral na Prática Clinica
• Autor: Dan Waitzberg
• Editora: Atheneu
• Sinopse: Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica 
tem uma didática marcada pela sua integração dos cuidados nu-
tricionais na prevenção e manutenção da saúde sob a ótica da 
equipe multiprofissional. Essa edição em especial tem um enfoque 
muito especial em idosos, terapia nutricional do câncer e terapia 
nutricional em cirurgia. Das novas disciplinas, deu-se ênfase à par-
te de prebióticos e probióticos. Casos clínicos ilustrativos também 
foram acrescentados. Assinala-se, ainda, a produção de capítulos 
muito particulares e que exprimem pontos de vista de eminentes 
autoridades mundiais nesses temas. 
https://www.youtube.com/watch?v=h-9_VAOh4sQ
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Dietoterapia no paciente obeso
• Síndrome Metabólica
• Dietoterapia do paciente diabético
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender os princípios da dietoterapia no tratamento da obesidade; 
• Identificar as recomendações nutricionais específicas para o paciente obeso;
• Reconhecer os principais critérios diagnósticos e componentes da 
síndrome metabólica;
• Conhecer as estratégias de intervenção dietética para o manejo da 
síndrome metabólica;
• Entender os princípios básicos da dietoterapia no manejo do diabetes 
mellitus.
• Conhecer as recomendações nutricionais específicas para o paciente 
diabético.
• Aprender sobre o controle da glicemia por meio da alimentação 
adequada, considerando a contagem de carboidratos, o índice glicêmico 
e a distribuição adequada dos macronutrientes..
Professor(a) Esp. Verônica Graciela Rapcinski
DIETOTERAPIA DIETOTERAPIA 
NA OBESIDADENA OBESIDADE2UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
28DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
Olá, caro (a), aluno (a). Seja bem-vindo à segunda unidade da disciplina.
Nesta unidade, você aprenderá que a Dietoterapia desempenha um papel fun-
damental no manejo de condições de saúde como a obesidade, síndrome metabólica e 
diabetes mellitus. Essas condições estão cada vez mais presentes na sociedade moderna 
e apresentam um desafio significativo para a saúde pública. 
A Dietoterapia no paciente obeso é voltada para a redução do excesso de peso 
corporal e a promoção de um estilo de vida saudável. A abordagem terapêutica baseia-se 
na modificação dos hábitos alimentares, incluindo a redução do consumo calórico, a esco-
lha de alimentos com qualidade nutricional adequada e a prática regular de atividade física. 
Já na Síndrome Metabólica, observamos um conjunto de fatores de risco que au-
mentam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 
2. Nesse contexto, a dietoterapia desempenha um papel importante no controle desses 
fatores de risco, através da adoção de uma alimentação balanceada, rica em fibras, com 
baixo teor de gorduras saturadas e açúcares, e a promoção de um estilo de vida saudável.
Também veremos a dietoterapia do Paciente Diabético, que tem como objetivo 
principal o controle da glicemia e a prevenção de complicações relacionadas ao diabetes 
mellitus. A alimentação adequada é fundamental para o manejo dessa condição, envolven-
do o controle da quantidade e distribuição dos carboidratos, além do monitoramento dos 
níveis de glicose no sangue. A educação alimentar, aliada a uma alimentação equilibrada e 
à prática de atividade física, são estratégias fundamentais para o controle do diabetes e a 
melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Bons Estudos!!!!!
29DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
DIETOTERAPIA NO 
PACIENTE OBESO1
TÓPICO
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivode 
gordura corporal, que pode levar a complicações sérias, como diabetes, doenças car-
diovasculares e problemas articulares. Também é necessário considerar a distribuição 
dessa gordura corporal, pois o acúmulo na região abdominal é um fator de maior risco 
de morbidade (CUPPARI, 2014).
Atualmente, a prevalência de excesso de peso e obesidade tem aumentado de 
forma alarmante em diversos países. Na esfera mundial, entre 1980 e 2014, o número 
de obesos mais que duplicou. Com esse aumento da prevalência de obesidade, é pos-
sível comprovar uma enorme mudança comportamental que tem ocorrido nas últimas 
décadas, principalmente em fatores como alimentação inadequada e sedentarismo 
(ROSSI, 2019).
Existem diferentes maneiras de mensuração da obesidade, sendo o índice de 
massa corporal (IMC) o principal indicador na avaliação do estado nutricional em adul-
tos. Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), proposta em 
1995, valores maiores ou iguais a 25 kg/m2 indicam excesso de peso e valores maiores 
ou iguais a 30,0 kg/m2 caracterizam obesidade.
30DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
FIGURA 1: ETIOLOGIA DA OBESIDADE
Fonte: ROSSI (2019).
Além disso, outros fatores são relevantes como gênero, idade, predisposição ge-
nética e alterações hormonais que influenciam na propensão em armazenar gordura no 
compartimento visceral (ROSSI, 2019).
1.1 Formas Clínicas da Obesidade:
A obesidade é uma condição complexa que pode se apresentar em diferentes 
formas clínicas. Essas formas clínicas da obesidade são baseadas em características 
específicas relacionadas ao padrão de distribuição de gordura ou segmento corpóreo que 
predomina, assim como ao metabolismo e às comorbidades associadas. Aqui estão algu-
mas das formas clínicas mais comuns da obesidade:
Obesidade Andróide (troncular ou central): o acúmulo de gordura ocorre princi-
palmente na região abdominal, conferindo ao indivíduo uma aparência de “maçã”. Esse tipo 
de obesidade está associado a um maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovas-
culares, diabetes tipo 2 e dislipidemia (CUPPARI, 2014).
Obesidade Ginóide (periférica): a gordura tende a se acumular nas coxas, qua-
dris e nádegas, conferindo ao indivíduo uma aparência de “pera”. A obesidade ginecoide 
está associada a um menor risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 
comparação com a obesidade andróide. Apresenta um risco maior de artroses e varizes 
(CUPPARI, 2014).
Generalizada: Nessa forma clínica, o excesso de gordura corporal está distribuí-
do de forma mais uniforme pelo corpo, sem uma predominância em regiões específicas. 
Embora não haja uma concentração excessiva de gordura em uma área específica, a 
31DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
obesidade generalizada ainda está associada a riscos para a saúde, incluindo doenças 
cardiovasculares, diabetes e outras comorbidades relacionadas à obesidade.
1.2 Pregas cutâneas: Essas medidas são úteis para determinar os depósitos de 
gordura subcutânea. Os locais que mostram melhor a adiposidade são: triciptal, bicipital, 
subescapular, supra-ilíaca e parte superior da coxa (CUPPARI, 2014).
1.3 Comorbidades: A obesidade é uma condição de saúde complexa que está 
associada a várias comorbidades, ou seja, doenças ou condições médicas adicionais que 
podem ocorrer em conjunto com a obesidade. Essas comorbidades podem ser tanto cau-
sadas pela obesidade como contribuir para o desenvolvimento e agravamento dela. Entre 
as mais comuns estão:
• Risco Cardiovascular;
• Dislipidemia;
• Diabetes;
• Resistência à Insulina e Hipertensão arterial;
• Síndrome Metabólica.
1.4 Tratamento Nutricional:
O tratamento da obesidade é complexo, multiprofissional, envolve mudança 
comportamental, intervenção dietética e exercício físico. Tendo a redução do conteúdo de 
gordura corporal como propósito de melhorar a saúde e reduzir o risco de complicações 
associadas à doença (ROSSI, 2019).
O tratamento dietoterápico desempenha um papel fundamental na gestão da 
obesidade, visando a redução do peso corporal de forma saudável e sustentável. Esta 
abordagem inclui estratégias dietéticas específicas, que podem variar de acordo com as 
necessidades e características de cada indivíduo.
Um estudo conduzido por Carneiro et al. (2018) avaliou a eficácia de diferentes 
abordagens dietoterápicas no tratamento da obesidade. Os resultados indicaram que dietas 
com restrição energética, baseadas em uma redução moderada no consumo de calorias, 
têm demonstrado ser eficazes na promoção da perda de peso e na melhoria dos fatores de 
risco associados à obesidade.
A escolha adequada dos macronutrientes também desempenha um papel impor-
tante no tratamento dietoterápico da obesidade. Estudos tem demonstrado que dietas com 
um maior teor de proteínas foram mais eficazes na redução do peso corporal e na preser-
32DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
vação da massa magra, quando comparadas a dietas com proporções convencionais de 
macronutrientes (MOREIRA, 2017).
Assim como a inclusão de alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e cereais 
integrais, tem sido associada a uma maior saciedade e controle do apetite. Estudos tem 
destacado os benefícios das fibras dietéticas na gestão do peso corporal, enfatizando sua 
capacidade de promover a perda de peso e melhorar os fatores de risco cardiometabólicos 
em indivíduos obesos (PEREIRA, 2015).
1.5 Princípios de atenção nutricional do obeso
A atenção nutricional e dietética abrange:
• Avaliação do estado nutricional, para determinação de diagnóstico nutricional e 
das necessidades calóricas e nutricionais do paciente;
• Desenvolver o plano nutricional;
• Trabalhar com educação nutricional que associam saúde e alimentação;
• Avaliar a eficiência da intervenção aplicada (CUPPARI, 2014).
Durante a avaliação nutricional é necessário identificar riscos nutricionais, buscar 
intercorrências clínicas, realizar a antropometria, avaliação clínica e dos dados bioquímicos. 
Verificar se o paciente apresenta comorbidades, determinar o grau de obesidade, o tipo de 
distribuição da gordura corporal. Assim como mudanças recentes no peso, intolerâncias 
alimentares, interação droga-nutriente, se existe a presença de transtornos alimentares, 
outros sintomas como dispepsia, constipação intestinal entre outros (CUPPARI, 2014).
Nesse contexto, ao desenvolver o plano nutricional é importante definir metas e 
objetivos no tratamento aplicado. Lembrando que o objetivo é reduzir gordura corporal a 
um nível que traga melhora no estado de saúde, que tenha redução de riscos e melhora 
na qualidade de vida. Trabalhar com pequenas metas ponderais, como reduzir de 5 a 10% 
do peso atual. Sempre considerar a realidade individual de cada paciente, a atividade ocu-
pacional, rotinas diárias, a disponibilidade financeira, para assim obter uma boa adesão ao 
tratamento (CUPPARI, 2014).
1.5.1 Plano de restrição energética moderada
Realizar o cálculo do valor energético e reduzir progressivamente a ingestão entre 
500 kcal e 1000 kcal/dia em relação ao valor que foi obtido durante a anamnese alimentar. 
Existe também a regra de bolso onde se fornece de 15 a 20 kcal/kg de peso atual/dia, que 
não seja inferior ao gasto energético basal (CUPPARI, 2014).
33DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
QUADRO 1: SUGESTÕES DE DISTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA 
CHO 55 a 60% (sendo 20% de absorção simples)
 PTN 15 a 20% (não menos que 0,8g/kg de peso desejável)
LIP 
 20 a 25, sendo 7% de gorduras saturadas, 10% de gorduras poli-
-insaturadas e 13% de gorduras monoinsaturadas
 FIBRAS 20 a 30g/dia
 ÁLCOOL Não é aconselhável
 COLESTEROL Não mais que 300 mg/dia
LÍQUIDOS 0,30mL x kg de peso
SUGERIDO DISTRIBUIR EM PELO MENOS 6 REFEIÇÕES/DIA.
 
1.5.2 Outros planos alimentares
De baixo valor energético trabalhando com 800 e 1200 kcal ou 10 e 19kcal/kg 
de peso desejável. É indicado quando após um determinado período utilizando um plano 
moderadonão houve redução de peso. 
De muito baixo valor calórico, utilizando 800 kcal/dia ou menos de 10 kcal/kg de 
peso desejável/dia. Indicado em obesidades maciças, diabetes descompensada, neces-
sidade de rápida perda de peso, devendo aplicar por períodos curtos de 3 a 4 semanas 
(CUPPARI, 2014).
34DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
SÍNDROME 
METABÓLICA2
TÓPICO
A síndrome metabólica é uma condição médica complexa caracterizada pela pre-
sença simultânea de diversos fatores de risco metabólicos, como obesidade abdominal, 
resistência à insulina, hipertensão arterial, dislipidemia e alterações nos níveis de glicose 
no sangue. Esses fatores de risco aumentam o risco de desenvolvimento de doenças car-
diovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações relacionadas à saúde. 
A Síndrome metabólica também conhecida como Síndrome “X”, apresenta:
• Resistência à insulina;
• Intolerância à glicose;
• Hiperinsulinemia;
• Aumento da lipoproteína de muito baixa densidade;
• Diminuição de lipoproteína de alta densidade e hipertensão arterial.
Sendo um aspecto comum desta síndrome a resistência à insulina, a obesidade 
central com acúmulo de gordura tanto visceral quanto abdominal e sua relação com a re-
sistência à insulina, acaba sendo um fator importante para o desenvolvimento do diabetes 
tipo 2 e outras comorbidades associadas (CUPPARI, 2014).
A definição e os critérios diagnósticos da síndrome metabólica podem variar depen-
dendo das diretrizes e consensos adotados, o mais utilizado é considerar a presença de 
pelo menos três dos critérios acima citados.
Recomendações dietéticas: o objetivo no tratamento dietético é melhorar a resis-
tência insulínica (RI) junto a diminuição dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. 
35DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
A ingestão energética deve ser realizada visando a um peso corporal saudável, o qual seja 
em acordo com as necessidades diárias do indivíduo, lembrando de garantir o fornecimento 
dos macros e micronutrientes necessários em quantidades suficientes, que propicie uma 
perda de 5 a 10% do peso e previna sua recuperação, buscando sempre limitar o consumo 
de alimentos de alta densidade energética (ROSSI, 2019).
Nesse contexto, é indicado a ingestão de carboidrato de 50 a 55% das calorias totais 
de forma a prevenir o diabetes, com ingestão de sacarose < 10% do VET. A quantidade total 
de carboidrato ingerida é importante, porém não podemos esquecer de avaliar a qualidade 
desse carboidrato, o qual terá associação com a resposta glicêmica (ROSSI, 2019).
As dietas ricas em proteínas estão associadas a uma maior saciedade e, conse-
quentemente, maior perda de peso, assim como menor concentração de triglicerídeos no 
plasma, e maior concentração de massa magra se comparada a dietas ricas em carboi-
dratos. A recomendação é de uma ingestão proteica de 0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 
15% das calorias totais, a qual corresponderá a duas porções pequenas de carne magra/
dia, que podem ser substituídas por leguminosas (soja, grão-de-bico, feijões, lentilha etc.) 
e duas a três porções diárias de leite desnatado ou queijo magro. É recomendado também 
o consumo de peixes, como a sardinha, devido à presença do ômega-3. (ROSSI, 2019).
Lembrando que ao contrário dos ácidos graxos saturados, os ácidos graxos po-
li-insaturados ômega-3 podem ser benéficos na Síndrome Metabólica, principalmente no 
tratamento da hipertrigliceridemia grave em pessoas com DM2. Os ácidos graxos monoin-
saturados estão associados a melhor controle glicêmico e melhora nos fatores de risco 
para complicações diabéticas. A ingestão de gordura não deve ser superior a 30% do VET, 
devendo ser 10% ácidos graxos saturados, 10% ácidos graxos poli-insaturados e 10% 
ácidos graxos monoinsaturados (ROSSI, 2019).
Recomenda-se a ingestão de 20 a 30g/dia de fibras.
Manter níveis adequados de vitamina D, por que sua deficiência está associada ao 
aumento da síndrome metabólica e hipertensão. O uso de alguns polifenóis como resvera-
trol traz a melhora da resistência insulínica e a epigalocatequina-3-galato encontrada nas 
uvas e chá verde melhora a tolerância à glicose. A alimentação é um fator muito importante 
na mudança, auxílio e prevenção do desenvolvimento da Síndrome Metabólica, onde a 
recomendação dietética adequada garante inúmeros benefícios ao paciente, tanto no trata-
mento quanto na prevenção da Síndrome Metabólica (ROSSI, 2019).
36DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
DIETOTERAPIA 
DO PACIENTE 
DIABÉTICO3
TÓPICO
O diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pela elevação persistente dos 
níveis de glicose no sangue, devido à falta de produção ou à ação inadequada da insulina, um 
hormônio responsável pela regulação dos níveis de glicose no organismo. Existem diferentes 
tipos de diabetes, incluindo o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional.
Diabetes tipo 1: É uma forma de diabetes autoimune, na qual o sistema imunoló-
gico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. Esse tipo de diabetes 
geralmente se desenvolve na infância ou na adolescência, e os pacientes dependem da 
administração diária de insulina para controlar os níveis de glicose no sangue.
Diabetes tipo 2: É a forma mais comum de diabetes, responsável pela maioria dos 
casos. Nesse tipo, o corpo não consegue utilizar adequadamente a insulina produzida ou 
não produz insulina suficiente para atender às necessidades do organismo. O diabetes tipo 
2 está fortemente associado ao excesso de peso, sedentarismo e maus hábitos alimenta-
res. Pode ser controlado por meio de mudanças no estilo de vida, incluindo dieta adequada, 
atividade física regular e, em alguns casos, medicação oral ou insulina.
Objetivos do Tratamento Dietético
• Manter a glicemia mais próximo possível dos níveis de normalidade, balan-
ceando a ingestão de alimentos com a insulina (endógena e exógena) ou hipo-
glicemiantes orais;
• Garantir que os níveis de lipídeos séricos estejam adequados;
• Fornecer quantidade de energia suficiente para alcançar peso corporal ideal, o 
crescimento e desenvolvimento ideal de crianças e adolescentes;
• Procurar prevenir e também tratar complicações como hipoglicemia, e outras 
doenças, assim como problemas que estejam relacionados ao exercício físico;
37DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
• Garantir a melhora da saúde através de nutrição equilibrada (CUPPARI, 2014).
Terapia Nutricional
O principal objetivo da terapia nutricional é auxiliar indivíduos com diabetes a manter 
a glicemia mais próxima possível da normalidade, dieta balanceada. É claro que a constân-
cia é um dos fatores mais relevantes de um plano alimentar com controle glicêmico, sendo 
de extrema importância os horários das refeições, os alimentos ingeridos principalmente 
em relação a ingestão de carboidratos.
No diabetes tipo 1: Integrar o plano alimentar com a terapia com insulina. Os pacientes 
que fazem uso de insulina devem realizar suas refeições em horários definidos, mantendo a 
consistência e que o tempo de ação da insulina tenha sincronia. Sendo possível fazer ajustes 
para compensar a quantidade de carboidratos e alterações nas quantidades alimentares.
No diabetes tipo 2: Manter níveis normais de glicemia, lipídios séricos e pressão 
arterial. Geralmente, dietas hipocalóricas associadas com perda de peso trazem melhora no 
controle metabólico a longo prazo. Sugere-se a redução de 250 a 500 kcal/dia a menos que 
a dieta usual, um plano nutricionalmente adequado, com redução de gordura principalmente 
a saturada e claro aumento da atividade física. Lembrando que dietas hipocalóricas estão 
associadas ao aumento da sensibilidade à insulina junto da melhora de níveis de glicose san-
guínea. O fracionamento da dieta é outra estratégia que deve ser utilizada (CUPPARI, 2014).
Proteínas: 10 a 20% em relação ao valor energético total da dieta. Se acontecer o 
aparecimento de nefropatia a ingestão deve ser analisada, porém não inferiora 0,8 g/kg de 
peso. As proteínas podem ajudar a promover a saciedade e manter a massa muscular, mas 
é importante fazer escolhas saudáveis. Recomenda-se incluir fontes magras de proteínas, 
como carnes magras, peixes, aves, leguminosas e laticínios com baixo teor de gordura.
Gorduras: Menos de 10% de gordura saturada, 10% ou menos de gordura poliin-
saturada e o restante gordura monoinsaturada
Carboidratos e adoçantes: Depende dos hábitos alimentares e objetivos quanto a 
glicemia e lipídios séricos. Cuidar na constância e quantidade de carboidrato durante o dia.
Fibras: 25 a 30g tanto solúveis quanto insolúveis contribuem para o tratamento e 
prevenção (CUPPARI, 2014).
Os carboidratos têm o maior impacto nos níveis de glicose no sangue. Recomen-
da-se distribuir os carboidratos ao longo do dia, optando por fontes de carboidratos comple-
xos, como grãos integrais, legumes, frutas e vegetais, em vez de carboidratos refinados. O 
monitoramento dos carboidratos consumidos e o controle das porções são essenciais para 
manter a glicemia dentro da faixa desejada.
As fibras alimentares podem ajudar a controlar a glicemia, reduzir os níveis de 
colesterol e promover a saciedade. Recomenda-se incluir alimentos ricos em fibras, como 
grãos integrais, legumes, frutas, verduras e sementes.
38DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
Você sabia que a privação de sono pode causar aumento de peso (0.9 kg) em apenas uma semana?
Fonte: Megacurioso, 2018 ( https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110430-13-fatos-sobre-obesidade.htm)
10 FATOS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A OBESIDADE
A partir de 2013, a obesidade passou a ser considerada uma doença pela organização médica mais influen-
te do mundo, a American Medical Association. Desde então, passou a ser listada na Classificação Estatística 
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10 – E66).
A decisão causou controvérsia, pois parte da sociedade acredita que tratar a obesidade como doença au-
menta o estigma associado aos indivíduos que convivem com essa condição. O objetivo desse reconheci-
mento, no entanto, foi fortalecer o enfrentamento da obesidade como uma questão mundial de saúde. 
Independentemente de sua classificação, é consenso que a obesidade é uma condição de alta complexi-
dade multicausal, influenciada por fatores biológicos, saúde mental, propensão genética, ambiente social, 
econômico, cultural e familiar, consumo de alimentos ultraprocessados e acesso aos cuidados em saúde. 
Fonte: https://blog.allcare.com.br/fatos-sobre-obesidade/ 
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110430-13-fatos-sobre-obesidade.htm
https://blog.allcare.com.br/fatos-sobre-obesidade/
39DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
Através da unidade estudada concluímos que a obesidade é uma condição de 
saúde preocupante, cuja prevalência tem aumentado significativamente em todo o mundo. 
Está associada a uma série de complicações e comorbidades, como diabetes, hipertensão, 
doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.
O tratamento da obesidade requer uma abordagem multidisciplinar, com destaque 
para a dieta, atividade física, modificação comportamental e, em alguns casos, intervenções 
médicas adicionais. Nesse contexto, a dietoterapia desempenha um papel fundamental no 
tratamento nutricional da obesidade, visando à perda de peso, melhora da composição 
corporal e controle dos fatores de risco associados.
Uma dieta balanceada e saudável para o tratamento da obesidade deve incluir a 
redução do consumo de calorias, o controle adequado de macronutrientes, como carboi-
dratos, gorduras e proteínas, o aumento do consumo de alimentos ricos em fibras, além de 
promover mudanças nos hábitos alimentares e estilos de vida.
É importante ressaltar que cada indivíduo é único e a abordagem dietética deve 
ser personalizada, levando em consideração as características individuais, preferências 
alimentares e condições de saúde específicas.
Em suma, o tratamento dietoterápico da obesidade desempenha um papel essen-
cial na abordagem global dessa condição de saúde, auxiliando na perda de peso, melhora 
dos parâmetros metabólicos e na prevenção de complicações associadas. A adoção de 
hábitos alimentares saudáveis e a promoção de um estilo de vida ativo são fundamentais 
para alcançar resultados positivos no tratamento da obesidade.
Até logo!!!!!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
40DIETOTERAPIA NA OBESIDADEUNIDADE 2
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: A Baleia
• Ano: 2022
• Sinopse: Em A Baleia, seguimos um professor de inglês e seu 
relacionamento fragilizado com sua filha, Ellie. Charlie (Brendan 
Fraser) é um professor de inglês recluso, que vive com obesidade 
severa e luta contra um transtorno de compulsão alimentar. Ele dá 
aulas online, mas sempre deixa a webcam desligada, com medo de 
sua aparência. Apesar de viver sozinho, ele é cuidado pela sua ami-
ga e enfermeira, Liz (Hong Chau). Mesmo assim, ele está sozinho, 
convivendo diariamente apenas com a culpa, por ter abandonado 
Ellie (Sadie Sink), sua filha hoje adolescente que ele deixou junto 
com a mãe Mary (Samantha Morton), ao se apaixonar por um ho-
mem. Agora, ele irá buscar se reconectar com a filha adolescente e 
reparar seus erros do passado. Para isso, ele pede para que Ellie 
vá visitá-lo sem avisar sua mãe e ela aceita, com a única condição 
de que ele a ajude a reescrever uma redação para a escola.
LIVRO
• Título: Nutrição Comportamental
• Autor: Alvarenga/ Figueiredo
• Editora: Manole
• Sinopse: Embora os temas nutrição e alimentação estejam 
cada vez mais em pauta, persiste uma visão restrita e dicotômica 
do “saudável e não saudável”, dos alimentos “bons ou ruins”, na 
qual o prazer em comer é muitas vezes associado à culpa. Esse 
contexto não promove a mudança de comportamento e não torna 
as pessoas mais saudáveis (como pode ser comprovado pelo 
aumento dos índices de doenças crônicas, transtornos alimentares 
e obesidade). A Nutrição Comportamental propõe que a Nutrição 
possa ser praticada de maneira mais holística, humana, inclusiva; 
que o ser humano seja sempre mais importante que o corpo huma-
no, que a comida seja sempre valorizada antes do nutriente.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
• Dislipidemias
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
• Insuficiência Cardíaca (IC)
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar as diferentes patologias 
cardiovasculares e a dietoterapia que contribui para evolução e 
melhora do quadro.
• Compreender as bases fisiopatológicas através do estudo da 
dietoterapia em doenças cardiovasculares, incluindo os mecanismos 
subjacentes às doenças do coração e dos vasos sanguíneos.
• Identificar os fatores de risco associados às doenças 
cardiovasculares, como o colesterol elevado, a hipertensão arterial, a 
obesidade, o diabetes e o tabagismo.
• Permitir uma compreensão mais completa de como a dieta e 
alimentação podem influenciar o desenvolvimento e a progressão 
dessas doenças.
Professor(a) Esp. Verônica Graciela Rapcinski
DIETOTERAPIANAS DIETOTERAPIANAS 
DOENÇAS CARDIO-DOENÇAS CARDIO-
VASCULARESVASCULARES
UNIDADEUNIDADE3
42DIETOTERAPIANASDOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
INTRODUÇÃO
Caro acadêmico de nutrição, seja muito bem-vindo à fascinante jornada de desco-
berta da dietoterapia nas doenças cardiovasculares! Se você está se aventurando nesse 
campo da nutrição, provavelmente já viu o quanto emocionante e desafiador que ele pode 
ser. Imagine-se como um explorador, mas em vez de desbravar terras desconhecidas, 
vamos navegar pelos intrincados caminhos do sistema cardiovascular e desvendar os 
segredos de como a alimentação pode influenciar positivamente a saúde do coração e dos 
vasos sanguíneos.
Embora possa parecer um terreno desconhecido agora, ao longo deste percurso, 
você terá a oportunidade de adquirir habilidades e conhecimentos essenciais que o aju-
darão a se tornar um nutricionista especializado em cuidados cardíacos. Mas, antes de 
mergulharmos de cabeça nesse mundo de ácidos graxos, fibras, triglicerídeos e pressão 
arterial, vamos dar um passo atrás e entender por que essa jornada é tão importante.
As doenças cardiovasculares são como uma sombra persistente que paira sobre 
a saúde global. Elas representam um desafio de grande magnitude, afetando milhões de 
pessoas em todo o mundo. No entanto, aqui está a boa notícia: a dieta desempenha um 
papel vital na prevenção e no manejo dessas condições. E é exatamente aí que você, futuro 
nutricionista, entra em cena. Você será uma pessoa que ajudará a guiar indivíduos na busca 
de uma vida mais saudável, repleta de escolhas alimentares, sábias e corações mais felizes.
Nesta jornada, vamos explorar os segredos das gorduras boas e mais, entender 
como os antioxidantes podem ser nossos aliados, como se comunicar com seus pacientes 
para inspirá-los a adotar hábitos alimentares mais saudáveis. Então, prepare-se para mer-
gulhar nesse mundo fascinante, onde a ciência se encontra com o senso comum, e onde o 
seu conhecimento terá um impacto direto na qualidade de vida das pessoas.
Portanto, sem demorar mais, prepare-se para se aprofundar nos estudos de dieto-
terapia nas doenças cardiovasculares, pois essa jornada promete ser empolgante e repleta 
de descobertas que irão moldar a construção da sua futura carreira e, acima de tudo, fazer 
a diferença na saúde das pessoas. Vamos embarcar juntos nessa aventura nutricional!
HIPERTENSÃO 
ARTERIAL 
SISTÊMICA (HAS)1
TÓPICO
43DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
As doenças cardiovasculares representam um conjunto de condições que afetam o 
coração e os vasos sanguíneos, constituindo um dos maiores desafios de saúde pública em 
escala global. Entre essas doenças, destacam-se a doença arterial coronariana, a hiperten-
são arterial, a insuficiência cardíaca e a doença vascular periférica, entre outras.
Além disso, as doenças cardiovasculares são responsáveis por uma parcela signifi-
cativa da morbidade e mortalidade em todo o mundo, resultando em um impacto substancial 
na qualidade de vida das pessoas e no sistema de saúde.
Sabe-se que as doenças cardiovasculares (DCV) caracterizam a principal causa de 
morbimortalidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, chegando a 30% das 
mortes globais, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil tem 
taxa semelhante, perfazendo 31,2%, e está em primeiro lugar entre as causas de morte 
(CUPPARI, 2019).
Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovascu-
lares, como:
• Características Genéticas;
• Características Ambientais;
• Alteração de Perfil de Lipídico Sérico (aumento do colesterol e triglicérides);
• Tabagismo;
• HAS;
• DM;
44DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
• Acúmulo de gordura na região abdominal;
• Sedentarismo;
• Baixo consumo de frutas, vegetais e hortaliças;
• Alto consumo de álcool.
A relação entre a nutrição e as doenças cardiovasculares é um campo de estudo de 
grande relevância e interesse, uma vez que a dieta desempenha um papel crucial no de-
senvolvimento, prevenção e tratamento dessas condições. A ingestão de certos nutrientes 
e alimentos têm um impacto direto na saúde cardiovascular, influenciando fatores de risco 
como o colesterol, a pressão arterial, a obesidade e a inflamação. 
Existem fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, como o coleste-
rol elevado, a hipertensão arterial, a obesidade, o diabetes e o tabagismo. A identificação 
precoce desses fatores de risco é crucial para a prevenção e o tratamento eficaz.
1.1 Hipertensão Arterial (HAS)
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), conhecida como hipertensão, trata-se de 
uma condição clínica multicausal que tem por característica níveis elevados de pressão 
arterial (PA)≥ 140 mmHg (sistólica) e/ou 90 mmHg (diastólica). Geralmente encontra-se 
associada a distúrbios metabólicos, assim como alterações funcionais, estruturais de 
órgãos-alvo (rins, coração, encéfalo e vasos sanguíneos), existindo fatores que podem 
agravar esta condição, como dislipidemias, obesidade abdominal, intolerância à glicose e 
diabetes melito (DM). 
Fatores como aspectos ambientais, comportamentais e genéticos, inatividade físi-
ca e hábitos alimentares inadequados, como a ingestão de bebidas alcoólicas, o consumo 
excessivo de sal, gorduras e alimentos industrializados, predispõem ao desenvolvimento 
da hipertensão arterial. Além da mesma manter associação com eventos como acidente 
vascular encefálico (AVE), morte súbita, infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência 
cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não 
fatal (ROSSI, 2019).
A hipertensão arterial sistêmica, comumente conhecida como pressão alta, é uma 
condição médica crônica caracterizada pelo aumento anormal e persistente da pressão 
sanguínea nas artérias. Essa condição é um dos principais fatores de risco para o de-
senvolvimento de doenças cardiovasculares, como doença cardíaca coronária, acidente 
vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, doença renal e outros problemas de saúde.
45DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
A pressão arterial é a força que o sangue exerce sobre as paredes das artérias 
enquanto é bombeado pelo coração e circula pelo corpo. Ela é medida em milímetros de 
mercúrio (mmHg) e é representada por dois valores: a pressão sistólica (o valor superior) e 
a pressão diastólica (o valor inferior). A pressão sistólica representa a pressão nas artérias 
quando o coração se contrai (batimento cardíaco) e a pressão diastólica representa a pres-
são quando o coração está relaxado (entre os corações cardíacos).
Cerca de 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, pos-
suem a HAS, a qual irá contribuir direta ou indiretamente para 50% das mortes por Doença 
Cardiovascular (DCV) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
 Um fator importante é o aumento de peso que está diretamente ligado ao aumento 
da pressão e acarretando no desenvolvimento da HAS, seja em adultos ou crianças, assim 
como o aumento de gordura abdominal. Vale ressaltar que a nutrição tem um papel funda-
mental na contribuição da diminuição da pressão arterial, através de mudança de hábitos 
alimentares, pois uma redução de apenas 5% no peso corporal e redução da circunferência 
abdominal contribuirá para melhora nesses resultados, tanto na redução da pressão arterial 
como do risco do desenvolvimento de doenças crônicas.
É claro que a dietoterapia desempenha um papel fundamental no controle da hi-
pertensão arterial sistêmica, tendo em vista que uma dieta adequada pode ajudar a reduzir 
a pressão arterial, minimizar os riscos associados à doença e melhorar a qualidade de 
vida dos pacientes. Nesse contexto, é importante conhecer e compreender as diretrizes 
dietéticas específicas para Hipertensão Arterial Sistêmica.
 Aqui estão algumas diretrizes gerais para a dietoterapia na hipertensão arterial 
sistêmica:
Redução do sódio: A redução do consumo de sódio é essencial. O sódio é um dos 
principais contribuintespara a pressão arterial elevada. Recomenda-se limitar a ingestão 
de sal a menos de 2 gramas por dia.
Dieta rica em potássio: Alimentos ricos em potássio ajudam a regular a pressão 
arterial, os alimentos incluem bananas, laranjas, abacates, espinafre, feijões e batatas.
Alimentação rica em frutas e vegetais: Consumir uma variedade de frutas e ve-
getais frescos pode fornecer nutrientes benéficos, como fibras, antioxidantes e fitoquímicos, 
que ajudam a manter a pressão arterial sob controle.
Controle de gorduras saturadas e trans: Reduzir o consumo de gorduras sa-
turadas e gorduras trans, as quais podem contribuir para o desenvolvimento de doenças 
46DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
cardiovasculares. Evite alimentos ricos em gorduras saturadas, como carnes gordurosas e 
laticínios integrais, e evite alimentos processados que contenham gorduras trans.
Preferir o consumo de proteínas magras: Opte por fontes magras de proteína, como 
peixes, frango sem pele, feijões, lentilhas e tofu, em vez de carnes vermelhas gordurosas.
Limitação de álcool: O consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão 
arterial. Se você optar por beber, faça-o com moderação. 
Controle do tamanho das porções: Controlar o tamanho das porções pode aju-
dar a evitar o excesso de calorias e manter um peso saudável, o que é importante para o 
controle da pressão arterial.
Alimentos com baixo índice glicêmico (IG): Algumas evidências sugerem que 
alimentos com baixo índice glicêmico (que liberam glicose no sangue de forma mais lenta) 
podem ser benéficos para a pressão arterial. Estes incluem grãos integrais, legumes e 
frutas frescas.
Evitar bebidas achocolatadas, refrigerantes e cafeína.
Utilizar Probióticos: como o alho por exemplo, que possui diversos componentes 
bioativos, dentre eles a alicina (encontrada no alho cru) e a s-alilcisteína (encontrada no 
alho processado). Estudos têm observado discreta redução na pressão arterial com a su-
plementação do alho em suas várias formas.
Lembrando que as necessidades dietéticas podem variar de pessoa para pessoa, 
isso mostra a importância de desenvolver um plano personalizado de dietoterapia para a 
hipertensão arterial sistêmica. Além disso, a dieta deve ser combinada com outras práticas 
saudáveis, como a prática regular de exercícios e o controle do estresse, para um tratamen-
to eficaz da hipertensão.
A Dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), dieta do Mediterrâneo e 
as dietas vegetarianas, são as mais indicadas na dietaterapia da HAS.
A Dieta DASH se baseia no consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor 
de gordura, cereais integrais, frango, peixe, oleaginosas, redução do consumo de carne 
vermelha, doces e bebidas açucaradas. Ela é uma dieta rica em potássio, cálcio, magnésio 
e fibras, e contém quantidades baixas de colesterol, gordura total e saturada, e a adoção 
desta dieta auxilia no controle da pressão arterial. 
Já a Dieta do Mediterrâneo é rica em frutas, hortaliças e cereais integrais, possui 
grandes quantidades de azeite de oliva (fonte ω-9), consumo de peixes e oleaginosas, e a 
ingestão moderada de vinho. Além do controle de risco cardiovascular, estudos mostram 
que a adoção deste padrão alimentar parece ter efeito hipotensor.
47DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
Por outro lado, as Dietas vegetarianas são baseadas no consumo de alimentos 
de origem vegetal. Algumas variações das dietas vegetarianas consomem leite e seus 
derivados e/ou ovos, outras, excluem totalmente os alimentos de origem animal. Através 
desse padrão alimentar acaba-se por ter um menor consumo de gorduras saturadas e um 
maior consumo de gorduras insaturadas. Essas dietas têm sido associadas com valores 
mais baixos de pressão arterial, lipídios séricos e um melhor controle do peso corporal.
A dietoterapia na HAS tem por objetivo:
• Redução dos níveis pressóricos;
• Normalizar o estado nutricional do paciente;
• Minimizar os efeitos da interação droga-nutriente.
As necessidades energéticas devem ser adequadas e ajustadas de acordo com as 
necessidades do paciente, no obeso trabalharemos com a dieta hipocalórica. A proteína 
1g/kg/dia, porém se o paciente apresenta função renal alterada é necessário reavaliar a 
necessidade proteica de acordo com as taxas de ureia e creatinina séricas. Avaliando a 
filtração glomerular do paciente.
Os carboidratos podem ser normo a hiperglicídicos , avaliando intolerância à glicose 
e Diabetes mellitus, e sempre dar preferência a carboidratos complexos. Em relação aos 
lipídios, iremos trabalhar com um percentual de 25 a 30% do valor energético total (VET) 
para uma dieta hipolipídica. Recomenda-se aumentar o consumo de ácidos graxos monoin-
saturados, como o óleo de oliva. Também é importante manter o controle da ingestão de 
colesterol dietético (300 – 500 mg/dia). Trabalhar com vitaminas antioxidantes (A, C,E), pois 
elas diminuem o risco cardiovascular. O sódio terá restrição de leve a grave dependendo 
dos níveis pressóricos observados.
Sendo assim, em relação ao HAS leve, deve-se restringir alimentos ricos em sódio, 
como os embutidos por exemplo, enlatados, alguns tipos de queijos e temperos prontos. 
Já para diagnósticos de HAS Moderada a Grave é necessário excluir o Sal de adição e 
controlar o Sal utilizado no preparo de alimentos.
TABELA 1- QUANTIDADE DE NACL E NA DE ACORDO COM A GRAVIDADE DA HAS E DA PAD( 
PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA)
Tipo de HAS PAD (mmHg) NaCl Na
Leve 90 - 110 6 g 2,5 g
Moderada 110 -120 3 g 1,2 g
Grave > 120 1,5g 500 mg
Fonte: CUPPARI, 2019
48DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
ATENÇÃO: NaCl é diferente de Na
Sendo assim, 1g de Nacl= 0,4 g de Na, por exemplo para converter 8 g de NaCl 
multiplica-se por 0,40= 3,2g de Na.
Orientações dietoterápicas:
POTÁSSIO/MAGNÉSIO/CÁLCIO: 3 micronutrientes que precisam ser suplemen-
tados no hipertenso, principalmente naqueles que utilizam diuréticos não poupadores de 
potássio, sempre atendendo as RDAs, que são as recomendações diárias. Utilize alimentos 
fontes destes minerais para aumentar sua quantidade na dieta.
FIBRAS: 30g/dia
Diminuir volume e aumentar o fracionamento para evitar distensão abdominal.
LÍQUIDOS: no mínimo 2L/dia, sempre observar a necessidade de reposição hí-
drica nos pacientes em uso de diuréticos. Sempre observar os efeitos dos medicamentos 
utilizados, para considerar na aplicação e conduta dietoterápica.
DISLIPIDEMIAS2
TÓPICO
49DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
São caracterizadas como dislipidemias as alterações dos níveis sanguíneos dos 
lipídios circulantes, esses níveis tornam-se elevados e são denominados de hiperlipidemias 
podem ser classificados como hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia (CUPPARI, 2019).
As dislipidemias, também conhecidas como distúrbios do perfil lipídico, englobam 
uma série de condições em que os níveis de lipídios no sangue, como o colesterol e os 
triglicerídeos, estão desregulados. Esses distúrbios metabólicos representam um fator de 
risco significativo para doenças cardiovasculares, incluindo a aterosclerose, que pode levar 
a eventos graves, como infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
As dislipidemias são definidas com base em exames laboratoriais que avaliam os 
níveis sanguíneos de lipídios, incluindo o colesterol total, colesterol LDL (lipoproteína de 
baixa densidade), colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade) e triglicerídeos. Existem 
vários tipos de dislipidemias, e cada uma está associada a padrões específicos de alte-
rações nos níveis de lipídios. Os principais tipos de dislipidemias com base em exames 
laboratoriais incluem:
Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do colesterol sérico. 
Hipertrigliceridemia isolada: A hipertrigliceridemia é caracterizada por níveis 
elevados de triglicerídeos no sangue. Altos níveis de triglicerídeos estão relacionados ao 
risco de pancreatiteaguda e doenças cardiovasculares.
Hiperlipidemia mista: aumento nos níveis de colesterol e triglicerídeos.
50DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
Hipoproteinemia: A hipolipoproteinemia é uma condição em que os níveis de co-
lesterol HDL são anormalmente baixos. O HDL é benéfico, pois está associado à remoção 
do colesterol das artérias, ajudando a prevenir a formação de placas de aterosclerose.
Disbetalipoproteinemia: Nesse tipo de dislipidemia, os níveis de colesterol VLDL 
(lipoproteína de muito baixa densidade) são elevados, o que pode resultar em triglicerídeos 
aumentados. 
É importante destacar que as dislipidemias podem ocorrer isoladamente ou em 
combinação. Além disso, a genética desempenha um papel significativo em muitos casos 
de dislipidemia, mas as escolhas de estilo de vida, incluindo dieta e exercícios, também são 
fatores importantes no controle dos níveis lipídicos. 
Nesse contexto, a dietoterapia desempenha um papel crucial no tratamento e na 
prevenção das dislipidemias. Uma abordagem dietética adequada pode ajudar a reduzir 
os níveis sanguíneos de lipídios, minimizando assim o risco de doenças cardiovasculares. 
Através de escolhas alimentares estratégicas, é possível controlar os níveis de colesterol 
LDL e triglicerídeos, enquanto promove o aumento do colesterol HDL.
A dietoterapia no tratamento das dislipidemias, inclui abordagens como:
• Reduzir níveis elevados de colesterol total, LDL- colesterol e triglicerídeos;
• Diminuir a ingesta de gorduras saturadas: Evite ou reduza o consumo de alimen-
tos ricos em gorduras saturadas, como carnes gordurosas, laticínios integrais, 
manteiga, bacon e alimentos fritos; 
• Eliminação de gorduras trans;
• Aumento de ômega 3;
• Aumentar consumo da fibra alimentar: A ação das fibras na redução do coles-
terol está relacionada ao consumo de fibras solúveis, que aumentam a excreção 
de colesterol pelas fezes e reduzem a reabsorção de ácidos biliares no intestino. 
Como o colesterol é usado na síntese hepática de ácidos biliares, há uma maior 
mobilização do colesterol em nível hepático para que ocorra esta síntese. Já o 
consumo de fibras insolúveis não mostra efeitos na redução do colesterol e do 
risco cardiovascular.
• Controle de açúcares e carboidratos simples: Reduza o consumo de açúcares 
adicionados e carboidratos simples, de preferência para carboidratos complexos;
• Incentivo ao consumo de colesterol HDL: Alimentos como azeite de oliva, aba-
cate;
• Controle do tamanho das porções e calorias totais;
• Manter um peso corporal saudável;
51DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
• Redução do consumo excessivo de álcool;
• Individualização do plano dietético.
A terapia nutricional indicada para a hipertrigliceridemia primária grave, baseia-se 
na redução importante da gordura total na dieta, que deve atingir, no máximo, 10% do valor 
calórico total.
Na hipertrigliceridemia primária moderada, recomendam-se aproximadamente 25 a 
35% das calorias na forma de gorduras totais e controle da ingestão de açúcares. 
Já na hipertrigliceridemia de causa secundária, obesidade e diabetes, mantêm-se o 
controle de gorduras totais (30 a 35% das calorias) e a adequação no consumo de carboi-
dratos, com ênfase na restrição de açúcares simples.
O consumo de bebida alcoólica não é recomendado para indivíduos com hipertri-
gliceridemia. A combinação de um consumo excessivo de álcool e ácidos graxos saturados 
potencializa o aumento da trigliceridemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a 
recomendar, a partir de 2015, o consumo máximo de 5% em calorias do valor energético da 
dieta na forma de açúcares de adição, nos quais se incluem a sacarose e o xarope de milho.
Sempre se atentar na abordagem terapêutica do paciente dislipidêmicos, analisando 
o tipo de prevenção cardiológica, os níveis de LDL- colesterol e triglicerídeos encontrados e 
a presença de fatores de risco que o paciente possa apresentar (CUPPARI, 2019).
INFARTO AGUDO DO 
MIOCÁRDIO (IAM)3
TÓPICO
52DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), também conhecido como ataque cardíaco, 
é uma condição em que ocorre morte de parte do músculo cardíaco devido à falta de 
suprimento sanguíneo adequado. Isso geralmente acontece devido à obstrução de uma 
das artérias coronárias, que fornece sangue rico em oxigênio ao músculo cardíaco. Em 
países industrializados o IAM é a principal causa de morte, chegando a mais de 60% dos 
óbitos, cerca de 1 hora após o evento (CUPPARI, 2019).
Abaixo, descrevo os principais passos na fisiopatologia do IAM:
Aterosclerose: O processo começa com a aterosclerose, que é a formação de pla-
cas de gordura, colesterol, células inflamatórias e outros materiais nas paredes das artérias 
coronárias. Essas placas podem estreitar as artérias, restringindo o fluxo sanguíneo.
Ruptura de placa: Em muitos casos, as placas ateroscleróticas podem romper 
ou fissurar devido a fatores como inflamação, estresse hemodinâmico ou outros eventos. 
Quando isso ocorre, o conteúdo lipídico da placa fica exposto à corrente sanguínea.
Formação de trombo: A exposição do conteúdo da placa à corrente sanguínea 
desencadeia uma resposta de coagulação. Isso leva à formação de um coágulo sanguíneo 
(trombo) sobre uma área lesionada da placa.
Obstrução das artérias coronárias: O coágulo sanguíneo pode crescer rapida-
mente, obstruindo parcial ou totalmente o vaso sanguíneo. Isso impede o fluxo sanguíneo 
adequado para a parte do músculo cardíaco suprida por essas artérias.
53DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
Isquemia: A interferência nas artérias coronárias resulta na falta de suprimento de 
oxigênio e nutrientes para as células do músculo cardíaco, causando isquemia. A isquemia 
induzida por dor no peito (angina), que pode ser um sinal precursor de um infarto.
Infarto: Se o fluxo sanguíneo não for restaurado em um curto período de tempo, as 
células cardíacas começam a morrer devido à falta de oxigênio. Esse processo é chamado 
de necrose e é o que define o infarto agudo do miocárdio.
Cicatrização: Após o infarto, o corpo inicia um processo de cicatrização, em que 
o tecido morto é gradualmente substituído por tecido cicatricial. Essa cicatrização não é 
capaz de contrair, e isso pode afetar a função cardíaca.
A rapidez com que o tratamento é iniciado é fundamental para minimizar o dano ao 
músculo cardíaco e melhorar as chances de recuperação. O tratamento envolve a restau-
ração do fluxo sanguíneo nas artérias obstruídas, muitas vezes por meio de procedimentos 
como angioplastia coronária com stent ou trombólise. 
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) pode ser desencadeado por uma série de fa-
tores de risco, que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver essa condição 
grave. Alguns dos principais fatores de risco incluem:
• Idade, maior de 45 anos para homens e maior de 55 anos para mulheres. Os 
homens têm um risco maior de IAM em comparação com as mulheres. No entan-
to, o risco nas mulheres aumenta após a menopausa.
• Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau (pais, irmãos) com histórico de 
doenças cardíacas aumenta o risco de IAM.
• Tabagismo: o tabagismo é um dos fatores de risco mais significativos para o 
IAM. O uso de tabaco aumenta a formação de placas de aterosclerose nas arté-
rias e provoca inflamação.
• Hipertensão arterial: a pressão arterial elevada danifica as paredes das artérias 
coronárias, aumentando o risco de formação de placas ateroscleróticas.
• Colesterol elevado: níveis elevados de colesterol total, especialmente o co-
lesterol LDL (colesterol ruim), estimado para o acúmulo de placas nas artérias 
coronárias.
• Diabetes: o diabetes mal controlado aumenta o risco de IAM, uma vez que afeta 
a saúde vascular e pode causar danos às artérias.
• Obesidade e sobrepeso: o excesso de peso está associado ao aumento da 
pressão arterial, resistência à insulina e dislipidemia, contribuindopara o risco de 
IAM.
• Inatividade física;
54DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
• Estresse: pode contribuir para o risco de IAM, pois pode levar a hábitos de vida 
um pouco saudáveis, como alimentação consumida e consumo excessivo de 
álcool ou tabaco.
• Consumo de álcool: o consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão 
arterial, elevar os níveis de triglicerídeos e levar a hábitos um pouco saudáveis, 
como melhor alimentação.
• Histórico de doenças cardíacas: pessoas que já tiveram um IAM ou outras 
doenças cardíacas têm um risco de sofrer outro ataque.
• Uso de drogas ilícitas: como a cocaína e a metanfetamina, podem causar va-
soespasmo coronariano e aumentar o risco de IAM.
Nesse contexto, a dietoterapia no Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma parte fun-
damental do tratamento e da reabilitação após um evento cardíaco. A alimentação desem-
penha um papel significativo na prevenção de futuros episódios cardíacos e na promoção 
da saúde cardiovascular. Abaixo estão algumas diretrizes gerais para a dietoterapia no IAM:
Redução de sódio:
A redução do consumo de sódio contribui no controle da pressão arterial. Limite 
o uso de sal de mesa e evite alimentos processados ricos em sódio, como enlatados, 
alimentos fast-food e produtos industrializados.
Controle de gorduras saturadas e gorduras trans:
Reduzir a ingestão de gorduras saturadas, que podem aumentar o colesterol LDL (co-
lesterol ruim). Evitar gorduras trans, encontradas em alimentos processados. Optar por fontes 
mais saudáveis de gorduras, como as encontradas em peixes, abacate e azeite de oliva.
Aumento de ácidos graxos ômega-3:
Incluir alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3 na dieta, como peixes gordurosos 
(salmão, sardinha, atum), nozes e sementes de chia. Esses ácidos graxos ajudam a reduzir 
a inflamação e a melhorar a saúde cardiovascular.
Aumento de fibras:
Alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, leguminosas, frutas, vegetais e 
cereais integrais, podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL e promover a saúde 
cardiovascular.
A conduta dietoterápica tem por objetivo diminuir a sobrecarga cardíaca, através do 
fornecimento de hábitos alimentares seguros e saudáveis, um plano alimentar equilibrado 
e individualizado, de maneira que promova a recuperação e manutenção do estado nutri-
cional do paciente (CUPPARI, 2019).
55DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
Utilize como instrumentos para sua conduta dietoterápica os registros alimentares 
os quais trarão informações importantes sobre os hábitos, consumo e frequência.
Não se esqueça da avaliação antropométrica, as dobras cutâneas, circunferências, 
índice de massa corpórea, o percentual de perda de peso e patologias associadas. Pode 
ser utilizado a fórmula de Harris Benedict para calcular as necessidades nutricionais.
Fracionar a dieta de 4 a 6 vezes ao dia, com volumes menores, para não causar so-
brecarga do trabalho cardíaco no processo de digestão. A consistência também é importante.
A necessidade hídrica deve ser estabelecida de acordo com o quadro clínico, não 
se esquecendo que em alguns casos faz-se necessário a restrição hídrica. Em geral 30 a 
35 ml/kg/dia, idosos acima de 65 anos no mínimo 1,7L/dia.
INSUFICIÊNCIA 
CARDÍACA (IC)4
TÓPICO
56DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma condição médica crônica em que o coração 
não consegue bombear sangue de forma eficiente para atender às necessidades do corpo. 
Isso ocorre porque o músculo cardíaco enfraquecido torna-se rígido ou não consegue se 
contrair com força suficiente.
Em condições normais, o coração age como uma bomba que força o sangue a 
circular pelo corpo, fornece oxigênio e nutrientes essenciais para todas as células e órgãos. 
Na insuficiência cardíaca, o coração não consegue realizar essa tarefa com êxito, resul-
tando em uma série de sintomas, como falta de ar, inchaço nos tornozelos, fadiga, tosse, 
ganho de peso repentino, entre outros. 
A dispnéia, o edema periférico e a fadiga são as manifestações mais comuns, o que 
pode ser de difícil interpretação em idosos e obesos, pneumopatas e mulheres. A dispneia 
progressiva é o sintoma mais importante dessa síndrome, a qual pode evoluir para dispneia 
em repouso e ortopneia (CUPPARI, 2019).
É uma doença silenciosa, de progressão lenta, a qual fica compensada por muitos 
anos, a principal causa é a miocardiopatia isquêmica, depois as miocardiopatias idiopáticas 
e hipertensivas, e ainda existe uma prevalência da miocardiopatia chagásica no Brasil. 
Essa insuficiência cardíaca acontece devido a incapacidade dos ventrículos de bombear 
quantidade sanguínea adequada para manutenção das necessidades periféricas do orga-
nismo (CUPPARI, 2019).
Devido às manifestações e distúrbios hemodinâmicos, ocorre a diminuição do débi-
to cardíaco, o que leva a um baixo fluxo renal, que ocasionará retenção de sódio e água, e 
57DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
assim o surgimento dos edemas periférico e pulmonar. Atualmente a IC tem sido apontada 
como uma doença circulatória e não apenas do coração.
Infelizmente devido a esse baixo débito cardíaco outros sintomas podem se 
manifestar como: isquemia cerebral, alteração da memória, do comportamento do sono, 
pré-síncope, sudorese, cianose e oligúria.
É extremamente comum casos de DESNUTRIÇÃO em pacientes com IC, a pre-
sença de perda ponderal progressiva se torna comum devido a uma ingestão alimentar 
insuficiente e um menor aproveitamento dos nutrientes. Quando a perda de peso chega a 
6% de perda da massa muscular em seis meses, denominamos caquexia cardíaca. 
A caquexia é frequentemente definida como uma perda de peso corporal de pelo 
menos 5%, excluindo o ganho de peso relacionado ao edema, ocorrida nos últimos 12 
meses ou como um índice de massa corporal inferior a 20 kg/m² em pacientes com doenças 
crônicas. Além disso, pelo menos três dos seguintes critérios clínicos e laboratoriais devem 
estar presentes:
• Fraqueza muscular;
• Fadiga;
• Perda de apetite;
• Baixo índice de massa livre de gordura e anormalidades bioquímica;
• descrições pelo aumento dos marcadores inflamatórios, como proteína C-rea-
tiva e interleucina -6;
• Anemia (hemoglobina inferior a 12 g/dL) ou níveis baixos de albumina sérica 
(menos de 3,2 g/dL) (OKOSSHI, 2017).
É importante destacar que a caquexia é uma condição distinta da desnutrição ou da 
anorexia, que pode ser revertida com a nutrição adequada.
Recomenda-se apoio nutricional com o objetivo de alcançar e manter um peso 
corporal que fique dentro da faixa normal, ou um pouco abaixo dela, evitando o desen-
volvimento de edema. Evidências indicam que uma ingestão calórica de cerca de 35 kcal 
por quilograma de peso corporal por dia tem se mostrado segura e eficaz na promoção do 
aumento da massa magra em pacientes com insuficiência cardíaca. Recomenda-se iniciar 
o suporte nutricional com quantidades mínimas e aumentar gradualmente a ingestão até 
que o peso corporal desejado seja alcançado (OKOSHI, 2017).
A dietoterapia do paciente com Insuficiência Cardíaca tem como objetivo fornecer 
energia e nutrientes adequados para minimizar a perda de peso e recuperar o estado nutri-
cional dos pacientes, além de evitar a sobrecarga cardíaca.
 Para o cálculo do gasto energético, podemos usar fórmulas preditivas, como a fór-
mula de Harris Benedict ou as fórmulas de bolso. Para o cálculo do gasto energético total, 
58DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
usando a fórmula Harris Benedict devemos usar o fator injúria e também o fator atividade. 
Usar o fator injúria de 1,3 a 1,5 e para o fator atividade usamos 1,2 para acamados; 1,25 
para acamado-móvel e 1,3 para pacientes que deambulam.
Para a fórmula de bolso a recomendação é utilizar para os cálculos 28 kcal/kg/dia 
para pacientes com estado nutricional adequado e 32 kcal/kg/dia para pacientes nutricio-
nalmente depletados.Para o cálculo das necessidades nutricionais dos pacientes com IC, usamos o peso 
atual. Como é comum que estes pacientes apresentam edema, isso é pode mascarar seu 
peso real e consequentemente seu estado nutricional. Sendo assim, se o paciente com IC 
apresentar edema, temos duas alternativas: ou usamos o peso ideal ou usamos um peso 
habitual recente e sem edema. 
Na presença de edema devemos usar parâmetros para a avaliação do estado nutri-
cional que não sofram interferência do edema. Por exemplo, para um paciente com edema 
de membros inferiores podemos usar circunferência do braço e prega cutânea tricipital 
como parâmetros. Não podemos esquecer de todas as ferramentas de avaliação nutricional 
que temos. É importante sempre usar tudo o que temos disponível, visando chegar num 
diagnóstico nutricional mais fidedigno.
Recomenda-se oferecer alimentos com maior densidade calórica, adotar uma es-
tratégia de fracionamento das refeições e servir porções menores em cada ocasião. Isso 
pode resultar em um aumento no número de refeições diárias, chegando a um total de 8 a 
10 pequenas refeições ao longo do dia. Uma vez que a falta de ar é comum, é importante 
avaliar se o paciente se beneficia de alimentos que exigem menos esforço de mastigação, 
minimizando o cansaço. Se for o caso, a consistência da dieta pode ser ajustada. Opções 
como dietas pastosas, leves ou líquidas podem reduzir o cansaço do paciente durante as 
refeições e proporcionar maior conforto durante a alimentação.
Distribuição dos MACROS:
CARBOIDRATOS: 50 a 60%
LIPÍDIOS: 25 a 30%, sempre dando prioridade às gorduras poli-insaturadas e mo-
noinsaturadas, e reduzindo as gorduras trans e saturadas.
PROTEÍNAS: 15 a 20% do valor energético total. Em pacientes com desnutrição 
avançada recomenda-se 2g de proteína/kg/dia. Em pacientes com eutrofia recomenda-se 
1g/kg/dia não se fazendo necessário suporte proteico. Quando houver a diminuição da fun-
ção renal, deve-se restringir a proteína de 0,8g/kg/dia, restrições maiores que isso poderá 
ocasionar em catabolismo proteico (CUPPARI, 2019).
Alguns pacientes com IC podem necessitar de restrição hídrica, para estes é preci-
so considerar todo o líquido ofertado na dieta para garantir que a restrição está seguindo o 
que é recomendado para o paciente.
59DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
A hipertensão arterial é uma doença muito frequente no nosso país e é responsável por uma série de 
complicações. O sódio é um importante fator no desenvolvimento e intensidade da HA. Ele eleva a pressão 
por aumento da volemia e, por consequência, do DC, aumenta a resistência vascular periférica. Além deste 
efeito isolado, ativam outros mecanismos pressóricos.
O sódio é componente do sal refinado (cloreto de sódio – NaCl) e 40% do sal de cozinha é sódio. Ou seja, 
em 1000 mg de sal encontramos 400 mg de sódio. Outra unidade de medida para o sódio é o mEq, em que 
23 mg de sódio correspondem a 1 mEq de sódio.
Sabemos que o consumo excessivo de sódio está relacionado ao aumento da pressão arterial. A informação 
sobre a quantidade de sódio nos alimentos é apresentada em miligramas, no entanto, podemos encon-
trar algumas prescrições médicas com informação de sódio a ser ofertada em mEq. Quando isso ocorre, 
devemos transformar a prescrição que está em mEq para miligramas, para que seja possível traduzir esta 
informação em alimentos.
Fonte: BRASIL (2014).
Grande coração, cabeça
Mil conhecimentos, sentimento
Tudo no melhor padrão
Cardiologista de mão cheia
Pega artéria, solta veia
Volta e meia faz o morto ficar são
É que o cabra acredita em milagre
Com uma gota de vinagre
Já curou pra mais de cem
‘Tô falando sério, pode procurar no Sírio
Que o seu tratamento não tem pra ninguém
Fonte: Gilberto Gil (2018).
60DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
Chegamos ao final dessa unidade, discutindo sobre um tema muito importante, 
a dietoterapia nas doenças cardiovasculares, enfatizando sempre a importância da abor-
dagem nutricional no manejo e na prevenção dessas condições. Sendo essencial ter um 
estilo de vida saudável, no qual a dieta desempenha um papel fundamental na promoção 
da saúde cardiovascular. Adotando um estilo de vida saudável, que inclua uma alimentação 
equilibrada, rica em alimentos naturais e integrais. Assim, é possível reduzir os fatores de 
risco e melhorar a saúde do coração.
Além disso, falamos de individualização na conduta dietoterápica, onde cada in-
divíduo é único, e a dietoterapia deve ser adaptada às necessidades específicas de cada 
pessoa, uma vez que por meio da dietoterapia é possível reduzir fatores de risco para 
doenças cardiovasculares, como hipertensão, colesterol elevado, diabetes e obesidade. 
Uma alimentação saudável pode ajudar a controlar esses fatores de risco.
Não nos esquecendo de dar ênfase na qualidade dos alimentos: ao invés de contar 
apenas calorias, é importante focar na qualidade dos alimentos. Escolher alimentos ricos 
em nutrientes, como frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudá-
veis, é essencial.
Nesta unidade, você aprendeu a importância da redução do consumo de sódio, o 
qual é fundamental para controlar a pressão arterial. Evitando alimentos processados ricos 
em sal e preferir temperos naturais pode ajudar a reduzir a ingestão de sódio.
Nesse contexto, o acompanhamento regular da dieta e dos níveis de colesterol, pres-
são arterial e glicose é fundamental para avaliar o progresso e fazer os ajustes necessários.
Em resumo, a dietoterapia desempenha um papel fundamental na prevenção e 
no tratamento das doenças cardiovasculares. Uma abordagem planejada, personalizada 
e focada na qualidade dos alimentos é essencial para promover a saúde do coração e 
melhorar a qualidade de vida. 
Espero vocês na próxima unidade!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
61DIETOTERAPIANAS DOENÇAS CARDIOVASCULARESUNIDADE 3
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Quase Deuses
• Ano: 2004
• Sinopse: Vivien Thomas, um negro na década de 30, é contra-
tado como faxineiro mas acaba ajudando o Dr. Alfred Blalock em 
uma investigação médica. O problema é que o racismo não permite 
a entrada de Thomas na universidade, mas como ele é indispen-
sável para o êxito do projeto, sua entrada é permitida contanto que 
somente Blalock receba as honras.
LIVRO
• Título: Nutrição nas doenças cardiovasculares. Baseada em 
Evidências
• Autor: Glorimar Rosa
• Editora: Atheneu
• Sinopse: O livro apresenta didática consistente e o seu conteúdo 
contempla as melhores evidências clínicas. Portanto, é livro atual 
e do momento, sobretudo ao se considerar a incidência expressiva 
das doenças cardiovasculares como a principal causa de óbito 
em nosso país. Como se sabe, a qualidade e a quantidade de ali-
mentos ingeridos podem favorecer o desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares, como distúrbios das lipoproteínas, a hipertensão 
arterial sistêmica, a doença arterial coronariana, e as síndromes 
metabólica e cardiorrenal metabólica.
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Plano de Estudos
• Disfagia
• Doenças Gástricas
• Doenças Intestinais
• Doenças Tireoidianas
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituare contextualizar e também personalizar os cuidados 
alimentares, capacitando os alunos a adaptar a dieta de acordo 
com as necessidades individuais de cada paciente. 
• Compreender os tipos de manejos nutricionais aplicados através 
da dietoterapia para pacientes com patologias clínicas da 
cavidade oral, em esôfago e intestinos.
Professor(a) Esp. Verônica Graciela Rapcinski
DIETOTERAPIA DIETOTERAPIA 
NAS DOENÇAS NAS DOENÇAS 
DA CAVIDADE DA CAVIDADE 
ORAL, ESÔFAGO ORAL, ESÔFAGO 
E INTESTINOE INTESTINO
UNIDADEUNIDADE4
63DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
INTRODUÇÃO
A dietoterapia nas doenças da cavidade oral, esôfago e intestino é uma disciplina 
fundamental para você acadêmico de nutrição, que deseja compreender como a alimenta-
ção pode desempenhar um papel crucial no tratamento e na recuperação de pacientes com 
problemas nesses sistemas do corpo. Essas áreas do sistema digestivo são essenciais 
para a nossa saúde, e quando afetadas por doenças, como úlceras, câncer, refluxo gas-
troesofágico, disfagia e colite, a dieta desempenha um papel importante na melhoria da 
qualidade de vida e no apoio ao tratamento médico.
Nesta disciplina, você irá aprender a adaptar a dieta de acordo com as necessida-
des individuais de cada paciente, levando em consideração as restrições alimentares, os 
sintomas e a gravidade da doença. Além disso, estudaremos como os nutrientes podem 
afetar a saúde desses órgãos e como uma alimentação equilibrada pode promover a recu-
peração e minimizar desconfortos.
Ao compreender os princípios da dietoterapia nas doenças da cavidade oral, 
esôfago e intestino, os futuros nutricionistas estarão preparados para desenvolver planos 
alimentares personalizados e promover a saúde gastrointestinal de seus pacientes, contri-
buindo significativamente para o tratamento e a qualidade de vida daqueles que enfrentam 
desafios nessas áreas do sistema digestivo.
Vamos lá?
DISFAGIA1
TÓPICO
64DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
A deglutição é o ato de conduzir o alimento e líquidos da boca para o estômago, 
passando pela cavidade oral, faringe e esôfago a uma velocidade significativa. Esse é um 
processo altamente complexo que combina componentes voluntários e reflexos. Envolve 
de forma cooperativa cinco nervos cranianos e a ativação de mais de 50 músculos na 
região da cabeça e do pescoço. Quando ocorre qualquer disfunção nesse processo, surge 
uma condição conhecida como disfagia (ROSSI, 2019).
A disfagia é uma condição que envolve dificuldade na deglutição, ou ato de engolir. 
A fisiopatologia da disfagia pode ser complexa e varia dependendo da causa subjacente. 
Além disso, a disfagia compromete a habilidade alimentar e pode resultar em con-
sequências graves, como pneumonia por aspiração, perda de peso, desidratação e risco 
de obstrução das vias respiratórias. plicações aumentam a morbidade e a mortalidade, 
levando a períodos prolongados de hospitalização e à necessidade de cuidados especiali-
zados (ROSSI, 2019).
Trata-se de um problema prevalente, afetando uma parcela específica da população, 
onde estima-se que 1 em cada 17 pessoas desenvolverá disfagia em algum momento da 
vida. Em torno de 40 a 70% dos pacientes após um acidente vascular cerebral, de 60 a 80% 
dos pacientes com doenças neurodegenerativas, e cerca de 13% dos idosos com idade a 
partir de 65 anos. Além disso, mais da metade (51%) dos idosos que sofrem de disfagia se 
encontram em instituições de cuidados de longa duração, além de atingir de 60 a 75% dos 
pacientes submetidos à radioterapia para câncer de cabeça e pescoço (ROSSI, 2019).
65DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
As complicações mais relacionadas à disfagia incluem a desidratação devido à 
dificuldade na ingestão de líquidos e a deficiência do estado nutricional devido às limitações 
na alimentação. Nos casos de disfagia orofaríngea, existe o perigo de aspiração, que pode 
levar ao desenvolvimento de pneumonia (CUPPARI, 2019).
A disfagia orofaríngea resulta de anormalidades que afetam o mecanismo neuro-
muscular responsável pelo controle dos movimentos do palato, da faringe e do esfíncter 
esofágico superior. A dificuldade é iniciar o ato de deglutição, podendo manifestar-se por 
meio de engasgos. No entanto, muitas vezes ocorre de forma silenciosa, ou seja, sem 
engasgos perceptíveis, sendo necessário por meio da avaliação de um fonoaudiólogo para 
identificar. Pode estar relacionada a problemas no sistema nervoso central, como acidente 
vascular cerebral, doença de Parkinson, esclerose múltipla e neoplasias, ou distúrbios 
neuromusculares, tais como miastenia grave e poliomielite bulbar (CUPPARI, 2019).
Existem três graus de Disfagia:
Leve: quando a deglutição é lenta, resultando em episódios de engasgos, sendo 
aconselhável dividir a alimentação em porções menores e acompanhar atentamente o ato 
de engolir líquidos.
Moderada: há uma dificuldade inicial na fase de deglutição, aumentando o risco 
de aspiração laringotraqueal, com sintomas como tosse, engasgos, pigarros e voz enchar-
cada. Para auxiliar nesse quadro, recomenda-se a aplicação de manobras facilitadoras e 
posturais, bem como a ingestão via oral de líquidos espessados.
Grave: necessário suplementação via oral, devido à grande dificuldade de ingerir 
líquidos e alimentos, com risco alto de aspiração, inclusive a saliva. Recomendado gastros-
tomia para dieta via enteral (CUPPARI, 2019).
A Terapia Nutricional na Disfagia tem por objetivo determinar a abordagem nutricio-
nal mais segura, estabelecendo via de administração, realizar adaptação da alimentação 
via oral de acordo com o grau de disfagia apresentado, e buscar a manutenção do estado 
nutricional, e promoção da recuperação nutricional do paciente.
Na presença de ocorrências mais graves, busca-se prevenir a aspiração, desidra-
tação e desnutrição, pode ser indicada via enteral exclusiva (CUPPARI, 2019).
Deve acontecer de maneira gradativa a introdução via oral, e o mesmo deve ser feito 
com acompanhamento fonoaudiológico. A avaliação realizada irá definir então a consistência 
em que os alimentos deverão ser ofertados. Normalmente se inicia com preparações cremo-
sas, como sopas, cremes, mingaus entre outras, sempre definindo se há o risco de aspiração, 
e se é possível ofertar líquidos ralos e finos. Sempre o grau de disfagia determinará a con-
sistência e textura dos alimentos, assim como a viscosidade dos líquidos (CUPPARI, 2019).
66DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Para aumentar a consistência de uma substância, existem diversas opções dis-
poníveis. Pode-se recorrer a farinhas à base de amido, como o amido de milho, o creme 
de arroz, entre outros, as quais frequentemente ocorrem de aquecimento para atingir a 
especificidade desejada. Outra alternativa é o uso de gomas fabricadas a partir de fibras 
solúveis, como a goma guar, ou o ágar-ágar, um produto derivado de algas amplamente 
utilizado na culinária japonesa.
Além disso, no mercado, você pode encontrar produtos industrializados especial-
mente desenvolvidos para espessar substâncias sem comprometer o sabor. Esses produ-
tos geralmente disponíveis estão em formato de pó, seja em latas ou sachês. Ao serem 
adicionados a líquidos ou a diversas especialidades, como sucos, chá, caldos de vegetais 
ou lácteos orgânicos, eles promovem o espessamento desejado sem a necessidade de 
aquecimento (CUPPARI, 2019).
Tipos de viscosidade:
Néctar: líquido levemente espessado podendo ser consumido aos goles como 
mingau ralo;
Mel: líquido espesso, sendo necessário uso de colher para consumo, como visco-
sidade tipo mingau grosso;
Pudim: aspecto sólido, também precisa de colher para consumo, porém como um 
flan, ele se desfaz na boca.
A dieta nacional para disfagia, foi definida nos Estados Unidos da América e propõe 
três níveis especificandoa consistência dos alimentos sendo sólidos e semissólidos, são eles:
Nível I: purês homogêneos e com baixa adesividade;
Nível II: alimentos úmidos com densidade macia, como vegetais bem cozidos, fru-
tas macias e maduras, alimentos que necessitam de mínima mastigação, sendo excluídos 
alimentos como pães, bolo seco, queijo em cubos, milho e ervilhas;
Nível III: alimentos com textura bem próxima do normal, claro com exclusão de 
alimentos muito duros e crocantes, nesse nível alimentos como pães, arroz bolos macios, 
alface, carnes macias são permitidas, evita-se frutas, vegetais duros, castanhas e sementes 
(CUPPARI, 2019).
A disfagia esofágica consiste em um distúrbio que afeta a capacidade de engolir 
de forma adequada, causando dificuldades e desconforto ao passageiro dos alimentos ou 
líquidos pelo esôfago, o tubo muscular que conecta a boca ao estômago. Essa condição 
pode ser causada por vários motivos, incluindo problemas anatômicos, neuromusculares, 
inflamatórios ou estruturais no esôfago.
Os sintomas comuns da disfagia esofágica incluem:
67DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Sensação de interferência: Pode parecer que os alimentos ou líquidos ficam presos 
no esôfago, causando desconforto ou dor ao engolir.
Engasgos ou vômitos durante a alimentação: A dificuldade em engolir pode levar a 
episódios de engasgos e vômitos enquanto se tenta engolir.
Dor ao engolir: A disfagia pode ser acompanhada de dor no peito ao engolir, conhe-
cida como odinofagia.
Regurgitação: Às vezes, os alimentos ou líquidos podem voltar para a boca após a 
deglutição devido a problemas de esvaziamento do esôfago.
A disfagia esofágica pode ser causada por diversas condições, como estenose esofá-
gica (estreitamento do esôfago), câncer esofágico, doença do refluxo gastroesofágico grave, 
espasmo esofágico, divertículos esofágicos, acalasia (um distúrbio neuromuscular), entre outras. 
Para recuperação do estado nutricional o manejo dietoterápico utilizado será 
através de dieta hipercalórica e hiperproteica. Na presença de inflamação da mucosa 
esofágica por atrito com os alimentos não deglutidos, é necessário evitar sucos e frutas 
ácidas, condimentos e especiarias picantes e irritantes que possam causar dor, assim como 
temperaturas elevadas (CUPPARI, 2019).
Sugere-se para aumento da oferta energética e proteica, adicionar:
No Leite: adicionar alimentos como mel, leite em pó, creme de leite e sorvete. 
Em Sopas: adicionar azeite ou óleo vegetal, margarina, queijo ralado ou picado.
Na Carne: adicionar queijo, ovos, molhos à base de leite.
Nas Frutas: adicionar farinhas, Leite Condensado, mel, aveia, leite em pó, choco-
late, sorvete.
Nos pães e cereais: adicionar geléia, mel, manteiga ou margarina derretida, queijo, 
complementos em pó ou líquidos incluir nos intervalos entre as refeições.
A dietoterapia para pacientes com disfagia visa garantir que a alimentação seja segu-
ra e eficiente, minimizando o risco de aspiração de alimentos ou líquidos para os pulmões e 
garantindo que o paciente receba uma nutrição adequada. A abordagem dietética dependerá 
da gravidade e da causa subjacente da disfagia, mas algumas diretrizes gerais incluem:
Consistência alimentar: A dieta deve ser adaptada com base na consistência dos 
alimentos e líquidos que o paciente pode ingerir de forma segura. Isso geralmente envolve 
a classificação dos alimentos em três categorias principais: consistência líquida, pastosa e 
sólida. A escolha dos alimentos deve ser feita de acordo com a capacidade do paciente de 
degluti-los sem dificuldade.
68DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Consistência líquida: Pode incluir água, sucos espessados, sopas espessas e 
bebidas com textura adequada.
Consistência pastosa: Envolve alimentos que são facilmente moldados, como pu-
rês, mingaus, iogurte, e outros alimentos que são amassados e liquidificados facilmente.
Consistência sólida: Neste caso, os alimentos sólidos devem ser preparados de 
forma que sejam fáceis de mastigar e engolir, como carne moída, legumes bem cozidos e 
outros alimentos amolecidos.
Tamanho das porções: As porções devem ser pequenas e gerenciáveis para evitar 
a sobrecarga do sistema de deglutição e minimizar o risco de engasgamento.
Textura adequada: A textura dos alimentos e líquidos deve ser adequada à capa-
cidade de deglutição do paciente. Alimentos que se desintegram facilmente na boca e não 
desativam muita mastigação são preferíveis.
Evite alimentos duros, secos, pegajosos ou fibrosos: Alimentos como carnes gre-
lhadas, pães secos e frutas com casca dura devem ser evitados, pois podem ser difíceis 
de engolir.
Alimentos bem cozidos e macios: Cozinhar alimentos até que sejam macios e fáceis 
de mastigar pode facilitar a deglutição.
Espessamento de líquidos: Para pacientes com disfagia que têm dificuldade em 
engolir líquidos finos, os líquidos podem ser espessados para torná-los mais simples de 
controlar ao engolir.
Monitoramento: É essencial monitorar o paciente durante as refeições para garantir 
que eles estejam engolindo com segurança e não apresentem sinais de aspiração, como 
jogar ou engasgar.
Em casos graves de disfagia, quando a alimentação oral não é segura, pode ser 
necessário recorrer à alimentação enteral para garantir uma nutrição adequada. A avalia-
ção e o acompanhamento médico são essenciais para determinar a melhor abordagem 
dietética para cada paciente com disfagia.
DOENÇAS 
GÁSTRICAS2
TÓPICO
69DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
As doenças gástricas são um grupo de condições que afetam o estômago, um 
órgão vital do sistema digestivo. As condições podem variar em gravidade e sintomas, mas 
todas têm um impacto significativo na saúde e no bem-estar das pessoas. O estômago 
desempenha um papel fundamental na digestão, sendo responsável por desdobrar os 
alimentos, misturá-los com ácidos graxos e enzimas digestivas, e, em seguida, enviá-los 
ao intestino delgado para a absorção de nutrientes.
2.1 Gastrite e Úlceras Gastrintestinais
A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica que pode ser aguda ou crônica. 
Pode ser causado por infecções, estresse, uso de álcool, AINEs (anti-inflamatórios não 
esteroides) ou outras causas.
Medicamentos como ácido acetilsalicílico, ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, 
situações de estresse (queimaduras graves, politrauma etc.) também podem causar a 
gastrite. Já a gastrite crônica se define histologicamente pela atrofia crônica progressiva da 
mucosa gástrica (CUPPARI, 2019).
As úlceras são feridas que se formam na mucosa do estômago e podem causar 
dor abdominal, desconforto e sangramento. São caracterizadas por perda localizada de 
tecido nas áreas do tubo digestório que entram em contato com a secreção ácido péptico 
do estômago. Elas são frequentemente associadas à infecção por Helicobacter pylori ou ao 
uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
70DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Tanto na gastrite quanto na úlcera gástrica, a cerne da questão reside na desar-
monia entre os agentes agressores que prejudicam a mucosa gástrica, tais como ácido 
clorídrico, pepsina, bile e medicamentos ulcerogênicos, e os mecanismos de defesa que os 
resguardam, como barreira mucosa, prostaglandinas e a disfunção do muco. Esse desequi-
líbrio culmina na lesão da mucosa gástrica (CUPPARI, 2019).
Em casos onde tenha presença de estenose, pode acontecer a desnutrição, pois a 
mesma impede a ingestão normal de alimentos. Investigar possíveis deficiências nutricio-
nais, as mais comuns são de energia, proteína e ferro, já na gastrite crônica a deficiência 
comum é de vitamina B12 (CUPPARI, 2019).
A Gastrite Aguda, está associada a doenças agudas graves como em grandes 
cirurgias, insuficiência hepática, renal ou respiratória, queimaduras graves, traumas,septicemia, choque, radioterapia, neoplasia. Podendo também estar relacionada ao uso 
de MAINE (medicamentos inflamatórios não esteroides) como exemplo a aspirina e uso 
abusivo de álcool e fumo.
A mucosa gástrica tem em sua constituição o Bicabornato e secreção de muco, os 
quais tem ação protetora contra agentes irritantes da mucosa. Ocorre renovação epitelial 
a cada 3 dias, porém ao acontecer descamação excessiva como no uso de MAINE essa 
capacidade regenerativa do estômago não é suficiente. O fluxo sanguíneo da mucosa gás-
trica que também protege através do fornecimento adequado de O2 e nutrientes. Além de 
formar juntamente com o bicarbonato um mecanismo de tampão.
A Dietoterapia na Gastrite Aguda é manter repouso alimentar por 24/48 horas, em 
caso de sangramento, fazer lavagem nasogástrica com água gelada (realizada por enfermei-
ros e médicos) e manutenção das necessidades hídricas por via endovenosa. Na realimen-
tação, aumentar o fracionamento (2/2h – 3/3h), diminuir o volume das refeições, ser isenta 
de álcool, condimentos, alimentos flatulentos pois são de difícil digestibilidade, restrição de 
purinas, alimentos ácidos e irritantes da mucosa gástrica (chá, café, chocolate). Ir evoluindo 
a consistência de acordo com a aceitação, partindo da consistência líquida até a dieta geral.
Por outro lado, a Gastrite Crônica é caracterizada por grande filtração da mucosa 
gástrica, sem erosões ou lesões hemorrágicas. O principal agente etiológico é o microrga-
nismo Helicobacter pylori, um bacilo gram negativo que coloniza o estômago, fica localizado 
na camada de gel da mucosa gástrica, o qual ocasiona inflamação das células epiteliais 
na mucosa. A dietoterapia da gastrite crônica deve ser adequada em calorias e nutrientes, 
além de ter o fracionamento aumentado com volumes diminuídos, manter horários regu-
lares para as refeições, mastigação lenta e evitar alimentos ácidos irritantes. Evitar ingerir 
líquidos nas refeições.
71DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
O objetivo da terapia nutricional é promover a recuperação e proteger a mucosa 
gastrintestinal, auxiliar a digestão, aliviar a dor, e promover um bom estado nutricional. No 
passado indicavam o leite para alívio da dor e queimação, porém na atualidade não é indi-
cado, pois o embora possa levar ao alívio instantâneo quando ingerido, o leite, sendo um 
alimento rico em cálcio e proteínas, resultará em rebote ácido, ou seja, estimulará a produção 
ácida gástrica, aumentando a produção de HCl o que intensifica a dor (CUPPARI, 2019). 
Caso haja presença de sangramento, será necessário jejum e observar a evolução 
clínica. Quando iniciar a introdução de alimentos, torna-se importante iniciar com líquidos 
via oral, evoluindo a consistência de acordo com a evolução do paciente.
O manejo nutricional para gastrite tem como objetivos:
• Redução de sintomas;
• Evitar distensão promovida por grandes refeições; 
• Diluir o conteúdo gástrico e providenciar ação de tamponamento;
• Combater a anemia, caso presente;
• Corrigir o estado nutricional da vitamina B12. 
• Diminua o volume de refeições e aumente a frequência (5 a 6 refeições diárias);
• Mastigar bem os alimentos (reduzindo assim o esforço gástrico);
• Elimine o consumo de estimulantes gástricos: cafeína, álcool, hortelã-pimenta, 
pimenta-do-reino, alho, cravo-da-índia;
• Evite: condimentos (pimenta-do-reino, mostarda, orégano, ketchup, vinagre); 
molhos à base de tomate; alimentos excessivamente gelados ou quentes; perío-
dos de jejum ou de excesso de alimentação; alimentos ricos em enxofre (cebola, 
repolho, brócolis, feijão, quiabo, couve-flor, espinafre, agrião, ovo cozido, pimen-
tão); frituras e alimentos gordurosos; bebidas gaseificadas; frutas cítricas; beber 
líquidos durante as refeições;
• Dar preferência a carnes magras;
• Diminua o consumo de gordura saturada e aumente o consumo de gordura 
poli-insaturada (ROSSI, 2019).
O manejo dietoterápico utilizado para úlcera gástrica também pode ser adotado 
para úlceras duodenais, tendo como objetivos: diminuir a produção de ácido clorídrico, 
normalizar o estado nutricional do paciente e promover a cicatrização. Tendo alguns nu-
trientes uma atenção especial nesses pacientes, como proteínas, zinco, selênio e vitamina 
A (ROSSI, 2019).
72DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
2.2 Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
A DRGE ocorre quando o conteúdo ácido do estômago reflui para o esôfago, cau-
sando sintomas como pirose, regurgitação ácida e retorno do esôfago. A fisiopatologia da 
doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) está relacionada ao mau funcionamento do 
esfíncter esofágico inferior (EEI) e ao refluxo ácido do conteúdo gástrico para o esôfago. 
A DRGE ocorre quando o EEI, uma estrutura muscular específica entre o esôfago e 
o estômago, não fecha especificamente, ou se relaxa de maneira anormal, permitindo que 
o ácido gástrico e outros conteúdos do estômago reflua para o esôfago.
Os sintomas da DRGE podem variar, sendo os mais comuns a pirose (uma sensa-
ção de queimação no peito) e a regurgitação (retorno do conteúdo gástrico para a boca). 
No entanto, a DRGE também pode causar sintomas como tosse crônica, rouquidão, dor no 
peito, dificuldade para engolir (disfagia), sensação de aperto na garganta e aspiração de 
ácido gástrico para os pulmões, o que pode levar a problemas respiratórios.
Além dos sintomas, a DRGE pode causar complicações a longo prazo, incluindo:
Esofagite: Inflamação do esôfago devido ao dano causado pelo ácido gástrico.
Estreitamento do esôfago (estenose): Cicatrização repetida do esôfago devido à 
inflamação, pode levar ao estreitamento do órgão, dificultando a deglutição.
Úlceras esofágicas: O ácido gástrico pode causar úlceras no revestimento do esô-
fago.
Barrett esofágico: Em casos mais graves, a crônica DRGE pode levar à metaplasia 
de Barrett, uma condição em que as células do revestimento do esôfago se transformam 
em células semelhantes às descobertas no intestino. Isso está associado a um risco au-
mentado de câncer de esôfago.
O tratamento medicamentoso mais comum consiste no uso de inibidores da bomba de 
prótons, sendo os bloqueadores do receptor H2 de histamina uma alternativa, escolhida con-
forme a gravidade da esofagite. De acordo com as diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da 
DRGE um IMC acima de 25 kg/altura já se torna um fator de risco para doença (LIMA, 2018).
O manejo nutricional para a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) consiste em:
• Diminuir o consumo de gordura, evitar alimentos industrializados;
• Diminuir o volume das refeições e aumentar a frequência;
• Evitar beber líquidos durante as refeições;
• Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibra para aumentar a peristalse do 
sistema digestivo (constipação pode piorar os sintomas);
• Garantir a hidratação;
73DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
• Diminuir o consumo de carboidratos simples (aumenta fermentação e eructa-
ções);
• Reduzir o peso corporal;
• Evitar chocolate, álcool, excesso de café e menta;
• Não se deitar após as refeições (aguarde de 2 a 3 h para se deitar após comer);
• Evite alimentos ácidos: cítricos, produtos à base de tomate, farinhas de mandio-
ca e de milho, bebidas gaseificadas, cebola crua e excesso de alho;
• Evitar condimentos picantes;
• Evite alimentos e bebidas com temperaturas muito altas (ROSSI, 2019).
2.3 Hérnia de Hiato
Consiste na dilatação de uma parte do estômago pelo diafragma. O constante 
refluxo de ácido pode ocasionar irritação do revestimento interno do esôfago e causar 
complicações, entre elas a hérnia de hiato. Assim como a presença da hérnia de hiato pode 
contribuir para o desenvolvimento do refluxo (LIMA, 2018). 
Em outras palavras podemos dizer que a hérnia de hiato acontece quando ocorre a 
migração de uma parte do estômago em direção ao tórax. Ela podeacontecer no enfraque-
cimento do diafragma, ou quando o indivíduo já nasce com hiato largo, por um traumatismo 
torácico ou abdominal, ou por pressão excessiva dos músculos adjacentes (tosse, espirro, 
levantamento de peso), pessoas que apresentam sobrepeso ou obesidade, têm maior risco 
de desenvolver hérnia de hiato (LIMA, 2018).
Principais sintomas: dor na região anterior do tórax do tipo ardor ou queimadura, 
disfagia.
Os medicamentos (bloqueadores de hidrogênio, agentes procinéticos e inibidores 
de bomba de próton) demonstram eficácia a longo prazo no controle da doença em aproxi-
madamente 80 a 90% dos pacientes. Para o restante (10 a 20%), a opção pelo tratamento 
cirúrgico é viável, sendo, no entanto, necessário que a hérnia tenha um tamanho superior 
a 2 cm. Além disso, é crucial que os hábitos alimentares sejam adequados para auxiliar no 
tratamento desta condição (LIMA, 2018).
Conduta Dietoterápica:
• Diminuir o tabagismo;
• Reduzir o peso corporal; 
• Não fazer esforços com o estômago cheio; 
• Aumentar o fracionamento das refeições; 
74DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
• Não fazer a ingestão de grandes quantidades de alimentos próximo ao horário 
de dormir;
• Não fazer uso de roupas nem acessórios apertados; 
• Realizar as refeições com calma e mastigar bem os alimentos, facilitando assim 
a digestão;
• Evitar alimentos que dificultam a digestão e aumentam o refluxo (alimentos 
ricos em gorduras, com cafeína, temperos fortes, bebidas alcoólicas e gaseifica-
das esse tio de bebida aumenta a pressão dentro do estômago, e carboidratos 
simples, pois estes diminuem a força do esfíncter que fecha a passagem entre o 
estômago e o esôfago) (LIMA, 2018).
2.4 Câncer de Estômago
O câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, refere-se ao 
crescimento descontrolado de células malignas no revestimento interno do estômago. Este 
tipo de câncer pode se desenvolver em qualquer parte do estômago e pode se espalhar 
para órgãos adjacentes ou para outras partes do corpo, tornando-se uma condição grave.
A fisiopatologia do câncer de estômago é complexa e envolve uma série de altera-
ções genéticas e moleculares. Alguns dos principais fatores contribuintes incluem:
Infecção por H. pylori: A bactéria Helicobacter pylori é um importante fator de 
risco para o desenvolvimento do câncer de estômago. Essa infecção crônica pode levar à 
inflamação crônica da mucosa gástrica, aumentando o risco de mutações genéticas que 
favorecem o crescimento celular descontrolado.
Genética: Alterações genéticas, como mutações em genes supressores de tumo-
res (por exemplo, TP53) e genes promotores de crescimento celular (por exemplo, HER2), 
desempenham um papel crucial na fisiopatologia do câncer gástrico. Essas lesões podem 
levar à perda do controle normal do ciclo celular.
Inflamação Crônica: A inflamação crônica do revestimento do estômago, seja 
devido à infecção por H. pylori ou a outros fatores, contribui para a supervisão constante 
das células e pode facilitar a transformação maligna.
Estilo de Vida e Fatores Ambientais: Hábitos alimentares, como o consumo ex-
cessivo de alimentos salgados, defumados e em conserva, bem como o tabagismo, podem 
aumentar o risco de câncer gástrico. O risco de desenvolver câncer de estômago é 60% 
maior entre homens que fumam e 20% maior entre mulheres que fazem uso do tabaco.
Obesidade: indivíduos que apresentam IMC entre 30 e 35 kg/m2 têm duas vezes 
mais chances de ter câncer de estômago; já os que apresentam IMC maior que 40 kg/m2, 
75DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
o risco é três vezes maior. Devido a gordura ocorre um aumento da pressão abdominal, 
o que causa refluxo e crescimento celular no tecido adiposo, alterando o ciclo celular em 
células pré-tumorais.
Baixa ingestão de frutas, verduras e legumes: são alimentos fonte de vitamina C, 
folato, carotenóides, fitoquímicos e antioxidantes, que impedem a carcinogênese (LIMA, 2018).
Lesões Prévias: Como úlceras gástricas ou pólipos, podem aumentar o risco de 
desenvolvimento de câncer de estômago.
O câncer de estômago muitas vezes não apresenta sintomas específicos em seus 
estágios iniciais, o que dificulta a detecção precoce. As manifestações clínicas mais comuns 
são: dor epigástrica, perda de peso, plenitude gástrica, desconforto epigástrico, perda de 
apetite, náuseas e vômitos.
Os tipos de tumores mais comuns incluem o adenocarcinoma, o linfoma e o leiomios-
sarcoma. O câncer gástrico é menos comum em indivíduos jovens, sendo mais prevalente 
em pessoas com idades entre 55 e 80 anos. Além disso, a incidência é aproximadamente 
duas vezes maior em homens do que em mulheres (LIMA, 2018).
O câncer de estômago é diagnosticado por meio de exames de imagem, como a 
endoscopia digestiva alta e o exame radiológico contrastado do estômago. A endoscopia 
possibilita, além disso, a realização de biópsias e a avaliação citológica do tumor.
A desnutrição no câncer de estômago é maior do que as pessoas em ambiente 
hospitalar, ocorre em cerca de 80% devido às alterações de ingesta alimentar e tratamento, 
a perda de peso é bem recorrente e comum, o que irá variar de acordo com o tipo do tumor. 
Aproximadamente 15% dos indivíduos com esse tipo de câncer experimentam uma perda 
de peso superior a 10% nos seis meses anteriores ao diagnóstico (LIMA, 2018).
Sintomas que se manifestam na região gastrointestinal, tais como náuseas, vômitos, 
anorexia, diarreia e, em determinadas situações, disfagia e má absorção intestinal, podem 
ser ocasionados tanto pelo tumor em si quanto pelos efeitos colaterais da quimioterapia. 
Além da síndrome da caquexia/anorexia, pois a mesma já causa uma grande diminuição 
na ingesta alimentar, hipoalbuminemia, perda de peso e redução de massa magra, os quais 
estão associados à morbimortalidade (LIMA, 2018).
As informações essenciais para a elaboração da terapia nutricional incluem: neces-
sidades nutricionais, estado nutricional, condição clínica, restrições dietéticas, tolerâncias, 
função gastrointestinal, e efeitos colaterais atuais e esperados durante o curso do tratamento. 
Estes dados são cruciais para que o nutricionista e o profissional responsável possam atender 
de maneira abrangente às necessidades específicas desse indivíduo (SANTOS, 2023).
76DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Pesquisas indicam que a incorporação de alimentos ricos em minerais, como mag-
nésio, zinco e cobre, desempenha um papel na proteção do DNA e na modulação do siste-
ma imunológico, promovendo uma melhoria no seu funcionamento. Além disso, a ingestão 
de micronutrientes, como as vitaminas C e E, que possuem propriedades antioxidantes, 
desempenham um papel significativo. A vitamina C atua na neutralização de substâncias 
cancerígenas, enquanto a vitamina E protege os substratos oxidáveis das células. Por outro 
lado, o cálcio e a vitamina D desempenham um papel crucial na regulação do crescimento 
e diferenciação celular. Lembrando que no estômago a vitamina C atua inibindo o processo 
da carcinogênese (SANTOS, 2023).
Nesse contexto, as fontes de vitamina C são alimentos como: mamão, morango, 
manga, melancia, acerola, caju, goiaba e frutas citricas e os vegetais como brócolis, couve, 
couve-flor e tomate (SANTOS, 2023).
O cuidado nutricional no câncer gástrico requer dieta hipercalórica sendo maior que 
40kcal/kg/dia, hiperglicídica e hiperproteica 1,5g/kg/dia, para garantir maior aporte calórico, 
melhora da imunidade e cicatrização e hiperlipídica.
É preciso reposição de vitaminas e minerais como: Vitamina K (sangramento), Vit.C 
(imunidade e cicatrização), Vit. A e Zinco (regeneração celular e cicatrização). Nos casos de 
preparo para cirurgia normalmente acontece o jejum pré-operatório de 21 horas, e 2 a 3 dias 
antes da cirurgia dieta sem resíduos - líquida restrita. Se necessário, utilizara nutrição enteral 
como via de acesso principalmente nos casos de vômitos, anorexia e náuseas. O objetivo é 
de minimizar o trabalho gástrico e a sobrecarga intestinal. Restaurando o estado nutricional.
DOENÇAS 
INTESTINAIS3
TÓPICO
77DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
O intestino, parte crucial do sistema digestivo, desempenha um papel fundamen-
tal na absorção de nutrientes e na eliminação de resíduos do corpo humano. Composto 
pelo intestino delgado e grosso, esse órgão é responsável por processos complexos que 
transformam os alimentos consumidos em nutrientes essenciais para a sobrevivência. Além 
disso, o intestino desempenha um papel vital no sistema imunológico e na manutenção do 
equilíbrio microbiota intestinal, influenciando diretamente a saúde geral do organismo. 
Ao longo deste processo intrincado, o intestino delgado realiza a absorção de 
nutrientes, enquanto o intestino grosso concentra-se na absorção de água e na formação 
das fezes. A integridade funcional do intestino é crucial para o bem-estar, e distúrbios nes-
te órgão podem resultar em uma variedade de problemas de saúde, incluindo distúrbios 
gastrointestinais, síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais e outros.
Entenda como ocorre a absorção de nutrientes:
DUODENO: Vitamina A, tiamina, Ferro e Cálcio. Mono e dissacarídeos, aminoáci-
dos e dipeptídeos, glicerol, ácidos graxos, monoacilglicerídeos.
JEJUNO INTEIRO (a maior parte da absorção dos nutrientes ocorre no jejuno pro-
ximal): Vitamina C, D, E, K, B1, B2, B3, B6, ácido pantotênico, ácido fólico, biotina, cobre, 
zinco, potássio, iodo, cálcio, magnésio, fósforo. Monossacarídeos (glicose, galactose), 
aminoácidos, glicerol e ácidos graxos, colesterol.
JEJUNO PROXIMAL E JEJUNO DISTAL: vitamina A, ácido fólico, ferro, monoacil-
glicerídeos, dissacarídeos (lactose, sacarose, maltose) dipeptídeos
78DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
ÍLEO: (local de absorção de sais biliares): vitamina B12, cloro, sódio e potássio. 
Dissacarídeos.
CÓLON: biotina, sódio. Água, ácidos graxos de cadeia curta.
3.1 Diarreia
Distúrbio nos mecanismos de secreção e absorção de água e eletrólitos, o que 
resulta na perda excessiva nas fezes. Ocorrendo na maioria das vezes alteração na consis-
tência fecal e aumento no número de evacuações (4-5 evacuações líquidas já caracterizam 
diarreia). Pode ser de caráter agudo ou crônico.
Na diarreia aguda, normalmente é por causa infecciosa com duração de até 14 
dias, podendo ser prolongada 14-21 dias e a crônica dura mais de 21 dias ou com recidivas 
a cada 60 dias.
Na diarreia aquosa, ocorre principalmente a perda de água e eletrólitos. Na disenteria 
(diarreia aguda com perda de sangue e muco nas fezes, geralmente associada a alterações 
inflamatórias intestinais, com aumento da frequência e volume fecal reduzido) e na estea-
torreia (forma crônica de diarreia, com coloração amarelada, fezes volumosas, espumosas, 
fétidas e flutuantes, presença de gordura nas fezes, associada à perda de peso).
A dietoterapia consiste em repor os líquidos e eletrólitos, aumentar a absorção de 
nutrientes e recuperar o estado nutricional.
• Manter repouso intestinal, dieta zero por 24 horas, hidratação venosa ou oral.
• Redução de volume e fracionamento aumentado. Consistência líquida a branda.
• Aumentar a ingestão hídrica (2-3 litros/dia). As necessidades energéticas de 
acordo com estado nutricional e doenças que possam estar associadas.
• Manter dieta normoglicídica, normoproteica e normolipídica. 
• Diminuir o aporte de fibras insolúveis e aumentar de fibras solúveis. 
• Restringir alimentos que aumentem a peristalse e também alimentos flatulentos. 
• Avaliar possíveis carências e deficiências nutricionais nos casos de diarreias 
crônicas (potássio, ferro, vitaminas e proteínas).
3.2 Doença Celíaca
Também conhecida como, enteropatia do glúten, glúten sensível, espru não tropical. 
Definida como a incapacidade de tolerância ao glúten, o que causa sinais e sintomas de má 
absorção intestinal, mucosa jejunal com diminuição na altura das vilosidades e hipertrofia 
das criptas (aspecto celíaco), pois fere as microvilosidades as quais ficam lisas.
O agente etiológico é o glúten do trigo, centeio, cevada e aveia o que gera lesão 
na mucosa intestinal. A doença acomete o intestino delgado proximal, afetando, portanto, 
79DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
locais importantes de absorção. Ocorre diminuição na área absortiva e também alterações 
nos mecanismos de digestão e transporte.
O quadro clínico varia de acordo com a época da vida e tempo de exposição ao 
glúten. Tendo por sintomatologia principal a diarreia, distensão abdominal, emagrecimento, 
alterações emocionais, palidez da mucosa, fraqueza, vômitos e anorexia.
A dietoterapia tem objetivo de prover a retirada do glúten da dieta reduzindo os 
sintomas e promovendo a recuperação das vilosidades intestinais em 2-3 meses.
O cuidado nutricional pode ser dividido em 3 fases:
FASE 1: dieta isenta de glúten (aveia, centeio, cevada, trigo e malte) com subs-
tituição por fubá, amido de milho, creme de arroz, fécula de batata, polvilho, farinhas de 
mandioca e milho. Dieta isenta de lactose, restrita em sacarose (substituída por dextrinas 
e maltose), legumes e frutas com pouco resíduo. Utilizar proteínas animais e vegetais e 
gorduras vegetais, assim como gordura de coco, óleo de babaçu que contém TCM (trigli-
cerídeos de cadeia média). É recomendado nesta fase suplementar, vitaminas, minerais e 
proteínas. Normalmente deve-se suplementar ferro, ácido fólico e B12, vitamina K, cálcio, 
vitamina D, vitamina A e E.
FASE 2: a alimentação vai sendo mais abrangente, reintroduzindo lentamente a 
sacarose e lactose, mantendo a restrição do glúten.
FASE 3: Manutenção da dieta sem glúten.
Normalmente tende a ser uma dieta normoglicícida, hiperproteica e hipolipídica. É 
de extrema importância que os pacientes celíacos estejam atentos aos rótulos dos produtos.
3.3 Doença Inflamatória Intestinal (DII)
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) representam um grupo de condições 
crônicas que afetam o trato gastrointestinal, sendo caracterizadas por intensidade persis-
tente e recorrente. As duas principais formas de DII são a doença de Crohn e a colite 
ulcerativa, ambas marcadas por períodos de atividade e remissão.
A apresentação clínica do DII pode variar amplamente, abrangendo sintomas como dor 
abdominal, diarreia, sangramento retal, perda de peso e fadiga. O diagnóstico preciso requer 
avaliação clínica, exames laboratoriais, endoscopia e, em alguns casos, estudos de imagem.
O gerenciamento do DII visa controlar a inflamação, aliviar os sintomas e melhorar 
a qualidade de vida dos pacientes. Envolve abordagens medicamentosas, modificações na 
dieta, terapias biológicas e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.
80DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Doença de Crohn: processo inflamatório crônico e progressivo, podendo ocorrer em 
qualquer segmento do TGI, mas o intestino delgado é o segmento mais acometido. As causas 
podem ser de origem infecciosa, imunológica, genética e por fatores dietéticos (adição de 
substâncias químicas aos alimentos, dietas ricas em carboidratos e pobres em fibras).
No quadro clínico é comum apresentarem diarreia moderada (4-6 evacuações/dia), 
dor abdominal, perda de peso, náuseas, vômito, distensão abdominal e febre. Pode ocorrer 
incontinência fecal. A dor abdominal pode ser exacerbada pela ingestão de alimentos, con-
tribuindo assim para a inapetência devido ao medo de se alimentar, a desnutrição então se 
torna muito comum no Crohn.
A dietoterapia irá consistir em manter ou melhorar o estado nutricional e procurar 
tratar perdas nutricionais específicas. Como:
• Aumentar o fracionamento e reduzir o volume das refeições. 
• Dietahipercalórica (40-50 kcal/kg/dia), hiperproteica (1,5 kcal/kg/dia), normogli-
cídica e hipolipídica (menor ou igual a 25% do VET). 
• Avaliar esteatorreia, se necessário utilizar TCM, reduzir as fibras dando prefe-
rência a pectina.
• Reduzir alimentos ricos em resíduos, restringir a lactose da dieta. 
• Evitar açúcares simples. 
• Aumentar aporte de ferro, ácido fólico, B12, vitamina C e vitaminas lipossolú-
veis, cálcio, sódio, potássio, magnésio e zinco, de acordo com as deficiências 
que o paciente possa apresentar.
• Restringir alimentos ricos em ácido oxálico (espinafre, tomate, cacau, choco-
late, gérmen de trigo, nozes, feijão, acelga, chicória, couve, maçã, figo, abacaxi 
e morango) pois causam irritação abdominal. Manter aporte hídrico adequado.
Síndrome do Intestino Curto (SII): Refere-se aos efeitos clínicos da extensa 
ressecção do intestino delgado (ID). A sintomatologia inclui diarreia, distúrbios hidroele-
trolíticos, má absorção e má digestão e por consequência a desnutrição. Ocorre aumento 
da motilidade gástrica devido a ressecção do ID. Na ressecção duodenal, acontece má 
absorção de ferro, folato e cálcio. Já na ressecção jejunal, temos a diarreia osmótica que 
consiste na presença de solutos pouco absorvidos na luz intestinal, devido a menor ativida-
de da lactase. Na ressecção ileal abaixo de 100 cm, acontece a presença de diarreia devido 
à má absorção de sais biliares no cólon, ocorre menor absorção de vitaminas lipossolúveis 
e dificuldade de manutenção da nutrição adequada por via oral.
A dietoterapia irá consistir em um volume reduzido e fracionamento aumentado. 
Monitoramento da ingestão via oral, possíveis deficiências nutricionais específicas como 
B12, lipossolúveis, zinco, cobre, selênio, magnésio, cálcio e ferro.
DOENÇAS 
TIREOIDEANAS4
TÓPICO
81DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
As doenças tireoidianas representam um grupo abrangente de condições que afe-
tam a glândula tireoide, uma estrutura em forma de borboleta localizada na parte frontal do 
pescoço. A tireoide desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo, produzindo 
os hormônios tireoidianos triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Alterações no funcionamento 
da tireoide podem resultar em uma ampla variedade de distúrbios, impactando significati-
vamente a saúde e o bem-estar dos indivíduos. 
As doenças tireoidianas podem ser categorizadas em dois grupos principais: hipo-
tireoidismo, caracterizado pela produção insuficiente de hormônios tireoidianos, e hiperti-
reoidismo, marcado pela produção excessiva. O hipotireoidismo está associado a sintomas 
como fadiga, ganho de peso, pele seca e sensibilidade ao frio, enquanto o hipertireoidismo 
pode se manifestar por meio de sintomas como perda de peso não intencional, nervosismo, 
palpitações e intolerância ao calor.
A glândula tireoide é reconhecida como um dos maiores órgãos endócrinos do corpo 
humano, proporcionando um peso médio de 20 a 25 gramas em adultos. Desempenha um 
papel endócrino de grande importância ao sintetizar hormônios essenciais para diversas 
funções corporais fundamentais, tais como:
• Desenvolvimento do sistema nervoso central;
• Regulação da temperatura corporal e da frequência cardíaca;
• Controle do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios;
• Modulação da ingestão alimentar e do peso corporal;
82DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
• Síntese e manipulação de fatores de crescimento e hormônios (ROSSI, 2019).
Diversos distúrbios podem afetar a tireoide, incluindo a doença de Hashimoto, uma 
forma comum de hipotireoidismo autoimune, e a doença de Graves, um distúrbio autoimune 
que leva ao hipertireoidismo. Além disso, nódulos tireoidianos e o câncer de tireoide são 
condições específicas que requerem atenção clínica especializada.
HIPERTIREOIDISMO: secreção excessiva de tiroxina e triiodotironina (hormônios 
da tireóide), ocorre aumento da taxa metabólica basal, depleção muscular, tremor, sudo-
rese, taquicardia, apetite aumentado entre outros. O objetivo da dietoterapia é prevenir ou 
tratar as complicações associadas ao hipermetabolismo, como o emagrecimento, desmine-
ralização óssea, anemia. Monitoramento da intolerância à gordura e esteatorréia.
Manter dieta hipercalórica 30-40 kcal/kg/dia, hiperproteica (1 a 1,75gkg/dia), au-
mentar aporte hídrico para reposição por perdas por sudorese e diarreia, dar preferência a 
alimentos ricos em cálcio, ferro e vitamina D, A, C, B1 e fibras solúveis.
Evitar o excesso de sal, cafeína, fibras insolúveis, bebidas alcoólicas (promovem 
hipoglicemia), bolos, tortas balas, caramelos (evitar aumento de triglicerídeos).
HIPOTIREOIDISMO: A atividade da glândula tireoide apresenta redução. Tem como 
principais sintomas: pele seca, letargia, fala lenta, edema palpebral, sensação de frio, pele 
fria, língua grossa, edema facial, perda de memória, constipação intestinal e ganho de peso. 
Apresenta como principais causas: autoimune; tireoidectomia; radioterapia de cabeça e pes-
coço ou radioiodoterapia; malformação; carência ou excesso de iodo; disfunção hipofisária 
com baixa produção de TSH; infecção bacteriana; fatores nutricionais (ROSSI, 2019).
A dietoterapia para o hipotireoidismo visa fornecer suporte nutricional para melho-
rar a função da tireoide e minimizar os sintomas associados à condição. Nesse sentido, a 
dietoterapia deverá controlar o ganho de peso devido a redução da taxa metabólica basal 
(reduz de 15 a 40%), dando ênfase em alimentos integrais. Uma dieta balanceada, rica 
em alimentos integrais como frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras 
saudáveis, pode promover a saúde geral e auxiliar no controle do peso, algo importante 
para indivíduos com hipotireoidismo. 
Incluir o iodo, que é um componente essencial na síntese dos hormônios tireoidia-
nos. Alimentos ricos em iodo, como algas marinhas, peixes de água salgada, laticínios e 
ovos, podem ser incorporados à dieta para garantir um transporte adequado desse mineral. 
No entanto, é crucial não exagerar, uma vez que o consumo excessivo de iodo pode preju-
dicar a função tireoidiana em alguns casos. Alguns alimentos, como a soja e crucíferas (re-
polho, couve-flor, brócolis), contêm substâncias estranhas como bociogênicos, que podem 
83DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
interferir na absorção de iodo e, potencialmente, agravar o hipotireoidismo. Recomenda-se 
o consumo desses alimentos com moderação, especialmente se consumidos crus. 
Outro mineral é o Selênio, um mineral importante para a conversão dos hormônios 
tireoidianos T4 em T3, de forma ativa. Alimentos como castanhas do Brasil, peixes, carnes, 
ovos e grãos integrais são boas fontes de selênio e podem ser incorporados na dieta.
Monitoramento de Ferro e Zinco, pois a deficiência desses micronutrientes podem 
ser comuns em pessoas com hipotireoidismo. Incluir alimentos ricos nesses minerais, como 
carne vermelha magra, leguminosas, nozes e sementes.
Evitar o excesso de soja, pois embora a soja seja uma fonte de proteína, seu 
consumo excessivo pode interferir na absorção de hormônios tireoidianos. Portanto, é 
aconselhável moderar o consumo de produtos à base de soja.
84DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
A sincronização corpo e mente também se faz pela boa alimentação, pois é ela que ajuda a manter as 
bactérias do intestino, que se comunicam com o cérebro.
Fonte: Webert, 2021 (https://www.theowebert.com.br/post/cérebro-intestino-a-conexão-que-está-
revolucionando-a-medicina-e-a-ciência)
v
A palavra tireoide vem do grego. É uma aglutinação dos termos thyreós (escudo) e oidés (forma de). O 
nome veio do fato da glândula ter uma forma semelhante à de um escudo.
A descoberta da tireoide ocorreu em 1656, por Thomas Warton, que realizava uma pesquisa sobre glân-
dulas. Na época, ele acreditava que a funçãoda tireoide era apenas estética, servindo simplesmente para 
modelar o pescoço. Somente no século XIX, foi possível confirmar sua importância.
O termo hormônio foi usado pela primeira vez em 1905 pelo professor Ernest H. Starling, no Royal College 
of Physicians. Leonardo Da Vinci foi o primeiro a desenhar a tireoide.
Em 2.700 A.C os chineses utilizavam algas marinhas para o tratamento de bócio (inchaço no pescoço cau-
sado pela deficiência de iodo).
Em 1909 Emil Theodor Kocher, fisiologista alemão, conquistou o Prêmio Nobel de Medicina devido às des-
cobertas sobre a glândula.
Fonte: https://www.tireoide.org.br/para-o-publico/historia-e-curiosidades/ 
https://www.theowebert.com.br/post/cerebro-intestino-a-conex%C3%A3o-que-est%C3%A1-revolucionando-a-medicina-e-a-ci%C3%AAncia
https://www.theowebert.com.br/post/cerebro-intestino-a-conex%C3%A3o-que-est%C3%A1-revolucionando-a-medicina-e-a-ci%C3%AAncia
https://www.tireoide.org.br/para-o-publico/historia-e-curiosidades/
85DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
Chegamos ao final dos estudos dessa unidade. O aprendizado da dietoterapia nas 
doenças da cavidade oral, esôfago e intestino é de suma importância para o acadêmico de 
nutrição, pois, através do conhecimento, ele atuará diretamente no impacto na qualidade 
de vida do paciente. As condições relacionadas à cárie oral, esôfago e intestino podem 
comprometer a ingestão, a digestão e a absorção dos alimentos. 
Nesse contexto, a adaptação nutricional às condições de saúde é primordial, pois 
em doenças como refluxo gastroesofágico, síndrome do intestino irritável, doença celíaca, 
entre outras, se torna necessário uma abordagem nutricional específica. 
Você, acadêmico, ao compreender uma dietoterapia adequada para cada condição, 
estará preparado para propor planos alimentares que auxiliam no controle dos sintomas 
e na promoção da saúde gastrointestinal. Atuará também na prevenção e tratamento de 
complicações, pois a dieta desempenha um papel crucial na prevenção e tratamento de 
complicações associadas a condições gastrointestinais, como desnutrição, deficiências 
nutricionais e perda de peso não intencional.
Nessa unidade, você compreendeu as necessidades nutricionais específicas dessas 
condições, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades clínicas. Isso inclui a avalia-
ção do estado nutricional, a prescrição de dietas terapêuticas, a monitorização de parâmetros 
clínicos e a adaptação contínua do plano alimentar de acordo com a evolução do paciente.
Portanto, a aprendizagem da dietoterapia nas doenças da cavidade oral, esôfago e 
intestino não apenas enriquece o conhecimento acadêmico, mas também prepara o futuro 
nutricionista para desafios práticos, melhorando a capacidade de fornecer cuidados nutri-
cionais personalizados e eficazes. 
Até a próxima!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
86DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E INTESTINOUNIDADE 4
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Milagres do Paraíso
• Ano: 2016
• Sinopse: Milagres Do Paraíso é baseado na incrível história ver-
dadeira da família Beam. Quando Christy (Jennifer Garner) desco-
bre que sua filha de 10 anos, Anna (Kylie Rogers), tem uma doença 
rara e incurável, ela busca incessantemente a cura da sua filha. 
Após Anna sofrer um acidente inesperado, um milagre acontece 
quando ela está prestes a ser salva, surpreendendo especialistas, 
restaurando sua família e inspirando sua comunidade.
LIVRO
• Título: Dietoterapia nas Doenças Gastrointestinais do Adulto
• Autor: Oliveira/ Silva/ Dall
• Editora: Rubio
• Sinopse: As doenças gastrintestinais afetam parcela significativa 
da população, e a Nutrição tem importante papel no tratamento de 
tais enfermidades. Assim, Dietoterapia nas Doenças Gastrintestinais 
do Adulto” é uma obra didática, atualizada e dinâmica que reúne 
as mais relevantes informações acerca do assunto, bem como os 
procedimentos específicos de avaliação. Fisiologia do sistema di-
gestório, digestão, absorção e metabolismo de nutrientes, nutrição 
em nível molecular, prebióticos e probióticos, alimentos funcionais, 
microbiota intestinal e interação fármaco-nutriente nas doenças 
gastrintestinais são alguns dos temas estudados nesta publicação.
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Chegamos ao final desta apostila de Nutrição Clínica e Dietoterapia, e ao longo 
deste percurso, exploramos a complexidade e a importância dessa interseção crucial entre 
a nutrição e a prática clínica. Este material foi elaborado com o compromisso de propor-
cionar a você, estudante, uma visão abrangente e prática dos fundamentos essenciais 
necessários para uma prática nutricional aprimorada e centrada no paciente.
Aprendemos que a nutrição clínica vai além de simplesmente fornecer orientações 
alimentares; envolve uma compreensão holística do paciente, considerando suas condições 
clínicas, histórico médico e fatores socioeconômicos. Reconhecemos a importância da 
individualidade na formulação de estratégias dietéticas. Cada paciente é único, e a persona-
lização é a chave para o sucesso na promoção da saúde e no manejo de condições clínicas.
Concluímos que, embora a nutrição clínica e a dietoterapia ofereçam soluções 
vitais para a promoção da saúde, enfrentamos desafios em um cenário dinâmico e multifa-
cetado. No entanto, com cada desafio surge uma oportunidade de crescimento, inovação e 
contribuição significativa para o bem-estar dos nossos pacientes.
Esta apostila é apenas um ponto de partida. A jornada na nutrição clínica e dieto-
terapia é contínua, exigindo dedicação constante ao aprendizado, atualização e aprimora-
mento de habilidades práticas. À medida que você avança nesta área, encorajamos você 
a buscar oportunidades de aprendizado contínuo, participação em eventos científicos e o 
compartilhamento de experiências com colegas.
Agradeço por embarcar comigo nesta exploração da Nutrição Clínica e Dietotera-
pia. Que as lições aprendidas aqui se traduzam em prática clínica qualificada, promovendo 
saúde e bem-estar em cada passo da sua jornada profissional.
Sucesso na sua prática nutricional!
CONCLUSÃO GERAL
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