Prévia do material em texto
1 Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 2 Seja muito bem-vindo! Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o Concurso Nacional Unificado – 2024. Esse material é totalmente focado no certame e aborda ponto a ponto do edital da disciplina de Ética e Integridade. Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua compreensão, e marcações das partes mais importantes. Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na banca Cesgranrio. Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus questionamentos para o suporte: suporte@cadernomapeado.com.br e WhatsApp. Bons Estudos! Rumo à Aprovação!! Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 mailto:suporte@cadernomapeado.com.br https://api.whatsapp.com/send/?phone=3496896377&text&type=phone_number&app_absent=0 3 SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 5 PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS NO SERVIÇO PÚBLICO ...................................................................... 6 1) Introdução.................................................................................................................................................. 6 2) Conceitos Iniciais ...................................................................................................................................... 6 2.1) Ética x Moral .......................................................................................................................................... 6 2.2) Conduta x Valores x Princípios .......................................................................................................... 7 2.3) Ética no Serviço Público ...................................................................................................................... 7 3) Princípios Constitucionais Administrativos ....................................................................................... 9 3.1) Princípio da legalidade ........................................................................................................................ 9 3.2) Princípio da impessoalidade ............................................................................................................ 10 3.3) Princípio da moralidade .................................................................................................................... 11 3.4) Princípio da publicidade ................................................................................................................... 12 3.5) Princípio da eficiência ........................................................................................................................ 13 4) Código de Ética do Servidor Público Federal .................................................................................. 13 4.1) Comissão de Ética ............................................................................................................................... 16 GOVERNANÇA PÚBLICA ............................................................................................................................ 17 1) Introdução................................................................................................................................................ 17 2) Governança Pública ............................................................................................................................... 17 3) Sistemas de Governança Pública ........................................................................................................ 18 4) Gestão de Riscos e Medidas Mitigatórias na Administração Pública ........................................ 21 INTEGRIDADE PÚBLICA ............................................................................................................................. 22 1) Introdução................................................................................................................................................ 22 2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 22 3) Integridade Pública ................................................................................................................................ 22 3.1) Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação .............................................. 23 3.2) Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal ....... 24 TRANSPARÊNCIA E QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA .................................................................... 24 1) Introdução................................................................................................................................................ 24 2) Aspectos Iniciais ..................................................................................................................................... 25 3) Transparência e Qualidade na Gestão Pública ................................................................................ 25 4) Cidadania .................................................................................................................................................. 25 4.1) Cidadania e o Controle Social .......................................................................................................... 26 Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 4 5) Equidade Social ....................................................................................................................................... 27 5.1) Justiça Social e Ações Afirmativas .................................................................................................. 28 GOVERNO ELETRÔNICO ............................................................................................................................ 29 1) Introdução................................................................................................................................................ 29 2) Lei nº 14.129/21 – conceito e competência ..................................................................................... 30 3) Diretrizes e Princípios ........................................................................................................................... 31 ACESSO À INFORMAÇÃO .......................................................................................................................... 32 1) Introdução................................................................................................................................................ 32 2) Conceito .................................................................................................................................................... 32 3) Competência ............................................................................................................................................ 32 4) Procedimento .......................................................................................................................................... 33 5) Informações Sigilosas ............................................................................................................................ 34 TRANSPARÊNCIA E IMPARCIALIDADE NOS USOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ..................... 36 1) Introdução................................................................................................................................................ 36 2) Considerações iniciais ...........................................................................................................................36 3) Função Desempenhada pela Inteligência Artificial nos Serviços Públicos ............................... 36 Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 5 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Pessoal! Antes de iniciarmos o estudo da matéria de Ética e Integridade, apresentaremos os assuntos que são cobrados no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!! CONTEÚDO 1 Princípios e valores éticos do serviço público, seus direitos e deveres à luz do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, e do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994). 2 Governança pública e sistemas de governança (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017). Gestão de riscos e medidas mitigatórias na Administração Pública. 3 Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023). 4 Transparência e qualidade na gestão pública, cidadania e equidade social. 5 Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Administração Pública. Lei nº 14.129/2021. 6 Acesso à informação. Lei nº 12.527/2011. 7 Transparência e imparcialidade nos usos da inteligência artificial no âmbito do serviço público. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 6 PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS NO SERVIÇO PÚBLICO 1) Introdução Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: 1 – Princípios e valores éticos do serviço público, seus direitos e deveres à luz do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, e do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994): conceitos iniciais; princípios constitucionais administrativos; código de ética do servidor público federal. 2) Conceitos Iniciais Antes de entrarmos especificamente nos dispostos normativos, precisamos entender de forma irrefutável os conceitos de ética x moral x princípio. Ele será importante para todas as provas que cobram o conhecimento de ética no serviço público e, não somente, para o Concurso Nacional Unificado! A ética é o estudo sobre o comportamento moral do ser humano dentro de sua sociedade e, formada com base em ideias abstratas. 2.1) Ética x Moral Em sua origem, ética e moral eram consideradas intercambiáveis, uma vez que, gramaticalmente, a tradução do termo grego para o latim/romano permaneceu consistente com a conquista da Grécia pelo Império Romano. No entanto, é crucial destacar que, apesar dessa equivalência linguística inicial, são conceitos distintos. Ética descritiva estudo dos valores prescritiva normativa, ou seja, são os códigos reflexiva teorias filosóficas Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 7 Para melhor compreensão, vamos esquematizar: ORIGEM SIGNIFICADO OBJETO DE ESTUDO Moral Mos – latim Costumes Comportamento – prática / o ato Mores – romano Ética Ethos – grego Caráter Estudo do comportamento – ciência Portanto, o que podemos extrair do quadro acima é que a ética é o estudo da moral. Como vimos, a ética é o estudo do comportamento, já a moral é o conjunto de princípios e valores que orientam o comportamento humano. Para Kant, a moral (objeto mutável pelo tempo e pela sociedade) designa o conjunto de princípios gerais, e a ética (universal/imutável, atrelada ao interesse da sociedade), sua aplicação concreta. 2.2) Conduta x Valores x Princípios Outros termos de grande importância, que são recorrentes nas provas, mas pouco estudados são a conduta, os valores e os princípios. Ao estudar esses conceitos, você, concurseiro, terá uma base mais sólida para a reflexão ética e também desenvolver com maior facilidade as questões trazidas no seu edital, então, vamos lá! A conduta é o comportamento observável de uma pessoa em determinada situação, na qual deverá obedecer a um padrão ético (boa-fé; honestidade), ligado à manifestação do comportamento. Este comportamento poderá ser bom ou mal, com base em valores morais ou códigos de ética. Já os valores são as crenças fundamentais ou regras de condutas que uma pessoa ou sociedade considera importantes e pelos quais orienta suas ações e escolhas. Em outras palavras, os valores são ligados as normas que corporificam um ideal (perfeição), a axiologia é o estudo desses valores. Por fim, os princípios são diretrizes fundamentais ou regras de conduta que uma pessoa ou grupo considera essenciais para orientar suas decisões e ações. Ou seja, são ideias centrais norteadoras, com a finalidade de harmonizar uma questão em si ou sentido das coisas. 2.3) Ética no Serviço Público Por fim, precisamos analisar a ética no serviço público em geral, ou seja, aquela realizada dentro da Administração Direta e Indireta, sem distinção. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 8 Em sentido amplo, a ética do servidor público deverá estar sempre em conformidade ao interesse coletivo. Atitude do Servidor = verdade + justiça +bem comum A atividade no serviço público é altamente profissional, uma vez que é uma escolha feita pelo Estado, convocando seus funcionários de carreira a dedicarem-se integralmente. Os ocupantes de cargos públicos são esperados a cumprir diversos requisitos, tais como vínculo permanente, concentração no trabalho, dedicação, empenho para servir à comunidade e competência. Dessa forma, a atividade pública se integra à vida privada, em função da responsabilidade de representar o Estado. A finalidade do serviço público é o bem comum, em razão disso, os atos administrativos deverão ser pautado pela moralidade, assim o temos como princípio constitucional. Tome nota! A ética é um elemento indissociável, portanto, jamais poderá ser desprezada. Momento da Questão Questão inédita – Considerando o cenário da administração pública federal, uma questão ética recorrente diz respeito à transparência na gestão dos recursos públicos. Um dos desafios enfrentados é a falta de prestação de contas adequada, o que pode resultar em desconfiança por parte da sociedade e comprometer a eficácia das políticas públicas. Nesse contexto, qual a medida mais eficaz para enfrentar essa problemática e fortalecer a transparência na administração pública federal? a) Reduzir a divulgação de informações sensíveis para evitar vazamentos. b) Criar mecanismos mais complexos de prestação de contas, tornando o processo mais burocrático. c) Implementar plataformas online de fácil acesso, oferecendo informações detalhadas sobre a alocação e utilização dos recursos públicos. d) Restringir o acesso da sociedade civil a relatórios e dados financeiros. e) Minimizar a divulgação de informações sobre contratos e licitações. Gabarito: Letra C. Comentário: A questão destaca a importância da transparência na administração pública federal e propõe soluções para fortalecer essa transparência. A medida mais eficaz é a Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 9 implementação de plataformas online de fácil acesso, proporcionando informações detalhadas sobre a alocação e utilização dos recursos públicos. 3) Princípios Constitucionais Administrativos Como esse tema é bastante cobrados nos concursos e, de certo será de máxima valia na sua vida de servidor público, estudaremos esse tópico em duas matérias dos conhecimentos gerais! Os princípios da Administração Pública expressos estão descrito no artigo 37 da CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:(...)Este dispositivo constitucional é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma vez que apresenta os princípios da Administração Pública. Por isso, anote esse mnemônico: L – I – M – P – E (Isso vai te salvar na hora da prova). Agora, dedicaremos uma análise mais aprofundada a cada um dos princípios. 3.1) Princípio da legalidade O princípio da legalidade estabelece que a administração possui a obrigação e autorização para realizar apenas aquilo que está expressamente previsto em lei. Ao contrário do âmbito privado, onde os indivíduos têm liberdade para agir em tudo que não é proibido por lei, na esfera pública, a atuação é estritamente balizada pela legislação. Nenhuma ação ou omissão pode ocorrer, a menos que esteja fundamentada em disposição legal. L •Legalidade I •Impessoalidade M •Moralidade P •Publicidade E •Eficiência Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 carin Realce 10 O princípio da legalidade não exclui a atuação discricionária do agente público, uma vez que a lei não pode prever todas as situações na atuação administrativa. Em determinadas circunstâncias, é possível realizar uma análise de conveniência e oportunidade para escolher a conduta mais adequada ao caso concreto, respeitando, é claro, os demais princípios administrativos, especialmente a razoabilidade e proporcionalidade. É importante ressaltar que o conceito de legalidade difere entre o agente público e o cidadão comum. Para este último, também há o princípio da legalidade, indicando que suas ações são permitidas desde que não proibidas por lei. O princípio da legalidade pode ser analisado sob dois sentidos: Aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei. É dizer: o particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia da vontade) À Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão legal (princípio da legalidade estrita). 3.2) Princípio da impessoalidade A atuação da Administração Pública é caracterizada pela imparcialidade. Em nenhuma circunstância, é permitido ao agente público proporcionar tratamento diferenciado com o intuito de favorecer pessoas específicas. Esse princípio também visa evitar que o administrador realize ações com propósitos distintos daqueles estabelecidos pela lei, garantindo que o interesse público seja a finalidade primordial do ato administrativo. Este princípio determina que o Estado tem o dever de realizar o interesse público sem a promoção do servidor público ou autoridade que realizou o ato. Importante! Cuidado com a pegadinha das bancas! O princípio da finalidade decorre do princípio da legalidade e não da impessoalidade. Nesse sentido, o princípio da finalidade, relacionado ao interesse público, estabelece que os atos administrativos devem orientar-se pelo propósito público e pela finalidade explicitada na legislação. O princípio da impessoalidade possui quatro sentidos ou subprincípios como alguns doutrinadores entendem, vejamos: Princípio da igualdade (= isonomia): atender todos os administrados sem discriminação indevida. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 carin Realce carin Realce carin Realce carin Realce carin Realce 11 Vedação à promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado. Assim, não poderá haver pessoalização ou promoção pessoal dos agentes nos atos praticados. Impedimento e suspeição: visa evitar que as pessoas atuem com parcialidade Validação dos atos dos agentes de fato: entende-se como agente de fato aquele cuja investidura no cargo ou seu exercício esteja maculada por algum vício. Ex.: Agente que não possui formação universitária exigida em cargo público, etc. 3.3) Princípio da moralidade O princípio da moralidade administrativa é aplicado nas relações entre a Administração e seus administrados e também às atividades exercidas internamente. A moralidade administrativa é um conceito jurídico indeterminado. Em termos simples, o princípio da moralidade exige que a atuação do setor público vá além do simples cumprimento das leis e regulamentos. Ele implica em considerar a ética, a honestidade e a justiça como aspectos fundamentais na tomada de decisões e na execução de atividades administrativas. Esse princípio busca garantir que as práticas da administração pública não apenas se enquadrem nos limites legais, mas também estejam alinhadas com padrões éticos aceitáveis. Diante disso, o princípio da moralidade visa prevenir comportamentos que possam ser legalmente aceitáveis, mas que, do ponto de vista ético, são reprováveis. Ele destaca a importância de uma gestão pública transparente, íntegra e que promova o bem comum, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e ética. A moralidade administrativa representa, atualmente, um requisito fundamental para a validade de qualquer ato administrativo. Não basta que o ato seja realizado estritamente de acordo com a lei; é igualmente necessário que esteja em conformidade com princípios éticos. Consiste no respeito da Administração a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade. O princípio da moralidade administrativa tem estreita ligação com a probidade administrativa. Ex.: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral. Dentro do princípio da moralidade, precisamos no atentar a Súmula Vinculante 13, que tem o propósito de coibir o nepotismo no serviço público, estabelecendo critérios e restrições específicas para as nomeações em cargos de confiança. Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 12 cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Vamos esquematizar as informações importantíssimas trazidas pela Súmula Vinculante 13: Quem não pode ser nomeado Cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade até o terceiro grau da autoridade responsável pela nomeação. Também, o cônjuge, companheiro ou parente de servidor da mesma entidade pública que já ocupa cargo de direção, chefia ou assessoramento, torna-se impedido de ser nomeado quando o servidor já detém cargo em comissão ou função de confiança. Funções vedadas A nomeação é proibida para cargos em comissão ou designação para funções de confiança. Vale ressaltar que não há restrições para a nomeação em cargos efetivos obtidos por meio de concurso público. Abrangência As restrições mencionadas aplicam-se à Administração Pública direta e indireta, em todos os poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Observações: A Súmula Vinculante 13 não abrange os cargos ou agentes políticos. O cargo de Conselheiro de Tribunal de Contas não é considerado político, mas sim técnico, sendo, portanto, sujeito à aplicação da Súmula Vinculante 13. Esta súmula veda expressamente o nepotismo cruzado, entendido como as designações recíprocas entre autoridades nomeantes ou servidores de uma mesma pessoa jurídica. 3.4) Princípio da publicidade O princípio da publicidade diz respeito a divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, pois o poder público tem o dever de agircom transparência para que a população tenha ciência de todos os atos praticados. A publicidade não constitui um elemento formador do ato; ao contrário, é um requisito essencial para sua eficácia e observância da moralidade. Nesse sentido, a publicidade é uma condição necessária para a produção de efeitos do ato, uma vez que sua divulgação pelo órgão oficial é indispensável sempre que a lei assim determinar. “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 13 Além do mais, existe a possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais e justificadas: quando o sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF). Princípio intimamente ligado à perspectiva de transparência, dever da administração pública e direito da sociedade. 3.5) Princípio da eficiência Nas palavras de Hely Lopes Meirelles “a eficiência é um dos deveres da Administração Pública, se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional”. O princípio da eficiência passou a ser um direito com sede constitucional. Tome Nota! O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da EC nº 19/98 – Reforma Administrativa. Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as metas estabelecidas. Segundo Alexandre de Moraes, o princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social. 4) Código de Ética do Servidor Público Federal O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal foi instituído pelo Decerto nº 1.171/94, em 22 de junho de 1994. Este código estabelece as normas de conduta ética que os servidores públicos federais devem seguir no exercício de suas funções. Para entendermos a extensão da aplicação do Código de Ética, vamos esquematizar abaixo para você visualizar e fixar, para não errar na prova! Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 14 O referido código é dividido em três seções importantes, as quais determinam as regras deontológicas, os principais deveres do servidor público e as vedações ao servidor público. O código estabelece que o servidor público federal deve desempenhar suas atribuições pautado pelos valores éticos de maior relevância, conforme delineados na norma. Estes são considerados princípios fundamentais – primado maior: Decreto nº 1.171/94 Não se aplica Judiciário Legislativo Estados e Distrito Federal Municípios Militares Se aplica - Poder Executivo Federal Administração Direta Federal Administração Indireta Federal Sociedade de Economia Mista Empresa Pública Autarquia Fundação Paraestatais Empresas que realizam atividade delegada Qualquer setor que prevaleça o interesse do Estado Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 15 Como o Estado tem o dever de zelar pelos interesses da população, de maneira ética, o código de ética profissional dos servidores públicos federais regula também os comportamentos que o servidor tem a obrigação (deveres) de realizar, bem como os comportamentos que os servidores não podem realizar, ou seja, suas vedações. Primados Maiores / principais valores éticos Dignidade Decoro ZeloEficácia Conciência dos princípios morais Deveres Lealdade às Instituições Dedicação ao Serviço Condução Ética Prevenção de Irregularidade Uso adequado dos recursos Vedações Conflito de Interesses Ganho Indevido Uso indevido de Informações Retardar Prestação de Contas Procrastinar na realização dos Deveres Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 16 4.1) Comissão de Ética Por fim, o código também ressalta a importância das comissões de ética. A Comissão de Ética na Administração Pública Federal desempenha um papel fundamental na promoção da ética e integridade no cenário governamental. Sua responsabilidade abrange a orientação, aconselhamento e julgamento de questões éticas relacionadas aos servidores públicos federais. Geralmente, a comissão é composta por três servidores públicos titulares e três servidores públicos suplentes, todos com reputação ilibada, nomeados para mandatos específicos. Podem incluir membros internos e externos à instituição. Essas comissões têm como principais atribuições orientar os servidores sobre ética no serviço público, analisar conflitos de interesses, julgar infrações éticas, e oferecer pareceres em consultas sobre condutas éticas. Importante! A abordagem da comissão de ética é, fundamentalmente, voltada para a prevenção e a educação. Dessa forma, por ser voltada a prevenção e educação, a única pena aplicável pela comissão é a de censura, a justificativa da aplicação da pena deverá constar no parecer da comissão, que conterá as assinaturas de todos os seus membros, e cientificando o servidor que faltar à sessão. Momento da Questão Questão inédita – Levando em conta o contexto dos princípios que norteiam a Administração Pública no Brasil, destaca-se a relevância de garantir a eficácia e a legitimidade das ações governamentais. Um desses princípios é o da impessoalidade, que busca assegurar que as decisões e ações do setor público sejam pautadas pelo interesse público, sem favorecimentos individuais. Dentro do contexto do princípio da impessoalidade na Administração Pública, qual é a principal finalidade desse princípio? a) Favorecer interesses pessoais de servidores públicos. b) Garantir a imparcialidade e a neutralidade nas decisões e ações governamentais. c) Aumentar a visibilidade de autoridades públicas. d) Priorizar a promoção pessoal de líderes governamentais. e) Dificultar o acesso da população a informações sobre a gestão pública. Gabarito: Letra B. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 17 Comentário: O princípio da impessoalidade visa garantir que as ações governamentais sejam orientadas pelo interesse público, sem favorecimentos individuais. Portanto, a resposta correta é aquela que reflete essa finalidade. GOVERNANÇA PÚBLICA 1) Introdução Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: 1 – Governança pública e sistemas de governança (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017). Gestão de riscos e medidas mitigatórias na Administração Pública. 2) Governança Pública Com o retorno da democracia no Brasil nos anos 1980, os cidadãos passaram a demandar mais serviços públicos e buscavam maneiras de supervisionar de perto como o governo alcançava seus objetivos. Isso resultou em uma maior ênfase na eficiência e no desempenho no dia a dia do setor público. A noção de governança pública começou a ganhar destaque no Brasil com a Emenda Constitucional (EC) nº 19, datada de 04 de junhode 1998. Essa emenda modificou o artigo 37 da Constituição Federal de 1988, introduzindo o princípio da eficiência. Essa alteração visava resolver questões antigas relacionadas ao excesso de burocracia e à gestão pouco eficaz que caracterizavam a administração pública brasileira. A governança pública é o processo pelo qual as organizações públicas e os órgãos governamentais são dirigidos, controlados e administrados. Envolve a definição de políticas, tomadas de decisões, implementação de programas e prestação de serviços públicos. A governança pública busca garantir que as instituições do governo atuem de maneira eficaz, transparente, responsável, ética e de acordo com os interesses e necessidades da sociedade. A governança pública é regidas pelos princípios: Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 parei aqui carin Realce 18 Entende-se que a governança tem como objetivo primordial aprimorar a capacidade de gerenciamento econômico e a prestação de serviços sociais à população. Nesse contexto, no âmbito federal, o Tribunal de Contas da União (TCU), enquanto órgão de controle externo, desempenha um papel crucial na condução da execução orçamentária e financeira. O TCU é encarregado de fiscalizar aspectos contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais dos órgãos e entidades públicas brasileiras, assegurando a conformidade com princípios de legalidade, legitimidade e economicidade. Essa supervisão é realizada por meio da aplicação de práticas de governança pública. Diante desse cenário, o TCU tem implementado diversos procedimentos de adequação do processo de governança nas instituições públicas federais. 3) Sistemas de Governança Pública O sistema de Governança Pública Federal foi instituída a partir do Decreto nº 9.203/17, o qual prevê os mecanismos para exercer a governança pública, são eles: Princípios da Governança Pública Transparência Capacidade de Resposta Conformidade - melhoria regulatória Prestação de Contas Confiabilidade Relações Éticas - Integridade Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 19 A implantação e a manutenção dos mecanismos da governança pública cabe a alta administração dos órgãos e das entidades. Essa manutenção ocorre com o acompanhamento dos resultados, melhoria do desempenho e a promoção de processos de decisão baseadas em evidencias. Além disso, outro ponto de extrema relevância é o Comite Interministerial de Governança – CIG, composto pelo Ministro da Casa Civil da Presidência da República, que dentro do comitê possui o cargo de coordenador, o Ministro da Economia e o Ministro da Controladoria-Geral da União. A principal finalidade da CIG é fornecer assessoria ao Presidente da República. Na ausência dos membros titulares, seus secretários-executivos podem realizar as devidas substituições. Mecanismo para a Governança Pública Liderança Integridade competência responsabilidade motivação EstratégiaControle Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 20 Tome nota! As reuniões da CIG são convocadas pelo coordenador – Ministro da Casa Civil da Presidência da República. Apesar de o CIG ser o componente central na implementação da política de governança, há outros atores e estruturas desempenhando papéis relevantes nesse processo. A tabela esquematizada abaixo apresenta uma síntese das funções desempenhadas pelos principais atores e estruturas envolvidos na condução da política de governança. Funções dos Principais Atores e Estruturas da Política de Governança Atores/estruturas Funções Presidente da República Responsável, em última instância, pela condução da política de governança CIG - coordena a política de governança recomendações, manuais, guias e resoluções Órgãos e Entidade - executa a política Comitê Interno de Governança - promove e monitora + Alta Administração - responsável pela implementação diagnóstico e sugestões Secretaria- Executiva do CIG proposta de melhoria de governança Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 21 CIG Assessorar o presidente da República na condução da política de governança (coordenação) Órgãos e Entidade da Administração Pública Federal Executar a política de governança Alta Administração Responsável pela implementação da política de governança nos respectivos órgãos e entidades Comitê Interno de Governança Promover e monitorar a política de governança em seus respectivos órgãos e entidades 4) Gestão de Riscos e Medidas Mitigatórias na Administração Pública A gestão de riscos na administração pública é o processo sistemático de identificação, análise, avaliação e mitigação de eventos ou condições que possam impactar negativamente os objetivos e operações de uma entidade governamental. Mas, afinal, o que é risco? Risco é a possibilidade de um evento incerto causar impacto negativo ou positivo em objetivos. Pode ser interpretado como ameaça ou oportunidade, sendo que oportunidades podem trazer vantagens competitivas. A gestão de riscos tem como finalidade facilitar o processo de tomada de decisões, visando proporcionar uma segurança razoável no cumprimento da missão e no alcance dos objetivos institucionais. Essa abordagem representa uma ferramenta concebida para auxiliar os gestores na busca por maior eficiência, com o intuito de aprimorar a qualidade, a pontualidade e a eficácia dos serviços públicos oferecidos. Na gestão de riscos, as medidas mitigatórias são ações específicas implementadas com a finalidade de reduzir ou controlar os efeitos dos riscos identificados. Probabilidade de Ocorrência Impactos Risco Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 22 Importante! É crucial destacar que, ao abordar a mitigação, não é estritamente necessário eliminar completamente os riscos ou a fonte dessas ameaças. As principais ações mitigatórias na administração pública podem incluir a implementação de controles, a revisão de processos, a reorganização de equipes, além de iniciativas de capacitação e treinamento. Isso também pode abranger o desenvolvimento ou aprimoramento de soluções tecnológicas e ajustes na estrutura organizacional. INTEGRIDADE PÚBLICA 1) Introdução Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: 1 – Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023): considerações iniciais; Integridade Pública. 2) Considerações Iniciais O Governo Federal está dedicado a promover a integridade pública como um meio sustentável de combater a corrupção, restaurar a confiança dos cidadãos em nossas instituições e aprimorar a qualidade dos serviços públicos. Essa busca pela integridade tem orientado a implementação de iniciativas que abrangem o aumento da transparência, a gestão eficiente de recursos, a aplicação de mecanismos de responsabilização para agentes públicos envolvidos em desvios e o fortalecimento da relação entre o Estado e a população. A integridade pública refere-se ao conjunto de estruturas institucionais criadas para assegurar que a Administração Pública cumpra seu propósito fundamental: fornecer resultados esperados à população de maneira apropriada, imparcial e eficaz. Diante desse cenário, promulgado o Decreto nº 11.529/23 o qual institui e estabelece o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal e a Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal. 3) Integridade Pública Agora, vamos estudar especificamente as disposições do decreto acima mencionado, o qual estabelece o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação. Esse decretoabrange a Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 23 administração federal direta, as autarquias e fundações públicas, excluindo, no entanto, as empresas estatais. Ele institui: SITAI, que representa o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação. Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal. 3.1) Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação O SITAI, Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação, foi implementado para suceder o antigo Sistema de Integridade Pública do Poder Executivo Federal. Essa transição representa uma expansão do sistema de integridade da administração pública federal, incorporando, além disso, os pilares da transparência e do acesso à informação. Esse sistema representa a entidade central na estrutura da Controladoria-Geral da União e suas unidades setoriais, e tem como metas coordenar e articular as ações relacionadas à integridade, transparência e acesso à informação. Além disso, busca definir padrões para as práticas e medidas relacionadas a esses princípios, ao mesmo tempo que visa incrementar a simetria da informação. Ademais, o decreto ainda menciona alguns conceitos importantes que você, concurseiro, precisa conhecer: • Conjunto de princípios, normas, procedimentos e mecanismos destinados à prevenção, detecção e remediação de práticas envolvendo corrupção, fraude, irregularidades, ilícitos e outros desvios éticos e de conduta. Este programa visa identificar e corrigir violações ou desrespeitos a direitos, valores e princípios que possam impactar a confiança, credibilidade e reputação institucional. Programa de Integridade • Estrutura organizacional que delineia as medidas de integridade a serem implementadas em um período específico. Esse plano é elaborado pela unidade setorial do SITAI e requer aprovação da autoridade máxima do órgão ou entidade. Plano de Integridade • Desempenho de atividades nas áreas de corregedoria, ouvidoria, controle interno, gestão da ética, transparência, e outras funções essenciais ao funcionamento do programa de integridade. Essas funções estão integradas aos sistemas organizacionais para garantir o cumprimento eficaz do programa de integridade. Funções de Integridade Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 24 3.2) Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal O decreto também instituiu a Política de Transparência e Acesso à Informação, cujo planejamento, coordenação, execução e monitoramento ficarão a cargo da CGU, o órgão central do SITAI. A Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração é fundamentada em três pilares, conforme estabelecido no artigo 10: Vamos nos aprofundar nos conceitos! A transparência passiva tem o propósito de assegurar a disponibilização de informações em resposta a solicitações de acesso à informação, sendo esses pedidos realizados por meio do Portal da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União - CGU. Em contrapartida, a transparência ativa foi estabelecida para garantir a divulgação proativa de informações nos sítios eletrônicos oficiais, sob a gestão da CGU, por meio do Portal Brasileiro de Dados Abertos. Por fim, a abertura de bases de dados tem como finalidade fomentar pesquisas, estudos, inovações, geração de negócios e envolvimento da sociedade na supervisão e aprimoramento de políticas e serviços públicos. Essa responsabilidade recai sobre a CGU, que gerencia um sistema eletrônico para o registro e atendimento de pedidos de acesso à informação. Tanto os pedidos quanto suas respectivas respostas são disponibilizados de forma aberta à população na internet. TRANSPARÊNCIA E QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA 1) Introdução Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: 1 – Transparência e qualidade na gestão pública, cidadania e equidade social: aspectos iniciais; transparência e qualidade na gestão pública; cidadania; equidade social. Pilares da Política de Transparência transparência passiva transparência ativa abertura de base de dados da Administração Pública Federal - produzidos, custodiados ou acumulados Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 25 2) Aspectos Iniciais Com a promulgação da Constituição Federal do Brasil em 1988, observou-se uma série de transformações significativas no panorama do país. Destaca-se, entre essas mudanças, a instituição do Estado Democrático de Direito, que garante a cidadania, proporcionando a participação ativa do povo nas atividades estatais. Considerando que cada vez mais as pessoas estão participando ativamente da execução das políticas públicas e têm o direito de saber como o dinheiro público está sendo usado, é importante ressaltar que a transparência é uma ferramenta valiosa para combater a corrupção. 3) Transparência e Qualidade na Gestão Pública A interseção entre a transparência e qualidade na gestão pública promove uma administração eficaz e responsável, prevalecendo os princípios constitucionais administrativos. A transparência na gestão pública envolve a divulgação aberta e acessível de informações sobre as ações, decisões, gastos e resultados da administração pública, facilitando o entendimento por parte dos cidadãos e promove a maior prestação de contas. Além disso, ainda no tocante da transparência, a participação da sociedade no monitoramento das ações governamentais fortalece a democracia, contribuindo ainda para a responsabilização dos agentes públicos (accountability), permitindo a avaliação do desempenho e da ética na gestão pública. A transparência combinada com a qualidade facilita as avaliações dos membros da sociedade, contribuindo para a identificação de áreas que necessitam de melhoria na qualidade da gestão pública. 4) Cidadania A cidadania é o conjunto de direito e deveres do individuo como membro de uma comunidade, geralmente vinculado a um Estado-nação. Ela ainda implica uma série de responsabilidades, privilégios e participação ativa na vida pública. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 26 A cidadania envolve o reconhecimento de direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, direito à educação, participação política e proteção legal. Ao mesmo tempo, os cidadãos têm deveres, como respeitar as leis, pagar os impostos e contribuir para o bem comum. 4.1) Cidadania e o Controle Social O controle social refere-se à participação ativa da sociedade na gestão pública, visando monitorar e fiscalizar as atividades do governo com o propósito de identificar e resolver questões, garantindo a continuidade dos serviços prestados à população. A promoção do controle social é um dos princípios estabelecidos pela Lei de Acesso à Informação. Ex.: O Portal da Transparência – da Controladoria-Geral da União. Nesse contexto, torna-se essencial fomentar uma cultura de transparência dentro da Administração Pública. Além disso, é crucial que a sociedade esteja ciente de seu direito de acesso à informação e compreenda como utilizá-lo para acompanhar as iniciativas governamentais. Cidadania responsabilidades privilégio participação ativa Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 27 5) Equidade Social A origem do conceito de equidade remonta à Grécia Antiga, sendo atribuído ao filósofo Aristóteles. Na perspectiva de Aristóteles, a equidade é entendida como uma parte integrante da justiça, envolvendo uma disposição de caráter distinta. Nessa abordagem, entende-se por equidade é o tratamento justo, levando em consideração as diferenças individuais e as circunstânciasespecificas de cada pessoa. Assim, a equidade social é a busca por justiça e imparcialidade na distribuição de recursos, oportunidades e benefícios dentro de uma sociedade, reconhecendo as necessidades diversas dos cidadãos. O objetivo é garantir que todos os membros da sociedade tenham condições justas e iguais para alcançar seu potencial máximo, independentemente de suas características individuais, como raça, gênero, classe social, origem étnica, orientação sexual, habilidades, entre outros. A equidade social está descrita na frase comumente conhecida: “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade”. Formas de Controle Social Socialização molda costumes, hábitos e desejos estendidos como ideias em cada sociedade. Pressão do Grupo a força do grupo promove a adequação do indivíduo ao papel social que corresponde ao seu status. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 28 Tome nota! O principal foco da equidade social é a diminuição da desigualdade, abrindo-se espaço para a inclusão social. 5.1) Justiça Social e Ações Afirmativas A justiça social e as ações afirmativas estão interligadas na busca por corrigir desigualdades histórias e estruturais, proporcionando oportunidades mais equitativas para grupos que enfrentam discriminação ou desvantagens sistêmicas. Quando abordamos o conceito de Justiça Social, deparamo-nos com uma multiplicidade de interpretações que permeiam diversos setores da sociedade. Tanto as forças da sociedade civil quanto os atores políticos, que variam de progressistas a conservadores, de esquerda a direita, de intervencionistas a livre-cambistas, e de socialistas a liberais, buscam formulações de programas, ações e políticas sociais e econômicas. Logo, entender o significado da justiça social implica compreender sua estreita ligação com os ideais de igualdade e equidade. Estes princípios fundamentais norteiam políticas e esforços na construção de uma sociedade mais justa, pois é evidente que em diferentes contextos econômicos, há o risco ocasional de arbitrariedades, iniquidades e injustiças. As discriminações, sejam de gênero, orientação sexual, raça, etnia ou outras, associadas à falta de oportunidades, representam uma tradução da complexa realidade em diversos países, contribuindo para um ciclo vicioso de exclusão social. Nesse cenário emergem as chamadas ações afirmativas, que são medidas políticas destinadas a eliminar a exclusão social, cultural e econômica de grupos que enfrentam qualquer forma de discriminação. Essas medidas, respaldadas pela igualdade legal, procuram assegurar a equidade ao facilitar a inserção, inclusão e participação política de grupos socialmente vulneráveis, utilizando diversos tipos de apoios. Assim, as políticas equitativas garantem a inclusão e a inserção ao protegerem o direito à igualdade e à diferença por meio de ações afirmativas. Ex.: A política de cotas para negros em universidades brasileiras, embora não regulamentada, tem sido adotada por algumas Instituições de Ensino Superior como uma ação afirmativa para reverter a lógica desigual da estrutura de oportunidades marcada por violações de direitos e discriminações estruturais. Dessa forma, as ações afirmativas e as políticas compensatórias buscam formalizar a justiça social, fundamentando-se nos princípios da igualdade e equidade para combater as desigualdades. O objetivo central dessas ações é garantir o acesso a posições cruciais na sociedade para indivíduos que, de outra forma, permaneceriam excluídos. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 29 Momento da Questão Questão inédita – Diante das persistentes desigualdades sociais e históricas no Brasil, os conceitos de equidade social, justiça social e ações afirmativas emergem como instrumentos cruciais na busca por uma sociedade mais justa e inclusiva. Em um país marcado por uma história de discriminação racial, étnica e social, a compreensão desses princípios torna-se fundamental. Imagine uma cidade onde, apesar dos avanços econômicos, certos grupos populacionais continuam enfrentando barreiras sistêmicas. As oportunidades educacionais, por exemplo, são distribuídas de maneira desigual, perpetuando ciclos de desvantagens. Nesse contexto, surge a necessidade de políticas que transcendam a igualdade formal, abordando as raízes históricas das disparidades. Considerando essa realidade, assinale a alternativa correta: a) Equidade social refere-se exclusivamente à igualdade de oportunidades, enquanto justiça social abrange a correção de desigualdades passadas. Ações afirmativas são desnecessárias nesse contexto. b) Ações afirmativas são medidas temporárias que visam corrigir desigualdades historicamente enraizadas, promovendo a equidade. Justiça social busca apenas a igualdade de resultados, independentemente das diferenças individuais. c) Equidade social e justiça social são conceitos idênticos, ambos focados em garantir igualdade de resultados para todos os indivíduos. Ações afirmativas são controversas, pois podem criar novas formas de discriminação. d) Justiça social é um princípio ético, enquanto equidade social é uma abordagem prática. Ações afirmativas são estratégias eficazes apenas para corrigir desigualdades econômicas. e) Equidade social busca tratar os desiguais de maneira desigual para alcançar a igualdade, enquanto justiça social envolve a distribuição justa de oportunidades e benefícios. Ações afirmativas são políticas necessárias para combater discriminações estruturais. Gabarito: Letra E. Comentário: No contexto da cidade descrita, a equidade social é necessária para tratar as desigualdades existentes, enquanto a justiça social busca uma distribuição justa de oportunidades. As ações afirmativas se tornam políticas essenciais para combater discriminações estruturais e proporcionar oportunidades equitativas. GOVERNO ELETRÔNICO 1) Introdução Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 30 1 – Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Administração Pública. Lei nº 14.129/2021. 2) Lei nº 14.129/21 – conceito e competência O governo eletrônico foi instituído a partir da Lei nº 14.129/21, que dispõe sobre os princípios, regras e instrumentos para o governo digital e para o aumento da eficácia pública. O governo eletrônico, também conhecido como e-gov, é o conjunto do uso de tecnologias da informação e comunicação para melhorar e aprimorar os serviços públicos, a comunicação entre o governo e os cidadãos, bem como as operações internas do governo. Isso envolve o uso de plataformas online, sistemas digitais e outras tecnologias para facilitar o acesso às informações, simplificar processos e promover a eficiência na prestação dos serviços governamentais. O uso do governo eletrônico (e-gov) é implementado em diversos órgãos e entidades da administração pública, abrangendo assim três atores institucionais: Aplicação da Lei Orgãos da Administração Pública Direta Federal Entidades da Administração Pública Indireta Federal Administrações Diretas e Indiretas dos Demais Entes Federados Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 31 Tome nota! Esteja atento à exceção: esta lei não se aplica a empresas públicas e sociedades de economia mista que não desempenhem atividades de prestação de serviço público. 3) Diretrizes e Princípios As diretrizes e princípios para implementação e funcionamento do Governo Eletrônico operam dentro dos Comitês Técnicos de Governo Eletrônico, proporcionando uma base para desenvolver estratégiasde intervenção. Elas são empregadas como guias para todas as iniciativas de governo eletrônico, gestão do conhecimento e administração de tecnologia da informação em toda a esfera da Administração Pública Federal. A tabela abaixo destaca os princípios e diretrizes do Governo Digital e da eficiência pública conforme o art. 3º da Lei: Princípios e Diretrizes Desburocratização, Modernização, Fortalecimento e Simplificação Objetiva tornar a relação entre o poder público e a sociedade mais eficiente, facilitando o acesso a serviços digitais, inclusive por dispositivos móveis. Plataforma Única de Acesso a Informações e Serviços Públicos Propõe centralizar o acesso às informações e serviços públicos em uma única plataforma, respeitando as restrições legais e permitindo, quando necessário, a prestação presencial. Acesso aos Serviços Públicos por Meio Digital Busca permitir que cidadãos, pessoas jurídicas e outros entes públicos demandem e acessem serviços públicos de forma digital, sem a necessidade de solicitação presencial. Transparência e Monitoramento da Qualidade dos Serviços Públicos Visa garantir transparência na execução dos serviços públicos e monitoramento constante de sua qualidade. Incentivo à Participação Social Propõe estimular a participação ativa da sociedade no controle e fiscalização da administração pública. Dever do Gestor Público de Prestar Contas Estabelece o dever dos gestores públicos de prestar contas diretamente à população sobre a gestão dos recursos públicos. Uso de Linguagem Clara e Compreensível Orienta o uso de linguagem clara e compreensível em comunicações com qualquer cidadão. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 32 Uso da Tecnologia para Otimização de Processos Propõe a utilização da tecnologia para otimizar os processos de trabalho na administração pública. Atuação Integrada entre Órgãos e Entidades Estabelece a atuação integrada entre órgãos e entidades na prestação e controle dos serviços públicos, com o compartilhamento seguro de dados pessoais. Simplificação dos Procedimentos Busca simplificar os procedimentos de solicitação, oferta e acompanhamento dos serviços públicos, focando na universalização do acesso e autosserviço. ACESSO À INFORMAÇÃO 1) Introdução Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: 1 – Acesso à informação. Lei nº 12.527/2011: conceito; competência; procedimento; informações sigilosas. 2) Conceito A lei de acesso à informação - lei nº 12.527, sancionada em 18 de novembro de 2011, estabelece o direito constitucional dos cidadãos brasileiros ao acesso às informações públicas. Ela tem abrangência nos três poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, desempenhando um papel crucial na consolidação da democracia no país e no reforço da transparência governamental. Essa legislação consagra como princípio fundamental que a divulgação de informações públicas é a norma geral, enquanto o sigilo é a exceção. Para assegurar o pleno exercício desse direito, a Lei estabelece os mecanismos, prazos e procedimentos para que os cidadãos obtenham informações junto à administração pública. Além disso, determina que órgãos e entidades governamentais devem proativamente disponibilizar um conjunto mínimo de informações pela internet. 3) Competência No âmbito federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) assume o papel central no Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. A CGU tem a responsabilidade de desempenhar diversas funções, que incluem o controle interno, a correição, a ouvidoria, bem como a promoção da transparência e a prevenção da corrupção. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 33 Nesse contexto, a CGU desempenha, entre outras atribuições, a supervisão técnica sobre os órgãos que fazem parte do Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal (e-OUV). Além disso, ela atua como instância recursal para solicitações de acesso à informação e pedidos de disponibilização de bases de dados feitos por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão. 4) Procedimento A Lei de Acesso à Informação estabelece um procedimento claro para que os cidadãos possam fazer pedidos de informação junto aos órgãos e entidades públicas. O acesso a informações públicas é gratuito, a menos que haja a necessidade de reprodução de documentos, caso em que pode ser cobrada uma taxa. O processo é o seguinte: Vamos estudar, agora, cada etapa! Formulação do Pedido: O cidadão interessado em obter informações públicas deve formular seu pedido de forma clara e objetiva. Ele pode ser feito por escrito, de preferência por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC) quando disponível, ou por outros meios, como carta, e-mail ou presencialmente, dependendo das opções oferecidas pelo órgão ou entidade. Identificação: É importante que o pedido contenha informações mínimas para identificação do solicitante, como nome, CPF ou CNPJ (quando aplicável), endereço de contato e, se possível, dados adicionais que facilitem a resposta. Formulação do Pedido Identificação Especificação da Informação Desejada Escolha do Órgão Competente Envio do Pedido Prazo da Resposta Resposta ao Solicitante Recurso Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 34 Especificação da Informação Desejada: O pedido deve conter a descrição clara da informação desejada, de modo que o órgão público possa identificar com precisão o que está sendo solicitado. Escolha do Órgão Competente: O solicitante deve direcionar o pedido ao órgão ou entidade pública que detém as informações desejadas. Caso o pedido seja encaminhado a um órgão que não seja competente para fornecer a informação, esse órgão deverá encaminhá-lo ao órgão correto e informar ao solicitante sobre a transferência. Envio do Pedido: O pedido de informação deve ser enviado ao órgão ou entidade pública de acordo com os procedimentos e canais estabelecidos por eles. É importante respeitar as regras e prazos estipulados pelo órgão para o processamento do pedido. Prazo de Resposta: A Lei de Acesso à Informação estabelece um prazo máximo de 20 dias para que o órgão público forneça a resposta ao solicitante. Em casos excepcionais, esse prazo pode ser prorrogado por mais 10 dias, mediante justificativa. Resposta ao Solicitante: O órgão ou entidade pública deve fornecer uma resposta ao solicitante dentro do prazo estabelecido. Essa resposta pode ser a disponibilização da informação solicitada, a negativa do acesso (caso a informação esteja protegida por sigilo legal) ou a comunicação de que a informação não existe no órgão. Recurso: Caso o solicitante não fique satisfeito com a resposta ou a ausência de resposta, ele tem o direito de interpor um recurso junto ao órgão que originalmente recebeu o pedido. O prazo para interpor o recurso é de 10 dias a partir da resposta ou do término do prazo para resposta. Além do procedimento de pedido de informação, a lei também determina que os órgãos e entidades públicas devem divulgar proativamente informações de interesse público por meio da internet, promovendo a transparência ativa. Tome nota! A Lei de Acesso à Informação estabelece que os agentes públicos que descumprirem suas disposições podem ser responsabilizados administrativa, civil e penalmente. Lembrando que a Lei de Acesso à Informação visa facilitar o acesso dos cidadãos às informações públicas e promover a transparência governamental, tornando mais fácil o exercício do direito à informação. Portanto, os órgãos públicos têm a obrigação de fornecer informações de forma transparente e acessível. 5) InformaçõesSigilosas A lei prevê a possibilidade de algumas informações serem classificadas como sigilosas, de acordo com critérios estabelecidos na própria legislação. Informações sigilosas são aquelas que, se Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 35 divulgadas, poderiam causar prejuízo à segurança nacional, à defesa ou às relações exteriores do país, entre outros aspectos. A lei prevê três níveis de sigilo para informações governamentais: secreto, reservado, confidencial. Níveis de Sigilo Secreto Informações cuja divulgação pode causar danos graves à segurança do Estado ou às relações exteriores. O prazo máximo de sigilo é de 25 anos, podendo ser renovado. Reservado Informações cuja divulgação pode causar prejuízo à segurança do Estado ou a interesses nacionais. O prazo máximo de sigilo é de 15 anos, também podendo ser renovado. Confidencial Informações cuja divulgação pode prejudicar a administração pública ou interesses públicos. O prazo máximo de sigilo é de 5 anos, podendo ser renovado. As informações pessoais são informações que, por sua natureza, devem ser protegidas, como dados pessoais de cidadãos. A lei estabelece regras específicas para o tratamento e o acesso a informações pessoais, visando garantir a privacidade e a proteção desses dados. Além das informações classificadas, a lei também reconhece que determinadas informações podem ser submetidas a sigilo por órgãos ou entidades que ainda não estabeleceram classificação de sigilo específica. Nesse caso, o órgão deve justificar a necessidade do sigilo e estabelecer um prazo para a divulgação. Momento da Questão Questão inédita – O acesso à informação é um princípio fundamental para promover a transparência e a participação cidadã nas atividades governamentais. A Lei nº 12.527/11, conhecida como Lei de Acesso à Informação – LAI, foi promulgada no Brasil com o propósito de regulamentar esse direito, estabelecendo diretrizes e procedimentos para garantir o acesso dos cidadãos a informações públicas. Considerando as informações acima, o conceito e a finalidade da LAI são: a) A Lei nº 12.527/2011 visa restringir o acesso à informação, preservando a confidencialidade das atividades governamentais. b) Essa lei tem como principal objetivo dificultar o acesso dos cidadãos a informações públicas, protegendo dados sensíveis do governo. c) A Lei de Acesso à Informação (LAI) busca promover a transparência e a participação cidadã ao regulamentar o direito dos indivíduos de acessarem informações públicas. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 36 d) Seu propósito principal é centralizar o controle de informações nas mãos do governo, limitando o acesso da sociedade. e) A LAI foi criada para incentivar a manipulação de informações, permitindo que o governo selecione quais dados podem ser acessados pela população. Gabarito: Letra C. Comentário: A Lei de Acesso à Informação (LAI) tem como objetivo fomentar a transparência e a participação cidadã ao estabelecer normas para o direito de acesso às informações. TRANSPARÊNCIA E IMPARCIALIDADE NOS USOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 1) Introdução Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos os blocos de nível superior: 1 – Transparência e imparcialidade nos usos da inteligência artificial no âmbito do serviço público. 2) Considerações iniciais A transparência e imparcialidade são princípios fundamentais quando se trata do uso da inteligência artificial (IA) no âmbito do serviço público. Esses princípios são essenciais para garantir a confiança da sociedade nas decisões e ações governamentais que envolvem o uso dessa tecnologia avançada. 3) Função Desempenhada pela Inteligência Artificial nos Serviços Públicos Em primeiro lugar, é essencial reconhecer que o propósito fundamental das atividades administrativas é assegurar o bem-estar coletivo, demandando, assim, o desenvolvimento e a execução de diversas políticas públicas. À medida que os órgãos e autoridades incorporam mecanismos equipados com inteligência artificial, as decisões são automatizadas por meio de algoritmos previamente programados. Nesse contexto, torna-se de extrema importância que tais algoritmos sejam caracterizados pela imparcialidade, garantindo uma tomada de decisão mais equitativa e eficaz, sem concessões a privilégios. Adicionalmente, o processo que utiliza inteligência artificial deve oferecer a transparência necessária à comunidade. Em outras palavras, a população interessada deve estar informada de que as decisões foram conduzidas por meio de mecanismos de inteligência artificial, assim como compreender como os algoritmos foram estabelecidos pela autoridade competente. Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38 37 Momento da Questão Questão inédita – Em meio ao avanço da inteligência artificial nos serviços públicos, a necessidade de regulamentação ética é evidente para garantir decisões imparciais e transparentes. Diversos setores governamentais têm adotado normas para orientar o uso dessa tecnologia. Um exemplo é a criação de diretrizes no setor de educação para sistemas de tutoria baseados em inteligência artificial. Qual é a finalidade principal das normas estabelecidas para sistemas de tutoria baseados em inteligência artificial no setor educacional? a) Limitar o acesso da população a ferramentas de inteligência artificial no campo educacional. b) Promover a competição entre instituições de ensino na implementação de tecnologias avançadas. c) Assegurar a imparcialidade, transparência e governança na utilização de sistemas de tutoria baseados em inteligência artificial no ambiente educacional. d) Excluir completamente o uso de inteligência artificial em processos de ensino e aprendizagem. e) Desenvolver padrões exclusivos de programação para sistemas de tutoria, sem considerar aspectos éticos. Gabarito: Letra C. Comentário: A questão destaca a importância das normas éticas na utilização de inteligência artificial no setor educacional, enfatizando a imparcialidade, transparência e governança. Parabéns por ter concluído o estudo da matéria! Bora para cima! Priscila Gilcelia da Silva - priscilagilcelia@gmail.com - CPF: 111.062.524-38