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Atualização em Rede 
de Frio 
 
2022 
 
 
Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização 
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar, sala 620 | CEP 01246-000 | São Paulo, SP | Fone: (11) 3066-8779 
 
1 Atualização em Rede de Frio 
 
APRESENTAÇÃO 
A Rede de Frio é o sistema utilizado pelo PNI, que tem o objetivo de 
assegurar que os imunobiológicos disponibilizados no serviço de vacinação sejam 
mantidos em condições adequadas de transporte, armazenamento e distribuição, 
permitindo que eles permaneçam com suas características iniciais até o momento 
da sua administração. Alterações de temperatura podem comprometer a potência 
imunogênica, o que pode acarretar a redução ou a falta do efeito esperado. Os 
imunobiológicos necessitam de armazenamento adequado para que suas 
características imunogênicas sejam mantidas. 
Diante da complexidade da Rede de Frio, que se atualiza e expande 
continuamente, diversas publicações foram produzidas para orientação dos 
profissionais que trabalham diretamente nos serviços de vacinação. 
O objetivo desse material é estabelecer referencial teórico capaz de 
fomentar o mínimo de procedimentos quanto à rede de frio, fundamental para 
garantir um dos aspectos mais importantes na qualidade e segurança dos 
imunobiológicos disponibilizados pelo Programa Nacional de Imunizações - PNI, 
desde o laboratório produtor até o momento em que o produto é ofertado à 
população brasileira. Os objetivos específicos a serem alcançados são de: entender 
a importância da rede de frio na conservação dos imunobiológicos, do uso 
adequado dos equipamentos de refrigeração, a organização de caixas térmicas e 
monitoramento da temperatura no transporte de imunobiológicos, do 
monitoramento da temperatura na rede de frio, da notificação de alteração de 
temperatura dos imunobiológicos submetidos à excursão de temperatura e do plano 
de contingência para situações de emergência como na falta de energia e falha do 
equipamento de refrigeração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização 
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar, sala 620 | CEP 01246-000 | São Paulo, SP | Fone: (11) 3066-8779 
 
2 Atualização em Rede de Frio 
1. INTRODUÇÃO 
O Programa Nacional de Imunizações - PNI foi formulado em 1973 por 
determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de 
imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter 
episódico e pela reduzida área de cobertura. A proposta básica para o Programa, 
constante de documento elaborado por técnicos do Departamento Nacional de 
Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde) e da Central de 
Medicamentos (CEME - Presidência da República), foi aprovada em reunião 
realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo próprio Ministro 
Mário Machado Lemos e contou com a participação de renomados sanitaristas e 
infectologistas, bem como de representantes de diversas instituições. 
Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do somatório de fatores, de 
âmbito nacional e internacional, que convergiam para estimular e expandir a 
utilização de agentes imunizantes, buscando a integridade das ações de 
imunizações realizadas no país. O PNI passou a coordenar, assim, as atividades de 
imunizações desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços e, para tanto, traçou 
diretrizes pautadas na experiência da Fundação de Serviços de Saúde Pública 
(FSESP), com a prestação de serviços integrais de saúde através de sua rede 
própria. A legislação específica sobre imunizações e vigilância epidemiológica (Lei 
6.259 de 30-10-1975 e Decreto 78.231 de 30-12-76) deu ênfase às atividades 
permanentes de vacinação e contribuiu para fortalecer institucionalmente o 
Programa. 
O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola na década dos anos 
sessenta mostrou que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. 
O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971. Em seguimento à 
erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a 1ª Campanha Nacional de Vacinação 
Contra a Poliomielite, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos 
em um só dia, assim com a vacinação, o último caso de poliomielite no Brasil 
ocorreu na Paraíba em março de 1989. Em setembro de 1994 o Brasil junto com os 
demais países da região das Américas, recebeu da Comissão Internacional para a 
Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem nas 
Américas, o Certificado que a doença e o vírus foram eliminados de nosso 
continente. 
De 1990 a 2003, o PNI fez parte do Centro Nacional de Epidemiologia 
(CENEPI) da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). 
A criação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), em junho de 2003, 
veio reforçar uma área extremamente estratégica do Ministério, por meio do 
fortalecimento e ampliação das ações de Vigilância Epidemiológica. Com sua 
criação, as atividades antes desempenhadas pelo extinto CENEPI/FUNASA, 
passaram a ser executadas pela SVS. 
Entre suas ações estão incluídos os programas nacionais de combate à 
dengue, à malária e outras doenças transmitidas por vetores; o controle de 
zoonoses e a vigilância de doenças emergentes; o Programa Nacional de 
Imunizações, a prevenção e controle de doenças imunopreveníveis, como o 
http://www.saude.gov.br/
 
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3 Atualização em Rede de Frio 
sarampo. 
A Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) no 
organograma atual da SVS está inserida no Departamento de Imunização e 
Doenças Transmissíveis. 
A Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos 
(CENADI) foi responsável por mais de duas décadas pela distribuição dos insumos 
estratégicos do Ministério da Saúde para todo o território brasileiro, incluindo os 
imunobiológicos, soros e kits de diagnóstico. Atualmente a Coordenação de 
Armazenamento e Distribuição de Insumos Estratégicos para a Saúde (COADI) que 
faz parte da Coordenação Geral de Armazenagem e Distribuição (CGAD), 
subordinada ao Departamento de Logística do Ministério da Saúde (DLOG) é 
responsável pela armazenagem e transporte/distribuição dos Insumos Estratégicos 
para Saúde (IES). São responsáveis por um conjunto de operações que inclui a 
recepção, estocagem, expedição, distribuição de insumos acabados e os controles 
correlacionados, assegurando a manutenção dos bens em instalações e condições 
adequadas, de modo que se conservem as propriedades físicas, químicas e 
farmacológicas desses insumos/medicamentos e materiais. Esta Central de 
Armazenagem de Insumos Estratégicos em Saúde está localizada em Guarulhos-
SP. 
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), que atua 
em áreas de ensino, pesquisa e tecnologia de laboratório relativo ao controle da 
qualidade de insumos, produtos, ambientes e serviços sujeitos à ação da vigilância 
sanitária, realiza o controle de qualidade para posterior distribuição às instâncias 
estaduais. O INCQS realiza desde a sua criação em 1981 o controle de qualidade 
por meio da análise das amostras de todos os lotes dos imunobiológicos, sejam eles 
nacionais ou importados. 
As diretrizes e responsabilidades para a execução das ações de vigilância em 
saúde, entre as quais se incluem as ações de vacinação, estão definidas em 
legislação nacional apontando que a gestão das ações é compartilhada pela União, 
pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios. As ações devem ser 
pactuadas na Comissão Inter gestores Tripartite (CIT) e na Comissão Inter gestores 
Bipartite (CIB), tendo por base a regionalização, a rede de serviços e as tecnologias 
disponíveis.Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização 
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4 Atualização em Rede de Frio 
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL BÁSICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
 
Novo organograma da CGPNI- Organização em 10 Grupos de Trabalho - 
integração da imunização com a vigilância das doenças 
 
 
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5 Atualização em Rede de Frio 
O PNI atua com importante papel no SUS, sua política definida impacta 
diretamente na redução, eliminação e erradicação de doenças por meio das vacinas 
e da vigilância. Em sua trajetória o PNI tem entregado resultados positivos à 
população. A sociedade brasileira é a protagonista desta trajetória de resultados 
positivos nas três esferas de gestão, que se concretiza na atenção básica, porta de 
entrada das ações do PNI. É por meio das salas de vacinas que fica viabilizada a 
missão maior de administrar a vacina promovendo, prevenindo e protegendo a 
saúde dos brasileiros por meio do processo de imunização. 
O PNI é o norteador do processo, define as políticas de imunizações que 
avançam nas esferas estadual e municipal. Independe de qual seja a política de 
imunização adotada pelo PNI, a concretização da ação de imunização deve 
acontecer de forma segura na atenção básica/assistência, salas de vacina e Centro 
de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). 
O PNI complexou-se introduzindo novas vacinas e ampliando os grupos de 
população a vacinar. Hoje em dia, vacinamos não apenas crianças, mas 
adolescentes, mulheres grávidas, idosos, portadores de doenças crônicas além de 
outros grupos. 
As vacinas são, sem dúvida nenhuma, uma das intervenções em saúde 
pública de maior efetividade que demonstram um maior impacto na redução das 
mortes, das doenças e de tantas causas no Brasil e no mundo inteiro. As vacinas 
com a Vigilância foram responsáveis pela eliminação de doenças como a varíola, 
pela interrupção da transmissão da poliomielite, do sarampo autóctone, ou seja, as 
vacinas são uma das intervenções mais efetivas de saúde pública. 
A pandemia da Covid-19 trouxe novos desafios ao PNI. Vacinas com novas 
tecnologias fizeram com que o MS juntamente com o a equipe responsável pelo 
PNO (Programa Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19) 
buscassem equipamentos para armazenagem de vacinas a ultra baixas 
temperaturas, assim como transporte a essas temperaturas, possibilitando a 
validade dessas vacinas por um período mais prolongado. Novas tecnologias 
trazendo novos desafios para todas as instâncias da Rede de Frio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 Atualização em Rede de Frio 
2. ESTRUTURA DA REDE DE FRIO 
O PNI, com o objetivo de promover a garantia da qualidade dos 
imunobiológicos adquiridos e ofertados à população, conta com uma Rede Nacional 
constituída por uma estrutura física, a Rede de Frio, que viabiliza seu processo 
logístico, a Cadeia de Frio. 
Rede de Frio 
É um sistema amplo, inclui estrutura técnico-administrativa orientada pelo 
PNI, por meio de normatização, planejamento, avaliação e financiamento que visa à 
manutenção adequada da cadeia de frio. 
Cadeia de Frio 
É o processo logístico da Rede de Frio para conservação dos 
imunobiológicos, desde o laboratório produtor até o usuário, incluindo as etapas de 
recebimento, armazenamento, distribuição e transporte, de forma oportuna e 
eficiente, assegurando a preservação de suas características originais. (Figura 1). 
Em outras palavras, podemos entendê-la como um processo logístico, composto por um 
conjunto de procedimentos destinados à conservação dos imunobiológicos, em temperatura 
ideal para que possam, de fato, imunizar. Para isso, deve funcionar de forma integrada e 
articulada como elos ou tramas que se interligam e formam uma rede, garantindo a 
temperatura dos imunobiológicos desde sua fabricação até a chegada ao destino final 
(usuário). 
Figura 1 – Fluxograma da Rede de Frio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 Atualização em Rede de Frio 
O objetivo final desse processo é assegurar que todos os imunobiológicos 
administrados mantenham suas características iniciais, a fim de conferir imunidade, 
haja vista que são produtos termolábeis, isto é, se deterioram depois de 
determinado tempo quando expostos a variações de temperaturas inadequadas à 
sua conservação. 
É necessário, portanto, mantê-los constantemente refrigerados, utilizando 
instalações e equipamentos adequados em todas as instâncias: nacional, estadual, 
regional ou distrital e municipal/local. Um manuseio inadequado, um equipamento 
com defeito, ou falta de energia elétrica pode interromper o processo de 
refrigeração, comprometendo a potência e eficácia dos imunobiológicos. 
A Rede de Frio é composta basicamente dos seguintes elementos: 1. Equipe 
técnica capacitada; 2. Equipamentos; 3. Instâncias de armazenamento; 4. 
Transporte entre as instâncias; 5. Controle e monitoramento de temperatura; 6. 
Financiamento 
2.1. Instâncias da Rede de Frio 
A estrutura da Rede de Frio permeia as três esferas administrativas 
organizando-se em instâncias com fluxos de distribuição e armazenamento 
basicamente verticalizados. Contudo, a depender de situações epidemiológicas e/ou 
emergenciais específicas podem ocorrer de forma horizontalizada. Fazem parte do 
Sistema as seguintes instâncias: 
 Figura 2- Instância da Rede de Frio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1.1. Instância Nacional 
A Instância Nacional é representada pela Coordenação-Geral do PNI 
(CGPNI), unidade gestora, estrutura técnico-administrativa da Secretaria de 
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), sendo responsável pelas 
seguintes atividades de imunização desenvolvidas pelas equipes técnicas 
especializadas: 
 
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8 Atualização em Rede de Frio 
 Apoio à gestão: responsável pela interface com áreas externas e 
interlocução com todas as áreas da CGPNI, para sustentação das ações 
desta Coordenação. 
 Gestão de insumos: responsável por todas as ações relativas ao 
funcionamento da Rede de Frio e sua normatização, pelo planejamento das 
aquisições, distribuição dos imunobiológicos em interface com o processo 
logístico, além de acompanhar sistematicamente o controle de qualidade 
desses insumos. 
 Gestão de incorporação técnica, científica e de normatização: responsável 
pela avaliação da situação epidemiológica da doença, atualização e 
acompanhamento dos Calendários de Vacinação Nacional, elaboração dos 
planos de ação e estratégias de vacinação, bem como elaboração de normas 
técnicas, além da vigilância de eventos adversos. 
 Apoio administrativo: responsável pela execução das atividades relativas aos 
expedientes de rotinas administrativas e organização de eventos da CGPNI. 
 Sistema de informação: responsável pelo desenvolvimento dos sistemas de 
informação, com o DATASUS, que tem por finalidade auxiliar a gestão da 
Coordenação do PNI, bem como o gerenciamento destes sistemas, 
subsidiando técnicos e gestores no que se refere às ações de vacinação do 
País. 
A Instância Nacional conta com área física para a estrutura gestora da CGPNI, 
além de uma centralnacional de armazenamento e distribuição de insumos, 
Atualmente a Coordenação de Armazenamento e Distribuição de Insumos 
Estratégicos para a Saúde (COADI), que faz parte da Coordenação Geral de 
Armazenagem e Distribuição (CGAD), subordinada ao Departamento de Logística do 
Ministério da Saúde (DLOG) é responsável pela armazenagem e transporte/ 
distribuição dos Insumos Estratégicos para Saúde (IES) e representa o primeiro 
nível da Cadeia de Frio. 
2.1.2. Instância Estadual 
A Instância Estadual organiza-se em 27 centrais estaduais e o Distrito 
Federal para o armazenamento e distribuição de imunobiológicos, geralmente, 
localizadas nas capitais das unidades federadas do Brasil e sob responsabilidade 
técnico-administrativa das coordenações estaduais de imunizações das secretarias 
estaduais de Saúde. 
A Instância Estadual estabelece um planejamento compartilhado das 
atividades de vacinação com a Instância Nacional, em função dos Calendários de 
Vacinação Nacional e da situação epidemiológica. O planejamento visa o 
abastecimento otimizado, a demanda específica da unidade federada, a capacidade 
de armazenamento da Central Estadual de Rede de Frio (CERF) e a logística de 
distribuição às centrais vinculadas. Considerando as atribuições, competências e 
orientações, a escolha da área física para a construção de Centrais Estaduais de 
Rede de Frio, recomenda-se a observação dos requisitos mínimos para: 
• Armazenagem e distribuição, com câmaras frigoríficas positivas e negativas, 
a depender da demanda, almoxarifado, sala de preparo, área de 
recebimento, inspeção e distribuição de imunobiológicos. 
• Apoio administrativo, ensino e pesquisa (opcional e desejável), com previsão 
de espaços adequados às atividades de gestão e administração, técnicos 
especializados, bem como à realização de reuniões, planejamentos, 
educação em saúde, formação e capacitação de recursos humanos. 
• Apoio logístico contempla estrutura adequada à carga e descarga de 
imunobiológicos, área para gerador como garantia de sistema backup de 
geração de energia elétrica, espaço para instalação de equipamentos 
 
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9 Atualização em Rede de Frio 
condensadores, depósito de material de limpeza e higiene e ambiente para 
seleção e guarda temporária de resíduos. 
• Apoio técnico, conforto e higiene, com espaço para copa, recepção/espera e 
banheiros. 
 
2.1.3. Instância Regional 
A Instância Regional incorpora as Centrais Regionais de Rede de Frio (CRRF) que estão 
subordinadas às Secretarias Estaduais de Saúde ocupando posição estratégica para 
distribuição. Em relação aos municípios de sua abrangência, assumem responsabilidades 
compatíveis com as centrais estaduais observadas a estrutura hierarquizada da Cadeia de Frio. 
Dispõe de área para armazenamento dos imunobiológicos geridos no âmbito de sua 
abrangência, de almoxarifado para outros insumos, de área de acesso aos veículos de carga, de 
área destinada ao recebimento, à preparação e à distribuição dos imunobiológicos, além de 
estrutura apropriada às atividades de apoio administrativo, técnico especializado, logístico e 
de ensino/pesquisa (desejável). 
2.1.4. Instância Municipal 
Nesta Instância encontra-se a Central Municipal de Rede de Frio (CMRF), 
incluída na estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde. Tem como 
atribuições o planejamento integrado e o armazenamento de imunobiológicos 
recebidos da Instância Estadual/Regional para utilização na sala de vacinação. 
As estruturas das CMRF devem prever espaço para acondicionamento de 
imunobiológicos e almoxarifado para outros insumos (seringas, agulhas, caixas 
térmicas, bobinas reutilizáveis, entre outros), área de acesso aos veículos de carga, 
área destinada ao recebimento, área de preparação e distribuição dos 
imunobiológicos (sala de preparo) e área com grupo gerador. 
2.1.5. Instância Local 
É a instância destinada às atividades operacionais de vacinação, está em 
contato direto com o usuário final desta cadeia. 
 A RDC n°197 de 26-12-2017 dispõe sobre os requisitos mínimos para o 
funcionamento dos serviços de vacinação humana. Esta Resolução se aplica a todos 
os serviços que realizam atividades de vacinação no país, sejam eles públicos, 
privados, filantrópicos, civis ou militares. 
Sala de Vacinação 
A Sala de Vacinação representa a instância final da Rede de Frio, sendo 
responsável exclusivamente pelos procedimentos de vacinação de rotina, 
campanhas, bloqueios e intensificações. Consideradas suas atribuições, as salas 
localizam-se em unidades/serviços da Rede de Atenção Básica de Saúde e, em 
menor proporção, na assistência. Ocupam posição estratégica em relação à Cadeia 
de Frio. 
Para a realização de sua atividade, é fundamental o armazenamento dos 
imunobiológicos aplicáveis em suas rotinas em equipamentos para refrigeração 
apropriados e dentro de condições ideais. O dimensionamento dos equipamentos 
deve prever o armazenamento dos imunobiológicos avaliando o quantitativo 
populacional de sua abrangência e a sua respectiva programação de 
abastecimento. 
As necessidades e frequência de execução de atividades extramuros e/ou 
 
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10 Atualização em Rede de Frio 
situações emergenciais são aspectos a serem considerados para seleção e 
dimensionamento dos equipamentos e insumos, tais como caixas térmicas e 
bobinas recicláveis extras para a realização de transporte e acondicionamento para 
realização destas ações. Recomenda-se a utilização de freezers exclusivos para 
guarda das bobinas reutilizáveis, em número suficiente às demandas locais. 
Figura 3 - Estrutura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sala de vacinação é classificada como área semicrítica. Deve ser destinada 
exclusivamente à administração dos imunobiológicos, devendo-se considerar os 
diversos calendários de vacinação existentes. 
Na sala de vacinação, é importante que todos os procedimentos 
desenvolvidos promovam a máxima segurança, reduzindo o risco de contaminação 
para os indivíduos vacinados e também para a equipe de vacinação. Para tanto, é 
necessário cumprir as seguintes especificidades e condições em relação ao 
ambiente e às instalações: 
 Quanto à temperatura ambiente das salas, recomenda-se o uso de ar-
condicionado, evitando riscos indesejados de exposição dos imunobiológicos, 
que venham a comprometer a potência imunogênica dos produtos. O 
controle adequado da temperatura ambiental promoverá a garantia do 
conforto térmico dos usuários e profissionais. 
 Balcão com cuba de material lavável e não corrosivo, cuba com dimensões 
 
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11 Atualização em Rede de Frio 
suficientes para realização dos procedimentos de lavagem das caixas 
térmicas, torneiras altas e cubas profundas; dimensionar bancada com área 
suficiente para ambientação das bobinas, montagem das caixas e 
manipulação dos imunobiológicos. 
 Pia de higienização deve ser prevista a fim de promover a garantia dos 
procedimentos de higienização das mãos dos profissionais dentro dos 
conceitos de boas práticas. 
 Piso e paredes lisos, contínuos (sem frestas e laváveis). 
 Portas e janelas pintadas com tinta lavável. 
 Portas de entrada e saída independentes, quando possível. 
 Teto com acabamento resistente à lavagem. 
 Nível de iluminação (natural e artificial), temperatura, umidade e ventilação 
natural em condições adequadas para o desempenhodas atividades. 
 Tomada exclusiva para cada equipamento elétrico. 
A RDC nº 50/2002 orienta que a sala de imunização com área mínima de 6 
m2. A fim de contemplar o leiaute sugerido, necessita-se de uma área média de 9 
m2, garantindo a adequada disposição dos equipamentos e dos mobiliários e o fluxo 
de movimentação em condições ideais para a realização das atividades. 
Nos locais com grande demanda de população, devem ser utilizadas duas 
salas com comunicação direta, sendo uma para triagem e orientação do usuário e 
outra para administração dos imunobiológicos. 
Cuidados com a rede de frio na Sala de Vacinas: 
 Usar tomadas ou conexão com a fonte de energia elétrica, exclusivos para a 
câmara; 
 Colocar a câmara distante da fonte de calor, nivelado e afastado da parede, 
pelo menos 20 cm; 
 Usar câmara única, exclusivamente para os imunobiológicos; 
 Identificar o equipamento de maneira visível; 
 Ajustar a temperatura de trabalho para +5ºC, alarme de temperatura baixa 
em + 3ºC e alarme de temperatura alta em +7ºC e anotar no impresso de 
anotação das temperaturas para conhecimento de todos. 
 Manter sistema de alarme ou geradores elétricos de emergência; 
 Utilizar termômetro para leitura de máxima e mínima, afixar e manter um 
termômetro digital com o sensor dentro de uma das caixas com vacina na 
parte central da segunda prateleira, para mensuração das temperaturas de 
momento, máxima e mínima. Esta recomendação tem a finalidade de obter 
informações das temperaturas em situação de emergência quando não se 
dispõem destas informações pelo painel do equipamento; 
 Observar a data para troca da bateria de termômetros digitais e anotar a 
data da troca (a cada 6 meses); 
 Realizar a leitura do termômetro no mínimo 2 vezes ao dia. Em locais de 
funcionamento 24 h, a leitura deverá ser realizada 3x/dia; 
 Organizar as vacinas próximas do vencimento na frente das prateleiras da 
câmara, sem a necessidade de diferenciar por tipo, uma vez que as câmaras 
refrigeradas possuem distribuição uniforme de temperatura no seu interior. 
 
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12 Atualização em Rede de Frio 
 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério 
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças 
Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Manual de rede de frio / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em 
Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 4. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2013 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Curso de atualização para o trabalhador da sala de vacinação: 
manual do monitor [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em 
Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 3. ed. – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização 
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar, sala 620 | CEP 01246-000 | São Paulo, SP | Fone: (11) 3066-8779 
 
13 Atualização em Rede de Frio 
3. LEGISLAÇÃO SOBRE SERVIÇO DE IMUNIZAÇÃO 
 
3.1. RESOLUÇÃO SS-24, 8-3-2000 
 Estabelece diretrizes para o funcionamento de Serviços de Saúde com 
atividades de vacinação para a profilaxia de doenças infecciosas imunopreveníveis 
no Estado de São Paulo. 
 Pontos essenciais: 
Artigo 2º - As vacinações realizadas, respeitado o disposto nesta resolução, 
serão consideradas válidas para fins legais, e os Serviços de Saúde responderão 
pela qualidade e segurança das imunizações realizadas sob sua 
responsabilidade. 
Artigo 4º - Compete aos Serviços de Saúde que exerçam atividade de 
vacinação: 
I - Realizar as atividades de vacinação obedecendo as normas de 
conservação e cuidados de aplicação estabelecidos pelo Programa Estadual 
de Imunizações vigente; 
II - Atestar as vacinações, efetivamente realizadas, em caderneta de 
vacinação com os campos de registro das vacinas do calendário oficial vigente 
padronizado, devidamente identificada com os dados completos do estabelecimento 
e da pessoa que recebeu a(s) vacina(s), incluindo as informações sobre a data de 
aplicação, lote de imunobiológico utilizado e código da unidade vacinadora. 
Parágrafo 1º - O Serviço de Saúde é responsável pela manutenção de 
um registro que identifique o responsável pela aplicação do 
imunobiológico. 
VII - Fixar em local visível o horário de funcionamento, nome dos 
responsáveis pelo estabelecimento e pela atividade de vacinação (médico, 
enfermeiro, auxiliares e técnicos de enfermagem) com as respectivas jornadas de 
trabalho; 
X - Informar as doses aplicadas mensalmente no Boletim Mensal de 
doses aplicadas (fornecido pela Secretaria de Estado da Saúde) ao Gestor do SUS. 
Artigo 5º - Os Serviços de Saúde que exerçam atividade de vacinação 
deverão dispor de: 
I - instalações físicas adequadas de acordo com as Normas para Projetos 
Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde vigentes; 
Parágrafo 1º - As salas de vacina, no período estabelecido para as 
atividades de vacinação, deverão ser exclusivas para esta finalidade. 
Parágrafo 2º - As salas de vacina serão submetidas à desinfecção e 
limpeza de acordo com o Manual de Procedimentos do Programa Nacional 
de Imunizações. 
II - meios para armazenamento dos imunobiológicos, garantindo sua 
perfeita conservação, de acordo com as Normas do Manual de Procedimentos do 
Programa Nacional de Imunizações e as especificações do fabricante. 
Parágrafo único – Os equipamentos de refrigeração deverão ser 
exclusivos para o armazenamento dos imunobiológicos, inclusive os 
 
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14 Atualização em Rede de Frio 
instalados em unidades de internação. 
III - instrumentos para o controle de temperatura interna dos equipamentos 
de refrigeração, com registro de temperaturas máxima e mínima; 
Parágrafo 1º - a temperatura interna dos equipamentos deverá ser 
mantida de acordo com o Manual de Procedimentos do Programa Nacional 
de Imunizações/MS. 
Parágrafo 2º - o controle de temperatura interna dos equipamentos 
deverá ser realizado através de leitura diária das temperaturas máxima, 
momento e mínima, pelo menos duas vezes ao dia (início e término da 
jornada de trabalho) e registro em ficha própria, à disposição das 
autoridades locais competentes. 
IV - pessoal habilitado para desenvolver as atividades de vacinação, 
devidamente registrados nos Conselhos de cada categoria (médicos, enfermeiros, 
auxiliares e técnicos de enfermagem, farmacêuticos). 
 
3.2. RESOLUÇÃO-RDC Nº 63, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011 
 Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os 
Serviços de Saúde. 
Artigo 7º - As BPF determinam que: 
I- o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços dentro dos padrões 
de qualidade exigidos, atendendo aos requisitos das legislaçõese regulamentos 
vigentes. 
II - o serviço de saúde deve fornecer todos os recursos necessários, 
incluindo: 
a) quadro de pessoal qualificado, devidamente treinado e identificado; 
b) ambientes identificados; 
c) equipamentos, materiais e suporte logístico; e 
d) procedimentos e instruções aprovados e vigentes. 
Artigo 32º - O serviço de saúde deve promover a capacitação de seus 
profissionais antes do início das atividades e de forma permanente em 
conformidade com as atividades desenvolvidas. 
Parágrafo único. As capacitações devem ser registradas contendo data, 
horário, carga horária, conteúdo ministrado, nome e a formação ou capacitação 
profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. 
Artigo 51º - O serviço de saúde deve dispor de normas, procedimentos e 
rotinas técnicas escritas e atualizadas, de todos os seus processos de trabalho em 
local de fácil acesso a toda a equipe. 
 
3.3. PORTARIA N° 158 DE 4 DE FEVEREIRO DE 2016 
 Redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos. 
 No contexto deste regulamento técnico é explorada a necessidade de 
temperatura uniforme em todos os compartimentos dos equipamentos da cadeia de 
frio, os recursos para controle e monitoramento, os registros de temperatura em 
 
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15 Atualização em Rede de Frio 
intervalos de tempo definido e os alarmes audiovisuais. 
 Seguindo a mesma sistemática adotada ao armazenamento dos 
hemoterápicos, aplicou-se este contexto à cadeia de frio de Imunobiológicos, 
acrescido de normas e regulamentos que ratificam essas exigências, 
proporcionando a redução dos riscos e o aumento da confiabilidade da conservação 
destes produtos sem o comprometimento das características biológicas, físicas e 
químicas, em decorrência de alterações da temperatura preconizada ao 
armazenamento dos imunobiológicos. 
 
3.4. RESOLUÇÃO Nº 197, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017 - MINISTÉRIO 
DA SAÚDE - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA 
 Dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de 
vacinação humana. 
 Artigo 4º - O estabelecimento que realiza o serviço de vacinação deve estar 
devidamente licenciado para esta atividade pela autoridade sanitária competente. 
 Artigo 5º - O estabelecimento que realiza serviço de vacinação deve estar 
inscrito e manter seus dados atualizados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos 
de Saúde - CNES. 
 Artigo 6º - O estabelecimento que realiza serviço de vacinação deve afixar, 
em local visível ao usuário, o Calendário Nacional de Vacinação do SUS, com a 
indicação das vacinas disponibilizadas neste calendário. 
 Artigo 7º - O estabelecimento que realiza o serviço de vacinação deve ter 
um Responsável Técnico e um substituto. 
 Artigo 8º - O serviço de vacinação deve contar com profissional legalmente 
habilitado para desenvolver as atividades de vacinação durante todo o período em 
que o serviço for oferecido. 
 Artigo 9º - Os profissionais envolvidos nos processos de vacinação devem 
ser periodicamente capacitados pelo serviço nos seguintes temas relacionados à 
vacina: 
 conceitos básicos de vacinação; 
 conservação, armazenamento e transporte; 
 preparo e administração segura; 
 gerenciamento de resíduos; 
 registros relacionados à vacinação; 
 processo para investigação e notificação de eventos adversos pós-vacinação 
e erros de vacinação; 
 Calendário Nacional de Vacinação do SUS vigente; 
 higienização das mãos; e 
 conduta a ser adotada frente às possíveis intercorrências relacionadas à 
vacinação. 
 Parágrafo único - As capacitações devem ser registradas contendo 
data, horário, carga horária, conteúdo ministrado, nome e a formação ou 
capacitação profissional do instrutor e dos profissionais envolvidos nos 
processos de vacinação. 
 Artigo 10º - O estabelecimento que realiza o serviço de vacinação deve 
dispor de instalações físicas adequadas para as atividades de vacinação de acordo 
com a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 50, de 21 de fevereiro de 2002, 
 
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16 Atualização em Rede de Frio 
ou regulamentação que venha a substituí-la, e devendo ser dotado, no mínimo, dos 
seguintes itens obrigatórios: 
f) equipamento de refrigeração exclusivo para guarda e conservação de 
vacinas, com termômetro de momento com máxima e mínima 
 § 2º - O equipamento de refrigeração para guarda e conservação de 
vacinas deve estar regularizado perante a ANVISA. 
 Artigo 11º - O serviço de vacinação deve realizar o gerenciamento de suas 
tecnologias e processos conforme as atividades desenvolvidas e que contemple, 
minimamente: 
 meios eficazes para o armazenamento das vacinas, garantindo sua 
conservação, eficácia e segurança, mesmo diante de falha no 
fornecimento de energia elétrica; 
 registro diário da temperatura máxima e da temperatura mínima dos 
equipamentos destinados à conservação das vacinas, utilizando-se 
de instrumentos devidamente calibrados que possibilitem 
monitoramento contínuo da temperatura; 
 Artigo 12º - O serviço de vacinação deve adotar procedimentos para 
preservar a qualidade e a integridade das vacinas quando houver necessidade de 
transportá-las. 
 Artigo 15º - Compete aos serviços de vacinação: 
 registrar as informações referentes às vacinas aplicadas no cartão 
de vacinação e no sistema de informação definido pelo Ministério da 
Saúde; 
 manter prontuário individual, com registro de todas as vacinas 
aplicadas, acessível a os usuários e autoridades sanitárias; 
 
3.5. PORTARIA Nº 1.883, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2018 
 Defini o cadastramento dos estabelecimentos de saúde enquadrados como 
Central de Abastecimento e de estabelecimentos que realizam Serviço de 
Imunização no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e inclui no 
Módulo Básico do CNES o campo Abrangência de Atuação, com intuito de enquadrar 
o estabelecimento de saúde em sua respectiva instância de atuação. 
 
3.6. RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 430, DE 8 DE 
OUTUBRO DE 2020 
 Dispõe sobre as Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e de 
Transporte de Medicamentos. 
 Artigo 84º - O monitoramento e o controle da temperatura durante a 
armazenagem e o transporte devem ser realizados para todos os produtos 
termolábeis, incluindo os resfriados, congelados e ultracongelados. 
 
 
 
 
 
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17 Atualização em Rede de Frio 
4. Termos e Conceitos Aplicáveis à Rede de Frio 
 A refrigeração é do conhecimento humano desde a época das mais antigas 
civilizações. O povo chinês, mesmo antes de Cristo, retirava o gelo natural das 
superfícies dos rios e lagos congelados no inverno e o preservava com a finalidade 
de conservar produtos de consumo. Este processo de resfriamento, por meio de 
gelo e neve, é frequentemente mencionado no decorrer da história. 
 Por volta do ano de 1600, houve um grande avanço da técnica de 
refrigeração, devido à obtenção de temperaturas mais baixas por meio da mistura 
de gelo e sal, tendo sido mais tarde aprimorada, com a produção por sistema 
mecânico, para garantir o gelo nas épocas de maior calor. A primeira fábrica de 
gelo que se tem conhecimento foi experimentada na Inglaterra, em 1775, nesta 
época adotou-se o uso das geladeiras, armários dotados de isolante térmico 
alimentados por blocos de gelo. Contudo, o primeiro sistema mecânico de 
fabricação de gelo, que constituiu a base dos atuais sistemas de refrigeração por 
compressão,surgiu apenas em 1834, nos Estados Unidos. 
 Em 1918, após a descoberta da eletricidade por Thomas Edison, a Kelvinator 
Company, dos Estados Unidos, introduziu no mercado o primeiro refrigerador 
doméstico automático movido à energia elétrica, produzido em pequena escala. 
Ainda neste ano, a General Electric, utilizando os métodos de produção de Henry 
Ford, começa a fabricar geladeiras em larga escala. Em 1943, 85% dos americanos 
já tinham geladeiras. Em contrapartida, no Brasil, em 1930, ainda chegavam as 
primeiras geladeiras e, somente em 1950, inicia-se a produção de geladeiras em 
larga escala. 
 Durante o ano de 1683, o alemão Anton Van Leuwenhoek detectou 
micróbios em cristais de gelo e os cientistas constataram que em temperaturas 
abaixo de +10ºC os micróbios não se multiplicavam, fato esse que rapidamente 
ocorre acima dessa temperatura. Em relação aos alimentos, a utilização da 
refrigeração destina-se a impedir a multiplicação de microorganismos e sua 
atividade metabólica, mantendo a mesma qualidade e não produzindo toxinas e 
enzimas que poderiam vir a deteriorar os alimentos. Nos casos dos produtos 
imunobiológicos (vacinas e soros), a refrigeração destina-se exclusivamente à 
conservação de sua capacidade de imunização, haja vista que são produtos 
termolábeis, isto é, se deterioram em temperatura ambiente depois de determinado 
tempo. 
 Em 1973, o Programa de Imunizações brasileiro adota estas geladeiras de 
uso doméstico como solução para refrigeração e conservação dos imunobiológicos 
da Rede de Frio. 
4.1. Propriedades do Estado da Matéria 
 Ainda que as substâncias possuam a mesma propriedade química, suas 
propriedades físicas podem em muito diferir, já que dependem de seu estado físico. 
As substâncias apresentam propriedades específicas de cada estado da matéria: 
gasoso, líquido ou sólido. A depender da natureza e da intensidade das forças 
intermoleculares, é possível relacionar a composição e a estrutura das moléculas às 
respectivas propriedades físicas. 
 
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18 Atualização em Rede de Frio 
4.2. Transmissão de Calor 
 Ao processo de transferência de energia, entre dois sistemas com 
temperaturas diferentes, dá-se o nome de transferência de calor. Segundo a lei da 
termodinâmica, que estuda a transmissão de calor, a transferência de calor 
acontece sempre espontaneamente, do corpo mais quente para o corpo mais frio, 
sendo o sentido do fluxo definido na segunda lei da termodinâmica – o corpo mais 
frio é aquele com menor quantidade de energia térmica ou temperatura inferior. A 
primeira lei aplica-se ao Princípio da Conservação da Energia ou Princípio de Joule; 
esta lei admite que as diversas formas de trabalho podem ser convertidas umas às 
outras e que, todas elas poderiam ser dissipadas na forma de calor. Quando duas 
substâncias de temperaturas diferentes estão em contato, há uma tendência para 
que as temperaturas sejam igualadas. A transmissão de calor ocorre por meio de 
três processos: condução, radiação e convecção. 
 O frio é definido como a falta ou ausência de calor. 
4.2.1. Condução 
 A condução é o processo pelo qual há transmissão de calor entre as 
partículas de um mesmo corpo ou entre as partículas de dois ou mais corpos 
distintos em contato físico direto. Os átomos do corpo vibram, aumentando 
gradativamente sua velocidade na medida do aumento da intensidade de calor; em 
consequência os átomos e elétrons livres colidem com seus vizinhos até que o 
aumento no movimento seja transmitido a todos os átomos, e o corpo, com 
temperatura mais alta, transmita calor ao corpo de temperatura mais baixa. A 
condução de calor ocorre por meio de colisões atômicas e eletrônicas. 
 A capacidade de transmissão do calor está diretamente relacionada às 
ligações na estrutura atômica ou molecular do material (Figura 4). Assim, quanto 
mais fracamente ligados os elétrons de um corpo, mais livres estarão para 
transportar energia por meio de colisões, por essa razão os metais são excelentes 
condutores de calor e de eletricidade. No entanto, materiais como poliestireno 
expandido (isopor), poliuretano e lã de vidro são isolantes térmicos, logo, são 
materiais fortemente ligados, maus condutores. 
 Figura 4- Transmissão de calor por condução 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: PNI 
4.2.2. Radiação 
 No caso da transmissão de calor por radiação, o princípio da troca de calor é 
o mesmo, do corpo mais quente, com mais energia, para o corpo mais frio. 
Contudo, não há necessidade de contato direto entre os corpos, pode ocorrer no 
vácuo e também em meios materiais e, a depender da cor do corpo, transmitira 
 
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19 Atualização em Rede de Frio 
melhor o calor, ou não. (Figura 5). A cor escura é um bom absorvente e emite bem 
o calor. Já a cor clara é boa refletora, má absorvente e má emissora de calor. 
 
 Figura 5- Transmissão de calor por radiação 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: PNI 
4.2.3. Convecção 
 “A convecção é o processo de transporte de energia pela ação combinada da 
condução de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. A 
convecção é importante principalmente como mecanismo de transferência de 
energia entre uma superfície solida e um liquido ou gás”. 
 Neste caso, a transmissão de calor acontece de um local para outro, 
mediante correntes existentes nos meios fluidos (líquidos e gases). É o processo 
mais utilizado na refrigeração em espaço fechado e pode ser natural (livre) e 
forcado (Figura 6). 
 
 Figura 6- Transmissão de calor por convecção forçada por meio do 
condicionador de ar 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: PNI 
 A medida que as moléculas acumulam energia (calor), elas movimentam-se 
para outras posições, nos ambientes que possuam menor temperatura, 
transmitindo o calor para outras partículas. Assim, considerada a movimentação 
livre devido a diferença de temperatura, diz-se que se trata de uma convecção 
livre, ou natural. Nos casos em que a mistura e causada por algum agente externo, 
bomba ou ventiladores, por exemplo, e dita convecção forçada. 
 
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20 Atualização em Rede de Frio 
 Na câmara frigorifica a convecção é forcada (Figura 7), o evaporador que 
tem um ventilador, é chamado de forçador, que “força” o ar frio para toda a 
câmara. O ar quente e empurrado pela massa de ar frio e retorna ao forçador 
completando o ciclo. 
 Figura 7- Convecção forçada no interior de uma câmara frigorífica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: PNI 
 
4.2.4. Relação entre temperatura e movimento molecular 
 Independentemente do seu estado, as moléculas de um corpo encontram-se 
em movimento contínuo. Na Figura 8 verifica-se o comportamento das moléculas 
da água nos estados sólido, líquido e gasoso. À medida que sofrem incremento de 
temperatura, essas moléculas movimentam-se com bem maior liberdade. 
 Figura 8- Comportamento das moléculas de água em estados sólido, líquido 
e gasoso 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.5. Calor latente 
 O calor latente é a quantidade de calor que se agrega ou se subtrai de uma 
substância para que ocorra uma mudança de estado físico, sem que exista 
alteração na temperatura. Nas mudanças de estado, ou seja, de gelo para água e 
de água para vapor, verifica-se que a temperatura permanece constante, enquanto 
agregado ou retirado calor, respectivamente,a 0ºC e +100ºC. 
 
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21 Atualização em Rede de Frio 
 Com base nesses princípios são a seguir apresentadas algumas experiências 
onde os mesmos são convenientemente aplicados com vistas à conservação de 
imunobiológicos. 
 Ao se colocar sobre uma mesa determinada quantidade de vacinas que 
estejam em temperaturas mais baixas do que o ar existente na sala, ou seja, frias, 
ocorrerá uma transferência de calor do ar ambiental para as vacinas, até que 
decorrido algum tempo todo o conjunto (ar e vacinas) encontrar-se-ão na mesma 
temperatura. 
 Figura 9- Troca de calor entre vacinas e o meio ambiente 
 
 
 Colocando-se a mesma quantidade de vacinas dentro de uma caixa isolante 
(poliestireno expandido, poliuretano, etc.), isso fará com que elas fiquem parcial e 
temporariamente protegidas do calor existente na sala, apesar de virem a perder 
frio com o recebimento do calor existente no ar dentro da caixa. 
 Figura 10- Acondicionamento e vacinas em caixas sem uso de bobinas de 
gelo reciclável 
 
 
 
 
 
 
 
 Colocando-se junto com as vacinas bobinas de gelo no interior da caixa, o 
gelo, como elemento mais frio do conjunto, funcionará como receptor de calor do ar 
e das vacinas. Em consequência, as vacinas permanecerão mais tempo frias até 
que todo o calor transferido para o gelo o faça derreter. Somente a partir desse 
momento as vacinas passarão a receber calor, já que serão os elementos mais frios 
do conjunto. 
 
 
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22 Atualização em Rede de Frio 
 Figura 11- Acondicionamento de vacinas em caixas, com uso de bobinas de 
gelo reciclável. 
 
 
 
 
 
 
 Nos exemplos apresentados pode-se verificar que três fatores interferem na 
manutenção ou não do frio das vacinas: 
 A temperatura ambiente em torno da caixa térmica. Caso a temperatura 
ambiente seja mais elevada do que a temperatura da caixa isso fará com 
que toda a superfície da mesma seja afetada, em virtude da penetração do 
calor através das paredes da caixa. 
 A qualidade e espessura do material utilizado no isolamento da caixa 
térmica também afetam a penetração do calor. Com paredes mais grossas, 
o calor terá maior dificuldade para penetrar no interior da caixa. Com 
paredes mais finas, o “calor” passará mais facilmente. 
 A qualidade do material empregado nas paredes também é importante. Com 
material mau condutor (por exemplo: poliuretano ao invés de poliestireno 
expandido), o calor terá maior dificuldade para penetrar através das paredes 
da caixa. 
 A quantidade e temperatura do gelo colocado dentro da caixa, junto com as 
vacinas. 
 A quantidade de gelo a ser colocado no interior da caixa é de vital 
importância para a correta conservação das vacinas, já que, caso se coloque 
pouco gelo, a transferência do calor recebido das vacinas, do ar dentro da 
caixa e através das paredes rapidamente fará com que o gelo se derreta 
(temperatura acima de 0ºC). 
 Ao se colocar gelo em quantidade suficiente para “ilhar” as vacinas e ocupar 
os vazios dentro da caixa obtém-se um tempo maior até que o calor 
proveniente da sala penetre através das paredes da caixa, derreta o gelo e 
alcance as vacinas. As vacinas, por sua vez, perderão “calor” para o gelo 
fazendo com que haja, durante um determinado tempo, a mesma 
temperatura nas vacinas e nas bobinas de gelo. 
 A temperatura do gelo empregado na conservação das vacinas é de grande 
importância. Caso se utilize gelo em temperaturas muito baixas (-20ºC, por 
exemplo) e em grande quantidade (“ilhando” as vacinas) corre-se o risco de que, 
em determinado momento, a temperatura das vacinas esteja próxima à 
temperatura do gelo. Em consequência, as vacinas ficarão congeladas, o que 
inativará alguns tipos específicos, como, por exemplo: a DTP, a pentavalente, 
influenza, Hepatite B, rotavírus, entre outras. A maioria das vacinação que fazem 
parte do Calendário de Vacinação não podem ser congeladas. 
 
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23 Atualização em Rede de Frio 
 Figura 12- Caixa de gelo reciclável com temperatura inferior a 0°C 
 
 
 
 
 
 
 Alguns pontos importantes: 
 o calor, decorrido algum tempo, passará através das paredes da caixa com 
maior ou menor facilidade, em função das características do material 
utilizado e da espessura das mesmas; 
 a temperatura no interior da caixa nem sempre é uniforme. Num 
determinado momento pode-se encontrar temperaturas diferentes em vários 
pontos. O procedimento de ilhar as vacinas é entendido como uma proteção 
ao avanço do calor, que parte sempre do mais quente para o mais frio. 
 no acondicionamento de vacinas em caixas térmicas é possível manter ou 
reduzir a temperatura das mesmas em um tempo determinado, utilizando-
se, para tal, diferentes temperaturas e quantidades do gelo empregado. 
 
4.2.6. Convecção natural - densidade 
 Uma mesma substância em diferentes temperaturas pode ficar mais ou 
menos densa, mais leve ou mais pesada. O ar quente é menos denso que o ar frio. 
Assim, num determinado e limitado espaço, ocorre sempre uma elevação do ar 
quente e uma queda (precipitação) do ar frio. 
Figura 13- Proteção dos imunobiológicos por bobinas de gelo reciclável 
 
 
 
 
 
 Sob tal princípio, uma caixa térmica horizontal, aberta, contendo gelo ou 
outro produto em baixa temperatura, só estará recebendo calor do ambiente 
através da radiação e não pela subida do ar frio existente, visto que esse é mais 
denso, mais pesado, permanecendo no fundo da caixa. 
 Ao se abrir a porta de um geladeira vertical ocorrerá a saída de parte do 
volume de ar frio contido dentro da mesma, com sua consequente substituição por 
parte do ar quente situado no ambiente mais próximo do refrigerador. O ar frio, por 
ser mais pesado, sai por baixo, permitindo a penetração do ar ambiental (com calor 
e umidade). 
 
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24 Atualização em Rede de Frio 
 Exemplo do princípio da densidade pode ser verificado observando-se que os 
evaporadores, ou congeladores dos refrigeradores, os aparelhos de ares-
condicionados, centrais de refrigeração, etc. são sempre colocados na parte 
superior do local onde se encontram instalados, para o ar frio descer e refrigerar 
todo o ambiente mais rapidamente. Aquecedores devem ser instalados na parte 
inferior do local, pois assim o ar quente sobe e aquece rapidamente. Agindo destas 
formas garantimos o desempenho correto dos aparelhos e economizamos energia, 
pois a convecção ocorrerá naturalmente. 
 Figura 14- Relação entre temperatura e convecção natural 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3. Refrigeração 
 A refrigeração pode ser classificada em diversas categorias, conforme sua 
aplicação, ou em função da faixa de temperatura de operação, por exemplo. Em 
relação aos métodos, um importante é a compressão de vapor, utilizado em 
refrigeradores domésticos e de grandes sistemas industriais. Há outros sistemas 
disponíveis, usados em situações mais específicas, tais como o princípio da 
absorção empregado em plantas químicas, em condicionamento de ar e em alguns 
refrigeradores domésticos. Esta última aplicação é encontrada quando o calor está 
disponível como fonte de energia ou quando a potência mecânica não é suficiente. 
4.3.1. Refrigeraçãopor compressão de vapor 
 Um ciclo de compressão a vapor de refrigeração é um processo 
termodinâmico em que um fluido refrigerante é vaporizado, comprimido e 
condensado através de um ciclo contínuo para permitir refrigerar um determinado 
espaço. 
 Os componentes deste ciclo têm funções específicas, o condensador integra 
o ciclo com a função de transformar o gás quente que é descarregado do 
compressor de alta pressão, em líquido, rejeitando o calor contido no fluido 
refrigerante para uma fonte de resfriamento. A válvula de expansão controla, de 
 
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25 Atualização em Rede de Frio 
forma precisa, a quantidade de refrigerante que penetra no evaporador, local onde 
o fluido refrigerante sofrerá a mudança de estado, da fase líquida para a gasosa, 
também denominado de serpentina de resfriamento. 
 O ciclo teórico (Figura 15) é marcado por quatro etapas, sendo que a 
primeira ocorre no compressor – o fluido refrigerante entra no compressor sob 
pressão do evaporador, sendo comprimido até atingir a pressão de condensação, 
estado no qual o fluido estará superaquecido com temperatura superior à 
temperatura de condensação. Na segunda etapa ocorre o processo de rejeição de 
calor do fluido refrigerante para o meio ambiente, desde a temperatura de saída do 
compressor até a de condensação, rejeitando posteriormente a temperatura de 
condensação até que todo o vapor se transforme em líquido saturado na pressão de 
condensação. A terceira etapa ocorre na válvula de expansão, é irreversível, 
acontece desde a pressão de condensação e líquido saturado até atingir a pressão 
do evaporador e, na quarta e última etapa ocorre o processo de transferência de 
calor à pressão e à temperatura constantes, desde o vapor úmido até atingir o 
estado de vapor saturado seco. 
 Figura 15 – Ciclo de compressão de vapor 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: SIPNI 
 
4.3.2. Refrigeração por absorção 
 Esse ciclo utiliza o calor como fonte de energia, ao contrário do ciclo por 
compressão, que utiliza a energia elétrica. Esse ciclo não tem compressor. Por calor 
entenda-se energia à uma determinada temperatura. Água quente a 85ºC já é 
suficiente para alimentar o ciclo por absorção, e dele se obter temperaturas de 5ºC. 
Uma resistência elétrica também pode ser utilizada nesse ciclo (muitos 
refrigeradores de pequeno porte usam o sistema de absorção com resistência 
elétrica). 
 No ciclo por absorção há necessidade de dois fluidos: o fluido refrigerante, 
que efetivamente remove calor do meio desejado por evaporação e o fluido 
absorvente, que deve absorver vapor do refrigerante em baixas temperaturas e ser 
menos volátil do que este, de forma a liberar vapor de refrigerante por 
aquecimento. Esses fluídos misturam-se, mas não se combinam de modo a 
poderem ser separados com a elevação da temperatura. 
 O sistema por absorção é baseado em combinações de substâncias que 
possuem características não usuais, absorvem-se entre si sem que haja interação 
química entre elas. A absorção acontece com rejeição de calor e a separação, com 
absorção de calor. Existem vários pares de refrigerantes e absorventes, sendo os 
 
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26 Atualização em Rede de Frio 
mais usados: amônia versus água (Figura 16) e água versus brometo de lítio. 
 No evaporador, há vapor de refrigerante à baixa pressão, que é absorvido 
por uma solução concentrada no absorvedor. Caso a temperatura desta solução se 
eleve, a absorção de vapor pode cessar, e, para evitar isso, resfria-se o absorvedor 
por água ou ar. A bomba eleva a pressão da solução concentrada e faz com que 
entre no gerador, onde o refrigerante volta ao estado de vapor, com temperatura e 
pressão elevadas, devido à adição de calor. A solução líquida retorna ao absorvedor 
por meio da válvula redutora de pressão. No condensador, o vapor é condensado 
por meio de água fria. No evaporador, o fluido refrigerante absorve calor e 
evapora-se. 
 Figura 16 – Sistema de refrigeração por absorção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: SIPNI 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Manual de rede de frio / Ministério 
da Saúde, Fundação Nacional da Saúde. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 
 
 
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27 Atualização em Rede de Frio 
5. Os imunobiológicos e a Rede de Frio 
 Os imunobiológicos compreendem soros, vacinas e imunoglobulinas, capazes 
de proteger, reduzir a severidade ou combater doenças específicas e agravos. 
Atuam no sistema imunológico, nosso sistema de defesa, que se caracteriza 
biologicamente pela capacidade de reconhecer determinadas estruturas 
moleculares específicas, os antígenos, e desenvolver resposta efetora diante destes 
estímulos, provocando a sua destruição ou inativação. 
 Os imunobiológicos são produtos termolábeis (sensíveis ao calor e 
ao frio) e fotossensíveis (sensíveis à luz). Assim, devem ser armazenados, 
transportados, organizados, monitorados, distribuídos e administrados 
adequadamente, de forma a manter sua eficácia e potência, ou seja, sua 
capacidade de resposta. A potência é um dos fatores que interfere na 
magnitude e na duração da resposta imune. 
 A avaliação da retenção da potência mínima exigida para vacina se dá 
apenas por meio de ensaios que podem ter alto custo e a obtenção dos resultados 
podem demorar vários meses. 
5.1. Calendário de vacinação 
 Entende-se por calendário de vacinação a padronização da administração de 
imunobiológicos para proteção individual e coletiva considerando: idade, número e 
intervalo de doses, possibilidade de aplicação simultânea, viabilidade operacional e 
acesso ao público alvo, disponibilidade de produtos e situação epidemiológica (Reed 
Book, 2006). 
 O calendário de vacinação deve ser: 
 Eficaz, conferindo proteção para as doenças infecciosas que abrange; 
 Simples, levando em consideração o número de doses e as visitas ao serviço 
de saúde; 
 Aceito pelos profissionais de saúde e sociedade; 
 Adaptado às necessidades da população, características demográficas e 
socioeconômicas; 
 Unificado para área onde é aplicado; 
 Atualizado constantemente levando em consideração as novas vacinas, 
novos agravos, ressurgimento ou desaparecimento de outras doenças. 
 Em 1968 o Programa de Imunização no estado de São Paulo de forma 
pioneira marcou seu início com a publicação da primeira Norma Técnica, 
homogeneizando no território o esquema de vacinação adotado para as crianças 
menores de cinco anos e indicando a vacinação de gestantes para profilaxia do 
tétano neonatal. 
 Nesses mais de 50 anos do Programa Estadual de Imunização (PEI), 
atualizações das recomendações para a vacinação de rotina se fizeram necessárias, 
não só isso, mas também para a ampliação da disponibilidade de vacinas 
contemplando outras faixas etárias e a inclusão de novos imunobiológicos que 
muito impactaram a ocorrência de doenças imunopreveníveis e a mortalidade 
infantil. Já no início programático, foi possível obter a colaboração de especialistas 
em imunizações e, desde 1987 contamoscom a assessoria técnica da Comissão 
Permanente de Assessoramento em Imunizações (CPAI). O PEI teve avanços 
significativos nos anos de sua existência, no cumprimento das competências 
essenciais, considerando os grandes desafios deste estado, como o contingente 
populacional e as distintas realidades do seu território. 
 
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28 Atualização em Rede de Frio 
 Nas cinco décadas do PEI foi possível acompanhar a criação do PNI em 
1973. O PNI é responsável pela política nacional de imunizações e tem como 
missão reduzir a morbimortalidade por doenças imunopreveníveis, com 
fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção 
e prevenção em saúde da população brasileira. É um dos maiores programas de 
vacinação do mundo, sendo reconhecido nacional e internacionalmente. 
Atualmente, o PNI disponibiliza 45 imunobiológicos entre soros, imunoglobulinas e 
vacinas, das quais 19 são ofertadas na rotina no calendário nacional de vacinação, 
atendendo integralmente as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da 
Saúde. 
 O calendário nacional de vacinação atual é complexo e recomenda vacinas 
para proteção de crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e puérperas. No 
Quadro 1 está demonstrado o calendário de vacinação da criança e do adolescente 
 
 Quadro 1- Calendário de vacinação da criança e do adolescente, ESP. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- Caso a vacina BCG não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita ao 
serviço de saúde. Os recém-nascidos de mães que utilizaram drogas imunodepressoras ou biológicos 
na gestação podem ter sua vacinação adiada ou contraindicada (Anexo V – Norma do Programa 
Estadual de Imunização). 
2- A vacina Hepatite B deve ser administrada preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida, ainda 
na maternidade. Caso não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita ao serviço 
de saúde. Se a primeira visita ocorrer após a 6ª semana de vida administrar a vacina Pentavalente 
(DTP-Hib- HB). 
3- A idade mínima para a administração da primeira dose da vacina rotavírus é de 1 mês e 15 dias e a 
 
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29 Atualização em Rede de Frio 
idade máxima é de 3 meses e 15 dias. Para a administração da segunda dose a idade mínima é de 3 
meses e 15 dias e a idade máxima é de 7 meses e 29 dias. 
4- A vacina pentavalente (DTP+Hepatite B+ Hib) NÃO deve ser administrada antes de 6 semanas de 
vida, pois poderá induzir tolerância imunológica as doses adicionais dos componentes Pertussis e Hib. 
5- A idade mínima para administração da primeira dose é de 6 semanas. A vacina pneumocócica 10-
valente pode ser aplicada até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. 
6- - As vacinas meningocócica C e hepatite A no calendário de rotina pode ser administrada até 4 anos, 
11 meses e 29 dias de acordo com a situação vacinal. 
7- Caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade, 
deverá receber uma dose adicional, independentemente da idade em que o indivíduo procure o serviço 
de vacinação, respeitando o intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses. Nos sistemas de informação 
(e-SUS ou SI-PNI) essa dose deverá ser registrada como reforço. 
8- A segunda dose da vacina sarampo-caxumba-rubéola é administrada sob a forma da vacina 
tetraviral. 
9- A vacina tetraviral deverá ser administrada para crianças que já receberam uma dose de sarampo-
caxumba-rubéola (tríplice viral). 
10- A vacina DTP só pode ser administrada em crianças até 6 anos, 11 meses e 29 dias. A partir dos 7 
anos de idade utilizar a vacina dT. 
11- A vacina varicela no calendário de rotina pode ser administrada até 6 anos, 11 meses e 29 dias. 
12- A vacina HPV está indicada para meninas a partir de 9 até 14 anos de idade e meninos a partir de 
11 até 14 anos de idade. O esquema compreende duas doses com 6 meses de intervalo. 
12a- meninas 9 até 14 anos 
12b- meninos 11 até 14 anos 
13- A vacina meningocócica ACWY está indicada para adolescentes entre 11 e 12 anos, 
independentemente de ter recebido anteriormente a vacina Meningocócica C (conjugada) ou dose de 
reforço. 
14- Reforço a cada 10 anos por toda a vida. Em caso de gravidez e na profilaxia do tétano após alguns 
tipos de ferimentos, deve-se reduzir este intervalo para cinco anos. 
15- Disponível na rede pública durante os períodos de campanha. 
 
5.2. Imunobiológicos armazenados na Rede de Frio 
 Os imunobiológicos requerem condições de armazenamento especificadas 
pelos laboratórios produtores, segundo suas respectivas composições e formas 
farmacêuticas (liofilizadas ou líquidas). Estes laboratórios padronizam também a 
apresentação, podendo haver vacinas em frascos com apresentação unidose ou 
multidoses. 
 Na apresentação multidose deve ser observada a validade da vacina após 
abertura do frasco, em conformidade com as orientações contidas na bula do 
fabricante e nas notas técnicas do PNI. Quando excedido esse prazo, as vacinas 
devem ser descartadas, o que gerará perda técnica, ou seja, a perda do produto 
após abertura do frasco. Este tipo de perda é dificilmente evitado, contudo, 
potencialmente reduzida por meio de políticas, bem como estratégias e práticas de 
imunizações otimizadas. 
5.3. Tipos de embalagens dos imunobiológicos 
 Os tipos de embalagens utilizadas com maior frequência para 
acondicionamento dos imunobiológicos são as primárias, secundárias e terciárias 
(Figura 17). As embalagens primárias são àquelas em contato direto com o 
produto, são agrupadas em embalagem secundária, que reúne um quantitativo e 
forma o conjunto de embalagens que, por sua vez, constituirá uma única 
embalagem, a embalagem terciária. 
 
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30 Atualização em Rede de Frio 
 Figura 17- Esquemático embalagem 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: SIPNI 
 Importante destacar a necessidade da resistência atribuída à embalagem 
terciária na garantia da qualidade do insumo transportado, já que esta deverá 
promover a proteção suficiente às embalagens secundárias, evitando que estas 
últimas entrem em contato com a umidade proveniente da bobina reutilizável usada 
no transporte destes insumos. 
 Igualmente importante conhecer sobre as formas e tipos de embalagens de 
proteção dos imunobiológicos para as atividades desenvolvidas na Rede de Frio, 
uma vez que impactam nas etapas de logística e nos planos de dimensionamento 
para o armazenamento, a distribuição e o transporte desses produtos. Influenciam 
na manutenção da integridade dos insumos, evitando danos como fissuras, bem 
como nas quantidades de bobinas reutilizáveis necessárias à manutenção da 
temperatura indicada ao transporte. No processo geral da Rede de Frio, a 
embalagem é um dos fatores determinantes, seja na quantificação, na preservação 
ou na proteção dos produtos. 
 Orienta-se que as vacinas apresentadas em seringa preenchida e em 
unidose sejam conservadas na embalagem secundária e as vacinas em frasco 
multidose somente sejam retiradas da embalagem primária no momento de sua 
utilização. 
 
5.4. Variáveis determinantes no armazenamento dos imunobiológicos 
nas instâncias da Rede de Frio 
 A conservação dos imunobiológicos nas diversas instâncias da Rede de Frio 
prevê o tempo de armazenamento e temperatura, variáveis determinantes para a 
promoção de operações seguras na cadeia de frio. Conforme orientações da 
OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), adotadas pelo PNI/MS, a relação entre as 
variáveis considera os processos da cadeia de frio, o volume e as atribuições das 
instâncias da Rede (Quadro 2). Importante observar que o período de 
armazenamento citado por instância da Rede de Frio no Quadro 2 deve ser tomado 
apenas como referência, as especificidades de cada unidade devem ser 
criteriosamente consideradas. 
 Nesse sentido, o planejamento de armazenamento e a distribuição deve ser 
uma análise/avaliação multifatorial considerando: demanda; perdas técnica e física; 
tipos de imunobiológicos, capacidade de armazenamento, periodicidade de 
reposição do estoque e temperatura de armazenamento, garantindo infraestrutura 
e a continuidade das atividades da Rede em cada instância. 
 
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31 Atualização em Rede de Frio 
 Quadro 2 - Período e temperatura de armazenamento dos imunobiológicos 
nas instâncias da Rede de Frio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota: *1 Alguns laboratórios fornecem determinados diluentes, separadamente das vacinas, à 
temperatura ambiente, que poderão ser mantidos nessa temperatura. *2 Alguns laboratórios produtores 
orientam temperatura de armazenamento da FA de +2ºC a +8ºC.*3 A VOP após descongelada tem o 
prazo de validade de 6 meses. 
Fonte: SIPNI e Norma Técnica do Programa Estadual de Imunização 
 
5.5. Sensibilidade dos imunobiológicos às variações de temperatura 
 A sensibilidade é a propriedade de reação dos organismos aos estímulos 
externos ou internos às variações de quantidade ou intensidade. No caso dos 
imunobiológicos, a sensibilidade está diretamente relacionada à temperatura de 
conservação preestabelecida pelo laboratório produtor para manutenção da 
estabilidade química, física e das propriedades biológicas, dentro do prazo de 
validade. 
 As características conferidas pelo laboratório produtor aos imunobiológicos 
distribuídos pelo PNI são verificadas e passam pelo controle de qualidade exclusivo 
do INCQS, conforme Resolução RDC n° 73, de 21 de outubro de 2008. 
 A alteração da temperatura de conservação pode comprometer a 
potência imunogênica da vacina, bem como as características verificadas e 
certificadas pelo laboratório produtor em determinadas condições ideais de 
conservação: temperatura, prazo de validade, umidade, luz e outras. 
 Quando há evidência comprovada de que a vacina foi submetida a uma 
variação da temperatura de conservação, diferente da preconizada pelo produtor 
(descrita na bula), a OMS orienta determinados procedimentos específicos para 
análise da estabilidade das vacinas utilizadas nos programas de imunização, 
destacando situações de exposição a altas temperaturas e a temperaturas de 
congelamento. 
 A cada exposição a uma temperatura fora da faixa preconizada pelo 
laboratório produtor há redução cumulativa da potência. O PNI, com o 
INCQS, baseados nas recomendações da OMS elabora orientações para avaliação 
 
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32 Atualização em Rede de Frio 
das ocorrências de excursão de temperatura em imunobiológicos distribuídos pelo 
Programa. 
 Nas situações em que o imunobiológico tenha sido submetido à temperatura 
de conservação distinta daquela preconizada pelo laboratório produtor (descrita na 
bula), o serviço de saúde deve notificar as excursões de temperatura em 
impresso próprio para a instância imediatamente superior, manter o 
imunobiológico segregado, adequadamente identificado, em temperatura 
de conservação adequada e aguardar conduta. 
 
5.6. Utilização de vacinas em frascos multidoses 
 Consideradas as limitações biológicas que podem impactar na potência e na 
inocuidade das vacinas, os fabricantes determinam nas bulas o prazo de validade 
que garante a estabilidade de cada produto, após abertura do frasco, desde que 
mantidas em condições ideais de conservação. 
 Os laboratórios produtores participam/apoiam estudos e pesquisas visando 
identificar, otimizar/ ampliar o prazo de estabilidade das vacinas, após abertura do 
frasco, em condições ideais de utilização. 
 O PNI fomenta estes estudos em parceria com os laboratórios produtores e 
divulga as atualizações, por meio de publicações técnicas, estabelecendo uma 
política que visa à otimização do uso de imunobiológicos com apresentação em 
frasco multidose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 
 
São Paulo. Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância 
Epidemiológica “Prof Alexandre Vranjac”. Norma Técnica do Programa de Imunização. – São 
Paulo: CVE, 2021. 
 
São Paulo. Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância 
Epidemiológica “Prof Alexandre Vranjac”. Documento Técnico – Campanha de Vacinação 
contra a COVID-19. – São Paulo: CVE, 2022. 
 
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33 Atualização em Rede de Frio 
6. Equipamentos aplicáveis a cadeia de frio 
 A cadeia de frio envolve requisitos como equipamentos, pessoas e 
processos. Sua preservação é característica fundamental no 
armazenamento e transporte dos imunobiológicos, sendo assim, qualquer 
falha nesses requisitos pode resultar em perda potencial do produto 
manuseado nesta cadeia: o imunobiológico. Nesse sentido, cada componente 
dela deve ser cuidadosamente mantido. 
 A utilização dos equipamentos apropriados, a elaboração de um 
programa de manutenção e um planejamento compatível referente à 
aferição da capacidade da câmara de conservação, de acordo com a 
necessidade de armazenamento, são condições fundamentais deste 
processo. Assim, o uso de equipamentos que não atendem aos critérios de 
qualidade e segurança para o armazenamento desses produtos implicará no 
aumento significativo de riscos de segurança. 
 Equipamentos como câmaras refrigeradas, freezers, câmaras científicas, 
entre outros são utilizados na conservação das vacinas, para manter suas 
propriedades e características imunogênicas. Esses equipamentos são, portanto, 
essenciais e seu funcionamento deve ser conhecido por todos os profissionais que 
atuam na área. No entanto, a disponibilidade do equipamento apropriado por si só 
não garantirá a qualidade do seu desempenho. É necessário o atendimento às 
orientações técnicas previstas no manual do fabricante para promover a garantia 
do desempenho do equipamento e sua vida útil. 
 Destaca-se também a importância de conhecer os instrumentos de 
monitoramento de temperatura que são utilizados para cada tipo de 
produto, com a finalidade de aproveitar o máximo de sua vida útil e otimização de 
recursos. 
 Entre os principais equipamentos e instrumentos previstos na cadeia de frio 
dos imunobiológicos relacionam-se: 
 Câmaras refrigeradas - operam na faixa entre +2°C e +8°C; 
 Freezers científicos - utilizados para o armazenamento de vacinas em 
temperaturas negativas; 
 Câmara fria positiva e negativa, equipamentos de infraestrutura 
utilizados nas instâncias que armazenam maiores quantidades de 
imunobiológicos e por períodos mais prolongados. 
 Instrumentos para medição e monitoramento de temperatura. 
 Condicionador de ar é equipamento de infraestrutura,utilizado para 
climatização dos ambientes. 
 Grupo gerador de energia aplicado às situações emergenciais para 
suprimento de energia elétrica. 
 
 Todos os equipamentos devem ser adquiridos mantendo critérios de seleção 
recomendados pelo Programa Nacional de Imunização - PNI devendo ser 
submetidos periodicamente aos procedimentos de manutenção, calibração e 
qualificação térmica. 
 
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34 Atualização em Rede de Frio 
 Na medida do possível, orienta-se a aquisição de mais de um equipamento 
para o mesmo fim (exemplo: adquirir duas câmaras de 600 litros no lugar de uma 
de 1.200 litros, para minimizar perdas no caso de falha no funcionamento de um 
deles). A orientação deve observar primeiramente as condições específicas de cada 
central. 
 Nas salas de imunização, na Instância Local, os imunobiológicos são 
conservados em equipamento EXCLUSIVO em temperatura positiva (entre +2°C 
a +8°C), a temperatura de trabalho deve ser ajustada para +5ºC, alarme de 
temperatura baixa em + 3ºC e alarme de temperatura alta em +7ºC. Os 
freezers são utilizados no armazenamento EXCLUSIVO de bobinas reutilizáveis que 
serão organizadas nas caixas térmicas durante transporte, rotinas diárias, 
campanhas, intensificação e as atividades extramuros. 
 No que se refere aos preceitos de qualidade, estes serão preponderantes na 
introdução da cultura de análise de uniformidade e estabilidade de temperatura 
continuada nos equipamentos destinados ao armazenamento de imunobiológicos. 
Ratifica-se a importância dos cadastros regulamentados pela ANVISA, obedecendo 
também a RDC 197 de 26/12/2017. 
 Outro ponto relevante aplicável à cadeia de frio é o procedimento de 
medição de temperatura que envolve um conjunto de operações, descritas 
em documentos padronizados. O atributo qualitativamente distinguido e 
quantitativamente determinado é a grandeza da temperatura, sendo expressa em 
graus Celsius (°C). 
 A confiabilidade metrológica tem por finalidade, entre outros, trazer ao 
contexto da cadeia de frio, conceitos importantes relacionados à metrologia, bem 
como os benefícios advindos do gerenciamento de risco. O gerenciamento de risco 
é extremamente amplo e capilarizado nos diversos contextos e está presente em 
todos os aspectos relacionados, inclusive às rotinas de vida individual. 
 A confiabilidade metrológica é parte deste gerenciamento e contribui 
para administrar algum risco potencial ao imunobiológico, que por si só é 
uma barreira biológica e, portanto, um mecanismo de controle do risco 
sanitário à saúde da população. 
 
6.1. Instrumentos para monitoramento e controle de temperatura 
 Há uma diversidade de tipos e modelos no mercado com diferentes 
princípios de funcionamento utilizados para medir quantitativamente a temperatura 
e monitorar as variações desta grandeza nos ambientes de armazenamento, nos 
equipamentos de refrigeração e nas caixas térmicas. Os termômetros são os 
instrumentos de medição mais frequentemente utilizados pela Rede de Frio. 
 Esses instrumentos são aplicados a toda cadeia de frio, no 
monitoramento e controle da temperatura, incluindo-se sistemas de 
monitoramento e alarmes. Nesse sentido, o PNI considera as orientações da 
OMS e faz algumas recomendações acerca da aplicação desses recursos (Quadro 
3). 
 
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35 Atualização em Rede de Frio 
Quadro 3 - Instrumento de medição e aplicações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SIPNI 
 
 ATENÇÃO: Todo instrumento de medição deve ser CALIBRADO 
PERIODICAMENTE FRIA 
 O instrumento normalizado de medição de temperatura é o termômetro, que 
é calibrado a partir da relação entre os valores indicados por um instrumento de 
medição-padrão e os correspondentes valores conhecidos da grandeza a medir. 
Todos os padrões são rastreáveis, ou seja, passam por uma cadeia de 
comparações. 
 
6.1.1. Termômetro de momento, máxima e mínima digital com cabo 
extensor. 
 É um equipamento eletrônico de precisão com visor de cristal líquido (Figura 
18). Possui dois sensores: um na unidade, ou seja, no corpo do termômetro “IN” 
que registra a temperatura do local onde está instalado o termômetro e outro na 
extremidade do cabo extensor “OUT”, que registra a temperatura em que está 
posicionado o sensor encapsulado. Encontra-se disponível no mercado modelos com 
dispositivo de alarme, requisito desejável, uma vez que são acionados, alertando 
sobre a ocorrência de variação de temperatura, quando ultrapassados os limites 
configurados programáveis: limite mínimo de +3°C e limite máximo de +7°C. 
 O PNI não recomenda a utilização de termômetro de máximo-mínima em 
atividades de transporte, pois o deslocamento pode comprometer a calibração e, 
consequentemente, a confiabilidade da medição. 
 Nas atividades que envolvam transporte é recomendado o uso de data 
loggers, estes, monitoram a temperatura no percurso e registram o momento e o 
intervalo de tempo durante o qual o imunobiológico possa ter sido exposto a 
eventuais alterações de temperatura. 
 
 
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36 Atualização em Rede de Frio 
 Figura 18- Termômetro de momento, máxima e mínima digital com cabo 
extensor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: SIPNI 
Procedimentos para instalação e manuseio 
 Abrir o compartimento da bateria/pilha na parte posterior do termômetro. 
Alguns modelos são fornecidos já com a bateria, porém envoltos com fita 
isolante que necessita ser retirada para acionar o termômetro; 
 Colocar etiqueta, na parte posterior, com a data de instalação da bateria; 
 Considerando que muitos modelos utilizados são fabricados fora do País, 
verificar se existe uma pequena chave para comutação da leitura em °F 
(Fahrenheit) ou °C (Célsius) e posicioná-la em °C; 
 Verificar se existe algum protetor plástico sobre o(s) visor(es) e retirá-lo(s); 
 Posicionar a unidade na parte externa fixa da caixa térmica e/ou 
equipamento, introduzir o cabo extensor na caixa/equipamento, 
posicionando o sensor encapsulado em seu interior sem que haja qualquer 
contato deste com o imunobiológico armazenado ou com a estrutura da 
caixa/ equipamento ou com as bobinas reutilizáveis, evitando imprecisão da 
medição; 
 Identificar no visor do instrumento a temperatura de momento; 
 Verificar por meio de comandos, orientado no manual do usuário, a 
temperatura máxima indicada pela sigla MAX e a temperatura mínima pela 
sigla MIN, registradas no período de tempo desde o último RESET do 
registrador; 
 Utilizar o formulário de Mapa de Controle Diário de Temperatura para 
registro das temperaturas nos equipamentos; 
 Pressionar o botão RESET (reinicialização) para iniciar um novo ciclo de 
medição (monitoramento), apagando os registros relativos ao ciclo anterior. 
OBS. Anotar data da instalação da pilha/bateria para que seja efetuada a troca a 
cada 6 meses ou antes se necessário. 
 
6.1.2. Termômetro de infravermelho com mira a laser 
 Este tipo de termômetro é também denominado de pirômetro, são sensores 
de temperatura que utilizam a radiação térmica emitida por algum corpo cuja 
temperatura se deseja medir. A medição é realizada por meio de feixe de raio laser, 
possui alta tecnologia e independe de contato físico, assim tem a vantagem de não 
requerer intervalo de tempo mínimo para o equilíbrio térmico entre o corpo e o 
termômetro, da mesma forma suporta medições de temperatura elevada, realiza 
medições em materiais corrosivos ouem um sistema móvel. 
 
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37 Atualização em Rede de Frio 
 Possui, geralmente, uma forma de pistola e é acionado a partir de um 
gatilho para medição da temperatura (Figura 19) na superfície do objeto. Este tipo 
de termômetro é recomendado para medições rápidas e em grandes volumes de 
cargas. 
 O registro confiável deve observar os procedimentos descritos pelo 
fabricante do produto que define a distância mínima e o tempo de pressão do 
gatilho. 
Figura 19- Termômetro de radiação infravermelha visível 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.1.3. Termorregistradores 
 Instrumentos aplicáveis ao registro de temperatura. Entre os diversos tipos 
destacam-se: Data Loggers, Registrador Eletrônico Frigorífico. 
Data Logger 
 São pequenos dispositivos eletrônicos que mensuram as temperaturas em 
intervalos preestabelecidos, apresentando os resultados durante um período de 
tempo. Eles podem ter forma e tamanhos variados. Cada data logger contém uma 
miniatura de computador, devendo ser configurado e programado para registrar as 
temperaturas em intervalos de acordo com o que se deseja. (Figura 20) 
 Alguns refrigeradores específicos para vacinas têm um data logger 
embutido, e seus registros devem ser realizados de acordo com as orientações do 
fabricante. Os loggers precisam ser programados por intermédio do computador. 
Uma vez programados, são desconectados do computador e colocados no 
refrigerador de vacinas, onde funcionarão independentemente, com sua própria 
bateria, até que o registro seja baixado para o computador. O objetivo dos loggers 
é fornecer uma série ou um mapa das temperaturas do equipamento e das vacinas. 
Figura 21- Data Logger 
 
 
 
 
 
 
 
 
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38 Atualização em Rede de Frio 
Cuidados com o data logger: 
 As temperaturas mínima/máxima devem ser registradas duas vezes ao dia, 
de forma manual, independentemente do data logger, como forma de 
segurança e de detecção precoce de qualquer rotura na rede de frio. 
 Caso o data logger seja usado para o monitoramento rotineiro das 
temperaturas, em lugar de um termômetro de mínimo-máxima, ele deve ter 
um display visual de temperaturas mínimo-máxima para permitir os 
registros em tempo real. Visando, também, à segurança das vacinas, os 
data loggers podem ser programados para acionar o alarme quando a 
temperatura estiver fora da faixa de +2°C a +8°C. 
 
6.2. Equipamentos de refrigeração 
 
6.2.1. Câmaras Refrigeradas e Freezer Científico 
 Na cadeia de frio, estes equipamentos são indicados para o armazenamento 
dos imunobiológicos. As câmaras refrigeradas são aplicáveis aos imunobiológicos 
armazenáveis à temperatura positiva, de +2°C a +8°C. Os freezers indicados para 
os imunobiológicos armazenáveis à temperatura negativa, -25°C a - 15°C, tais 
como febre amarela (FA) e a vacina da poliomielite (VOP). 
 O conhecimento sobre as câmaras refrigeradas (Figura 22) e freezers 
científicos, funcionamento, componentes e metrologia são requisitos importantes 
que orientam a escolha do equipamento mais adequado e seguro. 
 Atualmente, com a evolução tecnológica, as novas oportunidades de 
mercado, as necessidades de qualificação e a otimização dos processos da cadeia 
de frio, esses equipamentos específicos são recomendados para armazenar 
imunobiológicos. 
 Nesse sentido, os refrigeradores de uso doméstico, projetados para a 
conservação de alimentos e produtos que não demandam precisão no 
ajuste da temperatura, não são indicados ao armazenamento e à 
conservação dos imunobiológicos. Assim, é indispensável substituir os 
refrigeradores de uso doméstico por equipamentos específicos, considerando a 
necessidade contínua do gerenciamento do risco e do aprimoramento da Rede de 
Frio. 
 O frigobar não deve ser utilizado para o armazenamento de 
imunobiológicos, uma vez que não tem efetividade de rendimento. Estes 
equipamentos não possuem isolamento térmico adequado, facilitando a troca de 
calor com o meio externo. 
 Os equipamentos devem dispor de procedimentos de fácil acesso e 
compreensão, demonstrando a forma como estão organizados os imunobiológicos 
no interior da câmara, evitando trocas inadvertidas, prazo de validade vencido, 
entre outros. Orienta–se a utilização de mapa ilustrativo e, nas salas de imunização 
a identificação “USO EXCLUSIVO”. De acordo com o RDC n° 197 de 26 de 
dezembro de 2017. 
 
 
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39 Atualização em Rede de Frio 
Figura 22- Câmara refrigerada 
 
 
REFRIGERADOR de uso DOMÉSTICO NÃO É RECOMENDADO para o 
armazenamento de imunobiológicos. 
 
NÃO É PERMITIDO O USO DE REFRIGERADOR TIPO FRIGOBAR para o 
armazenamento de imunobiológicos. 
 
 
6.2.1.1. Orientações para especificação dos equipamentos 
 
 Dimensionar a quantidade e a capacidade em litros do equipamento em 
função da demanda de armazenamento. O dimensionamento é calculado 
com base na embalagem de armazenamento; 
 Compatibilizar o equipamento (dimensões e configuração: vertical ou 
horizontal) com o espaço disponível; 
 As câmaras refrigeradas devem operar na faixa de temperatura entre +2°C 
e +8°C para imunobiológicos, a temperatura de trabalho deve ser 
ajustada para +5ºC, alarme de temperatura baixa em + 3ºC e 
alarme de temperatura alta em +7ºC; 
 O freezer científico deve operar na faixa de -25°C a -15°C, para 
imunobiológicos; 
 Ter sistema de ventilação por circulação de ar forçado e temperatura 
uniformemente distribuída em todos os compartimentos (livre CFC, 
Clorofluorcarboneto); 
 Possuir, preferencialmente, registro gráfico contínuo de temperatura, de 
forma a facilitar a rastreabilidade das informações relativas à grandeza e 
 
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40 Atualização em Rede de Frio 
suas variações em intervalos de tempo determinados; 
 Dispor de controlador de alta e baixa temperatura com indicador visual e 
alarme audiovisual, com bateria; 
 Recomendável porta de vidro com sistema ante embaçante, de forma que o 
operador tenha fácil visualização dos produtos armazenados e a abertura da 
porta aconteça de maneira objetiva; 
 Porta com vedação de borracha e fechamento magnético; 
 Recomendável alarme sonoro e/ou visual para indicação de porta aberta; 
 Recomendável sistema de rodízios com freio diagonal; 
 Desejável entrada para conexão com computador (exemplo: USB) para 
transferência dos registros e armazenamento; 
 Especificar tensão de alimentação do equipamento, compatível com a tensão 
local; 
 Considerar necessidades de instalação elétrica e rede, exigidas pelo 
fabricante para instalação do equipamento. 
 
6.2.1.2. Cuidados e orientações 
 
 Identificar o equipamento de maneira visível. 
 Verificar no Manual do Usuário capacidade útil máxima do equipamento, 
entre outras informações relacionadas, antes de iniciar o armazenamento 
dos imunobiológicos. 
 Organizar os imunobiológicos nos compartimentos internos, SEM A 
NECESSIDADE DE DIFERENCIAR A DISTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOS POR 
TIPO OU COMPARTIMENTO, uma vez que as câmaras refrigeradas possuem 
distribuição uniforme de temperatura no seu interior. 
 Elaborar “Mapa Ilustrativo” (Quadro 4) e identificar o equipamento, 
indicando os tipos de imunobiológicos armazenados por compartimento 
com: nome, lote, laboratório produtor, validade,quantidade e fluxo de 
entrada/saída. 
 Manter o “Mapa Ilustrativo” em local de fácil acesso. 
 Aplicar o “Sistema Primeiro a Entrar, Primeiros a Sair (PEPS)” – ver item 
Boas Práticas de Armazenamento –, organizar os imunobiológicos com prazo 
de validade mais curto na frente do compartimento, facilitando o acesso e 
otimizando a utilização. 
 Checar a temperatura e registrar diariamente no mapa de registro para 
controle de temperatura, no mínimo duas vezes ao dia, no início e ao final 
da jornada de trabalho. 
 Certificar-se, a cada abertura da porta, se o fechamento foi realizado 
adequadamente. 
 Estabelecer rotina diária para verificação do perfeito funcionamento dos 
equipamentos de refrigeração (fechamento da porta, funcionamento dos 
alarmes, alimentação elétrica, entre outros itens). 
 Limpar mensalmente, ou conforme o uso, as superfícies internas das 
câmaras, segundo orientação do fabricante. Realizar o remanejamento dos 
produtos armazenados antes do procedimento. 
 Realizar os procedimentos de limpeza com estoque reduzido, 
preferencialmente no início da semana, para que o usuário possa monitorar 
ao longo da semana o funcionamento pleno e adequado do equipamento de 
 
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41 Atualização em Rede de Frio 
refrigeração. NÃO REALIZAR a limpeza do equipamento na véspera de 
feriado prolongado ou ao final da jornada de trabalho. 
 Realizar a manutenção periódica, preditiva e preventiva, é fundamental para 
garantir os requisitos de segurança, desempenho e funcionalidade do 
equipamento, ampliando sua vida útil e assegurando a conservação dos 
imunobiológicos. 
 CALIBRAR PERIODICAMENTE E/OU MEDIANTE INTERVENÇÃO no 
equipamento, por laboratório credenciado à RBC – Inmetro. 
 
Quadro 4 - Mapa ilustrativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SIPNI 
 
6.2.2. Freezer 
 Este equipamento é indicado na cadeia de frio para o armazenamento das 
bobinas reutilizáveis necessárias à conservação dos imunobiológicos em caixas 
térmicas para transporte e/ou procedimentos nas salas de imunização ou 
extramuros (Figura 23). 
Figura 23 - Freezer para guarda de bobinas reutilizáveis 
 
 
 
 
 
 
 
 
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42 Atualização em Rede de Frio 
6.2.2.1. Orientação para aquisição do equipamento 
 
 Configuração, preferencialmente, do tipo horizontal, com isolamento de suas 
paredes em poliuretano, evaporadores nas paredes (contato interno) e 
condensador/compressor em áreas projetadas no corpo, abaixo do gabinete; 
 Especificar a capacidade em litros, conforme volume de produto a ser 
armazenado, verificar no Manual do Usuário o “volume útil” do 
equipamento; 
 Definir material construtivo, prevendo possibilidade de oxidação; 
 Porta com vedação de borracha e fechamento magnético; 
 Sistema de refrigeração selado e livre de CFC; 
 Preferir equipamento com rodízios e sistema de freio; 
 Definir alimentação elétrica em conformidade com alimentação da rede 
local; 
 Características de desempenho: ter o selo de reconhecimento do Programa 
Nacional de Combate ao Desperdício de Energia (Procel) – Inmetro. 
 
6.2.2.2. Orientação para organização das bobinas reutilizáveis 
 
 Dispor primeiramente as bobinas empilhando-as horizontalmente em 
contato com as paredes laterais do equipamento. 
 Após o congelamento destas, deslocá-las para a parte central do freezer e 
colocar mais bobinas a congelar, conforme descrito anteriormente. 
 Repetir este procedimento até completar a carga recomendada (80%, ou 
conforme orientações do fabricante). 
 
6.2.3. Soluções alternativas aplicáveis à Rede de Frio 
 Geladeira a gás/eletricidade - É indicado para os lugares com constante 
interrupção no fornecimento de energia elétrica. Dispõe de duas fontes de 
alimentação: o gás (butano ou propano) e a energia elétrica. Seu sistema de 
refrigeração é do tipo absorção. Não apresenta bom funcionamento em localidades 
com altas temperaturas. 
 Geladeira com paredes de gelo reciclável - Este equipamento trabalha 
acumulando frio, ao congelar determinada quantidade de bobinas reutilizáveis na 
forma padrão ou em tubulares, que é colocada na superfície interna de suas 
paredes. A temperatura de +2°C a +8°C poderá ser mantida. O usuário deverá 
validar o processo para identificação da capacidade de manutenção de temperatura 
mediante falta de energia. 
 Geladeira à energia solar Como o próprio nome está dizendo, são geladeiras 
que funcionam através de painéis que absorvem a luz do sol. Só é recomendada 
para aqueles lugares onde é impossível obter energia elétrica ou a gás. Seu uso é 
muito limitado em função do alto custo, que varia entre 2.500 a 4.500 dólares para 
geladeiras com capacidade entre 18 e 85 litros. Para armazenar a energia do sol, 
utilizam baterias especiais (ciclo profundo), que têm uma duração aproximada de 
três a quatro anos e custo de reposição de 1.500 dólares. 
6.2.4. Autoclaves 
 Na Rede de Frio, as autoclaves são utilizadas para o descarte de 
imunobiológicos de bactérias ou vírus vivos atenuados, incluindo frascos de vacinas 
com expiração do prazo de validade, com conteúdo inutilizado, vazios ou com 
restos do produto, agulhas e seringas. A utilização deste equipamento é 
indispensável para as unidades que serão responsáveis pela inativação microbiana 
antes da disposição final, no Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de 
Saúde (PGRSS). 
 
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43 Atualização em Rede de Frio 
 As autoclaves são equipamentos esterilizadores, desenvolvem o processo de 
esterilização por meio de vapor saturado sob pressão, com a finalidade da 
eliminação de microrganismos virulentos. 
 As autoclaves demandam supervisão e manutenções preventivas, devido à 
grande quantidade de componentes e tecnologias expostas a condições extremas 
de temperatura, umidade e pressão, as manutenções preditivas e preventivas 
periódicas devem acontecer de acordo com as recomendações previstas em 
normas, pelo fabricante e pela ANVISA. 
 É exigência, também, a calibração periódica, de acordo com as exigências 
da ANVISA/MS e as recomendações das normas relacionadas. 
 As autoclaves devem ter seus processos submetidos à validação e da 
mesma forma devem ser qualificadas, periodicamente. 
 O equipamento deve ser de uso exclusivo, para descarte de material 
biológico, evitando contaminação cruzada dos materiais submetidos ao processo de 
autoclavação. Nas situações de utilização compartilhada do equipamento para 
outros fins, a unidade deverá dispor de procedimento específico que promovam a 
garantia da eficácia dos ciclos realizados. 
 
6.2.5. Termo de referência para aquisição, requisitos mínimos 
 
 Elaborar pesquisa de mercado levando em consideração as indicações, 
características e disponibilidade dessas características nas opções do 
equipamento (ver manual do fabricante). 
 Considerar dimensões externas do equipamento, capacidade necessária ao 
atendimento da demanda local e infraestrutura disponível na unidade. 
Eventuais adequações na estrutura devem ser realizadas para o recebimento 
do equipamento. 
 Exigir cadastro do produto, instalação, treinamento da equipe e assistência 
técnica autorizada. 
 Estabelecer prazo de entrega após assinatura do contrato. 
 
6.2.6. Orientações: recebimento do equipamento 
 
 Confirmar adequação física e instalações elétricas e de rede, entre outras 
exigidas pelo fabricante, para o recebimento e instalaçãodo equipamento, 
respectivamente. 
 Geralmente os equipamentos são entregues por transportadora terceirizada, 
assim, deve ser mantido nas condições de entrega até o momento da 
conferência, na presença das partes interessadas. 
 Retirar da embalagem somente no momento da instalação. 
 
NO CASO DE EQUIPAMENTOS NOVOS OU SUBMETIDOS À MANUTENÇÃO. 
 Armazenar os imunobiológicos SOMENTE após comprovação da estabilidade 
da temperatura de set point, APÓS INTERVALO MÍNIMO DE SETE DIAS; 
 Ajustar o alarme visual e sonoro da câmara refrigerada para imunobiológico, 
mínimo de +3°C e máximo de +7°C para possibilitar a adoção de condutas 
apropriadas; 
 Ajustar o alarme visual e sonoro do freezer científico para imunobiológico, 
mínimo de -17°C e máximo de -13°C para possibilitar a adoção de condutas 
apropriadas. 
 
 
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44 Atualização em Rede de Frio 
6.2.7. Manutenção dos equipamentos 
 A confiabilidade dos equipamentos é um objetivo contínuo que a área da 
Saúde visa para promover: a segurança operacional; a qualidade do produto; do 
meio ambiente; e a otimização de recursos. 
 Para que possamos manter a câmara refrigerada/refrigerador em perfeitas 
condições de uso, por um período prolongado de tempo, evitando que se percam 
imunobiológicos, alguns cuidados devem ser tomados periodicamente, tais como: 
 verificar a borracha de vedação (gaxeta) da porta do refrigerador/câmara 
refrigerada; 
 verificar as dobradiças da porta do refrigerador/câmara refrigerada; 
 verificar o nivelamento do refrigerador/câmara refrigerada; 
 verificar se o cabo de alimentação está íntegro; 
 verificar se as tomadas (parede e cabo) estão em bom estado; 
 observar se há oscilação excessiva de energia elétrica no local; em caso 
positivo, instalar um nobreak adequado à potência da câmara 
refrigerada/refrigerador, ou solicitar verificação na instalação elétrica; 
 não utilizar a câmara refrigerada/refrigerador para outros fins; 
 não instalar a câmara refrigerada/refrigerador sem pés; 
 não instalar a câmara refrigerada/refrigerador em locais de piso instável; 
 evitar arrastar a câmara refrigerada/refrigerador; 
 instalar a câmara refrigerada/refrigerador em local abrigado do tempo (nem 
muito frio, nem muito quente); 
 não colocar a câmara refrigerada/refrigerador muito próximo à parede, nem 
uma de costas para a outra; 
 abrir a porta somente quando necessário. 
 Uma gestão de manutenção estruturada e custo-efetiva representa 
importante contribuição. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), resumidamente, manutenção é “a combinação de todas as ações técnicas e 
administrativas, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual 
possa desempenhar uma função requerida”. Existem diversas denominações 
atribuídas à atuação da manutenção, sejam elas: Manutenção Preditiva, 
Manutenção Preventiva e Manutenção Corretiva. Deve-se assegurar o planejamento 
e a execução de manutenções periódicas, descritos em procedimentos revisados 
periodicamente e mantidos em local de fácil acesso. 
 
6.2.7.1. Manutenção Preditiva 
 É baseada na monitoração dos “sinais vitais” do item, ou seja, por meio de 
um conjunto de atividades sistemáticas, promove-se a verificação e/ou medição de 
variáveis ou parâmetros que indiquem perda no desempenho esperado dos 
equipamentos, visando, dessa forma, definir a necessidade ou não de intervenção. 
 Este tipo de manutenção é realizado pelo operador que atua na rotina. Os 
requisitos e periodicidade devem seguir orientações especificadas no manual do 
equipamento e deverão estar descritos em Procedimento Operacional Padrão (POP) 
específico, atualizados periodicamente e acessíveis aos profissionais em suas 
rotinas. Deve-se estabelecer uma rotina diária para verificação do perfeito 
funcionamento dos equipamentos (funcionamento dos alarmes, mensagens, 
alimentação elétrica e hidráulica e de rede, realização dos ciclos, entre outros), ao 
final do expediente. Realizar a limpeza mensal ou conforme o uso, seguindo 
orientação do fabricante. 
 
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45 Atualização em Rede de Frio 
 Acompanhada por meio de indicadores previamente estabelecidos, cujos 
limites e tolerâncias admissíveis não devem ser ultrapassados. Por exemplo, limites 
de vibrações, desgaste de componentes, alterações na temperatura etc. 
6.2.7.2. Manutenção Preventiva 
 A ABNT define manutenção preventiva como “manutenção efetuada em 
intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a 
reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item”. 
Em outras palavras, pretende reduzir potenciais falhas e paradas dos equipamentos 
mediante intervenções técnicas periódicas com ajustes de parâmetros de trabalho e 
substituição de peças de desgaste natural. Inclui vários níveis de ações, desde 
inspeções diárias a intervenções semestrais ou anuais. 
 A manutenção preventiva deve sempre ser executada por pessoal 
capacitado, preferencialmente serviços autorizados e com peças genuínas, e deverá 
seguir as orientações definidas no manual do fabricante do equipamento quanto 
aos requisitos e periodicidade. 
6.2.7.3. Manutenção Corretiva 
 Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), manutenção 
corretiva “é manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane destinada a 
recolocar um item em condições de executar uma função requerida”. Realizada 
após a ocorrência do defeito, restaurando suas condições originais de 
funcionamento. 
 A corretiva é o tipo de manutenção que o equipamento está sujeito, ainda 
que se tenha atendido em rigor a realização das manutenções preditivas e 
preventivas. Esta manutenção deve ser realizada por serviço especializado e, 
portanto, devem constar nos contratos de serviço, quando adequado. 
 É essencial realizar os serviços de manutenção e/ou reparos oportunos. Os 
serviços realizados adequadamente tendem a aumentar a disponibilidade do 
equipamento, reduzindo o número de defeitos e/ou falha de funcionamento e a 
exposição dos imunobiológicos a temperaturas fora da faixa recomendada pelo 
Programa, nos casos das câmaras e dos geradores de energia elétrica de 
emergência que juntos promovem condições necessárias e de segurança para o 
armazenamento de imunobiológicos, por exemplo. 
 A exposição dos imunobiológicos por excursão de temperatura, em função 
de quebra/falha dos equipamentos, é indesejável e devem ser rigorosamente 
controladas, uma vez que acarretam em perdas físicas, estas que podem ser mais 
facilmente controladas, quando aplicados planos de gerenciamento de manutenção. 
 
 
6.2.8. Equipamentos de infraestrutura e segurança 
 São os equipamentos que compõem a estrutura predial física de uma 
Central de Rede de Frio, tais como: câmara frigorífica, estabilizador, grupo gerador, 
condicionador de ar e cortina de ar. 
6.2.8.1. Câmaras frias 
 As câmaras destinam-se ao armazenamento e conservação de grandes 
volumes de imunobiológicos, em temperaturas positivas (+2°C a +8°C) ou 
 
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46 Atualização em Rede de Frio 
negativas (-25°C a -15°C), sua construção compreende o fornecimento, a 
montagem e a instalação de todos os elementos, os componentes, as regulagens e 
os testes de funcionamento. O projeto destas câmaras é complexo e deve prever 
diversos requisitos de segurança, de maneira a conferir as instalações, a 
manutenção da temperatura e a uniformidadeda grandeza no espaço interno dela, 
promovendo maior segurança na conservação dos imunobiológicos. 
 Figura 24 - Câmara fria positiva (visão interna) 
 
 
 
 
 
 
 
6.2.8.2. Grupo gerador 
O gerador é o componente fundamental do sistema elétrico, garantindo o 
suprimento emergencial de energia e viabilizando a continuidade do funcionamento 
dos equipamentos de maneira eficaz. A depender da aplicação e dos equipamentos 
que serão supridos, o projetista definirá os requisitos de confiabilidade, rapidez e 
seletividade. 
 
6.2.8.3. Condicionador de ar 
As salas de armazenamento e controle, distribuição e recepção e inspeção e 
outros ambientes das Centrais de Rede de Frio utilizam esses equipamentos que 
são compostos essencialmente por compressor, unidade evaporadora, dispositivo 
de expansão e condensador. Entre os modelos destaca-se o fator crítico relacionado 
aos de janela que são fabricados em única carcaça que, ainda com toda evolução 
tecnológica dos componentes, apresentam muito ruído, principalmente em função 
dos compressores, direcionando a opção, por parte do usuário, aos do tipo split. 
Estes últimos são configurados em duas unidades distintas, evaporadora e 
condensadora, minimizando os ruídos provenientes do agrupamento total das 
partes, além de facilitar a manutenção. 
 
6.2.9. Equipamento de Proteção Individual 
As atividades executadas no âmbito da cadeia de frio de imunobiológicos 
podem apresentar um risco potencial à saúde do trabalhador. Nesse sentido, a 
legislação trabalhista vigente determina o uso de Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI). Na rede de frio são aplicáveis (Figura 25): 
 
 
 
 
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47 Atualização em Rede de Frio 
Figura 25 - EPI para atividades em câmaras frias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CENADI 
 
6.2.10. Insumos aplicáveis à cadeia de frio 
 
6.2.10.1. Bobinas reutilizáveis 
As bobinas reutilizáveis são recipientes constituídos de material plástico 
(geralmente polietileno), contendo gel à base de celulose vegetal em concentração 
não tóxica e água (bobina reutilizável de gel) ou apenas água (bobina reutilizável 
de água) (Figura 26) aplicada à manutenção da temperatura dos imunobiológicos 
acondicionados em caixas térmicas para as atividades de rotina de transporte. A 
sala deve manter disponível o insumo em quantidade suficiente à realização de 
suas atividades. 
As bobinas disponíveis no mercado possuem diferentes designs, dimensões 
e capacidades (litro), selecionadas conforme necessidades específicas, por exemplo, 
tamanho da caixa térmica. 
Independente da atividade a que se destina a utilização das bobinas 
reutilizáveis, o usuário DEVE SE CERTIFICAR DA TEMPERATURA ANTES DE 
PROCEDER A ORGANIZAÇÃO DA CAIXA TÉRMICA, já que os diferentes conteúdos 
de preenchimento das bobinas possuem pontos de congelamento distintos. Nesse 
sentido, é de extrema importância o monitoramento da temperatura durante a 
ambientação com termômetro específico e calibrado. 
 Figura 26 – Bobina reutilizável 
 
 
 
 
 
 Fonte: PNI 
 
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48 Atualização em Rede de Frio 
Ambientação das bobinas reutilizáveis 
 A ambientação precede o acondicionamento de imunobiológicos em caixas 
térmicas, cuja temperatura de conservação está fixada na faixa entre +2°C e +8°C, 
para o transporte ou uso nas atividades de vacinação (Figura 30). 
 Figura 30 - Ambientação das bobinas reutilizáveis 
 
 
 
 
 
 
 
 Orienta-se o seguinte procedimento: 
 Retirar as bobinas reutilizáveis do freezer. 
 Colocá-las sobre uma mesa, pia ou bancada, até que desapareça a “névoa” 
que normalmente cobre a superfície externa da bobina congelada. 
 Simultaneamente colocar sob uma das bobinas o sensor de um termômetro 
de cabo extensor, para indicação da temperatura mínima de 0°C. 
 Após o desaparecimento da “névoa” e a confirmação da temperatura, por 
meio do termômetro de cabo extensor, colocá-las nas caixas. 
 Concomitantemente, recomenda-se mensurar a temperatura interna da 
caixa por meio de termômetro de cabo extensor, antes de colocar as vacinas 
em seu interior. 
 
6.2.10.2. Caixas térmicas 
Produzida com material isotérmico do tipo poliuretano ou poliestireno 
expandido (isopor), sendo este último mais utilizado no transporte de 
imunobiológicos entre os diversos laboratórios produtores e a Instância Nacional da 
Rede de Frio, em função da quantidade a ser transportada e o custo dela (Figura 
31). Em contrapartida, as caixas de poliuretano são amplamente indicadas para o 
transporte nas demais instâncias, consideradas a durabilidade, a facilidade de 
higienização e a maior resistência do material construtivo. Diversas variáveis 
devem ser consideradas durante o acondicionamento dos imunobiológicos para 
transporte, incluindo temperatura ambiente, distância e tempo em trânsito, via e 
condições de transporte e o quantitativo total de imunobiológicos a ser 
transportado. 
 
 
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49 Atualização em Rede de Frio 
Figura 31 – Caixas térmicas 
 
 
 
 
 
 
Orienta-se a todas as instâncias de Rede de Frio que transportam estes 
insumos, a validação dos processos que serão adotados para o transporte dos 
imunobiológicos, testando e qualificando o método de embalagem para promover a 
garantia da conservação do imunobiológico na faixa de temperatura adequada, a 
depender do produto e da instância (+2°C a +8°C, ou -25°C a -15°C). 
Cuidados básicos 
 Verificar com frequência as condições da caixa, observando se existem 
rachaduras e/ou furos. 
 Lavar com água e sabão neutro e secar cuidadosamente as caixas após o 
uso, mantendo-as abertas até que estejam completamente secas. 
 Guardá-las abertas e em local ventilado. 
Organização das caixas térmica para transporte de vacinas 
 Ambientar as bobinas reutilizáveis em quantidade suficiente. 
 Dispor as bobinas no fundo e nas paredes internas, formando uma barreira 
para reduzir a velocidade de troca de calor com o meio externo. 
 Posicionar o sensor do termômetro no centro da caixa térmica, monitorando 
a temperatura até atingir o mínimo de +1°C para se certificar da adequada 
climatização no interior da caixa. 
 Organizar os imunobiológicos no interior da caixa de maneira segura para 
que não fiquem soltos e, eventualmente, desloquem-se sofrendo impactos 
mecânicos durante o transporte. 
 Posicionar o registrador de temperatura no centro da carga organizada, 
garantindo a medição de temperatura precisa dos imunobiológicos, para 
monitoramento da temperatura ao longo do transporte. 
 Dispor as bobinas reutilizáveis cobrindo os imunobiológicos. 
 Lacrar a caixa com fita adesiva. 
 Certificar que a temperatura dentro da caixa esteja estabilizada de acordo 
com a recomendação do PNI. 
 Verificar e registrar a temperatura de saída. 
 Resetar (zerar) o termômetro. 
 Monitorar a temperatura durante o transporte. 
Organização das caixas térmica para transporte de soros heterólogos e 
imunoglobulinas 
 Ambientar as bobinas reutilizáveis em quantidade suficiente. 
 Dispor as bobinas no fundo e nas paredes internas, formando uma barreira 
para reduzir a velocidade de troca de calor com o meio externo. 
 
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50 Atualizaçãoem Rede de Frio 
 Posicionar o sensor do termômetro no centro da caixa térmica, monitorando 
a temperatura até atingir o mínimo de +2°C para se certificar da adequada 
climatização no interior da caixa. 
 Organizar os imunobiológicos no interior da caixa de maneira segura para 
que não fiquem soltos e, eventualmente, desloquem se sofrendo impactos 
mecânicos durante o transporte. 
 Posicionar o registrador de temperatura no centro da carga organizada, 
garantindo a medição de temperatura precisa dos imunobiológicos para 
monitoramento da temperatura ao longo do transporte. 
 Dispor as bobinas reutilizáveis cobrindo os imunobiológicos 
 Lacrar as caixas com fita adesiva somente após certificar-se que a 
temperatura no interior da caixa está estabilizada em +2°C. 
 Certificar que a temperatura dentro da caixa esteja estabilizada de acordo 
com a recomendação do PNI. 
 Verificar e registrar a temperatura de saída. 
 Resetar (zerar) o termômetro. 
 Monitorar a temperatura durante o transporte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 4. 
ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 
 
 
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51 Atualização em Rede de Frio 
7. Notificação de alteração de temperatura 
O imunobiológico é considerado sob suspeita quando foi submetido a 
condições que provoquem desvio na sua qualidade, como por exemplo se 
acondicionado ou mantido fora dos padrões de temperatura preconizados. Nessas 
situações o trabalhador da sala de vacinação deve: 
 Suspender de imediato a utilização dos produtos e comunicar o enfermeiro 
da unidade de saúde; 
 Entrar em contato com a empresa fornecedora de energia elétrica para 
comunicar o fato e saber quanto tempo haverá interrupção energia; 
 Desprezar os frascos de imunobiológicos abertos no coletor de material 
perfurocortante; 
 Manter sob refrigeração adequada os frascos de imunobiológicos fechados, 
segregado, adequadamente identificado, aguardando conduta com aviso 
de “Não use”; 
 Notificar a alteração de temperatura em impresso próprio (anexo), 
anotando: 
o Cabeçalho completo (nome da unidade, município e GVE a que 
pertence). 
o Os imunobiológicos, data de recebimento, apresentação (frasco, 
bisnaga, seringa), laboratório produtor, número do lote (completo) 
prazo de validade e quantidade em doses. 
o Motivo Alteração: SEMPRE especificar. 
o Informação sobre as temperaturas: SEMPRE ANOTAR – última 
temperatura antes da alteração e a temperatura na alteração. 
o Alteração temperatura anterior: SEMPRE ANOTAR e especificar. 
o Informações equipamento – equipamento de refrigeração e do tipo de 
termômetro. 
o Responsável pelo preenchimento: necessário identificar quem está 
notificando. 
A cada exposição a uma temperatura fora da faixa preconizada pelo 
laboratório produtor há redução cumulativa da sua potência. O PNI, com o INCQS, 
baseados nas recomendações da OMS elabora orientações para avaliação das 
ocorrências de excursão de temperatura em imunobiológicos distribuídos pelo 
Programa. 
Todos estes dados são de extrema importância para adoção de uma 
conduta adequada que possibilite garantir a qualidade e ao mesmo tempo diminuir 
perdas desnecessárias de imunobiológicos. Nas câmaras quando não for possível o 
registro das temperaturas do painel do equipamento, anotar as temperaturas do 
termômetro digital auxiliar. 
Cuidados após conduta: 
 Os frascos que sofreram alterações de temperatura com 
recomendação de utilização, deverão ser identificados e ter sua 
utilização priorizada. 
 Os imunobiológicos cuja a conduta for de inutilização deverão ser 
retirados imediatamente do equipamento de refrigeração e 
desprezados obedecendo às especificações de segregação, 
acondicionamento e identificação conforme a classe de Resíduos de 
Serviço de Saúde (RSS). Recomendação que vale também para os 
imunobiológicos vencidos e visa evitar o seu uso indevido. 
 
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52 Atualização em Rede de Frio 
Anexo – Ficha de notificação de alteração de temperatura (frente) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexo – Ficha de notificação de alteração de temperatura (verso) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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53 Atualização em Rede de Frio 
8. Sistemas de informação 
No Brasil, a informação em saúde é composta por uma ampla rede de 
sistemas de informação de âmbito nacional. No campo da imunização, as primeiras 
informações coletadas se referiam apenas aos dados sobre vacinação. Até meados 
da década de 1990, essas informações eram obtidas em planilhas elaboradas 
manualmente, consolidadas por tipos de vacinas e basicamente relativas as doses 
aplicadas em crianças com menos de um ano de idade. A partir de 1994, foi 
desenvolvido o Sistema de Informação de Avaliação do Programa de Imunizações 
(SI-API), implantado em todas as Unidades da Federação somente no final da 
mesma década (1998). 
O SI-API era um sistema monousuário desenvolvido em ambiente DOS. 
Fornecia dados sobre vacinados de maneira consolidada por tipo de imunobiológico, 
faixa etária alvo da vacinação e instancia de gestão. 
Com o avanço das ações do PNI ao longo destes anos, em especial, no que 
diz respeito à implantação de novas vacinas ou contemplando novos grupos 
populacionais com vacinas já existentes, além disso, a complexidade cada vez 
maior do PNI gerou a necessidade de informações mais ágeis e sobre outras ações 
além dos registros dos vacinados e, por isso, outros subsistemas foram criados 
para subsidiar a gestão do PNI. 
Por tal razão, foi desenvolvido pelo DATASUS, em parceria com o PNI, um 
sistema que congrega, em uma só base de dado, informações coletadas pelos 
diversos subsistemas, mantendo-se a denominação de Sistema de Informação 
do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). É composto por módulos, 
dentre os quais se destacam os seguintes: 
 Registro do vacinado; 
 Movimentação de imunobiológicos; 
 Eventos adversos pós-vacinação. 
Mais detalhes sobre o SI-PNI devem ser consultados no manual especifico 
do SI-PNI, disponibilizado em: <http://si-pni.datasus.gov.br>. 
Em 2019 a Portaria n° 2.499, de 23 de setembro de 2019 alterou a forma de 
registro de dados de aplicação de vacinas, imunoglobulinas e soros realizada nas 
unidades de atenção primária à saúde para apenas um sistema, o e-SUS AB. A 
integração dos sistemas de informação SI-PNI com o e-SUS AB tem como 
finalidade proporcionar melhoria nos registros de imunização e também no 
acompanhamento por parte das equipes de saúde do histórico de vacinação dos 
cidadãos. 
Essa mesma Portaria permite que os municípios que possuam sistemas 
próprios ou de terceiros pudessem mantê-los, mas devem realizar a devida 
integração e o envio regular dos dados para a base nacional do e-SUS AB. 
Sistemasde informação utilizados pelos municípios para o registro de doses 
aplicadas: 
 SI-PNI; 
 e-SUS AB; 
 Sistema próprio. 
O Departamento de Saúde da Família (DESF) disponibiliza um aplicativo 
móvel para o registro nominal das doses de vacinas aplicadas nas unidades de 
 
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54 Atualização em Rede de Frio 
saúde e que utilizam o sistema e-SUS APS com Prontuário Eletrônico do Cidadão. O 
objetivo do aplicativo é facilitar e agilizar o registro dos dados de vacinação durante 
as campanhas de vacinação que são realizadas nas unidades de saúde ou até 
mesmo extramuros. 
O aplicativo e-SUS Vacinação é integrado ao Sistema e-SUS APS com 
Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) ampliando a capacidade da captação 
das informações nos serviços de saúde. Nesse contexto, o aplicativo desenvolvido 
para a Estratégia e-SUS APS priorizou as ações realizadas pelos profissionais que 
atuam nas campanhas de imunização do país. O aplicativo e-SUS Vacinação pode 
ser utilizado em dispositivos do tipo tablet e smartphones, levando em conta 
aspectos relacionados ao conforto, à segurança e à usabilidade da ferramenta 
dentro do processo de trabalho destes profissionais. 
Mais detalhes sobre o e-SUS registro de doses aplicadas devem ser 
consultados no manual especifico disponibilizado em: https://cgiap-
saps.github.io/Manual-eSUS-APS/docs/VACINACAO. 
Os instrumentos de coleta dos dados que alimentam os sistemas de 
informação devem estar disponibilizados nas salas de vacina, que são os locais 
onde os dados são gerados. Seguem o fluxo em ordem ascendente desde a sala de 
vacina ao nível nacional, permitindo conhecer, monitorar e avaliar a situação em 
todas as instancias gestoras. Por tal razão, e de importância fundamental o nível 
local para a captação e o registro correto do dado. 
É importante ressaltar que a qualidade e a fidedignidade de um indicador 
estão diretamente relacionadas com a qualidade dos dados coletados. Em relação a 
imunização, são comuns os erros no registro de doses aplicadas no tocante ao 
esquema vacinal ou mesmo a ausência do registro da dose. 
E a partir desse dado que se constroem os indicadores de imunizações. As 
doses aplicadas compõem o numerador. Por isso, se elas não forem 
adequadamente registradas, as coberturas vacinais poderão ser superestimadas ou 
subestimadas. 
Agravos devem ser notificados no SINAN. 
Outro sistema de informação utilizado no Programa de Imunização é o 
Sistema de Insumos Estratégicos – SIES, que é um Sistema Nacional utilizado em 
vários Estados e nas várias instâncias que envolvem a rede de frio de vacinação. 
Foi criado em 2002 pelo DATASUS, é uma ferramenta WEB para gestão, 
análise, controle e movimentação dos insumos estratégicos, que para o Programa 
de Imunização são: vacinas, soros e imunoglobulinas. Tem por objetivo aprimorar o 
gerenciamento e a gestão dos processos que envolvem a vacinação. 
Toda e qualquer movimentação dos insumos estratégicos utilizados no 
Programa de Imunização deverá ser realizado via sistema. 
Possui 04 níveis hierárquicos, conforme representado no esquema a seguir: 
https://cgiap-saps.github.io/Manual-eSUS-APS/docs/VACINACAO
https://cgiap-saps.github.io/Manual-eSUS-APS/docs/VACINACAO
 
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55 Atualização em Rede de Frio 
 
Cada instância deverá ter cadastrado pelo menos um responsável para sua 
operação, bem como deverá haver no mínimo um representante que fará análise, 
programação e solicitações aos níveis hierárquicos imediatamente superiores. 
Os requisitos para mínimos para ter acesso ao SIES são: 
 ter cadastrado do usuário e do local (Entidade) que realizará a 
movimentação dos insumos estratégicos. Este cadastro é realizado 
por pessoas autorizadas a nível Estadual está sendo feito pelo NIVE. 
 Ter treinamento para uso do SIES. 
A descentralização do SIES para as Unidade de Saúde faz parte do processo 
iniciado em 2020 no Estado de São Paulo. 
O Manual do Usuário, assim como todo material de treinamento para uso do 
SIES, está disponível do site do CVE e pode ser acessado por meio do link: 
<https://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-
alexandre-vranjac/areas-de-vigilancia/imunizacao/capacitacao-no-sistema-de-
informacao-de-insumos-estrategicos/> 
 
 
 
 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério 
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças 
Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 
 
São Paulo. Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância 
Epidemiológica “Prof Alexandre Vranjac”. Sistema de Informação de Insumos Estartégicos. 
Manual do Usuário. – São Paulo: CVE, 2020. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. 
e-SUS Atenção Primária à Saúde: Manual do aplicativo e-SUS Vacinação – Versão 1.0 
[recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, 
Secretaria Executiva. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021.

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