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Prévia do material em texto

Jorge Antonio Silva Costa, Teonildes Sacramento Nunes,
Ana Paula Lopes Ferreira, Maria Theresa Sopena Stradmann 
e Luciano Paganucci de Queiroz
Jorge Antonio Silva Costa 
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Teonildes Sacramento Nunes 
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Ana Paula Lopes Ferreira 
Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais - SASOP
Maria Theresa Sopena Stradmann 
Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais - SASOP
Luciano Paganucci de Queiroz 
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Leguminosas Forrageiras 
da Caatinga: 
espécies importantes para as comunidades 
rurais do sertão da Bahia
2002PRO DOCPRO DOC
Programa 
de Apoio à Instalação 
de Doutores 
do Estado da Bahia 
INSTITUIÇÕES EXECUTORAS
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Serviços de Assessoria a Organizações Populares Rurais – SASOP
COORDENAÇÃO DO PROJETO GUIAS DE BIODIVERSIDADE NO BRASIL
Luciano Paganucci de Queiroz (Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS)
Carlos Eduardo de Souza Leite (Serviços de Assessoria a Organizações Populares Rurais – SA-
SOP)
Robert Allkin (Centro Nordestino de Informações sobre Plantas – CNIP/APNE)
Frans G.C. Pareyn (Associação Plantas do Nordeste – APNE) 
Marcelino Lima (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa - AS-PTA)
Anna Lawrence (Environmental Change Institute/University of Oxford – OXF/UK)
ENTIDADES E COMUNIDADES COLABORADORAS 
Royal Botanic Gardens – RBG-Kew/Grã-Bretanha
Grupo de Apoio e de Resistência Rural e Ambiental - GARRA /Irecê, BA
Instituto de Permacultura em Terras Secas - IPETERRAS /Irecê, BA
Centro de Assessoria do Assuruá - CAA /Gentio do Ouro, BA
Comunidade de Lagoa Funda - Barro Alto, BA
Comunidade do Jatobá - Brotas de Macaúbas, BA
Comunidade da Pitomba - Campo Alegre de Lourdes, BA
Escola Agrícola da Região de Irecê - Esagri/Irecê, BA
I
INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia - FAPESB/PRODOC
Department for International Development - DFID
DFID Department forInternationalDevelopment
Serviço de Assessoria a 
Organizações Populares Rurais
 5 Leguminosas Forrageiras da Caatinga Colaboradores
Adailton Nunes dos Santos – “Nita” (Técnico/GARRA)
Ananias Pereira Dias (Agricultor/Gameleira do Assuruá)
Anderson Carlos Silva Rocha (UEFS)
Anderson dos Santos Carneiro (UEFS)
André Torres (Técnico/IPETERRAS, Irecê)
Antonio Lucas Evangelista da Cruz (Agricultor/Gameleira do Assuruá)
Benedito Marques da Silva (UEFS)
Bruno Silva Andrade (UEFS) 
Cosme Correia dos Santos (UEFS)
Cornélio Alves de Almeida - “Neli” (Agricultor /Gameleira do Assuruá)
Débora Geane Dourado Matos (Técnica/GARRA)
Eliel S. Freitas Júnior (Técnico/SASOP-REMANSO)
Eudes Alves da Silva (Associação de Agricultores de Lagoa Funda/Irecê)
Evaristo Gomes de Oliveira(Agricultor da Comunidade de Jatobá)
Franklin Plassmann (Técnico /CAA)
Geminiano Viana de Senna (Técnico/CAA)
Gerda Nickel Maia (Engenheira Florestal e Pesqui sadora em Caatinga)
Gilson Paulo Moreira (Agricultor da Comunidade de Jatobá)
Giovanne Henrique Sátiro Xenofonte (Técnico/CAA)
Isabel dos Santos Silva (Comunidade Pitomba)
Jackson Vitorino de Menezes (Técnico/GARRA)
João Bispo da Silva (Agricultor da Comunidade de Jatobá)
João Pereira Neto (Associação de Fundo de Pasto da Pitomba)
José Fernandes da Silva (Associação de Agricultores de Lagoa Funda/Irecê)
Leônidas Gregorio da Silva (Comunidade Pitomba)
Lindomar Sancho Paiva - “Pita” (Técnico/CAA)
Luciano Rios (UEFS)
Manoel Messias da Silva (Agricultor da Comunidade de Jatobá)
Marilza Pereira da Silva “Índia” - (Técnica e agricultora/IPETERRAS, Irecê) 
Milene Maria da Silva Castro (UEFS)
Moisés Prado das Neves (Técnico /SASOP-REMANSO)
Nadja Rossine da Cruz (UEFS)
Nilza Pereira Soares (Comunidade Pitomba)
Remígio Soares dos Santos (Associação de Fundo de Pasto da Pitomba)
Renato José da Silva (Associação de Agricultores de Lagoa Funda/Irecê)
Silver Jonas Farfan (Técnico/SASOP-REMANSO)
Valdemar Gomes da Silva (Agricultor/Gameleira do Assuruá)
Projeto gráfico e editoração eletrônica
Virginia Yoemi Fujiwara e Marcelo Campos
Revisão gramatical
Tânia Maria Nunes Nascimento
Revisão de uso e manejo
Professor Fernando Antonio Távora Gallindo (Empresa Pernambucana de Pesquisas Agropecuária - IPA)
Fotografias
Luciano Paganucci de Queiroz (UEFS): Capa; págs. 33(2,3); 57(4); 61(2,4); 65(4); 87; 89(5); 99; 
103(1,3); 107(3) n Moisés Prado das Neves (SASOP): Pág. 45(1,2) n Teonildes Sacramento Nu-
nes (UEFS): Págs. 23; 25; 29(2,4); 37(1,3,4); 41; 49; 51; 53; 57(1,2,3,5); 61(1,5); 65(1,2,3,5); 69(2,3); 
73(3,4,5); 81(1,2,4); 85; 89(4); 93; 95(1,2,3,4); 103(2,4,5); 107(2); 3ª e 4ª capa n Vinícius Lins 
Lubambo (CNIP): Págs. 29(1,3,5); 33(1); 37(2); 61(3); 69(1,4,5); 73(1,2); 77; 81(3); 89(1,2,3); 107(1)
Desenhos
Alano Calheira Durães
Fotolito e Impressão
Venture Gráfica e Editora
Ficha Catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado
Leguminosas forrageiras da caatinga: espécies importantes para as 
comunidades rurais do sertão da Bahia./ Jorge Antonio Silva 
Costa ... [et al.]. – Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de 
Santana, SASOP, 2002. 
112 p.: il. 
ISBN 
1. Leguminosas – Caatinga – Bahia. I. Costa, Jorge Antonio Silva.
CDU: 582.736(814.2)
L529 
“Leguminosas Forrageiras da Caatinga: espécies importantes 
para as comunidades rurais do sertão da Bahia” é um guia de campo 
direcionado para agricultores e técnicos que assessoram comunidades 
rurais, trazendo informações sobre vinte e uma espécies de legumi no 
-sas escolhidas por comunidades do sertão baiano, por sua importância 
econômica para essas comunidades. 
Este guia trata-se de um instrumento que traz informações e imagens 
que apresentam as características botânicas das plantas para auxiliar o 
usuário na identificação e ou confirmação destas espécies, além de con-
tribuir com dados sobre fenologia, uso e manejo.
Esta publicação foi resultado de um processo de construção par-
ticipativa com técnicos e agricultores das comunidades de Irecê, Brotas 
de Macaúbas, Barro Alto e Remanso (Estado da Bahia), conduzido pelo 
“Projeto Guias de Campo de Biodiversidade”. Desde a indicação das espé-
cies até o tipo de fonte da letra utilizada no guia, foram pontos discutidos e 
definidos por pessoas que representavam uma amostragem dos usuários 
finais do guia, admitindo-se neste trabalho o conceito sobre guia, como 
“material que permita ao usuário identificar e ou aprender mais sobre as 
espécies diferentes da flora”. 
O objetivo desta publicação é valorizar a biodiversidade da caatinga, 
estimulando o uso de espécies nativas e promovendo o uso sustentável 
dos recursos naturais deste bioma, através da sistematização e divulgação 
de informações que possam contribuir com o conhecimento de agricul-
tores e técnicos que assessoram comunidades rurais, entendendo ser 
esta mais uma forma de promover um desenvolvimento sustentável para 
essas comunidades. 
Apresentação
 7 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Sumário
Introdução 9
O Projeto Guias de Campo na Bahia 
Sobre o conteúdo do Guia 
Quadro de características das leguminosas do Guia 
Orientações de como usar o Guia 18
Índice dos nomes populares 21
Índice dos nomes científicos 23
Plantas com flores amarelas 25
Plantas com flores brancas 53
Plantas com flores esverdeadas 89
Plantas com flores vermelhas a roxas 95
Glossário ilustrado 111
Referências 117
 9 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Introdução
O Projeto Guias de Campo na Bahia
O Projeto “Guias de Campo”, cujas atividades são realizadas em comu-
nidades rurais do semi-árido baiano, coordenado localmente e executado 
pelo SASOP e pela UEFS, faz parte de um projeto maior que visa produzir 
um manual metodológico para orientar pessoas a elaborar guias de campo. 
O manual metodológico descreverá vários métodos para elaboração deguias de plantas, opções de ilustrações desenvolvidas através de estudos 
de caso e dará uma série de informações úteis a autores de futuros guias. 
Neste texto dá-se destaque à descrição das ações do Projeto na Bahia.
O Projeto “Guias de Campo” teve como objetivo principal o desen-
volvimento de uma metodologia participativa para preparar e escrever um 
guia de plantas que seja de fácil utilização. Sua execução aconteceu de 
1999 a 2002 e envolveu diversas entidades governamentais e não go-
vernamentais em três países (Brasil, Bolívia e Grã-Bretanha). Este projeto 
tem como produtos um Manual Metodológico, e quatro Guias de Campo: 
dois produzidos na Bolívia, sobre plantas do Parque Noel Kempff Mercado, 
e dois produzidos no Brasil, sobre leguminosas da caatinga.
No Brasil, o projeto foi coordenado pelo SASOP (Serviço de Assesso-
ria a Organizações Populares Rurais – BA), UEFS (Universidade Estadual 
de Feira de Santana – BA), AS-PTA (Assessoria e Serviços a Projetos em 
Agricultura Alternativa – PE), APNE (Associação Plantas do Nordeste – PE) 
e o CNIP (Centro Nordestino de Informações sobre Plantas – PE). 
Por que este guia foi elaborado?
O objetivo principal do projeto foi concretizar experiências de como 
fazer guias através do método “aprender fazendo” e sistematizá-las para 
10 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 11 Introdução 
alimentar a elaboração de um manual metodológico útil para pessoas que 
planejam escrever guias de biodiversidade, levando em conta as opiniões 
e desejos de seus públicos, garantindo que o produto final seja um instru-
mento de ajuda e de fácil utilização pelo usuário.
A fim de gerar uma publicação como resultado desse processo, identi-
ficou-se, junto com os parceiros (entidades que assessoram o trabalho de 
agricultores), a necessidade de sistematizar experiências e conhecimentos 
gerados a respeito de plantas forrageiras utilizadas na caatinga. Optou-se, 
então, pelas leguminosas forrageiras, um grupo de plantas importantes 
para garantir a sustentabilidade das comunidades e do ambiente e, ao 
mesmo tempo, um assunto ainda pouco tratado e com poucas informações 
sistematizadas e repassadas para um público específico – técnicos que 
assessoram agricultores.
Como este guia foi elaborado?
O primeiro passo foi a definição do público-alvo do guia pelas entida-
des executoras SASOP e UEFS - técnicos que trabalham diretamente com 
agricultores familiares. Definido o público, foram realizadas várias oficinas 
de trabalho e entrevistas. As primeiras oficinas tiveram a presença de vá-
rias organizações não-governamentais e governamentais que trabalham 
com desenvolvimento rural na Bahia. Estas oficinas serviram tanto para 
esclarecer aos presentes o que era o projeto, como também para definir 
coletivamente quem seriam os parceiros de execução do projeto. Além 
das comunidades já trabalhadas pelo SASOP as entidades interessadas 
foram o GARRA, o CAA e o IPETERRAS, que atuam também em desen-
volvimento rural, trabalhando diretamente com agricultores familiares do 
semi-árido baiano.
As entrevistas foram realizadas com autores e usuários de guias já 
publicados. Com os autores foram feitos questionamentos no sentido de 
entender o motivo pelo qual o livro tinha sido escrito, qual público buscava 
alcançar, qual tinha sido a metodologia utilizada para elaboração do livro, 
quais os principais problemas que enfrentaram desde a elaboração até
a publicação, a existência ou não de métodos para monitorar o impacto 
do livro, entre outras questões. Foram feitas perguntas aos usuários, a fim 
de entender o que é um guia, quais os efeitos que a utilização de um guia 
tem ou deveria ter, se existem poucos ou muitos guias de campo para o 
nordeste. Tanto nas oficinas, quanto nas entrevistas com autores e usuá-
rios apresentou-se alguns guias para que as pessoas colocassem suas 
impressões sobre quatro elementos básicos fortemente relacionados à 
utilização de um guia:
Sistemas de acesso – Qual a forma das pessoas acessarem as infor-
mações em um guia? É através dos títulos, dos índices, folheando o 
guia para ver as fotos, das chaves, da ordem das espécies no guia, 
dos títulos correntes ou outros?
Ilustrações – O que mais agrada as pessoas: fotos ou desenhos? E sobre 
as cores: preto e branco ou colorido? E o que acham sobre ilustrações 
da planta: planta inteira ou uma parte da planta? Ampliações de partes 
da planta? Em seu habitat ou uma amostra? Com ou sem legenda (ex-
plicação do conteúdo da ilustração)? Uma só espécie na página ou 
várias espécies relacionadas? Com ou sem medidas (escala)?
Informações textuais – Algumas questões sobre a necessidade ou 
não de ter uma seção que explique como utilizar o guia, linguagem do 
texto, tamanho das letras, títulos dos guias.
Aspectos físicos – Preferências sobre tamanho do livro, qualidade do 
papel, capa, peso, encadernação, etc.
As espécies foram escolhidas em um processo de reuniões e idas 
a campo com os técnicos e comunidades rurais apoiadas pelos SASOP, 
GARRA, CAA e IPETERRAS. Pesquisou-se junto aos agricultores e técni-
cos, quais as principais leguminosas forrageiras utilizadas por eles. As 
plantas indicadas foram coletadas e levadas para o herbário da UEFS para 
serem identificadas. Com os agricultores e técnicos foram obtidas tam-
bém informações sobre fenologia, manejo, usos e restrições das plantas 
escolhidas.
12 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 13 Introdução 
Paralelamente a este processo junto às comunidades, buscou-se in-
formações complementares sobre as plantas selecionadas em literatura, 
na internet e Embrapa, bem como junto a pesquisadores que conhecem o 
uso e o manejo das plantas, como o professor Fernando Gallindo (IPA).
À medida que o guia tomava corpo, realizaram-se testes junto aos 
agricultores e técnicos envolvidos no processo. Os elementos norteadores 
dos testes foram os mesmos pesquisados no início do processo: sistemas 
de acesso, ilustrações, informações textuais e aspectos físicos. A diferen-
ça é que no início do processo testou-se guias já prontos. Dessa forma, 
estes testes foram feitos a fim de permitir correções no formato do guia, 
objetivando atender as necessidades do público a que se destina. Através 
destes testes foram escolhidos como deveriam ser as ilustrações, qual seria 
a melhor linguagem, qual o tamanho apropriado, quais índices deveriam 
conter, como deveria ser a capa, que informações deveria trazer, etc. 
Todo o processo foi sistematizado e fará parte do manual metodológico, 
assim como as experiências dos outros três guias.
Bem, aqui está o guia! O próximo passo agora será a avaliação do seu 
impacto junto aos seus usuários.
Sobre o conteúdo do Guia
A caatinga
A caatinga é o tipo de vegetação mais característico do semi-árido 
nordestino, apresentando aspectos especiais que podem ser entendidos 
como respostas dos organismos ao ambiente físico.
A região onde ocorre a caatinga está localizada no interior do Nordeste, 
principalmente nas áreas de altitude mais baixa entre os planaltos e as 
serras. Nesta região predomina o clima semi-árido com atributos particu-
lares, com um período seco prolongado, que pode se estender por vários 
meses, e uma estação chuvosa curta, irregular e mal distribuída ao longo 
dos anos. É essa irregularidade no regime das chuvas o elemento do clima 
que mais conseqüências acarreta para as plantas da caatinga e para as 
populações humanas, com os dramáticos efeitos da seca.
Na caatinga predominam árvores e arbustos espinhentos e com 
folhagem decídua, ou seja, que perdem as folhas na estação seca. 
Muitas espécies apresentam folhas compostas (divididas), reduzidas ou 
ausentes, como nos cactos. Tanto a queda quanto a redução das folhas 
têm um papel importante na sobrevivência das plantas, pois diminuem a 
perda de água por transpiração. Há também espécies suculentas, aquelas 
que apresentam tecidos que armazenam água como, por exemplo, os 
cactos (mandacaru, xique-xique e cabeça-de-frade) e bromélias (caroá). 
Asplantas herbáceas (rasteiras) desaparecem na seca e reaparecem 
rapidamente na estação chuvosa.
A queda das folhas e o desaparecimento das ervas na estação seca 
estabelecem um forte contraste com a estação chuvosa. O nome caatinga 
é originado dessa característica, pois a palavra deriva do tupi caa-tinga, 
que significa “mata clara”, em relação à claridade propiciada pela ausência 
da folhagem.
Em toda esta vasta área da caatinga, a pecuária é a principal ativida-
de econômica e apresenta características peculiares, decorrentes tanto 
de fatores históricos quanto ambientais, dentre as quais a adaptação do 
homem à caatinga foi de grande importância.
É freqüente o uso de plantas da caatinga na alimentação animal. Muitos 
criadores têm lançado mão deste recurso em época de escassez de ali-
mento. Há, por outro lado, pouca sistematização destas informações e sua 
difusão nos meios técnicos é pequena. Existe assim, grande necessidade de 
reunir informações sobre plantas forrageiras encontradas neste ambiente, 
como uma primeira etapa para o uso racional dos recursos naturais do 
semi-árido. Nesse sentido, as informações reunidas neste livro não têm a 
pretensão de esgotar o tema, mas antes, o de enriquecer as lacunas de 
14 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 15 Introdução 
conhecimento sobre plantas da caatinga, a fim de que possam ser um dia 
preenchidas em benefício do homem e da mulher do campo.
As leguminosas
A família das leguminosas, tecnicamente denominada de Leguminosae 
ou Fabaceae, é o grupo de plantas mais bem representado na caatinga, 
onde ocorrem cerca de 264 espécies. Devido às suas características, a 
família apresenta grande importância ambiental e econômica.
O que é uma leguminosa? Como qualquer outro grupo, as legumino-
sas são definidas por um conjunto particular de características. No caso 
das espécies de caatinga, elas podem ser reconhecidas por apresentar 
os seguintes atributos:
	Folhas alternas, ou seja, em cada ponto do ramo há apenas uma folha;
	Folhas compostas, ou seja, divididas em folíolos. O número e dispo-
sição dos folíolos varia e isso vai definir o tipo de folha (veja quadro 
na página 15);
	Presença de estípulas, dois pequenos apêndices parecidos com “folhi-
nhas” ao lado da base da folha verdadeira. É preciso algum cuidado para 
observar as estípulas pois, às vezes, elas caem muito cedo; por isso, é 
recomendável observá-las nas folhas jovens. Em alguns casos elas ficam 
endurecidas e se transformam em espinhos, como no surucucu;
	O fruto (“vagem”) apresenta um só lóculo, ou seja, se você fizer um corte 
de um fruto de leguminosa (por exemplo, na vagem do feijão), você vai 
observar apenas um espaço (o lóculo) não dividido, onde se encontram 
as sementes.
As flores nas leguminosas são, principalmente, de três tipos básicos 
e definem seus principais grupos (chamados de subfamílias):
	Na subfamília das mimosoídeas, onde estão a jurema e a unha-de-gato, 
as flores são pequenas e muito agrupadas. Este conjunto de flores 
é chamado de inflorescência e, como as flores são tão pequenas e 
agrupadas, muitos pensam que a inflorescência é a própria flor. Se a 
inflorescência for comprida, em forma de bastão, ela é chamada de 
espiga. Se for em forma de bola, é chamada de glomérulo.
	Na subfamília papilionoídea a flor apresenta uma pétala bem diferencia-
da, que é chamada de estandarte, e as outras quatro pétalas ficam juntas 
em volta dos órgãos reprodutivos da flor. Assim, os órgãos reprodutivos 
não são visíveis.
	Na subfamília cesalpinioídea as flores são relativamente grandes, não 
são muito agrupadas (diferindo assim das mimosóideas) e não apre-
sentam estandarte diferenciado, ou seja, não possuem a estrutura da 
flor papilionóide.
Uma das principais características biológicas das leguminosas é 
a capacidade de fixação do nitrogênio atmosférico. O nitrogênio é um 
elemento essencial para a fabricação das proteínas. No entanto, a maior 
parte do nitrogênio está em uma forma gasosa (no ar), que não pode ser 
usada pelas plantas. Algumas bactérias, que vivem nas raízes de espé-
cies de leguminosas, são capazes de transformar esse nitrogênio gasoso 
em sais que as plantas usam para fabricação de proteínas. Assim, além 
de produzir alimento mais rico em proteínas (por exemplo, feijão, soja e 
amendoim), a presença das leguminosas acaba enriquecendo o solo com 
sais de nitrogênio.
Por isso, as leguminosas constituem um dos principais recursos natu-
rais para os habitantes da zona da caatinga. O crescimento relativamente 
rápido e a capacidade de rebrota de muitas de suas espécies, fazem 
com que sejam plantas úteis para a recuperação de áreas degradadas e 
fontes importantes de lenha e madeira para pequenas construções. Além 
disso, fornecem alimento rico em proteínas para o gado, possibilitando o 
fornecimento de um importante complemento para os rebanhos.
Uma pequena amostra dessa diversidade é apresentada neste livro. 
As 21 espécies nativas e usadas como forrageiras em três comunidades 
tradicionais na caatinga são descritas, juntamente com informações de 
uso e manejo.
16 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 17 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
HÁBITO
FLOR
FOLHA
Árvore Arbusto Erva
Mimosoideae Caesalpinioideae Papilionoideae
Bifoliolada Trifoliolada Paripinada Imparipinada Bipinada
QUADRO DE CARACTERÍSTICAS DAS LEGUMINOSAS DO GUIA
Espiga Flor única Flor única
FRUTO
Legume Craspédio Criptolomento Folículo
Legume bacáceo Moniliforme Sâmara de ala distal
Orientações de 
como usar o Guia
A intenção deste guia é permitir que técnicos que assessoram 
comunidades rurais e pessoas interessadas em leguminosas for-
rageiras, em especial do Nordeste, possam encontrar informações 
sobre algumas das principais espécies nativas da caatinga, e tam-
bém permitir a identificação destas plantas através das fotografias 
e descrições aqui existentes.
Como reConheCer uma leguminosa 
O primeiro cuidado que o usuário deve tomar é se a planta que ele está 
observando é ou não uma leguminosa. Para saber isto o usuário deverá ler 
as informações do capítulo introdutório sobre as leguminosas e comparar 
partes da planta que ele está observando com o quadro de características 
do guia (página 11).
Formas de entrada do guia 
O usuário pode chegar até as informações sobre as espécies das seguin-
tes maneiras:
 Procurando a planta de acordo com a cor da flor 
Para isto é preciso observar na margem das páginas do guia uma tarja com 
a cor da flor de cada espécie. Também é possível procurar no sumário, o 
número da página inicial das plantas com aquela cor de flor.
 Índices dos nomes populares e científicos 
Se o usuário conhece o nome popular ou o nome científico da planta, ele 
pode procurar no índice dos nomes populares que está na página 15 ou 
no índice dos nomes científicos, na página 17. Os nomes científicos das 
espécies tratadas neste guia, são destacados em negrito no índice.
18 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 19 Orientações de como usar o Guia 
 Procurando a planta pelas fotos
Se o usuário conhece bem as espécies pode procurar as informações folhe-
ando o guia, pois as fotos das plantas estão, no guia, sempre do lado direito 
do leitor. Assim, é possível encontrar todas as fotos das espécies do guia 
sempre do mesmo lado e comparar com a espécie que deseja encontrar.
inFormações sobre as esPéCies
As informações das espécies tratadas neste guia foram organizadas em 
itens da seguinte maneira:
 Características morfológicas – Neste item o usuário encontra a des-
crição das espécies para que ele possa comparar com a planta que está 
observando. Assim, pode identificar se é a espécie do guia e usar as infor-
mações seguintes. Caso o usuário que está lendo a descrição da espécie 
e observando a planta não esteja muito seguro se é aquela espécie ou se 
é outra planta parecida, pode tirar a dúvida no item de plantas parecidas 
com aquela espécie que ele está observando.
 Fenologia – Neste item estãoas informações sobre quando as espécies 
estão com folhas, flores e frutos. Estas informações são ilustradas na tabela 
da fenologia para que o usuário possa visualizar melhor.
 usos – Este item traz as informações que foram obtidas dos agricultores 
e técnicos e de outros livros sobre a utilidade de cada espécie deste guia.
 manejo – Este item traz as informações sobre algumas formas de manejo 
para com a espécie.
 Problemas ou restrições de uso – Este item alerta para os problemas 
que se pode ter caso o uso ou o manejo da espécie não seja feito da forma 
correta.
 Plantas parecidas – Este item permite ao usuário comparar a planta 
que ele está observando e a descrição desta espécie com as espécies 
que são parecidas com ela. Assim, o usuário pode aumentar a segurança 
na identificação da espécie.
 outras informações – Este item apresenta informações adicionais 
sobre assuntos diversos que foram encontradas sobre cada uma das 
espécies do guia.
 Fotos das espécies – Cada espécie possui um conjunto de fotografias 
para facilitar a sua identificação.
glossário ilustrado 
No final do guia há um glossário que tem a função de ajudar o usuário a 
entender alguns termos que são usados no guia. Ao final de cada expli-
cação sobre o termo, há um número referente a uma figura para que o 
usuário possa esclarecer as dúvidas com base no desenho.
20 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 21 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Alecrim, 106
Alecrim-de-bandeira, 106
Aleluia, 48
Amburana, 60
Amburana-de-cheiro, 60
Amorosa, 75
Angambira, 86, 94, 96, 97 
Angico, 52, 54, 55
Angico-branco, 52, 82
Angico-de-bezerro, 56, 59
Angico-gambá, 98
Angico-surucucu, 56
Arrebenta-foice, 80
Banha-de-capão, 86
Birro, 44
Cabo-verde, 48
Calumbi, 75
Calumbi-branco,80
Calumbi-de-fuso,80
Calumbi-preto, 80
Calumbi-vermelho, 75
Cambuí-angico, 52
Canafista, 28, 31, 50
Canafístula, 28, 30, 31, 50
Canafístula-de-bezerro, 28
Carqueja, 106, 108
Carvalho-branco, 60
Cassaco, 76
Cássia-do-nordeste, 28
Catanduva, 56
Catinga-de-porco, 24, 26,27
Catingueira, 24, 27
Cerejeira, 60, 62
Cerejeira-rajada, 60
Coração-de-mulato, 80
Caronha, 91
Cumaré, 60
Cumaru-das-caatingas, 60
Cumaru-de-cheiro, 60
Cumaru-do-ceará, 60
Cumbaru-das-caatingas, 60
Espinheira, 98
Espinheiro, 88
Espinheiro-branco-de-âmago- 
vermelho, 80
Estaladeira, 24
Estralador, 56
Farinheira, 64
Fedegoso, 38, 40, 43, 48
Fedegoso-branco, 40
Feijão-brabo, 102
Feijão-branco, 40, 102
Feijão-bravo, 102, 104
Feijão-de-nambú, 102
Feijão-de-rolinha, 32, 34, 104
Guambira, 94
Guanhambira, 94
Guanhambira-branca, 94
Guanhambira-roxa, 94
Guarambira, 94
Índice dos nomes populares 
das plantas tratadas neste Guia
Imbiúva, 64
Imburana, 60
Imburana-de-cheiro, 60, 63
Inhambira, 94
Jacurutu, 88
Jataí, 64
Jataí-amarelo, 64
Jataí-peba, 64
Jatobá, 64, 66, 67
Jitaí, 64
Jurema, 75, 76
Jurema-branca, 68, 70, 71, 75, 76
Jurema-de-imbira, 68
Jurema-preta, 71, 72, 74, 75
Jurema-vermelha, 68
Jureminha, 68, 75
Mamangá, 48
Manduirana, 48
Mané-ventura, 24
Mata-pasto, 36, 40
Mata-pasto-cabeludo, 36
Mata-pasto-com-pêlos, 36
Mata-pasto-de-ovelha, 40
Mata-pasto-fêmea, 36
Mata-pasto-liso, 38, 40, 42, 43
Mata-pasto-macho, 40
Mata-pasto-peludo, 36, 38, 39, 43
Mata-pasto-sem-pêlos, 40
Mata-pasto-verdadeiro, 36
Mau-vizinho, 98
Monzê, 59, 84, 86
Moró, 52
Mostardinha, 102
Munzê, 84
Paca-rosa, 102
Pau-branco, 56
Pau-de-bica, 24
Pau-de-birro, 44, 47
Pau-de-fuso, 80
Pau-de-ovelha, 28
Pau-de-rato, 24
Pau-fava, 48
Quipé, 56
Rama-de-bezerro, 56
Sabão, 56
São-joão, 28, 31, 48, 50
Sete-capotes, 98
Sete-cascas, 98, 100, 101
Surucucu, 79, 88, 90, 91
Toca d’onça, 76
Umburana, 60
Unha-de-gato, 72, 76, 79, 82, 
83, 91
Unha-de-gato-do-miolo-ver-
melho, 79, 80, 82, 83
22 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 23 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Acacia, 79, 82
acacia bahiensis Benth., 79, 80, 82
Acacia farnesiana (L.) Willd., 91
Acacia piauhiensis Benth., 86 
albizia polycephala (Benth.) Killip, 59, 84, 86
amburana cearensis (Fr. Allem.) A.C. Smith, 60, 63
anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, 52, 55
Caesalpinia bracteosa Tul., 24, 27
Caesalpinia gardneriana Benth., 27 
Caesalpinia microphylla Mart. ex Tul., 27 
Caesalpinia pyramidalis Tul., 27 
Calliandra aeschynomenoides Benth., 108
Calliandra depauperata Benth., 106, 108
Calliandra fernandesii Barneby, 108
Dalbergia, 47
diptychandra aurantiaca Tul., 44, 47
Hymenaea courbaril L., 67 
hymenaea martiana Hayne, 64, 67
Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne, 67
Machaerium, 47
machaerium hirtum (Vell.) Stellf., 98, 101
macroptilium bracteatum (Nees & Mart.) Maréchal & 
Baudet, 102, 104
Macroptilium lathyroides (L.) Urban, 104
Macroptilium martii (Benth.) Maréchal & Baudet, 104
Índice dos nomes científicos 
das plantas tratadas neste Guia
Mimosa acutistipula Benth., 71, 75 
Mimosa arenosa (Willd.) Poir., 75 
mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth., 68, 71, 75
mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., 71, 72, 75
Mimosa verrucosa Benth., 75 
Parapiptadenia zehntneri (Harms) M.P. Lima & H.C. Lima, 
86, 94, 97
Peltogyne, 67 
Piptadenia moniliformis Benth., 56, 59
Piptadenia obliqua (Pers.) Macbr., 59 
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke, 76, 79, 82, 83, 91
Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth., 79, 88, 91
Plathymenia reticulata Benth., 97
Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima, 55
rhynchosia edulis Griseb., 32
Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, 31, 50
senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby, 31, 
48, 50
senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby, 38, 40
Senna occidentalis (L.) Link, 38, 43 
Senna rizzini H.S. Irwin & Barneby, 31, 50 
senna spectabilis (DC.) H.S. Irwin & Barneby, 28, 31, 50
senna uniflora (P. Mill.) H.S. Irwin & Barneby, 36, 43
 25 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Plantas com 
flores amarelas
26 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 27 Plantas com flores amarelas 
Catinga-de-porco
Também conhecida como mané-ventura, pau-de-bica, pau-de-rato, catingueira 
e estaladeira.
Seu nome científico é Caesalpinia bracteosa 
Características morfológicas
Árvore que atinge de 2 a 10 metros, com copa arredondada. O 
tronco pode atingir até 40 cm de circunferência, tem cor clara e o 
“miolo” é roxo. A casca é lisa quando jovem e rugosa e fissurada 
(“cascarenta”) quando velha; não tem espinhos. As folhas são 
bipinadas com 2 a 3 pares de pinas, 4 a 5 pares de folíolos em 
cada pina e não possuem pêlos. A inflorescência tem a forma 
de cacho. As flores possuem 5 pétalas amarelas. O fruto é uma 
vagem ou legume de cor verde-amarelada quando jovem, e 
castanha a marrom com ponta fina e longa quando maduro. As 
sementes são achatadas e arredondadas.
Fenologia
A catinga-de-porco tem folhas durante todo o ano, havendo 
grande diminuição no período mais seco. Inicia a florada após 
as primeiras chuvas, geralmente no mês de novembro com outra 
florada em março. Durante o período das chuvas, enquanto o solo 
estiver úmido, a planta possui flores. Frutifica sempre durante o 
período das chuvas. 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco (casca); 3. Folha; 4. Flor; 5. Ramo frutificado



 
 
28 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 29 Plantas com flores amarelas 
Usos:
	A catinga-de-porco é consumida no chão, por cabras, ovelhas 
e bovinos. As partes consumidas são as folhas, flores e, princi-
palmente, as vagens.
	É uma planta medicinal, utilizada para problemas intestinais. 
As flores são utilizadas para dores de barriga em crianças. 
	Agricultoras do agreste da Paraíba utilizam, com sucesso, o 
cozimento da casca da catinga-de-porco como cicatrizante em 
ferimentos externos.
	As flores fornecem alimento para as abelhas.
	Os agricultores utilizam os troncos das plantas mais velhas 
para bica, pois estes são ocos.
Manejo
Quando verdes, as folhas da catinga-de-porco possuem um 
odor desagradável.Por isso, só são consumidas por cabras, 
ovelhas e bovinos, quando caem da planta e começam a secar. 
As folhas devem ser colhidas, secadas e guardadas pelos agri-
cultores. 
No período seco, quando falta forragem no campo, são exce-
lente fonte de forragem nutritiva para os animais.
Problemas ou restrições de uso
Deve-se ter o cuidado com o consumo das vagens pois, 
segundo os agricultores, as vagens perfuram o estômago dos 
animais.
Plantas parecidas com a catinga-de-porco
A catinga-de-porco (Caesalpinia bracteosa) pode ser con-
fundida com outras espécies conhecidas como catingueira ou 
catinga-de-porco (Caesalpinia microphylla, Caesalpinia gardne-
riana e Caesalpinia pyramidalis). Porém, todas as outras espécies 
possuem mais de quatro pares de pinas.
30 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 31 Plantas com flores amarelas 
Canafístula
Também conhecida como canafista, canafístula-de-bezerro, são-joão, cássia-
do-nordeste e pau-de-ovelha.
Seu nome científico é senna spectabilis
Características morfológicas 
Árvore de 4 a 5 metros de altura. A largura do tronco pode 
variar de 20 a 30 centímetros. O caule da canafístula é liso, sem 
espinhos. As folhas são pinadas (paripinadas), com 10 a 20 pares 
de folíolos, não possuem pêlos e não são quebradiças. As flores 
são amarelas. A vagem é comprida e cilíndrica. As sementes são 
achatadas e esverdeadas. 
Fenologia 
Em alguns lugares pode ter folhas o ano todo. Segundo de-
poimento de agricultores: “é um pau que depende do lugar em 
que é criado, se for lugar frio tem o ano todo”.
Floresce durante os meses de abril e maio. Segundo os 
agricultores quando a canafístula flora, o “inverno” (período de 
chuva no sertão) está chegando ao fim. Frutifica de maio a julho. 
Dependendo do lugar, pode estar totalmente sem folhas de maio 
a novembro. 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco; 3. Ramo florido; 4. Folha; 5. Frutos
 

 
 
32 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 33 Plantas com flores amarelas 
Usos
	Suas folhas, ramos, vagens, casca e sementes são consumi-
das por cabras, ovelhas, bovinos, jumentos e cavalos, principal-
mente na própria planta. Normalmente, o bode come a casca 
da planta. Na época seca, fornece como alimento folha, vagem, 
semente, casca e ramos. 
	Sua madeira é usada para lenha e na fabricação de cadeiras, 
cangalhas e caixotes. 
	Também tem uso medicinal, contra a indigestão. As flores são 
utilizadas no tratamento de infecção urinária e o sumo das folhas 
serve no combate a micoses (p.ex. “pano branco”).
	Pelo porte pequeno e a beleza de sua florada, é utilizada 
para arborização de ruas em muitas cidades do Brasil. Também 
é utilizada para plantios destinados a recomposição de áreas 
degradadas.
Manejo
A canafístula é uma planta que rebrota com relativa facilidade 
quando queimada ou cortada. 
Para a obtenção de sementes, os frutos devem ser coletados 
diretamente das plantas, quando iniciarem a queda espontânea, 
ou recolhidos no chão, após a queda. Devem ser colocados no sol 
para secar, facilitando a abertura e retirada das sementes. Logo 
que retiradas, as sementes devem ser colocadas para germinar 
em locais com alguma sombra. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos qualquer restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a canafístula
A canafístula (Senna spectabilis) pode ser confundida com ou-
tras espécies conhecidas como são-joão, canafístula ou canafista 
(Senna acuruensis, Senna rizzini e Senna macranthera).
A canafístula (Senna spectabilis) possui entre 10 e 20 pares de 
folíolos e o são-joão ou canafístula (Senna macanthera e Senna 
rizzini) só possuem 2 pares de folíolos. O outro são-joão ou cana-
fista (Senna acuruensis) possui entre 5 e 7 pares de folíolos, por 
isso é diferente da canafístula aqui descrita (Senna spectabilis).
Outras informações
	A canafístula tem maior ocorrência em áreas de solos mais 
profundos, bem drenados e de razoável profundidade.
	Segundo informação dos agricultores “a canafístula não é 
muito comum na mata virgem, só na capoeira”.
	Muitos agricultores não gostam da canafístula na “roça” deles 
porque essa planta é hospedeira de cochonilhas; outros acre-
ditam que enquanto a cochonilha está na planta não vai para 
a lavoura, muito embora ocorram casos em que a cochonilha 
ataque toda a lavoura.
	Vinte e sete mil e seiscentas sementes de canafístula pesam 
aproximadamente um quilo.
34 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 35 Plantas com flores amarelas 
Feijão-de-rolinha
Seu nome científico é rhynchosia edulis
Características morfológicas 
Erva prostrada (rasteira) que atinge cerca de 30 a 50 centímetros 
de altura. O caule é sem espinhos. As folhas são trifolioladas, com 
pêlos. As flores têm pétalas amarelas. O fruto é uma vagem peque-
na de cor escura, quando madura, e com pêlos. As sementes são 
marrons ou negras, em forma de rim (reniformes).
Fenologia 
O feijão-de-rolinha brota depois das primeiras chuvas e flo-
resce cerca de dois meses depois, normalmente entre janeiro a 
abril e frutifica a partir de fevereiro até maio ou junho.
O feijão-de-rolinha é uma planta que tem o ciclo de vida pa-
recido com o do feijão.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Flores; 3. Frutos
 
  
36 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 37 Plantas com flores amarelas 
Usos
	Toda a planta é forrageira. O feijão-de-rolinha é consumido por 
cabras, ovelhas, gados, jumentos e cavalos na própria planta.
Manejo
Para os animais que são criados em cochos pode-se cortar 
a planta e dar ainda verde.
Alguns agricultores colhem as sementes um pouco antes das 
plantas começarem a secar. Segundo eles, as sementes podem 
ser plantadas diretamente no chão, na época própria, que em 
aproximadamente oito dias a planta começa a nascer.
Essa planta também é utilizada para cobrir o solo. Assim, a 
terra fica mais úmida e fértil nestes locais.
Problemas ou restrições de uso
As sementes desta espécie são consideradas, por alguns, ve-
nenosas para o gado. Porém, é necessário que ocorram maiores 
estudos para se afirmar ou não este fato. Deve-se mencionar que, 
em alguns países é uma das forragens usadas cotidianamente 
na alimentação de bovinos, camelos e cabras. 
Plantas parecidas com o feijão-de-rolinha
O feijão-de-rolinha possui características próprias, bem mar-
cantes e, por isso, é dificilmente confundida com outras espé-
cies da caatinga. Distingue-se das demais espécies com folhas 
trifolioladas, descritas nesse guia, pelas suas flores pequenas e 
amarelas.
Outras informações
	É uma planta encontrada mais frequentemente em áreas de-
gradadas, como capoeiras.
38 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 39 Plantas com flores amarelas 
Mata-pasto-peludo
Também conhecido como mata-pasto, mata-pasto-verdadeiro, mata-pasto-
cabeludo, mata-pasto-com-pêlos e mata-pasto-fêmea.
Seu nome científico é senna uniflora
Características morfológicas 
Erva ou subarbusto com cerca de 1,5 a 2 metros de altura, de 
crescimento ereto. O caule não apresenta espinhos e sua casca é 
áspera. As folhas são paripinadas com 3 a 5 pares de folíolos, com 
muitos pêlos e não são quebradiças. As flores possuem pétalas 
amarelas. As vagens são retas e pilosas, possuindo cerca de 4 
a 7 centímetros de comprimento. Suas sementes são pequenas 
e quase quadradas. 
Fenologia 
O mata-pasto-peludo brota nas primeiras chuvas, normalmen-
te no mês de novembro. Está coberto de folhas de novembro a 
maio. Após o terceiro mês de brotação a planta está com flor, 
aproximadamente em fevereiro. Os frutos aparecem um mês 
depois da florada, normalmente a partir de março, persistindo 
até maio, juntamente com algumas flores.
Segundo depoimento dos agricultores, o mata-pasto-peludo 
segue o ciclodo feijão.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Flor; 3. Folha; 4. Frutos
 
 
  
40 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 41 Plantas com flores amarelas 
Usos
	O mata-pasto-peludo é consumido por cabras, ovelhas e 
cavalos, diretamente na planta ou no chão, assim que começa 
a dar flor. 
Manejo
Tem capacidade de rebrota após o corte.
O mata-pasto-peludo é utilizado como feno. O corte para o 
preparo do feno é fácil porque as plantas, além de tenras e ma-
cias, crescem bem próximas umas das outras e sempre estão 
em grande quantidade. Para fenação, recomenda-se o corte das 
plantas com cerca de quatro semanas, quando se obtém elevada 
produção e bom valor nutritivo.
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com o mata-pasto-peludo
O mata-pasto-peludo pode ser confundido com o mata-pasto-
liso (Senna obtusifolia) e o fedegoso (Senna occidentalis).
O mata-pasto-peludo possui muitos pêlos e a vagem é mais 
curta. O mata-pasto-liso não possui pêlos por toda a planta e tem 
as vagens maiores. Já o fedegoso possui a folha “de ponta” e o 
fruto é comprido e achatado.
Outras informações
	Segundo depoimento de agricultores essa planta é melhor que 
o capim em algumas regiões, porque é nativa e não necessita 
muitos cuidados no plantio. Para eles o mata-pasto-peludo nasce 
em terrenos argilosos e úmidos.
	A produção de sementes é elevada. 
42 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 43 Plantas com flores amarelas 
Mata-pasto-liso
Também conhecido como fedegoso, mata-pasto-sem-pêlos, mata-pasto, 
fedegoso-branco, mata-pasto-de-ovelha e mata-pasto-macho.
Seu nome científico é senna obtusifolia
Características morfológicas 
Erva ou subarbusto, com cerca de 1,5 a 2 metros de altura, 
de crescimento ereto. O caule é sem espinhos e sua casca é 
áspera. As folhas são paripinadas com 3 pares de folíolos, sem 
pêlos e não são quebradiças. As flores são em cacho, com pétalas 
amarelas. As vagens são compridas, finas e curvas, possuem 
cerca de 10 a 12 centímetros de comprimento. Suas sementes 
são pequenas e alongadas. 
Fenologia 
O mata-pasto-liso brota nas primeiras chuvas, normalmente 
no mês de novembro. Está coberto de folhas de novembro a 
maio. Após o terceiro mês de brotação a planta está com flor, 
aproximadamente em fevereiro. Os frutos aparecem um mês 
depois da florada, normalmente a partir de março e seguem até 
maio, juntamente com algumas flores.
Segundo o depoimento dos agricultores, o mata-pasto-liso 
segue o ciclo do feijão.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
2
41. Hábito; 2. Folhas; 3. Ramo florido; 4. Frutos
 


 
44 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 45 Plantas com flores amarelas 
Usos
	O mata-pasto-liso é consumido no chão por cabras, ovelhas 
e cavalos, depois de ser cortada e seca. Devido ao seu sabor 
amargo, os animais preferem a planta quando seca ou fenada, 
sendo uma alternativa para seu aproveitamento. 
	Usa-se o chá da planta jovem, (incluindo a raiz) em banhos 
para baixar a febre de crianças. O sumo das folhas com leite 
combate a tosse. Suas folhas também são utilizadas como pur-
gativos.
	O banho de vapor da planta é usado no combate ao reuma-
tismo.
Manejo
Como o mata-pasto-liso quando verde não é muito apreciado 
pelos animais, devido ao seu sabor amargo, recomenda-se fená-
lo. O corte para o preparo do feno é fácil porque as plantas, além 
de tenras e macias, crescem bem próximas umas das outras e 
sempre estão em grande quantidade. Para fenação, recomenda-
se o corte das plantas com cerca de quatro semanas, quando 
se obtém elevada produção e bom valor nutritivo.
Segundo depoimento de agricultores, esta planta é melhor 
que o capim em algumas regiões porque é nativa e não necessita 
muitos cuidados no plantio. Para eles o mata-pasto-liso nasce 
muito facilmente em terrenos arenosos .
A produção de sementes é elevada e as vagens, quando 
maduras, “estalam”, espalhando as sementes que germinam 
ao início das chuvas. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificado em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos alguma restrição de uso a esta planta.
Plantas parecidas com o mata-pasto-liso
O mata-pasto-liso pode ser confundido com o mata-pasto-
peludo (Senna uniflora) e o fedegoso (Senna occidentalis).
O mata-pasto-liso tem a folha arredondada e a vagem é 
comprida e “fina”, também não possui pêlos visíveis a olho nu. 
O mata-pasto-peludo possui pêlos por toda a planta e têm as 
vagens menores. Já o fedegoso possui a folha “de ponta” e o 
fruto é comprido e achatado.
Outras informações
	Dentre as leguminosas, essa planta é uma das que não pos-
suem as bactérias fixadoras de nitrogênio. 
	O mata-pasto-liso é uma planta que ocorre em diferentes tipos 
de solos, sendo uma planta comum em pátios, áreas cultivadas, 
capoeiras, margem de estradas, proximidades de currais etc.
	Segundo os agricultores, o mata-pasto-liso é mais comum em 
solos arenosos e com pouca água.
	Em alguns lugares a planta não é utilizada como forrageira 
mas, em certas comunidades, os agricultores relatam que cortam 
a planta e deixam secar no chão para que, no dia seguinte, os 
animais se alimentem. Repetindo essa técnica por alguns dias, 
os animais aprendem a cortar sozinhos e passam a se alimentar 
dessa planta.
46 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 47 Plantas com flores amarelas 
Pau-de-birro
Também conhecido como birro.
Seu nome científico é diptychandra aurantiaca
Características morfológicas 
Árvore que atinge de 3 a 8 metros de altura. O tronco geral-
mente é reto, varia de 30 a 40 centímetros de circunferência e 
é revestido por casca grossa e fissurada que se solta. As folhas 
são pinadas (paripinadas), com 2 a 6 pares de folío los sem pê-
los e quebradiças. As flores aparecem em cachos, com pétalas 
amarelas. As vagens apresentam pêlos e a cor varia de castanha 
a marrom. As sementes ficam contidas em um estojo fino com 
cor de palha.
Fenologia 
O pau-de-birro está coberto de folhas de novembro até junho 
e quase sem folhas de julho a outubro, mas antes de caírem 
apresentam uma bela coloração vermelha. Está com flores de 
novembro a dezembro e com frutos em janeiro. O pau-de-birro 
é uma planta importante na caatinga porque tem folhas na 
época seca.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco; 3. Folhas; 4. Frutos e sementes

  
 
48 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 49 Plantas com flores amarelas 
 
Usos
	A planta é consumida por cabras, ovelhas e bovinos. Suas fo-
lhas caem no chão, mas têm muita durabilidade. Só começam a 
apodrecer depois que chove muito. Quando começa a chover, os 
animais buscam-na para comer e isso é muito importante porque 
é justamente no início das chuvas que a caatinga oferece poucas 
opções de forragem para os animais. 
	Os agricultores utilizam esta planta como medicinal contra 
sangramento.
	A planta também é utilizada para se fazer sabão.
	É uma planta melífera. Ela floresce no início das chuvas, o 
que é importante para atrair enxames e suprir de néctar e pólen 
as colônias de abelhas.
	A madeira é ótima para uso em mourões, postes e dormen-
tes.
	É uma árvore ornamental utilizada na arborização.
Manejo
Possui a capacidade de rebrotar mesmo quando é cortado e 
queimado. Essa característica lhe confere uma vantagem caso 
seja utilizado em manejo de caatinga para fins de produção de 
forragem.
Seus frutos devem ser coletados nas plantas, no início de 
sua abertura. Depois estes frutos devem ficar expostos ao sol 
até abrir totalmente e liberar as sementes. Suas sementes per-
dem o poder de germinação rapidamente, por isso devem ser 
colocadas para germinar logoque colhidas, em canteiros ou em 
recipientes individuais. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta. 
Plantas parecidas com o pau-de-birro
O pau-de-birro (Diptychandra aurantiaca) pode ser confundi-
do com outras espécies dos gêneros Dalbergia e Machaerium. 
Difere, entretanto, dos mesmos por não apresentar corola papi-
lionóide.
Outras informações
	Segundo depoimento dos agricultores, “quando o pau-de-birro 
cria água na casca sabe-se que está perto de chover”.
	O pau-de-birro produz, anualmente, moderada quantidade de 
sementes que são facilmente disseminadas pelo vento. 
	Um quilo de sementes de pau-de-birro contém aproximada-
mente mil e setecentas sementes. 
50 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 51 Plantas com flores amarelas 
 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
São-joão
Também conhecido como manduirana, pau-fava, aleluia, cabo-verde, fedegoso, 
mamangá.
Seu nome científico é senna macranthera
Características morfológicas 
Árvore que atinge de 2 a 3 metros de altura. O tronco não larga 
a casca, é liso e tem de 10 a 20 centímetros de circunferência. As 
folhas são paripinadas com 2 pares de folíolos, possuem pêlos e 
são quebradiças. As flores possuem pétalas amarelas. Apresenta 
muitas flores abertas por dia em cada planta. O fruto é um legume 
comprido de cor marrom quando maduro.
Fenologia 
O são-joão está coberto de folhas de novembro a junho. Está 
com flores de dezembro a maio e frutos de fevereiro a junho. 
Apresenta-se sem folhas de julho a outubro.
Usos
	As folhas e vagens do são-joão são consumidos por cabras, 
jumentos e bovinos, na planta e no chão. Segundo depoimento 
dos agricultores, percebe-se aumento de peso dos animais e na 
produção de leite, após o consumo da planta.
	O são-joão é uma planta de uso medicinal para frieira, micose 
e coceira.
1. Folhas; 2. Flores; 3. Ramo florido e frutificado; 4. Fruto
 
  
52 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 53 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Manejo
Sua raiz é rasa, mesmo assim, rebrota quando a planta é 
queimada e cortada.
Seus frutos devem ser, preferencialmente, coletados nas 
plantas, no início de sua abertura, ou recolhidos no chão. Depois, 
estes frutos devem ficar expostos ao sol, para facilitar a abertura 
e liberação das sementes.
Para uma melhor germinação, as sementes devem ser esca-
rificadas mecanicamente antes da semeadura. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com o são-joão
O são-joão (Senna macranthera) pode ser confundido com ou-
tras espécies conhecidas também como são-joão, canafístula ou 
canafista (Senna acuruensis, Senna rizzini e Senna spectabilis).
O são-joão (Senna macanthera) possui 2 pares de folíolos 
(4 folíolos) e as estípulas são caducas quando a planta está 
em flor. Já o são-joão (Senna rizzini) também possui 2 pares de 
folíolos, mas as estípulas são persistentes. A canafístula (Senna 
spectabilis) possui entre 10 e 20 pares de folíolos e o outro são-
joão ou canafista (Senna acuruensis) possui entre 5 e 7 pares 
de folíolos.
Outras informações
	Produz, anualmente, grande quantidade de sementes viáveis. 
	Um quilo de sementes de são-joão contém aproximadamente 
vinte e sete mil e seiscentas sementes. 
Plantas com 
flores brancas
54 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 55 Plantas com flores brancas 
Angico
Também conhecido como angico-branco, cambuí-angico e moró.
Seu nome científico é anadenanthera colubrina
Características morfológicas 
Árvore que atinge uma altura de 12 a 15 metros. Seu tronco 
é rugoso, apresentando “calos”, às vezes dispersos, às vezes 
muito próximos uns dos outros. A casca é de cor pardo-escura. 
A largura do seu tronco pode variar de 30 a 50 cm de circunfe-
rência. As folhas são bipinadas, com 12 a 20 pares de pinas e 
15 a 20 pares de folíolos por pina. As flores são bem pequenas e 
estão reunidas em glomérulos (“pompons”), formando panículas 
na parte de cima dos ramos. A cor das flores varia do branco 
ao creme. Os frutos são alongados, achatados, com ligeiras 
entradas, onde estão alojadas as sementes que são redondas 
e achatadas.
Fenologia 
De novembro a abril o angico está coberto de folhas. Floresce 
na estação seca, antes das primeiras chuvas, entre novembro 
e dezembro, e os frutos aparecem entre os meses de março e 
novembro. De maio a outubro está, quase sempre, sem folhas. 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco; 3. Fruto; 4 e 5. Ramo florido
  

 
56 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 57 Plantas com flores brancas 
Usos
	O angico é consumido por cabras, ovelhas e bovinos. As 
partes consumidas são as folhas, na própria planta. Essa planta 
não produz alimento para os animais na época seca.
	Sua madeira é usada na construção civil. É excelente para 
dormentes e também é utilizada na construção de carroças. 	
O angico também é utilizado nos curtumes, por causa da pre-
sença de tanino em sua casca.
	Da sua goma (resina) podem ser feitos remédios e balas para 
bronquites, infecções do pulmão e vias respiratórias, servindo 
ainda para depurar ou “afinar” o sangue.
	É utilizada para suavizar dores de cabeça e enxaquecas. 
Também serve como cicatrizante. 
	É utilizada como veneno para lagarta.
	As abelhas fazem um excelente mel da flor do angico. 
	No interior do Brasil, o angico é utilizado para matar formigas. 
Após deixar a casca ou as folhas de molho em água, durante 24 
horas, coar e aplicar direto no “olho” do formigueiro.
Manejo
O angico rebrota quando cortado. Suas folhas, quando bem 
secas, são uma excelente forragem para vacas, cabras e ovelhas 
(veja “restrições de usos”).
Como produzem grande quantidade de sementes com alto 
percentual de germinação, é possível produzir facilmente muitas 
mudas. Para obter suas sementes, os frutos devem ser coletados 
quando iniciarem a abertura espontânea e liberação das semen-
tes. As sementes retiradas das vagens devem ser postas para 
germinar em canteiros semi-sombreados e cobertas com leve 
camada de terra, molhando-se uma vez, ou, se possível, 
duas vezes ao dia. Quando as mudas atingirem quatro a seis 
centímetros, devem ser transplantadas para saquinhos individu-
ais. Como crescem rápido, não devem demorar mais de um ano 
para irem a campo, onde atingem facilmente cinco a seis metros, 
em dois a três anos. Sendo de porte médio a grande, devem ser 
plantadas em locais com bastante espaço e recuadas pelo menos 
5-10 metros das construções.
Problemas ou restrições de uso
Segundo informações dos agricultores, se a planta estiver 
murcha ao ser consumida por animais torna-se potencialmente 
tóxica, podendo levar a morte do animal.
Plantas parecidas com o angico
O angico (Anadenanthera colubrina) pode ser confundido com 
outra planta conhecida também como angico (Pseudopiptadenia 
contorta). Porém, esta última possui inflorescência em espiga e 
as folhas apresentam entre 10 a 15 pares de pinas com 32 a 40 
pares de folíolos. Os frutos também são diferentes, pois em Pseu-
dopiptadenia contorta as vagens possuem as margens retas.
Outras informações
	O angico é encontrado em quase todo o Brasil. É uma árvore 
que prefere solos profundos, não gostando de solos rasos, muito 
úmidos ou inundados.
	Um quilo de sementes de angico contém aproximadamente 
quinze mil e seiscentas unidades.
58 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 59 Plantas com flores brancas 
 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
Angico-de-bezerro
Também conhecido como rama-de-bezerro, sabão, quipé, catanduva, estralador, 
angico-surucucu e pau-branco.
Seu nome científico éPiptadenia moniliformis
Características morfológicas 
Árvore que cresce de 4 até 9 metros e tem copa arredondada. 
A largura do tronco da planta adulta pode variar de 20 a 30 cm. O 
tronco tem a casca fina e um pouco rugosa. As folhas são bipina-
das com 2 a 4 pares de pinas e 9 a 13 pares de folíolos. As folhas 
apresentam pêlos e quebram com facilidade. A inflorescência 
tem a forma de espiga. As flores têm cor branco-esverdeadas 
quando novas, ficando amarelas ou quase marrons quando 
velhas. O fruto tem forma bem característica: ela apresenta um 
estreitamento entre as sementes, e se abre por apenas um dos 
lados. Sua cor é marrom e a forma é achatada. As sementes são 
esbranquiçadas.
Fenologia 
O angico-de-bezerro está coberto de folhas de agosto a junho. 
Floresce nos meses de chuva, normalmente entre janeiro e abril. 
Está com frutos entre os meses de fevereiro a setembro, porém 
suas vagens só ficam maduras entre os meses de julho a setem-
bro. Fica totalmente sem folhas em julho. 
1. Hábito; 2. Tronco; 3. Folha; 4. Ramo florido; 5. Frutos



 
60 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 61 Plantas com flores brancas 
 
Usos
	Essa planta é uma boa forrageira. Ela produz uma grande 
quantidade de folhas e boa parte delas se mantêm verdes du-
rante a época seca, exceto julho. As folhas verdes chegam a ter 
vinte por cento de proteína bruta. Caprinos, ovinos e bovinos 
consomem suas folhas e vagens.
	Sua madeira é usada para carvão e lenha, para fazer cadeiras, 
mesas e outros móveis. Também é utilizada para fazer cabo de 
ferramentas.
	É indicada para reflorestamentos.
	Suas flores possuem muito néctar e, por isso, o angico-de-
bezerro é uma excelente planta melífera. 
Manejo
Esta planta tem a capacidade de rebrotar na estação seca. Quan-
do é feita uma poda baixa crescem muitos galhos da base da planta 
aumentando a quantidade de forragem verde. Nas plantas podadas 
as folhas permanecem mais tempo verdes durante a seca.
Alguns agricultores servem as ramas do angico-de-bezerro 
no chão. Entretanto, outros preferem utilizar o cocho, o que evita 
a contaminação por verminoses e os animais aproveitam melhor 
as ramas. As folhas apresentam um gosto agradável para os 
animais. Normalmente as partes servidas no cocho são as ra-
mas finas – tecnicamente chamadas de “ramos herbáceos” que 
podem ser facilmente consumidos junto com as folhas.
Seus frutos devem ser coletados nas plantas, no início de 
sua abertura. Depois, estes frutos devem ficar expostos ao sol 
até abrir totalmente e liberar as sementes. 
Para uma boa germinação as sementes devem ser mergulha-
das na água quente, antes da fervura, por um minuto. Logo depois 
devem ser plantadas em canteiros de semeadura, porque com o 
passar do tempo, elas perdem o poder de germinação. O melhor 
é plantar a semente direto em saquinhos para ficar mais fácil trans-
plantar a muda para o local definitivo.
O angico-de-bezerro tem um crescimento rápido. Alcança dois 
metros de altura aos dois anos de idade e pode ser cultivada de 
forma adensada. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com o angico-de-bezerro
O angico-de-bezerro (Piptadenia moniliformis) pode ser 
confundido com outras espécies como a Piptadenia obliqua e o 
monzê (Albizia polycephala).
Piptadenia obliqua, porém, possui 2 a 3 pares de pinas e 4 a 6 
pares de folíolos (sendo que nas pinas mais longas apresentam 
10 a 12 pares de folíolos). Além disso, os frutos são mais finos 
e as sementes menores (cerca de 5 a 7 mm de comprimento). 
Já o monzê apresenta inflorescência em glomérulo, flores com 
mais de 10 estames e o fruto não possui o estreitamento entre 
as sementes como no angico-de-bezerro.
Outras informações
	O angico-de-bezerro é muito comum nas caatingas, mas 
também ocorre nos cerrados e nas matas, preferindo os solos 
arenosos. 
	Suas folhas apresentam muita resistência, elas caem e só 
apodrecem após algumas chuvas.
	Um quilo de sementes de angico-de-bezerro contém aproxi-
madamente vinte e seis mil sementes.
62 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 63 Plantas com flores brancas 
 
Imburana-de-cheiro
Também conhecida como amburana, amburana-de-cheiro, cerejeira-rajada, 
cerejeira, cumaré, cumaru-das-caatingas, cumaru-de-cheiro, cumaru-do-ceará, 
cumbaru-das-caatingas, carvalho-branco, imburana e umburana.
Seu nome científico é amburana cearensis
Características morfológicas 
Árvore que cresce de 4 a 10 metros com tronco de circunfe-
rência que varia de 40 a 80 centímetros; quando jovem mostra-se 
liso e quando adulto apresenta uma casca muito fina que se solta 
com facilidade. A copa é arrendondada e espalhada. As folhas 
são imparipinadas com 11 a 15 folíolos, não possuem pêlos e não 
são quebradiças. As flores são alvas ou de coloração amarelo-
pálida, pequenas e aromáticas. O fruto é do tipo vagem, achatado 
e escuro, o qual contém uma semente alada.
Fenologia 
A imburana-de-cheiro está coberta de folhas de novembro a 
maio. A floração inicia no período seco, normalmente entre os 
meses de maio e junho. Seus frutos surgem de julho a setembro. 
Fica totalmente sem folhas entre os meses de junho a outubro.
Usos
	As cabras comem suas folhas e vagens, tanto na planta como 
no chão.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco; 3. Folha; 4. Fruto; 5. Ramo florido 
 



64 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 65 Plantas com flores brancas 
 
	É indicada para o tratamento de gripe, bronquite e asma, 
podendo ser usada na forma de xarope ou pelo cozimento da 
casca e das sementes. Suas sementes são utilizadas para facilitar 
a digestão e combater enxaqueca.
	Suas folhas são utilizadas para a produção de sabão.
	É utilizada também contra cólicas, através do uso da semente 
in natura ou em forma de chá.
	Tanto a casca quanto as sementes são postas de infusão para 
o preparo de cachaça, dando um ótimo aperitivo segundo os 
agricultores.
	As sementes possuem odor agradável e eram usadas no 
passado para perfumar as roupas.
	Sua madeira, conhecida como cerejeira, é empregada na 
confecção de móveis de luxo, faqueados decorativos, balcões 
e na tanoaria, escultura e marcenaria em geral.
	A árvore é muito ornamental, principalmente pelos ramos e 
pelo tronco, que são lisos e de cor vinho ou marrom-avermelhado. 
É muito utilizada no paisagismo de várias cidades.
	Suas flores são bastante visitadas pelas abelhas. 
Manejo
Sua propagação é feita através das sementes. Para se obter 
as sementes, os frutos devem ser colhidos diretamente das ár-
vores quando iniciarem a queda espontânea e colocados para 
secar. É necessário que a colheita seja feita rapidamente porque 
seus frutos são muito apreciados pelos animais. Os frutos de-
vem ser secos ao sol para facilitar a abertura e a liberação das 
sementes.
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos alguma restrição de uso a essa planta. 
Plantas parecidas com a imburana-de-cheiro
A imburana-de-cheiro (Amburana cearensis) diferencia-se por 
possuir o tronco com casca fina, lisa e avermelhada, a qual vai se 
soltando continuamente. Além disso, as flores têm apenas uma 
pétala e a semente é alada.
Outras informações
	Árvore nativa do Nordeste do Brasil, podendo ser encontrada, 
também, na floresta pluvial do vale do Rio Doce, nas matas dos 
estados do Sudeste e no Paraguai.
	Segundo informação de agricultores, a cada ano que passa di-
minui a quantidade de imburana-de-cheiro. Eles temem que seja 
“alguma doença atacando as plantas na própria caatinga”. 
	Um quilo de sementes de imburana-de-cheiro contém apro-
ximadamente mil seiscentas e cinqüenta sementes. 
66 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 67 Plantas com flores brancas 
 
Jatobá
Também conhecido comojataí, jataí-amarelo, jataí-peba, jitaí, farinheira e 
imbiúva. 
Seu nome científico é hymenaea martiana 
Características morfológicas 
Árvore que cresce de 6 a 20 metros de altura. O seu tronco 
pode atingir até 3 metros de circunferência, não tem espinhos e 
sua casca é lisa, de cor marrom com estrias esbranquiçadas e 
não larga do tronco. As folhas são bifolioladas, brilhantes, não 
têm pêlos e são quebradiças. As flores são brancas. O fruto não 
se abre (fruto indeiscente) e tem o formato de grossas vagens, 
com poucas sementes, preenchidas por uma massa (“farinha”) 
amarelo-clara, que é comestível.
Fenologia 
O jatobá está sempre coberto de folhas mesmo na época 
seca. Floresce em dezembro e frutifica entre os meses de maio 
e julho. 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco (casca); 3. Folha; 4. Ramo florido; 5. Fruto


 

68 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 69 Plantas com flores brancas 
 
Usos
	Sua madeira é empregada na construção civil, como ripas, 
caibros e vigas; para acabamentos internos como “marcos” de 
portas, tacos e tábuas para assoalhos; peças torneadas, esqua-
drias e móveis; para confecção de artigos de esportes, cabos de 
ferramentas e rodas de carro de boi.
	A árvore é de fácil multiplicação, por isso é muito comum 
utilizá-la na composição em reflorestamentos e arborização de 
parques e jardins.
	Seus frutos contêm uma “farinha” comestível, que é consumida 
crua ou cozida no leite e na forma de geléias, licores, farinhas para 
pães, bolos e mingaus. O valor protéico da “farinha” de jatobá é 
alto, equivale ao do fubá de milho. Além de ser consumido pe-
las pessoas, o fruto do jatobá também é consumido por alguns 
animais, como por exemplo, porco, boi, papagaio, periquito e 
roedores.
	Da resina de sua casca faz-se xarope contra bronquite. A cas-
ca também é usada contra dor de estômago, contusão, fraturas, 
inflamações, anemias, vermes e diarréia. 
	Além de seus usos na culinária e na saúde, conhecidos pelos 
indígenas há séculos, o jatobá é empregado, também, na fabri-
cação de verniz, pois seu tronco contém a resina adequada para 
esse produto.
Manejo
O jatobá tem capacidade de rebrota. 
Há agricultores que cortam os ramos com frutos e os colocam 
no cocho para os animais.
Para a obtenção das sementes, os frutos devem ser colhidos 
diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea 
ou apanhados no chão. Nos dois casos, os frutos devem ser
secos ao sol, depois devem ser quebrados para tirar as semen-
tes. O excesso de “farinha” que envolve a semente deve ser 
retirado.
As sementes de jatobá são duras, porém germinam rapida-
mente, levando cerca de dezesseis dias. Devem ser semeadas 
em canteiros contendo substrato argiloso e cobertas com um 
centímetro de terra. É preferível semear em recipientes individu-
ais. As mudas devem ser levadas a campo quando tiverem seis 
meses. 
Problemas ou restrições de uso
Os agricultores costumam dizer que os animais podem se 
engasgar com seus frutos. 
Plantas parecidas com o jatobá
O jatobá (Hymenaea martiana) pode ser confundido com 
outras espécies de jatobá como a Hymenaea courbaril e Hyme-
naea stigonocarpa e com espécies do gênero Peltogyne. Difere 
das espécies do gênero Peltogyne porque estas possuem frutos 
deiscentes. A diferença entre Hymenaea martiana e Hymenaea 
courbaril é que esta última não possui pêlos nas folhas. Já Hyme-
naea stigonocarpa possui os folíolos bem maiores que as outras 
e com muitos pêlos.
Outras informações
	O jatobá foi, e ainda é, muito utilizado na fabricação de bar-
cos na região do Rio São Francisco, devido a resistência de sua 
madeira.
	Aproximadamente duzentas e cinqüenta sementes equivalem 
a um quilo. 
70 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 71 Plantas com flores brancas 
 
Jurema-branca
Também conhecida como jurema-vermelha, jureminha e jurema-de-imbira.
Seu nome científico é mimosa ophthalmocentra
Características morfológicas
Arvoreta ou arbusto que atinge a altura entre 3 a 6 metros 
(às vezes até 12 m) e tem caule rugoso com espinhos retos. As 
folhas são bipinadas, com 2 a 4 pares de pinas e 15 a 22 pares 
de folíolos por pina e são quebradiças. A inflorescência tem a 
forma de espiga. A flor possui cor branca a creme. O fruto é seco 
e quando está maduro se parte em pequenos pedaços (fruto 
tipo craspédio).
Fenologia 
A jurema-branca floresce em dois períodos: em janeiro e em 
abril. Frutifica em fevereiro e maio.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Flores
Frutos
41. Hábito; 2. Tronco (casca); 3. Folha; 4. Ramo florido; 5. Frutos
 
 


72 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 73 Plantas com flores brancas 
 
Usos
	Essa planta é usada como forrageira. As folhas e vagens são 
consumidas no chão e na planta por cabras, ovelhas e bovi-
nos.
	A madeira da jurema-branca também é usada pelos agricul-
tores como lenha e estacas.
	A resina é comestível, saborosa, sendo recomendada no 
combate à gripe.
Manejo
A planta rebrota quando é cortada. Os caprinos consomem a 
folhagem verde. Quando é rebaixada, a folhagem verde fica ao 
alcance dos bodes e ovelhas. Suas folhas ficam verdes por mais 
tempo do que as outras plantas. Esta é uma questão importante 
porque mostra que a jurema-branca pode ser bem utilizada para 
o manejo.
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a jurema-branca
A jurema-branca (Mimosa ophthalmocentra) pode ser mais 
facilmente confundida com duas espécies conhecidas como 
jurema-preta (Mimosa tenuiflora e Mimosa acutistipula).
A Mimosa tenuiflora possui entre 5 a 7 pares de pinas nas 
folhas e pontuações glandulares escuras nos folíolos que, por 
isso, ficam pegajosos. Já Mimosa acutistipula possui 4 a 6 pares 
de pinas nas folhas e o fruto é estipitado (com pequena haste 
que prende o fruto ao ramo).
74 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 75 Plantas com flores brancas 
 
Jurema-preta
Também conhecida como unha-de-gato. 
Seu nome científico é mimosa tenuiflora
Características morfológicas 
Arbusto ou arvoreta que varia de 4 a 7 metros de altura. O 
caule é reto ou levemente inclinado, com muitas ramificações 
e apresenta espinhos retos ou ligeiramente curvos. Os ramos 
verdes e as folhas são viscosos (pegajosos) por causa da pre-
sença de glândulas minúsculas. A casca é marrom, rugosa e se 
desprende do tronco. As folhas são bipinadas, com 5 a 7 pares 
de pinas e 18 a 36 pares de folíolos por pina; os folíolos são bri-
lhantes, sem pêlos e não são quebradiços. As flores são reunidas 
em inflorescências com forma de espiga; a cor varia de branca 
a creme. O fruto, quando está maduro, se parte em pequenos 
pedaços (fruto tipo craspédio). As sementes são ovóides e de 
cor castanha a marrom.
Fenologia 
A planta está coberta de folhas durante todo o ano. A flora-
ção ocorre de novembro a fevereiro, com frutificação de março 
a maio.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Tronco (casca); 3. Ramo florido; 4. Folhas; 5. Frutos



 

76 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 77 Plantas com flores brancas 
 
Usos
	A jurema-preta tem suas folhas e vagens consumidas na 
própria planta por cabras, ovelhas e bovinos. Segundo os agri-
cultores, “no lugar que tem jurema-preta o animal passa a seca 
gordo e sadio”.
	Esta planta tem uma grande capacidade de produção de 
estacas e lenha. Seu carvão é considerado de boa qualidade.
	A casca serve para uso medicinal como cicatrizante e antiin-
flamatório, e é empregada também para curtir couros.
	É uma planta melífera. As flores são ótimas fontes de pólen.
Manejo
A jurema-preta é considerada como uma boa opção para o 
semi-árido nordestino pois, além da adaptação àscondições 
climáticas adversas, apresenta alta capacidade de rebrota após 
o pastejo.
Para a obtenção das sementes, seus frutos devem ser cole-
tados nas plantas.
Colocar as sementes para germinar, logo após a coleta, em 
plena luz do sol. Escarificar a semente para melhorar a germi-
nação. 
Problemas ou restrições de uso
Vários agricultores falam que o consumo excessivo de folhas 
de jurema-preta causa cegueira noturna nos animais.
Plantas parecidas com a jurema-preta
A jurema-preta (Mimosa tenuiflora) pode ser confundida com 
calumbi ou amorosa (Mimosa arenosa), jurema ou jureminha 
(Mimosa verrucosa), calumbi-vermelho ou jurema-branca (Mimo-
sa ophtalmocentra) e jurema-preta (Mimosa acutistipula). 
De todas as espécies citadas, apenas a jurema-preta (Mi-
mosa tenuiflora) e a jureminha (Mimosa verrucosa) têm os ramos 
e folhas novas pegajosos, o que ocorre devido a presença de 
minúsculas glândulas que deixam um substância viscosa nos 
dedos quando se manipulam essas partes das plantas. Essas 
glândulas são pontos escuros na face interior dos folíolos, 
visíveis com o auxílio de uma lupa. Para diferenciar a jurema-
preta da jureminha basta observar as flores, que são brancas 
em Mimosa tenuiflora e rosa-choque em Mimosa verrucosa.
Outras informações
	Há autores que descrevem a jurema-preta como a espécie 
lenhosa de maior freqüência na região semi-árida dos Estados 
do Rio Grande do Norte e Paraíba.
	A jurema-preta é, geralmente, hospedeira de uma planta que 
é chamada pelos agricultores de “enxerto”, conhecida em outras 
regiões como erva-de-passarinho, que é consumida por pássaros 
e bodes.
	Um quilo de sementes de jurema-preta contém aproximada-
mente cento e dez mil unidades.
78 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 79 Plantas com flores brancas 
 
Unha-de-gato
Também conhecida como cassaco, jurema, jurema-branca e toca-d’onça. 
Seu nome científico é Piptadenia stipulacea
Características morfológicas 
É um arbusto ou árvore pequena, de 2 a 4 metros de altura, 
com casca castanho claro. Apresenta espinhos escuros, ligeira-
mente recurvados, tanto em ramos novos quanto em ramos mais 
velhos. As folhas são bipinadas com 6 a 11 pares de pinas e 27 
a 30 pares de folíolos. As flores estão reunidas em espigas isola-
das, de cor alva, na extremidade dos ramos, onde se encontram 
até três espigas por axila de folha. O fruto é uma vagem de cor 
castanho pálida, com superfície ondulada nas áreas onde ficam 
as sementes. Contém de 2 a 12 sementes pequenas, ovais, de 
cor marrom. A madeira é de cor clara. 
Fenologia 
Perde as folhas na estação seca. A floração ocorre na estação 
chuvosa, mas pode também ser encontrada na estação seca, se-
guida pela frutificação que se estende de abril a agosto.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
431. Hábito; 2. Tronco; 3. Frutos; 4. Espiga; 5. Folha





80 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 81 Plantas com flores brancas 
 
Usos
	Essa planta é um alimento apreciado pelos animais, principal-
mente os caprinos.
	Sua madeira é utilizada na marcenaria, na construção, como 
vara e estaca de cerca, como lenha e para a fabricação de car-
vão.
	É uma planta apícola, fornecendo pólen e néctar para as 
abelhas, inclusive na estação seca. 
	É utilizada em sistemas agrosilvopastoris, na composição de 
pastos arbóreos, em faixas arbóreas entre plantações, e como 
pasto para a apicultura.
	Também é utilizada em reflorestamento, na recuperação de 
solos (fixadora de nitrogênio). Combate a erosão e é usada para 
a primeira fase da recomposição florestal mista de áreas degra-
dadas.
Manejo
Para obtenção de sementes, os frutos devem ser colhidos 
diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. 
Em seguida, deixá-los no sol para completar a abertura e libera-
ção das sementes.
Suas sementes devem ser semeadas logo no lugar definitivo 
ou plantadas através de mudas. As plantas jovens devem ser 
protegidas dos animais, especialmente em plantios visando a re-
cuperação de áreas muito degradadas, e para melhorar o solo. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a unha-de-gato
A unha-de-gato (Piptadenia stipulacea) pode ser confundida 
com o surucucu (Piptadenia viridiflora), com a unha-de-gato-do-
miolo-vermelho (Acacia bahiensis) e com outras espécies do 
gênero Acacia. Das espécies do gênero Acacia, unha-de-gato 
difere por apresentar inflorescências em espigas, enquanto que 
nas demais as inflorescências normalmente se apresentam em 
glomérulos.
A unha-de-gato-do-miolo-vermelho (Acacia bahiensis), apre-
senta ainda estípulas em formato de coração, diferindo assim 
da unha-de-gato que possui estípulas menores e sem esse 
formato.
Já a unha-de-gato possui acúleos dispersos por todos os 
ramos e as estípulas são herbáceas, e o surucucu possui as es-
típulas modificadas em espinhos, que estão sempre aos pares.
Outras informações
	Ocorre na caatinga, do tipo “arbórea densa” até a “arbustiva 
rala”, do Piauí até a Bahia. 
	É uma planta pioneira que facilmente ocupa capoeiras e 
margens de estradas, sendo tolerante a elevados níveis de per-
turbação da vegetação. 
82 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 83 Plantas com flores brancas 
 
Unha-de-gato-do-miolo-vermelho
Também conhecida como calumbi-branco, calumbi-preto, calumbi-de-fuso, 
pau-de-fuso, coração-de-mulato, espinheiro-branco-de-âmago-vermelho e 
arrebenta-foice.
Seu nome científico é acacia bahiensis
Características morfológicas 
Árvore que cresce de 3 a 5 metros de altura. O tronco é 
coberto de espinhos que soltam-se facilmente do tronco, com 
casca cinza-clara, lisa e com listas escuras, longitudinais, que 
acompanham os espinhos retos, quase pretos. Os ramos também 
apresentam esses espinhos. As folhas são bipinadas, com 3 a 5 
pares de pinas e 7 a 12 pares de folíolos por pina; não têm pêlos 
visíveis a olho nu. As flores são reunidas em glomérulos, de cor 
branco-amarelada quando jovens e creme quando velhas. Os 
frutos são vagens de cor castanha a marrom, sem pêlos. Cada 
fruto tem em torno de 7 sementes ovóides a arredondadas e 
achatadas, de cor castanha a negra. 
Fenologia 
A unha-de-gato-do-miolo-vermelho tem folhas durante todo o 
ano. Está com flor durante a época seca, que normalmente vai 
de março a outubro. Quando chove, geralmente a planta perde 
a florada. Frutifica durante todo o ano. 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Ramo florido; 3. Frutos; 4.Tronco
  



84 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 85 Plantas com flores brancas 
 
Usos
	É consumida por cabras e ovelhas no chão, e por bovinos, 
jumentos e cavalos na planta. Em geral, jumentos e cavalos 
quando não alcançam as folhas, mordem e puxam a casca para 
comer.
	Sua madeira é resistente, utilizada com bons resultados, para 
estacas de cerca.
	Suas flores são perfumadas e muito visitadas por abelhas 
(melífera).
Manejo
Essa planta rebrota quando é cortada e seu crescimento, 
após a rebrota, é rápido.
É uma planta interessante para manejo no sertão porque pro-
duz alimento (folha, flor, vagem e sementes) na época seca.
Produz grande quantidade de sementes e com alto percentual 
de germinação, o que facilita a obtenção de mudas.
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a 
unha-de-gato-do-miolo-vermelho
A unha-de-gato-do-miolo-vermelho (Acacia bahiensis) pode 
ser confundida com unha-de-gato ou angico-branco (Piptadenia 
stipulacea) e outras espécies do gênero Acacia.
Esta espécie se diferencia das outras espécies de Acacia por 
possuir estípulas grandes, em forma de coração, bem visíveis, 
principalmentenos ramos mais novos, enquanto nas outras as es-
típulas são pequenas, pouco visíveis ou que caem facilmente.
A diferença marcante da unha-de-gato (Piptadenia stipulacea) é 
que esta possui a inflorescência em espiga, enquanto a unha-de-
gato-do-miolo-vermelho possui a inflorescência em glomérulo.
Outras informações
	A casca da unha-de-gato-do-miolo-vermelho larga facilmente 
quando o animal puxa.
	No tronco, os espinhos ficam mais esparsados à medida que 
a planta fica mais velha. Já nos ramos, pode-se observar os 
espinhos mais próximos uns dos outros, o que os agricultores 
chamam de “cacho de espinhos”.
	Segundo os agricultores, a madeira não é muito resistente, 
por isso os grampos têm que ser colocados invertidos (trocados), 
caso contrário, a madeira quebra (abre).
86 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 87 Plantas com flores brancas 
Monzê 
Também conhecida como munzê.
Seu nome científico é albizia polycephala
Características morfológicas 
Árvore sem espinhos, quando adulta atinge uma altura que 
varia entre 4 a 6 metros, mas podendo alcançar até 20 metros. O 
tronco é liso, mas a casca cai naturalmente depois de velha, com 
circunferência que pode atingir até 1 metro. A copa é esgalhada. 
As folhas são bipinadas, com 6 a 7 pares de pinas e 7 a 19 pares 
de folíolos por pina. As flores estão reunidas em glomérulos de 
cor branca. A vagem não possui pêlos. As sementes são arre-
dondadas, de cor castanha a marrom.
Fenologia 
O monzê floresce aproximadamente um mês após as primei-
ras chuvas, normalmente em janeiro ou fevereiro. A florada tem 
curta duração (é bastante rápida). Esta espécie está com frutos 
nos meses de março a abril e totalmente sem folhas nos meses 
de julho a outubro.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Folha; 3. Fruto; 4. Ramo florido

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

88 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 89 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Usos
	O monzê tem suas folhas e vagens consumidas por cabras, 
ovelhas, bovinos, jumentos e cavalos, sendo que os bovinos 
normalmente comem as folhas e vagens quando estão verdes e 
na própria planta.
	As folhas secas dessa planta são utilizadas como enchimento 
de sela. Põe-se para secá-las ao sol e depois retira-se as folhinhas 
para encher a sela.
Manejo
O monzê rebrota quando cortado e também quando quei-
mado. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos qualquer restrição de uso a esta planta.
Plantas parecidas com o monzê
O monzê (Albizia polycephala) pode ser confundida com a 
angambira (Parapiptadenia zehntneri) e com a banha-de-capão 
(Acacia piauhiensis).
O monzê possui a inflorescência em glomérulo (globosa) e 
de cor branca. Já a angambira e a banha-de-capão possuem 
inflorescência em espiga.
Plantas com flores 
esverdeadas
90 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 91 Plantas com flores esverdeadas 
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
Surucucu
Também conhecido como jacurutu e espinheiro.
Seu nome científico é Piptadenia viridiflora
Características morfológicas 
Árvore copada. Atinge de 4 a 8 metros, podendo chegar 
até 15-20 metros de altura. Tem a copa alongada e esgalhada. 
O tronco tem uma circunferência que pode variar de 40 a 60 
centímetros, podendo às vezes chegar até 2 metros. Sua casca 
é rugosa e fissurada, larga do tronco e tem cor cinza-clara ou 
escura. Os ramos possuem espinhos que ocorrem sempre aos 
pares, na base das folhas. As folhas são bipinadas, com 8 a 13 
pares de pinas e 23 a 34 pares de folíolos, não possuem pêlos, 
nem são quebradiças. As inflorescências aparecem em espigas 
axilares, cilíndricas, geralmente solitárias, de 6 a 8 centímetros 
de comprimento, com flores esverdeadas ou amareladas. A va-
gem se abre antes de cair da planta, é achatada e reta, de cor 
castanha a marrom. As sementes são arredondadas, pequenas, 
achatadas e pretas.
Fenologia 
Na seca, o surucucu encontra-se com frutos. Ele nunca está 
sem folhas, segundo depoimento dos agricultores: “se tiver um 
espinheiro pelado é porque tá morto ou morrendo”. A floração 
2
1. Hábito; 2. Frutos; 3. Tronco (casca); 4. Ramo com espinhos; 5. Espigas
 
 




92 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 93 Plantas com flores esverdeadas 
ocorre normalmente, de abril a maio, e os frutos aparecem, ge-
ralmente, durante o mês de agosto. Em algumas regiões essa 
espécie possui flor de setembro a outubro e tem frutos o ano 
inteiro, mesmo que estes estejam velhos.
Usos
	Suas folhas e vagens são consumidas por cabras, ovelhas e 
bovinos na planta.
	Os agricultores preferem dar aos animais essa planta ainda 
verde, pois, após o murchamento, a planta se torna tóxica. 
	Tem uso veterinário caseiro, sendo a garrafada recomendada 
para animais com catarro.
	A madeira é utilizada para fazer carvão e lenha, e as cinzas 
servem para sabão.
	É utilizada também como antiinflamatório.
	As flores são apreciadas pelas abelhas.
Manejo
O surucucu rebrota quando é cortado e às vezes quando é 
queimado.
Seus frutos devem ser coletados nas plantas, no início da 
abertura ou logo que caírem. Depois os frutos devem ficar expos-
tos ao sol até abrirem totalmente e liberarem as sementes. 
Logo depois as sementes devem ser plantadas em canteiros 
de semeadura, isso porque, com o passar do tempo, elas perdem 
o poder de germinação. O melhor é plantar as sementes direto 
nos saquinhos, para ficar mais fácil o plantio no local definitivo. 
O desenvolvimento das plantas no campo é considerado muito 
rápido. 
Problemas ou restrições de uso
A planta é tóxica quando murcha. O espinho é difícil de sair 
quando entra em uma pessoa e, por isso, pode causar inflama-
ção.
Plantas parecidas com o surucucu
O surucucu (Piptadenia viridiflora) pode ser confundida com 
a unha-de-gato (Piptadenia stipulacea) e a coronha (Acacia far-
nesiana). Piptadenia viridiflora é facilmente distinguível da unha-
de-gato (Piptadenia stipulacea) porque esta apresenta acúleos 
distribuídos por todo o ramo e estípulas herbáceas, diferenciando-
se assim do surucucu.
A coronha (Acacia farnesiana) também possui espinhos aos 
pares, como o surucucu (Piptadenia viridiflora), mas tem flores 
amarelas e agrupadas em glomérulo e fruto cilíndrico e indeis-
cente, o que a diferencia do surucucu que tem flores esverdeadas 
e em espigas e frutos compressos e deiscentes.
Outras informações
	O surucucu é comum nas caatingas e no Pantanal Mato-
grossense.
	A planta é chamada de surucucu, nome de uma cobra, por 
causa da forma de seus espinhos. 
	Um quilo de sementes de surucucu contém aproximadamente 
trinta e uma mil sementes.
 95 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Plantas com 
flores vermelhas 
a roxas
96 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 97 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Angambira 
Também conhecida como guanhambira, guanhambira-branca, guanhambira-
roxa, guambira, guarambira e inhambira. 
Seu nome científico é Parapiptadenia zehntneri
Características morfológicas 
Árvore ou arvoreta que atinge uma altura que varia entre 4,5 
a 6 metros (podendo atingir até cerca de 20 m). Apresenta o 
tronco reto, com circunferência que pode variar de 40 cm a 1 
metro. A casca é rugosa depois de velha e cai naturalmente. A 
copa é esgalhada. As folhas são bipinadas, com 3 a 4 pares de 
pinas e 5 a 9 pares de folíolos por pina. As flores estão reunidas 
em espigas e possuem cor vinácea. O fruto é um legume sem 
pêlos. As sementes são suborbiculares, mas adaptadas para 
serem carregadas pelo vento.
Fenologia 
A angambira possui folhas no período das chuvas, geralmente 
de novembro a abril. Fica totalmente sem folhas na seca, que 
normalmente é nos meses de junho, julho e agosto, nos locais 
onde ocorre de forma espontânea. Floresce nos meses de no-
vembro a dezembro e frutificadepois deste período.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
541. Hábito; 2. Tronco; 3. Folha; 4. Frutos; 5. Sementes
 
 
   
98 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 99 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Usos
	A angambira tem suas folhas e vagens consumidas por cabras, 
ovelhas e bovinos. A vagem é consumida principalmente seca e 
no chão.
	Sua madeira é própria para marcenaria e acabamentos inter-
nos em construção civil.
	É uma árvore bastante ornamental e empregada em paisagis-
mo. 
	É uma planta pioneira e muito resistente, por isso sua presença 
é recomendável nos plantios mistos de áreas degradadas.
 É também uma planta melífera.
Manejo
A angambira rebrota ao ser cortada. Porém, se for queimada, 
não rebrota.
Seus frutos devem ser coletados diretamente nas plantas, 
bem no início de sua abertura. Depois, os frutos devem ficar 
expostos ao sol até abrir totalmente e liberar as sementes. Não 
há necessidade de remover a película que envolve as sementes. 
Para uma boa germinação, colocar as sementes para germinar 
logo que colhidas e sem nenhum tipo de tratamento. O desen-
volvimento das mudas é lento, cerca de 8 a 10 meses. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, qualquer restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a angambira
A angambira (Parapiptadenia zehntneri) pode ser confundida 
com a espécie Plathymenia reticulata. Porém, esta última apre-
senta inflorescência de cor alvo-esverdeada e o número de pares 
de pinas nas folhas é maior (5 a 12 pares), com cerca de 7 a 20 
pares de folíolos por pina.
Outras informações
	A angambira não é muito apreciada pelos bodes e cabras. 
Porém é bastante consumida na época seca.
	Um quilo de sementes de angambira contém aproximadamen-
te trinta e três mil e duzentas sementes. 
100 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 101 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Sete-cascas
Também conhecido como espinheira, sete-capotes, angico-gambá e mau-
vizinho.
Seu nome científico é machaerium hirtum
Características morfológicas 
Árvore que cresce até 7 metros de altura. A circunferência do 
tronco pode variar de 20 a 30 centímetros. A casca é rugosa e 
solta do tronco. Apresenta espinhos eretos localizados na base 
da folha. A copa é arredondada. As folhas são pinadas (imparipi-
nadas), com 31 a 45 folíolos. As flores são reunidas em cachos, 
com corola papilionóide e pétalas roxas. Os frutos são do tipo 
sâmara com pêlos.
Fenologia 
A planta está coberta de folhas de novembro a julho. Floresce 
logo após as primeiras chuvas, normalmente em novembro, cerca 
de 5 a 10 dias depois das chuvas. Está com frutos geralmente 
cerca de 15 a 20 dias após as primeiras chuvas. Está totalmente 
sem folhas de agosto a outubro, ou um pouco antes das primei-
ras chuvas.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Flores; 3. Frutos; 4. Ramo florido
 


102 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 103 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Usos 
	As folhas, vagens e flores da sete-cascas são consumidas na 
planta por cabras, ovelhas, bovinos, jumentos e cavalos. 
	A casca é consumida por jumentos e cavalos.
	Essa planta também é usada como lenha e madeira. Sua ma-
deira é utilizada na construção civil e para confecção de caixotaria 
e objetos leves.
	A casca é utilizada para cobrir casas.
	Por ser uma árvore bonita devido as suas flores, é bastante 
utilizada no paisagismo em algumas cidades. 
	Sete-cascas é uma planta pioneira e muito resistente, por isso 
é usada nos plantios mistos de áreas degradadas. 
Manejo
A planta rebrota quando é cortada.
Seus frutos devem ser coletados nas plantas no início da 
queda espontânea. Os frutos, assim obtidos, podem ser direta-
mente utilizados para a semeadura como se fossem sementes, 
uma vez que a abertura e retirada das sementes é praticamente 
impossível. 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a sete-cascas
A sete-cascas (Machaerium hirtum) é bem distinta de outras 
leguminosas do guia por apresentar corola papilionácea de cor 
roxa e fruto sâmara. Os ramos têm espinhos em forma de bico 
de pato, sempre aos pares.
Outras informações
	Um quilo de sementes de sete-cascas contém aproximada-
mente mil e novecentas sementes. 
104 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 105 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Feijão-bravo
Também conhecido como feijão-brabo, feijão-de-nambu, feijão-branco, paca-
rosa e mostardinha.
Seu nome científico é macroptilium bracteatum
Características morfológicas 
Erva de 30 centímetros a 2 metros de comprimento. O caule 
não possui espinhos. As folhas são trifolioladas, não possuem 
pêlos e não são quebradiças. A haste (pedúnculo) que sustenta 
as flores possui brácteas que estão cerca de 1 cm acima da base. 
As flores são cor-de-vinho e escuras. Seu fruto é um legume, com 
pêlos esbranquiçados. As sementes são reniformes. 
Fenologia 
O feijão-bravo brota após as primeiras chuvas, normalmente 
em novembro. Está coberto de folhas de dezembro a junho. A 
partir de 30 dias após as primeiras chuvas, começa a florescer, 
geralmente de março a abril. Está com frutos de abril a maio. 
Está totalmente sem folhas de julho a novembro.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1. Hábito; 2. Ramo florido


106 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 107 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Usos 
	A planta é consumida por cabras, ovelhas, bovinos, jumentos e 
cavalos. As partes consumidas são folhas, ramos, flores, vagens 
e sementes. São consumidas diretamente na própria planta.
	É utilizada para fenação e como adubo verde.
	Também é uma planta melífera.
Manejo
Rebrota quando queimada ou cortada. Para fenação, recomen-
da-se o corte das plantas com cerca de quatro semanas quando 
se obtém elevada produção e bom valor nutritivo.
Problemas ou restrições de uso
Segundo depoimento dos agricultores, “não se pode andar 
a cavalo depois deste animal ter consumido muito feijão-bravo, 
pois o animal fica “afrontado”, como se estivesse com asma”.
Plantas parecidas com o feijão-bravo
O feijão-bravo (Macroptilium bracteatum) pode ser confundido 
com outras plantas conhecidas como feijão-bravo ou feijão-de-
rolinha (Macroptilium lathyroides e Macroptilium martii). Porém, 
estas últimas não possuem o anel de brácteas perto da base da 
haste (pedúnculo) que sustenta as flores.
Outras informações
	Apresenta bom desenvolvimento vegetativo, livre de doenças 
ou pragas.

3. Flor; 4. Frutos; 5. Folhas


108 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 109 Plantas com flores vermelhas a roxas 
Carqueja
Também conhecida como alecrim e alecrim-de-bandeira.
Seu nome científico é Calliandra depauperata
Características morfológicas 
Arbusto que cresce de 50 centímetros a 1 metro. Seu tronco 
é muito ramificado, sem espinhos. As folhas são bipinadas, com 
1 a 2 pares de pinas e 8 a 10 pares de folíolos por pina. As flores 
estão reunidas em inflorescências com forma de pincel e são 
avermelhadas. Os frutos são legumes que se abrem de cima 
para baixo, são achatados, variando de 3 a 7 centímetros e têm 
cor marrom, com pêlos. As sementes são comprimidas. 
Fenologia 
A planta está coberta de folhas de novembro a junho. Está 
florida em janeiro, com frutos de fevereiro a março e totalmente 
sem folhas de julho a outubro.
 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Folhas
Flores
Frutos
Sem folhas
1
1. Hábito; 2. Flor; 3. Fruto
 

110 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 111 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
Usos
	As folhas e ramos da carqueja são excelente forragem para 
bovinos, caprinos e ovinos.Manejo
Sua melhor forma de propagação é por sementes, mas esta 
é bastante prejudicada pelo ataque de insetos (gorgulhos). 
Problemas ou restrições de uso
Não foi identificada em literatura, nem junto aos agricultores 
e técnicos, alguma restrição de uso a essa planta.
Plantas parecidas com a carqueja
A carqueja (Calliandra depauperata) pode ser confundida 
com outras espécies como a Calliandra aeschynomenoides e a 
Calliandra fernandesii, mas elas são diferentes porque possuem 
mais de 4 pares de pinas, enquanto a carqueja possui folhas com 
apenas 1 a 2 pares de pinas.
Outras informações
As plantas de carqueja são mais facilmente encontradas nas 
áreas com solos pobres, ácidos e arenosos.
Glossário ilustrado
Ala: É o mesmo que asa. Quando se 
encontra numa planta uma porção 
que parece asas, se diz que são alas. 
(Fig. 1)
Alado: Provido de alas, isto é, de expan-
sões em forma de asas. É dito, por 
exemplo, de frutos providos de asas 
(como as sâmaras). (Fig. 1)
Arbusto: Vegetal lenhoso, ramificado 
desde a base e, em conseqüência 
desprovido total ou quase totalmente 
de um tronco. (Fig. 2)
Árvore: Vegetal lenhoso, de grande porte, 
provido de um tronco que se ramifica 
na parte superior formando uma copa. 
(Fig. 3)
Bifoliolada: É quando a folha possui dois 
folíolos. (Fig. 4)
Bipinada: É quando a folha é duas vezes 
pinada. (Fig. 5)
Brácteas: É uma pequena folha modi-
ficada que se encontra na base de 
uma flor
Cacho: É o tipo de inflorescência formada 
por um conjunto de várias flores pedi-
celadas (com pedicelo).
Caduca: Significa: “que cai”.
Características morfológicas: São os 
aspectos que distinguem visivelmen-
te as espécies umas das outras, tais 
como a forma, a cor, o tamanho das 
flores, folhas, frutos etc.
Figura 1 
Figura 3 
2 
cm
Figura 4
2 
cm
Folíolo
AlA
Figura 2 
112 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 113 Glossário Ilustrado 
PÉTAlA
PEDICElo
1 
cm
Figura 6
2 
cm
2 
cm
Figura 7
Figura 8
Casca: É formada pelos tecidos que 
estão por fora, revestindo as plantas 
no caule, nos galhos e na raiz, e que 
geralmente é lenhosa.
Caule: Haste das plantas. É a parte inter-
mediária entre as raízes e as folhas.
Corola: Parte da flor que está por dentro 
do cálice. É geralmente a parte mais 
vistosa da flor, de cor variada e é cons-
tituída pelas pétalas. (Fig. 6)
Craspédio: Fruto seco, que se parte em 
pequenos pedaços. Após a queda 
destes, fica presa ao pedicelo uma 
armação formada pela sutura e pela 
nervura. (Fig. 7)
Deiscente: Que se abre; aplica-se, por 
exemplo a frutos. (Fig. 12)
Erva: Planta, em geral, de pequeno porte 
cujo caule contém muito pouco tecido 
lenhoso. (Fig. 8)
Escarificação: É a forma que o homem 
utiliza para quebrar ou remover a 
casca das sementes sem lhes causar 
danos, a fim de que elas possam 
germinar. 
Espiga: Tipo de inflorescência em que 
as flores são sésseis (ou seja sem 
pedicelo) e inseridas ao longo de um 
eixo, muito próximas uma das outras. 
(Fig. 9)
Espinhos: Elemento pontiagudo resultan-
te da modificação de um ramo, uma 
folha ou uma estípula. (Fig. 10)
PInA 2 
cm
Figura 5
Estípula: É uma formação parecida com 
pequenas folhas que se encontra na 
base dos pecíolos das plantas; em 
geral há duas em cada folha, mas elas 
podem estar unidas, formando uma só 
peça. (Fig. 11)
Fenologia: São as fases do ciclo de 
vida das plantas, ou seja, é quando 
podemos observar se elas estão com 
flores, com frutos ou apenas com 
folhas, etc.
Folíolo: Cada uma das partes laminares 
de uma folha composta.(Fig. 13)
Forrageira: Diz-se das plantas utilizadas 
na alimentação animal. 
Fruto: É o ovário desenvolvido e amadu-
recido das plantas após a fecundação. 
(Fig. 12)
Garrafada: Tipo de preparado de ervas 
usado na medicina popular.
Globoso: Esférico; com forma redonda 
ou de globo.
Glomérulo: Inflorescência globosa, com 
as flores muito próximas uma das 
outras. (Fig. 11)
Hospedeira: É a planta que susten-
ta outra planta parasita ou semi- 
parasita.
Imparipinada: É a folha pinada cuja raque 
termina por um folíolo. (Fig. 13)
ESPInHo
ESPInHo
Figura 10
2 
cm
GloMÉRUlo
ESTíPUlA
Figura 11
Figura 9
2 
cm
ESPIGA
114 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 115 Glossário Ilustrado 
Indeiscente: Que não se abre; aplica-se 
por exemplo a frutos.
Inflorescência: Nome dado a um 
grupo de flores; qualquer sistema de 
ramificação terminado em flores. 
(Figs. 9 e 11)
Legume: É o mesmo que popularmente 
é chamado de vagem. Fruto seco, 
geralmente deiscente, com número 
variável de sementes. (Fig. 12)
Melífera: É a planta que fornece alimen-
tos para as abelhas transformarem em 
mel. Estes alimentos são, em geral, 
pólen e néctar.
Néctar: É uma substância líquida e 
açucarada encontrada nas flores que 
são visitadas por abelhas e/ou outros 
organismos.
Paripinada: É a fo lha composta 
(pinada) que termina em um folíolo. 
(Fig. 14)
Pecíolo: Haste que sustenta as folhas. 
Pedicelo: Haste que segura a flor. (Fig. 
6)
Pedúnculo: Haste que sustenta as flores 
ou inflorescências.
Pêlos: Formação epidérmica encontrada 
na superfície das plantas. (Fig. 15)
Pétalas: É cada uma das partes de uma 
corola. É geralmente a parte mais 
colorida da flor (amarela, branca, rosa 
etc.). (Fig. 6)
2 
cm
Folíolo
Figura 14
Figura 15
1m
m
2 
cm
Figura13
2 
cm
Figura12
Folíolo
RAqUE
Piloso: Provido de pêlos. (Fig. 15)
Pinado: Diz-se da folha composta cujos 
folíolos estão presos em uma raque. 
(Fig. 14)
Pina: Cada unidade de uma folha 
bipinada que contém os folíolos. (Fig. 
5)
Reflorestamento: É o replantio em uma 
área, especialmente com árvores e 
arbustos.
Reniforme: Em forma de rim. (Fig. 16)
Rugosa: Que possui a casca irregular, 
não lisa.
Sâmara: Fruto simples, seco, indeis-
cente, provido de uma ou mais alas. 
(Fig. 1)
Subarbusto: Diz-se do vegetal que ocupa 
o meio-termo entre arbusto e erva, 
possuindo caule lenhoso apenas na 
base.
Trifoliolada: Diz-se das folhas que são 
formadas por três folíolos. (Fig. 17)
Vagem: O mesmo que legume. Denomi-
nação genérica para fruto seco, que 
geralmente se abre, contendo várias 
sementes, comum nas leguminosas. 
(Fig. 12)
2 
cm
Figura 17
Figura 16
5 
m
m
 117 Leguminosas Forrageiras da Caatinga 
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 Imagens das oficinas de testes realizadas durante o de-
senvolvimento do Projeto Guias de Campo na Bahia: 1. Pôr 
do sol na caatinga em Campo Alegre de Lourdes (Remanso); 2. 
Teste verificando a eficiência de outros guias campo já publicados; 
3. Testando qualidade e eficiência das fotos para os guias de legu-
minosas forrageiras; 4. Testando a funcionalidade do guia em 
campo com técnicos que assessoram agricultores; 5. Validando 
a diagramação do guia; 6. Identificação pela comunidade das 
características diferenciais entre espécies de plantas parecidas; 
7. Grupo de trabalho presente em umas das oficinas em Irecê; 8. 
Testando chaves de identificação e ilustrações botânicas na UEFS.
O que vamos apresentar
É uma conquista importante
De coletiva criação
As entidades dando apoio
Os agricultores a sua colaboração
Veja o que nosso guia mostrará
Preste bastante atenção
Fala de espécies nativas
Sua importância e utilização
Por isso se ligue, em cada 
descrição
Nosso guia não mostra tudo
Mas você pode estudar
Forrageiras leguminosas
E o que se pode utilizar
Madeira nobre, cipó fino
Plantas diversas medicinais
Pois o guia só mostra
O que serve de alimento
Para os nossos animais
Os agricultores que participaram
Por favor queiram desculpar
Pois todos os nomes aqui
Não dá para citar
Agradecemos a todos
Que puderam colaborar
Os nomes que cito aqui
Foi os que pude lembrar
Pois teve muita gente
Que deu sua colaboração
Gente dessa região
E da região de lá
Outra participação
Essa ninguém esqueceria
Foi das agricultoras
Que teve grande valia
Teve Zélia, D. Anízia e a D. 
Maria
Um exemplo vou citar
Pois achei super bacana
Foi a D. Maria 
Que informou precisamente
Sobre a espécie imburana
Folhas para os caprinos
Flores para as abelhinhas
Estacas para fazer cerca
Quem indicou foi Tomé
A função da jurema-preta
Olha o que eu vi
Pela caatinga andando
Achei o maior barato
Vi a árvore unha-de-gato
Enlaçada com a pau-de rato
Pau-de-rato também se chama
Catinga-de-porco, pau-de-bica
E o famoso mané-ventura
Êta planta fabulosa!
Sua espécie é Caesalpinia 
bracteosa
Algumas abelhas fazem a festa
Com a flora do verão
Olha o que nosso guia diz
Abelha não passa fome
Onde tem são-joão
Outra planta pra ter nome
É o espinheiro, jacurutu
Ou se quiser surucucu
Mas por esses nomes
Ninguém conhece lá fora
Lá fora é bom se falar
Da Piptadenia viridiflora
A caatinga nordestina
É digna de seu valor
A coisa que é mais bonita
É o angico, jurema-branca e 
vermelha
Se despontando em flor
Na estação chuvosa
Fica verde nosso chão
Sai planta de toda espécie
De ciclo longo e curto
Como é o caso do feijão
Essa é a triste lista
Das plantas em extinção
Pau-de-birro, guaiambira
Canafístula, monzê
E também o pau-sabão
Para você saber as árvores
Que estão em extinção
As espécies vou explicar
Por isso preste atenção
Nesse tal palavriado
A Angambira é Parapiptadenia zenht-
neri
Birro é Diptychandra aurantiaca
Canafístula Senna spectabilis
E só mais dois informes
Monzê é Albizia polycephala
E o sabão Piptadenia moniliformis
Foi bom demais com vocês
Esse trabalho partilhar
Precisando do Ipê Terras
Para juntos força somar
Não se acanhe, é só nos procurar
 I mportância ao nosso guia
 N ão se pode dispensar
 D ez para a equipe que está a coordenar
 I dem para quem deu sua colaboração
 A té a próxima se Deus quiser com o 
 Guia em mãos
“ÍNDIA” 
Moradora e agricultora da Roça 
Permanente – Sede Rural do 
IPETERRAS, Irecê-BA, desenvol-
ve trabalhos com a formação de 
jovens e técnicos recém formados 
pela ESAGRI-Escola Agrícola de 
Irecê, objetivando a fixação do 
jovem no campo, desenvolvendo 
práticas agrícolas apropriadas ao 
semi-árido.
Por Índia, Marilza Pereira da Silva. 
Irecê, fevereiro de 2001.

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