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gestão empresarial administração geral Liderança 10 ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Explicar o que é liderar, apresentar as bases da autori- dade e as principais teorias sobre liderança. COmpetênCias Saber liderar. Habilidades Conhecer o que é liderar, saber escolher o melhor estilo para cada situação. administração geral Liderança ApresentAção Nesta unidade você conhecerá outro elemento do prin- cípio da Administração, conhecido como dirigir. Reúne ações do gerente: liderar, motivar, comunicar e outras. Ao decidir como liderar, o gerente afetará os resultados da organização, pois seus atos influenciam a qualidade do trabalho e a satisfação dos subordinados no cargo. Portanto, é importante conhecer quais são as bases da autoridade do líder, os tipos de liderança e algumas te- orias que explicam o que se deve esperar como resulta- dos para cada maneira de liderar. pArA ComeçAr Quanto este chefe se parece com alguém que você co- nhece? Como é que vocês sabem que a culpa é da minha liderança? Talvez a culpa seja do seu modo de me seguir! Como já vimos, o processo administrativo é desempe- nhado pelo administrador (gerente) que deve saber como planejar, organizar, dirigir e controlar. Já foram definidos os princípios de planejar e organizar. Aqui se inicia a discussão sobre o que é dirigir. De acordo com Souza e Ferreira (2000), a atividade de dirigir decorre da divisão do trabalho e consiste em integrar os esforços individuais para que seja possível alcançar os resultados. Dirigir é uma atividade que envolve uma série de ações, como motivar funcionários, decidir sobre Administração Geral / UA 10 Liderança 4 recursos, comunicar metas, coordenar e comandar os recursos humanos da organização, e, além disso, envolve a difícil decisão sobre como liderar. A liderança é importante porque pode afetar os subordinados, ao de- terminar sua satisfação no cargo, segurança, qualidade de vida no traba- lho e, em especial, seu nível de desempenho. Como gerente, é necessário identificar qual o melhor estilo de liderança a fim de obter o melhor dos subordinados e garantir o melhor na realização das metas organizacionais. O conceito de liderança, as bases de autoridade do líder, a tipologia e as abordagens de estudo sobre liderança serão os assuntos tratados nesta unidade. FundAmentos Já vimos que o gerente ou administrador é responsável pelo processo administrativo, constituído de quatro atividades: → Planejar: definir metas e prazos; → Organizar: dispor sobre os recursos; → Controlar: definir padrões de desempenho e ações para manter o desempenho dentro dos padrões. Resta-nos entender o que é Dirigir. Grosso modo, podemos dizer que o gerente dirige pessoas. E para isso ele precisa desenvolver algumas competências, como saber comunicar, decidir e motivar. Além disso, ao dirigir, o gerente projeta sua personalidade nos seus atos, algumas vezes consegue que os subordinados façam o que ele espe- ra e outras vezes não. Isso se denomina liderança. Assunto muito contro- vertido, porque há autores que são categóricos em afirmar: “A liderança não é inata!”, ou seja, ninguém nasce um líder. A liderança é fruto de um comportamento desenvolvido. Outros acreditam que alguns nascem com algumas características fun- damentais para o exercício da liderança – o que não deixa de ser verdade. No entanto, para fins do estudo de Administração, a discussão acerca da liderança tem foco muito maior, sobre qual o melhor estilo de lideran- ça, do que propriamente em explicar o processo. Então, vamos à unidade! Administração Geral / UA 10 Liderança 5 COnCeitO de liderança Temos um exemplo de liderança sempre que alguém consegue fazer um grupo de pessoas agir da maneira planejada. ConCeito Liderança é conseguir que as pessoas façam o que se espera delas. É necessário saber como persuadir as pessoas para que atinjam uma meta comum. Entretanto, é necessário lembrar que nem todas as pessoas que ocupam cargos de líder formal na organização, e que detêm autoridade, exercem liderança. Há ocasiões em que algumas pessoas conseguem exercer liderança, mesmo não ocupando cargos formais de líderes. Então, liderança não é garantida pelo cargo, no entanto, o cargo facilita o desempenho do papel de líder. Para entender isso melhor, vamos ver as bases da autoridade. bases da aUtOridade De acordo com Maximiano (2007), os motivos pelos quais um líder é obe- decido são: 1. Costumes: as pessoas obedecem ao líder porque é um hábito her- dado das gerações anteriores. Significa que a base da liderança está na tradição. No passado isso era observado nas monarquias. Hoje, é possível observar nas empresas familiares, em que o fundador da empresa influencia seus substitutos, que costumam ser membros da família. 2. Burocracia: na organização formal cada gerente ocupa uma posição dentro da hierarquia, cujo ocupante tem o direito de tomar decisões e de se fazer obedecido. O gerente perde a autoridade ao deixar o cargo, porque é isso que lhe dá autoridade. 3. Carisma: neste caso, as pessoas obedecem ao líder por devoção. Os líderes formais se diferenciam dos líderes informais, porque enquanto os primeiros possuem autoridade dada pelo cargo, os líderes informais possuem autoridade devido à qualidade pessoal (carisma) que desperta a devoção dos seus seguidores. O ideal é que a autoridade formal fosse legitimada pelo carisma, ou seja, que Administração Geral / UA 10 Liderança 6 o ocupante do cargo de gerente também possuísse o respeito de seus seguidores. 4. Competência técnica: um líder pode influenciar o comportamento de seus subordinados devido à superioridade (real ou imaginária) em algum campo do conhecimento. Em um grupo, a liderança pode mudar de uma pessoa para outra conforme suas competências téc- nicas. Por exemplo, se a decisão necessita de um conhecimento so- bre leis, um advogado no grupo desempenhará a liderança. 5. Relações pessoais: neste caso o líder é capaz de influenciar o com- portamento de seus seguidores porque mantém um bom relacio- namento com eles. Normalmente, são pessoas que compreendem e manipulam muito bem a estrutura de poder da empresa, sendo bons políticos. Além das bases da autoridade, a maneira como o líder exerce sua autori- dade é também um ponto importante no estudo sobre Liderança. tipOs de líderes Uma classificação básica dos tipos de líderes é baseada no quanto o líder divide ou não a responsabilidade sobre o processo de decisão, assim te- mos o líder autocrata, democrata e liberal. Em Chiavenato (2004), pode- mos verificar a pesquisa que White e Lippit fizeram em 1939 para analisar o impacto causado por esses três estilos de liderança. Foram analisados os desempenhos de meninos de 10 anos de idade ao realizarem tarefas sob a liderança destes três tipos de líderes. Como o líder se comportou e os resultados do comportamento desses meninos são apresentamos a seguir: → Um líder é autocrata se decide tudo sozinho e apenas comunica suas decisões aos subordinados. No grupo liderado por esse líder, o comportamento dos meninos foi marcado por frustração e agres- sividade, além de não haver nenhuma iniciativa, espontaneidade ou formação de grupos de amizade. Eles só realizavam as tarefas quan- do o líder estava presente. A produção dos meninos foi alta, mas a qualidade foi regular. → Um líder é democrata se antes de decidir escuta as opiniões de to- dos os envolvidos. Aqui houve um relacionamento cordial com for- mação de grupos de amizade. O trabalho não se alterava quando o líder estava ausente. A produção foi alta e a qualidade foi superior a do grupo do líder autocrata. Administração Geral / UA 10 Liderança 7 → Um líder é liberal quando não decide nada, finge que trabalha e está totalmente ausente do processo de decisão. Neste grupo as tarefas se desenvolviam ao acaso, mas perdiam tempo com discussões por motivos pessoais e não relacionados ao trabalho. Além de não ha- ver a formação de gruposde amizade, notou-se forte individualismo agressivo e pouco respeito ao líder. A produção foi medíocre em quantidade e qualidade. Além da tipologia básica, há diversas abordagens ao estudo da liderança. A grande maioria delas é resultado dos autores da Escola Comporta- mental, que pretendem explicar a liderança com base em como os líderes se comportam. Uma das que mais se destacam é apresentada a seguir. a grid gerenCial de blake e mOUtOn Nesta abordagem, os líderes são classificados segundo a orientação de seu comportamento, que pode ser para tarefas ou para pessoas. De acordo com Chiavenato (2004), a dupla de pesquisadores norte-ameri- canos, Blake e Mouton, propõem um modelo explicativo de liderança no qual o líder pode dar muita ou pouca ênfase para a tarefa e muita ou pou- ca ênfase às pessoas. Observe a figura 1. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ên fa se n a s pe ss o a s ênfase na produção baixa alta alta 1,9 Administração do tipo “Clube de Campo” 9,9 Administração do tipo “Gerência de Equipes” 5,5 Administração do tipo “Moderada” 1,1 Administração do tipo “Precária” 9,1 Administração do tipo “Autoridade-obediência” Figura 1. Grid gerencial de Blake e Mouton. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004). Administração Geral / UA 10 Liderança 8 Na representação gráfica, o nível de orientação para tarefas está repre- sentado pelo eixo x (horizontal) e a orientação para pessoas pelo eixo y (vertical). Haveria infinitas combinações entre as duas orientações, mas os autores destacam apenas 5, as mais representativas: → Líder orientado para pessoas (1,9): este líder demonstra tanta preo- cupação com relacionamento e amizade que pode esquecer o interes- se pela empresa, pela produção ou pelo compromisso com o cliente. → Líder orientado para tarefas (9,1): este procura trabalhar com a máxima eficiência e por isso apresenta características autocráticas. É aquele líder preocupado com prazo, volume de produção e em atingir as metas planejadas, custe o que custar. → Líder liberal, que não se preocupa com tarefas nem pessoas (1,1): aqui o líder desempenha seu papel a um mínimo para somen- te permanecer no cargo. A liderança é ausente. Os subordinados fi- cam perdidos, ansiosos e sem orientação. Não há preocupação com prazos ou com clientes. → Líder orientado simultaneamente para pessoas e tarefas (9,9): o ideal a ser perseguido é este, cujo comportamento é considerado de um líder de equipe que consegue equilibrar uma alta preocupação com pessoas e com tarefas. Os prazos são cumpridos, os clientes são bem tratados e o trabalho se desenvolve em um clima harmo- nioso de amizade e respeito. → Líder mediamente preocupado com tarefas e pessoas (5,5): este é um líder que procura o equilíbrio, mas que pode melhorar para se tornar um líder do tipo 9,9. Alguns autores se referem a ele como um administrador comum que não tende acentuadamente para ne- nhuma das duas orientações, porém é aquele que precisa trabalhar seu desempenho porque precisa melhorar, tanto o relacionamento com os subordinados quanto em assuntos que se referem à rotina de trabalho. Os tipos de líderes também são explicados de acordo com as suas carac- terísticas pessoais, como na abordagem a seguir. a teOria X e Y de mCgregOr De acordo com Chiavenato (2004), para McGregor o estilo de liderança é influenciado pelos pressupostos do líder acerca da natureza humana. → Se o líder acredita que: as pessoas evitam o trabalho; a maioria tem de ser forçada, controlada ou ameaçada de punição para fazer o Administração Geral / UA 10 Liderança 9 que o líder solicita; as pessoas evitam a responsabilidade, têm pouca ambição e só desejam segurança, então o líder agirá de acordo com a Teoria X, ou seja, ele será autocrata. Tomará todas as decisões e o ambiente de trabalho se caracterizará pela obediência às ordens do líder. → Por outro lado, se o líder acredita que: o esforço físico e mental é tão natural quanto se divertir ou descansar; as pessoas exerce- rão autocontrole para alcançar os objetivos com os quais se com- prometeram; procuram responsabilidades; elas são engenhosas e criativas, então o líder agirá de acordo com a Teoria Y, ou seja, ele será democrático. Dividirá as decisões com seus subordinados e o ambiente de trabalho se caracterizará pela harmonia de um bom trabalho em equipe. Numa visão contemporânea da Teoria de McGregor, o gerente eficaz é aquele que sabe avaliar seus subordinados e agir de acordo com a matu- ridade demonstrada por eles em cada situação. Esses dois tipos podem ser considerados casos extremos. Sabe-se que na realidade é possível que haja líderes cujo comportamento pode estar entre esses dois estilos. Maximiano (2007) apresenta a régua de estilos de liderança desenvolvida por Tannenbaum e Schmidt, que você pode conferir na figura 2. A figura 2 mostra que quanto maior o uso do poder do gerente menor a área de liberdade do subordinado para tomar decisões e impor seus interesses. continuum de liderança O gestor toma a decisão e comunica. O gestor "vende" a decisão. O gestor apresenta suas ideias e solicita perguntas. O gestor apresenta a decisão sujeita a alterações. O gestor apresenta o problema, recebe sugestões e toma a decisão. O gestor define limites e pede ao grupo que tome a decisão. O gestor permite que os subordinados funcionem dentro de limites definidos em nível superior. uso de poder do gestor área de liberdade dos subordinados para tomar decisões e impor seus interesses centralizada no chefe centralizada nos subordinados Figura 2. Régua de estilo de liderança. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004). Administração Geral / UA 10 Liderança 10 a liderança e a sitUaçãO Qual o melhor líder? Muitos autores defendem que o estilo de liderar (ên- fase na pessoa ou na produção; decisões centradas no líder ou compar- tilhadas) precisa se ajustar à situação. Porém, como destaca Maximiano (2007), nenhuma teoria da liderança baseada na situação consegue dar explicação definitiva sobre a eficácia do líder. Então, o problema se trans- fere para: Como avaliar a situação? E é essa questão que os seguintes modelos procuram responder. 1. Modelo de Tannenbaum e Schmidt: Chiavenato (2004) explica que esses autores sugerem três critérios para avaliar a situação: a. O próprio gerente: de acordo com sua formação, valores e com- petência, o líder deve se comportar de modo mais ou menos de- mocrático/autoritário. b. Os funcionários: se eles são capazes de identificar os objetivos organizacionais, são responsáveis, autônomos, competentes e motivados, o líder pode compartilhar as decisões. c. A situação: que é caracterizada pelo clima da organização, o gru- po de trabalho, a natureza da tarefa e a pressão do tempo. Um estilo autoritário é necessário quando o clima organizacional é tenso, os grupos de trabalho estão em desequilíbrio, as tarefas são simples e repetitivas e quando o trabalho precisa ser finaliza- do com urgência. 2. Modelo de Fiedler: esse autor afirma que são três características que permitem avaliar o “grau de favorabilidade” da situação para o líder: a. As relações entre o líder e seus seguidores: a situação é favo- rável ao líder quando os sentimentos dos subordinados forem positivos em relação ao líder. b. O grau de estruturação da tarefa: são favoráveis ao líder as ta- refas bem definidas, bem organizadas e com alto grau de certeza. c. O poder da posição: uma situação favorável quando o líder pode promover ou remover um integrante da sua equipe de funcionários. O autor conclui: As situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis ao líder sugerem um estilo de liderança orientada para a tarefa, ou seja, au- tocrata. Nas situações intermediárias o melhor é a liderança orientada para as pessoas, participativa. Administração Geral / UA 10 Liderança 11 Atenção O comportamento do líder deve ser flexível, a fim de se ajus- tar à situação. 3. Modelo de Hersey-Blanchard:os autores são críticos do trabalho de Fiedler, porque esse desconsidera o seguidor, destaca Chiavenato (2004). A maturidade do subordinado, medida pelo grau de capacida- de e interesse em fazer um bom trabalho, é a principal característica da situação que deve ser considerada pelo líder. Essa medida pode variar de acordo com a atividade desempenhada pelo funcionário. Dessa maneira, quanto mais maduro for o subordinado, menos necessá- rio é o uso da autoridade pelo líder e maior a orientação para pessoas. Já a imaturidade exige muita autoridade e pouco relacionamento entre o líder e o subordinado. Observe a Tabela 1. A principal virtude desse modelo é reconhecer que a influência da compe- tência e da motivação no processo de liderança. Porém, recebeu também várias críticas: pela dificuldade de se medir a maturidade das pessoas; por ser muito simples; e por falta de metodologia consistente. diCAs Todas as teorias sobre liderança recebem críticas quando tentam estabelecer receitas e são elogiadas quando pro- põem princípios. O princípio que propõe que a liderança seja ajustada à situação é sempre destacado, segundo Maximiano (2007). Tabela 1. Modelo de liderança situacional de Hersey e Blanchard. Adaptado de Chiavenato (2004). comportamento do subordinado orientação do líder imaturo menos imaturo menos maduro maduro Muito orientado Estilo: Venda Dá muita atenção para tarefa e para relacionamento para tratar com pessoas imaturas, mas entusiasmadas em aprender. Estilo: Participação Dá atenção ao relacionamento e pouco para a tarefa. Médio orientado Pouco orientado Estilo: Comando Dá muita atenção para tarefa e pouco para relacionamento. Costuma dar ordens e reduzir o apoio emocional. Estilo: Delegação Dá pouca atenção à tarefa e ao relacionamento. Comportamento possível, porque os subordinados possuem competência e motivação. Administração Geral / UA 10 Liderança 12 abOrdagem dOs traçOs Esta é a teoria mais antiga a respeito da liderança e também a mais limi- tada. Segundo Chiavenato (2004), o líder é aquele que possui alguns tra- ços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. Porém, cada autor desta abordagem destaca diferentes características, tais como: traços físicos, intelectuais, sociais e relacionados à tarefa como persistência e iniciativa. Essa é uma abordagem simplista, porque defende que uma pessoa do- tada de traços de liderança é sempre líder em qualquer situação. Além disso, algumas características são desejadas, mas não determinantes. as qUalidades de Um líder Souza e Ferreira (2000) destacam algumas qualidades que deveriam ser desenvolvidas nos gerentes para eles se tornarem líderes eficazes. As quali- dades citadas incluem contribuições de autores antigos e contemporâneos. 1. O líder deve exercer o “poder com” e não o “poder sobre”. O líder deve permitir que os subordinados utilizem seus conhecimentos, ha- bilidades e experiências para o sucesso do grupo. 2. O líder deve valorizar a opinião dos subordinados. Isso significa que o líder deve garantir uma gestão participativa, que maximiza os resultados da empresa em termos de maior qualidade, criatividade e, consequentemente, melhor retorno, só possível com a ajuda de subordinados autônomos, capacitados e respeitados. 3. O líder deve gerar entusiasmo e comprometimento. O líder deve ter uma visão que o motiva e mobiliza seus subordinados. Além dis- so, deve ter força de vontade, tenacidade, criatividade e estar com- prometido com os desafios do grupo. 4. O líder deve aprender continuamente. Os desafios da gerência exigem constante capacitação e busca de informações para se adap- tar às mudanças ambientais. 5. O líder deve conviver com a incerteza. As mudanças ambientais ocorrem de maneira frequente, profunda e em alta velocidade. Nes- sa situação e apesar das dificuldades, o líder deve ser capaz de to- mar decisões inovadoras e eficazes. 6. O líder deve gerenciar de forma estratégica. As decisões devem ser fixadas de acordo com um plano ou integradas à missão da em- presa. Devem-se enfatizar os resultados por meio de um processo contínuo de antecipar mudanças futuras no qual as oportunidades são aproveitadas e as ameaças neutralizadas. Administração Geral / UA 10 Liderança 13 7. O líder deve ser invisível. Subordinados competentes não carecem de supervisão direta. Para se obter esse perfil é necessário: adotar valores aceitos e compartilhados com todos; divulgar as decisões estratégicas; valorizar a cooperação; buscar qualidade do processo; e evitar a burocracia. 8. O líder deve buscar a qualidade de vida. A competitividade entre empresas tem desencadeado processos de estresse nos gerentes. Alguns deles ficam tão estressados que se tornam workaholic1, ou seja, priorizam o trabalho. O líder precisa entender que sua vida pes- soal, seus relacionamentos e seus sonhos não devem ser deixados em segundo plano. 9. O líder deve desenvolver a autoestima. Uma pessoa segura é mais competente para lidar com os desafios da vida e para inspirar confiança nos seus liderados. diCA Pessoas como Kennedy, Hitler, Mandela e Gandhi possuem algo em comum? Sim, todos foram líderes eficazes. Todos obtiveram aquilo que solicitaram de seus subordinados. Como pessoas com valores tão diferentes obtiveram o mesmo resultado? Provavelmente porque seus subordinados também compartilhavam os mesmos valores. Atenção Explicar a liderança é uma tarefa complexa. Indicar qual o melhor estilo de liderança também é. Porém, o estilo de liderança é uma variável, resultado que é influenciada por inúmeras variáveis. Por isso, o melhor líder é aquele que se ajusta bem à situação. 1. Workaholic é uma expressão americana que teve origem na palavra alcoholic (alcoólatra). Serve para denotar uma pessoa viciada, não em álcool, mas em trabalho. antena pArAbóliCA Leia os seguintes trechos extraídos do livro O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança, de James C. Hunter (Rio de Janeiro: Sextante, 2004). → Liderança: é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente, visando atin- gir os objetivos identificados como sendo para o bem comum. → Poder: é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer. → Autoridade: a habilidade de levar as pessoas a fa- zerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal (HUNTER, 2004, p. 15 e 16). E o seguinte trecho do artigo “Liderança: um desafio constante aos gestores”, de Daniela Giareta Durante na revista Secretariado Executivo em Revist@, Universidade de Passo Fundo, 2005. Fica claro que a liderança servidora baseia-se na atuação do líder com autoridade e não com poder. A atuação através do poder faz com que os liderados sintam medo de seus gestores, de que os aprisionem, fazendo com que eles realizem as atividades com me- nos entusiasmo, menos concentração, o que possibilita, inclusive, maiores chances de erros. Já o líder com autoridade consegue que seus liderados realizem as atividades que ele necessita com boa vontade, motivação, entusiasmo. (DURANTE, 2005, p. 64) Você consegue lembrar-se das ocasiões em que um líder exerceu poder ou autoridade? O que é recomendável? Poder ou autoridade? e AgorA, José? Vimos nesta etapa do curso uma parte do princípio de administração “dirigir”. Este princípio exige que o gerente saiba comunicar, decidir e motivar. Nesta unidade aprendemos que para dirigir ele tam- bém precisa saber liderar. Vimos o conceito de liderança; os tipos básicos de lí- der (autocrata, democrata e liberal); as bases de autori- dade do líder; as teorias sobre liderança (A Grid de Blake e Mouton, a Teoria X e Y de McGregor e a Teoria situa- cional a partir dos modelos de Tannenbaum e Schmidt, Fiedler e Hersey-Blanchard) e quais devem ser as quali- dades do líder. Concluímos: o melhor estilo de liderançaé aquele que melhor se ajusta à situação. Portanto, quanto ao estilo, o líder pode ser autocrata, democrata e até liberal, desde que esse estilo seja o melhor naquela situação. Na próxima unidade continuamos a revelar o princí- pio “dirigir” da Administração, nessa ocasião veremos como o gerente pode motivar. Administração Geral / UA 10 Liderança 16 glossário Autocrata: o líder assume e centraliza todas as decisões, enquanto os subordinados apenas obedecem cegamente às suas ordens. Autoridade: direito de se fazer obedecer, de dar ordens, de tomar decisões, de agir etc. Autoritário: arrogante, imperioso e impulsivo. Carisma: atribuição a outrem de qualidades especiais de liderança, derivadas de sanção divina, mágica, diabólica, ou apenas de indi- vidualidade excepcional. Comprometimento: assumir compromisso, responsabilidade; obrigar-se. Democrata: líder é orientador e impulsionador e as decisões contam com a participação dos subordinados. Liberal: líder omisso e subordinados atuam li- vremente e espontaneamente sem nenhuma orientação. Poder: potência exercida de modo difuso, e não necessariamente explícito, pelo conjunto das relações sociais sobre os indivíduos, e que lhes impõe determinações que regulam seus modos de ser: comportamentos, interesses, ideologias etc. reFerênCiAs CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus El- sevier, 2004. COELHO, M. A essência da administração: conceitos introdutórios. São Paulo: Sarai- va, 2008. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra- ção. São Paulo: Atlas, 2007. SOUZA, A. R. E FERREIRA, V. C. P. Introdução à administração: uma iniciação ao mundo das organizações. 7a ed. Rio de Janeiro: Pontal, 2006.