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CAMPUS ALTO ARAGUAIA – MT
TURMA DE DIREITO
VII SEMESTRE
DOCENTE: GERALDO BATISTA DA SILVA JUNIOR
DISCIPLINA: 
DISCENTE: ANA PAULA DA SILVA SOUZA
1. Atividade resenha.
TEXTO: “Dos delitos e das Penas” de Cesare Beccaria
Por: Ana Paula da Silva Souza
A obra foi lançada em 1764, “Dos delitos e das Penas” de Cesare Beccaria, praticamente no final da chamada era moderna, considerada uma era de transição no Ocidente. Naquela época, autores de obras, pensadores e filósofos não tinham plena liberdade para expressar seus ideais, de modo que algumas obras ficaram obscuras e incompletas. Especificamente, no texto de Beccaria, são abordadas as características do ordenamento jurídico penal da época, nos trouxe o direito penal brasileiro. 
Em seus escritos, Cesare Beccaria critica duramente o sistema de seu tempo, tomando partido por penas e leis mais humanas e igualitárias. Em seus ideais, o autor era contra a prática da tortura como meio de obtenção de provas e defendia que quem cometesse o mesmo crime deveria gozar de igual.
Dos Delitos e das Penas começa com a parte introdutória citando a desigualdade entre a sociedade e que para evitar que isso aconteça, a solução é fazer boas leis. O autor apresenta noções do que uma noção geral irá demonstrar ao comentando que é necessário e diferenciar os diferentes tipos de crimes e como o sistema os pune.
No capítulo ‘Origem das penas e do direito de punir’ comenta-se a questão que as leis agruparam os homens, então todos nós abrimos mão da total liberdade de viver de acordo com as regras estipuladas, assim, a partir da junção dessas parcelas da liberdade que abdicamos o direito de punir.
No que diz respeito à segurança pessoal, pode ser que a criação de leis que estabeleçam o direito de prisão que a sociedade não pare. A prisão é uma forma diferente de outras punições que recebe o sujeito que vai contra as leis, se deve ao fato de a prisão ainda ter uma declaração legal do crime. A lei deve estabelecer de forma fixa por qual dos crimes o acusado tem a possibilidade de ser preso e interrogado.
O sistema de jurisprudência criminal, ao contrário, demonstra a ideia de justiça, apenas a ideia de força e, assim, minando o verdadeiro propósito das punições. A prisão se tornou um suplício social e não um meio de deter certo acusado. Infelizmente, as leis estabelecidas para uma determinada sociedade não acompanham o progresso que ocorre.
No que diz respeito à prova de um crime, o autor de que quanto mais a prova for independente de um, maior será a probabilidade de que um crime tenha sido cometido do que quando as provas dependem um no outro. Afinal, se uma única prova de que estiver correta forem invalidadas todas as outras que forem suportadas serão levadas em consideração. O crime para que haja uma punição deve ser comprovado. Com isso, há as chamadas provas perfeitas, são consideradas aquelas que demonstram indiscutivelmente que não há possibilidade de o acusado ser inocente. Há também as provas imperfeitas, que não descarta a possibilidade do acusado ser inocentado, com isso o juiz limita-se a verificar se as leis são claras e exatas.
Um dos meios de obter a verdade, ou uma pseudoverdade, é a prática da tortura. Usado pela maioria dos governos, a tortura é para um acusado de um determinado crime durante o processo para obter uma admissão de paternidade de cúmplices ou mais do que detalhes sobre o que aconteceu. Antes da sentença do juiz nenhum homem pode ser considerado culpado.
A tortura é definida pelo autor do livro como a tortura usada pelos governos tirânicos nas prisões aqueles que são considerados culpados ou inocentes. A principal importância é que nenhum crime fique impune, mas o método de tortura nem sempre é útil para a verdade, pois acaba trazendo incerteza ao caso. O juiz responsável por autorizar o uso da tortura estará sempre sujeito a permitir que pessoas inocentes sejam torturadas em nome da verdade. A tortura só prova o crime quando o acusado confesso.
As penas não apresentam como finalidade torturar alguém nem mesmo desfazer um crime que já foi efetivado. As penas devem possuir uma moderação. Deve-se perceber que os castigos possuem como finalidade única evitar que o culpado se torne prejudicial no futuro à sociedade e também afastar os outros cidadãos das práticas criminosas. As penalidades devem ter entre elas e o modo em que são aplicadas deve ser proporcional ao delito cometido, procurando meios que provoquem na sociedade uma impressão de maior durabilidade e eficácia. A forma cruel de aplicar as penas gera dois resultados que são contrários às suas principais finalidades. 
Em primeiro fica difícil para estabelecer certa proporção entre os delitos e as penas; em segundo há a possibilidade de as penalidades mais terríveis provocarem as vezes certa impunidade, se as leis são cruéis ou ruins ou serão modificadas logo não poderão mais estar em vigência e acabarão por deixar o crime sem punição. Sempre devemos lembrar que o rigor das penas deve ser condicionado em relação ao estado em que o país se encontra. A soberania e as leis sempre serão a junção das partes de liberdade que abrimos mão à sociedade.
Na opinião do autor, a pena de morte não afeta nenhum direito, sendo uma guerra que o país tem sobre os seus cidadãos e que nunca teve o direito de deter quem ouve de maneira determinado a praticar atos contrários à legislação. A punição, para ser considerada justa, deve ser tão severa que impeça os homens de cometer crimes. O direito de punir pertence apenas às leis, consideradas como vontade geral, e não a qualquer cidadão. Em nenhum lugar de um Estado um deve ser da presença de leis, as leis devem seguir o cidadão em todos os lugares. Os asilos, como cita o autor, tornam-se um refúgio para a ativação da legislação e acabam por incentivar mais do que de fato impedi-la.
Como ponto alto da leitura aparece a questão da proporcionalidade das penas em relação às infrações cometidas. É do interesse geral não apenas que poucos crimes sejam cometidos, mas também que os crimes considerados os mais prejudiciais para a sociedade se tornem os mais Portanto, a forma como a legislação é utilizada é mais severa na proporção da maioria dos crimes que tende a se tornar mais frequente. No caso em que dois crimes afetam desigualmente e recebem a mesma punição, há um para o crime mais hediondo, e assim a moralidade humana é enfraquecida.
A figura do legislador é importante nesse sentido deve saber usar suas forças para consolidar a sociedade evitando tudo e todos que possam enfraquecê-la. Um legislador astuto pode estabelecer essa divisão proporcional entre penas e crimes, não permitindo que os menores sejam aplicados a crimes mais graves. A medida para conhecer a amplitude do crime é aquela que causa à sociedade em que cometeu.
Há crimes que têm uma propensão a destruir a sociedade ou mesmo aqueles que a representam, outros casos eles afetam diretamente o cidadão, sua propriedade sua existência ou em outros casos aqueles que vão contra isso que é determinado por lei, o bem público. Caso não se enquadre em nenhuma das três situações mencionadas então o ato não pode ser considerado como crime, não pode ser punido como tal. No caso de suicídio, não pode haver punição, pois lá não haveria nenhuma forma de punição para alguém, sob o risco de punir o inocente.
Já é nossa sabedoria que é melhor prevenir criminosos do que ter puni-los, e cabe a nós mostrar nossa sabedoria em estipular legislação que evite prevenir crimes do que ter que fazer porque, afinal, leis bem feitas devem proporcionar aos homens o maior bem-estar, libertando-os de tudo o que lhes vier à mente. Infelizmente, esse ideal não se concretiza porque os processos existentes, em geral, são insuficientes mesmo para a finalidade a eles proposta. 
Se há vontade de prevenir crimes, devemos criar leis simples e claras, ao entendimento dos homens, e assim tornar um país inteiro capaz de segui-los e defendê-los, sem esse certo zangado acabando se preocupando em destruir leis. A legislação de uma nação pode nuncafavorecer uma em particular, protegendo igualmente todos os seus membros. As leis devem ser temidas, e esse medo não é tão prejudicial, porque assim os cidadãos são mantidos longe dos crimes.
Concluindo, percebo que apesar de todos os avanços tecnológicos que a empresa apresentou ao longo dos anos, ela não se estendeu ao âmbito jurídico. Nota-se que o ordenamento jurídico não tem muito que estamos presenciando hoje uma maior proteção ao ser humano, onde, por exemplo, a tortura já é inexistente no plano jurídico na maioria dos países. 
Nota-se também que os problemas enfrentados na época em que a obra foi escrita perduram até os dias e hoje, como a dificuldade dos legisladores em criar leis, que não necessitam serem muitas, mas eficazes e que não esteja representando ou protegendo apenas uma camada social especifica.
Um principal que destaco a questão de que as penas estabelecidas devem ser proporcionais aos delitos, para que sejam evitadas inúmeras questões, como os sentimentos de impunidade que se cria em quem pretende praticar, já praticaram ou praticam algum tipo de delito.
Finalizo explanando que Beccaria é um crítico da obscuridade de uma lei escrita em uma linguagem prolixa, que pessoas com menos acesso a informação não entendem. O conteúdo que ele traz nessa literatura não tem um grande alcance, ou seja, a lei deve ser entendida por todos e não apenas pelos minoritários detentores do conhecimento, quanto mais simples a linguagem, maior alcance de pessoas que entenderão logo cada pessoa poderá julgar as consequências de seus próprios atos.
REFERÊNCIAS
BECCARIA, Cesare Bonesana. Dos delitos e das penas. Edição Ridendo Castigat Mores.2001.

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