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By @kakashi_copiador Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) Autor: Antonio Daud 28 de Abril de 2023 https://t.me/kakashi_copiador Antonio Daud Aula 09 Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Comissão de Conciliação Prévia (CCP) 3 ..............................................................................................................................................................................................2) Princípios do Direito Coletivo do Trabalho 9 ..............................................................................................................................................................................................3) Negociação Coletiva do Trabalho 16 ..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Comissão de Conciliação Prévia (CCP) - TRT 59 ..............................................................................................................................................................................................5) Questões Comentadas - Acordos e Convenções Coletivas do Trabalho - TRT 71 ..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões - Comissão de Conciliação Prévia (CCP) - TRT 99 ..............................................................................................................................................................................................7) Lista de Questões - Acordos e Convenções Coletivas do Trabalho - TRT 104 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 2 115 INTRODUÇÃO Oi amigos (s), preparados para mais uma aula? Iniciaremos esta aula com o assunto Comissões de Conciliação Prévia. Avante! Vamos ao trabalho! Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 3 115 COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA A previsão quanto à instituição e funcionamento das Comissões de Conciliação Prévia (CCP) foi instituída na CLT por meio da Lei nº 9.958/2000, que inseriu na Consolidação das Leis do Trabalho o Título VI-A – DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. A intenção do legislador na criação das CCP é “desafogar” o Judiciário, procurando a resolução de conflitos trabalhistas por meio destas Comissões. O objetivo das CCP é tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Além disso, é importante destacar que a instituição das CCP é facultativa, e que, sendo instituída, sua composição deve ser paritária, ou seja, com a mesma quantidade de representantes dos empregados e dos empregadores. Estas disposições encontram-se no artigo 625-A: CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Além disso, em relação à composição e abrangência de atuação da CCP, admite-se sua existência no âmbito da empresa, em grupo de empresas e até mesmo entre mais de um sindicato: CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. Acerca da quantidade de membros (titulares e suplentes), o artigo 625-B corrobora a paridade e ainda define que: CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 4 115 Após estabelecer a quantidade mínima e máxima de empregados integrantes a CCP, duração do mandato, etc., a CLT estipulou que, nas CCP instituídas no âmbito do sindicato, sua constituição será definida em negociação coletiva (ou seja, as regras poderão ser diferentes das dispostas no art. 625-B). Esta é a conclusão que se chega a partir da leitura do artigo seguinte, o 625-C: CLT, art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. Comentamos inicialmente que a instituição da CCP é facultativa, e que o objetivo desta Comissão é tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Caso exista a Comissão (instituída facultativamente), é obrigatório que os conflitos trabalhistas sejam encaminhados à CCP? Ou mesmo havendo a Comissão seria possível ingressar diretamente em juízo sem acionar a CCP? Pela leitura do artigo 625-D, seria obrigatório: CLT, art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. Entretanto, existem posicionamentos do STF e do TST no sentido de que não seria obrigatória a tentativa de resolução do conflito pela CCP para somente depois poder-se acessar o Poder Judiciário. Neste sentido, ainda, as ADIs 2139, 2160 e 2237, julgadas em agosto de 2018. É que a CF/88 assegura o princípio da inafastabilidade do controle judicial: CF/88, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Quando uma demanda é submetida à CCP, deve ser reduzida a termo e os interessados receberão cópia datada e assinada: CLT, art. 625-D, § 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados. Além disso, a CLT prevê que, frustrada a tentativa de conciliação, será fornecida declaração: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 5 115 CLT, art. 625-D, § 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista. Comentamos anteriormente que poderia haver CCP instituída no âmbito da empresa, de empresas e até mesmo com abrangência intersindical. Pode ocorrer, então, de uma empresa instituir CCP e haver outra CCP que atua perante a categoria sindical; nestes casos, o interessado poderá optar por submeter sua demanda a uma ou outra: CLT, art. 625-D, § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresae Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. E quando uma demanda é submetida à CCP e se chega a um acordo, qual o efeito prático? Nestes casos, será lavrado um termo: CLT, art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes. Quanto à natureza jurídica do termo de conciliação, a CLT define que este se constituirá em título executivo extrajudicial: CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Interpretando tal dispositivo, a despeito das críticas, no âmbito do TST1 tem-se confirmado a "eficácia liberatória geral" do termo. Assim, não havendo qualquer tipo de ressalva aposta no termo, o empregado não mais poderia, futuramente, cobrar eventuais diferenças. Já sobre o prazo para se realizar a sessão conciliatória, a CLT o estipulou como sendo de 10 (dez) dias, com a correspondente consequência da impossibilidade de seu cumprimento: CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. 1 A exemplo do E-ED RR 15/2004-025-02-00.5. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 6 115 ==d8eaf== Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D [declaração da tentativa conciliatória frustada]. ➢ CCP e a suspensão da prescrição Aprendemos em momento anterior do curso a diferença entre fatores impeditivos, suspensivos e interruptivos do prazo prescricional. Retomando nosso esquema: Fatores que a lei considera indicativos de restrições sofridas pelo titular do direito no que tange à defesa de seus próprios interesses. Impeditivos Inviabilizam, juridicamente, o início da contagem da prescrição. Suspensivos Sustam a contagem prescricional já iniciada. Desaparecido o fator suspensivo, retoma-se a contagem do prazo. Fatores previstos em lei que traduzem efetiva e eficaz defesa do direito pelo respectivo titular e que, por isso, têm o condão de sustar o fluxo do prazo prescricional. Interruptivos Sustam a contagem prescricional já iniciada, eliminando inclusive o prazo prescricional em fluência (respeitada a prescrição já consumada) Sobre a relação entre atuação da CCP e a prescrição trabalhista, o art. 625-F estabelece que, a partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será suspenso. Isto significa que o prazo prescricional voltará a correr após as situações mencionadas (ao contrário da interrupção, que faria com que o prazo fosse renovado). CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. A tentativa de conciliação por meio da CCP, como indicado acima, suspende o prazo prescricional, e por este motivo a questão abaixo é incorreta: CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2007 O prazo prescricional pode ser interrompido no curso do trânsito da demanda perante a Comissão de Conciliação Prévia. ➢ CCP e interrupção contratual Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 7 115 Na aula sobre contrato de trabalho aprendemos sobre a diferença entre interrupção e suspensão contratuais, cuja diferenciação em regra é a seguinte: O empregado deixa de prestar serviços provisoriamente. O empregador continua obrigado pela legislação a pagar os salários decorrentes do contrato de trabalho? Sim Não Interrupção contratual Suspensão contratual Aqui é importante atentar para o fato de que a participação do empregado como membro da CCP caracteriza interrupção contratual: CLT, art. 625-B, § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. ➢ CCP e garantia provisória de emprego A CLT assegura aos representantes dos empregados nas CCP garantia provisória de emprego, como disposto no artigo abaixo: CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 8 115 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO Para entendermos o que representa o Direito Coletivo do Trabalho em relação ao Direito Individual do Trabalho (e em relação ao próprio Direito do Trabalho) considero oportuno trazer a lição de Sérgio Pinto Martins1: “Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do Trabalho encarregado de tratar da organização sindical, da negociação coletiva, dos contratos coletivos, da representação dos trabalhadores e da greve. O Direito Coletivo do Trabalho é apenas uma das subdivisões do Direito do Trabalho, não possuindo autonomia, pois não tem diferenças específicas em relação aos demais ramos do Direito do Trabalho, estando inserido, como os demais, em sua maioria, na CLT”. Neste contexto, esta aula tratará do assunto Direito Coletivo do Trabalho, dividindo-o em subtópicos, a iniciar pelos princípios aplicáveis a este ramo. Princípios do direito coletivo do trabalho INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA Abordaremos neste tópico os princípios aplicáveis ao Direito Coletivo de Trabalho, seguindo a lição do Ministro Mauricio Godinho Delgado. ➢ Princípio da liberdade associativa e sindical Preliminarmente, saliente-se que o direito de associação está assegurado pela Constituição Federal, em seu artigo 5º: CF/88, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;(...) XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 1 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 714. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 9 115 Além disso, com relação à liberdade de associação sindical, o art. 8º dispõe que, além de ser livre a filiação, também o será a desfiliação: CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; Retomando o princípio em estudo, vemos que será livre a criação associativa e, por outro lado, o empregado não poderá ser forçado a se associar (ou manter-seassociado) ao sindicato. Sendo assim, nosso ordenamento jurídico não admite cláusulas de sindicalização forçada. Um exemplo de cláusula de sindicalização forçada seria a necessidade de o empregado ser sindicalizado para que a empresa pudesse contratá-lo (esta cláusula, no caso, seria firmada entre o sindicato obreiro e as empresas). ➢ Princípio da autonomia sindical O princípio da autonomia sindical garante que os sindicatos possam se organizar sem interferências do Estado e das empresas. Assim, não há controle político estatal, e a criação dos sindicatos também não dependerá de autorização. É desta maneira que o princípio em tela foi inserido na Constituição Federal: CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Percebam que o dispositivo constitucional proíbe a exigência de autorização para a criação do sindicato, mas prevê o registro do sindicato no órgão competente (no caso, no Ministério do Trabalho). O princípio da autonomia sindical, entretanto, ainda sofre algumas restrições: é que existem disposições limitadoras da autonomia sindical. Estas limitações são duas: a unicidade sindical (art. 8º, II2) e o poder normativo da Justiça do Trabalho. 2 CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; (...) Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 10 115 ➢ Princípio da interveniência sindical na normatização coletiva Este princípio determina que a normatização coletiva, para ser válida, demanda a participação do sindicato representante dos trabalhadores: CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; Já a participação dos sindicatos patronais (representantes dos empregadores) não é obrigatória: é que a negociação coletiva pode dar-se entre o sindicato obreiro e a empresa. Falaremos mais sobre isso no tópico “Negociações Coletivas”. ➢ Princípio da equivalência entre os contratantes coletivos Existe nítido desequilíbrio entre o empregador (detentor do capital) e o empregado, e o Direito do Trabalho surge para atenuar tal desequilíbrio. No caso do Direito Coletivo, entretanto, as partes envolvidas (empresa, sindicato patronal e sindicato obreiro) possuem força semelhante. O empregador e os sindicatos são reconhecidos como seres coletivos, e, além disso, eles possuem instrumentos eficazes para negociar. No caso do sindicato obreiro, pode-se citar como instrumento de atuação a garantia de emprego de seus dirigentes, o que lhes aumenta o poder de pressão para obter melhor resultado em negociação com o empregador. Desta maneira, assim como se reconhece a desigualdade entre as partes no Direito Individual do Trabalho, a doutrina reconhece, no Direito Coletivo do Trabalho, tratamento jurídico equivalente entre as partes (neste, frise-se, o empregado não atuará isoladamente, e sim através de sua representação sindical). ➢ Princípio da lealdade e transparência nas negociações coletivas Este princípio apregoa que a negociação coletiva deve transcorrer de forma leal e transparente, não se admitindo condutas que inviabilizem a formulação das normas jurídicas juscoletivas (as convenções coletivas e os acordos coletivos de trabalho). Estas normas criadas através da negociação coletiva serão de observância obrigatória pelas partes, motivo pelo qual sua criação não pode ser prejudicada por atos desleais ou que atentem contra a boa-fé. IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 11 115 ==d8eaf== ➢ Princípio da criatividade jurídica da negociação coletiva Este princípio se relaciona ao fato de que a negociação coletiva cria normas jurídicas (comandos abstratos, gerais e impessoais). Assim, a negociação coletiva não produz simplesmente cláusulas obrigacionais que se aderem ao contrato. Como dito acima, os acordos e convenções coletivos, em atendimento ao princípio da criatividade jurídica, geram normas jurídicas. ➢ Princípio da intervenção mínima na vontade coletiva A este respeito, a reforma trabalhista conferiu aos sindicatos maiores poderes para negociarem a respeito de determinados assuntos (listados no art. 611-A da CLT). Nesse sentido, a CLT inovou e passou a sinalizar pela intervenção mínima do Poder Judiciário na autonomia da vontade coletiva: CLT, art. 8º, § 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) [condições para validade dos negócios jurídicos], e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. Portanto, com a reforma trabalhista, ganhou forças a autonomia dos entes coletivos. Se o sindicato dos empregados participou e concordou com os termos da negociação, seguindo as formalidades legais, presume-se que ela é benéfica aos empregados e, segundo tal regra, não deveria ser posteriormente anulada pelo Poder Judiciário. Em outras palavras, tal disposição constitui tentativa de limitação ao Poder Judiciário, que somente poderá avaliar se ACT e CCT foram celebrados de acordo com os requisitos do art. 104 do Código Civil3 (não adentrando no conteúdo das negociações coletivas). No art. 611-A da CLT, o legislador busca reforçar a aplicação do referido princípio: CLT, art. 611-A, § 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação. Apesar de reconhecer a limitação imposta ao Poder Judiciário, parte da doutrina4, ressalta que não se pode cogitar que o exame judicial se dê somente quanto aos elementos do art. 104 do Código Civil: 3 CCB, art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. 4 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. p. 1285 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 12 115 Enfim, de fato foi limitado o poder do Judiciário de anular cláusulas contidas nas normas coletivas, o poder de interferir na autonomia coletiva. Entretanto, não é taxativo, como aparente (..). Logo, a limitação do juiz não está apenas na análise dos requisitos do art. 104 do CC. ➢ Princípio da adequação setorial negociada O princípio da adequação setorial negociada foi delineado por Mauricio Godinho Delgado, e consiste em possibilidades e limites jurídicos à negociação coletiva. Sobre a limitação imposta pelo princípio em estudo, o Ministro Godinho5 ensina que “Pelo princípio da adequação setorial negociadaas normas autônomas juscoletivas construídas para incidirem sobre certa comunidade econômico-profissional podem prevalecer sobre o padrão geral heterônomo justrabalhista desde que respeitados certos critérios objetivamente fixados. São dois esses critérios autorizativos: a) quando as normas autônomas juscoletivas implementam um padrão setorial de direitos superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônoma aplicável; b) quando as normas autônomas juscoletivas transacionam setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade apenas relativa (e não de indisponibilidade absoluta)”. Relembrando alguns conceitos mencionados no excerto transcrito acima, normas autônomas são aquelas que, de sua elaboração, participam os próprios destinatários. Este é o caso das negociações coletivas de trabalho (convenção coletiva de trabalho e acordo coletivo de trabalho). Já as fontes heterônomas do direito do trabalho (leis, decretos, etc.) são normas elaboradas pelo Estado, não havendo participação direta dos destinatários da mesma em sua produção. Quanto à distinção entre indisponibilidade absoluta e relativa, segue abaixo um esquema: Indisponibilidade absoluta Indisponibilidade relativa 5 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1359. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 13 115 O direito enfocado merece uma tutela de nível de interesse público, por traduzir um patamar civilizatório mínimo firmado pela sociedade política em um dado momento histórico. O direito enfocado traduz interesse individual ou bilateral simples, que não caracterize um padrão civilizatório geral mínimo firmado pela sociedade política em um dado momento histórico. Exemplos: direito à assinatura da CTPS, salário mínimo, normas de segurança e saúde no trabalho. Exemplo: mudança da modalidade de pagamento de salário (salário fixo versus salário variável), desde que não resulte em prejuízo ao obreiro. Quanto ao alcance da expressão patamar civilizatório mínimo, o Ministro Godinho6 entendia que ela abrange três grupos de normas, a saber: 1) Normas constitucionais em geral, respeitadas as ressalvas expressamente feitas pelas próprias CF/88 (como a redução salarial admitida mediante negociação coletiva – art. 7º, II); 2) Normas de tratados e convenções internacionais vigorantes no plano interno brasileiro, que expressam patamar civilizatório no próprio mundo ocidental em que se integra o Brasil; e 3) Normas legais infraconstitucionais que asseguram patamares de cidadania ao indivíduo que labora (preceitos relativos à saúde e segurança no trabalho, normas concernentes a bases salariais mínimas, normas de identificação profissional, dispositivos antidiscriminatórios, etc.). Com o surgimento do “negociado sobre o legislado” por meio da reforma trabalhista, o legislador intentou apequenar a exigência de um “padrão setorial de direitos superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônoma aplicável”, como então defendido pelo Ministro Godinho. A este respeito, o Ministro Godinho relembra que7 a lógica e os objetivos da negociação coletiva trabalhista não se traduzem na ideia de deteriorar e precarizar as condições de vida e de trabalho das pessoas humanas inseridas empregaticiamente na economia e sociedade capitalistas. Ao inverso, a negociação coletiva revela-se como importante veículo para a efetivação das condições de contratação e gestão trabalhistas no mundo do trabalho na sociedade contemporânea. 6 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1360. 7 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 262. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 14 115 Para finalizar este tópico, destaco tese firmada pelo STF (ARE 1121633; tema 1046), ao se debruçar sobre a validade de limitação ou afastamento de direitos trabalhistas por meio de negociações coletivas: “São constitucionais os acordos e as convenções coletivas que, ao considerarem a adequação setorial negociada, pactuem limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis”. Confirmando os ensinamentos do Ministro Godinho, o STF entende que, respeitados os direitos considerados absolutamente indisponíveis, é possível esta flexibilização de direitos trabalhistas por meio de negociação coletiva. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 15 115 NEGOCIAÇÃO COLETIVA DE TRABALHO INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA O termo 'negociação coletiva de trabalho' abrange as convenções coletivas de trabalho (CCT) e os acordos coletivos de trabalho (ACT), que são os instrumentos pelos quais o resultado da negociação coletiva é materializado. A diferença conceitual entre eles é a seguinte: no acordo coletivo de trabalho figura, de um lado, o sindicato obreiro (da categoria profissional) e, de outro, o empregador. Existe também a possibilidade do ACT ser firmado entre o sindicato obreiro e mais de uma empresa. Já na CCT figura, de um lado, o sindicato obreiro (da categoria profissional) e, de outro, o sindicato patronal (da categoria econômica). Assim, temos: Negociação coletiva Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) Resultado de negociação entre o sindicato patronal e o sindicato dos empregados Resultado de negociação entre uma (ou mais) empresa(s) e o sindicato dos empregados Falemos sobre as definições celetistas da CCT e ACT (esta abordagem havia sido feita no início do curso). ➢ Convenção Coletiva de Trabalho A definição celetista de convenção coletiva de trabalho é a seguinte: CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. Assim, a convenção coletiva abrange toda a categoria profissional (comerciários, trabalhadores da indústria da construção, professores, etc.) na base territorial do sindicato. Registre-se que os empregados não são obrigados a filiar-se ao sindicato de sua categoria, mas mesmo os não filiados são abrangidos pelas disposições da convenção ou acordo coletivos de trabalho. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 16 115 Nesta linha, por exemplo, mesmo o empregado não filiado ao sindicato representativo de sua categoria faz jus ao piso salarial porventura estabelecido na convenção coletiva. ➢ Acordo Coletivo de Trabalho Vejamos a disposição celetista sobre os acordos coletivos de trabalho: CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. Como se verifica no esquema anterior e na leitura da CLT, o ACT é celebrado entre o sindicato obreiro e a(s) empresa(s), não havendo participação ativa do sindicato patronal. Feitas as considerações, precisamos saber o seguinte: quais são então as principais diferenças entre CCT e ACT? Basicamenteduas: os sujeitos envolvidos na negociação e a abrangências das normas produzidas. Esquematicamente, temos: Principais diferenças entre CCT e ACT Polos subjetivos pactuantes Abrangência das normas pactuadas Na CCT, a negociação é entabulada entre sindicatos (o sindicato obreiro e o sindicato patronal); no ACT a negociação conta com o sindicato obreiro, mas no outro polo da negociação há uma (ou mais de uma) empresa, e não o sindicato patronal. Na CCT, como os sujeitos pactuantes são os sindicatos obreiro e patronal, as normas jurídicas por ela definidas abrangem toda a base territorial das categorias profissional e econômica representadas pelos sindicatos pactuantes; já o ACT terá aplicação apenas nas empresas que figuraram como polo subjetivo (assim, sua abrangência é mais restrita que a da CCT). Características da CCT e ACT INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA Neste tópico falaremos sobre algumas das características das CCT e dos ACT, como a legitimação, forma, vigência e duração. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 17 115 ➢ Legitimação Como comentamos acima, são legitimados para celebrar as negociações coletivas os sindicatos obreiro e patronal. No caso dos ACT, os empregadores, diretamente, também possuem legitimação para celebrá-los. Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou confederação que represente a categoria: CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. É interessante mencionar que este dispositivo trata das federações e confederações; ele não menciona as centrais sindicais (como a CUT). Como ensina Mauricio Godinho Delgado1, estas instituições não possuem legitimação para celebrar negociação coletiva: “(...) a jurisprudência brasileira, pacificamente (STF e TST), não tem reconhecido legitimidade coletiva às entidades de cúpula do sindicalismo do país: as centrais sindicais (CUT, CTG, Força Sindical, etc.). O fundamento jurídico residiria na circunstância de tais entidades não estarem até então tipificadas em lei, sobrepondo-se, como mero fato sociopolítico, à estrutura sindical regulada pela CLT. Registre-se que a Lei n. 11.6482, de 31.3.2008, que realizou, explicitamente, o reconhecimento formal das centrais sindicais, preferiu não estender a tais entidades os poderes da negociação coletiva trabalhista (...), sufragando, nesta medida, a restrição já consagrada na jurisprudência dominante”. Sobre negociação coletiva e serviço público, mencione-se que a jurisprudência tem entendido ser inaplicável tal negociação no âmbito da Administração Pública. Neste sentido a Súmula 679 do STF: SÚMULA Nº 679 A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. Sobre o assunto é oportuno destacar a alteração ocorrida na OJ-SDC-5 do TST: 1 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1419. 2 Lei nº 11.648, de 31 março de 2008 - Dispõe sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais para os fins que especifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 18 115 OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de acordos e convenções coletivos de trabalho, pelo que, por conseguinte, também não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão legal. OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL. Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010. Esta OJ havia sido publicada originalmente antes da ratificação da Convenção nº 151 da OIT, que trata do Direito de Sindicalização e Relações de Trabalho na Administração Pública. A partir da ratificação, ocorrida em 2010, o TST passou a modular o posicionamento sobre a viabilidade de se reconhecer o cabimento de dissídio coletivo, fazendo distinção entre cláusulas de natureza social e cláusulas econômicas. Segue abaixo trecho da obra de Mauricio Godinho Delgado3, que sintetiza esta diferenciação: “No caminho aberto pelas novas induções trazidas pela Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho, a Seção de Dissídios Coletivos do TST, a partir do segundo semestre de 2010, passou a conferir relevo à distinção entre cláusulas econômicas e cláusulas meramente sociais, estas sem conteúdo econômico, para fins de celebração de negociação coletiva trabalhista e instauração de processo de dissídio coletivo. Embora o texto original da OJ 05 da SDC/TST não faça semelhante diferenciação, - vedando, genericamente, tanto a negociação coletiva (ACT ou CCT) como o dissídio coletivo quanto a pessoas jurídicas de direito público, mesmo que contratando servidores pela CLT -, a maioria da Seção, em face do novo diploma internacional ratificado, preferiu abrir senda inovadora na jurisprudência consolidada, relativamente às cláusulas meramente sociais, sem conteúdo econômico”. Para fixar o entendimento desta diferenciação entre cláusulas de natureza social e cláusulas econômicas trago abaixo um precedente do TST que se alinha à atual redação da OJ-SDC-5: RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO. FUNDAÇÃO. ANÁLISE DAS CLÁUSULAS SOCIAIS. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL À ANÁLISE DAS CLÁUSULAS DE NATUREZA ECONÔMICA. A jurisprudência desta Corte é no sentido de restringir a legitimidade das entidades de caráter público para figurar no pólo passivo de dissídio coletivo de natureza econômica. 3 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1419-1420. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 19 115 Isso porque as pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta sujeitam-se às regras constitucionais referentes aos servidores públicos, notadamente a exigência de lei específica para alteração da remuneração (art. 37, X4, CF/88), devendo ser observados, ainda, os limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus servidores ser celetista ou estatutário. Entretanto, essa restrição é válida apenas para as cláusulas de conteúdo econômico, em razão da expressa vedação constitucional, sendo possível a análise das cláusulas sociais. Recurso ordinário parcialmente provido. (TST-RXOF e RODC - 2008000-03.2005.5.02.0000 - Pub. DEJT - 20/08/2010 - SDC - Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado) ➢ Conteúdo As CCT e ACT possuem, como conteúdo, regras jurídicas e cláusulas contratuais. Utilizando a conceituação do Ministro Godinho5, temos: Conteúdo dos diplomas coletivos Regras jurídicas Cláusulas contratuais Geram direitos e obrigações que irão se integrar aos contratos individuais de trabalho das respectivas bases representadas. Consubstanciam a razão de ser da negociação coletiva, enquanto mecanismo criador de fontes normativas autônomasdo Direito do Trabalho. Criam direitos e obrigações para as respectivas partes convenentes (sindicato obreiro e sindicato patronal na CCT e sindicato obreiro e empresas pactuantes no ACT). Em geral, têm presença reduzida nos instrumentos coletivos. Exemplos: fixação de critérios mais vantajosos para cálculo de adicionais, piso salarial da categoria e criação de novas garantias de emprego. Exemplo: cláusula de negociação em que a empresa se obriga a entregar ao sindicato obreiro a lista de nomes e endereços de seus empregados. Desta forma, percebam que as cláusulas contratuais da negociação coletiva não criam direito ou obrigações diretamente para os trabalhadores. Já as regras jurídicas emanadas do instrumento coletivo, estas sim, irão representar direitos e obrigações para os empregados. 4 CF/88, art. 37, X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 5 Idem, p. 1420. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 20 115 Ainda sobre o conteúdo dos diplomas coletivos é de se ressaltar a Súmula 384 do TST, que ressalta a aspectos relacionados às multas constantes de normas autônomas: SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada uma o pagamento da multa referente ao descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas respectivas. II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera repetição de texto legal. Quanto ao item I, Ricardo Resende6 explica que “O item I se refere a matéria processual, mais especificamente à possibilidade de cumulação de pedidos. Com efeito, caso o empregado faça jus a multas distintas, decorrentes do descumprimento de mais de um instrumento normativo (uma prevista em sentença normativa e outra em convenção coletiva de trabalho, por exemplo), poderá cobrá-las em um único processo”. Já o item II trata dos casos em que existe previsão de multa por descumprimento de cláusula negocial e, ao mesmo tempo, a lei já prevê sanção ao empregador por descumprimento deste mesmo preceito legal. Ocorrendo a irregularidade descrita na lei e no instrumento coletivo, ambas as multas poderão se cumular. Sobre isto Sérgio Pinto Martins7 esclarece que “As partes devem observar aquilo que pactuaram (pacta sunt servanda). O contrato é lei entre as partes. Logo, a multa não pode ser considerada indevida só porque repete o conteúdo da lei”. Quanto à natureza jurídica da multa convencional, o TST tem entendido8 que a “multa convencional por descumprimento de norma coletiva tem a mesma natureza jurídica de cláusula penal”. Ou seja, trata-se de obrigação acessória pela qual as partes acordam indenização no caso de inobservância do ajuste firmado entre elas. Ainda sobre o conteúdo dos instrumentos coletivos, registre-se que a CLT, em seu art. 613, enumera alguns assuntos que, obrigatoriamente, devem ser abordados nos mesmos: CLT, art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: 6 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. 2 ed. Rio de Janeiro: Método, 2012, p. 975. 7 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 301. 8 E-ARR-12481-66.2014.5.14.0041, SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, 12/11/2018. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 21 115 I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes; II - Prazo de vigência; III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos; IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência; V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos; VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos; VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas; VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violação de seus dispositivos. Esta lista de informações obrigatórias em ACT/CCT foi cobrada na questão abaixo, sendo I (incorreta) e II (correta): FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017 (adaptada) I. Não faz parte do conteúdo obrigatório das Convenções Coletivas de Trabalho as condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência. II. As normas para a conciliação das divergências surgidas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos fazem parte do conteúdo obrigatório dos Acordos Coletivos de Trabalho. ➢ Forma Os CCT e ACT são, necessariamente, escritos (ou seja, não podem ser verbais): CLT, art. 613, parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro. Por este motivo diz-se que tais instrumentos são solenes. Em relação à forma de aprovação de CCT e ACT, quórum de associados para votação, etc. a CLT estabelece algumas regras que parte da doutrina crítica (pois estas regulamentações e procedimentos caberiam aos estatutos dos sindicatos e não à lei). Apesar desta divergência é oportuno conhecer alguns dos requisitos exigidos pela CLT: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 22 115 CLT, art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos. Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos associados em segunda convocação, nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) associados. Sobre a forma de publicidade do instrumento negocial, a CLT estabelece a necessidade de apresentar o CCT e o ACT para ser registrado e arquivado no Ministério do Trabalho (MTb), no prazo de 8 dias contados de sua assinatura. Além disso, foi também estabelecido o prazo de 5 dias, a contar do depósito do instrumento negocial no MTb, para que cópias do documento coletivo sejam afixadas de modo visível, pelos sindicatos convenentes, nos estabelecimentos de empresas abrangidas pelo mesmo. A propósito, vale registrar que, atualmente, os acordos extrajudiciais celebrados entre as partes não tem como condição sua homologação judicial: OJ 34 SDC TST: É desnecessária a homologação, por Tribunal Trabalhista, do acordo extrajudicialmente celebrado, sendo suficiente, para que surta efeitos, sua formalização perante o Ministério do Trabalho (art 614 da CLT e art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal). ➢ Vigência Pelo disposto na CLT, a vigência do instrumento coletivo está condicionada ao seu depósito no MTb: CLT, art. 614, § 1º As Convenções e os Acordosentrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. Esta questão, porém, não é pacífica na doutrina. Há entendimentos de que mesmo não havendo o depósito no MTb o diploma coletivo pode estar em vigor. Segue um julgado do TST onde podemos identificar tal interpretação: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO POR NORMA COLETIVA. AUSÊNCIA DE REGISTRO NA DRT. VALIDADE. O entendimento sedimentado nesta Corte é no sentido de que a ausência de registro ou arquivamento do acordo coletivo no órgão competente não invalida o acordo coletivo. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 23 115 (...). Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR-60740-96.2007.5.02.0033 Data de Julgamento: 30/05/2012, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/06/2012.) ➢ Duração A duração máxima dos CCT e ACT foi definido pela Consolidação das Leis do Trabalho como sendo de 2 anos: CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, (..). Assim, não se admite a duração de CCT e ACT por prazo superior. Por este motivo a questão abaixo está correta: FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2008 Não é permitida a estipulação de Convenções Coletivas de Trabalho e Acordos Coletivos de Trabalho com duração superior a dois anos. O debate, neste contexto, diz respeito à aderência permanente (ou não) das regras jurídicas nos contratos de trabalho dos empregados, mesmo depois de cessada a duração do instrumento coletivo que a previa. Os posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais dividiam-se nas teorias da aderência irrestrita, aderência limitada pelo prazo e aderência limitada por revogação. Resumidamente seria o seguinte: Aderência irrestrita » » As disposições dos CCT e ACT aderem de forma permanente nos contratos de trabalho dos empregados, não podendo mais ser suprimidos. É que por esta teoria, às disposições do instrumento coletivo se aplica o art. 468 da CLT9. Aderência limitada pelo prazo » » Em contraponto à teoria anterior, esta defende que as disposições de CCT e ACT somente surtem efeitos durante a vigência do diploma autônomo, não havendo aderência das disposições juscoletivas nos contratos de trabalho. Este foi o posicionamento adotado pela reforma trabalhista. Aderência limitada por revogação » » Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que sejam revogadas (expressamente ou tacitamente) por outro diploma negocial. Vinha sendo adotada pelo TST até antes da reforma trabalhista. 9 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 24 115 Passemos agora aos comentários complementares sobre o esquema apresentado. A teoria da aderência irrestrita não tem sido prestigiada atualmente, e, como mencionado no quadro acima, fundamenta-se no art. 468 da CLT: CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. A teoria da aderência limitada por revogação, que é posição intermediária em relação às outras duas, havia sido sedimentada na Súmula 277 do TST, alterada em 2012: SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. A ultratividade, como mencionado no verbete, é conceituada por Carvalho, Magalhães e Delgado10 como “A norma coletiva de trabalho é ultra-ativa, ou reveste-se de ultra-atividade, quando continua eficaz após o seu termo final de vigência. Se uma categoria profissional e a representação patronal definem quais os direitos que devem ser assegurados a certos trabalhadores a partir da data inicial de vigência de uma convenção ou acordo coletivo, o advento da data derradeira de vigência dessa norma não lhe retirará a eficácia.” Assim, podemos visualizar a ultratividade tanto na teoria da aderência irrestrita quanto na teoria da aderência limitada por revogação. No TST, portanto, prevalecia a teoria da aderência limitada por revogação (ultratividade relativa). Todavia, com a reforma trabalhista, o legislador proibiu a ultratividade dos instrumentos coletivos, contrariando a jurisprudência anterior do TST, cristalizada na então SUM-27711. Assim, a Lei 13.467 adotou a corrente que vinha sendo defendida pelo STF: 10 CARVALHO, Augusto César Leite de; ARRUDA, Kátia Magalhães; DELGADO, Mauricio Godinho. A Súmula Nº 277 e a Defesa da Constituição. Disponível em <http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_mg d.pdf?sequence=1> 11 SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 25 115 CLT, art. 614, § 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. Portanto, se um ACT chega ao final de sua vigência sem que novo Acordo seja estabelecido, aquele mesmo ACT não poderá continuar regulando as relações de trabalho. Abaixo a comparação com a redação anterior: ANTES DEPOIS CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acôrdo superior a 2 (dois) anos. CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. Assim, a partir da reforma trabalhista, foi legalmente adotada a teoria da aderência limitada pelo prazo. Sobre a duração das disposições de CCT e ACT, a par de todas estas teorias acima expostas, a doutrina reconhece que o piso salarial estabelecido em instrumento coletivo adere, de forma permanente, aos contratos de trabalho, em respeito ao princípio da irredutibilidade salarial. Outra situação correlata diz respeito aos casos em que existia disposição sobre garantia de emprego na CCT ou ACT (em período superior ao estabelecido em lei12, claro), que já perdeu a vigência; se, durante sua vigência, o empregado se acidentou, ele continuará fazendo jus à estabilidade provisória mais vantajosa mesmo depois que o diploma autônomo já não mais está vigendo? Exemplo: a CCT previu que os empregados abrangidos pela mesma teriam garantia de emprego de 3 anos caso fossem vítimas de acidente do trabalho. Durante a vigência da CCT o empregado sofreu acidente de trabalho, e poucos meses depois a CCT deixou de viger. Ele continuará a ter o direito da garantia de emprego prevista na CCT? A resposta é afirmativa, com fundamento na OJ 41 do TST: OJ-SDI1-41 ESTABILIDADE.INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA. EFICÁCIA 12 Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 26 115 Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade decorrente de acidente ou doença profissional, ainda durante a vigência do instrumento normativo, goza o empregado de estabilidade mesmo após o término da vigência deste. ➢ Prorrogação, revisão, denúncia, revogação Na CLT também existe previsão quanto à possibilidade da CCT ou ACT ser prorrogada, revisada, denunciada ou revogada: CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612. § 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614. § 2º As modificações introduzidas em Convenção ou Acordo, por força de revisão ou de revogação parcial de suas cláusulas passarão a vigorar 3 (três) dias após a realização de depósito previsto no § 1º. Quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT estabelece vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim, a eventual prorrogação (somada à vigência inicial) deve respeitar este prazo máximo. É comum na prática encontrar CCT e ACT com vigência prevista de um ano, e, neste caso, a eventual prorrogação seria de no máximo um ano. Este é o teor da OJ 322 do TST: OJ-SDI1-322 ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLÁUSULA DE TERMO ADITIVO PRORROGANDO O ACORDO PARA PRAZO INDETERMINADO. INVÁLIDA Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo indeterminado. A revisão do diploma coletivo é o procedimento pelo qual as partes envolvidas na negociação decidem alterar determinada (s) cláusula (s) durante a vigência do mesmo. Já a denúncia significa que uma das partes pretende não cumprir o instrumento coletivo em vigor, e comunica a outra parte de sua intenção. Por fim, a revogação (total ou parcial) tem lugar quando as partes decidem, como o nome sugere, revogar algumas cláusulas - ou a totalidade - do CCT ou ACT vigorante. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 27 115 Em todos estes casos mencionados, conforme previsto no art. 615 e seus parágrafos, tais alterações devem se subordinar, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes. Hierarquia entre CCT e ACT INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA É possível que seja celebrada CCT entre os sindicatos obreiro e patronal e, ao mesmo tempo, esteja em vigor ACT celebrado entre o sindicato obreiro e empresas (s) da categoria econômica representada pelo sindicato patronal que celebrou a CCT. Exemplo: é celebrada CCT entre os sindicatos obreiro e patronal e, ao mesmo tempo, está em vigor ACT celebrado entre o sindicato obreiro e empresas (s) da categoria econômica representada pelo sindicato patronal que celebrou a CCT. A partir da reforma trabalhista da Lei 13.467, as condições do Acordo, que são mais específicas do que aquelas da Convenção, sempre prevalecerão sobre as condições da Convenção Coletiva de Trabalho. Portanto, prevalecem aquelas condições oriundas do instrumento celebrado com a(s) empresa(s) – Acordo Coletivo do Trabalho. Veja abaixo como foi a alteração: ANTES DEPOIS Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sôbre as estipuladas em Acôrdo. Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. Ao tecer críticas à literalidade do art. 620 da CLT, o Ministro Godinho minimiza os efeitos da alteração promovida, mencionando que13: Evidentemente que adequações pontuais feitas pelo ACT em contraponto à CCT poderiam ser consideradas válidas, respeitados os critérios do princípio da adequação setorial negociada. Dessa maneira, a interpretação lógico-racional, sistemática e teleológica do preceito normativo enfocado tem de atenuar o risco precarizante contido na expressão linguística “sempre” inserida no novo texto do art. 620 da CLT. 13 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 276. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 28 115 Acabamos de ver como solucionar um conflito entre o ACT e a CCT. Agora vamos fazer um parêntese aqui para ver a solução para o conflito entre algum desses instrumentos e o próprio contrato de trabalho. A solução para este conflito é a seguinte: CLT, art. 619. Nenhuma disposição de contrato individual de trabalho que contrarie normas de Convenção ou Acôrdo Coletivo de Trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo considerada nula de pleno direito. Portanto, segundo a CLT, as disposições do contrato de trabalho que contrariarem ACT ou CCT serão nulas de pleno direito, não podendo prevalecer sobre os instrumentos coletivos. Feitas estas considerações, precisamos responder a mais uma pergunta: como definir qual é a norma mais benéfica ao trabalhador? À primeira vista pode parecer uma pergunta simples, mas não é: ao tratar de determinado assunto, uma CCT pode prever garantias e direitos vantajosos, mas, ao mesmo tempo, o ACT pode tratar de outros aspectos de maneira mais interessante ao empregado (comparando com a mesma CCT). Neste caso, se cláusulas de ambos os instrumentos possuem disposições benéficas, como definir qual a norma aplicável? Aplicar-se-ão trechos de cada um dos instrumentos? Ou será eleito o mais vantajoso para aplicação, de forma integral, no caso concreto? Aqui então precisamos apresentar as duas teorias que trazem a solução para estes casos, as quais perderam parte de sua relevância com a reforma trabalhista e a nova redação do art. 620 da CLT. São elas a teoria da acumulação e a teoria do conglobamento. ➢ Teoria da acumulação Pela teoria da acumulação, deve-se utilizar no caso concreto os dispositivos mais favoráveis ao empregado, fracionando-os. Em outras palavras: aplicar-se-ia a uma situação fática mais de um texto normativo, fragmentando seus dispositivos. Esta teoria não tem sido prestigiada, porque afronta a visão do Direito como um sistema. ➢ Teoria do conglobamento A teoria do conglobamento, dominante na doutrina, propõe que as disposições sobre a matéria em questão devem ser analisadas globalmente dentro de cada texto normativo e será aplicável ao caso o conjunto mais benéfico ao empregado. Assim, aqui não há fracionamento de dispositivos sobre o mesmo assunto, sendo cabível a aplicação das disposições integrais do texto normativo mais favorável sobre a matéria. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.brhttps://t.me/kakashi_copiador 29 115 Negociado sobre o legislado INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA A reforma trabalhista da Lei 13.467/2017 alterou profundamente as relações entre os entes coletivos, em especial porque os sindicatos poderão transacionar com maior liberdade a respeito de determinados assuntos (listados no art. 611-A da CLT). Assim, a Lei 13.467 conferiu força de lei às negociações coletivas para diversos assuntos. Nesse sentido, o legislador previu: • assuntos nos quais a negociação coletiva irá se sobrepor às regras legais: CLT, art. 611-A; • assuntos em que as negociações coletivas não poderão reduzir ou suprimir direitos: CLT, art. 611-B. Vamos passar agora a diferenciar os assuntos em que o negociado irá prevalecer sobre o legislado, daqueles que não são passíveis de supressão via negociação coletiva. É preciso reconhecer que, até então, existia na jurisprudência trabalhista um embate entre a corrente que defendia a possibilidade de flexibilização por meio de negociação coletiva, em alguns aspectos, e a corrente Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 30 115 que defendia a impossibilidade. Fato é que havia grande insegurança jurídica quanto aos assuntos em que a flexibilização seria admitida. ➢ Assuntos nos quais o negociado prevalece Tais assuntos foram dispostos no art. 611-A da CLT: CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II – banco de horas anual; III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015; V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI – regulamento empresarial; VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho [comissão para entendimento direto]; VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; X – modalidade de registro de jornada de trabalho; XI – troca do dia de feriado; XII – enquadramento do grau de insalubridade; XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 31 115 Antes de examinar mais detalhadamente alguns dos incisos acima, notem que o legislador indicou que o rol de assuntos é exemplificativo, como se depreende do caput (“entre outros”). Nesse sentido, o limite à negociação constaria do art. 611-B, detalhado no próximo tópico. Criticando tal redação, que dá a entender tratar-se de rol exemplificativo, o Ministro Godinho leciona que14: Sendo preceito legal menos favorável – em contraponto ao princípio disposto no art. 7º, caput, da Constituição –, o rol inserido no art. 611-A tem de ser interpretado restritivamente, no tocante aos temas e direitos trabalhistas que podem ser negociados coletivamente, com prevalência sobre a legislação heterônoma posta. Embora o caput do art. 611-A mencione a expressão “entre outros”, sugerindo se tratar de rol exemplificativo, o fato é que a inserção de novos temas deve ser vista com profunda cautela, de modo a não desrespeitar, às escâncaras, o princípio constitucional da norma mais favorável. Vamos a seguir analisar alguns dos assuntos constantes do rol transcrito acima: A respeito do inciso III acima (redução do intervalo intrajornada – mínimo de 30 min), o Ministro Godinho pondera15 que, para fazer jus a tal redução, a empresa deve atender às exigências do art. 71, §3º, da CLT16: Evidentemente que, nesse caso [redução por meio de ACT/CCT], é necessário as condições empresariais relativas à alimentação reúnam circunstâncias propícias à refeição dos empregados, sob pena de o intervalo de refeição e descanso não cumprir, minimamente, os seus objetivos jurídicos. Havendo, é claro, refeitórios na empresa e não estando o trabalhador submetido a contínuo regime de sobretrabalho, torna-se viável a redução desse intervalo. Contudo, não estando presentes tais circunstâncias específicas enfatizadas por lei (§3º do art. 71 da CLT), a redução intervalar pode se mostrar meramente abusiva. No que se refere ao inciso V (plano de cargos e salários e identificação dos cargos de confiança), o Ministro Godinho alerta para situações em que se cria artificialmente um plano de cargos e salários para simular ou fraudar a legislação e, assim, deixar de pagar direitos devidos aos empregados17, a exemplo de horas extras e intervalos não concedidos, as quais seriam desconsideradas pela atuação do Poder Judiciário. 14 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 255 15 Op. cit. P. 257 16 CLT, art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. 17 Op. cit. P. 259 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 32 115 No que tange ao inciso XI (troca do dia do feriado), o Ministro leciona que18: Pela Lei n. 605/1949, essa compensação pode ser feita na semana anterior ao dia de feriado trabalhado ou na semana seguinte a esse dia trabalhado. É o que deflui da leitura dos arts. 6º e 7º da Lei dos Dias de Descanso Trabalhista (Lei n. 605/49). Com a modificação legal ocorrida (novo art. 611-A, XI, CLT), autoriza-se a institucionalização de certo tipo de compensação que frequentemente ocorre na prática trabalhista (e na prática do mundo escolar): a compensação do trabalho em um dia de feriado com a folga compensatória em outro dia, mesmo que situado em outro mês. Esse tipo de prática, muitas vezes, viabilizava o conhecido “feriado emendado” ou “feriadão”, próprio do mundo escolar e trabalhista brasileiro. A regra do inciso XII (enquadramento do grau de insalubridade – em mínima, média ou máxima) recebe fortes críticas doutrinárias, já que tal enquadramento é ato técnico, em que se analisa um contexto fático, muito distante “da ideia de ato objeto de negociação entre as partes” 19. O inciso XIV (prêmios de incentivo em bens ou serviços) consiste nos prêmios in natura, concedidos como forma de estimular a produtividade do trabalhador. Em relação ao exame dos instrumentos de negociação coletiva por parte do Poder Judiciário, o Congresso previu o seguinte (detalhados mais à frente): CLT, art. 611-A, § 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação [princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva]. § 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocasem convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. § 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. ➢ Fora de negociação 18 Op. Cit. P. 263 19 Op. Cit. P. 263 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 33 115 De outro lado, foram excluídos da negociação pontos fundamentais da relação de trabalho, muitos previstos no rol do art. 7º da Constituição. De toda forma, notem que se veda a flexibilização, ou seja, ficam proibidas negociações coletivas capazes de reduzir ou suprimir tais direitos. A seguir a literalidade das proibições: CLT, art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: I – normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); IV – salário mínimo; V – valor nominal do décimo terceiro salário; VI – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno [ou seja, o adicional noturno]; VII – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; VIII – salário-família; IX – repouso semanal remunerado; X – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; XI – número de dias de férias devidas ao empregado; XII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XIII – licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; XIV – licença-paternidade nos termos fixados em lei; XV – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 34 115 XVI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XVII – normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; Em relação ao inciso XVII acima, vejam que o legislador buscou deixar claro que as normas sobre duração ou intervalos não se enquadram como sendo de segurança e saúde: CLT, art. 611-B, parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. Ou seja, as regras sobre duração e intervalos são passíveis de negociação, como prevê a CLT, no art. 611-A, incisos I a III. Tal regra tem sido acolhida pelo TST, a exemplo do seguinte julgado: Lei nº 13.467/2017. Cláusula de norma coletiva que prevê jornada de 7h20min. Validade. Necessidade de concessão do intervalo intrajornada mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas. Art. 611-A, III, da CLT. É válida (..) cláusula de instrumento coletivo firmado após a vigência da Lei nº 13.467/2017 que flexibilize normas trabalhistas concernentes à jornada e ao intervalo intrajornada, desde que, neste último caso, seja respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas (art. 611-A, III, da CLT). Ao dispor sobre direitos insuscetíveis de supressão ou redução por norma coletiva, o art. 611-B, parágrafo único, da CLT excluiu expressamente as regras sobre duração do trabalho e intervalos, as quais não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho, para os fins do referido artigo. TST-RO-22003-83.2018.5.04.0000, SDC, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 14.10.2019. Informativo TST 208 Retomando a lista do art. 611-B da CLT: CLT, art. 611-B, XVIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 35 115 XIX – aposentadoria; XX – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; XXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXIV – medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; XXV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; XXVI – liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVII – direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; XXVIII – definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; XXIX – tributos e outros créditos de terceiros; XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A [normas contra a discriminação da mulher no mercado de trabalho], 390 [limite de força da mulher], 392 [licença-maternidade], 392- A, 394 [rompimento de compromisso por mulher grávida], 394-A [afastamento da gestante/lactante em atividades insalubres], 395 [repouso por abordo não criminoso], 396 [descansos para amamentação do filho] e 400 [estrutura do local para amamentação] desta Consolidação. A partir do rol do art. 611-A (em que a negociação prevalece) e do art. 611-B (proibição do negociado reduzir ou suprimir direitos), as Bancas têm elaborado várias questões de prova misturando as duas listas. Abaixo uma questão nesse sentido: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 36 115 FCC/TST – Analista Judiciário – Taquigrafia - 2017 A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei, podendo ser livremente acordado, inclusive com a redução ou a supressão, quando dispuserem sobre: (A) seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança. (B) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente e valor nominal do décimo terceiro salário. (C) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno, regulamento empresarial e participação nos lucros ou resultados da empresa. (D) adesão ao Programa Seguro-Emprego − PSE, repouso semanal remunerado, remuneração por produtividade, incluídas gorjetas percebidas pelo empregado,e remuneração por desempenho individual. (E) banco de horas anual, intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas e troca do dia de feriado. Gabarito (E). Em relação aos direitos relacionados à maternidade (inciso XXX acima), vale destacar entendimento do TST quanto à impossibilidade de renúncia ou transação, individualmente pela gestante, especificamente das garantias relacionadas à manutenção do emprego e do seu salário: OJ 30 SDC TST: Nos termos do art. 10, II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade foi erigida à hierarquia constitucional, pois retirou do âmbito do direito potestativo do empregador a possibilidade de despedir arbitrariamente a empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo 9º da CLT, torna-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece a possibilidade de renúncia ou transação, pela gestante, das garantias referentes à manutenção do emprego e salário. Para não confundirmos estes assuntos, segue abaixo a comparação lado a lado: NEGOCIADO PREVALECE FORA DE NEGOCIAÇÃO ✓ pactuação da jornada de trabalho (observados os limites constitucionais) ✓ banco de horas anual ✓ intervalo intrajornada (mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 06 horas) ✓ modalidade de registro de jornada de trabalho ✓ troca do dia de feriado ✓ normas de SST, incluindo NRs (mas DURAÇÃO do trabalho e INTERVALOS NÃO são consideradas) ✓ normas de identificação profissional, inclusive anotações na CTPS ✓ seguro-desemprego ✓ FGTS (valor dos depósitos e da indenização rescisória) ✓ salário mínimo Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 37 115 ✓ prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia do MTb ✓ teletrabalho ✓ regime de sobreaviso ✓ trabalho intermitente ✓ remuneração por produtividade, incluindo por desempenho individual, e gorjetas ✓ prêmios de incentivo em bens ou serviços ✓ PLR ✓ plano de cargos e identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança ✓ enquadramento do grau de insalubridade ✓ representante dos trabalhadores no local de trabalho ✓ adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE) ✓ regulamento empresarial ✓ 13º salário (valor nominal) ✓ adicional HE ✓ adicional noturno ✓ proteção do salário (CF, art. 7º, X) ✓ Repouso semanal remunerado (RSR) ✓ Férias (nº de dias/gozo/terço constitucional) ✓ licenças-maternidade e paternidade ✓ proteção do mercado de trabalho da mulher ✓ aviso prévio ✓ adicionais de atividades penosas, insalubres ou perigosas ✓ SAT, a cargo do empregador ✓ proibição de discriminação do trabalhador com deficiência ✓ trabalho do menor: limites de idade ✓ proteção legal de crianças e adolescentes ✓ normas especiais de proteção ao trabalho da mulher ✓ prescrição ✓ igualdade de direitos dos avulsos ✓ liberdade de associação profissional ou sindical ✓ direito de greve; serviços/atividades essenciais ✓ atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade ✓ aposentadoria; tributos e outros créditos de terceiros Limites à negociação coletiva INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA A capacidade dos sindicatos e empresas em negociar coletivamente encontra limites, e este será o objeto do presente tópico. Um aspecto já abordado na aula que convém repisar é a questão da impossibilidade de se transacionar direito revestidos de indisponibilidade absoluta (estes não podem ser transacionados por CCT ou ACT). Relembrando o quadro que facilita a visualização da diferença entre indisponibilidade absoluta e relativa: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 38 115 Indisponibilidade absoluta Indisponibilidade relativa O direito enfocado merece uma tutela de nível de interesse público, por traduzir um patamar civilizatório mínimo firmado pela sociedade política em um dado momento histórico. O direito enfocado traduz interesse individual ou bilateral simples, que não caracterize um padrão civilizatório geral mínimo firmado pela sociedade política em um dado momento histórico. Exemplos: direito à assinatura da CTPS, salário mínimo, normas de segurança e saúde no trabalho. Exemplo: mudança da modalidade de pagamento de salário (salário fixo versus salário variável), desde que não resulte em prejuízo ao obreiro. Conferindo interpretação sistemática ao artigo 611-A da CLT, que prevê assuntos para os quais seria permitida renúncia/transação, o Ministro Godinho ensina que20: Embora a Lei 13.467/2017 tenha alargado o elenco de parcelas de indisponibilidade apenas relativa, o fato é que há um conjunto normativo circundante ao novo art. 611-A da CLT, formado por princípios e regras jurídicas superiores. Esse conjunto normativo não pode ser desconsiderado no contexto de aculturação dos dispositivos de negociação coletiva trabalhista firmada no plano concreto do mundo do trabalho. ➢ Altos empregados Empregados que percebem salário igual ou superior a duas vezes o teto dos benefícios do RGPS (em torno de R$ 11 mil) e têm nível superior terão relações contratuais regulamentadas, de forma preponderante, por simples acordo individual (em detrimento das negociações coletivas). O legislador presumiu que estes altos empregados não estão em situação de hipossuficiência, de sorte que eles possuiriam condições de negociar em condições de igualdade diretamente com seus empregadores. Parte da doutrina tem chamado estes empregados de hiperssuficientes. Para os diversos assuntos do art. 611-A (pacto quanto à jornada, banco de horas anual, regulamento empresarial etc), o empregado poderia negociar diretamente com seu empregador, sem participação obrigatória do sindicato profissional. Em outras palavras, alguns direitos trabalhistas de tais empregados passam a ser considerados disponíveis, permitindo-se transação e, em alguma medida, a renúncia. 20 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 257. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 39 115 Assim, para estes empregados (nível superior + dobro do teto do RGPS), a CLT confere a faculdade de o empregado negociar livremente, por meio de acordo individual, com seu empregador, a respeito de determinados direitos (a exemplo daqueles listados no art. 611-A da CLT): CLT, art. 444, parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica- se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação [prevalência do negociado sobre o legislado], com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Agora vejam os termos em que a “livre negociação” foi prevista no referido caput (que não foi alterado pela Lei 13.467): CLT, art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competente A respeito da mudança promovida no art. 444, o Ministro Godinho leciona que21: (..) no mesmo dispositivo que determina a validade de concessões feitas pelo empregador, desde que mais favoráveis ao empregador (caput do art. 444 da CLT), o legislador da reforma trabalhistainseriu preceito em sentido diametralmente oposto. Isto é, a possibilidade [prevista no parágrafo único] de o empregador estipular cláusulas contratuais ou cláusulas de seu regulamento interno gravemente desfavoráveis a um segmento estratificado de seus empregados. Como o assunto é relativamente recente, é preciso deixar claro que os limites aceitáveis desta livre negociação ainda não estão claros, devendo ser objeto de acalorados debates nos próximos tempos. ➢ Anulação de cláusulas de negociação coletiva Como já adiantado anteriormente, no caso de anulação de uma cláusula constante de ACT ou CCT, deverá ser anulada também a respectiva cláusula compensatória. Exemplo: uma Convenção estipula a redução do intervalo intrajornada e, em contrapartida, será prorrogada a licença maternidade das empregadas daquela categoria. Se for anulada a cláusula da redução do intervalo, também deverá ser anulada a cláusula que aumenta a licença maternidade. 21 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 158. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 40 115 Esta regra visa a evitar injustiças resultantes da anulação de uma cláusula e não anulação da respectiva cláusula compensatória. Segue a literalidade do §4º do art. 611-A: CLT, art. 611-A, § 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. Negociação coletiva no setor público INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA Sobre negociação coletiva e serviço público, mencione-se que a jurisprudência tem entendido ser inaplicável tal negociação no âmbito da Administração Pública. De fato, a CF não estende aos servidores públicos o direito constante do inciso XXVI do art. 7º, que prevê o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. Neste sentido a Súmula 679 do STF: SÚMULA Nº 679 A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. Sobre o assunto é oportuno destacar a alteração ocorrida na OJ-SDC-5 do TST: OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de acordos e convenções coletivos de trabalho, pelo que, por conseguinte, também não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão legal. OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL. Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010. Esta OJ havia sido publicada originalmente antes da ratificação da Convenção nº 151 da OIT, que trata do Direito de Sindicalização e Relações de Trabalho na Administração Pública. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 41 115 A partir da ratificação, ocorrida em 2010, o TST22 passou a modular o posicionamento sobre a viabilidade de se reconhecer o cabimento de dissídio coletivo, fazendo distinção entre cláusulas de natureza social e cláusulas econômicas. Segue abaixo trecho da obra de Mauricio Godinho Delgado23, que sintetiza esta diferenciação: “No caminho aberto pelas novas induções trazidas pela Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho, a Seção de Dissídios Coletivos do TST, a partir do segundo semestre de 2010, passou a conferir relevo à distinção entre cláusulas econômicas e cláusulas meramente sociais, estas sem conteúdo econômico, para fins de celebração de negociação coletiva trabalhista e instauração de processo de dissídio coletivo. Embora o texto original da OJ 05 da SDC/TST não faça semelhante diferenciação, - vedando, genericamente, tanto a negociação coletiva (ACT ou CCT) como o dissídio coletivo quanto a pessoas jurídicas de direito público, mesmo que contratando servidores pela CLT -, a maioria da Seção, em face do novo diploma internacional ratificado, preferiu abrir senda inovadora na jurisprudência consolidada, relativamente às cláusulas meramente sociais, sem conteúdo econômico”. Para fixar o entendimento desta diferenciação entre cláusulas de natureza social e cláusulas econômicas trago abaixo um precedente do TST que se alinha à atual redação da OJ-SDC-5: RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO. FUNDAÇÃO. ANÁLISE DAS CLÁUSULAS SOCIAIS. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL À ANÁLISE DAS CLÁUSULAS DE NATUREZA ECONÔMICA. A jurisprudência desta Corte é no sentido de restringir a legitimidade das entidades de caráter público para figurar no pólo passivo de dissídio coletivo de natureza econômica. Isso porque as pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta sujeitam-se às regras constitucionais referentes aos servidores públicos, notadamente a exigência de lei específica para alteração da remuneração (art. 37, X24, CF/88), devendo ser observados, ainda, os limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus servidores ser celetista ou estatutário. Entretanto, essa restrição é válida apenas para as cláusulas de conteúdo econômico, em razão da expressa vedação constitucional, sendo possível a análise das cláusulas sociais. Recurso ordinário parcialmente provido. (TST-RXOF e RODC - 2008000-03.2005.5.02.0000 - Pub. DEJT - 20/08/2010 - SDC - Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado) 22 O STF não reviu seu posicionamento, tendo entendido, segundo Godinho (Direito Coletivo do Trabalho, p. 217), que “o instituto não foi estendido a esse campo pela Constituição”, tendo em vista a inaplicabilidade do instituto negocial à esfera da administração pública. 23 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1419-1420. 24 CF/88, art. 37, X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 42 115 RESUMO CCP: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 43 115 ==d8eaf== Comissão para entendimento direto: ACT e CCT: Principais diferenças entre CCT e ACT Polos subjetivos pactuantes Abrangência das normas pactuadas Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 44 115 Na CCT, a negociação é entabulada entre sindicatos (o sindicato obreiro e o sindicato patronal); no ACT a negociação conta com o sindicato obreiro, mas no outro polo da negociação há uma (ou mais de uma) empresa, e não o sindicato patronal. Na CCT, como os sujeitos pactuantes são os sindicatos obreiro e patronal, as normas jurídicas por ela definidas abrangem toda a base territorial das categorias profissional e econômica representadas pelos sindicatos pactuantes; Empregado Hipersuficiente:Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 45 115 CONCLUSÃO Bom pessoal, estamos chegando ao final de nossa aula. Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos à disposição para auxiliá-los(as). Os assuntos tratados nesta aula não são os que mais caem em prova, mas uma ou outra questão sempre vai aparecer (principalmente sobre direito coletivo). Se surgir alguma questão sobre a necessidade de depósito do diploma coletivo no MTb, é importante ficar atento quanto ao enunciado: pela CLT, é necessário depositá-la no MTb para que a mesma entre em vigor; já o TST tem entendido que mesmo sem o referido depósito o instrumento coletivo já vigora. O tema vigência dos diplomas coletivos e respectivas teorias também é um forte candidato a ser cobrado nas próximas provas. Grande abraço e bons estudos, Prof. Antonio Daud https://www.instagram.com/professordaud/?hl=en Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 46 115 LISTA DE LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E OJ DO TST RELACIONADOS À AULA Constituição Federal/88 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; CLT Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do RGPS. Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. DA REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 47 115 Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. § 1º A comissão será composta: I - nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três membros; II - nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco membros; III - nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros. § 2º No caso de a empresa possuir empregados em vários Estados da Federação e no Distrito Federal, será assegurada a eleição de uma comissão de representantes dos empregados por Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma estabelecida no § 1º deste artigo. Art. 510-B. A comissão de representantes dos empregados terá as seguintes atribuições: I - representar os empregados perante a administração da empresa; II - aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados com base nos princípios da boa-fé e do respeito mútuo; III - promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de prevenir conflitos; IV - buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida e eficaz, visando à efetiva aplicação das Normas Legais e contratuais; V - assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical; VI - encaminhar reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de representação; VII - acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho. § 1º As decisões da comissão de representantes dos empregados serão sempre colegiadas, observada a maioria simples. § 2º A comissão organizará sua atuação de forma independente. Art. 510-C. A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias, contados do término do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser fixado na empresa, com ampla publicidade, para inscrição de candidatura. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 48 115 § 1º Será formada comissão eleitoral, integrada por cinco empregados, não candidatos, para a organização e o acompanhamento do processo eleitoral, vedada a interferência da empresa e do sindicato da categoria. § 2º Os empregados da empresa poderão candidatar-se, exceto aqueles com contrato de trabalho por prazo determinado, com contrato suspenso ou que estejam em período de aviso prévio, ainda que indenizado. § 3º Serão eleitos membros da comissão de representantes dos empregados os candidatos mais votados, em votação secreta, vedado o voto por representação. § 4º A comissão tomará posse no primeiro dia útil seguinte à eleição ou ao término do mandato anterior. § 5º Se não houver candidatos suficientes, a comissão de representantes dos empregados poderá ser formada com número de membros inferior ao previsto no art. 510-A desta Consolidação. § 6º Se não houver registro de candidatura, será lavrada ata e convocada nova eleição no prazo de um ano.’ Art. 510-D. O mandato dos membros da comissão de representantes dos empregados será de um ano. § 1º O membro que houver exercido a função de representante dos empregados na comissão não poderá ser candidato nos dois períodos subsequentes. § 2º O mandato de membro de comissão de representantes dos empregados não implica suspensão ou interrupção do Contrato de Trabalho, devendo o empregado permanecer no exercício de suas funções. § 3º Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. § 4º Os documentos referentes ao processo eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as quais permanecerão sob a guarda dos empregados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à disposição para consulta de qualquer trabalhador interessado, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho. Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categoriaseconômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 49 115 condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II – banco de horas anual; III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015; V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI – regulamento empresarial; VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho; VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; X – modalidade de registro de jornada de trabalho; XI – troca do dia de feriado; XII – enquadramento do grau de insalubridade; XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 50 115 CLT, art. 611-A, § 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação [princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva]. § 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. § 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. CLT, art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: I – normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); IV – salário mínimo; V – valor nominal do décimo terceiro salário; VI – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; VII – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; VIII – salário-família; IX – repouso semanal remunerado; X – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; XI – número de dias de férias devidas ao empregado; XII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 51 115 XIII – licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; XIV – licença-paternidade nos termos fixados em lei; XV – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XVI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XVII – normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; CLT, art. 611-B, XVIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; XIX – aposentadoria; XX – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; XXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXIV – medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; XXV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; XXVI – liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVII – direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê- lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; XXVIII – definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; XXIX – tributos e outros créditos de terceiros; Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 52 115 XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A [normas contra a discriminação da mulher no mercado de trabalho], 390 [limite de força da mulher], 392 [licença-maternidade], 392-A, 394 [rompimento de compromisso por mulher grávida], 394-A [afastamento da gestante/lactante em atividades insalubres], 395 [repouso por abordo não criminoso], 396 [descansos para amamentação do filho] e 400 [estrutura do local para amamentação] desta Consolidação. CLT, art. 611-B, parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes; II - Prazo de vigência; III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos; IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência; V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos; VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos;VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas; VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violação de seus dispositivos. Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro. Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. § 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acôrdo superior a dois anos. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 53 115 § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acôrdo superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612. § 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614. § 2º As modificações introduzidas em Convenção ou Acordo, por força de revisão ou de revogação parcial de suas cláusulas passarão a vigorar 3 (três) dias após a realização de depósito previsto no § 1º. Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. Art. 620 As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. § 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a tempo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 54 115 § 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista. § 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição da ação intentada perante a Justiça do Trabalho. § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes. Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D. Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em funcionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições previstas neste Título, desde que observados os princípios da paridade e da negociação coletiva na sua constituição. TST SUM-85, VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT. SUM-202 - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica. SUM-264 - HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 55 115 A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS. VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho. II – Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de 14.02.2001. SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. SUM-364, II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecidoem lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada uma o pagamento da multa referente ao descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas respectivas. II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera repetição de texto legal. SUM-449 MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 56 115 A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que estabelece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras. OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010. OJ-SDC-17 CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados. OJ-SDC-36 EMPREGADOS DE EMPRESA DE PROCESSAMENTO DE DADOS. RECONHECIMENTO COMO CATEGORIA DIFERENCIADA. IMPOSSIBILIDADE É por lei e não por decisão judicial, que as categorias diferenciadas são reconhecidas como tais. De outra parte, no que tange aos profissionais da informática, o trabalho que desempenham sofre alterações, de acordo com a atividade econômica exercida pelo empregador. OJ-SDI1-41 ESTABILIDADE. INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA. EFICÁCIA Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade decorrente de acidente ou doença profissional, ainda durante a vigência do instrumento normativo, goza o empregado de estabilidade mesmo após o término da vigência deste. OJ-SDI1-322 ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLÁUSULA DE TERMO ADITIVO PRORROGANDO O ACORDO PARA PRAZO INDETERMINADO. INVÁLIDA Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo indeterminado. OJ-SDI1-420 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DA JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM EFICÁCIA RETROATIVA. INVALIDADE. É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 57 115 STF SÚMULA Nº 679 A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 58 115 QUESTÕES COMENTADAS Comissões de Conciliação Prévia 1. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017 As Comissões de Conciliação Prévia têm como atribuição tentar conciliar os conflitos individuais de trabalho, podendo ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. Quanto à Comissão instituída no âmbito da empresa, (A) será composta de, no mínimo, 4 e, no máximo, 12 membros. (B) haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares. (C) todos os membros da Comissão serão eleitos pelos trabalhadores da empresa, sendo a eleição fiscalizada pelo sindicato da categoria profissional. (D) o mandato dos membros da Comissão, titulares e suplentes, é de dois anos, permitida uma recondução. (E) o representante dos empregados ficará afastado de suas atividades normais para poder exercer as atribuições na Comissão. Comentários: Com espeque na CLT, art. 625-B, temos que a letra (B) é a correta: CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. (..) § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 59 115 Gabarito: (B). 2. CESPE/TRT-7 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2017 No que diz respeito às comissões de conciliação prévia no processo trabalhista, assinale a opção correta. A) O termo de conciliação possui eficácia de título executivo extrajudicial. B) A tentativa de negociação perante comissão de conciliação prévia, antes da instauração do dissídio individual, é facultativa. C) As comissões de conciliação prévia integram a estrutura do Poder Judiciário trabalhista. D) As comissões de conciliação prévia são obrigatórias em todos os locais onde exista sede da justiça do trabalho. Comentários: O gabarito preliminar foi letra (A), o qual tomou por base o seguinte dispositivo celetista: CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. A questão, no entanto, foi anulada, tendo em vista a existência de profundas divergências entre a jurisprudência predominante e a literalidade da CLT, quanto ao item (B). Pela leitura do artigo 625-D da CLT, abaixo, poderíamos interpretar que seria obrigatório que os conflitos trabalhistas sejam encaminhados à CCP como condição para o ajuizamento da reclamação trabalhista: CLT, art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. Entretanto, tanto o STF (ADIs 2139e 2160) como o TST (AIRR - 88540-10.2002.5.02.0281) têm entendido que não é obrigatória a submissão do conflito à CCP para só depois poder-se acessar o Poder Judiciário. Tais posicionamentos têm como fundamento o princípio da inafastabilidade do controle judicial, assegurado no texto constitucional (CF, art. 5º, XXXV). Gabarito: (questão anulada). Gabarito preliminar (A). 3. CESPE/TRT8 - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016 Acerca das comissões de conciliação prévia, assinale a opção correta. (A) Membro suplente dos empregados de comissão de conciliação prévia não possui estabilidade. (B) Qualquer demanda trabalhista pode ser objeto de discussão em comissão de conciliação prévia. (C) Será descontado da sua folha de pagamento o valor equivalente ao período em que empregado designado a atuar como conciliador em data de expediente esteve ausente do trabalho. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 60 115 (D) As comissões de conciliação prévia são necessariamente compostas pelo sindicato dos empregados e pelo sindicato dos empregadores. (E) O mandato dos membros das comissões de conciliação prévia é de dois anos, vedada a recondução. Comentários: Nosso gabarito é a letra (B), com fundamento no art. 625-D da CLT: CLT, art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. A alternativa (A) está incorreta, já que o membro suplente possui sim a mesma estabilidade do titular. A alternativa (C) está incorreta, já que o tempo em que o empregado atua como conciliador é contado como jornada de trabalho: CLT, art. 625-B, § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. A alternativa (D) está incorreta, pois não necessariamente há participação dos sindicatos na composição das CCPs. No caso das CCPs no âmbito das empresas, a metade de seus membros é indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos empregados (art. 625-B, I). A alternativa (E) está incorreta, já que o mandato é de 1 ano, permitida uma recondução. Gabarito: (B). 4. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016 A empresa “W” pretende instituir Comissão de Conciliação Prévia, porém está com dúvidas a respeito da sua composição. Neste caso, para esclarecer a referida empresa, deve-se informar que, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, a Comissão instituída no âmbito da empresa (A) será composta de, no mínimo, três e, no máximo, nove membros. (B) 1/3 de seus membros será indicada pelo empregador. (C) 2/3 de seus membros será indicada pelo empregador. (D) será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros. (E) o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de três anos. Comentários: Gabarito (D), conforme art. 625-B da CLT: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 61 115 CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. Gabarito: (D). 5. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2015 João, metalúrgico, após a homologação de sua rescisão do contrato de trabalho celebrado perante órgão sindical de forma idônea, insatisfeito, propôs demanda contra sua ex-empregadora perante Comissão de Conciliação Prévia, instituída na localidade de sua prestação de serviços. Na audiência designada, as partes chegaram a um acordo amigável, ressalvando expressamente que não faria parte do acordo as diferenças de FGTS que João entendia devidas. Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, João (A) não poderá ingressar com reclamação trabalhista, devendo procurar a Justiça Comum para pleitear diferenças de FGTS que entende devidas. (B) poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pleiteando todos os direitos que entende devidos decorrentes de seu extinto contrato de trabalho, uma vez que o acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia não possui eficácia liberatória geral para a empresa. (C) poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pleiteando somente os direitos ressalvados no acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia, uma vez que o restante dos pedidos possui eficácia liberatória geral para a empresa. (D) não poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pois foi sua a iniciativa de não quitar integralmente os direitos oriundos do extinto contrato de trabalho. (E) não poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pois escolheu uma das formas de solução dos conflitos trabalhistas, que foi a esfera extrajudicial, renunciando ao seu direito de ação. Comentários: A questão aborda a eficácia do termo de conciliação obtido perante a Comissão de Conciliação Prévia (CCP). A CLT define que este se constituirá em título executivo extrajudicial com eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas: CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Assim, como na conciliação de João foi ressalvado expressamente que não faria parte do acordo as diferenças de FGTS, ele poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pleiteando somente Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 62 115 os direitos ressalvados no acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia, uma vez que o restante dos pedidos possui eficácia liberatória geral para a empresa. Gabarito: (C). 6. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2015 A Comissão de Conciliação Prévia instituída no âmbito de empresa (A) terá 2/3 de seus membros eleitos pelos empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional. (B) terá 2/3 de seus membros indicados pelo empregador. (C) será composta de, no mínimo, 2 e, no máximo, 10 membros. (D) haverá 2 suplentes para cada representante titular. (E) será composta de, no mínimo, 3 e, no máximo, 7 membros. Comentários: De acordo com o art. 625-B da CLT, temos o seguinte: CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; Gabarito: (C). 7. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2014 Em relação à Comissão de Conciliação Prévia, é correto afirmar: (A) Na Comissão instituída no âmbito da empresa, o representante dos empregados ficará afastado de suas atividades normais, atuando apenas como conciliador durante todo o período do mandato. (B) Como forma de assegurar o funcionamento ininterruptoda Comissão instituída no âmbito da empresa, há previsão de dois suplentes para cada membro titular. (C) A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas no estatuto do sindicato. (D) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, quinze membros. (E) O mandado dos membros da Comissão instituída no âmbito da empresa, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. Comentários: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 63 115 A letra ‘A’ está incorreta, pois a simples eleição do representante dos empregados não enseja seu afastamento de suas atividades normais na empresa. O afastamento ocorrerá somente quando este for convocado para atuar como conciliador. Vejam: CLT, art. 625-B, § 2º - O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. A letra ‘B’ também está incorreta, visto que o número de suplentes será igual ao de titulares: CLT, art. 625-B, II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; A letra ‘C’ igualmente incorreta por contrariar disposições literais da CLT: CLT, art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. Por fim, as letras ‘D’ e ‘E’ foram inspiradas nas seguintes disposições: CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. O gabarito preliminar apontou a letra ‘E’ como correta, mas a questão foi posteriormente anulada, talvez tenha sido porque o termo correto, nesse caso, é “mandato” e não “mandado” como constante da assertiva. Gabarito: (questão anulada). Gabarito preliminar (E). 8. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2013 Com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, a lei instituiu as Comissões de Conciliação Prévia. Sobre elas, é correto afirmar que (A) podem ser constituídas por empresas e os sindicatos, por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. (B) terão composição tripartite, com representantes dos empregados, dos empregadores e do governo federal. (C) é vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros titulares da Comissão de Conciliação Prévia, até dois anos após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 64 115 (D) o termo de conciliação lavrado na Comissão de Conciliação Prévia não constitui um título executivo extrajudicial, bem como não tem eficácia liberatória, seja das parcelas expressamente consignadas ou daquelas ressalvadas. (E) o prazo prescricional para ação trabalhista não será suspenso ou interrompido a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia. Comentários: A letra (A) está correta, em conformidade com o art. 625-A da CLT: CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. A letra ‘B’ está incorreta porque a composição das CCP é bipartite, sendo 50% de representantes de empregados e 50% de representantes de empregadores. CLT, art. 625-B, I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; A incorreção da letra ‘C’ diz respeito ao prazo da garantia provisória de emprego. A CLT assegura aos representantes dos empregados nas CCP garantia provisória de emprego, como disposto no artigo abaixo: CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei. A letra ‘D’ está incorreta, pois o termo de conciliação constitui sim título executivo extrajudicial e tem eficácia liberatória geral: CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Por fim, a letra ‘E’ está incorreta, porquanto o art. 625-F estabelece que, a partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será suspenso, não interrompido. Isto significa que o prazo prescricional voltará a correr após as situações mencionadas (ao contrário da interrupção, que faria com que o prazo fosse renovado). CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 65 115 Gabarito: (A). 9. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 Assinale a opção correta com referência às comissões de conciliação prévia. (A) Na mesma localidade e para a mesma categoria, podem existir comissão de empresa e comissão sindical. (B) Somente poderá existir comissão de conciliação prévia no âmbito do sindicato. (C) O prazo prescricional será interrompido a partir da provocação da comissão de conciliação prévia. (D) O termo de conciliação é título executivo judicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas ressalvadas. (E) As comissões de conciliação prévia têm prazo de vinte dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Comentários: A alternativa (A) está correta: CLT, art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. A alternativa (B) está incorreta pelo mesmo dispositivo celetista acima transcrito. Sobre a relação entre atuação da CCP e a prescrição trabalhista, o art. 625-F estabelece que, a partir da provocação da CCP, o prazo prescricional será suspenso – e não interrompido, como sugeriu a alternativa (C): CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. A alternativa (D) está incorreta porque o termo de conciliação é título extrajudicial: CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Já sobre o prazo para se realizar a sessão conciliatória– tratado na alternativa (E) - a CLT o estipulou como sendo de 10 (dez) dias, com a correspondente consequência da impossibilidade de seu cumprimento: CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D [declaração da tentativa conciliatória frustrada]. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 66 115 ==d8eaf== Gabarito: (A). 10. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 Com fundamento nas regras instituídas pela CLT sobre as Comissões de Conciliação Prévia, é INCORRETO afirmar: (A) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de no mínimo cinco e no máximo quinze membros. (B) O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo para a realização da sessão de tentativa de conciliação. (C) É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. (D) O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. (E) As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de 10 dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Comentários: A proposição incorreta é a alternativa (A), que propôs erroneamente o quantitativo mínimo para composição da CCP: CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas (...). O fundamento das demais alternativas segue abaixo: CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei. CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. Gabarito: (A). Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 67 115 11. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 As Comissões de Conciliação Prévia (A) terão membros com mandato de dois anos, vedada a recondução. (B) não poderão ser constituídas por grupos de empresas. (C) poderão ser instituídas com apenas dois membros. (D) terão membros com mandato de um ano, vedada a recondução. (E) terão o dobro de suplentes em relação ao número de seus membros. Comentários: Todas as regras estão dispostas no art. 625-B, sendo que é possível a instituição de CCP com apenas dois membros, como sugere a alternativa (C): CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. Gabarito: (C). 12. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de Conciliação Prévia (A) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada). (B) não possuem prazo pré-estabelecido na legislação trabalhista supra mencionada para a realização da sessão de tentativa de conciliação. (C) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada). (D) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. (E) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Comentários: A letra (E) está correta, pelo disposto no já citado art. 625-F: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 68 115 CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Gabarito: (E). 13. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2010 De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de Conciliação Prévia (A) instituídas no âmbito da empresa terão 1/3 de seus membros indicados pelo empregador, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional. (B) instituídas no âmbito da empresa serão compostas de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, com mandato de um ano, permitida uma recondução. (C) têm prazo de quinze dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação, a partir da provocação do interessado. (D) devem possuir caráter intersindical, sendo vedada a constituição por grupos de empresas. (E) são órgãos administrativos cujo objetivo é a tentativa de conciliação entre empregados e empregadores, sendo que o seu termo de conciliação não possui caráter de título executivo extrajudicial. Comentários: O gabarito é a alternativa é (B), que se relaciona ao art. 625-B: CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. Pelo disposto neste mesmo artigo vemos que a alternativa (A) está incorreta. O erro da alternativa (C) está no prazo para realização da sessão, pois este é de 10 (dez) dias: CLT, art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. Quanto à abrangência de atuação da CCP, ela pode ser composta no âmbito da empresa, entre empresas e, também, de modo a abranger mais de um sindicato, e por isso a alternativa (D) está incorreta: CLT, art. 625-A, parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador69 115 Por fim, a alternativa (E) está incorreta porque o termo de conciliação elaborado pela CCP possui, sim, natureza de título executivo extrajudicial: CLT, art. 625-E, parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Gabarito: (B). Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 70 115 QUESTÕES COMENTADAS Direito coletivo do trabalho 1. FCC - 2022 - TRT-ES – Técnico Judiciário A fábrica de colchões Sono dos Justos Ltda. pretende celebrar Acordo Coletivo com o sindicato dos empregados, visando a preservação de empregos. Dentre algumas cláusulas em negociação estão: I. Equivalência entre remuneração do trabalho noturno e diurno por 12 meses. II. Estabelecimento de banco de horas anual. III. Redução do intervalo para repouso e alimentação para 30 minutos para todos os empregados, incluindo os de jornada de 8 horas. IV. Indenização rescisória sobre o saldo do FGTS para 30% durante 12 meses. V. Exclusão do regime de participação nos lucros por 24 meses. De acordo com a CLT, são ilícitas APENAS as cláusulas constantes em (A) I, IV e V. (B) I, II e III. (C) I e IV. (D) II, III e V. (E) II e IV. Comentários Questão clássica da FCC cobrando o rol de direitos dos arts. 611-A e 611-B da CLT, quanto à prevalência do negociado sobre a legislação. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 71 115 Os itens I e IV dizem respeito a direitos para os quais não se admite a redução ou supressão via negociação coletiva. Por outro lado, os itens I , II , III e V dizem respeito a direitos previstos no art. 611-A, em que o negociado poderá prevalecer sobre o legislado. Relembrando: NEGOCIADO PREVALECE FORA DE NEGOCIAÇÃO ✓ pactuação da jornada de trabalho (observados os limites constitucionais) ✓ banco de horas anual ✓ intervalo intrajornada (mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 06 horas) ✓ modalidade de registro de jornada de trabalho ✓ troca do dia de feriado ✓ prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia do MTb ✓ teletrabalho ✓ regime de sobreaviso ✓ trabalho intermitente ✓ remuneração por produtividade, incluindo por desempenho individual, e gorjetas ✓ prêmios de incentivo em bens ou serviços ✓ PLR ✓ plano de cargos e identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança ✓ enquadramento do grau de insalubridade ✓ representante dos trabalhadores no local de trabalho ✓ adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE) ✓ regulamento empresarial ✓ normas de SST, incluindo NRs (mas DURAÇÃO do trabalho e INTERVALOS NÃO são consideradas) ✓ normas de identificação profissional, inclusive anotações na CTPS ✓ seguro-desemprego ✓ FGTS (valor dos depósitos e da indenização rescisória) ✓ salário mínimo ✓ 13º salário (valor nominal) ✓ adicional HE ✓ adicional noturno ✓ proteção do salário (CF, art. 7º, X) ✓ Repouso semanal remunerado (RSR) ✓ Férias (nº de dias/gozo/terço constitucional) ✓ licenças-maternidade e paternidade ✓ proteção do mercado de trabalho da mulher ✓ aviso prévio ✓ adicionais de atividades penosas, insalubres ou perigosas ✓ SAT, a cargo do empregador ✓ proibição de discriminação do trabalhador com deficiência ✓ trabalho do menor: limites de idade ✓ proteção legal de crianças e adolescentes ✓ normas especiais de proteção ao trabalho da mulher ✓ prescrição ✓ igualdade de direitos dos avulsos ✓ liberdade de associação profissional ou sindical ✓ direito de greve; serviços/atividades essenciais ✓ atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade ✓ aposentadoria; tributos e outros créditos de terceiros Gabarito (C) 2. FCC - 2023 - TRT-GO – Técnico Judiciário Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 72 115 Com o fim de evitar demissões de empregados, a indústria de panificação Bisnaga Macia está negociando com o Sindicato dos Empregados um Acordo Coletivo de modo a possibilitar ter um alívio na folha de pagamento mensal e conseguir manter os empregos. Dentre algumas das cláusulas colocadas a exame encontram-se: I. Estabelecimento de banco de horas para compensação de jornada dentro do prazo de 1 ano. II. Alteração do grau de insalubridade por um período de 6 meses. III. Redução por 1 ano do percentual de depósito de FGTS de 8% para 6%. IV. Igualdade por 90 dias da remuneração do trabalho noturno e diurno. V. Remanejamento dos feriados para que a folga recaia na primeira sexta-feira após o dia efetivo. Com base no que prevê a Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se como cláusula lícita o que consta APENAS em (A) I, IV e V. (B) I, II e III. (C) II, III e IV. (D) III, IV e V. (E) I, II e V. Comentários: Questão clássica da FCC cobrando o rol de direitos dos arts. 611-A e 611-B da CLT, quanto à prevalência do negociado sobre a legislação. As cláusulas dos itens III e IV, de fato, são ilegais em um ACT, visto que o art. 611-B proíbe que tais direitos sejam reduzidos ou eliminados por meio de norma coletiva (art. 611-B, III e IV). Isto já seria suficiente para deduzirmos o gabarito. Por outro lado, as cláusulas mencionadas nos itens I e V dizem respeito a temas em que admite- se prevalência do negociado (art. 611-A, II e XI). Quanto ao item II, aparentemente a Banca considerou-o como sendo lícito a partir da possibilidade de prevalência quanto ao “enquadramento do grau de insalubridade” (art. 611-A, inciso XII). Gabarito (E) 3. FCC - 2022 - TRT-PR - Analista Judiciário Considere: I. Troca do dia de feriado. II. Remuneração por produtividade. III. Repouso semanal remunerado. IV. Enquadramento do grau de insalubridade. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 73 115 V. Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos direitos previstos no que se afirma APENAS em (A) III e V. (B) II e III. (C) I, IV e V. (D) I, III e IV. (E) I e II. Comentários: Questão que cobrou o rol de direitos do art. 611-B da CLT, em que não se admite a prevalência do negociado para redução ou supressão de direitos. Os itens III e V dizem respeito a direitos constitucionais, para os quais não se admite a redução ou supressão via negociação coletiva. Por outro lado, os itens I , II e IV dizem respeito a direitos previstos no art. 611-A, em que o negociado poderá prevalecer sobre o legislado. Relembrando: NEGOCIADO PREVALECE FORA DE NEGOCIAÇÃO ✓ pactuação da jornada de trabalho (observados os limites constitucionais) ✓ banco de horas anual ✓ intervalo intrajornada (mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 06 horas) ✓ modalidade de registro de jornada de trabalho ✓ troca do dia de feriado ✓ prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia do MTb ✓ teletrabalho ✓ regime de sobreaviso ✓ trabalho intermitente ✓ remuneração por produtividade, incluindo por desempenho individual, e gorjetas ✓ prêmios de incentivo em bens ou serviços ✓ PLR ✓ normas de SST, incluindo NRs (mas DURAÇÃO do trabalho e INTERVALOS NÃO são consideradas) ✓ normas de identificação profissional, inclusive anotações na CTPS ✓ seguro-desemprego ✓ FGTS (valor dos depósitos e da indenização rescisória) ✓ salário mínimo ✓ 13º salário (valor nominal) ✓ adicionalHE ✓ adicional noturno ✓ proteção do salário (CF, art. 7º, X) ✓ Repouso semanal remunerado (RSR) ✓ Férias (nº de dias/gozo/terço constitucional) ✓ licenças-maternidade e paternidade ✓ proteção do mercado de trabalho da mulher ✓ aviso prévio Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 74 115 ✓ plano de cargos e identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança ✓ enquadramento do grau de insalubridade ✓ representante dos trabalhadores no local de trabalho ✓ adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE) ✓ regulamento empresarial ✓ adicionais de atividades penosas, insalubres ou perigosas ✓ SAT, a cargo do empregador ✓ proibição de discriminação do trabalhador com deficiência ✓ trabalho do menor: limites de idade ✓ proteção legal de crianças e adolescentes ✓ normas especiais de proteção ao trabalho da mulher ✓ prescrição ✓ igualdade de direitos dos avulsos ✓ liberdade de associação profissional ou sindical ✓ direito de greve; serviços/atividades essenciais ✓ atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade ✓ aposentadoria; tributos e outros créditos de terceiros Gabarito (A) 4. FCC - 2022 - TRT-RS - Técnico Judiciário De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, no exame de uma convenção ou acordo coletivo, a Justiça do Trabalho balizará sua atuação pelo princípio da (A) primazia da realidade. (B) intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. (C) interpretação mais favorável ao empregado. (D) estrita legalidade, em detrimento da autonomia privada coletiva. (E) condição mais benéfica ao empregado, hipossuficiente na relação. Comentários: A reforma trabalhista positivou o princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. Assim, a rigor, a Justiça do Trabalho não poderia anular cláusulas coletivas com base em juízos de valor sobre o pactuado, mas tão-somente com base nos elementos essenciais do negócio jurídico1: 1 Código Civil, art. 104. A validade do negócio jurídico requer: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 75 115 Art. 8º, § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. Gabarito (B) 5. FCC/TRT15 – Analista – Área Judiciária - 2018 Considerando as disposições da Lei nº 13.467/2017, são válidas as cláusulas de acordo coletivo de trabalho que estipulem (A) possibilidade de redução em 4 horas da jornada semanal em atividades insalubres, caso em que não haverá o pagamento do adicional respectivo; pagamento do 13º salário no seu valor nominal integral, mas em 4 parcelas distribuídas ao longo do ano; ultratividade das cláusulas que estipulem vantagens individualmente adquiridas. (B) taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização; aviso prévio de 30 dias para todos os trabalhadores da categoria, independentemente do tempo de serviço; intervalo intrajornada com duração de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas. (C) intervalo intrajornada com duração de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas; pagamento do 13º salário no seu valor nominal integral, mas em 4 parcelas distribuídas ao longo do ano; remuneração por desempenho individual. (D) prêmio de incentivo em bens ou serviços; taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização; pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais. (E) regime de sobreaviso; modalidade de registro da jornada de trabalho; ultratividade das cláusulas que estipulem vantagens individualmente adquiridas. Comentários: Antes de passar à análise individualizada de cada cláusula, relembro que é exemplificativo o rol de assuntos previstos no art. 611-A, em relação aos quais se admite negociação coletiva, como se depreende do caput (“entre outros”). Assim, o limite à negociação efetivamente consta do art. 611-B, que proíbe, “exclusivamente”, a redução ou supressão dos direitos mencionados. I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 76 115 Agora, segue uma tabela que sintetiza a análise das cláusulas mencionadas na presente questão: Item Cláusula do ACT Análise (A) possibilidade de redução em 4 horas da jornada semanal em atividades insalubres, caso em que não haverá o pagamento do adicional respectivo; Cláusula ilícita (art. 611-B, XVIII) pagamento do 13º salário no seu valor nominal integral, mas em 4 parcelas distribuídas ao longo do ano; Como o “valor nominal do décimo terceiro salário” (art. 611-B, V) foi preservado, a cláusula foi considerada lícita pela Banca. ultratividade das cláusulas que estipulem vantagens individualmente adquiridas. ilícita (art. 614, §3º) (B) taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização; ilícita (art. 611-B, XXVI) aviso prévio de 30 dias para todos os trabalhadores da categoria, independentemente do tempo de serviço; ilícita (art. 611-B, XVI) intervalo intrajornada com duração de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas. Lícita (art. 611-A, III) (C) intervalo intrajornada com duração de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas; Lícita (art. 611-A, III) pagamento do 13º salário no seu valor nominal integral, mas em 4 parcelas distribuídas ao longo do ano; Como o “valor nominal do décimo terceiro salário” (art. 611-B, V) foi preservado, a cláusula foi considerada lícita pela Banca. remuneração por desempenho individual. Lícita (art. 611-A, IX, parte final) (D) prêmio de incentivo em bens ou serviços; Lícita (art. 611-A, XIV) taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização; ilícita (art. 611-B, XXVI) pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais. lícita (art. 611-A, I) (E) regime de sobreaviso; lícita (art. 611-A, VIII) modalidade de registro da jornada de trabalho; lícita (art. 611-A, X) ultratividade das cláusulas que estipulem vantagens individualmente adquiridas. ilícita (art. 614, §3º) No que tange ao parcelamento do 13º salário em “4 parcelas distribuídas ao longo do ano”, primeiramente relembro que a Lei 4.749/1965 prevê seu pagamento em 2 parcelas (arts. 1º e 2º), sendo uma delas na forma de adiantamento entre os meses de fevereiro e novembro. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 77 115 O TST2, por sua vez, tem entendido que “deve prevalecer norma coletiva que prevê o pagamento da gratificação natalina em parcela única”. Mas neste caso a banca foi além e considerou que o fracionamento em 4 parcelas seria válido, com base na previsão celetista que veda a supressão ou a redução do seu valor nominal: CLT, art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (..) V – valor nominal do décimo terceiro salário; Reparem que, em relação ao 13º salário,o legislador proibiu, “exclusivamente”, que ACT/CCT reduzissem seu valor nominal (ou, pior, suprimissem o 13º). Interpretando tal dispositivo de forma literal, estaria autorizado seu fracionamento em mais de duas parcelas. Dessa forma, com base nesta interpretação literal, a Banca considerou que a alteração da quantidade de parcelas por meio de negociação coletiva estaria dentro dos parâmetros legais previstos na CLT (já que o valor nominal foi preservado). Quanto à ultratividade, relembro que a alteração promovida pela ‘reforma trabalhista’ vedou a ultratividade de ACT/CCT: CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. No que se refere à “taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização”, temos que conhecer o inciso XXVI do art. 611-B, que considera objeto ilícito de ACT/CCT cláusula que atente contra: CLT, art. 611-B, XXVI – (..) o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; Gabarito (C) 6. FCC/TRT-PE – Oficial de Justiça – 2018 - adaptada A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre o disposto em lei, de acordo com a recente alteração da CLT promovida pela Lei nº 13.467/2017. Constitui objeto lícito da convenção coletiva ou do acordo coletivo a 2 A exemplo do AIRR: 6289020115030067, Relator: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 27/05/2015, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/06/2015 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 78 115 ==d8eaf== (A) redução do intervalo intrajornada, desde que observe o intervalo mínimo de 15 minutos para jornada superior a 6 horas. (B) definição da modalidade de registro da jornada de trabalho. (C) redução temporária, limitada a 6 meses, do percentual de depósito do FGTS. (D) redução do prazo do aviso prévio, podendo ser inferior a 30 dias, com no mínimo 23 dias. (E) diminuição do número de dias de férias, podendo ser inferior a 30 dias, com no mínimo 15 dias. Comentários: Questão que tentou confundir o candidato entre os assuntos listados no art. 611-A e aqueles do art. 611-B da CLT. A letra (A) está incorreta. Apesar de se autorizar a redução do intervalo intrajornada mediante negociação coletiva (CLT, art. 611-A, III), o patamar mínimo é de 30 minutos para jornadas superiores a 06 horas. A letra (B), correta, pois a “modalidade de registro da jornada de trabalho” é um dos assuntos em que o negociado prevalece sobre o legislado (CLT, art. 611-A, X). Por fim, as letras (C), (D) e (E) estão incorretas, na medida em que tais assuntos encontram-se previstos no art. 611-B da CLT, para os quais não se admite negociação coletiva tendente a reduzir ou suprimir tais direitos. Para não confundirmos estes assuntos, remeto à leitura da tabela-comparativa que consta da parte teórica da aula. Gabarito (B) 7. FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária - 2017 Considerando as alterações da Lei no 13.467/2017, (A) a convenção e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre os locais destinados à guarda dos filhos das empregadas durante o período de amamentação. (B) a convenção e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre duração do trabalho e intervalos, tendo em vista que não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho. (C) não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo permitida sua ultratividade em relação às cláusulas que assegurem vantagens pessoais. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 79 115 (D) as condições estabelecidas em convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo, com exceção das cláusulas econômicas que, em razão das peculiaridades de cada empresa, se estipuladas em acordo coletivo, sempre prevalecerão. (E) a celebração de convenção coletiva e de acordo coletivo de trabalho é prerrogativa das entidades sindicais de base, não se incluindo nas atribuições das federações e das confederações, que são entidades sindicais de cúpula responsáveis pela coordenação do movimento sindical e não podem participar diretamente das negociações coletivas. Comentários: A letra (A), incorreta, já que é um dos temas em que o negociado não prevalece sobre o legislado para suprimir ou reduzir direitos: CLT, art. 611-B, XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A [normas contra a discriminação da mulher no mercado de trabalho], 390 [limite de força da mulher], 392 [licença-maternidade], 392-A, 394 [rompimento de compromisso por mulher grávida], 394-A [afastamento da gestante/lactante em atividades insalubres], 395 [repouso por abordo não criminoso], 396 [descansos para amamentação do filho] e 4003 [estrutura do local para amamentação] desta Consolidação. A letra (B), correta, porquanto, nos termos da CLT, tais assuntos (duração do trabalho e intervalos) não constituem normas de saúde, higiene e segurança do trabalho: CLT, art. 611-B, parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. A letra (C), incorreta, pois após a ‘reforma trabalhista’ é vedada a ultratividade de ACT/CCT: CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. A letra (D), incorreta, já que não há tal exceção para as cláusulas econômicas: CLT, art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 3 CLT, art. 400 - Os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período da amamentação deverão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação sanitária. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 80 115 A letra (E) está incorreta. Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou confederação que represente a categoria: CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. Gabarito: (B). 8. FCC/TRT-RN – Técnico Administrativo - 2017 Determinada categoria econômica e profissional está em fase de negociação coletiva, e, nesta hipótese, estão sendo debatidas as cláusulas da convenção coletiva a ser celebrada. Considerando o que dispõe a Lei nº 13.467/2017, constitui(em) objeto ilícito de convenção coletiva e de acordo coletivo de trabalho, a supressão ou a redução do(s) seguinte(s) direito(s): (A) banco de horas anual. (B) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente. (C) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. (D) enquadramento do grau de insalubridade. (E) participação nos lucros ou resultados da empresa. Comentários: A alternativa correta é a letra (C), nos termos do art. 611-B da CLT: CLT, art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente,a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (..) VI – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno [ou seja, o adicional noturno]; Todos os direitos mencionados nas demais alternativas permitem a prevalência do negociado sobre o legislado, nos termos de incisos do art. 611-A da CLT: CLT, art. 611-A, II – banco de horas anual; (..) VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; (..) XII – enquadramento do grau de insalubridade; (..) Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 81 115 XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. Gabarito: (C). 9. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017 Conforme nova redação dada à CLT, por força da Lei no 13.467/2017, considere: I. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando dispuserem sobre remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual. II. Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. III. Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho a supressão ou a redução do valor nominal do décimo terceiro salário. IV. Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados. Está correto o que consta em (A) II, III e IV, apenas. (B) I, II e III, apenas. (C) I, II, III e IV. (D) I, III e IV, apenas. (E) I, II e IV, apenas. Comentários: O item I, correto, já que este é um dos assuntos listados no art. 611-A da CLT: CLT, art. 611-A, IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; O item II, correto, pois a proteção contra dispensa imotivada é uma contrapartida obrigatória à redução de salário ou de jornada: CLT, art. 611-A, § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 82 115 O item III, correto, uma vez que o 13º salário é direto fundamental do empregado, insuscetível de redução ou supressão mediante ACT/CCT. Reforçando tal proteção, tal direito foi incluído no rol do art. 611-B da CLT: CLT, art. 611-B, V – valor nominal do décimo terceiro salário; O item IV, correto, já que, após a reforma trabalhista, tornou-se necessária a autorização do empregado para desconto de quaisquer contribuições às entidades sindicais. Por outro lado, havendo tal autorização, os empregadores ficam obrigados a proceder ao desconto: CLT, art. 545 - Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados. Gabarito: (C). 10. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017 A Lei no 13.467/2017 ampliou a abrangência da negociação coletiva de trabalho, fixando novas regras acerca da convenção coletiva e do acordo coletivo de trabalho, entre as quais: (A) A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho ensejará sua nulidade por caracterizar um vício do negócio jurídico. (B) Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho o enquadramento do grau de insalubridade. (C) Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. (D) Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, salvo quando se tratar de direitos individualmente adquiridos. (E) Os empregados contratados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras, salvo previsão em sentido contrário em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Comentários: A letra (A), incorreta, pois, segundo a literalidade da CLT, não se exige a indicação expressa de contrapartidas concedidas nas negociações coletivas: CLT, art. 611-A, § 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 83 115 A letra (B), incorreta, pois o enquadramento do grau de insalubridade é um dos assuntos em que o negociado prevalece sobre o legislado: CLT, art. 611-A, XII – enquadramento do grau de insalubridade; A letra (C), correta, consoante dispositivo celetista: CLT, art. 611-A, § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. A letra (D) peca, na parte final, ao excepcionar da duração máxima de ACT/CCT os direitos adquiridos. Reparem que o art. 614, § 3º veda a ultratividade de tais instrumentos coletivos: CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. Por fim, o item (E) está incorreto, porque, após a ‘reforma trabalhista’, os trabalhadores a tempo parcial poderão prestar horas extras, independentemente de previsão em instrumento coletivo (desde que a jornada seja limitada a 26 h semanais). Gabarito: (C). 11. FCC/TST – Analista Judiciário – Taquigrafia - 2017 A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei, podendo ser livremente acordado, inclusive com a redução ou a supressão, quando dispuserem sobre: (A) seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança. (B) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente e valor nominal do décimo terceiro salário. (C) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno, regulamento empresarial e participação nos lucros ou resultados da empresa. (D) adesão ao Programa Seguro-Emprego − PSE, repouso semanal remunerado, remuneração por produtividade, incluídas gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual. (E) banco de horas anual, intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas e troca do dia de feriado. Comentários: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 84 115 Nosso gabarito é a letra (E), conforme se depreende do rol do art. 611-A da CLT: CLT, art. 611-A, II – banco de horas anual; III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; (..) XI – troca do dia de feriado; A seguir vamos comentar os erros das demais alternativas. A letra(A), incorreta, pois seguro contra acidentes do trabalho é direito fundamental (CF, art. 7º, XXVIII) e constitui assunto em que não se admite negociação para reduzir ou suprimir direitos (CLT, art. 611-B, XX). A letra (B), incorreta, uma vez que valor nominal do décimo terceiro salário constitui assunto em que não se admite negociação para reduzir ou suprimir direitos (CLT, art. 611-B, V), além de o 13º salário representar direito fundamental (CF, art. 7º, VIII). A letra (C), incorreta, pois remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (adicional noturno) é direito fundamental (CF, art. 7º, IX) e constitui assunto em que não se admite negociação para reduzir ou suprimir direitos (CLT, art. 611-B, VI). Quanto à participação nos lucros ou resultados da empresa notem que, muito embora seja direito assegurado constitucionalmente (CF, art. 7º, XI), é assunto em que o negociado prevalece sobre o legislado (CLT, art. 611-A, XV). Por fim, a letra (D), igualmente incorreta, uma vez que repouso semanal remunerado é direito fundamental (CF, art. 7º, XV) e constitui assunto em que não se admite negociação para reduzir ou suprimir direitos (CLT, art. 611-B, V). Gabarito: (E). 12. CESPE/TRT-7 – Técnico Judiciário - 2017 A negociação coletiva, que é uma forma de ajuste entre empregados e empregador, visa solucionar divergências mediante a realização de convenção ou acordo coletivo de trabalho, cuja celebração pelo sindicato demanda deliberação de assembleia geral especialmente convocada para esse fim. Para a validade, a assembleia dependerá do quórum de comparecimento dos empregados e da votação, que, em primeira convocação, será de A) dois terços. B) um quarto. C) um terço. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 85 115 D) um oitavo. Comentários: A questão exigiu um dispositivo que tem sido pouco explorado em prova, o qual prevê o quórum mínimo para celebração de acordo ou convenção coletiva pelos sindicatos. Na verdade, há doutrinadores4 que defendem que tal dispositivo teria sido tacitamente revogado pela CF/88, tendo em vista a autonomia sindical insculpida no texto constitucional (art. 8º, I). De toda forma, o texto da CLT prevê, em primeira convocação, a quantidade mínima de 2/3 dos associados: CLT, art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em segunda, de 1/3 (um têrço) dos mesmos. Como estamos diante de primeira convocação, tampouco se mencionou sobre o “tamanho” do sindicato, resta afastada a aplicação do parágrafo único do mesmo artigo. Gabarito: (A). 13. FCC/TRT23 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada) Em relação às convenções coletivas e aos acordos coletivos de trabalho é INCORRETO afirmar que (A) o instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de convenção ou acordo coletivo será depositado, para fins de registro e arquivamento, no órgão competente. (B) as convenções e os acordos entrarão em vigor cinco dias após a data da entrega dos mesmos no órgão competente. (C) os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. Comentários: 4 SUSSEKINK, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2002. p. 546 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 86 115 Nosso gabarito é a alternativa (B), incorreta, á que o prazo para entrada em vigor é de 3 dias: CLT, art. 614, § 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. As demais alternativas estão de acordo com os dispositivos abaixo: CLT, art. 615, § 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614. CLT, art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. Gabarito: (B). 14. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015 Em relação às normas coletivas, (A) os efeitos de uma convenção coletiva de trabalho só alcançam os associados dos sindicatos convenentes. (B) o acordo coletivo de trabalho é ajustado entre um grupo de empregados e uma ou mais empresas, à revelia dos sindicatos representativos das categorias profissional e econômica. (C) o prazo de duração do acordo coletivo de trabalho é sempre menor do que o da convenção coletiva de trabalho. (D) as convenções e os acordos coletivos de trabalho somente têm vigência após a homologação de seu conteúdo pelo Ministério do Trabalho. (E) as convenções e os acordos coletivos de trabalho entrarão em vigor três dias após a data de entrega dos mesmos no Ministério do Trabalho. Comentários: Nosso gabarito é a alternativa (E), já que, pelo disposto na CLT, a vigência do instrumento coletivo está condicionada ao seu depósito no MTb e produzirão efeitos após 3 dias: CLT, art. 614, § 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. A alternativa A, incorreta, peca ao afirmar que os efeitos de uma convenção coletiva de trabalho só alcançam os associados dos sindicatos convenentes. A convenção coletiva abrange toda a Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 87 115 categoria profissional na base territorial do sindicato. Mesmo os não filiados (não “associados”) são abrangidos pelas disposições da convenção ou acordo coletivos de trabalho. A alternativa B também está incorreta, porque não há celebração de acordo coletivo (ou de convenção) sem participação do sindicato dos trabalhadores. Um grupo de trabalhadores não possui legitimidade para celebrar acordos coletivos. Portanto, são legitimados para celebrar as negociações coletivas os sindicatos obreiro e patronal. No caso dos ACT, os empregadores, diretamente, também possuem legitimação para celebrá-los. Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou confederação que represente a categoria (CLT, art. 611, § 2º). A alternativa C está incorreta porque não há diferenciação de duração entre ACT e CCT. Ambos devem respeitar o prazo máximo de 2 anos: CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. Por fim, a alternativa D está incorreta porque o MTb não homologa os diplomas coletivos, apenas recebe o depósito destes. Gabarito: (E). 15. FCC/TRT16 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2014 No tocante às convenções e acordos coletivos de trabalho, considere: I. O acordo coletivo de trabalho é o instrumento normativo que decorre da negociação coletiva, sendo firmado, em regra, pelo sindicato da categoria profissional com uma ou mais empresas. II. O acordo coletivo não é fonte do Direito do Trabalho, uma vez que estabelece normas genéricas e abstratas. III. A cláusulade convenção coletiva de trabalho que prevê multa ao sindicato que descumprir a convenção coletiva classifica-se em obrigacional. IV. O prazo máximo de duração de convenção coletiva de trabalho são três anos, permitida uma única prorrogação desde que dentro deste período. Está correto o que se afirma APENAS em (A) II e IV. (B) I, III e IV. (C) I, II e III. (D) I e III. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 88 115 (E) II e III. Comentários: A assertiva I está correta porquanto contém uma definição de acordos coletivos de trabalho (ACT), de acordo com a CLT: CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. A assertiva II está incorreta, uma vez que o acordo coletivo de trabalho (assim como as convenções) é sim uma fonte formal autônoma do Direito do Trabalho. A assertiva III está correta, pois, segundo a classificação do Ministro Godinho, diz respeito a uma obrigação entre as partes contratantes, não incidindo diretamente nos contratos de trabalho dos empregados submetidos à convenção. Assim, como trata-se de direitos e obrigações entre o sindicato obreiro e sindicato patronal considera-se uma cláusula obrigacional, ou contratual (não uma regra jurídica). A assertiva IV está claramente incorreta em virtude de a duração máxima dos CCT e ACT ter sido definida pela Consolidação das Leis do Trabalho como sendo de 2 anos: CLT, art. 614, § 3º - Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. Gabarito: (D). 16. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2013 Em relação às normas coletivas de trabalho, é correto afirmar: (A) Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa ou das empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho. (B) Acordo Coletivo de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. (C) O processo de prorrogação de Convenção ou Acordo será automático, desde que não haja manifestação expressa em sentido contrário da Assembleia Geral dos sindicatos convenentes. (D) Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a quatro anos. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 89 115 (E) Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. Comentários: Nosso gabarito é a alternativa (E), que se pautou na redação do artigo 616 da CLT: CLT, art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. Apesar do disposto no artigo, que busca envolver os entes sindicais na negociação juscoletiva, a CF/88 prevê o dissídio5 como forma de resolver impasse. As alternativas (A) e (B), incorretas, inverteram os conceitos de convenção e acordo coletivo de trabalho: CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. Assim, temos: Negociação coletiva Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 5 CF/88, art. 114, § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 90 115 Resultado de negociação entre o sindicato patronal e o sindicato dos empregados Resultado de negociação entre uma (ou mais) empresa(s) e o sindicato dos empregados Nas alternativas (C) e (D), também incorretas, distorceram-se as regras quanto à prorrogação e validade dos diplomas coletivos (CCT e ACT): CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612. CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. Gabarito: (E). 17. FCC/TRT15 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 Considere as seguintes assertivas a respeito das Convenção Coletivas de Trabalho e sobre os Acordos Coletivos de Trabalho: I. A Convenção Coletiva de Trabalho é um negócio jurídico de caráter normativo. II. O Acordo Coletivo de Trabalho é celebrado entre Sindicatos de categorias profissionais e uma ou mais empresas da correspondente categoria para estipular condições de trabalho aplicáveis no âmbito da empresa ou empresas acordantes. III. As Convenções Coletivas de Trabalho podem ser estipuladas com o prazo máximo de duração de um ano. IV. É vedada a prorrogação total ou parcial de Convenção Coletiva de Trabalho, em razão da necessidade de atenção ao quórum de votação mínimo deste instrumento. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I, II e III. (C) II, III e IV. (D) I e III. (E) II e IV. Comentários: A assertiva I está correta, pois realmente as convenções coletivas são negócios jurídicos, chamadas, inclusive, de negócios jurídicos coletivos. Quanto ao seu caráter normativo: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 91 115 CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. Já a assertiva II, que aborda os Acordos Coletivos de Trabalho (ACT), está em consonância com o seguinte dispositivo: CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. A sentença III está incorreta, pois o prazo máximo dos instrumentos coletivos é de 2 anos. CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a dois anos, vedada a ultratividade. Por fim, a assertivaIV está incorreta, porquanto é admitida sim prorrogação de tais instrumentos. Relembrando: CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612. § 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614. Além disso, quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT estabelece vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim, a eventual prorrogação (somada à vigência inicial, deve respeitar este prazo máximo). Gabarito: (A). 18. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2013 A Constituição Federal prevê que é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas. Sobre essas negociações, conforme normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, é correto afirmar que Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 92 115 (A) as Federações e, na falta destas, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais não poderão celebrar Convenções Coletivas de Trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, mesmo que a categoria não esteja organizada em Sindicatos. (B) a Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho. (C) os Sindicatos poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, mesmo que não seja convocada Assembleia Geral para esse fim específico, visto que representam os interesses coletivos da categoria. (D) os Acordos e Convenções Coletivos de Trabalho devem conter a designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes, podendo ser ajustadas por prazo indeterminado. (E) os Sindicatos representativos de categorias profissionais poderão celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho aplicáveis no âmbito de toda a categoria. Comentários: Gabarito é letra (B), pois se trata da definição legal de CCT (art. 611 da CLT): CLT, art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. A letra ‘A’ está incorreta ao afirmar que “não poderão”. Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou confederação que represente a categoria: CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. A letra ‘C’ também contraria dispositivo da CLT, porquanto a celebração de ACT ou de CCT somente pode ocorrer mediante assembleia geral convocada especialmente para esse fim: CLT, art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 93 115 Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em segunda, de 1/3 (um têrço) dos mesmos. A letra ‘D’ está incorreta, uma vez que o prazo de vigência é cláusula obrigatória dos instrumentos coletivos. CLT, art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes; II - Prazo de vigência; A letra ‘E’ apresentou incorreção apenas ao final, ao dizer que suas disposições são aplicáveis a toda a categoria: CLT, art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. Gabarito: (B). 19. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 (adaptada) À luz do direito coletivo do trabalho, assinale a opção correta. (A) Somente será válida a compensação de jornada se ajustada mediante convenção coletiva de trabalho. (B) Conforme entendimento pacificado do TST, o empregado integrante de categoria profissional diferenciada tem o direito de haver de seu empregador as vantagens previstas em convenção coletiva, ainda que a empresa não tenha sido representada por órgão de classe de sua categoria. (C) A convenção coletiva de trabalho, acordo de caráter normativo por meio do qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, aos contratos individuais de trabalho, é válida apenas pelo período determinado, não integrando suas cláusulas o contrato de trabalho após o termo desse período. (D) A participação do sindicato nas negociações coletivas de trabalho da categoria que representa é facultativa. Comentários: Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 94 115 A letra ‘A’ está incorreta por confundir as modalidades de compensação de jornada. Somente o banco de horas anual exige negociação coletiva. A letra ‘B’ está em desacordo com a Súmula 374: SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. A letra (C), correta, conforme a nova redação do art. 614, §3º: CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. A letra ‘D’ está incorreta, porquanto a participação dos sindicatos dos empregados nas negociações coletivas é obrigatória (Princípio da interveniência sindical na normatização coletiva): CF/88, art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; Gabarito: (C). 20. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2012 (adaptada) As condições estabelecidas em Acordo Coletivo de Trabalho prevalecerão sobre as estipuladas em Convenção Coletiva de Trabalho. Comentários: Nesta linha o art. 620 da CLT: CLT, art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. Gabarito: Alternativa correta. 21. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 O Sindicado A pretende denunciarConvenção Coletiva de Trabalho. O Sindicato B pretende prorrogar Convenção Coletiva de Trabalho. O Sindicato C pretende revisar Convenção Coletiva de Trabalho e o Sindicato D pretende a revogação parcial de Convenção Coletiva de Trabalho. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 95 115 Nestes casos, ficará subordinada, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos respectivos sindicatos convenentes os procedimentos pretendidos pelos Sindicatos (A) A, C e D, apenas. (B) A, B e C, apenas. (C) A e C, apenas. (D) B e C, apenas. (E) A, B, C e D. Comentários: Nosso gabarito é a alternativa (E), pois todos estes procedimentos devem se subordinar, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes: CLT, art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612. Quanto à prorrogação, precisamos lembrar que a própria CLT estabelece vigência máxima de 2 anos para os diplomas coletivos. Sendo assim, a eventual prorrogação (somada à vigência inicial, deve respeitar este prazo máximo). A revisão do diploma coletivo é o procedimento pelo qual as partes envolvidas na negociação decidem alterar determinada (s) cláusula (s) durante a vigência do mesmo. Já a denúncia significa que uma das partes pretende não cumprir o instrumento coletivo em vigor, e comunica a outra parte de sua intenção. Por fim, a revogação (total ou parcial) tem lugar quando as partes decidem, como o nome sugere, revogar algumas cláusulas - ou a totalidade - do CCT ou ACT vigorante. Gabarito: (E). 22. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 Considere as assertivas abaixo a respeito das Convenções e dos Acordos Coletivos de Trabalho. I. As Convenções Coletivas, embora de origem privada, criam regras jurídicas, ou seja, preceitos gerais, abstratos e impessoais. II. No Acordo Coletivo de Trabalho é imprescindível que a pactuação obreira se firme através do respectivo sindicato, mas não é necessária a presença do sindicato no polo empresarial da contratação. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 96 115 III. As Convenções Coletivas de Trabalho incidem em um universo amplo, caracterizado pela base profissional e econômica representada pelos respectivos sindicatos. IV. As Convenções Coletivas de Trabalho devem ser necessariamente escritas, solenes, mas os Acordos Coletivos de Trabalho podem ser verbais, dependendo de posterior ratificação pelas partes envolvidas. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e IV. (B) I e II. (C) II, III e IV. (D) I, II e III. (E) III e IV. Comentários: Como comentamos na aula, a negociação coletiva se compõe de regras jurídicas (preceitos gerais, abstratos e impessoais) e, também, de cláusulas contratuais. As negociações coletivas são normas autônomas, elaboradas com a participação de seus destinatários, ou seja, não são elaboradas diretamente pelo Estado. Relembrando o esquema com a natureza do conteúdo das CCT e ACT, a partir do que verificamos a correção da proposição I: Conteúdo dos diplomas coletivos Regras jurídicas Cláusulas contratuais Geram direitos e obrigações que irão se integrar aos contratos individuais de trabalho das respectivas bases representadas. Consubstanciam a razão de ser da negociação coletiva, enquanto mecanismo criador de fontes normativas autônomas do Direito do Trabalho. Criam direitos e obrigações para as respectivas partes convenentes (sindicato obreiro e sindicato patronal na CCT e sindicato obreiro e empresas pactuantes no ACT). Em geral, têm presença reduzida nos instrumentos coletivos. Exemplos: fixação de critérios mais vantajosos para cálculo de adicionais, piso salarial da categoria e criação de novas garantias de emprego. Exemplo: cláusula de negociação em que a empresa se obriga a entregar ao sindicato obreiro a lista de nomes e endereços de seus empregados. Já a proposição II trata de uma das diferenças principais entre CCT e ACT, que são os polos subjetivos pactuantes (de fato, na ACT não há participação do sindicato patronal): Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 97 115 Principais diferenças entre CCT e ACT Polos subjetivos pactuantes Abrangência das normas pactuadas Na CCT, a negociação é entabulada entre sindicatos (o sindicato obreiro e o sindicato patronal); no ACT a negociação conta com o sindicato obreiro, mas no outro polo da negociação há uma (ou mais de uma) empresa, e não o sindicato patronal. Na CCT, como os sujeitos pactuantes são os sindicatos obreiro e patronal, as normas jurídicas por ela definidas abrangem toda a base territorial das categorias profissional e econômica representadas pelos sindicatos pactuantes; já o ACT terá aplicação apenas nas empresas que figuraram como polo subjetivo (assim, sua abrangência é mais restrita que a da CCT). A proposição III, também correta, menciona as CCT, que são celebradas entre o sindicato obreiro e o sindicato patronal. De fato, a CCT incide em um universo amplo - se comparada à ACT, cuja abrangência se restringe às empresas que figuraram no polo empresarial. Por fim, a proposição IV está errada, visto que tanto CCT quanto ACT devem ser escritos, ou seja, devem ser solenes. Não se admite pactuação verbal de negociação coletiva. Gabarito: (D). Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 98 115 LISTA DE QUESTÕES Comissões de Conciliação Prévia 1. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017 As Comissões de Conciliação Prévia têm como atribuição tentar conciliar os conflitos individuais de trabalho, podendo ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. Quanto à Comissão instituída no âmbito da empresa, (A) será composta de, no mínimo, 4 e, no máximo, 12 membros. (B) haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares. (C) todos os membros da Comissão serão eleitos pelos trabalhadores da empresa, sendo a eleição fiscalizada pelo sindicato da categoria profissional. (D) o mandato dos membros da Comissão, titulares e suplentes, é de dois anos, permitida uma recondução. (E) o representante dos empregados ficará afastado de suas atividades normais para poder exercer as atribuições na Comissão. 2. CESPE/TRT-7 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2017 No que diz respeito às comissões de conciliação prévia no processo trabalhista, assinale a opção correta. A) O termo de conciliação possui eficácia de título executivo extrajudicial. B) A tentativa de negociação perante comissão de conciliação prévia, antes da instauração do dissídio individual, é facultativa. C) As comissões de conciliação prévia integram a estrutura do Poder Judiciário trabalhista. D) As comissões de conciliação prévia são obrigatórias em todos os locais onde exista sede da justiça do trabalho. 3. CESPE/TRT8 - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016 Acerca das comissões de conciliação prévia, assinale a opção correta. (A) Membro suplente dos empregados de comissão de conciliação prévia não possui estabilidade. (B) Qualquer demanda trabalhista pode ser objeto de discussão emcomissão de conciliação prévia. (C) Será descontado da sua folha de pagamento o valor equivalente ao período em que empregado designado a atuar como conciliador em data de expediente esteve ausente do trabalho. (D) As comissões de conciliação prévia são necessariamente compostas pelo sindicato dos empregados e pelo sindicato dos empregadores. (E) O mandato dos membros das comissões de conciliação prévia é de dois anos, vedada a recondução. 4. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016 A empresa “W” pretende instituir Comissão de Conciliação Prévia, porém está com dúvidas a respeito da sua composição. Neste caso, para esclarecer a referida empresa, deve-se informar que, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, a Comissão instituída no âmbito da empresa Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 99 115 (A) será composta de, no mínimo, três e, no máximo, nove membros. (B) 1/3 de seus membros será indicada pelo empregador. (C) 2/3 de seus membros será indicada pelo empregador. (D) será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros. (E) o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de três anos. 5. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2015 João, metalúrgico, após a homologação de sua rescisão do contrato de trabalho celebrado perante órgão sindical de forma idônea, insatisfeito, propôs demanda contra sua ex-empregadora perante Comissão de Conciliação Prévia, instituída na localidade de sua prestação de serviços. Na audiência designada, as partes chegaram a um acordo amigável, ressalvando expressamente que não faria parte do acordo as diferenças de FGTS que João entendia devidas. Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, João (A) não poderá ingressar com reclamação trabalhista, devendo procurar a Justiça Comum para pleitear diferenças de FGTS que entende devidas. (B) poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pleiteando todos os direitos que entende devidos decorrentes de seu extinto contrato de trabalho, uma vez que o acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia não possui eficácia liberatória geral para a empresa. (C) poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pleiteando somente os direitos ressalvados no acordo perante a Comissão de Conciliação Prévia, uma vez que o restante dos pedidos possui eficácia liberatória geral para a empresa. (D) não poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pois foi sua a iniciativa de não quitar integralmente os direitos oriundos do extinto contrato de trabalho. (E) não poderá ingressar com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pois escolheu uma das formas de solução dos conflitos trabalhistas, que foi a esfera extrajudicial, renunciando ao seu direito de ação. 6. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2015 A Comissão de Conciliação Prévia instituída no âmbito de empresa (A) terá 2/3 de seus membros eleitos pelos empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional. (B) terá 2/3 de seus membros indicados pelo empregador. (C) será composta de, no mínimo, 2 e, no máximo, 10 membros. (D) haverá 2 suplentes para cada representante titular. (E) será composta de, no mínimo, 3 e, no máximo, 7 membros. 7. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2014 Em relação à Comissão de Conciliação Prévia, é correto afirmar: (A) Na Comissão instituída no âmbito da empresa, o representante dos empregados ficará afastado de suas atividades normais, atuando apenas como conciliador durante todo o período do mandato. (B) Como forma de assegurar o funcionamento ininterrupto da Comissão instituída no âmbito da empresa, há previsão de dois suplentes para cada membro titular. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 100 115 (C) A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas no estatuto do sindicato. (D) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, quinze membros. (E) O mandado dos membros da Comissão instituída no âmbito da empresa, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. 8. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2013 Com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, a lei instituiu as Comissões de Conciliação Prévia. Sobre elas, é correto afirmar que (A) podem ser constituídas por empresas e os sindicatos, por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. (B) terão composição tripartite, com representantes dos empregados, dos empregadores e do governo federal. (C) é vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros titulares da Comissão de Conciliação Prévia, até dois anos após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave. (D) o termo de conciliação lavrado na Comissão de Conciliação Prévia não constitui um título executivo extrajudicial, bem como não tem eficácia liberatória, seja das parcelas expressamente consignadas ou daquelas ressalvadas. (E) o prazo prescricional para ação trabalhista não será suspenso ou interrompido a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia. 9. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 Assinale a opção correta com referência às comissões de conciliação prévia. (A) Na mesma localidade e para a mesma categoria, podem existir comissão de empresa e comissão sindical. (B) Somente poderá existir comissão de conciliação prévia no âmbito do sindicato. (C) O prazo prescricional será interrompido a partir da provocação da comissão de conciliação prévia. (D) O termo de conciliação é título executivo judicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas ressalvadas. (E) As comissões de conciliação prévia têm prazo de vinte dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. 10. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 Com fundamento nas regras instituídas pela CLT sobre as Comissões de Conciliação Prévia, é INCORRETO afirmar: (A) A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de no mínimo cinco e no máximo quinze membros. (B) O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo para a realização da sessão de tentativa de conciliação. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 101 115 (C) É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. (D) O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. (E) As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de 10 dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. 11. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 As Comissões de Conciliação Prévia (A) terão membros com mandato de dois anos, vedada a recondução. (B) não poderão ser constituídas por grupos de empresas. (C) poderão ser instituídas com apenas dois membros. (D) terão membros com mandato de um ano, vedada a recondução. (E) terão o dobro de suplentes em relação ao número de seus membros. 12.FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de Conciliação Prévia (A) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada). (B) não possuem prazo pré-estabelecido na legislação trabalhista supra mencionada para a realização da sessão de tentativa de conciliação. (C) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da intimação da parte contrária (reclamada). (D) têm prazo de trinta dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. (E) têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. 13. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2010 De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, as Comissões de Conciliação Prévia (A) instituídas no âmbito da empresa terão 1/3 de seus membros indicados pelo empregador, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional. (B) instituídas no âmbito da empresa serão compostas de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, com mandato de um ano, permitida uma recondução. (C) têm prazo de quinze dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação, a partir da provocação do interessado. (D) devem possuir caráter intersindical, sendo vedada a constituição por grupos de empresas. (E) são órgãos administrativos cujo objetivo é a tentativa de conciliação entre empregados e empregadores, sendo que o seu termo de conciliação não possui caráter de título executivo extrajudicial. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 102 115 ==d8eaf== GABARITO 1. B 2. X 3. B 4. D 5. C 6. C 7. ANU 8. A 9. A 10. A 11. C 12. E 13. B Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 103 115 LISTA DE QUESTÕES Direito coletivo do trabalho 1. FCC - 2022 - TRT-ES – Técnico Judiciário A fábrica de colchões Sono dos Justos Ltda. pretende celebrar Acordo Coletivo com o sindicato dos empregados, visando a preservação de empregos. Dentre algumas cláusulas em negociação estão: I. Equivalência entre remuneração do trabalho noturno e diurno por 12 meses. II. Estabelecimento de banco de horas anual. III. Redução do intervalo para repouso e alimentação para 30 minutos para todos os empregados, incluindo os de jornada de 8 horas. IV. Indenização rescisória sobre o saldo do FGTS para 30% durante 12 meses. V. Exclusão do regime de participação nos lucros por 24 meses. De acordo com a CLT, são ilícitas APENAS as cláusulas constantes em (A) I, IV e V. (B) I, II e III. (C) I e IV. (D) II, III e V. (E) II e IV. 2. FCC - 2023 - TRT-GO – Técnico Judiciário Com o fim de evitar demissões de empregados, a indústria de panificação Bisnaga Macia está negociando com o Sindicato dos Empregados um Acordo Coletivo de modo a possibilitar ter um alívio na folha de pagamento mensal e conseguir manter os empregos. Dentre algumas das cláusulas colocadas a exame encontram-se: I. Estabelecimento de banco de horas para compensação de jornada dentro do prazo de 1 ano. II. Alteração do grau de insalubridade por um período de 6 meses. III. Redução por 1 ano do percentual de depósito de FGTS de 8% para 6%. IV. Igualdade por 90 dias da remuneração do trabalho noturno e diurno. V. Remanejamento dos feriados para que a folga recaia na primeira sexta-feira após o dia efetivo. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 104 115 Com base no que prevê a Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se como cláusula lícita o que consta APENAS em (A) I, IV e V. (B) I, II e III. (C) II, III e IV. (D) III, IV e V. (E) I, II e V. 3. FCC - 2022 - TRT-PR - Analista Judiciário Considere: I. Troca do dia de feriado. II. Remuneração por produtividade. III. Repouso semanal remunerado. IV. Enquadramento do grau de insalubridade. V. Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos direitos previstos no que se afirma APENAS em (A) III e V. (B) II e III. (C) I, IV e V. (D) I, III e IV. (E) I e II. 4. FCC - 2022 - TRT-RS - Técnico Judiciário De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, no exame de uma convenção ou acordo coletivo, a Justiça do Trabalho balizará sua atuação pelo princípio da (A) primazia da realidade. (B) intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 105 115 (C) interpretação mais favorável ao empregado. (D) estrita legalidade, em detrimento da autonomia privada coletiva. (E) condição mais benéfica ao empregado, hipossuficiente na relação. 5. FCC/TRT15 – Analista – Área Judiciária - 2018 Considerando as disposições da Lei nº 13.467/2017, são válidas as cláusulas de acordo coletivo de trabalho que estipulem (A) possibilidade de redução em 4 horas da jornada semanal em atividades insalubres, caso em que não haverá o pagamento do adicional respectivo; pagamento do 13º salário no seu valor nominal integral, mas em 4 parcelas distribuídas ao longo do ano; ultratividade das cláusulas que estipulem vantagens individualmente adquiridas. (B) taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização; aviso prévio de 30 dias para todos os trabalhadores da categoria, independentemente do tempo de serviço; intervalo intrajornada com duração de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas. (C) intervalo intrajornada com duração de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas; pagamento do 13º salário no seu valor nominal integral, mas em 4 parcelas distribuídas ao longo do ano; remuneração por desempenho individual. (D) prêmio de incentivo em bens ou serviços; taxa negocial a ser descontada dos salários dos integrantes da categoria, independentemente de autorização; pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais. (E) regime de sobreaviso; modalidade de registro da jornada de trabalho; ultratividade das cláusulas que estipulem vantagens individualmente adquiridas. 6. FCC/TRT-PE – Oficial de Justiça – 2018 - adaptada A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre o disposto em lei, de acordo com a recente alteração da CLT promovida pela Lei nº 13.467/2017. Constitui objeto lícito da convenção coletiva ou do acordo coletivo a (A) redução do intervalo intrajornada, desde que observe o intervalo mínimo de 15 minutos para jornada superior a 6 horas. (B) definição da modalidade de registro da jornada de trabalho. (C) redução temporária, limitada a 6 meses, do percentual de depósito do FGTS. (D) redução do prazo do aviso prévio, podendo ser inferior a 30 dias, com no mínimo 23 dias. (E) diminuição do número de dias de férias, podendo ser inferior a 30 dias, com no mínimo 15 dias. 7. FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária - 2017 Considerando as alterações da Lei no 13.467/2017, Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 106 115 ==d8eaf== (A) a convenção e o acordo coletivode trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre os locais destinados à guarda dos filhos das empregadas durante o período de amamentação. (B) a convenção e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre duração do trabalho e intervalos, tendo em vista que não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho. (C) não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo permitida sua ultratividade em relação às cláusulas que assegurem vantagens pessoais. (D) as condições estabelecidas em convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo, com exceção das cláusulas econômicas que, em razão das peculiaridades de cada empresa, se estipuladas em acordo coletivo, sempre prevalecerão. (E) a celebração de convenção coletiva e de acordo coletivo de trabalho é prerrogativa das entidades sindicais de base, não se incluindo nas atribuições das federações e das confederações, que são entidades sindicais de cúpula responsáveis pela coordenação do movimento sindical e não podem participar diretamente das negociações coletivas. 8. FCC/TRT-RN – Técnico Administrativo - 2017 Determinada categoria econômica e profissional está em fase de negociação coletiva, e, nesta hipótese, estão sendo debatidas as cláusulas da convenção coletiva a ser celebrada. Considerando o que dispõe a Lei nº 13.467/2017, constitui(em) objeto ilícito de convenção coletiva e de acordo coletivo de trabalho, a supressão ou a redução do(s) seguinte(s) direito(s): (A) banco de horas anual. (B) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente. (C) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. (D) enquadramento do grau de insalubridade. (E) participação nos lucros ou resultados da empresa. 9. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017 Conforme nova redação dada à CLT, por força da Lei no 13.467/2017, considere: I. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando dispuserem sobre remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual. II. Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. III. Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho a supressão ou a redução do valor nominal do décimo terceiro salário. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 107 115 IV. Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados. Está correto o que consta em (A) II, III e IV, apenas. (B) I, II e III, apenas. (C) I, II, III e IV. (D) I, III e IV, apenas. (E) I, II e IV, apenas. 10. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017 A Lei no 13.467/2017 ampliou a abrangência da negociação coletiva de trabalho, fixando novas regras acerca da convenção coletiva e do acordo coletivo de trabalho, entre as quais: (A) A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho ensejará sua nulidade por caracterizar um vício do negócio jurídico. (B) Constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho o enquadramento do grau de insalubridade. (C) Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. (D) Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, salvo quando se tratar de direitos individualmente adquiridos. (E) Os empregados contratados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras, salvo previsão em sentido contrário em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. 11. FCC/TST – Analista Judiciário – Taquigrafia - 2017 A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei, podendo ser livremente acordado, inclusive com a redução ou a supressão, quando dispuserem sobre: (A) seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança. (B) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente e valor nominal do décimo terceiro salário. (C) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno, regulamento empresarial e participação nos lucros ou resultados da empresa. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 108 115 (D) adesão ao Programa Seguro-Emprego − PSE, repouso semanal remunerado, remuneração por produtividade, incluídas gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual. (E) banco de horas anual, intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas e troca do dia de feriado. 12. CESPE/TRT-7 – Técnico Judiciário - 2017 A negociação coletiva, que é uma forma de ajuste entre empregados e empregador, visa solucionar divergências mediante a realização de convenção ou acordo coletivo de trabalho, cuja celebração pelo sindicato demanda deliberação de assembleia geral especialmente convocada para esse fim. Para a validade, a assembleia dependerá do quórum de comparecimento dos empregados e da votação, que, em primeira convocação, será de A) dois terços. B) um quarto. C) um terço. D) um oitavo. 13. FCC/TRT23 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada) Em relação às convenções coletivas e aos acordos coletivos de trabalho é INCORRETO afirmar que (A) o instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de convenção ou acordo coletivo será depositado, para fins de registro e arquivamento, no órgão competente. (B) as convenções e os acordos entrarão em vigor cinco dias após a data da entrega dos mesmos no órgão competente. (C) os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. 14. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015 Em relação às normas coletivas, (A) os efeitos de uma convenção coletiva de trabalho só alcançam os associados dos sindicatos convenentes. (B) o acordo coletivo de trabalho é ajustado entre um grupo de empregados e uma ou mais empresas, à revelia dos sindicatos representativos das categorias profissional e econômica. (C) o prazo de duração do acordo coletivo de trabalho é sempre menor do que o da convenção coletiva de trabalho. (D) as convenções e os acordos coletivos de trabalho somente têm vigência após a homologação de seu conteúdo pelo Ministério do Trabalho. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 109 115 (E) as convenções e os acordos coletivos de trabalho entrarão em vigor três dias após a data de entrega dos mesmos no Ministério do Trabalho. 15. FCC/TRT16 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2014 No tocante às convenções e acordos coletivos de trabalho, considere: I. O acordocoletivo de trabalho é o instrumento normativo que decorre da negociação coletiva, sendo firmado, em regra, pelo sindicato da categoria profissional com uma ou mais empresas. II. O acordo coletivo não é fonte do Direito do Trabalho, uma vez que estabelece normas genéricas e abstratas. III. A cláusula de convenção coletiva de trabalho que prevê multa ao sindicato que descumprir a convenção coletiva classifica-se em obrigacional. IV. O prazo máximo de duração de convenção coletiva de trabalho são três anos, permitida uma única prorrogação desde que dentro deste período. Está correto o que se afirma APENAS em (A) II e IV. (B) I, III e IV. (C) I, II e III. (D) I e III. (E) II e III. 16. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2013 Em relação às normas coletivas de trabalho, é correto afirmar: (A) Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa ou das empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho. (B) Acordo Coletivo de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual se estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. (C) O processo de prorrogação de Convenção ou Acordo será automático, desde que não haja manifestação expressa em sentido contrário da Assembleia Geral dos sindicatos convenentes. (D) Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a quatro anos. (E) Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. 17. FCC/TRT15 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 110 115 Considere as seguintes assertivas a respeito das Convenção Coletivas de Trabalho e sobre os Acordos Coletivos de Trabalho: I. A Convenção Coletiva de Trabalho é um negócio jurídico de caráter normativo. II. O Acordo Coletivo de Trabalho é celebrado entre Sindicatos de categorias profissionais e uma ou mais empresas da correspondente categoria para estipular condições de trabalho aplicáveis no âmbito da empresa ou empresas acordantes. III. As Convenções Coletivas de Trabalho podem ser estipuladas com o prazo máximo de duração de um ano. IV. É vedada a prorrogação total ou parcial de Convenção Coletiva de Trabalho, em razão da necessidade de atenção ao quórum de votação mínimo deste instrumento. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I, II e III. (C) II, III e IV. (D) I e III. (E) II e IV. 18. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2013 A Constituição Federal prevê que é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas. Sobre essas negociações, conforme normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, é correto afirmar que (A) as Federações e, na falta destas, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais não poderão celebrar Convenções Coletivas de Trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, mesmo que a categoria não esteja organizada em Sindicatos. (B) a Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho. (C) os Sindicatos poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, mesmo que não seja convocada Assembleia Geral para esse fim específico, visto que representam os interesses coletivos da categoria. (D) os Acordos e Convenções Coletivos de Trabalho devem conter a designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes, podendo ser ajustadas por prazo indeterminado. (E) os Sindicatos representativos de categorias profissionais poderão celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho aplicáveis no âmbito de toda a categoria. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 111 115 19. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2013 (adaptada) À luz do direito coletivo do trabalho, assinale a opção correta. (A) Somente será válida a compensação de jornada se ajustada mediante convenção coletiva de trabalho. (B) Conforme entendimento pacificado do TST, o empregado integrante de categoria profissional diferenciada tem o direito de haver de seu empregador as vantagens previstas em convenção coletiva, ainda que a empresa não tenha sido representada por órgão de classe de sua categoria. (C) A convenção coletiva de trabalho, acordo de caráter normativo por meio do qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, aos contratos individuais de trabalho, é válida apenas pelo período determinado, não integrando suas cláusulas o contrato de trabalho após o termo desse período. (D) A participação do sindicato nas negociações coletivas de trabalho da categoria que representa é facultativa. 20. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2012 (adaptada) As condições estabelecidas em Acordo Coletivo de Trabalho prevalecerão sobre as estipuladas em Convenção Coletiva de Trabalho. 21. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 O Sindicado A pretende denunciar Convenção Coletiva de Trabalho. O Sindicato B pretende prorrogar Convenção Coletiva de Trabalho. O Sindicato C pretende revisar Convenção Coletiva de Trabalho e o Sindicato D pretende a revogação parcial de Convenção Coletiva de Trabalho. Nestes casos, ficará subordinada, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos respectivos sindicatos convenentes os procedimentos pretendidos pelos Sindicatos (A) A, C e D, apenas. (B) A, B e C, apenas. (C) A e C, apenas. (D) B e C, apenas. (E) A, B, C e D. 22. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2011 Considere as assertivas abaixo a respeito das Convenções e dos Acordos Coletivos de Trabalho. I. As Convenções Coletivas, embora de origem privada, criam regras jurídicas, ou seja, preceitos gerais, abstratos e impessoais. II. No Acordo Coletivo de Trabalho é imprescindível que a pactuação obreira se firme através do respectivo sindicato, mas não é necessária a presença do sindicato no polo empresarial da contratação. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 112 115 III. As Convenções Coletivas de Trabalho incidem em um universo amplo, caracterizado pela base profissional e econômica representada pelos respectivos sindicatos. IV. As Convenções Coletivas de Trabalho devem ser necessariamente escritas, solenes, mas os Acordos Coletivos de Trabalho podem ser verbais, dependendo de posterior ratificação pelas partes envolvidas. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e IV. (B) I e II. (C) II, III e IV. (D) I, II e III. (E) III e IV. Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 113 115 GABARITO 1. C 2. E 3. A 4. B 5. C 6. B 7. B 8. C 9. C 10. C 11. E 12. A 13. B 14. E 15. D 16. E 17. A 18. B 19. C 20. C 21. E 22.D Antonio Daud Aula 09 TRT 7ª Região (Analista Judiciário - Área Administrativa) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br https://t.me/kakashi_copiador 114 115