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MAIS COM MENOS THAÍS GUERRA E GABRIEL BASTOS, DA FLORI TECH: FOCO NA EFICIÊNCIA NO MODO ECONOMIA COMO USAR TECNOLOGIA, NOVAS TÁTICAS DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO PARA FECHAR O ANO NO AZUL AG O STO 20 22 • N º399 • R $ 20 ,0 0 C arga Tributária FederalAproxim ada 4,65% P E Q U E N A S E M P R E S A S G R A N D E S N E G Ó C I O S EDIÇÃO 399 AGO/2022 33º ANO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS https://t.me/BrasilRevistas Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS B AC K E N D 8 4 9 0 4 0 5 6 F R O N T E N D 1 8 1 6 2 2 2 4 2 9 2 0 1 2 6 3 0 D ATA B A S E S UM Á R I O CARTA AO LEITOR A Estônia é um país pouco maior do que o estado do Rio de Janeiro. Mas sua infraestrutura, com direito a um programa de residência digital, atrai empreendedores de todo o mundo ESPECIAL PEQUENA GIGANTE O cofundador e CEO da CI&T conta como aprendeu com erros e acertos a levar a empresa ao sucesso e dá dicas para quem quer empreender e inovar em um cenário desafiador ENTREVISTA CESAR GON FORA DA TOCA DE BEM COM O PERÍODO MENSTRUAL ESTE NOTE ESTÁ PARA ALUGAR INGREDIENTE PROTAGONISTA Nos últimos dois anos, o franchising ganhou novos perfis de franqueado, que aproveitaram formatos de negócios mais econômicos e flexíveis. Confira histórias de quem apostou nessa nova onda MERCADO FRANQUEADO 2.0 AS MELHORES FRANQUIAS DO BRASIL ARMAZÉM INTELIGENTE DEMOCRACIA DO DINHEIRO Ser mais eficiente na gestão do negócio sem aumentar os custos é a melhor estratégia para enfrentar a crise atual. Veja exemplos de empresas que já colocam isso em prática e dicas de como começar CAPA COMO FAZER MAIS COM MENOS HOW TO OTIMIZE O SEU TEMPO C A P A T H AY N Á B O N I N FO TO :R AF AE L D AB U L O S FAT U R AM E N TO S P U B L I C A D O S N A S M AT É R I A S S ÃO I N F O RM A D O S P E L A S P R Ó P R I A S E M P R E S A S I M P O R TA N T E P A R A FA L A R COM A R E D AÇ ÃO , C OM E N TA R R E P O R TAG E N S O U FA Z E R S U G E S TÕ E S , E S C R E VA P A R A : P E G N@ E D G LO B O . C OM . B R ACOM PA N H E O S D E S T AQ U E S D A S E M A N A P E L A N EW S L E T T E R ( C A D A S T R O E M N O S S O S I T E ) ANUNC IE 1 1 3 7 67 - 7 700 E 1 1 3767-7489 (SP ) ; 2 1 3380-5924 (RJ ) ; PUBL I PEGN@EDGLOBO .COM .BR A S S I N E P E Q U E N A S E M P R E S A S & G R A N D E S N E G Ó C I O S WWW . A S S I N E G L O B O . C OM . B R DEU CERTO GENIVALDO RIBEIRO DA SILVA 6 6 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS PEGN.COM.BR VESTUÁRIO PARA AS CRIANÇAS SÓ NO SITE FAÇA PARTE DA MAIOR E MAIS IMPORTANTE COMUNIDADE DE EMPREENDEDORISMO DO BRASIL FA C E B O O K . C OM / R E V I S T A P E G N L I N K E D I N . C OM / S H OWC A S E / R E V I S T A P E G N TW I T T E R . C OM / P E Q EM P R E S A S P I N T E R E S T . C OM / R E V I S T A P E G N I N S TAG R AM . C OM / R E V I S T A P E G N Depois de costurar uma fantasia para o sobrinho, em 2020, Bruna Priori viu a oportunidade de vender esse tipo de peça. Impulsionada pela tendêcia dos ‘mêsversários’, a Priori Kids faturou R$ 85 mil em 2021 e projeta chegar a R$ 400 mil neste ano. glo.bo/3B9OFqj Inspirados pela cultura dos ‘slams’, Lincoln Pires e Larissa Costa criaram a Monomito Filmes, produtora com foco em projetos que representam as periferias. A empresa atende clientes como iFood e espera faturar R$ 250 mil em 2022. glo.bo/3PEETk0 AUDIOVISUAL DIRETO DA PERIFERIA N E N H UM A EM P R E S A , E X C E TO A E D I T O R A G LO B O , E S TÁ A U TO R I Z A D A A V E N D E R P R O D U TO S O U S E R V I Ç O S E M N OM E D E P E Q U E N A S E M P R E S A S & G R A N D E S N E G Ó C I O S . E M C A S O D E D Ú V I D A , E S C R E VA P A R A P E G N@ E D G LO B O . C OM . B R ERRATA Diferentemente do publicado na reportagem Como abrir uma empresa no pós-pandemia (edição 396, de abril), a sócia responsável pela área comercial da startup Veroni se chama Liz Magalhães e tem 26 anos. CONEXÃO PATRÍCIA SPRADA, DA ECOCÃO: BOM RELACIONAMENTO COM FORNECEDOR TRAZ BONS FRUTOS PARA A EMPRESA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :T H AY N Á B O N IN P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 16 AO L E I TO R O CLUBE dos EFICIENTES Alta nos insumos, queda no poder de compra, gasolina nas alturas, e o dólar nem se fala. Sem contar o cansaço pós(?)-pandemia da equipe, aquele burnout à espreita. O mercado não para, concorren- tes correndo por fora, clientes que demandam inovação. A pergunta que não sai da cabe- ça do empreendedor é: como, afinal, fazer mais commenos? A resposta, como você con- fere na reportagem de capa deste mês, pode estar muito mais próxima do que parece. Trazemos, por exemplo, al- gumas táticas de negociação para diminuir gastos com o ponto comercial ou com a compra de matéria-prima. Mostramos como uma em- presa usa a tecnologia para reduzir perdas e economizar com armazenamento e entrega de mercadorias. Em outro ne- gócio, mudanças na gestão da equipe levaram amaior produ- tividade. Ou seja, as soluções estão ao alcance – e ajudam não só a colocar as contas no azul, mas a ter uma boa mar- gem de lucro. Falando em lucro, revelamos, em uma reportagem especial, quem são os franqueados que estão aproveitandonovas opor- tunidades. Eles abremnegócios em condomínios ou escolas, empreendem em casa e inves- tem em franquias de repasse. Encontram nichos e formatos rentáveis até mesmo em mer- cados ultracompetitivos. Mas, se você busca uma chance fora do Brasil, não pode perder a matéria que fizemos in loco na Estônia. O pequeno país do nordeste europeu se orgulha das suas startups – en- tre elas, alguns unicórnios – e investiu em um programa de e-residency que permite a es- trangeiros empreender por lá. As vantagens? Um ecossistema altamente digitalizado (até a burocracia é) e uma porta para a União Europeia. Agora, se você não consegue se organizar e decidir o que fa- zer primeiro – cortar custos? Internacionalizar? Identificar oportunidades? –, lá no fim da revista tem dicas para geren- ciar melhor o tempo. Sei bem que não está fácil, e estamos aqui para te ajudar. Um abraço e fique bem, MARIANA IWAKURA E D I T O R A - C H E F E @M A R I _ I WA KM A R I A N A I WA K U R A Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 Pequenas Empresas & Grandes Negócios é uma publicação mensal da EDITORA GLOBO S.A. Av. 9 de Julho, 5.229, Jardim Paulista, São Paulo (SP), CEP 01407-907 – Tel. 11 3767-7000. Distribuidor para todo o Brasil: Dinap - Distribuidora Nacional de Publicações; Impressão: Log & Print Gráfica e Logística S/A – Rua Joana Foresto Storani, 676 – Distrito Industrial Vinhedo – SP DESEJA FALAR COM A EDITORA GLOBO? 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PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO: pegn@edglobo.com.br DIRETOR GERAL: Frederic Zoghaib Kachar DIRETOR NACIONAL DE NEGÓCIOS: Ricardo Rodrigues DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL: Tiago Afonso DIREÇÃO AUDIÊNCIA: Diego Macedo DIREÇÃO EDITORIAL: Daniela Tófoli e Sandra Boccia O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de confiança razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa - Ano 2011, da Editora Globo S.A., é preciso, confiável e livre de erro ou distorção e é uma representação equitativa dosdados e informações de GEE sobre o período de referência, para o escopo definido; foi elaborado em conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol. Fundada há 33 anos, a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios tem por missão ajudar pessoas inovadoras a transformar ideias em grandes realizações. As reportagens da revista apresentam oportunidades de negócios para micro, pequenas e médias empresas e têm o compromisso de informar o que há de mais moderno em conceitos de gestão, marketing, estratégia, finanças e tecnologia. Acreditamos que é possível fazer aquilo que você gosta. E lucrar com isso Acreditamos que é possível ter lucro criando um ambiente de trabalho saudável, inspirador e causando um impacto positivo na sociedade Acreditamos na inovação e na força criativa que vêm das novas empresas Acreditamos no empreendedorismo como pilar essencial para uma economia equilibrada e para uma melhor distribuição de riquezas Acreditamos que o empreendedorismo pode e deve ser promovido e ensinado nas escolas de todo o país, para despertar talentos e habilitar os cidadãos a administrar seus negócios Acreditamos no empreendedorismo como chave para a realização de sonhos Acreditamos que o empreendedorismo está alinhado com a visão de mundo (trabalho com diversão e senso de propósito) das novas gerações Acreditamos que compartilhar conhecimento produz experiências mais ricas Acreditamos que a informação precisa, clara e de qualidade seja um instrumento capaz de transformar e aperfeiçoar empreendedores, empresas e relações de trabalho Acreditamos que todas as empresas, independentemente do tamanho, devem adotar práticas ambientalmente corretas e gerar lucro de modo sustentável NOSSOS VALORES REDAÇÃO PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS EDITORA-CHEFE: Mariana Iwakura EDITORA EXECUTIVA: Juliana Ventura EDITORA-ASSISTENTE: Ana Laura Stachewski REPÓRTERES: Carina Brito e Paulo Gratão ESTAGIÁRIOS: Rafaela Freitas e Vinícius Alves COLABORADORES: Adriana Fonseca, Ediane Tiago, Mauro Silveira, Mônica Kato e Rebecca Silva (texto); Laís Rigotti (revisão); Alexandre DiPaula, Camila Cara, Daniel Gallo, José Medeiros, Rafael Dabul, Ricardo Benichio, Tamara Lopes, Thayná Bonin e Vítor Jardim (fotos); Caco Neves e Fralvez (ilustrações) ESTÚDIO DE CRIAÇÃO DIRETOR: Rodrigo Buldrini DIRETOR DE ARTE: Alex Vargas Cassalho EDITORES DE ARTE ASSISTENTES: Clayton Rodrigues e Daniel Pastori DESIGNERS: Demetrios Cardozo, Felipe Hideki Yatabe e Pablo Gonzalez COLABORADORES: Lessandra Martins (designer) e Fernanda Ferrari (designer) MERCADO ANUNCIANTE SEGMENTOS: FINANCEIRO – IMOBILIÁRIO – INFRA/LOG – INDÚSTRIA/ENERGIA – AGRONEGÓCIO DIRETOR DE NEGÓCIOS: Emiliano Morad Hansenn; GERENTE DE NEGÓCIOS: João Carlos Meyer; COORDENADORA DE NEGÓCIOS (PUBLICIDADE LEGAL): Francimaria Pacheco Da Silva Santos; COORDENADORA DE NEGÓCIOS (AGRONEGÓCIO): Cristiane Nogueira; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Bruna Serrajordia Ros, Catarina Augusta Pedroso dos Santos, Edvaldo da Silva, Fabio Bastos Ferreira de Andrade, Juliana Fernandes e Selma Teixeira da Costa SEGMENTOS: EDUCAÇÃO – ALIMENTOS E BEBIDAS – MONTADORAS – VAREJO – TELECOM – TECNOLOGIA – ELETRÔNICOS GERENTE DE NEGÓCIOS: Lilian Cassamassimo Baima; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Cesar Augusto Picchi Daltozo, Cristina Furuko, Flávia Marangoni, Karina Penachio Primon, Renato Arellas e Roberto Loz Junior SEGMENTOS: MODA – BELEZA – HIGIENE DOMÉSTICA E PESSOAL – SHOPPING – DECORAÇÃO – SAÚDE – CIAS AÉREAS – TURISMO – PUERICULTURA – MÍDIA – ENTRETENIMENTO – OUTROS DIRETORA DE NEGÓCIOS: Olivia Cipolla Bolonha; COORDENADORA DE NEGÓCIOS (DECORAÇÃO): Fátima Regina Ottaviani; COORDENADOR DE NEGÓCIOS (ENTRETENIMENTO, SAÚDE E TURISMO):Marcelo Malzoni Barreto; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Arthur Alves de Carvalho, Eliana Lima Fagundes, Jessica Arslan e Lilian de Marche Noffs COORDENADORA DE NEGÓCIOS EDITORA GLOBO | EDIÇÕES GLOBO CONDÉ NAST: Renata Dias RIO DE JANEIRO DIRETOR DE NEGÓCIOS: Marcelo Lima da Cunha Mattos; GERENTES DE NEGÓCIOS: Darlene Bastos Campos Machado (VAREJO) e Monica Monnerat C. da Gama e Silva (BELEZA – MODA – SHOPPING); EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Alessandra de Oliveira Correa Fernandes, André Rodrigues Ramos, Beatriz dos Santos Alves, Claudia de Carvalho Coutinho, Daniela Nunes Lopes, Kalinka Martins Valadares de Araújo e Marley Ramos Trindade DIRETOR DE NEGÓCIOS (GOVERNO – SERVIÇOS PÚBLICOS SOCIAIS – ENERGIA): Luiz Fernando Manso; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Robert de Souza Correa (ENERGIA), Claudia Cubeiro (GOVERNO) e Marcelo Valentim (PUBLICIDADE LEGAL) COORDENADOR GERAL DE PME E NOVOS NEGÓCIOS: Fabio Paz do Lago; COORDENADORES DE ÁREA: Cyro Marçal e Jorge Guaiacy; COORDENADORA DE TELEMARKETING: Valéria Brasil; EXECUTIVO DE NEGÓCIOS (CORRETOR):Miguel Fernandes BRASÍLIA DIRETOR DE NEGÓCIOS: Luiz Fernando Manso; COORDENADORA ÁREA COMERCIAL: Luciana Gomes de Oliveira Burnett ESCRITÓRIOS REGIONAIS DIRETORA DE NEGÓCIOS: Thaís Éboli Haddad; CONTATO PUBLICIDADE: Ana Carolina Lima DESENVOLVIMENTO COMERCIAL G.LAB: Edward Pimenta PROJETOS ESPECIAIS (RJ/SP): Leonardo André EVENTOS (RJ): Christiano Coimbra; EVENTOS (SP): Daniela Valente OPERAÇÕES COMERCIAIS GERENTE DE OPERAÇÕES COMERCIAIS: Anderson Góes Silva O QUE É O G.LAB O G.Lab elabora conteúdos de qualidade patrocinados por empresas que contratam seus serviços. Esses conteúdos são identificados por expressões como “apresenta”, “apresentado por”, “oferecimento”, “especial publicitário”, “conteúdo publicitário”, “publieditorial” e “promo”. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS CONEXÃO T R A N S FO RMAÇÃO 1 1 T E N D Ê N C IA S C R IA T IV ID A D E DNE TNORF DNE TNORF P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 2 F R O N T E N D • E V E N TO A S ME L HO R E S F R A NQU I A S do B R A S I L Conheça as principais laureadas e as 99 redes que alcançaram 5 estrelas na edição de 2022 da premiação de Pequenas Empresas & Grandes Negócios T E X T O J U L I A N A V E N T U R A FOTOS A L E X A N D R E D I P A U L A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Na edição 2022 do prêmioMelhores Franquias do Bra- sil, a grande vencedora foi do segmento de alimenta- ção: a rede de grelhados Montana Grill. Entre as mi- crofranquias (categoria com investimento inicial de até R$ 105 mil), a escolhida foi a Maria Brasileira, de limpeza – que havia levado o prêmio em 2021. Patro- cinado pela Mercedes-Benz e pelo Itaú, o evento, rea- lizado em 21 de junho, ocorreu de forma híbrida, com representantes dos principais vencedores na festa presencial, e transmissão pelas redes sociais de PEGN. Noventa e nove empresas receberam cinco estrelas, chancela que atesta a excelência na gestão dos negó- cios. Também foram reconhecidas as redes que obti- veram as maiores notas nos quesitos Desempenho da Rede, Qualidade da Rede e Satisfação do Franqueado – Cacau Show, Alphagraphics e Terça da Serra Resi- dencial Sênior, respectivamente. A pesquisa foi realizada de maneira totalmente isenta pela Serasa Experian com 422 empresas ins- critas. As marcas foram avaliadas sob três critérios: a qualidade da rede (o valor da marca, o investimento em marketing e a inovação), o desempenho da rede (a performance financeira) e a satisfação do franqueado (a avaliação dos donos das unidades em relação aos serviços prestados pela franqueadora). A festa celebrou também a retomada do setor, que, depois de dois anos de pandemia, registrou no pri- meiro trimestre de 2022 crescimento de 8,8% em fa- turamento. Na abertura da festa, a editora-chefe de PEGN,Mariana Iwakura, lembrou os desafios da crise sanitária e reconheceu os esforços das redes para manter os negócios e se reinventar com novos mode- losde franquia, revisão de mix de produtos, inova- ções e estratégias omnichannel. CON F I R A O S D E S TAQU E S DO PR ÊM I O M E LHOR E S F R ANQU I A S DO B R A S I L 2 0 2 2 F R A NQ U I A DO ANO • Montana Grill Rede se aproximou dos franqueados e desenvolveu novidades voltadas a praças de alimentação ME LHO R M I C RO F R A NQ U I A • Maria Brasileira Marca focou em treinamento e digitalização, com banco próprio e previsão de lançamento de um aplicativo S AT I S FAÇÃO DO F R A NQ U E A DO • Terça da Serra Residencial Sênior Voltada ao cuidado de idosos, rede tem canal direto com os franqueados para medir o engajamento D E S EM PE N HO DA R E D E • Cacau Show Das 503 operações abertas em 2021, mais de 200 foram no formato contêiner, novidade que a marca lançou para se expandir QUA L I D A D E DA R E D E • Alphagraphics Marca oferece suporte na operacionalização de ações que geram vendas diretas, com disparo de campanhas digitais e gestão de mídias sociais Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 3P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 1 OS APRESENTADORES BETO MARDEN E CRIS GUTERRES, E A DJ ANA SERRONI, NO PALCO DO EVENTO 2 JORGE MARIANO, GERENTE NACIONAL DE EXPANSÃO DO GRUPO HALIPAR, DA MARCA MONTANA GRILL ; RICARDO JOSÉ ALVES, FUNDADOR E CEO, E ROBINSON MANARINI, GESTOR DA MONTANA GRILL 3 FELIPE BURANELLO, CEO E FUNDADOR DA MARIA BRASILEIRA, E JULIANA PITELLI, SÓCIA E GESTORA DE EXPANSÃO DA MARCA, ELEITA A MELHOR MICROFRANQUIA 4 BETO MARDEN E A SPRINTER DA MERCEDES-BENZ 1 2 3 4 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 4 F R O N T E N D • E V E N TO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 1 3 5 6 4 2 1 CRIS GUTERRES E BETO MARDEN 2 ANDRÉ FRIEDHEIM, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING, E MARIANA IWAKURA, EDITORA-CHEFE DE PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 3 BRUNA RODRIGUES, GERENTE DE OPERAÇÕES, E WEVERSON GOMES, GERENTE DE IMPLANTAÇÃO, REPRESENTARAM A REDE TERÇA DA SERRA RESIDENCIAL SÊNIOR 4 PAULO GRATÃO, REPÓRTER DE PEGN, ENTREGA O PRÊMIO A ARLAN ROQUE, GERENTE EXECUTIVO DE EXPANSÃO, E ELI CUNHA, GERENTE NACIONAL DE FRANQUIAS DA CACAU SHOW 5 RODRIGO ABREU, PRESIDENTE DA ALPHAGRAPHICS, RECEBE O TROFÉU DAS MÃOS DE GRATÃO 6 A DJ ANA SERRONI ANIMOU O EVENTO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 5P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 AS 9 9 F R ANQU I A S 5 E S T R E L A S D E 2 0 2 2 5àsec Água Doce Cachaçaria Sabores do Brasil All Net Educação Alphagraphics Anjos Colchões e Sofás Bella Capri Pizzaria Bibi Billy The Grill Bob’s Casa Bauducco Casa do Construtor - Aluguel de Equipamentos Cebrac - Centro Brasileiro de Cursos Ceofood Ceopag Chilli Beans China In Box Chiquinho Sorvetes Clube Turismo CNA Coife Odonto Constance Calçados Croasonho Divino Fogão - Comida da Fazenda Doutor Hérnia Doutor Sofá Emagrecentro Faculdade Inspirar Farmácia Roval de Manipulação Farmácias Brasil Poupa Lar Farmafórmula First Class Fisk Centro de Ensino Flytour Serviços de Viagens Gela Boca Giolaser Grau Técnico Griletto Help! Loja de Crédito Hering Store Hope Lingerie IE Intercâmbio IGA Brasil iGUi Influx English School Instituto Mix de Profissões Inviolável Jin Jin Kopenhagen Kumon Lig-Lig Limpidus Little Kickers Brasil Maria Brasileira McDonald’s Mercadão dos Óculos Microlins Milon Mini Kalzone Montana Grill Morana Acessórios Mr. Mix Milk Shakes NTW Contabilidade e Gestão Empresarial Nutty Bavarian O Boticário Odontoclinic Odontocompany Onodera Estética Oral Sin Implantes Orthodontic Orthopride Patroni Pizza Pharmapele Pizza Crek Poltrona 1 Turismo Portobello Shop Prepara Cursos Prudential do Brasil Puket QG Jeitinho Caseiro Quiero Café Redeorto Rei do Mate Restaura Jeans Rockfeller Language Center Sergio’s Sóbrancelhas Sorridents Clínicas Odontológicas Splash Spoleto Sucão Super Visão Vistorias Automotivas Sushiloko Tintas MC Tip Top Tratabem Vazoli Vicofarma e Vicoflora Vivenda do Camarão Yes! Idiomas Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS F R O N T E N D • S U S T E N TA B I L I D A D E D E B EM com O P E R Í O DO MEN S T R UA L Comandada por avó e neta, marca produz absorventes reutilizáveis feitos de tecido T E X T O R E B E C C A S I LVA F O T O S TA M A R A LO P E S Maria Letycia Souza dos Santos, 20 anos, é amais velha dos sete netos deMaria Íris de Souza Oliveira, 72. Entre os familiares, há quem diga que uma não desgruda da outra. Com razão. “Minha avó é a minha mãe, madri- nha, melhor amiga. Fazemos tudo juntas – para onde eu vou, ela vai junto”, conta Santos. Há poucomais de dois anos, sofrendo com desconfortos durante o período menstrual, a jovem encontrou informações e tutoriais na internet sobre os absorventes reutilizáveis, feitos de tecido. Decidiu experimentar e pediu que a avó fizesse alguns para ela, já que Oliveira sempre trabalhou com costura e já teve até uma fábrica de calçados e bolsas. Com pouco tempo de uso, Santos percebeu que não odiava mais a chegada do período menstrual. Teve en- tão a vontade de proporcionar o mesmo para outras pessoas. Em fevereiro de 2020, criou a marca Ecofo- reva. “Minha avó segurou a minha mão nesse projeto e juntas cuidamos de tudo”, conta a jovem. Os absorventes da marca são produzidos em um quarto na casa da família, em Fortaleza (CE), onde a jovem cuida do corte e do molde e a avó faz a costu- ra. Eles estão disponíveis em três tamanhos, seme- lhantes aos absorventes tradicionais encontrados no mercado, e são feitos com uma combinação de teci- dos. A primeira camada, que entra em contato direto com o corpo, é 100% algodão. Depois, vêm um tecido hiperabsorvente e o waterblock, material impermeá- vel para impedir vazamentos. A durabilidade estima- da das peças é de três a quatro anos. Por causa da pandemia, que começou pouco depois da criação da marca, as vendas ficaram suspensas por alguns me- ses para não expor Oliveira. Enquanto isso, Santos se concentrou nas redes sociais, produzindo conteúdo informativo e criando uma comunidade em torno da Ecoforeva. Um vídeo gravado com a avó para respon- der a dúvidas sobre esse tipo de absorvente foi espe- cialmente importante para o crescimento da marca. “Muita gente se identificou comigo, com ela e com o produto, que tem tecnologia, é confortável e susten- tável”, afirma Santos. O público-alvo são adolescentes e jovens de 13 a 22 anos, mas a empreendedora diz que amarca atrai clien- tes de todas as idades, do início da menstruação até o período próximo à menopausa. Segundo ela, a ideia é criar um espaço onde meninas como ela possam en- contrar conteúdo sobre menstruação de forma leve e divertida. “Não precisa ser sério, distante. Dá para ser descontraído, com memes e referências do mundo pop”, aponta. O Instagram damarca reúne quase 20mil seguidores. Desde que a Ecoforeva foi criada, cerca de 2 mil pessoas compraram os produtos. Para este ano, Santos pretende atender a pedidos de outros países, cuidando de uma demanda que já existe na América Latina, em Portugal e em Angola. PARCERIA AVÓ E NETA SE DIVIDEM NA PRODUÇÃO DOS ABSORVENTES, E A JOVEM TAMBÉM CUIDA DAS REDES SOCIAIS DA MARCA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Assista ao filme As crianças nesta campanha são filhos e filhas de colaboradores da ENGIE. COMOFUTURO NÃOSE BRINCANÃOSE BRINCA Na ENGIE, adotamos um modelo de crescimento sustentável buscando enfrentar os grandes desafios da transição energética para uma economia neutra em carbono. Estamos acelerando essa transição no Brasil, agindo hoje para oferecer soluções cada vez mais integradas e inovadoras, que ajudam empresas e cidades a se tornarem mais eficientes, conscientes e sustentáveis. Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 1 8 F R O N T E N D • I M PAC TO SOC I A L D EMOCR AC I A do D I N H E I R O Diego Reis e Fernando Zago criaram o Banco Afro, fintech social que fortalece negócios desenvolvidos por pessoasnegras e indígenas P O R R A FA E L A F R E I T A S Diego Reis, 32 anos, nasceu em uma família de funcio- nários públicos que desejava o mesmo futuro para ele, mas sua vontade sempre foi empreender. Especialista em segurança da informação, Reis fundou sua primeira empresa na área de montagem e manutenção de com- putadores, que se ampliou e deu espaço a novos negó- cios, como uma rede de cybercafés. Contudo, mesmo com esforço, o empreendedor enfrentava dificuldades para acessar serviços oferecidos pelos bancos tradi- cionais. “Eu comecei a entender a lógica do racismo quando tentei ter acesso a crédito. Outras pessoas, com empresas que faturavam menos, passavam por uma dinâmica muito mais rápida”, conta. Daí veio o Banco Afro. A fintech busca ser uma facilitadora para empre- sas, empreendedores e profissionais autônomos, ofere- cendo acesso a crédito, sistemas de gestão e um espaço para divulgação de produtos e serviços. O negócio surgiu quando Reis liderava o Coletivo Afroempreendedor, que tinha como intuito fomentar o BlackMoney. “Independentemente do que a gente fizes- se, sempre dávamos de cara com o lado financeiro. De abertura de conta até acesso a capital, tudo era compli- cado”, conta. Reis conheceu o sócio, Fernando Zago, 36 anos, em um evento de aceleração de startups. Juntos, colocaram a operação em prática em 2019 – hoje, a for- mação societária conta também com Erick Francis, 32 anos. A instituição roda no azul desde o seu segundo mês de atuação e, em 2022, o crescimento mensal de PARA TODOS CRESCIMENTO MENSAL DE TRANSAÇÕES FEITAS NO BANCO AFRO ESTÁ NA MÉDIA DE 70% EM 2022. NA FOTO (DA ESQ. PARA A DIR . ) , OS SÓCIOS FERNANDO ZAGO, DIEGO REIS E ERICK FRANCIS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 transações feitas no banco está na média de 70%. Se- gundo os fundadores, porém, o intuito do banco é ser mais que uma instituição financeira, focando no aspec- to social. “Encaramos a tecnologia bancária como com- modity, e a utilizamos como instrumental, não como fim transformador da sociedade”, explica Zago. O Banco Afro entra como parceiro de projetos sociais e oferece apoio tecnológico para a gestão, além de em- préstimos, cashback e rentabilidade compartilhada. As iniciativas incluem a Marcenaria do Bem, fomenta- da por um instituto em que os alunos doam os móveis produzidos – e que já movimentou quase R$ 3 milhões –, e a comunidade de motoboys Trampay. O negócio também conta com projetos próprios, como o Liberto Benefícios, pelo qual empresas podem disponibilizar benefícios aos colaboradores diretamente na carteira do banco, permitindo que eles gastem os valores como preferirem, por meio de Pix, boleto ou cartão. Qualquer um pode abrir uma conta no Banco Afro, e o empreendedor recebe acesso ao Shop Afro, espaço dentro do aplicativo para a criação de uma loja gratui- ta, um sistema de gestão com dashboards para visão estratégica e disponibilização de recursos, além de fá- cil acesso a crédito. Para os próximos meses, o objetivo é captar investimentos para expandir o negócio. A lon- go prazo, os fundadores planejam atuar no continente africano, com foco na Costa do Marfim e em países de língua portuguesa. FO TO D IV U LG A Ç Ã O Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 2 0 F R O N T E N D • COM I DA FO R A da TOCA Deia Lopes aprendeu a cozinhar em hotel e empreendeu com tapiocas. Hoje fatura R$ 500 mil com o Toca da Tapioca e acaba de lançar em supermercados uma massa ultracongelada P O R P A U LO G R ATÃO Foram necessários muitos anos de terapia para que Deia Lopes, 35 anos, entendesse que o empreendedo- rismo já era parte de sua vida desde antesmesmo de ela saber o significado do termo. Ela ficou nacionalmente conhecida ao participar do reality show Cook Island, transmitido pela GNT. Mas, antes disso e do sucesso do restaurante focado em tapiocas criado por ela, teve uma trajetória cheia de obstáculos. Lopes cresceu com 12 irmãos e foi criada principal- mente pela mãe. O pai viajava muito a trabalho, para São Paulo. Era quando ele retornava que a família con- seguia fazer as três refeições do dia. Diariamente ela via a mãe torrar e vender amendoins na rodoviária de Ubaitaba (BA), sem a certeza de que voltaria para casa com o suficiente para colocar comida na mesa. Lopes acompanhou a mãe muitas vezes e acabou ligando o ato de vender os amendoins a ter o que comer. “Acre- dito que minha veia empreendedora veio dessa cena de uma mulher forte e aguerrida”, afirma. Aos 13 anos, resolveu ir a São Paulo, onde trabalhou em diversas ocupações. Aos 21, porém, seis meses após se tornar mãe, voltou para a Bahia. Passou a atuar em uma cozinha de hotel, onde aprendeu a cozinhar e cres- ceu como profissional. Ao mesmo tempo, trabalhava em um resort fazendo tapiocas, e na cozinha de um restaurante local. A empreendedora conta que, nes- sa época, passou a conversar sobre negócios com um P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 empresário do ramo de cosméticos que conheceu por intermédio da irmã. Foi assim que teve a inspiração de abrir a própria empresa e decidiu que empreenderia com suas elogiadas tapiocas. Em 2009, com uma sócia – que saiu após três meses –, ela abriu a Toca da Tapioca, em Uruçuca, no sul da Bahia. “Usei o dinheiro das férias para abrir a primeira casinha. Ia olhando o que o público gostava e fazen- do. Passei muito perrengue, ninguém nasce sabendo empreender.” Com o passar dos anos, conseguiu se es- truturar. Estava pronta para fazer novos investimentos no negócio quando chegou a pandemia. Lopes acabou gastando todos os recursos tentando manter a Toca da Tapioca, e precisou montar a operação de delivery em tempo recorde. “Era pós-verão, então tínhamos ainda um bom estoque para nos virarmos.” Um dia, em uma ida ao supermercado para buscar in- sumos, teve um novo insight ao ver um pacote de mas- sa semipronta à venda: ia fazer discos de tapioca para colocar na prateleira. Desenvolver o item não foi fácil. Ela fez testes, estudou ultracongelamento e, depois de alguns erros, conseguiu criar o produto. Agora, se pre- para para levar as tapiocas a supermercados de todo o país – e já pensa também em exportar. Lopes não arris- ca números, mas espera que essa frente se torne maior do que o próprio restaurante daqui a um ano. Em 2021, a casa faturou R$ 500 mil. F O TO D IV U LG A Ç Ã O ORIGINAL DA BAHIA FUNDADO POR DEIA LOPES, O TOCA DA TAPIOCA FICA NO SUL DA BAHIA E FAZ SUCESSO COM DISCOS DE MASSA COLORIDA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 2 2 F R O N T E N D • LOG Í S T I C A A RMA Z ÉM I N T E L I G E N T E Inspirado nas necessidades da própria franquia, empreendedor abriu startup de logística especializada em atender redes de alimentação T E X T O P A U LO G R ATÃO Rodrigo Pitombo, 31 anos, trabalhou na empresa de logística da família por oito anos. Em 2017, decidiu vo- ar solo com uma franquia de alimentação. Ao visitar a fábrica da franqueadora, porém, percebeu uma série de gargalos. O maior problema, segundo o empreen- dedor, era a falta de capacidade para gerir a cadeia de suprimentos e abastecer os franqueados de maneira eficiente. Ele então teve uma ideia: criar um serviço logístico, com um armazém inteligente, que entregas- se os itens da marca para as franquias. Em 2018, em sociedade com a amiga Carolinne Couto, 34 anos, ele abriu a KPL Supply Solution. A ideia era tirar o braço de supply chain da alçada dos franqueadores, para que eles pudessem se concentrar em outras pontas importantes do negócio. “O principal vetor é a padro- nização das lojas. Isso garante que a marca não será prejudicada por um franqueado que compre produtos não homologados”, afirma. Na prática, a KPL é responsável por buscar os itens nos fornecedores autorizados pela marca e distribuí- -los para cada franqueado. Segundo Pitombo, a cen-tralização pode reduzir os custos logísticos em até 10% para a rede. Depois dos primeiros investimentos, de cerca de R$ 500 mil, Pitombo se propôs a remode- lar a área logística da marca da qual era franqueado, mas não obteve uma resposta positiva. “Já tínhamos investido no armazém, falado sobre a ideia no mer- cado e investido em branding. Nisso, um amigo nos P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 indicou nosso primeiro cliente”, diz, referindo-se ao grupo Impettus, dono da rede Espetto Carioca. Com foco em redes de alimentação, a logtech faturou R$ 980 mil no seu primeiro ano de operação, chegan- do a R$ 7 milhões no segundo. Porém, em 2020, com a pandemia e os impactos sobre o mercado de food service, o faturamento foi reduzido a quase zero. Para reverter esse quadro, eles criaram o programa KPL em Casa, que atende pessoas físicas por meio do delivery – uma espécie de “last mile” de e-commerces. Com a reabertura dos restaurantes, a empresa con- seguiu recuperar o faturamento e aplicar alguns dos aprendizados que teve com o atendimento individuali- zado na sua operação voltada às empresas. Cada clien- te da KPL hoje conta com um site personalizado para acompanhar o fluxo de compras e entregas. O próximo passo é oferecer uma plataforma de marketplace, com produtos que vão de alimentos perecíveis a materiais de limpeza. “Antes, só grandes redes, comoMcDonald’s e Bob’s, tinham essa centralização de pedidos. Os pe- quenos dependiam de fornecedores e compras do pró- prio franqueado. Queremos mudar isso”, diz Pitombo. Em 2021, 17 redes, que representammais de 400 fran- quias, foram atendidas pela startup. O faturamento foi de R$ 46 milhões, e a expectativa é triplicar o número em 2022. A KPL hoje tem centros de distribuição em São Paulo e no Rio de Janeiro, e planeja abrir outros dois, no Sul e no Centro-Oeste, até o final do ano. FO TO D IV U LG A Ç Ã O DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE A KPL SUPPLY SOLUTION, DE CAROLINNE COUTO E RODRIGO PITOMBO, É RESPONSÁVEL POR BUSCAR OS PRODUTOS NOS FORNECEDORES AUTORIZADOS E DISTRIBUÍ-LOS PARA CADA FRANQUEADO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Se hoje grandes festivais de música são sucesso no Brasil, quem abriu o caminho foi, certamente, o Rock in Rio, em 1985. Luiz Felipe Carneiro traz as incríveis histórias desse início e de todas as outras edições do evento até agora neste livro, que conta também com 32 páginas de fotos com grandes momentos do maior festival de música e entretenimento do mundo. NAS LOJAS ON-LINE, LIVRARIAS E EM E-BOOK DESCUBRA TODOS OS BASTIDORES DOMAIOR FESTIVAL DEMÚSICA E ENTRETENIMENTO DOMUNDO! Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 2 4 F R O N T E N D • S E R V I Ç O S E S T E NOT E está PA R A A LUGA R A Arklok, fundada por Andrea Rivetti, fatura R$ 105 milhões alugando notebooks para empresas e cresceu 60% durante a pandemia P O R P A U L O G R ATÃO A única certeza que Andrea Rivetti, 37 anos, tinha ao terminar a faculdade de Direito, no final dos anos 2000, era de que não seria advogada. “Eu não queria trabalhar com aquilo. Venho de uma família de empre- endedores e sempre quis ter o meu negócio próprio”, conta. Já naquela época, ela era ligada em tecnologia e queria ter uma empresa na área. Resolveu visitar feiras de negócios do setor, para ter ideias, e o que percebeu foi que a oferta de produtos tecnológicos no mercado já não era suficiente. O insight para o negócio veio ao analisar as empresas da família. Ela via que a compra de equipamentos, em muitos casos, se tornava uma dor de cabeça e um des- perdício de dinheiro. Rivetti diz que havia companhias que alugavam computadores, mas poucas ofereciam serviços de manutenção das máquinas. A empreende- dora, então, se debruçou sobre cursos de montagem e reparos de micros, ao mesmo tempo em que pesquisa- va mais sobre o mercado de interesse. Assim nasceu a Arklok, especializada na locação de equipamentos de tecnologia, como computadores, escâneres e, mais re- centemente, smartphones. OTIMISMO FUNDADORA DA ARKLOK, ANDREA RIVETTI PROJETA FATURAMENTO DE R$ 250 MILHÕES NESTE ANO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Rivetti investiu cerca de R$ 30 mil para iniciar o negócio e analisava criteriosamente cada gasto. “Eu pensava que cada R$ 1 investido no galpão [usado co- mo escritório e depósito] significava deixar de comprar computadores. Fomos crescendo de forma muito con- servadora. Com isso, conseguimos ganhar escala.” De acordo com ela, o desafio no início era conven- cer os empresários sobre a possibilidade de alugar equipamentos. “Brasileiro é muito patrimonialista, o processo de convencimento eramuitomais difícil.” Rivetti levava planilhas financeiras às apresenta- ções para mostrar que o aluguel combinado ao ser- viço (combo conhecido como full outsourcing) saía mais em conta do que comprar os equipamentos e, futuramente, precisar repará-los. Com o tempo, ela foi conquistando contas de clientes como Samsung e Localiza, o que ajudou na construção da carteira. Rivetti também atribui o crescimento da empresa à adesão do brasileiro a serviços de tecnologia, com uma mentalidade mais “uberizada”. Para comple- mentar o mix, recentemente, ela fechou uma parce- ria com uma empresa que loca mobiliário para lojas e escritórios, a Telelok. “Na pandemia, já passamos a entregar um modelo de ‘home office as a service’”, conta. A crise sanitária, aliás, foi um período de muito trabalho para a empreendedora. Apesar de o crescimento anual se manter na base dos 60%, ela conseguiu aumentar sua carteira de pequenas e mé- dias empresas – hoje corresponde a 32% –, que eram mais resistentes à adesão. No ano passado, a Arklok atingiu um faturamento de R$ 105 milhões. Para este ano, a estimativa é alcançar os R$ 250 milhões. F O TO D IV U LG A Ç Ã O Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM APRESENTADO POR O Mercado Livre de Energia proporciona às PMEs poder de escolha, flexibilidade na negociação e previsibilidade de custos A lcançando a marca de R$ 162 bi-lhões em 2021, o faturamento do Mercado Livre de Energia – também chamadodeAmbientedeContratação Livre (ACL) – no Brasil cresceu 32,8%, segundo dados da Associação Brasi- leira dos Comercializadores de Ener- gia(Abraceel),epassouaresponderpor 34% de toda a eletricidade consumida nopaís, ante 32%em2020. O aumento se deve, principalmente, ao ingresso de 5.407 unidades consumidoras, alta de 25% em comparação anual. A cres- cente migração é reflexo da busca de empresas de todos os portes e setores para reduzir a conta de luz. Criado em 1995, o Mercado Livre de Energia permite que vendedo- res e compradores negociem ener- gia elétrica livremente entre si, em conformidade coma regulamentação do setor. Pioneira no ACL no Brasil, com seu primeiro contrato firmado em2000, a ENGIE tambémtemregis- trado o crescimento da demanda: em 2021, a carteira de clientes livres chegoua689empresas, alta de 11%em relação a 2019. O aumento do poder de escolha é uma das maiores vantagens desse ambiente, já que é possível decidir comqual fornecedor trabalhar – dife- rentemente do mercado tradicional, atendido pelas distribuidoras locais. Para apoiarpequenasemédias empre- sas interessadas em reduzir despe- sas com energia elétrica, a ENGIE desenvolveu o E-conomiza, que per- mite a contrataçãodo fornecimentode forma direta e simples. A solução é dedicada a atender negócios que tenham faturas de ener- gia com valores a partir de R$ 55 mil mensais, total que pode ser alcan- çado pela soma do consumo de dife- rentesunidades, comomatriz e filiais. De acordo comaAbraceel, em2021, 48% da produção elétrica de fontes renováveis foi absorvidano ambiente livre, impulsionandoa transição ener- gética e a economiadebaixo carbono. Com foco em PMEs, o E-conomiza permite que amudança seja realizada por empresas que não mantêm uma equipe dedicada à gestão de energia e contratos. “Para avançar, é preciso queas empresas entendam melhor as vantagens que essamodalidade de contratação oferece: fornecimento de energia renovável, amplopoder de escolha,maior competitividade, flexi- bilidade na negociação e previsibili- dade de custos”, destacaMann. Essa combinação de fatores, que inclui a redução de custos, o acesso ao Mercado Livre com energia reno- vável e o respaldo de especialistas experientes, faz comque a solução se mostre especialmente interessante parapequenas indústrias, shoppings, hotéis e redes de varejo. É um caminho interessante para que redes, especialmente de comércio e serviços, mudem a forma de comprar energia. “Essa solução foi criada a partir da experiência da ENGIE no atendimento ao mercado brasileiro, adquirida em mais de duas déca- das de atuação junto a nossos clien- tes. Com o E-conomiza, pequenas e médias empresas podem acessar todas as vantagens de comprar ener- gia diretamente de uma geradora, de formaágil e confiável”, explicaGabriel Mann, diretor de comercialização de energia da ENGIE. Fácil e sustentável A migração para o ACL é facilitada, sem burocracia e com o apoio de consultores especializadosdaENGIE. Além disso, é possível contratar energia renovável, gerada em usinas hidrelétricas, eólicas, solares ou a biomassa, agregando sustentabili- dade aos negócios. G E T T Y IM A G E S PMEs podem se beneficiar de redução na conta de luz Com crescimento significativo, Mercado Livre de Energia atrai pequenas e médias empresas. Solução da ENGIE, E-conomiza facilita ingresso de forma simples e direta Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Q uem conhece a históriada antropóloga potiguar StéphanieMoreira logopercebe que se trata de um exemplo típico de mulher empreende- dora. Mas ela própria demorou muito tempo para se enxergar assim, o que atribui às crenças autolimitantes que ela também avalia comocomuns emmulhe- res negras da periferia. Sua trajetória é marcada por muitas realizações e mudan- ças. Ela nasceu na pequena São PaulodoPotengi, noRioGrande do Norte, e ainda na infância morou também em cidades do interiordeAmazonas,Rondônia e Bahia, acompanhando as transferências de serviço do pai. Aos 13 anos, junto com a irmã Cláudia Moreira, um ano mais velha, foi morar em Natal, em busca de melhores condi- ções de estudo. Em2004, entrouna faculdade de ciências sociais e passou a desenvolver múltiplos talen- tos. Fez mestrado em antropo- logia social, realizou pesquisas em comunidades quilombo- las e depois deu uma pausa de dois anos na vida acadê- mica para trabalhar com circo na Argentina. RetornouaoBrasil, trabalhou noMaranhão e emMinas, até se mudarpara Salvadorpara fazer doutorado sobre ancestralidade negra. Na capital baiana, parti- cipou da fundação do projeto Flor de Milho Quilombo de Artes, hoje presente também em Natal, para onde ela retor- nou em 2020. Paralelamente a tudo isso, aprendeua confeccio- nar tecidosde argolasmetálicas e passou a produzir e vender acessóriosdemodacomamarca Negro Charme. “Mesmo parindo várias coisas, eu tinha dificuldade de entender a minha potenciali- dade”, lembra Stéphanie. “As pessoas me diziam que eu era empreendedora e eu nem sabia o que era isso. A chave vira quando a gente começa a trazer para o nível de consciência da nossa capacidade.” No ano passado, Stéphanie participoudaprimeira ediçãodo Quartzo, umprogramadeacele- raçãovoltadoaempreendedoras negras criado pela BlackRocks Startups em parceria com o Sebrae-RN, o IFC (Interna- tional Finance Corporation) e o Itaú Mulher Empreende- dora. Segundo Luciana Nicola Schneider, sócia e diretora de relações institucionais, sustentabilidade e empreen- dedorismo do Itaú Unibanco, o programa teve grande reper- cussão na vida das participan- tes. “Ficamos felizes emnotar o fortalecimento da comunidade, Será que eu consigo? Mesmo após muitas realizações, essa dúvida ainda perseguia a empreendedora Stéphanie Moreira – até o dia em que ela virou a chave e viu que podia ir longe As pessoas me diziam que eu era empreen- dedora e eu nem sabia o que era isso. A chave vira quando a gente começa a trazer para o nível de consciência da nossa capacidade” STÉPHANIE MOREIRA EMPREENDEDORA a transformação digital, o desenvolvimento das empreen- dedoras e o impacto direto em seus negócios”, ela conta. A exper iênc ia ajudou Stéphanie a definir um foco capaz de aproveitar os seus múltiplos talentos. No ano passado, ela lançou a Casa AfroPoty, um hub de empreen- dedorismo negro no ramo da economia criativa. Onovonegó- cio incorporou a marca Negro Charme, que deixou de vender aopúblicoemgeral ehojeproduz peças exclusivas para orixás. Criada com o propósito de promover a culturanegradoRio Grande doNorte e desenvolver o potencial de empreendedoras negras, a Casa AfroPoty oferece serviços de criação de concei- tos, direção de arte, cursos, palestras e consultoria sobre temas ligados à cultura negra potiguar. Começou apenas com Stéphanie e hoje conta com o trabalho de sete pessoas. Um dos principais proje- tos, desenvolvido em parceria com o Flor de Milho Quilombo de Artes, é o Festival de Arte Urbana Cores do Beco, que reúnemanifestações artísticas e culturaisnacomunidadedoAlto do Monte Belo, na periferia de Natal. A primeira edição, reali- zada em 2021, teve orçamento de R$ 15mil. Para a edição deste ano, os organizadores levanta- ramR$ 50mil. “Para a próxima, vamos captar R$ 150mil”, conta uma Stéphanie hoje muito mais confiante. “Agora, não me pergunto mais se eu consigo, mas como eu vou conseguir. Porquehoje euseiqueeuposso.” APRESENTADO POR Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Ter participado do programa Quartzo ajudou a empreendedora Stéphanie Moreira a aproveitar seus múltiplos talentos PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS financiamento até 2025. E utili- zou os instrumentos previstos no Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm 2021) para manter o contrato de trabalho de sua equipe bem treinada. Como resultado, não fez nenhuma demissão na pande- mia. Pelo contrário: após a reabertura do comércio, a Carlo’s Bakery retomou seu projeto de expansão, aprovei- tando a vacância em shopping centers para garimpar bons pontos visando à abertura de novas lojas. Desde então, já inaugurou mais quatro unidades, totali- zando sete estabelecimentosna Grande São Paulo. E o número de colaboradores chegou a 180. Ainda este ano, deve abrir mais duas unidades – e já planeja novas lojas no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro. A Carlo’s Bakery é uma das confeitarias mais famosas do mundo. Fundada nos Estados Unidos em 1910, tornou-se uma potêncianasmãosdoconfeiteiro BartoloValastroJr., oBuddy,que assumiuonegócioda família em 1994, aos 17 anosde idade. Dono de um enorme talento como confeiteiro e empresário, Buddy tornou-semundialmente conhecido ao estrelar o reality show Cake Boss, na TV a cabo, exibido em mais de 200 países. Em 2016, ele decidiu trazer sua marca para o Brasil e convi- dou Kherlakian para ser seu parceiro nessa empreitada. A exemplo da rede ameri- cana, a operação brasileira também é um negócio de famí- lia.Marcos é oCEO. Sua esposa, Milah, toca toda a parte opera- cional; Marcos Filho cuida do financeiro e do delivery; e a filha Mariana é responsá- vel pelo marketing e pelo trei- namento dos funcionários. A caçula,Maina, faz faculdade de gastronomia e deve se integrar ao negócio no futuro. A qualidade dos produtos, a seleção dosmelhores pontos de vendaea identificaçãodosclien- tes comamarca sãodiferenciais competitivos fundamentais, que ajudaramasustentar ademanda durante a pandemia e que têm alavancado o crescimento do negócio desde então. Da incerteza da pandemia à façanha de dobrar de tamanho As decisões que fizeram a confeitaria Carlo’s Bakery atravessar um período de incertezas e acelerar seu plano de expansão no Brasil O empresário Marcos Kherlakian enfrentou a pandemia oferecendo no delivery a experiência das lojas E mmarçode 2020, o empre-sário Marcos Kherlakianestava feliz após abrir a terceira loja da rede Carlo’s Bakery, na capital paulista. Para cres- cer, ele havia feito empréstimo bancário – e a receita extra com a nova loja seria suficiente para pagar as parcelas do financia- mento. Foi então que a pande- mia chegou, veio o lockdowneo faturamento despencou. “Passei várias noites sem dormir”, recorda o empresário. “Não sabia como ia conseguir pagar o banco, os fornecedo- res, os funcionários.” Naquele momento, a empresa tinha 120 colaboradores, e Kherlakian temeu pela continuidade do negócio. Mas a Carlo’s Bakery não só conseguiu atravessar o pior momento da pandemia como retomou seu plano de expansão e já dobrou de tama- nho em relação a 2019. Umadas iniciativas quemais contribuíram nesse sentido foi a operação de delivery, que havia sido iniciada antes da pandemia, por insistência do filho de Kherlakian, também chamado Marcos. “Ele tinha me convencido a trabalhar- mos com entregas, oferecendo a mesma experiência encanta- dora das lojas”, recorda o pai. No período de lockdown, essa operação manteve perto de 30% da receita. A empresa também renego- ciou o empréstimo bancário, obtendo carência de seismeses para voltar a pagar as parce- las e extensão do prazo do APRESENTADO POR PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS F R O N T E N D • A L I M E N TAÇÃO I N G R E D I E N T E P ROTAGON I S TA Restaurante em São Paulo tem cardápio dedicado ao avocado, com pratos que vão de bowls a sanduíches T E X T O R E B E C C A S I LVA Em oito anos empreendendo no ramo da gastrono- mia, Brendon Peters, 40 anos, pegou gosto pelos ne- gócios nichados. Em 2014, junto com um amigo da faculdade, ele criou a rede Juanito’s, especializa- da em empanadas argentinas. O sucesso do negócio motivou os dois a investir mais uma vez na temáti- ca do país vizinho. Abriram o Chimi Choripanes, de- dicado ao choripán – sanduíche de linguiça típico dos hermanos –, em 2018. Com a experiência acu- mulada nos dois empreendimentos, Peters não de- morou a notar outra oportunidade: a febre do avo- cado toast. “Cidades cosmopolitas estavam come- çando a ter restaurantes com o avocado como te- mática principal. O fruto é versátil, pode entrar em todo tipo de prato, do sushi ao sanduíche”, conta. Em dezembro de 2020, Peters se uniu a quatro só- cios para apostar na ideia. Com um investimento de R$ 500 mil, abriu o Avoca Toast, um restaurante es- pecializado no fruto, localizado na Vila Madalena, em São Paulo (SP). Apesar de parecido, o avocado tem sabor e textura diferentes do abacate, comumente consumido no Bra- sil in natura ou em pratos doces. A variedade utilizada em receitas salgadas temmenos água e mais gordura e óleos, com textura mais cremosa. O cardápio explora a versatilidade do ingrediente e inclui pratos como tos- tadas, sanduíches e bowls. Segundo o empreendedor, o foco em um item traz várias vantagens. “Você pode se dedicar à parte de compras, estreitando a relação com fornecedores. A demanda émuito capilarizada em São Paulo e, com um nicho determinado, é mais fácil encontrar seu lugar ao sol”, afirma. Inicialmente, o funcionamento do Avoca Toast se deu praticamente 100% por entregas, pelas restri- ções impostas pela pandemia. “Conseguimos impac- tar muita gente pelas redes sociais, e as pessoas se aventuraram mais com o delivery”, diz o empreen- dedor. Hoje, os clientes podem também consumir os pratos em um pequeno espaço externo da casa, que funciona sem atendimento de salão. Favorecido pe- la localização em uma região turística, próxima ao Beco do Batman, na Zona Oeste da capital paulista, o local atrai uma gama variada de clientes, segun- do o fundador. “É um polo turístico muito frequen- tado por estrangeiros e expatriados que já conhecem o produto.” No primeiro ano, o restaurante faturou R$ 2milhões. Em 2022, a estimativa é abrir mais uma unidade em São Paulo para se aproximar de clientes da região da Zona Sul, que atualmente precisam pa- gar taxas mais altas de entrega. PÚBLICO NICHADO LOCALIZADO EM UMA REGIÃO TURÍSTICA, O AVOCA TOAST ATRAI BRASILEIROS E VIAJANTES QUE AMAM O AVOCADO FO TO S: D IV U LG AÇ ÃO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 2 9 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 0 E N T R E V I S T A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Em novembro do ano passado, Cesar Gon liderou a primeira oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da multinacional brasileira CI&T, que ele ajudou a fundar na cidade de Campinas (SP), em 1995. A estreia no mercado de capitais aconteceu na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), confirmando a vocação de um negócio volta- do ao mercado global, com soluções digitais que vão de migração para nuvem e integração de e-commerce a análise de dados com recursos de machine learning e inteligência artificial. Com a oferta, a empresa captou US$ 195 milhões, que vão irrigar os planos de expansão internacional. A meta para este ano é crescer 59% em relação a 2021, quando a receita chegou a R$ 1,4 bilhão. Se os números parecemsuperlativos pode ser porque, paraGon, a ambição também deve ser. Segundo ele, o sucesso exige ousadia. “Não perca tempo tentando resol- ver problemas pequenos. Vá atrás do que pode ser um grande negócio”, aconselha, emendando outra dica: “Entenda o empreendedorismo como uma jornada de erros e acertos”. Em entrevista à PEGN, ele conta como trilhou sua trajetória de sucesso e aponta oportunidades para o empreendedorismo. IGNORAR OS RISCOS É O QUE TRAZ DISRUPÇÃO T E X T O E D I A N E T I A G O F O TO S D A N I E L G A L L O Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS CESAR GON foi apresentado a um computador pessoal aos 11 anos por um adolescente que passava férias em Amparo (SP), sua cidade natal. A conexão com a máquina foi imediata e ele começou a comprar revistas técnicas e rascunhar códigos nos cadernos escolares. Meses depois, ganhou da mãe, professora de geografia, seu primeiro computador usado. Apaixonado pela arte de programar, prestou vestibular para cursar engenharia da computação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde se graduou e fez mestrado. Tinha 23 anos quando fundou a CI&T, empresa de soluções digitais. Hoje, aos 51, Gon se dedica à expansão internacional da companhia e investe em fundos que apoiam startups. Tem três filhos e, além de tecnologia, adora vinhos e futebol 3 1P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 2 E N T R E V I S TA • C E S A R GON não tínhamos entendido a revolu- ção da mobilidade. Ao chegarmos aos Estados Unidos, percebemos que estávamos no rumo errado, nos reestruturamos e nos tornamos mais ágeis para poder competir. Mu- damos e acertamos. Tivemos um pouco de sorte também. Conquis- tamos clientes como o Yahoo!, que nos indicou para a Johnson & John- son e a Coca-Cola. De repente, nós tínhamos uma carteira de clientes icônica, o que nos colocou no radar do mercado. Entre 2006 e 2016, nós crescemos, em média, 30% ao ano. Em 2017, quando começa o terceiro capítulo, percebemos que era pre- ciso agregar serviços. Estávamos focados na engenharia de software e resolvemos atuar também com o design de software – unindo expe- riência do cliente com tecnologia. Depois incorporamos a questão da estratégia digital. Entre 2016 e 2018, nos reposicionamos como uma em- presa que opera de forma completa, da estratégia digital à experiência do cliente. Esse foi o nosso desenho para o lançamento das ações (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York. Quando chegamos para a oferta, no ano passado, já tínhamos um per- centual de receita de mais de 50% obtido fora do Brasil, por meio de negócios nos Estados Unidos, Ásia e Europa, e vínhamos de um ano mui- to bom de crescimento [em 2020, a CI&T avançou 41%]. Atuar no exterior tornou a empresa mais competitiva no Brasil? A exposição da CI&T ao mercado norte-americano,que é muito com- petitivo, transformou a operação. Para atuar por lá, tivemos de rede- senhar processos e estratégias, o que nos tornou melhores no Brasil. O mais importante nesse processo foi que ele nos abriu uma janela para o futuro. Percebemos que o nosso crescimento não dependia da geo- grafia. Tínhamos o mundo inteiro para explorar. ir para fora do país. Animados com os planos para a CI&T, entendemos que os objetivos estavam alinha- dos. A empresa nos levaria para os Estados Unidos. Eu não iria mais como estudante, mas como um dos fundadores de uma empresa de tec- nologia. Naquele momento, a CI&T nasceu de verdade, com ambição de ser uma empresa global. Dentro demim, tambémmudou algo, eume descobri como empreendedor. Quando a empresa se internacionalizou de fato? Nos dois primeiros anos, tínhamos apenas dois clientes. Éramos espe- cializados em alguns processos da internet, que era algo novo. Aten- díamos um laboratório da IBM nos Estados Unidos e outro na França. A CI&T nasceu em 1995, mas só em 2006 abrimos a primeira subsidi- ária norte-americana. Queríamos fazer parte de um negócio capaz de acompanhar o avanço tecnológico global. Naquela época, havia uma grande distância entre o mundo tecnológico do Brasil e o das prin- cipais economias. Éramos jovens e ingênuos. Não tínhamos noção do nível de complexidade da operação e das barreiras que enfrentaríamos. Empreendedorismo tem este para- doxo. O preparo é essencial, mas, às vezes, ignorar os riscos é o que nos traz para a lado da disrupção. De que maneira você contaria a trajetória da companhia? Eu gosto de dividir a história da em- presa emtrês capítulos. Amontagem da companhia é o primeiro deles. Em 2005, começamos o segundo capí- tulo. Fizemos a primeira operação de financiamento estruturado com o Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social (BNDES), com a qual captamos dinheiro para internacionalizar. Nós queríamos nos especializar ainda mais. Mas nossa oferta ainda estava muito li- gada às origens da internet. Ainda O que significa inovação para você? Desafiar o status quo. Olhar com in- satisfação para o que não está bom e transformar a realidade. Essa é a essência da inovação. Inovar exige uma combinação entre insatisfação, vontade de mudar e capacidade de mobilizar pessoas e recursos. Como foi o início da CI&T? Eu me apaixonei pela programa- ção ainda adolescente e, quando decidi prestar vestibular, no final da década de 1980, escolhi a Uni- versidade Estadual de Campinas. A escolha foi motivada pelo fato de que, na época, a Unicamp abriga- va o computador mais potente do Brasil. Eu queria viver isso. Estar perto dos melhores equipamen- tos para programá-los. Terminei a graduação em 1993 e decidi seguir a carreira acadêmica. Queria ser cientista e engatei, também na Uni- camp, o mestrado, que concluí em 1996. Quando estava no mestrado, planejei o próximo passo: o douto- rado nos Estados Unidos. Eu ainda estava atrás das grandes máquinas e lá teria acesso a elas. Mas havia um problema: eu não tinha dinheiro para ir. Então precisei me virar. Eu sabia programar, gostava de pro- gramar e, em 1995, chamei o Bruno [Guicardi] e o Fernando [Matt], tam- bém engenheiros de computação formados pela Unicamp, para abrir uma empresa de software. A ideia era pegar alguns projetos, traba- lhar por um ano, juntar dinheiro e depois cuidarmos das nossas vidas. Quando montei a empresa, eu a via como uma forma de financiar o doutorado. Mas, em poucos meses de operação, vimos que o empre- endimento poderia ir mais longe. Já tínhamos clientes, éramos procura- dos e começamos a perceber que havia um bom negócio em nossas mãos. Conversamos, então, sobre a companhia que gostaríamos de construir. Eu ainda tinha a ideia de P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 3 de rápido, tem vantagens em relação ao mercado. Como as unidades têm um número delimitado de profis- sionais, o contato com a liderança é facilitado e ficou evidente para toda a equipe que a prioridade era a saú- de das pessoas e de suas famílias. O senso de comunidade foi relevante. Vocês estavam, de alguma forma, preparados para operar à distância? Sim. Todos os nossos colaboradores já tinham um notebook corporativo. Nós havíamos desenhado um mo- delo de mobilidade pela criticidade da operação. Claro que nunca ima- ginamos uma pandemia. Estávamos preparados para atuar de casa, oude outro local, caso as pessoas fossem impedidas de entrar no prédio por um problema estrutural, de acesso Como você manteve a cultura e o engajamento durante a pandemia? Nós temos um modelo de negócio diferente. Criamos uma sistemáti- ca na qual as unidades operam de forma autônoma e com limite de pessoas na operação. Nenhuma uni- dade da CI&T pode ter mais de 400 profissionais. Quando começa a crescer, tem de repartir. Esse mo- delo cria senso de comunidade, e isso foi importante para lidar com a pandemia. Como as unidades são autônomas, elas começaram a se movimentar para resolver os pro- blemas e a trocar experiências. Esse modelo colaborativo nos permitiu aprender muito rápido como lidar com a situação. Afinal, nós conse- guimos testar várias hipóteses ao mesmo tempo. Quando você apren- O que você espera dos negócios nos próximos cinco anos? Expansão. Nossa estratégia prevê a combinação entre crescimento orgânico e aquisições. Quandodeci- dimosabrir ocapital, nossa intenção era a de estruturar as finanças para comprar outros negócios. Já reali- zamos três aquisições. Em agosto passado, compramos a Dextra e, em janeiro deste ano, a Somo. Recente- mente, anunciamos a aquisição da Box1824, uma agência que mapeia tendências dos consumidores. To- dos os negócios estão em linha com os planos de expandir nas econo- mias desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa. MULTINACIONAL DA SEDE DA CI&T, EM CAMPINAS (SP) , CESAR GON LIDERA UMA EMPRESA QUE OPERA EM OITO PAÍSES ALÉM DO BRASIL E TEM MAIS DE 6 MIL FUNCIONÁRIOS NO MUNDO P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 4 E N T R E V I S TA • C E S A R GON DESAFIOS SEGUNDO GON, O MODELO DE TRABALHO REMOTO DEU CERTO NA EMPRESA POR CONTA DA ADOÇÃO DA GESTÃO COLABORATIVA, BASEADA NA CONFIANÇA ENTRE OS COLABORADORES P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 3 5P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Estamos vivendo a era da inteligên- cia artificial (IA). Então, todas as soluções que envolvam IA vão do- minar a cena. Investir em projetos de aprendizagem de máquina, por exemplo, é algo que vale a pena. Ou- tra vertente é a internet das coisas (IoT), que vai crescer exponencial- mente com a chegada das redes 5G. Já tecnologias ligadas aos criptoati- vos e ao metaverso ainda demandam observação. Não sabemos ao certo quanto os hábitos dos consumidores mudaram para aceitar e usar, em lar- ga escala, esse tipo de tecnologia. Há ainda os riscos regulatórios, uma vez que as leis atuais tentam se adaptar à revolução digital. Por que é importante, para o empreendedor, ser atuante no ecossistema de inovação? O ecossistema é um ambiente de troca, de aprendizado. O empreen- dedorismo, algumas vezes, pode ser algo solitário. Ao participar do ecossistema, o empreendedor tem acesso a parceiros, investidores, profissionais e, principalmente, ao conhecimento. Há muito a aprender com a experiência dos outros. Como driblar a crise financeira e conseguir investimento? As oportunidades são muitas. Mas a crise financeira deve apertar. Va- mos ter menor disponibilidade de capital, com ciclo de escassez eco- nômica, que deve durar uns dois anos. O investidor será mais seletivo e estará em busca de projetos com maior chance de sucesso. Pensar na estrutura de capital da empresa é ou- tro ponto relevante, principalmente em tempos de escassez. Napressa de levantar dinheiro, muitas empresas acabam diluindo o capital, criando um problema para o futuro. Quando os fundadores do negócio têmmenos de 20% dele nas mãos, é mais difícil conseguir aportes. A pressa no início limita rodadas futuras de captação, quando a empresa valemais. A primeira delas é ser ousado, pen- sar grande. Montar um negócio que resolva grandes problemas. A segunda é entender que o empreen- dedorismo é uma jornada de erros e acertos. Muitos pensam que, para empreender, é necessário ter uma boa sacada e executá-la com ex- celência. Mas não é tão simples. A construção de um negócio é um ca- minho longo e repleto de desafios. Empreendedorismo é um processo coletivo, um esporte de equipe. O que diferencia o empreendedor é a capacidade que ele tem de atrair boas pessoas. É preciso entender que a tecnologia não faz nada. Não cria, não rompe barreiras. Quem faz as coisas acontecerem são as pes- soas. O aspecto humano é o mais relevante em empreendimentos de base tecnológica. Estamos em um bom momento para o empreendedorismo digital? Sim. Diversos fatores contribuem para o avanço dos negócios di- gitais. Estamos saindo de uma pandemia, que culminou em uma crise econômica global. Em ciclos como esses, as empresas estabe- lecidas no mercado tendem a ser mais conservadoras em seus in- vestimentos e na inovação. Estão ocupadas revertendo os efeitos da crise. Mas as demandas criadas pela aceleração da transforma- ção digital exigem novos serviços. Quem conseguir entender essas demandas terá mercado aberto e pronto para ser explorado. As oportunidades estão aí, é hora de atacar. Vivemos em um momento propício para negócios digitais. Temos tecnologia disponível e observamos mudanças no com- portamento social. Essa é uma combinação riquíssima, que esti- mula as pessoas a experimentar novos produtos e serviços. Em quais tecnologias o empreendedor deve apostar? ou desastre natural. Então, quan- do a pandemia começou, migramos muito rápido. Temos operações na China e na Europa. Acompanha- mos o deslocamento das ondas de covid-19 e decidimos começar a mi- gração, no Brasil, antes do anúncio das medidas de restrição [em março de 2020]. Ganhamos tempo e expe- riência para ajudar nossos clientes. Qual foi o maior desafio? O modelo de trabalho remoto de- safia as empresas que mantêm um modelo hierárquico baseado no co- mando e no controle. Neste caso, a liderança tem necessidade de vigiar as tarefas. Estar longe representa uma ruptura para esses líderes e suas equipes. Felizmente, nós ado- tamos, há muitos anos, a gestão colaborativa, baseada em confiança. Você confia que as pessoas estão dando o seu melhor. Não fica obce- cado em controlar o que sua equipe está fazendo. Por isso, foi mais fácil migrar para o trabalho remoto. A cultura de confiança amplia o enga- jamento e facilita a reorganização da equipe. Como você analisa o cenário atual? A sociedade sairá desse período pandêmico muito mais digitalizada. A transformação digital é resul- tado de duas forças: a disrupção tecnológica e a mudança de com- portamento da sociedade. Hoje as pessoas têm valores e hábitos de consumo radicalmente diferentes dos observados há alguns anos. Exi- gem mais das marcas e se informam sobre os meios de produção. Estão hiperconectadas, presentes nas re- des sociais. É no encontro entre a tecnologia e os novos hábitos de consumo que estão as possibilida- des de disrupção. Esse é o solo fértil do empreendedorismo. Quais são suas dicas para quem quer empreender? Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS EXECUÇÃO E S T R AT É G I A E D I Ç Ã O T H O M A Z G OM E S 3 9 V IS Ã O P R O P Ó S IT O ESAB ATAD ESAB ATAD P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 0 Desde o início da pandemia, há pouco mais de dois anos, o empreendedor bra- sileiro vem se desdobrando para fazer uma gestão mais eficiente do seu negó- cio e manter ou recuperar a margem de lucro. A crise econômica atual tem co- locado inúmeros obstáculos. Inflação, juros elevados e falta de insumos são apenas alguns deles e tornammais com- plexo o desafio de fechar as contas no azul. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal da Fundação Getulio Vargas, por exemplo, registrou em junho uma alta acumulada de 10,31% em 12 meses. Já a escassez de matérias-primas nesse período afetou cerca de 50% das indús- trias do país. Em cenários como o atual, cada centavo conta para o controle do fluxo de caixa. É preciso trabalhar com excelência, reduzir custos, eliminar des- perdícios, não gastar além do previsto e aproveitar bem os recursos disponíveis. Fazer mais com menos é um mantra do empreendedorismo que deve ser levado ainda mais a sério agora. Para Luciana Lima, professora de estratégia e lide- rança do Insper, o momento exige uma reavaliação criteriosa de todos os pro- cessos para identificar possíveis falhas e encontrar alternativas para traçar uma estratégia visando o crescimento. “O primeiro passo é pensar nos dife- renciais e pontos positivos do negócio, e em critérios que justifiquem possíveis reduções, cortes ou substituições”, afir- ma. “Em seguida, o dono do negócio deve avaliar como seus clientes seriam impactados pelas mudanças e quais eles podem não aceitar. Esses são os as- pectos que não devem ser alterados de forma alguma.” Assim ficará mais fácil saber como promover ajustes sem cor- rer maiores riscos. Fazer mais com menos passa neces- sariamente por um controle rigoroso das finanças e ajustes nas despesas. Em períodos de crise, ter uma redução no faturamento é mais do que espera- do, e quase sempre fica impraticável seguir o plano de investimentos traça- do para períodos de economia estável. Medidas básicas como renegociar pra- zos maiores e melhores condições de pagamento com fornecedores e evitar gastos que não são essenciais para a manutenção do negócio são funda- mentais. Da mesma forma, procurar reduzir despesas fixas, como aluguel, água, luz e telefone tem de fazer par- te da lista de ações imediatas a serem tomadas. Novas tecnologias só devem ser adquiridas se forem decisivas para aumentar a lucratividade. E vale o aler- ta: nem sempre a tecnologia mais cara é a melhor. É importante saber antes para qual tipo de negócio ela é mais adequada.Nocasodepequenosempre- endedores, tecnologias mais simples DATA B A S E P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 C/O FZR Ser mais eficiente na gestão do negócio é a melhor estratégia para enfrentar a crise atual TEXTO MAURO S ILVE IRA FOTOS THAYNÁ BONIN , V ÍTOR JARD IM , RAFAEL DABUL E R ICARDO BEN ICH IO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 1 e baratas, ou até mesmo versões fre- emium, podem dar conta do recado. Captar novos clientes não deixa de ser prioridade, mas ainda assim há alter- nativas para gastar menos, como usar as redes sociais de forma estratégica para atingir seu público-alvo e contatar antigos consumidores que deixaram de comprar e reconquistá-los. “Feiras e eventos são ótimos canais para de- senvolvimento de novos fornecedores e prospecção de clientes”, afirma Luiz Alberto Stephan Junior, consultor do Sebrae. “Frequentá-las é algo que não pesa no bolso do empreendedor.” Situações adversas, por outro lado, costumam despertar o potencial cria- tivo dos empreendedores. Para Rubens Massa, professor do Centro de Em- preendedorismo e Novos Negócios da FGV-Eaesp, a criatividade é uma grande aliada do empreendedor para o enfren- tamento das crises. Mas não surge do nada. Tem de ser exercitada e estimu- lada constantemente. Ele recomenda observar os instrumentos e processos existentes na organização e procurar trazer abordagens diferentes daquelas frequentemente adotadas. “Ser disrup- tivo gera novas oportunidades”, diz. “Quando se pensa empossibilidades que nunca foram tentadas, surgem al- ternativas que podem transformar o modelo de negócio, a estratégia da empresa e até mesmo questões opera- cionais pontuais.” Não basta, no entanto, apenas saber o que mudar. Identificado o problema que vem fazendo a empresa perder eficiência, é necessário agir com rapi- dez para não ficar para trás em relação à concorrência. Massa enfatiza que o negócio só ganha agilidade quando as pessoas estão no centro do modelo de gestão e de todos os processos que envolvem criatividade. “A antiga escola do planejamento e dos processos pre- viamente definidos perde cada vez mais força porque não consegue responder à velocidade das mudanças”, afirma. “As crises catalisam o exercer da criativida- de e a necessidade dos chamados soft skills, aquele conjunto de habilidades e competências inerentes ao compor- tamento humano.” Entre elas estão o espírito de liderança, a capacidade de se comunicar de forma clara e objetiva, o pensamento crítico e a habilidade de se colocar no lugar do outro para com- preender os diferentes pontos de vista. Por isso é tão importante ter ummodelo de gestão de pessoas consistente que possibilite novos aprendizados. Para auxiliá-lo a enfrentar os desafios atuais, PEGN listou nas próximas pági- nas uma série de medidas que podem ser adotadas para que essa missão seja realizada commuito mais eficiência. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 FZR + C/ - Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :T H AY N Á B O N IN Apesar de todas as mudanças provocadas pela pandemia no mundo corporativo, como o crescimento do home office e o avanço do e-commerce, o ponto comercial continua sendo importante para boa parte dos negócios. Muitas empresas investi- ram pesado no mundo virtual, mas nem por isso abriram mão de seus escritórios, ainda que para o trabalho híbrido. As lojas dos shoppings e o comércio de rua per- manecem recebendo um bom público. O espaço físico oferece algumas vantagens ao empreendedor, como ter uma relação mais próxima e calorosa com seus con- sumidores. Mas representa também uma série de despesas fixas que precisam ser bem administradas para não comprome- ter o caixa da empresa. James Cichy, CEO da consultoria BBX, afirma que o valor do aluguel se torna inviável quando compro- mete mais do que 10% da receita bruta. “O ideal é que esse percentual varie entre 5% e 7%”, afirma. “Se chegar a 9%, está na hora de começar a procurar outro ponto.” Para otimizar os gastos com o local, atente aos seguintes detalhes: • Inquilinos que pagam o aluguel em dia conseguem renegociar com mais facilida- de o valor do boleto, especialmente se o contrato já tem mais de 30 meses de vi- gência. “Elabore um pequeno dossiê para amparar seu pedido”, diz Cichy. “Destaque as benfeitorias realizadas no imóvel e sua assiduidade com os pagamentos, apresen- te três exemplos de valores de aluguel de imóveis similares e atrele a redução do va- lor à permanência no imóvel.” • Se não houver acordo para redução, não se desespere para fechar um novo contrato de aluguel com a primeira oferta que apa- PONTO COMERC IAL REDUZ A OS CUSTOS F I XOS recer e mudar. Faça antes um estudo de viabilidade do negócio no novo endereço. Analise o fluxo de pessoas, a concorrên- cia, o potencial econômico da região e o trânsito local. Considere que uma eventu- al mudança de endereço também envolve despesas com transportadora, reforma e pintura do novo imóvel e impacta a vida dos funcionários. • Use as redes sociais e o marketing digital para comunicar antecipadamente clientes e fornecedores sobre a mudança. Isso aju- da a reduzir possíveis impactos. • Se for viável para o negócio, adote o mo- delo de trabalho híbrido e desative parte das mesas ou de áreas. A redução do espa- ço físico pode gerar uma boa economia. • Faça uma análise da infraestrutura do imó- vel que você já ocupa para saber se algumas despesas fixas podem ser reduzidas. Subs- titua as lâmpadas comuns pelas de LED, que sãomais econômicas, e use sensores de presença. Avalie a possibilidade de instalar placas fotovoltaicas no telhado para apro- veitamento da energia solar. • Reúse a água das chuvas para limpar ba- nheiros e áreas externas. Economize na comunicação. “O uso de linhas telefônicas fixas e das tradicionais centrais de PABX estão em desuso e podem ser substituídas por sistemas de ramais Voip, que possibi- litam maior economia com manutenções e ampliações”, diz Cichy. • Se o negócio necessita do serviço de profissionais de segurança, negocie jun- tamente com seus vizinhos uma parceria para diluir mais esse custo fixo. DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 24 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 3 Antes mesmo de sua fundação, em de- zembro do ano passado, a Flori Tech, startup de impacto que criou máquinas inteligentes para coleta de material reci- clável, foi pensada para não ter um gasto fixo elevado. Em vez de alugar um imóvel, a fundadora Thaís Guerra, 28 anos, optou por manter o negócio na aceleradora Fá- brica de Startups, em Santo Cristo, no Rio de Janeiro. Guerra e seu sócio, Gabriel Bas- tos, 26 anos, pagam R$ 600 para ocupar um espaço com computadores, internet, laboratório para criar e testar protótipos e auditório. No valor estão incluídas as despesas com água, energia e IPTU. “Se tivesse optado por alugar um imóvel, teria um custo mensal médio de R$ 4 mil”, afir- ma Guerra. “Só com o uso da impressora 3D eu economizo cerca de R$ 2mil por pro- jeto. Foi um grande acerto pensar em como economizar ainda no planejamento, antes mesmo de a empresa sair do papel.” As máquinas criadas pela Flori Tech são conectadas à internet e equipadas com um software para a coleta de dados dos materiais depositados, como papel, vidro e alumínio. O usuário insere seus dados pessoais e detalhes domaterial que está descartando diretamente no equipa- mento. A partir daí, Guerra e sua equipe de quatro funcionários conseguem obter informações sobre os hábitos dos con- sumidores, saber se o equipamento está cheio e fazer a logística reversa. A Nes- presso, uma das parceiras da startup, já coletou mais de 3 toneladas de cápsulas de alumínio e vem obtendo informações sobre o comportamento de seus consumi- dores. O estímulo para as pessoas usarem as máquinas para descarte vem de um programa de pontos que oferece brindes e descontos em compras. O valor do aluguel dos equipamentos para empresas gira em torno de R$ 1,5 mil. Até agora são quatro máquinas instaladas, mas a previsão é chegar a 20 no final do ano. Não ter surpresas com os valores das contas fixas, como água e energia, dá mais tranquilidade para Guerra manter as finan- ças em dia. Para economizar ainda mais com despesas permanentes, ela foge dos caminhos tradicionais. A contabilidade é feita pela startup Conta Já, que disponibi- liza serviços automatizados e cobra uma mensalidade de R$ 150. A assessoria jurí- dica, também prestada por uma startup, gira em torno de R$ 300. Nessa fase da Flori Tech ainda é possível usar versões gratuitas de softwares, como RD Station, ferramenta de automação de marketing di- gital, e Trello, para gestão de projetos. Ela paga R$ 6 mensais pelo serviço de nuvem Google One. “Conforme crescermos, va- mos adotar tecnologias mais completas”, afirma. “Mas nosso objetivo é sempre ser o mais eficiente possível gastando menos.” P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 PLANEJAR ANTES DE COMEÇAR ENXUTOS A FLORI TECH, DE GABRIEL BASTOS E THAÍS GUERRA, FUNCIONA DENTRO DE UMA ACELERADORA DE STARTUPS E USA SERVIÇOS AUTOMATIZADOS PARA REDUZIR CUSTOS COMO OS DE CONTABILIDADE E ASSESSORIA JURÍDICA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 4 4 CL I ENTES S IGA O CONSUM IDOR DE PERTO DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 A GIOlaser, redede franquias do setor de beleza que tem a atriz Giovanna Antonelli como sócia, cresceu 250% em faturamen- to durante a pandemia. O salto foi possível devido a uma estratégia agressiva de apro- ximação das clientes e à conquista de novas admiradoras da marca. Uma plataforma de e-commerce foi colocada no ar 15 dias após o início do isolamento social. O investimen- to foi de R$ 500 mil, considerado moderado para uma organização que tem 200 uni- dades em 21 estados. “Com essa ação nós plugamos 100%da rede de franqueados, que passou a ser acionada para realizar o aten- dimento de acordo com oCEPmais próximo da cliente e dopacote que ela adquiriu”, afir- ma Antonelli. “Trabalhamos forte também em campanhas digitais com foco nos clien- tes recorrentes e esporádicos.” Desdemarço CALOR HUMANO AQUECE A RE LAÇÃO O empreendedor que deseja não só man- ter a sua base de clientes, mas também ampliá-la, tem de repensar suas estraté- gias. É possível fazer isso adotando uma postura mais racional, sem fazer altos investimentos em marketing, campanhas publicitárias e liquidações, que podem comprometer a saúde financeira. “O empreendedor tem de analisar o novo comportamento das pessoas e agir a par- tir dele”, diz Rubens Massa, da FGV. “Em boa parte dos casos, basta fazer o básico, como marcar presença nas plataformas onde os consumidores estão.” Não é pre- ciso permanecer em todos os canais e redes sociais ao mesmo tempo, pois você poderá gastar tempo, dinheiro e energia para falar com um público que não é ne- cessariamente o seu alvo. Saiba como agir de forma cirúrgica: • Antes de fazer um planejamento para am- pliar a base de clientes, lembre-se de que é mais fácil recuperar aqueles que deixaram de comprar. Afinal, já conhecem sua marca e boa parte precisa apenas de um novo es- tímulo para voltar. • Repense sua forma de buscar novos clien- tes. Se você continua usando a mesma estratégia de antes da pandemia, certamen- te está atrasado em relação à concorrência. • Não espere o consumidor procurá-lo. É você quem deve tomar a iniciativa. Para uma busca ativa, disponibilize cupons de desconto, use plataformas como o Whats- App para divulgá-los e oferecer mais bene- fícios, e reforce o convite para vir conhecer as novidades da loja. • Para saber se conquistar clientes ou con- sumidores de uma determinada região sai ou não mais caro do que a receita que eles podem gerar, o empreendedor tem de ter clareza sobre o posicionamento do pro- duto e de sua marca. O valor de venda do produto deve ser condizente com o poder aquisitivo das pessoas da região. • O WhatsApp é uma ferramenta simples, ágil e eficiente para conversar com seus consumidores e divulgar promoções e lan- çamentos. “É também a redemais usada por pessoas da terceira idade, pois se adapta- ram rapidamente às suas funções”, afirma o professor da FGV. “Se elas forem parte importante do seu público, não há motivo para ignorar o aplicativo de mensagens.” • Pedir indicaçãodepotenciais consumido- res aos seus clientes pode funcionar desde que isso seja feito de forma não invasiva e ele não se sinta incomodado. Leve em con- ta os níveis de intimidade e de abertura e ofereça algo significativo em troca, como um desconto na próxima compra.Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :D IV U LG AÇ ÃO 4 5P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 de 2020 até agora foram vendidos mais de 30 mil novos tratamentos, com um tíquete médio de R$ 1,2mil. Cerca de 60%dopúblico emenda um tratamento em outro. Em poucos meses as vendas voltaram ao normal eAntonelli e sua sócia, a empresária Carla Sarni, decidiram que a plataforma já havia cumprido sua missão e que era hora de desativá-la para voltar à captação de clientes como antes, a partir de uma rela- ção mais próxima e calorosa. A fidelização é maior, e a conquista de novas admirado- ras da marca mais sólida e duradoura do que quando era feita via e-commerce. Por ser uma pessoa conhecida do grande público, a atriz atua como garota-propagan- da das campanhas da própria marca. o que gera uma economia importante. “Sou uma pessoa de visibilidade e isso ajuda a chan- celar a marca”, diz. “Contudo, empregar a credibilidade de um artista funciona como propulsor de venda, mas pode ser um enor- me tiro no pé se, no longo prazo, o negócio não for baseado em excelência.” A empre- sa conta com um time de embaixadoras da marca. Elas retratam gratuitamente suas experiências nas redes sociais e influenciam as seguidoras. Esse trabalho, de acordo com Antonelli, tem uma taxa de efetividade de conversão maior do que a divulgação feita por qualquer celebridade. Hoje, a GIOlaser temmais de 1 milhão de clientes ativas. A rede de franquias planeja um cres- cimento de 45% no número de unidades franqueadas até o final deste ano. Antes de entrar numanova região é feito umestudode viabilidade para saber se o investimento não sairá mais caro do que a receita que os clien- tes possam trazer. “A ideia é construir uma história com cada cliente captada, seja ela de conversão imediata ou de longo prazo”, diz. “Nossos investimentos são proporcionais a essa meta, e o gerenciamento de custos é feito de maneira otimizada para que nunca ultrapasse o potencial de cada região.” GAROTA-EMPRESÁRIA SÓCIA DA CLÍNICA DE ESTÉTICA GIOLASER, A ATRIZ GIOVANNA ANTONELLI TAMBÉM ATUA COMO GAROTA- PROPAGANDA: PROPULSOR DE VENDAS DE UM NEGÓCIO BASEADO EM EXCELÊNCIA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS É praticamente impossível para qualquer empresa tornar seu modelo de gestão mais eficiente sem tecnologia. A escolha do recurso adequado traz vantagens. Da eliminação de processos manuais à gera- ção de dados e análises que possibilitam conhecer melhor os clientes, tudo pode ser aprimorado e impactado positivamente. “O empreendedor tem de pensar em três hori- zontes possíveis na hora de adotar novas tecnologias”, diz Ana Burcharth, professora do Núcleo de Inovação e Empreendedo- rismo da Fundação Dom Cabral. “Existem aquelas que possibilitarão maior eficiência no curto prazo, as que a organização não sabe se darão retorno, mas precisa conhe- cer, e as que são experimentais e podem ajudar a entrar em novos espaços ou até mesmo ameaçar o negócio dentro de cinco ou dez anos.” Ela sugere que o empresário tenha uma agenda voltada 70% para o pre- sente e 30% para o futuro, o que exige uma atenção permanente ao desenvolvimento e o surgimento de tecnologias que podem alavancar o empreendimento. • “Antes de investir em tecnologia, tenha claro qual problema você deseja resolver”, afirma Burcharth. “As tecnologias são ape- nas um meio para chegar à solução, e há muitos modismos no mercado. Às vezes uma versão mais simples ou até mesmo gratuita pode bastar.” • Faça uma pesquisa com empresas de outros setores, comunidades e até con- correntes para saber qual tecnologia adotaram e se estão satisfeitos. Isso vai reduzir as chances de uma escolha errada. • Comece investindo em soluções mais simples e vá adquirindo versões mais completas e sofisticadas à medida que o negócio for crescendo. • Ao se interessar por uma tecnologia, ava- lie se ela pode ser integrada ao sistema da empresa e suas inúmeras ferramentas. Além de sincronizar todas as atividades, fica mais TECNOLOG IA ESCOLHA A FERR AMENTA CERTA fácil encontrar as informações centralizadas num único lugar. Como há muitos detalhes técnicos envolvidos, vale a pena contratar uma consultoria, de preferência que não te- nha ligação com os produtos existentes. Isso garantirá a isenção da análise. • As universidades e os centros de pesqui- sa têm grande interesse em se conectar com empreendedores que estão à frente de negócios inovadores, mas nem sempre são lembrados como uma parte importan- te desse ecossistema. “Se você mantém o time olhando somente para dentro da empresa, acaba perdendo a capacidade de inovar”, afirma a professora da Funda- ção Dom Cabral. “Participar de eventos e encontros com essas instituições abre os olhos para novas perspectivas.”DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS 1 00% FE ITO EM CASA P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 24 6 A tecnologia faz parte da essência da Shopper, startup de compras online programadas que entrega itens de super- mercado. O site e o aplicativo acessados pelos consumidores automatizam o pro- cesso de recompra e são apenas a parte mais visível do negócio. “Mas existe um arcabouço gigante de tecnologia por trás disso que viabiliza toda a nossa operação”, diz Fabio Rodas, 29 anos, que fundou a empresa em 2015 ao lado de Bruna Vaz, 28 anos. “Isso aumenta a eficiência da empre- sa, pois reduz erros que geram retrabalho e custos adicionais e automatiza processos repetitivos.” Rodas não revela o investi- mento anual em tecnologia: afirma que são milhões de reais. A forma que encontrou para ser mais eficiente e reduzir as despe- sas é desenvolver tudo internamente. FO TO :V ÍT O R JA R D IM Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :V ÍT O R JA R D IM 4 7P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre os sistemas criados pela equipe estão oOrderManagement System, que agi- liza a compra de mercadorias de centenas de fabricantes. Os algoritmos analisam o histórico de vendas e geramprevisões sobre a demanda de cada um dos mais de 10 mil itens vendidos. Dessa forma, a Shopper evi- ta ficar commercadorias paradas por muito tempo, reduz perdas e diminui o espaço de estocagem. Outro sistema, o Warehouse Management System, possibilita o acom- panhamento do percurso dos produtos nos centros de distribuição, incluindo armaze- namento, separação e empacotamento. É possível aindamedir a performance de cada funcionário do nível operacional e gerar sugestões de melhorias para aqueles que estão com desempenho abaixo do deseja- do. O Transportation Management System, por sua vez, planeja todas as rotas dos veí- culos da empresa, possibilitando que façam várias entregas numa mesma rota e evitem percursos mais longos ou congestionados. Na hora de avaliar se é necessário desen- volver uma nova tecnologia, Rodas se baseia nos três valores corporativos: simplicidade, inovação e fazer mais com menos. “Às ve- zes é melhor ter uma solução mais simples e barata, mesmo que menos elegante, do que aquela que seria a ideal. Tecnologia re- duz custo, mas também representa custo, e nesses casos menos é mais.” Embora no curto prazo o preço de desenvolvimento seja maior do que comprar tecnologia pronta, a Shopper recupera o valor do investimento em até dois anos. Num horizonte entre cinco e dez anos, a economia pode chegar a 60%. ECONOMIA A SHOPPER, DE FABIO RODAS E BRUNA VAZ, APOSTA NO TRIPÉ SIMPLICIDADE, INOVAÇÃO E FAZER MAIS COM MENOS, E INVESTE MILHÕES DE REAIS TODOS OS ANOS PARA DESENVOLVER SUAS PRÓPRIAS TECNOLOGIAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS A escassez de insumos e o aumento do valor da matéria-prima têm obrigado o empreendedor a agir com cautela e rea- valiar sua relação com fornecedores. Vale a pena manter um produto se os custos para produzi-lo são altos demais? O que é razoável pedir em uma renegociação de preços? Em quais situações deve ser avaliada a mudança de fornecedores? Um aspecto importante dessa relação e que fortalece os laços de colaboração é a fi- delização. “Ao fazer compras recorrentes ao longo do ano, o empresário geralmen- te consegue algumas vantagens com seu grupo de fornecedores”, afirma Luiz Al- berto Stephan Junior, do Sebrae. “Ele terá prioridade no atendimento e poderá con- seguir descontos, pois há uma relação de confiança.” Apesar disso, não deixe de fazer cotações no mercado, pois novos parceiros comerciais podem surgir e ofe- recer boas oportunidades. • Não vá para a reunião com um fornece- dor sem antes ter todos os números em mãos. Se você se apoiar em dados con- cretos para negociar, seus argumentos ganharão mais força. Conheça a realidade do seu setor. Em alguns segmentos, con- seguir 2% de desconto é um bom negócio, pois asmargens são apertadas. Emoutros, obter 15% pode estar longe do ideal. • Os fornecedores geralmente preferem que seus clientes façam compras grandes emvez de váriasmenores ao longo do ano. “Muitas vezes eles se sentem penalizados fazendo várias entregas pequenas, em vez de uma única maior, por causa da logísti- ca”, diz Stephan Junior. “Perguntar sempre quais os melhores lotes disponíveis e o tamanho de cada um ajuda a negociar o valor do frete e o prazo de pagamento.” MATÉR IA - PR IMA SEM MEDO DE RENEGOC IAR • Se o fornecedor é único no mercado, é mais difícil ter sucesso ao pedir descontos ou prazos melhores para pagamento. Não comprometa o caixa da empresa. Avalie se não é melhor deixar de fabricar aquele produto ou revender aquele item. • Substituir matéria-prima importada pela nacional nem sempre é um bom negócio. Devido à inflação elevada no país, a dife- rença de valor pode ser insignificante. • Há várias plataformas de e-commerce que reúnem fornecedores de todo o país e que permitem a cotação do valor da maté- ria-prima. São ótimos canais também para conhecerparceirosdeoutras regiõesdopaís. • Comprar matéria-prima para estocá-la geralmente não é um bom negócio, espe- cialmente para aqueles produtos que não têm um giro muito rápido. Cada dia a mais parado no estoque representa um com- prometimento financeiro maior. DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 24 8 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :R AF AE L D AB U L 4 9 Quem visita a sede da rede de franquias de petshop EcoCão em Curitiba (PR) é sur- preendido. Em vez de uma construção de alvenaria, o cliente encontra uma estrutura de contêineres. A fundadora, Patrícia Spra- da, 53 anos, optou por esse modelo por uma questão de consciência ambiental: dar destino a um material que, depois de usado, é deixado de lado. “Eu queria aju- dar a reduzir esse grande volume de lixo”, diz ela. “Para recortar as chapas de aço e deixá-las no formato que desejava, gastei R$ 500 mil, cerca de 40% a mais do que numa obra comum, pois é difícil encontrar quem faça esse trabalho.” Essa foi a primei- ra relação que ela teve com um prestador de serviços e que serviu de experiência para lidar com os futuros fornecedores. A EcoCão só utiliza produtos e maté- rias-primas sustentáveis e naturais, como rações, xampus, material de limpeza e brin- quedos importados, boa parte feita com material reciclável. Sprada tem um leque restrito de fornecedores, o que torna mais difícil a negociação de preços e prazos. Os descontos, nas poucas vezes em que são dados, variam entre 2% e 3% para pagamen- to à vista, por Pix ou dinheiro. “Não consigo substituir fornecedores porque não há al- ternativas”, diz Sprada. “E não posso correr o risco de comprar um produto inferior, então faço pedidos menores quando há aumento de preços.” Essa fidelidade, por outro lado, traz algumas vantagens, como as bonificações. Há casos em que, para uma compra de dez xampus, ela recebe outros dois gratuitamente. A proximidade gera também uma relação de confiança. Alguns fornecedores a avisam antes de um produto aumentar de preço, o que permite antecipar as compras e pagar o valor sem reajuste. Para estreitar essas parcerias, Sprada faz eventos para clientes e convida fornecedo- res para que divulguem seus produtos. Sempre que possível, a EcoCão compra artigos de produtores da região para esti- mular a economia local e economizar no frete, como nos casos das camas e roupi- nhas. Sprada analisa o giro de cada produto antes de definir a encomenda. Os itens ca- ros só são repostos quando vendidos. Já aqueles que têm venda rápida são adqui- ridos com intervalo de 20 dias, em média. Outros, como vermífugos e antipulgas, não podem faltar mesmo tendo uma margem mínima de lucro. Fundada em 2017, a Eco- Cão faturou R$ 600 mil em 2021. Com o lançamento da franquia, neste ano, Sprada espera inaugurar 40 clínicas até dezembro e terfaturamento de R$ 13milhões. Como au- mento de lojas, ela aposta num poder maior de negociação com seus fornecedores. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 AS VANTAGENS DE D I SCUT I R A RE L AÇÃO PROXIMIDADE COMO TRABALHA COM UM LEQUE LIMITADO DE FORNECEDORES, A EMPREENDEDORA PATRÍCIA SPRADA, DA ECOCÃO, CULTIVA O BOM RELACIONAMENTO COM ELES. EM TROCA, BONIFICAÇÕES E CONFIANÇA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 5 0 DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 F INANÇAS CADA CENTAVO É IMPORTANTE Enfrentar um cenário de crise econômi- ca se torna um desafio ainda maior se a empresa estiver endividada ou perden- do dinheiro sem saber exatamente onde está o problema. Dívidas bancárias re- presentam um grande risco para a saúde financeira do negócio, ainda mais com as taxas de juros elevadas como agora. Os ralos por onde estão escoando os recur- sos podem estar em projetos inacabados, que tomam tempo e energia dos funcio- nários; equipes inchadas ou com talentos subaproveitados; tecnologias ultrapassa- das, ineficientes e que não simplificam ou não agilizam processos internos, viagens mal programadas etc. O momento atu- al não permite desperdícios. “Para uma boa gestão financeira, o melhor caminho é sempre proteger o caixa da organiza- ção”, diz James Cichy, da BBX. “Por mais que o empreendedor seja seduzido por margens, práticas de precificação e estra- tégias de mercado, é pelo caixa que um negócio realmente morre.” • Para proteger melhor o caixa da empre- sa, Cichy enfatiza a necessidade de ter controle sobre os pagamentos e os recebí- veis, além de uma visão futura do caixa, o que possibilita tomar iniciativas hoje para algo que vai ocorrer, por exemplo, dentro de três meses. • Não deixe de fazer o DRE – Demons- trativo de Resultados do Exercício. Esse relatório contábil simples permite uma visão clara das receitas e das despesas do negócio e revela a situação real da organização. Ter um planejamento orça- mentário, com a projeção de entradas e saídas futuras, é uma ferramenta de ges- tão que facilita a tomada de decisão e a realização de ajustes. • Fazer o balanço financeiro, instru- mento que compara receitas, despesas, pagamentos, recebimentos e o caixa da empresa, permite ter uma visão geral do momento e constatar se a operação está ou não sendo lucrativa. • Ao conhecer melhor a situação financei- ra da empresa, fica mais fácil identificar despesas que não são essenciais, os ralos que estão drenando seus recursos, equi- pes apresentando desempenho abaixo do esperado. Corte tudo aquilo que for desnecessário e que não vai afetar a so- brevivência da empresa. • Nem toda dívida é ruim. Caso um emprés- timo tenha sido feito para gerar uma receita com margem superior ao custo, é algo po- sitivo. Mas se o caixa da empresa passar a ser consumido pelo pagamento da dívida, então é hora de procurar o credor para re- negociá-la. Não espere ficar inadimplente, pois nesse caso as chances de sair com um bom acordo diminuem bastante. • Sempre que abrir uma renegociação, esteja preparado para oferecer algo em troca, como a garantia de um bem. Cui- dado com as armadilhas. Fique atento às taxas de juros para não sair com uma dívi- da maior do que a anterior. Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :V ÍT O R JA R D IM 5 1P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Passado o susto, Schettini começou a fa- zer uma reserva financeira, que hoje já tem um volume que lhe dá mais tranquilidade e condições de planejar a expansão dos ne- gócios. Seu objetivo é começar a atuar no próximo ano em outros estados, como San- ta Catarina e Paraíba. “Tudo será feito com recursos próprios, pois o custo é menor”, diz. “Se você não tem um colchão financeiro, fica refém das taxas de juros e gasta muito mais.” Há casos em que pequenos ajustes permitem uma boa economia. Ele percebeu que as despesas com material de escritório e impressões podiam ser reduzidas em 10%. Os contratos físicos, que eram enviados e assinados pelos clientes, passaram a ser eletrônicos. Com isso foi possível também aproveitar melhor o espaço físico. O rigor de Schettini com a gestão finan- ceira conta com o apoio de seus três sócios – a mãe, Valéria Schettini, 60 anos, Eduardo Nunes, 42, e o irmão Denis, 35. Juntos, eles fizeram um mapeamento detalhado da pro- dutividade da equipe e conseguiram reduzir em 40% os custos. Nessa avaliação desco- briram que poderiam realizar as mesmas atividades apenas com 60% do time. Não demitiram, mas realocaram profissionais de acordo com a necessidade das áreas, como a de atendimento, onde havia uma demanda reprimida de potenciais clientes. “Eu estava numa economia burra, com menos pessoal no atendimento e nas vendas”, afirma. “Há casos em que você pode ter ganhos finan- ceiros relevantes sem reduzir custos, apenas com um novo olhar sobre seu negócio.” O advogado Danilo Schettini, 39 anos, não tolera fazer dívidas. Sempre que precisa comprar algo, como uma nova tecnologia para simplificar processos internos e dar mais agilidade à equipe de 50 funcionários de seus sete escritórios – cinco na Zona Les- te de São Paulo, um em Guarulhos e outro em Cotia –, ele paga tudo à vista. Só parcela quando não são cobrados juros nem ofereci- das vantagens para desembolsar o valor de uma só vez. O objetivo é ter sempre uma re- servafinanceiraquedê tranquilidadeepossa socorrer a empresa em casos emergenciais. Schettini sabe o quanto é importante ser rigoroso com a gestão financeira, lição que aprendeu de forma amarga em 2010. “En- frentei uma crise financeira complicada, pois as despesas estavam altas e o dinheiro não entrava”, afirma. “Tive de fazer um emprés- timo num banco para pagar o salário dos funcionários, deixei atrasar alguns impostos e descuidei da contabilidade. Foi falta de in- teligência não perceber que o risco estava elevado.” O resultado foi uma dívida com juros altos e que tirou o seu sono. Por sorte havia perspectivas de entrada de recursos nosmeses seguintes, o que acabou resolven- do o problema. Mas a lição ficou. D ÍV I DAS NUNCA MA I S RESERVA E PLANEJAMENTO O ADVOGADO DANILO SCHETTINI FAZ RIGOROSA GESTÃO FINANCEIRA EM SEUS ESCRITÓRIOS, COM PLANEJAMENTO E RESERVA PARA EMERGÊNCIAS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Um modelo de gestão de pessoas eficiente, que valoriza os funcionários e oferece as condições necessárias para que coloquem em prática todo o seu potencial e talento, é um grande diferencial competitivo. Afinal, os colaboradores são os grandes respon- sáveis pela realização de metas e objetivos corporativos. Sem eles, dificilmente have- rá inovação ou um olhar mais crítico para enxergar problemas internos ou oportuni- dades do mercado. Há empreendedores, no entanto, que relegam ao segundo plano os investimentos no desenvolvimento da equi- pe. “Quem não vê valor numa boa gestão de pessoas está destruindo o valor do seu ne- gócio”, afirma Luciana Lima, do Insper. Não importa se uma determinada organização tem todos os seus processos automatiza- dos. Em algum momento será necessário tomar decisões, definir ações estratégicas, buscar alternativas e inovar. • Uma boa gestão de pessoas começa antes mesmo da contratação de funcionários. A empresa tem de ter previamente definido o perfil dos profissionais que vai buscar, de acordo com as atribuições de cada cargo e suas respectivas responsabilidades. • Errar na hora da contratação custa caro. Passados alguns meses, o empreendedor chegará à conclusão de que não fez uma boa escolha. Além de arcar com as des- pesas de desligamento do colaborador, precisará começar um novo processo de recrutamento e seleção, o que significa mais tempo e dinheiro desperdiçados. • Caso não saiba como contratar de ma- neira mais assertiva, o empresário pode recorrer a consultorias especializadas, que coordenam todo o processo de recruta- mento e seleção.Os melhores candidatos são identificados e o empreendedor esco- lhe aquele de que mais gostou. EQU I PE I NV I STA NOS MELHORES TALENTOS • Mesmo com todos esses cuidados, é pro- vável que os novos funcionários tenhamde passar por treinamentos comportamentais e técnicos para se adaptarem mais rapida- mente à cultura organizacional e aprimorar suas habilidades. Invista no desenvolvi- mento deles. • Os programas de avaliação de desem- penho ajudam a identificar profissionais que estão acima, na média ou abaixo do esperado. A partir dos resultados. é pos- sível traçar um plano de desenvolvimento profissional ou atémesmo desligar aqueles que estão com baixa performance. • Em geral, o foco dos investimentos deve estar naqueles que contribuem de forma mais decisiva para o cumprimento das metas. Além dos treinamentos internos, é possível disponibilizar bolsas de estudo parciais ou totais para cursos técnicos, de graduação ou pós-graduação. Ao melhorar a qualificação da equipe, a empresa tam- bém se desenvolve e cresce. • Demitir um funcionário não é uma expe- riência fácil, mas é a melhor solução no caso daqueles que não correspondem há algum tempo às expectativas. Trate a pes- soa com educação e respeito. “Não demita ninguém por e-mail, WhatsApp ou numa reunião virtual”, diz Lima. “Nada substitui o olho no olho e uma justificativa asserti- va para o desligamento.” DATA B A S E • COMO FAZER MA I S COM MENOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 25 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS FO TO :R IC AR D O B EN IC H IO 5 3 Entre as medidas necessárias para enfrentar cenários de crise está a reavaliaçãodomode- lo de gestão de pessoas. Para Daniel Abbud, 38 anos, um dos fundadores da Dryve, star- tup de compra, venda e financiamento de veículos com sede em Ribeirão Preto (SP), não há espaço para quem não está com- prometido e apresenta desempenho abaixo do esperado. “Em cenários de crise como o atual, você tem de subir a régua e esperar que diretores, gerentes e os demais colabo- radores aumentem a produtividade”, afirma. “Se as despesas subiram 20%, é fundamental aumentar namesmaproporçãoonível de efi- ciência e a produção.” O empreendedor, que, ao lado dos sócios Pedro Gandra, 36 anos, e Cesar Pizolato, 30, comanda uma equipe de 200 pessoas, intensificou a comunicação interna e enfatizou a importância de todos darem o seu melhor. Abriu espaço para que pudessem tirar dúvidas tanto com o líder direto como com os diretores. O ganho de eficiência da equipe, levando em conta todas as áreas envolvidas, como comercial, finan- ceira e relacionamento comfornecedores, foi de 22,7%. Não houve cortes para reduzir des- pesas. Hoje, a Dryve recebe uma demanda média mensal de R$ 500milhões de pedidos de financiamento, e tem uma taxa de conver- são que fica entre 7% e 10%. Abbud ressalta que apenas aumentar a pressão por resultados não traz efeito. A equipe precisa estar bem informada. Se o pessoal não sabe os motivos dos ajustes, das novas cobranças e das metas mais puxadas, dificilmente compra a ideia. “Fala-se muito da importância de desenvolver nos funcioná- rios a cultura de dono, mas, se eles não são tratados comodonos, não sentemasmesmas dores e não possuem a visão de longo prazo dos fundadores, isso não acontece”, afirma. A Dryve mantém um processo rigo- roso de recrutamento e seleção. Para contratar com mais assertividade, Abbud fez um mapeamento detalhado dos cargos e dos pré-requisitos para cada posição. O pas- so seguinte foi investir em treinamentos. Os executivos fazem um curso de desenvolvi- mento de liderança comaulas duas vezes por semana. Os demais funcionários participam de treinamentos com foconoaprimoramento de habilidades como administração do tem- po, vendas emarketing. O programa de avaliação de desempenho trimestral completa o processo. Os profis- sionais que se destacam passam a integrar o programa Partnership, que prevê a con- cessão de ações da empesa que podem ser resgatadas depois de quatro anos. A inicia- tiva ajuda no processo de retenção, uma vez que o funcionário que deixa a empresa antes desse período de carência perde o di- reito à premiação. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 A RÉGUA SUB IU COMO DONOS NA DRYVE, DE DANIEL ABBUD, COMUNICAÇÃO VERTICAL FOI INTENSIFICADA PARA MELHORAR A PRODUTIVIDADE, COLABORADORES RECEBEM TREINAMENTO E FUNCIONÁRIOS BEM AVALIADOS GANHAM AÇÕES Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS O VALOR VEÍCULO DENEGÓCIOS PELOQUE FAZ E PELO QUEELE NÃOFAZ. . É OMAIS RESPEITADO A C E S S EV A L O R . C O M . B R Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS O V A L O R N Ã O T E M I N T E R E S S E S . T E M V A L O R E S . P E S Q U I S A M O S C O M C U I D A D O , E S C R E V E M O S C O M C O N H E C I M E N T O E D E M A N E I R A C O N S E Q U E N T E . P U B L I C A M O S C O M T O T A L I N D E P E N D Ê N C I A . A P U R A M O S , A P R O F U N D A M O S E , S E N E C E S S Á R I O , C O R R I G I M O S . É P O R I S S O Q U E O M U N D O D O S N E G Ó C I O S A C R E D I T A T A N T O N O V A L O R . P O R Q U E E L E S A B E Q U E N O S S O N E G Ó C I O É O J O R N A L I S M O E N E N H U M O U T R O N E G Ó C I O . Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 5 6 DATA B A S E P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 5 7P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Localizada no nordeste da Europa, a Estônia é um país pouco maior do que o estado do Rio de Janeiro. Mas sua infraestrutura, com direito a um programa de residência digital, atrai empreendedores de todas as partes do mundo GI GAN TE POR ANA LAURA STACHEWSK I , DE TALL INN* I LUSTRAÇÃO CACO NEVES P E Q U E N A Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 5 8 P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 DATA B A S E • PEQUENA G IGANTE o início dos anos 2000, o dinamar- quês Janus Friis e o sueco Niklas Zennström já eram nomes conhe- cidos no mercado de tecnologia. Foi junto de um time de programadores da Estônia que eles criaram o Kazaa, um comparti- lhador de arquivos que conquistou tanto usuários como controvérsias, por abrir es- paço para o envio de documentos ilegais, como músicas pirateadas. Depois de ven- der a empresa, os dois iniciaramumprojeto que ganharia proporções ainda maiores. Novamente, contaram com a ajuda de es- tonianos, alguns já do time anterior: Ahti Heinla, Priit Kasesalu, Jaan Tallinn e Toivo Annus. Em agosto de 2003, o grupo lan- çou uma plataforma que permitia fazer ligações para qualquer parte do mundo de graça, bastando uma conexão de internet. Tratava-se do Skyper, posteriormente rebatizado como Skype. No seu primeiro ano de operação, a plataforma conquistou quase 20milhões de usuários. Em 2005, foi vendida por US$ 2,6 bilhões para o eBay – em 2011, a Microsoft a comprou por US$ 8,5 bilhões. A empresa hoje enfrenta a concor- rência de outros serviços, como o Zoom, que registrou um crescimento meteórico durante a pandemia. Para os estonianos, porém, ela se tornou bemmais do que uma ferramenta. “Poucos sabem onde fica a Es- tônia, mas todos conhecem o Skype. Então, agora eu digo que sou o presidente do país onde o Skype está”, teria dito o então pre- sidente Toomas Hendrik Ilves, que ocupou o cargo entre 2006 e 2016, durante uma vi- sita ao escritório da empresa em Palo Alto, nos Estados Unidos, segundo registros pu- blicados no site do Skype. Assim como é comum em outros países que viram surgir startups globais e valio- sas, muitos ex-funcionários da empresa criaram, depois, seus próprios negócios. Os fundadores também se tornaram inves- tidores, fomentando o mercado interno. E mesmo quem não teve contato direto com a companhia pôde enxergar nela um exem- plo de caminho a seguir. Hoje, a Estônia tem cerca de 1,3 mil star-tups. Sete delas são unicórnios, avaliadas em pelo menos US$ 1 bilhão – há quem inclua outras três na lista, por terem esto- nianos entre os seus fundadores, mesmo não possuindo escritórios no país. Seguin- do esse critério, o país acumula o maior número de unicórnios per capita da Euro- pa, segundo um levantamento do Startup Estonia, hub do governo voltado ao setor. Entre empresários e estudiosos, uma coisa é consenso: o Skype foi peça fundamental para a ascensão do ecossistema local de inovação. Mas, claro, outros fatores entram para a conta. Da digitalização aos incenti- vosfiscais, várias características colaboram para que não apenas estonianos sejam estimulados a empreender no setor, mas também que empreendedores de outros países decidam tentar a sorte por lá – pre- sencial ou remotamente, por um programa de residência digital. Como em todo caso, também há desafios. Nas páginas a seguir, mergulhamos na história e nas particula- ridades desse ecossistema – e contamos como brasileiros podem aproveitar algu- mas das suas oportunidades. Antes que o Skype se tornasse um fe- nômeno bilionário, alguns acontecimen- tos foram determinantes para que a Estônia e seu mercado se tornassem o que são hoje. Localizado na região doBáltico, no nordeste da Europa, o país fez parte da União Sovié- tica e só se tornou independente em 1991. A partir dali, teve o desafio de se (re)construir como nação, definindo os seus rumos nos anos seguintes. “Tivemos um governo com visão de mercado muito liberal a partir de 1992, com abertura a investimentos estran- geiros e um sistema simples de impostos”, diz Sven Illing, reitor de empreendedorismo da Universidade de Tecnologia de Tallinn. Ainda nos anos 1990, o país lançou o Tiger Leap Programme, que instalou com- putadores em escolas com o objetivo de ajustar o ensino àsmudanças tecnológicas. UM PAÍS DIGITAL N Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 5 9P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 PIVOTAGEM TAAVI KOTKA, EX-CIO DA ESTÔNIA (À ESQ. ) , E KAIDI RUUSALEPP, PRESIDENTE DA ESTONIAN FOUNDERS SOCIETY (À DIR . ) : POR SUA REINVENÇÃO PÓS-INDEPENDÊNCIA , HÁ QUEM DIGA QUE O GOVERNO DA ESTÔNIA FOI A PRIMEIRA STARTUP DO PAÍS Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 26 0 DATA B A S E • PEQUENA G IGANTE RA IO X DO ECOSS ISTEMA ~1.380 STARTUPS ~22.200 STARTUPS AS TRÊS STARTUPS HOJE SÃO UNICÓRNIOS 93.450 E-RESIDENTS 21,8 MIL EMPRESAS CRIADAS POR E-RESIDENTS 8.187 FUNCIONÁRIOS EMPREGADOS (+35% SOBRE 2020) € 125 MILHÕES PAGOS EM IMPOSTOS TRABALHISTAS (+29% SOBRE 2020) SALÁRIO BRUTO MÉDIO MENSAL: € 2.591 51% ENTRE 31 E 40 ANOS 90 RODADAS DE INVESTIMENTO € 928 MILHÕES CAPTADOS PERF I L DOS FUNDADORES EM 202 1 PA Í SES COM MA I S E -RES IDENTS INVEST IMENTOS EM 202 1 MA IORES VALORES CAPTADOS POR STARTUP, EM EUROS ECOSS I STEMA E -RES IDENCY ATÉ JUNHO / 2 2 EQU I PES EM 202 1 FO N TE S: ST AR TU P ES TO N IA ,S TA TI ST IC S ES TO N IA ,E ST O N IA N TA X AN D C U ST O M S B O AR D ,E -R ES ID EN C Y, ST AR TU PB AS E 16% DOS FUNDADORES SÃO MULHERES (15% EM 2020) 0,2% 20 ANOS OU MENOS 1% 61 ANOS OU MAIS 5% ENTRE 51 E 60 ANOS 21% ENTRE 41 E 50 ANOS 22% ENTRE 21 E 30 ANOS BOLT GLIA VERIFF 620 MILHÕES 64,1 MILHÕES 58 MILHÕES BRAS I L ESTÔN IA RÚSSIA FINLÂNDIA UCRÂNIA ALEMANHA CHINA BRASIL 5.8421. 2. 4. 5. 25. 3. 5.465 5.457 5.440 4.529 993 1 MIL HABITANTES 9,5 MIL HABITANTES = = 1 STARTUP 1 STARTUP 1,3 MILHÃO DE HABITANTES 212,6 MILHÕES DE HABITANTES Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 6 1 “A próxima fase foi ensinar 100 mil pesso- as a usar o aparelho. Não parece muito [em comparação com o Brasil], mas isso era qua- se 10% da população”, diz Illing. O estímulo à formação em tecnologia foi a base para um movimento que cresceria mais tarde: o recrutamento de desenvolvedores estonia- nos para empresas mundo afora. Umcaso anterior ao do Skype é o da Play- tech, que desenvolve softwares para sites de jogos de azar e foi fundada em 1999 pelo israelense Teddy Sagi em Tartu, a maior ci- dade da Estônia depois da capital, Tallinn. Conforme essas empresas cresceram, co- laboraram também para injetar capital no mercado – e no bolso de potenciais empre- endedores. O estoniano Taavet Hinrikus, primeiro funcionário do Skype, por exem- plo, deixou a empresa para fundar a Wise (antiga Transferwise) em 2010, junto com Kristo Käärmann. Listada na Bolsa de Lon- dres desde julho de 2021, a empresa estava avaliada em US$ 4,3 bilhões em 21 julho de 2022. A Starship Technologies, startup de robôs autônomos fundada em 2014 por Ja- nus Friis e Ahti Heinla, dois dos criadores do Skype, é cotada para se tornar um uni- córnio em breve – a empresa tem operação na Estônia e sede emSão Francisco, nos Es- tados Unidos. A língua inglesa, vale dizer, é bem disseminada no país europeu. Em paralelo ao setor privado, o governo daEstônia se digitalizou. Aprimeira assina- tura eletrônica foi registrada em 2002, e o sistema adotado pelo país hoje é aceito em toda a União Europeia. Em 2008, quando o blockchain estava longe de ganhar popu- laridade, a tecnologia passou a ser usada para garantir a integridade dos dados do governo e dos cidadãos. Hoje, 99% dos ser- viços públicos estão disponíveis online. Só não é possível se casar ou se divorciar pela internet. “Eu acredito que a primei- ra startup estoniana foi o e-government [governo digital]”, diz Kaidi Ruusalepp, fundadora e CEO da plataforma de inves- timentos Funderbeam e presidente da Estonian Founders Society. Além da digitalização, outro importante fator de estímulo ao empreendedorismo no país é o seu sistema tributário, considera- do o mais competitivo entre os membros da OCDE por oito anos consecutivos, de acordo com o International Tax Competi- tiveness Index (ITCI), elaborado pela Tax Foundation. Entre os fatores que levaram à classificação, o mais relevante, segundo o ranking, é a taxa de imposto de 20% sobre o rendimento das empresas, aplicada ape- nas aos lucros distribuídos. Na prática, isso significa que os valores reinvestidos no ne- gócio não sofrem tributação. Como toda nação, a Estônia tem suas desvantagens. O ta- manho limitado do mercado local é uma das principais, moti- vando muitas startups a já nascerem com planos de internacionalização. Em busca de capital estrangeiro, alguns estonianos também optam por estabelecer empresas em outros mercados. Junto com o tamanho re- duzido da população, com cerca de 670 mil pessoas economicamente ativas, esses fato- res exigiram que o governo buscasse outras formas de elevar a arrecadação de impostos. “Para aumentar o lucro de uma empresa, você pode reduzir os custos ou aumen- tar as receitas. Então, como poderíamos aumentar as receitas do país?”, pensou Taavi Kotka, empreendedor serial que dei- xou o setor privado para “estrear” o cargo de Chief Information Officer (CIO) no Mi- nistério da Economia em 2013. Uma das respostas veio na forma do e-Residency, programa de residência digital lançado no ano seguinte. Por meio dele, cidadãos de outros países podem obter uma iden- tidade digital que os permite abrir e gerir uma empresa na Estônia, de forma remota – passados os trâmites iniciais, que ainda envolvem algumas etapas presenciais (veja quadro ao final desta reportagem). Desde que foi criado, o programa teve a adesão de 93 mil empreendedores de 179 países. Entre eles, há cerca de mil bra- sileiros. Um levantamento realizado em agosto de 2021 pelo programa e pelo Star- tup Estonia mostrou que um terço das 1,3 mil startups registradas no país até então tinham e-residents entre seus fundadores. Para empreendedores de países de fora da União Europeia, o principal atrativo é po- der acessar esse mercado mais facilmente, com uma empresa europeia “nativa”. “Eu venho de um país de terceiromundo com muitas restrições e histórico de más prá- ticas no setor bancário. Nunca poderia PORTA PARA A EUROPA Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 26 2 trabalhar com um banco da Suécia, por exemplo, tendo uma empresa cingalesa”, diz Alagan Mahalingam, fundador e CEO da Rootcode Labs, startup focada em de- senvolvimento de software fundada no Sri Lanka, em 2014. A empresamantém amaior parte dos seus cem funcionários no país de origem, mas também opera nos Estados Unidos e na Estônia – neste último, por meio do e-Residency. “Eu já atendia clien- tes da Europa [antes de aderir ao programa], mas havia muita fricção. Hoje é mais fácil tocar o negócio e pagar impostos”, diz ele. Além de startups consolidadas, o progra- ma atrai empreendedores e profissionais autônomos interessados em clientes de outros países. É o caso da carioca Michele Garcia, especialista em projetos que utili- zam a plataforma de vendas e marketing digital HubSpot. Em 2020, depois de aderir ao e-Residency, ela fundou a Kuninganna. “Quando você vai para o mercado interna- cional e se apresenta como um freelancer brasileiro, eles nos veem como mão de obra barata. Mas, quando eu comecei a me apre- sentar como uma empresa com sede na Europa, isso mudou totalmente”, afirma. Na época em que Garcia emitiu sua identidade digital, ela viajou até a Estônia para retirar o documento – um cartão físico –, já que o país fechou sua embaixada no Brasil em 2016. Hoje, porém, há um posto de coleta do e-Residency em São Paulo (SP). “Ainda é difícil fazer tudo online, porque precisa- mos ver essa pessoa fisicamente para ter certeza de que ela é quem diz ser e capturar sua biometria para evitar que ela emita dois documentos com nomes diferentes”, afirma Lauri Haav, diretor do e-Residency. “Mas es- tamos vendo como a tecnologia evolui para reduzirmos as etapas presenciais.” O programa e-Resi- dency não garante facilidades na apro- vação de vistos para viver na Estônia. Mas quem tem uma startup ou planeja abrir uma no país pode solicitar o Startup Visa, voltado a fundado- res de empresas inovadoras, escaláveis e de base tecnológica. Para alguns e-residents, como os ucranianos Aleksandr e Natalia Storozhuk, fundadores da PRNEWS.IO, este acabou sendo um segundo passo. A empresa, que atua como um marketpla- ce de conteúdos patrocinados, começou a operar na Ucrânia em 2017. Aleksandr candidatou-se ao programa de residência digital e iniciou a operação na Estônia no ano seguinte. Em 2019, os dois foram apro- vados para o Startup Visa e se mudaram para Tallinn. Coma invasãodaUcrânia pela Rússia, em fevereiro deste ano, ele diz ter perdido boa parte dos negócios nos dois países. Agora, a startup investe em aumentar a presença em outros mercados da Europa e da Ásia. Em paralelo, ajudou parte dos seus cerca de 40 funcionários da Ucrânia a se realo- carem em países como Tailândia e Turquia. A própria Estônia enfrentou alguns efei- tos do conflito. O fato de o país ter fronteira com a Rússia levantou temores entre inves- tidores. “Começaram a dizer que estamos em uma zona de risco e a perguntar se es- távamos lutando”, diz Kaidi Ruusalepp, da Estonian Founders Society. Segundo ela, muitos não sabem que o país faz parte da União Europeia e da Organização do Trata- do doAtlânticoNorte (Otan) – fatores vistos como indicadores de segurança. “Nosso pa- pel como fundadores é promover esse tipo de educação para reduzir riscos”, completa. Para Sven Illing, da Universidade de Tec- nologia de Tallinn, porém, o maior efeito provocado pelo conflito foi a mudança no apetite ao risco por parte dos investidores – algo que, em meio ao cenário econômico global, também tem sido sentido em outros mercados. “Algumas empresas foram pre- judicadas. Mas o cenário geral ainda é bom, e algumas das principais startups do país estão bem capitalizadas”, diz ele. No primeiro trimestre de 2022, o setor registrou um total de 907 milhões de euros em aportes, segundo dados do Startup Es- tonia. O número é próximo dos 928 milhões de euros registrados em todo o ano de 2021. E o e-Residency é só umdos trunfos do país. “Os estudantes são encorajados a pensar em como construir modelos de negócio in- teressantes”, diz Luukas Ilves, atual CIO da Estônia. “Em um grupo de adolescentes talentosos, alguns dirão que querem ser médicos, advogados ou políticos. Mas acho que a proporção que quer criar uma startup e conquistar o mundo por meio de um mo- delo de negócio é muito maior.” * A jornalista viajou a convite do programa e-Residency OLHAR PARA O FUTURO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 6 36 3P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 EVOLUÇÃO MICHELE GARCIA , FUNDADORA DA KUNINGANNA (À ESQ. ) , E OS FUNDADORES DA WISE, TAAVET HINRIKUS E KRISTO KÄÄRMANN (À DIR . ) : ASCENSÃO DO SKYPE É CONSIDERADA UM PONTO-CHAVE PARA O SURGIMENTO DE NOVAS GERAÇÕES DE EMPREENDEDORES Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 26 4 O programa dá acesso a uma identidade digital estoniana. É possível abrir uma empresa à distância, acessar serviços bancários e usar ferramentas como assinatura eletrônica. Voltado a profissionais e empreendedores que podem trabalhar de forma totalmente remota e desejam fazer isso morando na Estônia. No processo de candidatura, é preciso enviar cópia do passaporte, foto e declaração de motivação. Também solicitarão informações sobre o seu currículo e a atividade da sua empresa, se já tiver uma. Para se candidatar, é preciso ter um contrato de trabalho ou uma empresa estabelecida em outro país. No caso de freelancers, a maior parte dos clientes deve estar fora da Estônia. Se a solicitação for aprovada, o próximo passo é ir a um posto do e-Residency para apresentar a adesão, coletar impressões digitais e retirar seu kit. No Brasil, o posto fica em São Paulo. Com o cartão de e-resident em mãos, é possível abrir a empresa pela internet. O negócio deverá ser vinculado a um endereço legal e um contato na Estônia. Há empresas licenciadas que oferecem esse serviço. Cada instituição bancária pode adotar seus próprios critérios para aprovação – inclusive, exigindo a presença física do solicitante. Por isso, muitos e-residents optam por serviços financeiros digitais, de empresas como Wise e PayPal. Mais informações no site www.e-resident.gov.ee/brasil Mais informações no site www.e-resident.gov.ee/nomadvisa DADOS PESSOA I S PARA QUEM É QUEM PODE TAXA DE ADESÃO COMO PED IR PRAZO A inscrição custa € 120 e pode ser paga com cartão de crédito ou débito. O prazo de avaliação da adesão é de três a oito semanas. O solicitante deverá comprovar a capacidade de exercer funções remotamente e renda mensal de pelo menos € 3,5 mil nos seis meses anteriores à solicitação. O visto tem validade de até um ano. Passado esse período, é possível solicitar um novo documento, com validade de até seis meses. ABERTURACONTAS K I T E -RES IDÊNC IA A solicitação tem taxa de € 80 a € 100 e deve ser submetida em uma embaixada da Estônia. A avaliação ocorre em até 30 dias. QUANTO CUSTA COMO EMPREENDER NA ESTÔN IA E-RESIDENCY VISTO NÔMADE DIGITAL O QUE É Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 6 5 O visto permite que pessoas que têm ou pretendem fundar uma startup solicitem permissão para morar na Estônia. Startups do país podem solicitá-lo para funcionários de outros locais. A taxa para a candidatura varia entre € 100 e € 190. Ela deve ser submetida em uma embaixada da Estônia ou um ponto do Serviço de Polícia e Guarda de Fronteiras do país. Residentes de nações que não têm uma embaixada estoniana, como o Brasil, podem fazer o processo em um país que a tenha. Estados Unidos, Portugal e Espanha são alguns exemplos. Se o negócio for aprovado, o próximo passoserá solicitar o visto. Além de apresentar os documentos, o solicitante deverá comprovar reserva financeira equivalente a pelo menos € 200 por mês, por toda a duração do visto – por exemplo, € 2,4 mil para um ano. Mais informações no site www.startupestonia.ee/visa ANTES DE DEC ID I R DURAÇÃO RESERVA F INANCE IRA GASTOS PR IME I RO PASSO Quem ainda não tem startup registrada pode solicitar um visto de curto (até três meses) ou de longo prazo (até 12 meses). Quem tem empresa na Estônia pode pedir autorização de residência temporária de até cinco anos. O interessado deve preencher um formulário sobre a empresa. Um comitê avaliará o alinhamento com a definição de startup – inovadora, de base tecnológica e com grande potencial de escala. A Estônia foi o primeiro país a lançar um programa de residência digital, em 2014. Desde então, algumas outras nações, como Lituânia e Portugal, lançaram seus próprios programas. Os vistos para nômades digitais também se tornaram mais comuns e hoje são oferecidos por uma série de países. A recomendação de Leonardo Freitas, especialista em imigração e CEO da consultoria Hayman-Woodward, é comparar as vantagens e desvantagens de cada programa e dos seus países. “A Estônia é muito competitiva na parte de impostos. No entanto, seu clima frio pode não ser muito atrativo para os brasileiros”, avalia. Se o objetivo for obter uma permissão de residência permanente ou um passaporte europeu, segundo ele, o país não é o destino mais indicado. Ele ressalta que mesmo o visto de nômade digital estoniano tem limitações quanto à permissão de viajar por outros países da União Europeia. “Hoje, os passaportes mais fáceis de obter como brasileiro são o português e o espanhol.” STARTUP VISA PARA QUEM É Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 6 6 DATA B A S E Nos últimos dois anos, o franchising ganhou novos perfis de franqueado, empreendedores que aproveitaram formatos de negócios mais econômicos e flexíveis. Conheça histórias de quem apostou na nova onda das franquias TEXTO MÔNICA KATO FOTOS CAMILA CARA , JOSÉ MEDE IROS E THAYNÁ BONIN P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 6 76 7 A pandemia ainda não acabou, mas é possível ver alguns impactos positivos da retomada das atividade presenciais – no trabalho e no convívio social. O franchising é um dos setores que vêm se beneficiando disso e mantendo o ritmo de recuperação. Dados da Pes- quisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias, realizada pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), mostram que as redes cresceram 8,8% em faturamento no primeiro trimes- tre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já em relação à receita, este é o quarto tri- mestre consecutivo de alta. Para André Friedheim, presidente da ABF, a recuperação está intimamente ligada ao retorno das atividades em pontos de venda físicos. Mas ele tam- bém dá crédito às vendas digitais, um claro aprendizado trazido pela pande- mia. “Estamos caminhando para um ambiente de negócios cada vezmais hí- brido, com uma forte interligação entre o on e o offline, o que pode abrir novos caminhos para o setor”, afirma. Para quem quer investir em fran- quias, isso tem significado mais portas abertas. “Primeiro, aumentaram as oportunidades de se investir em fran- quias, já que novas marcas decidiram franquear. Depois, houve crescimen- to de novos formatos de modelos de negócios. Com esses dois elementos combinados, ao mesmo tempo em que surgiram novos franqueadores, tam- bém aumentaram as possibilidades de negócios para empreendedores que já estavam atuando com franquia”, afirma Rodrigo Abreu, diretor de marketing e comunicação da ABF. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 6 8 EM MOVIMENTO De acordo com dados da pesquisa da ABF, houve um incremento nos forma- tos de unidade mais enxutos, de menor investimento e com maior flexibilida- de. Em 2020, as franquias home-based representavam 7,1% do total das uni- dades das redes pesquisadas. No ano passado, elas eram 10,3% e, em 2022, subiram para 14,8%. “O que se busca é umamaior eficiência, sobretudo em um cenário com inflação elevada. Está cla- ro que, com lojas mais enxutas e mais tecnologia embarcada, podemos ven- der com um tíquete maior e ter melhor lucratividade”, diz o presidente da ABF. Home-based (trabalho basea- do em casa), home office (trabalho remoto em qualquer lugar fora da empresa, inclusive em casa), modelos de negócios com menor investimen- to dentro de franquias tradicionais, microfranquias e franquias digitais foram modalidades adaptadas que o mercado passou a oferecer em maior volume. “Na recente feira da ABF, notamos muitas redes apresentan- do modelos de menor investimento, como as da área da educação. Também vimos contêineres; carros, carrinhos e até tuk-tuks; vending machines; dark kitchens; store in store e concessioná- rias digitais”, conta Friedheim. A oferta de pontos alternativos – como postos de combustíveis, pré- dios residenciais e comerciais, lojas de conveniência, clubes, hospitais e lojas dentro de lojas – também cresceu. “Isso pôde ser visto no formato store in sto- re, por exemplo, onde não é necessário investir em um ponto próprio e ainda dá para otimizar um local ocioso”, diz Lyana Bittencourt, CEO da Bittencourt Inteligência em Rede de Negócios, que presta consultoria em franquias. Para Friedheim, considerar pontos alter- nativos traz às franquias a chance de alcançarmais lugares no Brasil, incluin- do cidades e bairros de menor porte. UMA POSTURA DIFERENTE Além das novidades em termos de modelo de negócio, houve ainda mudanças de comportamento do fran- queado. “Para começar, ele teve de se tornar mais ativo. Com equipes meno- res, assumiu um perfil mais operador, colocou a mão na massa. A pandemia fez com que ele fosse mais proativo e mais digital, reconhecendo que a mesma loja pode ser física e virtual ao mesmo tempo. Sem dúvida, preci- sou desenvolver mais competências”, afirma Abreu. Vários aproveitaram oportunidades de repasse de unidades já em funcionamento. Pelo lado do franqueador, da mes- ma forma, houve adaptações. Se antes muitos exigiam justamente esse papel de franqueado operador, 100% envol- vido no dia a dia do negócio, agora passaram a aceitar melhor o papel do franqueado investidor. “Isso é bom, porque contratar um profissional para tocar o negócio pode ajudar o fran- chising no sentido de encontrar novos modos de trabalhar e novas formas de crescer”, afirma Abreu. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 6 9 *P R ÉD IO S C O M ER C IA IS ,C O N D O M ÍN IO S R ES ID EN C IA IS ,P O ST O S D E C O M B U ST ÍV EI S, C LU B ES , H O SP IT AI S, ST O R E IN ST O R E, EN TR E O U TR O S FO N TE :A B F (A SS O C IA Ç ÃO B R AS IL EI R A D E FR AN C H IS IN G ) O SETOR DE FRANQUIAS GANHOU CARA RENOVADA COM MODELOS MENORES E FLEXÍVEIS UNIDADES DE FRANQUIAS HOME-BASED 2020 UNIDADES DE FRANQUIAS EM PONTOS ALTERNATIVOS* 2021 2022 7,1% 10,3% 14,8% 2020 2021 2022 3,1% 8,2% 8,7% NÚMERO DE UNIDADES FRANQUEADAS 146.134 153.704 160.958 156.978 170.999 2017 2018 2019 2020 2021 F R A N C H I S I N G DA N OVA E R A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 0 DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 ALTERNATIVO HÁ QUATRO MESES, CLAYTON FRAZÃO ABRIU UMA UNIDADE HOME- BASED DA ESCOLA MINDS IDIOMAS EM UM CLUBE FO TO :C AM IL A C AR A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 1 ESCOLA DE INGLÊS , E SCOLA DA V IDA Clayton Frazão, 45 anos, carioca que atualmente mora em São Paulo, coor- denanegócios também no Pará e no Paraná. Ele é sócio de quatro unidades da Minds Idiomas na capital paulista e subdiretor dessas e de mais quatro es- colas localizadas nos outros estados. Nada mau para quem começou na empresa como motoboy, em Vitória (ES). “Minha vida mudou quando res- pondi ao anúncio para essa vaga. Com o tempo, fui me envolvendo com os ne- gócios e, aos poucos, passei a trabalhar na área administrativa”, conta Frazão. Após sete anos atuando na adminis- tração, ele foi convidado para liderar a escola de Manaus (AM), em 2008. Deu tão certo que, em 2013, recebeu nova proposta, desta vez, para trabalhar em uma unidade em São Paulo. Um ano mais tarde, ele se tornou subdiretor dessa escola e, no ano seguinte, era só- cio da sua primeira escola. Ele afirma que aprendeu tudo na prática. “Sou au- todidata, a Minds foi minha escola – de negócios e de vida”, diz. Há quatro meses, ainda no rescaldo da pandemia, abriu uma unidade ho- me-based do negócio no Clube Atlético Ypiranga, que tem cerca de 5 mil só- cios. “O namoro começou lá atrás, e a parceria foi firmada em março de 2020, quando tudo parou. Suspendemos por um período. Depois, conseguimos nos instalar lá. Era um desejo antigo que pôde ser viabilizado porque o investi- mento nesse modelo de negócio é mais baixo, cerca de R$ 20mil”, conta. A Minds Idiomas criou essa alterna- tiva neste ano para reduzir custos e flexibilizar antigos padrões de investi- mento.Omodelopermitealocaraescola emumespaçomenor, inclusive em casa, coworkings, escolas e clubes. Os alunos podemmesclar aulas presenciais e digi- tais. “O sabor da vitória de estar em um ponto alternativo, como o clube, só nos fortalece para pensar em estudar outras possibilidades nesse modelo home-ba- sed”, diz Frazão. O faturamento médio mensal de R$ 112 mil com as quatro uni- dades é mais um fator que encoraja. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 AUTONOMIA SABRINA YONESAWA FAZ A GESTÃO DE SETE MINIMERCADOS COM AUTOATENDIMENTO EM CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS NA GRANDE SÃO PAULO; AS LOJAS TÊM FATURAMENTO MÉDIO DE R$ 45 MIL Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 3 NA BASE DA CONF IANÇA FO TO :C AM IL A C AR A A empreendedora Sabrina Yonezawa, 34 anos, queria muito se dedicar a uma atividade que fosse além da rotina de mãe de Sophia, 11, e Heloísa, 7, e de dona de casa. Também desejava poder fa- zer algo com o marido, Márcio Rogério Yonezawa, 46, que atuava como moto- rista executivo e tinha uma rotina que limitava o convívio com a família. Ao pesquisar exaustivamente omercadode franquias, decidiu pela Honest Market, minimercado que funciona 100% por meio de autoatendimento – o cliente tem acesso aos produtos, escolhe, pega, paga e leva – tudo sem a supervisão de ninguém, baseado unicamente na con- fiança e na honestidade. É conveniente não apenas para quem se beneficia desse serviço, como para o dono do negócio, que não precisa ficar in loco nem necessita de muitos fun- cionários. No caso dos Yonezawas, eles mesmos fazem a gestão do estoque e do fluxo de caixa, responsabilida- de de Sabrina, e da reposição, função que o casal executa junto diariamente. “Posso administrar as coisas de casa, reabastecer as lojas enquanto minhas filhas estão na escola e ficar com elas à tarde”, diz a empreendedora. O negócio começou em outubro do ano passado. Eles abriram uma unidade no prédio ondemoram, em São Bernardo do Campo (SP) – o condomínio de duas torres abriga 400 apartamentos, o que garante, segundo Sabrina, um bom fluxo de pessoas. A experiência foi tão positiva que, além dessa loja, eles têm mais seis, sendo outra em São Bernardo e cinco em São Paulo, todas em condomínios resi- denciais. “Acredito que o segmento nos favoreceu porque, com mais gente em casa por causa das restrições, um mini- mercado de fácil acesso resolve a vida de muita gente”, diz Sabrina. O plano do casal agora é alavancar as lojas, que faturam, em média, R$ 45 mil por mês, investindo em equipamentos para oferecer mais produtos. “Não dá para ter manteiga, iogurte e sobremesas congeladas com um só tipo de geladei- ra, por exemplo”, explica. Diversificar o portfólio, eles dizem, é uma boa estra- tégia para trazer mais vendas. A ideia é “ser necessário”. A própria Sabrina vive se beneficiando da comodidade: “Outro dia, as meninas queriam comermacarrão com calabresa e molho branco e não ti- nha creme de leite em casa. Corri na loja e salvei nosso almoço”. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 4 DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 CONJUNÇÃO POS IT IVA FO TO :C AM IL A C AR A Vender sempre foi o que Michel Van- derlei, 42 anos, fez de melhor. Ele veio de uma família humilde. Aos 12 anos, perdeu o pai e passou a ajudar a mãe a comercializar doces e churrasquinho. Depois, trabalhou como educador so- cial em abrigo e deu aulas de dança de salão. Mais tarde, voltou para a área de vendas, atuando com colchões massa- geadores. Em 2019, decidiu empreender e focou em franquias. Pesquisando, interessou-se pela Brazil Health, que oferece planos de saúde e odontológico e seguro de vida. Quando começou a pandemia, em março de 2020, ele e a esposa e só- cia, Evelyn Costa Coutinho, 30 anos, estavam prestes a fechar contrato de aluguel de um escritório e já tinham escolhido móveis e equipamentos. Cancelaram os planos iniciais e se- guiram com a ideia de empreender. Mas em home office. “Tivemos me- nos custos, e o esquema online não prejudicou absolutamente em nada o treinamento, a assistência e o suporte que tivemos”, conta Vanderlei. O casal passou praticamente um ano se apro- fundando e fazendo treinamentos, inclusive o da Susep (órgão regula- dor da área de seguros que fornece certificação para atuar no segmento). “Iniciamos as atividades em junho do ano passado. Em poucos meses, o faturamento, que, para aquele momen- to, deveria girar em torno de R$ 6 mil mensais, era de R$ 24 mil mensais. Fi- camos em terceiro lugar como maior faturamento das franquias damarca no Brasil”, comemora o empreendedor. Ele atribui o sucesso ao empenho e à dedicação, mas também a uma con- junção de fatores. “Com a pandemia, as pessoas ficaram desesperadas para terem cobertura de seguro saúde, odon- tológico e de vida. Fomos beneficiados por esse momento”, afirma. Mas acres- centa: “Ter êxito nas vendas não foi a única recompensa. Cada pessoa, cada família que conseguíamos ajudar en- contrando um produto adequado era uma vitória”. Assim, Vanderlei, vende- dor nato, e Coutinho, que tem formação em psicologia e pós-graduação em ad- ministração de empresas, levantaram o negócio que, por ser em home office, se adequa aos três endereços onde divi- dem seu tempo: em Praia Grande (SP), São Luís (MA) e São Paulo (SP). O desejo para o próximo ano é trazer mais gente para trabalhar com eles. “O modelo remoto vai possibilitar que a gente treine e empregue jovens em situ- ação de risco. Hoje, contamos com três pessoas na equipe. Queremos ter mais uns 30 parceiros”, projeta Vanderlei. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 5 UNIDOS O CASAL MICHEL VANDERLEI E EVELYN COSTA COUTINHO COMANDA UMA FRANQUIA DE SEGUROS EM HOME OFFICE: OS PLANOS INCLUEM AUMENTAR O TIME DE COLABORADORES P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 6 DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 HOME OFFICE FRANQUEADA DA AZUL EMPRÉSTIMOS, MARTA SPIELMANN INVESTIU NA MONTAGEM DO ESCRITÓRIO DENTRO DE CASA E DIZ QUE VANTAGENS DA MICROFRANQUIA SÃO AUTONOMIA E FLEXIBIL IDADE P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 7 TUDO EM CASA “Era fevereirode 2020. Montei meu escritório em um prédio no centro da cidade para atender os clientes. Ummês depois, veio a pandemia. O condomínio permitiu que eu continuasse usando a sala, já que ninguém iria até lá mesmo. Mas fiquei muito assustada.” Essa é a história do início do empre- endimento de Marta Spielmann, 26 anos, franqueada da Azul Empréstimo, de Cuiabá (MT). Como tantos, ela foi surpreendida pela pandemia, em um momento delicado – o começo do negó- cio próprio, quando tinha empenhado toda a verba de que dispunha, cerca de R$ 15 mil, só com o custo da franquia. Enfrentar essa situação não foi o úni- codesafio. Spielmann tinhaumemprego com registro em carteira, vinha da área de vendas de consórcio e tinha resolvi- do trabalhar no ramo de empréstimos pessoais consignados para variar. Mais: foi da cidade de Tangará, no interior do estado, para a capital, para ajudar a cui- dar do pai, que estava doente. Ou seja, pediu demissão, mudou de domicílio e de segmento e se comprometeu com aluguel. Como muitos brasileiros, po- rém, resistiu. Ficou seis meses no prédio, enquan- to fazia caixa e, com os novos ganhos, reformou a parte da frente da sua casa para, enfim, montar seu home office. Literalmente. “Investi R$ 15 mil para transformar uma área daminha residên- cia em escritório e foi a melhor decisão que poderia ter tomado”, afirma Spiel- mann. Para a empreendedora, trabalhar nesse modelo de negócio é bastante vantajoso. “O home office é prático, dá para economizar com aluguel, transpor- te e outros custos, como energia, água e alimentação”, resume. Com essa eco- nomia e muito trabalho, conseguiu se estabelecer e virar o jogo. Nesses dois anos, formou uma boa carteira e atingiu faturamento médio mensal de R$ 25 mil, com duas funcioná- rias. “Não tenho medo de aprender nem de trabalhar. Se percebo que estamos em uma fase do mês e ainda não batemos a meta, turbino o marketing digital, vou para a rua, faço panfletagem, pego o te- lefone e corro atrás de fechar negócios. O sucesso depende de mim. Se eu bobe- ar, não ganho”, diz. Outra vantagem de ter uma microfranquia, de acordo com Spielmann, é a autonomia e a flexibili- dade para trabalhar. “Quando faço esse esforço, dá tudo certo e os clientes vêm, posso diminuir o ritmo e ficar em casa – na outra parte do imóvel! – só colhendo os frutos do trabalho árduo”, comemora. FO TO :J O SÉ M ED EI R O S P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 8 DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 FO TO :N O N O N O N O N O N O N O N O FOCO A ADMINISTRADORA CÁSSIA FRANÇA DE OLIVEIRA CARVALHO TRABALHA COM UMA EQUIPE DE DEZ PESSOAS: EM HOME OFFICE, ROTINA É DORMIR E ACORDAR PENSANDO EM COMO MELHORAR O SERVIÇO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 7 9 UMA AJUDA A OUTRA Sororidade: esse é um dos principais propósitos de Cássia França de Oli- veira Carvalho, 29 anos, franqueada da Maria Brasileira, no Rio de Janeiro (RJ), com o seu negócio. A empresa oferece serviços de limpeza residencial e comercial, além de babá, passadoria e cuidados com idosos. Trabalha, ma- joritariamente, com prestadoras de serviço. “É uma categoria que precisa muito de ajuda e de um olhar diferen- ciado, de respeito e solidariedade”, afirma a empreendedora. Ao optar por esse ramo de atuação, pensar em ajudar esse grupo de pes- soas também influenciou na decisão. E olhaqueo segmentonão se identificava nem de longe com o que Carvalho rea- lizava antes. Ela trabalhava no setor de contratos – fazia análise, catalogação e digitalização de documentos. “Ha- via um bom tempo que queria mudar de ares, aquilo era monótono e pouco desafiador”, conta. Quando o novo co- ronavírus tomou conta da nossa rotina, ela adiou um pouco os planos, contan- do com a estabilidade do pagamento mensal. No entanto, com a reabertura, voltou a sonhar. “Com a pandemia, a preocupação com limpeza aumentou. E, como as pessoas passaram a ficar mais em casa, trabalhando, também passaram a ter menos tempo para cui- dar disso”, afirma Carvalho. Outro ponto que pesou a favor foi o modelo de negócio: ter a pos- sibilidade de investir uma soma que cabia no bolso – Vitor Almeida, noivo e sócio, entrou como investidor com R$ 40 mil – e tocar a microfranquia em home office era tudo de que pre- cisava. “Não tive de investir em ponto comercial nem em mobiliário. Adaptei um canto da minha casa e não fiz gran- des mudanças”, diz. O que mudou, de verdade, foi a rotina. Primeiro, porque a empresa em que trabalhava não li- berou os funcionários para operar de forma remota. Então, o home office é novidade para ela. Depois, porque ela virou uma empresa de uma pessoa só. Acorda e dorme pensando em como melhorar o serviço, em como atender este ou aquele cliente, em como dar suporte para esta ou aquela prestado- ra de serviço. Administradora de formação, ela entende que, uma vez que o negócio engrene, ela poderá se dedicar ao que sabe fazer de melhor – gerir e liderar – para, então, se cercar de pessoas que agreguem. Sua franquia tem apenas quatro meses e ela administra uma equipe de dez pessoas. “É só o começo: quero crescer e ajudar mais pessoas, e sinto que posso fazer isso.” FO TO :T H AY N Á B O N IN P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 0 DATA B A S E • FRANQUEADO 2 .0 “Atendi um cliente que chegou deses- perado, dizendo que precisava muito da minha ajuda porque alguém tinha esbarrado e sujado sua camisa, e ele ti- nha de voltar para casa à noite com ela limpa. A peça estava toda manchada de maquiagem. Eu disse que ele podia ficar tranquilo, que a gente resolveria a questão e assim foi feito. À tarde, ele pegou a camisa sem nenhuma mar- ca de sujeira e foi embora aliviado.” É por essas e outras histórias que Vânia Cristina Polettini, 41 anos, franqueada da rede de lavanderias 5àsec em São Paulo (SP), afirma que se encontrou no empreendedorismo. Ela trabalhou em empresas nacionais e multinacionais durante um bom tempo como assistente executiva, mas, com o nascimento da filha, Maitê, 8, optou por ficar em casa. Quando a menina tinha 4 anos, Polettini começou a pesquisar o mercado de franquias junto com o ma- rido e futuro sócio, Sidney Andrade, 42 anos. Ele, que é gerente de vendas em uma empresa, a acompanhou em pesqui- sas de campo – depois que escolheram o segmentode lavanderiadealtademanda, visitaram várias lojas e conversaram com franqueados e franqueadores. Levaram cerca de dois anos e meio estudando o mercado e escolheram a 5àsec. “A ques- tão é que, na Zona Sul, região que nos interessava, não havia possibilidade de novas lojas”, conta Andrade. No início da pandemia, há exatos dois anos, conse- guiram comprar unidades de repasse na área que queriam. O casal conta que o antigo proprie- tário estava aposentado e queria se mudar para o litoral, embusca demaior qualidade de vida. “Foi perfeito para nós, porque é vantajoso pegar uma loja que já está em operação, você não precisa começar do zero”, diz Andrade. Depois de um ano, adquiriram uma ter- ceira unidade, desta vez, com virada de bandeira – compraram uma lavanderia de outra marca e a transformaram em uma 5àsec. Ele cuida da parte administrativa, e Polettini toca o dia a dia – gerenciando sistema, equipes, equipamentos e as de- mandas dos clientes, como a da camisa suja que precisava de solução urgente. Os dois se dizem satisfeitos com o seg- mento e com as lojas, que faturam, em média, R$ 140 mil por mês, e planejam expandir daqui a dois ou três anos, so- mando mais três unidades ao portfólio. FAC IL I TANDO ROT INAS FO TO :C AM IL A C AR A P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 1 REPASSE PRIMEIRAS UNIDADES FRANQUEADAS DE VÂNIA CRISTINA POLETTINI FORAM COMPRADAS DE EMPREENDEDOR QUE QUERIA MUDAR DE CIDADE. A VANTAGEM FOI NÃO COMEÇAR DO ZERO P EQ U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS A T r I l O g I a E s Tá C o M p L e Ta ! O TeRcEiRo e úLtImO vOlUmE dA sÉrIe bEsT-sElLeR dE LaUrEnTiNo GoMeS Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente. Em um texto impactante e ricamente ilustrado com imagens e gráficos, Laurentino Gomes lança o terceiro volume de sua obra, resultado de 6 anos de pesquisas, que incluíram viagens por 12 países e 3 continentes. NOS SITES, LIVRARIAS E EM E-BOOK Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS EXCELÊNCIA M EN TO R I A 8 3 A P R E N D IZ A D O E X P E R T IS E DNE KCAB DNE KCAB P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 4 OT WOH OT WOH P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 E D I C Ã O J U L I A N A V E N T U R A I L U S T R A Ç Õ E S F R A LV E Z B AC K E N D • HOW TO Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 5 A jornada de trabalho média de um empre- endedor é longa: 9,3 horas por dia, segun- do a pesquisa “Tempo do Empreendedor”, realizada pelo Sebrae-SP. O expediente va- ria de acordo com o tamanho da empresa – de 9,2 horas para o microempreendedor individual (MEI), 9,7 horas na microempre- sa e 9,9 horas em uma empresa de pequeno porte. Para 78% dos 800 entrevistados, o trabalho se estende para os sábados, quan- do investem cerca de 7 horas. Ainda que as horas dedicadas à vida empreendedora sejam muitas, a falta de tempo é também uma reclamação cons- tante – tanto entre empresários como funcionários. “O tempo é umdos recursos mais democráticos”, diz Cintia Martins, consultora de negócios do Sebrae-SP. “O que muda é a maneira como cada ser hu- mano se relaciona com ele.” A pandemia pode ter agravado a percep- ção de falta de tempo. Segundo o antropó- logo americano Jamais Cascio, passamos a viver em um “mundo Bani”. A sigla diz res- peito às palavras inglesas brittle, anxious, nonlinear e incomprehensible, ou frágil, ansioso, não linear e incompreensível, na tradução para o português. A definição de gestão do tempo, segun- do Patrícia Barcelos Martins, docente em cursos de gestão e negócios do Senac EAD, envolve a habilidade de organizar o tem- po de modo a torná-lo mais produtivo. “De forma sucinta, é importante para estabele- cer uma vida equilibrada e saudável”, diz. Sem olhar atentamente para esse tema, a tendência natural é alocar o tempo em ati- vidades que tragam benefícios mais ime- diatos ou pequenos alívios, diz o psicólogo Saulo Velasco, professor da The School of Life. Só que esse “fluxo natural” pode levar a uma distribuição irregular de tarefas, que ignora atividades prioritárias. Veja a seguir por que e como otimizar seu tempo, de acordo com os especialistas. OT IM I ZE O seu TEMPO Saber definir prioridades e elaborar listas de tarefas estão entre as dicas para melhorar o planejamento diário e semanal T E X TO A D R I A N A FON S E CA P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS B AC K E N D • HOW TO 8 6 B E N E F Í C I O S O principal benefício da gestão de tem- poeficazé conseguir cumprirmetas e ta- refas e atingir objetivos pessoais e pro- fissionais, afirma Velasco. Maior produ- tividade e mais qualidade de vida, tan- to no âmbito profissional como no pes- soal, também são vantagens. “Uma pes- soa que administra seu tempo apresen- ta resultados mais consistentes é bem- -aceita em seu ambiente de trabalho, é requisitada para trabalhar em equipe e acaba por ser mais motivada a assumir outros desafios”, afirma Patrícia Barce- los Martins, do Senac EAD. “Isso porque uma pessoa com uma gestão eficiente do tempo se sente mais segura, pois sa- be que sua organização e disciplina no estabelecimento das prioridades ao lon- go do tempo são alicerces na gestão de suas atividades”, completa ela. NO TR A BA LHO R EMOTO A gestão do tempo se tornou ainda mais importante no home office, porque o pro- fissional divide o ambiente de trabalho com o doméstico. Velasco explica que as pessoas já têm alguns hábitos associados ao lar. “É um local onde a gente descansa, se diverte, usa redes sociais, assiste a fil- mes e séries, come, escuta música… Quan- do começamos a trabalhar em casa, todos esses hábitos já estabelecidos começam a competir com as atividades profissionais”, explica. Nesse cenário, o planejamento ajuda a estabelecer prioridades e a apren- der a intercalar e distribuir o tempo entre trabalho, lazer e outras atividades da ca- sa. A recomendação de Cintia Martins, do Sebrae-SP, é ter clareza quanto à principal tarefa do dia, ou seja, aquilo que precisa ser entregue e tudo que necessita ser rea- lizado para chegar ao resultado. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 7 PA R A COM EÇA R Oprimeiro passo é fazer um levantamento da rotina. Avalie as suas atividades diárias, descrevendo a sua jornada por completo. Feito isso, a dica de Cintia Martins é clas- sificar as ações em 1. tarefas de alto impac- to, que só podem ser feitas por você; 2. ta- refas de médio impacto, que normalmen- te são feitas por você, mas têm prazomais flexível; 3. tarefas de baixo impacto, que nem sempre precisam ser feitas por vo- cê e possuem maior prazo para execução; 4. tarefas delegáveis, mas que você sen- te prazer em realizar ou não acredita que outra pessoa fará tão bem; e 5. tarefas eli- mináveis, que drenam o seu tempo ou de- vem ser realizadas fora do horário produ- tivo, como as redes sociais. Depois, esta- beleça períodos de tempo para cada uma delas, sem banalizar alguma ou superesti- mar outra, levando em consideração a jor- nada de trabalho e o tempo de execução. Por fim, reorganize a agenda, distribuindo as ações pelos dias, semanas e meses. L I S TA S D I Á R I A S Ao fazer o levantamento das prioridades, elabore uma lista de atividades de for- ma hierarquizada, observando que as pri- meiras serão as que merecem maior aten- ção, mas não necessariamente mais tem- po. Você pode incluir, ao lado da tarefa, os recursos e o tempo necessários para sua execução, bem como prazos. Pode, ain- da, designar o responsável. É possível usar uma tabela ou planilha, seja ela manual ou eletrônica – agenda, quadro branco ou aplicativos como o Trello são exemplos do que pode funcionar. Na hora de listar as atividades, tente agrupá-las a partir de di- ferentes temporalidades – diárias, sema- nais, mensais. Nesse planejamento é pre- ciso considerar as características de im- portância, urgência e rotina, explica a pro- fessora do Senac EAD. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 8 8 D I G A “ N ÃO ” Saber dizer “não” é essencial. “É muito co- mum que empreendedores ou pessoas que trabalham em home office recebam demandas da família e de amigos dentro do horário de trabalho”, exemplifica Cin- tiaMartins, do Sebrae-SP. “Nesse caso, so- mente a consciência e a postura de que a hora produtiva é destinada para o resulta- do farão com que os ‘nãos’ sejam ditos de maneira assertiva e sem culpa.” Nem sem- pre será possível atender a uma solicita- ção, e é importante ter clareza disso. Den- tro da esfera profissional, as negativas po- dem ser mais complexas. “O importante é sempre manter um canal de comunicação aberto, alicerçado em argumentos racio- nais com sua liderança ou colega de tra- balho que possa solicitar algo”, recomen- da Patrícia BarcelosMartins, do Senac. Ela diz que é importante ser educado e poli- do. “Se for o caso, agradeça a oportunida- de e a lembrança de seu nome. Se possí- vel, de formasucinta, explique o motivo do ‘não’ e exponha seu foco de atenção.” CU I DA DO COM AS R E U N I Õ E S No caso das reuniões online, tão comuns atualmente, a dica é planejar. Não marque calls muito próximas umas das outras e, caso não tenha autonomia para esse tipo de definição, deixe ciente aos participan- tes que você só poderá estar ali até de- terminado horário. Também é importante identificar qual é o nível de importância da reunião e o grau de exigência de sua parti- cipação. “Isso perpassa o estabelecimen- to de prioridades”, explica a professora do Senac EAD. Há reuniões nas quais você será o líder, em outras será mais ouvinte. Outro ponto que ajuda, alerta Cintia Mar- tins, do Senac-SP, é se preparar antecipa- damente. “Definir a pauta e um tempo pa- ra realizar cada reunião ajuda muito”, diz. “Quando eu me preparo previamente, co- lhendodados, focandoem fatos e comuni- cando os envolvidos antecipadamente so- bre o assunto, todos podem se dedicar e trabalhar juntos para alcançar o resultado ou a solução esperada para a situação de formamais assertiva.” P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS B AC K E N D • HOW TO 8 9 P R E V E J A O S I M P R E V I S TO S Dentro da rotina e do planejamento, é preciso ter lugar para eventualidades. A dica é deixar espaço na agenda para eles. Segundo Velasco, construir essas lacu- nas é importante. “Quando as pessoas não conseguem cumprir suas metas, isso gera desmotivação. O espaço para impre- vistos é essencial para chegar ao final da semana com suas metas de planejamen- to cumpridas.” A docente do Senac EAD diz que considerar um intervalo de 15 mi- nutos entre uma tarefa e outra, levando em conta possíveis atrasos ou problemas tecnológicos, é uma possibilidade. Em encontros presenciais, a chance de im- previstos é maior, o que pode exigir até uma hora de janela. A T ÉCN I CA POMODORO A técnica foi criada em 1988 por Frances- co Cirillo usando um timer de cozinha em formato de tomate (pomodoro, em italia- no). O dispositivo girava 25 minutos e, en- tão, emitia um som. Nesse período, Cirillo focava 100% da sua atenção nos estudos. Depois, fazia uma pausa. Ao perceber que aquilo funcionava, resolveudivulgar a téc- nica. A ideia dométodo é dividir o fluxo de trabalho em blocos de concentração in- tensa. Isso ajudaria a melhorar a agilida- de do cérebro e estimular o foco. Para co- meçar, arrume um cronômetro e faça uma lista de tarefas para o dia. Depois, divida o seu tempo em blocos de 25 minutos e trabalhe ininterruptamente em suas tare- fas nesses períodos. Quando o timer to- car, risque as atividades concluídas e ano- te o status do seu trabalho – 30% concluí- do, por exemplo. Na pausa de cinco minu- tos, faça coisas não relacionadas ao traba- lho, e a cada quatro ciclos faça um interva- lo maior, de 15 a 30 minutos, para descan- sar. Essas paradas são fundamentais para o cérebro se recuperar. P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS 9 0 Em 2010, Genivaldo Ribeiro da Silva, 42 anos, decidiu se mudar de Corumbá, no interior doMato Grosso do Sul, para tentar a vida na capital, Campo Grande. Começou a vender cosméticos de porta em porta em salões de beleza. Depois de dois anos tentando atrair a atenção de um estabelecimento grande da região, recebeu um pedido de uma cabe- leireira do local. “Ela comprou R$ 1 mil em produtos e parcelou em dez vezes. Quando voltei para receber a primeira parcela, não havia mais salão”, afirma. Silva ainda estava atordoado com o calote quando o dono de outro salão, que lhe devia R$ 5mil, ofereceu que ele comprasse o espaço, pelo valor da dívida e o automóvel “Gol bolinha” que tinha na época. Silva topou, mas logo se perguntou se tinha feito a esco- lha certa. “Dormi dentro do salão por seis meses. Era um imóvel feio, em um local feio, mas algo den- tro demimme dizia que ia dar certo”, relembra. Sua estratégia para atrair público foi abordar potenciais clientes na rua, oferecendo preços bem abaixo da concorrência. Depois de dois meses, o salão, batiza- do de Cheia de Charme, rendeu R$ 10mil de lucro, e Silva decidiu tentar criar outras unidades. Com um modelo de parcerias com sócios, ele abriu mais 28 pontos nos anos seguintes. Até que tomou novo gol- pe: em 2020, um desses sócios aprendeu as técnicas e mudou amarca do salão. Silva suspendeu a expan- são nesse formato. Em 2021, veio a ideia de crescer por franquias. A expansão teve início neste ano, e o plano é abrir 20 novas unidades. A expectativa é elevar o faturamento de R$ 30milhões, registrado no ano passado, para R$ 55milhões em 2022. P O R P A U LO G R ATÃO AMBIÇÃO MOTIVADO PELO RESULTADO RÁPIDO DO SEU PRIMEIRO SALÃO, SILVA LOGO DECIDIU ABRIR OUTRAS UNIDADES B AC K E N D • #D E UC E R TO G E N I VA L D O R I B E I R O DA S I LVA , 4 2 A N O S , C H E I A D E C H A RM E FO TO :D IV U LG AÇ ÃO EN T R E T R ANCOS e BA R RANCOS P E Q U E N A S EM P R E S A S & G R A N D E S N EGÓC I O S • AGO ⁄ 2 0 2 2 Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Quer dicas de comportamento ou saber qual o melhor alimento para seu pet? 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