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TRAUMATISMO ABDOMINAL Professora: Kelly Aquino TRAUMATISMO ABDOMINAL O trauma no abdome é o mais difícil de realizar o diagnóstico dentre as lesões que necessitam de intervenção cirúrgica. Devido esta dificuldade de diagnóstico, é uma das principais causas de morte nos pacientes traumatizados. Por isso, deve-se encaminhar estes pacientes o mais rápido possível ao hospital adequado para atendê-lo. A morte pode ocorrer por perda intensa de sangue tanto em traumas penetrantes quanto em traumas fechados. O trauma abdominal fechado tem maior índice de morte devido à dificuldade de diagnóstico. O profissional de saúde deve se atentar para o mecanismo do trauma e em tratar os achados clínicos. Noções anatômicas: • O quadrante superior direito inclui o fígado e a vesícula biliar; • O quadrante superior esquerdo contém o baço e o estômago; • Os quadrantes inferiores direito e esquerdo contém, principalmente, intestinos, ureteres distais e, nas mulheres, ovários. Pode-se dividir as vísceras abdominais em dois grandes grupos Vísceras maciças – fígado, baço, rins e pâncreas. Vísceras ocas – esôfago, estômago, duodeno, jejuno, íleo, cólon, bexiga e vias biliares. O trauma nas vísceras maciças e vasos sanguíneos (artéria aorta e veia cava) produz um quadro clínico de perda volêmica, que vai desde uma hipovolemia discreta até um quadro de choque intenso, dependendo do volume de sangue perdido. As vísceras ocas produzem extravasamento do seu conteúdo na cavidade peritoneal ou no espaço retroperitoneal. Este efeito produz inflamação do peritônio, podendo causar inflamação generalizada. TRAUMATISMO ABDOMINAL Fechados Penetrantes Trauma contuso • Lesões podem ocorrer por esmagamento através do impacto da víscera com objetos sólidos (volante ou painel do carro ) ou por cisalhamento/desaceleração (uso inadequado do cinto de segurança) que rompem órgãos sólidos ou vasos sanguíneos de seus locais anatômicos na cavidade abdominal, devido à tração exercida sobre os ligamentos de fixação e os vasos Trauma penetrante • Lesões podem ocorrer por arma branca (faca, objeto pontiagudo) sendo de baixa energia e causam lesões lacerantes pelo trajeto percorrido ou por arma de fogo sendo de alta energia, dependendo da velocidade do projétil, provocando efeito de cavitação permanente e temporária. As lesões por arma de fogo são mais graves. Evisceração • O profissional de saúde deve imaginar o trajeto do objeto pontiagudo ou da arma de fogo para suspeitar os órgãos atingidos no trauma. Pacientes com trauma no tórax, glúteo e flancos também podem ter ferimentos na cavidade abdominal. A perda de sangue para o abdome pode contribuir ou ser a causa primária de choque. AVALIAÇÃO • Para suspeitar de lesão na cavidade abdominal, o profissional de saúde deve estar atento para sinais sutis como ansiedade, agitação, dispneia, presença de rigidez abdominal, defesa ou distensão. • Os sintomas podem ser mascarados e o exame clínico pode ser prejudicado por uso de álcool ou drogas, sinais de trauma raquimedular, traumatismo crânio encefálico e alterações do nível de consciência da vítima de trauma. • A dor é o principal sintoma que chama atenção nos pacientes vítimas de trauma abdominal. Se opaciente estiver estável hemodinamicamente e consciente, é fundamental definir algumas características da dor como intensidade, localização e disseminação. Nesta avaliação, deve-se considerar que a resposta das crianças à dor não é confiável e os idosos podem ter respostas alteradas à dor. • A avaliação deve incluir: inspeção - o abdome deve ser exposto e examinado, atentar para distensões, contusões, abrasões, ferimentos penetrantes, eviscerações, objeto encravado ou sangramento evidente; palpação • palpação pode evidenciar deformidades na parede abdominal além de provocar dor na área palpada. A presença de defesa muscular e contratura são sinais importantes de lesão abdominal. Deve-se evitar a palpação profunda quando há evidência de lesão, devido ao risco de aumentar a hemorragia existente e piorar outraslesões. • Além da inspeção e palpação do abdome o profissional deve procurar por sinais de hipovolemia: taquicardia; alterações do nível de consciência; mucosas hipocoradas; pele fria e pegajosa; hipotensão arterial. Tratamento • Controle para o choque • Oferta de altas concentrações de oxigênio • Infusão de soluções cristaloides a caminho do hospital. • Intervenção cirúrgica (laparotomia). Obrigado !!!