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Questões resolvidas

Qual é a diferença entre nulidade e anulabilidade no contexto de negócios jurídicos inválidos?

a) A nulidade viola interesses públicos, enquanto a anulabilidade compromete interesses particulares.
b) A nulidade pode ser declarada de ofício pelo magistrado, enquanto a anulabilidade demanda ação específica de anulação.
c) A nulidade exige comprovação de prejuízo, enquanto a anulabilidade não.
d) A nulidade é mais grave que a anulabilidade de acordo com a legislação vigente.

O que é conversão no contexto de negócios jurídicos nulos?

a) A conversão é a confirmação do negócio nulo.
b) A conversão é a alteração da natureza do ato para torná-lo válido.
c) A conversão é a declaração judicial de nulidade do negócio.
d) A conversão é a anulação do negócio nulo.

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Questões resolvidas

Qual é a diferença entre nulidade e anulabilidade no contexto de negócios jurídicos inválidos?

a) A nulidade viola interesses públicos, enquanto a anulabilidade compromete interesses particulares.
b) A nulidade pode ser declarada de ofício pelo magistrado, enquanto a anulabilidade demanda ação específica de anulação.
c) A nulidade exige comprovação de prejuízo, enquanto a anulabilidade não.
d) A nulidade é mais grave que a anulabilidade de acordo com a legislação vigente.

O que é conversão no contexto de negócios jurídicos nulos?

a) A conversão é a confirmação do negócio nulo.
b) A conversão é a alteração da natureza do ato para torná-lo válido.
c) A conversão é a declaração judicial de nulidade do negócio.
d) A conversão é a anulação do negócio nulo.

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Direitos Civil Parte Geral
Prof. Jamil Rangel
E-mail: professorjamilrangel@gmail.com
Aula 11
AS CAUSAS DE INEXISTÊNCIA, NULIDADE 
E ANULABILIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
1
A Invalidade do Negócio Jurídico
 
	Dentro do plano da validade do negócio jurídico estão incluídas não apenas as hipóteses de nulidades (artigos 166 e 167, CC), mas, também, as anulabilidades (artigo 171, CC). Por isso, tanto as nulidades quanto as anulabilidades são espécies do gênero invalidade do negócio jurídico.
	As invalidades dependem de expressa previsão legal, somente podendo estar caracterizadas por expressa previsão normativa. De modo simples, é lícito afirmar que, desatendidos os requisitos de validade (artigo 104, CC), o negócio jurídico será inválido e, portanto, eivado de nulidade ou anulabilidade.
	A nulidade viola interesses públicos, cuja proteção interessa a todos, à própria pacificação social. A anulabilidade, por sua vez, é vício menos grave, comprometendo interesses particulares, servindo esta distinção para fixar, desde logo, a legitimidade para pleitear o reconhecimento da invalidade: em se tratando de nulidade, qualquer pessoa pode suscitá-la e o magistrado pode conhecer de ofício; se, por outro turno, o caso é de anulabilidade, somente o interessado poderá provocá-la.
	Para a maioria da doutrina, a classificação entre nulidade absoluta e nulidade relativa, abandonada pelo CC de 2002, equivale à atual distinção entre nulidade e anulabilidade. A jurisprudência também usa os termos “nulidade absoluta” e “nulidade relativa” como equivalentes à nulidade e anulabilidade.
Inexistência, Invalidade e Ineficácia do Negócio Jurídico
 Os requisitos gerais de validade são aquilo que dá a roupagem aos elementos, como a capacidade, em relação às partes, a licitude em relação ao objeto, e a liberdade em relação à vontade. Há também requisitos específicos, como na compra e venda de imóvel locado: a preempção, que deve ser dada ao locatário, é um requisito específico de validade deste negócio, tal como no assentimento dos demais descendentes, na compra e venda de ascendente para descendente.
 Assim, para existir, o negócio precisa dos elementos estruturais, as partes, o objeto, a forma e a vontade, e dos elementos específicos que porventura existam; mas para ser válido, depende da presença dos requisitos gerais, quais sejam, os atributos dos elementos, e específicos, como o assentimento dos descendentes, no exemplo dado.
O plano da eficácia, por sua vez, diz respeito à produção de efeitos. Em regra, o negócio existente e válido é eficaz, mas se for sua eficácia subordinada a algum elemento acidental, será eficaz se preenchido este elemento, nos moldes previstos. Assim, se há condição suspensiva, por exemplo, o ato é existente e válido, mas é ineficaz enquanto não se implementar a condição.
A invalidade, então, é gênero, do qual são espécies a nulidade e a anulabilidade, de acordo com a gravidade do vício. A gradação da gravidade é uma escolha legislativa, pelo quê o ato é nulo ou anulável sempre de acordo com a lei. A lógica adotada, em regra, é que os vícios sujeitos à nulidade violam preceitos de ordem pública, enquanto aqueles que sujeitam o ato à anulabilidade violam preceitos de ordem privada. Pode-se dizer, com isso, que a nulidade traduz vício mais grave que o da anulabilidade.
É fato que a causa da nulidade ou anulabilidade é verificada no momento da celebração do negócio, ou da declaração da vontade. Os efeitos da nulidade e da anulabilidade só diferem até o momento em que se opera a invalidação do negócio; após a efetiva invalidação, por nulidade ou anulabilidade, o fato é que se desconstitui o ato anulado.
Para a verificação da nulidade, não se exige a comprovação de qualquer prejuízo. O ato é inválido pela infringência à norma de ordem pública, objetivamente, e não se aplica, como em processo, o princípio pas de nullitè sans grief.
A nulidade demanda declaração judicial para operar a desconstituição do negócio. Todavia, não precisa de um processo específico de anulação, podendo ser incidental a outro rito, e até mesmo de ofício. Já a anulabilidade demanda ação específica de anulação, mesmo que ação declaratória incidental, não podendo ser declarada incidentalmente.
Conversão
 
	Embora o negócio nulo não possa se convalidar, ou ser confirmado, poderá ser convertido. A conversão é a alteração da própria natureza do ato, em atenção à intenção das partes na manutenção do ato, desde que haja os requisitos de validade para cumprir a perfeição o negócio em que se converterá o que era nulo.
	
 Veja um exemplo: a compra e venda de imóvel, que exigia escritura pública, foi feita em instrumento particular. É negócio nulo por vício da forma. Se as partes quiserem aproveitar o negócio, poder-se-á converter tal negócio para uma promessa de compra e venda, que não exige forma de escritura pública. Veja que não está sendo convalidado o ato, pois para a compra e venda do imóvel é imperativa a forma pública, mas como todos os requisitos da promessa estão presentes, será feita a conversão, se assim quiserem os contratantes.
Anulabilidade x Nulidade
 
	
	Nulidade	Anulabilidade
	Infringência a preceito de ordem pública (interesses coletivos)	Infringência a preceito de ordem privada (interesses particulares)
	Não precisa de ação específica para seu reconhecimento	Necessidade de ação específica para seu reconhecimento
	Âmbito amplo de questionamento (artigo 168 do CC)	Âmbito de questionamento restrito
	Nulidade declarada com efeitos ex tunc	Anulação por sentença constitutiva (desconstitutiva), com efeitos ex nunc 
	Não se admite a conversão do negócio	Há possibilidade de conversão
	Imprescritível	Sujeita-se a prazo decadencial

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