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ESTRATÉGIAS DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL ESTRATÉGIAS DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL Estratégias de Gestão e Organização Em presarial Luciliane Ribeiro Enzo de Oliveira Moreira Luciliane Ribeiro Enzo de Oliveira Moreira GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro Estratégia de Gestão e Organização Empresarial Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854) R484e Ribeiro, Luciliane; Moreira, Enzo Estratégia de gestão e organização empresarial [recurso eletrônico]/ Luciliane Ribeiro. – Recife: Telesapiens, 2019. 190 p. : pdf ISBN: 978-65-81507-75-6 1. Planejamento estratégico I. Título. CDU 65.012.2 © by Editora Telesapiens Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial Presidente do Conselho de Administração: Janguiê Diniz Diretor-presidente: Jânio Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria Executiva de Serviços Corporativos: Joaldo Diniz Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2019 by Telesapiens AUTORA LUCILIANE RIBEIRO Olá, meu nome é Luciliane Ribeiro. Sou formada em Letras Inglês e pós-graduada em Gerenciamento de Projetos, Gestão de Negócios Internacionais e Administração. Além disso, tenho experiência intensiva em empresas de médio e grande porte há mais de 15 anos. Atualmente, atuo no mapeamento de processos e controles internos em empresas. Também possuo flexibilidade e habilidade facilitadora para transitar em diferentes segmentos e compartilhar minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. E estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! AUTOR ENZO DE OLIVEIRA MOREIRA Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a)! Sou o professor Enzo de Oliveira Moreira, graduado em Administração, com foco em Aprendizagem Organizacional (1992), pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Especialista em Metodologias de Educação a Distância, com foco em Gestão em EaD (2018), pelo Centro Universitário Maurício de Nassau e mestre em Ciências da Linguagem, com foco em Linguagem Virtual para Educação (2003), pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Atualmente, sou Diretor Corporativo de EaD e professor de EaD. Trago aqui um pouco da minha experiência na área de Educação e Gestão, com ênfase em EaD. Atuo nos seguintes temas: Tecnologia Educacional, Educação a Distância, Inteligências Múltiplas, Aprendizagem Organizacional, Modelagem de Processo e Fluxos de Trabalho, Gestão da Informação e do Conhecimento, Gestão Estratégica e outros temas da área de Gestão. ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: RESUMINDO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; Uma síntese das últimas abordagens; Parte retirada de um texto; Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; O texto destacado deve ser alvo de reflexão. Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; Resolução passo a passo de um problema ou exercício; Links úteis para fixação do conteúdo; Definição de um conceito; CITAÇÃO TESTANDO IMPORTANTE DICA EXPLICANDO DIFERENTE EXEMPLO PALAVRA DO AUTOR CURIOSIDADE REFLITA SAIBA MAIS SOLUÇÃO ACESSE DEFINIÇÃO + OBJETIVO OBSERVAÇÃO +++ SUMÁRIO Compreendendo o que é uma organização e como ela se constitui................................................................20 O que é a organização dentro de uma empresa.........20 A importância das organizações................................21 Como as organizações se dividem?...........................22 Tipos de Organização...............................................23 Como uma Organização é estruturada.......................24 Estratégia................................................................24 Planejamento estratégico.............................................25 Processos organizacionais ...........................................26 Recursos.................................................................27 Gestão Corporativa................................................27 Áreas da Gestão........................................................28 Princípios.................................................................29 Benefícios.................................................................29 Técnicas de Gestão...................................................30 Características da cultura organizacional..................32 Mudança organizacional...........................................32 Chefia e liderança.....................................................33 Características do Chefe x Líder....................................33 Pilares da cultura organizacional..............................34 Missão — resume a organização e o propósito da sua atuação...................................................................34 Visão — resume aonde a organização deseja chegar..........34 Valores — resumem a imagem que a Organização quer transmitir ao segmento em que atua...............................34 Vantagens em adotar os pilares.................................35 Planejamento estratégico x visão, missão e valores......................................................................36 Programa de compliance..........................................36 Atividades necessárias ao compliance......................37 Principais práticas do compliance.............................37 Legislação................................................................38 Análise de riscos......................................................39 Elementos que compõe os riscos....................................41 Etapas de identificação de riscos........................41 Gestão de Regulação....................................42 Tipos de mercado.........................................43 Função reguladora........................................44 Principais órgãos reguladores do Mercado Financeiro e suas funções.............................44 COMO APLICAR OS CONCEITOS NAS ORGANIZAÇÕES.....................................54 Ambiente organizacional interno..................54 Ambiente organizacional externo.................55 Tendências...................................................56 Principais tipos de Organização....................56 Estrutura linear.............................................57 Estrutura funcional.......................................57 Estrutura linha-staff......................................57 Novos tipos de Organização.........................57 Empresas terceirizadas.................................58 Empresas virtuais..........................................59 Características das empresas virtuais..................59 Comércio eletrônico ou e-commerce..................60 Tipos de comércio eletrônico.............................61 Lojas virtuais................................................62 Desenvolvimento de Organizações eficientes......................................................63 Como estruturar uma organização eficiente.........63Como estruturar uma organização virtual eficiente......................................................64 Como ter sucesso..........................................65 COMO O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A GESTÃO ESTRATÉGICA ATUAM EM CONJUNTO................................................68 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — atribuições...............................................68 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — fundamentos............................................70 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — fatores externos.......................................71 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico – fatores internos..........................................73 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — clientes....................................................73 Atender à demanda dos clientes........................74 Tipos de cliente............................................75 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — concorrência............................................77 Tipos de concorrência......................................78 O que considerar na análise dos concorrentes...........78 O que deve ser feito para consolidar o lançamento dos produtos e serviço no mercado...................78 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — fornecedores............................................78 Como se faz a gestão de fornecedores em uma organização.................................................80 MODELOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.........................................81 Básico..........................................................81 Estrutura em análise.....................................81 Estrutura de linha.........................................81 Estrutura conjuntural....................................81 Estrutura organizacional...............................82 ESTRUTURA DE GESTÃO ESTRATÉGICA 83 Planejamento Estratégico.............................83 Planejamento Tático.....................................83 APLICAÇÃO PRÁTICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NUMA EMPRESA.....................................84 Juazeiro do Norte (CE) — História do surgimento da “Couro Nobre S/A”...............85 DEPARTAMENTALIZAÇÃO.................96 PRINCIPAIS FERRAMENTAS E SISTEMAS PARA A GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES.....................................99 Gestão de Produção......................................99 Gestão de Tecnologia da Informação (TI)..102 Gestão de Qualidade...................................105 Fluxograma de processos............................106 Análise de SWOT........................................107 5W2H.......................................................107 Gestão de Recursos Humanos.....................108 Gestão de Marketing e Vendas....................110 Projeção de vendas.....................................112 Gestão de Administração............................113 Vhsys........................................................113 COMO MELHORAR A PRODUTIVIDADE E A QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES..........................113 ESTRUTURA DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO, COMERCIAL, RECURSOS HUMANOS E FINANCEIRA..........................................116 Área de produção........................................116 Área comercial...........................................117 Área de recursos humanos..........................119 Área Financeira..................................................122 Área administrativa....................................125 Principais atividades da área administrativa........125 APLICAÇÃO PRÁTICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NUMA EMPRESA..................................126 3º Passo — Diagnóstico estratégico...........126 Praticando:................................................128 4º Passo — Definição da base estratégica corporativa.................................................129 Praticando:................................................129 Praticando:................................................131 Praticando:................................................131 Praticando:................................................132 Praticando:................................................132 Praticando:................................................132 Praticando:................................................134 Praticando:................................................134 5º Passo — Definição de estratégias...........134 Praticando:................................................134 DEFININDO O NEGÓCIO E AS ANÁLISES DE VIABILIDADE............144 Definindo o produto....................................145 Gestão Organizacional................................145 ESTRUTURANDO A ORGANIZAÇÃO.....................................150 Missão........................................................151 Objetivos estratégicos...................................151 Objetivos/metas..........................................152 Objetivos táticos.........................................154 Objetivos operacionais...............................156 Orçamento Empresarial..............................157 ELABORAÇÃO DE CAMPANHA PARA O LANÇAMENTO DO PRODUTO NO MERCADO...............................................159 Análise de mercado....................................160 Localização...............................................160 Marca.......................................................161 Objetivos e premissas.................................161 Decisões estratégicas..................................162 Implementação da estratégia.......................164 Venda.........................................................165 Pós-venda...................................................166 AVALIAÇÃO E POSIÇÃO DO PRODUTO EM RELAÇÃO AO MERCADO, À CONCORRÊNCIA E À LUCRATIVIDADE..................................168 Fatores externos..........................................169 Modelo de competição................................169 Comparando os objetivos estratégicos e os objetivos de preço......................................171 Políticas da empresa x Políticas de preços..172 Estratégias operacionais de gestão x estratégia de preços....................................................173 Estrutura de custos x despesas operacionais...............................................174 Capital investido no produto x custo de oportunidade..............................................175 Resultado econômico x resultado financeiro...................................................176 Avaliação do preço x resultado da venda....176 Relatório final da Gestão Estratégica..........177 ETAPAS FINAIS DA APLICAÇÃO PRÁTICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.......................................181 6º Passo — Definição dos planos de ação...181 Praticando:................................................181 Praticando:................................................182 7º Passo — Definição dos recursos.............182 Praticando:................................................183 8º Passo — Implementação........................185 Praticando:................................................186 9º Passo — Monitoração, avaliação e controle...187 Praticando:............................................................187 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 17 UNIDADE 01 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial18 Olá, caro(a) aluno(a)! Tudo bem? A respeito do Século XXI, você já parou para pensar sobre o que muda na postura dos executivos, em relação aos séculos anteriores? Se pesquisarmos na história empresarial, veremos que a preocupação continua sendo a busca por um modelo empresarial flexível que se adapte às condições socioeconômicas e políticas. As empresas estão cada vez mais enxutas e terceirizando a sua mão de obra. Para tanto, os conceitos e as ações estratégicas estão cada vez mais em evidência. Pensando dessa forma, o que veremos nestecurso, além dos conceitos, serão os tipos de organização e como elas adotam os modelos e as técnicas de administração e gestão, voltando-se para os seus próprios resultados e crescimento. Lembre-se que a gestão corporativa é fundamental para que se alimente o plano estratégico e a adoção de novas ações, sejam elas de ordem tática ou operacional. E então, vamos lá? Ao longo desta unidade letiva, você irá mergulhar neste universo! E, ao final dela, você terá entendido como as empresas necessitam estar alinhadas internamente e possuir visibilidade no mercado global. Entendeu? INTRODUÇÃO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 19 1 2 3 4 Olá, querido(a) aluno(a)! Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS compreender o que é uma organização; compreender como uma organização é constituída; entender o que é gestão; entender como a gestão corporativa é norteada. Dito isso, está preparado(a) para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Vamos ao trabalho! Bons estudos! Estratégia de Gestão e Organização Empresarial20 Compreendendo o que é uma organização e como ela se constitui Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender os termos e como eles interagem nas organizações. Isto será fun- damental para o exercício de sua profissão. As pessoas que não possuem a compreensão desses conceitos, possivelmente, terão dificuldades em sua empreitada profissional como administra- dores de empresas. E então? Motivado(a) para desenvolver esta competência? Avante! Vamos lá! O que é a organização dentro de uma empresa Segundo Maximiano (1992), uma organização é constituída pela combinação dos esforços de cada indivíduo, esforços esses que têm o intuito de cumprir com propósitos coletivos; nesse sentido, é por meio da organização que objetivos, considerados inatingíveis para uma só pessoa, podem ser perseguidos e alcançados. Em outras palavras, uma organização é um agrupamento de profissionais com formações diversas que trabalham para produzir bens de consumo e comercializá-los no mercado global. Mas o que são bens de consumo? OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 21 De acordo com a teoria econômica, um “bem” é tudo aquilo que tem uma utilidade e pode satisfazer uma necessidade. Além disso, “bem” é um produto ou serviço que uma organização produz e comercializa no mercado. Tais produtos ou serviços podem ser classificados como: Duráveis: os bens que duram muitos anos, como os automó- veis; Semiduráveis: os bens que se desgastam com a sua utiliza- ção, como as roupas e os calçados; Não duráveis: os bens que devem ser consumidos imediata- mente, como os alimentos. A importância das organizações As organizações desempenham um papel importante e, assim como são influenciadas por seus clientes, que as fazem buscar identificar quais são as suas necessidades e atendê-las, elas também influenciam a sociedade. Essa influência estende-se a diversos níveis, inclusive ambientais, de forma tal que as organizações participam ativamente da sociedade, isto é, são agentes modificadores da dela. Por isso, inúmeros são os benefícios que as organizações produzem para a sociedade e para os seus integrantes, dentre eles, estão: a realização de objetivos com menor esforço global, devido ao conhecimento e à prática que as pessoas adquirem e com- partilham umas com as outras; a satisfação das necessidades de bens e serviços tanto para a sociedade quanto para seus integrantes; o aumento do bem-estar da sociedade; além da geração de empregos e da movimentação de renda, as empresas contri- buem para o desenvolvimento social e, mais recentemente, por causa do apelo global em defesa da ecologia, para o de- senvolvimento ambiental e sustentável; Estratégia de Gestão e Organização Empresarial22 a satisfação de diversas necessidades humanas e sociais, ten- do em vista que as organizações proporcionam a possibili- dade de relacionamento com outras pessoas, o desenvolvi- mento de carreiras, a satisfação e a autorrealização pessoal; a ampliação das habilidades humanas, visto que as pessoas que participam das organizações adquirem novos conheci- mentos tanto pelo desenvolvimento de suas atividades quan- to pelo intercâmbio com outras pessoas. Como as organizações se dividem? Organização informal: é o agrupamento de profissionais com objetivos, ideias e costumes em comum, que são compartilhados no ambiente de trabalho; ou seja, as relações pessoais são es- tabelecidas através de uma conexão nascida por empatia, por status ou por aptidão; Organização formal: é o agrupamento de profissionais numa estrutura organizada e formal, com áreas de decisão, onde as atividades, as responsabilidades e os canais de co- municação são definidos. É uma empresa formada por ór- gãos, cargos, relações funcionais, níveis hierárquicos etc., que são demonstrados através de organogramas. Figura 1— Estrutura demonstrativa para elaboração de organograma Fonte: retirada da página Wikicommons Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 23 Figura 2 — Modelo de organograma formal contendo áreas de Direção, Departamentos e Setores de Assessoria Fonte: retirada da página Wikicommons. Tipos de Organização Sociedade Empresária Limitada (Ltda.) — neste caso, encaixa-se a sociedade em que a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respon- dem solidariamente pelos recursos destinados à organização (integralização do capital social). Sociedade Anônima (SA) — neste caso, encaixa-se a em- presa que é dividida em ações ao invés de quotas, e o docu- mento que a estabelece é um Estatuto. Este tipo societário é muito escolhido quando se quer facilitar a troca dos sócios de forma mais ágil, como em start-ups, quando conseguem investimento de Capital de Risco. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Ei- reli) — neste caso, encaixa-se a empresa que é constituída por uma única pessoa titular, que detém a totalidade do ca- pital social devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no país. Empresa individual — neste caso, o empresário individual é aquele que exerce em nome próprio uma atividade empresa- Estratégia de Gestão e Organização Empresarial24 rial. E o titular da empresa é a Pessoa Física (PF), e o patrimô- nio é o mesmo. Microempreendedor Individual (MEI) — neste caso, en- caixa-se a empresa individual (PJ) voltada à formalização das pessoas que trabalham por conta própria. Microempresa (ME) — neste caso, encaixam-se as empre- sas que visam o lucro e apresentam um faturamento anual de até R$ 360.000 (trezentos e sessenta mil reais). Empresa de Pequeno Porte (EPP) — neste caso, encai- xam-se as empresas que tenham faturamento anual no limite de R$ 4,8 milhões. Como uma Organização é estruturada Estratégia Segundo Pasquale (2012, p.107), para alcançar os objetivos é necessário determinar qual a estratégia a ser adotada; já para Oliveira (2004, p.424), estratégia é caminho, maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar preferencialmente, de maneira diferenciada, os objetivos e desafios estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante o seu ambiente. (apud PÔNCIO, 2016). Em outras palavras, a estratégia define o que fazer, ou seja, dá um direcionamento em relação aonde quer ir, como ir e quais serão os riscos para atingir sua meta. Vamos exemplificar os passos a serem seguidos para que haja a determinação do planejamento de uma organização: Formulação — nesta fase, é necessária a realização de es- tudos relativos ao mercado em que uma organização está inserida ou pretende instalar-se. São avaliados os cenários externos que irão impactar no negócio, onde estão os con- correntes e como eles atuam, aspectos da região onde serãocomercializados os produtos e serviços e o que a organiza- ção necessita para se produzir os produtos e serviços. Após esta etapa, são avaliados os riscos que porventura ocorram nos Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 25 processos da organização, avaliando o modelo de negócios proposto pela organização e as alternativas e definições da estratégia. Tradução — nesta fase, os objetivos, as metas e as ações são estabelecidos. Desdobramento — nesta fase, são desenvolvidos os pla- nos de ação e recursos humanos necessários. Monitoramento — nesta fase, a implantação dos planos de ação é acompanhada e o atingimento deles é verificado. Figura 3 — Fluxo de funcionamento da Gestão Estratégica, de acordo com o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) Fonte: https://bit.ly/2kuRIoc Planejamento estratégico É uma metodologia utilizada para criar um plano que permita o alcance de um determinado objetivo. O planejamento é uma importante ferramenta de Gestão e Administração que rege o funcionamento de uma organização Estratégia de Gestão e Organização Empresarial26 desde a sua concepção e a sua implantação até a aferição do seu resultado. Processos organizacionais É um conjunto de procedimentos desenvolvidos dentro de uma organização com o objetivo de se produzir bens e serviços. Esses procedimentos norteiam as atividades, os materiais empregados, as informações necessárias, os recursos humanos envolvidos, as ferramentas e os equipamentos a serem empregados. Dessa forma, os processos organizacionais são atividades realizadas por pessoas ou equipamentos de uma organização, atividades essas que podem padronizadas através de um fluxograma, como mostra a figura abaixo. Figura 4 — Modelo de fluxograma com distribuição de atividades por Departamentos Fonte: retirada da página Wikicommons. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 27 Recursos São os meios necessários para a geração de bens e serviços e se dividem em: Recursos materiais — é todo o ativo imobilizado da organização, como o espaço físico, os prédios e os terrenos. Também é classificado como um recurso material o processo de produção e a tecnologia utilizada. Recursos financeiros — são os investimentos, o capital, o fluxo de caixa, as aplicações, os empréstimos e os financia- mentos que a organização possui. Recursos humanos — são as pessoas/profissionais que compõem as organizações independentes em todos os níveis hierárquicos. Recursos mercadológicos — são os instrumentos utilizados para promover a análise do mercado e elaborar as estratégias para a colocação dos produtos e dos serviços aos consumi- dores, bem como a sua divulgação. Recursos administrativos — são os recursos de gestão, pla- nejamento, organização, controle e direção. Gestão Corporativa A Gestão Corporativa é um sistema que engloba os processos, as políticas, os comportamentos e as rotinas dentro de uma or- ganização e compatibiliza os desejos e as necessidades internas com a demanda externa, tais como: fornecedores, investidores e clientes. OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial28 Áreas da Gestão A Gestão Corporativa pode ser dividida em diversas áreas, que variam de acordo com as suas funções e o seu grau de especialização, dentre elas, citamos: Gestão de Pessoas ou Gestão de Recursos Humanos — é a responsável pela adoção de estratégias para o aprimora- mento dos planos de carreira em diversas funções. Gestão Financeira — é a metodologia de análise, controle e planejamento de todas as atividades financeiras de uma or- ganização. Gestão de Projetos — é a que engloba o planejamento, a execução e o controle dos projetos de uma organização. Gestão de Processos — é a que mantém o nível de desem- penho e os resultados previstos utilizando ferramentas, como os manuais de procedimentos, os relatórios de aferição dos resultados, os sistemas de controle etc. Gestão Comercial — é a responsável pela colocação de um produto ou serviço no mercado, de forma rentável, e pela ga- rantia de novas demandas para a continuidade da prestação de serviços nas organizações. Gestão de Qualidade — é a que monitora os produtos e serviços das organizações, para garantir a qualidade e a sa- tisfação dos clientes, bem como atenta-se para a melhoria constante dos processos internos, a fim de superar as expec- tativas de mercado. Gestão de Tecnologia da Informação — é a responsável pela instalação e pelo gerenciamento dos sistemas informati- zados nas organizações, de forma a melhorar o desempenho dos seus setores. Também é ela que define os parâmetros de utilização dos usuários para garantir a segurança dos siste- mas. Gestão de Estoque — é a que organiza e controla os produ- tos gerados por uma organização e aqueles produtos que não possuem procura/solicitações. Além disso, é ela que apre- senta as demandas por produto e informa o setor de compras/ produção sobre a necessidade de reposições. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 29 Princípios São os fatores a serem considerados quando se está estruturando um procedimento, um processo ou uma atividade. Vamos conhecê-los! Transparência Manter uma gestão transparente com as partes facilita o fluxo de informações e ações de todos os envolvidos no processo. Equidade Preservar os direitos, os deveres, as expectativas, as necessidades e os interesses dos integrantes de uma organização. Prestação de contas Prestar contas, de modo compreensível e tempestivo, e assumir integralmente as consequências de seus atos. Responsabilidade Corporativa Garantir a viabilidade financeira das operações e a manutenção de seus capitais — financeiro, humano, social, ambiental, intelectual, entre outros. Acredito firmemente que qualquer organização, para sobreviver e alcançar sucesso, deve ter um sólido conjunto de Princípios sobre o qual fundamente todos os seus planos e ações. Acredito que o mais importante fator isolado de sucesso empresarial é a observância fiel desses Princípios. “Atribuo nosso sucesso principalmente à força dos Princípios da IBM.” Thomas J. Watson Jr. — IBM. Benefícios É tudo o que se relaciona com a correta aplicação de normas e procedimentos, bem como com a capacitação dos Estratégia de Gestão e Organização Empresarial30 recursos para realizá-los. Com a adoção de um sistema de Gestão Corporativa eficiente, as organizações mantêm seus processos internos em concordância com os objetivos estratégicos, bem como qualificados para a obtenção de certificações, imprescindíveis para a imagem das organizações e a sua inserção no mercado. Técnicas de Gestão Utilizadas para auxiliar no dia a dia dos administradores e garantir a efetividade de produção dos processos, são elas: Gestão de Equipes — é por meio desta que as tarefas são determinadas e distribuídas com o apoio de manuais, treina- mentos e supervisões. Gestão de Sistemas — é por meio desta que se busca garan- tir a interação dos setores que compõem uma organização com troca de informações e dados eficientes, permitindo, dessa forma, que os processos sejam executados com clareza e segurança. Gestão de Performance — é por meio desta que o conjun- to de recursos, processos e rotinas divulgam a performance das organizações. Cultura organizacional E então, caro(a) aluno(a), conseguiu acompanhar esses novos conceitos? Espero que até aqui você tenha absorvido muitas informações para alimentar de conhecimento sua bagagem acadêmica. A partir de agora, você conhecerá a cultura organizacional. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 31 Agora, vamos entender como a cultura nas organizações pode interferir positiva ou negativamente nos processos internos e ex- ternos. A cultura organizacional é um conjunto de valores que são de- terminados de forma a abranger todos os componentes de uma organização, para que a mesma seja concebida e visualizada no mercado de forma diferenciada. O comportamentodas pessoas é direcionado, não somente pelos códigos internos da ética, mas também pela cultura que os dirigentes transmitem em todos os níveis hierárquicos das organizações. McDonald’s transcreveu nas toalhas de papel que cobrem as bandejas de serviço um texto explicitando três dos seus princípios. Veja: “Nosso compromisso é seguido ao pé da letra” Qualidade: Os ingredientes utilizados pelo McDonald’s são selecionados e produzidos sob rígidos padrões inter- nacionais de qualidade. Todos os produtos são feitos para consumo imediato, e por isso estão sempre fresquinhos e saborosos. O McDonald’s não fabrica qualquer dos seus in- gredientes: tudo é adquirido de fornecedores independen- tes, sempre os melhores de cada ramo. Eles são responsá- veis por marcas tradicionais do mercado e seus centros de produção seguem rigorosamente as especificações e con- trole de qualidade McDonald’s. Serviço: Rapidez e cortesia são as palavras-chave do aten- dimento McDonald’s. Todos os restaurantes da rede ofere- cem áreas para fumantes e não-fumantes, som ambiente, ar-condicionado e espaços para sentar. E, em muitos deles, você encontra também rampas e banheiros adaptados para deficientes físicos, cadeiras para bebês, estacionamento e playground. Nossa equipe é treinada para lhe oferecer o melhor atendimento e esclarecer sobre todos os aspectos de um restaurante McDonald’s: caso você deseje qualquer informação, basta falar com um de nossos gerentes. Limpeza: Nosso compromisso é oferecer-lhe o ambiente mais limpo e agradável para sua refeição. A equipe de fun- cionários se encarrega permanentemente de manter limpos o assoalho, mesas e cadeiras, equipamentos e banheiros. O OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial32 McDonald’s mantém suas portas abertas para você: sempre que quiser visitar o interior de qualquer de nossos restau- rantes, basta solicitar ao gerente. Fonte: https://bit.ly/2ku- TOo4 Características da cultura organizacional Para entender um pouco mais sobre a cultura organizacional, vamos conhecer suas características: 1. Possibilidade de participação de todos os níveis hierárquicos no aperfeiçoamento das tarefas, bem como o conhecimento dos riscos que as mesmas podem causar; 2. Rigor sobre todas as atividades e resultados esperados; 3. Concentração nos resultados x concentração nos processos necessários para atingir as metas; 4. Mantenimento do alto grau de decisão sobre os resultados apresentados; 5. Mantenimento do trabalho em equipe de forma organizada e produtiva; 6. Atenção aos conformismos que podem comprometer as me- tas e os objetivos; 7. Mantenimento de programas de estabilidade e promoções nas organizações. Ao fazermos uma importante contribuição e garantirmos o resultado final, fomentamos os gestores nas tomadas de decisões, bem como damos sentido ao trabalho realizado. Mudança organizacional Com relação à mudança organizacional, você deve estar se perguntando: quando ocorre? Ocorre quando há alterações nas leis que determinam as diretrizes para a produção de produtos e serviços das organizações, quando a concorrência lança produtos e serviços diferenciados ou quando o mercado requer um produto ou um serviço inovador. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 33 Chefia e liderança Você acha que ser chefe significa liderar uma equipe? Ao analisarmos os conceitos, veremos que são distintos. O chefe é um profissional que assume um cargo de responsabilidade e tem uma equipe sob sua gestão, e essa equipe deve cumprir as normas e os procedimentos adotados. Já o líder é um profissional que não necessita estar em um cargo de comando ou ser superior aos demais de sua equipe de trabalho. Na verdade, ele é um facilitador que acompanha a execução dos processos, domina a atividade e consegue envolver a equipe através de suas ações e pela forma como realiza as tarefas. Características do Chefe x Líder Quadro 1 — Chefe x Líder CHEFE LÍDER Administra Inova Poder e controle Competência e Confiabilidade Conflitos = aborrecimentos Conflitos = lições Crises = riscos Crises = oportunidades Tem subordinados Tem parceiros Manda e amedronta Orienta e entusiasma Foco no Poder Foco na Cooperação Procura culpados e oculta Responsabiliza-se Fiscaliza Comunica e acompanha É eficiente É eficaz Fonte: elaborado pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial34 Pilares da cultura organizacional Os pilares essenciais para a concepção da cultura organizacional (identidade da empresa) e o desenvolvimento dos recursos humanos são: missão, visão e valores. Eles estão associados e são complementares, também são o espelho dos seus criadores. Vamos definir cada um? Missão — resume a organização e o propósito da sua atuação Para Peter Drucker, conhecido como o pai da Administração Moderna, uma empresa se define pela própria missão, e não pelo seu nome, pelo seu estatuto ou pelo produto que cria, nesse sentido, ele afirma que os objetivos dessa empresa somente podem ser claros e realistas com uma definição clara da sua missão, o que é a razão de existir da organização. Visão — resume aonde a organização deseja chegar O desafio de planejar em ambientes continuamente mais complexos e de competição fez com que a visão assumisse um papel de grande importância na construção do futuro das pessoas, das organizações e das sociedades. (DRUCKER, 1998). Valores — resumem a imagem que a Organização quer transmitir ao segmento em que atua Os três pilares devem ser amplamente divulgados, interna e externamente, e fixados em locais de fácil visualização nas organizações. De acordo com Analisa Medeiros Brum, “os valores devem representar aquilo no que a empresa acredita e que, para Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 35 ela, é inegociável. E quando os empregados se identificam com esses valores e os adotam na sua vida pessoal, os resultados são imensuráveis.” (apud CLOSS, 2019.). Em termos de ética e padrões de produção e atendimento, também orientam a postura de sua equipe de colaboradores. Veja os exemplos abaixo: Nike — é uma das maiores potências mundiais em artigos esportivos. • Missão: trazer inspiração e inovação para cada atleta do mundo; o cofundador da Nike, Bill Bowerman, disse: “Se você tem um corpo, você é um atleta”. • Visão: ser uma referência em artigos esportivos, mantendo, assim, um vínculo com a qualidade de vida das pessoas. • Valores: a modernidade, pois é com isso que esta empresa inovadora deseja atender à necessidade do público. Apple — criada por Steve Jobs, é uma grande referência no meio tecnológico. • Missão: trazer a melhor experiência em computação pessoal para estudantes, educadores, profissionais criativos e consu- midores ao redor do mundo, com inovação em hardware, software e ofertas de internet. • Visão: proporcionar momentos em que uma palavra vale mil imagens. • Valores: um dos principais valores é a acessibilidade, pois a empresa deseja que todos possam desfrutar dos pequenos prazeres do dia a dia, como abrir o Facetime, tirar uma foto ou abrir as cortinas de sua casa. Vantagens em adotar os pilares estabelecer a direção da organização; orientar as tomadas de decisões; objetivar o futuro da organização; assimilar as inovações; orientar os parâmetros de recrutamento e seleção; estabelecer o autoconhecimento sobre a organização. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial36 Planejamento estratégico x visão, missão e valores Como vimos anteriormente, o “planejamento estratégico” é um procedimento utilizado para criar um plano que permita o alcance de um determinado objetivo. Portanto, as definições de visão, missão e valores estão diretamente ligadas, pois determinam a direção que uma organização deve seguir para alcançar o sucesso e a sustentabilidade dos produtos e serviços. Após a concepção dos pilares, as estratégias são estruturadas e os objetivos são transformados em metas de pequeno, médio e longo prazos,a fim de garantir a consolidação dos desejos das organizações. Com esse planejamento e a cultura organizacional estabelecida, os gestores vão conduzir seus processos internos com o objetivo de garantir os produtos e serviços, sua colocação no mercado e o crescimento profissional de seus colaboradores, conquistando, consequentemente, o crescimento da organização. A partir disso, os sistemas de Gestão Empresarial se estruturam de forma a atingir os objetivos e as metas. Programa de compliance Tudo bem até então, caro aluno(a)? Espero que, no seu cotidiano, você faça uso dos conhecimentos aprendidos nos capítulos anteriores. Boa sorte! Mas, antes de finalizarmos nossa primeira unidade, convido você a conhecer um pouco mais sobre compliance. Vamos lá! Compliance significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em conformidade com as leis e os regulamentos externos e internos. Portanto, manter a empresa em conformidade diz respeito a atender aos normativos dos órgãos reguladores, considerando Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 37 as atividades desenvolvidas pela sua empresa, bem como os regulamentos internos, principalmente aqueles inerentes ao seu controle interno. Hoje, as necessidades passaram a demandar que a “atividade compliance” seja um cargo que vai além de normas e políticas: devemos incluir os processos. Por isso, é preciso mapear os processos e a sua gestão, buscando suas melhorias. É importante salientar que, para estar em compliance com as leis que controlam as atividades das organizações, é necessário ter um rigoroso sistema de controle interno, para que se evite a ocorrência de riscos para o negócio. Atividades necessárias ao compliance Vamos conhecer os itens que devem ser cumpridos para estar em compliance: entender os requisitos para a elaboração de tarefas; garantir a eficiência, a eficácia e a fidedignidade das infor- mações internas e externas; adotar sistemas de prevenção a fraudes e de segurança das informações; fazer planos de contingência; garantir a idoneidade dos planos contábeis, fiscais e geren- ciais; manter a Gestão de Riscos e de pessoas; prover auditoria interna e atender às demandas de auditorias externas. Principais práticas do compliance E como cumprir os itens de compliance? Você deve estar atento(a), pois deverá: Estratégia de Gestão e Organização Empresarial38 possuir um código de conduta ética que defina os valores que orientam a forma de atuação de uma organização; criar um comitê de ética para analisar possíveis casos e si- tuações de corrupção; criar controle interno e auditoria; estabelecer processos éticos de recrutamento e seleção; manter a comunicação institucional regular, com canais abertos de denúncia; tornar as relações com o setor público, os fornecedores e outros stakeholders com clareza e lisura; manter a integridade e a transparência no controle e na divulgação de informações contábeis e financeiras; obter um envolvimento e um comprometimento de alta ges- tão; manter análise e monitoramento contínuos. Considerando isso tudo, tem-se, segundo a Revista Negócio, em 26 de outubro de 2018, as 10 empresas mais transparentes no mercado nacional, sendo estas: NEOENERGIA — 10. VOTORANTIN CIMENTOS — 10. EDP ENERGIAS DO BRASIL — 9,6. CPFL ENERGIA — 9,4. ARCELOMITTAL — 8,8. EMBRAER — 8,8. OI — 8,8. COPEL — 8,6. FIBRIA — 8,6. BTG PACTUAL — 8,6. Legislação Considerando todo esse contexto, estas são as principais fontes de regulamentação: Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 39 a Lei 12.846/13, lei Anticorrupção ou LAC, foi a primei- ra norma a destacar o que poderia ser facilmente traduzido como um programa de compliance como meio de julgar as penalidades (BRASIL, 2013); a Lei 12.529/11, que estrutura o Sistema Brasileiro de Defe- sa da Concorrência (SBDC) e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica (BRASIL, 2011); a Lei 9.279/96, que regula os direitos e as obrigações relati- vos à propriedade industrial (BRASIL, 1996); o Art. 337-B, do Código Penal, que dispõe sobre a corrupção ativa em transação comercial internacional: Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- gem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a tercei- ra pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacio- nal. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) (BRASIL, 2002). Análise de riscos São tarefas que as áreas de Controle Interno ou de Gestão Estratégica realizam para identificar possíveis ameaças ou desvios tanto internos quanto externos. Para isso, é necessário utilizar os recursos humanos e materiais disponíveis na organização para sanar os impactos negativos que as ameaças ou os desvios causam na produção de bens e serviços, assim como na imagem da organização perante os consumidores. Não basta identificar as ameaças e os desvios de forma ágil e eficiente, é necessário que os controladores de risco nas orga- nizações se estruturem em seus procedimentos, para realização de um trabalho preventivo, ou seja, é preciso procurar antecipar possíveis situações que levem uma organização a riscos. OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial40 Figura 5 — Passos a serem tomados no tratamento dos riscos Fonte: elaborada pelo autor. Riscos internos: acidente de trabalho; perda de funcionário-chave na organização; problema na logística de distribuição; perda de estoque; desvios, irregularidades, descumprimento de normas regu- latórias e corrupção. Riscos externos: fraude financeira cometida por um parceiro; evento que virou notícia e fez cair a reputação da marca; dificuldade para obter crédito; falta de fornecedor; elevação nos custos de produção. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 41 Elementos que compõe os riscos evento; consequência; causa. 1. Queda do telhado da área de produção de uma fábrica causa problema, e o telhado não consegue impedir que entre água da chuva, molhando maquinários e a produção. Evento: chuva. Consequência: maquinário ficou avariado e houve perda de produtos. Causa: falta de manutenção do telhado. 2. Perda de um profissional para a concorrência. Ele estava desenvolvendo estratégias de colocação de um produto no mercado, e não havia outro profissional que pudesse dar con- tinuidade ao serviço. Evento: desligamento de um colaborador. Consequência: interrupção no planejamento de comunica- ção online da empresa. Causa: falta de documentação quanto ao processo de criação das campanhas de marketing digital. Ao analisarmos os dois exemplos acima, podemos observar que houve falhas por parte dos respectivos gestores; o primeiro não fez a manutenção do telhado de produção da fábrica e o segundo não elaborou um procedimento para documentação dos processos de comunicação on-line. Etapas de identificação de riscos Organização — implantar na estrutura organizacional o se- tor ou o profissional que será responsável pela gestão e pela análise de riscos. Esse setor/profissional deverá ter capacita- ção e conhecimento sobre a estrutura interna da empresa e deverá desenhar e implantar os processos relativos à política de riscos; Identificação — reconhecer os prováveis riscos em cada ob- jetivo e nas metas estabelecidos nas organizações; Mensuração — avaliar o impacto que os riscos terão sobre a Estratégia de Gestão e Organização Empresarial42 organização e, através de análise quantitativas e qualitativa, enumerar os mais importantes e urgentes; Resposta — determinar as ações a serem tomadas para neu- tralizar os riscos; Monitoramento — avaliar se as ações efetuadas tiveram su- cesso ou se há necessidade de alteração nos processos. Essa avaliação pode ser realizada mediante visitas às filiais, entre- vistas com os colaboradores envolvidosna gestão, na opera- ção, no marketing, nas finanças etc., questionários, revisões de documentos, estudos de resultados que buscam desvios em áreas específicas durante um determinado período, revi- sões de denúncias internas e externas e usos de entrevistas de avaliação de desempenho e de desligamento para identificar potenciais irregularidades, por exemplo. Figura 6 — Esquema contendo as etapas de identificação de riscos Fonte: https://bit.ly/2m6yN3h Gestão de Regulação Mercados e suas estruturas, por que tratar desse assunto? Já vimos os conceitos, as ações estratégicas, os tipos de organização e como estas adotam os modelos e as técnicas de Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 43 Administração. Porém, precisamos nos atentar para os processos e procedimentos regulatórios que estabelecem a prestação de serviços no mercado. A regulação (leis, decretos, portarias etc.) tem como principal objetivo a garantia dos interesses do mercado consumidor, no que diz respeito à qualidade do produto ou do serviço prestado e do preço praticado. Também garante a viabilidade econômica do produto ou do serviço, assegurando às organizações a continuidade e o crescimento no setor em que atuam. Tipos de mercado Concorrência Perfeita — nela, não existem fatores que influenciem no preço dos produtos e serviços. As organizações estabelecem os valores e quantidades a serem ofertadas. Vantagem: o processo segue o fluxo da oferta x demanda. O açúcar, por exemplo, encaixa-se no modelo de Concorrência Perfeita. Trata-se de um produto de origem natural, e a atividade econômica pode ser explorada por qualquer um que esteja disposto a investir. Além disso, há uma vasta quantidade de produtores e de interessados em consumir o açúcar. Isso permite que o preço se estabilize e que haja certo equilíbrio entre aqueles que participam desse mercado. Nesse sentido, mesmo que existam muitas marcas de açúcar, não há grande diferenciação entre elas. O produto oferecido possui homogeneidade. Monopólio — nele, o controle sobre os produtos, os servi- ços, os valores e as quantidades a serem ofertados no merca- do pertencem somente a uma organização. Desvantagem: os consumidores não têm poder de negociação, visto que não existe concorrência. Empresas de fornecimento de água, de distribuição de gás natural, sistemas de segurança pública, sistema jurídico e monetário são exemplos disso. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial44 Oligopólio — nele, o mercado é atendido por um número pe- queno de organizações que determinam os valores e as quantidades ofertados. Desvantagem: não é permitida a entrada de concorrência no mercado. Empresas que prestam serviços de Telecomunicações, AB InBev (produz as cervejas Budweiser, Corona, Stella Artois, Beck, Leffe, Hoegaarden, Skol e Michelob Ultra, entre outras) e Danone (produz lácteos, água, alimentos para nutrição infantil e nutrição médica). Diante disso, torna-se imprescindível o governo regular as atividades e os preços para evitar crises, estagnações e desequilíbrios. Função reguladora Possui as mesmas atribuições das funções da Administração —planejar, organizar, dirigir e controlar. A grande diferença entre as duas é que a função regulatória é técnica e seus critérios são analisados em todos os aspectos, e, depois, são orientados por meio de políticas que direcionam os padrões e comportamentos do produto e do serviço a ser inserido no mercado. A privatização das telecomunicações, por exemplo, popularizou o acesso a vários bens e serviços antes inimagináveis para a grande parcela da sociedade, como os serviços de voz e de internet 3G e 4G. Essa estratégia econômica mostrou-se útil e eficaz, para tanto, adotou um conjunto de normativos (leis, decretos etc.) e procedimentos e abriu para novas empresas no setor, orientadas por princípios da livre concorrência. Principais órgãos reguladores do Mercado Financeiro e suas funções A seguir, vamos apresentar as principais instituições e o papel que desempenham no cenário nacional. Sabemos que Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 45 o sistema financeiro é muito complexo e atua em todos os segmentos. O livro “Gestão de Riscos no Mercado Financeiro”, por exemplo, aborda o risco em diferentes formas, trazendo sempre metodologias e ferramentas para auxiliar os gestores, tanto da área corporativa quanto do mercado financeiro, a tomar decisões mais eficazes a fim de obter benefícios. Conselho Monetário Nacional (CMN) — é o que expede as normas para o funcionamento dos mercados de capitais, de crédito, monetário e de câmbio, entre outros. Banco Central (BACEN) — é o responsável pelo controle da inflação do país, atua de maneira a regular a quantidade de moeda na economia, permitindo, assim, que haja a estabili- dade dos preços. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — é a responsá- vel pela normatização das regras para o registro de compa- nhias de capital aberto, para a emissão e a distribuição dos mais diversos ativos negociados no mercado financeiro, além de ser o que fiscaliza e pune quem não cumpre as suas regras. Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) — é a responsável por fixar as características gerais dos contratos de seguros, da previdência privada aberta e da capitalização, fiscalizando e punindo os eventuais descumprimentos das suas regras. Em relação ao mercado de seguros, a SUSEP fiscaliza tanto os planos privados como os públicos obrigatórios, como o DPVAT. Superintendência Nacional de Previdência Complemen- tar (PREVIC) — é o responsável pela supervisão e pela fisca- lização das entidades fechadas de previdência complementar. Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Fi- nanceiro e de Capitais (ANBIMA) — é a associação respon- sável por representar as instituições do mercado de capitais brasileiro, como bancos, corretoras, gestoras de recursos, entre outros agentes. É um órgão de autorregulação, emite códigos e regras que não são de cumprimento obrigatório, mas que estimulam as melhores práticas nesse mercado. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial46 RESUMINDO E então? Gostou do conteúdo que foi abordado nesta unidade? Aprendeu mesmo? Agora, para termos certeza de que você realmente alcançou o objeti- vo deste capítulo entendendo bem o tema de estudo, vou sintetizá-lo! Você deve ter aprendido que nos conceitos de Organização e Gestão Corporativa, as pessoas são reunidas para produzir bens e serviços, independentemente da sua formação, mas compartilhando um objetivo em comum. Para isso, é necessário um sistema que estruture os processos, as políticas, os comportamentos e as rotinas com o intuito de compati- bilizar os desejos e as necessidades internas à demanda externa, tais como: fornecedores, investidores e clientes. Após apresentamos como realizar a gestão das organizações, trata- mos também dos processos de compliance, que são fundamentais para garantir a saúde e a permanência das organizações no mercado. Estudamos, por fim, que existem órgãos reguladores das atividades das empresas, e são eles que determinam as leis, as regras e os proce- dimentos para atuação no mercado nacional. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 47 REFERÊNCIAS ASSAF, Alexandre Neto. Mercado Financeiro. São Paulo: Atlas, 2018. BRANDÃO, Hugo Pena. Mapeamento de Competências: ferramentas, exercícios e aplicações em Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2017. BRASIL. Lei n 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Brasília, DF: Presidência da República [1996]. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 16 ago. 2021. BRASIL. Lei n 10.467, de 11 de junho de 2002. Acrescenta o Capítulo II-A ao Título XI do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e dispositivo à Lei no 9.613, de 3 de março de 1998, que “dispõe sobre os crimes de ‘lava- gem’ ou ocultação debens, direitos e valores; a prevenção da utilização do Sistema Financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei, cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República [2002]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/2002/l10467.htm. Acesso em: 16 ago. 2021. BRASIL. Lei n 12.529, de 30 de novembro de 2011. Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica; altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto- -Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, e a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985; revoga disposi- Estratégia de Gestão e Organização Empresarial48 tivos da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei nº 9.781, de 19 de janeiro de 1999; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República [2011]. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/ l12529.htm. Acesso em: 16 ago. 2021. BRASIL. Lei n 12.846, de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República [2013]. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 16 ago. 2021. CLOSS, Danieli. Missão, visão e valores de uma empresa: conceitos, exemplos e como comunicar. Endomarketing.tv. Disponível em: https://endomarketing.tv/missao-visao-e-valo- res/. Acesso em: 16 ago. 2021. COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. CROCCO, Luciano; GUTTMANN, Erik. Consultoria Empre- sarial. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. GALVÃO, Alexandre. In: OLIVEIRA, Virgínia Izabel; PI- NHEIRO, Juliano Lima (Orgs.). Gestão de riscos no mercado financeiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à Administra- ção. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 1992. NETO, Rivadávia Correa Drummond de Alvarenga. Gestão do Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 49 Conhecimento em Organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de; SILVA, Edison Aurélio da. Gestão Organizacional: descobrindo uma chave de sucesso para os negócios. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. PINHEIRO, Ivan Antônio. Gestão da Regulação. Florianópo- lis: Fundação Cecierj Consórcio Cederj, 2012. PÔNCIO, Rafael José. O que é Estratégia? Administradores. com. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/o- -que-e-estrategia. Acesso em: 16 ago. 2016. SILVA, Edson Cordeiro. Governança Corporativa nas Em- presas. São Paulo: Atlas, 2016. SILVEIRA, Alexandre Di Miceli da. Governança Corporativa no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial50 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 51 UNIDADE 02 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial52 Olá, caro(a) aluno(a)! Tudo bem? Neste módulo, vamos refletir como se dá a aplicação dos conceitos de estratégia e gestão nas organizações. Nesse contexto, além de se preocuparem com as questões internas, os administradores devem levar em conta as condições socioeconômicas e políticas do mercado em que uma organização está inserida. A identificação de ameaças, oportunidades, pontos fracos e fortes auxiliam os empresários na definição, de forma precisa e real, das ações e dos rumos voltados aos clientes. Para isso, iremos conhecer um novo conceito que está atrelado aos resultados de uma organização — o sucesso. Também veremos quais as principais estratégias de formulação dos objetivos e das metas considerando as culturas de satisfação, otimização e adaptação internas. E então, vamos lá? Ao longo desta unidade letiva, você irá mergulhar neste universo! E, ao final dela, você terá entendido como o planejamento deve ser conduzido e como a gestão deve orientar os seus administradores. Entendeu? INTRODUÇÃO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 53 1 2 3 4 Olá! Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS saber como aplicar os conceitos nas organizações; compreender como a estratégia atua em conjunto à gestão estratégica; aprender sobre os modelos de planejamento estratégico; estudar a estrutura de gestão estratégica. Dito isso, está preparado(a) para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Vamos o trabalho! Bons estudos! Estratégia de Gestão e Organização Empresarial54 COMO APLICAR OS CONCEITOS NAS ORGANIZAÇÕES Ambiente organizacional interno Com relação ao ambiente organizacional interno e no contexto em que estamos inseridos, você deve estar se perguntando: em que consiste? Basicamente, são analisados os principais elementos que compõem um negócio, ou seja, busca-se identificar as deficiências e qualidades, o que uma empresa necessita melhorar e o que ela tem de mais positivo. Ao listarmos essas deficiências e qualidades, distribuímos elas de acordo com alguns elementos, os quais podem ser vistos abaixo. Organizacional: TIC (comunicação e internet); estrutura; cases de sucessos; estrutura dos objetivos, política, procedi- mentos e normas; e know-how de seus colaboradores. Financeiro: capacidade de transformar um produto ou ser- viço em moeda corrente; aferição de lucros; e aplicação dos ativos e do capital de giro; Recursos Humanos: gestão de pessoal; sistemas de recru- Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona uma organização interna e externamente, os tipos de estruturas, suas relações e seus respectivos controles. Também abordaremos aqui as formas de trabalho e como desenvolver uma organização eficiente. E então? Motivado(a) a desenvolver esta competência? Vamos lá! OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 55 tamento e avaliação do desempenho; programas internos de premiações, aperfeiçoamento e turnover; Marketing: estratégias de comunicação e publicidade, for- mação do custo final dos produtos e serviços e logística; Produção: infraestrutura, tecnologia, material, estoque e ter- ceirização. Ambiente organizacional externo Muitos estudos têm abordado as questões externas como responsáveis pela descontinuidade ou pelos prejuízos nas organizações, assim como as oportunidades, as ameaças e as questões estratégicas do mercado, as quais podem afetar as ações para a obtenção de conquistas. A concorrência afeta diretamente no comportamento de merca- do. Se uma empresa quiser implantar um produto ou serviço, por exemplo, ela necessita de um profundo estudo sobre como outras empresas que oferecem esses mesmos produtos e servi- ços se comportam e qual a reação de seus clientes. Também é preciso avaliar a resposta que o mercado dá em relação ao que se está comercializando. Nessa situação, são fundamentais algu- mas adaptações ou mudanças nas políticas de preços, qualidade, marketing, etc. Vamos iniciar dando atenção aos principais aspectos a serem considerados numa análise externa. Integração: diz respeito à avaliação das necessidades que a área de produção possui para fabricar o produto final x o que a concorrência possui em relação à fabricação do seu produto final; Tecnologia: diz respeito ao que é necessário em termos tec- nológicos para a produção de bens e serviços, como saber realizar pesquisas e descobrir qual o custo para implementar EXPLICANDO DIFERENTE+++ Estratégia de Gestão e Organização Empresarial56 um bem ou serviço no mercado; Governo: diz respeito à avaliação dos planos governamen- tais e seus objetivos, aos órgãos reguladores e à legislação que rege o produto ou o serviço aser disponibilizado; Mercado: diz respeito ao público- alvo, ao segmento a ser alcançado e aos costumes e à cultura do segmento; Concorrência: diz respeito a quem são e onde estão as or- ganizações, ao produto que comercializam, aos preços, à abrangência de mercado e à forma de atuação delas. Fornecedores: diz respeito a quem são e onde estão os for- necedores, aos preços, à abrangência de mercado, aos prazos de entrega e à forma de atuação deles. Tendências Uma vez identificados esses aspectos, vamos entender o que é imprescindível existir para que uma organização obtenha sucesso no mercado. Todo negócio que se expande precisa estar atento para o movimento da concorrência em relação ao seu produto e para a reação do mercado em termos de satisfação e rejeição; neste caso, observando se é necessária a reestruturação do bem ou serviço de forma a satisfazer os anseios dos clientes. Principais tipos de Organização Conforme Chiavenato (2006) diz, a teoria neoclássica da administração assume que a organização formal consiste em camadas hierárquicas ou níveis funcionais estabelecidos pelo organograma e com ênfase nas funções e nas tarefas. Nesse contexto, uma organização é esse conjunto de cargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas de comportamento todos os seus membros devem se sujeitar. A seguir, listamos os principais tipos de estruturas organizacionais. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 57 Estrutura linear Esta estrutura é mais comum, sua configuração é em forma de pirâmide, com linhas diretas entre os responsáveis e os subordinados, ou seja, há um único superior para vários subordinados. Estrutura funcional Esta estrutura parte do princípio de que cada subordinado possui uma especialização e se subordina a vários superiores ao mesmo tempo, ou seja, os superiores possuem autonomia apenas na sua área, não interferindo nas demais áreas da organização, mas os subordinados, por outro lado, possuem relacionamento com vários superiores para o desempenho de suas funções de forma a torná-las mais fáceis e efetivas. Estrutura linha-staff Esta estrutura combina as duas estruturas anteriores (linear e funcional). E o que distingue esta das outras é a presença de unidades de assessoramento e apoio. Enquanto as atividades de linha são as responsáveis pela execução das atividades fins de uma organização, as de linha-staff são responsáveis pelas atividades de assessoramento, planejamento, controle e consultoria. Novos tipos de Organização O modelo de organização do século XXI, não só está modificando os padrões de atuação, como também de desenvolvimento das suas estruturas, em virtude das inúmeras inovações tecnológicas e do contexto político e social do planeta. Atualmente, as informações são globalizadas e conectadas on-line, através de veículos como televisão, jornais, revistas, internet e redes sociais. Esse comportamento influenciou diretamente nos consumidores, que passaram a conhecer Estratégia de Gestão e Organização Empresarial58 diferentes produtos e serviços, bem como conhecer o acesso à obtenção dos mesmos. Nesse sentido, o grau de exigência deles evoluiu e, com isso, as organizações passaram a se preocupar muito em relação aos produtos e serviços ofertados desde a sua produção, o seu marketing e as suas vendas. Assim, muitas organizações foram obrigadas a investir em inovações tecnológicas (hardware e software) para se readequar aos novos processos de mercado. Para tanto, foi necessário readequar também os departamentos, otimizar seu patrimônio (quadro de colaboradores, filiais, infraestrutura, etc.) e reavaliar fornecedores em virtude dos preços praticados. Este movimento abriu a oportunidade para o surgimento de novas empresas, as quais vamos descrever a seguir. Empresas terceirizadas Estas surgiram a partir da necessidade das empresas de reduzir custos, manter o foco na sua atividade principal e permanecer competitiva no mercado global. Além do mais, as tecnologias de informação e comunicação permitem que a terceirização de serviços seja implementada em qualquer segmento e localidade. Vantagens Permitir que as organizações, ao terceirizarem uma determi- nada atividade, possam investir na contratação de especia- listas, equipamentos, etc., com a finalidade de melhorar os resultados. Facilitar as políticas de downsizing para a redução de pes- soal ou de custos e a eliminação de níveis hierárquicos. Trata-se de um projeto de racionalização planejado em todas as suas etapas, que deve estar consistente com o Planejamento Estratégico do negócio e que possui a meta global de construir uma organização eficiente e eficaz, privilegiando práticas que a mantenham o mais enxuta possível. Desvantagens Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 59 A qualidade da prestação de serviços pode não estar em con- cordância com a cultura organizacional que está contratada. Contratos mal redigidos que não contemplam todas as ne- cessidades das organizações. Controle inadequado das atividades terceirizadas. Empregados inabilitados e inadequados para exercer as fun- ções. Falhas na comunicação e dificuldades com fornecedores e vendedores. Ao se terceirizar uma prestação de serviço, é preciso efetuar uma avaliação bem criteriosa, para que os processos de uma organização não venham a sofrer consequências negativas tanto para as empresas quanto para os seus clientes. Por isso, é necessário adotar um procedimento para avaliar se a empresa a ser terceirizada será uma parceira que adote os valores da organização, como o estabelecimento de objetivos que possam ser mensurados e assertivos e a mensuração do Scorecard — metodologia de medição e gestão de desempenho periódicos. Também é indispensável avaliar se a redução financeira obtida com a terceirização possibilitará o investimento em outras ações que beneficiem os clientes. Empresas virtuais O conceito de uma empresa virtual está relacionado ao espaço ocupado e às suas estruturas física e organizacional que diferem de uma organização convencional. Segundo Bo Hedberg, uma organização virtual é um sistema imaginário que atravessa e ultrapassa as fronteiras tradicionais, definidas por identidades jurídicas e legais, os sistemas de Contabilidade, os quadros de organização e os bens físicos. Características das empresas virtuais Estratégia de Gestão e Organização Empresarial60 A expansão de empresas físicas para virtuais vem criando uma nova tendência de mercado pelos benefícios que proporciona, como o aumento dos lucros e a diminuição dos custos. A empresa virtual, nesse sentido, não necessita de grande espaço físico para ser implantada nem de um número excessivo de colaboradores. Isso diminui sensivelmente os custos em relação à empresa física, podendo-se ter um produto final mais acessível ao consumidor com a comodidade de realizar as compras do lugar onde estiver sem que haja custos com deslocamentos e perda de tempo. Comércio eletrônico ou e-commerce Trata-se de uma transação comercial de compra e venda de bens e serviços, mediante um equipamento eletrônico, conectado com a internet — microcomputador, celular, tablet, etc. A maior vantagem é que ela é rápida e econômica e se encontra, praticamente, em todos os ambientes, nos mais variados produtos e serviços que podem ser comercializados sem sair de casa. Vantagens Comunicação: é efetuada através da troca de informação en- tre fornecedor e consumidor mediante uma linguagem sim- plificada e de fácil compreensão. Dados: o gerenciamento da informação é uma função im- prescindível, porque armazena vários tipos de dados, que alimentam as informações dos clientes à medida que estes vão navegando nos sites destes comércios, algo que pode ser feito através de programas específicos. Segurança: é a principal característica em qualquer comér- cio eletrônico, pois garante a segurança e a privacidade de todos os dados adquiridosatravés de transações eletrônicas. Instalação imediata no mercado: a partir do momento em que uma empresa virtual é instalada na internet, ela garante visibilidade tanto no mercado nacional quanto no interna- cional. Relações: o comércio eletrônico possibilita a agilização entre Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 61 a empresa e seus clientes. Menos burocracia: com menos uso e acúmulo de papéis, os erros diminuem e os custos operacionais são eliminados. Análise mercadológica: o registro de informações dos clientes e das transações por via eletrônica permite seu uso posterior no desenvolvimento de novos produtos ou servi- ços. Desvantagens Fraude: as informações contidas nos cartões magnéticos são utilizadas fraudulentamente por terceiros para efetuar saques ou para realizar compras via internet. Impostos: uma vez que a internet forma uma rede global, ocorre a taxação e a cobrança de impostos entre fronteiras. Propriedade intelectual: a proteção da propriedade intelec- tual se torna um problema maior no comércio eletrônico, pois as informações se tornam disponíveis mais facilmente. Confidencialidade: a troca de informações entre fornecedo- res e compradores é, muitas vezes, invadida eletronicamente por terceiros. Confiança: sendo válida por sua própria natureza, tanto o vendedor como o comprador não têm uma base física de re- ferência para dar apoio à transação em caso de dúvida ou divergência. Muito embora o comércio eletrônico esteja crescendo a cada dia, ainda persistem algumas questões como desconfiança, desconhecimento por parte de pessoas que não tem a cultura de utilizar o computador e fraudes. É por isso que aumentam os investimentos em programas de segurança que garantam a proteção das transações. Tipos de comércio eletrônico Business-to-consumer: é o comércio realizado entre as or- ganizações e o consumidor final, isto é, através da internet um cliente adquire um bem ou serviço de uma empresa. Business-to-business: são transações comerciais entre em- presas, como no caso de uma organização efetuando uma compra com um fornecedor, um revendedor ou um parceiro. Consumer-to-consumer: é o comércio eletrônico entre Estratégia de Gestão e Organização Empresarial62 consumidores, sem que haja organizações envolvidas, como em leilões, anúncios, etc. Business-to-employee: é a oferta de produtos e serviços de uma empresa para os seus funcionários; Government-to-business: são transações comerciais entre os cidadãos e as empresas públicas, como a transferência de benefícios, por exemplo. Lojas virtuais São sites de comércio eletrônico nos quais o cliente visualiza o produto desejado frente às opções que a internet oferece. Logo após escolher o produto que mais o agradou, ele coloca em seu carrinho de compras e em seguida efetua o pagamento do mes- mo, tudo isso acontecendo num processo totalmente on-line. Vantagens Funcionamento 24 horas, 7 dias por semana. Baixo custo operacional e um canal de vendas muito agres- sivo. Redução do tempo de entrega e dos custos de comunicação. Divulgação da marca. Possibilidade de comprar sem sair de casa. Custo baixo dos produtos. Comodidade em pesquisar produtos e preços. Desvantagens Falta de contato direto com o vendedor. Limitação do uso dos sentidos (olfato, tato e paladar). Falta de hábito com o computador e com a internet. Transações fraudulentas. Falta de segurança. As lojas virtuais já são uma realidade e a tendência é a sua especialização para atender à maioria dos usuários da internet. Existem desvantagens, mas são poucas quando comparadas com as vantagens que o comércio eletrônico pode proporcionar. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 63 Desenvolvimento de Organizações eficientes Quando afirmamos que uma organização é eficiente, estamos falando da capacidade que ela tem de se renovar diante dos desafios que o mercado impõe; e essa renovação se chama “mudança organizacional”. Já comentamos sobre os fatores internos e externos que determinam uma mudança. Pois bem, eles geram oportunidades tanto no lado institucional quanto comercial. As inovações tecnológicas, os hábitos dos consumidores e a abrangência de mercado são outros fatores fundamentais para que uma organização, formal ou virtual, esteja se reinventando. Como estruturar uma organização eficiente A cultura de uma organização deve ser orientada para que os seus recursos humanos saibam qual o seu papel e se comprometam com os resultados estabelecidos. Para tanto, é necessário que os administradores: conheçam os profissionais, seus pontos fortes e pontos fracos, como estes podem contribuir para o atingimento dos objetivos propostos e como podem desenvolver as próprias habilidades; estruturem equipes compostas por pessoas de diferentes perfis e com base nas especializações, competências e habilidades delas; treinem líderes para levar as equipes ao atingimento dos melhores resultados; estimulem a participação de todos os funcionários da organização para feedback, novas soluções, críticas, etc.; mantenham canais de comunicação para que todos possam ter acesso às informações; Estratégia de Gestão e Organização Empresarial64 preservem o ambiente de trabalho e os relacionamentos; elaborem um programa de incentivo para o atingimento dos resultados; mantenham o funcionário informado sobre a sua performance. Como estruturar uma organização virtual eficiente Segundo Lévy (1998), o principal objetivo de uma organização virtual é permitir que um grupo de empresas desenvolva rapidamente, e de forma flexível, um ambiente de trabalho comum para gerenciar e utilizar os recursos de que dispõem, tendo em vista uma meta proposta. Por causa disso, o sucesso do projeto depende da cooperação que há entre os membros participantes. Da mesma forma que as organizações físicas, as virtuais também são concebidas a partir de uma meta para atingir um segmento de mercado específico. Para isso, devemos considerar o trabalho envolvido e o tipo de ferramenta a ser utilizada. Nas organizações físicas, os recursos e ferramentas são contra- tados/próprios, enquanto nas virtuais são utilizados os recursos e as ferramentas disponíveis no mercado. As principais características de uma organização virtual são: Cliente: a relação é feita a distância, ou seja, o cliente adqui- re um produto ou serviço através de uma ferramenta especí- fica (e-commerce, loja virtual, redes, etc.) e pode escolher IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 65 dentre as opções ofertadas pela empresa. Processos internos: para a produção de produtos e serviços, uma organização virtual se relaciona com os seus fornecedo- res por meio de uma plataforma de sistemas bem estruturada e confiável; cada qual desenvolve sua atividade e se integram para a sua conclusão. Segundo Davidow; Malone (1993), somente a organização virtual reúne velocidade e flexibilidade para lidar com um ambiente de negócios sob medida, para atender a uma quantidade muito grande de clientes, num ritmo de mudanças que contemple exigências de novos clientes. Em resumo, a principal característica de uma empresa virtual é a capacidade dela de identificar e atuar de forma pontual e disponibilizar com grande amplitude seus produtos e serviços através de redes bem estruturadas e confiáveis. Como ter sucesso No dicionário o conceito de “sucesso” é o de ter êxito em algo, bom resultado, triunfo. Partindo disso, o sucesso de uma organização depende diretamente da resposta do mercado aos seus produtos e aos serviços. Ter um cliente satisfeito significa que as expectativas foram atingidas e os desejos atendidos. Mas como podemos mensurar esse triunfo? Através de uma eficiente Gestão de Qualidade, por meio da qual a organização efetua uma verificação constante das necessidades e expectativas do consumidor e, com base neste levantamento, planeja e gerencia como deve disponibilizarno mercado. Segundo o blog da Fundação Vanzolini (2015), um sistema de Gestão de Qualidade adequadamente implantado faz com que a organização não se foque apenas na eficácia dos processos (extensão na qual os resultados planejados são alcançados), mas, Estratégia de Gestão e Organização Empresarial66 também, na eficiência dos mesmos (relação entre os resultados alcançados e os recursos utilizados). Mas você pode estar se perguntando: como a Gestão de Qualidade efetua o planejamento e gerencia as organizações? Dentre os diversos métodos, vamos mencionar os três mais conhecidos no mercado. 5S: sua origem foi no Japão e consiste em reduzir o des- perdício. Para tanto, são empregados cinco conceitos — se- parar/eliminar o que não será utilizado; organizar recursos materiais e equipamentos identificados e armazenados de forma a facilitar sua manipulação por todos os envolvidos no processo; limpar, isto é, manter a ordem e a organização do ambiente de trabalho; criar normas e padrões de procedi- mento; e sustentar, ou seja, manter todos os funcionários de uma organização conscientes dos conceitos e padrões. Plan-Do-Check-Act (PDCA): tem por objetivo a melhoria contínua do desempenho e consiste em planejar, fazer, veri- ficar e agir. Kaizen: consiste na prática de melhoria contínua. Figura 1 — Estrutura do método Kaisen Fonte: retirada da página Wikicommons. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 67 Para o desempenho das atividades de Gestão de Qualidade, as organizações necessitam de um profissional especializado em desenvolver processos de melhoria e eficiência em linhas de produção. As funções que podem ser exercidas por um profissional de Gestão em Qualidade podem ser observadas logo abaixo. Certificação de Qualidade: adaptar processos e resultados de empresas para que elas sejam aprovadas em auditorias de órgãos como Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) ou Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entre outras. Quando a empresa trabalha com exportação, a função deste gestor é aplicar os proces- sos que determinam o que é Gestão da Qualidade para os padrões internacionais, como a International Organization for Standardization (ISO). Desta forma, com os processos e produtos seguindo as normas estrangeiras, a empresa pode obter a certificação necessária. Auditoria: atuar como consultor interno ou externo; o audi- tor interno é um funcionário da própria empresa que avalia processos de fabricação e rotinas administrativas variadas. Já o auditor externo, trabalha em consultorias ou organizações certificadoras e inspeciona as atividades de uma empresa para avaliar a obtenção, a manutenção ou a renovação de um certificado ou um selo de qualidade. Também são comuns as auditorias que avaliam riscos, segurança da informação e governança corporativa, por exemplo. Modelagem de processos: identificar os processos dos seto- res de uma organização, para, então, mapear e adequar estes procedimentos e produtos aos padrões de qualidade estabe- lecidos. Ele também realiza medições, elabora e gerencia os indicadores de qualidade, divulgando estas informações aos tomadores de decisões dentro da empresa. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial68 COMO O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A GESTÃO ESTRATÉGICA ATUAM EM CONJUNTO Vamos agora discutir sobre um assunto que, para alguns, é simples e claro, mas, para a maioria, causa interpretações duvidosas. Já vimos anteriormente os conceitos de planejamento e gestão, agora vamos associar os dois de forma a esclarecer suas funções. Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — atribuições Quadro 1 — Atribuições Gestão Planejamento Criada pelos Administradores de uma organização Criado pelos Gerentes e Supervisores Elaborar e fomentar ações Formular objetivos Monitorar a utilização de recursos necessários ao atingimento dos ob- jetivos Colocar as ações em prática Prestar suporte ao Planeja- mento Estratégico Normatizar e padronizar as ações Selecionar as atividades a serem executadas por ordem de prioridade Manter as atividades e os cronogra- mas Manter a organização focada nos resultados Elaborar planos de ação pe- riódicos para o atingimento dos objetivos Fonte: elaborado pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 69 Segundo Jules Henri Fayol, POCCC é uma sigla utilizada em administração e diz respeito às cinco funções do administrador. Planejar: estabelecer metas, objetivos e resultados para o futuro, o que envolve prever, decidir antecipadamente, ela- borar alternativas e definir métodos de trabalho para que se alcancem os resultados esperados. Organizar: definir como utilizar os recursos e estruturar a organização elaborando seu organograma, de forma que se possa alcançar seus objetivos. Controlar: acompanhar as atividades verificando se os pla- nos estão sendo executados adequadamente. Coordenar: estabelecer prioridades e a sequência das ativi- dades. Comandar: dirigir e liderar pessoas. Ao compararmos o quadro acima e as funções descritas por Fayol, podemos concluir que, sem a definição clara por parte dos gestores de uma organização de onde estamos, para onde devemos ir e de como podemos chegar até os objetivos orientados pelos gerentes e supervisores, uma empresa não terá como sobreviver nem manter seus produtos e serviços no mercado. Enquanto os administradores das organizações definem o que querem (aumentar lucros, criar uma imagem do produto ou serviço mais agressiva, conquistar novos mercados, etc., por exemplo), os gerentes e supervisores viabilizam os objetivos mediante a análise organizacional (pontos fortes e fracos; recursos necessários, logística, fornecedores, entre outros) e de mercado (concorrência, demanda, legislação, situação sociopolítica e preços praticados). Estratégia de Gestão e Organização Empresarial70 Figura 2 — Representação gráfica de atuação do Planejamento Estratégico x Gestão Estratégica Fonte: retirada da página Wikicommons. Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — fundamentos Quando um administrador, gerente ou supervisor estão desenvolvendo políticas, objetivos e metas, três fundamentos devem ser considerados para que se obtenha sucesso e assertividade nas ações de uma organização, são eles: Satisfação: é quando uma empresa quer se manter no mercado e não elabora uma estratégia de crescimento e desenvolvimento dos seus produtos e serviços; neste caso, o que se deseja alcançar é o mínimo de satisfação, mas com obtenção de recursos financeiros suficientes para permanecer no mercado, sem buscar outras oportunidades. Otimização: para permanecer no mercado, é necessário fazer da melhor maneira possível; neste caso, rara tanto, utiliza- se de ferramentas de informação para adequar sua infraestrutura, logística, fornecedores, etc. de forma a chegar até o consumidor final e, assim, motivar os funcionários para que os processos Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 71 sejam conduzidos de forma racional e com qualidade. Adaptação: é importante manter o equilíbrio entre os ambientes interno e externo e elaborar o planejamento das atividades considerando as situações de risco que possam vir a prejudicar uma organização; neste caso, é preciso descrever procedimentos de contingências, alertar os setores sobre mudanças ou adaptações no decorrer do período, bem como manter o grupo motivado para os resultados finais. Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — fatores externos Quadro 2 — Fatores externos Gestão Planejamento Identificar os componentes relevantes do mercado de atuação Conduzir os processos in- ternos de forma a se adaptar as condições tecnológicas, logísticas, ambientais e le- gais e as expectativas dos clientes Avaliar os produtos ou os serviços em função da concorrência Elaborar estratégias de adequação dos produtos e serviços ao mercado Monitorar resulta-dos e alimentar as áreas responsáveis Estruturar sistemas de medições financei- ras, de produção, de vendas, de satisfação, etc., necessários ao planejamento de no- vas medidas Fonte: elaborado pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial72 As organizações são estruturadas para atender aos anseios do ambiente no qual estão inseridas. Portanto, o conhecimento pleno sobre o mercado é imprescindível para o estabelecimento e o desenvolvimento de estratégias. Figura 3 — Representação gráfica dos fatores externos Fonte: retirada da página Wikicommons. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 73 Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico – fatores internos Quadro 3 — Fatores internos Gestão Planejamento Identificar os pontos fortes e os pontos fra- cos da organi- zação Estruturar as áreas da organização, de forma a manter os resultados, a quali- dade, a efetividade e a especialização dos recursos humanos e tecnológicos envolvidos Avaliar os as- pectos de pu- blicidade da marca e as suas especificações Elaborar estratégias de marketing para adequação dos produtos e servi- ços ao mercado Monitorar resul- tados relativos a preços, promo- ções e qualidade Estruturar sistemas de medições financeiras, de produção, de ven- das, de satisfação, etc., necessá- rios ao planejamento de novas medidas Fonte: elaborado pelo autor. As organizações devem conduzir seu planejamento e manter as ações focadas nos resultados. Isto significa que o planejamento não é elaborado uma única vez e, sim, reexaminado periodicamente e se necessário, readaptado às novas condições. Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — clientes Segundo a Wikipédia (2021), cliente é uma pessoa que Estratégia de Gestão e Organização Empresarial74 adquire um produto à venda ou uma entidade que consome os serviços de uma entidade servidora. Portanto, vamos analisar o perfil e os principais tipos de cliente e o modo como se relacionar com eles, uma vez que eles são a razão e a existência das empresas que comercializam produtos e serviços no mercado. Todo o planejamento é concebido em função dos desejos e das necessidades dos clientes, da mesma maneira que o comportamento deles se dá à medida que a concorrência entra no mesmo segmento de atuação. Atender à demanda dos clientes Henry Ford publicou em 1914 a seguinte frase: “Os clientes podem escolher qualquer cor, desde que seja preto”. Mas você pode estar se perguntando: por quê? É muito simples, nesta época, o modelo Ford T só era disponibilizado na cor preta. Será que naquela época (ou mesmo hoje) esse conceito traria sucesso a uma organização? A resposta é não! Se um gestor não considerar os desejos e as necessidades de um cliente, ele, com certeza, afetará os objetivos propostos. Antes mesmo de elaborar os objetivos e as metas de um produto ou um serviço, é necessário conhecer o seu cliente final, para desenvolver um padrão de atendimento que venha a surpreendê- lo. Um cliente só se tornará fidelizado à sua empresa se estiver satisfeito e ciente de que ela é a melhor alternativa para ele. De nada adianta prendê-lo a contratos, promoções e preços baixos, ele inicialmente vai aderir ao seu produto e ao seu serviço, mas, assim que a concorrência ofertar algo mais vantajoso, com certeza ele migrará. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 75 Então, na tarefa de conquistar e fidelizar clientes, muitos recursos são utilizados, dentre eles os tecnológicos, de marketing e financeiros (formação de preço). Um bom plano de marketing, nesse sentido, consiste em provocar uma relação de proximidade entre uma organização e o seu público-alvo. A capacidade financeira dos clientes x o custo do produto ou serviço, nesse contexto, é determinante para formular o preço final. Dessa forma, teremos uma ação precisa e passível de ser comercializada. Além disso, construir um relacionamento com os clientes significa acreditar, confiar e saber que sua organização poderá resolver qualquer problema ou dúvida em relação ao produto e ao serviço contratado; e cumprir os contratos, de forma clara, em termos de prazos de entrega, garantias, atualizações dentre outros. E, por último, efetuar o pós-venda é tão importante quanto a venda. É necessário dizer aos clientes que você não esqueceu deles, que eles merecem o melhor e mais atualizado. Afinal, a concorrência não pode bater na porta dos nossos clientes. Quando tratamos de clientes, não estamos nos referindo somente as áreas comercial e de marketing. Os Administradores também devem preservar seu patrimônio que é sua carteira de clientes. Tipos de cliente Em 2016, Ricardo Cestari Junior, publicou um artigo no Blog da NeoAssist, onde classifica os sete tipos de clientes: Cliente irritado: esse é um dos tipos de cliente mais comuns nos atendimentos. Eles se sentem lesados pela empresa e, IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial76 normalmente, possuem provas de que estão certos — o proto- colo de um atendimento anterior, o comprovante de uma conta quitada ou até mesmo uma foto que comprove o estado do produto com defeito. Cliente ansioso: tem dificuldade de lidar com prazos, mes- mo que conheça todas as condições no ato da compra dos serviços e produtos. Para ele, as entregas e instalações devem ser feitas de imediato, por isso, o consumidor ansioso procura o SAC incessantemente. Cliente confuso: não consegue se expressar, revela insegu- rança nas informações e se confunde ao explicar sua dúvida ou problema para o atendente, essas são características deste perfil. Cliente grosseiro: com voz alterada, palavrões e ameaças, ele parece irredutível na negociação e mostra que está disposto a brigar. Quando isso acontece, a pior das decisões é entrar na briga, e a melhor postura por parte do atendente é manter a firmeza e a educação durante o atendimento. Cliente bem-humorado: procura sempre o SAC de forma amigável, mesmo quando está com problemas. Para con- quistar um cliente com este perfil, basta ser gentil e positivo, na justa medida, é claro. Cliente satisfeito: está satisfeito com os serviços da empre- sa e quando se manifesta via SAC é para elogiar ou sugerir novidades. É possível que este consumidor também reclame, mas o faz em tom amistoso, pois conhece a qualidade do produto/serviço e sabe que o erro não é uma regra, mas sim de uma exceção no histórico da companhia. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 77 A convivência com clientes, dos mais diversos comportamen- tos, deve ser tratada de forma diferenciada tanto pelas áreas comercial e de marketing como pelos administradores, gerentes ou supervisores. Quando se está formatando um produto ou um serviço, é necessário entender como será a reação dos clientes ou possíveis clientes, em virtude do mercado em que estão si- tuados. É preciso, para isso, respeitar os costumes e a cultura local, a faixa etária, o grau de escolaridade e mais alguns outros itens que veremos na próxima unidade. Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — concorrência Por melhor que seja um plano interno, os administradores têm que conhecer o que os concorrentes estão praticando. Às vezes, os produtos ou serviços são mais agressivos e essa prática torna o mercado mais exigente do que os padrões normais. Quando identificamos a nossa concorrência, compreendemos como o nosso produto ou serviço pode melhorar e o que deve ser evitado para que o mesmo não sofra rejeições. Assim, uma organização garante uma boa posição no mercado alvo. Descobrir ações negativas, que venham a afetar o ramo de mer- cado em que se atua, é uma ótima oportunidade para as orga- nizações se destacarem com ações que venham a neutralizar o conceito que se tem dos produtos e serviços. EXPLICANDO DIFERENTE+++ IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial78 Tipos de concorrência Direta: mesmo tipo de produto ou serviço, mesmo segmentode mercado, como a rede de supermercados BIG e Carrefour. Indireta: várias empresas ofertando produtos e serviços se- melhantes, mas também comercializam outros serviços, como Uva – Produtor de Vinho – Salton e Fabricante de Do- ces – Ritter. O que considerar na análise dos concorrentes Onde estão situados os seus pontos de venda. Quais os pontos fracos e pontos fortes da concorrência. Onde estão as oportunidades e riscos do negócio em relação a concorrência. Que ações viabilizar para incrementar o produto e serviço da minha empresa no mercado alvo. O que deve ser feito para consolidar o lançamento dos produtos e serviço no mercado Investimentos: buscar formas de tornar a marca interessante e necessária no mercado (mídias, exposição dos produtos e serviços). Localização e logística: estar próximo do cliente e ser ágil no atendimento e na entrega de bens ou serviços. Preços: facilitar os meios de pagamentos e parcelamentos. Capacitação: buscar o atendimento de excelência. Redes sociais: buscar novas formas de divulgação. Gestão Estratégica x Planejamento Estratégico — fornecedores Para que uma organização possa produzir de modo eficiente e se desenvolver dentro dos prazos, da qualidade e das especificações estabelecidas, é necessário que os insumos básicos ou as mercadorias que compõe os produtos ou serviços estejam Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 79 disponíveis nos mesmos prazos, qualidade e especificações. Assim, a escolha dos fornecedores é de suma importância na cadeia produtiva. Por isso, o processo de escolha é complexo, e os seguintes itens devem ser observados: capacidade técnica; capacidade produtiva; capacidade financeira; capacidade de logística; capilaridade; preços; prazos. Sem a avaliação dos itens acima, uma organização pode ficar à deriva, como quando os preços e prazos são competitivos, porém, o fornecedor sempre atrasa as demandas ou quando a capacidade produtiva não atende à necessidade da organização. Algumas organizações adotam medidas e pesos num processo de seleção de um ou mais fornecedores. Essas medidas consistem em priorizar por ordem de importância os itens mais relevantes do processo de produção, como os preços, os prazos e as quantidades. Após isso, os itens são pontuados, de forma a elaborar uma relação dos principais fornecedores com a maior nota. Outro ponto a ser analisado é o fato de que alguns serviços po- dem ser terceirizados e algumas despesas, como frete, podem ser efetuadas por empresas que tenham taxas mais baixas e ca- pacidade de entrega mais ágil, estocagem de produtos nas re- giões onde não haja ponto de atendimento, o que pode baratear os custos operacionais no processo de elaboração do preço final do produto ou do serviço. IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial80 Como se faz a gestão de fornecedores em uma organização O setor de compras é o responsável por manter o processo de seleção, cadastro, acompanhamento da situação técnica, financeira e operacional dos fornecedores. Compete a esse setor determinar as políticas de compras, baseadas nas especificações dos produtos ou serviços, nos prazos de pagamento, nos descontos, nos parcelamentos e nas facilidades que os fornecedores possam propiciar. Outra preocupação é em relação ao suporte que os fornecedores possuem em caso de trocas e devoluções por defeito. Isso terá que ser ágil para não interferir na área de produção. A oferta de softwares para o acompanhamento da base de fornecedores é uma facilidade que gera agilidade e confiança, pois neles são registradas as informações sobre preços, características dos produtos, bem como emissão de ordem de compras e acompanhamento e recebimento de entregas. O uso de tecnologias que visam interligar os departamentos traz inúmeras vantagens, tais como: estoques (controle e giro), financeiro (pagamentos e contas a receber), comercial (produtos e serviços disponíveis), produção (o que e quanto produzir). Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 81 MODELOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Básico Definir os objetivos. Definir as formas de alcançar esses objetivos. Definir as metas para atingir esses objetivos. Acompanhar e requalificar as metas à medida que os pro- cessos forem se desenvolvendo. Estrutura em análise Análise SWOT — pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças. Os administradores identificam as maiores questões e os objetivos. Reavaliar a missão, visão e valores da empresa. Desenvolver planos de metas (se possível anuais). Identificar o capital necessário. Acompanhar e requalificar as metas à medida em que os processos vão se desenvolvendo. Estrutura de linha Traçar a missão, os recursos e as metas. Identificar os pontos fortes e os pontos fracos. Estabelecer o cronograma com os prazos para implementa- ção. Incorporar as mudanças aos procedimentos internos. Estrutura conjuntural Os administradores elaboram os objetivos em conformidade com os diferentes ambientes externos que podem compro- meter uma organização. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial82 Para cada ambiente, é preciso estabelecer o pior, o melhor e o razoável. Envolver todos os representantes de uma organização para que cada um faça suas ponderações a respeito dos objetivos propostos. Incorporar as metas aos procedimentos internos. Estrutura organizacional Tornar transparentes valores culturais da organização. Desenvolver a visão da organização. Estabelecer o diálogo com os gerentes e supervisores sobre que processos são necessários para chegar nessa visão e como eles serão conduzidos. Esclarecer que o planejamento é dinâmico e deve sempre ser revisto. Priorizar a capacitação e a divulgação interna. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 83 ESTRUTURA DE GESTÃO ESTRATÉGICA Antes de finalizarmos nossa primeira unidade, convido você a conhecer um pouco mais a estrutura da Gestão Estratégica. Va- mos lá! Planejamento Estratégico Consiste em estabelecer as diretrizes da organização, que são: determinação de metas gerais para curto, médio e longo prazos; determinação de investimentos de curto, médio e longo prazos; definição de expansões e adequações. Planejamento Tático Consiste em estabelecer as diretrizes para as unidades da empresa, como a identificação da necessidade de: infraestrutura; software; hardware; treinamentos; recursos humanos e materiais; sistemas de gestão. Planejamento Operacional Consiste em estabelecer as diretrizes para equipes ou pessoas, sendo elas: manuais operacionais; cronograma; treinamentos. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial84 Figura 4 — Estrutura de Gestão Estratégica Fonte: elaborada pelo autor. No video a seguir, daremos início à explicação sobre como aplicar os nove passos do Planejamento Estratégico em uma empresa. APLICAÇÃO PRÁTICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NUMA EMPRESA Para demonstrar a aplicação prática do Planejamento Estratégico, será apresentada a sistematização do processo de planejar. Serão elaborados nove passos que vão compor o planejamento, o que se estenderá para as próximas unidades da disciplina. A escolha aleatória da empresa fictícia “Couro Nobre S/A” é a maneira mais didática e clara para alinhar a teoria na prática. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 85 1º Passo — Pré-diagnóstico Todo Planejamento Estratégico deve se iniciar com a etapa de pré-diagnóstico. Se fôssemos fazer uma ligação desta etapa com uma consulta médica, por exemplo, ela seria aquela primeira observação que o médico faz sobre seu paciente, incluindo aí algumas perguntas básicas, para que possa começar a entender seu paciente, suas dúvidas e suas necessidades. Em uma organização, poderíamos visualizar essa etapa como um “primeiro olhar” sobre ela e, também, sobre seu ambiente externo, além de conversas informais com os dirigentes,para sabermos: a) se ela realmente está precisando de um planejamento; b) quem poderia ajudar e/ou desenvolver esse planejamento; c) quais as expectativas dos dirigentes com relação aos resultados ou efeitos de tal planejamento. Esta etapa é fundamental para que não se deflagre um processo de planejamento em momento errado, por exemplo. E ela pode ser feita tanto numa reunião quanto numa visita ou circulação pela organização. Dessa forma, se for este o momento de se desenvolver um Planejamento Estratégico, já podemos passar para a segunda etapa. Faremos uma contextualização histórica da organização escolhida para utilizarmos como case fictício, para treinarmos a teórica estudada nesta disciplina. Juazeiro do Norte (CE) — História do surgimento da “Couro Nobre S/A” A industrialização na região começou com fábricas de fundo de quintal, informalmente, como muitos negócios que Estratégia de Gestão e Organização Empresarial86 surgem em Juazeiro do Norte. Mas a indústria se fortaleceu e se profissionalizou, possuindo, hoje, fábricas nos segmentos de sandálias de plástico e de couro, bebidas, refrigerantes, alumínio, alimentos, confecções, móveis, joias, laticínios, entre outras. Mas foi na atividade calçadista que o setor industrial colocou o Cariri em evidência. O polo calçadista começou há 40 anos. Surgiu pela demanda por sandálias japonesas, e quatro empresas daqui tiveram a ideia de fazer estes produtos. A atividade se expandiu e, hoje, existem mais de 200 fábricas funcionando na cidade, com diversos tipos de sandália: de moda, produzidas com E.V.A, borracha ou PVC e, logicamente, o couro. Com este porte, o Cariri é atualmente o maior polo produtor do Norte e Nordeste e terceiro maior do Brasil, ficando atrás apenas de Franca (SP) e Novo Hamburgo (RS). A fabricação é mais de produtos de baixo valor agregado, sendo bastante competitivos no mercado. Praticando: principais consumidores A produção local é exportada para países como Estados Unidos, Espanha, França, Equador, Paraguai, Uruguai, Portugal, Itália, Bolívia, Argentina, Reino Unido e Grécia. Contudo, o mercado interno, principalmente o do Norte e Nordeste, é o principal consumidor dos calçados do Cariri. A atividade gera atualmente cerca de seis mil empregos diretos nos três municípios, sendo a maior empregadora da região, após o comércio. Praticando: Couro Nobre S/A A Indústria de Calçados Couro Nobre LTDA foi inaugurada em janeiro de 1999, em Juazeiro do Norte–CE. Desde o início, os produtos da fábrica tiveram uma boa aceitação no mercado Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 87 nacional, principalmente pelo excelente material utilizado e pelo atendimento de venda e pós-venda que era feito diretamente pelos fundadores Márcio e Ana. Praticando: o Planejamento Estratégico para a Couro No- bre. A “Couro Nobre” preferiu contratar uma empresa de consultoria para desenvolver um Planejamento Estratégico e também elegeu uma equipe interna para atuar conjuntamente. A responsabilidade pelo planejamento, portanto, ficou a cargo de uma equipe mista (consultores + equipe interna), caracterizando um planejamento participativo. Essa equipe é chamada de Equipe de Planejamento. O pré-diagnóstico na “Couro Nobre” foi realizado através de duas reuniões: a primeira com os dois sócios da organização, Márcio e Ana, e a segunda com os gestores das duas filiais e diretores das diversas áreas das três unidades (matriz e filiais). Foi verificado nas reuniões que a “Couro Nobre” realmente precisava de um planejamento e as expectativas em relação ao que um planejamento poderia contribuir para a empresa também foram identificadas. A equipe interna que vai compor a equipe mista responsável pelo Planejamento Estratégico foi definida e, com características multifuncionais, esta equipe terá representações dos diversos níveis organizacionais e com diferentes conhecimentos, habilidades e atitudes. 2º Passo — Sensibilização Uma vez identificada a necessidade de se desenvolver um Planejamento Estratégico, é importante sensibilizar os integrantes de toda a organização para a importância do Estratégia de Gestão e Organização Empresarial88 planejamento, desmistificando os “monstros” que existem em torno de qualquer ação que provoque mudanças. Dessa forma, procuramos encorajar o envolvimento de todos e também amenizar os focos de resistência. É uma etapa de preparação do porvir e de esclarecimento geral! Se a organização for pequena, com poucas pessoas, pode- se fazer uma reunião com todos os integrantes dela, explanando o que é o Planejamento Estratégico, como será aplicado na organização e, principalmente, quais os benefícios que ele poderá trazer para todos (organização e integrantes). É importante que se crie um “espírito” de colaboração e de união, ou seja, uma equipe forte e coesa. A partir de então, poderão ser definidos corresponsáveis por algumas próximas ações que serão desenvolvidas. Essa escolha dos corresponsáveis deve ser feita de maneira cuidadosa para que não sejam apenas selecionados os “chefes”, mas, sobretudo, líderes que possam conduzir com maestria a equipe. Por outro lado, em organizações maiores, quando não pudermos reunir todos os integrantes ou então desenvolver numa única vez essa etapa, podemos optar por fazê-la de duas maneiras: a) uma palestra geral para toda a organização e, em um segundo momento, reuniões em equipes separadas; b) ou então uma reunião com os dirigentes, diretores e gerentes e, na sequência, reuniões com as áreas (departamentos) separadamente. Algumas organizações desenvolvem a etapa de sensibilização fora do ambiente organizacional, em hotéis, por exemplo. A decisão de organizar um grande encontro com todos Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 89 os colaboradores da “Couro Nobre” foi amplamente aceita e o evento recebeu o nome de “planejando a Couro Nobre”. Para divulgar o evento, a Equipe de Planejamento elaborou convites em redes sociais, fez uso de cartazes informativos em pontos de grande circulação dentro da empresa e distribuiu web- folders a todos os colaboradores. Todos os envolvidos no evento ficaram muito entusiasmados e ansiosos em dar início à elaboração do planejamento. O encontro foi num local estratégico: um hotel fazenda com instalações apropriadas ao objetivo do evento. Mas vamos dar continuidade à metodologia de aplicar a teoria na prática na Unidade 3, quando voltaremos a abordar sobre o diagnóstico estratégico, análise dos ambientes internos e externos e a definição da base estratégica corporativa. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial90 E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumi-lo. Você deve ter aprendido como aplicar os conceitos nas organizações. Para tanto, comentamos sobre o ambiente organizacional interno e externo e no que consistem, os principais tipos de organização e as estruturas delas, os modelos das organizações do século XXI, como empresas terceirizadas, empresas virtuais, e-commerce eletrônico e lojas virtuais. Tratamos de eficiência nas organizações formais e virtuais. O que é o sucesso? Como atingi-lo? Este item abordou a importância da Gestão da Qualidade e conhecemos três modelos – 5S, PCDA e Kaizen. A relação da Gestão Estratégica x o Planejamento Estratégico foi abordada também sob a ótica dos fatores externos e internos, clientes, concorrentes e fornecedores. Para facilitar as demais unidades, apresentamos os principais modelos e estruturas de Gestão Estratégica. RESUMINDO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 91 REFERÊNCIAS COSTA, Eliezer Arantes. Gestão Estratégica. São Paulo: Edi- tora Saraiva, 2008. GOMES, Paulo. Planejar e Empreender: como pensar estrate- gicamente?. Editora TBIAllNew, 2017. GOMES, Paulo. O que é ser um empreendedor digital? Com- preendendo a dimensãodo seu negócio on-line. Editora TBIAll- New, 2015. JUNIOR, Ricardo Cestari. 7 tipos de clientes que você conhece muito bem: como atendê-los?. NeoAssist. 2016. Disponível em: Acesso em: 28 set. 2021. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estra- tégico: conceitos, metodologias e práticas. São Paulo: Editora Atlas, 2013. ZACCARELLI, Sérgio B. Estratégia e Sucesso nas Empresas. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. WIKIPÉDIA. Cliente. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/ wiki/Cliente. Acesso em: 28 set. 2021. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial92 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 93 UNIDADE 03 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial94 Olá, caro(a) aluno (a)! Tudo bem? Neste módulo, iremos focar nossa atenção em estruturas e na compreensão do que é uma departamentalização e quais os seus tipos. Além disso, conheceremos quais as principais ferramentas disponíveis no mercado para se fazer a gestão. O importante neste módulo é começar a saber as competências e o relacionamento que há entre as unidades/ os departamentos. Também é preciso entender como melhorar a produtividade e a qualidade, em virtude do mercado e suas constantes variações. Por fim, iremos entender as principais áreas de uma organização - produção, comercial, recursos humanos e, financeira. Então, vamos lá? Ao longo desta unidade letiva, você irá mergulhar neste universo! E, ao final dela, você entenderá como o planejamento deve ser conduzido e como a gestão deve orientar os seus administradores. Entendeu? INTRODUÇÃO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 95 1 2 3 4 Olá, querido(a) aluno(a)! Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS conhecer a departamentalização; estudar quais as principais ferramentas e os sistemas para a gestão nas organizações; compreender como melhorar a produtividade e a qualidade; estudar sobre a estrutura das áreas de produção, comercial, recursos humanos e financeira. Dito isso, está preparado(a) para mais uma viagem sem volta, rumo ao conhecimento? Vamos ao trabalho! Bons estudos Estratégia de Gestão e Organização Empresarial96 DEPARTAMENTALIZAÇÃO “A rapidez do processo de tomada de decisão é vital à sobrevivên- cia empresarial”. — José Meireles de Sousa. Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como uma organização é estruturada e quais os tipos de departamen- talização são aplicados de acordo com o mercado, o tamanho da empresa e as condições socioeconômicas e políticas. E então? Motivado(a) para desenvolver esta competência? Avante! O que significa departamentalizar Caro(a) aluno(a), você já parou para pensar no que significa departamentalizar? A resposta é simples: é uma forma ordenada de estruturação de uma empresa. Isto é, consiste em agrupar as atividades afins e correlatas e ordenar em departamentos, divisões, seções, etc. O importante nessa estruturação é tornar a organização suficiente e ágil, de forma a atender ao mercado e, consequentemente, neutralizar a ação da concorrência. A seguir, vamos conhecer os tipos de departamentalização. OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 97 1. Funcional De todos os tipos, este é o mais comum, porque tem como principal característica o agrupamento de atividades específicas, com profissionais especializados na área e trabalhando juntos com o objetivo de realização de uma determinada ação. Figura 1 — Estrutura por função Fonte: adaptada da página Freepik. 2. Por clientes Esta estrutura é utilizada quando uma organização possui um ou mais clientes diferenciados e concentra suas ações de acordo com essa demanda. Figura 2 — Estrutura por cliente Fonte: adaptada da página Freepik. 3. Geográfica Esta estrutura é utilizada por empresas que têm áreas de vendas em vários pontos/localidades. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial98 Figura 3 — Estrutura geográfica Fonte: adaptada da página Freepik. 4. Projetos Esta estrutura é muito utilizada em organizações que prestam serviços e que apresentam uma descentralização em cada proje- to produzido. Figura 4 — Estrutura por projetos Fonte: adaptada da página Freepik. 5. Produtos e serviços Esta estrutura é utilizada para as empresas que têm diversas ofertas de produtos e serviços. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 99 Figura 5 — Estrutura por produtos e serviços Fonte: adaptada da página Freepik. PRINCIPAIS FERRAMENTAS E SISTEMAS PARA A GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES Aqui, vamos apresentar as principais ferramentas para uma gestão eficiente, bem como alguns exemplos de suas aplica- ções. Gestão de Produção Uma importante forma de Gestão de Produção é a utilização do Just-in-time (JIT): trata-se de um método racional OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial100 de fabricação, onde são eliminados os itens desnecessários na produção, com o objetivo de reduzir custos. Neste sistema, a filosofia é “produzir o necessário, no tempo necessário e na quantidade necessária”. O JIT trabalha para a utilização de processos simples e a redução de desperdícios. Assim, ele integra a requisição de matéria-prima à produção. Figura 6 — Representação do sistema just-in-time Fonte: retirada da página Freepik. Para Kaizen, este método combina as especializações dos fun- cionários para trabalhar de forma a reduzir o desperdício, obter um desenvolvimento constante e aperfeiçoar os produtos. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 101 Figura 7 — Representação do sistema Kaizen KAISEN Já o Plan-Do-Check-Act (PDCA), aplica as técnicas de planejar, fazer, verificar e agir nos processos de produção. Planejar — desenvolver os cenários. Fazer — executar os cenários. Verificar — avaliar os resultados. Agir — implementar ou fazer novamente. Figura 8 — Representação do sistema PDCA Fonte: retirada da página Freepik. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial102 Gestão de Tecnologia da Informação (TI) Renato Mesquita (2018) publicou a seguinte frase: “A primeira questão a se pensar em relação a esse assunto é que o sistema de informação não está restrito a um hardware ou software”. Na verdade, o objetivo dos sistemas de informação é entender e analisar como ocorre o impacto da adoção das tecnologias de informação nos processos de decisão gerenciais e administrativos das empresas. Já o Planejamento de Recursos da Empresa (ERP), por sua vez, consiste em reunir, num único ambiente, vários softwares contendo os processos de uma organização. A grande vantagem é que esses softwares se relacionam entre si, ou seja, uma ação de um determinado departamento atualiza as informações dos demais. A exemplo disso, a área de vendas pode atualizar a informação financeira de contas a receber, o sistema de estoque, o sistema de distribuição e o cumprimento das metas gerenciais. Figura 9 — Representação do sistema ERP Fonte: retirada da página Freepik. Financeiro. Estoque. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 103 Bancos. NF-e. Serviços. PCP. CRM. Relatórios. O Relacionamento com os Clientes (CRM), em meio a isso, se trata do sistema utilizado para manter o cadastro dos clientes de uma organização. Nele, estão inseridos os dados cadastrais, o histórico de compras, as observações acerca da prestação de serviços e outras coisas compatíveis com o produto ou o serviço negociado. Figura 10 — Representação do sistema CRM Fonte: retirada da página Freepik. A respeito da Gestão de Fornecedores (SCM), podemos afirmar que é um sistema utilizado para manter o cadastro dos fornecedores de uma organização. Nele, estão inseridos os dados Estratégia de Gestão e Organização Empresarial104 cadastrais, o histórico de atendimento, os produtos e serviços disponíveis, o cadastro financeiro e as observações acerca daprestação de serviços e outras coisas compatíveis com o produto ou serviço prestado. Figura 11 — Representação do sistema SCM Fonte: retirada da página Freepik. Já o Sistema de Informação Gerencial (SIG), corresponde aos sistemas voltados para o suporte aos administradores, gerentes ou supervisores das organizações. Neles, estão contidos os dados relativos às metas estabelecidas, aos seus comparativos com os resultados alcançados e o faturamento. Com base nessas informações, é possível atualizar ou rever as estratégias de uma empresa. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 105 Figura 12 — Representação do Sistema SIG Fonte: elaborada pelo autor. Gestão de Qualidade Com relação à Gestão da Qualidade, sabemos que nela metodologias e técnicas são adotadas para a identificação e a priorização de problemas, bem como para a elaboração, a implementação de soluções e a verificação de resultados. • Histograma É uma ferramenta utilizada para análise estatística. Nela, são registrados, mediante amostragem, os dados e o modo como eles se comportam num determinado processo. Figura 13 — Imagem gráfica de um histograma Fonte: retirada da página Wikimedia Commons. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial106 • Diagrama de Pareto É uma ferramenta que auxilia na identificação de ocorrências e estabelece a relação causa-consequência. Figura 14 — Imagem gráfica do Diagrama de Pareto Fonte: retirada da página Wikimedia Commons Fluxograma de processos É uma representação gráfica que detalha todos os passos e uma determinada atividade. Figura 15 — Imagem gráfica de um fluxograma Fonte: retirada da página Freepik. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 107 Análise de SWOT A sigla representa a análise de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. É uma técnica empregada para conhecer e definir os aspectos de um produto ou serviço. Figura 16 — Análise de SWOT Fonte: retirada da página Freepik. 5W2H Quando um projeto se inicia, é necessário criar controles que mostrem aos administradores uma imagem do produto ou serviço e a sua evolução. Para tanto, são considerados os seguintes pontos: o que fazer? por que fazer? onde deve ser feito? quando deve ser feito? quem vai fazer? como vai ser feito? Estratégia de Gestão e Organização Empresarial108 quanto vai custar? cartas de controle. Esses controles demonstram, através de gráficos, o comportamento de um determinado produto ou serviço num período específico. Figura 17 — Representação gráfica da carta de controle Fonte: retirada da página Freepik. Gestão de Recursos Humanos Um dos principais patrimônios de uma organização é as pessoas; profissionais qualificados e treinados para executar os processos e procedimentos para criação de bens e serviços. Para tanto, a área de recursos humanos é a que realiza a Gestão de Recursos para que a empresa possa crescer e aumentar os lucros. A seguir, veremos as ferramentas mais empregadas pelos gestores de Recursos Humanos (RH). Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 109 • Perfil comportamental São ferramentas que realizam o mapeamento do perfil dos candidatos e possibilitam a contratação da pessoa certa para o cargo pretendido. Figura 18 — Representação do gráfico de competências comportamentais Fonte: https://etalent.com.br/wp-content/uploads/2017/09/ Dodecaedro-de-Competências-Comportamentais • Controle de processos São ferramentas adotadas para o controle de férias, admissão, desligamento e holerites. Figura 19 — Representação gráfica de processos organizacionais Fonte: retirada da página Freepik. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial110 • Gestão de tarefas É a ferramenta utilizada pelos colaboradores para acompanharem suas tarefas, responsabilidades e metas. Figura 20 — Representação gráfica de distribuição de tarefas Fonte: retirada da página Freepik. • Gestão de talentos É a ferramenta que identifica os talentos dentro da organização e é também o resultado das análises de desempenhos e competências. Gestão de Marketing e Vendas O termo “vender” tem evoluído muito nos últimos anos com o aumento da concorrência. Não basta ter ótimos produtos e serviços, é preciso saber o que os consumidores estão necessitando e criar processos de produção que venham a satisfazer as expectativas de tais clientes. Por este motivo, para obter os resultados esperados, é necessário vincular o processo de vendas ao processo de marketing, e os softwares comerciais são uma grande ferramenta. Na sequência, comentaremos sobre algumas soluções. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 111 1. Aidala Esta sigla significa atenção, interesse, desejo, ação, lealdade e apóstolo. É composta por uma planilha contendo três colunas — etapas, priorizações e decisões. Quadro 1 — Planilha Aidala Etapas Prioridades nesta etapa Decisões e ações que serão tomadas pela empresa Como chamar a atenção do me- lhor (maior) número de clientes potenciais? Produto Preço Praça Promoções Como fazer com que o melhor (maior) número de clientes potenciais se interesse pela empresa ou produto/ serviço? Produto Preço Praça Promoções Como fazer com que o melhor (maior) número de clientes potenciais deseje adquirir o produto/serviço? Produto Preço Praça Promoções Como facilitar a aquisição do produto/ serviço? Produto Preço Praça Promoções Como fazer para que o melhor (maior) número de clientes se torne leal à empresa? Produto Preço Praça Promoções Como incentivar o cliente fiel a divulgar a empresa para seus conhecimentos? Produto Preço Praça Promoções Fonte: elaborado pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial112 2. Job to be done Quando a empresa oferece um produto abordando o seu trabalho a ser feito, ele será mais bem-sucedido, pois estará atingindo diretamente uma necessidade que os consumidores têm, ou seja, o próprio consumidor vai adquirir um determinado produto ou serviço durante seus hábitos de consumo. 3. Precificação É indicada para organizações que comercializam produtos/ serviços inovadores ou com alguma diferenciação muito relevante. Como fazer? 1. Analisar os indicadores e as margens de produtos e catego- rias dos últimos meses. 2. Definir a rentabilidade e o objetivo para os próximos 12 me- ses de operação. 3. Mensurar a “distância” entre o estado atual e o objetivo. 4. Definir a precificação e os indicadores financeiros. 5. Monitorar e ajustar a estratégia, diante dos indicadores e da concorrência. 6. Apurar diária, semanal e mensalmente os resultados finan- ceiros. Projeção de vendas É uma planilha que contém quatro abas e possibilita efetuar o resumo da projeção de vendas, refletir sobre a sazonalidade das vendas e anotar o que será feito para alcançar as metas de vendas. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 113 Figura 21 — Imagem da planilha de projeção de vendas Fonte: retirada da página Freepik. Gestão de Administração • Vhsys É uma ferramenta de gestão integrada que apresenta o resultado de todos os departamentos de uma organização, o que facilita nas tomadas de decisões e na elaboração de estratégias. COMO MELHORAR A PRODUTIVIDADE E A QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Quando um produto ou serviço é lançado no mercado, todas as estratégias e ações são implementadas visando atender às expectativas dos clientes e haver um alinhamento da empresa com a concorrência e os fatores externos. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial114 Entretanto, à medida que o tempo vai passando, é fundamental rever os processos internos, em virtude das mudanças que ocorrem, para que se realinhe seus produtos e serviços ao mercado e, sobretudo, ao seu público-alvo já conquistado. Nesse sentido, quando se constata que uma organização está perdendo mercado e os seus produtos e serviços já não despertam o mesmo interesse, é indispensável que haja uma revisão intensa desuas estratégias, de seus recursos humanos e, até mesmo, de sua infraestrutura. Como as mudanças estão cada vez mais rápidas no mercado, torna-se preciso implantar um processo de mudanças contínuas na organização, e essa atribuição, por sua vez, é da Gestão Estratégica. Antes de seguirmos nessa análise, convém explicarmos que um pro- cesso de mudança nem sempre é bem aceito numa organização; sem- pre haverá opositores, resistências e obstáculos por parte daqueles profissionais que se acomodaram em seus cargos/funções e se sentem ameaçados, o que gera conflitos internos. Concentrar ações para avanços na produtividade e na qualidade é o objetivo primordial do processo de gestão, pois elas trarão ganhos internos e externos. Muitos autores apresentam suas técnicas para readequação estratégica em organizações. Considerando isso, vamos listar algumas ações necessárias para a melhoria dos processos internos, dos fluxos de trabalho e da composição de custos operacionais e preços. SAIBA MAIS Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 115 Processos Criar processos em todos os escalões da organização, de forma que todos os envolvidos na realização da atividade tenham pleno conhecimento do que é feito, por quem é feito e para quem será enviado. Assim, será possível analisar os gargalos e as alterações necessárias para a agilização e a execução dos objetivos. Concorrência Saber como a concorrência trabalha e conduz os seus processos internos é muito importante, principalmente quando se pretende neutralizar a sua ação. Análise de desempenho Manter pesquisas acerca dos produtos e serviços similares e compará-las com o seu faturamento, a sua abrangência no mercados, os níveis de satisfação recebidos e a evolução tecnológica. Testes de qualidade Manter o processo de verificação de aceitação do produto ou serviço, desde a sua concepção até a sua comercialização. Com isso, é facilitada a tomada de decisões no momento em que ocorrerem distorções. Interação da Gestão Estratégica com a Gestão de Marketing Uma vez identificados problemas com determinados produtos ou serviços, é importante acionar a área de marketing para realizar ações que visem “corrigir” e “amenizar” a imagem dele perante o mercado. Avaliação Ouvir todos os clientes, internos (funcionários) e externos (clientes, fornecedores, parceiros, etc.), para saber a opinião deles em relação ao produto ou serviço. Agindo desta forma, a probabilidade de se incorrer em falhas ou erros em reestruturações Estratégia de Gestão e Organização Empresarial116 ou novos produtos será menor. ESTRUTURA DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO, COMERCIAL, RECURSOS HUMANOS E FINANCEIRA Nesta fase de conclusão desta unidade, vamos apresentar como estão estruturadas as principais áreas de uma organização. Área de produção Caro(a) aluno(a), basicamente, sabemos que a área de produção constitui as áreas de: Engenharia: responsável pelos processos de fabricação do produto e desenvolvimento e monitoramento das caracterís- ticas técnicas dele. Logística: responsável pelo planejamento de materiais, pela programação de produção, pelo almoxarifado e pelo trans- porte. Manutenção: responsável pelos processos de manutenção do prédio e processos de manutenção industrial — equipa- mentos, máquinas, linhas de produção, energia. Compras: responsável pela manutenção dos fornecedores, pela seleção de novos fornecedores de toda e qualquer nego- ciação com respeito a preços e contratos e pelo acompanha- mento dos pedidos. Qualidade: responsável por analisar os processos, monito- OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 117 rar a qualidade dos produtos e serviços e dar suporte aos problemas de qualidade dentro da fábrica e fora dela. Produção: responsável por executar a programação de pro- dução de uma organização. Figura 22 — Estruturas de área de produção Fonte: elaborada pelo autor. Área comercial “Posicionamento é ocupar um lugar claro, distinguível e dese- jável na mente do consumidor”. Al Ries e Jack Trout. A área comercial é responsável pela geração de novos negócios, demandas para a área de produção e relacionamento direto com os clientes e se divide em mais duas áreas. Vamos conhecê-las! REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial118 1. Marketing É a área responsável pela análise externa (público, mercado e concorrência), além de ser a que elabora as estratégias de vendas para a colocação dos produtos e serviços no segmento identificado. Para tanto, utiliza-se de pesquisas e informações e, após o seu reconhecimento e o perfil do mercado, efetua a criação da marca e gera demandas para a área comercial/vendas buscar e conquistar os clientes. As principais funções da área de Marketing são: planejar a comunicação da empresa; gerenciar essa comunicação; traçar os objetivos e as metas de comunicação; desenvolver e gerenciar campanhas promocionais; definir canais e formas de atrair novos clientes; analisar e mensurar resultados de campanhas; gerenciar produção multimídia. 2. Comercial ou vendas É a área responsável por coordenar as atividades de venda dos produtos ou serviços da empresa e, consequentemente, obter, para a organização, os lucros e os recursos financeiros estimados. Assim, compete a esta área a execução do que foi planejado. Para isso, os profissionais terão metas e objetivos de vendas claros e tangíveis. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 119 Figura 23 — Estruturas de área comercial Fonte: elaborada pelo autor. Para que você possa entender melhor esse contexto, veja a evolução do Marketing do século XX ao XXI. 1ª Era do Marketing: orientado ao produto (até 1945). 2ª Era do Marketing: orientado à venda (pós-guerra). 3ª Era do Marketing: orientado ao relacionamento (após 1980). 4ª Era do Marketing: orientado à responsabilidade social (século XXI). Área de recursos humanos Considerada pela maioria dos autores, a área de recursos humanos é vital para o alcance dos objetivos de uma organização, Estratégia de Gestão e Organização Empresarial120 por isso responde diretamente ao administrador. É ela que conhece quais são as tarefas necessárias na empresa, assim como é a que organiza as funções e determina as responsabilidades de cada um. Desse modo, a corporação se torna capaz de andar em sintonia com o planejamento estratégico. Ela é a responsável pelas pessoas, maior ativo que uma organização pode ter para implementar seus produtos e serviços. Cabe a esta área apoiar a empresa na busca de pessoas certas para os lugares certos, garantir a especialização e o aperfeiçoamento constante do quadro funcional e, também, zelar pelo ambiente interno. Cabe, ainda, o planejamento dos salários e a ascensão profissional, bem como os programas de incentivo e as premiações. Para o atendimento às legislações, a área de RH precisa estabelecer processos e sistemas que garantam o seu total cumprimento e o bem-estar dos seus funcionários. Logo adiante, vamos comentar sobre os setores que compõe a área de RH que se destacam. Cargos e salários É responsável pelo planejamento e pelo desenvolvimento dos cargos, funções e remuneração. Para tanto, efetua pesquisas internas e externas e desenvolve um plano contendo descrição de cargos e salários, compatíveis com a organização e seus departamentos, de forma a garantir o alcance dos objetivos dos administradores. Desenvolvimento humano É responsável pelo crescimento dos profissionais numa organização. Para realizar isso, está em constante acompanhamento e interação interna, com vistas a identificar oportunidades e promoções, quando aplicável. Assim, uma Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 121 empresa é capaz de reconhecer, valorizar e desenvolver seus funcionários. Recrutamento e seleção É responsável pelo processo de recrutamento, seleção e gerenciamento de todo o processo de incorporação do novo profissional à organização.Benefícios É responsável pelo acompanhamento e pela aplicação dos benefícios (salário, vale transporte, vale alimentação, 13º salário, férias, cesta básica, saúde, etc.) a que os funcionários têm direito. Departamento pessoal É responsável pelas garantias e pelos direitos dos funcionários, em relação às normas trabalhistas e às legislações pertinentes. Desta forma, preserva a organização e seu quadro funcional de conflitos, reclamações trabalhistas e multas contratuais. Saúde e segurança É responsável por garantir total salvaguarda de seus funcionários no exercício de suas funções, bem como, acesso a planos médicos e odontológicos, inclusive para os seus dependentes. Também responde pelos equipamentos e pelos procedimentos de segurança, internos e externos, quando for o caso, para estar em concordância com as leis de segurança. Normalmente, a área de RH é composta pelos seguintes profissionais: psicólogos; administradores; Estratégia de Gestão e Organização Empresarial122 assistentes sociais; pedagogos; advogados; engenheiros; técnicos em segurança do trabalho. Quadro 2 — Estruturas de área de recursos humanos Gerência de Recursos Humanos Relações trabalhistas e adm. trabalhista Serviços de RH Segurança do trabalho e prevenção de incêndio Medicina ocupacional e assistencial Proteção ao patrimônio e correio Treinamento e desenvolvi- mento Comunicação Relações trabalhistas Transporte Prevenção incêndio Medicina ocupacional Proteção ao patrimônio Recrutamen to e seleção Adm. de salários Alimen tação Segurança do trabalho Medicina assistencial Correio Treinamento e desenvolvi- mento Adm. de pessoal Adm. da frota Fisioterapia Captação de imagens Aposenta- doria Serviço Social Adm. de expatriados Adm de budget e contratos Fonte: elaborado pelo autor. Área Financeira Esta área administra os recursos financeiros de uma organização, de maneira que a organização se mantenha ativa e estável no mercado. Sua importância é extrema para que os administradores possam traçar planos e metas, bem como investimentos a médio e longo prazos. Os caminhos que uma organização deve seguir é orientada pelos seus ativos e investimentos e, também, passivos. O equilíbrio desses fatores é o que determina o sucesso ou não no mercado. Por isso tudo, a área financeira merece destaque nesta unidade. IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 123 A estrutura da área financeira varia de organização para organização, mas as atividades devem ser executadas em todos os empreendimentos. Nesse sentido, descrevemos as funções mais relevantes abaixo. Orçamento: responsável pela preparação, pelo acompanha- mento e pela execução do orçamento financeiro. Contabilidade: responsável pela Gestão Financeira, efetua todos os registros das transações, movimentações de recur- sos monetários, além disso, presta contas ao Administrador e aos órgãos reguladores. Tesouraria: responsável pelos recursos que a organização possui, faz a administração do dinheiro internamente (caixa) ou externamente (bancos). Faturamento: responsável pelo processamento e pelo envio de contas. Custos: responsável pelo controle dos custos que a orga- nização possui. Auditoria: responsável pela apuração dos registros contá- beis e pelos procedimentos internos, bem como pelo cumpri- mento das legislações dos órgãos reguladores. Administração do capital de giro: responsável pela admi- nistração dos recursos financeiros e pela sua utilização nas atividades — caixa, bancos, investimentos, compras e ou- tros. Análise de investimentos: responsável pela administração de investimentos internos e necessários ao cumprimento das tarefas — infraestrutura, máquinas, equipamentos, entre ou- tros. Controle de Risco/Compliance: responsável por manter o atendimento aos normativos dos órgãos reguladores, de acordo com as atividades desenvolvidas, bem como pelos regulamentos internos, principalmente aqueles inerentes ao seu controle interno. Já a área financeira, é comandada por um diretor/gerente e possui com as responsabilidades a seguir. Tesouraria: responsável por administrar o caixa da empre- sa; é o local onde ficam alocadas atividades como as contas Estratégia de Gestão e Organização Empresarial124 a pagar e a receber, o fluxo de caixa e a análise de crédito. Controladoria: responsável por executar o controle finan- ceiro, tem sob a sua responsabilidade o planejamento, a Contabilidade, o controle do orçamento e os custos da or- ganização. Fiscal: responsável por cumprir a legislação e controlar a emissão de notas fiscais. Existem alguns preceitos básicos que norteiam a área financeira e permitem uma boa gestão financeira, são eles: não se deve gastar mais do que os próprios recursos. não manter as informações ou dados corretos pode fazer com que as decisões sejam feitas de forma precipitada ou errada; efetuar investimentos para crescer, mas os investimentos corretos; efetuar os registros de todos os dados financeiros e os seus respectivos históricos. As principais decisões financeiras que conduzem uma organização a realizar seus objetivos orientam: onde aplicar os lucros líquidos; onde investir; onde obter financiamentos. Figura 24 — Estruturas de área financeira Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 125 Área administrativa É através deste departamento que as estratégias e as metas da organização são administradas e as informações gerenciais são distribuídas internamente. A área administrativa representa o pilar de uma organização, porque garante o compasso e o funcionamento das suas operações. É através desta área que se tem uma visão total da organização, pois ela administra todo o patrimônio (recursos humanos, imóveis, frotas, terceirização, serviços gerais entre outros), além de garantir o bem-estar e a manutenção dos departamentos, essenciais para um bom ambiente. Também compete à área administrativa exercer a função de liderança, pois ela deve coordenar e orientar todos os envolvidos numa organização, de acordo com os valores e metas estabelecidos. Assim sendo, é ela que deve manter os princípios e a unidade dentro da empresa. Principais atividades da área administrativa Informar os administradores sobre mudanças de expectati- vas. Manter os investidores informados sobre os resultados finan- ceiros. Apoiar a área de recursos humanos, prestando informações aos funcionários sobre metas, políticas e outros assuntos. Manter os canais de comunicação internos e externos sem- pre abertos e garantir a propagação das informações aos res- ponsáveis pela ação. IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial126 APLICAÇÃO PRÁTICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NUMA EMPRESA Dando continuidade ao Planejamento Estratégico da “Couro Nobre”, iniciado na Unidade 2, as próximas etapas realizarão um diagnóstico estratégico completo apontando as debilidades e os diferenciais da empresa. 3º Passo — Diagnóstico estratégico Após a etapa de sensibilização, o próximo passo a ser dado é o desenvolvimento de um diagnóstico estratégico mais detalhado da real situação da organização e de seu ambiente externo. Esta etapa é também chamada de “análise situacional”. Da mesma forma que existem várias metodologias de Planejamento Estratégico, também há diversas formas de se desenvolver um diagnóstico estratégico. Alguns autores e dirigentes preferem desenvolver a análise situacional sem um roteiro do que deve ser analisado para não “engessar” o processo. Assim sendo, eles fazem reuniões, entrevistas e pesquisas, para desenvolver um panorama da real situação organizacional e ambiental da organização. Por outro lado, essa forma mais “solta” de se desenvolver um diagnóstico estratégico também corre o risco de não dar atenção a aspectos fundamentais que devem ser analisados; o que pode culminar, inclusive, no esquecimentode alguns pontos importantes ou demandar ainda mais esforço e atenção de quem está desenvolvendo a análise, visto que não limita o leque de variáveis a serem analisadas. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 127 Cabe observar, no entanto, que deve ser apenas um roteiro, podendo-se acrescentar variáveis e alterar o que pensar ser interessante, a fim de adaptá-lo à realidade (interna e externa) da organização na qual está sendo desenvolvido o diagnóstico estratégico. Um outro ponto a ser observado é dividir o diagnóstico em dois: 1. Análise do ambiente interno. 2. Análise do ambiente externo. Na análise do ambiente interno, são identificados e analisados os recursos estruturais, humanos, financeiros, operacionais e gerenciais e as capacidades da organização para desempenhar suas diversas atividades. Para a análise do ambiente externo, por sua vez, pode ser empregado um método que divide o ambiente em duas partes: ambiente direto e ambiente indireto, também chamados de ambiente operacional e ambiente geral, respectivamente. No ambiente direto, estão as variáveis que influenciam diretamente a organização; são elas, dentre outras: clientes, concorrentes, fornecedores e grupos regulamentadores. Já no ambiente indireto, estão as variáveis que primeiramente afetam o ambiente no qual a organização está inserida, afetando-a mais tarde. Podem ser analisadas, dentre outras, as seguintes variáveis: economia, sociedade, demografia, legislação, tecnologia, ecologia e política. Ao se proceder à análise do ambiente interno, pode ser identificada uma variável que, no momento, não poderá ser caracterizada como um ponto forte nem como um ponto fraco. Este fato pode ocorrer por falta de informações, isto é, critérios de avaliação. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial128 Praticando: Suponha que você esteja fazendo na “Couro Nobre” a análise da variável “qualidade dos produtos” e que não dispõe de informações suficientes para avaliar tal variável, tendo em vista que não fez uma pesquisa consistente com os clientes. Essa variável, então, será considerada um ponto neutro. A Equipe de Planejamento foi designada para fazer a análise dos ambientes externo e interno da “Couro Nobre”. A primeira análise foi feita no ambiente externo e se achou conveniente separar em duas situações: análise do ambiente indireto e ambiente direto, respectivamente. No ambiente interno, a análise foi realizada a partir da observação participativa, de entrevistas com funcionários e estudos feitos na documentação da empresa. Com as informações levantadas, a Equipe de Planejamento optou por apresentar o diagnóstico através da matriz SWOT. Quadro 3 — Matriz SWOT da “Couro Nobre” Fonte: elaborado pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 129 4º Passo — Definição da base estratégica corporativa Com uma visão clara de como a empresa e seu ambiente estão, já podemos passar para a quarta etapa de um Planejamento Estratégico e definir a base estratégica corporativa, que consiste em definir missão, visão, negócio e, consequentemente, slogan, valores e objetivos estratégicos para a organização. De forma semelhante à etapa de sensibilização, a definição da base estratégica corporativa pode ser feita a partir de uma reunião com a cúpula da organização, com as pessoas-chave ou, até mesmo, com todos os colaboradores se a organização for pequena. Praticando: Neste passo, a “Couro Nobre” contou com o envolvimento de toda a Equipe de Planejamento e com a participação dos dois sócios da organização, de dois gestores das filiais e, ainda, de representantes das diversas áreas das três unidades (matriz e filiais). Foram realizadas duas reuniões com essas pessoas. Na primeira reunião, a Equipe de Planejamento apresentou os conceitos e alguns exemplos de missão, visão, negócio, slogan, valores e objetivos estratégicos. Já na segunda reunião, todas essas pessoas se envolveram na definição da base estratégica corporativa da “Couro Nobre”. Com a conclusão das reuniões, foi feita uma divulgação em toda a empresa do que ficou definido e foi realizado um novo encontro, nos mesmos moldes e no mesmo hotel daquele da etapa de sensibilização. Neste encontro, a partir do envolvimento e da participação de todos, foi finalmente “lapidada” a base Estratégia de Gestão e Organização Empresarial130 estratégica corporativa da “Couro Nobre”. A missão deve representar o que a organização quer ser, trata-se da típica pergunta: o que você quer ser quando crescer? Observe que possui uma conotação futura, portanto, não deve ser apenas o retrato da organização hoje, mas, sobretudo, como ela se vê futuramente. Há diversas maneiras de se desenvolver uma missão, no entanto, se a organização tiver em mãos algumas perguntas a serem respondidas, esse processo ficará bem mais simples. Quadro 4 — Perguntas para montar a missão Fonte: elaborado pelo autor. Desse modo, após o momento de reflexão, pode-se formular a missão da organização. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 131 Praticando: No caso da “Couro Nobre”, a missão pode ser: “Fabricar e comercializar sapatos masculinos e femininos que satisfaçam as necessidades dos nossos consumidores pela qualidade dos materiais aplicados, pela presteza e pela confiança em nossos calçados, assim como pela comodidade e pela segurança oferecidas aos nossos clientes e parceiros em todo o território nacional”. A visão deve representar um sonho a ser perseguido, trata- se da típica reflexão: o ápice da minha felicidade será quando eu for… Há organizações que querem se sobressair pelo tamanho (porte) e outras pela qualidade de seus produtos, e há, ainda, as que querem as duas coisas. Cabe a cada organização e a seu gestor, ou gestores, escolher o seu caminho e o seu sonho… O fundamental é ter esse sonho de forma clara, para que todos (dirigentes e colaboradores) estejam unidos e uma energia positiva seja canalizada para a conquista maior da organização. Praticando: No caso da “Couro Nobre”, a visão pode consistir em: “Ser uma indústria de referência nacional na fabricação e na comercialização de sapatos masculinos e femininos”. O negócio deve representar o rumo a ser seguido para o alcance da missão e, posteriormente, da visão. A definição do negócio dá foco à organização, ou seja, dá posicionamento; deve conceber a satisfação dos desejos e/ou necessidades dos clientes da organização e representa o que a organização faz de melhor para seu cliente. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial132 Praticando: No caso da “Couro Nobre”, a definição de negócio pode ser: “Fabricação e comercialização de sapatos masculinos e femininos, com presteza e confiança, para os nossos clientes”. A partir dessa definição do negócio, pode-se formular um slogan para a organização, algo que poderá e deverá ser utilizado como marketing institucional. Um profissional da área de marketing poderá trabalhar muito bem a questão do slogan, mas uma dica que damos é sempre vincular o nome da organização ao slogan. Praticando: No caso da “Couro Nobre”, o slogan pode ser: “Comodidade e segurança você encontra na Couro Nobre”. Já os valores, devem representar a forma de conduta de todas as pessoas da organização. Assim como numa família, os valores são a alma das organizações e servem como balizadores para a tomada de decisão. Dessa forma, os valores devem estar claros para gerar um certo conforto, uma certa proteção, uma forma de conduta. É sempre bom que depois da apresentação dos valores de uma organização seja desenvolvida uma justificativa, no sentido de explicar por que aquele valor é importante para a organização. Praticando: No caso da “Couro Nobre”, os valores podem ser: − Comodidade A priorização da comodidade de nossos clientes e a facilitação ao atendimento são tarefas importantes para nós. − Segurança Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 133 A confiança dos clientesem nossos produtos é extremamente importante. − Satisfação Para nós, a satisfação de nossos clientes e colaboradores é uma prioridade e é o que garante a continuidade da nossa empresa. − Parcerias consistentes Sabendo que não estamos sós no caminho de nossos sonhos, devemos formar parcerias sólidas com nossos fornecedores e clientes, para que eles nos ajudem a alcançar nossa missão. Os objetivos estratégicos representam um resultado a ser atingido. Eles são desenvolvidos para que a organização possa usufruir as oportunidades e os pontos fortes, amenizar as ameaças e neutralizar os pontos fracos, sempre baseada na missão, na visão, no negócio e nos valores definidos. Esses objetivos envolvem toda a organização e podem se referir, por exemplo: • ao crescimento tanto em termos de faturamento quanto de participação de mercado; • à otimização dos lucros; • à melhoria da qualidade dos produtos. Assim sendo, os objetivos definidos pela organização devem estar descritos de maneira objetiva, clara e, de preferência, começando com um verbo no infinitivo, da mesma forma que as estratégias e as ações. Isto dará uma conotação de algo que precisa ser feito! Estratégia de Gestão e Organização Empresarial134 Praticando: Para a “Couro Nobre”, um objetivo estratégico pode ser: “Aumentar a atuação no mercado nacional”. Mas, atenção, não se pode parar por aí! Para cada objetivo formulado, deve-se definir também uma meta. A meta é a quantificação de um objetivo, de uma estratégia ou de uma ação. Praticando: Objetivo: aumentar o volume de vendas. Meta: aumentar em 12% o volume de vendas no primeiro trimestre de 202X. Em todo o planejamento é importante, ainda, haver a definição de um responsável ou uma equipe para o objetivo traçado. 5º Passo — Definição de estratégias Para cada objetivo traçado, devem ser definidas estratégias, ou seja, caminhos para se alcançar o que se deseja. Praticando: Podem ser estratégias da “Couro Nobre”: • aumentar a capacidade de produção; Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 135 • investir em marketing; • elaborar novos produtos; • e aumentar a equipe de vendas; No entanto, da mesma forma que foi preciso definir para o objetivo traçado a meta e o responsável, por exemplo, esta etapa de estratégias não para por aí. Você ainda precisa delimitar as metas de cada estratégia e os responsáveis por elas. Bem, como temos várias estratégias, temos que priorizá- las. E, neste momento, a já citada Matriz GUT entra em ação! • Gravidade: é o que inspira risco, cuidado, perigo para a or- ganização neste momento. • Urgência: é a ordem lógica de priorização de implantação, verifica-se o que deve ser colocado em prática antes. • Tendência: é o que pode se tornar mais grave. Mas você pode estar se perguntando: “como utilizar a matriz GUT?”. A resposta é: Para cada estratégia definida, deve-se atribuir uma nota aos fatores que vai de um a cinco. Quanto maior o valor atribuído, maior será o nível de gravidade, urgência ou tendência. A soma das três notas resultará na ordem de priorização das estratégias a serem implementadas. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial136 Se ao definir o objetivo tivéssemos mais de um, também teríamos que priorizá-lo! Veja o exemplo abaixo. Quadro 5 — Aplicação da Matriz GUT Fonte: elaborado pelo autor. Note que no Quadro 5 a empresa deve, primeiro, se preocupar com a ampliação de sua equipe de vendedores, para, em um segundo momento, buscar novos fornecedores. Desse modo, ela poderá vender mais para poder obter vantagem de negociação frente a seus fornecedores e, então, buscar a ampliação de sua carteira de produtos. Depois, será o momento de capacitar a equipe de vendas e, finalmente, investir em marketing. Quadro 6 — Cronograma de execução Fonte: elaborado pelo autor. Observe no exemplo do Quadro 6 que a empresa definiu seu planejamento para um período de seis meses, devendo: Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 137 • investir em marketing nos meses de janeiro, fevereiro e mar- ço; • aumentar a sua capacidade de produção nos meses de feve- reiro e março; • aumentar a equipe de vendas nos meses de março e abril; • destinar seus investimentos para a elaboração de novos pro- dutos nos meses de abril, maio e junho. É importante salientar, ainda, que as metas não são apenas referentes aos prazos de execução, mas, também, a qualquer quantificação que necessite ser feita! • Meta 1: investir 18% do faturamento em marketing durante os meses de janeiro, fevereiro e março de 202X; • Meta 2: adquirir maquinários para montar três novas linhas de produção entre os meses de fevereiro e março de 202X; • Meta 3: contratar e capacitar 16 novos vendedores entre os meses de março e abril de 202X; • Meta 4: apresentar quatro novos produtos, dois da linha mas- culina e dois da linha feminina de calçados entre abril e ju- nho de 202X; • Por último, basta determinar os responsáveis pelas estraté- gias! Estratégia de Gestão e Organização Empresarial138 E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumi-lo. Ao longo desta unidade, você deve ter aprendido sobre estruturas organizacionais e ferramentas. Para isso, comentamos sobre a depar- tamentalização, o que significa e quais os tipos dela. Em seguida, apresentamos algumas ferramentas de sistema e apoio por departamento, a fim de auxiliar os gestores na execução de suas tarefas, no cumprimento de metas e na mensuração de resultados. Após essa contextualização, também vimos como melhorar a produ- tividade e a qualidade sob a ótica de processos, concorrência, análise de desempenho e processos de qualidade. Finalmente, no final de tudo, introduzimos você ao modo como são estruturadas as áreas de uma organização: de produção, comercial, recursos humanos, finanças e administrativa. Esperamos você na nossa próxima unidade! RESUMINDO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 139 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Ad- ministração. São Paulo: Editora Manole, 2014. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: realidade atual e desafios futuros. São Paulo: Atlas, 2017. ROCHA, Mateus. Análise Organizacional. 2016. PIRAN, Flávio Sartori; LACERDA, Daniel Pacheco; CA MARGO, Luís Felipe. Análise e Gestão da Eficiência: aplica- ção em sistemas produtivos de bens e serviços. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2018. GRAMMS, Lorena Carmen; LOTZ, Erila Gisele. Gestão da Qualidade de vida no trabalho. Curitiba: Editora InterSabe- res, 2017. MESQUITA, Renato. O que é sistema de informação e quais são as suas características. Rockcontent. 2018. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/siste- ma-de-informacao/#:~:text=A%20primeira%20quest%- C3%A3o%20a%20se,a%20um%20hardware%20ou%20 software.&text=Basicamente%2C%20da%20intera%- C3%A7%C3%A3o%20que%20ocorre,as%20metas%20defini- das%20pela%20empresa. Acesso em: 29 set. 2021. REFERÊNCIAS Estratégia de Gestão e Organização Empresarial140 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 141 UNIDADE 04 Estratégia de Gestão e Organização Empresarial142 Olá, caro(a) aluno (a)! Tudo bem? O que você acha de, neste módulo, consolidar os conteúdos estudados nas unidades anteriores? Iremos fazer um Planejamento Estratégico para a criação de um produto. Para tal, utilizaremos todas as ferramentas, análises e técnicas de Administração. A identificação de ameaças, oportunidades, pontos fracos e pontos fortes, por exemplo, será avaliada para a definição de rumos e ações. Também criar um produto e lançá-lo no mercado, tudo isso após o mapeamento das necessidades e, também, da definição das infraestruturas necessárias. Iremos criar os departamentos e estruturar de acordo com a missão, visão e valores estabelecidos pela Administração. Então, vamos lá? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo.E, ao final dela, você terá entendido todo esse contexto e estará apto(a) a desenvolver estratégias de gestão dentro de uma organização. Entendeu? INTRODUÇÃO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 143 1 2 3 4 Olá, caro(a) aluno(a)! Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS definir o produto e elaborar o Plano de Negócios; estruturar a organização; elaborar a campanha para lançamento do produto ao mercado; avaliar e definir a posição do produto em relação ao mercado, à concorrência e à lucratividade. E então? Preparado(a) para mais esta viagem sem volta rumo ao conhecimento? Vamos ao trabalho! Estratégia de Gestão e Organização Empresarial144 DEFININDO O NEGÓCIO E AS ANÁLISES DE VIABILIDADE “Estar ocupado nem sempre significa trabalho de verdade. O objetivo de todo trabalho é produção ou conquista, e, para qualquer um desses objetivos deve haver previsão, sistematização, planejamento, inteligência e propósito honesto, assim como transpiração. Parecer estar fazendo não é fazer”. — Thomas Edison. Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como se define um produto e quais análises você deverá efetuar para via- bilizar a criação dele. E então? Motivado(a) a desenvolver esta competência? Avante! Caro(a) estudante, antes de iniciarmos nossa viagem de conhecimento, é de grande importância que você esteja atento(a) ao fato de que o grande desafio do século XXI é, sem sombra de dúvidas, produzir, atender ao mercado e zelar pelo destino dado aos resíduos que um determinado bem ou serviço venha a produzir. As questões ambientais nunca estiveram tão presentes nos processos de geração de bens de consumo. Nesse sentido, a sustentabilidade envolve o planejamento sociocultural e OBJETIVO REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 145 econômica de forma firme, positiva e rigorosa. Ter iniciativas que ajudam o meio ambiente é sempre positivo. Definindo o produto Imagine, então, que você é proprietário de uma fábrica que produz produtos de limpeza. Baseando-se na necessidade de atender seus clientes com um produto ecológico, durável e barato no seu portfólio, você solicitou a sua equipe de engenharia a criação de um produto. Após a apresentação do protótipo do produto pela área de engenharia e a aprovação dele pela diretoria, você vai solicitar ao departamento de Gestão de Organização a elaboração do Plano de Negócios para viabilizar a produção, o lançamento e o acompanhamento do produto. Gestão Organizacional OBJ ETIVO A Gestão Organizacional tem como objetivo principal acionar os departamentos financeiro, de marketing, de logística, tecnologia, jurídico e de recursos humanos, para elaborarem as respectivas viabilidades avaliando se o investimento é realmente factível e se trará resultados a curto, médio e longo prazos. Pensando neste cenário, vamos conhecer os principais itens da Gestão Organizacional. • Viabilidade financeira: demonstra, através de números e projeções, se o produto será ou não viável e qual o retorno que o mesmo trará a curto, médio e longo prazos. OBJETIVO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial146 Figura1 — Planilha de viabilidade financeira Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 147 • Viabilidade mercadológica: efetua a análise do mercado, as estratégias de lançamento do produto, de preço, de pro- moção e de divulgação e avalia o nicho de mercado e os processos de vendas e pós-vendas. Figura 2 — Planilha de viabilidade mercadológica Fonte: elaborada pelo autor. • Logística: elabora todo o processo de distribuição física do produto, incluindo transporte, armazenamento, gerencia- mento de estoque e processamento de pedidos. Figura 3 — Planilha de viabilidade logística Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial148 • Tecnológica: efetua a estruturação das informações sobre a produção, a entrega, os graus de definição do produto, os serviços e os preços. Para tanto, organiza os sistemas de ca- beamento estruturado, de comunicação interna e externa, os operacionais e as licenças, as máquinas, as políticas de utili- zação dos sistemas e equipamentos e as de segurança. Figura 4 — Planilha de viabilidade tecnológica Fonte: elaborada pelo autor. • Legal: verifica e avalia se o produto está em concordância com a legislação vigente; realiza também estudo com o ór- gão de marcas e patentes, com o objetivo de garantir a marca para sua organização. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 149 Figura 5 — Parecer Jurídico Parecer Jurídico Assunto: Viabilidade de Lançamento de Produto Introdução Relatório Considerações Finais Data ____/___/_____ Departamento Jurídico Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial150 • Recursos Humanos: responsável pela mão de obra neces- sária no desenvolvimento do produto. Figura 6 — Planilha de viabilidade RH Fonte: elaborada pelo autor. ESTRUTURANDO A ORGANIZAÇÃO REFLITA “Definir um objetivo é o ponto de partida de toda a realiza- ção.” —W. Clement Stone. Após as viabilidades serem apresentadas e o produto ser aprovado para produção e comercialização, o departamento de Gestão de Organização dá início aos processos internos, conforme podemos observar na figura abaixo. REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 151 Figura 7 — Pirâmide organizacional Fonte: elaborada pelo autor. Missão REFLITA “A missão de uma organização é uma declaração única que re- presenta a sua identidade, estabelecendo o seu propósito mais amplo. É a razão de ser da organização e procura determinar seu negócio, por que ela existe, ou ainda em que tipo de ativi- dade deverá concentrar-se seu futuro”. (FURLAN, 1997, p.3). Busca-se disponibilizar no mercado uma solução ecológica, du- rável e barata contribuindo, através da nossa tecnologia, com um produto que atenda às necessidades socioambientais. Objetivos estratégicos Caro(a) aluno(a), a partir de agora os objetivos serão REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial152 apresentados de forma quantitativa, para possibilitar a sua análise futura por meio de parâmetros preestabelecidos. Vamos lá! Objetivos/metas Aumentar o market share em 25%. Com o lançamento deste novo produto, a empresa pretende aumentar o seu market share — grau de participação no mercado em termos de vendas. Para tanto, vai concentrar esforços para mudar o hábito de consumo dos seus clientes, bem como para conquistar um nicho de mercado preocupado com as questões ambientais e carente de soluções. Aumentar o faturamento em 15%. Aumentar a rentabilidade em 7%. Figura 8 — Estratégia organizacional Fonte: retirada da página Freepik. − Estratégia: lança um produto que tenha durabilidade, preço acessível, seja de fácil manutenção, fácil acesso e reposição. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 153 Ações Figura 9 — Ações de estratégia organizacional Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial154 Estrutura Organizacional: Figura 10 — Estrutura Organizacional Fonte: elaborada pelo autor. Objetivos táticos REFLITA “O que pode ser medido pode ser melhorado”. — Peter Dru- cker. Para darmos continuidade aos estudos, é preciso que você esteja atento(a) ao fato de que os objetivos a seguir devem ser estruturados e implementados de forma a garantir a unidade da organização. REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 155 Figura 11 — Ações táticas Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial156 Objetivos operacionais “é fundamental que você conheça a fundo os produtos e serviços que oferece. Saiba os diferenciais competitivos quando comparado com os concorrentes! Seja um profissional que domina o seu negócio”. — CláudioTomanini”. Figura 12 — Ações operacionais Fonte: elaborada pelo autor. REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 157 Na fase do planejamento operacional, estão as ações desenvolvidas pelo nível tático para que todo o objetivo estratégico traçado seja executado em conformidade ao estabelecido e a curto prazo. Orçamento Empresarial I TA “Regra nº 1: nunca perca dinheiro. Regra nº 2: nunca se es- queça da regra nº 1”. — Warren Buffet. Agora vamos, finalmente, estabelecer valores financeiros, re- ceitas e gastos para todos os processos administrativos. Figura 13 — Orçamento Empresarial Fonte: elaborada pelo autor. + NOTA REFLITA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial158 IMPORTANTE Para entender o que falaremos daqui em diante, dê atenção ao que cada termo significa: Receitas operacionais: recursos gerados pela venda do novo produto; Despesas diretas: custo de aquisição da matéria-prima, sa- lários, etc.; Margem de contribuição: receita após retirada dos impos- tos; Despesas indiretas: mídia, seguros, etc.; Resultado não operacional: ganhos ou perdas de capital; Impostos: IR, ICMS, ITR, IRPJ, etc.; Lucros ou prejuízos: o que se ganha ou se perde na comer- cialização do novo produto; Investimentos: aplicação do capital para benefícios futuros. IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 159 ELABORAÇÃO DE CAMPANHA PARA O LANÇAMENTO DO PRODUTO NO MERCADO RE FLITA “as pessoas não gostam que você venda para elas. Mas lem- bre-se que elas adoram comprar”. — Jeffrey Gitomer. Após os estudos de viabilidades interna e externa para criação do produto, a fase mais delicada do processo se inicia, porque é através de uma campanha eficiente e coordenada que um produto alcança sucesso, caso contrário, ele está fadado ao fracasso. Caro(a) aluno(a), fique atento(a)! A seguir, vamos tratar dos passos a serem adotados numa estra- tégia de marketing. Figura 14 — Estratégia de marketing Fonte: elaborado pelo autor. REFLITA DEFINIÇÃO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial160 Análise de mercado Consiste em dividir um determinado local em grupos de indivíduos que possuem as mesmas características e desejos, para que se consiga implementar uma campanha de oferta de um determinado produto. Para isso, é necessário: definir o que o cliente deseja e o perfil dele; saber onde o cliente se encontra; saber o que motiva os clientes, o que eles valorizam e como eles optam por um determinado produto; entender quais são os concorrentes, o perfil deles e onde se encontram; fazer um teste piloto para garantir a aceitação; avaliar, validar e definir quando implementar o produto. Dessa maneira, precisamos considerar alguns itens. São eles: Localização É tudo o que se relaciona com a praça, como a localização física e a logística, que estão envolvidos na distribuição do produto nos pontos de venda. Figura 15 — Localização Fonte: retirada da página Freepik. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 161 Marca É por meio da marca que uma empresa mostra a sua imagem ao mercado. Ela garante a identidade da empresa e é exclusiva, impedindo que concorrentes desleais a utilizem para outros fins. Portanto, o lançamento de uma nova marca deve considerar que a mesma está sendo incorporada ao portfólio de produtos da empresa e deve ser registrada nos órgãos reguladores competentes. Figura 16 — Exemplo de marca Fonte: retirada da página Freepik. Objetivos e premissas Um objetivo é a representação dos desejos dos consumidores e ele pode figurar de três maneiras. Emocionais: clientes que compram por valores sentimen- tais; ex: produto ambiental corretamente sustentável. Funcionais: clientes que compram conforme a própria ne- cessidade; ex: cesto de lixo para escritório. Econômicos: clientes que compram conforme o valor; ex: cesto de lixo para escritório mais barato do mercado. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial162 Decisões estratégicas É o conjunto de produto, preço e promoção. Aqui, vamos entender cada um desses elementos. 1. Produto Definir o escopo, ou seja, estabelecer a finalidade e para que será utilizado o produto. Especificar o design, isto é, definir a forma física e as fun- cionalidades. Inovar, focar na sustentabilidade, na evolução tecnológica do produto e na utilização da marca para novos mercados. Diversificar, focar numa nova linha de produto. Figura 17 — Novo produto Fonte: retirada da página Freepik. 2. Preço Devido à decisão da Diretoria, o departamento de marketing deve se preocupar em implantar uma estratégia de penetração no mercado, ou seja, é preciso manter um preço baixo para conquistar os nichos desejados, bem como para garantir que os usuários continuem a utilizar este produto. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 163 Figura 18 — Preço Fonte: retirada da página Freepik. 3. Promoção A estratégia promocional considera o planejamento, a implantação e o marketing de influência do produto sobre os consumidores. Para empreender isso, considera: Propaganda: para criar consciência do produto e marca, criar valor e obter o sucesso esperado; Promoção de vendas: para estimular a demanda; Merchandising em pontos estratégicos de venda; Marketing direto/equipe de vendas: para combater esfor- ços promocionais da concorrência; Marketing digital: para encorajar a compra inicial; Embalagem e rótulo; Suporte facilitado aos revendedores. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial164 Figura 19 — Propaganda Fonte: retirada da página Freepik. Implementação da estratégia Inicialmente, é necessário que haja no ambiente interno de uma empresa organização e foco voltados para as políticas de segmentação de mercado, perfil dos clientes e concorrência, para, assim, ser possível conquistar os clientes. Nesse sentido, se a implementação não for feita atendendo às expectativas do mercado, poderá incorrer em erros que se tornarão críticos e que serão capazes de afetar o sucesso de lançamento do produto em questão. Figura 20 — Implementação da estratégia Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 165 Resultados A avaliação de resultados deve ser realizada levando em conta as expectativas de retorno esperados pela Diretoria da empresa. Os itens a serem mensurados devem ser definidos em conjunto e de forma adequada. Venda A utilização de uma equipe de vendas forte e objetiva dá mais liberdade de atuação e permite a retenção do cliente por meio do relacionamento presencial. A empatia causada por uma venda presencial é muito maior do que por uma venda virtual, devido a todos os detalhes e as dúvidas, que são sanadas na hora da compra. Para alguns clientes, inclusive, o vendedor transmite a imagem da empresa, assim sendo, o relacionamento com o cliente é imprescindível para a atuação da força de vendas e, consequentemente, para a obtenção da lucratividade da empresa. Figura 21 — Ciclo da venda Fonte: elaborada pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial166 Pós-venda O pós-venda é um fator muito importante na fidelização e no sucesso de uma organização. É através de um serviço eficiente de alta qualidade e do auxílio de práticas e estratégias que o pós- venda auxilia a manter sua base de clientes. E os principais objetivos de sua atuação são: manter os clientes satisfeitos após a compra; garantir que os clientes atuais comprem novamente o pro- duto; garantir que os clientes atuais também adquiram outros pro- dutos da mesma empresa; garantir que os clientes se sintam valorizados; mostrar aos clientes que a empresa se preocupa verdadeira- mente com eles. • + “o relacionamento com o cliente envolve a concentração, a com- preensão e a administração de uma contínua colaboração entre os for- necedores e seus clientes selecionados garantindo assim a criação de valores múltiplos. Conseguindo-se essa relação, todasas partes ga- nham, havendo assim a satisfação de clientes assim como a satisfação de fornecedores”. (Gordon. 1998). Além disso: “o índice de retenção de clientes é a ferramenta que todas as empre- sas precisam para medir e melhorar a sua qualidade. Pode-se expli- car com isso, a necessidade de manter e conquistar clientes através de uma boa qualidade. (Green. 1995, apud SOLLE e DUARTE, 2009, p.7). + NOTA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 167 Para que um pós-venda garanta a fidelidade do seu cliente, é necessário adotar estratégias eficazes e eficientes, tais como: manter o cliente satisfeito, principalmente após a compra; buscar a do cliente satisfação e assegurar novas compras por parte dele; medir periodicamente a satisfação do cliente; manter um relacionamento com os clientes para que eles se sintam importantes para a empresa; instituir uma política de controle de qualidade e fidelização; criar um sistema de feedback de satisfação. Figura 22 — Pós-venda Fonte: elaborada pelo autor. VENDE + Quem visita + Quem oferece + Quem se prepara + Quem se motiva + Quem se relaciona + Estratégia de Gestão e Organização Empresarial168 AVALIAÇÃO E POSIÇÃO DO PRODUTO EM RELAÇÃO AO MERCADO, À CONCORRÊNCIA E À LUCRATIVIDADE “o sucesso de uma empresa é o resultado do trabalho de uma grande equipe”. — Edi Carlos Júnior. IMPORTANTE “Segundo Philip Kotler, posicionamento de mercado é ‘a ação de projetar o produto e a imagem da organização com o fim de ocupar uma posição diferenciada na escolha de seu público-alvo’. Em termos práticos, o posicionamento pode ser obtido a partir da fórmula: Segmentação + Diferenciação = Posicionamento. Logo, a análise do posicionamento é indispensável para avaliar o destaque da imagem da empresa”. (REZ, 2011). Baseando-nos nesta premissa, vamos explorar os principais tópicos que a Gestão Organizacional analisa para a definição de estratégias ou a readequação do seu plano estratégico. + NOTA IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 169 Fatores externos Estes fatores estão diretamente ligados à formação de preços, pois neles são considerados os preços dos produtos similares, a exigência do consumidor, a capacidade financeira de aquisição do produto, as tecnologias empregadas, as políticas, as leis, as estruturas econômicas e os aspectos culturais. Figura 23 — Fatores externos Fonte: retirada da página Freepik. Modelo de competição É indispensável conhecer o nicho de mercado em que se atua, onde está a concorrência e qual o preço que ela pratica. Para avaliar em que tipo de mercado o produto está inserido, é preciso considerar o tipo de mercado em que se está inserido. Dessa maneira, é preciso identificar se trata-se de: concorrência perfeita; monopólio; oligopólio. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial170 Figura 24 — Escalada na competição Fonte: retirada da página Freepik. Identificando a demanda pelo produto Em virtude do preço praticado e dos resultados de vendas, obtém-se a receita com a venda do produto. Assim, é possível determinar o valor a ser estabelecido para o produto. Nesta análise, também é fundamental verificar os pontos fortes e fracos da concorrência e o modus operandi dela, para que se obtenha um parâmetro de formulação do preço do pro- duto. + NOTA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 171 Figura 25 — Competição Fonte: retirada da página Freepik. Comparando os objetivos estratégicos e os objetivos de preço A definição de preço está diretamente relacionada com os objetivos estratégicos da organização, portanto, é necessário definir muito bem o nicho de mercado a ser explorado e como este nicho deve representar o percentual de crescimento estabelecido pela diretoria da organização. Além do mais, é preciso deixar, de forma clara e transparente, os objetivos a curto, médio e longo prazos, e eles devem ser orientados da seguinte forma: objetivos voltados para o lucro; objetivos voltados para as vendas. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial172 Figura 26 — Gráfico de objetivos estratégicos Fonte: retirada da página Freepik. Políticas da empresa x Políticas de preços Tanto as políticas da empresa quanto as de preços são definidas a partir de objetivos de estratégia de atuação no mercado. Essas políticas visam estabelecer o equilíbrio entre o que se pretende negociar e onde se pretende chegar. Por esse motivo, elas devem ser flexíveis e de adaptação rápida às conjunturas socioeconômicas e políticas. Também é importante considerar os rumos que a concorrência toma frente às mesmas condições. Nessas políticas devem ser previstos os períodos sazo- nais e, para isso, devem ser desenvolvidas campanhas de in- centivo às vendas por parte dos clientes e dos revendedores. IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 173 Figura 27 — Gráfico de políticas de empresa Fonte: retirada da página Wikipédia. Estratégias operacionais de gestão x estratégia de preços A estratégia de preços é que vai determinar o atingimento das metas e objetivos da organização. Portanto, devem ser considerados: o preço mínimo que possa garantir os custos com o pro- duto; o preço máximo que possa diferenciar o produto em rela- ção aos demais; o preço que deve ser estimado para o lançamento do produto no mercado. NOTA + Ainda segundo Philip Kotler, sabemos que a estratégia de preço é um componente da estratégia de marketing de uma empresa. Assim sendo, a estratégia de marketing define os princípios amplos pelos quais a unidade de negócio espera realizar seus objetivos de marketing em um mercado-alvo. + NOTA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial174 Figura 28 — Gráfico de estratégia de gestão Fonte: elaborada pelo Editorial Telesapiens. Estrutura de custos x despesas operacionais É necessário que os custos, despesas e impostos gerados pela produção do produto estejam dimensionados para que na formação do preço eles sejam inseridos. Segundo Santos (1997, p. 66): Certos custos e despesas são do negócio, ou seja, estruturais, periódicos e decorrentes da capacidade instalada, visando a manutenção de certo nível potencial de atividade pela entidade. E fundamental, nesta fase, serem identificados os Custos e Despesas Fixos e os Custos e Despesas Variáveis em relação ao produto objeto da decisão de preço de venda. IMPORTANTE Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 175 Neste cenário, encontra-se: Os custos e as despesas variáveis operacionais unitários de cada produto fabricado pela empresa valorizados pelos seus custos futuros de reposição à vista sob o enfoque de custos- -padrão. Os custos e as despesas fixos diretos plenamente identificá- veis (sem rateio) ou considerados específicos a determinados produtos. Os custos e as despesas fixos estruturais decorrentes da ope- ração do negócio e que são comuns a todos os produtos. Os percentuais das despesas com impostos e as suas respec- tivas bases de cálculo. Os impostos fixos incidentes sobre determinados produtos ou comuns ao negócio. Capital investido no produto x custo de oportunidade Esta relação está diretamente ligada aos investimentos efetuados pela Diretoria da empresa para criação de um novo produto. Em outras palavras, o investimento efetuado foi direcionado para a aplicação do novo produto ao invés de ser aplicado em outro tipo de investimento. Figura 29 — Gráfico de investimentos Fonte: adaptado pelo Editorial Telesapiens. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial176 Resultado econômico x resultado financeiro Impossível avaliar o resultado financeiro de um período sem considerar o resultado econômico. Assim: Resultado financeiro: é o volume de dinheiro em caixa num período e representa a capacidade da empresa em quitar suas dívidas. Resultado econômico: é o resultado de venda num período. Figura 30 — Gráfico de resultados Fonte: adaptadapelo Editorial Telesapiens. Avaliação do preço x resultado da venda Quando se comercializa um produto, deve-se levar em consideração as formas de pagamento. É preciso, em qualquer modalidade de venda, adequar os resultados aos objetivos estratégicos e operacionais da empresa. Nesse contexto, os preços também precisam ser ajustados para as vendas parceladas, e é indispensável calcular também os prazos de entrega, para que se tenha uma planilha coerente e efetiva em relação ao retorno do investimento. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 177 Figura 31 — Gráfico de preço x venda Fonte: adaptada pelo Editorial Telesapiens. Relatório final da Gestão Estratégica O documento que agrega todas as informações acerca dos objetivos estabelecidos e do resultado das ações estratégicas implementadas é o relatório emitido pela área de Gestão Estratégica da empresa. Nele, estão contidos os desempenhos de todos os setores internos e externos, bem como o histórico de produção e os resultados de lançamentos. O grande número das informações, ao mesmo tempo, é um desafio a ser enfrentado, pois o relatório apresenta o resultado dos acompanhamentos diários e o entrosamento dos diversos departamentos envolvidos. Considerando tudo isso, sabemos que tal relatório precisa: exibir informações sobre a concorrência para que se possa avaliar as estratégias adotadas internamente; exibir dados que demonstrem o posicionamento do produto no mercado; Estratégia de Gestão e Organização Empresarial178 exibir o histórico de todo o processo no período para compa- rar as ações implementadas; exibir os resultados positivos e negativos. Quais parâmetros devem ser considerados em um relatório? Título: indicação do nome da empresa responsável pela ela- boração dele, da data e do departamento responsável. Contexto: resumo do conteúdo do relatório. Objetivos: apresentação do motivo do relatório, para quem é destinado, quais o objetivo e os resultados pretendidos. Elaboração do relatório: apresentação de dados financeiros, comerciais, resultados, etc. e comparação dos dados com as ações e os objetivos estratégicos determinados pela Direto- ria. Conclusão: é fundamental resumir os principais pontos e dar o parecer técnico. Figura 32 — Parâmetros Fonte: retirada da página Freepik. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 179 Como apresentar o relatório? Estruturando os tópicos que serão expostos, de forma que as expectativas dos leitores sejam atendidas. Priorizando as informações mais relevantes. Utilizando ferramentas de gestão, como o VHSYS, que con- tém o resultado de todos os departamentos de uma organi- zação. Expondo os dados de forma descritiva e demonstrativa para facilitar a compreensão de todos. Mantendo uma linguagem clara e evitando termos e siglas técnicas que as pessoas desconhecem. Solicitando que o texto esteja devidamente revisado e sem erros de ortografia. Figura 33 — Apresentação de informações Fonte: retirada da página Freepik. O que deve ser evitado: excesso de informações e dados confusos que não tenham significado para o texto exibido. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial180 Figura 34 — Modelo de relatório de gestão Fonte: elaborada pelo autor. “Não se esqueça que a grande entrega de valor é manter nossos clientes se relacionando com a nossa empresa e, principalmente, gerando lucros e vantagens para ambos. Seja um pro- fissional que customiza soluções”. — Cláudio Tomanini. + NOTA Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 181 ETAPAS FINAIS DA APLICAÇÃO PRÁTICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 6º Passo — Definição dos planos de ação Após definir as estratégias para se atingir um objetivo, observe que ainda está muito vago o que precisa ser realizado. Portanto, é a hora de definir as ações do planejamento conduzindo em cada estratégia um conjunto de ações. Praticando: Quadro 1 — Estratégias e suas ações Fonte: elaborado pelo autor. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial182 Da mesma forma que foi feito com o objetivo e com as estratégias, não se esqueça de definir para cada ação uma meta e ainda um responsável. É dessa maneira que envolvemos todos os níveis hierárquicos no planejamento que está sendo desenvolvido. Praticando: Quadro 2 — Estratégia, ações e responsáveis Fonte: elaborado pelo autor. Note que no Quadro 2 o exemplo apresenta apenas uma estratégia, ficando o gerente de Recursos Humanos responsável por ela, no entanto, a responsabilidade pelas ações ficou dividida entre o gerente de vendas, a assessoria de informação e a gerência de Recursos Humanos (equipe de recursos humanos). Dê atenção ao cálculo do custo destes recursos no próximo passo. 7º Passo — Definição dos recursos Sabemos que, para colocar em prática um planejamento desenvolvido, precisamos de pessoas, recursos financeiros e materiais. Para definirmos os recursos financeiros, devemos Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 183 definir o gasto com cada ação que, somado, resultará no gasto total do planejamento desenvolvido. Praticando: Quadro 3 — Estratégia, ações e gastos Fonte: elaborado pelo autor. Os valores do Quadro 3 foram calculados da seguinte forma: • Estratégia: 40.800 + 59,09 + 88,63 + 655,68 = R$ 41.603,40 (quarenta e um mil seiscentos e três reais e quarenta centa- vos). • Ações: soma dos gastos das ações. Ação 1: 10.400 / 176 = R$ 59,09 (cinquenta e nove reais e nove centavos). • Salário (já com encargos) de cada gerente = R$ 5.200,00 (cinco mil e duzentos reais); • Número de horas trabalhadas por mês = 176 (cento e setenta e seis); Estratégia de Gestão e Organização Empresarial184 • Tempo gasto com o desenvolvimento do anúncio = 1 hora. Ação 2: 3.900 / 176 x 4 = R$ 88,63 (oitenta e oito reais e sessen- ta e três centavos). • Salário (já com encargos) do assessor de informação = R$ 3.900,00 (mil e novecentos reais); • Número de horas trabalhadas por mês = 176 (cento e setenta e seis); • Tempo gasto com a colocação do anúncio no site = 4 horas. Ação 3: (5.200 / 176 x 2) + (2.100 / 176 x 50) = R$ 655,68 (seiscentos e cinquenta e cinco reais e sessenta e oito centavos). • Salário (já com encargos) do gerente = R$ 5.200,00 (cinco mil e duzentos reais); • Número de horas trabalhadas por mês = 176 horas; • Tempo gasto com a seleção de candidatos = 2 horas. • Salário (já com encargos) do assessor de recursos humanos = R$ 2.100 (dois mil e cem reais); • Número de horas trabalhadas por mês = 176 horas; • Tempo gasto com a seleção de candidatos = 50 horas. Valor desembolsável — este gasto é calculado com o valor desembolsado pelo custo direto com a contratação de mais um consultor comercial. Salário já com encargos: R$ 3.400/ mês = R$ 40.800 por ano. É o que a empresa vai desembolsar com esta ação, tendo em vista que os demais valores (não desembolsáveis) a empresa utilizará para pessoas internas, não havendo novos gastos além dos que já são feitos normalmente por ela para os colaboradores descritos abaixo. Valor não desembolsável — soma dos gastos das ações, o que é igual a 59,09 + 88,63 + 655,68. Observe que todos os gastos devem ser calculados, mesmo que a organização não vá gastar além dos desembolsos normais, uma vez que quando as pessoas estão envolvidas com qualquer Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 185 tipo de atividade, isto já representa gasto para a organização. Em relação às pessoas, você pode estar se perguntando: “Mas já não definimos os responsáveis?”. A resposta é positiva. Mas pode ser que seja necessário contratar, de maneira permanente ou temporária, pessoas para a implementação do plano; ou seja, são aqueles de fora da organização. Em relação aos recursos materiais, pode ser que ao contratarmos uma nova equipe de vendas, também seja imprescindível adquirirmos novos veículos, e assim vamos estipulando o que precisaremos. E é isso que chamamos de recursos materiais necessáriospara o planejamento. Todos esses recursos devem estar definidos e orçados para que o gestor ou os gestores verifiquem se a organização possui os recursos financeiros suficientes e se precisará fazer, por exemplo, um empréstimo para “bancar” os gastos oriundos do planejamento. Esta etapa também é importante para que a organização decida se há realmente a possibilidade de implementar tudo o que foi definido, se somente será implementada uma parte do planejamento realizado ou, até mesmo, se será reavaliado algo do que foi planejado. 8º Passo — Implementação Nesta etapa, você e sua equipe devem definir como será deflagrado o processo de implementação do planejamento. Também podem desenvolver tanto um relatório detalhado do que foi planejado para ser apresentado e distribuído às pessoas- chave — isto é, os responsáveis pelos objetivos, estratégias e ações — quanto, ainda, um relatório resumido e personalizado para as demais pessoas. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial186 É sempre bom que seja escolhido um dia, o “Dia D” para o lançamento do planejamento. Além disso, pode ser feita uma reunião ou, inclusive, uma confraternização entre as pessoas-chave ou, se possível, com todos os envolvidos da organização. Praticando: A implementação na “Couro Nobre” foi iniciada com a entrega formal do plano para os sócios e com uma apresentação do Planejamento Estratégico desenvolvido para todas as pessoas da empresa. Na apresentação, o objetivo foi reforçar a importância do envolvimento das pessoas na implementação de um Planejamento Estratégico que foi construído com a participação de toda a empresa e também da indicação de pessoas para conduzir este processo. A escolha dessas pessoas levou em consideração conhecimentos, habilidade e atitudes, sempre considerando aquelas que pudessem fazer o uso apropriado das diversas fontes de poder. Na mesma ocasião, foi apresentado o local de acesso a todas as informações a respeito da Gestão Estratégica da “Couro Nobre”. Apesar de você e sua equipe terem desenvolvido conjuntamente um planejamento e estruturado sua empresa para que o que foi planejado possa ser atingido, sua função de gestor ainda não chegou ao fim. Neste momento, você deverá estar ainda mais presente para poder coordenar e dar direção ao planejamento desenvolvido e implementá-lo. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 187 9º Passo — Monitoração, avaliação e controle Como as mudanças ambientais não param somente porque você está implementando um planejamento, você ainda deve definir quem ficará responsável pela monitoração ambiental, ou seja, quem vai refazer o diagnóstico estratégico e de quanto em quanto tempo. Além dessa monitoração, também deve ser realizada constantemente a avaliação do planejamento para verificar se o que foi planejado está sendo executado. Isto quer dizer, na realidade, que se deve medir o desempenho e compará-lo com o padrão, e essa avaliação poderá ser realizada pelo próprio executor da ação ou por um responsável. Se necessário, tanto pelas mudanças ambientais identificadas na monitoração quanto pelos desvios verificados na avaliação, você deve alterar o que foi planejado ou replanejar tudo, o que mostra o controle, propriamente dito, entrando em ação. Praticando: Para o desenvolvimento do último passo, está sendo desenvolvido um sistema de avaliação de desempenho e Gestão da Estratégia cuja responsabilidade é da Equipe de Planejamento. A previsão para que sejam realizadas a monitoração do ambiente e a avaliação parcial do planejamento desenvolvido é para daqui a três meses. O controle será realizado, se necessário, a partir das mudaças ambientais identificadas na monitoração e também dos desvios verificados na avaliação. Estratégia de Gestão e Organização Empresarial188 A função controle, nesse sentido, é utilizada pelo gestor para intervir na realidade organizacional, com a finalidade de garantir que os objetivos traçados sejam atingidos ou, então, que reformulados. E enquanto o planejamento traça o caminho a ser percorrido, o controle mantém a organização na direção traçada. Assim sendo, entendemos que a função controle consiste em monitorar o ambiente, avaliar o desempenho organizacional e, ainda, assegurar que, de fato, os objetivos planejados sejam alcançados por meio da intervenção na realidade. E, em meio a isso, fechamos esta disciplina, com o estudo final sobre o controle do planejamento estratégico. Agora, você deve praticar tais conhecimentos na organização que você trabalha, mesmo sendo uma sugestão setorial, é importante que você pratique num ambiente real. Comece no seu setor, multiplique a ideia com seus colegas de trabalho e tente aplicar os conceitos aqui apreendidos. Lembre- se de sempre retomar a leitura de seu livro didático e realizar as atividades propostas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Estratégia de Gestão e Organização Empresarial 189 E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tu- dinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumi-lo. Você deve ter aprendido como elaborar um planejamento es- tratégico, tático e operacional. Aqui, estudamos as viabilidades decada departamento para criar um produto. As estratégias de marketing foram apresentadas num tópico à parte, porque a importância de se colocar um produto e se ele será aceito ou não no mercado é que vai determinar se os in- vestimentos internos foram bem utilizados e se a empresa terá sucesso com o novo produto. Nesse contexto, os demonstrativos de resultados também são o feedback mais importante para a tomada de decisões sobre o rumo que uma organização vai tomar no futuro. Portanto, não se esqueça: para ser um(a) profissional de Gestão Estratégica, é necessário conhecer profundamente uma organi- zação, estar atento(a) a tudo o que acontece pontualmente, bem como perceber o que o mercado está exigindo. Boa sorte! RESUMINDO Estratégia de Gestão e Organização Empresarial190 CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento Estratégico.2009. BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de Plano de Negócios: fundamentos, processos e estruturação. 2014 DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de Negócios, seu guia definitivo. 2011. KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 Conceitos que todo profissional precisa saber. 2003 LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de Serviços. 2012 REZ, Rafael. Posicionamento de mercado: conceito funda- mental em Marketing. Nova Escola de Marketing. 2011. Disponível em: https://novaescolademarketing.com.br/posicio- namento-conceito-fundamental-de-marketing-para-quem-traba- lha-com-conteudo/. Acesso em: 30 set. 2021. SANTOS, Roberto Vatan dos. Planejamento do preço de venda. Caderno de Estudos, São Paulo, FIPECAFI, v.9, n.15, p.60 –74, jan/jun, 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ cest/a/j49StNWjvqVnY9FZ6nqxRGg/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 30 set. 2021. VERGARA, Sylvia Constant; BALDNER, Paulo Roberto ; DECOURT, Felipe. Planejamento e Gestão Estratégica. 2011. REFERÊNCIAS Capa_Estratégias de Gestão e Organização Empresarial (Para Impressão) eBook completo - Estratégias de Gestão e Organização Empresarial - Validado (Versão Para Impressão)