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CONTROLE TECNOLÓGICO DE 
CONCRETO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Fernanda dos Santos Gentil 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Agregados 
Dentro da Construção Civil, os agregados são muito utilizados para a 
composição do concreto. É muito importante trabalhar com agregados de boa 
qualidade, pois pelo menos três quartas partes do volume do concreto são 
ocupadas pelos agregados (Neville, 2015). 
Os agregados são fragmentos de rochas com tamanhos e propriedades 
adequadas utilizados em quase todas as obras de infraestrutura civil, como 
edificações, pavimentação, barragens e saneamento (Beja; Palmeira; Farias, 
2017). Tais materiais apresentam a capacidade de limitar a resistência do 
concreto, influenciar na durabilidade e no desempenho estrutural do concreto e, 
também, proporciona maior estabilidade dimensional em relação à pasta de 
cimento pura. Em virtude dessas e outras características que serão abordadas 
nesta etapa, justifica-se a relevância do aprofundamento sobre os agregados 
para a Construção Civil. 
TEMA 1 – CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AGREGADOS 
De acordo com Beja, Palmeira e Farias (2017), agregados são fragmentos 
de rochas, denominadas usualmente de pedras e areias. Tais fragmentos 
apresentam tamanhos e propriedades adequadas para serem utilizados em 
quase todas as obras de infraestrutura civil. A partir dos fragmentos de rochas 
surgem blocos, pedras, pedregulhos, cascalhos, seixos, britas, pedriscos, areias 
entre outros. Para complementar essa definição, a norma NBR 9.935 (ABNT, 
2011) determina que agregado é um material granular, pétreo, geralmente inerte, 
com dimensões e propriedades adequadas para a preparação de argamassa ou 
concreto. 
Materiais com tamanhos relativamente uniformes são normalmente 
utilizados para a construção de muros e estruturas de contenção. Já em bases 
rodoviárias, recomenda-se utilizar uma mistura de fragmentos de diversos 
tamanhos, proporcionando maior estabilidade ou resistência na composição 
(Beja; Palmeira; Farias, 2017). 
Antes de aprofundar os conhecimentos sobre os agregados, é 
interessante compreender as características da rocha-mãe, ou seja, a rocha que 
 
 
3 
originou tal agregado, pois eles herdarão a mineralogia e muitas propriedades 
físicas e mecânicas de tais rochas. Com relação à origem das rochas, podem 
ser classificadas em três grandes grupos: ígneas (ou magmáticas), sedimentares 
e metamórficas. 
As rochas ígneas são formadas pela consolidação do magma a partir do 
resfriamento. Existem duas maneiras de ocorrer tal resfriamento: na superfície 
da crosta terrestre e em grandes profundidades. Quando o resfriamento 
acontece na superfície da crosta terrestre, há a formação de rochas extrusivas, 
como o basalto. Já quando ocorre o resfriamento das rochas ígneas em grandes 
profundidades, há a formação de rochas intrusivas, como o granito. A 
profundidade influencia na velocidade do resfriamento da rocha, ou seja, quanto 
maior a profundidade que se encontra a rocha ígnea, mais lento é o resfriamento. 
Tal processo permite maior cristalização dos minerais, com isso surgem rochas 
mais resistentes, como consequência formam-se melhores agregados (Beja; 
Palmeira; Farias, 2017). 
Existem três processos que podem dar origem à formação das rochas 
sedimentares: pela deposição das partículas originadas a partir da erosão de 
outras rochas, formando rochas sedimentares clásticas ou detríticas, como 
arenito, siltito e o argilito; pela precipitação de substâncias em solução, formando 
as rochas sedimentares químicas, como o calcário; ou pela deposição dos 
materiais de origem orgânica, os quais não são muito utilizados na construção 
civil (Beja; Palmeira; Farias, 2017). 
As rochas metamórficas são formadas a partir de outras rochas, como 
rochas ígneas, sedimentares, ou também por outras rochas metamórficas, 
quando são submetidas no interior da terra a altas temperaturas e pressões, pelo 
processo de metamorfismo. Como exemplos de rochas metamórficas existem o 
filito, ardósia, xisto, mármore, quartzito e o gnaisse (Beja; Palmeira; Farias, 
2017). 
A partir da rocha-mãe são provenientes as frações granulométricas, 
chamadas de agregados de diversos tamanhos. Conforme a origem do 
agregado, que pode ser natural ou artificial, existirão limites inferiores e 
superiores. Tais limites são arbitrários e variam de acordo com os critérios das 
organizações tecnológicas e normativas de cada país. Diante disso, no Brasil os 
profissionais da área de construção civil seguem a normativa da ABNT 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), no meio rodoviário adota-se as 
 
 
4 
terminologias do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de 
Transportes), tendo influência norte-americana. Os profissionais da área de 
geologia utilizam a nomenclatura do Sucs (Sistema Unificado de Classificação 
de Solos) e da ASTM (American Society for Testing and Meterials) (Beja; 
Palmeira; Farias, 2017). 
Como mencionado anteriormente, o agregado pode ser natural ou 
artificial. Agregado natural é o material pétreo que da mesma forma que é 
encontrado na natureza pode ser utilizado, podendo ser submetido à lavagem, 
classificação ou britagem. Já o agregado artificial, como escórias de alto-forno e 
escórias de aciaria, é o material granular resultante de processo industrial com 
alteração mineralógica, química ou físico-química da matéria original. Existe 
também a categoria de agregados reciclados, que são materiais granulares, 
provenientes de processos de reciclagem ou subprodutos de produção industrial, 
mineração, construção e demolição da construção civil (Beja; Palmeira; Farias, 
2017). 
Existem diversos tamanhos de agregados. De acordo com a NBR 9.935 
(ABNT, 2011), há os agregados graúdos, miúdos, finos e materiais 
pulverulentos. São caracterizados com agregados graúdos, aqueles cujos grãos 
passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira 
com abertura de 4,75 mm. Os agregados são considerados miúdos quando 
passam na peneira de 4,75 mm e ficam retidos na de 150 𝜇m. Já os materiais 
que passam na peneira com abertura de malha de 150 𝜇m são denominados de 
finos, e aqueles abaixo de 75 𝜇m são classificados como materiais pulverulentos. 
Tais informações podem ser verificadas na Figura 1. 
Figura 1 – Dimensões dos agregados de acordo com a NBR 9.935:2011 
 
Fonte: Beja; Palmeira; Farias, 2017. 
 
 
5 
Outras normas e manuais importantes que abordam sobre agregados é a 
NBR 7.211 (ABNT, 2019), que especifica os requisitos necessários para 
recepção e produção dos agregados miúdos e graúdos destinados à produção 
de concretos de cimento Portland. No campo rodoviário, que tem como base 
normas norte-americanas, utilizam a ASTM C 33 (2016) para distinguir a 
dimensão de agregado graúdo e miúdo, que é limitada pela malha de 2,0 mm. 
Esta área também utiliza, para a especificação da granulometria, o Manual de 
Pavimentação do DNIT (2006). 
Existem classes de tamanhos, tanto para os agregados naturais quanto 
para os processados. Considerando os materiais naturais, a NBR 6.502 (ABNT, 
1995) e o Manual de Pavimentação (DNIT, 2006) especificam as variadas 
dimensões, conforme apresentado no Quadro 1. 
Quadro 1 – Classes de tamanho para agregados naturais segundo NBR 
6.502:1995 e DNIT:2006 
Classe de Tamanho NBR 6.502 (ABNT, 1995) mm (DNIT,2006) mm 
Matacão 200 – 1000 250 – 1000 
Pedra de mão 60 – 200 75 – 250 
Pedregulho 2 – 60 2 - 75 
Areia 0,060 – 2 0,075 - 2 
Silte 0,002 – 0,060 0,005 – 0,075 
Argila < 0,002 < 0,005 
Fonte: Beja; Palmeira; Farias, 2017. 
Interessante ressaltar que tanto as areias quanto os pedregulhos são 
subdivididos em finos, médios, grossos e muito grossos. Segundo Beja, Palmeira 
e Farias (2017): 
Os termos “cascalho e seixo” também são associados a fragmentos 
com tamanhos característicos na fração pedregulho ou um pouco 
maior, até 100mm. Quando os grãos têm forma arredondada, são 
denominados “seixos” (seixo rolado). Já o termo cascalho se refere a 
partículas com dimensões de 4,75 a 100 mm, mas não têm conotação 
quanto à forma ou arredondamento (cascalho laterítico). 
Dentro das classes de tamanhos para os materiais processados utiliza-se 
muito os termos brita ou pedra britada, os quais são provenientes da 
fragmentação mecânica de rochas, pedra, escórias de alto-forno, dentre outras. 
 
 
6 
O intervalo dos tamanhos desses materiais geralmente situa-se entre 4,75 e 100 
mm. 
A norma NBR 7.211 (ABNT, 2019) define zonas granulométricas para 
agregados graúdos e miúdos de origem natural ou processados. As zonas são 
definidas pela divisão d/D, onde “d” corresponde à menor dimensão do agregado 
e “D” corresponde à maior dimensão do agregado. Ressaltando que as 
dimensões padronizadas correspondem às aberturas nominais e intermediárias. 
As aberturas nominais são: 75 mm; 37,5 mm; 19 mm; 9,5 mm; 4,75 mm; 2,36 
mm; 1,18 mm; 0,60 mm; 0,30 mm e 0,15 mm. A série intermediária compreende 
as seguintes aberturas: 63 mm; 50 mm; 31,5 mm; 25 mm; 12,5 mm e 6,3 mm. 
Dentro dessa ideia, os agregados graúdos são classificados em cinco zonas: 
4,75/12,5; 9,5/25; 19/31,5; 25/50 e 37,5/75. 
Os materiais com diâmetro entre 0,075 mm e 4,75 mm são referidos como 
areia artificial, areia de brita ou até mesmo como areia britada. Segundo a norma 
NBR 9.935 (ABNT, 2011), os materiais que tiverem diâmetro menor que 0,075 
mm são chamados de materiais pulverulentos. 
A norma NBR 9.935 (ABNT, 2011) estabelece que pedrisco é o agregado 
proveniente da britagem de rocha, cujos grãos passam pela peneira com 
abertura de malha de 12,5 mm e ficam retidos na peneira de malha de 4,75 mm. 
Também, define que pó de pedra é um material granular originado da britagem 
de rocha que passa pela peneira de malha 6,3 mm. Em contrapartida, o Manual 
de Pavimentação (DNIT, 2006) define pedrisco como material resultante da 
britagem de pedra com diâmetro entre 2,0 mm e 6,4 mm, e pó de pedra como 
material com dimensão menor que 2,0 mm. 
No mercado é mais usual utilizarem termos com o brita 0, brita 1, brita 2 
e brita 3. Para exemplificar, o pedrisco e pó de pedra são mais utilizados em 
massas asfálticas; a brita 1, considerada mais nobre, é usada em concretos 
bombeados; a brita 2 em bases e sub-bases rodoviárias e grandes volumes de 
concreto, e a brita 3 é utilizada em lastro ferroviário (Beja; Palmeira; Farias, 
2017). 
TEMA 2 – AMOSTRAGEM 
Os diversos ensaios que precisam ser realizados com os agregados 
devem ser feitos com amostras, desta forma os resultados obtidos se referem 
 
 
7 
somente ao material das amostras. Diante disto, a amostra tem um caráter 
representativo. 
Como as coletas em campo podem ter muitas variações, então, não há 
procedimentos detalhados para a realização de tais coletas. Neste caso, o uso 
do bom senso possibilitará a obtenção de resultados confiáveis, lembrando 
sempre que a amostra coletada deve ser representativa de todo o volume do 
material a ser trabalhado. 
Existe uma norma britânica chamada BS 812 (BSI, 1975), que retrata que 
a amostra principal deve ser composta de várias porções retiradas de diferentes 
pontos de volume de material. Os incrementos mínimos (porções) devem ser 
dez, e a massa total deve ser pelo menos igual à representada no Quadro 2, 
para várias dimensões de grãos. 
Quadro 2 – Quantidades mínimas de amostras para ensaio segundo a norma BS 
812 (BSI, 1975) 
Dimensão máxima (mm) Amostragem mínima (kg) 
Maior ou igual a 28 50 
Maior do que 5 e menor do que 
28 
25 
Menor ou igual a 5 13 
Fonte: Neville, 2015. 
Para a redução do tamanho da amostra pela metade existem dois 
processos: o quarteamento manual ou o mecânico. O quarteamento manual 
consiste em misturar a amostra inicial, no caso de agregado miúdo, umedecê-la 
para evitar segregação. O material é disposto em forma de cone e, em seguida, 
revirado para formar outro cone. Tal operação é realizada duas vezes, lançando-
se o material no vértice do cone, de modo que os grãos caiam por igual para 
todos os lados. O cone obtido na última vez é achatado e repartido em quatro 
partes. Desta forma, retiram-se duas partes diagonalmente opostas e as outras 
duas são misturadas, formando-se a amostra para ensaio. 
Já pelo quarteamento mecânico o processo de redução da amostra ocorre 
por meio da utilização do dispositivo apresentado na Figura 2. Este dispositivo é 
chamado de quarteador, o qual apresenta várias divisões com canaletas que 
desviam o agregado, alternadamente, para cada um dos lados. Lança-se a 
amostra no quarteador em toda a sua largura e as duas metades são recolhidas 
 
 
8 
em duas caixas situadas nas extremidades das canaletas. Assim, para o ensaio 
é utilizado apenas uma das metades (Neville, 2015). 
Figura 2 – Quarteador 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
TEMA 3 – ADERÊNCIA DOS AGREGADOS 
 Um fator muito importante para dar resistência ao concreto é garantir uma 
adequada aderência entre os agregados e a pasta de cimento. Segundo Neville 
(2015), a aderência consiste no intertravamento do agregado com a pasta em 
virtude de a textura superficial do agregado ser mais áspera. 
 Para determinar a natureza da aderência dos agregados, ainda não há 
ensaios aceitos para tal objetivo. Sabe-se que há uma boa aderência quando 
uma amostra de concreto rompida apresenta algumas partículas partidas de 
agregado, além de muitas outras arrancadas dos seus locais. Já quando há um 
excesso de partículas partidas pode ser um indício de que o agregado é pouco 
resistente. Entende-se que as forças de aderência dependem da resistência da 
pasta de cimento e das propriedades das superfícies dos agregados, e que a 
intensidade dessas forças aumenta com a idade do concreto, desta forma a 
relação entre a força de aderência e a resistência da pasta aumentam com a 
idade (Neville, 2015). 
 
 
9 
TEMA 4 – CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS 
Para se obter uma correta dosagem de concretos hidráulicos ou 
betuminosos é fundamental se ter o conhecimento das características dos 
agregados, visto que as propriedades de tais concretos são influenciadas pela 
massa específica, massa aparente, porosidade, composição granulométrica, 
forma e texturas dos agregados. 
Segundo Mehta e Monteiro (2008), as propriedades dos agregados são 
divididas em três grupos. 
• Características dependentes da porosidade: massa específica aparente, 
absorção de água, resistência, módulo de elasticidade e durabilidade. 
• Características dependentes da composição química e mineralógica: 
resistência, módulo de elasticidade, substâncias deletérias e cargas 
elétricas. 
• Características dependentes das condições prévias e de fabricação: 
dimensão, forma e textura das partículas. 
Para a determinação das características dos agregados, é necessário 
determinar os valores dos índices físicos de tais materiais, até mesmo para poder 
determinar padrões de aceitação ou rejeição da utilização de tais componentes 
em uma determinada obra. Dentre os índices físicos mais importantes estão: 
umidade, absorção e massa específica. 
4.1 Umidade e absorção 
O teor de água presente em um material refere-se à umidade (w). A 
umidade pode ser definida em termos volumétricos ou por outro processo mais 
usual, que são os gravimétricos. O valor da umidade está relacionado com o 
percentual entre a massa de água presente em uma amostra e a massa da 
amostra totalmente seca (massa de sólidos). Tal informação pode ser 
visualizada na equação a seguir: 
𝑤 =
𝑀 Á𝑔𝑢𝑎
𝑀 𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠
 𝑥 100 
Onde 
w= umidade 
M água= massa de água presente na amostra 
 
 
10 
M sólidos= Massa da amostra totalmente seca 
Existem quatro situações diferentes em que as amostras podem se 
apresentar quanto à condição de umidade, que são: condição ambiente ou seca 
ao ar; condição saturada comsuperfície úmida (SSU); condição saturada com 
superfície seca (SSS) e condição completamente seca. 
De acordo com Beja, Palmeira e Farias (2017), uma amostra, em condição 
ambiente, sempre absorve uma quantidade de água proveniente de diversas 
situações, por exemplo, por meio da chuva, do lençol freático ou até mesmo do 
próprio ar. No entanto, é importante entender que essa quantidade de água não 
é suficiente para saturar a amostra, ou seja, preencher totalmente os seus vazios 
intercomunicantes. Diante dessa ideia, quando a amostra é seca ao ar, tal 
agregado ainda contém alguma umidade, sendo conhecida como amostra 
higroscópica. 
Para melhorar o entendimento dessas quatro situações das amostras, a 
seguir mais informações. 
• Amostra saturada: tem-se amostra saturada quando os seus vazios 
comunicantes, entre grãos e nos grãos, estão preenchidos com água. 
Para que isso ocorra, é necessário que a amostra seja imersa em água 
por 24 horas. 
• Amostra saturada com superfície úmida (SSU): tem-se uma amostra SSU 
quando o grão do agregado, proveniente de uma amostra saturada, ao 
ser retirado da água apresenta na sua estrutura a água absorvida nos 
poros internos formando uma película de água em sua superfície, 
determinando o que se chama de umidade livre. 
• Amostra saturada com superfície seca (SSS): têm-se uma amostra SSS 
quando for eliminada a umidade livre, por meio da secagem do agregado 
com um pano absorvente. 
• Amostra seca: tem-se uma amostra totalmente seca quando ela não 
apresenta na sua estrutura a presença da água. Para isso, é necessário 
que a amostra fique em estufa a 105 °C ± 5 °C até a constância de massa 
num período de 24 horas. Desta forma, a massa na amostra será igual à 
massa de sólidos. 
Por meio da absorção (a) que é possível medir a quantidade de água que 
pode preencher os poros comunicantes nos grãos de uma massa de agregado, 
 
 
11 
desta forma pode-se dizer que é uma medida de umidade para a amostra com 
partículas na SSS. A partir da equação a seguir é possível encontrar o valor da 
absorção. 
𝑎 =
𝑀 𝑠𝑠𝑠 − 𝑀 𝑠𝑒𝑐𝑎
𝑀 𝑠𝑒𝑐𝑎
 𝑥 100 
Onde, 
a= absorção 
M sss = massa da amostra em condição saturada com superfície seca 
M seca = massa da amostra em condição seca 
Cada tipo de agregado apresenta uma porcentagem de absorção 
dependendo da sua origem, como pode ser visualizado na Tabela 1. 
Tabela 1 – Absorção dos agregados 
Fonte: Beja; Palmeira; Farias, 2017. 
4.2 Massa específica 
Massa específica (𝜸) é caracterizada como a relação entre a massa (M) e 
o volume (V) de um material. Existem dois tipos de massas específicas, que são: 
massa específica real ou absoluta de um agregado (𝜸r) e a massa específica 
aparente (𝜸a). Para encontrar tais valores seguem as equações a seguir. 
Origem do agregado Absorção (%) 
Rochas ígneas e metamórficas Geralmente são inferiores a 0,5% e 
raramente excedem 1,0%. Alguns tipos de 
basalto são exceção e podem ter alta 
absorção. 
Rochas sedimentares Apresentam maior capacidade de 
absorção. Agregados lateríticos ou 
lateritas são altamente porosos e a 
absorção de água chega 
aproximadamente a 10%. 
Agregados reciclados de resíduos 
de construção e demolição 
Podem apresentar elevada absorção de 
água, chegando a valores de até 15%, em 
virtude da presença na sua composição 
de grãos de tijolo, concreto, azulejos e 
cerâmicas. 
 
 
12 
𝜸𝒓 =
𝑴
𝑽𝒓
 ; 𝜸𝒂 =
𝑴
𝑽𝒂
 
Onde, 
𝜸r = massa específica real 
𝜸a = massa específica aparente 
M= massa do agregado 
Vr= volume real (volume ocupado pelo material descontando-se todos os 
vazios permeáveis) 
Va= volume aparente (volume ocupado pelo material que inclui todos os 
vazios permeáveis) 
Diante das equações apresentadas anteriormente é possível verificar que, 
para a determinação da massa específica real, geralmente não se leva em 
consideração no cálculo os poros não comunicantes internos aos grãos. 
Com relação a algumas normas utilizadas para a determinação da massa 
específica, pode-se mencionar que para os agregados miúdos utilizados em 
concretos hidráulicos, a norma NBR 16.916 (ABNT, 2021) substituiu o frasco de 
Chapman por um novo tipo de frasco com volume aferido. Já para agregados 
graúdos utilizados em pavimentação, a massa específica e a absorção são 
determinadas conforme especificado na norma ME 195 (DNIT, 1997), a qual 
menciona sobre o uso da balança hidrostática para a determinação do volume 
de sólidos (Beja; Palmeira; Farias, 2017). 
Como existem diversos grupos de rochas, consequentemente há 
variações nas massas específicas dos agregados, conforme pode ser 
visualizado na Tabela 2. 
Tabela 2 – Massas específicas das rochas mais utilizadas 
Grupo Massa específica 
do agregado 
(g/cm³) 
Intervalo de valores 
(g/cm³) 
Basalto 2,80 2,60 – 3,00 
Granito 2,69 2,60 – 3,00 
Arenito 2,69 2,60 – 2,90 
Calcário 2,66 2,50 – 2,80 
Quartzito 2,62 2,60 – 2,70 
Lateritas 3,17 3,00 – 3,30 
Fonte: Neville, 2015. 
 
 
13 
De acordo com a Tabela 2, é possível constatar que a maioria dos 
agregados apresentam massa específica entre 2,60 e 2,70 g/cm³. 
4.3 Resistência a esforços mecânicos 
Os agregados utilizados em construção estão sujeitos a esforços de 
compressão, tração, flexão, esforços de impacto, esmagamento, desgaste e 
abrasão transmitidos pelos carregamentos externos atuantes sobre tais 
materiais. 
No Brasil, o ensaio mais utilizado para verificar a resistência aos esforços 
de abrasão nos agregados utilizados em concretos é chamado de “abrasão Los 
Angeles”, conforme especificado na norma NBR 16.974 (ABNT, 2022). A 
normativa usada para verificar tal esforço nos agregados aplicados em camadas 
granulares de pavimentos é a ME 035 (DNIT, 1998). Outro ensaio, realizado com 
o agregado graúdo aplicado no concreto, complementar ao de abrasão, é o 
ensaio de resistência ao esmagamento de acordo com a norma NBR 9.938 
(ABNT, 2013), já para aplicações rodoviárias a normativa para tal ensaio é a ME 
197 (DNIT, 1997). 
A interpretação do valor do desgaste Los Angeles obtido por meio do 
ensaio funciona da seguinte maneira: quanto menor o valor do desgaste, melhor 
é o material. 
4.4 Formas dos grãos e textura superficial 
Ao se falar sobre forma dos agregados na verdade estamos nos referindo 
à geometria tridimensional. Certas características geométricas são possíveis de 
serem determinadas nos agregados, como alongamento, achatamento, 
cubicidade, esfericidade, angulosidade, dentre outras. 
Segundo Beja, Palmeira e Farias (2017), a forma do agregado é 
influenciada tanto pelas características de estrutura e textura da rocha de origem, 
ou seja, a rocha-mãe, quanto pelo processo de britagem. Na Tabela 3 
encontram-se algumas informações das formas dos agregados levando em 
consideração a rocha-mãe. 
 
 
 
14 
Tabela 3 – Forma dos agregados 
Rocha-mãe Agregado Forma 
Rochas de 
estrutura maciça 
Basaltos compactos Cúbica 
Rochas com 
estrutura xistosa 
Agregados provenientes de 
rochas sedimentares e de 
algumas rochas 
metamórficas 
Alongadas 
Lamelares 
Fonte: Beja; Palmeira; Farias, 2017. 
Existem normas para a determinação das características geométricas dos 
agregados. Por exemplo, a norma NBR 7.809 (ABNT, 2019) proporciona a 
identificação do grau de cubicidade do agregado graúdo, a partir da utilização do 
método do paquímetro. 
Também há a norma NBR 5.564 (ABNT, 2021), que leva em consideração 
as três dimensões para definir duas relações entre lados do agregado. Nesta 
norma, a dimensão maior (comprimento) do agregado é sinalizada pela letra A; 
a dimensão intermediária (largura) representada pela letra B e a dimensão menor 
(espessura) identificada pela letra C. A relação entre espessura/largura (C/B) 
determina o alongamento do agregado, já o achatamento ou lamelaridade é 
obtida pela relação largura/comprimento (B/A). A classificação pode ser 
visualizada na Tabela4. 
Tabela 4 – Características geométricas dos agregados 
Forma do agregado Relação 
Cúbica B/A>0,5 e C/B>0,5 
Alongada B/A <0,5 e C/B>0,5 
Lamelar B/A>0,5 e C/B<0,5 
Alongada-lamelar B/A<0,5 e C/B<0,5 
Fonte: Beja; Palmeira; Farias, 2017. 
Os agregados utilizados na pavimentação do ensaio que define o índice 
de forma são especificados na norma ME 424 (DNIT, 2020), em que se usa uma 
série de peneiras com crivos de abertura circular e um conjunto de redutores. 
A característica geométrica que determina a agudeza ou angulosidade 
das arestas ou cantos das partículas é o arredondamento, que segundo Neville 
(2015) depende da resistência à abrasão da rocha-mãe e das ações a que estas 
foram submetidas. Considerando os agregados britados, o arredondamento 
depende da natureza do mineral e do tipo de britador. 
 
 
15 
Segundo Bela, Palmeira e Farias (2017), o pesquisador Powers (1953) 
classifica as partículas em esférica, ou seja, bem arredondada; arredondada; 
subarredondada, subangulosa, angulosa e muito angulosa. Dentre essas 
classificações as partículas angulosas são recomendáveis para proporcionar 
mais resistência, por apresentarem maior entrosamento entre as partículas 
individuais. Já agregados com formato anguloso apresentam maior área 
superficial e, consequentemente, exigem mais quantidade de água para manter 
a mesma trabalhabilidade no concreto hidráulico. 
Anteriormente foi mencionado sobre as características geométricas dos 
agregados, outro item também muito importante é sobre a textura superficial 
desses materiais. Tal característica influencia diretamente na aderência do 
agregado com a pasta de cimento Portland ou ligante betuminoso. Existe a 
norma inglesa BS 812 (BSI, 1975), que apresenta alguns tipos de textura como 
vítrea, granulosa, áspera, cristalina e alveolar. Interessante entender que 
agregados com textura mais áspera contribuem para a aderência com a pasta 
de cimento ou com o cimento asfáltico. 
4.5 Superfície específica 
A superfície específica do agregado pode ser determinada de forma 
volumétrica (Se) ou gravimétrica (S’e). As equações para encontrar tais 
resultados estão apresentadas a seguir. 
𝑆𝑒 =
𝑆
𝑉
 𝑜𝑢 𝑆′𝑒 =
𝑆
𝛾𝑔 𝑥 𝑉
 
Onde, 
Se= superfície específica volumétrica (m²/m³) 
S’e= superfície específica gravimétrica (m²/kg) 
S= área da superfície 
V= volume do grão 
 𝛾g= massa específica do grão 
Nas dosagens dos concretos, saber os resultados da superfície específica 
dos agregados é de extrema importância. Para entender tal relevância de 
conhecer sobre esta informação, os autores Beja, Palmeira e Farias (2017) 
relatam alguns exemplos como “o consumo de água de molhagem em concretos 
de cimento Portland é de cerca de 10 l/m³ de agregado para partículas com 
diâmetro de 37,5 a 75 mm (brita 3-4)”, definidas conforme a NBR NM ISO 3.310-
 
 
16 
1 (ABNT, 2010), “cuja superfície específica média é de 105 m²/m³”. A diferença 
pode ser visualizada ao utilizar partículas com diâmetro de 0,15 a 0,30 mm (areia 
fina), pois o consumo aumenta para 300 l/m³ de agregado, considerando já uma 
superfície específica média de 26.670 m²/m³. 
4.6 Análise mineralógica 
São inúmeros os benefícios para uma obra de engenharia civil realizar 
análise mineralógica dos agregados, por exemplo, conseguir identificar a 
presença de minerais deletérios, propriedades físico-químicas dependentes da 
composição mineralógica e, também, identificar o estado de alteração e 
durabilidade. 
Quando se fala em substâncias deletérias estão inclusas impurezas 
orgânicas, finos argilosos, torrões de argila e partículas friáveis, material 
pulverulento e partículas reativas. Para a determinação de cada substância 
nociva são seguidas normativas. 
• Impurezas orgânicas: identificar a presença de compostos orgânicos 
nocivos em areias a serem utilizadas em argamassas e concretos de 
cimento Portland ou betuminoso, por meio dos ensaios previstos nas 
normas NBR NM 49 (ABNT, 2001) e a ME 055 (DNIT, 1995). 
• Finos argilosos: identificar a presença de finos argilosos nos agregados 
miúdos utilizados em concreto betuminoso ou argamassas asfálticas, por 
meio da norma rodoviária ME 054 (DNIT, 1997). 
• Torrões de argila e partículas friáveis: identificar tais substâncias por meio 
dos ensaios especificados na norma NBR 7.218 (ABNT, 2010). 
• Material pulverulento: a partir das normas NBR 16.973 (ABNT, 2021) e 
ME 266 (DNIT, 1997), é possível identificar os materiais pulverulentos que 
são constituídos por partículas minerais com dimensões inferiores a 0,075 
mm. 
• Partículas reativas: o ensaio para a determinação de sais, cloretos e 
sulfatos solúveis nos agregados é estabelecido na norma NBR 9.917 
(ABNT, 2009). 
TEMA 5 – MISTURA DE PARTÍCULAS DE VÁRIOS TAMANHOS 
 
 
17 
Dependendo da obra que será executada precisará utilizar partículas de 
tamanhos uniformes ou partículas de várias dimensões. Por exemplo, para 
facilitar o fluxo de água por meio de uma camada granular, na área de drenagem, 
recomenda-se utilizar agregados granulares com tamanhos uniformes. Já os 
agregados para compor um aterro, base rodoviária ou um concreto, recomenda-
se não apresentar todos os mesmos tamanhos, pois partículas de mesmo 
tamanho irão formar vazios internos, dessa forma apresentará baixa estabilidade 
e uma redução de resistência aos esforços solicitantes (Beja; Palmeira; Farias, 
2017). 
Diante da relevância sobre o assunto, nos próximos itens serão 
abordados granulometria, curvas granulométricas e os índices físicos. 
5.1 Granulometria 
Chama-se de análise granulométrica a área que estuda a distribuição dos 
tamanhos de grãos, ou seja, a distribuição granulométrica. Tal distribuição 
fornece a porcentagem relativa das massas dos grãos de tamanhos em 
diferentes faixas granulométricas, em relação ao peso total da amostra. 
 Existem alguns métodos para medir o tamanho das partículas, dentre 
eles estão a medição direta por meio da utilização da trena em fragmentos 
maiores que 750 mm; o processo de peneiramento é empregado em agregados 
graúdos e miúdos e a sedimentação é utilizada para a determinação indireta da 
dimensão das partículas finas, inferiores a 0,075 mm. 
As distribuições granulométricas seguem normativas, por exemplo, a 
determinação da distribuição dos grãos por peneiramento de agregados para 
concreto segue a norma NBR NM 248 (ABNT, 2003), que divide as peneiras em 
série normal e intermediária. A série normal é composta por peneiras com 
aberturas: 75 mm; 37,5 mm; 19 mm; 9,5 mm; 4,75 mm; 2,4 mm; 1,2 mm; 0,6 mm; 
0,3 mm e 0,15 mm. Já nas intermediárias as aberturas são as seguintes: 63 mm; 
50 mm; 31,5 mm; 25 mm; 12,5 mm e 6,3 mm. 
Na área rodoviária, os laboratórios de pavimentação utilizam as normas 
ME 051(DNIT, 1994) e ME 080 (DNIT, 1994) para fazer a análise granulométrica. 
As aberturas das peneiras utilizadas são: 50,8 mm; 38,1 mm; 25,4 mm; 19,1 mm; 
9,5 mm; 4,75 mm; 2,09 mm; 0,42 mm; 0,15 mm e 0,075 mm. 
5.2 Curvas granulométricas 
 
 
18 
É por meio da representação gráfica das curvas granulométricas que se 
pode representar as porcentagens acumuladas passantes, no eixo das 
ordenadas (y), e o diâmetro dos grãos em escala logarítmica no eixo das 
abscissas (x), como pode ser visualizado na Figura 3. 
Figura 3 – Curvas granulométricas 
 
Fonte: Barros; Silva, 2018. 
Existem curvas que representam uma distribuição contínua - bem 
graduada; descontínua e uniforme, como pode ser visualizado na Figura 3. A 
curva é caracterizada como contínua – bem graduada - quando apresenta 
partículas de todos os diâmetros intermediários, compreendendo desde um valor 
mínimo (d0) até um valor máximo (D), tendo a forma de uma curva “S” suave e 
alongada na horizontal. Uma curva é descontínua quando falta alguma fração 
intermediária, sendo representada na curva por um patamar horizontal. Uma 
curva é considerada uniforme quandoa maior parte dos grãos fazem parte de 
apenas uma fração granulométrica (d0 ≈0,5D). A apresentação da curva uniforme 
é bem parecida com o formato de uma integral ʃ. 
Após plotados os valores no gráfico e identificado que tipo de curva 
granulométrica está sendo utilizada, é importante saber interpretar alguns termos 
importantes (Beja; Palmeira; Farias, 2017). 
• Módulo de finura: é a soma das porcentagens retidas acumuladas nas 
peneiras da série normal, dividida por 100. Quanto mais grosso for o 
agregado, maior o módulo de finura da curva. 
• Dimensão máxima característica: é a abertura nominal (mm) da malha da 
peneira, a série normal ou intermediária, em que o agregado apresenta 
um percentual retido acumulado igual ou inferior a 5% em massa. 
 
 
19 
• Diâmetro efetivo (d10): é caracterizado como o diâmetro da peneira, no 
qual a percentagem passante acumulada é de 10%. 
• Diâmetro médio (d50): é caracterizado como o diâmetro da peneira, no 
qual a percentagem passante acumulada é de 50%. 
• Coeficiente de uniformidade (Cu): é uma relação (Cu=d60/d10) que 
expressa o alongamento horizontal da curva granulométrica e, assim, a 
não uniformidade da curva. 
• Coeficiente de curvatura (Cc): tal coeficiente (Cc= (d30)² / (d10 x d60) 
identifica melhor o formato da curva granulométrica. Tal valor é utilizado 
juntamente com o Cu para definir se o material é bem graduado ou mal 
graduado. 
5.3 Índices físicos 
Os conceitos físicos de massa específica, porosidade, absorção e 
umidade aplicados no agregado de maneira individual são os mesmos para 
serem empregados em um conjunto de partículas de diferentes dimensões. No 
entanto, segundo Beja, Palmeira e Farias (2017), “para um conjunto de 
partículas, os valores destas propriedades refletirão uma espécie de média das 
propriedades dos diversos fragmentos individuais”. Diante dessa ideia, em certas 
ocasiões os valores dos agregados miúdos prevalecerão e, em outras situações, 
os valores dos agregados graúdos. 
5.3.1 Massa específica 
A determinação da massa específica dos grãos (real) de uma mistura de 
agregados é muito utilizada para a execução de concretos betuminosos. A 
fórmula utilizada está descrita a seguir. 
𝛾𝑚 = 
1
𝑝1
𝛾1 +
𝑝2
𝛾2 + 𝐾 +
𝑝𝑛
𝛾𝑛
 
Onde, 
𝛾𝑚= massa específica de uma mistura de partículas de agregados 
𝛾𝑛=massa específica de cada fração individual 
𝑝𝑛=percentagem retida de cada fração individual 
𝐾=módulo de riqueza (depende do tipo de concreto asfáltico) 
 
 
20 
Outro índice físico importante de ser determinado no conjunto de 
agregados é a massa unitária, também chamada de massa específica aparente 
dos agregados. A equação para a sua determinação está descrita a seguir. 
𝛾𝑎 =
𝑀
𝑉
 
Onde, 
𝛾𝑎= massa específica aparente 
𝑀=massa do conjunto de agregados 
𝑉=volume ocupado pelos agregados 
Segue-se a norma NBR 16.972 (ABNT, 2021) para a determinação da 
massa unitária em laboratório, já em campo segue-se a norma ME 092 (DNIT, 
1994). 
5.3.2 Porosidade e índices de vazios 
É por meio da porosidade e do índice de vazios que é possível determinar 
a quantidade de vazios relativa num dado volume de agregados. As fórmulas 
que podem ser utilizadas para a determinação desses índices estão a seguir. 
𝑛 =
𝑉𝑣
𝑉
 ; 𝑒 =
𝑉𝑣
𝑉𝑠
 ; 𝑛 =
𝑒
1 + 𝑒
 
Onde, 
𝑛= porosidade 
𝑉𝑣=volume ocupado pelos vazios 
𝑉=volume ocupado por toda a amostra de agregado 
𝑉𝑠=volume ocupado apenas pelas partículas sólidas de agregados 
𝑒= índice de vazios 
5.3.3 Absorção e teor de umidade 
A absorção é um índice físico que mede a quantidade de água no 
agregado ou mistura em condição saturada seca superficialmente (SSS). Tal 
medida para a mistura de partículas se dá pela média ponderada das absorções 
referente a cada fração, conforme pode ser visualizado na fórmula a seguir. 
𝑎 =
1
100
 𝑥 (𝑝1𝑎1 + 𝑝2𝑎2 + 𝐾 + 𝑝𝑛𝑎𝑛) 
Onde, 
𝑎= absorção 
𝑝𝑛= percentagem retida para cada fração individual 
 
 
21 
𝑎𝑛=absorção de cada fração individual 
𝐾= módulo de riqueza (depende do tipo de concreto) 
O teor de umidade é um índice físico que mede a quantidade de água na 
condição real. Tal índice é determinado pensando-se a mistura de agregado no 
estado úmido e depois no estado seco após 24 horas em estufa. A fórmula para 
encontrar esse índice está apresentada a seguir. 
𝑤 =
𝑀𝑢 − 𝑀𝑠
𝑀𝑠
𝑥100 
Onde, 
𝑤= teor de umidade 
𝑀𝑢=massa do agregado no estado úmido 
𝑀𝑠=massa do agregado no estado seco 
Para a determinação dessas grandezas recomenda-se seguir as 
seguintes normativas. 
• NBR 16.917 (ABNT, 2021) e ME 196 (DNIT, 1998): para agregados 
graúdos. 
• NBR 9.775 (ABNT, 2011): para agregados miúdos. 
• ME 213 (DNIT, 1994): para solos. 
5.3.4 Superfície específica do conjunto de partículas 
Para a determinação da superfície específica do conjunto de partículas é 
preciso fazer uma média ponderada das superfícies específicas para cada fração 
granulométrica. A fórmula para encontrar tal grandeza está descrita a seguir. 
𝑆𝑒 =
1
100
𝑥(𝑝1𝑆𝑒1 + 𝑝2𝑆𝑒2 + 𝐾 + 𝑝𝑛𝑆𝑒𝑛) 
Onde, 
𝑆𝑒= superfície específica do conjunto de partículas 
𝑝𝑛= percentagem retida para cada fração individual 
𝑆𝑒𝑛= superfície específica de cada fração individual 
Importante entender que a 𝑆𝑒 influencia diretamente o fator água/cimento 
em concretos hidráulicos, já o teor de ligante asfáltico afeta diretamente os 
concretos betuminosos. O teor de ligante é estimado com base na seguinte 
fórmula. 
𝑝𝐶𝐴𝑃 = 𝐾 𝑥 𝑆𝑒0,2 
Onde, 
 
 
22 
𝑝𝐶𝐴𝑃= percentagem de ligante em relação ao peso da mistura de 
agregados 
𝐾= módulo de riqueza (depende do tipo de concreto asfáltico) 
𝑆𝑒= superfície específica do conjunto de partículas 
5.3.5 Compactação e compacidade 
Importante entender neste item que a densidade relativa de uma mistura 
pode ser aumentada por meio da compactação mecânica. Existem diversas 
formas de realizar tal compactação, por exemplo, em agregados miúdos é feita 
por impacto, esmagamento ou vibração por meio de rolos compactadores ou 
outros equipamentos disponíveis e apropriados em campo. Considerando o 
ambiente de laboratório, o processo de compactação é realizado por impacto, 
por meio de um pistão com uma massa padrão que cai de uma determinada 
altura diversas vezes sobre uma amostra. O adensamento realizado em concreto 
de cimento Portland é feito por meio de vibração. 
Com relação à determinação da compacidade, pode ser obtida por meio 
da comparação entre o estado atual com os estados extremos quando a mistura 
estiver no seu estado mais fofo ou mais denso. 
As normas para a determinação desses índices físicos são: 
• ME 162 (DNIT, 1994); 
• ME 164 (DNIT, 2013); e 
• ME 092 (DNIT, 1994). 
FINALIZANDO 
Iniciou-se os estudos a partir do conhecimento sobre a classificação geral 
dos agregados, pois é de extrema relevância saber sobre as origens das rochas, 
as quais serão responsáveis pela obtenção dos agregados. As características 
das rochas-mães influenciarão nas propriedades dos agregados. Também foram 
abordados os vários tipos de tamanho dos agregados, que se subdividem em 
agregado graúdo, miúdo, fino e materiais pulverulentos. 
Foi abordado nesta etapa sobre a amostragem e a aderência dos 
agregados. Os diversos ensaios que precisam ser realizados com os agregados 
devem ser feitos com amostras, as quais passam a ter um caráter representativo. 
 
 
23 
Com relação à aderência entre os agregados e a pasta de cimento, foi 
compreendido que é um fator muito importante para dar resistência ao concreto. 
Outro tópico que foi estudado é sobre as características dos agregados, 
as quais dependem de alguns fatores, tais como a porosidade, composição 
química e mineralógica, condições prévias e de fabricação. 
Dentro do assunto: misturas de partículas de vários tamanhos - foi 
aprendido sobre a importância do conhecimentoda curva granulométrica do 
agregado, tanto graúdo quanto miúdo, pois a partir dele é possível realizar a 
dosagem dos concretos e argamassas, influenciando diretamente na quantidade 
de água a ser adicionada, na resistência e na trabalhabilidade do concreto, 
constituindo-se em fator responsável pela obtenção de um concreto econômico. 
Também foram abordadas as fórmulas utilizadas para determinação dos índices 
físicos para um conjunto de partículas que, segundo os autores Beja, Palmeira 
e Farias (2017), “os valores destas propriedades refletirão uma espécie de média 
das propriedades dos diversos fragmentos individuais”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
REFERÊNCIAS 
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2022. 
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ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5.564: via férrea - lastro 
ferroviário - requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2021. 
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peneiras de ensaio - requisitos técnicos e verificação Parte 1: peneiras de ensaio 
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ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16.973: agregados - 
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Desenvolvimento Tecnológico. ME 051: solos- análise granulométrica. Rio de 
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Desenvolvimento Tecnológico. ME 080: solos – análise granulométrica por 
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Desenvolvimento Tecnológico. ME 162: solos - ensaio de compactação 
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Desenvolvimento Tecnológico. ME 195: agregados – determinação da absorção 
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DEPARTAMENTO Nacional de Estradas de Rodagem Diretoria de 
Desenvolvimento Tecnológico. ME 213: solos – determinação do teor de 
umidade. Rio de Janeiro, 1994. 
 
 
27 
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Desenvolvimento Tecnológico. ME 266: agregados – determinação do teor de 
materiais pulverulentos. Rio de Janeiro, 1997. 
DEPARTAMENTO Nacional de Estradas de Rodagem Diretoria de 
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