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W B A 0 5 6 0 _ V 1 .0 Tratamentos pré e pós-operatórios nas cirurgias plásticas Tema 02 – DINÂMICA DO REPARO TECIDUAL Bloco 1 Ana Carla Comune de Oliveira W B A 0 5 6 0 _ V 1 .0 Objetivos • Conhecer a dinâmica do processo de reparo tecidual; • Conhecer as fases e características de cada fase do reparo tecidual; • Conhecer as principias células envolvidas no reparo tecidual; • Conhecer os fatores que influenciam o reparo tecidual. Introdução • Transições biológicas verificadas durante a reparação tecidual, - a fase inflamatória, a fase proliferativa e a fase de remodelagem. • Na divisão do processo de reparo - aspectos macroscópicos e histológicos característicos de cada fase. Introdução • Dessa forma, torna-se secundário o fato de que as características assumidas pela lesão, ao longo de sua evolução, resultam da sucessão ou sobreposição de eventos celulares e tissulares resultantes da ativação celular por mediadores químicos. Introdução • O trauma e a inflamação aguda (primeira resposta do organismo à agressão) causam morte celular. • A reparação tecidual constitui basicamente de regeneração das células especializadas (quando possível) formação de tecido de granulação; e reconstrução do tecido. Introdução • O resultado final vai depender do tipo de tecido lesado e da extensão da lesão. • A agressão, mesmo que controlada durante a cirurgia, pode levar a alterações funcionais dos tecidos envolvidos prejudicando a reparação tecidual. Reparo tecidual • O trauma mecânico provocado pela intervenção cirúrgica é um mecanismo de lesão celular, e a resposta do organismo a esta agressão é a reação inflamatória aguda. • A inflamação crônica é menos uniforme e seu curso e aspectos histológicos não serão abordados nesse tema, pois ela se dá pela persistência de uma inflamação aguda. Reparo tecidual • O processo de reparo tecidual envolve basicamente: regeneração de células especializadas através da proliferação de células integras (quando possível); a formação de tecido de granulação; a reconstituição do tecido. Reparo tecidual • Dividido em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelagem. • A resposta inicial ocorre na seguinte ordem: sangramento, coagulação, multiplicação celular, angiogênese, epitelização e síntese de matriz. Reparo tecidual • Após a lesão inicial, ocorre uma fase inflamatória cujo objetivo é remover o tecido desvitalizado e impedir a infecção invasiva. Reparo tecidual • A fase proliferativa responsável pela regeneração do tecido propriamente. • A fase de remodelagem, considerada a mais longa e menos compreendida até o momento. Seu objetivo é maximizar a força e a integridade estrutural da ferida. Fase proliferativa • Fase na qual há um equilíbrio entre formação cicatricial e regeneração tecidual. • Predomínio da formação cicatricial. Fase inflamatória • Tem início imediatamente após o trauma. • Tem por objetivos principais: a remoção de tecido lesado e desvitalizado; a restauração dos mecanismos de defesa locais; a sinalização para o prosseguimento das fases seguintes. Fase inflamatória • A inflamação presente no processo de reparação tecidual é uma reação de defesa do local, em geral, restrita à área sujeita a agressão de agentes lesivos. • Cirurgias plásticas, o agente agressor, ou seja, o mecanismo de lesão é o trauma mecânico causado pelo instrumental cirúrgico. Fase inflamatória • Principais células envolvidas nessa fase são as plaquetas e os macrófagos. Fase inflamatória - Plaquetas • A agregação e degranulação das plaquetas com liberação de diversos fatores de crescimento, juntamente com os mediadores inflamatórios das células lesadas no trauma são os sinais que iniciam o processo inflamatório, criando um gradiente quimiotáxico para atração e migração de células inflamatórias, além de provocarem vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular no local. Fase inflamatória - Células • As primeiras células inflamatórias a responder e adentrar o sítio são os neutrófilos seguidos dos monócitos. • Os neutrófilos atingem seu pico populacional entre 24 e 48 horas e, então, decaem rapidamente. Fase inflamatória - Células Realizam duas importantes ações: a limpeza do local, com remoção de tecido lesado, partículas exógenas e bactérias; a liberação de mediadores para amplificar o processo e atrair mais células inflamatórias. Fase inflamatória - Células • Monócitos, que se diferenciam em macrófagos ativos, atingindo pico populacional em 48 a 72 horas e permanecendo por semanas. Fase inflamatória - Células • Eles são atraídos por vários fatores e, além da ação de fagocitose, desempenham a função de verdadeiros maestros do processo cicatricial ao produzirem diversas citocinas e fatores de crescimento que estimulam a angiogênese, a reepitelização, a migração e multiplicação de fibroblastos e a produção de colágeno, além de manterem o processo inflamatório local. Fase inflamatória - Células • Ao contrário dos neutrófilos, a ausência dos macrófagos tem graves consequências no processo de cicatrização de feridas. Fase inflamatória – Fatores de crescimento • Os fatores de crescimento são importantes durante a cicatrização da ferida. • Todos eles são alvos potenciais no desenvolvimento de produtos terapêuticos que ampliem ou bloqueiem sua ação e acelerem a cicatrização ou reduzam a formação de cicatriz. Resposta inflamatória 1. Vasoconstrição das arteríolas no local da lesão, durando de segundo a minutos; 2. Vasodilatação das arteríolas pré- capilares, aumentando o fluxo sanguínea, ocasionando a hiperemia e aquecimento no local; Resposta inflamatória 3. Aumento da permeabilidade capilar resultando em extravasamento de fluidos de dentro do vaso para o meio extravascular, gerando o edema. W B A 0 5 6 0 _ V 1 .0 Tratamentos pré e pós-operatórios nas cirurgias plásticas Tema 02 – DINÂMICA DO REPARO TECIDUAL Bloco 1 Ana Carla Comune de Oliveira Fase proliferativa • Ocorre entre o 4o e o 21o dia após a lesão. • Os principais objetivos dessa fase são: restauração da cobertura epidérmica; produção da MEC; contração da ferida; angiogênesse. Fase proliferativa - Células • Fibroblastos. • Macrófagos. • Queratinócitos. • Células endoteliais. Fase proliferativa – Células – Fibroblastos • A migração e a proliferação dos fibroblastos são estimuladas por substancias liberadas pelos macrófagos. Fase proliferativa – Células – Fibroblastos • Após migrarem para o local da lesão, os fibroblastos produzem grandes quantidades de colágeno, proteoglicanos e outras proteínas da MEC, e participam na contração da ferida. • São responsáveis por formar o tecido de granulação e a reconstituição da MEC. Fase proliferativa – Formação de colágeno • Tem início em 3 a 5 dias e atinge seu pico em torno de 21 dias; • A partir de então, entra em equilíbrio com a degradação; • A proporção entre colágenos I e III está alterada nessa fase, quando então o colágeno tipo III alcança 30%, observando clinicamente nessa fase a elevação ou hipertrofia transitória da cicatriz. Fase proliferativa - Angiogênese • Neovascularização. • Formação de novos vasos. • Este mecanismo é de extrema importância, pois é responsável por levar fluxo sanguíneo à ferida, facilitando a chegada de células inflamatórias ao local. Fase proliferativa - Queratinócitos • Os queratinócitos das bordas se diferenciam morfologicamente e passam a migrar em direção à borda oposta através da MEC provisória, dividindo-a em uma porção superior – que será a crosta – e outra inferior – que será transformada em tecido de granulação ao longo da fase proliferativa. Fase de remodelamento • Fase final da inflamação; • Evoluçãoda cicatriz, e acredita-se que em seres humanos, pode durar de 21 dias até 1 ano; Fase de remodelamento • Ferida preenchida por tecido de granulação; • Migração dos queratinócitos, tenha se reeptalizado, inicia-se a fase de remodelagem da ferida; • Esta fase caracteriza-se tanto pela contração da ferida quanto pela remodelagem do colágeno; Fase de remodelamento • O colágeno de tipo III, ao longo dos meses seguintes, substituído por colágeno do tipo I; • A força tênsil da ferida em cicatrização melhora lentamente durante esse processo; Fase de remodelamento • Na terceira semana, início da fase de remodelagem, as feridas apresentam apenas aproximadamente 20% da força tênsil da pele íntegra e, ao final, possuirão 70% da força tênsil da pele íntegra. Fatores que influenciam o reparo tecidual • Negativamente: resposta inflamatória inadequada; incapacidade de promover a formação de novas células ou de componentes da cicatriz em quantidade e qualidade. Fatores que influenciam o reparo tecidual • Alguns destes fatores chamados de locais, são: Infecção; fluxo sanguíneo e nutrição inadequada; estresses exercidos sob a ferida. Fatores que influenciam o reparo tecidual • Idade (quanto mais jovem, mais rápido a cicatrização); • Temperatura (pequenos aumentos de temperatura estimulam a vasodilatação proporcionando melhor irrigação); • Álcool (destrói o tecido em neoformação); Fatores que influenciam o reparo tecidual • Corticóides (doses elevadas e prolongadas retardam a cicatrização); • Deficiência de vitamina C; • Hormônios androgênicos e do crescimento (alto poder anabólico sobre as proteínas, proliferando tecido conjuntivo).