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GESTÃO DE MARCAS Me. Henrique Cesar Nanni GUIA DA DISCIPLINA 1 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Os fatores relacionados a valorização da marca e seus produtos e serviços, são ativos cada vez mais importantes nas organizações. A grande variedade de produtos oferecidos pelas empresas faz com que seus consumidores e usuários tenham um leque muito amplo para escolha. No entanto, fazer escolhas assertivas leva tempo e muita análise, consequentemente, insegurança na aquisição. Neste sentido, empresas e indivíduos estão escolhendo produtos e serviços baseados na qualidade oferecida e principalmente pelas empresas mais conhecidas. Com isso, simplifica o processo de decisão, reduzindo riscos. Investir na formação de marcas fortes, passa a ser uma estratégia muito viável as empresas. Para isso, precisa manter a qualidade, cumprir o que prometem, aprimorar a força da marca ao longo do tempo. É neste sentido, que a gestão da marca se tem consolidado nas empresas. Afinal, a proposta de uma boa gestão da marca é atingir seus consumidores de forma positiva. Para isso, é importante investir tempo e pesquisa a elaboração das estratégias para o planejamento, implementação e indicadores de avaliação de resultados com foco no branding (gestão da marca). O termo branding é definido como sendo um conjunto de atividades para otimizar a gestão da marca e torná-la mais competitiva. No prefácio de um dos livros de Keller, está escrito que “branding não é ciência de foguetes”. O autor quis dizer que “branding” é mais arte que ciência, pois tem fatores de criatividade e originalidade. Então não é receita exata. O sucesso depende das ações assertivas e aceitabilidade por parte do público-alvo. Ou seja, uma boa “gestão da marca” tem o objetivo de melhorar as chances de sucesso, não a garantia de resultados positivos. Quando olhamos para o Brasil, o cenário é ainda mais complicado, pois a concorrência global vem desafiando nossos empreendedores a criarem ações diferenciadas e mais competitivas. 2 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE MARCA E GESTÃO DE MARCAS Falar sobre definições de marcas não é tarefa fácil. Afinal, quando se trata de comunicação, estamos nos deparando com novos conceitos diariamente. Com o avanço tecnológico, internet e o surgimentos de redes sociais, principalmente pelo marketing digital, as definições são as mais variadas, causadas pela quantidade de cargos e funções que foram criados para atender a demanda de mercado. O branding (gestão de marca) é uma dessas definições surgidas no século passado. A proposta é ampliar o conhecimento sobre a gestão de marca (construção da marca), seja nos canais digitais, quanto nos físicos. Apesar de alguns pensadores, consideram a inserção das marcas na internet, utilizando como conceito “presença digital” ou “experiência de marca online”. Objetivo Entender os conceitos e definições sobre branding - gestão de marca, marca, logos e logotipos, registro e proposta de valor da marca. Introdução Muitas empresas têm nomes fortes no mercado. São facilmente reconhecidas e citadas pelos consumidores, sobre seus produtos e serviços. Esse fato não acontece facilmente. Existe por traz disso, uma gestão de marca muito forte pelos profissionais de marketing. Contudo, é normal confundir “branding com marca”. Neste capítulo veremos que a marca envolve a experiência passada aos clientes, quanto aos valores, percepções, englobando todos os cinco sentidos. Já o branding envolve um conjunto de estratégias que contribuem para potencializar esses sentidos. Ou seja, o branding é a percepção que os clientes têm em relação à marca, e não, necessariamente o que você gostaria que ela fosse (CONSOLO, 2015). 1.1. História da marca A história da marca de uma empresa é muito mais do que um conteúdo ou narrativa. Não é a história em si, mas, o que ela representa na mente do consumidor. Envolve os fatos, sentimentos e interpretações. A história deve representar cada elemento do negócio, 3 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância o que a empresa faz, posicionamento, marca, cor, colaboradores e seus stakeholders, faz parte da história. Porém, cada parte deve representar a verdade para ser perceptivo ao seu público potencial. “Se você não tem uma história, você é só outra mercadoria” (FREITAS, 2017). Criar uma história não é só se destacar e buscar visibilidade para ser reconhecido. A premissa é construir uma imagem em que as pessoas se importem com a empresa e queiram adquirir seus produtos. Ou seja, a proposta de valor do produto deve ir além da utilidade e funcionalidade, mas, também, criar lealdade e laços de relacionamento duradouros. “Sua história é a fundação da sua marca e uma estratégia de crescimento futuro” (FREITAS, 2017). A marca ou Brand (marca em inglês) deriva de “brandr” (ação de gravar o gado com ferro quente). Usava-se esse método para atestar a origem do produto. Com o tempo, passou para gravações em objetos e transformou-se em um conjunto de símbolos de identificação comercial que influencia desejos e hábitos de consumo. Assim, surgiu as marcas (necessidade em gravar a origem dos produtos - procedência) (FREITAS, 2017). No início a marca eram de desenhos de peixe, estrela, cruz ou outras referências, provenientes do ocidente e do oriente. Até os pedreiros e artesãos assinalavam as suas peças com sinais que os identificassem. Porém, os primeiros estabelecimentos comerciais, colocavam cartazes e gravuras para indicar seus produtos. No entanto, por serem locais, a marca não se propagava para outros lugares. As primeiras marcas a cruzarem longas distância foram de reinos e governos “flor-de-lis e águia do império austro Húngaro” (FREITAS, 2017). Freitas (2017) cita que na Idade Média, o uso de marcas para os produtos, passou a ter um “sentido prático” e indicar um sistema de controle de quantidade e de produção, proporcionando as primeiras “trademark” (marcas de comércio). Mas, só no século XI teve um sentido comercial, ligando a marca entre a origem e o destinatário. Nos séculos XVII e XVIII, na Europa, ocorreu a compreensão e expansão do uso de marcas com peças de porcelana, tapeçaria e mobílias que indicavam qualidade de fabricação. Nesta época surgiu as normas que controlavam a utilização correta das verdadeiras marcas, evitando os primeiros “plágios”. Mas, foi na Revolução Industrial (produção em escala e distribuição) que surgiu os primeiros cartazes publicitários e criativos para expor as marcas que estavam 4 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância sendo oferecidas para o público. Só depois da segunda guerra e com a chegada de novos produtos e a expansão do sistema de comunicação em massa, que foi-se percebendo que as marcas poderiam ter um valor econômico simbólico nas práticas sociais. Ribeiro (2021) cita que a marca é uma representação gráfica com a finalidade comercial. Um símbolo que pode ser atribuída a uma personalidade para construir relacionamentos com o público. Por isso, a preocupação em registrar uma marca, definir o seu posicionamento e gerir o seu desempenho no mercado, pois a marca tem valor (brand equity). A proposta é associá-la a propriedades intangíveis que as diferenciam de outras na mente dos consumidores. Algumas marcas têm o poder de mudar hábitos, criar modas, influenciar fluxos financeiros, além de seus atributos físicos percebidos em seus produtos e serviços. Assim elas podem evocar emoções e atender necessidades, preenchendo vazios individuais e coletivos (FREITAS, 2017). 1.2. Conceitos de Brand e Brand Equity Para Sampaio (2002, p. 176) o conceito de branding está relacionadoa criação de novos mercados, quando uma nova categoria é criada. O autor não o considera para mercados já existentes, ou seja, uma nova marca é como uma nova espécie. “branding é um conjunto das tarefas de marketing e de comunicação destinadas a otimizar a gestão das marcas”. O branding envolve vários fatores positivos, que quando bem entendido e praticado de forma assertiva, minimiza as ações nocivas da concorrência e otimiza as ações da empresa. O branding envolve atividades como design, legislação, pesquisa, avaliação financeira e indicadores de resultados, posicionamento e todas as formas de comunicação. É uma proposta de comprometimento e visão a longo prazo (KELLER e MACHADO, 2006). A proposta de um programa de branding é atingir primeiramente a mente dos consumidores e não mercado para o produto ou serviço, “o mercado segue a mente”. Diante desta proposta que surge o conceito “Brand Equity” ou também valor agregado a marca (SAMPAIO, 2002). 5 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Brand equity é o resultado do branding. Ou seja, ele se refere ao valor agregado a um produto ou serviço, graças à força que a marca conquistou no mercado (proposta de valor agregada ao produto/serviços e percebida pelo cliente). Conceitos e definições de brand equity (KELLER e MACHADO, 2006): “Conjunto de ativos e obrigações vinculados a uma marca, seu nome e símbolo, que são somados ou subtraídos do valor proporcionado por um produto ou serviço a uma empresa e/ou aos clientes dessa empresa” (David Aeker). “Conjunto de ativos e obrigações vinculadas a uma marca consegue transferir par a oferta (produto ou serviço) da empresa. Ele é representado por todas as associações positivas (funcionais e emocionais) relacionadas à marca e confere o grau de prestígio e distinção que a oferta pode alcançar no mercado” (Francisco Serralvo). “Valor adicional da marca sob o prisma do consumidor e da empresa que a possui para diferenciar seus produtos e serviços e a própria organização (instituição, pessoa e ideia) Para que consumidor, é o quanto ele se dispõe a pagar a mais devido a sínteses da experiência positiva de valor que a marcas lhe assegura – com base no seu (dela) passado e na perspectiva do futuro. Para organização é a somatória do valor de sua franquia no mercado, ou seja, a multiplicação de quantas pessoas a preferem e de quanto cada uma está disposta a pagar adicionalmente aos custos de um bem ou serviço pelo que ela representa em seu universo de consumo” (Rafael Sampaio). A marca não é só um valor monetário, é tudo que o consumidor considera como proposta de valor agregado. Assim, seu comportamento a marca, compromete-se com sua própria história e do seu comportamento de compra. O valor da marca é o que a empresa conseguiu converter com seus esforços em ganho na percepção de seus clientes, com base em um conjunto de atributos existentes e oferecidos (RIBEIRO, 2021). É incontestável que branding se trata de criar diferenciais. E tais diferenciais podem ser criados de muitas maneiras diferentes e são percebidas pelos clientes de várias formas. Com base nesses valores é que o profissional de marketing cria suas estratégias (OLIVEIRA, 2021). 1.3. Conceitos e definições sobre Marcas A marca existe para identificar e diferenciar os bens de um fabricante de outros. A palavra “marca” ou “brand” em inglês é derivada do nórdico (relativo aos países do Norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) ou o que é seu natural ou habitante) que significa “queimar”. A origem são as marcas feitas em fogo nos gados, que até os dias atuais são utilizadas para marcar os animais (KELLER e MACHADO, 2006). 6 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Quadro 01 – O que é Marca? Marca é a representação simbólica de uma entidade. É uma forma imediata de identificação. Um sinal de presença. É um sinal distintivo, visual e perceptivo. Sua finalidade é para distinguir produtos e serviços de outros existentes. Uma vez registrada, passa a ser de uso exclusivo do seu proprietário. Pode agregar valor ao produto e serviço. Fonte: Keller e Machado, 2006 Pastore (2018) cita que etimologicamente (origem) o verbo “brandr” (marca) cujo significado era “queimar” no idioma escandinavos, originou-se o termo em inglês “brand”, fazendo referência a marca. Ou seja, tem a ver com a marca em bois feitas com ferro, muito utilizados até hoje. De modo geral, para as empresas, marcas são ativos que devem gerar retorno, pois esses investem para alcançar posições de destaque junto aos seus consumidores. Normalmente, “são elementos capazes de proporcionar felicidade, autoestima, autorrealização, segurança e diversos outros sentimentos e sensações” A representação gráfica apresentada pelo logo e identidade visual, denomina-se marca. Compreende o símbolo, o logotipo, as emoções e as cores. De um ponto de vista geral, a marca pode ser conceituada como a conexão entre uma empresa, sua missão, valores, visão, com os consumidores. Além disso deve prevalecer os benefícios, atributos, valores, personalidade, cultura e usuário (KOTLER, 1999). Segundo a American Marketing Association (AMA), “marca é um nome, termo, símbolo, desenho ou uma combinação desses elementos que deve identificar os bens ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores e diferenciá-los dos da concorrência”. Ou seja, toda criação de um nome, logotipo ou símbolo para um produto ou empresa, cria- se uma marca. Contudo, a marca é potencializada pelo conhecimento, reputação e proeminência no mercado. Porém, isso não é fácil de ser definido, pois existem divergências entre os princípios e diretrizes na construção da marca e o que se quer dizer com “marca”. A marca pode ter vários elementos como definição (nome, logotipo, símbolo, desenho e ou atributos) e outra variedade de estratégias para promover a marca, como em alguns casos, o nome da empresa estar diretamente relacionados aos produtos (ex: General Eletric e a Hewwlett Packard). Já, em outros casos o nome do produto não está 7 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância relacionado com o nome da empresa Proctor & Gamble e suas marcas Ariel, Ace e Pantene, ou da Unilever com as marcas Omo, Doriana, Dove etc. Tem outras empresas utilizando suas próprias marcas como estratégia de negócios como a Riachuelo, C&A e algumas redes de supermercados varejistas (AMA). Cobra (1992; p.323), conceitua a marca como "a arte de configurar a imagem da empresa e o valor do produto em cada segmento de mercado, de forma que os clientes possam entender e apreciar o que a empresa proporciona em relação à concorrência". Quando falamos sobre logo, pensamos em imagens cheiros de detalhes, porém, as mais comuns e simples, são mais fáceis de manter em nossas mentes “serem recordadas”. Vamos definir o que é cada palavra: a) Logos vem do grego, significa “conceito, significado”; b) Typos, significa “símbolo ou figura”; c) Logotipo significa “símbolo visível de um conceito”. d) Marca origina-se da palavra germânica “marka”, originaria do termo “logo.”; Logo: significa conceito/significado e Marca: origina-se do termo “logo”; assim, não faz sentido diferenciar “Logomarca de Logotipo”, pois é redundante. Ou seja, “significado do significado”. Assim sendo, o significado correto é logotipo. Com base em um conceito se constrói um logo e a partir disso cria-se um símbolo gráfico que é tipo. Apesar de terem o mesmo significado/finalidade, define-se como logotipo como forma alternativa da palavra logo. Assim, um logotipo é constituído pelo símbolo e pela tipografia. Torna-se a representação gráfica de uma empresa e pode ser definido como a imagem da marca. Ou seja, o logotipo é uma parte da marca, e osímbolo sozinho não é a marca, mas o conceito que a empresa deseja associar à sua marca. Simplificando, mas, sem querer confundir, muitos pensadores consideram “Logotipo não é Marca e Marca não é Logotipo”, pois, os “logotipos” em si, não são marcas. A marca são percepções advinda de experiências muito mais amplas. O logotipo faz parte disso, mas, não é o todo! pois, para a percepção da “marca” deve ser somado mais alguns 8 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância elementos para formar a identidade corporativa como um todo, as cores, a decoração dos pontos de venda, o atendimento e tudo que circunscreve, assim, é o contato do consumidor com a marca que irá formar a “percepção de valor da marca”, ou brand equity (ROCHA, 2013). Quadro 02 - O que é Logomarca/logotipo? Define-se como “logomarca-Logotipo” ou simplesmente logo, a representação gráfica do nome de uma empresa ou marca. É a identidade visual que tem como objetivo facilitar o seu reconhecimento. É como um código genético da empresa. É marcada pela sua cor, grafismo e forma. Tem como finalidade, criar um posicionamento na mente do consumidor. Parece confuso, porém, ao tentarmos deixar mais brasileiro os conceitos e significados, acabamos por costume, mencionar a palavra “logomarca”, quando na realidade deveríamos dizer logotipo. Fonte: Keller e Machado, 2006 Apesar da polemica entre as diferenças entre logomarca e logotipo, considera-se que o logotipo seja a forma escrita padronizada de uma marca, enquanto a logomarca é a junção do “nome-logotipo” com o “símbolo-marca’ (CONSOLO, 2015). 1.4. O que é uma Patente? Patente é a criação, invenção de um produto, serviços ou processos. A patente deve ser registrada no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual – INPI. O proprietário da patente passa a ter direito exclusivo sobre a invenção ou criação por prazo determinado. Quadro 03 – Patente de Invenções - PI A patente, confere exclusividade sobre produtos, ferramentas, procedimentos e processos, desde que seja apresentado toda documentação “não é um protótipo”. Porém, se o projeto não for executado em um prazo determinado, outros podem fazer uso da ideia. “ideias não podem ser patenteadas”. No Brasil, temos dois tipos de patentes: Invenção e modelo de utilidade. Ou seja, a invenção é totalmente nova ou houve melhoramento de algo existente. Em ambos, a proteção legal e por tempo determinada. Fonte: IPI – Leis e tipos de patentes Fonte: Fonte: Keller e Machado, 2006 Os requisitos para obter uma patente: a) Novidade: Não é possível patentear algo que já existe b) Atividade inventiva: grau de inovação. c) Aplicação Industrial: Passível de fabricação. d) Não impedimento: Moral, costumes, segurança e saúde (Lei n° 9.279/96). 9 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O invento de uma nova tecnologia, seja em produto ou processo, pode solicitar a patente. Se você fez inovações/melhorias no uso ou fabricação de objetos de uso prático, como utensílios e ferramentas, pode solicitar a patente. Assim, existe a Patente de Invenção (PI) ou Patente de Modelo de Utilidade (MU). Se você tiver interesse em patentear algo, pesquise no site do INPI, disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/patente e leia o Manual do usuário para peticionamento eletrônico. Acesse também a legislação sobre o tema. O processo pode ficar até 18 meses sem que o depositante solicite o exame ao INPI. É necessário pagar anuidades a partir do 24º mês de depósito do pedido e enquanto durar a vigência da patente. Além disso, existem outras despesas que irá depender de cada caso. Normalmente, a patente de invenção é válida por 20 anos a partir do depósito e o modelo de utilidade, por 15 anos (Site INPI). 1.5. O que é Registo? O registro de marca é para garantir o se uso exclusivo que identifique seu proprietário. O registro é feito por meio de um formulário preenchido on-line com as devidas documentações necessárias e entregue ao INPI. Já, a patente visa garantir o direito de propriedade exclusiva sobre a invenção ou modelo de utilidade. A patente e o registro de marca são exclusivos em todo Território Nacional. Uma vez obtido, impede que outros à utilizem. Assim, resumidamente a invenção é patenteada e a marca é registrada, mas, na verdade é o logotipo que é registrado e não a marca. Porém, tornou-se popular e até mesmo oficial o “registro de marcas” Registrar nomes comuns (genéricos ou descritivos), descumpre a Lei de Propriedade Industrial. Ou seja, não se obtém registro de palavras comuns (ex: carro, batom, perfume), para não prejudicar a concorrência. Porém, a Indústria farmacêutica tem conseguido registrar marcas comuns, combinando letras estilizadas, com desenhos e figuras. Outro fator é utilizar palavras juntas, porém, comuns “PortaPronta” que não podem ser 10 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância apropriadas a propriedade. Neste caso, pode-se conseguir registro como “marca mista”, mas, devem ser evitadas. 11 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. BRAND EQUITY – VALOR DE MARCA De forma bastante abrangente e sob uma perspectiva econômica, quando a marca é forte, a análise e tomada de decisão é mais rápida, reduzindo custos de busca de produtos. Essas ações são fundamentadas com base no que já se conhece sobre a marca, quanto à qualidade, características do produto, preço, entrega e proposta de valor agregado. Assim, o relacionamento entre a marca e o consumidor tem seus princípios e vínculos aprofundados, consequentemente, adquirem mais confiança, fidelidade e credibilidade, pois presume-se que o produto proverá sua utilidade, com custo-benefício adequado. Além disso, a marca pode projetar dispositivos simbólicos no cliente, que por sua vez, trará mais visibilidade, autoestima e realização. Objetivo Analisar os diversos fatores desenvolvidos pelas empresas para criar propostas de valor adicional, atribuído à algum produto ou serviço. Introdução Em um mercado cada vez mais competitivo, consolidar uma marca é um grande desafio. Nos últimos tempos, o valor da marca está sendo potencializada por grandes aquisições, compras de ativos, fusões e parcerias. A marca é a ligação que cria proposta de valor entre a empresa, produto e comunidade. Importante não confundirmos o “Brand Equity com Brand Value”. O Brand Value se denomina como sendo o valor de um nome com seus atributos percebidos. Já Brand Equity se refere à capacidade de uma marca alavancar negócios em seus mercados; gerar visibilidade, alavancar capital, talentos, distribuição, consumo, parcerias etc. Culturalmente a marca é uma maneira de pensar, criar produtos, serviços, processos, procedimentos, sistemas e procedimentos para serem adotados, tornando no estilo de vida das pessoas com respectiva percepção de valor. Brand Equity – é usada pelos analistas do mercado de capitais para denominar o valor de uma empresa na medida em que a imprevisibilidade e a incerteza foram se instalando em nossos cenários, aumentando o valor das garantias de resultado futuro e, consequentemente, aumentando de maneira 12 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância extraordinária, a diferença entre o “book value e o market value” de uma operação. Sem dúvidas a Bolsa de Valores é o melhor indicador do valor de uma marca. É na bolsa que os ativos intangíveis se integram aos tangíveis para resultar num preço de determinada operação. Essa somatória de tangíveis e intangíveis é chamada de Brand Equity. Exemplo: Atualmente a “Google.No” tem um valor de mercado sete vezes maior que seu valor de livro (book value). Existem algumas variáveis: a) Competência da visão de futuro; b)Gestão da liderança; c) Conhecimento do negócio; d) Conhecimento do mercado que a empresa domina; e) Qualidade das relações com seus clientes; f) Acionistas, fornecedores e consumidores; g) Cultura organizacional; h) Logomarca e seus atributos de imagem a ela relacionados. Não vamos confundir “logomarca” e “imagem” com “marca” enquanto ativo estratégico, que é como o Branding trata o assunto. A Marca como ativo estratégico se refere a uma identidade – jeito de pensar e fazer - que suporta uma imagem; e não se refere apenas ao nome e à imagem. Mas, quanto valeria sua logomarca (logotipo) e seus atributos de imagem sem as ferramentas que ela apresenta para seus usuários como: network, sua filosofia, seu conhecimento, suas relações públicas, recursos humanos, suas políticas, seus processos e sistemas. Ou seja, se uma empresa com esse nome mudar o nome, logo recupera seu valor de marca, porém, se ficar só com o nome “Google” sem seus atributos, dificilmente manterá seu valor de marca. “É a identidade e não a imagem da Google que garante seu valor”. Ou seja, um logotipo sem a capacidade de materializar a entrega de valor, fica sem sentido (KELLER e MACHADO, 2006). 2.1. Marca: Origem, evolução e desenvolvimento de valor da marca É obvio que a marca traz benefício para a empresa e consumidores. Porém, como as marcas são criadas? Para responder a essa pergunta, precisamos entender que a marca é algo que reside na mente dos consumidores. É uma entidade perceptiva, que além de refletir com raízes na realidade, trabalha com as peculiaridades de cada indivíduo. Para 13 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância isso, a criação da marca precisa adequar-se a programas de marketing e outras atividades de comunicação e pesquisa (KELLER e MACHADO, 2006). Desde a existência da civilização, encontra-se trabalhos assinados por escultores e pintores que os diferenciassem de outros. O processo da padronização e identificação surgiu por meio de selos, siglas e símbolos para mostrar sua procedência. Porém, como já citado, só no século XI as marcas tornaram-se comerciais. A proposta da marca é criar vínculo entre o fabricante e o comprador. Somente na segunda metade do século XIX, os registros das marcas tornaram-se Lei. Com o crescimento do mercado, variedade e quantidade de produtos e marcas foram tomando espaço e surgiram as primeiras formas de publicidade. No século XX as marcas começaram a fazer sucesso. As indústrias criaram marcas próprias, tronando-se um instrumento da comunicação mercadológica (KOTLER, 1999). Para criar uma marca a um produto é necessário “ensinar” aos consumidores “quem” é o produto. Assim, o “nome - rótulo” é o primeiro passo, pois ajuda a identificá-lo. Para isso, deve demonstrar o que o produto faz e porque deve adquiri-lo. Ou seja, uma vez identificado o produto e seus benefícios, cria-se um significado para a marca e consequentemente, diferenciando-o de outros produtos e marcas do mercado (KELLER e MACHADO, 2006). A criação de uma marca envolve uma estrutura de elementos que proporcione conhecimento sobre o produto e serviços e favoreça tomada de decisão, proporcionando valor a empresa. A chave para estabelecer uma marca é a percepção os consumidores de seus diferenciais, exaltando-se de outras marcas e produtos. Assim, os benefícios e atributos são essenciais, porém, em outros casos a marca pode estar relacionada a considerações de imagens mais intangíveis (KELLER e MACHADO, 2006). 2.2. Abordagem da marca – vínculos sustentáveis Uma boa abordagem da marca vai além dos sinais, pois elas ajudam a posicionar a empresa e seu produto no mercado, criando um elo. A marca é um instrumento essencial para manter o relacionamento com o público-alvo. 14 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância As marcas vão além de produtos e serviços. Pessoas e organizações também podem ter imagem bem definidas, amadas e vistas como marcas. Isso acontece com figuras públicas, políticos, atletas e artistas, que passam pela aprovação e aceitação do público, tornando-se referencias para seus seguidores. Uma grande marca tem a capacidade de estabelecer uma relação emocional com os clientes. A premissa é tirar a atenção das questões racionais e persuadi-lo a compra pelos fatores da percepção sensorial. Assim, todas as marcas têm em sua imagem um espírito, uma emoção e uma personalidade bem definida. Algumas marcas são inspiradas em nomes próprios, como (cerveja Schincariol, Café Pelé e cerâmica Portinari) ou em nome de lugares como (Águas de Lindóia, requeijão Poços de Caldas, automóvel Siena ou em nomes de animais (conexões Tigre, Viação andorinha) ou em nome de coisas e objetos (Apple – maça, Manteiga aviação e aviação cometa). Outro nome bastante utilizado no Brasil são nomes de Santos (Hospital São Luiz, Carvão São José). Outra marca bastante utilizada e até mais fácil de ser reconhecida são as marcas que indicam um significado inerente ao produto como (Maionegg’s, Bom ar) e até aqueles que colocam atributos ao produto (bateria Duracell, Amaciante Fofo, colchoes Ortobom). Já em outros setores da tecnologia tem marcas bastantes representativas (Computadores ItauTec, Óleo natura). Assim, o profissional de marketing pode escolher uma diversidade de situações para criar e desenvolver suas marcas (AMA). É bom destacar a diferença entre marca e produto. “Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para apreciação, aquisição, utilização ou consumo e que possa satisfazer uma necessidade ou um desejo”. Já uma marca é, portanto, um produto que acrescenta outras dimensões que o diferenciam de outros para satisfazer a mesma necessidade. Tais diferenças podem ser racionais ou emocionais (KOTLER e KELLER, 2012). As marcas mais fortes, permitem uma variação maior de diferentes associações. Porém, é comum grandes empresas errarem ao laçar produtos quando deixam de levar em conta os diferentes aspectos da imagem da marca. Ou seja, tem empresas que lançam produtos com base na propagação de sua marca como garantia de negócio, mas, nem sempre o mercado reage positivamente. Esse fato já ocorreu com lançamento de 15 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância refrigerantes da Coca Cola, Sabores de Sorvetes na Kibon, na Microsoft entre outros (KELLER e MACHADO, 2006). As ideias e causas defendidas por empresas e pessoas podem se tornar marcas. Isso tem ocorrido nas Organizações sem Fins Lucrativos – ONGs. Contudo a ideia deve ser captada em slogan ou símbolos para serem registradas. Keller e Machado (2006) citam que para manter uma liderança duradoura a empresa precisa: a) Visão de mercado: Olho clínico para os desejos e necessidade do mercado. Estar sempre atenta as oportunidades; b) Persistência; Investir em pesquisa constantes e uso de ferramentas tecnológicas que estejam em evidência no mercado; c) Comprometimento financeiro: O custo para manter-se na liderança é alto. A pesquisa e fatores relacionados a comunicação carecem de grandes investimentos; d) Valor futuro: empresas que pensam em ganhar dinheiro a curto prazo, normalmente, não se sustentam a longo prazo; e) Inovação: Criar não é algo fácil. Além de assustar pode levar anos para se consagrar no mercado. No entanto, inovar é algo mais comum. As empresas tendem a manter-se sustentável somente com inovações constantes. f) Ativos de alavancagem: é importante a empresa manter algum produto ou serviços como diferencial competitivo. A posição de liderança em uma determinada categoria, pode alavancar outras relacionadas. Quando definimos vínculos sustentáveis, precisamos abordar vários fatores que se relacionam. A empresa não consegue manter-se sustentável por muito tempo, com apenas um produto/serviço.Logo, para manter a liderança, precisa estar em constante processo de inovação. Pesquisa e desenvolvimento de novos produtos/serviços que atendam às necessidades e desejos do público-alvo. 2.3. Importância e valor da marca Muitas empresas criam marcas de alto valor competitivo, principalmente quando se fundamenta pelo desempenho do produto. Ou seja, marcas como Gillette, Sony e 3 M tem suas lideranças em vários setores, em parte isso deve-se à inovação contínua. Outras 16 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância empresas não agregam vantagem competitiva com seus produtos, mas tiraram vantagens para potencializar suas marcas, mesmo de forma intangível (Ex: Coca Cola, Calvin Klein, Marlboro e Skol), a proposta de valor foi conseguida por atender bem as necessidades de seus clientes e criarem uma imagem relevante e atraente envolvendo seus produtos (KELLER e MACHADO, 2006). Tabela 01 – As marcas mais valiosas do Brasil - 2018 Fonte: Ranking brandZ - https://goo.gl/xz4MGH Independentemente do tamanho da empresa, ela precisa do brand equity (valor da marca). Afinal, depender unicamente dos produtos e serviços é mais difícil de ser lembrado, quando o cliente precisar solucionar seus problemas. E é justamente disso que se trata o brand equity (ROCHA, 2013). O objetivo para investir na proposta de valor agregado é agir sobre a percepção e comportamento do consumidor a respeito da marca. Ou seja, influenciar na decisão de compra e seus sentimentos em relação a marca. Esse fator tem como consequência, mais lucros para a empresa (TERRA, 2021). Isso influencia na decisão de compra e, por consequência, na lucratividade do negócio. Outro fator interessante é que os consumidores associam a marca com a empresa. Isso é bom! Pois, a representação da “marca e empresa”, acabam sendo assimilados de forma positiva, tantos nas formas tangíveis como intangíveis, dependendo do segmento. Por isso, é importante investir no discurso da empresa, assim como, seus produtos ou serviços precisam satisfazer as expectativas dos consumidores, cumprindo o que promete. Ou seja, investir os esforços para a geração de brand equity e para que sua marca conquiste a mente e o coração dos seus clientes (ROCHA, 2013). 17 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.4. Relação da organização com o mercado É notório que as organizações estão ficando cada vez mais experientes e ousadas quando o assunto é comunicação com o mercado potencial. Entender bem o mercado é essencial para implementar ações mais assertivas. Não basta mais ter produtos de qualidade, preços atrativos e bons serviços, as empresas devem transcender marcas e criar “marcas de confiança”, o seja, criar nome, símbolos que vincule emocionalmente a empresa com os desejos do cliente. Uma marca de respeito e muito amor! (KELLER e MACHADO, 2006). O ideal é que se crie um ambiente organizacional onde o cliente, é o elemento mais importante. Entender o que deseja nosso público-alvo, tornará a escolha dos aspectos na construção do cenário, muito mais fácil. Ou seja, construir um ambiente que possa ser interpretado positivamente pelos consumidores. Esse cenário pode influenciar todos os demais processos da organização (bens e serviços). Esse ambiente pode ser construído com forças ambientais externas e ou aproveitar as competências internas, ambas, aproveitando as oportunidades para aplicação (OLIVEIRA, 2021; TERRA, 2021). 2.5. Imagem e identidade da marca O interesse por uma determinada marca vem com a proposta de uma série de adjetivos relevante como, gosto, modernidade, qualidade, tendências, estilo entre outros. Essas atribuições são pelo fato de a marca ter sua própria identidade formada junto ao público-alvo e para a sociedade. Ou seja, a marca cria personalidade, interpretadas e divulgadas pelas estratégias do marketing, conseguindo criar vínculos duradouros de relacionamentos. No entanto, assim como proporciona reações emocionais apaixonantes, também pode decepcionar (CONSOLO, 2015). A imagem deve ser preservada pela interação com o público, seja por meio de publicidade, internet ou pelos colaboradores. O consumidor vai perceber esse conjunto de ações simultâneas e criar associações positivas às negativas, reais ou imaginárias, racionais e afetivas. Está ficando cada vez mais difícil atingir o consumidor pelos canais de comunicação com produtos e serviços. Empresas locais estão disputando as mesmas estratégias com 18 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância empresas globais. Além disso, nossos consumidores estão mudando seus hábitos e costumes muito rápidos. Diante desse cenário é importante distinguir imagem da identidade. a) Imagem: construída com base em como a marca é percebida e recebida pelo público; b) Identidade: características diferenciais da organização Resumidamente podemos afirmar que a imagem da marca tem relação com a percepção das pessoas e dificilmente conseguimos manipulá-las. Já, a identidade pode ser criada e modificada pela organização. A imagem da empresa, construída junto a seu mercado, é formada pelos valores disseminados na organização, que se refletem na conduta das pessoas que a representam, e pelo conjunto de ações escolhidas por essas pessoas para demonstrarem à sociedade seu posicionamento (RIBEIRO, 2021). Para Keller e Machado (2006) para uma empresa e seus gestores, o principal é ter consciência de que a identidade da marca precisa estar alinhada de dentro para fora, ou seja, da cultura organizacional para o mercado. Alguns fatores são importantes e preocupantes para a “construção da marca”. Os maiores desafios encontrado pelas empresas em construir sua imagem e a identidade da empresa por meio da marca, são: a) Clientes bem-informados; b) Linhas de marcas mais complexas c) Amadurecimento de mercado; d) Concorrência crescente, global e mais sofisticada; e) Dificuldade em encontrar pontos de diferenciação perceptivo pelo cliente; f) Clientes mais exigentes e menos fidelizados a marca; g) Crescimento de marcas próprias e mais vantajosas; h) Aumento do poder de varejo; i) Mudanças comportamentais em relação ao uso das mídias; j) Variedades de estratégias e canais de comunicação; 19 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância k) Melhoria na capacidade de respostas nas promoções, propagandas e lançamentos; l) Necessidade de retorno rápido nas estratégias adotadas; m) Rotatividade de recursos humanos nas organizações. Quanto as imagens associadas à marca, estão voltadas a produtos e serviços, buscando atingir necessidades psicológicas e sociais. A imagem leva o consumidor a pensar na marca de forma abstrata e não do que ela faz. Ou seja, são fatores intangíveis da marca. A percepção pode ser notada com base em variáveis como: o perfil do cliente (sexo, idade, renda, crença...), personalidade, valores, situação e compra, uso e consumo, história, legado experiências, atitudes, costumes de compras, canais de vendas, entre outros (KELLER e MACHADO, 2006). 2.6. Percepção de valor da marca pelos clientes Um grande desafio aos profissionais do Marketing tem sido as mudanças na forma como os consumidores estão interagindo com as marcas. A internet tem potencializado as variáveis e os formatos tradicionais para tomada de decisão em relação a construção de marcas. Com o número de pessoas cada vez maior adquirindo seus produtos por meio do E-commerce, o número de empresas tem crescido e consequentemente a criação de marcas on-line também. Contudo, são vários os modelos de negócios on-line, “baseados em informações, produtos, experiências...”, o que dificulta as ações para construir uma proeminência na marca “lembrança e preferência” poraquela marca (KELLER e MAHADO, 2006). A percepção de valor, precisa acontecer por meio de aspectos exclusivos que sejam importantes ao consumidor, como conveniência, preço, variedade, desempenho e principalmente credibilidade e personalidade própria. Veja que esse processo é seguido pelas empresas físicas e on-line. É notório que o sucesso de uma marca gira em torno da percepção de valor que ela cria frente aos clientes. Quando uma marca é forte, as ações estratégicas para fazer inovações são mais flexíveis, pois, quando a marca é reconhecida e tem o prestígio dos clientes, o valor percebido pode ser incorporado nos produtos e os consumidores pagarão, mesmo tendo a qualidade que outros de menor valor. Um exemplo é o setor da moda e 20 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância vestimentas, como Nike, Polo-Play, Chanel, Dior, Armani que chegam a custar 10 vezes mais do que marcas comuns. É a percepção de valor (vantagem) que fará que a marca ganhe a preferência dos clientes e seus produtos se tornem mais caros. 2.7. Percepção de valor – ganhos duradouros pela empresa Na definição e Rust, Zeithaml e Lemon (apud KELLER e MACHADO, 2006) customer equity são os valores descontados da base de clientes de uma empresa ao longo do tempo. Ou seja, o quanto um cliente pode gerar de lucros durante toda sua vida, adquirindo produtos daquela empresa. As bases para compreender melhor o “customer equity” são: a) Value equity: avaliação objetiva da utilidade de uma marca feita pelos clientes com base na sua percepção entre o custo & benefício (qualidade, preço e conveniência); b) Brand equity: avaliação subjetiva e intangível que os clientes fazem sobre a marca, atribuindo-lhe um valor muito além daquele objetivamente percebido; (conhecimento da marca, atitudes do cliente e percepção da ética da marca); c) Relationship equity: tendência do cliente se manter fiel a marca, independente das avaliações objetivas e subjetivas. (programas de fidelidade, reconhecimento, construção de comunidades e de conhecimentos); A importância desses elementos varia de empresa para empresa e conforme o setor. Afinal, não podemos equiparar a compra de um sorvete com a de um notebook. Ou seja, dependerá de várias influências para determinar o poder de cada uma. Para Keller e Machado (2006) alguns profissionais do marketing adotam estratégias alternativas para complementar ao brand equity, denominada como “customer equity” (patrimônio de cliente). A intenção é manter equilíbrio entre o que é gasto para captar clientes versus o que é gasto para reter o cliente. As bases para mensurar o “customer equity” é mensurar a contribuição de cada cliente versus custos da empresa ao longo da vida. E para maximizar precisa: a) Investir primeiro em clientes de alto valor agregado; b) Transformar gerência de produtos em gestão de clientes; c) Verificar vendas cruzadas e diretas na potencialização do “customer equity”; d) Procurar meios para reduzir custos de aquisição de mercado; e) Rastrear ganhos, perdas e retenção da “marca e clientes” pelos programas de marketing; 21 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância f) Relacionar o “branding” com o “customer equity”; g) Planeja e replanejar o plano de marketing, considerando esforços para aquisição e retenção; 2.7. Poder de influência da marca no mercado A influência da marca em um determinado mercado, deve levar em consideração suas vantagens competitivas. Afinal, ela não está sozinha. A competição tem que levar em consideração a concorrência, distribuidores e principalmente a percepção de valor dos clientes. Ou seja, quando a empresa consegue agregar um alto valor para seus produtos ou serviços, além de ganhar a preferência de grande parte do mercado potencial, ela se posiciona dentro do segmento e cria vantagem competitiva com relação aos outros concorrentes. Assim, para manter-se na dianteira, as marcas mais fortes procuram inovar e lançar tendências (RIBEIRO, 2021). É notório que os consumidores reagem melhor quando conhecem e identificam-se com a marca. Essa percepção de valor faz parte do processo cognitivo, afetivo e comportamental. Contudo, para Terra (2021) é difícil identificar indicadores que mensure o quanto a marca pode influenciar no processo de decisão, pois, a marca é capaz de criar vínculo emocional a ponto de reduzir a busca por informação ou avaliação de alternativas, ou seja, acabam adquirindo de maneira cega. Porém, para criar proeminência, a marca precisa ser lembrada e “trabalhada”, investir e criar expectativas constantes e evolutivas, pois essas, se alteram com o tempo. 2.8. Lealdade à marca Uma marca forte vem da confiança e experiências positivas vivenciadas pelo consumidor. Não existem garantias que as empresas que têm o melhor produto ou o mais barato, proporcionarão experiências memoráveis. Muitas vezes, um atendimento surpreendente ou um pós-venda bem-feito agrega mais valor à marca. Uma vez que a marca consegue obter seu valor e que sejam percebidas pelos clientes, se tronam referências para tomada de decisão de compra e respeitadas pelos seus concorrentes. Para uma empresa desenvolver a lealdade a marca, fidelizando seus clientes, normalmente passaram por processos de: 22 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância a) Conscientização: por meio de publicidades (comunicação); b) Reconhecimento: Familiaridade na mente do consumidor; c) Julgamento: Decisão de compra pela confiança da marca; d) Preferência: Causada pela experiência com a marca; e) Fidelidade: Evangelizam a marca para outros; Oliveira (2021) deve-se criar vínculo emocional com o consumidor. Apelar para a emoção é uma das estratégias de negócios mais eficazes. Afinal, quase todas as decisões ocorrem de forma intuitiva e emocional. Assim, a empresa cria um lugar especial na mente e no coração de seus clientes. Além disso, é mais fácil conseguir aumentar o ticket médio e a recorrência de novas compras. 2.9. Brand e inovação – a ruptura Sabemos que o cliente é a base para todos os negócios. Assim, o atendimento é fundamental para despertar necessidades e desejos. Utilizar ferramentas de atendimento, experimentar novas abordagens e inovar através do Branding pode ser a estratégia mais eficaz para transformar Leads (pessoa que demonstrou interesse) em novos clientes. Com isso, pode-se elevar a experiência de compra, independente da modalidade (física ou virtual), acaba potencializando o inconsciente emocional por meio da conectividade, ativando suas memórias afetivas, gerando mais engajamento, empatia com a marca, produto e serviços e consequentemente a evangelização dos seus clientes. Para Ribeiro (2021) na percepção do cliente, a inovação e a experiência vivenciada, tem seus interesses voltados mais no que a marca faz do que ela diz fazer. Pois, lembram das experiências e vinculam esses sentimentos a marca. Com base nisso, as empresas buscam inovar. Veja como o mundo tem reagido com as inovações: A Tesla ditando padrões para as indústrias automotivas, na tecnologia, com a evolução dos smartfones, assim como, nos aplicativos de transporte de passageiros e até na política. Ou seja, o primeiro passo, que é a inovação, transforma e muda as coisas, e normalmente vem daqueles que nunca o fizeram. Assim, enquanto temos empresas fazendo melhorias incrementais, aprendendo e experienciando novos métodos, as insurgentes criam a teoria de ruptura, baseando-se em abordagens sob um novo pensamento, alterando parâmetros e processos de design. Muitos pensam somente “dentro da caixa”, outras empresas já pensam “fora da caixa”, mas, quando tratamos de “criar e inovar a marca” precisamos ter a 23 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância premissade que “não há caixa”. Este é um salto de paradigma, a essência da ruptura. Da inovação. Algumas dicas são importantes para inovação em experiência de marca: a) Clareza sobre o objetivo e caráter da marca; b) Conheça profundamente seu mercado de atuação; c) Crie uma missão e concentre seus esforções na obtenção dos objetivos; d) Crie “momentos da verdade” (valor) e experiências com seus clientes; e) Concentre-se em solucionar problemas de seus clientes; 2.10. Marca própria – vantagens e desvantagens Independendo da modalidade de negócio, as marcas cumprem diversas funções no negócio. Elas podem gerar interesse, preferência e fidelidade a um produto ou a loja. Assim, as marcas podem definir que “você é o que vende” e consequentemente mostrar o posicionamento do seu negócio. Assim, o fato de criar sua própria marca pode ser uma boa estratégia, principalmente quando associadas a sua própria imagem, seus atributos, peculiaridades, qualidade e diferenciais competitivos (KELLER e MACHADO, 2006). No caso de varejistas, criar marcas próprias (marcas privadas) tem se tornado comum, seja para competir com os fabricantes ou até mesmo para substituir produtos. No brasil, o Pão de açúcar, Carrefour, Bom Preço, C&A, Riachuelo entre outros já praticam marcas próprias. Alguns países mais desenvolvidos como a Grã-Bretanha, grandes redes já trabalham exclusivamente com suas próprias marcas (KELLER e MACHADO, 2006). O risco da marca própria, pode ser afetado negativamente, principalmente quando se trata de experiências desagradáveis vividas pelas celebridades ou por problemas de qualidade de um lançamento de produto. Vários erros de branding já ocorreram no passado. Jogador Neymar e Ronaldo fenômeno envolvidos com escândalos sexuais, artistas famosos fazendo propagandas para empresas que posteriormente ficou-se sabendo do envolvimento com propina descoberto pela “lava jato”. Tais marcas, acabam se desgastando, assim como sua imagem e consequentemente as empresas e produtos que representam. Contudo, pessoas comuns e organizações, podem construir sua marca, basta ter habilidades, talento, atitude, reputação no contexto do negócio e saber vender essas propostas de valores ao público-alvo. É assim que grandes nomes se constroem (KELLER e MACHADO, 2006). 24 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 25 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. POSICIONAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DA MARCA Kotler e Keller (2012) define o posicionamento de mercado como sendo “a ação de projetar o produto e a imagem da organização com o fim de ocupar uma posição diferenciada na escolha de seu público-alvo”. Ou seja, o posicionamento de uma empresa é como ela quer ser reconhecida pelo mercado alvo. O posicionamento pode ser obtido pela seguinte fórmula: Segmentação + Diferenciação = Posicionamento Quando pensamos em classificar a marca, existe o processo de registro pela autoridade responsável o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. A classificação é baseada em categorias de produtos e serviços. Classificar a marca é uma etapa importante no processo de Registro. Porém, por se tratar de um processo bastante complexo e de muitas variáveis, trataremos esse assunto de forma suscinta. Objetivo Entender como o posicionamento da marca influencia na proposta de valor oferecida pelas empresas. Introdução Para considerar o posicionamento, precisamos entender a perspectiva da ação para com os consumidores e ao ambiente de marketing. Ou seja, a imagem nem sempre é percebida pelas diferenciações oferecidas pela empresa. Assim sendo, a construção de uma identidade de posicionamento deve estar fundamentada na percepção e no valor que os clientes sentem em relação a empresa (RIBEIRO, 2021). Levando em consideração: a) Importância: oferecimento de um benefício/atributo/vantagem; b) Lucratividade: para a empresa e cliente “ganha & ganha”; c) Acessibilidade: produto certo, pelo preço certo e que o cliente possa pagar pelo diferencial; d) Superioridade: diferença superior inquestionável; e) Exclusividade: dificuldade em imitar – produtos similares; f) Destaque: diferenciais com valores dentro das possibilidades do “ganha & ganha”; 26 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Alguns posicionamentos estão bem firmes no mercado, como o caso da Coca Cola, como a maior empresa de refrigerantes do mundo, A Skol como uma cerveja que desce redondo, Mcdonald, como a maior rede de fastfood do mundo, entre outros. Essas empresas investem pesado para manterem-se na mente de seus consumidores. Assim, toda empresa deve atentar-se para o seu posicionamento, baseando-se em seus diferenciais, sem perder o foco. O planejamento estratégico para alcançar um bom posicionamento na mente dos consumidores deve ser somado aos diferenciais e caraterísticas os seguintes elementos: a) Relevância: Além do diferencial, se importante para o consumidor; b) Distinção: deve sobressair-se dos concorrentes; c) Comunicação: capacidade de informar e ser atrativo; d) Canais: capacidade de entrega e manutenção das vendas; A proposta de valor que o posicionamento oferece deve ter como foco o mercado- alvo específico. Só assim, terá uma proposta convincente para a venda ao mercado potencial. Assim, saber exatamente qual a proposta de valor oferecida e conhecer profundamente seu mercado alvo é essencial para formar uma boa base de posicionamento. 3.1. Posicionamento e reposicionamento da marca Keller e Machado (2006) considera que o produto está no centro da gestão da marca, como seu o maior influenciador ao consumidor. Assim, entregar o produto ideal, assim como, entregar uma proposta de valor que surpreenda o consumidor, é um pré-requisito para o sucesso. Empresas com marcas fortes, bem-posicionadas, obtém mais lucros. Muitas vezes a marca transcende ao produto, pois, amplia suas próprias características. Porém, isso não significa “relaxar” com os diferenciais. Neste sentido, os atributos, benefícios, desempenho e funcionalidade deve estar equilibrado para manter o valor da marca e sua posição no mercado, como: Componentes de fabricação e características complementares, confiabilidade, durabilidade, suporte técnico, efetividade, eficiência, atendimento, estilo, design e preço são alguns elementos que não se pode descuidar. Alguns critérios para escolha dos elementos da marca a) Memorabilidade: (proeminência) Facilmente reconhecido e lembrado; 27 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância b) Significância: Descritivo e persuasivo; c) Atratividade: Divertido, interessante, imagem visual, verbal e estética agradável; d) Transferibilidade: Fácil agregação e sem barreiras geográficas e culturais; e) Adaptabilidade: Flexível e atualizável; f) Proteção: legalidade e competitividade; Outro fator que ajuda fixar a marca na mente dos consumidores, está relacionada ao modo de como as empresas a classificam: a) Descritivo: Transportadora X, Salão de beleza Y, Grande Hotel; b) Sugestivo: Palio adventure, Moto-carga; c) Compostos: Bom bril, Coca-Cola, Ping Pong; d) Clássicos: Focus, Pegasus; e) Arbitrário: Apple, Tigre, Galo; f) Fantasia: Omo, Avanade; g) Associativos: Zero cal, Tampax, Bom ar; Independente de que tipo de critérios a empresa adota para chamar seus produtos, constantemente precisam ser avaliados junto ao mercado consumidor. Muitos produtos precisam ser reposicionados por variáveis razões mercadológicas. Veja o caso das havaianas, até 1994 a marca se baseava nos atributos do produto: “As únicas que não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras” - “Fique de olho na marca. Legítimas, só Havaianas”. Com o reposicionamento, a empresa mudou os conceitos e passou a valorizaro cliente e não mais o produto. Em conjunto com abordagens de comunicação bem elaboradas, trouxe pessoas famosas (celebridades) para comprar e usar o produto, evoluindo de sandália de qualidade para chinelo, utilizado como artefato de moda. Visite a virtual e pesquise o livro: Gestão de Marcas Autora: Cristina Maria de Aguiar Pastore Capítulo 5 – a partir da página 140 Empresas com marcas fortes no mercado. 28 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.2. Relevância dos atributos da marca Os atributos como particularidades, qualidades e características relacionados a marca, vai além do que se espera do produto. A força de uma marca pode transformar um produto comum em “preço premium” (preço mais alto). Ou seja, as marcas “tof-of-mind” (mais conhecidas pelos consumidores) oferecem mais credibilidade, melhor relação custo & benefício e maior vínculo emocional na percepção do consumidor. Marcas que se denominam como “preço premium” são mais valorizadas no mercado, pois permitem aumentar o preço de venda ao consumidor (KELLER e MACHADO, 2006; PASTORE, 2018). Veja o caso da empresa Bunge Fertilizantes com seus slogans “Com Manah, adubando dá”. A imagem e popularidade proporcionou um preço premium ao produto. Outras empresas adotaram slogan que potencializa a marca como um todo “Não é assim, uma Brastemp”. Assim, todos os produtos Brastemp ganharam credibilidade (KELLER e MACHADO, 2006). Contudo, nem todos os produtos dependem totalmente dos atributos da marca, principalmente os de alta tecnologia. Tais produtos tem a inovação como base para o sucesso. Porém, o papel do marketing é essencial para a propagação do conhecimento dessas inovações. Quando mencionamos atributos aos serviços, nos deparamos a fragilidade do processo de comunicação, já que falamos sobre “intangíveis” e os desafios é manter a qualidade constante. O que é difícil! já que dependemos de pessoas no processo. No entanto, grandes nomes de prestadores de serviços como, Bradesco, Itaú entre outros tem aproveitado sua credibilidade e criados links para outros serviços como, Bradesco Prime e Itaú Personalitté (KELLER e MACHADO, 2006). Muitas empresas atribuem a marca, fatores relativos aos produtos e serviços oferecidos. Considerando-se que produtos podem ser definidos em sentido mais amplo como “bens físicos, serviços, lojas de varejo, empresas on-line, pessoas, organizações lugares e ideias”, podemos afirmar que os produtos de consumo mais conhecidos como “Coca-Cola, Kellogg’s, Sony, Nescafé” fazem parte das práticas modernas de branding. Grandes investimentos têm sido adotados na prática de alavancagem de produtos vendidos 29 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância graças ao poder da propaganda “Viagra, Cataflan, Aspirina, Sonrisal entre outros” (KELLER e MACHADO, 2006). Quando pensamos em marcas, precisamos ir além das tradicionalmente conhecidas. Ultimamente tem-se intensificado o número de empresas que usam o marketing de pessoas para fortalecer sua imagem. É o caso dos atletas. O Marketing Esportivo vem se alavancando e ganhando espaço nas mídias tradicionais, utilizando diversas ferramentas em conjunto para obterem melhores resultados. Na realidade, o sucesso no uso do marketing de pessoas, não tem ligação direta com os resultados obtidos pelo time. Com isso, muitos atletas profissionais têm alcançado ganhos exorbitantes, mediante acordos de licenciamento dos clubes (KELLER e MACHADO, 2009). Outro fator que cria atributos a marca são as séries de filmes no Netflix ou de televisão. Filmes e séries como Máquina Mortífera, Batman, Jornada nas Estrelas, The Walking Dead entre outros, tem sua sequência garantida, graças aos investimentos de marcas fortes, que encontraram em seus seguidores uma fórmula atraente para conquistá- los. A localização também pode ser marca. Muitas vezes o nome do evento ou do negócio é o mesmo da localidade. A intenção do branding é associar coisas positivas vivenciadas no local com o negócio. A indústria do turismo utiliza essa estratégia. Exemplos: São Paulo Fashion Week; Balneário Camboriú; Queijo de Minas”. 3.3. Lição de Branding da Coca-Cola Um dos erros mais clássicos do marketing ocorreu nos Estados Unidos em 1985, quando a Cia “Coca-Cola” alterou a fórmula de sua marca principal de refrigerante por motivos primordialmente competitivos. A promoção "Desafio Pepsi" da Pepsi-Cola representou um forte desafio à supremacia da Coca no mercado das colas. Começando pelo Texas, a promoção envolvia propaganda e degustação em lojas com a realização de testes cegos com o consumidor entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola. A Pepsi invariavelmente ganhava nesses testes. Temendo que a promoção, se ampliasse 30 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância nacionalmente e abocanhasse grande parte de suas vendas, especialmente entre os jovens, a Coca-Cola sentiu-se pressionada a agir, mudando sua fórmula. A estratégia da empresa em mudar a fórmula da Coca, teve a intenção de aproximá- la do sabor levemente mais adocicado da Pepsi. Para chegar a essa nova fórmula, a Coca- Cola realizou testes de sabor com um número impressionante de consumidores - 190 mil. Essa pesquisa demonstrava claramente que a "esmagadora" maioria dos consumidores preferia o sabor da nova fórmula ao da antiga. Cheia de confiança, a Coca-Cola anunciou a mudança na fórmula com muito alvoroço. A reação do consumidor foi veloz, mas, infelizmente para a Coca-Cola, negativa. Em Seattle, o investidor imobiliário aposentado Gay Mullins fundou a associação Old Cola Drinkers of America (Bebedores da Antiga Coca dos Estados Unidos) e colocou uma linha telefônica gratuita à disposição de consumidores zangados. Enquanto isso, a sede da Coca-Cola era assolada por cerca de 1.500 telefonemas por dia e por, literalmente, caminhões de cartas, praticamente todas condenando as ações da empresa. Por fim, após vários meses de queda nas vendas, a Coca-Cola anunciou que a antiga fórmula retornaria com o nome de Coca-Cola Classic, juntando-se no mercado à New Coke. A derrota da New Coke ensinou à Coca uma lição muito importante: a Coca-Cola claramente não é vista pelos consumidores norte-americanos apenas como uma bebida ou um refrigerante para matar a sede; ela é vista mais como um ícone norte-americano e muito do seu apelo não se deve a seus ingredientes, mas sim, ao que ela representa em termos de cultura norte-americana e nostalgia e a seu legado e relacionamento com os consumidores. A imagem de marca da Coca-Cola certamente tem componentes emocionais, e os consumidores nutrem muitos sentimentos fortes pela marca. Embora a Coca-Cola tenha cometido muitos outros erros no lançamento da New Coke (a propaganda e a embalagem não conseguiam diferenciar claramente a marca nem comunicavam sua qualidade mais adocicada), seu maior "escorregão" foi perder de vista o que a marca representa para os consumidores em seu conjunto. A reação psicológica a uma marca pode ser tão importante quanto a reação fisiológica ao produto. Ao mesmo tempo, o consumidor norte-americano também aprendeu uma lição - quanto a marca Coca-Cola realmente significa para ele. Depois desse fiasco de marketing da Coca-Cola, é pouco provável que qualquer dos lados venha a menosprezar a importância do outro (WINTERS, 1989 apud KELLER e MACHADO, 2006). 31 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.4. Identidade e posicionamento a marca A marca deve ter personalidade única, bem-posicionada e estruturada. Uma boa definição de identidade da marca é que seja facilmente identificável pelo público e consiga criar uma capacidade de percepção positiva. A identidade da marca define a missão e valores da empresaou do produto (OLIVEIRA, 2021). Normalmente, a identidade de marca surge dos processos desenvolvidos nas abordagens de comunicação, trata-se de uma proposta abstrata, uma promessa da empresa para com seus clientes por meio de um conjunto de estratégias e associações da marca. A proposta é distinguir a organização e fixar a marca na mente dos consumidores, criando propostas de valor intangível. Figura 01 – Importância do Valor da Marca Fonte: Keller e Machado, 2006 Veja que a importância das marcas, ou seja, o valor agregado está mais valorizado pelos ativos intangíveis do que os tangíveis. Isso demonstra que não é o capital físico e estrutural, mas a percepção de valor do cliente sobre aquela marca ou produto. A marca é considerada o DNA de uma empresa, pois conecta o cliente ao produto. Neste sentido, a empresa deve preocupar-se em demonstrar boa capacidade de negócio, atendendo necessidades e desejos, garantindo a satisfação e a melhor experiência para aqueles que adquirem seus produtos ou compram em sua empresa. Assim, a marca deve representar o conjunto de valores previamente elaborados para potencializar a identidade do negócio. 32 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. FATORES DE MARKETING RELACIONADAS A MARCA O marketing e a marca estão relacionados intrinsicamente. O bombardeamento de informações que as empresas geram para fixar sua marca na mente dos consumidores, são ferramentas crucias para que o marketing consiga relacionar o produto certo, ao cliente certo, pelo preço certo e no lugar certo para conquistar o consumidor a comprar seus produtos. Alguns elementos são preponderantes para alcançar esses objetivos, como, fatores ambientais e a percepção da proposta de valor oferecida, porém, são três elementos da marca que criam maior relação com o público-alvo: “ser memorável, significativa e desejável” (KOTLER e KELLER, 2012). Objetivo Identificar os principais fatores mercadológicos que influenciam na capacidade da empresa em criar proposta de valor a marca; Introdução Relacionar o comportamento de compra do consumidor com o marketing é fazer a relação de fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Ou seja, a relação do Marketing, marca e comportamento tem variáveis de acordo como esses fatores influenciam o meio. Assim, o desejo e a necessidade do consumidor podem mudar ao longo do tempo, pois, são ações que estão diretamente ligadas a como o consumo é realizado e como é feito o descarte de produtos ou serviços. Com base nisso, o cliente toma sua decisão de comprar ou não comprar (TERRA, 2021). Já vimos que a marca é o nome que se dá a produtos, empresas e serviços e para algumas empresas, que em muitos casos é seu maior patrimônio. O marketing tem a função de criar indicadores para mensurar a qualidade de um produto ou serviço, assim como, sua imagem. Com base nessas análises e interpretação desses indicadores, as empresas conseguem criar estratégias de marketing mais assertivas, aumentando seus diferenciais em relação aos concorrentes, além de manter-se no mercado e conquistar novos clientes (KOTLER e KELLER, 2012). 33 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O nome, quando bem desenvolvido, pode tornar-se o principal elemento de sucesso no negócio. Posteriormente, vem o logotipo e a parte da comunicação verbal. Já, o símbolo faz a comunicação não verbal, com o intuito de ser lembrada sem o restante. Ou seja, a relação do marketing com a marca, assim como, o conjunto de elementos que identifica a marca para o mercado, tem a premissa de influenciar a ligação da pessoa com o produto ou empresa (TERRA, 2021). Com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e da internet, as empresas vem conseguindo excelentes resultados, graças as diversas ferramentas de comunicação. É notório que essas ferramentas conseguem integrar dados obtidos em redes sociais, para influenciar na tomada de decisão. Com isso, possibilitou e facilitou as organizações a estabelecerem uma gestão da comunicação com seus clientes, aliando TICs aos planos de comunicação e marketing. 4.1. Fatores relacionados a segmentação O conceito de segmentação de mercados é um dos elementos mais utilizados pelos profissionais do marketing. O conceito baseia-se no conhecimento profundo nos mais variados perfiz do seu mercado consumidor. Para ser competitivo a empresa precisa diferenciar suas ofertas, separando por classes socioeconômica e cultural, e com isso, atender suas necessidades com mais eficiência. A ideia é fazer ajustes mais racionais e preciso do produto, de acordo com as exigências dos consumidores. Ou seja, o mercado é formado por tipos de consumidores diferentes, com necessidades e desejos diferentes e muitas vezes bastante específicos. A segmentação de mercado diz respeito à identificação de diferenças nas necessidades do comprador e no seu comportamento de compra, permitindo a uma empresa atender segmentos que se equiparam às suas capacidades com programas de marketing distintos (PORTER, 1986). Alguns requisitos são necessários para criar estratégia de segmentação de mercados: a) Diferenciáveis: exigência específica para cada programa de marketing. 34 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância b) Variáveis para maximizar as diferenças entre os segmentos e minimizar as diferenças entre os indivíduos do mesmo segmento. Essas variáveis consistem em: mensurável, accessível, substanciais e estáveis. O processo de segmentação de mercado é: a) dividir em segmentos de consumidores com necessidades comuns; b) compreender qual a correta proposição de valor para cada segmento; c) mapear como a empresa e seus concorrentes entregam o valor a eles. Assim, é possível entender a proposição de valor que o consumidor está disposto a se sacrificar (gastar) para obter os benefícios de um produto ou serviço. Com base nessas análises é possível avaliar a atratividade de cada segmento, que definirá se a empresa deve ou não atender esse mercado e seus segmentos de forma rentável. Kotler (1999) cita que as vantagens da segmentação de mercado são inúmeras: a) Maior proximidade: conhecendo melhor o consumidor, a empresa atenderá melhor suas necessidades; b) Maior identificação: conhecendo o potencial de mercado é mais fácil quantificá-lo; c) Melhor sistema de distribuição: sabendo onde estão fica mais fácil abri Pontos de Vendas; d) Comunicação eficiente: oferecer o produto certo; Quadro 04 – Exemplo de Segmentação Geográficos - (regiões, cidades, bairros) Idosos com familiares em cidades próximas. “Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande”. Demográficos - (sexo, idade, renda, educação) Pessoas acima de 65 anos, pertencentes à classe média alta e classe alta. Psicográficos - (estilos de vida, atitudes) Pessoas preocupadas com a saúde, que gostam de atividades e lazer. Comportamentais - (ocasiões de compra, hábitos de consumo, benefícios procurados, taxas de uso) Os benefícios procurados são prevenção e melhoria de problemas de saúde e socialização. Costumam ler jornal, assistir TV. Fonte: Própria, 2015 O que precisa ser feito é descrever as características dos consumidores e ou usuários em seus devidos segmentos, que tenham necessidades e comportamentos em comum com o negócio e seus objetivos. Questões relevantes indispensáveis: a) Caracterização dos clientes por segmentos diferentes; 35 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância b) O tipo de consumo requer ofertas diferentes; c) Canais de Distribuição diversos são requeridos para alcance dos clientes; d) O relacionamento é diferenciado em função de suas exigências; e) Os níveis de lucratividade são diferentes; f) Disposiçãopara pagar diferenciação na oferta tais como: (Mercado de Massa, Mercado Segmentado, Nicho de mercado, Multiplataforma) 4.2. Fatores relacionados a mercado alvo O mercado alvo é uma condição institucional e social que estabelece as condições de troca de bens e serviços em um mesmo mercado. Não se restringe somente ao mercado físico, ele se materializa quando compradores e vendedores articulam mecanismo de oferta e procura. Ou seja, diz respeito a destinação final do produto ou serviço a um setor da população. Pode-se criar variáveis para definir o mercado alvo, como, gênero e fatores socioeconômicos. Exemplo: Lançamento de fraudas geriátrica de 24h. O mercado-alvo, será composto, principalmente por idosos ou incapazes, uma vez que se presume que este tipo de fraudas é adequado a pessoas com idade avançada. Já uma frauda infantil, terá como mercado alvo, crianças até 3 anos. Nenhum profissional tentará oferecer para outro tipo de comprador, pois, não haveria lógica. Para identificar o mercado-alvo, é necessário fazer pesquisas de mercado, analisar o comportamento dos consumidores. Assim, fica mais fácil realizar campanhas de marketing e posicionar melhor o produto. 4.3. Posicionamento - Estratégias da Empresa As empresas devem buscar posicionamento e diferenciação relevantes. Dentro do processo de gerenciamento estratégico da marca, toda empresa e seu produto/serviço precisam representar uma grande ideia, assim como, diferenciá-la na mente do seu mercado-alvo. Ou seja, posicionamento é a percepção dos clientes a respeito de um produto ou marca. É o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado na mente dos clientes-alvo. Algumas marcas diferem-se pelo status (Rolls 36 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância royce, Armani, Mercedes) outros, são mais populares (Hering, Colombo, Positivo) (KOTLER e KELLER, 2012). O posicionamento baseia-se em três categorias: Liderança em custos totais, diferenciais competitivos e foco. Figura 02 – Matriz Posicionamento Fonte: https://media.licdn.com/mpr/mpr/shrinknp_.png Essas categorias são facilmente percebidas pelos clientes. Afinal ao entrar em um estabelecimento, você já tem ideia das propostas de valores agregadas (Diferenciação; Custos; Foco). Outras, acontecem pela percepção de outros atributos. 4.3.1. Estratégias de preço O preço é o único elemento de geração de receita do mix de marketing. Aqui se tem a opção de cobrar por preços maiores (preços premium) que é quando existe uma proposta de valor agregada (brand equity), pois, os clientes têm a proeminência da marca, ou seja, a lembrança e associa a uma “marca forte”. Assim, não se importa em pagar por preços maiores, pois a sensação é de estar levando vantagem na compra. Outro fator é a estratégia da empresa em manter preços baixos, médio ou altos, assim como, o grau de flexibilidade em descontos, promoções etc. 37 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 03 - relação a preço versus marcas Fonte: Keller e Machado, 2006 Conforme a percepção de cada consumidor, o preço em relação aos diferenciais pode variar. É neste princípio que se baseia o profissional do marketing. Produto certo, pelo preço certo, no lugar certo e com as informações certas. Para isso (KELLER e MACHADO, 2006): a) Estime que valor seus clientes atribuem a um produto ou serviço; b) Procure variações no modo como os clientes avaliam o produto; c) Avalie a sensibilidade dos clientes quanto aos preços; d) Identificar uma estrutura ótima de determinação de preços; e) Considere as reações dos concorrentes; f) Monitorar preços realizado nas transações; g) Avalie a resposta emocional dos clientes; h) Analise se o retorno vale os custos dos serviços oferecidos. Resumindo, podemos entender que o preço alto nem sempre é negativo. Se existir valor agregado, o custo-benefício vai equilibrar a demanda. Contudo, se o produto não demonstra valor agregado, precisa ter preço inferior para continuar no mercado. Neste caso, se posicione, economize nos custos e gastos e venda mais barato, ou, melhore seus diferenciais e cobre mais caro. O que não encontramos como estratégia de negócio é uma empresa vendendo muito barato, produto com diferenciais competitivos altos. 38 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4.3.2. Estratégias de diferenciação Para Porter (1986) a diferenciação é uma estratégia competitiva escolhida para competir frente aos seus concorrentes. Ou seja, é como deseja alcançar uma posição favorável no mercado. Uma empresa pode ser competitiva desenvolvendo ações ofensivas e ou defensivas. No caso da diferenciação, os maiores investimentos estão voltados para a imagem, tecnologia, serviços, pesquisa e qualidade. Tais diferencias devem trazer vantagens competitivas, criando valor que o faça ser considerado único no mercado e que possam ser percebidas e tomadas como preferenciais por seus consumidores. Exemplo: alta tecnologia, serviços oferecidos, imagem da marca ou qualidade diferenciada (PORTER, 1986). Podemos afirmar que para que uma empresa atinja seus objetivos com estratégias de diferenciação e obter lealdade dos consumidores é necessário que possua características como: acesso à pesquisa, equipes qualificadas, capacidade de inovação e ser uma empresa com perfil de alto desempenho. Kotler e Keller (2012 apud PASTORE, 2018) ressaltam que além dos tradicionais elementos de segmentação de clientes, existem outros relacionados a marca, sendo ou não usuários do produto. Para os usuários temos: a) Conversíveis: consumidores com menor lealdade à marca e que estão muito dispostos a trocar sua marca de preferência; b) Volúveis: Mais leais que os conversíveis, mas ainda consideram outras marcas; c) Satisfeitos: Leais a marca e dificilmente consideram comprar dos concorrentes; d) Comprometidos: Nível máximo de fidelidade à marca. Para os não usuários da sua marca, somente uma pequena fatia fica disponível para serem trabalhados. Tais consumidores podem ser classificados como: a) Inatingíveis: São comprometidos com seus concorrentes, e não com você; b) Atingíveis: Gostam da marca que consomem, mas não com tanto amor; c) Indiferentes: Tanto faz qual marca comprar; d) Disponíveis: Já decidiram trocar de marca, mas ainda não trocaram. 39 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Para definir estratégias de marketing voltados a marca, devemos analisar o branding como um todo, assim como, consumidores e posicionamento da empresa, para depois decidir as estratégias (PASTORE, 2018). 4.3.3. Estratégias de foco na marca e na Performance A estratégia é focar num determinado grupo de clientes, dentro de um segmento específico e num mercado geográfico específico. Ou seja, a empresa deve atender as necessidades específicas e efetiva de forma mais eficiente do que seus concorrentes. Assim, a empresa deve oferecer algo único e distinto. Com essa estratégia a empresa pode operar em custos baixos ou diferenciação ou até mesmo com ambas. Porém, se optar por preços, seus atributos podem não corresponder as necessidades e se optar por diferenciais, pode criar barreiras pelo preço elevado ou demasiado enfoque no produto e estes fatores serem um risco para a estratégia da empresa (PORTER, 1986). Quando o foco é na marca, a construção e o fortalecimento no relacionamento com o cliente deve ser pensado a longo prazo. Através do tom de voz da marca, capacidade de comunicação, posicionamento, pelo grafismo e identidade visual da marca. Tudo isso, influência nas decisões de compras, porém, nem sempre tais decisões são lógicas ou racionais. Nas estratégias desenvolvidas para a performance,o foco está em gerar leads para um afunilamento de vendas, esperando resultados mais diretos. Essa estratégia utiliza-se de dados mais mensuráveis do que a estratégia de marca. A estratégia de performance está voltada a resultados rápidos. Atualmente, as principais ferramentas geradoras de resultados são as utilizadas nas mídias digitais: Google AdWords, Facebook Ads e mídia programática. 40 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4.4. Marketing de influência A abordagem do marketing de influência, ou “influencer marketing” em inglês, consiste na prática de ações focadas em indivíduos que exerçam influência e liderança sobre potenciais compradores. A criação do marketing de influência já é antiga. No século XIX algumas marcas americanas começaram a contratar celebridades para falarem sobre cigarros e produtos de limpeza. Posteriormente esse fato foi potencializado pelo cinema, como consequência os “fãs” começaram a imitar as estrelas que assistiam na tela do cinema. De certa forma, o objetivo é o mesmo de hoje. Pois a proposta é que esses influenciadores consigam interferir na tomada de decisão em favor de uma determinada marca. Esse processo ocorre com o estabelecimento da relação de confiança entre o influenciador e seus seguidores. O mercado de influenciadores tem crescido em todo mundo. Estão em diferentes plataformas e atualmente são apontados como a tendência do futuro. Todos apoiados pelas redes- sociais. Alguns elementos que fortalecem esse canal de comunicação: a) A propaganda tradicional está perdendo forças; b) Alta taxa de credibilidade dos influenciadores; c) Alcance global, influenciando seguidores no processo de compra: “reconhecimento, consideração e tomada de decisão”; d) Conteúdos relevantes nos canais de acesso; Alguns tipos de influenciadores são mais conhecidos do que outros. Os que estão no YouTube e Instagram são os mais vistos. Contratar pessoas muito conhecidas e ou celebridades para fazer as propagandas em canais tradicionais é um custo alto. Assim, empresas investem em canais na internet que tem maior número de seguidores e que tenham afinidades com o produto de venda. O engajamento desses seguidores e muito grande e conseguem trazer altas taxas de conversão. Considera-se três tipos de influenciadores: a) Midiáticos: jornalistas, analistas e investidores que exercem tanto na versão antiga como nos meios digitais; b) Especialistas: líderes em ambiente virtuais comunidades online, youtubers, blogueiros etc. c) Fãs influenciadores: usuários comuns que se destacam em grupos segmentados. 41 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Tais profissionais causam um efeito positivo da marca. O marketing de influência adota duas formas de praticar influência: “A mídia paga (paid media) e a mídia conquistada (earned media)”. Na mídia paga: os influenciadores são contratados para fazer campanhas ou promover o produto, serviço ou marca. Porém, a grande vantagem é que existe uma sinergia entre influenciador e marca, alinhado ao posicionamento. Outro fator de credibilidade é que a mensagem não veio de propaganda feita em canais de comunicação. Ou seja, torna-se uma publicidade e tem mais credibilidade. Mídia conquistada: trabalham com parcerias, e em contrapartida a marca trará mais visibilidade, credibilidade e prestígio ao seu canal de comunicação e ou acesso a eventos ou qualquer outro benefício intangível. Ou seja, faz relações públicas e ambas ganham. A prática é muito simples, porém, com muitas variáveis e depende somente da expertise e experiência. Contudo, os profissionais do marketing devem escolher bem os influenciadores. O primeiro ponto é estabelecer quais objetivos da Campanha e qual público quer atingir e a quem destina. Normalmente, escolhe-se pelo perfil dos influenciadores e pelo número de seguidores. Figura 04 - Classificação de influenciadores pelo número de seguidores em redes sociais Fonte: https://www.influency.me/blog/o-que-e-marketing-de-influencia/ 42 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Alguns softwares já fazem uma boa filtragem dos influenciadores. Além dos fatores citados, a seleção depende da relevância, alcance e a ressonância. Depois passa pela definição da mensagem e indicadores que vão mensurar os resultados. 43 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5. PORTFÓLIO E GLOBALIZAÇÃO Um portifólio é uma compilação do que tem de melhor para ser mostrado, pode ser de um profissional ou da empresa. É um material que mostra de forma ampla as vantagens e diferenciais competitivos do negócio. A globalização é praticamente a interação de todos os países do planeta. Principalmente entre as pessoas. Desde o final do século passado a globalização vem ganhando força e diminuindo a distância ente os povos. Objetivo Analisar de que forma o portfólio das empresas influenciam na valorização da marca no mercado mundial. Introdução Podemos definir que “portfólio” é uma coleção de trabalhos realizados. Muitas empresas fazem separações de seus portfólios, como investimentos, projetos, imóveis, bens e ativos, educação etc. O termo vem do inglês, que por meio da apresentação do currículo agrega valor ao documento. Resulta na demonstração do que já foi construído na sua vida, seja ela particular ou profissional. Assim como, relaciona-se com a empresa. Podemos demonstrar o conjunto de ações e conquistas de uma empresa como sendo seu portfólio. Ou seja, quando estudamos os investimentos, resultados, marca, desempenho entre outros, estamos conhecendo o portfólio da empresa (KELLER e MACHADO, 2006). No final do século passado, muitas empresas mudaram de mãos em troca de algumas marcas bastante conhecidas. Empresas como: a) A fabricante norte americana de produtos alimentícios, tabaco e Philip Morris comprou a Kraft Foods, pagando quatro vezes mais do que valia seus ativos tangíveis. Estima-se que 90% do valor foi pela reputação da empresa no mercado, denominando-se como “valor da marca”. b) A Nestle adquiriu a empresa britânica Rowntree (chocolates Kit kat entre outros) e a Indústria de rações Purina, por valor bem acima do mercado. Até hoje mantêm suas marcas no mercado. c) A Unilever é a empresa com maior portfólio de marcas no mercado mundial. No Brasil, investiu adquirindo a Cica, Arisco e Kibon. Apesar de ter uma marca 44 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância forte (Gelato), optou em comprar a marca líder pagando preço muito acima de seus ativos. Muitos bancos criaram parcerias, foram vendidos e alguns fundiram-se para tornar- se mais competitivos. O preço adicional pago, muitas vezes eram justificados com base na suposição de lucros obtidos pela proposta de valor da marca. Principalmente, pelo custo de criar e desenvolver uma marca do zero. Muitas empresas podem obter até 90% do seu valor somente em ativos intangíveis, da qual 70% destes é da marca (KELLER e MACHADO, 2006). Outro fator relevante é que muitas marcas como Nike e Calvin Klein, Café do Ponto, Pilão, Seleto, Cabloco entre outros não são fabricantes de seus produtos, terceirizando para empresas menos conhecidas que trabalham por contratos. 5.1. Reconhecimento e percepção da marca O relacionamento que os consumidores têm com a marca vem se acentuando nas últimas décadas. As “marcas” têm se destacado e preenchendo vazios relacionados para uma sociedade em constante mutação de necessidades e desejos. Assim, a formação e a manutenção da marca-produto vêm atendendo a muitos papeis apoiados numa sociedade pós-moderna. A marca pode desempenhar um importante papel no direcionamento dos consumidores ao produto. Pesquisadores classificam produtose atributos/benefícios associados a três categorias (KELLER, MACHADO, 2006). a) Bens de pesquisa: os atributos podem ser avaliados pela sua robustez, tamanho, cor, estilo, peso e composição (fatores visuais). b) Bens de experiência: por meio de testes, experiências quanto a durabilidade, qualidade, segurança, manuseio ou utilização. c) Bens de credibilidade: raramente se verifica os atributos (ex: cobertura de seguros); No caso dos Bens de experiência e de credibilidade existe muita dificuldade em interpretar e avaliar os atributos e ou benefícios dos produtos. Nestes casos, as marcas são bastante representativas como fator de decisão de compra. Contudo, pode-se reduzir os riscos, se percebermos os seguintes fatores: a) Risco funcional: o produto não corresponde as expectativas; 45 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância b) Risco físico: representa ameaça; c) Risco financeiro: Não vale o custo & benefício; d) Risco social: Constrange pessoas; e) Risco psicologicos: afeta o bem estar mental do usuário; f) Risco de tempo: em caso de defeitos a reposição é longa. Para minimizar os riscos, consumidores adquirem produtos de marcas conhecidas, principalmente aquela que já tiveram algum tipo de experiência positiva. Assim, a marca tem diferentes percepções para cada cliente. Elas se potencializam ou perdem valor conforme a percepção dos clientes. Porém, a tendência é que as marcas que simplificam a tomada de decisão tendem a terem mais exito, já que a vida dos consumidores estão cada vez mais atribuladas e sem disponiblidade de tempo (KELLER e MACHADO, 200). Quadro 05 – Papeis que as marcas desempenham Consumidores Fabricantes Identificação da origem do produto Identificação para simplificar o rastreamento Atribuição de responsabilidade ao fabricante Proteção legal para aspéctos exclusivos Redução de riscos Indicativo de qualidade para consumidores Simplificação do custo de busca Meio para criar associações exclusivas Vinculo com o fabricante Fonte de vantagem competitiva Elementos simbólicos Ativo para retorno financeiros Indicativo de qualidade Fonte: Keller e Machado, 2006 Os profissionais de marketing sempre investiram na capacidade das empresas em seduzir clientes pela marca. Alguns casos, o cliente chega a ser fascinado pela marca. Sem dúvidas, a marca sempre foi e será um grande influenciador na tomada de decisão. Afinal, a conscientização da marca vai muito além de uma simples lembrança na mente do consumidor. Porém, para a marca ter valor “fonte do patrimônio” deve ser forte, diferenciada e superior de seus concorrentes. Além disso, quando a marca é líder, oferece benefícios auto expressivos, em forma de importância e satisfação (status). Assim, há muitos elementos, tangíveis e intangíveis que envolvem o reconhecimento da marca. O reconhecimento e percepção da marca envolve um conjunto de elementos físicos e simbólicos capazes de influenciar na preferência, seja produtos, serviços ou empresas. Assim, a marca é uma grande influenciadora na decisão de compra. 46 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5.2. Construindo uma marca forte Construir uma marca é um desafio muito grande. Porém, estabelecer uma marca proporciona benefícios tanto para os consumidores como para as organizações. A marca serve para rotular um produto e são criadas por meio de programas de marketing bem planejados. A premissa é que a marca resida na mente dos consumidores. A marca é uma entidade perceptiva com raízes na realidade, ou seja, atua na percepção de indivíduos ou grupo de pessoas com as mesmas características comportamentais. Criar uma marca para um produto (objeto, pessoas ou organizações) deve se levar em conta: a) Mostrar aos consumidores quem é o produto; b) Dar ao produto um nome forte que o identifique; c) O que o produto faz; d) O porquê os consumidores deveriam adquiri-lo. A construção da marca envolve estruturas mentais para ajudar os consumidores a organizarem seus conhecimentos e saberem diferenciá-los para tomada de decisão. Esses fatos estão relacionados aos atributos ou benefícios ou a fatores mais intangíveis, como a imagem (KELLER e MACHADO, 2006). Nenhuma marca é tão forte que não possa ser derrubada. Fatores relacionados a gestão, mudanças tecnológicas e preferência dos clientes são as mais comuns. “qualquer marca – não importa quão forte seja em um determinado momento – é vulnerável e susceptível à má administração” (KELLER e MACHADO, 2006, p. 46) A construção da marca passa por três análises “cliente, concorrência e autoanálise”. Com base nisso, traça as estratégias de marca. A proposta de valor da marca é fundamental, dada a quantidade de escolhas oferecidas aos clientes. Alguns exemplos de sucesso com produtos comuns: Commodities: Café (Pilão, Caboclo, Melitta, Pelé); Arroz (Tio João, Camil, Prato fino), além desses vários outros produtos comuns e sem muitos diferenciais, conseguiram alcançar propostas de valores com suas marcas, como: Sal Cisne, Açúcar união, Aveia Quaker, Leite Ninho, Amido de ilho Maisena a lã de aço Bombril e a lâmina de barbear Gillete. Atualmente, produtos de tecnologia vem adotando o mesmo critério de “Brand”, como é o caso da Intel, que investiu pesado na divulgação da “Intel 47 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Inside” vendendo a ideia de que seus processadores proporciona um nível maior de desempenho em relação aos concorrentes e a Tesla com seus veículos elétricos e autônomos (KELLER e MACHADO, 2006). Outros exemplos de produtos praticamente iguais que adquiriram uma proposta de valor agregada na mente dos consumidores, é o caso da água mineral engarrafada Perrier e San Pelegrino que tem seus valores em até 5 vezes mais do que outras. Afinal tudo é água! O Brand construído para marca é reconhecida e percebida por diferentes aplicações nos produtos. No entanto, precisamos entender que se atribui a produtos diferentes conotações: Bens físicos, serviços, lojas de varejo, pessoas, organizações, lugares, ideias, empresas on-line etc. (Exemplos de bens físicos: produtos associados a marca como, Coca-Cola, Marlboro, Mercedes-Benz e Nescafé). Existem algumas vantagens em ter uma marca forte no mercado: a) Melhor percepção do desempenho do produto / serviços; b) Maior fidelidade e cooperação dos intermediários; c) Maiores eficácias nos programas de comunicação de marketing; d) Maiores oportunidade e facilidades para obter soluções; e) Resposta mais rápidas a promoções e menor nos aumentos; f) Menor vulnerabilidade nas ações da concorrência e a crises; Isso acontece porque o poder da marca está baseado na percepção do cliente (mente). Reflete-se as experiências que tiveram com a marca. Escolher quais associações são mais favoráveis para determinar o posicionamento é uma tarefa do profissional do marketing. Mas, quando tratamos sobre a percepção, temos a seguintes razões. 48 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 05 – Razões para escolha da marca Fonte: Keller e Machado, 2006 Sabe-se que a empresa é um dos fatores primordiais para que a marca seja forte na mente dos consumidores. Assim, o atendimento, localização, promoção e demais atributos oferecidos para o cliente, também resultam no valor da marca. Afinal, quem não quer comprar um produto bom em uma empresa que lhe respeite. Para Keller e Machado (2006) “conseguir a identificação da marca certa implica criar proeminência de marca junto aos clientes”. Refere-se aos aspectos da lembrança e a frequência e facilidade que a marca é evocada nas mais diversas situações e circunstâncias. Contudo, a proeminência vai além disso, pois requer ligar a marca – o nome– logo – símbolos etc. e fazer as associações na memória. Assim, construir lembranças da marca, ajuda na identificação e preferência para suprir as necessidades. De modo geral, criar lembranças de marca, envolve em criar identidade ao produto, associando a vontade de adquirir e utilizar (KELLER e MACHADO, 2006). 5.3. Gestão, desenvolvimento de construção e estruturação da marca Conforme Keller e Machado (2006) as marcas são construídas dentro de uma sequência de etapas. Cada etapa é dependente do êxito da anterior: a) Assegurar a identificação da marca junto aos clientes. É associar a marca com o produto/serviço ou com a necessidade do cliente; 49 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância b) Estabelecer firmemente o significado da marca na mente dos clientes. Fazer o link de associações tangíveis e intangíveis com determinadas propriedades; c) Estimular as respostas adequadas de clientes e os significados de marca; d) Converter a resposta da marca em um relacionamento de fidelidade intenso entre o cliente e a marca; Note que existe uma sequência lógica de objetivos para construir o valor da marca na mente dos consumidores. Ou seja, deve-se criar identificação ao significado, resposta a marca aos relacionamentos duradouros Figura 06 – Construção da marca Fonte: Keller e Machado, 2006 A pirâmide elenca as etapas, identificação com a marca, a imagem que ela representa, considerando o desempenho do produto. Posteriormente entra fatores intangíveis de percepção e julgamento e só no final entra os fatores cognitivos de aceitação. 5.3.1. Marcas pessoais versus corporativas Pastore (2018) cita que “uma das grandes diferenças entre marcas corporativas e marcas pessoais está na distância que se pode imprimir entre fabricante e vendedor”, assim como, seu produto ofertado e a influência na decisão de compra. Ou seja, quando você compra um produto personalizado de um artesão a proposta de valor é diferente do que comprar um produto industrializado. Outro fator está na identidade da marca, apesar das corporações serem feitas por pessoas, elas interagem e passam mensagens, porém, é mais fácil ter ruídos e confundir o consumidor. Contudo, marcas pessoais são mais bem entendidas, compreendidas e refletem melhor a essência dos sujeitos que lhes deram a origem (PASTORE, 2018). 50 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância a) Marcas pessoais: define-se como estratégias de conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira e da vivencias pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos seus atributos, características e complexa estrutura. Ou seja, a marca pessoal é um compromisso de entrega entre duas partes e seu valor está na forma da promessa. b) Marca corporativa: conhecida como marca de empresa, representa o nível mais alto na hierarquia. É a marca própria. Normalmente não existem produtos associados a ela, já que seu papel é gerenciar marcas em níveis inferiores da hierarquia. Muitas vezes é até desconhecida, pois os investimentos ficam por conta de seus produtos. 5.4. Fixação da marca na mente dos consumidores Para Keller e Machado (2006) escolher a marca certa é um dos maiores desafios dos profissionais do marketing. Vários procedimentos e sistemas são sugeridos para atribuir nome a novos produtos. Em geral: a) Definir o conceito ideal que a merca deve assumir; b) Reconhecer o verdadeiro papel da marca e relacionamento com as outras marcas da empresa; c) Identificar e analisar com profundidade o público-alvo que será atingido; d) Coletar o maior número de nomes possíveis (centenas); e) Brainstorming para filtrar os nomes; f) Estudar os escolhidos: duplo sentido, impronunciável, similaridade etc.; g) Aprofundar-se nos nomes escolhidos (registro e exigências legais); h) Pesquisa com clientes (nome, embalagem, quantidade, preço, canais etc.); i) Registro da marca Outro fator de importância é como o nome da marca, embalagem, cores entre outros serão percebidos junto a públicos dos mais diferentes lugares do mundo. O caminho é pensar globalmente. Afinal, a pesquisa é a parte mais importante, antes de começar a investir na marca. Alguns elementos são fundamentais: a) Posicionamento bem definido; b) Marca forte, demonstrando suas vantagens; c) Identidade verbal e visual; d) Comunicação – utilização de canais adequados; 51 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância e) Planejamento com alinhamento estratégico; f) Alta capacidade de gerenciamento da marca; 5.5. Estratégias globais ou locais – Glocal O acesso do consumidor a informação e a capacidade de transação, fizeram as empresas mudaram suas estratégias de comercialização. Atualmente, quem não se adapta as ações globais, tem mais dificuldades em manter-se competitivos. Assim, as oportunidades com a competitividade global forçaram as organizações a agir localmente e pensar globalmente. O comércio online, facilitou muito a vida do consumidor, pois, adquirem produtos de vários locais e satisfazem suas necessidades sem sair de casa. A cultura as compras online, em tempo real e a interatividade global é irreversível. A competitividade global aumentou a necessidade das empresas, criar estratégias de relacionamentos mais efetivos. A marca pode ser um fator diferencial na tomada de decisão e preferência do cliente. Criar ações de marketing para valorizar a marca e fidelizar clientes é uma tendência entre os profissionais da área da comunicação. Contudo, nossa capacidade comercial e competitividade é prejudicada por diversos fatores totalmente nacionais, como: tributações, Leis trabalhistas, desindustrialização, desqualificação e falta de incentivos do governo. De modo geral a marca pode corroborar no processo de globalização, criando um modelo formado por alguns elementos no Branding equity (Gestão da marca): a) Padronização: preço, produto, promoção e estruturação do canal; b) Ações de marketing: integração, concentração e coordenação; c) Participação: globalização e competitividade; É notório que se a empresa criar estratégias que a diferencie no processo de exportação, é interessante! porém, deve estar preparada para diferenciar-se de forma a segurar um pedacinho desse mercado, competindo com empresas poderosas, eficientes e muitas vezes altamente tecnológicas. Mas, independentemente disso, deve preocupar em vender em suas proximidades (local, regional, municipal, estadual e nacional), entender e aprender com o mercado interno e depois pensar em âmbito global. Ou seja, precisamos nos preparar para serem competitivos. Aprender a utilizar melhor nossos recursos, principalmente humanos e tecnológicos. Além disso, temos que pensar na capacidade em 52 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância atender a demanda, flexibilidade e adaptabilidade. Mesmo assim, a globalização não garante sucesso ao negócio. 5.6. Branding e mobilidade – Uma nova abordagem das marcas Quando falamos em mobilidade, estamos nos referindo aos aparelhos móveis de telefonia (celulares). Para mostrar a importância da sua marca estar “nas mãos” do consumidor, precisamos entender como estão os indicadores. Conforme a ONU (2017): existem 5 celulares para cada televisão ou computador (desktop) em uso. Isso representa quase 80% da população já tenha celular-smart phones. Diante desse cenário é fácil afirmar que uma nova abordagem global está mudando a forma como criamos o “branding”. Para Terra (20121) a internet cada vez mais está evoluindo para a “internet das coisas” (capacidade de interconexão digital de objetos cotidianos com a internet – reúne e transmite dados). Ou seja, a tendência é uma internet mundial, onde “tudo é conectado a tudo”. Assim o mundo se tornará “Glocal” (Globale Local). Diante deste cenário, como vamos encontrar nossa marca? A resposta para isso é manter acessível a marca em canais fáceis de serem encontrados. Como em um Smart Phone. Alguns pensadores já comentam “se a sua empresa não estiver disponível na palma da mão, pode não ter sucesso”. Assim, podemos afirmar uma nova “Era” está surgindo: Globalização Móvel. 53 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6. VALUATION - VALOR FUTURO DA MARCA Quando falamos, quanto vale uma empresa - todo proprietário tem um valor em mente. Normalmente, leva em consideração, seus ativos e situação financeira. Contudo, dificilmente consegue mensurar o valor da sua marca. Quanto realmente vale “sua marca!”. Existem poucos indicadores que mostram isso. Mas, quando sabemos, adquirimos mais conhecimento para traçar as estratégias de marketing. É com base nisso, que a marca começa a ser mensurada. Objetivo Mostrar as principais ferramentas de marketing que determina o valor da marca futura, conforme seus atributos e variáveis que influenciam seu valor. Introdução Para definir o valor, é preciso conhecer bem o perfil da empresa e dos negócios que ela representa, como: seus ativos e a força da marca no mercado. Muitos empreendedores, “superestimam ou subestimam” suas marcas, pois não conseguem mensurar os pontos fortes da marca. O fato de avaliar a marca é chamado de Valuation! Valuation é o termo em inglês para “Avaliação de Empresas”. É o processo de estimar quanto uma empresa vale, determinando seu preço justo e o retorno de um investimento em suas ações. O “valuation” é um processo que é definido por uma percepção de marcado. Então, não há um modo numérico e exato. Mas, deve-se levar em conta a situação financeira, fatores quantitativos como estoque, fluxo caixa, infraestrutura, capital tangível e qualitativos que é os intangíveis como tendência de marcado, percepção do cliente sobre a marca, usabilidade e utilidade, nível de exclusividade entre outros. Nos últimos tempos, os avaliadores estão avaliando as empresas não só pelos ativos e situação de caixa, estão levando em consideração fatores estratégicos que adicionam valor a longo prazo, seja para a empresa comprada ou para levar vantagem a outra. 54 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 07 - Elementos de Valuation – Valor da Empresa Fonte: https://www.google.com.br/search?q=VALUATION O maior desafio em mensurar o valor da marca, começa pela definição da “própria marca”. Qual sua real identidade. Afinal, não é somente um logo que a define. A marca pode ser um indicativo de status, um estilo de vida, um conceito, mostra confiança, credibilidade e garantia de estar adquirindo a coisa certa. Ou seja, a marca deve ter valores embutidos que agregam uma proposta de valor maior ao cliente. Normalmente, alguns atributos são considerados para mensurar o valor da marca: a) Registros e patentes: marca, logo etc. b) Nome: forte, conhecido e reconhecido de forma positiva; c) Produtos e serviços únicos: difícil de serem imitados (copiados); d) Marketing: a força do marketing nas mídias; e) Imagem: sites, URLs, solidez, posicionamento Independente de quantos fatores forem considerados para avaliar a marca, a preocupação deve estar na identificação das características que valorizam a marca, assim como as que desvaloriza, assim como, se é possível investir para maximizar ou inverter fatores nocivos. Agregar a tudo isso, a tendência do ciclo de vida dessa marca no mercado. 55 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6.1. Ferramentas de mensuração Para definir o valor da marca, muitas técnicas diferentes são utilizadas. A valorização dependerá do tipo do negócio, do profissional e das interpretações pessoais. De modo geral, para saber se tem valor, a primeira informação é se a empresa tem a capacidade de gerar caixa. Assim, mensurar o valor da marca é essencial para construir forças e aproveitar oportunidades, pois é possível apropriar-se de recursos necessários e mais efetivos, proporcionando maior valor a marca. Alguns métodos de avaliação de marca “methods of brand valuation” são definidos: Substituição de custo: O método considera os gastos e os investimentos necessários, com a premissa de substituir uma marca por outra com a mesma utilidade para a empresa. Acontece quando excluímos os ativos obsoletos e intangíveis. Para cálculo, divide-se o custo do lançamento de uma marca pela sua probabilidade de sucesso. Comparação de venda: o processo de comparar confere valor à marca. Busca-se informações de transações recentes, envolvendo marcas similares, da mesma organização e criando comparativos múltiplos. Ou seja, comparação entre aquisição e vendas. Contudo, nem sempre a compra de uma marca tem a finalidade de venda, afinal, existem outras variáveis para alguém querer comprar uma marca. Alto Fluxo de caixa: A estimativa do valor da marca, parte do princípio de reduzir os atributos tangíveis e intangíveis do “fluxo de caixa” que não são sensíveis a marca. O processo de desconto depende do risco futuro e pode ser alterado conforme muda as variáveis, como: a) Dividir a marca em unidades estratégicas. b) Prever os lucros utilizando o Plano de Negócios e definir o “EVA” (Economic Value Added ou Valor Econômico Adicionado). c) Deduzir do EVA as contribuições dos ativos intangíveis diretamente avaliáveis (patentes, portfólios de clientes etc.). d) Pedir a opinião de um especialista ou aplicar pesquisas de mercado, alocar um valor residual para a marca e para os outros ativos intangíveis. e) Calcular o excesso de lucro que pode ser tributo da marca para cada gerador de renda e para cada ano. 56 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância f) Avaliar os riscos por meio de uma análise estratégica pontual sobre o crescimento do mercado, as expectativas em longo prazo para a marca, a concorrência, a inovação da marca e a flexibilidade dos preços. g) Definir o desconto baseado nos riscos analisados. h) Descontar o lucro proveniente da marca e criar listas de pontos sensíveis, dependendo desse desconto. i) Checar o resultado obtido utilizando outros métodos. 6.2. Fatores influenciadores no valor da marca Como já vimos, o valor da marca está associado a percepção do cliente e quanto está disposta a pagar a mais por ela. Para isso, precisa-se identificar o que o cliente pensa sobre o produto/serviços. Vamos a um exemplo do computador Apple: Figura 08 – Associações da percepção do cliente para o computador Apple Fonte: Keller e Machado, 2006, p. 41 Assim como outras marcas são caracterizadas por inúmeros outros fatores de percepção. Algumas criam programas para associar a qualidade, outras em atendimento, rapidez, assistência, durabilidade entre outros. Muitas trabalham contrafatores negativos, como é o caso do McDonald (fast food) e Coca-Cola (refrigerante) em contrapartida vende “qualidade” e “refrescância” entre outros atributos. 57 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7. PLANO DE MARKETING VOLTADOS A MARCA A elaboração de um plano de Marketing, define o planejamento das ações que uma empresa predetermina a fim de alcançar um determinado objetivo. O planejamento pode ser voltado para um produto específico, serviço oferecido, para uma marca ou para a empresa como um todo. Trata-se do plano de comunicação da empresa com o mercado em que atua. Objetivo Demonstrar quais elementos podem ser utilizados para realizar um plano de marketing voltados a proposta de valor da marca. Introdução Antigamente o plano de marketing era criado para gerar vendas. Nos últimos tempos, a empresa depende diretamente das ações domarketing para serem competitivas. No entanto, as exigências mercadológicas estão cada vez mais difíceis de serem atendidas. Neste sentido, o marketing passou a ser mais sistêmico e utilizar um conjunto de elementos para se posicionar e atender o mercado. Não basta mais fazer uma ou outra ação de marketing, atualmente, as empresas investem em vários canais e métodos diferentes ao mesmo tempo para manterem-se no mercado. O Planejamento é o mapa do percurso em que a empresa vai caminhar. Assim, o marketing é uma ferramenta de crescimento e não apenas de apoio. Para isso, precisa conhecer muito bem o mercado. A pesquisa é inerente ao plano de marketing. Sem a pesquisa, não existe planos efetivos, só improvisos! As decisões planejadas para serem executadas no plano de Marketing vão influenciar na execução e resultados das campanhas. Por isso, as ações devem ser coerentes as necessidades do mercado, considerando variáveis e tendências para o futuro, criando elementos para minimizar ou eliminar possíveis fatores que impactam em seus objetivos de forma negativa. 58 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Como já vimos anteriormente, a empresa deve ter um posicionamento firme no mercado. Saber exatamente o que quer e para onde vai. Deve ter consciência de sua Visão, Missão e Valores, além de buscar seus objetivos a qualquer custo. No entanto, muitas empresas investem em plano de marketing, mas, não acompanham se os resultados estão dentro dos padrões estabelecidos. Assim, o que foi planejado, acaba perdendo o foco na sua execução, transformando um plano estratégico em um punhado de folhas abandonadas em gavetas. Neste sentido, o profissional de marketing entra em ação, como responsável pela execução, direcionamento, replanejamentos e análise de indicadores de resultados. O processo de acompanhamento é necessário para possíveis correções e mudanças do plano, para que volte aos objetivos finais estabelecidos. Tais ações se forem adotadas no momento correto, assegura melhores resultados e direcionamento para que o plano de Marketing seja realmente efetivo para a empresa. 7.1. Estratégias e Elaboração do Plano de Marketing Não existem estratégias prontas para o marketing. Cada empresa ocupa um lugar no mercado e as variáveis dificultam padronizar as ações. Porém, as melhores estratégias de Marketing na preparação do plano é seguir algumas etapas na sua construção, como fazer inicialmente um esboço por meio de um “brainstorming” (chuva de ideias) com seus stakeholders. Com isso, define-se algumas metas e objetivos a serem atingidos em curto, médio e longo prazo. É o que dará um norte a construção do Plano de Marketing. a) Realizar a análise do segmento em que a empresa está inserida: Já dissemos que a pesquisa é inerente ao marketing. Conhecer o mercado em que atua é imprescindível. Tanto fatores internos como os externos, que possam vir a influenciar a área onde ela está inserida. Deve-se saber sobre a situação do seu produto ou serviço no mercado e conhecer profundamente as reais capacidades da empresa, tanto os pontos positivos, quanto os negativos. Assim como, conhecer ainda mais, seus concorrentes. b) Objetivos e metas possíveis de serem conquistadas: Com análise de mercado, traçar ações para alcançar seu potencial, sem subestimar ou sobrestimar, causando expectativas exageradas e impossíveis de serem conseguidas. c) Conheça os clientes e defina o público-alvo: Conhecendo as necessidades, consegue-se gerir melhor as ações. A premissa é atingir diretamente o 59 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância público-alvo. Assim, saber o que compram, quando compram, onde compram e quanto podem pagar é primordial para planejar as ações de marketing. d) Adote a estratégia de “personas”: São perfis que você considera para um cliente ideal. São “representações personificadas de um mercado mais amplo”. Com essa generalização de público-alvo, é possível direcionar a comunicação para uma pessoa real e como ele gostaria de ter contato com seu produto, serviço ou empresa. Isso só é possível quando “conhecer profundamente seu público-alvo”. e) Conheça a concorrência: Fazer uma grande análise de seus maiores concorrentes. Suas vantagens, seus pontos fracos e fortes, quanto a serviços, produtos e diferenciações. Só assim, poderá comparar seus atributos e planejar em cima desse cenário. f) Defina suas estratégias e ações a serem tomadas: Resumo e defina os principais objetivos e estabeleça estratégias para serem desenvolvidas e adotadas na execução do plano. Seja realista! g) Criatividade: Use-as, sem economia! Utilize as mais diversas ferramentas de comunicação. Dependendo do negócio, adote as que darão melhores “custos- benefícios”. h) Cronograma: Todo plano precisa ter começo, meio e fim. Todo plano deve ter prazos e precisa ser respeitado. A não ser que o cenário mude muito. Porém, isso não significa que “não podemos replanejar”, pois isso, é comum, justamente para não perdermos os prazos de execução. i) Indicadores e monitoramento: Definir os indicadores de resultados e o monitoramento é fundamental para manter ou mudar a direção do planejamento. É necessário para avaliação do sucesso e do que precisa ser corrigido. 7.2. Estrutura de um plano de marketing Apesar dos manuais e livros disponíveis para construir um plano de marketing, cada um é diferente do outro. Sua elaboração depende de muitos fatores ambientais e variáveis que influenciam um setor e em outros cenários não são influenciados (OLIVEIRA, 2021). No entanto, como base, uma estrutura de plano de marketing, passa pelas etapas: Planejamento; Implementação, Avaliação e Controle; 60 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Quadro 06 – Estrutura do Plano de Marketing Etapas Desenvolvimento do Planejamento 1 1.1 Sumário Executivo; 1.2 Análise de Ambiente; 1.3 Definição do Público-alvo; 1.4 Posicionamento de Mercado: como o cliente vê o seu negócio; 1.5 A Definição da Marca; 1.6 Definição de Objetivos e Metas; 1.7 Definição das Estratégias de Marketing; 1.8 O Composto de Marketing (Produto, Preço, Praça, Promoção); 2 Implementação do Plano de Marketing 3 Avaliação e Controle Conclusão Referências Bibliográficas Formulário Plano de Marketing Fonte: própria, 2019 De modo geral, o planejamento de marketing é voltado para a definição do negócio. Insere-se no plano, ferramentas que vão direcionar a marca a outros patamares que a empresa deseja alcançar. Independente dos elementos do plano, deve-se fazer uma análise do ambiente, na qual as informações e dados da empresa e de todo o cenário que a envolve precisa ser revisado. 7.3. Quais elementos de importância para direcionar os esforços à marca? Os elementos voltados a estratégia de marca é o ponto de partida no desenvolvimento de uma identidade bem estabelecida e de importância. A marca se estabelece com uma ideia central coesa, em torno da qual definem-se os comportamentos, estratégias, ações e todo arsenal que pode ser utilizado para aumentar a capacidade da empresa em comunicar-se com o mercado-alvo. É importante entender, o que ela faz e como faz! São elementos que servirão de inspiração e direcionamento focados para a marca, regendo a normatização dos elementos que expressa a marca (CONSOLO, 2015). 61 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 09 – Elementos de materialização da marca Fonte: própria, 2019 Um plano bem executado, com estratégias bem definidas, garante que a empresa: a) Aparente ser! b) Parecer – encobrindo/omitindo o indesejável; c) Aparenta “Ser sem parecer”!; A intenção é no mínimo “parecer ser mais do que realmente é!”. Porém, o propósito é transparecer“parecer o que de fato é”, de forma alinhada as percepções de seu público- alvo e toda sociedade com sua essência. Assim como as pessoas são seres com fatores “biopsicossocial”, definindo-se como: biológicos (genéticos, bioquímicos); psicológicos (humor, personalidade, comportamento) e fatores sociais (culturais, familiares, socioeconômicos), a marca se apoia no trinômio: “estrutura, comportamento e percepção”, ou seja, o que a constitui a estrutura são (material gráfico, prédios, espaços, funcionários), comportamento (ações e maneira de agir) e é percebida (impressões de seu público, colaboradores, parceiros, concorrentes e sociedade na qual ela está inserida ou interage). 62 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8. A EXPANSÃO DA MARCA NO MERCADO A expansão de uma marca só ocorre com grandes investimentos. Para ganhar mercado e adquirir a maturidade, muitos acontecimentos já terão acontecido. No entanto, a suplantação de tecnologia e as mudanças comportamentais fazem com que à medida que os produtos atinjam o estágio de maturidade e o ciclo de vida, se complete! É neste ponto que a expansão da marca sente dificuldade em se estabelecer na mente dos consumidores. Se a empresa não tiver preparada, novos concorrentes tomarão posse da mente do consumidor com suas marcas. Alguns elementos relacionados as ações da concorrência para manter e potencializar a marca (KELLER e MACHADO, 2006): a) Extensões da marca: aproveitar o nome e lançar produtos em outras categorias; b) Abertura de mercado: Desregulamentação, novos entrantes, facilitação de mercado; c) Globalização: O espaço tempo não é mais fator de vantagens; d) Estratégia de custos baixos: produtos similares, genéricos, marcas próprias, clones; É notório que fica difícil expandir a marca com tantos fatores de vulnerabilidade. Assim, manter ações estratégicas voltadas a valorização da marca é uma das premissas que as empresas líderes mantêm para sobreviver e expandir-se. Objetivo Entender quais elementos que potencializam o processo de expansão da marca e sua influência na geração de proposta de valor. Introdução Atualmente as Mídias sociais estão sendo as melhores ferramentas de comunicação para serem utilizadas na promoção das marcas. Porém, não existe garantia de sucesso. Assim, para valorizar sua marca, as empresas precisam de estratégias assertivas e bem executadas. O bom uso das ferramentas da Internet, assim como na tradicional, deve levar em consideração: 63 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Planejamento: Faça um bom planejamento. Pesquise, pesquise, pesquise!!! Depois coloque no papel, análise, interpretação e com base nisso, construa ações direcionados aos objetivos pré-determinados; Cronograma: Crie um cronograma de ações e cumpra-o. Cumpra prazos, execute as ações programadas, replaneje se for necessário, continue de olho nas mudanças de mercado. Comprometimento da equipe: deixe claro os objetivos. Todos devem participar. Não é uma luta que se ganha sozinho. Treine-os, ajude-os a cumprir suas metas. Canais: Escolha os melhores canais de comunicação pela Internet. Apesar da variedade de ferramentas existentes, selecionar o que traz mais retorno é o “pulo do gato” nos negócios. Dedique-se para construir e manter os relacionamentos. Riscos Moderados: A escolha da melhor mídia, seja online ou tradicional, não é fácil. Por isso, a pesquisa é importante. Independentemente do tamanho das suas ações, todas levam tempo e dinheiro. Atitude: Os meios e as formas de comunicação têm vencimento. Investir certo na construção, implementação, manutenção/frequência, assim como, obter resultados por meio de indicadores que determinem como as ações agem na mente do consumidor é uma tarefa para o gestor. Construir uma presença forte se resume em gerar uma conscientização da marca e construir relacionamentos. Ajuda: Procure bons profissionais para preparar o material/conteúdo. Utilize diferentes tipos. Seja ativo, ou contrate alguém para responder as indagações de seus clientes e que lhe forneça o feedback. Fidelize: Trabalhe melhor com os formadores de opiniões. Não precisa ser jogadores de futebol ou atores conhecidos (celebridades), mas, devem ser influenciadores. Nos últimos tempos, muitos promotores digitais (blogueiras(os)) estão utilizando seus canais para promover produtos e criarem modas. 64 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Relacionamentos: Fazer bons relacionamentos, vai além de atender bem e mandar parabéns em dias especiais. Normalmente, os clientes gostam de interagir com empresas/marcas fortes e que são fãs. O engajamento pode vir de várias formas, mas, as mídias sociais têm contribuído para disseminação desse método. Porém, todos os canais podem trazer feedback. Concorrência: Apesar de serem concorrentes, empresas e marcas, quando disputam os mesmos segmentos com produtos similares, tornam-se mais fortes. Elas aprendem em conjunto. Podemos afirmar que as melhores estratégias ainda não foram escritas. Todos os dias temos novidades e jeitos diferentes de levar ao público nossos produtos e serviços. Pesquise a concorrência e não hesite em inovar e criar meios de se comunicar com seu público. Indicadores: Não invista em uma mídia que não consiga mensurar seus resultados. A internet tem muitos indicadores e variáveis para mensurar suas ações. Pelos métodos tradicionais é um pouco mais difícil, porém, necessário que tenha indicadores de mensuração. O importante é utilizar as melhores estratégias de comunicação, aproveitando mais aquelas que realmente fazem a diferença. 8.1. Canais de comunicação voltada a visibilidade e expansão da marca Muitos são os canais utilizados pelas organizações para melhorar sua imagem junto ao mercado potencial. Alguns tipos de mídias são mais eficientes do que outros. Atualmente, as mídias digitais estão ganhando cada vez mais espaço entre as tradicionais. Para Keller e Machado (2006) algumas características são definidas pelas propagandas, que tem vantagens e desvantagens: Quadro 07 - Canais de comunicação – vantagens e desvantagens Canais Vantagem Desvantagem Televisão Público em massa; Alcance e prestígio; Impacto e custo (por mil); Baixa seletividade; Alto custo – produção e veiculação Vida curta e Saturação Rádio Cobertura regional; Baixo custo - produção e veiculação; Público bem segmentado e flexível; Somente áudio; Mensagem transitória e saturação; Prende menos a atenção; Revistas Melhor segmentação; Conteúdo e informação de qualidade; Longevidade e múltiplos leitores Tempo para veiculação; Somente visual.; Baixa capacidade de flexibilidade; Jornais Cobertura e baixo custo; Especificidade e segmentação; Vida curta e saturação; Exposição seletiva Outdoor Especificação na localização; Localização e curto prazo duração; 65 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Repetição e visibilidade; Marketing direto Alta seletividade e amplo conteúdo; Alta exposição e controle; Alto custo por contato; Imagem e saturação Mídia interativa Customização, personalização e sedução; Informações com profundidade; Não é intrusiva; Falta emoção Fonte: Keller e Machado, 2006 Como vimos existem várias formas de fazer propaganda. Mas, para deixá-las mais efetiva, precisamos definir o posicionamento da empresa, ou seja, como ela que ser vista pelos clientes. Deve-se levar em consideração: sua estrutura, natureza da concorrência, público-alvo e os atributos necessários e competitivos que possa diferenciar os produtos e deixá-lo mais desejáveis e entregáveis. A estratégia de criação para comunicar o posicionamento com o mercado potencial precisa compor de açõespara informar os benefícios e na solução de problemas. Para isso, faz-se demonstrações, comparações e testemunha entre outros. 8.2. Principais fatores que agregam valor a expansão da marca no mercado Para Prado (2016) a pergunta principal é como criar a proposta de valor de uma empresa. É obvio que uma marca não se constrói com um só elemento. Normalmente é um conjunto de ações estratégicas e comunicação, com uso de várias ferramentas agindo em vários canais para que os resultados aconteçam. As ferramentas têm em comum: a) Material de apoio a comunicação (apresente o produto); b) Uma proposta bem objetiva (benefício/soluções/resultados); c) Design bem elaborado (recursos visuais); d) Canais adequados (mídias – mensagem – público-alvo); e) Tempo e investimento para obtenção de resultados (monitore os resultados); Não se discute, que ainda hoje, os comerciais em TVs têm bons resultados. Veja alguns exemplos que alavancaram produto e a marca: Mamíferos Parmalat; Nova Schin- experimenta; Bom Bril com o garoto propaganda; Valisère.com “o primeiro sutiã a gente nunca esquece” e Brastemp “não é assim uma Brastemp”. E tantas outras campanhas que são recordadas com muito carinho: Rexona, Impulse, Kaiser, Us-top, Cofap, Sadia etc. (KELLER e MACHADO, 2006). 66 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8.3. Propostas para criar valor a marca Quando investimos recursos em canais da Internet, precisamos determinar elementos em que as pessoas queiram ler nosso anúncio e criar proposta de valor. Com base nesses conhecimentos é que produzimos o material (PRADO, 2016). Como já vimos, a proposta de valor é um conceito de marketing que determina se o seu negócio, oferece realmente valor para seus clientes. Para certificar-se sobre esse assunto, sugiro desenvolver uma ferramenta essencial “Business Model Canvas” ou simplesmente “Canvas”. Essa ferramenta estratégica permite esboçar modelos de negócio novos ou existentes. A proposta de valor é construída com base na identificação dos pilares da marca, apontando como ela deve ser percebida pelo mercado. É uma promessa do valor a ser entregue, por isso, é a principal razão que indica porque um cliente deveria comprar o seu produto e não o dos seus concorrentes (PRADO, 2016). A proposta de valor explica como o seu produto resolve os problemas dos clientes ou soluciona, melhora sua situação, e ou, oferece relevância, benefícios específicos (valor quantificado), além de proporcionar diferenciação única, indicando ao cliente ideal porque ele deveria comprar algo de você, seja pelo comercio tradicional ou no e-commerce e não no seu concorrente. Conforme Prado (2016) quando criamos ações para mostrar a proposta de valor, a intenção é dizer de forma clara e imediata os benefícios do produto. Deixa-la visível e aumentar o número de vezes que o cliente vê e guarda em seu subconsciente a marca. A proposta é fazer as pessoas compreenderem e entenderem que a proposta de valor é o melhor conjunto de vantagens. Para isso, precisamos falar a linguagem certa. Mas, cuidado, a pesquisa é que vai mostrar em que idioma estão falando! A qualidade de informação e conteúdo deve ser muito claro e objetivo para aumentar as taxas de conversão, principalmente quando a divulgação for pelas redes sociais. No caso da internet, se as pessoas tiverem que ler muito para entender, ou a imagem não tiver 67 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância sido atraente, perde-se tempo e dinheiro. Assim as propostas devem estar diferenciadas de seus concorrentes. Dicas para criar uma boa proposta de valor (PRADO, 2016): a) Investigue o seu público-alvo: Pesquise seus clientes, busque entender o que os motiva, suas necessidades, desejos e problemas. Classifique-os por idade, sexo, cultura, religião, escolaridade e descura o que eles veem e consomem. b) Crie uma persona ou comprador ideal: A ideia é conhecer quem você deseja como cliente. Com a pesquisa, descubra os padrões, busque qualificar e quantificar dados. Os maiores percentuais encontrados é onde deve ser trabalhado. c) Conheça seus concorrentes: Investigue-os, faça perguntas, descubra suas percepções em relação aos concorrentes. d) Determine o principal benefício do seu produto: A que ele serve. Suas vantagens. Quais diferenciais aceitos pelos clientes. Pode ser: a. Frete grátis e ou flexibilidade no transporte; b. Atendimento personalizado; c. Entrega rápida e com propostas de acompanhamento; d. Ações de fidelização (pontos, brindes, surpresas, descontos); e. Assistência e devolutivas rápidas; f. Pagamentos flexíveis (facilitados); De forma geral, a proposta de valor deve ser clara e fácil de entender. Mostrar os benefícios e ressaltar como seu produto se destaca dos outros. É muito importante não utilizar “jargões” conhecidos como: melhor preço da praça, últimas peças, O maior desconto etc. Assim, use títulos com propostas de valor atraente, mas, sem exageros. 68 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 9. TRATAMENTO CONTÁBIL SOBRE O VALOR DA MARCA Muitas corporações como a Google, Coca Cola, Nike, McDonald’s, Itaú, Natura e Havaianas entre outras, são proprietárias de marcas valiosas e que se diferenciam de seus concorrentes. Apesar de ser intangível, carrega grande aporte as organizações. Mas, como é possível mensurar algo que não tem vida útil? Não há resposta contábil exata para isso. Empresas fazem grande investimentos em suas Marcas e nomes de fantasia buscando potencializar seus negócios, divulgando suas atividades e produtos para o público-alvo. Objetivo Aprofundar os conhecimentos sobre as ferramentas e indicadores avaliativos que mostram a valorização do valor da marca. Introdução Grandes marcas como, Google, Coca Cola, Nike, McDonald’s, Itaú, Natura e Havaianas tem em comum o valo da sua marca. Com ativos intangíveis altamente valorizados e comprovados entre os contadores, especialistas e tributaristas. A questão é como contabilizar o valor de uma marca que, quando se transforma em ativo, não se consegue mensurar sua vida útil. Assim, é necessário criar elementos para uma correta adequação do conceito contábil, do jurídico e do fiscal. Empresas investem em suas marcas e nomes de fantasias para potencializar seus negócios. No entanto, há controvérsias sobre como tratar esses aportes nas demonstrações contábeis e na apuração dos impostos. Há discussões em diversas jurisdições sobre o potencial reconhecimento de marcas como um ativo das entidades. É inegável que em grandes corporações, como prestadoras de serviços, manufatura de produtos eletrônicos, bebidas, entre outros, o nome da marca associado ao produto reflete uma vantagem competitiva para o grupo que o detém, seja oriundo de uma concentração de mercado, qualidade do produto ou quaisquer outros fatores. (Clinton Fernandes, diretor de Comunicação do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON). 69 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O Ranking das Marcas Brasileiras Mais Valiosas tem crescido mais do que o PIB. O setor financeiro como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil são os que mais se destacam entre as marcas mais valiosas do Brasil. Outro setor valioso é o de bebidas, como Skol e Brahma. Muitas empresas ganharam valor nos ativos intangíveis pelas aquisições de outras empresas. Tais valores está composto por (BORGES, 2018): a) Valor de ágio pago na aquisição de sociedade, transferido para o ativo intangível em razão da incorporação do patrimônio da adquirente pela adquirida, conforme determina a Lei nº 9.532, de 10/12/1997, amortizável conforme prazo estipulado em laudos de avaliação; b) Direitos de uso bem como direitos na aquisição de folhas depagamento e contratos de associações, amortizados de acordo com os prazos dos contratos ou na medida que os benefícios econômicos fluem para a empresa; c) Softwares e carteiras de clientes, amortizados em prazos de cinco a dez anos”. Não há referência ao valor da marca. Borges (2018) define que “ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade”. Algumas empresas possuem benefícios econômicos em consequência de seu volume de vendas, principalmente quando comparados com concorrentes e com os investimentos em mídias. Com base nos fatores contábeis, os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens similares não podem ser separados dos custos relacionados ao desenvolvimento do negócio como um todo. Dessa forma, esses itens não são reconhecidos como ativos intangíveis, pelo fato de não terem vida útil. É intangível porque não é passivo de tributação. Pelas normas contábeis estabelecidas no Brasil, permite somente o reconhecimento de ativos intangíveis como a marca, desde que se relacionem a custos incorridos e diretamente atribuível, inerentemente e indiretamente foram gerados internamente (como estudos, custos de promoção da marca, inovação tecnológica, por exemplo) (BORGES, 2018). 70 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A criação de uma marca própria fica difícil de mensurar e registrar seu valor. Porém, se comprarmos a marca e um concorrente, teremos o preço de transação e possível registro (desde que comprove que a marca trará benefícios futuros na utilização). Marcas que são adquiridas para neutralização da concorrência não pode ser ativada. 9.1. Metodologias voltadas ao valor da marca no E-commerce Para uma marca ser forte, deve estar em consenso com as tendências de mercado. Precisa ter uma presença ativa no mundo físico e ou virtual se deseja ser reconhecida. Na digital, o marketing representa um porcentual alto do faturamento. Porém, seus resultados são excepcionais. Além disso, vários empreendedores consideram que o ROI (Retorno sobre o Investimento) em negócios na internet é maior do eu o tradicional (ROCHA, 2013.). As redes sociais têm auxiliado na fixação da marca na mente dos consumidores. Mais de 90% das empresas virtuais estão nas principais redes sociais. Porém, não existe fórmula “mágica” para aplicar o marketing digital, pois, as estratégias dependem de fatores variados, como o tamanho da empresa, lucratividade e ramo do negócio. Contudo, alguns elementos auxiliam no fortalecimento da marca em ambientes digitais (ROCHA, 2013; TERRA, 2021): a) Mapeamento do público-alvo: conhecer seu público, fazendo pesquisas e estudando sobre o perfil. Com base nos dados, segmentar e criar nichos de mercado. Com isso, descobre quem é seu público e como se comportam. Assim, encontra os canais de acesso e elabora-se ações de marketing para atingi-los. b) Construa o perfil para o seu negócio. Como solucionar problemas do seu público-alvo. Ou seja, conheça seu “persona” (buyers personas) - pessoas que tem o perfil ideal para o seu negócio. Normalmente os profissionais de marketing identifica essas “personas” e descobre os objetivos e desafios desses grupos para preparar elementos de entrega de valor para solução de seus problemas. c) Crie uma mensagem forte que identifique a empresa com o público: a ideia é utilizar os melhores canais de comunicação e manter-se na linha, estreitando o elo e criando situações para maximizar o diálogo. Com isso, preparar a abordagem, linguagem e formalidades. Falar a língua do cliente, entregar a 71 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância mensagem certa e criar vínculos de relacionamentos duradouros, fortalecendo sua marca. 9.2. Fatores relacionados a valorização da marca na Internet Um dos resultados mais evidentes das organizações que tem uma boa gestão da marca (branding) é o crescimento do nível de lembrança da marca. Isso gera associações de marca e fideliza clientes em seus produtos e serviços. Mas, com se destacar entre tantas outras marcas que são expostas diariamente e buscam o mesmo resultado “estar na mente dos consumidores”. É neste sentido que o “marketing digital” vem ocupando mais espaço. Para Kotler e Armstrong (2015) é uma grande ferramenta para o “branding” e para as empresas gerar “reconhecimento, lembrança de marca e negócios”. Mas, como o marketing digital ajuda no fortalecimento a lembrança da marca? Para responder a essa pergunta, precisamos entender que o mercado mudou! A forma como fazemos compras, mudou! O canal de compra, mudou! Assim, a forma como as pessoas recebem estímulos também mudou (TERRA, 2021). É neste novo cenário que o marketing digital ganha força, pois, tem um papel fundamental no processo de comunicação. Suas ferramentas, quando bem gerenciadas e utilizadas, atuam como motivadores de vendas e lembrança de marca, aumentando a familiaridade por meio das repetições feitas em diversos canais nas mídias digitais, que acabam interessados e adquirem para terem a experiência e maior será a probabilidade de a marca ficar registrada em sua memória. Ou seja, aproveitar que o consumidor está conectado com a internet e estreitar o relacionamento com a marca, por meio de ações de marketing. A premissa é fortalecer as associações com o que está sendo oferecido com as necessidades de consumo. Ou seja, associar as imagens do produto/serviços nas lembranças do cliente, influenciando em seu comportamento de compra. É assim que o marketing consegue associar a marca com o produto/empresa ou entre categoria e sugestões de uso. A proposta é que o cliente reconheça, identifique e perceba sua marca como uma opção interessante e atrativa de consumo. 72 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 9.3. Ferramentas do Marketing Digital Utilizar corretamente as ferramentas do marketing digital, com objetivo de fixar-se na mente dos consumidores é fundamental para aumentar a proposta de valor da marca. Entre diversas ferramentas utilizadas pelo marketing digital, a grande maioria tem como proposta, auxiliar na tarefa de deixar a marca conhecida e na mente dos consumidores. Como definição, podemos afirmar que o marketing digital é um conjunto de ações voltados a um determinado segmento que tem como premissa, estreitar a comunicação entre as empresas e seu público-alvo, por meio da internet, da telefonia celular e outros meios digitais. A proposta é fixar-se na mente dos consumidores, divulgando e comercializando seus produtos, conquistando, retendo e fidelizando novos clientes e consequentemente, maximizando sua abrangência na sua rede de relacionamentos. 9.3.1. Facebook Realizar campanhas em uma das maiores redes sociais do mundo e a mais acessada no Brasil, parece ser a coisa certa. Trata-se de um ambiente em que as pessoas “visitem lojas virtuais” periodicamente. Além disso, ainda trocam mensagens sobre suas experiências. No facebook as pessoas acessam as postagens, buscam novos produtos e compram. Porém, não basta garantir o domínio www.facebook.com/alunounisanta, você precisa produzir e gerenciar sua página, impulsionando as postagens, anexando conteúdos relevantes e de grande interação. Então, as postagens em sua “fan page”, deve estar com ofertas direcionadas e bem elaboradas. Só assim, conseguirá atuar na potencialização da lembrança e do reconhecimento de sua marca (ROCHA, 2013). A princípio, entender as necessidades de mercado é fundamental. O fato de ser digital, não elimina a necessidade da pesquisa. Então, para estar na mente do consumidor, deverá entender quais são suas motivações e escolher os canais de comunicação (facebook). Uma vezdentro, cria-se uma série de materiais para esse canal, como infográficos, demonstrando cenários que seus produtos e ou serviços solucionarão os problemas, vídeos voltados a fixação da marca, além de outros elementos de atratividade. 9.3.2. Google O Google é o maior canal de busca da internet. Essa ferramenta faz parte da rotina de qualquer internauta. Quando investimos no “buscador”, ou seja, quando compramos 73 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância algumas palavras-chave disponíveis no Google, estamos acionando um motor de busca no sistema que permite a busca de todo tipo de termos e palavras-chave a partir do desenvolvimento de índices de arquivos armazenados em servidores web, conseguimos atingir um público gigantesco. Quando fazemos campanhas no buscador, a empresa e seus produtos ficam mais exposta para serem encontrada por clientes, de forma direta e síncrona (tempo real) em que eles estão pesquisando em busca do produto ou serviço que você oferece. Essa estratégia, ajuda a atrair possíveis compradores para seu site ou e- commerce, consequentemente, realizar mais vendas, além de reforçar a lembrança de marca. Praticamente existem dois caminhos para se posicionar nesse canal (Google): a busca orgânica e a patrocinada (ROCHA, 2013). a) Busca orgânica: “é aquela na qual seu conteúdo aparece como resultado de pesquisa sem que você faça anúncios para isso”. Com base na relevância, conteúdo e um algoritmo o Google calcula como aparecerão esses resultados, na interação com os internautas. b) Patrocinadas: Os anúncios recebidos em seu computador quando fazemos uma pesquisa é a patrocinada. As empresas pagam uma taxa ao Google, para quando os usuários clicarem, seu anúncio é exposto. Essas campanhas patrocinadas são gerenciadas pela Google AdWords, que oferece duas redes para a realização de campanhas: links patrocinados (baseados nas palavras-chave que as pessoas utilizam em suas buscas) e rede de display – um grupo de sites parceiros da Google que exibem anúncios provenientes do AdWords. Esses anúncios oferecem opções multimídia e são segmentados de acordo com os temas da lista de palavras-chave e canais escolhidos pela empresa. Como vimos, O AdWords ajuda a divulgar a marca de seu produto, serviços e empresa para o público potencialmente interessado. 9.3.3. Fluxo de automação de E-mail marketing Atualmente, o e-mail marketing e uma das ferramentas mais efetivas no marketing digital e uma das mais utilizadas. No entanto, muitas organizações fazem isso, sem mensurar seus resultados. O problema é que a grande maioria faz campanhas de “e-mail marketing” e não “fluxos de automação de e-mail marketing”. Ou seja, os “e-mails” são 74 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância enviados massivamente, sem conhecer o perfil dos clientes e muitas vezes sem autorização prévia. Mas, quando realizada sob a forma de “fluxos de automação” as mensagens são segmentadas de acordo com o perfil dos interessados (leds) e autorizaram suas mensagens. Porém, o uso do fluxo de automação deve estar amparado por um software que faça isso automaticamente, muitas vezes por meio da “Inteligência Artificial” - IA. Com isso, possibilita segmentações por perfil, entre outros tipos de filtros que aumenta a eficiência da ferramenta, gerando melhores resultados, assim como indicadores sobre eles. 9.3.4. Remarketing O Remarketing é uma ferramenta com forte vocação para criar valor e lembrança de marca. A proposta é impactar várias vezes a pessoa que demonstrou interesse e ainda não fechou o negócio em seu site. Isso acontece quando salvamos um produto no “carrinho de compra” e não fechamos o negócio. Assim, essa ferramenta entra em ação, para lembrá-lo da sua marca. Com isso, sua empresa continua sendo exposta e lembrada para pessoas que demonstraram interesse enquanto o cliente pensa, a marca estará atuante em sua mente, estimulando-o e esperando sua decisão. No entanto, não podemos “bombardear” as pessoas com anúncios, as mensagens precisam ser relevantes e focadas, com base nos interesses de cada um (ROCHA, 2013). A ferramenta “Remarketing” deve ser utilizada para motivar a compra, para isso, quando o usuário demonstrou interesse, pode-se exibir anúncios relacionados, sugestivos, promoção, descontos brindes etc. Outro fator é que esses anúncios sejam de produtos com foco nos interesses do cliente e não de sites da empresa. 9.3.5. Blog Posts Os blogs são ferramentas para gerar lembrança de marca. Um blogue, define-se como sendo “um sítio eletrônico cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou postagens ou publicações”. Com o aumento o número de internautas e a facilidade de comunicação proporcionada pela internet, muitas empresas e pessoas utilizam-se desse canal para criar seu próprio espaço na web. Ou seja, montam uma “home page”. Porém, nem todos tem conhecimento técnico para montar uma página na internet, surge assim, os “bloggers”, que são serviços em que se oferece ferramentas para facilitar internautas sem grandes 75 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância conhecimentos em tecnologias, programação ou software em publiquem seus anúncios e textos na interne. Esses espaços recebem o nome de “Blogs ou Weblog”. Os gestores desses Blogs, são denominados como “Blogueiro(a)”. Além de postar anúncios, criam interações com o público periodicamente. Essas atualizações feitas no Blog são chamadas de “Post” (postagem). Quando surgiram os Blogs, eram praticamente recreativos, usados como “diários virtuais” on-line, porém, forma se disseminando entre pessoas e empresas, tornando-se comum na atualidade. Contudo, para chamar atenção dos consumidores a empresa precisa criar “blog posts” relevantes e interessantes, que chamem atenção e consigam ir “além do seu negócio”. A marca será inserida de forma natural, dentro de um contexto de interesse das pessoas. Ou seja, deve corroborar desenvolvendo um bom “marketing de conteúdo”, ou seja, textos e anúncios que seja do interesse do público que deseja atingir. Um exemplo é colocar conteúdo que leve a lembrança (associação) da sua marca. 9.4. Formas/métodos para avaliar uma marca na Internet Quando mensuramos a proposta de valor de uma marca e o quanto ela está presente na mente do consumidor, fazemos algumas perguntas como: missão, plataforma e canais, problemática e cenário, gestão e estratégias e principalmente: Como estou medindo o “branding equity” da minha marca. Primeiro, precisamos medir e compreender que tipos de indicadores estou usando. É bom antecipar que é impossível tratar de todos, mas, podemos nos basear em pilares para termo uma visão mais clara do “todo”. Keller e Machado (2006) desenvolveram uma pirâmide do valor de marca. Vamos nos inspirar nela. 76 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Figura 10 - Pirâmide – Valor da Marca Fonte: Keller e Machado, 2006 a) Proeminência: conhecimento versus lembrança de marca; b) Desempenho: a qualidade percebida; c) Imagem: quais atributos de marca estou cultivando através de minhas ações e pontos de contato? d) Julgamento: O quanto a marca corresponde as soluções de meus problemas; e) Sentimentos: o quanto a marca é representativa sob a minha percepção. f) Ressonância: pertencer a um grupo é importante, mas como está a “fidelidade comportamental”? 9.5. Avaliação do Desempenho do Brand Equity Para Garcia (2019) para saber se a estratégia de Brand Equity está acontecendo como planejado, deve-se entender que “o valor da marca” é baseado em critérios intangíveis: a) Indicadores de Conhecimento: Neste quesito, mede-se a popularidade. Normalmente quando se percebeque a marca começa a ser associada a uma função. Exemplo: Google como buscador universal, Bombril e esponja de aço, 77 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Lâmina de barbear com a Gilete, Cotonete que é associado às hastes flexíveis. Porém, atingir esse patamar é algo que leva muito investimento e tempo. Somente com a pesquisa de mercado, consegue-se entender se a sua marca é facilmente lembrada quando a categoria de produtos é citada, ou seja, se ela é associada. b) Indicadores de Preferência: A preferência é um indicador muito próximo dos métodos utilizados no conhecimento. Contudo, essa métrica é mais objetiva, pois, pode ser medida com base no “marketshare”, ou seja, na ocupação da marca no mercado (fatia de mercado). De forma comparativa com a concorrência, pode-se entender a evolução do Brand Equity. c) Indicadores Financeiros: Uma boa gestão de marca (brand equity) tem a capacidade e o poder de acelerar o crescimento da marca e da empresa de maneira sustentável e duradoura. Ou seja, pode-se mensurar pelo retorno financeiro da empresa, consequentemente, atribuir um “valor de marca” ao longo dos anos, com base em sua participação de mercado como ocorrido nos indicadores de preferência, assim como, o preço em relação aos concorrentes ou a taxa de crescimento. Outra forma de mensurar é medir o quanto um reajuste de preços influencia na tomada de decisão de compra. A marca vem tornando-se cada vez mais um valor agregado como patrimônio empresarial, até mesmo por estar se tornando um ativo tangível, mensurável em valor monetário. É com base nessa premissa que inúmeras empresas, auditam e calculam o valor de marcas. A base de cálculo parte de um padrão para todas, mas, algumas possuem indicadores próprios que as diferenciam. Contudo, estes indicadores “próprios” apresentam divergência em seus resultados quando comparados a outras empresas. Aliás, tais valores podem ser absurdamente diferentes, dependendo de quem os analisa. Assim, fica difícil empresas utilizarem “indicadores próprios” para declarar valor da marca em uma negociação. Enquanto não tiver um sistema de regulamente e fiscalize este tipo de cálculo, teremos que conviver com os valores citados e divulgados nas mídias (GARCIA, 2019). 9.6. Cálculo do valor da marca Existem muitos fatores que envolve o valor da marca. Aprender como calcular o valor é algo extremamente difícil de entender, e mais ainda de ser aplicado. Por ser considerado 78 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância um ativo intangível fica difícil criar métodos que garantem resultados mais confiáveis no cálculo (GARCIA, 2019). A marca é um ativo intangível, porque não é monetário identificável sem substância física ou incorpóreo, imaterial. Ou seja, não é possível fazer sua identificação fisicamente. No entanto, o valor de marca existe e é econômico, ou seja, tem valores financeiros. Assim como, representa direitos de uso de um bem ou direitos associados a empresa. Porém, para enquadrar uma marca como sendo “ativo intangível” utiliza-se 4 critérios: a) Separável: se for possível desassociar a marca da organização, por meio da venda, transferência ou troca; b) Direitos: resultado de direitos contratuais ou outros direitos legais; c) Benefícios: fatores econômicos futuros gerados para benefício da organização; d) Confiável: mensurar o custo do ativo com confiabilidade. Além da marca, outros ativos intangíveis são mais comuns entre as empresas, como: softwares, títulos e periódicos, patentes, licenças e franquias, direitos de comercialização etc. Como definição citada por Kotler (1999), precisamos relembrar que uma “marca” é representada pelo: Nome, termo, símbolo, desenho ou combinações desses elementos. Com base nesses elementos é que se diferenciam e exercem papel importante na competitividade. Para isso, precisa: a) proteger um produto ou serviço contra imitações; b) garantir uma identidade única e diferente das outras organizações; c) estimular compras e fidelizar clientes. A interação do cliente com a marca é fundamental. As associações da marca com a identificação da origem do produto, criam fatores perceptivos quanto a qualidade, atribuindo maior responsabilidade ao fabricante e quanto mais conhecida, maior é sua força. Assim, quando avaliamos uma empresa “valuation”, o valor da marca está incluído, representando o valor presente do fluxo de caixa total e o que a marca gera de contribuição para essa organização. Mas, não é tão fácil como parece. Encontrar indicadores que sejam aceitos no mercado é difícil, principalmente porque estão sujeitos a variáveis que mudam conforme 79 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância cenário real. Além disso, não é possível prever com exatidão fluxos futuros e riscos. Alguns métodos mais utilizados: a) Método do Custo Histórico: A metodologia para esse cálculo baseia-se na soma de todas as despesas relacionadas “marketing, publicidade, pesquisa e desenvolvimento” relacionados a marca, que foram dispendidas durante determinado período. Porém, os gastos com a criação e manutenção da marca não são computados. Outro fator é que tem marcas que não fazem uso de investimentos na comunicação e desenvolvimento, mas ganharam notoriedade junto ao mercado. b) Método de Preço Prêmio (Lucro Prêmio): Este cálculo é feito deduzindo as receitas de um “produto competitivo sem marca” de um “produto comparável de uma marca relevante”. Ou seja, a diferença será a “receita prêmio a marca”. Apesar da possibilidade em mensura o “fluxo de caixa” e nas estimativas de crescimento, participação e inflação, o método restringe o valor à diferença entre preços praticados entre o mais caro e mais barato. Outro fator é que tem itens que não é possível fazer tais comparações por falta de produtos “com marcas e sem marcas”. c) Método de Valor de Mercado: Neste método, estima-se pela comparação com transações de marcas semelhantes realizadas recentemente. A dificuldade da metodologia é a dependência em informações e dados que muitas vezes estão protegidas. Além disso, não se leva em consideração fatores como a importância da negociação, setor, circunstância de venda, necessidade e outros. No entanto, pode ser interessante utilizar este método em conjunto com outros indicadores. d) Método de Pagamento de “Royalty”: baseia-se na taxa de “royalty” cobrada para que terceiros façam uso do nome. Ou seja, o “royalty” é uma quantia paga para ter o direito de usar, explorar ou comercializar um produto, marca, obra, terreno etc. Normalmente o valor é representado por uma porcentagem das vendas. Porém, alguns fatores relacionados a mudanças de localização e mercado pode mudar a realidade da taxa de licença cobrada. e) Método de Avaliação de Rendimentos: Essa metodologia visa analisar a sua força por meio de vários fatores influenciáveis que impactam a qualidade de uma marca e sua sustentabilidade ao longo do tempo. Cada variável tem um peso que define o grau de risco inerente a marca. Encontrado o indicador, ajusta-se a taxa de desconto na avaliação da marca. Ou seja, marcas fortes 80 Gestão de Marcas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância tem menor taxa de desconto, e marcas mais fracas tem maior taxa de descontos. Porém, esse método analisa os valores de rendimento de uma marca e outros fatores relacionados ao contexto de segurança. Por outro lado, fica difícil estimar seu efeito nas vendas ou lucros da organização. CONSOLO, C. Marcas: Design Estratégico. Do símbolo à gestão da identidade corporativa. Sã Paulo. Bucher, 2015.(BV) BORGES, Ana. 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