Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário)
Passo Estratégico de Direito
Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
Autor:
Tulio Lages
08 de Dezembro de 2022
40181815826 - Flávio Ricardo Cirino
Tulio Lages
Aula 03
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) O que é mais cobrado no assunto - Entidades Paraestatais e o Terceiro Setor - FGV 3
..............................................................................................................................................................................................2) Roteiro de Revisão - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor 4
..............................................................................................................................................................................................3) Aposta Estratégica - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor - FGV 26
..............................................................................................................................................................................................4) Questões Estratégicas - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor - FGV 27
..............................................................................................................................................................................................5) Questionário de Revisão - Entidades Paraestatais e Terceiro Setor 37
..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões Estratégicas - Entidades Paraestatais - FGV 51
..............................................................................................................................................................................................7) Referências Bibliográficas 55
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
2
56
O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO? 
Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição 
percentual: 
Tópico 
% de cobrança 
FGV 
Organizações sociais 52,4% 
Organizações da sociedade civil de interesse público 38,1% 
Serviços sociais autônomos 4,8% 
Entidades de apoio 4,8% 
 
 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
3
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE 
MERECEM DESTAQUE 
A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do 
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção. 
Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender e 
memorizar os pontos a seguir: 
Terceiro Setor 
- São entidades privadas da sociedade civil, surgidas necessariamente no meio privado, mas que 
não possuem fins lucrativos nem econômicos e que atuam em colaboração ou apoio ao Estado 
na prestação de atividades de utilidade pública. 
- Decorrem da publicização, isto é, a transferência do estado para a sociedade civil de atividades 
de relevância social. 
- O primeiro setor é o próprio Estado, enquanto o segundo setor é formado pelo mercado. 
As entidades do terceiro setor não fazem parte da Administração Pública (por isso não integram 
o primeiro setor) e também não possuem fins lucrativos nem exploram atividade econômica, 
diferentemente do mercado (ou segundo setor). 
1º Setor - Estado 
2º Setor - Mercado 
3º Setor - Organizações da sociedade civil sem fins lucrativos 
- São chamadas pela legislação e pela doutrina de "organizações da sociedade civil", porém são 
conhecidas, na linguagem comum, como organizações não governamentais (ONG). 
Entidades Paraestatais 
- São os entes privados, sem fins lucrativos, que atuam em colaboração com o Estado, mas que 
não fazem parte do conceito formal de Administração Pública, integrando, portanto, o terceiro 
setor e, além disso, possuindo algum vínculo com o poder público. 
As entidades do terceiro setor não são obrigadas a manter qualquer vínculo com o Poder 
Público, porém, se caso haja esse vínculo, a entidade do terceiro setor passará a ser considerada 
uma entidade paraestatal. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
4
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
- Exercem função típica, porém não exclusiva do Estado, como as de assistência social, de 
formação profissional, entre outras. 
- Espécies de entidades paraestatais: 
Serviços sociais autônomos 
Organizações sociais (OS) 
Organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) 
“Entidades de apoio” 
Organizações da sociedade civil 
Serviços sociais autônomos 
- São pessoas jurídicas direito privado, sem fins lucrativos, criadas por meio de autorização legal, 
para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais. 
Apesar de sua criação depender de autorização em lei, a criação só é efetivada propriamente 
com o registro do respectivo ato constitutivo no registro civil das pessoas jurídicas. 
- Exemplos de serviços sociais autônomos são as famosas entidades do “Sistema S”, como: 
 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai; 
 Serviço Social do Comércio – Sesc; 
Serviço Social da Indústria – Sesi; 
Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio – Senac; e 
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. 
- São mantidos por recursos provenientes de contribuições instituídas no interesse de categorias 
profissionais ou de interesse no domínio econômico, de natureza tributária, conhecidas como 
contribuições parafiscais. Além disso, essas entidades podem inclusive chegar a receber recursos 
orçamentários. 
- Como seus recursos têm natureza pública, os serviços sociais autônomos possuem o dever de 
prestar contas e se submetem à fiscalização do Tribunal de Contas da União. 
Adicionalmente, os serviços sociais autônomos geralmente vinculam-se aos órgãos da 
administração direta, em geral ao ministério do setor correspondente. 
- Foro competente para julgamento de suas causas: justiça estadual, em razão de se tratarem 
entidades privadas, não integrantes, portanto, da administração pública. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
5
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
- Não se exige a realização de concurso público para a contratação de seu pessoal, mas a 
contratação deve se realizar por um processo seletivo, ainda que de forma simplificada, que 
garanta a observância dos princípios constitucionais da legalidade, da publicidade, da 
moralidade, da impessoalidade, da finalidade e da isonomia (entendimento do TCU). 
 
- Seu pessoal submete-se à legislação trabalhista (CLT). Contudo, seus empregados são 
equiparados a funcionários públicos para fins penais (Código Penal, art. 327) e de improbidade 
administrativa (Lei 8.429/1992). Além de que, por aplicarem recursos públicos, submetem-se à 
Lei de Improbidade Administrativa. 
- Não se submetem completamente à Lei 8.666/1993, mas devem observar regulamentos 
próprios, devidamente publicados, os quais devem se pautar nos princípios gerais do processo 
licitatório e nos princípios relativos à Administração Pública, em especial os da legalidade, 
moralidade, impessoalidade, isonomia e publicidade, constantes do art. 37, caput,da 
Constituição Federal (entendimento do TCU). 
Seus regulamentos próprios não podem inovar na ordem jurídica, não podendo criar um novo 
caso de dispensa/inexigibilidade de licitação, uma vez que essa matéria é reservada à lei 
ordinária, em matéria de competência privativa da União, consoante o art. 22, XXVII, da 
Constituição Federal (entendimento do TCU). 
"Novos” serviços sociais autônomos 
- Recentemente, a legislação vem permitindo a criação de entidades chamadas de "serviços 
sociais autônomos", mas que, na verdade, não possuem as características mencionadas 
anteriormente. 
Os “novos” serviços sociais autônomos possuem, em regra, as seguintes características: 
(i) são criados pelo próprio Poder Executivo, por meio de autorização legal; 
(ii) o presidente da entidade é escolhido e nomeado pelo Presidente da República; 
(iii) submetem-se à supervisão ministerial; 
(iv) celebram contrato de gestão com o Poder Executivo; 
(v) podem receber dotações consignadas diretamente no orçamento geral da União. 
Exemplos: a) Apex-Brasil: Agência de Promoção de Exportações do Brasil ; b) ABDI: Agência 
Brasileira de Desenvolvimento Industrial; e c) Anater: Agência Nacional de Assistência Técnica e 
Extensão Rural. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
6
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Organizações Sociais (OS) 
As OS são disciplinadas pela Lei 9.637/98. Para uma revisão minuciosa do conteúdo, portanto, 
recomenda-se a leitura da referida Lei. A seguir, seguem os principais pontos sobre a temática. 
- Organização social (OS) é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem 
fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do Poder Público, 
mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social. 
Nenhuma entidade nasce organização social: a entidade é criada como associação ou fundação 
e, cumprindo os critérios de habilitação, recebe a qualificação. 
- Áreas de atuação das OS (art. 1º da Lei 9.637/98): 
a) ensino; 
b) pesquisa científica; 
c) desenvolvimento tecnológico; 
d) proteção e preservação do meio ambiente; 
e) cultura; 
f) saúde. 
- As OS são conhecidas como entidades públicas não estatais. 
São públicas, porque prestam serviços públicos e administram patrimônio público e, não 
estatais, porque não integram nem a Administração direta nem a indireta. 
Lei 9.637/98, art. 11º As entidades qualificadas como organizações sociais são 
declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os 
efeitos legais. 
- Para ser qualificada como OS a entidade: 
a) deve ter personalidade jurídica de direito privado; 
b) não pode ter finalidade lucrativa; 
c) deve atuar nas atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, 
proteção e preservação do meio ambiente, cultura ou saúde; 
d) deve firmar um contrato de gestão com o Poder Público. 
- A qualificação da entidade como OS depende de duas etapas, ambas envolvendo um juízo 
discricionário das autoridades envolvidas (art. 2º, II, da Lei 9.637/98). 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
7
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Primeiro, a qualificação depende de aprovação discricionária do Ministro ou titular de órgão 
supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social, bem como 
do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado (este Ministério, no 
entanto, foi extinto e, atualmente, suas atribuições estão dentro do Ministério da Economia). 
Após a aprovação pelos ministros de Estado indicados acima, a qualificação de entidade privada 
como organização social poderá ser formalizada em ato do Presidente da República. 
- A parceria entre o Poder Público e a OS é formalizada mediante contrato de gestão, para 
fomento e execução das atividades relativas às áreas de ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde (art. 5º 
da Lei 9.637/98). 
O contrato de gestão (CG), elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora 
e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder 
Público e da organização social (art. 6º, caput, da Lei 9.637/98). 
Na elaboração do CG, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos (art. 7º da Lei 
9.637/98): 
a) especificação do programa de trabalho proposto pela OS, a estipulação das metas a serem 
atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios 
objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade 
e produtividade; 
b) a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de 
qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações 
sociais, no exercício de suas funções. 
- CG firmado por OS x CG firmado por Autarquias e Fundações 
 
Há um outro tipo de CG, firmado dentro da própria Administração Pública com o objetivo de 
pactuar metas de desempenho entre os órgãos e entidades públicos, em troca de maior 
autonomia (37, § 8º, da CF/88): 
CF/88, art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e 
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, 
a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a 
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor 
sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
8
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e 
responsabilidade dos dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
Um exemplo de utilização deste tipo de contrato de gestão previsto na CF/88 ocorre na 
qualificação das autarquias e fundações como agências executivas, conforme arts. 51 e 52 da Lei 
9.649/1998. 
Portanto, existem pelo menos dois tipos de contrato de gestão: 
(a) um como requisito para qualificação de uma autarquia ou fundação como agência 
executiva (fundado no art. 37, § 8º, da CF/88, em conjunto com os arts. 51 e 52 da arts. 51 e 
52 da Lei 9.649/1998); 
(b) outro como exigência para qualificação da entidade do terceiro setor como organização 
social (fundado na Lei 9.637/98). 
- A execução do CG celebrado por organização social será fiscalizada pelo órgão ou entidade 
supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada (art. 8º, caput, da Lei 
9.637/98). 
 
Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser analisados, 
periodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela autoridade supervisora da área 
correspondente, composta por especialistas de notória capacidade e adequada qualificação (art. 
8º, § 2º, da Lei 9.637/98). 
- Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem 
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de 
origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob 
pena de responsabilidade solidária (art. 9º da Lei 9.637/98). 
Além disso, se a gravidade dos fatos ou o interesse público assim exigir, existindo indícios 
fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela 
fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ouà Procuradoria 
da entidade para que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens 
da entidade e o sequestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou 
terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 
10, caput, da Lei 9.637/98). 
- As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas, para todos os efeitos 
legais, como entidades de interesse social e utilidade pública (art. 11 da Lei 9.637/98). 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
9
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Como forma de fomento às atividades sociais desempenhadas pelas OS, poderão ser destinados 
a elas recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de 
gestão (art. 12, caput, da Lei 9.637/98). 
Tais bens serão destinados às OS, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante 
cláusula expressa do contrato de gestão (art. 12, § 3º, da Lei 9.637/98). 
Ainda, faculta-se ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as OS, com ônus para a 
origem (art. 14, caput, da Lei 9.637/98). 
Como última forma de fomento, há ainda possibilidade de que a administração pública dispense 
a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as OS, qualificadas no 
âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão 
(art. 24, XXIV, da Lei 8.666/1993 – hipótese de licitação dispensável). 
 
- A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias contado da assinatura do 
contrato de gestão, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a 
contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos 
provenientes do Poder Público (art. 17 da Lei 9.637/98). 
Assim, as OS não se submetem à Lei 8.666/1993 em suas contratações, mas o seu regulamento 
próprio. 
Nesse sentido, o STF entende que os contratos a serem celebrados pelas organizações sociais 
com terceiros, com recursos públicos, devem ser conduzidos de forma pública, objetiva e 
impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal 
(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), e nos termos do regulamento 
próprio a ser editado por cada entidade1. 
- O Poder Executivo poderá levar a cabo a desqualificação da entidade como organização social, 
quando constatar que houve descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão 
(art. 16). 
 
1 STF – ADI 1.923. 
Fomento
Recursos orçamentários
Permissão de uso de bens públicos
Cessão de servidor público
Dispensa de licitação
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
10
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampla 
defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos 
danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão (art. 16, § 1º, da Lei 9.637/98). 
A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à utilização 
da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis (art. 16, § 2º, da Lei 9.637/98). 
Organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) 
As Oscip são disciplinadas pela Lei 9.790/99. Para uma revisão minuciosa do conteúdo, portanto, 
recomenda-se a leitura da referida Lei. A seguir, seguem os principais pontos sobre a temática. 
- Trata-se de qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, 
instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do 
Estado com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por 
meio de termo de parceria. 
Ou seja, enquanto o vínculo da OS ocorre por meio de contrato de gestão, o da Oscip ocorre 
por meio de termo de parceria. 
- Podem qualificar-se como Oscip as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que 
tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 anos, 
desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos 
instituídos na Lei (art. 1º, caput, da Lei 9.790/1999). 
Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os 
seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais 
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas 
do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica 
integralmente na consecução do respectivo objeto social (art. 1º, parágrafo único, da Lei 
9.790/1999). 
- A qualificação como Oscip somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem 
fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades (art. 3º 
da Lei 9.790/1999): 
a) promoção da assistência social; 
b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
c) promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das 
organizações de que trata a Lei 9.790/1999; 
d) promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das 
organizações de que trata a Lei 9.790/1999; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
11
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
e) promoção da segurança alimentar e nutricional; 
f) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
g) promoção do voluntariado; 
h) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
i) experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de 
produção, comércio, emprego e crédito; 
j) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de 
interesse suplementar; 
k) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores 
universais; 
l) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas 
acima; 
m) estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias 
voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. 
Além disso, exige-se ainda, para qualificarem-se como Oscip, que as pessoas jurídicas 
interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: 
a) a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, 
economicidade e da eficiência; 
b) a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de 
forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no 
respectivo processo decisório; 
c) a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os 
relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo 
pareceres para os organismos superiores da entidade; 
d) a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será 
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei 9.790/1999, preferencialmente que 
tenha o mesmo objeto social da extinta; 
e) a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída pelaLei 
9.790/1999, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o 
período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos 
termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social; 
f) a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente 
na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os 
casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação; 
g) as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: 
 g1) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de 
Contabilidade; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
12
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
 g2) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório 
de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de 
débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão; 
 g3) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da 
aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; 
 g4) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único 
do art. 70 da Constituição Federal. 
Em qualquer caso, mesmo atendendo aos requisitos acima, não são passíveis de qualificação 
como Oscip (art. 2º da Lei 9.790/1999): 
a) as sociedades comerciais; 
b) os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; 
c) as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões 
devocionais e confessionais; 
d) as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; 
e) as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de 
associados ou sócios; 
f) as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; 
g) as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; 
h) as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras 
i) as organizações sociais; 
j) as cooperativas; 
k) as fundações públicas; 
l) as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por 
fundações públicas; 
m) as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro 
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal (todavia, não constituem impedimento à 
qualificação como Oscip as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras 
na forma de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou atuação como mandatárias). 
Destaca-se, portanto, que não é possível qualificar uma OS como Oscip, ou seja, nenhuma 
entidade pode ser qualificada concomitantemente como OS e Oscip. 
- O interessado em se qualificar como Oscip deve formular requerimento escrito ao Ministério da 
Justiça, que, verificando que há o cumprimento dos requisitos previstos na Lei 9.790/1999, 
deferirá o pedido e expedirá o certificado de qualificação (arts. 5º e 6º da Lei 9.790/1999). 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
13
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Perceba que, diferentemente do que ocorre com as OS, a decisão é vinculada, pois cabe ao 
Ministro da Justiça apenas verificar se os requisitos foram atendidos e, se positivo, deverá 
conceder a qualificação da requerente como Oscip. 
- Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as 
entidades qualificadas como Oscip destinado à formação de vínculo de cooperação entre as 
partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º da 
Lei 9.790/1999 (transcritas mais acima) – art. 9º da Lei 9.790/1999. 
O Termo de Parceria, firmado de comum acordo entre o Poder Público e as Oscip discriminará 
direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias (art. 10, caput, da Lei 
9.790/1999). 
- As Oscip devem elaborar, no prazo máximo de 30 dias, contado da assinatura do termo de 
parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotarão para a contratação de 
obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder 
Público, observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, 
economicidade e da eficiência (art. 14 da Lei 9.790/1999). 
Portanto, as Oscip não se submetem à lei de licitações, mas a regulamento próprio. 
- A execução do objeto do termo de parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do 
Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de 
Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo 
(art. 11, caput, da Lei 9.790/1999). 
Os resultados atingidos com a execução do termo de parceria devem ser analisados por 
comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Oscip (art. 11, § 
1º, da Lei 9.790/1999). 
Essa comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a avaliação 
procedida (art. 11, § 2º, da Lei 9.790/1999). 
Além disso, os termos de parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas previstas na 
Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação (art. 11, § 3º, da 
Lei 9.790/1999). 
Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer 
irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela 
organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério 
Público, sob pena de responsabilidade solidária (art. 12 da Lei 9.790/1999). 
Além disso, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, 
os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
14
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da 
entidade e o sequestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, 
que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras 
medidas consubstanciadas na Lei 8.429/1992, e na Lei Complementar 64/1990 (art. 13, caput, da 
Lei 9.790/1999). 
- A Oscip deverá prestar contas relativamente à execução do Termo de Parceria perante o órgão 
da entidade estatal parceira, referindo-se a mencionada prestação de contas à correta aplicação 
dos recursos públicos recebidos e ao adimplemento do objeto do Termo de Parceria (art. 15-B, 
da Lei 9.790/1999). 
- A entidade poderá perder a qualificação. A iniciativa do processo de perda da qualificação da 
Oscip pode se dar (art. 7º da Lei 9.790/1999): 
(a) a pedido; ou 
(b) por iniciativa popular ou do Ministério Público, mediante decisão proferida em processo 
administrativo ou judicial, no qual serão assegurados a ampla defesa e o devido contraditório. 
Além disso, vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou 
fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público,é parte legítima 
para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação da Oscip (art. 8º da Lei 
9.790/1999). 
- É vedada às entidades qualificadas como Oscip a participação em campanhas de interesse 
político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas (art. 16 da Lei 9.790/1999). 
Organizações da Sociedade Civil (OSC) 
As OSC são disciplinadas pela Lei 13.019/2014. Para uma revisão minuciosa do conteúdo, 
portanto, recomenda-se a leitura da referida Lei. A seguir, seguem os principais pontos sobre a 
temática. 
- Considera-se organização da sociedade civil (OSC) - art. 2º: 
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, 
conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, 
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, 
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas 
atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de 
forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; 
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei 9.867/1999; as integradas por pessoas em 
situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
15
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação 
e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e 
extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse 
público e de cunho social; 
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público 
e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos. 
- O regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as OSC instituído pela Lei 
13.019/2014 é um regime de mútua cooperação, destinado à consecução de finalidades de 
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em 
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação. 
Considera-se administração pública, para os fins da Lei 13.019/2014: União, estados, Distrito 
Federal, municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias que recebam recursos do 
ente instituidor para pagamento de despesas com pessoal e custeio em geral (art. 2º, II). 
Portanto, não são todas as empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias que 
se submetem à Lei 13.019/2014, mas somente aquelas que recebam do ente instituidor (União, 
estados, Distrito Federal e municípios) recursos para suas despesas com pessoal ou custeio em 
geral. 
Além disso, não é a qualquer forma de parceria com OSC que se aplicam às exigências da Lei 
13.019/2014. Nesse sentido, não se aplicam as exigências da referida Lei (art. 3º): 
a) às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo Senado 
Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções internacionais 
conflitarem com esta Lei; 
b) aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os requisitos 
previstos na Lei 9.637/1998 (Lei das OS); 
c) aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos 
do § 1º do art. 199 da Constituição Federal; 
d) aos termos de compromisso cultural referidos no § 1º do art. 9º da Lei 13.018/2014; 
e) aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público, desde 
que cumpridos os requisitos previstos na Lei 9.790/1999 (Lei das Oscip); 
f) às transferências referidas no art. 2º da Lei 10.845/2004, e nos arts. 5º e 22 da Lei 11.947/2009; 
g) aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor de 
organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por: 
 (g1) membros de Poder ou do Ministério Público; 
 (g2) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública; 
 (g3) pessoas jurídicas de direito público interno; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
16
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
 (g4) pessoas jurídicas integrantes da administração pública; 
h) às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos 
Perceba, portanto, que a Lei 13.019/2014 não se aplica aos contratos de gestão e aos termos de 
parcerias firmados, respectivamente, com as OS e Oscip. 
Além disso, é vedada a celebração de parcerias previstas na Lei 13.019/2014 que tenham por 
objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções de regulação, de 
fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado (art. 
40). 
- Parceria é o conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação 
jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e OSC, em regime de mútua 
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a 
execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos de 
fomento ou em acordos de cooperação (art. 2º, III). 
Atividade é conjunto de operações que se realizam de modo contínuo ou permanente, das quais 
resulta um produto ou serviço necessário à satisfação de interesses compartilhados pela 
administração pública e pela OSC (art. 2º, III-A). 
Já o projeto é conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto 
destinado à satisfação de interesses compartilhados pela administração pública e OSC (art. 2º, 
III-B). 
Termo de colaboração (TC) é instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias 
estabelecidas pela administração pública com OSC para a consecução de finalidades de 
interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência 
de recursos financeiros (art. 2, VII). 
Portanto, para a consecução de planos de trabalho de iniciativa da administração pública2, para 
celebração de parcerias com OSC que envolvam a transferência de recursos financeiros, o TC 
deve ser adotado (art. 16, caput). 
Por sua vez, o termo de fomento (TF) é o instrumento por meio do qual são formalizadas as 
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a 
consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas OSC, que envolvam 
a transferência de recursos financeiros (art. 2, VIII). 
 
2 Inobstante, os conselhos de políticas públicas poderão apresentar propostas à administração pública para 
celebração de termo de colaboração com organizações da sociedade civil (art. 16, parágrafo único). 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
17
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Portanto, para a consecução de planos de trabalho propostos por OSC que envolvam a 
transferência de recursos financeiros, o TF deve ser adotado (art. 17). 
Por fim, o acordo de cooperação (AF) é o instrumento por meio do qual são formalizadas as 
parcerias estabelecidas pela administração pública com OSC para a consecução de finalidades 
de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros (art. 2, 
VIII-A). 
Perceba que ambos os “termos” (termo de colaboração e termo de fomento) envolvema 
transferência de recursos financeiros, sendo que o termo de colaboração formaliza parceria 
proposta por iniciativa da administração, enquanto o termo de fomento formaliza parceria 
proposta por iniciativa da OSC. 
O TF, o TC e o AC somente produzirão efeitos jurídicos após a publicação dos respectivos 
extratos no meio oficial de publicidade da administração pública (art. 38). 
INSTRUMENTO INICIATIVA 
RECURSOS 
FINANCEIROS? 
INTERESSE PRODUÇÃO DE EFEITOS JURÍDICOS 
TC 
Administração 
Pública 
Sim 
Interesse 
público e 
recíproco 
Somente após a publicação dos 
respectivos extratos no meio 
oficial de publicidade da 
administração pública 
TF OSC Sim 
AC 
Administração 
Pública ou OSC 
Não 
- O Procedimento de Manifestação de Interesse Social (PMIS) é o instrumento por meio do qual 
as OSC, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para 
que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a 
celebração de parceria (art. 18). 
A proposta a ser encaminhada à administração pública deverá atender aos seguintes requisitos 
(art. 19): 
a) identificação do subscritor da proposta; 
b) indicação do interesse público envolvido; 
c) diagnóstico da realidade que se quer modificar, aprimorar ou desenvolver e, quando possível, 
indicação da viabilidade, dos custos, dos benefícios e dos prazos de execução da ação pretendida. 
Atendidos tais requisitos, a administração pública deverá tornar pública a proposta em seu sítio 
eletrônico e, verificada a conveniência e oportunidade para realização do PMIS, o instaurará para 
oitiva da sociedade sobre o tema (art. 20). 
A realização do PMIS: 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
18
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
a) não implicará necessariamente na execução do chamamento público, que acontecerá de 
acordo com os interesses da administração (art. 21, caput). 
b) não dispensa a convocação por meio de chamamento público para a celebração de 
parceria (art. 21, § 1º). 
Inclusive, é vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria 
à prévia realização de PMIS (art. 21, § 3º). 
Por fim, a proposição ou a participação no PMIS não impede a OSC de participar no eventual 
chamamento público subsequente (art. 21, § 2º). 
- Chamamento público (CP) é o procedimento destinado a selecionar OSC para firmar parceria 
por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos 
princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (art. 2º, XII). 
O CP não é uma licitação, nem modalidade licitatória, mas sim um procedimento destinado à 
seleção da OSC para firmar a parceria. 
Além disso, o CP aplica-se, em regra, aos termos de colaboração e de fomento. Porém, há uma 
única exceção em que há previsão de realização de CP para a celebração de acordo de 
cooperação, prevista nos seguintes termos: 
Art. 29. Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes 
de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de cooperação 
serão celebrados sem chamamento público, exceto, em relação aos acordos de 
cooperação, quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens 
ou outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial, hipótese em que o 
respectivo chamamento público observará o disposto nesta Lei. 
Ainda, há casos em que a administração pública poderá dispensar a realização do chamamento 
público, quais sejam (art. 30): 
a) no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de 
relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias; 
b) nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à 
paz social; 
c) quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em 
situação que possa comprometer a sua segurança; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
19
56
==275324==
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
d) no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência 
social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas 
pelo órgão gestor da respectiva política. 
Por outro lado, há também a previsão de inexigibilidade do chamamento público, na hipótese 
de inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza 
singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade 
específica, especialmente quando (art. 31): 
a) o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso 
internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos; 
b) a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja 
autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive 
quando se tratar da subvenção social. 
- As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de colaboração, de termo de 
fomento ou de acordo de cooperação, devendo constar como anexo de tais instrumentos o 
plano de trabalho, que deles será parte integrante e indissociável (art. 42, parágrafo único). 
Deverá constar do plano de trabalho de parcerias celebradas mediante termo de colaboração ou 
de fomento (não entra aqui o acordo de cooperação – art. 22): 
a) descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre 
essa realidade e as atividades ou projetos e metas a serem atingidas; 
b) descrição de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos a serem executados; 
c) previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou dos 
projetos abrangidos pela parceria; 
d) forma de execução das atividades ou dos projetos e de cumprimento das metas a eles 
atreladas; 
e) definição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas. 
O plano de trabalho da parceria poderá ser revisto para alteração de valores ou de metas, 
mediante termo aditivo ou por apostila ao plano de trabalho original (art. 57). 
- Não poderá ser exigida contrapartida financeira como requisito para firmar a parceria. Por 
outro lado, faculta-se à administração exigir contrapartida em bens e serviços, cuja expressão 
monetária será obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de fomento (art. 35, § 
1º). 
- É permitida a atuação em rede, por duas ou mais organizações da sociedade civil, mantida a 
integral responsabilidade da organização celebrante do termo de fomento ou de colaboração, 
desde que a organização da sociedade civil signatária do termo de fomento ou de colaboração 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
20
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
possua mais de cinco anos de inscrição no CNPJ, bem como capacidade técnica e operacional 
para supervisionar e orientar diretamente a atuação da organização que com ela estiver atuando 
em rede (art. 35-A). 
A OSC que assinar o TC ou o TF deverá celebrar termo de atuação em rede para repasse de 
recursos às não celebrantes (art. 35-A, parágrafo único). 
- Será obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes da parceria (art. 
36, caput). 
Os bens remanescentes adquiridos com recursos transferidos poderão, a critério do 
administrador público, ser doadosquando, após a consecução do objeto, não forem necessários 
para assegurar a continuidade do objeto pactuado, observado o disposto no respectivo termo e 
na legislação vigente (art. 36, parágrafo único). 
- A administração pública promoverá o monitoramento e a avaliação do cumprimento do objeto 
da parceria (art. 58, caput). 
A administração pública emitirá relatório técnico de monitoramento e avaliação de parceria 
celebrada mediante termo de colaboração ou termo de fomento (não vale para acordo de 
cooperação) e o submeterá à comissão de monitoramento e avaliação designada, que o 
homologará, independentemente da obrigatoriedade de apresentação da prestação de contas 
devida pela organização da sociedade civil (art. 59, caput). 
Sem prejuízo da fiscalização pela administração pública e pelos órgãos de controle, a execução 
da parceria será acompanhada e fiscalizada pelos conselhos de políticas públicas das áreas 
correspondentes de atuação existentes em cada esfera de governo (art. 60, caput). 
As parcerias estarão também sujeitas aos mecanismos de controle social previstos na legislação 
(art. 60, parágrafo único). 
- A administração pública deverá manter, em seu sítio oficial na internet, a relação das parcerias 
celebradas e dos respectivos planos de trabalho, até 180 dias após o respectivo encerramento 
(art. 10). 
Além disso, deverá divulgar pela internet os meios de representação sobre a aplicação irregular 
dos recursos envolvidos na parceria (art. 12). 
Já a OSC deverá divulgar na internet e em locais visíveis de suas sedes sociais e dos 
estabelecimentos em que exerça suas ações todas as parcerias celebradas com a administração 
pública (art. 11, caput). 
RESPONSÁVEL PELA 
DIVULGAÇÃO 
LOCAL DE DIVULGAÇÃO OBJETO DE DIVULGAÇÃO 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
21
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Administração 
Sítio oficial na internet 
Relação das parcerias celebradas e dos respectivos 
planos de trabalho, até 180 dias após o 
encerramento. 
Internet 
Meios de representação sobre a aplicação irregular 
dos recursos envolvidos na parceria. 
OSC 
1) Internet; 
 
2) Locais visíveis de suas sedes sociais 
e dos estabelecimentos em que 
exerça suas ações. 
Todas as parcerias celebradas com a administração 
pública. 
As informações sobre as parcerias, que devem ser divulgadas pela administração e pela OSC, 
devem conter, no mínimo, os seguintes elementos (art. 11, parágrafo único): 
a) data de assinatura e identificação do instrumento de parceria e do órgão da administração pública 
responsável; 
b) nome da organização da sociedade civil e seu número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica - CNPJ da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB; 
c) descrição do objeto da parceria; 
d) valor total da parceria e valores liberados, quando for o caso; 
e) situação da prestação de contas da parceria, que deverá informar a data prevista para a sua 
apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para a sua análise e o resultado conclusivo; 
f) quando vinculados à execução do objeto e pagos com recursos da parceria, o valor total da remuneração 
da equipe de trabalho, as funções que seus integrantes desempenham e a remuneração prevista para o 
respectivo exercício. 
- Para o fortalecimento da participação social e da divulgação das ações, são previstas duas 
medidas (arts. 14 e 15): 
MEDIDAS DE FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DA DIVULGAÇÃO DAS AÇÕES 
Ampla divulgação de campanhas 
publicitárias e programações 
desenvolvidas por OSC, no âmbito das 
parcerias previstas na Lei 13.019/2014 
Possibilidade de criação do Conselho Nacional 
de Fomento e Colaboração no âmbito federal 
e de instâncias participativas no âmbito dos 
demais entes federados 
A administração pública divulgará, na forma de 
regulamento, nos meios públicos de comunicação 
por radiodifusão de sons e de sons e imagens, 
campanhas publicitárias e programações 
desenvolvidas por organizações da sociedade civil, 
no âmbito das parcerias previstas na Lei 
13.019/2014, mediante o emprego de recursos 
Poderá ser criado, no âmbito do Poder Executivo 
federal, o Conselho Nacional de Fomento e 
Colaboração, de composição paritária entre 
representantes governamentais e organizações da 
sociedade civil, com a finalidade de divulgar boas 
práticas e de propor e apoiar políticas e ações voltadas 
ao fortalecimento das relações de fomento e de 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
22
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
tecnológicos e de linguagem adequados à 
garantia de acessibilidade por pessoas com 
deficiência. 
colaboração previstas na Lei 13.019/2014. 
 
Os demais entes federados também poderão criar 
instância participativa. 
- A prestação de contas é o procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria, 
pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e 
dos resultados previstos, compreendendo duas fases (art. 2º, XIV): 
a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade civil; 
b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração 
pública, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle. 
A prestação de contas apresentada pela organização da sociedade civil deverá conter elementos 
que permitam ao gestor da parceria avaliar o andamento ou concluir que o seu objeto foi 
executado conforme pactuado, com a descrição pormenorizada das atividades realizadas e a 
comprovação do alcance das metas e dos resultados esperados, até o período de que trata a 
prestação de contas (art. 64, caput). 
O gestor emitirá parecer técnico de análise de prestação de contas da parceria celebrada (art. 
67, caput). 
A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos 
recebidos no prazo de até noventa dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de 
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano (art. 69, caput). 
Isso não impede, por outro lado, que a administração pública promova a instauração de tomada 
de contas especial antes do término da parceria, ante evidências de irregularidades na execução 
do objeto (art. 69, § 2º). 
A manifestação conclusiva sobre a prestação de contas pela administração pública deverá 
concluir, alternativamente, pela (art. 69, § 5º): 
a) aprovação da prestação de contas; 
b) aprovação da prestação de contas com ressalvas; ou 
c) rejeição da prestação de contas e determinação de imediata instauração de tomada de 
contas especial. 
As prestações de contas serão avaliadas (art. 72): 
a) regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, o cumprimento dos objetivos e 
metas estabelecidos no plano de trabalho; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
23
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
b) regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de 
natureza formal que não resulte em dano ao erário; 
c) irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes circunstâncias: 
c1) omissão no dever de prestar contas; 
c2) descumprimento injustificado dos objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho; 
c3) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; 
c4) desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos. 
- Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas da Lei 
13.019/2014 e da legislação específica, a administração pública poderá, garantida a prévia 
defesa, aplicar à organizaçãoda sociedade civil as seguintes sanções (art. 73, caput e incisos I a 
III): 
a) advertência; 
b) suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar 
parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública 
sancionadora, por prazo não superior a dois anos; 
c) declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria ou 
contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os 
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria 
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da 
sociedade civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o 
prazo da sanção aplicada com base na letra "b". 
As sanções estabelecidas nas letras "b" e "c" são de competência exclusiva de Ministro de 
Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal (art. 73, § 1º). 
Entidades de Apoio 
- São as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores 
públicos, porém em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa, para a 
prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo 
jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio 
(entendimento de Maria Di Pietro). 
- São entidades paraestatais (não integram a Administração Pública). 
- Não contam com uma lei geral que as regule. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
24
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
- Exemplo de entidade de apoio é a fundação de apoio prevista no art. 2º, VII, da Lei 
10.973/2004, que é a fundação criada com a finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa, 
ensino e extensão, projetos de desenvolvimento institucional, científico, tecnológico e projetos 
de estímulo à inovação de interesse das Instituições Científicas e Tecnológicas, registrada e 
credenciada no Ministério da Educação e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, nos 
termos da Lei 8.958/1994, e das demais legislações pertinentes nas esferas estadual, distrital e 
municipal. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
25
56
APOSTA ESTRATÉGICA 
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando o 
histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos 
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1. 
Dentro do assunto “Entidades Paraestatais e Terceiro Setor”, “Organizações sociais” é/são o(s) ponto(s) que 
acreditamos que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca. 
 
 
 
1 Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto, 
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios objetivos 
ou minimamente razoáveis. 
O
rg
an
iz
aç
ão
 S
oc
ia
l
Pessoa Jurídica de Direito Privado sem fins lucrativos
É criada como Associação/Fundação e então recebe a 
qualificação do poder público
É qualificada mediante Contrato de Gestão 
Não depende de licitação para contratar terceiros
Qualificação requerida ao Ministério supervisor + Ministério 
do Planejamento é discricionária
As atividades contempladas no contrato de gestão podem 
ser contratadas mediante dispensa de licitação
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
26
56
==275324==
QUESTÕES ESTRATÉGICAS 
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas 
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar 
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto. 
A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, 
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas 
questões. 
 
Organizações Sociais 
1. (FGV/2018/CGM Niterói/Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental) O 
Município Norte-Sul qualificou a associação "Mar Sem Fim", dedicada à proteção e 
preservação do meio ambiente e de ecossistemas marinhos, como Organização Social (OS). 
Considerando a referida qualificação, 
a) o Município Norte-Sul pode realizar contratação direta com a Organização Social, por 
inexigibilidade de licitação, para a prestação de serviços de limpeza e de restauro de uma lagoa, 
com vistas à preservação do meio ambiente. 
b) o Município Norte-Sul não pode realizar qualquer forma de contratação com a associação por 
ele qualificada como Organização Social, embora possa com ela celebrar um convênio. 
c) qualquer município localizado no mesmo estado em que está situado o Município Norte-Sul 
pode realizar contratação direta com a Organização Social, para a prestação de 
serviçosrelacionados à proteção e à preservação do meio ambiente. 
d) o Município Norte-Sul pode celebrar contrato com a associação por ele qualificada como 
Organização Social, mas sempre precedido de licitação. 
e) o Município Norte-Sul pode realizar contratação direta com a Organização Social, por 
dispensa de licitação, para a prestação de serviços de limpeza e de restauro de uma lagoa, com 
vistas à preservação do meio ambiente. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
27
56
Comentários 
GABARITO: LETRA E. 
A questão versa sobre as Organizações Sociais, que são pessoas jurídicas de direito privado, sem 
finalidade lucrativa, que são qualificadas através de um contrato de gestão e que integram o 
Terceiro Setor. A lei 9.637/98, que trata das Organizações Sociais dispõe: 
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao 
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e 
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos 
nesta Lei. 
Diante da questão que nos foi apresentada, escolhemos como assertiva correta a que afirmou 
que o Município Norte-Sul pode realizar contratação direta com a Organização Social, por 
dispensa de licitação, para a prestação de serviços de limpeza e de restauro de uma lagoa, com 
vistas à preservação do meio ambiente. A referida escolha se deu com fundamento na lei de 
licitações e contrato, 8.666/93, conforme veremos a seguir: 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações 
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades 
contempladas no contrato de gestão. 
Portanto, como a Organização Social foi devidamente qualificada e a legislação prevê 
expressamente que é possível a realização de contratação entre elas e o Poder Público, por 
dispensa de licitação, o nosso gabarito é a letra E, ficando as demais assertivas automaticamente 
eliminadas. 
2. (FGV/2018/TJSC/Analista/Administrativo) As organizações sociais (OS) são entidades de 
direito privado que tiveram origem na estratégia de publicização de parte de atividades 
exercidas pelo Estado. 
Em relação às OS é correto afirmar que: 
a) fazem parte da estrutura da administração indireta; 
b) podem exercer qualquer tipode atividade de interesse público; 
c) são vinculadas à Administração Pública por meio do contrato de gestão; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
28
56
d) podem adquirir qualificação de agência executiva por decreto presidencial; 
e) devem se enquadrar no modelo societário de sociedade de economia mista. 
Comentários 
GABARITO: LETRA C. 
Alternativa A: ERRADA. 
As Organizações Sociais NÃO fazem parte da estrutura da Administração Indireta. Elas 
compõem o Terceiro Setor, logo, assertiva equivocada. 
Alternativa B: ERRADA. 
NÃO podem exercer qualquer tipo de atividade de interesse público, dispondo a lei 9.637/98, 
expressamente, sobre as suas áreas de atuação, observe: 
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao 
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e 
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos 
nesta Lei. (grifo nosso) 
Alternativa C: CORRETA. 
Esse é o nosso gabarito, pois as Organizações Sociais são vinculadas à Administração Pública por 
meio do contrato de gestão. 
A lei 9.637/98 traz uma seção em que dispõe sobre o contrato de gestão, vejamos: 
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento 
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com 
vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades 
relativas às áreas relacionadas no art. 1o. 
Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade 
supervisora e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e 
obrigações do Poder Público e da organização social. 
Alternativa D: ERRADA. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
29
56
Assertiva equivocada, pois elas NÃO podem adquirir qualificação de agência executiva. Como já 
dito, elas são qualificadas através do contrato de gestão e, no que tange as agências executivas, 
esta é uma qualificação conferida às Autarquias. 
Alternativa E: ERRADA. 
Mais uma sentença equivocada, pois elas NÃO se enquadram no modelo societário de 
sociedade de economia mista, que é entidade integrante da Administração Indireta, o que não 
tem relação com as Organizações Sociais, que são integrantes do Terceiro Setor. 
3. (FGV/2016/IBGE/Analista/Planejamento e Gestão) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho 
de Estado introduziu no Brasil, em meados da década de 90, a estratégia de flexibilização 
denominada publicização. Esta foi definida como sendo o processo de descentralização para 
o setor público não-estatal da execução de serviços como educação, saúde, cultura e 
pesquisa científica. 
A estratégia de publicização introduziu na administração pública brasileira, por meio da Lei n.º 
9.637/98, a contratação de: 
a) Autarquia; 
b) Consórcio Público; 
c) Empresa de Propósito Específico; 
d) Organização Social; 
e) Parceria Público-Privada. 
Comentários 
GABARITO: LETRA D. 
A lei 9.637/98 dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, 
determinando quais são as atividades em que elas devem atuar, vejamos: 
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao 
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e 
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos 
nesta Lei. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
30
56
As demais alternativas ficam eliminadas, tendo em vista que não correspondem ao que foi 
descrito no enunciado. 
4. (FGV/2018/SEFIN-RO/Contador) A partir da reforma administrativa e da ideia de um estado 
mínimo, em que a atuação do poder público está restrita às áreas onde sua presença é 
indispensável, foram criadas entidades e regulamentaram-se institutos com o propósito de 
possibilitar e incentivar a prestação de serviços de interesse da coletividade por pessoas 
privadas não integrantes da Administração Pública. 
Com relação às entidades sem fins lucrativos, chamadas organizações sociais, analise as 
afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa. 
I. Organização Social é um tipo de autarquia. 
II. O título de Organização Social é conferido de maneira irreversível. 
III. Organização Social é uma pessoa jurídica de direito privado integrante da Administração 
Pública. 
Observada a ordem apresentada, as afirmativas são, respectivamente, 
a) V – F – F. 
b) F – F – F. 
c) F – V – F. 
d) F – F – V. 
e) F – V – V. 
Comentários 
GABARITO: LETRA B. 
ITEM I: ERRADO. 
A Organização Social NÃO é um tipo de autarquia. É feito um contrato de gestão entre ela e a 
administração pública, em que aquela recebe uma qualificação especial por exercer atividade de 
interesse público e, caso este seja descumprido, ela perde a referida qualificação. 
ITEM II: ERRADO. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
31
56
O título de Organização Social NÃO é conferido de maneira irreversível. De acordo com a lei 
9.637/1998, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organização social, poderá 
haver a desqualificação, vejamos: 
Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como 
organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas 
no contrato de gestão. 
ITEM III: ERRADO. 
A Organização Social é uma pessoa jurídica de direito privado, porém NÃO integra a 
Administração Pública, mas sim o Terceiro Setor. Vejamos o que diz o professor Hely Lopes 
Meirelles: 
O objetivo declarado pelos autores da reforma administrativa com a criação da 
figura das organizações sociais, foi encontrar um instrumento que permitisse a 
transferência para elas de certas atividades exercidas pelo Poder Público e que 
melhor o seriam pelo setor privado, sem necessidade de concessão ou 
permissão. Trata-se de uma nova forma de parceria, com a valorização do 
chamado terceiro setor, ou seja, serviços de interesse público, mas que não 
necessitam ser prestados pelos órgãos e entidades governamentais. 
5. (FGV/2016/Prefeitura de Cuiabá/Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal) Sobre as 
normas gerais acerca da prestação de serviços públicos por Organizações Sociais – OS’s, 
assinale a afirmativa correta. 
a) A qualificação de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos em Organização 
Social depende de lei específica de iniciativa do chefe do Poder Executivo. 
b) A Organização Social formada será integrante da Administração Indireta do ente federado 
que a criou, estando submetida aos princípios da hierarquia e do controle. 
c) Não obstante a qualificação como Organização Social, a entidade de direito privado 
qualificada está submetida à prévia licitação para a prestação do serviço delegado. 
d) A qualificação da entidade privada como Organização Social depende de licitação na 
modalidade de concorrência, salvo se por inviabilidade de competição a mesma for inexigível. 
e) As entidades qualificadas como Organização Social não integram a estrutura da Administração 
Pública e não possuem fins lucrativos, mas se submetem ao controle financeiro do Poder 
Público, inclusive do Tribunal de Contas. 
ComentáriosTulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
32
56
GABARITO: LETRA E. 
Alternativa A: ERRADA. 
A qualificação de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos em Organização Social 
NÃO depende de lei específica, mas é feita por meio de Decreto e é ato discricionário. 
Alternativa B: ERRADA. 
A Organização Social formada NÃO será integrante da Administração Indireta do ente federado 
que a criou, mas são integrantes do Terceiro Setor. 
Alternativa C: ERRADA. 
Como as Organizações Sociais não são prestadoras de serviços públicos, ao contrário do que diz 
a assertiva, elas não estão submetidas à prévia licitação para a prestação do serviço. 
Alternativa D: ERRADA. 
A qualificação da entidade privada como Organização Social NÃO depende de licitação. O 
Estado pode contratar diretamente as Organizações Sociais no que tange aos serviços previstos 
no contrato de gestão firmado com a mesma. 
Alternativa E: CORRETA. 
É exatamente isso: as entidades qualificadas como Organização Social não integram a estrutura 
da Administração Pública e não possuem fins lucrativos, mas se submetem ao controle financeiro 
do Poder Público, inclusive do Tribunal de Contas, conforme podemos verificar na lei 9.637/98: 
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao 
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e 
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos 
nesta Lei. (grifo nosso) 
(...) 
Art. 9o Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao 
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de 
recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao 
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. (grifo nosso) 
Organizações da sociedade civil de interesse público 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
33
56
==275324==
6. (FGV/2015/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública/Analista em Administração) O gestor de 
uma organização que atua na área de educação busca a qualificação como Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Para tal, a organização terá que cumprir o 
requisito de: 
a) distribuir excedentes operacionais entre conselheiros, diretores e associados; 
b) constituir conselho fiscal que emita parecer sobre relatórios de desempenho; 
c) ter sido criada por órgão público ou por fundações públicas; 
d) ser escola privada dedicada ao ensino formal não gratuito; 
e) destinar seus serviços a um círculo de associados. 
Comentários 
GABARITO: LETRA B. 
A lei 9.790/99 dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Em seu artigo 4º ela 
estabeleceu as normas que devem constar no estatuto exigido para reger as OSCIP, vejamos: 
Art. 4º Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-se como 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas 
interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham 
sobre: 
(...) 
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência 
para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as 
operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores 
da entidade; (grifo nosso) 
Portanto, dentre as assertivas apresentadas a única que trouxe um requisito que deve ser 
cumprido pela Organização foi a letra B: constituir conselho fiscal que emita parecer sobre 
relatórios de desempenho, ficando as demais assertivas automaticamente descartadas. 
7. (FGV/2014/Prefeitura de Cuiabá/Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal) Acerca da 
qualificação, pela União, de uma pessoa jurídica de direito privado como organização da 
sociedade civil de interesse público e dos efeitos daí decorrentes, assinale a afirmativa 
incorreta. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
34
56
a) A qualificação como organização da sociedade civil de interesse público é ato vinculado, que 
somente será indeferido quando não atendidos os pressupostos legais. 
b) A entidade qualificada como organização da sociedade civil de interesse público pode 
celebrar termo de parceria com o poder público. 
c) Somente pode se qualificar como organização da sociedade civil de interesse público uma 
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. 
d) A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos interessada em obter a qualificação 
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça. 
e) Uma cooperativa de trabalhadores rurais pode se qualificar como organização da sociedade 
civil de interesse público. 
Comentários 
GABARITO: LETRA E. 
Alternativa A: CORRETA. 
A qualificação como organização da sociedade civil de interesse público é ato vinculado, se os 
objetivos sociais atenderem aos requisitos da lei 9.790/99. 
Alternativa B: CORRETA. 
A sentença está correta, pois o termo de parceria é a materialização do vínculo entre o Poder 
Público e a OSCIP. A lei 9.790/99, que versa sobre a qualificação das pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de interesse público dispõe: 
Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível 
de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações 
da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de 
cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse 
público previstas no art. 3o desta Lei. 
Alternativa C: CORRETA. 
Assertiva correta, de acordo com a lei 9.790/99,vejamos: 
Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido 
constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
35
56
desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos 
requisitos instituídos por esta Lei. (grifo nosso) 
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de 
direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, 
diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou 
líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, 
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na 
consecução do respectivo objeto social. 
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento 
dos requisitos instituídos por esta Lei. 
Alternativa D: CORRETA. 
É exatamente isso, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos interessada em obter a 
qualificação deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, conforme previsto na 
lei 9.790/99: 
Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito 
privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, 
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruídocom cópias 
autenticadas dos seguintes documentos: (...) (grifo nosso) 
Alternativa E: ERRADA. 
A assertiva está equivocada, pois a cooperativa de trabalhadores rurais NÃO pode se qualificar 
como organização da sociedade civil de interesse público, conforme prevê a lei 9.790/99, 
observe: 
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas 
no art. 3o desta Lei: 
(...) 
X - as cooperativas; 
 
 
 
 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
36
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO 
A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo, 
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de 
perguntas que exigem respostas subjetivas. 
São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua 
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas. 
O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para 
consolidar melhor o que aprendeu ;) 
Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. 
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados 
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam. 
Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar 
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível. 
É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o 
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo 
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok? 
Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível! 
Vamos ao nosso questionário: 
Perguntas 
1. O que são entidades paraestatais? O que é terceiro setor? 
2. O que são serviços sociais autônomos? 
3. Como se dá a criação dos serviços sociais autônomos? 
4. Os serviços sociais autônomos são vinculados a qual órgão da Administração? Eles são 
obrigados a prestar contas? 
5. Os serviços sociais autônomos devem observar a lei 8.666/93? Essas entidades necessitam 
realizar concurso público para admitir seu pessoal? 
6. Os que são organizações sociais? 
7. A qualificação como organização social é ato vinculado ou discricionário do Poder Público? 
A quem compete conferir essa qualificação? 
8. Quais atividades devem ser desempenhadas pela organização social? 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
37
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
9. Como se dá o fomento às organizações sociais? 
10. As organizações sociais são obrigadas a realizar licitação nos termos da Lei 8.666/93? 
11. O contrato gestão celebrado entre uma organização social e o Poder Público é o mesmo do 
previsto no art. 37, § 8º, da CF, celebrado entre Poder Público e entidades da Administração 
Direta ou Indireta? 
12. Nos contratos de gestão firmados com organizações sociais, qual a natureza do controle 
realizado pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade 
fomentada? 
13. É necessária a realização de licitação quando a Administração Pública contrata serviços que 
possam ser prestados por organizações sociais? 
14. O que pode ocorrer caso seja constatado o descumprimento das disposições contidas no 
contrato de gestão por parte da organização social? 
15. O que são organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP)? 
16. A qualificação como Oscip é ato vinculado ou discricionário do Poder Público? A quem 
compete conferir essa qualificação? 
17. Quais são as áreas de atuação das OSCIP? 
18. Quais entidades não podem ser qualificadas como OSCIP? 
19. Quais são os órgãos responsáveis por realizar o acompanhamento e a fiscalização da 
execução do objeto previsto no termo de parceira? 
20. As OSCIP precisam observar os procedimentos previstos na Lei Geral de Licitações? Essas 
entidades podem ser contratadas via dispensa de licitação por parte da Administração Pública? 
21. Como ocorre a perda de qualificação como OSCIP? 
22. É possível que uma entidade seja qualificada simultaneamente como organização social e 
Oscip? 
23. Quais são as entidades que podem ser consideradas organizações da sociedade civil (OSC) 
para fins de aplicação da Lei 13.019/2014? É necessária qualificação formal da entidade para ser 
considerada OSC? 
24. Quais são os instrumentos que podem formalizar a parceria entre Administração Pública e as 
OSC? Quais as diferenças entre eles? 
25. A inadimplência da organização da sociedade civil quanto ao pagamento de encargos 
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no 
termo de colaboração ou de fomento implica responsabilidade solidária ou subsidiaria da 
Administração Pública? 
26. O que é o procedimento de manifestação de interesse social previsto na Lei 13.019/2014? 
27. Há alguma vedação na celebração de parceiras entre Poder Público e OSC, considerando o 
objeto da parceira? 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
38
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
28. A OSC é obrigada a realizar licitação para utilizar os recursos transferidos pela Administração 
Pública? E regulamento próprio? 
29. A OSC pode utilizar os recursos recebidos para qualquer finalidade? 
30. Quais são as sanções aplicáveis pela Administração Pública à OSC no caso de execução da 
parceria em desacordo com o plano de trabalho ou com a legislação? 
31. O que são entidades de apoio? 
Perguntas com respostas 
1. O que são entidades paraestatais? O que é terceiro setor? 
Paraestatais são entidades privadas, sem fins lucrativos, que exercem função típica e não 
exclusiva de Estado (atividades de interesse público). Compõem o terceiro setor, não fazendo 
parte da Administração Pública, embora com ela mantenham vínculo. Agem, portanto, em 
colaboração com o Poder Público. 
Recebem incentivo do Estado (fomento), fazendo com que seu regime jurídico de direito privado 
seja parcialmente derrogado por normas de direito público, bem como se sujeitem ao controle 
da Administração Pública e do Tribunal de Contas. 
As paraestatais integram o chamado “terceiro setor”, composto por entidades que prestam 
atividades de interesse público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos, mesmo que não 
mantenham vínculo com o Estado – só as entidades do terceiro setor que possuem vinculo com 
o Poder Público são consideradas paraestatais. 
O terceiro setor coexiste com o primeiro setor – Estado – e o segundo setor – o setor privado 
empresarial com fins lucrativos (o mercado). 
2. O que são serviços sociais autônomos? 
São paraestatais que desempenham atividades de utilidade pública com vistas a beneficiar 
determinados grupamentos sociais ou profissionais, geralmente voltadas para o ensino 
profissionalizante e a prestação de serviços sociais (entidades do “sistema S” – Senai, Sebrae, 
Sesc etc.). 
3. Como se dá a criação dos serviços sociais autônomos? 
Sua criação depende de autorização em lei, em razão de suas atividades serem custeadas pela 
arrecadação compulsória de contribuições parafiscais – que são instituídas por lei ordinária (não 
precisa de lei complementar)1 e consideradas recursos públicos – exigidas das pessoas jurídicas 
 
1 RE 635.682/RJ 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégicode Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
39
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
incluídas no setor econômico a que está vinculada a entidade, mesmo que não haja 
contraprestação direta em favor do contribuinte. 
4. Os serviços sociais autônomos são vinculados a qual órgão da Administração? Eles são 
obrigados a prestar contas? 
São vinculados ao Ministério em cuja área de competência atuam, e se sujeitam à obrigação de 
prestar de contas ao Tribunal de Contas da União. 
5. Os serviços sociais autônomos devem observar a lei 8.666/93? Essas entidades necessitam 
realizar concurso público para admitir seu pessoal? 
Não se submetem inteiramente à Lei de Licitações: estão desobrigadas de observar os 
procedimentos previstos na Lei 8.666/93, mas devem observar os princípios da Administração 
Pública e podem editar regulamentos próprios prevendo novas regras procedimentais2, sendo 
conveniente destacar que tais regulamentos não podem inovar na ordem jurídica – não podem 
instituir novas hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação, por exemplo –, mas podem 
conter, tão somente, regras procedimentais – como número mínimo de propostas, prazos, meios 
de garantir publicidade etc. – em razão da competência constitucional da União para legislar 
sobre normas gerais de licitação3, consoante art. 22, inciso XXVII: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para 
as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, 
III; 
Por não integrarem a Administração Pública, não estão obrigadas a realizar concurso público 
para admitir pessoal4. 
6. Os que são organizações sociais? 
Organização social é uma qualificação (ou seja, não é uma categoria de pessoa jurídica) 
conferida à entidade privada instituída por particulares, sem fins lucrativos, que, por ato 
 
2 Acórdãos 2198/2015-TCU-Plenário e 526/2013-TCU-Plenário 
3 Acórdãos 3195/2014-TCU-Plenário e 1785/2013-TCU-Plenário 
4 RE 789.874 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
40
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
discricionário do Poder Público, recebe incentivos do Estado para desempenhar serviço público 
de natureza social, mediante celebração de contrato de gestão. 
7. A qualificação como organização social é ato vinculado ou discricionário do Poder Público? 
A quem compete conferir essa qualificação? 
Ato discricionário, dependendo da aprovação do “Ministro ou titular de órgão supervisor ou 
regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da 
Administração Federal e Reforma do Estado” (Lei 9.637/1998, art. 2º, inciso II). 
8. Quais atividades devem ser desempenhadas pela organização social? 
A organização social deve realizar atividades dirigidas “ao ensino, à pesquisa, ao 
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde”, 
consoante art. 1º da Lei 9.637/1998. 
9. Como se dá o fomento às organizações sociais? 
O fomento às organizações sociais pode ocorrer por meio da destinação de recursos 
orçamentários e de bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão, bem 
como a cessão especial de servidor (arts. 12 a 14 da Lei 9.637/1998). 
10. As organizações sociais são obrigadas a realizar licitação nos termos da Lei 8.666/93? 
As organizações sociais estão desobrigadas de realizar licitação nos termos da Lei 8.666/1993 
para aplicarem os recursos públicos recebidos, mas suas contratações devem ser realizadas de 
forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios da Administração Pública e 
em consonância com o disposto em regulamento próprio, nos termos do art. 17 da Lei 
9.637/1998: 
Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias 
contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os 
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como 
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público. 
11. O contrato gestão celebrado entre uma organização social e o Poder Público é o mesmo do 
previsto no art. 37, § 8º, da CF, celebrado entre Poder Público e entidades da Administração 
Direta ou Indireta? 
Não, o contrato de gestão previsto constitucionalmente é firmado apenas com entidades da 
Administração Direta ou Indireta com o objetivo de dotar-lhes de maior autonomia. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
41
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
Já o contrato de gestão previsto na Lei 9.649/1998, firmado com as organizações sociais, é 
realizado com o objetivo de lhes possibilitarem receber fomento do Poder Público para que 
desempenhem atividades de interesse público de caráter não exclusivo do Estado. 
12. Nos contratos de gestão firmados com organizações sociais, qual a natureza do controle 
realizado pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade 
fomentada? 
É um controle de resultados atingidos com a execução do contrato de gestão. 
13. É necessária a realização de licitação quando a Administração Pública contrata serviços que 
possam ser prestados por organizações sociais? 
Quando a organização social figura como possível contratada pelo Poder Público, a Lei 8.666/93, 
em seu art. 24, inciso XXIV, prevê que é dispensável a licitação “para a celebração de contratos 
de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas 
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão”. 
14. O que pode ocorrer caso seja constatado o descumprimento das disposições contidas no 
contrato de gestão por parte da organização social? 
Conforme art. 16 da Lei 9.637/1998, nesse caso o “Poder Executivo poderá proceder à 
desqualificação da entidade como organização social”, devendo ser realizado prévio processo 
administrativo em que seja garantida a ampla defesa, respondendo os dirigentes da entidade, 
individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. Além 
disso, a desqualificação importará a reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à 
entidade, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
15. O que são organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP)? 
Organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) é uma qualificação (ou seja, não é 
uma categoria de pessoa jurídica) conferida à entidade privada instituída por particulares, sem 
fins lucrativos, que, por ato vinculado do Poder Público (Ministério da Justiça) ao cumprimento 
dos requisitos estabelecidos em lei, recebe incentivos do Estado para desempenhar atividade 
social ou de utilidade pública, mediante celebração de termo de parceria. 
16. A qualificação como Oscip é ato vinculado ou discricionário do Poder Público? A quem 
compete conferir essa qualificação? 
Ato vinculado, de competência do Ministério da Justiça. 
17. Quais são as áreas de atuação das OSCIP? 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
42
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
A entidade a ser qualificada deve possuir objetivo social em pelo menos uma das seguintes 
finalidades, constantes dos incisos I a XIII do art. 3º da Lei 9.790/1999: 
I - promoção da assistência social; 
II - promoçãoda cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; 
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei; 
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei; 
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; 
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
VII - promoção do voluntariado; 
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de 
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da 
democracia e de outros valores universais; 
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção 
e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam 
respeito às atividades mencionadas neste artigo. 
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a 
implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer 
meio de transporte. 
18. Quais entidades não podem ser qualificadas como OSCIP? 
É vedada a outorga de qualificação como Oscip, mesmo que se dediquem às atividades 
previstas nos incisos I a XIII do art. 3º da Lei 9.790/1999, às seguintes entidades: 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
43
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
I - as sociedades comerciais; 
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria 
profissional; 
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, 
práticas e visões devocionais e confessionais; 
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; 
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços 
a um círculo restrito de associados ou sócios; 
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e 
assemelhados; 
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; 
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas 
mantenedoras; 
IX - as organizações sociais; 
X - as cooperativas; 
XI - as fundações públicas; 
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por 
órgão público ou por fundações públicas; 
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o 
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. 
19. Quais são os órgãos responsáveis por realizar o acompanhamento e a fiscalização da 
execução do objeto previsto no termo de parceira? 
O termo de parceira é fiscalizado, quanto à execução, pelo órgão do Poder Público da área de 
atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas de 
atuação existentes, em cada nível de governo. 
20. As OSCIP precisam observar os procedimentos previstos na Lei Geral de Licitações? Essas 
entidades podem ser contratadas via dispensa de licitação por parte da Administração Pública? 
As Oscip estão desobrigadas de realizar licitação nos termos dos procedimentos previstos na Lei 
8.666/1993 para aplicarem os recursos públicos recebidos, mas suas contratações devem ser 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
44
56
==275324==
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
realizadas de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios da 
Administração Pública e em consonância com o disposto em regulamento próprio, nos termos 
do art. 14 da Lei 9.790/1999: 
Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, 
contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os 
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como 
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, 
observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei. 
Os princípios aludidos no dispositivo normativo, previstos no inciso I do art. 4º da mesma lei, são 
os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência. 
Ao contrário das organizações sociais, as Oscip não podem ser contratadas pela Administração 
Pública por dispensa de licitação (ou seja, não há tal hipótese de dispensa de licitação para 
contratar Oscip, somente organização social). 
21. Como ocorre a perda de qualificação como OSCIP? 
Com relação à perda de qualificação de Oscip, a lei dispõe que poderá se dar a pedido da 
própria entidade ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de 
iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido 
contraditório. 
Convém lembrar que no caso das organizações sociais, há previsão de perda de qualificação 
apenas via processo administrativo, por procedência do Poder Executivo. 
22. É possível que uma entidade seja qualificada simultaneamente como organização social e 
Oscip? 
Atualmente, não é possível que uma entidade seja qualificada simultaneamente como 
organização social e Oscip, em razão do decurso do prazo estabelecido no art. 18º da Lei 
9.790/1999: 
Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com 
base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos requisitos para tanto 
exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até 
cinco anos contados da data de vigência desta Lei. 
§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a 
qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia 
automática de suas qualificações anteriores. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
45
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica 
perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei. 
23. Quais são as entidades que podem ser consideradas organizações da sociedade civil (OSC) 
para fins de aplicação da Lei 13.019/2014? É necessária qualificação formal da entidade para ser 
considerada OSC? 
A Lei 13.019/2014, em seu art. 2º, dispõe que são consideradas organizações da sociedade civil 
as seguintes entidades: 
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou 
associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais 
resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções 
de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos 
mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na 
consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da 
constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; 
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; 
as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; 
as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho 
e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou 
capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadaspara 
execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. 
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse 
público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos; 
Assim, basta que a entidade se enquadre em uma das espécies em cima para que seja 
considerada organização da sociedade civil, não sendo prevista uma qualificação formal a ser 
conferida pelo Poder Público. 
24. Quais são os instrumentos que podem formalizar a parceria entre Administração Pública e as 
OSC? Quais as diferenças entre eles? 
Os instrumentos são: termo de colaboração, termo de fomento e acordo de cooperação, cujas 
definições são as seguintes (Lei 13.019/2014, art. 2º, incisos VII a VIII-A): 
VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as 
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade 
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela 
administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
46
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias 
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a 
consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas 
organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros; 
VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as 
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade 
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não 
envolvam a transferência de recursos financeiros; 
Todos esses instrumentos possuem em comum a finalidade de execução de atividades de 
interesse público e recíproco. Por outro lado, esses instrumentos se diferem em alguns pontos: 
- o termo de colaboração é proposto pela Administração Pública e envolve a 
transferência de recursos financeiros, sendo exigido, como regra, chamamento público 
previamente à celebração da parceria, exceto quando envolvam recursos decorrentes 
de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais; 
- o termo de fomento é proposto pela Organização da Sociedade Civil, e, assim como o 
termo de colaboração, envolve a transferência de recursos financeiros, sendo também 
exigido, como regra, chamamento público previamente à celebração da parceria, 
exceto quando envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis 
orçamentárias anuais; 
- independentemente de quem propõe a parceria, caso não haja transferência de 
recursos financeiros, o instrumento a ser utilizado deverá ser o acordo de cooperação. 
Em regra, esta parceria não depende de prévio chamamento público, exceto quando o 
objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de 
compartilhamento de recurso patrimonial. 
Nos termos dos art. 2º, inciso XII da lei 13.019/2014, o chamamento público é um procedimento 
destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de 
colaboração ou de fomento. Nesse procedimento devem ser garantidos a observância dos 
princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
Por outro lado, insta destacar que a Lei 13.019/2014 prevê, ainda, hipóteses taxativas de sua 
dispensa e exemplificativas de sua inexigibilidade, nos seguintes termos: 
Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento 
público: 
 - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de 
atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias; 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
47
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
II - nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou 
ameaça à paz social; 
III - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou 
em situação que possa comprometer a sua segurança; 
IV - (VETADO). 
V - (VETADO); 
VI - no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e 
assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil 
previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política. 
Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de 
inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da 
natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser 
atingidas por uma entidade específica, especialmente quando: 
I - o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou 
compromisso internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os 
recursos; 
II - a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja 
autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária, 
inclusive quando se tratar da subvenção prevista no inciso I do § 3o do art. 12 da Lei 
no 4.320, de 17 de março de 1964, observado o disposto no art. 26 da Lei 
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. 
25. A inadimplência da organização da sociedade civil quanto ao pagamento de encargos 
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no 
termo de colaboração ou de fomento implica responsabilidade solidária ou subsidiaria da 
Administração Pública? 
Não, nesse caso a responsabilidade é exclusiva da organização social, conforme disposição 
expressa na Lei 13.019/2014 nos seguintes termos: 
Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de 
colaboração, de termo de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o caso, 
que terá como cláusulas essenciais: 
(...) 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
48
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
XX - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento 
dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à 
execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, não implicando 
responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da 
organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento, os ônus incidentes 
sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução. 
26. O que é o procedimento de manifestação de interesse social previsto na Lei 13.019/2014? 
A Lei 13.019/2014 prevê o procedimento de manifestação de interesse social como instrumento 
por meio do qual as organizações da sociedade civil, os movimentos sociais e os cidadãos 
poderão apresentar propostas ao Poder Público para que este avalie a possibilidade – ou seja, 
não há obrigatoriedade à Administração – de realização de um chamamento público objetivando 
a celebração de parceria. 
27. Há alguma vedação na celebração de parceiras entre Poder Público e OSC, considerando o 
objeto da parceira? 
Sim, de acordo com o art. 40 da Lei 13.109/2014, são vedadas a celebração de parcerias 
previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, 
delegação das funções de regulação, de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de 
outras atividades exclusivas de Estado.28. A OSC é obrigada a realizar licitação para utilizar os recursos transferidos pela Administração 
Pública? E regulamento próprio? 
Assim como as organizações sociais e as Oscip, as organizações da sociedade civil estão 
desobrigadas de realizar licitação conforme a Lei 8.666/93. Entretanto, ao contrário daquelas 
primeiras, estão também desobrigadas de seguir regulamento próprio para empregar recursos 
transferidos pela Administração Pública, tudo isso em razão do estabelecido no art. 84 da Lei 
13.019/2014: 
Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 
21 de junho de 1993. 
29. A OSC pode utilizar os recursos recebidos para qualquer finalidade? 
As organizações da sociedade civil estão vedadas de utilizar recursos vinculados à parceria em 
finalidade diversa do objeto pactuado, estando sujeitas a serem sancionadas pela Administração 
Pública na hipótese de execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as 
normas legais. 
30. Quais são as sanções aplicáveis pela Administração Pública à OSC no caso de execução da 
parceria em desacordo com o plano de trabalho ou com a legislação? 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
49
56
. Túlio Lages 
Aula 00 
 
 
 
As possíveis sanções são as previstas nos incisos I a III do art. 73 da Lei 13019/2014: 
I - advertência; 
II - suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de 
celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da 
administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos; 
III - declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar 
parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, 
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja 
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que 
será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir a administração 
pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com 
base no inciso II. 
31. O que são entidades de apoio? 
São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores púbicos, 
em nome próprio, sob forma de fundação, associação ou cooperativa, para prestação, em 
caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, vinculadas à Administração Pública 
(direta ou indireta), em regra, mediante convênio. 
Um exemplo dessas entidades são as fundações instituídas com a finalidade de apoiar projetos 
de ensino e pesquisa de interesse das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e demais 
Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTS), disciplinadas pela Lei 8.958/1994. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
50
56
LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS 
1. (FGV/2018/CGM Niterói/Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental) O Município 
Norte-Sul qualificou a associação "Mar Sem Fim", dedicada à proteção e preservação do 
meio ambiente e de ecossistemas marinhos, como Organização Social (OS). 
Considerando a referida qualificação, 
a) o Município Norte-Sul pode realizar contratação direta com a Organização Social, por 
inexigibilidade de licitação, para a prestação de serviços de limpeza e de restauro de uma lagoa, 
com vistas à preservação do meio ambiente. 
b) o Município Norte-Sul não pode realizar qualquer forma de contratação com a associação por 
ele qualificada como Organização Social, embora possa com ela celebrar um convênio. 
c) qualquer município localizado no mesmo estado em que está situado o Município Norte-Sul 
pode realizar contratação direta com a Organização Social, para a prestação de 
serviçosrelacionados à proteção e à preservação do meio ambiente. 
d) o Município Norte-Sul pode celebrar contrato com a associação por ele qualificada como 
Organização Social, mas sempre precedido de licitação. 
e) o Município Norte-Sul pode realizar contratação direta com a Organização Social, por 
dispensa de licitação, para a prestação de serviços de limpeza e de restauro de uma lagoa, com 
vistas à preservação do meio ambiente. 
2. (FGV/2018/TJSC/Analista/Administrativo) As organizações sociais (OS) são entidades de 
direito privado que tiveram origem na estratégia de publicização de parte de atividades 
exercidas pelo Estado. 
Em relação às OS é correto afirmar que: 
a) fazem parte da estrutura da administração indireta; 
b) podem exercer qualquer tipo de atividade de interesse público; 
c) são vinculadas à Administração Pública por meio do contrato de gestão; 
d) podem adquirir qualificação de agência executiva por decreto presidencial; 
e) devem se enquadrar no modelo societário de sociedade de economia mista. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
51
56
3. (FGV/2016/IBGE/Analista/Planejamento e Gestão) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho 
de Estado introduziu no Brasil, em meados da década de 90, a estratégia de flexibilização 
denominada publicização. Esta foi definida como sendo o processo de descentralização para 
o setor público não-estatal da execução de serviços como educação, saúde, cultura e 
pesquisa científica. 
A estratégia de publicização introduziu na administração pública brasileira, por meio da Lei n.º 
9.637/98, a contratação de: 
a) Autarquia; 
b) Consórcio Público; 
c) Empresa de Propósito Específico; 
d) Organização Social; 
e) Parceria Público-Privada. 
4. (FGV/2018/SEFIN-RO/Contador) A partir da reforma administrativa e da ideia de um estado 
mínimo, em que a atuação do poder público está restrita às áreas onde sua presença é 
indispensável, foram criadas entidades e regulamentaram-se institutos com o propósito de 
possibilitar e incentivar a prestação de serviços de interesse da coletividade por pessoas 
privadas não integrantes da Administração Pública. 
Com relação às entidades sem fins lucrativos, chamadas organizações sociais, analise as 
afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa. 
I. Organização Social é um tipo de autarquia. 
II. O título de Organização Social é conferido de maneira irreversível. 
III. Organização Social é uma pessoa jurídica de direito privado integrante da Administração 
Pública. 
Observada a ordem apresentada, as afirmativas são, respectivamente, 
a) V – F – F. 
b) F – F – F. 
c) F – V – F. 
d) F – F – V. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
52
56
==275324==
e) F – V – V. 
5. (FGV/2016/Prefeitura de Cuiabá/Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal) Sobre as 
normas gerais acerca da prestação de serviços públicos por Organizações Sociais – OS’s, 
assinale a afirmativa correta. 
a) A qualificação de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos em Organização 
Social depende de lei específica de iniciativa do chefe do Poder Executivo. 
b) A Organização Social formada será integrante da Administração Indireta do ente federado 
que a criou, estando submetida aos princípios da hierarquia e do controle. 
c) Não obstante a qualificação como Organização Social, a entidade de direito privado 
qualificada está submetida à prévia licitação para a prestação do serviço delegado. 
d) A qualificação da entidade privada como Organização Social depende de licitação na 
modalidade de concorrência, salvo se por inviabilidade de competição a mesma for inexigível. 
e) As entidadesqualificadas como Organização Social não integram a estrutura da Administração 
Pública e não possuem fins lucrativos, mas se submetem ao controle financeiro do Poder 
Público, inclusive do Tribunal de Contas. 
6. (FGV/2015/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública/Analista em Administração) O gestor de 
uma organização que atua na área de educação busca a qualificação como Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Para tal, a organização terá que cumprir o 
requisito de: 
a) distribuir excedentes operacionais entre conselheiros, diretores e associados; 
b) constituir conselho fiscal que emita parecer sobre relatórios de desempenho; 
c) ter sido criada por órgão público ou por fundações públicas; 
d) ser escola privada dedicada ao ensino formal não gratuito; 
e) destinar seus serviços a um círculo de associados. 
7. (FGV/2014/Prefeitura de Cuiabá/Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal) Acerca da 
qualificação, pela União, de uma pessoa jurídica de direito privado como organização da 
sociedade civil de interesse público e dos efeitos daí decorrentes, assinale a afirmativa 
incorreta. 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
53
56
a) A qualificação como organização da sociedade civil de interesse público é ato vinculado, que 
somente será indeferido quando não atendidos os pressupostos legais. 
b) A entidade qualificada como organização da sociedade civil de interesse público pode 
celebrar termo de parceria com o poder público. 
c) Somente pode se qualificar como organização da sociedade civil de interesse público uma 
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. 
d) A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos interessada em obter a qualificação 
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça. 
e) Uma cooperativa de trabalhadores rurais pode se qualificar como organização da sociedade 
civil de interesse público. 
 
Gabarito 
1. Letra E 
2. Letra C 
3. Letra D 
4. Letra B 
5. Letra E 
6. Letra B 
7. Letra E 
 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
54
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para 
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de 
Documentação, 2016. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. 
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016. 
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. 
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014. 
 
Tulio Lages
Aula 03
Receita Federal (Analista Tributário) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2022 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
257718840181815826 - Flávio Ricardo Cirino
55
56

Mais conteúdos dessa disciplina