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HISTÓRIA DE ISRAEL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Roberto Rohregger 
 
 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A história de Israel a partir do domínio babilônico é marcada por 
dominação estrangeira. Israel começava a se reestruturar, mas até o período 
moderno nunca mais ficaria longe do julgo de outra nação. 
Podemos perceber que as várias dominações estrangeiras acarretaram 
sérios riscos para Israel, principalmente pela influência cultural, que poderia ser 
negativa para a religião judaica. No chamado período inter-testamentário, 
Israel experimenta um período de soberania, posterior à revolta dos Macabeus, 
que se libertam do domínio grego – após a morte de Alexandre, o Grande, os 
gregos entraram em um período de declínio. Porém, essa liberdade acabou 
sendo resultado de uma aliança com uma nova potência do cenário mundial da 
época: Roma. 
Roma viria a ser o maior império que o mundo antigo conheceu. Seu 
desejo de expansão, como aconteceu com qualquer império, não iria poupar a 
região da Palestina. Quando Roma começou a perceber que na região eclodiam 
vários confrontos familiares por poder, decidiu interferir, invadindo e dominando 
a região, que passaria a ser administrada em parte por um interventor romano, 
de forma direta, e em parte por reis fantoches subordinados a Roma. 
A partir do domínio romano, teve início uma nova época para Israel, 
novamente sob domínio estrangeiro, durante a qual teve de se submeter a altas 
taxas de impostos, o que aprofundou a pobreza dos camponeses. Além disso, a 
insatisfação religiosa acabaria se acumulando e fomentando de revoltas. 
Esse período na história de Israel é caracterizado por muitas mudanças, 
tanto sociais quanto políticas e religiosas. 
 
 
 
3 
Figura 1 – Império de Alexandre 
 
TEMA 1 – PERÍODO INTER-TESTAMENTÁRIO 
O período entre a última parte do Antigo Testamento e a aparição de 
Cristo é conhecido como intertestamentário (ou seja, “entre os testamentos”). 
Nesse período, não há relatos de nenhuma palavra profética de Deus. 
Alguns o chamam de “400 anos de silêncio”. A atmosfera política, religiosa e 
social da Palestina mudou significantemente. Muito do que aconteceu nesses 
séculos influenciou a nação judaica e o judaísmo, apesar de não dispormos de 
muitas fontes históricas sobre os acontecimentos relacionados à nação judaica. 
Ainda assim, alguns livros descrevem o período, lançando luz a tais fatos 
históricos: 
As condições gerais desse período podem ser relembradas sabendo-
se que houve quatro preódos distintos em que esses quatrocentos 
anos podem ser divididos: 1- O período persa, 430-322 a. C; 2 – o 
período grego, 321-167 a. C; 3 – o período da independência 167-63 
a. C; e 4- o período romano, 63 a.C., até Jesus Cristo. (Champlin, 2001, 
p. 226) 
Sabemos que no século posterior à Neemias o império persa dominou a 
Judeia. Considerando a sua forma de administração, esse período foi 
relativamente tranquilo, uma vez que os persas permitiam que os judeus 
praticassem a sua religião livremente. O governo judeu era exercido pelos 
sacerdotes, que deviam contas para o governo persa, o qual, apesar de garantir 
 
 
4 
certa comodidade administrativa, acabou delegando uma função 
política/administrativa aos líderes religiosos, o que acabou marcando as 
questões políticas muito tempo depois do domínio persa. Apesar de a Judeia 
não ter enfrentado, diretamente, grandes conturbações no período persa, 
acabou envolvida pela disputa entre o Egito e a Pérsia. Nesse período, durante 
o reinado de Artaxerxes III, um grupo de judeus acabou se envolvendo em uma 
rebelião contra o governo persa, em razão da qual acabaram sendo deportados 
para a Babilônia. A época final do império persa estava próxima, e mais uma vez 
a Judeia iria mudar de mãos. Israel, que desde a sua fundação subsistiu entre 
impérios, teria que novamente se adaptar a novas formas de governo e novas 
influências políticas e religiosas. 
O povo de Israel, cudo lar se encontrava na pequena faixa de terra 
arável que une a Ásia e a África, durante séculos esteve familiarizado 
com a luta contra grandes potências que o cercavam – Egito, Assíria, 
Babilônia, Pérsia. Como uma região costeira, por gerações Israel teve 
contatos culturais e comerciais com a Macedônia, a Grécia e outros 
países ocidentais, mas os impérios que até então haviam dominado 
sua vida foram todos poderes orientais, e Israel semper acho que isso 
era necessário para acomodar sua frágil existência à sua localização 
ente grandes poderes da Ásia e da África. Quando Alexandre, o jovem 
rei da Macedônia, em 333 a. C. se dirigiu para o leste com suas 
disciplinadas tropas, a fim de conquistar o império persa, o povo judeu 
na Palestina enfrentou uma nova realidade. Eles estavam na fronteira 
do grande conflito entre o Ocidente e o Oriente, e tiveram de decidir 
como viver como povo da aliança, conforme acreditavam que Deus os 
tinha chamado a ser. (Boring, 2015, p. 121) 
Esse novo período trouxe profundas consequências para o povo judeu, 
inclusive para a sua religiosidade. As influências do helenismo ficariam mais 
salientes durante o império grego. Além disso, é preciso entender, nesse 
contexto, que após o domínio babilônico, salvo um breve período posterior à 
revolta dos Macabeus, Israel nunca mais saberia o que é ter um governo 
autônomo e independente, situação que mudaria somente depois da Segunda 
Guerra Mundial, com a implantação do estado de Israel. 
TEMA 2 – O PERÍODO PERSA E GREGO 
Como já vimo, o controle do império persa entre 532-332 a. C. garantiu 
certa liberdade religiosa aos judeus, que tinham permissão para reconstruir e 
adorar no templo (2 Crônicas 36:22-23; Esdras 1:1-4). O Período Persa inclui os 
últimos 100 anos do Antigo Testamento e mais ou menos os primeiros 100 anos 
do período intertestamentário. Pouco tempo depois das reformas de Esdras e 
 
 
5 
Neemias, Artaxerxes I morreu, por volta de 424 a.C. Dario II foi o sucessor. 
Durante o seu reinado, estabeleceu seu controle sobre a Ásia Menor com pulso 
mais firme, apesar da ampla corrupção em seu governo. Nesse período, não 
sabemos ao certo o que fez a nação judaica. A gestão de Neemias como 
governador terminou em torno de 428; seu irmão Ananias foi o sucessor. 
É provável que Dário II tenha preservado a política de aceitação das 
práticas judaicas religiosa. Artaxerxes II foi sucessor de Dario II, momento e, que 
o império persa passou por uma fase extremamente difícil, estando a ponto de 
desmoronar. O Egito, sempre atento às mudanças e fragilidades dos impérios 
ao seu redor, logo conseguiu impor a sua independência, o que desestabilizou a 
região. Porém, Artaxerxes II conseguiu estabilizá-la novamente. 
Porém, apenas no reinado de Artaxerxes III (358-338) a Pérsia voltaria a 
restabelecer a sua força, pelo menos momentaneamente. No entanto, intrigas 
familiares por poder levaram ao desmoronamento do império persa. Em 336, 
sobe ao trono Dário III, momento em que a Pérsia já estava à beira da 
desintegração. 
Em paralelo, na Judeia a relação entre os judeus e os samaritanos 
piorava. Desde o retorno dos judeus da Babilônia, a convivência entre os dois 
grupos nunca foi amistosa, tendo se agravado por divergências teológicas, 
relativas à estrutura e interpretação dos livros sagrados. Além disso, a estrutura 
religiosa dos samaritanos antagonizava com a judaica. Eram encarados pelos 
judeus como uma seita. 
Particularmente a separação política enre Judá e Samaria, sob o 
domínio de Neemias, seguida da obra de Esdras, marcou um passo 
para a separação religiosa irreversível. Como sempre na longa história 
de Israel (...), a separação política e a religiosa marcharam lado a lado. 
Embora os samaritanos acetassem o Pentateuco como a lei de Moises, 
os judeus tradicionais do tipo de Neemias os consideravam como 
estrangeiros e inimigos ( o que muito frequentemente ele foram) e não 
os acolhiamna comunidade do templo. E como orgulhosos israelitas 
do Norte, os samaritanos dificilmente concordariam com a ideia 
classicamente expressa pelo Cronista, de que o verdadeiro Israel era 
o remanescente restaurado de Judá, nem podiam admitir qe o único 
lugar em que seu Deus poderia ser legitimamente adorado ficando 
além das fronteiras da província de Jerusalém. Tal situação deveria 
inevitavelmente levar mais cedo ou mais tarde, à separação religiosa. 
E assim aconteceu. (Bright, 1978, p. 557) 
 A ascensão de Dario III coincidiu com a de Alexandre da Macedônia. 
Assim, em apenas cinco anos o império persa deixou de existir. Com o domínio 
de Alexandre, inicia-se a helenização do Oriente. O domino persa é suprimido 
 
 
6 
quando Alexandre o Grande derrotou Dário da Pérsia, fato que marca o início do 
reinado grego no mundo. 
Em 313, ele [Alexandre] marchou para o leste através da Mesopotâmia. 
Dario fez sua parada final após ter atravessado as montanhas 
iranianas em Gaugamela, perto de Arbela, quando seu exército foi 
reduzido a pedaços e dispensado. Então Alexandre entrou 
triunfalmente na Babilônia, em Susa e em Presépolis. Ao tentar fugir, 
Dario foi agarrado po um de seus sátrapas e assassinado. Tendo-se 
acabado a oposição ativa, Alexandre marchou para as fronteiras 
orientais mais longínquas do império onde (327/6) fez campanhas além 
do Indo e (segundo a lenda) chorou por não haver mais mudos para 
conquistar (na realidade seus soldados se recusavam a ir mais longe). 
(Bright, 1978, p. 563) 
Figura 2 – Império conquistado por Alexandre, o Grande (323 a.C.) 
 
Crédito: João Miguel. 
Alexandre permitiu liberdade religiosa aos judeus, apesar de promover 
intensamente o estilo de vida grego. Em apenas 10 anos, Alexandre conduziu 
seus exércitos pela Grécia, Ásia Menor, ao longo da costa mediterrânea, pela 
Palestina e Egito, depois para o leste até a Pérsia, chegando à fronteira com a 
Índia. Para Alexandre, tais conquistas não eram apenas militares, necessárias à 
expansão de um império; ele via a si mesmo como um ocidental esclarecido que 
levava a civilização grega para os “bárbaros” (Boring, 2015, p. 121). 
Alexandre conquistou a Palestina em cerca de 332 a. C. poupou a 
cidade de Jerusalém e disseminou a língua e a cultura gregas por toda 
a parte. Marchas forçadas e bebidas imoderadas arrebataram-lhe a 
 
 
7 
vida quando contava apenas trina e três anos de idade, estando na 
Babilônia, no ano de 323 a. C. Quando do seu falecimento morreu 
também a ideia de um governo universal(...). O império foi repartido 
entre os quatro generais de Alexandre. As duas porções orientais 
ficaram com generais separados – a Síria ficou com Seleuco, e o Egito 
com Ptolomeu. Desta maneira vieram à existência os ptlomeus, (reis 
gregos do Egito) e os Selêucidas (reis gregos da Síriea). (Champlin, 
2001, p. 226) 
 A influência da cultura grega disseminada por Alexandre sobreviveu ao 
seu império, através de seu idioma, religião, hábitos e filosofia. 
A Influência grega, de forma geral, se estabeleceu a partir de quatro 
pontos: 
• Extensão e longevidade da cultura. 
• Influência direta no comércio e na cultura em toda a extensão do império. 
• Liberdade do pensamento grego nas áreas de filosofia, arquitetura, 
divindades, e religião e atletismo. As Universidades de Alexandria e 
Tarso, como em outros lugares, eram centros de divulgação do 
pensamento grego. 
• Idioma grego como linguagem universal. 
Essa influência foi sentida de forma bastante significativa no ambiente 
judaico, provocando crises nos períodos posteriores ao domínio grego, 
principalmente com a divisão do império de Alexandre depois de sua morte. 
TEMA 3 –PERÍODO EGÍPCIO (PTOLOMEU) E SÍRIO (SELÊUCIDAS) 
O império conquistado e consolidado por Alexandre compreendia a 
Grécia, o Egito e todo o Oriente próximo, mas foi desmantelado com a sua morte. 
Como ele não deixou sucessor, o império foi divido entre quatro de seus 
principais generais. 
Ao general Ptolomeu coube o Egito, e assim teve início a dinastia 
ptolemaica. A região da Síria, que abrangia Israel, ficou sob domínio de outro 
general, Seleuco, dando início à dinastia dos Selêucidas. Essa divisão 
desconfigurou o império, e ambos tornaram-se inimigos, pois desejavam 
dominar a região. Essa disputa trouxe consequências terríveis para os judeus, 
que agora se encontram, novamente, no meio de uma disputa pela expansão de 
governos opostos. 
Os sucessores de Alexandre, morto na Babilônia em 323 a.C., 
mantiveram as políticas estabelecidas. A Judeia, um corredor estratégico, servia 
 
 
8 
como importante área de segurança, e por conta disso alternou constantemente 
entre o domínio dos selêucidas sírios ao norte e dos ptolomeus egípcios ao sul 
(cf. Dn. 11, 5-9). 
Porém, as várias guerras, com intrigas políticas e movimentos poderosos 
de ambos os lados, não influenciaram a helenização da Palestina, uma vez que 
selêucidas e ptolomeus faziam parte do antigo império grego, estabelecido por 
Alexandre. Com apoio das aristocracias locais, a cultura helênica continuava a 
se impor (Boring, 2015, p. 123). O primeiro conquistador foi chamado de 
Ptolomeu Soter, isto é, Salvador, tendo sido o primeiro da dinastia. 
Por mais que os reis selêucidas nunca estivessem de acordo com a 
divisão do Império conquistado por Alexandre, não se encontravam em 
condições de realizar qualquer ação contra a situação daquele momento, apesar 
de diversas tentativas durante o período. Porém, em 198 a.C., Antíoco, o 
Grande, reconquistou a Palestina, e assim a região voltou ao poder dos 
selêucidas. 
A administração do selêucidas foi em geral nociva para os judeus Em 
alguns casos, houve sangrenta perseguição. Por essa época, a Palestina foi 
dividida em cinco províncias: Judeia, Samaria, Galileia, Pereia e Traconites. 
Tanto Antíoco III, o Grande, como seu sucessor, Seleuco Filopatro, foram 
muito cruéis. Com a ascensão de Antíoco IV Epifânio (175-164 a.C.), um reinado 
de terror sobreveio sobre os judeus. Antíoco Epifânio tinha a clara intensão de 
exterminar todos os judeus, com ataques frequentes contra a religião judaica, 
inclusive com a tentativa de destruição de todos os manuscritos das Escrituras. 
No ano de 168 a.C., Antíoco Epifânio profanou o templo de Jerusalém, 
apresentando uma porca como sacrifício sobre o altar, que estava usando para 
cultuar Zeus. Esses abusos fomentaram um clima de profunda insatisfação nos 
judeus, até que grupos articulados se levantaram em rebelião, tendo como 
principal liderança a família dos Macabeus, movimento que resultou em um 
período, ainda que curto, de independência dos israelitas (Champlin, 2001, p. 
226). 
TEMA 4 – PERÍODO MACABEU 
A proibição, em 167 a.C., da prática do judaísmo, por um decreto de 
Antíoco IV, e a introdução do culto do Zeus, no Templo de Jerusalém, 
desencadearam a revolta judaica. A rebelião teve início na cidade de Modin, sob 
 
 
9 
liderança de Matatias, homem de linhagem sacerdotal que tinha cinco filhos: 
João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Matatias recou-se a realizar o sacrifício 
ao deus pagão. Quando outro judeu se ofereceu para cumprir o ordenamento 
real, Matatias o impediu e o degolou sobre o altar, junto com o emissário do rei. 
Matatias inflamou todos que eram zelosos com a lei e a aliança de Deus a segui-
lo. Reuniu um grupo de homens, com a sua família, e fugiu para as montanhas, 
juntando-se com outros judeus que estavam fugindo da perseguição de Antíoco. 
A partir das montanhas, começam a realizar incursões contra as tropas 
selêucidas e contra judeus que apoiavam o regime. Em torno de 166 a.C., 
Matatias, já idoso, faleceu, e assim a liderança passou para o seu terceiro filho, 
Judas Macabeu. Sob a sua liderança, a resistência judaica aumentou, tornando-
se uma luta pela independência. Pouco tempo depois, o templo foi purificado e 
dedicado novamente ao culto a Deus (Bright, 1978, p. 581).Para enfrentar o poder selêucida, Judas enviou um mensageiro para 
Roma, para negociar um tratado capaz de assegurar apoio romano contra os 
selêucidas, para que as forças inimigas recuassem. A revolta acabou sendo bem 
sucedida. Seus descendentes passaram a ser chamados de asmonianos, e 
tornaram-se governantes do país. 
Os Macabeus eram sacerdotes rurais que conseguiram o apoio dos 
habitantes rurais contra os sacerdotes urbanos. Quando chegaram ao 
poder, eles expulsaram ou assassinaram muitos da “velha guarda”, 
substituindo-os or pessoas como eles mesmos. Jonatan, embora não 
fosse da linhagem zadoquita, tornou-se sumo sacerdote em 153 a. C., 
e foi reconhecido como líder do povo judeu pela corte selêucida. 
Depois de sua morte, o sumo sacerdote passou a seu irmão Simão. 
Sob sua liderança, o senado romano reconheceu a independência da 
Judeia em 139 a.C [...]. Os asmonianos, que começaram como 
campeões do “patriotismo e da religião” da Judeia rural, acabaram se 
estabelecendo como a nova aristocracia, reis subalternos em grande 
estilo helenístico, com exércitos de mercenários contratados. Eles 
anexaram o território vizinho ao judaico quando foram capazes de fazê-
lo, sempre com o apoio e sob os olhos atentos de Roma. (Boring, 2015, 
p. 127) 
Apesar da vitória dos Macabeus, a disnatia hasmoniana conseguiu obter 
uma relativa independência. Porém, agora estavam sob os olhares vigilantes de 
um novo império, o romano, que exercia certo controle sobre a nação judaica. A 
aliança com Roma, necessária no momento da revolta, veria a se tornar um 
problema a médio e longo prazo. Vejamos a seguir a cronologia dos principais 
líderes hasmoneus. 
 
 
 
10 
Quadro 1 – Líderes hasmoneus: cronologia 
Liderança Período Principais fatos. 
Judas Macabeu 164-160 a.C. Lidera a sua família e os 
rebeldes contra o Império 
Selêucida. 
 
Jônatas Macabeu 160-143 a.C. Governou como sumo 
sacerdote. 
Simão Macabeu 142-134 a.C. Governou como sumo 
sacerdote. 
João Hircano I 134-104 a.C. 
Aristóbulo I 104-103 a.C. 
Alexandre Janeu 103-76 a.C. Primeiro Hasmoneu a tomar 
o título de rei, além de sumo 
sacerdote. 
 
Salomé Alexandra 76-66 a.C. 
Aristóbulo II 66-63 a.C. Deposto pelos romanos. Seu 
irmão, João Hircano II, foi 
feito sumo sacerdote em seu 
lugar. 
 
João Hircano II 63-40 a.C. Colocado no governo como 
sumo sacerdote pelos 
romanos. 
 
Antígono 40-37 a.C. Deposto pelos romanos, foi 
eleito Herodes, o Grande 
como rei da Judeia. 
 
A relativa independência judaica foi curta. Podemos dizer que durou 
desde o início da revolta, em 164 a. C, a 67 a.C., quando os romanos assumem 
de forma direta o governo da região da Palestina. 
TEMA 5 – PERÍODO ROMANO 
Roma constituiu-se como um dos maiores impérios já vistos pela 
humanidade, conquistando uma parte significativa do mundo conhecido de sua 
época. Geograficamente, Roma está na região do Lácio, no centro da Península 
 
 
11 
Itálica, próxima ao rio Tibre. A cidade provavelmente se formou em torno de 
segundo milénio a.C., decorrente de migrações de tribos indo-europeias. O 
período dos reis durou entre 750 a 509 a.C. No século IV a.C., inicia o período 
da república, cujas lideranças visavam solucionar problemas relativos às lutas 
internas da nobreza. A cidade de Roma, nesse momento, já era extensa e 
populosa, e o império romano se expandia, com a conquista de territórios cada 
vez mais distantes. Veja no mapa a extensão do império romano, que chegou 
em seu ápice até a região da Britânia. Foi um dos maiores impérios da 
antiguidade. 
A história de Roma com a Palestina e o povo judeu se inicia de forma mais 
direta a partir do ano 63 a.C., e vai se estender até meados do século II d. C. A 
intervenção romana na Palestina começou como uma disputa interna entre 
Aristobolo II e seu irmão, João Hircano II. 
Figura 3 – Império Romano 
 
Crédito: João Miguel. 
O período de independência dos judeus finaliza com a ascensão de 
Aristobolo II ao trono, época em que seu irmão João Hircano II começa uma 
revolta civil. Esse é o pretexto necessário para a invasão romana. A intervenção 
 
 
12 
foi conduzida pelo General Pompeu, no ano de 63 a. C, com o pretexto de 
pacificar a região. 
Por cima dessa rivalidade provincial dos irmãos pairava a sombra do 
avanço de Pompeu e do poder de Roma através da Síria. Os dois 
irmãos pediram que Pompeu apoiasse seu lado e um grupo de judeus 
(provavelmente fariseus) insistiram com Pompeu para que desse fim à 
dinastia. Em 63 a.C., Pompeu impôs o controle romano sobre a Judeia, 
acabou com a dinastia de asmoneus e levou Aristóbulo II para Roma 
como prisioneiro, deixando o irmão mais fraco, Hircano II como sumo 
sacerdote vassalo em Jerusalém. (Dockery, 2001, p. 548) 
Pompeu estabelece Hircano II como sumo sacerdote, porém pouco tempo 
depois lhe retira o título, transformando a Judeia em um reino subordinado a um 
procurador romano. Em 37 a.C., o imperador Marco Antônio entregou o trono da 
Judeia a Herodes, o Grande, que era um príncipe idumeu, filho do procurador 
romano Antipater. Herodes, para legitimar o trono, casa-se com Mariana, a única 
filha e herdeira do sumo sacerdote Hasmoneu Antigono, filho de Aristóbulo II. 
A administração romana legava aos judeus certa autonomia. Dessa 
forma, Herodes Antipas, na região norte, dispunha de alguma independência 
para suas ações; ao sul, sob administração direta de um governador romano, 
não poderia se intrometer em questões internas dos judeus. Porém, as 
ocorrências de intervenções era frequente, o que criava conflitos entre os judeus 
e a administração de Roma, muitas vezes acarretando rebeliões (Mateos; 
Camacho, 1992, p. 10). 
O domínio romano na Palestina não foi totalmente tranquilo. Afinal, muitos 
judeus não se conformavam de estar novamente sob domínio estrangeiro. 
Grupos de revoltosos agiam, ainda que de forma modesta, contra pequenas 
tropas romanas. Porém, a partir do ano 66 d. C., eclodiram revoltas significativas, 
entre elas a que provocou a destruição do templo no ano 70 d. C. 
O principal objetivo de Herodes, durante a sua administração, sempre 
acordado com Roma, era manter a paz no território e servir como um estado-
tampão contra inimigos. A região também pagava pesados tributos anualmente. 
Além disso, nem Roma, tampouco Herodes consideravam o povo judeu como 
uma entidade política. As tratativas políticas aconteciam apenas entre Roma e 
Herodes. 
Roma considerava as terras em seu domínio como pertencentes ao 
imperador, que as arrendava ao “rei cliente” com a condição de pagamento de 
tributos. Assim, Herodes tinha que arrecadar os valores necessários para arcar 
com tais custos. Por conta disso, impunha impostos exorbitantes às diversas 
 
 
13 
classes sociais, tanto ricos quanto pobres. As taxas ficavam em torno de 30 a 40 
por cento, além dos dízimos e das demais taxas religiosas. Para manter essa 
estrutura, era preciso manter uma economia estável, em pleno funcionamento. 
Daí a importância de se manter a paz, pois qualquer movimento de revolta 
poderia, além de prejudicar a economia, levar a uma ação interventiva por parte 
de Roma. Para garantir o progresso econômico, Herodes realocou camponeses 
que haviam perdido as suas terras, o que contribuiu que se tornassem 
fazendeiros produtivos, que pudessem pagar taxas ao governo de forma efetiva. 
Herodes ainda contribuiu com a reconstrução e a fundação de cidades, tornando-
as prósperas. De forma eficiente, seus projetos de construção mantinham 
empregos e promoviam o desenvolvimento de trabalhadores mais qualificados. 
Apesar de Herodes não agradar as correntes mais religiosas, no final de seu 
governo, a condição financeira e econômica do povo era, de modo geral, melhor 
do que quando iniciou o seu governo. 
Vejamos a seguir a divisão da terra de Israel no império romano durante 
o tempo do Novo Testamento. 
Figura 4 – Israel (Novo Testamento) 
 
Crédito:João Miguel. 
 
 
14 
Herodes morreu no ano 4 d.C. Sua morte deu início a uma disputa feroz 
entre seus filhos. Roma negou o título de rei aos filhos de Herodes, e assim 
acabou dividindo a terra entre eles. Dessa forma, Felipe foi apontado como 
governador do território norte. Herodes Antipas, o conhecido Rei Herodes dos 
Evangelhos, tornou-se governador da Galileia e da Pereia. 
Uma nova época se iniciava para os judeus, com grandes transformações 
sociais, econômicas e religiosas. Apesar do crescimento econômico iniciado por 
Herodes, grande parte da população rural era muito pobre, e muitos ficavam nas 
mãos de grandes proprietários de terras, que as arrendavam cobrando pesadas 
taxas. Essa situação, aliada ao descontentamento político/religioso por conta do 
domínio estrangeiro, não iria se sustentar por muito tempo. 
 NA PRÁTICA 
Israel recebeu influências de todas as nações às quais teve de se 
submeter. Tais influências sempre entraram em choque com a visão religiosa de 
Israel, seu vínculo com Deus, sua tradição espiritual, que são os fundamentos 
que sustentam a nação. Se Israel perdesse a sua essência religiosa, perderia o 
seu principal elemento de ligação com o povo. Afinal, a sua fé é também a sua 
herança cultural, isto é, fé e cultura estão profundamente ligadas em Israel. Em 
todos os momentos em que o domínio estrangeiro tentou interferir no sistema 
religioso de Israel, a reação foi imediata. Mesmos nos momentos em que estava 
no exílio, e depois durante o período de ocupação sírio e grego, Israel não 
permitiu que suas instituições religiosas fossem desmanteladas. 
FINALIZANDO 
Como vimos, Israel passou pelo domínio de várias nações, recebendo 
diferentes influências culturais, filosóficas e inclusive religiosas. Durante o 
período persa e grego, a cultura helênica se expandiu e influenciou de forma 
significativa uma parte da sociedade judaica, absorvendo hábitos e muitos 
preceitos filosóficos. O domínio posterior alternou entre os ptolomeus e os 
selêucidas, acarretando grande opressão para Israel, a ponto de quase 
desestabilizar o seu sistema religioso. Como vimos, foi do sistema religioso que 
surgiu a resistência, a partir da revolta dos Macabeus, incitados principalmente 
pela forma como a religião judaica estava sendo destruída. Surge então a 
 
 
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dinastia hasmoneana, iniciada por Simão Macabeu, que tinha como objetivo 
tornar a terra de Israel livre da opressão. Séculos mais tarde, também foi fonte 
de opressão e de disputas internas pelo trono. Esse período ficou marcado pela 
aliança com Roma, que percebe a instabilidade da região e resolve tomar 
diretamente o controle da Palestina, iniciando o período romano de domínio de 
Israel. Novamente, Israel fica sob domínio de outra nação, com sérias 
consequências para o seu futuro. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BORING, M. E. Introdução Ao Novo Testamento: História, Literatura e 
Teologia. São Paulo: Paulus, 2015. 
BRIGHT, J. História De Israel. São Paulo: Paulus, 1978. 
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: 
Hagnos, 2001. v. 5. 
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 
2001. 
MATEOS, J.; CAMACHO, F. Jesus e a Sociedade De Seu Tempo. São Paulo: 
Paulus, 1992.

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