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Streptococcu� pyogene� Bactéria carnívora Características do gênero Cocos gram-positivos dispostos em cadeias ou aos pares; maioria anaeróbios facultativos e capnofílicos; necessidades nutricionais complexas (para cultivo é importante os meios de culturas enriquecidos, como o ágar sangue ou ágar BHI); são catalase negativos (muitas infecções causadas por Estreptococos são confundidas com as infecções causada por Estafilococos, por isso é importante saber que são catalases negativas, características que as diferenciam. Ainda é importante saber o gênero da bactéria para o tratamento das doenças que elas ocasionam). Cultivo A vela dentro do ambiente fechado é para que o meio seja enriquecido com CO2 e favoreça o crescimento das bactérias. Classificação - Padrões hemolíticos: Streptococcus pyogenes Fazem hemólise total; também são chamados de Grupo A; possuem colônias brancas e puntiformes de 1-2mm, com zona de β- hemólise. São bactérias piogênicas. - manifestação clínica mais comum: Faringite estreptocócica, com sintomas que consistem em dor, febre alta, linfonodos aumentados, presença de secreção purulenta, tonsilite. - Epidemiologia da faringite: A via de transmissão é de pessoa a pessoa, por meio de perdigotos, com período de incubação de 2-4 dias. A população e os grupos mais susceptíveis são crianças entres 5-15 anos, apenas 20% ocorre em adultos. Tem características de distribuição sazonais durante o outono e inverno e os fatores de risco são pobreza, má-nutrição e aglomeração. Ps.: Alguns estudos identificaram que há susceptibilidade genética associada à doença, entretanto é um pouco controverso, pois uma família inteira pode manifestar a doença devido às características de transmissão. Estrutura microbiana x Fatores de virulência Cápsula: contribui para o processo de escape da bactéria do sistema imune dificultando o reconhecimento e consequentemente da fagocitose. É formada de ácido hialurônico. A sintomatologia da doença é bastante intensa, visto que a cápsula possibilita a multiplicação sem o reconhecimento do sistema imune e quando acontece o rompimento da cápsula, pela hialuronidase, a carga bacteriana já é elevada. Proteína M: Para entender a Proteína M é importante compreender porque o nosso sistema imune não ataca as células do próprio organismo ativando o sistema complemento Para que a ativação desse sistema não aconteça com as células do próprio organismo, elas apresentam uma proteína denominada Fator H em sua superfície. O Fator H impede que o c3b se ligue à superfície da célula quebrando-os. O Streptococcus apresenta a proteína M em sua superfície, que se associa ao fator H, que degrada o c3b. Em outras palavras, a proteína M sequestra o fator H, que degrada o c3b, inibindo a ativação do sistema complemento. Proteína tipo M: Nesse fator o sistema complemento deveria ser ativado pela via clássica. Uma proteína do sistema complemento se liga à região Fc do anticorpo e ativa a cascata, entretanto uma proteína tipo M se liga a essa região Fc do anticorpo e impede que o sistema complemento seja ativado e a opsonização. Proteína M e a febre reumática: a proteína M é estruturalmente idêntica às nossas proteínas da articulação, coração e sistema nervoso. Os anticorpos contra a proteína M também reconhecem as nossas estruturas causando uma doença autoimune chamada de febre reumática. Esses anticorpos reconhecem essas proteínas causando inflamação nas articulações (artrite), no coração (cardite - podendo ser assintomática à fulminante dependendo da quantidade de anticorpos e severidade do processo inflamatório), no sistema nervoso. Proteína F e ácido lipoprotéico: relacionadas à adesão dos microrganismos às nossas células. Enzimas: Estreptolisinas O (causa lise de células- molécula imunogênica - teste ASO ou ASLO), Estreptoquinase (lise de coágulos sanguíneos ocasionando em uma disseminação rápida do estreptococo nos tecidos) e a Dnase A-D (baixa viscosidade do material do abscesso facilitando a disseminação) Escarlatina: O Streptococcus é infectado por um vírus e entra no ciclo lisogênico, produzindo toxinas eritrogênicas que se comporta como um superantígeno. A escarlatina é uma infecção generalizada que causa eritema e acomete, principalmente, crianças. Outra característica da doença é a chamada boca de palhaço (o círculo oral é mais rígido e não apresenta tanta vermelhidão quanto o resto da pele) e língua de morango. Se tratada de maneira adequada à infecção na garganta, a escarlatina é consequentemente tratada. Febre reumática: doença auto imune gerada de uma complicação de uma faringite não tratada ou mal tratada por uma reação cruzada. Possibilitando, dessa forma, a permanência da estimulação antigênica e consequentemente a produção de anticorpos contra a proteína M. A incidência da febre reumática após faringite não tratada é de 3-4%. Diagnóstico da faringite Exames específicos: teste rápido para detecção de antígenos e a cultura de orofaringe para detecção bacteriana (padrão ouro). Tratamento a base de antibióticos coleta da amostra - cultivo em placa de ágar sangue (lembrar que o Streptococcus aureus é beta hemolítico) . Diagnóstico da febre reumática Alta titulação no teste ASLO e ASO e associação com os sintomas (critérios de Jones). Tratamento à base de corticóides. Às vezes os corticoides são associados a antibióticos para combater a infecção na garganta, para evitar que a pessoa seja re-infectada e a doença seja potencializada e agravada. Sinais e Sintomas Artrite presente em 70% dos casos; nódulos subcutâneos (menos de 10%), eritema marginado (menos de 10%); cardite (40-50%); coréia de sydenham (15%). Paciente com febre reumática - profilaxia antibiótica prolongada para evitar recorrência . Porque é importante saber se o paciente tem histórico ou risco de desenvolver febre reumática? Como uma das consequências é dano ao coração, um processo de cardite, que pode estar associado à insuficiência valvares resultando em lesão. Esses aspectos tornam o paciente suscetível à endocardite infecciosa (bactérias circulantes migram para a área previamente lesionada do coração). Endocardite infecciosa: diante de uma cirurgia oral em que existe a exposição da corrente sanguínea, bactérias orais entram na corrente sanguínea induzindo uma bacteremia transitória. Essas bactérias são atraídas pelas áreas lesionadas do coração. Ou seja, essa doença é uma infecção do endocárdio pelos microrganismos da circulação. Ps:Os estreptococos orais são as espécies predominantes nas endocardites infecciosas. Como método de prevenção, é feita uma profilaxia antibiótica (antes da cirurgia é recomendado doses de antibióticos para pessoas evidência claras de problemas cardíacos): Outras síndromes associadas ao S. pyogenes - Bactérias devoradoras de carne: Fasciite necrosante por estreptococo do grupo A (a bactéria entra na região por meio de lesões e invade os tecidos mais profundos - podendo ser necessária a amputação do membro comprometido). - Impetigo bolhoso: prova da catalase para identificar se foi ocasionada pelo streptococcus e staphylococcus - Erisipela: comprometimento do tecido subcutâneo