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Prévia do material em texto

Prof. Me. Laís Caroline Poleto
ORTODONTIA E ORTOPEDIA 
FUNCIONAL DOS MAXILARES
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
P765o Poleto, Laís Caroline
 Ortodontia e ortopedia funcional dos maxilares / Laís
 Caroline Poleto. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 101 p. : il. Color.
 
 1. Ortodontia. 2. Maxilares. 3. Articulação temporomandibular.
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a
 Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 617.643
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
● Mestre em Odontologia Integrada (Universidade Estadual de Maringá);
● Especialista em Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares (Universidade Cruzeiro do 
Sul - Integrale);
● Bacharel em Odontologia (Universidade Estadual de Londrina).
Durante a graduação desenvolveu projetos de pesquisa na área de Medicina Oral 
e Odontologia Infantil, com programas extensionistas na área de Odontologia Preventiva 
e Social. Atualmente realiza pesquisas na área de desenvolvimento da Ortodontia e da 
Ortopedia dos Maxilares.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4302195334926171
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/4302195334926171
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Olá, aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a disciplina de Ortodontia e Ortopedia Funcional 
dos Maxilares. Essa disciplina será de extrema importância para sua formação pois a Fonoau-
diologia e a Ortodontia são grandes aliados e se completam em várias propostas terapêuticas.
Dentro da Motricidade Oral, você, como futuro fonoaudiólogo, deverá visar a 
prevenção, habilitação ou reabilitação das funções estomatognáticas (que são elas: mas-
tigação, respiração, deglutição e sucção), visando o equilíbrio miofuncional. Sendo assim, 
possuindo a mesma área de atuação, ou seja, o sistema estomatognático, ortodontistas e 
fonoaudiólogos devem trabalhar em conjunto.
Para que esse tratamento multiprofissional seja possível, as habilidades necessárias 
devem ser desenvolvidas desde a vida acadêmica. Assim, nossa disciplina irá apresentar 
um conteúdo introdutório e essencial para fonoaudiólogos.
O objetivo é facilitar a comunicação entre os profissionais, buscando sempre um 
tratamento integrado da saúde do nosso paciente. Para isso, as unidades estão organizadas 
de acordo com uma sequência lógica dentro da disciplina, iniciando com a unidade I em 
que vamos conhecer os conceitos básicos de crescimento e desenvolvimento craniofacial, 
a evolução das dentições e a classificação das maloclusões, bem como suas etiologias. 
Uma vez fundamentados esses conceitos, na unidade II iniciam-se os ensinamen-
tos sobre a análise da dentição mista, os conhecimentos básicos para análise cefalométrica, 
a biologia do movimento dentário, além do tratamento ortodôntico preventivo, interceptativo 
e corretivo. Neste último tópico, abordarei dentro do tratamento ortodôntico preventivo 
sobre a manutenção de espaço nas arcadas dentárias; no tratamento interceptativo sobre 
a mordida cruzada e a mordida aberta de origem dentária; e, por fim, abordarei um pouco 
sobre o tratamento ortodôntico corretivo.
Na sequência, na unidade III falarei a respeito da articulação temporomandibular 
(ATM). Essa é uma unidade de muita importância para nossa disciplina já que ATM é res-
ponsável por todos os movimentos que fazemos com a mandíbula, isso inclui a mastigação 
e a fala. Seu funcionamento ocorre graças à ação conjunta da musculatura da face, bem 
como do disco articular responsável pelo suave deslizamento da extremidade do osso da 
mandíbula, na fossa articular do osso temporal. Como o aparelho fonador é incluso neste 
processo, a fonoaudiologia precisa fazer parte do tratamento para manter o universo bucal 
do paciente em constante harmonia.
Por fim, em nossa unidade IV, vou finalizar o conteúdo dessa disciplina discutindo 
sobre as etiologias e possibilidades de tratamentos relacionados às alterações miofuncionais.
Será um prazer compartilhar todo conhecimento com vocês, e espero que todo o 
conteúdo contribua para o seu crescimento profissional.
Muito obrigada e bom estudo!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Introdução Teórica
UNIDADE 2
Diagnóstico e Tratamento Ortodôntico
UNIDADE 3
Articulação Temporomandibular
UNIDADE 4
Etiologias e Tratamentos Relacionados 
às Alterações Miofuncionais
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Plano de Estudos
• Crescimento e desenvolvimento craniofacial;
• Evolução das dentições;
• Más oclusões dentárias: classificação e etiologia.
Objetivos da Aprendizagem
• Entender sobre o crescimento e desenvolvimento craniofacial;• Compreender a evolução das dentições: dentição decídua, dentadu-
ra mista e dentição permanente;
• Apreender a classificação e a etiologia das más oclusões dentárias.
1UNIDADEUNIDADEINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOTEÓRICATEÓRICAProfessora Mestra Laís Caroline Poleto
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a), tudo bem? A partir daqui daremos início a unidade I da nossa discipli-
na de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Acredito que, assim como eu, você 
deve estar com muitas expectativas para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, 
procure um lugar confortável e se acomode, porque vamos realizar a introdução teórica da 
disciplina a partir de agora.
A nossa primeira unidade é uma introdução dos principais conceitos da Ortodontia 
e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Como já dito anteriormente, essa é uma etapa muito 
importante para facilitar a comunicação entre os profissionais, buscando sempre um trata-
mento interdisciplinar do nosso paciente.
A interdisciplinaridade é o campo no qual atuam uma ou mais disciplinas ou ramos 
do conhecimento, porém, o trabalho interdisciplinar não exige apenas a coincidência de um 
mesmo objeto de estudo entre duas disciplinas. A interdisciplinaridade exige integração de 
conteúdos e procedimentos, com vistas à formulação de um saber complementar desse ob-
jeto de estudo. Nesse sentido, um trabalho interdisciplinar entre Fonoaudiologia e Ortodontia 
prescinde de comunicação entre os profissionais envolvidos, a fim de possibilitar padroni-
zação dos registros e contemplar os objetivos terapêuticos no atendimento aos pacientes.
Iniciaremos com as definições e conceitos de crescimento e desenvolvimento 
craniofacial. Neste tópico serão abordados os tipos de ossificação, os mecanismos de 
crescimento ósseo, o crescimento da maxila e mandíbula, bem como o crescimento dos 
arcos dentários.
Dando continuidade, explicarei sobre a evolução das dentições. Aqui abordarei a 
dentição decídua, dentadura mista, dentição permanente e sobre como seria uma oclusão 
normal ou uma oclusão normal funcional.
Por fim, teremos um tópico sobre más oclusões dentárias, no qual iremos estudar 
as classificações e a etiologia de cada uma delas.
Vamos começar?
Então bons estudos!
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 7
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Entender sobre o crescimento e desenvolvimento craniofacial é fundamental para 
um diagnóstico, planejamento e tratamento da etiologia do nosso paciente.
Um crescimento e desenvolvimento craniofacial normal é essencial para uma har-
monia estética e funcional da face.
Definições
Enquanto crescimento é uma alteração em magnitude e/ou proporção (mudança 
quantitativa), desenvolvimento é um amadurecimento, englobando a diferenciação celular 
e tecidual (mudança quantitativa e qualitativa).
O crescimento e desenvolvimento vão acontecendo gradual e harmonicamente até 
a fase adulta.
1.1 Crescimento Ósseo
Apesar de sua dureza, o osso é um dos tecidos orgânicos mais plásticos e maleá-
veis. Originário do tecido conjuntivo, até seu amadurecimento pode passar por um modelo 
membranoso ou cartilaginoso.
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 1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIALTÓPICO
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 8
1.1.1 Tipos de Ossificação
Ossificação Intramembranosa: Ocorre pela condensação do tecido conjuntivo mem-
branoso, na qual células mesenquimatosas diferenciam-se em osteoblastos e produzem 
uma substância óssea extracelular (matriz osteóide). Essa matriz se calcifica e tem como 
resultado um tecido ósseo constituído de matriz mineralizada e osteoblastos enclausurados 
(que recebem o nome de osteócitos) (JANSON et al., 2013). Ex.: Maxila, o corpo e o ramo 
mandibular (Figura 1).
Ossificação endocontral: Forma-se por uma cartilagem que posteriormente é subs-
tituída pelo osso. Em algumas áreas essa cartilagem é mantida e denominada cartilagem 
de crescimento (responsável pelo crescimento em comprimento dos ossos longos). Para 
formação do tecido cartilagíneo, inicialmente acontece o crescimento intersticial, em que as 
células mesenquimais se diferenciam em condroblastos. Os condroblastos produzem uma 
matriz cartilagínea onde ficam aprisionados e dão origem aos condrócitos. O crescimento 
intersticial ocorre mais na fase inicial de crescimento da cartilagem, depois o crescimento é 
majoritariamente aposicional – quando os condroblastos que se diferenciam do pericôndrio. 
Depois disso, essa cartilagem é invadida e substituída por tecido ósseo (JANSON et al., 
2013). Ex.: Septo nasal, côndilo mandibular e a base craniana (Figura 1).
FIGURA 1 - DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO CEFÁLICO, EVIDENCIANDO OS SEGMENTOS DE 
ORIGEM CARTILAGINOSA: (1) SEPTO NASAL, (2) BASE CRANIANA E (3) CÔNDILO MANDIBULAR
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 41).
9UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
1.1.2 Mecanismos de crescimento ósseo 
O osso pode crescer por mecanismos de remodelação, deslizamento e desloca-
mento. A remodelação óssea consiste na aposição óssea no lado de crescimento da su-
perfície cortical, promovida por osteoblastos, e de reabsorção óssea na superfície oposta, 
promovida pelos osteoclastos. Porém, o osso não cresce igualmente por esse processo, 
pois o periósteo e o endósteo podem apor osso em uma área externa ou interna e reab-
sorverem em outra área contigua. Isto permite que os ossos mudem sua forma à medida 
sofrem remodelação (Figura 2).
FIGURA 2 - RETIFICAÇÃO DA CURVATURA DO OSSO, PELO PROCESSO DE APOSIÇÃO E 
REPOSIÇÃO COM CRESCIMENTO ÓSSEO DIFERENTE EM SUA EXTENSÃO
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 43).
Em ossos de origem cartilaginosa, a cartilagem epifisária é responsável pelo crescimento do osso. Ou seja, 
normalmente, o desaparecimento da cartilagem coincide com a parada de crescimento. Por isso, através 
de uma radiografia de mão e punho podemos ter indicativos da idade óssea do paciente.
Fonte: Vellini-Ferreira (2021).
10UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Durante o crescimento também há movimentos de deslizamento e de deslocamen-
to. O deslizamento é o movimento da área de crescimento provocado pela remodelação 
óssea. Enquanto o deslocamento é o movimento do osso como uma unidade (Figura 3).
FIGURA 3 - MOVIMENTOS DO CRESCIMENTO ÓSSEO: DESLIZAMENTO E DESLOCAMENTO 
Fonte: Jason et al. (2013, p. 13).
Durante o crescimento por deposição óssea em uma direção, o osso se desloca no 
sentido contrário (deslocamento primário). Mas esse deslocamento pode também aconte-
cer pelo crescimento de outros ossos relacionados (deslocamento secundário).
1.2 Crescimento do esqueleto facial
À medida que o cérebro aumenta de volume, os ossos que o recobrem também se 
expandem. Esse crescimento se dá pelas suturas, fontanelas e alongamento das sincon-
droses, além do próprio processo de deslizamento da remodelação óssea (VELLINI-FER-
REIRA, 2021). 
1.2.1 Crescimento da maxila
A maxila é um osso de origem intramembranosa. Seu crescimento se dá por aposi-
ção e reabsorção óssea em quase toda sua extensão e por proliferação de tecido conjun-
tivo nas suturas que a conectam ao crânio. Na maxila estão inseridos músculos (matrizes 
funcionais) que influenciam a forma final desses ossos, por meio de suas funções.
A área de maior crescimento da maxila é a região do túber, responsável pelo alon-
gamento do arco na porção posterior. Essa área aumenta o comprimento maxilar, e assimproporciona espaço para o irrompimento dos molares. À medida que a maxila cresce para 
11UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
cima e para trás, ela sofre também um deslocamento em direção anterior e inferior, o que 
aumenta a profundidade facial.
Já o crescimento do processo alveolar acontece de acordo com as necessidades 
dentárias e contribui para o aumento da altura maxilar e aumento do comprimento (JANSON 
et al., 2013) (Figura 4).
FIGURA 4 - ÁREAS DE APOSIÇÃO E REABSORÇÃO ÓSSEA DO COMPLEXO NASOMAXILAR: 
(1) TÚBER, (2) PROCESSO ALVEOLAR, (3) ESPINHA NASAL ANTERIOR, (4) SUTURA 
FRONTOMAXILAR E (5) SEIO MAXILAR
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 44).
O crescimento em altura da maxila também acontece devido ao desenvolvimento 
da cavidade nasal e seios maxilares, que se adequam às necessidades respiratórias. Já 
com o crescimento na sutura mediana palatina, acontece o alargamento do palato e arco 
alveolar (JANSON et al., 2013).
1.2.2 Crescimento da mandíbula
A mandíbula tem ossificação mista: endocondral nos côndilos da mandíbula e intra-
membranosa nos ramos e do corpo mandibular.
Os ramos e o corpo mandibular tem suas paredes anteriores reabsorvidas e osso 
aposicionado nas paredes posteriores, promovendo um deslizamento na direção posterior, 
o que proporciona espaço para a irrupção dos molares permanentes. Além disso, a aposi-
12UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
ção óssea no bordo inferior do corpo da mandíbula e na região do mento, ao mesmo tempo 
que acontece a reabsorção na região supramentoniana, da forma ao queixo (Figura 5).
Ainda, o crescimento do côndilo gera um movimento para cima e para trás (Figura 
5), contribuindo para o crescimento em altura da mandíbula, e um deslocamento do osso 
para frente e para baixo, também influenciado pelo movimento da base craniana média 
para a frente.
Em relação ao processo alveolar na mandíbula, este cresce verticalmente e em 
largura conforme os dentes irrompem, além de acompanhar o crescimento para posterior 
dos ramos mandibulares (JANSON et al., 2013).
FIGURA 5 - ÁREAS DE APOSIÇÃO E REABSORÇÃO ÓSSEA DA MANDÍBULA
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 46).
1.3 Crescimento dos arcos dentários
O perímetro do arco representa o espaço de mesial do primeiro molar permanente 
direito até a mesial do primeiro molar permanente esquerdo (Figura 6 - A) - englobando 
somente a área de troca de decíduos por permanentes. Já o primeiro e o segundo molares 
permanentes garantem seus espaços pelo alongamento da maxila e do corpo da mandíbula.
O comprimento do arco dentário representa a dimensão anteroposterior. Ele se 
estende da face palatina do incisivo central até a face mesial dos primeiros molares perma-
nentes (Figura 6 - B).
A largura do arco dentário é a medida transversal que se estende de um dente até 
o seu contralateral (Figura 6 - C). Pode ser medido pelas pontas de cúspide, pelo sulco 
oclusal ou pela margem gengival lingual de dentes homólogos.
13UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO DO PERÍMETRO DO ARCO DENTÁRIO (A). COMPRIMENTO DO 
ARCO DENTÁRIO (B). LARGURA DOS ARCOS DENTÁRIOS (C) 
Fonte: Jason et al. (2013, p. 19).
14UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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Conhecer a evolução normal das dentições torna possível determinar onde e quan-
do tratar o paciente para conseguir evitar ou minimizar o aparecimento de maloclusões na 
dentição permanente.
2.1. Dentição decídua
No período pré-natal, a origem embrionária dos dentes decíduos acontece a partir 
da lâmina dentária pelo processo de odontogênese (entre a 7a e a 10a semana de vida 
intrauterina). Por volta da 15a semana, inicia-se o processo de dentinogênese, com a dife-
renciação dos tecidos dentários. É nesta etapa que podem ocorrer distúrbios de desenvol-
vimento que tem como consequência as anomalias de número. 
Nos primeiros 6 meses de vida pós-natal, há crescimento vertical do processo 
alveolar, com ganho em altura no terço inferior da face. Os germes dentários passam a ser 
envolvidos pela cripta óssea.
O primeiro dente a irromper é o incisivo central inferior decíduo, aos 6 meses. Aos 
2,5 anos todos os dentes decíduos já estão em função (Figura 7), porém, somente aos 3 
anos é que as raízes estão completas.
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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 2 EVOLUÇÃO DAS DENTIÇÕESTÓPICO
15
FIGURA 7 - CRONOLOGIA ERUPTIVA MÉDIA DOS DENTES TEMPORÁRIOS
Fonte: Silva (2021, p. 53).
Entre os 3 e os 5 anos, a dentição decídua se mantém em “repouso”, porém o 
processo irruptivo continua dentro do osso alveolar.
2.1.1 Características da dentição decídua
A dentição decídua é composta por 20 dentes.
Dois tipos de arcos podem estar presentes na dentição decídua: o arco tipo I de 
Baume (70% das crianças na maxila e 77% na mandíbula), que apresenta espaços genera-
lizados entre os dentes anteriores; e o arco tipo II de Baume (30% das crianças na maxila e 
23% na mandíbula), sem espaços ou com suaves apinhamentos (Figura 8).
A idade para irrupção dos dentes decíduos deve ser vista apenas como uma média pois diversos fatores 
podem interferir no padrão de irrupção: o estado nutricional infantil, o nascimento prematuro, a 
amamentação, as condições sistêmicas, o nível socioeconômico, o gênero, a suplementação nutricional da 
mãe durante a gravidez.
16UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 8 - ARCO TIPO I DE BAUME APRESENTANDO DIASTEMAS GENERALIZADOS (A), E 
ARCO TIPO II DE BAUME, ONDE É POSSÍVEL VERIFICAR A AUSÊNCIA DE DIASTEMAS OU POR 
VEZES LEVES APINHAMENTOS (B)
Fonte: Janson et al. (2013, p. 38).
Ainda, essa primeira dentição tem a presença de diastemas (conhecidos como 
espaços primatas) entre incisivos laterais e caninos no arco superior, e entre caninos e 
primeiros molares no arco inferior. Em ambos os arcos de Baume, e particularmente nos 
do tipo II, a presença desses espaços é favorável para o bom alinhamento dos dentes 
permanentes anteriores (Figura 9).
FIGURA 9 - LOCALIZAÇÃO DE DIASTEMAS NA DENTADURA DECÍDUA, DENOMINADA POR 
BAUME DE ESPAÇOS PRIMATAS
Fonte: Janson et al. (2013, p. 39).
Durante essa fase, há ausência de curva de Spee, devido à implantação vertical dos 
dentes decíduos em suas bases ósseas (paralelismo do longo eixo dos dentes decíduos) 
(Figura 10).
17UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 10 - VISUALIZAÇÃO ESQUEMÁTICA DA AUSÊNCIA DE CURVA DE SPEE NA 
DENTADURA DECÍDUA, EM VIRTUDE DE SUA IMPLANTAÇÃO VERTICALIZADA
Fonte: Janson et al. (2013, p. 39).
Outra característica, é que os segundos molares decíduos podem ser classificados 
em três planos terminais: reto (faces distais superior e inferior estão no mesmo plano ver-
tical), mesial (face distal do segundo molar decíduo inferior se encontra em uma relação 
anterior a face distal do segundo molar decíduo superior) e distal (face distal do segundo 
molar decíduo superior oclui mesialmente à face distal do segundo molar decíduo inferior) 
(Figura 11).
FIGURA 11 - PLANOS TERMINAIS DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS
Fonte: Janson et al. (2013, p. 39).
2.1.2 Maloclusões na dentição decídua
As mordidas abertas (Figura 12) estão associadas a hábitos de sucção ou à perda 
precoce de dentes decíduos, e podem se autocorrigir caso o hábito seja interceptado.
18UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 12 - PACIENTE EM FASE DE DENTADURA DECÍDUA APRESENTANDO MORDIDAABERTA ANTERIOR (A) E SUA AUTOCORREÇÃO APÓS O ABANDONO DO HÁBITO 
Fonte: Janson et al. (2013, p. 41).
A ausência ou a diminuição do tempo de amamentação aumenta a probabilidade de 
mordida cruzada (Figura 13) posterior na dentição decídua. Essa maloclusão necessita de 
intervenção ortopédica o mais brevemente possível.
FIGURA 13 - PACIENTE EM FASE DE DENTADURA DECÍDUA APRESENTANDO MORDIDA 
CRUZADA UNILATERAL 
Fonte: Janson et al. (2013, p. 41).
Restabelecendo as distâncias transversais, pode-se minimizar ou eliminar graves 
problemas esqueléticos, dentoalveolares e musculares futuros, propiciando condições 
normais e desenvolvimento da oclusão na dentadura mista e permanente.
2.2 Dentadura mista
Fase de transição entre as dentaduras decídua e permanente, com duração de 
aproximadamente 6 anos.
2.2.1 Primeiro período transitório
Durante esse período, que se inicia por volta dos 6 anos de idade, temos a irrup-
ção dos primeiros molares permanentes por distal dos últimos dentes decíduos. Como os 
primeiros molares permanentes são guiados pela superfície distal dos segundos molares 
decíduos, pacientes portadores de plano terminal distal tendem a evoluir para relação molar 
de Classe II. Quando os dentes decíduos possui plano terminal reto, podem evoluir para 
19UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
relação molar de Classe I, II ou III. E quando o paciente possui degrau mesial, tende a 
evoluir para uma oclusão de Classe III.
Ao entrarem em oclusão, os primeiros molares permanentes estabelecem o início 
da curva de Spee, no sentido sagital, e da curva de Wilson, no sentido transversal.
Ainda, nesse período ocorre a troca dos incisivos decíduos por permanentes. Po-
rém, para que isso seja possível, já que há uma diferença no tamanho dos dentes decíduos 
em relação aos permanentes (7,6 mm no arco superior e de 6 mm no arco inferior), os 
incisivos permanentes nascem inclinados mais vestibular, além do espaço conseguido pelo 
crescimento, espaços primatas e diastemas fisiológicos.
Após a troca dos incisivos, apinhamentos primários de até 4 mm podem se ma-
nifestar, mas normalmente são autocorrigíveis por meio de mecanismos de crescimento 
transversal da maxila e mandíbula. 
2.2.2 Período Intertransitório
Apesar de ser considerado um período não ativo clinicamente, nessa fase aconte-
cem grandes mudanças intraósseas, com reabsorções radiculares dos caninos e molares 
decíduos e complementação da formação radicular dos incisivos e molares irrompidos 
durante o primeiro período transitório.
2.2.3 Segundo período transitório
Começa com a substituição dos decíduos restantes e a irrupção do segundo 
molar permanente.
Além da sequência de irrupção, perda precoce de dentes decíduos e perda de 
tecido dentário por cárie podem diminuir o perímetro do arco, com consequente diminuição 
do espaço para caninos permanentes e pré-molares. 
A irrupção de caninos permanentes e pré-molares depende do espaço livre de Nan-
ce, que facilita a relação normal dos primeiros molares permanentes. Ao contrário dos inci-
sivos permanentes, que são maiores que seus sucessores, o diâmetro distomesial somado 
do grupo de caninos e molares decíduos é maior do que seus substitutos permanentes. O 
espaço de Nance representa um ganho de 1 mm no arco superior e de aproximadamente 
1,7 a 2 mm no arco inferior.
20UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
2.3 Dentição Permanente
Tem seu início com a irrupção dos caninos permanentes e pré-molares, e comple-
ta-se aos 12 anos, com a irrupção dos segundos molares permanentes.
Com relação aos terceiros molares, sua calcificação tem início aos 7 anos, e sua 
irrupção ocorre entre os 18 e os 21 anos.
Durante o desenvolvimento da oclusão altera-se a distância intercaninos (com 
aumento de 5 mm na maxila e 3 mm na mandíbula), a distância interpré-molares (sem 
grandes alterações), a distância intermolares (com aumento de 4 mm na maxila e 2 mm na 
mandíbula) (Figura 14) , o aumento do comprimento do arco e a diminuição do perímetro 
(em média 5 mm, por consequência do deslocamento mesial tardio dos molares, do com-
ponente anterior de força, dos desgastes interproximais dos dentes e do posicionamento 
lingual dos incisivos inferiores).
FIGURA 14 - AUMENTOS NAS DISTÂNCIAS INTERCANINOS E INTERMOLARES NOS ARCOS 
SUPERIOR E INFERIOR 
Fonte: Janson et al. (2013, p. 54).
 
2.4 Oclusão normal
Envolve a presença de todos os dentes permanentes; a ausência de diastemas ou 
apinhamentos; a relação normal de molares e de caninos; e a sobressaliência e sobremor-
dida normais (Figura 15).
FIGURA 15 - OCLUSÃO NORMAL 
Fonte: Arquivo pessoal.
21UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
A oclusão normal é encontrada em apenas 3% da população; a maloclusão, em 
70%; e cerca de 27% da população apresenta oclusão considerada aceitável.
A oclusão normal pode ser resumida em dentes permanentes corretamente orde-
nados e alinhados nos arcos dentários e em harmonia com as forças estáticas e dinâmicas 
que atuam sobre eles. Além disso, oclusão cúspide e fossa ideais, contatos proximais justos 
e coordenados, saúde periodontal e integridade da articulação temporomandibular.
Andrews identificou seis chaves da oclusão normal: relação interarcos, angulação da 
coroa ou inclinação mesiodistal, inclinação da coroa ou “torque” vestibulolingual, rotações, 
contatos justos e curva de Spee (não ultrapassando 2,5 mm de profundidade quando medida 
a partir da cúspide mais proeminente do segundo molar inferior até o incisivo central inferior).
2.4.1 Oclusão normal funcional
Analisada sob um ponto de vista dinâmico, com os dentes em função e harmonia 
com a articulação temporomandibular, o sistema neuromuscular, os tecidos periodontais de 
suporte e o osso basal. 
Os princípios dessa oclusão são a oclusão cêntrica dos dentes coincidindo com 
a relação cêntrica da mandíbula no fechamento da boca quando os dentes entram em 
contato, com uma relação dental de cúspide fossa e com a relação de mútua proteção 
dentária nos movimentos excursivos, em lateralidade e protrusão.
A oclusão aceitável em máxima intercuspidação habitual (MIH) é quando a diferença 
entre relação cêntrica e MIH é de no máximo 2 mm. A guia de desoclusão anterior correta 
ocorre quando em MIH não há nenhum contato anterior, servindo de guia para deslize no 
sentido anteroposterior. Quando os dentes anteriores estão em oclusão, os dentes poste-
riores se desocluem em média 2 mm.
22UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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A oclusão normal funcional é uma oclusão estável, saudável e atraente. Ela nem 
sempre coincide com a oclusão normal/ideal, a qual segue as chaves de oclusão de An-
drews. 
A classificação tem como objetivo estabelecer parâmetros para um bom diag-
nóstico, com consequente planificação do tratamento e avaliação dos resultados obtidos, 
possibilitando além disso a criação de uma linguagem universal que facilita a comunicação 
entre os profissionais e a comparação entre os casos.
3.1 Classificação das Maloclusões
3.1.1 Classificação de Angle
Classificação baseada nas relações antero-posteriroes dos maxilares.
3.1.1.1 Classe I
Maloclusão em que a posição mesiodistal dos arcos dentários encontra-se normal, 
ou seja, a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesiovestibular 
do seu dente homólogo inferior.
Pacientes classe dentária I geralmente apresentam um perfil de face harmonioso, 
sendo a maloclusão restrita às más posições dos dentes (Figura 16).
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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 3 MÁS OCLUSÕES DENTÁRIAS: CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIATÓPICO
23
FIGURA 16 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I
Fonte: Arquivo pessoal.
3.1.1.2 Classe II
Relação dos arcos dentários em que os dentes inferiores ocluem em uma relação 
distal, ou seja, o sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior encontra-se distalizado em 
relação à cúspide mesiovestibular do seu dente homólogo superior. 
Pacientes de Classe II geralmente apresentam um perfil convexo, suas bases ós-
seas podem apresentar-se normais ou com protrusão maxilar e/ou retrusão mandibular, e 
ainda com as inclinações dentárias características dessa maloclusão.
A Classe II possui duas divisões e subdivisões:
Classe II Divisão 1: Os incisivos superiores apresentam-se vestibularizados. Os 
pacientes geralmente apresentam trespasse horizontal aumentado, com curva de Spee 
acentuada, um arco superior atrésico, um palato profundo e lábios entreabertos e resseca-
dos, resultando em um desequilíbrio da musculatura facial (JANSON et al. 2013).
Classe II Divisão 2: Os incisivos centrais superiores apresentam-se verticalizados 
ou lingualizados e os incisivos laterais superiores apresentam-se vestibularizados. Os 
pacientes geralmente apresentam sobremordida profunda, dimensão vertical diminuída e 
aparência de envelhecimento precoce (JANSON et al. 2013).
Quando a distoclusão acontece somente de um lado do arco dentário, pode ser de 
subdivisão direita ou subdivisão esquerda (Figura 17 e 18).
24UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 17 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II SUBDIVISÃO DIREITA 
Fonte: Arquivo pessoal.
FIGURA 18 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II SUBDIVISÃO DIREITA
Fonte: Arquivo pessoal.
3.1.1.3 Classe III
Relação dos arcos dentários na qual dentes inferiores ocluem em uma relação 
mesial, ou seja, o sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior encontra-se mesializado 
em relação à cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior (Figura 19). 
Os pacientes de Classe III frequentemente apresentam um perfil côncavo, em que 
as bases ósseas podem ter normais, com retrusão maxilar e/ou protrusão mandibular.
Essa maloclusão também pode apresentar subdivisões direita ou esquerda. 
25UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 19 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE III
Fonte: Arquivo pessoal.
3.1.2 Classificação de Lisher
É a classificação individual das posições dentárias.
Vestibuloversão: o dente tem sua a coroa vestibularizada.
Linguoversão: o dente tem sua coroa lingualizada.
Giroversão: o dente encontra-se rotacionado em torno do seu próprio longo eixo.
Supraversão: dente com a face oclusal ou incisal além do plano oclusal.
Infraversão: dente com a face oclusal ou incisal aquém do plano oclusal.
Mesioversão: dente mesializado em relação à sua posição normal.
Distoversão: dente distalizado em relação à sua posição normal.
Axiversão: alteração da inclinação do dente em relação ao seu longo eixo.
Transversão ou transposição dentária: acontece quando um dente está na posição 
de outro dente do arco dentário.
Perversão: dente impactado, geralmente por falta de espaço no arco.
3.1.3 Classificação de Capelozza
Classificação do padrão facial.
Padrão I: Face equilibrada e lábios em contato sem tensão. Não há previsão do 
posicionamento dentário sem examiná-lo clinicamente (Figura 20).
Padrão II: Protrusão maxilar ou deficiência mandibular, independentemente da 
relação molar. Essa relação tende a ser de Classe II dentária (Figura 20).
26UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Padrão III: Apresenta retrusão da maxila e/ou prognatismo da mandíbula. Tendência 
a ter uma relação de Classe III dentária (Figura 20).
Padrão face longa: Quando o indivíduo mostra excesso no terço inferior da face, 
tornando o selamento/relação labial normal impossível. Nesse tipo de maloclusão, percebe-
-se a influência genética. Tendência a ter uma relação dentária de Classe II.
Padrão face curta: Indivíduo que apresenta deficiência vertical do terço inferior da 
face que torne o selamento labial compressivo. A etiologia determinante da face curta tem 
caráter genético (Figura 21).
FIGURA 20 - FOTOGRAFIAS PADRONIZADAS DO PERFIL DE INDIVÍDUOS PORTADORES DOS 
PADRÕES FACIAIS I, II E III
Fonte: Reis et al. (2006, p. 38)a.
FIGURA 21 - FOTOGRAFIAS FACIAIS FRONTAL E LATERAL DE PACIENTE PADRÃO FACE CURTA
 
Fonte: Reis et al. (2006, p. 170)b.
27UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.2 Etiologia das maloclusões
Podem ser divididos em fatores genéticos e fatores ambientais. A chave para 
determinar a etiologia da maloclusão e para definir o seu prognóstico de tratamento é dife-
renciar o efeito dos genes e do ambiente sobre as estruturas dentofaciais já que a influência 
ambiental tem maior a possibilidade de prevenção, melhor o prognóstico de correção e 
apresenta maiores as chances de estabilidade ao final do tratamento.
3.2.1 Fatores genéticos
São os genes que definem a forma e o tamanho dos dentes, o tamanho e a dispo-
sição dos ossos da face, da mandíbula e da maxila. A constituição gênica de um indivíduo 
é seu genótipo, enquanto as características manifestas são seu fenótipo.
As irregularidades de origem genética não podem ser prevenidas, pois são uma 
fatalidade biológica. No entanto, podem ser atenuadas com intervenção ortodôntica, ortopé-
dica e/ou cirúrgica, dependendo da localização, da extensão e da gravidade da maloclusão 
(MOYERS, 1991). 
3.2.1.1 Tipo facial
Mesofacial: apresenta a distância bizigomática proporcional à altura facial.
Dolicofacial: apresenta predominância da altura facial em relação à largura.
Braquifacial: apresenta uma face mais larga que longa. 
3.2.1.2 Padrão esquelético sagital da face
Os padrões descritos por Capelozza também mostram predominância genética.
3.2.1.3 Discrepâncias entre dente e osso
A dimensão das bases maxilares, assim como o tamanho dos dentes mostram 
determinância genética (Figura 22).
FIGURA 22 - APINHAMENTO SUPERIOR E INFERIOR DEVIDO A DISCREPÂNCIA DENTE E OSSO 
Fonte: Arquivo pessoal.
28UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.2.1.4 Anomalias dentárias
Há uma base genética na etiologia de anomalias dentárias de número, tamanho, 
posição e época de desenvolvimento. Estes podem criar espaçamentos dentários, desvio 
da linha média, deslocamento irregular dos dentes vizinhos, sorriso com estética desagra-
dável, apinhamentos e prejuízos funcionais. 
Os dentes supranumerários tornam-se particularmente preocupantes quando 
funcionam como obstáculo para a irrupção dos dentes numerários (Figura 23 e 24). O mo-
vimento dentário em pacientes com indicação de tratamento ortodôntico pode também ser 
impedido pela presença de dentes supranumerários não irrompidos. Quando conseguem 
irromper na arcada dentária, os supranumerários tendem a criar uma discrepância negativa 
entre dente e osso e um comprometimento estético.
FIGURA 23 - PACIENTE COM PRESENÇA DE TRÊS SUPRANUMERÁRIOS (REGIÃO DOS DENTES 
16, 11 E 21). 
Fonte: Arquivo pessoal.
29UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 24 - RADIOGRAFIA PANORÂMICA MOSTRANDO OS DENTES SUPRANUMERÁRIOS 
Fonte: Arquivo pessoal.
3.2.1.5 Infraoclusão de molares decíduos
Condição clínica em que o dente não consegue manter sua altura junto ao plano 
oclusal, estando distante dos dentes antagonistas. Sua posição está apicalmente aos den-
tes adjacentes. Acomete aproximadamente 8,9% das crianças. 
3.2.1.6 Anomalias Craniofaciais
Ocasionadas por alterações cromossômicas, monogênicas ou poligênicas. 
Anomalias como a síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), a disostose 
cleidocraniana, a displasia ectodérmica, as fissuras labiopalatinas, entre outras, possuem 
características de importância para ortodontia.
3.2.2 Fatores ambientais
São fatores relacionados ao meio em que se encontra(MOYERS, 1991). 
3.2.2.1 Traumatismos
O trauma de incisivos superiores decíduos, principalmente quando causa uma intru-
são, pode induzir desde defeitos superficiais no esmalte dentário até a alteração da posição 
do germe do dente permanente sucessor. Com sua posição alterada, o dente permanente 
pode não irromper na cavidade bucal, ficando retido.
30UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.2.2.2 Perda precoce de dentes decíduos
Com a perda precoce dos molares decíduos, os molares permanentes tendem a 
migrar para uma posição mais mesial, reduzindo o perímetro do arco dentário. A redução do 
perímetro do arco pode ocasionar um apinhamento secundário (Figura 25).
FIGURA 25 - FOTOS INTRAORAIS QUE MOSTRAM PERDA DE ESPAÇO PARA O DENTE 15 E 
45, ALÉM DA SUPRAVERSÃO DO 14 E 65 DEVIDO A PERDA PRECOCE DOS DENTES DECÍDUOS 
ANTECESSORES. AINDA, PODEMOS VER A GIROVERSÃO DO DENTE 21 DEVIDO A TRAUMA 
QUANDO O DENTE 61 AINDA ESTAVA PRESENTE NA CAVIDADE BUCAL 
Fonte: Arquivo pessoal.
 
 3.2.2.3. Perda de dentes permanentes
Quando há a perda dos primeiros molares permanentes, os segundos molares 
migram para uma posição mais mesial e os segundos pré-molares migram para distal, 
havendo uma tendência de os incisivos retroinclinarem-se. 
Quando a perda ocorre apenas de um lado da arcada, a linha média dentária é 
desviada para o lado que aconteceu a perda.
 
3.2.2.4. Causas adquiridas proximais
Os dentes estão em uma posição de equilíbrio, onde se neutralizam as forças 
provenientes da musculatura intrabucal (língua) e extrabucal (bochechas e lábios). Qual-
quer função anormal desempenhada por essa musculatura desequilibra essa relação, e 
apresenta como consequência algumas maloclusões (causas proximais). Os fatores que 
rompem o equilíbrio muscular são os hábitos bucais deletérios e a respiração bucal.
31UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Hábitos de sucção não nutritivos: O obstáculo mecânico representado pelo dedo 
e/ou chupeta restringe o desenvolvimento vertical normal dos incisivos inferiores e supe-
riores. Quando a língua é retirada da sua posição normal, acontece uma modificação do 
desenvolvimento normal do palato e, consequentemente, causa maior protrusão dos dentes 
superiores anteriores e maior inclinação lingual dos dentes inferiores anteriores. 
A maloclusão mais típica relacionada ao hábito de sucção não nutritiva é a mor-
dida aberta anterior circular e circunscrita à região dos incisivos. Todas essas alterações 
concentram-se na região dentoalveolar, o que torna favorável o prognóstico de tratamento, 
principalmente nas dentaduras decídua e mista.
Além disso, a posição mais anterior e abaixada da língua modifica o crescimento 
normal do palato e favorece a ocorrência de mordida cruzada posterior.
Interposição lingual: Como consequência dos hábitos bucais deletérios de sucção, 
uma relação morfológica anormal ocorre nos arcos dentários, gerando uma adaptação 
da posição da língua. Mesmo sendo um fenômeno secundário, ele mantém a morfologia 
anormal dos arcos dentários. 
Essa postura da língua, principalmente em repouso, é um fator importante na ma-
nutenção da mordida aberta já instalada.
Hábito de sucção e mordida de lábio: Nessa situação também ocorre uma quebra 
do equilíbrio das forças, e como consequências, podem-se citar a vestibularização dos in-
cisivos superiores; a lingualização dos incisivos inferiores, podendo causar mordida aberta 
anterior; a formação de diastemas entre os incisivos superiores; o aumento do trespasse 
horizontal; e a mordida cruzada posterior.
Respiração bucal: Quando existem obstáculos ao longo das vias aéreas, obstruindo 
a passagem de ar, a criança passa a respirar por uma via oral. Entre os obstáculos respi-
ratórios superiores estão a hipertrofia adenoideana, a rinite alérgica frequente, a hipertrofia 
dos cornetos e o desvio do septo nasal. Já entre os obstáculos respiratórios inferiores estão 
a hipertrofia das tonsilas palatinas ou amídalas e as amidalites frequentes.
A respiração bucal modifica a postura da cabeça para garantir abertura suficiente 
para a respiração. Desse modo, a criança permanece com os lábios entreabertos, com a 
mandíbula deslocada para baixo e para trás e com a língua repousando em posição mais 
inferior e anteriormente, não tendo contato com a abóbada palatina. Essas modificações 
posturais favorecem o desenvolvimento da atresia do arco dentário superior e da mordida 
aberta anterior.
A respiração bucal pode levar a complicações das vias aéreas, perda do equilíbrio 
muscular e alterações no crescimento dos arcos dentários.
32UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), aqui finalizamos a nossa primeira unidade da disciplina de 
Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Nesta unidade fizemos uma introdução 
dos principais conceitos existentes nessa área.
Estudamos o processo de crescimento e desenvolvimento craniofacial, que é fun-
damental para um diagnóstico, planejamento e tratamento da etiologia do nosso paciente, 
além de ser essencial para uma harmonia estética e funcional da face. Neste tópico pudemos 
conhecer os tipos de ossificação, os mecanismos de crescimento ósseo, o crescimento da 
maxila e mandíbula, bem como o crescimento dos arcos dentários.
No segundo tópico, foi apresentado a evolução das dentições, pois conhecendo 
a evolução normal das dentições torna-se possível determinar onde e quando tratar o 
paciente, para conseguir evitar ou minimizar o aparecimento de maloclusões na dentição 
permanente. Aqui foi abordado desde a fase de dentição decídua, passando pela dentadura 
mista até a fase de dentição permanente.
Nosso terceiro, e último tópico, desta unidade, relatou as más oclusões dentárias. 
A classificação das más oclusões tem como objetivo estabelecer parâmetros para um bom 
diagnóstico, com consequente planificação do tratamento e avaliação dos resultados obti-
dos, possibilitando além disso a criação de uma linguagem universal que facilita a comuni-
cação entre os profissionais e a comparação entre os casos. Adicionalmente, conhecer a 
etiologia das más oclusões é o primeiro passo para que possamos tratá-las.
Com esse conteúdo assimilado, acredito que você terá uma boa base para seguir 
em frente, desenvolvendo ainda mais seus conhecimentos. Para finalizar, não deixe de 
buscar a literatura e o material complementar que vou recomendar.
Nos vemos na próxima unidade!
Até mais!
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 33
LEITURA COMPLEMENTAR
• Artigo: Avaliação da prevalência das seis chaves de oclusão de Andrews, em 
jovens brasileiros com oclusão normal natural
• Autores: Liliana Ávila Maltagliati, Luciana Andrade do Prado Montes, Fernanda 
Marcondes Machado Bastia e Silvana Bommarito
• Link de acesso: https://www.scielo.br/j/dpress/a/wQ7CsrvBZwmmVgF5pgRb-
FzK/?lang=pt.
• Resenha: O artigo de Maltagliati e colaboradores avaliou a prevalência das 
seis chaves de oclusão de Andrews numa amostra de oclusão normal brasileira. 
Este texto nos ajuda a perceber como os parâmetros de uma oclusão ideal nem 
sempre são alcançados, mesmo em uma oclusão normal.
Fonte: MALTAGLIATI, L. A.; MONTES, L. A. P.; BASTIA, F. M. M.; BOMMARITO, S. Avaliação da prevalência das seis chaves de oclusão de Andrews, 
em jovens brasileiros com oclusão normal natural. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop., Maringá, v. 11, n. 1, p. 99-106, Jan./Fev., 2006.
• Artigo: Aspectos etiológicos da mordida aberta anterior e suas implicações nas 
funções orofaciais
• Autores: Cristina Tostes Vieira Maciel e Isabel Cristina Gonçalves Leite
• Link de acesso: https://www.scielo.br/j/pfono/a/6gYmkJGLQgXTfnCnjRDJNVr/
abstract/?lang=pt.
• Resenha: Esse artigo realiza um estudo exploratório, derivando medidas 
de associação entre as condições clínicas, hábitos de sucção e alterações 
miofuncionais de 130 escolares. Ele mostra correlação etiológica da mordida 
aberta anterior com hábitos orais deletérios e algumas alteraçõesdas funções 
orofaciais. Também enfatiza a necessidade da interação entre ortodontistas e 
fonoaudiólogos no atendimento integral do paciente portador de mordida aberta. 
Fonte: MACIEL, C. T. V.; LEITE, I. C. G. Aspectos etiológicos da mordida aberta anterior e suas implicações nas funções orofaciais. Pró-Fono 
R. Atual. Cient., Baueri, v. 17, n. 3, p. 293-302, set.-dez., 2005.
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 34
https://www.scielo.br/j/dpress/a/wQ7CsrvBZwmmVgF5pgRbFzK/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/dpress/a/wQ7CsrvBZwmmVgF5pgRbFzK/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/pfono/a/6gYmkJGLQgXTfnCnjRDJNVr/abstract/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/pfono/a/6gYmkJGLQgXTfnCnjRDJNVr/abstract/?lang=pt
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Introdução à Ortodontia e Desenvolvimento da Denti-
ção (0-6 anos)
• Autor: Carlos Silva
• Editora: Publicações Fundação Fernando Pessoa
• Sinopse: O livro apresenta os conceitos básicos da Ortopedia 
e Ortodontia. A leitura desse livro é um auxiliar para a com-
preensão dos fenômenos de crescimento e desenvolvimento 
do indivíduo, bem como de muitas alterações que ocorrem na 
dentição adulta, representando uma mais-valia para qualquer 
profissional da área da saúde.
• Título: Importância da Fonoaudiologia na Odontologia
• Ano: 2020.
• Sinopse: Vídeo de uma LIVE sobre a Importância da Fonoau-
diologia na Odontologia. Aqui foi abordado sobre a área de 
atuação do fonoaudiólogo, a relação da Fonoaudiologia para a 
Odontologia, a idade em que a criança deve passar pelo trata-
mento com o fonoaudiólogo, e mais detalhes sobre a mordida 
aberta e interposição lingual.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=wCKxcm-
1cqoI
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 35
https://www.youtube.com/watch?v=wCKxcm1cqoI
https://www.youtube.com/watch?v=wCKxcm1cqoI
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Plano de Estudos
• Análise da dentadura mista;
• Cefalometria;
• Biologia do movimento dentário;
• Tratamento ortodôntico preventivo, interceptativo e corretivo.
Objetivos da Aprendizagem
• Estabelecer a importância de se realizar a análise da dentadura 
mista;
• Entender a cefalometria e as principais medidas que podem 
fornecer um diagnóstico mais completo para os pacientes;
• Compreender a biologia do movimento dentário;
• • Aprender sobre o tratamento ortodôntico preventivo 
(manutenção do espaço), interceptativo (da mordida cruzada, 
mordida aberta de origem dentária) e corretivo.
2UNIDADEUNIDADEDIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO E TRATAMENTO ORTODÔNTICOORTODÔNTICOProfessora Mestra Laís Caroline Poleto
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a mais uma unidade da nossa disciplina de 
Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Na unidade II vamos aprofundar nossos 
estudos e conhecer mais da importância da multidisciplinaridade desta área.
Começamos pela análise da dentição mista, no tópico I. Essa análise é de grande 
importância na avaliação ortodôntica, pois consiste em prevenir a dimensão mésio-distal de 
caninos e pré-molares permanentes que ainda não erupcionaram, com o objetivo de avaliar 
a diferença existente entre o espaço disponível e o espaço necessário para acomodar esses 
mesmos dentes. Esta análise é muito importante para chegar a um diagnóstico ortodôntico 
precoce e a um correto plano de tratamento.
Continuando, no tópico II você irá aprender sobre cefalometria e as principais 
medidas que podem fornecer um diagnóstico mais completo para os pacientes. A análise 
cefalométrica tem se mostrado um instrumento de grande valia para o auxílio no diagnós-
tico ortodôntico. Desde o advento do cefalostato, podemos visualizar pontos de referência 
faciais e cranianos, antes inacessíveis em seres vivos, para mensurar grandezas físicas, 
angulares e lineares em radiografias da cabeça. 
No nosso tópico III o tema abordado será a biologia do movimento dentário. Aqui 
você estudará sobre a resposta periodontal e óssea à função normal, a resposta do liga-
mento periodontal e óssea à força ortodôntica contínua e os efeitos deletérios da força 
ortodôntica. Forças aplicadas aos dentes podem também afetar o padrão de aposição e 
reabsorção óssea em locais distantes dos dentes, particularmente as suturas da maxila e 
as superfícies ósseas em ambos os lados da articulação temporomandibular. Portanto, a 
resposta biológica à terapia ortodôntica inclui não somente a resposta do ligamento perio-
dontal, mas também a resposta de áreas de crescimento distantes da dentição.
Por último, o tópico IV irá trazer uma breve discussão sobre tratamento ortodôntico 
preventivo, interceptativo e corretivo. O tratamento ortodôntico preventivo busca preservar a 
evolução normal das arcadas dentárias e da oclusão, enquanto o tratamento interceptativo 
implica em barrar uma situação anormal já instalada, de modo a restabelecer uma evolução 
normal. Já o tratamento corretivo tem o objetivo de tornar a oclusão do paciente tão ideal 
quanto possível, reposicionando todos, ou praticamente todos, os dentes no processo.
Está preparado (a)? 
Então vamos começar!
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO 37
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A dentição mista inicia-se por volta dos 6 anos de idade, quando os primeiros mo-
lares permanentes erupcionam, e termina por volta dos 12 anos de idade, com a esfoliação 
do último dente decíduo. 
Uma característica marcante desse período é a “fase do patinho feio”, em que os 
incisivos permanentes superiores irrompem inclinados vestibularmente, produzindo dias-
temas e sobremordidas exageradas. Além de também acontecer a irrupção dos incisivos 
permanentes inferiores. 
Nessa dinâmica, podem acontecer alguns “colapsos” nas arcadas, seja pela dife-
rença entre volume dos dentes e bases ósseas, seja por conta de fatores ambientais.
A análise da dentição mista é um registro muito importante em casos de maloclu-
sões, principalmente no que se refere ao arco inferior. Nesse arco, o manejo do espaço é 
crítico e a obtenção do mesmo pela distalização de dentes posteriores é um movimento 
muito limitado. Essa análise prevê se existe diferença entre o tamanho dos dentes e o 
tamanho dos arcos a eles associados, e de acordo com o resultado obtido, o profissional 
pode tomar decisões como: orientar a erupção dos dentes permanentes; manter espaços; 
solicitar extrações; ou não intervir, mantendo o desenvolvimento da dentição sob observa-
ção (JANSON et al., 2013).
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 1 ANÁLISE DA DENTADURAMISTATÓPICO
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1.1 Sequência de erupção dentária
Apesar de a irrupção dos dentes ter uma sequência mais comum e, também, mais 
favorável, alguns fatores podem alterar essa cronologia.
Tabela 1 - Cronologia ideal de troca dos dentes decíduos pelos dentes permanentes
Erupção Dentes Superiores (anos) Dentes Inferiores (anos)
Incisivos Centrais 7-8 6-7
Incisivos Laterais 8-9 7-8
Caninos 11-12 9-11
Primeiro Pré-Molar 10-11 9-11
Segundo Pré-Molar 10-12 10-12
Primeiro Molar 6-7 6-7
Segundo Molar 12-13 11-12
Fonte: Tabela adaptada do livro de Janson et al. (2013).
1.2 Elementos de diagnóstico
Para diagnóstico da dentadura mista utilizam-se modelos de gesso e radiografias.
Porém, é necessário realizar uma avaliação da distorção das radiografias. Assim, 
para conhecermos o diâmetro de um dente permanente não erupcionado é só medir um 
dente decíduo que esteja presente (tanto no modelo, quanto na radiografia), e a partir 
dessas medidas, teremos o fator de distorção da radiografia fazendo uma regra de três 
(modelo de Huckaba). Ou seja:
X/X’ = Y/Y’, sendo X = diâmetro do decíduo no gesso; X’ = diâmetro do decíduo na 
radiografia; Y = diâmetro do permanente real; Y’= diâmetro do permanente na radiografia
1.3 Predição do espaço
A previsão de espaço para o alinhamento correto dos dentes permanentes é 
realizada medindo o espaço que os dentes permanentes alinhados irão ocupar (Espaço 
Requerido), e o espaço disponível na base óssea (Espaço Presente).
Ou seja, o espaço requerido é a somatória do diâmetro mésio-distal dos dentes per-
manentes, erupcionados e não erupcionados, localizados na mesial dos primeiros molares 
permanentes de ambos os lados.
Para se obter esse valor, utiliza-se um compasso de pontas secas, medindo o dente 
no gesso (Figura 1) ou boca do paciente, para dentes erupcionados.
39UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Figura 1 - Medição dos dentes, com compasso de pontas secas, no modelo de gesso. 
Fonte: Oliveira, Pithon e Ruellas (2007, p. 150).
Já os dentes não erupcionados são medidos por radiografia (Figura 2), tomando-se 
cuidado com a distorção radiográfica. As medidas são transferidas para uma ficha pautada 
e depois somadas, resultando nos milímetros correspondentes ao espaço requerido.
FIGURA 2 - MEDIÇÃO DOS DENTES, COM COMPASSO DE PONTAS SECAS, NA RADIOGRAFIA 
PERIAPICAL. 
Fonte: Oliveira, Pithon e Ruellas (2007, p. 150).
Uma desvantagem desse método foi relatada por Proffit e Bennett (1967). O método 
por radiografias está sujeito a erro devido às inclinações e rotações dentárias. 
Outro método utilizado para se conhecer o espaço requerido é a Análise de Moyers. 
Nesse método, mede-se a somatória dos maiores diâmetros mésio-distais dos incisivos 
inferiores e consulta-se uma tabela que dará o valor estimado da somatória dos diâmetros 
de caninos e pré-molares, tanto inferiores quanto superiores. Essa tabela possui probabili-
dades de 5 a 95%, sendo que Moyers sugeriu a utilização em 75%, superestimando o valor, 
com a finalidade de proteção contra eventuais apinhamentos.
Porém, essa análise também apresenta desvantagens: não considera o paciente 
individualmente; não avalia macrodontias ou microdontias; e as tabelas foram desenvolvi-
das para a população americana.
40UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Em relação ao espaço presente, ele é representado pelo perímetro do osso basal 
(entre mesial do primeiro molar de um lado até a mesial do primeiro molar do lado oposto).
Com os valores medidos, obtém-se a discrepância do arco pela diferença entre 
o espaço presente e o espaço requerido. A discrepância positiva significa que os dentes 
têm espaço para um alinhamento espontâneo, enquanto na discrepância nula o tamanho 
ósseo é justo para abrigar os dentes permanentes. E na discrepância negativa o espaço 
disponível será insuficiente para os dentes permanentes não erupcionados.
Realizar a análise da dentição mista é importante clinicamente pela oportunidade 
de intervenção precoce da má oclusão.
41UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Vale ressaltar que os incisivos inferiores foram escolhidos porque irrompem precocemente na dentadura 
mista, são facilmente medidos com exatidão, e estão diretamente envolvidos com a maioria dos problemas 
de controle de espaço.
Fonte: Moyers (1991).
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A cefalometria radiográfica consiste na mensuração de grandezas físicas, angula-
res e lineares em radiografias da cabeça. Esse elemento diagnóstico tem como objetivos: 
a apreciação do crescimento dos distintos componentes ósseos do crânio e da face, além 
da direção do crescimento dos maxilares e seus principais incrementos, de acordo com 
a idade; o diagnóstico clínico da anomalia que o paciente apresenta; a comparação das 
mudanças ocasionadas durante o tratamento ortodôntico pelo aparelho empregado e pelo 
crescimento; e a avaliação dos resultados obtidos mediante cálculos seriados superpostos.
1.1. Telerradiografia
A telerradiografia é tomada com o lado esquerdo do paciente voltado para o filme 
radiográfico. A cabeça deve estar perfeitamente posicionada no cefalostato para que as 
superposições das estruturas anatômicas bilaterais sejam coincidentes e projetem uma 
imagem única. O cefalostato possui duas hastes radiolúcidas paralelas equipadas em sua 
porção inferior com um dispositivo radiopaco (posicionadores ou olivas articulares), que é 
introduzido no conduto auditivo externo do paciente. O rebordo inferior da órbita deve ser 
posicionado paralelamente às olivas auriculares, de modo que o plano de Frankfurt esteja 
paralelo ao solo. Essa posição é dada pelo suporte anterior do cefalostato, que fica apoiado 
na região do násio do paciente. Deve ser solicitado ao paciente que mantenha os dentes 
em oclusão (Figura 3).
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 2 CEFALOMETRIATÓPICO
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FIGURA 3 - TELERRADIOGRAFIA EM NORMA LATERAL.
Fonte: Arquivo pessoal.
A radiografia de norma lateral, antes do traçado cefalométrico, deve ser analisada 
a fim de detectar qualquer anormalidade patológica, incluindo a análise do trajeto nasofa-
ringeano e bucofaringeano.
2.2. Cefalograma lateral
É composto pelo desenho anatômico e pelos traçados de orientação.
No desenho anatômico, são demarcadas as principais estruturas anatômicas. Ele é 
dividido em desenho de estruturas moles e duras.
2.2.1 Estruturas duras
As estruturas duras de importância são: sela túrcica, glabela e ossos nasais, meato 
acústico externo, borda inferior da órbita, fissura pterigomaxilar, maxila, mandíbula, sínfise, 
dentes incisivos e dentes molares.
2.2.2. Estruturas moles
Estruturas moles importantes são o perfil tegumentar e espaço nasofaringeano.
43UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
2.2.3. Referências Cefalométricas
2.2.3.1. Pontos cefalométricos
2.2.3.1.1. Pontos sagitais ou ímpares
Os pontos de atenção aqui são Básio (Ba), Sela (S), Násio (N), Espinha nasal 
anterior (ENA) e posterior (ENP), Ponto A (subespinhal), Ponto B (supramentoniano), Ponto 
D, Pogônio (P), Mentoniano (Me), Gnátio (Gn), Lábio superior (Ls) e inferior (Li) e Pogônio 
mole (P’) (Figura 4).
2.2.3.1.2. Pontos laterais ou pares
Pório (Po), Orbitário (Or), Pterigomaxilar (Pt) e Gônio (Go) (Figura 4).
FIGURA 4 - PONTOS CEFALOMÉTRICOS.Fonte: Jason et al. (2013, p. 136).
2.2.3.2. Planos e linhas cefalométricas
As linhas representam a ligação de dois pontos, e as linhas de importância são: 
Linha SN, Linha NA, Linha NB, Linha ND, Linha NP, Linha SGn, Linha AP, Linha do incisivo 
superior, Linha do incisivo inferior, Linha H (linha de Holdaway).
Os planos são a ligação de três ou mais pontos cefalométricos: Plano de Frankfurt 
(PoOr), Plano oclusal mandibular e Plano mandibular.
2.2.4. Interpretação das medidas cefalométricas – Padrão FOB/USP*
Várias são as análises cefalométricas existentes, mas todas almejam alcançar o 
mesmo objetivo.
44UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Aqui vamos seguir a análise cefalométrica padrão FOB/USP.
2.2.4.1. Pontos cefalométricos
A análise cefalométrica padrão FOB/USP utiliza os pontos S, N, A, B, D, P, Me, Go, 
Gn, Or, Po e, o não anteriormente citado, ponto Pn (pró-nasal).
2.2.4.2. Medidas
A análise cefalométrica padrão FOB/USP é dividida em cinco campos: posição 
da maxila e da mandíbula; relação maxilomandibular; análise vertical; análise do padrão 
dentário; e análise do perfil (Figura 5).
2.2.4.2.1. Posição da maxila e da mandíbula
Ângulo SNA: Formado pelos planos SN e NA. Mostra a posição anteroposterior 
da maxila em relação à base do crânio (Média de 81,5o no padrão brasileiro, com desvio 
padrão de ± 2o).
Quando SNA = 81,5o – maxila bem posicionada em relação à base do crânio; SNA 
> 81,5o – maxila protruída em relação à base do crânio; e SNA < 81,5o – maxila retruída em 
relação à base do crânio.
Ângulo SNB: Formado pelos planos SN e NB. Mostra a posição anteroposterior da 
mandíbula em relação à base do crânio (Média de 79,5o no padrão brasileiro, com devio 
padrão de ± 2o).
Quanto SNB = 79,5o – mandíbula bem posicionada em relação à base do crânio; 
SNB > 79,5o – mandíbula protruída em relação à base do crânio; e SNB < 79,5o – mandíbu-
la retruída em relação à base do crânio.
2.2.4.2.2. Relação maxilomandibular
Ângulo ANB: Formado pelas linhas NA e NB. Representa a relação maxilomandibu-
lar no sentido anteroposterior. Quando a linha NB estiver à frente da linha NA, esse ângulo 
deve receber sinal negativo (Média de 2o).
Quando ANB = 2o – relação de Classe I; ANB > 2o – relação de Classe II; e ANB < 
2o – relação de Classe III.
45UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
2.2.4.2.3. Análise vertical
Ângulo sNGoGn: Linha SN com o plano GoGn. Representa a inclinação do plano 
mandibular em relação à base do crânio e auxilia na interpretação da tendência de cresci-
mento no sentido vertical (Média de 31,5o no padrão brasileiro, com desvio padrão de ± 4o).
Quando SNGoGn = 31,5o – padrão bom, tendência de crescimento equilibrado; 
SNGoGn > 31,5o – padrão ruim, tendência de crescimento vertical; e SNGoGn < 31,5o – 
padrão bom, tendência de crescimento horizontal.
Ângulo NsGn: Linhas SN e SGn. Auxilia na determinação do padrão de crescimento 
no sentido vertical. Eixo Y de crescimento (Média de 66,5o no padrão brasileiro, com desvio 
padrão de ± 4o).
Quando NSGn = 66,5o – padrão bom, tendência – crescimento equilibrado; NSGn 
> 66,5o – padrão ruim, tendência de crescimento vertical; e NSGn < 66,5o – padrão bom, 
tendência de crescimento horizontal. 
2.2.4.2.3. Análise do padrão dentário
Ângulo 1.NA: Longo eixo do incisivo superior com a linha NA. Indica a inclinação 
axial deste dente em relação à sua base óssea (Média de 23o no padrão brasileiro).
Quando 1.NA = 23o – incisivos superiores apresentam uma boa inclinação; 1.NA > 
23o – incisivos superiores apresentam-se inclinados para vestibular; e 1.NA < 23o – incisivos 
superiores apresentam-se inclinados para lingual.
 
Ângulo1.NB: Longo eixo do incisivo inferior com a linha NB. Indica a inclinação axial 
dos incisivos inferiores com sua base óssea (Média de 26,5o no padrão brasileiro).
Quando 1.NB = 26,5o – incisivos inferiores apresentam uma boa inclinação; 1.NB 
> 26,5o – incisivos inferiores apresentam-se inclinados para vestibular; e 1.NB < 26,5o – 
incisivos inferiores apresentam-se inclinados para lingual.
2.2.4.2.3. Análise do perfil 
Ângulo NAP: Linhas NA com AP. Descreve o perfil ósseo. Quando a linha NA passar 
à frente da linha AP, o ângulo recebe sinal negativo (Média de 2,5o no padrão brasileiro).
Quando NAP = 2,5o – perfil ósseo reto, relação de classe I; NAP > 2,5o – perfil ósseo 
convexo, relação de classe II; e NAP < 2,5o – perfil ósseo côncavo, relação de classe III.
46UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Linha H-nariz: distância entre o ponto Pn e a linha P’Ls. Descreve o perfil mole do 
paciente. Quando a linha P’Ls passar à frente do ponto Pn, a linha H-nariz recebe sinal 
negativo (Média: de 9 a 11 mm).
Quando Linha H-nariz entre 9 e 11 mm – perfil mole reto, relação de Classe I; linha 
H-nariz > 9 a 11 mm – perfil mole côncavo, relação de Classe III; e Linha H-nariz < 9 a 11 
mm – perfil mole convexo, relação de Classe II.
Figura 5 - Traçados cefalométricos no padrão USP feito por computador. 
Fonte: Guedes et al. (2010, p. 46).
Para descrever a análise cefalométrica de acordo com a tabela universal, quando 
as medidas forem:
>1 e <3 – descrever como ligeiramente ou suavemente;
a partir de 3 e <5 – descrever sem adjetivo;
a partir de 5 – descrever como acentuadamente.
47UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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3.1 Estrutura e função do ligamento periodontal
Cada dente é ligado ao osso alveolar adjacente e separado do mesmo por uma 
estrutura de suporte de colágeno, o ligamento periodontal (LP). Em circunstâncias normais, 
o LP tem 0,5 mm aproximadamente de espessura em volta da raiz. O maior componente 
do ligamento é uma rede de fibras colágenas paralelas, inseridas no cemento da superfície 
radicular e em uma placa óssea, a lâmina densa. Esse arranjo impede o deslocamento do 
dente durante a função normal (Figura 6).
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS PERIODONTAIS.
Fonte: Proffit, Fields Júnior e Sarver (2007, p. 308).
Além dos feixes de fibras colágenas, dois outros componentes constituem a fixação 
do ligamento: os elementos celulares e os fluidos tissulares. 
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 3 BIOLOGIA DO MOVIMENTO DENTÁRIOTÓPICO
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Os principais elementos celulares no LP são células mesenquimais indiferenciadas 
e suas descendentes na forma de fibroblastos e osteoblastos. O colágeno do ligamento 
é constantemente remodelado e renovado durante a função normal. As mesmas células 
podem servir como fibroblastos, produzindo novos materiais da matriz colágena, ou como 
fibroblastos, destruindo o colágeno produzido previamente. A remodelação e o recontorno 
do alvéolo ósseo e do cemento radicular também estão sendo constantemente realizados, 
em menor escala, como resposta à função normal.
Embora o LP não seja amplamente vascularizado, ele contém vasos sanguíneos 
e células do sistema vascular. Terminações nervosas também são encontradas, tanto às 
terminações amielínicas livres, associadas à percepção da dor, como os receptores mais 
complexos associados à pressão e à informação da posição (propriocepção).
Finalmente, é importante reconhecer que o espaço do LP é preenchido por fluido, 
que tem a função de amortecedor.
3.2. Resposta à Função Normal
Durantea função mastigatória, os dentes e as estruturas periodontais estão sujei-
tos a forças pesadas intermitentes. As forças podem variar de 1 a 2 kg na mastigação de 
substâncias macias, chegando até 50 kg na mastigação de substâncias mais resistentes. 
Quando um dente é submetido a cargas pesadas, seu rápido deslocamento para 
dentro do espaço do LP é prevenido pelo fluido tissular, que não se comprime. A força, por 
outro lado, é transmitida ao osso alveolar que se flexiona em resposta.
A flexão óssea em resposta à função normal gera corrente piezoelétrica, mecanis-
mo pelo qual a arquitetura óssea é adaptada às demandas funcionais.
Muito pouco do fluido de dentro do espaço do LP é comprimido durante o primeiro 
segundo de aplicação da pressão. Entretanto, se a pressão contra o dente for mantida, o 
fluido é rapidamente escoado e o dente se desloca dentro do espaço do LP, comprimindo o 
ligamento contra o osso adjacente. Isto causa dor, normalmente sentida após 3 a 5 segun-
dos da aplicação da força pesada.
Apesar de o LP ser adaptado para resistir às forças de curta duração, ele rapi-
damente perde esta capacidade adaptativa com a compressão e o extravasamento dos 
fluidos tissulares desta área confinada. A força prolongada, mesmo de baixa magnitude, 
produz uma resposta fisiológica diferente (remodelação do osso adjacente). E é assim que 
o movimento dentário ortodôntico se torna possível. Além disso, forças leves prolongadas 
no ambiente natural (forças dos lábios, bochechas ou a língua repousando contra os den-
tes) têm o mesmo potencial que as forças ortodônticas para fazer com que os dentes se 
movam.
49UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
3.3 Resposta óssea e do ligamento periodontal à força ortodôntica contínua
Forças pesadas levam ao desenvolvimento da dor, necrose dos elementos celula-
res do LP e ao fenômeno da “reabsorção a distância” do osso alveolar próximo do dente 
afetado. Forças mais leves são compatíveis com a sobrevivência das células no LP e com 
uma remodelação do alvéolo dentário através de “reabsorção frontal”, relativamente sem 
dor. Na prática ortodôntica, o objetivo é produzir movimento dentário sempre que possível 
por reabsorção frontal, reconhecendo que provavelmente ocorrerão em algumas áreas de 
necrose e reabsorção solapante, apesar de esforços para evitá-las.
3.3.1 Controle Biológico do Movimento Dentário
3.3.1.1. Teoria da bioeletricidade
Sinais elétricos que podem iniciar o movimento dentário são considerados piezoe-
létricos e eles possuem duas características: (1) rápida taxa de declínio, e (2) a produção 
de um sinal equivalente, em direção oposta, quando a força é liberada.
Quando uma estrutura é deformada, elétrons migram de um local para outro, e 
observa-se uma carga elétrica. Enquanto a força é mantida, a estrutura é estável, mas 
quando a força é liberada, a estrutura retorna à sua forma original e um fluxo reverso de 
elétrons é notado.
Não há dúvida de que os sinais gerados por tensão são importantes na manuten-
ção geral do esqueleto. Sem estes sinais os componentes minerais do osso são perdidos, 
resultando em atrofia do esqueleto. Por outro lado, a força contínua, como a usada para 
produzir movimento dentário ortodôntico, não produz sinais notórios gerados por tensão. 
Quando a força é aplicada, um breve sinal é criado; quando ela é removida, o sinal reverso 
aparece. Enquanto a força é mantida, entretanto, nada acontece.
3.3.1.2 Teoria da pressão-tensão
Mensageiros químicos são importantes na cascata de eventos que levam à remo-
delação do osso alveolar e ao movimento dentário.
Nesta teoria, uma alteração no fluxo sanguíneo dentro do LP é produzida por 
pressão contínua que causa a mudança de posição do dente dentro do espaço do LP, com-
primindo o ligamento em algumas áreas enquanto tensiona em outras. O fluxo sanguíneo 
50UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
diminui onde o ligamento é comprimido, enquanto é mantido ou aumentado onde o LP está 
sob tensão.
Em essência, são três estágios: (1) alterações no fluxo sanguíneo associadas 
à pressão no interior do LP, (2) formação e/ou liberação de mensageiros químicos e (3) 
ativação celular.
3.4 Efeitos da magnitude da força
Quanto mais pesada a força aplicada, maior será a redução no fluxo sanguíneo nas 
áreas comprimidas, até o ponto em que os vasos se tornam totalmente colapsados e sem 
fluxo sanguíneo.
Quando uma força leve, porém prolongada, é aplicada a um dente, o fluxo sanguíneo 
através do LP diminui tão logo o fluido é extravasado do espaço do LP, e o dente se move 
em seu alvéolo (em segundos). Dentro de aproximadamente 4 horas, a alteração resultante 
produz um padrão diferente de atividade celular – por isso, se um aparelho removível é 
usado por menos de 4 a 6 horas por dia, ele não produzirá efeito ortodôntico.
Os níveis de prostaglandina e interleucina-1 beta aumentam no LP dentro de um 
período curto de tempo após a aplicação da pressão, e está claro que a prostaglandina é 
um importante mediador da resposta celular.
Existem evidências de que as prostaglandinas são liberadas quando as células são 
mecanicamente deformadas (a liberação de prostaglandina pode ser mais uma resposta 
primária à pressão do que secundária). É provável que a mobilização de fosfolipídios da 
membrana, que levam à formação do fosfato inositol, seja outra via da eventual resposta 
celular. Outros mensageiros químicos, particularmente membros da família das citocinas, 
como o óxido nítrico (NO) e outros reguladores da atividade celular, também estão envol-
vidos.
51UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Uma vez que vários tipos de drogas podem afetar os níveis de prostaglandina e de outros mensageiros 
químicos em potencial, a modificação farmacológica em resposta à força ortodôntica é mais que uma 
simples possibilidade teórica.
Fonte: Janson et al. (2013).
Para um dente se mover, os osteoclastos devem ser formados, de modo que eles 
possam remover osso da área adjacente à parte comprimida do LP. Osteoblastos também 
são necessários para formar novo osso no lado de tensão e remodelar áreas reabsorvidas 
no lado de pressão. A prostaglandina E tem uma interessante propriedade de estimular 
tanto a atividade osteoclástica quanto a osteoblástica, fazendo isto apropriadamente como 
um mediador do movimento dentário.
Estudos da cinética celular indicam que elas chegam em duas ondas, significando 
que algumas (a primeira onda) podem ser derivadas da população celular local, enquanto 
outras (a segunda onda, maior) são trazidas de áreas distantes via fluxo sanguíneo. Essas 
células atacam a lâmina dura, removendo osso pelo processo de “reabsorção frontal”, e o 
dente começa a se movimentar logo após. Um pouco depois, os osteoblastos (recrutados 
localmente de células progenitoras no LP) formam osso no lado de tensão e iniciam ativida-
de remodeladora no lado de pressão.
O curso dos eventos é diferente se a força aplicada contra o dente é grande o su-
ficiente para ocluir totalmente os vasos sanguíneos e interromper o suprimento sanguíneo 
para uma determinada área do LP. Quando isto ocorre, antes de as células da área com-
primida do LP serem estimuladas a se diferenciar em osteoclastos inicia-se uma necrose 
estéril nessa área. Por causa desta aparência histológica de desaparecimento das células, 
essa área avascular no LP é chamada de hialinizada. Quando isto acontece, a remodelação 
do osso adjacente à área necrosada do LP tem que ser realizada por células derivadas de 
áreas adjacentes não danificadas.
Após um atraso de vários dias, os elementos celulares começam a invadir a 
área necrosada (hialinizada). Os osteoclastos aparecem nos espaços medulares ósseos 
adjacentes e começam um ataque por baixo do osso, imediatamente adjacente à área 
necrosada do LP. Este processo é adequadamente descrito como absorção solapante. 
A diferença de tempo gasto para o movimentodentário com reabsorção frontal e 
com reabsorção solapante é mostrada graficamente na Figura 7.
52UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Figura 7 - Representação esquemática do curso de tempo.
 Fonte: Proffit, Fields Júnior e Sarver (2007, p. 314).
Entretanto, mesmo com forças leves pequenas, áreas avasculares podem se de-
senvolver no LP, e o movimento dentário será retardado até que estas áreas possam ser 
removidas por reabsorção solapante.
A suave progressão do movimento dentário com forças leves pode ser um ideal ina-
tingível quando força contínua é utilizada. Clinicamente, o movimento dentário ocorre, com 
frequência, de uma forma mais intercalada, por causa das inevitáveis áreas de reabsorção 
solapante (que duram de 7 a 14 dias). 
Aparelhos ortodônticos não devem ser reativados com frequência maior do que de 
3 em 3 semanas, pois se o aparelho é flexível e forças leves produzem uma reabsorção 
frontal contínua, não há necessidade de maior ativação. Entretanto, se o aparelho for rígido 
e ocorrer reabsorção solapante, o movimento dentário ocorre nos primeiros 10 dias e have-
rá um período igual ou maior para regeneração e reparo do LP antes de a força ser aplicada 
novamente. Esta fase de reparo é altamente desejável e necessária, pois a ativação muito 
frequente de um aparelho pode produzir danos aos dentes ou ao osso, ao passo que, se 
fosse a longos intervalos, o dano seria evitado ou, pelo menos, minimizado.
53UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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4.1. Tratamento Ortodôntico Preventivo
A ortodontia preventiva tem o objetivo preservar a integridade da evolução normal 
das arcadas dentárias e da oclusão, buscando evitar que maloclusões se instalem. Dessa 
forma, busca o reconhecimento precoce de cáries dentárias e a realização de restaurações 
que se adequem ao tamanho mésio-distal e cérvico-oclusal dos dentes reabilitados.
Outra situação é a perda precoce de dentes decíduos, bastante frequente e com 
identificação precoce muito importante devido às possíveis consequências para oclusão 
quando nenhuma intervenção é feita. Caso haja perda precoce de dentes, sem reabilitação, 
pode ocorrer a migração dos dentes adjacentes e/ou extrusão do dente antagonista, dimi-
nuindo ou fechando o espaço anteriormente ocupado pelo dente perdido. 
Um dente é mantido em sua correta posição pela ação de forças nos sentidos 
mesial, distal, oclusal e cervical. Se uma dessas forças for alterada, ocorrem mudanças na 
relação dos dentes adjacentes e antagonistas, resultando em migração dentária e perda de 
espaço no arco dentário. Por isso, quando um dente é perdido é necessário a intervenção 
do ortodontista, fazendo a instalação de mantenedor de espaço. 
Os aparelhos mantenedores de espaço preservam o espaço no arco dentário 
deixado pela perda precoce de um ou mais dentes decíduos. Eles podem ser fixos ou 
removíveis e devem permanecer instalados até a erupção dos dentes sucessores.
Alguns exemplos de mantenedores de espaço são a Banda Alça (Figura 8), Coroa 
Alça (Figura 9), Botão de Nance (Figura 10) entre outros.
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 4 TRATAMENTO ORTODÔNTICO PREVENTIVO, INTERCEPTATIVOE CORRETIVOTÓPICO
54
FIGURA 8 - MANTENEDOR DE ESPAÇO TIPO BANDA ALÇA.
 Fonte: Jason et al. (2013, p. 107).
FIGURA 9 - MANTENEDOR DE ESPAÇO TIPO COROA ALÇA. 
Fonte: Jason et al. (2013, p. 107).
FIGURA 10 - MANTENEDOR DE ESPAÇO TIPO BOTÃO DE NANCE.
 Fonte: Jason et al. (2013, p. 109).
 
4.2. Tratamento Ortodôntico Interceptativo
Graber, Vanarsdall e Vig (2012) relatam que a ortodontia interceptativa implica em 
interceptar uma situação anormal já existente, de modo a restabelecer a evolução normal da 
oclusão. Ela permite intervir nas más oclusões assim que elas são detectadas, numa fase 
mais precoce possível, como tentativa de evitar um desenvolvimento craniofacial incorreto 
em adultos.
55UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Tratar o paciente antes que este atinja a dentição permanente pode reduzir o nú-
mero de intervenções posteriores e acelerar um tratamento futuro.
É possível tratar as seguintes maloclusões na dentadura mista, a partir dos 5 anos: 
mordidas cruzadas posteriores, mordidas abertas anteriores e mordidas cruzadas anterio-
res em padrão I ou padrão III. Todas as demais oclusões merecem aguardar a dentadura 
mista para serem tratadas (SILVA FILHO; GARIB e LARA, 2013).
4.2.1. Mordida cruzada posterior
A relação entre os arcos superior e inferior revela um erro no sentido transversal, 
com um ou mais dentes posteriores superiores ocluindo por lingual em relação aos dentes 
inferiores (SILVA FILHO; GARIB e LARA, 2013) (Figura 11).
FIGURA 11 - ATRESIA DO ARCO DENTÁRIO SUPERIOR. ESTAS FOTOS MOSTRAM UM 
APARELHO EXPANSOR TIPO HASS, INSTALADO PARA A CORREÇÃO DA DEFICIÊNCIA 
TRANSVERSAL DA MAXILA.
 Fonte: Silva Filho, Garib e Lara (2013, p. 340).
Tão importante quanto diagnosticar a mordida cruzada posterior é identificar 
a natureza dessa atresia do arco dentário superior (dentoalveolar ou esquelética). Essa 
diferenciação é quem dita o plano de tratamento, que pode ser expansão ortodôntica ou or-
topédica, respectivamente. Isso é possível mediante avaliação da posição vestibulolingual 
dos dentes posteriores, de canino até o último molar. Se esses dentes estiverem inclinados 
para lingual, a atresia do arco dentário superior é dentoalveolar. Porém, se esses dentes 
estiverem com inclinação axial vestibulolingual correta, o problema é esquelético.
56UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Na mordida cruzada posterior, a meta terapêutica consiste em alargar o arco den-
tário superior, e isso pode ser realizado nos três estágios de desenvolvimento da oclusão, 
a partir dos 5 anos. A adequação do arco dentário superior tem como objetivo o ajuste do 
arco dentário superior ao arco dentário inferior.
Assim, define-se a mordida cruzada posterior como a atresia do arco dentário su-
perior (redução das dimensões transversais), com conotação dentoalveolar ou esquelética, 
sem compensação do arco dentário inferior. Nessa circunstância, o arco dentário inferior 
é uma referência de normalidade para o diagnóstico e a quantificação do tratamento do 
problema transversal superior (SILVA FILHO; GARIB e LARA, 2013).
Porém, existem situações em que o arco dentário inferior também está atrésico e 
a relação interarcos é normal (Figura 12). Nesse caso é indicado tratar somente a partir da 
dentadura mista.
FIGURA 12 - NESTE CASO A ATRESIA DO ARCO SUPERIOR FOI COMPENSADA PELA ATRESIA 
DO ARCO INFERIOR, ESTABELECENDO UMA RELAÇÃO INTERARCOS NORMAL, SEM MORDIDA 
CRUZADA.
 Fonte: Silva Filho, Garib e Lara (2013, p. 343).
57UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
4.2.2. Mordida aberta anterior
Esse tipo de má oclusão é normalmente associado a hábitos de sucção já que os 
desequilíbrios musculares decorrentes desses hábitos bucais deletérios, durante o período 
de crescimento facial, podem atrapalhar o desenvolvimento normal da oclusão, comprome-
tendo a morfologia e a função desse intrincado sistema estomatognático.
A mordida aberta anterior retrata a má oclusão mais comum na época de dentadura 
decídua. A presença do hábito de sucção imprime caráter dentoalveolar à mordidaaberta 
anterior e levanta um prognóstico favorável para o tratamento e a estabilidade pós-trata-
mento (SILVA FILHO; GARIB e LARA, 2013).
Entretanto, a mordida aberta anterior pode não estar vinculada aos hábitos de 
sucção. Nessa condição, a maloclusão é reflexo do padrão esquelético e/ou do posiciona-
mento lingual como agentes causadores primários. A mordida aberta anterior desvinculada 
dos hábitos de sucção tem prognóstico de tratamento e de estabilidade pós-tratamento 
desfavoráveis (SILVA FILHO; GARIB e LARA, 2013).
Essa maloclusão é caracterizada pela falta de contato entre os arcos dentários na 
região anterior enquanto os dentes posteriores se encontram intercuspidados (Figura 13). 
A presença de hábitos de sucção também pode provocar alterações transversais, como a 
mordida cruzada posterior, e alterações sagitais nos dentes anteriores, como a vestibula-
rização dos incisivos superiores e a lingualização dos incisivos inferiores (SILVA FILHO; 
GARIB e LARA, 2013).
Os hábitos bucais deletérios potencialmente causadores de maloclusões são a 
respiração bucal, a sucção de chupeta e dedo e o pressionamento lingual atípico (SILVA 
FILHO; GARIB e LARA, 2013).
FIGURA 13 - A MORDIDA ABERTA ANTERIOR É REPRESENTADA PELA FALTA DE CONTATO DOS 
DENTES ANTERIORES ENQUANTO OS DENTES POSTERIORES ESTÃO EM OCLUSÃO. 
Fonte: Silva Filho, Garib e Lara (2013, p. 376).
58UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
4.3 Tratamento Ortodôntico Corretivo
O tratamento ortodôntico corretivo busca tornar a oclusão do paciente tão ideal 
quanto possível, reposicionando todos, ou praticamente todos, os dentes no tratamento. 
Esse tipo de tratamento normalmente é o mais comum, já que muitos pacientes acabam 
deixando para tratar de seus dentes quando o problema já está instalado na cavidade oral. 
A partir dessa perspectiva, o tratamento da dentição mista não é corretivo, pois a 
posição final de todos os dentes permanentes não é afetada (PROFFIT et al., 2021).
O tratamento corretivo normalmente exige um aparelho fixo completo. O momento 
ideal para o tratamento é na adolescência, quando os dentes permanentes já erupcionaram, 
algum crescimento vertical e ântero posterior dos maxilares permanece e o ajuste social ao 
tratamento ortodôntico não é um grande problema. Mesmo assim, o tratamento corretivo 
também é possível para adultos, mas apresenta alguns problemas especiais.
Talvez a maior diferença seja que, para adultos, outros tipos de tratamento odonto-
lógico são quase sempre necessários, tornando a abordagem interdisciplinar. A prevalência 
de problemas periodontais aumenta com a idade, e até mesmo adultos jovens poderão 
necessitar de algum nível de atenção periodontal. Com o envelhecimento dos pacientes 
adultos, o tratamento ortodôntico deve ser realizado no contexto de uma dentição já utili-
zada, com dentes desgastados e implicações restauradoras, e não de maneira semelhante 
ao tratamento realizado em uma dentição jovem, como a encontrada em adolescentes. A 
ausência de crescimento nos adultos significa que o controle do crescimento não é uma op-
ção de tratamento – tudo é feito com movimento dental, dentística restauradora ou cirurgia 
ortognática. Nesse sentido, planejar um tratamento ortodôntico para adultos pode ser mais 
fácil, porque não há incertezas relacionadas com a quantidade e a direção de crescimento; 
contudo, tratar adultos requer um alto nível de habilidade técnica, conhecimento sobre 
outras especialidades e compreensão de biomecânica.
59UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim da nossa unidade II. E o que você tem achado dessa incrível 
disciplina que é a Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares?
Nesta unidade, você pôde entender como é feita a análise da dentadura mista, 
sendo agora capaz de avaliar a discrepância existente entre o espaço disponível e o es-
paço necessário para a acomodação de caninos e pré-molares não erupcionados. Esse 
diagnóstico ortodôntico precoce ajuda na execução de um correto plano de tratamento para 
nosso paciente.
Além disso, você estudou sobre outro meio de diagnóstico ortodôntico, a cefalome-
tria. Esse é um dos métodos comumente usados para se obter informações sobre o padrão 
de crescimento craniofacial, com a mensuração de grandezas físicas, angulares e lineares 
em radiografias da cabeça.
Seguindo nossa linha de raciocínio, discutimos sobre a biologia do movimento 
dentário, e como ele acontece durante a função normal e durante o movimento ortodôntico. 
Entender a resposta do ligamento periodontal e do osso, nas duas situações mencionadas, 
é de extrema importância para o tratamento do nosso paciente.
Finalizamos essa unidade com o nosso tópico IV, onde você pode aprender sobre 
o tratamento ortodôntico que visa preservar a integridade de uma evolução normal da 
oclusão e das arcadas dentárias (ortodontia preventiva), sobre o tratamento que intercepta 
uma maloclusão já estabelecida (ortodontia interceptiva) e sobre o tratamento que tem seus 
esforços voltados para tornar a oclusão do paciente tão ideal quanto possível (ortodontia 
corretiva).
Obrigada pela companhia até aqui e até a próxima unidade!
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO 60
LEITURA COMPLEMENTAR
• Artigo: A aplicabilidade da análise de Moyers na população brasileira: Revisão 
descritiva
• Autor: Érico Vinícios Barroso de Souza
• Link de acesso: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/13522
• Resenha: O trabalho de Souza esclarece a aplicabilidade da análise de Moyers 
em brasileiros e deixa claro a necessidade de um método mais preciso e ade-
quado às variações fenotípicas da população.
Fonte: SOUZA, É. V. B. A aplicabilidade da análise de Moyers na população brasileira: Revisão descritiva. 2017. 18f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2017.
• Artigo: Estudo da posição natural da cabeça em relação ao plano horizontal de 
Frankfurt na avaliação mandibular de indivíduos com padrão facial de Classe I 
e Classe II
• Autores: Sérgio Carmelo Tôrres, Cláudio Costa e Kurt Faltin Junior
• Link de acesso: https://www.researchgate.net/publication/238081044_Estudo_
da_posicao_natural_da_cabeca_em_relacao_ao_plano_horizontal_de_Frank-
furt_na_avaliacao_mandibular_de_individuos_com_padrao_facial_de_Clas-
se_I_e_Classe_II
• Resenha: Este estudo avaliou o plano de Frankfurt e a posição mandibular em 
pacientes com padrões faciais de Classe I e II, relacionados à postura natural 
da cabeça. Os resultados mostraram alta variação entre o plano de Frankfurt e 
a linha horizontal verdadeira nos dois grupos. Porém, a diferença média apre-
sentou-se mínima, estatisticamente não significante e semelhante em ambos 
os grupos. 
• 
Fonte: TÔRRES, S. C.; COSTA, C.; FALTIN JUNIOR, K. Estudo da posição natural da cabeça em relação ao plano horizontal de Frankfurt na 
avaliação mandibular de indivíduos com padrão facial de Classe I e Classe II. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 11, n. 1, p. 
84-98, jan./fev. 2006.
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO 61
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/13522
https://www.researchgate.net/publication/238081044_Estudo_da_posicao_natural_da_cabeca_em_relacao_ao_plano_horizontal_de_Frankfurt_na_avaliacao_mandibular_de_individuos_com_padrao_facial_de_Classe_I_e_Classe_II
https://www.researchgate.net/publication/238081044_Estudo_da_posicao_natural_da_cabeca_em_relacao_ao_plano_horizontal_de_Frankfurt_na_avaliacao_mandibular_de_individuos_com_padrao_facial_de_Classe_I_e_Classe_II
https://www.researchgate.net/publication/238081044_Estudo_da_posicao_natural_da_cabeca_em_relacao_ao_plano_horizontal_de_Frankfurt_na_avaliacao_mandibular_de_individuos_com_padrao_facial_de_Classe_I_e_Classe_II
https://www.researchgate.net/publication/238081044_Estudo_da_posicao_natural_da_cabeca_em_relacao_ao_plano_horizontal_de_Frankfurt_na_avaliacao_mandibular_de_individuos_com_padrao_facial_de_Classe_I_e_Classe_IIMATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Ortodontia Interceptiva.
• Autores: Omar Gabriel da Silva Filho, Daniela Gamba Garib e 
Tulio Silva Lara.
• Editora: Artes Médicas.
• Sinopse: Este livro aborda sobre ortodontia preventiva e in-
terceptiva. Aqui se explica o protocolo de tratamento em duas 
fases, onde o paciente é tratado primeiro na dentadura decídua 
ou mista, assim que se identifica a maloclusão é, e posterior-
mente na segunda fase, de dentadura permanente, para finali-
zar a oclusão.
• Título: Gota #14 - Como acontece a movimentação dentária 
ortodôntica?
• Ano: 2017.
• Sinopse: Um vídeo didático e ilustrativo, de um projeto da PU-
C-MINAS, sobre como acontece a movimentação dentária orto-
dôntica.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mgSoXaQ-
CMPs
62UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
https://www.youtube.com/watch?v=mgSoXaQCMPs
https://www.youtube.com/watch?v=mgSoXaQCMPs
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Plano de Estudos
• Articulação temporomandibular;
• Disfunção temporomandibular.
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer a anatomia da articulação temporomandibular, 
junto às suas principais estruturas;
• Compreender as alterações nos músculos da mastigação 
e da região adjacente (disfunções temporomandibulares).
3UNIDADEUNIDADEARTICULAÇÃOARTICULAÇÃOTEMPOROMANDIBULARTEMPOROMANDIBULARProfessora Mestra Laís Caroline Poleto
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Tudo bem?
Como tem sido sua jornada de estudos até aqui? Espero que essas últimas unida-
des tenham despertado seu interesse sobre a incrível disciplina de Ortodontia e Ortopedia 
Funcional dos Maxilares. Lembre-se que nossas discussões são, também, uma provocação 
para que você se sinta motivado a ir em busca de aprofundamento, pois essas atualizações 
constantes do conhecido são o que o tornarão um bom profissional.
Ao final de cada unidade, eu proponho leituras complementares, vídeos e artigos 
científicos para que você possa aprender cada vez mais. Não deixe de buscar conhecimen-
to além desta apostila.
Dando continuidade, chegamos a nossa terceira unidade. Essa é uma unidade de 
um tema bastante relevante, a articulação temporomandibular. Mas o que seria isso?
A articulação temporomandibular (ATM) é considerada como uma das mais com-
plexas existentes no corpo. Ela faz em torno de 1500 a 2000 movimentos de abrir e fechar 
a boca por dia. Em virtude da sua extensa dinâmica funcional, a ATM pode ser alvo de 
disfunções que ocasionam uma sintomatologia dolorosa crânio-facial acompanhada de 
movimentos estereotipados.
No tópico I desta unidade, será abordado sobre a articulação temporomandibular em si. 
Aqui vou explicar a anatomia da ATM, relatando suas principais estruturas (superfície articular, 
cabeça da mandíbula, disco articular, cápsula articular e ligamento externo e o tecido sinovial). 
Logo após, você irá aprender as características da ATM no recém-nascido e o desenvolvimento 
do sistema estomatognático - a lei de desenvolvimento posteroanterior e transversal.
Já no tópico II irei apresentar a disfunção temporomandibular (DTM), termo adotado 
para designar alterações nos músculos da mastigação e da região adjacente. A DTM é um 
grupo de problemas caracterizados por dor na face, nas ATM e nos músculos da mastigação; 
desvios ou limitações nos movimentos da mandíbula; barulho nas ATM e/ou dor durante a 
função mandibular (mastigar, bocejar, deglutir, cantar, etc.); e dores de cabeça. Aqui iremos 
discutir sobre a prevalência, os sinais e sintomas, como reconhecer e diagnosticar e como 
e quando tratar essas disfunções temporomandibulares.
Eu já estou ansiosa! Podemos começar?
UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 64
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A articulação temporomandibular trata-se de uma articulação bilateral, porém total-
mente interdependente; representa a ligação articulada da mandíbula com a base do crânio. 
É composta de uma superfície articular não-linear, no osso temporal, com uma superfície 
côncava, chamada cavidade articular (também conhecida como cavidade glenóide ou fossa 
mandibular) e precedida da eminência articular, a parte convexa da superfície por onde 
escorre a cabeça mandibular no momento da translação (Figura 1). 
FIGURA 1 - ESQUEMA LATERAL DA ATM
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/temporomandibular-joints-arthritis-dislocated-articular-disc-1780339286
UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
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 1 ARTICULAÇÃOTEMPOROMANDIBULARTÓPICO
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1.1. Anatomia da ATM
A articulação temporomandibular (ATM) é formada especificamente pela articulação 
do processo condilar da mandíbula com a fossa mandibular do osso temporal. O côndilo 
mandibular apenas se articula indiretamente com a fossa mandibular porque ele é separa-
do dela pelo menisco articular. As partes do côndilo e da fossa mandibular que realmente 
se articulam entre si são revestidas por uma fibrocartilagem. Isso desvia da arquitetura 
típica de articulação porque a maioria dos ossos que se articulam entre si são cobertos 
por cartilagem hialina. A diferença principal entre a cartilagem hialina e a fibrocartilagem 
é que a última é desprovida de tecido vascular. Isso é importante para a ATM porque os 
vasos sanguíneos seriam esmagados pela ação da ATM durante a mastigação e a atividade 
vocal se as superfícies fossem revestidas por cartilagem hialina. Finalmente, toda a ATM é 
encapsulada por uma membrana chamada cápsula articular. O côndilo é mantido no lugar 
por uma série de ligamentos. Esses incluem os ligamentos temporomandibular (ou lateral), 
esfenomandibular e estilomandibular. 
A ATM é classificada como uma articulação ginglimoartrodial. Essa espécie de arti-
culação permite um movimento do tipo dobradiça, com um pouco de deslizamento limitado. 
Na verdade, existem duas ATM, mas, funcionando adequadamente, as duas atuam como 
uma unidade bilateral única. 
A articulação está organizada de um jeito que a mandíbula é capaz de se movimen-
tar verticalmente (abertura e fechamento), anteroposteriormente (protrusão e retração), e 
transversalmente (de um lado para o outro). Todas essas três dimensões de movimento 
acontecem até certo ponto durante a mastigação e a fala.
1.1.1. Principais estruturas
1.1.1.1. Superfície articular
A parte temporal da ATM é formada pela fossa e pela protuberância articular adja-
cente pelo lado anterior. Trata-se da parte funcional da ATM.
1.1.1.2. Cabeça da mandíbula
Apresenta uma superfície arredondada quediscorre sobre a cavidade articular.
Esse tipo de “engrenagem” possibilita ao sistema movimentos de rotação e transla-
ção, garantindo à mandíbula movimentos de abertura, lateralidade e protrusão.
66UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
1.1.1.3. Disco articular
Interposto às estruturas ósseas, existe um disco articular que impede o desgaste 
acentuado das estruturas ósseas e facilita o movimento.
Composto de cartilagem fibrosa, é elástico e resiliente que, em um corte frontal, 
tem forma de meia-lua e, sagitalmente, é bicôncavo, equilibrando as formas desiguais das 
faces articulares. Não apresenta inervação.
Esse disco fixa-se no côndilo nos pólos medial e lateral, por meio dos ligamentos 
capsulares de articulação, envolvendo-o e acompanhando o seu movimento.
O feixe superior do pterigóideo lateral fixa-se nele, controlando o seu movimento (Figura 2).
Durante o processo de abertura, a ação mecânica da cabeça da mandíbula avança 
o disco, que faz um movimento anterior em relação à superfície articular, mas um movimen-
to distal em relação à própria cabeça da mandíbula.
Entretanto, seus ligamentos retrodiscais, durante esse avanço, forçam o seu retorno 
para posterior, cujo controle, no ato do fechamento mandibular, fica a cargo do pterigóideo lateral.
 
FIGURA 2 - DISCO ARTICULAR É FUNDIDO LATERALMENTE À CÁPSULA ARTICULAR
Fonte: Matsumoto, Stuani e Romano (2020, p. 72).
1.1.1.4. Cápsula articular e ligamento externo
Envolvendo todo esse complexo, há a cápsula articular, no qual impede que o siste-
ma se desmanche e controla o movimento como um todo. Trata-se de uma cápsula sinovial, 
rica em fibras de colágeno inseridas em tecido conjuntivo bem vascularizado e frouxo o 
suficiente para não obstruir os movimentos do côndilo articular. Insere-se na base craniana 
– na borda da face articular –, englobando-a e introduzindo-se no colo da mandíbula.
67UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
1.1.1.5. Tecido sinovial
Sobreposto internamente ao tecido capsular como membrana sinovial, está disten-
dida em todo o espaço articular formando dobras que seguem o disco quando se desloca 
com o côndilo para anterior. Da membrana sinovial sai o líquido sinovial para dentro do es-
paço articular, servindo como meio de deslocamento, “lubrificante articular” e meio nutritivo 
para as partes articulares avascularizadas.
Os produtos decompostos são eliminados do espaço articular por meio desta membrana.
Ligamentos como o estilo-mandibular, esfenomandibular e temporomandibular e os 
que envolvem a cápsula ajudam a manter a estrutura da ATM.
1.2. Características da ATM no recém-nascido
Nessa idade, a ATM não é uma estrutura definida como no adulto, em virtude de 
não haver eminência articular e de a fossa glenóide ser praticamente plana (Figura 3). Um 
tubérculo pós-glenóide está presente, mas apenas o suficiente para impedir o deslocamento 
dos arcos, de modo que toda a articulação depende, para sua estabilidade, da resistência 
dos ligamentos que a envolvem.
FIGURA 3 - ATM DO RECÉM-NASCIDO (A) E DO ADULTO (B) 
Fonte: Matsumoto, Stuani e Romano (2020, p. 36). 
68UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
1.2.2. Desenvolvimento do sistema estomatognático - Lei de desenvolvimento 
posteroanterior e transversal
O desenvolvimento posteroanterior tem origem na parte posterior da ATM a partir 
do movimento de tração que a cabeça do côndilo exerce sobre o menisco articular durante 
o ato fisiológico da amamentação, estimulando simultaneamente ambos os lados, durante 
a ordenha, e corrigindo a distoclusão fisiológica do recém-nascido. Após o início da mas-
tigação, apenas o lado de balanceio (o lado que desliza) se excita, desenvolvendo-se ali 
somente a hemimandíbula desse lado. Se a mastigação for bilateral e alternada, o desen-
volvimento será simétrico e, caso ocorra uma mastigação viciosa, com o passar dos anos, 
haverá um desenvolvimento patológico das estruturas envolvidas.
Nesta lógica, o lado de trabalho passa a apresentar uma altura alveolar maior, 
enquanto o lado de balanceio apresenta uma altura alveolar menor. Além disso, a linha 
média normalmente é desviada para o lado de trabalho.
69UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
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Disfunção Temporomandibular (DTM), ou Disfunção Craniomandibular (DCM), é um 
termo adotado para designar alterações nos músculos da mastigação e da região adjacen-
te. Abrange problemas clínicos que envolvem os músculos da mastigação, as articulações 
temporomandibulares (ATM) e as estruturas associadas, ou ambas.
De maneira mais objetiva e simplificada, DTM é um grupo de problemas caracte-
rizados por: dor na face, nas ATM e nos músculos da mastigação; desvios ou limitações 
nos movimentos da mandíbula; barulho nas ATM e/ou dor durante a função mandibular 
(mastigar, bocejar, deglutir, cantar, etc.); e dores de cabeça. Porém, nem toda dor orofacial 
é DTM, já que esta representa apenas um subgrupo das dores orofaciais.
Disfunções temporomandibulares (DTM) são mais prevalentes em indivíduos adul-
tos. Entretanto, atualmente grande número de crianças e adolescentes têm apresentado 
distúrbios na ATM. Nessa população, os sintomas mais frequentes são dor nos músculos 
mastigatórios e da ATM, restrição ou abertura assimétrica da boca e ruídos articulares (cre-
pitação, estalos). Essas desordens podem ser causadas por trauma, problemas oclusais, 
influência ambiental e genética, além de condições psicológicas. Diante disso, anamnese 
detalhada e inspeção por meio de palpação local e da musculatura associada podem somar 
ao diagnóstico e auxiliar na elaboração do plano de tratamento mais adequado. Casos 
severos de DTM devem ser encaminhados para área especializada, e posteriormente, 
com a melhora dos sintomas, inicia-se o tratamento ortodôntico (MATSUMOTO; STUANI e 
ROMANO, 2020).
UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
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 2 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULARTÓPICO
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O reconhecimento básico dos sinais e sintomas das DTM nas crianças e nos 
adolescentes é importante para o cirurgião-dentista e interessante aos pais, pois alguns 
pacientes apresentam DTM assintomática, no entanto, os sintomas podem se manifestar 
espontaneamente a qualquer momento da vida da criança ou do adolescente. Alguns sinais 
e/ou sintomas podem aparecer durante, ou após qualquer procedimento odontológico (res-
taurador, endodôntico, periodontal, ortodôntico ou cirúrgico). Além disso, outra situação que 
justifica a observação dos sinais e/ou sintomas de DTM é a avaliação prévia em relação à 
prática esportiva. Geralmente, a criança ou o adolescente ou os pais/responsáveis relatam 
o aparecimento desses problemas associando-os ao tratamento que está sendo ou já foi 
realizado ou mesmo à prática de atividade esportiva. Por isso, é importante que o profissio-
nal conheça a respeito do assunto, pois isso resultará em maior grau de confiabilidade entre 
os pais e o profissional, com a demonstração de preocupação deste para com a saúde do 
paciente.
2.1 Prevalência
A prevalência de DTM em crianças e adolescentes, apesar de menor do que em 
adultos, varia de 7 a 68% (16% na dentição decídua e 90% na mista). É importante ressaltar 
que sua prevalência varia de acordo com a idade, os métodos e os critérios de diagnóstico 
utilizados, assim como apopulação estudada.
Observa-se que a maioria dos sinais e sintomas em crianças é de grau leve e, 
muitas vezes, difícil de ser detectada, contudo, as disfunções graves nessa faixa etária são 
raras.
71UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
A disfunção temporomandibular (DTM) pode restringir gravemente a capacidade de se utilizar a mandí-
bula com o objetivo de mastigar ou falar. Os sintomas podem incluir dor facial e espasmos, movimento 
mandibular reduzido e ruídos na articulação. O tratamento pode incluir cirurgia ou o uso de uma prótese 
ortodôntica para reduzir o ranger dos dentes.
Fonte: Fuller, Pimentel e Peregoy (2014).
2.2 Sinais e sintomas
2.2.1 Estalos
Alguns sinais de DTM (p. ex., estalido e alteração nos movimentos mandibulares) 
podem ser consequência de modificações anatômicas das ATM, porém, ainda não se sabe 
se essas alterações se irão se manifestar como sintomas patológicos posteriormente.
2.2.3 Dores de cabeça
Com relação às dores de cabeça recorrentes em crianças e adolescentes, estudos 
relatam que são comuns nesses períodos, com uma prevalência de 16 a 68% naqueles em 
idade escolar. A prevalência das dores de cabeça do tipo enxaqueca corresponde a 75% de 
sua ocorrência em crianças encaminhadas para avaliação neurológica, geralmente sendo 
descritas como intermitentes e estando frequentemente associadas a náuseas.
Em uma avaliação de um grupo de crianças diagnosticadas com dores de cabeça, 
incluindo enxaqueca, Bertoli et al. (2007), observaram que aquelas que tinham enxaqueca 
apresentaram mais sinais e sintomas de DTM quando comparadas ao grupo-controle e 
a outros tipos de dores de cabeça (cefaleia tensional e dor de cabeça inespecífica) – um 
resultado estatisticamente significativo. É importante ressaltar que dores de cabeça relacio-
nadas com DTM apresentam um prognóstico favorável quando do tratamento destes.
2.2.3 Tensão muscular
Alguns estudos relatam que sinais e sintomas de DTM são mais comuns em crian-
ças tensas, pois o aumento da ansiedade leva ao desenvolvimento da tensão muscular, 
causando dor. Tem-se citado também que um elevado nível de dor no pescoço pode causar 
aumento da tensão muscular nessa região, a qual, consequentemente, se espalha (re-
fere) aos músculos pericranianos, causando uma dor de cabeça denominada tensional, 
classificada como uma dor secundária. Porém, essa dor da região cervical pode referir 
para a região facial, podendo desencadear DTM. Uma dor secundária ou heterotópica da 
região cervical pode ser sentida na área do trigêmeo é classificada como dor referida ou 
dor miofascial.
2.2.4 Hábitos parafuncionais
Os hábitos parafuncionais são definidos como qualquer atividade ou comporta-
mento não-funcional que envolva o sistema mastigatório. Nem sempre são prejudiciais e 
somente quando esses hábitos ultrapassam a tolerância fisiológica do indivíduo ocorrerá 
72UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
alteração no sistema mastigatório. Se isso vier a acontecer, poderá afetar um tecido de 
menor tolerância estrutural, como articulações, dentes ou músculos.
Hábitos parafuncionais incluem uma variedade de atividades, como mascar chi-
cletes frequentemente, roer as unhas (onicofagia), morder lápis ou caneta, morder balas 
e gelo, remover partes dos brinquedos, fazer movimentos mandibulares voluntários sem 
contato dentário (brincar com a mandíbula) e o bruxismo [ato de ranger (atritar) ou apertar 
os dentes, podendo causar ou não o desgaste dentário]. 
De 75 a 78,8% das crianças praticam pelo menos um tipo de hábito parafuncional. 
Entretanto, o único hábito oral relacionado com os achados clínicos de DTM é o movimento 
mandibular voluntário, combinado com relatos clínicos de estalidos e dor ou cansaço du-
rante a mastigação. 
Eventos estressantes na vida da criança podem aumentar a execução dos hábitos 
parafuncionais, sem necessariamente estar associados ao aumento da sintomatologia 
temporomandibular ou ao bruxismo, principalmente quando a criança apresenta apenas 
um único tipo desse hábito. Resultado significativo pode ocorrer se a criança apresentar 
dois ou mais hábitos parafuncionais.
Pesquisas avaliam a ocorrência de sinais e sintomas de DTM e a relação destes com 
o bruxismo. No entanto, os resultados são controversos e não conclusivos. A etiologia do 
bruxismo é multifatorial e as causas mais discutidas estão relacionadas com fatores locais, 
mecânicos, neurológicos, psicológicos e genéticos. Pesquisadores sugerem que os fatores 
locais, como a maloclusão, têm se tornado menos significativos, enquanto os cognitivos 
e comportamentais, como a ansiedade, o estresse e os traços da personalidade, ganham 
mais atenção como fatores etiológicos. Não há um consenso na literatura com relação à pre-
valência do bruxismo. Os valores variam de 7 a 68% em virtude da utilização de diferentes 
métodos para a coleta dos dados e amostras com diferentes faixas etárias e etnias.
2.3 Como reconhecer e diagnosticar
Sintomas como dor na região pré-auricular, dor durante os movimentos mastigató-
rios, dores de cabeça, restrição dos movimentos mandibulares e ocorrência de sons articu-
lares são observados em crianças, embora com uma frequência menor em comparação à 
população adulta.
Ao iniciar uma avaliação de uma criança ou adolescente para DTM, é difícil isolar um 
único fator etiológico. De modo geral, as DTM são consideradas de etiologia multifatorial e 
complexa. Os fatores etiológicos em crianças e adolescentes são similares aos que acome-
tem os adultos, sendo classificados em iniciantes, predisponentes e perpetuantes das DTM.
73UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Os fatores iniciantes levam ao aparecimento de sinais e sintomas, estando pri-
mariamente relacionados com: trauma ou sobrecarga do sistema mastigatório; lesões na 
cabeça, no pescoço, na face ou na mandíbula, resultantes de um maior impacto; ou mesmo 
lesão originada durante a mastigação, o bocejo ou abertura bucal prolongada em um pro-
cedimento odontológico.
As condições estruturais, metabólicas e psicológicas que afetam negativamente o 
sistema mastigatório são consideradas fatores predisponentes, pois aumentam o risco de 
desenvolvimento de uma DTM.
Já os hábitos parafuncionais, tipo bruxismo, onicofagia, mordiscar objetos etc., são 
fatores perpetuantes, pois contribuem para a progressão dos sinais e sintomas das DTM.
Os sinais e sintomas de DTM mais comuns nas crianças e nos adolescentes são 
dor nos músculos mastigatórios, fadiga muscular, dor na região pré-auricular e/ou na ATM, 
limitação dos movimentos mandibulares, desvio ou deflexão mandibular durante a abertura 
bucal, sons articulares (estalido e/ou crepitação), travamento de boca fechada ou aberta, 
dores de cabeça e desgaste dentário acentuado.
Algumas doenças ósseas degenerativas, como osteoartrite (OA) e artrite reumatoi-
de, podem acometer as ATM uni ou bilateralmente, sendo a mais comum entre as crianças e 
adolescentes a artrite reumatoide juvenil, também conhecida como artrite idiopática juvenil.
De acordo com a Academia Americana de Odontopediatria (AAO), as DTM devem 
ser diagnosticadas por meio de anamnese, exame clínico e exames complementares por 
imagem. Na anamnese, deve-se investigar sobre a história médica e dentária, assim como 
verificar sobre a história de dores na face, traumas, dificuldades de executar os movimentos 
mandibulares e ocorrência de hábitos parafuncionais. 
Durante o exame clínico, devem-se palpar os músculos mastigatórios (Figura 4 - A 
e B) e as ATM (Figura 4 - C), avaliar a oclusão e a amplitude dos movimentos mandibulares 
(lateralidade, protrusão e retrusão e amplitude de abertura), e verificar se há ruídos arti-
culares. É importante ressaltar que, durante a palpação dos músculos e das articulações, 
precisa-se levar em consideração o nível de discernimento entre dor e desconforto de cada 
faixa etária. Uma opção a ser utilizada em crianças e adolescentesé a escala de dor, que 
pode ter opções diferentes para facilitar a sua compreensão. 
Para identificar se há ruídos articulares, deve-se utilizar a palpação e/ou a auscul-
tação das ATM, quando o ruído não puder ser confirmado pela palpação das ATM. 
74UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
FIGURA 4 - PALPAÇÃO DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS, FIBRAS ANTERIORES DOS 
MÚSCULOS TEMPORAIS (A) E MASSETERES (B) E DAS ATM (C). 
Fonte: Matsumoto, Stuani e Romano (2020, p. 149).
Para verificar se há sinais e sintomas de DTM, deve-se incluir na anamnese al-
gumas perguntas, como se ocorrem a dor durante abertura bucal, dor ao mastigar, sons 
articulares, bruxismo e/ou apertamento dentário e dores de cabeça. Avalia-se a abertura 
bucal durante o exame clínico para verificar se é reduzida.
No exame intrabucal deve-se avaliar o estágio da dentição, a ocorrência de malo-
clusão, os movimentos mandibulares e os desgastes dentários e/ou outro sinal de evidência 
de bruxismo. Lembrando que, na fase de desenvolvimento oclusal não se pode fazer uma 
associação direta das interferências oclusais do lado de trabalho e não trabalho às DTM, 
pois aquelas podem se referir a condições transitórias. 
Uma avaliação psicológica deve ser feita em casos de adolescentes com dor de 
intensidade mais elevada e persistente, pois pode haver alguns distúrbios psicológicos em 
pacientes com sinais e sintomas de DTM, contribuindo para o sofrimento, o comportamento 
da dor, a depressão e a somatização. 
2.4 Como e quando tratar
Primeiramente, é preciso mencionar que alguns tipos de má oclusão (especialmente 
a mordida cruzada posterior com desvio no fechamento) correlacionam-se de forma positi-
va com os problemas na ATM, enquanto outros não; no entanto, mesmo os coeficientes de 
75UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Atualmente, o bullying tem sido um fator cada vez mais investigado em relação à DTM, devendo-se investigar 
a possibilidade de sua existência na vida da criança e do adolescente. 
Fonte: Matsumoto, Stuani e Romano (2020).
correlação mais fortes são de apenas 0,3 a 0,4. Isso significa que, na maioria dos pacientes, 
não há uma ligação entre a má oclusão e a DTM. Portanto, a ortodontia como o tratamento 
principal para a DTM quase nunca é indicada, mas, em circunstâncias especiais, pode 
servir como um suplemento para outro tratamento da dor muscular (PROFFIT et al., 2021).
Apesar dos sinais e sintomas de DTM serem frequentemente encontrados entre 
crianças e adolescentes, somente uma minoria necessita de tratamento. Esses sinais, por 
sua vez, são flutuantes e podem desaparecer espontaneamente sem nenhum tipo de tra-
tamento. Todavia, alguns trabalhos citam que dores de cabeça e sintomas de DTM podem 
ocorrer na infância e se tornar mais recorrentes na adolescência. Além disso, esses sinais 
e sintomas são variáveis para cada indivíduo e, por isso, não é possível explicar por que 
alguns indivíduos desenvolvem DTM e outros não. Efetivamente, os sinais e os sintomas 
de DTM em indivíduos em crescimento podem ser em parte um reflexo desse crescimento 
e de uma mudança fisiológica adaptativa das ATM.
De acordo com a AAO, o tratamento das DTM na população pediátrica deve seguir 
um parâmetro simples, conservador e reversível, levando-se em consideração a fase de 
crescimento e desenvolvimento de cada paciente. Entre as terapias reversíveis sugeridas 
pela AAO, estão: dispositivo interoclusal; terapias físicas, como calor úmido, massagens e 
exercícios; e terapias comportamentais, como educação do paciente, técnica de redução 
do estresse e biofeedback.
Os dispositivos interoclusais podem ser utilizados para as dores musculares e 
articulares e para o bruxismo, atentando-se para o cuidado de não provocar alterações 
oclusais nem mandibulares permanentes. Os objetivos desse tratamento são reduzir a ativi-
dade parafuncional dos músculos, promover o relaxamento muscular, aumentar a dimensão 
vertical, reduzir a pressão nas ATM, proteger os dentes do atrito e desgastes e possibilitar 
uma posição mais estável para os côndilos mandibulares. Recomenda-se fazer revisões 
periódicas enquanto estiver usando o dispositivo interoclusal para verificar sua efetividade 
nos reflexos musculares. A melhora dos reflexos musculares durante o tratamento com o 
dispositivo interoclusal não é permanente. Se, após a interrupção do uso, algum estímulo 
permanecer, outro sinal ou sintoma de DTM pode aparecer, pois cada parte do complexo 
craniomandibular pertence a um sistema no qual qualquer alteração em uma estrutura 
pode vir a afetar outra. Existe uma grande preocupação com relação ao uso de dispositivo 
interoclusal rígido em crianças, principalmente pela restrição do crescimento do processo 
alveolar, entretanto, se levar em consideração estudos clássicos sobre crescimento e de-
76UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
senvolvimento dos arcos dentários, observa-se que as alterações transversais e sagitais 
mais significativas ocorrem a partir da dentição mista.
Se for necessária terapia farmacológica, recomenda-se o uso de analgésicos 
menores, pois os sinais e sintomas de DTM em crianças são geralmente leves e podem 
desaparecer em poucos dias sem nenhum tipo de tratamento. Nas crianças, um período de 
acompanhamento é preferencialmente o tratamento de escolha, porque elas têm grande 
capacidade de tolerar mudanças nas estruturas mastigatórias e funcionais. Os ajustes oclu-
sais devem ser evitados, pois as crianças e os adolescentes ainda estão em crescimento; 
além de ser um tratamento irreversível – dependendo do grau de desgaste, pode causar 
sensibilidade dentinária.
Quando algum tratamento precisa ser estabelecido na fase inicial para redução da 
dor, é vital ter a colaboração dos pais e do paciente.
77UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E finalizamos mais uma unidade. Quanta informação nova, não é mesmo?
Aqui já chegamos a 75% de nossa disciplina concluída, sendo que nessa unidade 
III focamos em aprender sobre uma articulação considerada das mais complexas do corpo 
humano, a articulação temporomandibular.
Como pudemos ver no tópico I da nossa unidade, a articulação temporomandibular 
(ATM) é responsável por todos os movimentos que fazemos com a mandíbula, incluindo 
mastigação e a fala. Seu funcionamento se dá por uma ação conjunta dos músculos da face 
junto ao disco articular, responsável pelo correto deslizamento do processo condilar pela 
fossa articular. Como o aparelho fonador faz parte deste processo, a fonoaudiologia tem 
atuação essencial nessa área.
Já no tópico II abordamos sobre a disfunção temporomandibular (DTM). Como já 
mencionado, ela é causada pela tensão ou posição errada das estruturas da face. Aqui, o 
fonoaudiólogo entra em ação com tratamento para auxiliar no relaxamento destas estru-
turas e, principalmente, na reeducação da postura durante a execução das funções orais.
Viu como entender o correto funcionamento da articulação temporomandibular 
é importante?
Espero que tenha aproveitado muito bem essa unidade! Até a próxima!
UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 78
LEITURA COMPLEMENTAR
• Artigo: Atuação fonoaudiológica nas disfunções temporomandibulares: um 
relato de experiência
• Autores: Fernanda Berreta, Maynara Schlickmann Freitas, Morgane Marion 
Kuntze, Beatriz Dulcinéia Mendes de Souza, André Luís Porporatti, Letícia Korb, 
Renata Coelho Scharlach, Fabiane Stefani
• Link de acesso: https://periodicos.ufsc.br/index.php/extensio/article/view/
1807-0221.2018v15n28p.182.
• Resenha: O artigo de Berreta e colaboradores relata as atividades desenvol-
vidas no Projeto de extensão: Atuação Fonoaudiológica nas Disfunções Tem-
poromandibulares da UFSC. Este projeto proporciona conhecimentos teóricos 
e práticos, permitindo que alunos realizem o diagnóstico fonoaudiológico, 
planejamento e tratamento de pacientes com dor orofacial e DTM. Os alunos 
realizamavaliação fonoaudiológica específica para motricidade orofacial, com 
ênfase nas alterações relativas às DTMs, avaliações audiológicas e acompa-
nham exames de eletromiografia de superfície. Planejam e executam a terapia 
fonoaudiológica, integrada ao tratamento odontológico. Essa abordagem visa a 
recuperação da função, o alívio da dor e a melhora da qualidade de vida destes 
pacientes. O tratamento multidisciplinar contemplando diferentes áreas da saú-
de, proporciona o tratamento integral do paciente, devolvendo o seu bem-estar 
e qualidade de vida.
Fonte: BERRETA, F. et al. Atuação fonoaudiológica nas disfunções temporomandibulares: um relato de experiência. Extensio: R. Eletr. de 
Extensão, Florianópolis, v. 15, n. 28, p. 182-192, 2018.
UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 79
https://periodicos.ufsc.br/index.php/extensio/article/view/1807-0221
https://periodicos.ufsc.br/index.php/extensio/article/view/1807-0221
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Articulação Temporomandibular: implicações, limitações e 
possibilidades fonoaudiológicas
• Autor: Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini. 
• Editora: Científica da Revista CEFAC – Atualização Científica em 
Fonoaudiologia e Educação.
• Sinopse: Este livro está direcionado a profissionais envolvidos 
no campo da articulação temporomandibular. Ele busca delinear a 
importância e o peso dos diagnósticos e das terapêuticas interdis-
ciplinares, incluindo o papel do fonoaudiólogo. A apresentação da 
avaliação miofuncional orofacial diferenciada visa direcionar a defi-
nição da terapêutica fonoaudiológica e o prognóstico miofuncional 
orofacial. A partir desses itens, são propostos e apresentados os 
procedimentos fonoaudiológicos específicos direcionados a casos 
diferenciados.
• Título: Atuação do fonoaudiólogo na prevenção e no trata-
mento da DTM
• Ano: 2021.
•Sinopse: O vídeo retoma os conceitos básicos sobre a articu-
lação temporomandibular (ATM), bem como sobre a disfunção 
temporomandibular (DTM). Além de apresentar a atuação do 
fonoaudiólogo na prevenção e no tratamento da DTM.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Ew-
5f2-BLQ40&t=4s
80UNIDADE 3 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
https://www.youtube.com/watch?v=Ew5f2-BLQ40&t=4s
https://www.youtube.com/watch?v=Ew5f2-BLQ40&t=4s
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Plano de Estudos
• Aspectos miofuncionais nos diferentes ciclos de vida;
• As disfunções temporomandibulares e as alterações miofuncionais;
• Anomalias do desenvolvimento;
• Problemas miofuncionais adquiridos.
Objetivos da Aprendizagem
• Contextualizar os aspectos miofuncionais nos diferentes ciclos de 
vida;
• Compreender as alterações miofuncionais que são consequências de 
disfunções temporomandibulares;
• Conhecer uma anomalia do desenvolvimento que pode causar 
alterações miofuncionais;
• Entender os problemas funcionais adquiridos que podem causar 
alterações miofuncionais;
4 UNIDADEUNIDADEETIOLOGIAS E ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS TRATAMENTOS RELACIONADOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAISMIOFUNCIONAISProfessora Mestra Laís Caroline Poleto
INTRODUÇÃO
Estamos para iniciar nossa quarta e última unidade. E quanto conhecimento pude-
mos compartilhar até aqui, não é mesmo?
Chegando ao final da nossa disciplina de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos 
Maxilares, nossa unidade IV irá abordar quatro tópicos dentro das etiologias e tratamentos 
relacionados às alterações miofuncionais. As alterações ou distúrbios miofuncionais oro-
faciais são definidos como qualquer alteração que envolva a musculatura orofacial, que 
geram forças desfavoráveis ao equilíbrio do sistema estomatognático.
Para deixar o mais didático possível e facilitar a sua compreensão, nosso tópico 
I vai contextualizar os aspectos miofuncionais nos diferentes ciclos de vida. A importância 
desse tópico é entendermos que assim como nos demais tipos de problemas que envolvem 
os diversos ciclos da vida, a terapêutica miofuncional orofacial com os órgãos e funções 
alteradas pode trazer facilitação funcional e relativa autonomia aos pacientes mais compro-
metidos. Isso minimiza riscos e propicia melhor qualidade de vida aos nossos pacientes.
Já o tópico II dá início às alterações miofuncionais que podem não ser consequên-
cia apenas do envelhecimento. Nele vamos estudar, novamente, as disfunções temporo-
mandibulares e relacioná-las às alterações de movimentos e funções. Na mesma linha de 
raciocínio, os tópicos III e IV relatam sobre as consequências miofuncionais no caso de 
anomalias de desenvolvimento e de problemas funcionais adquiridos, respectivamente.
Você está preparado?
Então vamos iniciar nossa última unidade!
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS 82
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Os padrões miofuncionais orofaciais vão se modificando com o crescimento e 
desenvolvimento craniofacial. A infância e a adolescência caracterizam-se por fases tran-
sitórias de acomodação das estruturas de tecidos duros e mole. A maturação do sistema 
nervoso e desenvolvimento de novos padrões motores parecem ser desencadeados, em 
grande parte, pelos estímulos que acontecem na cavidade oral (MARCHESAN, JUSTINO 
e TOMÉ, 2014).
A organização dos aspectos funcionais, especialmente de mastigação, deglutição e 
fala referente aos aspectos fonéticos, depende das mudanças que acontecem no desenvol-
vimento dentário e oclusal, assim como do crescimento craniofacial e de controle muscular. 
É certo que tais aspectos são primariamente de determinação genética, mas o efeito de 
alterações miofuncionais desencadeadas por hábitos nocivos podem ser agravantes dos 
padrões faciais. Um exemplo disso é o hábito de chupar o polegar, já que a posição do dedo 
“empurra” os incisivos inferiores para lingual dos incisivos superiores para vestibular. Além 
disso, a mandíbula será posicionada para baixo, acarretando uma erupção adicional dos 
dentes posteriores, e a pressão da bochecha é aumentada enquanto a língua é abaixada 
verticalmente e afastada para longe dos dentes posteriores superiores, alterando o equilí-
brio que controla as dimensões transversais (PROFFIT et al., 2021) (Figura 1).
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
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 1 ASPECTOS MIOFUNCIONAIS NOS DIFERENTES CICLODE VIDATÓPICO
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FIGURA 1 - HÁBITO NOCIVO DE SUCÇÃO DIGITAL.
 
Fonte: Proffit et al. (2021, p. 125).
1.1 Fase de crescimento
Nessa fase, o padrão respiratório predominantenasal possibilita a organização da 
postura oral, com o apoio de língua em palato e vedamento labial passivo, sendo fator 
favorável para o crescimento e organização miofuncional.
A mastigação alternadamente bilateral, lábios ocluídos, ação de músculos bucina-
dores e movimentos mandibulares rotatórios é a situação ideal por possibilitar a distribuição 
da força mastigatória, balanço, sincronia e equilíbrio muscular e funcional (MONTEIRO et 
al., 2005). Isso possibilita a organização do bolo alimentar. Esse padrão de mastigação 
já é encontrado em crianças com dentição decídua ou mista e configura-se como fase 
preparatória da deglutição.
Os espaços funcionais intraorais devem ser compatíveis com o volume das estru-
turas de tecido mole. Arcos dentários atrésicos, palato muito profundo e tonsilas palatinas 
volumosas são agentes dificultadores dos padrões adequados de mastigação, deglutição e 
articulação da fala.
O padrão mastigatório ideal depende da presença de dentes, equilíbrio oclusal, au-
sência de interferências oclusais ou contatos prematuros, estabilidade e bom funcionamento 
das articulações temporomandibulares (ATM) (MARCHESAN, JUSTINO e TOMÉ, 2014). 
Pacientes com as más oclusões de Classe I são os mais prevalentes. Nesses, a 
região anterior encontra-se desorganizada por apinhamentos dentários ou por projeção 
dentária anterior, mordida aberta e/ou sobremordida excessiva, sobressalência negativa 
típica das mordidas cruzadas anterior ou sobressaliência excessiva. Há indícios de que o 
apinhamento dentário relaciona-se com a consistência alimentar. Desse modo, a alimenta-
ção amolecida pode constituir-se em fator contribuinte à existência desses apinhamentos.
84UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
Enquanto o apinhamento dentário parece não interferir na articulação da fala, as 
discrepâncias anteroposteriores de Classe II e de Classe III refletidas respectivamente 
por sobressaliência excessiva e sobressaliência inexistente ou negativa, assim como as 
discrepâncias verticais com mordida aberta anterior, trazem modificações no padrão da 
deglutição e articulatório da fala.
1.2 Puberdade
Esse é o período de definição das características esqueléticas craniofaciais, sendo 
mais precoce e com mudanças mais tênues no gênero feminino. Mais tardia e com mudanças 
estruturais mais intensas no gênero masculino (MARCHESAN, JUSTINO e TOMÉ, 2014).
É nessa fase que estarão definidos os padrões faciais verticais e sagitais, assim 
como serão claros os casos de deformidades dentofaciais, nos quais o esqueleto facial 
encontra-se significativamente diferente do esperado em termos de tamanho, proporção, 
posição e/ou simetria (Figura 2). Isso leva à ocorrência de más oclusões e importantes 
modificações de espaço funcional intraoral, acarretando padrões miofuncionais alterados.
FIGURA 2 - FACE ADENOIDEANA, UM DOS EXEMPLOS DE DEFORMIDADE DENTOFACIAL.
Fonte: Proffit et al. (2021, p. 128).
Nas deformidades dentofaciais ocorrem discrepâncias das bases ósseas maxilo-
mandibulares em graus variados, podendo acometer apenas uma das bases ósseas ou 
ambas, com ou sem combinações de variações. Nas discrepâncias sagitais, podem ser 
encontradas: Classe II esquelética por retrognatismo (Figura 3) ou micrognatismo, protru-
são maxilar ou ambas; Classe III esquelética por prognatismo, deficiência maxilar ou ambas 
(Figura 4); e biprotrusão esquelética (Figura 5).
85UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
FIGURA 3 - PACIENTE ORTODÔNTICO PORTADORA DE CLASSE II DENTÁRIA E ESQUELÉTICA.
Fonte: Matsumoto, Stuani e Romano (2020, p. 238).
FIGURA 4 - PACIENTE ORTODÔNTICA PORTADORA DE CLASSE III.
Fonte: Matsumoto, Stuani e Romano (2020, p. 260).
86UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
FIGURA 5 - IMAGENS FACIAIS DA BIPROTRUSÃO MAXILAR, NO CASO DE EXTRAÇÃO PRÉ-
MOLAR. FOTOGRAFIAS INICIAIS (A E C) E FOTOGRAFIAS FINAIS (B E D). 
Fonte: Proffit et al. (2021, p. 525).
Nas discrepâncias verticais, observam-se: excesso vertical maxilar (Figura 6), excesso ver-
tical mandibular por rotação e abertura do ângulo mandibular e deficiência vertical maxilomandibular. 
FIGURA 6 - PACIENTES COM EXCESSO VERTICAL MAXILAR.
Fonte: Seixas, Costa-Pinto e Araújo (2011, p. 134).
87UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
Há discrepâncias transversais, atresia ou deficiência maxilomandibular; acompa-
nhadas ou não por assimetrias estruturais e, ainda, as combinações esqueléticas verticais, 
sagitais e/ou transversais. 
A aparência, ou estética facial, apresenta-se em desarmonia, sendo essa uma das 
principais queixas, seguida por referência a dificuldades funcionais de mastigação, de fala, 
de vedamento labial e de deglutição. A queixa quanto à dificuldade respiratória é também 
frequente, porém nem sempre aparece conscientemente associada à deformidade dentofa-
cial (PROFFIT et al., 2021). Além das repercussões funcionais, as alterações da harmonia 
e estética da face podem causar implicações psicológicas, sociais e profissionais para os 
indivíduos com deformidades dentofaciais que frequentemente interferem na sua qualidade 
de vida (TRENCH e ARAÚJO, 2015).
1.3 Fase adulta e velhice
Nessa fase, as deformidades dentofaciais consolidadas pelo término do cresci-
mento craniofacial definirão padrões funcionais adaptativos quanto à postura oral habitual, 
à respiração, à mastigação, deglutição e aos pontos articulatórios da fala, compatíveis 
com a modificação dos espaços e da situação estrutural que apresentam (MARCHESAN, 
JUSTINO e TOMÉ, 2014). Esses casos necessitam da resolução estrutural prévia para 
possibilitar a reabilitação miofuncional. O tratamento ortodôntico e cirúrgico é o padrão-ouro 
de tratamento, ele reposiciona as bases ósseas possibilitando a correção da má oclusão e 
da discrepância de espaços, com consequente viabilização das funções estomatognáticas 
(Figura 7 e 8).
FIGURA 7 - PACIENTE, COM INDICAÇÃO DE CIRURGIA ORTOGNÁTICA, PORTADORA DE MORDIDA 
CRUZADA POSTERIOR UNILATERAL FUNCIONAL E A RELAÇÃO DE CLASSE III DE ANGLE NOS CANINOS.
Fonte: Sant’Ana et al. (2009, p. 94).
88UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
FIGURA 8 - FOTOGRAFIAS INTRABUCAIS PÓS-TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR.
Fonte: Sant’Ana et al. (2009, p. 96).
O processo é amplo e envolve a atuação de equipe interdisciplinar, especialmente 
em função de o paciente ser adulto e haver desenvolvido várias adaptações miofuncionais 
orofaciais e modificações posturais. O trabalho fonoaudiológico em motricidade orofacial, 
voltado para os pacientes com deformidades dentofaciais e submetidos à cirurgia ortogná-
tica, tem como principais objetivos a aceleração do período de recuperação das estruturas 
comprometidas; a organização e equilíbrio da musculatura; a reabilitação funcional orofacial, 
buscando a retomada organizada das funções estomatognáticas no menor prazo possível; 
a redução, remissão ou compensação de possíveis sequelas imediatas; e a estética facial.
De maneira geral, a abordagem com adultos quanto às funções orofaciais deve 
ser cuidadosa e respeitar situações relativamente comuns que se referem ao processo 
natural de envelhecimento ou a comorbidades. Convém lembrar que algumas situações 
dependentes de comorbidades podem não ser passíveis de correção plena.
Um exemplo importante refere-se às funções de mastigação e deglutição. A partir 
da complexidade dos inúmeros mecanismos envolvidos, pode-se supor que são muitos os 
tipos de comprometimentos que causam distúrbios nessas funções. Entre esses, podem-se 
citar alterações periodontais ou dentárias e uso de próteses interferindo na mastigação e, 
consequentemente, no preparo da deglutição. Nesses casos, a mudança da consistência 
alimentar é comum e esperada, agindo como mecanismo facilitador do processo alimentar.Além disso, a disfagia orofaríngea refere-se a um distúrbio de deglutição com sinais e 
sintomas específicos caracterizados por alterações em qualquer etapa e/ou entre as eta-
pas da deglutição. Tal distúrbio está associado à senilidade ou a problemas neurológicos, 
psicogênicos ou mecânicos, sendo os últimos frequentemente originados por traumatismos 
de face, câncer da cabeça e pescoço, sondas nasoenterais e traqueostomia, entre outras 
causas. Assim, a disfagia orofaríngea diz respeito à dificuldade secundária pela perda sen-
sorial e/ou muscular de estruturas responsáveis pela deglutição fisiológica normal e pode 
trazer prejuízo aos aspectos nutricionais, de hidratação, ao estado pulmonar, ao prazer 
alimentar e social do indivíduo.
89UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
Os principais achados atribuídos à deglutição sequencial de líquidos em adultos e 
idosos são: variabilidade no fechamento do complexo hiolaríngeo; maior taxa de inspiração 
após a deglutição; entrada do bolo em faringe, com ou sem acúmulo em valéculas antes da 
deglutição; algum grau de penetração laríngea; prolongamento na duração da apneia da de-
glutição e sobreposição dos movimentos linguais (MARCHESAN, JUSTINO e TOMÉ, 2014). 
Apesar de as manifestações mais importantes se referirem à deglutição de líquidos, 
queixas referentes às dificuldades na deglutição de sólidos também devem ser analisadas. 
A disfagia de transferência do bolo alimentar, que costuma ser referida por piora progres-
siva, tem melhora temporária após algumas “manobras” na região cervical no momento 
da deglutição. Alguns indivíduos apresentam discreto emagrecimento, piora da halitose e 
eventuais episódios de pneumonia desde o aparecimento da queixa. Um exemplo clássico 
dessa situação refere-se ao divertículo de Zenker, relativamente comum, observado em 1% 
dos esofagogramas, especialmente em pacientes idosos.
Algumas doenças podem definir a necessidade de uso contínuo de medicação 
ou ainda interferir diretamente na habilidade e na velocidade dos mecanismos envolvidos 
na deglutição. Algumas medicações, como os antidepressivos, interferem na produção de 
saliva e na resposta neuromotora da musculatura do sistema estomatognático.
Sintomas como ardência ou secura bucal sem associação a lesões na cavidade 
oral podem trazer dificuldades e modificações importantes na mastigação e deglutição. 
Sua etiologia é multifatorial, existindo aquelas de origem sistêmica que acontecem por 
alterações das glândulas salivares, medicamentosas, disfunções endócrinas, neurológicas 
e nutricionais; as de origem localizada que ocorrem por causas dentárias, alergênicas e 
infecciosas; as etiologias de ordem psicogênica descritas por quadros de depressão ou 
ansiedade; e, ainda, as de origem idiopática. Devido ao envolvimento da cavidade oral em 
seu aspecto sensitivo, pesquisas tendem a classificar o quadro como síndrome da ardência 
90UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
O divertículo de Zenker é um pseudodivertículo, ou divertículo não verdadeiro, que se origina de um de-
feito muscular na parede posterior da faringe, na área de transição entre o músculo constritor inferior da 
faringe e o músculo cricofaríngeo.
Fonte: Lupinacci R., Lima e Lupinacci R. (2013).
bucal (SAB) e relacioná-la à base neuropática resultante de disfunções que afetam as vias 
neurais. A língua é a estrutura mais comprometida pelo sintoma de ardência, podendo ainda 
atingir outras regiões orais, como lábios, palato, gengiva e mucosa jugal (MARCHESAN, 
JUSTINO e TOMÉ, 2014).
Importantes problemas neurológicos podem aparecer na senilidade, como a doença 
de Parkinson. As principais características que se configuram como alterações da motrici-
dade orofacial nesses casos e que envolvem a reabilitação fonoaudiológica miofuncional 
orofacial referem-se a: falta de expressão facial como face de máscara; falta de controle 
motor da fala e pouca intensidade da voz, alteração da mastigação e do controle do alimen-
to, assim como alteração da deglutição e disfagia. Essas situações trazem consequências 
negativas refletidas por riscos iminentes de saúde e precária qualidade de vida. Nessa fase 
da vida, é comum ainda que os pacientes utilizem próteses dentárias removíveis, sendo que 
os ajustes dessas são difíceis em função da instabilidade dos movimentos mandibulares e, 
principalmente, devido ao tremor mandibular que pode estar presente nos pacientes com 
doença de Parkinson.
Nesses casos, o exame miofuncional deve buscar verificar não apenas as altera-
ções, mas, principalmente, testar as respostas neuromotoras obtidas após direcionamento 
com exercícios isotônicos, manobras e manipulações dirigidas. A disfagia orofaríngea pode 
definir necessidade de trabalho miofuncional específico. Podem ser observados: aumento 
do tempo de trânsito oral; latência excessiva; demora no disparo da deglutição; e aumento 
do tempo do movimento laríngeo com prejuízo do encadeamento dos processos de deglu-
tição sequenciais, inclusive de saliva. A constatação de ocorrência de voz molhada após 
deglutição ou após engasgo, mesmo que com tosse produtiva, configura funcionalmente 
risco de penetração/aspiração moderada. Considerando-se a evolução da doença, o prog-
nóstico é reservado, porém, os benefícios do trabalho fonoaudiológico miofuncional são 
constantes.
91UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
As alterações da deglutição geram impacto na qualidade de vida do paciente e, quando existe, também, 
o comprometimento da comunicação, isso reduz a autonomia do indivíduo. Dessa forma, a atuação do 
fonoaudiólogo é de extrema importância, pois ajuda no manejo do paciente em cuidados paliativos e 
viabiliza conforto e possibilidade do paciente realizar suas escolhas e expressar seus desejos no desfecho 
de sua vida.
Fonte: Jacinto-Scudeiro, Ayres e Olchik (2019).
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No fim da adolescência e na idade adulta, é frequente o aparecimento de sinto-
mas e sinais que caracterizam as disfunções temporomandibulares (DTM). De etiologia 
multifatorial, abrangendo desde distúrbios dentários e oclusais, desarranjos internos aco-
metendo a estrutura articular, hábitos de tensão levando à sobrecarga muscular e funcional; 
a DTM define alto grau de desconforto e dor. As alterações e disfunções das articulações 
temporomandibulares provocam modificações nos movimentos mandibulares associados 
aos problemas musculares, articulares ou ambos que repercutem nas situações funcionais, 
especialmente de mastigação, deglutição e articulação da fala.
A associação entre DTM e deformidade dentofacial é frequente. Estudos indicam 
maior incidência de sinais de DTM, como ruídos articulares (estalos e/ou crepitação), dor 
orofacial (principalmente crônica) e redução da amplitude dos movimentos mandibulares. 
Isso ocasiona maior dificuldade na realização das funções estomatognáticas, principalmen-
te nos indivíduos com Classe II esquelética (MARCHESAN, JUSTINO e TOMÉ, 2014).
O principal alvo da reabilitação das DTMs refere-se à viabilização funcional e 
estabilidade das funções estomatognáticas, dentro dos limites impostos por possíveis 
modificações estruturais, retirando-se as interferências negativas de compensações fun-
cionais indevidas. Isso impede que estas interfiram de modo negativo na recuperação dos 
pacientes. A reabilitação fonoaudiológica depende da avaliação neuromuscular de todo 
o complexo estomatognático e suas relações funcionais. É um processo específico que 
engloba a análise das estruturas de tecidos duros e moles associados à ATM, dos músculos 
tanto em repouso quanto em função. Envolve a escolha de aplicação de técnicas miofun-
cionais orofaciais para direcionar manobras de alívio e de organização dos movimentosmandibulares, assim como a funcionalidade associada aos procedimentos determinados 
pela equipe interdisciplinar, além do monitoramento dos resultados obtidos.
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
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 2 AS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES E AS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAISTÓPICO
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3.1 Hiperplasia de côndilo mandibular
Também ocorre ao final da puberdade e do início da fase adulta. Trata-se de uma 
lesão relativamente rara, de origem não neoplásica. É resultante de um distúrbio de de-
senvolvimento, representado por aumento lento e progressivo de um dos côndilos e alon-
gamento do seu colo, que pode provocar alterações no corpo e ramo mandibular. Resulta 
em assimetria facial em graus variáveis, alongamento progressivo da face normalmente 
unilateral, com desvio de mento para o lado não afetado e má oclusão severa. Essa última 
é representada por mordida aberta posterior unilateral no lado afetado ou plano oclusal 
inclinado, devido à compensação maxilar (Figura 9).
FIGURA 9 - EXAMES DE IMAGEM DE UMA PACIENTE COM HIPERPLASIA DO CÔNDILO 
MANDIBULAR.
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
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 3 ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTOTÓPICO
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Fonte: Pacheco et al. (2010).
A etiologia da hiperplasia do côndilo ainda é controversa. Possíveis fatores têm sido 
relatados, como traumatismo, infecção da própria ATM, problemas circulatórios, distúrbios 
hormonais, excesso de carga e exostose cartilaginosa. A hipótese mais aceita sobre o 
crescimento condilar desordenado está relacionada com a hiperatividade de células pré-
-cartilaginosas na zona de crescimento do côndilo mandibular. 
A hiperplasia condilar pode ser classificada em ativa, quando o crescimento ainda 
está em desenvolvimento, alterando a oclusão e acentuando a assimetria facial; ou inativa 
quando esse crescimento excessivo já cessou. 
Além de exames de imagem como tomografia computadorizada e/ou ressonância 
nuclear magnética, a cintilografia é o exame de escolha para tal definição. Se ativa, torna-se 
necessária cirurgia da ATM com condilectomia alta e ressecção de 3 a 5 mm da cabeça do côn-
dilo, impedindo que o crescimento continue ocorrendo. Após essa etapa, pode ser necessária 
cirurgia ortognática para reposicionamento das bases ósseas. Também se indica esse último 
procedimento nos casos de hiperplasia inativa, quando não é necessária a condilectomia. 
O tratamento fonoaudiológico nesses casos fundamenta-se na avaliação e análise 
pré-operatória da situação miofuncional e possíveis adaptações espontâneas desenvolvi-
das em função das características craniofaciais desta alteração. No período pós-operatório, 
é necessário tratamento intenso com exercícios mandibulares, utilizados com o objetivo de 
impedir formação cicatricial restritiva e garantir estabilidade da simetria e amplitude dos 
movimentos mandibulares, além do direcionamento funcional.
94UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
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Os efeitos potenciais dos traumatismos de face e/ou de seus tratamentos e recons-
truções resultam em muitas alterações que variam em frequência, gravidade e complexi-
dade. Como agravante, podem perdurar ou intensificar sequelas durante a continuidade 
da recuperação cicatricial ou após seu término, interferindo na mobilidade e eficiência 
das estruturas acometidas ou em estruturas vizinhas associadas. As manifestações rela-
cionadas com o sistema estomatognático são as que se apresentam como limitantes da 
funcionalidade, comprometendo e dificultando inúmeros aspectos, como a alimentação e 
a nutrição desses pacientes. Tal situação leva à modificação da dieta ou, em casos mais 
graves, à necessidade de alimentação por vias alternativas. 
Além das questões nutricionais, os acometimentos traumáticos da face podem definir 
interferências ou importantes limitações na mastigação e deglutição, na articulação da fala e 
na produção da voz, alterar a mímica, a expressão facial e modificar a estética facial. Muitas 
vezes, isso ocorre de modo irreversível, trazendo também consequências emocionais.
É grande a variabilidade de acometimentos e restrições miofuncionais que podem 
ser originadas a partir dos traumatismos de face. Entre os mais comuns na clínica fonoau-
diológica com adolescentes e adultos, há as lacerações musculares, os ferimentos cortan-
tes ou as ressecções de tecidos moles cuja reparação implica, muitas vezes, cicatrização 
fibrótica e restrição funcional. 
A flexibilidade e alongamento de tecido cicatricial restritivo devem ser realizados 
no sentido do corte em relação à pele, sempre de acordo com o trajeto cicatricial. Dessa 
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
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 4 PROBLEMAS MIOFUNCIONAIS ADQUIRIDOSTÓPICO
95
maneira, busca-se minimizar a progressão de tecido cicatricial restritivo e evitar sequelas 
funcionais e estéticas. Conforme o grau de perda do tecido muscular, pode ser necessário 
propiciar flexibilidade dos tecidos próximos à lesão. Em todas as formas de lesão, devem 
ser respeitados os tempos cirúrgicos de reconstrução e reparação específicos.
As fraturas maxilomandibulares e as fraturas de côndilo podem trazer graves altera-
ções decorrentes de inúmeros fatores. Tais fatores referem-se a tensão muscular resultante 
da modificação estrutural maxilomandibular; modificações na musculatura quanto à tração 
e à direção da força muscular; perda ou redução de sensibilidade; dor e/ou edema; limitação 
e alteração dos movimentos mandibulares; assimetria facial; e alterações dos órgãos e das 
funções estomatognáticas. 
Em geral, o tratamento de fraturas baseia-se na redução e contenção do segmento 
fraturado, podendo ser cirúrgico ou conservador, conforme a região acometida e o tipo de 
fratura. Essas devem ser reduzidas tão logo quanto possível para restabelecer as funções 
e minimizar deformidades ósseas e de tecido mole subsequentes. A sequela mais grave em 
casos de fratura de côndilo, se não tratada adequadamente, refere-se à anquilose tempo-
romandibular. Nessa situação, os movimentos mandibularesencontram-se impossibilitados 
ou muito limitados impedindo a abertura da boca devido à união da superfície articular. A 
resolução é sempre cirúrgica, com ressecção do segmento ancilótico e reconstrução por 
tecidos adjacentes ou por colocação de próteses de côndilo.
A terapêutica fonoaudiológica, quando necessária após esses tipos de fraturas, 
pode ser indicada tanto associada aos procedimentos cirúrgicos quanto aos conservadores. 
Tem como principais objetivos: flexibilidade e mobilidade dos tecidos moles associados; 
adequação dos movimentos evitando adaptações nocivas e restrição funcional; simetria 
muscular funcional e postural da face, aumento da amplitude da abertura da boca com 
organização dos movimentos mandibulares; recuperação da funcionalidade; e estabilidade 
miofuncional orofacial. É fundamental direcionar a mobilização precoce da mandíbula e 
instituir um programa de reabilitação funcional especialmente quanto à mastigação.
96UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa quarta e última unidade!
Nesta unidade você pôde aprender sobre as etiologias e os tratamentos relacio-
nados às alterações miofuncionais. Nosso tópico I abordou os aspectos miofuncionais nos 
diferentes ciclos de vida, sempre chamando atenção para os tipos de problemas que envol-
vem os diversos ciclos da vida, e como a terapêutica miofuncional orofacial pode minimizar 
riscos e propiciar melhor qualidade de vida aos nossos pacientes.
Além disso, você estudou, no segundo tópico, sobre as disfunções temporoman-
dibulares e sua relação com as alterações miofuncionais. As possíveis alterações das 
estruturas da articulação temporomandibular também são preocupação do fonoaudiólogo 
pois afetam diretamente o sistema estomatognático e suas funções, prejudicando principal-
mente as funções de mastigação e a articulação da fala, além de trazer associada, muitas 
vezes, sintomatologia auditiva.
Seguindo nossa linha de raciocínio, no tópico III discutimos sobre as anomalias de 
desenvolvimento podem causar alterações miofuncionais. Aqui citamos a hiperplasia do 
côndilo mandibular, condição de origem não neoplásica, representada por aumento lento e 
progressivo de um dos côndilos e alongamento do seu colo, que pode provocar alterações 
no corpo e ramo mandibular.
Por fim, essa unidade termina com o nosso tópico IV, em que você pôde aprender 
sobre problemas miofuncionais adquiridos. Aqui você percebeu que na grande variabilidade 
de acometimentos e restrições miofuncionais que podem ser originadas a partir dos trauma-
tismos de face, a reparação implica, muitas vezes, cicatrização fibrótica e restrição funcional. 
Nisso, a terapêutica fonoaudiológica, quando necessária, tem como objetivos a flexibilidade e 
mobilidade dos tecidos moles associados ao problema adquirido; adequação dos movimentos 
evitando adaptações nocivas e restrição funcional; simetria muscular funcional e postural da 
face, aumento da amplitude da abertura da boca com organização dos movimentos mandibu-
lares; recuperação da funcionalidade; e estabilidade miofuncional orofacial.
E por hora, é isso!
Nos vemos em outra oportunidade!
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS 97
LEITURA COMPLEMENTAR
• Artigo: Contribuições da Fonoaudiologia nos cuidados paliativos e no fim da 
vida
• Autor: Márcio José da Silva Moreira, Michelle Ferreira Guimarães, Leonardo 
Lopes e Felipe Moreti
• Link de acesso: https://www.scielo.br/j/codas/a/xQkHMtHvbdZFDnZzvxbTSH-
f/?lang=pt
• Resenha: O trabalho de Moreira e colaboradores ressalta a importância do 
cuidado com um fonoaudiólogo na equipe de cuidados paliativos e no manejo 
do paciente em fim de vida.
Fonte: MOREIRA, J. S. M.; GUIMARÃES, M. F.; LOPES, L.; MORETI, F. Contribuições da Fonoaudiologia nos cuidados 
paliativos e no fim da vida. CoDAS, São Paulo, v. 32, n. 4, p. e20190202, 2020.
• Artigo: Influência da mastigação unilateral no desenvolvimento da assimetria 
facial
• Autores: Karina Eiras Dela Coleta Pizzol
• Link de acesso: https://revistarebram.com/index.php/revistauniara/article/
view/320
• Resenha: Neste trabalho Pizzol afirma que para um adequado crescimento e 
desenvolvimento dento-facial, é indispensável que haja uma função mastigató-
ria adequada. Contudo, inúmeros fatores podem desenvolver um mecanismo 
adaptativo de mastigação unilateral. A persistência de uma função alterada 
durante as fases de crescimento, promove mudanças gradativas na estrutura 
esquelética e dentária que podem resultar em assimetrias dentofaciais verda-
deiras na fase adulta.
Fonte: PIZZOL, K. E. D. C. Influência da mastigação unilateral no desenvolvimento da assimetria facial. 
Rev UNIARA, Araraquara, n. 15, p. 215-222, 2004.
UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS 98
https://www.scielo.br/j/codas/a/xQkHMtHvbdZFDnZzvxbTSHf/?lang=pt 
https://www.scielo.br/j/codas/a/xQkHMtHvbdZFDnZzvxbTSHf/?lang=pt 
https://revistarebram.com/index.php/revistauniara/article/view/320
https://revistarebram.com/index.php/revistauniara/article/view/320
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Terapia Fonoaudiológica em Motricidade Orofacial.
• Autor: Irene Queiroz Marchesan, Hilton Justino da Silva e Gié-
dre Berretin-Felix.
• Editora: Pulso Editorial.
• Sinopse: Neste livro, Marchesan e colaboradores reúnem in-
formações de relevância sobre as bases da terapia de motrici-
dade orofacial. Os capítulos seguem com exercícios utilizados 
na terapia de motricidade orofacial e aspectos fisiológicos dos 
receptores estomatognáticos.
• Título: Exame Miofuncional Orofacial - Protocolo MBGR
• Ano: 2021.
• Sinopse: Um vídeo que mostra a sequência das estruturas ava-
liadas no exame miofuncional.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=AqRo1ps-
DCNs
99UNIDADE 4 ETIOLOGIAS E TRATAMENTOS RELACIONADOS ÀS ALTERAÇÕES MIOFUNCIONAIS
https://www.youtube.com/watch?v=AqRo1psDCNs
https://www.youtube.com/watch?v=AqRo1psDCNs
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RODRIGUES, Danielle C. B.; LOSSO, Estela M. Evaluation of the signs and symptoms of 
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Aplicadas à Fonoaudiologia. 1ª edição. São Paulo: Editora Manole, 2014.
GRABER, Lee W.; VANARSDALL, Robert L.; VIG, Katherine W. L. Ortodontia: Princípios 
e Técnicas Atuais. 5a edição. Rio de Janeiro: Mosby Elsevier, 2012.
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JANSON, Guilherme; GARIB, Daniela Gamba; PINZAN, Arnaldo; HENRIQUES, José Fer-
nando Castanha; FREITAS, Marcos Roberto. Introdução à Ortodontia. 1. edição. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 2013.
MATSUMOTO, Mírian A. N.; STUANI, Maria B. S.; ROMANO, Fábio L. Ortodontia: abor-
dagens clínicas na dentição mista. 1ª edição. São Paulo: Editora Manole, 2020.
MOYERS, Robert Edison. Ortodontia. 4. edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
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PROFFIT, William R.; FIELDS JUNIOR, Henry W.; LARSON, Brent E.; SARVER, David M. 
Ortodontia Contemporânea. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
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edição. Porto: Publicações Fundação Fernando Pessoa, 2021.
VELLINI-FERREIRA, Flávio. Ortodontia, Diagnóstico e Planejamento Clínico. 8. edição. 
São Paulo: Santos Publishing, 2021.
101
CONCLUSÃO GERAL
Olá, aluno (a)! Tudo bem?
Chegamos ao final do nosso material de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos 
Maxilares. E aí, o que você achou da nossa trilha de aprendizagem durante essa disciplina?
Neste material, busquei trazer para você, na unidade I, uma introdução teórica com 
conceitos básicos de crescimento e desenvolvimento craniofacial, evolução das dentições 
e classificação das maloclusões, bem como suas etiologias. Já na unidade II você estudou 
sobre o diagnóstico ortodôntico, com a análise da dentição mista, os conhecimentos bá-
sicos para análise cefalométrica e a biologia do movimento dentário; além do tratamento 
ortodôntico preventivo, interceptativo e corretivo. Na sequência, na unidade III você teve 
a oportunidade de aprender sobre a articulação temporomandibular (ATM). E, por fim, em 
nossa unidade IV, finalizamos discutindo sobre as etiologias e possibilidades de tratamen-
tos relacionados às alterações miofuncionais.
Foi um prazer compartilhar todo conhecimento com você.
Enquanto escrevo essas considerações finais fico pensando nas possibilidades 
que você terá para continuar seus estudos e se aprofundar ainda mais nessa área. Desejo 
a você, caro (a) aluno (a), sucesso em sua jornada de conhecimento! Não pare de se 
atualizar! Os profissionais de destaque estão em constante processo de construção!
Pois lembre-se, o processo de aprendizagem nunca se encerra!
Sucesso!
Prof. Laís C. Poleto
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