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SP 01 - “ Vida líquida!”
1) Compreender o processo de homeostase e os processos adaptativos para a sua manutenção;
Essencialmente, todos os órgãos e tecidos do corpo humano executam funções que contribuem para manter essas condições relativamente constantes. Os processos encarregados de sustentar essa homeostase são mecanismos de regulação, e seu estudo constitui um dos principais objetivos da Fisiologia. Grande parte dos sistemas de órgãos de um organismo está destinada a conservar sua homeostase. Assim, o sistema digestório mantém a constituição do meio interno por meio da ingestão, digestão e absorção de alimentos como hidratos de carbono, proteínas e gorduras, importantes para a constância dos níveis extracelulares de glicose, aminoácidos e ácidos graxos, por exemplo. O sistema endócrino contribui para a manutenção da disponibilidade de substratos energéticos (glicose, ácidos graxos) e do equilíbrio hidroeletrolítico, entre muitas outras funções. O sistema respiratório mantém a homeostase do gás oxigênio e do gás carbônico no meio interno. O rim é um órgão homeostático por excelência, mantendo o nível interno de grande número de componentes, incluindo concentração dos íons, osmolalidade, pH etc.
REGULAÇÃO:
O sistema nervoso é o local responsável pela regulação das funções corporais. Seus segmentos divididos em: aferência sensorial, sistema nervoso central (SNC) e aferência motora são, em conjunto, responsáveis pelo funcionamento dos diversos órgãos e tecidos.
Além disso, muitas funções celulares são controladas pelos hormônios, secretados por glândulas espalhadas pelo corpo que realizam essas ações juntamente com o SNC.
O sistema imune, composto pelos glóbulos brancos, é responsável pela proteção corporal contra patógenos.
Por fim, a regulação corporal também depende do sistema integumentar, já que o mesmo, de forma geral, faz a diferenciação do ambiente externo do interno, protegendo o último contra os eventos adversos, o qual o corpo humano é sujeito pelo ambiente externo.
Controle da homeostasia:
O sistema nervoso detecta as alterações do estado de equilíbrio e envia mensagens, na forma de impulsos nervosos, para os órgãos que neutralizam essas alterações. As glândulas endócrinas corrigem as alterações por meio da secreção de moléculas, chamadas de hormônios, no sangue. Hormônios afetam células específicas do corpo, nas quais provocam respostas que restauram a homeostasia.
A homeostasia é mantida por meio de muitos sistemas de retroalimentação. Um sistema de retroalimentação ou alça de retroalimentação é um ciclo de eventos no qual uma condição no corpo é continuamente monitorada, avaliada, modificada, monitorada novamente, reavaliada e assim por diante.
Qualquer ruptura que provoque uma mudança em uma condição controlada é chamada de estímulo. Algum estímulo provém do ambiente externo, outros se originam no ambiente interno.
1. Um receptor é uma estrutura do corpo que monitora as alterações em uma condição controlada e envia a informação (impulsos nervosos ou sinais químicos) para um centro de controle.
2. Um centro de controle no corpo avalia a informação que recebe dos receptores e gera impulsos nervosos ou sinais químicos, retransmitidos do centro de controle para um efetor.
3. Um efetor é uma estrutura do corpo que recebe impulsos do centro de controle e produz uma resposta que altera a condição controlada.
Sistemas de retroalimentação negativa:
Um sistema de retroalimentação negativa reverte uma alteração em uma condição controlada. Sistemas de retroalimentação negativa tendem a regular as condições no corpo que são mantidas razoavelmente estáveis durante longos períodos de tempo, como a pressão sanguínea, nível sanguíneo de glicose e temperatura corporal.
Sistemas de retroalimentação positiva:
O sistema de retroalimentação positiva tende a intensificar e reforçar uma alteração em uma das condições controladas do corpo. O centro de controle envia comandos para um efetor, mas desta vez, o efetor produz uma resposta fisiológica que aumenta ou reforça a alteração inicial na condição controlada.
Distúrbio é qualquer anormalidade de estrutura e/ou função. 
Doença é um termo mais específico para uma enfermidade caracterizada por um conjunto reconhecível de sintomas e sinais. 
Sintomas são alterações subjetivas nas funções corporais, que não são aparentes para um observador, como, por exemplo, cefaléia e náusea. 
Sinais são alterações objetivas que um clínico observa e avalia, como sangramento, inchaço, vômito, diarreia, febre, erupção ou paralisia. 
2) Entender as divisões do sistema nervoso central e periférico ( Autônomo, Somático)
· Sistema nervoso central: formado pelo encéfalo e medula espinhal.
O sistema nervoso central é a parte do sistema nervoso que garante a recepção e a interpretação dos estímulos, podendo ser considerado o centro de processamento de informações do nosso corpo. Todas as sensações e mensagens motoras ou sensoriais do organismo precisam ser levadas ao cérebro, que envia estímulos específicos a cada órgão. A função é garantir o funcionamento e a integridade do corpo humano.
· Sistema nervoso periférico: formado pelos nervos, gânglios e terminações nervosas.
O sistema nervoso periférico garante a transmissão das informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso e deste para os músculos, as glândulas e as células endócrinas. O sistema nervoso periférico (SNP) capta os estímulos/informações nervosas detectados nos órgãos ou no meio externo e, então, encaminha elas ao sistema nervoso central, podendo ser a nível de medula e encéfalo. 
· Sistema nervoso autônomo
O sistema nervoso autônomo é um componente do sistema nervoso periférico que atua regulando algumas funções involuntárias do nosso corpo, tais como ações desempenhadas pelos sistemas respiratório, digestório, endócrino e cardiovascular.
Nele há as divisões simpática e parassimpática, as quais geralmente apresentam ações antagônicas. 
1. Sistema nervoso simpático: Desencadeia o que é comumente conhecido como a resposta de “luta ou fuga” (aumento da sudação, aumento da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial e dilatação das pupilas).
2. Sistema nervoso parassimpático
Muitas vezes chamado de sistema do “descanso e digestão” (diminuição da sudação, diminuição da frequência cardíaca, diminuição de pressão arterial e constrição das pupilas). De forma geral, o sistema nervoso parassimpático atua em oposição ao sistema nervoso simpático, revertendo os efeitos da resposta de luta ou fuga
· Sistema nervoso somático
O sistema nervoso somático corresponde à parte do sistema nervoso que controla a musculatura esquelética, que é responsável pela nossa locomoção e por outros movimentos voluntários. Além disso, também tem como função produzir respostas ao ambiente externo que podem ser controladas conscientemente. O sistema nervoso somático é dividido em duas partes:
*Aferente: sensitivo, que leva as informações ao sistema nervoso central.
*Eferente: motor, que traz as respostas voluntárias aos órgãos efetores.
· Sistema nervoso entérico
O sistema digestivo também está dotado pelo seu próprio sistema nervoso local, que se chama sistema nervoso entérico.
Ele é tão importante que é considerado nosso “segundo cérebro”. Nele, há uma complexa rede de mais de cem milhões de neurônios (quase tantos quanto na medula espinhal) que vão desde o esófago até ao ânus. Como se não bastasse, o sistema nervoso entérico é capaz de agir de forma independente do cérebro.
3) Relacionar as funções do sistema nervoso no processo integrativo ( meio interno e externo).
O sistema nervoso se conecta por meio de sensações - percepção consciente ou subconsciente de mudanças no meio externo e interno. 
1. Deve ocorrer um estímulo, ou mudança no ambiente, capaz de ativar determinados neurônios sensoriais. O estímulo que ativa um receptor sensorial pode estar na forma de luz, calor, pressão, energia mecânica ou energia química.
2. Um receptor sensorial deve converter o estímulo em um sinal elétrico, que finalmenteproduz um ou mais impulsos nervosos, se for grande o suficiente.
3. Os impulsos nervosos devem ser conduzidos ao lon- go de uma via nervosa, do receptor sensorial para o encéfalo
4. Uma região do encéfalo deve receber e integrar os impulsos nervosos em uma sensação.
 
Sentidos especiais: olfato, gustação, visão, audição e equilíbrio. 
Sentidos gerais: somáticos e viscerais 
Somáticas: sensações táteis (tato, pressão e vibração), térmicas (calor e frio), dolorosas e proprioceptivas (sentido de posição da articulação e do músculo e movimentos dos membros e cabeça). 
Viscerais: fornecem informação sobre as condições dos órgãos internos.
Tegumento Comum: os nervos simpáticos do SNA controlam as contrações dos músculos lisos vinculados aos folículos pilosos e a secreção de perspiração das glândulas sudoríferas
Sistema Esquelético: os receptores da dor no tecido ósseo alertam sobre trauma ou lesão óssea
Sistema Muscular: os neurônios motores somáticos recebem instruções das áreas motoras do encéfalo e estimulam a contração dos músculos esqueléticos para realizar os movimentos corporais. Os núcleos da base e a formação reticular regulam o nível do tônus muscular. O cerebelo coordena os movimentos especializados
Sistema Endócrino: o hipotálamo regula as secreções de hormônios da adeno-hipófise e neuro-hipófise. O SNA regula a secreção de hormônios da medula da glândula suprarrenal e do pâncreas 
Sistema Circulatório: centro cardiovascular, no bulbo, fornece impulsos nervosos para o SNA que governam a frequência cardíaca e a força do batimento cardíaco. Os impulsos nervosos do SNA também regulam a pressão sanguínea e o fluxo sanguíneo pelos vasos sanguíneos
Sistema Linfático e Imunidade: determinados neurotransmissores ajudam a regular as respostas imunológicas. A atividade no sistema nervoso pode aumentar ou diminuir as respostas imunes
Sistema Respiratório: as áreas respiratórias no tronco encefálico controlam a frequência e a profundidade respiratórias. O SNA ajuda a regular o diâmetro das vias respiratórias
Sistema Digestório: a parte entérica do SNA ajuda a regular a digestão. A parte parassimpática do SNA estimula muitos processos digestivos
Sistema Urinário: o SNA ajuda a regular o fluxo de sangue para os rins, de forma a influenciar a velocidade de formação da urina. Os centros cerebrais e medulares governam o esvaziamento da bexiga
Sistema Genitais: o hipotálamo e o sistema límbico governam uma variedade de comportamentos sexuais. O SNA provoca ereção do pênis e do clitóris, e a ejaculação do sêmen nos homens. O hipotálamo regula a liberação de hormônios na adeno-hipófise, que controlam as gônadas. Os impulsos nervosos disparados pelos estímulos táteis, provenientes da sucção pelo bebê, provocam a liberação de ocitocina e a ejeção do leite nas mães em período de amamentação
4) Compreender como o sistema nervoso se integra com o sistema endócrino (neuroendócrino).
Os sistemas nervoso e endócrino, comandam as modificações necessárias para que o corpo se ajuste a diferentes condições. Em parceria, eles recebem e analisam estímulos externos (como luz, som e temperatura) e internos (dor ou carência de nutrientes, por exemplo) e elaboram uma resposta apropriada a cada situação. Desse modo, atuam na regulação de funções como nutrição, reprodução e metabolismo. O sistema endócrino é formado por várias glândulas. As principais são hipófise, tireoide, suprarrenais, pâncreas, ovários e testículos. Elas secretam os hormônios, que são transportados pelo sangue para todo o corpo, sob o comando do sistema nervoso, e atuam em células específicas.
1 O perigo é identificado
Antes do passeio, receptores superficiais do corpo captam estímulos (visuais e sonoros) e geram uma corrente de impulsos elétricos para o sistema nervoso central (sNC). ele desencadeia reações. o olhar, por exemplo, fica arregalado.
2 Reações nervosas
Ao receber os estímulos, o SNC, que é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, provoca respostas em glândulas, músculos e áreas do próprio SNC. Os músculos, por exemplo, reagem, ficando mais rígidos e tensionados.
3 Sistema endócrino
Ao mesmo tempo, as glândulas suprarrenais são estimuladas e secretam adrenalina no sangue. As pupilas e os brônquios dilatam, os batimentos cardíacos aumentam e ocorre a vasoconstrição. O corpo passa a produzir mais suor.
4 Tudo volta ao normal
Fim do passeio. Cessam os estímulos que ativam o SNC e ele para de acionar as suprarrenais. Desse modo, o organismo interpreta que pode retomar o equilíbrio. Essa recuperação leva alguns minutos e varia de pessoa para pessoa.
	As glândulas suprarrenais situam-se acima dos rins e produzem a adrenalina, hormônio que prepara o corpo para a ação. Os efeitos da adrenalina no organismo são:
· Taquicardia: o coração dispara e impulsiona mais sangue para as pernas e braços, aumentando a capacidade de correr ou de se exaltar em situações tensas;
· Aumento da frequência respiratória e da taxa de glicose no sangue, liberando mais energia para as células;
· Contração dos vasos sanguíneos da pele, de modo que o organismo envia mais sangue para os músculos esqueléticos e, por isso, ficamos “pálidos de susto” e também “gelados de medo”.
5) Descrever os eventos de um potencial de ação, os tipos de sinapses e neurotransmissores.
POTENCIAL DE AÇÃO:
· A capacidade dos nervos de conduzirem com grande rapidez os sinais elétricos é de crucial importância para a sobrevivência das espécies. Este sinal elétrico é chamado de potencial de ação (PA);
· Os potenciais de ação (PA) – também chamados de potenciais em ponta (spike), impulso nervoso ou descarga – consistem em uma inversão rápida de carga elétrica entre o interior e o exterior da membrana neuronal. Quando em repouso, o interior da membrana é negativo em relação ao meio externo. O potencial de ação é uma inversão rápida dessa situação: o meio interno da membrana torna-se carregado positivamente comparando-se com o exterior;
· O PA é caracterizado por ser uma resposta “tudo-ou-nada”, ou seja, não é quanto mais estimulado maior a resposta, mas para gerar uma resposta é necessário um valor mínimo (limiar) e então gera uma resposta que altera o potencial de – 70 para +40 mV.
· Os potenciais de ação, em geral, são iniciados no segmento inicial do axônio. Os PA gerados por uma região da membrana são similares em comprimento e duração, e não reduzem à medida que são propagados pelo axônio. A frequência e o padrão do PA constituem o código utilizado pelos neurônios para transferir informação, assim o PA é a base da capacidade de transportar sinais das células nervosas.
· Se medirmos o potencial de uma célula excitável, veremos, como já relatado no Capítulo 5, que elas exibem um potencial de repouso negativo (da ordem de –70 mV para neurônios e –95 mV para fibras musculares esqueléticas). Se injetarmos cargas negativas no seu interior, a célula se hiperpolariza, de acordo com as suas propriedades passivas, e analogamente se despolariza com a injeção de cargas positivas;
· quando a despolarização é mais intensa, ocorre uma despolarização muito maior e transitória, com duração de 1 a 2 ms → Ocorre somente em células excitáveis;
POTENCIAL EM REPOUSO:
Antes de iniciar, devemos lembrar que os íons têm uma distribuição intra e extracelular não uniforme. Sendo os principais:
Destes, os que mais contribuem para os potenciais de repouso e de ação são o potássio (K +) e o sódio(Na +).
O potencial de repouso, isto é, a diferença de potencial através da membrana em repouso é cerca de -70 mV. Os fatores que mais contribuem para este valor são os canais abertos ou de vazamento de potássio e as bombas de sódio e potássio. Em repouso, sabe-se que as células são muito permeáveis ao potássio, visto que sua concentração intracelular é muito maior que a extracelular, é fácil entender que, por gradiente elétrico, o K + tende a sair da célula por esses canais. Já a bomba de Na +/K + é dependente de ATP e transporta três íons de Na + para forae dois íons K + para dentro, contra o gradiente.
· Nos gráficos abaixo, gK significa condutância da membrana ao K+ e gNa, condutância da membrana ao Na+. Condutância é a facilidade com que o íon consegue atravessar a membrana.
FASE 1 – REPOUSO
Como dito antes, a membrana polarizada tem canais de potássio aberto que permitem o vazamento do íon para o meio extracelular, permitindo o balanço de cargas, juntamente a bomba Na+/K+, que coloca K+ para dentro da célula. Aqui, a condutância ao K+ é maior do que a condutância ao Na+.
FASE 2 – DESPOLARIZAÇÃO
Quando estimulada, a célula abre os canais de sódio dependentes de voltagem, levando a um influxo de Na+. Se o estímulo for suficiente, ou seja, se a mudança de potencial de membrana for de -65 a -40 mV há uma rápida abertura desses canais. São características destes canais:
1. Eles têm pouco atraso ao abrir (ativação rápida).
2. Eles ficam abertos por cerca de 1 ms e, então, fecham-se (são inativados).
3. Eles não podem ser abertos novamente mediante despolarização até que o potencial de membrana retorne para um valor negativo próximo ao limiar.
É importante dizer que apenas um canal não determina um potencial de ação. A membrana do axônio pode conter milhares de canais de Na+ dependentes de voltagem por micrômetro quadrado (mm2), e a ação de todos esses canais é necessária para gerar o PA.
FASE 3 – REPOLARIZAÇÃO
Além do fechamento dos canais de Na+ dependentes de voltagem, canais de K+ dependente de voltagem contribuem para a repolarização da membrana. Esses canais detectam uma alteração no campo elétrico da membrana, devido a um aumento transitório na gk, eles se abrem, levando ao fluxo de K+, o que acelera a restauração do potencial de membrana negativo após o pico. A diferença para os canais de Na+, é que os de K + não se abrem imediatamente após a despolarização: é necessário cerca de 1 ms para sua abertura.
FASE 4 – HIPERPOLARIZAÇÃO
Após a despolarização, os canais de potássio dependentes de voltagem que estão abertos aumentam ainda mais a permeabilidade ao potássio em relação ao que era quando a membrana estava em repouso e mais potássio continua saindo da célula, deixando o potencial mais negativo que o repouso.
PERÍODOS REFRATÁRIOS:
Os períodos refratários equivalem a um tempo em que um novo PA não pode ser iniciado. Pode ser absoluto ou relativo.
· Período refratário absoluto: os canais de sódio são inativados quando a membrana se torna fortemente despolarizada. Esses canais não podem se abrir novamente, e outro potencial de ação não pode ser gerado até que o potencial de membrana esteja suficientemente negativo para fechar os canais e torná-los aptos a serem ativados novamente.
· Período refratário relativo: a membrana permanece hiperpolarização até que os canais de potássio dependentes de voltagem fechem. Dessa forma, mais corrente despolarizante é necessária para levar o potencial de membrana ao limiar.
PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO:
Um potencial de ação provocado em qualquer ponto de uma membrana excitável geralmente excita porções adjacentes da membrana, resultando na propagação do potencial de ação ao longo da membrana.
A Figura 5.11 A mostra uma fibra nervosa normal em repouso, e a Figura 5.11 B mostra uma fibra nervosa que foi excitada em sua porção intermediária, que repentinamente desenvolveu uma permeabilidade aumentada ao sódio. As setas mostram um circuito local de fluxo de corrente das áreas despolarizadas da membrana para as áreas adjacentes da membrana em repouso. Ou seja, cargas elétricas positivas são transportadas pelos íons sódio que se difundem para dentro, através da membrana despolarizada e, em seguida, por vários milímetros em ambas as direções ao longo da parte central do axônio. Essas cargas positivas aumentam a tensão por uma distância de 1 a 3 milímetros no interior da fibra mielínica calibrosa para acima do valor de tensão limiar que inicia um potencial de ação. Portanto, os canais de sódio nessas novas áreas se abrem imediatamente, como mostrado na Figura 5.11 C e na Figura 5.11 D, e o potencial de ação explosivo se espalha. Essas áreas recém-despolarizadas produzem ainda mais circuitos locais de fluxo de corrente ao longo da membrana, causando progressivamente mais e mais despolarização. Assim, o processo de despolarização percorre todo o comprimento da fibra. Essa transmissão do processo de despolarização ao longo de um nervo ou de uma fibra muscular é chamada de impulso nervoso ou muscular.
Direção da propagação: Como demonstrado na Figura 5.11, uma membrana excitável não tem uma direção única de propagação, mas o potencial de ação viaja em todas as direções, afastando-se do estímulo – mesmo ao longo de todos os ramos de uma fibra nervosa – até que toda a membrana se torne despolarizada.
Princípio do “tudo ou nada”: Uma vez que um potencial de ação tenha sido provocado em qualquer ponto da membrana de uma fibra normal, o processo de despolarização ocorre por toda a membrana se as condições forem adequadas, mas não se propaga se as condições não forem adequadas. Esse princípio é denominado princípio do tudo ou nada e se aplica a todos os tecidos excitáveis normais. Ocasionalmente, o potencial de ação atinge um ponto na membrana no qual não gera tensão suficiente para estimular a próxima área da membrana. Quando essa situação ocorre, a propagação da despolarização para. Portanto, para que a propagação contínua de um impulso ocorra, a razão entre o potencial de ação e o limiar para excitação deve ser sempre maior que 1. Esse requisito “maior que 1” é chamado de fator de segurança para a propagação.
PLATÔ EM ALGUNS POTENCIAIS DE AÇÃO:
Em alguns casos, a membrana excitada não se repolariza imediatamente após a despolarização; em vez disso, o potencial permanece em um platô próximo ao pico do potencial em ponta por muitos milissegundos antes do início da repolarização. Tal platô é mostrado na Figura 5.13; pode-se ver facilmente que o platô prolonga muito o período de despolarização. Esse tipo de potencial de ação ocorre nas fibras do músculo cardíaco, onde o platô dura de 0,2 a 0,3 segundo e faz com que a contração do músculo cardíaco dure esse mesmo longo tempo.
A causa do platô é uma combinação de vários fatores. Primeiro, no músculo cardíaco, dois tipos de canais contribuem para o processo de despolarização: (1) os canais usuais de sódio dependentes de voltagem, chamados canais rápidos; e (2) os canais de cálcio-sódio dependentes de voltagem (canais de cálcio do tipo L), que são lentos para abrir e, portanto, são chamados de canais lentos. A abertura de canais rápidos provoca a porção de pico do potencial de ação, enquanto a abertura prolongada dos canais lentos de cálcio-sódio permite, principalmente, que os íons cálcio entrem na fibra, o que é amplamente responsável pela porção de platô do potencial de ação.
Outro fator que pode ser parcialmente responsável pelo platô é que os canais de potássio dependentes de voltagem abrem mais lentamente do que o normal, frequentemente não abrindo muito até o final do platô. Esse fator retarda o retorno do potencial de membrana em direção ao seu valor negativo normal de –70 milivolts. O platô termina quando os canais de cálcio-sódio se fecham e a permeabilidade aos íons potássio aumenta.
PROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSO:
· CONDUÇÃO E PROPAGAÇÃO: O potencial de ação é conduzido e propagado. A propagação envolve a geração de “novos” potenciais de ação conforme invadem a célula. Se o estímulo gerar um potencial de ação, a despolarização pode causar influxo de corrente suficiente para fazer com que as áreas adjacentes gerem PAs. Então, essas áreas podem fazer com que o fluxo de corrente local atinja áreas mais. Resumindo, a propagação envolve ciclos recorrentes de despolarização para gerar um fluxo local de corrente suficiente para a geração do potencial de ação nas áreas adjacentes da membrana celular. Desse modo, o potencial de ação se propaga por longas distâncias, mantendo a amplitude e a forma.
· CONDUÇÃO UNIDIRECIONAL: Um potencial de ação iniciadoem uma extremidade de um axônio se propaga apenas em um sentido; ele não volta pelo caminho já percorrido. Isso ocorre porque a membrana por onde passou está no período refratário devido a inativação dos canais de sódio recém-utilizados. Normalmente, os potenciais de ação se conduzem em apenas uma direção: do cone do axônio, próximo ao corpo celular, para o axônio terminal. As velocidades de condução do potencial de ação variam, porém, uma taxa típica é de 10 m/s, considerando que o PA dura em torno de 2ms, desde o início até o fim, calcula-se que o PA é propagado por 2 cm.
Fatores que influenciam a propagação do potencial de ação:
1. Diâmetro das fibras
Nas fibras mielínicas, a velocidade de condução é proporcional à raiz quadrada do diâmetro. Esse efeito está relacionado à resistência longitudinal. Assim, quanto maior o diâmetro da fibra nervosa, maior a velocidade de propagação do impulso.
2. Bainha de mielina
A mielina é formada pela membrana plasmática das células de Schwann (localizadas no sistema nervoso periférico) ou da oligodendróglia (no sistema nervoso central [SNC]). A bainha de mielina apresenta interrupções a cada 1 a 2 mm, conhecidas como nodos de Ranvier, com cerca de 1 μm. A velocidade de todos os axônios mielinizados, exceto os de diâmetro menor, é muito maior do que a das fibras não-
mielinizadas. O potencial de ação é regenerado em cada nodo sucessivo. As correntes locais, que entram no nodo, são inteiramente conduzidas de um nodo para o próximo, levando os ao limiar em 20 μs. Assim, o potencial de ação “pula” de um nodo de Ranvier para o outro, sendo chamado de condução saltatória.
MECANISMO IÔNICO DO POTENCIAL DE AÇÃO:
· A assimetria das concentrações iônicas através da membrana celular e a sua maior permeabilidade ao íon K+ geram o potencial negativo no interior da célula;
· Durante a excitação de uma célula nervosa, o potencial intracelular atinge valores próximos a +40mV;
· A permeabilidade iônica da membrana se altera durante o PA, passando de uma permeabilidade predominante ao íon K+ a uma predominância ao íon Na+
· Quando o potencial de membrana sai do repouso em direção a potenciais menos negativos, observa-se o aparecimento de uma corrente negativa (que significa cátions entrando na célula ou ânions saindo), que chamaremos corrente de influxo (ou “para dentro”). Essa corrente é transitória e é seguida de uma corrente positiva, “para fora”, que chamaremos corrente de efluxo. Podemos verificar que há um aumento progressivo da velocidade de aparecimento das correntes de influxo e de efluxo, bem como da velocidade de desaparecimento da corrente de influxo, com o aumento da despolarização;
· A corrente de efluxo é carregada pelo íon K+
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TIPOS DE SINAPSES:
TIPOS DE SINAPSES: QUÍMICA E ELÉTRICA:
QUÍMICA:
A maioria das sinapses utilizadas para transmissão de sinal no sistema nervoso central dos seres humanos são sinapses químicas. Nessas sinapses, o primeiro neurônio secreta uma substância química chamada de neurotransmissor – muitas vezes, denominado substância transmissora – em sua terminação nervosa, a qual atua sobre proteínas receptoras da membrana do próximo neurônio, causando sua excitação, inibição ou modificação de sua sensibilidade de alguma forma. 
	Alguns dos mais conhecidos são a acetilcolina, noradrenalina, adrenalina, histamina, ácido gama-aminobutírico (GABA), glicina, serotonina e glutamato.
ELÉTRICAS:
Nas sinapses elétricas, os citoplasmas de células adjacentes são diretamente conectados por grupos de canais iônicos, denominados junções comunicantes, que permitem movimento livre de íons do interior de uma célula ao interior da outra. Essas junções foram discutidas no Capítulo 4, sendo por meio delas e outras junções similares que potenciais de ação são transmitidos entre fibras musculares lisas e cardíacas.
Embora a maioria das sinapses do encéfalo seja química, sinapses elétricas podem coexistir e interagir no sistema nervoso central. A transmissão bidirecional de sinapses elétricas permite que elas ajudem na coordenação de atividades de grandes grupos de neurônios interconectados. Por exemplo, sinapses elétricas são úteis na detecção da coincidência entre despolarizações sublimiares simultâneas dentro de um grupo de neurônios interconectados. Isso permite maior sensibilidade neuronal e promove disparo sincronizado desse grupo de neurônios interconectados.
ANATOMIA FISIOLÓGICA DA SINAPSE:
Encontram-se cerca de 10.000 a 200.000 pequenos nodos sinápticos denominados terminais pré-sinápticos estão situados nas superfícies dos dendritos e no corpo celular do neurônio motor, com aproximadamente 80 a 95% nos dendritos, e 5 a 20%, no corpo celular. Esses terminais são as terminações das fibrilas neurais que se originam de muitos outros neurônios. Muitos deles são excitatórios, isto é, secretam um neurotransmissor que excita o neurônio pós-sináptico. No entanto, outros terminais pré-sinápticos são inibitórios, ou seja, secretam um neurotransmissor que inibe o neurônio pós-sináptico.
Neurônios presentes em outras partes da medula e do encéfalo diferem do neurônio motor anterior no (1) tamanho do corpo celular, no (2) comprimento, tamanho e número de dendritos, desde o comprimento próximo de zero até vários centímetros, no (3) comprimento e tamanho do axônio e no (4) número de terminais pré-sinápticos, que podem variar de poucos a 200.000. Essas diferenças fazem os neurônios de variadas partes do sistema nervoso reagirem de maneira diferente aos sinais sinápticos aferentes, podendo, assim, realizar muitas funções distintas.
· Terminais pré-sinápticos: Estudos de microscopia eletrônica dos terminais pré-sinápticos demonstram sua variedade de formas anatômicas, embora a maioria lembre pequenos nodos redondos ou ovais, o que lhes confere, algumas vezes, o nome de nós terminais, pés terminais ou botões sinápticos.
· O terminal pré-sináptico se separa do corpo celular do neurônio pós-sináptico por uma fenda sináptica, que geralmente mede 200 a 300 angstroms (Å) de largura. O terminal possui duas estruturas internas importantes para a função excitatória ou inibitória da sinapse: as vesículas transmissoras e as mitocôndrias. As vesículas transmissoras contêm o neurotransmissor que, ao ser liberado na fenda sináptica, excita ou inibe o neurônio pós-sináptico. Além disso, ocorre a excitação do neurônio pós-sináptico quando a membrana neuronal contém receptores excitatórios e ocorre inibição quando a membrana contém receptores inibitórios. As mitocôndrias fornecem trifosfato de adenosina (ATP), que supre energia para a síntese de novos neurotransmissores.
· Quando um potencial de ação se dispersa sobre um terminal pré-sináptico, a despolarização de sua membrana causa abertura de um pequeno número de vesículas na fenda. O transmissor liberado se liga a um receptor na membrana do neurônio pós-sináptico, causando mudança imediata nas características de sua permeabilidade e levando à excitação ou à inibição desse neurônio, dependendo das características do receptor neuronal.
AÇÃO DA SUBSTÂNCIA TRANSMISSORA SOBRE O NEURÔNIO PÓS-SINÁPTICO - FUNÇÃO DAS “PROTEÍNAS RECEPTORAS”:
A membrana do neurônio pós-sináptico contém grande número de proteínas receptoras. As moléculas desses receptores possuem dois importantes componentes: 
· (1) um componente de ligação que se projeta para fora da membrana, adentrando a fenda sináptica, onde se ligam o neurotransmissor que vem do terminal pré-sináptico 
· (2) um componente intracelular que passa por toda a espessura da membrana até o interior do neurônio pós-sináptico.
A ativação do receptor controla a abertura de canais de cálcio da célula pós-sináptica por um de dois métodos: (1) abrindo diretamente canais iônicos e permitindo a passagem de tipos de íons específicos pela membrana ou (2) a ativação de um “segundo mensageiro”, que não é um canal iônico, mas, sim, uma molécula que se estende pelo citoplasma celular e ativauma ou mais substâncias dentro do neurônio pós-sináptico. Esses segundos mensageiros aumentam ou diminuem funções celulares específicas.
Os receptores de neurotransmissores que abrem diretamente canais iônicos são, por vezes, chamados de receptores ionotrópicos, ao passo que receptores que atuam por meio de um segundo mensageiro recebem o nome de receptores metabotrópicos.
CANAIS IÔNICOS:
Os canais iônicos presentes na membrana do neurônio pós-sináptico são em geral de dois tipos: 
· (1) canais catiônicos: geralmente permitem passagem de íons sódio quando abertos, mas, algumas vezes, também permitem passagem de potássio ou cálcio. Conduzem sódio são revestidos de cargas negativas, as quais atraem os íons sódio de carga positiva para dentro do canal quando seu diâmetro aumenta para até um tamanho maior que um íon sódio hidratado. Todavia, as mesmas cargas negativas repelem íons cloro e outros ânions, impedindo sua passagem.
· (2) canais aniônicos, que permitem principalmente a passagem de íons cloro, porém também quantidades muito pequenas de outros ânions. Esses canais iônicos são altamente seletivos para transporte de um ou mais íons específicos. Essa seletividade depende do diâmetro, da forma, das cargas elétricas e das ligações químicas das superfícies internas do canal. Quando seu diâmetro se torna grande o suficiente, permitem a entrada de íons cloro e sua passagem até o lado oposto, ao passo que sódio, potássio e cálcio são bloqueados, principalmente porque suas versões hidratadas são muito grandes para passar por esses canais.
	Quando canais catiônicos se abrem e permitem que íons sódio com carga positiva entrem no canal, essas cargas positivas causarão excitação desse neurônio. Portanto, um neurotransmissor capaz de abrir canais catiônicos recebe o nome de transmissor excitatório. Em contrapartida, a abertura de canais aniônicos permite a entrada de cargas negativas, o que inibe o neurônio. Desse modo, os neurotransmissores que abrem esses canais são denominados transmissores inibitórios.
	Quando um neurotransmissor ativa um canal iônico, o canal geralmente se abre dentro de uma fração de milissegundo e, quando essa substância transmissora já não estiver presente, o canal se fecha de forma igualmente rápida. A abertura e o fechamento de canais iônicos servem como meio de controle muito rápido dos neurônios pós-sinápticos.
NEUROTRANSMISSORES:
A acetilcolina é secretada por neurônios em muitas áreas do sistema nervoso, mas mais especificamente pelos (1) terminais das grandes células piramidais do córtex motor, (2) diversos tipos diferentes de neurônios dos núcleos da base, (3) neurônios motores que inervam os músculos esqueléticos, (4) neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, (5) neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático e (6) alguns neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático. Na maioria dos casos, a acetilcolina tem efeito excitatório. Todavia, sabe-se que ela apresenta efeito inibitório em algumas terminações nervosas parassimpáticas, como no coração por meio do nervo vago.
A noradrenalina é secretada pelos terminais de muitos neurônios cujos corpos celulares se localizam no tronco encefálico e no hipotálamo. Especificamente, neurônios secretores de noradrenalina do locus cerúleo na ponte emitem fibras para áreas distribuídas do encéfalo para auxiliar o controle da atividade e do humor geral da mente, por exemplo, alterando o nível de alerta. Na maior parte dessas áreas, a noradrenalina provavelmente ativa receptores excitatórios embora, em algumas áreas, atue sobre receptores inibitórios. A noradrenalina também é secretada pela maioria dos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, onde é responsável pela excitação de certos órgãos e pela inibição de outros.
A dopamina é secretada por neurônios que se originam na substância negra. A terminação desses neurônios se dá principalmente na região do corpo, estriado nos núcleos da base. O efeito da dopamina é geralmente inibitório.
A glicina é secretada principalmente nas sinapses da medula espinhal. Acredita-se que ela sempre atua como um transmissor inibitório.
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é secretado pelos terminais nervosos da medula espinhal, pelo cerebelo, pelos núcleos da base e por muitas áreas do córtex. Ela é o neurotransmissor inibitório primário do sistema nervoso central adulto. Contudo, nos estágios iniciais do desenvolvimento encefálico, incluindo o período embrionário e a primeira semana de vida pós-natal, acredita-se que o GABA atue como neurotransmissor excitatório.
	
O glutamato é secretado pelos terminais pré-sinápticos de muitas vias sensoriais que chegam ao sistema nervoso central, bem como a muitas áreas do córtex cerebral. Sua ação é provavelmente excitatória.
A serotonina é secretada por núcleos que se originam na rafe mediana do tronco encefálico e se projetam para muitas áreas do encéfalo e da medula espinhal, especialmente os cornos dorsais da medula espinhal e do hipotálamo. A serotonina atua como um inibidor das vias de dor da medula e uma ação sua inibitória em regiões mais superiores do sistema nervoso é sugerida como provável adjuvante no controle do humor, talvez causando, até mesmo, sono.
O óxido nítrico é produzido por terminais nervosos de áreas do encéfalo responsáveis pelo comportamento e pela memória a longo prazo. Portanto, esse transmissor gasoso pode explicar no futuro algumas funções comportamentais e de memória que até a atualidade têm desafiado nossa compreensão. O óxido nítrico difere de outros transmissores de molécula pequena em seu mecanismo de produção pelo terminal pré-sináptico e suas ações sobre o neurônio pós-sináptico. Não ocorrem pré-formação e armazenamento em vesículas no terminal pré-sináptico, como com outros transmissores. Sua síntese é quase instantânea conforme a demanda e o óxido nítrico se difunde para fora dos terminais pré-sinápticos em alguns segundos em vez de ser liberado por vesículas. Em seguida, ele se difunde para os neurônios pós-sinápticos adjacentes. Nesses neurônios, o óxido nítrico geralmente não modifica muito o potencial de membrana, mas provoca alterações em funções metabólicas intracelulares, que modificam a excitabilidade neuronal por segundos, minutos ou até mais.
6) Caracterizar hormônio e entender a sua ativação na comunicação intercelular nas respostas orgânicas.
ESTRUTURA QUÍMICA E SÍNTESE DE HORMÔNIOS:
Existem três classes gerais de hormônios:
1. Proteínas e polipeptídios, incluindo hormônios secretados pela adeno-hipófise e pela neuro-hipófise, o pâncreas (insulina e glucagon), pelas glândulas paratireoides (paratormônio [PTH]) e muitos outros;
2. Esteróides secretados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), pelos testículos (testosterona) e pela placenta (estrogênio e progesterona).
3. Derivados do aminoácido tirosina, secretados pela tireoide (tiroxina e tri-iodotironina) e pela medula adrenal (adrenalina e noradrenalina). Não existe hormônio conhecido na forma de polissacarídios ou ácidos nucleicos.
MECANISMO DE AÇÃO DOS HORMÔNIOS:
A primeira etapa da ação do hormônio é ligar-se a receptores específicos na célula-alvo. As células que não têm receptores para o os hormônios não respondem. Os receptores para alguns hormônios estão localizados na membrana da célula-alvo, enquanto outros receptores de hormônios estão localizados no citoplasma ou no núcleo. Quando o hormônio se combina com seu receptor, essa ação geralmente inicia uma cascata de reações na célula, com cada estágio se tornando mais potencialmente ativado, de modo que mesmo pequenas concentrações do hormônio podem apresentar um grande efeito.
Os receptores hormonais são proteínas grandes, e cada célula estimulada geralmente tem cerca de 2 mil a 100 mil receptores. Além disso, cada receptor é geralmente altamente específico para um único hormônio; isso determina o tipo de hormônio que atuará em um determinado tecido. Os tecidos-alvo que são afetados por um hormônio sãoaqueles que contêm seus receptores específicos.
Os diferentes tipos de receptores hormonais estão geralmente localizados:
1. Na membrana celular ou em sua superfície. Os receptores de membrana são específicos, principalmente para os hormônios proteicos, os peptídios e as catecolaminas.
2. No citoplasma celular. Os receptores primários para os diferentes hormônios esteroides são encontrados principalmente no citoplasma.
3. No núcleo da célula. Os receptores para os hormônios tireoidianos são encontrados no núcleo e acredita-se que sua localização esteja em associação direta com um ou mais dos cromossomos.
7) Compreender o funcionamento e os tipos de receptores celulares (membranas, citoplasmáticas, nucleares) e as respostas intracelulares.
Os receptores de membrana podem ser classificados quanto a sua estrutura ou aos mecanismos que utilizam para a transdução do sinal. Na classificação mais simples os receptores de membrana são distribuídos em dois grupos: receptores verticais e receptores horizontais.
RECEPTORES VERTICAIS:
Dentre os receptores verticais estão aqueles que, após interação com seu respectivo ligante, respondem prontamente, geralmente utilizando algum tipo de proteína G para traduzir a mensagem (receptores para luz, substâncias odoríferas, substâncias gustativas, neurotransmissores, hormônios glicoproteicos, peptídeos e algumas proteases). Nessa categoria também estão incluídos os receptores que funcionam como canais, modulando o fluxo de íons através da membrana. Os receptores/canais são distribuídos em três subclasses, dependendo de como suas configurações de abertura/fechamento são controladas, ou seja:
· Canais controlados por ligantes extracelulares (p. ex., receptores para acetilcolina [Ach], glutamato, ácido gama-aminobutírico [GABA], serotonina e ATP)
· Canais controlados por alterações de voltagem da membrana (p. ex., canais de cátions sensíveis à voltagem)
· Canais controlados por mediadores intracelulares (receptores sensíveis a Ca2+, nucleotídios cíclicos e inositol trifosfato [IP3]).
RECEPTORES/CANAIS IÔNICOS:
São formados por proteínas integrais de membrana, cada uma possuindo vários segmentos hidrofóbicos que atravessam a bicamada lipídica.
Dentre os receptores ionotrópicos, um dos mais estudados é o receptor nicotínico, sensível a acetilcolina (Ach), localizado na membrana pós-sináptica das junções neuromusculares (Figura 7.2). São receptores constituídos por 5 subunidades: 2 α, 1 β, 1 γ e 1 δ. Cada uma dessas subunidades (proteínas integrais de membrana) possui 4 regiões hidrofóbicas no formato de α-hélice, denominadas M1, M2, M3 e M4, localizadas na porção lipídica da membrana, formando um canal cuja abertura é controlada pela Ach do lado externo da célula. A análise da constituição dessas regiões hidrofóbicas sugere que os segmentos M2 de cada uma das subunidades revestem a parede interna do canal. Próximo à parte central desse canal, a presença de aminoácidos do tipo treonina (subunidades α e γ) e serina (subunidades β e δ) forma um portão (GATE – comporta). Na ausência do ligante, a configuração mais provável do canal é a do estado fechado. Com o aumento da concentração de Ach na fenda sináptica, 2 moléculas desse ligante se acoplam, cada uma a um sítio receptor específico, localizado nas subunidades α. Esse acoplamento muda a conformação do canal e aumenta a probabilidade de o mesmo se colocar em uma configuração favorável ao estado aberto, permitindo a passagem de íons Na+ e K+ e, em menor grau Ca2+. Estes fluem através do canal, de acordo com seus gradientes eletroquímicos. Os receptores nicotínicos sensíveis a Ach presentes na membrana pós-sináptica da junção neuromuscular são simples, uma vez que, em geral, o estímulo nervoso provoca a despolarização supralimiar da membrana pós-sináptica.
Outros receptores/canais iônicos estão presentes no sistema nervoso central (SNC). Contudo, é necessário lembrar que o SNC trabalha tanto com estímulos excitatórios quanto inibitórios. Portanto, esses receptores são mais complexos, permitindo uma gama enorme de possibilidades, favorecendo assim a grande plasticidade do SNC. Neste, o ligante excitatório mais importante é o aminoácido glutamato. Dois tipos básicos de receptores glutamatérgicos são encontrados no SNC, um receptor ionotrópico, que age como canal após interação com o glutamato, e outro metabotrópico, que, como já definido anteriormente, é controlado por segundos mensageiros 
O SNC é também equipado por receptores/canais inibitórios. Dentre esses, os mais importantes são os receptores de GABA (ácido gama-aminobutírico) e os receptores de glicina. Ambos, quando acoplados aos seus respectivos ligantes, permanecem por mais tempo na configuração aberta, mas, em vez de Na+ e K+ ou mesmo Ca2+, deixam fluir Cl– e, em menor grau, HCO3–, de acordo com seu gradiente eletroquímico. Esses dois tipos de receptores têm estruturas muito semelhantes ao receptor nicotínico para Ach, exceto que possuem 2 unidades β em vez de 2 α. A exemplo dos receptores excitatórios metabotrópicos, os inibitórios metabotrópicos, especialmente os gabaérgicos,5 respondem a segundos mensageiros formados pela interação de diferentes ligantes a seus respectivos receptores. Neste caso, o canal permanece por mais tempo no estado aberto, fluindo através dele íons K+ e levando a uma hiperpolarização da membrana pós-sináptica.
RECEPTORES HORIZONTAIS:
Estão todos aqueles que, após a interação com seu respectivo ligante, necessitam reordenações quaternárias laterais entre receptores, em geral do mesmo tipo, antes da transdução do sinal para o interior da célula. Essas ocorrem pela interação dos domínios extracelulares dos receptores. Dentre essas reordenações, as mais importantes são formação de dímeros, trímeros e mesmo tetrâmeros. Estão aí representados os receptores de adesão celular, citocinas, fatores de crescimento e hormônios (GH, lactogênios placentários, prolactina, eritropoetina e insulina). Uma vez ocorridas tais reorganizações horizontais, reações de fosforilação e desfosforilação se processam, geralmente na porção citoplasmática do receptor, e a mensagem pode ser traduzida para a célula.
RECEPTORES TIROSINA QUINASE (RTK)
Geralmente são receptores de uma alça, possuindo, do lado externo da célula, uma região de união com o ligante, e uma cauda citoplasmática onde se encontra a atividade tirosina quinase (Figura 7.5). Uma variação desse tipo de receptor é a existência de duas proteínas, uma localizada na membrana com função de receptor e outra citoplasmática com função enzimática. Após interação de um ligante ao seu receptor e subsequente formação de dímeros (algumas vezes trímeros e até tetrâmeros) ocorre a autofosforilação dos mesmos em resíduos tirosina. Essas fosforilações recrutam outras proteínas citoplasmáticas ditas adaptadoras que possuem a habilidade de reconhecer domínios curtos e específicos de aminoácidos em outras proteínas, que passam a ser também fosforiladas em resíduos tirosina. Um desses domínios é o conhecido SH2. 
8) Relacionar como os fatores ambientais alteram a homeostase destacando o estresse e a ação do cortisol (eixo hipotálamo-hipófise adrenal) e síndrome de burnout. 
· Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
O hormônio liberador de corticotrofina (CRH, corticotropin releasing hormone) é o principal fator hipotalâmico regulador da secreção de ACTH. A imunolocalização do CRH foi observada principalmente no hipotálamo, nos neurônios parvocelulares dos núcleos paraventriculares (NPV), cujas projeções neuronais terminam na EM. No hipotálamo, o CRH está localizado com outros peptídeos, como vasopressina.
A vasopressina é o segundo secretagogo de maior importância na regulação do eixo hipófise-adrenal, com ação sinérgica com o CRH. As catecolaminas, a ocitocina e a angiotensina (ANG) II também contribuem para a modulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) como correguladores da secreção de ACTH.
A atividade circadiana e a ativação do eixo HHA estão sob controle inibitório dosglicocorticoides por retroalimentação negativa. A expressão basal de CRH e vasopressina está sob controle inibitório exercido pelos glicocorticoides que modulam a responsividade dos neurônios parvocelulares. O hipocampo está envolvido na inibição retroativa exercida pelos glicocorticoides. Foram descritas conexões gabaérgicas inibitórias do hipocampo, localizadas na região septal ventrolateral e estria terminal (stria terminalis), as quais se projetam para os neurônios parvocelulares que secretam CRH.
Ritmo circadiano
O ritmo circadiano do cortisol é caracterizado por um pico que ocorre no horário ou pouco antes do despertar, coincidindo com o início de atividades da espécie e com declínio no restante das 24 horas. Assim, no homem, as concentrações basais de ACTH e cortisol são mais elevadas pela manhã (6h a 9h), com queda progressiva ao longo do dia e valor mínimo noturno (23h a 3h). O aumento de glicocorticoide ao final do período de inatividade e jejum prepara a espécie para o período seguinte de atividade, aumentando a mobilização endógena de energia, bem como estimulando o comportamento de ingestão alimentar.
9) Entender o mecanismo de ação e os riscos de usos de sedativos ( benzodiazepínicos).
Sedativos são fármacos que reduzem a ansiedade e acalmam o paciente. Sendo assim, trata-se de fármacos depressores do sistema nervoso central com efeito calmante e de sonolência. Os efeitos seguem uma cascata de atuação, inicialmente com sedação, seguindo para hipnose, anestesia e até coma. No entanto, nem todos os fármacos com efeitos sedativos conseguem atingir todos esses degraus da cascata. Os benzodiazepínicos, por exemplo, não produzem depressão generalizada do sistema nervoso central.
Mecanismo de ação:
Os benzodiazepínicos exercem sua ação ao ligarem-se ao receptor GABA (ácido gama-aminobutírico), que é um complexo proteico mediador da principal atividade inibidora neuronal. As 5 subunidades protéicas que compõem o receptor GABAM formam um canal que atravessa a membrana plasmática do neurônio e pelo qual passam íons cloreto. Ao ligarem-se a este receptor, os benzodiazepínicos aumentam sua afinidade pelos neurotransmissores GABA, levando ao aumento da frequência de abertura do canal de íons. O influxo de íons cloreto para a célula gera a hiperpolarização da membrana plasmática neuronal, diminuindo sua capacidade de excitação.
Riscos:
Ao escolher um tratamento com benzodiazepínicos, deve-se ter em mente que o uso prolongado destas drogas (12 meses) tem complicações potenciais, como efeitos colaterais, risco de dependência e custos socioeconômicos – maior risco de acidentes domésticos, trafego e ocupacional, maior risco de overdose em combinação de outras drogas, risco aumentado de tentativas de suicídio, risco de atitudes antissociais, redução da capacidade de trabalho, desemprego, aumento do custo de internações, consultas e exames. 
10) Descrever a importância de uma comunicação efetiva no desfecho clínico.
A comunicação efetiva, seja ela verbal e/ou não verbal, constitui-se como uma das metas internacionais mais importantes para prevenir falhas ou eventos adversos evitáveis, sendo também um instrumento terapêutico fundamental no cuidado ao paciente. Essa comunicação, segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) deve envolver uma linguagem clara, técnicas de comunicação, em vista de promover uma cultura de segurança nas instituições de saúde. 
As falhas na comunicação entre os profissionais de saúde, bem como entre esses e os pacientes ou acompanhantes, têm sido um dos principais fatores que contribuem para a ocorrência de eventos adversos (conjunto de falhas na segurança do paciente: organizacionais, práticas profissionais inadequados decorrentes de diversos fatores) e, consequentemente, para a diminuição da referida segurança. 
Segundo os dados do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (2017), nota-se que a comunicação ineficaz está entre as causas de 70% dos erros cometidos na atenção à saúde. Além disso, um estudo realizado em um hospital evidenciou que quase 75% dos profissionais da saúde legitimaram que não há cooperação entre as equipes. Esse alto índice de erros na assistência à saúde levou o Ministério da Saúde juntamente com a Anvisa a instituir o Programa Nacional de Segurança do Paciente em 2013 com o objetivo de prevenir e reduzir a ocorrência de incidentes. 
Dessa forma, a falta de comunicação além de provocar grandes impactos à vida do paciente, traz consequências no campo profissional e pessoal dos profissionais de saúde, esse tipo de comportamento torna-se uma ameaça por afetar diretamente a qualidade do trabalho em equipe, quebra dos laços de confiança causando uma verdadeira desarmonia ao ambiente de trabalho.

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