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Governo e Transformação Digital; Estratégia e Planejamento. OKR Aplicado à Transformação Digital Enap, 2023 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Leandro Bahia (conteudista, 2023). Sumário Módulo 1: Cultura e Agilidade Organizacional ..................................................... 6 Unidade 1: Cultura Organizacional ........................................................................ 6 1.1 O que é Cultura Organizacional ................................................................................ 6 1.2 Componentes da Cultura Organizacional ............................................................. 11 1.3 Dicas para o Fortalecimento da Cultura Organizacional ..................................... 13 Referências ...................................................................................................................... 15 Unidade 2: Agilidade Organizacional ................................................................... 16 2.1 O que é Agilidade Organizacional? ......................................................................... 16 2.2 Metodologias Ágeis de Gestão................................................................................ 20 2.3 Benefícios das Metodologias Ágeis na Gestão de Desempenho........................ 20 2.4 Desafios e Fatores de Sucesso na Implementação de Metodologias Ágeis ..... 24 Referências ...................................................................................................................... 27 Módulo 2: Medição do Desempenho Organizacional com Métricas Ágeis ......28 Unidade 1: Métricas Ágeis ..................................................................................... 28 1.1 Conceitos Básicos sobre Desempenho Organizacional ...................................... 28 1.2 Aplicação de Métricas para Medir o Desempenho .............................................. 32 1.3 Por que Utilizar Métricas Ágeis? ............................................................................. 33 Referências ...................................................................................................................... 36 Módulo 3: A Metodologia OKR .............................................................................. 37 Unidade 1: Conhecendo o OKR ............................................................................. 37 1.1 Origens e Influências do OKR.................................................................................. 37 1.2 Evolução da Metodologia OKR ................................................................................ 40 1.3 A Diferença entre OKRs e KPIs ................................................................................ 40 Referências ...................................................................................................................... 43 Unidade 2: Caracterizando a Metodologia OKR ................................................. 44 2.1 Fórmula de Doerr ..................................................................................................... 44 2.2 Objetivos Compromissados e Aspiracionais ......................................................... 46 2.3 Teoria da Fixação de Objetivos ............................................................................... 48 2.4 Ferramentas e Métodos que Ajudam a Definir Objetivos ................................... 49 2.5 Resultados-Chave: de Valor e de Marcos .............................................................. 52 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências ...................................................................................................................... 54 Unidade 3: Aspectos Relevantes sobre a Definição de OKRs ..............................55 3.1 Considerações sobre OKRs Efetivos ....................................................................... 55 3.2 Erros Comuns na Definição de OKRs ..................................................................... 56 3.3 Exemplos Práticos de OKRs ..................................................................................... 60 Referências ...................................................................................................................... 64 Módulo 4: OKR na Prática ..................................................................................... 66 Unidade 1: Ciclo de Vida do OKR .......................................................................... 66 1.1 O Ciclo de Vida Típico do OKR ................................................................................. 66 1.2 Cadência do OKR ...................................................................................................... 69 1.3 Acompanhamento do OKR ...................................................................................... 71 1.4 Considerações Práticas sobre o Ciclo de Vida do OKR ........................................ 73 Referências ...................................................................................................................... 75 Unidade 2: Como Utilizar o OKR? ......................................................................... 77 2.1 Perguntas Orientadoras para a Definição de OKRs ............................................. 77 2.2 Ferramenta Prática para Elaboração de OKR ....................................................... 79 Referências ...................................................................................................................... 81 Módulo 5: Metodologia OKR Aplicada à Transformação Digital no Governo .....83 Unidade 1: O Planejamento e o Monitoramento da Transformação Digital ....83 1.1 Panorama da Transformação Digital no Brasil ..................................................... 83 1.2 Planejamento da Transformação Digital ............................................................... 87 1.3 A Importância do Monitoramento de Desempenho na Transformação Digital .... 91 Referências .................................................................................................................................93 Unidade 2: OKR no Setor Público ......................................................................... 94 2.1 Benefícios e Desafios ............................................................................................... 94 2.2 Estratégia de Implantação dos OKR ....................................................................... 95 Referências ...................................................................................................................... 98 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Apresentação e Boas-vindas Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso de OKR Aplicado à Transformação Digital. Para começar sua trajetória de aprendizagem nos temas que serão abordados aqui, convidamos você a iniciar seus estudos assistindo a videoaula de apresentação do curso. Dito isso, vale destacar mais uma vez o que será aprendido ao longo de sua jornada de estudos nesta capacitação. Como viu, você terá a oportunidade de conhecer a implementação e uso da metodologia OKR no processo de Transformação Digital. Para alcançar este objetivo, os temas foram estruturados em cinco módulos, divididos em tópicos e subtópicos. O Módulo 1 “Cultura e Agilidade Organizacional” apresentará os conceitos básicos relacionados a cultura e agilidade. O Módulo 2 “Medição do Desempenho Organizacional com Métricas Ágeis” tratará da aplicação das métricas ágeis na medição de desempenho organizacional. Já o Módulo 3 “A Metodologia OKR” apresentará a metodologia OKR, sua estrutura básica e quais são os seus elementos fundamentais. O Módulo 4 “OKR na Prática” é o “coração do curso”! Neste módulo, será apresentado o que é e como funciona o ciclo de vida do OKR.Na última etapa de estudos, o Módulo 5 “Metodologia OKR Aplicada à Transformação Digital no Governo” demonstrará como o monitoramento do desempenho é fundamental para o processo de Transformação Digital. Sucesso em sua jornada de conhecimento! Bons estudos! Videoaula: Apresentação do Curso https://cdn.evg.gov.br/cursos/523_EVG/video/modulo01_video01/index.html 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Cultura e Agilidade Organizacional1 Neste módulo serão apresentados conceitos básicos sobre cultura e Agilidade Organizacional, com destaque para os desafios e fatores de sucesso na implementação de Metodologias Ágeis. Unidade 1: Cultura Organizacional Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer a importância da implementação de uma cultura organizacional. 1.1 O que é Cultura Organizacional Cultura Organizacional. Fonte: Freepik (2023). "Cultura representa para grupos e organizações o mesmo que caráter para indivíduos". Edgar Schein. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 Cultura Organizacional. Fonte: Freepik (2023b). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Cultura organizacional pode ser definida como a junção de características, crenças, valores e diretrizes que dão os contornos da realidade de uma organização, sendo mandatárias e muito perceptíveis em sua existência. A cultura não é palpável, mas é muito perceptível aos olhos de quem faz parte de uma organização, visto que ela determina a forma como a organização e sua força de trabalho conduz seus negócios, gerencia seus processos, relaciona-se com atores internos e externos, estabelece parcerias e entrega resultados. No serviço público é muito comum observar, em documentos de Planejamento Estratégico Institucional, a definição de “Missão, Visão e Valores”. Desses três elementos, você verá a importância dos “Valores”. Eles são exatamente as características necessárias para que a estratégia da organização seja realizada. Assim, pode-se afirmar que tais valores sintetizam como é, ou deveria ser, a cultura da organização. Por exemplo, uma organização pública que destaca em seu planejamento a “Satisfação do Usuário” como um valor, certamente deveria ter essa característica presente em todos os seus processos, incluindo formas de coleta e avaliação de satisfação. Assim, a busca pela satisfação constante e elevada dos usuários passa a ser algo que determina a existência da organização. Um grande desafio, nesse sentido, é tirar do planejamento o que muitas vezes está apenas escrito e colocar em prática, tendo em vista que os comportamentos, crenças, características e valores desejados, quase sempre estão previstos em documentos ou discursos da alta gestão, mas nem sempre se incorporam ao dia a dia ou são perceptíveis. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Em outro exemplo, imagine um órgão público que atua com lentidão e morosidade. Faz sentido ter em seu planejamento que um de seus valores é a agilidade e a realidade ser outra? Claro que não! Segundo Charles Handy, famoso autor e filósofo, não existe um rol taxativo para classificar a cultura organizacional. Contudo ele destaca quatro tipos de cultura que normalmente são mais perceptíveis em organizações: 1. Cultura de Poder Em geral, está presente em organizações focadas na geração de resultados e entrega de valor, onde a força de trabalho é estimulada a buscar o atingimento dos objetivos com o máximo de pragmatismo em um ambiente competitivo. Em uma cultura de poder, a estrutura de poder decisório é clara e as decisões são centradas em uma liderança. Muito presente em organizações de pequeno porte, onde a figura da alta administração é muito forte e acumula diversas funções. Apesar de demonstrar uma hierarquia clara e bem definida, a cultura de poder pode influenciar e limitar o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores e da própria organização, visto que em geral trata-se de uma gestão que pouco delega. Cultura de poder. Fonte: Freepik (2023a). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 2. Cultura de Tarefas Cada colaborador tem uma tarefa específica, assim contribui para o desempenho mais efetivo e eficaz das atividades e processos, extraindo o máximo do potencial de cada um, tendo o foco como diretriz. Em organizações assim há liberdade para a expressão de ideias e de ações, permitindo que os colaboradores se sintam mais motivados e focados na resolução dos problemas. Contudo há um desafio relacionado ao estabelecimento de mecanismos de controle e monitoramento, visto que não haverá alguém “em cima” do colaborador para garantir o sucesso das atividades. 3. Cultura de Pessoas Cultura centrada nas pessoas, onde a valorização da força de trabalho é uma prioridade. Assim existe espaço para crescer e se desenvolver dentro e fora da organização, sem perseguições e disputas. Em geral, a participação é incentivada e opiniões são ouvidas e respeitadas, contribuindo com o crescimento da própria empresa. Esse tipo de cultura tende a atrair e reter talentos, com respeito à qualidade de vida no trabalho e políticas de incentivo. Cultura de tarefas. Fonte: Freepik (2023a). 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Cultura de pessoas. Fonte: Freepik (2023a). Cultura de papéis. Fonte: Freepik (2023a). 4. Cultura de Papéis Distribuição clara de papéis e funções, com estruturas hierárquicas bem definidas. A rigidez impacta na inovação e criatividade, bem como na flexibilidade das tarefas, visto que é uma realidade fortemente orientada por regras. Assim, os colaboradores já têm clareza quanto ao que devem fazer. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 Saber identificar como é a cultura organizacional é determinante para se encaixar e colaborar de forma mais efetiva na execução de processos, visto que valores e crenças determinam as escolhas e influenciam nos resultados. A cultura organizacional de uma empresa precisa ser analisada a partir de componentes essenciais e comuns. • Crenças: trata-se de algo que se assume ser verdadeiro ou provável. Em geral, de forma linguística, são expressas por meio de afirmações e definidas a partir da convivência das pessoas em grupo. • Valores organizacionais: conjunto de atitudes e características que orientam atitudes, hábitos, comportamentos, políticas e decisões. • Costumes: trata-se de tradição habitual ou prática frequente. • Ritos e atividades: são desenvolvidos com frequência visando o aperfeiçoamento. Os componentes precisam ser avaliados a partir da realidade de cada organização, visto que de nada adianta criar uma cultura organizacional que não tem nenhuma identificação com as características identificáveis dentro dela. 1.2 Componentes da Cultura Organizacional É necessário criar paixão por resultado. Roberto Shiniashik Uma frase muito comum na área de gestão e cultura organizacional que explica a personalidade da organização é: “A cultura organizacional é espelho da própria organização”. 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Outro ponto de destaque na cultura da organização é o desenvolvimento do capital humano. Por se relacionar com a necessidade de um alinhamento moral e ético, a cultura organizacional, para ser uma realidade, depende da atuação e desempenho dos colaboradores, considerando suas características individuais e respeitando o posicionamento de cada um. O resultado é um ambiente saudável e respeitoso. Ao mesmo tempo, um espaço aberto e promotor da produtividade e inovação, com a tendência a um maior engajamento da força de trabalho. Agora, imagine se as organizações fossem pessoas. Complexo, não? Segundo o psicólogo Edgar Schein (1985), certamente, se a cultura organizacional fosse uma pessoa ela poderia ser entendida como uma identidade, ou seja, um conjunto de hábitos, valores, crenças e objetivos muito específicos. Dessa forma,assim como uma pessoa, uma organização também pode ter uma identidade positiva ou negativa. Para essa identificação, é importante olhar para os níveis de cultura. Em sua teoria, Schein estrutura a organização em três níveis. Veja: 1. Artefatos Trata-se de símbolos, práticas de gestão, serviços, histórias e padrões, sendo o que de mais palpável e concreto pode-se observar na organização. A construção de uma cultura organizacional parte do nível mais palpável (artefatos) para o mais etéreo (pressupostos). Assim, os modos de agir e de retratar a organização gradualmente se entranham no ambiente de trabalho. 2. Pressupostos Tratam-se de sentimentos e crenças ainda inconscientes, contudo presentes no capital humano da organização. Relacionam-se com a primeira impressão sobre um novo componente da força de trabalho, por exemplo. Não nascem de uma avaliação consciente e ponderada: bate-se o olho e pronto! Já existe uma visão pré-definida. 3. Valores Compartilhados Relacionam-se aos valores essenciais para uma organização, influenciando e determinando a razão pela qual a força de trabalho executa processos e desempenha suas tarefas. Por exemplo, se um time tem por prioridade a “empatia com o cliente”, tal valor pode se converter em políticas e iniciativas voltadas ao bem e experiência do consumidor final. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 Por mais que o estabelecimento da cultura organizacional aconteça, uma necessidade que deve ser sempre considerada é o processo contínuo de melhoria. Assim, considerando o desafio da existência de uma cultura organizacional fortalecida de forma positiva, ambiente onde a inovação seja valorizada e propícia ao melhor desempenho de resultados, acompanhe: 1. Engajamento da Força de Trabalho Motivação é algo que se constrói. Para que a força de trabalho “vista a camisa” da organização é preciso que essa “camisa” seja do seu tamanho e agrade seu gosto. Assim, é importante ter as pessoas certas no lugar certo para que se tenha o máximo de desempenho e a camisa “sirva” naturalmente, sem grandes esforços. No momento da montagem das equipes, é determinante que o recrutamento seja feito de forma muito estruturada, na intenção de identificar as pessoas com maior compatibilidade com a organização de forma que isso não impacte no engajamento e desempenho futuros. 2.Transparência com os Objetivos Ter objetivos claros e alcançáveis é importante para orientar a organização, o que auxilia no engajamento da força de trabalho. Contudo, é preciso ter clareza e transparência com os objetivos, assim como ter tido a participação da força de trabalho na construção destes, ainda que indiretamente. Quando há conhecimento e um sentimento de pertencimento, a força de trabalho tende ao esforço contínuo para alcançá-los. 3.Regras Claras O que deve ser feito, e como fazer, precisa estar claro. Por exemplo, se a organização valoriza e deseja liderança transparente, não basta comunicar esse valor dessa forma, é importante que se defina o que é “transparência” e o que se espera disso. Regras precisam ser conhecidas e reiteradamente lembradas, exigindo sistemas claros de recompensa, caso sejam seguidas, e de advertência, caso sejam desobedecidas. 1.3 Dicas para o Fortalecimento da Cultura Organizacional Se você não gera entusiasmo, você não gera muito. Bell Marriott 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4.Esforço pela Conservação da Cultura A cultura organizacional dá à força de trabalho uma identidade, ela favorece a realidade de um comportamento coletivo, além de encorajar a integração e cooperação entre as pessoas. Tudo isso ajuda a dar sentido às suas ações internas. Assim, um dos passos mais importantes dentro de uma política que promove a cultura organizacional é a sua conservação. Por mais que você tenha um projeto ativo, é preciso pensar em formas contínuas de permanecer estimulando a cultura, ao mesmo tempo em que promove a manutenção das estruturas. 5.Alta Administração Envolvida O primeiro ponto a ser analisado em busca da melhoria é a aplicação da cultura organizacional. Ela deve ser aplicada de cima para baixo. Os gestores são os primeiros a desenvolver os conceitos e conseguir, de forma efetiva, atingir o maior número possível de colaboradores. As mudanças não costumam ser levadas a sério quando não são encampadas pelas pessoas de maior hierarquia. Em pequenos negócios, como o dono costuma estar muito próximo, o patrocínio costuma ser mais simples. Médias e grandes organizações podem demandar o convencimento de toda uma cúpula. Uma dica é sempre apresentar a proposta de transformação cultural em termos de receita, despesa e lucro. Se a otimização de recursos for clara e direta, geralmente os dirigentes ficarão interessados. 6.Qualificação Continuada da Força de Trabalho Um grande destaque nesse processo relacionado à existência e fortalecimento de uma cultura organizacional é a formação continuada das equipes. Quando há oferta de cursos e outras opções de alinhamento, é mais fácil para a força de trabalho compreender e se envolver com a cultura da organização, favorecendo na consolidação dos valores e objetivos. Essas foram algumas dicas para a promoção da instituição e melhoria da cultura organizacional, não sendo um rol taxativo. Vale destacar que todas as ações podem ser realizadas em conjunto ou individualmente, da forma que melhor se relaciona com a sua organização. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023a. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Storyset, Málaga, 2023b. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. HARTMANN, D.; DYMOND, R. Appropriate agile measurement: Using metrics and diagnostics to deliver business value. In: AGILE CONFERENCE. 2006, Washington, DC. Proceedings […], Washington, DC: IEEE Computer Society, 2006. OSSOLA, Letícia N.; SILVA, Anna Paula B. da; JANUÁRIO, Eder de C.; CALVOSA, Marcello V. D. Cultura e Agilidade Organizacional: Apresentação de um modelo de gestão aplicado a ambientes dinâmicos. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2021. RUSSO, R. de F. S. G.; SILVA, L. F. da; LARIEIRA, C. L. C. Do manifesto ágil à agilidade organizacional. [Editorial]. Revista de Gestao e Projetos (GeP), Ed. Esp. jan./abr 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5585/gep.v12i1.19333. RIGBY, Darrell; ELK, Sarah; BEREZ, Steve. Ágil do Jeito Certo – Transformação sem caos. [S. l.]: Benvirá, 2020. SCHEIN, Edgar H. Organizational Culture and Leadership. San Francisco, CA: Jossey- Bass, 1985. Referências 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Agilidade Organizacional Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer o que é a Agilidade Organizacional e as Metodologias Ágeis. 2.1 O que é Agilidade Organizacional? O sucesso requer agilidade e esforço para repensar, revigorar, reagir e reinventar constantemente. Bill Gates A demanda constante por mudanças nas organizações é algo que não é novo, mas a velocidade com que acontece atualmente é muito diferente do passado. Pode- se relacionar essa intensidade ao processo de globalização e ao aparecimento constante e disruptivo de novas tecnologias. Atualmente, a sociedade vive uma era conhecida pelo acrônimo VUCA (Volátil, Incerta, Complexa e Ambígua), quando para que as organizações consigam ter sucesso a adaptação é uma necessidade imperativa, demandando maior celeridade e agilidade. Mundo VUCA Fonte: Elaboração CEPED/UFSC (2023). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17 Segundo Linda Holbeche (2020), uma organização ágil é aquela que proativamenteconsegue identificar oportunidades de negócio e promover as alterações necessárias para responder à necessidade, e assim ganhar vantagem competitiva no seu mercado de atuação. Tais alterações precisam ser rápidas para se antecipar à concorrência e ao mesmo tempo efetivas e sustentáveis para a organização. No contexto atual, para o bom êxito das organizações frente a seus objetivos e metas é essencial que saibam identificar, proativamente, oportunidades de negócio e que ganhem vantagem competitiva, antecipando-se à sua concorrência. No âmbito do setor público, não é diferente. O desenho e a execução das políticas públicas precisam se antecipar aos problemas da realidade. Não é necessário deixar a realidade se tornar crítica para então pensar em soluções ou oportunidades de melhoria. Para tanto, é essencial que a Agilidade Organizacional seja uma realidade. Contudo, diante da dinamicidade do mundo atual, o crescimento desestruturado das organizações, muitas vezes com processos imaturos ou envelhecidos, aumenta naturalmente a sua complexidade. Isso leva, muitas vezes, à perda de agilidade e afeta o desempenho e a entrega de valor. O mundo digital é uma realidade, e essa revolução está transformando a forma com que organizações, governos e pessoas estão vivendo, trabalhando e se relacionando. Mesclando essas expectativas e o avanço tecnológico, o poder público federal tem dispendido esforços na atualização de seus processos e serviços para atendimento ao cidadão de forma online. Transformação Digital nas Organizações A Transformação Digital é um movimento no qual organizações, quer sejam públicas ou privadas, têm a possibilidade de fazerem uso da tecnologia para aprimorar o seu desempenho, elevar seu alcance e alçar resultados melhores em relação aos produtos, soluções e serviços que devem ser ofertados e prestados. Trata-se de uma mudança estrutural nas organizações, dando um papel essencial para a tecnologia Assim, a Agilidade Organizacional pode ser entendida como uma habilidade das organizações para se reinventarem, adaptarem e mudarem rapidamente em ambientes incertos, intensos e dinâmicos. 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública e exigindo das organizações maior agilidade e celeridade na entrega de resultados. Organizações tradicionais, sejam públicas ou privadas, têm buscado colocar em prática a realidade da Transformação Digital com o intuito de obter vantagem competitiva e neutralizar ameaças provenientes dos concorrentes ou novos entrantes, que nascem digitais, e oferecem uma nova e empolgante experiência para os clientes e sociedade. De outra forma, enfrentam os desafios gerados por eventos desconhecidos, como por exemplo a pandemia da COVID-19, que exigiu tomadas de decisão rápidas e assertivas em diversos níveis, dada as desastrosas consequências que a inércia poderia causar. Assim, emergem neste cenário, as organizações ágeis, resilientes e capazes de se adaptarem para responder com rapidez, facilidade e destreza as mudanças de preferências dos clientes e das partes que se relacionam com ela, sendo necessário explorar novas tecnologias, transformando seus processos e modelos operacionais frente à digitalização que é um movimento sem volta. A Agilidade Organizacional contribui positivamente para o impulsionamento da Transformação Digital e, em consequência, a própria estratégia digital, pode ser executada, a fim de atingir com sucesso da realidade de uma cultura onde a Agilidade Organizacional esteja presente. Trata-se da capacidade de detectar as mudanças, como oportunidades de atuação; preferências do consumidor; questões legais, econômicas, sociais e regulatórias; avanços tecnológicos; dentre outras, estando apta para praticar sua adaptabilidade organizacional. Isso permite responder às oportunidades e ameaças internas e externas com rapidez, facilidade e destreza, o que é feito acompanhando, também de forma ágil, o desempenho das metas e compromissos estabelecidos. Nesse contexto, a cultura organizacional deveria ser destaque da obstinação pela agilidade, permanecendo em um estado constante de transformação radical, principalmente aquelas inseridas em um ambiente imprevisível, turbulento, dinâmico e competitivo. Para entender melhor sobre este importante tema, acompanhe os diálogos a seguir, de uma equipe de colaboradores da instituição hipotética denominada “Organização OKR”. A agilidade é um elemento para aprimorar o desempenho organizacional, pois permite criar e capturar valor por meio da inovação de produtos, serviços, processos e modelos de negócio. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 Diálogo hipotético/Organização OKR. Fonte: Freepik (2023b). Elaboração CEPED/UFSC (2023). 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.2 Metodologias Ágeis de Gestão 2.3 Benefícios das Metodologias Ágeis na Gestão de Desempenho As Metodologias Ágeis podem ser definidas como um agrupamento de práticas e ferramentas que têm a intenção de aumentar qualidade, agilidade e assertividade na gestão de projetos. As Metodologias Ágeis sugerem entregas em diversas fases em que se prioriza a geração de entregas mínimas ainda que inacabadas, com a intenção de validar os requisitos das partes interessadas. Desta forma, são mais flexíveis e adaptáveis. Em contrapartida, a gestão de projetos tradicional tem um tempo longo dedicado ao planejamento, com etapas mais rígidas para a execução até a conclusão de um projeto. Dentre os diversos modelos de trabalho propostos pelos Métodos Ágeis, há uma defesa comum que é “erra-se rápido para corrigir rápido”. Assim, evita- se desperdício de tempo e recursos, acelerando as validações de expectativa e resultado junto aos interessados. Dentre os frameworks que estruturam as Metodologias Ágeis, destacam-se: • Kanban: estrutura a gestão a partir de um quadro que agrupa as diversas atividades e entregas de um determinado projeto, sendo algo visível a todos os membros de uma equipe para acompanhar as etapas de todo o projeto. • Scrum: estrutura a gestão a partir da divisão da organização de todo o trabalho em ciclos temporais curtos (quinzenais ou mensais), comumente chamados de sprints, onde as entregas são feitas de forma iterativa e incremental. Para saber mais sobre este tema, está disponível na Escola de Governo da Enap, este curso aqui. • Lean Agile: estrutura a gestão com uma proposta de construção incremental de projetos, com entregas menores. Um framework indicado para projetos reduzidos e mais objetivos. Para saber mais sobre este tema, está disponível na Escola de Governo da Enap este curso aqui. São muitos os benefícios das Metodologias Ágeis para a gestão de desempenho das organizações e suas estratégias. Diante de prazos apertados e equipes cada vez mais enxutas, as organizações precisam maximizar os resultados do trabalho e garantir mais eficiência e produtividade. https://www.escolavirtual.gov.br/curso/395 https://www.escolavirtual.gov.br/curso/524 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 Mundo BANI. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 1. Gestão de Riscos e Imprevistos A pandemia do coronavírus mostrou aos gestores e profissionais que estamos num contexto volátil e imprevisível em que, no setor público por exemplo, a ação de planejar se torna ainda mais essencial. O planejamento e monitoramento de resultados precisam ser ações alinhadas às demandas imediatas da sociedade. A força de trabalho deve estar capacitada e atenta para realizar testes e implantar mudanças de forma imediata, com impactos que podem ser maiores ou menores sobre o planejamento inicial e diante do desempenho que se espera. Com o uso de Metodologias Ágeis, a organização pode trabalhar em ciclos Nesse contexto, a força de trabalho precisa ser cada vez mais adaptável a riscos e imprevistos, sem deixar que eles impactem a performance e o planejamento da organização. Confira alguns benefíciosdas Metodologias Ágeis para a gestão de desempenho em uma organização: A gestão de desempenho com Metodologias Ágeis é especialmente importante no mundo “BANI” no qual estamos vivendo – segundo a sigla em inglês, Frágil, Ansioso, Não-Linear e Incompreensível. 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública mais céleres de planejamento e execução, com maior flexibilidade e agilidade para alterar rotas diante da necessidade de mudanças nas estratégias. Daí a importância do planejamento para que a rota seja redefinida. Assim, a força de trabalho consegue aperfeiçoar o tempo de resposta a imprevistos e retornos de usuários dos serviços e soluções disponíveis. 2. Aprimoramento da Assertividade Ao permitir que entregas incrementais e inacabadas sejam apresentadas em ciclos curtos de trabalho, os Métodos Ágeis proporcionam que a equipe valide constantemente se os caminhos percorridos estão corretos ou não. Assim o impacto é positivo, uma vez que os projetos têm entregas mais assertivas, também contribuindo para resultados dos indicadores de desempenho com mais precisão, como tempo de entrega, satisfação do cliente e desempenho da forma de trabalho. 3. Melhor Priorização e Divisão de Tarefas Certamente um dos grandes desafios dos gestores é priorizar dentre tantas prioridades. A distribuição das demandas e da solução de problemas complexos é uma tarefa que requer muito cuidado. Isso pode acontecer por problemas de priorização ou divisão de tarefas – o que impacta diretamente na gestão de performance. Os Métodos Ágeis permitem maior visibilidade das tarefas da equipe, envolvendo-o no planejamento conjunto das atividades e priorização das entregas. 4. Mais Independência e Produtividade para a Equipe Um dos principais ganhos no uso das Metodologias Ágeis é a possibilidade de otimização do tempo das equipes. Pelo fato de trabalharem com ciclos curtos e alinhamentos rápidos, o retrabalho é evitado, assim como o excesso de longas reuniões e duplicidade de esforços. Além disso, os membros da equipe conseguem trabalhar de forma integrada, mas com autonomia para realizar suas tarefas. A eliminação de burocracia e melhor comunicação interna ajuda a aprimorar a velocidade das entregas e a produtividade geral. 5. Maior Colaboração entre Times O uso de Metodologias Ágeis também pressupõe a colaboração entre equipes com perfis variados para chegar aos objetivos comuns da estratégia. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 Na gestão tradicional, onde as equipes trabalham em silos e cada profissional pensa e cuida do seu próprio grupo de entregas, em comparação com os Métodos Ágeis, o que difere é que se pensa em objetivos de forma coletiva. Desta forma, promove-se a comunicação recorrente e a otimização de processos gerais da equipe. Gerentes de equipes multidisciplinares sabem que, quanto mais entrosado e alinhado está um time, melhor é a performance geral. 6. Mais Qualidade nas Entregas Quando as demandas de um time são desafiadoras, pode ser complexo alinhar expectativas e focar nas entregas que realmente agregam valor ao negócio. Um princípio comum entre todas as Metodologias Ágeis é focar nas entregas que gerem maior valor e resultado para o cliente e para as demais partes interessadas. Em vez de enxergar um projeto de forma linear como nas metodologias tradicionais, os Métodos Ágeis alinham o desenvolvimento às necessidades da organização e dos clientes. 7. Validações mais Rápidas Infelizmente, são comuns os relatos de perda em produtividade e performance por conta da demora ou retrabalho ao validar algo junto a uma parte interessada importante. Na gestão de projetos tradicionais, em que se entrega um projeto inteiro de uma vez e então é necessário rever todas as entregas de uma vez só, esse risco é muito maior. Nas Metodologias Ágeis, faz parte do processo envolver o cliente diversas vezes até se chegar ao resultado final. Nos ciclos curtos das Metodologias Ágeis, o cliente consegue acompanhar pequenas entregas, permitindo a validação mais rápida do trabalho. Resumindo, os Métodos Ágeis devem ser utilizados como aliados da gestão de desempenho de uma organização, contudo é imprescindível ajustá-los à necessidade e à realidade organizacional. A implementação de Metodologias Ágeis não é algo que acontece da noite para o dia, pois exige análise ampliada e mudança na cultura da organização. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Assim, recomenda-se que seja feita a escolha do método que mais faça sentido e se alinhe à capacidade operacional e ao desempenho da organização no momento da implementação, aquele que todos estejam alinhados e dispostos a utilizar da melhor forma possível. 2.4 Desafios e Fatores de Sucesso na Implementação de Metodologias Ágeis Ao implementar Metodologias Ágeis é imperativo definir bem os papéis e responsabilidades, e também fazer uma documentação detalhada dos processos para que as práticas ágeis se mostrem mais eficientes e permitam o atingimento do desempenho previsto nas estratégias da organização. Descubra quais os desafios na implementação de Metodologias Ágeis. A implementação de Metodologias Ágeis requer análise. Fonte: Freepik (2023a). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 1. Mudança cultural Resistência à mudança e costume aos processos antigos pode acontecer nos vários níveis da organização, começando nas equipes de desenvolvimento até a alta administração. No caso específico das grandes organizações, o problema mais significativo é a resistência dos gestores intermediários e da alta administração. 2. Sensação de vigilância Com o aumento da transparência, as pessoas sentem-se mais observadas e não querem partilhar os seus problemas, o que acaba interferindo na informação de feedback, muito necessária nas metodologias ágeis. 3. Distanciamento nas equipes A distribuição das equipes por diferentes locais - a comunicação, espírito de equipe e transparência são essenciais para o sucesso da metodologia, e a distância aumenta a dificuldade em criar relações. Desafios da implementação de Metodologias Ágeis. Fonte: Freepik (2023a). 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4. Problemas relacionados com qualidade Estes problemas são causados pelo aumento de responsabilidades e pressão nas equipes. O que resulta em desmotivação das equipes e é necessário reforçar o treino e se necessário criar um departamento novo com o objetivo de solucionar os impedimentos que as equipes de desenvolvimento não conseguem resolver. 5. Falta de compromisso e de trabalho em equipe Um dos fatores que mais contribui para este desafio é a especialização dos membros das equipes, essas pessoas focam apenas nos seus problemas e não cumprem com o plano da equipe. 6. Medição do Progresso Durante o processo de mudança é importante que a organização consiga medir o progresso, contudo as organizações nem sempre encontram as métricas certas para obter os resultados que traduzam a evolução da mudança. A organização deve observar esses desafios e agir de forma proativa, na intenção de garantir alinhamento da aplicação dos Métodos Ágeis com os objetivos organizacionais. Feito isso, tem grandes chances de aperfeiçoar a gestão de performance e potencializar a capacidade de atingimento dos objetivos definidos em suas estratégias. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023a. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Storyset, Málaga, 2023b. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. HARTMANN, D.; DYMOND, R. Appropriate agile measurement: Using metrics and diagnostics to deliver business value.In: AGILE CONFERENCE. 2006, Washington, DC. Proceedings […], Washington, DC: IEEE Computer Society, 2006. HOLBECHE, Linda. The Agile Organization - How to Build an Engaged, Innovative and Resilient Business. [S. l.]: Kogan Page, 2020. OSSOLA, Letícia N.; SILVA, Anna Paula B. da; JANUÁRIO, Eder de C.; CALVOSA, Marcello V. D. Cultura e Agilidade Organizacional: Apresentação de um modelo de gestão aplicado a ambientes dinâmicos. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2021. RUSSO, R. de F. S. G.; SILVA, L. F. da; LARIEIRA, C. L. C. Do manifesto ágil à agilidade organizacional. [Editorial]. Revista de Gestao e Projetos (GeP), Ed. Esp. jan./abr 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5585/gep.v12i1.19333. RIGBY, Darrell; ELK, Sarah; BEREZ, Steve. Ágil do Jeito Certo – Transformação sem caos. [S. l.]: Benvirá, 2020. Referências 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Medição do Desempenho Organizacional com Métricas Ágeis2 Neste módulo serão apresentados os principais conceitos sobre desempenho organizacional, assim como a importância da aplicação de métricas para medir o desempenho organizacional de forma ágil. De um modo objetivo, o termo poderia ser simplificado da seguinte maneira: Desempenho = esforços + resultados; ou Desempenho = esforços resultados. Unidade 1: Métricas Ágeis Objetivo de aprendizagem Ao término desta unidade de estudos, espera-se que você reconheça a aplicação das métricas ágeis na medição de desempenho organizacional. 1.1 Conceitos Básicos sobre Desempenho Organizacional Para você, o que é o desempenho organizacional? Considerando uma abordagem abrangente, o desempenho pode ser entendido como um somatório de esforços empreendidos e/ ou dedicados na direção de resultados a serem alcançados ou do conjunto de características ou capacidades de comportamento e rendimento de algo. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 A definição para o desempenho é estabelecida pela atuação de uma organização na execução de projetos, processos, definição de estratégias, entre outros, para se alcançar um resultado. Agora, será apresentado como funciona a medição do desempenho de forma ágil. Contudo, antes de adentrar em Métricas Ágeis, faz-se necessário destacar a diferença entre alguns conceitos importantes. Veja! Métrica É o que se pode chamar de “marcação” de algo. Situacional, único, porém contextualizado. É o quanto ou como está uma variável em determinado momento ou circunstância. Este termo é bem empregado quando se quer expressar um valor medido. Medida É determinado pela quantidade de registros de um valor ou desempenho. Contexto de acumulação por algum método. Compostas de um valor (um número) e uma unidade de medida. • Altura de 2,97 metros; • Faturamento de R$ 100 Bilhões. • 1000 clientes por dia (média); • 500 acessos por segundo. Indicador Indicador relaciona-se com um fator ou uma variável, seja qualitativo ou quantitativo, que fornece um meio simples e confiável para expressar realização. Permite a verificação de mudança (não necessariamente temporal), podendo ou não agregar várias medidas. • Aumento de 80% de fornecedores desde o último ano; • 50 graus de diferença entre SP e RJ; • “Muito bom” Avaliação média de 4,3 em 5 possíveis, na loja Comidas Ltda. 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Reforçar Princípios Ágeis Medir Resultados e não Saídas Seguir Tendências e não Números Responder uma Pergunta Específica para uma Pessoa Real Pertencer a um Conjunto Pequeno de Métricas e Diagnósticos Ser Facilmente Coletada Colaboração com o cliente e entrega de valor são princípios fundamentais para os Métodos Ágeis. Ao valorizar a simplicidade, os melhores resultados podem ser aqueles que minimizam a quantidade de trabalho realizado. Medir os resultados obtidos é mais importante que medir as saídas das atividades em processo. Os valores representados por uma métrica são menos importantes que a tendência demonstrada. Ao medir a velocidade da equipe, por exemplo, é melhor se preocupar com sua estabilização do que com o valor absoluto que ela representa. Toda métrica deve expor informação para um ponto de vista específico. Se outra pessoa tem outra pergunta, é melhor usar outra métrica. É impossível medir tudo. Muita informação pode esconder o que realmente importa. Minimize o número de métricas e meça o que é mais importante. Para métricas de acompanhamento objetivas e quantitativas, o ideal é ter uma coleta automatizada. Como é possível perceber pelas definições, há relação entre elas e uma é formada pela outra em um grau hierárquico e de complementação. Hartmann e Dymond sugerem a seleção de algumas características que devem ser consideradas para escolher uma métrica para um processo ou equipe. Segundo eles, uma boa métrica ágil deve: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 Revelar, ao invés de Esconder, seu Contexto e suas Variáveis Incentivar a Comunicação Fornecer Feedback Frequente e Regular Poder Medir o Valor Agregado Produto ou Processo Encorajar um Alto Nível de Qualidade Uma métrica deve deixar claro os fatores que a influenciaram para evitar manipulações e facilitar a melhoria do processo. Uma métrica isolada de seu contexto perde o sentido. Um bom sinal é quando as pessoas comentam o que aprenderam com uma métrica. Para amplificar o aprendizado e acelerar o processo de melhoria, as métricas devem ser frequentemente atualizadas e disponibilizadas na Área de Trabalho Informativa. Dependendo de onde estão os problemas, as métricas podem medir qualquer coisa suspeita de inibir a eficácia. Considere o público adequado para cada métrica e documente seu contexto e suposições para incentivar o uso adequado de seu conteúdo. O nível aceitável de qualidade deve ser definido pelo cliente e não pela equipe. Os Métodos Ágeis exigem sempre um alto nível de qualidade do produto a ser entregue. Tais características não formam um rol taxativo, mas se observadas favorecerão a escolha das métricas que contribuirão para a mensuração do desempenho de forma ágil. As métricas ágeis, assim como os indicadores de desempenho organizacional, são muito importantes para mensurar os resultados do negócio e propor melhorias capazes de otimizá-los. Utilizar essas ferramentas é muito útil para se prevenir de uma crise ou para não se afetar em demasia caso ela surja. 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.2 Aplicação de Métricas para Medir o Desempenho O estabelecimento de métricas para mensuração do desempenho permite acompanhar se os compromissos estabelecidos diante de um objetivo estão sendo alcançados, a partir do estabelecimento de uma estrutura, ou melhor, um sistema capaz de medir o desempenho de um contexto. Em uma realidade onde se mede sistematicamente o desempenho, há possibilidades de se realizar rapidamente intervenções à medida que ocorrem flutuações de processo. Imagine uma organização que identifica em sua força de trabalho algumas necessidades de desenvolvimento de competências em seus funcionários, visto que os resultados não estão satisfatórios. Diante dessa realidade, a organização define como estratégia criar um programa de capacitação para toda a força de trabalho, em diversas temáticas, na expectativa de que as pessoas adquiram novos conhecimentos e desenvolvam várias habilidades que irão colaborar para a obtenção de resultados organizacionais positivos. Durante o processo é preciso acompanhar a quantidade de inscritos, quantas capacitações foram ofertadas e concluídas, assim como o nível de satisfação dos participantes. É importante observar os custos e o tempo investido. Depois é importante avaliar, após as capacitações, se os resultados da organização tiveram melhora ou não. Assim, com base nas informações geradas durante a execução da estratégia, consegue-se avaliar,por exemplo, o desempenho da organização e da própria estratégia definida, favorecendo no processo a tomada de decisões e a execução de ações que irão favorecer aos melhores resultados. Importante destacar a extrema relevância de alinhamento de expectativas entre a proposta do indicador com as partes interessadas que de alguma forma vão contribuir para a existência do indicador e/ou vão fazer uso de seus resultados, de modo a assegurar a relevância do indicador proposto. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33 1.3 Por que Utilizar Métricas Ágeis? Mergulho no problema. Fonte: Freepik (2023). Nessa hipotética situação, o profissional de saúde realizou o que se chama de “mergulho no problema” para entender o que estava acontecendo. Apenas depois desse período foi possível tomar as decisões. Imagine a seguinte situação: uma pessoa está sentindo tonturas com certa frequência e reluta em ir ao médico. Quando finalmente procura a assistência médica, é solicitado que use por um tempo um medidor de pressão, para ser possível fazer análise dos sinais vitais com o intuito de entender o que está acontecendo com o paciente. Ao final desse processo de mensuração da pressão, a paciente volta e o médico faz uma leitura do que foi registrado. Após a análise dos dados ele identifica que o estresse é a principal causa das tonturas. Assim, receita algumas vitaminas, terapias e faz alguns alertas sobre comida e a prática de exercícios. 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Ação ativa. Fonte: Freepik (2023). Imagine um piloto de avião prestes a decolar. Ele possui em seu painel de bordo um número elevado de indicadores. Com o auxílio desses indicadores, o piloto sabe se vai ou não ter uma tempestade na rota dele. Caso haja tempestade, provavelmente ele consegue atualizar seu plano de voo rapidamente. Compare as duas situações hipotéticas, consegue encontrar a diferença? No caso do médico ele fez o “mergulho no problema” para encontrar as informações necessárias para a tomada de decisão. Já o piloto tem todas as informações disponíveis em seu painel de bordo antes mesmo do problema acontecer. Diferente do médico, ele consegue realizar o que se pode chamar de “ação ativa”, prevenido a realidade do problema, enquanto o médico realiza uma “ação reativa”, pois lida com um problema que já existe. Fazendo uma analogia ao contexto do setor público, é muito comum que ao falar no desempenho da organização e no atingimento de metas ignore-se que o mergulho vai ajudar, por já ser “tarde demais” pois não se teve a informação disponível a tempo. Agora, outra situação hipotética. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35 Dessa forma, é necessário medir tudo e estar sempre de olho em tudo? Claro que não! Ao falar de Métricas Ágeis, fala-se de uma enormidade de indicadores; será que realmente é preciso estar sempre de olho em tudo? Volte ao piloto do avião. Você acredita que ele utiliza e analisa todos os indicadores disponíveis no painel de bordo? Por óbvio isso é humanamente impossível, concorda? Assim, a chave é ter priorizado os indicadores certos e necessários para aquele momento. A partir do momento em que o piloto sabe que existe a possibilidade de uma tempestade em sua rota, basta ele priorizar os indicadores relacionados ao controle de clima e tempo. Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! Ou seja, ele prioriza a “dor” do momento. O mesmo temos que fazer quando falamos de Métricas Ágeis no contexto do desempenho da organização e de suas estratégias. É importante priorizar as dores do momento. Por esse motivo a utilização de Indicadores é fundamental. Por exemplo, se você sabe que tem um problema de comunicação na organização, é importante selecionar e priorizar a análise dos indicadores relacionados à mensuração do desempenho da comunicação. Assim, pode-se concluir que é importante medir “tudo”, contudo não se deve “focar em tudo”. 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. HARTMANN, D.; DYMOND, R. Appropriate agile measurement: Using metrics and diagnostics to deliver business value. In: AGILE CONFERENCE. 2006, Washington, DC. Proceedings […], Washington, DC: IEEE Computer Society, 2006. OSSOLA, Letícia N.; SILVA, Anna Paula B. da; JANUÁRIO, Eder de C.; CALVOSA, Marcello V. D. Cultura e Agilidade Organizacional: Apresentação de um modelo de gestão aplicado a ambientes dinâmicos. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2021. RUSSO, R. de F. S. G.; SILVA, L. F. da; LARIEIRA, C. L. C. Do manifesto ágil à agilidade organizacional. [Editorial]. Revista de Gestao e Projetos (GeP), Ed. Esp. jan./abr 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5585/gep.v12i1.19333. Referências Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37 Unidade 1: Conhecendo o OKR Objetivo de aprendizagem Reconhecer o que é a metodologia OKR, com foco na sua origem, influência e evolução. 1.1 Origens e Influências do OKR Taylor e Ford Taylor e Ford, famosos patriarcas da gestão, entenderam-na como uma ciência prática de medir os tempos e movimentos das atividades da força de trabalho que estavam à frente das linhas de produção. A intenção era identificar a produtividade (em produtos por unidade de tempo) e, em seguida, formular hipóteses a respeito de como poderiam melhorar esses resultados. Assim, neste contexto, pode-se dizer que nasceu o famoso método interativo de design e gerenciamento, conhecido por PDCA (Plan - Planejar, Do - Desenvolver, Check - Checar e Act - Agir), o qual é usado nos negócios para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. Módulo A Metodologia OKR3 Neste módulo será apresentada uma visão geral da metodologia OKR, sua origem, alguns exemplos práticos e os erros mais comuns na definição de OKRs. Siga firme! 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Peter Drucker Andy Grove Já Peter Drucker, referência da área de gestão, defendia que fornecer metas aos gestores poderia ser uma excelente forma de organizar a gestão. Ele defendia que deviam estabelecer metas para esses profissionais, com o compromisso da melhoria de produtividade que fossem verificadas de tempos em tempos e levassem a um processo de melhoria contínua. Assim, em um contexto de desenvolvimento da gestão ao longo do tempo, Andy Grove, em seu livro High Output Management, em meados dos anos 70 relatou que na Intel, empresa da qual havia sido CEO, havia instituído um sistema de gestão por metas, conhecido internamente como Intel Management by Objectives, e que seria posteriormente chamado de iMBOs em referência ao modelo Management by Objectives (MBO) criado por Peter Drucker. Tal referência é o que podemos chamar de Management by Objectives (MBO), uma das mais antigas e populares práticas do mundo da gestão para gerenciar o desempenho de uma empresa através de objetivos definidos. O iMBO se tratava de um modelo praticado por toda a organização e ensinado inclusive aos ingressantes na força de trabalho. O modelo defendia que a força de trabalho deveria definir seus objetivos em conjunto com o que chamou de key results, ou resultados-chave, os quais eram etapas ou planos de ação que direcionariam a força de trabalho no atingimento das metas da organização. Neste contexto começam a surgir os chamados Objectives and Key Results, ou Objetivos e Resultados-Chave, que posteriormente dariam origem à metodologia OKR. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39 Acompanhe um exemplo que demonstra essas diferenças. Resultados-chave (KRs): • ter 100% dos colaboradores com as competências mapeadas; • garantir a execuçãomínima de 75% do Plano de Desenvolvimento Individual de cada colaborador; • aumentar a média geral na pesquisa de engajamento de 7,5 para 9,5; • elevar o uso da Central do Conhecimento Digital de 5 para 8; e • reduzir o absenteísmo em 10%. É importante ressaltar algumas diferenças relevantes entre MBOs e OKRs. Enquanto MBOs se concentram em definir o que você deseja alcançar, apresentando uma medição flexível e aberta, OKRs incluem os resultados-chaves para tornar visível quando o objetivo será considerado alcançado. Nos OKRs os objetivos são abstratos, mas significativos e práticos, ao passo que os resultados-chaves são específicos e mensuráveis. 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública No final dos anos 90, John Doerr, famoso investidor americano, se juntou à empresa de tecnologia Intel sob a liderança indireta de Andy Grove. Por lá, John Doerr aprendeu como aquela empresa fazia uso dos OKR e passou a ser um dos contribuintes da disseminação para outras empresas do Vale do Silício. Jonn Doerr tornou-se investidor da Google e apresentou aos fundadores da empresa, Larry Page e Sergey Brin, a metodologia OKR utilizada pela Intel, até então conhecida por Intel Management by Objectives (iMBOs). Neste contexto dentro da Google, surgem os chamados OKRs (Objectives and Key Results, ou Objetivos e Resultados-Chave), que passaram a ser conhecidos como uma metodologia originada pela Intel e estreada na Google. A base desta metodologia é transformar o conceito de Management by Objectives (gestão por objetivos), tornando-o mais simples e tangível para a companhia toda e não só para a gestão. É importante você saber que mesmo tendo sido amplamente adotado, o estilo de utilização dos OKRs apresenta um grau considerável de heterogeneidade. Mas o que isso significa? Que cada organização adota formas não necessariamente padronizadas onde a OKR é utilizada em formatos diversos, deixando um grau de liberdade para suas equipes. Esta flexibilidade precisa, no entanto, respeitar a proposta da abordagem e seus fundamentos para que se garantam as melhorias proporcionadas com seu uso. Enfim, a metodologia OKR torna-se uma resposta às novas tendências de avaliação de performance nas empresas e ao mercado digital, passando a ser adotada por qualquer tipo de organização, independentemente do negócio ou tamanho e estando aderente à necessidade de mensuração de desempenho de forma ágil. Existem muitas discussões sobre semelhanças e diferenças entre as propostas de uso de OKR (Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados-Chave em português) e dos conhecidos KPIs (Key Performance Indicator ou Indicadores-Chave de Performances em português). Antes de tudo é importante você ter uma visão geral da proposta do KPI que, em outras palavras, são informações mensuráveis que demonstram a eficácia com que a organização está se movendo em direção às metas e compromissos definidos. 1.3 A Diferença entre OKRs e KPIs 1.2 Evolução da Metodologia OKR Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41 KPIs x OKRs Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Se analisar as duas abordagens você pode considerar que, enquanto os KPIs são métricas de negócios que refletem o desempenho, o OKR pode ser visto como uma metodologia para definição de metas no sentido de impulsionar a melhoria contínua. Ainda que haja essa diferença, nada impede que se utilize KPIs como base para determinar seus OKRs. KPIs e OKRs se complementam, tendo seus lugares em uma mesma organização. Quer ver um exemplo? No caso de uma equipe de execução orçamentária, se a capacidade de formalizar a execução orçamentária dentro do prazo caiu tanto que se tornou um problema comum, faz todo o sentido usar o KPI no nível de um OKR. Quando esta situação estiver estável, por outro lado, você pode acompanhá- lo como KPI. 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Segundo Herrero (2020), o OKR é o veículo da organização para você se deslocar do ponto A até o ponto B. Já os KPIs “são como os instrumentos localizados no painel do carro, como o volume de combustível, o nível do óleo no motor, ou ainda, o GPS ou o navegador Waze”. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 43 WODTKE, Christina. The Art of the OKR. Disponível em: https://eleganthack.com/ the-art-of-the-okr/, 2014. CASTRO, Felipe. Agile Goal Setting with OKR - Objectives and Key Results. InfoQ. 2015. Disponível em: https://www.infoq.com/articles/agile-goals-okr. Acesso em: 3 abr. 2023. DOERR, John. Avalie o que importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, 3 ed. [S. l.]: Alta Books, 2019. HERRERO, Emilio. Os OKRs e as métricas exponenciais: e as métricas exponenciais a gestão ágil da estratégia na era digital. São Paulo: Alta Books, 2020. LIMA, T.; BARBOSA, C. E.; SOUZA, J. M. de. Analysing agile governance processes in the Brazilian Government scenario. International Journal of Management and Decision Making, v. 16, n. 2, p. 131, 2017. LUNA, A. J. H. de O. Implantando governança ágil, 1 ed. Rio de Janeiro: BRASPORT, 2011. LUNA, A. J. H. de O.; FARIAS JÚNIOR, I. de; Moura, H. P. de (). Governança Ágil como um tópico emergente em Gerenciamento de Projetos. [S. l.]: Universo PM, p. 15–19, 2017. CASTRO, Felipe. Guia do Iniciante para OKR. Disponível em: https://resources. felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2. MACIEL, Teresa M. M.; ARCOVERDE, Daniel. Gestão por Objetivos e Resultados com OKR. [S. l.]:UFRPE, s.d. MARQUES, Marcus. Conheça Henri Fayol e seus princípios de gestão. 2017. Disponível em: http://marcusmarques.com.br/estrategias-de-negocio/conheca-henri- fayol-seus-principios-gestao/. Acesso em: 30 ago. 2022. MELLO, Francisco S. Homem de. OKRs: da missão às métricas. São Paulo: Qulture. Rocks, 2018. NIVEN, Paul R.; LAMORTE, Ben. 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OKRs oferecem um método para rastrear o progresso, criar alinhamento e incentivar o envolvimento em torno de metas mensuráveis. John Doerr, investidor americano com grande capital na área de tecnologia, iniciou a carreira na Intel e passou a investir em empresas como Google e Amazon. Na Google, Doerr estruturou uma fórmula simples para o estabelecimento de metas. Acompanhe! OKRs. Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 45 Estabelecimento de metas por John Doerr. Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Segundo a metodologia OKR, uma meta assertiva que possa ser considerada boa deve listar o que você vai realizar e a maneira como vai medir seu atingimento. As palavras-chave aqui são “medido por”, uma vez que a medição é o que cria uma meta real. Sem isso você não tem uma meta, mas sim um desejo. A fórmula de Doerr é a melhor maneira de se explicar aestrutura de um OKR, onde: Perceba que os Key Results (Resultados-Chave) são um conjunto de métricas que medem o seu progresso em direção ao objetivo relacionado. Para cada objetivo, normalmente se recomenda um conjunto de 2 a 5 resultados-chaves. • Objetivos: descrições memoráveis e qualitativas daquilo que se deseja alcançar. Devem ser curtos, inspiradores e envolventes. Na metodologia OKR, um Objetivo deve motivar e desafiar a equipe. • Resultados-Chave: conjunto de métricas que medem o seu progresso em direção ao atingimento dos Objetivos. A metodologia OKR orienta que para cada Objetivo, você deve ter um conjunto de 2 a 5 resultados principais. Se forem mais do que isso, certamente “não serão lembrados por ninguém”. Importante destacar que todos os Resultados-Chave devem ser quantitativos e mensuráveis. Se não tem um número, não é um Key Result. Marissa Mayer 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Objetivo: Aprimorar a qualidade do nosso serviço digital. • Resultado-chave 1: tempo de resposta de 30 segundos para todos os usuários. • Resultado-chave 2: grau de satisfação do usuário de 9, para uma pontuação de 0 a 10. • Compromissado - o objetivo compromissado, também conhecido por roofshot, reflete a melhoria contínua e não provoca grandes transformações na organização. Ele é menos ambicioso, factível de ser alcançado e, assim sendo, espera-se o resultado apenas ao final do ciclo. Podem ser identificados como acordos, ou seja, metas compromissadas a serem alcançadas em um determinado prazo. • Aspiracional - o objetivo aspiracional, também conhecido por moonshot, é um objetivo ousado e muito difícil de ser alcançado. É do tipo que estimula as pessoas a pensarem diferente, fazerem uso da criatividade e inovação, com um mindset de desenvolvimento que rompe com o status quo. Analise um exemplo! Considere que a organização deseja aprimorar um serviço público de marcação de consulta, que atualmente é disponibilizado de forma digital. O intuito é promover uma experiência de uso com melhor tempo de resposta e menor taxa de erro, obtendo avaliações majoritariamente positivas. Neste contexto pode-se estabelecer, “vamos aprimorar a qualidade do serviço digital de marcação de consultas medindo o tempo de resposta de no máximo 30 segundos e avaliação acima de 9 pontos.” Então, uma forma de estruturar seu OKR, utilizando a fórmula de Doerr, pode ser a seguinte. 2.2 Objetivos Compromissados e Aspiracionais Na metodologia OKR, um objetivo é específico, mensurável, realizável, relevante e deve ter um tempo determinado para sua realização. Aqui, destacam-se dois tipos de objetivos: compromissado e aspiracional. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 47 Objetivos: compromissado e aspiracional. Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Na metodologia OKR incentiva-se o uso do objetivo aspiracional, pela ousadia e estímulo no alcance. Destaca-se que os objetivos compromissados, em geral, apresentam um ganho de alto valor e não devem representar apenas um “check-list”. Eles serão uma prioridade naquele ciclo e a organização deve priorizar recursos para que sejam atendidos. Caso se estabeleça objetivos compromissados de baixo valor agregado, certamente haverá “descompromisso” da força de trabalho envolvida. Por outro lado, objetivos compromissados inatingíveis podem gerar uma frustração na equipe, por não se conseguir uma sensação de progresso dentro da organização. Em relação ao objetivo aspiracional, importante considerar que não pode ser inatingível, mas sim ambicioso e instigante. Caso seja apresentado como algo distante e/ou inalcançável, certamente fracasso e desengajamento organizacional serão as consequências. • Objetivo compromissado: tornar-se um pesquisador de sucesso. • Objetivo aspiracional: tornar-se o número 1 no ranking da ONU em “Pesquisa e Inovação”. 48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Teoria da Fixação de Objetivos. Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 2.3 Teoria da Fixação de Objetivos Edwin Locke e Gary Latham (2013) propuseram a Teoria da Fixação de Objetivos, a qual parte do princípio de que os objetivos devem possuir características que podem provocar um maior nível de motivação, uma vez que a falta dela geralmente pode deixar a força de trabalho sem direcionamento. A Teoria da Fixação de Objetivos é estruturada em 5 princípios, sendo que estes podem ser combinados, e ajudam a direcionar a escolha de métricas e o direcionamento para monitorar o desempenho de algo. São eles: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 49 Cinco princípios da Teoria da Fixação de Objetivos. Fonte: Edwin Locke e Gary Latham (2013). Elaboração: CEPED/UFSC (2023) Objetivos, juntamente com as metas e demais instrumentos de planejamento, não devem gerar competição ofensiva e desavenças junto à força de trabalho. Pelo contrário, eles devem estimular a colaboração e o crescimento de todos. Caso não consiga alcançá-los, isso deve ser usado como aprendizado. Ou seja, encontre as falhas e veja como é possível melhorar o desempenho e a definição de novos objetivos e compromissos. 2.4 Ferramentas e Métodos que Ajudam a Definir Objetivos Para uma maior assertividade na construção dos objetivos, você tem a possibilidade de utilizar algumas ferramentas para permitir reflexões que auxiliam na delimitação de foco. A Matriz SWOT é uma ferramenta visual e prática que possibilita realizar uma análise ambiental da organização sob as óticas externa e interna, identificando elementos diagnósticos para auxiliar no foco das estratégias. 50Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Relembre, agora, os principais atributos que compõem a Matriz SWOT: • Strengths - forças • Weaknesses - fraquezas • Opportunities - oportunidades • Threats - ameaças Ao aplicar a ferramenta para avaliar o cenário atual é possível determinar os pontos fortes, bem como os pontos que precisam de atenção (fraquezas). • Pontos fortes: aquilo em que a organização se destaca, seja pela qualidade do atendimento, dos produtos ou dos serviços oferecidos, mão de obra altamente qualificada, entre outros. • Pontos que exigem atenção (fraquezas): aquilo que precisa melhorar e que pode deixar a organização exposta e em desvantagem. Videoaula: Matriz SWOT Pontos fortes e fraquezas. Fonte: Freepik (2023) Na videoaula a seguir, conheça em detalhes como utilizar a Matriz SWOT. https://cdn.evg.gov.br/cursos/523_EVG/video/modulo03_video02/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 51 Oportunidades e ameaças. Fonte: Freepik (2023) Em um segundo momento é possível analisar as oportunidades e as ameaças a partir de uma ótica externa. • Oportunidades: todas as oportunidades externas à organização que podem ser aproveitadas ou exploradas. • Ameaças: tudo o que pode ameaçar a sua organização, desde riscos, restrições e crises governamentais até possíveis concorrências. Você já sabe que traçar objetivos pode ser uma tarefa complexa e desafiadora, visto que é preciso projetar um futuro ambicioso, capaz de manter a motivação e o crescimento constante. Porém há alguns critérios que podem ajudar nessa tomada de decisão. Observe! O acrônimo S.M.A.R.T. Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 52Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Segundo a literatura, o acrônimo SMART foi usado pela primeira vez em novembro de 1981 por George T. Doran, consultor e ex-diretor de planejamento corporativo da Washington Water Power Company. Na videoaula a seguir, você aprenderá como aplicar o acrônimo SMART. Para garantir maior sucesso na definição dos objetivos, envolva a equipe. No momento de definir metas e objetivos inclua representantes da força de trabalho no processo, delegando funções e responsabilidades. Assim o engajamento e motivação para cumprir o que foi estipuladotende a aumentar e a fazer grande diferença no resultado final. Como você escreve objetivos significativos? – Isto é, enquadra uma declaração de resultados a serem alcançados. Os gerentes ficam confusos com todo o verbal de seminários […]. Permitam-me sugerir, portanto, que, quando se trata de escrever objetivos a equipe gestora precisa apenas pensar na sigla SMART. George T. Doran. Videoaula: Objetivos SMART 2.5 Resultados-Chave: de Valor e de Marcos Resultados-chaves (podendo ser referido aqui como KRs) são medidas que permitem o monitoramento do alcance do respectivo objetivo. KRs são quantitativos, específicos, com prazos definidos, realistas e desafiadores. Uma vez que os KRs são atingidos, considera-se o objetivo como alcançado. Uma forma de compreender a essência dos KRs com relação ao objetivo é considerar que o objetivo é O QUE se deseja alcançar e o KR representa COMO MONITORAR o alcance do objetivo, de forma normalmente progressiva. Em outras palavras, os resultados-chave são marcos para acompanhar seu progresso em direção ao objetivo em questão. Normalmente define-se de 3 a 5 KRs para cada objetivo, mas não há uma regra rígida neste sentido. https://cdn.evg.gov.br/cursos/523_EVG/video/modulo03_video03/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/523_EVG/video/modulo03_video03/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 53 Não há objetivo sem resultado-chave ou vice-versa. O OKR precisa desses dois componentes básicos para funcionar. Se o objetivo puder ser atingido sem a conclusão dos KRs, provavelmente seu OKR não está bem definido. Cada KR concluído precisa representar uma conquista por si só, mesmo que não implique, ainda, no alcance do objetivo. Neste sentido, o impacto de sua conclusão precisa ser mensurado em comparação a algum parâmetro. KRs são monitorados semanalmente no sentido de obter visibilidade do progresso ao atingimento do seu Objetivo. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Seu OKR está bem definido? Fonte: Freepik (2023) 54Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública WODTKE, Christina. The Art of the OKR. Disponível em: https://eleganthack.com/ the-art-of-the-okr/, 2014. CASTRO, Felipe. Agile Goal Setting with OKR - Objectives and Key Results. InfoQ. 2015. Disponível em: https://www.infoq.com/articles/agile-goals-okr. Acesso em: 3 abr. 2023. DOERR, John. Avalie o que importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, 3 ed. [S. l.]: Alta Books, 2019. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https:// www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. LIMA, T.; BARBOSA, C. E.; SOUZA, J. M. de. Analysing agile governance processes in the Brazilian Government scenario. International Journal of Management and Decision Making, v. 16, n. 2, p. 131, 2017. LOCKE; Latham, EDWIN; Gary. New Developments in Goal Setting and Task Performance, 1 ed. [S. l.]: Routledge, 2013. LUNA, A. J. H. de O. Implantando governança ágil, 1 ed. Rio de Janeiro: BRASPORT, 2011. LUNA, A. J. H. de O.; FARIAS JÚNIOR, I. de; Moura, H. P. de (). Governança Ágil como um tópico emergente em Gerenciamento de Projetos. [S. l.]: Universo PM, p. 15–19, 2017. CASTRO, Felipe. Guia do Iniciante para OKR. Disponível em: https://resources. felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2. MACIEL, Teresa M. M.; ARCOVERDE, Daniel. Gestão por Objetivos e Resultados com OKR. [S. l.]:UFRPE, s.d. MARQUES, Marcus. Conheça Henri Fayol e seus princípios de gestão. 2017. Disponível em: http://marcusmarques.com.br/estrategias-de-negocio/conheca-henri-fayol-seus- principios-gestao/. Acesso em: 30 ago. 2022. MELLO, Francisco S. Homem de. OKRs: da missão às métricas. São Paulo: Qulture.Rocks, 2018. NIVEN, Paul R.; LAMORTE, Ben. Objectives and Key Results: Driving Focus, Alignment, and Engagement with OKRs, 1 ed.. [S. l.]: Wiley, 2016. STEVENS INSTITUTE OF TECHNOLOGY. Frederick Winslow Taylor Collection. [20--]. Disponível em: https://library.stevens.edu/archives/special-collections/ fwtaylorcollection. Acesso em: 10 abr. 2022. Referências https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 55 Unidade 3: Aspectos Relevantes sobre a Definição de OKRs Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade espera-se que você saiba identificar as principais características de OKRs efetivos. 3.1 Considerações sobre OKRs Efetivos OKRs apresentam uma forma simples e de fácil compreensão. Porém, utilizar OKRs respeitando as bases fundamentais da metodologia, muitas vezes se torna complexo diante da necessidade de mudança cultural e da diversidade de boas práticas. Nesta seção você verá alguns conceitos que podem ser úteis para sua compreensão da essência dos OKRs e que irão facilitar na adaptação da metodologia à sua realidade. É importante ressaltar algumas características que, reunidas, fazem os OKRs serem únicos. São atributos que precisam estar presentes em sua mente quando estiver definindo OKRs, para não perder o cerne da metodologia. Acompanhe algumas destas características essenciais na definição de OKRs: Características essenciais na definição de OKRs. Fonte: Freepik (2023). 56Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.2 Erros Comuns na Definição de OKRs Mesmo que você assimile as características fundamentais dos OKRs, muitas vezes poderá cair em erros comuns ao definir OKRs na sua organização. Alguns dos erros mais comuns no estabelecimento de OKRs estão relacionados a seguir: • Definir resultados-chave como lista de tarefas e não como conquistas. • Definir objetivos inatingíveis, os quais frustram a equipe e impedem o engajamento. • Definir OKRs pouco ousados que não “puxam” a equipe para a superação de seus limites, causando enfraquecimento na importância do OKR para a organização. • Não garantir a coerência dos OKRs com a estratégia organizacional, 1. Ousadia OKRs são realistas, mas ambiciosos e desafiadores. A ideia é fazer com que a equipe se supere, extrapolando limites antes considerados e, assim, evolua continuamente. 2. Alinhamento Estratégico OKRs precisam representar passos para o cumprimento da missão e alcance da visão da organização. 3. Impactante OKRs representam passos significativos para a organização, conquistas de grande impacto. 4. Alcançáveis OKRs muito arrojados podem frustrar os times se estiverem além da viabilidade de alcance. Mesmo desafiadores, OKRs são realizáveis e deve promover engajamento e motivação. O que você acabou de ver representado na imagem trata-se de um rol exemplificativo. Contudo se observado garantirá maior efetividade aos OKRs elaborados. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 57 causando desconexão entre as conquistas da equipe e o avanço organizacional. • Resultados-chave que não representam o alcance do objetivo ou que são insuficientes para cobrir o objetivo. • Resultados-chave não mensuráveis: cada um deles precisa ser mensurável. Lembre-se! Utilizar a fórmula de John Doerr é essencial. • Excesso de OKRs ou resultados-chave. OKR não é uma lista de tudo o que você faz, é uma representação das suas prioridades. Menos é mais aqui. • Estabelecer OKRs como uma abordagem top-down: OKRs não cascateiam. É preciso confiar na força de trabalho e ajudá-la a entender como pode contribuir. Para evitar esses e outros erros, é importante você observar algumas regras que são inspiradas na publicação “Administração de alta performance” de Angy Groove. Menos é mais. Fonte: Freepik (2023). 1. Menos é mais Uma organização não deve ter mais do que sete objetivos bem escolhidos e todos devem caber em uma linha. Cada objetivo deve ter no máximo cinco resultados-chave. 58Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Colaboradoresdas pontas. Fonte: Freepik (2023). 2. Defina pelo menos metade das metas de baixo para cima Os OKRs mais poderosos e energizantes geralmente se originam de colaboradores das pontas. O acordo coletivo é essencial. Fonte: Freepik (2023). 3. Nada de imposição O acordo coletivo é essencial para atingir o máximo de resultados desejados. Lembre-se! Os OKRs são um “contrato social autogovernado”. Flexibilidade. Fonte: Freepik (2023). 4. Flexibilidade Uma das características mais poderosas dos OKRs é a flexibilidade. Se algum OKR não fizer mais sentido ou não for relevante, ele pode ser descartado ou substituído. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 59 Avalie seu próprio desempenho. Fonte: Freepik (2023). 6. Nada de compensação Andy Grove descreveu os OKRs como uma ferramenta pessoal para avaliar seu próprio desempenho e não para compensar ou apontar os erros dos outros. Permita-se falhar. Fonte: Freepik (2023). 5. Permita-se falhar É bom ter OKRs compromissados, mas um dos aspectos mais atraentes dos OKRs é o “OKR aspiracional” (chamado também de moonshots). Seja paciente. Fonte: Freepik (2023). 7. Seja paciente e resoluto OKRs são tentativas e erro. Pode levar alguns ciclos antes que eles pareçam naturais ou até corram bem. 60Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.3 Exemplos Práticos de OKRs O processo de estabelecimento de OKRs segue normalmente passos comuns. Inicialmente é recomendável o foco na definição do objetivo, perguntando-se onde se quer estar daqui a 3 meses. Com o objetivo definido a atenção passa a ser sobre os resultados-chave, considerando como se pode monitorar, de forma quantitativa, o atingimento do respectivo objetivo. A seguir são explorados 2 exemplos no intuito de clarificar melhor a definição de objetivos e resultados-chave. Tome nota dessas dicas e evite os erros relatados! A tendência ao sucesso na sua elaboração dos OKR é certa! Usando um exemplo análogo ao do treinamento online da Google sobre OKRs, considere o seguinte objetivo (trocando Super Bowl por Copa do Mundo para facilitar o entendimento). Objetivo 1: Vencer a Copa do Mundo Para atingir o objetivo de ganhar a Copa do Mundo podem-se considerar como adequados neste contexto os seguintes resultados nos jogos amistosos, por exemplo, realizados antes da Copa: KR1: O time fez em média de 2 gols por jogo. KR2: O time teve, em média, 80% da posse de bola no torneio. KR3: O time sofreu, no máximo, 1 gol em todos os jogos realizados. Neste exemplo, mesmo o atendimento de todos os KRs não implica que haverá 100% de atingimento do objetivo, mas indica que há boas chances de alcançá-lo pelo desempenho do time. Com o alcance de 2 dos resultados-chave, a pontuação geral para esse objetivo seria de 66% e mesmo assim provavelmente não seria um mau desempenho. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 61 Como você já sabe, é importante estar sempre atento a não fazer dos KRs, uma lista de tarefas, que representa “o que precisamos fazer para alcançarmos os resultados estabelecidos?”. Por exemplo, ser capaz de fazer 2 gols por jogo é diferente de “fazer com que todos os jogadores pratiquem chute a gol 2 horas por semana”. O risco de expressar o resultado-chave como uma atividade considerada solução para o objetivo em questão, é não estar aberto a outras alternativas de soluções. Por outro lado, é importante considerar que em muitos contextos a equipe ainda não está pronta para estabelecer KRs de valor (maturidade, base de dados disponíveis etc). Nestes casos, é natural que se lance mão de KRs de atividades. Mesmo assim, é essencial definir KRs como marcos que significam passos importantes para o desempenho almejado e não apenas tarefas a serem realizadas. Agora, analise o segundo exemplo. Este exemplo utiliza como base a Estratégia de Governo Digital (EGD). Considere a perspectiva “Centrado no Cidadão” da EGD. É possível definir o seguinte objetivo, como alinhado a este contexto (meramente informal, apenas para facilitar o entendimento aqui). https://www.gov.br/governodigital/pt-br/EGD2020 https://www.gov.br/governodigital/pt-br/EGD2020 62Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Objetivo 1: oferecer ao usuário uma jornada digital agradável, ágil e efetiva. Observe que o Objetivo 1 do exemplo é subjetivo, deixando para os KRs a visibilidade mais concreta do que se pretende alcançar. Ainda, considerando uma das iniciativas da EGD, “aprimorar a satisfação dos usuários dos serviços públicos e obter nível médio de, no mínimo, 4,5 em escala de 5 pontos, até 2023”, pode-se admitir o seguinte KR como alinhado à EGD. KR1: obter a média acima de 4,5 em escala de 5 pontos de satisfação dos usuários dos serviços públicos. Veja que para viabilizar o monitoramento do KR estabelecido, é necessário assegurar que: • exista um mecanismo de pesquisa de avaliação do usuário, por exemplo: questionário, sistemas, etc que atenda a escala de 5 pontos; e • exista uma divulgação deste mecanismo para que os usuários respondam a pesquisa. Observe ainda que o alcance do KR1 não implica no atingimento total do Objetivo 1. Pode-se adicionar KRs complementares Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 63 Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! (tomando como base a Iniciativa 1.2) como o KR2 descrito a seguir. • KR2: atingir o tempo máximo de 1 dia de duração para o processo de abertura de empresas no Brasil. • KR3: atingir o tempo máximo de 1 dia de duração para o processo de extinção de empresas no Brasil. Refletindo sobre um cenário de alcance “apenas” dos OKRs 2 e 3, o atendimento ao objetivo não seria de 100%, mas ainda assim seria um passo importante. 64Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública CASTRO, Felipe. Agile Goal Setting with OKR - Objectives and Key Results. InfoQ. 2015. Disponível em: https://www.infoq.com/articles/agile-goals-okr. Acesso em: 3 abr. 2023. CASTRO, Felipe. Guia do Iniciante para OKR. Disponível em: https://resources. felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2. DOERR, John. Avalie o que importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, 3 ed. [S. l.]: Alta Books, 2019. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. GROVE, Andrew. Administração de Alta Performance. [S. l.]: Futura, 1995. LIMA, T.; BARBOSA, C. E.; SOUZA, J. M. de. Analysing agile governance processes in the Brazilian Government scenario. International Journal of Management and Decision Making, v. 16, n. 2, p. 131, 2017. LOCKE; Latham, EDWIN; Gary. New Developments in Goal Setting and Task Performance, 1 ed. [S. l.]: Routledge, 2013. LUNA, A. J. H. de O. Implantando governança ágil, 1 ed. Rio de Janeiro: BRASPORT, 2011 LUNA, A. J. H. de O.; FARIAS JÚNIOR, I. de; Moura, H. P. de (). Governança Ágil como um tópico emergente em Gerenciamento de Projetos. [S. l.]: Universo PM, p. 15–19, 2017. MACIEL, Teresa M. M.; ARCOVERDE, Daniel. Gestão por Objetivos e Resultados com OKR. [S. l.]:UFRPE, s.d. MARQUES, Marcus. Conheça Henri Fayol e seus princípios de gestão. 2017. Disponível em: http://marcusmarques.com.br/estrategias-de-negocio/conheca- henri-fayol-seus-principios-gestao/. Acesso em: 30 ago. 2022. MELLO, Francisco S. Homem de. OKRs: da missão às métricas. São Paulo: Qulture. Rocks, 2018. NIVEN, Paul R.; LAMORTE, Ben. Objectives and Key Results: Driving Focus, Alignment, and Engagement with OKRs, 1 ed.. [S. l.]: Wiley, 2016. Referências https://resources.felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2 https://resources.felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 65 STEVENS INSTITUTE OF TECHNOLOGY. FrederickWinslow Taylor Collection. [20--]. Disponível em: https://library.stevens.edu/archives/special-collections/ fwtaylorcollection. Acesso em: 30 ago. 2022. WODTKE, Christina. The Art of the OKR. Disponível em: https://eleganthack.com/ the-art-of-the-okr/, 2014. https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ 66Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo OKR na Prática4 Neste módulo será apresentado o que é e como funciona o ciclo de vida do OKR. A metodologia OKR será apresentada a partir de uma ferramenta prática. Unidade 1: Ciclo de Vida do OKR Objetivo de aprendizagem Espera-se que ao final da unidade você reconheça o q ue é e como funciona o ciclo de vida do OKR. 1.1 O Ciclo de Vida Típico do OKR Um ciclo típico do OKR tem por objetivo potencializar o trabalho em equipe, a comunicação entre unidades da organização e atender aos objetivos estratégicos organizacionais. Assim, divide-se a estruturação do ciclo do OKR em 3 fases: Ciclo do OKR em 3 fases. Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Planejamento Ao definir ou alinhar os OKRs estratégicos da organização, processo que via de regra deve ocorrer no início do ano, é importante o envolvimento da Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 67 Ciclo do OKR em 3 fases.Ciclo do OKR (exemplo). Fonte: autoria própria. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). força de trabalho. É relevante destacar que os objetivos estratégicos não devem ser estabelecidos apenas pela alta administração, mas sim contar com a participação de todos. Execução Assim que os OKRs forem definidos, é importante garantir que todas as equipes da força de trabalho estejam alinhadas com as tarefas que devem concluir para um trimestre de sucesso e atingimento das metas. Neste momento, é importante considerar que o alinhamento deve ser um processo contínuo, ocorrendo no decorrer de toda execução do planejamento estratégico da organização. Nessa fase também é importante identificar o proprietário de cada OKR e conscientizá-los da responsabilidade por rastrear e atualizar o progresso de seus principais resultados toda semana. Já as equipes da organização deverão conduzir revisões semanais para acompanhar o progresso, obstáculos e alternativas para o progresso do OKR. Retrospectiva Perto do final do ciclo do OKR, você deve ter uma sessão de retrospectiva para refletir sobre como foi o trimestre, recapitulando erros e reaproveitando sucessos. Este é um excelente momento para comemorar as vitórias e revisar onde você poderia ter feito melhor no trimestre anterior. As retrospectivas geralmente ocorrem nas últimas duas semanas do trimestre e devem envolver todos os participantes do OKR. Analise um exemplo. Considerando que você esteja usando objetivos estratégicos de 1 ano e objetivos táticos trimestrais, assim se aplica o ciclo: 68Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Etapa: Planejamento Estratégico Etapa: Execução Momento 1: 4 a 6 semanas antes do ano acabar - 15 a 30 de novembro A alta administração realiza debate sobre as prioridades para o próximo ano e elabora o esboço da estratégia. Depois isso deve ser compartilhado para a contribuição da força de trabalho e coleta de contribuições variadas. Momento 2: 2 a 3 semanas antes do final do ano - 10 a 15 de dezembro Os objetivos devem ser definidos em versão final para o ano inteiro e também para o primeiro trimestre e toda a organização deve ser comunicada. É importante a elaboração prévia de um plano de comunicação, com a definição das melhores ferramentas para que a comunicação aconteça. A partir de então, cada equipe ou unidade da organização deve definir seus objetivos com base nos objetivos da organização. Momento 3: 1 semana antes do final do ano - 20 de dezembro Em uma reunião estratégica deve-se verificar o alinhamento de todos os objetivos propostos com os objetivos organizacionais. Se necessário, realizar ajustes. Após ajustes finalizados, é imperativa a criação de um compromisso de pertencimento coletivo das equipes com todos os objetivos propostos, tornando os OKRs conhecidos e públicos. Momento 1: 2 semanas no período - 15 de janeiro Chegou o momento de monitorar e acompanhar o progresso, realizando checagens semanais ou quinzenais com as equipes durante as quais deve- se compartilhar o progresso de desempenho dos OKRs. É importante que sejam reuniões curtas e objetivas. Momento 2: 6 semanas no período (check-in intermediário) - 15 de fevereiro É importante que o check-in intermediário seja mais longo (em torno de 2 a 3 horas) com a alta administração e com as equipes, na intenção de atualizar o progresso do desempenho e discutir como a força de trabalho está se desenvolvendo. Se necessário, realize ajustes. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 69 Etapa: Retrospectiva Momento 1: 3 semanas antes do final do trimestre - 10 de março Esse é o momento de realizar uma troca de ideias sobre as prioridades de toda a organização para o próximo trimestre. É necessário que todos os níveis da organização estejam minimamente envolvidos na discussão. Além disso, é importante garantir o alinhamento entre os objetivos para o próximo trimestre e a comunicação destes a todos. Momento 2: 1 semana antes do final do trimestre - 25 de março Neste momento, com base nos objetivos para a empresa no próximo trimestre, as equipes devem criar seus objetivos. Cada equipe ou unidade define seus objetivos, realizando a retrospectiva de como foi o período, refletindo sobre os pontos-chave que deram certo, ou não, bem como identificando possibilidades de melhoria. Momento 3: fim do trimestre - 01 de abril É a hora de realizar uma grande reunião com todos para apresentar os resultados dos OKRs do trimestre anterior e dar início ao novo trimestre, realizando a comunicação para toda a organização. 1.2 Cadência do OKR Cadência define o ciclo de revisões de OKR que uma organização pode realizar, no intuito de verificar se a estratégica está no caminho certo. Ao usar ciclos mais curtos, pode ser benéfico garantir que você tenha um processo simplificado para desenvolver os OKRs; caso contrário, gastaria muito tempo definindo metas. Quando sua empresa lida com incertezas ou seu mercado muda muito rapidamente, ciclos OKR mais longos não ajudarão. Quando as equipes usam OKRs para medir valor a cadência trimestral faz sentido, pois é necessário tempo para desenvolver as respectivas iniciativas e medir seus impactos, aprender e iterar. Normalmente, a cadência adotada do OKR é trimestral, mas pode variar de acordo com a dinâmica organizacional. Organizações de pequeno porte, por exemplo, podem optar por começar com ciclos mais curtos. 70Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A figura a seguir apresenta um ciclo típico de OKR que abrange os níveis organizacional, por equipe e individual. Conforme pode ser observado na figura, ao final do ano a equipe de gestão executiva define os OKRs organizacionais, os quais são divulgados em seguida para a organização. As equipes então definem os seus próprios OKRs, considerando os resultados esperados pela estratégia organizacional de forma alinhada verticalmente e horizontalmente (com outras equipes). Com base nos OKRs organizacionais e da equipe, OKRs individuais são estabelecidos caso se opte por adotá-los. O monitoramento acontece assim que os OKRs são definidos, durante todo o ciclo trimestral, através de follow-ups semanais. Nessa ocasião é importante atualizar o progresso dos resultados e objetivos, e realizar ajustes necessários nas metas quando necessário. Ao final de cada ciclo, reflexões em equipe são realizadas para identificar melhorias para o novo ciclo. Cada organização que adota OKRs deve encontrar a cadência que atenda às suas necessidades, dependendo do negócio, das organizações e da cultura organizacional.Exemplo de Ciclo Típico do OKR. Fonte: John Doerr (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 71 1.3 Acompanhamento do OKR O acompanhamento do OKR é tão importante quanto o estabelecimento dos objetivos e resultados-chave. Sem um processo de acompanhamento e monitoramento efetivo, o uso de OKRs pode não dar os resultados esperados logo no início. Os OKRs devem estar inseridos na cultura da organização. Esta cultura, como você já aprendeu, precisa prezar pela agilidade e foco em resultados. O check-in nada mais é do que um breve momento, chamado por alguns de cerimônia, com o objetivo de acompanhar resultados. A intenção não é ser mais um nível de controle ou adicionar mais reuniões, mas sim tornar as reuniões existentes mais produtivas e focadas em resultados. Inclusive é uma boa oportunidade para eliminar algumas delas. A seguir, tome nota de algumas recomendações a respeito do acompanhamento de OKR. • Torne seus OKRs parte da rotina de trabalho de sua equipe através de check-ins de acompanhamento semanal. • Os check-ins devem ser curtos e limitados a uma hora ou menos. 1 hora é mais do que suficiente para qualquer tamanho de equipe. • Check-ins semanais são mais recomendados para tornar o rastreamento de OKR uma parte da cultura da empresa. • Manter o foco em melhorar os OKRs, começando por medi-los e posteriormente focando nos incidentes a serem resolvidos, ajuda a manter o foco em resultados e não em “apagar incêndios”. • Garantir a transparência e honestidade, sem se preocupar em dar justificativas e sim manter o foco no alcance de resultados, traz Atenção! Não deixe seus OKRs se transformarem naquelas tradicionais resoluções de início de ano, que muitas vezes são engavetadas. Eles precisam fazer parte da cultura organizacional estando na rotina de trabalho de cada equipe por meio da realização dos check-ins semanais. 72Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública fluência no ciclo de melhoria. • Compartilhe OKRs com sua equipe, mantendo todos informados para garantir transparência e alinhamento sobre o que a sua organização espera alcançar. • Garanta a cadência regular de OKRs, de preferência semanalmente. Se fizer sentido na sua equipe, podem ser stand-up meetings diários. • Discuta os principais aprendizados do ciclo. Esta prática é tão importante quanto revisar o progresso dos resultados-chave, simplesmente questionando o porquê do progresso e identificando oportunidades de melhorias. • Evite qualquer relação de progresso do OKR com avaliação de desempenho individual. Um bom modelo de check-in pode ser estruturado a partir de quatro perguntas-chave. A reunião precisa ser pautada por dados e pelo anseio de identificar qual a realidade do passado, a do presente e a perspectiva de futuro. Os dados precisam apresentar esse diagnóstico e a projeção. É importante identificar o que está em dia, ou não, bem como as causas ou riscos envolvidos, com a perspectiva de definir iniciativas ou ações corretivas. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 73 Compartilhar histórias de sucesso do OKR. Fonte: Freepik (2023). Devemos perceber – e agir de acordo – que se tentarmos focar em tudo, não focaremos em nada. John Doerr 1.4 Considerações Práticas sobre o Ciclo de Vida do OKR É fundamental, por exemplo, apresentar a estrutura de forma clara e abrangente, além de compartilhar histórias de sucesso de outras organizações que usam OKRs. Expressar não apenas os benefícios de uma estrutura de OKR para toda a organização, mas também incluir como ela atenderá especificamente às necessidades, demandas e desafios exclusivos de sua equipe e de cada um dos indivíduos que faz parte dela. 74Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Neste sentido, estabeleça um máximo de 5-7 objetivos com 3-5 resultados-chave. A priorização e simplicidade devem estar no coração do OKR. Embora possa ser um processo de priorização rigoroso diante de muitas metas e desafios que precisam ser atendidos, ajudará os líderes a direcionar melhor o foco e os recursos para os pontos ideais com maior potencial de impacto nos objetivos da empresa. A forma como os OKRs serão distribuídos em toda a equipe ou organização, precisa ser definida antes de tudo. É importante planejar com antecedência e pensar criticamente sobre seu plano de implementação para a estrutura. Defina a cadência do seu OKR, se trimestral, mensal etc. Ciclos anuais e trimestrais são os padrões, mas considere a que melhor se enquadrar em sua organização. Defina o grau de abrangência dos OKRs na sua organização. Parece mais adequado ter três camadas para a organização, departamento e membros individuais da equipe ou mais camadas seguindo todos os níveis organizacionais? Meu time está maduro o suficiente para trabalhar OKRs individuais ou é melhor amadurecer primeiro organizacionalmente e depois baixar para o nível individual? Aproveite os muitos recursos OKR disponíveis! Existem vários recursos disponíveis que podem ajudar a orientar seu processo de implementação de OKR. Além disso, como forma de se comprometer melhor com o rastreamento de OKR muitas empresas e organizações aproveitam ferramentas gratuitas e, também, softwares pagos para começar. Algumas possibilidades são Perdoo, Betterworks, Weekdone, Zokri, 15Five, Jira, Trello e Google Sheets. Lembre-se que não existe a “melhor ferramenta”. O “como” é usada, sim, é um fator crítico de sucesso. Selecione a que melhor se adapta à sua cultura organizacional. As reflexões ao final de cada ciclo são fundamentais para a melhoria contínua e garantia do sucesso dos OKRs na sua organização. Não abra mão disso! Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://www.perdoo.com/pt/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 75 CASTRO, Felipe. Agile Goal Setting with OKR - Objectives and Key Results. InfoQ. 2015. Disponível em: https://www.infoq.com/articles/agile-goals-okr. Acesso em: 3 abr. 2023. CASTRO, Felipe. Guia do Iniciante para OKR. Disponível em: https://resources. felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2. DOERR, John. Avalie o que importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, 3 ed. [S. l.]: Alta Books, 2019. DOERR, John. A Typical OKR Cycle. What Matters. 2020. Disponível em: www. whatmatters.com/resources/a-typical-okr-cycle. Acesso em: 5 abr. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. GROVE, Andrew. Administração de Alta Performance. [S. l.]: Futura, 1995. LIMA, T.; BARBOSA, C. E.; SOUZA, J. M. de. Analysing agile governance processes in the Brazilian Government scenario. International Journal of Management and Decision Making, v. 16, n. 2, p. 131, 2017. LOCKE; Latham, EDWIN; Gary. New Developments in Goal Setting and Task Performance, 1 ed. [S. l.]: Routledge, 2013. LUNA, A. J. H. de O. Implantando governança ágil, 1 ed. Rio de Janeiro: BRASPORT, 2011 LUNA, A. J. H. de O.; FARIAS JÚNIOR, I. de; Moura, H. P. de (). Governança Ágil como um tópico emergente em Gerenciamento de Projetos. [S. l.]: Universo PM, p. 15–19, 2017. MACIEL, Teresa M. M.; ARCOVERDE, Daniel. Gestão por Objetivos e Resultados com OKR. [S. l.]:UFRPE, s.d. MARQUES, Marcus. Conheça Henri Fayol e seus princípios de gestão. 2017. Disponível em: http://marcusmarques.com.br/estrategias-de-negocio/conheca- henri-fayol-seus-principios-gestao/. Acesso em: 30 ago. 2022. MELLO, Francisco S. Homem de. OKRs: da missão às métricas. São Paulo: Qulture. Rocks, 2018. Referências https://resources.felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2 https://resources.felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2 76Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública NIVEN, Paul R.; LAMORTE,Ben. Objectives and Key Results: Driving Focus, Alignment, and Engagement with OKRs, 1 ed.. [S. l.]: Wiley, 2016. STEVENS INSTITUTE OF TECHNOLOGY. Frederick Winslow Taylor Collection. [20--]. Disponível em: https://library.stevens.edu/archives/special-collections/ fwtaylorcollection. Acesso em: 30 ago. 2022. WODTKE, Christina. The Art of the OKR. Disponível em: https://eleganthack.com/ the-art-of-the-okr/, 2014. https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 77 Unidade 2: Como Utilizar o OKR? Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade espera-se que você saiba executar a metodologia OKR a partir de uma ferramenta prática. 2.1 Perguntas Orientadoras para a Definição de OKRs Perguntas orientadoras costumam auxiliar com êxito a elaboração de planejamentos. Aqui você verá uma ferramenta simples, contudo muito útil no momento da construção de OKRs: o 5W2H. A 5W2H é uma ferramenta de apoio à elaboração de planejamentos que parte de algo para definir ações, metas e compromissos. Ela auxilia a determinar o que será feito para alcançar esse algo, por qual razão, por quem, como, quando e onde será feito, além de estimar quanto isso custará. A ferramenta é composta por 7 perguntas que, quando bem executadas, auxiliam na delimitação do contexto do OKR, eliminando dúvidas e trazendo foco, por exemplo. Trata-se de um método que utiliza perguntas-chave e em que pelas respostas é possível obter informações para a construção dos OKRs com definições claras e objetivas. Ferramenta 5W2H. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Adaptado de Freepik (2023). 78Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Conheça as diretrizes e o significado dos caracteres: What? - O que será feito? Antes de tudo, é hora de identificar o que deverá ser feito. A gravidade e urgência desse algo a ser feito varia durante o ano? As definições operacionais são claras? O sistema de mensuração de resultados precisará ser mais ágil? Dever ser repetível? Depois, determine o que será realizado, ou seja, qual o objetivo a alcançar. Why? - Por que será feito? É importante a motivação e justificativa que trouxe esse objetivo, com uma explicação que contribua com o entendimento do que deve ser feito. É preciso delimitar razões que justifquem por que a meta foi proposta. Where? - Onde será feito? É imprescindível localizar onde será feito. A partir dessa identificação, fica mais simples determinar responsáveis e providências a serem tomadas. When? - Quando será feito? Localizar no tempo é importante para garantir a operacionalidade. Um instrumento de apoio aqui é um cronograma. Who? - Por quem será feito? Quem está envolvido de forma direta ou indireta? Quem são as partes interessadas que podem contribuir? Defina quem será o responsável por cada ação prevista para alcançar a meta que estabeleceu. How? - Como será feito? Até aqui, muita coisa foi definida. Nas etapas anteriores, você definiu quase tudo. Mas não há como colocar a estratégia em prática sem entrar nos detalhes sobre como isso será feito. É preciso estabelecer, minimamente, um macro para cada ação necessária para que a meta determinada lá no início seja alcançada. How much? - Quanto vai custar? A relação custo-benefício precisa ser observada ainda nesse momento, visto que nada adianta ter uma ótima ideia se ela não está ajustada à realidade financeira da organização. Como você viu, o 5W2H permite obter informações para tomar melhores decisões e construir de forma mais segura os OKRs da organização. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 79 Canvas OKR. Fonte: autoria própria. 2.2 Ferramenta Prática para Elaboração de OKR Uma das formas mais otimizadas para a elaboração de OKR é o uso de brainstorming, ou tempestade de ideias, que é uma técnica de dinâmica de grupo que explora de forma criativa a elaboração coletiva ou identificação de possibilidades. A técnica propõe que o grupo se reúna e utilize a diversidade de pensamentos e experiências para gerar soluções inovadoras, sugerindo qualquer pensamento ou ideia que vier à mente, sem que um filtro seja estabelecido previamente. Se a técnica for aplicada na elaboração de OKRs, após vários registros faz-se o filtro e o ajustes das ideias, tendo então uma primeira versão de possibilidades para a composição dos OKRs. Para auxiliar nesse processo, observe a elaboração de um modelo, aqui nominado de Canvas OKR. https://articulateusercontent.com/rise/courses/p17KajSAqnwMQCLmFqFbwGJrre5eXrJp/JKcwgMKCuFGjT_CJ-CanvasOKR.pptx 80Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na videoaula a seguir você conhecerá mais detalhes sobre como utilizar o Canvas OKR. Assista! Você viu que o Canvas é uma ferramenta flexível, objetiva e simplificada para auxiliar na estruturação das ideias de forma bem didática e sempre na busca por alinhamento estratégico dos OKRs com as demais estratégias da organização. Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! Videoaula: Canvas OKR https://cdn.evg.gov.br/cursos/523_EVG/video/modulo04_video04/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 81 CASTRO, Felipe. Agile Goal Setting with OKR - Objectives and Key Results. InfoQ. 2015. Disponível em: https://www.infoq.com/articles/agile-goals-okr. Acesso em: 3 abr. 2023. CASTRO, Felipe. Guia do Iniciante para OKR. Disponível em: https://resources. felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2. DOERR, John. Avalie o que importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, 3 ed. [S. l.]: Alta Books, 2019. DOERR, John. A Typical OKR Cycle. What Matters. 2020. Disponível em: www. whatmatters.com/resources/a-typical-okr-cycle. Acesso em: 5 abr. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. GROVE, Andrew. Administração de Alta Performance. [S. l.]: Futura, 1995. LIMA, T.; BARBOSA, C. E.; SOUZA, J. M. de. Analysing agile governance processes in the Brazilian Government scenario. International Journal of Management and Decision Making, v. 16, n. 2, p. 131, 2017. LOCKE; Latham, EDWIN; Gary. New Developments in Goal Setting and Task Performance, 1 ed. [S. l.]: Routledge, 2013. LUNA, A. J. H. de O. Implantando governança ágil, 1 ed. Rio de Janeiro: BRASPORT, 2011 LUNA, A. J. H. de O.; FARIAS JÚNIOR, I. de; Moura, H. P. de (). Governança Ágil como um tópico emergente em Gerenciamento de Projetos. [S. l.]: Universo PM, p. 15–19, 2017. MACIEL, Teresa M. M.; ARCOVERDE, Daniel. Gestão por Objetivos e Resultados com OKR. [S. l.]:UFRPE, s.d. MARQUES, Marcus. Conheça Henri Fayol e seus princípios de gestão. 2017. Disponível em: http://marcusmarques.com.br/estrategias-de-negocio/conheca- henri-fayol-seus-principios-gestao/. Acesso em: 30 ago. 2022. MELLO, Francisco S. Homem de. OKRs: da missão às métricas. São Paulo: Qulture. Rocks, 2018. Referências https://resources.felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2 https://resources.felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2 82Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública NIVEN, Paul R.; LAMORTE, Ben. Objectives and Key Results: Driving Focus, Alignment, and Engagement with OKRs, 1 ed.. [S. l.]: Wiley, 2016. STEVENS INSTITUTE OF TECHNOLOGY. Frederick Winslow Taylor Collection. [20--]. Disponível em: https://library.stevens.edu/archives/special-collections/ fwtaylorcollection. Acesso em: 30 ago. 2022. WODTKE, Christina. The Art of the OKR. Disponível em: https://eleganthack.com/ the-art-of-the-okr/, 2014. https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ https://eleganthack.com/the-art-of-the-okr/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 83 Módulo Metodologia OKR Aplicada à Transformação Digital no Governo5 Neste módulo, você aprenderá como o monitoramento do desempenho é fundamental para o processo de Transformação Digital. Será abordado também um panorama brasileiro que trata da relevância do planejamento e de seu monitoramento com o uso de indicadores. Unidade 1: O Planejamento e o Monitoramento da Transformação Digital Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, espera-se que você saiba determinar como o monitoramento do desempenho é fundamental para o processo de Transformação Digital. 1.1 Panorama da Transformação Digital no Brasil "No último relatório divulgado pelo Banco Mundial, o Brasil obteve pontuação de 0,92, com a média simples das pontuações de quatro componentes relevantes: 1. Índice de Sistemas Governamentais Centrais O Índice de Sistemas Governamentais Centrais mede aspectos relativos à articulação sistêmica de governo. 2. Índice de Prestação de Serviços Públicos O Índice de Prestação de Serviços Públicos avalia portais on-line, serviços de atendimento eletrônico e recursos de pagamento eletrônico, entre outros. 3. Índice de Engajamento do Cidadão Já o Índice de Engajamento do Cidadão mede a participação pública, o feedback dos cidadãos e os portais de dados abertos. 84Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4. Índice de Habilitadores Por fim, o Índice de Habilitadores GovTech considera estratégia, instituições, regulamentos, habilidades digitais e programas de inovação. Todos esses componentes são importantes para a avaliação da evolução da transformação digital em uma localidade. O GovTech Maturity Index vai de 0 a 1, sendo que o Brasil ficou bem acima da média global, que é de 0,52. Coreia do Sul, Estônia, França, Dinamarca, Áustria e Reino Unido estão acima na lista." Em seu relatório, o Banco Mundial destaca que o Brasil é um líder em sistemas de governo e instituições para viabilizar a digitalização. O Comitê de Governança Digital é citado por seu papel nessa transformação, e a existência de uma estratégia de governança de dados, de proteção de dados e de segurança foi um feito reconhecido e elogiado. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), na pesquisa sobre Governo Eletrônico realizada em 2020, o Brasil ocupa a 20º posição entre 193 países com melhor oferta de serviços públicos digitais. O país ficou em primeiro lugar neste quesito na América do Sul e em segundo nas Américas, à frente de países como Canadá, Chile e Uruguai, e atrás somente dos Estados Unidos. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 85 Segundo o Ministério da Economia (atual Ministério da Fazenda), no período de 2019 a 2021 os serviços públicos digitalizados do Governo Federal chegaram a mil em menos de dois anos e houve aumento do acesso online da população, facilitando e agilizando a solução de suas demandas. No ranking dos serviços mais acessados estão: Consultar Restituição de Imposto de Renda; Sacar o Abono Salarial; Consultar CPF; Obter a Carteira de Trabalho; Emitir Certidão de Antecedentes Criminais e Realizar Inscrição no INSS. Ainda segundo a pesquisa sobre Governo Eletrônico, o Brasil priorizou a Transformação Digital por meio de uma boa estratégia de governo digital, otimizando o acesso a informações públicas e criando estruturas que garantam maior inclusão digital e cidadania, como as consultas públicas com indivíduos e sociedade civil. A Estratégia de Governo Digital 2020-2022 foi considerada ousada, com meta da digitalização de 100% dos serviços públicos até o final de 2022. A expectativa é de O Brasil e a Transformação Digital. Fonte: Freepik (2023). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 86Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública que R$ 38 bilhões fossem economizados em cinco anos. No momento da elaboração deste módulo ainda não haviam sido divulgados os resultados. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realiza, em todo o mundo, um frequente trabalho de avaliação de governos em diferentes temáticas. Em 2020, foi realizada a revisão do Governo Digital do Brasil com o objetivo de auxiliar o governo brasileiro em seus esforços de transição de uma abordagem de governo eletrônico (e-government) para um governo digital. Segundo os achados dessa revisão realizada pela OCDE, seis são as dimensões da mudança de governo eletrônico para o governo digital: • transição da administração centrada no usuário para uma administração conduzida pelo usuário; • transformação de um governo reativo para proativo na elaboração de políticas públicas e prestação de serviços; • instituição de um governo centrado na informação para um setor público orientado por dados; • realização da digitalização de processos existentes ao processo por concepção digital (digital by design); • realidade de um governo provedor de serviços para um governo como plataforma para co-criação de valor público; e • priorização da abertura de dados como padrão para acesso à informação. Assim, não se trata apenas do consumo e aplicação de tecnologias para a imersão no meio digital como um modo de gerir, prestar serviços e aprimorar o exercício da cidadania. É um movimento de levar o governo eletrônico para o governo digital para estabelecer um novo paradigma para os serviços públicos brasileiros. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 87 Desta forma o uso da Tecnologia da Informação nos serviços públicos vem construindo uma tendência disruptiva e inovadora em relação ao modelo anterior de governo eletrônico, em que a modelagem tecnológica era predominantemente incremental. 1.2 Planejamento da Transformação Digital Agora, acompanhe com atenção alguns eventos ocorridos no Brasil acerca da Transformação Digital: Transparência e efetividade do Governo Federal. Fonte: Brasil (2020). 2016 Foi instituída no Brasil a Estratégia de Governança Digital (EGD) que foi atualizada em 2020. A EGD propõe a promoção do uso de recursos de Tecnologia da Informação pelo setor público para melhorar a disponibilização de informação, incentivar a participação da sociedade no processo de tomada de decisão e aprimorar o nível de transparência e efetividade do Governo Federal. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/EGD2020 88Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Prestação de serviços públicos digitais mais qualificados. Fonte: Brasil (2020). 2020 O Decreto nº 10.332, publicado no dia 29 de abril de 2020, instituiu a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Considerando os dados da pesquisa de satisfação cidadã sobre os serviços públicos digitais no Brasil, realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a satisfação com os serviços digitais privados é muito superior à dos serviços públicos, o que aponta para a necessidade de um diagnóstico, pelo governo e em conjunto com o cidadão-usuário, de como tornar a prestação de serviços públicos digitais mais qualificados. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 89 A Transformação Digital é um movimento com diversos desafios e, no Brasil, possivelmente um dos desafios mais relevantes está na desigualdade no acesso ao universo digital. A própria Estratégia de Governança Digital (EGD), apresentou dificuldades de inserção segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 2021 A Lei n.º 14.129/2021 pode ser vista como importante forma de concretização da Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022. A digitalização dos serviços públicos e do governo, se desenvolvida em observância aos princípios e objetivos da Estratégia de Governo Digital, sem deixar de lado aquela parcela da população denominada de “excluídos digitais”, tem potencial para qualificar a prestação do serviço público, possibilitando uma universalização ainda maior e fomentandoa interação entre a administração pública e o cidadão-usuário de serviços públicos digitais. Interação entre a administração pública e o cidadão-usuário de serviços públicos digitais. Fonte: Brasil (2020). 90Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Segundo a OCDE, o atual estágio de emprego das tecnologias digitais e sua adoção pelos governos no mundo marca a mudança de paradigma de governo eletrônico para governo digital, em que a Tecnologia da Informação e todo o seu potencial passa a figurar como elemento central da transformação do setor público. Para o avanço da Transformação Digital, não há como fugir: alguém precisa estar integralmente voltado para pensar e fazer acontecer a estratégia digital na organização. Esta não pode ser uma atribuição lateral de alguém com outras tarefas. Assim, o primeiro passo é construir um time — ainda que pequeno — cuja única atribuição seja liderar a Transformação Digital na organização. Este núcleo de Transformação Digital deve contar com profissionais criativos, com iniciativa, olhar empreendedor e foco nos resultados. Pessoas que não se deixem parar por obstáculos e que tenham perfil de trabalhar nos bastidores, sem necessidade de receber os louros pelos resultados conquistados. A existência de um governo 100% digital não se restringe à automação de processos e oferta de serviços públicos online, pois busca avançar para um modelo de governança pública que integre o potencial da Tecnologia da Informação com os processos internos do próprio governo junto aos cidadãos, buscando assim cumprir os papeis essenciais do Estado de forma mais eficiente, assertiva, com serviços públicos mais qualificados e alinhados às necessidades do cidadão. Liderando a Transformação Digital na organização. Fonte: Freepik (2023). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 91 Além disso, as ações necessárias à Transformação Digital precisam ter os seus custos avaliados bem como as suas formas de atendimento. Essas ações poderão ser atendidas com recursos já disponíveis pela organização, com recursos a comporem o seu orçamento futuro, através do estabelecimento de parcerias ou utilização de recursos a serem disponibilizados a custo zero por outras fontes. Dessa forma, o Plano de Transformação Digital torna-se o documento que consolidará todas essas questões. É nele que estarão todas as ações para cada tema a ser trabalhado na Transformação Digital, com o estabelecimento dos responsáveis por cada uma dessas ações, os custos das mesmas, os principais entregáveis e as datas relacionadas, os indicadores de monitoramento e avaliação, a estrutura de governança estabelecida, referências ao marco legal definido, o plano de gestão de riscos e o plano de comunicação. Reuniões de retrospectiva da estratégia. Fonte: Freepik (2023). 1.3 A Importância do Monitoramento de Desempenho na Transformação Digital 92Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Um dos destaques do êxito no processo de Transformação Digital está na existência de reuniões de retrospectiva da estratégia, onde são identificados progressos a serem realizados para aprimorar sua implantação. Veja o que analisam dois grandes especialistas acerca da importância deste tema. Essas reuniões exigem investimento de tempo e atenção, fazendo profunda, sincera e verdadeira análise do trabalho e esforço realizado. Tal atitude reflete o princípio ágil que defende que as equipes devem refletir regularmente sobre como se tornar mais efetivas e então ajustar e otimizar seu comportamento de acordo (BECK et al., 2001). Em sua obra, Albino (2017) recomenda que em reuniões de retrospectiva devem ser expostas as visualizações das métricas desenvolvidas, com a finalidade de apoiar a equipe no intuito de exercer a filosofia de melhoria contínua baseada em dados a partir de análises feitas de forma colaborativa. Com isso pode-se tomar decisões para promover pequenas alterações no processo que causem menor resistência à mudança, com os objetivos de identificar pontos de melhoria no trabalho, que é a inspeção, e de traçar planos de ação para executar essas melhorias, que é a adaptação (ALBINO, 2017). Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 93 ALBINO, R. D. Métricas Ágeis: obtenha melhores resultados em sua equipe. São Paulo: Casa do Código, 2017. BECK, K. et al. Manifesto for Agile Software Development. 2001. Disponível em: http://agilemanifesto.org/. Acesso em: 28 set. 2022 BRASIL. Casa Civil. Governo eletrônico: ONU classifica Brasil entre os 20 países com melhor oferta de serviços públicos digitais. Portal Gov.br. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2020/julho/governo- eletronico-onuclassifica-brasil-entre-os-20-paises-com-melhor-oferta-de-servicos- publicos-digitais. Acesso em: 28 jul. 2021. CRISTÓVAM, José Sérgio da Silva; SAIKALI, Lucas Bossoni; SOUSA, Thanderson Pereira de. Governo Digital na Implementação de Serviços Públicos para a Concretização de Direitos Sociais no Brasil. Sequência, Florianópolis, n. 84, p. 209-242, abr. 2020. DOI: 10.5007/2177- 7055.2020v43n89p209, p. 217. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Digital Government Review of Brazil: Towards the Digital Transformation of the Public Sector. OECD Digital Government Studies. Paris: OECD Publishing, 2018. DOI: https://doi. org/10.1787/9789264307636-en. Referências 94Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: OKR no Setor Público Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade espera-se que você reconheça aspectos relevantes sobre como adotar OKR nos processos de Transformação Digital e no setor público. 2.1 Benefícios e Desafios Ao longo dos estudos, você aprendeu que OKRs podem ser grandes parceiros na gestão organizacional no setor público. Contudo, para o efetivo uso da metodologia tem-se o desafio da realidade de uma cultura organizacional onde a agilidade seja um valor presente. A professora Tereza Macial, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, referência no tema, em suas apresentações sobre o uso de OKR no setor público expôs os principais benefícios e desafios que podem ser observados neste processo. Benefícios esperados • Maior foco e direcionamento para as equipes, com uma visão mais clara das prioridades organizacionais, assim como resultados e desdobramentos mais concretos. • Alinhamento de OKRs entre os diversos níveis organizacionais, fortalecendo o alinhamento nos diversos níveis da organização. • Participação da força de trabalho na definição dos OKRs, proporcionando maior comprometimento e envolvimento das equipes no alcance dos objetivos. • Instituição de uma cultura gerencial ágil. • Maior integração e sinergia entre as unidades organizacionais. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 95 2.2 Estratégia de Implantação dos OKR A estratégia de implantação do uso de OKR na organização depende da estrutura organizacional, da maturidade das equipes, do engajamento do gestor principal, da cultura organizacional, dentre outros aspectos. Segundo a professora Tereza Macial, algumas estratégias podem ser observadas: Área Organizacional Pode ser uma boa estratégia se existirem divergências intensas no estilo da gestão de cada área organizacional. Iniciar pela área mais favorável e alinhada ao OKR é uma boa alternativa para o “primeiro empurrão”. Nível Organizacional Pode ser uma boa estratégia de todas as áreas, inclusive da alta gestão. Não apresenta uma cultura de gestão por resultados ou indicadores. Iniciar incrementalmente de forma top-down facilita que a cultura seja construídaprimeiramente na alta gestão, sendo multiplicada aos poucos para os níveis menores. Organização Total Se a organização é muito pequena, se existe maturidade organizacional para Desafios a serem superados • Dependências vão existir entre áreas internas e externas, minimizadas com a definição de OKRs em reuniões integradas que juntem os vários líderes. • Os resultados-chave definidos tendem a ser direcionados a atividades, masresultados-chave são resultados (o que você quer alcançar naquele trimestre) e não ações (o que você precisa fazer). • Falta de cultura gerencial, especialmente em áreas muito técnicas, compromete a qualidade dos objetivos e resultados estabelecidos, o que dificulta a visão de objetivos prioritários e a sistemática e disciplina exigida pelo OKR. • O fato de a instituição como um todo não adotar o OKR torna limitada a maximização de resultados que o OKR favorece, mas não inviabiliza a adoção pelo órgão/área. 96Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Não existe uma melhor estratégia. Existe aquela que é mais adequada a cada organização, observando a cultura organizacional e a maturidade da força de trabalho. Contudo, em qualquer caso o monitoramento é fundamental. No setor público, com a realidade do movimento da Transformação Digital cada vez mais intenso, não apenas na oferta de serviços, mas também na atuação dos servidores, o uso de OKR pode ajudar no alcance de resultados de forma mais ágil e efetiva. Sim, você vai esbarrar na necessidade de ajuste e mudança de cultura, tendo a agilidade e o foco em resultados como características de destaque. Será necessário alinhamento e influência nos demais ciclos e instrumentos de planejamento governamental. Em geral, no governo não há o incentivo de definição de metas ousadas e a experimentação para gerar inovação ainda é vista com certa resistência por alguns gestores. acompanhamento de desempenho ou se gestão por resultados faz parte da cultura organizacional, implantar em toda a organização pode ser uma boa escolha. Contudo é necessário um acompanhamento para que a implantação seja orquestrada e alinhada, evitando qualquer desalinhamento. OKR? Será? Fonte: Freepik (2023). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 97 Contudo, os OKRs têm trazido uma verdadeira mudança de cultura e de mentalidadena atual revolução digital que estamos vivenciando, pois, as pessoas estão mudando a forma de pensar e agir, transformando a estratégia em hábito. É uma luta constante vencer o desafio de mudar o foco de cumprir tarefas para o foco em obter resultados, no porquê fazer o que está sendo feito e quais serão seus benefícios. O essencial é iniciar e garantir que todos os níveis organizacionais, bem como os instrumentos de planejamento, estejam devidamente alinhados! Se errar, que seja rápido; para que o aprendizado seja observado também de forma rápida; e a correção seja mais rápida ainda. Sucesso! Siga firme no uso de OKR para ajudar você no alcance de resultados de forma mais ágil e efetiva! Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! 98Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública CASTRO, Felipe. Agile Goal Setting with OKR - Objectives and Key Results. InfoQ. 2015. Disponível em: https://www.infoq.com/articles/agile-goals-okr. Acesso em: 3 abr. 2023. CASTRO, Felipe. Guia do Iniciante para OKR. Disponível em: https://resources. felipecastro.com/beginners-guide-to-okr-2. DOERR, John. Avalie o que importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, 3 ed. [S. l.]: Alta Books, 2019. DOERR, John. A Typical OKR Cycle. What Matters. 2020. Disponível em: www. whatmatters.com/resources/a-typical-okr-cycle. Acesso em: 5 abr. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.storyset.com/. Acesso em: 12 jan. 2023. GROVE, Andrew. Administração de Alta Performance. 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Unidade 1: Ciclo de Vida do OKR 1.1 O Ciclo de Vida Típico do OKR Referências Unidade 3: Aspectos Relevantes sobre a Definição de OKRs 3.1 Considerações sobre OKRs Efetivos 3.2 Erros Comuns na Definição de OKRs 3.3 Exemplos Práticos de OKRs Referências Unidade 2: Caracterizando a Metodologia OKR 2.1 Fórmula de Doerr 2.2 Objetivos Compromissados e Aspiracionais 2.3 Teoria da Fixação de Objetivos 2.4 Ferramentas e Métodos que Ajudam a Definir Objetivos 2.5 Resultados-Chave: de Valor e de Marcos Referências 1.2 Evolução da Metodologia OKR 1.3 A Diferença entre OKRs e KPIs Unidade 1: O Planejamento e o Monitoramento da Transformação Digital 1.1 Panorama da Transformação Digital no Brasil Referências Unidade 2: Como Utilizar o OKR? 2.1 Perguntas Orientadoras para a Definição de OKRs 2.2 Ferramenta Prática para Elaboração de OKR Referências 1.2 Cadência do OKR 1.3 Acompanhamento do OKR 1.4 Considerações Práticas sobre o Ciclo de Vida do OKR Referências Unidade 2: OKR no Setor Público 2.1 Benefícios e Desafios 2.2 Estratégia de Implantação dos OKR Referências 1.2 Planejamento da Transformação Digital 1.3 A Importância do Monitoramento de Desempenho na Transformação Digital