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COMÉRCIO EXTERIOR - LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
A Constituição Federal consagra os princípios gerais do Sistema Tributário Nacional, definindo as limitações ao poder de tributar, a competência para a instituição de tributos e a repartição das receitas tributárias. Aos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), a Carta Magna outorgou o poder de criar, modificar ou extinguir os tributos, por meio de lei, de acordo com as diretrizes estabelecidas.
Pode-se ilustrar a hierarquia da legislação tributária nacional como um edifício projetado em forma de uma pirâmide cujo ápice é a Constituição Federal. Em um andar inferior, estão as Leis Complementares, entre estas, o Código Tributário Nacional (CTN), que contém as normas gerais. Descendo, destacam-se as normas ordinárias que compõem as Leis Ordinárias (da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dependendo da competência tributária), que criam os tributos, viabilizando os princípios e regras designados nos níveis hierárquicos superiores, definindo detalhadamente as obrigações e os direitos dos contribuintes.
No Brasil, a Aduana não é institucionalizada como ocorre em vários países. Nestes, trata da arrecadação tributária e da Aduana são órgãos distintos. A justificativa para essa separação se prende ao caráter dos tributos envolvidos.
Os tributos sobre o comércio exterior e todo o controle aduaneiro têm caráter extrafiscal (ou econômico), e não caráter arrecadatório. O controle aduaneiro se baseia na defesa da economia contra importações e exportações danosas ao Brasil.
O controle fiscal se pauta pelo controle da arrecadação tributária com o objetivo de financiar o funcionamento do Estado. O foco do controle fiscal é a obtenção de receitas públicas. No Brasil, concentra-se em uma única instituição: a Receita Federal do Brasil.
1 DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1 Introdução
Dentre toda a evolução da tributação e seu surgimento, com a entrada em vigor do Código Tributário Nacional (CTN), a partir de outubro de 1966, o direito brasileiro passou finalmente a ter regras tributárias específicas e, inclusive sobre os impostos relativos ao comércio exterior. 
Alguns assuntos, como normas gerais tributárias, são reservados para leis complementares.
1.2 Conceito e finalidade do tributo
Tributo é uma prestação pecuniária instituída em lei que não possui a característica sancionatória de ato ilícito e é devida ao Estado ou à entidade não estatal que tem por finalidade o interesse público.
Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Usualmente atribuem-se duas finalidades ao tributo: (1) fiscal, arrecadar recursos e (2) extrafiscal, intervir na economia, incentivando ou restringindo atividades.
O tributo é dito parafiscal quando beneficia entidade outra que não um dos níveis de governo, por exemplo, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina (CFM) etc.
1.3 Princípios e garantias constitucionais
São regras que limitam o avanço do Poder Público sobre o bolso do contribuinte.
Pelo princípio da legalidade tributária, o Estado só pode exigir tributo que tenha sido estabelecido através de Constituição Federal, lei complementar ou lei ordinária. Existem exceções parciais: é possível ao Poder Executivo alterar as alíquotas do Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A cobrança de tributos é compulsória, independe da vontade do contribuinte. A figura a seguir acentua quais princípios:
1.4 Classificação dos tributos
Antes de falarmos sobre a classificação dos tributos, faz-se necessário conhecermos algumas terminologias:
- Sujeito ativo é o credor do tributo fixado por lei, ou seja, quem ficará com a receita arrecadada. É quase sempre a Fazenda Pública, tendo como exceções os tributos parafiscais.
- Sujeito passivo é o devedor, isto é, quem deve pagar.
- Fato gerador é a situação prevista em lei como necessária e suficiente para a ocorrência do tributo.
- Base de cálculo é um valor determinado pela lei, que tem relação com o fato gerador.
Os tributos são classificados em impostos, taxas e contribuições
- O imposto é um tributo cujo fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, ou seja, o contribuinte deve pagá-lo, mas não deve esperar nada em troca
- Na taxa o fato gerador deve ser o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
- A contribuição situa-se num meio-termo: a arrecadação tem destinação certa, mas o Poder Público não tem nenhuma obrigação direta com relação ao contribuinte.
2 DIREITOS ADUANEIROS
2.1 Introdução
Há duas categorias de direito que devem ser acentuadas: O direito de exportação que é cobrado sobre mercadorias que saem do território nacional; e o de importação, sobre as que entram.
Dessa forma, quando falamos em direitos aduaneiros, queremos nos referir, na realidade, aos direitos de importação.
2.2 Jurisdição dos serviços aduaneiros
Indica o poder do Estado em aplicar regras jurídicas sobre determinado território.
A jurisdição aduaneira significa competência para prestar os serviços aduaneiros e exigir o cumprimento da legislação que regula o comércio exterior, ou seja, para aplicar administrativamente essas normas e exigir os tributos cabíveis. 
A jurisdição aduaneira é exercida pela União, por meio da Secretaria da Receita Federal.
As zonas de processamento de exportação (ZPE) são um regime aduaneiro aplicado em áreas especiais. Para que uma empresa possa aí se instalar e, assim obter vantagens fiscais vinculadas ao regime de ZPE, é necessário que ela cumpra compromissos.
Por outro lado, as áreas de controle integrado (ACI) são fruto do Acordo de Recife, celebrado no ano de 2000 entre os países-membros do Mercosul. O objetivo é a concentração das autoridades fiscais, sanitárias, de imigração e de transporte dos países fronteiriços em um único ponto da fronteira para fins de facilitação do comércio. Dependendo da ACI formada pelo Brasil com o país fronteiriço, ela estará instalada no território brasileiro ou no estrangeiro. Se estiver do lado de lá da fronteira, a Aduana e os demais órgãos brasileiros atuarão em território estrangeiro.
Já as zonas de vigilância aduaneira são fixadas na zona secundária, consistindo em áreas demarcadas pelo Ministro da Fazenda, na orla marítima ou na faixa de fronteira.
Nesse sentido, a administração aduaneira pressupõe o controle das operações de comércio exterior em três níveis:
No Brasil a administração aduaneira se concentra em dois ministérios: • Ministério da Fazenda, por meio da Coordenação Geral de Administração Aduaneira (Coana), no âmbito da Receita Federal do Brasil. • Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a cargo do Departamento de Comércio Exterior (Decex), subordinado à Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
2.3 Território aduaneiro
O território aduaneiro representa um conceito distinto do território nacional e, indica a área, dentro da qual subsiste uma única ordem aduaneira, independentemente de quaisquer indagações sobre os limites geográficos do País.
Um ponto vital a ser acentuado é que pode ocorrer que em um território nacional coexistam vários territórios aduaneiros ou, ao contrário.
Observação: Território aduaneiro é a área definida pela fronteira aduaneira de um país ou bloco de integração econômica, dentro da qual se apresenta um único sistema administrativo.
O conceito de território aduaneiro está dividido em diferentes áreas:
A zona primária é uma parte do território aduaneiro e é formada por áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local nos portos alfandegados, aeroportos alfandegados e pontos de fronteira alfandegados. A delimitação da área compreendida na zona primária serve a uma série de funções: • fixação de jurisdição federal para os atos jurídicos tributários e aduaneiros nela ocorridos; • classificação como área de segurança nacionale acesso restrito, cabendo à administração aduaneira disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias, no que interessar à Fazenda Nacional; • precedência das autoridades aduaneiras sobre os demais órgãos ali localizados; • livre acesso, no interesse aduaneiro, a todas as suas dependências.
Como os pontos de zona primária são aqueles de contato com o exterior, nos quais se realizam as operações afeitas ao comércio com outros países, todo o restante do território aduaneiro, por exclusão, é denominado zona secundária. A zona secundária abrange o restante do território aduaneiro, incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
2.4 Recintos alfandegados
O art. 5º do Regulamento Aduaneiro dispõe sobre o alfandegamento dos portos, aeroportos e pontos de fronteira. Um recinto é alfandegado para que nele ocorra a fiscalização aduaneira sobre a mercadoria procedente do exterior (ou a ele destinada), trazida como carga, bagagem ou remessa postal.
As principais agências reguladoras relacionadas ao controle dos transportes são: • Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). • Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). • Agência Nacional dos Transportes Terrestres (Antt).
2.4.1 Portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados
Os pontos de fronteira alfandegados são os locais de fronteira terrestre aptos a controlar o fluxo de veículos e pessoas que ingressam ou deixam de ingressar no País.
O conceito de alfandegamento varia: nos portos e aeroportos, indica que neles é possível a entrada e saída de veículos oriundos e destinados ao exterior; nos terminais nos quais é possível armazenar mercadorias, indica se são de importação ou exportação. Assim, num porto alfandegado, teremos terminais alfandegados, mas a lanchonete não o será, pois ela não se destina a operações de comércio exterior.
Vale destacar o desalfandegamento, que ocorre na hipótese de descumprimento dos requisitos para o alfandegamento ou no vencimento do prazo concedido.
2.5 Administração aduaneira
É possível visualizar a fiscalização aduaneira como a ação pontual realizada pela Receita Federal sobre determinado sujeito passivo. Já o controle aduaneiro tem um sentido mais amplo, qual seja, o de definir normas e cuidar para que a legislação aduaneira seja observada nas operações de comércio exterior.
Outra diferença entre controle e fiscalização que se destaca: aquele se caracteriza pela manutenção de normas e procedimentos, visando à prevenção de fraudes, por isso não é algo que possa ser limitado no tempo; já a fiscalização aduaneira, como uma ação que almeja a detecção de alguma infração aduaneira, pode ser restrita a horários, como define o Regulamento Aduaneiro.
No entanto, quando a mercadoria a ser trafegada não permite a fiscalização in loco, o controle recai sobre outros mecanismos, tais como amostragem, volume ou mesmo capacidade de transferência, como no caso do transporte dutoviário.
3 VALORAÇÃO ADUANEIRA
3.1 Breve histórico
Próximo ao término da Segunda Guerra, foi realizada a Conferência de Bretton Woods (1944), que tinha por objetivo a definição de uma nova ordem econômica, com o intuito de desfazer o protecionismo da década de 1930 e trazer de volta a prática do liberalismo. Na nova ordem econômica idealizada, haveria três instituições: Organização Internacional do Comércio (OIC), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).
À OIC caberia a fiscalização dos países em matéria de comércio exterior, cuidando do cumprimento dos acordos que visavam à liberalização comercial. (Porém, a OIC não saiu do papel, somente o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade – Gatt-1947.)
Já o FMI seria o responsável por fiscalizar as taxas de câmbio dos países, evitando que eles adotassem desvalorizações competitivas da moeda. Outra atribuição projetada para o FMI foi a de emprestar recursos aos países que tivessem déficits temporários no balanço de pagamentos. 
O Bird teria o papel de financiar a reconstrução da Europa, destruída pela Segunda Guerra.
O valor aduaneiro é, na definição do AVA, o de transação. Todavia, caso este valor não exista ou haja motivos relevantes para duvidar de sua veracidade, existem métodos alternativos para a apuração. • o primeiro afirma que o valor aduaneiro é o valor de transação da mercadoria importada; • o segundo diz que o valor aduaneiro é o valor de transação de mercadoria idêntica importada aproximadamente no mesmo tempo da mercadoria que se quer valorar; • o terceiro define que o valor aduaneiro é o valor de transação de mercadoria similar; • o quarto parte do preço de revenda; • o quinto parte dos custos de produção.
3.2 Princípios do Acordo de Valoração Aduaneira
Acordo de Valoração Aduaneira (AVA-Gatt), que tem por escopo verificar se as mercadorias submetidas a despacho de importação atendem às regras para a determinação do seu valor aduaneiro, isto é, se o valor declarado pelo importador obedece aos princípios norteadores do Acordo, sendo:
PAG. 52 A 53 DO LIVRO TEXTO 1
O mais importante dos princípios é o do primado do valor da transação. Impõe que a base de cálculo do imposto deve ser, na medida do possível, o valor de transação da mercadoria. Ela deve ser tributada pelo que ela custou.
Vejamos a seguir as distorções na base de cálculo do Imposto de Importação.
3.2.1 Tipos de tarifa aduaneira
A tarifa específica é determinada pelas características físicas do produto, sua quantidade, peso, medida etc., não se levando em conta o valor declarado da mercadoria.
Já a tarifa ad valorem é fixada pelo valor declarado das mercadorias importadas, em geral sob a forma de percentagem desse valor.
A tarifa composta, mista ou combinada vem a ser uma combinação de tarifas específicas e ad valorem.
O Brasil talvez seja o único país do mundo a aplicar sobre uma simples operação de importação diversos tributos, ex: se um empresário brasileiro desejar importar um bem qualquer do exterior, a operação sofrerá a incidência dos seguintes tributos. • Imposto de Importação (II). • Imposto sobre Produtos Industrializados vinculado às importações (IPI vinculado). • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços vinculado às importações (ICMS vinculado). • Contribuição para o Programa de Integração Social vinculado às importações (PIS vinculado). • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social vinculada às importações (Cofins vinculada). • Taxas de utilização do Siscomex.
3.3 Métodos de valoração
o primeiro método de valoração prevalece sobre os demais, que só poderão ser aplicados quando o valor aduaneiro não puder ser determinado pela regra geral. A sequência é obrigatória e deve ser respeitada até se chegar ao método capaz de definir o valor sob análise.
Contudo, existe uma exceção: o importador, nos termos originais do AVA, poderá solicitar a inversão da ordem de aplicação do quarto e do quinto métodos.
Quando a Declaração de Importação se referir a mercadorias classificadas em mais de um código da Nomenclatura Comum do Mercosul, o custo do transporte de cada mercadoria será obtido mediante o rateio do valor total proporcionalmente aos pesos líquidos das mercadorias, e o custo do seguro de cada mercadoria será obtido por meio do rateio do valor total do seguro proporcionalmente aos valores das mercadorias.
Não integram o valor aduaneiro, segundo o método do valor de transação, desde que estejam destacados do preço efetivamente pago ou a pagar pela mercadoria importada, na respectiva documentação comprobatória.
3.3.1 Primeiro método – valor de transação
O valor aduaneiro, segundo o primeiro método de cálculo, consiste no valor de transação, conceituado como o preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias em uma venda para exportação para o país de importação.
É muito importante a fatura comercial, pois estarão relacionados todos os montantes que deverão ser analisados para compor o valor da transação. A fatura comercial deverá instruira Declaração de Importação (DI) a ser apresentada pelo interessado à Receita Federal do Brasil.
3.3.2 Segundo método – mercadorias idênticas
Estabelece que, se o valor das mercadorias importadas não puder ser determinado de acordo com o valor da transação, será ele o preço de mercadorias idênticas entre os produtos, no que tange às características físicas, qualidade, utilidade e reputação comercial.
Observação: Não podem ser consideradas idênticas mercadorias de marcas diferentes.
Se for encontrado mais de um valor de transação para mercadorias idênticas, o mais baixo deles será utilizado na determinação do valor aduaneiro das mercadorias importadas.
3.3.3 Terceiro método – mercadorias semelhantes
Se o segundo método também for impraticável, o valor aduaneiro corresponderá ao valor de transação de mercadorias semelhantes vendidas para exportação para o mesmo país de importação e exportadas ao mesmo tempo que as mercadorias objeto de valoração, ou em tempo aproximado, ajustado em razão das diferenças de quantidade ou nível comercial bem como das despesas de frete e seguro.
Exige que, embora as mercadorias não sejam idênticas, possuam características físicas e componentes semelhantes, de forma a cumprir as mesmas funções e serem reciprocamente substituíveis.
3.3.4 Quarto método – valor deduzido
Se pauta no valor pelo qual a mercadoria está sendo revendida. Por exemplo, se há uma compra e venda casada, isto é, se a mercadoria que está sendo importada já está vendida para terceiro, pode-se empregar o valor desta revenda deduzindo-se as parcelas acrescidas no território nacional.
A única dificuldade que se impõe é saber que valor pode ser considerado “lucro normal e despesas gerais” da revenda. Este deve ser apurado a partir das informações do importador, a não ser quando estas sejam incompatíveis com o observado no mercado. 
Caso não haja a compra e venda casada, o art. 5º dispõe que pode ser usado o valor de revenda de mercadoria idêntica ou similar, aplicando-se o mesmo cálculo para chegar ao valor aduaneiro.
Se não for possível encontrar mercadorias idênticas ou similares vendidas ao mesmo tempo ou em época aproximada, o valor aduaneiro terá como base o preço unitário pelo qual mercadorias importadas, idênticas ou similares são vendidas no país de importação na data posterior mais próxima àquela da operação sob análise, respeitando o prazo máximo de noventa dias.
3.3.5 Quinto método – valor computado
Considerando que o preço de qualquer mercadoria negociada comercialmente é o custo de produção acrescido de despesas gerais e do lucro do vendedor, este método busca descobrir tais parcelas. Apura-se o custo de produção e, em seguida, aplica-se um valor normal a título de lucros e despesas gerais.
Para apurar o custo de produção, surge a primeira dificuldade: os custos estão registrados na contabilidade do produtor estrangeiro, sobre o qual a Receita Federal brasileira não possui jurisdição. Além disso, apenas podem ser utilizados os registros contábeis do exportador estrangeiro caso tais registros sejam compatíveis com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se estes forem aplicados no país produtor.
3.3.6 Sexto método – critérios razoáveis
Caso não se tenha conseguido aplicar nenhum dos cinco métodos anteriores, o AVA anui que tais métodos sejam revistos, permitindo-se pequenas adaptações. A lógica é flexibilizar algumas restrições inseridas nos métodos para tentar resolver o problema da valoração.
4 TRIBUTOS INCIDENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR
4.1 Conceitos
Os principais tributos incidentes no comércio exterior são: • Imposto de Importação (II). • Imposto de Exportação (IE). • IPI vinculado às importações. • ICMS vinculado às importações. • PIS vinculado às importações. • Cofins vinculado às importações. • AFRMM – Adicional de Frete pra a Renovação da Marina Mercante. • Cide – para as importações de combustíveis. • ISS nas importações de serviços. • Taxas de utilização do Siscomex – Lei nº 9.716/98 (BRASIL, 1998c) e alterações. • entre outros (que podem ser direta ou indiretamente relacionados com o comércio exterior, como no caso do IOF incidente sobre operações de câmbio).
O Imposto de Importação tem as seguintes funções:
• financeira: obtenção de recursos para o Estado; 
• promocional: encarecimento das importações, de modo a incentivar o investimento na produção interna dessas mercadorias; 
• seletora: desestímulo à importação de certos produtos, tais como supérfluos, por meio de tarifas mais elevadas, objetivando poupar divisas; 
• protetora: encarecimento dos produtos importados com similar nacional, de modo a proteger até o limite necessário a indústria nativa incipiente, sem desestimular a melhoria da produtividade.
As tarifas aduaneiras (II e IE) têm inicialmente a função extrafiscal de estimular ou desestimular as importações e exportações de certos produtos. Ou seja, suas alíquotas podem ser alteradas no intuito de corrigir distorções econômico-financeiras, de forma a permitir a fixação das diretrizes de política econômica e cambial do país.
O Imposto de Importação tem uma leve função protecionista, encarecendo os produtos importados em relação às mercadorias nacionais. Vale lembrar que os produtos importados também estão sujeitos aos tributos internos, tais como o IPI e o ICMS.
4.2 Imposto de Importação (II)
É um tributo federal, isto é, somente a União tem competência para instituí-lo.
Está legalmente previsto na Constituição Federal, no Código Tributário Nacional (CTN), no Regulamento Aduaneiro e em diversas legislações expedidas pelos órgãos do Estado. Além disso, deve se adequar aos compromissos firmados pelo Brasil em tratados internacionais, entre os quais os do Mercosul e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
4.2.1 Incidência e não incidência do Imposto de Importação
O Imposto de Importação também incide sobre bagagem de viajante e bens enviados como presente ou amostra, ainda que a título gratuito.
Desse modo, seu campo de incidência é bastante amplo, e inclui os bens que ingressem, a título definitivo, no território aduaneiro brasileiro, independentemente da denominação utilizada.
4.2.2 Fato gerador
Vale destacar que o CTN utiliza o termo território nacional; já o RA, território aduaneiro.
Para entendermos os detalhes do fato gerador do Imposto de Importação, convém ressaltar todos os aspectos relativos à sua incidência.
O critério material do Imposto de Importação manifesta-se pelo verbo importar, ou seja, importar é a conduta que tem por objetivo fazer ingressar no território aduaneiro bens de procedência estrangeira que tenham impacto econômico.
Quanto ao critério espacial, ele se caracteriza por representar o alcance geográfico da incidência e, normalmente, está relacionado à noção de competência.
Critério temporal, para que uma operação de importação se inicie, é preciso o contato entre o importador brasileiro e, se possível, do fornecedor no exterior.
4.2.3 Base de cálculo
A base de cálculo é a expressão econômica do fato jurídico tributário, sobre a qual se aplica uma alíquota para a fixação do valor do tributo a ser pago.
No caso do Imposto de Importação, a definição da base de cálculo deve obedecer ao Gatt-1994.
Para calcular o Imposto de Importação, é obrigatório saber quando efetivamente a mercadoria estrangeira entrou no território aduaneiro. Isso ocorre na entrada no espaço aéreo, nas águas territoriais ou pela fronteira terrestre, dependendo do meio de transporte utilizado. Portanto, quando a viagem é por via aérea ou por via marítima, há natural dificuldade por parte da Receita Federal acerca do momento da entrada.
Para afastar tal incerteza, a lei criou, para fins de cálculo do imposto, o elemento temporal do fato gerador (ou momento de incidência), distinto do elemento espacial referido anteriormente.
O primeiro inciso se vincula ao registro da Declaração de Importação (DI) para consumo, sendo o Imposto de Importação calculado com base na legislação vigente nessa data. Note que as mercadorias importadas também podem ser despachadas para admissão,mas o primeiro inciso se refere exclusivamente às DI despachadas para consumo.
Já o segundo inciso pode ser entendido como o momento de incidência para aquelas situações em que se deve cobrar o Imposto de Importação, mas sem que haja o registro de uma DI. É o caso, por exemplo, das importações trazidas como bagagem dos turistas ou importadas pelos correios.
A alínea a diz respeito às compras efetuadas por um cidadão com entrega por remessa postal internacional. As mercadorias vindas como remessas postais internacionais podem ser enquadradas em um dos dois regimes: Regime de Tributação Simplificada (RTS) ou Regime de Importação Comum (RIC).
A alínea b trata da bagagem: a cobrança de imposto sobre bens trazidos por viajante somente ocorrerá se for aplicado o Regime de Tributação Especial (no caso de bens que cumprem os requisitos para a caracterização como bagagem) ou o Regime de Importação Comum (na hipótese de bens excluídos do conceito de bagagem).
A alínea c trata do fato gerador presumido. A Receita Federal irá cobrar os tributos daquele que deu azo à falta da mercadoria, onde será aplicada a legislação vigente no próprio dia do lançamento.
A alínea d do art. 73 está diretamente ligada ao inciso III do art. 71, que trata da incidência do Imposto de Importação. Nessa análise, vemos que ela não ocorre sobre os bens objeto da pena de perdimento, salvo se os bens não foram encontrados para a apreensão. Na situação excepcional, haverá cobrança do imposto e o fato gerador se considerará ocorrido no dia do lançamento por força da alínea d.
O terceiro inciso trata da não aplicação da pena de perdimento pelo inciso XXI do art. 689 do Regulamento Aduaneiro.
Consideremos, por exemplo, que determinada mercadoria foi descarregada no Brasil e está armazenada no aeroporto de chegada. Passaram-se noventa dias e o importador não registrou uma DI relativamente a sua carga. Quais são as consequências? Mercadoria é considerada abandonada e lavra-se um auto de infração de perdimento. O importador pode impugnar o auto no prazo de vinte dias. Caso não seja acolhida ou apresentada a impugnação, a autoridade competente aplica a pena de perdimento, ficando o produto disponível para destinação.
O quarto inciso trata do único regime aduaneiro especial, em que se cobram tributos no registro da Declaração de Importação (DI). No entanto, a admissão temporária para utilização econômica, apesar de ser um regime aduaneiro especial, prevê um recolhimento parcial de tributos no registro da DI. Aliás, é o único regime aduaneiro especial em que se cobram tributos no registro da DI.
Outro regime que vamos estudar é o de tributação unificada (RTU), que permite a importação, por microempresa importadora varejista habilitada, de determinadas mercadorias procedentes do Paraguai, por via terrestre, na fronteira entre Cuidad Del Este e Foz do Iguaçu, mediante o pagamento unificado dos impostos e contribuições federais devidos, com despacho aduaneiro simplificado. Somente poderão efetuar importações pelo RTU as microempresas optantes pelo Simples Nacional.
Os bens que podem ser importados pelo regime estão previstos numa lista positiva e incluem, entre outros, bens de informática, de telecomunicações e eletroeletrônicos. Há alguns tipos de bem que não podem ser importados, pois constam de lista negativa (proibitiva), tais como: • mercadorias que não sejam destinadas a consumidor final; • armas e munições, fogos de artifício e explosivos; • bebidas (inclusive alcoólicas); • cigarros; • veículos automotores em geral e embarcações de todo tipo (inclusive suas partes e peças, como pneus); • medicamentos; • bens usados; e • bens com importação suspensa ou proibida no Brasil.
4.2.4 Pagamento do imposto
O pagamento do imposto, via de regra, é a data do registro da Declaração de Importação, embora o Ministro de Estado da Fazenda possa fixar, em casos especiais, outros momentos para seu pagamento.
Se um passageiro retorna do exterior e possui bens tributáveis na bagagem, o valor do imposto deverá ser recolhido a partir da data do lançamento, ou seja, em até trinta dias da ciência. É essencial notar que, enquanto não houver o pagamento, os bens constantes da bagagem não serão liberados.
4.2.5 Contribuintes e responsáveis
4.2.5.1 Contribuintes
I – o importador; II – o destinatário de remessa postal internacional, indicado pelo respectivo remetente; e III – o adquirente de mercadoria entrepostada.
4.2.5.2 Responsáveis
Existem dois tipos de responsável segundo a legislação aduaneira: aquele expressamente designado e os responsáveis solidários, que poderão ser acionados para o pagamento dos créditos tributários devidos no caso de não ser possível alcançar o contribuinte ou o responsável expresso.
É responsável pelo imposto: I – o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; II – o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro; ou III – qualquer outra pessoa que a lei assim designar.
Para efeitos fiscais, é responsável o transportador quando: I – constatado que houve, após o embarque, substituição de mercadoria; II – houver extravio de mercadoria em volume descarregado com indícios de violação; ou III – o volume for descarregado com peso ou dimensão inferior ao constante no conhecimento de carga, no manifesto ou em documento de efeito equivalente.
4.2.5.3 Dos responsáveis solidários
I – o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto; 
II – o representante, no país, do transportador estrangeiro; 
III – o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora; 
IV – o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora; 
V – o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal; 
VI – o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e 
VII – qualquer outra pessoa que a lei assim designar.
4.2.6 Isenções e reduções do imposto
São benefícios fiscais e devem ser interpretados literalmente, conforme dispõe o Código Tributário Nacional, art. 111.
Os benefícios fiscais se classificam em subjetivos e objetivos.
• A isenção ou redução subjetiva é reconhecida em razão do sujeito, não interessando o tipo de mercadoria. Por este motivo, é tratada como “isenção ou redução vinculada à qualidade do importador” no Regulamento Aduaneiro.
• A isenção ou redução objetiva é reconhecida em virtude da mercadoria, do objeto, não interessando quem esteja importando. Por este motivo, é tratada como “isenção ou redução vinculada à destinação dos bens” no Regulamento Aduaneiro.
Em relação às isenções e reduções subjetivas, vimos que a transferência de mercadoria a outra pessoa obriga ao prévio recolhimento do Imposto de Importação depreciado em razão do tempo decorrido entre o registro da DI e esta transferência. Caso seja descumprida a regra, o adquirente ou cessionário da mercadoria que foi beneficiada com isenção ou redução do imposto se tornará responsável solidariamente com o importador.
Em relação às isenções e reduções objetivas, como são vinculadas à destinação dos bens, esta deverá ser comprovada posteriormente.
Ressalta que, como regra, a isenção ou a redução do Imposto de Importação somente poderá beneficiar mercadoria sem similar nacional e transportada em navio de bandeira brasileira. Isso porque o governo objetiva proteger a indústria nacional.
4.3 Imposto de Exportação (IE)
É um tributo eminentemente extrafiscal, utilizado como instrumento da política de comércio exterior brasileira.
É adotado para corrigir distorções de natureza econômica ou comercial, normalmenteà luz de crises ou problemas internacionais.
4.3.1 Incidência
Incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada (estrangeira importada a título definitivo) destinada ao exterior.
4.3.2 Fato gerador
Opera em sentido exatamente inverso ao de Importação, mas ambos têm por objetivo regular, pelo viés tributário, as operações de comércio exterior.
4.3.3 Base de cálculo e alíquota
A base de cálculo será o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).
4.3.4 Pagamento do imposto
Embora o pagamento do Imposto de Exportação seja raro, nas hipóteses em que houver incidência e a alíquota for superior a zero, o exportador deverá apresentar o comprovante de pagamento juntamente com os documentos que instruem o despacho de exportação.
Cabe frisar que o não pagamento poderá impedir o embarque ou a transposição de fronteira da mercadoria sujeita ao Imposto de Exportação. Via de regra, o prazo para pagamento é de 15 dias, contados da data do registro no Siscomex. A legislação sobre o imposto de exportação contém diversas hipóteses de isenção.
4.4 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação
A lei institui a cobrança do IPI tanto na circulação interna quanto na importação.
A titularidade da competência tributária relativa ao IPI, conforme a Constituição, pertence à União, do mesmo modo que no caso do Imposto de Importação.
4.4.1 Incidência e fato gerador
Na importação, o fato gerador do IPI é o desembaraço aduaneiro.
Observação: O IPI não incide sobre produtos que chegarem ao País por erro de expedição, desde que devolvidos ao exterior, nem sobre produtos destinados à reposição de outros, idênticos, que apresentaram defeitos.
4.4.2 Base de cálculo
A base de cálculo do IPI é o valor aduaneiro que foi apurado como base de cálculo do imposto de importação, acrescido deste e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou que são exigidos.
A alíquota do IPI será aquela fixada na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi).
Para a apuração do IPI, em termos de alíquota, não há distinção entre produtos nacionais ou importados. Uma vez identificada a posição, de acordo com a classificação estabelecida pela Tipi, aplicase o percentual correspondente, independentemente da origem ou procedência das mercadorias.
4.4.3 Isenções, imunidades e suspensão do imposto
Referem-se ao produto, e não ao contribuinte ou ao adquirente. Portanto, as isenções são, em regra, objetivas.
Os artigos 246 e 247 do Regulamento Aduaneiro tratam dos casos de suspensão do pagamento do imposto, que citamos de forma simplificada a seguir: 
• para insumos: partes e peças utilizadas na produção ou montagem de veículos; 
• para matérias-primas: produtos intermediários e embalagens destinados a empresas exportadoras – montadoras de veículos, empresas de informática e automação e fabricantes de aeronaves, três setores que recebem diversos benefícios do governo.
4.5 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
Em regra, a instituição dos tributos federais, estaduais e municipais deve obedecer aos princípios da legalidade, da anterioridade e da noventena (ou anterioridade nonagesimal). No caso do ICMS, não há dispensa para o princípio da noventena. Todavia, em relação aos demais cria exceções.
O ICMS poderá ser seletivo, cobrando-se alíquotas maiores para os produtos supérfluos e menores para os essenciais. Além disso, foi imposta a sistemática da não cumulatividade, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.
O ICMS é um imposto estadual e de abrangência nacional.
4.5.1 Fato gerador
O ICMS incide também sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda que se trate de bem destinado a consumo ou a ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre o serviço prestado no exterior.
A base do fato gerador é o montante do custo da mercadoria (mais frete e seguro internacionais), mais o Imposto de Importação, mais o IPI. 
O ICMS tem percentuais diferentes nos estados brasileiros.
4.5.2 Base de cálculo
A base de cálculo do ICMS nas importações corresponde à soma das seguintes parcelas: a) o valor aduaneiro da mercadoria, incluindo seguro e frete internacionais; b) o Imposto de Importação; c) o imposto sobre produtos industrializados (IPI); d) o imposto sobre operações de câmbio (IOF); e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; f) os juros e demais importâncias pagas, bem como os descontos concedidos sob condição; e g) o próprio ICMS (13 da Lei Kandir).
4.5.3 Imunidades e isenções
Há as imunidades do ICMS na importação tanto por fator subjetivo (entes da Federação, templos, partidos políticos, sindicatos de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social) quanto por fator objetivo (livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão e o ouro ativo financeiro ou instrumento cambial).
Há outras imunidades previstas na Constituição Federal, mas faltou mencionar apenas a imunidade nas exportações, como ocorre com o IPI.
4.6 Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)
É contribuição de intervenção no domínio econômico; cria a imunidade para as exportações e exige o cumprimento dos princípios da legalidade, da anterioridade anual e da noventena.
4.6.1 Fato gerador e base de cálculo
O fato gerador é o início efetivo da operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro.
A alíquota da contribuição varia de acordo com a modalidade de transporte aquaviário.
O contribuinte do AFRMM é o consignatário constante do conhecimento de embarque, e o proprietário da carga transportada é solidariamente responsável pelo pagamento.
O frete é a remuneração do transporte aquaviário (remuneração com o transporte de carga, porto a porto, incluídas todas as despesas portuárias com a manipulação de cargas). 
O AFRMM será calculado sobre a remuneração do transporte aquaviário, vale dizer, sobre o valor do frete.
Hoje também estão sendo cobrados o PIS/Pasep e a Cofins nas importações.
4.7 PIS/Pasep e Cofins vinculados à importação
O fato gerador na entrada de mercadorias é idêntico ao do Imposto de Importação, tanto no tocante ao elemento espacial quanto em relação ao elemento temporal do fato gerador.
4.8 Taxas de armazenagem e de capatazia
4.8.1 Portuárias
As demais despesas incidentes na importação de mercadorias são as de capatazia e armazenagem. Capatazia diz respeito aos gastos com a movimentação de mercadorias pelo pessoal da administração do porto. A armazenagem refere-se aos custos incidentes na mercadoria acondicionada nos armazéns, pátios, depósitos etc., de propriedade dos administradores dos portos. Pode haver uma armazenagem interna ou externa, em armazéns gerais ou local especial.
4.8.2 Aeroportuárias
Na movimentação de cargas em dependência dos aeroportos, temos as despesas de capatazia nos Terminais de Carga Aérea (Teca) e as de armazenagem.
Deve ser consultado um agente de cargas ou despachante aduaneiro antes de fechar a importação para que sejam levantados os preços cobrados nos diversos aeroportos e portos nacionais, considerando que os custos variam de um local de descarga/desembaraço para outro.
4.9 Outros tributos
Temos ainda as operações que envolvem prestação de serviços, desde frete e seguro até atividades como feiras e exposições, propaganda, locação de cofres de carga, armazenagens e serviços advocatícios, sobre as quais pode existir cobrança de ISS (Imposto sobre Serviços).
As atividades comerciais em princípio visam ao lucro, o que, por sua vez, dá lugar à cobrança de IR (Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza), eventualmente cobrado no ato de remessa de um pagamento para o exterior.
4.10 Medidas de defesa comercial
4.10.1 Direito antidumping
Se refere ao preço de exportação inferior ao valor normal. 
Compete à Câmara de Comércio Exterior (Camex) fixar direitosantidumping, direitos compensatórios e medidas de salvaguarda, provisórios ou definitivos, a serem cobrados pela Secretaria da Receita Federal.
4.10.2 Direito compensatório
Exigido para contrabalançar subsídios concedidos direta ou indiretamente à fabricação, produção ou exportação da mercadoria importada.
4.10.3 Medidas de salvaguardas
Consistem na elevação do Imposto de Importação nos casos em que a importação de determinado produto aumente de modo a causar, ou ameaçar causar, prejuízo grave à indústria doméstica de bens similares ou diretamente concorrentes.
A Camex poderá suspender a exigibilidade dos direitos provisórios, permitindo o desembaraço aduaneiro dos bens mediante prestação de garantia equivalente ao valor integral da obrigação e demais encargos, por depósito em dinheiro ou fiança bancária.
5 REGIMES ADUANEIROS
Segundo o princípio da extrafiscalidade, que norteia todo o sistema tributário aduaneiro, o legislador pode oferecer aos agentes do comércio internacional opções diferenciadas, com a suspensão ou isenção dos tributos devidos, desde que atendidas certas condições.
No Brasil, a legislação qualifica dois tipos de regime: Aduaneiros especiais e áreas especiais. 
Os regimes aduaneiros especiais em geral proporcionam benefícios à atividade econômica do país e atuam de modo a incentivar as exportações ou de permitir maior participação dos empresários nacionais no cenário globalizado.
Existem três gêneros de regime aduaneiro aplicáveis aos bens comercializados com o exterior: o regime comum, os especiais e os aplicados em áreas especiais. A mercadoria que entra no país a título definitivo se submete ao regime comum de importação. Nessa situação, serão cobrados os tributos incidentes na importação, salvo nos casos de imunidade, isenção ou alíquota zero.
Os regimes aduaneiros especiais são aqueles em que, em regra, o crédito tributário tem sua exigibilidade suspensa.
Trata das seguintes espécies de regime aduaneiro especial: • trânsito aduaneiro; • admissão temporária e admissão temporária para aperfeiçoamento ativo; • drawback; • entreposto aduaneiro; • entreposto industrial sob controle informatizado (Recof); • exportação temporária e exportação temporária para aperfeiçoamento passivo; • depósito especial; • depósito afiançado; • loja franca; • depósito alfandegado certificado; • depósito franco; • Repetro; • Recom; • Repex; • Reporto.
Os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais estão vinculados a determinadas regiões do País: • Zona Franca de Manaus (ZFM). • Amazônia Ocidental. • Áreas de livre comércio. • Zonas de processamento de exportação (ZPE). • Entreposto Internacional da ZFM.
5.1 Regimes aduaneiros especiais
São exceções à regra geral dos procedimentos de importação e exportação, pois o crédito tributário decorrente das operações ficará suspenso até o advento de uma condição resolutiva (evento futuro que extingue o regime), cuja consequência será a transformação da suspensão dos tributos em isenção, quando obedecidos os prazos e condições, ou o pagamento dos tributos devidos, acrescidos de juros e multa, se for o caso, quando qualquer dos requisitos do regime escolhido for descumprido pelo beneficiário.
O prazo de suspensão das obrigações alcançadas pelos regimes aduaneiros especiais é de até um ano, prorrogável, a critério da autoridade competente, por período não superior, no total, a cinco anos, salvo nas seguintes situações: • em casos excepcionais, por decisão fundamentada do Ministério da Fazenda; • quando a mercadoria estiver vinculada a contrato de prestação de serviço, de interesse nacional, situação em que o prazo deverá acompanhar a duração do contrato, inclusive no caso de prorrogações.
Cada regime aduaneiro especial possui um motivo pelo qual os tributos deixam de ser cobrados, ficando com a exigibilidade suspensa.
5.1.1 Trânsito aduaneiro
Permite o transporte de mercadorias, sob controle fiscal, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos.
No trânsito de importação, a mercadoria entra pela zona primária, mas o beneficiário solicita que ela seja levada para outro ponto no território nacional para que lá sofra o despacho aduaneiro.
No trânsito de exportação, há a antecipação do despacho aduaneiro.
No trânsito interno, a mercadoria é transferida de um recinto alfandegado para outro. Isso é comum em relação às mercadorias importadas em consignação e submetidas ao regime de entreposto aduaneiro. Elas ficam depositadas no recinto alfandegado até que alguém se interesse em despachá-las para consumo.
No trânsito internacional, a mercadoria vem do exterior e se destina também ao exterior. Ela está apenas de passagem pelo País.
O sistema Siscomex Trânsito não só serve para controlar o trânsito em si como também para atualizar a localização da mercadoria.
O regime subsiste do local de origem ao local de destino e desde o momento do desembaraço para trânsito aduaneiro pela repartição de origem até o momento em que a repartição de destino certifica a chegada da mercadoria, entendendo-se por: • Local de origem e local de destino: aqueles que, sob controle aduaneiro, constituem, respectivamente, o ponto inicial e o ponto final do itinerário de trânsito. • Repartição de origem e repartição de destino: aquelas que têm jurisdição sobre os locais de origem e de destino e onde se processam, respectivamente, o despacho para o trânsito aduaneiro e a conclusão da operação de trânsito aduaneiro.
5.1.2 Admissão temporária
É o regime aduaneiro que permite a permanência no País de bens procedentes do exterior, por prazo determinado, com suspensão total do pagamento de tributos incidentes na importação, ou ainda com suspensão parcial, no caso de utilização econômica.
Na admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, a mercadoria entra no País, sem pagamento de tributos, para ser aperfeiçoada, isto é, para sofrer algum processo de industrialização, reparo, restauração e depois retorna (na mesma classificação fiscal).
No regime de drawback, uma mercadoria entra no País para ser empregada no processo de industrialização de outra, que será exportada. O tributo não será pago. A mercadoria exportada é outra. Caso contrário, estaríamos falando de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo.
5.1.3 Admissão temporária para aperfeiçoamento ativo
Relaciona-se com os bens que são importados para serem usados na industrialização própria ou de bens estrangeiros. Veja que o inciso V dispõe sobre quatro formas de industrialização: beneficiamento, montagem, recondicionamento (incluindo renovação, conserto, reparo ou restauração) e acondicionamento (incluindo recondicionamento).
O beneficiamento é a operação feita sobre o produto sem mudar sua classificação fiscal, somente melhorando-o.
No tocante ao acondicionamento, o Regulamento do IPI define dois tipos de embalagem: a de apresentação e a de transporte. Resumidamente, a embalagem de transporte é aquela aposta apenas para facilitar o transporte, como caixas, sacolas etc. A embalagem de apresentação é aquela sem a qual a mercadoria não é vendida – por exemplo, a garrafa de refrigerante etc.
5.1.4 Drawback
É considerado um incentivo à exportação. Genericamente, ele consiste na desoneração dos tributos incidentes na aquisição de insumos (nacionais e estrangeiros) empregados na produção de bens a serem exportados. Tal sistemática barateia o produto final exportável, dando-lhe competitividade no mercado externo.
Portanto, o drawback é o regime aduaneiro especial de incentivo à exportação.
No drawback ocorre a suspensão ou isenção dos seguintes tributos: • Imposto de Importação (II). • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). • Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação (ICMS). • Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). • Além da dispensa do recolhimento de outras taxas que não correspondem à efetiva contraprestação de serviços, nos termos da legislação em vigor.
Existem três modalidades:Existem atualmente cinco operações especiais de drawback e destacam-se:
Na hipótese de o beneficiário deixar de cumprir o compromisso previsto no ato concessório, as partes, as peças e os componentes admitidos no regime de drawback suspensão deverão ser objeto dos seguintes procedimentos, em até trinta dias do prazo fixado para exportação: • devolução ao exterior; • destruição, sob controle aduaneiro, às expensas do interessado; • destinação para consumo das mercadorias remanescentes com o pagamento dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos; ou • entrega à Fazenda Nacional, livres de quaisquer despesas e ônus, desde que a autoridade aduaneira concorde em recebê-los.
Destacamos o exemplo na modalidade drawback isenção, que tem por objetivo a reposição de estoques, ou seja, a importação, em igual quantidade de insumos, matérias-primas ou produtos intermediários que foram empregados em mercadorias já exportadas.
Agora na modalidade drawback restituição, na qual o exportador solicita a devolução, em espécie, do valor dos tributos pagos relativos a insumos utilizados na fabricação de produtos já exportados.
5.1.5 Entreposto aduaneiro
Permite, na importação e na exportação, o depósito de mercadoria, em local determinado, com suspensão do pagamento de tributos e sob controle fiscal.
5.1.6 Entreposto aduaneiro na importação
É aplicável às mercadorias que não serão usadas de imediato no Brasil. É muito aplicado para importações em consignação, como as de produtos que necessitam de rápida reposição.
5.1.7 Entreposto aduaneiro na exportação
A legislação nacional que trata das exportações em consignação é a Portaria Secex.
O regime especial permite o armazenamento de mercadorias destinadas à exportação, nas modalidades comuns (com suspensão do pagamento dos impostos federais) ou na extraordinária (em prol de empresas comerciais exportadoras, conhecidas como trading companies, com direito ao emprego dos benefícios fiscais de incentivo à exportação antes do embarque para o exterior).
5.1.8 Entreposto industrial sob controle informatizado (Recof)
O Recof permite importar, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas à operação de industrialização de produtos destinados à exportação. Parte da mercadoria admitida no Recof, no estado ou incorporada ao produto resultante do processo de industrialização, poderá ser despachada para consumo.
As mercadorias admitidas no regime poderão ter, ainda, uma das seguintes destinações:
As mercadorias poderão ser importadas com ou sem cobertura cambial. Seu licenciamento, quando exigível, deverá ocorrer previamente à sua admissão no regime, dispensado esse procedimento por ocasião do despacho para consumo.
Poderão habilitar-se a operar no regime as empresas que atendam aos termos, aos limites e às condições estabelecidos pela RFB, em especial os relacionados com: • mercadorias que poderão ser admitidas no regime; • operações de industrialização autorizadas; • percentual de tolerância, para efeito de exclusão de responsabilidade tributária, no caso de perda inevitável no processo produtivo; • percentual mínimo da produção destinada ao mercado externo; • percentual máximo de mercadorias importadas destinadas ao mercado interno no estado em que foram importadas; e • valor mínimo de exportações anuais.
A autorização para operar no Recof será concedida, pela SRF, a título precário, podendo ser cancelada ou suspensa a qualquer tempo, nos casos de descumprimento das condições.
5.1.9 Regime Especial de Importação de Insumos (Recom)
É aplicado exclusivamente aos produtos classificados nas posições 8701 a 8705 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), ou seja, tratores, automóveis, caminhões e assemelhados. Permite a importação, sem cobertura cambial, de chassis, carrocerias, peças, partes, componentes e acessórios, com suspensão do pagamento do IPI, PIS e Cofins vinculados.
O Imposto de Importação incidirá apenas sobre os insumos importados empregados na industrialização dos veículos supracitados.
Os produtos resultantes da industrialização por encomenda terão o seguinte tratamento tributário: 
• quando destinados ao exterior, sem cobertura cambial: — o Imposto de Importação incidente sobre os insumos poderá ser restituído, de acordo com a legislação do drawback restituição; — resolve-se a suspensão do IPI incidente na importação e na aquisição no mercado interno, dos insumos neles empregados;
• quando destinados ao mercado interno, serão remetidos, com suspensão do IPI, obrigatoriamente, por conta e ordem da pessoa jurídica encomendante, à empresa comercial atacadista que atenda aos requisitos previstos, entre os quais, que seja controlada, direta ou indiretamente, pela pessoa jurídica encomendante domiciliada no exterior, e esta referida empresa equipara-se a estabelecimento industrial.
O regime somente se aplica aos casos em que os pagamentos decorrentes da exportação de serviços pelo executor representem ingresso de divisas, e o ingresso no regime especial depende de habilitação prévia perante a SRF.
5.1.10 Exportação temporária
A mercadoria deve voltar no mesmo estado em que foi exportada. Nesse caso, não há analogia com o regime de admissão temporária, pois a mercadoria admitida temporariamente pode sofrer industrialização no País, exceto transformação.
No caso de produtos submetidos ao regime de exportação temporária, não pode haver industrialização feita no exterior. Se a mercadoria saiu estragada, tem que voltar estragada. Se voltar em um estado diverso daquele em que saiu, terá sido descumprido o regime e caberá a cobrança de penalidades.
Assim, considera-se exportação temporária a saída do País de mercadoria nacional ou nacionalizada condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado ou após submetida a processo de conserto, reparo ou restauração.
São hipóteses naturais de aplicação do regime: • mercadoria destinada a feiras; • competições esportivas ou exposições no exterior; • produtos manufaturados e acabados, inclusive para conserto, reparo ou restauração para seu uso ou funcionamento; • animais reprodutores para cobertura em estação de monta, com retorno cheia, no caso de fêmea, ou com cria no pé, bem como animais para outras finalidades; • veículos para uso de seu proprietário ou possuidor.
Na reimportação de mercadoria exportada temporariamente para conserto, reparo, restauração, beneficiamento ou transformação, são exigíveis os tributos incidentes na importação dos materiais acaso empregados naqueles serviços.
5.1.11 Exportação temporária para aperfeiçoamento passivo
Permite a saída de mercadoria para industrialização no exterior, com suspensão do pagamento do Imposto de Exportação. Nisto difere do regime de exportação temporária simples, que não permite industrialização.
O prazo para importação dos produtos resultantes da operação de aperfeiçoamento será fixado com base no período necessário à realização da respectiva operação e ao transporte das mercadorias.
5.1.12 Regime especial de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural (Repetro)
Constituem requisitos para a aplicação do previsto nas situações relatadas:
• Tratar-se de bens de produção nacional adquiridos diretamente do respectivo fabricante, por pessoa sediada no exterior, em moeda estrangeira de livre conversibilidade, mediante cláusula de entrega sob controle aduaneiro, no território nacional; e 
• Sendo bens estrangeiros, tratar-se de bens de propriedade de pessoa sediada no exterior, importados sem cobertura cambial pelo contratante dos serviços de pesquisa e produção de petróleo e de gás natural, ou por terceiro subcontratado.
O objetivo principal do Repetro é incentivar a produção local de máquinas e equipamentos utilizados nas atividades de prospecção de petróleo e gás natural, inclusive na área do pré-sal e em regiões estratégicas.
5.1.13 Regime especial de importação de petróleo bruto e seus derivados (Repex)
É o regime aduaneiro especial que, mediante processo informatizado, permitea importação de petróleo e derivados com suspensão do pagamento de tributos, para posterior exportação, desde que no mesmo estado em que foram introduzidos no Brasil.
A concessão do regime está condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos: • habilitação prévia pela Receita Federal do Brasil, a quem compete, ainda, elaborar a lista de produtos submetidos ao Repex; e • autorização da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para exercer as atividades de importação, exportação e refino dos respectivos produtos.
A importação poderá ser feita com ou sem cobertura cambial e a exportação será efetuada exclusivamente em moeda de livre conversibilidade.
Será admitida a utilização do produto importado para abastecimento interno, no prazo de vigência do regime, desde que cumprido o compromisso de exportação estabelecido.
Serão exigidos os impostos suspensos, com os acréscimos legais e penalidades cabíveis, quando ocorrer o descumprimento do prazo de vigência estabelecido.
5.1.14 Regime tributário para incentivo à modernização e ampliação da estrutura portuária (Reporto)
é o que permite, na importação de máquinas, equipamentos, peças de reposição e outros bens, a suspensão do pagamento do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados, da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, quando importados diretamente pelos beneficiários do regime e destinados ao seu ativo imobilizado para utilização exclusiva na execução de serviços de:
I – carga, descarga, armazenagem e movimentação de mercadorias e produtos; II – sistemas suplementares de apoio operacional; III – proteção ambiental; IV – sistemas de segurança e de monitoramento de fluxo de pessoas, mercadorias, produtos, veículos e embarcações; V – dragagens; e VI – treinamento e formação de trabalhadores, inclusive na implantação de Centros de Treinamento Profissional.
Tem por objetivo incentivar a modernização da infraestrutura portuária brasileira.
5.1.15 Loja franca (free shop)
Podem ser instaladas em portos e aeroportos alfandegados. Nelas são vendidas mercadorias nacionais e estrangeiras com isenção de tributos, podendo a compra ser feita em moeda nacional ou estrangeira.
A importação de bens para a loja franca tem de ser realizada em consignação, somente admitindo-se o pagamento ao exterior depois de vendidos internamente. Tais bens entram no regime com suspensão no pagamento dos tributos, mantendo-se esta condição até a venda ao consumidor, quando a suspensão se resolve em isenção. Por outro lado, a aquisição de bens nacionais para a loja franca ocorre diretamente com isenção dos tributos internos e sem a obrigação de ser realizada em consignação.
5.1.16 Depósito especial
A grande vantagem nos depósitos especiais é que os bens trazidos em consignação podem ficar armazenados em recintos não alfandegados, inclusive no estabelecimento da própria empresa importadora.
O controle aduaneiro da entrada, permanência e saída de mercadorias no regime será efetuado mediante processo informatizado, a partir de software desenvolvido pelo beneficiário e devidamente homologado pela Receita Federal do Brasil.
5.1.17 Depósito afiançado
Está destinado à utilização exclusivamente por empresas de transporte comercial internacional.
Permite a estocagem, com suspensão do pagamento dos impostos federais, da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, de materiais importados sem cobertura cambial, destinados à manutenção e ao reparo de embarcação ou de aeronave pertencentes à empresa autorizada a operar no transporte comercial internacional, e utilizadas nessa atividade.
O depósito afiançado e o especial possuem similaridades: armazenagem em recinto não alfandegado, controle informatizado e prazo máximo de cinco anos para a mercadoria admitida.
5.1.18 Depósito alfandegado certificado (DAC)
Considera como exportadas para todos os efeitos legais as mercadorias nacionais armazenadas em recinto alfandegado, quando vendidas para pessoa sediada no exterior, mediante contrato de entrega no território nacional e à ordem do adquirente.
A mercadoria vendida ao exterior entra no recinto previamente alfandegado para então se submeter ao despacho de exportação. Caso cumpra as condições do regime de DAC, a mercadoria é desembaraçada e o regime é considerado vigente desde a emissão do conhecimento de depósito alfandegado, ocorrida na entrada do bem no recinto alfandegado. O exportador brasileiro, além de não se preocupar com espaço ou com custos de armazenagem, tendo em vista que a mercadoria admitida ao regime não mais lhe pertence, passa a poder usufruir os benefícios vinculados à exportação desde a data de emissão do conhecimento de depósito, considerada como a data de embarque para o exterior. Já o importador estrangeiro passa a ter um ano, contado do início da vigência, para extinguir o regime.
O regime provavelmente será extinto com o efetivo embarque do bem. No entanto, sendo a mercadoria admitida no regime considerada estrangeira desde a emissão do conhecimento de depósito, ela poderá ser “importada” pelo Brasil. Neste caso, uma empresa brasileira deverá registrar uma Declaração de Importação para consumo ou para admissão em regime aduaneiro especial.
5.1.19 Depósito franco
Alguns países o comércio exterior sofre uma dificuldade adicional: a falta de litoral. Consciente deste “gargalo” logístico, o governo brasileiro criou o regime de depósito franco, por meio do qual mercadorias procedentes do exterior e a ele destinadas podem ficar armazenadas, dando aos representantes dos importadores e exportadores estrangeiros o tempo necessário para a solicitação do regime de trânsito aduaneiro.
O regime de depósito franco somente pode ser aplicado para as importações e exportações dos países vizinhos (países limítrofes) que tenham celebrado acordo internacional com o Brasil.
O regime de depósito franco não tem a definição de um prazo máximo específico. Nisso consiste sua principal vantagem, pois, se os bens importados pelas empresas do Paraguai não fossem admitidos no regime, eles deveriam ser despachados em até noventa dias da descarga.
6 REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS
Além dos regimes especiais, há os regimes aplicados em áreas especiais. Esses regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais são criados para regiões específicas do País. São a Zona Franca de Manaus (ZFM), a Amazônia Ocidental, as áreas de livre comércio, as zonas de processamento de exportação (ZPE) e o entreposto internacional da ZFM.
6.1 Zona Franca de Manaus (ZFM)
1967 foi inaugurada a Zona Franca de Manaus com o objetivo de estimular o desenvolvimento daquela região, pois à época sofria (e sofre) de um problema crônico: a grande distância em relação aos grandes centros consumidores dos seus produtos.
Nas importações de bens para a ZFM, não são cobrados o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados.
As compras de mercadorias nacionais por empresas localizadas na ZFM são equiparadas a exportações brasileiras. Como nas exportações não há cobrança dos tributos federais (IPI, PIS/Pasep e Cofins), não haverá também cobrança destes sobre as aquisições internas pela ZFM.
As exportações de mercadorias pela ZFM não são tributadas, ocorrendo a isenção do Imposto de Exportação.
Na internação de mercadoria que foi importada para a ZFM, ou seja, na saída para o restante do território nacional, o Imposto de Importação e o IPI não pagos na importação são exigidos integralmente. Isso ocorre para evitar que uma pessoa jurídica de fora da ZFM tente aproveitar a isenção concedida para as mercadorias importadas por aquela região.
Não se considera internação a saída temporária da ZFM (e também das áreas de livre comércio e da Amazônia Ocidental) para o restante do território nacional. Neste caso, haverá suspensão no pagamento dos tributos, sendo estes consignados em termo de responsabilidade, passível de execução caso a mercadoria não volte no prazo determinado, analogamente ao que ocorre no regime aduaneiro especialde admissão temporária.
6.2 Área de livre comércio (ALC)
As áreas de livre comércio são formadas nas fronteiras da região Norte do país com dois objetivos: promover o desenvolvimento das áreas fronteiriças e incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, segundo a política de integração latino-americana.
As isenções e os benefícios das atuais áreas de livre comércio estão prorrogados até 31 de dezembro de 2050.
A administração das áreas de livre comércio e da Zona Franca de Manaus está a cargo da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
6.3 Zonas de processamento de exportação (ZPE)
São um regime aduaneiro que consiste na delimitação de uma grande área geográfica, controlada pela Aduana, onde se instalam empresas exportadoras.
A formação de ZPE é feita por decreto, mas baseada em proposta de Estados ou Municípios. A análise e a aprovação do projeto cabem ao Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), órgão colegiado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A ZPE é considerada zona primária para efeito de controle aduaneiro. A ZPE não é zona primária para todos os efeitos, ou seja, por ali não podem entrar veículos, mercadorias e viajantes procedentes diretamente do exterior.
7 A ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O SFN evoluiu com o tempo e está presente há muito tempo. Apesar do objetivo de aprimorar e tornar mais dinâmico e confiável o processo de intermediação financeira, o efeito prático das reformas no mercado financeiro demonstrou alguns novos aspectos de fragilidades do SFN. Os principais aspectos negativos relativos às reformas de 1964-1965 são: • Falta de autonomia do Banco Central, que dependia do Poder Executivo do Estado. 
• Acúmulo de funções no Banco Central, que se configurava como executor da política monetária e da política cambial, banco emissor, banco dos bancos, “banqueiro” do governo, banco de fomento, controlador das operações com o exterior, fiscal do sistema financeiro. 
• Caráter híbrido do Banco do Brasil, com o acúmulo de funções de autoridade monetária, que poderiam ter sido transferidas para o Banco Central. 
• Conselho Monetário Nacional subordinado ao Ministério da Fazenda, que o tornou um mero órgão homologatório de decisões tomadas, mais uma vez, pelo Poder Executivo do Estado. 
• Ausência da unificação de orçamentos, com o orçamento monetário tornando-se o segundo orçamento patrimonial da União, sem o controle do Poder Legislativo do Estado (Congresso). 
• Redução no prazo de vencimento dos títulos que lastreariam empréstimos de longo prazo no mercado financeiro. 
• Indefinição da figura do “poupador” como investidor institucional (fundos de pensão, seguradoras etc.), a partir da “poupança compulsória” coletiva (FGTS, PIS-Pasep, Finsocial etc.), dadas as dificuldades inerentes à formação da “poupança voluntária” individual. 
• Abandono da política monetária de especialização em seus diferentes segmentos.
7.1 O SFN após 1988
Reordenamento do SFN, promovido pelo Conselho Monetário Nacional, com o apoio do Banco Mundial. A nova estruturação trouxe alterações fundamentais ao SFN.
Com a eliminação da carta patente, as instituições financeiras que quisessem ingressar no mercado teriam de, simplesmente, atender aos critérios técnicos, previstos em lei, na Constituição Federal de 1988 e essa alteração foi capaz de remover uma considerável barreira de entrada para novos concorrentes naquele setor da economia que passaram a ter de indicar um capital mínimo para cada carteira, com vistas a obter autorização para operar no SFN.
Em termos contemporâneos, o SFN consiste em um conjunto de instituições financeiras e de instrumentos financeiros que visam, em última análise, transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas e governo) superavitários para os deficitários.
PAG 190 A 194 EXPLICA A ESTRUTURA DO SFN. 
7.2 Comércio exterior no Brasil
O comércio exterior, em termos de regulação e fiscalização do Estado, está subordinado ao Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). No entanto, a estrutura de papéis existentes para a chamada Secretaria de Comércio Exterior (Secex) determina que todas as operações sejam devidamente registradas e reguladas por outros organismos do governo.
Vale destacar o papel do Conselho Monetário Nacional – CMN, que consiste no órgão supremo do sistema financeiro. O CMN possui funções apenas normativas e não executivas e é responsável pelas diretrizes de política monetária, fiscal e cambial.
Vale destacar também, que a Secretaria da Receita Federal está vinculada e subordinada ao Ministério da Fazenda e possui considerável grau de interferência nas atividades relativas ao comércio exterior no Brasil, pois é sua a responsabilidade de cuidar das questões tributárias federais; primar pelo aperfeiçoamento e regulamentação da legislação tributária; aplicar a legislação fiscal e correlata; acompanhar a política tributária e fiscal e seus desdobramentos; e articular-se entre os diferentes órgãos da Administração Federal.
8 MERCADO DE CÂMBIO
O mercado de câmbio (também chamado de mercado cambial ou mercado de divisas) busca solucionar os problemas inerentes às transações de mercado que envolvem moeda estrangeira. Essas transações podem ocorrer por meio de dois atos: a compra e a venda de mercadorias e os serviços entre países abertos às transações externas. Isto é, quando um país adquire um produto no exterior, ele necessita enviar uma certa quantidade de moeda em troca, por outro lado, quando ele vende para outro país, espera receber do país estrangeiro moeda em troca.
8.1 Participantes do mercado cambial
É composto de importadores e exportadores, porém outros agentes: Vendedores, compradores, bancos, operadores de câmbio/corretoras de câmbio, operadores credenciados e agências de turismo/hotéis.
Lembrete: O termo “divisa” indica a quantidade de moeda estrangeira que um governo possui. Elas advêm de todas as operações realizadas no comércio exterior.
8.2 Negociação do câmbio
Ao realizar uma operação internacional de importação, exportação, ou prestação de serviços, é necessário emitir um contrato de câmbio. Esse contrato é responsável por ditar tudo o que foi acordado entre as partes e ele formaliza o processo de compra e venda de moeda estrangeira.
Todo contrato de câmbio deve ser registrado em sistema específico do Bacen. Esse sistema é o chamado Sisbacen e tem por objetivo realizar a interface entre os bancos e o Banco Central.
Vale lembrar que as transações no mercado de câmbio ocorrem em cinco categorias: • bancos e clientes dentro do país; • bancos do mesmo país; • bancos de diferentes países; • bancos e bancos centrais do mesmo país; • bancos centrais de diferentes países.
8.3 Funcionamento do mercado de câmbio
Devido ao fuso horário existente ao redor do globo, o mercado necessita de um funcionamento do tipo 24 horas por dia.
A taxa de câmbio de abertura para compra e venda é aquela com a qual os bancos declaram que irão trabalhar no exato momento em que começam suas operações. Porém, dependendo do regime cambial adotado pelo país, essa taxa pode ser alterada ao longo do dia.
Quando um determinado cliente da instituição bancária vende moeda para ela, o preço pago por essa moeda é o de compra. De modo mais específico, a instituição é a compradora da moeda, logo a taxa paga é a de compra. Essa taxa também é chamada de bid rate. No caso de um cliente que deseja comprar moeda estrangeira com o banco, ele pagará o preço de venda correspondente a ela. Isso acontece porque a instituição financeira é a vendedora. Nesse caso, a taxa recebe o nome de offer rate. O lucro da instituição financeira é gerado na diferença que ela consegue entre o preço de compra e o de venda. Esse resultado é denominado spread.
As instituições financeiras, ao longo do dia, apresentam uma dada posição cambial. Elas são classificadas:
• Nivelada (balanced): nessa posição, os bancosoperam a mesma quantidade de moeda tanto na compra quanto na venda. Assim, o saldo do banco fica igual a zero, logo, a sua posição está nivelada. 
• Comprada (long position): ao longo de um dia, foram realizadas operações nas quais a instituição adquiriu mais moeda do que vendeu. Dessa maneira, sua posição é comprada, pois possui saldo positivo. 
• Vendida (short position): as operações de venda foram superiores às de compra, logo, vendeu-se mais do que se comprou. O caixa do banco fica negativo com essa operação vendida.
8.3 Subdivisões do mercado cambial
Especialistas e operadores do mercado cambial usualmente segmentam-no de acordo com a seguinte subdivisão: 
• mercado sacado (operações dos bancos, nas quais compram-se e vendem-se divisas estrangeiras, representadas por depósitos, letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento etc.); 
• mercado de câmbio manual (uso de moeda em espécie); 
• mercado paralelo de câmbio (operações realizadas por pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas a operar no mercado de câmbio); 
• mercado de câmbio primário (efetuar operações de entrega e recebimento de moeda de importadores e exportadores (não bancários) a uma instituição financeira, enquanto que o mercado de câmbio secundário, também conhecido como mercado de câmbio interbancário, executa as operações de compra e venda de moeda estrangeira por instituições financeiras (bancos) autorizadas a operar com câmbio.); 
• mercado de câmbio secundário; 
• mercado de câmbio à vista (faz operações de compra e venda de moeda que deverão ser liquidadas à vista ou no prazo limite estipulado, em até dois dias úteis. Esse mercado é conhecido, tanto nacional quanto internacionalmente, como spot); 
• mercado de câmbio a termo (operações que serão executadas no futuro, ou seja, aquelas que são efetuadas em uma determinada data, nas quais a entrega das divisas ocorrerá em outra data, mantendo um câmbio fixo. Esse mercado também é conhecido como mercado futuro no jargão bancário ou forward exchange).
8.4 Controle cambial
8.5.1 Balanço de pagamentos
Consiste em uma técnica de controle que surgiu a partir da necessidade encontrada pelos países abertos às transações externas e é definida como um registro contábil de todas as transações, ocorridas em um certo período de tempo, entre residentes e não residentes de um país.
8.5.2 Origens do controle cambial
Busca corrigir ou minimizar os efeitos, na economia, decorrentes dos déficits na balança de pagamentos.
8.5.3 Modalidades de controle cambiais
Os regimes cambiais buscam atender aos objetivos dos governos. Assim, as autoridades monetárias podem estabelecer os controles desses regimes por meio de barreiras alfandegárias e do próprio câmbio de moedas. Além desses dois tipos de fiscalização, existe um terceiro, baseado na mistura dos dois anteriores, conhecido como misto, ao qual se aplicam as barreiras tarifárias e o controle cambial.
Observação: A licença de importação é um documento eletrônico processado através do Siscomex, utilizado para licenciar as importações de produtos cuja natureza ou tipo de operação está sujeita a controles de órgãos governamentais.
Existem, também, os sistemas de controle de câmbio, que são adotados de forma separada ou conjuntamente:
• Compensação privada: duas empresas, uma nacional e outra estrangeira, estabelecem acordo. Nele, as duas organizações se comprometem a não deixar saldos monetários. Essa operação é denominada back-to-back, o que, em uma tradução livre, pode significar “um crédito contra o outro”.
• Acordo de compensação: parte-se do princípio da compensação privada, porém, em vez de ser efetuado entre sociedades, ocorre entre governos. Esse tipo de acordo determina quais mercadorias serão transacionadas e a que preços, sem a existência de saldos em aberto. Destaca-se, também, a inexistência de uma contrapartida em moeda. 
• Acordo de pagamento: alguns países podem passar por certas dificuldades para saldar seus débitos com outra nação. Dessa forma, são criados acordos que facilitam a quitação de tal dívida. Os países podem aplicar parte do que receberiam com as importações para esse pagamento e manterem a relação com seu credor.
• Clearings bilaterais: devido ao fato de que alguns países possuem moedas inconversíveis internacionalmente, são firmados contratos entre eles para que possam negociar sem a necessidade de usar uma moeda forte para pagamento. Os países podem, então, conforme acordo estabelecido, definir se usam suas moedas ou as de outro país. Esse numerário é chamado de moeda de convênio.
• Clearing multilateral: busca agrupar um número maior de países em um mesmo trato. Nesse caso, os países podem transacionar entre eles e definir um organismo centralizador. Esse órgão fará o papel da compensação de todas as contas dos países com moeda inconversível e demais membros participantes.
• Contas bloqueadas (blocked accounts): os não residentes de um determinado país podem efetuar depósitos nelas. Devido a problemas de balanço de pagamentos ou a questões políticas entre os dois países, são impostos bloqueios de contas.
• Racionamento de divisas: ocorre quando o Banco Central, de posse das divisas adquiridas por meio dos bancos privados ou diretamente com os agentes exportadores, vende-as divisas aos importadores através de quotas mensais ou semanais ou de leilões.
• Sistema de taxa única e de taxas múltiplas: o sistema de taxa única determina que exista apenas uma taxa de câmbio para qualquer tipo de operação, comercial ou financeira. Essa taxa pode ser definida pelo governo (fixa) ou flutuar de acordo com a dinâmica do mercado.
8.5.4 Sistema de créditos recíprocos
Foi criado, em 1965, o Sistema de Créditos Recíprocos para a Alalc (Associação Latino-americana de Livre Comércio), que teve seu nome alterado para Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
Em tese, a adoção de um sistema de compensação multilateral busca facilitar o alcance do objetivo de integração e cooperação, tanto financeira quanto comercial, entre os países latino-americanos.
O Banco Central de Reserva do Peru é o agente compensador do sistema. Os bancos centrais dos países-membros devem informar quadrimestralmente as operações que ocorreram. Em contrapartida, o agente compensador informa o saldo de todos os participantes do sistema. Caso algum país esteja com saldo devedor, deverá efetuar o pagamento com o Banco da Reserva Federal em Nova York em favor do agente compensador.
8.5.5 Controle cambial no Brasil
É realizado pela autoridade monetária, que monitora e manipula o mercado cambial de acordo com seu momento econômico e político, ou para promover os negócios em um determinado setor que o governo considere estratégico e importante.
Lembrete: As restrições quantitativas estão atreladas à intervenção direta no câmbio, elas são as quotas para compra e venda de câmbio para viajantes. Já as qualitativas correspondem às barreiras alfandegárias, ao licenciamento de importações, à reserva de mercado e ao registro de capitais ingressantes e remetidos.
8.5 Taxa de câmbio
Para que uma nação possa exercer a atividade comercial com o exterior, precisa denominar a sua moeda em relação à outra estrangeira, isto é, regular o valor de sua moeda em relação à moeda estrangeira. Acentuamos que, apesar de algumas moedas serem inconversíveis, possuem um preço interno.
8.6.1 Formatação da taxa de câmbio
Em termos simples, as escolhas dos ofertantes e demandantes dispõem que quando existe uma grande quantidade de um produto no mercado, o preço dele tende a cair (excesso de oferta) e o efeito contrário é observado quando um produto está escasso, assim, seu preço tende a aumentar (excesso de demanda).
Outra medida consiste na promoção de um congelamento da taxa. Neste caso, o governo mantém, por decreto, o valor da moeda nacional frente à estrangeira, sem alterações por um determinado espaço de tempo.
8.6.2 Regimes cambiais
O mercado cambial é afetado pelos regimes cambiais adotados pela autoridade monetária. A adoção de um deles está vinculada à política monetária e de câmbioque o governo deseja alcançar.
O regime cambial de taxas de câmbio flutuantes é baseado na livre flutuação do preço da moeda estrangeira frente à moeda nacional. Nesse tipo de regime, a taxa de câmbio é dada pelo mercado, ou seja, pela lei da oferta e demanda. Divide-se em dois:
• flutuação limpa (free floating), quando o Banco Central não faz intervenção direta para definição da taxa de câmbio; caso exista a necessidade de interferência, ela é feita através de política monetária via taxa de juros; 
• flutuação suja (dirty floating), quando mesmo com a liberdade de flutuar ao longo do dia, o câmbio sofre intervenção direta do governo, no intuito de melhorar as condições da moeda nacional frente à moeda estrangeira.
No regime cambial de taxas de câmbio fixa, o governo, com o monopólio do câmbio, estabelece o preço da moeda nacional em relação à moeda estrangeira. Apesar da designação fixa, não podemos dizer que esse é um regime estático. Na realidade, isso significa que a taxa é fixada pelo governo, de acordo com sua política monetária e cambial. Ainda é possível destacar que a taxa de câmbio fixa pode manter volumes de divisas ociosas ou poucas divisas em circulação.
No regime cambial de bandas cambiais, o governo dispõe um limite inferior e um limite superior nos preços da moeda nacional em relação à estrangeira. Nesse sentido, a cotação cambial pode flutuar livremente. Caso ela ultrapasse um dos dois limites, o governo faz a intervenção direta, comprando ou vendendo divisas.
8.6.3 Tipos de taxa de câmbio
• Taxa de compra: consiste no preço que o banco privado está disposto a pagar para adquirir moeda estrangeira no mercado.
• Taxa de venda: trata do valor que o banco privado utilizará para entregar moeda estrangeira aos compradores.
• Taxa de repasse: o Banco Central aplica essa taxa quando deseja adquirir moeda estrangeira com os bancos privados.
 • Taxa de cobertura: utilizada quando os bancos privados desejam comprar moeda estrangeira do Banco Central, logo eles pagam uma taxa diferenciada para compor suas carteiras. 
• Taxa livre: as livres forças do mercado (oferta e demanda) vigoram nesse tipo de taxa. As taxas livres são formadas no mercado observando-se a quantidade de divisas estrangeiras em circulação. O governo pode, porém, fazer algum tipo de intervenção, buscando reduzir as grandes oscilações. 
• Taxa oficial: a autoridade monetária decide qual será a taxa de câmbio do dia. Assim, não são observadas a oferta e a demanda, mas sim a regulação do governo
• Taxa pronta: é a taxa que tem liquidação à vista ou no máximo em dois dias úteis a partir da data da operação, conforme rege a legislação. Também é chamada de taxa spot. 
• Taxa futura: a moeda estrangeira será entregue em uma data futura, devidamente acertada entre as partes, com o objetivo de buscar uma melhor cotação, o que incorre em riscos. Ela é conhecida igualmente como taxa forward. 
• Taxa fixa: é uma taxa estipulada pela autoridade monetária que não sofrerá alterações ao longo do tempo. 
• Taxa variável: possui a prerrogativa de ser alterada ao longo do tempo, o que é estipulado pelo governo. 
• Taxa Ptax: é a média ponderada dos negócios operados em moeda forte (dólar, por exemplo) apurada pelo Banco Central do Brasil no decorrer do dia. Ela é lançada no site do Bacen e serve de base para todas as operações com moeda estrangeira no mercado brasileiro.
• Taxa cruzada ou cross rate: alguns países exercem operações entre eles e conhecem a taxa cambial da sua moeda em relação ao dólar. No entanto, para determinar a taxa entre elas, é necessário envolver uma terceira moeda. Em suma, é a cotação de duas moedas baseada numa terceira.
8.6.4 Taxa de câmbio nominal versus taxa de câmbio real
A taxa de câmbio nominal é estabelecida com base no valor de uma moeda em relação à outra e é possível afirmar, nesse caso, que são avaliados apenas os valores brutos. Com relação à taxa de câmbio real, emprega-se o valor nominal da taxa considerando os impactos inflacionários, tanto no mercado nacional como internacional.

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