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Layane Silva REVISÃO - DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ● Introdução aosmétodos de DIAGPI Na avaliação dos métodos de imagem é importante saber qual a característica e aplicabilidade de cada um dos métodos e quais são os exames de investigação inicial e exames de escolha em cada situação. Um dos aspectos mais importantes é o processo de formação da imagem, ou seja, o mecanismo que implica na formação da imagem porque a depender do que é utilizado para formar a imagem podem haver contraindicações. 1. Radiação ionizante A formação da imagem por radiação ionizante baseia-se na emissão de Raios X, que por serem ondas de alta energia, possuem considerável poder de penetração. Os 2 tipos de exame que utilizam a radiação ionizante é raio-X (também chamada de radiologia convencional porque foi a primeira) e a tomografia computadorizada - ambos utilizam o mesmo processo de formação da imagem, mas tem algumas diferenças. Entre elas as principais diferenças são: (1) o raio-X é bidimensional e a TC é tridimensional; (2) por conta das diferenças aplicadas na formação da imagem, o paciente que irá fazer a tomografia é mais irradiado, ou seja, a TC expõe mais o paciente à radiação ionizante do que o raio-X; (3) a TC é ummétodo que temmaior acurácia, e o Raio-X é ummétodo de entrada que tem uma acurácia menor; (4) no raio-X não há muitos artifícios pós-processamento, na TC é possível manipular a imagem com as reconstruções em múltiplos planos (sagital, coronal) que ajuda a identificar as patologias - como por exemplo para diferenciar brônquio de espaço cístico aéreo OU nódulo de vaso. Raio-X e TC que usam radiação ionizante são contraindicadas emgestantes - e crianças não tem contraindicação absoluta mas devem ser usados com cautela. Propriedades dos raios-X: ondas eletromagnéticas, radiação ionizante, ao interagir com a matéria, gera radiação espalhada (efeitos Compton), enegrece chapa radiográfica, causam fluorescência em certos sais metálicos, no vácuo, propagam-se com a velocidade da luz, propagam-se em linha reta e em todas as direções, obedecem a lei do inverso do quadrado da distância, e possui grande poder de penetração. 2. Radiofrequência A RNM é ummétodo que não utiliza radiação ionizante, e a formação da imagem se dá por ondas de radiofrequência, por isso há um barulho durante a realização do exame - portanto não há radiação na RNM e não há contraindicação para crianças, visto que não é uma radiação ionizante e não provoca alteração nas células. Na RNM, a formação da imagem se dá através da criação de uma campo magnético gerado por uma magneto. Paciente entra no interior do campo magnético e este organiza a orientação dos prótons de hidrogênio nos tecidos. Portanto, pacientes commarcapasso ou comoutras prótesesmetálicas que possam ser atraídas pelo campo magnético tem contraindicação a realizar RNM - se for uma prótese metálica que está presa no osso (próteses ortopédicas) ou em alguma outra região que não corra o risco de se movimentar, não existe contraindicação. As contraindicações mais gerais sãomarcapasso (risco de desarmamento), alguns clipes de aneurismamais antigos (> 10 anos, pois apenas os clipes mais novos foram desenvolvidos para não sofrerem atração pelo campo magnético) e presença de estilhaços de armade fogo em regiões nobres como o encéfalo e podem se movimentar. Se o paciente tem uma prótese de quadril e quer avaliar a região do quadril, pode ser que essa prótese cause um borrão na imagem (artefato) que vai impedir o estudo do quadril - mas se for o estudo de uma outra área, a prótese não irá interferir. Um sistema de bobinas emite ondas de radiofrequência que desorganiza a orientação dos prótons. O retorno ao alinhamento original quando o estímulo cessa gera ondas de radiofrequência, que são captadas por antenas e são decodificadas e convertidas em imagens no computador. Apesar de não usar radiação ionizante, é um exame fechado, caro e demorado. 3. Ondas sonoras No exame de ultrassonografia um transdutor converte energia elétrica em ultrassom, assim, são utilizadas ondas sonoras que tem uma frequência acima da frequência audível do ouvido humano. Então essas ondas são inócuas na frequência que são utilizadas para o ultrassom diagnóstico (> 1 Layane Silva 20 mil MHz), portanto costuma ser ummétodo de escolha para crianças e gestantes. Isto porque, além de ser mais barato e mais acessível que a RNM, é um exame em tempo real feito com o transdutor, no qual é possível visualizar a movimentação das alças intestinais. O pulso de ultrassom é enviado ao organismo e as ondas sonoras podem ser absorvidas ou refletidas. O eco gerado é captado pelo transdutor e novamente convertido em sinal elétrico, que é processado e transformado na imagem exibida no monitor. A ultrassonografia é um exame mais acessível (barato) e mais rápido, no qual o paciente não precisa entrar em um aparelho fechado e não tem radiação ionizante - então sempre que possível o USG é um exame de escolha, principalmente em crianças e gestantes se a patologia que será utilizada permitir. USG comdoppler colorido: tipo de USG que avalia hemodinâmica do corpo pelo efeito Doppler, mantendo características da USG convencional, visualiza o sangue passando pelos vasos. 4. Raios-X As densidades radiográficas são muito semelhantes no raio-X e na TC. (1) o mais preto é aquele que oferece menos barreira a passagem dos raios-X é o ar, assim o raio-X passa pelo ar e impressiona o filme; (2) a gordura é cinza escuro; (3) água emúsculo são cinza claro, o raio-X não consegue diferenciar água de músculo porque as densidades são muito próximas e ambos tem absorção média dos raios-X - como é observada na região do mediastino ambas as densidades se misturam; (4) o osso é a segunda maior densidade, tem uma absorção grande do raios-X; (5)metal, que tem uma absorção total dos raios-X (não deixa os raios-X passar). DENSIDADE ABSORÇÃO IMAGEM Metal Total Branca Osso Grande Menos branca Água/músculo Média Cinza Gordura Pouca Quase negra Ar Nenhuma Negra Essas são as 5 densidades radiográficas e são usados os seguintes termos: - Radiotransparente ou hipoatenuante (preto - ar) - Radiopaco ou hiperatenuante (branco - cálcio) Exemplo: líquido de pneumonia é radiopaco e o enfisema é radiotransparente. Utilização prática: bom para extremos de opacidade (densidade), ou seja, uma região que tenha contrastes de densidade - como água e ar no tórax, presença de corpo estranho ou localização de sondas (nasoenteral, nasogástrica) e cateteres (duplo jota nas vias urinárias, portocath no tórax). Já no abdome não é tão bom, porque só há contraste se o paciente tiver obstrução intestinal (muito ar e líquido). Pode ser usado para visualizar pneumoperitônio, mas, na suspeita de perfuração, em geral é indicada a TC. Portanto, no abdome, as boas indicações de raios-X são: obstrução intestinal, pneumoperitônio, localização de sondas e cateteres, e presença de corpo estranho. Embora também possa ser feita para avaliar litíase urinária em pacientes que não tem acesso a TC ou USG. 5. Ultrassonografia O cálculo no raio-X será radiopaco no USG será hiperecóico ou hiperecogênico, na TC será hiperdenso, e na RNM será hipointenso. Na imagem observa-se um cálculo branco (hiperecoico) com sombra acústica posterior, já no USG da bexiga, repleta de líquido, que quando transudato é anecóico. Termos: - Anecóico: preto - Ex.: bile, urina, líquor. - Hipo/isoecóico: cinza - Ex.: cortical renal, pâncreas - Hiperecóico: branco - Ex.: cálculo, osso, gás/ar Assim, o cálculo hiperecóico irá formar imagem branca, já no FAST-USG em busca de hemoperitônio, deve-se procurar uma imagem preta rodeando os órgãos que indicará líquido livre na cavidade. Indicações de USG: partes moles (fígado, vesícula, pâncreas, baço, rins) - nódulos, tumores, abscessos, linfonodomegalias; pélvicos 2 Layane Silva (bexiga, próstata, útero, ovários); USG obstétrico; hérnias da parede abdominal; apêndice vermiforme; pescoço (tireoide). Vantagens: amplamente disponível, nãoutiliza meio de contraste iodado, não invasivo, não usa radiação ionizante (método de escolha na obstetrícia), menor custo comparado à TC e RM, guiar punções aspirativas, biópsia e drenagem - aumentando a acurácia - pode ser realizada à beira do leito (equipamentos portáteis), reprodutível, método de escolha para avaliação da vesícula biliar e estudo do fluxo vascular e a cor à US. Desvantagens e limitações: necessidade de prática e treinamento, método operador dependente, obesidade, meteorismo intestinal e sobreposição de estruturas ósseas. 6. Tomografia computadorizada As densidades tomográficas são muito semelhantes às densidades do Raio-X, entretanto, a TC é capaz de diferenciar a água e o músculo. No raio-X não há um valor numérico, a avaliação é subjetiva, e na TC é possível tambémmedir a densidade em unidades Hounsfield, por isso é mais acurada. Na TC, o ar é a menor densidade contabiliza - 1000 UH e tem aspecto preto e a gordura é de - 100 UH (ambas são densidades negativas), já a água é o marco zero (0 UH), ou seja, densidades maiores do que ela são positivas. Como o músculo que fica entre + 50-100 UH a depender do grau de hipertrofia muscular e da quantidade de gordura presente entre as fibras musculares, o osso é + 100 UH e o metal/contraste é a maior densidade tomográfica. Utilização prática: amplamente utilizado, pois não há a sobreposição de estruturas anatômicas, entretanto ela só irá ser utilizada se o diagnóstico não for possível pelo raio-X porque ele expõe mais a radiação ionizante. Exemplo: paciente com febre alta e suspeita de pneumonia bacteriana deve fazer um raio-X como investigação inicial e provavelmente servirá para o tratamento. Exemplo 2: paciente com Covid-19 e insuficiência respiratória não deve fazer um raio-X porque há um quadro de infiltrado intersticial que se apresenta com atenuação em vidro fosco, que não pode ser vista no Rx, apenas na TC. Termos: - Hiperdenso (branco) - Isodenso (cinza) - Hipodenso (preto) 7. RNM Quanto aos termos, é utilizado intenso para a ressonância e denso para a tomografia - essa classificação é mais complicada na RNM pois ela tem várias sequências e a depender da sequência, a substância pode se apresentar de uma cor diferente. No entanto, essa pode ser uma vantagem pois por conta desse fator, a RNM é o melhor método para conseguir caracterizar qual é o componente de cada lesão (sangue, gordura, sólido, líquido), possibilitando a validação da hipótese em vários momentos, sendo superior à TC. Termos: - Hiperintenso (branco) - Isointenso (cinza) - Hipointenso (preto) Para obter essas sequência, a RNM é um exame mais demorado, tem-se que o cálcio, cálculo ou ossos são hipointensos (escuros) em todas as sequências. Já o líquido é hipointenso (preta) em T1 e hiperintenso (branca) em T2, ademais a gordura é hiperintensa em T1 e T2 - cada substância se comporta de um jeito diferente. 8. TC x RNM É importante estabelecer as diferenças entre a TC e RNM. TC RM Radiação ionizante XXX - Contraste organoiodado XXX - Contraste paramagnético (gadolínio) - XXX Artefatosmetálicos XXX X Artefatos demovimento X XXX Preço X XXX Se o paciente tem alergia a iodo, ele pode fazer RNM, porque não usa o contraste organoiodado mas sim o paramagnético com gadolínio (íon). A RNM é ummétodo no qual o paciente precisa ficar parado por muito tempo, cada uma das sequência temmédia de 4 minutos - se o paciente mexer nesse período, é necessário reiniciar toda a sequência. Em função disso, a RNM demora 15 minutos para ser feita e a tomografia demora < 1 minuto. Por ser mais cara, a RNM é um exame menos disponível. As contraindicações dos métodos são: 3 Layane Silva TC RM Disfunção renal Disfunção renal grave Alergia ao contraste iodado Alergia ao gadolínio Gravidez Por precaução, recomenda-se não realizar RNM no 1o trimestre de gravidez Lembrando que gravidez não é contraindicação para RNM, só não deve ser feito durante o 1o trimestre de gravidez, mas é um exame muito útil para estudo do feto e avaliar malformações fetais. Pacientes com disfunção renal tem contraindicação para TC porque o contraste iodado agride diretamente o néfron (rim), sendo mais grave, quanto mais desidratado, quanto menor o débito cardíaco (cardiopata) e quanto pior estiver a função renal. Esta não é uma lesão definitiva se é feita uma hidratação vigorosa, normalmente há melhora, sendo que a hidratação prévia ao exame pode prevenir a lesão. Portanto, se o estudo puder ser feito por outro método, deve-se dar a preferência a avaliar por outro método para evitar uso do contraste se disfunção renal grave. Na RNM, os pacientes com disfunção renal demoram de excretar o gadolínio que é um íon ligado a uma substância, nesse tempo, o gadolínio instável se desprende e adere aos tecidos gerando fibrose sistêmica nefrogênica (4%) - doença grave e sem cura. ● Anatomia do tórax no RX Na anatomia do tórax é importante saber a localização dos lobos pulmonares e identificação dos contornos do mediastino. Raio-X de boa qualidade: exposição (quantidade de raio-X fornecida, campos pulmonares, sombra dos vasos pulmonares do hilo para a periferia, sombra dos corpos vertebrais, coração e grandes vasos + parênquima pulmonar retrocardíaco), posicionamento (simetria entre a clavícula e os processos espinhosos) e inspiração (altura longitudinal, peito cheio de ar; ou contagem das costelas - 7 a 9 anteriores e 9 a 11 posteriores). No raio-X, se o paciente está deitado em cima do filme, a incidência é ântero-posterior - AP (raio entra anterior e sai posterior), mas se a placa está posicionada na parte anterior, a incidência é postero-anterior - PA (entra posterior e sai anterior). Outras incidências: perfil ou lateral, que permite observar o tórax lateralmente, geralmente solicitado o perfil esquerdo, e incidências oblíquas, que podem ser anterior ou posterior. 1. Contornos domediastino Quanto aos contornos do mediastino, o contorno superior do lado direito é formado pela veia cava superior, abaixo dela está o átrio direito - um processo pneumônico no lobo médio que seja medial apaga o contorno do átrio direito, gerando o sinal da silhueta. À esquerda, o primeiro contorno é arco aórtico, o intermediário é o tronco da artéria pulmonar, e o inferior é o ventrículo esquerdo. O ventrículo direito é a câmara mais anterior, que é visto na radiografia em perfil. A: vias aéreas - traquéia (desvio do mediastino), carina, brônquios-fonte direito e esquerdo, pulmões e pleura. B: campos pulmonares - tamanho, transparência e volume. C: circulação - tamanho do coração, índice cardiotorácico e contornos do mediastino. D: diafragma - cúpula frênica direita e esquerda, seios costofrênicos, seios cardiofrênicos. E: transição entre tórax e abdome, bolha de ar gástrica. 2. Pulmões 4 Layane Silva No pulmão direito há (1) lobo superior, que vai da região anterior até posterior, dividido pela cissura horizontal, (2) lobomédio, anterior, (3) lobo inferior, separado pela cissura oblíqua do lobo anterior e médio. No pulmão esquerdo, não há lobo médio porque não há cissura horizontal, ele é substituído pela língula, que faz parte do lobo superior. ● Padrões pulmonares no RX Importante saber identificar consolidação e o sinal do broncograma aéreo, e, no estudo das pneumonias lobares, identificar o sinal da silhueta que ajuda a identificar em qual dos segmentos do pulmão que está o processo inflamatório (posterior ou anterior) mesmo sem a radiografia em perfil. Aumento da atenuação: líquido dentro dos pulmões na forma de pneumonia ou edema pulmonar. Diminuição da atenuação: aumento do ar nos pulmões por DPOC ou enfisema pulmonar. Atelectasia: perda do volume do pulmão (murcha e perde ar) Alterações pleurais: pleura visceral e parietal ficam bem próximas, e entre elas está espaço pleural - pode haver derrame pleural, pneumotórax, empiema pulmonar, tumores pleurais. 1. Aumento da atenuação O padrão mais comum é o de aumento da atenuação e pode se manifestar de 2 formas: - Doença alveolar:Consolidação- Doença intersticial: Vidro fosco A diferença entre elas é que a consolidação apaga os contornos dos vasos, assim fica uma imagem branca, exceto se houver presença de aerobroncogramas que facilitam no diagnóstico, na fisiopatologia a água está dentro dos alvéolos, e mais associada a pneumonias bacterianas. - Sinal do broncogramaaéreo: mostra brônquios aerados no interior das consolidações (alvéolos cheios de líquido). Sangue: contusão pulmonar/trauma - sangramento nos alvéolos; Pus: pneumonia bacteriana infectada formando líquido purulento Água: edema pulmonar importante que invade os alvéolos. Proteína ou células neoplásicas: metástases pulmonares, como pequenos nódulos de múltiplos tamanhos. O vidro fosco não apaga esses contornos, a água está no interstício, e está mais relacionado a pneumonias virais - entretanto não é um sinal específico, pois pode ocorrer em qualquer doença que aumente a quantidade de água no interstício pulmonar. ● Paciente do sexo masculino, 16 anos, com quadro de tosse e febre há 04 dias. 5 Layane Silva A alteração é vista do lado esquerdo e será descrita como aumento da atenuação ou redução da transparência no lobo inferior, pois é posterior no perfil - mesmo sem o perfil, pode-se diagnosticar localização desta consolidação pois sinal da silhueta é negativo (não apaga contornos - não é anterior, porque o coração é anterior). Questão de prova! O lobo que é adjacente à borda esquerda do coração é a língula, que faz parte do lobo superior - se há apagamento da língula, do VE ou opacidade na língula, o acometimento é do lobo superior esquerdo. ● Paciente do sexo masculino, 46 anos, com quadro de tosse e febre há 07 dias O método de imagem é a TC, a primeira janela é de mediastino (esquerdo) e a segunda janela é de pulmão (direita), o exame está no plano axial de apresentação da imagem e foi realizado sem contraste porque o coração não está parecido com o osso, mas sim com o músculo. É possível observar área de consolidação com broncograma aéreo. ● Paciente do sexo masculino, 46 anos, com quadro de tosse e febre há 07 dias. O exame é uma TC na janela de pulmão com um padrão de aumento da atenuação (mais branco) em padrão de vidro fosco, pois está em um tom de cinza e não está apagando o contorno dos vasos. O vidro fosco relacionado a Covid-19 é mais típico nas periferias, mas se for relacionado a um edema pulmonar intersticial tende a ser perihilar (região central) e depois sofre mudança para um padrão de consolidação. a. Pneumonia Sinal da Silhueta: quando duas opacidades com amesma densidade estão em contato, o contorno desaparece. Observa-se o sinal da silhueta na primeira imagem, pois o sinal é positivo quando apaga os contornos pois a infiltração por líquido está vizinha ao coração. Então o sinal da silhueta só é positivo em lesões anteriores, capazes de apagar a silhueta do mediastino. ● Paciente do sexo feminino, 14 anos, com febre alta e tosse há 03 dias. Essa alteração é descrita como um aumento da atenuação ou redução da transparência no lobo superior direito, como padrão de consolidação por ser homogêneo, com sinal da silhueta positivo pelo apagamento do contorno da veia cava superior. Edemapulmonar: consolidação perihilar, ocorre quando há um branco mais homogêneo que leva a suspeitar de líquido dentro dos alvéolos (padrão asa de borboleta). Doenças pulmonares difusas: edema pulmonar, doenças inflamatórias, infiltração neoplásica e Covid-19 - avaliada na TC de alta resolução. Lesões hipertransparentes: lesões pretas que tem relação com o acúmulo de ar - enfisema, doença de pequenas vias aéreas. Bronquiectasias: dilatação brônquica (brônquios e bronquíolos) irreversível que ocorre em bronquite ou DPOC - o método utilizado é a TCAR para avaliar diagnóstico e extensão Atelectasia: perda do volume pulmonar e os brônquios se juntam. Pleura e espaços pleurais: acúmulo de líquido ou de ar. 6 Layane Silva ● Anatomia do tórax na TC Na tomografia é necessário identificar se é uma janela de pulmão ou de mediastino e qual deve ser utilizada para identificar determinada patologia - exemplo: TEP - janela de mediastino; atenuação em vidro fosco - janela de pulmão. Janela de pulmão: filtro melhora a visualização do PARÊNQUIMA PULMONAR, utiliza densidade baixa - nódulo pulmonar, tuberculose, bronquiectasia. Janela demediastino: tumorações, dissecção de aorta, aneurisma de aorta, tromboembolismo pulmonar, linfonodomegalia - no mediastino é possível visualizar timo, linfonodos, aorta, artéria pulmonar, veia cava superior. Janela de parênquima e óssea. Na anatomia do mediastino observam-se as “3 Marias”: tronco arterial braquicefálica, artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda - à frente está a veia subclávia esquerda e a veia braquiocefálica direita, que vira veia cava superior após a junção. Abaixo, está a veia cava superior na altura do arco aórtico. Abaixo, observa-se a aorta ascendente, tronco da artéria pulmonar, artéria pulmonar direita e a veia cava superior, esta fica ao lado da aorta ascendente. 7 Layane Silva Abaixo, está o tronco da artéria pulmonar e para a esquerda, está a artéria pulmonar esquerda e abaixo aorta ascendente. Na diferenciação das câmaras cardíacas, o ventrículo direito é mais anterior, temmenos músculo cardíaco, já o esquerdo está mais para esquerda e mais posterior e temmais músculo cardíaco. Na TC abaixo, está na altura do terço inferior, observa-se o coração na primeira janela de mediastino e na segunda janela de pulmão, é um exame sem contraste. ● Padrões pulmonares na TC Importante reconhecer os padrões de consolidação e de atenuação em vidro fosco. Aumento da atenuação: padrão alveolar/consolidativo ou padrão de vidro fosco. Diminuição da atenuação: enfisema ou fibrose. Padrão intersticial: acometimento por líquido ou células inflamatórias no interstício, que é o espaço entre os alvéolos Nódulos emassas: imagens de alta atenuação que tem o feitio arredondado, a diferença entre eles é o tamanho, considera-se nódulo até 3 cm e massa acima de 3 cm Linfonodomegalias: linfonodos aumentados no mediastino. Redução do volume pulmonar: atelectasia 8 Layane Silva Doenças pleurais: acometimento da pleura por ar (pneumotórax) ou por líquido (derrame pleural). a. Técnicas de TC O exame será feito de acordo com as informações que o médico fornecer sobre a história do paciente e/ou a suspeita diagnóstica. TC de tórax semcontraste (Ex.: nódulo pulmonar) TC de tórax comcontraste (Ex.: tumor de mediastino) TC do tórax emalta resolução (Ex.: Covid-19) Angio-TC do tórax (avaliação dos vasos com contraste, Ex.: TEP) É importante como médico assistente saber quais são os tipos de TC indicados para cada doença, principalmente para avaliar contraindicações ao uso do contraste, visto que uma das que podem ser manejadas é a disfunção renal e deve constar em prontuário que o exame é imprescindível e que foi realizada hidratação vigorosa para nefroproteção. b. Covid-19 No Covid-19 é usada a TC de alta resolução (TCAR), na qual não está indicado o uso do meio de contraste endovenoso ● Anatomia do abdome no Rx O abdome difere do tórax com relação ao manejo do método de investigação inicial e do método de escolha, visto que na investigação inicial do tórax é utilizado o raio-X e a TC é o método padrão-ouro. INVESTIGAÇÃO INICIAL MELHORMÉTODO MÉTODO ALTERNATIVO Raio-X Tórax - - USG Abdome - - TC - Tórax, urgências, emergências e processos inflamatórios abdominais RNM - - Tórax No abdome, o exame de investigação inicial é a ultrassonografia, pois as patologias inflamatórias que mais acometem o abdome são da mesma cor (densidade de água) e não podem ser diferenciadas no raio-X. Se não for esclarecido no USG, deve-se solicitar a TC se for uma patologia de urgência/emergência ou inflamatória - se for um processo tumoral, solicitar RNM, que também é um método alternativo para o tórax. a. Regiões do abdome Hipocôndrio D: lobo hepático direito e vesícula biliar; Ex: hepatite, colelitíase e colecistite- solicitar USG Epigástrio: extremidade pilórica do estômago, duodeno, pâncreas e porção do fígado. Ex.: gastrite, pancreatite, dispepsia. Hipocôndrio E: estômago, cauda do pâncreas e flexura esplênica do cólon. Ex.: patologias do estômago, baço . Flanco D: cólon ascendente, porções do duodeno e jejuno. Ex.: patologias do rim direito: cálculo renal, pielonefrite Mesogástrio: omento, mesentério, parte inferior do duodeno, jejuno e íleo. Ex.: apendicite começa com dor na região umbilical e depois migra para a fossa ilíaca esquerda. Flanco E: cólon descendente, porções do jejuno e íleo. Ex: patologias do rim esquerdo: pielonefrite e cálculo renal (mais comum) - solicitar USG em investigação inicial, ou TC que é o padrão-ouro para urolitíase, feita sem contraste. Inguinal D: ceco, apêndice, extremidade inferior do íleo. Ex.: apendicite, patologias dos ovários e trompas . Hipogástrio: íleo. Ex.: patologias da bexiga e útero. Inguinal E: cólon sigmóide. Ex: diverticulite, torção de ovário (comum emmulheres jovens) - solicitar TC, pois a diverticulite tem gás e não pode ser diagnosticada na USG. b. Raio-X de abdome Comparando-se com o segmento torácico, a radiografia simples do abdômen tem acurácia muito menor, mas permite avaliar: - Obstrução intestinal - Pneumoperitônio - Topografia de sondas e cateteres - Localização de corpos estranhos c. Obstrução intestinal Os achados ao Raio X são: - Distribuição anormal dos gases intestinais - Distensão com aumento de calibre das alças intestinais - Níveis hidroaéreos (vistas em ortostase) - Ausência de gás na ampola retal 9 Layane Silva Observa-se um raio-X no abdome alterado, cujos sinais presentes são: distribuição anormal dos gases intestinais, gerando distribuição em tela (patológico, é incomum ver o gás no delgado pois o peristaltismo o impulsiona para frente) - a distribuição normal seria emmoldura (gás periférico no cólon). Há também aumento do calibre das alças intestinais e ausência de gás na ampola retal que são sinais de obstrução intestinal. Além disso, existem outros 2 sinais que podem ser observados: - SINAL DO EMPILHAMENTO DE MOEDAS: DELGADO Ocorre pelo pregueado mucoso do delgado que são mais próximas (válvulas coniventes), já as haustrações do intestino grosso são mais separadas. - SINAL DO GRÃO DE CAFÉ: GROSSO Sinal do volvo intestinal acometendo o intestino grosso. d. Raio-X contrastado Os contrastes positivos (branco) utilizados em exames de radiologia contrastado são: Sulfato de Bário: não pode ser utilizado por via endovenosa pois não é hidrossolúvel, é feito por via oral no EREED para estudo do esôfago, estômago e duodeno (exame em desuso atualmente pelo uso da EDA, mas é feito em crianças para avaliar refluxo) e para avaliar o Trânsito Intestinal Delgado - já para avaliar o intestino grosso pelo enema opaco é feito a infusão por via retal. Contraste Iodado Endovenoso: é feito por via endovenosa para realizar a urografia excretora; ou por via oral ou retal, em pacientes com suspeita de fístula ou perfuração intestinal - porque o bário se cair na cavidade abdominal gera um processo inflamatório. O ar pode ser considerado um contraste negativo pois fica uma imagem preta. 10