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Introdução a farmacologia: - Farmacologia → palavra de origem grega Farmakon: Droga Logos: Estudo - Farmacologia é a ciência que estuda as interações entre os compostos químicos com o organismo vivo ou sistema biológico, resultando em um efeito maléfico (tóxico) ou benéfico (medicamento) - O que determina se um medicamento vai produzir um efeito bom ou ruim é a dose e a via de administração - Droga popular (maconha...) → tóxico Propriedades da droga ideal: • Efetividade → se ligar ao receptor e produzir um efeito desejado • Segurança → efeito terapêutico • Seletividade • Reversibilidade • Fácil administração • Mínimas interações • Isenta de reações adversas - O efeito colateral/efeito adverso acontece quando as propriedades da droga ideal não são atingidas 100% Ramos da farmacologia: Farmacognosia: Ramo da farmacologia que estuda a origem dos fármacos. Origem: natural, sintética, semissintética. Farmacotécnica: Estuda a preparação de fármacos. Farmacocinética: Estuda o movimento dos fármacos no organismo (absorção, distribuição, metabolização e excreção) Farmacodinâmica: Estuda os efeitos fisiológicos, bioquímicos e mecanismo de ação dos fármacos. Toxicologia: É o ramo que estuda os efeitos deletérios dos fármacos. Conceitos básicos: Fármaco = Droga: substância de estrutura química bem definida com ação farmacológica, ou pelo menos interesse médico. - Substância química que faz mal → droga Droga ≠ Medicamento: substância química com propriedades benéficas - Substância química que faz bem → medicamento Medicamento ≠ Remédio: substância ou medida utilizada para curar enfermidade - Nem sempre um remédio é uma substância química. Ex: fisioterapia, mandar o paciente tomar sorvete... Vias de administração: - A via é o local do corpo onde o fármaco entrará em contato com o organismo, mas uma vez que ele entra, ele tem de sair Efeito local: em uma região específica, a condição seria não está na corrente sanguínea Efeito sistêmico: age no organismo como um todo, estando em toda a corrente sanguínea. Uma vez que o fármaco for absorvido, tem esse efeito. - A farmacocinética estuda “o que o organismo faz com o fármaco” - A farmacodinâmica estuda “o que o fármaco faz com o nosso organismo” Farmacocinética: Absorção, distribuição, metabolização e excreção Farmacologia – Prova Farmacocinética: - Movimento do fármaco pelo organismo - Envolve: 1. Absorção 2. Distribuição 3. Biotransformação/ Metabolização 4. Excreção/ Eliminação - Absorção vai acontecer basicamente no estômago e na porção inicial do intestino - Então esse medicamento vai ser absorvido, parte dele vai chegar na circulação sanguínea (porque parte dele vai ser perdido) e vai ficar circulando pelo organismo (distribuição) - Vai chegar ao local de ação e também em outros lugares, inclusive no fígado (que é o local que ele vai ser metabolizado) - Vai acontecer alguma coisa durante a metabolização, e o fígado irá indicar que é o momento da excreção - Se o fígado não funciona bem, a metabolização será prejudicada e consequentemente terá dificuldade para excreção - Em pacientes que tem disfunção hepática/renal, são pacientes que devemos ter cuidado, pois os medicamentos terão dificuldade de ser metabolizados (normalmente é utilizado um medicamento com uma dosagem menor para esses pacientes ou medicamentos que não são metabolizados no fígado) Absorção: - Transferência do fármaco desde seu local de administração até alcançar a corrente circulatória (é basicamente sair do local de administração e chegar até o sangue) (Injeção chega diretamente na corrente sanguínea, não precisamos preocupar muito com a absorção) - Quando maior a absorção, maior será o efeito Absorção → biodisponibilidade - A grandeza dos efeitos de um fármaco no organismo é quase sempre proporcional ao seu grau de absorção, o que determina a escolha da via de administração e a dosagem. - Em geral, quanto maior for a biodisponibilidade de um fármaco, mais rápida será sua resposta terapêutica → biodisponibilidade depende de qual foi a forma farmacêutica utilizada - A biodisponibilidade é decrescente conforme o fármaco se apresente nas seguintes formas farmacêuticas: solução > emulsão > suspensão > cápsula > comprimido > drágea - Alguns fatores influenciam nessa biodisponibilidade, como o metabolismo de primeira passagem Metabolismo de primeira passagem: é quando o fármaco antes de chegar na circulação sanguínea passa pelo fígado, o fígado destrói esse fármaco, e só uma fração consegue chegar na circulação sanguínea (a solução é administrar por outra via) - A absorção também depende do medicamento está livre na corrente sanguínea → Ao tomar um fármaco, nem todo fármaco fica livre na corrente sanguínea, uma parte deles podem ficar ligados a proteínas plasmáticas por exemplo - Via intravenosa não depende da absorção, pois o medicamento é injetado diretamente na corrente sanguínea. - Veia porta hepática: ligação com o fígado → ao chegar no fígado vai ser metabolizado, ou seja, não é bom cair nessa veia pois assim o fármaco perderá o efeito, pois vai ser metabolizado no fígado e excretado - Considerações quanto à absorção: 1) Água é a melhor parceira para ingestão (250ml) 2) Buscar um equilíbrio entre a plenitude gástrica e o estômago completamente vazio - Absorção depende de: • Solubilidade • Concentração • Circulação • Área de absorção Solubilidade: - Quanto mais solúvel, mais rapidamente absorvido. As substâncias em solução são mais rapidamente absorvidas que as sob forma sólida. Concentração: - As soluções mais concentradas são mais rapidamente absorvidas do que as em baixa concentração. Circulação: - O aumento do fluxo sanguíneo na área de absorção aumenta a passagem do medicamento, e logicamente a sua absorção. Este aumento de fluxo pode ser conseguido por massagens, calor local etc. Área de Absorção: - Quanto maior a superfície de contato oferecida ao medicamento, maior será a absorção. - Quanto maior for o estômago, maior será a absorção Distribuição: - Os fármacos penetram na circulação sanguínea e, uma vez no sangue, se distribuem aos diferentes tecidos do organismo, onde irão exercer suas ações farmacológicas - Fração livre - O teor e a rapidez de distribuição de um fármaco dependem, principalmente, de sua ligação às proteínas plasmáticas e teciduais. Após a absorção, eles apresentam-se no plasma na forma livre apenas parcialmente, pois uma proporção maior ou menor do fármaco irá se ligar às proteínas plasmáticas, geralmente à albumina e às alfa-globulinas. - A fração do fármaco ligada às proteínas plasmáticas não apresenta ação farmacológica, ou seja, somente a fração livre do fármaco é responsável pelo seu efeito. - Fatores que influenciam na distribuição: Fluxo sanguíneo local → quanto maior o fluxo sanguíneo, maior será o transporte Barreira hematoencefálica → barreira que separa o sistema circulatório do sistema nervoso. Então se algum fármaco tem ação no sistema nervoso, ele vai precisar ultrapassar essa barreira, que é uma membrana espessa lipídica Biotransformação: - Conjunto de reações enzimáticas que transformam o fármaco num composto diferente daquele originalmente administrado, para que possa ser excretado • Fígado (citocromo P450) • Mucosa intestinal • Plasma sanguíneo • Pulmões • Placenta • Pele - Alguns fármacos de uso odontológico têm um significativo metabolismo de primeira passagem, como a lidocaína e o ácido acetilsalicílico. - Quanto mais hidrossolúvel, mais fácil será de eliminá-lo Excreção / Eliminação - Fármaco para o meio externo: • Urina (mais importante) • Fezes •Suor • Lágrima • Saliva • Bile • Leite materno (cuidado!) - Temos que ter cuidado com medicamentos que são excretados pelo leite materno, pois pode ser tóxico para o bebê - Nos idosos, por exemplo, a eliminação de certos medicamentos pela urina pode ser prejudicada, por apresentarem a função renal diminuída. Isso justifica o emprego de doses menores de benzodiazepínicos em idosos (p. ex., lorazepam), para se evitar a maior duração de seus efeitos. Farmacodinâmica: - Mecanismo de ação dos fármacos e seus efeitos Efeito terapêutico → farmacodinâmica Lei de ação das massas - A velocidade de uma reação química é proporcional ao produto das concentrações dos reagentes Ka (constante de equilíbrio) – característica da droga e do receptor Conceitos: Efeito terapêutico: é aquele que objetiva-se (objetivo do tratamento) Efeito colateral: simultâneo, porém diferente daquele efeito principal; pode ser benéfico ou indiferente e não necessariamente adverso, indesejável Efeito adverso: efeito indesejável; resposta prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos Efeito teratogênico: efeito adverso grave sobre o feto, que provoca alteração morfológica, funcional e emocional Hipersensibilidade: alergia; reação imunológica, que pode se manifestar com urticária ou pode até mesmo ter uma reação anafilática fatal Princípio ativo: é a substância do medicamento que provoca ação terapêutica (placebo não tem principio ativo) Genérico: mesmo princípio ativo, mesmas características e a mesma ação terapêutica que um de marca (ou referência), pesquisado e desenvolvido por outro laboratório farmacêutico, cuja patente já está vencida Similar: “copia” os chamados remédios de marca, propondo-se a manter a equivalência terapêutica com os mesmos. Alguns itens, porém, podem ser diferentes, como dose ou indicação de administração, tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem e rotulagem Agonista: - Agonista: é um fármaco que possui afinidade por um receptor particular e causa uma modificação no receptor que resulta em um efeito observável → Tendência do fármaco se associar a um tipo particular de receptor Agonista total/plenos: produz efeito máximo (efeitos que não são percebidos por outros fármacos) Ex: ADL (melhor efeito de vasoconstrição) Agonista parcial: efeito máximo menor que o agonista total. Ex: NADL - A diferença entre essas duas classes de agonista deve-se a diferença entre suas atividades intrínsecas Atividade intrínseca: é um termo utilizado na teoria da ocupação clássica para descrever a capacidade de um fármaco de ativar um receptor após a formação do complexo fármaco-receptor Antagonista: - Se liga ao receptor, mas não o ativa (não produz resposta) - Um antagonista é uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas que não exerce nenhum efeito na ausência do agonista - Droga que reduz resposta, a amoxicilina por exemplo, reduz o efeito do anticoncepcional, sendo assim, a amoxicilina é antagonista Ex: reverter superdosagem - Os antagonistas de receptores também podem ser divididos em antagonistas reversíveis e irreversíveis, isto é, antagonistas que se ligam a seus receptores de modo reversível e antagonistas que se ligam irreversivelmente Antagonista competitivo: se liga de forma reversível ao receptor no mesmo sítio que o agonista, mas possui atividade intrínseca igual a zero (Compete pelo mesmo receptor) Ex: naloxona Antagonista não competitivo: não se liga ao receptor, mas diminui a afinidade do agonista Ex: ASS - O bloqueio não competitivo não é superado, isto é, o efeito máximo de um agonista nunca pode ser alcançado, independente da dose administrada. - Um antagonista não competitivo pode diminuir o número efetivo de receptores por ligar-se de forma irreversível ao sítio receptor ou por ligar-se com afinidade tal que o agonista não consegue competir com ele para realizar outra ligação Curva de concentração-efeito: Resposta x Ocupação: - Resposta fisiológica integrada Ex: elevação de PA produzida pela adrenalina Ação e efeito: - A ação de um fármaco nada mais é do que o local onde ele age; o efeito, o resultado dessa ação. Interação com receptores e outros sítios do organismo: - A ação de um fármaco ocorre quando ele interage com os sítios orgânicos de resposta, que se constituem em estruturas celulares especializadas (receptores) e sítios reativos em enzimas, que dependem da ligação com o fármaco, ou ainda por tecidos ou fluidos orgânicos, que se modificam por ação inespecífica gerada pela simples presença do mesmo. Relação dose-efeito: - A intensidade do efeito de um fármaco geralmente aumenta de acordo com o aumento da dose administrada. Dose eficaz mediana e dose letal mediana: - A dose eficaz é aquela capaz de produzir os efeitos benéficos, e a dose letal é aquela capaz de matar. - Porcentagem de ocupação Ex: Acetilcolina ocupa 1% para obter efeito (receptores de reserva) Eficácia: - Máximo de efeito - Resposta máxima produzida por um fármaco. Assim, quanto maior a resposta, mais eficaz será a droga. Ex: morfina é mais eficaz que a dipirona, pois a morfina em algum momento ela vai fazer mais efeito que a dipirona Potência: - O máximo de efeito que um medicamento vai ter para uma mesma dose - Dose para uma droga produzir um nível de resposta arbitrariamente determinado. Diz-se que uma droga é mais potente quando uma mesma ou menor dose resulta em um maior efeito. - A potência geralmente está relacionada à afinidade pelo receptor - Concentração em que produz 50% da sua resposta máxima Índice terapêutico: - Estabelece a segurança do fármaco. Fornece alguma idéia de margem de segurança no uso de um fármaco - É calculado pela relação entre a DL 50 e a DE 50 - De 50 ou dose efetiva média, é a dose com a qual 50% dos indivíduos testados mostram resposta - DL 50 ou dose letal média, é a dose letal 50% da amostra - IT= DL50/DE50 Perguntas: Anti-inflamatório: 2/3 dias de uso de anti-inflamatórios na odontologia Crianças: ibuprofeno, dipirona e paracetamol Gestante: paracetamol 1. Qual a diferença entre inflamação e uma infecção? Infecção - são causadas por agentes externos. O organismo reage a entrada de micro-organismos como vírus e bactérias, parasitas ou fungos. Nesse processo, as células de defesa tentam combater os micro-organismos, o que normalmente dá origem ao aparecimento de pus. Alguns sintomas que podem ser causados por infecções: • Febre (principal sintoma) • Dor no local infectado; • Aparecimento de pus • Dores musculares; • Diarreias; • Fadiga; • Tosse. Inflamação - é uma resposta do organismo a uma agressão, como cortes e batidas. A inflamação pode partir, também, do sistema imunológico. Nesse caso, são as nossas células de defesa que agridem o corpo. No processo inflamatório, ocorre dilatação dos vasos, aumento do fluxo sanguíneo e de outros fluidos corporais para o local lesionado. Por isso, esse processo causa sintomas como: • tumor (edema) • rubor (vermelhidão) • calor • dor • perda funcional. - Toda vez que tiver uma infecção, haverá uma inflamação, mas pode ter uma inflamação sem uma infecção. Ex: traumas de quedas → gera inflamação, mas não necessariamente existe uma infecção - Inflamação geralmente é mais localizada, e a infecção afeta o organismo todo - Temos dois tipos de anti-inflamatórios: anti- inflamatórios não esteroide e anti-inflamatório esteroide 2. Qual a diferença entre um anti-inflamatório esteroide e um não esteroide? - O que muda é o mecanismo de ação - O anti-inflamatório não esteroidal é um fármaco que age de maneira anti-inflamatória,ela bloqueia o processo inflamatório. Além disso, não tem uma derivação esteroidal, ou seja, a origem da molécula desse fármaco não é baseada em um hormônio esteroidal, consequentemente ele não apresenta um efeito hormonal - O anti-inflamatório não esteroide inibe reversivelmente a cicloxigenase (COX), com isso normalmente temos a formação de prostaglandinas e prostaciclinas. Elas são aquelas substâncias que normalmente fazem a vasodilatação, aumentam a distância entre a parede celular para as células saírem e irem combater determinada inflamação. - Se inibir a cicloxigenase, todo esse processo será diminuído - Nos não esteroidais, temos a dipirona e o paracetamol, porém eles quase não têm eficácia anti-inflamatória, mas como analgésicos são bons - Os anti-inflamatórios esteroidais derivam de um hormônio esteroidal (corticoides) - O anti-inflamatório esteroidal inibe a fosfolipase A2, também inibe as prostaglandinas e prostaciclinas. - A fosfolipase está no início da inflamação, já a cicloxigenase está mais no processo intermediário, então acaba que o anti-inflamatório esteroide é mais potente que o não esteroide - Inflamações menos grave normalmente são tratadas com anti-inflamatórios não esteroidais - Inflamações mais crônicas, mais agressivas utilizamos anti-inflamatórios esteroidais - Normalmente utilizamos o corticoide em pré- operatório de cirurgia - Podemos utilizar o anti-inflamatório não esteroidal como anti-inflamatório mesmo, anti- térmico ou analgésico 3. Qual o uso clínico de um anti inflamatório esteroide e de um não esteroide? - Anti inflamatórios não esteroides (AINES): são indicados para o controle da dor aguda de intensidade moderada a severa, no período pós- operatório de intervenções odontológicas eletivas, como a exodontia de inclusos, as cirurgias periodontais, a colocação de implantes múltiplos. O regime mais eficaz com os AINES é o de analgesia preventiva, introduzido imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início de sensação dolorosa. Os AINES também podem ser úteis no controle da dor já instalada, decorrente de processos inflamatórios agudos. - De forma similar, os corticoides são indicados para prevenir a hiperplasia e controlar o edema inflamatório, decorrentes de intervenções odontológicas eletivas, como a exodontia de inclusos, as cirurgias periodontais, a colocação de implantes múltiplos, as enxertias ósseas, etc… Ex: Esteroide: corticoides- prednisona, dexametasona, triancinolona, betametasona, beclometasona, flunisolida e fluticasona. Pré operatório de cirurgia na odontologia, oncilon oral base. Não esteroide: ácido acetilsalicílico, nimezulida ibuprofeno, paracetamol e dipirona. Vastidão maior de usos. Efetivamente como anti inflamatório, analgésico e anti térmico. Pós operário. Anti-inflamatórios Esteroides (corticóides): Glândula Suprarrenal / Adrenal: A) CÓRTEX: - Glicocorticoides (hidrocortisona e corticosterona): inibição da PLA2 - Mineralocorticoides (aldosterona) - Hormônios sexuais (testosterona) B) Medula – adrenalina e noradrenalina - Em geral, são mais potentes que os AINEs, não apresentam efeitos adversos clinicamente significativos (antiagregante plaquetário ou hipersensibilidade, p. e) bem como seus efeitos são bem conhecidos (desde 1950) Indicações: 1) Terapia anti-inflamatória (previnem a hiperalgesia e o edema) = POTENTE EFEITO AI 2) Terapia imunossupressora (enxertos e transplantes) 3) Reações alérgicas graves (inibem a síntese dos leucotrienos) 4) Terapia de reposição: hipofunção da glândula suprarrenal (doença de Addison) 5) Doenças autoimunes (lúpus, pênfigo) Contra-indicações: 1) Hipersensibilidade à droga 2) Qualquer infecção sistêmica: doenças fúngicas sistêmicas (candidíase), infecção viral (herpes simples ocular), infecção bacteriana (tuberculose ativa ou história da doença) 3) História de doenças psicóticas Efeitos Desejáveis: Geralmente relacionados à: 1) Terapia anti-inflamatória (previnem a hiperalgesia e o edema) 2) Terapia imunossupressora (enxertos, transplantes e doenças autoimunes) 3) Reações alérgicas graves (inibem a síntese dos leucotrienos) Efeitos Indesejáveis: OBS: Relacionados a altas doses e administração prolongada (uso crônico) 1) Diminuição da resposta à infecção e do poder de cicatrização 2) Diminui a produção endógena de corticoide (feedback negativo na hipófise) 3) Efeitos metabólicos: tendência a hiperglicemia, desintegração das proteínas dos músculos, redistribuição da gordura corpórea, retenção de sódio e líquidos Medicamentos Corticosteroides: Triancinolona: - AIE de uso local - Bem indicada para ulcerações orais - Posologia: triancinolona acetonida 1mg/g 2 a 3 vezes ao dia Prescrição: - Triancinolona acetonida 1 mg/g - Fornecer 1 bisnaga (de 10g). - Aplicar na área indicada a cada 8 horas durante 7 dias por via tópica. Dexametasona (Decadron): Betametasona (Celestone): - Alta potência anti-inflamatória - Ação longa - Retenção de sódio desprezível - Corticoides de escolha no pré-operatório de procedimentos cirúrgicos - Posologia: 4 mg, 1h antes da cirurgia (d.u.) Prescrição: - Dexametasona 4 mg - Fornecer 1 comprimido. - Fazer uso de 1 comprimido, 1 hora antes do procedimento, por via oral. Anti-inflamatórios Não Esteroides: Inflamação: - Pesquisar sobre o processo de inflamação Definição: - É a reação local dos tecidos à agressão. Ocorre em qualquer parte do organismo em resposta a um agente nocivo, e é útil à sua defesa. Eventos: a) Vasculares: vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar b) Celulares: fagocitose, quimiotaxia, liberação de mediadores Inflamação: - Inflamação Aguda - Dura desde poucos minutos a poucos dias. - Inflamação Crônica - Dura semanas e meses. Algumas Considerações: - Medicação anti-inflamatória atua como coadjuvante aos procedimentos de ordem local - Obedecer aos princípios da técnica cirúrgica - Controle adequado (mas não totalmente inibitório) da inflamação - Inflamação aguda (efeito “anti”, não “des”) = 6/8h (dor) e 36h (infl.) – 2-3 DIAS - AINE para uso em crianças / gestantes Clicoxigenases: - Cicloxigenase é uma enzima que vai quebrar algumas moléculas que vão dar início ao processo inflamatório - A membrana celular é feita de fosfolipídios, quando você tem uma lesão de tecido, você rompe algumas dessas células, tendo um infiltrado bacteriano naquela região, e o corpo precisa ganhar espaço naquele tecido, para migrar células de defesa. E para ganhar esse espaço, o corpo destroem as células que estão ali (apoptose) - Então se precisamos quebrar essa membrana constituída por fosfolipídios, eu vou ter que pegar uma enzima que destrua esses fosfolipídios, nesse sentido, o corpo começa a produzir a fosfolipase A2 (é uma enzima que destrói fosfolipídios) - Quando tem a quebra dessas células, ocorre a liberação do ácido araquidônico, ele vai liberar dois tipos de substâncias, a lipoxigenase e a cicloxigenase, elas são mediadores iniciais de processos inflamatório - A lipoxigenase vai liberar leucotrienos, esses leucotrienos são mediadores que se comunicam com as células de defesa - A cicloxigenase vai liberar duas outras moléculas, o tromboxano e as prostaglandinas. A prostaglandina (COX) é onde vamos atuar - A COX tipo 1 é liberada constantemente no seu corpo de forma fisiológica, muito comum de ser liberada na mucosa do estômago, quando você libera ela no seu estômago, você começa a produzir muco de proteção - Se você quiser reduzir o processo inflamatório, você tem que acabar com essa cascata, e para que isso acontece, você deve acabar com a COX 2. Só que alguns anti-inflamatórios as vezes inibe tanto a COX1 quanto a COX 2, ou seja, quando você toma medicamentos que inibem a COX 1, você começa a desenvolver problemas gástricos, começa a desenvolver problemas de coagulação... COX 1 (fisiológica, constitutiva, funcional): - Em grandes quantidades nas plaquetas, rins e mucosa gástrica - Gera prostaglandinas envolvidas com processos biológicos, como a proteção da mucosa gástrica, regulação da função renal e agregação plaquetária COX 2 (induzida, ligada à inflamação): - Em pequenas quantidades nos tecidos, mas a sua [ ] aumenta cerca de 80 vezes sob estímulos inflamatórios - Gera prostaglandinas envolvidas na inflamação - (homeostasia da PA, regula excreção salina, controla aplaq) Uso clínico dos AINEs: a) Analgesia em condições dolorosas b) Em condições inflamatórias agudas e crônicas c) Redução da temperatura corporal Reações adversas: a) Alterações gastrointestinais (20%) = efeitos adversos mais comuns: náusea, dor epigástrica, úlcera b) Reações cutâneas (alérgicas) = erupções leves, urticária c) Efeitos renais adversos = nefrotoxicidade d) Distúrbios da medula óssea (principalmente derivados da pirazolona – dipirona) = agranulocitose e) Potencializa a ação dos hipoglicemiantes orais (diabetes) quando em doses altas e uso prolongado e/ou insuficiência renal aguda AINEs: - Impedem o sintoma da inflamação - Os AINEs acetilam a COX e competem pelos sítios de ação em que o ácido araquidônico se conecta. Aí temos alguns AINEs que agem na COX 1 e COX 2 que são os não seletivos, e os que agem só na COX 2 são os seletivos Não Seletivos da COX: - Salicilatos - AAS - Derivados do para-aminofenol - Paracetamol - Derivados do ácido propiônico – Ibuprofeno (inibe a COX 1 e 2 ao mesmo tempo) - Derivados pirazolônicos - Dipirona - Ácidos heteroaril(fenil)acéticos - Diclofenaco - Ácidos indolacéticos - Etodolaco - Ácidos antranílicos (fenamatos) – ácido mefenâmico - Ácidos enólicos (Oxicans) - piroxicam e tenoxicam - Para diabéticos por exemplo Seletivos da COX-2: - Sulfonanilidas - nimesulida - Oxican – meloxicam - Pirazois diaril substituídos – Celecoxibe - Etoricoxibe Salicilatos: Ácido Acetil Salicílico (AAS, aspirina): - Bom efeito analgésico, antipirético e anti- inflamatório - Inativação irreversível da COX (principalmente da COX-1) - Assim, inibe a síntese de tromboxano A2, responsável pela agregação plaquetária - Aumenta o tempo de sangramento - Dose máxima de 4000 mg (500 a 1000 mg 6/6h) - Terapia profilática de doenças cardiovasculares Derivados do Para-aminofenol: Paracetamol/Acetominofeno (Tylenol): - “Desprovido” de efeito anti-inflamatório - Visa causar analgesia de alguma região do corpo sem perda de consciência (analgésico) - Fraco inibidor da COX 1 e 2 (poucas reações adversas) Indicado: controle de febre e dor Contraindicado: hipersensibilidade, doenças hepáticas Mecanismo de ação: inibidor não seletivo da COX- 2 e bloqueia impulsos periféricos da dor - Dose máxima: 3250 mg (500 a 750 mg 6/6h) Crianças: 1 gota/Kg 6/6h (até 35 gotas) (gotas 200 mg/ml) - Principal efeito adverso: hepatotoxicidade (evitar álcool e estolato de eritromicina) - Analgésico seguro para uso em gestantes e lactantes. - Para efeito central: paracetamol 500 mg + codeína 30 mg 6/6h Ácidos Propiônicos: Ibuprofeno (Advil, Motrim): - Ação anti-inflamatória moderada - É o mais bem tolerado do grupo - Fármaco de escolha para doenças articulares - Dose máxima absoluta: 3200 mg - Posologia: 200 a 800 mg 4/4h ou 6/6h - Crianças: 1 gota/Kg 8/8h (máx. 40 gotas) (gotas 50 mg/ml) Indicada: modular inflamação febre e dor Contraindicado: hipersensibilidade, menores de 6 meses, úlceras grávidas, lactantes, úlceras duodenais, sangramentos gastrointestinais, problemas renais... Mecanismo de ação: inibidor não seletivo da COX 2 (também inibe a COX 1) Derivados Pirazolônicos; Dipirona: - “Desprovida” de ação anti-inflamatória - Visa causar analgesia de alguma região do corpo sem perda de consciência (analgésico) - Eficaz agente analgésico e antipirético - Fármaco de escolha para analgesia - Ação analgésica mesmo após a dor instalada Indicada: controle de febre e dor (dores mais fortes) Contraindicado: hipersensibilidade, doenças hematológicas Mecanismo de ação: inibe algumas enzimas mediadores inflamatórias, gera metabólicos analgésicos e atua nos centros hipotalâmicos - Posologia: 500 a 1000 mg 4/4h ou 6/6h - Crianças: 1⁄2 gota/Kg (máx de 20 gotas) (gotas 500mg/ml) Ácidos Fenilacéticos: Diclofenaco (Cataflam, Voltaren): - Bom efeito analgésico, antipirético e anti- inflamatório - Boa absorção pelo TGI - Ação analgésica mesmo após a sensibilização dos nociceptores - Dose máxima: 200 mg/dia Posologia: 50 mg 6/6h ou 8/8h Ácido Indolacético e Indenacético: Indometacina, Sulíndaco, Etodolaco: - Uso restrito na Odontologia - Forte ação anti-inflamatória e alta incidência - Inibe igualmente a COX-1 e a COX-2. Isso resulta em uma boa eficácia, por sua ação na COX-2, porém com efeitos adversos inaceitáveis, por sua ação na COX-1, principalmente se empregada por tempo prolongado. Fenamatos (Ácidos Antranílicos): Ácido Mefenâmico (Ponstan): - Pouco uso odontológico - Ação anti-inflamatória moderada - Frequentes perturbações gastrointestinais - Usado para analgesia e dismenorreia Oxicans Não Seletivos da COX: Piroxicam (Feldene) e Tenoxicam (Tilatil): - Forte ação anti-inflamatória - Muitas reações adversas Indicada: modular inflamação, febre e dor Contraindicado: hipersensibilidade, ulcera duodenal, sangramento gastrointestinal, insuficiência cardíaca, hepática ou renal, pacientes pediátricos Mecanismo de ação: inibidor não seletivo da COX- 2 - Posologia: 20 mg dose única diária durante 3 dias Oxican Seletivo COX-2: Meloxicam (Movatec): - Inibidor preferencial da COX-2 - Melhor tolerado do grupo - Posologia: 15 mg dose única diária Sulfonanilidas: Seletivo COX2: Nimesulida (Scaflan, Nisulid): - Bom efeito analgésico, antipirético e anti- inflamatório - Inibidor preferencial da COX-2 (inibidor seletivo de primeira geração da COX-2) - Incidência muito baixa de efeitos adversos Indicada: modular inflamação, febre e dor Contraindicado: Hipersensibilidade, insuficiência renal, hepática, crianças menores de 12 anos, úlcera péptica, hemorragia gastrointestinal, distúrbios graves de coagulação Posologia: 100 mg 12/12h SELETIVOS COX 2: Pirazois Diaril Substituídas: Celecoxibe (Celebra) e Etoricoxibe (Arcóxia): - Inibidor seletivo (específico) da COX-2 - Inibe muito fracamente a COX-1 - Ação anti-inflamatória e analgésica - Eficácia semelhante a dos fármacos não seletivos da COX - Posologia Celecoxibe: 200 mg 12/12h - Posologia Etoricoxibe: 120 mg 24/24h Algumas prescrições: Ibuprofeno 300mg: - Fornecer 8 comprimidos. - Fazer uso de 1 comprimido a cada 6 horas durante 2 dias por via oral. Diclofenaco de sódio 50mg: - Fornecer 6 comprimidos. - Fazer uso de 1 comprimido a cada 8 horas durante 2 dias por via oral. Nimesulida 100mg: - Fornecer 4 comprimidos. - Fazer uso de 1 comprimido a cada 12 horas durante 2 dias por via oral. Etoricoxibe 120mg: - Fornecer 2 comprimidos. - Fazer uso de 1 comprimido a cada 24 horas durante 2 dias por via oral. Omeprazol 20 mg: - Fornecer 7 cápsulas. - Fazer uso de 1 cápsula a cada 24 horas, em jejum, durante 7 dias por via oral. Receituários e prescrições: Introdução: • Toda e qualquer indicação do uso de medicamentos a um paciente deve ser feita na forma de receita em talonário próprio de receituário (ordem escrita) • Dosagem e posologia adequadas • Limite à automedicação • Instrumento legal Etapas para TerapêuticaEfetiva: A OMS propõe seis etapas básicas: 1) Definição do problema; 2) Especificação dos objetivos terapêuticos; 3) Seleção do tratamento mais eficaz e seguro para um paciente específico; 4) Prescrição, incluindo medidas medicamentosas e não medicamentosas; 5) Informação sobre a terapêutica para o paciente; 6) Monitoramento do tratamento proposto. Tipos de Receita: A) Receita Comum: Empregada na prescrição de medicamentos de referência ou genéricos, ou quando se deseja selecionar fármacos ou outras substâncias, quantidades e formas farmacêuticas, para manipulação em farmácias. - Quase sempre vamos utilizar o receituário comum B) Receita de Controle Especial: prescrição de medicamentos à base de substâncias sujeitas a controle especial, de acordo com a Portaria 344/98, de 12 de maio de 1998. - Para antibacterianos podemos utilizar a receita de controle especial (duas vias), podemos utilizar em receita comum também, desde que faça para duas vias OBS: Denominação Comum Brasileira (farmacopeia) = nome do fármaco ou princípio ativo aprovado pela ANVISA Normas: • Somente será aviada a receita médica ou odontológica que: (decreto 793/93): 1) Contiver a denominação genérica do medicamento (MS) ou, em sua falta, a denominação comum internacional (OMS). (Somente para Serviços Públicos de Saúde) 2) Estiver escrita à tinta, de modo legível, observadas a nomenclatura e o sistema internacional de pesos e medidas oficiais, indicando a posologia e duração total do tto. • Somente será aviada a receita médica ou odontológica que: (decrete 793/93): 3) Contiver o nome e o endereço do paciente. 4) Contiver a data e assinatura do profissional, endereço do seu consultório e/ou residência, e o número de inscrição no respectivo Conselho Regional. Formato de Receita Comum: • Sem restrição quanto à cor do papel. - Dados essenciais: a) Cabeçalho (nome e endereço do profissional ou da instituição, registro profissional, número do CPF ou CNPJ) (especialidade?) - Nome e endereço do paciente tem que ter - Data e assinatura também b) Superinscrição (nome e endereço do paciente) (idade, sexo, Rx, uso int e externo?) c) Inscrição (nome do fármaco, concentração e forma farmacêutica) d) Subscrição (quantidade total) e) Adscrição (orientações em geral: doses, horários, duração, via de administração, precauções) f) Data e assinatura do profissional - Sempre tirar cópia da receita OBS: O verso da receita pode ser usado para informações menos formais! Observações: • O CD pode receitar TODO E QUALQUER medicamento, desde que seja de USO ODONTOLÓGICO • A prescrição de formulações para manipulação deve ser feita em 2 folhas de receituário (solicitação da preparação e orientação ao paciente) • Evite deixar espaços em branco • Fazer leitura meticulosa e esclarecer dúvidas • Cópia da receita para anexação ao prontuário • Quando prescrever um medicamento original e não desejar substituição por genérico, escrever: “Não autorizo a substituição por genérico” Receita de controle especial: • Prescrição de medicamentos a base de substâncias sujeitas a controle especial (portaria 344/98) • Em Odontologia, se aplica basicamente para tramadol, codeína, AI COX-2 e ATB? (RDC 44/2010) • Duas vias: “1a via – retenção da farmácia ou drogaria” e “2a via – orientação ao paciente” • Validade de 30 dias (ATB=10 dias), a partir da emissão, no Brasil • Pode ser informatizada, desde que siga o padrão Notificação de Receita: • Documento que acompanhado da receita de controle especial autoriza a dispensação de medicamentos a base de substâncias sujeitas a controle especial. • 3 tipos de notificação: “A” (cor amarela) – drogas entorpecentes ou psicotrópicas de uso hospitalar –; “B” (cor azul) – psicotrópicos (benzodiazepínicos) –; e, “C” (cor branca) – drogas imunossupressoras e retinoicas de uso sistêmico. • Uso Odontológico e validade de 30 dias Farmacotécnica: Introdução: • É a área das ciências farmacêuticas que trata da transformação de drogas em medicamentos por meio de procedimentos técnicos e científicos, levando à forma farmacêutica. • A forma farmacêutica é o estado final de apresentação da fórmula farmacêutica. Determina a via de administração. Ex: comprimido, solução Fórmula Farmacêutica: • Princípio ativo = componente responsável pela ação terapêutica - Forma farmacêutica é o estágio final do medicamento OBS: Placebo • Coadjuvante terapêutico → que “auxilia” a ação do princípio ativo, por diferentes mecanismos. • Coadjuvante farmacotécnico → que tem por função facilitar a dissolução do princípio ativo no veículo ou excipiente, ou, ainda, funcionar como agente suspensor ou emulsificante • Estabilizantes (ex: bissulfito de sódio) ou conservantes (metilparabeno) → com a finalidade de evitar alterações de ordem física, química ou biológica e aumentar a estabilidade do produto. • Corretivo • Veículo / Excipiente - Veículo é a forma farmacêutica liquida, então se for algo líquido, vai estar diluído em um veículo - Se for algo sólido, vai tá massificado em um excipiente Classificação das Formas Farmacêuticas: Sólidas: • Pó • Comprimido (pó comprimido) - A maioria dos medicamentos que vamos utilizar é em comprimento • Drágea - Ela é um comprimido com um revestimento sem nenhuma função especial, normalmente - São comprimidos que recebem um ou mais revestimentos externos, seguidos de polimento, com o objetivo de mascarar o sabor e o odor desagradável de certos princípios ativos ou minimizar os efeitos agressivos à mucosa gástrica. - Não podem ser fracionados • Cápsula (revestimento plástico) → esse plástico serve para ter um tempo de estômago maior, para resistir a ação do suco gástrico - Então ao abrir a cápsula, eu perco um pouco dessa resistência, sendo assim, normalmente não podemos abrir • Pasta (mais mole) ex: pasta profilática, existe pó abrasivo • Pomada (é mais gordurosa, por isso geralmente é utilizada em pele ou em mucosa) • Supositório (via retal) Líquidas: • Solução - São dois ou mais líquidos, mas não consigo ver a diferença (mistura) - As soluções podem ser de três tipos: administradas por via oral (portanto, deglutidas), aplicadas localmente em cavidades ou injetadas (vias parenterais). • Suspensão - Tem líquido e fica pó em baixo, quando for utilizar tem que misturar (agitar) • Emulsão - São dois líquidos, mas não se misturam Ex: água e óleo • Xarope • Elixir - É uma solução que tem conteúdo de álcool grande, uma solução hidrocólica (água + álcool) • Enema (Supositório líquido) • Colutório - Bochecho Vias de Administração dos Medicamentos: 1. Enteral 2. Parenteral (Tópica) Fatores que determinam a escolha da via: • Tipo de ação desejada • Rapidez de ação desejada • Natureza do medicamento 1. Enteral - Droga entra em contato com qualquer um dos segmentos do TGI • Oral (+ utilizada) • Bucal • Sublingual • Retal (da doca até o anus) Via oral- vantagens: • Autoadministração • Econômica • Segura (absorção lenta) • Confortável • Indolor • Possibilidade de remover o medicamento - A que mais utilizamos - A única via que tem efeito de primeira passagem Formas farmacêuticas: cápsulas, comprimidos, soluções etc... Via oral- desvantagens: • Absorção variável (ineficiente) • Período de latência médio a longo (30 a 60 m) • Ação dos sucos digestivos • Interação com alimentos • Pacientes não colaboradores (ex: inconscientes) • Sabor e odor possivelmente desagradáveis • Fenômeno de primeira passagem* Droga ingerida → Circulação porta hepática (antes de atingir o resto do corpo) → Fígado → Metabolização: - Essa primeira passagem pelo fígado diminui significativamentea biodisponibilidade da droga. Via bucal- vantagens: • Fácil acesso e aplicação • Latência curta - Não vai deglutir, apenas utilizar dentro da boca - Efeito local/tópico e efeito sistêmico (acrescentar mais sobre) Formas farmacêuticas: cremes, pomadas, soluções, colutórios etc... Via bucal- desvantagens: • Pacientes inconscientes • Manutenção da concentração é difícil • Irritação da mucosa • Dificuldade em pediatria Vias enterais de administração: Via sublingual- vantagens: • Fácil acesso e aplicação • Atinge a circulação sistêmica rapidamente • Não sofre efeito de primeira passagem • Latência curta • Emergência - Via útil para controlar pressão arterial e pico hipertensivo Formas farmacêuticas: comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois, etc... Via sublingual- Desvantagens: • Irritação da mucosa • Dificuldade em pediatria Via retal- vantagens: • Pacientes não colaboradores (semiconscientes, inconscientes, vômitos, crianças) • Impossibilidade da via oral • Impossibilidade da via parenteral • Sem efeito de primeira passagem Formas farmacêuticas: supositórios e enemas Via retal- desvantagens: • Lesão da mucosa • Incômodo • Expulsão • Absorção irregular e incompleta 2. Parenteral: - Droga não interage com o TGI: • Intramuscular • Endovenoso • Respiratória • Endodôntica • Submucosa e subperióstica • Intrarticular Via intramuscular- vantagens: • Efeito rápido com segurança • Via de depósito ou efeitos sustentados • Fácil aplicação • Mais segura que a EV - Ela não é tão rápida quanto a endovenosa Via intramuscular-desvantagens: • Dolorosa • Custo • Substâncias irritantes ou com pH diferente • Não suporta grandes volumes Formas farmacêuticas: injeções Músculos: deltoide, glúteo, vasto lateral Via endovenosa- vantagens: • Efeito farmacológico imediato • Controle da dose • Admite grandes volumes • Permite substâncias com pH diferente da neutralidade - Efeito terapêutico é ótimo, mas é péssimo para os efeitos adversos Via endovenosa- desvantagens: • Efeito farmacológico imediato • Custo • Irritação no local da aplicação • Facilidade de intoxicação • Reações locais possíveis: infecção, necrose trombose • Possível reação alérgica grave Via respiratória (inalatória): • Da mucosa nasal até os alvéolos pulmonares • Efeitos locais e sistêmicos • Sedação consciente (óxido nitroso com O2) Via endodôntica (intracanal): • Uso exclusivamente odontológico • Polpa não faz parte do TGI - Coloca medicamento diretamente no canal do dente Via submucosa e subperióstica: • Mais empregadas em Odontologia • Anestésicos locais Via intrarticular: • Interior da cápsula articular • ATM Observação: Aplicação tópica: • Visa efeito local em: • Pele • Mucosa Controle da infecção em odontologia: - Toda vez que tiver uma agressão e esse agente for biológico, estou diante de uma infecção Infecção = invasão de microrganismos - De modo geral, remédios que utilizamos para controlar infecções por microrganismos de forma genérica, eu posso chamar de antimicrobianos Antimicrobianos → algo contra “micróbios” Micróbios: bactérias, vírus e fungos - Anti-inflamatório → diminuir a quantidade de mediadores inflamatórios - Antibiótico não é sinônimo de antibacteriano - Antibiótico é um antimicrobiano produzido de forma natural Ex: Amoxicilina - A amoxicilina, parte dela é produzida a partir de um fungo, mas acontece uma modificação a nível industrial, ou seja, amoxicilina é semissintética (ela não é 100% natural). Sendo assim, não podemos chamar a amoxicilina de um antibiótico, pois ela não é natural - O termo antibiótico não tem a ver com antibacteriano, o termo antibiótico tem a ver com o meio de produção do antimicrobiano Diferenças conceituais: - Antimicrobianos são divididos em sintéticos e naturais Naturais: antibióticos Sintéticos: quimioterápicos - Os antimicrobianos são substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas (quimioterápicos) que agem sobre MICRORGANISMOS, inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição. Antimicrobianos X Antibacterianos: - Os antimicrobianos envolvem a classe dos: 1) Antibacterianos 2) Antifúngicos 3) Antivirais 4) Antiparasitários - Assim, todo antibacteriano será um antimicrobiano (seja antibiótico ou quimioterápico), mas nem todo antimicrobiano obrigatoriamente é um antibacteriano. Antibacterianos: - Antibacteriano não resolve dor, ele resolve bactérias. Quem resolve dor é o anti-inflamatório Ação biológica: • Bactericidas = quando são capazes de, nas concentrações habitualmente atingidas no sangue, determinar a morte dos microrganismos sensíveis - O antibacteriano bactericida efetivamente diminui a carga bacteriana (não necessita do sistema imunológico para isso) Ex: penicilinas, cefalosporinas e metronidazol • Bacteriostáticos = inibem o crescimento e a multiplicação dos microrganismos sensíveis, sem, todavia, destruí-los. CI para pacientes imunocomprometidos - Ele por si só não vai reduzir a carga bacteriana, ou seja, suponha que eu use um antibacteriano bacteriostático hoje e amanhã, a quantidade de bactérias que vai ter hoje e amanhã serão as mesmas se eu depender só do medicamento. Só que não dependemos só do medicamento, precisamos também do sistema imunológico funcionando, com ele conseguimos diminuir a carga bacteriana - Os bacteriostáticos, se contar só com o medicamento, a única coisa que ele fará é não deixar proliferar bactérias Contraindicação: pacientes imunocomprometidos - Pois se eu não puder contar com meu sistema imunológico, eu não posso usar o bacteriostático Principal antibacteriano: amoxicilina - Amoxicilina não age sobre anaeróbio estrito, pois ela age sobre cocos, bacilos, gram + e gram -, aeróbias e anaeróbias facultativas - Amoxicilina é a mais usada “na boca” Cápsulas: Amoxicilina (sozinha) e clindamicina - O resto é comprimido - Cefalexina existe em cápsula, comprimido e drágea Razões para usar ATB bactericida: • Não há dependência exclusiva do sistema imunológico para erradicação da infecção • Menor tempo para tratamento da infecção • Podem produzir efeitos mais prolongados que o tempo de exposição à droga (efeito pós-ATB) OBS: Em condições graves não há outra opção. Ex: tto de endocardite bacteriana, septicemia ou infecções em imunocomprometidos - Só faz sentido eu usar o antibacteriano quando eu perco o controle da infecção bacteriana, se ela estiver bem localizada, eu não uso o antibacteriano. Eu simplesmente, na odontologia faço algum tipo de procedimento e depois faço o suporte normalmente com anti-inflamatório - Não é necessário utilizar o antibacteriano em uma infecção localizada Razões para usar ATB de pequeno espectro: Espectro bacteriano: quais bactérias esse antibacteriano vai “destruir” • São geralmente mais eficazes contra grupos específicos • Menos alteração na flora normal, com menor incidência de superinfecção (bactérias e fungos que não eram patogênicos, agora o são por supressão da competição com a flora residente) Mecanismo de Ação dos ATB: 1) Inibição da formação da parede celular: penicilinas e cefalosporinas - É muito importante entender que as penicilinas e as cefalosporinas atuam no momento em que as bactérias estão em divisão celular, pois esses medicamentos não destroem a parede celular já existente, apenas bloqueiam uma nova síntese. - Assim, esses antibióticos são mais eficazes nas infecções agudas, as quais se encontram em franco desenvolvimento, do que naquelas infecções crônicas, quando a reprodução bacteriana é baixa. 2) Inibição da síntese de proteínas (subunidades 30S ou 50S): tetraciclinas, lincosaminas e macrolídeos 3) Inibição da síntese dos ácidos nucleicos:quinolonas, metronidazol 4) Antimetabólitos: sulfonamidas Quando usar ATB? • Com exceção dos casos onde a profilaxia esteja prevista, o melhor critério para essa decisão é a presença ou não de sinais de disseminação e manifestações sistêmicas da infecção, a saber: edema pronunciado (celulite), trismo mandibular, linfadenite, febre, taquicardia, falta de apetite, disfagia, ou mal-estar geral. - Usar se a bactéria atingir a corrente sanguínea, ou seja, tá causando problemas no organismo todo, então provavelmente estamos diante de uma infecção bacteriana - Só prescrevemos antibacteriano se tiver uma infecção sistêmica • O uso de ATB tem por objetivo auxiliar o hospedeiro a controlar ou eliminar os microrganismos que suplantaram, temporariamente, seus mecanismos de proteção • Na prática, isso quer dizer que na presença de um processo infeccioso bacteriano localizado, delimitado, sem sinais locais de disseminação ou manifestações sistêmicas NÃO é necessário ATB. Resistência Bacteriana: • Quando a bactéria sobrevive a concentrações de ATB superiores (ou muito superiores) àquelas atingidas nos tecidos ou no sangue. • Uma bactéria resistente não é afetada por um aumento da dose ou por um maior tempo de tratamento • O uso indiscriminado e errôneo de ATB ao longo dos anos é apontado como um dos maiores agentes de pressão seletiva sobre os microrganismos. Terapia “Empírica”X Antibiograma: Tempo de uso??? Antibacterianos empregados na odontologia: Penicilinas: - Penicilina não é sinônimo de amoxicilina Características Gerais das Penicilinas: • ATB betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas) Betalactâmicos: São assim chamados por possuírem um anel betalactâmico em sua estrutura química. Constituem uma ampla classe de antibióticos, contendo quatro subclasses: penicilinas, cefalosporinas, clavulanato de potássio e carbapenêmicos. - Isso diz respeito não a parte clínica em si, mas a parte química. Existe uma parte da composição química tanto das penicilinas quanto das cefalosporinas que é igual, que é justamente essa parte de betalactâmicos (é um anel betalactâmico) - O anel betalactâmico é parte da composição da amoxicilina - Para descobrir se tem betelectamase, temos que fazer acultura; - A betalactamase é uma enzima, ela destrói o anel betalactâmico (“destrói” a amoxicilina → ela não faz efeito). Se eu uso a amoxicilina associada ao clavulanato de potássio, ele vai agir sobre a betalactamase, para inibir a betalactamase. Então se eu não tenho betalactamase, o anel betalactâmico não é destruído, e assim, a amoxicilina consegue agir - Temos dois tipos de amoxicilina, com clavunalato de potássio e sem clavunalato de potássio Com clavunalato de potássio: vai resistir a ação da betalactamase, vai ter o mesmo espectro de ação da amoxicilina, e ainda vai pegar as bactérias que são resistentes, porém é mais cara Penicilinas: • Todas as penicilinas são bactericidas • Mecanismo de ação: inibição da síntese da parede celular bacteriana • Espectro de ação: pequeno ou ampliado, adequado Efeitos adversos – Tontura, dor abdominal, náuseas, vômito e diarreia são os mais comuns. • Concentram-se nos líquidos orgânicos, inclusive no líquor (meningite) • Metabolização no fígado e excreção renal • Baixo Custo • Ativas contra microrganismos da infecção odontogênica (cocos aeróbios e anaeróbios G+ e bacilos anaeróbios G-) - A presença de pus significa que tem muita bactéria anaeróbica • Praticamente desprovidas de reações adversas: 5 a 10% tem reações alérgicas; náuseas, vômitos e diarreias • Algumas pesquisas relatam diminuição da eficácia do anticoncepcional • As penicilinas são primeira opção como coadjuvantes no tratamento das infecções odontogênicas leves ou moderadamente severas, em alguns casos associadas ao metronidazol ou aos inibidores das beta-lactamases Prescrição amoxicilina: Sem clavunalato: Amoxicilina 500 mg ------------- 21 (vinte e um) cápsulas Fazer uso de 1 (um) cápsula, via oral, a cada 8 (oito) horas durante 7 (sete) dias Com clavunalato: Amoxicilina 500 mg + clavunalato de potássio 125 mg ---------------- 21 (vinte e um) comprimidos Fazer uso de 1 (um) comprimido, via oral, a cada 8 (oito) horas, durante 7 (sete) dias A) Penicilinas Naturais / G / Benzilpenicilinas: • São compostos naturais, sintetizados a partir de cultura do fungo do gênero Penicillium 1) Penicilina G potássica (benzilpenicilina potássica) 2) Penicilina G procaína (benzilpenicilina procaína) 3) Penicilina G benzatina (benzilpenicilina benzatina) • Não agem contra espécies bacterianas produtoras de beta-lactamases (penicilinases) 3) Penicilina G Benzatina: • Adição de benzatina (sal altamente insolúvel) • Ação prolongada • Manutenção de níveis sanguíneos durante algumas semanas • Contra-indicada na infecção odontogênica • Indicações: profilaxia da febre reumática tratamento da sífilis faringite estreptocócica B) Penicilina V / Fenoximetilpenicilina: • “Penicilina G que pode ser usada por via oral” - Bom substituto de amoxicilina • Biossintética: ácido fenoxiacético é acrescentado ao meio de cultura • Estável em meio ácido (uso oral) • Não agem contra espécies bacterianas produtoras de beta-lactamases (penicilinases) C) Penicilinas de 2a Geração (Semissintéticas): C.1) Semissintéticas de Espectro Ampliado: • Grupo 1 (2a geração): ampicilina e amoxicilina (Grupo 2 (3a e 4a geração): carbenicilina, ticarcilina, piperacilina e mezlocilina – específicos para Pseudomonas spp) • Não são resistentes a penicilinases • Associadas ao clavulanato de potássio para inibir as penicilinases • Pode ser usado na gravidez • Amoxicilina tem absorção de 95% no TGI (uso oral) • Ampicilina tem menor absorção no TGI – 40% (uso EV preferencialmente) - As principais diferenças entre a ampicilina e a amoxicilina (derivada da própria ampicilina) são farmacocinéticas. A amoxicilina é mais bem absorvida por via oral e não sofre modificações no organismo. Cerca de 90% da dose usual de amoxicilina são absorvidos, mesmo na presença de alimentos no trato digestório. • Indicações: infecção odontogênica leve e moderada profilaxia ATB Posologias: • Amoxicilina 500 mg 8/8h via oral dose para criança 40 mg/Kg/dia/3doses (suspensão 125 mg/ 5 ml) • Amoxicilina 500/875 mg + clavulanato de K 125 mg 8/8h via oral • Ampicilina 500 mg 6/6h via EV - Paciente internado não pode tomar amoxicilina, então vamos injetar a ampicilina Cefalosporinas: • Cefalexina - Infecção bacteriana em pele ela funciona bem - Em boca ela não funciona tão bem - Se for alérgico as cefalosporinas, tem uma chance alta de ter alergia cruzada ao grupo das penicilinas • Fazem parte do grupo dos ATB beta- lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas) • Menos sensíveis à ação das enzimas betalactamases • Utilização limitada • TODAS as cefalosporinas são BACTERICIDAS • Mecanismo de ação: inibição da síntese da parede celular bacteriana • Reações adversas: nefrotóxicas (se uso prolongado e por altas doses); hipersensibilidade; reação alérgica cruzada com as penicilinas em 10 a 15% dos pacientes alérgicos a penicilina; náusea; vômito; diarreia • Indicações: feridas cutâneas infectadas no trauma profilaxia em portadores de prótese ortopédica • Espectro de ação maior do que as penicilinas, mas não coincide com as bactérias odontogênicas • Não constituem primeira escolha em odontologia • São utilizadas as de primeira geração, mais ativas contra germes da cavidade bucal. • Pode ser usado na gravidez. Posologia: cefalexina 500 mg 6/6h durante 7 dias Macrolídeos: • Eritromicina, espiramicina,claritromicina, roxitromicina, “azitromicina (azalídeo)” - Apresentam ótima absorção e biodisponibilidade, quando administrados por via oral. - Distribuem-se para a maioria dos tecidos, com o pico de concentração plasmática sendo atingido 2- 3 h após a tomada do medicamento. - São excretados através da urina e da bile. - Infecções mais leves de boca quando não podemos prescrever a amoxicilina - Tanto a eritromicina quanto a azitromicina têm uma certa limitação quando estou diante de uma infecção por bactérias anaeróbias, assim como o grupo das penicilinas • Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica bacteriana (subunidade 50S) • Ação bacteriostática • Espectro de ação: similar ao da penicilina; eficaz contra bactérias G+, ineficaz contra G-, pouco eficaz contra anaeróbios • Grande parte da excreção através da bile (bom uso para pacientes com insuficiência renal) • Baixa toxicidade • Efeitos adversos: hepatotoxicidade (especialmente sob a forma de estolato de eritromicina), distúrbios GI (náuseas, vômitos e diarreia) • Indicação: infecções odontogênicas leves (no G+) em pacientes alérgicos a penicilina Posologia: estearato de eritromicina 500 mg 6/6h azitromicina 500 mg 24/24h por 3 d ou 5 d Lincosaminas: • Lincomicina (não muito usada) e clindamicina (derivado da lincomicina) - Clindamicina só existe em cápsula - É biotransformada pelo fígado e excretada na bile. Por essa razão, a relação risco/benefício de seu emprego deve ser bem avaliada em pacientes com alterações da função hepática e biliar. • Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica bacteriana (subunidade 50S) - Como opção a amoxicilina em uma infecção mais grave, temos a clindamicina - Clindamicina é mais certeira, porém possui mais reação adversa • Ação bacteriostática • Espectro de ação: semelhante ao das penicilinas, com a diferença que atingem o Staphylococcus aureus e outras bactérias produtoras de penicilinases, e também atuam sobre bacilos anaeróbios G- - Funciona muito bem, sem a necessidade de utilizar outro tipo de medicamento na maioria das vezes - O único problema é que ela eliminar qualquer bactéria, causando muita alteração na flora intestinal. O problema não é nem a eliminação em si, mas a possibilidade de uma infecção secundária por bactérias patogênicas/ fungos patogênicos • Excelente absorção no TGI (uso oral) • Atinge boas concentrações ósseas • Porém causam significativas alterações na flora intestinal • Reações adversas: diarreia (2 a 20%), colite pseudomembranosa • Opção à penicilina (amoxicilina) em pacientes alérgicos!!! • Indicações: infecções moderadas e severas profilaxia em alérgicos a penicilina osteomielite Posologia: Clindamicina 300 mg 8/8h Metronidazol: • Derivado do nitroimidazol • Mecanismo de ação: inibição da síntese dos ácidos nucleicos (DNA) • Ação bactericida • Espectro de ação: ativo contra praticamente todos os bacilos anaeróbios G- - Complemento das penicilinas, pois as penicilinas tem um defeito que é um funcionamento restrito para bactérias anaeróbicas • Reações adversas: intolerância ao álcool (efeito antabuze/dissulfiram), pode potencializar efeito de anticoagulantes, gosto metálico, língua saburrosa negra, náuseas, neuropatia periférica (se uso prolongado) - Gosto metálico, língua mais escurecida... • Indicações: infecção por anaeróbios associado a amoxicilina em infecções odontogênicas graves - Hoje não acredita no uso puro do metronidazol - Não é porque termina com “azol” que é antifúngico, o metronidazol é antibacteriano Posologia: metronidazol 250/400 mg 8/8h durante 7 dias (comprimido) Tetraciclinas: • Tetraciclina, oxitetraciclina, doxiciclina, minociclina • Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica bacteriana (subunidade 30S) • Ação bacteriostática - Não é muito utilizado na odontologia pois hoje em dia possui uma ação limitada (muitos microrganismos já são resistentes) - Ele se deposita em ossos em dentes → mancha • Espectro de ação: amplo espectro – ativa contra muitas bactérias G+ e G- aeróbias e anaeróbias • Absorção prejudicada por alimentos, leite e antiácidos • Reações adversas: irritação GI hepato e nefrotoxicidade ATB + causam superinfecção Prolongam o TC Diminui a eficácia do Anticoncepcional • Deposita-se nos ossos e dentes • Indicações: periodontite infanto-juvenil / agressiva Posologia: tetraciclina 500 mg 6/6 horas Profilaxia de infecções bacterianas: - O emprego de ATB na clínica odontológica está indicado em duas situações totalmente distintas: na prevenção (profilaxia) ou no tratamento (terapêutica) das infecções! - Além do anti-inflamatório, teremos que prescrever um antibacteriano, porque é um indivíduo que está com febre alta, que está saindo secreção purulenta, que tem um edema grande, ou seja, ele tem sinais e sintomas sistêmicos. Isso quer dizer que a bactéria já não está mais bem localizada, ela entrou na corrente sanguínea. Quando entra na corrente sanguínea ela começa a causar transtornos, e é isso que vai diferenciar de usar um antibacteriano e não usar Bacteremia: presença de bactérias no sangue - Por exemplo, se a lesão está em esmalte/dentina, ela está bem localizada, ou seja, não ganhou a circulação sanguínea - Agora se ela chegar na polpa, tem chances de chegar na corrente sanguínea, pois na polpa existe vasos sanguíneos Uso preventivo: - O indivíduo chegou sem nada, só que tem grande chances de desenvolver uma infecção bacteriana, nesse indivíduo faz sentido usar o antibacteriano antes do procedimento - Tem um grupo que o uso não será necessário, mas em outros grupos de pessoas será (antibacteriano profilático). O que vai diferenciar é a presença de algumas condições sistêmicas - Você tem que ter um procedimento odontológico que possa causar bacteremia associada a uma condição sistêmica Profilaxia das Infecções: • Consiste na administração de antibacterianos a pacientes que não apresentam evidências de infecção, com o intuito de se prevenir a colonização de bactérias e suas complicações. Condições em que a profilaxia é justificada: • A profilaxia ATB em procedimentos odontológicos somente é justificada para pacientes com doenças cardíacas associadas a maiores riscos de consequências adversas de endocardite bacteriana (ou infecciosa), incluindo: 1) Endocardite bacteriana prévia; 2) Valva cardíaca protética ou material protético usado no reparo da válvula; 3) Doença cardíaca congênita nas seguintes categorias: 3.1) doença cardíaca congênita cianótica não reparada, incluindo shunts e condutos paliativos; 3.2) doença cardíaca congênita completamente reparada com material ou dispositivo protético, durante os primeiros 6 meses após o procedimento; 3.3) Doença cardíaca congênita reparada com defeitos residuais no sítio ou adjacente ao sítio de um dispositivo protético. 4) Valvopatia cardíaca em paciente transplantado cardíaco. Condições em que a profilaxia é justificada? • Marcapasso? Pontes venosas? • Diabetes? • Pacientes renais crônicos/Diálise renal? • Pacientes imunocomprometidos? (HIV+?) • Quimioterapia (leucemia)? Em quais procedimentos a profilaxia é justificada? • Todos procedimentos odontológicos que envolvem manipulação de tecido gengival, região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral. • NÃO sendo justificada em injeções de AL em tecidos não infectados, radiografias, colocação e ajuste de prótese removível ou aparelhagem ortodôntica (incluindo brackets), esfoliação de dentes decíduos e sangramento por trauma dos lábios emucosa oral - Dose de ataque é quando você dobra a primeira dose com o intuito de ter uma redução bacteriana significativa de primeira Considerações Finais: • Se em uso de ATB, usar outro grupo (profilaxia) • Dose de ataque • Tempo de uso • Álcool Antifúngicos: Terapêutica Antifúngica: • Tópica; Sistêmica; Cirúrgica (melhores) • Remoção Química Critérios de Avaliação dos Índice de Cura Obtidos por Drogas Antifúngicas na Terapêutica de Doenças Bucais: • Cura clínica • Melhora clínica • Cura Microbiológica - Cultura e microscopia + no início da terapêutica - Cultura e microscopia - no final da terapêutica Introdução: • Antibióticos/Quimioterápicos • Atuam sobre a membrana celular • Dividem-se basicamente em: 1) Compostos poliênicos: nistatina e anfotericina B 2) Azois: cetoconazol, miconazol, clotrimazol, fluconazol, itraconazol Compostos Poliênicos: • Mecanismo de ação: ligam-se ao ergosterol da membrana celular, formando poros, que levam ao extravasamento de substâncias intracelulares • Fungicida • Se ligam, em menor grau, ao colesterol das membranas celulares dos mamíferos → efeitos adversos - Candidíase é a mais comum - Geralmente a candidíase vai se dar por uma imunossupressão (lesão oportunista) - A Candida albicans é o principal agente biológico envolvido - Normalmente o tratamento da candidíase é medicamentoso A) Nistatina: • Uso tópico (não absorvida pelo TGI) • Poucos efeitos adversos (mais comuns: GI) • Empregada com eficácia somente para o tto de infecções por Candida albicans - Não é usada para uso sistêmico, é uso tópico (mas em alguns casos podemos deglutir, pois em alguns casos tem áreas que o bochecho não pega, por exemplo a orofaringe) - Sobre o bochecho, não precisa ficar movimentando, basta deixar em contato por um tempo com o fungo • Posologia: Nistastina suspensão oral 100.000 UI/ml – bochechos com 5 ml, a cada 6 horas, por 14 dias, retendo na boca por 1 a 2 min antes de iniciar o bochecho. Pode ser deglutida (náuseas e vômito?) (OBS: + 14 d?) Azois: • Mecanismo de ação: inibição da síntese do ergosterol da membrana celular (alterada e sem função) • Fungostático • Atuam sobre diversas micoses superficiais e profundas • Compostos azólicos são CI para gestantes (teratogênicos) • Para uso tópico, como opção à nistatina: miconazol gel oral 2% (ou 20 mg/g), a cada 6 horas, por 14 dias (OBS: + 14 d?) - Em caso de pacientes que usam prótese, devemos auxiliar a retirar a prótese e limpar com água sanitária, e passar a pomada no local indicado • Para uso sistêmico: a) Fluconazol = alta absorção por via oral; boas concentrações em saliva e mucosas; alta meia- vida (dose única diária); excreção renal. Posologia: fluconazol 100 mg, 1 cápsula por dia durante 4 semanas b) Itraconazol = boa biodisponibilidade oral. Posologia: itraconazol 100 mg, 1 cápsula por dia durante 4 semanas (pode dobrar a dose) (infecções sistêmicas = 6 meses em média) - Paracoxidil em glicose ela é parecida um pouco com a tuberculose. É uma infecção pulmonar que algumas vezes pode se manivestar em boca. Nesse caso não adianta utilizar a nistatina, pois a infecção está no pulmão Antivirais: Introdução: • Antibióticos/Quimioterápicos • Em Odontologia: basicamente Aciclovir • Reações adversas pouco frequentes por via oral Aciclovir: • Agente potente e específico contra os vírus- DNA - Funciona durante a replicação viral • Mecanismo de ação: bloqueia a DNA polimerase, impedindo a duplicação viral • Eficaz contra o herpes-vírus tipo 1 e 2 • Posologia tópica (+ usada): aciclovir 5% (ou 50 mg/g) creme, cinco vezes/dia (4/4h), omitindo a dose noturna, durante 5 dias • Posologia sistêmica: aciclovir comprimido 200 mg, 4/4h, omitindo a dose noturna, durante 5 dias • OBS: Para herpes zoster: Aciclovir 800 mg, 4/4h, omitindo-se a dose noturna, durante 7 dias ou Aciclovir 10 mg/Kg 8/8h por 7 dias (EV) /