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11/08/2022 10:51 Proteção e Defesa à Criança e Adolescente
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03185/index.html# 1/61
Proteção e Defesa à Criança e Adolescente
Prof. Edison Ponte Burlamaqui
Descrição A proteção e defesa à criança e ao adolescente, suas medidas de
proteção, a política de atendimento, os atos Infracionais e as medidas
pertinentes aos pais.
Propósito Compreender a proteção à criança e ao adolescente não só no Direito
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em si, mas, designadamente, a defesa desse direito na prática forense, é
fundamental para o profissional da área.
Preparação Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos o Estatuto da
Criança de do Adolescente e a Constituição Federal.
Objetivos
Módulo 1
Medidas de proteção e
políticas de atendimento
Distinguir as medidas de proteção e
políticas de atendimento.
Módulo 2
Ato infracional
Identificar os atos infracionais e as medidas
socioeducativas.
Introdução
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A doutrina da proteção integral, regida pela Constituição de 1988, estabelece
a necessidade de se respeitar os direitos das crianças e dos adolescentes,
lembrando que são pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direito, e que,
portanto, também possuem um conjunto de direitos fundamentais. Assim,
com essa nova doutrina, as crianças e os adolescentes ganham um novo
status, como sujeitos de direitos e não mais apenas como menores objetos
de repressão, em situação irregular, abandonados ou delinquentes.
Percebemos, então, a importância de proteger os menores, bem como de
garantir seu desenvolvimento regular e saudável.
Ante o exposto, iniciaremos com o estudo da política de atendimento e das
medidas de proteção, essenciais para garantir a preservação dos direitos
dos menores. Posteriormente, trataremos dos atos infracionais relacionados
aos menores que praticam condutas ilícitas, mas que, apesar disso,
merecem atenção especial. Por fim, trataremos das medidas aplicáveis aos
pais, que têm, em regra, o objetivo de buscar a recuperação daqueles
responsáveis pela criação dos menores.
ç
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1 - Medidas de proteção e políticas de atendimento
Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir as medidas de proteção e
políticas de atendimento.
Política de atendimento
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Política de atendimento e entidades
O professor Edison Burlamaqui discorre sobre o que é a política de atendimento
e sobre as entidades de atendimento.
Definição
A Política de atendimento é o conjunto de medidas, ações e programas, públicos
e privados, direcionados ao atendimento de crianças e adolescentes.
Segundo o artigo 204 da Constituição Federal, as ações governamentais na área
da assistência social devem ser realizadas com recursos do orçamento da
seguridade social, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
diretrizes:

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A Constituição adota o modelo de descentralização político-administrativa, com
participação dos entes estaduais e municipais, sendo tal previsão considerada
mais eficiente, pois os entes menores têm melhores condições de identificar as
necessidades e as ações a serem tomadas.
Linhas de ação

Participação da população
A população formula políticas e controla as ações por meio
de organizações representativas.
 Descentralização político-administrativa
A coordenação e as normas gerais são de competência
federal enquanto a coordenação e a execução dos
programas são de competência estadual e municipal e das
entidades beneficentes e de assistência social.
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Segundo o artigo 86 e 87 do ECA, a política de atendimento dos direitos da
criança e do adolescente far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações
governamentais e não governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios, possuindo as seguintes linhas de ação:
I. políticas sociais básicas;
II. serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia
de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus
agravamentos ou reincidências;
III. serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão;
IV. serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e
adolescentes desaparecidos;
V. proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e
do adolescente;
VI. políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de
afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e adolescentes;
VII. campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e
adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente
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inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades
específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.
Ações no pronto-socorro infantil e na pediatria promovidas
pela Secretaria de Saúde Pública em comemoração aos 31
anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em
Belém (2021).
Ações promovidas pela Secretaria de Assistência Social em
comemoração do aniversário do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) no distrito de Guajiru, Ceará (2021).
Diretrizes
O artigo 88 do ECA, por sua vez, estabelece as diretrizes da política de
atendimento, tudo em consonância com aquelas estabelecidas na Constituição
Federal. São elas:
I. municipalização do atendimento;
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II. criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações
em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio
de organizações representativas;
III. criação e manutenção de programas específicos, observada a
descentralização político-administrativa;
IV. manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos
respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
V. integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em
um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
VI. integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas
sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do
atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração
à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente
inviável, sua colocação em família substituta;
VII. mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos
diversos segmentos da sociedade;
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VIII. especialização e formação continuada dos profissionaisque trabalham
nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os
conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;
IX. formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e
do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral;
X. realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e
sobre prevenção da violência.
Adicionalmente, destaca-se que o ECA estabelece que a função de membro do
conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da
criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não
será remunerada.
Entidades de atendimento
Disposições gerais
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As entidades de atendimento integram-se à rede local pelo tipo ou tipos de
regimes de atendimento por elas praticados na implementação das medidas
protetivas ou socioeducativas estabelecidas no ECA.
O regime de atendimento é, portanto, o elemento determinante da natureza de
uma entidade de atendimento. Assim sendo, ele se torna o critério essencial da
organização, da estrutura e do funcionamento de uma unidade de atendimento.
Dessa forma, uma entidade de atendimento é uma pessoa jurídica que pode
implementar um ou mais programas de atendimento.
De acordo com o artigo 90 do ECA, as entidades de atendimento são
responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo
planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos
destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I. orientação e apoio sócio-familiar;
II. apoio socioeducativo em meio aberto;
III. colocação familiar;
IV. acolhimento institucional;
V. prestação de serviços à comunidade;
VI. liberdade assistida;
VII. semiliberdade;
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VIII. internação.
Tais entidades, governamentais e não
governamentais, deverão proceder à
inscrição de seus programas,
especificando os regimes de
atendimento no conselho municipal
dos direitos da criança e do
adolescente, o qual manterá registro
das inscrições e de suas alterações,
do que fará comunicação ao conselho
tutelar e à autoridade judiciária.
Importante destacar que os programas em execução serão reavaliados, no
máximo, a cada dois anos, constituindo-se critérios para renovação da
autorização de funcionamento:
O cumprimento ao ECA
e às resoluções dos
Conselhos de Direitos
da Criança e do
Adolescente sobre a
modalidade de
atendimento prestado.
Os índices de sucesso
na reintegração familiar
ou de adaptação à
família substituta, nos
programas de
acolhimento
institucional ou familiar.
A qualidade e eficiência
do trabalho realizado,
que devem ser
atestadas pelo Conselho
Tutelar, Ministério
Público e pela Justiça
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da Infância e da
Juventude.
Segundo o artigo 91 do ECA:
As entidades não governamentais, por sua
vez, somente poderão funcionar depois de
registradas no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, o
qual comunicará o registro ao Conselho
Tutelar e à autoridade judiciária da
respectiva localidade.
Ressalta-se que não será concedido o registro à entidade que não ofereça
instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança; não apresente plano de trabalho compatível com os
princípios do ECA; esteja irregularmente constituída; tenha em seus quadros
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pessoas inidônea; e não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos
Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis.
O registro, por sua vez, terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente,
reavaliar o cabimento de sua renovação.
Princípios e obrigações
Importante apontar que o artigo 92 do ECA estabelece que as entidades que
desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar
os seguintes princípios:
I. preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;
II. integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família natural ou extensa;
III. atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV. desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
V. não desmembramento de grupos de irmãos;
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VI. evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados;
VII. participação na vida da comunidade local;
VIII. preparação gradativa para o desligamento;
IX. participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
O mesmo dispositivo legal estabelece que o dirigente de entidade que
desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao guardião,
para todos os efeitos de direito, bem como os dirigentes de entidades que
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à
autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado
acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para
fins da reavaliação.
Da mesma forma, o ECA determina que, salvo determinação em contrário da
autoridade judiciária competente, as entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do Conselho
Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou
adolescente com seus pais e parentes.
Saiba mais
O artigo 93 do ECA ainda estabelece que as entidades que mantenham
programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de
urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da
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autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro)
horas ao juiz da infância e da juventude, sob pena de responsabilidade.
O artigo 94 do ECA, por sua vez, estabelece que as entidades que desenvolvem
programas de internação têm as seguintes obrigações:
I. observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II. não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na
decisão de internação;
III. oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos
reduzidos;
IV. preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao
adolescente;
V. diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos
familiares;
VI. comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se
mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII. oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene
pessoal;
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VIII. oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos
adolescentes atendidos;
IX. oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
X. propiciar escolarização e profissionalização;
XI. propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII. propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas
crenças;XIII. proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV. reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses,
dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV. informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação
processual;
XVI. comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes
portadores de moléstias infectocontagiosas;
XVII. fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII. manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
XIX. providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles
que não os tiverem;
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XX. manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de
seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento.
Atenção!
As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e
adolescentes devem ter em seus quadros profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-
tratos.
Fiscalização
As entidades governamentais e não governamentais serão fiscalizadas pelo
Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. Importante
acrescentar a esse rol a Defensoria Pública, que possui legitimidade para atuar
na tutela de direitos individuais e coletivos dos hipossuficientes.
Dessa forma, o artigo 97 do ECA estabelece as seguintes medidas aplicáveis às
entidades de atendimento que descumprirem suas obrigações, sem prejuízo da
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
À À
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I - ÀS ENTIDADES
GOVERNAMENTAIS
advertência;
afastamento provisório de seus
dirigentes;
afastamento definitivo de seus
dirigentes;
fechamento de unidade ou
interdição de programa.
II - ÀS
ENTIDADES NÃO
GOVERNAMENTAIS
advertência;
suspensão total ou parcial do
repasse de verbas públicas;
interdição de unidades ou
suspensão de programa;
cassação do registro.
Importante destacar que as pessoas jurídicas de direito público e as
organizações não governamentais responderão pelos danos que seus agentes
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos
princípios norteadores das atividades de proteção específica.
Medidas de proteção
Disposições gerais das medidas de
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proteção
As medidas de proteção são aplicáveis às crianças e aos adolescentes em
situação de risco e às crianças que cometem ato infracional. A situação de
risco, por sua vez, ocorre nas hipóteses em que os direitos da criança ou do
adolescente estão ameaçados ou já foram violados. Dessa forma, o objetivo das
medidas de proteção é exatamente sanar a violação do direito ou impedir que tal
ocorra.
O artigo 98 do ECA estabelece que as medidas de proteção à criança e ao
adolescente são aplicáveis sempre que os seus direitos forem ameaçados
(tutela preventiva) ou violados (tutela protetiva):

Em razão de
sua conduta

Por ação ou
omissão da
sociedade ou
do Estado

Por falta,
omissão ou
abuso dos
pais ou
responsável
Desse modo, é possível perceber que a sociedade, os pais, o Estado e a própria
criança ou adolescente podem ser responsáveis por colocar os menores em
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situação de risco.
As medidas de proteção poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas a qualquer tempo. Na aplicação das medidas levar-se-ão
em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Dessa forma, o objetivo do ECA é fortalecer os vínculos familiares e
comunitários. Assim, a aplicação de medidas de proteção deve atender às
necessidades pedagógicas da criança ou do adolescente, a fim de, justamente,
fortalecer os vínculos e não os enfraquecer.
Medidas específicas de proteção
Com a finalidade de garantir maior proteção aos menores, o artigo 100 do ECA
estabelece princípios que regem a aplicação das medidas de proteção. O artigo
101 do ECA, por sua vez, descrimina as espécies de medidas de proteção, sendo
tal rol exemplificativo, podendo a autoridade judiciária estabelecer outras
medidas que entender cabíveis. Essas medidas são:
I. encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade;
II. orientação, apoio e acompanhamento temporários;
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III. matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
IV. inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção,
apoio e promoção da família, da criança e do adolescente;
V. requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
VI. inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII. acolhimento institucional;
VIII. inclusão em programa de acolhimento familiar; e
IX. colocação em família substituta.
Importante destacar que o acolhimento institucional e o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição
para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em
família substituta, não implicando privação de liberdade.
Deve-se pontuar que o afastamento da criança ou adolescente do convívio
familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse,
de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao
responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
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O ECA estabelece ainda que, verificada
a hipótese de maus-tratos, opressão
ou abuso sexual impostos pelos pais
ou responsável, a autoridade judiciária
poderá determinar, como medida
cautelar, o afastamento do agressor
da moradia comum. Constará também
a fixação provisória dos alimentos de
que necessitem a criança ou o
adolescente dependentes do agressor.
De tal medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.
Quanto ao local do acolhimento familiar, este ocorrerá no local mais próximo à
residência dos pais ou do responsável, e, como parte do processo de
reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de
origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com
o adolescente acolhido. Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata
comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo
prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do
adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas
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oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado
relatóriofundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição
pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita
pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal
de garantia do direito à convivência familiar, para:
A destituição do poder
familiar
A destituição de tutela
ou guarda
Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender
necessária a realização de estudos complementares ou de outras providências
indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
Ressalta-se, por fim, que a autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças
e os adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de
cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou
colocação em família substituta.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Fiscalização das entidades
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Medidas especí�cas de proteção
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Garantias processuais

11/08/2022 10:51 Proteção e Defesa à Criança e Adolescente
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Todos
Módulo 1 - Video
Política de atendimento e entidades
Módulo 2 - Video
Medidas socioeducativas e suas espécies
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
 Todos Módulo 1 Módulo 2 
Questão 1
(TJ-PA – 2019 – CESPE) Na aplicação das medidas específicas de proteção à
criança e ao adolescente, são preferíveis aquelas que visem
A ao fortalecimento da autoestima do menor.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03185/index.html# 27/61
B ao desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
C ao fortalecimento dos vínculos familiares.
D à participação da família na vida escolar.
E à integração em família da comunidade local.
éns! A alternativa C está correta.
o o art. 100 do ECA, na aplicação das medidas, levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
mento dos vínculos familiares e comunitários.
Questão 2
(TJ-PR – 2019 – CESPE) Assinale a alternativa que indica medida de proteção à
criança e ao adolescente prevista no ECA e aplicável quando os direitos
reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou violados.
A Obrigação de reparar o dano.
I t ã d i d d l t t b l i t
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B Internação da criança ou do adolescente em estabelecimento
educacional.
C Colocação da criança ou do adolescente em família substituta.
D Intervenção mínima.
E Colocação da criança ou do adolescente para adoção.
éns! A alternativa C está correta.
o o art. 101, IX do ECA, verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98 (situação de risco), a autoridade competente poderá
nar, dentre outras, a colocação em família substituta.

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2 - Ato infracional
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os atos infracionais e as medidas
socioeducativas.
Da prática de ato infracional
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Sobre o ato infracional
O ato infracional corresponde a toda conduta prevista como crime ou
contravenção praticada por criança ou por adolescente. Trata-se de categoria
jurídica própria, autônoma em relação a crimes e contravenções. Entretanto,
grande parte da doutrina entende que é uma categoria que pertence ao gênero
dos delitos.
São penalmente inimputáveis os menores de dezoito (18)
anos, sujeitos às medidas previstas no Estatuto da Criança e
do Adolescente (artigo 28 da CF, 27 do CP e 104 do ECA),
devendo ser considerada a idade do adolescente à data do
fato.
Dessa forma, quanto ao tempo em que o ato é praticado (fato), aplica-se a
mesma teoria do Código Penal, ou seja, a teoria da atividade. Assim, considera-
se praticado o ato no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o local
do resultado.
Destaca-se que, segundo o STJ, se à época do fato o adolescente tinha menos
de 18 anos, nada impede que permaneça no cumprimento de medida
socioeducativa imposta, ainda que implementada sua maioridade civil. É o que
determina, aliás, o ECA:
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Importante relembrar, como já dito, que ao ato infracional praticado por crianças
se aplicam as medidas de proteção. Dessa forma, a criança também pratica ato
infracional, mas a ela não são aplicáveis medidas socioeducativas, apenas as de
proteção.
 Art. 2º, parágrafo único, do ECA
Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de
idade.
 Súmula 605 do STJ
A superveniência da maioridade penal não interfere na
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de
medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade
assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.
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Assim, quanto às crianças e aos adolescentes que praticam atos infracionais,
podem ser adotadas as seguintes medidas:
Crianças
O tratamento será exclusivamente
protetivo, sendo as crianças
absolutamente inimputáveis,
independentemente da gravidade
do fato ou das consequências,
aplicando-se apenas medidas de
proteção.
Adolescentes
São submetidos à
responsabilidade socioeducativa
por meio das medidas
socioeducativas previstas no
artigo 112 e seguintes do ECA.
Entretanto, os adolescentes
portadores de doença ou
deficiência mental receberão
tratamento individual e
especializado, em local adequado
às suas condições.
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Direitos individuais dos menores
O ECA determina que nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão
em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente. Adicionalmente, impõe que o adolescente tem
direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
informado acerca de seus direitos.
Estabelece, ainda, o ECA que o adolescente apreendido em razão de ordem
judicial deve ser apresentado à autoridade judiciária (art. 171 do ECA). O
adolescente apreendido em flagrante de ato infracional, por sua vez, deve ser
encaminhado à autoridade policial com atribuição para lavrar a ocorrência (art.
172 do ECA).
Atenção!
A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada, devendo ser examinada, desde logo e
sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Conforme determina o ECA, o adolescente pode ser liberado quando sua
apreensão tiver sido ilegal, ou quando, apreendido em flagrante de ato
infracional, possa ser reintegrado à família (art. 174).
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Importante destacarque a internação, antes da sentença, pode ser determinada
pelo prazo máximo de quarenta e cinco (45) dias, devendo a decisão ser
fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Ocorre que, conforme
entendimento do STJ, a gravidade em abstrato do ato infracional não é
motivação idônea para fundamentar o decreto de apreensão provisória do
adolescente.
Havendo a inobservância do prazo, deve haver a colocação
em liberdade do menor, configurando a manutenção de sua
internação constrangimento ilegal, sendo sanável por meio de
Habeas Corpus.
O ECA estabelece, ainda, que o adolescente civilmente identificado não será
submetido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e
judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada, bem como
não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de
veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem
risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Por fim, a internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não
poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. Inexistindo na comarca
entidade capaz de recebê-lo, o adolescente deverá ser imediatamente transferido
para a localidade mais próxima. Sendo impossível a pronta transferência, o
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adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o
prazo máximo de 5 (cinco) dias, sob pena de responsabilidade.
Garantias processuais
Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal,
sendo-lhe asseguradas, entre outras, as seguintes garantias (rol exemplificativo):
I. pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente;
II. igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e
testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III. defesa técnica por advogado;
IV. assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V. direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI. direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer
fase do procedimento.
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É importante destacar que, na hipótese de regressão da medida socioeducativa,
que é a substituição de uma medida mais branda por uma mais gravosa em
razão de descumprimentos reiterados da medida anteriormente imposta, o
menor tem o direito de ser ouvido. Esse é o entendimento do STJ:
Súmula 265 do STJ ‒ É necessária a oitiva do menor
infrator antes de decretar-se a regressão da medida
socioeducativa.
O STJ entende que, no procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é
nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente
(Súmula 342 do STJ0). Dessa forma, a confissão do adolescente não pode ser o
único meio de prova para lhe impor medida socioeducativa, devendo o Ministério
Público provar devidamente a autoria e a materialidade do ato infracional.
Medidas socioeducativas
Medidas socioeducativas e suas

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espécies
No vídeo a seguir, o professor Edison Burlamaqui discorre sobre as medidas
socioeducativas e suas espécies.
O que são medidas
socioeducativas?
As medidas socioeducativas são medidas sancionatórias que encerram um
programa de caráter proeminentemente pedagógico, impostas obrigatoriamente
ao adolescente, autor de ato infracional, com a finalidade de reorganizar seus
valores pessoais, sem prejuízo de ser uma resposta à violação da ordem com
caráter preventivo.
Essas medidas possuem três objetivos marcantes:

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A desaprovação da
conduta infracional.
A integração social e
garantia de seus direitos
individuais e sociais por
meio do cumprimento
de seu plano individual
de atendimento.
A responsabilização do
adolescente quanto às
consequências lesivas
do ato infracional,
sempre que possível
incentivando sua
reparação.
O artigo 112 do ECA estabelece as espécies de medidas socioeducativas, sendo
este rol taxativo. São estas:
I. advertência;
II. obrigação de reparar o dano;
III. prestação de serviços à comunidade;
IV. liberdade assistida;
V. inserção em regime de semiliberdade;
VI. internação em estabelecimento educacional;
VII. qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (medidas de proteção).
Destaca-se que a medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. Em
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hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.
Como já dito, é perfeitamente possível a cumulação de medidas socioeducativas
e de proteção a um adolescente e a sua substituição a qualquer tempo. Nesse
caso, em atenção ao contraditório, deve-se dar a oportunidade de o adolescente
e seu defensor público (ou advogado) se manifestarem acerca da pertinência e
adequação da substituição da medida.
Atividades socioeducativas no Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas (Comec) em parceria com
a Fundação FEAC, referência nacional no atendimento a adolescentes autores de atos infracionais.
Por fim, cabe ressaltar que o ECA, em seu artigo 114, estabelece que a
imposição das medidas de reparação do dano, prestação de serviços, liberdade
assistida, semiliberdade ou internação pressupõe a existência de provas
suficientes da autoria e da materialidade da infração. A advertência, por sua vez,
poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios
suficientes da autoria.
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Advertência; obrigação de reparar o
dano; e prestação de serviços à
comunidade
Segundo artigo 115 do ECA, a advertência corresponde à repreensão verbal feita
pelo juiz ao adolescente em audiência, depois tomada por termo assinado pelos
presentes, sendo essa medida empregada nas situações de ato infracional de
pequeno potencial ofensivo. De acordo com o artigo 116 do ECA, em se tratando
de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se
for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Desse modo, tal
medida consiste na imposição ao adolescente da obrigação de reparar o dano
ocasionado à vítima em virtude da prática do ato infracional.
Atenção!
Tal medida pode ser aplicada por meio da indenização em pecúnia, restituição
da coisa e da imposição de providência compensatória em relação ao dano.
Entretanto, havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída
por outra adequada.
A prestação de serviços à comunidade consiste na imposição ao adolescente do
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dever de prestar atividade laborativa gratuita em favor de entidade pública ou
privada que tenha suas atividades na área da educação, saúde, atendimento
social etc. Essa medida tem o objetivo principal de restabelecer no adolescente
os seus vínculos com determinados valores sociais, podendo perdurar por no
máximo de seis meses, com uma carga de até oito horassemanais.
Importante destacar que a medida deve ser implementada aos sábados,
domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à
escola ou à jornada normal de trabalho, sendo impostos serviços compatíveis
com as aptidões do menor.
Outras medidas
socioeducativas
Liberdade assistida
A liberdade assistida consiste no acompanhamento e orientação do autor do ato
infracional por um orientador de confiança do juízo, durante o tempo em que
esta alternativa pareça indispensável.
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A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de 6 (seis) meses, podendo,
a qualquer tempo, ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. Conforme entendimento
do STJ, na falta de previsão específica de prazo máximo de cumprimento da
liberdade assistida, aplica-se a regra da internação, que fixa em três anos o prazo
máximo de cumprimento de medida socioeducativa.
Aula de História e Política na Alerj para jovens em liberdade assistida. RJ, 2018.
Destaca-se que, conforme o artigo 119 do ECA, incumbe ao orientador, com o
apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes
encargos, entre outros:
I. promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou
comunitário de auxílio e assistência social;
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II. supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula;
III. diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua
inserção no mercado de trabalho;
IV. apresentar relatório do caso. Este deve orientar, acompanhar e promover o
adolescente.
Por fim, é importante ressaltar que o orientador deve ser uma pessoa maior,
capaz e idônea, não havendo quaisquer outros requisitos.
Regime de semiliberdade
A inserção em regime de semiliberdade é medida em que o juiz impõe ao
adolescente sua inserção em estabelecimento adequado, onde ele permanecerá
recluso, podendo sair apenas, sem autorização, para trabalho e estudo, devendo
retornar depois para ali permanecer, inclusive em fins de semana.
Essa medida é justificada quando existe uma vida infracional intensa e uma
inviabilidade das outras medidas, podendo ser aplicada como medida inicial ou
como transição para medida de meio aberto. Sendo assim, em regra, é medida
intermediária de saída da internação.
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Destaca-se que essa medida não comporta prazo determinado, aplicando-se, no
que couber, as disposições relativas à internação, tendo, assim, o prazo máximo
de três anos.
A vedação de realização de atividades externas e de visitação
à família depende de fundamentação do juízo, conforme
entendimento STF.
Adicionalmente, conforme já indicado, o adolescente está sujeito à aplicação
das medidas socioeducativas até completar 21 anos.
Internação
A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios da
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento. Dessa forma, a medida de internação só pode ser utilizada
quando não for cabível outra medida mais adequada.
Atenção!
A internação deve ser extinta ou substituída por medida não privativa de
liberdade o mais brevemente possível, não sendo viável o seu prolongamento por
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período indeterminado. A medida deve, ainda, respeitar a dignidade do
adolescente e sua condição peculiar.
Destaca-se que será permitida a realização de atividades externas, a critério da
equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
Dessa forma, é possível que o juiz ressalve a saída à sua própria autorização,
desde que tal decisão seja devidamente fundamentada.
A medida de internação não comporta prazo determinado, devendo sua
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada
6 (seis) meses, e, em nenhuma hipótese, o período máximo de internação
excederá a 3 (três) anos. Entretanto, no caso da hipótese de regressão, o prazo
máximo da medida de internação será de 3 (três) meses.
Atingido o prazo limite, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime
de semiliberdade ou de liberdade assistida. Ademais, a liberação será
compulsória aos 21 anos de idade.
Segundo o STJ, a idade de 21 anos é aplicável também
no caso de adolescente que sofre de distúrbios
psiquiátricos.
Para a corte, o critério estabelecido pelo ECA é objetivo, não sendo possível
impor outros requisitos de ordem subjetiva para a não desinternação do menor.
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Segundo o artigo 122 do ECA, a medida de internação só poderá ser aplicada
quando se trarar de umas das três situações que seguem:
I
Ato infracional cometido
mediante grave ameaça
ou violência a pessoa.
II
Reiteração no
cometimento de outras
infrações graves.
III
Descumprimento
reiterado e injustificável
da medida
anteriormente imposta
(regressão).
Segundo a doutrina e jurisprudência, mesmo que as condutas sejam apenas
tentadas, é possível aplicar a medida de internação. Ressalta-se, contudo, que
existem crimes hediondos e graves que não são praticados mediante violência
ou grave ameaça, não sendo possível, nesses casos, a aplicação da medida.
Assim, a gravidade do fato, do ponto de vista da legislação penal, é irrelevante.
Dessa forma, segundo o STJ e STF, em regra, não é cabível a medida de
internação no caso de tráfico de drogas, quando o adolescente for primário, por
não haver violência ou grave ameaça.
O STF determina que a medida de internação não será
aplicada quando outra medida se mostrar adequada à
ressocialização do adolescente.
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Adicionalmente, conforme se depreende da leitura do ECA, a medida de
internação não é obrigatória, nem mesmo nos casos do artigo 122. Dessa forma,
o juiz pode determinar, caso entenda cabível, uma medida mais branda.
A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em
local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Adicionalmente,
durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias
atividades pedagógicas, não sendo admitido o cumprimento em
estabelecimento penal, ainda que segregado.
É importante apontar que o artigo 124 do ECA estabelece uma série de direitos
do adolescente privado de liberdade. São alguns desses direitos:
I. entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II. peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III. avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV. ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V. ser tratado com respeito e dignidade;
VI. permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao
domicílio de seus pais ou responsável;
VII. receber visitas, ao menos, semanalmente;
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VIII. corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX. ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X. habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI. receber escolarização e profissionalização;XII. realizar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XIII. ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV. receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o
deseje;
XV. manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para
guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em
poder da entidade;
XVI. receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais
indispensáveis à vida em sociedade.
Saiba mais
Em nenhum caso haverá incomunicabilidade do menor, podendo a autoridade
judiciária suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável,
se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
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Por fim, deve-se destacar que é dever do Estado zelar pela integridade física e
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e
segurança.
Prescrição das Medidas
Socioeducativas
O Superior Tribunal de Justiça, por meio do entendimento sumulado 338,
determina que a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
Entretanto, o STJ não se utiliza dos prazos prescricionais estabelecidos para os
crimes (ex.: homicídio, roubo, fruto, tráfico etc.). Dessa forma, para o cálculo da
prescrição, não são utilizados os prazos previstos como pena máxima para os
crimes análogos aos atos infracionais praticados pelos menores.
Na realidade, a corte superior se vale da tabela de contagem de prazos da parte
geral do Código Penal, considerando, contudo, o tempo de cumprimento da
medida socioeducativa previsto no estatuto. Assim, para o cálculo da prescrição
da medida socioeducativa, deve-se analisar o tempo de cumprimento da medida
imposto na sentença, sendo consultada a tabela do artigo 109 do Código Penal
para se verificar a efetiva ocorrência da prescrição.
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Essa tabela é aplicável tanto para as medidas privativas
de liberdade como para as restritivas de direito.
Importante destacar ainda que, segundo o artigo 115 do Código Penal, são
reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo
do crime, menor de 21 anos. Dessa forma, no âmbito no Estatuto da Criança e do
Adolescente, essa diminuição será sempre aplicada.
Ante o exposto, no caso das medidas de semiliberdade e internação, não se
estabelece prazo fixo para o cumprimento da medida, podendo variar do mínimo
de seis meses ao máximo de três anos. Assim, para o cálculo da prescrição, é
utilizado o prazo máximo de três anos, que importa, conforme o artigo 109, IV do
CP, em um prazo prescricional de oito anos. Reduzindo à metade tal prazo, tem-
se que o prazo prescricional das medidas privativas de liberdade é de quatro
anos. Não é outro o entendimento do STJ:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. PENAL. ATO INFRACIONAL
ANÁLOGO AO CRIME DE FURTO.
APLICAÇÃO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA
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SEM TERMO FINAL. PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO SOCIOEDUCATIVA. NÃO
OCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO. 1. Nos termos do enunciado n.
338 da Súmula do STJ, a prescrição penal é
aplicável nas medidas socioeducativas.
Diante disso, a jurisprudência desta Corte
firmou o entendimento de que, uma vez
aplicada medida socioeducativa sem
termo final, deve ser considerado o período
máximo de 3 anos de duração da medida
de internação, para o cálculo do prazo
prescricional da pretensão socioeducativa,
e não o tempo da medida que poderá
efetivamente ser cumprida até que a
envolvida complete 21 anos de idade. 2.
Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1856028/SC, Rel. Ministro REYNALDO
SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em
12/05/2020, DJe 19/05/2020)
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Medidas Pertinentes aos Pais
Como já dito, o ECA estabelece a corresponsabilidade da família, da sociedade e
do Estado em resguardar os direitos das crianças e dos adolescentes
integralmente e prioritariamente. Adicionalmente, o Estatuto da Criança e do
Adolescente também se ocupa em prever medidas administrativas aplicadas
aos atores familiares e sociais que desrespeitarem esse dever. É exatamente
nesse contexto que se aplicam as medidas pertinentes aos pais ou
responsáveis, coordenadas entre o Conselho Tutelar e a autoridade judiciária
suas aplicações.
O artigo 129 do ECA estabelece que são medidas aplicáveis aos pais ou
responsável:
I. encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de
proteção, apoio e promoção da família;
II. inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III. encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV. encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V. obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e
aproveitamento escolar;
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VI. obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento
especializado;
VII. advertência;
VIII. perda da guarda;
IX. destituição da tutela;
X. suspensão ou destituição do poder familiar.
Destaca-se que, verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar,
como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Adicionalmente, da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos
alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependente do
agressor.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Sobre o ato infracional

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Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Direitos individuais dos menores
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Medidas pertinentes aos pais
Todos
Módulo 1 - Video
Política de atendimento e entidades
Módulo 2 - Video
Medidas socioeducativas e suas espécies
 Todos Módulo 1 Módulo 2 
11/08/2022 10:51 Proteção e Defesa à Criança e Adolescente
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(TJ-SP – 2021 – VUNESP) Acerca da superveniência da maioridade penal do
adolescente (18 anos), enquanto submetido à medida socioeducativa, é correto
afirmar que
A
a medida socioeducativa poderá ser estendida apenas na hipótese
de internação.
B
a medida socioeducativa poderá ser estendida até que ele complete
21 anos.
C
a medida socioeducativa deverá ser extinta na hipótese de
liberdade assistida.
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D a medida socioeducativa ensejará a extinção do procedimento.
E a medida socioeducativa ensejará a extinção da punibilidade.
éns! A alternativa B está correta.
o a Súmula 605 do STJ, a superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida
ucativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.
Questão 2
(TJ-RO – 2019 – VUNESP) No que concerne à prática de ato infracional por
adolescente e às medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), é correto afirmar que
A
as medidas socioeducativas em meio aberto não poderão sercumuladas entre elas, podendo, contudo, ser cumuladas com as
medidas de proteção.
B
a liberdade assistida, quando aplicada, será fixada pelo prazo
mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvidos o orientador, o
Mi i té i Públi d f t d t 118 § 2º d
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Ministério Público e o defensor, nos termos do art. 118, § 2º, do
ECA.
C
a internação, quando aplicada nos termos do art. 122, II, do ECA,
isto é, não em razão de ato infracional cometido mediante violência
ou grave ameaça a pessoa, mas por conta da reiteração do
adolescente no cometimento de outras infrações graves, não
poderá ser superior a três meses.
D
nos termos do art. 117 do ECA, a prestação de serviços à
comunidade consistirá na realização de tarefas gratuitas, por
período não excedente a um ano, e só poderá ser aplicada a
adolescentes não reincidentes em atos infracionais graves,
considerando as peculiaridades do caso e a personalidade do
adolescente.
E
a internação provisória perdura até a sentença de primeira instância,
podendo durar, no máximo, 45 dias contados da data da apreensão,
sendo que o adolescente poderá ficar em repartição policial
aguardando sua remoção para entidade exclusiva de adolescentes
por até sete dias, nos termos do art. 185, § 2º, do ECA.
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Considerações finais
Conforme visto, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleceu diversas
formas de garantir proteção aos menores. Inicialmente, o ECA prevê medidas de
proteção com a finalidade de preservar os direitos fundamentais das crianças e
adolescentes em situação de riscos, bem como proteger e reeducar as crianças
(menores de 12 anos) que praticam atos infracionais.
Adicionalmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente também disciplina a
prática do ato infracional e a aplicação das medidas socioeducativas, com a
finalidade de garantir proteção e recuperação dos adolescentes que praticam
éns! A alternativa B está correta.
o o art. 118, § 2º do ECA, a liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo, a qualquer tempo, ser prorrogada,
a ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
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finalidade de garantir proteção e recuperação dos adolescentes que praticam
condutas ilícitas.
Por fim, o mesmo diploma legal trata das medidas aplicadas aos pais e aos
responsáveis que não cumprem com suas obrigações de cuidado em relação
aos menores.
Ante o exposto, é possível verificar que o ECA, em conformidade com o que
determina a Constituição Federal, estabelece um sistema completo que busca
garantir a proteção integral dos menores.
Podcast
Agora, o professor Edison Burlamaqui encerra dando um panorama sobre o ato
infracional e as medidas socioeducativas.
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Referências
ROSSATO, L. A.; LÉPORE, P. Manual de Direito da Criança e do Adolescente. 1.
ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2021.
ISHIDA, V. K. Estatuto da Criança e do Adolescente ‒ Doutrina e Jurisprudência.
21. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2021.
Explore +
Leia o livro II, Títulos II, III e IV, da obra Estatuto da Criança e do Adolescente ‒
Doutrina e Jurisprudência, de Válter Kenki Ishida.
Leia os capítulos 6, 7, 9 e 10 da obra Manual de Direito da Criança e do
Adolescente, de Luciano Alves Rossato e Paulo Lépore.
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