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Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 49 Em uma rede hidráulica, o perfeito dimensionamento e a correta instalação das tubulações, acessórios e bombas resultarão em um sistema com menores custos de manutenção e com um consumo de energia adequado. Salientamos que muitos defeitos de manutenção em uma bomba e seus componentes ocorrem devido a problemas de um projeto hidráulico mal executado resultando em uma instalação com tubulações e acessórios indevidos. Uma instalação mal dimensionada com uma bomba inadequada pode acarretar um desgaste prematuro da bomba com um aumento da sua potência consumida, o que representa uma perda de energia elétrica desnecessária. Com o aquecimento global e as mudanças climáticas, nossa preocupação deve ser obter o maior nível possível de conservação de energia por meio da utilização de máquinas, equipamentos e aparelhos com alta eficiência energética. A perda de carga é um problema muito grave a ser resolvido. Dos vários conceitos envolvidos no funcionamento de uma rede hidráulica, a “perda de carga” é sem dúvida um dos de maior importância, desta forma vamos descrevê-la da maneira mais pratica possível. Tubulação As tubulações para o transporte de água podem ser fabricadas dos mais diversos materiais, sua utilização está diretamente relacionada com o processo de movimentação de água que está sendo requerido no projeto. Nos anexos apresentamos algumas tabelas contendo algumas destas tubulações e suas dimensões básicas, sendo as tabelas e seu material de construção organizadas como: Tubo de Aço Tabela 1 Tubo de Cobre Tabela 2 Tubo de PVC (Marrom) Tabela 3 Dimensionamento de tubulação hidráulica Mecânica dos Fluidos 50 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” Tubo de PVC (Branco) Tabela 4 Nota: A tabela de tubo de cobre se refere a tubos utilizados em instalações frigoríficas, as quais podem ser utilizadas naturalmente em instalações hidráulicas, sendo que para tubos de água podemos encontrar tubos de cobre, normalizados especialmente para isto, e com preço mais acessível. Vazão e Velocidade A relação entre a vazão volumétrica e a velocidade do fluido no interior da tubulação pode ser escrita como: TubulaçãodaInternaÁreaVelocidadeaVolumétricVazão Isso é representado pela igualdade: AvQ Onde: Q é a vazão volumétrica, em metros cúbicos por segundo (m³/s); v é a velocidade do fluido dentro da tubulação, em metros por segundo (m/s); A é a área interna do tubo, em metros quadrados (m²). Normas técnicas aplicadas Para facilitar o projeto, a ABNT estabeleceu alguns valores de vazão de água e sua respectiva velocidade máxima dentro de uma tubulação, que constava da norma NBR 6401 “Instalações centrais de ar condicionado para conforto – parâmetros básicos de projetos – procedimentos”. Esta norma foi substituída pela NBR 16401, porém, estamos utilizando-a como referência, pois muitas instalações de condicionamento de ar se utilizam de bombas em seus sistemas hidráulicos. Veja nos anexos a Tabelas 48 – “Parâmetros máximos para seleção da tubulação de água” Nota: Em nosso curso sempre usamos como símbolo de vazão volumétrica a letra maiúscula (V ), mas para vazão de água utilizaremos como símbolo a letra maiúscula (Q ), isto está sendo proposto porque a maioria dos fabricantes de bombas utiliza este símbolo em seus catálogos técnicos / manuais. Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 51 Exemplo de cálculo de Velocidade Determinar a velocidade da água, no interior de um tubo de DN = 65 mm (2 ½”) no qual circula uma vazão de água de Q = 14,4 m3/h (0,004 m3/s) DN de 65mm Nos anexos Tabela 1, tubo de água (Sd 40), encontramos 262 intint 103089308971,624065 moummAmmDSdmm sm m sm A Q vAvQ /3,1 103089 /004,0 26 3 int int . Seleção de tubulação aplicando tabelas Determinar o diâmetro da tubulação Como definido anteriormente a ABNT possui recomendações de tubulações para serem utilizadas em sistemas hidráulicos, principalmente no que se refere a casos em que a movimentação do fluxo de água é feita através de bombas hidráulicas, lembrando que uma cópia desta tabela se encontra nos anexos, como Tabela 48. Exemplo de determinação do diâmetro de uma tubulação Determine o diâmetro de uma tubulação de aço que será utilizada para transportar água para uma torre de resfriamento, sabendo-se que a vazão de água é de Q = 10 m³/h. Conforme item anterior devemos utilizar a Tabela 48, da norma da ABNT. Repare que na tabela aparece o termo “Sistema Fechado” e “Sistema Aberto”, que podem ser definidos da seguinte forma: Sistema Fechado: Refere-se a tubulações, se apresenta como um circuito fechado, ou seja, a água circula continuamente dentro de um mesmo sistema, o caso mais típico é o utilizado em Centrais de Água Gelada (Chiller) e os Resfriadores de Ar (Fan-Coil). Mecânica dos Fluidos 52 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” Sistema Aberto: É aquele que a tubulação transporta a água de um ponto (ao montante) para outro ponto qualquer da instalação (à jusante), como por exemplo levar água de um poço para uma caixa d’água no topo de um edifício, ou o Sistema de Água de Condensação para uma Torre de Resfriamento. A Tabela 36 é utilizada conforme descrito na figura a seguir, onde o diâmetro nominal da tubulação que está sendo recomendada será o DN = 50 mm = 2”. Determinação do diâmetro de uma tubulação com auxílio da Tabela 36 Nota: Você deverá escolher a vazão sempre superior a que você deseja, no caso a vazão desejada é de Q = 10 m³/h, não tendo este valor, a escolha será sobre o maior mais próximo, ou seja, Q = 12 m³/h. Perda de Carga (P) Sempre que um fluido se desloca no interior de uma tubulação ocorre atrito deste fluido com as paredes internas desta tubulação, ocorre também uma turbulência do fluido com ele mesmo, este fenômeno faz com que a pressão que existe no interior da tubulação vá diminuindo gradativamente a medida com que o fluido se desloque, esta diminuição da pressão é conhecida como “Perda de Carga (P)”. Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 53 A perda de carga (P) é ocasionada devido vários fatores que ocorrem entre a relação fluido e a tubulação, um dos motivos é a rugosidade ou aspereza nas paredes internas que influem na perda de carga dos fluídos em escoamento. Em geral, tais asperezas não são uniformes, mas apresentam uma distribuição aleatória tanto em altura como em disposição. A altura uniforme das asperezas é indicada por Ɛ denominada “rugosidade uniforme”, conforme figura a seguir: Detalhe da rugosidade do conduto Outro motivo que não podemos deixar de mencionar que está diretamente ligado com a perda de carga (P) é a turbulência do fluido ao escoar no interior da tubulação, ou seja, é aquele movimento no qual as partículas apresentam movimentos variáveis, com diferentes velocidades em módulo e direção de um ponto para outro e no mesmo ponto de um instante para outro. Escoamento turbulento de um fluido no interior de uma tubulação Nota: Quanto maior a velocidade do fluido no interior da tubulação, maior será a turbulência, portanto, quanto maior a vazão, maior será a perda de carga (P). Desta forma a perda de carga seria uma restrição ao fluxo do fluido dentro da tubulação, esta resistência diminui a altura manométrica da bomba (H) e sua vazão volumétrica (Q) com consequente aumento de potência consumida e o aumento do consumo elétrico. Podemos, de uma forma mais simplificada, dizer que a perda de carga (P), seria uma perda de pressão que o sistema de tubulação apresenta ao ter um fluido se movimentandono seu interior. Mecânica dos Fluidos 54 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” A seguir no item “Cálculo da Perda de Carga (P) ” determinaremos uma maneira de calcularmos a perda de carga, mas antes é necessário que expliquemos como determinar o comprimento equivalente de uma tubulação. Comprimento Equivalente (LEQU) Todas as tubulações têm um comprimento que pode ser medido em seus trechos retos com o auxílio de uma trena. O comprimento obtido com essa medição define o comprimento real da instalação. Todavia, as curvas, válvulas, cotovelos, registros, também têm que ser medidos, pois exercem um papel importante na perda de carga. A representação da perda de carga em uma singularidade como se fosse um tubo reto é conhecida como comprimento equivalente (LEQU). Os comprimentos equivalentes para diversas singularidades em função de seu diâmetro nominal, podem ser encontrados na Tabela 5 – “Comprimento equivalente de válvulas e conexões para tubo de aço” e na Tabela 6 – “Comprimento equivalente de válvulas e conexões para tubo de cobre”, ambas no anexo de tabelas. A seguir vamos fazer alguns exemplos de utilização destas tabelas e determinar o comprimento equivalente para tubos de cobre e tubos de aço. Comprimento equivalente (LEQU) de tubulação de cobre Muitas instalações hidráulicas, sobretudo aquelas que serão empregadas para transportar água quente, são feitas com tubos de cobre. Conforme já descrevemos, a Tabela 6 é utilizada para determinar o comprimento equivalente em tubos de cobre. Como a maioria das singularidades utilizadas são para curvas, apresentamos a seguir um resumo da Tabela 6 onde são apresentadas exclusivamente as curvas, no caso são indicados dois tipos de curva, uma curva de raio pequeno e uma curva de raio grande, esta tabela foi retirada e adaptada do “Air Conditioning and Refrigeration Institute” Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 55 Tabela resumida de Comprimento Equivalente para curvas em tubo de cobre Repare que uma curva de raio pequeno causará uma perda de carga maior que uma curva de raio grande, ou seja, na curva de raio pequeno existe uma dificuldade maior para a água fluir, provocando uma perda de carga maior do que na curva grande. Assim, o valor da perda de carga quando comparada a um tubo reto, representará um comprimento equivalente maior. Na tabela, pode-se verificar que uma curva de raio pequeno com diâmetro nominal de DN = 15 mm (5/8”) apresenta uma perda de carga semelhante quando este fluido escoa no interior de um tubo reto do mesmo diâmetro com 1,7 metros de comprimento. Exemplo de Comprimento Equivalente (LEQU) em tubo de cobre Observe, na ilustração a seguir, a representação de um trecho de tubulação contendo uma curva de raio pequeno. Mecânica dos Fluidos 56 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” Figura de tubulação do Exemplo de Comprimento Equivalente e em tubo de cobre Repare que o trecho apresenta um tubo de cobre de diâmetro de ½ polegada com trechos retos de 5 metros e 2 metros, interligados por uma curva de raio pequeno. Para saber qual é o comprimento equivalente desta instalação basta saber quantos metros a curva de raio pequeno representa. Na tabela de comprimento equivalente mostrada anteriormente, para um tubo de Diâmetro Nominal DN = 12 mm (½”) de raio pequeno, o comprimento equivalente é de 1,4 metros. Isso significa que esta curva gerará uma perda de carga como se ela fosse um tubo reto de 1,4 metros. Lembre-se, além da tabela para encontrar o comprimento equivalente de tubos de cobre, você pode fazer uso da Tabela 6, como demonstramos a seguir. Tabela 06 - determinar comprimento equivalente de curva de raio curto em tubo de cobre Assim, o comprimento equivalente desta tubulação é de 8,4 metros, pois 5 m + 1,4 m + 2 m = 8,4 m Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 57 Tabela da resolução do Exemplo do Comprimento Equivalente em Tubo de Cobre Para facilitar o cálculo é recomendado, sempre que for necessário determinar o comprimento equivalente de uma instalação hidráulica onde existem diversas singularidades e diversos trechos retos, que se monte uma tabela semelhante a mostrada na figura anterior. Comprimento equivalente (LEQU) de tubulação de aço Em tubulações de água de grandes instalações hidráulicas, normalmente são utilizados tubos de aço. Os valores de comprimentos equivalentes de diversas singularidades podem ser obtidos na Tabela 5 – “Comprimento equivalente de válvulas e conexões para tubo de aço” Exemplo de Comprimento Equivalente (LEQU) em tubo de aço Calcular o comprimento equivalente de uma instalação hidráulica, de um sistema aberto, construída com tubos de aço galvanizado novo, conforme esquema hidráulico a seguir. A tubulação deverá transportar uma vazão de água de Q = 30 m³/h. Esquema hidráulico do exercício do Comprimento Equivalente em Tubo de Aço 5 m 2,5m 3,0 m Mecânica dos Fluidos 58 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” Atenção: O esquema e a sequência das válvulas, representados neste exemplo, são somente para fins de explicação. Normalmente, não existe esta montagem em esquemas hidráulicos reais, pois a válvula de pé é utilizada na tubulação de sucção e a válvula gaveta e retenção na tubulação de descarga. A sequência para o cálculo é mostrada a seguir: 1. Determinar o diâmetro da tubulação: Inicialmente devemos determinar qual o diâmetro nominal da tubulação de aço que será necessário, para transportar a vazão de água determinada no projeto Q = 30 m³/h. A Tabela 48, como já mencionamos, é uma sugestão da ABNT para o diâmetro de tubulação em função da vazão e velocidade recomendados para água dentro de tubulação. Com a Tabela 48, escolhendo o tipo de sistema do projeto, que no caso é um “Sistema aberto”, procuramos uma vazão igual ou maior a que necessitamos, no caso o valor superior a 30 m³/h, que será 36 m3/h, a partir deste valor a esquerda selecionamos a tubulação recomendada. Utilização da Tabela 48 para seleção de diâmetro de tubo de aço do exemplo Para uma vazão Q = 30 m3/h, é necessário um tubo de diâmetro nominal DN = 3”. Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 59 Nota: Pela tabela acima é possível constatar que a vazão máxima um tubo de 3” (três polegadas) é de 36 m3/h. Para que a velocidade no interior do tubo não se torne muito elevada e como consequência ocorra uma maior perda de carga, o tubo não deverá ter uma vazão maior a que está estabelecida para ele conforme a tabela acima. Seleção de singularidades aplicando tabelas 1. Determinar o cumprimento equivalente da Tubulação (LEqu): Com o auxílio da Tabela 5 de singularidades para tubos de aço, encontramos os seguintes valores para a instalação, que utiliza tubo de DN = 3”. Para cada tipo de singularidade, correlacionada com o diâmetro nominal da tubulação a qual a mesma será fixada, é possível determinar-se o referido comprimento equivalente, conforme demonstrado na figura a seguir, por exemplo, um cotovelo de raio longo quando utilizado com o tubo de DN = 75 mm = 3”, proporciona um comprimento equivalente de LEQU = 1,6 m. Tabela de singularidades para tubo de aço do exemplo Mecânica dos Fluidos 60 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” Após colocar esses dados em uma tabela, obterá o seguinte: Tabela do comprimento equivalente total do exemplo do tubo de aço Portanto, o comprimento equivalente da instalação hidráulica é de LEQU = 43,9 m. A ilustração a seguir mostra como poderia ser resumido esse comprimentoequivalente. Resumo de como poderia ser interpretado o comprimento equivalente em uma instalação hidráulica 10,5 m 9,7 m 0,5 m 20,0 m 1,6 m 1,6m 43,9 m Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 61 Cálculo da Perda de Carga (P) Existem diversas equações que podem ser utilizadas para o cálculo da perda de carga no interior de uma tubulação, que são estudadas em cursos de “Mecânica dos Fluidos”, em nosso caso adotaremos a equação de Darcy-Weissbach. A perda de pressão ou perda de carga (P) provocada pelo atrito no interior de um tubo cilíndrico para diversos fluidos homogêneos, como no caso da água, pode ser expresso pela equação de Darcy-Weissbach. ][ 2 2 m g v D L fP i ][ 2 2 Pa g v D L fP i Onde: P Perda de pressão no interior da tubulação (m) ou (Pa); L Comprimento equivalente do trecho reto da tubulação (m); iD Diâmetro interno da tubulação (m); v Velocidade do fluido no interior da tubulação (m/s); g Aceleração da gravidade (9,8 m/s2); Peso específico do fluido conforme anexos (Tabelas 8 e 9) Kgf/m3); f Coeficiente de atrito ou fator de fricção (adimensional) Fator de Fricção (f) O Fator de Fricção (f), também é algumas vezes conhecido como “Fator de Fricção de Moody” ou também “Coeficiente de Perda de Carga Distribuída”. As Tabela 11 a Tabela 12 apresentam alguns valores de Fator de Fricção (f), para alguns tipos de tubulações em função do diâmetro da tubulação e da velocidade da água no seu interior. Como você pode perceber pela equação acima, com velocidades muito grandes ocorrerá um aumento da perda de carga (P) do sistema, esta perda de carga deverá ser vencida pela bomba, o que acarretará um maior consumo de energia. Nota: O coeficiente de atrito “f” pode ser obtido também por meio do Diagrama de Moody-Rouse (Tabela 15), mas o mesmo não será realizado em nosso curso, mas Mecânica dos Fluidos 62 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” você pode aprender sobre o assunto consultando alguma literatura sobre Mecânica dos Fluidos. Exemplo de Cálculo de Perda de Carga (P) Calcular a Perda de Carga ( P ) da instalação hidráulica, de um sistema aberto, construída com tubo de aço galvanizado novo, do esquema anterior, conforme desenho a seguir, que deve transportar uma vazão de água de Q = 30 m³/h. smQ /1033,8 3600 30 33 Figura para o exemplo de cálculo de perda de carga 1. Determinar a vazão em m3/s: 2. Determinar a área interna da tubulação de DN = 80 mm ( 3”): A área pode ser determinada com a Tabela 1, assim como o diâmetro interno. 362 int 1047964796 mmmA mmmD 3int 1093,7793,77 Tabela 1 indicando a área e diâmetro interno de tubo DN = 80 mm (3 in) Sd 40 3. Calcular a velocidade da água dentro da tubulação (V) 5 m 2,5m 3,0 m Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 63 smv A Q v /73,1 104796 1033,8 6 3 int 4. Determinar o Fator de Fricção (f): O fator de fricção (f), para tubo de aço galvanizado novo com DN = 3”, para uma velocidade smv /73,1 pode ser obtido na Tabela 11 Determinação do fator de fricção (f) do exemplo de perda de carga Por aproximação smsmv /0,2/73,1 Fator de Fricção 025,0f 5. Calcular a Perda de Carga P: Utilizando-se a expresso pela equação de Darcy-Weissbach; ][ 2 2 m g v D L fP i Onde: P Perda de pressão no interior da tubulação (m) L Comprimento equivalente do trecho reto da tubulação (43,9 m); iD Diâmetro interno da tubulação (0,07793 m); v Velocidade do fluido no interior da tubulação (1,73 m/s); g Aceleração da gravidade (9,8 m/s2); f Fator de Fricção (0,025) Mecânica dos Fluidos 64 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” Substituindo os valores na equação: 8,92 73,1 7793,0 9,43 025,0 2 P mP 15,2 Conclusão A bomba, além da vazão necessária de Q = 30 m³/h e uma altura manométrica para elevar a água a uma certa altura H (que não foi especificada no exemplo), deverá também vencer a perda de carga de ∆P = 2,15 m, ou seja um acréscimo de energia para vencer esta perda de carga sendo assim necessária uma maior potência de bombeamento. Recomendação para projeto de rede hidráulica Devemos prever uma linha hidráulica, sempre que possível, com o menor número de singularidades e com a velocidade mais baixa possível, desde que isto seja economicamente viável. Repare que para termos velocidades menores devemos utilizar tubos de maior diâmetro, ou seja, tubos de possuem um valor comercial maior. Mas velocidades maiores causam maior perda de carga, uma maior perda de carga aumentará a potência da bomba, e uma maior potência representará um maior consumo de energia. As tubulações utilizadas para movimentação de água, podem ser manufaturadas de diferentes materiais, e o diâmetro desta tubulação segue uma recomendação da ABNT que visa manter uma velocidade com níveis satisfatórios para uma determinada vazão de água. Para termos economia com o consumo de energia em uma instalação hidráulica devemos garantir uma pequena perda de carga, para isto são necessários termos pequenas velocidades, assim as tubulações devem ser dimensionadas para este objetivo: sempre dentro das recomendações contidas na norma ABNT e com o menor custo da instalação. Mecânica dos Fluidos Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” 65 A velocidade da água no interior da tubulação, de um determinado diâmetro, sempre irá gerar uma perda de carga (P). A perda de carga é uma “Perda de Pressão” provocada pelo atrito e turbulência do fluido se movimentando durante o escoamento. A perda de pressão é uma “Perda de Energia” e quando se utiliza uma bomba hidráulica, isto acarreta em aumento de sua potência de funcionamento. No capítulo seguinte vamos expor uma instalação de bombeamento para que juntamente com o assunto estudado aqui, você possa entender, o processo de selecionamento de uma bomba hidráulica. Como foi descrito acima, para termos velocidades menores devemos utilizar tubos de maior diâmetro, ou seja, tubos que possuem um valor comercial maior. Com tubos de diâmetros menores, consequentemente mais baratos, as velocidades são maiores e causam maior perda de carga, uma maior perda de carga aumentará a potência da bomba, e uma maior potência representará um maior consumo de energia. Para se aprimorar mais sobre os assuntos tratados aqui o ideal é consultar livros sobre “Mecânica dos Fluidos” onde, entre outras coisas, você poderá também aprender como determinar do Fator de Fricção (f), verificando que o mesmo pode ser estabelecido por meio de equações matemáticas da hidráulica como “Número de Reynolds” (Re) e da “Rugosidade Relativa”. Mecânica dos Fluidos 66 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves”