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Morfofuncional | UC XXII | SP 1 Diabetes Melito Relembrando • Histologia da pâncreas - Pâncreas é uma glândula mista - Ilhota de Langerhans é responsável pela função endócrina do pâncreas; - Ácinos: produzem as enzimas pancreáticas (lipases, amilase (quebra carbo), tripsina, Célula beta → secreta insulina Célula alfa → secreta glucagon → liberado no estado do jejum → Todas as células do nosso corpo utilizam a glicose como fonte de energia - - Algumas precisam de receptores específicos como GLUT 4, mas os neurônios não precisam de receptor - Níveis circulantes de glicose devem ser mantidos suficientemente altos para satisfazerem as demandas energéticas do organismo. → Após uma alimentação - ocorre liberação de insulina pelo pâncreas - tenho captação de glicose pelos tecidos → gera energia - a glicose excedente pode se depositar no fígado e músculo (glicogênese - produz glicogênio que vai ser utilizado no estado de jejum) e podem se depositar no tecido adiposo (lipogênese) → Homeostase da glicose ♦ A homeostase normal da glicose é fortemente regulada por três processos interrelacionados: - Gliconeogênese: produção de glicose no fígado a partir de lipídios, aa, lactato - Captação de glicose e utilização pelos tecidos periféricos, principalmente tecidos musculares - Ações da insulina e de hormônios contrarregulatórios (ex glucagon) → Insulina x Glucagon - Ao ingerir um alimento tenho uma alta taxa de glicose, que estimula a célula beta, que libera insulina e a insulina inibe a célula alfa (porque não preciso de glucagon); célula beta libera insulina, que promove captação periférica da glicose; o fígado absorve e armazena a glicose em forma de glicogênio - Emmomentos de baixa taxa de glicose, tenho liberação do glucagon que quebra o glicogênio e libera glicose → glicogenólise Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Morfofuncional | UC XXII | SP 1 → Regulação da liberação da insulina - O estímulo mais importante para a síntese e liberação de insulina é a glicose; - Glicose na célula beta pancreática age no GLUT2, então ao entrar, a glicose é metabolizada em ATP; - ATP inibe o canal de potássio da célula beta pancreática; isso faz com que o potássio não saia de dentro da célula beta pancreática (Acumula K+ dentro da célula, fica positivo dentro da célula) → promove despolarização da membrana, que promove abertura de um canal de cálcio com entrada de cálcio dentro da célula beta pancreática, com posterior liberação de insulina - Liberação de insulina é estimulada pela entrada de cálcio OBS Fármacos Receptor de sulfoniluréia: local de ligação de agentes hipoglicemiantes orais → Incretinas - Classe mais importante de hormônios responsáveis pela promoção da secreção de insulina a partir de células pancreáticas β consecutivamente à alimentação. - Liberadas após alimentação e potencializa a liberação de insulina - “Efeito da incretina”: liberação de GIP e GLP-1 - Promovem aumento da secreção de insulina, redução da secreção de glucagon e retardam o esvaziamento gástrico - o que mantém a sensação de saciedade para o paciente GIP é liberado na porção proximal do intestino delgado GLP1 é liberado no íleo e cólon OBS Fármacos DM2: agonistas do receptor de GLP-1 e inibidores de DPP-4 (DPP4 é a enzima que degrada esses hormônios) → Ação da insulina - A insulina é o hormônio anabólico conhecido mais potente, com múltiplos efeitos de síntese e promotores de crescimento. Logo, se parar de responder à insulina, tenho aumento de AG e lipólise Ação da insulina nos transportadores GLUT-4 Nas células tenho o receptor de insulina, ao se ligar ao receptor, promove mobilização de glut 4 para a membrana da célula, com isso tenho entrada de glicose para dentro da célula; se eu tenho resistência, tenho prejuízo nessa via, e a glicoses não consegue entrar dentro da célula logo esse paciente tem hiperglicemia, fica commuita glicose fora → Ação do glucagon - Secretado quando os níveis sanguíneos de glicose estão baixos. - Age nas mesmas células que a insulina. - Responsável pela glicogenólise. - Fígado – glicogenólise e gliconeogênese - Tecido adiposo – Lipólise Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Morfofuncional | UC XXII | SP 1 → Sobre a gliconeogênese - Formação de glicose a partir de substratos não glicídicos (lactato, aminoácidos, glicerol) - Forma de adaptação metabólica do fígado no sentido de suprir o organismo de glicose. - Glucagon estimula a gliconeogênese • DIABETES MELITO - Grupo de distúrbios metabólicos que compartilham a característica subjacente comum da hiperglicemia. Resulta de: ▪ Defeito na secreção de insulina → DM1 ▪ Na ação da insulina; ▪ ou, mais comumente, de ambas → DM2 , que é o mais comum - Brasil: número de diabéticos é da ordem de 16 milhões, registrando-se, nos últimos anos, aumento expressivo da prevalência da afecção, inclusive em jovens. → Patogênese DM 1 - DM1: doença autoimune em que a destruição das ilhotas é causada principalmente por células efetoras imunológicas (CD4 e CD8) que reagem contra antígenos endógenos das células β. - Suscetibilidade genética + fatores ambientais • Mais frequente na infância, que se manifesta na adolescência; • Maioria dos pacientes necessita de insulina para sobreviver. Suscetibilidade genética - doença poligênica commais de 50 genes envolvidos. - os genes mais importantes envolvidos são os genes HLA + Fatores ambientais - mimetismomolecular: vírus podem produzir proteínas que mimetizam antígenos das células β (ex. Coxsackie B4) → Em mais de 95% dos casos, trata-se de doença autoimune, fruto da interação entre suscetibilidade genética e fatores ambientais. - Temos uma falha na autotolerancia da célula T e passo a responder aos antígenos presentes na célula beta, quem faz isso são os linfócitos T CD4 no padrão de resposta TH1 que produz interferon gama e TNF, e essas citocinas vão causar um dano direto nas células beta -Além disso, tenho os linfócitos TCD8 faz um padrão citotóxico que também destroem a célula “Há um longo período de latência entre o início do processo autoimune e o aparecimento da doença”. Vou tendo uma perda gradual de célula beta; → Surgimento do DM1 é de forma abrupta Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3 Morfofuncional | UC XXII | SP 1 → Morfologia DM1 Lâmina com infiltrado mononuclear, rico em linfócitos T → insulite (DM1) → Patogênese do DM 2 - O DM2 é uma doença complexa que envolve a interação de fatores genéticos e ambientais, além de um estado pró inflamatório. - Não há evidência de base autoimune. - Extremamente relacionado com obesidade; começa commais tardiamente Fatores genéticos: parentes de primeiro grau apresentam de 5 a 10 X mais risco; + Fatores ambientais - obesidade visceral ( >80% obesos): perdas de peso podem reduzir a resistência à insulina e melhorar a tolerância à glicose; obs: pensando no paciente pré-diabético, é muito importante a perda de peso - sedentarismo: exercícios físicos tem efeitos na melhora da sensibilidade à insulina. Defeitos metabólicos do diabetes Os dois defeitos metabólicos primordiais que caracterizam o diabetes tipo 2 são: • resistência à insulina • disfunção da célula β - A quantidade alta de AG livre, começa a fazer uma resistência à insulina → com isso tenho dificuldade da glicose entrar na célula → tenho uma hiperglicemia - A resistência à insulina prediz o desenvolvimento da hiperglicemia e, geralmente, faz-se acompanhar do hiperfuncionamento compensatório das células β e da hiperinsulinemia nos estágios precoces da evolução do diabetes. - Hiperfuncionamento compensatório das células beta pancreáticas → tenho uma hiperinsulinemia, que sobrecarrega o pâncreas e aí começo a ter falha da célula beta pancreática, vou ter perda de massa das células, até chegar no momento que vai precisar de insulina - Formação do DAG - diacilglicerol - é um intermediário tóxico que é produzido devido a presença de muito AG livre; intermediários tóxicos atrapalham a via da sinalização do receptor da insulina, com isso tenho resistência à insulina - A presençaaumentada de AG livre aumenta as citocinas inflamatórias; dentre elas, IL1, que promove resistência à insulina Excesso de AG livre → leva a inflamação - Adipocinas podem causar hiperglicemia ou hipoglicemia, melhorando a sensibilidade da célula à insulina; as que são benéficas que diminuem a glicemia - leptina, adiponectina na obesidade tenho menor quantidade de adiponectina Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 4 Morfofuncional | UC XXII | SP 1 → Resistência à insulina Consequências: • Incapacidade de inibir a produção endógena de glicose no fígado (gliconeogênese) → aumenta glicose em jejum • Incapacidade para absorver a glicose e síntese de glicogênio ocorrendo no músculo esquelético logo após uma refeição → aumenta glicose pós-prandial. • Incapacidade para inibir a lipoproteína lipase no tecido adiposo, conduzindo a um excesso circulante de AGLs, que, por sua vez, amplificam o estado de resistência à insulina. →Embora a resistência à insulina, por si só, possa levar a uma tolerância limitada à glicose, a disfunção das células β é um requisito para o desenvolvimento do DM2? Verdadeiro! Se não falhou a célula beta, consigo reverter ainda, é um pré ainda → Morfologia DM2 Amiloidose de uma ilhota pancreática no diabetes tipo 2 (presente emmais de 90% das ilhotas diabéticas examinadas) É a proteína amilóide que se dobra de forma anormal → Manifestações clínicas - poliúria* - acontece por conta da glicose da urina, faz um diurese osmótica - polidipsia* - hiperosmolaridade, os receptores cetam e estimulam a sede - polifagia*: devido ao catabolismo aumentado de tecido adiposo e muscular, que causa um balanço energético negativo - perda de peso *: tríade clássica → Complicações crônicas do DM 1 e 2 Amorbidade associada ao diabetes de longa duração de um ou outro tipo se deve a danos: Nas artérias musculares de grande e médio porte: - infarto do miocárdio; - AVC; - isquemia das extremidades inferiores. Em pequenos vasos: - retinopatia diabética, nefropatia e neuropatia. glicotoxicidade”: geração de precursores prejudiciais que contribuem para danos nos órgãos-alvo. Glicose em excesso leva a produção de citocinas pró-inflamatórias, além da produção de EROS no endotélio, glicose ativada aumenta o estado pró coagulante tanto das células endoteliais como macrófagos residuais e pela liberação de fatores de crescimento tenho proliferação das células muscular lisa dos vasos, além de síntese de matriz extracelular ◘ Nefropatia diabética Os rins são os alvos primários do diabetes (segunda causa de morte) As alterações principais ocorrem nos glomérulos e caracterizam-se por: a) espessamento da membrana basal dos capilares b) glomerulosclerose intercapilar difusa c) glomerulosclerose intercapilar nodular, ou lesão de KimmelstielWilson (patognomônico de nefropatia diabetica). Hialinose arteriolar e hialinização glomerular (alterações inespecíficas) encontradas também na hipertensão arterial, são particularmente marcadas na nefropatia diabética. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 5 Morfofuncional | UC XXII | SP 1 → Morfologia - Espessamento da Membrana Basal Capilar Micrografia eletrônica de um glomérulo renal mostrando marcante espessamento da membrana basal glomerular (B) em um diabético. L, luz capilar glomerular; U, espaço urinário Estudos: começa até 2 anos após o início do diabetes tipo 1 e, em 5 anos, atinge cerca de 30% de aumento. → Glomerulosclerose intercapilar difusa Consiste no aumento difuso da matriz mesangial. → Glomeruloesclerose intercapilar nodular Também é conhecida como lesão de Kimmelstiel-Wilson - patognomônico - É considerada a lesão mais característica, patognomônica da nefropatia diabética. - A intercapilar difusa pode evoluir para essa nodular - Há espessamento mesangial na forma de nódulo, geralmente único, hialino e acelular, envolvendo um lóbulo glomerular. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 6 Morfofuncional | UC XXII | SP 1 → Hialinose arteriolar e hialinização glomerular Ocorre deposição subendotelial de proteínas em arteríolas aferentes glomerulares que leva à isquemia e hialinização de numerosos glomérulos OBS Prática de lâmina na pancreatite crônica Na pancreatite crônica: - Atrofia do órgão; com dilatação compensatória dos ductos pancreáticos - Calcificações Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 7