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Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 Laboratório UCXXIV Emergências Hematológicas eritropoese Sequência de maturação: Hemograma Composição da hemoglobina: FUNÇÃO DO FERRO: LIGAR-SE AO OXIGÊNIO LIVRE PARA TRANSPORTÁ-LO ATÉ OS TECIDOS Ferritina: Ferro armazenado (estoque); consegue resgatar rapidamente Hemossiderina: Ferro depositado; consegue resgatar mais lentamente Transferrina: Ferro circulante. Série vermelha: HEMOGLOBINA – molécula “funcional” do eritrócito, carreadora de Oxigênio HEMATÓCRITO – volume ocupado pelos eritrócitos no sangue. VCM (VGM) – volume corpuscular médio (tamanho) HCM (HGM) – hemoglobina corpuscular média (cor – quantidade de Hb por eritrócito) o Há um tipo de anemia que a hemácia fica hipercrômica por um defeito de membrana CHCM (CHGM) – concentração de hemoglobina corpuscular média (concentração de Hb pelo tamanho do eritrócito) RDW: índice de variação de tamanho entre os eritrócitos. Achado: policromatofilia Anemias DESTRUIÇÃO/PERDA OU PRODUÇÃO? RETICULÓCITOS? TEMPO DE INSTALAÇÃO DOS SINTOMAS: Instalação insidiosa: carenciais (ferropriva e megaloplástica), aplásica, por doença crônica. Início abrupto: hemorrágica, hemolítica auto-imune. Crônicas de origem familiar (desde infância): falciforme, talassemias, esferocitose. MANIFESTAÇÕES: Glossite e quelite angular: carenciais Icterícia: hemolíticas, megaloblástica Esplenomegalia significativa: hemolítica, neoplasia hematológica. Petéquias: aplásica e leucemias agudas Deformidades ósseas: talassemias Anemias carenciais: Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 Ferropriva/Ferropênica: Conteúdo de ferro no organismo é inadequado para as necessidades individuais. Estágios: 1) Consumo das reservas de ferro, 2) Depleção do ferro, 3) Comprometimento da síntese de Hb. o Causas: Aumento da demanda Período de crescimento rápido Gravidez Redução da ingestão (dieta carente) Redução da absorção Gastrectomia Acloridria Perda crônica de sangue Hemorragias crônicas Verminoses Hemorróida Câncer colorretal Hipermenorreia o 70-75% do ferro encontra-se ligado às hemácias o Ferro sérico – ferro ligado à transferrina (2%) Transferrina – proteína transportadora TIBC (capacidade total de ligação ao ferro) – somatório dos sítios ligados + sítios livres da transferrina Saturação de transferrina – saturação total da massa eritrocitária (qual percentual de todos os sítios de transferrina estão ocupados pelo ferro) o 25%: Ferritina – proteína de depósito (reserva) de ferro – diretamente proporcional às reservas de ferro do organismo – mobilização rápida. Hemossiderina – derivada da ferritina – “depósito de ferro” – mobilização lenta Megaloblástica: o Deficiência de Folato (B9) - Dieta deficiente; - Síndrome de má absorção; - Aumento da demanda; - Neoplasia o Deficiência de vitamina B12 - Dieta deficiente; - Má absorção; - Deficiência de fator intrínseco (FI); - Aumento da demanda o Perniciosa como causa de megaloblástica: Anticorpos – células gástricas → (HCl, pepsina, FI) → deficiência de B12 Outras Anemias: Aplásica: o Anemia Aplásica Hereditária: a) Síndrome de Fanconi b) Síndrome de Diamon-Blackfan o Anemia Aplásica Adquirida: - Idiopática -BENZENO: Altera síntese de DNA, alta toxicidade, exposição crônica, pancitopenia. -RADIAÇÃO: Pancitopenia. - VÍRUS: Lesão de Stem-cell, inibição da replicação DNA Anemia por doença crônica: o Estados inflamatórios ou neoplásicos: • Citocinas • Redução da vida média • Redução da produção de eritropoietina • Menor resposta dos precursores eritróides à eritropoietina • Menor absorção intestinal de ferro • “Aprisionamento” do ferro nos locais de depósito (bloqueio do transporte de ferro pela transferrina) o Refratária ao tratamento com Ferro: INFECÇÕES SUBAGUDAS OU CRÔNICAS: tuberculose, micoses profundas etc DOENÇAS INFLAMATÓRIAS NÃO INFECCIOSAS: lupus, DII (doença infl intest), artrite reumatoide etc NEOPLASIAS MALIGNAS: leucemias etc Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 Anemia sideroblástica: Distúrbio na síntese do heme o Congênita: • Mutação da ALA-sintetase o Adquirida: Secundária a outras doenças: • Neoplasias Induzida por substâncias: • Chumbo o Depósito de ferro no citoplasma dos eritroblastos (sideroblasto em anel). – Aspirado de medula Corpúsculos de Pappenheimer (siderócitos) – grânulos de ferro Coloração Azul da Prússia Anemias hemorrágicas: Aguda: Normocítica e Normocromica Terceiro dia: Policromatofilia/reticulócitos Não causa anemia ferropriva Crônica: -Inicialmente Normocítica e Normocrômica - Gradualmente - Anemia ferropriva - Microcítica e Hipocrômica Anemias hemolíticas: QUANDO PENSAR? - Icterícia - Esplenomegalia - História familiar de anemia - Urina avermelhada/marrom (hemoglobinúria) Local de hemólise: Intravascular 15% → circulação / Extravascular 75% → sistema reticuloendotelial Anemias Hemolíticas predominantemente intravascular: - Hemoglobinúria Paroxística Noturna (adq) Anemias Hemolíticas predominantemente extravascular: o Distúrbios Hemolíticos adquiridos: Anemias auto- imunes o Distúrbios Hemolíticos herdados: Defeitos na membrana dos eritrócitos - Esferocitose. - Deficiência de enzimas G6PD. Esferocitose hereditária: ANEMIA HEMOLÍTICA HEREDITÁRIA POR DEFEITO DE MEMBRANA o HEMÓLISE EXTRAVASCULAR o Autossômica Dominante o Conseqüente à defeitos genéticos de proteínas estruturais do eritrócito o Caracteriza-se por graus variáveis de esferócitos no sangue periférico, com diferentes graus de hemólise. o Reticulocitose. o Bilirrubina aumentada Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 Deficiência de G6PD: ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS POR DEFEITOS ENZIMÁTICOS o Muito comum! o Enzima tem vida média reduzida em consequência de desordem hereditária o Desnaturação oxidativa da hemoglobina e outras proteínas dos eritrócitos em consequência de crises hemolíticas precipitadas por algum estresse oxidativo (ex: infecção). o Deficiência de G6PD: resulta em maior susceptibilidade à hemólise por agentes oxidantes. o Alterações geradas por precipitados intracelulares de Hb desnaturada (Corpúsculos de Heinz) – ligam-se à membrana – retirados por macrófagos no baço – bite cells. Destruição EXTRAVASCULAR. o Alterações por estresse oxidativo – INTRAVASCULAR (peroxidação dos lipídios de membrana e ruptura. Adquirida: Hemoglobinúria paroxística noturna – HEMÓLISE INTRAVASCULAR Clone mutado de célula tronco hematopoiética Células sanguíneas (principalmente hemácia) são mais sensíveis à lise pelo complemento. Hemograma com anemia e pancitopenia. • Hemoglobinúria não associada à hematúria. Hemoglobinúria na primeira urina da manhã. Início incidioso, 30-50 anos, Crises hemolíticas noturnas Adquirida: Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) – HEMÓLISE EXTRAVASCULAR Anticorpos quentes (IgG) Anticorpos frios (IgM) Hemoglobinopatias SÍNTESE DA GLOBINA: Formada nos Ribossomas dos eritroblastos, ocorre no citoplasma; São tetrâmeros de polipeptídeos com 2 cadeias alfa e outras 2 podem ser: beta, delta e gama. Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 HEMOGLOBINAS NORMAIS: o A1: 2 cadeias alfa 2 cadeias beta o A2: 2 cadeias alfa 2 cadeias delta o F: 2 cadeias alfa 2 cadeias gama FENOMÊNOS FISIOPATOLÓGICOS: Instabilidade Estrutural; Afinidade com oxigênio; Oclusão da microvasculatura ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA Talassemias É O DESEQUILÍBRIO NA SÍNTESE GENÉTICA DAS GLOBINA ALFA E BETA Alfa talassemias: Traços de Hb H na eletroforese (a falta de alfa faz com que ocorra junção de 4 cadeias beta) Alfa diminuída = doença da hemoglobina H Alfa totalmenteausente (hidropsia fetal) = incompatível com a vida Beta talassemias: HEMÓLISE EXTRAVASCULAR AS TALASSEMIAS BETA OCORREM POR FALHA DO GENE QUE SINTETIZA A GLOBINA BETA. A DIMINUIÇÃO DA GLOBINA BETA PREJUDICA SUA ASSOCIAÇÃO COM A GLOBINA ALFA ACÚMULO DA ALFA – EFEITO TÓXICO – HEMÓLISE EXTRAVASCULAR Doença falciforme HEMÓLISE EXTRAVASCULAR (pequena parte intravascular) VIDA MÉDIA 20 dias Cadeia beta mutada, então ao invés de formar HbA1, forma HbS SS: HbS AS (traço): HbS e HbA1 (assintomático) SC: HbS e HbC (outra beta mutada) Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 ANEMIA FALCIFORME DREPANÓCITO HEMOGLOBINOPATIA C Leucócitos Neutrofilia, eosinofilia, basofilia, monocitose e linfocitose. Neutropenia, eosinopenia, basopenia, monocitopenia e linfopenia. INTERPRETAÇÃO COMUM: Leucocitoses neutrofílicas com desvio a esquerda, granulações tóxicas: INFECÇÕES BACTERIANAS. Linfocitoses relativas ou absolutas com linfócitos atípicos: INFECÇÕES VIRAIS. Eosinofilias: ALERGIAS E PARASITOSES. Neutrofilia: DESVIO A ESQUERDA: •N° de bastonetes ↑; •Situações reativas (liberação do compartimento de reserva e maturação); •Infecções bacterianas com sepse. Leucemias Leucemias agudas: A doença começa assim que uma determinada célula progenitora ou precursora hematopoiética torna-se um clone neoplásico incapaz de se diferenciar, mas extremamente capaz de se dividir e se multiplicar. A expansão dos clones é rápida e causa insuficiência hematopoiética grave se não contida com tratamento. As leucemias agudas provocam pancitopenia pois a expansão dos blastos neoplásicos na medula ocupa o espaço necessário à produção fisiológica das células hematopoiéticas. Caracterizada pela ocupação de no mínimo 20% (OMS) ou 30% (FAB) da medula, podendo chegar à 80-100%. Presença de blastos leucêmicos na circulação, que podem se infiltrar em outros tecidos. Paciente pode ir à óbito pela infiltração orgânica metastática ou pela pancitopenia grave. A presença de mais de 5% de blastos no sangue periférico indica leucemia aguda. Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 8° fase – 2023.1 Leucemia Mielóide Aguda (LMA): É a leucemia mais comum, afetando faixa etária ampla. Incidência se eleva à partir dos 15 anos e aumenta progressivamente com a idade. Um adulto com leucemia em geral tem LMA. Comum o predomínio superior a 70% de blastos sobre os outros leucócitos. o Anemia – em geral moderada à grave o Plaquetopenia o Em geral, presença de leucocitose (gerada pelo ↑ de blastos). o Blastos podem ser mieloblastos, monoblastos, megacarioblastos ou uma população mista. o Blastos • Anemia • Plaquetopenia • Presença de leucocitose (gerada pelo ↑ de blastos) • Principalmente adultos Leucemia Linfocítica Aguda (LLA): É mais comum na infância (cerca de 90% dos casos), especialmente entre 2-10 anos. Imunofenotipagem CD10, CD5, CD19 e CD20. o Anemia – em geral moderada à grave (normocítica e normocrômica) • Plaquetopenia (grau variável) • Leucocitose (↑blastos) • Linfoblastos o Principalmente crianças Leucemias crônicas: Caracterizadas pelo acúmulo lento e gradativo de clones neoplásicos leucocitários na medula óssea e no sangue. Ao contrário das leucemias agudas, as células que se acumulam estão numa fase tardia de maturação ou seja, o clone segue o curso normal de maturação. Leucemia Mielóide Crônica (LMC): Cromossomo Philadelphia (95% dos pacientes) – translocação entre cromossomos 9 e 22 O clone neoplásico é capaz de se diferenciar. A história constitui-se inicialmente de uma fase crônica mais prolongada (3 a 5 anos), seguida de uma fase acelerada e, finalmente, a crise blástica, normalmente fatal. Ocorre em todas as idades, da adolescência à velhice, mas é rara na infância (idade média do diagnóstico: entre a 5ª e a 6ª década) o O aspecto sangüíneo é característico e o diagnóstico em muitos casos pode ser feito pelo hemograma; o Leucocitose acentuada – neutrofílica – com desvio à esquerda; o Presentes mielócitos, metamielócitos, promielócitos e blastos; o A anemia se houver é leve inicialmente, mas piora com a evolução da doença; o A contagem de plaquetas costuma ser normal o Idosos Leucemia Linfocítica Crônica (LLC): Acomete principalmente a população idosa (>60 anos), sendo uma leucemia muito comum nessa faixa etária. Baixa incidência em indivíduos com menos de 30-40 anos. Trata-se de um grupo de neoplasias com características diferentes o Trata-se de um clone neoplásico linfócito B. o Cumulativa, não proliferativa. o Alguns pacientes podem apresentar anemia e plaquetopenia. o LINFOCITOSE (lâmina - morfologicamente iguais aos normais)! Manchas de Gumprecht o Idosos