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Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 1 - Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 2 - Índice 1. A Importância da Hamartiologia........................................ 4 2. A Origem do Pecado......................................................... 5 3. A Natureza do Pecado.......................................................7 4. A Realidade do Pecado.................................................... 8 5. Como a Bíblia descreve o Pecado...................................10 6. A Origem do Mal..............................................................12 7. O Pecado Original............................................................13 8. A Extensão do Pecado.....................................................14 9. As Consequências do Pecado.........................................15 10. Vários Tipos de Transgressão e de Transgressores........17 11. A Culpa e o Juízo do Pecado...........................................18 12. Os Gemidos Causados Pelo Pecado...............................19 13. Quem Peca o Corpo, a Alma ou o Espírito?....................21 14. A Origem da Tentação....................................................23 15. Como Vencer a Tentação...............................................24 16. A Classificação do Pecado.............................................25 17. A Queda Original e as Opiniões dos Estudiosos............26 18. O Pecado e a Redenção do Homem..............................29 19. Adão Foi Salvo?.............................................................31 20. Eva Foi Salva?...............................................................33 Bibliografia......................................................................34 QUE DEUS NOS LIVRE: ...Da covardia que teme novas verdades, ...Da preguiça que aceita meias verdades, ...Do orgulho que pensa em saber toda verdade. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 3 - Introdução Porque, por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim Também, a morte passou a todos os homens. por isso todos pecaram (Rm. 5.12). O que é pecado? Como se manifesta? Como entrou no mundo? Estas perguntas têm deixado muitos pesadores perplexos, pois somente a Bíblia tem a resposta completa e satisfatória. Os homens não regenerados sentem uma inclinação maligna para o pecado, e só a graça de Deus poderá transformar esta natureza, fazendo deles, novas criaturas em Cristo Jesus. A questão do pecado tem sido alvo de muitas teorias, algumas delas negam taxativamente a realidade do pecado. Outras tornam-no inconsequente, algo natural à vida humana. Porém, a Bíblia não compartilha dessas infundadas idéias, ela declara que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm. 3.23). A Bíblia ensina que o homem deixou entrar o pecado neste mundo. Ele abusou tanto de sua liberdade como dos seus poderes pessoais: escolheu o mal e rejeitou o bem. O pecado não é apenas uma transgressão da lei de Deus, mas uma afronta à santidade do Todo-Poderoso. Que exige sejamos santos em toda nossa maneira de viver. ...E o sangue de Jesus Cristo,... nos purifica de todo o pecado (1 Jo. 1.7). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 4 - LIÇÃO 1 1. A IMPORTÂNCIA DA HAMARTIOLOGIA O que é Hamartiologia? Qual é a importância da Hamartiologia? Porque é tão importante estudamos a Hamartiologia? Etimologia da palavra HAMARTIOLOGIA O termo Hamartiologia vem do grego e significa Doutrina do Pecado. Hamartiologia - é a ciência que se ocupa em estudar origem do pecado juntamente com todos os seus aspectos sombrios e sua natureza de destruição tanto aplicada no mundo físico como no espiritual. Neste livro, portanto veremos a luz do contexto das Escrituras Sagradas as disposições hostis do pecado em relação a Deus, às coisas e aos seres. Do outro lado, mostraremos o plano da redenção apresentado por Deus e executado por meio de Jesus Cristo, para salvação da humanidade que fora atingido pelos efeitos maléficos do pecado e suas consequências. Está escrito que Deus ao completar a obra da criação, declarou que tudo era muito bom. Observando mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas que agora existem não são boas – o mal, a impiedade, a opressão, a luta, a guerra, a morte, e o sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: Como entrou o mal no mundo? – pergunta que têm deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a resposta de Deus e ainda mais informa-nos o que o pecado realmente é: melhor ainda, apresenta-nos o remédio para o pecado. O nosso conhecimento sobre o pecado ajuda-nos a entender as demais doutrinas bíblicas. A compreensão da natureza do pecado renova nossa sensibilidade espiritual, gera santidade na vida do crente levando-o a crer que a vida deve ser vivida na esperança, certa de um futuro além do pecado e da morte. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 5 - 2. A ORIGEM DO PECADO A onde se originou o pecado? Como se originou o pecado? Quando se originou o pecado? 1. Ponto de vista Filosófico Existem dois pontos de vistas filosóficos, que foram empregados nos conceitos dos filósofos não cristãos, e dos filósofos que eram cristãos, para definir o que viria ser ou se transformar naquilo que seria pecado. Agostinho definia o pecado como: o que é dito ou feito ou desejado contra a lei eterna, entendendo como lei eterna à vontade divina que é dirigida para a conservação da ordem do mundo e para fazer de forma que o homem deseje mais o bem maior e menos o bem menor. Para S. Tomás de Aquino a transgressão da lei moral vista como mandamento divino, seria então dar origem ao pecado. Tomás explicou que o pecado original consiste na ausência de retidão ou justiça, privação essa causada pela queda. Nesse caso, a transmissão do impulso pecaminoso ocorre em um vácuo de bem, não dependendo da prática de algum ato externo e esse vácuo logo é preenchido por atos pecaminosos. Emanuel Kant observou que não se deve confundir a questão da sua origem temporal de uma coisa. Nesse caso, para Emanuel Kant o pecado seria definido como uma fraqueza inerente à natureza humana, alterada no comportamento após a queda. Mas isso explicaria o pecado depois de Adão, quando segundo este conceito este comportamento teria mudado. As que foram apresentadas nos conceitos de Agostinho e de Aquino, com uma coisa de origem racional que, seria o problema da origem do pecado. Nesse caso, segundo Kant [e também a própria Bíblia] a origem do pecado não foi ou seria um fato ou ato isolado, e sim, uma atitude deliberada em fazer para ser. Outros filósofos apresentaram também suas opiniões, mas apenas mencionamos estas por estarem mais relacionadas a pensamentos cristãos. A Crença Popular Alguns filósofos e teólogos procuraram dar uma explicação mais simples e popular em relação ao pecado, que consequentemente trouxe o problema do mal dizendo que: o mal seria a ausência de todo bem, isso no fundo, negava por extensão a existência do mal. O mal segundo se dizia, é apenas a ausência do bem, tal como as trevas são a ausência da luz. Agostinho e S. Tomas de Aquino propuseram esse ponto de vista, mas isso parece umtanto lógico, para solucionar o problema do mal físico e moral. Mas que diríamos com relação ao mal metafísico ou espiritual? Esse é sem dúvida um dos grandes problemas para nossa imaginação que talvez não possa ser solucionado a luz da lógica: mas sim, pode ser compreendida no campo da fé. (1 Co 2.10;1 Tm 2.9). 2. A Origem do Pecado - Ponto de vista Bíblico No tocante como se originou o primeiro pecado e quais foram os elementos empregados nessa composição, devemos ferir a exegese de dois pontos importantes: O primeiro destes dois pontos, é o ATÉ que marca uma linha divisória entre o antes e o depois na vida do primeiro ser que iria pecar: o diabo. - O segundo ponto a ser analisado aqui é, o ACHOU que descreve o momento fatal da queda de Satanás quando cometeu o primeiro pecado de sua vida e da história tanto do mundo espiritual como do mundo material. No capítulo três deste livro, estudaremos mais detalhadamente sobre isso quando focalizaremos a queda do diabo, dos anjos, dos demônios, do homem e sua mulher. No primeiro caso, antes deste até na vida de Satanás, ele era um perfeito como é descrito nas palavras do primeiro caso. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, ATÉ... que se... ACHOU iniquidade em ti (Ez 28.15). Aqui está, portanto a origem do pecado quando se originou e porque e quem o originou. Entretanto, quando foi dada a luz ao pecado, este já se manifestava como sendo um efeito produzido por uma grande causa. Em Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 6 - Ezequiel 28.16, mostra-nos tanto a causa como o efeito que produziram o primeiro pecado. Leiamos cuidadosamente, ferindo a exegese de cada palavra, pois somente assim teremos uma maior compreensão do significado do pensamento. Vejamos a passagem bíblica que fala deste assunto: Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência [a causa], e pecaste [o efeito]. A violência sempre nasce dentro de um coração orgulhoso, que deseja ser, fazer e ter aquilo que não lhe pertence e este foi sem dúvida o ponto marcante na vida daquele querubim ungido, quando pronunciou a seguinte frase: “eu subirei”. A presente frase partindo de um coração já atingido pelo orgulho indicava oposição declarada contra Deus. Assim o orgulho ocasionou a queda do primeiro ser que pecou. As Escrituras descrevem que foi um sutil o toque de orgulho que levou o querubim ungido a cometer o primeiro pecado. A partir daí uma vez por outra, é sempre usado um até nas Escrituras que marca uma queda de um grande personagem. Uzias rei de Judá reinou 55 anos em Jerusalém. E Deus o fez prosperar em todos os seus atos de maneira que:...voou a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado ATÉ que se tornou grande. No versículo seguinte que temos nesta seção, mostra claramente a fonte de seu fracasso. Assim descreve o escritor sagrado: Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração, ATÉ se corromper... (2 Cr 26.15-16). O orgulho do diabo foi gerado por sua formosura e então ele achou que deveria ser admirado como Deus que é extremamente formoso em grau supremo. Quis, portanto, por esta causa ser semelhante ao Altíssimo. Ele mesmo falou isso sem nenhuma reserva dizendo: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares.... Historicamente falando, o personagem aqui descrito seria o monarca Itobal II, que era o rei de Tiro quando o profeta Ezequiel fez este vaticínio. Mas a predição não pode literalmente se referir a ele, pois este monarca nunca esteve no Éden - Jardim de Deus. Metaforicamente falando esta passagem, portanto, descreve a queda de um querubim ungido quando este se encontrava no jardim mineral de Deus e não no jardim vegetal habitado por Adão e sua companheira. Em Isaias 14.14, ele faz as mesmas alegações, que fizera aqui em Ezequiel, dizendo: Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Segundo alguns comentaristas este monarca aqui descrito por Isaias, seria Nabonido ou Belsazar, o último rei da Babilônia. Outros estudiosos acham impossível a identificação de Satanás com o rei da Babilônia, visto ser este um ser humano descrito como sendo pai cujos filhos seriam preparados para a matança (Is 14.21). Com efeito, porem, Jesus fez alusão a Judas Iscariotes como sendo um diabo (Jo 6.70). Não é muito pois que os seus agentes sejam tomados como sendo o próprio Satanás. Isto é, aqueles que voluntariamente se tornaram filhos da perdição, ainda que contrário a santa vontade de Deus. Do ponto de vista divino de Observação, o pecado teve inicio no passado, sendo que sem dúvida seu mentor intelectual foi Satanás. Pelo que segundo se diz, o pecado teve inicio no coração de Lúcifer ocasionado pelo orgulho, pois quando ele disse em seu coração: EU SUBIREI, então o pecado teve inicio em seu coração e por extensão no universo. O profeta Isaias em 14.13-14 descreve detalhadamente esta atitude de oposição contra Deus. Ele menciona [5 eus] pronunciados por este príncipe das trevas em sua exaltação contra Deus: Eu subirei aos céus; Exaltarei o meu [o dele] trono; No monte da congregação [angelical?] me assentarei; Subirei acima das mais altas nuvens; Serei semelhante ao Altíssimo; Agora, as razões que apresentamos acima neste argumento, tornam-se causa e efeito (Is 14.13; Ez 28.2; 1 Tm 3.6). Sua introdução no mundo, porém foi feita por um homem [Adão]. (Gn 3; Rm 5.12). Embora pelas alegações de proibições do Criador em Gênesis 2.17, podemos perceber sem sombra de dúvidas que, mesmo antes de Adão pecar, o pecado já estava presente no universo, pela declaração de Gênesis 2.17 quando Deus disse: Da arvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás, porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Pela presença e pelas alegações do tentador no Jardim do Éden, ele ali já estava. É certo que o mal estava ali também pela presença da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.9). O pecado do diabo ocasionado pelo orgulho assume um aspecto de perversidade do coração, da mente, da disposição e da vontade. Isso sucedeu verdadeiramente conforme já verificamos no caso do primeiro pecado, e se aplica igualmente a todos os demais pecados. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 7 - 3. A NATUREZA DO PECADO Qual é a natureza do pecado? Por natureza do pecado segundo se diz, entende-se como qualquer falta que fere a santidade de Deus, quer em ato, atitude ou estado ou natureza. As Escrituras põem em relevo dois pontos principais ou qualidades morais: a Santidade e o seu antagonista, o Pecado. Pode- se dizer que na esfera moral, o primeiro corresponde ao Bem e o segundo ao Mal. Todos os demais princípios e qualidades morais podem ser classificados de maneira a se identificar com um desses dois grupos. E por isso mesmo o pecado como sua antítese, recebe na Bíblia atenção ampla e adequada, em seu escopo geral sem nenhuma exceção, as Escrituras descrevem o pecado como sendo de natureza má em todos os seus aspectos. Visto ser o pecado de natureza má e evidentemente nociva, este desperta aversão a ira da parte de Deus. Porém, este estado de ira de Deus contra o pecado é retratado como ferindo somente os ímpios. Embora Deus ame ao pecador, contudo ele aborrece o pecado, e por causa deste, seu estado de ira recai sobre aquele que peca e continua pecando, sem se voltar para o arrependimento. Nesse caso, a ira divina se manifesta cada dia, o Senhor é longânimo para ira, isto é, seus passos são lentos quando seguem nessa direção (Nm 14.18; Ne 9.17; Sl 103.8), mas quando observa coisas que lhe desagrada ou vê manifestar-se o pecado, sua ira se manifesta (Nm 11.1; Rm 1.18; Tg 2.16). E ninguém pode subsistir a ela (Sl 76.8; Ap 6.16- 17), Em razão do antagonismo existente entre o pecado e a ira divina estaé despertada de forma versátil em caráter destruidor. Quando se aplica o conceito geral das Escrituras Sagradas, pecado é fracasso, é erro, é iniqüidade, é transgressão, é contravenção, é falta de lei, é injustiça. Em sentido lato é sempre citado no singular, para denotar aquele princípio pecaminoso que produz a morte tanto física quanto espiritual. O pecado é então personificado como: o grande tirano que impõe tristeza, desespero e morte, levando a criatura humana para uma região tenebrosa. Onde ele permanecerá triste e inativo (Mt 4.16), Assim sendo, a sua característica primordial desde o princípio, em todos os seus aspectos ele é orientado contra Deus. A serpente infringiu esse princípio, como se depreende desde Gênesis 3 no pensamento humano e também angelical, o pecado tornou-se a falta de conformidade com a natureza do supremo Ser que é Deus. Pecado no sentido religioso significa: errar o alvo. O nosso alvo é Cristo, e quando desviamos nosso olhar dele erramos o alvo. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé... (Hb. 12.2). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 8 - 4. A REALIDADE DO PECADO Discussão Filosófica Sobre o Pecado Alguns filósofos discutem a questão do mal moral, sugerindo que essa força esteja intrinsecamente ligada à vida. Outros pensam que o mal teve uma origem voluntária, isto é, se originou na livre escolha do homem. Há ainda, os que querem abrandar a realidade do pecado e seus funestos resultados. Vejamos alguns exemplos: Ateísmo. Esta teoria nega que o pecado seja real, assim como a existência de Deus. Há uma relação negativa entre pecado e Deus, visto que o pecado, afeta diretamente a sua santidade. Uma vez que o ateísmo nega existência de Deus, também nega a realidade do pecado. Gnosticismo. Ensinam que existe um principio eterno do mal e sustentam que no homem o espírito representa o principio do bem, e o corpo, o do mal. Ora, é impossível que haja fora de Deus algo que seja eterno e independente, a Bíblia declara que o mal tem um caráter ético. Por isso, tratar o pecado como uma coisa puramente física significa negar seu caráter ético e espiritual. O gnosticismo tenta fugir da idéia real do pecado ensinando inclusive, que o corpo por ser mal, deve ser destruído pelo ascetismo e licenciosidade. Uma tremenda mentira de Satanás! Determinismo. Os adeptos desta teoria ensinam que o livre-arbítrio simplesmente não existe: quem faz o bem não possui qualquer mérito e quem faz o mal não pode ser condenado. Ao contrário disso, a Bíblia ensina que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal, o homem não pode ser tratado como vítima da fatalidade ou casualidade quando peca. Para os deterministas, o homem por ser escravo das circunstâncias, deve ser alvo de compaixão e não de castigo. Hedonismo. Esta falsa teoria afirma que tudo que causa prazer deve ser praticado. Os hedonistas não se preocupam com o certo ou errado, eles dizem: Se o sexo dá prazer porque evitá-lo? O hedonismo em sua versão mais moderna prega que, não se devem reprimir os desejos físicos e sim dar vazão a todos eles. Em nome dessa ideologia, estimula-se a experiência sexual entre os jovens e a liberdade para satisfazer os vícios. Segundo a Bíblia, o prazer sexual no casamento é perfeitamente normal, mas fora dele, constitui-se pecado. Na realidade, os prazeres da carne manifestos como: glutonaria, bebedíce, licenciosidade e outros, são duramente refutados pela Palavra de Deus (Rm 16.18). Ciência Cristã. Esta seita nega a realidade do pecado. Declara que o pecado não é algo positivo, mas simplesmente e ausência do bem. Nega que o pecado tenha existência real e afirmam que é apenas um erro da mente moral. O homem pensa que o pecado é real, por conseguinte seu pensamento necessita de correção. Mas, depois de examinar o pecado e a ruína que são mais do que reais no mundo, parece que esse tal erro da mente mortal é tão terrível como aquilo que toda gente conhece por pecado! As Escrituras denunciam o pecado como uma violação positiva da lei de Deus, como uma verdadeira ofensa que merece castigo real num inferno real. A Evolução. Considera o pecado como herança do animalismo primitivo do homem, desse modo, em lugar de exortar a gente a deixar o homem velho, ou o antigo Adão. Os proponentes dessa teoria deveriam admoestá-los a que: deixassem o velho macaco ou o velho Tigre. Como já vimos à teoria da evolução é antibíblica. Além disso: os animais não pecam, eles vivem segundo sua natureza, e não experimentam nenhum sentido de culpa por seu comportamento. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 9 - O Dr Leander Keyser comenta: Se a luta egoísta e sangrenta pela existência no reino animal for o método de progresso que trouxe o homem à existência, por que deverá ser um mal que o homem continue nessa rota sangrenta? É certo que o homem tem uma natureza física, porém essa parte inferior de seu ser foi criação de Deus e é plano de Deus que esteja sujeita a uma inteligência divinamente iluminada. A Palavra de Deus não titubeia: Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal (Is 5.20). A fonte do pecado Deus é o Criador de todas as coisas, entretanto não é responsável pela manifestação do pecado. Veja o que diz a Palavra de Deus: longe de Deus a impiedade e do Todo-Poderoso a perversidade (Jó 34.10). Portanto, constitui-se blasfêmia contra Deus atribuir-lhe a autoria do pecado. Na verdade, o pecado é um ato livre das criaturas de Deus, uma vez que elas são seres morais dotadas da capacidade de perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida. A origem do pecado no Universo. O pecado originou-se nas regiões celestiais quando o Diabo, querubim que servia na presença de Deus, encheu-se de arrogância e desejou usurpar o trono do Criador (Is 14.13,14). Por sua livre vontade escolheu o caminho do pecado, o que motivou sua destituição das suas funções celestiais, condenação, e execração eterna. A origem do pecado na raça humana. A Bíblia ensina que o pecado de Adão afetou muito mais que a ele próprio (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21,22). Esta transgressão de Adão é chamada de pecado original, esse pecado do primeiro homem, Adão passou a fazer parte da natureza humana. O pecado de Adão fê-lo culpado, e sua culpa foi automaticamente imputada a toda a sua descendência (Rm 5.12-19; Ef 2.3; 1 Co 15.22). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 10 - 5. COMO A BÍBLIA DESCREVE O PECADO A Bíblia emprega vários vocábulos no Antigo e no Novo Testamento para definir o pecado. Palavras que descrevem o pecado, no hebraico (hb) e no grego (gr). a) Chata’th (hb) e hamartia (gr). Estes termos dão o sentido de desvio do rumo, como o arqueiro que atira suas flechas e erra o alvo. b) Avon (hb) e adikia (gr). Aqui o sentido indica falta de integridade, alguém que se desvia do seu caminho original. c) Pesha (hb) e parabasis (gr). O pecado é visto como uma revolta; uma insubordinação à autoridade legítima de Deus, ou rompimento de um pacto ou aliança. d) Resha (hb) e paraptoma (gr). Significam fuga culposa da lei. Todas essas palavras falam do pecado com sentido ético, pois envolvem relações sociais e espirituais. Expressões bíblicas que descrevem o pecado a) Toda iniqüidade é pecado (1 Jo 5.17). Deus não classifica tipos ou tamanho de pecados como fazem os sistemas sociais. Para o Altíssimo todo pecado constitui-se numa afronta a sua santidade. b) Todo pecado é transgressão da lei (1 Jo 3.4). Transgredir significa infringir, violar, quebrar a lei, passar dos limites.Todo e qualquer mandamento divino deve ser obedecido, pois, desobedecê-lo significa transgredi-lo. c) Tudo o que não é de fé é pecado (Rm 14.23). Duvidar da Palavra de Deus constitui- se pecado, assim como, rejeitar o Salvador e negar suas promessas, Jesus disse: Do pecado, porque não crêem em mim (Jo 16.9). O ensino do Novo Testamento. O pecado é descrito como - O Novo Testamento descreve o pecado como: Errar o alvo Dívida Desordem Desobediência Transgressão Queda derrota Impiedade Erro Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 11 - Errar o alvo, que expressa à mesma idéia que a conhecida palavra do Antigo Testamento. Pois o nosso alvo é Cristo (Hb. 12.2). Dívida. (Mt 6.12) O homem deve (a palavra deve vem de dívida a Deus a guarda dos seus mandamentos) todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida. Desordem. O pecado é iniquidade (literalmente desordem 1 Jo 3.4). O pecador é um rebelde e um idólatra porque deliberadamente quebra um mandamento, ao escolher sua própria vontade em vez de escolher a vontade de Deus. pior ainda, está-se convertido em lei para si mesmo e dessa maneira, fazendo do eu uma divindade. O pecado começou no coração daquele exaltado anjo que disse: eu farei, em oposição à vontade de Deus. (Is 14.13,14). O anticristo é proeminentemente sem-lei (tradução literal de iníquo), porque se exalta a si mesmo sobre tudo que é adorado ou que é chamado Deus. (2 Ts 2.4-9). O pecado é essencialmente obstinação que é essencialmente pecado. O pecado destronaria a Deus, o pecado assassinaria Deus. Na Cruz do Filho de Deus, poderiam ter sido escritas estas palavras: O pecado fez isto! Desobediência. Literalmente, ouvir mal, ouvir com falta de atenção (Hb 2.2) Vede pois como ouvis (Lc 8.18). Transgressão. Literalmente, ir além do limite (Rm 4.15). Os mandamentos de Deus são cercas por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua alma. Queda. Ou falta, ou cair (Ef 1.7) no grego, donde a conhecida expressão, cair no pecado. Pecar é cair de um padrão de conduta. Derrota. È o significado literal de palavra queda em Rm 11.12. Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus. Impiedade. De uma palavra que significa sem adoração, ou reverência (Rm 1.18; 2 Tm 2.16). O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e as coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor e reverência. Ele está sem Deus porque não quer saber de Deus. O erro. (Hb 9.7) Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância e dessa maneira se diferenciam daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que desaforadamente decide fazer o mal incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, a que foi levado por sua debilidade. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 12 - LIÇÃO 2 6. A ORIGEM DO MAL Uma das maiores questões a ser resolvidas para os filósofos e teólogos de todos os tempos, é o problema do mal. Necessariamente são usadas duas palavras nas Escrituras em relação ao mal com sentidos completamente distintos. No primeiro, refere-se ao mal no sentido mais rudimentar do termo de origem completamente maligna; No segundo, é quando se diz que Deus cria o mal conforme diz em Isaías 45.7: Eu formo a luz, e crio as trevas, eu faço a paz, e crio o mal, eu o Senhor, faço todas estas coisas. No original hebraica a palavra usada aqui para o mal é RA e, necessariamente não significa pecado, mas quer dizer, tristeza ou aflição que pode levar uma pessoa ao arrependimento (2 Co 7.10), também muitas vezes não se sabe a origem dessa espécie de mal (Is 47.11). Se existe um Deus Todo-Poderoso e Onisciente, por que Ele permitiu que tanta maldade e tanta agonia, possam existir neste mundo? Se perguntarmos todos tem sido apresentado de muitas maneiras e respondido com as mais diferentes respostas, o mistério do mal. Para os filósofos existem dois tipos de males: o físico e o metafísico; o físico é apenas uma consequência do mal maior que seria o metafísico. O mal chamado físico e moral, que domina o mundo humano, é coisa bem patente aos olhos de todos. Basta lembrar o sofrimento e a morte, bem como a ignorância e a concupiscência – em sua atual intensidade, cada dia mais as pessoas afastam-se da razão natura. Ao pensar nisso, Epicuro, filosofo grego que vem citado através de suas idéias em At 17.18, chegou a por em dúvida o poder absoluto de Deus em relação ao mistério do mal dizendo: Ou Deus quer remover a maldade deste mundo, mas não pode, ou ele pode, mas não quer, ou ele não pode e nem quer, ou finalmente, ele tanto pode como quer fazê-lo. Se ele tem vontade, mas não o poder, isso mostra fraqueza, o que é contrário à natureza de Deus. Se ele tem o poder, mas não à vontade, isso mostra indiferença, e isso também é contrário à sua natureza. Se ele não pode e nem quer, então é impotente quanto a sua natureza, e consequentemente, não pode ser Deus. E se Ele pode e quer, então de onde vem o mal, ou por que ele não o impede? Quando o Mal Terá Fim Alguns filósofos cristãos também questionam o problema do mal, discutindo e indagando: porque Deus que é Onisciente permitiu a entrada da serpente no jardim para tentar o primeiro casal? E semelhantemente, quando será que o mal terá seu fim?Nós nunca devemos julgar a Deus e sua maneira de proceder dentro de certos critérios estabelecidos pela própria imaginação humana. Deus é Todo-Poderoso, como também Todo-Bondoso e Ele pode e quer remover o mal. E Adão e sua mulher não foram tentados acima de sua capacidade (1Co 10.13). Tanto a filosofia como a teologia tem manifestado suas diferentes opiniões concernentes ao problema do mal, mas na maioria desses casos, faltou ser empregado o fator tempo. Para todo e qualquer propósito tem um tempo determinado e consequentemente, existe um tempo para o extermínio do mal, um dia esse tempo chegará: por que o mal pertence ao tempo – o bem é que pertence a eternidade. Deus através de Cristo aniquilará todo e qualquer sistema, esquema ou influência do mal. O mal surgiu por causa do pecado e haverá um dia no estado eterno, quando o pecado não mais existirá e com ele será banido todo o mal (Jo 1.29; Ap 21.4). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 13 - 7. O PECADO ORIGINAL Os teólogos da Era Medieval consideravam o pecado de Adão, como sendo o pecado original. Talvez baseado na expressão de Paulo quando diz: ...por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo (Rm 5.12); entretanto, no conceito dos teólogos protestantes, o que parece está também de acordo com o pensamento geral das Escrituras, o pecado original seria o pecado de Lúcifer – o resplandecente. O de Adão seria então a transgressão, porque mesmo antes de Adão pecar, o mal já existia (Gn 2.17). Depois destes, segundo este conceito, todos os demais são chamados atuais. Estes se dividem em mortais e veniais, conforme a gravidade da transgressão e o grau e voluntariedade e deliberação. Os teólogos medievais já citados neste argumento, também os classificam em formais. Toda a transgressão deliberada e materiais: transgressão sem consentimento ou sem conhecimento. Os pecados capitais são divididos em sete principais fontes de atos pecaminosos, que são: Eles foram chamados de capitais, segundo este conceito de classificá-los, porque estesatos têm geralmente sua raiz no orgulho. O pecado venial é o que não é considerado mortal e é praticado segundo os teólogos da Era Medieval, por desobediência em matéria leve ou por não ter pleno conhecimento. Segundo se opinam o pecado venial, embora prepare o caminho para o pecado mortal e seja o maior mal depois do pecado mortal, ainda não destrói completamente a amizade da alma com Deus. É uma enfermidade da alma e não a morte. Orgulho, Avareza, Luxúria, Ira, Gula, Inveja, Preguiça. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 14 - 8. A EXTENSÃO DO PECADO Desde os tempos imemoráveis quando o diabo pecou até a morte de Cristo na cruz, podemos dividir o avanço do pecado em seis etapas a saber: Do Éden Mineral ao Éden Vegetal Do Éden Mineral descrito em Ezequiel 28 até a tentação dos anjos, temos um espaço de tempo que não fora revelado nas Escrituras. Após ter pecado Satanás se voltara agora para os seres celestiais e conseguiu a adesão de um terço destes seres angelicais (Ap 12.4). Do Éden Mineral que vem citado em Ezequiel 28 temos a primeira destas seis etapas. O pecado do diabo afetou a si mesmo e depois o mundo angelical. O príncipe das trevas fomentou a primeira rebelião contra Deus e suas hostes, dando início uma nova forma no mundo tenebroso que acabara de ser por ele criado, a fim de agregar nele seus sequazes que aderiram as suas idéias sombrias na revolta contra Deus, nas esferas de seu domínio. Dos Anjos até Adão Após arruinar o mundo angelical, conquistando um terço dos anjos de Deus e os lançando para o campo de destruição, Satanás idealiza a queda do homem e de sua mulher no Jardim do Éden. De Adão até o Dilúvio Depois do fracasso do homem, e as conseqüências que acabamos de mencionar acima, o pecado avança numa escala ascendente. Entra o mal, a morte, a discórdia, o fratricídio, a vingança desmedida, a depravação que leva ao dilúvio. Depois do dilúvio, Deus começa uma nova ação num ponto da história, com Noé. De Noé até Abraão De Noé até Abraão, a dispensação do governo humano teve início até Abraão, passou-se a gerações, quando Deus estabelece uma nova dispensação: a patriarcal ou segundo alguns, a da promessa. Esta dispensação perdurou até Moisés, quando a lei foi dada por Deus aos filhos de Israel. Deus estabelece um novo Pacto com Abraão e seus descendentes – o da circuncisão que servia como sinal de Deus em Abraão e seus descendentes, como sinal de separação dos povos gentílicos e das contaminações de seus pecados. Os rabinos judaicos costumam dizer: Os povos que vieram antes de Abraão não eram judeus. Adão que desobedeceu a Deus era uma pessoa comum, no pior dos casos Noé honrado em seu tempo, era uma pessoa comum no melhor dos casos. De Abraão até a Lei A Bíblia nos informa que houve um período da preparação de Abraão até Moisés quando as Escrituras dizem: ...a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (Jo 1. 17). Isto é, Deus levantou Abraão, Isaque e Jacó e depois destes seus filhos. Os patriarcas como representantes legais de sua graça ali oculta e depois manifestada em Cristo e por Cristo. A partir de Moisés até Jesus quando perdurou o período da lei, os sacrifícios ali estabelecidos jamais foram suficientes com todas as suas ordenanças e exigências deter o avanço das forças do pecado. Mesmo havendo determinadas alternativas oferecidas por parte de Deus, Paulo diz em Romanos 5.14, que: ...a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão.... Da Lei até Cristo Durante este período conforme já tivemos a oportunidade de expor acima, o pecado se desenvolveu em forma crescente, as alternativas que a lei oferecia em relação ao pecado para expiação do mesmo, somente os encobriam. isto é: cobria mas não tirava, no caso de Cristo que não cobre – mas tira o pecado (Jo 1.29), Em Romanos 5.12-14, 21, Paulo fala do avanço do pecado em processo de multiplicação dizendo: Pelo que, como por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Do Pecado do Diabo até os Anjos, Do Pecado dos Anjos até Adão, De Adão até Noé, De Noé até Abraão, De Abraão até a Lei, Da Lei até Cristo. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 15 - 9. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO Sete Pragas Ocasionadas Pelo Pecado Podemos observar em Gênesis Cap. 3, sete pragas ocasionadas pelo pecado, que vieram cair sobre o homem e que foram sofridas por Cristo: Tipos Distintos de Morte Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram (Rm. 5.12). Porque o salário do pecado é a morte... (Rm. 6.23). MORTE FÍSICA Morte Física. O texto que melhor elucida é 2 Sm 14.14, que diz: Porque morreremos e seremos como águas derramadas na terra, que não se ajuntam mais. O que acontece com o corpo morto quando é sepultado? Depois de alguns dias terá se desfeito e esvaído como águas derramadas na terra. È isso que a morte física acarreta literalmente. Morte Espiritual. Este tipo tem dois sentidos na perspectiva bíblica: negativo e positivo. No sentido negativo, a morte pode ser identificada pela expressão bíblica morte no pecado. É um estado de separação da comunhão com Deus. Significa estar debaixo do pecado, sob o seu domínio (Ef 2.1,5), o seu efeito é presente e futuro. No presente, refere-se a uma condição temporal de quem está separado da vida de Deus (Ef 4.18). No futuro, refere-se ao estado de eterna separação de Deus o que acontecerá no Juízo Final (Mt 25.46). No sentido positivo é a morte espiritual experimentada pelo crente em relação ao mundo. Isto é: a sua pena do pecado foi cancelada e agora vive livre do domínio do pecado (Rm 6.14). Quanto ao futuro, o cristão autêntico terá a vida eterna. Ou seja: a redenção do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15). Morte Eterna. É chamada a segunda morte, porque a primeira é física (Ap 2.11). Identificada como punição do pecado (Rm 6.23), também denominado castigo eterno. É a eterna separação da presença de Deus – a impossibilidade de arrependimento e perdão (Mt 25.46). Os ímpios depois de julgados receberão a punição da rejeição que fizeram à graça de Deus e serão lançados no Geena (Lago de Fogo) (Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30; 23.14,15,33). Restringe-se apenas aos ímpios (At 24.15). Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia. MORTE ESPIRITUAL MORTE ETERNA Na Queda.........................................................Em Cristo A Dor (Gn. 3.6)......................................................(Is. 53.11); A Sujeição (Gn. 3.16)............................................(Gl. 4.4); A Maldição (Gn. 3.17)...........................................(Gl. 3.13); A Tristeza (Gn. 3.17).............................................(Is. 53.13); Os Espinhos (Gn. 3.18).........................................(Mt. 27.29); O Suor (Gn. 3.19)..................................................(Lc. 22.44); A Morte (Gn. 3.19).................................................(Fl. 2.8). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 16 - O Que o Pecado Afetou? Afetou as regiões celestes As consequências trazidas pelo pecado produziram prejuízos incalculáveis em todas as dimensões da existência. A grande catástrofe da queda de Satanás trouxe grande ruína tanto no universo físico como no espiritual. O grandeinimigo de Deus e dos homens, abriu uma grande cisão na região setentrional [região norte] do céu, onde existe um vazio (Jó 26.7; Is 14.13-15). O pecado e queda de Satanás afetaram os céus, infestando as regiões celestes com seres caídos. Eles ali existem como inimigos de todo o bem, eles são vistos nestas regiões fazendo guerra aos santos. Suas disposições hostis, opõem-se a Deus e aos homens (Ap 12.7). Com a queda deste terrível ser, ele passa a conquistar um terço dos anjos de Deus, os quais depois se dividiram em dois grupos distintos em relação a sua posição e serviço. Em relação à terra E a Adão disse: Porquanto deste ouvido a voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela: maldita é a terra por causa de ti... (Gn 3.17). No principio Deus criou tudo muito bom. Mas após o pecado de Adão, a terra perdeu seu estado original de configuração. E vem sobre ela a segunda maldição pronunciada por Deus em relação ao pecado. Ela trata da mudança operada na própria terra. Em relação ao reino animal Como consequência do pecado do homem, o reino animal sofreu alterações nítidas em sua estrutura e comportamento. Ele trouxe sobre eles um sentimento de ferocidade e de destruição. As feras passaram a perseguirem os homens e de igual modo, os homens as feras (Gn 9.1-3; Jz 14.5; 2 Rs 2.24; Ez 14.21). O reino animal sofreu as consequências do pecado do homem e assim tanto a natureza humana como a dos animais foi afetada, mas durante a glória do Milênio a exemplo do reino vegetal, a ferocidade das feras será também removida (Is 11.6). Em relação à raça humana Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram (Rm 5.12). O pecado praticado pelo primeiro homem, Adão, furtou da humanidade a verdadeira vida e liberdade, impondo sobre ele o silêncio da morte, pois por causa de Adão, ...a morte passou a todos os homens.... No contexto geral das Escrituras, por meio do pecado o homem se tornou o recipiente de uma natureza depravada e a expressão inevitável da mesma, é a depravação de caráter e conduta. Parece que o pecado permeou todo o universo, incluindo cada reino na criação e afetando cada raça e espécie entre as criaturas, com resultados funestos. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 17 - 10. VÁRIOS TIPOS DE TRANSGRESSÕES E DE TRANSGRESSORES No Antigo Testamento, especialmente no Livro de Levítico, encontramos vários sacrifícios que eram oferecidos em favor de diversas classes de pecadores, entretanto outras transgressões eram punidas sem misericórdias com pena de morte. Mas as que restavam sacrifícios foram estas no Pentateuco, mais especialmente no livro de Levítico elas são descritas assim: Um sacerdote ungido. Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado que pecou, um novilho sem mancha ao Senhor, por expiação do pecado (Lv 4.3). A congregação. Mas se toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos da congregação, e se o fizerem contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer e forem culpados. E o pecado em que pecaram for notório, então a congregação oferecerá um novilho por expiação do pecado, e trará diante da tenda da congregação (Lv 4.13-14). Um príncipe. Quando um príncipe pecar, e por erro obrar contra algum de todos os mandamentos do Senhor seu Deus, naquilo que se deve fazer e assim for culpado. Ou se o seu pecado no qual pecou lhe for notificado, então trará por sua oferta um bode tirado de entre as cabras, macho sem mancha. (Lv 4.22 e 23). Qualquer pessoa. E se qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e assim for culpada. Ou se o seu pecado no qual pecou, lhe for notificado, então trará por sua oferta uma cabra fêmea sem mancha pelo seu pecado que pecou (Lv 4.27-28). O pecado destas pessoas (ou coletivamente) acima mencionadas era arguido de acordo com aquilo que regulamentava a lei divina. Esse pecado sendo arguido assim desta forma indicava no pensamento de Deus, que cada criatura deveria receber aquilo que merecia. Mas ninguém ficava sem castigo. Algumas passagens das Escrituras tornarão este ponto mais claro. Nos elementos doutrinários do Senhor Jesus ele afirmou: Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. (Mt 10.15). A passagem de Lucas 12.47,48. Onde se diz: E o servo que soube a vontade do seu Senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá... Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 18 - LIÇÃO 3 11. A CULPA E O JUÍZO DO PECADO No dia em que dela comeres certamente morreras (Gn. 2.17). O salário do pecado é a morte (Rm. 6.23). A Pecaminosidade de Toda a Raça Humana A Bíblia faz varias declarações a respeito da universalidade do pecado. Vejamos alguns exemplos do Antigo Testamento: não há homem que não peque (1 Rs 8.46), porque à tua vista não há justo nenhum vivente (Sl 143.2), quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado? No Novo Testamento, este ensino é bastante enfatizado pelos apóstolos: Não há um justo, nenhum sequer, não há quem faça o bem, nenhum sequer (Rm 3.10-12), pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23), Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós (1 Jo 1.8). A imputação do pecado. Imputar o pecado significa atribuir a alguém alguma falta ou transgressão, ou seja, creditar na conta de alguém. A Bíblia diz que o pecado de Adão foi imputado a seus descendentes. Por isso, as Escrituras encerram todos debaixo do pecado, todos pecaram (Rm 5.12-21). A culpa do pecado. Logo após Adão e Eva terem pecado, a Bíblia diz que seus olhos foram abertos, ou seja, tiveram consciência de suas culpas: então foram abertos os olhos de ambos, e conhecerem que estavam nus (Gn 3.7). A culpa é convicção na consciência, pela violação voluntária da Lei. O transgressor é conscientizado pela consciência ou pela Lei que o seu ato exige expiação. A serpente disse a Eva que, se ele e seu marido comessem do fruto proibido, seus olhos se abririam e seriam como Deus, sabendo o bem o mal (Gn 3.5). Porém, ao invés de sentirem-se como Deus, experimentaram um tremendo sentimento de culpa. Perderam a comunhão com Deus e logo a seguir, iniciou-se o terrível conflito entre a carne e o espírito (Rm 7.14-24). O juízo contra o pecado. Trata-se da penalidade ou punição do pecado. A punição do pecado é inevitável (Êx 20.5), ele representa um débito do pecador para com Deus que deve ser irremediavelmente quitado. O preço estipulado para o pagamento desta dívida é muito alto: O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Levando em conta o que a Bíblia diz sobre a justiça e santidade de Deus, o pecado deverá ser punido com rigor. A lei exige a punição do pecado e do pecador: A cada um retribuis segundo as suas obras (Sl 62.12). A penalidade do pecado visa a vindicação da justiça divina, isto é, Deus requer juízo contra o pecado. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 19 - 12. OS GEMIDOS CAUSADOS PELO PECADO Nesta seção do presente capítulo, estudaremos quantos gemidos foram impostos nas coisas e nos seres por causa do pecado, todas estas entidades esperam de Deus que, um dia o mal terminee venha sobre todos nos um estado de retidão, justiça e equidade. Coisa estas, que somente atuarão em grau de perfeição suprema, onde existir a completa ausência do pecado. 1. O gemido da Terra A terra geme e pranteia, o Líbano se envergonha e se murcha, Saron se tornou como um deserto, e Basã e Carmelo foram sacudidos (Is 33.9). Na Bíblia encontramos – um livro de aspecto tristonho [onde as tribos de Israel começam a se destruir a si mesmas – Juízes]. Um capítulo tristonho, onde não encontramos nenhuma palavra de otimismo [Sl 88]. E no presente texto o versículo mais tristonho da Bíblia, Convém observar que, não estamos falando aqui de partes tristes da Bíblia, porque a bíblia foi escrita para debelar toda e qualquer tristeza, embora tenha (...a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende...) (2 Co 7.10), e sim, de partes que em si mesmas, descrevem coisas com aspectos tristonhos. Quando analisamos o contexto antes e depois, três destas partes da Bíblia nos leva a descobrirmos que este aspecto de tristeza encontrado em ambos, tem uma só origem: A causa do pecado. Este gemido da terra começou desde o dia quando ela foi amaldiçoada por causa do pecado. Ela então passou a gemer e a prantear. 2. O gemido da Criação Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora (Rm 8.22). O gemido da criação é um gemido doloroso. Numa Era futura que será o Milênio, Deus libertará sua criação da escravidão que o pecado lhe impõe, conforme é descrito pelo profeta Isaías em 11.6-9, que diz: E morará o lobo com o cordeiro e o leopardo com o cabrito se deitará e o bezerro o filho de leão e a ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão e o leão comerá palha com o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca do áspide, e o já desmamado meterá a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Outros profetas descrevem também esse tempo quando Deus removerá a maldição da terra e da criação inteira em termos de grande amor. 3. O gemido da Igreja E não só ela [a criação], mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo (Rm 8.23). Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida (Co 5.4). O gemido constante de cada crente e por extensão de toda a Igreja, é esperado o momento da redenção do nosso corpo, conforme está declarado por Paulo no texto em foco, que temos aqui nesta seção. Enquanto estivermos aqui neste mundo estamos a perigo, porque ainda não alcançamos a redenção do nosso corpo, mas somente a redenção das nossas almas. Todos nós gememos esperando aquele grande dia, quando ao lado de Cristo nas nuvens cantaremos o hino triunfal, seguido do grande brado que Paulo apenas escreveu na introdução, quando disse: Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, que isto que é mortal se revista da imortalidade. E quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória (1 Co 15.53-54). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 20 - 4. O gemido do Espírito Santo E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas, porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O termo derivado dos vocábulos gregos para [para o lado de], e kaleo [chamar, convocar], dando o sentido geral de alguém chamado para ajudar ao lado do outrem. Passou para o Novo Testamento, para representar a pessoa do Espírito Santo em relação a sua missão consoladora e ajudadora da Igreja. A palavra traduzida por ajuda é extremamente significativa. É formada por três palavras gregas – duas preposições e uma raiz verbal que quer dizer segurar. Nesse caso, o gemido do Espírito Santo é causado por causa da Igreja. Em alguns momentos de provações em que o pecado tão de perto nos rodeia, podemos ver alguém ao nosso lado e até pensamos, mesmo por uma questão de temor e respeito, que este alguém seja o Pai ou o Filho, ou até mesmo um anjo da corte celestial, sem lembrarmos que é o Espírito Santo que está ao nosso lado, gemendo com gemidos inexprimíveis, ajudando-nos em nossas fraquezas. O gemido do Espírito Santo em nós e por nós é como se fosse um grito de alerta dizendo: Vigiai e orai, para que não entreis em tentações, o espírito [o nosso] na verdade está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41). E, é por causa dessa fraqueza que o Espírito Santo, intercede por nós diante de Deus e diante de Jesus noite e dia por sua Igreja. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 21 - 13. QUEM PECA O CORPO, A ALMA, OU O ESPÍRITO? Quem peca o Corpo, a Alma, ou o Espírito? Por conseguinte, o pecado afetou em cheio a constituição completa do homem: Corpo, Alma e Espírito. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso [espírito], e [alma], e [corpo], sejam plenamente conservados Irrepreensíveis, para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Ts. 5.23). Há o Pecado da CARNE Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pelo pecado, Deus enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou [o pecado na carne] (Rm 8.3). O apóstolo faz neste texto, alusão ao sombrio poder do pecado, a ponto de enfermar a própria lei e, não somente isso, mas de enfermar também o próprio Filho de Deus, Jesus nosso Senhor (Is 53.10). E por meio do corpo de Cristo condenou o pecado na sua própria carne – carne de Cristo, pois somente assim seu aguilhão mortal, que era a própria morte, fora banido. Cristo, portanto cruzou a linha da morte e foi atingido por seu aguilhão – a morte. Pedro diz que Cristo, ...padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus... (1 Pe 3.18). O pecado tinha atingido a toda criatura: Porque todos pecaram..., afirma o apóstolo Paulo e Isaías 1.6, diz que o pecado afetou o homem: ...desde a planta do pé até a cabeça.... Em Gálatas 5.19-21, Paulo descreve as obras [pecados] da carne, em oposição aquelas qualidades morais que fazem parte do fruto do Espírito dizendo: Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: Depois vem a conclusão: ... e coisas semelhantes a estas.... Quando abrimos um dicionário correspondente à língua em que a Bíblia está escrita, nos assombramos com a significação destas palavras descritas aqui nesta seção, elas são usadas somente no campo da destruição, seja moral ou espiritual. Seu sentido somente aponta para o mundo mal. O que é inverso ao Fruto do Espírito que vem logo a seguir: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, somente apontam para o campo do bem. Muitas doenças e moléstias são de fatos causados pelo pecado, existem outras doenças e males que são provas de Deus e outras fazem parte do curso natural da vida. Idolatria, Dissensões, Feitiçaria, Heresias, Inimizades, Invejas, Porfias, Homicídios, Emulações, Bebedices Iras, Glutonarias. Pelejas,Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 22 - Há o Pecado da ALMA Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha: [a alma que pecar, essa morrerá] (Ez 18.4). De acordo com os ensinamentos de Jesus quando em relação ao coração do homem, e este tomado como sinônimo da alma torna-se ponto pacífico o que declara o Mestre em Mc 7.21-22, que diz: Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os frutos do mau, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro (da alma) e contaminam o homem. Há Pecado do ESPÍRITO Ora amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia... [do espírito], aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Co 7.1). Muitos teólogos procuram separar através de estudos e interpretações paralelas, o pecado do espírito. Afirmando que o pecado quando praticado, somente atinge o corpo e a alma: mas isso não se coaduna com a tese e argumento principal das Escrituras. Por exemplo; se o homem permitir que o orgulho o domine ele tem um: Há, portanto, o pecado do corpo, da alma e do espírito, por cuja razão é exigida a santificação de ambos num contexto geral, quando diz: ...todo o vosso [espírito], e [alma], e [corpo], sejam plenamente conservados Irrepreensíveis, para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo... (1 Ts. 5.23). Espírito altivo (Pv 16.18); Um espírito perverso (Is 19.14): Um espírito rebelde (Sl 106.33); Um espírito impaciente (Pv 14.29); Um espírito perturbado (Gn 41.18); Um espírito de inveja (Nm 5.14), Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 23 - 14. A ORIGEM DA TENTAÇÃO O que é Tentação? 1. Conceito. Tentação é ato ou efeito de tentar, disposição de animo para a prática de coisas diferentes ou censuráveis. Biblicamente podemos dizer que é o conveniente ao pecado. 2. O significado na epístola. Em Tiago, tentações têm o significado de perseguições, lutas e provações pelas quais o crente pode passar. A tentação tem três origens ou fontes: 1. Da parte da carne. a) Tentação humana. A Bíblia nos diz que: não veio sobre vós tentação, senão humana (1 Co 10.13. Neste texto, podemos entender que tentação humana quer dizer a que é própria da natureza carnal do homem (ver Rm 7.5-8; Gl 5.13,19). Ela tem seu aspecto mal, pernicioso, incitador ao pecado. b) O significado da carne. A carne é o centro dos desejos pecaminosos (Rm 13.14; Gl 5.16,24), dela vem o pecado e suas paixões (Rm 7.5; Gl 5.17-21), na carne não habita coisa boa (Rm 7.18). Devemos salientar que o termo carne aqui, não se refere ao corpo, que não tem nada de mal em si mesmo, mas à natureza carnal herdada de nossos pais. O corpo do crente é templo do Espírito santo (1 Co 6.19,20). 2. Da parte do mundo. O mundo como fonte de tentação, não é o mundo físico criado por Deus. O Dicionário da Bíblia de Davis diz que a palavra mundo emprega-se frequentemente para designar os seus habitantes, como em Sl 9.8, Is 13.11 e Jó 3.16. O Dicionário teológico referindo-se ao mundo, diz que: No campo da teologia, é o sistema que se opõe de forma persistente e sistemática ao Reino de Deus. João exorta a que não amemos o mundo, nem o que no mundo há. Porque tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não é do Pai mas do mundo (1 Jo 2.15,16). Tudo isso é fonte de tentação. 3. Da parte do Diabo. É a fonte mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo. a) Jesus foi tentado. É a fonte mais terrível e avassaladora da tentação. Dela não escapou nem mesmo nosso Senhor Jesus Cristo. Após o batismo em água, ele foi conduzido pelo Espírito para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1; Mc 1.13; Lc 4.2). Foi o único que não caiu em pecado (Hb 4.15). b) Homens de Deus foram tentados. Homens de Deus, do porte de Abraão, Sansão, Davi, e tantos outros, foram tentados pelo Adversário (Satanás) a fazerem o que não era da vontade de Deus, com sérios prejuízos para suas vidas. c) Os homens comuns são tentados. Os homens são tentados a praticar toda espécie de males, crimes, violência, estupros, brigas, ciúmes, guerras, mentiras, calúnias, roubos, etc. d) Os crentes são tentados. Até os crentes em Jesus são vítimas da ação do maligno, quando causam prejuízos à Igreja do Senhor, com escândalos, calúnias, invejas, divisões, rebeliões, busca pelo poder, politicagem religiosa, e tantas outras coisas ruins. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 24 - 15. COMO VENCER A TENTAÇÃO Sete Passos Para A Vitória na Tentação 1. Saber utilizar a Palavra de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo quando foi tentado, não deu chance ao Diabo para conversar muito com Ele. A cada insinuação do maligno, ele usava a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Ef 6.17b), dizendo: Está escrito... (Mt 4.4,7, 10). Por isso é preciso ler a Bíblia, para usar a Palavra na hora certa. 2. Através da oração Jesus nos mandou orar sem cessar para não cairmos em tentação (Lc 22.40; 1 Ts 5.17). A maioria dos crentes hoje não ora. Certo pregador disse: O Diabo ri da nossa sabedoria, zomba das nossas pregações, mas treme diante de nossas orações. 3. Através da vigilância Jesus enfatizou a importância da vigilância para não cairmos em tentação (Mt 26.41). . Através da disciplina pessoal Falando sobre o atleta cristão, Paulo diz que aquele que luta de tudo se abstém (1 Co 9.25). Em seguida, afirma: Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado (1Co 9.27). Muitos caem, por exemplo, na tentação do sexo porque não sabem controlar seus instintos. 5. Resistindo ao Diabo O inimigo sabe qual é o ponto fraco de cada crente mas, com determinação e resistência, no Espírito, é possível ser vitorioso (1 Pd 5.8,9; Tg 5.17). José hebreu, mesmo pagando terrível preço, não se deixou vencer pelo pecado do adultério. Foi vencedor e exaltado por Deus. 6. Buscando a santificação É preciso que o crente viva, separação integral para Deus (Hb 12.14; 1 Pd 1.15). 7. Ocupando a mente com as coisas espirituais Isso se consegue através da oração, jejum, estudo da Bíblia e leitura de bons livros. Servindo, evangelizando, louvando participando da obra do Senhor, santificando a mente, a vida e o corpo (1 Ts 4.3-7). A tentação, no seu sentido mais comum, é um processo terrível da parte do homem, do mundo e do Diabo. Cuja finalidade é destruir a fé, a santidade, a comunhão com Deus, levando o crente a pecar. Para vencer, é preciso fazer como Jesus, que usou a Espada do Espírito – a Palavra. É preciso usar as armas que Deus colocou à disposição de Seus servos. Em Cristo, somos mais que vencedores (Rm 8.37). Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 25 - LIÇÃO 4 16. A CLASSIFICAÇÃO DO PECADO Os Nomes e Graus de Pecados Não queremos classificar vários tipos de pecados, no sentido de mais ou menos rigorosos. Isso é feito do ponto de vista social e também alguns ensinos teológicos alienados de Deus, têm procurado de alguma maneira amenizar a natureza maligna do pecado com suas interpretações e sim, do ponto de vista bíblico teológico ou sistematizado. Pois do ponto de vista divino de observação toda iniquidade é pecado. Mas devemos também ter em mente que as Escrituras reconhecem a existência de diferentes graus de culpa. A Bíblia também reconhece vários graus de sofrimento,de acordo com as obras que cada um praticou (Ez 32.17). Ela reconhece a diferença entre a culpa de pecados cometidos devido à ignorância e os praticados à plena luz da consciência. Neste sentido o grau de culpa corresponde ao grau de conhecimento que a pessoa tem. O pecado de Adão foi grande: o que para nós hoje seria pequeno? Comer apenas um fruto, não seria quebrantar todos os mandamentos de Deus escritos no Decálogo. Entretanto, aqui existe a diferença entre Um Ato isolado e Uma Atitude deliberada. No seu caso, portanto, foi uma atitude de transgressão [ir além do limite] da ordem que recebera do Criador. Adão recebera apenas uma ordem por parte de Deus e a transgrediu mesmo sem ser enganado: cedeu de olhos abertos e por isso caiu em transgressão (1 Tm 2.14). Atos e Atitudes De acordo com os rabinos, as Escrituras descrevem cerca de 374 atos ou atitudes em que uma pessoa pode vir a transgredir a lei divina. Torna-se impossível, portanto, mencioná-los todos aqui neste argumento, mas, contudo procuraremos mostrar pelo menos aqueles que ficaram mais conhecidos por sua agressividade a moral conservadora e a santidade divina. Pecado contra o Espírito Santo Existem certos ensinamentos que descrevem o que viria a ser pecado contra o Espírito Santo. Seis pecados em geral, foram enumerados pelos teólogos da Era Medieval, que podem ser considerados [por eles] de modo especial, contra o Espírito Santo. Embora se diferencie do pecado que Jesus Cristo descreveu como sendo contra o Espírito Santo. Os seis pecados são os seguintes: Desesperar da própria salvação, confiar presunçosamente na misericórdia de Deus, atacar as verdades aceitas pela Igreja, invejar o bem espiritual dos outros, permanecer, obstinadamente em estado mortal. E, por fim, a impenitência final. Estes seis pecados segundo os teólogos medievais endurecem o pecador contra o auxilio do Espírito Santo e torna difícil o arrependimento. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 26 - 17. A QUEDA ORIGINAL E AS OPINIÕES DOS ESTUDIOSOS Como foi a queda original Quais são as opiniões dos estudiosos Varias Teorias Sobre a Queda Existem várias teorias e interpretações diversificadas oferecidas no tocante a queda do homem e de sua esposa. Algumas dessas teorias são oferecidas tanto pelos teólogos como por filósofos de todos os tempos. Com efeito, porém, as que mais se destacaram foram estas que iremos mencioná-las a seguir. Santo Agostinho e outros estudiosos das Escrituras de seus dias, relatam que já em seus tempos havia três opiniões diferentes dobre Gênesis 2, no que diz respeito ao Paraíso que Deus criara para habitação do primeiro casal. Dizendo que alguns tomavam o Paraíso em sentido literal, conforme é descrito ali sem nenhuma outra interpretação espiritual ou fantasiosa. Outros, em sentido espiritual, com aplicação alérgica e um terceiro grupo, o concebia em sentido literal, porém com sentido simbólico. Santo Agostinho, por exemplo, tornou-se seguidor dessa terceira opinião. Interpretação Literal Em Gênesis 2.8-14, fala do surgimento do jardim do Éden nos seguintes termos: E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista, e boa para comida e a árvore da vida no meio do jardim e a árvore da ciência do bem e do mal. E saia um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia e se tornava em quatro braços. O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro dessa terra é bom, ali há o bdelio, e a pedra sardônica. E o nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia a terra de Cusí. E o nome do terceiro é Tigre: este é o que vai para a banda do oriente da Assíria. E o quarto é Eufrates. Dado a localização geográfica nos tempos modernos dos rios, cujas nascentes procediam na antiguidade no jardim do Éden, reforça em muito a interpretação literal com relação ao jardim que serviu como primeiro lar de Adão e de sua esposa. Interpretação Alegórica A interpretação puramente alegórica ou simbólica vê na queda, a imagem de certas experiências psicológicas ou morais universalmente humanas, não próprias, portanto, do estado original do homem é nesse sentido que para muitos, a narrativa da queda é um mito. Conforme Gunkel e outros, se trata da passagem do individuo humano do estado de inocência, que caracteriza sua infância inconsciente e despreocupada, para o estado adulto, caracterizando pelo conhecimento do sexo e pela consciência da falibilidade humana. Conforme essa explicação, porém, não haveria nenhuma queda, mas tratar-se-ia do desenvolvimento normal, natural e necessário do homem, além disso Gênesis 2.19-23 mostram que para o autor o primeiro homem antes da queda, não era de modo nenhum uma criança. Outros colocam o sentido da narrativa da queda no plano religioso, a saber, na descoberta do homem de estar separado de Deus, pela sua própria vontade. Mas a caracterização de Abel Enoque e Noé como justos, evidência que, segundo o autor nem todos os homens tem pecado pessoal, o que essa explicação supõe; se para o hagiógrafo Abel e Noé sofreram as consequências da queda (a morte), então isso deve ser porque ele considera a queda como um fato não puramente individual, mas coletivo, tendo consequência também para quem nela não teve culpa pessoal. Outros ainda vêem na queda um fenômeno social, ao desenvolvimento da cultura material. Mas Gênesis 4.19-22 exclui que em Gênesis 3 o autor tenha pensado no progresso material do homem. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 27 - No Pensamento Judaico O pensamento puramente judaico é o que o hagiógrafo considerou a queda como um fato não apenas psicológico ou moral, mas também histórico. Segue claramente do caráter etnológico de sua narrativa: ele pretende dar uma explicação da triste sorte do homem, da sua luta penosa pela existência, do estado submisso da mulher, das dores do parto e, finalmente da morte. Como está convencido de que Deus criou tudo bom (Gênesis 2; 1.31), deve ser havido, entre o inicio tão feliz e atualidade tão sombria, uma causa de todo o mal e, como o mal abrange todos os homens, é preciso colocar essa causa no principio da historia da humanidade. Esse raciocínio abstrato, porém, tomou no hagiógrafo uma forma concreta em função de sua históriologia genealógica e pela aplicação do principio da retribuição coletiva. Todo povo e todo grupo de população era reduzido a um ancestral, cujo caráter e comportamento determinou a sorte de seus descendentes (Gênesis 4.14; 9.25 16.12; 19.37, etc.). Assim, toda a humanidade descende de um só homem primordial, o homem, cuja queda foi fatal para toda a sua descendência. O hagiógrafo descrevendo a queda pensou realmente nesta descendência, provam-no Gn. 3.15,20. Levando ainda em conta o caráter, a parte polêmica, a parte mitológica e folclórica de elementos como o paraíso, a árvore do conhecimento do bem e do mal, e a serpente. Podemos definir o gênero da narrativa da queda como um mito histórico, isto é, como uma formulação dramática de um fato religioso (não apenas de um ponto de doutrina), neste caso, um fato da história da salvação. Essa dramatização, no estilo daquele tempo, lançou mão de concepções religiosas e historiográficas existentes. Como gênero literário, a narrativa da queda pode ser comparada com a imagem que os profetas esboçam da felicidade dos tempos messiânicos. Esta interpretação que acabamos de expor, está pôr demais distanciada dos ensinamentos restantes das Escrituras, com relação à árvore da ciência do bem e do mal, e da queda do homem ali no Paraíso. A Árvore da Ciência do Bem e do Mal No tocante a issoexistem por parte dos comentadores, muitas opiniões nos seguintes pontos: Tratava-se realmente de uma árvore no sentido literal? Ou foi simplesmente uma figura de retórica que fora usado pelo escritor sagrado, para representar o mal? Seu fruto foi de fato um fruto literal que Adão e Eva comeram e que depois de o terem ingerido, seu poder o teria então transformado-os de santos em pecadores? Estas, e outras perguntas são feitas e por causa delas muitas interpretações têm surgido no campo religioso. Pensando numa Árvore Literal Pensando que tratava de uma árvore literal, muitos gostavam de determinar a sua qualidade. Algumas tradições judaicas estão a favor de uma espécie de vide, outros de uma oliveira ou de uma espiga do tamanho de uma árvore, enquanto que os gregos pensavam numa figueira. E nos autores latinos encontramos opiniões que fosse uma macieira, provavelmente por causa de Cantares de Salomão 8.5. Para outros, o jogo de palavras: malum = o mal e malus = macieira. Tratando-se de uma evolução semântica de pomum, que primeiro significa fruto de árvore em geral, e no latim posterior se tornou à palavra maçã, que se tratava de fato, de uma macieira, cujo fruto seria então uma maçã. Por causa da semelhança existente entre as palavras latinas malum [maçã] e malus [mal], a tradição popular na idade Média, identificou essa árvore como a macieira. Na opinião dos intérpretes escolásticos, a Árvore do bem e do mal foi chamada assim, por causa das consequências resultadas do comer seu fruto. A consequência deste ato foi à expulsão do Paraíso e a condenação a uma vida dura que devia terminar com a morte. Dentro da ortodoxia católica, pode-se admitir que seja simples figura literária para designar uma realidade, isto é, uma proibição divina para nós ainda desconhecida. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 28 - A Árvore do Conhecimento A Árvore da ciência do bem e do mal deve ser entendida como sendo uma árvore literal. Esta árvore aparece em Gênesis 2.8,17; 3.3,5, 6, 11, 12, 13, e nunca mais em nenhuma outra parte da Bíblia, onde se fala da história do pecado ela aparece. Parece que, depois da promessa divina da vinda do Redentor em Gênesis 3.15, ela se secou! Porque a partir daí, somente aparece a árvore da vida. De acordo com as provas evidenciadas demonstradas na criação inteira, que foi literal e não figurativa essa árvore era também uma arvore literal. Seu fruto era um fruto literal. A diferença era que aquela árvore era uma árvore especial como especial era também a árvore da vida. A narrativa não se refere, portanto, ao despertar da consciência ou da inteligência através de um contato sexual de Adão e de sua esposa, como erroneamente tem sido sugerido por alguns. O homem mesmo antes de pecar, já tinha consciência moral das concepções da vida, para sua procriação e que estas, ele as possuía antes do pecado. Existem determinadas substâncias nocivas que, se forem ingeridas pelo homem produzirá sua morte física instantaneamente. Outras substâncias, tais como drogas alucinógenas, bebidas alcoólicas e coisas assim, trarão para o ser humano a perda de comunhão com seu Criador, o que significa morte espiritual no sentido religioso. Estas coisas são coisas materiais, quer dizer, literais no mais rudimentar dos sentidos, entretanto, pode e a experiência tem comprovado que pode provocar todos os males que acima mencionados e muito mais, na vida daqueles que transgredirem a proibições de Deus reveladas na sua Lei e nas palavras de seu Filho Jesus Cristo. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 29 - 18. O PECADO E A REDENÇÃO DO HOMEM Deus Procura o Homem Após o Fracasso Embora criados em estado de perfeita felicidade e em constante contato com Deus, Adão e sua mulher transgrediram a única proibição recebida. O primeiro efeito sensível do pecado foi à revolta das faculdades inferiores que se manifestou pela vergonha de sua nudez e seguiram em desabalada carreira fugindo da santidade divina. Por isso fizeram tangas de folhas de figueira e procuraram esconder-se da presença de Deus. Adão alegou como desculpa o procedimento de Eva que, por sua vez, lançou a responsabilidade sobre a serpente. Mas em todo esse drama, podemos observar o grande cuidado de Deus em procurar o homem e sua mulher, mesmo depois do fracasso. Certamente havia no jardim um lugar de encontro entre Deus e o casal. Agora, quando pela viração do dia, Deus ali chegando não os encontrou como das outras vezes. Adão confessa que de fato ouvira a voz do Criador, mas fugiu com medo por entre as árvores a fim de se esconder (Gn. 3.8). Nos versículos 7-15, vemos o interesse de Deus em salvar o homem com sua mulher ao castigá-los, manifestou Deus sua misericórdia com a promessa de um Redentor. 1. Deus veste o casal O primeiro efeito sensível do pecado foi à revolta das faculdades inferiores que se manifestou pela vergonha de sua nudez. Por isso: ...coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. Aqui, está novamente à presença de Deus manifestando sua misericórdia novamente em relação ao casal que acabaram de perder suas vestes espirituais, por causa do pecado. Agora, novamente há um ato bondoso de Deus em cobrir a nudez do casal conforme está descrito pelo escritor sagrado: E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. Para que isso acontecesse foi necessário que: um cordeiro ou cordeiros fosses morto ali e a morte daquele animal inocente apontava para a morte de Cristo. O Cordeiro de Deus, que por meio de sua expiação cobre toda a nudez espiritual e no sentido moral influi também contra a nudez propositada do ser humano (Ap. 3.17-18). 2. Deus entrega a terra a Adão O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado (Gn. 3.23). Nos versículos 17-19, Deus impõe a Adão e a sua mulher os castigos de suas culpas. Para Eva Deus disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição, com dor terás filhos e o teu desejo será para o teu marido e ele te dominará. E Adão disse: porquanto deste ouvido à voz de tua mulher e comeste da arvore de que te ordenei dizendo. Maldita é a terra por causa de ti, com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinho e cardo te produzirá e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes a terra. Nestes trechos que acabamos de lê, vemos o cuidado por parte de Deus instruindo a Adão e sua mulher a procriação e sua sobrevivência. Isso sem dúvida mostra proteção divina para a vida de ambos com promessas para o futuro. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 30 - 3. Deus dá semente à Eva E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente, esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn. 3. 15). Todos os estudiosos da Bíblia sabem a quem esta promessa de Deus feita à Eva no jardim se refere: é a Cristo. Ele seria, portanto, a semente da mulher que num futuro distante, no calvário, esmagaria A CABEÇA da serpente, que em sentido extenso seria Satanás. Todos pecaram As Escrituras declaram que todos pecaram, isto é, por meio de Adão todos foram atingidos pelo pecado. Mas, elas também declaram que, por meio de Cristo Jesus todos podem ser salvos. Cristo quando veio a este mundo, veio por causa dos homens e quando morreu, morreu em favor de todos os homens. A Bíblia afirma que ele ...morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Co. 5.14), doravante, diz Paulo em 1 Cor. 15.22: Porque, assim como todos morremem adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. A condição imposta por Deus em todo este processo, é somente crê que Jesus Cristo é seu Filho e que ele é o caminho e a verdade e a vida, e que ninguém poderá entrar no céu, a não ser por meio de Jesus Cristo e de sua morte na cruz. Fora disso não existem nem caminho para o céu e nem nome para redenção, Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 31 - 19. ADÃO FOI SALVO ? No tocante a salvação Adão depois de seu fracasso, as Escrituras mostram todas as provas e evidências desse delito, porém, ao mesmo tempo mostram serem elas fracas e insuficientes quando comparadas ao supremo sacrifício de Cristo como propiciação dos pecados. Nesse sacrifício, existe por parte de Deus uma oferta a todos e, a morte de Cristo desde a fundação do mundo deve ter sentido especial. E Deus oferece uma oportunidade para todo aquele que crê no valor expiatório da morte de Cristo. Se Cristo já tinha morrido no eterno querer de Deus desde a fundação do mundo, que antecede a criação de Adão e de sua mulher, esta oferta por parte de Deus já se encontrava em evidência quando o homem pecou. Jesus durante sua vida terrena mostrou o grande perigo de sua rejeição, dizendo: Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados (Jo 8.24). Certamente desde os tempos imemoráveis quando somente existia o Deus Trino e Uno, Cristo já era parte do plano divino na obra da redenção. Em o Novo Testamento, Jesus retratou a vida humana ideal como a vida de comunhão com Deus. Jesus localizava a fonte do pecado no íntimo dos homens. Dessa maneira Jesus aprofundou muito o senso da culpa, o padrão elevadíssimo de sua própria vida tornou-se a medida da obrigação humana, e ao mesmo tempo o critério do julgamento contra o pecado nas três divisões maiores da pessoa humana: espírito, alma e corpo. Mas mostrou que sua redenção é completa para justificar o homem no seu todo dando lhe a promessa da vida presente e da que há de vir. No caso de Adão e de sua mulher não existe exceção por parte de Deus e, existem vários pontos [além dos motivos que citamos neste capítulo] que nos levam a aceitar a redenção de Adão, mesmo que estes não apresentem maiores esclarecimentos no tocante a isto, mas podem ser analisados através do método de dedução, quando estes são visualizados no contexto da misericórdia divina. Analisaremos alguns destes pontos e depois chegaremos uma conclusão dentro do nosso próprio raciocínio. Pressupõe-se em Gn. 3.9-21 o arrependimento e perdão de Adão, ainda que isso não esteja explicito. É certo que algumas observações registradas de Adão e Eva indicam que de início se evadiram da responsabilidade pessoal por terem comido do fruto proibido. Adão lançou a culpa sobre Eva e essa condenou a serpente. Cremos que mediante as medidas disciplinares tomadas pelo Senhor, isso trouxe tristeza segundo Deus ao casal e isso certamente produziu arrependimento para salvação (2 Co 7.10). Um dos pontos importantes que liga Adão à Cristo é a genealogia da humanidade que fora feita por Lucas em seu Evangelho capítulo 3. O de Mateus 1 é puramente judaica – começando por Cristo, passando por Davi e desce até Abraão. Agora, ligaremos a palavra filho de... partindo de Cristo e indo até a Adão – onde se diz que ele é filho de Deus. E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de... Adão e Adão de Deus (Lc 3.23,38). O pecado é a falta de comunhão, Adão perdeu esse elo entre si e Deus quando desobedeceu a sua ordem divina, entretanto, Deus o procurou para lhe mostrar o caminho da cruz de Cristo (Gn 3.15). Cremos que na mente de Adão e de sua mulher, soava constantemente o som das palavras do Criador com respeito a esta promessa, que envolvia a semente da mulher que era Cristo. Então Adão entendeu que, aquela semente era divina, mas que do ponto de vista humana de observação, ela seria cumprida por intermédio dele e de sua mulher, através da sucessão das famílias nas gerações que se seguiam. O que lhe levou evidentemente a procurar orientar seus filhos nos retos caminhos do Senhor (Gn 4.4,26). Então aqui surge a pergunta feita e respondida pela própria Bíblia: Quem do imundo tirará o puro? [é a pergunta]: agora vem a resposta: Ninguém (Jó 14.4). Cristo se humanizou, ligou sua origem humana a origem da humanidade, sua genealogia desce de Maria até Davi e de Davi até Abraão. Mas não para aí, ela segue de Abraão até Adão, onde esse se liga diretamente como filho de Deus. Nesse caso se Adão depois de sua queda, não tivesse alcançado a redenção divina por parte de Deus – com base já no sacrifício de Cristo jamais nosso Senhor viria de tal pessoa, visto que Adão seria imundo e não poderia ligar sua descendência a Cristo que é puro. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 32 - A Bíblia diz em Provérbios 28.13: O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que confessa e deixa alcançará misericórdia. Em Jó 31.33, se declara que Adão a principio encobriu suas transgressões, ocultando o seu delito no seu seio [parafraseado], mas depois as Escrituras revelam – ali mesmo em Gn 3, que quando foi arguido por Deus, Adão confessor que de fato tinha comido do fruto, induzido pela mulher. Nesse sentido ele confessa suas transgressões - e as deixa. Nunca mais ele entraria no jardim para comer novamente daquele fruto proibido abrindo-se assim o caminho do mesmo alcançar misericórdia. A sabedoria do Criador exige que ele não destrua sua obra, o arquiteto não constrói para demolir e o prazer de Deus de acordo com sua natureza e seus princípios eternos, era não ver sua obra destruída sendo lançada para o nada da existência. A Bíblia do começo ao fim, fala do pecado de Adão, mas Jamais falou uma vez se quer em termos reais de sua perdição eterna. Não devemos arranjar uma salvação qualquer para Adão, mas seu caso é diferente do de Judas Iscariotes, que era um filho da perdição e, portanto, devemos olhar seu caso por uma outra ótica embasada na misericórdia daquele que o criou. Adão era uma figura daquele que havia de vir. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir (Rm 5.14). Em 1 Cor 15.45-49, Paulo faz uma comparação entre Adão e Cristo, dizendo: Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente: o último Adão [Cristo] em espírito vivificante. Mas não é o primeiro o espiritual, senão o animal depois o espiritual. O primeiro homem da terra é terreno, o segundo homem [Cristo]. É Senhor do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos e qual o celestial, tais também os celestiais. E assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial. Ora, jamais o Espírito Santo inspiraria a Paulo para tal ilustração entre Cristo e Adão se este tivesse permanecido na perdição eterna, sem retorno à misericórdia de Deus. Como seria então permitido se dizer: Adão... é a figura daquele que havia de vir, isto é, Cristo. Um casamento perfeito. Quando Jesus foi arguido pelos fariseus com relação ao divorcio, ele toma como exemplo de união perfeita, Adão e sua mulher, dizendo: Não tendes lido que aquele que os fez [Adão e Eva] no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão numa só carne? (Mt 19.4-5). Estas palavras de Jesus nos levam a entender que, no lar de Adão e sua esposa mesmo depois da queda de ambos, continuou o temor seguido pela adoração. Lemos logo a seguir que Abel era temente a Deus, e que Enos netode Adão, começou a invocar o nome do Senhor (Gn 4.26). Isso não podia acontecer por acaso, mas certamente foi por meio da orientação de Adão e de sua esposa. Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 33 - 20. EVA FOI SALVA ? Esta é outra pergunta que se encontra ligada diretamente ao mesmo procedimento de Adão. Em 1 Tm 2.13-15, Paulo liga a palavra salvação em relação à Eva, quando diz: Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos.... Quando analisamos o pensamento de Paulo aqui num cômputo geral, podemos deduzir que a salvação de Eva, dependia de sua posteridade através da qual viria a semente prometida em Gênesis 3.15, que seria o Cristo. ... Nascido de mulher, nascido sob a lei (Gl 4.4). Quando Caim nasceu, Eva até pensou que fosse aquela semente que esmagaria a cabeça da serpente, dizendo: Alcancei do Senhor um varão (Gn 4.1). Mas tal não foi a sua surpresa: Caim não era a semente prometida, porque Caim ...era do maligno (1 Jo 3.12) e foi também esmagado pela serpente. Então Eva transferiu a sua atenção para seu segundo filho Abel. Mas foi morto por seu irmão. E quando nasceu Sete, que quer dizer compensação ou renovo, que também significa um dos nomes de Cristo, Eva bradou dizendo: ...Deus me deu outra semente em lugar de Abel, porquanto Caim o matou (Gn 4.25). Evidentemente dali de Sete, partiram as famílias adâmicas até Noé, onde essas famílias são destruídas pelo Dilúvio a através dos três filhos de Noé [Sem, Cão e Jafé], têm novamente uma expansão das famílias na face de toda a Terra. Depois Deus elege a Abraão descendente de Noé, por meio de Sem, como família escolhida para sua adoração e que através da mesma, viesse o Cristo, que seria a semente da mulher. A promessa do nascimento de Cristo envolveria duas mulheres a primeira seria Eva, como mãe da humanidade, a segunda seria Maria, como mãe do Salvador da humanidade. Eva quer dizer a mãe da vida, seria a mãe de Cristo que é a vida por extensão, enquanto que Maria seria sua mãe biológica no sentido mais literal do termo. Nesse caso, a redenção de Eva seria assegurada devido à extensão da promessa de Deus em relação a seu Filho (Gn 3.15; Lc 1 28,30,42,48; 1 Tm 2.14-15). A guia de esclarecimento, queremos informar ao leitor que, no presente argumento não procuramos isentar Adão e sua esposa da culpa do pecado. Apenas mostramos como Deus agiu depois do pecado e queda do homem ali no jardim. Não pode existir justificação fora do sacrifício de Cristo que morreu na cruz com esta [e para] finalidade. Com efeito, porém devemos ter em mente que, Cristo já tinha se oferecido a Deus como propiciação dos pecados da humanidade. E Deus através de Cristo sempre perdoou e ofereceu o seu perdão à todo aquele que nele crê (Jo 3.16). Cristo é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Amém ! Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 34 - Bibliografia BAP – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD. Bíblia de Estudo Anotada, MUNDO CRISTÃO. Bíblia de Estudo Tohmpson, VIDA. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD. Bíblia de Tradução Almeida, Revista e Corrigida, CPAD. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Myer Pearlan, VIDA. Noções do Grego Bíblico, Lourenço Stelio Rega, VIDA NOVA Dicionário da Língua Portuguesa, FÊNIX. Comentário Bíblico, Elienai Cabral, CPAD Comentário Bíblico, Elienaldo Renovato de Lima, CPAD. O Pecado sua Origem e Manifestação, Silva Severino Pedro da. Esboço de Hamartiologia, Josiel Saraiva Lima, FAESP. ATENÇÃO! Fica proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem prévia autorização por escrito do autor. Todos os direitos reservados, protegidos pela LEI 5088 de 14 de Dezembro de 1973. – O Autor – Josiel Saraiva Lima Formado Bacharel em Teologia Pela FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 35 - Prova de Hamartiologia Nome Legível Aluno (a):......................................................................................................Data........../............../................ Marque com um X na alternativa correta 1. O que significa o termo “Hamartiologia”? Vem do latim e significa “Perdão” Vem do hebraico e significa “Expiação” Vem do grego e significa “Doutrina da Salvação” Vem do grego e significa “Doutrina do Pecado” Hamartiologia significa “O Pecado Original” 2. Quais são os “sete” pecados capitais? Orgulho, Avareza, Luxúria, Ira, Gula, Inveja e Preguiça Orgulho, Homicídio, Idolatria, Mentira, Inveja, Soberba e Ira Orgulho, Mentira, Soberba, Desobediência, Desordem, Idolatria Desobediência, Soberba e Mentira O pecado capital foi à soberba de Lúcifer 3. Quais são as “sete pagas” ocasionadas pelo pecado? Dor, Sujeição, Maldição, Tristeza, Espinhos, Suor e a Morte Morte, Maldição, Tristeza, Miséria, Pobreza, Sofrimento e Doença Morte, Dor, Sofrimento, Maldição, Condenação, Suor e Doença Morte Física, Morte Espiritual e Morte Eterna O pecado não trouxe pragas, mas somente a condenação 4. Quais são as três fontes da Tentação? A carne, o mundo e o pecado A carne, o mundo e o diabo A carne, a concupiscência, e o diabo Satanás, o mundo e a concupiscência A concupiscência gera o pecado e o pecado gera a morte 5. Adão e Eva foram Salvos? Sim Não. Observação: Só existe uma alternativa correta em cada questão, e cada questão vale 1 Ponto. Registro Nº.............................................. Professor.................................................................................