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Expressão Plástica
GRUPO SER EDUCACIONAL
EXPRESSÃO 
PLÁSTICA
(Expressão Plástica 
e Gráfica)
ORGANIZADORES DAIANY BELIZÁRIO; INARA PAGNUSSAT CAMARA
gente criando futuro
EXPRESSÃO PLÁSTICA
ORGANIZADORES DAIANY BELIZÁRIO; INARA PAGNUSSAT CAMARA
Expressão plástica é um livro direcionado para estudantes dos cursos de 
arquietura. 
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo sobre formas, 
espaço, ordem, cores e indivíduo.
Após a leitura da obra, o leitor vai entender os princípios e os conceitos dos 
elementos primários; compreender o espaço e seus elementos; aprender 
como ocorre a transformação da forma por meio de adição, subtração ou 
manipulação; conhecer os principais tipos de texturas e como elas podem 
ser representadas tonalmente; analisar a combinação dos principais tipos 
de hachuras, formando texturas de materiais; pensar a relação do homem 
com o espaço que habita; reconhecer os tipos de vedação de volumes; apri-
morar o conhecimento sobre a composição das formas; diferenciar a 
sombra própria da sombra projetada; descobrir como se con�gura um 
projeto com múltiplas perspectivas, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
I SBN 9786555580969
9 786555 580969 >
EXPRESSÃO 
PLÁSTICA 
(Expressão 
Gráfica e 
Plástica)
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Belizário, Daiany.
 Expressão plástica / Daiany Belizário; Inara Pagnussat Camara. – São Paulo: Cengage, 
2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580969
 1. Arquitetura. 2. Desenho. 3. Desenho técnico. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Daiany Xavier Belizário
Arquiteta e Urbanista, Designer de Interiores e pós-graduada em Docência no Ensino Superior.
Inara Pagnussat Camara
Arquiteta e Urbanista graduada pela Universidade de Passo Fundo - UPF. Especialista em Arquitetura 
Comercial pela IMED - Faculdade Meridional; Metodologia de Ensino na Educação Superior na 
UNINTER e; Saúde e Segurança do Trabalho. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela IMED - Faculdade 
Meridional. Estudante de PhD em Urbanismo, pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa, Portugal (2019-
2022). Professora pela UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina para o curso de Bacharelado 
em Arquitetura e Urbanismo nas disciplinas de projeto arquitetônico, projeto e planejamento urbano, 
projeto de interiores, entre outras. Pesquisadora na área de Planejamento urbano, paisagem urbana, 
qualidade dos espaços públicos, morfologia urbana, turismo e paisagem cultural.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Forma, espaço e ordem .............................................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Elementos primários .......................................................................................................................... 11
2 Forma .................................................................................................................................................13
3 Conceito de Espaço ............................................................................................................................ 18
4 Qualidade do espaço na arquitetura ................................................................................................. 23
5 Ordem ................................................................................................................................................25
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................29
UNIDADE 2 - Espaço e forma..........................................................................................................31
Introdução.............................................................................................................................................32
1 Movimento ........................................................................................................................................33
2 Formas que traduzem movimento ..................................................................................................... 33
3 Forma .................................................................................................................................................37
4 Texturas ..............................................................................................................................................40
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................46
UNIDADE 3 - Cor e indivíduo ..........................................................................................................47
Introdução.............................................................................................................................................48
1 Conceito de cor .................................................................................................................................. 49
2 Psicologia das cores ........................................................................................................................... 51
3 Cor e forma na arquitetura ................................................................................................................ 54
4 A arquitetura e o indivíduo ................................................................................................................ 55
5 Estruturas e vedações de volumes .....................................................................................................57
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................63
UNIDADE 4 - O universo das formas ...............................................................................................65
Introdução.............................................................................................................................................66
1 O formato e a trama .......................................................................................................................... 67
2 Luz e sombra ...................................................................................................................................... 73
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................78
O livro Expressão plástica traz ao leitor, além de informações básicas da área, o 
conteúdo parcialmente descrito a seguir em suas quatro unidades.
Em linhas gerais, a primeira unidade, Forma, espaço e ordem, trata dos conceitos 
de ponto, reta, plano, volume, a influência da luz, das cores, das texturas e das matérias 
segundo a concepção da arquitetura. 
A segunda unidade, Espaço e forma, aborda o arranjo e a organização das formas 
e dos espaços que são representados graficamente, promovendo intervenções, 
sugerindo respostas e comunicando significados. 
A terceira unidade, Cor e indivíduo, elucida o conceito de cor, sua aplicação nas 
formas e as questões subjetivas que a envolvem na arquitetura, além da relação entre 
o espaço e o uso adequado. 
Concluindo a obra, a quarta e última unidade, O universo das formas, informa 
o leitor quanto ao formato, que pode gerar perfis característicos das formas e dos 
desenhos, mostrando como se configuram de forma volumétrica. A unidade explica que 
é pela rotação e translação das figuras simples que é possível reconhecer, identificar e 
caracterizar figuras e formas particulares. 
Esta é apenas uma pequena amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do 
livro. 
Agora é com você! Sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Forma, espaço e ordem
Olá,
Você está na unidade Forma, espaço e ordem. Conheça aqui os conceitos de ponto, reta, 
plano e volume, assim como a influência da luz, das cores, das texturas e das matérias 
segundo a concepção da arquitetura, compreendendo os espaços bi e tridimensional. 
Entenda os conceitos de forma, espaço, e ordem, bem como a sua aplicação na arquitetura.
Aprenda ainda a importância de conhecer as diversas possibilidades que a Expressão 
Plástica abrange e que fornecem ao arquiteto uma compreensão maior do seu campo de 
atuação.
Bons estudos!
Introdução
11
1 ELEMENTOS PRIMÁRIOS
Esta unidade apresentará os elementos primários da Forma, explicando o conceito de cada 
um deles e contextualizando-os dentro do contexto arquitetônico, visando contribuir para o 
enriquecimento da formação do profissional da área de arquitetura.
O entendimento desta disciplina se faz necessário para que o estudante disponha de 
ferramentas e saiba utilizá-las em sua vida profissional da melhor maneira possível. O estudante 
aprenderá sobre as formas, cores, texturas e os materiais com os quais é possível trabalhar no 
âmbito profissional para além do básico. De acordo com Paul Klee (1961 apud CHING, 2002, p.1):
Toda forma pictórica começa com o ponto que se desloca em movimento [...]. O ponto se move 
[...] e a reta nasce – a primeira dimensão. Se a reta se desloca para a forma um plano, obtemos um 
elemento bidimensional. No movimento do plano para espaços, o encontro de planos do surgimento 
ao corpo (tridimensional) [...]. Uma síntese de energias cinéticas que movem o ponto convertendo-o 
em reta, a reta convertendo-o em plano e o plano convertendo-o em uma dimensão espacial.
Figura 1 - Croqui 
Fonte: Svjatoslav Andreichyn, shutterstock, 2020
#PraCegoVer: na imagem aparece um croqui de uma edificação em plano elevado, com linhas 
predominantemente retas e fachada de vidro.
1.1 Ponto
Indica uma posição no espaço, é estático, sem comprimento, largura ou profundidade, é 
centralizado e sem direção. Teoricamente, não possui uma forma ou um formato até que seja 
inserido em um campo visual central – organizando os elementos ao seu entorno, ou deslocado 
– criando uma tensão visual com seu campo.
Como um ponto não tem dimensão para marcar uma posição no espaço, é preciso projetá-lo 
na vertical, onde sua vista em plano é um ponto. Sendo assim, ele conserva a sua característica 
visual. Torres, obeliscos e colunas são exemplos dentro da arquitetura. 
12
1.2 Reta
Transladando um ponto se tem uma reta que não possui largura nem profundidade, porém 
tem comprimento. A reta visualmente exprime movimento, direção e desenvolvimento, sendo 
de suma importância na formação de uma estrutura visual. Sendo que esta pode ser afeta pela 
direção da reta, onde na vertical traz equilíbrio e na horizontal estabilidade.
Na arquitetura nem sempre será um elemento visível, a reta pode ser representa por exemplo 
por um eixo entre dois pontos, onde os elementos são simetricamente colocados ao longo de seu 
percurso, sendo a reta uma “linha” imaginaria ligando dois pontos.
1.3 Plano
Ao transladar uma reta que não seja em torno de seu próprio eixo, cria-se um plano dotado 
comprimento, largura, formato, orientação, posição e superfície, não contendo profundidade. O 
plano, portanto, é muito importante na arquitetura, pois define os limites de um volume. Esse 
elemento é dividido genericamente em três tipo: plano de base, plano das paredes e plano superior.
Plano de base
Este se subdivide em plano de solo – que é a superfície em que a construção se apoia, 
podendo ser assentado ou elevado em relação a ela – e plano de piso – que é a superfície inferior 
por onde caminhamos, podendo ter terraços ou degraus caso se faça necessário, assim como 
possuir diversas paginações, cores e texturas a fim de compor o espaço.
Plano das Paredes
É o plano que molda e delimita o espaço arquitetônico, seja ele externo ou interno. O externo 
protege a construção dos fenômenos climáticos, trazendo privacidade ao seu interior. Já o interno 
modela o formato dos espaços e, enquanto elemento arquitetônico, pode se juntar ao plano teto 
ou ao plano piso, criando uma unidade dentro do ambiente.
Plano superior
Subdivide-se em plano cobertura – como próprio nome já diz é a cobertura exterior da 
edificação que a protegerá das intempéries climáticas. Esse plano ajuda a moldar a construção, 
pois pode ser alinhado à edificação ou ter as laterais sobressalentes. Todas as possibilidades 
dependem da intenção de sensação que se pretende causar com determinada edificação. O 
plano teto, que é o lado de baixo de um piso superior, fica situado no lado interno da construção, 
podendo ser rebaixado ou ressaltado, bem como servir de complemento ao contexto do ambiente 
quando sobre ele se utilizar, por exemplo, cores, texturas e pinturas.
13
1.4 Volume 
Quando um plano translada em uma direção que não seja a sua direção intrínseca temos 
um volume, com comprimento, largura, profundidade, forma, espaço, superfície, orientação e 
posição. Esse elemento é tridimensional e pode tanto ocupar uma massa no espaço, sendo assim 
um volume sólido (como os edifícios, por exemplo), quanto estar delimitado por dois planos: 
base, teto ou parede, assim seria um volume vazio entre os planos.
2 FORMA
Forma é um termo muito abrangente; dentro da arquitetura, é fundamental para a 
concepção de um projeto. Não existe arquitetura sem forma. Forma é luz, cor, textura, por isso é 
extremamente importante o seu estudo: saber como usar, como compor,como tornar um sólido 
primário uma construção arquitetônica que imprima sua identidade e que perdure através do 
tempo, sendo lembrada, estudada e admirada.
Para isso, trataremos aqui do conceito de forma, suas propriedades e seus tipos, apresentando 
também a sua importância e como ela é aplicada dentro da arquitetura.
2.1 Conceito de forma
Dentro de um projeto, é usado na estrutura formal de um trabalho, na maneira como são 
dispostos e coordenados os elementos e as partes de uma composição para que se tenha uma 
imagem coerente, definiu Ching (2002). Por se tratar de um elemento tridimensional, a forma 
possui propriedades visuais, como o formato, a textura, a cor e o tamanho. Também abrange 
propriedades que regem a composição de elementos e padrões, sendo elas: posição, orientação 
e inércia visual da forma. Segundo Gomes Filho (2004, p.39): “a forma pode ser definida como 
a figura ou a imagem visível do conteúdo. De um modo mais prático, ela nos informa sobre a 
natureza da aparência externa de alguma coisa. Tudo que se vê possui forma.”
2.2 Propriedades visuais
Dentro das propriedades visuais da forma, o formato é um dos principais aspectos para se 
FIQUE DE OLHO
O estudo dos elementos primários é de grande valia dentro da Expressão Plástica, pois é a 
partir deles que se começa a criar os traços que irão gerar mais para frente a arquitetura. 
Sendo assim, recomendamos a leitura do livro Ponto e linha sobre plano, de Wassily 
Kandinsky.
14
identificar e classificá-la já que se trata do contorno característico da forma. Dentro da arquitetura, 
ele se volta para os formatos de plano de teto, parede e solo responsáveis por delimitar o espaço, 
para as aberturas das portas e janelas de espaços delimitados e o perfil das formas arquitetônicas.
O tamanho se refere às suas dimensões – comprimento, largura e profundidade.
A cor nada mais é do que o fenômeno de luz e percepção visual que auxilia na distinção da 
forma em relação ao ambiente.
A textura agrega qualidade tátil à forma e também influencia na questão da absorção e 
reflexão da luz em relação a ela.
As propriedades visuais trazem também propriedades que regem a composição de seus 
elementos, assim como seus padrões, sendo elas:
• A posição da forma: que é o posicionamento que ela ocupa em relação ao seu campo 
visual e ou entorno.
• A orientação: que é a direção da forma em relação ao seu plano de solo, ao observador 
ou outras formas.
• A inércia visual: que depende da geometria da forma, como ela estará orientada em 
relação ao seu plano de solo e estabilidade visual.
Todas essas propriedades da forma dependem das condições em que são observadas a 
questão do ângulo, a incidência ou não de luz, a distância, o entorno, dentre outros fatores que 
influenciam na maneira como a forma é vista.
Sendo assim, o estudo e a concepção da forma na arquitetura é de alta importância para se 
criar monumentos, grandes edificações com uma forma impactante... A forma deste elemento 
construtivo com toda certeza faz a diferença.
2.3 Figuras primárias 
De acordo com a Escola Gestalt, a mente humana tende a simplificar o meio visual para 
facilitar a sua compreensão. Ching (2002) nos diz ainda que seguimos a tendência de reduzir o 
tema a formatos mais simples e regulares, novamente com a intenção de tornar mais fácil a sua 
compreensão e percepção.
Na geometria, figuras regulares são círculos e uma série infinita de polígonos, onde os mais 
relevantes são os círculos, os triângulos e os quadrados.
O círculo é uma curva plana limitada por uma circunferência, sendo a união desta com todas 
as partes internas a ela. É também uma figura centralizada, introvertida e estável.
15
O triângulo é uma figura plana formada por três lados e três ângulos internos, e pode ser 
considerado estável se apoiado sobre um de seus lados ou instável caso esteja apoiado sobre um 
de seus vértices.
O quadrado é uma figura plana formada por quatro lados e quatro ângulos retos. Não possui 
direção dominante, é neutro e estático e representa o puro e racional. Derivando dele, temos os 
retângulos, obtidos através da modificação da altura ou da largura de um quadrado. Quando está 
em repouso sobre um de seus lados, é considerado estável, caso o repouso seja sobre um de seus 
vértices, passa a ser considerado instável.
2.4 Sólidos primários
As figuras primárias, se colocadas em rotação, criam os chamados sólidos primários: do círculo 
se criam as esferas e cilindros; do triângulo, os cones e as pirâmides; e do quadrado, os cubos.
As esferas são obtidas através da rotação de um semicírculo em torno de um eixo, sendo 
equidistante do centro em todos os pontos. É concentrada e centralizada, mantendo o seu 
formato circular preservado de qualquer ponto que se olhar para ela.
Os cilindros são obtidos pela rotação de um retângulo sobre um de seus lados. Podendo ser 
estável quando sobre uma de suas bases circulares ou instável se sobre um de seus lados.
Através da rotação de um triângulo retângulo sobre um de seus catetos temos o cone, este é 
estável sobre a sua base ou instável se inclinado ou virado de cabeça para baixo.
Quando há o encontro das faces de um triângulo em um ponto ou vértice temos a pirâmide. 
Figura dura e angular.
Já o cubo é o resultado da igualdade de dimensões, com seis faces quadradas e doze arestas iguais.
As formas podem ser regulares, que como o próprio nome já diz são formas que estão 
relacionadas de maneira consistente e organizada. As formas irregulares se relacionam de 
maneira incoerente. 
2.5 Transformação da forma
Todas as outras formas que não são os sólidos primários podem ser obtidas através da 
transformação deles, podendo ser por subtração, quando se tira uma parte do sólido para se ter 
outro de maneira dimensional, onde se altera comprimento ou largura da forma; ou por adição, 
onde se agrega outro elemento à forma já existente.
A transformação da forma por adição tem algumas vertentes, sendo elas: a tensão espacial, 
16
contato aresta com aresta, contato face a face e volumes interseccionados. Tendo sua relação 
com a natureza através da forma centralizada, linear, radial, aglomerada ou em malha.
Nem sempre é necessário que as formas sejam idênticas, quadrado com quadrado por 
exemplo, podemos colidir formas geométricas diferentes para obtermos novas formas. Sendo 
assim, podemos usar um triângulo com um quadrado, onde elas podem se desenvolver 
subvertendo-se uma forma a outra, fundindo as suas diferenças e criando uma nova forma, uma 
das formas pode receber a outra em seu interior, as formas podem conversar uma com a outra 
preservando suas características originas, ou ainda se ligarem através de um terceiro elemento.
2.6 Articulação da forma
De acordo com Ching (2002), a articulação se refere à maneira como as superfícies de 
uma forma se juntam com o propósito de definir seu formato e volume, podendo se articular 
diferenciando seus planos contínuos através da mudança de cor, material ou textura; por exemplo, 
desenvolver cantos lineares distintos ou remover estes para separar fisicamente os planos ou 
através da iluminação de cantos e arestas, criando contrates de tons.
A arquitetura é entendida, dentre outras definições, como a arte de articular espaços, isso 
porque ela é a responsável por adequar os espaços ao seu uso correto, tanto em função quanto 
em proporção e tamanho, pois de nada adianta ter um amplo espaço se a sua função não o exige, 
ou ter um espaço muito reduzido em relação ao seu uso.
2.7 Arestas e cantos
Como a articulação de uma forma em grande parte depende da maneira como suas 
superfícies se encontram nos cantos, esse encontro é crucial para a definição de clareza da forma, 
sua percepção pode ser afetada pela questão da luz, assim como pelo ponto de vista.
Quando dois cantos apenas se tocam, como nas esquinas, sua volumetria é ressaltada. Se 
houver uma abertura em um dos cantos, parecerá que eles estão desviando um do outro. Quando 
nenhum dos cantos se prolonga atéseu encontro, é criado um espaço entre eles para o substituir, 
o que degrada a forma, já que permite que os limites sejam ultrapassados.
Arredondar os cantos traz a continuidade e suaviza a forma, sempre levando em consideração 
o seu raio para que não seja nem insignificante nem deteriore a forma.
2.8 Superfícies articuladas
A percepção do ser humano em relação a um plano é diretamente influenciada pelas propriedades 
de sua superfície, onde a cor pode destacar ou não o seu formato em relação ao campo visual. A cor 
também afeta a questão de escala e absorção de luz de um plano, assim como as texturas.
17
Para se ter uma vista real do formato do plano, é necessário observá-lo de frente, pois vistas 
oblíquas distorcem seu real formato.
Na questão da escala, ter um objeto de tamanho conhecido inserido no plano auxilia na 
relação com o real. De acordo com Ching (2002, p.87): “a cor, a textura e o padrão das superfícies 
articulam a existência dos planos e influenciam o peso visual da forma.”
Quando falamos em peso visual de uma forma, estamos nos referindo ao impacto visual que 
essa forma causa, como ela se enquadra em relação ao seu entorno, quanto maior o peso visual, 
mais impactante será a edificação, mais ela estará em destaque em relação ao seu entorno. A 
escala exerce grande influência nesta composição. Portanto, é muito importante se ater a essa 
questão, pois nem sempre é a intenção pretendida.
Figura 2 - Congresso Nacional – Brasilia 
Fonte: Diego Grandi, shutterstock, 2020
#PraCegoVer: Na imagem temos o Congresso Nacional em Brasília. Um lago à frente, com 
duas edificações verticais ao centro e em cada um dos lados uma meia esfera. Do lado direto da 
imagem, a meia esfera está voltada para cima, e do lado esquerdo está voltada para baixo. 
2.9 Forma aplicada à arquitetura
Na arquitetura, até se chegar à concepção final de um projeto é um longo processo. Saber 
entender e interpretar a questão da forma e a função entre outros elementos é muito importante, 
pois traz confiança, conhecimento e forma um profissional de alto gabarito.
A forma não se define somente por figuras geométricas, porém entender de geometria é 
primordial, pois na arquitetura ela é muito mais que isso, é o que confere a impressão que a edificação 
irá passar, a intenção do arquiteto ao projetar de determinada maneira. O profissional pode utilizar 
diversas técnicas, formas regulares, irregulares, transformado uma forma em outra por subtração, por 
exemplo, ou por adição. Assim se conferem elementos diferentes ao espaço arquitetônico.
Ao fazer as transformações da forma, o arquiteto cria novas formas que vão construindo o 
contexto de seu entorno. Sendo assim, cabe ao arquiteto, através de seu conhecimento e de sua 
18
criatividade, buscar formas que resolvam e atendam às necessidades de um povo, uma época ou 
um estilo. Para isso, o profissional precisa saber interpretar para criar.
Por que é importante sabermos essas definições de forma? Se são regulares ou não, sólidos 
primários, entre outros conceitos citados... Isso é relevante dentro da arquitetura partindo do 
princípio de que sem forma não se faz arquitetura. O arquiteto deve usar todo conhecimento 
possível para se guiar na hora de projetar, para que a forma não limite à sua criatividade, e sim 
some a ela, conseguindo definir com maior clareza os seus projetos.
Importa saber exatamente a sensação que se quer passar com a obra, pois arquitetura não 
é somente a construção de uma edificação, ela vai muito além disso. Arquitetura é um estado 
de espirito, envolve sensações ligadas ao emocional que podem remeter tanto a coisas boas 
quanto ruins. Quando entramos em um edifício no qual o plano teto é muito alto, temos a 
sensação de inferioridade diante mesmo. Por outro lado, se o teto é muito baixo, a sensação é 
de achatamento. Assim como as calçadas podem indicar uma direção, também podem trazer a 
sensação de movimento. Tudo depende do que se quer transmitir com essa construção, seja um 
cômodo interno de uma residência ou um ambiente comercial.
Figura 3 - Taj Mahal – Índia 
Fonte: Yury Taranik, shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos um espelho d’água com vegetação horizontal em suas 
laterais criando um caminho até o monumento Taj Mahal.
3 CONCEITO DE ESPAÇO
Espaço é o volume da forma ou o vazio existente entre as formas. É a realidade onde se 
concretiza a arquitetura, caracterizando-se como o principal meio para a arquitetura. Sem 
compreendê-lo em sua essência, não se faz arquitetura. É importante conhecer os elementos 
que definem e delimitam os espaços, implicando na qualidade do trabalho.
19
3.1 Elementos que definem o espaço
Estes elementos são planos que podem ser horizontais ou verticais, isto referente a forma, 
onde a variação em sua configuração altera o campo visual, gerando tipos específicos de espaço.
Elementos horizontais
 Os planos horizontais se compreendem em plano de base (rebaixada ou elevada) e plano 
superior. Sendo o plano de base um plano horizontal que se situa como uma figura sobre um 
fundo contrastante definindo um campo de espaço simples, segundo Ching (2002) esse campo 
pode ser reforçado das seguintes maneiras:
Elementos horizontais
Os planos horizontais se compreendem em plano de base (rebaixada ou elevada) e plano 
superior. Sendo o plano de base um plano horizontal que se situa como uma figura sobre um 
fundo contrastante definindo um campo de espaço simples, segundo Ching (2002) esse campo 
pode ser reforçado das seguintes maneiras:
Plano base elevado
é um plano horizontal elevado acima do plano de solo com superfícies verticais que reforçam 
a separação entre o seu campo e o do solo circundante. Implica mudanças de nível que definem 
os limites de seu campo e interrompem o fluxo de espaço pela sua superfície. Dependendo da 
escala dessa mudança de nível, pode ter continuidade visual e espacial mantida; continuidade 
visual mantida e espacial interrompida; ou, ainda, ter ambas interrompidas. O plano elevado 
pode ser natural, quando o terreno em si já o possui, ou ser construído – utilizado comumente 
em edificações de templos a fim de enaltecer a construção.
Plano de base rebaixado
é um plano horizontal onde o solo circundante representa uma depressão utilizando as 
superfícies verticais rebaixadas para a definição do volume do espaço. Assim como no plano de base 
elevado, a escala dessa mudançade nível interfere na continuidade visual do espaço ao seu redor.
Plano superior
é um plano horizontal situado acima do nível da cabeça, determinando um volume de espaço 
entre ele e o planode solo. De acordo com seu tamanho, formato e altura que está em relação ao 
plano de solo, será determinadasua qualidade formal no espaço. Quando apoiado sobre pilares 
ou colunas, ajudam a organizar visualmente as divisas do espaço sem impedimento do fluxo.
20
Podendo permanecer como parte integrante do mesmo, caso haja uma interrupção no plano 
de solo ou caso a escavação tenha sua profundidade aumentada, o plano rebaixado terá sua 
relação visual diminuída, o que o torna um volume distinto no espaço que traz privacidade, 
intimidade. Isso ocorre, por exemplo, em ambientes internos amplos que têm uma porção de 
seu espaço rebaixado. Outros exemplos na arquitetura são as praças, os anfiteatros e as arenas.
Subdividido em plano de cobertura e plano de teto (conceituados anteriormente). O primeiro 
complementa e protege a construção, além de ser responsável por moldar os espaços de uma 
edificação, tendo a sua forma determinada pelo material, pela geometria ou pela sua carga 
estrutural. Já o plano de teto pode refletir a forma do sistema estrutural pelo qual está apoiado, 
do piso superior ou do plano de cobertura. Visualmente ativo no espaço quando separado dos 
demais planos, visto que não possui as funções de proteção ou de suportar e transferir grandes 
cargas como o plano de cobertura.
Arquitetonicamente falando, o plano de teto pode separar ambientes dentro de espaços 
internos,sendo elevado ou rebaixado afim de mudar a escala do local, abranger abertura que 
permite a entrada de luz ou iluminação zenital. Dependendo da maneira que um material é 
aplicado em sua superfície, o plano de teto pode criar movimento que induz à circulação.
Figura 4 - Representação de um plano elevado na arquitetura 
Fonte: Fotohunter, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma longa escadaria e no topo uma edificação. Trata-se do 
Salão da Harmonia Suprema em Pequim, na China.
Elementos verticais
Os elementos verticais são mais eficientes quando falamos em definição de um volume isolado 
no espaço, isso porque a sua presença nele é maior em comparação aos planos horizontais. Essa 
colocação é facilmente percebida quando, por exemplo, comparamos uma cobertura com uma 
coluna, onde visualmente a segunda é notada com maior facilidade. Têm como função, por exemplo, 
21
separar um espaço do outro estabelecendo limites comuns entro o interno e o externo. Podem ser 
formados por um plano único, um plano em L, um pano paralelo, plano em U ou plano fechado.
1
Plano único se configura por um único plano vertical que se articula para frente no espaço, 
logo, possui características frontais, como as fachadas dos edifícios, os pórticos de passagem ou 
articulando espaços dentro de um maior que ele.
2
Planos em L são aqueles criados quando há o encontro de dois cantos ao longo de um eixo 
diagonal. Por serem abertos, conseguem ser utilizados de diversas formas e em diferentes 
configurações dentro do espaço. Remetem, arquitetonicamente falando a abrigos e delimitações 
de espaço.
3
Planos paralelos são formados por dois planos verticais em paralelo, definindo um campo 
entre si. O espaço entre eles é naturalmente expansivo, visto que não há encontro entre os planos. 
Na arquitetura, estão ligados a espaços que remetam a movimento, direção e circulação, como 
por exemplo as ruas, avenidas, alamedas e bulevares. Dentro das edificações, compreendem os 
corredores e as galerias.
4
Plano em U existe quando há encontro de três planos unidos por suas arestas, possuindo uma 
extremidade aberta que lhe permite visão do campo exterior a ele. Dentro da arquitetura, pode 
formar uma entrada recuada de um edifício ou servir de receptáculo para um elemento que possua 
maior importância na construção. Sua escala sofre diferentes variações, podendo se tratar desde 
um nicho na parede, passando por cômodos de uma residência até um complexo de edificações.
5
Plano fechado (plano de fechamento ou quatro planos) acontece quando se juntam quatro 
planos verticais que delimitam o espaço que, devido à sua configuração, é de natureza reservada. 
Com certeza é o plano mais utilizado na arquitetura, desde seu uso histórico para formar o campo 
visual e espacial de edificações sagrada, como os monastérios e santuários, até as grandes praças 
presentes em centros urbanos de todas as épocas.
Também é extremamente comum em ambientes internos, principalmente em recintos 
reservados, como quartos, banheiros e na organização dos prédios no ambiente urbano.
22
3.2 Aberturas
Após entendermos os elementos que definem o espaço e como se apresentam na natureza, é 
importante aprender sobre as aberturas que podem existir nesses elementos, sendo elas as portas 
e as janelas, responsáveis por permitir o acesso aos recintos, assim como o fluxo dentro deles, 
visto que uma sequência interminável de portas atrapalha o fluxo de passagem em corredor, por 
exemplo. As aberturas permitem a entrada de luz e a ventilação natural através das janelas, além 
de permitir uma vista do lado de fora do recinto, criando um elo de ligação no campo visual.
As aberturas podem estar dentro dos planos, em seus cantos ou entre eles, sendo cada uma 
delas aplicada a fim de se obter um resultado, uma sensação.
• Aberturas dentro dos planos: totalmente inseridas dentro de outro plano, podendo pos-
suir o mesmo formato que ele, criando uma unidade, um padrão; ou ser diferente, desta-
cando a sua individualidade. Pode se tratar apenas de uma abertura ou uma reunião de 
aberturas dispostas de maneira organizada ou de modo aleatório, criando movimento.
• Aberturas em cantos: localizam-se em um canto do espaço e serve para iluminá-lo de 
maneira perpendicular.
• Abertura entre planos: são aquelas que se estendem do piso ao teto no sentido vertical 
através de um plano de parede no sentido horizontal, ou ainda como claraboias que 
permitem a entrada de luz através do teto.
3.3 Aplicação na arquitetura
Espaço é o vazio entre as formas. De uma maneira mais compreensível dentro da arquitetura, 
seria o que tem sido modificado pelo homem ao longo da história, com significados próprios 
ligados à cultura, à psicologia e aos sentimentos dos povos que o ocupam. Conforme Ching (2002, 
p.92): “à medida que o espaço começa a ser capturado, encerrado, moldado e organizado pelos 
elementos da massa, a arquitetura começa a existir.”
Esse conceito confere propósito a uma edificação, que acomoda dentro dela diversas funções 
que cabem ao arquiteto atribuir respeitando o programa de necessidades. Algumas variáveis são 
manipuláveis pelos arquitetos, podendo facilitar este processo, como por exemplo a questão 
do tamanho, que pode ser alterado tanto para mais quanto para menos; sua organização, 
delimitando os acessos, podendo ser comuns ou restritos dependendo do uso; e a utilização de 
materiais, iluminação e temperatura, determinando a maneira como será percebido no campo 
visual em que estiver inserido.
As colunas, os pilares e os pilotis, elementos verticais, dependendo da forma como são 
dispostos podem, por exemplo, oferecer ao espaço uma continuidade tanto visual quanto 
espacial, criando ritmo e dando movimento à fachada de um edifício.
23
A obra arquitetônica primeiramente ocupa o âmbito do intelecto. O arquiteto vai imaginar e 
criar mentalmente o espaço para somente depois passar essa ideia para o papel. Nem sempre sua 
ideia será executada, e quando for pode ter sido alterada milhares de vezes por diversos motivos, 
como adequação ao clima, região, topografia, questões ambientais de custo etc. Por isso tamanha 
importância em conhecer o conceito e as variantes de espaço.
Sendo assim, compreender todos os conceitos que envolvem o espaço é primordial, assim 
como os elementos que o compõem para que, a partir daí, o arquiteto possa partir para a parte 
prática de concepção do projeto.
Figura 5 - Representação de elementos verticais organizados de maneira linear 
Fonte: Luciano Mortula, shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma fotografia da avenida Times Square, em Nova Iorque, 
com carros ao centro e vários prédios nas suas laterais.
4 QUALIDADE DO ESPAÇO NA ARQUITETURA 
A qualidade do espaço na arquitetura vai muito além do que os diagramas são capazes de retratar, 
onde o tamanho, o formato e a localização das aberturas influenciam diretamente as qualidades como 
delimitação do espaço, luz, e vista dentro de um ambiente. Saber manipular essas qualidades dentro 
do espaço é essencial para oferecer harmonia, equilíbrio de cores, texturas e matérias de luz e sombra 
dentro dos ambientes. Cada uma guia o arquiteto para a concepção do seu projeto.
No grau de delimitação do espaço, as aberturas podem estar situadas totalmente dentro 
do plano delimitado do espaço, mantendo a forma deste inalterada; podem estar ao longo das 
arestas do plano de delimitação, deixando a forma do espaço mais escura, mas mantendo a 
continuidade visual; ou podem estar situadas entre os planos, fazendo com que ele se isole e 
proporcione individualidade.
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Temos na natureza a maior fonte de luz natural que é o sol. Sua irradiação determina e, portanto, 
está diretamente ligada às horas do dia, às estações do ano e à localização no globo terrestre. 
Sabendo disso, é possível optar pelo uso de janelas e claraboias para mediar a quantidade de luz 
solar que se deseja dentro de um ambiente, levando em consideração o tamanho da abertura e 
a suaorientação. Enquanto as aberturas são responsáveis pela quantidade de luz que adentra no 
recinto, a cor e a textura das superfícies afetam a reflexão.
Outro ponto importante dentro da qualidade do espaço é a vista, a paisagem que será 
enxergada pelo usuário através da abertura. Pequenas aberturas permitem ver a paisagem como 
se tivesse moldura; por outro lado, quando são maiores temos a sensação de amplitude para fora, 
como se o ambiente se estendesse para além de suas paredes.
4.1 Organização dos espaços
Raramente uma forma cria um espaço isolado. Na arquitetura, os mais comuns e aplicados 
são os espaços compostos por um determinado número de edificações organizadas de maneira 
coerente entre forma e espaço. Os principais esquemas de combinação desses elementos são os 
espaços dentro dos espaços, os intersecionais, os adjacentes e os ligados por um espaço em comum.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Espaço dentro de espaço é quando um maior contém um menor em seu interior. É importante 
ter uma diferença de tamanho, pois caso o espaço menor cresça muito em relação ao maior, 
este perde a sua forma de espaço envolvente. A forma que abrangem esses espaços pode ser 
igual com orientação diferente, a fim de chamar mais atenção; ou eles podem possuir formas 
divergentes para enfatizar um volume livre que pode ter funções diferentes de espaço.
Espaços interseccionados acontecem quando se faz a superposição de dois espaços e há o 
surgimento de uma área em comum. Podem esses espaços se fundirem um ao outro ou criar um 
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novo espaço que sirva de ligação entre os espaços originais.
Nos espaços adjacentes, cada espaço é bem definido, tendo sua própria função e simbologia, 
sua própria continuidade visual diretamente ligada ao plano que pode tanto uni-los quanto 
separá-los.
Espaços ligados por um espaço em comum são aqueles conectados por um terceiro elemento 
que os une. Podem ser de igual tamanho e formato, criando um espaço linear por exemplo, ou 
ter o elemento de ligação com formato e tamanho diferentes a fim de criar sequências diferentes.
A maneira como os espaços são organizados na arquitetura revela a sua importância dentro 
das edificações. Para saber ao certo qual a melhor forma de organizá-los, é importante levar 
em consideração as exigências de cada espaço: se o mais importante é a função ou a forma; se 
serão flexíveis; sua exposição ao lado externo para ventilação, iluminação e vista; privacidade; 
acessibilidade; significado etc. Para isso, são divididos em organizações centralizadas, lineares, 
radiais, aglomeradas ou em malhas, onde cada uma traz ao edifício um significado ligado à 
maneira como está organizado no espaço.
Uma organização centralizada está diretamente relacionada ao centro, este tipo de edificação 
é dominante em relação ao seu entorno. As lineares são uma sequência repetida de espaços em 
linha que possuem tamanho, forma e função parecidas. A radial é em raio, a partir de um centro 
do qual partem organizações lineares. As aglomeradas são espaços que se agrupam pela função 
ou proximidade e trazem flexibilidade. Por fim, a organização em malha que é aquela em que os 
espaços são organizados a partir de uma malha estrutural, como por exemplo as vigas e as colunas.
5 ORDEM
Os princípios de ordem dentro da arquitetura não são somente as formas geométricas; são, 
para além disso, os recursos visuais que possibilitam, de forma organizada, única e harmoniosa, 
a percepção de formas e espaços. De acordo com Ching (2002, p.320): “ordem sem diversidade 
pode resultar em monotonia e enfado; diversidade sem ordem pode produzir caos. Um sentido 
de unidade com variedade é o ideal.”
As palavras de Ching (2002) nos induzem à conclusão de que a ordem em que o espaço 
conduz as formas é de grande importância, pois de nada adianta ter a forma perfeita no espaço 
ideal se não souber ordená-lo. Assim, pode-se perder toda a intenção pretendida pelo simples 
fato de não fazer valer o princípio correto de ordem para determinada edificação.
26
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5.1. Princípios
Os princípios de ordem que auxiliam na organização espacial das formas são o eixo, a simetria, 
o ritmo, o dado, a hierarquia e, por fim, porém não menos importante, a transformação. A partir 
de seu estudo e aplicação, o arquiteto consegue imprimir ao espaço o que desejou em projeto.
O eixo é primordial na organização de formas e espaços. É um recurso poderoso, dominante 
e regulador, mesmo que exista somente em nossas mentes. Para que mentalmente exista, é 
necessária uma forma ou um espaço em ambos os lados da linha imaginária traçada entre dois 
pontos, ladeada por formas regulares.
A simetria está diretamente ligada à existência de um eixo. Chamamos de simétrico um 
espaço quando temos elementos semelhantes dos dois lados da linha imaginária traçada em seu 
eixo, podendo ser bilateral ou radial.
A hierarquia reflete o grau de importância das formas e dos espaços a partir de um tamanho 
extremamente maior, um formato único ou uma localização privilegiada.
O dado é um referencial para outros elementos, podendo ser um plano ou um volume. É 
através dele que plano e volume se reúnem afim de organizar os espaços.
O ritmo pode ser o movimento de nossos olhos ou corpos através de espaços que trazem a 
repetição padronizada de elementos, seja esse padrão encontrado em sua forma, tamanho ou 
características em comum.
A transformação é o princípio de que elementos podem ser alterados sem prejuízo de sua 
identidade, e sim para agregar. Pode-se transformar uma forma em outra a partir de um protótipo 
para que atenda às necessidades especificas de um projeto.
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Conforme exposto, a ordem dentro da arquitetura é complexa e de grande valia. A partir da 
ordem podemos transformar elementos agregando valor à sua forma original, impor ritmo a uma 
edificação, usar elementos idênticos ao longo de um eixo, entre outras situações.
O estudo da ordem nos mostra que esta, junto com a forma e o espaço, complementa e faz a 
arquitetura existir. Alguns exemplos de princípios da ordem na arquitetura são os eixos monumentais 
em grandes cidades, onde uma forma é ligada a outra de menor ou igual importância no espaço 
através de uma linha imaginária, o eixo, podendo em sua extensão ter elementos simétricos ou não.
Ao colocarmos lado a lado uma série de colunas de forma ordenada, criamos o ritmo, dando a 
sensação de movimento ao se percorrer um caminho ladeado por elementos verticais definidores 
de espaço. Como exemplo, temos a entrada da Igreja de Notre Dame, na França.
A simetria nos traz uma unidade visual quando traçamos uma linha imaginária em seu 
eixo e, de ambos os lados, temos as mesmas formas e tamanhos; recurso bastante utilizado na 
arquitetura de interiores, mais especificamente em designer de mobiliário.
Todos esses princípios auxiliam na composição arquitetônica de um espaço tanto externo quanto 
interno, propiciando uma arquitetura de qualidade não somente pela aplicação de conceitos, mas 
também oferecendo à construção um viés subjetivo com a oportunidade de desfrutar outras sensações. 
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
FIQUE DE OLHO
Como vimos, a arquitetura vai além de meras formas geométricas dispostas no espaço visual; ela 
compreende também o lado subjetivo do ser humano, transmitindo sensações e sentimentos 
através de suas formas. Para entender melhor a subjetividade das formas, recomendamos a 
leitura do livro Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma, de João Gomes Filho.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Entender os princípios e os conceitos dos elementos primários.
• Aprender o conceito de forma.
• Estudar as formas e suas articulações.
• Compreender o espaço e seus elementos.
• Conhecer a ordem e seus princípios.
PARA RESUMIR
CHING, F. D. K. Arquitetura forma, espaço e ordem. São Paulo: Martin Fontes, 2002.
CHING, F. D. K.; ECLECKER, J. F. Introdução à Arquitetura. Porto Alegre: Bookman,2014.
GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escritu-
ras, 2004.
ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. São Paulo: Martin Fontes, 1996.
BAUDRILLARD, J. O sistema dos objetos. São Paulo: Perceptiva, 2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Espaço e forma
Você está na unidade Espaço e forma. Serão comentados: o conceito de movimento 
exemplificado com imagens, a utilização de texturas em superfícies para que se tenha um 
tratamento das formas, o desenvolvimento de composições que permitem as noções de 
espaço e a análise de elementos em projetos de interiores. 
Esta unidade lhe permitirá compreender o arranjo e a organização das formas e dos 
espaços que, na arquitetura, são representados de maneira gráfica, promovendo 
intervenções, sugerindo respostas e comunicando significados. A forma e o espaço são 
meios para solucionar um problema em resposta às condições de função, propósito e 
contexto. 
Bons estudos!
Introdução
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1 MOVIMENTO
Todo estudo possui um contexto apropriado, com um panorama de elementos, sistemas 
e organizações básicos que compõem uma obra de arquitetura ou um desenho artístico. Estes 
componentes podem ser percebidos e experimentados. Entretanto, nem todos são imediatamente 
perceptíveis, enquanto outros se mostram mais obscuros ao nosso intelecto e sentidos. Conforme 
Ching (2013), alguns talvez sejam dominantes, enquanto outros desempenham um papel 
secundário na organização de uma edificação. Alguns talvez traduzam imagens e significados, 
enquanto outros servem como qualificadores ou modificadores dessas mensagens.
Falaremos adiante sobre como os elementos e sistemas devem estar relacionados entre 
si para formarem um todo integrado com uma estrutura unificadora ou coerente. Novamente 
conforme Ching (2013), a ordem da arquitetura é criada quando a organização das partes torna 
visível o seu relacionamento com cada uma delas e com a estrutura como um todo. Quando essas 
relações são percebidas como reforçando e contribuindo mutuamente para a natureza singular 
do todo, temos a existência de uma ordem conceitual – uma ordem que pode, inclusive, ser mais 
duradoura que as visões perceptivas transitórias.
2 FORMAS QUE TRADUZEM MOVIMENTO
Apresentaremos aqui os elementos primários na busca de formas que traduzam o movimento 
de maneira que, unidas desde o ponto até uma reta unidimensional e de um plano até um 
volume tridimensional (CHING, 2013, p.16) possam representar elementos visuais. Conforme 
demonstrado na Figura 1, quando juntamos elementos no espaço tridimensional, seja um ponto, 
uma reta ou um plano, somos capazes de perceber sua estrutura e até mesmo a presença dos 
elementos primários. 
Quando buscamos nos comunicar por meio da linguagem gráfica com outras pessoas, 
precisamos representar e ilustrar graficamente tudo aquilo que “objetivamos” que o leitor 
perceba. Para isso, utilizamos as formas, sejam elas primárias ou secundárias, como um meio de 
representação que permite compreender movimento e os elementos em projetos de interiores.
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Figura 1 - Uso de elementos primários para criar formas 
Fonte: CHING, 2013, p. 2 (Adaptado).
#PraCegoVer: Na imagem temos as formas primárias representadas por um ponto, seguido 
de retas que se transformam em planos e volumes.
Ching (2013) afirma que os principais geradores da forma são os seguintes elementos: o 
ponto, a reta, o plano e o volume. O ponto é apenas um ponto, a reta possui uma dimensão, o 
plano possui duas dimensões e o volume possui três dimensões. Observe o Quadro 1:
Quadro 1 - Formas criadas a partir de elementos primários 
Fonte: CHING, 2013, p. 17 (Adaptado).
#PraCegoVer: O quadro apresenta três colunas. Na primeira, estão escritos os nomes dos 
conceitos: ponto, reta, plano e volume. A segunda coluna contém a descrição de cada elemento, 
e na terceira coluna há uma representação gráfica de cada um.
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Nesse contexto, antes de iniciarmos nosso estudo mais aprofundado sobre as formas que 
traduzem o movimento, conheceremos os elementos básicos citados no Quadro 1 e que são 
ensinados por Ching (2013) em seu livro Arquitetura: forma, espaço e ordem.
2.1 Ponto
O ponto marca uma posição no espaço. Não possui comprimento, largura e tampouco 
profundidade, portanto é estático, centralizado e sem direção. Serve para marcar duas 
extremidades de uma reta, a interseção de duas retas, o encontro de duas retas na quinta de um 
plano ou volume e o centro de um campo. 
Embora não tenha forma, começa a ser percebido dentro de um campo visual. Um ponto 
pode ser projetado verticalmente em uma forma linear, como uma coluna, um obelisco ou uma 
torre. Esses elementos visto em planta é um ponto, portanto, mantém a característica visual de 
um ponto.
Dois pontos: descrevem uma linha que se une. Conferem à reta um comprimento finito 
ou uma trajetória que pode ser mais longa. Dois pontos estabelecidos no espaço por colunas 
ou formas centralizadas podem definir um eixo, um recurso ordenador utilizado na história da 
arquitetura para organizar as formas e os espaços edificados. Em planta, podem representar 
um portal, um local de passagem de um lugar para outro. Se forem estendidos verticalmente, 
definem um plano de entrada e um acesso perpendicular a ele.
2.2 Reta
Uma reta é um ponto estendido. Possui comprimento, mas não possui largura ou profundidade. 
Enquanto um ponto é estático, uma reta é um ponto em movimento, expressando visualmente 
direção, movimento e crescimento. É o elemento essencial na formação de qualquer construção 
visual. Pode servir para unir, sustentar, descrever arestas de planos ou dar formato a elas. Ainda, 
para destacar a superfície dos planos. 
Embora tenha apenas uma dimensão, precisa possuir alguma espessura para se tornar 
visível. Mesmo uma simples repetição de elementos de mesma natureza ou semelhantes, pode 
ser considerada uma reta. A orientação de uma reta, afeta sua função em uma construção visual, 
enquanto pode ser estado de equilíbrio com a forca da gravidade, simbolizar a condição humana, se 
FIQUE DE OLHO
Alguns autores exploram muito o uso das formas em seus livros, como por exemplo os 
arquitetos Francis D. K. Ching e Gildo Montenegro, ambos com diversos livros publicados sobre 
representação gráfica e projetos de arquitetura. Essas obras são excelentes referências para você 
iniciar seu projeto de desenho e qualificar suas técnicas de representação.
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for vertical, uma reta horizontal pode representar estabilidade, o horizonte, um corpo em repouso.
Podemos observar na arquitetura, elementos retilíneos como colunas, obeliscos e torres. 
Estes elementos podem definir ainda, um volume transparente no espaço. Considere a Mesquita 
de Selim, na Turquia. Elementos retilíneos verticais também podem desempenhar funções 
estruturais, como é o caso do Pórtico das Cariátides, no Partenon de Atenas (421-405 a.C.); a 
Ponte Salginatobel, na Suíça (1929-1930); ou a Vila Imperial de Katsura, no Japão (século VXII).
Uma reta pode ainda ser um elemento de arquitetura sugerido, como é o caso dos eixos 
reguladores de muitos desenhos urbanos, em que uma reta é estabelecida por dois pontos no espaço, 
distantes em relação ao modo como estão distribuídos. É o caso da Villa Aldobrandini, na Itália (1598-
1903). Edificações também podem ter formas lineares, como é o caso do Alojamento dos Graduandos 
da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos (1974). Edificações lineares têm a vantagem de se 
adaptarem mais facilmente às condições topográficas de um terreno. As retas podem ainda ser uma 
malha estrutural, elementos retilíneos de uma fachada e a representação de pilares e vigas. Temos 
como exemplos o Edifício Seagram, em Nova York (1956-1958); a Crown Hall, Escola de Arquitetura e 
Desenho Urbano de Chicago (1956) e a Prefeitura de Säynätsalo, na Finlândia (1950-1952).
Elementos retilíneos definindo planos: a união de duas retas paralelas tem a capacidade de 
descrever visualmente um plano. Uma série de retasparalelas, repetidas, reforça nossa percepção 
do plano. Uma série de colunatas que sustentam uma parede acabam por si formando um plano. 
Observe, por exemplo, o Altes Museum, em Berlim (1823-1830) ou a Basílica Palladiana, em 
Vicenza (1546). Ambos são uma fileira de colunas que sustentam um entablamento. O uso de 
muitos elementos retilíneos define planos. Elementos retilíneos de treliças e pérgulas podem 
ajudar a proteger espaços externos, enquanto elementos retilíneos verticais e horizontais podem, 
juntos, definir um volume de espaço.
2.3 Plano
Uma reta estendida em uma direção que não seja a sua direção intrínseca se torna um plano. 
Um plano possui comprimento e largura, mas não tem profundidade. Para que possamos ver um 
plano no seu formato verdadeiro, devemos vê-lo de frente. As propriedades complementares de um 
plano (cor, padrão e textura superficiais) afetam seu peso e sua estabilidade visual. O plano pode 
definir limites ou fronteiras de um volume, por isso é um elemento chave no projeto de arquitetura. 
Na arquitetura, temos os planos de cobertura, plano de paredes e plano base. Quando os 
planos se unem, temos a tridimensionalidade de um espaço com características que o delimitam. 
O plano do solo sustenta todas as ordens da arquitetura, pois é o plano do solo, de caráter 
topográfico, onde toda forma de edificação se ergue sobre ele. Exemplos interessantes sobre 
planos de solo podem ser o Templo Mortuário da Rainha Hatshepsut, no Egito (1511-1480 a.C.) 
ou a antiga cidade inca de Machu Picchu (1500 d.C.).
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2.4 Volume
Um plano que é deslocado em uma direção que não é sua direção intrínseca se torna um 
volume. O volume possui largura, comprimento e profundidade, ou seja, as três dimensões. Se 
analisarmos um volume, podemos encontrar todos os conceitos vistos até o momento. A forma 
é a principal característica de um volume. Ela é estabelecida pelos planos, que descrevem limites 
do volume. Um volume tridimensional pode ser sólido (cheio) ou vazio. 
Na arquitetura, os volumes podem ser considerados como uma porção de espaço contido 
e definido em planos de paredes, piso, teto ou cobertura, ou como uma quantidade de espaço 
ocupado pela massa de uma edificação. 
Agora que já conhecemos os principais elementos que traduzem a forma, veremos a seguir 
o conceito de Forma enquanto tradutor de movimento. Perceba que direcionamos nossos 
estudos às figuras simples, primárias, geométricas e trouxemos exemplos mais complexos de 
formas arquitetônicas. Procure ampliar seus estudos e observar nos projetos como os conceitos 
estudados se aplicam. 
3 FORMA
Anteriormente analisamos os principais elementos utilizados em uma composição, iniciando 
pelos elementos primários explicados por Ching. Agora estudaremos a Forma enquanto termo 
abrangente que possui diversos significados e um contexto de formato, tamanho, textura e cor. 
Quando pensamos em forma, podemos relacionar ao formato de algo conhecido, como uma 
pessoa humana, um copo ou mesmo uma edificação, certo? Nas artes e nos projetos, utilizamos 
esse termo para referir a estrutura formal de um trabalho, ou seja, a maneira como estão dispostos 
elementos e partes de uma composição de modo a produzir uma imagem coerente e identificável 
(CHING, 2013). O arquiteto citado afirma que a forma pode ser uma estrutura interna ou um 
perfil externo que confere unidade a um todo. É uma ideia de massa ou volume tridimensional, 
a configuração e disposição das linhas, dos contornos e assim por diante. A forma pode, ainda, 
apresentar um contorno (formato), um tamanho (dimensão física), uma cor (fenômeno de luz e 
percepção visual) e uma textura (qualidade visual). As formas, podem possuir propriedades que 
determinam o padrão e a composição dos elementos. Observe esse fenômeno no Quadro 2.
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Quadro 2 - Propriedades que determinam o padrão e a composição dos elementos 
Fonte: CHING, 2013, p. 35 (Adaptado).
#PraCegoVer: O quadro apresenta três colunas. Na primeira, estão escritos os nomes dos 
conceitos: posição, orientação e inércia visual. A segunda coluna contém a descrição de cada 
elemento, e na terceira coluna há uma representação gráfica de cada um.
Essas propriedades descritas nada mais são do que as condições sobre as quais olhamos e que, 
aparentemente, traduzem o movimento das formas. Elas variam conforme a nossa perspectiva ou 
ângulo de visão, a distância que estamos de um objeto, as condições de iluminação que permitem 
maior ou menor clareza em relação ao objeto ou o campo visual que circunda nossa capacidade 
de ver e de identificar os elementos de composição.
Primeiramente percebemos as figuras simples, e posteriormente os demais formatos da 
imagem. Veja no Quadro 3 as formas consideradas regulares e as consideradas irregulares dentro 
do processo de formação de formas:
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Quadro 3 - Formas regulares e formas irregulares 
Fonte: CHING, 2013, p. 48 (Adaptado).
 o apresenta duas colunas. A da direita contém representações gráficas que exemplificam 
as explicações da coluna da esquerda, que descreve: formas regulares; regulares transformadas 
dimensionalmente; formas irregulares e, por último, formas irregulares contidas em uma forma 
regular (ou o contrário).
Perceba que as formas ainda podem ser compreendidas como transformações dos sólidos 
primários, variações geradas pela manipulação de uma ou mais dimensões ou pela adição 
e subtração de elementos. Essa transformação da forma, gerando movimento e dinâmica aos 
sólidos, é muito comum na arquitetura, pois possibilita a transformação da arquitetura de 
simples elementos primários para composições espaciais dinâmicas. Assim, é importante ter 
conhecimento sobre as transformações da forma, de maneira a perceber como formas simples e 
de geometrias básicas transformam e movimentam a percepção do desenho. 
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No próximo tópico, abordaremos a forma representada por meio de valores tonais a 
importância das hachuras para gerar solidez e ilusão de sombreamento ou presença da luz 
em formas geométricas. Esses conhecimentos poderão ser aplicados em formas simples ou 
complexas, permitindo a movimentação da forma e a percepção de elementos que a Arquitetura 
busca representar.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
4 TEXTURAS
Texturas podem ser descritas como a utilização das superfícies das formas em busca de 
tratamento. Na representação gráfica de formas simples, a utilização de tonalidades gráficas nos 
permite melhorar a comunicação. Por meio do uso de cores e texturas, podemos estabelecer a 
ordem das imagens visando ampliar a nossa percepção da espacialidade do desenho enquanto 
nos deslocamos no espaço projetado. 
A forma como percebemos a tridimensionalidade de um espaço projetado depende muito de 
como os raios solares (ou seja, a luz) incide sobre este espaço. É pela representação da luz que 
podemos perceber a escultura e a forma daquilo que queremos comunicar ao leitor. O objetivo 
deste tópico é mostrar a você, aluno, os princípios fundamentais que regem a composição das 
formas e linhas que auxiliam a transmitir a impressão de textura nos objetos. 
Embora nos projetos de arquitetura a representação tonal seja com o uso de linhas, ela nos 
permite representar as características de luz, de texturas diversas, de volumes que não podem ser 
descritos pela representação habitual. A seguir, apresentaremos as informações necessárias para 
lhe auxiliar nesse processo de aprimoramento dos desenhos tridimensionais com valorização tonal.
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4.1 Valores tonais e a ordem da geometria
É por meio dos sombreamentos, texturas ou hachuras que podemos identificar formas e imagens 
para que nossa visão seja estimulada por padrões de intensidade de luz e cor e, assim, possa formar 
a imagem mental do projeto. Embora um projeto não utilize efetivamente o uso de cores, com uma 
simples lapiseira ou um lápis podemos simular a presença da luz nas formas geométricas. 
Com a identificação da presença de luz, podemosperceber mentalmente tons claros ou 
tons escuros e, assim, identificar características específicas de um objeto: os contornos da 
edificação, tamanhos e profundidades de elementos, tonalidades e arestas. Quando olhamos 
para uma edificação, por exemplo, percebemos que ela possui saliências, entrâncias, elementos 
mais próximos ou mais distantes. Assim, quando buscamos representar essa imagem vista pelo 
olho na forma gráfica, precisamos representar no desenho as tonalidades, linhas e contornos da 
forma mais realista possível. Aos olhos do leitor ou observador, essa imagem deve ser formada 
mentalmente, além de gerar a correta representatividade de volumes, objetos ou contrastes 
observáveis. (CHING, 2011). 
Podemos utilizar materiais simples para a representatividade tonal em projetos de arquitetura. 
Os materiais mais utilizados por arquitetos são canetas nanquins e lápis com espessuras maiores, 
como os lápis 6B. Com o uso destes materiais, o desenhista consegue sombrear superfícies, 
desenvolvendo hachuras paralelas, hachuras cruzadas e hachuras com movimentos circulares 
ou pontilhadas. Independentemente de como será hachurado, haverá tonalidades diferentes, 
valores e superfícies sombreadas também diferentes. 
No desenho artístico, as hachuras são muito utilizadas. Chamamos de “hachura” a técnica 
artística de criar efeitos de sombras, efeitos tonais a partir do desenho de linhas, sejam elas 
paralelas ou cruzadas. O conceito principal é a quantidade de linhas utilizadas, a espessura do 
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traço e o espaçamento entre as linhas – isso determina o sombreamento do projeto, ou da 
imagem, enfatizando a sua forma e gerando uma ilusão volumétrica, presença de cor ou o efeito 
da luz sobre o objeto dando a noção de tonalidade. 
Um tom é expresso pelas áreas que são iluminadas e sombreadas sobre a superfície do 
desenho. É muito importante observar que o espaçamento entre as linhas é fundamental. Quanto 
mais próximas as linhas, mais teremos a noção de ausência de luz, enquanto linhas mais distantes 
representam menos cor e parecem áreas mais iluminadas. Os valores de tons também dependem 
de como são justapostos, incluindo texturas, granulações e direcionamento da aplicação da hachura.
As composições podem ser desenvolvidas em programas gráficos. Ferramentas CAD 
podem contribuir em composições de projetos, permitindo a representação gráfica de texturas 
e espaços com ferramentas rápidas e eficientes. Ainda assim, é recomendado observar 
diferentes imagens tridimensionais de projetos e perceber a diferença entre o desenho feito 
em ferramentas CAD e o manual. 
4.2 Representação de tonalidades com hachuras
Estudaremos agora as técnicas de sombreamento que podemos utilizar para representar os 
valores tonais. Segundo Ching (2011), todas essas técnicas exigem uma gradação crescente ou 
camadas sobrepostas de riscos ou pontos para que se possa representar o efeito visual desejado. 
Seja qual for a técnica de sombreamento utilizada, é importante estar alerta ao tom que se deseja 
representar e, ainda, é recomendado testar em desenhos diversos para aprimorar a técnica e a 
correta força aplicada no pulso. 
Ching, em seu livro Representação gráfica em Arquitetura (2011), expõe uma infinidade de 
ilustrações e apresenta quatro formas para criar valores tonais. O autor esclarece onde se pode 
aplicar diferentes tipos de hachuras, sejam elas paralelas ou cruzadas, pontilhadas ou cruzadas. A 
seguir, são apresentados os quatro meios de criação de valores tonais segundo o autor: 
• Hachuras paralelas
São uma série de linhas relativamente paralelas. Os riscos podem ser de diferentes tamanhos, 
desenhados com o auxílio de equipamentos ou à mão livre. Nesse caso, para controlar a 
luminosidade são utilizadas apenas técnicas de espaçamento e densidade dos traços.
• Hachuras cruzadas
Utilizam traços em diferentes direções para criar os valores tonais. Da mesma forma que a 
paralela, os traços podem ser longos ou curtos, à mão livre ou com réguas e em papeis ásperos ou 
macios. Na prática, é sugerida a combinação das duas técnicas.
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• Hachura com movimentos circulares
Conforme o próprio nome diz, essa técnica utiliza traços circulares em diferentes direções 
para criar a tonalidade da textura.
• Pontilhismo ou pontilhado
Essa técnica é desenvolvida somente com pontos de diferentes tamanhos. Pode ser realizada 
com canetas de diferentes espessuras caso se queira representar diferentes valores de iluminação.
O uso da hachura proporciona um efeito visual de tridimensionalidade ao objeto, parecendo 
ser uma esfera. Entretanto, tenha cuidado para não perder o fundo branco do papel, pois cobrir 
inteiramente a superfície causa a perda de profundidade do desenho. No livro Representação 
gráfica em Arquitetura (2011), Ching expõe muitas informações sobre o desenho de arquitetura, 
principalmente com exemplos práticos e muito didáticos sobre o uso da luz e da sombra e como 
representá-los em projetos arquitetônicos. 
Na técnica de texturas por pontilhado é feito um sombreado com pontos muito pequenos e 
constantes. É preciso muita habilidade para controlar o tamanho e o espaçamento dos pontos. 
Para essa técnica, a sugestão é o uso de caneta nanquim com ponta fina e papeis macios. Usamos 
pontilhados para estabelecer os valores de luz e sombra em desenhos puramente tonais que não 
possuem linhas. A figura a ser recoberta é desenhada apenas com pontos de diferentes tamanhos 
e espessuras. Como não existem linhas para delimitar o contorno da forma, é a intensidade dos 
pontos que orienta a silhueta e os limites espaciais do desenho, podendo, assim, mostrar sua forma. 
Conforme mencionado, essa técnica exige muita habilidade e observação do projetista ou desenhista. 
É possível, ainda, representar muitas texturas de materiais construtivos ou materiais 
encontrados na natureza com a combinação de diferentes técnicas de hachuras. Você pode utilizar 
linhas paralelas e pontilhismo, por exemplo, para representar a textura de um concreto moldado, 
ou ainda, linhas paralelas em diferentes direções para representar a textura de um tijolo. As 
possibilidades são muitas e podem ser feitas de maneira a qualificar todos os tipos de projeto. 
Para utilizar a técnica de pontilhismo, é indicado primeiramente cobrir toda a área do 
desenho com pontos para uniformizar e demarcar onde serão feitos os traços mais fortes por 
meio de um tom mais leve. Depois, deve-se estabelecer o valor tonal de cada forma (é possível 
ir aumentando o número de pontos de maneira metódica até que os tons mais escuros sejam 
definidos e estabelecidos conforme o resultado que se pretende atingir).
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Até aqui, abordamos as principais técnicas de hachuras em que se aplica valores de tonalidade, 
ou seja, de luz e sombra a diferentes tipos de desenho. Você aprendeu a desenvolvê-las com o 
uso de canetas nanquins ou de lápis e lapiseiras em figuras geométricas simples, bem como as 
principais diferenças entre elas para poder aplicar nos seus projetos de arquitetura. 
Nas próximas unidades, serão demonstradas essas técnicas de hachuras e diferenças tonais 
em projetos de arquitetura. Assim, você será capaz de aplicar as técnicas em cortes, vistas e 
perspectivas arquitetônicas. É recomendado exercitar inicialmente as técnicas de hachuras em 
figuras simples para aprimorar o seu desempenho.
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FIQUE DE OLHO
Francis D. K. Ching (ou simplesmente Ching, como é conhecido) nasceu em 1943, cresceu no Havaí 
e é um importante autor de livros sobre temáticas gráficas na Arquitetura e no Design. Seus livros 
são influentes e amplamente utilizados em todas as áreas do Design. Ching é professor emérito 
da Universidade de Washington e atualmente faz parte do corpo docente da Universidade de 
Ohio, onde ensina técnicas de desenho. Todos os livros do autor são fundamentais no processo 
de amadurecimento dos alunos das áreas de design, arquitetura e engenharias, pois apresentam 
de forma muito diádica asprincipais técnicas construtivas, as formas gráficas de representação, 
um dicionário visual de arquitetura e muito mais!
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Reconhecer as formas básicas e primárias de um desenho.
• Compreender como ocorre a transformação da forma por meio de adição, subtração 
ou manipulação.
• Conhecer os principais tipos de texturas e como elas podem ser representadas to-
nalmente.
• Analisar a combinação dos principais tipos de hachuras, formando texturas de ma-
teriais.
PARA RESUMIR
CHING, F. D. K. Representação gráfica em Arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2011.
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Cor e indivíduo
Introdução
Você está na unidade Cor e indivíduo. Conheça aqui o conceito de cor, sua aplicação 
nas formas e as questões subjetivas que a envolve dentro da arquitetura, bem como 
a relação entre o espaço e o seu uso adequado. Também falaremos sobre algumas 
estruturas e vedação de volumes. Aprenda técnicas fundamentais relacionadas às cores 
e a sua aplicação nos ambientes, entendendo como funciona a relação do homem com o 
espaço que habita.
Bons estudos!
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1 CONCEITO DE COR
O conceito de cor é muito amplo e diverge de autor para autor em alguns aspectos. Neste 
estudo, traremos o conceito genérico de cor, cores primárias, secundárias, terciárias e o disco 
cromático das cores. Também abordaremos sua aplicação dentro da arquitetura e as sensações 
que diferentes cores causam no ser humano.
A cor se trata da manifestação que a luz refletida ou absorvida sobre uma superfície 
transmite aos olhos. O espectro de luz visível pelo ser humano está compreendido entre 400 
e 700 nanômetros. Estes são os estímulos eletromagnéticos que estão contidos na luz branca, 
que absorve, refrata, ou reflete os raios luminosos que incidem sobre ele. Quando falamos em 
“branco” estamos nos referindo à sobreposição de todas as cores, ou seja, quando o objeto 
reflete toda a luz que recebeu. Já o “preto” é a absorção total da luz, onde não há nada refletido. 
A cor não é algo que tenha existência física, e sim apenas uma sensação que se tem quando 
nossos olhos decodificam a luz. Pois cada objeto, quando atingido pela luz, absorve uma parte 
dela e reflete o restante. Assim, a parte que não é refletida de volta é captada e interpretada por 
nós como a cor do objeto em questão.
Figura 1 - Espectro eletromagnético 
Fonte: Af Udaix, shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o espectro de eletromagnético onde está compreendido o 
que é visível ao ser humano de 400 a 700 nanômetros com olho, à direita, que “vê” as cores azul, 
verde, amarelo, laranja e vermelho.
Dentro do estudo das cores, temos as suas propriedades que são a matiz, a saturação e o 
valor de luminosidade que fazem grande diferença dentro do entendimento do conceito de cor 
e da sua aplicação. Matiz é a cor pura e tem relação com a sua tonalidade, é a cor em si, sem a 
adição de preto ou branco. O valor de luminosidade se refere ao grau de luz ou brilho que a cor 
tem, sendo determinada pela proximidade com o branco ou o preto. Assim, é considerada de 
alto brilho quando está mais perto do branco e mais escura quando está mais próxima do preto. 
A saturação se refere à definição de quão “viva” a cor é. Quanto mais próxima do cinza, menos 
saturada, e quanto mais perto de seu matiz original, maior será a saturação.
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1.1 Cores primárias, secundárias e terciárias
No estudo das cores, temos o chamado círculo cromático, que é dividido em cores primárias, 
secundárias e terciárias a fim de facilitar o estudo e a compreensão da cor. Com ele em mãos, 
abre-se um leque de possibilidades para a combinação e a intenção que se quer transmitir em um 
ambiente ou em uma obra de arte.
As cores primárias ou cores puras são aquelas que não podem ser obtidas através da mistura 
de outras cores, ou seja, é através da mistura delas que obtemos as demais cores. São cores 
primárias o amarelo, o vermelho e o azul. 
As cores secundárias são as obtidas através da mistura das cores primarias. O laranja é obtido 
quando misturamos amarelo e vermelho. O violeta é a mistura de vermelho e azul. E o verde é 
obtido pela mistura do azul com o amarelo.
Quando misturamos uma cor primária com uma cor secundária obtemos as cores terciárias. 
Vermelho com roxo resulta em uma cor semelhante ao vinho. Ao se misturar o vermelho com o laranja, 
surge o vermelho alaranjado. Amarelo com verde resulta no amarelo esverdeado e assim por diante.
1.2 Harmonização das cores
As cores, independentemente de serem utilizadas na arquitetura, nas artes plásticas, em 
computação gráfica etc., são sempre combinadas umas com as outras. Essa combinação é 
chamada de harmonização. Para que uma combinação seja harmoniosa, é necessário conhecer 
o círculo cromático e, a partir dele, criar a harmonia, ou seja, colocar juntas as cores que se 
relacionam dentro do círculo.
A harmonia pode ser conseguida por uma combinação monocromática que, ao contrário 
do que se pensa, não precisa ser feita exclusivamente em escala de cinza. Uma combinação 
monocromática consiste em usar a mesma cor em diferentes tons. Ou seja: pegar uma cor 
primária e adicionar o branco, depois novamente pegar a cor pura e adicionar o preto; assim se 
cria uma palheta monocromática.
A analogia que origina as cores análogas é quando uma cor primária é combinada com duas 
cores vizinhas a ela no círculo cromático. Utilizando-se uma cor como a dominante e as adjacentes 
para enriquecer a harmonia.
As cores complementares são as que estão dispostas num ângulo simétrico de 180 graus 
no círculo cromático. Essa é uma harmonia de contrates. Escolhe-se uma cor dominante e se 
emprega a sua complementar para dar destaque, por exemplo: usar uma cor de fundo e a outra 
para destacar algo de maior importância.
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2 PSICOLOGIA DAS CORES
Consiste no estudo das cores no âmbito subjetivo e emocional. Trata-se da sensação que cada 
cor ou combinação traz ao homem quando aplicada sobre a superfície dos objetos, das casas etc. 
Cores e sentimentos não são uma combinação ao acaso, e sim algo que está intrínseco no ser 
humano por questões culturais e regionais, algo que desde a infância esteve presente. Não existe 
cor sem significado, e este é atribuído de acordo com o contexto em que está inserido.
Segundo Heller (2013), cada cor atua de uma maneira de acordo com a ocasião. O mesmo 
vermelho pode ter efeito erótico ou brutal, nobre ou vulgar. O mesmo verde pode atuar de 
maneira salutar, venenosa ou calmante. O amarelo pode ser caloroso ou irritante. 
Isso ocorre porque nenhuma cor existe por si só. As cores são cercadas por diversas outras, 
e para cada efeito se intervém diferentes cores. Isso é chamado de acorde cromático, que não 
é uma combinação de cores, e sim um conjunto infinito delas que definem o efeito principal ou 
esperado de cada cor.
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2.1 Significado das cores
O efeito que uma cor pode causar depende de uma infinidade de questões referentes à 
subjetividade do ser humano. Essas sensações podem ser de proximidade, distância, calor, frio, 
ansiedade, irritabilidade, fome, prazer, e cada cor causa um efeito diferente. A lista de sensações 
causadas pelo conjunto de cores é extremamente extensa. Falar das sensações que cada cor pode 
causar é praticamente impossível; portanto, neste estudo iremos nos ater às sensações causadas 
somente pelas cores primárias.
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Azul
Essa cor é considerada “predileta” pela maioria da população, independentemente do sexo. 
Isso é facilmente entendido, visto que essa cor está associada a sensações boas, pois remete 
ao céu, à tranquilidade, serenidade e harmonia. Dificilmente será ligada a algum sentimento 
negativo. O azul é considerado uma cor fria, pois quanto mais distantedo vermelho, mais fria a 
cor se torna. Essa referência ao frio está diretamente ligada às experiências humanas sobre o gelo 
e a neve, por exemplo, que possuem tons azulados e são coisas materialmente frias.
Vermelho
Essa cor é supostamente a primeira cor que os recém-nascidos enxergam. Por esse motivo, a 
grande maioria das crianças associa o vermelho à sua cor favorita, assim como pela sua associação 
aos alimentos de sabor doce.
Considerada também a cor da paixão, também está ligada à excitação a à euforia. Trata-se 
de uma cor quente e está relacionada aos sentimentos humanos – nervosos, apaixonados ou 
envergonhados a face fica vermelha.
Enquanto o azul está ligado ao gelo, o vermelho está ligado ao fogo.
Amarelo
É uma cor contraditória, simboliza o ouro e a riqueza, assim como a luz. Porém, devido à sua 
instabilidade, não é apreciada pela maioria das pessoas. Quanto mais perto do branco se torna 
radiante, porém próximo ao preto se torna uma cor muito forte. Associada à alegria, mas também 
à irritabilidade. Sendo assim, é uma cor quente e subjetivamente ambígua.
Conforme exposto, as cores dificilmente são usadas de maneira isolada, e sim em conjunto, 
onde a composição pode alterar a sensação de determinada cor. Por exemplo, se em um acorde 
cromático o azul estiver associado ao branco e a um cinza claro em igual proporção, poderá 
remeter à inteligência, mas caso essa associação seja com cinza mais escuro, branco e verde em 
proporções menores, remeterá à distância. Portanto, o acorde cromático utilizado é um grande 
influenciador no significado que as cores passam.
2.2 Cores quentes e frias
Dentro da psicologia das cores, estas são separadas entre quentes e frias. Na arquitetura, 
comumente vemos estas definições ao se descrever um ambiente no âmbito da subjetividade, 
o que torna relevante ter conhecimento sobre os conceitos, quais são essas cores e quais as 
sensações que trazem ao ser humano ao serem aplicadas.
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Cores quentes, como o próprio nome já diz, estão ligadas ao sol, ao calor e ao fogo. São elas 
o vermelho, o laranja e o amarelo. Trata-se de cores que estimulam e são ligadas à vivacidade, ao 
dinamismo e ao movimento. São mais comuns em ambientes grandes para despertar a sensação 
de proximidade e aconchego. 
Já as cores frias estão ligadas ao distanciamento e ao frio. Remetem paz, tranquilidade, 
serenidade e introspecção. São elas o azul, o verde e o violeta. Possuem presença mais marcante 
em ambientes privados, como quartos, que necessitam passar tranquilidade para o descanso de 
seus usuários. 
2.3 Aplicação prática na arquitetura
Na arquitetura, assim como a forma e o espaço, a cor também é de grande importância em sua 
concepção, visto que uma cor aplicada em uma superfície pode trazer sensações contraditórias 
ao usuário e, se não aplicada da maneira correta, descaracteriza a obra. Pois de nada adianta ter 
pensado e estudado a forma, adequando-a ao espaço, utilizado várias ferramentas de organização 
espacial, princípios de ordem e ao final empregar uma cor que não condiz com o todo. 
As sensações que uma cor pode trazer ao ser humano estão diretamente ligadas à cultura, 
umas gradam mais que outras, porém todas são de grande valia para a arquitetura se utilizadas 
adequadamente. Quando queremos que um ambiente passe uma sensação aconchegante, 
obviamente empregaremos cores quentes, como vermelho ou laranja; caso a intenção seja um 
local mais sombrio, utilizaremos cores frias, como azul ou violeta. 
Não podemos esquecer que as cores não são empregadas sozinhas, por isso é importante 
pensar nas cores que forem aplicadas juntamente com elas porque irão interferir na sua 
percepção. Muito se fala em acorde cromático e harmonia das cores, e isso dentro da arquitetura 
é indispensável, pois a falta de conhecimento pode causar um tremendo caos visual que poderá 
gerar irritação e incômodo aos ocupantes de um determinado ambiente. Saber fazer uso destas 
ferramentas norteará o arquiteto.
As cores, quando aplicadas devidamente, são harmoniosas e passam a sensação pretendida. 
Por exemplo, caso se queira diminuir o campo visual de um plano de teto muito elevado, o mais 
recomendado é fazer o uso de uma cor mais escura do que as que estão presentes nas paredes. 
Caso se queira ampliar este campo visual, o indicado e fazer ao contrário.
FIQUE DE OLHO
Para enriquecer seu repertório recomendo a leitura do livro A cor no processo criativo: um 
estudo sobre a Bauhaus e a teoria Goethe, de Lilian Ried Miller Barros.
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3 COR E FORMA NA ARQUITETURA
A cor não é aplicada ao acaso em qualquer objeto aleatório. Na arquitetura, para ter 
significado ela será aplicada em formas arquitetônicas de maneira ordenada em um espaço. Do 
mesmo jeito que a concepção de uma forma arquitetônica é pensada, estudada e tem variantes, 
na aplicação da cor nessas formas ocorre o mesmo.
Obviamente, não se trata de pintar uma edificação de uma cor qualquer e está pronto. Pelo 
contrário, é necessário o conhecimento da cor aplicada, do acorde cromático e de suas variações 
para gerar uma harmonia e ter impresso nessa forma o que foi pretendido na sua concepção. 
Temos que levar em consideração principalmente a incidência de luz sobre a superfície para não 
ter um resultado desagradável.
3.1 Forma
Para melhor compreender a aplicação de cores nas formas, vamos definir rapidamente o que 
são formas. Dentro de arquitetura, são a estrutura formal de um trabalho, ou seja, é um elemento 
tridimensional que possui formato, textura, cor e tamanho e com propriedades visuais, como 
posição, orientação e inércia visual.
Pode ser um único elemento ou um conjunto deles. Para se chegar à forma final, esta passa 
por processos de transformação que podem ser por adição, subtração ou alteração de dimensão. 
Ao ser inserida no espaço, também se tem maneiras para fazer isso, que podem ser centralizadas, 
lineares, radiais, aglomeradas ou em malhas. Tudo irá depender do contexto arquitetônico 
pretendido.
3.2 Aplicação de cor a forma
Falaremos agora do estudo da aplicação das cores em uma forma arquitetônica. A incidência 
de luz em uma superfície altera a percepção que temos de determinada cor. Sendo assim, 
a posição da forma em relação ao sol, assim como o posicionamento das aberturas, deve ser 
previamente estudada de acordo com os princípios de conforto ambiental. Somente após esta 
definição é que se pode pensar nas cores a serem aplicadas à edificação. Isso tanto em seu 
exterior quanto em seu interior. 
Essa escolha não pode ser aleatória, levando somente a posição solar em consideração. Esta 
é a primeira parte a se pensar, mas o formato e o tamanho da forma também são relevantes 
quando se pensa em aplicar cor no exterior da edificação, pois será uma quantidade maior de 
combinação de cores. Nessa combinação, o impacto visual é muito grande, então se deve estudar 
e escolher o acorde cromático correto para uma boa harmonização. 
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Se a pretensão for de que a edificação passe a sensação de proximidade, que seja atraente e 
quente aos olhos, deve-se usar o acorde de cores com vermelho. Caso se deseje uma sensação mais 
tranquila, passiva e que passe confiança, o recomendado é o acorde de cores derivadas do azul. 
Para os ambientes internos se segue a mesma linha de raciocínio. Normalmente as cores frias 
são usadas em ambientes voltados ao repouso e descanso, onde se faz necessária tal sensação, 
como nos quartos por exemplo. Já as cores quentes têm seus usos em ambientes residenciais 
um pouco mais restrito, pois as sensações causadas remetem ao fogo e à excitação, paixão e 
irritabilidade. Assim, quando usadas em ambientes com grandes dimensões, empregam a ele uma 
certa proximidade devida a essa sensação de calor, fazendo com que se torne mais confortável. 
Em contrapartida, em locais que se exige que as pessoas permaneçam atentas, alegres e 
vibrantes (como em redes de fast-food, por exemplo) são comumente utilizados o vermelho e o 
amarelo. O vermelho “acelera o coração”e instiga a entras na lanchonete. Além disso, estimula 
o apetite e fornece a sensação de poder e de domínio do ambiente comercial. Não por acaso é 
empregado junto do amarelo, pois este representa a felicidade, a amizade e a confiabilidade. 
Portanto, podemos perceber a real importância das cores nos ambientes, sejam eles internos 
ou externos, residenciais ou comerciais. As possibilidades derivadas das cores são infinitas, basta 
ao profissional possuir o conhecimento necessário para utilizar isso de maneira apropriada.
4 A ARQUITETURA E O INDIVÍDUO
A arquitetura está diretamente ligada à psicologia. Uma forma, um espaço, as cores e as 
texturas, não são meramente matérias físicas, estão além disso. A arquitetura tem ligação com 
o lado subjetivo, ou seja, com os sentimentos. Uma forma simples e pura em um espaço não é 
arquitetura se não transmitir algo ao ser humano. A arquitetura é a arte em que o ser humano 
vive e transita, onde ele é a peça fundamental. A arquitetura é a arte do ser humano.
Não podemos considerar essa arte como meramente ilustrativa, constituída somente da parte 
material. Ela é totalmente relacionada às emoções e às sensações do ser humano que a habita. 
Portanto, falaremos um pouco mais dessa relação entre o espaço e o indivíduo dentro da arquitetura.
4.1 Espaço
Conceitualmente, consiste no volume de uma forma ou do vazio criado entre elas. É onde 
tudo acontece, e nele estão inseridos os contextos da arquitetura. É no espaço que a arquitetura 
acontece. Porém, para se tornar um espaço para o ser humano, precisa haver ligação entre eles. 
Seja através de um tempo, de uma cultura ou de uma religião, o espaço cria uma relação de 
existência e de pertencimento com o indivíduo que o habita.
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Tem caraterísticas e métricas de composição para transmitir as mais variadas sensações e 
emoções. Entender o conceito e os princípios e saber ordená-los é o que permite ao arquiteto 
criar espaços propícios a serem habitados e vivenciados por todos.
4.2 Indivíduo
O indivíduo se trata de cada ser humano, dotado de emoções, sentimentos, vivências, culturas 
e histórias das mais variadas. Cada qual ao seu modo e à sua maneira, com as suas verdades e os 
princípios que determinam o seu jeito de viver e conviver em sociedade. Uma diversidade que 
coexiste em um mesmo espaço-tempo e que se relaciona com o meio em que vive.
Devido à pluralidade da humanidade, é muito importante levar em consideração o estudo 
do espaço correlacionado ao indivíduo, pois dependendo de sua localização geográfica, ele terá 
modos diferentes de ver, sentir e encarar as coisas. Seja pela cultura, pela religião ou por algo que 
está em seu subconsciente. Saber analisar de maneira subjetiva o ser humano permite melhorar 
o conhecimento sobre o seu estilo de vida, e assim poder projetar um espaço que atenda às suas 
necessidades tanto físicas como mentais.
4.3 O indivíduo e o espaço
Apesar de ser um assunto de grande importância para a sociedade em um geral, principalmente 
no âmbito da arquitetura, este é um tema pouco tratado nas literaturas da área: a correlação 
existente entre o espaço e o ser humano que o habita.
O homem e suas extensões constituem um sistema inter-relacionado. É um erro agir como se 
os homens fossem uma coisa e sua casa, suas cidades, sua tecnologia, ou sua língua, fossem algo 
diferente. (CHING, 2002, p.166-167).
A arquitetura e a psicologia têm seus estudos específicos. Enquanto o foco da psicologia é 
o indivíduo e estuda algo ligado ao subjetivo do homem, a arquitetura estuda formas, cores e 
espaços que esse indivíduo irá ocupar. Porém, ambas se encontram quando a arquitetura se 
volta para a subjetividade do ser humano, importando-se tanto com a estética e a funcionalidade 
quanto com a percepção e as consequências que isso desencadeará no indivíduo. Neste ponto, 
arquitetos e psicólogos se completam enquanto profissionais de áreas diferentes.
Ao projetar uma edificação, o arquiteto precisa se ater à forma, à estética e à funcionalidade 
sem se esquecer que este espaço será habitado, seja a fim de trabalho ou moradia. Então, o 
espaço tem que atender às necessidades de seus usuários. 
Relacionando a psicologia arquitetônica às residências, a casa precisa se tornar um lar. Assim, 
deve possuir boa estética e ser funcional, mas, acima de tudo, tem que ser adequada aos seus 
moradores. Para ser um lar, ela deve transmitir o subjetivo: ir além das paredes, penetrar o 
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subconsciente e se tornar o local onde as necessidades de cada indivíduo (ou grupo) é entendida 
e atendida.
Em um ambiente coorporativo, o espaço precisa atender à necessidade de um grupo de 
pessoas com um conjunto de subjetividades, onde cada ser humano é único. Assim, é necessário 
entender a individualidade, porém é impossível criar um espaço de trabalho que atenda às 
necessidades pessoais de cada um. Portanto, nesses ambientes se deve atender às necessidades 
coletivas, voltadas ao trabalho, pensando sempre no indivíduo: oferecer a ele conforto em termos 
de temperatura, ergonomia e ainda fazer com ele se sinta bem no local de trabalho, confortável 
não só fisicamente, mas também mentalmente para que possa ter um bom desempenho.
O arquiteto tem uma infinidade de ferramentas que o auxiliam nessas questões. Assim, 
ao fazer o seu uso de maneira adequada se chega ao resultado desejado, criando espaços 
humanizados para o convívio coletivo.
5 ESTRUTURAS E VEDAÇÕES DE VOLUMES
A arquitetura, mesmo que envolvendo toda a parte psicológica e a relação interpessoal com 
o ser humano, parte do princípio da concepção de formas construtivas, advindas de diversos 
sistemas construtivos, como alvenaria estrutural, alvenaria convencional, stell frame, wood frame. 
Essa escolha do método construtivo e da vedação da estrutura deve ser pensada e planejada de 
acordo com cada edificação, utilizando o mais viável financeiramente e para o uso pretendido.
Sendo assim, iremos discorrer sobre os mais utilizados atualmente no Brasil com uma breve 
apresentação do tipo de material e método construtivo.
FIQUE DE OLHO
A título de curiosidade, para ampliar a sua visão e o seu conhecimento sobre a relação da 
arquitetura com a psicologia, recomento a leitura do artigo Psicologia e arquitetura: em busca do 
locus interdisciplinar, de Gleice Azambuja Elali.
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5.1 Estruturas
Na arquitetura, a estrutura é a “casca” de uma edificação, ou seja, é a armação responsável 
por manter a forma sustentada. É a parte mais resistente de uma construção, já que é responsável 
por absorver e transmitir os esforços. Leva-se em consideração o peso dela para se escolher o 
melhor método construtivo. Uma estrutura é composta por elementos estruturais, sendo estes as 
fundações, as lajes, as vigas, os pilares, as escadas e as caixas d’água. Quando combinados, esses 
elementos geram os sistemas estruturais.
5.2 Sistemas construtivos no Brasil
No Brasil, os mais utilizados são a alvenaria estrutural, a alvenaria convencional ou de 
vedação, as paredes de concreto, e vem ganhando espaço o steel frame e o wood frame.
Alvenaria convencional é muito utilizada no pais por não precisar de mão de obra especializada 
para sua execução. É composta por vigas, pilares e lajes em concreto armado, servindo para a 
suspenção da edificação, onde a alvenaria tem a função somente de vedação e separação dos 
ambientes feita com blocos cerâmicos sem características estruturais. A vantagem desse sistema 
é que, devido à estrutura em concreto armado, suporta grandes vãos. Por não necessitar de mão 
de obra especializada, tem grande disponibilidade e, pelo tipo de vedação, facilita mudanças no 
projeto e futuras reformas. Gera grande quantidade de resíduos. Além disso, tem um tempo e um 
custo maior em comparação a outros sistemas.
Na alvenaria estrutural, como o próprio nome já diz, os blocos são a própria estrutura da 
construção, podendo ser em cerâmica ou concreto. Junta-se à estrutura e à vedação da edificação.Seu projeto deve ser completo e detalhado, incluindo os projetos elétricos e hidráulicos, assim 
como deve se definir os vãos de acordo com a modulação do bloco a ser utilizado. Sua mão 
59
de obra deve ser especializada. Esse sistema construtivo fornece rapidez, facilita a construção e 
reduz a mão de obra, gerando maior economia e menos desperdício de material.
Porém, os vãos livres têm limitações, bem como não permitem mudanças de paredes, por 
exemplo, sem reforço estrutural. A estética é limitada.
Steel frame é um sistema construtivo ainda pouco usado no Brasil. Consiste em um sistema 
industrializado em que sua estrutura é composta de perfis de aço galvanizado e a vedação é 
feita por meio de placas cimentícias, de madeira ou dry wall. Gera uma quantidade mínima de 
resíduos, o que deixa a obra mais limpa. A construção é rápida e precisa, com peso estrutural 
reduzido. Porém tem limite de pavimentos e dificuldade em obter mão de obra especializada.
Wood frame é um sistema construtivo com estrutura em madeira de reflorestamento, 
geralmente pinos, constituído por perfis de madeira maciça, contraventos com chapas de 
OSB auto clavadas com estruturas de madeira para a proteção da edificação. A consciência 
ambiental está muito presente neste sistema construtivo, pois faz uso unicamente de madeira 
de reflorestamento, gerando poucos resíduos, o que mantém a obra limpa e organizada. Oferece 
agilidade na construção. Contudo, assim como no steel frame, há problemas em se obter mão 
de obra especializada e fica limitado ao número de pavimentos. Por se tratar de madeira, é 
necessário um cuidado com a impermeabilização.
O sistema construtivo de paredes de concreto é aquele em que as paredes são estruturas 
maciças de concreto armado. São construídas fôrmas de madeira ou metal, de acordo com 
projeto, que são preenchidas com concreto armado. Após a cura, as fôrmas são retiradas. As 
instalações tanto elétricas quanto hidráulicas são embutidas na strutura, o que evita a quebra 
das paredes. É mais viável para construções em larga escala, como condomínios residenciais. Têm 
alta produtividade, geram pouco desperdício de material, oferecem alta resistência ao fogo, com 
baixa flexibilidade e um alto custo gerado pelas fôrmas
O tipo de sistema construtivo escolhido varia de acordo com a necessidade do projeto, 
levando em consideração o tempo para execução, o tamanho do projeto, assim como as questões 
climáticas de cada região e a disponibilidade de mão de obra e de material. O sistema precisa 
estar alinhado ao projeto arquitetônico e ter coerência com a escolha. Além disso, a preocupação 
ambiental é muito importante, quanto menos resíduos forem gerados, melhor será para o meio 
ambiente. Destinar corretamente os resíduos e ter essa consciência também é papel do arquiteto.
5.3 Tipos de vedação
A vedação de um volume consiste em seu fechamento tanto interno quanto externo. Existem 
algumas maneiras e matérias para se realizar essa vedação. Alguns sistemas construtivos juntam 
a estrutura à vedação, não sendo necessário se utilizar de um sistema de vedação específico (este 
60
é o caso da alvenaria estrutural). Porém, a grande maioria dos sistemas construtivos exige um 
sistema de vedação complementar, seja na parte externa ou interna da edificação.
Temos alguns tipos de vedação mais comumente usados: a placa cimentícia, o dry wall, o PVC, 
os blocos cerâmicos ou de concreto, dentre outros mais peculiares, como o uso de garrafa pet. O 
gesso acartonado, ou dry wall, pode ser utilizado como divisória interna em ambientes que não 
sejam área molhada, pois não é resistente à água. Esse tipo de vedação está presente tanto em 
ambientes residenciais quanto nos comerciais. Ao ser montado, a espessura é inferior à de uma 
parede de alvenaria, otimizando o espaço. Aceita, ainda, a aplicação de textura, pintura, adesivo 
e papel de parede, mas é importante se ater ao peso de móveis e complementos fixados nas 
divisórias.
A placa cimentícia é costumeiramente utilizada em conjunto com o sistema construtivo steel 
frame na vedação externa, já que é resistente à água. Porém, também é usada em ambientes internos 
como divisória, em mezaninos e forros. Podem ser aplicados revestimentos sobre a sua superfície.
O PVC é comumente utilizado em ambientes comerciais por ser leve e ter espessura inferior 
a uma parede em alvenaria, o que aumenta a área útil do ambiente. É feito em material plástico, 
o que facilita a sua limpeza, motivo pelo qual é usado em ambientes hospitalares. Essa vedação 
pode ser adesivada, pintada, desmontada e montada novamente sem prejuízo das placas.
O bloco cerâmico (tijolos) pode ser usado como elemento estrutural, no caso da alvenaria 
estrutural, ou como vedação da edificação. Sua matéria prima está se tornando escassa, o que 
a torna mais cara. Sendo assim, vem sendo substituído por outras matérias. Possui espessura 
superior às divisórias, diminuindo o espaço dos ambientes, porém tem maior resistência física. 
O bloco de concreto, utilizado para vedação em construções de concreto armado ou como 
a própria estrutura, assim como os blocos cerâmicos, é composto por areia, pedrisco e cimento. 
São autoportantes.
A garrafa pet é uma solução barata e sustentável, já que se utiliza de material reciclado. Não 
tem seu uso muito popular, mas com as questões ambientais em alta, vem ganhando espaço 
dentro da construção. As garrafas são preenchidas com areia ou pedra a fim de aumentar sua 
resistência e podem até servir como estrutura para uma residência. 
Existem vários outros tipos de vedação, tratamos aqui dos mais comuns. É muito importante 
saber qual tipo de vedação escolher, além de ter conhecimento das caraterísticas físicas e 
como é feita essa escolha, agregando de maneira harmônica o sistema construtivo. Para isso, é 
imprescindível levar em consideração o custo benefício, a otimização de espaço, a sustentabilidade 
e as necessidades do projeto.
61
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62
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Entender os conceitos das cores.
• Pensar a relação do homem com o espaço que habita.
• Compreender a questão da psicologia ligada à arquitetura.
• Conhecer os sistemas construtivos.
• Reconhecer os tipos de vedação de volumes.
PARA RESUMIR
CHING, F. D. K. Arquitetura forma, espaço e ordem. São Paulo: Martin Fontes, 2002.
CHING, F. D. K.; ECLECKER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2014.
HELLER, E. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção. São Paulo: GG, 2013.
REBELLO, Y. C. P. A concepção estrutural e a arquitetura. Rio de Janeiro: Zigurate, 2000.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 4
O universo das formas
Você está na unidade O universo das formas. Conheça aqui como o formato pode gerar 
perfis característicos das formas e dos desenhos e como eles se configuram de forma 
volumétrica. É por meio da rotação e da translação das figuras simples que você pode 
reconhecer, identificar e caracterizar figuras e formas particulares. Esta unidade abordará 
ainda a criação de reentrâncias e saliências em figuras, permitindo que nossa percepção 
dê formato e contraste visual entre o contorno que separa uma figura e o seu fundo ou a 
forma e o seu campo. Após este estudo, você poderá compreender como são criadas as 
formas com características realistas e como é importante gerar formas e figuras diferentes 
em uma mesma evolução de projeto ou de um desenho artístico. A forma e o espaço 
são apresentados como meios para solucionar um problema em resposta a condições de 
função, propósito e contexto. 
Bons estudos!
Introdução
67
1 O FORMATO E A TRAMA 
Primeiramente estudaremos o formato e como este se refere ao perfil característico de uma 
figura plana ou à configuração da forma volumétrica (CHING, 2013, p.36). Podemos perceber os 
formatos pelo grau de contraste visual presente nos desenhos ou pela rotação e união das formas 
e das inúmeras formas de representar imagens. Em seguida,falaremos sobre como os elementos 
se relacionam entre si, interligados em formas geométricas transladas, para formarem um todo 
integrado com uma estrutura unificadora ou coerente, aparentemente uma trama de elementos 
e figuras geométricas que quando separadas não são percebidas como um formato. A ordem da 
arquitetura é criada quando a organização das partes torna visível o seu relacionamento com 
cada uma delas e com a estrutura como um todo. Acompanhe a seguir o estudo da forma que 
traduz o movimento. 
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1.1 A trama das formas
Este tópico tem o fundamento de apresentar as formas particulares que, quando categorizadas 
e unidas, geram formatos que, pela nossa percepção de contornos e contrastes, emolduram 
alguma imagem que reconhecemos. Conforme Ching (2013, p.36), quando nos remetemos a 
esses acontecimentos na arquitetura, envolvemo-nos com os seguintes formatos:
Formato 1
Planos de piso, parede e teto que configuram um espaço.
Formato 2
Aberturas de portas e janelas em um espaço delimitado.
68
Formato 3
Silhuetas e contornos das formas edificadas.
Figura 1 - Representação de formatos em arquitetura 
Fonte: CHING, 2013, p.36.
#PraCegoVer: Na imagem temos três figuras geométricas manipularas que apresentam os 
conceitos apresentados sobre planos de base, aberturas, contornos e silhuetas.
Sugerimos como exemplo alguns projetos que ilustram como as relações entre cheios e 
vazios, rotação e translação de formas podem expressar o modo como os contornos de uma 
massa edificada são percebidos sobre um plano, podendo representar elementos da arquitetura. 
São eles: o Pavilhão Central do Templo de Horyu-Ji, em Nara (Japão); a Vila Stein na França (1926-
1927); e a mesquita de Solimão, na Turquia (1551-1558). 
Para iniciarmos nossa compreensão sobre como as formas se unem e rotacionam criando 
tramas de formas, voltamos a Gestalt. A psicologia gestaltista afirma que a mente simplifica o 
meio visual, permitindo que seja compreensível. Dada qualquer trama de formas, o olho humano 
tem a tendência a reduzir o tema em nosso campo de visão, transformando e separando a 
imagem dos formatos mais simples e regulares. Quanto mais simples e regular for um formato, 
mais fácil é percebê-lo. A composição da imagem de um círculo, por exemplo, ou um triângulo, 
um quadrado e aí por diante. Sabemos que na geometria iniciamos pelo círculo e pela infinidade 
de polígonos regulares que podem ser inscritos nele. Lembre-se que as figuras primárias são o 
círculo, o triângulo e o quadrado. É sobre eles que falaremos agora. Observe o Quadro 1:
69
Quadro 1 - Composição das figuras primárias. 
Fonte: CHING, 2013, (Adaptado).
#PraCegoVer: O quadro contém três colunas: na primeira há a um desenho de um círculo, 
de um triângulo e de um quadrado; na segunda, a descrição de cada um; e na terceira coluna há 
representações de formas criadas a partir de cada um.
Se observarmos como as figuras sofrem transformação, tornando-se tramas que receberam 
rotação ou translação, teremos uma infinidade de exemplos de projetos que poderíamos citar. 
A forma como figuras geométricas são compostas, segmentadas e unidas, transforma simples 
imagens em uma trama de formas. Essa trama de formas é percebida nas plantas baixas, presentes 
na arquitetura. Observe as figuras 2 e 3.
Figura 2 - Composição de círculos e segmentos de círculo 
Fonte: CHING, 2013, p.39.
#PraCegoVer: A imagem contém seis composições simples criadas a partir de círculos.
70
Figura 3 - Planta da Cidade Ideal de Sforzinda (1964) e Teatro Romaro 
Fonte: CHING, 2013, p.39.
#PraCegoVer: Na figura, temos a representação da decomposição, rotação e fragmentação de 
figuras geométricas simples que formam projetos de arquitetura.
De acordo com Ching (2013), podemos perceber nessas plantas que o círculo é uma figura 
centralizada, introvertida e autocentralizadora nesse meio. Quando inserimos um círculo no 
centro de um campo, reforçamos a noção da centralidade. Entretanto, quando associamos formas 
retas ou angulares, ou ainda quando acrescentamos elementos ao longo de sua circunferência, 
percebemos uma trama, um círculo com movimento de rotação aparente. Isso pode ser percebido 
claramente na Figura 3. Contudo, não é apenas com o círculo que temos essa percepção. Observe 
a Figura 4 com uma composição similar, agora com um triângulo.
Figura 4 - Composição de triângulos e segmentos do triângulo 
Fonte: CHING, 2013, p.40.
#PraCegoVer: A figura contém 6 representações de composição criadas a partir de um triângulo.
71
Perceba como o triângulo é uma figura mais estável. Quando temos um triângulo, 
automaticamente um dos lados parece em repouso sobre uma superfície plana, permitindo a 
noção de repouso e estabilidade. Se perceber um de seus vértices apoiados, pode-se parecer um 
estado de equilíbrio comprometido ou a tendência a cair sobre um dos lados. Se você observar 
o projeto do Museu de Arte Moderna, do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, perceberá essa 
sensação. O projeto é apoiado sobre um dos vértices de um triângulo, e parece que a qualquer 
movimento de vento ele pode cair para um de seus lados. Contudo, a arquitetura possui 
artimanhas incríveis e encantadoras.
O quadrado, por sua vez, pode ser visto como uma figura pura e racional, totalmente neutra 
e estática com dois eixos idênticos e perpendiculares entre si. Todos os retângulos são variações 
do quadrado, sejam de maior ou menor tamanho, com formas rotacionadas ou transladas. Da 
mesma forma que o triângulo, o quadrado também possui uma das suas faces que repousa sobre 
uma superfície plana e que parece ser dinâmico quando apoiado em um de seus vértices. Da 
mesma forma que o triângulo, o quadrado também possui um estado de equilíbrio comprometido 
quando apoiado em um dos vértices, contudo, quando uma das faces está sobre um plano, a 
figura aparenta estado de equilíbrio. Este fenômeno pode ser facilmente identificado na Figura 5.
Figura 5 - Composição de triângulos e segmentos do quadrado 
Fonte: CHING, 2013, p.41.
#PraCegoVer: A figura contém nove representações de composições criadas a partir de um quadrado.
Até agora vimos as formas básicas que sofrem transformações quando movimentadas, 
rotacionadas ou quando possuem algum tipo de movimentação. Entretanto, falamos apenas de 
formas bidimensionais. Quando possuímos a transição de planos para as formas, percebemos o 
domínio das superfícies e a alusão a uma imagem que deixa de ser bidimensional e passa a ser 
tridimensional. Estudaremos isso no próximo tópico. 
72
1.2 A transição dos formatos para as formas
Neste tópico, veremos a forma, enquanto termo mais abrangente, na transição dos 
formatos dos planos, em imagens tridimensionais. O domínio das superfícies é percebido ao 
transformarmos os formatos dos planos em formas dos volumes. Nesse caso, passamos de 
uma abordagem bidimensional para uma abordagem tridimensional em que são percebidas as 
três dimensões de uma figura. Quando falamos em superfície, é importante esclarecer que nos 
referimos a qualquer figura com duas dimensões, como um plano. O termo pode fazer alusão 
a outros conceitos, mas abordaremos dentro dessa perspectiva. A partir da família geométrica 
das curvas e retas, podemos perceber uma classe especial de figuras tridimensionais. Observe as 
descrições no Quadro 2.
Quadro 2 - A transição dos formatos para as formas 
Fonte: CHING, 2013, p.42 (Adaptado).
#PraCegoVer: O quadro apresenta seis descrições de formas tridimensionais.
73
Na arquitetura, temos o exemplo da Sala de Concerto da Walt Disney, em Los Angeles (EUA), 
que possui a aplicação de muitas dessas situações apresentadas. O projeto possui uma base 
geométrica; sobre ela, superfícies curvas são empregadas de modo a parecer uma modelagem digital. 
É interessante observar como essa forma possui um aspecto fluido, contrastando com a natureza 
angular das formas retilíneas, e é apropriada para descrever a forma das cascas e dos elementos devedação não portantes (CHING, 2013); seu formato muda conforme a perspectiva em que se observa.
É possível ampliar a perspectiva sobre os conceitos estudados até o momento com dicas 
e técnicas para estimular o potencial criativo. É fundamental destacar que o processo criativo 
não diz respeito somente às ideias, mas a uma capacidade do indivíduo de ver o mundo de 
novas maneiras, uma habilidade intrínseca. Para que possamos ser criativos, precisamos estar 
constantemente atualizados, sermos curiosos, inovadores e aplicarmos nossas ideias. Do 
contrário, somos apenas imaginativos. Discutir com alguém sobre dicas e técnicas contribui para 
buscar os melhores métodos para estimular e desenvolver esse processo em si próprio.
2 LUZ E SOMBRA
Neste tópico vamos falar sobre como utilizar a ilusão de luz e sombra na representação 
gráfica de projetos e formas geométricas utilizando tonalidades de grafites. Isso nos permite 
melhorar a comunicação porque por meio do uso de texturas podemos estabelecer a ordem das 
imagens visando ampliar a nossa percepção da espacialidade do desenho à medida em que nos 
deslocamos no espaço projetado. 
A forma como percebemos a tridimensionalidade de um espaço projetado depende muito 
de como os raios solares, ou seja, a luz, incide sobre este espaço. É pela percepção da luz que 
notamos também o sombreamento e, ainda, podemos compreender a escultura e a forma 
daquilo que queremos desenhar. O objetivo deste tópico é mostrar os princípios fundamentais 
que regem a composição de luz e sombra em formas simples e em projetos de arquitetura e de 
design de interiores. 
É importante observar que existem sombras próprias e sombras projetadas. A seguir, 
apresentaremos as informações necessárias para auxiliar o seu processo de aprimoramento de 
desenhos tridimensionais iluminados os sombreados.
2.1 Sombras próprias e sombras projetadas
De acordo com Ching (2017, p. 170), as “sombras próprias e sombras projetadas referem-
se à técnica de determinação de áreas sombreadas e que projetam sombras em superfície por 
meio de desenhos em projeção”. É por meio do uso de sombreamentos, texturas ou hachuras 
que podemos identificar formas e imagens para que nossa visão seja estimulada por padrões de 
74
intensidade de luz e cor. Somente assim é possível formar a imagem mental do projeto. Embora 
um projeto não utilize efetivamente o uso de cores, com uma simples lapiseira ou um lápis 
podemos simular a presença da luz nas suas formas geométricas. É importante observar alguns 
detalhes comentados por Ching (2017, p. 170):
• O sol é considerado a fonte de luz das sombras próprias e projetadas de arquitetura. O 
sol é uma fonte tão grande e distante que seus raios de luz são considerados paralelos.
• O ângulo do sol é o ângulo de seus raios, medido em termos de rumo ou ângulo de dire-
ção ou de azimute ou altura solar. 
• O rumo ou ângulo de direção de uma direção angular horizontal expressada em graus a 
leste ou a oeste de uma orientação norte ou sul padrão. 
• O azimute é uma distância angular horizontal, medida em sentido horário de um rumo 
em relação ao norte.
• A altura solar é a elevação angular do sol acima do horizonte.
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Observe na Figura 6 que a imagem possui uma sombra própria que se refere à área 
relativamente mais escura que o volume possui na parte tangente ou aposta na fonte de luz. É 
como se fosse a fachada de uma edificação oposta ao lado em que o sol está incidindo. Possui, 
ainda, a sombra projetada, que é relativamente mais escura na imagem e está sendo criada pelo 
corpo opaco ou pelo corpo que está interceptando os raios de uma fonte de luz teórica.
75
Figura 6 - A fonte de luz solar de sombras próprias e sombras projetadas 
Fonte: CHING, 2017, p.170 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem representa um quadrado tridimensional iluminado à esquerda. À 
direita, são representadas em duas tonalidades os dois tipos de sombra: própria e projetada.
Sobra a imagem, Ching (2017, p. 140), afirma que:
• Uma linha de sombra própria ou aresta sombreada separa uma superfície iluminada de 
outra sombreada. 
• Uma linha de sombra projetada é uma sombra gerada por uma linha de sombra própria 
em uma superfície receptora. 
• Um plano de sombra projetado é um plano de raios de luz que passam pelos pontos 
adjacentes de uma reta. 
• Todas as partes de um objeto na luz devem projetar uma sombra. O corolário disso é que 
a qualquer ponto que não esteja iluminado não pode projetar uma sombra, pois a luz 
não o alcança.
• Uma sombra é visível apenas quando há uma superfície iluminada para recebê-la uma 
sobra nunca pode ser projetada em uma superfície com sombra própria, nem existir 
dentro de outra sombra.
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2.2 Desenhos de vistas múltiplas – perspectivas
Falaremos agora sobre as técnicas de sombreamento que podemos utilizar para representar 
os valores tonais em perspectivas múltiplas. Todas essas técnicas exigem uma gradação crescente 
ou camadas sobrepostas de riscos ou pontos para que você possa realmente representar o efeito 
visual desejado. Utilizar sombras em desenhos de perspectivas múltiplas é fundamental para 
que o desenho ou projeto não pareça achatado e para que a ilusão de profundidade possa ser 
compreendida corretamente. Em desenhos assim são exigidas duas vistas relacionadas entre si: 
um plano ou elevação, ou duas elevações relacionadas, e a transferência de informações entre 
uma vista e outra. (CHING, 2017)
Em desenhos tridimensionais, é importante considerar que a direção convencional da luz é 
paralela à diagonal de um cubo que vai desde o vértice superior esquerdo até o vértice inferior 
direito posterior (CHING, 2017). Em geral, desenhamos essa projeção em 45º em função de termos 
os esquadros com essa angulação. Essa conversão gera sombras com largura e profundidade que 
são iguais à largura e à profundidade das projeções. 
Enquanto em desenhos manuais a projeção de sombras é feita com o uso de lápis e lapiseiras, 
em desenhos de vistas múltiplas gerados por computador essa projeção de sombras próprias e 
projetadas pressupõe a direção da luz, com possibilidade de especificar a direção da luz solar 
conforme a hora do dia ou o período do ano, gerando imagens automaticamente.
Para finalizar e complementar os estudos deste capítulo, sugerimos aprimorar o conhecimento 
com a complementação de técnicas práticas de aplicação de luz e sombra. É fundamental salientar 
que, embora seja comum o medo de utilizar o sombreamento no início da prática, por meio do 
aprimoramento e do exercício a técnica melhora.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• reconhecer as formas básicas e primárias de um desenho.
• aprimorar o conhecimento sobre a composição das formas.
• conhecer como são trabalhadas a luz e a sombra em um desenho.
• diferenciar a sombra própria da sombra projetada.
• descobrir como se configura um projeto com múltiplas perspectivas.
PARA RESUMIR
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2014.
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Representação Gráfica em Arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2017.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Expressão plástica é um livro direcionado para estudantes dos 
cursos de arquitetura. 
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo sobre 
formas, espaço, ordem, cores e indivíduo.
Após a leitura da obra, o leitor vai entender os princípios e os 
conceitos dos elementos primários; compreender o espaço e seus 
elementos; aprender como ocorre a transformação da forma por 
meio de adição, subtração ou manipulação; conhecer os principais 
tipos de texturas e como elas podem ser representadas tonalmente; 
analisar a combinação dos principais tipos de hachuras, formando 
texturas de materiais; pensar a relação do homem com o espaço 
que habita; reconheceros tipos de vedação de volumes; aprimorar o 
conhecimento sobre a composição das formas; diferenciar a sombra 
própria da sombra projetada; descobrir como se configura um 
projeto com múltiplas perspectivas, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
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