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Síndrome Metabólica Lara Camila da Silva Alves – Medicina – 3º Semestre Síndrome de resistência à insulina, síndrome plurimetabólica, “quarteto mortal” (hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade). CONCEITO O desfecho final da síndrome metabólica é a resistência à insulina. Ou seja, a secreção de insulina está normal, porém não consegue atuar nas células, não realizando, assim, a captura da glicose. Além disso, a resistência à insulina é um processo inflamatório no corpo – inclusive nas veias e artérias - , que desencadeará outros problemas. ➔ A insulina é um hormônio produzido no pâncreas, que quando a secreta, atua nas células de modo que elas catabolizem – coloquem a energia para dentro da célula. A insulina é um hormônio anabólico – coloca glicose para dentro da célula. Se houver baixa insulina, a glicose fica circulando na corrente sanguínea. Resistência à insulina → Hiperglicemia → Hiperinsulinemia (em resposta à hiperglicemia, para tentar “vencer” a resistência) → Aumento de triglicérides e redução de HDL – é uma dislipidemia aterogênica, ou seja, promove a aterosclerose. Isso ocorre porque assim haverá um aumento do LDL, e a combinação de um aumento do TG, redução do HDL e aumento do LDL é aterogênica. → Hipertensão arterial ➔ A soma desses fatores é a principal causa de doença arterial coronariana ➔ O fato de nem todos os componentes da síndrome estarem presentes em um mesmo indivíduo não deve minimizar sua importância. EPIDEMIOLOGIA • Prevalência variável de acordo com população estudada (< 10%-84%). • Risco aumentado a cada década de vida • Incidência crescente • Relatos em crianças e adolescentes Relação direta com o grau de adiposidade – quanto mais acima do peso, maior o risco de desenvolver a síndrome metabólica devido à resistência à insulina. PATOGÊNESE Desproporção na distribuição de adipócitos subcutâneos e viscerais. Os subcutâneos armazém mais AGL (ácidos graxos livres) e citocinas inflamatórias; os viscerais acumulam menos AGL e secretam muitas citocinas inflamatórias (TNF-a, IL-6, PCR – ptn C reativa, PAI-1 – ativador do plasminogênio 1). O excesso de ptn pró-inflamatórias (principalmente TNF-a e IL-6) resulta em uma inflamação localizada no tecido adiposo que se propaga para uma inflamação sistêmica global, associada ao desenvolvimento de comorbidades relacionadas à obesidade, resistência à insulina (RI), estresse oxidativo e aterosclerose. As citocinas inibem a ativação do receptor da insulina → Resistência à insulina Excesso de PAI-1 → hipercoagulabilidade (favorece a ocorrência de eventos vasculares trombóticos) ➔ SM cursa com níveis baixos de adiponectina – adipocina com propriedades anti-inflamatórias e antiaterogênicas, que também aumenta a sensibilidade à insulina e inibe enzimas da gliconeogênese hepática. O aumento da lipólise nos adipócitos viscerais ocasiona um aumento do aporte de AGL para o fígado e músculo esquelético, inibindo a ação da insulina nesses órgãos, por um mecanismo chamado de lipotoxicidade. A lipotoxicidade tem ação deletéria sobre as células beta, diminuindo a secreção de insulina, favorecendo a hiperglicemia. ➔ Maior ativação do SRAA e do SNS está envolvida na gênese da hipertensão na SM. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE SÍNDROME METABÓLICA Atenção: IMC não é utilizado como critério (apenas a circunferência abdominal), e LDL também não. Na aula, o professor só mencionou NCEP-ATP III e IDF. O que tem valor como critério é a glicemia sérica, e não a glicemia capilar. Por que se preocupar? Aumenta em 3x o risco de infarto/AVC Aumenta em 2x o risco de morte Aumenta em 5x o risco de diabetes Como pesquisar a SM? Exame Físico Medida da cintura Aferição da PA Exames laboratoriais Colesterol total e frações Triglicérides Glicemia