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Prévia do material em texto

Disciplina 
PSICOMOTRICIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina 
 
PSICOMOTRICIDADE 
Dina Lúcia Chaves ROCHA 
 
 Revisado e atualizado por Fátima ALVES 
 
 
www.avm.edu.br 
 
S
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m
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o
 
 
 
 
05 Apresentação 
 
07 
Aula 1 
Fundamentos da psicomotricidade 
 
25 
Aula 2 
Áreas de Atuação da 
Psicomotricidade 
 
41 
Aula 3 
Psicomotricidade funcional e 
relacional 
 
76 
Aula 4 
Instabilidades, defasagens, 
perturbações psicomotoras 
 
 
89 
Referências bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicomotricidade 
 
 C
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É com enorme satisfação que lhe apresentamos A PSICOMOTRICIDADE. 
Neste caderno. Você terá a oportunidade de ter um panorama histórico 
sobre a Psicomotricidade, sua origem, seus conceitos, seus objetivos. O 
trabalho psicomotor é de suma importância para o desenvolvimento 
humano, sua motricidade e suas habilidades. Através da psicomotricidade 
funcional e relacional poderemos aplicar a psicomotricidade através das 
áreas de atuação, que são: estimulação, educação, reeducação e terapia 
psicomotora. Um trabalho preventivo com a psicomotricidade permitirá 
evitar certas defasagens, dificuldades, instabilidades psicomotoras e irá 
favorecer o processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
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Este caderno de estudos tem como objetivos: 
 
 Apresentar como se deu o surgimento do termo 
PSICOMOTRICIDADE, estudos e pesquisas desenvolvidas. 
 Favorecer o entendimento sobre a Psicomotricidade funcional 
(áreas psicomotoras) e relacional (conceitos relacionais). 
 Discutir as quatro áreas de atuação do Psicomotricista, que são: 
estimulação, educação, reeducação e terapia psicomotora. 
 Demonstrar como se dá o desenvolvimento motor, afetivo e 
cognitivo e a sua importância para o desenvolvimento das 
habilidades. 
 Abordar as possíveis dificuldades, defasagens e instabilidades na 
falta de um adequado desenvolvimento da psicomotricidade 
humana. 
Fundamentos da 
Psicomotricidade 
 
Dina Lúcia Chaves Rocha 
 
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Nesta aula iremos abordar um breve histórico da 
Psicomotricidade, conceitos e definições de alguns teóricos da 
área. Veremos que a Psicomotricidade é uma ciência e tem como 
objetivo um adequado desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo 
e um ato motor econômico, harmonioso e preciso. 
O processo evolutivo pode ser percebido e observado tanto do 
ponto de vista das espécies, quanto do ponto de vista de cada ser 
humano e suas habilidades. Sendo assim finalizaremos esta aula 
abordando três conceitos fundamentais estudados por Vitor da 
Fonseca, que são: Ontogênese, Filogênese e Retrogênese. 
 
 
 
 
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Saber sobre a origem da Psicomotricidade e sua evolução 
histórica; 
 Analisar as diferentes definições sobre a psicomotricidade; 
 Conhecer os estudiosos e teóricos da área e suas contribuições; 
 Compreender os objetivos do trabalho psicomotor; 
 Entender e analisar a importância da Filogênese, Ontogênese e 
Retrogênese para o desenvolvimento da motricidade humana e 
suas habilidades. 
 
 
 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 8 
Resumo da História da Psicomotricidade 
 
O termo Psicomotricidade apareceu pela 
primeira vez com Dupré, no ano de 1920 (início do 
século XX), significando um entrelaçamento entre o 
movimento e o pensamento. 
 
Dupré, que era médico, precisou as diferentes 
etapas do desenvolvimento psicomotor e os distúrbios 
que podem surgir no decorrer de tal desenvolvimento. 
 
Tendo sua origem na Medicina, a 
Psicomotricidade se apoiou por muito tempo no modelo 
médico para estruturar a razão de suas práticas. 
 
É também da década de 1920 a associação entre 
as dificuldades de aprendizagem e as doenças. 
 
Inúmeros outros pesquisadores realizaram 
importantes estudos que se refletem até os momentos 
atuais no âmbito da Psicomotricidade. Foram 
significativos os trabalhos de Claparède, Montessori, 
Shilder, Gesell, Wallon, Piaget, Ajuriaguerra, dentre 
outros. 
 
Especialmente nas duas últimas décadas 
podemos contar com os trabalhos de importantes 
pesquisadores como: Jean Le Boulch, Germaine Rossel, 
Dalila Molina de Costallat, Simone Ramain, André 
Lapierre, Bernar Aucouturier, Aleksandr Luria, P. Vayer, 
J. Bèrges, G. Lagrange, J. Legido, Jean – Claude Coste, 
S. Lebovici, R. Diatkine, Françoise Désobeau, J. 
Guillarme, Vítor da Fonseca e outros. 
 
Os estudos de Maria Helena Souza Patto (1991, 
p.41) enfatizam a medicalização do fracasso escolar, ou 
seja, de que forma as crianças que tinham dificuldades 
escolares eram vistas como necessitadas de 
atendimento/tratamento médico. 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 9 
Os primeiros especialistas que se ocuparam de 
casos de dificuldade de aprendizagem escolar foram os 
médicos. O final do século XVIII e o século XIX foram 
de grande desenvolvimento das ciências médicas e 
biológicas, especialmente da psiquiatria. Datam desta 
época as rígidas classificações dos “anormais” e os 
estudos de neurologia, neurofisiologia e 
neuropsiquiatria conduzidos em laboratórios anexos a 
hospícios. Quando os problemas de aprendizagem 
escolar começaram a tomar corpo, os progressos da 
nosologia já haviam recomendado a criação de 
pavilhões especiais para os “duros de cabeça” ou 
idiotas, anteriormente confundidos com os loucos; a 
criação desta categoria facilitou o trânsito do conceito 
de anormalidade dos hospitais para escolas: as 
crianças que não acompanhavam seus colegas na 
aprendizagem escolar passaram a ser designadas como 
anormais escolares e as causas de seu fracasso são 
procuradas em alguma anormalidade orgânica. 
 
Inicialmente a pesquisa teórica, no campo da 
Psicomotricidade, fixou-se no desenvolvimento motor 
da criança. Depois foi estudada a relação entre o atraso 
no desenvolvimento motor e o atraso intelectual. Em 
seguida, surgiram estudos sobre o desenvolvimento da 
habilidade manual e aptidões motoras em função da 
idade cronológica. 
 
Esses estudos facilitaram o entendimento e 
abriram novos questionamentos sobre as relações 
existentes entre o desenvolvimento psicomotor 
adequado, o desenvolvimento intelectual e a idade 
cronológica. 
 
Além dos médicos, os psicólogos também se 
interessaram pelo desenvolvimento psicomotor da 
criança, entre os psicólogos temos: Piaget e Zazzo. 
 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 10 
Wallon em seus trabalhos apresenta 
informações relevantes sobre o desenvolvimento de 
recém-nascidos, sobre o desenvolvimento psicomotor 
da criança e a relação existente entre tônus corporal e 
emoção. 
 
Também a neuropsiquiatria, educação física, 
psiquiatria, evoluíram e reconheceram que a melhora 
física e comportamental poderia ser realizada a partir 
do fluxo motor, utilizando as técnicas corporais. 
 
Atualmente, pesquisa-se também as ligações 
entre as áreas psicomotoras e as dificuldades escolares 
das crianças de inteligência normal. 
 
Fica evidenciado, portanto, na história da 
Psicomotricidade como campo de estudo, que em seu 
início houve ênfase na doença. Isso possivelmente se 
deve a sua origem na Medicina. Contudo, os estudiosos 
não ficaram focando somente a área clínica e 
oportunizaram um trabalho psicomotor educativo de 
base. Tal trabalho, além de ser preventivo dos desvios 
e defasagens no processo evolutivo de aprendizagem 
escolar da criança, pode contribuir para o 
desenvolvimento psicomotor adequado desde a mais 
tenra idade, priorizando a harmonia e firmeza nos 
movimentos e uma melhor ligação desses movimentos 
com o pensamento. 
 
Em Alexandre Mello encontramos referências 
mostrando que em 1982, no 1º Congresso Brasileiro de 
Terapia Psicomotora, Psicomotricistasbrasileiros 
buscaram uma definição que viabilizasse o 
entendimento do termo Psicomotricidade, 
especialmente no âmbito da Sociedade Brasileira de 
Terapia Psicomotora¹. 
 
Você sabia? 
 
 
¹ A partir de 1987, a 
Sociedade Brasileira 
de Terapia 
Psicomotora passou 
a denominar-se 
Sociedade Brasileira 
de Psicomotricidade. 
 
 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 11 
Psicomotricidade é uma ciência que 
tem por objetivo o estudo do homem, 
através do seu corpo em movimento, 
nas relações com seu mundo interno e 
externo. 
 (Mello, 1987, p.31) 
 
Ajuriaguerra (apud Loureiro, 1983), definiu a 
Psicomotricidade como “a realização do pensamento 
através do ato motor preciso, econômico e 
harmonioso.” (p.01) 
 
Segundo Meur e Staes (1991), inicialmente: 
 
(...) a pesquisa teórica fixou-se 
sobretudo no desenvolvimento motor 
da criança. Depois estudou a relação 
entre o atraso no desenvolvimento 
motor e o atraso intelectual da criança. 
Seguiram-se estudos sobre o 
desenvolvimento da habilidade manual 
e aptidões motoras em função da 
idade. 
 (p.06) 
 
 
 
O que é Psicomotricidade? 
 
Neste item iremos colocar algumas definições de 
psicomotricidade. 
 
Observe como cada autor define 
psicomotricidade. Provavelmente você irá encontrar 
muitas semelhanças entre as definições, mas cada 
autor ao defini-la acrescenta um detalhe singular à 
psicomotricidade ao seu modo de vê-la. 
 
 
PSICOMOTRICIDADE 
 
“É a ciência que tem como objeto de estudo o 
homem através do seu corpo em movimento e em 
relação ao seu mundo interno e externo. Está 
relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 12 
a origem das aquisições cognitivas, afetivas e 
orgânicas. É sustentada por três conhecimentos 
básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. 
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado 
para uma concepção de movimento organizado e 
integrado, em função das experiências vividas pelo 
sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, 
sua linguagem e sua socialização.” (Associação 
Brasileira de Psicomotricidade – 1999-2003) 
 
Historicamente o termo "psicomotricidade" 
aparece a partir do discurso médico, mais precisamente 
neurológico, quando foi necessário, no início do século 
XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais 
além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as 
descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se 
que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro 
esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente 
localizada. São descobertos distúrbios da atividade 
gestual, da atividade práxica. Portanto, o "esquema 
anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma 
sua correspondente lesão focal já não podia explicar 
alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir 
da necessidade médica de encontrar uma área que 
explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela 
primeira vez, o termo Psicomotricidade, no ano de 
1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo 
psicomotor correspondem a um enfoque 
eminentemente neurológico (ABP, 2003). 
 
É a relação entre o pensamento e a ação, 
envolvendo a emoção. Fátima Alves 
 
Psicomotricidade é a ciência de síntese, que com 
a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os 
problemas, que afetam as interrelações harmônicas, 
que constituem a unidade do ser humano e sua 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 13 
convivência com os demais (Costallat apud ISPE-GAE, 
2007). 
 
As funções cognitivas, motoras, sociais, 
simbólicas e afetivas são promovidas através da 
psicomotricidade numa atuação com a educação, 
reeducação e terapia psiconotora. 
 
A psicomotricidade quer justamente destacar a 
relação existente entre a motricidade, a mente e a 
afetividade e facilitar a abordagem global da criança 
por meio de uma técnica. (De Meur & Staes, 1991, p. 
5). 
 
A Psicomotricidade no Brasil foi norteada pela 
escola francesa. Durante as primeiras décadas do 
século XX, época da primeira guerra mundial, quando 
as mulheres adentraram firmemente no trabalho formal 
enquanto suas crianças ficavam nas creches, a escola 
francesa também influenciou mundialmente a 
psiquiatria infantil, a psicologia e a pedagogia. Em 
1909, a figura de Dupré, neuropsiquiatra, é de 
fundamental importância para o âmbito psicomotor, já 
que é ele quem afirma a independência da debilidade 
motora, antecedente do sintoma psicomotor, de um 
possível correlato neurológico. Neste período o tônus 
axial começava a ser estudado por André Thomas e 
Saint-Anné Dargassie. Em 1925, Henry Wallon, médico 
psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe 
uma categoria fundante como instrumento na 
construção do psiquismo. Esta diferença permite a 
Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao 
meio ambiente e aos hábitos do indivíduo, e discursar 
sobre o tônus e o relaxamento. Em 1935, Edouard 
Guilmain, neurologista, desenvolve um exame 
psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da 
terapêutica e de prognóstico. Em 1947, Julian de 
Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 14 
debilidade motora, considerando-a como uma síndrome 
com suas próprias particularidades. É ele quem delimita 
com clareza os transtornos psicomotores que oscilam 
entre o neurológico e o psiquiátrico. Ajuriaguerra 
aproveitou os subsídios de Wallon em relação ao tônus 
ao estudar o diálogo tônico. A relaxação psicotônica foi 
abordada por Giselle Soubiran (ABP, 2003) e (ISPE-
GAE, 2007). 
 
CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE SEGUNDO 
DIVERSOS AUTORES: 
 
Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado 
pela comunidade científica como o “Pai da 
Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se 
conceitua como ciência da saúde e da educação, pois 
indiferentes das diversas escolas, psicológica, 
condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa a 
representação e a expressão motora, através da 
utilização psíquica e mental do indivíduo”. 
 
Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade 
como Ciência de Síntese, que com a pluralidade de seus 
enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as 
inter-relações harmônicas, que constituem a unidade 
do ser humano e sua convivência com os demais”. 
 
Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a 
educação de controle mental e da expressão motora.” 
 
Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e 
Relaxação, bases fundamentais da estrutura psico 
corporal, estática e em movimento, precedente e 
condicionante a toda atividade psíquica”. 
 
Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa 
privilegiar a qualidade da relação afetiva, a 
mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 15 
gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, 
sua lateralização e direcionalidade e a planificação 
práxica, enquanto componentes essenciais e globais da 
aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela 
o corpo e a motricidade são abordados como unidade e 
totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico 
somático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-
analítico, psico neurológico e psico terapêutico”. 
 
P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, 
através do seu corpo”. 
 
Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a 
otimização corporal dos potenciais neuro, psico- 
cognitivo funcionais, sujeitos às leis de 
desenvolvimento e maturação, manifestadas pela 
dimensão simbólica corporal própria, original e especial 
do ser humano”. 
 
Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a 
educação dos movimentos, ou através dos 
movimentos, visando a melhor utilização das 
capacidades psicofísicas da criança. Neste caso utiliza-
se o movimento como meio e não como fim a ser 
atingida. A Psicomotricidade é o suporte básico que 
auxilia a criança a adquirir tanto sensações e 
percepçõescomo conceitos, os quais lhe darão o 
conhecimento de seu corpo e, através desse, do mundo 
que o rodeia. 
 
Coste (1981), define a Psicomotricidade como 
uma técnica em que cruzam e se encontram múltiplos 
pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências 
constituídas, entre a biologia, psicologia, psicanálise, 
sociologia e lingüística. É considerada como uma 
terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a 
capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com 
que haja um novo conhecimento do corpo. 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 16 
Schinca (1992), o controle e conhecimento do 
próprio corpo são essenciais para o estabelecimento da 
ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação 
entre cada ser e o exterior se manifesta através de atos 
e comportamentos motores, adaptados e ajustados 
mediante as sensações e percepções. 
 
Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da 
psicomotricidade é recente sendo que só no início deste 
século abordou-o assunto ainda que superficialmente. 
Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, 
sobretudo no desenvolvimento motor da criança. 
Depois se estudou a relação entre o atraso no 
desenvolvimento motor e o atraso intelectual da 
criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento 
da habilidade manual e aptidões motoras em função da 
idade. Hoje em dia os estudos ultrapassam os 
problemas motores, pesquisando também as ligações 
com a lateralidade, a estruturação espacial e a 
orientação temporal por um lado e, por outro, as 
dificuldades escolares de crianças com inteligência 
normal. Faz também com que se tome consciência das 
relações existentes entre o gesto e a afetividade. 
 
Psicomotricidade é uma ciência que 
tem como objetivo o estudo da relação 
entre o pensamento e a ação, 
envolvendo a emoção. 
 (Rocha, 2003, p.03) 
 
Elizabete José e Maria Coelho (1999) afirmam: 
 
A psicomotricidade integra várias 
técnicas com as quais se pode trabalhar 
o corpo (todas as suas partes) 
relacionando-o com a afetividade, o 
pensamento e o nível de inteligência. Ela 
enfoca a unidade da educação dos 
movimentos, ao mesmo tempo que põe 
em jogo as funções intelectuais. As 
primeiras evidências de um 
desenvolvimento mental normal são 
manifestações puramente motoras. 
 (p.108) 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 17 
Como estamos vendo, a função motora, o 
desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento 
afetivo estão intimamente ligados. A Psicomotricidade 
tem como foco a relação existente entre a 
motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a 
abordagem global da criança se configurando como 
uma técnica, cuja aplicação se dá através da 
Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, 
Reeducação Psicomotora e Terapia Psicomotora. 
 
A psicomotricidade é, inicialmente, 
uma determinada organização 
funcional da conduta e da ação; 
correlatamente é um certo tipo de 
prática da reabilitação gestual. 
 (Chazaud, 1987, p.11) 
 
 
Objetivos da Psicomotricidade 
 
Ajuriaguerra (apud Costallat in Rocha, 2003, 
p.04) em relação ao ato motor, representa a tríade da 
atuação da Psicomotricidade na escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ECONOMIA” 
 
 
 
“PRECISÃO” 
 
 
ATO MOTOR 
 
 
 
“HARMONIA” 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 18 
 ECONOMIA 
Gerenciamento Cerebral = PODER 
 
 HARMONIA 
Qualidade em sentimentos = QUERER 
 
 PRECISÂO 
Determinação no espaço e tempo = FAZER 
 
Costallat (in Rocha, 2003, p.4) complementa 
dizendo: “Nenhuma atitude humana se realiza sem o 
poder, o querer e o fazer (...)”. 
 
É justamente em busca deste movimento 
harmonioso e econômico que Psicomotricistas - através 
da técnica psicomotora - tentam educar o movimento, 
acreditando que o ato motor acompanha os 
componentes de ordem cognitiva e afetiva. 
 
A psicomotricidade tem como objetivo destacar 
a relação existente entre motricidade, mente e 
afetividade, facilitando a abordagem global da criança, 
já que a função motora, o desenvolvimento intelectual 
e afetivo estão intimamente ligados (Meur e Staes, 
1991). 
 
Filogênese, Ontogênese e Retrogênese da 
Motricidade Humana 
 
Por que falamos sobre a origem da vida e das 
espécies quando falamos da filogênese, ontogênese e 
retrogênese? 
 
Qual será a ligação que esses termos têm com a 
motricidade humana? 
 
Para entendermos o desenvolvimento humano, 
da motricidade humana, se faz necessário, abordarmos 
FETO NO LÍQUIDO 
AMNIÓTICO. 
 
Fonte: 
www.fotosearch.com.br 
. 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 19 
os termos estudados por Vitor da Fonseca (1998): 
ontogênese, filogênese e retrogênese. 
 
Diante do conhecimento da filogênese, da 
ontogênese e da retrogênese, é possível observar que 
a evolução está ligada à origem da terra, para chegar à 
origem da vida, determinando a origem das espécies, 
os primeiros vertebrados, os primeiros répteis, os 
primeiros mamíferos, aonde se chega ao homem. 
 
Filogenética e ontogeneticamente falando, a 
motricidade humana é adquirida primeiro e depois se 
adquire o pensamento, pode-se comprovar isto quando 
observamos o feto locomover-se no líquido amniótico e 
a motricidade que leva ao desenvolvimento do cérebro. 
 
FILOGÊNESE 
 
Filogênese, evoluções pelas quais as formas 
vivas inferiores vão se modificando através dos 
tempos, para produzirem outras, cada vez mais 
elevadas. Os caminhos da Filogênese nos levam até o 
homem, destacando o princípio da vida e seu 
significado para haver a transformação. 
 
 Quando falamos da filogênese, falamos da 
origem da vida. 
 
Para compreendermos os caminhos da 
filogênese, que nos levam até o 
Homem, temos, em primeiro lugar, de 
destacar a unidade da vida e o 
significado da sua síntese, que nos 
impede de separar radical e 
abruptamente o mundo inorgânico do 
mundo orgânico e, evidentemente, o 
mundo vegetal do mundo animal. 
 (Filogênese, Ontogênese, 
Retrogênese. p. 34) 
 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 20 
HABILIDADES FILOGENÉTICAS 
 
Gallahue e Ozmun (2001): 
 
As habilidades filogenéticas são 
resistentes às influências ambientais 
externas. Habilidades motoras – como 
as tarefas manipulativas rudimentares 
de alcançar, agarrar e soltar os 
objetos; as tarefas estabilizadoras de 
ganhar controle da musculatura total 
do corpo; e as habilidades locomotoras 
fundamentais de caminhar, pular e 
correr – são exemplos do que pode ser 
considerado como habilidades 
filogenéticas. 
 (p.67) 
 
ONTOGÊNESE 
 
A ontogênese é uma série de transformações 
sofridas pelo ser vivo desde a fecundação até o ser 
perfeito. 
 
A ontogênese da motricidade 
encontra-se na embriologia e na 
neonatologia, daí a importância dos 
estudos da concepção, da fecundação, 
da nidação (localização do óvulo no 
endométrio) e da gestação do zigoto 
(por onde um ser humano, único e 
determinado, começa a sua vida). 
(Filogênese, Ontogênese, Retrogênese. 
p. 125) 
 
A ontogênese compreende, em 
primeiro lugar, a medula e, em 
segundo, o encéfalo. 
 (Filogênese, Ontogênese e 
Retrogênese. p. 144) 
 
 
HABILIDADES ONTOGENÉTICAS 
 
Gallahue e Ozmun (2001): 
 
As habilidades ontogenéticas ao 
contrário, dependem basicamente do 
aprendizado e das oportunidades 
TRANSFORMAÇÕES DESDE 
A FECUNDAÇÃO ATÉ O SER 
PERFEITO. 
 
Fonte: 
www.fotosearch.com.br 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 21 
ambientais. Habilidades como nadar, 
andar de bicicleta e patinar no gelo 
são consideradas ontogenéticas porque 
não aparecem automaticamente nos 
indivíduos, mas requerem um período 
de prática e de experiência e são 
influenciadas pela cultura do indivíduo. 
Todo o conceito de filogenia e 
ontogenia precisa ser reavaliado à luz 
do fato de que muitas habilidades 
antes consideradas filogenéticas 
podem ser influenciadas pela interação 
ambiental. 
 (p.67) 
 
RETROGÊNESE 
 
A retrogêneseé a maturação, a transformação 
da forma, da estrutura e da função. 
 
Voltando ao assunto da filogênese, ontogênese 
e retrogênese, podemos então, falar no 
desenvolvimento humano da vida intra-uterina para a 
vida extra-uterina até a morte, fazendo surgir às 
evoluções, as maturações, biológica e socialmente 
falando. Essa afirmação pode-se resumir pelo quadro 
seguinte: 
 
 
Filogênese 
 
Ontogênese 
 
Estádio do Desenvolvimento Humano 
 
 
 
Peixe Réptil 
 
 
 
Feto recém-
nascido 
NEUROMOTRICIDADE 
(protomotricidade) 
 
Hipotonia axial 
Hipertonia das extremidades 
Reptação ventral 
 
 
 
Mamífero 
 
 
 
10 meses 
TÔNICO-MOTRICIDADE 
(paleomotricidade) 
 
Quadrupedia 
Simetria funcional 
Mimanualidade 
 
 
 
 
Primata 
 
 
 
 
12 – 24 meses 
SENSÓRIO – MOTRICIDADE 
(arquimotricidade) 
 
Controle postural 
Segurança gravitacional 
Lateralização funcional 
Independência do polegar 
TRANSFORMAÇÃO DA 
FORMA DA ESTRUTURA 
E DA FUNÇÃO. 
Fonte: 
www.fotosearch.com.br 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 22 
 
 
 
 
Homem 
 
 
 
6 anos 
PERCEPTIVO – MOTRICIDADE 
 
Desenvolvimento da locação dextralidade 
Assimetria funcional 
Especialização hemisférica 
Somatogmosia 
 
 
 
Adolescência 
PSICOMOTRICIDADE (neomotricidade) 
 
Desenvolvimento prático 
Melodia cinética 
Planificação motora 
Maturidade sociomotora 
(Filogênese, Ontogênese e Retrogênese, 1998, p. 14) 
 
O que se pode concluir é que a filogênese e a 
ontogênese, através de seus processos evolutivos, 
produzem a motricidade. 
 
O adulto constrói a ontogênese da 
motricidade da criança. 
 
As grandes mudanças da infância à 
adolescência, desta à vida adulta e à 
velhice são inevitáveis, elas atingem 
todas as áreas do comportamento 
humano e, naturalmente, da 
Psicomotricidade. 
(Filogênese, Ontogênese e 
Retrogênese. p. 347) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESUMO 
Vimos até agora: 
 
 O termo Psicomotricidade apareceu pela 
primeira vez com Dupré no ano de 1920. 
Nesta época associavam as dificuldades 
escolares às doenças; 
O corpo está posicionado como origem do 
conhecimento e meio de relação e comunicação com 
o mundo exterior. 
O corpo é, portanto o experimento da criança no 
mundo é ele que recebe calor, luz, pressão, afeto, e 
reagindo a essas sensações poderá se desenvolver e 
ter consciência de sua existência, podendo, então, 
fazer escolhas e evoluir. 
 
Aula 1 | Fundamentos da Psicomotricidade 23 
 Psicomotricidade é uma ciência que tem como 
objetivo o estudo da relação entre o 
pensamento e a ação, envolvendo a emoção. 
Mantendo o foco na motricidade, na mente e 
na afetividade; 
 
 A função motora, o desenvolvimento 
intelectual e o desenvolvimento afetivo estão 
intimamente ligados; 
 
 Os termos Filogênese, Ontogênese e 
Retrogênese estão diretamente associados a 
origem da terra, da vida, das espécies; 
 
 Filogênese- é a evolução das formas vivas 
inferiores, para produzirem outras mais 
elevadas; 
 
 Ontogênese- é uma série de transformações 
sofridas pelo ser vivo desde a fecundação até 
o ser perfeito; 
 
 Retrogênese- é a maturação, a transformação 
da forma, da estrutura e da função; 
 
 O corpo está posicionado como origem do 
conhecimento e meio de relação e 
comunicação com o mundo exterior. 
 
 
 
 
 24 
 
 
 
 
 
 
Áreas de Atuação da 
Psicomotricidade 
 
Dina Lúcia Chaves Rocha 
 
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Estudos de pesquisadores apontam como principais campos de 
atuação ou formas de abordagem da Psicomotricidade a 
Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, Reeducação 
Psicomotora e Terapia Psicomotora. Em certos momentos os três 
campos de atuação se confundem, apesar de possuírem 
características próprias que serão abordadas a seguir. Muitos são 
os materiais possíveis de serem utilizados (bola, tatame, 
bambolês, entre outros) independente da área de atuação. O 
psicomotricista deve ter claro o seu objetivo ao utilizar os 
materiais, no caso da bola, pode ser usada para massagear o 
corpo do bebê, para um jogo simbólico ou de regras. 
 
 
O
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iv
os
 
 
 
 
 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Diferenciar as áreas de atuação da Psicomotricidade, que são: 
Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora; 
 Entender o momento, local adequado de utilizar as técnicas; 
 Identificar e diferenciar as técnicas e os objetivos do trabalho 
psicomotor com a Estimulação, Educação, Reeducação e 
Terapia Psicomotora. 
 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 26 
Estimulação Psicomotora 
 
Contribui para o desenvolvimento harmonioso da 
criança no começo de sua vida. Caracteriza-se por 
atividades que visam o adequado desenvolvimento da 
sua capacidade maturacional. Tais atividades procuram 
despertar o corpo e a afetividade por meio de 
movimentos e jogos. Este programa é indicado a 
recém-natos e pré-escolares. 
 
Alguns autores referem-se à estimulação 
psicomotora como sendo estimulação precoce, mas 
o termo mais adequado, segundo Bueno (1998) é 
estimulação essencial. 
 
Estimulação= Despertar, desabrochar o 
movimento. 
 
Os atos cotidianos (diários) de amamentar, dar 
banho, vestir, despir, dar colo, ninar (embalar), colocar 
na cama, são manipulações que não devemos 
subestimar. Ao manipular o corpo da criança (bebê) 
seja para massagear, para fazer carinho (acariciar) ou 
para realizar algum movimento, mencionado 
anteriormente, estamos estimulando e favorecendo a 
motricidade e o psiquismo da criança. 
 
Estas manipulações devem ser acompanhadas 
de afetividade, o contato da mãe com a criança deve 
ser agradável, prazeroso. Esse contato estreito com a 
mãe dá à criança segurança e proteção. 
 
Educação Psicomotora 
 
Começaremos citando um dos mais conceituados 
autores da área da Psicomotricidade. 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 27 
Le Boulch (1992 a, p.24 e 25) apresenta o 
objetivo da educação psicomotora proposta pela 
comissão de renovação pedagógica para o 1º grau, na 
França: 
 
A educação psicomotora deve ser 
considerada como uma educação de 
base na escola primária. Ela condiciona 
todos os aprendizados pré-escolares; 
leva a criança a tomar consciência de 
seu corpo, da lateralidade, a situar-se 
no espaço, a dominar seu tempo, a 
adquirir habilmente a coordenação de 
seus gestos e movimentos. A educação 
psicomotora deve ser praticada desde 
a mais tenra idade; conduzida com 
perseverança, permite prevenir 
inadaptações difíceis de corrigir 
quando já estruturadas (...). 
 
Já Morizote (1979, p.16) define a Educação 
Psicomotora como: 
 
Uma atividade através do movimento 
visando um desenvolvimento de 
capacidades básicas–sensoriais, 
perceptivas e motoras -, propiciando 
uma organização adequada de atitudes 
adaptativas, atuando como agente 
profilático de distúrbios da 
aprendizagem. 
 
A Educação Psicomotora permeia todas as 
aprendizagens da criança e tem um papel fundamental 
nas aprendizagens escolares, principalmente na 
Educação Infantil. É realizada em todos os 
momentos da vida do indivíduo, por meio das 
percepções vivenciadas. 
 
É, portanto, trabalhada através de uma série de 
atividades, principalmente exercícios e jogos, 
procurando promover um adequado desenvolvimento 
físico, mental, afetivo e social. Levando em conta tais 
exercícios e jogos estão sempre colaborando para o 
desenvolvimento das áreas psicomotoras, uma 
atividade psicomotora nunca trabalha somente uma 
área. 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 28 
A educação psicomotora promove uma 
intervenção direta a nível motor, emocional e cognitivo, 
estruturando o indivíduo como um todo. Promove a 
facilitação das condições naturais e prevenção de 
dificuldades, defasagens, inadequações, distúrbios 
motores, afetivos e cognitivos. É realizada, 
primeiramente, na família, depoisna escola e no meio 
social. 
 
A educação psicomotora para Lapierre, 
é uma ação psicopedagógica que 
utiliza os meios da educação física, 
com a finalidade de normalizar ou 
melhorar o comportamento do 
indivíduo. 
(in Alves, 2003, p.115) 
 
 Segundo, Vayer & Picq (1985), a consciência 
do corpo, o domínio do equilíbrio, o controle e mais 
tarde a eficácia das diversas coordenações (gerais e 
seguimentares), a organização do esquema corporal, a 
orientação no espaço e melhores possibilidades de 
adequação ao mundo exterior, são os principais 
objetivos da educação psicomotora. 
 
Reeducação Psicomotora 
 
 Objetiva a retomada das vivências, 
aprendizagens, fases ou etapas ultrapassadas 
inadequadamente. Na reeducação ou terapia 
psicomotoras, o psicomotricista, por meio do diálogo 
corporal e afetivo, deve favorecer vivências para 
retomar fases ou movimentos corporais mal-
estruturados. 
A reeducação psicomotora é dirigida às 
crianças que sofrem perturbações 
instrumentais (dificuldades ou atrasos 
psicomotores). Trata-se de diagnosticar 
as causas do problema e de fazer um 
balanço das aquisições e das 
carências, antes de fixar um programa 
de reeducação. 
(Meur e Staes, 1991, p. 21) 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 29 
A Reeducação Psicomotora, segundo Mello 
(1989) trabalha com portadores de sintomas de ordem 
psicomotora, como: debilidade psicomotora, atraso e 
instabilidade psicomotora, dispraxias, distúrbios do 
tônus da postura, do equilíbrio e da coordenação, e 
deficiências perceptivo motoras. 
 
Célia Barreto (1982) ressalta que muitas vezes 
os distúrbios psicomotores não se apresentam 
sozinhos, mas num contexto global, onde problemas 
mentais, psiquiátricos e neurológicos, podem estar 
presentes. 
 
Coste (1981, p.10) coloca de uma forma muito 
clara os objetivos da reeducação psicomotora: 
 
A reeducação psicomotora tem por 
objetivo desenvolver esse aspecto 
comunicativo do corpo, o que equivale 
a dar ao indivíduo a possibilidade de 
dominar seu corpo, de economizar sua 
energia, de pensar seus gestos a fim 
de aumentar-lhes a eficácia e a 
estética, de completar e aperfeiçoar 
seu equilíbrio. 
 
Terapia psicomotora 
 
Atua diretamente nos conflitos mais profundos, 
seja funcional ou relacional (desorganização total de 
sua harmonia corporal e pessoal, agressividade 
acentuada, pulsões motoras incontroladas, casos de 
excepcionalidade, dificuldades de relacionamento 
corporal, transtornos psicomotores com transtornos da 
personalidade). 
 
Jean-Claude Coste (1981, p.76) afirma que “o 
aspecto relacional e afetivo da relação terapêutica pode 
ser o elemento determinante da dinâmica da cura”. 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 30 
A Terapia Psicomotora é indicada segundo 
André Lapierre e Aucouturier (1980) às crianças com 
grandes perturbações e cuja adaptação é de ordem 
patológica. 
 
Vítor da Fonseca (1993) coloca como indicação 
para a Terapia Psicomotora a debilidade motora, 
crianças psicóticas, deficientes motores, debilidade 
mental, deficiência visual e a reinserção profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFORÇANDO: 
 
- Estimulação Psicomotora 
A estimulação psicomotora na educação visa 
prevenir distúrbios perceptíveis precocemente em 
algumas crianças, interferindo nos diversos níveis de 
expressão corporal; sabe-se, portanto, que a ausência 
desses estímulos pode diminuir a maturação e algumas 
funções inatas. 
 
É a possibilidade de se oferecer à criança acesso 
a todas as etapas de aprendizagem necessárias no 
processo de alfabetização, por meio de experiências 
psicomotoras que criam facilitadores no caminho de 
aquisições, até estar apta a integralizar esses 
aprendizados. Tanto que a psicomotricidade pode atuar 
No Dicionário Michaelis (2000) encontramos as 
seguintes definições: 
 
Estimular= Excitar, encorajar, Incitar à atividade 
fisiológica característica (um nervo ou músculo). 
Estímulo= Qualquer coisa que torna mais ativa a 
mente, ou inicia à atividade ou a um aumento de 
atividade. 
Educação = Desenvolvimento das faculdades do ser 
humano; Desenvolvimento e aperfeiçoamento de 
uma função pelo próprio exercício; Ensino; 
Civilidade. 
Reeducar = Tornar a educar; Aperfeiçoar a 
educação de. 
Terapia = Terapêutica. 
Terapêutica = Tratamento das doenças. 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 31 
em crianças com prematuridade e bebês de alto risco, 
crianças com dificuldades e atrasos no desenvolvimento 
global, pessoas com deficiência sensoriais, motoras, 
mentais ou psíquicas, dificuldades de aprendizagem, 
entre outros. 
 
- Educação Psicomotora 
A educação psicomotora concerne uma formação 
de base indispensável a toda criança que seja normal 
ou com problemas. Responde a uma dupla finalidade: 
assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta 
possibilidades da criança e ajudar sua afetividade e 
expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio 
com o ambiente humano (LE BOULCH,1992, p.13). 
 
- Reeducação Psicomotora 
Segundo A. De Muer e L. Staes (1991, p.23) 
afirmam que: 
 
A reeducação psicomotora – como qualquer 
outra reeducação – deve começar o mais cedo possível: 
quando mais nova for a criança sob nossa 
responsabilidade, menos longa será a reeducação. É 
relativamente fácil fazer com que uma criança bem 
nova adquira as estruturas motoras ou intelectuais 
corretas; mas se a criança já assimilou esquemas 
errados, o reeducador deverá primeiro fazer com que 
os esqueça, antes de poder inculcar-lhe os esquemas 
corretos. A reeducação é urgente sobre tudo para os 
problemas afetivos. Quanto mais o tempo passa, mais 
a criança se bloqueia em um tipo de reações, sente-se 
mais angustiada, e as punições ou observações de seus 
conhecidos só agravam essa angústia. A reeducação 
ajudará a adotar um novo comportamento e, pouco a 
pouco, os que a cercam a verão de forma mais positiva. 
 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 32 
- Terapia psicomotora 
A terapia psicomotora considera o 
desenvolvimento infantil como uma combinação de 
movimento, vivência, pensamento, sentimento e 
interacção. Num jogo, a criança descobre e inter-
relaciona os seus movimentos, o mundo dos seus 
sentimentos e os seus pensamentos. O conceito de 
“psicomotor” salienta a interligação entre os processos 
motores e psíquicos. Toda a personalidade das pessoas 
que se movimentam está ligada ao ato do próprio 
movimento. 
 
A educação psicomotora concerne uma formação 
de base indispensável a toda criança que seja normal 
ou com problemas. Responde a uma dupla finalidade: 
assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta 
possibilidades da criança e ajudar sua afetividade e 
expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio 
com o ambiente humano (LE BOULCH, 2001, p.13). 
 
Encontra-se permeada por uma 
interdisciplinaridade que abrange atividades oferecidas 
de forma sequenciada, as quais visam a educação por 
meio do movimento, atuando sobre o intelecto humano 
de forma a estabelecer relações entre ação e 
pensamento, evidenciando sua importância para o 
desenvolvimento cognitivo da criança. Estimulá-las 
utilizando meios que têm por objetivo seu 
desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo é uma das 
funções do profissional na educação infantil, que devem 
considerar também seu aluno de maneira geral, ou 
seja, enxergá-lo como habilidoso e também com 
algumas habilidades ainda a serem exploradas. 
 
A educação psicomotora é uma técnica, que 
através de exercícios e jogos adequados a cada faixa 
etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. 
Devendo estimular, de tal forma, toda uma atitude 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 33 
relacionada ao corpo, respeitando as diferenças 
individuais (o ser é único, diferenciado e especial) e 
levando a autonomia do indivíduo como lugar de 
percepção, expressãoe criação em todo seu potencial 
(NEGRINE, 1986, p. 15). 
 
Alguns dos materiais utilizados 
 
As áreas ou campos de atuação – Estimulação, 
Educação Psicomotora, Reeducação e Terapia - 
poderão fazer uso de materiais, dinâmicas, brincadeiras 
e jogos específicos ou adaptados. Entre eles podemos 
citar colchões ou tatami, bolas de vários tamanhos e 
materiais diversos, aros, bambolês, minhocão, barras, 
guache, giz de cera, lápis de cor, corda, tesoura, cola, 
jogos educativos, cilindros, papéis de cores e texturas 
variadas, cadeiras, escada, massa de modelar, argila, 
espelho, brinquedos sonoros, instrumentos musicais e 
muitos outros. 
 
Contudo, uma das principais diferenças entre os 
campos está no projeto/objetivo de trabalho, e é isto 
que vai diferenciar a forma de utilização dos diversos 
recursos. 
 
As atividades lúdicas passam a ter 
mais funções, deixam de ser somente 
recreativas e socializadoras para 
permitir um trabalho entre o 
pensamento destas crianças e o seu 
corpinho. Os pensamentos, os 
sentimentos, os desejos destes 
pequenos seres tomam uma outra 
dimensão, passam a comandar e a 
direcionar seus corpos de forma mais 
harmônica e equilibrada. Seus 
movimentos ao longo deste processo 
parecem mais seguros e 
determinados, ter a intenção de um 
movimento e conseguir realizá-lo é 
gratificante e nos faz acreditar que 
somos capazes, nos traz uma certa 
segurança emocional. 
 (Rocha, 2003, p.55) 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 34 
Em Bueno (1998) encontramos a descrição de 
alguns materiais utilizados em sessões psicomotoras, 
são eles: 
 
Colchonetes e colchões – Usado para 
atividades no chão (geralmente essas atividades são 
sensório-motoras), em jogos dinâmicos de jogar, pular, 
jogos de equilíbrio. 
 
Em atividades simbólicas: de cobrir, fazer 
desaparecer (morte simbólica); como uma agressão 
(sufocar, enterrar, esconder); para a regressão 
(repousar, local de receber toque afetivo). 
 
Bolas ou balões – Facilitam a integração e a 
livre expressão, principalmente nas primeiras sessões. 
Tem um dinamismo próprio de movimento, são usados 
como facilitadores sensório-motores. Podem ter sua 
função simbólica de sensualidade, sexualidade, 
afetividade e agressividade. 
 
Tecidos coloridos, lençóis, panos diversos, 
cobertores de lã e similares – Favorecem muito as 
atividades simbólicas, ideais para momentos mais 
regressivos, afetivos e fusionais, transmite maciez, 
calor, pode fazer desaparecer, virar fantasia, envolver, 
esconder. 
 
Cordas – Podem ser usadas nas áreas sensório-
motora e simbólica. Segundo Bueno despertam desejo 
de agressão, dominação e união, são mediadores de 
contato, de posse, facilitam o jogo e a relação à 
distância ou aproximada (podem amarrar ou apenas 
unir). 
 
Caixas de papelão – Prioritariamente 
favorecem as situações simbólicas que estimulam a 
fantasia (espaço para entrar, entrar e sair, passar por 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 35 
dentro, projetar-se para dentro de corpo inteiro, pode 
virar berço, abrir, fechar, provocar sons. 
 
Papel – Pode ser usado nos espaços sensório-
motor e simbólico. 
 
No espaço cognitivo, ao utilizar a coordenação 
motora fina, dobramos, manuseamos e transformamos 
em diversas construções. 
 
Arcos, bambolês, anéis de borracha e 
similares – São mais abordados a nível sensório-
motor. Exercem fascinação, pelos seus movimentos 
(favorecem a dinâmica e o jogo de ações no jogar, 
lançar, saltar, no provocar sons e ritmos). 
 
Nos jogos simbólicos, podem trazer à tona: 
agressividade (bater, prender), afetividade (casa, 
espaço), inclusão , sedução do envolver, entrar e sair, 
o comunicar-se a distância. 
 
Blocos de espuma ou almofadas e 
travesseiros – São materiais que favorecem os jogos 
simbólicos, propiciam a construção, agressividade, 
afetividade, envolvimento. 
 
Terra, argila, massinha – Para moldar, 
amassar, deformar. São símbolos da fase anal. 
 
Bancos e cadeiras – Favorecem as 
construções, jogos e limites. Servem para os jogos 
sensório-motores e simbólicos. 
 
Instrumentos musicais – Propiciam o som e o 
ritmo. Desenvolvem o prazer, a auto afirmação 
(através da expressão pelo instrumento) e a 
criatividade. 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 36 
Música – Pode funcionar como ponto de 
referencia, propicia segurança, facilita o relacionamento 
e é capaz de quebrar o “clima desagradável” (criado 
por dificuldades pessoais, projeções, e transferências). 
 
Sucata – Favorece as atividades cognitivas, de 
construção. O trabalho com a sucata projeta a 
criatividade do indivíduo. Temos dois tipos de Sucata, 
são elas: 
 
 Sucata Natural – sementes, pedras, folhas, 
penas, galhos, pedaços de madeira, areia, 
terra. 
 
 Sucata Industrializada – embalagens, copos 
plásticos, chapas metálicas, tecidos, garrafas 
plásticas, papéis, papelão, isopor, caixas de 
ovos, etc. 
 
Materiais variados – Podemos chamar de 
materiais variados: tintas, giz, pneus, sapatos e mais 
todos os descritos à seguir. 
 
 Para um espaço sensório-motor - tobogãs, 
camas elásticas, escorregadores, balanças, 
tatames, materiais para construir (montar, 
fazer conexões). 
 
 Para um espaço simbólico – bonecos de 
trapo, fantoches assexuados (vários 
tamanhos), bebês, mamadeiras, bichos de 
pelúcia, bichos de plástico, telas. 
 
 Para um espaço cognitivo – brinquedos 
educativos, pedaços de madeira sem cor 
(diferentes em tamanhos, formas, 
espessuras), quebra-cabeças. 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 37 
Rocha (2004, p. 58) nos diz que: 
 
A observação deste indivíduo nas 
atividades livres, num primeiro 
momento, onde vamos deixar que ela 
interaja com os materiais e quem sabe 
proponha as próprias atividades irão 
nos dar um parâmetro do que é para 
este indivíduo o mais fácil e o mais 
difícil, neste momento ela vai estar nos 
dizendo de onde devemos partir. 
 
Trabalhar com as crianças, 
adolescentes, adultos, idosos sempre 
do mais fácil para o mais difícil é uma 
forma de inclusão, pois, possibilita que 
este indivíduo e nós profissionais 
percebamos as suas possibilidades e 
tentemos superá-las. Quando 
propomos uma atividade e a criança 
(pessoas de todas as idades) 
reconhece que pode fazer, percebe 
que tem chances de êxito, diminuímos 
a possibilidade dela criar resistências, 
agora, se pedimos a ela que faça algo 
que julgue não conseguir, ela poderá se 
negar a tentar, temendo um resultado 
não satisfatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA REFLETIR 
 
Apenas Brincando... 
Quando estou construindo com blocos no quarto de 
brinquedos, 
Por favor, não diga que estou apenas brincando, porque 
enquanto brinco, estou aprendendo sobre equilíbrio e 
formas. 
Quando estou me fantasiando, arrumando a mesa e 
cuidando das bonecas. Por favor, não me deixe ouvir você 
dizer: - ele está apenas brincando. Porque enquanto eu 
brinco, eu aprendo. Eu posso ser mãe ou pai algum dia. 
Quando estou pintando até os cotovelos, ou de pé diante 
do cavalete, ou modelando argila, por favor, não diga que 
estou apenas brincando, porque enquanto eu brinco, eu 
aprendo. Estou expressando e criando. Eu posso ser 
artista ou inventor algum dia. 
Quando estou entretido com um quebra-cabeça ou com 
algum brinquedo na escola, por favor, não sinta que é um 
tempo perdido com brincadeiras. Porque enquanto brinco, 
estou aprendendo. 
Estou aprendendo a me concentrar e resolver problemas. 
Eu posso estar numa empresa algum dia. 
Quando você me vê aprendendo, cozinhando, 
ou experimentando alimentos. 
Por favor, não pense porque me divirto, é apenas uma 
brincadeira. 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 O psicomotricista tem como alternativa 
trabalhara psicomotricidade à partir das 
seguintes técnicas: Estimulação, Educação, 
Reeducação e Terapia Psicomotora; 
 
 Contribui para o desenvolvimento harmonioso 
da criança no começo de sua vida; 
 
 Alguns autores referem-se à estimulação 
psicomotora como sendo estimulação 
precoce, mas o termo mais adequado, 
segundo Bueno (1998) é estimulação 
essencial; 
 
 A educação psicomotora promove uma 
intervenção direta a nível motor, emocional e 
cognitivo, estruturando o indivíduo como um 
todo. Promove a facilitação das condições 
naturais e prevenção de dificuldades, 
defasagens, inadequações, distúrbios 
motores, afetivos e cognitivos; 
 
 Aquisição de conhecimento, chama-se: 
desenvolvimento cognitivo; 
 
Eu estou aprendendo a seguir instruções e perceber as 
diferenças. 
Eu posso ser um chefe algum dia. 
Quando você me vê aprendendo a pular, saltar, correr e 
movimentar meu corpo. Por favor, não diga que estou 
apenas brincando. Eu estou aprendendo como meu corpo 
funciona. Eu posso ser um médico, enfermeiro ou um 
atleta, algum dia. 
Quando você me pergunta o que fiz na escola hoje. E eu 
digo: - eu brinquei. Por favor, não me entenda mal. Por 
que enquanto eu brinco, estou aprendendo. Estou 
aprendendo a ter prazer e ser bem sucedido no trabalho. 
Eu estou me preparando para o amanhã. Hoje, eu sou 
uma criança e meu trabalho é brincar. 
(autor desconhecido) 
 
Aula 2 | Áreas da atuação da Psicomotricidade 39 
 A reeducação psicomotora objetiva a retomada 
das vivências, aprendizagens, fases ou etapas 
ultrapassadas inadequadamente; 
 
 A terapia psicomotora atua diretamente nos 
conflitos mais profundos, seja funcional ou 
relacional; 
 
 Muitos são os materiais utilizados nos trabalhos 
psicomotores. 
 
 
 40 
 
 
 
 
Psicomotricidade 
Funcional e 
Relacional 
 
Dina Lúcia Chaves Rocha 
 
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Iniciaremos nossos estudos abordando, nessa aula, a 
psicomotricidade funcional e suas áreas psicomotoras. O 
movimento é o caminho para trabalharmos cada parte do corpo 
desta criança que vivência, percebe, aprende, se relaciona e 
interage através do seu corpo. Este trabalho corporal auxilia na 
formação e na estruturação da personalidade. Finalizaremos esta 
aula abordando a psicomotricidade relacional e seus principais 
conceitos. Devemos estar atentos a estes conceitos e muitos 
outros que compõem as relações. A afetividade é importantíssima 
e fundamental na relação estabelecida entre o psicomotricista, 
professor e seu cliente, aluno. Toda relação, terapêutica ou não, 
deve ser pautada no afeto se queremos obter progressos e 
resultados positivos. 
 
 
 
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Saber diferenciar o trabalho com a psicomotricidade funcional e 
relacional e identificar a importância de se trabalhar com o 
funcional e o relacional em qualquer trabalho psicomotor; 
 Conhecer todos os conceitos funcionais e relacionais; 
 Reconhecer a importância do desenvolvimento das áreas 
psicomotoras para um desenvolvimento adequado, 
harmonioso, e preciso; 
 Entender a função do desenvolvimento da lateralidade e sua 
predominância para a escrita e leitura. 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 42 
Psicomotricidade visa Desenvolver: 
 
- Esquema Corporal 
- Lateralidade 
- Estruturação Espacial 
- Estruturação Temporal 
- Controle das Diversas Coordenações 
- Equilíbrio 
- Controle da Respiração 
- Tônus Muscular e Outros. 
Está relacionada ao processo de maturação, 
onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, 
afetivas e orgânicas. É sustentada por três 
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o 
afeto. 
 
Psicomotricidade, portanto, é um termo 
empregado para uma concepção de movimento 
organizado e integrado, em função das experiências 
vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua 
individualidade, sua linguagem e sua socialização. 
 
- Como campo de estudo e pesquisa, é estudar 
e pesquisar a psicomotricidade; 
- Como intervenção é o de Fomentar a 
Individuação. 
 
É gerar alguma transformação no sujeito, 
levando a Individuação, termo usado na Psicologia 
Analítica de Carl Gustav Jung, que de outra maneira 
podemos dizer que se refere ao Desenvolvimento 
Integral do Indivíduo. 
 
Para a Psicomotricidade o objetivo da 
intervenção psicomotora ou da Psicomotricidade 
enquanto intervenção é o de fomentar o 
Desenvolvimento Integral do Indivíduo, ou como 
preferimos dizer, Fomentar a Individuação. 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 43 
Melhorar os movimentos do corpo, a noção do 
espaço onde o indivíduo está, coordenação motora, 
equilíbrio e ritmo. 
 
A Psicomotricidade contribui de maneira 
expressiva para a formação e estruturação do esquema 
corporal e tem como objetivo principal incentivar a 
prática do movimento em todas as etapas da vida de 
uma criança. 
 
Contribui para o desenvolvimento integral da 
criança no processo de ensino-aprendizagem, 
favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-
emocional e sociocultural, buscando estar sempre 
condizente com a realidade dos educandos. 
 
Permite ao homem sentir-se bem com sua 
realidade corporal, possibilitando-lhe a livre expressão 
de seus sentimentos, pensamentos, conceitos, 
ideologias. 
 
Portanto, Psicomotricidade trabalha: 
 
Conceitos funcionais - São as possibilidades 
percebidas através da ação e da qualidade dos 
movimentos, integrando-os num tempo e espaço. 
 
Que são as áreas da: Coordenação, Postura, 
Tônus, Equilíbrio, Respiração, Reconhecimento 
Corporal, Lateralidade, Relaxamento, Orientação e 
Estruturação Espaço-Temporal, Ritmo e Percepções. 
 
Conceitos Relacionais - Os conceitos 
relacionais facilitam a relação entre esses corpos 
através dos desejos, das frustrações e ações. 
 
Que são as áreas da: Expressão, Comunicação, 
Afetividade, Agressividade, Limite e Corporeidade. 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 44 
Conceitos Funcionais 
 
Muitas são as áreas psicomotoras que compõem 
os conceitos funcionais. Nesta aula iremos abordar as 
seguintes: Tônus, Coordenação Motora Global ou 
Ampla, Coordenação Motora Fina, Óculo-Manual, Óculo-
Pedal, Esquema Corporal, Lateralidade, Estrutura 
Espacial, Estrutura Temporal, Ritmo, Percepção. 
 
As áreas psicomotoras, à seguir, fazem parte da 
psicomotricidade funcional: 
 
TÔNUS 
 
A tonicidade revela o tono ou tônus muscular. 
Todo movimento é realizado sobre um fundo tônico que 
tem ligação com as emoções. 
 
Verificamos, às vezes, que existem 
crianças que não conseguem controlar 
o tônus de seus braços e pernas. Umas 
são hipertônicas, isto é, possuem um 
aumento do tônus. Seus músculos 
apresentam uma grande resistência, 
pois estão contraídos em excesso. Têm 
seus movimentos voluntários e 
automáticos comprometidos, não 
balançam os braços ao andar, ou 
escrevem tão forte que chegam a 
rasgar a folha. Outras são hipotônicas. 
Apresentam uma pequena resistência 
muscular, isto é, têm uma diminuição 
da tonicidade muscular da tensão. Seu 
traçado é tão leve que mal se enxerga. 
 (Oliveira, 2000, p.27 e 28) 
 
Exerce um papel fundamental no 
desenvolvimento psicomotor. Permitem atitudes, 
postura, emoções e garante manifestações de todas as 
atividades motoras. 
 
Fonseca (1995) diz que o grau de tônus dos 
músculos para a realização de determinadas tarefas, 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 45 
em repouso ou em movimento, possui papel 
fundamental no desenvolvimento motor e psicológico. 
 
Costallat in Bueno (1998) “Considera o tônus 
como um estado de atenção necessário para a 
harmonia do gesto e equilíbrio do organismo.” (p.54) 
 
São classificações do tônus, segundo Bueno (op. 
cit.): 
 
 Tônus Muscular - refere-se ao movimento 
executado. 
 Tônus Afetivo – refere-se ao estado de 
espírito. Tônus Mental – capacidade de atenção no 
momento da atenção. 
 
EQUILÍBRIO 
 
Capacidade de assumir e manter uma posição 
corporal, seja em pé, sentada, de joelhos. 
 
Trata-se do equilíbrio postural do indivíduo. 
Sobre o equilíbrio postural encontramos em Oliveira 
(2000): 
 
Através da movimentação e da 
experimentação, o indivíduo procura 
seu eixo corporal, vai se adaptando e 
buscando um equilíbrio cada vez 
melhor. Consequentemente vai 
coordenando seus movimentos, vai se 
conscientizando de seu corpo e das 
posturas. Quanto maior o equilíbrio, 
mais econômica será a atividade do 
sujeito e mais coordenadas serão as 
suas ações. (p.41) 
 
A criança ao exercitar o seu equilíbrio postural 
atua com o equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. 
Aonde muitas das vezes ela se encontra em movimento 
e para, ou está parada e dá impulso em seu corpo para 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 46 
se movimentar. Uma das atividades que retrata bem o 
que acabamos de relatar é a brincadeira de estátua, 
onde a criança está correndo e ao comando tem que 
parar e ficar estática, equilibrando todo o corpo. 
 
COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL OU AMPLA 
 
A Coordenação Motora Global ou Ampla está 
ligada à atividade dos grandes músculos, na realização 
de uma seqüência de movimentos com o máximo de 
eficiência, economia. 
 
Com base em Dalila Costallat (1983), a 
Coordenação Motora Ampla é definida como a ação 
simultânea de grupos musculares diferentes, com vistas 
à execução de movimentos amplos e voluntários, 
envolvendo o trabalho de membros inferiores (pernas), 
superiores (braços) e do tronco. 
 
Em Gislene Oliveira (2000) encontramos 
referências a estas atividades que envolvem os grandes 
músculos na execução de movimentos amplos. 
 
Diversas atividades levam à 
conscientização global do corpo, como 
andar, que é um ato neuromuscular 
que requer equilíbrio e coordenação; 
correr, que requer, além destes, 
resistência e força muscular; e outras 
como saltar; rolar; pular; arrastar-se; 
nadar; lançar - pegar; sentar. 
 (p.42) 
 
Ainda em Oliveira (op.cit.) encontramos uma 
citação que fala da importância da Coordenação Motora 
Global e da conscientização do corpo. 
 
Através da movimentação e da 
experimentação, o indivíduo procura 
seu eixo corporal, vai se adaptando e 
buscando um equilíbrio cada vez melhor. 
Consequentemente, vai coordenado seus 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 47 
movimentos, vai se conscientizando do 
seu corpo e das posturas. Quanto 
maior o equilíbrio, mais econômica 
será a atividade do sujeito e mais 
coordenadas serão as suas emoções. 
 (p.41) 
 
Tal movimentação e experimentação de forma 
Global e Ampla, leva, portanto, à conscientização do 
corpo e seu Esquema Corporal. 
 
A coordenação motora global diz 
respeito à atividade dos grandes 
músculos. Através da movimentação a 
da experimentação, o indivíduo 
procura seu eixo corporal, vai se 
adaptando e buscando um equilíbrio 
cada vez melhor. Consequentemente, 
vai coordenando seus movimentos, vai 
se conscientizando do seu corpo e das 
posturas. Quanto maior o equilíbrio, 
mais econômica será a atividade do 
sujeito e mais coordenadas serão as 
suas ações.(Oliveira, 2000, p.41) 
 
 
COORDENAÇÃO MOTORA FINA 
 
Se expressa através dos movimentos 
coordenados que utilizam os pequenos músculos, 
movimentos precisos, específicos. Tais como: picar, 
cortar, desenhar, pintar, escrever, agarrar. 
 
 A coordenação motora fina diz 
respeito à habilidade e destreza 
manual e constitui um aspecto 
particular da coordenação motora 
global. Temos que ter condições de 
desenvolver formas diversas de pegar 
diferentes objetos. Uma coordenação 
elaborada dos dedos da mão facilita a 
aquisição de novos conhecimentos. É 
através do ato de preensão que uma 
criança vai descobrindo pouco a pouco 
os objetos de seu meio ambiente. 
 (Oliveira, 2000, p. 42) 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 48 
Trabalhamos a coordenação motora fina quando 
utilizamos as extremidades do nosso corpo, as mãos, 
os pés, os olhos, a boca. 
 
Muito escutamos falar do movimento de pinça e 
da sua importância para o desenvolvimento da 
habilidade da escrita. O movimento de pinça utilizado 
em algumas atividades trabalha os pequenos músculos 
das mãos, trabalha a tonicidade desses músculos, 
torna-os mais capazes de segurar adequadamente 
objetos, acariciar, escrever, desenhar, pintar. 
 
ÓCULO-MANUAL 
 
É o movimento coordenado dos olhos e das 
mãos, na realização de uma tarefa. Os olhos 
acompanham o movimento das mãos. Faz parte da 
coordenação motora fina. 
 
É necessário que haja também um 
controle ocular, isto é, a visão 
acompanhando os gestos da mão. 
Chamamos a isto de coordenação 
óculo-manual ou viso-motora. 
 (Oliveira, 2000, p.43) 
 
Esta coordenação é primordial para a escrita. 
 
Elizabete José e Maria Coelho (1999, p.80) falam 
da importância da Coordenação Visomotora no 
processo de Alfabetização (escrita e leitura). 
 
As crianças que não conseguem 
coordenar o movimento ocular com os 
movimentos das mãos terão 
dificuldade nas atividades que 
envolvem a coordenação visomotora 
olho-mão. Nesse caso, a dificuldade na 
escrita fica caracterizada, uma vez que 
os olhos não guiam os movimentos 
motores da mão, impossibilitando a 
criança de perceber por onde deve 
iniciar o traçado das letras. 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 49 
ÓCULO PEDAL 
 
É o movimento coordenado dos olhos e dos pés, 
na realização de uma tarefa. Os olhos acompanham o 
movimento dos pés. Também faz parte da coordenação 
motora fina. 
 
Este movimento é bem estimulado quando o 
indivíduo sofre amputação ou já nasce com alguma 
deficiência nos membros superiores. 
 
O movimento coordenado dos olhos com os pés 
facilitam o desenvolvimento da escrita, pintura, 
desenho, movimentos do cotidiano (comer, escovar os 
dentes, etc.) com os pés. 
 
 
ESQUEMA CORPORAL 
 
A criança, a partir das interações, das relações 
que estabelece, dos estímulos, das experiências, vai, 
não só, descobrindo o mundo que a cerca, as pessoas, 
os objetos, ela vai principalmente se descobrindo de 
um modo geral. 
 
As interações afetivas e emocionais, o 
reconhecimento de sensações, sentimentos, 
percepções, possibilita que ela vá se percebendo como 
alguém que pensa, deseja, tem sentimentos. Estas 
interações possibilitam a formação do EU, a formação 
da sua personalidade. 
 
O corpo é uma forma de expressão da 
individualidade. A criança percebe-se e 
percebe as coisas que a cercam em 
função de seu próprio corpo. Isto 
significa que, conhecendo-o, terá 
maior habilidade para se diferenciar, 
para sentir diferenças. 
 (Oliveira, 2000, p. 47) 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 50 
Paralelamente, a criança, vai tomando 
conhecimento da sua estrutura física, conhecendo o seu 
próprio corpo, suas partes, suas possibilidades e 
potencialidades. A criança aos poucos vai descobrindo a 
sua composição corporal e a função de cada parte, vai 
descobrindo a conexão entre essas partes e o que é 
possível fazer, a partir dela. Ao se movimentar, 
vivenciar experiências através do seu corpo ela vai se 
conscientizando, não só, das possibilidades, mas 
também das potencialidades. 
 
EX. Ela pode utilizar as suas mãos para pegar 
um copo com água e matar a sua sede (possibilidade). 
Estas mesmas mãos podem em sua escola, ao 
trabalhar com massinha de modelar, imprimir a força 
necessária para amassar e modelar tal material 
(potencialidades). 
 
Para utilizar o corpo como forma de expressão 
da individualidade se faz necessário desenvolver, 
explorar, dominar, conhecer este corpo suas 
possibilidades e diferenças. Consequentemente sua 
interação com o mundo e o que nele existe será de 
uma forma mais harmônica, precisa e emocionalmente 
segura.Meur (1991) diz que: Primeiro a criança percebe 
o seu corpo num todo, tem uma percepção global. Após 
este primeiro momento ela começa a tomar consciência 
dos seguimentos corporais. 
 
 Esta consciência se realiza de forma interna e 
externa: 
 
 Interna (sentindo cada parte do corpo); 
 
 Externa (vendo cada seguimento no espelho, 
num colega, em uma figura). 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 51 
Rocha (2003) afirma: 
 
Para se locomover e manipular objetos 
com desenvoltura, habilidade e 
equilíbrio a criança precisa ter um bom 
desenvolvimento de sua coordenação 
motora. Ao desenvolver a sua 
coordenação motora a criança vai 
adquirindo consciência do próprio 
corpo e das possibilidades de 
expressar-se por meio dele. A criança, 
ao perceber que pode utilizar o seu 
corpo, não somente para movimentar-
se, mas também para agir, para 
expressar-se através dele, irá 
tornando precisa sua imagem corporal 
e consequente mente estruturando seu 
esquema corporal. 
 
 
LATERALIDADE 
 
É a capacidade de movimentar, controlar os dois 
lados do corpo, junta ou separadamente. 
 
A criança percebe que o seu corpo tem 
membros repetidos, uns compõem o lado esquerdo e 
outros o lado direito. Percebe as coisas que estão 
localizadas de acordo com esses lados. 
 
Vai descobrindo que a sua atuação é mais 
confortável, segura, precisa quando utiliza um 
determinado lado. Aos poucos vai se definindo, vai 
definindo a sua lateralidade. 
 
A lateralidade é a preferência da utilização de 
um dos lados. Ao utilizar-mos o nosso lado 
predominante temos mais força, precisão, harmonia, 
menos gasto de tempo e energia. Esta predominância 
acontece em três níveis mão, olho e pé. 
 
A predominância do lado direito caracteriza os 
destros, já a predominância do lado esquerdo 
caracteriza os canhotos. 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 52 
A lateralidade é a propensão que o ser 
humano possui de utilizar 
preferencialmente mais um lado do 
corpo do que o outro em três níveis: 
mão, olho, e pé. Isto significa que 
existe um predomínio motor, ou 
melhor, uma dominância de um dos 
lados. O lado dominante apresenta 
maior força muscular, mais precisão e 
mais rapidez. É ele que inicia e 
executa a ação principal. O outro lado 
auxilia a ação e é igualmente 
importante. Na realidade os dois não 
funcionam isoladamente, mas de 
forma complementar. 
 (Oliveira, 2000, p.p. 62 e 63) 
 
A criança precisa experimentar os dois lados 
sem interferências. Ela precisa se descobrir. Não 
devemos direcioná-la. Aos 2, 3 anos ela usa os dois 
lados de forma indiscriminada, hora ela desenha com a 
mão esquerda e hora ela desenha com a mão direita. 
Somente aos 6 anos (encontramos autores que definem 
a idade máxima para esta definição aos 7 anos) 
podemos trabalhar no sentido de fixar a sua escolha. 
Esta fase coincide, muitas das vezes, com o período da 
alfabetização, onde a cobrança é maior. 
 
Podemos definir a predominância da 
lateralidade, da seguinte forma: 
 
 Destra – Atua com o lado direito em 3 níveis - 
olho / mão / pé. 
 Canhota - Atua com o lado esquerdo em 3 
níveis – olho / mão / pé. 
 Ambidestra - Atua com os dois lados, 
esquerdo e direito do corpo em 3 níveis – 
olho – mão – pé. 
 Lateralidade Cruzada - Tudo desencontrado, a 
sua atuação não é unificada. Pode ser: 
 
 Olho esquerdo – Mão direita – Pé esquerdo. 
 Olho direito – Mão esquerda - Pé direito. 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 53 
Em uma revisão histórica do significado da mão 
direita e da mão esquerda, concluímos que a maioria 
das culturas conceituou a mão direita como a mão 
positiva, boa. Já a mão esquerda teria uma conotação 
negativa, ruim, má. 
 
Em Pinto (1995) encontramos as seguintes 
referências, quanto ao simbolismo, da direita e da 
esquerda: 
 
(...)na Bíblia, o Gênesis relata que os 
justos serão situados à direita e os 
injustos à esquerda. No indo-europeu 
existia a raiz daks que significava ser 
útil ou valer. Esta raiz dá origem à 
palavra daksina, que significava a 
direita no sentido de franqueza, 
lealdade e amabilidade. Pelo contrário, 
a palavra vama significava esquerdo 
também oblíquo, curvado, hostil, 
desfavorável e malvado. Em inglês, a 
direita se designa com o termo right, 
que significa reto, direito; a mão 
direita é a mão reta. Em francês, 
gauche significa canhoto e por sua vez 
esta palavra dá origem ao verbo 
guenchir, que significa dar um rodeio, 
rodear. Em latim, dexter significa 
destro ou direito, porém a esquerda se 
denomina sinester (obscuro). Em 
castelhano, o canhotismo era 
interpretado como sinal de equívoco e 
de abatimento de ânimo. 
 (pp. 07 e 08) 
 
Esse simbolismo de direita e de 
esquerda prejudica as crianças 
canhotas. Era freqüente ver-se como 
as crianças canhotas eram forçadas a 
empregar a mão direita porque a mão 
esquerda era “má para escrever”. 
Numerosos transtornos de linguagem, 
dificuldades escolares, transtornos de 
aprendizagem de leitura/escrita e 
alterações de conduta eram devidos à 
contrariação de uma lateralidade que 
vinha determinada, não de forma 
caprichosa e sim escrita no sistema 
nervoso de cada indivíduo. Se 
observarmos nossas cidades, nossos 
veículos, os diferentes objetos de 
consumo que requerem a execução uni- 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 54 
manual de forma preferente, veremos 
como tudo está em função dos destros 
e que aos canhotos se impõe um 
esforço maior para se adaptarem a um 
mundo destro. 
 (p. 08) 
 
ESTRUTURA ESPACIAL 
 
O desenvolvimento adequado do esquema 
corporal é primordial para o desenvolvimento da 
estrutura espacial. Ter, primeiramente, a percepção do 
seu corpo e a localização espacial de suas partes, 
possibilita posteriormente fazer isso fora do corpo. 
 
A estrutura espacial vai se concretizando da 
seguinte forma: 
 
 A criança percebe a posição de seu próprio 
corpo no espaço. 
 A posição dos objetos em relação a si mesma. 
 Aprende a perceber as relações das posições 
dos objetos entre si. 
 
Para que uma criança perceba a 
posição dos objetos no espaço, 
precisa, principalmente, Ter uma boa 
imagem corporal, pois usa seu corpo 
como ponto de referência. Ela só se 
organiza quando possui um domínio de 
seu corpo no espaço. Isso significa que 
ela apreende o espaço através de sua 
movimentação e é a partir de si 
mesma que ela se situa em relação ao 
mundo circundante. Numa verdadeira 
exploração motora inicial, ela necessita 
pegar os objetos, manuseá-los, joga-
los, agarra-los, lança-los para a frente, 
para trás, para dentro e fora de 
determinado lugar. 
 (Oliveira, 2000, p.78) 
 
 Para Meur (1991) a estruturação espacial é: 
 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 55 
 Tomada de consciência da situação de seu 
próprio corpo em um espaço, isto é, do lugar 
e da orientação que pode ter em relação às 
pessoas e coisas; 
 
 Tomada de consciência da localização das 
coisas entre si; 
 
 Possibilidade de organizar-se perante o 
mundo que o cerca, de organizar as coisas 
entre si, de coloca-las em um lugar, de 
movimenta-las”. 
 
Ao lidar com um espaço físico, com uma 
estrutura espacial a criança precisa tomar consciência 
de alguns conceitos para conseguir se orientar. Em 
Oliveira in Rocha (2003) encontramos tais conceitos: 
 
 Situações – dentro, fora, no alto, abaixo, 
longe, perto; 
 
 Tamanho – grosso, fino, grande, médio, 
pequeno, estreito, largo; 
 
 Posição – em pé, deitado, sentado, ajoelhado, 
agachado, inclinado; 
 
 Movimento – levantar, abaixar, empurrar, 
puxar, dobrar, estender, girar, rolar, cair, 
levantar-se, subir, descer; 
 
 Formas - círculo, quadrado, triângulo, 
retângulo; 
 
 Qualidade - cheio, vazio, pouco, muito, 
inteiro, metade. 
 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 56 
ESTRUTURA TEMPORAL 
 
O espaço é um instantâneo tomado 
sobre ocurso do tempo e o tempo é o 
espaço em movimento. 
(Jean Piaget in Gislene Oliveira, 2000, 
p.85) 
 
Como foi enfatizado anteriormente, não será 
possível conceber a idéia de espaço, sem abordar a 
noção de tempo. Espaço e tempo são indissociáveis. 
Piaget (s/d, p.11-12) declara: 
 
O tempo e a coordenação dos 
movimentos quer se trate dos 
deslocamentos físicos ou movimentos 
no espaço, quer se trate destes 
movimentos internos que são as ações 
simplesmente esboçadas, antecipadas 
ou reconstituídas pela memória mas 
cujo desfecho e objetivo final é 
também espacial(...). 
 
Oliveira (2000) enfatiza a importância das 
noções de corpo, espaço e tempo estarem intimamente 
ligadas, para facilitar o entendimento do movimento 
humano, e diz: 
 
O corpo coordena-se, movimenta-se 
continuamente dentro de um espaço 
determinado, em função do tempo, em 
relação a um sistema de referência. 
 (p.86) 
 
É essa a opinião de Defontaine (1980): 
 
O ser humano é um corpo concebido 
dentro de um espaço e de um tempo 
concebido e ágil. É através do seu 
corpo inteiro, espacial de ação e de 
representação, que o sujeito aquiesce 
ao tempo e é através do tempo que 
projeta sua ação possível, a antecipa 
e, enfim, a realiza. 
 (p.144) 
 
Em Meur (1991) encontramos que a 
estruturação temporal é a capacidade de situar-se em 
função da (o): 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 57 
 Sucessão dos acontecimentos: antes, depois, 
após, durante: 
 Duração dos intervalos: 
 Noções de tempo longo, de tempo curto (uma 
hora, um minuto); 
 Noções de ritmo regular, de ritmo irregular 
(aceleração, freada); 
 Noções de cadência rápida, de cadência lenta 
(diferença entre a corrida e o andar); 
 Renovação cíclica de certos períodos: dias da 
semana, os meses, as estações; 
 Caráter irreversível do tempo: o tempo 
passou... Não tem como voltá-lo; noção de 
envelhecimento. 
 
RITMO 
 
É um dos conceitos mais importantes 
da orientação temporal. O ritmo não 
envolve, porém, somente as noções de 
tempo, mas está ligado ao espaço 
também. A combinação dos dois dá 
origem ao movimento. 
 (Oliveira, 2000, p.92) 
 
O ritmo não é movimento, mas o 
movimento é meio de expressão do 
ritmo. 
 (Defontaine, 1980, p. 206) 
 
Elisabete José e Maria Coelho (1993) enfatizam 
suas visões sobre o ritmo e sua importância para a 
parte gráfica/escrita e leitura. 
 
 
É uma habilidade importante, pois dá à 
criança a noção de duração e 
sucessão, no que diz respeito à 
percepção dos sons no tempo. A falta 
de habilidade rítmica pode causar uma 
leitura lenta, silabada, com pontua-
ção e entonação inadequadas. Na 
parte gráfica, as dificuldades de ritmo 
contribuem para que a criança escreva 
duas ou mais palavras unidas, adicione 
letras nas palavras ou omita letras 
sílabas.(p.80) 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 58 
PERCEPÇÃO 
 
Envolve a capacidade, não só de perceber, mas 
também reconhecer e compreender os estímulos 
percebidos pelos órgãos dos sentidos. 
 
O que é percebido gera sensações e cada 
indivíduo irá significar e/ou re-significar essas 
sensações ocasionadas por experiências estimulantes, 
de forma única. 
 
Podemos encontrar a Percepção dividida em: 
Percepção Visual, Percepção Auditiva, Percepção Tátil, 
Percepção Gustativa, Percepção Olfativa. 
 
Sobre a percepção encontramos referências em 
Elisabete José e Maria Assunção (1999): 
 
É através do órgãos dos sentidos que a 
criança estabelece o contato com o 
mundo exterior, organizando e 
compreendendo os fenômenos que 
ocorrem. 
 (p.78) 
 
A Percepção de si, do meio, dos indivíduos, 
objetos, animais, acontece através dos órgãos dos 
sentidos. 
 
De acordo com o Dicionário Michaelis (2000): 
 
 Visão- Ato ou efeito de ver, percepção 
operada pelo órgão da vista. O sentido da 
vista. Fisiol. Função pela qual os olhos, por 
intermédio da luz, põem os homens e animais 
em relação com o mundo externo. 
 
 Audição- Percepção dos sons pelo ouvido; 
capacidade de ouvir. Ação de ouvir ou 
escutar. 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 59 
 Tato- Sentido pelo qual temos o 
conhecimento da forma, temperatura, 
consistência, pressão, estado da superfície e 
peso dos objetos. Sensação causada pelos 
objetos quando os apalpamos. O ato de 
apalpar, de tatear. 
 
Tais descrições nos possibilitam perceber a 
influência que tais Percepções exercem para o processo 
da Alfabetização (escrita, leitura), para a descoberta do 
mundo, do próprio corpo, do corpo do outro, dos 
movimentos precisos ou não, das formas das cores, 
das posições, das diferenças, etc. que sem dúvida 
possibilitam o desenvolvimento das áreas 
psicomotoras. 
 
Em todas as áreas psicomotoras trabalhamos e 
precisamos desenvolver cada vez mais a Percepção. 
 
Conceitos Relacionais 
 
Os conceitos apresentados são conceitos 
presentes nas relações, em que estabelecemos na vida. 
Nas relações de estimulação, educação, reeducação e 
terapia psicomotora, enquanto psicomotricistas, 
devemos estar atentos a todas as formas de 
comunicação e expressão da criança. 
 
São objetivos da Psicomotricidade Relacional: 
 
 Consentir que a criança expresse suas 
dificuldades relacionais; 
 
 Ajudar a criança a superar estas dificuldades; 
 
 Estruturação da criança, com seus 
sentimentos e emoções reprimidas; 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 60 
 Na socialização: dificuldade de integração e 
participação em atividades grupais, inibição, 
isolamento, falta de iniciativa, passividade, 
etc. 
 
 Na aprendizagem: queda de rendimento, 
dificuldade de expressão verbal ou gráfica, 
déficit de atenção, etc. 
 
 No comportamento: agressividade, falta de 
limites, medos, TODA/H (hiperatividade), 
hipercinesia, depressão, TOC. 
 
São alguns dos conceitos relacionais: 
comunicação, expressão, afetividade, agressividade, 
limite e corporeidade. 
 
COMUNICAÇÃO 
 
A comunicação e a expressão se inter-
relacionam. Quando nos comunicamos, expressamos de 
forma verbal (oral) ou não-verbal (expressões faciais, 
gestuais, corporais, escrita) nossos sentimentos, 
dificuldades, intenções. 
 
Bueno (1998) fala da comunicação que nós 
estabelecemos com os nossos corpos, ao nos 
expressarmos. 
 
Os professores, na educação, 
geralmente esquecem que o corpo de 
seus alunos comunica, sendo 
necessário um diálogo entre os dois. É 
com o corpo que os dois são capazes 
de ver, ouvir, perceber, sentir e falar. 
O diálogo se dá pela comunicação e 
pela linguagem que cada corpo é e 
possui. Ao se expressarem revelam 
seu eu, tornando-se meios de 
comunicação com o mundo, revelando-
se seres ativos nesse mundo. 
 (p. 74) 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 61 
Cada pessoa tem uma forma diferenciada e 
ímpar de se comunicar corporalmente. 
 
Santin (1992) coloca que através dos 
movimentos o homem expressa seus sentimentos, 
como amor, alegria, medo, entre outros, descobre sua 
sensibilidade e singularidade na forma de criar elos de 
comunicação com o mundo. 
 
EXPRESSÃO 
 
Podemos nos expressar de várias formas. 
 
Uma expressão plena, de corpo inteiro, 
só é atingida com a coordenação física 
e psíquica integradas. 
(Bueno, 1998, p.72) 
 
Cabe ressaltar que a expressão pode acontecer, 
mesmo sem intenção. Devemos valorizar a livre 
expressão da criança através de atividades lúdicas, 
como: mímica, dramatizações, danças, entre outras. 
 
A expressão corporal e facial favorecem a 
comunicação. Lapierre & Aucouturier (1986) dizem que 
o corpo é o principal material da expressão. 
 
(...) a forma como o sujeito se 
expressa com o corpo traduz sua 
disposição ou sua indisposição nas 
relações com coisas ou pessoas. 
 (Meur e Staes, 1991, p.10) 
 
 
AFETIVIDADE 
 
A afetividade é capaz de estimular o adequado 
desenvolvimento psicomotor. Portanto é fundamental 
na relaçãocom o educador, reeducador e terapeuta um 
clima emocional favorável baseado no afeto. 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 62 
A afetividade é este estimulante 
constante e necessário em todo 
desenvolvimento psicomotor. 
 (Chazaud, 1987, p. 51) 
 
O corpo exerce um fundamental papel na 
impressão e expressão da afetividade, da 
agressividade, de outros comportamentos e 
sentimentos. 
 
AGRESSIVIDADE 
 
A agressividade deve ser vista como 
estruturante e o excesso de 
agressividade, levando à agressão e à 
auto-agressão, devem ser pontuados e 
limitados. Por meio da agressividade a 
criança tem a possibilidade de assumir 
e de afirmar sua identidade. A 
agressividade bem canalizada ajuda a 
criança a esgotar as manifestações 
próprias de uma fase, canalizando-as 
de forma mais elaborada ou 
modificada para a fase seguinte, 
ajudando-a a crescer. Reprimir a 
agressividade ou leva à introversão ou 
à compulsão. Reprimida, a 
agressividade contida em algum 
momento estoura. 
 (Bueno, 1998, p.76) 
 
A agressividade surge como resultado de um 
conflito, por não saber lidar com uma situação, questão 
ou sentimento. 
 
LIMITE 
 
Dar limite a uma criança não é ficar dizendo 
“não” o tempo todo. Dar o verdadeiro limite é permitir 
que ela vá descobrindo, através de suas experiências, 
os próprios limites. Ela vai descobrindo o que é capaz 
de fazer, suas habilidades, facilidades, suas limitações, 
suas deficiências e estabelece o seu limite diante das 
situações. Este limite pode ser superado quando ela 
tem consciência do que precisa superar. 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 63 
Ao descobrir o limite interno e o seu limite 
corporal, será capaz de perceber de fato os limites 
externos e seus sentidos. 
 
Adquirir consciência do limite corporal é um 
aspecto importante no processo de diferenciação do eu 
e do outro e da construção da identidade. 
 
CORPOREIDADE 
 
Entende-se por corporeidade a vivência do 
corpo, seja na relação com o outro ou com o mundo. A 
experiência vivida é que torna possível a construção e 
conscientização da noção de corpo. 
 
Unidade corporal, corpo e movimento 
integrados. 
 
Corporeidade é o corpo com todas as suas 
experiências, vivências, aprendizagens, relações, 
adquiridas em função da sua idade. A corporeidade de 
uma criança é diferente da de um idoso. Cada um tem 
uma quantidade diferente de vivências e aprendizados 
que formam a sua corporeidade. 
 
Conceito de corporeidade 
 
Entender a corporeidade é, também, distanciar-
se do paradigma natural-essencialista e inserir-se no 
paradigma social-existencial. A construção da 
corporeidade só é possível pela estimulação 
sócioecossistema. É preciso reconhecê-la na sua 
inserção com a corporeidade cultural lingüístico-
ecossistêmica. 
 
Algumas áreas que estudam a atividade física, 
tradicionalmente, seguem a linha do racionalismo 
instrumental, trabalhando com o corpo e a mente, ou 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 64 
melhor, com o corpo e a mente fragmentados, o que 
impossibilita a percepção e as implicações práticas e 
teóricas da corporeidade. 
 
O corpo é movido por intenções provenientes da 
mente. As intenções manifestam-se através do corpo, 
que interage com o mundo, que dá uma resposta para 
o corpo, que informa a mente através de seus órgãos 
sensoriais, que, analisando as respostas obtidas do 
ambiente, muda ou reafirma suas intenções, utilizando 
o corpo para novas manifestações. 
 
A esta capacidade de o indivíduo sentir e utilizar 
o corpo como ferramenta de manifestação e interação 
com o mundo chamamos de corporeidade. 
 
A corporeidade do indivíduo evolui com a idade. 
É lógico que a corporeidade do recém-nascido é 
totalmente diferente daquela da criança de dez anos, 
do adulto ou do velho de oitenta anos; a do homem é 
diferente da mulher; como a do indivíduo doente o é da 
que possui quando sadio. 
 
 
http://www.guiasatya.com.br/assuntos/corporeidade/ 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 65 
Durante a evolução da criança, a qualidade da 
corporeidade é um dos principais determinantes da 
estruturação neuropsicomotora. Por outro lado, a 
estruturação corporal na mente da criança é 
fundamental para o desenvolvimento do próprio corpo 
como organismo físico. 
 
Crianças privadas de relacionamentos 
adequados corporais com o mundo tendem a ter 
desenvolvimento físico comprometido em relação às 
demais (o que chamamos em clínica de nanismo psico-
afetivo). 
 
A qualidade da corporeidade depende como em 
todas as funções neurológicas, da qualidade e 
desenvolvimento das relações neuroniais estabelecidas 
entre as áreas sensoriais e motoras do cérebro. Estas 
relações, na maioria estabelecida durante a primeira 
infância, desenvolvem-se através do treinamento 
corporal. 
 
Estimular e desenvolver a corporeidade 
 
Vivenciar o mundo pelo corpo é um processo 
natural que, apesar de seguir padrões mais ou menos 
comuns a todos os seres humanos, pode apresentar 
grandes diferenças em termos de qualidade e 
intensidade, dependendo do tipo de atividades 
adotadas. 
 
 O bebê que permanece no berço deitado o dia 
inteiro ou vive preso em cercados tem possibilidades 
mais limitadas de desenvolvimento do que o bebê 
adequadamente estimulado. É importante ter-se em 
mente, também, que o aspecto corporal contribui em 
muito para a estruturação da inteligência como um 
todo, inclusive quanto aos processos verbais. 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 66 
O estímulo do desenvolvimento da corporeidade 
do bebê é realizado com algumas técnicas simples, 
desde que envolvam tanto o aspecto sensorial quanto o 
motor. 
 
Acostumar a criança a passear no colo (apesar 
do trabalho que isto possa representar) é fundamental 
para o desenvolvimento do processo corporal. Não só 
passear no colo, mas passear em diversas posições, 
principalmente com as costas voltadas para quem a 
carregue, de modo que possa ver as coisas ao redor. 
 
Bebês a partir de um mês de idade podem 
usufruir de técnicas como a de "voar", que consiste em 
apoiar o tronco da criança com uma mão e as pernas 
com a outra, levando a criança a explorar os detalhes 
da casa, frontalmente e com as mãos livres. 
 
Durante a exploração, a criança é elevada e 
abaixada várias vezes, devagar, estabelecendo noções 
de tridimensionalidade. 
 
Um lençol também pode ser de grande ajuda no 
desenvolvimento dos aspectos motores. Dobrado em 
uma faixa e colocado sob o tronco do bebê de três ou 
quatro meses que esteja no chão "em quatro apoios", 
ou seja, apoiado nas mãos e nos joelhos, pode fornecer 
a sustentação necessária para que a criança tente seus 
primeiros deslocamentos engatinhando. 
 
Se este mesmo lençol dobrado em uma faixa for 
colocado envolvendo o tórax, logo abaixo das axilas e 
seguro nas extremidades perto das costas da criança, 
serve como sustentação para que o bebê de três ou 
quatro meses troque seus primeiros passos andando. 
 
A piscina também é uma grande no 
desenvolvimento da corporeidade. Por mudar 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 67 
completamente o referencial de espaço contribui como 
estímulo para as áreas cerebrais responsáveis pela 
coordenação motora e o equilíbrio. Além disso, propicia 
sensações cutâneas diferentes, incentivando novas 
formas de motricidade e é uma diversão de primeira 
linha, promovendo interação de muito prazer com os 
pais. 
 
REFORÇANDO: 
 
# Esquema corporal – é o saber pré-consciente a 
respeito do seu próprio corpo e de suas partes, 
permitindo que o sujeito se relacione com espaços, 
objetos e pessoas que o circundam. As informações 
proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem este 
saber acerca do corpo e à medida que o corpo cresce, 
acontecem modificações e ajustes no esquema 
corporal. Exemplo: a criançasabe que a cabeça está 
em cima do pescoço e sabe que ambos fazem parte de 
um conjunto maior que é o corpo. 
 
# Imagem corporal – é a representação mental 
inconsciente que fazemos do nosso próprio corpo, 
formada a partir do momento em que este corpo 
começa a ser desejado e, consequentemente a desejar 
e a ser marcado por uma história singular e pelas 
inscrições materna e paterna. Um exemplo de como se 
dá sua construção é o estágio do espelho que começa 
aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se 
reconhece no espelho, sabendo que o que vê é sua 
imagem refletida. A imagem, portanto, vem antes do 
esquema, portanto, sem imagem, não há esquema 
corporal. 
 
# Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que 
garante equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e 
postura em qualquer posição adotada pelo corpo, 
esteja ele parado ou em movimento. Exemplo: a 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 68 
maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down 
possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou 
tensão menor do que a normal, o que faz com que haja 
um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma 
diminuição do equilíbrio, da postura e da coordenação. 
 
# Coordenação global ou motricidade ampla – A 
coordenação motora em geral está instintiva e ligada 
ao desenvolvimento físico. Envolve movimentos amplos 
de todo o corpo para a movimentação mais complexas 
como correr, saltar, andar, rastejar, engatinhar, etc. É 
a ação simultânea de diferentes grupos musculares na 
execução de movimentos voluntários, amplos e 
relativamente complexos. Exemplo: para caminhar 
utilizamos a coordenação motora ampla em que 
membros superiores e inferiores se alternam 
coordenadamente para que haja deslocamento. 
 
# Motricidade fina ou visomanual – é a capacidade 
de realizar movimentos coordenados utilizando 
pequenos grupos musculares das extremidades. 
Exemplo: escrever, costurar, digitar. Engloba portanto, 
movimentos com capacidade de controlar pequenos 
músculos para atividades refinadas utilizando dedos, 
mãos e pulsos. Exemplo: recorte, colagem, encaixe, 
escrita, dobradura, pintura, etc. 
 
# Óculo-manual - o papel que esta atividade pode 
desempenhar na ligação entre o campo visual e a 
motricidade fina da mão e dos dedos. Na coordenação 
entre espaço cinestésico e espaço visual, o arremessar 
e o apanhar são atividades maiores e de grande 
alcance educativo. 
 
# Organização espaço-temporal – Orientação ou 
estruturação espacial/temporal é importante para a 
criança no processo de adaptação ao ambiente, já que 
correspondente à organização intelectual ligada a 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 69 
consciência, a memória e as experiências vividas por 
ela. É a capacidade de orientar-se adequadamente no 
espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter a noção de 
perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado 
de, antes, depois. Alguns autores estudam a 
organização espacial e a organização temporal 
separadamente. Exemplo: a brincadeira “Batatinha frita 
1, 2, 3”. 
 
# Ritmo – é a ordenação constante e periódica de um 
ato motor. Para ter ritmo é preciso ter organização 
espacial. Exemplo: pular corda. 
 
# Lateralidade – Diz respeito à lateralidade a 
percepção dos lados, esquerdo e direito quanto aos 
seus equilíbrios, desenvolvimento e experiências com 
sua desenvoltura sejam desiguais ou não. O ser 
humano domina melhor um lado do corpo, ou seja, um 
lado dominante que apresenta mais força, rigidez e 
precisão, que realiza uma ação principal, embora 
definitivamente os lados não trabalhem isoladamente 
como, por exemplo: lavar um prato, vestir e abotoar 
uma camisa, pregar um botão. É a capacidade de 
vivenciar os movimentos utilizando-se, para isso, os 
dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado 
esquerdo. Por exemplo: a criança destra, mesmo tendo 
sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma porta 
com a mão esquerda. É diferente da dominância lateral 
que é a maior habilidade desenvolvida num dos lados 
do corpo devido à dominância cerebral, ou seja, 
pessoas com dominância cerebral esquerda, tem maior 
probabilidade de desenvolverem mais habilidades do 
lado direito do corpo e, por isso, são destros. Com os 
canhotos, acontece o inverso, já que sua dominância 
cerebral é do lado direito. 
 
# Equilíbrio – é a capacidade de manter-se sobre uma 
base reduzida de sustentação do corpo utilizando uma 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 70 
combinação adequada de ações musculares, parado ou 
em movimento. Um exemplo de equilíbrio dinâmico é 
caminhar sobre uma prancha e de equilíbrio estático é 
manter-se sentado corretamente. 
 
Articulação entre Psicomotricidade e 
Aprendizagem 
 
Desde o nascimento, o que salta aos olhos no 
desenvolvimento infantil é o corpo e seus movimentos 
que, inicialmente, não apresentam significados ainda 
inscritos. Aos poucos, este corpo em movimento 
transforma-se em expressão de desejo e, 
posteriormente, em linguagem. A partir daí, a criança é 
capaz de reproduzir situações reais, fazendo imitações 
que se transformam em faz-de-conta. Assim, a criança 
consegue separar o objeto de seu significado, falar 
daquilo que está ausente e representar corporalmente. 
Este processo nada mais é do que a vivência dos 
elementos psicomotores dentro de contextos histórico-
culturais e afetivos significativos. E isso é que garantirá 
a aprendizagem de conceitos formais aliados à 
aprendizagem de conceitos do cotidiano: construir 
textos, contar uma história, dar um recado, fazer 
compras, varrer a casa, utilizar as operações 
matemáticas para contar quantas pessoas vieram, 
quantas faltaram, etc. 
 
Além disso, para chegar a uma coordenação 
motora fina, necessária à construção da escrita, a 
criança precisa desenvolver a motricidade ampla, 
organizar seu corpo, ter experiências motoras que 
estruturem sua imagem e seu esquema corporal. 
 
Portanto, com o conhecimento da 
psicomotricidade podemos entender que uma criança 
que não consegue organizar seu corpo no tempo e no 
espaço, não conseguirá sentar-se numa cadeira, 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 71 
concentrar-se, segurar num lápis com firmeza e 
reproduzir num papel o que elaborou em pensamento. 
Na teoria piagetiana da equilibração diz que a criança, 
ao se confrontar com conflitos, para resolve-los, cria 
estratégias a partir de esquemas que já dispõe. 
 
Os conceitos básicos da aprendizagem 
(dentro/fora, em cima/embaixo, escuro/claro, 
mole/duro, cheio/vazio, grande/pequeno, 
direita/esquerda, entre outros) são experimentados 
primeiramente no corpo do sujeito para que depois 
possam ser representados, “inscritos pelas palavras 
para serem escritos por palavras”. Assim, fica 
constatada a importância do professor estar oferecendo 
vivências motoras adequadas às crianças para que seu 
corpo vivido haja positivamente no processo de 
aprendizagem de conceitos formais e informais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto relembrando: 
 
Verificamos, às vezes, que existem 
crianças que não conseguem controlar 
o tônus de seus braços e pernas. Umas 
são hipertônicas, isto é, possuem um 
aumento do tônus. Seus músculos 
apresentam uma grande resistência, 
pois estão contraídos em excesso. Têm 
seus movimentos voluntários e 
automáticos comprometidos, não 
PARA REFLETIR 
 
A psicomotricidade é uma 
sabedoria humana que leva ao 
conhecimento, comportamento e 
atitudes, fazendo com que cada 
pessoa se torne um ser integral. 
Com comprometimento e o desejo 
de querer aprender. Ela nos leva 
acalmar algumas circunstâncias 
apesar das tempestades 
exteriores e interiores do ser 
humano. 
 Fátima Alves 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 72 
balançam os braços ao andar, ou 
escrevem tão forte que chegam a 
rasgar a folha. Outrassão hipotônicas. 
Apresentam uma pequena resistência 
muscular, isto é, têm uma diminuição 
da tonicidade muscular da tensão. Seu 
traçado é tão leve que mal se enxerga. 
 (Oliveira, 2000, p.27 e 28) 
 
Exerce um papel fundamental no 
desenvolvimento psicomotor. Permitem atitudes, 
postura, emoções e garante manifestações de todas as 
atividades motoras. 
 
Fonseca (1995) diz que o grau de tônus dos 
músculos para a realização de determinadas tarefas, 
em repouso ou em movimento, possui papel 
fundamental no desenvolvimento motor e psicológico. 
 
Costallat in Bueno (1998) “Considera o tônus 
como um estado de atenção necessário para a 
harmonia do gesto e equilíbrio do organismo.” (p.54) 
 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 A Psicomotricidade se divide em: Conceitos 
Funcionais e Relacionais; 
 
 Fazem parte da Psicomotricidade Relacional, 
aborda neste caderno: tônus, equilíbrio, 
coordenação motora global, coordenação motora 
fina (óculo-manual, óculo pedal), esquema 
corporal, lateralidade, estrutura espacial, 
estrutura temporal, ritmo, percepção; 
 
 Comunicação, expressão, afetividade, 
agressividade, limite e corporeidade, são termos 
que fazem parte da psicomotricidade relacional; 
 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 73 
 O adequado desenvolvimento do esquema 
corporal favorece a formação do EU; 
 
 A lateralidade é a preferência da utilização de 
um dos lados. Ao utilizar-mos o nosso lado 
predominante temos mais força, precisão, 
harmonia, menos gasto de tempo e energia. 
Esta predominância acontece em três níveis 
mão, olho e pé. A predominância do lado 
direito caracteriza os destros, já a 
predominância do lado esquerdo caracteriza 
os canhotos; 
 
 A estrutura espacial vai se concretizando da 
seguinte forma: 1º - A criança percebe a 
posição de seu próprio corpo no espaço; 2º - 
A posição dos objetos em relação a si 
mesma; 3º - Aprende a perceber as relações 
das posições dos objetos entre si; 
 
 Estruturação temporal é a capacidade de 
situar-se em função da (o): Sucessão dos 
acontecimentos: antes, depois, após, 
durante; Duração dos intervalos: noções de 
tempo longo, de tempo curto (uma hora, um 
minuto); noções de ritmo regular, de ritmo 
irregular (aceleração, freada); noções de 
cadência rápida, de cadência lenta (diferença 
entre a corrida e o andar); Renovação cíclica 
de certos períodos: dias da semana, os 
meses, as estações; Caráter irreversível do 
tempo: o tempo passou... não tem como 
voltá-lo; noção de envelhecimento; 
 
 O ritmo não envolve, porém, somente as 
noções de tempo, mas está ligado ao espaço 
também. A combinação dos dois dá origem ao 
movimento. É um dos conceitos mais 
importantes da orientação temporal; 
Aula 3 | Psicomotricidade Funcional e Relacional 74 
 A comunicação e a expressão se inter-
relacionam e revelam o ser; 
 
 A afetividade é a base da relação terapêutica 
“bem sucedida”. 
 
 A qualidade da corporeidade depende, como 
em todas as funções neurológicas, da 
qualidade e desenvolvimento das relações 
neuronais estabelecidas entre as áreas 
sensoriais e motoras do cérebro. 
 
 
 
75 
 
 
 
Instabilidades, 
Defasagens, 
Perturbações 
Psicomotoras 
 
Dina Lúcia Chaves Rocha 
 
A
U
L
A4 
 
 
A
pr
es
en
ta
çã
o
 
 
Devemos nos perguntar, não só o que é instabilidade, defasagem, 
perturbação? Para respondermos esta pergunta precisamos ter um 
entendimento sobre o significado de cada palavra. 
Mas também, devemos nos perguntar, o que é estar instável, O 
que é estar em defasagem, O que é estar perturbado? 
Já estas perguntas nos remete a uma comparação com alguém, 
onde supostamente está em um nível diferente do nosso. 
As respostas destas indagações servem para pensarmos e nos 
colocarmos no lugar do outro. Enquanto profissionais da área da 
psicomotricidade devemos pensar no quanto é desagradável, 
incomodo e doloroso para nossos alunos e/ou clientes estarem 
nestas posições, estados. 
 
 
 
 
O
bj
et
iv
os
 
 
 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Saber diferenciar o que é instabilidade, defasagem, 
perturbações psicomotoras; 
 Entender como se dá para Oliveira, Meur e Staes as 
perturbações e dificuldades em determinadas áreas 
psicomotoras e compreender a importância de um adequado 
desenvolvimento psicomotor e um trabalho preventivo, a fim 
de evitar tais perturbações; 
 Associar as dificuldades e defasagens apresentadas ás áreas 
psicomotoras em questão. 
 
 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 77 
O que é “Instabilidade Psicomotora”? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é “Defasagem Psicomotora”? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instabilidade- Qualidade de instável. 
Falta de estabilidade. Falta de 
permanência. 
 
Instável- Que não é estável, que não 
tem segurança. Que não está firme, 
que não permanece na mesma posição. 
Inconstante, mutável, volúvel. 
(Michaelis, 2004) 
Defasagem- Diferença de fase 
entre dois fenômenos. Diferença, 
discrepância. 
 
Diferença- Qualidade de diferente. 
Alteração; diversidade. 
Desigualdade; desproporção. 
 
(Bueno, 2004) 
 
“DEFASAGEM PSICOMOTORA” 
É a instabilidade motora, 
emocional e intelectual 
(Chazaude, 1987) 
“(...) a defasagem 
psicomotora pode ser uma 
das causas do déficit de 
aprendizagem.” 
(Mastroianni, 2004) 
 
“INSTABILIDADE PSICOMOTORA” 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 78 
O que são “Perturbações Psicomotoras”? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo Gislene de Campos Oliveira 
 
 Perturbações do esquema corporal 
 
Não tem consciência de seu próprio corpo. Pode 
experimentar algumas dificuldades como, por exemplo, 
insuficiência de percepção ou de controle de seu corpo, 
incapacidade de controle respiratório, dificuldades de 
equilíbrio, de coordenação. 
 
Conhecimento pobre de seu corpo. Para elas a 
representação e nominação das diferentes partes do 
corpo são muitas vezes difíceis. Não localizam ou 
confundem essas partes. Não percebem a posição de 
seus membros e conseqüentemente seu desenho da 
figura humana torna-se pobre. 
 
“PERTURBAÇÕES PSICOMOTORAS” 
“As perturbações psicomotoras 
são também chamadas 
“perturbações instrumentais”, 
termo que evidência que um 
problema de natureza 
psicomotora repercutirá na 
formação do esquema corporal e 
talvez da estruturação espacial e 
temporal.” 
(Meur e Staes, 1991, p. 27) 
 
Perturbação- Confusão, desordem. 
(Bueno, 2004) 
 
Confusão- Ação ou efeito de 
confundir. Estado do que se acha 
atrapalhado. Falta de ordem. Tumulto, 
revolta. 
 (Michaelis, 2004) 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 79 
Podem apresentar dificuldades em se locomover 
em um espaço predeterminado e em situar-se em um 
tempo, pois o esquema corporal está intimamente 
ligado à orientação espaço-temporal. 
 
Manifesta normalmente dificuldade de 
coordenação dos movimentos, apresentando certa 
lentidão que dificulta a realização de gestos 
harmoniosos simples – abotoar uma roupa, andar de 
bicicleta, jogar bola – por falta de seu corpo em ação. 
Elas, às vezes, conseguem realizar alguns movimentos, 
mas, não planejam seus gestos ao agir, desprendem 
tanto esforço nessas ações, que logo acabam 
desestimulando-se. 
 
Outro sintoma de esquema corporal mal 
estabelecido pode ser visto quando a criança se 
confunde em relação às diversas coordenadas de 
espaço, como em cima, embaixo, ao lado, linhas 
horizontais, verticais; e também não adquire o sentido 
de direção devido a confusões entre direita e esquerda. 
 
Uma perturbação do esquema corporal, 
portanto, pode levar a uma impossibilidade de se 
adquirirem os sistemas dinâmicos que correspondem 
ao hábito visomotor e também intervém na escrita e na 
leitura. Na escrita, por exemplo, pode não se dispor 
beme nem obedecer aos limites de uma folha, não, 
conseguir trabalhar com vírgulas, pontos, nem armar 
corretamente contas de somar. Além disso, esta falta 
de conhecimento de sua presença no mundo pode levar 
a uma dificuldade de contato com as pessoas que a 
rodeiam. 
 
Uma consequência séria da falta de esquema 
corporal é o não desenvolvimento dos instrumentos 
adequados para um bom relacionamento com as 
pessoas e com seu meio ambiente, e, pior ainda, leva a 
um mau desenvolvimento da linguagem. 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 80 
 Perturbações da Lateralização 
 
O problema reside quando uma pessoa 
apresenta uma lateralidade cruzada ou é mal 
lateralizada, o que pode resultar em muitos efeitos 
negativos tais como: 
 
 Dificuldade em aprender a direção gráfica. 
 Dificuldade em aprender os conceitos 
esquerda e direita. A criança toma seu corpo 
como ponto de referência no espaço e, se ela 
se confunde ou não conhece sua dominância, 
pode não perceber o eixo de seu corpo e 
consequentemente será difícil saber qual lado 
é o direito ou esquerdo. 
 
A lateralidade é importante porque permite à 
criança fazer uma relação entre as coisas existentes em 
seu meio. 
 
 Comprometimento na leitura e escrita. O 
ritmo da escrita pode ser mais lento. A 
criança talvez não tenha força e precisão 
suficientes para imprimir maior velocidade. 
 
A escrita torna-se muitas vezes ilegível e mesmo 
especular. 
 
 Má postura - o que pode resultar em um 
desestímulo decorrente do esforço que 
precisa fazer para escrever. 
 
 Dificuldade de coordenação fina, isto é, há 
uma probabilidade de maior imprecisão dos 
movimentos finos. 
 
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 Dificuldade de discriminação visual: a criança 
pode apresentar confusão nas letras de 
direções diferentes como d, b, p, q. 
 
 Perturbações afetivas que podem ocasionar 
reações de insucessos, falta de estímulo para 
a escola, baixa auto-estima. 
 
 Distúrbios da linguagem e do sono, segundo, 
Grunspün e Orton (in Defontaine, 1980) cita a 
gagueira. 
 
 Aparecimento de maior número de 
sincinesias. 
 
A sincinesia é o comprometimento de alguns 
músculos que participam e se movem, sem 
necessidade, durante a execução de outros 
movimentos envolvidos em determinada ação. É 
involuntária e geralmente inconsciente. 
 
 Dificuldade de estruturação espacial, pois 
esta faz parte integrante da lateralização. 
 
A lateralização é a base da estruturação espacial 
e é através dela que uma criança se orienta no mundo 
que a rodeia. 
 
 Dificuldades na estruturação espacial 
 
Muitas dificuldades podem advir de uma má 
integração da orientação espacial. São diversos os 
motivos que impedem ou retardam o pleno 
desenvolvimento da criança, como por exemplo: 
 
 Limitação de seu desenvolvimento mental e 
psicomotor. 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 82 
 Crianças tolhidas em suas experiências 
corporais e espaciais e que não têm 
oportunidades de manipular os objetos ao seu 
redor. 
 As que não desenvolveram a noção de 
esquema corporal, acarretando prejuízo na 
função de interiorização. 
 As que não conseguiram ainda estabelecer a 
dominância lateral do seu eixo corporal. 
 “insuficiência ou déficit da função simbólica. A 
criança é incapaz de associar termos 
abstratos como direita e esquerda, 
puramente convencionais, ao que sente ao 
nível proprioceptivo” (Le Boulch, 1984 p. 208) 
 Dificuldade de representação mental das 
diversas noções. 
 
 Dificuldades em estruturação temporal 
 
Oliveira (2000) se utiliza das análises feitas por 
De Meur, Santos, Morais, Kephart, para relatar as 
principais dificuldades que podem advir de uma má 
orientação temporal. 
 
 Uma criança com problemas de orientação 
temporal pode não perceber os intervalos de 
tempo, isto é, não perceber os espaços 
existentes entre as palavras. Não percebe 
também o que vai mais depressa e mais 
devagar. Normalmente esta criança escreve 
as coisas de forma ininterrupta, sem espaço 
entre elas, além de misturar os fatos. 
 
 A criança pode apresentar confusão na 
ordenação e sucessão dos elementos de uma 
sílaba, isto é, não percebe o que é primeiro e o 
que é último, não se situa antes e depois. 
Estas noções são importantes porque sem 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 83 
elas a criança tem dificuldade em iniciar seu 
gesto no lugar certo. Por exemplo, na 
formação das palavras, escreverá inicialmente 
a segunda letra antes da primeira. Escreve 
porblema, em vez de problema, pois distorce 
a seqüência gráfica (questão de espaço) de 
movimentos e não distingue o som da letra r 
como vindo antes (noção temporal). Este 
problema diz respeito ao tempo e ao espaço 
concomitante. 
 
A criança não se organiza, também, na direção 
esquerda-direita. Possui, muitas vezes, dificuldade na 
retenção de uma série de palavras dentro da sentença 
e de uma série de idéias dentro de uma história. 
 
 Pode haver problema de falta de padrão 
rítmico constante. 
 
A falta de ritmo motor ocasiona uma falta de 
coordenação na realização na realização dos 
movimentos. A criança se movimenta, anda, corre, por 
exemplo, num intervalo de tempo inconstante, isto é, 
não coordena o ritmo dos braços em relação às pernas. 
 
O ritmo auditivo normalmente está ligado ao 
motor, pois se estuda junto com os movimentos de 
dança, de jogos e é mais difícil detectar. 
 
Uma criança que tenha falta de padrão rítmico 
visual, ao ler algum trecho, seus olhos “grudam” em 
um canto da página e não se movem visualmente nem 
para frente, nem para trás, tornando a leitura pobre e 
comprometida. 
 
 Dificuldade na organização do tempo. A 
criança não prevê suas atividades. Demora 
muito em uma tarefa e não consegue 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 84 
terminar as outras por “falta de tempo”. Muitas 
vezes não tem noção de horas e minutos. 
 
 Uma organização espaço-temporal inadequada 
pode provocar também um fracasso em 
matemática, pois os alunos precisam ter noção 
de fileira e coluna para organizar os elementos 
de uma soma. 
 
Em cálculo, não percebem os números que 
faltam. 
 
Ex.: 250 
 - 22_ 
 
Eles podem apresentar também, má utilização 
dos termos verbais. A criança deve saber distinguir: 
“ontem eu fui ao cinema” de “amanhã irei a...” 
 
 Dificuldade em representação mental sonora. 
As crianças se “esquecem” da 
correspondência dos sons com as respectivas 
letras que os representam, especialmente 
quando se trata de realizar ditados. 
 
 Kephart (1986) ressalta ainda uma outra 
dificuldade que uma criança pode apresentar 
quando tem desenvolvida só a orientação 
espacial ou só a temporal. 
 
Quando ela desenvolveu as estruturas espaciais 
mas não tem ainda as temporais, torna-se uma 
“repetidora de palavras”. Isto evidencia que reconhece 
as relações espaciais existentes na página, identifica as 
palavras, mas não consegue integrá-las no tempo; elas 
ficam separadas e, portanto, a criança não percebe o 
sentido. Acaba, conseqüentemente, compreendendo 
muito mal o conteúdo. Sua escrita também fica 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 85 
comprometida, pois esta envolve uma seqüência de 
acontecimentos no tempo. A criança apresenta, então, 
inversões, omissões e adições. 
 
Quando a criança é organizada no 
tempo, mas não no espaço, torna-se 
uma leitora pobre, demora muito 
tempo para ler e, portanto, fica muito 
dependente do contexto. Muitas vezes 
substitui sinônimos que preservam o 
contexto, mas não reproduz o que está 
na página. Ela odeia ler, mas assimila 
um vasto número de informações 
auditivas, as quais pode manipular 
com grande facilidade. Seqüências 
complexas não lhe causam problema,mas exibições visuais simples 
frustram-na. 
(Kephart, 1986, p.156) 
 
A. De Meur & L. Staes estruturam as 
perturbações psicomotoras da seguinte forma: 
 
 Perturbações Motoras: 
 
 Atraso do desenvolvimento motor: 
 
Sintoma: Uma criança que não consegue andar 
para trás ou subir uma escada. 
 
 Grandes déficits motores: 
 
Sintoma: Hemiplegia 
 
 Perturbações do equilíbrio: 
 
Sintomas Subjetivos: A criança cai com 
regularidade, choca-se contra seus companheiros, anda 
com pés afastados, corre com o tronco para frente. 
 
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 Perturbações da coordenação: 
 
Sintomas Subjetivos: a criança não tem um 
gesto harmônico; nas refeições é desajeitada à mesa; 
suas habilidades manuais são inadequadas, “recorta” 
mal, seu grafismo é hesitante; leva muito mais tempo 
para vestir-se. 
 
 Perturbações da sensibilidade: 
 
Sintomas Subjetivos: A criança não faz os 
mesmos gestos que lhe mostramos, exceto diante de 
um espelho; deixa cair das mãos objetos que segura ou 
freqüentemente torce os tornozelos; é relativamente 
sensível ao contato, ao calor. 
 
 Perturbações Intelectuais – o atraso 
intelectual. 
 
Sintoma: A debilidade pode ser leve, moderada 
ou profunda. As realizações da criança são de uma 
idade inferior à sua idade real. 
 
 Perturbações do Esquema Corporal. 
 
Sintomas: A criança não conhece as partes do 
seu corpo; A criança não situa bem seus membros ao 
gesticular; A criança não coordena bem seus 
movimentos. 
 
 Perturbações da Lateralidade. 
 
Sintomas: A criança não sabe qual mão 
escolher, é desajeitada, “recorta” com a mão direita, 
mas brinca com a mão esquerda. 
 
Os exercícios de precisão são executados com 
uma mão, os exercícios de força com a outra; assim, 
Aula 4 | Instabilidades, Defasagens, Perturbações Psicomotoras 87 
 
escreve com a mão esquerda e joga a bola com a mão 
direita. 
 
A lateralidade não é homogênea: a criança 
escolhe bem a mão ou o pé dominante, mas nunca 
está segura de saber qual é o lado direito e qual é o 
lado esquerdo. 
 
 Perturbações da Estrutura Espacial. 
 
Sintomas: A criança ignora os termos 
espaciais; As crianças percebem os termos espaciais, 
mas mal percebe as posições; A criança percebe bem o 
espaço que a circunda, mas orienta-se com dificuldade; 
A criança orienta-se bem, mas não tem memória 
espacial; A criança não tem organização espacial; A 
criança não assimila a reversibilidade e a transposição; 
Dificuldade para compreender relações espaciais. 
 
 Perturbações da Orientação Espacial. 
 
Sintomas: A criança é incapaz de descobrir a 
ordem e a sucessão dos acontecimentos; A criança não 
percebe os intervalos; A criança não tem um ritmo 
regular; A criança não tem noção da hora, não 
consegue organizar seu tempo. 
 
 Perturbações do Grafismo. 
 
Causas: Má coordenação motora; Rigidez ou 
crispação dos dedos; Problemas psicológicos 
(Instabilidade da criança; A criança quer terminar bem 
depressa). 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 Instabilidade Psicomotora - é a instabilidade 
motora, emocional e intelectual; 
 
 Defasagem Psicomotora – diferença, 
discrepância; 
 
 A defasagem psicomotora pode ser uma das 
causas do déficit de aprendizagem; 
 
 Perturbações Psicomotoras - são também 
chamadas “perturbações instrumentais”, 
termo que evidência que um problema de 
natureza psicomotora repercutirá na 
formação do esquema corporal e talvez da 
estruturação espacial e temporal; 
 
 Gislene de Campos Oliveira dá exemplos de 
perturbações e dificuldades em algumas áreas 
psicomotoras: perturbações do esquema 
corporal; perturbações da lateralidade; 
dificuldades na estrutura espacial; 
dificuldades em estruturação espacial; 
 
 A De Meur e L. Staes estruturam as 
perturbações psicomotoras da seguinte 
forma: perturbações motora; perturbações da 
sensibilidade; perturbações intelectuais; 
perturbações da lateralidade; perturbações da 
estrutura espacial; perturbações da 
orientação espacial; perturbações do 
grafismo. 
 
 
 
 
 
 
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