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UMIDADE E VOLÁTEIS Profa. Ma. Rosana Moura Sarmento INTRODUÇÃO A umidade se caracteriza pela perda de peso sofrida pelo produto quando aquecido em condições nas quais a água é removida. Para isso é necessário termos certeza de que o que está sendo evaporado é somente a água, os componentes restantes (voláteis) não devem ser eliminados. 1 2 INTRODUÇÃO É o ponto de partida da análise dos alimentos, tendo grande importância, uma vez que a preservação do alimento pode depender do teor de umidade presente no material e, além disso, quando se compara o valor nutritivo de dois ou mais alimentos, levamos em consideração os teores de matéria seca. ÁGUA FORMAS DE LIGAÇÃO AOS ALIMENTOS 3 4 A ÁGUA NOS ALIMENTOS • 60 a 65 % do corpo humano e da maioria dos animais • é o solvente universal, indispensável aos processos metabólicos; • manutenção da temperatura corporal; • manutenção da pressão osmótica dos fluídos e do volume das células; • participação como reagente de um grande número de reações metabólicas. A água é considerada o adulterante universal dos alimentos, por isso sua determinação é de grande importância. LIVRE • Encontra-se fracamente ligada ao alimento, funciona como solvente, permitindo o crescimento de microorganismos e reações químicas, sendo eliminada com relativa facilidade. É de fácil congelamento. 5 6 COMBINADA (MONOCAMADA) • Está fortemente ligada ao substrato, é mais difícil de ser eliminada, não sendo utilizável como solvente, portanto, não permite o desenvolvimento de microrganismos e retarda as reações químicas. Não congela. PARCIALMENTE COMBINADA (MULTI- CAMADA) • Ligada de maneira mais forte que a livre e mais fraca do que a combinada. É de difícil congelamento e de difícil utilização por microrganismos. 7 8 ÁGUA INFLUÊNCIA NA ESTABILIDADE ATIVIDADE DE ÁGUA (Aa) • Relação entre o teor de água livre nos alimentos e sua conservação • O teor de água livre é expresso como atividade de água que é dada pela relação entre a pressão de vapor de água em equilíbrio no alimento e a pressão de vapor da água pura na mesma temperatura. • A medida desse valor baseia-se no fato de que a pressão P do vapor de água sobre um alimento, após atingir o equilíbrio a uma temperatura T, corresponde a Umidade Relativa de Equilíbrio (URE) do alimento. • A atividade da água será então igual a URE e é expressa por URE/100. 9 10 ATIVIDADE DE ÁGUA E CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS O valor máximo da Aa é 1 na água pura. Nos alimentos ricos em água, com Aa > 0,90, podem formar soluções diluídas que servirão de substrato para os microrganismos poderem se desenvolver. • Nesta situação as reações químicas podem ter sua velocidade diminuída em função da baixa concentração dos reagentes. Quando a Aa baixar para 0,40 - 0,80, haverá possibilidade de reações químicas e enzimáticas a velocidades rápidas, pelo aumento da concentração dos reagentes. Com Aa inferior a 0,30 estará atingindo a zona de adsorção primária, onde a água está fortemente ligada ao alimento. De acordo com a atividade de água no alimento, ocorre o desenvolvimento de certos tipos de microrganismos, como: Microorganismo Aa Bactérias 0,90 Leveduras 0,88 Fungos (mofos) 0,80 Microrganismos osmofílicos 0,62 11 12 Quanto a umidade os alimentos podem ser classificados em: Tipo de umidade Atividade de água (Aa) Umidade Alimento de alta umidade > 0,85 > 40% Alimento de umidade intermediária 0,6 a 0,85 20 a 40% Alimento de baixa umidade < 0,6 < 20% 13 14 ISOTERMAS DE SORÇÃO DE ÁGUA • Fase 1 - água que constitui a camada primária, unida a grupos ionizantes ou fortemente polares; • Fase 2 - a água atua como solvente; • Fase 3 - Água contida em capilares onde pode formar soluções, água livre, retida mecanicamente. Alimentos com alta atividade de água são mais perecíveis. Alimentos estocados com alta umidade deterioram mais facilmente. Embalagens permeáveis a umidade favorecem a deterioração desses alimentos. 15 16 MÉTODOS DE ANÁLISE PRINCIPAIS SECAGEM EM ESTUFAS • São métodos oficiais, tradicionais e mais usados de análise de umidade em alimentos. • Nesses métodos o ar quente é absorvido por uma camada muito fina do alimento e então conduzido para o interior por condução. 17 18 FATORES DE INFLUÊNCIA Temperatura de secagem. Umidade Relativa e movimentação do ar dentro da estufa. Vácuo na estufa. Tamanho e espessura das partículas. Construção da estufa. Número e posição das amostras na estufa. Material e tipo de cadinho. Pesagem da amostra a quente. ESTUFAS • Simples • Circulação de ar forçado • A vácuo 19 20 CADINHOS • Porcelana. • Alumínio. ANÁLISE 1. Secar o cadinhos nas condições de experimento por 1h. 2. Resfriar em dessecador e pesar. 3. Colocar pequena quantidade de amostra. 4. Colocar para secar em estufa pelo tempo necessário (3-6h). 5. Resfriar em dessecador e pesar. 6. Colocar para secar e repetir todo processo até obter duas pesagens consecutivas iguais. 21 22 LIMITAÇÕES DO MÉTODO 1. Produtos com ↑ teor de açúcar ou ↑ teor de gordura – estufa a vácuo a 70°C. 2. Produtos com ↑ teor de voláteis. 3. Variação de temperatura dentro da estufa (até 3°C). 4. Produtos muito higroscópicos. 5. Produtos que sofrem reação de caramelização – estufa a vácuo a 60°C. 6. Produtos contendo açúcares redutores e proteína – reação de Maillard. SECAGEM EM BALANÇA DE INFRAVERMELHO 23 24 Método de secagem mais efetivo que envolve a penetração do calor dentro da amostra, encurtando o tempo de secagem em 1/3 do total. Consiste em uma balança contendo uma fonte de IV (lâmpada de 200 a 500 watts), que desenvolve uma temperatura de até 700°C. A distância entre a lâmpada e a amostra deve ser de 10 cm. A espessura da amostra deve ser de 10 a 15 mm. O tempo de secagem varia de 10 a 20 minutos. O peso da amostra varia de 2,5 a 10 g. 25 26 LIMITAÇÕES Método “lento” – só pode ser feita uma amostra por vez. Reprodutibilidade não é muito boa – condições podem não ser iguais entre duas medidas. SECAGEM POR DESTILAÇÃO COM LÍQUIDOS IMISCÍVEIS 27 28 Este método se aplica a alimentos que possuem uma grande porcentagem de substâncias voláteis a 105ºC. A água deve ser retirada da amostra por destilação contínua, com solvente imiscível e com ponto de ebulição maior que o da água, e coletada num tubo graduado. LIMITAÇÕES 1. Precisão relativamente baixa do frasco coletor. 2. Dificuldade de leitura do menisco. 3. Aderência de gotas de água no vidro. 4. Solubilidade da água no solvente. 5. Evaporação incompleta da água. 6. Destilação de produtos solúveis e com ponto de ebulição menor que a água. 29 30 MÉTODO DE KARL FISCHER MÉTODO QUÍMICO • O reagente de Karl Fischer é constituído por uma mistura de iodo, dióxido de enxofre e piridina em metanol, numa única solução ou em duas soluções separadas: uma contendo iodo em metanol e, outra, contendo piridina e dióxido de enxofre em metanol. TITULADOR DE KARL FISCHER 31 32 • O reagente não é estável e deve ser padronizado diariamente. O ponto final da reação é verificado eletrometricamente. O método de Karl Fischer não pode ser usado para produtos que contenham substâncias que reajam com iodo. MÉTODOS DE ANÁLISE ALTERNATIVOS 33 34 Cromatografia gasosa. Ressonância magnética nuclear. Índice de refração (método oficial para mel). Condutividade elétrica. Microondas. Atividade proposta – Estudo dirigido 1. Qual a diferença entre umidade e atividade de água? 2. Em relação à conservação dos alimentos, o que é mais importante a umidade ou atividade de água? Por que? 3. Em relação à umidade relativa de equilíbrio e atividade de água, explique por que ao armazenar, por exemplo uma maçã mal acondicionada na geladeira após alguns dias ela murcha? 4. O que é água ligada e água livre num alimento? 5. A deterioração de alimentos provocada por reações químicas eenzimáticas são mais favorecidas em alimentos de alta umidade, umidade intermediária ou baixa umidade? Justifique. 35 36 Atividade em sala – Estudo dirigido 1- Leitura do artigo: Atividade em sala – Estudo dirigido 2- A partir da leitura do artigo, indique: Como foi a realizada a avaliação de atividade de água? Quais os principais resultados obtidos? Qual a importância da atividade de água neste estudo? 37 38