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METODOLOGIA DA PESQUISA EM BIBLIOTECONOMIA APRESENTAÇÃO #CURRÍCULO LATTES# Fabiane Fantacholi Guimarães ●Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias (Universidade Pitágoras Unopar). ● Licenciatura e Bacharel em Pedagogia (CESUMAR). ● Especialista em Psicopedagogia Institucional (Faculdade Maringá) ● Especialista em Educação Especial (Faculdade de Tecnologia América do Sul) ● Especialista em EAD e as Novas Tecnologias Educacionais (UniCESUMAR). ● Especialista em Docência no Ensino Superior (UniCESUMAR). ● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino A Distância (UniFCV). ● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Pós-Graduação (UniFCV). ● Professora conteudista na área da Educação (UniFCV/UniFATECIE). ● Professora de disciplinas de Pós-Graduação na área da Educação (UniFEV). ● Coordenadora de cursos EAD de Pós-Graduação na área da Educação (UniFCV). ● Supervisora de Cursos EAD de Graduação na área da Educação (UniFCV). ● Psicopedagoga do Núcleo de Atendimento Escolar (NEA). ● Experiência na Educação Básica há 10 anos. ● Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância) desde 2012 até os dias atuais. Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7315666246327967 http://lattes.cnpq.br/7315666246327967 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Olá, caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à disciplina de METODOLOGIA DA PESQUISA EM BIBLIOTECONOMIA, para o curso de Biblioteconomia. Você já venceu algumas etapas de seu curso e chegou até aqui, meus parabéns! O objetivo principal da disciplina é estudar e compreender as metodologias de pesquisa utilizadas na construção de trabalhos científicos. Para compor este material, organizamos uma introdução, seguida de quatro unidades criteriosamente analisadas, selecionadas para dar sustentação à presente discussão, conclusão, referências, leituras complementares, indicações de livros, filmes, entre outros. ● Unidade I, intitulada NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS, com os subtópicos: Estrutura e organização de trabalhos acadêmicos. Regras da ABNT. Construção de instrumentos e técnicas de coleta de dados. ● Unidade II, intitulada METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO, com os subtópicos: Método quantitativo e qualitativo. Estudo de caso: o que é, onde é empregado e características dessa metodologia de investigação. Como realizar um estudo de caso. ● Unidade III, intitulada TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO: ARTIGO, com os subtópicos: Artigo científico: tipos, estrutura e formatação do artigo. Organização textual do artigo: artigo original e artigo de revisão. Comunicação científica. ● Unidade IV, intitulada PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA, com os subtópicos: Projeto de pesquisa: etapas de um projeto de pesquisa e regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa. Relatórios. Citações e Referências bibliográficas. Lembre-se, caro(a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão das análises realizadas acerca das temáticas propostas. Pensamos que, para além do texto em si, você, estudante, poderá explorar as sugestões de leitura na metodologia da pesquisa científica. Bom estudo! Sucesso! Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães UNIDADE I NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Estrutura e organização de trabalhos acadêmicos; • Regras da ABNT; • Construção de instrumentos e técnicas de coleta de dados. Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, tais como: monografias, dissertações, teses, e artigos científicos; • Elencar algumas das regras da ABNT importantes para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos; • Conhecer alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas, sendo eles: a observação, o questionário, o formulário e a entrevista. INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à Unidade I intitulada, “NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. O objetivo da presente unidade é estudar a normatização dos trabalhos acadêmicos-científicos, por meio da principal referência a ABNT, isto é a Associação Brasileira de Normas Técnicas. Sendo assim, no primeiro momento é conhecer a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, tais como: monografias, dissertações, teses, e artigos científicos. Em sequência o assunto é regras da ABNT, no qual veremos algumas destas regras que são aplicadas no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos-científicos. Para finalizar a unidade é citado alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas. Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa primeira unidade. Boa leitura! 1 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS No Brasil, as normas mais utilizadas no meio acadêmico brasileira são as da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização - ISO), da Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN). Desde a sua fundação, é também membro da International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional - IEC). A ABNT é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE). (ABNT, 2021). Algumas das principais normas da ABNT estão voltadas para o emprego na elaboração dos documentos científicos, para tanto, iremos apresentar nos subtópicos a seguir o que são documentos científicos ou acadêmicos. 1.1 Documentos Científicos ou Acadêmico Acadêmico(a), considera-se como documentos científicos, uma gama enorme de documentos que incluem: monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatórios, teses, dissertações, artigos científicos, resumos, resenhas, livros, capítulo de livros, projetos entre outros. Vamos conhecer mais detalhadamente alguns destes documentos?! 1.1.1 Monografias, Dissertações, Teses, e Artigos Científicos De acordo com a ABNT, a monografia consiste na exposição exaustiva de um problema ou assunto específico que tenha sido investigado cientificamente. É adotada na maioria dos cursos superiores e de pós-graduação lato sensu como requisito parcial para a conclusão do curso. A produção de uma monografia permite o desenvolvimento, com certa profundidade, de um tema de pesquisa e seu desdobramento com base nos elementos estruturantes, bem como a construção das demais etapas da pesquisa, como a revisão de literatura, com investigações que possibilitem a aplicação de uma ou mais teorias para o entendimento de determinado fenômeno (PEROVANO, 2016). A monografia difere do projeto de pesquisa em alguns aspectos, quanto à forma e ao conteúdo. No que se refere à forma (formalidade), a monografia apresenta alguns elementos pré-textuais não encontrados no projeto de pesquisa, que são: dedicatória, agradecimento, epígrafe, resumo em língua vernácula e resumo em língua estrangeira. Apresentaremos a seguir estudante a sequência dos elementos da monografia na figura 1. Figura 1 - Sequência dos elementos da monografia Fonte: Elaboradocom base em ABNT (2005) Acadêmico(a) o que é uma Dissertação? Trata-se da comunicação dos resultados de uma pesquisa e de uma reflexão, que versa sobre um tema único e delimitado. Deve ser elaborada de acordo com as mesmas diretrizes metodológicas, técnicas e lógicas do trabalho científico, como na tese de doutoramento. A dissertação de mestrado consiste num requisito importante para a obtenção de proeminente título. Deve, portanto, cumprir as exigências da Monografia científica. Tratando-se de um trabalho ainda vinculado a uma fase de iniciação à ciência, de um exercício diretamente orientado, primeira manifestação de um trabalho pessoal de pesquisa, não se pode exigir da Dissertação de mestrado o mesmo nível de originalidade e o mesmo alcance de contribuição ao progresso e desenvolvimento e tendenciosamente minucioso da Dissertação de mestrado. Ao contrário, pode-se mensurar que ela significa um importante e consistente passo para a construção de contribuições científicas maiores, de suma importância ao desenvolvimento do país (SANTOS, 2019). A dissertação de mestrado deve necessariamente demonstrar uma proposição e não apenas explanar um assunto, o que resume o tipo de exigência lógica de todo trabalho desde que tenha objetivos de natureza científica bem determinados. Sua delimitação, abordagem e redação devem ser bem definidas, embasadas em profundas investigações e incursões sobre a temática leita, resultando num texto coeso, preciso, diretamente proporcional ao assunto selecionado, de forma a refletir o importante passo científico resumido na titulação do mestrado. Dessa forma, a elaboração de uma dissertação de mestrado necessita de aplicação de concentração, tempo hábil, estudo, investigação, tomada coerente de conclusões, e sua transmigração para um texto bem embasado e organizado (SANTOS, 2019). Tese é um trabalho acadêmico em que o autor defende uma ideia e sustenta sua argumentação através dos resultados de uma profunda investigação sobre o tema. A tese acadêmica é um documento fundamental para a obtenção do grau de doutor. Para elaboração da tese de doutorado, o estudante conta com o apoio de um orientador que coordena o trabalho de pesquisa. A tese é defendida em público perante um grupo de doutores que constituem o júri de avaliação do trabalho (também denominado por banca) (SANTOS, 2019). O artigo científico tem a finalidade de discutir os fenômenos com base na exposição de resultados originais e sucintos de pesquisas realizadas, bem como apresentar uma síntese analítica de estudos realizados pelo próprio autor (PEROVANO, 2016). O artigo científico é apresentado segundo a linguagem e o método próprios de uma área da ciência e, de modo geral, com uma estrutura lógica de argumentação, apresentando inicialmente o problema ou objetivo da investigação, o conjunto de hipóteses, as possíveis soluções do problema ou modos de se atingir o objetivo, uma descrição dos métodos e técnicas utilizados, uma análise dos resultados obtidos, suas considerações finais ou conclusão que aponta qual hipótese foi verificada experimentalmente (SANTOS, 2019). Em geral, os artigos científicos se constituem com base nos seguintes elementos: Tabela 1 - Elementos bases da estrutura de artigo científico segundo a ABNT Elementos Pré-textuais Textuais Pós-textuais Título Introdução Referências Autores e instituição a que pertencem os autores Desenvolvimento Glossário (opcional) Resumo e palavras-chave em português Considerações finais Apêndice (opcional) Resumo e palavras-chave em outro idioma Anexos (opcional) Agradecimentos (opcional) Fonte: Elaborada pela autora com base em Santos (2019) e Marcelino (2020). Em algumas instituições de ensino superior, tem-se optado pelo artigo científico como trabalho de conclusão de curso, em substituição à monografia. Em ambos os casos, a escrita resultará de pesquisa planejada, sistematizada e organizada a partir de critérios metodológicos definidos pela ABNT. SAIBA MAIS Você sabia que muitos artigos são produtos de trabalhos monográficos de conclusão de cursos de graduação ou de dissertações de mestrado, ou ainda, publicações de dados secundários obtidos em outra pesquisa central e que, em seu relatório, não eram relevantes. Fonte: a autora (2021). #SAIBA MAIS# 1.2 Elementos mínimos de um trabalho acadêmico-científico Todos os trabalhos acadêmicos do tipo monográficos apresentam a mesma estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão), devendo ser dada especial atenção aos elementos do desenvolvimento. Espera-se que existam, independentemente do número de capítulos, ao menos, os seguintes elementos (MARCELINO, 2020, p. 53-54): 1. Revisão da literatura: debate entre os principais autores que discutem o tema, apresentando as diferentes posições e oferecendo ao leitor um panorama de conceitos e opiniões sobre o assunto. Apesar de ser importante que o autor apresente suas diversas opiniões, é ainda mais fundamental que se posicione sobre qual das linhas ou correntes irá seguir. 2. Procedimentos metodológicos: descrição do local em que a pesquisa foi realizada (história, localização, características), qual o universo da amostra e como ela foi selecionada, qual a técnica e o instrumento utilizados, citando autores que fundamentem o uso para aquela finalidade. 3. Apresentação e interpretação dos dados: é a parte na qual o autor apresenta dados já sistematizados, demonstrando os principais resultados e fazendo uma interpretação à luz das teorias usadas na revisão bibliográfica. Nunca deverá ser apenas uma apresentação de dados, visto que a análise precisa estar fundamentada e buscar confirmar ou refutar a hipótese de pesquisa. 1.2.1 Estrutura geral dos trabalhos científicos Independentemente do porte, todos os trabalhos científicos apresentados até o momento são caracterizados por serem estruturados em três partes: elementos pré- textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais (SANTOS, 2019; MARCELINO, 2020). A primeira parte é chamada de pré-textual e nela são alocados os elementos que vêm antes do texto e que apresentam o título do trabalho, o autor, o local e a data de realização e outros elementos próprios à identificação. A segunda parte é chamada de textual e é o próprio texto produzido. Ela é caracterizada por apresentar uma introdução, um desenvolvimento e suas considerações finais ou conclusão. A terceira parte é chamada de pós-textual e nela são alocados elementos informativos e acessórios. É o espaço para as referências bibliográficas e os anexos. Segundo a NBR 14724 (ABNT, 2011), a estrutura de tese, dissertação ou trabalho acadêmico compreende elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós- textuais, como explicitado a seguir: Figura 2 - Esquema de estrutura do trabalho acadêmico Fonte: Elaborado com base em ABNT (2011). 2 REGRAS DA ABNT A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma organização não governamental, mantida com recursos da contribuição dos seus associados e do governo federal. No Brasil, ela representa a International Organization for Standardization (ISO) e a Associação Mercosul de Normalização (AMN), e é responsável pela adaptação, criação e comercialização das normas nacionais. Dentre suas atribuições está a normalização do trabalho científico, amplamente utilizada no ambiente acadêmico, lugar em que o conhecimento científico é privilegiado. As suas normas são antecedidas pelas siglas ABNT/NBR e pelo número correspondente. A seguir, na tabela 2, selecionamos algumas de uso mais recorrente na elaboração de trabalhos acadêmico-científicos. Tabela 2 - Normas da ABNT Norma número Ano e Edição da publicação Objeto danorma NBR ISO/2108 1ª ed. 2006 Número Padrão Internacional de Livro (ISBN). Norma ABNT NBR 5892 1ª ed.1989 2ª ed. 2019 Norma para datar Norma ABNT NBR 6021 2ª ed. 2015 versão corrigida em 2016 Informação e documentação — Publicação periódica técnica e/ou científica — Apresentação Norma ABNT NBR 6022 1ª ed. 2003 2ª ed. 2018 Informação e documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação Norma ABNT NBR 6023 1ª ed. 2002 2ª ed. 2018 Informação e documentação - Referência - Elaboração Norma ABNT NBR 6024 1ª ed. 2003 2ª ed. 2012 Numeração, informação e documentação - Numeração progressiva das seções de um documento escrito - Apresentação Norma ABNT NBR 6027 1ª ed. 2003 2ª ed. 2013 Informação e documentação - Sumário - Apresentação Norma ABNT NBR 6028 1ª ed. 2003 2ª ed. 2021 Informação e documentação - Resumo - Apresentação Norma ABNT NBR 6032 1ª ed. 1989 Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas Norma ABNT NBR 6033 1ª ed. 1989 Ordem alfabética Norma ABNT NBR 6034 1ª ed.1989 2ª ed. 2005 Informação e documentação - Índice - Apresentação Norma ABNT NBR 10520 1ª ed. 2002 Informação e documentação - Citações em documentos - Apresentação Norma ABNT NBR 10719 2ª ed. 2009 3ª ed. 2011 4 ed. 2015 Informação e documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação Norma ABNT NBR 14724 2ª ed. 2006 3ª ed. 2011 Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação Norma ABNT NBR 15287 1ª ed. 2005 2ª ed. 2011 Informação e documentação — Projeto de pesquisa — Apresentação Norma ABNT NBR 15437 1ª ed. 2006 Informação e documentação — Pôsteres técnicos e científicos — Apresentação Fonte: Elaborado pela autora (2021) ATENÇÃO! Caro(a) acadêmico(a), como pode observar na tabela 2 acima, temos normas que foram atualizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo assim, quando for utilizar pesquise a última edição publicada. 3 CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS Existem várias maneiras de colher dados. Para selecionar uma ou mais entre elas, o pesquisador deve levar em conta o contexto e o objetivo da pesquisa. Em geral, as informações podem ser colhidas de fontes primárias ou secundárias, cada uma com seus instrumentos. SAIBA MAIS Você sabia que uma fonte é primária quando o pesquisador colhe os dados em primeira mão. A entrevista, o questionário, o formulário e a observação são os principais instrumentos de coleta desse tipo. Nesse caso, o pesquisador não se concentra no que outros dizem a respeito do objeto de estudo, mas no que ele próprio observa. Os arquivos, os bancos de dados e os relatórios são fontes de dados secundárias, pois o pesquisador não tem contato direto com seu objeto de estudo. Fonte: Mascarenhas (2018). #SAIBA MAIS# Nos próximos subtópicos, vamos conhecer alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas, sendo eles: a observação, o questionário, o formulário e a entrevista. 3.1 Observação A observação é um processo imprescindível em qualquer tipo de pesquisa, pois se refere ao olhar atento e crítico do pesquisador sobre os fenômenos estudados. Ela também pode se constituir em uma técnica de pesquisa usada exclusivamente como método, normalmente quando se quer estudar o comportamento humano em sua forma espontânea, desde que observados parâmetros que lhe conferem cientificidade (MARCELINO, 2020). Richardson (1999), Lakatos e Marconi (1994) e Gil (1999), concordam que existem vários tipos de observação, destacando que as principais são: a. Não participante: o pesquisador atua apenas como um observador atento, não fazendo parte do grupo. b. Participante: o pesquisador participa do grupo, agindo como um membro deste, participando das atividades assim como os pesquisados. Em ambos os casos, as observações podem se dar de forma sistemática ou assistemática. No primeiro caso, a observação consiste somente em olhar atentamente, sem roteiros, anotações ou fichas de registro. No segundo caso, o pesquisador possui um roteiro a cumprir, devendo observar fatos específicos e suas frequências (MARCELINO, 2020). Já o autor Luna (2003), divide em observação direta, observação indireta, relato verbal e documento. A observação direta trata do registro de uma dada situação, acontecimento ou ocorrência; já a observação indireta refere-se ao uso de indícios ou pistas como informações das quais se deduzem outras informações. Os relatos verbais são as falas dos sujeitos de modo ainda informal sem a elaboração prévia dos instrumentos (questionários, entrevistas e formulários), e dos documentos são fontes de informação que podem ser literatura pertinente a um assunto, anuários estatísticos e censos, prontuários médicos, legislação entre outros. 3.2 Questionário e formulário O questionário e o formulário, são instrumentos muito utilizados quando o objetivo do pesquisador é abranger um número maior de pesquisados. Esses instrumentos são muito parecidos, somente o que os diferencia é a forma de aplicação. O primeiro é respondido manualmente pelos próprios pesquisados, o segundo é preenchido pelo pesquisador após respondidas as perguntas pelos pesquisados (SANTOS; MOLINA, DIAS, 2012). Richardson (1999, p. 189) explica que os questionários servem a duas funções, sendo elas: “descrever as características de um grupo e medir determinadas variáveis de um grupo social”. Assim, o questionário é muito útil para levantar as características comuns de um grupo, tais como: sexo, religião, escolaridade, posições políticas, dentre outros. Tanto os questionários como os formulários são fundamentados em uma série de questões ordenadas sucessivamente e relacionadas com o objetivo do estudo, isto é, o pesquisador elabora esses instrumentos visando atingir os objetivos e resolver os problemas propostos no projeto de pesquisa (SANTOS; MOLINA, DIAS, 2012). Atualmente, inexistem regras para quantidade de perguntas ou tamanho de um questionário, ficando a critério do pesquisador. Mas quanto maior for o questionário, maior também a chance de não recebermos retorno dos pesquisados, pois instrumentos extensos demandam tempo e desencorajam a participação (MARCELINO, 2020). Temos três tipos de questionários: o de perguntas integralmente fechadas, que comportam apenas o assinalamento de respostas objetivas, tais como sim, não, nunca, ocasionalmente, frequentemente, de manhã, de tarde, de noite. Outro tipo é o de perguntas totalmente abertas, tais como: “qual a sua ocupação principal”, ficando a cargo do pesquisado responder da maneira como lhe convier. Por fim, o mais usado, aquele que combina o primeiro e o segundo, mesclando perguntas fechadas e abertas (MARCELINO, 2020). SAIBA MAIS Você sabia que existem uma técnica de coleta de dados chamada survey? Os surveys consistem num tipo de pesquisa comparada ao levantamento em geral, mas caracteriza-se pela aplicação de questionário específico quando se buscam dados quantitativos, especificamente para avaliar a opinião de pessoas sobre um assunto, como pesquisas de opinião pública, pesquisas de qualidade e satisfação ou pesquisas eleitorais. Fonte: a autora (2021). #SAIBA MAIS# 3.3 Entrevista Esta é uma das técnicas mais flexíveis de coleta de dados na área social, pois por meio da interação face a face com o sujeito da pesquisa, permite captar além de dados, subjetividades, significados e comportamentos, tais como o que as pessoas desejam, no que elas creem, o que elas sabem sobre determinado fato, motivos, o que fazia, fazem ou irão fazer diante de determinada situação. Gil (1999, p. 116) define a entrevista como “[...]a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, como objetivo de obtenção de dados que interessam à investigação”. Sendo assim, a entrevista é, portanto, “[...] uma forma de interação social [...]. É uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação” (GIL, 1999, p. 116). A entrevista conforme Lima (2004, p. 90 apud SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012), pode ser definida [...] como um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de que uma ou mais delas obtenha dados, informações, opiniões, impressões, interpretações, posicionamentos, depoimentos, avaliações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversação de natureza acadêmica e/ou profissional (LIMA, 2004, p. 90 apud SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012, p. 147). Os tipos de entrevista são: estruturada, semiestruturada, não estruturada ou em profundidade (MARCELINO, 2020). ● Estruturada, na qual se possui um roteiro prévio, fechado, atendo-se exclusivamente a ele, consistindo em um processo de perguntas e respostas, normalmente rápidas e objetivas. ● Semiestruturada, realizada com um roteiro, composto de perguntas fechadas e objetivas, somada a perguntas abertas e que permitem espaços de livre fala ao entrevistado. ● Não estruturada ou em profundidade, sendo aquela em que o entrevistador possui apenas um roteiro para si, com a finalidade de lembrar os conteúdos que precisam ser abordados, mas não há perguntas fechadas, sendo focada em assuntos mais amplos nos quais o entrevistado tem espaço livre de fala para expressar o que sabe, pensa ou sente em relação ao tema. Cabe salientar aqui que essa prática requer um pouco de experiência e um amplo conhecimento do tema tratado pelo pesquisador. Os passos para aplicação da entrevista são (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012, p. 148): ● elaboração do roteiro da entrevista, tendo como base os autores lidos, a problemática levantada e os objetivos a serem alcançados; ● identificar e selecionar os sujeitos que serão entrevistados; ● certificar-se do interesse e da disponibilidade do contato em responder as questões; ● agendar dia, horário e local das entrevistas; ● registrar as respostas por meio de gravador ou filmadora (com a devida autorização do entrevistado). O registro escrito (manual) deve ser feito durante a entrevista, conferindo-se as respostas com o entrevistado. A entrevista como instrumento de coleta de dados nos proporciona inúmeras vantagens. Na sequência, descrevemos as que mais se destacam (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012, p. 148): ● possibilita coletar maior número de respostas (adaptadas às experiências do entrevistado e às circunstâncias da entrevista); ● pode ser realizada com pessoas que não tenham o domínio da leitura ou da escrita; ● é eficiente para obtenção de dados específicos. Ao mesmo tempo, podemos apontar seus limites (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012, p. 149): ● inabilidade ou incapacidade do entrevistado para responder adequadamente; ● influência exercida pelo entrevistador sobre as respostas do entrevistado. Dessa forma, existem alguns cuidados que são essenciais ao pesquisador que utilizará esse instrumento. Esse deve ter bem definidos os objetivos e os propósitos do estudo; deve formular questões claras e entendíveis; familiarizar-se com a técnica antes de aplicá-la; escolher o local, a data e a hora; fazer um questionamento de cada vez; ouvir com muita atenção o entrevistado; evitar troca de informações/opiniões e conferir as respostas sempre que possível. SAIBA MAIS Você sabia que o pesquisador pode elaborar um roteiro com datas e afazeres? Esse cronograma tem como objetivo organizar o trabalho a ser realizado. Fonte: a autora (2022). #SAIBA MAIS# Figura 3 - Exemplo de cronograma Fonte: a autora (2022). #SAIBA MAIS# SAIBA MAIS Você sabia que as pesquisas acadêmicas estão utilizando cada vez mais as informações encontradas na web. Mas será que é uma boa ideia? Sem dúvida, a internet vem facilitando a troca de informações entre pessoas em diferentes cantos do mundo. No entanto, não é toda pessoa que sabe usar bem seus recursos para encontrar o que procura. Muito antes do primeiro computador, a ciência das informações e a biblioteconomia já estavam cansadas de estudar a melhor forma de procurar informações, por isso, desenvolveram o conceito de alfabetização informacional para explicar o que é necessário saber para uma busca eficiente. Para saber mais sugerimos o livro intitulado Comunicação e Linguagem da autora Thelma de Carvalho Guimarães. Boa leitura! Fonte: GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. #SAIBA MAIS# CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) acadêmico(a). Chegamos ao final da nossa primeira unidade, ao longo deste material foi possível conhecer e estudar a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, e as regras que rege estes trabalhos segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas. Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! LEITURA COMPLEMENTAR Para nossa leitura complementar, indicamos o trabalho das organizadoras Maria Aparecida Leão Bittencourt, Maria José Serrão Nunes e Angye Cássia Noia, da editora da Universidade Estadual de Santa Cruz. Disponível para acesso no Google ou clicando na imagem abaixo. LIVRO • Título. Orientações e Dicas práticas para trabalhos acadêmicos • Autor. Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol Santos; Nilcemara Leal Molina; Vanda Fattori Dias • Editora. InterSaberes • Sinopse. Direcionado especificamente a estudantes de graduação e pós-graduação, este livro fornece as ferramentas normativas básicas no processo de produção e desenvolvimento científico. Passo a passo, de forma simplificada, Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos instrumentaliza o aluno de modo a auxiliá-lo em suas atividades de pesquisa. FILME/VÍDEO • Título. A garota do livro • Ano. 2015. • Sinopse. Alice Harvey, de 28 anos, é assistente de uma editora de livros, que sonha em ser escritora. Filha de um poderoso agente literário de Nova York, ela vai ser obrigada a enfrentar dolorosos acontecimentos de seu passado ao ser convidada para trabalhar no lançamento de um livro de Milan Daneker, um antigo cliente de seu pai, que a abusou sexualmente quando esta tinha apenas 14 anos. • Disponível na Netflix. REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2021. Disponível em: https://www.abnt.org.br/institucional/sobre Acesso em: 07 dez. 2021. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1994. LUNA, S. V. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: Educ, 2003. MARCELINO, C. A. A. da S. Metodologia de pesquisa. Curitiba: Contentus, 2020. MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Education do Brasil, 2018. PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: InterSaberes, 2016. RICHARDSON, R. et. al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTOS, J. H. dos. Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de conclusão de curso: relatórios, monografiasdos cursos superiores, dissertações e teses. Rio de Janeiro: Interciência, 2019. SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: InterSaberes, 2012. UNIDADE II METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Método quantitativo e qualitativo; • Estudo de caso: o que é, onde é empregado e características dessa metodologia de investigação; • Como realizar um estudo de caso. Objetivos de Aprendizagem: • Abordar o método qualitativo e quantitativo; • Apresentar a metodologia do estudo de caso e sua aplicabilidade: o que é o estudo de caso, onde é empregado, características dessa metodologia de investigação e como realizar um estudo de caso. INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à Unidade II intitulada, “METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. O objetivo da presente unidade é apresentar a metodologia do estudo de caso e sua aplicabilidade. O estudo de caso como será apresentado ao longo da unidade tem sua função de descrever e analisar de modo mais aprofundado e árduo. A qualidade do trabalho dependerá da facilidade de compreensão e do empenho do(a) autor(a) em realizar um trabalho dentro das melhores práticas ou das mais recomendáveis. Ao longo da unidade é abordado o método qualitativo e quantitativo, no qual os métodos que envolvem números, porcentagens e estatísticas, os que envolvem a interpretação da fenomenologia e os métodos mistos. Em sequência o assunto é estudo de caso, no qual iremos responder algumas perguntas como: o que é o estudo de caso, onde é empregado e as características dessa metodologia de investigação. Para finalizar a unidade é citado como realizar o estudo de caso, procurou-se não se fazer um texto carregado, mas apresentar a implementação do modo mais simples possível de modo a torná-lo aplicável. Boa leitura! 1 MÉTODO QUANTITATIVO E QUALITATIVO Acadêmico(a), iniciaremos a nossa unidade abordando sobre o método quantitativo e qualitativo, você sabia que a pesquisa quantitativa utiliza uma metodologia baseada em números, métricas e cálculos matemáticos. Já a pesquisa qualitativa, por sua vez, baseia-se no caráter subjetivo, isto é, seu resultado não mostra números concretos, e sim narrativas, ideias e experiências individuais dos participantes. 1.1 Método quantitativo Para a abordagem quantitativa, contamos com a colaboração de Julio Gnap, estatístico e mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) (2013, apud KNECHTEL, 2014), que emprestou sua experiência de mais de 20 anos no âmbito da pesquisa nessa modalidade. A abordagem quantitativa é uma modalidade de pesquisa sobre um problema, humano ou social, baseada na testagem de uma teoria composta de variáveis, quantificadas em números e analisadas por meio de procedimentos estatísticos, de forma a determinar se as generalizações previstas na teoria se sustentam ou não. A pesquisa quantitativa deu suporte ao pensamento científico até meados do século XX. Nesse período, era considerado científico o conhecimento produzido a partir das bases estabelecidas pelo método positivista, apoiado na experimentação, na mensuração e no controle rigoroso dos fatos (KNECHTEL, 2014). Na abordagem quantitativa, a objetividade é garantida pelos instrumentos e pelas técnicas de mensuração, bem como pela neutralidade do pesquisador ante à investigação da realidade (KNECHTEL, 2014). A ideia de quantificar significa medir opiniões, informações, na forma de coleta de dados e com o emprego de recursos e técnicas estatísticas, desde as mais simples (como porcentagem, média, moda, mediana e desvio-padrão) até as de utilização mais complexa. Dentre as últimas destacamos as de coeficiente de correlação e de análise de regressão, normalmente utilizadas na elaboração de dissertações, teses e outros estudos. Para que possamos realizar uma pesquisa quantitativa, vamos deixar claro o que são DADOS QUANTITATIVOS (KNECHTEL, 2014). Dados quantitativos: “trata-se dos valores de um conjunto de variáveis que dizem respeito a alguns ou a todos os elementos de uma determinada população. Esses dados podem ser expressos na forma de textos, tabelas ou gráficos” (RAO, 1986, p. 09). Podemos observar, então, que o método quantitativo é muito utilizado na elaboração de pesquisas empírico-descritivas, nas quais procuramos descobrir e classificar a relação entre as variáveis, bem como na investigação da relação de causalidade entre diferentes fenômenos (relação de causa e efeito). O referido método também é empregado na realização de pesquisas no campo social, econômico, de comunicação, mercadológico, administrativos, entre outros, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a precisão dos resultados e evitando, com isso, distorções de análise e interpretação (KNECHTEL, 2014). Os métodos quantitativos são geralmente utilizados na sociologia quando o pesquisador deseja obter e/ou produzir dados estatísticos, mensuráveis e comparáveis entre si, acerca de uma determinada população, a ser tratada como objeto de observação com vistas a descobrir regularidades sociais (BABBIE, 1999). Acadêmico(a), você sabia que métodos e pesquisas quantitativas são muito utilizados na Administração Pública? É para o planejamento e a definição de políticas e ações de governo. A pesquisa quantitativa passou a ser contestada abertamente por diferentes correntes de pensamento a partir da década de 1960. Muitos pesquisadores questionaram os limites da validação da pesquisa meramente quantitativa e propuseram caminhos alternativos de pesquisa para as ciências humanas e sociais (CHIZZOTTI, 1995). ➔ Técnicas utilizadas em pesquisa quantitativa As técnicas mais utilizadas em pesquisas quantitativas (CERVI, 2017), são: A) Experimento de campo - é o estudo no qual o pesquisador promove alguma alteração intencional no objeto de análise para medir padrões de comportamento e de relação entre diferentes variáveis. Exemplo: pesquisas de experimentos agrícolas para verificar a produtividade de sementes. B) Pesquisa descritiva - trata-se de uma série de informações coletadas em um grande número de variáveis e, em seguida, reduzidas a indicadores representativos da dinâmica social, para descrever como os fenômenos acontecem. Exemplo: pesquisas eleitorais e de mercado. C) Pesquisa exploratória - é aplicada aos objetos de estudo pouco descritos ou analisados pela literatura existente. Consiste em aplicar instrumentos para a medição e a descrição inicial de determinados comportamentos sociais que até então receberam pouca atenção dos cientistas. Exemplo: pesquisas para verificar mudanças nos padrões de comportamento social. ➔ Etapas e passos para a realização de uma pesquisa quantitativa Para se realizar uma pesquisa quantitativa, a rigor, é necessário que sejam cumpridas sete etapas: 1. identificação do problema; 2. definição dos objetivos; 3. planejamento da pesquisa; 4. coleta de dados; 5. processamento dos dados; 6. análise dos resultados; 7. produção de relatório final. Os principais passos para o planejamento e a execução de uma pesquisa quantitativa, envolvendo também o aspecto da amostragem, são: 1. Delineamento preliminar (desenho inicial da pesquisa): ● definição clara dos objetivos; ● rol de questões (o que se quer; o que perguntar); ● definição do público (a quem perguntar); ● definição do(s) local(is) de pesquisa(onde perguntar). 2. Formatação da pesquisa: ● elaboração de questionário piloto (como perguntar/ abordar o tema); ● teste do questionário piloto (aplicados a 5 ou 6 sujeitos da pesquisa); ● ajuste do questionário; ● delineamento final da pesquisa (questões, objetivos, público, local); ● elaboração e estruturação final do questionário para aplicação; ● planejamento amostral (cálculo estatístico do número de questionários a serem aplicados: amostra total, por público e por local pesquisado). 3. Coleta de dados (trabalho de campo): ● preparação da logística de pesquisa (equipe, transporte, alimentação, entre outros); ● seleção e treinamento dos entrevistadores; ● acompanhamento do trabalho de campo; ● conferência do trabalho de campo. 4. Finalização da pesquisa: ● crítica (conferência) dos questionários preenchidos; ● digitação; ● verificação da consistência dos dados digitados (erros de digitação); ● análise e interpretação dos resultados e preparação do relatório final. 1.2 Método qualitativo A abordagem qualitativa é uma modalidade de pesquisa voltada para o entendimento de fenômenos humanos cujo objetivo é obter uma visão detalhada e complexa desses fenômenos, analisando a forma como os respondentes os configuram e os apreendem. Dessa forma, é dada ênfase à linguagem e à percepção dos informantes (KNECHTEL, 2014). A pesquisa qualitativa é uma modalidade de pesquisa na qual os dados são coletados através de interações sociais, por exemplo, estudos etnográficos e pesquisas participantes, e analisados subjetivamente pelo pesquisador (KNECHTEL, 2014). A pesquisa qualitativa tem como pressupostos básicos: ● a preocupação primária com processos, e não com resultados ou produtos; ● o interesse central no significado - a forma pela qual as pessoas explicam sua vida e suas experiências e como estruturam seu mundo; ● a necessidade do trabalho de campo - o pesquisador vai ao “campo” selecionado para observar e/ou coletar informações consideradas pertinentes aos participantes; ● a ênfase na descrição e na explicação do fenômeno, à medida que o interesse se encontra na apreensão de processos e significados obtidos via linguagem, filmes ou fotografias; ● a utilização de processos indutivos, haja vista que o pesquisador constrói abstrações, conceitos, hipóteses e teorias. Perceba, estudante, então, que as pesquisas qualitativas se preocupam com o SIGNIFICADO dos fenômenos e processos sociais, considerando-se as motivações, as crenças, os valores e as representações que permeiam a rede de relações sociais. Como esses aspectos não são passíveis de mensuração e controle, sua cientificidade tem sido, às vezes, questionada (KNECHTEL, 2014). A respeito, Denzin e Lincoln (2006) mencionam que a pesquisa qualitativa, enquanto conjunto de práticas, envolve, dentro de sua própria multiplicidade de histórias disciplinares, tensões e contradições constantes em torno do projeto propriamente dito, incluindo seus métodos e as formas que suas descobertas e suas interpretações assumem. Ainda de acordo com os autores Denzin e Lincoln (2006, p. 20-21), a pesquisa qualitativa pode se configurar como “[...] um terreno de múltiplas práticas educativas”, ou seja: ● Não privilegia uma única prática metodológica ou métodos em relação a outro, pois cada um carrega os traços de sua própria história disciplinar, isto é: a etnografia e a etnologia na educação; a observação participante e a da etnografia na antropologia, na sociologia, na comunicação e nos estudos culturais; a análise textual, hermenêutica, fenomenológica, psicanalítica, semiótica e da narrativa no cinema e nos estudos literários; a análise de arquivos, da cultura material e histórica e de documentos na história, na biografia e na arqueologia; a análise de discurso e a análise conversacional na medicina, nas comunicações e na educação. ● Não tem uma teoria ou método nitidamente próprios. ● Na análise e na interpretação dos dados, utiliza a semântica, a semiótica, a narrativa, o conteúdo, os arquivos e a fonêmica, não dispensando as estatísticas, as tabelas, os gráficos e os números. ● Utiliza os métodos e as técnicas da etnometodologia, da fenomenologia, da hermenêutica, do feminismo, do desconstrucionismo, da etnografia, das entrevistas, da psicanálise, dos estudos culturais, da pesquisa baseada em levantamentos e da observação. ● Com isso, a diversidade de práticas metodológicas da pesquisa qualitativa permite que o pesquisador assuma funções múltiplas: cientista, naturalista, pesquisador de campo, jornalista, crítico social e ensaísta. Essa multiplicidade de opções, de acordo com Denzin e Lincoln (2006, p. 18), coloca o pesquisador no papel de bricoleur: “[...] um indivíduo que confecciona colchas ou reúne imagens, transformando-as em montagens”. Assim, o pesquisador qualitativo bricoleur “[...] utiliza as ferramentas estéticas e materiais do seu ofício, empregado efetivamente estratégias, métodos ou materiais empíricos que estejam ao seu alcance” (DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 18). Ainda para Denzin e Lincoln (2006), o pesquisador (bricoleur) qualitativo pode ser classificado da seguinte forma: O bricoleur metodológico é um perito na execução de diversas tarefas, que variam desde a entrevista até uma autorreflexão e introspecção intensivas. O bricoleur teórico lê muito e é bem informado a respeito dos diversos paradigmas interpretativos (feminismo, marxismo, estudos culturais, construtivismos, teoria queer) que podem ser trazidos para determinado problema. Entretanto, ele talvez não ache que os paradigmas possam ser misturados ou sintetizados. [...] O pesquisador no papel teórico bricoleur trabalha dentro de perspectivas e paradigmas concorrentes e sobrepostos, e entre eles. O bricoleur interpretativo entende que a pesquisa é um processo interativo influenciado pela história pessoal, pela biografia, pelo gênero, pela classe social, pela raça e pela etnicidade dele e daquelas pessoas que fazem parte do cenário. O bricoleur político sabe que a ciência significa poder, pois todas as descobertas da pesquisa têm implicações políticas. Não existe nenhuma ciência livre de valores. [...] O bricoleur narrativo, marcado pelo gênero, também sabe que todos os pesquisadores contam histórias sobre os mundos que estudaram (DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 20). Denzin e Lincoln (2006) salientam também que os textos da pesquisa qualitativa elaborados pelo bricoleur interpretativo apresentam como características: ● a dialogicidade; ● a presunção de uma audiência ativa, favorecendo a interação ao criar espaços para a troca de ideias entre o leitor e o escritor; ● a transformação do outro além do objeto do olhar das ciências sociais; ● a visão da situação por múltiplos olhares, cada um com uma “cor”, com uma importância. Por outro lado, Denzin e Lincoln (2006), os leitores podem: ● explorar visões concorrentes do contexto; ● imergir e fundir em novas realidades a serem compreendidas. 1.3 Aspectos significativos que diferem a pesquisa quantitativa da qualitativa Acadêmico(a), para fecharmos este assunto, abordaremos os aspectos significativos que diferem a pesquisa quantitativa da qualitativa, como nos aspectos conceituais e metodológicos, que precisam ser observadas no processo da pesquisa, vide quadro 01. Quadro 01 - Principais diferenças entre as pesquisas qualitativa e quantitativa Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa Enfatiza o ato de mensurar (mede e quantifica os fenômenos). Ressalta a natureza socialmente construída da realidade. Analisa as relações causais entre as variáveis (isola as causas e os efeitos). Íntima relação entre o pesquisadore o objeto (o que é estudado). Permite a generalização das descobertas. Ênfase nas qualidades e nos processos. Realça a forma como a experiência social é criada e adquire significado. Materiais e métodos empíricos dedutivos. Utilização de entrevistas e observação detalhada: métodos interpretativos. Ética baseada em probabilidades: casos selecionados aleatoriamente. Estudo de casos específicos. Generalizações. Valoriza as descrições detalhadas. Utiliza modelos matemáticos, tabelas estatísticas e gráficos. Emprega narrativas históricas, histórias de vida, materiais biográficos e autobiografia. Fonte: Elaborado com base em Knechtel (2014). ➔ Classificações de pesquisa nos desenhos quantitativo e qualitativo Vamos analisar o conceito de matriz de métodos para entender com propriedade os desenhos de pesquisa conforme os enfoques que envolvem a maneira como o pesquisador trata os dados de sua investigação. Os enfoques de pesquisa e os tipos de estudos devem estar definidos pelo investigador para que possa eleger o desenho que será adotado. Verificaremos que, a partir da definição do desenho de pesquisa, será possível saber como os dados serão coletados e, após sua definição, como serão analisados e discutidos à luz da teoria (PEROVANO, 2016). O organograma apresentado abaixo na figura 02 consiste em relacionar os enfoques de pesquisa e os tipos de estudos com as classificações de pesquisa correspondentes. Figura 02 - Classificação da pesquisa e tipos de estudos nos desenhos quantitativo e qualitativo Fonte: Elaborado com base em Perovano (2016). A matriz de métodos, conforme exemplificado no organograma acima, é composta pelo enfoque, tipos de estudo, classificação da pesquisa e a descrição do instrumento de coleta de dados. Na figura 02, na coluna que trata dos “Estudos descritivos”, são apresentadas as seguintes classificações: pesquisa de levantamento e pesquisa-ação que, respectivamente, se enquadram no enfoque quantitativo e no qualitativo. O estudo de caso poderá ser considerado quantitativo, qualitativo ou misto, pois dependerá da maneira como o pesquisador tratará os dados. Como relatado anteriormente acadêmico(a), os enfoques quantitativo e qualitativo diferem entre si pela sua natureza e finalidade, e para cada um podemos encontrar formas variadas de emprego de classificações de pesquisa e de instrumentos de coleta de dados, na abordagem do problema a ser investigado (PEROVANO, 2016). 1.4 Método misto Acadêmico(a), para encerrar não poderíamos deixar de abordar o método misto, também conhecido como integrativo, multimodal ou pesquisa qualiquantitativa, no qual se deve à convergência ou à combinação do qualitativo com quantitativo. Por que as duas composições são possíveis? Isso ocorre porque uma pessoa inicia uma pesquisa com o enfoque qualitativo e necessário, pelas características, finalidades e natureza da investigação, adotando dados quantificáveis para potencializar e ampliar as conclusões. Esse raciocínio também pode ser realizado partindo-se da pesquisa quantitativa para qualitativa, porém nesse caso, se realiza o entendimento e as explicações sobre as variáveis contidas no sistema de análise. As duas modalidades preservam os elementos dos respectivos enfoques de pesquisa e seu caráter eminentemente empírico na coleta e na análise dos dados (PEROVANO, 2016). Para Creswell (2010), é possível agregar os dois enfoques de modo a integrar os dois métodos de coleta de dados, avaliando-se os aspectos subjetivos e objetivos simultaneamente. Com base em uma amostra, existe a possibilidade de generalizar os resultados a uma população, por intermédio de uma visão mais contextualizada sobre o fenômeno pesquisado. Nesse sentido, a pesquisa quantitativa permite apontar a relação entre as variáveis contidas na hipótese de pesquisa, ao passo que, na qualitativa, existe a possibilidade de entender e descrever as propriedades, os predicados e os atributos do fenômeno (PEROVANO, 2016). EXEMPLO Estudante deixamos aqui para a leitura, um exemplo do método misto, acesse o link abaixo: https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/download/157/100 #EXEMPLO# 2 ESTUDO DE CASO: O QUE É, ONDE É EMPREGADO E CARACTERÍSTICAS DESSA METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/download/157/100 Acadêmico(a), iniciaremos este tópico com a seguintes pergunta: O que é um estudo de caso? O estudo de caso é circunscrito a uma ou a poucas unidades pesquisadas, entendidas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Essa modalidade tem caráter de profundidade e detalhamento, podendo ou não ser realizada em campo. Utilizado em vários campos da ciência, o estudo de caso é uma pesquisa bem detalhada sobre poucos objetos. A ideia é refletir sobre um conjunto de dados para descrever com profundidade o objeto de estudo - seja ele uma pessoa, uma família, uma empresa ou uma comunidade. O problema é que, com uma amostra muito reduzida, não é possível generalizar os resultados. Além disso, o estudo de caso requer pesquisadores com alto nível de capacitação (MASCARENHAS, 2018). Imagine, por exemplo, que você, acadêmico(a) queira avaliar o nível de satisfação dos funcionários de sua empresa. Os resultados desse estudo de caso não vão refletir, necessariamente, o grau de satisfação de empregados de qualquer organização. Para generalizar, é preciso contar com um número muito maior de participantes, capaz de representar, de fato, toda a população que você deseja conhecer melhor. Por outro lado, a vantagem do estudo de caso é que você passa a entender muito bem o contexto analisado (MASCARENHAS, 2018). As características do estudo de caso são descritas por Lüdke e André (2013, p. 18-20) da seguinte maneira: ● Visam à descoberta - O investigador deve buscar novas respostas e novas indagações no desenvolvimento do seu trabalho. ● Enfatizam a “interpretação do contexto” - O pesquisador leva em conta o contexto em que o objeto de estudo está inserido, as percepções, os comportamentos e as interações das pessoas relacionadas à situação específica ou à problemática determinada a que estão ligadas. ● Buscam retratar a realidade de forma completa e profunda - O pesquisador revela a multiplicidade de dimensões presentes em uma situação ou um problema investigado. ● Utilizam grande variedade de fontes de informação - Os dados são os mais variados e a coleta ocorre em diferentes situações e com os mais diversos tipos de informantes. ● Revelam experiências vicárias e permitem generalizações naturalísticas - O pesquisador relata suas experiências durante o estudo, de modo que a pessoa que leia esse estudo possa fazer suas próprias generalizações. ● Procuram representar os diferentes e, às vezes, conflitantes pontos de vista presentes em uma determinada situação social - O pesquisador procura trazer para o estudo, as opiniões divergentes quanto à situação ou aos problemas estudados, revelando, igualmente, seu próprio ponto de vista sobre a questão. Dessa forma, a realidade pode ser vista sob diferentes pontos de vista; assim, a pesquisa não oferece uma única verdade. ● Os relatos do estudo de caso utilizam linguagem e forma mais acessíveis do que as de outros relatórios de pesquisa - os dados podem ser apresentados das mais diferentes formas, como desenhos, fotos e narrativas. O pesquisador preocupa-se que a mensagem seja transmitida de forma clara, direta e bem articulada e em um estilo que se aproxime da experiência pessoal do leitor. O estudo de caso pode envolver exame de registros, observação da ocorrência de fatos, entrevistasestruturadas e não estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Por sua vez, o objeto do estudo de caso pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação (DENZIN; LINCOLN, 2006). Em geral, o estudo de caso, emprega mais que uma técnica de coleta de dados e/ou procedimentos para o delineamento da pesquisa. Os mais utilizados são a observação, a análise de documentos e a entrevista. Por outro lado, pode estar atrelado a qualquer uma das abordagens de pesquisa (DENZIN; LINCOLN, 2006). SAIBA MAIS Sugerimos que você, acadêmico(a), assista ao filme: O óleo de Lorenzo. Direção: George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 129 min. Nesse filme, você poderá compreender os trâmites da pesquisa e o alcance dos resultados científicos. Sinopse: Em 1984, um médico diagnostica em uma garoto uma doença rara, dando-lhe no máximo mais dois anos de vida. Inconformados com essa situação, seus pais passam a pesquisar sobre a doença, a fim de encontrar algo que possa ajudar o filho. Fonte: O ÓLEO DE LORENZO. Direção George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 129 min. #SAIBA MAIS# Segundo Yin (2014, apud PEROVANO, 2016) há quatro tipos de estudo de caso: ● Casos únicos ou Holístico: são válidos e decisivos para testar a teoria, quando é raro ou extremo; quando é representativo ou típico, ou seja, se assemelha a muitos outros casos; quando é revelador, ou seja, quando o fenômeno é inacessível; e longitudinal, em que se estuda o caso único em momentos distintos no tempo; ● Casos múltiplos: são mais consistentes e permitem maiores generalizações, mas demandam maiores recursos e tempo por parte do pesquisador; ● Enfoque incorporado: neste estudo de caso pode-se envolver mais de uma unidade de análise; ● Enfoque holístico: busca examinar apenas a natureza global de um programa ou da organização. Assim, de acordo com Yin (2005, apud GIL, 2008, p. 58), o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência. O estudo de caso vem sendo utilizado com frequência cada vez maior pelos pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes propósitos, tais como (YIN, 2005, apud GIL, 2008, p. 58): a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos. O estudo de caso pode, pois, ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias quanto descritivas e explicativas. Cabe ressaltar, todavia, que existem preconceitos contra o estudo de caso, como os que são indicados a seguir (YIN, 2005, apud GIL, 2008, p. 58). a) Falta de rigor metodológico. Diferentemente do que ocorre com os experimentos e levantamentos, para a realização de estudos de caso não são definidos procedimentos metodológicos rígidos. Por essa razão, são frequentes os vieses nos estudos de caso, os quais acabam comprometendo a qualidade dos seus resultados. Ocorre, porém, que os vieses não são prerrogativa dos estudos de caso, podendo ocorrer em outras modalidades de pesquisa. Logo, o que se propõe ao pesquisador disposto a desenvolver estudos de caso é que redobre seus cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados. b) Dificuldade de generalização. A análise de um único ou mesmo de múltiplos casos fornece uma base muito frágil para a generalização. No entanto, os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população a partir de procedimentos estatísticos, mas sim o de expandir ou generalizar proposições teóricas. c) Tempo destinado à pesquisa. Alega-se que os estudos de caso demandam muito tempo para serem realizados e que frequentemente seus resultados tornam-se pouco consistentes. De fato, os primeiros trabalhos qualificados como estudos de caso foram desenvolvidos em longos períodos de tempo e seus resultados deixaram muito a desejar. Todavia, a experiência acumulada nas últimas décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso em períodos mais curtos e com resultados passíveis de confirmação por outros estudos. Convém ressaltar, no entanto, que um bom estudo de caso constitui tarefa difícil de realizar. Pesquisadores inexperientes, entusiasmados pela flexibilidade metodológica dos estudos de caso, ao final de sua pesquisa, conseguem apenas um amontoado de dados que não conseguem analisar e interpretar. 3 COMO REALIZAR UM ESTUDO DE CASO Acadêmico(a), neste último tópico de nossa primeira unidade, apresentaremos a sequência de uma pesquisa de estudo de caso, vide figura 03. Figura 03 - Sequência para a elaboração do estudo de caso Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 203). Como já mencionamos, os estudos de caso são largamente utilizados em organizações públicas e privadas para a compreensão ou resolução de problemas, utilizando-se da pesquisa aplicada. Os estudos desses problemas podem derivar da observação de situações do cotidiano, como no caso de se querer saber por que há funcionários que fazem o uso de bebida alcoólica, se a adoção de determinado pacote estatístico poderia melhorar o controle de produção e como promover a melhoria na gestão de determinado processo na empresa, entre outros (PEROVANO, 2016). Os desenhos do estudo de caso devem apresentar uma sequência padronizada e adaptada às condições do estudo da quantidade às condições do estudo da quantidade de unidades de análise. Além disso, essa classificação de pesquisa pode ser elaborada para construir ou refinar uma teoria, dar suporte a conhecimentos sobre um tema de pesquisa, criar conceitos, entender situações do cotidiano, estabelecer fluxos e diretrizes e elaborar um quadro teórico (PEROVANO, 2016). Todas essas possibilidades podem ser adaptadas de acordo com o desenho e sequência que entramos no fluxograma da figura 04. Figura 04 - Fluxograma: Roteiro para a elaboração de estudo de caso Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 205). Definido o roteiro de elaboração do estudo de caso, é necessário considerar as fontes de evidências, ou seja, de onde o pesquisador extrai as informações necessárias para realizar o processo empírico de pesquisa, o que está vinculado ao local em que serão coletados os dados para análise. Segundo Yin (2014, apud PEROVANO, 2016, p. 205), “os dados e as informações são extraídos de documentos, registro de arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e de artefatos físicos”. As fontes mencionadas devem proporcionar detalhes de pessoas e fatos, cobertura temporal e de contextos amplos, dados e informações quantitativas, dados originais, informações sobre situações e eventos em tempo real, sobre comportamentos e motivações pessoais, sobre detalhes relativos à cultura e outros (PEROVANO, 2016). A última etapa da construção do desenho de estudo de caso é o relatório final, cuja estrutura, de acordo com Yin (2014, apud PEROVANO, 2016, p. 206), “[...] pode ser: linear-analítica, comparativa, cronológica e de construção da teoria; pode ainda não existir estrutura prevista”. Se os casos forem do tipo múltiplo, cada caso deverá ser concluído separadamente. A comparação dos casos somente deverá ser feita se o estudo for correlacional ou explicativo (causa e efeito) (PEROVANO, 2016). O pesquisadordeve ter o cuidado de, ao final do processo de pesquisa, verificar se as variáveis previstas nos elementos estruturantes não sofreram alterações. O estudo de caso que não apresenta nenhuma estrutura prevista é do tipo qualitativo quando utiliza o método indutivo. Nesse modelo, o estudo de caso não apresenta uma ordem ou sequência definida no planejamento da pesquisa, e seu relatório é elaborado na medida em que se avança no estudo (PEROVANO, 2016). CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) acadêmico(a)! Chegamos ao final de nossa segunda unidade, ao longo deste material foi possível abordamos o método qualitativo e quantitativo, no qual os métodos que envolvem números, porcentagens e estatísticas, os que envolvem a interpretação da fenomenologia e os métodos mistos.Na sequência apresentamos o estudo de caso, no qual respondemos algumas perguntas como: o que é o estudo de caso, onde é empregado e as características dessa metodologia de investigação, bem como realizar um estudo de caso. Assim, convidamos você acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! LEITURA COMPLEMENTAR Estudante deixamos aqui para leitura complementar, alguns exemplos de estudo de caso podem ser encontrados na Web para servirem de referência. 1. GOUVEA, E. P. ; ODAGIMA, A. M.; SHITSUKA, D. M.; SHITSUKA, R. Metodologia ativa: um estudo de caso sobre a ferramenta glossário em ambientes virtuais de educação a distância. REGS - Revista Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, v. 6, n. 22, junho de 2016. Disponível em: http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170509162729.pdf . Acesso em: 04 dez. 2021. 2. PEREIRA, L. de T. K.; GODOY, D. M. A.; TERCARIOL, D. Estudo de caso como procedimento de pesquisa científica: reflexão a partir da clínica fonoaudiológica. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 422-429, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/prc/a/Rjm8bQcZJjSn4MXZCpNzyLj/?lang=pt . Acesso em: 04 dez. 2021. http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170509162729.pdf LIVRO • Título. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos • Autor. Robert K. Yin. • Editora. Bookman. • Sinopse . Ao oferecer uma abordagem completa do planejamento e do uso do estudo de caso como um método de pesquisa, este clássico aborda o tema, mostra a sua aplicação e fornece acesso a casos oriundos de uma grande variedade de campos acadêmicos e aplicados. Traz tutoriais ao final de cada capítulo, com discussões detalhadas sobre a complexidade dos tópicos abordados no texto. https://www.amazon.com.br/Robert-K-Yin/e/B000APSBMO/ref=dp_byline_cont_book_1 FILME/VÍDEO • Título. Um sonho de liberdade • Ano. 1994. • Sinopse. Andy é um homem de negócios bem sucedido, traído pela esposa e acusado injustamente por um crime que não condiz com seu caráter. É reservado, conhece suas forças e sabe como usá-las, especialmente quando enfrenta adversidades. Ele cria uma vida com significado mesmo dentro da prisão, conectando-se com as pessoas certas, fazendo favores aos guardas e resolvendo questões financeiras para o diretor em troca de melhores condições para os presos. Andy é otimista, tanto nas pequenas empreitadas como na doação de livros para a biblioteca, como nos grandes projetos como a sua saída da prisão. Red, o melhor amigo de Andy, já teve o pedido de soltura rejeitado muitas vezes e demonstra apatia e pessimismo, mas vai mudando à medida que interage com Andy até a sua espetacular fuga, que se torna símbolo do valor da esperança (Cineterapia). http://www.cineterapia.com.br/um-sonho-de-liberdade/ REFERÊNCIAS BABBIE, E. Métodos de pesquisa de survey. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999. CERVI, E. U. Manual de métodos quantitativos para iniciantes em Ciência Política. Volume 1. Curitiba: CPOP-UFPR, 2017. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2010. DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. KNECHTEL, M. do R. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-prática dialogada. Curitiba: InterSaberes, 2014. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2 ed. São Paulo: EPU, 2013. MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: InterSaberes, 2016. RAO, I. K. R. Métodos quantitativos em biblioteconomia e ciências da informação. Brasília: Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, 1986. https://plataforma.bvirtual.com.br/ https://plataforma.bvirtual.com.br/ UNIDADE III TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO: ARTIGO Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Artigo científico: tipos, estrutura e formatação do artigo; • Organização textual do artigo: artigo original e artigo de revisão; • Comunicação científica. Objetivos de Aprendizagem: • Estudar os tipos, estrutura e formatação do artigo científico; • Compreender os dois tipos de artigos; • Estabelecer a importância da comunicação científica na produção de trabalho acadêmico-científico, bem como estudar as formas de comunicação científica; gêneros textuais apresentados como comunicação oral; linguagem científica. INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à Unidade III intitulada, “TRABALHO ACADÊMICO- CIENTÍFICO: ARTIGO” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. O objetivo da presente unidade é apresentar o artigo como trabalho acadêmico- científico. O artigo científico é a parte de uma publicação com autoria declarada que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas mais diversas áreas do conhecimento. Sendo assim, no primeiro momento é estudar os tipos, estrutura e formatação do artigo científico; bem como compreender os dois tipos de artigos, sendo eles: artigo original e artigo de revisão. E para finalizar estabelecer a importância da comunicação científica na produção de trabalho acadêmico-científico, no qual será abordado como estudar as formas de comunicação científica; gêneros textuais apresentados como comunicação oral; linguagem científica. Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa primeira unidade. Boa leitura! 1 ARTIGO CIENTÍFICO: TIPOS, ESTRUTURA E FORMAÇÃO DO ARTIGO O artigo científico é um texto destinado à publicação e é muito elaborado por alunos de graduação e, mais especialmente, de pós-graduação. A ABNT define artigo científico como “[...] parte de uma publicação com autoria declarada, de natureza técnica e/ou científica” (ABNT, 2018, p. 02). Serve à apresentação e discussão, nas diversas áreas do conhecimento, de ideias, métodos, técnicas, processos e resultados. Trata-se de uma produção mais profunda do que um ensaio e menos abrangente do que uma monografia, mas que exige uma boa capacidade de síntese dos pesquisadores. Normalmente, é publicado em revistas ou periódicos especializados, com normas editoriais próprias, às quais deve o autor se submeter. Possibilita ao leitor uma rápida tomada sobre o assunto, abordando o resultado de uma pesquisa teóricaou de campo. Para sua elaboração, contudo, é necessário passar por todas as fases de construção do conhecimento científico. Assim, elaborar um projeto de pesquisa é a primeira tarefa do pesquisador. Em seguida, passa pela fase da pesquisa propriamente dita para, então, elaborar o relato em forma de artigo científico (BRASILEIRO, 2021). ➔ Tipos de artigos A depender de seu conteúdo, há dois tipos de artigo científico, são eles (SANTOS; CARVALHO, 2015; BRASILEIRO, 2021): ● Artigo original: o autor (pesquisador) pretende responder a uma pergunta (problema). Para isso, ele parte da pesquisa bibliográfica para a de campo, a fim de elaborar uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais. ● Artigo de revisão: é uma produção que resume, analisa e discute informações já publicadas. O autor delimita um assunto amplo e procura dialogar com alguns autores tidos como referências teóricas. Nesse diálogo, a voz do pesquisador aparece apresentando, confirmando, refutando, sintetizando o que os outros disseram. Como descrito na NBR 6022 artigo de revisão “parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas” (ABNT, 2018, p.02), esse tipo de artigo é com mais frequência escrito por alunos de graduação e de pós-graduação, como forma de apresentar os conhecimentos adquiridos, na grande maioria das vezes, através de pesquisa bibliográfica (SANTOS; CARVALHO, 2015). Já os artigos originais são, em geral, escritos por estudiosos que estão em um nível mais elevado de produção de conhecimento, uma vez que “parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais” (ABNT, 2018, p. 02). Os artigos científicos, ao longo dos tempos, têm sido produzidos com o intuito de serem publicados em periódicos científicos, permitindo com isso a propagação de conhecimentos e de autores, abrindo espaço na comunidade científica para apresentação, análise, discussão, refutação e questionamento. Dessa forma, as publicações de artigos em periódicos melhoram o nível do currículo de seus autores. Nos últimos anos, muitas instituições acadêmicas têm substituído a monografia como trabalho de conclusão de curso (TCC) pelo artigo científico, entendendo que o aluno pode posteriormente fazer um melhor uso desse do que da monografia, no que diz respeito a tornarem-se conhecidos os resultados de seus estudos (SANTOS; CARVALHO, 2015). ➔ Estrutura do artigo A estrutura do artigo científico é formado por elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais assim dispostos no quadro 1. Quadro 1 - Relação dos elementos estruturais que compõem um artigo Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais ● Título na língua do texto (obrigatório) ● Subtítulo (se houver) na língua do texto (opcional) ● Nome(s) do(s) autor(es) (obrigatório) ● Resumo na língua do texto (obrigatório) ● Palavras-chave na língua do texto (obrigatório) ● Introdução (obrigatório) ● Desenvolvimento (obrigatório) ● Conclusão (obrigatório) Elementos pós-textuais ● Título em língua estrangeira (obrigatório) ● Subtítulo (se houver) na língua do texto (opcional) ● Resumo em língua estrangeira (obrigatório) ● Palavras-chave em língua estrangeira (obrigatório) ● Nota(s) explicativa(s) (opcional) ● Referências (obrigatório) ● Glossãrio (opcional) ● Apêndice(s) (opcional) ● Anexo(s) (opcional) Fonte: Santos e Carvalho (2015, p. 125). Acadêmico(a), para explicar melhor cada elemento utilizaremos os autores Santos e Carvalho (2015) e Brasileiro (2021). ★ Parte pré-textual a) No alto da página, escrevem-se o título do artigo e o subtítulo (se houver), diferenciando-os tipograficamente ou separando-os por dois-pontos (:); opcionalmente, é possível incluir, logo abaixo do título e do subtítulo no idioma do texto, o título e o subtítulo em outro idioma. b) Alinhado à direita, registra (m)-se o(s) nome(s) do(s) autor(es), em ordem direta (prenome e sobrenome), com respectivas credenciais em nota de rodapé, indicando formação, instituição à qual está vinculado e endereço eletrônico, usando fonte 10, entrelinhas 1 e alinhamento do texto à 1ª linha da nota. c) Após espaço duplo, escreve-se “RESUMO”, mais um espaço duplo e o registro do resumo homotópico na língua do texto (máximo de 250 palavras). d) Abaixo do resumo, registram-se as palavras-chave na língua do texto (máximo de cinco palavras ou expressões iniciadas por letra maiúscula, separadas e finalizadas por ponto-final). e) Caso haja resumo e palavras-chave em outra língua, devem ser escritos logo após aqueles no idioma do documento. f) A seguir, o autor deve indicar as datas (dia, mês e ano) em que o artigo foi submetido e aprovado para publicação. g) Caso o artigo esteja disponível em meio eletrônico, pode ser indicado o endereço eletrônico, DOI (Digital Object Identifier - um código digital usado como identificador de publicações científicas), suportes, além de outras informações relacionadas à disponibilidade do documento. ★ Parte textual O conteúdo dos elementos textuais deve ser registrado em fonte 12, entrelinhas 1,5 e margens justificadas: a) Introdução: o autor informa o tema da pesquisa e o contextualiza, apresenta a delimitação, os objetivos geral e específicos do estudo, bem como sua justificativa. Faz menção ao método utilizado e finaliza com uma orientação ao leitor sobre o modo como o texto foi estruturado. b) Desenvolvimento: é a parte principal do artigo, normalmente, dividido em duas ou três seções e em subseções, que expõem, ordenada e detalhadamente, o assunto tratado. O artigo original é seccionado em referencial teórico, metodologia, apresentação e análise de dados; e o artigo de revisão tem seu desenvolvimento dedicado ao referencial teórico e à discussão desse referencial, tendo em vista o objetivo pretendido no estudo. c) Considerações finais: é o espaço em que o autor apresenta a resposta encontrada para a delimitação proposta, avalia cada um dos objetivos, faz uma análise crítica do percurso e do resultado a que se chegou e apresenta as recomendações para o encaminhamento da questão, se houver. ★ Parte pós-textual a) Referências: logo após as considerações finais, apresentam-se as referências, em ordem alfabética, conforme a ABNT NBR 6023/2018. b) Glossário: lista de termos técnicos ou científicos com respectivos significados. (utiliza-se do glossário apenas se você não conseguir inserir o significado da palavra no corpo do texto e caso sejam mais de cinco termos.). c) Apêndices: textos de autoria própria que o autor julgue de relevância para o conhecimento do leitor. d) Anexos: textos de autoria de terceiros que o autor julgue de relevância para o conhecimento do leitor. e) Agradecimentos: último elemento pós-textual, se houver, deve ser um texto sucinto, aprovado pelo periódico em que será publicado, usado apenas para dar créditos a quem contribuiu de forma relevante para o estudo. ★ Partes e especificações do artigo científico Quadro 2 - Partes e especificações do artigo científico Parte do texto Especificações Título do trabalho Centralizado, negrito, caixa-alta, fonte 12 Arial ou Times New Roman. Subtítulo do trabalho (se houver) Separado do título por dois-pontos (:) ao final do título. Centralizado, negrito, caixa baixa, fonte 12 Arial ou Times New Roman. Título e subtítulo do trabalho em outro idioma (opcional) Mesmas formatações do título e do subtítulo no idioma do texto, acrescentando-se o itálico. Nome(s) do(s) autor(es) Iniciais maiúsculas, alinhado à direita, fonte 10. Saltar um espaço simples. Resumo na língua vernácula e na estrangeira Título: caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar um espaço simples. Texto: margens justificadas, fonte 12, entrelinhas simples. Saltarum espaço simples. Palavras-chave: iniciais maiúsculas, fonte 12, separadas e finalizadas por ponto. Títulos Fonte 12, negrito, caixa-alta. Saltar um espaço simples entre os títulos e o texto. Citações Direta curta: entre aspas, mesma fonte do texto, informar fonte completa (AUTOR, ano, p.). Direta longa: separada do texto por um espaço simples (antes e depois), recuo de 4 cm, fonte 10, entrelinha 1. Informar fonte completa (AUTOR, ano, p.). Indireta: no corpo do texto, normalmente. Informar fonte antes ou depois da citação indireta (AUTOR, ano). Ilustrações Identificar, na parte superior, com o tipo de ilustração, o número e o nome. Na parte inferior, informar a fonte, ainda que seja de produção do próprio autor: Fonte: AUTOR (ano, p.). O corpo do texto Fonte 12, entre linhas 1,5, margens justificadas. Saltar um espaço simples entre os parágrafos ou dar um recuo de 2 cm. Referências Título: caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar um espaço simples. Referências: entrelinhas 1, fonte 12, conforme a ABNT NBR 6023/2018. Caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar um espaço simples entre cada referência. Nota de rodapé Fonte 10, entrelinhas 1, da 2ª linha em diante e alinhar à 1ª linha. Fonte: ABNT NBR 6022 (2018). ➔ Formatação do artigo Embora a NBR não estabeleça limites para o tamanho do texto, os periódicos e as instituições de pesquisa o fazem. Assim considerando, os artigos têm variado entre 10 a 25 páginas. Alguns limitam o tamanho em palavras ou Kb (quilobit). Normalmente, os periódicos definem 15 laudas (ou páginas) como o limite máximo de produção. Procure tratar imagens e tabelas para que estas não deixem seu arquivo muito grande ● As margens (superior, esquerda, inferior e direita) devem ter 3, 3, 2 e 2 cm, respectivamente. O tamanho da página deve ser A4, impreterivelmente. ● Títulos das seções: os títulos das seções do trabalho devem ser posicionados à esquerda, em negrito, numerados com algarismos arábicos (1, 2, 3 etc.). Deve-se utilizar texto com fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, em negrito. Subtítulos das seções: os subtítulos das seções do trabalho devem ser posicionados à esquerda, em negrito, numerados com algarismos arábicos em subtítulos (1.1, 1.2, 1.3 etc.). Deve-se utilizar texto com fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, em negrito. ● Corpo do texto: o corpo do texto deve iniciar imediatamente abaixo do título ou subtítulo das seções. A fonte de ser Times New Roman ou Arial, tamanho 12, justificada na direita e na esquerda, com entrelinhas simples. O corpo do texto também utiliza um espaçamento de 6 pontos depois de cada parágrafo. ● No caso do uso de listas, deve-se usar um marcador. ● As listas devem ser justificadas na direita e na esquerda, da mesma forma que os trechos do corpo de texto. ● Após as listas, deixar um espaço simples, antes do texto que virá. O estilo “Lista” pode ser usado para que a formatação predefinida seja corretamente empregada. É possível, também o uso de alíneas, que obedeçam às seguintes indicações: ● Cada item de alínea deve ser ordenado alfabeticamente por letras minúsculas seguidas de parênteses. ● Da mesma forma, os itens de alínea são separados do parágrafo de texto anterior por meio linha em branco (6 pontos) e do parágrafo de corpo de texto seguinte por uma linha (12 pontos). ● O estilo “Alínea! Pode ser usado para a aplicação automática da formatação correta de alíneas. No caso de nova alínea, a lista alfabética deve ser reiniciada, clicando-se com o botão direito do mouse sobre qualquer dos itens de alínea e selecionando-se a opção “Reiniciar numeração” (BRASILEIRO, 2021, p. 127): a) uma nova alínea, assim, recomeça a partir da letra a; b) os itens de alínea são separados entre si por ponto e vírgula e iniciados por letras minúsculas; c) o último item de alínea termina com ponto. Após concluído o artigo, é hora de submetê-lo à avaliação e posterior publicação,o qual é o destino final desse gênero textual. 2 ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO: ARTIGO ORIGINAL E ARTIGO DE REVISÃO Embora a ABNT não padronize o tamanho de um artigo científico, é comum que seus elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais apresentem entre 10 e 20 páginas, divididas em tópicos apresentados sequencialmente, sem mudar de página. Quanto à organização lógica do texto dependerá do tipo de artigo que será desenvolvido. Resguardadas as escolhas do autor na estruturação do seu texto, seguem algumas orientações acerca de como montar o artigo, tendo em vista as orientações da ABNT. 2.1 Organização textual de um artigo original Essa modalidade de artigo, cuja finalidade é responder a uma questão que demanda dados originais, coletados por meio de entrevistas, documentos etc., pode ser assim organizada: ➔ Proposta estrutural para um artigo original a) Introdução: nesta parte do texto, o autor apresenta o tema de modo contextualizado, a delimitação em forma de pergunta, os objetivos, a justificativa, uma menção ao método e a apresentação estrutural do artigo. b) Referencial teórico: momento em que o autor apresenta as pesquisas anteriores sobre o tema, disponíveis em monografias, artigos, dissertações, teses, livros, entre outras fontes de pesquisa. É a busca da cientificidade da pesquisa, embasando-a em fatos e dados verídicos e/ ou já comprovados cientificamente, por meio do diálogo teórico. É o principal momento das citações. c) Metodologia da pesquisa: nessa seção, o pesquisador prova à comunidade científica que sua pesquisa zela pelas características básicas da ciência, descrevendo, detalhadamente, os passos que foram seguidos e o tratamento destinado aos dados. Especificamente, deve falar sobre os fins e os meios da pesquisa, a abordagem e as ferramentas de coletas, o universo e a amostra do objeto de pesquisa, os sujeitos, o tratamento dado às informações, entre outros. d) Apresentação e análise de dados: nessa parte do artigo, o autor apresenta e analisa as informações colhidas no campo, atentando-se para perceber o significado dos dados qualitativos e quantitativos. É o momento visual dos dados, podem-se usar gráficos, tabelas etc., como recurso de leitura. e) Considerações finais: é a última parte textual do artigo em que se apresentam as principais descobertas e conclusões, sugestões, recomendações para encaminhamento do problema estudado. Devem-se ter em mente o problema levantado, a hipótese que foi testada com a pesquisa e os objetivos previstos. Deverá, sobretudo, sintetizar e avaliar a importância dos dados obtidos ou dos estudos feitos, as consequências desses dados ou estudos para a área da ciência ou para as pesquisas acadêmicas, fazendo uma apreciação crítica e até pessoal 2.2 Organização textual de um artigo de revisão Antes de apresentarmos uma proposta de organização estrutural de um artigo de revisão, é necessário lembrar que há várias formas de se realizar essa pesquisa. Segundo Brasileiro (2021) há as revisões de narrativas convencionais e as de métodos mais rigorosos. Convido você, acadêmico(a) a conhecê-las. ➔ Proposta estrutural para um artigo de revisão convencional Como se trata de várias modalidades de revisão (determinação do “estado da arte”, teórica, empírica e histórica), dificultando uma estrutura fixa, o pesquisador deve organizar o texto de acordo com os propósitos da pesquisa, mas uma sugestão pode ser: a) Introdução: nesta parte do texto, o autor apresenta o tema de modo contextualizado, a delimitação, os objetivos, a justificativa, as especificações metodológicas e as orientações ao leitor acerca da organização estrutural do texto. b) Desenvolvimento: essa parte do texto é divida em seções definidas pelo autor com títulos e subtítulos, de acordo com as abordagens doassunto. c) Discussão, síntese ou comparação das pesquisas realizadas: nessa parte do artigo, o autor apresenta e analisa as informações colhidas nas pesquisas bibliográficas. d) Considerações finais: nessa última parte, apresentam-se as principais conclusões e recomendações para encaminhamento do problema estudado. Devem-se ter em mente a delimitação e os objetivos previstos inicialmente, para que eles possam ser avaliados. Deverá sintetizar e avaliar a importância dos dados obtidos ou dos estudos feitos e a consequência deles para ciência ou para as pesquisas acadêmicas, fazendo uma apreciação crítica e até pessoal. No desenvolvimento de uma revisão convencional, o autor organiza os tópicos, respeitando o tipo de revisão que escolher. Uma revisão convencional histórica, por exemplo, pode ser organizada de maneira cronológica. Uma revisão teórica pode ser organizada considerando cada uma das teorias em voga (BRASILEIRO, 2021). ➔ Proposta estrutural para um artigo de revisão rigorosa As revisões bibliográficas consideradas rigorosas são: a meta-análise, a sistemática e a integrativa. Para tais pesquisas, segue uma sugestão de organização textual. a) Introdução: nesta parte do texto, o autor apresenta o tema de modo contextualizado, a delimitação em forma de pergunta, os objetivos, a justificativa e a maneira como o artigo foi textualmente organizado. b) Metodologia da pesquisa: apresenta todos os procedimentos metodológicos da pesquisa, especialmente os critérios de localização, seleção e análise do material de pesquisa, informando sobre os instrumentos de exploração utilizados. c) Revisão quantitativa, qualitativa ou sistemática: dependendo da revisão que estiver sendo feita, este tópico é dividido em seções definidas pelo autor com títulos e subtítulos, de acordo com as categorias analisadas. Na apresentação visual dos dados, podem-se usar gráficos, tabelas etc. como recurso de leitura. d) Discussão dos resultados: nesta parte do artigo, o autor apresenta e analisa as informações colhidas com os dados secundários, atentando-se para perceber o significado dos dados qualitativos e quantitativos. É o momento das relações e das buscas de significados. e) Considerações finais: é a última parte textual do artigo, em que se apresentam as principais deduções e recomendações para encaminhamento do tema estudado. Deverá, sobretudo, sintetizar e avaliar a importância dos dados obtidos ou dos estudos feitos, as consequências desses dados ou estudos para a área da ciência ou para as pesquisas acadêmicas, fazendo uma apreciação crítica e até pessoal. ➔ Etapas da elaboração do artigo de revisão de literatura Para a elaboração do artigo científico de revisão de literatura comporta os passos apresentados na Figura 1. Figura 1 - Etapas da elaboração do artigo de revisão de literatura Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 344). Uma prática muito eficiente, que o pesquisador pode adotar na elaboração do artigo científico, é o fichamento, pois, em face dos muitos referenciais que encontrará, é importante que realize a seleção dos trechos dos textos de forma bastante criteriosa. SAIBA MAIS Você sabia que o fichamento, ou ficha bibliográfica, nada mais é do que o registro do que o pesquisador encontra e julga ser fundamental, ou seja, os conteúdos que têm relação com o objeto de pesquisa. No fichamento, todos os materiais relevantes devem ser compilados para a pesquisa. A ficha bibliográfica pode ser criada em uma planilha de texto com os seguintes dados: referências bibliográficas da obra consultada, página da obra, trecho de interesse da obra consultada e comentários sobre o texto selecionado. Fonte: Perovano (2016). #SAIBA MAIS# 3 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA A comunicação científica é parte constitutiva da atividade científica. É o momento em que o pesquisador apresenta e submete o seu trabalho à comunidade epistemológica, a fim de receber o aval de sua pesquisa. Embora também seja entendida como a sessão de apresentação em si, ela é, aqui, tomada como gênero textual, já que o texto oral ou escrito é o que sustenta a comunicação. A comunicação científica é, portanto, o texto apresentado em eventos como congressos, simpósios, jornadas, reuniões científicas, painéis, bancas, com o intuito de trocar informações sobre pesquisas realizadas, bem como submeter a pesquisa à avaliação (BRASILEIRO, 2021). Os objetivos de quem faz uma comunicação são: alcançar aprovação em um trabalho de conclusão de curso; publicar o texto; contribuir para algo, como forma de satisfação pessoal; aprender a construir o conhecimento científico. Uma comunicação científica se encaminha para uma publicação do texto apresentado nos anais do evento (BRASILEIRO, 2021). Assim, por esse meio, os pesquisadores divulgam seus trabalhos e se mantêm informados sobre estudos e tendências do seu campo de pesquisa, vivenciando o fato de que os conhecimentos científicos podem se opor ou se complementar, e de que, em ciência, as verdades são transitórias, por isso a necessidade de questioná-las sempre. SAIBA MAIS Você sabia que a comunicação acadêmica é definida como aquela que ocorre tipicamente nas faculdades, universidades e em outros ambientes dedicados à pesquisa e ao ensino superior. Nesses ambientes, as pessoas escolhem gêneros específicos para se comunicar, por exemplo, palestras, monografias, artigos acadêmicos, estabelecendo certos “rituais” comunicativos, por exemplo, o costume de aceitar como válidas apenas as fontes que já passaram pela revisão dos pares, usam termos, conceitos e símbolos específicos e, além disso, atribuem significados aos enunciados de uma maneira própria, nem sempre igual à observada em outros contextos. Esse conjunto de práticas linguísticas forma o que chamamos de discurso acadêmico. Para saber mais sobre este assunto indicamos a leitura da unidade 4 do livro abaixo. GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018,. Fonte: Elaborado com base em Guimarães (2018). #SAIBA MAIS# 3.1 Formas de comunicação científica A comunicação científica pode ocorrer de modo formal ou informal, vide a síntese apresentada no quadro 2. Quadro 2 - Modalidades de comunicação científica Formal Informal É direcionada a um público potencialmente grande. Há pouca interação entre esse público e o pesquisador. Caracteriza-se pela linguagem escrita. Apresenta um público mais restrito. Há maior capacidade de feedback ao pesquisador. É divulgada por canais de comunicação oral: conversas entre colegas pesquisadores É publicada em periódicos, livros e anais de reuniões científicas. Pode ocorrer no percurso ou no final da realização da pesquisa. (telefone, pessoalmente ou via e-mail) e entre pequenas reuniões em encontros, visitas a laboratórios… Ocorre mais na fase inicial ou conceitual do trabalho de pesquisa. Fonte: Brasileiro (2021, p. 128). Mesmo reconhecendo os valores das comunicações informais, especialmente no decorrer da construção da pesquisa, as comunicações científicas formais são as que recebem o aval epistemológico como conhecimento científico, devido a seu valor documental. Dessas comunicações, ainda é necessário distinguir (BRASILEIRO, 2021, p. 128): a) As comunicações que objetivam a avaliação de um trabalho de conclusão de curso (TCCs), como monografias, dissertações e teses, cujo público-alvo são bancas avaliadoras específicas. b) As comunicações apresentadas com o intuito de divulgação da pesquisa em congressos, seminários, simpósios, que contam com um público maior. Essa modalidade também recebe o nome decomunicação oral. 3.2 Gêneros textuais apresentados como comunicação oral Acadêmico(a), ao se inscrever para um evento de divulgação científica, o pesquisador deve verificar a estrutura proposta para o evento, as regras definidas para a apresentação e os recursos disponíveis aos apresentadores. Ciente disso, ele deve escolher o gênero textual mais adequado para apresentar a sua pesquisa: uma conferência, uma comunicação individual, um seminário temático (ou mesa-redonda) ou exposição de pôsteres. Nesses eventos, normalmente o pesquisador leva o texto escrito, podendo apresentá-lo oralmente, optando, algumas vezes, pela leitura fiel da comunicação; em outras, pelas apresentação apoiada em suportes, como multimídia, flip-chart, pôster, painel ou textos impressos distribuídos aos espectadores (BRASILEIRO, 2021). Os gêneros textuais comumente utilizados pelos autores em suas comunicações são: artigo, pôster, paper e relatório. De modo geral, apresenta elementos textuais semelhantes, com variações na apresentação visual e nos elementos pré e pós-textuais. Em uma exposição oral, o orador deve ser objetivo quanto aos tópicos principais de uma pesquisa, no intuito de prender a atenção dos espectadores. Deve se ater, sobretudo, a: identificação e contextualização do tema, problema da pesquisa, objetivos, justificativa, método utilizado, dados coletados (se houver), breve análise desses dados e indicar a conclusão a que chegou (BRASILEIRO, 2021). SAIBA MAIS Você sabia que o domínio discursivo acadêmico-científico visa à construção e à divulgação do conhecimento. Para isso, ele é constituído por uma linguagem técnico- científica apropriada, diferindo-se da utilizada em outros tipos de discurso, como o literário, o jornalístico ou o publicitário, nos quais se podem repetir, exagerar ou subnarrar fatos. O texto acadêmico-científico deve ser comprometido com a objetividade, a eficácia e a exatidão. Muitas vezes, contudo, essas qualidades são alteradas pela necessidade de uso de termos técnicos, por uma característica específica do objeto de pesquisa, pelo uso de coloquialismos ou, até mesmo, pelo estilo de quem escreve. Fonte: Elaborado com base em Brasileiro (2021). #SAIBA MAIS# 3.3 Linguagem científica A linguagem, como instrumento de comunicação, pode desempenhar funções distintas. Convém indicá-las aqui, pelo menos as principais, para que se tenha presente a função característica da linguagem científica. Salvador (1970, p. 141 apud CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 110) classifica as funções principais da linguagem- comunicação como: ● função expressiva, adequada à comunicação ou expressão de emoções, sentimentos ou vivências psicológicas; ● função persuasiva, adequadas ao discurso (retórico) que pretende atuar sobre a vontade para dirigir a conduta dos homens, como na propaganda; ● função informativa, adequada à transmissão de conhecimentos e informações. Com respeito às formas de expressão, a linguagem-comunicação pode revestir- se de caráter (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 110): ● coloquial, próprio da linguagem comum; ● literário, enquanto tem em vista objetivos estéticos; ● técnico, característico da linguagem científica. Acadêmico(a), em suma, a linguagem científica é informativa e técnica, de ordem cognoscitiva e racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara e sintetiza, argumenta, induz ou deduz e conclui. Distingue-se, portanto, da linguagem literária. Enquanto esta deve impressionar, agradando pela elegância e pela evocação de valores estéticos, aquela deve esclarecer pela força dos argumentos;enquanto esta tem por nota distintiva a subjetividade (estilo literário), aquela tem por nota distintiva a objetividade (estilo científico) (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) acadêmico(a). Chegamos ao final da nossa terceira unidade, ao longo deste material estudamos os tipos, estrutura e formatação do artigo científico; bem como compreendemos os dois tipos de artigos. E para finalizar estabelecemos a importância da comunicação científica na produção de trabalho acadêmico-científico. Assim, convidamos, você acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! LEITURA COMPLEMENTAR Estudante deixamos aqui para leitura complementar, o artigo acadêmico-científico que pode ser encontrado no Google Acadêmico para servir de referência. ● GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Como escrever um artigo de revisão de literatura. Revista JRG de Estudos Acadêmicos-Ano II (2019), volume II, n.5(ago./dez.). Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/122/201 Acesso em: 17 jan. 2022. http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/122/201 LIVRO • Título. Artigos Científicos: como redigir, publicar e avaliar. • Autor. Maurício Gomes Pereira. • Editora. Editora Guanabara. • Sinopse . Existem muitas publicações sobre como elaborar o trabalho científico, mas são escassos os livros exclusivos a respeito de como produzir metodicamente relatos científicos destinados à publicação. Esta obra, redigida em texto claro, didático e abrangente, aborda minuciosamente esse tema. Nela, o leitor encontra reunida ampla gama de tópicos que, frequentemente, só teria acesso em várias fontes dispersas. Há um capítulo sobre título de artigos, um sobre como relatar os autores, outro sobre introdução e, enfim, um sobre cada item de um texto científico. Além de particularidades e ilustrações das diversas seções de um artigo, há sugestões que visam ao aperfeiçoamento da comunicabilidade, comentários acerca do que não fazer – a antítese da boa redação – e orientações para material adicional de leitura. Artigos Científicos: Como Redigir, Publicar e Avaliar preenche uma lacuna no mercado, tornando possível aos leitores disporem de farto material que irá auxiliá-los a redigir, apresentar e interpretar criticamente textos científicos. FILME/VÍDEO • Título. A livraria • Ano. 2014 • Sinopse. A história de “A Livraria” centra-se na trajetória de Florence Green — interpretada por Emily Mortimer, indicada ao Goya de Melhor Atriz —, uma mulher gentil e otimista que decide abrir uma livraria numa pequena cidade costeira da Inglaterra, no final da década de 1950. Viúva há vários anos, tendo perdido o marido na Segunda Guerra Mundial, Florence acredita que quando lemos uma história “nós a habitamos. As capas dos livros são como telhado e quatro paredes: um livro é uma casa”. • Link do vídeo (se houver). Disponível na Netflix. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: apresentação. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. BRASILEIRO, A. M. M. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: Contexto, 2021. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: InterSaberes, 2016. SANTOS, S. C. dos.; CARVALHO, M. A. F. de. Normas e técnicas para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. UNIDADE IV PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães Plano de Estudo A seguir, apresentam-seos tópicos que você estudará nesta unidade: • Projeto de pesquisa: etapas de um projeto de pesquisa e regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa; • Relatório; • Citações e Referências bibliográficas. Objetivos de Aprendizagem: • Apresentar os elementos que compõem um projeto de pesquisa; • Estudar o que é um relatório de pesquisa; • Aprender como fazer citações e referências bibliográficas. INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à Unidade IV intitulada, “PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. O objetivo da presente unidade é estudar projeto e relatório de pesquisa. Para tanto será apresentado os elementos que compõem um projeto de pesquisa, sendo eles: etapas de um projeto de pesquisa e regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa. Na sequência será estudado o relatório, sua estrutura, tipos e regras gerais para elaboração de um relatório. Para finalizar iremos aprender como fazer citação direta, indireta, citação de citação e as referências bibliográficas segundo as normas da ABNT. Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa primeira unidade. Boa leitura! 1 PROJETO DE PESQUISA: ETAPAS DE UM PROJETO DE PESQUISA E REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA Neste tópico, veremos os elementos que compõem um projeto de pesquisa. Os itens selecionados para discussão formam o conjunto mínimo que deve ser abordado pelo pesquisador na hora de elaborar um projeto. 1.1 Etapas de um projeto de pesquisa Um projeto de pesquisa requer do pesquisador e de sua equipe (quando esta existir) uma dedicação ímpar para que sejam alcançados os resultados esperados. Além de demandar tempo, sua elaboração, seu desenvolvimento e sua conclusão podem levar anos. Assim, é natural que se procure seguir uma série de etapas sequenciais, visando obter melhor produtividade. Elas podem ser sintetizadas em um roteiro que facilite o controle de todo o processo. Logo, em linhas gerais, um projeto de pesquisa pode ter as seguintes etapas (CASARIN; CASARIN, 2012, p. 95-96): 1. Planejamento inicial da pesquisa. 2. Apresentação da equipe de pesquisa> súmula curricular dos pesquisadores envolvidos no projeto. 3. Título do projeto de pesquisa. 4. Resumo do projeto e palavras-chaves. 5. O problema a ser pesquisado e sua justificativa. 6. O estado da arte do problema a ser pesquisado: revisão bibliográfica. 7. Metodologia a ser utilizada. 8. Materiais e equipamentos necessários, quando for o caso. 9. Desafios tecnológicos e científicos e os meios para superá-los, quando for o caso. 10. Resultados esperados. 11. Forma de análise dos resultados. 12. Cronograma de execução do projeto. 13. Formas de disseminação (divulgação) e de investimentos, custos e despesas, conforme o caso. 14. Referências. 15. Apêndices. 16. Anexos. Caro(a) acadêmico(a), a seguir, vamos analisar cada um desses itens (CASARIN; CASARIN, 2012). 1. Planejamento inicial da pesquisa: para que tenhamos um desempenho aceitável, toda atividade que realizamos em nossa vida profissional exige planejamento. Planejar significa, de maneira bem simplificada, organizar-se, ou seja, fazer uma previsão do que será feito. É necessário que o pesquisador tenha clareza sobre a forma como será desenvolvido o seu trabalho de pesquisa. No planejamento, o pesquisador deverá prever com quais colaboradores pretende trabalhar, ou seja, qual vai ser a sua equipe de trabalho. Deve-se prever também eventuais dificuldades no desenvolvimento da pesquisa, que podem ser relativas a financiamento, substituição de colaboradores, questões de metodologia e problemas para a aquisição de materiais e equipamentos, entre outras. Vale ressaltar que o planejamento inicial precisa ser sucinto e resumido, porém, com clareza de ideias e objetivos. O nível de detalhes do planejamento de um projeto de pesquisa depende, é claro, da dimensão do que será pesquisado. 2. Apresentação da equipe de pesquisa: como foi dito anteriormente, o detalhamento de um planejamento de pesquisa depende da dimensão do que será pesquisado. Se, por exemplo, o projeto prever a realização de uma pesquisa individual, a apresentação do pesquisador torna-se opcional e, muitas vezes, até desnecessária. Por isso, quando se trata de um projeto mais amplo e complexo, que será submetido à apreciação de um órgão de fomento (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesquisa do Ensino Superior - Capes -, vinculada ao Ministério da Educação - MEC, por exemplo, possui o Programa institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - Pibid, entre outras iniciativas que envolvem a educação básica) ou a órgãos ou instâncias superiores da instituição ao qual o professor está vinculado - como a Secretaria Municipal de Educação, esse item torna-se obrigatório, independente de a pesquisa ser individual ou em equipe. A apresentação da equipe de pesquisa nada mais é do que uma súmula curricular de seus integrantes, destacando a formação, a experiência - esta, principalmente relacionada ao tema do projeto - e a forma de atuação na pesquisa. Caso haja produções científicas, como artigos e trabalhos publicados ou apresentados em eventos relacionados ao tema do projeto, pode-se incluir os que foram produzidos nos últimos três ou cinco anos. 3. Título do projeto de pesquisa: a etapa do planejamento do projeto de pesquisa é também uma fase em que se discute um pré-título para o projeto, que poderá ou não ser definitivo. A elaboração do título, que alguns pesquisadores ou grupos de pesquisa preferem, às vezes, deixar para o final da realização do projeto, é um tópico extremamente importante, porque, uma vez definido, não deve sofrer alterações após a sua apresentação ou submissão sem uma boa justificativa. O título do projeto deve ser claro e destacar o objetivo principal da pesquisa. É preciso observar uma enorme coerência de ideias entre ele e o conteúdo do projeto. Evitar o uso de título extenso, de compreensão dúbia e que tenha grande abrangência. Reforçando o que já foi dito, o título deve ser o mais direto e objetivo possível. 4. Resumo do projeto e palavras-chave: o resumo do projeto de pesquisa deve ser sucinto e objetivo. Ele deve expressar uma ideia geral do que vai ser pesquisado: os objetivos pretendidos, as pesquisas já realizadas a respeito do tema, a forma como os resultados serão analisados e as possíveis conclusões baseadas na premissa inicial da(s) hipótese(s) levantada(s). 5. O problema a ser pesquisado e sua justificativa: é nesse item do projeto que o(s) autor(es) demonstra(m) a razão da pesquisa proposta. É aqui que a justificativa da pertinência de se pesquisar o tema proposto é apresentada, com base em dados levantados. Podemos entender como objetivos gerais aqueles de maior abrangência, com caráter generalista. São aqueles que, quando alcançados, poderão proporcionar benefícios à ciência em geral e às áreas afins do tema de pesquisa. Os objetivos específicos são aqueles diretamente relacionados ao tema principal da pesquisa. São pontuais e restritos à área do conhecimento em que se enquadra o projeto. Se alcançados, eles poderão apresentar uma solução definitiva para o problema pesquisado ou trazer uma proposta inovadora para a sua resolução. Os objetivos específicos de um projeto são, portanto, mais limitados quantitativamente do que os gerais. 6. O estado da arte do problema a ser pesquisado: uma vez definidos o problema, os objetivos e as justificativas da pesquisa, cabe agora incluir no projeto um tópico que trata do panorama atual de outras pesquisas relacionadas ao tema. É a fase da revisão bibliográfica. É preciso buscarna literatura especializada o que já foi feito para solucionar o problema pesquisado e os motivos que levaram a não solucioná-lo. Com esse procedimento, evita-se a duplicação de pesquisas e o investimentos em áreas já pesquisadas e solucionadas, bem como a escolha de temas que demandem investimentos excessivamente elevados. É preciso pesquisar as origens do problema, sua natureza, suas características e os desafios para a sua solução. Isso é o que chamamos de estado da arte do problema. SAIBA MAIS Você sabia que a revisão de literatura, também pode ser chamada de revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte (quando for abrangente e profunda), ou resenha bibliográfica. Nessa fase, o pesquisador deverá responder às seguintes questões: Quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica. Fonte: Costa e Costa (2015). #SAIBA MAIS# 7. Metodologia a ser utilizada: a escolha está diretamente vinculada aos objetivos e à fundamentação teórica escolhida. Independentemente de a pesquisa ser quantitativa ou qualitativa, a metodologia empregada para alcançar os objetivos delineados deve ser cuidadosamente detalhada nessa fase do projeto. Neste item, o pesquisador irá descrever, entre outras coisas: se serão realizados experimentos e quais serão eles, além das técnicas e equipamentos a serem utilizados, quando for o caso; o instrumento de coleta de dados que será aplicado (questionário, roteiro de entrevista, protocolo de observação entre outros); quais parâmetros estatísticos serão utilizados (população/amostra, média, mediana, desvio padrão entre outros); se a pesquisa envolve seres humanos, quais os critérios de seleção e quais os cuidados a serem tomados. O mesmo é válido para pesquisa envolvendo animais; se haverá ou não necessidade de terceirização de determinados serviços e, caso haja, como isso será realizado; qual técnica de observação in loco será realizada (observação direta ou indireta), se for o caso; se haverá coleta de campo ou somente atividades em laboratório, especificação das técnicas que serão utilizadas. Em linhas gerais, a metodologia explicita a forma como o pesquisador irá conduzir o seu projeto de pesquisa, visando alcançar os objetivos propostos inicialmente. 8. Materiais e equipamentos necessários: uma vez explicitados os materiais e métodos a serem aplicados ao longo do projeto de pesquisa, há a necessidade de relacioná-los e justificá-los, sejam eles permanentes ou de consumo, bem como apontar quais equipamentos serão necessários para que o projeto se concretize. Além de materiais e equipamentos específicos para a pesquisa experimental, também é necessário fazer a previsão de computadores e softwares - gerais e específicos - que serão empregados. Não menos importante é prever a necessidade de realizar experimentos em outras instituições ou contratar serviços terceirizados, o que exigirá recursos financeiros para o custeio. 9. Desafios tecnológicos e científicos e os meios para superá-los: nos casos em que a complexidade da pesquisa é tal que tanto sua execução quanto os resultados a serem obtidos demandam tecnologia de ponta, é importante destacar no projeto como o pesquisador e sua equipe irão trabalhar essa questão. No que diz respeito à execução, é preciso prever se haverá necessidade de um treinamento ou capacitação de pessoal para trabalhar com equipamentos de última geração. A preparação pode ser necessária tanto para operar os instrumentos quanto para saber analisar os resultados gerados por tais equipamentos. 10. Resultados esperados: embora a pesquisa sequer tenha sido iniciada, é fundamental que sejam identificados os possíveis resultados a serem obtidos. Com base nas hipóteses levantadas para o problema pesquisado, no levantamento bibliográfico realizado na metodologia a ser empregada, bem como nos materiais e equipamentos que serão utilizados, é possível fazer uma estimativa - com um certo grau de confiança - de quais resultados serão obtidos. Existe sempre a possibilidade de que resultados totalmente adversos, diferentes daqueles previstos, aconteçam. Isso faz parte da característica empírica dos ensaios de laboratório e, até mesmo, de pesquisas qualitativas, como os resultados de entrevistas, por exemplo. 11. Forma de análise dos resultados: o projeto de pesquisa deve descrever qual(is) será(ão) a(s) forma(s) ou a metodologia de análise dos resultados obtidos, que depende muito do tipo de pesquisa utilizada. No caso das quantitativas, modelos matemáticos e estatísticos são frequentemente empregados, já que os primeiros permitem fazer uma “modelagem” dos resultados por meio da simulação de situações reais, e os segundos aceitam uma análise de distribuição, frequências, médias, desvios padrões, modas entre outros. A tabulação dos resultados quantitativos permite uma boa visualização da composição e distribuição destes. A análise dos resultados pode valer-se também de simples observações e, com a utilização de métodos comparativos com outros resultados ou com padrões estabelecidos em normas, é possível se chegar a algumas conclusões. Em pesquisas qualitativas não experimentais cujos resultados são gerados por respostas de questionários, técnicas de análise estatísticas também podem ser úteis. Existem ainda pesquisas mais simples, básicas, nas quais o objeto pesquisado, por exemplo, é a análise da obra de um escritor. Nesse caso, não se espera que o pesquisador encontre resultados, mas que ele faça um estudo aprofundado sobre o autor e sua obra e redija um parecer a respeito da pesquisa. Assim, a análise dos resultados não se aplica da forma tradicional: com base em hipóteses levantadas pelo pesquisador e em seus estudos, ele irá confrontar ambos para tirar suas conclusões. Podemos dizer, então, que se trata de uma análise comparativa. 12. Cronograma de execução do projeto: o cronograma de execução é de extrema importância, é a partir dele que será possível avaliar se o projeto proposto é factível ou não dentro do prazo estabelecido. Além disso, o cronograma permite ao pesquisador ou grupo de pesquisa orientar-se quanto ao andamento das atividades, acelerando as que, eventualmente, estiverem atrasadas e revendo os prazos estabelecidos. 13. Formas de disseminação (divulgação) e de avaliação do projeto: tão importante quanto concluir o projeto etapa por etapa é prever como os resultados serão disseminados ao longo de seu desenvolvimento. Mesmo os resultados parciais podem contribuir de maneira significativa para outros pesquisadores que atuam em áreas afins. Dessa forma, apresentá-los em eventos científicos ou profissionais torna-se uma obrigação. 14. Planilha orçamentária com a previsão de investimentos, custos e despesas: todo projeto, seja de pesquisa ou não, sempre envolve custos (diretos ou indiretos) que precisam ser especificados, detalhados e organizados em uma planilha. No caso específico de um projeto de pesquisa, uma série de itens precisa ser relacionada, como investimentos, despesas, entre outros. 15. Referências: a última parte do estudo deve incluir uma lista com todas as fontes consultadas para a sua elaboração e fundamentação (artigos de revistas, teses, livros entre outros). A indicação das referências deve seguir uma norma específica, que será discutida ainda nesta unidade. 16. Apêndices: constituem um item opcional, onde podem ser incluídos documentos complementares à pesquisa, elaborados pelo próprio autor. A diferença em relação aos anexos é que, nestes, são incluídos documentos elaborados por terceiros. Nos apêndices, podem ser incluídos o questionário utilizado, a carta de apresentação do autor à instituição onde serádesenvolvida a pesquisa ou, ainda, o termo de consentimento livre apresentado aos participantes, por exemplo. 17. Anexos: trata-se também de item opcional dentro do projeto de pesquisa. Nos anexos é incluída a documentação complementar para consulta, ou seja, tudo que o pesquisador julgar importante para uma boa avaliação do trabalho. Exemplos: documentos oficiais, parecer do comitê de ética, plantas de instalações onde será desenvolvida a pesquisa, cópias ou originais de orçamentos e fotos ou imagens ilustrativas. Em outras palavras, o projeto de pesquisa geralmente pode ser composto de três partes, vide o quadro 1 abaixo. Quadro 1 - Elementos bases da estrutura do projeto de pesquisa Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais Capa Introdução (problema e questão/s de pesquisa Referências bibliográficas Folha de rosto Hipótese/s ou Pressuposto/s Bibliografia (opcional) Dedicatória (opcional) Objetivos (geral e específicos) Glossário / Definição de termos (pode ser colocado como elemento pré-textual) Sumário Justificativa Apêndice (opcional) Outros elementos podem aparecer, tais como: epígrafe, lista de tabelas, lista de quadros, de figuras, de apêndice e de anexos Revisão da literatura/ Referencial teórico Anexos (opcional) Resumo Procedimentos metodológicos Limitação da pesquisa Cronograma Fonte: Elaborada pela autora com base em Costa e Costa (2015). SAIBA MAIS Você sabia que o projeto de pesquisa é um esboço detalhado do que vai ser realizado (intenções). Portanto, em um projeto não existem resultados, discussão e conclusões. Estes itens estarão presentes somente após a execução do projeto, ou seja, na monografia, por exemplo. Algumas instituições, nos processos de seleção para a pós- graduação, solicitam resultados preliminares. Nesses casos, essa parte deve ser colocada como justificativa para o desenvolvimento do projeto em questão, ou no local indicado pela instituição. Fonte: Costa e Costa (2015). #SAIBA MAIS# 1.2 Regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa Caro(a) acadêmico(a), a apresentação de projeto de pesquisa deve ser elaborada conforme a seguir (BRASILEIRO, 2021, p. 2015 - 2017): a) Formato: os textos devem ser digitados em cor preta, podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado no formato A4 (21 cm x 29,7 cm). Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso da folha. Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais sejam digitados no anverso e verso das folhas. As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior de 3cm e direita e inferior de 2cm; para o verso, direita e superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2cm. Recomenda-se fonte tamanho 12 para todo o trabalho, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, legendas e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme. b) Espaçamento: todo o texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade, que devem ser digitados em espaço simples. As referências, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por um espaço simples em branco. Na folha de rosto, o tipo de projeto de pesquisa e o nome da entidade a que é submetido devem ser alinhados do meio da mancha gráfica para a margem direita. c) Notas de rodapé: as notas devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples entre as linhas e por filete de 5 cm, a partir da margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas e com fonte menor. d) Indicativos de seção: o indicativo numérico, em algarismo arábico, de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere. Os títulos das seções primárias devem começar em página ímpar (anverso), na parte superior da mancha gráfica, e ser separados do texto que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a partir da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título. e) Títulos sem indicativo numérico: são eles: errata, lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, sumário, referências, glossário, apêndice(s), anexo(s) e índice(s). Esses títulos devem ser centralizados. f) Paginação: as folhas ou páginas pré-textuais devem ser contadas, mas não numeradas. Para trabalhos digitados apenas no anverso, todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, considerando apenas o anverso. A numeração deve figurar, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. Quando o trabalho for digitado em anverso e verso, a numeração das páginas deve ser colocada no anverso da folha, no canto superior direito; e no verso, no canto superior esquerdo. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração das folhas ou páginas do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas ou páginas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento à do texto principal. g) Numeração progressiva: elaborada conforme a ABNT NBR 6024. h) Citações: apresentadas conforme a ABNT NBR 10520. i) Siglas: a sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve ser indicada entre parênteses, precedida do nome completo. j) Equações e fórmulas: para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, se necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita. Na sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte seus elementos (expoentes, índices, entre outros). k) Ilustrações: qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação aparece na parte superior, precedida da palavra designativa (desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem e outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão e do respectivo título. Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada (elemento obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor), legenda, notas e outras informações necessárias à sua compreensão (se houver). A ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere. l) Tabelas: devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem e padronizadas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2 RELATÓRIOS Como o próprio nome diz, caro(a) acadêmico(a), relatório é um relato detalhado, uma exposição escrita de uma atividade prática, um determinado trabalho ou experiência científica. Como trabalho acadêmico, ele é sistematizado pela ABNT NBR 10179, terceira edição 2011, a qual focaliza o relatório técnico/científico e o conceitua como um documento que descreve formalmente o progresso ou resultado de pesquisa científica e/ ou técnica. Sabe-se que existem vários tipos de relatórios, que mudam de acordo com o objetivo ou a atividade relatada. São eles: de gestão (relatórios empresariais), de inquérito (policial, administrativo, entre outros), de rotina, deevento, de palestra, de cadastro, de visita, de inspeção, de viagens, de estágio, contábil e, ainda, o relatório- roteiro (elaborado com base em modelo ou formulário impresso) (BRASILEIRO, 2021). Embora a ABNT NBR 10719 tenha como objeto de normalização o relatório técnico e/ ou científico, ela pode ser oportunamente aplicada quando da elaboração dos outros tipos de relatórios, devendo os autores sujeitarem-se às normas, na medida do possível. ➔ Estrutura do relatório: Assim, como os trabalhos acadêmicos mais rigorosos, o relatório é estruturado em duas partes: a externa e a interna, vide figura 1 abaixo. Figura 1- Estrutura do relatório Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR 10719 (2011). SAIBA MAIS Para saber mais sobre cada parte da estrutura do relatório, indicamos a leitura do livro intitulado “Como produzir textos acadêmicos e científicos”, da autora Ada Magaly Matias Brasileiro, bem como a ABNT NBR 10719. Boa leitura! Fonte: ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10719. Informação e documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação.3 ed. Jul. 2011. BRASILEIRO, A. M. M. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: Contextos, 2021. #SAIBA MAIS# ➔ Tipos de relatórios: dentre as várias modalidades de relatórios, destacamos três tipos de relatórios elencados pela autora Brasileiro (2021): ● Relatório de visita técnica: o relatório de visita deverá seguir a estrutura gráfica preconizada pela norma e apresentar a seguinte estrutura textual: a introdução, na qual se mencionam o local da visita (sua respectiva localização), o objetivo da atividade e a que disciplina e professor se vincula; os objetivos da atividade de pesquisa, que devem estar relacionados com cada etapa da atividade; a descrição do processo da visita e os aspectos observados para a coleta de dados, bem como os resultados pretendidos; a interpretação dos dados coletados; e os comentários finais. ● Relatório de palestra: é o registro das principais ideias veiculadas em uma palestra, cujo teor foi recomendado por algum professor. Por se tratar de uma atividade muito recorrente no meio acadêmico, sugere-se um modelo de relatório- roteiro padrão, cuja extensão deve ficar em torno de duas a três laudas. ● Relatório técnico-científico: documento que relata os resultados ou progressos obtidos em investigação de pesquisa e o seu desenvolvimento. O propósito desse documento é comunicar os resultados da pesquisa em toda sua dimensão, apresentando revisão bibliográfica, fatos, dados, procedimentos utilizados, resultados obtidos, análise, chegando a certas conclusões e recomendações. ➔ Regras gerais para elaboração de um relatório: Ao produzir o texto, o relator deve ter em mente as seguintes questões (BRASILEIRO, 2021, p. 228): a) Quem ler este relatório conseguirá entender o que foi feito e como? b) Esse leitor será capaz de repetir tal realização, tendo como guia apenas este relatório? A clareza do raciocínio, característica do método científico, deverá transparecer na linguagem e forma do relatório. Ele deverá ser tão curto e conciso quanto possível. No entanto,deverá incluir a informação mínima indispensável à compreensão do trabalho. A forma pela qual alguma informação pode ser apresentada (quadros, gráficos, ilustrações) pode contribuir consideravelmente para reduzir a sua extensão. As frases devem ser completas, para que seja possível seguir um raciocínio lógico (BRASILEIRO, 2021). 3 CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3.1 Citações Este tópico se refere às normas e técnicas para fazer as citações registrar explicações e dados acessórios e oferecer as referências das fontes consultadas na elaboração do trabalho científico. Mais do que normas e técnicas, o que está em jogo é uma questão ética. Deve-se, em qualquer situação, especialmente no trabalho científico teológico, honrar os autores e pesquisadores que produziram as ideias, os argumentos e as demonstrações que iluminam, orientam, organizam e conduzem o trabalho (SANTOS, 2019). ATENÇÃO! Caro(a) acadêmico(a), sempre que possível escolha citações de autores renomados para fortalecer as ideias que você apresenta em seu trabalho. Fica a dica! ➔ Estruturas básicas para menção à fonte da citação: a referência à fonte deve vir conforme abaixo: SOBRENOME DO AUTOR, ano da obra consultada, página ou páginas consultadas. Exemplo (SANTOS, 2019, p. 51) ou Santos (2019, p. 51) ➔ Tipos de citação: as citações podem ser de três tipos (MASCARENHAS, 2012; CORDEIRO; MOLINA; DIAS, 2012; SANTOS, 2019): ● Direta - o trecho apresenta as palavras exatas do autor citado. ● Indireta - o trecho apenas toma como base a obra do autor citado. ● Citação de citação - transcrição direta ou indireta de um texto em que não teve acesso ao original. Em outras palavras citação direta é a reprodução fiel da obra consultada, já a citação indireta é a interpretação do pensamento do autor, exposto em uma obra (SANTOS, 2019). Dependendo do tamanho da citação direta, você deve seguir normas diferentes, como mostra o Quadro 2 abaixo. Quadro 2 - Tipos de citação direta Tipo de citação direta Tamanho Procedimento Citação breve Até três linhas devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação. Citação longa Mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se observar apenas o recuo. Fonte: Elaborado com base em ABNT (NBR 10520, 2002). ➔ Citação dependente ou citação de citação: cita-se o pensamento ou frase de um ator a partir das citações que outro autor faz: um autor aparece na obra de outro, ou seja, quando há transcrição do pensamento ou de palavras textuais de um primeiro autor, dito por outro. Deve-se utilizar a expressão “apud” ou “citado por” após o nome do autor citado (SANTOS, 2019). Use reticências entre colchetes [...] quando você suprimir um trecho da citação direta. Para acrescentar um comentário de sua autoria à citação, coloque-o entre colchetes. Se destacar algum trecho da citação com negrito ou itálico, lembre-se de colocar a expressão “grifo nosso” entre parênteses, ao final da citação (MASCARENHAS, 2012). SAIBA MAIS Você sabe o que são notas de rodapé? São “indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica”. E notas explicativas? “Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explicações, que não possam ser incluídos no texto”. E as notas de referências? “Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado”. Fonte: ABNT NBR 10520 (2002, p. 2). #SAIBA MAIS# 3.2 Referências bibliográficas Referência segundo a ABNT NBR 6023, segunda edição é um “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual” (ABNT NBR, 2018, p. 3). São essenciais em qualquer trabalho acadêmico, pois possibilitam a identificação dos textos utilizados e sua posterior consulta. Nas referências em lista, obedece-se à ordem alfabética única de sobrenome do autor e título para todo tipo de material consultado. Utiliza-se fonte tamanho 12 com espaçamento simples em cada referência. Já entre uma referência e outra, na lista, o espaçamento é duplo (simples), ou seja, dois espaços de 1, e o texto deve estar alinhado à margem esquerda. A seguir, caro(a) acadêmico(a), apresentaremos algumas das regras para registro das informações nas referências. ➔ Alguns modelosde referências (ABNT NBR 6023, 2018): ● Os elementos essenciais para livro e/ou folheto são: autor, título, subtítulo (se houver), edição (se houver), local, editora e data de publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para trabalho acadêmico são: autor, título, subtítulo (se houver), ano de depósito, tipo do trabalho (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso e outros), grau (especialização, doutorado, entre outros) e curso entre parênteses, vinculação acadêmica, local e data de apresentação ou defesa. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para a parte de monografia são: autor e título da parte, seguidos da expressão In: ou Separata de:, e da referência completa da monografia no todo. No final da referência, deve-se informar a descrição física da parte. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para correspondência incluem bilhete, carta, cartão, entre outros, são: remetente (autor), título ou denominação, destinatário (se houver), precedido pela expressão Destinatário:, local, data e descrição física (tipo). Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para coleção de publicação períodica são: título, subtítulo (se houver), local de publicação, editora, datas de início e de encerramento da publicação (se houver), e ISSN (se houver). Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para a parte de coleção de publicação periódica são: título, subtítulo (se houver), local de publicação, editora, datas de início e de encerramento da publicação (se houver), período consultado e ISSN (se houver). ● Os elementos essenciais para fascículo, suplemento e outros, são: título, subtítulo (se houver), local de publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, informações de períodos e datas de sua publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para artigo, seção e/ou matéria de publicação periódica são: autor, título do artigo ou da matéria, subtítulo (se houver), título do periódico, subtítulo (se houver), local de publicação, numeração do ano e/ou volume, número e/ou edição, tomo (se houver), páginas inicial e final, e data ou período de publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para artigo e/ou matéria de jornal são: autor, título, subtítulo (se houver), título do jornal, subtítulo do jornal (se houver), local de publicação, numeração do ano e/ou volume, número (se houver), data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para evento no todo em monografia são: nome do evento, numeração (se houver), ano e local (cidade) de realização, título do documento, seguidos dos dados de local, editora e data da publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para evento no todo em publicação periódica são: nome do evento, numeração (se houver), ano e local (cidade) de realização e título do documento, seguidos dos dados do periódico. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para a parte de evento são: recomenda-se como ordem de elementos essenciais: autor, título, subtítulo (se houver) e data de apresentação. ● Os elementos essenciais para a parte de evento em monografia são: autor, título do trabalho, seguidos da expressão In:, nome do evento, numeração do evento (se houver), ano e local (cidade) de realização, título do documento, local, editora, data de publicação e páginas inicial e final da parte referenciada. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para a parte de evento em publicação periódica são: autor, título do trabalho, título do periódico, subtítulo (se houver), local de publicação, numeração do ano e/ou volume, número e/ou edição, tomo (se houver), páginas inicial e final, data ou período de publicação, nota indicando o número e o nome do evento, e ano e local. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para patente são: inventor (autor), título, nomes do depositante e/ou titular e do procurador (se houver), número da patente, data de depósito e data de concessão da patente (se houver). Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. ● Os elementos essenciais para a legislação são: jurisdição, ou cabeçalho da entidade, em letras maiúsculas; epígrafe e ementa transcrita conforme publicada; dados da publicação. Quando necessário, acrescentam-se à referência os elementos complementares para melhor identificar o documento, como: retificações, alterações, revogações, projetos de origem, autoria do projeto, dados referentes ao controle de constitucionalidade, vigência, eficácia, consolidação ou atualização. ● Os elementos essenciais para todos os itens citados anteriormente em meio eletrônico são: para documentos on-line, além dos elementos essenciais e complementares, deve-se registrar o endereço eletrônico, precedido da expressão Disponível em:, e a data de acesso, precedida da expressão Acesso em: ATENÇÃO! Acadêmico(a), estes são alguns exemplos, para saber mais acesse a ABNT NBR 6023 (2018), disponível na internet. ➔ Transcrição dos elementos: os padrões indicados nesta Norma para apresentação dos elementos que compõem as referências aplicam-se a todos os tipos de documentos citados anteriormente. Para indicação da forma correta de entrada de nomes pessoais e/ou de entidades, convém consultar o código de catalogação vigente (ABNT NBR 6023, 2018): ● Pessoa física: o autor deve ser indicado pelo último sobrenome, em letras maiúsculas, seguido do prenome e outros sobrenomes, abreviados ou não, conforme consta no documento. Os autores devem ser separados por ponto e vírgula, seguidos de um espaço. Quando houver até três autores, todos devem ser indicados. Quando houver quatro ou mais autores, convém indicar todos. Permite-se que se indique apenas o primeiro, seguido da expressão et al. ● Pessoa jurídica: as obras de responsabilidade de pessoa jurídica (órgãos governamentais, empresas, associações, entre outros) têm entrada pela forma conhecida ou como se destaca no documento, por extenso ou abreviado. Convém que se padronizem os nomes para o mesmo autor, quando aparecem de formas diferentes em documentos distintos. ● Eventos: as obras resultantes de eventos (seminários, congressos, simpósios, entre outros) têm sua entrada pelo nome do evento, por extenso e em letras maiúsculas, seguido do seu número de ocorrência (se houver), ano e local de realização e idioma do documento. O número de ocorrência deve ser em algarismo arábico, seguido de ponto. ● Autoria desconhecida: quando a autoria for desconhecida, a entrada deve ser feita pelo título. O termo Anônimo ou a expressão Autor desconhecido não podemser usados. ● Título e subtítulo: o título e o subtítulo devem ser reproduzidos como figuram no documento, separados por dois pontos. ● Edição: a edição, se constar no documento, deve ser transcrita pelas abreviaturas do numeral ordinal e da palavra edição, ambas no idioma do documento. ● Local: o local de publicação (cidade) deve ser indicado como consta no documento. Na ausência do nome da cidade, pode ser indicado o estado ou o país, desde que conste no documento. ● Editora: o nome da editora, da gravadora, entre outras instituições responsáveis pela publicação, deve ser indicado como aparece no documento, suprimindo-se as palavras que designam a natureza jurídica ou comercial. ● Data: Devem ser indicadas as datas da publicação, manufatura, distribuição, execução, transmissão, gravação, acesso, entre outros. O ano de publicação deve ser indicado em algarismos arábicos. O mês (se houver) deve anteceder o ano e ser indicado de forma abreviada, no idioma original da publicação. O dia deve ser indicado em algarismos arábicos e anteceder o mês, separado por um espaço. Se necessário, indicar a hora de publicação e do acesso ao documento, após as respectivas datas. ATENÇÃO! Acadêmico(a), estes são alguns exemplos, para saber mais acesse a ABNT NBR 6023, disponível na internet. SAIBA MAIS Você sabia que existe uma diferença entre bibliografia e referência bibliográfica? Referência bibliográfica é a parte de uma obra na qual se listam as obras utilizadas pelo autor para elaboração do texto. Já a bibliografia é a parte de uma obra na qual se listam as referências bibliográficas de obras recomendadas para leitura complementar. Fonte: A autora (2022). #SAIBA MAIS# CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) acadêmico(a)! Chegamos ao final de nossa quarta unidade, ao longo deste material estudamos sobre projeto e relatório de pesquisa. Primeiramente, apresentamos as etapas e as regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa. Na sequência, estudamos a estrutura, os tipos e regras gerais para elaboração de um relatório. E, por fim, aprendemos como fazer citações e referências bibliográficas segundo as normas da ABNT. Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! LEITURA COMPLEMENTAR Estudante deixamos aqui para leitura complementar, algumas das normas da ABNT para acesso diretamente na Web. 1. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10719. Informação e documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação.3 ed. Jul. 2011. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/NBR_10719_- _2011.pdf Acesso em: 05 jan. 2022. 2. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação — Referências — Elaboração 2 ed. Nov. 2018. Disponível em: https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281 %29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed Acesso em: 05 jan. 2022. 3. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10520. Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. Ago. 2002. Disponível em: http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2016/05/NBR- 10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf Acesso em: 05 jan. 2022. https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/NBR_10719_-_2011.pdf https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/NBR_10719_-_2011.pdf https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2016/05/NBR-10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2016/05/NBR-10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf LIVRO • Título. Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de conclusão de curso: relatórios, monografias dos cursos superiores, dissertações e teses • Autor. José Heraldo dos Santos. • Editora. Editora Interciência. • Sinopse. Este manual é resultado de uma pesquisa acadêmica, sendo o fruto de um período lesionado o componente curricular de Metodologia do Trabalho Científico ou Metodologia da Pesquisa Científica (ambas são a mesma disciplina). Verificaram-se as dificuldades dos acadêmicos dos cursos superiores na graduação e na pós-graduação Lato e Stricto Sensu na formatação de seus Trabalhos de Conclusão de Curso. Uma das mais fortes características de um trabalho de pesquisa científico é o cuidado com sua apresentação e configuração em estruturas padronizadas. A aplicação adequada das normas e técnicas denota cuidado, conhecimento, ética e, principalmente, respeito pelos leitores do texto, pois lhes poupa esforço e maximiza seu tempo e compreensão. Buscando oferecer subsídios apropriados para a elaboração dos textos de natureza acadêmico- científica, este manual adota as normas da ABNT, acrescentando, no entanto, informações relacionadas a aspectos que as normas omitem. O intuito deste livro é oferecer ao leitor uma proposta de facilitar o entendimento, os propósitos e a aplicação da estruturação das diferentes atividades requeridas no âmbito acadêmico da graduação e da pós-graduação. FILME/VÍDEO • Título. A menina que roubava livros • Ano. 2013. • Sinopse. Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger sobrevive fora de Munique lendo os livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo, ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um judeu que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela faz algumas tarefas para a mãe e brinca com o amigo Rudy. REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10520. Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. Ago. 2002. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação — Referências — Elaboração 2 ed. Nov. 2018. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10719. Informação e documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação.3 ed. Jul. 2011. BRASILEIRO, A. M. M. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: Contextos, 2021. CORDEIRO, G. do R.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. (Org.). Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: InterSaberes, 2012. CASARIN, H. de C. S.; CASARIN, S. J. Pesquisa científica: da teoria à prática. Curitiba: InterSaberes, 2012. COSTA, M. A. F. da; COSTA, M. de F. B. da. Projeto de Pesquisa: entenda e faça. 6 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. MASCARENHAS, S. A. (org.). Metodologia científica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. SANTOS, J. H. dos. Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de conclusão de curso: relatórios, monografias dos cursos superiores, dissertações e teses. Rio de Janeiro: Interciência, 2019. CONCLUSÃO GERAL Chegamos, caro(a) acadêmico(a), ao fim de mais uma pequena jornada, que teve como objetivo principal estudar e compreender as metodologias de pesquisa utilizadas na construção de trabalhos científicos. Estudamos, ao longo das quatro unidades, criteriosamente selecionadas para dar sustentação à presente discussão, autores que promoveram uma rica interlocução entre normatização dos trabalhos acadêmicos; metodologia do estudo de caso; trabalho acadêmico-científico: artigo; projeto e relatório de pesquisa. Lembre-se, caro(a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, mas irá iniciar momentos importantes e oportunospara a compreensão das análises realizadas acerca das temáticas propostas. Sendo assim, caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final dos nossos estudos relacionados a essa temática, mas reforço o que disse inicialmente, o texto apresentado não esgota todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas. Espero que tenha lhe oportunizado momentos importantes e oportunos para a compreensão das análises realizadas ao longo da disciplina. Desejo a você, estudante, sucesso e inúmeras realizações profissionais. Até breve! Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães