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METODOLOGIA DA PESQUISA EM 
BIBLIOTECONOMIA 
APRESENTAÇÃO 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
 
Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
●Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias 
(Universidade Pitágoras Unopar). 
● Licenciatura e Bacharel em Pedagogia (CESUMAR). 
● Especialista em Psicopedagogia Institucional (Faculdade Maringá) 
● Especialista em Educação Especial (Faculdade de Tecnologia América do Sul) 
● Especialista em EAD e as Novas Tecnologias Educacionais (UniCESUMAR). 
● Especialista em Docência no Ensino Superior (UniCESUMAR). 
● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino A Distância (UniFCV). 
● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Pós-Graduação 
(UniFCV). 
● Professora conteudista na área da Educação (UniFCV/UniFATECIE). 
● Professora de disciplinas de Pós-Graduação na área da Educação (UniFEV). 
● Coordenadora de cursos EAD de Pós-Graduação na área da Educação (UniFCV). 
● Supervisora de Cursos EAD de Graduação na área da Educação (UniFCV). 
● Psicopedagoga do Núcleo de Atendimento Escolar (NEA). 
● Experiência na Educação Básica há 10 anos. 
● Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância) desde 2012 até os dias 
atuais. 
 
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7315666246327967 
 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/7315666246327967
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Olá, caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à disciplina de METODOLOGIA DA PESQUISA EM 
BIBLIOTECONOMIA, para o curso de Biblioteconomia. Você já venceu algumas etapas 
de seu curso e chegou até aqui, meus parabéns! 
O objetivo principal da disciplina é estudar e compreender as metodologias de 
pesquisa utilizadas na construção de trabalhos científicos. 
Para compor este material, organizamos uma introdução, seguida de quatro 
unidades criteriosamente analisadas, selecionadas para dar sustentação à presente 
discussão, conclusão, referências, leituras complementares, indicações de livros, filmes, 
entre outros. 
● Unidade I, intitulada NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS 
ACADÊMICOS, com os subtópicos: Estrutura e organização de trabalhos 
acadêmicos. Regras da ABNT. Construção de instrumentos e técnicas de 
coleta de dados. 
● Unidade II, intitulada METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO, com os 
subtópicos: Método quantitativo e qualitativo. Estudo de caso: o que é, onde 
é empregado e características dessa metodologia de investigação. Como 
realizar um estudo de caso. 
● Unidade III, intitulada TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO: ARTIGO, 
com os subtópicos: Artigo científico: tipos, estrutura e formatação do artigo. 
Organização textual do artigo: artigo original e artigo de revisão. 
Comunicação científica. 
● Unidade IV, intitulada PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA, com os 
subtópicos: Projeto de pesquisa: etapas de um projeto de pesquisa e regras 
gerais de apresentação do projeto de pesquisa. Relatórios. Citações e 
Referências bibliográficas. 
Lembre-se, caro(a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as 
possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, 
mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão das análises 
realizadas acerca das temáticas propostas. 
Pensamos que, para além do texto em si, você, estudante, poderá explorar as 
sugestões de leitura na metodologia da pesquisa científica. 
 
Bom estudo! Sucesso! 
 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
UNIDADE I 
NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Estrutura e organização de trabalhos acadêmicos; 
• Regras da ABNT; 
• Construção de instrumentos e técnicas de coleta de dados. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conhecer a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, tais como: monografias, 
dissertações, teses, e artigos científicos; 
• Elencar algumas das regras da ABNT importantes para o desenvolvimento de trabalhos 
acadêmicos; 
• Conhecer alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas, 
sendo eles: a observação, o questionário, o formulário e a entrevista. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade I intitulada, “NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS 
ACADÊMICOS” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é estudar a normatização dos trabalhos 
acadêmicos-científicos, por meio da principal referência a ABNT, isto é a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas. 
Sendo assim, no primeiro momento é conhecer a estrutura e organização de 
trabalhos acadêmicos, tais como: monografias, dissertações, teses, e artigos científicos. 
Em sequência o assunto é regras da ABNT, no qual veremos algumas destas regras que 
são aplicadas no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos-científicos. Para finalizar a 
unidade é citado alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas 
pesquisas. 
Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o 
tema de nossa primeira unidade. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 
 
 
 No Brasil, as normas mais utilizadas no meio acadêmico brasileira são as da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Entidade privada e sem fins 
lucrativos, a ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization 
(Organização Internacional de Normalização - ISO), da Comisión Panamericana de 
Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - Copant) e da 
Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN). 
Desde a sua fundação, é também membro da International Electrotechnical Commission 
(Comissão Eletrotécnica Internacional - IEC). A ABNT é responsável pela elaboração 
das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros 
(ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo 
Especiais (ABNT/CEE). (ABNT, 2021). 
 Algumas das principais normas da ABNT estão voltadas para o emprego na 
elaboração dos documentos científicos, para tanto, iremos apresentar nos subtópicos a 
seguir o que são documentos científicos ou acadêmicos. 
 
 
 
1.1 Documentos Científicos ou Acadêmico 
 
 Acadêmico(a), considera-se como documentos científicos, uma gama enorme de 
documentos que incluem: monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatórios, 
teses, dissertações, artigos científicos, resumos, resenhas, livros, capítulo de livros, 
projetos entre outros. Vamos conhecer mais detalhadamente alguns destes 
documentos?! 
 
 
1.1.1 Monografias, Dissertações, Teses, e Artigos Científicos 
 
De acordo com a ABNT, a monografia consiste na exposição exaustiva de um 
problema ou assunto específico que tenha sido investigado cientificamente. É adotada 
na maioria dos cursos superiores e de pós-graduação lato sensu como requisito parcial 
para a conclusão do curso. 
A produção de uma monografia permite o desenvolvimento, com certa 
profundidade, de um tema de pesquisa e seu desdobramento com base nos elementos 
estruturantes, bem como a construção das demais etapas da pesquisa, como a revisão 
de literatura, com investigações que possibilitem a aplicação de uma ou mais teorias para 
o entendimento de determinado fenômeno (PEROVANO, 2016). 
A monografia difere do projeto de pesquisa em alguns aspectos, quanto à forma 
e ao conteúdo. No que se refere à forma (formalidade), a monografia apresenta alguns 
elementos pré-textuais não encontrados no projeto de pesquisa, que são: dedicatória, 
agradecimento, epígrafe, resumo em língua vernácula e resumo em língua estrangeira. 
Apresentaremos a seguir estudante a sequência dos elementos da monografia na 
figura 1. 
 
Figura 1 - Sequência dos elementos da monografia 
 
 
 
 
Fonte: Elaboradocom base em ABNT (2005) 
 
 Acadêmico(a) o que é uma Dissertação? Trata-se da comunicação dos 
resultados de uma pesquisa e de uma reflexão, que versa sobre um tema único e 
delimitado. Deve ser elaborada de acordo com as mesmas diretrizes metodológicas, 
técnicas e lógicas do trabalho científico, como na tese de doutoramento. 
 A dissertação de mestrado consiste num requisito importante para a obtenção de 
proeminente título. Deve, portanto, cumprir as exigências da Monografia científica. 
 Tratando-se de um trabalho ainda vinculado a uma fase de iniciação à ciência, de 
um exercício diretamente orientado, primeira manifestação de um trabalho pessoal de 
pesquisa, não se pode exigir da Dissertação de mestrado o mesmo nível de originalidade 
e o mesmo alcance de contribuição ao progresso e desenvolvimento e tendenciosamente 
minucioso da Dissertação de mestrado. Ao contrário, pode-se mensurar que ela significa 
um importante e consistente passo para a construção de contribuições científicas 
maiores, de suma importância ao desenvolvimento do país (SANTOS, 2019). 
 
 A dissertação de mestrado deve necessariamente demonstrar uma proposição e 
não apenas explanar um assunto, o que resume o tipo de exigência lógica de todo 
trabalho desde que tenha objetivos de natureza científica bem determinados. Sua 
delimitação, abordagem e redação devem ser bem definidas, embasadas em profundas 
investigações e incursões sobre a temática leita, resultando num texto coeso, preciso, 
diretamente proporcional ao assunto selecionado, de forma a refletir o importante passo 
científico resumido na titulação do mestrado. Dessa forma, a elaboração de uma 
dissertação de mestrado necessita de aplicação de concentração, tempo hábil, estudo, 
investigação, tomada coerente de conclusões, e sua transmigração para um texto bem 
embasado e organizado (SANTOS, 2019). 
 Tese é um trabalho acadêmico em que o autor defende uma ideia e sustenta sua 
argumentação através dos resultados de uma profunda investigação sobre o tema. A 
tese acadêmica é um documento fundamental para a obtenção do grau de doutor. 
 Para elaboração da tese de doutorado, o estudante conta com o apoio de um 
orientador que coordena o trabalho de pesquisa. A tese é defendida em público perante 
um grupo de doutores que constituem o júri de avaliação do trabalho (também 
denominado por banca) (SANTOS, 2019). 
 O artigo científico tem a finalidade de discutir os fenômenos com base na 
exposição de resultados originais e sucintos de pesquisas realizadas, bem como 
apresentar uma síntese analítica de estudos realizados pelo próprio autor (PEROVANO, 
2016). 
 O artigo científico é apresentado segundo a linguagem e o método próprios de 
uma área da ciência e, de modo geral, com uma estrutura lógica de argumentação, 
apresentando inicialmente o problema ou objetivo da investigação, o conjunto de 
hipóteses, as possíveis soluções do problema ou modos de se atingir o objetivo, uma 
descrição dos métodos e técnicas utilizados, uma análise dos resultados obtidos, suas 
considerações finais ou conclusão que aponta qual hipótese foi verificada 
experimentalmente (SANTOS, 2019). 
 Em geral, os artigos científicos se constituem com base nos seguintes elementos: 
 
Tabela 1 - Elementos bases da estrutura de artigo científico segundo a ABNT 
 
Elementos Pré-textuais Textuais Pós-textuais 
Título Introdução Referências 
Autores e instituição a que 
pertencem os autores 
Desenvolvimento Glossário (opcional) 
Resumo e palavras-chave em 
português 
Considerações finais Apêndice (opcional) 
Resumo e palavras-chave em 
outro idioma 
 Anexos (opcional) 
 Agradecimentos (opcional) 
Fonte: Elaborada pela autora com base em Santos (2019) e Marcelino (2020). 
 
Em algumas instituições de ensino superior, tem-se optado pelo artigo científico 
como trabalho de conclusão de curso, em substituição à monografia. Em ambos os 
casos, a escrita resultará de pesquisa planejada, sistematizada e organizada a partir de 
critérios metodológicos definidos pela ABNT. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que muitos artigos são produtos de trabalhos monográficos de 
conclusão de cursos de graduação ou de dissertações de mestrado, ou ainda, 
publicações de dados secundários obtidos em outra pesquisa central e que, em seu 
relatório, não eram relevantes. 
 
Fonte: a autora (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
1.2 Elementos mínimos de um trabalho acadêmico-científico 
 
 Todos os trabalhos acadêmicos do tipo monográficos apresentam a mesma 
estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão), devendo ser dada especial atenção 
 
aos elementos do desenvolvimento. Espera-se que existam, independentemente do 
número de capítulos, ao menos, os seguintes elementos (MARCELINO, 2020, p. 53-54): 
 
1. Revisão da literatura: debate entre os principais autores que discutem o tema, 
apresentando as diferentes posições e oferecendo ao leitor um panorama de 
conceitos e opiniões sobre o assunto. Apesar de ser importante que o autor 
apresente suas diversas opiniões, é ainda mais fundamental que se posicione 
sobre qual das linhas ou correntes irá seguir. 
2. Procedimentos metodológicos: descrição do local em que a pesquisa foi 
realizada (história, localização, características), qual o universo da amostra e 
como ela foi selecionada, qual a técnica e o instrumento utilizados, citando autores 
que fundamentem o uso para aquela finalidade. 
3. Apresentação e interpretação dos dados: é a parte na qual o autor apresenta 
dados já sistematizados, demonstrando os principais resultados e fazendo uma 
interpretação à luz das teorias usadas na revisão bibliográfica. Nunca deverá ser 
apenas uma apresentação de dados, visto que a análise precisa estar 
fundamentada e buscar confirmar ou refutar a hipótese de pesquisa. 
 
 
 
1.2.1 Estrutura geral dos trabalhos científicos 
 
Independentemente do porte, todos os trabalhos científicos apresentados até o 
momento são caracterizados por serem estruturados em três partes: elementos pré-
textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais (SANTOS, 2019; MARCELINO, 
2020). 
A primeira parte é chamada de pré-textual e nela são alocados os elementos que 
vêm antes do texto e que apresentam o título do trabalho, o autor, o local e a data de 
realização e outros elementos próprios à identificação. 
 
A segunda parte é chamada de textual e é o próprio texto produzido. Ela é 
caracterizada por apresentar uma introdução, um desenvolvimento e suas 
considerações finais ou conclusão. 
A terceira parte é chamada de pós-textual e nela são alocados elementos 
informativos e acessórios. É o espaço para as referências bibliográficas e os anexos. 
Segundo a NBR 14724 (ABNT, 2011), a estrutura de tese, dissertação ou trabalho 
acadêmico compreende elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-
textuais, como explicitado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Esquema de estrutura do trabalho acadêmico 
 
 
 
Fonte: Elaborado com base em ABNT (2011). 
 
 
2 REGRAS DA ABNT 
 
 
 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma organização não 
governamental, mantida com recursos da contribuição dos seus associados e do governo 
federal. No Brasil, ela representa a International Organization for Standardization (ISO) 
e a Associação Mercosul de Normalização (AMN), e é responsável pela adaptação, 
criação e comercialização das normas nacionais. Dentre suas atribuições está a 
normalização do trabalho científico, amplamente utilizada no ambiente acadêmico, lugar 
em que o conhecimento científico é privilegiado. 
 As suas normas são antecedidas pelas siglas ABNT/NBR e pelo número 
correspondente. A seguir, na tabela 2, selecionamos algumas de uso mais recorrente na 
elaboração de trabalhos acadêmico-científicos. 
 
 
 
 
 
Tabela 2 - Normas da ABNT 
 
Norma número Ano e Edição 
da 
publicação 
Objeto danorma 
NBR ISO/2108 1ª ed. 2006 Número Padrão Internacional de Livro (ISBN). 
Norma ABNT NBR 5892 
1ª ed.1989 
2ª ed. 2019 Norma para datar 
Norma ABNT NBR 6021 2ª ed. 2015 
versão 
corrigida em 
2016 
Informação e documentação — Publicação 
periódica técnica e/ou científica — 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6022 1ª ed. 2003 
2ª ed. 2018 
Informação e documentação - Artigo em 
publicação periódica científica impressa - 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6023 
 
1ª ed. 2002 
2ª ed. 2018 
Informação e documentação - Referência - 
Elaboração 
Norma ABNT NBR 6024 
 
1ª ed. 2003 
2ª ed. 2012 
Numeração, informação e documentação - 
Numeração progressiva das seções de um 
documento escrito - Apresentação 
Norma ABNT NBR 6027 
 
1ª ed. 2003 
2ª ed. 2013 
Informação e documentação - Sumário - 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6028 
 
1ª ed. 2003 
2ª ed. 2021 
Informação e documentação - Resumo - 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6032 
 
1ª ed. 1989 Abreviação de títulos de periódicos e 
publicações seriadas 
Norma ABNT NBR 6033 
 
1ª ed. 1989 Ordem alfabética 
Norma ABNT NBR 6034 
1ª ed.1989 
2ª ed. 2005 
Informação e documentação - Índice - 
Apresentação 
 
 
Norma ABNT NBR 10520 
 
 
1ª ed. 2002 
Informação e documentação - Citações em 
documentos - Apresentação 
Norma ABNT NBR 10719 
2ª ed. 2009 
3ª ed. 2011 
4 ed. 2015 
Informação e documentação — Relatório 
técnico e/ou científico — Apresentação 
Norma ABNT NBR 14724 
 
 
2ª ed. 2006 
3ª ed. 2011 
Informação e documentação - Trabalhos 
acadêmicos - Apresentação 
Norma ABNT NBR 15287 
 
1ª ed. 2005 
2ª ed. 2011 
Informação e documentação — Projeto de 
pesquisa — Apresentação 
Norma ABNT NBR 15437 
 
1ª ed. 2006 
Informação e documentação — Pôsteres 
técnicos e científicos — Apresentação 
Fonte: Elaborado pela autora (2021) 
 
ATENÇÃO! Caro(a) acadêmico(a), como pode observar na tabela 2 acima, temos 
normas que foram atualizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo 
assim, quando for utilizar pesquise a última edição publicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 
 
 
 Existem várias maneiras de colher dados. Para selecionar uma ou mais entre elas, 
o pesquisador deve levar em conta o contexto e o objetivo da pesquisa. Em geral, as 
informações podem ser colhidas de fontes primárias ou secundárias, cada uma com seus 
instrumentos. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que uma fonte é primária quando o pesquisador colhe os dados em primeira 
mão. A entrevista, o questionário, o formulário e a observação são os principais 
instrumentos de coleta desse tipo. Nesse caso, o pesquisador não se concentra no que 
outros dizem a respeito do objeto de estudo, mas no que ele próprio observa. Os 
arquivos, os bancos de dados e os relatórios são fontes de dados secundárias, pois o 
pesquisador não tem contato direto com seu objeto de estudo. 
 
Fonte: Mascarenhas (2018). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
Nos próximos subtópicos, vamos conhecer alguns dos instrumentos de coleta de 
dados mais utilizados nas pesquisas, sendo eles: a observação, o questionário, o 
formulário e a entrevista. 
 
 
3.1 Observação 
 
 A observação é um processo imprescindível em qualquer tipo de pesquisa, pois 
se refere ao olhar atento e crítico do pesquisador sobre os fenômenos estudados. Ela 
também pode se constituir em uma técnica de pesquisa usada exclusivamente como 
método, normalmente quando se quer estudar o comportamento humano em sua forma 
espontânea, desde que observados parâmetros que lhe conferem cientificidade 
(MARCELINO, 2020). 
 Richardson (1999), Lakatos e Marconi (1994) e Gil (1999), concordam que 
existem vários tipos de observação, destacando que as principais são: 
 
a. Não participante: o pesquisador atua apenas como um observador atento, não 
fazendo parte do grupo. 
b. Participante: o pesquisador participa do grupo, agindo como um membro deste, 
participando das atividades assim como os pesquisados. 
 
 Em ambos os casos, as observações podem se dar de forma sistemática ou 
assistemática. No primeiro caso, a observação consiste somente em olhar atentamente, 
sem roteiros, anotações ou fichas de registro. No segundo caso, o pesquisador possui 
um roteiro a cumprir, devendo observar fatos específicos e suas frequências 
(MARCELINO, 2020). 
 Já o autor Luna (2003), divide em observação direta, observação indireta, relato 
verbal e documento. A observação direta trata do registro de uma dada situação, 
acontecimento ou ocorrência; já a observação indireta refere-se ao uso de indícios ou 
pistas como informações das quais se deduzem outras informações. Os relatos verbais 
 
são as falas dos sujeitos de modo ainda informal sem a elaboração prévia dos 
instrumentos (questionários, entrevistas e formulários), e dos documentos são fontes de 
informação que podem ser literatura pertinente a um assunto, anuários estatísticos e 
censos, prontuários médicos, legislação entre outros. 
 
 
3.2 Questionário e formulário 
 
 O questionário e o formulário, são instrumentos muito utilizados quando o objetivo 
do pesquisador é abranger um número maior de pesquisados. Esses instrumentos são 
muito parecidos, somente o que os diferencia é a forma de aplicação. O primeiro é 
respondido manualmente pelos próprios pesquisados, o segundo é preenchido pelo 
pesquisador após respondidas as perguntas pelos pesquisados (SANTOS; MOLINA, 
DIAS, 2012). 
 Richardson (1999, p. 189) explica que os questionários servem a duas funções, 
sendo elas: “descrever as características de um grupo e medir determinadas variáveis 
de um grupo social”. Assim, o questionário é muito útil para levantar as características 
comuns de um grupo, tais como: sexo, religião, escolaridade, posições políticas, dentre 
outros. 
 Tanto os questionários como os formulários são fundamentados em uma série de 
questões ordenadas sucessivamente e relacionadas com o objetivo do estudo, isto é, o 
pesquisador elabora esses instrumentos visando atingir os objetivos e resolver os 
problemas propostos no projeto de pesquisa (SANTOS; MOLINA, DIAS, 2012). 
 Atualmente, inexistem regras para quantidade de perguntas ou tamanho de um 
questionário, ficando a critério do pesquisador. Mas quanto maior for o questionário, 
maior também a chance de não recebermos retorno dos pesquisados, pois instrumentos 
extensos demandam tempo e desencorajam a participação (MARCELINO, 2020). 
 Temos três tipos de questionários: o de perguntas integralmente fechadas, que 
comportam apenas o assinalamento de respostas objetivas, tais como sim, não, nunca, 
ocasionalmente, frequentemente, de manhã, de tarde, de noite. Outro tipo é o de 
perguntas totalmente abertas, tais como: “qual a sua ocupação principal”, ficando a cargo 
 
do pesquisado responder da maneira como lhe convier. Por fim, o mais usado, aquele 
que combina o primeiro e o segundo, mesclando perguntas fechadas e abertas 
(MARCELINO, 2020). 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que existem uma técnica de coleta de dados chamada survey? 
Os surveys consistem num tipo de pesquisa comparada ao levantamento em geral, mas 
caracteriza-se pela aplicação de questionário específico quando se buscam dados 
quantitativos, especificamente para avaliar a opinião de pessoas sobre um assunto, 
como pesquisas de opinião pública, pesquisas de qualidade e satisfação ou pesquisas 
eleitorais. 
 
Fonte: a autora (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
3.3 Entrevista 
 
 Esta é uma das técnicas mais flexíveis de coleta de dados na área social, pois por 
meio da interação face a face com o sujeito da pesquisa, permite captar além de dados, 
subjetividades, significados e comportamentos, tais como o que as pessoas desejam, no 
que elas creem, o que elas sabem sobre determinado fato, motivos, o que fazia, fazem 
ou irão fazer diante de determinada situação. 
 Gil (1999, p. 116) define a entrevista como “[...]a técnica em que o investigador 
se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, como objetivo de obtenção 
de dados que interessam à investigação”. Sendo assim, a entrevista é, portanto, “[...] 
 
uma forma de interação social [...]. É uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das 
partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação” (GIL, 1999, 
p. 116). 
A entrevista conforme Lima (2004, p. 90 apud SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012), 
pode ser definida 
 
[...] como um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de que uma ou 
mais delas obtenha dados, informações, opiniões, impressões, 
interpretações, posicionamentos, depoimentos, avaliações a respeito de 
um determinado assunto, mediante uma conversação de natureza 
acadêmica e/ou profissional (LIMA, 2004, p. 90 apud SANTOS; MOLINA; 
DIAS, 2012, p. 147). 
 
 Os tipos de entrevista são: estruturada, semiestruturada, não estruturada ou em 
profundidade (MARCELINO, 2020). 
 
● Estruturada, na qual se possui um roteiro prévio, fechado, atendo-se 
exclusivamente a ele, consistindo em um processo de perguntas e respostas, 
normalmente rápidas e objetivas. 
● Semiestruturada, realizada com um roteiro, composto de perguntas fechadas e 
objetivas, somada a perguntas abertas e que permitem espaços de livre fala ao 
entrevistado. 
● Não estruturada ou em profundidade, sendo aquela em que o entrevistador 
possui apenas um roteiro para si, com a finalidade de lembrar os conteúdos que 
precisam ser abordados, mas não há perguntas fechadas, sendo focada em 
assuntos mais amplos nos quais o entrevistado tem espaço livre de fala para 
expressar o que sabe, pensa ou sente em relação ao tema. 
 
 Cabe salientar aqui que essa prática requer um pouco de experiência e um amplo 
conhecimento do tema tratado pelo pesquisador. 
 Os passos para aplicação da entrevista são (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012, p. 
148): 
 
 
● elaboração do roteiro da entrevista, tendo como base os autores lidos, a 
problemática levantada e os objetivos a serem alcançados; 
● identificar e selecionar os sujeitos que serão entrevistados; 
● certificar-se do interesse e da disponibilidade do contato em responder as 
questões; 
● agendar dia, horário e local das entrevistas; 
● registrar as respostas por meio de gravador ou filmadora (com a devida 
autorização do entrevistado). O registro escrito (manual) deve ser feito durante a 
entrevista, conferindo-se as respostas com o entrevistado. 
 
 A entrevista como instrumento de coleta de dados nos proporciona inúmeras 
vantagens. Na sequência, descrevemos as que mais se destacam (SANTOS; MOLINA; 
DIAS, 2012, p. 148): 
 
● possibilita coletar maior número de respostas (adaptadas às experiências do 
entrevistado e às circunstâncias da entrevista); 
● pode ser realizada com pessoas que não tenham o domínio da leitura ou da 
escrita; 
● é eficiente para obtenção de dados específicos. 
 
 Ao mesmo tempo, podemos apontar seus limites (SANTOS; MOLINA; DIAS, 
2012, p. 149): 
 
● inabilidade ou incapacidade do entrevistado para responder adequadamente; 
● influência exercida pelo entrevistador sobre as respostas do entrevistado. 
 
 Dessa forma, existem alguns cuidados que são essenciais ao pesquisador que 
utilizará esse instrumento. Esse deve ter bem definidos os objetivos e os propósitos do 
estudo; deve formular questões claras e entendíveis; familiarizar-se com a técnica antes 
de aplicá-la; escolher o local, a data e a hora; fazer um questionamento de cada vez; 
 
ouvir com muita atenção o entrevistado; evitar troca de informações/opiniões e conferir 
as respostas sempre que possível. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que o pesquisador pode elaborar um roteiro com datas e afazeres? 
Esse cronograma tem como objetivo organizar o trabalho a ser realizado. 
 
Fonte: a autora (2022). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Exemplo de cronograma 
 
 
Fonte: a autora (2022). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que as pesquisas acadêmicas estão utilizando cada vez mais as 
informações encontradas na web. Mas será que é uma boa ideia? 
Sem dúvida, a internet vem facilitando a troca de informações entre pessoas em 
diferentes cantos do mundo. No entanto, não é toda pessoa que sabe usar bem seus 
recursos para encontrar o que procura. Muito antes do primeiro computador, a ciência 
das informações e a biblioteconomia já estavam cansadas de estudar a melhor forma de 
 
procurar informações, por isso, desenvolveram o conceito de alfabetização informacional 
para explicar o que é necessário saber para uma busca eficiente. 
Para saber mais sugerimos o livro intitulado Comunicação e Linguagem da autora 
Thelma de Carvalho Guimarães. Boa leitura! 
 
Fonte: GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 
2018. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Prezado(a) acadêmico(a). 
 
Chegamos ao final da nossa primeira unidade, ao longo deste material foi possível 
conhecer e estudar a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, e as regras que 
 
rege estes trabalhos segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem 
como alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas. 
Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações 
de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu 
conhecimento. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Para nossa leitura complementar, indicamos o trabalho das organizadoras Maria 
Aparecida Leão Bittencourt, Maria José Serrão Nunes e Angye Cássia Noia, da editora 
da Universidade Estadual de Santa Cruz. Disponível para acesso no Google ou clicando 
na imagem abaixo. 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título. 
Orientações e Dicas práticas para trabalhos acadêmicos 
• Autor. 
Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol Santos; Nilcemara Leal Molina; Vanda Fattori Dias 
• Editora. 
InterSaberes 
• Sinopse. 
Direcionado especificamente a estudantes de graduação e pós-graduação, este livro 
fornece as ferramentas normativas básicas no processo de produção e desenvolvimento 
científico. Passo a passo, de forma simplificada, Orientações e dicas práticas para 
trabalhos acadêmicos instrumentaliza o aluno de modo a auxiliá-lo em suas atividades 
de pesquisa. 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
• Título. 
A garota do livro 
• Ano. 
2015. 
• Sinopse. 
Alice Harvey, de 28 anos, é assistente de uma editora de livros, que sonha em ser 
escritora. Filha de um poderoso agente literário de Nova York, ela vai ser obrigada a 
enfrentar dolorosos acontecimentos de seu passado ao ser convidada para trabalhar no 
lançamento de um livro de Milan Daneker, um antigo cliente de seu pai, que a abusou 
sexualmente quando esta tinha apenas 14 anos. 
• Disponível na Netflix. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2021. Disponível em: 
https://www.abnt.org.br/institucional/sobre Acesso em: 07 dez. 2021. 
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
 
GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2018. 
 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. 
São Paulo: Atlas, 1994. 
 
LUNA, S. V. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: Educ, 2003. 
 
MARCELINO, C. A. A. da S. Metodologia de pesquisa. Curitiba: Contentus, 2020. 
 
MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Education do Brasil, 
2018. 
 
PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. 
 
RICHARDSON, R. et. al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
1999. 
 
SANTOS, J. H. dos. Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de 
conclusão de curso: relatórios, monografiasdos cursos superiores, dissertações e 
teses. Rio de Janeiro: Interciência, 2019. 
 
SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas 
para trabalhos acadêmicos. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Método quantitativo e qualitativo; 
• Estudo de caso: o que é, onde é empregado e características dessa metodologia de 
investigação; 
• Como realizar um estudo de caso. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Abordar o método qualitativo e quantitativo; 
• Apresentar a metodologia do estudo de caso e sua aplicabilidade: o que é o estudo de 
caso, onde é empregado, características dessa metodologia de investigação e como 
realizar um estudo de caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade II intitulada, “METODOLOGIA DO ESTUDO DE 
CASO” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é apresentar a metodologia do estudo de caso e 
sua aplicabilidade. O estudo de caso como será apresentado ao longo da unidade tem 
sua função de descrever e analisar de modo mais aprofundado e árduo. A qualidade do 
trabalho dependerá da facilidade de compreensão e do empenho do(a) autor(a) em 
realizar um trabalho dentro das melhores práticas ou das mais recomendáveis. 
Ao longo da unidade é abordado o método qualitativo e quantitativo, no qual os 
métodos que envolvem números, porcentagens e estatísticas, os que envolvem a 
interpretação da fenomenologia e os métodos mistos. 
Em sequência o assunto é estudo de caso, no qual iremos responder algumas 
perguntas como: o que é o estudo de caso, onde é empregado e as características dessa 
metodologia de investigação. 
Para finalizar a unidade é citado como realizar o estudo de caso, procurou-se não 
se fazer um texto carregado, mas apresentar a implementação do modo mais simples 
possível de modo a torná-lo aplicável. 
 Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 MÉTODO QUANTITATIVO E QUALITATIVO 
 
 
 
 Acadêmico(a), iniciaremos a nossa unidade abordando sobre o método 
quantitativo e qualitativo, você sabia que a pesquisa quantitativa utiliza uma metodologia 
baseada em números, métricas e cálculos matemáticos. Já a pesquisa qualitativa, por 
sua vez, baseia-se no caráter subjetivo, isto é, seu resultado não mostra números 
concretos, e sim narrativas, ideias e experiências individuais dos participantes. 
 
 
1.1 Método quantitativo 
 
Para a abordagem quantitativa, contamos com a colaboração de Julio Gnap, 
estatístico e mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) (2013, 
apud KNECHTEL, 2014), que emprestou sua experiência de mais de 20 anos no âmbito 
da pesquisa nessa modalidade. A abordagem quantitativa é uma modalidade de 
pesquisa sobre um problema, humano ou social, baseada na testagem de uma teoria 
composta de variáveis, quantificadas em números e analisadas por meio de 
 
procedimentos estatísticos, de forma a determinar se as generalizações previstas na 
teoria se sustentam ou não. 
 A pesquisa quantitativa deu suporte ao pensamento científico até meados do 
século XX. Nesse período, era considerado científico o conhecimento produzido a partir 
das bases estabelecidas pelo método positivista, apoiado na experimentação, na 
mensuração e no controle rigoroso dos fatos (KNECHTEL, 2014). 
 Na abordagem quantitativa, a objetividade é garantida pelos instrumentos e pelas 
técnicas de mensuração, bem como pela neutralidade do pesquisador ante à 
investigação da realidade (KNECHTEL, 2014). 
 A ideia de quantificar significa medir opiniões, informações, na forma de coleta de 
dados e com o emprego de recursos e técnicas estatísticas, desde as mais simples 
(como porcentagem, média, moda, mediana e desvio-padrão) até as de utilização mais 
complexa. Dentre as últimas destacamos as de coeficiente de correlação e de análise de 
regressão, normalmente utilizadas na elaboração de dissertações, teses e outros 
estudos. Para que possamos realizar uma pesquisa quantitativa, vamos deixar claro o 
que são DADOS QUANTITATIVOS (KNECHTEL, 2014). 
 Dados quantitativos: “trata-se dos valores de um conjunto de variáveis que dizem 
respeito a alguns ou a todos os elementos de uma determinada população. Esses dados 
podem ser expressos na forma de textos, tabelas ou gráficos” (RAO, 1986, p. 09). 
 Podemos observar, então, que o método quantitativo é muito utilizado na 
elaboração de pesquisas empírico-descritivas, nas quais procuramos descobrir e 
classificar a relação entre as variáveis, bem como na investigação da relação de 
causalidade entre diferentes fenômenos (relação de causa e efeito). O referido método 
também é empregado na realização de pesquisas no campo social, econômico, de 
comunicação, mercadológico, administrativos, entre outros, representando, em linhas 
gerais, uma forma de garantir a precisão dos resultados e evitando, com isso, distorções 
de análise e interpretação (KNECHTEL, 2014). 
 Os métodos quantitativos são geralmente utilizados na sociologia quando o 
pesquisador deseja obter e/ou produzir dados estatísticos, mensuráveis e comparáveis 
entre si, acerca de uma determinada população, a ser tratada como objeto de 
observação com vistas a descobrir regularidades sociais (BABBIE, 1999). 
 
 Acadêmico(a), você sabia que métodos e pesquisas quantitativas são muito 
utilizados na Administração Pública? É para o planejamento e a definição de políticas e 
ações de governo. 
 A pesquisa quantitativa passou a ser contestada abertamente por diferentes 
correntes de pensamento a partir da década de 1960. Muitos pesquisadores 
questionaram os limites da validação da pesquisa meramente quantitativa e propuseram 
caminhos alternativos de pesquisa para as ciências humanas e sociais (CHIZZOTTI, 
1995). 
 
➔ Técnicas utilizadas em pesquisa quantitativa 
 
 As técnicas mais utilizadas em pesquisas quantitativas (CERVI, 2017), são: 
 
A) Experimento de campo - é o estudo no qual o pesquisador promove alguma 
alteração intencional no objeto de análise para medir padrões de comportamento 
e de relação entre diferentes variáveis. Exemplo: pesquisas de experimentos 
agrícolas para verificar a produtividade de sementes. 
B) Pesquisa descritiva - trata-se de uma série de informações coletadas em um 
grande número de variáveis e, em seguida, reduzidas a indicadores 
representativos da dinâmica social, para descrever como os fenômenos 
acontecem. Exemplo: pesquisas eleitorais e de mercado. 
C) Pesquisa exploratória - é aplicada aos objetos de estudo pouco descritos ou 
analisados pela literatura existente. Consiste em aplicar instrumentos para a 
medição e a descrição inicial de determinados comportamentos sociais que até 
então receberam pouca atenção dos cientistas. Exemplo: pesquisas para verificar 
mudanças nos padrões de comportamento social. 
 
➔ Etapas e passos para a realização de uma pesquisa quantitativa 
 
 Para se realizar uma pesquisa quantitativa, a rigor, é necessário que sejam 
cumpridas sete etapas: 
 
 
1. identificação do problema; 
2. definição dos objetivos; 
3. planejamento da pesquisa; 
4. coleta de dados; 
5. processamento dos dados; 
6. análise dos resultados; 
7. produção de relatório final. 
 
 Os principais passos para o planejamento e a execução de uma pesquisa 
quantitativa, envolvendo também o aspecto da amostragem, são: 
 
1. Delineamento preliminar (desenho inicial da pesquisa): 
● definição clara dos objetivos; 
● rol de questões (o que se quer; o que perguntar); 
● definição do público (a quem perguntar); 
● definição do(s) local(is) de pesquisa(onde perguntar). 
 
 
2. Formatação da pesquisa: 
● elaboração de questionário piloto (como perguntar/ abordar o tema); 
● teste do questionário piloto (aplicados a 5 ou 6 sujeitos da pesquisa); 
● ajuste do questionário; 
● delineamento final da pesquisa (questões, objetivos, público, local); 
● elaboração e estruturação final do questionário para aplicação; 
● planejamento amostral (cálculo estatístico do número de questionários a 
serem aplicados: amostra total, por público e por local pesquisado). 
 
3. Coleta de dados (trabalho de campo): 
● preparação da logística de pesquisa (equipe, transporte, alimentação, entre 
outros); 
 
● seleção e treinamento dos entrevistadores; 
● acompanhamento do trabalho de campo; 
● conferência do trabalho de campo. 
 
4. Finalização da pesquisa: 
● crítica (conferência) dos questionários preenchidos; 
● digitação; 
● verificação da consistência dos dados digitados (erros de digitação); 
● análise e interpretação dos resultados e preparação do relatório final. 
 
 
1.2 Método qualitativo 
 
 A abordagem qualitativa é uma modalidade de pesquisa voltada para o 
entendimento de fenômenos humanos cujo objetivo é obter uma visão detalhada e 
complexa desses fenômenos, analisando a forma como os respondentes os configuram 
e os apreendem. Dessa forma, é dada ênfase à linguagem e à percepção dos 
informantes (KNECHTEL, 2014). 
 A pesquisa qualitativa é uma modalidade de pesquisa na qual os dados são 
coletados através de interações sociais, por exemplo, estudos etnográficos e pesquisas 
participantes, e analisados subjetivamente pelo pesquisador (KNECHTEL, 2014). 
 A pesquisa qualitativa tem como pressupostos básicos: 
 
● a preocupação primária com processos, e não com resultados ou produtos; 
● o interesse central no significado - a forma pela qual as pessoas explicam sua 
vida e suas experiências e como estruturam seu mundo; 
● a necessidade do trabalho de campo - o pesquisador vai ao “campo” 
selecionado para observar e/ou coletar informações consideradas pertinentes 
aos participantes; 
 
● a ênfase na descrição e na explicação do fenômeno, à medida que o interesse 
se encontra na apreensão de processos e significados obtidos via linguagem, 
filmes ou fotografias; 
● a utilização de processos indutivos, haja vista que o pesquisador constrói 
abstrações, conceitos, hipóteses e teorias. 
 
 Perceba, estudante, então, que as pesquisas qualitativas se preocupam com o 
SIGNIFICADO dos fenômenos e processos sociais, considerando-se as motivações, as 
crenças, os valores e as representações que permeiam a rede de relações sociais. Como 
esses aspectos não são passíveis de mensuração e controle, sua cientificidade tem sido, 
às vezes, questionada (KNECHTEL, 2014). 
 A respeito, Denzin e Lincoln (2006) mencionam que a pesquisa qualitativa, 
enquanto conjunto de práticas, envolve, dentro de sua própria multiplicidade de histórias 
disciplinares, tensões e contradições constantes em torno do projeto propriamente dito, 
incluindo seus métodos e as formas que suas descobertas e suas interpretações 
assumem. 
 Ainda de acordo com os autores Denzin e Lincoln (2006, p. 20-21), a pesquisa 
qualitativa pode se configurar como “[...] um terreno de múltiplas práticas educativas”, ou 
seja: 
 
● Não privilegia uma única prática metodológica ou métodos em relação a outro, 
pois cada um carrega os traços de sua própria história disciplinar, isto é: a 
etnografia e a etnologia na educação; a observação participante e a da 
etnografia na antropologia, na sociologia, na comunicação e nos estudos 
culturais; a análise textual, hermenêutica, fenomenológica, psicanalítica, 
semiótica e da narrativa no cinema e nos estudos literários; a análise de 
arquivos, da cultura material e histórica e de documentos na história, na 
biografia e na arqueologia; a análise de discurso e a análise conversacional na 
medicina, nas comunicações e na educação. 
● Não tem uma teoria ou método nitidamente próprios. 
 
● Na análise e na interpretação dos dados, utiliza a semântica, a semiótica, a 
narrativa, o conteúdo, os arquivos e a fonêmica, não dispensando as 
estatísticas, as tabelas, os gráficos e os números. 
● Utiliza os métodos e as técnicas da etnometodologia, da fenomenologia, da 
hermenêutica, do feminismo, do desconstrucionismo, da etnografia, das 
entrevistas, da psicanálise, dos estudos culturais, da pesquisa baseada em 
levantamentos e da observação. 
● Com isso, a diversidade de práticas metodológicas da pesquisa qualitativa 
permite que o pesquisador assuma funções múltiplas: cientista, naturalista, 
pesquisador de campo, jornalista, crítico social e ensaísta. 
 
 Essa multiplicidade de opções, de acordo com Denzin e Lincoln (2006, p. 18), 
coloca o pesquisador no papel de bricoleur: “[...] um indivíduo que confecciona colchas 
ou reúne imagens, transformando-as em montagens”. Assim, o pesquisador qualitativo 
bricoleur “[...] utiliza as ferramentas estéticas e materiais do seu ofício, empregado 
efetivamente estratégias, métodos ou materiais empíricos que estejam ao seu alcance” 
(DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 18). 
 Ainda para Denzin e Lincoln (2006), o pesquisador (bricoleur) qualitativo pode ser 
classificado da seguinte forma: 
 
 
O bricoleur metodológico é um perito na execução de diversas tarefas, 
que variam desde a entrevista até uma autorreflexão e introspecção 
intensivas. O bricoleur teórico lê muito e é bem informado a respeito dos 
diversos paradigmas interpretativos (feminismo, marxismo, estudos 
culturais, construtivismos, teoria queer) que podem ser trazidos para 
determinado problema. Entretanto, ele talvez não ache que os 
paradigmas possam ser misturados ou sintetizados. [...] O pesquisador 
no papel teórico bricoleur trabalha dentro de perspectivas e paradigmas 
concorrentes e sobrepostos, e entre eles. O bricoleur interpretativo 
entende que a pesquisa é um processo interativo influenciado pela 
história pessoal, pela biografia, pelo gênero, pela classe social, pela raça 
e pela etnicidade dele e daquelas pessoas que fazem parte do cenário. 
O bricoleur político sabe que a ciência significa poder, pois todas as 
descobertas da pesquisa têm implicações políticas. Não existe nenhuma 
ciência livre de valores. [...] O bricoleur narrativo, marcado pelo gênero, 
 
também sabe que todos os pesquisadores contam histórias sobre os 
mundos que estudaram (DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 20). 
 
Denzin e Lincoln (2006) salientam também que os textos da pesquisa qualitativa 
elaborados pelo bricoleur interpretativo apresentam como características: 
 
● a dialogicidade; 
● a presunção de uma audiência ativa, favorecendo a interação ao criar espaços 
para a troca de ideias entre o leitor e o escritor; 
● a transformação do outro além do objeto do olhar das ciências sociais; 
● a visão da situação por múltiplos olhares, cada um com uma “cor”, com uma 
importância. 
 
 Por outro lado, Denzin e Lincoln (2006), os leitores podem: 
 
● explorar visões concorrentes do contexto; 
● imergir e fundir em novas realidades a serem compreendidas. 
 
 
1.3 Aspectos significativos que diferem a pesquisa quantitativa da 
qualitativa 
 
 Acadêmico(a), para fecharmos este assunto, abordaremos os aspectos 
significativos que diferem a pesquisa quantitativa da qualitativa, como nos aspectos 
conceituais e metodológicos, que precisam ser observadas no processo da pesquisa, 
vide quadro 01. 
 
Quadro 01 - Principais diferenças entre as pesquisas qualitativa e quantitativa 
Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa 
Enfatiza o ato de mensurar (mede e 
quantifica os fenômenos). 
Ressalta a natureza socialmente construída da 
realidade. 
 
Analisa as relações causais entre as 
variáveis (isola as causas e os efeitos). 
Íntima relação entre o pesquisadore o objeto 
(o que é estudado). 
Permite a generalização das descobertas. Ênfase nas qualidades e nos processos. 
Realça a forma como a experiência social é 
criada e adquire significado. 
Materiais e métodos empíricos dedutivos. Utilização de entrevistas e observação 
detalhada: métodos interpretativos. 
Ética baseada em probabilidades: casos 
selecionados aleatoriamente. 
Estudo de casos específicos. 
Generalizações. Valoriza as descrições detalhadas. 
Utiliza modelos matemáticos, tabelas 
estatísticas e gráficos. 
Emprega narrativas históricas, histórias de 
vida, materiais biográficos e autobiografia. 
Fonte: Elaborado com base em Knechtel (2014). 
 
➔ Classificações de pesquisa nos desenhos quantitativo e qualitativo 
 
Vamos analisar o conceito de matriz de métodos para entender com propriedade 
os desenhos de pesquisa conforme os enfoques que envolvem a maneira como o 
pesquisador trata os dados de sua investigação. 
Os enfoques de pesquisa e os tipos de estudos devem estar definidos pelo 
investigador para que possa eleger o desenho que será adotado. Verificaremos que, a 
partir da definição do desenho de pesquisa, será possível saber como os dados serão 
coletados e, após sua definição, como serão analisados e discutidos à luz da teoria 
(PEROVANO, 2016). 
O organograma apresentado abaixo na figura 02 consiste em relacionar os 
enfoques de pesquisa e os tipos de estudos com as classificações de pesquisa 
correspondentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 - Classificação da pesquisa e tipos de estudos nos desenhos quantitativo e qualitativo 
 
 
 
Fonte: Elaborado com base em Perovano (2016). 
 
A matriz de métodos, conforme exemplificado no organograma acima, é composta 
pelo enfoque, tipos de estudo, classificação da pesquisa e a descrição do instrumento 
de coleta de dados. 
Na figura 02, na coluna que trata dos “Estudos descritivos”, são apresentadas as 
seguintes classificações: pesquisa de levantamento e pesquisa-ação que, 
respectivamente, se enquadram no enfoque quantitativo e no qualitativo. O estudo de 
caso poderá ser considerado quantitativo, qualitativo ou misto, pois dependerá da 
maneira como o pesquisador tratará os dados. Como relatado anteriormente 
 
acadêmico(a), os enfoques quantitativo e qualitativo diferem entre si pela sua natureza 
e finalidade, e para cada um podemos encontrar formas variadas de emprego de 
classificações de pesquisa e de instrumentos de coleta de dados, na abordagem do 
problema a ser investigado (PEROVANO, 2016). 
 
 
1.4 Método misto 
 
 Acadêmico(a), para encerrar não poderíamos deixar de abordar o método misto, 
também conhecido como integrativo, multimodal ou pesquisa qualiquantitativa, no qual 
se deve à convergência ou à combinação do qualitativo com quantitativo. 
 Por que as duas composições são possíveis? 
 Isso ocorre porque uma pessoa inicia uma pesquisa com o enfoque qualitativo e 
necessário, pelas características, finalidades e natureza da investigação, adotando 
dados quantificáveis para potencializar e ampliar as conclusões. Esse raciocínio também 
pode ser realizado partindo-se da pesquisa quantitativa para qualitativa, porém nesse 
caso, se realiza o entendimento e as explicações sobre as variáveis contidas no sistema 
de análise. As duas modalidades preservam os elementos dos respectivos enfoques de 
pesquisa e seu caráter eminentemente empírico na coleta e na análise dos dados 
(PEROVANO, 2016). 
 Para Creswell (2010), é possível agregar os dois enfoques de modo a integrar os 
dois métodos de coleta de dados, avaliando-se os aspectos subjetivos e objetivos 
simultaneamente. 
 Com base em uma amostra, existe a possibilidade de generalizar os resultados a 
uma população, por intermédio de uma visão mais contextualizada sobre o fenômeno 
pesquisado. Nesse sentido, a pesquisa quantitativa permite apontar a relação entre as 
variáveis contidas na hipótese de pesquisa, ao passo que, na qualitativa, existe a 
possibilidade de entender e descrever as propriedades, os predicados e os atributos do 
fenômeno (PEROVANO, 2016). 
 
EXEMPLO 
 
Estudante deixamos aqui para a leitura, um exemplo do método misto, acesse o link 
abaixo: 
https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/download/157/100 
#EXEMPLO# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 ESTUDO DE CASO: O QUE É, ONDE É EMPREGADO E CARACTERÍSTICAS 
DESSA METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO 
https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/download/157/100
 
 
 
Acadêmico(a), iniciaremos este tópico com a seguintes pergunta: 
O que é um estudo de caso? 
O estudo de caso é circunscrito a uma ou a poucas unidades pesquisadas, 
entendidas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão 
público, uma comunidade ou mesmo um país. Essa modalidade tem caráter de 
profundidade e detalhamento, podendo ou não ser realizada em campo. 
Utilizado em vários campos da ciência, o estudo de caso é uma pesquisa bem 
detalhada sobre poucos objetos. A ideia é refletir sobre um conjunto de dados para 
descrever com profundidade o objeto de estudo - seja ele uma pessoa, uma família, uma 
empresa ou uma comunidade. O problema é que, com uma amostra muito reduzida, não 
é possível generalizar os resultados. Além disso, o estudo de caso requer pesquisadores 
com alto nível de capacitação (MASCARENHAS, 2018). 
Imagine, por exemplo, que você, acadêmico(a) queira avaliar o nível de satisfação 
dos funcionários de sua empresa. Os resultados desse estudo de caso não vão refletir, 
necessariamente, o grau de satisfação de empregados de qualquer organização. Para 
 
generalizar, é preciso contar com um número muito maior de participantes, capaz de 
representar, de fato, toda a população que você deseja conhecer melhor. Por outro lado, 
a vantagem do estudo de caso é que você passa a entender muito bem o contexto 
analisado (MASCARENHAS, 2018). 
As características do estudo de caso são descritas por Lüdke e André (2013, p. 
18-20) da seguinte maneira: 
 
● Visam à descoberta - O investigador deve buscar novas respostas e novas 
indagações no desenvolvimento do seu trabalho. 
● Enfatizam a “interpretação do contexto” - O pesquisador leva em conta o 
contexto em que o objeto de estudo está inserido, as percepções, os 
comportamentos e as interações das pessoas relacionadas à situação 
específica ou à problemática determinada a que estão ligadas. 
● Buscam retratar a realidade de forma completa e profunda - O pesquisador 
revela a multiplicidade de dimensões presentes em uma situação ou um 
problema investigado. 
● Utilizam grande variedade de fontes de informação - Os dados são os mais 
variados e a coleta ocorre em diferentes situações e com os mais diversos 
tipos de informantes. 
● Revelam experiências vicárias e permitem generalizações naturalísticas - O 
pesquisador relata suas experiências durante o estudo, de modo que a pessoa 
que leia esse estudo possa fazer suas próprias generalizações. 
● Procuram representar os diferentes e, às vezes, conflitantes pontos de vista 
presentes em uma determinada situação social - O pesquisador procura trazer 
para o estudo, as opiniões divergentes quanto à situação ou aos problemas 
estudados, revelando, igualmente, seu próprio ponto de vista sobre a questão. 
Dessa forma, a realidade pode ser vista sob diferentes pontos de vista; assim, 
a pesquisa não oferece uma única verdade. 
● Os relatos do estudo de caso utilizam linguagem e forma mais acessíveis do 
que as de outros relatórios de pesquisa - os dados podem ser apresentados 
das mais diferentes formas, como desenhos, fotos e narrativas. O pesquisador 
 
preocupa-se que a mensagem seja transmitida de forma clara, direta e bem 
articulada e em um estilo que se aproxime da experiência pessoal do leitor. 
 
 O estudo de caso pode envolver exame de registros, observação da ocorrência 
de fatos, entrevistasestruturadas e não estruturadas ou qualquer outra técnica de 
pesquisa. Por sua vez, o objeto do estudo de caso pode ser um indivíduo, um grupo, 
uma organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação (DENZIN; 
LINCOLN, 2006). 
 Em geral, o estudo de caso, emprega mais que uma técnica de coleta de dados 
e/ou procedimentos para o delineamento da pesquisa. Os mais utilizados são a 
observação, a análise de documentos e a entrevista. Por outro lado, pode estar atrelado 
a qualquer uma das abordagens de pesquisa (DENZIN; LINCOLN, 2006). 
 
 
 SAIBA MAIS 
 
 Sugerimos que você, acadêmico(a), assista ao filme: O óleo de Lorenzo. Direção: 
George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 129 min. Nesse filme, você poderá 
compreender os trâmites da pesquisa e o alcance dos resultados científicos. 
Sinopse: Em 1984, um médico diagnostica em uma garoto uma doença rara, dando-lhe 
no máximo mais dois anos de vida. Inconformados com essa situação, seus pais passam 
a pesquisar sobre a doença, a fim de encontrar algo que possa ajudar o filho. 
 
Fonte: O ÓLEO DE LORENZO. Direção George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 129 min. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 Segundo Yin (2014, apud PEROVANO, 2016) há quatro tipos de estudo de caso: 
 
● Casos únicos ou Holístico: são válidos e decisivos para testar a teoria, 
quando é raro ou extremo; quando é representativo ou típico, ou seja, se 
 
assemelha a muitos outros casos; quando é revelador, ou seja, quando o 
fenômeno é inacessível; e longitudinal, em que se estuda o caso único em 
momentos distintos no tempo; 
● Casos múltiplos: são mais consistentes e permitem maiores generalizações, 
mas demandam maiores recursos e tempo por parte do pesquisador; 
● Enfoque incorporado: neste estudo de caso pode-se envolver mais de uma 
unidade de análise; 
● Enfoque holístico: busca examinar apenas a natureza global de um programa 
ou da organização. 
 
 Assim, de acordo com Yin (2005, apud GIL, 2008, p. 58), o estudo de caso é um 
estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, 
quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no 
qual são utilizadas várias fontes de evidência. 
 O estudo de caso vem sendo utilizado com frequência cada vez maior pelos 
pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes propósitos, tais como 
(YIN, 2005, apud GIL, 2008, p. 58): 
 
a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; 
b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada 
investigação; e 
c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito 
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos. 
 
 O estudo de caso pode, pois, ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias 
quanto descritivas e explicativas. Cabe ressaltar, todavia, que existem preconceitos 
contra o estudo de caso, como os que são indicados a seguir (YIN, 2005, apud GIL, 
2008, p. 58). 
 
a) Falta de rigor metodológico. Diferentemente do que ocorre com os 
experimentos e levantamentos, para a realização de estudos de caso não são 
 
definidos procedimentos metodológicos rígidos. Por essa razão, são 
frequentes os vieses nos estudos de caso, os quais acabam comprometendo 
a qualidade dos seus resultados. Ocorre, porém, que os vieses não são 
prerrogativa dos estudos de caso, podendo ocorrer em outras modalidades de 
pesquisa. Logo, o que se propõe ao pesquisador disposto a desenvolver 
estudos de caso é que redobre seus cuidados tanto no planejamento quanto 
na coleta e análise dos dados. 
b) Dificuldade de generalização. A análise de um único ou mesmo de múltiplos 
casos fornece uma base muito frágil para a generalização. No entanto, os 
propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento 
preciso das características de uma população a partir de procedimentos 
estatísticos, mas sim o de expandir ou generalizar proposições teóricas. 
c) Tempo destinado à pesquisa. Alega-se que os estudos de caso demandam 
muito tempo para serem realizados e que frequentemente seus resultados 
tornam-se pouco consistentes. De fato, os primeiros trabalhos qualificados 
como estudos de caso foram desenvolvidos em longos períodos de tempo e 
seus resultados deixaram muito a desejar. Todavia, a experiência acumulada 
nas últimas décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso 
em períodos mais curtos e com resultados passíveis de confirmação por outros 
estudos. Convém ressaltar, no entanto, que um bom estudo de caso constitui 
tarefa difícil de realizar. Pesquisadores inexperientes, entusiasmados pela 
flexibilidade metodológica dos estudos de caso, ao final de sua pesquisa, 
conseguem apenas um amontoado de dados que não conseguem analisar e 
interpretar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 COMO REALIZAR UM ESTUDO DE CASO 
 
 
 Acadêmico(a), neste último tópico de nossa primeira unidade, apresentaremos a 
sequência de uma pesquisa de estudo de caso, vide figura 03. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03 - Sequência para a elaboração do estudo de caso 
 
Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 203). 
 
Como já mencionamos, os estudos de caso são largamente utilizados em 
organizações públicas e privadas para a compreensão ou resolução de problemas, 
 
utilizando-se da pesquisa aplicada. Os estudos desses problemas podem derivar da 
observação de situações do cotidiano, como no caso de se querer saber por que há 
funcionários que fazem o uso de bebida alcoólica, se a adoção de determinado pacote 
estatístico poderia melhorar o controle de produção e como promover a melhoria na 
gestão de determinado processo na empresa, entre outros (PEROVANO, 2016). 
Os desenhos do estudo de caso devem apresentar uma sequência padronizada 
e adaptada às condições do estudo da quantidade às condições do estudo da quantidade 
de unidades de análise. Além disso, essa classificação de pesquisa pode ser elaborada 
para construir ou refinar uma teoria, dar suporte a conhecimentos sobre um tema de 
pesquisa, criar conceitos, entender situações do cotidiano, estabelecer fluxos e diretrizes 
e elaborar um quadro teórico (PEROVANO, 2016). Todas essas possibilidades podem 
ser adaptadas de acordo com o desenho e sequência que entramos no fluxograma da 
figura 04. 
 
Figura 04 - Fluxograma: Roteiro para a elaboração de estudo de caso 
 
Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 205). 
 
 
Definido o roteiro de elaboração do estudo de caso, é necessário considerar as 
fontes de evidências, ou seja, de onde o pesquisador extrai as informações necessárias 
para realizar o processo empírico de pesquisa, o que está vinculado ao local em que 
serão coletados os dados para análise. Segundo Yin (2014, apud PEROVANO, 2016, p. 
205), “os dados e as informações são extraídos de documentos, registro de arquivos, 
entrevistas, observação direta, observação participante e de artefatos físicos”. 
As fontes mencionadas devem proporcionar detalhes de pessoas e fatos, 
cobertura temporal e de contextos amplos, dados e informações quantitativas, dados 
originais, informações sobre situações e eventos em tempo real, sobre comportamentos 
e motivações pessoais, sobre detalhes relativos à cultura e outros (PEROVANO, 2016). 
A última etapa da construção do desenho de estudo de caso é o relatório final, 
cuja estrutura, de acordo com Yin (2014, apud PEROVANO, 2016, p. 206), “[...] pode 
ser: linear-analítica, comparativa, cronológica e de construção da teoria; pode ainda não 
existir estrutura prevista”. 
Se os casos forem do tipo múltiplo, cada caso deverá ser concluído 
separadamente. A comparação dos casos somente deverá ser feita se o estudo for 
correlacional ou explicativo (causa e efeito) (PEROVANO, 2016). 
O pesquisadordeve ter o cuidado de, ao final do processo de pesquisa, verificar 
se as variáveis previstas nos elementos estruturantes não sofreram alterações. O estudo 
de caso que não apresenta nenhuma estrutura prevista é do tipo qualitativo quando 
utiliza o método indutivo. Nesse modelo, o estudo de caso não apresenta uma ordem ou 
sequência definida no planejamento da pesquisa, e seu relatório é elaborado na medida 
em que se avança no estudo (PEROVANO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Chegamos ao final de nossa segunda unidade, ao longo deste material foi 
possível abordamos o método qualitativo e quantitativo, no qual os métodos que 
envolvem números, porcentagens e estatísticas, os que envolvem a interpretação da 
fenomenologia e os métodos mistos.Na sequência apresentamos o estudo de caso, no 
qual respondemos algumas perguntas como: o que é o estudo de caso, onde é 
empregado e as características dessa metodologia de investigação, bem como realizar 
um estudo de caso. 
Assim, convidamos você acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações 
de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu 
conhecimento. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
Estudante deixamos aqui para leitura complementar, alguns exemplos de estudo 
de caso podem ser encontrados na Web para servirem de referência. 
 
1. GOUVEA, E. P. ; ODAGIMA, A. M.; SHITSUKA, D. M.; SHITSUKA, R. Metodologia 
ativa: um estudo de caso sobre a ferramenta glossário em ambientes virtuais de 
educação a distância. REGS - Revista Educação, Gestão e Sociedade: revista 
da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, v. 6, n. 22, junho de 2016. 
Disponível em: 
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170509162729.pdf . Acesso em: 
04 dez. 2021. 
2. PEREIRA, L. de T. K.; GODOY, D. M. A.; TERCARIOL, D. Estudo de caso como 
procedimento de pesquisa científica: reflexão a partir da clínica fonoaudiológica. 
Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 422-429, 2009. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/prc/a/Rjm8bQcZJjSn4MXZCpNzyLj/?lang=pt . Acesso em: 
04 dez. 2021. 
 
 
 
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170509162729.pdf
 
LIVRO 
 
• Título. 
Estudo de Caso: Planejamento e Métodos 
• Autor. 
Robert K. Yin. 
• Editora. 
Bookman. 
• Sinopse . 
Ao oferecer uma abordagem completa do planejamento e do uso do estudo de caso 
como um método de pesquisa, este clássico aborda o tema, mostra a sua aplicação e 
fornece acesso a casos oriundos de uma grande variedade de campos acadêmicos e 
aplicados. Traz tutoriais ao final de cada capítulo, com discussões detalhadas sobre a 
complexidade dos tópicos abordados no texto. 
 
 
 
 
https://www.amazon.com.br/Robert-K-Yin/e/B000APSBMO/ref=dp_byline_cont_book_1
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título. 
Um sonho de liberdade 
• Ano. 
1994. 
• Sinopse. 
Andy é um homem de negócios bem sucedido, traído pela esposa e acusado 
injustamente por um crime que não condiz com seu caráter. É reservado, conhece suas 
forças e sabe como usá-las, especialmente quando enfrenta adversidades. Ele cria uma 
vida com significado mesmo dentro da prisão, conectando-se com as pessoas certas, 
fazendo favores aos guardas e resolvendo questões financeiras para o diretor em troca 
de melhores condições para os presos. Andy é otimista, tanto nas pequenas empreitadas 
como na doação de livros para a biblioteca, como nos grandes projetos como a sua saída 
da prisão. Red, o melhor amigo de Andy, já teve o pedido de soltura rejeitado muitas 
vezes e demonstra apatia e pessimismo, mas vai mudando à medida que interage com 
Andy até a sua espetacular fuga, que se torna símbolo do valor da esperança 
(Cineterapia). 
http://www.cineterapia.com.br/um-sonho-de-liberdade/
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BABBIE, E. Métodos de pesquisa de survey. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 
1999. 
 
CERVI, E. U. Manual de métodos quantitativos para iniciantes em Ciência Política. 
Volume 1. Curitiba: CPOP-UFPR, 2017. 
 
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2 ed. São Paulo: Cortez, 
1995. 
 
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 
Porto Alegre: Artmed, 2010. 
 
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e 
abordagens. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
 
KNECHTEL, M. do R. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem 
teórico-prática dialogada. Curitiba: InterSaberes, 2014. 
 
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2 
ed. São Paulo: EPU, 2013. 
 
MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2018. 
 
PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. 
 
RAO, I. K. R. Métodos quantitativos em biblioteconomia e ciências da informação. 
Brasília: Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, 1986. 
 
 
https://plataforma.bvirtual.com.br/
https://plataforma.bvirtual.com.br/
 
UNIDADE III 
TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO: ARTIGO 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Artigo científico: tipos, estrutura e formatação do artigo; 
• Organização textual do artigo: artigo original e artigo de revisão; 
• Comunicação científica. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Estudar os tipos, estrutura e formatação do artigo científico; 
• Compreender os dois tipos de artigos; 
• Estabelecer a importância da comunicação científica na produção de trabalho 
acadêmico-científico, bem como estudar as formas de comunicação científica; gêneros 
textuais apresentados como comunicação oral; linguagem científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade III intitulada, “TRABALHO ACADÊMICO-
CIENTÍFICO: ARTIGO” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em 
Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é apresentar o artigo como trabalho acadêmico-
científico. O artigo científico é a parte de uma publicação com autoria declarada que 
apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas mais diversas 
áreas do conhecimento. 
Sendo assim, no primeiro momento é estudar os tipos, estrutura e formatação do 
artigo científico; bem como compreender os dois tipos de artigos, sendo eles: artigo 
original e artigo de revisão. E para finalizar estabelecer a importância da comunicação 
científica na produção de trabalho acadêmico-científico, no qual será abordado como 
estudar as formas de comunicação científica; gêneros textuais apresentados como 
comunicação oral; linguagem científica. 
Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o 
tema de nossa primeira unidade. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 ARTIGO CIENTÍFICO: TIPOS, ESTRUTURA E FORMAÇÃO DO ARTIGO 
 
 
 O artigo científico é um texto destinado à publicação e é muito elaborado por 
alunos de graduação e, mais especialmente, de pós-graduação. A ABNT define artigo 
científico como “[...] parte de uma publicação com autoria declarada, de natureza técnica 
e/ou científica” (ABNT, 2018, p. 02). Serve à apresentação e discussão, nas diversas 
áreas do conhecimento, de ideias, métodos, técnicas, processos e resultados. 
Trata-se de uma produção mais profunda do que um ensaio e menos abrangente 
do que uma monografia, mas que exige uma boa capacidade de síntese dos 
pesquisadores. Normalmente, é publicado em revistas ou periódicos especializados, 
com normas editoriais próprias, às quais deve o autor se submeter. Possibilita ao leitor 
uma rápida tomada sobre o assunto, abordando o resultado de uma pesquisa teóricaou 
de campo. Para sua elaboração, contudo, é necessário passar por todas as fases de 
construção do conhecimento científico. Assim, elaborar um projeto de pesquisa é a 
primeira tarefa do pesquisador. Em seguida, passa pela fase da pesquisa propriamente 
dita para, então, elaborar o relato em forma de artigo científico (BRASILEIRO, 2021). 
 
➔ Tipos de artigos 
 
 
 A depender de seu conteúdo, há dois tipos de artigo científico, são eles (SANTOS; 
CARVALHO, 2015; BRASILEIRO, 2021): 
 
● Artigo original: o autor (pesquisador) pretende responder a uma pergunta 
(problema). Para isso, ele parte da pesquisa bibliográfica para a de campo, a fim 
de elaborar uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais. 
● Artigo de revisão: é uma produção que resume, analisa e discute informações já 
publicadas. O autor delimita um assunto amplo e procura dialogar com alguns 
autores tidos como referências teóricas. Nesse diálogo, a voz do pesquisador 
aparece apresentando, confirmando, refutando, sintetizando o que os outros 
disseram. 
 
Como descrito na NBR 6022 artigo de revisão “parte de uma publicação que 
resume, analisa e discute informações já publicadas” (ABNT, 2018, p.02), esse tipo de 
artigo é com mais frequência escrito por alunos de graduação e de pós-graduação, como 
forma de apresentar os conhecimentos adquiridos, na grande maioria das vezes, através 
de pesquisa bibliográfica (SANTOS; CARVALHO, 2015). 
Já os artigos originais são, em geral, escritos por estudiosos que estão em um 
nível mais elevado de produção de conhecimento, uma vez que “parte de uma publicação 
que apresenta temas ou abordagens originais” (ABNT, 2018, p. 02). 
 Os artigos científicos, ao longo dos tempos, têm sido produzidos com o intuito de 
serem publicados em periódicos científicos, permitindo com isso a propagação de 
conhecimentos e de autores, abrindo espaço na comunidade científica para 
apresentação, análise, discussão, refutação e questionamento. Dessa forma, as 
publicações de artigos em periódicos melhoram o nível do currículo de seus autores. 
 Nos últimos anos, muitas instituições acadêmicas têm substituído a monografia 
como trabalho de conclusão de curso (TCC) pelo artigo científico, entendendo que o 
aluno pode posteriormente fazer um melhor uso desse do que da monografia, no que diz 
respeito a tornarem-se conhecidos os resultados de seus estudos (SANTOS; 
CARVALHO, 2015). 
 
 
➔ Estrutura do artigo 
 
 A estrutura do artigo científico é formado por elementos pré-textuais, textuais e 
pós-textuais assim dispostos no quadro 1. 
 
Quadro 1 - Relação dos elementos estruturais que compõem um artigo 
Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais 
● Título na língua do 
texto (obrigatório) 
● Subtítulo (se houver) 
na língua do texto 
(opcional) 
● Nome(s) do(s) 
autor(es) (obrigatório) 
● Resumo na língua do 
texto (obrigatório) 
● Palavras-chave na 
língua do texto 
(obrigatório) 
● Introdução 
(obrigatório) 
● Desenvolvimento 
(obrigatório) 
● Conclusão 
(obrigatório) 
Elementos pós-textuais 
● Título em língua 
estrangeira 
(obrigatório) 
● Subtítulo (se houver) 
na língua do texto 
(opcional) 
● Resumo em língua 
estrangeira 
(obrigatório) 
● Palavras-chave em 
língua estrangeira 
(obrigatório) 
● Nota(s) explicativa(s) 
(opcional) 
● Referências 
(obrigatório) 
● Glossãrio (opcional) 
● Apêndice(s) 
(opcional) 
● Anexo(s) (opcional) 
Fonte: Santos e Carvalho (2015, p. 125). 
 
 Acadêmico(a), para explicar melhor cada elemento utilizaremos os autores Santos 
e Carvalho (2015) e Brasileiro (2021). 
 
★ Parte pré-textual 
 
a) No alto da página, escrevem-se o título do artigo e o subtítulo (se houver), 
diferenciando-os tipograficamente ou separando-os por dois-pontos (:); 
opcionalmente, é possível incluir, logo abaixo do título e do subtítulo no idioma do 
texto, o título e o subtítulo em outro idioma. 
 
b) Alinhado à direita, registra (m)-se o(s) nome(s) do(s) autor(es), em ordem direta 
(prenome e sobrenome), com respectivas credenciais em nota de rodapé, 
indicando formação, instituição à qual está vinculado e endereço eletrônico, 
usando fonte 10, entrelinhas 1 e alinhamento do texto à 1ª linha da nota. 
c) Após espaço duplo, escreve-se “RESUMO”, mais um espaço duplo e o registro 
do resumo homotópico na língua do texto (máximo de 250 palavras). 
d) Abaixo do resumo, registram-se as palavras-chave na língua do texto (máximo de 
cinco palavras ou expressões iniciadas por letra maiúscula, separadas e 
finalizadas por ponto-final). 
e) Caso haja resumo e palavras-chave em outra língua, devem ser escritos logo após 
aqueles no idioma do documento. 
f) A seguir, o autor deve indicar as datas (dia, mês e ano) em que o artigo foi 
submetido e aprovado para publicação. 
g) Caso o artigo esteja disponível em meio eletrônico, pode ser indicado o endereço 
eletrônico, DOI (Digital Object Identifier - um código digital usado como 
identificador de publicações científicas), suportes, além de outras informações 
relacionadas à disponibilidade do documento. 
 
 
 
 
★ Parte textual 
 
 O conteúdo dos elementos textuais deve ser registrado em fonte 12, entrelinhas 
1,5 e margens justificadas: 
 
a) Introdução: o autor informa o tema da pesquisa e o contextualiza, apresenta a 
delimitação, os objetivos geral e específicos do estudo, bem como sua justificativa. 
Faz menção ao método utilizado e finaliza com uma orientação ao leitor sobre o 
modo como o texto foi estruturado. 
 
b) Desenvolvimento: é a parte principal do artigo, normalmente, dividido em duas 
ou três seções e em subseções, que expõem, ordenada e detalhadamente, o 
assunto tratado. O artigo original é seccionado em referencial teórico, 
metodologia, apresentação e análise de dados; e o artigo de revisão tem seu 
desenvolvimento dedicado ao referencial teórico e à discussão desse referencial, 
tendo em vista o objetivo pretendido no estudo. 
c) Considerações finais: é o espaço em que o autor apresenta a resposta 
encontrada para a delimitação proposta, avalia cada um dos objetivos, faz uma 
análise crítica do percurso e do resultado a que se chegou e apresenta as 
recomendações para o encaminhamento da questão, se houver. 
 
★ Parte pós-textual 
 
a) Referências: logo após as considerações finais, apresentam-se as referências, 
em ordem alfabética, conforme a ABNT NBR 6023/2018. 
b) Glossário: lista de termos técnicos ou científicos com respectivos significados. 
(utiliza-se do glossário apenas se você não conseguir inserir o significado da 
palavra no corpo do texto e caso sejam mais de cinco termos.). 
c) Apêndices: textos de autoria própria que o autor julgue de relevância para o 
conhecimento do leitor. 
d) Anexos: textos de autoria de terceiros que o autor julgue de relevância para o 
conhecimento do leitor. 
e) Agradecimentos: último elemento pós-textual, se houver, deve ser um texto 
sucinto, aprovado pelo periódico em que será publicado, usado apenas para dar 
créditos a quem contribuiu de forma relevante para o estudo. 
 
 
★ Partes e especificações do artigo científico 
 
Quadro 2 - Partes e especificações do artigo científico 
Parte do texto Especificações 
 
Título do trabalho Centralizado, negrito, caixa-alta, fonte 12 Arial ou Times 
New Roman. 
Subtítulo do trabalho (se 
houver) 
Separado do título por dois-pontos (:) ao final do título. 
Centralizado, negrito, caixa baixa, fonte 12 Arial ou Times 
New Roman. 
Título e subtítulo do trabalho 
em outro idioma (opcional) 
Mesmas formatações do título e do subtítulo no idioma do 
texto, acrescentando-se o itálico. 
Nome(s) do(s) autor(es) Iniciais maiúsculas, alinhado à direita, fonte 10. Saltar um 
espaço simples. 
Resumo na língua vernácula e 
na estrangeira 
Título: caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar um 
espaço simples. 
Texto: margens justificadas, fonte 12, entrelinhas simples. 
Saltarum espaço simples. 
Palavras-chave: iniciais maiúsculas, fonte 12, separadas e 
finalizadas por ponto. 
Títulos Fonte 12, negrito, caixa-alta. Saltar um espaço simples 
entre os títulos e o texto. 
Citações Direta curta: entre aspas, mesma fonte do texto, informar 
fonte completa (AUTOR, ano, p.). 
Direta longa: separada do texto por um espaço simples 
(antes e depois), recuo de 4 cm, fonte 10, entrelinha 1. 
Informar fonte completa (AUTOR, ano, p.). 
Indireta: no corpo do texto, normalmente. Informar fonte 
antes ou depois da citação indireta (AUTOR, ano). 
Ilustrações Identificar, na parte superior, com o tipo de ilustração, o 
número e o nome. Na parte inferior, informar a fonte, ainda 
que seja de produção do próprio autor: Fonte: AUTOR 
(ano, p.). 
O corpo do texto Fonte 12, entre linhas 1,5, margens justificadas. Saltar um 
espaço simples entre os parágrafos ou dar um recuo de 2 
cm. 
Referências Título: caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar um 
espaço simples. 
Referências: entrelinhas 1, fonte 12, conforme a ABNT 
NBR 6023/2018. Caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. 
Saltar um espaço simples entre cada referência. 
Nota de rodapé Fonte 10, entrelinhas 1, da 2ª linha em diante e alinhar à 1ª 
linha. 
Fonte: ABNT NBR 6022 (2018). 
 
 
 
➔ Formatação do artigo 
 
Embora a NBR não estabeleça limites para o tamanho do texto, os periódicos e 
as instituições de pesquisa o fazem. Assim considerando, os artigos têm variado entre 
10 a 25 páginas. Alguns limitam o tamanho em palavras ou Kb (quilobit). Normalmente, 
os periódicos definem 15 laudas (ou páginas) como o limite máximo de produção. 
Procure tratar imagens e tabelas para que estas não deixem seu arquivo muito grande 
 
● As margens (superior, esquerda, inferior e direita) devem ter 3, 3, 2 e 2 cm, 
respectivamente. O tamanho da página deve ser A4, impreterivelmente. 
● Títulos das seções: os títulos das seções do trabalho devem ser posicionados à 
esquerda, em negrito, numerados com algarismos arábicos (1, 2, 3 etc.). Deve-se 
utilizar texto com fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, em negrito. 
Subtítulos das seções: os subtítulos das seções do trabalho devem ser 
posicionados à esquerda, em negrito, numerados com algarismos arábicos em 
subtítulos (1.1, 1.2, 1.3 etc.). Deve-se utilizar texto com fonte Times New Roman 
ou Arial, tamanho 12, em negrito. 
● Corpo do texto: o corpo do texto deve iniciar imediatamente abaixo do título ou 
subtítulo das seções. A fonte de ser Times New Roman ou Arial, tamanho 12, 
justificada na direita e na esquerda, com entrelinhas simples. O corpo do texto 
também utiliza um espaçamento de 6 pontos depois de cada parágrafo. 
● No caso do uso de listas, deve-se usar um marcador. 
● As listas devem ser justificadas na direita e na esquerda, da mesma forma que os 
trechos do corpo de texto. 
● Após as listas, deixar um espaço simples, antes do texto que virá. O estilo “Lista” 
pode ser usado para que a formatação predefinida seja corretamente empregada. 
 
 É possível, também o uso de alíneas, que obedeçam às seguintes indicações: 
 
● Cada item de alínea deve ser ordenado alfabeticamente por letras minúsculas 
seguidas de parênteses. 
 
● Da mesma forma, os itens de alínea são separados do parágrafo de texto anterior 
por meio linha em branco (6 pontos) e do parágrafo de corpo de texto seguinte 
por uma linha (12 pontos). 
● O estilo “Alínea! Pode ser usado para a aplicação automática da formatação 
correta de alíneas. 
 
 No caso de nova alínea, a lista alfabética deve ser reiniciada, clicando-se com o 
botão direito do mouse sobre qualquer dos itens de alínea e selecionando-se a opção 
“Reiniciar numeração” (BRASILEIRO, 2021, p. 127): 
 
a) uma nova alínea, assim, recomeça a partir da letra a; 
b) os itens de alínea são separados entre si por ponto e vírgula e iniciados por letras 
minúsculas; 
c) o último item de alínea termina com ponto. 
 
 Após concluído o artigo, é hora de submetê-lo à avaliação e posterior publicação,o 
qual é o destino final desse gênero textual. 
 
 
 
2 ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO: ARTIGO ORIGINAL E ARTIGO DE 
REVISÃO 
 
 Embora a ABNT não padronize o tamanho de um artigo científico, é comum que 
seus elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais apresentem entre 10 e 20 páginas, 
divididas em tópicos apresentados sequencialmente, sem mudar de página. Quanto à 
organização lógica do texto dependerá do tipo de artigo que será desenvolvido. 
Resguardadas as escolhas do autor na estruturação do seu texto, seguem algumas 
orientações acerca de como montar o artigo, tendo em vista as orientações da ABNT. 
 
 
2.1 Organização textual de um artigo original 
 
 Essa modalidade de artigo, cuja finalidade é responder a uma questão que 
demanda dados originais, coletados por meio de entrevistas, documentos etc., pode ser 
assim organizada: 
 
 
➔ Proposta estrutural para um artigo original 
 
a) Introdução: nesta parte do texto, o autor apresenta o tema de modo 
contextualizado, a delimitação em forma de pergunta, os objetivos, a justificativa, 
uma menção ao método e a apresentação estrutural do artigo. 
b) Referencial teórico: momento em que o autor apresenta as pesquisas anteriores 
sobre o tema, disponíveis em monografias, artigos, dissertações, teses, livros, 
entre outras fontes de pesquisa. É a busca da cientificidade da pesquisa, 
embasando-a em fatos e dados verídicos e/ ou já comprovados cientificamente, 
por meio do diálogo teórico. É o principal momento das citações. 
c) Metodologia da pesquisa: nessa seção, o pesquisador prova à comunidade 
científica que sua pesquisa zela pelas características básicas da ciência, 
descrevendo, detalhadamente, os passos que foram seguidos e o tratamento 
destinado aos dados. Especificamente, deve falar sobre os fins e os meios da 
pesquisa, a abordagem e as ferramentas de coletas, o universo e a amostra do 
objeto de pesquisa, os sujeitos, o tratamento dado às informações, entre outros. 
d) Apresentação e análise de dados: nessa parte do artigo, o autor apresenta e 
analisa as informações colhidas no campo, atentando-se para perceber o 
significado dos dados qualitativos e quantitativos. É o momento visual dos dados, 
podem-se usar gráficos, tabelas etc., como recurso de leitura. 
e) Considerações finais: é a última parte textual do artigo em que se apresentam 
as principais descobertas e conclusões, sugestões, recomendações para 
encaminhamento do problema estudado. Devem-se ter em mente o problema 
levantado, a hipótese que foi testada com a pesquisa e os objetivos previstos. 
Deverá, sobretudo, sintetizar e avaliar a importância dos dados obtidos ou dos 
estudos feitos, as consequências desses dados ou estudos para a área da ciência 
ou para as pesquisas acadêmicas, fazendo uma apreciação crítica e até pessoal 
 
 
2.2 Organização textual de um artigo de revisão 
 
 
 Antes de apresentarmos uma proposta de organização estrutural de um artigo de 
revisão, é necessário lembrar que há várias formas de se realizar essa pesquisa. 
Segundo Brasileiro (2021) há as revisões de narrativas convencionais e as de métodos 
mais rigorosos. Convido você, acadêmico(a) a conhecê-las. 
 
➔ Proposta estrutural para um artigo de revisão convencional 
 
 Como se trata de várias modalidades de revisão (determinação do “estado da 
arte”, teórica, empírica e histórica), dificultando uma estrutura fixa, o pesquisador deve 
organizar o texto de acordo com os propósitos da pesquisa, mas uma sugestão pode 
ser: 
a) Introdução: nesta parte do texto, o autor apresenta o tema de modo 
contextualizado, a delimitação, os objetivos, a justificativa, as especificações 
metodológicas e as orientações ao leitor acerca da organização estrutural do 
texto. 
b) Desenvolvimento: essa parte do texto é divida em seções definidas pelo autor 
com títulos e subtítulos, de acordo com as abordagens doassunto. 
c) Discussão, síntese ou comparação das pesquisas realizadas: nessa parte do 
artigo, o autor apresenta e analisa as informações colhidas nas pesquisas 
bibliográficas. 
d) Considerações finais: nessa última parte, apresentam-se as principais 
conclusões e recomendações para encaminhamento do problema estudado. 
Devem-se ter em mente a delimitação e os objetivos previstos inicialmente, para 
que eles possam ser avaliados. Deverá sintetizar e avaliar a importância dos 
dados obtidos ou dos estudos feitos e a consequência deles para ciência ou para 
as pesquisas acadêmicas, fazendo uma apreciação crítica e até pessoal. 
 
 No desenvolvimento de uma revisão convencional, o autor organiza os tópicos, 
respeitando o tipo de revisão que escolher. Uma revisão convencional histórica, por 
 
exemplo, pode ser organizada de maneira cronológica. Uma revisão teórica pode ser 
organizada considerando cada uma das teorias em voga (BRASILEIRO, 2021). 
 
➔ Proposta estrutural para um artigo de revisão rigorosa 
 
 As revisões bibliográficas consideradas rigorosas são: a meta-análise, a 
sistemática e a integrativa. Para tais pesquisas, segue uma sugestão de organização 
textual. 
 
a) Introdução: nesta parte do texto, o autor apresenta o tema de modo 
contextualizado, a delimitação em forma de pergunta, os objetivos, a justificativa 
e a maneira como o artigo foi textualmente organizado. 
b) Metodologia da pesquisa: apresenta todos os procedimentos metodológicos da 
pesquisa, especialmente os critérios de localização, seleção e análise do material 
de pesquisa, informando sobre os instrumentos de exploração utilizados. 
c) Revisão quantitativa, qualitativa ou sistemática: dependendo da revisão que 
estiver sendo feita, este tópico é dividido em seções definidas pelo autor com 
títulos e subtítulos, de acordo com as categorias analisadas. Na apresentação 
visual dos dados, podem-se usar gráficos, tabelas etc. como recurso de leitura. 
d) Discussão dos resultados: nesta parte do artigo, o autor apresenta e analisa as 
informações colhidas com os dados secundários, atentando-se para perceber o 
significado dos dados qualitativos e quantitativos. É o momento das relações e 
das buscas de significados. 
e) Considerações finais: é a última parte textual do artigo, em que se apresentam 
as principais deduções e recomendações para encaminhamento do tema 
estudado. Deverá, sobretudo, sintetizar e avaliar a importância dos dados obtidos 
ou dos estudos feitos, as consequências desses dados ou estudos para a área da 
ciência ou para as pesquisas acadêmicas, fazendo uma apreciação crítica e até 
pessoal. 
 
➔ Etapas da elaboração do artigo de revisão de literatura 
 
 
Para a elaboração do artigo científico de revisão de literatura comporta os passos 
apresentados na Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Etapas da elaboração do artigo de revisão de literatura 
 
 
Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 344). 
 
 Uma prática muito eficiente, que o pesquisador pode adotar na elaboração do 
artigo científico, é o fichamento, pois, em face dos muitos referenciais que encontrará, é 
importante que realize a seleção dos trechos dos textos de forma bastante criteriosa. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
Você sabia que o fichamento, ou ficha bibliográfica, nada mais é do que o registro do 
que o pesquisador encontra e julga ser fundamental, ou seja, os conteúdos que têm 
relação com o objeto de pesquisa. No fichamento, todos os materiais relevantes devem 
ser compilados para a pesquisa. A ficha bibliográfica pode ser criada em uma planilha 
de texto com os seguintes dados: referências bibliográficas da obra consultada, página 
da obra, trecho de interesse da obra consultada e comentários sobre o texto selecionado. 
 
Fonte: Perovano (2016). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 
 
 
 A comunicação científica é parte constitutiva da atividade científica. É o momento 
em que o pesquisador apresenta e submete o seu trabalho à comunidade 
epistemológica, a fim de receber o aval de sua pesquisa. Embora também seja entendida 
como a sessão de apresentação em si, ela é, aqui, tomada como gênero textual, já que 
o texto oral ou escrito é o que sustenta a comunicação. A comunicação científica é, 
portanto, o texto apresentado em eventos como congressos, simpósios, jornadas, 
reuniões científicas, painéis, bancas, com o intuito de trocar informações sobre 
pesquisas realizadas, bem como submeter a pesquisa à avaliação (BRASILEIRO, 2021). 
 Os objetivos de quem faz uma comunicação são: alcançar aprovação em um 
trabalho de conclusão de curso; publicar o texto; contribuir para algo, como forma de 
satisfação pessoal; aprender a construir o conhecimento científico. Uma comunicação 
científica se encaminha para uma publicação do texto apresentado nos anais do evento 
(BRASILEIRO, 2021). 
 Assim, por esse meio, os pesquisadores divulgam seus trabalhos e se mantêm 
informados sobre estudos e tendências do seu campo de pesquisa, vivenciando o fato 
de que os conhecimentos científicos podem se opor ou se complementar, e de que, em 
ciência, as verdades são transitórias, por isso a necessidade de questioná-las sempre. 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que a comunicação acadêmica é definida como aquela que ocorre 
tipicamente nas faculdades, universidades e em outros ambientes dedicados à pesquisa 
 
e ao ensino superior. Nesses ambientes, as pessoas escolhem gêneros específicos para 
se comunicar, por exemplo, palestras, monografias, artigos acadêmicos, estabelecendo 
certos “rituais” comunicativos, por exemplo, o costume de aceitar como válidas apenas 
as fontes que já passaram pela revisão dos pares, usam termos, conceitos e símbolos 
específicos e, além disso, atribuem significados aos enunciados de uma maneira própria, 
nem sempre igual à observada em outros contextos. Esse conjunto de práticas 
linguísticas forma o que chamamos de discurso acadêmico. Para saber mais sobre este 
assunto indicamos a leitura da unidade 4 do livro abaixo. 
 
GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2018,. 
 
Fonte: Elaborado com base em Guimarães (2018). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
3.1 Formas de comunicação científica 
 
 A comunicação científica pode ocorrer de modo formal ou informal, vide a síntese 
apresentada no quadro 2. 
 
 
 
Quadro 2 - Modalidades de comunicação científica 
Formal Informal 
É direcionada a um público potencialmente 
grande. 
 
Há pouca interação entre esse público e o 
pesquisador. 
 
Caracteriza-se pela linguagem escrita. 
 
Apresenta um público mais restrito. 
 
 
Há maior capacidade de feedback ao 
pesquisador. 
 
É divulgada por canais de comunicação oral: 
conversas entre colegas pesquisadores 
 
 
É publicada em periódicos, livros e anais de 
reuniões científicas. 
 
Pode ocorrer no percurso ou no final da 
realização da pesquisa. 
(telefone, pessoalmente ou via e-mail) e entre 
pequenas reuniões em encontros, visitas a 
laboratórios… 
 
Ocorre mais na fase inicial ou conceitual do 
trabalho de pesquisa. 
Fonte: Brasileiro (2021, p. 128). 
 
 Mesmo reconhecendo os valores das comunicações informais, especialmente no 
decorrer da construção da pesquisa, as comunicações científicas formais são as que 
recebem o aval epistemológico como conhecimento científico, devido a seu valor 
documental. 
 Dessas comunicações, ainda é necessário distinguir (BRASILEIRO, 2021, p. 128): 
 
a) As comunicações que objetivam a avaliação de um trabalho de conclusão de 
curso (TCCs), como monografias, dissertações e teses, cujo público-alvo são 
bancas avaliadoras específicas. 
b) As comunicações apresentadas com o intuito de divulgação da pesquisa em 
congressos, seminários, simpósios, que contam com um público maior. Essa 
modalidade também recebe o nome decomunicação oral. 
 
 
3.2 Gêneros textuais apresentados como comunicação oral 
 
 
 Acadêmico(a), ao se inscrever para um evento de divulgação científica, o 
pesquisador deve verificar a estrutura proposta para o evento, as regras definidas para 
a apresentação e os recursos disponíveis aos apresentadores. Ciente disso, ele deve 
escolher o gênero textual mais adequado para apresentar a sua pesquisa: uma 
conferência, uma comunicação individual, um seminário temático (ou mesa-redonda) ou 
exposição de pôsteres. 
 Nesses eventos, normalmente o pesquisador leva o texto escrito, podendo 
apresentá-lo oralmente, optando, algumas vezes, pela leitura fiel da comunicação; em 
 
outras, pelas apresentação apoiada em suportes, como multimídia, flip-chart, pôster, 
painel ou textos impressos distribuídos aos espectadores (BRASILEIRO, 2021). 
 Os gêneros textuais comumente utilizados pelos autores em suas comunicações 
são: artigo, pôster, paper e relatório. De modo geral, apresenta elementos textuais 
semelhantes, com variações na apresentação visual e nos elementos pré e pós-textuais. 
 Em uma exposição oral, o orador deve ser objetivo quanto aos tópicos principais 
de uma pesquisa, no intuito de prender a atenção dos espectadores. Deve se ater, 
sobretudo, a: identificação e contextualização do tema, problema da pesquisa, objetivos, 
justificativa, método utilizado, dados coletados (se houver), breve análise desses dados 
e indicar a conclusão a que chegou (BRASILEIRO, 2021). 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que o domínio discursivo acadêmico-científico visa à construção e à 
divulgação do conhecimento. Para isso, ele é constituído por uma linguagem técnico-
científica apropriada, diferindo-se da utilizada em outros tipos de discurso, como o 
literário, o jornalístico ou o publicitário, nos quais se podem repetir, exagerar ou subnarrar 
fatos. 
O texto acadêmico-científico deve ser comprometido com a objetividade, a eficácia e a 
exatidão. Muitas vezes, contudo, essas qualidades são alteradas pela necessidade de 
uso de termos técnicos, por uma característica específica do objeto de pesquisa, pelo 
uso de coloquialismos ou, até mesmo, pelo estilo de quem escreve. 
 
Fonte: Elaborado com base em Brasileiro (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
3.3 Linguagem científica 
 
 
 A linguagem, como instrumento de comunicação, pode desempenhar funções 
distintas. Convém indicá-las aqui, pelo menos as principais, para que se tenha presente 
a função característica da linguagem científica. Salvador (1970, p. 141 apud CERVO; 
BERVIAN; SILVA, 2007, p. 110) classifica as funções principais da linguagem-
comunicação como: 
 
● função expressiva, adequada à comunicação ou expressão de emoções, 
sentimentos ou vivências psicológicas; 
● função persuasiva, adequadas ao discurso (retórico) que pretende atuar sobre a 
vontade para dirigir a conduta dos homens, como na propaganda; 
● função informativa, adequada à transmissão de conhecimentos e informações. 
 
 Com respeito às formas de expressão, a linguagem-comunicação pode revestir-
se de caráter (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 110): 
 
● coloquial, próprio da linguagem comum; 
● literário, enquanto tem em vista objetivos estéticos; 
● técnico, característico da linguagem científica. 
 
 Acadêmico(a), em suma, a linguagem científica é informativa e técnica, de ordem 
cognoscitiva e racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara 
e sintetiza, argumenta, induz ou deduz e conclui. Distingue-se, portanto, da linguagem 
literária. Enquanto esta deve impressionar, agradando pela elegância e pela evocação 
de valores estéticos, aquela deve esclarecer pela força dos argumentos;enquanto esta 
tem por nota distintiva a subjetividade (estilo literário), aquela tem por nota distintiva a 
objetividade (estilo científico) (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Prezado(a) acadêmico(a). 
 
Chegamos ao final da nossa terceira unidade, ao longo deste material estudamos 
os tipos, estrutura e formatação do artigo científico; bem como compreendemos os dois 
tipos de artigos. E para finalizar estabelecemos a importância da comunicação científica 
na produção de trabalho acadêmico-científico. 
Assim, convidamos, você acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações 
de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu 
conhecimento. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
Estudante deixamos aqui para leitura complementar, o artigo acadêmico-científico 
que pode ser encontrado no Google Acadêmico para servir de referência. 
 
● GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Como escrever um artigo de revisão de 
literatura. Revista JRG de Estudos Acadêmicos-Ano II (2019), volume II, 
n.5(ago./dez.). Disponível em: 
http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/122/201 Acesso em: 17 
jan. 2022. 
 
 
 
http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/122/201
 
 
LIVRO 
 
• Título. 
Artigos Científicos: como redigir, publicar e avaliar. 
• Autor. 
Maurício Gomes Pereira. 
• Editora. 
Editora Guanabara. 
• Sinopse . 
Existem muitas publicações sobre como elaborar o trabalho científico, mas são escassos 
os livros exclusivos a respeito de como produzir metodicamente relatos científicos 
destinados à publicação. Esta obra, redigida em texto claro, didático e abrangente, 
aborda minuciosamente esse tema. Nela, o leitor encontra reunida ampla gama de 
tópicos que, frequentemente, só teria acesso em várias fontes dispersas. Há um capítulo 
sobre título de artigos, um sobre como relatar os autores, outro sobre introdução e, enfim, 
um sobre cada item de um texto científico. Além de particularidades e ilustrações das 
diversas seções de um artigo, há sugestões que visam ao aperfeiçoamento da 
comunicabilidade, comentários acerca do que não fazer – a antítese da boa redação – e 
 
orientações para material adicional de leitura. Artigos Científicos: Como Redigir, Publicar 
e Avaliar preenche uma lacuna no mercado, tornando possível aos leitores disporem de 
farto material que irá auxiliá-los a redigir, apresentar e interpretar criticamente textos 
científicos. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título. 
A livraria 
• Ano. 
2014 
• Sinopse. 
A história de “A Livraria” centra-se na trajetória de Florence Green — interpretada por 
Emily Mortimer, indicada ao Goya de Melhor Atriz —, uma mulher gentil e otimista que 
decide abrir uma livraria numa pequena cidade costeira da Inglaterra, no final da década 
de 1950. Viúva há vários anos, tendo perdido o marido na Segunda Guerra Mundial, 
Florence acredita que quando lemos uma história “nós a habitamos. As capas dos livros 
são como telhado e quatro paredes: um livro é uma casa”. 
• Link do vídeo (se houver). 
Disponível na Netflix. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6022: informação 
e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: apresentação. 
2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023: informação 
e documentação: referências: elaboração. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. 
 
BRASILEIRO, A. M. M. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: 
Contexto, 2021. 
 
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia científica. 6 ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
 
GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2018. 
 
PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. 
 
SANTOS, S. C. dos.; CARVALHO, M. A. F. de. Normas e técnicas para elaboração e 
apresentação de trabalhos acadêmicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. 
 
 
UNIDADE IV 
PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-seos tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Projeto de pesquisa: etapas de um projeto de pesquisa e regras gerais de apresentação 
do projeto de pesquisa; 
• Relatório; 
• Citações e Referências bibliográficas. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Apresentar os elementos que compõem um projeto de pesquisa; 
• Estudar o que é um relatório de pesquisa; 
• Aprender como fazer citações e referências bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade IV intitulada, “PROJETO E RELATÓRIO DE 
PESQUISA” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é estudar projeto e relatório de pesquisa. Para 
tanto será apresentado os elementos que compõem um projeto de pesquisa, sendo eles: 
etapas de um projeto de pesquisa e regras gerais de apresentação do projeto de 
pesquisa. Na sequência será estudado o relatório, sua estrutura, tipos e regras gerais 
para elaboração de um relatório. Para finalizar iremos aprender como fazer citação 
direta, indireta, citação de citação e as referências bibliográficas segundo as normas da 
ABNT. 
Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o 
tema de nossa primeira unidade. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 PROJETO DE PESQUISA: ETAPAS DE UM PROJETO DE PESQUISA E REGRAS 
GERAIS DE APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 
 
 
 
Neste tópico, veremos os elementos que compõem um projeto de pesquisa. Os 
itens selecionados para discussão formam o conjunto mínimo que deve ser abordado 
pelo pesquisador na hora de elaborar um projeto. 
 
 
1.1 Etapas de um projeto de pesquisa 
 
 Um projeto de pesquisa requer do pesquisador e de sua equipe (quando esta 
existir) uma dedicação ímpar para que sejam alcançados os resultados esperados. Além 
de demandar tempo, sua elaboração, seu desenvolvimento e sua conclusão podem levar 
anos. Assim, é natural que se procure seguir uma série de etapas sequenciais, visando 
obter melhor produtividade. Elas podem ser sintetizadas em um roteiro que facilite o 
controle de todo o processo. 
 Logo, em linhas gerais, um projeto de pesquisa pode ter as seguintes etapas 
(CASARIN; CASARIN, 2012, p. 95-96): 
 
1. Planejamento inicial da pesquisa. 
2. Apresentação da equipe de pesquisa> súmula curricular dos pesquisadores 
envolvidos no projeto. 
3. Título do projeto de pesquisa. 
4. Resumo do projeto e palavras-chaves. 
 
5. O problema a ser pesquisado e sua justificativa. 
6. O estado da arte do problema a ser pesquisado: revisão bibliográfica. 
7. Metodologia a ser utilizada. 
8. Materiais e equipamentos necessários, quando for o caso. 
9. Desafios tecnológicos e científicos e os meios para superá-los, quando for o caso. 
10. Resultados esperados. 
11. Forma de análise dos resultados. 
12. Cronograma de execução do projeto. 
13. Formas de disseminação (divulgação) e de investimentos, custos e despesas, 
conforme o caso. 
14. Referências. 
15. Apêndices. 
16. Anexos. 
 
 Caro(a) acadêmico(a), a seguir, vamos analisar cada um desses itens (CASARIN; 
CASARIN, 2012). 
 
1. Planejamento inicial da pesquisa: para que tenhamos um desempenho 
aceitável, toda atividade que realizamos em nossa vida profissional exige 
planejamento. Planejar significa, de maneira bem simplificada, organizar-se, ou 
seja, fazer uma previsão do que será feito. É necessário que o pesquisador tenha 
clareza sobre a forma como será desenvolvido o seu trabalho de pesquisa. No 
planejamento, o pesquisador deverá prever com quais colaboradores pretende 
trabalhar, ou seja, qual vai ser a sua equipe de trabalho. Deve-se prever também 
eventuais dificuldades no desenvolvimento da pesquisa, que podem ser relativas 
a financiamento, substituição de colaboradores, questões de metodologia e 
problemas para a aquisição de materiais e equipamentos, entre outras. Vale 
ressaltar que o planejamento inicial precisa ser sucinto e resumido, porém, com 
clareza de ideias e objetivos. O nível de detalhes do planejamento de um projeto 
de pesquisa depende, é claro, da dimensão do que será pesquisado. 
 
2. Apresentação da equipe de pesquisa: como foi dito anteriormente, o 
detalhamento de um planejamento de pesquisa depende da dimensão do que 
será pesquisado. Se, por exemplo, o projeto prever a realização de uma pesquisa 
individual, a apresentação do pesquisador torna-se opcional e, muitas vezes, até 
desnecessária. Por isso, quando se trata de um projeto mais amplo e complexo, 
que será submetido à apreciação de um órgão de fomento (Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pesquisa do Ensino Superior - Capes -, vinculada ao 
Ministério da Educação - MEC, por exemplo, possui o Programa institucional de 
Bolsas de Iniciação à Docência - Pibid, entre outras iniciativas que envolvem a 
educação básica) ou a órgãos ou instâncias superiores da instituição ao qual o 
professor está vinculado - como a Secretaria Municipal de Educação, esse item 
torna-se obrigatório, independente de a pesquisa ser individual ou em equipe. A 
apresentação da equipe de pesquisa nada mais é do que uma súmula curricular 
de seus integrantes, destacando a formação, a experiência - esta, principalmente 
relacionada ao tema do projeto - e a forma de atuação na pesquisa. Caso haja 
produções científicas, como artigos e trabalhos publicados ou apresentados em 
eventos relacionados ao tema do projeto, pode-se incluir os que foram produzidos 
nos últimos três ou cinco anos. 
3. Título do projeto de pesquisa: a etapa do planejamento do projeto de pesquisa 
é também uma fase em que se discute um pré-título para o projeto, que poderá 
ou não ser definitivo. A elaboração do título, que alguns pesquisadores ou grupos 
de pesquisa preferem, às vezes, deixar para o final da realização do projeto, é um 
tópico extremamente importante, porque, uma vez definido, não deve sofrer 
alterações após a sua apresentação ou submissão sem uma boa justificativa. O 
título do projeto deve ser claro e destacar o objetivo principal da pesquisa. É 
preciso observar uma enorme coerência de ideias entre ele e o conteúdo do 
projeto. Evitar o uso de título extenso, de compreensão dúbia e que tenha grande 
abrangência. Reforçando o que já foi dito, o título deve ser o mais direto e objetivo 
possível. 
4. Resumo do projeto e palavras-chave: o resumo do projeto de pesquisa deve 
ser sucinto e objetivo. Ele deve expressar uma ideia geral do que vai ser 
 
pesquisado: os objetivos pretendidos, as pesquisas já realizadas a respeito do 
tema, a forma como os resultados serão analisados e as possíveis conclusões 
baseadas na premissa inicial da(s) hipótese(s) levantada(s). 
5. O problema a ser pesquisado e sua justificativa: é nesse item do projeto que 
o(s) autor(es) demonstra(m) a razão da pesquisa proposta. É aqui que a 
justificativa da pertinência de se pesquisar o tema proposto é apresentada, com 
base em dados levantados. Podemos entender como objetivos gerais aqueles de 
maior abrangência, com caráter generalista. São aqueles que, quando 
alcançados, poderão proporcionar benefícios à ciência em geral e às áreas afins 
do tema de pesquisa. Os objetivos específicos são aqueles diretamente 
relacionados ao tema principal da pesquisa. São pontuais e restritos à área do 
conhecimento em que se enquadra o projeto. Se alcançados, eles poderão 
apresentar uma solução definitiva para o problema pesquisado ou trazer uma 
proposta inovadora para a sua resolução. Os objetivos específicos de um projeto 
são, portanto, mais limitados quantitativamente do que os gerais. 
6. O estado da arte do problema a ser pesquisado: uma vez definidos o problema, 
os objetivos e as justificativas da pesquisa, cabe agora incluir no projeto um tópico 
que trata do panorama atual de outras pesquisas relacionadas ao tema. É a fase 
da revisão bibliográfica. É preciso buscarna literatura especializada o que já foi 
feito para solucionar o problema pesquisado e os motivos que levaram a não 
solucioná-lo. Com esse procedimento, evita-se a duplicação de pesquisas e o 
investimentos em áreas já pesquisadas e solucionadas, bem como a escolha de 
temas que demandem investimentos excessivamente elevados. É preciso 
pesquisar as origens do problema, sua natureza, suas características e os 
desafios para a sua solução. Isso é o que chamamos de estado da arte do 
problema. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que a revisão de literatura, também pode ser chamada de revisão 
bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte (quando for 
 
abrangente e profunda), ou resenha bibliográfica. Nessa fase, o pesquisador deverá 
responder às seguintes questões: Quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o 
assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? 
Pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica. 
 
Fonte: Costa e Costa (2015). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
7. Metodologia a ser utilizada: a escolha está diretamente vinculada aos objetivos 
e à fundamentação teórica escolhida. Independentemente de a pesquisa ser 
quantitativa ou qualitativa, a metodologia empregada para alcançar os objetivos 
delineados deve ser cuidadosamente detalhada nessa fase do projeto. Neste item, 
o pesquisador irá descrever, entre outras coisas: se serão realizados 
experimentos e quais serão eles, além das técnicas e equipamentos a serem 
utilizados, quando for o caso; o instrumento de coleta de dados que será aplicado 
(questionário, roteiro de entrevista, protocolo de observação entre outros); quais 
parâmetros estatísticos serão utilizados (população/amostra, média, mediana, 
desvio padrão entre outros); se a pesquisa envolve seres humanos, quais os 
critérios de seleção e quais os cuidados a serem tomados. O mesmo é válido para 
pesquisa envolvendo animais; se haverá ou não necessidade de terceirização de 
determinados serviços e, caso haja, como isso será realizado; qual técnica de 
observação in loco será realizada (observação direta ou indireta), se for o caso; 
se haverá coleta de campo ou somente atividades em laboratório, especificação 
das técnicas que serão utilizadas. Em linhas gerais, a metodologia explicita a 
forma como o pesquisador irá conduzir o seu projeto de pesquisa, visando 
alcançar os objetivos propostos inicialmente. 
8. Materiais e equipamentos necessários: uma vez explicitados os materiais e 
métodos a serem aplicados ao longo do projeto de pesquisa, há a necessidade 
de relacioná-los e justificá-los, sejam eles permanentes ou de consumo, bem 
 
como apontar quais equipamentos serão necessários para que o projeto se 
concretize. Além de materiais e equipamentos específicos para a pesquisa 
experimental, também é necessário fazer a previsão de computadores e softwares 
- gerais e específicos - que serão empregados. Não menos importante é prever a 
necessidade de realizar experimentos em outras instituições ou contratar serviços 
terceirizados, o que exigirá recursos financeiros para o custeio. 
9. Desafios tecnológicos e científicos e os meios para superá-los: nos casos 
em que a complexidade da pesquisa é tal que tanto sua execução quanto os 
resultados a serem obtidos demandam tecnologia de ponta, é importante destacar 
no projeto como o pesquisador e sua equipe irão trabalhar essa questão. No que 
diz respeito à execução, é preciso prever se haverá necessidade de um 
treinamento ou capacitação de pessoal para trabalhar com equipamentos de 
última geração. A preparação pode ser necessária tanto para operar os 
instrumentos quanto para saber analisar os resultados gerados por tais 
equipamentos. 
10. Resultados esperados: embora a pesquisa sequer tenha sido iniciada, é 
fundamental que sejam identificados os possíveis resultados a serem obtidos. 
Com base nas hipóteses levantadas para o problema pesquisado, no 
levantamento bibliográfico realizado na metodologia a ser empregada, bem como 
nos materiais e equipamentos que serão utilizados, é possível fazer uma 
estimativa - com um certo grau de confiança - de quais resultados serão obtidos. 
Existe sempre a possibilidade de que resultados totalmente adversos, diferentes 
daqueles previstos, aconteçam. Isso faz parte da característica empírica dos 
ensaios de laboratório e, até mesmo, de pesquisas qualitativas, como os 
resultados de entrevistas, por exemplo. 
11. Forma de análise dos resultados: o projeto de pesquisa deve descrever qual(is) 
será(ão) a(s) forma(s) ou a metodologia de análise dos resultados obtidos, que 
depende muito do tipo de pesquisa utilizada. No caso das quantitativas, modelos 
matemáticos e estatísticos são frequentemente empregados, já que os primeiros 
permitem fazer uma “modelagem” dos resultados por meio da simulação de 
situações reais, e os segundos aceitam uma análise de distribuição, frequências, 
 
médias, desvios padrões, modas entre outros. A tabulação dos resultados 
quantitativos permite uma boa visualização da composição e distribuição destes. 
A análise dos resultados pode valer-se também de simples observações e, com a 
utilização de métodos comparativos com outros resultados ou com padrões 
estabelecidos em normas, é possível se chegar a algumas conclusões. Em 
pesquisas qualitativas não experimentais cujos resultados são gerados por 
respostas de questionários, técnicas de análise estatísticas também podem ser 
úteis. Existem ainda pesquisas mais simples, básicas, nas quais o objeto 
pesquisado, por exemplo, é a análise da obra de um escritor. Nesse caso, não se 
espera que o pesquisador encontre resultados, mas que ele faça um estudo 
aprofundado sobre o autor e sua obra e redija um parecer a respeito da pesquisa. 
Assim, a análise dos resultados não se aplica da forma tradicional: com base em 
hipóteses levantadas pelo pesquisador e em seus estudos, ele irá confrontar 
ambos para tirar suas conclusões. Podemos dizer, então, que se trata de uma 
análise comparativa. 
12. Cronograma de execução do projeto: o cronograma de execução é de extrema 
importância, é a partir dele que será possível avaliar se o projeto proposto é 
factível ou não dentro do prazo estabelecido. Além disso, o cronograma permite 
ao pesquisador ou grupo de pesquisa orientar-se quanto ao andamento das 
atividades, acelerando as que, eventualmente, estiverem atrasadas e revendo os 
prazos estabelecidos. 
13. Formas de disseminação (divulgação) e de avaliação do projeto: tão 
importante quanto concluir o projeto etapa por etapa é prever como os resultados 
serão disseminados ao longo de seu desenvolvimento. Mesmo os resultados 
parciais podem contribuir de maneira significativa para outros pesquisadores que 
atuam em áreas afins. Dessa forma, apresentá-los em eventos científicos ou 
profissionais torna-se uma obrigação. 
14. Planilha orçamentária com a previsão de investimentos, custos e despesas: 
todo projeto, seja de pesquisa ou não, sempre envolve custos (diretos ou 
indiretos) que precisam ser especificados, detalhados e organizados em uma 
 
planilha. No caso específico de um projeto de pesquisa, uma série de itens precisa 
ser relacionada, como investimentos, despesas, entre outros. 
15. Referências: a última parte do estudo deve incluir uma lista com todas as fontes 
consultadas para a sua elaboração e fundamentação (artigos de revistas, teses, 
livros entre outros). A indicação das referências deve seguir uma norma 
específica, que será discutida ainda nesta unidade. 
16. Apêndices: constituem um item opcional, onde podem ser incluídos documentos 
complementares à pesquisa, elaborados pelo próprio autor. A diferença em 
relação aos anexos é que, nestes, são incluídos documentos elaborados por 
terceiros. Nos apêndices, podem ser incluídos o questionário utilizado, a carta de 
apresentação do autor à instituição onde serádesenvolvida a pesquisa ou, ainda, 
o termo de consentimento livre apresentado aos participantes, por exemplo. 
17. Anexos: trata-se também de item opcional dentro do projeto de pesquisa. Nos 
anexos é incluída a documentação complementar para consulta, ou seja, tudo que 
o pesquisador julgar importante para uma boa avaliação do trabalho. Exemplos: 
documentos oficiais, parecer do comitê de ética, plantas de instalações onde será 
desenvolvida a pesquisa, cópias ou originais de orçamentos e fotos ou imagens 
ilustrativas. 
 
 Em outras palavras, o projeto de pesquisa geralmente pode ser composto de três 
partes, vide o quadro 1 abaixo. 
 
Quadro 1 - Elementos bases da estrutura do projeto de pesquisa 
Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais 
Capa Introdução (problema e 
questão/s de pesquisa 
Referências bibliográficas 
Folha de rosto Hipótese/s ou Pressuposto/s Bibliografia (opcional) 
Dedicatória (opcional) Objetivos (geral e 
específicos) 
Glossário / Definição de 
termos (pode ser colocado 
como elemento pré-textual) 
Sumário Justificativa Apêndice (opcional) 
 
Outros elementos podem 
aparecer, tais como: 
epígrafe, lista de tabelas, lista 
de quadros, de figuras, de 
apêndice e de anexos 
Revisão da literatura/ 
Referencial teórico 
Anexos (opcional) 
Resumo Procedimentos 
metodológicos 
 
 Limitação da pesquisa 
 Cronograma 
Fonte: Elaborada pela autora com base em Costa e Costa (2015). 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que o projeto de pesquisa é um esboço detalhado do que vai ser realizado 
(intenções). Portanto, em um projeto não existem resultados, discussão e conclusões. 
Estes itens estarão presentes somente após a execução do projeto, ou seja, na 
monografia, por exemplo. Algumas instituições, nos processos de seleção para a pós-
graduação, solicitam resultados preliminares. Nesses casos, essa parte deve ser 
colocada como justificativa para o desenvolvimento do projeto em questão, ou no local 
indicado pela instituição. 
 
Fonte: Costa e Costa (2015). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
1.2 Regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa 
 
 Caro(a) acadêmico(a), a apresentação de projeto de pesquisa deve ser elaborada 
conforme a seguir (BRASILEIRO, 2021, p. 2015 - 2017): 
 
 
a) Formato: os textos devem ser digitados em cor preta, podendo utilizar outras 
cores somente para as ilustrações. Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado 
no formato A4 (21 cm x 29,7 cm). Os elementos pré-textuais devem iniciar no 
anverso da folha. Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais sejam 
digitados no anverso e verso das folhas. 
As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior de 3cm e direita e 
inferior de 2cm; para o verso, direita e superior de 3 cm e esquerda e inferior de 
2cm. 
Recomenda-se fonte tamanho 12 para todo o trabalho, excetuando-se as citações 
de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, legendas e fontes das 
ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme. 
b) Espaçamento: todo o texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 entre as 
linhas, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, 
referências, legendas das ilustrações e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa e 
nome da entidade, que devem ser digitados em espaço simples. As referências, 
ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por um espaço simples em 
branco. 
Na folha de rosto, o tipo de projeto de pesquisa e o nome da entidade a que é 
submetido devem ser alinhados do meio da mancha gráfica para a margem direita. 
c) Notas de rodapé: as notas devem ser digitadas dentro das margens, ficando 
separadas do texto por um espaço simples entre as linhas e por filete de 5 cm, a 
partir da margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da 
mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o 
expoente, sem espaço entre elas e com fonte menor. 
d) Indicativos de seção: o indicativo numérico, em algarismo arábico, de uma seção 
precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere. 
Os títulos das seções primárias devem começar em página ímpar (anverso), na 
parte superior da mancha gráfica, e ser separados do texto que os sucede por um 
espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os títulos das subseções devem 
ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço entre as 
 
linhas de 1,5. Títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a partir da 
segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título. 
e) Títulos sem indicativo numérico: são eles: errata, lista de ilustrações, lista de 
abreviaturas e siglas, lista de símbolos, sumário, referências, glossário, 
apêndice(s), anexo(s) e índice(s). Esses títulos devem ser centralizados. 
f) Paginação: as folhas ou páginas pré-textuais devem ser contadas, mas não 
numeradas. Para trabalhos digitados apenas no anverso, todas as folhas, a partir 
da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, considerando apenas o 
anverso. A numeração deve figurar, a partir da primeira folha da parte textual, em 
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, 
ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. Quando o trabalho for 
digitado em anverso e verso, a numeração das páginas deve ser colocada no 
anverso da folha, no canto superior direito; e no verso, no canto superior 
esquerdo. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um volume, deve ser 
mantida uma única sequência de numeração das folhas ou páginas do primeiro 
ao último volume. 
Havendo apêndice e anexo, as suas folhas ou páginas devem ser numeradas de 
maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento à do texto principal. 
g) Numeração progressiva: elaborada conforme a ABNT NBR 6024. 
h) Citações: apresentadas conforme a ABNT NBR 10520. 
i) Siglas: a sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve ser indicada 
entre parênteses, precedida do nome completo. 
j) Equações e fórmulas: para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, 
se necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados 
à direita. Na sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior 
que comporte seus elementos (expoentes, índices, entre outros). 
k) Ilustrações: qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação aparece na 
parte superior, precedida da palavra designativa (desenho, esquema, fluxograma, 
fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem e 
outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos 
arábicos, travessão e do respectivo título. Após a ilustração, na parte inferior, 
 
indicar a fonte consultada (elemento obrigatório, mesmo que seja produção do 
próprio autor), legenda, notas e outras informações necessárias à sua 
compreensão (se houver). A ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais 
próximo possível do trecho a que se refere. 
l) Tabelas: devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo possível do trecho 
a que se referem e padronizadas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE).
 
 
2 RELATÓRIOS 
 
 
 Como o próprio nome diz, caro(a) acadêmico(a), relatório é um relato detalhado, 
uma exposição escrita de uma atividade prática, um determinado trabalho ou experiência 
científica. Como trabalho acadêmico, ele é sistematizado pela ABNT NBR 10179, terceira 
edição 2011, a qual focaliza o relatório técnico/científico e o conceitua como um 
documento que descreve formalmente o progresso ou resultado de pesquisa científica 
e/ ou técnica. 
 Sabe-se que existem vários tipos de relatórios, que mudam de acordo com o 
objetivo ou a atividade relatada. São eles: de gestão (relatórios empresariais), de 
inquérito (policial, administrativo, entre outros), de rotina, deevento, de palestra, de 
cadastro, de visita, de inspeção, de viagens, de estágio, contábil e, ainda, o relatório-
roteiro (elaborado com base em modelo ou formulário impresso) (BRASILEIRO, 2021). 
Embora a ABNT NBR 10719 tenha como objeto de normalização o relatório técnico e/ 
ou científico, ela pode ser oportunamente aplicada quando da elaboração dos outros 
tipos de relatórios, devendo os autores sujeitarem-se às normas, na medida do possível. 
 
 
 
➔ Estrutura do relatório: Assim, como os trabalhos acadêmicos mais rigorosos, o 
relatório é estruturado em duas partes: a externa e a interna, vide figura 1 abaixo. 
 
Figura 1- Estrutura do relatório 
 
Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR 10719 (2011). 
 
SAIBA MAIS 
 
Para saber mais sobre cada parte da estrutura do relatório, indicamos a leitura do livro 
intitulado “Como produzir textos acadêmicos e científicos”, da autora Ada Magaly Matias 
Brasileiro, bem como a ABNT NBR 10719. Boa leitura! 
 
Fonte: ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10719. Informação e documentação — 
Relatório técnico e/ou científico — Apresentação.3 ed. Jul. 2011. 
BRASILEIRO, A. M. M. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: Contextos, 2021. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
➔ Tipos de relatórios: dentre as várias modalidades de relatórios, destacamos três 
tipos de relatórios elencados pela autora Brasileiro (2021): 
 
● Relatório de visita técnica: o relatório de visita deverá seguir a estrutura gráfica 
preconizada pela norma e apresentar a seguinte estrutura textual: a introdução, 
na qual se mencionam o local da visita (sua respectiva localização), o objetivo da 
atividade e a que disciplina e professor se vincula; os objetivos da atividade de 
pesquisa, que devem estar relacionados com cada etapa da atividade; a descrição 
do processo da visita e os aspectos observados para a coleta de dados, bem 
como os resultados pretendidos; a interpretação dos dados coletados; e os 
comentários finais. 
● Relatório de palestra: é o registro das principais ideias veiculadas em uma 
palestra, cujo teor foi recomendado por algum professor. Por se tratar de uma 
atividade muito recorrente no meio acadêmico, sugere-se um modelo de relatório-
roteiro padrão, cuja extensão deve ficar em torno de duas a três laudas. 
● Relatório técnico-científico: documento que relata os resultados ou progressos 
obtidos em investigação de pesquisa e o seu desenvolvimento. O propósito desse 
documento é comunicar os resultados da pesquisa em toda sua dimensão, 
apresentando revisão bibliográfica, fatos, dados, procedimentos utilizados, 
resultados obtidos, análise, chegando a certas conclusões e recomendações. 
 
➔ Regras gerais para elaboração de um relatório: Ao produzir o texto, o relator 
deve ter em mente as seguintes questões (BRASILEIRO, 2021, p. 228): 
 
a) Quem ler este relatório conseguirá entender o que foi feito e como? 
b) Esse leitor será capaz de repetir tal realização, tendo como guia apenas este 
relatório? 
 
 A clareza do raciocínio, característica do método científico, deverá transparecer 
na linguagem e forma do relatório. Ele deverá ser tão curto e conciso quanto possível. 
No entanto,deverá incluir a informação mínima indispensável à compreensão do 
 
trabalho. A forma pela qual alguma informação pode ser apresentada (quadros, gráficos, 
ilustrações) pode contribuir consideravelmente para reduzir a sua extensão. As frases 
devem ser completas, para que seja possível seguir um raciocínio lógico (BRASILEIRO, 
2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
3.1 Citações 
 
Este tópico se refere às normas e técnicas para fazer as citações registrar 
explicações e dados acessórios e oferecer as referências das fontes consultadas na 
elaboração do trabalho científico. Mais do que normas e técnicas, o que está em jogo é 
uma questão ética. Deve-se, em qualquer situação, especialmente no trabalho científico 
teológico, honrar os autores e pesquisadores que produziram as ideias, os argumentos 
e as demonstrações que iluminam, orientam, organizam e conduzem o trabalho 
(SANTOS, 2019). 
 
ATENÇÃO! Caro(a) acadêmico(a), sempre que possível escolha citações de autores 
renomados para fortalecer as ideias que você apresenta em seu trabalho. Fica a dica! 
 
➔ Estruturas básicas para menção à fonte da citação: a referência à fonte deve 
vir conforme abaixo: 
 
 
 SOBRENOME DO AUTOR, ano da obra consultada, página ou páginas 
consultadas. Exemplo (SANTOS, 2019, p. 51) ou Santos (2019, p. 51) 
 
➔ Tipos de citação: as citações podem ser de três tipos (MASCARENHAS, 2012; 
CORDEIRO; MOLINA; DIAS, 2012; SANTOS, 2019): 
 
● Direta - o trecho apresenta as palavras exatas do autor citado. 
● Indireta - o trecho apenas toma como base a obra do autor citado. 
● Citação de citação - transcrição direta ou indireta de um texto em que não teve 
acesso ao original. 
 
Em outras palavras citação direta é a reprodução fiel da obra consultada, já a 
citação indireta é a interpretação do pensamento do autor, exposto em uma obra 
(SANTOS, 2019). 
 Dependendo do tamanho da citação direta, você deve seguir normas diferentes, 
como mostra o Quadro 2 abaixo. 
 
Quadro 2 - Tipos de citação direta 
Tipo de citação direta Tamanho Procedimento 
Citação breve Até três linhas devem estar contidas entre aspas duplas. As 
aspas simples são utilizadas para indicar 
citação no interior da citação. 
Citação longa Mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da 
margem esquerda, com letra menor que a do 
texto utilizado e sem as aspas. No caso de 
documentos datilografados, deve-se observar 
apenas o recuo. 
Fonte: Elaborado com base em ABNT (NBR 10520, 2002). 
 
➔ Citação dependente ou citação de citação: cita-se o pensamento ou frase de 
um ator a partir das citações que outro autor faz: um autor aparece na obra de 
outro, ou seja, quando há transcrição do pensamento ou de palavras textuais de 
 
um primeiro autor, dito por outro. Deve-se utilizar a expressão “apud” ou “citado 
por” após o nome do autor citado (SANTOS, 2019). 
 
Use reticências entre colchetes [...] quando você suprimir um trecho da citação 
direta. Para acrescentar um comentário de sua autoria à citação, coloque-o entre 
colchetes. Se destacar algum trecho da citação com negrito ou itálico, lembre-se de 
colocar a expressão “grifo nosso” entre parênteses, ao final da citação 
(MASCARENHAS, 2012). 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabe o que são notas de rodapé? São “indicações, observações ou aditamentos 
ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem 
esquerda ou direita da mancha gráfica”. 
E notas explicativas? “Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explicações, 
que não possam ser incluídos no texto”. 
E as notas de referências? “Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras 
partes da obra onde o assunto foi abordado”. 
 
Fonte: ABNT NBR 10520 (2002, p. 2). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
3.2 Referências bibliográficas 
 
 Referência segundo a ABNT NBR 6023, segunda edição é um “conjunto 
padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua 
identificação individual” (ABNT NBR, 2018, p. 3). São essenciais em qualquer trabalho 
acadêmico, pois possibilitam a identificação dos textos utilizados e sua posterior 
consulta. 
 
 Nas referências em lista, obedece-se à ordem alfabética única de sobrenome do 
autor e título para todo tipo de material consultado. Utiliza-se fonte tamanho 12 com 
espaçamento simples em cada referência. Já entre uma referência e outra, na lista, o 
espaçamento é duplo (simples), ou seja, dois espaços de 1, e o texto deve estar alinhado 
à margem esquerda. 
 A seguir, caro(a) acadêmico(a), apresentaremos algumas das regras para registro 
das informações nas referências. 
 
➔ Alguns modelosde referências (ABNT NBR 6023, 2018): 
● Os elementos essenciais para livro e/ou folheto são: autor, título, subtítulo (se 
houver), edição (se houver), local, editora e data de publicação. Quando 
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor 
identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para trabalho acadêmico são: autor, título, subtítulo 
(se houver), ano de depósito, tipo do trabalho (tese, dissertação, trabalho de 
conclusão de curso e outros), grau (especialização, doutorado, entre outros) e 
curso entre parênteses, vinculação acadêmica, local e data de apresentação ou 
defesa. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à 
referência para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para a parte de monografia são: autor e título da 
parte, seguidos da expressão In: ou Separata de:, e da referência completa da 
monografia no todo. No final da referência, deve-se informar a descrição física da 
parte. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à 
referência para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para correspondência incluem bilhete, carta, 
cartão, entre outros, são: remetente (autor), título ou denominação, destinatário 
(se houver), precedido pela expressão Destinatário:, local, data e descrição física 
(tipo). Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares para 
melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para coleção de publicação períodica são: título, 
subtítulo (se houver), local de publicação, editora, datas de início e de 
 
encerramento da publicação (se houver), e ISSN (se houver). Quando necessário, 
acrescentam-se elementos complementares para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para a parte de coleção de publicação periódica 
são: título, subtítulo (se houver), local de publicação, editora, datas de início e de 
encerramento da publicação (se houver), período consultado e ISSN (se houver). 
● Os elementos essenciais para fascículo, suplemento e outros, são: título, 
subtítulo (se houver), local de publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, 
numeração do fascículo, informações de períodos e datas de sua publicação. 
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência 
para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para artigo, seção e/ou matéria de publicação 
periódica são: autor, título do artigo ou da matéria, subtítulo (se houver), título do 
periódico, subtítulo (se houver), local de publicação, numeração do ano e/ou 
volume, número e/ou edição, tomo (se houver), páginas inicial e final, e data ou 
período de publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos 
complementares à referência para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para artigo e/ou matéria de jornal são: autor, título, 
subtítulo (se houver), título do jornal, subtítulo do jornal (se houver), local de 
publicação, numeração do ano e/ou volume, número (se houver), data de 
publicação, seção, caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. 
Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria 
precede a data. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares 
à referência para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para evento no todo em monografia são: nome do 
evento, numeração (se houver), ano e local (cidade) de realização, título do 
documento, seguidos dos dados de local, editora e data da publicação. Quando 
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor 
identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para evento no todo em publicação periódica são: 
nome do evento, numeração (se houver), ano e local (cidade) de realização e título 
do documento, seguidos dos dados do periódico. Quando necessário, 
 
acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o 
documento. 
● Os elementos essenciais para a parte de evento são: recomenda-se como 
ordem de elementos essenciais: autor, título, subtítulo (se houver) e data de 
apresentação. 
● Os elementos essenciais para a parte de evento em monografia são: autor, 
título do trabalho, seguidos da expressão In:, nome do evento, numeração do 
evento (se houver), ano e local (cidade) de realização, título do documento, local, 
editora, data de publicação e páginas inicial e final da parte referenciada. Quando 
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor 
identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para a parte de evento em publicação periódica 
são: autor, título do trabalho, título do periódico, subtítulo (se houver), local de 
publicação, numeração do ano e/ou volume, número e/ou edição, tomo (se 
houver), páginas inicial e final, data ou período de publicação, nota indicando o 
número e o nome do evento, e ano e local. Quando necessário, acrescentam-se 
elementos complementares à referência para melhor identificar o documento. 
● Os elementos essenciais para patente são: inventor (autor), título, nomes do 
depositante e/ou titular e do procurador (se houver), número da patente, data de 
depósito e data de concessão da patente (se houver). Quando necessário, 
acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o 
documento. 
● Os elementos essenciais para a legislação são: jurisdição, ou cabeçalho da 
entidade, em letras maiúsculas; epígrafe e ementa transcrita conforme publicada; 
dados da publicação. Quando necessário, acrescentam-se à referência os 
elementos complementares para melhor identificar o documento, como: 
retificações, alterações, revogações, projetos de origem, autoria do projeto, dados 
referentes ao controle de constitucionalidade, vigência, eficácia, consolidação ou 
atualização. 
● Os elementos essenciais para todos os itens citados anteriormente em meio 
eletrônico são: para documentos on-line, além dos elementos essenciais e 
 
complementares, deve-se registrar o endereço eletrônico, precedido da 
expressão Disponível em:, e a data de acesso, precedida da expressão Acesso 
em: 
 
ATENÇÃO! Acadêmico(a), estes são alguns exemplos, para saber mais acesse a ABNT 
NBR 6023 (2018), disponível na internet. 
 
➔ Transcrição dos elementos: os padrões indicados nesta Norma para 
apresentação dos elementos que compõem as referências aplicam-se a todos os 
tipos de documentos citados anteriormente. Para indicação da forma correta de 
entrada de nomes pessoais e/ou de entidades, convém consultar o código de 
catalogação vigente (ABNT NBR 6023, 2018): 
 
● Pessoa física: o autor deve ser indicado pelo último sobrenome, em letras 
maiúsculas, seguido do prenome e outros sobrenomes, abreviados ou não, 
conforme consta no documento. Os autores devem ser separados por ponto e 
vírgula, seguidos de um espaço. Quando houver até três autores, todos devem 
ser indicados. Quando houver quatro ou mais autores, convém indicar todos. 
Permite-se que se indique apenas o primeiro, seguido da expressão et al. 
● Pessoa jurídica: as obras de responsabilidade de pessoa jurídica (órgãos 
governamentais, empresas, associações, entre outros) têm entrada pela forma 
conhecida ou como se destaca no documento, por extenso ou abreviado. Convém 
que se padronizem os nomes para o mesmo autor, quando aparecem de formas 
diferentes em documentos distintos. 
● Eventos: as obras resultantes de eventos (seminários, congressos, simpósios, 
entre outros) têm sua entrada pelo nome do evento, por extenso e em letras 
maiúsculas, seguido do seu número de ocorrência (se houver), ano e local de 
realização e idioma do documento. O número de ocorrência deve ser em 
algarismo arábico, seguido de ponto. 
 
● Autoria desconhecida: quando a autoria for desconhecida, a entrada deve ser 
feita pelo título. O termo Anônimo ou a expressão Autor desconhecido não podemser usados. 
● Título e subtítulo: o título e o subtítulo devem ser reproduzidos como figuram no 
documento, separados por dois pontos. 
● Edição: a edição, se constar no documento, deve ser transcrita pelas abreviaturas 
do numeral ordinal e da palavra edição, ambas no idioma do documento. 
● Local: o local de publicação (cidade) deve ser indicado como consta no 
documento. Na ausência do nome da cidade, pode ser indicado o estado ou o 
país, desde que conste no documento. 
● Editora: o nome da editora, da gravadora, entre outras instituições responsáveis 
pela publicação, deve ser indicado como aparece no documento, suprimindo-se 
as palavras que designam a natureza jurídica ou comercial. 
● Data: Devem ser indicadas as datas da publicação, manufatura, distribuição, 
execução, transmissão, gravação, acesso, entre outros. O ano de publicação deve 
ser indicado em algarismos arábicos. O mês (se houver) deve anteceder o ano e 
ser indicado de forma abreviada, no idioma original da publicação. O dia deve ser 
indicado em algarismos arábicos e anteceder o mês, separado por um espaço. Se 
necessário, indicar a hora de publicação e do acesso ao documento, após as 
respectivas datas. 
 
ATENÇÃO! Acadêmico(a), estes são alguns exemplos, para saber mais acesse a ABNT 
NBR 6023, disponível na internet. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que existe uma diferença entre bibliografia e referência bibliográfica? 
Referência bibliográfica é a parte de uma obra na qual se listam as obras utilizadas pelo 
autor para elaboração do texto. Já a bibliografia é a parte de uma obra na qual se listam 
as referências bibliográficas de obras recomendadas para leitura complementar. 
 
 
Fonte: A autora (2022). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Chegamos ao final de nossa quarta unidade, ao longo deste material estudamos 
sobre projeto e relatório de pesquisa. Primeiramente, apresentamos as etapas e as 
regras gerais de apresentação do projeto de pesquisa. Na sequência, estudamos a 
estrutura, os tipos e regras gerais para elaboração de um relatório. E, por fim, 
aprendemos como fazer citações e referências bibliográficas segundo as normas da 
ABNT. 
Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações 
de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu 
conhecimento. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Estudante deixamos aqui para leitura complementar, algumas das normas da 
ABNT para acesso diretamente na Web. 
 
1. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10719. Informação e 
documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação.3 ed. Jul. 
2011. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/NBR_10719_-
_2011.pdf Acesso em: 05 jan. 2022. 
 
2. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e 
documentação — Referências — Elaboração 2 ed. Nov. 2018. Disponível em: 
https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281
%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed Acesso em: 05 jan. 2022. 
 
3. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10520. Informação e 
documentação – Citações em documentos – Apresentação. Ago. 2002. 
Disponível em: http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2016/05/NBR-
10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf Acesso em: 05 jan. 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/NBR_10719_-_2011.pdf
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/NBR_10719_-_2011.pdf
https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed
https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed
http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2016/05/NBR-10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf
http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2016/05/NBR-10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf
 
 
LIVRO 
 
• Título. 
Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de conclusão de curso: 
relatórios, monografias dos cursos superiores, dissertações e teses 
• Autor. 
José Heraldo dos Santos. 
• Editora. 
Editora Interciência. 
• Sinopse. 
Este manual é resultado de uma pesquisa acadêmica, sendo o fruto de um período 
lesionado o componente curricular de Metodologia do Trabalho Científico ou Metodologia 
da Pesquisa Científica (ambas são a mesma disciplina). Verificaram-se as dificuldades 
dos acadêmicos dos cursos superiores na graduação e na pós-graduação Lato e Stricto 
Sensu na formatação de seus Trabalhos de Conclusão de Curso. Uma das mais fortes 
características de um trabalho de pesquisa científico é o cuidado com sua apresentação 
e configuração em estruturas padronizadas. A aplicação adequada das normas e 
técnicas denota cuidado, conhecimento, ética e, principalmente, respeito pelos leitores 
do texto, pois lhes poupa esforço e maximiza seu tempo e compreensão. Buscando 
 
oferecer subsídios apropriados para a elaboração dos textos de natureza acadêmico-
científica, este manual adota as normas da ABNT, acrescentando, no entanto, 
informações relacionadas a aspectos que as normas omitem. O intuito deste livro é 
oferecer ao leitor uma proposta de facilitar o entendimento, os propósitos e a aplicação 
da estruturação das diferentes atividades requeridas no âmbito acadêmico da graduação 
e da pós-graduação. 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título. 
A menina que roubava livros 
• Ano. 
2013. 
• Sinopse. 
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger 
sobrevive fora de Munique lendo os livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo, 
ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um judeu que vive na 
clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela faz algumas 
tarefas para a mãe e brinca com o amigo Rudy. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10520. Informação e 
documentação – Citações em documentos – Apresentação. Ago. 2002. 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e 
documentação — Referências — Elaboração 2 ed. Nov. 2018. 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10719. Informação e 
documentação — Relatório técnico e/ou científico — Apresentação.3 ed. Jul. 2011. 
 
BRASILEIRO, A. M. M. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo: 
Contextos, 2021. 
 
CORDEIRO, G. do R.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. (Org.). Orientações e dicas 
práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
 
CASARIN, H. de C. S.; CASARIN, S. J. Pesquisa científica: da teoria à prática. 
Curitiba: InterSaberes, 2012. 
 
COSTA, M. A. F. da; COSTA, M. de F. B. da. Projeto de Pesquisa: entenda e faça. 6 
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. 
 
MASCARENHAS, S. A. (org.). Metodologia científica. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2012. 
 
SANTOS, J. H. dos. Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de 
conclusão de curso: relatórios, monografias dos cursos superiores, dissertações e 
teses. Rio de Janeiro: Interciência, 2019. 
 
 
 
 
CONCLUSÃO GERAL 
 
Chegamos, caro(a) acadêmico(a), ao fim de mais uma pequena jornada, que teve 
como objetivo principal estudar e compreender as metodologias de pesquisa utilizadas 
na construção de trabalhos científicos. 
Estudamos, ao longo das quatro unidades, criteriosamente selecionadas para dar 
sustentação à presente discussão, autores que promoveram uma rica interlocução entre 
normatização dos trabalhos acadêmicos; metodologia do estudo de caso; trabalho 
acadêmico-científico: artigo; projeto e relatório de pesquisa. 
Lembre-se, caro(a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as 
possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, 
mas irá iniciar momentos importantes e oportunospara a compreensão das análises 
realizadas acerca das temáticas propostas. 
Sendo assim, caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final dos nossos estudos 
relacionados a essa temática, mas reforço o que disse inicialmente, o texto apresentado 
não esgota todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas. 
Espero que tenha lhe oportunizado momentos importantes e oportunos para a 
compreensão das análises realizadas ao longo da disciplina. 
Desejo a você, estudante, sucesso e inúmeras realizações profissionais. 
Até breve! 
 
 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães

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